Apostila TV Digital Ver1.1
Apostila TV Digital Ver1.1
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UHF
TTU 10K
IRC 500
EMISSORA
TTU 250
DE TV
Wi-Fi ADSL
Wi-MAX Celular
SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO 05
7) O PADRÃO ISDB 11
7.1) Compressão do Áudio e do Vídeo 11
7.2) Transmissão 12
7.3) Interatividade 12
7.4) Criptografia 12
7.5) Receptor 12
7.6) Tecnologias para proteção contra pirataria 13
7.7) B-CAS Card 13
7.8) Serviços 13
8) ISDB-S 13
9) ISDB-T 13
9.1) Características 14
9.2) Segmentação do Canal 14
9.3) Diagrama em blocos simplificado do padrão ISDB-T 15
9.3.1) Codificação de Canal 15
9.3.2) Modulação 17
9.4) Parâmetros para Transmissão 22
9.5) Análise de Flexibilidade (Classificação dos Sistemas) 25
(Fonte: Relatório ABERT/SET Maio/2000)
9.5.1) Nível 1 25
9.5.2) Nível 2 25
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9.5.3) Nível 3 26
9.5.4) Nível 4 26
ANEXOS
I) MPEG-2 35
I.1) Compressão 35
I.2) Codificação do Vídeo 35
I.3) Multiplexação 37
I.4) MPEG-2 AAC 39
I.4.1) Codificação do Áudio 39
I.41.1) Codificação Modular 39
I.4.2) AAC de Baixo Atraso 39
I.4.3) Ferramentas de proteção contra erros 40
I.4.4) Comparação entre AAC e MP3 40
II) MPEG-4 40
II.1) MPEG-4 AVC (H.264) 42
II.1.1) Estrutura em Camadas 43
II.1.2) Tipos de Slices 44
II.1.3) Tipos de Predição 44
II.1.3.1) Predição Intra 44
II.1.3.2) Predição Inter 44
II.1.4) Transformada 45
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II.1.5) Quantização 45
II.1.6) Codificação por Entropia 46
II.1.7) Perfis e Níveis 46
II.1.8) Diagrama em Blocos 46
II.1.9) Formatos de Tela para Receptores Portáteis 48
II.1.9.1) QVGA 48
II.1.9.2) SQVGA 48
II.1.9.3) CIF 48
II.1.10) Algumas Características 49
II.2) MPEG-4 AAC 51
II.2.1) High Efficiency AAC (HE-AAC) 51
II.2.1.1) Spectral Band Replication (SBR) 51
II.2.1.2) Parametric Stereo (PS) 52
III) DQPSK 52
IV) QPSK 53
V) 16QAM 54
VI) 64QAM 54
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1) INTRODUÇÃO
No Brasil, o sistema de televisão tem uma penetração de aproximadamente 90 % nos lares, fazendo
da TV um veículo de informação capaz de formar opiniões. Além disso, por razões culturais ou financeiras,
a televisão é uma das principais formas de entretenimento da população. Por esta razão, é importante
salientar que a migração do sistema analógico para digital não pode afetar nenhuma camada da população,
pois a televisão funciona como um importante fator de integração social.
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lento (quando comparado ao Plasma), compensado por circuitos específicos utilizados para adequarem-se
às imagens em movimento. Seu consumo de energia é bem inferior aos dispositivos de plasma e o tamanho
é bem inferior ao dos gabinetes com CRT's, principalmente na sua profundidade. Normalmente os
dispositivos de LCD variam entre 15 e 40 polegadas.
2.2.3) Plasma
Seu uso aplica-se principalmente aos televisores digitais de maior porte, que normalmente já
possuem incorporados circuitos progressive scan. Possuem brilho, contraste e tempo de apresentação de
imagens de ótima qualidade, embora apresentem um elevado burn-in (marcas permanentes na tela,
geralmente causado por imagens estáticas). Seu consumo de energia é superior aos dispositivos de LCD e
o tamanho do gabinete, como no caso dos LCD's, é bem inferior ao dos gabinetes com CRT's. Existem
dispositivos de plasma a partir de 42 polegadas, podendo chegar até 70 polegadas ou mais.
2.2.4) Retroprojeção
Sua aplicação inicial deu-se em TV's analógicas de grande porte, e hoje existem também
dispositivos de retroprojeção digitais. A técnica consiste em ter um "display" interno de pequeno porte que
projeta a imagem na tela frontal do televisor. Estes televisores normalmente possuem incorporados também
os circuitos progressive scan. Possuem brilho, contraste e tempo de apresentação de imagens de ótima
qualidade. Seu consumo de energia é compatível com os dispositivos de LCD e o gabinete tem tamanho
superior aos gabinetes com LCD e Plasma. Atualmente existem dispositivos de retroprojeção a partir de 40
polegadas, e sua aplicação principal está voltada para TV's de grande porte.
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480i Entrelaçada
480x320 4:3 CRT
480p Progressiva
640x480
800x600 4:3
480p Progressiva
1024x768
1024x1024
1280x720 LCD
1280x768
720p 1280x1024
16:9 Progressiva
1366x768
1440x900
1080p 1920x1080
Tabela 1: Opções de Tela
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640x480
852x480
480p 1024x720
1366x768
1280x768
720p
1366x768
1280x720
720p 1366x768
16:9 Progressiva RETROPROJEÇÃO
1388x788
1080p 1920x1080
Tabela 1: Opções de Tela
O campo D representa uma parcela do espectro destinada à transmissão de dados para o usuário.
Este campo permite interatividade do telespectador com a programação, ou ainda, acesso à internet através
do receptor digital. Neste último caso, o uplink pode ser feito através de uma linha telefônica convencional.
Abaixo é apresentada uma tabela de comparação entre as resoluções do sistema atual (analógico)
e do sistema digital (a ser implantado).
Analisando a tabela acima verificamos que, mesmo quando usamos o modo SDTV, há um
considerável ganho de resolução quando comparamos ao PAL-M. Isto ocorre devido à diferença entre o
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número total de linhas e o número de linhas ativas, pois, como sabemos, as primeiras e últimas linhas do
quadro são perdidas devido ao apagamento vertical, no sistema analógico. Outro fator que reduz a
resolução em sistemas analógicos é o fato de se utilizar entrelaçamento entre dois campos para formar um
quadro. Isto resulta numa sobreposição de linhas, degenerando ainda mais a resolução útil da tela.
Um sinal no padrão HDTV (High Definition TV) pode atingir taxas de mais de 1 Gbps.
Evidentemente, esta taxa é impraticável em um canal de 6 MHz (largura de um canal disponível para as
emissoras de TV). Buscando diminuir a taxa de transmissão, sem comprometer a qualidade do sinal, foi
anexo II.1
utilizado um algoritmo de compressão chamado MPEG-4 AVC , que consegue reduzir esta taxa para
aproximadamente 10 ou 20 Mbps, dependendo da qualidade de vídeo desejada. Com isto, tornou-se
possível a transmissão de canais de alta qualidade na banda de 6 MHz.
O áudio também ganhou muito em qualidade com a digitalização, tornando possível a transmissão
do áudio multicanal (mais de 2 canais). Para manter as especificações de largura de banda da TV
Analógica, o áudio também precisou ser comprimido. Esta compressão é feita utilizando o código MPEG-4
anexo II.2
AAC , e da mesma forma que ocorre no sinal de vídeo, consegue alocar o sinal de áudio na banda
disponível sem comprometer a qualidade.
Além do áudio e do vídeo de alta definição, também foi possível introduzir um canal de serviços na
banda de 6 MHz. Estes 3 sinais (áudio+vídeo+serviços) são multiplexados, utilizando a tecnologia MPEG-
anexo I.3
2 , formando o FEIXE DIGITAL, de aproximadamente 20 Mbps. Este feixe digital será aplicado ao
modulador.
Ou seja, na TV Digital trafegam em apenas um canal de 6 MHz: serviços, áudio e vídeo de alta
definição.
Onde:
s(t) sinal transmitido
n(t) ruído AWGN introduzido pelo canal
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Como mostra a figura acima, a dispersão temporal causa um alargamento no bit, e se este
alargamento interferir no bit vizinho, pode fazer com que o receptor erre no momento de decisão do bit.
Desta forma, a ISI causa aumento na probabilidade de erro de bit, diminuindo o desempenho do sistema.
anexo VII
Se nenhuma contramedida for tomada, a ISI pode inviabilizar a recepção. Na modulação OFDM
(utilizada no padrão japonês) existe um Tempo de Guarda entre os símbolos vizinhos. Desta forma, se o
atraso introduzido pelo canal for menor que o tempo de guarda, não haverá perda de informação. Deste
modo, podemos observar que a modulação OFDM não requer equalizadores complexos para que se tenha
sucesso na recepção em canais com multipercurso.
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um sistema que não permitisse a seus usuários utilizá-lo onde quer que estivessem, parados ou em
movimento. Com isso, além do padrão japonês utilizar modulação COFDM (com suas vantagens já
detectadas pelos europeus), os pesquisadores decidiram utilizar uma solução com Divisão em 13
anexo VII
Segmentos (BST-OFDM ) da banda de 6 MHz do canal de transmissão. Com isto, a flexibilidade do
sistema aumentou ainda mais, pela possibilidade de combinação destes segmentos de diversas formas.
