CTB Artigo 281
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CTB Artigo 281
Defesa
GUSTAVO FONSECA 1 DE JUNHO DE 2021 55 COMMENTS CÓDIGO DE TRÂNSITO
BRASILEIRO
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Você já ouviu falar do art. 281 do Código de Trânsito Brasileiro? Para quem deseja
recorrer de uma multa de trânisto, conhecer esse artigo é muito importante. O art.
281 trata sobre elementos fundamentais para a aplicação de uma penalidade. Neste
artigo, veremos mais sobre esse artigo do CTB.
Acompanhe a leitura do artigo até o final para entender!
O artigo 281 do CTB, o Código de Trânsito Brasileiro, é o primeiro da Seção II, que
diz respeito ao julgamento das autuações e penalidades.
Afinal, todo brasileiro tem direito à ampla defesa, e no caso das multas de trânsito
isso não é diferente.
Isso quer dizer que, antes de uma penalidade ser aplicada ao condutor que cometeu
uma infração, ele terá a oportunidade de se defender.
Desse modo, a partir da autuação se inicia um processo que aqueles que não são
familiarizados com a área do Direito julgam complexo.
A verdade é que em um país tão grande quanto o Brasil, com tantos veículos
trafegando pelas vias públicas, não é conveniente simplificar as coisas. Se a
burocracia demais atrapalha, nenhuma burocracia é a porta para o caos.
Por isso que os dispositivos do artigo 281 do CTB em diante são muito importantes.
Neles, são estabelecidos os procedimentos que a autoridade de trânsito deve seguir
para dar andamento ao processo.
Com tantos textos auxiliares, o que parecia difícil fica ainda mais complicado. Mas é
apenas uma questão de ter familiaridade com a legislação brasileira.
Exatamente por esse motivo é que sempre recomendamos contar com uma equipe
especializada e com ampla experiência na hora de recorrer.
Afinal, se o órgão de trânsito pune o motorista por não respeitar as regras, por que a
punição deve ir adiante no caso de o mesmo órgão também estar em desacordo com
a lei?
Nesse texto, você vai entender perfeitamente qual o impacto que o artigo 281 do
CTB terá na sua defesa.
O Que Diz o Código de Trânsito Brasileiro Sobre o Artigo 281
Em seu parágrafo único, incisos I e II, o artigo ainda descreve que o auto de infração
será arquivado e o seu registro será julgado insubsistente em duas situações:
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Você pode estar pensando “como um artigo tão simples tem todo aquele significado
atribuído no início desse texto?”.
Isso é muito comum no universo das leis, algo parecer simples e insignificante mas,
na verdade, ter grande importância. Às vezes uma pequena palavra pode mudar
tudo.
Artigo 281 do CTB: Entenda de Forma Simples
Vamos analisar, agora, cada um desses dois incisos para que você entenda melhor
quais as implicações do artigo 281 do CTB.
O primeiro diz que o auto de infração será arquivado caso ele seja considerado
inconsistente ou irregular.
Mas o que é o auto de infração? A resposta está logo acima do artigo 281 do CTB, no
artigo 280.
Ele diz que, havendo uma infração prevista na legislação de trânsito, o auto
de infração será lavrado (firmado, estabelecido por escrito) e deverá conter
as seguintes informações:
Tipificação da infração;
Local, data e hora do cometimento da infração;
Caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros
elementos julgados necessários à sua identificação;
O prontuário do condutor, sempre que possível;
Identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou
equipamento que comprovar a infração;
Assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação
do cometimento da infração.
Assim, a chave para entender o inciso I do artigo 281 do CTB é definir em que
circunstâncias o auto de infração pode ser considerado “inconsistente ou irregular”.
Os tais dados mínimos são os que acabamos de ver acima. A novidade da resolução é
que ela acrescenta a “regulamentação específica” como outra fonte onde constam
informações obrigatórias no auto.
A segunda situação prevista no artigo 281 do CTB em que o auto de infração deve ser
arquivado e seu registro julgado insubsistente é quando a notificação da
autuação não for expedida em um prazo máximo de 30 dias.
Isso quer dizer que é possível cancelar a multa caso o órgão de trânsito não expeça a
notificação no prazo estabelecido.
Mas como saber se a notificação chegou dentro do prazo? O que conta é a data de
expedição, e não a data em que a infração foi cometida.
Ao receber a notificação pelo correio, então, você precisa conferir a data em que ela
foi expedida.
O artigo 4º também diz que o órgão de trânsito tem 30 dias, a partir da data em que a
infração foi cometida, para expedir a notificação.
Voltando ao artigo 280 do CTB, vale lembrar que, segundo o inciso VI, a assinatura
do infrator “vale como notificação do cometimento da infração”.
O que pode concluir disso é que, em uma multa com abordagem, se você assinou o
auto de infração o órgão de trânsito está dispensado de expedir a notificação.
