Instrutivo Crianca Adolescente
Instrutivo Crianca Adolescente
Instrutivo Crianca Adolescente
Instrutivo para
o cuidado da criança
e do adolescente com
sobrepeso e obesidade
no âmbito da Atenção
Primária à Saúde
VERSÃO PRELIMINAR
Brasília
2021
1
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instrutivo para
o cuidado da criança
e do adolescente com
sobrepeso e obesidade
no âmbito da Atenção
Primária à Saúde
VERSÃO PRELIMINAR
Brasília
2021
2 3
2020 Ministério da Saúde. Universidade do Estado do Ana Maria Cavalcante de Lima – Coordenação-Geral de
Rio de Janeiro. Alimentação e Nutrição/Departamento de Promoção
Esta obra é disponibilizada nos da Saúde/Secretaria de Atenção Primária à Saúde/
termos da Licença Creative Ministério da Saúde
Commons – Atribuição – Não Ariene Silva do Carmo – Coordenação-Geral
Comercial – de Alimentação e Nutrição/Departamento de
Compartilhamento pela Promoção da Saúde/Secretaria de Atenção Primária
mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a à Saúde/Ministério da Saúde
reprodução parcial ou total desta obra, desde que Cristiane Marques Seixas - Departamento
citada a fonte. de Nutrição Social/Instituto de Nutrição da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser Gabriela Vasconcellos de Barros Vianna
acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Paula dos Santos Leffa - Coordenação-Geral
Ministério da Saúde: www.saude.gov.br/bvs. de Alimentação e Nutrição/Departamento de
Promoção da Saúde/Secretaria de Atenção Primária
Tiragem: 1ª edição – 2020 – versão eletrônica à Saúde/Ministério da Saúde
8 9
Anexos
A Acompanhando o crescimento de crianças e adolescentes nas curvas 143
6 7
01.
Obesidade: magnitude, principais
causas e repercussões para a saúde
da criança e do adolescente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a obesidade como
40 milhões
GLOBALMENTE, CERCA DE
DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
DE 5 A 19 ANOS
APRESENTAM
sobrepeso ou
obesidade
(WHO, 2020)
12 13
CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 01
de peso entre os anos de 1989, 1996 e 2006, foi observado que houve um
EM 2019
Das crianças acompanhadas na Atenção Primária
aumento de 160% na prevalência de crianças menores de 5 anos com
à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS),
excesso de peso, com um aumento médio de 9,4% ao ano (SILVEIRA et al,
dos menores
2013). Com base em dados de 2006, a Pesquisa Nacional de Demografia e 14,8% de 5 anos
Saúde/2006 (BRASIL, 2009) mostrou uma prevalência de excesso de peso
das crianças
em menores de cinco anos igual a 7,3%. No grupo de crianças com idade 28,1% entre 5 e 9 anos
entre 5 e 9 anos, a Pesquisa de Orçamentos Familiares/2008/2009 (IBGE, tinham excesso de peso, e dessas, 7% e 13,2%,
2010) identificou que, aproximadamente, uma em cada três crianças respectivamente, apresentavam obesidade segundo
Índice de Massa Corporal (IMC) para idade.
apresentava excesso de peso.
3X 6X
de peso aumentou em
seis vezes no sexo
masculino e em
27,9% apresentavam excesso
de peso e obesidade,
de 7,6% de 3,7% respectivamente
quase três vezes
no sexo feminino.
para 19,4% para 21,7% & 9,7% (Ministério da Saúde, 2019).
14 15
CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 01
Quais são as principais causas da planejamento urbano, meio ambiente, processamento, distribuição e
complexa de fatores:
Assim, para o cuidado da obesidade, além do apoio aos indivíduos por
A obesidade infantil está associada a uma maior chance de morte Transtorno de déficit de atenção
prematura, manutenção da obesidade e incapacidade na idade adulta. Isolamento social
Bullying
Baixa autoestima
Autoimagem negativa
Mas, além de aumentar os riscos futuros, crianças e adolescentes
Transtornos alimentares
com obesidade podem apresentar dificuldades respiratórias,
Disfunção cognitiva
Desse modo, as repercussões da obesidade acontecem em toda a fase Desempenho escolar reduzido
18 19
CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 01
PULMONAR ENDÓCRINA
RENAL
CÂNCER
Doença renal crônica
Urolitíase
REPRODUTIVO
* Acantose Nigricans são manchas escuras e aveludadas que surgem nas regiões onde há
dobras na pele, como axilas, costas e barriga. Costuma estar associada a outras doenças como
diabetes, obesidade, doenças ovarianas, distúrbios metabólicos, doenças da tireoide e câncer
20 do aparelho digestivo. 21
CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 01
CARDIOVASCULAR PELE
Estrias
Hipertensão arterial
Acanthosis nigricans*
Hipertrofia ventricular esquerda
Furunculose
Diminuição da contratilidade cardíaca
Infecção por maceração
Dislipidemia
Dermatite atópica
Aterosclerose prematura, doenças isquêmicas do coração
Fibrilação atrial
Insuficiência cardíaca
MUSCULOESQUELÉTICO
GASTROINTESTINAL
Doença de Blount
Doença hepática gordurosa não alcoólica
Pé chato
Cálculos biliares
Fraturas dos membros inferiores
Refluxo gastroesofágico
Doença articular degenerativa/ artrite
Constipação intestinal
Síndrome das eliminações Gota
22 23
CAPÍTULO 01 M A PA D E D E T E R M I N A N T E S CAPÍTULO 01 M A PA D E D E T E R M I N A N T E S
24 25
CAPÍTULO 01 M A PA D E D E T E R M I N A N T E S CAPÍTULO 01 M A PA D E D E T E R M I N A N T E S
26 27
02.
Como fazer o diagnóstico
do sobrepeso e da obesidade
em crianças e adolescentes?
O acompanhamento do estado nutricional de crianças e adolescentes
sobrepeso e da obesidade.
caderneta da criança
e do adolescente
28 29
CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 02
No acompanhamento longitudinal nas atividades de rotina do cuidado Quadro 2 – Classificação do estado nutricional de acordo com o IMC por
da saúde, é importante dar atenção não só à mudança da classificação idade (escore-z e percentil).
de sobrepeso ou obesidade.
medidas de peso, altura, data de nascimento e sexo. Com esses dados, calcula-
se o IMC (peso/altura²) e, em seguida, realiza-se a classificação do estado
É importante salientar que os pontos de corte utilizados para adultos das curvas de IMC por idade presente nas cadernetas da criança e do
(sobrepeso: 25 kg/m² e obesidade: 30 kg/m²) NÃO devem ser aplicados adolescente. Na caderneta, para o diagnóstico do estado nutricional,
para crianças e adolescentes. é necessário marcar o valor de IMC (eixo y) e a idade (eixo x), cruzar os
A depender da classificação do IMC por idade, tem-se a avaliação do gráfico ajuda a mostrar para o indivíduo onde ele está alocado e como
estado nutricional da criança e do adolescente (Quadro 2). vem sendo a trajetória do seu estado nutricional. O Anexo A apresenta
30 31
CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 02
32 33
CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 02
O crescimento linear (altura) acontece durante a infância e a adolescência. e, após cerca de 2 anos, ocorre a menarca. Nos meninos o primeiro
Meninos e meninas crescem em velocidade e tempos diferentes e, em ambos sinal de puberdade é o aumento do volume testicular, seguido pela
os sexos, o pico de crescimento ocorre na adolescência (WHO, 2006). pubarca e aumento peniano. A ocorrência de pubarca precoce isolada
E, em ambos os sexos,
o pico de crescimento O monitoramento do crescimento e a avaliação das fases de
ocorre na adolescência maturação sexual (estágios de Tanner), para adolescentes, devem
(WHO, 2003).
ser considerados no cuidado da obesidade. A maturação sexual está
acompanhada e avaliada com base nas curvas de crescimento a fim Durante a maturação sexual na adolescência, há um pico no crescimento,
de garantir o ganho de peso suficiente para o estirão e evitar o ganho que se estabiliza e ao final desse processo os/as adolescentes atingem
de peso excessivo. Crianças e adolescentes com obesidade tendem a a sua altura final. Na publicação Proteger e cuidar da saúde de
antecipar o crescimento linear, sendo mais altos que seus pares, o que é adolescentes na Atenção Básica, também se encontram os estágios de
acompanhado pela maturação da idade óssea (SHALITIN e KIESS, 2017). maturação sexual e outros documentos sobre o tema. Acesse: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_
quanto ao tamanho, forma e características; e os pelos púbicos por METAS PARA O CUIDADO COM O PESO
suas características, quantidade e distribuição. O estágio 1 corresponde
adulta. Portanto, são os estágios 2, 3 e 4 que caracterizam o período Para as crianças e os adolescentes que não passaram pelo
estirão do crescimento e que não apresentam obesidade
puberal. O estirão puberal dura cerca de 3 a 4 anos e representa
grave, deve-se garantir manutenção do crescimento pleno
ganho de aproximadamente 20% da estatura e 50% do peso adulto
e redução da velocidade do ganho de peso excessivo,
do indivíduo (CHIPKEVITCH, 2001). É importante que os profissionais de
aproveitando a oportunidade do estirão e do crescimento
saúde saibam usar a ferramenta de monitoramento do crescimento e a
linear. Em grande parte dos casos, a curva da evolução do
avaliação das fases de maturação sexual para que melhore a eficácia e a
IMC-para-idade deve reduzir a sua inclinação, em direção à
confiabilidade da autoavaliação. faixa de normalidade.
Para a avaliação dos estágios de Tanner pelo profissional de saúde, Para os adolescentes que se encontram no estágio final de
recomenda-se: maturação sexual, deve-se intervir de forma a estabilizar
o ganho de peso e garantir perda progressiva do peso em
• Local adequado para atendimento onde se garanta privacidade, a excesso. Em meninas, atenção deve ser feita aos casos de
antecipação da menarca, pois nesse período é possível que
fim de evitar o constrangimento do indivíduo avaliado.
a adolescente tenha alcançado cerca de 95,5% da estatura
• Outra estratégia pode ser a autoavaliação (quando o adolescente,
final (CASTILHO; BARRAS FILHO, 2000).
por meio de lâminas, se compara aos desenhos ou fotos
apresentadas).
