Aula 02 - Dimensionamento de Peças Fletidas - 2021.2

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Estrutura de Madeira

Prof.: Ivan Santos Dortas


Engenheiro Civil
Especialista em Estruturas de Concreto Armado e Fundações
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Resistência Média

• As propriedades mecânicas da madeira podem ser empregadas no projeto com valores


característicos ou médios.

• O valor médio Xm de uma propriedade da madeira é determinado pela média aritmética dos
valores correspondentes aos elementos que compõem o lote de material considerado.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Resistência Característica

• O valor característico tem um limite inferior (Xk,inf) e outro superior (Xk,sup).


• O valor característico inferior Xk,inf, menor que o valor médio, é o valor que tem apenas 5%
de probabilidade de não ser atingido em um dado lote de material.
• O valor característico superior, Xk,sup, maior que o valor médio, é o valor que tem apenas 5%
de probabilidade de ser ultrapassado em um dado lote de material.
• Para fins estruturais é tomado o menor valor característico dentre os dois valores (Xk =
Xk,inf). Assim, para Resistência e Elasticidade, usa-se, de modo geral, o fk = fk,inf.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Resistência Característica

A obtenção da Resistência Característica (fk) com base nos


valores médios (fm) pode ser feita a partir de uma
distribuição de probabilidades do tipo normal, por relações
estatísticas.
• Para Resistência a esforços normais (compressão, tração e 𝑓𝑘,12 = 0,70 𝑥 𝑓𝑚,12
embutimento), a relação é dada por:
• Para Resistência a esforços tangenciais (cisalhamento), a
𝑓𝑘,12 = 0,54 𝑥 𝑓𝑚,12
relação é dada por:
Sendo fm,12 o valor médio da resistência com a umidade
padrão de 12%.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Resistência Característica

• Os valores de cálculo das resistências são obtidos a partir do valor característico e são
dados pela expressão:

𝑓𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 𝑥 𝑓𝑘 Τ𝛾𝑤

Onde:
• w é o coeficiente de minoração das propriedades da madeira (Coef. de segurança).
• kmod é o coeficiente de modificação, que leva em conta influências não consideradas por
w.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficiente de Segurança w:

• O coeficiente de segurança para a madeira w é dado em função dos tipos de esforços.


• Os coeficientes de segurança nos estados limites últimos, de acordo com a solicitação são:

𝛄𝐰𝐜 = 𝟏, 𝟒 (para esforços de 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨)


𝛄𝐰𝐭 = 𝟏, 𝟖 (para esforços de 𝐭𝐫𝐚çã𝐨)
𝛄𝐰𝐯 = 𝟏, 𝟖 (para esforços de 𝐜𝐢𝐬𝐚𝐥𝐡𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨)

• Nos estados limites de utilização, os coeficientes de ponderação possuem o valor básico de


w = 1,0.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficientes de Modificação (kmod):

• Os coeficientes de modificação kmod afetam os valores de cálculo das propriedades da


madeira em função da classe de carregamento da estrutura, da classe de umidade admitida,
e do eventual emprego de madeira de segunda qualidade.
• O coeficiente de modificação kmod é formado pelo produto:

𝑘𝑚𝑜𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑,1 𝑥 𝑘𝑚𝑜𝑑,2 𝑥 𝑘𝑚𝑜𝑑,3


1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficiente Parcial de Modificação kmod,1:

• O coeficiente parcial de modificação kmod,1, que leva em conta a classe de carregamento e


o tipo de material empregado, é dado pela tabela 10.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficiente Parcial de Modificação kmod,2:

• O coeficiente parcial de modificação kmod,2, que leva em conta a classe de umidade e o


tipo de material empregado, é dado pela tabela 11.

• Classes de Umidade (1) e (2): São adotados para locais com Umidade relativa ambiente
(Uamb)  75%.
• Classes de Umidade (3) e (4): São adotados para locais com Umidade relativa ambiente
(Uamb) > 75%.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficiente Parcial de Modificação kmod,2:

• O clima no Estado de Sergipe é dividido em três regiões distintas:


- A região tropical úmida ao longo da costa (Leste) é caracterizada por uma umidade relativa
alta (média anual de 80%).
- A região tropical sub-úmida ou a região intermediária mais seca (Agreste) é caracterizada
por uma umidade relativa média mais baixa que a região tropical úmida, aproximadamente
70%.
- A região semi-árida no interior do estado de Sergipe (Semi-árido) é consideravelmente mais
seca que a região do litoral, a umidade relativa sendo mais baixa que nas outras regiões
com uma média de 65%.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficiente Parcial de Modificação kmod,3:

• O coeficiente parcial de modificação kmod,3 leva em conta a qualidade da madeira quanto a


presença de defeitos, em função da categoria da madeira utilizada: primeira categoria ou
segunda categoria.
• A condição de madeira de primeira categoria somente pode ser admitida se todas as peças
estruturais forem classificadas como isentas de defeitos, por meio de método visual
normalizado, e também submetidas a uma classificação mecânica que garanta a
homogeneidade da rigidez das peças que compõem o lote de madeira a ser empregado. Não
se permite classificar as madeiras como de primeira categoria apenas por meio de método
visual de classificação.
• Todas as outras madeiras são consideradas de segunda categoria.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Coeficiente Parcial de Modificação kmod,3:

• Para Dicotiledôneas:
- No caso de madeira de segunda categoria, admite-se kmod,3 = 0,8;
- E no caso de primeira categoria, kmod,3 = 1,0.

• Para coníferas:
- Independente da categoria, sempre deve ser tomado o valor de kmod,3 = 0,8, a fim de se
levar em conta o risco da presença de nós de madeira não detectáveis pela inspeção visual.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Módulo de Elasticidade Efetivo

• No projeto estrutural, nas verificações de segurança que dependem da rigidez da madeira, o


módulo de elasticidade deve ser tomado com o valor efetivo.

- Módulo de Elasticidade Longitudinal Efetivo (Ec0,ef):

𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝑘𝑚𝑜𝑑,1 𝑥 𝑘𝑚𝑜𝑑,2 𝑥 𝑘𝑚𝑜𝑑,3 𝑥 𝐸𝑐0,𝑚


1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Dimensionamento Estrutural

• Peças fletidas são peças solicitadas por esforços de flexão.


• Acontecem na maioria das peças estruturais disponíveis, tais como, em terças, ripas e
caibros de telhados, etc. Mesmo em barras das chamadas treliças existem o efeito de flexão,
que usualmente é desconsiderado.
• Esforços de Flexão
- Seja um elemento linear que apresenta a característica de possuir uma das dimensões
(comprimento) muito maior do que as outras duas (dimensões da seção transversal); a linha
que une o centro de gravidade de todas as seções transversais constitui-se no eixo
longitudinal da peça, e o mesmo está submetido a cargas perpendiculares ao seu eixo.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Dimensionamento Estrutural

- Este elemento desenvolve em suas seções transversais solicitações de Momento Fletor (M)
e Esforço Cortante (V ou Q).
- O Momento Fletor é responsável pela Flexão e o Esforço Cortante é responsável pelo
Cisalhamento da peça; e ambos devem ser considerados na verificação das peças.
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Dimensionamento Estrutural

- Uma barra de seção transversal retangular pode sofrer esforços de flexão por forças
atuantes em um plano que passa por um dos eixos centrais de inércia da seção (ou x ou y).
Essa situação é denominada Flexão Simples (exemplos 1 e 2).

Exemplo 1 Exemplo 2
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Dimensionamento Estrutural

Exemplo 3

- É comum acontecer numa mesma seção


transversal efeitos de flexão em duas direções
perpendiculares entre si, ou seja, o plano no qual
as forças atuam não passa por nenhum eixo
central, ou seja, ele é inclinado em relação aos
eixos principais centrais de inércia da seção. É o
caso da chamada Flexão Oblíqua (exemplo 3).
1. Dimensionamento de Peças de Madeiras Fletidas
Dimensionamento Estrutural

- Também podem acontecer efeitos de flexão combinados com solicitações normais,


ocorrendo a chamada Flexão Composta, tendo-se então o caso de Flexocompressão (flexão
+ esforços normais negativos) ou de Flexo-tração (flexão + esforços normais positivos).

• INDICAÇÕES MOMENTO DE INÉRCIA


2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE ÚLTIMO: VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES DE FLEXÃO


- Segundo a NBR 7190/97 (item 7.3.4), nas seções submetidas a momento fletor cujo plano
de ação não contém um de seus eixos centrais de inércia (Flexão Oblíqua), a condição de
segurança é expressa pela mais rigorosa das duas condições seguintes, tanto em relação às
tensões de tração quanto às de compressão:

𝜎𝑀𝑥,𝑑 𝜎𝑀𝑦,𝑑 𝜎𝑀𝑥,𝑑 𝜎𝑀𝑦,𝑑


+ 𝑘𝑀 ≤1 𝑘𝑀 + ≤1
𝑓𝑤𝑑 𝑓𝑤𝑑 𝑓𝑤𝑑 𝑓𝑤𝑑
2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

- 𝝈𝑴𝒙,𝒅 e 𝝈𝑴𝒚,𝒅 são as tensões máximas admissíveis devidas às componentes de flexão


atuantes segundo as direções principais.

