Moção Global de Estratégia
Moção Global de Estratégia
Moção Global de Estratégia
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MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR !
índice
01 CARTA DO CANDIDATO
02 AGIR por nossas mãos
03 AGIR por uma resposta de Esquerda à crise
04 AGIR por um planeta sustentável
05 AGIR para defender a democracia
06 AGIR pelo direito à saúde mental
07 AGIR por uma sociedade em igualdade e de direitos
08 AGIR por mais Políticas de Juventude, Associativismo e Cultura
09 AGIR por uma digitalização justa
10 AGIR por um território coeso
11 AGIR no poder local
12 AGIR pelo progresso global
13 AGIR por uma autonomia valorizada
14 AGIR POR UMA JS DE CAUSAS
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 4
CANDIDATO
de construir uma sociedade mais livre, igual,
justa e sustentável. É desse mundo que
vos queremos falar nesta Moção Global de
Estratégia e no Programa Político a que lhe
juntamos.
CARXS CAMARADAS,
Vencer o Futuro não é tarefa fácil. Não pode-
ESTE É O NOSSO TEMPO DE AGIR! Atravessamos remos fazer a diferença da vida da nossa
um período sem igual na nossa história, não geração sem mobilizar a criatividade e deter-
só pela pandemia e o seu impacto devastador minação da nossa comunidade de ativistas.
na economia e na sociedade mas pela sua Por isso quisemos fazer desta Moção o mais
coincidência com uma emergência climática participada possível. Realizámos 8 fóruns,
que ameaça as nossas condições de vida e participados por 272 pessoas diferentes
uma democracia em crise, com a ascensão durante mais de dezoito horas de discussão.
de uma extrema-direita bafienta a marcar o Trabalharam nestas ideias 13 grupos setoriais
eclodir de décadas de descrédito da política envolvendo mais de uma centena de mili-
partidária. tantes. Quero agradecer a todos na pessoa
do Pedro Vasconcelos Almeida, o nosso
O momento convoca-nos a transformarmos Coordenador da Moção Global de Estratégia.
o mundo por nossas mãos. É em contextos
como este que deixa de ser clichê a ideia de Juntos vamos fazer deste TEMPO DE AGIR o
que os socialistas são mais necessários do movimento de transformação da nossa socie-
que nunca. Além do mais, a audácia da nossa dade por que ansiávamos.
ação política pode mesmo ser o antídoto para
muitos dos males que atravessamos.
02
AGIR POR
NOSSAS MÃOS
Ninguém esperava o ano de 2020 que e social do final da última década, produto da
vivemos. Era impossível antecipar que uma especulação financeira e imobiliária, levou a
pandemia nos confinaria às nossas casas e que uma geração visse os seus sonhos adia-
mergulharia a economia mundial numa crise dos e a sua existência marcada por um brutal
sem precedentes. Foi um ano diferente que aumento das desigualdades socioeconómi-
nos obrigou a digitalizar as nossas vidas, cas e pela precarização do mundo laboral. A
desde o emprego à participação política. nossa geração sofre agora pela segunda
vez uma crise económica e social provo-
A pandemia veio interromper a recupe- cada pela maior crise epidémica dos últimos
ração das crises de 2008 e 2011. A partir de cem anos, ao mesmo tempo que enfrenta uma
2016, Portugal viveu os seus primeiros 3 anos crise climática produzida pela sobreexplora-
de convergência económica com a União ção dos recursos do planeta que ameaça a
Europeia desde a adesão ao Euro, alavan- nossa existência.
cando não só mais como também melhor
emprego. O rendimento disponível regressou Hoje, somos convocados na resposta a
ao mesmo nível de poder de compra de 2010 esta crise económica e social a fazer dife-
e os serviços públicos começavam a sarar de rente do que se fez na anterior crise. Até
cortes muito profundos. Tudo isto enquanto o o FMI reconhece o fracasso da austeridade,
défice instável tornou-se num superávit cre- que alguns implementaram com gosto e por
dível, conciliação que a direita apelidou de excesso, e valoriza o papel do investimento
“aritmeticamente impossível”. público enquanto alicerce não só da procura,
como também de melhores condições para
Somos uma geração vítima das contradições as empresas singrarem.
do sistema capitalista, que provoca crises e
perpetua desigualdades. A crise económica
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 6
Para qualquer jovem socialista, o primeiro horizonte de ação, em que «quem decide é
objetivo nos próximos dois anos é vencer a a vontade», a que agora só se furta quem se
crise económica e evitar uma repetição do quer eximir de responsabilidades.
que a anterior crise representou. Não quere-
mos voltar a perder meio milhão de familiares, Hoje há quem queira equiparar a construção
amigos e vizinhos para a emigração, nem des- conjunta de alternativas no quadro da nossa
perdiçar o talento de tantos que deixam de ou Constituição a uma barganha que oferece
nunca começam a estudar. uma revisão constitucional a troco do apoio
parlamentar de um partido de extrema-direita
Para isso os socialistas terão de permane- com propostas racistas, machistas e xenófo-
cer fiéis aos seus valores e a Esquerda terá bas. Na Juventude Socialista, não aceitamos
de persistir no diálogo que, contra as expe- falsas equivalências.
tativas de tantos e as diversas adversidades,
permitiu 4 anos de estabilidade, reformas e Não podemos, nem iremos, resignar-nos
crescimento. A candidatura que assumi- com a ascensão da extrema-direita nem
mos à liderança da Juventude Socialista é demitir-mo-nos de convencer eleitores cujos
inequivocamente a favor da Geringonça e valores presumimos não partilhar. A política
da sua urgente renovação. Hoje a intransi- é uma constante batalha de ideias em que
gência irresponsável de uns é não só causa não há vazios. Este é também o TEMPO DE AGIR
de alegria para todos os que dela duvida- por uma desforra na batalha de ideias, inver-
ram, como é, sobretudo, causa de incerteza tendo o dano dos socialistas terem desertado
para muitos que precisam da Esquerda para da batalha contra a criação de um mercado
vencer a crise, salvar o planeta e defender a desregrado.
democracia.
Nascida no seguimento da queda do Muro de
A relevância do processo de convergência Berlim, a ilusão do Fim da História, da perpe-
dos últimos anos não é, contudo, meramente tuidade da paz e da prosperidade económica
conjuntural. É símbolo de democracia, do alcançada através de “mercados livres” come-
valor intrínseco e da capacidade real de dis- çou a ruir desde o início do século, tendo
cussão e convergência, onde ninguém é dono colapsado por completo em conjunto com a
da razão. Sobretudo, é estrutural, não só pela queda do “muro” de Wall Street em 2008. Não
diferença que fez na vida de tantas pessoas era, então, a credibilidade do Estado mas a
mas também porque confirmou para a nossa autoridade do mercado que estava posta em
e para todas as gerações a abertura de um causa.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 7
Neste período, deixámos de ser cidadãos económico que lhes negava dignidade e por
para passarmos a ser consumidores e per- um Estado Social que foi, na sua génese, uma
mitimos que o poder político fosse capturado ideia radical.