Lembrando que, identificando a necessidade de cuidado como
• Além disso, é essencial esclarecer ao adolescente sobre como o
o peso e outros comportamentos alimentares, o planejamento
exame ocorrerá e garantir-lhe o direito de decidir ter ou não um e acompanhamento do crescimento deve ser realizado por um
responsável junto a ele (FARIA et al, 2013). nutricionista ou equipe multiprofissional qualificada para essa ação.
36 37
03.
Organizando o cuidado
de crianças e adolescentes
com obesidade na APS
A APS tem como um dos seus atributos o cuidado longitudinal e
38 39
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
obesidade na APS.
Figura 1: Fluxograma de organização do processo de cuidado de crianças e adolescentes com
40 41
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
Cada componente do fluxograma será detalhado a seguir. acompanhamento do estado nutricional em todas as oportunidades.
Ações de Vigilância Alimentar A adequada aferição das medidas, aliada ao preenchimento correto
e Nutricional (VAN): identificação das informações (idade, peso, altura e IMC) na Caderneta da Criança
das crianças e dos adolescentes com (0 a 10 anos de idade) e do Adolescente (10 a 19 anos) e nos sistemas
42 43
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
comunicação e criação e manutenção do vínculo entre os profissionais • Nelas você encontra as curvas de crescimento que apoiam a vigilância
da equipe e a criança ou o adolescente e sua família, de modo a garantir nutricional e proporcionam a identificação oportuna do ganho de peso
que o cuidado seja humanizado, sem a criação de estigmas, preconceitos excessivo quando são preenchidas de forma correta e frequente.
e culpabilização do indivíduo e da família. Reconhecer a necessidade • O preenchimento dos pontos do gráfico de IMC para idade devem ser
de trabalhar esses aspectos é um importante ponto de partida no feitos com o acompanhamento das crianças e adolescentes, explicando
A equipe inclui no seu processo de trabalho o cuidado voltado às Para apoiar os profissionais de saúde na vigilância alimentar e
crianças e adolescentes identificadas com sobrepeso e obesidade? nutricional, conheça o Marco de Referência e os Protocolos do SISVAN
44 45
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
A formação e o fortalecimento do vínculo entre a criança, o avaliar como a criança ou o adolescente chegou ao serviço ou à
adolescente e sua família e a equipe de saúde é um processo contínuo consulta para tratamento da obesidade, se foi encaminhado por outros
e são fatores importantes para a garantia do retorno à unidade de profissionais e se tem ciência do motivo e necessidade do cuidado.
saúde e prosseguimento do processo de cuidado. Entender fatores A primeira consulta deve ser mais longa, feita com tempo suficiente
facilitadores e obstáculos da presença do usuário na unidade pode para que todas as avaliações sejam realizadas e de forma que também
fortalecer o vínculo e aumentar a adesão ao tratamento proposto. possibilite investigar a época de início de ganho de peso excessivo ou do
comportamento não saudável, e como ele evoluiu ao longo do tempo e
tem direito de ser atendido sozinho e, caso queira, pode ser atendido Desse modo, a história clínica detalhada, aliada aos exames físicos
desacompanhado de seus pais ou responsáveis. Abaixo de 12 anos, e bioquímicos, é de grande importância para diferenciar causas
não deve ser negado atendimento caso ele esteja sozinho, mas é primárias do problema. Por exemplo, se a obesidade é causada por
importante que os profissionais busquem formas de envolver a família. excesso de calorias ou outros comportamentos e se está relacionada
As informações dadas durante as consultas devem ser mantidas em sigilo a outras causas secundárias, como doenças genéticas ou endócrinas,
e só poderão ser reveladas se o adolescente concordar ou sempre que lesões do sistema nervoso central ou, ainda, causas iatrogênicas.
A distância entre a casa e a unidade de saúde, o tempo de deslocamento, a No Anexo B encontra-se um quadro resumo com algumas causas
necessidade de uso de transporte para acessar a unidade são fatores cruciais secundárias de obesidade na infância e na adolescência.
para que o usuário continue acompanhando as ações propostas pelas
46 47
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
A seguir, listamos as informações necessárias para uma avaliação inicial Questões de saúde mental, como sintomas depressivos,
completa do quadro de obesidade na criança ou adolescente: ansiedade e baixa autoestima, estão presentes em indivíduos
manejo do peso. Uso prévio de medicamentos que podem ter como efeito
(anorexia, bulimia).
História do aleitamento materno e a introdução da Observar sinais como acantose nigricans, sinais de automutilação ou
Possíveis distúrbios do sono, como dificuldade respiratória, Observar se há estrias violáceas, acne e outros sinais que possam
48 49
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
de hiperandrogenismo, como acne e hirsutismo (aumento de pelos Estratificação do risco para organização do cuidado de crianças
na mulher em locais normalmente desprovidos de pelos), além de e adolescentes de acordo com a classificação do estado
alterações do ciclo menstrual, que podem sugerir a síndrome dos nutricional:
ovários policísticos.
Criança ou adolescente com peso adequado
excesso). Caso esse desenvolvimento não ocorra, pode-se investigar Avaliação dos hábitos de alimentação, atividade física,
hipotireoidismo, hipogonadismo e desenvolvimento mental com comportamento sedentário, sono e aspectos da saúde mental.
Os exames bioquímicos recomendados para rastreio de comorbidades comportamento sedentário, sono, saúde mental e as influências
nas crianças e adolescentes com obesidade devem incluir dosagens ambientais na formação dos hábitos de vida das crianças e adolescentes..
descrito a seguir.
50 51
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
Intervenções focadas na mudança do comportamento (pactuação de Intervenções focadas na mudança do comportamento (pactuação de
metas). metas).
Manter o acompanhamento e inserção nas atividades coletivas Organizar o cuidado com consultas individuais e inserção nas
ofertadas pela unidade de saúde. atividades coletivas ofertadas pela unidade de saúde.
comorbidades.
Orientações para a abordagem:
idade.
A maior parte das crianças e adolescentes com obesidade estão neste
Realizar exames para rastreio de comorbidades, como aferição da
grupo.
pressão arterial e exames bioquímicos de glicemia de jejum, perfil lipídico
Acompanhamento do crescimento (peso e estatura) e IMC-para-idade.
e marcadores hepáticos.
Realizar exames para rastreio de comorbidades, como aferição da
Avaliação dos hábitos de alimentação, atividade física,
pressão arterial e exames bioquímicos de glicemia de jejum, perfil lipídico
comportamento sedentário, sono e aspectos da saúde mental.
e marcadores hepáticos.
Orientações de alimentação adequada e saudável, atividade física,
Avaliação dos hábitos de alimentação, atividade física,
comportamento sedentário, sono, saúde mental e as influências
comportamento sedentário, sono e aspectos da saúde mental.
ambientais na formação dos hábitos de vida das crianças e adolescentes.
Orientações de alimentação adequada e saudável, atividade física,
Intervenções focadas na mudança do comportamento (pactuação de metas).
comportamento sedentário, sono, saúde mental e as influências
Organizar o cuidado com consultas individuais e inserção nas
ambientais na formação dos hábitos de vida das crianças e adolescentes.
atividades coletivas ofertadas pela unidade de saúde.
52 53
CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03
Construção de Projeto Terapêutico Singular para a organização do As crianças e os adolescentes com diagnóstico de sobrepeso e
Avaliar a necessidade e possibilidade de encaminhamento para de comorbidades) devem ser encaminhados para um cuidado
de cada indivíduo. A motivação para adesão a um modo de vida saudável, Crianças e adolescentes têm o direito de viver
principalmente para mudanças de longo prazo, é um grande desafio. em ambientes protegidos que proporcionem
e estimulem hábitos e comportamentos saudáveis.
Algumas estratégias, como a entrevista motivacional, por exemplo,
Como exemplo de ambientes protegidos e saudáveis
podem auxiliar nesse processo.
podemos citar: ambientes livres de publicidade,
propaganda e venda de alimentos não saudáveis;
Conforme o Fluxograma de Cuidado (Figura 1), para as crianças e
ambientes propícios e seguros à prática de atividade
adolescentes identificados com sobrepeso e que não apresentem
física; espaços protegidos para o brincar e explorar o
comorbidades (alterações glicêmicas, da pressão arterial e do perfil ambiente; acesso à água potável nas escolas; e oferta
lipídico), deve-se manter monitoramento contínuo do crescimento de alimentação escolar de qualidade, entre outros.
na Caderneta de Saúde e devem ser feitas orientações alimentares e As equipes de saúde devem estar atentas ao ambiente
de atividade física, comportamento sedentário, sono e saúde mental, nos quais as crianças e os adolescentes vivem, avaliar
conforme as necessidades observadas durante a anamnese feita na locais de risco e proteção a fim de orientar e propor
54 55
04.
O cuidado de crianças e
adolescentes com excesso de peso
com comorbidades ou obesidade
Para organizar o cuidado de crianças e adolescentes com excesso de peso
56 57
CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 04
Além da equipe de Atenção Primária, há suporte de equipe Esse levantamento ajudará tanto na pronta oferta de cuidado para
multiprofissional ou outros profissionais para ampliar as os usuários que estão com obesidade como na organização de novas
possibilidades de cuidado? atividades para ampliar e qualificar a ação ofertada para crianças e
A Unidade tem a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil A abordagem individual pode ser realizada pelo médico, enfermeiro,
implementada e ações conjuntas com as escolas como o Programa nutricionista, psicólogo e educador físico, de acordo com a
A equipe de saúde sabe quantas crianças e adolescentes com integrativas e complementares em saúde (PICS), apoio psicossocial e
obesidade existem no território? demais atividades intersetoriais para complementar o cuidado. Elas
Qual microárea concentra a maior parte dessas crianças e considerando também o calendário mínimo de consultas da criança e do
adolescentes? Como é o ambiente alimentar no território? adolescente para monitoramento do seu crescimento e desenvolvimento.
Que tipo de alimentação tem sido oferecida pela escola? O acompanhamento deve ser a longo prazo, e a frequência e o tempo de
A equipe de saúde conta com profissional de educação física? criança ou do adolescente. Quanto mais frequente o acompanhamento,
Que atividades são oferecidas pela equipe de saúde ou pela é importante fortalecer o vínculo e pensar em outras estratégias de
Secretaria de Esportes no território? Onde as atividades acontecem? abordagem que não a atividade presencial nas unidades de saúde para
Em que horários? Que opções podem ser oferecidas para as famílias, encurtar o intervalo entre as consultas (como ligações, mensagens de
dentro desse contexto? texto, grupos de WhatsApp, teleatendimento, grupos em redes sociais etc).