𝜎𝑀𝑥,𝑑 = 𝑀𝑥,𝑑 Τ𝑊𝑥 𝜎𝑀𝑦,𝑑 = 𝑀𝑦,𝑑 Τ𝑊𝑦

- Mx,d e My,d são os momentos máximos de cálculo.


- Wx e Wy são os módulos resistentes das peças em relação aos eixos centrais de inércia da
seção, sendo a razão entre o momento de inércia relativo ao eixo que passa pelo CG da peça
e a distância máxima entre o eixo e a extremidade da seção estudada.
2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

- Para Seções Retangulares, pode-se, obter os Módulos Resistentes utilizando as expressões:

𝑊𝑥 = (𝑏 2 𝑥 𝑑)Τ6 𝑊𝑦 = (𝑏 𝑥 𝑑²)Τ6

- fwd é a respectiva resistência de cálculo, de tração ou de compressão conforme a borda


verificada.
- Na verificação da borda comprimida: fwd = fc0,d.
- Na verificação da borda tracionada: fwd = ft0,d.

𝑓𝑐0,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 𝑥 𝑓𝑘,𝑐0 Τ𝛾𝑤𝑐 𝑓𝑡0,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 𝑥 𝑓𝑘,𝑡0 Τ𝛾𝑤𝑡


2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

- kM é o coeficiente de correção correspondente à forma geométrica da seção transversal


considerada.

Para seções retangulares: kM = 0,5.

Para outras seções transversais: kM = 1,0.


2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

• Verificação para a Flexão Oblíqua em relação às Tensões de Compressão:

𝜎𝑀𝑥,𝑑 𝜎𝑀𝑦,𝑑 𝜎𝑀𝑥,𝑑 𝜎𝑀𝑦,𝑑


+ 𝑘𝑀 ≤1 𝑘𝑀 + ≤1
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑
2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

• Verificação para a Flexão Oblíqua em relação às Tensões de Tração:

𝜎𝑀𝑥,𝑑 𝜎𝑀𝑦,𝑑 𝜎𝑀𝑥,𝑑 𝜎𝑀𝑦,𝑑


+ 𝑘𝑀 ≤1 𝑘𝑀 + ≤1
𝑓𝑡0,𝑑 𝑓𝑡0,𝑑 𝑓𝑡0,𝑑 𝑓𝑡0,𝑑
2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

• ATENÇÃO:

- Se as condições de segurança expressas pela norma forem atendidas, tanto em relação às


tensões de tração quanto às de compressão, a seção da peça de madeira adotada suporta
esses esforços solicitantes.

- Caso as condições de segurança não sejam atendidas, deve-se redimensionar a seção da


peça de madeira e/ou substituir a madeira utilizada, e refazer as verificações.
2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE ÚLTIMO: VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES DE CISALHAMENTO


- Segundo a NBR 7190/97 (item 7.4.1), nas seções submetidas à flexão com força cortante, a
condição de segurança em relação às tensões tangenciais é expressa por:

𝜏𝑥,𝑑 + 𝜏𝑦,𝑑 ≤ 𝑓𝑣0,𝑑

− x,d e y,d são as tensões máximas de cisalhamento atuando no ponto mais solicitado da
peça, segundo as direções principais.
2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

- Para peças de seção transversal retangular, de largura b e altura h, tem-se:

𝜏𝑥,𝑑 = (3 𝑥 𝑉𝑥,𝑑 )Τ(2 𝑥 𝑏 𝑥 ℎ) 𝜏𝑦,𝑑 = (3 𝑥 𝑉𝑦,𝑑 )Τ(2 𝑥 𝑏 𝑥 ℎ)

- Vx,d e Vy,d são os cortantes máximos de cálculo.


- fv0,d é a respectiva resistência de cálculo ao cisalhamento paralelo às fibras.

𝑓𝑣0,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 𝑥 𝑓𝑘,𝑣0 Τ𝛾𝑤𝑣


2. Dimensionamento de Peças à Flexão Oblíqua
Dimensionamento Estrutural

• ATENÇÃO:

- Se as condições de segurança expressas pela norma forem atendidas, em relação às


tensões de cisalhamento, a seção da peça de madeira adotada suporta esses esforços
solicitantes.