pelo poder económico. A Globalização trou-
xe-nos avanços extraordinários, mas a sua Também em Portugal, podemo-nos orgu-
expansão vertiginosa, sem mecanismos de lhar dessas credenciais, sem qualquer receio
regulação, levou à desindustrialização, ao de ser incompatível com o facto de termos
dumping social, à financeirização da eco- governado ao longo de 20 dos últimos 40
nomia, ao mesmo tempo que abdicámos de anos. Governo após governo, foi o PS quem
defender o Estado Social, um Estado inter- teve coragem de enfrentar interesses instala-
ventivo e forte. Deixámos, assim, que a dos e reformar - desde a criação do SNS ao
desigualdade, a precariedade laboral e um fim das subvenções vitalícias para políticos.
elevador social paralisado corroessem a eco-
nomia e a democracia. Assumir a rutura com esta política de
submissão ao capitalismo financeiro não
Foi neste contexto que o projeto de sociedade significa um retorno a um socialismo dog-
da Terceira Via se esgotou. Urge reformarmos mático, mas sim a uma recentralização do
o nosso sistema económico, relançando o papel do Estado como agente de inovação,
modelo social que garantiu a prosperidade e uma maior descentralização do poder (dando
o bem-estar necessários à consolidação das uma outra dimensão à vida democrática) e o
classes médias no século passado. Mesmo reconhecimento do papel do Estado Social
que, porém, as contradições internas do capi- como coração da social-democracia, como
talismo não o tivessem implodido em 2008, a exigência da liberdade e pressuposto de uma
negligência para com os mais vulneráveis da verdadeira democracia política, económica,
sociedade, julgando-os cativos à esquerda, social, cultural e ambiental.
revelaram-se, a prazo, fatais.
O TEMPO DE AGIR que pretendemos encetar
O Partido Socialista tem uma missão con- na Juventude Socialista será irredutível no
victamente reformista - de transformar cumprimento dessa vocação reformista,
o mundo por nossas mãos. Muito antes procurando novas avenidas de aprofunda-
dos que hoje se apelidam de anti-sistema, mento do caminho para uma sociedade sem
eram os socialistas que lutavam contra um classes, uma economia justa e sustentável e
sistema político que lhes negava sufrágio uni- uma democracia livre e participada.
versal e direitos sociais, contra um sistema
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 8
A tentação tecnocrática de que muitos par- Foi com esse intuito que pretendemos fazer
tidos padeceram nos últimos 25 anos, sem desta Moção Global de Estratégia a mais par-
exceção para os socialistas, é outro fenómeno ticipada de sempre, que iniciámos roteiros em
que importa combater. Partidos cujos capi- proximidade e que apresentamos, em sede
tães os deixaram ideologicamente à deriva de reforma estatutária, um novo modelo para
cristalizaram-se no fechamento da própria a Moção Global de Estratégia. Com o intuito
militância partidária num determinado perfil de valorizar o pluralismo, propõe-se que a
onde não encaixa grande parte da nossa orientação política da JS deixe de co-depen-
sociedade. Urge, por isso, diversificar a base der da Moção Global de Estratégia e das
de militância partidária, alcançando faixas moções setoriais, criando a figura de Moções
etárias, graus de qualificação e setores de ati- de Resolução Política para o efeito, permi-
vidade subrepresentados, a fim de assegurar tindo aos delegados apresentar propostas de
que aqui se faz ouvir a voz de todos. alteração a seu respeito e reconfigurando a
Moção Global de Estratégia.
Vamos precisar, para isso, de uma nova
forma de fazer política. A via institucional de Antecipando esse espírito, a Moção Global
participação, importante que é, confronta-se de Estratégia a que nos habituámos, foi divi-
com uma maior exigência dos militantes por dida na que vos apresentamos, focada na
uma estrutura horizontal, momentos de dis- identificação de problemas prioritários e no
cussão política e, sobretudo, oportunidade projetar de ambições e atividades para os
de realizar o propósito transformacional que resolver, enquanto propomos aprovar, em
alimenta a nossa militância. É por isso que anexo à presente Moção mas da qual faz
TEMPO DE AGIR implica necessariamente mobi- parte integrante, um Programa Político
lizar a comunidade de ativistas da JS para ir à com maior detalhe sobre as respostas que
luta. propomos para cada problema.
Este novo paradigma apenas se consubstan- Somam à crise económica e social e à crise
ciará se construirmos a nossa ação política da democracia, já enunciadas, uma terceira
em proximidade - às pessoas, ao território e crise tão urgente quanto as demais, sob
à sociedade civil. A proximidade tem, ainda, pena de não sobrevivermos como espécie - a
de ser efetiva e consequente. Esse relacio- emergência climática. Urge devolver ao pla-
namento impõe-se externa mas também neta e à espécie humana as décadas de vida
internamente. que outras gerações lhes roubaram.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 9
Enquanto lutámos contra esta pandemia, assegurar uma transição digital justa, respon-
o confinamento evidenciou em tantos de dendo aos riscos em matéria de privacidade
nós uma pandemia silenciosa que há muito ou às desigualdades no acesso a equipamen-
devastava as vidas de tantos de nós - a saúde tos, infraestruturas ou competências.
mental. A JS tem de mais uma vez quebrar os
tabus e estigmas, como fez no passado com Temos de considerar como uma questão
a IVG e os direitos LGBT, para que possamos de igualdade o desígnio da coesão territo-
tratar com igual dignidade a saúde física e a rial. Não podemos aceitar que os socialistas
saúde mental, eliminando barreiras de custo tenham pensado e implementado instituições
e disponibilidade nos cuidados. que vençam as desigualdades económicas,
sociais, e tantos outras mas que tenhamos dei-
A agenda da igualdade e direitos tem xado agravar-se as desigualdades territoriais.
sido, verdadeiramente, um eixo fundamen-
tal através da qual a JS tem feito a diferença É justamente nesses termos, de unidade
na sociedade. Após importantes conquistas, nacional, que vemos o aprofundamento da
importa agora renovar essa agenda, desde a autonomia. Estaremos ao lado dos nossos
erradicação à violência de género, o combate camaradas da JS Açores e JS Madeira na
ao racismo estrutural e o direito à autodeter- defesa das suas regiões, do seu desenvolvi-
minação da identidade de género. mento e do seu governo próprio.