58 59
CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 04
MÊS 1 MÊS 12
Consulta inicial de avaliação e acolhimento – levantamento Consulta individual e avaliação do peso, da altura e do
geral de informações. estado nutricional e comparação com as medidas anteriores.
Avaliação do estado nutricional (peso e altura), classificação
Revaliação do consumo alimentar, da atividade física
do estado nutricional.
regular, do comportamento sedentário e do sono.
Avaliação do consumo alimentar, da atividade física regular,
do comportamento sedentário e do sono. Reavaliação de questões de saúde mental.
60 61
CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 04
foi falado anteriormente, há múltiplos determinantes para a obesidade, Refere-se à atribuição de características negativas e estereótipos
e, ao contrário do que algumas pessoas pensam, não é um agravo que de maneira automática, feitas de maneira inconsciente, sem
cuidado.
A discriminação de peso
Rubino e colaboradores (2020) publicaram uma declaração conjunta
62 63
CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 04
em si mesmos a autoculpa e estigma por conta do seu peso. Internalização A adoção de hábitos saudáveis precisa ser vista como uma oportunidade
inclui a aceitação e a aplicação desses estereótipos a si mesmo e de cuidar de toda a família e deve ser feita por todos da casa e não apenas
Refere-se à evidente consciência de atitudes negativas que podem garantia de melhores condições de saúde e qualidade
O cuidado da criança e do adolescente que está com excesso de devem ser realistas, negociadas e factíveis com a realidade das crianças/
peso requer um cuidado multicomponente que associe envolvimento adolescentes e suas famílias e visam mudanças gradativas e sustentáveis
Qual é o papel dos pais e cuidadores É fundamental que haja adequação entre comportamento familiar e
adolescentes que estão com sobrepeso necessário que pais e cuidadores propiciem suporte e encorajamento
Para essas mudanças comportamentais e de estilo de vida é importante ou a cada mudança que eles consigam realizar. Além disso, também os
que haja o envolvimento de toda a família no processo de cuidado. pais ou responsáveis devem evitar reproduzir discriminações no ambiente
domiciliar, focando a mensagem em adoção de modelos de vida mais
Os pais ou responsáveis pelo cuidado da criança ou do adolescente saudáveis, para que crianças e adolescentes não se sintam estigmatizados
podem moldar padrões comportamentais relacionados à obesidade dentro de casa (PFEIFFLÉ et al., 2019).
sedentário e de sono) por meio de seus próprios comportamentos Desse modo, pais e cuidadores devem ser orientados a propiciar em casa
(modelagem social) e por meio das práticas parentais como controlar um ambiente favorável à adoção de uma alimentação saudável, à prática
a disponibilidade e acessibilidade a alimentos dentro do domicílio regular de atividade física, à redução do comportamento sedentário e
(especialmente na restrição da disponibilidade de alimentos às boas práticas de sono, sem exigir alterações no peso da criança ou
à realização de atividades físicas extracurriculares e brincadeiras ao ar O profissional de saúde deve considerar que crianças e adolescentes com
livre pela criança, entre outros (DAVISON; BIRCH, 2001). excesso de peso tenham vivenciado experiências ruins no âmbito familiar
66 67
CAPÍTULO 04
Cabe destacar que o adolescente deve ser parte ativa das ações
Por isso, o envolvimento dos pais ou cuidadores e autoritarismo e de soluções prontas. Faz parte do acompanhamento
de toda a família é fundamental para a promoção resgatar a sua autoestima para que se possa promover o
de modos de vida saudáveis. Tanto na prevenção desenvolvimento de sua autonomia (BRASIL, 2014).
de sua saúde.
68 69
05.
Principais estratégias para auxiliar
na mudança de comportamento
A seguir, serão abordadas as principais estratégias para trabalhar
adolescente e incluem:
Educação alimentar
e nutricional
70 71
CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 05
autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A prática BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
As experiências das crianças BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população
com alimentos influenciam brasileira. 2. ed. atualizada [versão eletrônica] Brasília: Ministério
preferências e ingestão.
da Saúde, 2014. Disponível: http://189.28.128.100/dab/docs/
* PESQUISAS SUGEREM QUE QUANTO MAIS portaldab/publicacoes/miolo_guia_ajustado2019_2.pdf
CEDO E MAIS AMPLA ESSA EXPERIÊNCIA, MAIS
SAUDÁVEL É A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA.
PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: A entrevista motivacional é uma forma de conversa colaborativa direcionada
CADERNO DE ATIVIDADES - Promoção da Alimentação Adequada e Saudável- comportamental. Nesse tipo de abordagem, são utilizadas estratégias como
Educação Infantil:http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_
escuta reflexiva e estabelecimento de um clima de apoio, ajudando o indivíduo
atividades_educacao_infantil.pdf
a pensar e expressar verbalmente suas razões a favor e contra as alterações
CADERNO DE ATIVIDADES - A creche como promotora da amamentação e da
de hábitos (processo de resolução de ambivalência), além de permitir que
alimentação adequada e saudável - Livreto para gestores
http://189.28.128.199/dab/docs/portalb/publicacoes/a_creche_promotora_amamentacao_ eles estabeleçam suas próprias metas (RESNICOW et al., 2006). A prática da
livreto_gestores.pdf
entrevista motivacional segue os seguintes princípios (DILILLO et al, 2003):
CADERNO DE ATIVIDADES - Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano os sentimentos e as crenças da criança ou adolescente. É
à alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares nos serviços
importante evitar julgamentos e comentários de alerta,
socioassistenciais – Material Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
destinado a públicos de diversas faixas etárias: http://www.mds.gov.br/webarquivos/ indignação, censura ou acusação e confrontos.
publicacao/seguranca_alimentar/cadenodeatividades_ean.pdf
COMER BEM E MELHOR, JUNTOS - Cardápio de ferramentas para promover a Desenvolva discrepância: este princípio diz
alimentação saudável entre adolescentes, junto às suas famílias e comunidades –
respeito à situação atual das pessoas (hábitos
Material Unicef destinado a adolescentes: https://www.unicef.org/brazil/media/4901/file/
comer_bem_e_melhor_ juntos_pb.pdf atuais) e onde elas querem estar (objetivos)
Ajude as crianças e os adolescentes a perceberem essas
IDEIAS PARA COLORIR À MESA - http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/
seguranca_alimentar/caisan/Publicacao/Educacao_Alimentar_Nutricional/18_Ideias_ discrepâncias. Extraia os valores, a ambivalência, a prontidão para
para_Colorir_a_Mesa.pdf
mudar e as barreiras percebidas.
74 75
CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 05
Acompanhar a resistência de acordo com as é se concentrar no que é importante para a criança ou o adolescente
prioridades que a criança ou o adolescente e a família. À medida que a criança ou adolescente progride, o
deseja trabalhar processo de entrevista muda para identificar novas metas de mudança
motivacional é baseada na capacidade devem ser cuidadosamente pensadas e adaptadas à idade da criança e
existente de mudança dos indivíduos do adolescente. Existem várias habilidades e estratégias comumente
Ao focar nos sucessos anteriores, eles se sentirão capazes de associadas à terapia comportamental incluindo (ADACHI, 2005;
Ademais, compreender, apoiar e fazer elogios à criança ou ao adolescente de atividades físicas, o tempo de tela (assistindo à televisão,
e seus pais ou cuidadores por meio de afirmações também é uma jogando videogame, usando celular e/ou tablets), e o padrão do
estratégia relevante na entrevista motivacional. Para que o indivíduo sono, bem como pensamentos ou sentimentos relacionados aos
perceba que o profissional de saúde está compreendendo o que ele hábitos alimentares, permite que as crianças e os adolescentes e
está expressando, é importante que sejam feitos resumos do que seus pais ou cuidadores acompanhem o progresso em direção às
foi mencionado anteriormente. O resumo também permite que o metas de mudança de comportamento.
Manter um diário de hábitos (Anexo D) ou calendário mensal jantar à mesa sem a televisão ligada ou celulares/tablets ao lado.
sensações antes e depois do consumo, percepção de fome e comportamento “problema” ou antecipar potenciais problemas,
Manejo do estresse
Implementar estratégias saudáveis de controle Reestruturação cognitiva
e redução do estresse. Exige que as pessoas mudem ativamente a maneira de pensar
- Técnicas de relaxamento que não envolvem comer ou beber, comportamentos, que geram pensamentos, sentimentos e ações
como meditação, prática de atividades física e/ou contato com autodestrutivos. Essa técnica se refere ao incentivo de respostas
• Exemplo:
Depois que os indivíduos aprendem a identificar os estímulos três delas, ele deve se sentir positivo sobre as conquistas e não se
em seus ambientes comuns que provocam comportamentos sentir frustrado por não ter conseguido alcançar todas.
incidentais, eles podem modificar o ambiente para limitar sua - Uma pessoa que pensa “eu ‘furei’ as recomendações
exposição a esses estímulos. comendo um bolo de chocolate esta manhã, como já ‘furei as
• Exemplos: recomendações de hoje’ então só vou comer ‘besteiras’ pelo resto
- Televisão, laptops, telefones celulares e outros dispositivos móveis do dia”, pode ser repensada por “eu comi esse bolo de chocolate
devem ficar fora do quarto à noite. hoje de manhã, mas ainda posso comer de maneira saudável no
• Exemplos:
adolescente:
“Diminuirei o tempo de tela de 6 horas por dia para 4 horas por dia
no próximo mês”.
"Farei isso colocando meu telefone celular para fora do meu quarto
questões e as condutas que devem ser tomadas para cada uma das
82 83
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Quais são as recomendações de Amamentar até os 2 anos ou mais, oferecendo somente leite materno
alimentação no cuidado de crianças e até 6 meses.
adolescentes com sobrepeso e obesidade? Consumir alimentos in natura ou minimamente processados, além do
Diminuir o consumo de bebidas adoçadas. ajudar na intervenção para a melhoria da alimentação da criança ou
Aumentar o consumo de água, frutas e preferir comer as frutas inteiras do adolescente com obesidade. Os marcadores de consumo e as
em vez de beber sucos de frutas nos intervalos entre almoço e jantar. orientações para pôr em prática as recomendações estão listados a
Nenhum alimento deve ser proibido, mas deve-se enfatizar que os seguir.
Realizar 5 refeições por dia em horários regulares e oportunos (café da Marcador da alimentação/SISVAN
manhã, almoço e jantar e dois lanches). Evitar “beliscar” entre as refeições.