Estes 13 segmentos podem ser divididos em até 3 Grupos Hierárquicos diferentes (HDTV, SDTV ou
LDTV), que garantem maior ou menor robustez, maior ou menor qualidade, dependendo da aplicação a que
se destinam. Um destes segmentos pode ser destinado à transmissão para receptores móveis, tais como
PDA's, celulares e notebooks. Ao mesmo tempo e no mesmo canal, os 12 segmentos restantes podem ser
destinados à transmissão para receptores fixos (em HDTV ou SDTV). Outro ponto interessante é que o
sistema japonês utiliza várias ferramentas adicionais de correção de erros, que garantem a robustez
indispensável ao ambiente hostil de recepção em movimento.
7) O PADRÃO ISDB
O padrão ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) é mantido pela organização japonesa
ARIB (Association of Radio Industries and Businesses). O núcleo ISDB é formado por: ISDB-S (a televisão
via satélite), ISDB-T (terrestre) e ISDB-C (cabo).
O nome ISDB foi escolhido por sua similaridade ao ISDN (Integrated Services Digital Network), pois
permite que múltiplas janelas de dados sejam transmitidas de maneira simultânea, num processo de
multiplexagem.
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Mais detalhes sobre perfis e níveis de vídeo no anexo II.1.7 e na Tabela 9. Detalhes sobre formatos
de tela no anexo II.1.9 e detalhes sobre as configurações do áudio no anexo II.2.1.
7.2) Transmissão
O padrão ISDB utiliza vários tipos de modulação diferentes, dependendo da aplicação. Mais
adiante, estas modulações serão especificadas, de acordo com a configuração do sistema.
7.3) Interatividade
Além da transmissão de áudio e vídeo, o padrão ISDB oferece ainda transmissão de dados,
especificada pela norma ARIB STD B-24, através de um canal de retorno sobre diversos meios (10Base-
T/100Base-T, linha telefônica fixa, linha telefônica móvel, LAN Wireless (IEEE 802.11), etc.). Este canal é
usado, por exemplo, para relações interativas entre usuário e provedor ou transmissão de EPG (Electronic
Program Guides), além de diversos outros serviços.
No Brasil está sendo desenvolvido o GINGA, tecnologia adotada para a interatividade, que seguirá
as normas ARIB, porém trará diversas melhorias.
7.4) Criptografia
O padrão ISDB descreve muitas interfaces de rede, tendo como a mais importante a Common
Interface for Conditional Access, especificada pela norma ARIB STD B-25, com o Common Scrambling
Algorithm MULTI2, utilizado para criptografia nas transmissões.
O padrão ISDB suporta RMP (Rights Management and Protection). Uma vez que todos os sistemas
de TV Digital carregam conteúdo de dados digital, um DVD ou um HD poderia facilmente copiar conteúdo
de maneira ilegal, de modo que o índice de produtos piratas circulando no mercado aumentasse de maneira
considerável. Os estúdios de Hollywood pediram uma proteção contra cópias e, então, criou-se a RMP com
três modalidades: copy once, copy free e copy never. No modo copy once o programa pode ser
armazenado em um HD (para ser assistido a qualquer hora), mas não pode ser copiado para uma mídia
(CD, DVD, etc.). No modo copy free o programa pode ser armazenado e copiado livremente. Já no modo
copy never, só é possível assistir ao programa, impossibilitando qualquer tipo de armazenamento.
7.5) Receptor
Existem dois tipos de receptores ISDB: TV e Set Top Box.
A relação de aspecto de uma TV que pode receber diretamente o sinal digital é 16:9. TV's com este
aspecto são chamadas de TV de Alta Definição. Existem quatro tipos de aparelhos de TV: CRT (Cathode
Ray Tube), PDP (Plasma Display Panel), LCD (Liquid Crystal Dysplay) e RETROPROJEÇÃO. É importante
ressaltar que, TV's de alta definição só recebem o sinal digital de forma direta (sem o uso do Set Top Box)
se já vierem de fábrica com um sistema interno de recepção digital padronizado para o sistema ISDB.
O Set Top Box é também chamado de conversor digital. Um Set Top Box ISDB pode possuir
diversas interfaces:
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• S-Video
• 10BASE-T/100BASE-T para conexão com redes ethernet;
• RJ11 para conexão com linhas telefônicas (Internet);
• B-CAS CARD para criptografia dos sinais digitais;
• IR (Infra Red) para comunicação com outros equipamentos.
7.8) Serviços
• Prover transmissão de dados;
• Serviços de interatividade via rede telefônica ou ethernet;
• EPG (Eletronic Program Guide);
• Outros exemplos serão mostrados mais adiante.
8) ISDB-S
O Japão iniciou as transmissões digitais utilizando o padrão DVB-S em outubro de 1996, através da
PerfecTV e depois em dezembro de 1997 através da DirecTV. Porém, o padrão DVB-S não satisfazia as
requisições dos radiodifusores no país, tais como a emissora NHK. As radiodifusoras exigiam uma
capacidade para HDTV, serviços interativos, acesso à internet, utilização eficaz do espectro de freqüência
dentre outras exigências técnicas.
O padrão DVB-S permitia uma transmissão com uma taxa de bits de aproximadamente 34 Mbps em
um transponder de satélite, desta maneira o transponder podia mandar um canal de HDTV. Na ocasião, a
NHK podia utilizar até quatro transponders (insuficiente) na transmissão. Por este motivo, a NHK juntamente
com a ARIB desenvolveram o ISDB-S. O novo padrão era 1,5 vezes mais eficiente que o DVB-S, ou seja,
podia utilizar taxas de até 51 Mbps em um único transponder. Logo, através de um transponder podia-se
fazer a transmissão de dois canais HDTV, em conjunto com áudio e dados independentes. Hoje, um grande
número de estações japonesas (PerfecTV!, Sky D, CS Burn, Platone, EP, DirecTV, J Sky B, etc.) utiliza o
sistema ISDB-S nas suas transmissões.
9) ISDB-T
Este padrão foi desenvolvido pelo NHK STRL (NHK Science & Technical Research Laboratories).
As pesquisas tiveram início por volta de 1960, mas somente em 1973 um padrão de HDTV foi proposto ao
ITU-R (International Telecommunications Union – Radiocommunications). Na década de 80, foram
desenvolvidos a câmera de TV de tubo de raios catódicos de alta definição, gravador de vídeo,
equipamentos de edição, entre vários outros dispositivos de alta definição. Em 1982 a NHK desenvolveu o
MUSE (Multiple Sub-Nyquist Sampling Encoding), o primeiro sistema de compressão e transmissão de
vídeo HDTV. Em 1987 a NHK fez uma demonstração do MUSE em Washington. Esta demonstração foi
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muito bem sucedida e, em conseqüência, os Estados Unidos desenvolveram o padrão ATSC (Advanced
Television Systems Committee). Logo após, a Europa também desenvolveu seu próprio sistema de TV
digital, o DVB (Digital Video Broadcasting).
O Japão iniciou as transmissões terrestres de HDTV utilizando o padrão ISDB-T em 1 de dezembro
de 2003, através da NHK e outras estações de TV.
9.1) Características
• O ISDB-T pode transmitir até dois canais HDTV para receptores fixos e um canal LDTV para
receptores móveis utilizando a banda de 6 MHz;
• Pode transmitir até quatro canais SDTV ao invés de um HDTV;
• Estas combinações podem ser alteradas a qualquer momento pelo radiodifusor;
• Provê serviços de interatividade com transmissão de dados;
• Pode fornecer o EPG (Eletronic Program Guides);
• Suporta acesso à Internet através do canal de retorno;
• Pode oferecer também acesso à internet para receptores móveis;
• Trabalha com redes SFN (Single Frequency Network) permitindo assim um melhor uso do espectro de
freqüências;
• Suporta recepção interna com uma simples antena (sobre a TV, por exemplo);
• É um sistema robusto contra interferências por multipercurso;
• Também oferece robustez contra interferências providas do sistema analógico de transmissão (isto é
importante, pois os sistemas irão coexistir por pelo menos dez anos);
• Oferece também uma ótima qualidade de recepção em ambientes urbanos (prédios, veículos, etc.) por
ter uma boa proteção contra ruídos impulsivos (comuns na recepção móvel);
• Pode transmitir um canal HDTV para um veículo que se move a 100 Km/h, por exemplo. O sistema
DVB-T só pode transmitir um canal SDTV nesta situação, enquanto o sistema ATSC não suporta este
tipo de aplicação;
• Utiliza tecnologia 1seg (um segmento) para transmissão para receptores móveis (celulares,
notebooks, etc.).
O padrão ISDB-T foi adotado em transmissões comerciais no Japão em Dezembro de 2003. Lá, o
mercado é de aproximadamente 100 milhões de aparelhos de TV. Em abril de 2005, o sistema estava
presente em 10 milhões de televisores. Em conseqüência, o preço dos Set Top Box vem caindo
consideravelmente. Em 19 de abril de 2006, um STB no Japão estava em torno de $169.