Exemplos
O detalhe é que ele não trafegou pela rodovia em questão no dia em que a infração
foi cometida. O que aconteceu é que a foto tirada pelo radar era de um outro veículo.
As placas são diferentes em apenas um número, que foi mal reconhecido na hora de
lavrar o auto de infração.
Nesse caso, o que ajuda é que são dois veículos da mesma marca, porém modelos
diferentes. Como essa informação também precisa constar no auto, fica fácil
comprovar, na defesa da autuação, que não se trata do mesmo automóvel.
Você percebe, a partir desse caso, que mesmo a autuação por meios
eletrônicos não é totalmente confiável.
Uma delas alegou que não teve sequer o direito de recorrer, pois esse prazo venceu
um mês antes do recebimento da notificação.
O Que é Notificação de Autuação
O condutor que comete uma infração recebe uma notificação em seu endereço
A notificação será enviada por remessa postal ou por outro meio tecnológico que
assegure a ciência de imposição da penalidade.
As regras para a notificação por meio eletrônico constam na Resolução Nº
636/2016 do Contran. O motorista só será notificado por esse meio se essa for a sua
opção, conforme o artigo 282-A do CTB.
É fundamental que esse endereço esteja atualizado, pois se a notificação não chegar
no seu destino por conta disso, ela será considerada válida mesmo assim, segundo
o parágrafo 1º do artigo 282 do CTB.
Desse modo, você estará sendo penalizado sem saber, perdendo o prazo de defesa e
acumulando um débito.
Polêmicas a Respeito do Art. 281 do CTB
Você viu que o Contran deixou claro que esse prazo diz respeito ao intervalo entre a
autuação e a entrega da notificação nos Correios, que a encaminharão ao infrator.
A partir daí, porém, não está definido nenhum prazo para que os Correios entreguem
a remessa postal.
Se isso demorar, o motorista terá um prejuízo pois o seu prazo para se defender já
estará correndo.
Isso só deve acontecer, segundo o artigo 13, quando são “Esgotadas as tentativas
para notificar o infrator ou o proprietário do veículo por meio postal ou pessoal”.
Na prática, muitas vezes essas tentativas não são esgotadas antes da publicação em
edital, resultando em um condutor desinformado sobre a penalidade que corre
contra ele.
Para Quais Multas o Artigo 281 se Aplica e Para Quais Não Se Aplica
Vale lembrar que não são apenas infrações que estão descritas no Código de
Trânsito Brasileiro. No capítulo XIX são estabelecidas disposições gerais e descrições
sobre os crimes de trânsito.
Ele determina que para crimes cometidos na direção de veículos automotores, serão
aplicadas as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal.
Como Recorrer De Multas Usando o Artigo 281 do CTB
Na defesa prévia, você tem a chance de apontar os equívocos aos quais o artigo 281
do CTB se refere, como o modelo do carro diferente do seu (no exemplo da placa
reconhecida de maneira errada) ou a expedição da notificação após o prazo
estabelecido em lei.
Segundo o Contran, a autoridade competente também poderá apreciar o mérito da
questão.
No entanto, o mais comum é que a defesa prévia tenha sucesso apenas quando
existirem erros formais que mencionamos nesse texto.
Ela contém um novo prazo para o motorista, dessa vez para apresentar um recurso,
que será julgado pela Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari).
Caso o recurso não seja aceito na Jari, é possível recorrer ao Conselho Estadual de
Trânsito (Cetran), o órgão de segunda instância para julgar as infrações de trânsito.
As penalidades só serão aplicadas de fato se o recurso for negado também no
Cetran.
Muitos acabam aceitando a sugestão e acham que vale mais a pena pagar a multa do
que se incomodar.
Porém acabam fazendo isso sem sequer fazer uma leitura atenta da Notificação de
Autuação, onde pode haver erros crassos.
Quando esse for o caso, o artigo 281 do CTB não deixa dúvidas sobre a necessidade
de arquivamento do auto de infração.
Foi o caso do motociclista José Carlos, cuja história foi contada em reportagem do
Correio Braziliense.
Ele foi multado por não usar o cinto de segurança, equipamento obviamente
inexistente nas motocicletas.
Então preste atenção, exerça o seu direito de cidadão e recorra das multas usando o
art. 281 do CTB quando notar um erro.
No caso da multa de José Carlos, ela foi cancelada assim que ele procurou o órgão
autuador, deixando de pagar R$ 127,69 (valor da multa grave na época) e de receber
cinco pontos na carteira.
Conclusão
Agora que você sabe tudo sobre o artigo 281 do CTB, não seja vítima de
uma autuação injusta.
Para ter maiores chances de ter a sua defesa aceita, é importante conhecer não
apenas o Código de Trânsito Brasileiro, mas também as resoluções do Contran e
portarias do Denatran.
Com conhecimento da lei, sua defesa fica mais técnica, que é o mais recomendado.
Conhecer todos os detalhes dos textos legais, no entanto, não é fácil