Mastigar bem os alimentos e comer devagar, saboreando a comida e PRÁTICA DE ALEITAMENTO MATERNO
como lanches, em quantidades individuais, a partir de grandes pacotes Ontem a criança consumiu: mingau, água/chá, leite de vaca, fórmula
(embalagens grandes) ou alimentos inteiros (como bolos por exemplo), infantil, suco de fruta, comida de sal (de panela, papa ou sopa), outros
e colocá-las em recipientes menores ou utilizar a embalagem de porção alimentos e bebidas?
única.
recomendações?
Alguns hábitos alimentares podem ser avaliados por meio do formulário A criança ontem tomou leite no peito? Ontem, a criança consumiu
de marcadores de consumo alimentar do SISVAN - http://sisaps.saude. outro leite que não o leite do peito?
gov.br/sisvan/public/file/ficha_marcadores_alimentar.pdf. As perguntas
Marcador da alimentação/SISVAN
Ontem a criança ou adolescente consumiu:
CONSUMO DE ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE Hambúrguer e/ou embutidos (presunto, mortadela, salame, linguiça,
PROCESSADOS salsicha)?
adição de açúcar)?
88 89
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
culturas tradicionais, de reformulação das relações familiares e de a criança aumente o consumo de frutas e hortaliças enquanto os
fortalecimento de vínculos afetivos. Para isso, os pais podem envolver as demais membros da família não seguem essa recomendação. O
crianças e os adolescentes no planejamento (exemplo: lista de compras, acompanhamento da criança e do adolescente com excesso de peso deve
levantamento dos insumos da despensa, checagem dos prazos de ser encarado como uma oportunidade de aprimorar o padrão alimentar
validade dos itens, pesquisa de novas receitas, definição de cardápio de toda a família.
Os adolescentes podem, inclusive, ser incentivados a preparar algumas Os pais e cuidadores são responsáveis por escolher os alimentos
refeições, ampliando a autonomia deles para escolhas de opções e quando e onde os alimentos devem ser consumidos, regulando
tenham paciência e continuem a oferecer alimentos que foram HÁBITO DE REALIZAR REFEIÇÕES EM FRENTE ÀS TELAS E QUANTAS
recusados anteriormente em formas de preparo diferente e ofereçam REFEIÇÕES SÃO REALIZADAS AO LONGO DO DIA
limite de 20 a 30 minutos para uma refeição. Após esse período, remova Crianças com 2 anos ou mais e adolescentes
pelas crianças/adolescentes).
É importante que pais e cuidadores sejam orientados a estabelecer
pontos de venda.
O hábito de “pular as refeições”, principalmente o café da manhã, é
comer juntos.
Exemplo de questões para avaliação clínica:
para que todos possam se atentar ao que estão comendo e aos sinais de Questões:
saciedade além de partilhar da companhia da família. A criança ou o adolescente pode escolher o que quer comer entre os
Além dos marcadores de consumo alimentar do SISVAN, outros fatores alimentos saudáveis disponíveis para cada refeição?
relacionados à alimentação podem ser avaliados pelas seguintes A criança ou o adolescente é impedida /o de se levantar da mesa até
questões: que termine toda a comida que está em seu prato? Ou é permitido parar
de comer quando já se sente satisfeita?
Você estimula a criança ou o adolescente a comer a comida usando
Exemplo de questões para avaliação clínica:
alimentos ou outras coisas como recompensa?
Você avisa à criança ou ao adolescente que você vai tirar alguma coisa
Lanches/refeições realizadas no ambiente escolar
ou alimento dele(a) se ele(a) não comer a comida?
Questões: Você oferece os alimentos favoritos para seu filho(a) em troca de bom
comportamento?
A criança ou adolescente faz refeições na escola?
Você usa de força física com a criança para que ela coma (por
Os alimentos consumidos são oferecidos pela escola, levados de casa ou
exemplo, fazendo com que a criança fique na cadeira para comer)?
comprados em cantina/lanchonete?
Você leva a criança ao mercado/ feira para que ela possa conhecer os
Quais são os alimentos comumente consumidos?
alimentos e ajudar na escolha das compras?
94 95
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Orientação:
a regulação interna dos sinais de fome e saciedade, ter impacto negativo A criança ou o adolescente já apresentou algum episódio de comer
na formação de hábitos alimentares de crianças/adolescentes, além de compulsivamente (o máximo que podia até não aguentar mais mesmo
sem estar com fome)?
poder contribuir para o desenvolvimento de comportamentos como
A criança ou o adolescente come escondida?
comer escondido e comer em excesso por medo de não ter acesso a esses
A criança ou o adolescente come durante a madrugada?
alimentos em outra ocasião.
Você acha que a criança come, pelo menos algumas vezes, em
resposta a sentimentos e emoções?
Deve-se permitir que a criança ou adolescente se sirva, escolhendo o
que e quanto vai comer entre os alimentos que estão disponíveis. Ensine Orientação:
Outras informações complementares para auxiliar na mudança da individual de crescimento e desenvolvimento da criança ou do adolescente.
alimentação podem ser encontradas nos anexos: A atividade física pode ser estruturada ou não, e as brincadeiras ativas, como
Anexo I – Opções de café da manhã e lanches pega-pega, esconde-esconde, também são consideradas como atividade
Crianças de 1 a 2 anos
incluindo uma variedade de atividades em diferentes ambientes (ao A intensidade é o grau do esforço físico necessário para fazer
Perguntas para avaliar a prática de atividade física da criança e do adolescente praticou alguma atividade física, como esportes, dança, ginástica,
adolescente: musculação, lutas ou outras atividades? Quanto tempo por dia duram essas
As perguntas a seguir foram estruturadas para ajudar a entender quanto atividades?
de atividade física a criança ou adolescente pratica no seu cotidiano. ( )Nunca ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado ( )Domingo
Com base nas respostas, avaliar os itens que estão com menor e maior
Em quantos dias a criança ou adolescente fez atividade física por pelo
frequencia e organizar a recomendação de aumento a partir das
menos 60 minutos (1 hora) por dia?
possibilidades de aumento pactuadas com a criança ou adolescente e
( )Nunca ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado ( )Domingo
seus responsáveis.
NOS ÚLTIMOS 7 DIAS Qual o tempo total diário gasto em qualquer tipo de atividade f ísica
no trajeto?
Como auxiliar pais/cuidadores a colocar em prática as
( )Nunca ( )Segunda ( )Terça ( )Quarta ( )Quinta ( )Sexta ( )Sábado ( )Domingo
recomendações para a prática de atividade física?
102 103
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Crianças e adolescentes que atendem às recomendações Um outro ponto importante no processo é a participação da família: a
devem manter atividade física moderada a vigorosa todos os
dias e, se possível, tornar-se ainda mais ativos. Maiores benefícios mudança na rotina deve ser divertida e não uma sujeição a programas intensos
podem ser alcançados substituindo o tempo dedicado a de esportes e ginástica contra a vontade da criança ou do adolescente.
comportamentos sedentários (como assistir televisão ou ficar no
computador, tablet ou celular) por mais tempo de atividade física
de intensidade leve ou moderada. Uma alternativa que conjuga O estabelecimento de metas em curto prazo e o automonitoramento
atividades de lazer com a prática de atividade física é a utilização
de aplicativos de celular ou vídeo games que promovam o podem ser bons aliados nesse processo (por meio de diários de atividade
exercício, ou ainda promover a dança por meio de vídeos no física – ver Anexo D –, Modelo de diário para automonitoramento do
YouTube.
sono, da prática de atividades físicas, comportamentos sedentários e
Crianças e adolescentes que não atingem as alimentação, e Anexo E -, Calendário mensal de cumprimento de metas).
recomendações mínimas devem aumentar gradativa
e lentamente sua prática de atividade física, realizando
Plano de ação
atividades que as agradem e que sejam facilmente
executadas, garantindo que tenham sucesso inicial. Um
aumento gradual no número de dias, na duração e na Passo 1
intensidade das atividades praticadas é indicado para, aos
poucos, atingir as recomendações, com reduzido risco de Comece estimulando a família a adicionar mais movimento ao longo
lesões. Em indivíduos inativos, mesmo pequenos incrementos
do dia, substituindo parte do tempo em atividades sedentárias
na prática de atividade física estão associados a resultados
positivos para a saúde. (principalmente em telas) por brincadeiras ativas, estimulando a troca
Passo 2
ATENÇÃO!
Incluir na rotina diária atividades aeróbicas de intensidade moderada
sessões menores que totalizem pelo menos 60 minutos por dia (por maior prevalência de fraturas.
exemplo, caminhar, subir escadas, brincadeiras ativas, jogos ativos de Levando essas questões em consideração, os programas de
exercício físico para essas crianças e adolescentes devem evitar
realidade virtual ou tarefas domésticas mais intensas).
exercícios que sobrecarreguem as articulações, gerando alto
impacto (que coloquem peso constante ou impacto repetido nas
Passo 3
pernas, pés e quadris). A prática de natação e outros exercícios na
água, andar de bicicleta (ou utilizar bicicleta ergométrica) parecem
Uma vez que as atividades aeróbicas de intensidade moderada já estejam
ser mais adequados (SBP, 2017; VALERIO et al. et al, 2018).
estabelecidas na rotina, aumente – aos poucos – a intensidade. Por
exercício físico estruturado, que fortaleça músculos e ossos, como encorajamento às meninas precisa ser reforçado, dando apoio e
natação, danças, lutas, esportes coletivos, entre outras. A meta é que incentivo adicionais para a prática da atividade física.
106 107
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Anexo K – Recomendações para auxiliar crianças maiores e adolescentes Quais são as recomendações para
a se exercitarem no dia a dia. apoiar a superação do comportamento
Anexo L - Recomendações para auxiliar crianças pequenas a se sedentário e promover um estilo de
exercitarem no dia a dia. vida saudável no cuidado de crianças
e adolescentes com obesidade?
Pais e cuidadores também devem ser orientados sobre:
O comportamento sedentário se refere à exposição a atividades com
são recomendados.