O Brasil, que utiliza o padrão PAL-M (Phase Alternated by Line - Monocromatic) adotou o sistema
ISDB para suas transmissões digitais. Além do Brasil, outros países do Mercosul podem vir a adotar o
padrão ISDB. Isto pode beneficiar a América do Sul no que diz respeito ao desenvolvimento de tecnologias.
No Brasil, o grupo ABERT (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e a SET (Sociedade
Brasileira de Engenharia e Televisão) realizaram testes de comparação entre os três principais padrões
existentes: ATSC, DVB e ISDB. Os testes mostraram que o padrão ISDB é superior aos outros. Obteve
ótimo desempenho nos quesitos mobilidade/portatibilidade. Foi o mais eficiente na recepção móvel (uma
grande necessidade futura).
Em 29 de Junho de 2006, o Brasil escolheu oficialmente o padrão ISDB-T para suas transmissões
digitais. O sistema deverá estar totalmente implantado até 2016. Mais detalhes sobre a implantação do
sistema digital no Brasil estão no anexo IX.
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Áudio
MPEG-4 AAC
Dados
GINGA
OUTER DIVISÃO EM
RE-MUX DISPERSÃO AJUSTE ENTRELAÇADOR INNER
CODE CAMADAS
MPEG-2 (204,188) DE ENERGIA DE ATRASO DE BYTES CODE
HIERÁRQUICAS
Multiplexação: entrega ao RE-MUX MPEG-2 um fluxo com pacotes de 188 bytes, denominado MPEG-2 TS
(Transpot Stream). Este fluxo contém áudio, vídeo e dados, como mostra a figura abaixo.
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RE-MUX MPEG-2: como o padrão ISDB-T suporta 3 programações simultâneas, é necessário multiplexar
estas programações antes de inserí-las no Outer Coder. Além de agrupar as 3 programações, o RE-MUX
também pode inserir informações de controle do modulador (TMCC). O pacote resultante terá 204 bytes,
dos quais 188 são os mesmos entregues pelo Multiplexador MPEG-2 e os 16 bytes restantes podem ser da
informação TMCC ou bytes nulos. O importante é que o pacote fique agora com 204 bytes e sua taxa de
geração seja quatro vezes maior que a freqüência da IFFT, para garantir a montagem dos quadros OFDM.
A figura abaixo ilustra as operações de multiplexagem e re-multiplexagem, com a inserção de
informações de controle (TMCC) via RE-MUX. Estas informações servirão para configurar o modulador e
também para tornar possível a recepção do sinal, informando ao receptor todas as configurações utilizadas
na transmissão.
Codificador RS (204,188): No lugar dos 16 bytes TMCC (ou nulos) acrescenta 16 bytes (código Reed
Solomon) ao pacote MPEG-2 (que continuará com 204 bytes), com o objetivo de corrigir erros no sinal que
chegará ao receptor. Estes 16 bytes são de redundância e, com isto, o receptor é capaz de detectar e
corrigir até 8 bytes errados dentro de cada pacote.
1 byte 187 bytes 16 bytes
Divisão do TS em camadas hierárquicas: pode dividir o fluxo em até três camadas diferentes (modo 1, 2 e
3). Este tipo de transmissão, chamado Transmissão Hierárquica permite que receptores diferentes (wide
band e narrow band) recebam e processem o sinal. Esta é uma característica muito importante do padrão
ISDB.
Dispersão de Energia: acontece independentemente em cada uma das camadas e tem a função de evitar
que uma seqüência de sucessivos zeros ou uns seja transmitida, garantindo assim uma transição binária
adequada.
Entrelaçador de Bytes: mistura os bytes formadores do MPEG-2 TSP. Neste ponto, cada TSP é composto
por 204 bytes. Estes bytes são misturados como forma de combate dos possíveis problemas causados pelo
canal de transmissão (como o ruído impulsivo, por exemplo).
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ENTRELAÇADOR DESENTRELAÇADOR
**** * * * *
ERRO ERRO
CONCENTRADO DISTRIBUÍDO
Figura 15: Entrelaçador de Bytes na presença de ruído
Inner Code ou Codificador Convolucional: tem a função de proteger os dados, inserindo bits redundantes
aos bits de informação. A taxa de código pode ser programada para os seguintes valores: 1/2, 2/3, 3/4, 5/6
e 7/8 (um valor mais baixo corresponde a uma condição de maior robustez e menor carga útil). Segue o
exemplo abaixo:
a cada 2 bits de informação, acrescenta 1 bit para correção de erro no receptor: 2/3
a cada 5 bits de informação, acrescenta 1 bit para correção de erro no receptor: 5/6
9.3.2) Modulação
ENTRELAÇADOR
ENTRELAÇADOR
ENTRELAÇADOR DE BIT MAPEADOR
NA FREQÜÊNCIA
HIERÁRQUICAS
CAMADAS
NO TEMPO
SINAIS DE CONTROLE
modo 1: fx = 3968 Hz
modo 2: fx = 1984 Hz
modo 3: fx = 992 Hz
O modo 2 é uma excelente opção de transmissão para receptores móveis, pois consegue
administrar o compromisso entre o tamanho do intervalo de guarda entre portadoras e a proteção adicional
contra as degradações típicas de um ambiente de recepção móvel.
O modo 2 é também uma ótima opção em transmissões para receptores fixos utilizando taxas mais
altas, ou receptores móveis utilizando taxas mais baixas.
No sistema ISDB-T podemos oferecer sinal de alta definição para recepções fixas, internas e
externas, em conjunto com uma transmissão mais robusta para receptores móveis, em um mesmo canal de
6 MHz.
Não existe interferência entre as portadoras, pois todas são ortogonais entre si. Se compararmos
este tipo de modulação com um sistema de portadora única, como o 8-VSB utilizado no padrão ATSC,
notamos o melhor desempenho na presença de múltiplos percursos.
No sistema OFDM a informação está distribuída em milhares de portadoras. Com isto, mesmo se
algumas portadoras forem degeneradas pelo meio de transmissão, pode-se garantir que a grande maioria
chegará ao receptor. Em sistemas de portadora única isto não ocorre. Uma vez degenerada a portadora, a
recepção se torna inviável.
A figura abaixo ilustra a diferença entre modulação multiportadora e modulação portadora única.
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Mapeamento: executa um entrelaçamento de bits para depois mapeá-lo em uma constelação de modulação
digital. O sistema ISDB-T pode ser programado para trabalhar com as seguintes modulações nas
anexo IV anexo III
portadoras: QPSK (Quaternary Phase Shift Keying = 2 feixes digitais), DQPSK (Differential
anexo V
Quaternary Phase Shift Keying = 2 feixes digitais), 16QAM (16 Quadrature Amplitude Modulation = 4
anexo VI
feixes digitais) ou 64QAM (64 Quadrature Amplitude Modulation = 6 feixes digitais). Na modulação
BST-OFDM (divisão em 13 segmentos independentes) podem ser enviadas até três tipos de programações
diferentes simultaneamente, por exemplo: uma em QPSK, outra em 16QAM e outra em 64QAM.
As modulações QPSK e DQPSK são as mais robustas (aplicações móveis), permitindo uma menor
carga útil. Já a modulação 64QAM é a menos robusta (aplicações HDTV), porém é a que permite maior
carga útil.
Por trabalhar com modulações de diferentes níveis, o ISDB tem o cuidado de normalizar a máxima
energia de símbolo das diferentes modulações. Desta forma, um fator de normalização é multiplicado ao
símbolo de cada modulação. Estes fatores são mostrados na tabela abaixo:
Combinador das Camadas Hierárquicas: os dados das camadas do sistema são novamente combinados,
pois todos os parâmetros configurados diferentemente em cada camada já foram executados. Nesta fase,
ocorre a Segmentação do Canal (BST-OFDM).
Entrelaçador no Tempo: tem a função de inserir atrasos entre as portadoras dos segmentos, de forma que
uma seqüência de dados não seja transmitida num mesmo momento, ainda que estejam em portadoras
diferentes. Esta ação é tomada para evitar que desvanecimentos em rajadas corrompam o sinal. É possível
configurar o comprimento do entrelaçamento entre 0 e 0,5 segundos. Este parâmetro não influencia na
carga útil permitida. Um valor mais alto proporciona uma robustez contra distorções de curta duração (ruído
impulsivo e “fadings” rápidos), com a desvantagem de introduzir um atraso (de 0 a 1s) adicional às etapas
de transmissão e recepção do sistema ISDB.
RUÍDO IMPULSIVO
ERRO ESPALHADO
Freqüência
Freqüência
DESENTRELAÇADOR
Tempo Tempo
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MULTIPERCURSO
ERRO DISTRIBUÍDO
Sinais de Controle: ao quadro OFDM são adicionados o sinal piloto CP (Continual Pilot) e SP (Scattered
Pilot), de controle TMCC (Transmission and Multiplexing Configuration Control) e auxiliares AC
(Auxiliary Channel).
O sinal SP tem a função de garantir o sincronismo para os segmentos que utilizam modulação
síncrona.
O sinal CP serve de referência nos segmentos que utilizam modulação diferencial.
O sinal TMCC carrega as informações de configuração de cada segmento, de modo que o receptor
saiba como demodular e decodificar as informações. Seu formato é mostrado abaixo.
