DJ7206 2021-Disponibilizado
DJ7206 2021-Disponibilizado
DJ7206 2021-Disponibilizado
DESEMBARGADORES
MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE CÉLIA REGINA DE LIMA PINHEIRO MARIA FILOMENA DE ALMEIDA BUARQUE
RÔMULO JOSÉ FERREIRA NUNES MARIA DE NAZARÉ SAAVEDRA GUIMARÃES LUIZ GONZAGA DA COSTA NETO
LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO LEONAM GONDIM DA CRUZ JÚNIOR MAIRTON MARQUES CARNEIRO
VÂNIA VALENTE DO COUTO FORTES BITAR CUNHA DIRACY NUNES ALVES EZILDA PASTANA MUTRAN
RAIMUNDO HOLANDA REIS RONALDO MARQUES VALLE MARIA ELVINA GEMAQUE TAVEIRA
VÂNIA LÚCIA CARVALHO DA SILVEIRA GLEIDE PEREIRA DE MOURA ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA
CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO JOSÉ MARIA TEIXEIRA DO ROSÁRIO JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JÚNIOR
MARIA DE NAZARÉ SILVA GOUVEIA DOS SANTOS MARIA DO CÉO MACIEL COUTINHO ROSI MARIA GOMES DE FARIAS
RICARDO FERREIRA NUNES MARIA EDWIGES DE MIRANDA LOBATO EVA DO AMARAL COELHO
LEONARDO DE NORONHA TAVARES ROBERTO GONÇALVES DE MOURA
PRESIDÊNCIA
NOMEAR a bacharela DEBORA MIKAELE DA SILVA NOGUEIRA, para exercer o Cargo em Comissão de
Assessor de Juiz, REF-CJS-2, junto ao Gabinete do Juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de
Paragominas, a contar de 07/07/2021.
Art. 2º NOMEAR a bacharela VANESSA YOSHIE MORIMITSU FILGUEIRA, para exercer o Cargo
em Comissão de Assessor de Juiz, REF-CJS-2, junto ao Gabinete do Juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial
da Comarca de Benevides, a contar do dia 02/08/2021.
Art. 2º NOMEAR a servidora LORENA PENIN BASTOS BOTELHO, Auxiliar Judiciário, matrícula 123005,
para exercer o Cargo em Comissão de Coordenador, REF-CJS-4, junto à Coordenadoria de Convênios e
Contratos deste Egrégio Tribunal de Justiça.
DESIGNAR o servidor LINDALBERTO DE JESUS ANTEIRO, Auxiliar Judiciário, matrícula nº 189871, para
exercer, em caráter excepcional, a função de Oficial de Justiça Ad hoc, junto ao Fórum da Comarca de
Anapu, especificamente durante o afastamento para tratamento de saúde do servidor Danilo Cezar
Coelho de Souza Figueiredo, Oficial de Justiça Avaliador, matrícula nº 157767, retroagindo seus efeitos ao
período de 14/07/2021 a 12/08/2021.
DESIGNAR o servidor ODAY CARIDADE MACIEL JUNIOR, matrícula nº 161438, para exercer, em caráter
excepcional, a função de Oficial de Justiça Ad hoc, junto ao Fórum da Comarca de Chaves,
especificamente durante o afastamento, por licença para tratamento de saúde do servidor Silvio Rodrigo
Grando, Oficial de Justiça Avaliador, matrícula nº 170828, retroagindo seus efeitos ao período de
10/06/2021 a 24/06/2021.
VICE-PRESIDÊNCIA
e outros...
PROCESSO Nº 0003560-59.2020.2.00.0814
CLASSE: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS
REQUERENTE: JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA COMARCA DE PARAGOMINAS-PA
DECISÃO: Trata-se de Ofício nº 023/2020-GJ, subscrito pela Juíza da 1ª Vara Cível e Empresarial de
Paragominas, informando acerca de casos de estelionato envolvendo idosos aposentados e
empréstimos consignados. Esclareceu a magistrada que a autoridade policial oficiou à Direção do Fórum
de Paragominas solicitando informações acerca de ações de tal natureza em trâmite na comarca, tendo
em vista a possibilitar de estar havendo agenciamento de idosos para a propositura de tais demandas em
massa contra instituições bancárias. Informa a magistrada que, na época, com a instalação do Pje na
comarca foram identificadas mais de mil ações de idosos em desfavor de instituições bancárias num
período de 03 (três) meses, sendo que em muitas houve condenação por litigância de má-fé. Por fim, a
Juíza esclareceu que encaminhava tais informações para conhecimento deste censório (tais informações
englobam: cópias de processos distribuídos e julgados improcedentes e relação de algumas sentenças já
proferidas no mesmo sentido em outros processos), e que as mesmas teriam sido encaminhadas à
Delegacia de Polícia local para subsidiar procedimentos criminais iniciados. Ainda no âmbito da
Corregedoria de Justiça das comarcas do interior (ID 120254) foi determinado o levantamento, nos
sistemas de gestão de processos do Tribunal de Justiça, de ações de indenização por danos morais
ajuizadas por parte com prioridade legal (idoso) em face de
instituições financeiras que tenham por assunto empréstimo consignado, com prazo de cinco dias. A
Secretaria de Informática prestou informações quanto aos achados (ID 162937). Tendo em vista o
despacho (ID 347210), foi encaminhado a esta Corregedoria pela Secretaria de Informática novas
informações relativas ao pleito (ID 447658 e 447659). Uma vez atendida a solicitação quanto ao chamado
técnico pela unidade judicial, bem como diante do fato de que a magistrada requerente já noticiou o fato à
Delegacia de Polícia Local, não vislumbro qualquer situação que reclame a atuação desta Corregedoria
visto que as supostas irregulares são oriundas de pessoas externas ao Tribunal de Justiça do Pará, pelo
que determino o ARQUIVAMENTO do presente Pedido de Providências. Na oportunidade, tendo em vista
o que preconiza o art. 152, XV, do Código Judiciário do Estado do Pará, encaminhe cópia do
conteúdo dos ID´s 447655, 447658 e 447659 à Ordem dos Advogados do Brasil- Seção Pará,
fazendo referência a comunicação anterior já realizada em razão do presente PP, para providências
que julgar cabíveis. À Secretaria para providências. Belém, 20/07/2021. Desembargadora ROSILEIDE
MARIA DA COSTA CUNHA - Corregedora Geral de Justiça do Estado do Pará
pedido de providências. Dê-se ciência às partes. Utilize-se cópia da presente decisão como ofício. À
Secretaria para os devidos fins. Belém(PA), 02/08/2021. Desembargadora ROSILEIDE MARIA DA
COSTA CUNHA - Corregedora-Geral de Justiça
PROCESSO Nº 0001871-43.2021.2.00.0814
REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO
REQUERENTE: GILBERTO DA SILVA MADEIRO
REQUERIDO: JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA DA FAZENDA DA COMARCA DE BELÉM/PA
EMENTA: REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO ¿ DECISÃO PROFERIDA ¿
PROCESSO RECEBEU IMPULSO ¿ PRETENSÃO ALCANÇADA ¿ ARQUIVAMENTO.
DECISÃO: Trata-se de representação por excesso de prazo formulada por Gilberto da Silva Madeiro em
desfavor do Juízo de Direito da 3ª Vara da Fazenda da Comarca de Belém/PA, expondo morosidade na
tramitação do Processo nº 0000095-24.2004.8.14.0301. Instada a manifestar-se, a Exma. Sra. Dra. Marisa
Belini de Oliveira, Juíza de Direito Titular da 3ª Vara da Fazenda da Comarca de Belém/PA, em síntese,
informou que os autos do processo n.º 00095-24.2004.8.14.0301 tiveram uma contratempo em razão do
falecimento da exequente, que acarretou na necessidade de habilitação dos herdeiros necessários para
recebimento de valores devidos àqueles, o que tornou a
situação do processo um pouco mais trabalhosa e delicada. É o Relatório. DECIDO. Analisando os fatos
apresentados pelo requerente, percebe-se que a sua real intenção era que fosse dado impulso aos autos
do processo n.º 00095-24.2004.8.14.0301. Consoante às informações prestadas pela Exma. Sra. Dra.
Marisa Belini de Oliveira, Juíza de Direito Titular da 3ª Vara da Fazenda da Comarca de Belém/PA,
verificou-se que os autos do processo n.º 00095-24.2004.8.14.0301 receberam decisão,
dando impulso ao feito em questão e satisfazendo a pretensão exposta pelo requerente junto a este Órgão
Correcional. Diante do exposto, DETERMINO a retificação da autuação do presente feito da classe Pedido
de Providências para a classe Representação por Excesso de Prazo. Por fim, considerando não haver a
princípio qualquer outra medida a ser adotada por esta Corregedoria-Geral de Justiça, DETERMINO o
ARQUIVAMENTO da presente representação por excesso de prazo, com fulcro no art. 9º, § 2º da
Resolução nº 135 do Conselho Nacional de Justiça. Dê-se ciência às partes.
Utilize-se cópia da presente decisão como ofício. Após, arquive-se. À Secretaria para os devidos fins.
Belém (PA),02/08/2021. Desembargadora ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA - Corregedora Geral
de Justiça
PROCESSO Nº 0002809-38.2021.2.00.0814
REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO
REQUERENTE: A. G. D. D. REPRESENTADA PELA GENITORA EVELIN VITORIA PEGAS DIAS
ADVOGADO: FRANCINALDO RODRIGUES DA SILVA (OAB/PA 23.705)
REQUERIDO: JUÍZO DE DIREITO DA 5ª VARA FEDERAL CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIARIA DO
ESTADO DO PARÁ
REF. PROC. N.º 1026857-40.2020.4.01.3900
EMENTA: REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO. PEDIDO DE DESISTÊNCIA.
HOMOLOGAÇÃO. ARQUIVAMENTO.
DECISÃO: Trata-se de representação por excesso de prazo formulada pelo Advogado Francinaldo
Rodrigues da Silva (OAB/PA 23.705) atendendo aos interesses da menor A. G. D. D. representada pela
genitora Evelin Vitoria Pegas Dias em desfavor do Juízo de Direito da 5ª Vara Federal Cível da Seção
Judiciária do Estado do Pará, expondo morosidade na tramitação do processo n.º 1026857-
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
40.2020.4.01.3900. Verifica-se que o causídico encaminhou a petição que foi protocolizada em 07/07/2021
e em 16/07/2021, o próprio advogado da requerente, juntou aos autos a petição Id. 629295, desistindo do
prosseguimento do presente feito uma vez que houvera protocolizado por equívoco. É o Relatório. Decido.
Das informações trazidas e de todos os documentos juntados, apura-se a evidente perda de objeto dos
presentes autos, uma vez que o próprio advogado
requerente informou que o requerimento inicial foi protocolizado por equívoco junto a este Órgão Censor.
Desse modo, HOMOLOGO a desistência requerida e diante da perda do objeto dos presentes autos,
DETERMINO o ARQUIVAMENTO desta representação por excesso de prazo.
Dê-se ciência ao Advogado requerente. Sirva a presente decisão como ofício. À Secretaria, para as
providências necessárias. Belém(PA), 09/08/2021. Desembargadora ROSILEIDE MARIA DA COSTA
CUNHA - Corregedora- Geral de Justiça
PROCESSO Nº 0002808-53.2021.2.00.0814
REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO
REQUERENTE: ERNESTINA MACIEL COUTINHO
ADVOGADO: JHONATA GONÇALVES MONTEIRO (OAB/PA 29571)
REQUERIDO: JUÍZO DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CONCÓRDIA DO PARÁ/PA
EMENTA: REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO. CONSTATADA AUSÊNCIA DE
MOROSIDADE. ARQUIVAMENTO.
DECISÃO: Cuida-se de representação por excesso de prazo formulada por Ernestina Maciel Coutinho
representada pelo Advogado Jhonata Gonçalves Monteiro (OAB/PA 29571) em desfavor do Juízo de
Direito da Vara Única da Comarca de Concórdia do Pará/PA, expondo morosidade na tramitação do
processo n.º 0800348-96.2020.8.14.0105 e requerendo a imediata apreciação de pedido de tutela
antecipada. Instado a manifestar-se, o Exmo. Sr. Dr. José Ronaldo Pereira Sales, Juiz de Direito Titular
da Vara Única da Comarca de Tomé-Açu, respondendo pela Vara Única da Comarca de Concórdia do
Pará/PA, fez uma síntese da tramitação do referido processo e da situação em que se encontra naquela
Unidade Jurisdicional, nos seguintes termos: ¿Trata-se de ação de adoção c/c destituição do poder
familiar ajuizada por Reginaldo da Silva Nazare e Edna Cristina de Abreu em face de Ernestina Maciel
Coutinho, em 03/11/2020. Os autores alegaram que a requerida é genitora do menor Cristian Maciel
Coutinho e registrou o seu nascimento perante o Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais da
Comarca e Município de Ananindeua. Relataram, ainda, que a requerida realizou a entrega da criança com
poucos dias de vida à guarda e cuidado dos requerentes por não ter condições de cria-lo. Que no ato da
entrega da criança, a requerida manifestou o seu consentimento à adoção da criança pelos autores.
Desta feita, os requentes pleitearam a adoção de Cristian Maciel e a destituição do poder familiar. Na data
de 07/12/2020, foi proferido despacho inicial condicionando a concessão da guarda provisória a elementos
suficientes de prova que foram encontrados na inicial, determinou a designação de audiência de
justificação a ser agendada pelo cartório e a citação da requerida. Neste viés, ressalta-se que o Juiz titular
condicionou a apreciação do pedido de guarda provisória, feita pelos requerentes, à apresentação do
estudo social pelo CREAS, o que não foi providenciado ainda. Após, designou-se audiência de
justificação para o dia 28/04/2021 e determinado ao CREAS a emissão de relatório psicossocial com a
criança e os autores.
Em 27/04/2021, determinou-se a suspensão da audiência eis que inoportuna no rito e o envio de ofício ao
CREAS a fim de que realize o estudo determinado. A requerida apresentou contestação com pedido de
tutela de urgência alegando que os autores mentem em suas afirmações na inicial. Pois, afirma que os
autores abusaram de sua confiança por ser prima da requerente. Que a criança iria passar apenas alguns
dias com os autores, mas depois a requerente começou a pressionar a requerida para que deixasse a
criança com eles (em 29/04/2021). Por conseguinte, o juízo determinou remessa dos autos ao Ministério
Público para manifestação, na data de 28/05/2021. O Ministério Público se manifestou favorável a entrega
do menor à genitora (01/06/2021). Neste diapasão, os autores requereram pela manutenção da criança
com estes. Novamente o Ministério Público pugnou pela entrega da criança à requerida (22/06/2021). Em
15/07/2021, este juízo proferiu decisão na qual deixou de apreciar o pedido de tutela de urgência da
requerida fundamentando que a via adequada para o requerimento da parte seria por meio da
reconvenção. Neste viés, é oportuno registrar que este magistrado responde pela Comarca de Concórdia
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
do Pará desde a data 12/06/2021, consoante Portaria nº 2330/2021-GP. Desta feita, observa-se o
cumprimento dos deveres dispostos no art.35, inciso II e III, da Lei Complementar nº 35, de 24 de março
de 1979 diante da apreciação do pedido da requerida sem exceder injustificadamente o prazo para
despachar, bem como determinando as
providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais.¿ É o relatório.
Decido. Da leitura das informações que integram estes autos, apurou-se que o processo n.º 0800348-
96.2020.8.14.0105, objeto de representação por excesso de prazo, está em tramitação regular. Destarte, à
luz do princípio da razoabilidade, não há que se falar em atraso processual decorrente de ato ou omissão
do Juízo requerido, verificando-se que os intervalos entre os atos processuais se deram em tempo
razoável, não havendo paralisação do processo de modo a configurar morosidade. Em casos semelhantes
assim tem se manifestado o Conselho Nacional de
Justiça: "Para se entender configurada morosidade no tramitar de qualquer processo faz-se
necessário, à luz do princípio da razoabilidade, aferir o volume de trabalho a que está submetido o
magistrado, a sua produtividade, as condições cartorárias (equipamentos e pessoal), a complexidade da
causa e a indispensabilidade do atendimento da legislação processual" (CNJ - REP200710000001832 -
Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha - 65ª Sessão - j. 24.06.2008 - DJU 05.08.2008l)". Assim
sendo, chama-se atenção ao fato de que o Princípio Constitucional da Duração Razoável do Processo, por
vezes, há de ser relativizado, posto que não significa imediatismo. Assim, a duração razoável deve ser
analisada caso a caso, de modo a não
importar hiato temporal, mas sim, se durante esse período, o processo tramitou regularmente. Desse
modo, ante a inexistência de qualquer infração administrativa a ser apurada, assim como diante da
ausência de constatação de morosidade processual, impõe-se o ARQUIVAMENTO destes autos, com
fulcro no art. 9º, § 2º da Resolução nº 135 do Conselho Nacional de Justiça, por não haver a princípio
qualquer outra medida a ser adotada por este Órgão Correcional. Dê-se ciência às partes. Sirva a
presente decisão como ofício. À Secretaria, para as providências necessárias. Belém (PA), 09/08/2021
Desembargadora ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA - Corregedora-Geral de Justiça
DECISÃO: Retornaram os autos após juntada de manifestação do Setor de Informática (ID 503120), em
resposta ao despacho (ID 321384) que solicitou informações acerca do sistema utilizado para gravação
das audiências e sobre a possibilidade de se efetuar o backup dos arquivos e de que forma poderia ser
viabilizado. Informou o Coordenador de atendimento ao usuário que o Sistema DRS Audiências, sistema
oficial de gravações de audiências, está devidamente instalada e funcional no momento. Reforçou a
importância de o operador realizar a publicação das audiências após seu término, o que possibilita a
realização de backup no Datacenter do TJPA, de forma que, sem a publicação, as audiências ficarão
armazenadas localmente nos microcomputadores, gerando riscos em caso de problemas no equipamento.
Acrescentou que, nos casos em que o operador não conseguir realizar a publicação decorrente de erros, é
recomendável realizar abertura de Chamado Técnico, via Central de Serviços pelo link:
https://centralservicos.tjpa.jus.br/glpi/ , para a equipe responsável analisar. Juntou informações prestadas
pelo Analista de Sistemas, Daniel Fontes Pereira, dando conta de que o sistema DRS Kenta possui
funcionalidade de sincronia, no qual os dados gravados na comarca são publicados no Datacenter do
TJ/PA, e que é feito backup diário com retenção de 8 dias (informação fornecida pela Coordenadoria de
Suporte Técnico da Secretaria de Informática). Informou, ainda, referente ao caso referenciado no
expediente, que o sistema não estava instalado/disponível no Salão do Júri da Comarca de Santa Izabel, à
época, fato já sanado. Destacou que os dados precisam ser publicados pelo operador para que estejam de
fato resguardados e qualquer status diferente, impede a solução de cumprir essa função, informando ainda
que, salvo soluções que estejam em avaliação pela Secretaria de Informática, quaisquer outras
ferramentas não são passíveis do armazenamento e backup no Datacenter do TJPA. É o Relatório. Ante o
exposto, expeça-se ofício circular a todos os magistrados de Juízos criminais, orientando-os para que
observem o procedimento orientado pela Secretaria de Informática para salvaguardar os arquivos de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO Nº 0003128-40.2020.2.00.0814
Processo nº 0001541-46.2021.2.00.0814
DECISÃO: Trata-se de consulta formulada pelo Titular do 3º Ofício de Notas da Capital, Sr. Eduardo Luiz
Ayres Duarte da Rosa, pela qual apresenta caso concreto para apresentação desta Corregedoria,
referente a cobrança de emolumentos pelos serviços notariais anteriormente recolhidos à
antiga responsável Interina pela Serventia Extrajudicial, todavia não repassados ao posterior responsável
interino nomeado por esta Corregedoria, Sr. Ricardo Santiago Teixeira e ao atual titular, ora Consulente.
Vieram-me os autos conclusos. É, no essencial, o relatório. DECIDO. Prima facie, ao examinar os
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
XII- Dar instruções aos Juízes e serventuários, respondendo as consultas daqueles sobre matéria
administrativa, em tese". (grifei)
Assim, pela simples leitura do dispositivo legal, percebe-se o descabimento de manifestação através de
consulta administrativa de casos concretos apresentados, razão pela qual a consulta não deve ser
conhecida. Ademais, a consulta envolve uma a situação de serventia submetida a transição de titularidade,
de sorte que, todos os desdobramentos interrogados, decorrem desse fato gerador que, não
foram solucionados oportunamente. Dessa feita, importante se faz trazer a baila a previsão contida no
Código de Normas do Pará que, em seu art. 43, in verbis:
"Art. 43. A transição nos serviços notariais e registrais inicia-se a partir da data de outorga da delegação
ou de designação de responsável interino".
Por sua vez, o art. 44, § 3º do mesmo normativo é enfático, no seguinte sentido:
"§ 3o O Juiz de Registros Públicos poderá designar servidor para auxiliar no acompanhamento dos atos de
transição, preferencialmente dentre os oficiais de justiça avaliadores.
Como bem pode se perceber, em que pese ter sido formulada em caráter de consulta a matéria ora
enfrentada, por seus contornos, não deixam dúvida de que a questão a ser dirimida deveria ter sido
saneada ao tempo da transição de titularidade entre os responsáveis, isso por meio de correição especial
de transição, promovida pelo Juiz da Vara de Registros Públicos. A esse respeito, corroboram para
elucidar, mais ainda, o caso sob análise, os artigos 50, 52, ambos do Código de Normas do Pará, senão
veja-se:
¿Art. 50.O responsável interino deverá entregar ao novo delegatário ou responsável interino, no momento
da abertura da Ata de transição, e na presença do Juiz de Registros Públicos, o formulário do balanço
aprovado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), indicando os valores auferidos e as despesas
efetuadas no mês da transição até o dia anterior ao do exercício do novo delegatário ou responsável
interino, devidamente acompanhado da documentação comprobatória e do numerário correspondente à
diferença entre receitas e despesas, de maneira a possibilitar a apuração e o pagamento do excedente ao
teto remuneratório previsto no Art. 34 deste Código de Normas, e da renda liquida a ser recolhida ao
Tribunal de Justiça do Estado do Pará, observado o prazo estabelecido no art. 35 deste instrumento, se
houver, bem como a quitação das obrigações vincendas no mês¿.
Art. 52. As prestações de contas dos atos praticados no mês de transição devem ser apresentadas em
lotes distintos, sendo o lote principal designado para o período correspondente aos atos praticados até o
último dia em que a serventia esteve sob a responsabilidade do responsável interino ou do Delegatário
Titular anterior, e o lote complementar ao período referente à responsabilidade do Novo Delegatário.
Não se pode olvidar, portanto, que a questão apresentada pelo consulente se deu a destempo e por meio
de expediente impróprio, contudo, a título de orientação, traz se à baila a previsão contida no art. 233 do
Código de Normas que assim aduz:
Dessa feita, no caso de dúvida, o Código de Normas dispõe de outros instrumentos que não a consulta a
este órgão censor, cuja utilização pode ser realizada a qualquer tempo perante a autoridade competente.
Por todo o exposto, face a natureza da matéria ora em observância NEGO CONHECIMENTO À
PRESENTE CONSULTA. Dê-se ciência ao consulente. Utilize-se cópia do presente como ofício. À
Secretaria para os devidos fins. Após, Arquive-se. Belém, data registrada no sistema. Rosileide Maria da
Costa Cunha - Desembargadora Corregedora Geral de Justiça.
REQUERENTE: EXMO. SR. DR. SÉRGIO CARDOSO BASTOS, JUIZ DE DIREITO TITULAR DA
COMARCA DE INHANGAPI/PA
Trata-se de pedido formulado pelo Exmo. Dr. Sérgio Cardoso Bastos, Juiz de Direito Titular da Vara
Única da Comarca de Inhangapí/PA, solicitando auxílio desta Corregedoria-Geral de Justiça junto ao
Setor de Serviço Social do Fórum Cível para sejam providenciadas, com brevidade, as autorizações para
realização dos exames de DNA que se encontravam pendentes. A Divisão do Serviço Social das Varas de
Família apresentou manifestação em referência à reclamação formulada, contendo esclarecimentos
acerca da triagem e agendamento de exames de DNA ofertados por este TJ/PA, através do 1º Termo
Aditivo do contrato 022/2019/TJPA, ora vigendo. Consta explicação de que o Serviço de Triagem de Ações
de Investigação de Paternidade/Maternidade e marcação de exames de DNA foi instituído no TJPA em
1999, e desde então vem seguindo a Resolução nº. 0016/99 ¿GP, que dispõe sobre a forma de
operacionalizá-lo. É o relatório. Decido. Considerando as informações prestadas pelo requerido (Id.