- Caso as condições de segurança não sejam atendidas, deve-se redimensionar a seção da


peça de madeira e/ou substituir a madeira utilizada, e refazer as verificações.
3. Dimensionamento de Peças à Flexão Composta
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE ÚLTIMO: VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES DE FLEXO-COMPRESSÃO COMPOSTA


- Segundo a NBR 7190/97, nas seções submetidas à Flexo-Compressão Composta (flexão +
esforço normal negativo), a condição de segurança é expressa pela seguinte condição,
aplicadas ao ponto mais solicitado da borda mais comprimida, considerando-se uma
função quadrática para a influência das tensões devidas à força normal de compressão:

2
𝜎𝑁𝑐,𝑑 𝜎𝑀,𝑑
+ ≤1
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑
3. Dimensionamento de Peças à Flexão Composta
Dimensionamento Estrutural

− Nc,d é o valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força
normal de compressão.

𝜎𝑁𝑐,𝑑 = 𝑁𝑐,𝑑 Τ𝐴

- Nc,d é a força normal de cálculo de compressão a que a peça está sujeita, correspondente a
força normal máxima de compressão.
- A é a área da seção transversal da peça.
- Os demais símbolos têm os mesmos significados vistos no dimensionamento de flexão
oblíqua.
3. Dimensionamento de Peças à Flexão Composta
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE ÚLTIMO: VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES DE FLEXO-TRAÇÃO COMPOSTA


- Segundo a NBR 7190/97, nas seções submetidas à Flexo-Tração Composta (flexão + esforço
normal positivo), a condição de segurança é expressa pela seguinte condição, aplicadas ao
ponto mais solicitado da borda mais tracionada, considerando-se uma função linear para a
influência das tensões devidas à força normal de tração:

𝜎𝑁𝑡,𝑑 𝜎𝑀,𝑑
+ ≤1
𝑓𝑡0,𝑑 𝑓𝑡0,𝑑
3. Dimensionamento de Peças à Flexão Composta
Dimensionamento Estrutural

− Nc,d é o valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força
normal de tração.

𝜎𝑁𝑡,𝑑 = 𝑁𝑡,𝑑 Τ𝐴

- Nt,d é a força normal de cálculo de tração a que a peça está sujeita, correspondente a força
normal máxima de tração.
- A é a área da seção transversal da peça.
- Os demais símbolos têm os mesmos significados vistos no dimensionamento de flexão
oblíqua.
3. Dimensionamento de Peças à Flexão Composta
Dimensionamento Estrutural

• ATENÇÃO:

- Se as condições de segurança expressas pela norma forem atendidas, tanto em relação à


flexo-tração e à flexo-compressão, a seção da peça de madeira adotada suporta esses
esforços solicitantes.

- Caso as condições de segurança não sejam atendidas, deve-se redimensionar a seção da


peça de madeira e/ou substituir a madeira utilizada, e refazer as verificações.
3. Dimensionamento de Peças à Flexão Composta
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE ÚLTIMO: VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES DE CISALHAMENTO


- Segundo a NBR 7190/97 (item 7.4.1), nas seções submetidas à flexão com força cortante, a
condição de segurança em relação às tensões tangenciais é expressa por:

𝜏𝑑 ≤ 𝑓𝑣0,𝑑

− d é a tensão máxima de cisalhamento atuando no ponto mais solicitado da peça, segundo


as direções principais.
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO: VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS


- Denomina-se flecha, ou deslocamento vertical (), o deslocamento perpendicular a seu eixo,
provocado pela aplicação de uma carga. A curva na qual se transforma o eixo da viga,
inicialmente reto, recebe o nome de linha elástica.
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO: VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS


- Equação de deslocamento máximo (máx), para peças bi-apoiadas com carga concentrada
no meio do vão:
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural

• ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO: VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS


- Equação de deslocamento máximo (máx), para peças bi-apoiadas com carga
uniformemente distribuída:
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural

- Segundo a NBR 7190/97 (item 9.2), a menos que haja restrições especiais impostas por
normas particulares ou pelo proprietário da construção, a verificação da segurança em
relação aos estados limites de deformações deve ser feita como indicado a seguir:

• Deformações limites para as construções correntes:


- Deve ser verificada a segurança em relação ao estado limite de deformações excessivas que
possam afetar a utilização normal da construção ou seu aspecto estético, considerando
apenas as combinações de ações de longa duração, levando-se em conta a rigidez efetiva
definida pelo módulo de elasticidade Ec0,ef.
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural

- A flecha efetiva ef, determinada pela soma das parcelas das flechas devidas à carga
permanente (G) e à carga acidental (Q), não pode superar 1/200 dos vãos, nem 1/100 do
comprimento dos balanços correspondentes.