Os canais AC são responsáveis por transportar qualquer tipo de informação adicional. Estes canais
são utilizados, na maioria das vezes, para transmissão de informações de programação, venda de produtos
on-line, etc. Este tipo de serviço, também conhecido como middleware, é uma das grandes inovações da
TV Digital.
Nesta etapa surgem blocos estáticos de portadoras simultâneas moduladas em DQPSK, QPSK,
16QAM ou 64QAM. O tempo útil de cada bloco , também chamado de tamanho efetivo do símbolo (Tu),
será: Tu = 1/fx.
Adaptação do Quadro OFDM: nesta etapa, os símbolos são ordenados em quadros OFDM, que serão
posteriormente transmitidos. Existem duas estruturas básicas de quadro: uma para modulação diferencial
(DQPSK) e outra para modulação síncrona (QPSK, 16QAM e 64QAM). As figuras abaixo ilustram estas
duas estruturas.
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Número da Portadora
Número do Símbolo OFDM
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Número da Portadora
Número do Símbolo OFDM
Figura 22: Estrutura Síncrona do Quadro OFDM (QPSK, 16QAM e 64QAM, Modo 1)
Inserção do Intervalo de Guarda: após cada símbolo é deixado um intervalo de tempo sem nenhuma
informação, chamado de intervalo de guarda (∆t = k*Tu). Para o sistema ISDB-T o fator k, definido como
a razão entre o intervalo de guarda e o comprimento do símbolo OFDM, pode ser programado para 1/4, 1/8,
1/16 ou 1/32 (um valor mais baixo corresponde a uma capacidade de lidar com ecos mais longos e uma
menor carga útil). A introdução do intervalo de guarda dá ao sistema ISDB-T uma proteção contra a
propagação por multipercurso. Segue o exemplo abaixo:
Uma transmissão está acontecendo no modo 3 com k = 1/32. Além do sinal principal, está
chegando ao receptor um sinal com atraso de 20 µs, causado por multipercurso. Então:
Como o tempo de guarda é maior que o tempo de atraso, o símbolo atrasado não irá interferir no
símbolo seguinte:
Figura 23: Tempo de Guarda utilizado na proteção contra Propagação por Multipercurso
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*** Os canais AC são usados para transmissão de informações adicionais. AC1 está disponível em números
iguais em cada segmento e AC2 apenas nos segmentos que utilizam modulação diferencial.
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A taxa de dados do sistema ISDB-T pode ser calculada facilmente. Ela depende dos vários
parâmetros configurados nas etapas de transmissão. A fórmula utilizada para o cálculo desta taxa é
apresentada abaixo:
Rb = 1 . Nc . Md . Rcc . RRS . k’ . Ns
Tu
Onde:
k’ = 1__
k+1
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A fórmula para o cálculo da banda necessária para a alocação de um canal ISDB-T é apresentada
abaixo:
BW = Rb . (1 + α)
Log2(M)
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Onde:
BW largura de faixa necessária para a transmissão do canal ISDB-T
Rb taxa de bits utilizada na transmissão
M número de símbolos utilizados na constelação (ex: 64 na modulação 64QAM)
α fator de Roll-Off do filtro
9.5.1) Nível 1
Sistema que possibilita, no mínimo, a entrega de um “payload” de aproximadamente 19 Mbps
através de recepção externa fixa ou recepção interna fixa.
O sistema ISDB-T é um sistema nível 1, pois é capaz de transmitir:
• Um sinal de vídeo de alta definição e alta qualidade (HD HQ) e dados (D);
ou
• Um sinal de vídeo de alta definição e qualidade mediana (HD MQ) e simultaneamente um sinal de
vídeo de definição padrão (SD) e dados (D);
ou
• No mínimo quatro sinais de vídeo de definição padrão (SD) e dados (D).
HD HQ D
HD HQ SD D
SD SD SD SD D
Canal de 6 MHz
9.5.2) Nível 2
Sistema em que é possível a recepção móvel.
O sistema ISDB-T é um sistema nível 2 pois, como utiliza a modulação BST-OFDM, é capaz de
garantir robustez e flexibilidade na transmissão para receptores móveis. Em testes ocorridos na cidade de
São Paulo, foi possível utilizar um payload de 11,45 Mbps. Com esta taxa, o sistema ISDB-T é capaz de
oferecer, para receptores móveis:
HD HQ D
SD SD D
Canal de 6 MHz
Embora os testes realizados não nos permitam afirmar que as taxas máximas de transmissão, para
possibilitar a recepção móvel na cidade de São Paulo, no padrão ISDB-T, sejam de 11,45 Mbps, eles nos
permitem concluir que o “payload” possível para o sistema ISDB-T será sempre significativamente superior
ao do sistema DVB-T, por exemplo.
Tal conclusão era esperada, uma vez que o sistema ISDB-T foi concebido com parâmetros que
podem ser modificados pelo radiodifusor para proteger o sinal e oferecer maior robustez às interferências e
distorções presentes no ambiente de recepção móvel urbano.
Os entrelaçadores no tempo e na freqüência, implementados no sistema ISDB-T, conseguem
proteger o sinal dos desvanecimentos rápidos e lentos além de proporcionarem proteção contra
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interferências devido a ruído impulsivo, contornando assim os maiores problemas da transmissão para
receptores móveis. A utilização do modo 2 consegue administrar o compromisso entre o tamanho do
intervalo de guarda e a proteção adicional contra as degradações típicas de um ambiente de recepção
móvel.
9.5.3) Nível 3
Sistema em que é possível a transmissão de TV de alta definição para recepção fixa e, no mesmo
canal de 6 MHz, utilizar parte do “payload” para transmissão para a recepção móvel.
O sistema ISDB-T é um sistema nível 3. Por possuir o modo 2, onde se obtém excelente qualidade
tanto para recepções fixas associadas às altas taxas de transmissão, quanto para recepções móveis com a
utilização de taxas menores, é possível oferecer a TV de alta definição para as recepções fixas, internas e
externas, em conjunto com uma transmissão mais robusta para recepções móveis, utilizando um único
canal de 6 MHz.
Canal de 6 MHz
Figura 26: Sistema nível 3
9.5.4) Nível 4
Transmissão de TV de baixa definição para recepções móveis e portáteis através de um receptor de
menor custo possível, possibilitando que o serviço de televisão seja mais rapidamente agregado aos futuros
dispositivos de telefonia móvel de terceira geração.
O sistema ISDB-T é um sistema nível 4, pois permite a chamada “recepção parcial”. Como divide o
canal de 6 MHz em 13 segmentos de 429 KHz cada e tem a possibilidade de limitar a aplicação dos
entrelaçadores a apenas um segmento, torna possível separar esse segmento dos demais. Assim, permite
que se construam receptores de banda estreita capazes de trabalhar com apenas um segmento de
transmissão, de complexidade e custos reduzidos ao extremo.
As razões que levam à redução significativa na complexidade desse receptor são: por trabalhar com
uma largura de banda menor, conseqüentemente utiliza uma menor taxa de bits, a velocidade do “clock” da
FFT é menor se comparada com a de um sistema da 6 MHz. O consumo de energia depende da velocidade
do “clock” do sistema e, portanto, também será menor. Adicionalmente, as aplicações que são vislumbradas
para uma taxa de bits menor excluem a necessidade de um decoder de vídeo MPEG-2, que poderá ser
substituído por um decoder MPEG-4 para transmissão de vídeo em baixas taxas. Somando-se todos esses
fatores é possível obter um receptor mais simples, mais integrado (de menor tamanho) e mais barato.
Além disso, os 12 segmentos restantes podem ser configurados para quaisquer das aplicações dos
níveis 1 a 3, descritas anteriormente, apenas penalizadas pela redução de aproximadamente 8% (1/13) no
payload final.
Quaisquer dos serviços
@
dos níveis 1 a 3
Canal de 6 MHz
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O sistema de TV Digital pode ser representado por um modelo de camadas, semelhante ao modelo
OSI para redes de computadores. Esta representação está mostrada abaixo:
• Transmissão de dados que utiliza o armazenamento dos pacotes como um fluxo de pacotes no
PES (Packetized Elementary Stream);
• Transmissão de dados que utiliza as seções para serviços de armazenagem de informação (Data
Storage Services);
• Sistema onde os dados são armazenados diretamente no payload do pacote TS.
Os processos no receptor podem ser divididos em etapas: decodificação dos dados multimídia,
decodificação dos dados monomídia e apresentação. Por isso, além das funções básicas de um receptor
normal de TV, para utilizar estes serviços o receptor deverá ter uma interface de comunicação com os
serviços de dados. Esta comunicação poderá ser feita através da linha telefônica, por exemplo.
No Brasil, está sendo desenvolvida uma ferramenta para a interatividade, denominada GINGA. Esta
ferramenta apresenta diversas melhorias em relação ao padrão japonês e, por uma questão de
padronização, seguirá as normas ARIB para interatividade.
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Ginga-j foi desenvolvido para prover uma infra-estrutura de execução de aplicações baseadas em
linguagem Java, com facilidades especificamente voltadas para o ambiente de TV digital.
Ginga-ncl foi desenvolvido para prover uma infra-estrutura de apresentação de aplicações baseadas em
documentos hipermídia escritos em linguagem NCL, com facilidades para a especificação de
aspectos de interatividade, sincronismo espaço-temporal de objetos de mídia, adaptabilidade
e suporte a múltiplos dispositivos.