357313) e documentos anexos (Id. 357314), que comprovam o encaminhamento de ofício de
agendamento de exame de DNA ao Juízo de Inhangapí, juntamente com os Kits de coleta de material do
Laboratório contratado por SEDEX, entendo que resta prejudicado o objeto do presente expediente,
motivo pelo qual determino seu arquivamento nos termos do artigo 91, parágrafo 3° do Regimento
Interno do TJ/PA. Dê-se ciência ao requerente. Sirva a presente decisão como ofício. À Secretaria para
providências. Belém (PA), data registrada no sistema. Desembargadora ROSILEIDE MARIA DA COSTA
CUNHA - Corregedora-Geral de Justiça
PROCESSO Nº 004685-62.2020.2.00.0814
PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS
REQUERENTE: EXMO. SR. DR. ANDRÉ MONTEIRO GOMES, JUIZ DE DIREITO TITULAR DA VARA
ÚNICA DA COMARCA DE BUJARU/PA
DECISÃO: O Juiz de Direito André Monteiro Gomes, titular da Vara Única da Comarca de Bujaru/PA,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
CORREGEDORIA-GERAL DE JUSTIÇA
COMUNICA aos MM. Juízes de Direito, Membros do Ministério Público, Advogados, Notários e
Registradores, Serventuários de Justiça e a quem mais possa interessar, para conhecimento e devidos
fins, que, conforme teor do PJECOR 0001745-90.2021.2.00.0814, foi comunicado pelo 2º Ofício do
Registro de Imóveis de Belém o cancelamento dos seguintes selos digitais, em razão do cancelamento
dos atos aos quais foram apostos:
Corregedora-Geral de Justiça
CORREGEDORIA-GERAL DE JUSTIÇA
COMUNICA aos MM. Juízes de Direito, Membros do Ministério Público, Advogados, Notários e
Registradores, Serventuários de Justiça e a quem mais possa interessar, para conhecimento e devidos
fins, que, conforme teor do PJECOR 0000492-67.2021.2.00.0814, foi comunicado pelo Cartório do Distrito
de Mosqueiro a ocorrência de fraude na Serventia, em razão de emissão de procuração inexistente, tendo
em vista a suposta emissão de procuração cuja outorgante seria a Senhora Margarete Henriques Calado e
o outorgado seria o Senhor Antônio Laércio Maia Russo Pedrosa, conferindo a este plenos poderes para a
transferência de bem imóvel da suposta outorgante. Informa que a situação foi devidamente relatada à
Polícia Civil do Estado do Pará através do Boletim de Ocorrência nº 00004/2019.101627-8, lavrado
em29/01/2021
Corregedora-Geral de Justiça
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PRECATÓRIO: nº 004/2020
DESPACHO
Intime-se a pessoa jurídica credora para juntar procuração a seu advogado, a qual deve ser subscrita pela
pessoa com atribuição para tanto, conforme previsto no ato constitutivo e alterações de fls.40 ¿ 48.
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02642543-45
Requerente: Raimunda Nonata Campos da Silva (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
26
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Protocolo nº 2020.02642328-1
Requerente: Raimunda Maria Oliveira Lima (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02642086-58
Requerente: Raimunda Maria do Espírito Santo Silva (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02644612-46
Requerente: Raimundo Wilson Mota Oliveira (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02644615-37
Requerente: Sandra Márcia Farias Silva (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02644642-53
Requerente: Raimundo Nonato Araújo (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02644643-50
Requerente: Salomão Albuquerque Aranha (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02644667-75
Requerente: Sandra Nogueira Leite (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
Publique-se.
Protocolo nº 2020.02644656-11
Requerente: Ruth de Almeida Mota (Adv. Gleydson Alves Pontes ¿ OAB/PA nº 12.347)
DESPACHO
30
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Publique-se.
SECRETARIA JUDICIÁRIA
TRIBUNAL PLENO
PODER JUDICIÁRIO
ATO ORDINATÓRIO
PODER JUDICIÁRIO
ATO ORDINATÓRIO
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso extraordinário (ID 5835424), interposto por MÁRIO ROGÉRIO RIBEIRO
NOGUEIRA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão que não admitiu
o recurso extraordinário (ID 5835420).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Remeta-se o feito ao Supremo Tribunal Federal, salvo se também houver sido interposto agravo em
recurso especial, caso em que os autos devem ser remetidos ao Superior Tribunal de Justiça (art. 1.042,
§§ 4º e 7º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID 5835422), interposto por MÁRIO ROGÉRIO RIBEIRO
NOGUEIRA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão que não admitiu
o recurso especial (ID 5835421).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
EMENTA
1. O recurso cabível da decisão que nega seguimento a recurso especial com fundamento em súmulas do
Superior Tribunal de Justiça é o agravo previsto nos arts. 1.030, §1.º, e 1.042 do Código de Processo Civil,
e não o agravo interno.
2. A redação do art. 1.042 do CPC torna incabível a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, por
tratar-se de erro grosseiro. Precedentes do STJ.
3. Tratando-se de recurso manifestamente incabível, que não suspende nem interrompe o prazo para a
interposição de outro recurso, constata-se a ocorrência do trânsito em julgado da decisão que não admitiu
o recurso especial.
ACÓRDÃO
Acordam os Desembargadores do Pleno do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, por
unanimidade, em não conhecer do agravo interno em recurso especial em apelação cível, nos termos do
voto do Relator, Desembargador Ronaldo Marques Valle (Vice-Presidente). Julgamento presidido
pela Desembargadora Célia Regina de Lima Pinheiro (Presidente). Afirmou impedimento-suspeição o
Desembargador Rômulo José Ferreira Nunes.
Vice-Presidente e Relator
TRIBUNAL PLENO
(Representante: Maria Josiane de Sousa Maia – Procuradora do Município - OAB/PA n.º 11.874).
RELATÓRIO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de agravo interno (ID 5415717), interposto pelo Município de Santarém, com fundamento no art.
1.021 do Código de Processo Civil, c/c os arts. 289 e 290, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará, contra a decisão registrada sob o ID 4941974, pretendendo, por conseguinte, a admissão
do recurso especial interposto (ID 4568986) e seu encaminhamento ao Superior Tribunal de Justiça,
visando à reforma do acordão, que desproveu sua apelação (ID 4207330).
Sustentou, em síntese, o cabimento do recurso, porque a decisão agravada seria decisão monocrática de
relator, sendo certo que o acórdão que julgou a apelação deveria ser reformado, uma vez que, além de
confrontar jurisprudência do Tribunal Superior, sua manutenção feriria interesse público e
provocaria prejuízos ao erário, porquanto, para a continuidade dos serviços, teve de abrir novo
procedimento licitatório.
Éo relatório.
VOTO
A decisão agravada, que não admitiu o recurso especial interposto (art. 1.030, V, do Código de Processo
Civil), fundou-se na incidência dos enunciados 5, 7. 83 e 126, todos de Súmula do Superior Tribunal de
Justiça.
Destarte, deve ser desafiada pelo agravo previsto nos arts. 1.030, §1.º, e 1.042, do Código de Processo
Civil, protocolado no tribunal local, mas com suas razões endereçadas ao Superior Tribunal de Justiça, de
modo que a interposição de agravo interno configura erro grosseiro, o que impede a aplicação do princípio
da fungibilidade recursal, bem como não tem o condão de interromper o prazo para a interposição do
recurso cabível.
impõe o reconhecimento de erro grosseiro pela utilização de outro meio. 2. Nos termos do art. 219, c/c o
art. 1.003, § 5º, ambos do Código de Processo Civil de 2015, é intempestivo o recurso interposto com
fundamento na respectiva lei adjetiva após escoado o prazo de 15 (quinze) dias úteis. 3. Consoante a
jurisprudência desta Corte, o único recurso cabível da decisão do primeiro juízo de admissibilidade do
recurso especial é o agravo previsto no art. 1.042 do CPC/2015. A oposição dos embargos de declaração
não tem o condão de interromper o prazo para a interposição do citado recurso. Precedentes. 4. Agravo
interno improvido. (AgInt no AREsp 1694445/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 21/09/2020, DJe 24/09/2020)”.
Sendo assim, voto pelo não conhecimento do agravo interno, devendo ser certificado o trânsito em julgado
da decisão que não admitiu o recurso especial.
Belém, 12/08/2021
PROCESSO Nº 0001006-54.2014.8.14.0012
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso extraordinário (Id 4711674), interposto pelo MOISES DOS PRAZERES
RODRIGUES, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão de inadmissão
do recurso extraordinário (Id 4711673).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Remeta-se o feito ao Supremo Tribunal Federal, salvo se também houver sido interposto agravo em
recurso especial, caso em que os autos devem ser remetidos ao Superior Tribunal de Justiça (art. 1.042,
§§ 4º e 7º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
PROCESSO Nº 0001006-54.2014.8.14.0012
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (Id 4711675), interposto por MOISES DOS PRAZERES
RODRIGUES, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão de inadmissão
do recurso especial (Id 4711672).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID 5361339), interposto por SÍNTESE ENGENHARIA LTDA com
fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão que não admitiu o recurso
especial (ID 5130575).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID 5311329), interposto por JORGE FERNANDO DE CAMPOS
ALMEIDA com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão que não admitiu o
recurso especial (ID 5011036).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
TELEMAR NORTE LESTE S/A., com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, interpôs
agravo em recurso especial (ID. 5459318) contra a decisão que não admitiu o recurso especial (ID.
5260789).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID 5656795), interposto por CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO LILLE,
com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão que não admitiu o recurso
especial (ID 5387396).
A parte agravada apresentou petição (ID 5849140) solicitando a exclusão dos autos de petição (ID
5849136), erroneamente protocolada.
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Providencie a Secretaria a exclusão da petição (ID 5849136), conforme solicitado (ID 5849140).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID n.º 5.598.087), interposto pelo Município de Belém, com
fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, insurgindo-se contra decisão de não
admissibilidade de recurso especial, fundada nos enunciados 83 e 7 da Súmula do Superior Tribunal de
Justiça (ID n.º 4.870.877).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em seguida, vieram-me os autos conclusos, para o fim do disposto no §2.º do art. 1.042 do Código de
Processo Civil.
É o relatório. Decido.
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho por seus próprios
fundamentos.
Sendo assim, encaminhe-se o feito ao Superior Tribunal de Justiça (art. 1.042, §4.º, do Código de
Processo Civil).
Publique-se. Intimem-se.
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO N. 0806047-58.2021.8.14.0000.
MANDADO DE SEGURANÇA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA impetrado PAULO SÉRGIO BARATA MARQUES. Alega que
foi Delegado de Polícia Civil de carreira nomeado através de Concurso Público em 26.09.2000. Narra que
enquanto exercia suas atividades de Delegado de Polícia civil lotado no Município de Marabá, na
Superintendência do Sudeste do Pará, estando de folga em sua residência recebeu a visita de seu
superior hierárquico, Delegado João de Deus Damasceno Filho, que o convidou para viajar até Bom Jesus
do Tocantins, onde este delegado era designado e respondia pelo expediente da Delegacia Municipal de
Bom Jesus do Tocantins, como estava havendo uma ocorrência no município e teria sido acionado para
comparecer no local para tomada de providências legais e por isso convidou o impetrante que estava de
folga e se fez acompanhá-lo até o Município de Bom Jesus do Tocantins.
Que ao chegar em Bom Jesus do Tocantins, o Delegado responsável pela Delegacia JOÃO DE DEUS
DAMASCENO, tomou as providências legais, PRESIDIU todos os atos concernentes a apuração dos fatos
e sua autoria, desde a tomada de depoimentos e demais diligências que compete à Autoridade presidente
do feito, dentre as quais a determinação da viagem dos policiais até o município de Rondon do Pará, como
foi confirmado em todas as declarações dos demais servidores envolvidos nos fatos apurados no
respectivo PAD 018/05, IPC DIRSANDRO TEIXEIRA VENDRAMINI e IPC MANOEL OLIVEIRA DA
COSTA, e desta própria AUTORIDADE, DPC JOÃO DE DES DAMASCENO que presidiu o feito, todos os
acusados em unanimidade EXCLUIRAM o impetrante de qualquer irregularidade nos fatos apurados.
Sustenta que no procedimento originário de apuração foi subvertida a ordem de instrução do processo,
nos interrogatórios, no sentido de beneficiar o principal envolvido na trama das irregularidades, Delegado
João de Deus Damasceno Filho, já falecido, por ser concunhado de um dos membros da comissão
processante, pois nenhuma pergunta fora feita pela Comissão comprometida ao DPC Damasceno sobre a
participação do impetrante, caso fosse ouvido os investigadores e por último os delegados, a análise,
avaliação e convicção teria sido diferente, pois disseram que foi o Delegado João de Deus Damasceno
Filho quem determinou a ida dos policiais envolvidos até Rondon do Pará, presidiu e conduziu todos os
procedimentos, de maior gravidade entre todos os envolvidos, mesmo assim foi beneficiado no relatório
final da comissão processante, com a sugestão de 90 (noventa) dias de punição, por ser o mesmo
acusado concunhado de um dos membros da comissão processante.
Argumenta que em relação a si, de pouca ou nenhuma participação que não seja apenas a declaração
feita por apenas uma das 03 (três) vítimas, foi sugerido pela mesma comissão a demissão do serviço
público, acatado pela autoridade impetrada, ou seja, foram usados dois pesos e duas medidas, como o
velho termo se diz “usado como bode expiatório”
Assevera que aguardava o desenrolar da ação penal no sentido de provar sua inocência e ser absolvido
dos fatos a sí imputados, porém o juízo criminal da Comarca onde ocorria o feito, veio a decretar a
prescrição da ação penal pela extinção da punibilidade. Pelo decurso do tempo veio a tomar conhecimento
da relação de parentesco e fortes laços de amizade entre um dos membros da comissão processante,
com o acusado JOÃO DE DEUS DAMASCENO FILHO, através da obtenção de documento novo que
comprova ser um dos membros CONCUNHADO do acusado, face a CERTIDÃO DE CASAMENTO do ano
de 1985, entre o irmão do membro da comissão DPC LAURO MARTINS VIANA NETO, com a irmã do
acusado JOÃO DE DEUS DAMASCENO FILHO.
Que diante das provas de elementos novos não apreciados no processo originário (art.231, Lei 5.810/94),
aduzindo fatos novos, de posse da sentença da extinção da punibilidade pela prescrição da ação penal,
bem como da CERTIDÃO DE CASAMENTO do ano de 1985 de JOSÉ WALLACE GALVÃO VIANA, irmão
do DPC LAURO MARTINS VIANA NETO, “Membro da Comissão do PAD”, casado com ELIANA MARIA
DE OLIVEIRA DAMASCENO, que é irmã do principal ACUSADO, DPC JOÃO DE DEUS DAMASCENO
FILHO, já falecido, conforme Certidão de Casamento acostada no processo revisional, então protocolou no
Gabinete da governadoria do Estado, Pedido de Revisão do Processo Administrativo Disciplinar nº
018/2005, protocolo nº 2017/524277, dia 05/12/2017, encaminhado à Policia Civil no dia 07/12/2017,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Que ocorreu a abertura de processo revisional, abrangendo os dois pedidos, cuja instrução do Processo
Revisional instaurado pela Portaria nº 051/2018-DGPC/PAD/DIVERSOS, do dia 23/05/2018, publicado no
D.O.E do dia 28.05.2018, foi instruído e relatado pela Comissão Revisora, sugestionando a Reintegração
do Impetrante, sem adentrar na questão de impedimento pelo próprio espirito de corpo que reina em
qualquer repartição, após parecer jurídico favorável da Assessoria da Polícia Civil, em despacho
fundamentado, o Exmo. Delegado Geral de Polícia Civil, concordou com a reintegração do impetrante,
encaminhado os autos revisionais à Procuradoria Geral do Estado que subsidiaria o despacho da
Autoridade impetrada.
Entretanto, a Procuradoria Geral do Estado, emitiu Parecer nº 220/2019-PGE, sobre ambos os Pedidos
Revisionais de nº 2017/524277, de 05/12/2017, de nº 2018/120388, dia 16/03/2018, discorrendo que
diante apenas de único documento novo da sentença criminal de extinção da punibilidade pela prescrição,
e baseado apenas sobre a sentença, sem adentrar na Certidão de Casamento e no pedido de
impedimento, concluiu que: “ considerando que o fato novo consistente em sentença extintiva da
punibilidade por prescrição, não franqueia a revisão da pena de demissão, sugerindo o indeferimento do
Pedido Revisional ao Exmo. Governador do Estado”, o que de fato veio a ocorrer em 24/03/2019.
Irresignado, o impetrante apresentou pedido de reconsideração, mas foi indeferido pelos mesmos
argumentos, em 05/03/2021.
Em decisão de id. 5017161, indeferi o pleito liminar. O Estado do Pará apresentou informações em id.
5135552 e a autoridade impetrada em id. 5145775, defendendo o ato tido por ilegal e sustentando a
necessidade de denegação da ordem por inexistência de prova pré-constituída da suposta ilegalidade
alegada.
Inicialmente, o feito foi distribuído para a Exma. Sra. Desembargadora Elvina Gemaque Taveira, que
reconheceu a minha prevenção para atuar no feito, determinando a sua redistribuição (id. 5556372).
Recebido os autos, reservei-me a apreciar a liminar após prestadas as informações pela autoridade tida
por coatora (id. 5578651).
Em id. 5783568, o Estado do Pará requereu seu ingresso no feito, nos termos do art. 7º, II da Lei do
Mandado de Segurança.
Em id. 5783569, através do Ofício n. 328/2021-GG, o Exmo. Sr. Governador do Estado do Pará prestou
informações. Aduz que a via eleita se mostra absolutamente inadequada, eis que as alegações do
impetrante, em especial a pretensa quebra de imparcialidade, demandam dilação probatória, incompatível
com o rito do mandado de segurança. De resto, não há qualquer indicativo concreto de quebra da
imparcialidade dos membros da comissão processante. Que não é a primeira ação proposta pelo
impetrante buscando anular o ato de demissão. Na ação 0030821-59.2009.814.0301 (2ª Vara de Fazenda
da Capital; PJE) houve ampla análise do Processo Administrativo Disciplinar, concluindo o juízo pela
inexistência de defeito na pena de demissão. A sentença foi objeto de apelação, não conhecida por esta
relatoria, em decisão monocrática transitada em julgado. Acerca da Certidão de Casamento que o
impetrante apresenta como “fato novo”, a tese é de todo impertinente, eis que o casamento foi realizado
em 1985 e, no sistema da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973), o registro do casamento visa atribuir
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ampla publicidade ao ato. Nesse diapasão, não há como enquadrar Certidão de Casamento realizado em
1985 como “fato novo” para o fim previsto no art. 231 do RJU estadual, o que demonstra a improcedência
dos pedidos. A intervenção do Poder Judiciário em Processos Administrativos Disciplinares é excepcional,
só sendo admitida para o controle da legalidade dos atos praticados e verificação da observância a
aspectos formais, situações não verificadas na espécie.
Encaminhado o feito à douta Procuradoria-Geral de Justiça, que se manifestou, com fulcro no art. 10 da
Lei 12.016/2009, pelo indeferimento da petição inicial (id. 5951265).
Éo relatório.
DECIDO.
Inicialmente cabe frisar que apesar de compreender que se tratar de ação originária e que em tese deveria
ser julgado de forma plenária, curvo-me ao posicionamento firmado pelas Câmaras Cíveis Reunidas em
sua 14ª Sessão Ordinária, ocorrida em 23 de abril de 2013, passando a julgar o feito monocraticamente
em razão do julgamento sem resolução do mérito.
O direito líquido e certo é uma premissa legal devidamente estabelecida pelo inciso LXIX do art. 5º da
Constituição Federal e pelo art. 1º da Lei 12.016/2009, vejamos:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Lei 12.016/2009.
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Por outro lado, não apenas deve ser comprovado o direito líquido e certo, mas também que este esteja
sendo ou ainda que se ameaçado de violação por ato ilegal ou eivado de abuso de poder.
A ilegalidade e o abuso de poder constituem o cerne do mandado de segurança. Para Gregório Assagra
de Almeida[1]:
“Quanto à concepção de ilegalidade, observa-se que ela é a mais ampla possível e poderá decorrer da
violação de: a) norma constitucional (…); b) lei complementar; c) lei ordinária; d) lei delegada; e) medida
provisória; f) decreto; g) resolução; h) edital de concurso, etc”.
No caso dos autos, verifica-se que o impetrante questiona a imparcialidade da comissão processante no
âmbito do PAD 018/05, sob a alegação de que da relação de parentesco e fortes laços de amizade entre
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
um dos membros da comissão processante, com o acusado JOÃO DE DEUS DAMASCENO FILHO,
através da obtenção de documento novo que comprova ser um dos membros CONCUNHADO do
acusado, face a CERTIDÃO DE CASAMENTO do ano de 1985, entre o irmão do membro da comissão
DPC LAURO MARTINS VIANA NETO, com a irmã do acusado JOÃO DE DEUS DAMASCENO FILHO.
Por óbvio, essencial para analisar as alegações do impetrante, que fosse juntados autos a integralidade do
PAD 018/05, mas, como bem observado pela douta Procuradoria-Geral de Justiça “verifica-se a
inviabilidade da apreciação das arguições trazidas pelo impetrante, especificamente quanto a parcialidade
da Comissão Processante do PAD, uma vez que não encontra respaldo nas provas juntadas a presente
ação mandamental, pois como bem observa, os autos do processo disciplinar originário não foram
disponibilizados para exame, sendo que a ausência da comprovação das ilegalidades apontadas pelo
autor, demonstra a inexistência de direito líquido e certo a ser amparado pela ação mandamental”. E,
esclareço, isto ocorre porque o impetrante se limitou a juntar cópia do procedimento de revisão do PAD e
não o PAD originário.
Nem se alegue que está demonstrado que o impetrante não possui antecedentes funcionais e que isto
seria suficiente para demonstrar a desproporcionalidade da pena imposta, conforme estabelece o art. 77
da LC 22/1994:
Art. 77 - Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes funcionais, observando-se o princípio da ampla defesa.
Portanto, essencial a análise integral do processo para investigar as demais circunstâncias dos fatos.
Friso, em meu livre convencimento motivado, que, mesmo que se concedesse prazo para emenda à
inicial, o que é permitido pela jurisprudência de nossas cortes superiores, v. g. o julgado no AgInt no REsp
1555479/SP, não seria suficiente para dar azo ao presente mandamus.
Éque não bastaria a análise do PAD originário, fatalmente seria necessária a instrução para apurar os
fatos, ouvir testemunhas, produzir documentos, atos que atraem a dilação probatória impossível de ser
exercitada em mandamus.
Aliás, o impetrante já apresentou ação ordinária visando questionar o PAD 018/05 na ação 00308221-
59.2009.8.14.0301, oportunidade em que pode questionar amplamente o fato, mas não obteve êxito, não
sendo seu recurso de Apelação conhecido nesta Corte, tendo já transitado em julgado.
Melhor sorte não socorre o impetrante quando busca reconhecer a nulidade do acordo firmado entre o
Estado do Pará e o Sr. Manoel Oliveira da Costa, na ação ordinária de Anulação de Ato Administrativo n.
0000785-20.2006.8.14.0301, que tramitava na 3ª Vara de Fazenda de Belém, porque, absolutamente, o
mandamus não é a via adequada para tal.
Ora, “a via do mandado de segurança é hostil a pretensões cuja comprovação e acolhimento demande
instrução probatória diferida” (RMS 44.560/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 01/04/2014, DJe 07/04/2014)
Frente a necessidade de dilação probatória para maior elucidação dos fatos, deve ser extinto o mandado
de segurança, sem resolução de mérito, por ausência de direito líquido e certo.
E isto ocorre porque o Mandado de Segurança possui como requisito inarredável a comprovação
inequívoca de direito líquido e certo pela parte impetrante, por meio da chamada prova pré-constituída,
inexistindo espaço, nessa via, para a dilação probatória. Para a demonstração do direito líquido e certo, é
necessário que, no momento da sua impetração, seja facilmente aferível a extensão do direito alegado e
que seja prontamente exercido. A propósito: RMS 54.123/GO, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, julgado em 19/9/2017, DJe 9/10/2017; RMS 53.918/GO, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
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Turma, julgado em 27/6/2017, DJe 30/6/2017; AgRg no MS 17.713/DF, Rel. Ministra Regina Helena Costa,
Primeira Seção, julgado em 24/5/2017, DJe 30/5/2017; MS 18.516/DF, Rel. Ministro Gurgel de Faria,
Primeira Seção, julgado em 10/8/2016, DJe 12/9/2016.
Esclareço que nada impede que o impetrante se utilize do mecanismo processual adequado para buscar
questionar o fato que entende possuir direito.
Em face do exposto, na esteira no parecer ministerial, indefiro a inicial e declaro extinto o processo, sem
resolução do mérito, com fundamento nos artigos 10 da Lei nº 12.016/2009 e 485, I e IV do Código de
Processo Civil.
Custas pela impetrante, cuja exigibilidade é suspensa em decorrência do deferimento, nesta oportunidade,
dos benefícios da assistência judiciária, nos termos do art. 98, §1º, inciso I, e sem honorários na forma do
art. 25 da Lei nº 12.016/2009.