- Nos casos de flexão oblíqua, os limites anteriores de flechas podem ser verificados
isoladamente para cada um dos planos principais de flexão (eixo x e y).
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural
• Verificação da Flecha Admissível para Flexão Oblíqua
𝑣𝑒𝑓,𝑥 = (𝑣𝐺𝑥 + 𝑣𝑄𝑥 ) ≤ 𝐿Τ200 𝑣𝑒𝑓,𝑦 = (𝑣𝐺𝑦 + 𝑣𝑄𝑦 ) ≤ 𝐿Τ200
𝑣𝐺𝑥 = (5 𝑥 𝐺𝑥 𝑥 𝐿4 )ൗ(384 𝑥 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝑥𝐼𝑥 ) 𝑣𝑄𝑥 = (𝑄𝑥 𝑥 𝐿3 )ൗ(48 𝑥 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝑥𝐼𝑥 )

𝑣𝐺𝑦 = (5 𝑥 𝐺𝑦 𝑥 𝐿4 )ൗ(384 𝑥 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝑥𝐼𝑦 ) 𝑣𝑄𝑦 = (𝑄𝑦 𝑥 𝐿3 )ൗ(48 𝑥 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝑥𝐼𝑦 )


• Onde: 𝐆𝐱 é a 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐚𝐧𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐧𝐨 𝐞𝐢𝐱𝐨 "𝐱"
- 𝐆𝐲 é a 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐚𝐧𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐧𝐨 𝐞𝐢𝐱𝐨 "𝐲"
- 𝐐𝐱 é a 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐚𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐚𝐥 𝐧𝐨 𝐞𝐢𝐱𝐨 "𝐱"
- 𝐐𝐲 é a 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐚𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐚𝐥 𝐧𝐨 𝐞𝐢𝐱𝐨 "𝐲"
- L é o 𝐯ã𝐨 𝐭𝐞ó𝐫𝐢𝐜𝐨
- 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 é o 𝐌ó𝐝𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐄𝐥𝐚𝐬𝐭𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐋𝐨𝐧𝐠𝐢𝐭𝐮𝐝𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐄𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐨
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural
• Verificação da Flecha Admissível para Flexão Composta

𝑣𝑒𝑓 = (𝑣𝐺 + 𝑣𝑄 ) ≤ 𝐿Τ200

𝑣𝐺 = (5 𝑥 𝐺 𝑥 𝐿4 )ൗ(384 𝑥 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝑥𝐼) 𝑣𝑄 = (𝑄 𝑥 𝐿3 )ൗ(48 𝑥 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝑥𝐼)

• Onde:
- 𝐆 é a 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐚𝐧𝐞𝐧𝐭𝐞
- 𝐐 é a 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐚𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐚𝐥
- L é o 𝐯ã𝐨 𝐭𝐞ó𝐫𝐢𝐜𝐨
- 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 é o 𝐌ó𝐝𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐄𝐥𝐚𝐬𝐭𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐋𝐨𝐧𝐠𝐢𝐭𝐮𝐝𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐄𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐨
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Dimensionamento Estrutural

• ATENÇÃO:

- Se as condições de segurança expressas pela norma forem atendidas, em relação às


deformações excessivas, a seção da peça de madeira adotada não afeta a utilização normal
da construção.

- Caso as condições de segurança não sejam atendidas, deve-se redimensionar a seção da


peça de madeira e/ou substituir a madeira utilizada, e refazer as verificações.
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Exemplo 01

• Verificar se a viga de madeira abaixo passa nas verificações de estado limite último e de
serviço.
- Dados:
- Qx = 24 kgf Mx,d = 61,13 kgf.m
- Qy = 97 kgf My,d = 245,22 kgf.m
- Gx = 24 kgf/m Vx,d = 66,25 kgf
- Gy = 96 kgf/m Vy,d = 265,72 kgf
- Seção - 5x15 cm Carregamento Permanente
- L – 3,00 m Cidade: Aracaju/SE
- Madeira Massaranduba Madeira de Primeira Categoria
4. Dimensionamento de Peças à Flexão
Exemplo 02

• Verificar se o caibro de madeira abaixo passa nas verificações de estado limite último e de
serviço.
- Dados:
- Q = 100 kgf M,d = 52,58 kgf.m
- G = 31,35 kgf/m N,d = 23,84 kgf
- Seção - 5x5 cm V,d = 95,34 kgf
- L – 1,20 m Carregamento Longa Duração
- Madeira Ipê Cidade: Brasília/DF
- Madeira de Primeira Categoria

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