ATIVIDADES RELACIONADAS AO COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO
capacetes para andar de skate, bicicleta, patinete e patins; joelheiras O termo “tempo de tela” tem sido utilizado como um indicador
e cotoveleiras para andar de patins; boias/colete de proteção para de atividades sedentárias, sendo considerado qualquer tempo
108 109
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
seus movimentos restritos - por mais de uma hora seguida, exceto quando
estiverem dormindo. A recomendação é que não sejam expostas a telas. PERGUNTAS PARA AVALIAR O COMPORTAMENTO
Crianças de 2 a 5 anos
Quanto tempo (horas/min.) o bebê costuma permanecer em
seus movimentos restritos - por mais de uma hora seguida, exceto quando
estiverem dormindo. O tempo de tela não deve ser superior a 1 hora. Quanto tempo (horas/min.) a criança ou adolescente costuma
tarefas escolares) não deve ser superior a 2 horas. Deve-se combinar Quanto tempo (horas/min.) o bebê/criança ou adolescente costuma
com a criança ou adolescente um limite de tempo, os tipos de utilizar dispositivos portáteis (celular/tablet)? Em que períodos do dia?
essenciais para a saúde, como ter uma boa qualidade de sono e praticar permanecer utilizando videogames? Em que períodos do dia?
110 111
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
comportamento sedentário (somando os comportamentos acima)? sedentário que deve ser negociado?
ser utilizados?
Pais/cuidadores e crianças/adolescentes devem desenvolver juntos - com comportamento sedentário e promover um estilo de
visando estabelecer regras consistentes sobre o tempo de tela e as mídias Pais e cuidadores devem ser lembrados que:
e conteúdos que podem ser acessados.
O plano não precisa ser estático, podendo ser adaptado de acordo com influência sobre elas.
existem, são muitas e distintas. Mudar hábitos exige auto-observação e criança pode causar problemas para estabelecer limites e incapacidade
muita reflexão. Mas é importante que a família caminhe junto no processo de desenvolver a autorregulação das emoções.
112 113
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
natureza devem ser priorizados. A quantidade adequada de sono é aquela que faz a criança ou
Outras informações complementares para auxiliar na mudança de o dia e sem afetar suas funções cognitivas como memória e atenção.
Anexo M – Recomendações que podem ajudar os pais a incentivar o Bebês e crianças pequenas normalmente precisam de 10 a 16 horas de
brincar em casa. sono por dia - a depender da faixa etária (Quadro 7), isso inclui 9 a 12 horas
Anexo N – Recomendações que podem ajudar os pais a reduzir o seu de sono por noite e um a quatro cochilos ao longo do dia, que podem
tempo de tela em casa ou quando estão com as crianças. durar de 30 minutos a 2 horas.
Anexo O – Lista de atividades/brincadeiras a serem sugeridas e/ou Os cochilos vão reduzindo em duração e frequência à medida que se
praticadas com as crianças com o intuito de lidar com o tédio, diminuir o aproximam do início da vida escolar, e os horários de ir se deitar e acordar
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CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Quadro 7:
durante a noite? E quanto tempo ela(e) cochila durante o dia (horas e min.)?
ou pegar no sono?
facilmente ou é superativo?
Para todos:
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CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
morno, colocar pijamas, escovar os dentes, e atividades calmas, Para crianças maiores e adolescentes, é importante que pais
como ler/contar histórias ou ouvir uma música tranquila; e cuidadores sejam orientados a:
Tentar diminuir as luzes do ambiente e evitar telas (televisão, Estimular atividades físicas durante o dia, de preferências ao ar
tablets, celulares, ou qualquer outro aparelho eletrônico) e livre, em contato com a luz solar;
Para bebês e crianças pequenas, é importante que pais e cuidadores acorde 30 minutos antes a cada dia até chegar a um horário mais
Observar os padrões de sono da criança para identificar sinais de Evitar o consumo de bebidas (chocolate, refrigerante, chá mate ou
sonolência (letargia, “olhos pesados”, irritabilidade); cafeinados) e medicações que contenham estimulantes próximo à
hora de dormir;
Colocar a criança sonolenta - mas ainda acordada - em sua cama,
indicando que é hora de dormir; Manter horários regulares para as refeições, para que na hora de
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CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Abordagens atentas à saúde mental de serviços especializados, e, assim que a questão relativa à saúde mental
crianças e adolescentes com obesidade for equacionada, deve ser planejadoo cuidado da obesidade. A escuta
perda de peso, sem resposta ou com metas para além das possibilidades propensos a terem um maior sofrimento emocional e isolamento
A obesidade pode ser resultado de um sofrimento mental maior e/ou sua criança ou adolescente, e, por esse motivo, a saúde mental de pessoas com
presença pode causar esse sofrimento – em alguns casos, ela é a causa obesidade requer atenção do profissional, da equipe de saúde e da família.
de um sofrimento mental e em outros ela pode ter sido desencadeada É recomendável que os adolescentes tenham parte de sua consulta sem
por um agravo instalado anteriormente, que encontrou sua manifestação os pais e responsáveis (segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente
no processo de alimentação de uma criança, a considerar a relação de - ECA, os adolescentes têm direito à privacidade e autonomia, e a partir
subjetivação e afetiva dos pais com a criança nas práticas alimentares. dos 12 anos não é necessária a presença dos responsáveis nas consultas
A obesidade pode ser a causa secundária de transtornos mentais mais - BRASIL, 1990) para que se sintam encorajados a expor situações de
graves, como depressão ou violência doméstica, por exemplo. sofrimento mental que não queiram revelar diante dos responsáveis.
120 121
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
atividades coletivas sem a presença de adultos que não sejam da equipe de SOFRIMENTOS PSÍQUICOS ASSOCIADOS ESPECIALMENTE AOS
saúde. AMBIENTES OBESOGÊNICOS E ÀS PRESSÕES POR CORPOS IDEAIS.
O que não deve ser feito pela equipe de saúde e pela família
na abordagem de crianças e adolescentes com obesidade?
O foco e a valorização de mudanças comportamentais, a pessoa com excesso de peso é deprimida, descontrolada,
fracassada e descuidada, considerar um fracasso quando não há
para além da alteração do peso corporal, ajudam no
perda de peso ou continuidade do tratamento, considerar que
processo de cuidado na relação com o alimento a mudança de hábitos depende tão somente da criança ou do
e a evitar o estigma da obesidade. adolescente.
122 123
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Cuidados e atenção à saúde mental de crianças A criança ou o adolescente apresenta episódios de medo exacerbado,
É importante que a equipe multiprofissional de saúde e a família estejam Apresentou nos últimos meses episódios de perda de consciência ou
A criança/adolescente tem apresentado comportamento Associa alguma das ocorrências acima com palpitações e sensação de
Como tem sido a regularidade do sono e da alimentação? Passa longas horas fora de casa sem informar sua localização?
Apresenta pesadelos, insônia, falta ou excesso de apetite? É importante reforçar que não há necessariamente presença de
Apresenta enjoo e vômitos com frequência? irritação, agitação, insatisfação corporal, sono agitado, insegurança, medo
Como tem sido a convivência em família e a dinâmica alimentar? de transtornos mentais, por outro lado, estamos nos referindo a casos que
Mantém o interesse em atividades lúdicas e educativas? e expectativas sociais, afetivas e biológicas. Quando houver dúvidas em
124 125
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
ou psiquiatria, para avaliação diagnóstica, ou matriciamento para a Motivar o indivíduo para ações de autocuidado;
Terapêutico Singular (PTS), a considerar a família e sua dinâmica afetivo- Facilitar o processo de perda de peso (ou interrupção do ganho
Metas propostas para melhoria da saúde mental no cuidado da Prevenir a medicalização precoce;
criança ou o adolescente e a sua família, evitando frustrações e o agravamento de outros transtornos de saúde mental.
Tratar os processos psíquicos que sustentam a compulsão alimentar; de crianças e adolescentes, assim como de suas famílias, é também
responsabilidade da APS, independentemente do diagnóstico de
Manter ou promover saúde mental, que se traduz por uma boa
obesidade e sobrepeso, por ter como objetivo a promoção de saúde
autoestima, aceitação do próprio corpo;
integral.
e o bem-estar;
126 127
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
Dessa maneira, abaixo seguem alguns exemplos de abordagem A família pode ser um fator tanto de proteção como de risco no cuidado
familiar e coletiva: das crianças e dos adolescentes com obesidade, em especial no tocante
famílias e nos contextos em que vivem. É preciso realizar intervenções junto Grupos de cuidado de crianças e adolescentes com obesidade
à família para possibilitar que a criança ou o adolescente possa contar com podem tratar em suas reuniões de temas diversos, e não aqueles
o apoio familiar no enfrentamento das situações geradoras de sofrimento apenas voltados para o consumo alimentar e gasto energético.
de interação social.
elementos que levam ao sofrimento mental e ao agravamento de alguns Grupos mais organizados e sistemáticos, apesar de atingirem um
quadros. A abordagem familiar visa identificar as funções que cada número mais reduzido de participantes, possibilitam, por outro lado, o
membro da família desempenha dentro da casa como, por exemplo, aprofundamento das discussões, assim como o estreitamento de laços
quem é o provedor, quais são as práticas alimentares da família, como e afetivos e sociais. Pode-se lançar mão de dinâmicas que abordem os
com quem a criança ou o adolescente se alimenta, quem confere suporte sentimentos, relações entre pares, relações com familiares e como se
emocional nos casos de dificuldades ou, ainda, quando a dinâmica sentem nessa condição do excesso de peso , pois possibilitam a exposição
familiar contempla a culpabilização da criança ou do adolescentes pela de elementos que não são evidentes, mas que influenciam diretamente
obesidade contribuindo para o aumento do sofrimento mental. na relação que a criança e o adolescente mantêm com seu corpo e seu
128 129
CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 06
maneiras, mas é desejável que sejam sugeridas pelos participantes do do PST. Outra questão importante é que, uma vez colocado em prática o
grupo, com demandas levantadas pelas vivências individuais e coletivas, primeiro PST, outros podem surgir, pensando em todas as possibilidades
pois permite um melhor engajamento das crianças e dos adolescentes na para tornar o território um espaço mais saudável e que apoie o crescimento e
atividade proposta, fazendo mais sentido com a vida cotidiana. desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.
gravidade da doença, e as atividades podem ocorrer em espaços para Como devem ser a avaliação
além da Unidade de Saúde em espaços comunitários como escolas, e o monitoramento?
universidades, associações de moradores, igrejas, associações culturais,
praças públicas. O monitoramento do processo de cuidado deve ser feito por meio
Uma estratégia que pode ser colocada em prática para o cuidado Nos fatores psicossociais e nas práticas familiares:
atores da comunidade, como as lideranças locais, a escola, os conselhos de Imagem Autoestima Bem-estar
corporal
saúde e educação, além de fomentar e fortalecer o protagonismo juvenil
132 133
07.