• O usuário pode rapidamente achar o programa checando a tela do EPG, ou pode assistir à
programas armazenados no servidor;
• Se o programa não estiver armazenado no servidor doméstico, o usuário poderá fazer o download
diretamente da página da emissora de TV, via internet;
• O equipamento pode ainda selecionar automaticamente a programação preferida do usuário,
dentre os recebidos ao vivo ou armazenados no servidor, de acordo com as preferências pré-
estabelecidas.
Como já foi dito, o usuário também poderá ter acesso à internet enquanto assiste à programação de
TV.
Parte da faixa do canal de 6 MHz não ocupada pelas transmissões SDTV ou HDTV poderá ser
utilizada para o transporte de serviços complementares, agregando valor ao serviço principal.
Alguns serviços complementares estão definidos abaixo:
• Áudio adicional: é um atributo que possibilita a transmissão de um mesmo programa com áudio
original e dublagens em vários idiomas;
• Legenda adicional: é um atributo que possibilita a transmissão de um mesmo programa com
legendas em idiomas diferentes;
• Vídeo adicional: é um atributo que possibilita a transmissão de cenas vistas em ângulos
diferentes, ou ainda, finais diferentes para o mesmo programa;
• Ajuda para deficientes auditivos: é um atributo que possibilita a transmissão de um programa
com uso de linguagens de sinais ou legendas em texto transmitidas em um canal de vídeo
adicional (Picture in Picture – PIP em uma tela menor);
• Hipermídia: é um atributo que, a partir de uma informação exibida na tela, permite buscar
conteúdos adicionais associados àquela informação;
• Informativo: é um atributo baseado na transmissão contínua de várias informações desde
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Potência medida no
Pico de Sincronismo
A potência RMS do sinal analógico vale: Prms = 0,59 . Ppico. Ou seja, um transmissor analógico de
100 W fornece um sinal de 59 W rms.
O sinal digital ISDB-T não possui pico de sincronismo. A potência é medida na banda inteira. Um
wattímetro de absorção é utilizado e a potência medida é sempre RMS.
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Potência medida na
Banda Inteira
Imagine um transmissor fornecendo em sua saída 1 kW de sinal analógico. Se o seu excitador for
trocado por um digital ISDB-T, este transmissor deverá fornecer 250 W de sinal digital. É preciso ressaltar
que 1 kW analógico é medido no pico de sincronismo e 250 W digital é medido no wattímetro de absorção.
Em se tratando de cobertura, a potência do transmissor digital pode ser menor que a potência do
transmissor analógico, para cobrir a mesma área.
Nos dois casos, as antenas receptoras poderão ser as mesmas utilizadas atualmente, uma vez que
os canais de TV Digital serão alocados em canais UHF.
UHF
TTU 10K
IRC 500
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Neste tipo de recepção é possível aproveitar todo o parque de televisores atuais. Para usufruir dos
benefícios da TV Digital, o telespectador deverá comprar um conversor de sinais (Set Top Box). Este
conversor será oferecido em diversas configurações: contendo desde saídas de vídeo e áudio
convencionais (Televisores comuns) até saídas de vídeo de alta definição e áudio digital 5.1 canais
(Televisores de Plasma e sistemas de Home Theater, por exemplo). Estas opções ficarão a critério de
escolha do consumidor.
Evidentemente, quanto mais recursos tiver o Set Top Box, maior será seu preço.
UHF
TTU 10K
TTU 10K
15.1) Carrossel
Neste nível de interatividade, a emissora transmite as informações (como EPG, informações sobre
datas comemorativas, etc.) de maneira constante. O usuário, através do controle remoto, escolhe quando
acessar estas informações.
Este tipo de aplicação não oferece personalização das informações.
SERVIDOR DE DADOS
RADIODIFUSÃO
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SERVIDOR DE DADOS
RADIODIFUSÃO
CENTRAL
TELEFÔNICA
MODEM
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CENTRAL
MODEM TELEFÔNICA
ADSL
16.3) Celular
Nesta opção o usuário faz uso do celular para acessar a emissora de TV. Além de ter um custo
muito elevado, a velocidade de conexão é baixa. Com as tecnologias de celular utilizadas hoje no Brasil, é
pouco provável que esta opção de canal de retorno seja adotada. Entretanto, futuramente as tecnologias
celulares estarão melhores, oferecendo altas taxas de conexão, e então poderão ser utilizadas como canal
de retorno.
ERB
CELULAR
16.4) AD-HOC
Um canal de interatividade AD-HOC é formado pelos STB's dos usuários. Trata-se de uma rede em
malha, onde é possível estabelecer conexão entre a Emissora de TV e o usuário utilizando vários aparelhos
conectados. De início, podemos observar que o custo do Set Top Box nesta aplicação é um pouco mais
elevado, pois ele deve conter um dispositivo de rede (WI-FI, por exemplo), além de incorporar algumas
funções de roteamento.
Este tipo de canal de retorno tem problemas em regiões com pouca densidade de televisores,
tornando difícil o acesso do telespectador à emissora. Outra desvantagem é a variação da taxa de
transmissão, que é altamente dependente do número de STB's conectados.
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PONTO DE ACESSO
O Ponto de Acesso é um gateway que conecta os telespectadores à emissora. Este serviço pode
até ser gratuito, dependendo dos interesses da emissora (propaganda, venda de produtos, etc.) em uma
determinada região. Neste caso, os custos de manutenção do ponto de acesso ficariam por conta da
emissora.
Como já foi dito, os STB's deverão ser capazes de realizar funções de roteamento (figura abaixo)
para identificar uma rota até o ponto de acesso, o que eleva os custos do receptor.
PONTO DE ACESSO
Figura 42: Set Top Box com funções de roteamento (aumento de custo)
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ANEXOS
I) MPEG-2
No padrão ISDB adotado no Brasil, a tecnologia MPEG-2 é utilizada na multiplexação dos dados.
Na codificação, será adotada uma versão mais recente, com melhores taxas de compressão, chamada
MPEG-4. De qualquer forma, será mostrado o esquema básico de um codificador MPEG-2, que servirá de
base para o entendimento do padrão MPEG-4.
I.1) Compressão
Com relação ao sinal de vídeo (parte 2 do padrão), o MPEG-2 suporta os dois padrões de
varredura: entrelaçada (utilizada em TV's mais antigas) e progressiva (utilizada em TV's mais modernas).
Com relação ao sinal de áudio (parte 7 do padrão), é utilizado o padrão MPEG AAC. Este padrão
suporta transmissões de áudio de mais de 2 canais. Tem melhor eficiência de banda quando comparado ao
MPEG-2 convencional, porém sua implementação é mais complexa. Também é necessário um hardware
mais poderoso para fazer a codificação/decodificação.
Tabelas de Quantização
Vetor de Movimento
Estimação de
Movimento Controle de Grupos de Quadro
Um truque utilizado para diminuir a taxa de dados é reduzir as duas matrizes de crominância. Isto é
possível porque o olho humano é mais sensível à intensidade do brilho do que à de cor. Por exemplo, a
representação 4:2:2 diz que 1/3 dos valores de crominância foram deletados. 4:2:0 indica que 1/2 dos
valores foram deletados. E a representação 4:4:4 indica que nenhum valor foi deletado. Desta maneira, é
possível escolher entre resolução e taxa de bits. As três opções são suportadas pelo MPEG-2. Esta função
é desempenhada pelo bloco Down Sample.
Segue abaixo um exemplo:
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Neste exemplo, a taxa de entrada no sistema foi reduzida de 3,27 Gbps para 1,863 Gbps, apenas
alterando os valores de crominância.
Transformada Discreta de Cosseno (DCT – Discrete Cosine Transform): tem a função de processar os
blocos de 8x8 pixels.
Codificação Entrópica: extrai toda informação redundante da imagem, reduzindo ainda mais a taxa de bits.
Para isso, pode utilizar diversos códigos, como exemplo: Run Length, Huffman, Zig-Zag, etc.
• I (Intra Codec Pictures): são codificados sem nenhuma dependência com os outros quadros.
Formam uma imagem completa, sendo referência para os quadros P e B. O uso dos quadros tipo
I facilita a inicialização da imagem quando ocorre uma mudança de canal no receptor. Ao
contrário dos quadros P e dos quadros B, os quadros I não dependem dos dados de quadros
precedentes ou seguintes.
• P (Predective Codec Pictures): são quadros preditivos. Possuem apenas as diferenças que
ocorreram no quadro anterior.
• B (Bidirectionally Predicted Pictures): são quadros bidirecionais. Além das diferenças em relação
ao quadro anterior, também informam as diferenças em relação ao quadro posterior.
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Buffer: controla a taxa de bits de saída e armazena quadros para a predição. Os pacotes são organizados
em 187 bytes de informação útil e 1 byte de sincronismo.
Na saída do compressor MPEG-2 a compressão de um vídeo HDTV ou quatro vídeos SDTV resulta
em taxas de aproximadamente 20 Mbps.
Como o sistema ISDB-T utiliza sistema de modulação com múltiplas portadoras (BST-OFDM), esta
taxa pode ser variável (até 20 Mbps), dependendo da qualidade de imagem ou da robustez que se deseja
na transmissão.
