Acústica física

Carlos dos Santos Luiz

Produção do som
Acústica física - Produção do som
Introdução

A acústica,
baseada na física,

→ é o estudo de todos os aspetos relacionados com

• a produção,

• a propagação e a

• receção/perceção do som e, ainda,

• das suas propriedades.

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Introdução

Cadeia de comunicação

→ produção, propagação e receção/perceção do som.

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Introdução

Pode ainda designar,

→ por um lado,

a qualidade de uma construção,

no que se refere

à aptidão para a

audição clara da fala ou da música.

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Introdução

Pode ainda designar,

→ por outro,
qualquer coisa relacionada com o sentido da audição.
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Introdução

A palavra som,
é usada para descrever duas coisas diferentes:

• uma sensação auditiva no ouvido;

• a perturbação num meio que pode causar esta sensação (Rossing, 2007).

Quando nos referimos a som,

• o mesmo pode ter uma significação física → fonte sonora e propagação do som;
e

psicofísica → audição.
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Som e fontes sonoras

o som pode ter origem

→ mecânica ou

→ eletrónica.

Alguns tipos familiares de fontes sonoras mecânicas são:

• cone de um altifalante,
• um tampo harmónico (aud. e visual.),
• corda de guitarra ou violino.
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Som e fontes sonoras

De uma forma geral,

1. os corpos vibrantes são as fontes de som

mais familiares.

• Não é difícil encontrar vibradores que

possuam estas condições,

→ daí a riqueza de fontes sonoras musicais.

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Som e fontes sonoras

O som também pode ser produzido por outros processos

2. fluxo de ar

→ fala ou canto

3. fontes de calor dependentes do tempo

→ faísca elétrica

4. fluxo supersónico

→ ondas de choque (Rossing, 2007).

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Som e fontes sonoras

O corpo deve ter as capacidades que são inerentes ao fenómeno de vibração:

• massa → quantidade de matéria de um corpo;

• elasticidade → a capacidade que um corpo possui de uma vez deslocado da sua posição
de repouso a ela voltar quando cessa a força que o deforma.
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Som e fontes sonoras

Definição de “som”:

→ A nível físico

• som é

“simply a mechanical disturbance of the medium,

which may be air, or a solid, liquid or other gas” (Howard, 2009, p. 2).

No entanto,
tal descrição é simplista.
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Movimento periódico e suas grandezas

Dos movimentos periódicos,

♦ o movimento oscilatório ou vibratório

tem muita importância em acústica

→ é um movimento de vaivém.

Tem como características um movimento cíclico

→ ao fim de intervalos de tempo iguais repete as mesmas características cinemáticas

• a mesma posição,
• a mesma velocidade e
• a mesma aceleração.
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Movimento periódico e suas grandezas

Cada movimento periódico tem as grandezas seguintes:

a) ciclo (c) - é uma volta completa da trajetória de um corpo, voltando à posição inicial com o mesmo sentido;

• não tem unidades (fisicamente é um número abstrato);

b) período (T) - o tempo gasto em percorrer um ciclo → o tempo do ciclo;

• exprime-se em segundos (s) ou em milissegundos (ms);

c) frequência (f) - é o número de ciclos efetuados num segundo;

• a unidade é ciclos/segundo ou Hertz (c/s ou Hz) [em honra ao físico alemão Hertz (1857-1894)];
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Movimento periódico e suas grandezas

c) frequência (f)

• a corda mi5 do violino vibra com 659.3 Hz

 efetua 659.3 vibrações por segundo;

• os ramos do diapasão

 oscilam 440 vezes por segundo;

→ o período é o inverso da frequência.

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Movimento periódico e suas grandezas

d) amplitude (A) - é a distância máxima que o móvel se afasta da sua posição de equilíbrio,

do seu ponto de partida;

• distância expressa em unidades de comprimento (ex., cm, mm)

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Movimento harmónico simples (MHS)

Movimento Harmónico Simples (MHS)

Os sons produzidos por vibrações do tipo harmónico simples têm carácter tonal

→ designam-se sons puros.

O caso contrário chama-se complexo ou composto.

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Movimento harmónico simples (MHS)

Frequência própria de um oscilador

Quando um sistema oscila,

fá-lo com uma

→ frequência natural designada de frequência própria (modo próprio vibratório ou modo vibratório).

Este conceito é importante para a compreensão dos fenómenos vibratórios

subjacentes ao funcionamento dos

• instrumentos musicais;
• acústica de salas.
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Movimento harmónico simples (MHS)

Fase das oscilações

Se sobrepusermos dois MHS da mesma frequência,

o resultado seria:

a) um MHS naquela frequência;

b) a amplitude resultante depende da amplitude dos componentes e

da fração do período através da qual cada componente passou,

→ a fase.
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Movimento harmónico simples (MHS)

Fase das oscilações

Fase ou (ângulo de fase)

→ é a fração de um ciclo ou período entre um ponto de referência (ex., a posição de equilíbrio)

e uma posição qualquer da sua trajetória (sinusoide);

A fase é um ângulo

→ representa-se por φ (Fi) e

mede-se em graus ou radianos.
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Movimento harmónico simples (MHS)

Fase das oscilações

Na representação do MHS:

• a um período completo

→ a fase de φ = 2π rad (360º ou 0º);

• a ½ período

→ a fase de φ = π rad (180º);

• a ¼ de período

→ a fase de φ = π/2 rad (90º).