Quando encaminhar a criança
ou o adolescente com obesidade
para a atenção especializada?
Em alguns casos será necessário o encaminhamento para o cuidado na
Aumento da quantidade de frutas, legumes e verduras consumidos Diminuição na velocidade de ganho de peso;
no dia a dia;
Reconhecimento dos sinais de fome e saciedade; Alcançar e manter uma relação peso/altura mais saudável, evitando
o reganho de peso de forma excessiva;
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2006.
140 141
Anexo A
Interpretando os gráficos
As linhas coloridas dos gráficos fornecem indicações para a linha de
cada consulta.
Os traçados que se desviam muito e que cruzam uma linha dos escores
142 143
ANEXOS ANEXOS
se observar que o ganho de peso e altura acompanham o canal de O escore-Z situa o indivíduo baseado no ponto médio (mediana
da população). Ele indica o quanto aquele indivíduo está distante
crescimento.
da maioria. Diferente do percentil, o escore-Z se inicia com valores
Situação B – Amarela: Criança apresenta 4 marcações de negativos (-5, -4, -3) até chegar ao zero que representa a mediana da
população (percentil 50).
acompanhamento do IMC-para-idade. A avaliação foi feita de maneira
longitudinal, mas com medidas muito espaçadas. Nota-se que entre os 3 e Tanto para o percentil como para o escore-Z a padronização se dá
pelo centro que é expresso pelo zero – no caso do escore-Z – ou
5 anos de idade houve um aumento do IMC-para-idade e uma criança que como 50, no caso do percentil. Escore-Z e percentil são estimadores
intercambiáveis e uma vez obtido um se pode calcular o outro.
até os dois anos estava dentro da eutrofia passa a ser classificada primeiro
144 com sobrepeso e obesidade. A ausência do acompanhamento em períodos 145
ANEXOS ANEXOS
Antidepressivos tricíclicos
Causas secundárias de obesidade na infância
Glicocorticóides
e na adolescência.
Medicamentos antipsicóticos
Medicamentos antiepilépticos
Distúrbios genéticos
Sulfonilureas
Deficiência no Receptor de melanocortina tipo 4
Neurológicas
Deficiência de leptina
Depressão Tumor
Distúrbios alimentares (transtorno de compulsão alimentar periódica, Após cirurgia cerebral / radiação (craniofaringioma)
Síndromes Endócrinas
Hipotiroidismo
Prader-Willi
Excesso de glicocorticóide (síndrome de Cushing)
Bardet-Biedl
Deficiência no hormônio de crescimento
Cohen
Pseudo-hipoparatireoidismo
Alström
Osteodystrophy
Beckwith-Wiedemann
Carpenter
146 147
ANEXOS ANEXOS
Ficha de atendimento multicomponente Ontem a criança consumiu arroz, batata, inhame, aipim/macaxeira/
Crianças menores de 6 meses de idade: Ontem a criança consumiu bebidas adoçadas (refrigerante, suco de
caixinha, suco em pó, água de coco em caixinha, xaropes de guaraná/
Ontem a criança tomou leite no peito?
groselha, suco de fruta com adição de açúcar)?
Ontem a criança consumiu fórmula infantil?
Ontem a criança consumiu macarrão instantâneo, salgadinhos de
Ontem a criança consumiu leite de vaca?
pacote ou biscoitos salgados?
Ontem a criança consumiu mingau?
Ontem a criança consumiu biscoito recheado, doces ou guloseimas
Ontem a criança consumiu água?
(balas, pirulitos, chiclete, caramelo, gelatina)?
Ontem a criança consumiu chá?
Ontem a criança consumiu outros alimentos ou bebidas Ontem a criança ou o adolescente consumiu feijão?
Ontem a criança ou o adolescente consumiu biscoito recheado, doces A criança ou o adolescente costuma comer mesmo quando não está
Crianças a partir dos 6 meses e adolescentes: por compulsão (o máximo que podia até não aguentar mais mesmo sem
termine toda a comida que está em seu prato? Ou é permitido parar de Em quantos dias a criança ou o adolescente foi e/ou voltou a pé ou de
comer quando já se sente satisfeita? bicicleta para a escola ou algum outro lugar? [Quanto tempo foi gasto no
de alimentos ou outras coisas como recompensa? Em quantos dias a criança ou o adolescente teve aulas de educação
A criança ou o adolescente é avisada que alguma coisa ou alimento física na escola? [Durante as aulas de educação física, quanto tempo a
será retirado dele(a) se ele(a) não comer a comida? criança ou o adolescente de fato praticou exercícios físicos ou esporte
Força física é utilizada com a criança para que ela coma (por exemplo, criança ou o adolescente praticou alguma atividade física, como esportes,
fazendo com que a criança fique na cadeira para comer)? dança, ginástica, musculação, lutas ou outra atividade? [Quanto tempo
A criança ou o adolescente acompanha as idas ao mercado/feira para por dia duram essas atividades?]
(em cada dia)? Quanto tempo (horas e min.) a criança ou o adolescente dorme durante
da família?
152 153
ANEXOS
diariamente?
regularmente?
desmaios?
motivo aparente?
Quantos copos de água
Associa alguma das ocorrências acima com palpitações e sensação de
bebeu durante o dia?
morte iminente?
Que atividades físicas foram realizadas
Passa longas horas fora de casa sem informar sua localização? durante o dia e por quanto tempo?
Anexo E
Exemplos de metas:
noite.
Deitar às 21h.
156 157
ANEXOS ANEXOS
Abaixo seguem a definição e os exemplos de alimentos para cada um dos de legumes, de cereais ou de leguminosas; extrato ou concentrado de
quatro grupos de alimentos segundo a Classificação NOVA: tomate com sal; carnes salgadas, secas e defumadas; peixe conservado
Os alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou animais
Alimentos ultraprocessados
e adquiridos sem que sofram qualquer alteração (por exemplo: frutas,
legumes, verduras, ovos, carnes). Os alimentos minimamente processados São aqueles produzidos em fábricas, com uma série de processos e
são alimentos in natura que, antes de serem adquiridos, sofreram substâncias químicas exclusivamente industriais, contendo pouco
mínimas alterações, como limpeza, fermentação, pasteurização, remoção ou nenhum alimento inteiro (sem a matriz alimentar). Alimentos
de partes não comestíveis e refrigeração (por exemplo: grãos secos ou ultraprocessados são ricos em açúcar, gordura, sódio ou presença
polidos, farinhas, leite pasteurizado, iogurte, oleaginosas, café, carnes de edulcorantes. É exclusiva dos ultraprocessados a presença de
matinais e barras de cereal; bolos e misturas para bolo; sopas, macarrão Como diferenciar alimentos processados de
e temperos instantâneos; molhos prontos; margarina; salgadinhos ultraprocessados?
de pacote; bebidas adoçadas não carbonatadas (refrescos) e bebidas
adoçadas carbonatadas (refrigerantes); iogurtes e outras bebidas lácteas Uma forma prática de distinguir alimentos ultraprocessados de alimentos
adicionadas de corantes e ou aromatizantes; produtos congelados e processados é consultar a lista de ingredientes que, por lei, deve constar
prontos para aquecimento como pratos de massas, pizzas, hambúrgueres dos rótulos de alimentos embalados que têm mais de um ingrediente.
e extratos de carne de frango ou peixe, empanados do tipo nuggets, Alimentos ultraprocessados apresentam listas de ingredientes muito
salsichas e outros embutidos; pães de forma, pães para hambúrguer ou extensas com nomes pouco familiares. A presença de substâncias
cachorro quente. alimentares nunca ou raramente usadas em cozinhas domésticas (xarope
Referência: MONTEIRO, C. A. et al., 2019 de milho rico em frutose, gorduras hidrogenados ou interesterificados,
Alimentos similares estão sempre na mesma categoria? o produto final palatável ou mais atraente (sabores, realçadores de sabor,
Pães e produtos panificados tornam-se alimentos ultraprocessados produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados.
incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, E os produtos diet e light?
soro de leite, emulsificantes e outros aditivos.
Outros exemplos são o iogurte e o molho de tomate. Versões reformuladas desses produtos (ultraprocessados) são às vezes
Em sua versão processada, o iogurte leva apenas leite e fermento lácteo, denominadas light ou diet. Entretanto, com frequência, a reformulação
já quando é ultraprocessado, leva açúcar e/ou edulcorantes, espessantes, não traz benefícios claros. Por exemplo, quando o conteúdo de gordura
corantes, saborizantes, etc. do produto é reduzido à custa do aumento no conteúdo de açúcar ou
O molho de tomate processado, em geral leva tomates, sal e - em alguns vice-versa. Ou quando se adicionam fibras ou micronutrientes sintéticos
casos - temperos naturais, como alho, cebola, orégano, manjericão. aos produtos, sem a garantia de que o nutriente adicionado reproduza no
Quando se trata de um produto ultraprocessado, pode ser acrescido de organismo a função do nutriente naturalmente presente nos alimentos.
espessantes, aromatizantes, realçadores de sabor, etc. O problema principal com alimentos ultraprocessados reformulados
160 é o risco de serem vistos como produtos saudáveis, cujo consumo não 161
ANEXOS ANEXOS
precisaria mais ser limitado. A publicidade desses produtos explora suas ou mesmo salada de frutas como sobremesa e lanches entre as refeições
“adicionado de vitaminas e minerais”), aumentando as chances de que Os adolescentes e as crianças (dependendo da idade) podem ajudar a
sejam vistos como saudáveis pelas pessoas. limpar, descascar e cortar as frutas, verduras e legumes.
Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira, BRASIL, 2014b Decore pratos ou travessas com fatias de frutas e/ou vegetais.
Leve a criança ou o adolescente à feira, é uma ótima oportunidade Reconhecendo os sinais de fome física
para que ela/ele seja exposta/o a diferentes alimentos e fazer com que e saciedade e o comer emocional
ele/ela se interesse e tenha vontade de experimentá-los e de ajudar a
A Escala de Fome é uma maneira de descrever o nível de fome e ajudar
preparar as refeições.
o indivíduo a reconhecer quando são os melhores horários para começar e
Mantenha sempre frutas em um recipiente na mesa à vista da criança
parar de comer durante o dia. O preenchimento do diário alimentar (Anexo
ou do adolescente.