Relatora
[1]
ALMEIDA, Gregório Assagra. op. cit. p. 443.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID n.º 5.598.087), interposto pelo Município de Belém, com
fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, insurgindo-se contra decisão de não
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Em seguida, vieram-me os autos conclusos, para o fim do disposto no §2.º do art. 1.042 do Código de
Processo Civil.
É o relatório. Decido.
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho por seus próprios
fundamentos.
Sendo assim, encaminhe-se o feito ao Superior Tribunal de Justiça (art. 1.042, §4.º, do Código de
Processo Civil).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (Id 5656276), interposto por HÁBIO CÍCERO CALDAS
BARBOSA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão de não
admissão de recurso especial (Id 5458630).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
(Representante: Isaac Costa Lázaro Filho – Advogado – OAB/PA n.º 30.043 A – e outros).
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID n.º 5.865.779), interposto por Hapvida Assistência Médica
LTDA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, insurgindo-se contra decisão de não
admissibilidade de recurso especial, fundada na aplicação dos enunciados 83 e 7 da Súmula do Superior
Tribunal de Justiça (ID n.º 5.619.490).
Em seguida, vieram-me os autos conclusos, para o fim do disposto no §2.º do art. 1.042 do Código de
Processo Civil.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
É o relatório. Decido.
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho por seus próprios
fundamentos.
Sendo assim, encaminhe-se o feito ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do §4.º do art. 1.042
do Código de Processo Civil.
Publique-se. Intimem-se.
(Representantes: Rubens Motta de Azevedo Moraes Júnior – Advogado - OAB/PA n.º 10.213, Jhonatan
Pereira Rodrigues – Advogado – OAB/PA n.º 22.109-B, e Roney Ferreira de Oliveira – Advogado –
OAB/PA n.º 12.442-A).
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (ID n.º 5.610.294), interposto pelo Município de Parauapebas,
com apoio no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra decisão de não admissibilidade de recurso
especial, fundada no art. 1.030, V, do Código de Processo Civil (ID n.º 5.091.611).
Em seguida, vieram-me os autos conclusos, conforme o disposto no art. 1.042, §2.º, do Código de
Processo Civil.
É o relatório. Decido.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Na interposição do agravo, não foi observado o disposto nos arts. 994, VI, c/c os arts. 183, 1.003, §§5º e
6.º, e 1.042 todos do Código de Processo Civil, haja vista a intimação da parte agravante em 24/05/2021
(segunda-feira), e o agravo interposto em 07/07/2021 (quarta-feira), quando o prazo de 15 dias úteis,
contados em dobro, exauriu-se em 05/07/2021 (segunda-feira).
Na hipótese, a parte não juntou qualquer prova de suspensão dos prazos no âmbito local nos dias 03 e 04
de junho de 2021 (Portaria n.º 3.047/2020 – GP/TJPA), que lhe garantisse a prorrogação do prazo para
manifestar sua irresignação.
Não obstante, remeta-se o feito ao Superior Tribunal de Justiça, juízo natural do recurso interposto (art.
1.042, §4.º, do Código de Processo Civil).
Publique-se. Intimem-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
COORDENADORIA DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS E ESPECIAIS
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO Nº 0806479-48.2019.8.14.0000
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso extraordinário (Id 5398086), interposto por MARCELO JOSE SOUZA
OLIVEIRA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão de inadmissão do
recurso extraordinário (Id 5156045).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Remeta-se o feito ao Supremo Tribunal Federal, salvo se também houver sido interposto agravo em
recurso especial, caso em que os autos devem ser remetidos ao Superior Tribunal de Justiça (art. 1.042,
§§ 4º e 7º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
PROCESSO Nº 0806479-48.2019.8.14.0000
DESPACHO
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Trata-se de agravo em recurso especial (Id 5397694), interposto por MARCELO JOSE SOUZA
OLIVEIRA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão de inadmissão do
recurso especial (Id 5156045).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso especial (Id 5837037, 5837040 e 5837042), interposto por ALESANDRO
KELVES LIMA MOREIRA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão
de não admissão de recurso especial (Id 5837033).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Publique-se. Intimem-se.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso extraordinário (Id 5837043 e 5837044), interposto por ALESANDRO
KELVES LIMA MOREIRA, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão
de não admissão de recurso extraordinário (Id 5837034).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Remeta-se o feito ao Supremo Tribunal Federal (art. 1.042, § 4º, do CPC), salvo determinação legal de
remessa prévia ao Superior Tribunal de Justiça.
Publique-se. Intimem-se.
DESPACHO
Trata-se de agravo em recurso extraordinário (Id 5688324), interposto pelo MUNICÍPIO DE BELÉM,
com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, contra a decisão de não admissão de recurso
extraordinário (Id 5198933).
As razões recursais não ensejam a retratação da decisão agravada, que a mantenho, por seus próprios
fundamentos (art. 1.042, § 2º, do CPC).
Remeta-se o feito ao Supremo Tribunal Federal, salvo determinação legal de remessa prévia ao Superior
Tribunal de Justiça.
Publique-se. Intimem-se.
RECORRENTES: BANCO ABN AMRO REAL S/A (BANCO SANTANDER BRASIL S/A) e ZURICH
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DESPACHO
Sendo assim, intime-se a parte recorrente para que, no prazo de 5 dias, recolha o preparo recursal em
dobro, sob pena de deserção (art. 1.007, §4.º, do Código de Processo Civil), uma vez que do documento
juntado sob o ID n.º 5.584.692 não é possível aferir se as custas recolhidas no valor de R$202,89
(duzentos e dois reais e oitenta e nove centavos) realmente referem-se ao processo em epígrafe.
Transcorrido o prazo, certifique-se. Após, voltem-me os autos conclusos para análise do juízo de
admissibilidade do recurso especial interposto (ID n.º 5.584.691).
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO Nº 0009383-45.2017.8.14.0000.
SECRETARIA JUDICIÁRIA.
TRIBUNAL PLENO.
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DECISÃO MONOCRÁTICA
Em suas razões, o Estado alega que a decisão está contraditória ao que consta nos autos, já que os
Acórdãos existentes no feito (ID 4199660 e 5746226) se referem ao Agravo Regimental convertido em
Interno e seu Embargos de Declaração, nenhum deles tratando do mérito do mandamus.
Em sede de contrarrazões, a impetrante concorda com o alegado pelo Estado e aproveita para informar o
endereço em que pode ser atualmente intimada em “Edifício do Fórum local, situado Rua Oziel Carneiro
s/n, KM 02, Bairro Centro - Eldorado do Carajás/PA, CEP: 68.524-000”.
Éo sucinto relatório.
DECIDO.
Apesar da discussão doutrinária sobre sua natureza jurídica, a teor do art. 1.022 do CPC/2015, tenho que
os embargos declaratórios buscam suprir omissão, contradição ou obscuridade verificadas na decisão, em
toda a sua extensão, ou, até mesmo, para corrigir eventual erro material. Em verdade, eles têm por
finalidade, portanto, a função integrativa do aresto, sem provocar qualquer inovação, sendo possível
conceder-lhes efeitos infringentes somente em casos excepcionais.
Neste sentido é o magistério de Pontes de Miranda citado por Cândido Rangel Dinamarco: Neles, ‘não se
pede que se redecida, pede-se que se reexprima’. (A reforma do Código de Processo Civil, p. 186). Não
por outra razão, a jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça assim se manifesta:
(EDcl no AgRg nos EAREsp 228316/TO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, DJe
16/06/2016.) (Grifei).
(EDcl no AgRg no AREsp 517.135/ES, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, DJe
13/10/2015). (Grifei).
No caso em tela, assiste razão ao embargante. Realmente o despacho ao indicar a ocorrência de trânsito
em julgado incorreu em equivoco, na medida em que não houve julgamento do mérito.
Ante o exposto, conheço e ofereço provimento aos aclaratórios, para tornar sem efeito o despacho de id.
5792434, determinar à Secretaria que proceda as devidas anotações acerca do endereço em que a
impetrante pode ser intimada.
Em ato contínuo, determino a remessa do feito ao douto parquet, para emissão de parecer.
Após, conclusos.
Relatora
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
COORDENADORIA DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS E ESPECIAIS
ATO ORDINATÓRIO
Que realiza venda de combustíveis e lubrificantes, cujas operações estão sujeitas à substituição tributária
progressiva.
Diz que uma vez realizada a entrega do combustível pela refinaria à distribuidora, ocorre a incidência e
recolhimento antecipado do ICMS-ST pela refinaria e, em seguida, pela distribuidora, quando paga pela
compra da mercadoria.
Afirma que o preço de referência de venda ao consumidor nas bombas de combustível, ao invés de ser
realizado pelo preço primário é feito por preço estimado, realizado com base no valor médio de
combustível acima do que é realmente praticado no mercado.
Alega que em razão desse fato, é obrigada a recolher ICMS sobre um valor maior ao longo dos anos,
configurando em pagamento indevido, o qual, de acordo com a Constituição e a legislação esparsa, tem
direito à restituição/compensação, por meio da emissão de nota de crédito em favor das
refinarias/fornecedoras.
Informa que se exercer esse direito sem uma tutela mandamental para declaração de uso do direito de
crédito, suportaria a retenção de sua Certidão de Regularidade Fiscal, negativação de controle fiscal e
inscrição em dívida ativa e execução fiscal.
Diz que a legislação estadual restringiu o seu direito, mesmo após inúmeras decisões do Supremo
Tribunal Federal ter confirmado o estabelecido na Constituição Federal e sem fazer nenhuma restrição.
Pleiteia, assim, que se declare o seu direito à compensação ao crédito de ICMS-ST desde outubro de
2016, para que seja imediatamente ressarcido, por meio de crédito a ser transferido aos substituídos
tributários, então fornecedores
O ordenamento jurídico pátrio prevê a possibilidade de impetração de mandado de segurança, desde que
haja justo receio de potencial lesão ao direito do impetrante.
No caso dos autos, o autor afirma que seu direito constitucionalmente garantido está sendo violado, pois
não consegue ser ressarcido do seu crédito decorrente da antecipação de ICMS por estimativa, cujo
pagamento ocorre desde o ano de 2016
Com efeito, da análise da documentação juntada, verifica-se que o impetrante deixou de colacionar aos
autos prova pré-constituída capaz de evidenciar seu direito líquido e certo, uma vez que não juntou
nenhum documento demonstrando o pagamento do imposto nos autos, uma vez que se limitou a juntar
apenas decisões judiciais sobre o tema.
Nesse contexto, não vislumbro a documentação inequívoca apta a comprovar o direito da parte.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A atitude do autor torna imprecisos e incertos os fatos expostos na inicial, o que dificulta a análise e
concessão da medida.
“Direito líquido e certo é o que resulta de fato certo, ou seja, é aquele capaz de ser comprovado, de
plano, por documentação inequívoca. Note-se que o direito é sempre líquido e certo. A
caracterização de imprecisão e incerteza recai sobre os fatos, que necessitam de comprovação.
Importante notar que está englobado na conceituação de direito líquido e certo o fato que para
tornar-se incontroverso necessite de adequada interpretação do direito, não havendo possibilidade
de o juiz denegá-lo, sob o pretexto de tratar-se de questão de grande complexidade jurídica.
Por tais razões, conclui-se que o mandado de segurança não merece prosperar, pois inexistentes os
requisitos autorizadores para sua concessão.
Por todo o exposto, ante ausência de prova pré-constituída JULGO EXTINTO O PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO, DENEGANDO A SEGURANÇA, por força do §5º do artigo 6º da Lei
12.016/2009.
Belém,
[1] MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007, 143/144 p
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Laercio Júnior Santos Santana em face de ato atribuído
à Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan, e aos
Procuradores Estaduais Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi e Gabriel Perez Rodrigues.
O impetrante aduz que é servidor militar lotada no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Afirma que a Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará – SEPLAD teria informado
que a retirada se deu em cumprimento ao Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM, endereçado ao
Procurador e Coordenador Jurídico da SEAD, Gabriel Perez Rodrigues, pela Procuradora-Geral Adjunta
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Defende que o ato praticado é ilegal e arbitrário, por contrariar o entendimento consignado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada a anulação por completo do ato coator (Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM)
e seus conexos, bem como o restabelecimento da vantagem denominada “Adicional de Interiorização”
junto ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id.5745869), a
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presentes os requisitos
legais.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Desembargador Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
Pelo Presente ato ordinatório fica o impetrante intimado do relatório e boleto das custas processuais
apresentados pela UNAJ( Unidade de Arrecadação) do 2º Grau constante do ID 5627253. Belém, 16 de
agosto de 2021. Luis Melão Faria. Secretário
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA, nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c
Indenização (proc. nº 0803615-43.2021.8.14.0040) ajuizada por ZELAINE SANTOS DE SOUSA em face
de SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR MASTER S/S LTDA. - ME, suscitado pelo Juízo de Direito de 3ª
Vara Cível e Empresarial de Parauapebas perante o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível e Empresarial de
Parauapebas.
É o breve relatório.
O juízo Suscitado aduziu que a causa de pedir da presente ação é a mesma contida em outras demandas
ajuizadas também por alunos contra a mesma Instituição de Ensino (ora Ré). Isto posto, considerando que
a primeira ação (proc. nº 0801798-41.2021.8.14.0040) foi distribuída perante o juízo da 3ª Vara Cível e
Empresarial de Parauapebas, este seria, então, o juízo competente para julgar o processo nº 0803615-
43.2021.8.14.0040.
Em contrapartida, o juízo Suscitante sustentou que pela simples leitura dos processos tidos como conexos
(0803615-43.2021.8.14.0040 e 0801798-41.2021.8.14.0040), verifica-se que a causa de pedir decorre de
contratos diferentes e, em se tratando de demandas oriundas de contratos diversos, é sabido que não há
correlação de causa de pedir, não havendo, pois, a conexão alegada pelo juízo Suscitado. Isto posto, no
seu entender, a competência para o julgamento do processo em questão deveria permanecer com a 2ª
Vara Cível e Empresarial de Parauapebas.
Nesses termos, patente é a existência de conexão entre as referidas ações, consoante a dicção do art. 55,
caput, do CPC/2015. Ademais, ainda que não fosse o caso de conexão, resta clara a constatação de que
o julgamento em separado dos processos representaria perigo de prolação de decisões conflitantes (art.
55, §3º, do CPC/2015), pondo em risco, pois, a isonomia das partes e o princípio da segurança jurídica.
Neste sentido, confira-se:
5. Nos termos do art. 55, §3º, do CPC, serão reunidos para julgamento conjunto os processos que
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
6. Além disso, de acordo com o parágrafo único do art. 2º da Lei 7.347/1985, combinado com o art. 55, §
3º, já foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça a necessidade de reunir processos, por
conexão, quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir, assim como daqueles feitos em que
possa haver risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididos separadamente,
mesmo sem conexão entre eles, em homenagem ao postulado da segurança jurídica.
(STJ - AgInt no CC 175187 / SP, Relator Ministro HERMAN BENJAMIN, publicado no DJe em
01/07/2021)
Com efeito, temos, até então, que a competência para o julgamento do processo nº 0803615-
43.2021.8.14.0040 caberia ao juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas, eis que neste foi
distribuído, em primeiro lugar, o processo conexo nº 0801798-41.2021.8.14.0040. Contudo, a partir de
pesquisas realizadas nos sistemas de acompanhamento processual deste E. Tribunal (PJE), constatei, de
ofício, que o processo nº 0801798-41.2021.8.14.0040 foi objeto de nova redistribuição, estando o mesmo
tramitando, atualmente, perante o juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas.
Sobre o processo nº 0801798-41.2021.8.14.0040, vale dizer que ele foi inicialmente distribuído perante a
3ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas em 08/03/2021, todavia, em 21/05/2021, este juízo observou
que houve equívoco na autuação do mesmo, pois constava na classificação do assunto do processo
matéria previdenciária (aposentadoria por invalidez), fato este que levou à distribuição vinculada do feito à
mencionada 3ª Vara, eis que esta, nos termos da Resolução nº 5/2018-TJPA, possui competência
privativa para assuntos previdenciários. Isto posto, o juízo determinou a retificação da autuação, excluindo
da classificação do assunto processual a matéria relativa a aposentadoria por invalidez, bem como
determinou a redistribuição do feito para uma das varas cíveis de Parauapebas. Em seguida, o feito foi
redistribuído para a 1ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas.
Dessarte, sendo patente que o processo nº 0801798-41.2021.8.14.0040 está sob competência da 1ª Vara
Cível e Empresarial de Parauapebas, entendo, pois, que este juízo é que deve ser declarado como
competente para julgar o processo nº 0803615-43.2021.8.14.0040.
Ademais, saliento que o C. STJ possui entendimento pacífico no sentido de ser possível, nos autos de
conflito de competência, a declaração de competência de um terceiro juízo, ainda que ele não figure
como suscitante ou suscitado, nos autos do conflito. Neste sentido:
(STJ - CC 89387 / MT, Relator Ministro SIDNEI BENETI, publicado no DJe 18/04/2008)
ASSIM, ante o exposto, CONHEÇO do Conflito Negativo de Competência para dirimi-lo, declarando a
competência da 1ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas para processar e julgar o feito de nº
0803615-43.2021.8.14.0040.
Desembargador – Relator
PODER JUDICIÁRIO
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de agravo interno em face de decisão monocrática por mim proferida que rejeitou liminarmente a
presente exceção em razão da manifesta intempestividade.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Na forma do art. 1.021 do CPC e no exercício do juízo de retratação facultado ao relator, torno sem efeito
a decisão ID Num. 5471752 para reconhecer a tempestividade do presente incidente, ante a comprovação
de intimação tardia demonstrada pelo excipiente no ID Num. 5796903 - Pág. 8-9.
Relatora
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Everaldo Conceição Pinto em face de ato atribuído à
Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan e à Procuradora
Estadual Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
O impetrante aduz que é servidor militar lotado no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Defende que o ato praticado contraria o entendimento consignado pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada o restabelecimento da vantagem denominada “adicional de interiorização” junto
ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id.5729784), a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presentes os requisitos
legais.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Laercio Júnior Santos Santana em face de ato atribuído
à Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan, e aos
Procuradores Estaduais Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi e Gabriel Perez Rodrigues.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O impetrante aduz que é servidor militar lotada no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Afirma que a Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará – SEPLAD teria informado
que a retirada se deu em cumprimento ao Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM, endereçado ao
Procurador e Coordenador Jurídico da SEAD, Gabriel Perez Rodrigues, pela Procuradora-Geral Adjunta
do Contencioso, Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
Defende que o ato praticado é ilegal e arbitrário, por contrariar o entendimento consignado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada a anulação por completo do ato coator (Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM)
e seus conexos, bem como o restabelecimento da vantagem denominada “Adicional de Interiorização”
junto ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id.5745869), a
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presentes os requisitos
legais.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Jesus de Nazaré Ferreira dos Santos em face de ato
atribuído à Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan, e
aos Procuradores Estaduais Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi e Gabriel Perez Rodrigues.
O impetrante aduz que é servidor militar lotado no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Afirma que a Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará – SEPLAD teria informado
que a retirada se deu em cumprimento ao Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM, endereçado ao
Procurador e Coordenador Jurídico da SEAD, Gabriel Perez Rodrigues, pela Procuradora-Geral Adjunta
do Contencioso, Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
Defende que o ato praticado é ilegal e arbitrário, por contrariar o entendimento consignado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada a anulação por completo do ato coator (Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM)
e seus conexos, bem como o restabelecimento da vantagem denominada “Adicional de Interiorização”
junto ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id. 5609863), a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presente os seus requisitos.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Everaldo Conceição Pinto em face de ato atribuído à
Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan e à Procuradora
Estadual Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O impetrante aduz que é servidor militar lotado no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Defende que o ato praticado contraria o entendimento consignado pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada o restabelecimento da vantagem denominada “adicional de interiorização” junto
ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id.5729784), a
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presentes os requisitos
legais.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
COMARCA DE BELÉM/PA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Inicialmente, a ação foi distribuída ao Juízo de Direito da 11ª Vara Cível e Empresarial de Belém. No
entanto, o Juízo suscitado declinou da competência, aduzindo que a revogação de procuração pública e
consequente anulação do registro de imóvel litigioso em razão de venda realizada por meio do aludido
instrumento seria matéria inerente ao registro público.
Redistribuídos os autos de origem, o Juízo de Direito da 6ª Vara Cível e Empresarial de Belém se declarou
incompetente e prolatou decisão suscitando o Conflito Negativo de Competência, sob o fundamento de
que a demanda não se enquadraria na competência privativa de registros públicos, uma vez que não se
questiona matéria relativa ao direito registral propriamente dito, não abrangendo especificamente e
diretamente os atos do registro em sentido amplo, tais como inscrição, averbação, matrícula e transcrição,
todos compreendidos especificamente no processo de registro. Asseverou que o objeto do feito é o
desfazimento de negócio jurídico à luz do Direito Civil comum e, apenas como efeito da declaração de
revogação do referido negócio, o registro é atingido como efeito colateral.
Em despacho de Id. 5055255, designei o Juízo Suscitante para resolver, em caráter provisório, as medidas
de urgência, até a decisão final do conflito, nos termos do art. 955 do CPC. Determinei, também, a
intimação do Juízo Suscitado para se manifestar sobre o presente Conflito de Competência, o qual não
prestou as informações solicitadas, conforme certidão de Id. 5382457.
O cerne do presente conflito reside em definir qual Juízo possui a competência para processar e julgar
a AÇÃO REINVIDICATÓRIA DE DOMÍNIO CUMULADA COM REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO
PÚBLICA, INDENIZAÇÃO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
Sabe-se que a competência de registros públicos é firmada em razão da matéria, logo, é considerada
como competência absoluta.
I- Processar e julgar:
No presente caso, verifico que o cerne da demanda é a revogação de negócio jurídico que antecedeu o
registro público, isto é, a invalidade do instrumento de procuração, de modo que o cancelamento do
registro seria mera consequência de eventual nulidade do referido negócio jurídico. Portanto, a matéria
veiculada na demanda não se refere ao ato registral em si, estando relacionada a atos extrínsecos ao
próprio registro.
Em verdade, a hipótese dos autos repercute diretamente no âmbito do direito civil, impactando apenas de
modo indireto no ato registral, o que, de fato, extrapola a competência da Vara Especializada em registros
públicos.
mas o negócio jurídico que o precedeu, alegando a invalidade dos recibos de compra e venda, de modo
que o cancelamento do registro seria mera consequência de eventual declaração de nulidade do negócio
jurídico. 2. Assim, o reconhecimento da nulidade do negócio levado a registro está relacionado a vícios
extrínsecos ao ato registral, extrapolando a competência da Vara especializada em registros públicos. 3.
Conflito conhecido e provido para declarar a competência do juízo suscitado para julgar a ação.”
(TJPA. 2014.04649861-48, 140.742, Rel. JOSE MARIA TEIXEIRA DO ROSARIO, Órgão Julgador
TRIBUNAL PLENO, Julgado em 2014-11-19, Publicado em 2014-11-21)
Trata-se de um Conflito Negativo de Competência suscitado pelo Juízo de Direito da 1ª Vara Cível e
Empresarial da Comarca de Ananindeua, perante o Juízo de Direito da 3ª Vara Cível e Empresarial da
Comarca de Ananindeua.
No presente caso, o Juízo suscitado aduziu, em síntese, que a competência privativa para julgar sobre
anulação dos registros públicos é da 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Ananindeua.
Já o Juízo Suscitante aduziu a matéria trazida aos autos não reside na desconstituição que do ato notarial
em si, mas de todo o arcabouço fático jurídico que ensejou o sobredito inventário extrajudicial, além da
necessidade do inventário judicial, o que induz a competência residual do juízo cível da 3ª vara da
comarca, com fundamento na Resolução nº 011/2014-GP, que dispõe sobre a competência mencionada
vara, e não do juízo especializado em registros públicos.
O cerne do presente conflito reside em definir qual Juízo possui a competência para processar e julgar
a AÇÃO DE SONEGADOS C/C NULIDADE DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E INDENIZAÇÃO POR
PERDAS E DANOS.
E no presente caso, verifico que o reconhecimento da nulidade do ato registral está relacionado a atos
extrínsecos ao próprio registro, o que, de fato, extrapola a competência da Vara Especializada em
registros públicos.
Nesse sentido:
(TJPA. 2014.04649861-48, 140.742, Rel. JOSE MARIA TEIXEIRA DO ROSARIO, Órgão Julgador
TRIBUNAL PLENO, Julgado em 2014-11-19, Publicado em 2014-11-21)
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Diante do exposto, com força no artigo 133, inciso XXXIV, alínea c, forçoso reconhecer a competência do
Juízo de Direito da 3ª Vara de Cível e Empresarial de Ananindeua, para o processamento e julgamento da
demanda.
