INFORME TÉCNICO - Gipsofila
INFORME TÉCNICO - Gipsofila
INFORME TÉCNICO - Gipsofila
Leonita Beatriz Girardi1, Rogério Antonio Bellé2, Márcia Xavier Peiter3, Fernanda
Londero Backes4, Angélica Rossana Castro de Souza5
1
Engenheira Agrônoma, Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da
Universidade Federal de Santa Maria, RS. e-mail: lbgirardi@hotmail.com
2
Professor Titular do Departamento de Fitotecnia.
3
Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Rural.
4
Professora Adjunta do Departamento de Fitotecnia.
5
Bióloga, Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Geomática da Universidade Federal de Santa
Maria, RS.
No Brasil a Gipsofila é considerada, segundo Petry (2008), uma das
principais flores de corte, sendo apontada como o terceiro produto mais comercializado
na Ceagesp e continua na lista dos dez mais vendidos no Veiling da Holambra. No Rio
Grande do Sul, nos meses com datas de elevado consumo (maio, junho e novembro),
alguns autores relatam que aportam ao estado mais de quinhentas toneladas de rosas e
mosquitinhos. A sua produção local é vantajosa, sobretudo por garantir a venda de
flores frescas colhidas recentemente, o que acaba aumentando sua vida útil pós-colheita.
A cultivar Allegro é uma das mais produzida e comercializada no Brasil como flor de
corte, com uma flor branca de diâmetro pequeno (5-7 mm) e pétalas duplas, outras
variedades produzidas são: Perfecta (hastes mais grossas, pétalas duplas brancas com
10-13 mm), Golan, Gilboa, Arbel, Tabor, Bambino e Amoré (todas com tamanhos
diferentes de flores brancas).
O cultivo da Gipsofila é indicado para ser conduzido em estufa, mas pode
ser cultivado a campo. A planta prefere solos bem drenados e com ph de 6,5 até 8,8 os
canteiros devem ser desinfestados antes do plantio, pois a espécie é sensível as doenças
de solo. As condições de estufa são melhores, pois oferecem maior controle da
irrigação, fertiirrigação, ambiente e doenças. As hastes florais obtidas nessas condições
são de melhor qualidade apresentando-se mais firmes, e com melhor apresentação
visual. Para melhoria da longevidade das plantas, relacionada as condições
fitossanitárias, vem sendo estudado o seu cultivo em vasos, com substrato estéril, de
cinza de casca de arroz derivada da sua queima nos engenhos de beneficiamento de
arroz. A grande vantagem é o controle fitossanitário, das doenças nas raízes, pois fica
mais fácil e econômico se desfazer de um vaso contaminado por um agente causador da
morte das plantas, do que todo um canteiro ou até uma estufa, cuja contaminação
permanece. (informação pessoal). Utiliza-se de 9 a 12 plantas por metro quadrado, com
40 cm entre linhas e 20 cm entre plantas.
A propagação dessa espécie pode ser feita por estacas vegetativas apicais,
utilizando-se regulador de crescimento, sendo que o enraizamento é feito em estufa
utilizando-se casca de arroz carbonizada, por sementes que resulta em plantas com
desuniformidade e de custo elevado, outra técnica é a micropropagação, que
possibilitam mudas de alta qualidade em escala comercial, livres de pragas e doenças e
só sendo viável para a produção de matrizes. Atualmente, as mudas podem ser
comercializadas por aproximadamente, R$ 1,50.
Quando as temperaturas são altas e os dias longos, o crescimento é rápido
e o intervalo entre o plantio e a floração é curto (+ ou - 60 dias), mas a qualidade e a
quantidade de hastes são baixas. Já, quando o crescimento é feito em temperaturas
baixas e luz adequada, inverno e primavera o crescimento é lento, a floração é mais
tardia (80 - 120 dias), mas com rendimento e qualidade elevados e ótimos para
comercialização (BELLÉ, 2008). Assim durante um ano, com as mesmas plantas
podem-se obter de dois até três ciclos de produção de hastes florais, em estufa plástica
sem climatização.
Após cada colheita deve ser feita uma poda das hastes restantes, deixando-se
de 1 a 3 cm da base, acima do primeiro nó que vai estimular várias ramificações, que
terminam por florescer com o ciclo, conforme a estação do ano.
Segundo IBRAFLOR (2000) os padrões de comercialização são maços
embalados com peso mínimo de 300 g, o tamanho da haste pode variar de 30, 40, 50 e
60 cm, a colheita deve ser feita quando as hastes estiverem em torno de 50% das flores
de cada inflorescência aberta, a durabilidade das flores em vaso chega a 8-10 dias.
No manejo pós-colheita as hastes florais devem ser armazenadas sob
temperatura amena (câmara fria), é muito importante que as ferramentas de corte e os
recipientes sejam bem limpos e desinfetados. Como a espécie é sensível ao etileno, é
recomendado que na água de conservação seja colocado um protetor a base de prata
para que a longevidade da floração seja garantida.
Para cada estágio há uma especificação de nutrição mineral, conforme Quadro
1 que apresenta as dosagens de fertilizantes aplicados junto a água de irrigação para a
Gipsofila, recomendados pela empresa Israelense Danziger, em função das diferentes
fases de desenvolvimento.
Literatura citada
KÄMPF, A. N.; JUNG, M. The use of carbonized rize hulles asan horticultural
substrate. Acta Horticulture, v. 294, p 271-281. 1991.