D) pode ajudar a trabalhar a percepção dos sinais de fome e saciedade.
Organize os alimentos que compõem a travessa de salada de forma
Nesse instrumento de automonitoramento, deve ser anotado em que
criativa e atraente.
número da escala estava antes de se iniciar a refeição e em que número da
Coloque pedaços de frutas na salada, tais como maçã, abacaxi, manga e uva.
escala está após a finalização da refeição.
Experimente pratos de carne que incorporem frutas, como o frango
Quando for comer alguma coisa, deve-se avaliar a fome em uma escala de 1 a
com abacaxi ou manga.
10, sendo 1 fome e 10 tão cheio que você se sente mal. O mais adequado seria
Sempre que possível, ofereça à criança ou ao adolescente uma fruta
começar a comer no estágio 4 e parar de comer no estágio 5, em algumas
162 163
ANEXOS ANEXOS
ocasiões os estágios 3 e 6 são aceitáveis. Não se deve comer quando a fome e a fome psicológica (comer emocional):
está na escala 1 ou 2, pois comer com muita fome pode levar a excessos.
No meio da refeição, uma pausa é sugerida e deve-se verificar o nível de Fome psicológica
fome novamente. Se continuar com fome, deve-se continuar comendo até
sentir satisfeito e confortável. Deve-se evitar o hábito de “limpar o prato” na É o desejo de comer causado por emoções, como estresse, tédio,
ausência de fome física. tristeza ou felicidade. Há ausência de sinais físicos (estômago calmo) e
Escala de fome: geralmente, não se passou tanto tempo desde a última refeição.
Essa Escala de Fome pode ajudar na diferenciação entre a fome física Não é específica, mas envolve a necessidade de comer algo gostoso.
componente emocional.
Fome física
estratégias ajudam a prestar mais atenção e perceber melhor os sinais Trabalhando as percepções internas de fome e saciedade
internos de saciedade conforme a Escala. com crianças:
Atenção:
Comer refeições regulares pode também ajudar no reconhecimento Objetivo: Ajudar as crianças a perceberem e entenderem seus sinais de
dos sinais de fome e saciedade. Na hora de comer, é importante que fome e saciedade.
estejam disponíveis opções saudáveis e que considerem as preferências Para essa atividade, o profissional ou adulto responsável vai precisar de
alimentares da criança e do adolescente. Consumir diariamente alimentos uma imagem de bexigas ou de três bexigas (vazia, cheia, estufada). Antes
de todos os grupos de alimentos in natura ou minimamente processados da refeição, deverá mostrar para as crianças a imagem ou as bexigas
é importante para que o corpo fique realmente satisfeito. Deve-se e pedir que ela diga como se sente em relação a sua fome diante da
restringir a disponibilidade de alimentos ultraprocessados, uma vez que imagem, ou escolher uma bexiga. A criança deve começar a comer e, no
esses alimentos apresentam maior estímulo ao consumo de grandes meio da refeição, uma pausa é sugerida e o responsável novamente pede
porções e marketing mais influente, favorecendo o consumo excessivo que a criança identifique como se sente em relação à fome e à satisfação:
e o comer involuntário. Além disso, esses alimentos são formulados para ainda com fome (bexiga vazia), satisfeito (bexiga cheia) ou cheio/estufado
serem extremamente saborosos, com maior desconstrução da matriz (bexiga estourando). O mesmo deve ocorrer ao final da refeição.
alimentar original, que ocorre durante o processamento desses produtos, Durante a atividade, o adulto deve ajudar a criança a refletir se deve ou
favorecem menor saciedade e propiciam ingestão excessiva de calorias. não continuar a comer, e o quanto mais comer diante do seu relato de
como se sente.
ser negociado com a criança, o adolescente e seus pais e cuidadores é Respeitando os sinais de fome e saciedade de crianças
a frequência e a quantidade consumidas desses alimentos. Assim, se a menores de 2 anos:
pessoa está se alimentando de forma saudável e ouvindo os sinais do Quando a criança é muito pequena, ela ainda não consegue comunicar
seu corpo, o consumo ocasional de um pedaço de bolo de aniversário vontades e necessidades por meio de palavras. Então, ela utiliza outras formas
ou batata frita pode se encaixar no planejamento de uma alimentação para se expressar. É importante que as pessoas envolvidas no cuidado da
saudável. Ela deve continuar ouvindo os sinais do seu corpo e comer criança menor de 2 anos aprendam a identificar e responder aos sinais fome e
apenas o suficiente para atingir esse nível de satisfação. saciedade apresentados pela criança conforme descrito no Quadro a seguir:
166 167
ANEXOS ANEXOS
Anexo I
de frutas;
Bolo caseiro de fruta, ovo mexido ou cozido e leite;
170 171
ANEXOS ANEXOS
Anexo K
Sopa caseira de carne e vegetais mistos;
outra folhagem, queijo com tomate, frango desfiado com queijo e alface,
pasta de atum com cenoura;
172 173
ANEXOS ANEXOS
Anexo L Coloque uma música e os coloque para dançar – ou melhor, dance com eles!
Incentive a criança a andar descalço em diferentes texturas, como Crianças pequenas podem ser facilmente estimuladas a realizar
areia, folhas secas, grama ou concreto; atividades físicas por meio de comandos positivos inseridos em um
Apresente às crianças brincadeiras tradicionais, como amarelinha, contexto de brincadeiras e descobertas. Pode-se iniciar com perguntas e
esconde-esconde, pique bandeira, mestre mandou, gato mia, cabra-cega, instruções simples para a realização de certos movimentos, adicionando
dança da cadeira, cinco marias, bolinha de gude, passa anel, morto-vivo, tarefas mais desafiadoras ao longo da brincadeira, por exemplo:
pião, ioiô, empinar pipa, etc...
Incentive a brincadeira ao ar livre realizando uma caça aos objetos da A bola vai mais longe quando você a joga com a mão esquerda, com a
natureza (elaborando uma lista de objetos que a criança deve procurar, direita ou com as duas mãos?
como gravetos, pedras de formatos diferentes, folhas e flores de cores e Qual bola vai mais longe, uma bolinha de papel, uma bola de festa
formatos diferentes); (bexiga) ou uma bola de futebol?
Incentive brincadeiras como carrinho de mão humano, se balançar É mais fácil jogar a bola muito longe quando você está parado ou
nas barras ou argolas do parquinho; correndo?
Sopre bolhas de sabão para que eles possam persegui-las e A bola vai mais longe quando você a chuta com a perna esquerda ou
Incentive a criança a andar de triciclo, patinete, bicicleta e skate; Como é mais fácil manter o equilíbrio, pular com os dois pés ou pular
Incentive a criança a construir castelos de areia na praia ou no parquinho; com um pé só? E se você levantar os braços?
174 175
ANEXOS ANEXOS
Anexo N
Pule seguindo uma linha feita no chão com giz.
tempos em tempos.
Ensinar novas brincadeiras. Às vezes as crianças precisam dessa ajuda
176 177
ANEXOS ANEXOS
Fazer um piquenique no jardim, parque ou praça (ou mesmo no Fazer massinha de modelar;
Síntese das evidências que embasaram comportamento sedentário e à melhora dos padrões do sono. Além
o Instrutivo para o cuidado da criança e do disso, é importante que esse cuidado associe o envolvimento da
adolescente com sobrepeso e obesidade no família, estratégias de mudanças comportamentais (como entrevista
Pfeifflé et al¹. realizaram uma revisão sistemática de 17 diretrizes sobre acompanhamento a longo prazo. Em todas as intervenções, as ações
o manejo nutricional do sobrepeso ou da obesidade pediátrica. Foram devem ser direcionadas para a criança ou o adolescente e sua família. O
selecionadas as recomendações comuns a pelo menos 30% das diretrizes cuidado de adolescentes com excesso de peso requer uma participação
e adicionadas por consenso as recomendações relevantes segundo os mais ativa,reconhecendo a sua autonomia. 2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12.
crescimento pleno e redução do ganho de peso excessivo até que o gráfico saúde relacionados à obesidade como a alimentação e atividade física e
de crescimento da Caderneta de Saúde reduza a inclinação da curva em comportamento sedentário por meio de seus próprios comportamentos,
direção à faixa de normalidade no índice IMC/Idade. Para os adolescentes ou seja, pela modelagem social 13,14,15,16.
O que as evidências mostram sobre as estratégias efetivas relação é que a restrição pode levar ao aumento do interesse da criança
para o cuidado de crianças e adolescentes com excesso de pelos alimentos “proibidos” e menor interesse pelos alimentos “liberados”
peso?
20,21
.
A criança ou adolescente que está com excesso de peso requer Outras práticas parentais como o controle (quando apenas os pais/
cuidadores tomam as decisões sobre a alimentação da criança com
180 um cuidado multiprofissional adequado, integral, longitudinal e 181
ANEXOS ANEXOS
pouca consideração por suas escolhas e preferências), recompensa/ Quais são as evidências sobre os fatores da alimentação
punição (oferecer/retirar alimentos em troca de bom comportamento) e protetores da obesidade infantil?
pressão para comer (forçar a criança a comer determinados alimentos)
também são práticas não recomendadas por estarem associadas com o Estudos de revisões sistemáticas com metanálises mostram que o
aumento do risco de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. aleitamento materno está associado a uma redução significativa do risco
Essas práticas estressam e podem prejudicar a regulação interna dos de obesidade em crianças. Além disso, existe um efeito dose-resposta
sinais de fome e saciedade, ter impacto negativo na formação de hábitos entre a duração da amamentação e a redução do risco de obesidade
alimentares de crianças/adolescentes, além de poder contribuir para o infantil 32 , 33 .
desenvolvimento de comportamentos como comer escondido e comer
em excesso por medo de não ter acesso a esses alimentos em outra Em diversos estudos, o padrão alimentar nomeado como ocidental,
ocasião 22 , 23 , 24 , 25 , 26 . não saudável ou processado/industrializado se caracteriza por apresentar
alimentos como refrigerantes, doces e alimentos ultraprocessados, sendo
A prática de habilidades culinárias é apontada pelo Guia Alimentar associado a um maior risco de obesidade, entre outras DCNT. Por outro
para a População Brasileira como uma importante estratégia para lado, os padrões alimentares nomeados como saudáveis e tradicionais
colocar em prática a regra de ouro “Prefira sempre alimentos in natura se caracterizam pela presença de grãos integrais, leguminosas, frutas,
ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos hortaliças e produtos típicos de cada cultura, prioritariamente alimentos
ultraprocessados”. Um estudo mostrou que o aumento da confiança dos in natura e minimamente processados, e têm sido associados a um
pais nas habilidades culinárias esteve diretamente associado à diminuição menor risco de obesidade e melhores desfechos em saúde 34 , 35 , 36 , 37.
do consumo de alimentos ultraprocessados. Esses achados sugerem Destaca-se que o Guia Alimentar para a População Brasileira defende
que a confiança dos pais nas habilidades culinárias potencialmente as tradições culturais do País e a valorização de alimentos frescos ou
protege seus filhos contra alimentos ultraprocessados, indicando a pouco processados como o arroz, feijão, frutas e hortaliças priorizando
necessidade de incentivar essa prática entre as famílias para promover um padrão alimentar baseado em alimentos in natura e minimamente
uma alimentação saudável 27. processados.