Desembargador – Relator”
Ante o exposto, conheço do Conflito Negativo de Competência para dirimi-lo e decidi-lo monocraticamente,
declarando competente a 11ª Vara Cível e Empresarial de Belém para processar e julgar a Ação
Reinvidicatória de Domínio Cumulada com Revogação de Procuração Pública, Indenização e
Reintegração de Posse ajuizada por Iole Terezinha de Oliveira em desfavor de Koncreto Construtora,
Cláudio Jorge Baleiro de Lima e Gláucia Maria da Fonseca Moraes.
RELATOR
COMARCA: ALMERIM/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUÍZO DE DIREITO DA VARA DISTRITAL DE MONTE DOURADO
E JUÍZO DE DIREITO DA VARA ÚNICA DE ALMERIM. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. COMPETÊNCIA
TERRITORIAL. A EXCEÇÃO DOS CASOS EXPRESSAMENTE PREVISTOS EM LEI, A COMPETÊNCIA TERRITORIAL É
RELATIVA, E COMO TAL NÃO PODE SER RECONHECIDA DE OFÍCIO, CABENDO A PARTE INTERESSADA ALEGAR A
INCOMPETÊNCIA EM PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO, CONFORME ESTABELECE O ART. 64 DO CPC/2015.
PRECEDENTE DO C. STJ. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA VARA ÚNICA DE ALMERIM. APLICAÇÃO ART. 133, INCISO
XXXIV, ALÍNEA ‘c’, DO RITJPA.
Trata-se de um Conflito Negativo de Competência suscitado pelo JUÍZO DE DIREITO DA VARA DISTRITAL DE MONTE
ALEGRE, perante o JUÍZO DE DIREITO DA VARA ÚNICA DE ALMERIM.
No presente caso, o Juízo suscitante (JUIZO DE DIREITO DA VARA DISTRITAL DE MONTE DOURADO) aduziu, em
síntese, que a decisão do Juízo Suscitado ultrapassou a regra do art. 64, §1º do CPC, tendo em vista que a matéria discutida
nos autos está sujeita a competência relativa, sendo competente ao requerido se valer da exceção de incompetência, como
preliminar de contestação, para afastar a competência do Juízo relativamente incompetente.
Já o Juízo suscitado (JUÍZO DE DIREITO DA VARA ÚNICA DE ALMERIM), ressaltou que o endereço indicado na petição
inicial aponta que o requerido reside no distrito de Monte Dourado, declinando a competência para a Vara Distrital de Monte
Dourado/PA.
Pois bem, no presente caso, trata-se de competência territorial, não versando a demanda sobre direito real, e a exceção dos
casos expressamente previstos em lei, a competência territorial é relativa, e como tal não pode ser reconhecida de ofício,
cabendo a parte interessada alegar a incompetência em preliminar de contestação, conforme estabelece o art. 64 do
CPC/2015
INTERES. : J R DE B
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INTERES. : I H DE C - ESPÓLIO
REPR. POR : R S H DE S
DECISÃO
Vistos etc.
Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo JUÍZO DE DIREITO DA 4A VARA DE FAMÍLIA DE MANAUS -
AM em face do JUÍZO DE DIREITO DA 3A VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE GOIÂNIA - GO, em que se pretende
definir a competência para processar e julgar "ação declaratória de reconhecimento de união estável pos mortem".
Recebida a ação, o JUÍZO DE DIREITO DA 4A VARA DE FAMÍLIA DE MANAUS - AM suscitou o presente conflito, alegando
que (a) a competência territorial, à exceção dos casos expressamente previstos em lei, é relativa e, como tal, não pode ser
reconhecida de ofício, cabendo à parte interessada alegar a incompetência em preliminar de contestação, conforme
estabelece o art. 64 do NCPC; e (b) não havendo alegação de incompetência pela parte requerida esta será prorrogada,
conforme estipula o art. 65 do NCPC.
O Ministério Público Federal opina pela competência do juízo suscitado, em parecer assim ementado (e-STJ Fl. 150):
É o relatório.
Passo a decidir.
Com efeito, trata-se de hipótese de competência relativa. Conforme estabelece o art. 87 do CPC, "a competência
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Assim, em tais casos, eventual incompetência territorial deve ser arguida pela parte ré, por meio de exceção (art. 112
do CPC/73, vigente à época) e não por declinação de ofício, conforme enunciado da Súmula 33/STJ: "A
incompetência relativa não pode ser declarada de ofício".
Sobre o tema:
1. A pretensão inicial em ação declaratória para o reconhecimento de união estável de fato é obter uma decisão judicial sobre
a existência do relacionamento afetivo mantido entre os companheiros e, a partir daí, usufruir dos direitos decorrentes dessa
declaração.
Eventuais reflexos indiretos da declaração não são aptos a justificar o deslocamento da competência.
2. É competente o foro da residência da mulher para dirimir questões envolvendo a união estável, pela aplicação analógica
do comando inserto no art. 100, I, do CPC, porquanto símeis as situações e ausente regulação específica quanto à
companheira, e, onde impera a mesma razão deve prevalecer a mesma decisão.
3. Tratando a hipótese, de competência relativa, inviável sua declinação de ofício, nos termos do art. 112 do CPC e do
Enunciado nº 33 da Súmula do STJ.
4. Conflito conhecido para o fim de declarar a competência do Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Cabo de Santo Agostinho
- PE - suscitado.
(CC 117.526/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/8/2011, DJe 5/9/2011)
1. "A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício" (Súmula n. 33/STJ).
2. Constitui faculdade do autor escolher entre qualquer dos foros possíveis para ajuizamento da ação decorrente de acidente
de veículos: o do local do acidente ou o do seu domicílio (parágrafo único do art. 100 do CPC); bem como, ainda, o do
domicílio do réu (art. 94 do CPC). Precedentes.
(CC 110.236/MS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 25/05/2011, DJe 02/06/2011)
1. O conflito negativo de competência ocorre no momento em que dois ou mais juízes declaram-se incompetentes em ato
jurisdicional válido. Desta sorte, é mister verificar se a lei admite que o Juiz se declare incompetente.
2. A incompetência relativa deve ser arguida por meio de exceção, não podendo ser declarada de ofício. Incidência
da Súmula 33/STJ, segundo a qual: 'a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício'.
3. Na hipótese, a ação foi proposta no foro de domicílio dos sucessores do instituidor da conta vinculada do PIS/Pasep.
4. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 5ª Vara de Família e Sucessões de Santo Amaro/SP.
(CC 102.965/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/3/2009, DJe 6/4/2009)
AÇÃO DE INTERDIÇÃO. COMPETÊNCIA. DOMICÍLIO DO RÉU. ALTERAÇÃO DO DOMICÍLIO. REMESSA DOS AUTOS.
IMPOSSIBILIDADE.
1 - A competência, nos termos do art. 87 do CPC, se define no momento da propositura da ação, somente podendo
ser alterada se houver supressão do órgão jurisdicional ou alteração da competência em razão da matéria ou da
hierarquia. Ausentes essa duas hipóteses, o caso é de perpetuatio jurisdictionis, sendo descabida a remessa dos
autos para a comarca onde fixou domicílio a ré, depois de iniciado o processo.
3 - Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 4ª Vara de Família de Campo Grande - MS, suscitado.
(CC 98.219/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 26/11/2008, DJe 09/12/2008)
Assim, tendo sido proposta perante o JUÍZO DE DIREITO DA 3A VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE GOIÂNIA - GO, por
opção do autor, que entendeu melhor ajuizar a ação por dependência à ação de inventário de I H DE C (e-STJ Fl. 5), e
ausente o oferecimento de exceção de incompetência, nos termos da Súmula 33/STJ, deve ser declarado competente o juízo
suscitado.
Diante do exposto, com fundamento no enunciado da Súmula 568/STJ, conheço do conflito para declarar a
competência do JUÍZO DE DIREITO DA 3A VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE GOIÂNIA - GO, o suscitado, para
processar e julgar a "ação declaratória de reconhecimento de união estável pos mortem".
Relator
Diante do exposto, com força no artigo 133, inciso XXXIV, alínea c, forçoso reconhecer a competência do Juízo de
Direito da Vara Única de Almerim, para o processamento e julgamento da demanda.
Desembargador – Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Diego Silva Marinho em face de ato atribuído à
Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan, e aos
Procuradores Estaduais Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi e Gabriel Perez Rodrigues.
O impetrante aduz que é servidor militar lotada no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Afirma que a Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará – SEPLAD teria informado
que a retirada se deu em cumprimento ao Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM, endereçado ao
Procurador e Coordenador Jurídico da SEAD, Gabriel Perez Rodrigues, pela Procuradora-Geral Adjunta
do Contencioso, Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
Defende que o ato praticado é ilegal e arbitrário, por contrariar o entendimento consignado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada a anulação por completo do ato coator (Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM)
e seus conexos, bem como o restabelecimento da vantagem denominada “Adicional de Interiorização”
junto ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id.5758347), a
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presentes os requisitos
legais.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Jesus de Nazaré Ferreira dos Santos em face de ato
atribuído à Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan, e
aos Procuradores Estaduais Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi e Gabriel Perez Rodrigues.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O impetrante aduz que é servidor militar lotado no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Afirma que a Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará – SEPLAD teria informado
que a retirada se deu em cumprimento ao Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM, endereçado ao
Procurador e Coordenador Jurídico da SEAD, Gabriel Perez Rodrigues, pela Procuradora-Geral Adjunta
do Contencioso, Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
Defende que o ato praticado é ilegal e arbitrário, por contrariar o entendimento consignado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada a anulação por completo do ato coator (Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM)
e seus conexos, bem como o restabelecimento da vantagem denominada “Adicional de Interiorização”
junto ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id. 5609863), a
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presente os seus requisitos.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
COMARCA: BELÉM/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de um Conflito Negativo de Competência suscitado pelo Juízo de Direito da 3ª Vara Cível e
Empresarial de Belém, perante o Juízo de Direito da 10ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de
Belém/PA.
No presente caso, o Juízo suscitante aduziu, em síntese, a inexistência de orfandade na demanda, uma
vez que este fenômeno está adstrito a perda de ambos os genitores, realidade que coloca o menor na
situação de extrema vulnerabilidade a justificar o especial cuidado garantido no juízo de órfãos, o que não
se verifica no caso dos autos em que herdeiro(as) sucessor(as) permanece(m) devidamente
amparado(as) pelos cuidados de sua genitora.
Já o Juízo Suscitado aduziu que a demanda gira em torno de interesse de civilmente incapaz e
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No presente caso, da análise dos autos, observo que o menor impúbere se encontra devidamente
representado por seu genitor supérstite, não se enquadrando na condição de órfão.
Não cabe à vara com competência privativa dos feitos relativos a órfãos, interditos e ausentes, julgar e
processar as causas em que figure incapaz de forma genérica, tampouco se o infante não é órfão e se
encontra representado por seu genitor.
Nas questões em que figure menor em um polo da demanda, não sendo o caso dele se encontrar em risco
e seu interesse for meramente patrimonial, não haverá falar em competência privativa da Vara da Infância
e Juventude.
Isto porque, conforme verificado em alhures, não cabe a Vara com competência privativa dos feitos
relativos a órfãos, interditos e ausentes, julgar e processar as causas em que se figure incapaz de forma
genérica, tampouco se o infante não é órfão e se encontra representado pelo seu genitor.
Diante do exposto, com força no artigo 133, inciso XXXIV, alínea c, forçoso reconhecer a
competência do Juízo de Direito da 10ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém, para o
processamento e julgamento da demanda.
Desembargador – Relator
EMENTA
Vistos, etc.
A questão judicial se refere à Ação de Alvará Judicial (proc. nº. 0819281-82.2018.8.14.0301) ajuizada por
Camila Damasceno Guimarães, com interesse dos filhos menores, tendo o feito sido inicialmente
distribuído ao Juízo da 10ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/Pa, oportunidade em que
declinou da competência, para o Juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/Pa,
considerando haver interesse de menores e o que dispõe o art. 105, inciso V do Código Judiciário do Pará
(ID Nº. 5274819).
O juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/Pa, por sua vez, suscitou o presente
conflito, alegando que não há orfandade na demanda uma vez que este fenômeno está adstrito a perda de
ambos os genitores, tendo ressaltado que se trata de demanda eminentemente patrimonial, de direito
individual e disponível, em que se pretende levantar valores deixados pelo de cujus, o que atrairia a
competência das Varas Cíveis comuns responsáveis pela apreciação de feitos de sucessão (ID Nº.
5274817).
Instada a se manifestar, a Douta Procuradoria de Justiça opinou pela improcedência do presente Conflito
Negativo de Competência, a fim de ser declarada a competência em favor da 3ª Vara Cível e Empresarial
da Comarca de Belém/Pa (ID Nº. 5859383).
É o Relatório.
Decido.
Analisando detidamente os autos, verifica-se não está evidenciada a competência do Juízo suscitante (3ª
Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém), porque aos Juízes de Orfãos, Interditos e Ausentes, a
competência resta bem definida e não abarca o processamento de qualquer ação pela simples condição
da parte ser órfã, isto é, de forma genérica.
Aliás, oportuno ressaltar que no presente caso, os menores, filhos do de cujus, estão devidamente
representados por sua genitora, conforme se infere da petição ID Nº. 18882757 (AUTOS PRINCIPAIS) e,
portanto, sequer são órfãos.
Assim, ainda que se considere que a ação de alvará judicial tenha como parte os menores, filhos do de
cujus, ou como simplesmente interessados, estes estão devidamente representados por sua genitora,
restando cristalino que a matéria afeta à causa é essencialmente de natureza Cível, até porque não se
está diante de inventário ou arrolamento, mas sim de Ação de Alvará Judicial, que por sua vez, não
nasceu ou dependeu de qualquer inventário ou arrolamento.
Art. 105. Como Juiz de Órfãos, Interditos e Ausentes, compete aos Juizes de Direito: I- Processar e Julgar:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
a) os inventários e arrolamentos em que forem interessados, por qualquer modo, órfãos menores e
interditos; b) as contas de tutores e curadores, bem como, as dos curadores "Ad-bona" nos casos
estabelecidos em lei; c) as causas que, direta ou indiretamente, nasceram ou dependeram dos
inventários e arrolamentos a que se refere a alínea "a" deste inciso; d) as habilitações à sucessão dos
bens dos defuntos e ausentes. II- Proceder à arrecadação dos bens de defuntos e ausentes, vagos e de
eventos, e pô-los sob a administração de um Curador. III- Abrir a sucessão provisória e definitiva, nos
termos da Legislação em vigor. IV- Dar e remover tutor e curador de órfãos e interditos. V- Praticar todos
os atos acauteladores da pessoa, bens e direitos dos órfãos, interditos e ausentes. VI- Conceder
emancipação, nos termos do artigo nº9, parágrafo único, nº1, do Código Civil. VII- Suprir o consentimento
dos tutores para órfãos contraírem casamento.
Desta feita, inexiste exame de matéria relativa a direito de órfãos que fixe a competência especializada da
vara privativa de feitos de Órfãos, Interditos e Ausentes, haja vista o presente caso não se coadunar com o
art. 105 do Código Judiciário, bem como aos fins buscados pela norma ao pormenorizar as matérias de
competência daquela Vara.
Ante o exposto, julgo o presente conflito procedente, declarando competente para processar e
julgar o feito, a 10ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/Pa.
ÀSecretaria para ulteriores de direito, observando-se o que dispõe o art. 957, parágrafo único do CPC.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA, nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c
Indenização (proc. nº 0804054-54.2021.8.14.0040) ajuizada por ADRIELA RAYLA SOARES DA SILVA
em face de SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR MASTER S/S LTDA. - ME, suscitado pelo Juízo de
Direito de 3ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas perante o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível e
Empresarial de Parauapebas.
É o breve relatório.
O juízo Suscitado aduziu que a causa de pedir da presente ação é a mesma contida em outras demandas
ajuizadas também por alunos contra a mesma Instituição de Ensino (ora Ré). Isto posto, considerando que
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
a primeira ação (proc. nº 0801798-41.2021.8.14.0040) foi distribuída perante o juízo da 3ª Vara Cível e
Empresarial de Parauapebas, este seria, então, o juízo competente para julgar o processo nº 0804054-
54.2021.8.14.0040.
Em contrapartida, o juízo Suscitante sustentou que pela simples leitura dos processos tidos como conexos
(0804054-54.2021.8.14.0040 e 0801798-41.2021.8.14.0040), verifica-se que a causa de pedir decorre de
contratos diferentes e, em se tratando de demandas oriundas de contratos diversos, é sabido que não há
correlação de causa de pedir, não havendo, pois, a conexão alegada pelo juízo Suscitado. Isto posto, no
seu entender, a competência para o julgamento do processo em questão deveria permanecer com a 2ª
Vara Cível e Empresarial de Parauapebas.
Nesses termos, patente é a existência de conexão entre as referidas ações, consoante a dicção do art. 55,
caput, do CPC/2015. Ademais, ainda que não fosse o caso de conexão, resta clara a constatação de que
o julgamento em separado dos processos representaria perigo de prolação de decisões conflitantes (art.
55, §3º, do CPC/2015), pondo em risco, pois, a isonomia das partes e o princípio da segurança jurídica.
Neste sentido, confira-se:
5. Nos termos do art. 55, §3º, do CPC, serão reunidos para julgamento conjunto os processos que
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
6. Além disso, de acordo com o parágrafo único do art. 2º da Lei 7.347/1985, combinado com o art. 55, §
3º, já foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça a necessidade de reunir processos, por
conexão, quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir, assim como daqueles feitos em que
possa haver risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididos separadamente,
mesmo sem conexão entre eles, em homenagem ao postulado da segurança jurídica.
(STJ - AgInt no CC 175187 / SP, Relator Ministro HERMAN BENJAMIN, publicado no DJe em
01/07/2021)
Com efeito, temos, até então, que a competência para o julgamento do processo nº 0804054-
54.2021.8.14.0040 caberia ao juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas, eis que neste foi
distribuído, em primeiro lugar, o processo conexo nº 0801798-41.2021.8.14.0040. Contudo, a partir de
pesquisas realizadas nos sistemas de acompanhamento processual deste E. Tribunal (PJE), constatei, de
ofício, que o processo nº 0801798-41.2021.8.14.0040 foi objeto de nova redistribuição, estando o mesmo
tramitando, atualmente, perante o juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas.
Sobre o processo nº 0801798-41.2021.8.14.0040, vale dizer que ele foi inicialmente distribuído perante a
3ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas em 08/03/2021, todavia, em 21/05/2021, este juízo observou
que houve equívoco na autuação do mesmo, pois constava na classificação do assunto do processo
matéria previdenciária (aposentadoria por invalidez), fato este que levou à distribuição vinculada do feito à
mencionada 3ª Vara, eis que esta, nos termos da Resolução nº 5/2018-TJPA, possui competência
privativa para assuntos previdenciários. Isto posto, o juízo determinou a retificação da autuação, excluindo
da classificação do assunto processual a matéria relativa a aposentadoria por invalidez, bem como
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
determinou a redistribuição do feito para uma das varas cíveis de Parauapebas. Em seguida, o feito foi
redistribuído para a 1ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas.
Dessarte, sendo patente que o processo nº 0801798-41.2021.8.14.0040 está sob competência da 1ª Vara
Cível e Empresarial de Parauapebas, entendo, pois, que este juízo é que deve ser declarado como
competente para julgar o processo nº 0804054-54.2021.8.14.0040.
Ademais, saliento que o C. STJ possui entendimento pacífico no sentido de ser possível, nos autos de
conflito de competência, a declaração de competência de um terceiro juízo, ainda que ele não figure
como suscitante ou suscitado, nos autos do conflito. Neste sentido:
(STJ - CC 89387 / MT, Relator Ministro SIDNEI BENETI, publicado no DJe 18/04/2008)
ASSIM, ante o exposto, CONHEÇO do Conflito Negativo de Competência para dirimi-lo, declarando a
competência da 1ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas para processar e julgar o feito de nº
0804054-54.2021.8.14.0040.
Desembargador – Relator
MARINHO Participação: ADVOGADO Nome: DENNIS SILVA CAMPOS OAB: 15811/PA Participação:
IMPETRADO Nome: PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARÁ Participação: IMPETRADO
Nome: SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRACAO Participação: TERCEIRO
INTERESSADO Nome: Estado do Pará
Decisão Monocrática
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Diego Silva Marinho em face de ato atribuído à
Secretária de Estado de Planejamento e Administração do Pará, Hana Sampaio Ghassan, e aos
Procuradores Estaduais Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi e Gabriel Perez Rodrigues.
O impetrante aduz que é servidor militar lotada no interior do Estado e vinha recebendo normalmente a
gratificação denominada “Adicional de Interiorização”, por força de decisão judicial, contudo a referida
vantagem teria sido indevidamente retirada de seu contracheque no mês de junho de 2021.
Afirma que a Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará – SEPLAD teria informado
que a retirada se deu em cumprimento ao Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM, endereçado ao
Procurador e Coordenador Jurídico da SEAD, Gabriel Perez Rodrigues, pela Procuradora-Geral Adjunta
do Contencioso, Ana Carolina Lobo Gluck Paúl Peracchi.
Defende que o ato praticado é ilegal e arbitrário, por contrariar o entendimento consignado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI 6321.
Assim, e por entender que estão preenchidos os requisitos necessários, requer a concessão de liminar
para que seja determinada a anulação por completo do ato coator (Ofício nº 729/2021 – PGE/GAB/PCDM)
e seus conexos, bem como o restabelecimento da vantagem denominada “Adicional de Interiorização”
junto ao seu contracheque.
É o relatório. Decido.
A Lei Federal nº 12.016/2009, que disciplina o Mandado de Segurança, prevê em seu art. 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de liminar quando houver fundamento relevante (fumus bonis iuris) e perigo de
ineficácia da medida (periculum in mora).
No presente caso, verifico que o fumus bonis iuris se evidencia pela supressão da parcela do Adicional de
Interiorização do contracheque do impetrante, policial militar lotado no interior do Estado (Id.5758347), a
despeito de o Supremo Tribunal Federal ter conferido eficácia ex nunc à decisão que declarou a
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que previam o pagamento do referido adicional, preservando-
se a coisa julgada (ADI nº 6.321/PA).
O periculum in mora, por sua vez, decorre da diminuição da remuneração mensal percebida pelo
impetrante, o que pode inviabilizar a sua adimplência perante credores e, até mesmo, prejudicar a sua
subsistência.
Assim, defiro parcialmente o pedido liminar, apenas para determinar o restabelecimento do pagamento
do Adicional de Interiorização ao impetrante.
No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, defiro o pedido, por vislumbrar presentes os requisitos
legais.
Intime-se o Estado do Pará, na pessoa do seu representante legal, dando-lhe ciência da presente ação e
entregando-lhe cópia da inicial para que ingresse no feito, se houver interesse (art. 7º, inciso II, da Lei nº
12.016/2009).
Ademais, considerando que as autoridades impetradas não estão sujeitas à competência do Tribunal
Pleno, prevista no art. 24, inciso XIII, alínea “b”, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal, determino a
redistribuição dos autos à Seção de Direito Público, mantendo-se o processo sob minha relatoria.
Cumpridas as diligências acima, remetam-se os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e
retornem conclusos para ulteriores de direito.
Por fim, consigno que a presente decisão servirá, por cópia digitalizada, como mandado de
intimação/notificação.
Belém,
Desembargador Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
Tratam os autos de Reclamação Constitucional com pedido de efeito suspensivo apresentada por Banco
Bradesco S.A. em face da decisão proferida pela Turma Recursal do TJPA, que, nos autos do Recurso
Inominado de nº 0800489-87.2019.814.0061, teria deixado de observar entendimento jurisprudencial do
Superior Tribunal de Justiça, ocorrendo em teratologia.
reclamação e, no mérito, a sua cassação e reforma da decisão que manteve condenação de danos
morais, fixada em R$8.000,00 e R$5.850,00, sob o argumento de dissonância com os precedentes do STJ
sobre a possibilidade de indenização quando a parte Autora é vítima de estelionato, quando a mesma der
causa, isentando o banco pela falha na prestação do serviço.
Éo relatório.
DECIDO.
Compulsando os autos, verifico que a Reclamação tem como objetivo reformar decisão proferida pela
Turma Recursal dos Juizados Especiais, que em julgamento de Recurso Inominado manteve a
condenação do reclamante ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 8.000,00 (oito
mil reais), além do pagamento do valor de R$ 5.850,00 (cinco mil, e oitocentos e cinquenta reais) a título
de danos morais.
Segundo o reclamante, a decisão proferida pela Turma Recursal seria teratológica na medida em que
contraria jurisprudência do STJ que isenta a instituição financeira de responsabilidade por falha na
prestação do serviço, quando a vítima der causa ao estelionato.
De imediato, deixo assentado que a presente Reclamação é incabível, vez que não se enquadra nas
hipóteses previstas no Código de Processo Civil e no Regimento Interno deste Tribunal, o que impõe o seu
indeferimento de plano, à luz do art. 988 do CPC.
Passo a explicar.