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Movimento harmónico simples (MHS)

Fase das oscilações

Ao compararmos dois MHS,

→ podemos encontrar a diferença de fase

entre dois movimentos periódicos de igual período,

• a relação de fase entre eles:

1. φ = 0 ou φ = 360º

2. φ = 180º (B)

3. φ = 90º ou 270º (C)

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Movimento harmónico simples (MHS)
Som puro

Os sons produzidos por vibrações do tipo harmónico simples têm um carácter tonal,

→ sons puros

• a forma de onda (um seno ou de um cosseno) → uma única frequência.

 som puro, ou sinusoidal,

é o sinal mais elementar.
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Movimentos vibratórios complexos
Som complexo
Série dos harmónicos

Os sons complexos são constituídos por mais do que uma frequência:

a) cada uma das frequências do som complexo

→ chama-se componente ou parcial

(som puro);

b) o 1º parcial designa-se som fundamental;

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Movimentos vibratórios complexos
Som complexo
Série dos harmónicos

Os sons complexos são constituídos por mais do que uma frequência:

a) cada uma das frequências do som complexo chama-se componente ou parcial;

b) o 1º parcial designa-se som fundamental;

c) os sons complexos são o somatório de sons sinusoidais;

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Movimentos vibratórios complexos
Som complexo
Série dos harmónicos

d) se um componente tiver uma frequência que é múltiplo inteiro da frequência do som fundamental,

→ harmónico;
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Movimentos vibratórios complexos
Som complexo

Série dos harmónicos:

frequências por múltiplos inteiros

F, 2F, 3F, 4F, 5F ..., nF

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Movimentos vibratórios complexos
Som complexo
Série dos harmónicos

e) quando a frequência não é um múltiplo inteiro da frequência do som fundamental,

diz-se não-harmónico ou inarmónico;

→ o som é não-periódico ou aperiódico.

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Movimentos vibratórios complexos
Som complexo

(A) som periódico (B) som não-periódico ou aperiódico

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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

O francês Fourier (1768-1830)

♦ demonstrou que qualquer fenómeno periódico de frequência N

→ pode-se decompor numa soma de sons sinusoidais elementares

(senos e cossenos);

→ relaciona os movimentos vibratórios,

com movimentos harmónicos simples.

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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

Composição de um movimento vibratório complexo

a partir dos movimentos sinusoidais componentes:

→ adição de muitas sinusoides em fase,

cujas frequências respetivas são
múltiplas da mais baixa (fundamental)
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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

Composição de um movimento vibratório complexo

a partir dos movimentos sinusoidais componentes:

• adição de toda a série de harmónicos de uma fundamental

♦ as amplitudes (intensidades)
são inversamente proporcionais à ordem harmónica

1/n (A, A/2, A/3, A/4, ...)

→ forma em dente de serra

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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

Composição de um movimento vibratório complexo

a partir dos movimentos sinusoidais componentes:

• adição apenas dos harmónicos ímpares duma fundamental

♦ as amplitudes (intensidades)
são sucessivamente mais pequenas na relação

1/n (A, A/3, A/5, A/7, ...)

→ onda quadrada
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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

Composição de um movimento vibratório complexo a partir dos movimentos sinusoidais componentes:

• adição apenas dos harmónicos ímpares,

♦ amplitudes (intensidades) inversamente

proporcionais a

1/n2 (A, A/9, A/25, ...)

→ forma triangular
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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

Apesar de estas três formas de onda complexas soarem de forma bastante áspera e pouco musical

(com exceção da onda triangular, tipo flauta),

→ são frequentemente usadas na produção eletrónica de sons musicais,

como nos sintetizadores;

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Movimentos vibratórios complexos
Teorema de Fourier

Em guisa de conclusão:

→ os sons complexos apresentam mais do que uma componente de frequência:

• com componentes harmónicos • com componentes não-harmónicos:

frequências de relação F, 2F, 3F, 4F ..., nF frequências numa relação diferente da anterior
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Os sons musicais

Sons audíveis, ultrassons e infrassons

A série das frequências audíveis (frequências áudio) varia entre

→ 20 e 20 000 Hz
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Os sons musicais

Sons audíveis, ultrassons e infrassons

• abaixo de 20 Hz

→ infrassons

• acima de 20 000 Hz

→ ultrassons
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Os sons musicais

Sons audíveis, ultrassons e infrassons

Tanto os ultrassons como os infrassons

→ são inaudíveis;

→ podem ser nocivos se forem emitidos sobretudo a grande intensidade.

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Os sons musicais

De um modo geral,
as caraterísticas do som são:

→ altura, Há que distinguir entre

→ duração,
→ características físicas;
→ intensidade,

→ timbre. → características psicológicas.

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Características do som