NOSSO ROTEIRO.
tomar a postura de luta pelas causas pro-
gressistas, ecologistas e de esquerda. Só
03
AGIR POR UMA
RESPOSTA DE
ESQUERDA À CRISE
inabalável por um modelo económico alterna- menos recursos. Na transição para o mer-
tivo e progressista que rompa com os cânones cado de trabalho, os desafios serão maiores
neoliberais e de ausência do Estado que dita- e as oportunidades mais circunscritas a
ram a resposta à crise de 2008-2010. Para a determinadas áreas de formação, podendo o
Juventude Socialista é imperativo que a res- ensino profissional continuar a ser encarado
posta à presente crise surja do renascimento de forma estigmatizada.
do keynesianismo, materializado numa polí-
tica económica expansionista e contra cíclica No contexto que hoje vivemos, a aposta nas
que responda ao desemprego, à quebra de qualificações dos jovens configura não só o
rendimentos, à destruição de emprego e à cumprir do direito à Educação para todos,
pobreza e exclusão social. mas também uma resposta à crise econó-
mica e Social. Na reconfiguração das cadeias
Antes da crise económica e social que de valor internacionais que esperamos na
vivemos, alguns jovens portugueses já retoma pós-Covid, será fundamental para
enfrentavam desafios à sua emancipação, Portugal conseguir posicionar-se como eco-
materializados na especulação imobiliária e nomia do conhecimento, apta a cá concentrar
na precariedade laboral. Hoje, estes fenóme- atividades de maior valor acrescentado. É por
nos agravaram-se e se nada fizermos ou se isso urgente investir em todos o graus de
cometermos os mesmos erros do passado, é ensino, apostando num sistema educativo de
expectável que a taxa de desemprego jovem qualidade e acessível a todos, capaz de munir
retome valores históricos apenas compará- os jovens de ferramentas para construir o seu
veis com os que se registaram nos anos da futuro.
austeridade. Entre fevereiro e agosto, 20% dos
jovens empregados perderam o seu emprego A estagnação dos métodos de ensino con-
e a recuperação está a revelar-se muito mais trasta com a evolução do conhecimento digital
lenta entre este grupo etário. por parte dos mais jovens, comprometendo
aquele que será um grande desafio futuro: a
Em matéria de Educação e Ensino Superior educação e preparação para uma sociedade
é expectável que os números do insucesso e em constante mudança. Defender os jovens
abandono escolar possam galopar ao sabor neste contexto é, para nós, garantir um melhor
da quebra dos rendimentos das famílias. ambiente na sala de aula, estimular o desejo
No curto prazo, o ensino à distância poderá de aprender, diversificando os meios dispo-
materializar-se numa exclusão dos alunos níveis aos professores para ensinar e aos
integrados em agregados familiares com alunos para aprender. Deste modo, o ensino
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 13
exige uma constante atualização de conteú- Na Habitação esta crise já provou que a
dos, sendo de extrema importância incentivar especulação imobiliária continuará a ser uma
o pensamento crítico e a criatividade dos realidade, que a taxa de esforço financeiro
jovens para que consigam dar resposta um das famílias portuguesas com as despesas
mundo em evolução exponencial. de habitação continuará a ser das mais ele-
vadas da Europa, que os jovens continuarão
Para a concretização de um Portugal mais a ficar praticamente excluídos do mercado
qualificado, em que o Ensino Público seja o de compra e venda de casas e sujeitos a um
principal garante da igualdade de oportunida- mercado de arrendamento selvagem. O cená-
des e do funcionamento do elevador social, é rio poderá ser ainda mais prejudicial para os
essencial: estudantes deslocados que já se tinham que
sujeitar, até aqui, ao arrendamento de quartos
Garantir uma Escola Pública que forme por valores superiores a 300 euros nas áreas
cidadãos conscientes e participativos; metropolitanas de Lisboa e Porto. ASSIM, NESTE
NOSSO TEMPO DE AGIR, PROPOMOS-NOS A:
Caminhar, progressivamente, para o fim
das propinas em todos os ciclos de estu- Lutar pelo aumento do parque habitacio-
dos do Ensino Superior; nal público até este representar 10% da
oferta em 2030;
Modernizar e adaptar o ensino em sala de
aula para um modelo mais participativo, Eliminar a lógica de “gueto” e estigma-
multidisplinar e formativo; tização em torno da concretização das
políticas de habitação social, assegurando
Valorizar o Ensino Profissional, com- que essa habitação nunca seja mais do
batendo estigmas e preconceitos e que 25% da habitação existente em deter-
promovendo a readaptação da sua oferta minado arruamento ou bairro;
formativa à realidade de cada território;
Responder às necessidades expressas de
Garantir uma gestão democrática do habitação estudantil, garantido até 2030
ensino com a participação dos alunos; um quarto numa residência a todos os
estudantes deslocados. Os encargos com
Reforçar os mecanismos de incentivo à a habitação não podem ser uma segunda
participação extracurricular e associativa propina.
dos estudantes.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 14
Defender uma nova política de habitação contratação de novos falso recibos verdes
para jovens, através do combate ao arren- para a Administração Pública;
damento e subarrendamento encapotado.
Assegurar horários decentes, com a
No Trabalho, o desemprego jovem poderá expansão do limite para 35 horas sema-
tornar-se novamente um flagelo da nossa nais de trabalho e um novo regime laboral
Geração, amputando sonhos e adiando deci- para o teletrabalho;
sões fundamentais ao futuro coletivo do país,
como a constituição de família. O teletrabalho Promover a democratização das empre-
– nova realidade imposto pela pandemia – será sas e defender salários justos, para que
uma forma de relação laboral que veio para até 2020 a média de desigualdade salarial
ficar e que poderá resultar na falta de digni- entre gestores e trabalhadores do PSI20
dade dos trabalhadores através da destruição seja reduzida em 40%;
de direitos laborais. Ainda que possa e deva
ser encarada como uma medida para a fixa- Reivindicar o aumento continuado e
ção de quadros qualificados nos territórios de sustentado do salário mínimo nacional,
baixa densidade. A necessidade emergente convergindo, progressivamente, com a
de emprego poderá levar os trabalhadores e zona euro.
os jovens a sujeitar-se a cenários profissio-
nais que atentam contra os direitos laborais. Proteger o emprego jovem através do
A necessidade de sustentar a atividade eco- aumento do valor pago pelos estágios
nómica poderá conduzir alguns a tentar uma do IEFP e da proibição dos estágios não
nova flexibilização do mercado de trabalho, remunerados.
alimentando ciclos viciosos de precariedade.