Ademais, o apoio parental à realização de atividades físicas O que dizem as evidências sobre a relação entre o consumo
extracurriculares e brincadeiras ao ar livre pela criança e regras familiares de alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas com a
sobre o tempo de visualização da TV foram associados com a maior obesidade?
prática de atividade física, redução do comportamento sedentário e Um ensaio clínico 38 e quatro revisões sistemáticas (sendo que, em duas,
menores valores de IMC entre crianças 28, 29 , 30 , 31 . foram realizadas metanálises) 39 , 40 , 41 , 42 mostram que o maior consumo de
182 183
ANEXOS ANEXOS
ultraprocessados estaria associado ao ganho de peso excessivo e maior Outra característica que pode associar o consumo de alimentos
chance e risco de sobrepeso e obesidade. ultraprocessados com a obesidade é o tamanho da porção. A quantidade
Há um corpo crescente de evidências acerca do impacto do consumo servida nas porções de alimentos ultraprocessados, como no caso dos
de alimentos ultraprocessados nas condições de saúde em crianças fast foods, aumentou significativamente nas últimas décadas 54 e há uma
e adolescentes. Estudos realizados nesses grupos mostraram que o associação direta com consumo total de energia e o ganho de peso55.
consumo de alimentos ultraprocessados foi associado ao aumento Além disso, são produtos formulados para que sejam extremamente
das concentrações de colesterol total e LDL-colesterol , triglicerídeos e saborosos, podendo resultar em comportamento alimentar patológico,
adiposidade abdominal 45 e corporal 46 , 47. como a dependência alimentar 57 . Um estudo identificou que a taxa
média de ingestão de energia (kcal/min) de alimentos ultraprocessados é
Mecanismos que explicam as associações entre o consumo duas vezes maior que alimentos in natura57 .
de ultraprocessados e os desfechos negativos em saúde:
Outras características dos ultraprocessados podem interferir nos
Os alimentos ultraprocessados são intrinsecamente desbalanceados sinais de fome e saciedade, favorecendo o consumo excessivo desses
em nutrientes decorrente da sua própria composição e formulação alimentos58. Ultraprocessados diferenciam-se também de alimentos in
(quantidade de açúcar, sal ou gorduras não saudáveis, pouco ou ausência natura e minimamente processados por serem destituídos de matriz
de alimento integral/rompimento da matriz alimentar). Estudos realizados alimentar, o que está ligado à alteração de mecanismos de resposta
em vários países mostraram que quanto maior a participação desses glicêmica e saciedade 59.
alimentos na dieta, maior é o consumo de energia, açúcar de adição,
gorduras não saudáveis, sódio, e menor ingestão de proteínas e fibras48 , 49 Ademais, estratégias de publicidade tornam os alimentos
, 50 , 51 , 52
. ultraprocessados preferíveis aos alimentos in natura e minimamente
processados e induzem o consumo excessivo60. Estudos evidenciam que
Alimentos ultraprocessados são convenientes, práticos e portáteis. técnicas com apelo de alegações relacionadas à saúde e nutrição, bem
Na maioria das vezes, são vendidos como lanches, bebidas ou pratos como design de embalagens com a inclusão de desenhos animados,
prontos ou semiprontos para consumo. Sendo assim, podem facilmente cores brilhantes e letras infantis, são estratégias comumente direcionadas
substituir refeições feitas na hora, baseadas em alimentos in natura ou ao público infantil. Considerando a formação dos hábitos alimentares
minimamente processados, além de favorecer o consumo excessivo e o nos primeiros anos de vida e considerando esse como um período crítico
comer involuntário53. para prevenção da obesidade, o público infantil torna-se extremamente
vulnerável em relação ao consumo de alimentos ultraprocessados61 ,
184 185
ANEXOS ANEXOS
62 , 63
. Um estudo identificou que o consumo de ultraprocessados está de excesso de peso82 . Um dos mecanismos que explica essa relação é
inversamente associado à aderência a padrões alimentares mais a ingestão energética excessiva associada à distração promovida pelo
saudáveis em crianças 64. hábito de comer enquanto assiste à TV83 .
Outros mecanismos que podem explicar a relação entre alimentos Fazer frequentemente as refeições junto com a família tem sido
ultraprocessados e piores desfechos em saúde incluem alterações associado a padrões alimentares mais saudáveis, como o aumento
desfavoráveis na microbiota intestinal, respostas inflamatórias do consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais e leguminosas, e
relacionadas a nutrientes acelulares e aditivos alimentares industriais65 a um melhor estado nutricional em crianças pequenas e maiores e
, 66 , 67 , 68 , 69 , 70 , 71
contaminantes provenientes das embalagens 72 , 73 , 74 e do adolescentes84 , 85 , 86 , 87. Além disso, ter horários de refeição estruturados
processo de produção 75 , 76 desses produtos, entre outros. e refeições em família foi associado a um maior prazer em comer e
menor chance de comer emocional. Essas orientações devem ser
O consumo de bebidas adoçadas com açúcar e bebidas adoçadas reforçadas principalmente com os adolescentes, em que se observa maior
artificialmente (como as bebidas ultraprocessadas como refrigerantes, inadequação quanto à realização regular das refeições88 . Um estudo com
suco artificial, por exemplo) está associado à obesidade78 , 79. O consumo adolescentes brasileiros apontou que o café da manhã foi a refeição mais
dessas bebidas está associado ao ganho de peso devido à redução omitida pelos adolescentes e foi frequente a substituição do jantar por
compensatória incompleta no consumo de energia nas refeições lanches89 .
subsequentes à ingestão de líquidos 80.
O que dizem as evidências sobre a importância da atividade
O que dizem as evidências sobre a relação entre o hábito física para o cuidado de crianças e adolescentes com
de comer em frente às telas, as refeições com a família e as obesidade?
refeições regulares?
Crianças e adolescentes que praticam maiores quantidades de
Uma revisão sistemática revelou que comer enquanto se assiste à atividade física apresentam melhor condicionamento cardiorrespiratório;
televisão (TV) está associado à pior qualidade da dieta das crianças, maior resistência física e muscular; melhor saúde óssea, articular e
incluindo o consumo mais frequente de bebidas adoçadas com açúcar metabólica; menor percentual de gordura corporal; melhora do sistema
e alimentos ricos em gordura e açúcar e menos frequente de frutas e imunológico; melhor capacidade cognitiva (performance em testes de
vegetais 81. Uma metanálise mostrou que crianças e adolescentes que desempenho acadêmico, função executiva, velocidade de processamento,
comem enquanto assistem à TV apresentaram 28% de chances a mais memória); melhor autoestima; alívio do estresse, ansiedade e risco
reduzido de isolamento social e depressão90 , 91.
186 187
ANEXOS ANEXOS
manteve-se significativa nas análises de subgrupos: avaliação do tempo promovida pelo hábito de comer enquanto assiste TV; e privação de sono
gasto em frente à TV e do tempo gasto com computador de formas (as luzes emitidas pelas telas inibem a produção de melatonina, hormônio
separadas 108. associado à regulação do sono no organismo) 115 , 116.
Além disso, o maior tempo gasto em comportamentos sedentários O que as evidências dizem sobre a relação entre os padrões
tem sido associado com o aumento da pressão arterial e colesterol de sono e obesidade?
total, maior ingestão de energia e pior qualidade da dieta, problemas
de comportamento social, autoestima, aptidão física e desempenho Uma associação sólida e consistente entre sono e obesidade, de forma
acadêmico e sintomas depressivos em crianças e adolescentes 109 , 110 . transversal e prospectiva, tem identificado a curta duração do sono como
um fator de risco significativo na etiologia e manutenção da obesidade
Ao analisar as implicações fisiológicas dos comportamentos infantil 117 , 118, 119 , 120 . A menor duração do sono também está associada ao
sedentários para a saúde das pessoas, é possível destacar a redução e/ou menor desenvolvimento cognitivo, à menor regulação emocional e ao
a cessação da contratilidade muscular como desencadeador do processo crescimento prejudicado 121 .
de diminuição da utilização da glicose pelos músculos, do aumento
da insulina e do favorecimento da produção de lipídios que serão A curta duração do sono também tem sido associada à maior ingestão
preferencialmente armazenados no tecido adiposo da região central do de calorias e pior qualidade da dieta, que, por sua vez, pode contribuir
corpo, o qual por sua vez produz moléculas inflamatórias precursoras das para o ganho do peso. O impacto do sono sobre a ingestão dietética é
doenças crônicas não transmissíveis111 , 112 . multifatorial, sendo os principais mecanismos propostos: aumento da
fome devido a alterações dos hormônios reguladores da fome-saciedade,
O maior tempo de tela é muitas vezes acompanhado por menor representados pela leptina, hormônio produzido pelo tecido adiposo
tempo de prática de atividade física e aumento do comportamento que estimula a saciedade, e grelina, hormônio produzido pelo estômago
sedentário, o que levaria a um menor gasto energético, propiciando o que estimula a fome; fator hedônico: a restrição do sono aumenta os
ganho de peso. Outros mecanismos pelos quais o tempo de tela pode estímulos ao sistema de recompensa alimentar em resposta ao estímulo
favorecer a obesidade incluem: a maior exposição à publicidade de de alimentos não saudáveis; horas prolongadas de ingestão e tempo
alimentos televisivas, que na grande maioria são de ultraprocessados 113 alterado de ingestão 122.
, podendo influenciar negativamente a escolha alimentar da criança e
do adolescente 114; ingestão energética excessiva associada à distração
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ANEXOS
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