A descrição acima passa uma idéia de como ocorre a compressão MPEG-2. Porém, muitos
detalhes não foram mostrados, tais como: formatos de crominância, respostas às mudanças da cena,
códigos especiais que etiquetam as partes do bitstream, e assim por diante. A compressão MPEG-2 é um
processo complexo.
Em resumo, toda a informação redundante da cena é retirada e, assim, consegue-se uma
considerável redução na taxa de bits.
I.3) Multiplexação
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Tem como objetivo multiplexar os sinais de áudio e vídeo digitais, além do sinal de dados. Também
deve garantir que os dados estejam sincronizados na saída do MUX.
Além disso, o MPEG-2 oferece códigos de correção de erros que garantem a inteligibilidade dos
sinais recebidos. Ou seja, este padrão pode ser utilizado em meios de transmissão ruidosos.
Semelhante ao padrão ISO de redes, o MPEG-2 também é processado em camadas. Algumas
características da multiplexação MPEG-2 são mostradas abaixo:
Um exemplo de multiplexação são os dados que formam o EPG. Abaixo, são mostrados alguns
elementos importantes em um fluxo de transporte (Transport Stream).
Pacote
É a unidade básica de dados em uma transmissão. É formado por um byte de sincronismo (seu
valor é 0x47), seguido de três bits de flag e 13 bits PID. Depois vêm 4 bits de um contador contínuo.
Campos de informação adicional podem ser inseridos. Todos estes bits formam o cabeçalho, que servirá de
fonte de informações para o receptor. O restante do pacote é chamado payload (informação a ser
transmitida). Geralmente, estes pacotes possuem 188 bytes. Quando utilizamos o código Reed Solomon
para correção de erros, 16 bytes são inseridos ao pacote e este fica com 204 bytes.
PID
Todo ES de um fluxo de transporte é identificado por 13 bits PID. Um demultiplexador extrai os
pacotes do fluxo de transporte procurando os pacotes que contém o mesmo PID. Na maioria das
aplicações, será utilizado uma multiplexação por divisão de tempo.
Programas
Fluxo de transporte são grupos de um ou mais PID's relacionados. Estes grupos são chamados
programas. Por exemplo, um canal de TV Digital pode conter três programas diferentes. Suponha que estes
programas sejam um de vídeo, dois de áudio, além de dados. Um receptor que deseja sintonizar apenas um
canal em particular, decodifica apenas os pacotes que contém PID's associados a este canal, descartando
todos os pacotes que não contém estes PID's.
PAT
Program Association Table. A PAT lista os PID's para todos os PMT's do fluxo de dados. Pacotes
que contém informações PAT sempre contém PID 0x0.
PMT
Program Map Tables contém informações sobre programas. Para cada programa, existe uma PMT,
e a PMT de cada programa aparece no seu PID. As PMT's descrevem quais PID's contém informações
relevantes sobre o programa. Por exemplo, se um programa contiver um fluxo de vídeo MPEG-2, a PMT
listará este PID, descrevendo-o como fluxo de vídeo, e fornecerá o tipo de vídeo que o fluxo contém (neste
exemplo, MPEG-2). As PMT's também podem conter descrições adicionais provendo dados sobre a
constituição do fluxo.
PCR
Para ajudar o decodificador na apresentação de programas “on time”, na velocidade correta, e com
sincronização, os programas geralmente fornecem uma PCR (Program Clock Reference) dentro de um PID
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contido no programa.
Null Packets
Alguns esquemas de transmissão exigem uma taxa de fluxo constante. Para garantir este fluxo, os
multiplexadores podem inserir pacotes adicionais na informação. O PID 0x1FFF é reservado para este
propósito. O payload de pacotes nulos pode conter alguns ou todos os dados nulos, e o receptor
reconhecerá (através do PID) e descartará estes pacotes.
O AAC foi desenvolvido pelas empresas Dolby, Fraunhofer (FhG), AT&T, Sony e Nokia e foi
declarado um padrão de compressão de áudio em 1997. Está presente no MPEG-2 (parte 7) e no MPEG-4
(parte 3). O AAC é considerado uma evolução do MP3, pois consegue uma qualidade equivalente com uma
taxa de bits muito menor.
A codificação AAC trabalha da seguinte forma:
Este padrão fornece todos os tipos de freqüências de amostragem (entre 8 e 96 KHz), além de
trabalhar com qualquer número de canais de áudio (entre 1 e 48 canais). Os codificadores de AAC podem
comutar dinamicamente entre um único bloco de MDCT de 2048 pontos ou 8 blocos de 256 pontos.
Por definição, a janela de 2048 pontos é utilizada para melhorar a eficiência da codificação, por
apresentar uma melhor resolução de freqüência. Entretanto, se ocorrer algum problema, pode ser usada a
janela de 256 pontos, para uma melhor resolução temporal.
Dependendo do perfil de AAC e do codificador MP3, 96 Kbps AAC podem resultar quase na mesma
qualidade ou melhor do que quando utilizamos 128 Kbps MP3.
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aplicações de baixa e alta qualidade. Abaixo, segue um quadro comparativo de atrasos entre as
codificações mais utilizadas.
O AAC permite a colaboradores mais flexibilidade para projetar codecs que ofereçam uma
compressão mais eficiente comparada ao MP3.
II) MPEG-4
Foi introduzido no final de 1998 e é um padrão utilizado primeiramente na compressão de áudio e
vídeo, transformando os dados em sinais digitais. Este padrão é utilizado na web para distribuição de CD's,
videophone, entre inúmeras aplicações. Também poderá ser utilizado pelas emissoras de TV Digital, que se
beneficiarão da alta taxa de compressão de áudio (AAC, parte 3 do padrão) e vídeo (H.264, parte 10 do
padrão).
O MPEG-4 absorveu muitas características de seus antecessores (MPEG-1 e 2) adicionando várias
outras, tais como: VRML (Virtual Reality Modeling Language) que trabalha com objetos 3-D, suporte a
vários tipos de interatividade, entre outras melhorias. As características do padrão são de uso aberto, ou
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seja, os colaboradores individuais é que decidem quando e quais características utilizar. Isto significa que o
padrão pode ser “enxugado” para otimizar uma aplicação específica.
Muitas de suas funcionalidades vêm da divisão de tarefas. Enquanto um sistema cuida do
gerenciamento do fluxo e da descrição da cena, outro age no invólucro da tecnologia da fonte de
codificação.
O MPEG-4 tem a capacidade de entregar vídeos com qualidade de DVD (MPEG-2), com baixas
taxas de transmissão e arquivos menores. Além de comprimir os quadros da imagem (o que o MPEG-2 faz),
o MPEG-4 também compacta as informações de como estes quadros se sucedem.
A diferença entre o MPEG-1/2 e o MPEG-4 está também na codificação. A codificação MPEG-4 é
baseada em objetos, isto é, as cenas áudio-visuais são codificadas em termos de objetos. Um objeto pode
ser uma imagem ou um vídeo: um carro em movimento, uma fotografia de um cão. Também pode ser um
objeto de áudio: um instrumento de uma orquestra, um latido de um cão. A associação de um áudio e um
vídeo é chamado de objeto áudio-visual. Um novo conjunto de aplicações usará MPEG-4, tais como
videoconferência, comunicações móveis, acesso à vídeo de servidores remotos para aplicações
multimídias, jogos, etc. Atualmente, o grupo MPEG-4 está voltado para os trabalhos na televisão digital,
aplicações gráficas interativas e world wide web. O padrão MPEG-4 consiste de três camadas: Sistema,
Áudio (AAC) e Vídeo (H.264).
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Apesar de ser uma tecnologia mais cara que o MPEG-2 (em uma primeira análise), a utilização do
H.264 deve proporcionar aos radiodifusores uma maior capacidade de transmissão por unidade de capital
investido.
Com a utilização desta alta taxa de compressão, em um canal de 6 MHz podem ser alocados até 4
canais SDTV ou 2 canais HDTV, ou qualquer combinação equivalente, além de um canal LDTV.
Outro exemplo de utilização do H.264 são os DVD's de alta resolução: HD-DVD e Blu Ray DVD.
Este padrão já é utilizado no Japão em transmissões para receptores móveis. A tabela abaixo mostra
alguns exemplos de aplicação.
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Após a codificação o vídeo é encapsulado em unidades NAL e, além dos dados de vídeo cada
unidade contém um cabeçalho indicando o tipo de dado. Existem dois tipos de unidades NAL:
Um vídeo codificado é composto por uma seqüência de imagens codificadas. Cada imagem é
particionada em conjuntos de pixels de dimensão fixa, chamados Macroblocos. Cada macrobloco
representa uma região de 16x16 pixels de luminância Y e 8x8 pixels para cada componente de cor Cb e Cr.
Todo o processo de codificação é orientado a macroblocos. As amostras de um macrobloco são obtidas
através de predição espacial ou temporal e o resíduo da predição é transmitido após os processos de
transformada, quantização e codificação por entropia.