O Novo Código de Processo Civil dispõe acerca das hipóteses de cabimento da reclamação, bem como,
dispõe acerca da inadmissibilidade do instituto, conforme se verifica:
III - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal
em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão
jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre
que possível.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
§4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não
aplicação aos casos que a ela correspondam.
§5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
I - proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
(Vigência)
II - proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos,
quando não esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão
reclamado não prejudica a reclamação.
Por sua vez, o Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça, especificamente em relação aos
julgados das Turmas Recursais, prevê em seu artigo 196, IV, que as partes interessadas poderão propor
reclamação quando: “houver divergência entre acórdão prolatado por Turma Recursal e a jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, consolidada em incidente de assunção de competência e de resolução de
demandas repetitivas, em julgamento de recurso especial repetitivo e em enunciados das súmulas do STJ,
bem como para garantir a observância de precedentes”.
No caso em análise, o BANCO BRADESCO S.A apresenta reclamação sem atentar para o
procedimento estabelecido para esta, na medida em que aponta o cabimento da reclamação com base em
teratologia do Acórdão da Turma Recursal, o qual seria manifestamente absurdo, ilegal ou abusivo, sem
atender aos requisitos estabelecidos no CPC/2015 e no mencionado art. 196, IV, do RITJE/PA.
Portanto, manifestamente inadmissível a presente reclamação conforme este Eg. Tribunal de Justiça vem
decidindo, inclusive de forma monocrática[1], uma vez que o reclamante se utiliza de via processual
inadequada como sucedâneo recursal, diante de seu inconformismo com o resultado do julgamento
realizado pela Turma Recursal Permanente dos Juizados Especiais Cíveis.
No mesmo sentido:
Diante do exposto, considerando o não enquadramento nas hipóteses legais, indefiro a petição inicial por
manifestamente descabida a Reclamação Constitucional, extinguindo o feito sem resolução do mérito, nos
termos da fundamentação. Prejudicada a apreciação do pedido de efeito suspensivo.
Relator
Em suas razões o embargante sustenta omissão quanto a violação legal da gravação apresentada fora
dos imperativos legais. Após, sustenta excesso na condenação, que resultaria no enriquecimento sem
causa.
Sem contrarrazões.
Os embargos de declaração, dada sua natureza objetiva e sua função integrativa, possuem a finalidade de
esclarecer os termos do decisum, devendo-se observar o disposto no art. 1.022 do CPC/2015, ou seja,
pressupõe a existência de obscuridade, contradição, omissão ou, ainda, a presença de erro material. De
se ver, portanto, que a lei processual somente admite os aclaratórios para esses fins.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Na espécie, o embargante sustenta uma omissão, sob a alegação de omissão do julgado quanto a
violação legal da gravação apresentada fora dos imperativos legais. Após, sustenta excesso na
condenação, que resultaria no enriquecimento sem causa.
Inicialmente destaco que o embargante sustenta a tese de que a gravação apresentada foi feita de forma
contrária às determinações legais e exigência da Lei n. 5.250/67, em especial o art. 57, §1º.
Ocorre que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que a Lei n. 5.250/67, em sua totalidade, não foi
recepcionada pela CF/88, conforme se observa no julgado transcrito a seguir:
e de esqualidez dessa liberdade. Em se tratando de agente público, ainda que injustamente ofendido em
sua honra e imagem, subjaz à indenização uma imperiosa cláusula de modicidade. Isto porque todo
agente público está sob permanente vigília da cidadania. E quando o agente estatal não prima por todas
as aparências de legalidade e legitimidade no seu atuar oficial, atrai contra si mais fortes suspeitas de um
comportamento antijurídico francamente sindicável pelos cidadãos. 6. RELAÇÃO DE MÚTUA
CAUSALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E DEMOCRACIA. A plena liberdade de imprensa é
um patrimônio imaterial que corresponde ao mais eloquente atestado de evolução político-cultural de todo
um povo. Pelo seu reconhecido condão de vitalizar por muitos modos a Constituição, tirando-a mais vezes
do papel, a Imprensa passa a manter com a democracia a mais entranhada relação de mútua
dependência ou retroalimentação. Assim visualizada como verdadeira irmã siamesa da democracia, a
imprensa passa a desfrutar de uma liberdade de atuação ainda maior que a liberdade de pensamento, de
informação e de expressão dos indivíduos em si mesmos considerados. O § 5º do art. 220 apresenta-se
como norma constitucional de concretização de um pluralismo finalmente compreendido como fundamento
das sociedades autenticamente democráticas; isto é, o pluralismo como a virtude democrática da
respeitosa convivência dos contrários. A imprensa livre é, ela mesma, plural, devido a que são
constitucionalmente proibidas a oligopolização e a monopolização do setor (§ 5º do art. 220 da CF). A
proibição do monopólio e do oligopólio como novo e autônomo fator de contenção de abusos do chamado
"poder social da imprensa". 7. RELAÇÃO DE INERÊNCIA ENTRE PENSAMENTO CRÍTICO E IMPRENSA
LIVRE. A IMPRENSA COMO INSTÂNCIA NATURAL DE FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E COMO
ALTERNATIVA À VERSÃO OFICIAL DOS FATOS. O pensamento crítico é parte integrante da informação
plena e fidedigna. O possível conteúdo socialmente útil da obra compensa eventuais excessos de estilo e
da própria verve do autor. O exercício concreto da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito
de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero ou contundente, especialmente contra
as autoridades e os agentes do Estado. A crítica jornalística, pela sua relação de inerência com o interesse
público, não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada.
O próprio das atividades de imprensa é operar como formadora de opinião pública, espaço natural do
pensamento crítico e "real alternativa à versão oficial dos fatos" ( Deputado Federal Miro Teixeira). 8.
NÚCLEO DURO DA LIBERDADE DE IMPRENSA E A INTERDIÇÃO PARCIAL DE LEGISLAR. A uma
atividade que já era "livre" (incisos IV e IX do art. 5º), a Constituição Federal acrescentou o qualificativo de
"plena" (§ 1º do art. 220). Liberdade plena que, repelente de qualquer censura prévia, diz respeito à
essência mesma do jornalismo (o chamado "núcleo duro" da atividade). Assim entendidas as coordenadas
de tempo e de conteúdo da manifestação do pensamento, da informação e da criação lato sensu, sem o
que não se tem o desembaraçado trânsito das ideias e opiniões, tanto quanto da informação e da criação.
Interdição à lei quanto às matérias nuclearmente de imprensa, retratadas no tempo de início e de duração
do concreto exercício da liberdade, assim como de sua extensão ou tamanho do seu conteúdo. Tirante,
unicamente, as restrições que a Lei Fundamental de 1988 prevê para o "estado de sítio" (art. 139), o
Poder Público somente pode dispor sobre matérias lateral ou reflexamente de imprensa, respeitada
sempre a ideia-força de que quem quer que seja tem o direito de dizer o que quer que seja. Logo, não
cabe ao Estado, por qualquer dos seus órgãos, definir previamente o que pode ou o que não pode ser dito
por indivíduos e jornalistas. As matérias reflexamente de imprensa, suscetíveis, portanto, de conformação
legislativa, são as indicadas pela própria Constituição, tais como: direitos de resposta e de indenização,
proporcionais ao agravo; proteção do sigilo da fonte ("quando necessário ao exercício profissional");
responsabilidade penal por calúnia, injúria e difamação; diversões e espetáculos públicos; estabelecimento
dos "meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou
programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente" (inciso II do § 3º do
art. 220 da CF); independência e proteção remuneratória dos profissionais de imprensa como elementos
de sua própria qualificação técnica (inciso XIII do art. 5º); participação do capital estrangeiro nas empresas
de comunicação social (§ 4º do art. 222 da CF); composição e funcionamento do Conselho de
Comunicação Social (art. 224 da Constituição). Regulações estatais que, sobretudo incidindo no plano das
consequências ou responsabilizações, repercutem sobre as causas de ofensas pessoais para inibir o
cometimento dos abusos de imprensa. Peculiar fórmula constitucional de proteção de interesses privados
em face de eventuais descomedimentos da imprensa (justa preocupação do Ministro Gilmar Mendes), mas
sem prejuízo da ordem de precedência a esta conferida, segundo a lógica elementar de que não é pelo
temor do abuso que se vai coibir o uso. Ou, nas palavras do Ministro Celso de Mello, "a censura
governamental, emanada de qualquer um dos três Poderes, é a expressão odiosa da face autoritária do
poder público". 9. AUTORREGULAÇÃO E REGULAÇÃO SOCIAL DA ATIVIDADE DE IMPRENSA. É da
lógica encampada pela nossa Constituição de 1988 a autorregulação da imprensa como mecanismo de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(ADPF 130, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 30/04/2009, DJe-208 DIVULG
05-11-2009 PUBLIC 06-11-2009 EMENT VOL-02381-01 PP-00001 RTJ VOL-00213-01 PP-00020)
De ressaltar que na decisão que indeferiu a tutela de urgência, já foi devidamente informado que
dispositivos da Lei de Imprensa não foram recepcionados pela Carta Magna, motivo pelo qual não se
sustenta a omissão alegada nos presentes embargos.
Quanto ao alegado excesso na condenação, que resultaria no enriquecimento sem causa, destaco que
presente matéria é atinente ao mérito da ação rescisória protocolizada, tendo a decisão liminar somente o
escopo da analisar o fumus boni iuris e o periculum in mora, que foram devidamente analisados, não
existindo, portanto, nenhum ponto a ser dirimido no presente julgado.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ASSIM, considerando inexistir omissão, na forma do art. 1.022 do CPC/2015, CONHEÇO e REJEITO
monocraticamente os Embargos de Declaração, mantendo integralmente os termos da decisão
interlocutória guerreada.
Desembargador – Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
É o breve relatório.
Isto posto, o juízo Suscitado aduziu que não há prevenção da 2ª Vara Cível de Parauapebas, eis que a
magistrada proferiu sentença de homologação extrajudicial no processo nº 0803488-42.2020.8.14.0040 na
condição de Coordenadora do CEJUSC.
Pois bem. Sem delongas, consigno que ao consultar o sistema de acompanhamento processual deste E.
Tribunal (PJE), constatei que o processo nº 0802095-48.2021.8.14.0040 foi distribuído por sorteio à 2ª
Vara Cível e Empresarial de Parauapebas. Isto posto, ainda que o Autor do cumprimento de sentença
tenha requerido pela distribuição por dependência e/ou prevenção, assim não ocorreu, pelo que, de fato,
razão pela qual foi descabida a determinação de redistribuição realizada pelo juízo da 2ª Vara Cível e
Empresarial de Parauapebas.
CPC/2015: Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se
rigorosa igualdade.
Regimento Interno do TJPA: Art. 106. A distribuição será feita por processamento eletrônico de dados,
mediante sorteio aleatório e uniforme, diária e imediatamente, observadas as classes e os assuntos
definidos pelo Conselho Nacional de Justiça.
Logo, tendo havido a distribuição por sorteio à 2ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas, fato este que
lhe torna prevento (art. 43 do CPC/2015), descabida foi a determinação de redistribuição do feito por
suposição errônea de que a demanda foi distribuída por dependência e/ou vinculação. Neste sentido:
INCOMPETÊNCIA.
6. De acordo com o artigo 43, do Código de Processo Civil - CPC, aplicado subsidiariamente no
caso concreto por força do artigo 3º, do CPP, "determina-se a competência no momento do registro
ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de
direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta".
(STJ - HC 591218 / SC, Relator Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, publicado no DJe 12/02/2021)
ASSIM, ante o exposto, CONHEÇO do Conflito Negativo de Competência para dirimi-lo, declarando a
competência da 2ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas para processar e julgar o feito de nº
0802095-48.2021.8.14.0040.
Desembargador – Relator
ATO ORDINATÓRIO
O Secretário da Seço de Direito Público e Privado do TJE/PA torna público que se encontram nesta
Secretaria, o AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL, interposto por ORLA CORRETAGEM
EMPREENDIMENTOSLTDA, sendo recorrido JOSÉ MAURÍCIO DE ANDRADE CAVALCANTI JÚNIOR,
aguardando apresentação das contrarrazões.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DESPACHO
Considerando tratar a matéria versada nos presentes autos de direito disponíveis, intimem-se as partes
litigantes acerca da possibilidade de conciliação no prazo de 15 (quinze) dias.
Apresentada proposta de acordo, intime-se a parte adversa para manifestar-se também no prazo de 15
(quinze) dias.
Publique-se. Intimem-se.
Desembargadora – Relatora
1. A prescrição trienal não resta caracterizada, porquanto ante o reconhecimento da nulidade do ato por
vício do negócio jurídico, impositiva a observância do disposto no artigo 169 do Código Civil.
Precedentes jurisprudenciais do STJ. Ademais, considerando que o contrato de cartão de crédito
com reserva de margem consignável (RMC) em questão prevê o pagamento de prestações mensais
de trato sucessivo, permanente e infinito, sequer poder-se-ia cogitar de termo inicial da fluência do
prazo prescricional posto que a situação se prolonga no tempo. Prescrição afastada.
2. Em se tratando de relação de consumo, invertido o ônus da prova pelo magistrado de origem, a teor
do art. 6º, VIII, do CDC, caberia ao réu/apelante se desincumbir de comprovar a devida contratação
do Cartão RCM e a legalidade dos descontos no benefício previdenciário da autora/apelada; todavia
não logrou tal êxito, tratando-se, assim, de cobrança indevida.
3. O consumidor cobrado em quantia indevida também tem direito à restituição dobrada do que pagou,
acrescido de correção monetária e juros legais, conforme disposto no art. 42, parágrafo único, do
CDC, independentemente da comprovação de má-fé-, conforme precedente do Superior Tribunal de
Justiça.
4. O desconto indevido realizado em contracheque de aposentado, por empréstimo consignado não
contratado ou cartão de crédito de margem consignável, atinge verba de natureza alimentar,
comprometendo, portanto, o sustento do consumidor, o que, por si só, ultrapassa o mero
aborrecimento decorrente dos embates da vida cotidiana, configurando os danos morais reclamados.
5. Não existindo um critério objetivo e matemático para o arbitramento de dano moral, cabe ao
magistrado a tarefa de decidir qual a justa e razoável recompensa pelo dano sofrido, estando o valor
de R$ 3.000,00 (três mil reais) em acordo com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e
com a jurisprudência.
6. Recurso conhecido e desprovido monocraticamente, nos termos do art. 932, V, do CPC/2015 c/c o
art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por BANCO BMG S.A., em face da r. sentença
proferida pelo Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de São Domingos do Capim/PA que, nos autos
da AÇÃO ORDINÁRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO E
REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS, ajuizada por MARIA DE NAZARÉ FERREIRA DIAS, julgou
procedente a demanda.
Na origem, a apelada propôs a ação alegando que o Banco demandado ora apelante, vem descontando
indevidamente, junto ao INSS, fonte pagadora de seus proventos de previdência (Benefício de
aposentadoria por idade), parcela consignada de financiamento de cartão de crédito que não contratou
(Reserva de Margem Consignável – RMC), sob o contrato nº 11539011, com início em 03/02/2017, sendo
a parcela descontada no valor de R$46,85 (quarenta e seis reais e oitenta e cinco centavos).
Aduziu que não reconhece a relação contratual que sustenta a cobrança, que por sinal jamais recebeu
qualquer valor relacionado a essa transação bancária.
Após regular trâmite processual, sobreveio a r. sentença, de procedência dos pedidos formulados na
exordial, com resolução de mérito, cujo dispositivo abaixo se transcreve (Id. Num. 5675581):
“Ex positis, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO da parte autora e, com fundamento no art. 487, I, do CPC,
resolvo o mérito da demanda para:
(iii) CONDENAR a instituição financeira Ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de
R$ 3.000,00 (três) mil reais, que deverá ser devidamente corrigida, pelo índice do INPC, a partir da
presente data, bem como acrescida de juros de mora, em 01% (um por cento) ao mês, a contar da citação
nos autos.
(iv) DEFIRIR, agora em juízo aprofundado da controvérsia, a tutela provisória de urgência para determinar
a suspensão dos descontos realizados pela instituição financeira, a título de RMC, do benefício
previdenciário da parte autora, sob pena de multa diária de R$ 100,00
Inconformado o banco APELOU (Id. Num. 5675583), alegando preliminarmente a prescrição, pois
considerando que a demanda foi ajuizada em 10/02/2020 e a celebração do contrato ocorreu em
15/09/2015, decorreram mais de 03 (três) anos, ultrapassando o lapso prescricional estabelecido no art.
206, §3º, inciso IV, do Código Civil, restando-se prescrita, portanto, a pretensão autoral.
Quanto ao mérito, asseverou que a recorrida contratou o BMG Card nº 5259051152268113 junto ao
apelante, tendo inclusive assinado o contrato e realizado saque no valor de R$ 1.070,99 (mil e setenta
reais e noventa e nove centavos); e R$ 434,17 (quatrocentos e trinta e quatro reais e dezessete centavos).
Aduziu que, além dos saques comprovadamente realizados, à parte Recorrida fora ofertado o cartão de
crédito BMG Card, apto a ser utilizado em todo o comércio por meio da bandeira Mastercard. E, por se
tratar de um cartão consignado, o banco realiza o desconto mínimo na folha de pagamento, ficando a
cargo do consumidor realizar o pagamento do restante da fatura.
Portanto, sustenta que, no caso dos autos, a apelada contratou com a apelante, e beneficiou-se desses
valores, sendo a relação jurídica de todo regular e sem vícios. Desse modo, inexiste ilícito cometido pelo
banco e menos a existência de dano moral a ser indenizado.
Pondera que, mesmo que houvesse cobrança indevida, inexiste no caso dos autos má fé que justifique a
devolução em dobro.
Pugna, ainda, pela minoração do quantum da indenização por dano moral; pela incidência de juros de
mora ocorra apenas a partir do arbitramento da condenação; e para minoração dos honorários
advocatícios sucumbenciais.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Contrarrazões ofertadas no Id. Num. 5675589, refutando os argumentos do apelante, e pugnando pela
manutenção da sentença recorrida.
Éo relatório.
Decido.
Conheço do recurso de apelação, eis que atendidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela lei
processual civil.
Conforme relatado, na origem, por meio desta demanda, a autora MARIA DE NAZARÉ FERREIRA DIAS,
ora apelada, pretende ver declarada a inexistência dos débitos, com a anulação das cobranças referentes
ao contrato de cartão de crédito de margem consignável, além de repetição do indébito, em dobro, e
indenização por dano moral, uma vez que nunca realizou empréstimos com o Banco/réu, contudo, foi
surpreendida com descontos em seu benefício do INSS.
No caso, ante a nulidade do ato por vício do negócio jurídico, impositiva a observância do disposto no
artigo 169 do Código Civil que consagrou o princípio da imprescritibilidade dos negócios jurídicos nulos ao
prever que: "O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo".
Logo, a ação para reconhecer a nulidade de um ato é imprescritível, notadamente quando se está, como
na hipótese dos autos, no plano da eficácia do negócio jurídico não se sujeitando, portanto, à prescrição.
1. O Tribunal de origem, com fundamento na prova documental trazida aos autos, concluiu pela existência
de simulação de negócio jurídico relativo ao contrato de compra e venda de imóvel de ascendente a
descendente por interposta pessoa. A modificação do entendimento lançado no v. acórdão recorrido
demandaria o revolvimento de suporte fático-probatório dos autos, o que é inviável em sede de recurso
especial, a teor do que dispõe a Súmula 7 deste Pretório.
2. O negócio jurídico nulo por simulação não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso
do tempo e, portanto, não se submete aos prazos prescricionais, nos termos dos arts. 167 e 169 do
Código Civil de 2002.
3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1702805/DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 03/03/2020, DJe 25/03/2020)
Sob outra ótica, considerando que o contrato de cartão de crédito com reserva de margem consignável
(RMC) em questão prevê o pagamento consignado de prestações mensais de trato sucessivo permanente,
de curso infinito, tanto que sequer explicita o número de parcelas do contrato ou limite de saques,
tampouco poder-se-ia cogitar de termo inicial da fluência do prazo prescricional posto que a situação se
prolonga no tempo, o que também afastaria o reconhecimento da prescrição.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(Apelação Cível, Nº 70083956912, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Mylene Maria Michel, Julgado em: 26-11-2020)
(Apelação Cível, Nº 70083880450, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Gelson Rolim Stocker, Julgado em: 30-04-2020)
A sentença questionada neste apelo declarou inexigível o débito litigado, e condenou o requerido a restituir
a parte autora todos os valores indevidamente descontados, em dobro, e a pagar o valor de R$ 3.000,00
(três mil reais), a título de danos morais.
A parte autora alegou não reconhecer os descontos realizados em seu benefício previdenciário, sendo
estes provenientes de cartão de crédito de RMC, sob o contrato nº 11539011, com início em 03/02/2017,
sendo a parcela descontada no valor de R$46,85 (quarenta e seis reais e oitenta e cinco centavos).
E, sendo a relação bancária uma relação de consumo, é possível a inversão do ônus da prova, o que foi
determinado pelo juízo a quo, com fulcro no art. 6°, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Assinalo que a prova é produzida pela parte e direcionada para formar o convencimento do juiz, que tem
liberdade para decidir a causa, desde que fundamente sua decisão, em observância ao princípio do livre
convencimento motivado, disposto no artigo 371 do CPC/2015, não tendo a ré/apelante conseguido
desempenhar seu encargo probatório, ônus que lhe incumbia, nos termos do inciso II, do artigo 373 do
CPC/2015.
Sob tal prisma, apura-se dos autos que diante da situação posta, e das razões articuladas
pelo Banco réu/apelante, tenho que razão não lhe socorre, haja vista que em que pese os argumentos
expendidos pelo apelante quanto a regular contratação e a correspondência entre os dados apresentados
na inicial e a documentação colacionada aos autos pelo banco, não há comprovação nos autos de que a
autora/apelada efetivamente recebeu o valor financiado; o efetivo recebimento do cartão de crédito emitido
pela instituição financeira; e a comprovação de que a requerente utilizou o aludido cartão de crédito para
compras ou saques em caixas eletrônicos, restando caracterizada a falha na prestação do serviço, sendo,
portanto, a cobrança indevida.
Écerto que, nos casos em que se necessita apurar a prova de fato negativo, o ônus da prova que,
inicialmente é a parte demandante, inverte-se para a parte demandada, de maneira que passa a ser desta
o ônus de apresentar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor, conforme
estabelece o art. 373, inc. II, do Código de Processo Civil.
Portanto, não há como atribuir ao autor o ônus de provar que a parte autora não contraiu a operação
financeira perante à instituição financeira, mas cabendo a esta sim demonstrar a efetiva contratação, pela
parte autora, dos débitos cobrados.
Compulsando os autos, verifico que o contrato juntado pela instituição financeira requerida não é
documento hábil a legitimar todos os descontos que foram efetivados no benefício previdenciário da parte
autora. Digo isso porque colacionou aos autos apenas um Termo de Adesão Cartão de Crédito
Consignado/Autorização para Desconto nos Benefícios Previdenciários, subscrito pela parte autora, a
autorizar o desconto mínimo na fatura no valor de R$ 78,80, em documento supostamente firmado em
15/09/2015 (ID 17267322)
Como se vê, o contrato se refere à utilização do cartão de crédito e débito BMG Card, mediante
consignação de benefício previdenciário, havendo a previsão de desconto, mensal, do valor mínimo
consignado de R$ 78,80.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Não obstante a comprovação de celebração de contrato entre as partes, com anuência da parte autora ao
desconto das parcelas via consignação em seu benefício, não houve a comprovação de qualquer
autorização da parte autora para o desconto de valor abaixo daquele estipulado, a qualquer título.
Tal artimanha, porquanto inclusive despida de base contratual, acaba por lançar uma cortina de fumaça
apta a induzir a parte hipervulnerável a erro, uma vez que, na maioria dos casos, já possui grande parte da
sua margem consignável abarcada por outros empréstimos consignados, o que dificulta – a diferença dos
valores, a conferência pela própria parte. Além disso, tal divergência de valores pode, inclusive, confundir
o próprio Juízo.
Outrossim, apesar de a instituição financeira alegar a inadimplência da parte autora quanto ao pagamento
das faturas do cartão de crédito/débito disponibilizado, não foi juntada aos autos qualquer fatura e/ou
documento que evidencie a efetiva utilização do cartão de crédito, ou mesmo o seu inadimplemento,
sobretudo porque, muito embora tenha sido alegado na exordial que nunca promovera o seu desbloqueio,
tenho que por não ter o banco controvertido tal alegação e/ou apresentado prova em contrário, mostra-se
incontroverso o fato de que não houvera o desbloqueio do cartão, na forma dos arts. 336, 341, caput e
374, III, do Código de Processo Civil.