Acreditamos na virtude da Intervenção do
Para a concretização de um Portugal que ofe- Estado na Economia, sem a qual não haveria
rece condições de trabalho digno e salários mercado, e que se impõe venha a recrudes-
justos, A CANDIDATURA TEMPO DE AGIR LUTA POR cer para fazer face aos dilemas económicos
TRABALHO DIGNO E DE QUALIDADE PARA TODOS, e sociais que enfrentamos. Não poderemos
PARA ISSO PROPONDO-SE A: voltar atrás na reposição de rendimentos e
é emergente combater a expectável quebra
Combater a precariedade, reforçando as de rendimento disponível das famílias por-
fontes de financiamento e a capacidade tuguesas. Não poderemos optar novamente
executiva da ACT e impossibilitando a pelo desmantelamento do Setor Empresarial
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 15
No Estado Social é fundamental compen- Não voltar atrás na luta pela reposição de
sar o extraordinário esforço financeiro que o rendimentos e proteger a manutenção do
Sistema de Segurança Social tem assumido no rendimento disponível das famílias;
combate às consequências socioeconómicas
da pandemia, por forma a não comprometer a Efetuar uma revolução fiscal com vista a
sua estabilidade de médio e longo prazo. As aumentar a progressividade do sistema
fragilidades espelhadas pela pandemia pro- fiscal e expandir o recém-criado “IRS
vam-nos que é chegada a hora de completar Jovem” destinado a jovens trabalhadores;
um Estado Social que até aqui excluiu da sua
provisão pública a infância e a velhice. Relançar a Economia através da defensa
de investimento público criterioso, seletivo
A pandemia colocou à prova o Serviço e estratégico e do reforço de financia-
Nacional de Saúde (SNS) – a maior conquista mento público em I&D;
do Portugal Democrático – espelhando como
nunca, a importância de um sistema público Defender mais e melhor Estado nos seto-
de saúde que não deixe ninguém para trás. res estratégicos ao provisionamento do
Todavia, a Saúde enfrenta um dos momen- país, como o transporte rodoviário, a ener-
tos de maior fragilidade, onde é imperativo gia e o serviço de correio postal;
assegurar meios financeiros e humanos, mas
também novas práticas e novas políticas que Salvaguardar o Sistema Público de
cumpram um SNS com igual padrão de quali- Segurança Social, motivando a discussão
dade em todo o território nacional. em torno da diversificação das fontes de
financiamento da Segurança Social, atra-
Para a concretização de um Portugal que vés do reforço das contribuições vindas
não abdica das suas principais conquis- do capital e da propriedade, bem como
tas democráticos como o SNS e o Estado contribuições em organizações com ele-
Social, fortalecendo o sistema público de vadas taxas de rotatividade;
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 16
04
AGIR POR UM
PLANETA
SUSTENTÁVEL
Para evoluirmos para uma sociedade sus- Potenciar a bio e geodiversidade do nosso
tentável, a descarbonização da economia é território, assim como a proteção do
essencial, devendo esta ser operada ao nível património natural;
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 20
05
AGIR PARA
DEFENDER
A DEMOCRACIA
de frustração e desconfiança nas clas- usada como arma de arremesso por aque-
ses médias e trabalhadoras para com les que querem destruir o nosso modelo de
as elites económicas e políticas, criando sociedade. Sendo certo que este fenómeno
uma crescente dificuldade em articular é influenciado pelo contexto cultural e edu-
ou superar as diferenças entre visões cacional, uma agenda social democrata não
cosmopolitas e paroquiais sobre o mundo pode deixar de assumir um compromisso exi-
em que vivemos. gente com a dignificação da atividade política
e com uma agenda de combate à corrupção.
É da instrumentalização e amplificação
destas clivagens sociais, económicas e A desintermediação da comunicação
políticas que se alimentam os movimentos e as redes sociais criaram uma nova reali-
populistas emergentes, apresentando-se aos dade que permitiu uma oportunidade única
cidadãos com projetos pretensamente refun- de reforço da liberdade de expressão mas
dacionais mas que mais não são mais do que que nos coloca também novos desafios. A
uma ameaça aos direitos, liberdades e garan- democratização da produção de informação
tias fundamentais e que constituem um pilar e a criação de novos espaços de comuns
estruturante do modelo de sociedade em que de debate abriram a porta às fake news,
queremos viver. A Democracia é, por isso aos factos alternativos e à pós-verdade. A
mesmo, um exercício permanentemente ina- Juventude Socialista defende e reforça o seu
cabado que se constrói todos os dias. Cabe a compromisso com a liberdade de expressão
todos os democratas manterem-se vigilantes e com o livre acesso à informação mas igual-
na luta pela preservação da democracia. mente com o direito de acesso à informação
verídica e fidedigna, ao qual as fake news
A corrupção é porventura um dos maio- constituem, atualmente, a maior ameaça. É
res inimigo do Estado Social, no sentido em preciso, por isso, procurar criar condições que
que desvia recursos que deveriam ser cana- permitam facilmente identificar as fake news e
lizados para reforçar as funções sociais do assim impedir a sua disseminação nas redes
estado e os serviços públicos e para apoiar sociais, combatendo “os populismos” a elas
quem mais precisa, agravando um sentimento frequentemente associado. Por outro lado,
generalizado de injustiça social e acentuando entendemos ser necessário encontrar nestas
as desigualdades sociais. A corrupção corrói redes e seus utilizadores um meio eficaz de
a democracia, ferindo de morte a credibilidade divulgação e sensibilização de conteúdos que
dos agentes políticos e a confiança dos cida- reforçam a confiança no sistema democrático
dãos nas instituições, sendo frequentemente e dos seus valores constitucionais.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 23
Estudar uma proposta de reforma do sis- desideratos, importa produzir diplomas mais
tema político e eleitoral que estabeleça simples, eficazes, participados e claros na
uma solução de equilíbrio entre a propor- linguagem.
cionalidade da representação política e
o reforço da proximidade entre eleitos e Defender a simplificação da linguagem
eleitores. jurídica constante das normas e leis
publicadas, para facilitar a compreensão
A Juventude Socialista defende que o acesso por parte dos cidadãos.
à Justiça é um direito fundamental através
do qual o Estado assegura que a todos é Uma democracia de confiança necessita de
conferida proteção por parte dos Tribunais serviços públicos de qualidade, capazes de
para garantia das posições que o Direito lhes atrair os melhores profissionais. Também na
concede, sobretudo àqueles que mais dela Justiça se deverá verificar essa tutela, Durante
necessitam. Ainda que durante os últimos as últimas décadas, verifica-se uma neces-
anos de governação pelo Partido Socialista sidade de dotar o sistema de justiça de mais
tenha sido possível reduzir substancialmente meios para a prossecução das suas finalida-
os processos pendentes, os Tribunais ainda des, acompanhando o aumento da litigância,
são tidos por instituições morosas, exces- bem como da complexidade das matérias
sivamente complexas e dispendiosas. As processuais, tendo resultado numa justiça
alterações ao mapa judiciário, efetivadas em morosa e sem resposta atempada à justiça
2013, feriram de morte, em muitos casos, exigida pela comunidade.
a proximidade do sistema de justiça para
com os cidadãos. É para inverter essa situa- Estabelecer um compromisso de inves-
ção que a Juventude Socialista entende ser timento no sistema de justiça, dotando-o
necessária uma reforma profunda do sistema de mais meios para a prossecução das
judicial português, procurando decisões tem- suas finalidades e reduzindo a morosi-
poralmente justas e um sistema de acesso ao dade processual;
direito sem barreiras e efetivamente acessível
aos cidadãos. Aprofundar medidas de reforço da trans-
parência e de combate à corrupção, no
Porque não há Justiça que resista a leis quadro da Estratégia Plurianual já apro-
incompreensíveis, o acesso ao Direito passa, vada pelo Governo.
igualmente, por uma técnica legislativa que
se paute pela clareza, permitindo ao cidadão
melhor compreender as normas aplicáveis
à vida em sociedade. Para cumprir esses
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 25
06
AGIR PELO
DIREITO À
SAÚDE MENTAL
07
AGIR POR UMA
SOCIEDADE EM IGUALDADE
E DE DIREITOS
Portugal conheceu, nos últimos anos, gran- O conceito de verdadeira igualdade constitui
des avanços legislativos e civilizacionais em um dos pilares fundamentais e identitários da
matéria de igualdade, tendo a Juventude matriz ideológica do socialismo democrático,
Socialista desempenhado, historicamente, de que a Juventude Socialista, naturalmente,
um papel determinante na defesa dos direitos, comunga. Mais do que acreditar na igualdade
liberdades e garantias de todos os cidadãos, de oportunidades, ser Socialista é trabalhar
independentemente da sua etnia, orientação todos os dias para quem ela se efetive. É essa
sexual, identidade de género ou condição pulsão constante na luta pela igualdade que
socio-económica. nos leva a ser feministas, anti fascistas e anti
racistas. É o que nos colocou na frente da
Quando falamos em Princípio da Igualdade defesa de todas as pessoas LGBT+ e nos leva
devemos ter presente que este não é sinónimo a defender o multiculturalismo e a promover
de atribuição de um tratamento igual, sem uma sociedade decente, que pratique a soli-
mais, mas, antes, de “tratar de forma igual o dariedade entre todos, não deixando ninguém
que é igual, e de forma diferente o que é dife- para trás.
