Lição 13 - A Gloriosa Esperança Do Apóstolo
Lição 13 - A Gloriosa Esperança Do Apóstolo
Lição 13 - A Gloriosa Esperança Do Apóstolo
1.1 Definição bíblica da palavra esperança. Esperança é uma das principais virtudes da vida cristã (“Agora pois permanecem a
fé, a esperança e o amor, estes três [...]” [1Co 13.13-a]), através da qual o crente é motivado a crer no impossível. Houaiss
define esperança como: “o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; expectativa, espera” (2001,
p. 1228). Do ponto de vista bíblico, é a certeza de receber as promessas feitas por Deus por meio de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb
11.1); é uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa: “expectativa favorável e
confiante” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar à espera de, aguardar, contar com a realização de uma coisa
desejada ou prometida”.
1.2 A vinda de Jesus, a gloriosa esperança do apóstolo. Paulo fala do retorno de Cristo como a bendita esperança da Igreja:
“aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13).
Ao contrário de uma expectativa escapista, a esperança cristã quanto à volta de Jesus, é o testemunho altaneiro (que permanece
nas alturas), de que o nosso porvir jaz além dos limites das expectativas e possibilidades deste mundo (1Co 15.9).
Segundo as Escrituras, a Segunda Vinda terá duas fases, a saber: a) Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17) e b) Aparecimento
em glória (Ap 1.7). Vejamos:
2.1 A primeira fase da segunda vinda. Esta fase destina-se à Igreja, será invisível e é chamada de “encontro” ou “arrebatamento”
(1Ts 4.17). Nessa ocasião ocorrerá a ressurreição dos que morreram em Cristo (1Ts 4.16) e os crentes vivos serão transformados. Seus
corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53) e tanto os crentes ressurretos como os que foram transformados, serão arrebatados
para encontrar-se com Cristo nos ares (1Ts 4.17).
2.2 A segunda fase da segunda vinda. Esta fase acontecerá sete anos depois do arrebatamento, ou seja, após a Grande Tribulação. O
regresso de Cristo, desta vez, será visível e glorioso e todos verão a Jesus (Zc 12.10; 13.1,2; 14.3,4; Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu
primeiro toque neste mundo será no Monte das Oliveiras, como está escrito pelo profeta Zacarias (14.14), e Cristo virá acompanhado
com os seus santos e com os anjos (Mt 25.31; Ap 19.11-16).
É preciso distinguir os dois momentos da vinda de Jesus: o Arrebatamento (nos ares de maneira invisível), para a noiva e a
Vinda em Glória (à Terra de maneira visível), com a esposa (Ap 19.7). Vejamos as seguintes diferenças:
Será antes da Tribulação (1Ts 5.9; Ap 3.10); Será depois da Tribulação (Ap 6-19);
O Senhor vem para a Igreja (Jo 14.2,3); O Senhor vem com a Igreja (Jd 14; Zc 14.5);
A igreja encontrará o Senhor nos ares (1Ts 4.17; Tt 2.14); A igreja retornará com o Senhor à terra (Zc 14.4,5; Ap 19.14);
Ninguém sabe o dia (Mc 13.32; 1Co 15.50-54); Sabe-se o dia, pois ocorrerá 7 anos após o rapto (Ap 19.11-16);
Será invisível e secreto (1Co 15.52); Será visível e público (Mt 24.29-30; Lc 21.25-28; Ap 1.7);
Será um ato de libertação (1Ts 4.13-17; 5:9); Será um ato de julgamento (Mt 24.40-41);
O Senhor virá para libertar a Igreja (1Ts 1.10); O Senhor virá para libertar Israel (Sl 6.1-4; Zc 12.6-14; 14.1-11);
O Senhor reunirá os seus santos (1Ts 4.15-18; 2 Ts 2.1); Os seus anjos reunirão os remanescentes de Israel (Mt 24.30,31);
O Senhor levará os crentes para fora deste mundo Os ímpios são tirados do mundo para julgamento e os crentes são
deixando para trás os ímpios (Jo 14.2,3); deixados para desfrutar de bênçãos na terra (Mt 13.41-43; 25.41);
4.1 Esperança consoladora. Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o sofrimento, a aflição (de
outrem ou a própria), com palavras, recompensas, promessas”. Podemos notar que, na maioria das vezes em que a doutrina do
Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito, dentre outras coisas, de trazer consolo para a Igreja. No
cenáculo, momentos antes da sua crucificação, face à tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus, de forma enfática,
declara, trazendo alento para seus servos: “[...] virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo [...]”, “Não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós [...]” (Jo 14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e
os eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam mutuamente se consolarem, com a bendita
esperança da vinda de Cristo: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At 1.11).
4.2 Esperança motivadora. Diante da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus motiva os
destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã, exortando que eles deveriam continuar perseverantes, apesar de todo
sofrimento vivido (Hb 10.36). Para tanto, cita uma das maiores promessas, que é a segunda vinda de Cristo: “Porque, ainda
dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA); e declara que, por ocasião desse esperado
advento, os crentes fiéis estarão livres de: (a) todas as aflições e perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); (b) da presença do
pecado e da morte (1Co 15.51-56); e (c) da ira futura, por ocasião da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
4.3 Esperança segura. O Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus. E ainda que escarnecedores tenham
surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa verdade (2Pd 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um
advento iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao compará-la ao fato histórico vivido por Noé
e sua família: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37). Os cristãos nunca
devem abrir mão de sua expectativa, mantida em oração, de que ainda hoje a trombeta poderá soar e o Senhor voltará.
4.4 Esperança gloriosa. Em face da glória que há de ser revelar em nós, temos motivação para superar quaisquer sofrimentos:
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de
ser revelada” (Rm 8.18; ver 1Pd 5.1). Quanto mais sofrimento, mais glória: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4.17). Na ocasião do arrebatamento da Igreja, experimentaremos
a glorificação do corpo (1Co 15.42,43,51-54) e os que forem fiéis receberão a coroa de glória (1Pd 5.4).
CONCLUSÃO
O Arrebatamento é a bendita esperança da Igreja. Estejamos, pois, esperando Aquele que há de vir (Hb 10.37). Diante
dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este dia em que estaremos definitivamente
livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor.
REFERÊNCIAS
• APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento: Atos a Apocalipse. CPAD.
• SWINDOLL, Charles. Paulo: um homem de coragem e graça. MUNDO CRISTÃO.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.