De igual modo, também não logrou êxito a instituição financeira em comprovar a efetiva realização dos
saques nos valores de R$ 1.070,99 (mil e setenta reais e noventa e nove centavos) e R$ 434,17
(quatrocentos e trinta e quatro reais e dezessete centavos), descritos em sua peça de bloqueio, como
forma de justificar os descontos em valores diferentes através da RMC, eis que a(s) TED(s) apresentadas,
muito embora conste os dados de conta supostamente de titularidade da parte autora, não apresenta
sequer a(s) data(s) de efetivação das transações bancárias, o que afasta, destarte, a utilização do
documento unilateral como prova.
Repita-se que, ausente prova do desbloqueio do cartão, não há como prosperar a tese de que a parte, que
alega não ter sequer contratado a aquisição do cartão de crédito, teria voluntária e deliberadamente
usufruído dos serviços bancários para justificar as cobranças contra si efetuadas.
Assim, é de se concluir pela ilegalidade dos referidos descontos, de tal sorte que não se verifica a
autorização manifestada pela parte autora para os descontos de R$ 46,85, a partir de 03/02/2017 (ID
15362291).
Válido frisar que, diante da distribuição do ônus da prova contida no art. 373 do CPC e da aplicação do art.
14, §3º, do Código de Defesa do Consumidor, constitui ônus da instituição financeira demonstrar a culpa
do consumidor ou de terceiros para que seja eximida do dever de indenizar.
No caso dos autos, todavia, a parte requerida não logrou êxito em demonstrar qualquer das hipóteses
excludentes da sua responsabilidade, do que se infere, como adiantado, a abusividade da cobrança de
valores a título de “Reserva de Margem Consignável” (RMC), com parcelas de R$ 46,85, descontadas da
aposentadoria do requerente a partir de 03/02/2017, sobretudo porque há verossimilhança na tese autoral
de vício de vontade, e de que fora induzida a erro pelo banco.”
Assim, fica evidente a responsabilidade do Banco/apelante pela má prestação de serviços, mormente por
se tratar de relação jurídica de consumo em virtude de contrato com instituição financeira e esta, na
qualidade de prestadora de serviços de natureza bancária e financeira, responder objetivamente pelos
danos que causar ao consumidor em virtude da má prestação do serviço, com fulcro na teoria do risco da
atividade, nos termos do que dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.
Nesse sentido, cumpre consignar que além da não comprovação pelo banco apelante quanto ao efetivo
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
recebimento por parte da autora do valor financiado e quanto à efetiva utilização e recebimento do cartão
de crédito contrato de cartão de crédito consignado, a referida modalidade possui peculiaridades próprias
e se operacionaliza de forma distinta do empréstimo consignado na modalidade simples, primordialmente
diante da extrema vantagem auferida pela instituição financeira no contrato, em evidente detrimento do
consumidor que, em tais contratos, é relegada a uma posição de desvantagem exagerada perante o
banco, pois em que que pese os descontos mensais das parcelas em seu benefício previdenciário, não há
amortização do valor principal do débito.
Inclusive consta dos autos, em informações trazidas pelo Banco apelante em suas razões recursais, que
na referida modalidade além dos descontos em contracheque deveria também efetuar os pagamentos
enviados por meio de fatura para que assim complementasse os valores pagos.
Constata-se, portanto, a prática abusiva por parte do banco apelante, neste sentido jurisprudência desta
Corte:
Desse modo, diante da não comprovação por parte do banco apelante que a autora/apelada efetivamente
recebeu o valor financiado, bem como diante da inexistência de prova nos autos de que o cartão tenha
sido entregue efetivamente à parte demandante, porquanto sequer foi utilizado, impõe-se ao apelante
suportar as consequências de um julgamento desfavorável.
Nesse contexto, quando ocorre o pagamento indevido, dá-se o enriquecimento sem causa, pois quem
recebe pagamento a que não tinha direito está, evidentemente, a locupletar-se de forma injusta, porque
está a cobrar dívida de quem não lhe deve e aquele que recebeu quantia imerecida enriqueceu às custas
de outrem.
O Código Civil, desse modo, preleciona que “todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica
obrigado a restituir" (artigo 876). Ou seja, na eventualidade de ser efetuado um pagamento indevido, quem
tiver recebido fica obrigado a devolver a quantia, devidamente corrigida, sob pena de configurar
enriquecimento sem causa (artigos 884 e 885, do CC).
Porém, por se tratar de relação de consumo, deve ser observado o Código do Consumidor, em seu art. 42.
Parágrafo único, que prevê a possibilidade da incidência da sanção civil, nele definida como repetição de
indébito, em dobro, em havendo cobrança indevida por parte do fornecedor ao consumidor que compõe a
relação de consumo, não sendo necessária a análise quanto à má-fé por parte da empresa prestadora do
serviço.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dessa forma, correta a sentença que determinou a restituição em dobro do valor referente às cobranças
indevidamente realizadas em prejuízo da aposentadoria da apelada, corrigindo desde a data do evento
danoso, ante a falha na prestação do serviço por instituição financeira que tinha o dever de zelar e tomar
as providências necessárias à segurança tanto de seus sistemas quanto de seus procedimentos
bancários.
O dano moral é “a lesão de bem integrante da personalidade, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a
integridade psicológica, causando dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima” (in Programa
de Responsabilidade Civil, 2ª Edição, Malheiros Editores, p. 78).
E, no caso em tela, entendo que restou configurado, porquanto nessas hipóteses seria considerado “in re
ipsa”, portanto, presumido, diante do próprio fato ofensivo, qual seja, a postura abusiva e desrespeitosa do
banco apelado em sua forma de contratação leonina imposta à autora, gerando descontos em conta e
perpetrando uma dívida desenfreada no nome da consumidora, lançada em cartão de crédito não
pretendido por esta, e reduzindo o seu patrimônio e a sua renda mensal, diga-se de passagem, já
escassa, configurando um verdadeiro atendado à dignidade do consumidor.
Registro que a indenização por dano moral deve observar o caráter punitivo-pedagógico do Direito. Isso
porque visa fortalecer pontos como a prudência, o respeito e o zelo, por parte do ofensor, uma vez que se
baseia nos princípios da dignidade humana e na garantia dos direitos fundamentais. Além disso, objetiva
combater impunidade, uma vez que expõe ao corpo social, todo o fato ocorrido e as medidas tomadas em
resposta às práticas abusivas.
Sobre o cabimento dos danos morais em casos similares, colaciono o seguinte julgado:
AC: 10000180752669001 MG, Relator: Aparecida Grossi, Data de Julgamento: 26/03/2019, Data de
Publicação: 02/04/2019).
Também cabe assinalar que a indenização deve observar aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, para ser arbitrada com moderação, a fim de evitar o enriquecimento sem causa. O valor da
indenização pelos danos morais deve ser capaz de reparar a dor sofrida pelo ofendido, de compensá-lo
pelo sofrimento suportado em razão da conduta inadequada do agressor.
Nesse sentido, entendo adequada a sentença a quo ao decidir pela declaração de inexistência da relação
jurídica, devolução em dobro dos valores pagos, e condenação em dano moral, por estar em consonância
com a doutrina e a jurisprudência dominante desta Corte.
Ante o exposto, estando o presente recurso contrário à jurisprudência desta Corte, NEGO PROVIMENTO
ao presente recurso, nos termos do art. 932, do CPC/2015 e art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
RELATOR
COMARCA DE PARAUAPEBAS/PA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por BANCO BRADESCO S/A, em face da r. sentença
proferida pelo Juízo de Direito da 2ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas/PA, nos autos da AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA C/C RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO C/C
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, movida por ANÍSIO
PEREIRA DA SILVA.
Na origem, o apelado propôs a ação alegando que o Banco demandado ora apelante, vem descontando
indevidamente, junto ao INSS (benefício nº 142.299.439-0), fonte pagadora de seus proventos de
previdência, parcela consignada de financiamento que não contratou (contrato nº 8146886115), com
parcela no valor de R$ 245,49 (duzentos e quarenta e cinco reais e quarenta e nove centavos)
Aduziu que não reconhece a relação contratual que sustenta a cobrança, que por sinal jamais recebeu
qualquer valor relacionado a essa transação bancária.
Após regular trâmite processual, sobreveio a r. sentença (Id. Num. 5626159), de procedência dos
pedidos formulados na exordial, com resolução de mérito, tendo o Magistrado Togado assim decidido:
“ANTE O EXPOSTO, rejeito a matéria preliminar e, no mérito, julgo procedente o pedido, extinguindo o
processo com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC, para declarar a inexistência do
contrato de empréstimo objeto desta ação (contrato n° 814686115), bem como para determinar a
devolução na forma simples das parcelas efetivamente descontadas, com juros legais de 1% ao mês a
partir da citação inicial (art. 405, CC) e correção pelo INPC a contar da data de cada desconto (Súmula 43-
STJ), a serem apuradas em liquidação de sentença/execução. A título de danos morais, condeno o
BANCO FINANCIAMENTOS S/A a indenizar o requerente no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais),
incidindo juros legais de 1% ao mês desde a citação (art. 405, CC) e correção pelo INPC a partir do
arbitramento (Súmula 362-STJ), até o efetivo pagamento. Por fim, condeno o Banco Réu ao pagamento
das custas e despesas processuais, bem como em honorários advocatícios, que fixo em 15% sobre o
valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do Código de Processo Civil..”
O banco requerido opôs embargos de declaração, os quais restaram rejeitados em decisão Id. Num.
5626164, tendo assim se manifestado o juiz a quo:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
“Quanto ao contrato, juntado somente agora na interposição dos embargos, deixou o Réu de observar a
regra do art. 434 do CPC, ou seja, deveria ter juntado o documento no momento da contestação. Uma vez
que esse documento já existia ao tempo da propositura da ação (e, óbvio, ao tempo da contestação), não
pode mais a parte juntá-lo autos autos, porque não se presta a provar fato novo, nem o Réu comprovou o
motivo que o impediu de juntá-lo anteriormente, inteligência do art. 435 do mesmo diploma legal.
Por fim, quanto aos juros dos danos morais, não houve erro material. Erro seria se o juiz quisesse dizer ou
escrever em um sentido e por erro de digitação ou ditado acabasse dizendo ou escrevendo algo diverso.
E, no caso, o que está no dispositivo sentencial é exatamente o que este juízo fez assim estar. Portanto,
não houve erro material. Se o Réu não concorda com o parâmetro o instrumento a ser manejado é outro,
não os embargos.
Em suma, analisando a sentença embargada, é possível notar que a mesma não incorreu em omissão,
obscuridade, contradição ou erro material a ensejar embargos de declaração que, por sua natureza, não
se presta a reformar sentença, que é a pretensão do Embargante.
ANTE O EXPOSTO, rejeito o recurso integrativo, por ausência das hipóteses elencadas no art. 1.022 do
vigente Código de Processo Civil. Em atenção ao disposto nos arts. 434 e 435 do CPC, determino a
exclusão do documento acostado ao ID nº 27488056.”
Inconformada, a Instituição Financeira APELOU (Id. Num. 5626167), arguindo como questão preliminar o
cerceamento de defesa pela ausência de designação da audiência de instrução para oitiva da parte
recorrida.
No mérito, asseverou que no caso dos autos, a apelado firmou com o banco apelante o contrato nº
814686115, em 09/07/2020, no valor total de R$ 11.233,69 (onze mil, duzentos e trinta e três reais e
sessenta e nove centavos), a ser quitado em 84 parcelas de R$ 245,49 (duzentos e quarenta e cinco reais
e quarenta e nove centavos), mediante desconto em benefício previdenciário. Sendo que o referido
contrato se trata de um refinanciamento dos contratos 812062886 e 812145147, e por este motivo o valor
recebido é inferior ao valor de contrato pois foi utilizado para liquidar, sendo assim o cliente recebeu o
saldo remanescente.
Desse modo, sustenta a ilicitude dos descontos realizados, a inexistência de reparação por danos
materiais e morais. Pugnando, eventualmente, pela minoração do quantum fixado a título de abalo moral.
Éo relatório.
Decido.
Conheço do recurso de apelação, eis que atendidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela lei
processual civil. Contudo, o recurso não será conhecido em relação à matéria de defesa do mérito, eis que
a alegação de que o empréstimo teria sido firmado para pagamento de outros dois empréstimos, não foi
apresentada em sede de contestação, como a seguir se demonstrará.
Feito tal registro, passo a analisar a preliminar de cerceamento de defesa, por alegada ausência de
depoimento da parte requerida.
No caso, o apelante em sede de contestação pugnou pela oitiva da parte autora, e ao alegar o
cerceamento de defesa alegou que este teria ocorrido pela ausência de oitiva da parte requerida.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ora, no caso é desnecessária a oitiva da parte autora, pois apenas ratificaria as alegações constantes da
petição inicial.
Ademais, ao apresentar as provas que pretendia produzir, tais como juntada do contrato de empréstimo
aos autos e prova pericial grafodocumentoscópica, uma vez que alega a celebração do contrato de
empréstimo consignado; optou tão só pelo depoimento pessoal da autora
Ultrapassada a preliminar, passo ao mérito, onde já registrei acima que se trata de matéria de defesa
nova.
Conforme relatado, na origem, por meio desta demanda, o autor ANISIO PEREIRA DA SILVA, ora
apelado, pretende ver declarada a inexistência dos débitos, com a anulação das cobranças referentes ao
contrato nº 8146886115, além de repetição do indébito, em dobro, e indenização por dano moral, uma vez
que nunca realizou empréstimos com o Banco/réu, contudo, foi surpreendido com descontos em seu
benefício do INSS.
A sentença questionada neste apelo declarou inexigível o débito litigado, e condenou o requerido a restituir
a parte autora todos os valores indevidamente descontados, em dobro, e a pagar o valor de R$ 3.000,00
(três mil reais), a título de danos morais.
E, sendo a relação bancária uma relação de consumo, é possível a inversão do ônus da prova, o que foi
determinado pelo juízo a quo, com fulcro no art. 6°, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor (Id.
4525972).
Assinalo que a prova é produzida pela parte e direcionada para formar o convencimento do juiz, que tem
liberdade para decidir a causa, desde que fundamente sua decisão, em observância ao princípio do livre
convencimento motivado, disposto no artigo 371 do CPC/2015, não tendo o réu/apelante conseguido
desempenhar seu encargo probatório, ônus que lhe incumbia, nos termos do inciso II, do artigo 373 do
CPC/2015.
Sob tal prisma, apura-se dos autos que diante da situação posta, e das razões articuladas pelo Banco
réu/apelante, tenho que razão não lhe socorre.
Nas razões do recurso de apelação, o banco apelante afirmou que o contrato nº 814686115 se trata de um
refinanciamento dos contratos 812062886 e 812145147, e por este motivo o valor recebido é inferior ao
valor de contrato, pois, foi utilizado para liquidar, sendo assim o cliente recebeu o saldo remanescente.
Ocorre que há inovação recursal quanto à referida tese de defesa do banco usada para tentar demonstrar
a licitude dos descontos realizados na conta previdenciária do apelado.
Da simples leitura da contestação apresentada no Id. Num. 5626152, e dos fundamentos consignados na
sentença recorrida, evidencia-se que tal questionamento não foi ventilado na defesa apresentada,
suscitando essa tese de defesa exclusivamente em suas razões recursais.
“Adiante, diferente da alegação genérica do Banco Réu, a pretensão do autor não tem por base falta de
capacidade de consentir do contratante (idade avançada e analfabeto), nem o benefício é de pensão por
morte. A parte não cuidou de adequar o modelo de contestação ao caso narrado nos autos. Em verdade,
imputa-se ao Banco Réu ato ilícito decorrente de fortuito interno (fraude) na contratação de empréstimo
com desconto na aposentadoria por idade do Autor, sendo pacificado na jurisprudência que o fortuito
interno não exime a instituição financeira da responsabilidade (Súmula 479-STJ e TEMA 466 dos
Recursos Repetitivos/STJ).
No mérito propriamente dito, o contestante não apresentou quaisquer provas da regularidade do contrato
de empréstimo impugnado, sequer trouxe alguma informação relevante capaz de infirmar as razões da
pretensão autoral. Em verdade, trata-se de defesa genérica, basta comparar os fatos narrados na peça de
ingresso com as teses da peça contestatória. Vê-se claramente o descompasso dos argumentos do Banco
Réu com o caso em tela, destacadamente quando fala de “autora”, “aposentadoria por pensão por morte”,
“analfabeta”.
Na dicção do Código de Processo Civil vigente, incumbe ao réu manifestar-se precisamente sobre as
alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas (art. 341,
caput).
Nos dizeres da doutrina, “Segundo o art. 341 do Novo CPC, serão presumidos verdadeiros os fatos que
não sejam impugnados especificamente pelo réu em sua contestação.
A impugnação específica é um ônus do réu de rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo autor
com os mais (SIC) não concorda, tornando-os controvertidos e em consequência fazendo com que
componham o objeto da prova. O momento de tal impugnação, ao menos em regra, é a contestação,
operando-se a preclusão consumativa se, apresentada essa espécie de defesa, o réu deixar de impugnar
algum(s) do(s) fato(s) alegado(s) pelo autor” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de
Processo Civil Comentado. Salvador/BA: JusPodivm, 2016, p. 595).
E continuou o seu raciocínio aduzindo que: “nos termos do art. 374, inciso III, do Código de Ritos, os fatos
admitidos no processo como incontroversos não dependem de provas. Como o Banco Réu não impugnou
os fatos e fundamentos traçados na exordial, muito menos trouxe provas da regularidade do contrato de
empréstimo, é de se concluir pela procedência da presente ação, com a declaração de inexistência do
negócio jurídico com repetição do indébito.” Para assim concluir: “Como já referido, o Banco contestante
não apresentou qualquer prova da existência e regularidade do contrato questionado, sequer trouxe
alguma informação relevante capaz de infirmar as razões da pretensão autoral. Nem mesmo o instrumento
contratual colacionou aos autos. Trata-se de defesa genérica.
Como se pode observar, os argumentos defendidos nas razões recursais para demonstrar a alegada
licitude do contrato, não foram apresentados na contestação.
Com efeito, vige no direito brasileiro o princípio da eventualidade para o réu, consagrado nos artigos 336 e
342 do CPC/15, que exige a exposição de todas as matérias de defesa de forma cumulada e alternativa na
contestação. Também conhecido como princípio da concentração de defesa, a regra fundamenta-se na
preclusão consumativa, exigindo-se que, de uma só vez, o réu apresente todas as matérias que tem em
sua defesa, sob pena de não poder alegá-las posteriormente.
Nesse sentido, é vedado ao réu deduzir nova matéria de defesa após a apresentação da contestação,
salvo se a tese for relativa a direito ou fato superveniente, passível de conhecimento de ofício ou puder ser
formulada, por expressa autorização legal, em qualquer tempo ou grau de jurisdição, hipóteses não
configuradas no caso dos autos. Confiram-se os citados dispositivos legais:
“Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e
de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
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Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.”
Nos ensinamentos de Theotonio Negrão (Código de Processo Civil e legislação processual em vigor /
Theotonio Negrão, José Roberto F. Gouvêa, Luis Guilherme Aidar Bondioli, João Francisco Naves da
Fonseca. 47. ed. atual. e reform. São Paulo : Saraiva, 2016):
“Art. 336: 4. Segundo o princípio da eventualidade, acolhido pelo CPC, o réu deve aduzir toda a sua
defesa na contestação, ainda que convicto de que basta este ou aquele argumento para um desfecho
favorável do processo, já que não é possível ulterior aditamento à defesa. Nesse sentido: JTJ 198/150.
Assim, fica autorizada até a veiculação de argumentos contraditórios entre si na contestação,
considerando que um deles pode vir a ser rejeitado. “O réu deve arguir, na contestação, tudo quanto for
necessário à sua defesa; não o tendo feito, inclusive em face do princípio da eventualidade, preclui o seu
direito de suscitar, na instância seguinte, o que não fez oportunamente (RSTJ 106/193). No mesmo
sentido: RSTJ 148/373.”
“Art. 342: 1. Da mesma forma como o autor não pode, a partir da citação, livremente modificar o pedido ou
a causa de pedir (art. 329-I), o réu, após o esgotamento do prazo para contestação, não poderá alterá-la
ou aditá-la.”
Assim, tenho que o recurso não merece conhecimento no ponto, restando ultrapassada a questão
da alegada licitude do contrato objeto da lide.
Assim, fica evidente a responsabilidade do Banco/apelante pela má prestação de serviços, mormente por
se tratar de relação jurídica de consumo em virtude de contrato com instituição financeira e esta, na
qualidade de prestadora de serviços de natureza bancária e financeira, responder objetivamente pelos
danos que causar ao consumidor em virtude da má prestação do serviço, com fulcro na teoria do risco da
atividade, nos termos do que dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.
Constata-se, portanto, a prática abusiva por parte do banco apelante, neste sentido jurisprudência desta
Corte:
Desse modo, diante da não comprovação por parte do banco apelante que o autor/apelado efetivamente
recebeu o valor financiado, bem como diante da inexistência de prova nos autos de que o contrato foi
firmado, impõe-se ao apelante suportar as consequências de um julgamento desfavorável.
Nesse contexto, quando ocorre o pagamento indevido, dá-se o enriquecimento sem causa, pois quem
recebe pagamento a que não tinha direito está, evidentemente, a locupletar-se de forma injusta, porque
está a cobrar dívida de quem não lhe deve e aquele que recebeu quantia imerecida enriqueceu às custas
de outrem.
O Código Civil, desse modo, preleciona que “todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica
obrigado a restituir" (artigo 876). Ou seja, na eventualidade de ser efetuado um pagamento indevido, quem
tiver recebido fica obrigado a devolver a quantia, devidamente corrigida, sob pena de configurar
enriquecimento sem causa (artigos 884 e 885, do CC).
Porém, por se tratar de relação de consumo, deve ser observado o Código do Consumidor, em seu art. 42.
Parágrafo único, que prevê a possibilidade da incidência da sanção civil, nele definida como repetição de
indébito, em dobro, em havendo cobrança indevida por parte do fornecedor ao consumidor que compõe a
relação de consumo, não sendo necessária a análise quanto à má-fé por parte da empresa prestadora do
serviço.
Dessa forma, correta a sentença que determinou a restituição em dobro do valor referente às cobranças
indevidamente realizadas em prejuízo da aposentadoria da apelada, corrigindo desde a data do evento
danoso, ante a falha na prestação do serviço por instituição financeira que tinha o dever de zelar e tomar
as providências necessárias à segurança tanto de seus sistemas quanto de seus procedimentos
bancários.
O dano moral é “a lesão de bem integrante da personalidade, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a
integridade psicológica, causando dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima” (in Programa
de Responsabilidade Civil, 2ª Edição, Malheiros Editores, p. 78).
E, no caso em tela, entendo que restou configurado, porquanto nessas hipóteses seria considerado “in re
ipsa”, portanto, presumido, diante do próprio fato ofensivo, qual seja, a postura abusiva e desrespeitosa do
banco apelado em sua forma de contratação leonina imposta à autora, gerando descontos em conta e
perpetrando uma dívida desenfreada no nome da consumidora, lançada em cartão de crédito não
pretendido por esta, e reduzindo o seu patrimônio e a sua renda mensal, diga-se de passagem, já
escassa, configurando um verdadeiro atendado à dignidade do consumidor.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Registro que a indenização por dano moral deve observar o caráter punitivo-pedagógico do Direito. Isso
porque visa fortalecer pontos como a prudência, o respeito e o zelo, por parte do ofensor, uma vez que se
baseia nos princípios da dignidade humana e na garantia dos direitos fundamentais. Além disso, objetiva
combater impunidade, uma vez que expõe ao corpo social, todo o fato ocorrido e as medidas tomadas em
resposta às práticas abusivas.
Sobre o cabimento dos danos morais em casos similares, colaciono o seguinte julgado:
Também cabe assinalar que a indenização deve observar aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, para ser arbitrada com moderação, a fim de evitar o enriquecimento sem causa. O valor da
indenização pelos danos morais deve ser capaz de reparar a dor sofrida pelo ofendido, de compensá-lo
pelo sofrimento suportado em razão da conduta inadequada do agressor.
Ademais, em se cuidando de juros e correção monetária, em relação aos danos morais em face de ato
ilícito, não decorrente de contrato, diante da inexistência de sua devida comprovação, correta a incidência
da correção monetária desde o respectivo arbitramento, contudo, de ofício, os juros de mora devem ser
modificados para contagem a partir do evento danoso, nos termos da Súmula n. 54 do STJ.
Portanto, entendo adequada a sentença a quo ao decidir pela declaração de inexistência da relação
jurídica, devolução em dobro dos valores pagos, e condenação em dano moral, por estar em consonância
com a doutrina e a jurisprudência dominante desta Corte.
Ante o exposto, estando o presente recurso contrário à jurisprudência desta Corte, NEGO-LHE
PROVIMENTO, nos termos do art. 932, do CPC/2015 e art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA. E, de ofício, altero
os juros de mora, em face do dano moral, para a contagem a partir do evento danoso, nos termos da
Súmula n. 54 do STJ.