rente, na medida da própria diferença”. Além
de prosseguir uma política tendente a eliminar
AGIR PELO FEMINISMO
todas as formas de discriminação, compete
ao Estado adotar, se as circunstâncias o exi- Após o 25 de abril, iniciou-se em Portugal um
girem, medidas especiais e concretas para caminho legislativo e cultural rumo à igual-
assegurar o desenvolvimento ou a proteção de dade entre homens e mulheres. No entanto,
determinados grupos ou de indivíduos perten- apesar dos avanços significativos em maté-
centes a esses grupos, a fim de lhes garantir, ria legislativa, não podemos ainda dizer que
em condições de igualdade, o pleno exercício haja igualdade de oportunidades no nosso
dos direitos e liberdades fundamentais. país. À Juventude Socialista cabe não apenas
garantir que esses avanços sociais, como a
legalização da IVG ou a representatividade em
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 30
cargos públicos se consolidam, mas também bem-estar, onde os temas da conciliação são
abrir novas frentes de progresso. decisivos.
Incluir a saúde LGBT+ nos planos cur- para aqueles que não se sintam confortá-
riculares de cursos ligados à saúde veis em nenhuma das outras duas casas
(enfermagem, medicina, etc.) e formação de banho.
de profissionais de saúde nessa área;
Incluir os cuidados de saúde mental e os
Garantir o acesso global à Profilaxia Pré- assistentes sociais no acompanhamento
exposição, reconhecendo-a como um de crianças e jovens LGBT+, nomeada-
instrumento útil na erradicação do HIV; mente as crianças e jovens trans.
Precisamente por isso, uma das principais Promover a inclusão das comunidades
preocupações da JS é a adoção de medidas migrantes e minorias étnicas para que-
que promovam a inclusão das pessoas de brar ciclos de pobreza;
minorias étnicas e religiosas, das pessoas
com deficiência e de refugiados, nos mais É, ainda, fundamental pugnar para a inclu-
diversos setores da sociedade. Hoje, mais do são das pessoas com incapacidade física,
que nunca, tal luta é sumamente importante, intelectual, sensorial ou de comunicação.
de modo de travar a difusão de discursos de Hoje persistem graves desigualdades não só
ódio e segregação e assegurar o respeito na mobilidade e nas acessibilidades como
pelos Direitos Fundamentais de cada cidadão. também no acesso ao emprego e à vida em
comunidade.
NESSE SENTIDO, É TEMPO DE AGIR PARA:
É, POR ISSO, TEMPO DE AGIR PARA:
Assumir sem tibiezas que a Juventude
Socialista é uma organização anti-ra- Integrar a Língua Gestual Portuguesa
cista, participando ativamente nos nos currículos disciplinares;
movimentos anti-racistas e pelos direitos
dos migrantes; Eliminar barreiras físicas e arquitectóni-
cas nos serviços públicos, incluindo nos
Condenar quaisquer sentimentos xenó- transportes públicos;
fobos e valorizar a importância da
diversidade e multiculturalismo; Reforçar o modelo de apoio à vida inde-
pendente e os apoios aos cuidadores
Rejeitar as narrativas colonialistas pre- informais.
sente nos manuais escolares;
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 34
08
AGIR POR MAIS POLÍTICAS DE
JUVENTUDE, ASSOCIATIVISMO
E CULTURA
Sabemos que esta visão não se afirma por Dinamizar o Cartão Jovem, através da
geração espontânea e, para que isso seja aplicação de mais ofertas, designada-
exequível e se torne uma realidade, ENTENDE- mente na área cultural;
MOS NESTE TEMPO DE AGIR PROPOR:
Reverter a fusão do Instituto Português
Estabelecer uma política de proximidade do Desporto (IPD) e Instituto Português
com as associações de estudantes, cul- da Juventude (IPJ), garantindo a existência
turais, sociais e juvenis; autónoma destas instituições.
A criação cultural pode exigir muitas vezes permitindo reforçar a missão de democrati-
novidade e rupturas, mas a criação cultural e zação e dinamização da Cultura em Portugal,
artística faz-se indubitavelmente em diálogo por via de maior apoio às Artes Performativas,
com a herança cultural e com o conhecimento aos Museus e ao Património Cultural, ao
dos tempos que nos antecederam. Há uma Cinema e ao Audiovisual e à Literatura.
enorme necessidade de preservar o patrimó-
nio e a memória. Exige-se um compromisso, O investimento, embora aumente paula-
de modo a assegurar que os monumentos, tinamente ano após ano, tem-se revelado
os lugares, o património construído, a pegada insuficiente para fazer face às necessidades
humana, as gentes, as comunidades e as e ambições de um país que pretende, por um
paisagens sejam elementos ativos de conhe- lado, oferta cultural acessível para todos/as
cimento mútuo e de compreensão entre e, por outro, dar dignidade no trabalho aque-
todos. Em suma, que o património cultural se les que escolheram fazer da Cultura a sua
assuma como fator de diálogo na diferença, profissão.
de desenvolvimento e de diversidade.
POR ISSO, É TEMPO DE AGIR PARA DEFENDER:
É permanentemente necessário lançar as
sementes do conhecimento e compreensão Alcançar, até ao final desta legislatura,
do património cultural, como fator de inova- uma dotação de 2% na componente dis-
ção e de criatividade, de paz e de democracia. cricionária do Orçamento do Estado (OE)
Todos têm o direito de se implicar cultura, para a Cultura;
segundo as suas escolhas, como expressão
do direito a tomar parte livremente na vida cul- Densificar a estrutura orgânica do
tural. É de extrema importância a promoção Ministério da Cultura, autonomizando-a
da participação dos cidadãos na sua preser- da Presidência do Conselho de Ministros;
vação, construção e difusão cultural.
Criar uma plataforma online que promova
É com esta consciência da importância da o cinema português de fácil acesso para
cultura e do património cultural, material e todos;
imaterial, para o desenvolvimento do indiví-
duo e da comunidade que, nos últimos anos, Estabelecer a gratuitidade de todas as
o governo do Partido Socialista aumentou as visitas de museus e equipamentos cul-
dotações em sede de Orçamento do Estado, turais em contexto de “Visita Escolar de
Estudo”.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 38
09
AGIR POR
UMA DIGITALIZAÇÃO
JUSTA
É TEMPO DE AGIR com vista a uma sociedade TRANSIÇÃO DIGITAL PARA A REFORMA
justa, inclusiva e preparada para os desa- EDUCATIVA
fios que a sociedade digital já está a trazer.