A organização dos macroblocos ocorre na forma de slices, representando regiões da imagem que
podem ser decodificadas de maneira independente. Isto possibilita um ganho na robustez do sistema. Cada
slice representa um ponto de sincronização, permitindo a reinicialização da decodificação. Esta
independência entre slices permite que eles sejam transmitidos de maneira arbitrária, utilizando a técnica
ASO (Arbitrary Slice Ordering). A forma de organização dos macroblocos também pode ser flexível,
utilizando FMO (Flexible Macroblock Ordering).
A robustez a erros também pode ser melhorada separando os conteúdos mais importantes do
processo de codificação (ex: vetores de movimento, tipos de macroblocos, etc.) dos menos importantes (ex:
coeficientes da transformada dos resíduos, etc.). A funcionalidade Data Partitioning permite que os
conteúdos possam ser encapsulados em unidades NAL segundo seu nível de importância.
Outro fator que melhora a robustez do sistema é a transmissão de trechos de vídeo codificado mais
de uma vez, chamados Redundant Slices.
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• Slice I (intra): todos os macroblocos de um slice I são codificados utilizando predição intra.
• Slice P (predicted): os macroblocos de um slice P podem ser codificados utilizando predição inter
ou intra. Cada predição inter pode utilizar somente uma imagem de referência.
• Slice B (Bi-Predictive): os macroblocos de um slice B podem ser codificados utilizando predição
inter ou intra. Cada predição inter pode utilizar até duas imagens de referência.
• Slice SP (Switching P): um slice tipo SP é codificado de forma a permitir a transição entre dois
streams de vídeo que representam a mesma seqüência, com qualidades diferentes, ou também
avançar ou retroceder em imagens de um mesmo stream, transmitindo menos informação que um
slice I.
• Slice SI (Switching I): um slice tipo SI representa o ponto de sincronismo para a transição entre
dois streams, diferindo do slice SP por apresentar todos os macroblocos codificados utilizando
predição intra.
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Na predição inter cada vetor de movimento é codificado a partir de sua predição, que utiliza vetores
das regiões vizinhas previamente codificados. Isto é possível devido à forte correlação existente entre
vetores de movimento de partições vizinhas. Na codificação, a predição de um vetor de movimento é
formada a partir de vetores previamente calculados. A diferença entre o vetor atual e o vetor resultante da
predição é codificada e transmitida.
As imagens utilizadas como referência pela predição inter são armazenadas em uma estrutura de
listas no DPB (Decoder Picture Buffer), que contem imagens anteriormente decodificadas. Na predição inter
em slices P, somente uma imagem de referência do DPB é utilizada na predição de um bloco MxN pixels.
Em slices B, é usada a média ponderada da estimação e compensação de movimento obtida por duas
imagens do DPB. Na predição inter as imagens contidas no DPB utilizadas como referência nem sempre
representam imagens temporalmente próximas. Assim, uma imagem pode ser obtida através da predição
com relação a uma imagem ocorrida 10 imagens antes ou depois na seqüência temporal do vídeo. Toda
vez que um quadro IDR (Instantaneous Decoder Refresh) é recebido o DPB é reinicializado.
A figura abaixo ilustra uma predição inter .
II.1.4) Transformada
Assim como no MPEG-2, o H.264 utiliza transformadas espaciais para codificar os resíduos da
predição. Além de utilizar uma aproximação inteira da DCT 8x8, o padrão faz uso de uma transformada 4x4
similar a DCT. O fato de utilizar transformadas com coeficientes inteiros faz com que o H.264 utilize menos
recursos computacionais, e garante a precisão da transformada inversa no decodificador.
II.1.5) Quantização
A quantização dos coeficientes da transformada é controlada pelo QP (Quantization Parameter).
Este parâmetro é responsável por controlar o compromisso entre qualidade da imagem reconstruída e a
taxa de bits de saída. Geralmente os coeficientes da quantização são reordenados e passam pelo
codificador por entropia.
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Ambas são adaptativas, baseadas em contexto e podem utilizar o código Exp-Golomb, que possui
uma estrutura simples. O uso de CAVLC ou CABAC aumenta o desempenho do H.264 em relação aos
padrões anteriores. A codificação baseada em CABAC é mais eficiente, porém seu custo computacional é
maior se comparada à codificação CAVLC.
Na decodificação o H.264 implementa um filtro redutor de efeitos de bloco. Este filtro é utilizado para
o efeito visual mais comum dos métodos de compressão atuais: os artefatos resultantes da descontinuidade
das bordas dos blocos. Sua atuação adaptativa reduz os efeitos de bloco, mantendo as arestas reais das
cenas representadas.
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Na codificação do quadro Fn, este é segmentado em slices, que por sua vez são segmentados em
macroblocos e blocos. Cada bloco é codificado usando as predições inter ou intra. Para cada bloco é
gerada uma predição P, obtida através das amostras previamente reconstruídas. No modo intra, P é obtida
por amostras uF’n previamente reconstruídas do mesmo slice. No modo inter, P é formada pela predição
com compensação de movimento usando 1 ou 2 quadros de referência selecionados das listas 0 ou 1,
dependendo se o slice é do tipo P ou B. O bloco ME representa estimação de movimento e o bloco MC
compensação de movimento, ambos utilizados na predição inter.
O quadro F’n-1, apesar de assim identificado, não representa o quadro de referência anteriormente
codificado. Este quadro de referência pode ser selecionado entre os vários quadros já codificados,
decodificados e reconstruídos, podendo assim representar quadros futuros ou passados na ordem temporal
de visualização do vídeo.
A predição P é subtraída do quadro Fn atual, gerando o resíduo Dn. A este resíduo é aplicado uma
transformada de bloco T, seguida da quantização Q. Os coeficientes X resultantes da quantização são
reordenados e passam por um Codificador por Entropia. A este fluxo de bits resultante são adicionadas
informações necessárias ao processo de decodificação. Tudo então é encapsulado pela camada rede
(NAL) para a transmissão.
O Conversor de Formatos e a Transformada de Cores são etapas de pré-processamento do
sinal de vídeo. O processo de quantização Q controla a taxa de saída (bit rate).
Parte do codificador implementa as mesmas etapas do decodificador. Isto ocorre porque o
decodificador necessita reconstruir cada quadro codificado, a fim de utilizá-lo como referência para a
codificação dos quadros seguintes.
Abaixo é mostrado o decodificador.
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-1
O processo de decodificação consiste em re-escalar os coeficientes X com a função Q . Depois é
-1
aplicada a transformada inversa T para reproduzir os resíduos do bloco D’n. A predição P é adicionada a
D’n, gerando uF’n, uma versão reconstruída do bloco codificado originalmente. Finalmente, um Filtro de
redução de efeitos de bloco é aplicado, resultando no quadro reconstruído.
II.1.9.1) QVGA
Quarter Video Graphics Array.
O nome QVGA vem do fato desta resolução oferecer 1/4 dos pontos existentes em uma tela VGA.
Normalmente é utilizado em dispositivos digitais portáteis, com pequenos displays. Cada quadro da
imagem possui 320x240 pixels se a relação de aspecto for 4:3, e 320x180 pixels se a relação de aspecto for
16:9.
A taxa de quadros é, tipicamente, 15 ou 30 fps.
II.1.9.2) SQVGA
Sub Quarter Video Graphics Array. Normalmente é utilizado em dispositivos portáteis, com telas
muito pequenas. Cada quadro da imagem possui 160x120 pixels no formato 4:3 ou 160x90 pixels no
formato 16:9.
II.1.9.3) CIF
Common Intermediate Format. Foi inicialmente utilizado para facilitar conversões entre os padrões
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Estas características, juntamente com tantas outras que não foram citadas, ajudam o H.264 a ter
uma performance muito superior aos padrões mais antigos (como o MPEG-2, por exemplo), sob uma
grande variedade de ambientes de aplicação (principalmente em aplicações móveis).
As tabelas abaixo mostram os perfis e níveis para este padrão.
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Quando um codec utiliza a técnica SBR, só a parte mais baixa do espectro é transmitida. A parte
alta (altas freqüências) é gerada pelo decoder SBR. Para reconstruir a parte alta do espectro, o decoder
SBR se baseia em análises feitas nas baixas freqüências transmitidas. Para melhorar a precisão desta
reconstrução, algumas informações de referência são transmitidas junto com as informações codificadas, a
uma baixa taxa de transmissão.
A técnica SBR pode melhorar o desempenho de um codec em até 30% (dependendo da
configuração).
Como resultado, a qualidade de áudio perceptível em baixas taxas de bit, por exemplo, 24 kbps,
incorporando Parametric Stereo é significativamente maior quando comparado ao mesmo áudio sem o PS.
III) DQPSK
Differential Quadrature Shift Keying. Tem a característica de transmitir suas informações na
diferença de fase entre o símbolo atual e o símbolo anterior. Este esquema faz uso de oito possíveis
pseudo-símbolos para carregar a informação de 2 bits, sendo que a cada transmissão apenas quatro deles
são usados, e na próxima transmissão, apenas os outros quatro símbolos podem ser utilizados. As
possíveis transições de fase entre símbolos são de ±(π/4) e ±(3π/4) como pode ser verificado na
constelação apresentada na figura abaixo. Desta maneira, temos duas constelações distintas dentro do
mesmo mapa, cada uma com quatro símbolos e que são utilizadas em tempos distintos e defasadas de π/4.