RELATOR
COMARCA DE MOCAJUBA/PA
deve ser proporcional ao grau da lesão, independentemente da data em que ocorreu o acidente.
Incidência da Súmula 474, do STJ. Graduação da lesão com base na tabela acrescentada à Lei n°
6.194/74 pela Lei n° 11.945/2009, observado o laudo pericial.
2. No caso, a indenização devida ao autor deve levar em consideração as duas lesões apuradas no laudo
pericial, no percentual de 75% quanto ao membro inferior direito e no percentual de 75% relativamente à
perda de dedos do pé, dada a previsão de cumulação dessas lesões na Tabela DPVAT.
3. Desse modo, levando em conta os percentuais de invalidez definidos no laudo pericial, a indenização
deve totalizar o valor de R8.100,00 (oito mil e cem reais), e não o percentual máximo de R$13.500,00
(treze mil e quinhentos reais) determinado na sentença. Portanto, merece reforma a sentença
recorrida.
4. Recurso conhecido e parcialmente provido em decisão monocrática, nos termos do art. 932, V, “a” do
CPC/2015 c/c o art. 133, XII, “a” e “d” do RITJPA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Na origem (Id. 5497018), o autor afirmou que foi vítima de acidente de trânsito ocorrido em 11/06/2017 que
lhe causou graves lesões com trauma e amputação traumática do 1º, 3º e 4 pododáctilos direito CID
S68.2, que lhe causou invalidez permanente, segundo o laudo pericial e boletim de ocorrência acostado
aos autos; estando acobertado pelo seguro DPVAT.
Informou que nada recebeu na via administrativa, mas que faz jus à quantia de R$ 13.500,00 (treze mil e
quinhentos reais), referente à invalidez permanente, conforme previsto pela Lei nº 6.194/73, corrigidos
pelo IGP-M desde a data do pagamento administrativo e juros de 1% ao mês desde a citação.
Citada, a seguradora requerida apresentou contestação (Id. Num. 5497022), ocasião em que impugnou o
boletim de ocorrência juntado na inicial e aduzindo que não foi caracterizada a invalidez permanente, de
modo que requereu a realização de prova pericial.
Houve a realização do laudo pericial (Id. 5497026), nos termos na Lei 11.945, de 04.06.2009, para avaliar
o grau da invalidez permanente do autor, onde se verifica a seguinte graduação: Invalidez Permanente
Parcial Incompleta no Membro Inferior Direito (75% Residual), sendo as sequelas presentes os
percentuais de perda são de 100%.
Sobreveio a r. sentença de Id. 5497029, onde o magistrado, considerou que o laudo pericial atestou que a
parte autora possui percentual de perda em 100% (cem por cento), ou seja, que no caso ao autor possui
invalidez permanente em razão de acidente de trânsito, este faz jus ao recebimento da indenização do
seguro por acidente de trânsito, no valor de R$13.500,00 (treze mil e quinhentos reais), nos termos do art.
3º da Lei 6.194/1974.
Inconformada, a requerida apresentou recurso de apelação (Id. Num. 5497030), requerendo a reforma da
sentença para limitar o valor da condenação ao percentual de 75% do valor estabelecido para o
seguimento corporal afetado, ou seja, no valor de R$9.450,00 (nove mil quatrocentos e cinquenta reais),
dos quais excluídos 75% resultaria o montante de R$ 7.087,50 (sete mil e oitenta e sete reais e cinquenta
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
centavos), a ser recebido pelo autor, de acordo com o art. 3º, § 1º, I, da Lei nº 6.194/74, conforme a
extensão da lesão aferida pelo laudo pericial, qual seja, invalidez permanente parcial incompleta do
membro inferior direito em grau INTENSO (75%), decorrente de amputação traumática de três
dedos do pés e déficit parcial da força muscular do referido membro.
É o relatório.
Decido.
Cinge-se a questão em averiguar se a sentença proferida pelo Juízo de Piso, que julgou totalmente
procedente o pedido formulado na inicial, ao fundamento de que o autor faz jus ao recebimento da
indenização do seguro DPVAT, nos termos do art. 3º da Lei n. 6.194/1974, no valor máximo de
R$13.500,00 (treze mil e quinhentos reais), foi ou não além do percentual previsto na tabela estabelecida
na Lei nº 11.945/09.
Como é de sabença, o seguro obrigatório – DPVAT foi criado pela Lei n° 6.194/74, com o fim de ressarcir
as vítimas de acidentes de trânsito, sejam elas motoristas, passageiros ou pedestres.
Não houve o pagamento na esfera administrativa, de modo que a sentença determinou o pagamento
integral do valor devido.
“Art. 3o Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2o desta Lei compreendem as
indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares, nos
valores que se seguem, por pessoa vitimada:
II - até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) - no caso de invalidez permanente; e (Grifei);
III - até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) - como reembolso à vítima - no caso de despesas de
assistência médica e suplementares devidamente comprovadas.
§1o No caso da cobertura de que trata o inciso II do caput deste artigo, deverão ser enquadradas na
tabela anexa a esta Lei as lesões diretamente decorrentes de acidente e que não sejam suscetíveis de
amenização proporcionada por qualquer medida terapêutica, classificando-se a invalidez permanente
como total ou parcial, subdividindo-se a invalidez permanente parcial em completa e incompleta, conforme
a extensão das perdas anatômicas ou funcionais, observado o disposto abaixo:
I - quando se tratar de invalidez permanente parcial completa, a perda anatômica ou funcional será
diretamente enquadrada em um dos segmentos orgânicos ou corporais previstos na tabela anexa,
correspondendo a indenização ao valor resultante da aplicação do percentual ali estabelecido ao valor
máximo da cobertura; e (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009).
II - quando se tratar de invalidez permanente parcial incompleta, será efetuado o enquadramento da perda
anatômica ou funcional na forma prevista no inciso I deste parágrafo, procedendo-se, em seguida, à
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redução proporcional da indenização que corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) para as perdas
de repercussão intensa, 50% (cinquenta por cento) para as de média repercussão, 25% (vinte e cinco por
cento) para as de leve repercussão, adotando-se ainda o percentual de 10% (dez por cento), nos casos de
sequelas residuais. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). “
Contudo, de acordo com a Súmula 474, do STJ, o pagamento da indenização para os casos de invalidez
permanente deverá ocorrer de forma proporcional ao grau da lesão, independentemente da data em que
ocorreu o acidente automobilístico, nos seguintes termos:
“Súmula 474. A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de
forma proporcional ao grau da invalidez.”
Então, a graduação da lesão deve ocorrer com base na tabela acrescentada à Lei n° 6.194/74 pela Lei n°
11.945/2009, na qual foi convertida a Medida Provisória n° 451/2008.
Pois bem!
O laudo pericial de Id. Num. 5497026, afirma que o autor sofreu invalidez permanente parcial incompleta
do membro inferior direito com perdas de repercussão intensa (percentuais de perda 75%), concluindo que
o percentual de sequelas é de 100%.
R: A deficiência é da ordem física. Ao exame físico, nota-se: cotos de amputações à nível da base dos
dedos do primeiro e quarto pododáctilos direitos e à nível de falange distal no terceiro pododáctilo
direito. Discreto edema residual em dorso de pé direito. Discreta hipotrofia da panturrilha direita
com déficit parcial de força muscular e debilidade do membro inferior direito. Marcha disbásica
decorrente da ausência dos quirodáctilos direito comprometendo a base de apoio do pé com o solo.”
(grifei)
R: Lesões de órgãos e estruturas cursando com prejuízos funcionais não compensáveis de ordem
anatômica (Percentuais de Perda 100%). Invalidez permanente parcial Incompleta do membro inferior
direito com perdas de repercussão intensa (percentuais de Perda 75%).”
Aliás, a própria apelante afirma que o autor sofreu invalidez permanente parcial incompleta decorrente de
amputação traumática de três dedos dos pés e déficit parcial da força muscular do referido
membro.
Logo, nos termos da aludida tabela acrescentada à Lei n° 6.194/74 pela Lei n° 11.945/2009, a referida
invalidez parcial permanente incompleta do membro inferior direito resta enquadrada no quesito “Perda
anatômica e/ou funcional completa de um dos membro inferiores”, que estabelece uma indenização no
patamar de 100%, equivalente à R$9.450,00 (nove mil quatrocentos e cinquenta reais); enquanto que a
invalidez permanente incompleta pela perda dos três dedos do pé enquadra-se no quesito “perda
anatômica e/ou funcional completa de qualquer um dos dedos do pé”, que estabelece uma indenização no
patamar de 100%, equivalente à R$1.350,00 (mil trezentos e cinquenta reais).
Todavia, a nova redação do art. 3°, da Lei n° 6.194/74, define que quando se tratar de invalidez
permanente parcial incompleta, será efetuado o enquadramento da perda anatômica ou funcional na forma
prevista, com redução proporcional da indenização, que corresponderá a 75% para as perdas de
repercussão intensa, 50% para as de média repercussão, 25% para as de leve repercussão e 10% nos
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Em relação ao autor, tenho que ambas as perdas foram intensas, consolidando um déficit total de 75% na
funcionalidade dos membros afetados. Assim, aplicando-se a redução proporcional prevista no art. 3° § 1°,
II, da Lei n° 6.194/74, o valor da indenização deve ser de R$ 7.087,50 (sete mil oitenta e sete reais e
cinquenta centavos) para o membro inferior direito e de R$1.012,50 (mil e doze reais e cinquenta
centavos) para a perda dos dedos do pé.
Por fim, vale, ainda, lembrar que a Tabela DPVAT permite a cumulação das duas lesões acima referidas,
na medida em que prevê indenizações distintas para os danos corporais parciais dos “membros inferiores”
e dos “pés”.
Desse modo, o valor devido ao autor resulta em R$8.100,00 (oito mil e cem reais), a título de indenização
do seguro DPVAT.
1. In casu, considerando que o acidente ocorreu a 11.12.2016, a indenização deve observar os critérios e
graduações contidas no art. 3º da Lei 6.194/74, observadas as alterações introduzidas pelas Leis
11.482/2007 e 11.495/2009.
2. Mediante perícia realizada na autora (Id 2166645), constatou-se debilidade permanente parcial
incompleta em membro superior direito com perda média em 50%. Enquadramento da perda
anatômica/funcional que corresponde a 70% do valor máximo da cobertura (R$ 13.500,00), ou seja, no
montante de R$ 9.450,00. Aplicação da redução prevista no art. 3º, II do § 1º, da Lei 6.194/74.
3. Indenização do Seguro DPVAT a ser paga à Autora/Apelada devida no montante de R$ 4.725,00 (50%
de R$ 9.450,00), acrescida de correção monetária e dos juros, respectivamente, nos termos da Súmulas
43 e 426, ambas do STJ.
(4713404, 4713404, Rel. EDINEA OLIVEIRA TAVARES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2021-03-09, Publicado em 2021-03-18)
2. A indenização do seguro DPVAT, nos casos de invalidez parcial permanente, deve ser paga
proporcionalmente ao grau de lesão, analisando a repercussão da perda. Leis nº. 6194/74 e 11.945/2009.
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3. In casu, considerando que o laudo atesta que o grau de lesão corresponde ao percentual pago
administrativamente, improcede o pedido de complementação, não merecendo reparos a decisão
guerreada.
4. Incidência de correção monetária a contar da data do evento danoso. Sentença em desacordo com a
Súmula n° 580 do Superior Tribunal de Justiça. Reforma que se impõe neste ponto.
5. Recurso conhecido e parcialmente provido, à unanimidade, tão somente para julgar procedente o
pedido de incidência de correção monetária desde o evento danoso, mantendo a sentença em seus
demais termos.’’
(4616441, 4616441, Rel. RICARDO FERREIRA NUNES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2021-02-23, Publicado em 2021-03-02)
(2020.02472408-36, 215.416, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª TURMA DE
DIREITO PRIVADO, Julgado em 2020-11-04, Publicado em 2020-11-04)
Ante o exposto, conheço do recurso e DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, com fulcro no art. 932, V, “a”,
do CPC c/c 133, XII, “a” e “d”, do Regimento Interno deste E. Tribunal de Justiça, para reformar a
sentença, nos termos da fundamentação.
RELATOR
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1. O recurso cumpre seus requisitos de admissibilidade, pois a pretensão recursal insurge-se em relação a
aplicação da multa pelo descumprimento da obrigação imposta pelo juiz a quo, de modo que não há se
falar em falta de dialeticidade. Do mesmo modo, nos termos do § 5º do art. 1.017 do CPC, sendo
eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-
se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
Preliminares contrarrecursais rejeitadas.
DECISÃO MONOCRÁTICA
A Referida decisão teve por fundamento a afirmação da autora de que, foi aposentada em 11/04/2021, e
ao emitir um extrato de empréstimos consignados tomou conhecimento da existência de um empréstimo
(contrato nº 810359263) realizado junto ao banco, ora agravante, no valor de R$9.241,04 (nove mil,
duzentos e quarenta e um reais e quatro centavos), com data de inclusão no dia 20/07/2018, a ser pago
em 72 parcelas de R$ 263,00 (duzentos e sessenta e três reais), sendo que o referido contrato foi
realizado sem o seu consentimento, ou seja, de forma fraudulenta.
Em síntese, no seu extenso arrazoado, o agravante requer a concessão do efeito suspensivo, a fim de
afastar a aplicação da multa fixada para o caso de descumprimento da decisão agravada; ou ainda a sua
minoração, bem como que seja estendido o prazo para cumprimento da obrigação, evitando-se o
enriquecimento ilícito do agravado.
Determinei a expedição de ofício ao Juízo de primeira instância, comunicando-lhe do teor desta decisão,
solicitando informações.
DECIDO.
Menciono, neste norte, que o recurso cumpre seus requisitos de admissibilidade, pois a pretensão recursal
insurge-se em relação a aplicação da multa pelo descumprimento da obrigação imposta pelo juiz a quo, de
modo que não há se falar em falta de dialeticidade.
Do mesmo modo, não prospera o questionamento de ausência de peça obrigatória prevista no inciso I, do
art. 1017, na medida em que o § 5º do referido dispositivo legal prevê que: ‘’Sendo eletrônicos os autos do
processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar
outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.”
Com efeito, no presente recurso, o agravante pugna tão somente pela dilação do prazo para cumprimento
da determinação que lhe foi imposta em sede de tutela de urgência, bem como, pela exclusão das
astreintes ou a minoração do valor fixado.
Pois bem!
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Nesse momento de cognição exauriente, entendo que o recurso merece parcial provimento.
Primeiramente, quanto ao pedido de afastamento da multa cominatória, como falei por ocasião da decisão
interlocutória que proferi, registro que a penalidade somente incidirá no caso de descumprimento da ordem
pela instituição financeira ré/agravante, conforme disposto no art. 537, § 4º, do CPC/2015.
Além disso, como se sabe, as astreintes constituem meio coercitivo para impor o cumprimento da decisão.
Têm natureza coercitiva e não ressarcitória. Sua finalidade é compulsiva, a de fazer com que o devedor
cumpra especificamente o devido. Pode ser majorada ou diminuída de ofício, de acordo com o § 1º, do
artigo 537, do Código de Processo Civil, sem que isto importe em ofensa a coisa julgada. Além, disso, o
Juiz estipulou limite para o pagamento das astreintes.
Sobre o tema, pertinente trazer à colação o ensinamento dos notáveis professores Nelson Nery Júnior e
Rosa Maria de Andrade Nery, verbis:
“Deve ser imposta a multa, de ofício ou a requerimento da parte. O valor deve ser significativamente alto,
justamente porque tem natureza inibitória. O juiz não deve ficar com receio de fixar o valor em quantia alta,
pensando no pagamento. O objetivo das astreintes não é obrigar o réu a pagar o valor da multa, mas
obrigá-lo a cumprir a obrigação na forma específica. A multa é apenas inibitória. Deve ser alta para que o
devedor desista de seu intento de não cumprir a obrigação específica. Vale dizer, o devedor deve sentir
ser preferível cumprir a obrigação na forma específica a pagar o alto valor da multa fixada pelo juiz”.
(NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. São
Paulo: Revistas dos Tribunais, 2006, p. 588).
No que diz respeito ao prazo para cumprimento da decisão, entendo que não se mostra o prazo de 15
(quinze) dias exíguo para a satisfação da obrigação. Isso porque vislumbra-se ser o tempo concedido
suficiente para a efetivação da suspensão do empréstimo consignado em comento, assim como encontra-
se até mesmo superior ao entendimento desta Corte:
1. O propósito recursal é avaliar se as astreintes fixadas na decisão que deferiu o pedido de antecipação
dos efeitos da tutela, durante a fase de conhecimento, apresentam manifesta desproporcionalidade, a
exigir sua revisão.
3. Ademais, não haverá que se falar em multa diária, caso a parte cumpra tempestivamente o comando
judicial, ou seja, tal imposição visa cumprimento efetivo da obrigação de fazer, logo, não há que se falar
em exclusão das astreintes.
4. Tendo em vista que o valor do empréstimo questionado é de R$ 7.628,91, entende-se que a multa R$
500,00 (quinhentos reais) ao dia, até o limite de R$ 5.000,00 se mostra razoável, proporcional e adequada
ao fim a que se destina.
5. Prazo para cumprimento da obrigação de 05 dias nos termos do art. 218, §3º do CPC se mostra
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(4813765, 4813765, Rel. RICARDO FERREIRA NUNES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2021-03-23, Publicado em 2021-03-30)
Por sua vez, em relação ao quantum fixado das astreintes, neste momento de cognição exauriente, tenho
que o apelo merece prosperar.
Com efeito, é consabido que a jurisprudência deste Tribunal tem se posicionado no sentido de permitir a
aplicação da multa diária (ou astreintes) em casos como o presente, conforme se verifica dos precedentes
já acima citados.
Desse modo, entendo que o valor das astreintes arbitrado pelo Juízo a quo - no valor de R$1.000,00 (mil
reais), até o limite de R$30.000,00 (trinta mil reais), destoa dos parâmetros já adotados por esta Corte
para casos semelhantes, mostrando, assim, excessivo ante o caráter inibitório da medida.
Se por um lado a fixação de multa por descumprimento de ordem judicial visa a consecução da medida no
prazo estipulado, a fixação de um limite evita eventual enriquecimento ilícito, sendo medida que se impõe.
(3895310, 3895310, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Privado, Julgado em 2020-10-19, Publicado em 2020-10-27)
(3095770, 3095770, Rel. RICARDO FERREIRA NUNES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2020-05-13, Publicado em 2020-05-20)
(2020.01882905-41, 214.191, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª TURMA DE
DIREITO PRIVADO, Julgado em 2020-09-09, Publicado em 2020-09-09)
I – Insurge-se o Agravante, especificamente quanto ao valor arbitrado da multa, aduzindo que poderia
ensejar enriquecimento sem causa, bem como quanto ao fato de não lhe ter sido garantido um prazo mais
extenso para o cumprimento da medida.
II – No tocante à multa imposta, sabe-se que é um mecanismo adotado por nosso ordenamento jurídico
para fins de compelir uma das partes a não deixar de cumprir uma decisão judicial. Deste modo, a
imposição de multa possui um caráter preventivo e não punitivo, pois a parte somente incorrerá no seu
pagamento caso descumpra a decisão imposta.
III- No caso em tela estamos diante de uma grande instituição financeira insurgindo-se contra uma multa
de R$100,00 (cem reais) por cada caso de descumprimento. Considerando-se que os descontos são
mensais, fácil concluir que somente após muitos e muitos anos de descumprimento da medida é que
poderia se falar em enriquecimento sem causa ou graves prejuízos financeiros para a Agravante.
IV - Todavia, é assente tanto na doutrina quanto na Jurisprudência que, em considera aos Princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, é importante que haja a fixação de um limite máximo de valor de
astreintes, motivo pelo qual a decisão deve ser corrigida tão somente neste tocante.”
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(4671651, 4671651, Rel. GLEIDE PEREIRA DE MOURA, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2021-03-02, Publicado em 2021-03-10)
Portanto, o valor comporta redução para R$ 100,00 por dia, limitados a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil
reais), que se mostra razoável, proporcional e adequada ao fim a que se destina.
Ante o exposto, nos termos do art. 932, do CPC/2015 c/c o art. 133, XII, “D”, DO RITJE/PA. DOU
PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, tão somente para reduzir o valor da multa
diária em caso de descumprimento da ordem judicial de R$ 1.000,00 (mil reais) para R$ 100,00 (cem
reais) até o limite do valor de R$10.000,00 (dez mil reais).
RELATOR
COMARCA DE BELÉM/PA
2- Assim, sendo a cédula de crédito bancário título de crédito circulável e sujeito ao princípio da
cartularidade, é imprescindível a apresentação do documento original, para fins de ajuizamento da ação de
busca e apreensão, dada a possibilidade de sua circulação, mediante endosso. Necessário, portanto, a
juntada da via original do título. (Precedentes STJ).
3- Recurso conhecido e desprovido monocraticamente, nos termos do art. 932, do CPC/2015 c/c o art.
133, XI, “d”, do RITJE/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de recurso de APELAÇÃO CÍVEL interposto por BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A,
em face da r. sentença proferida pelo Juízo da 11ª Vara Cível e Empresarial de Belém, nos autos da
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO LIMINAR, movida em desfavor de G W DE O SOUSA &
CIA LTDA.
Dos autos se extrai que, após o deferimento da liminar de busca e apreensão pleiteada pelo requerente na
petição inicial, houve algumas tentativas frustradas de citação, busca e apreensão.
Posteriormente, foi determinada a juntada da via original da Cédula de Crédito Bancário que instrui a
petição inicial, no prazo de 15 (quinze) dias, uma vez que somente consta dos autos a sua cópia.
Contudo, a autora deixou transcorrer livremente o prazo concedido, conforme certificado nos autos.
Desse modo, sobreveio a sentença que indeferiu a inicial e julgou extinto o processo sem resolução de
mérito, com fulcro no art. 485, IV, do CPC/2015, em face de o autor, intimado para emendar a inicial, não
ter juntado a via original da Cédula de Crédito Bancário que instruiu a exordial.
Nas razões do recurso de apelação (Id. 5783553), o apelante sustenta, em síntese, a desnecessidade da
juntada do documento original da cédula de crédito bancário, de modo que não há em que se falar em
inepta da exordial a justifica a extinção do feito.
Sem contrarrazões.
Éo relatório.
DECIDO.
Ab initio, acerca da ausência de análise do pedido de dilação do prazo, verifiquei que o magistrado de
origem concedeu 15 (quinze) dias para a juntada do documento (ID 5783543) em decisão datada de
28/06/2019, e, em resposta, o ora apelante solicitou a dilação do prazo por 15 (dias) dias (ID 5783543).
Todavia, passados meses, o recorrente não se desincumbiu de apresentar a cédula de crédito bancário
original, e nem tampouco trouxe aos autos posteriormente; e, ainda, em sede do presente recurso,
impugnou a respectiva apresentação, sob o fundamento de desnecessidade; pelo que, entendo, que se
eximiu do seu mister, apresentando, ademais, comportamento contraditório, não havendo, nesse sentido,
que se posicionar por qualquer nulidade pela não apreciação do requerimento formulado.
Cabe lembrar que a Cédula de Crédito Bancário foi contemplada no ordenamento jurídico brasileiro, pela
Lei n. 10.931/2004, visando estabelecer um instrumento cartular para documentações de operações
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“Art. 26. A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de
instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em
dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade.”
O regime empregado para esta nova modalidade de negociação financeira consistiu naquele dos títulos de
crédito, tanto que o art. 44 da Lei n. 10.931/2004 expressamente prevê:
“Art. 44. Aplica-se às Cédulas de Crédito Bancário, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação
cambial, dispensado o protesto para garantir o direito de cobrança contra endossantes, seus avalistas e
terceiros garantidores.”.
Como a lei sob enfoque traz sucinto conteúdo normativo acerca da operacionalização da Cédula de
Crédito Bancário, mostrando-se preocupada em definir os requisitos legais para constituição da cártula,
bem como em permitir apenas a circulação do título mediante endosso em preto, tem-se que o regime
dessa modalidade fica sujeita em grande parte à disciplina dos arts. 887 e ss. do Código Civil/2002, fonte
legislativa subsidiária aos títulos de crédito instituídos por Lei após sua entrada em vigor (cf. Fábio Ulhoa
Coelho, Curso de Direito Comercial, vol. 1., p. 479, Saraiva: 2004).
Logo, a cédula de crédito bancário obedece aos princípios da literalidade e circularidade (art. 887
do CC/2002), assim como ao da livre circulação por endosso. (Art. 893 do CC/2002).
“§1.º - A Cédula de Crédito Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão, no
que couberem, as normas do direito cambiário, caso em que o endossatário, mesmo não sendo instituição
financeira ou entidade a ela equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive
cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na Cédula.”
Nesse contexto, os direitos de crédito materializados na cédula de crédito bancário só são oponíveis ao
devedor com a apresentação do instrumento cartular.