É sabido por todos as enormes oportunida- Apenas poderemos aproveitar as oportuni-
des que o digital promete à nossa sociedade. dades da transição digital se conseguirmos
Portugal tem, aliás, muito beneficiado disso fazer uma reforma educativa de acordo com
nos últimos anos. Enquanto primeiras gera- aquilo que será o futuro. Acreditamos que
ções que são nativas a um mundo digital, uma oferta educativa eficiente e eficaz pas-
cabe aos jovens socialistas defenderem uma sará sempre pela inovação nos métodos de
efetiva transição digital. ensino, seja pela formação em novas tecno-
logias para profissionais do ensino, ou pela
Todavia, os últimos anos demonstram bem adaptação de diferentes conteúdos progra-
os riscos e desigualdades inerentes à digita- máticos, de maneira a proporcionarmos aos
lização. Estas são desigualdades que incidem jovens uma educação mais adaptada às suas
sobre o território, sobre diferentes gerações necessidades e estilo de vida.
e estratos sociais mas também riscos trans-
versais, como os que se colocam ao nosso A revitalização educativa é necessária para
convívio em sociedade e em democracia. potenciar o sucesso académico. Desta forma,
seremos capazes de preparar os nossos
Neste TEMPO DE AGIR, entendemos por isso jovens para o futuro, contribuindo para um
que a Juventude Socialista defende defender sistema de ensino atual e que permita elevar
uma transição digital tão rápida quanto justa e o nível geral de conhecimento da sociedade.
onde ninguém fique para trás.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 41
O Estado deve ter os seus serviços ao Promover a utilização das novas tecnolo-
alcance do cidadão e das empresas, asse- gias no planeamento das cidades e dos
gurando uma administração mais eficiente, serviços urbanos associados;
inclusiva, capacitada e próxima. É centrado
nas pessoas que temos como prioridade a Criar uma rede de cobertura nacional de
modernização administrativa. A alienação acesso a redes wi-fi, tendencialmente
dos cidadãos face ao instituições do Estado gratuita;
excessivamente burocráticas dificulta a
participação na vida coletiva, introduzindo
constrangimentos ao normal decurso da vida LITERACIA E COMPETÊNCIAS DIGITAIS
de todos nós.
O acesso ao Digital, em igualdade de opor-
No paradigma de hoje esta realidade esten- tunidades, só é possível com a capacitação
de-se também às nossas comunidades. O de todos para a utilização das ferramentas
espaço urbano deve ser desenhado de forma disponíveis. Defendemos o direito à literacia
a proporcionar as melhores condições para o e às competências digitais como forma de
desenvolvimento de cada indivíduo em comu- cumprir o direito à educação na era digital,
nidade. O processo de transição digital deve, defendendo uma geração mais qualificada e
por isso, traduzir-se na edificação de cidades capaz de exercer em maior consciência os
nas quais exista facilidade de acesso a servi- seus direitos, deveres e atividades.
ços e mobilidade, projetando também assim
cidades mais sustentáveis.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 42
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 44
10
AGIR POR UM
TERRITÓRIO
COESO
A coesão social é indissociável da coesão num olhar novo para a floresta.
territorial, deve, assim, ser objetivo deste man-
dato uma valorização do país na sua unidade Defendemos e incentivamos a Regionalização
– das regiões periféricas do interior às regiões enquanto instrumento que reforça a repre-
ultraperiféricas insulares. Advogamos pela sentatividade e aumente o poder de decisão e
mobilidade e o domínio infraestrutural como investimento ao serviço das diferentes popu-
modelos de aproximação das várias regiões, lações e territórios. Não estamos disponíveis
suportados por uma organização territorial para esperar pela caducidade de certos titu-
e administrativa de proximidade, dotada de lares de órgãos de soberania quando é o
competências e meios, que não esquece a modelo centralista que já está plenamente
cooperação transfronteiriça, essencial para a caduco. Pugnamos por este molde adminis-
alavancagem da raia enquanto centro privile- trativo como passo para a implementação
giado de contacto entre Portugal e Espanha. de estratégias regionais de desenvolvimento
que respeitem e valorizem as idiossincrasias
É urgente que o território esteja no centro das das regiões e consigam realizar o seu pleno
políticas públicas, olhado com pragmatismo e potencial.
cabalmente desenvolvido pelas suas poten-
cialidades, só assim conseguindo esbater os NESSE SENTIDO, É TEMPO DE AGIR PARA:
vários desequilíbrios regionais e superandos
os tremendos desafios decorrentes de duas Dar expressão em propositura ao Roteiro
faixas territoriais díspares – a das áreas metro- da Coesão Territorial concluído em 2018;
politanas e a do resto do país.
Promover a cooperação transfronteiriça
É TEMPO DE AGIR na demografia e em rela- entre estruturas da JS e da JSE;
ção ao crónico despovoamento das regiões
de interioridade, na promoção das acessi- Definir um plano de batalha política para
bilidades intermunicipais, na valorização de a conquista da regionalização;
estruturas intermédias de proximidade, na
reabilitação e eletrificação da ferrovia, na des- Acentuar a descentralização das ati-
concentração de serviços e entidades para vidades nacionais, incluindo reuniões
onde de facto faz sentido estarem sediada, executivas.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 45
11
AGIR
NO PODER
LOCAL
O poder local democrático foi uma das maio- na gestão e ordenamento do território, na
res conquistas do 25 de Abril que permitiu regulamentação da atividade económica, na
que Portugal se reencontrasse com a sua intervenção sociocultural, na educação, e
vocação historicamente municipalista. Num em matéria ambiental, o que prova o êxito do
país que ainda tem um dos maiores índices poder local na definição e concretização de
de centralização política e administrativa da políticas públicas nos seus concelhos e na
Europa, as autarquias locais têm sido um proteção dos direitos e interesses de todos
motor de desenvolvimento social, económico os cidadãos que neles habitam, trabalham e
e cultural ao nível local, tendo assumido uma estudam. A atual crise pandémica e a crise
importância capital em promover muitas das económica dela resultante vão exigir das
mais importantes conquistas sociais dos últi- autarquias um esforço acrescido em diversos
mos 40 anos em todo o território nacional, domínios, num exercício de governação local
que constituíram a primeira geração de políti- arojado e desafiante.
cas públicas autárquicas em Portugal.