Sob esta análise, podemos afirmar que o mapeamento DQPSK é composto por oito pseudo-símbolos.
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O esquema proposto para mapeamento DQPSK é apresentado na figura abaixo. Sua função é
transformar uma seqüência serial de bits em dois fluxos distintos, identificados por I e Q, fase e quadradura,
respectivamente. Após a separação acontece o entrelaçamento, que nada mais é do que a introdução de
um atraso de 120 bits no canal Q em relação ao canal I, e ambos são transmitidos para o próximo bloco.
b0 b0’ Θj
b0, b1, …
b1 b1’
Ij-1 Ij
I
Qj-1 Qj
Q
O processo de mapeamento começa com a entrada dos bits no calculador de fase. Sua função é
converter 2 bits, sendo um do canal I e outro do canal Q, em uma fase, que é então inserida em um
deslocador de fase. Este estágio tem a função de somar a fase atual com a fase anterior, e como resposta
temos as diferentes fases no tempo, cada uma relacionada com os bits de entrada, e prontas para serem
encaminhadas ao próximo bloco.
IV) QPSK
Quadrature Phase Shift Keying. Seu esquema é semelhante ao DQPSK. A seqüência serial de bits
vindas do codificador interno é separada em dois canais paralelos denominados de canal I e canal Q, assim
como no DQPSK. O processo de entrelaçamento também é idêntico, inserindo um atraso de 120 bits no
canal Q em relação ao canal I. A diferença entre os dois sistemas é que o QPSK codifica os bits em fases
com referência à fase zero. O processo de divisão de canal e entrelaçamento é apresentado na figura
abaixo.
b0
I
b0, b1, …
b1 Q
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(1,0) (b0,b1)=(0,0)
(1,1) (0,1)
V) 16QAM
Quadrature Amplitude Modulation. Este esquema tem um processo de separação da seqüência de
bits e um processo de entrelaçamento um pouco diferentes dos esquemas apresentados anteriormente.
Enquanto no DQPSK e no QPSK a seqüência é separada em dois fluxos distintos, o 16QAM necessita de
quatro fluxos distintos, pois cada símbolo desta constelação é formado por 4 bits. Conseqüentemente, o
esquema de entrelaçamento para o mapeamento 16QAM é adaptado para inserir um atraso diferente em
cada um dos diferentes fluxos de informações, o que pode ser visto na figura abaixo.
b0
b1 I
b2
b0, b1, b2, b3 …
Q
b3
O 16QAM também é considerado um tipo de modulação coerente, sendo formado por 16 símbolos.
Diferente do QPSK, que se restringe a guardar apenas a informação de fase do símbolo, o 16QAM guarda
informações de fase e amplitude, simultaneamente. O mapa desta constelação é apresentado na figura
abaixo. Nesta constelação podemos observar símbolos com amplitudes distintas e fases iguais, e também
símbolos com amplitudes iguais e fases distintas.
(nível correspondente a b1,b3)
VI) 64QAM
Quadrature Amplitude Modulation. É muito semelhante ao 16QAM. A diferença entre eles está no
número de bits que compõem cada símbolo, e conseqüentemente o número de símbolos que compõem
cada constelação. Desta forma, o processo de separação do fluxo serial de bits e o processo de
mapeamento também devem ser adaptados para suportar esta mudança. Em uma constelação de 64
símbolos, são necessários 6 bits para representar cada símbolo, e conseqüentemente a seqüência serial
será divida em seis fluxos independentes. No entrelaçamento, os atrasos são inseridos proporcionalmente
aos fluxos, conforme mostrado na figura abaixo.
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b0
b1 I
b2
b3
b0, b1, b2, b3, b4, b5 …
b4
Q
b5
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Estes 13 segmentos podem ser arranjados em até três diferentes grupos, denominados camadas.
Estas camadas são configuradas no início de cada transmissão. É possível transmitir uma, duas ou três
camadas e, os segmentos contidos em cada camada terão necessariamente a mesma configuração. Desta
maneira, receptores diferentes (faixa larga e faixa estreita) podem receber o sinal. Esta característica é
chamada Transmissão Hierárquica.
A figura abaixo mostra uma análise no domínio da freqüência das múltiplas portadoras OFDM.
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Pela figura acima, podemos observar que, quando as sub-portadoras são ortogonais entre si, no
momento de decisão do receptor, não existe interferência. Ou seja, no momento em que uma sub-portadora
está com máxima amplitude, todas as outras, sem exceção, estão zeradas.
Um sinal OFDM em banda base é a soma de várias sub-portadoras ortogonais, com os dados de
cada uma sendo independentemente modulados utilizando alguma forma de QAM ou PSK (dependendo
das condições do canal). Este sinal em banda base é utilizado para modular uma portadora principal,
utilizada para transmissão via rádio-freqüência.
A modulação e demodulação OFDM geralmente são implementadas através de uma FFT (Fast
Fourier Transform). Apesar de sua implementação ser um pouco mais complexa, COFDM possui um ótimo
desempenho em canais com condições realmente extremas (como exemplo, receptores móveis).
A modulação COFDM também é uma modulação adaptativa. Isto quer dizer que, quando as
condições do canal pioram, o transmissor pode optar por uma técnica de modulação na sub-portadora
(mudar de 64QAM para 16QAM, por exemplo) mais eficiente em condições de ruído.
Combinando OFDM com técnicas de correção de erro, equalização adaptativa, modulação
reconfigurável e divisão em 13 segmentos, temos a modulação BST-OFDM com as seguintes propriedades:
Quando ocorre um fading de multipercurso apenas algumas portadoras são atingidas, garantindo
que a grande maioria delas chegue ao receptor.
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Os sistemas BST-OFDM podem utilizar algumas sub-portadoras para carregar um sinal piloto,
utilizado para sincronização dos receptores.
Em transmissões abrangentes, os receptores podem se beneficiar pela recepção simultânea de
sinais vindos de vários transmissores, pois a ocorrência de interferências destrutivas será limitada a um
número limitado de sub-portadoras, enquanto as demais terão interferências construtivas. Esta
característica é bastante interessante quando se pensa em utilizar redes SNF para otimização do espectro
disponível.
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s(t)
Este tempo de guarda impede que versões atrasadas dos símbolos transmitidos interfiram no
símbolo desejado. O tempo de guarda nada mais é do que a réplica de um pedaço do final do símbolo
OFDM inserido no começo deste símbolo. Desta forma, qualquer sinal que chegue a interferir neste
“pedaço” do símbolo, é descartado.
Portanto, na figura 73, nas áreas de cobertura de uma antena, o sinal é recebido normalmente. Nas
áreas de intersecção das coberturas das antenas, o sinal mais forte é tratado como principal e os demais
são tratados como interferências e são descartados pelos receptores. Esta característica permite o re-uso
de freqüências (economizando o espectro disponível).
Podemos observar que o sincronismo entre as estações deve sempre ser mantido para garantir o
uso do intervalo de guarda. Este sincronismo pode ser feito através de um satélite, como mostra a figura
abaixo:
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e PBTVD;
Nota:
• Os critérios definidos são aplicáveis aos três sistemas de transmissão terrestre de televisão digital
recomendados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) – ATSC, DVB-T e ISDB-T.
• Faixa baixa de VHF: canais 2 ao 6 - não considerados devido à ineficiência técnica dessa faixa de
freqüência para a utilização na transmissão digital de sinais de televisão;
• Faixa alta de VHF: canais 7 ao 13 - considerados, entretanto, esses canais deverão ser excluídos
proximamente;
• Faixa de UHF: canais 14 ao 59.
Notas:
• O uso da faixa de freqüências ocupada pelos canais 60 ao 69, hoje destinados ao serviço de repetição de
sinais de televisão – RpTV, está em avaliação;
• Os canais digitais não sofrem interferências de canais ‘Taboos’, mas podem interferir nos canais ‘Taboos’
analógicos;
• A utilização de canais digitais adjacentes na mesma localidade é possível desde que instalados em
distância inferior a 2 km.
• As estações digitais obedecem à mesma classificação das estações analógicas, porém, com
potência 20 vezes menor.
Nota:
• Utilização dos procedimentos constantes da Recomendação ITU-R P. 1546, aprovada pela União
Internacional de Telecomunicações – UIT, em substituição às curvas de propagação do FCC, que vinham
sendo utilizadas.
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• Anexo I: 1802 canais em 279 localidades, cuja distribuição independe da técnica de modulação adotada;
• Anexo II: 91 canais em 27 localidades, que passarão a integrar o PBTVD caso a técnica de modulação de
transmissão possibilite o reuso de freqüência em áreas adjacentes ou parcialmente superpostas;
• Anexo III: 91 canais para as mesmas localidades do anexo II, na impossibilidade do reuso de freqüência
(deverão ser excluídos em virtude da adoção do padrão de sinais do ISDB-T, por meio do Decreto nº.
5.820, de 29 de junho de 2006);
• Anexo IV: relação de canais analógicos constantes do PBTV e PBRTV cujo pareamento está coberto pelo
PBTVD;
• Exclusão, do PBTVD, do Anexo III da Resolução Anatel nº. 407/2005, devido à escolha da modulação
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Figura 79: Distribuição de canais de TV para São Paulo/SP (Consulta Pública nº. 730)
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