A Juventude Socialista defende um modelo
O poder local democrático deu também a de gestão autárquica que seja inclusivo e
possibilidade às populações de participarem participado, isto é, que crie dinâmicas de
diretamente e de assumirem responsabili- participação direta e de envolvimento da
dades na vida coletiva e na condução dos população nos processos de decisão, valori-
destinos dos seus concelhos e freguesias, zando ao mesmo tempo o papel dos eleitos
no quadro das competências que se encon- locais, e que tenha um papel decisivo no com-
tram legalmente atribuídas às autarquias nos bate às desigualdades sociais, na eliminação
princípios da subsidiariedade, da comple- das armadilhas de pobreza e de exclusão
mentaridade e da prossecução do interesse social e que consiga reduzir as assimetrias
público. de desenvolvimento económico e territorial
existentes. Um modelo de gestão autárquica,
Ao longo dos últimos anos, as autarquias à Esquerda, baseado nos nossos valores e
locais foram assumindo um papel crescente princípios, nunca se poderá compadecer
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 46
Sendo ainda imprevisível quanto tempo NESSE SENTIDO, É TEMPO DE AGIR PARA:
mais a pandemia irá durar, estas eleições
poderão também ficar marcadas por uma Relançar a organização dos Jovens
necessidade de reinventarmos a nossa forma Autarcas Socialistas antes das eleições
de fazer campanha e de interagirmos com os autárquicas;
cidadãos. A Juventude Socialista e as suas
estruturas locais, quer de base federativa ou Ir para o terreno contactar com a popu-
concelhia têm sido um exemplo, na forma lação, no que não se pode limitar a uma
como conseguiram adaptar a sua actividade ação fugaz nos escassos meses que
à realidade pandémica. Assim, inspirados antecedem o ato eleitoral;
neste modelo arrojado de tentar chegar a
cada vez mais militantes, teremos uma prova Promover um roteiro que assinale boas
de fogo nas próximas autárquicas. Devemos, práticas autárquicas, em particular as
independentemente, das limitações sanitá- realizadas por ou a sugestão de autarcas
rias, que possam haver aquando das Eleições jovens;
Autárquicas, continuar a explorar o potencial
das redes sociais para chegarmos ao maior Desenvolver de forma participada um
número de cidadãos. Manifesto Autárquico Jovem que afirme
uma visão jovem socialista sobre o poder
De qualquer modo, a JS terá de se prepa- local e a gestão do território.
rar com antecipação para estas eleições
autárquicas. Deve ser um objectivo nosso, É sabido que existe um ciclo vicioso de
contribuir em toda a linha para que o PS se subrepresentação dos jovens na política a
mantenha como o grande partido autár- vários níveis. Os elevados níveis de absten-
quico em Portugal e se possível reforçando o ção jovem em eleições levam a que muitas
número de câmaras com presidentes socia- vezes os decisores políticos desistam de
listas. Contudo, estás autárquicas devem ser construir uma mensagem política dirigida
percursoras do reforço da base autárquica aos jovens e de segmentar e calibrar as suas
da Juventude Socialista. Um pouco por todo políticas a pensar também nesse segmento
o país vemos cada vez mais autarcas jovens populacional. Por sua vez, os jovens tendem
socialistas. O reforço desta base estrutural da a desistir da política partidária e institucional,
JS deve ser encarado como um desafio para pelo facto de os programas e as políticas não
2021. atenderem aos seus problemas específicos.
Continuamos a poder observar, de um modo
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 48
geral, o grande défice que ainda existe na protagonistas, dando oportunidade aos
participação dos jovens nos órgãos do Poder jovens socialistas;
Local. Apesar de, nos últimos anos, se ter veri-
ficado uma evolução positiva no que respeita Pugnar por um reforço do número de
à integração de jovens nas listas autárqui- jovens socialistas candidatos a e eleitos
cas, acreditamos que esta subrepresentação para órgãos autárquicos;
ainda subsiste e que há ainda um longo e
difícil caminho a percorrer para inverter este Desafiar jovens socialistas a encabeça-
panorama. rem listas a autarquias locais, seguindo
as pisadas de vários autarcas jovens na
Os jovens são uma parte significativa da história do PS;
população em muitos dos nossos conce-
lhos e, como tal, têm o direito e o dever de ter Promover a ligação entre o associativismo
uma palavra a dizer sobre a sua comunidade, estudantil e juvenil nas candidaturas
tendo o direito a construir aquilo que também autárquicas.
é o seu futuro. É, ao nível local que o vínculo
entre representantes e representados se faz Portugal é um dos países europeus com
sentir mais intensamente. Os autarcas da JS maior grau de centralização política e
têm demonstrado ser uma mais valia para a administrativa. O atual quadro de transfe-
implantação autárquica do PS e têm sabido rência de competências do Estado Central
fazer a diferença, um pouco por todo o país, para as autarquias locais e comunidades
elevando o sentimento de representação intermunicipais pretende inverter esta ten-
política dos jovens nos órgãos autárquicos. dência. Acreditamos que esta reforma
Consideramos que esse caminho deve con- verdadeiramente estrutural irá promover ser-
tinuar a ser aprofundado, porque os autarcas viços públicos de proximidade, baseando-se
da JS serão sempre mais eficazes a fazer no princípio da subsidiariedade, bem como
chegar a nossa mensagem aos jovens e a dar o reforço da coesão territorial e da raciona-
voz às preocupações da nossa geração nos lidade, da eficiência e da eficácia da gestão
órgãos autárquicos. dos recursos públicos, com ganhos evidentes
para a qualidade de vida dos cidadãos. A Lei
É POR ISSO QUE É TEMPO DE AGIR PARA: estabelece igualmente um processo gradual
de aceitação destas competências, o que é
Afirmar que a renovação dos proje- indispensável para capacitar os municípios
tos autárquicos do Partido Socialista para uma reforma desta dimensão.
passa também pela renovação dos seus
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 49
POR ISSO, É TEMPO DE AGIR PARA: conflito de interesses, em que quem fisca-
liza se encontra dependente de quem deve
Valorizar e promover a transferência de fiscalizar.
competências;
POR ISSO É TEMPO DE AGIR PARA:
Garantir que esta reforma se faça acom-
panhar da necessária transferência de Defender a reforma do atual modelo
recursos adequados ao exercício das orgânico do Poder Local que coloque as
competências descentralizadas; assembleias municipais no centro do sis-
tema político ao nível autárquico.
Repartir de forma justa as verbas do Fundo
de Financiamento da Descentralização.
12
AGIR
PELO PROGRESSO
GLOBAL
A União Europeia dos jovens socialistas é, por Por último, visionamos uma UE mais coesa,
isso, um espaço político onde as instituições com uma verdadeira união económica impres-
representam verdadeiramente os cidadãos e cindível a um projeto europeu único. Urge
no qual o interesse comum prevalece sobre os reparar a capacidade da economia europeia
interesses individuais. A força da comunidade convergir, enquanto reformamos as regras
europeia será tanto maior quanto a força da fiscais, protegendo o investimento público
sua cooperação. Nesse sentido, defendemos para que a disciplina orçamental nunca é feita
a eleição direta do Presidente da Comissão à custa das futuras gerações. Apenas com a
Europeia e iniciativa legislativa no Parlamento. concretização de uma união solidária conse-
guiremos acabar com os modelos falhados
Esta visão deve, de igual modo, favorecer o da austeridade e projetar um caminho de pro-
estímulo a uma Europa Social centrada na gresso e de futuro para todos os europeus.
salvaguarda da dignidade humana e na igual-
dade de oportunidades independentemente
das condições em que cada um se encontra. AGIR NO MUNDO
Devemos favorecer a solidariedade por oposi-
ção à indiferença. Para tal, o espaço europeu A aldeia global em que habitamos criou
deve constituir-se como sinónimo de integra- um mundo mais desigual, ficou mais fácil
ção, tolerância e valorização da diversidade. deslocalizar o trabalho, como se o mundo
fosse composto por uma maioria de pessoas
Também não nos alheamos de impulsionar usadas e depressa substituídas. É por isso que
novas conquistas do nosso tempo. O terri- a Juventude Socialista acredita que precisa-
tório comum deve ser capaz de dinamizar mos de uma política externa verdadeiramente
uma agenda que acentue a reforma susten- humanista, assente no reforço dos movimen-
tável dos meios de produção e dos hábitos de tos trabalhistas globais, na diversificação das
consumo, conjugando esses esforços com relações externas, e defesa intransigente pela
o progresso da transição sustentável, que autodeterminação dos povos.
apenas fará sentido se for guiada pela ética,
e pela regulação do espaço digital na comuni- A Juventude Socialista é defensora do
dade idêntica àquela que preconizamos. Estado de Direito e da Democracia, inamo-
vível na defesa dos direitos fundamentais do
Homem e do Direito Internacional. Através do
diálogo poderemos alcançar o desígnio da
paz, e assim pugnamos pelo fim dos regimes
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 52
de exceção, que sob pretexto da luta contra a É, POR ISSO, TEMPO DE AGIR PARA:
pandemia cresceram no mundo. Conscientes
que a democracia se constrói na força da von- Assegurar uma participação plena, par-
tade popular, lutamos contra os fascismos e ticipada e transparente da JS nas Young
as plutocracias, que centralizam essa força European Socialists e International Union
no primado das armas e do capital, ao arrepio of Socialist Youth;
dos consensos internacionais. Consideramos
que o multilateralismo representa o instru- Promover a dinamização de estruturas
mento político mais eficaz para assegurar a de representação, a nível da juventude
democracia, pois importa que o sistema inter- e da nossa família política, no espaço da
nacional e judicial aumente a transparência CPLP, no espaço ibero-americano e no
dos seus processos, com canais de comuni- espaço Atlântico Norte;
cação capazes de chegar a todos.
Afirmar novas bandeiras no plano global
Enquanto internacionalistas estamos deter- e regional.
minados a fazer-nos ouvir nas plataformas
multilaterais, designadamente junto do uni-
verso das Nações Unidas, onde se destaca
a Estrutura de Missão para a Extensão da
Plataforma Continental, bem como com
enfoque especial para a CPLP e no Atlântico
Norte, porque nelas compartilhamos os prin-
cípios da tolerância e as nossas constantes
diplomáticas. Por um lado, reforçamos a pro-
ximidade com lusofonia para estreitar laços
políticos, económicos, com vista a concluir o
acordo sobre livre circulação. Por outro lado,
renovamos o nosso empenho na NATO e
na cooperação em matéria de defesa, como
instrumento de soberania e valorização eco-
nómica nacional. Olhamos por isso com
esperança para que uma Administração Biden
possa contribuir para o aprofundamento das
nossas relações com os Estados Unidos.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 53
13
AGIR POR UMA
UMA AUTONOMIA
VALORIZADA
14
AGIR POR UMA
JS DE CAUSAS
A Juventude Socialista deve ser a casa afirmação faz da Juventude Socialista uma
comum para todos aqueles que querem das mais pujantes consciências críticas da
construir por nossas mãos uma sociedade sociedade portuguesa.
sem classes, livre, justa e sustentável.
Conscientes do papel dos partidos e das Para contribuirmos para esta desmistifica-
instituições na efetivação da mudança, que- ção, devemos apostar numa nova forma de
remos mobilizar a nossa geração para fazer a fazer política que valorize e reforce a discus-
diferença através da participação numa orga- são interna, fomente a proximidade dentro da
nização política de juventude como a nossa. Juventude Socialista, em particular entre diri-
Todavia, como qualquer organização deste gentes e militantes, entre a estrutura nacional
tipo, a Juventude Socialista não está imune a e as estruturas de base, e que melhore a
um conjunto de mitos para os quais, diga-se, articulação entre a JS e a sociedade civil.
muitas vezes contribuiu. Entendemos, aliás, que isso é fundamental
para tornar as iniciativas políticas da JS mais
Essa ideia enraizada provoca reticências, de apelativas numa era de participação multi-
vários tipos, que precisamos de desconstruir. lateral e interativa como a que vivemos. A
Desde logo, a ideia de que a militância numa força da JS reside nos seus melhores ativos,
organização partidária constitui um alienar do a sua organização de base e os seus militan-
pensamento crítico e da capacidade de cons- tes. Cabe-nos a nós aproveitar esse potencial
trução de pensamento próprio, por contraste enorme para transformar a sociedade e fazer
a “independentes”. O socialismo democrá- a diferença na vida dos jovens portugue-
tico não se coaduna com uma militância ses. É POR ISSO QUE, NESTE TEMPO DE AGIR,
dependente, nem em termos económicos, PRETENDEMOS:
nem no pensamento. Militamos na Juventude
Socialista por partilharmos de valores e prin- Organizar eventos que privilegiem
cípios comuns mas com uma pluralidade momentos de discussão e trabalho sobre
que nos enriquece e cuja capacidade de a hegemonia do modelo de conferência;
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 56
Outros mitos que frequentemente são arre- Fomentar a criação de redes temá-
messados a jovens socialistas são, por um ticas e informais, com prioridade
lado, da falta de capacitação e preparação para a Cultura, a Ciência, as Relações
técnica e política e, por outro, da falta de Internacionais e as Políticas de Juventude.
representatividade das suas posições. Apesar
de sabermos que isso não é verdade, temos A Juventude Socialista organiza-se além
a humildade de provarmos errados quem das suas estruturas territoriais em organiza-
nos pretende discriminar apenas pela nossa ções autónomas, na área estudantil, laboral
idade, valorizando as estruturas de estudos e autárquica. Estas organizações cumprem
e formação de que a Juventude Socialista uma importante função de aproximação da
já dispõe e apostando na criação de redes sociedade civil, contribuindo inegavelmente
temáticas ou setoriais. NESSE SENTIDO, NESTE para a propositura política da Juventude
TEMPO DE AGIR PRETENDEMOS: Socialista. Decorridos 6 anos desde a fusão
dos Estudantes Socialistas do Básico e
Reforçar o Gabinete de Estudos da Secundário, a estrutura centralizou-se exces-
Juventude Socialista, assumindo o sivamente no Ensino Superior, pese embora a
importante papel na construção de importância de promover uma maior adesão
argumentário denso e maduro sobre as do segmento sub-18 para garantir o rejuve-
posições da Juventude Socialista; nescimento da estrutura.. Desde a criação dos
Jovens Trabalhadores Socialistas, há 4 anos, a
Abrir a porta à criação de Gabinetes sua atividade e desenvolvimento são diluídos
de Estudos Federativos, que capaci- pela dispersão numa Tendência Sindical sem
tem o trabalho político nesta área como real atividade. Ainda, a organização de jovens
também deem massa crítica ao Gabinete autarcas socialistas em associação de direito
nacional; privado é uma ficção que limita a flexibilidade
e impulso organizativo que essa estrutura
precisa para regressar a plena atividade.
MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA TEMPO DE AGIR ! 58