Nesse passo, frente à possibilidade de circulação do título, o emitente poderá reter o pagamento
condicionando-o à devolução da cambial ao seu poder, já que ordinariamente apenas a retomada da
posse do instrumento é o meio adequado para prova da quitação.
A consequência direta, é que a cobrança judicial do crédito materializado no título, segundo entende
pacificamente a jurisprudência, deve ser obrigatoriamente precedida da apresentação do original da
cambial exigida, de modo a prevenir o devedor da eventual circulação ilegítima da cártula, não se
olvidando a possibilidade de furto, roubo, ou até mesmo de má-fé do credor.
Excepciona-se a regra do art. 162, §§ 2º e 3º, do Código de Processo Civil quando a decisão interlocutória
puder ocasionar prejuízo às partes. Precedentes.
2. Nos termos da Lei nº 10.931/2004, a cédula de crédito bancário é título de crédito com força executiva,
possuindo as características gerais atinentes à literalidade, cartularidade, autonomia, abstração,
independência e circulação.
O Tribunal a quo, atento às peculiaridades inerentes aos títulos de crédito, notadamente à circulação da
cártula, diligente na prevenção do eventual ilegítimo trânsito do título, bem como a potencial dúplice
cobrança contra o devedor, conclamou a obrigatoriedade de apresentação do original da cédula, ainda que
para instruir a ação de busca e apreensão, processada pelo Decreto-Lei nº 911/69.
A ação de busca e apreensão, processada sob o rito do Decreto-Lei nº 911/69, admite que, ultrapassada a
sua fase inicial, nos termos do artigo 4º do referido regramento normativo, deferida a liminar de apreensão
do bem alienado fiduciariamente, se esse não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, o
credor tem a faculdade de, nos mesmos autos, requerer a conversão do pedido de busca e apreensão em
ação executiva.
A dispensa da juntada do original do título somente ocorre quando há motivo plausível e justificado para
tal, o que não se verifica na presente hipótese, notadamente quando as partes devem contribuir para o
adequado andamento do feito, sem causar obstáculos protelatórios.
Desta forma, quer por força do não-preenchimento dos requisitos exigidos nos arts. 282 e 283 do CPC,
quer pela verificação de defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o
indeferimento da petição inicial, após a concessão de prévia oportunidade de emenda pelo autor (art. 284,
CPC), é medida que se impõe. Precedentes.
(REsp 1277394/SC, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 16/02/2016, DJe
28/03/2016)
2. O entendimento da Corte de origem encontra-se de acordo com a jurisprudência desta Corte Superior,
segundo a qual cabe ao Juízo, quando a parte instrui a inicial com cópia autenticada do título executivo,
abrir prazo para que emende a inicial juntando o título original.
3. Agravo interno provido para reconsiderar a decisão agravada e, em nova análise, conhecer do agravo
para negar provimento ao recurso especial.”
(AgInt no AREsp 1743487/SC, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 22/03/2021,
DJe 13/04/2021)
(AgInt nos EDcl no AREsp 899.121/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA,
julgado em 30/08/2018, DJe 11/09/2018)
2. Pelo princípio da cartularidade, torna-se indispensável que o credor esteja na posse da cédula de
crédito bancário, condição sem a qual não poderá exercer o seu direito de crédito valendo-se dos
benefícios do regime jurídico-cambial, logo, por tais fundamentos a apresentação do original do título é
condição inafastável à propositura da Ação de Busca e Apreensão, porquanto somente com a juntada do
documento original comprova-se que o autor é efetivamente o credor, bem como que ele não negociou o
seu crédito.
3. O indeferimento da ação, fincada no parágrafo único do art. 321 do CPC/15, exige a não resolução de
mérito pelo mesmo motivo, a teor do inciso I, do art. 485 do CPC, tendo em vista que, mesmo intimado
para regularizar a exordial, o autor deixa de atender ao comando judicial.
(4900158, 4900158, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Privado, Julgado em 2021-04-05, Publicado em 2021-04-12)
Ultrapassada a fase de considerações expendidas linhas acima, acrescento, ainda, que não há porque
deixar de aplicar o entendimento consagrado na jurisprudência à demanda de busca e apreensão
lastreada em cédula de crédito bancário, exigindo-se a pronta exibição do respectivo instrumento original,
uma vez que o mesmo fundamento relativo aos demais títulos de crédito encontra perfeita ressonância à
cártula criada na Lei n. 10.931/2004, pois, que se assemelha e atrai normas específicas, submete-se ela,
como já visto, ao mesmo regime jurídico, com destaque a possibilidade de sua livre transferência e
circulação por endosso.
Desta forma, permitir a instrução da demanda com mera fotocópia da cédula de crédito bancário importa
deixar o devedor à mercê de eventual cobrança dúplice do crédito, gerando, com isso, não só esse risco
ao demandado, como também dúvidas quanto à legitimidade da posse exercida pela instituição financeira
sobre o documento.
Noutro prisma, excepcionalmente, se for autorizado a instrução do pedido com fotocópia autenticada da
cédula de crédito, tal providência só encontra lugar em casos excepcionais, devidamente justificados pelo
credor, como quando o título instrui processo conexo ou nas hipóteses em que fica retido em poder do
tabelião para o respectivo protesto etc.
Frisa-se: este não é o caso dos autos em exame, não se apresentando justificativa plausível de que fora
declarado como autêntico pelo advogado, porque, igualmente, não se discute a inautenticidade, apenas a
necessidade de se apresentar o original em secretaria, por se tratar de processo eletrônico (art. 425, § 2º,
do CPC/15), a fim de evitar que circule livremente.
Nesse passo, consoante a legislação citada linha acima (art. 26 da Lei nº. 10.931/04), conclui-se que o
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
documento em debate, por imperativo de lei, representa um título de crédito. Em decorrência disso, possui
todas as características inerentes a essa categoria, dentre elas a circularidade.
Com efeito, salienta-se, por oportuno, que se aplica ao título em tela, entre outros princípios inerentes aos
títulos de crédito, aquele denominado por alguns como princípio da cartularidade e por outros como
princípio da incorporação.
Conclui-se, portanto, que, sendo a cédula de crédito bancário título de crédito circulável e sujeito ao
princípio da cartularidade, é imprescindível a apresentação do documento original, para fins de
ajuizamento da ação de busca e apreensão.
Ante o exposto, a teor do art. do art. 932, do CPC/2015 c/c o art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA, conheço do
recurso, mas lhe nego provimento, monocraticamente, mantendo a sentença guerreada.
RELATOR
1. A sentença padece de error in procedendo, pois nas ações cujo objeto é a revisão de cláusulas, há
questões de fato e de direito, uma vez que cada contrato possui cláusulas diversas de outro, sendo
impossível julgar liminarmente improcedente a ação revisional sem a juntada do instrumento
contratual aos autos, não se aplicando no presente feito o art. 332, do CPC/2015.
2. Recurso conhecido e provido, monocraticamente, para anular a sentença, com fulcro no art. 932, V,
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DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de recurso de Apelação (Id. 5528829) interposto por EXPEDITO GONÇALVES DIAS, em face de
sentença proferida pelo Juízo de Direito da Vara Única de Ourém que, nos autos da Ação Revisional de
Contrato de Financiamento c/c Repetição de Indébito c/c Pedido de Tutela Antecipada, ajuizada pelo ora
apelante, em desfavor de BANCO BRADESCO S.A., por força do art. 332, do CPC/2015, liminarmente
improcedente os pedidos da demanda, extinguindo o processo com resolução de mérito.
Em suas razões recursais a parte apelante alegou, em sede de preliminar, cerceamento de defesa em
razão da não produção de prova técnica e sentença seria nula por ausência de fundamentação.
Aduziu a cobrança indevida de tarifa de serviço de terceiros e de despesas de tarifa de avaliação do bem e
registro do contrato.
Éo relatório.
Estando o autor/apelante dispensado do recolhimento das custas do preparo recursal, em razão de ter
sido concedido o benefício da justiça gratuita na origem (Id. 5528839), e preenchidos os demais
pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso e passo à sua análise.
Na presente ação pretende o autor, ora apelante, a revisão de contrato de financiamento para aquisição
de veículo c/c consignação e pagamento e pedido de tutela antecipada, por entender que existem
cláusulas abusivas no referido contrato. Ainda na sua inicial, informou que o requerente não recebeu, ao
formalizar o contrato de financiamento, a via do contrato, motivo pelo qual requereu a notificação do
requerido/apelado para a apresentação do instrumento de contrato para fins de comprovação dos fatos
alegados na inicial.
Contudo, verifiquei que o magistrado de origem julgou os pedidos do demandante com base no art. 332,
do CPC/2015, sob o argumento de que as questões trazidas aos autos já teriam sido apreciadas pelos
Tribunais Superiores por meio de julgamento de Recursos Especiais repetitivos, havendo posicionamento
jurisprudencial consolidado, o qual embasaria a improcedência liminar dos pedidos.
Com efeito, nas demandas em que se pleiteia a revisão de cláusulas supostamente abusivas, há questões
de fato e de direito, uma vez que cada instrumento contratual possui cláusulas distintas do outro, sendo
impossível julgar liminarmente improcedente a ação revisional, não se aplicando no presente feito o
julgamento pela sistemática do art. 332, do CPC/2015.
Nesse contexto, observo que o juízo a quo não analisou o contrato realizado entre as partes, onde
constam todas as informações necessárias à perfeita compreensão da lide. Assim, a sentença de
improcedência exarada sem a análise do contrato deve ser anulada, pois, sem analisar as cláusulas
contratuais, o juízo de origem não possui meios de verificar a alegada abusividade praticada pela
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instituição financeira.
Nesse sentido, cito julgado do Superior Tribunal de Justiça em que é reafirmada tal necessidade, vejamos:
1. Não há falar em afronta ao art. 557 do CPC em virtude de o recurso ter sido decidido monocraticamente
pelo relator quando, em sede de agravo interno, este é reapreciado pelo órgão colegiado do Tribunal de
origem. 2. As matérias de ordem pública não estão sujeitas ao regime de preclusão e podem ser
conhecidas de ofício pelo juiz. Assim, tendo o Tribunal de origem concluído que a manutenção da
sentença viola os princípios do contraditório e da ampla defesa e, por tal razão, anular ex officio a decisão
do juízo de piso, não conduz em ofensa aos arts. 128, 460 e 514 do Código de Processo Civil. 3. A
aplicação do art. 285-A do CPC, mecanismo de celeridade e economia processual, supõe
alinhamento entre o juízo sentenciante, quanto à matéria repetitiva, e o entendimento cristalizado
nas instâncias superiores, sobretudo no Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.
4. A demanda de revisão de contratos bancários, em regra, também versa sobre questões de fato, o
que, por si, afasta a possibilidade de aplicação do art. 285-A da legislação processual civil. 5. O
simples fato de existir jurisprudência consolidada do STJ acerca de determinadas matérias não
gera a conclusão de que a questão suscitada é unicamente de direito para, em seguida, invocar o
art. 285-A do CPC, pois a subsunção à norma e à interpretação dos julgados dos tribunais superiores
necessitam do amplo conhecimento do arcabouço fático. 6. Recurso especial não provido.
(REsp 1201357/AC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 08/09/2015,
DJe 29/09/2015)
(TJ-BA - APL: 05059239820148050274, Relator: TELMA LAURA SILVA BRITTO, TERCEIRA CAMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 20/08/2019)
(TJ-RS - AC: 70080900186 RS, Relator: André Luiz Planella Villarinho, Data de Julgamento: 27/06/2019,
Décima Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 02/07/2019)
Portanto, no caso concreto, resta inviável o julgamento liminar da lide, sendo a desconstituição da
sentença medida que se impõe, porquanto não atendidos os pressupostos do artigo 332, do CPC/2015.
Ante o exposto, monocraticamente, conheço do recurso e lhe dou provimento, para anular a sentença
atacada, retornando os autos ao juízo singular para regular prosseguimento da ação, com intimação do
réu para apresentar o contrato de financiamento em discussão, com fulcro no art. 932, V, do CPC c/c art.
133, XII, “d”, do RITJE/PA.
RELATOR
1. Em se tratando de relação de consumo, invertido o ônus da prova pelo magistrado de origem, a teor
do art. 6º, VIII, do CDC, caberia a ré/apelante se desincumbir de comprovar a devida contratação do
empréstimo consignado e a legalidade dos descontos no benefício previdenciário da autora/apelada;
todavia não logrou tal êxito, tratando-se, assim, de cobrança indevida.
2. O consumidor cobrado em quantia indevida também tem direito à restituição dobrada do que pagou,
acrescido de correção monetária e juros legais, conforme disposto no art. 42, parágrafo único, do
CDC, independentemente da comprovação de má-fé-, conforme precedente do Superior Tribunal de
Justiça.
3. O desconto indevido realizado em contracheque de aposentado, por empréstimo consignado não
contratado, atinge verba de natureza alimentar, comprometendo, portanto, o sustento do consumidor,
o que, por si só, ultrapassa o mero aborrecimento decorrente dos embates da vida cotidiana,
configurando os danos morais reclamados.
4. Não existindo um critério objetivo e matemático para o arbitramento de dano moral, cabe ao
magistrado a tarefa de decidir qual a justa e razoável recompensa pelo dano sofrido, estando o valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em acordo com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e
com a jurisprudência.
5. Os juros de mora, em relação ao dano moral decorrente de relação extracontratual incidem a partir
da data do evento danoso, nos termos da Súmula n. 54 do STJ.
6. Recurso conhecido e desprovido monocraticamente, nos termos do art. 932, IV, “a”, do CPC/2015 c/c
o art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
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Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por BANCO BRADESCO S/A, em face da r. sentença
proferida pelo Juízo de Direito da Comarca de São Francisco do Pará que, nos autos da AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO E PEDIDO DE TUTELA DE
URGÊNCIA, ajuizada por MARIA LUZIA OLIVEIRA DAMASCENO, julgou procedente a demanda.
Na origem, a apelada propôs a ação alegando que o Banco demandado, ora apelante, vem descontando
indevidamente, junto ao INSS, fonte pagadora de seus proventos de previdência, parcela consignada de
financiamento que não contratou.
Aduziu que não reconhece a relação contratual que sustenta a cobrança, que por sinal jamais recebeu
qualquer valor relacionado a essa transação bancária.
Dados do contrato:
Após regular trâmite processual, sobreveio a r. sentença, de procedência dos pedidos formulados na
exordial, com resolução de mérito
No decisum combatido, consignou o Magistrado, que entende ser justa, razoável e proporcional a
indenização do autor na importância de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), pelos danos morais sofridos,
abrangendo também o caráter punitivo a servir de instrumento pedagógico para o fornecedor de serviço
reavaliar sua postura.
Pontuou ainda, que em relação ao valor da indenização do dano material, depois de dobrado, incidirá a
atualização monetária pelo índice do INPC mais juros de mora de 1% ao mês, ambos com marco inicial da
data do evento (consignação), por ser tratar de obrigação extracontratual, conforme entendimento fixado
na Súmula 54 do STJ e nos termos dos artigos 405 e 406 do Código Civil c/c art. 161, § 1º do CTN.
Em seguida, deferiu a tutela antecipada requerida, aduzindo que a urgência do provimento decorre da
própria natureza alimentar do objeto da ação.
E por fim, condenou Banco/réu a pagar às custas do processo e honorários advocatícios que fixou em
15% sobre o proveito econômico do autor, cujo acréscimo justificou pelo deslocamento do advogado para
comarca diversa de seu domicílio laboral (CPC, art. 85, § 2º, II).
Asseverou que no caso dos autos, o apelado contratou com a apelante, e beneficiou-se desses valores,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
sendo a relação jurídica de todo regular e sem vícios. Desse modo, inexiste ilícito cometido pelo banco e
menos a existência de dano moral a ser indenizado.
Ponderou que, mesmo que houvesse cobrança indevida, inexiste no caso dos autos má fé que justifique a
devolução em dobro.
Pugnou, ainda, pela minoração do quantum da indenização por dano moral; pela incidência de juros de
mora apenas a partir do arbitramento da condenação; e pela minoração dos honorários advocatícios
sucumbenciais.
Certidão (Id. Num. 5268088), informa que a parte apelada não apresentou contrarrazões ao recurso.
Éo relatório.
Decido.
Conheço do recurso de apelação, eis que atendidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela lei
processual civil.
Conforme relatado, na origem, por meio desta demanda, a autora MARIA LUZIA OLIVEIRA
DAMASCENO, ora apelada, pretende ver declarada a inexistência dos débitos, com a anulação das
cobranças referentes ao contrato de crédito de margem consignável, além de repetição do indébito, em
dobro, e indenização por dano moral, uma vez que nunca realizou empréstimos com o Banco/réu,
contudo, foi surpreendida com descontos em seu benefício do INSS.
A sentença questionada neste apelo declarou inexigível o débito litigado, e condenou o requerido a restituir
a parte autora todos os valores indevidamente descontados, em dobro, e a pagar o valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), a título de danos morais.
Observo que emerge como fato incontroverso a existência de relação de consumo, impondo-se, pois, a
aplicação do Código de Defesa do Consumidor, em consonância com a súmula nº. 297 do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”.
A parte autora alegou não reconhecer os descontos realizados em seu benefício previdenciário, sendo
este proveniente de contrato de empréstimo consignado (Contrato nº 0123318856296); não contratado.
Sob tal prisma, apura-se dos autos, que diante da situação posta, e das razões articuladas pelo Banco
réu/apelante, tenho que razão não lhe socorre, haja vista que na r. sentença o juiz relata que, em que pese
o réu tenha apresentado o contrato (Id. Num. 21271063), não há nos autos qualquer comprovação de que
o dinheiro tenha sido transferido à conta da autora, ou, de que o tenha recebido por qualquer outro meio.
De modo que, os fatos apurados apontam para ocorrência de fraude, com aproveitamento do dinheiro por
terceiro.
Desse modo, concluiu o Magistrado a quo, que não há nos autos a comprovação do crédito liberado a
confirmar a relação jurídica, ou, pelo menos, induzir a eventual enriquecimento sem causa.
Cabe frisar que, em se tratando de cliente do próprio banco, a ele caberia comprovar a disponibilização do
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dinheiro com a apresentação do comprovante do depósito, cujo documento está na sua livre esfera de
disponibilidade, e, desde o despacho inicial está ciente do seu ônus probatório, que para si foi revertido.
Não há justificativa para que não tenha apresentado tal documento. Repito: sua omissão induz à
possibilidade de existência de fraude na contratação.
Na espécie, entendo que houve falha no zelo quando o banco registrou a contratação do empréstimo para
desconto no benefício da apelada, que ficou à mercê de obrigações contratuais e vinculado ao desconto
de parcelas de empréstimo bancário não solicitados, ocasionando a angústia e profundo temor e
apreensão, trazendo aflição, inquietude e abalos à tranquilidade da requerente, o que caracteriza a
situação constrangedora a ensejar a configuração de danos morais.
Como é fácil verificar, a autora teve que se valer da presente ação para expungir as consequências
indesejáveis que decorreram da atitude desidiosa do réu, que culminou com os fatos descritos na inicial,
inclusive com descontos ilícitos, em decorrência de contrato cuja legitimidade não foi reconhecida pela
apelada nem demonstrada pelo Banco apelante.
O Banco/apelante exerce atividade lucrativa e assume os riscos pelos danos provocados por essa
atividade, e qualquer pessoa que exerça uma atividade remuneratória deverá responder pelos eventos
danosos, que sua atividade possa gerar para as pessoas que confiam, e se veem prejudicados por erro de
conduta dos seus prepostos.
De tal sorte que caracterizada a atitude do Banco/requerido, que agindo de forma imprudente e negligente,
possibilitou os prejuízos experimentados e descritos na inicial, caracterizando a hipótese do dano moral,
que deve ser indenizado por aquele que deu causa.
Écediço que a fixação da indenização por dano moral deve se dar em termos aceitáveis, não se
justificando que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento indevido da vítima, tampouco
diminuto ao ponto de incentivar o ofensor na prática do ilícito e furtar-se ao seu papel sancionador. Em
vista disso, o arbitramento deve operar-se com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao
potencial econômico das partes e às suas atividades.
Considerando os parâmetros citados, as circunstâncias do caso concreto, a indenização por dano moral
arbitrada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), entendo que se encontra dentro dos padrões de razoabilidade,
proporcionalidade e em consonância com a jurisprudência emanada desta Corte, o que repara os
transtornos sofridos e não causa o enriquecimento ilícito.
Neste sentido:
imposição visa cumprimento efetivo da obrigação de fazer, logo, não há que se falar em exclusão das
astreintes. 4. Tendo em vista que o valor do empréstimo questionado é de R$ 7.628,91, entende-se que a
multa R$ 500,00 (quinhentos reais) ao dia, até o limite de R$ 5.000,00 se mostra razoável, proporcional e
adequada ao fim a que se destina. 5. Prazo para cumprimento da obrigação de 05 dias nos termos do art.
218, §3º do CPC se mostra adequado para o Banco cumprir a determinação imposta. 6. Recurso
conhecido e desprovido, à unanimidade.” (Agravo de Instrumento nº 0809188-56.2019.8.14.0000, Rel.
RICARDO FERREIRA NUNES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado, Julgado em 23/03/2021,
Publicado em 30/03/2021)
Outrossim, observo que a sentença recorrida condenou o réu a pagar indenização por dano moral, com
atualização monetária a partir da data da publicação da sentença mais juros legais desde a citação.
Contudo, em se cuidando de juros e correção monetária, em relação aos danos morais em face de ato
ilícito, não decorrente de contrato, diante da inexistência de sua devida comprovação, correta a incidência
da correção monetária desde o respectivo arbitramento, contudo, de ofício, os juros de mora devem ser
modificados para contagem a partir do evento danoso, nos termos da Súmula n. 54 do STJ.
Com relação à devolução do indébito em dobro, saliento que àquele que cobrou ou recebeu o que não
era devido, cabe fazer a restituição sob pena de enriquecimento sem causa, pouco relevando a prova do
erro no pagamento, em caso de contrato de abertura de crédito ou empréstimo. Por força do art. 42 do
CDC e seu parágrafo único, a devolução das parcelas pagas deve ser efetivada em dobro, cujo direito não
está condicionado à existência de má-fé. A constatação da conduta negligente, abusiva e injustificável do
banco é suficiente para sustentar a repetição na devolução dos valores. O fato de o
Banco/apelante retirar indevidamente valores do benefício previdenciário do autor, repercutiu em sua
esfera de direitos, tanto em seu orçamento quanto na sua dignidade, afrontando diretamente o Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, fundamento do Estado Democrático de Direito, previsto no art. 1º, inc. III,
da Constituição da República.
Ilustrativamente:
1.Na tentativa de estabelecer um parâmetro para fixação do quantum indenizatório por danos morais, o
STJ, no julgamento do REsp 1152541, ensinou o método bifásico para definição do montante a ser pago.
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2. No caso concreto, embora a recorrente não tenha realizado o contrato de empréstimo consignado
objeto do litígio, sofreu descontos em sua remuneração desde junho/2014 até janeiro/2016. Ou seja, a
apelante, pessoa idosa, segurada do regime geral da previdência, teve redução do patrimônio durante
aproximadamente dois anos, em virtude de falta de zelo da instituição financeira que não se cercou dos
devidos cuidados para evitar a fraude, devendo o quantum indenizatório corresponder a uma quantia
razoável, proporcional à relevância do evento danoso e às condições econômicas das partes envolvidas.
3. O valor arbitrado pelo juízo singular está em dissonância com os parâmetros estabelecidos por esta
Corte de Justiça em precedentes que tratavam de situação análoga, impondo-se a majoração do quantum
indenizatório.
5. Recurso conhecido e provido para majorar o quantum da indenização por danos morais para R$
10.000,00 (dez mil reais), bem como determinar a devolução em dobro dos valores descontados
indevidamente do benefício previdenciário da autora. À unanimidade.”
(4954596, 4954596, Rel. RICARDO FERREIRA NUNES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2021-04-13, Publicado em 2021-04-20)
(4941984, 4941984, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Privado, Julgado em 2021-04-12, Publicado em 2021-04-19)
(4907434, 4907434, Rel. MARIA FILOMENA DE ALMEIDA BUARQUE, Órgão Julgador 1ª Turma de
Direito Privado, Julgado em 2021-04-12, Publicado em 2021-04-13)
Nesse sentido, entendo adequada a sentença a quo ao decidir pela declaração de inexistência da relação
jurídica, devolução em dobro dos valores pagos, e condenação em dano moral, por estar em consonância
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Em relação ao pedido de minoração da verba honorária sucumbencial, sem razão a parte apelante.
Com efeito, a fixação da verba honorária deve ser condizente com a atuação do advogado e a natureza da
causa, remunerando de forma adequada o labor profissional, sem impor carga onerosa ao vencido, mas
também sem apequenar o trabalho desenvolvido pelo causídico.
Por fim, registro que é assente neste Tribunal o entendimento de que os juros moratórios incidem desde a
data do evento danoso em casos de responsabilidade extracontratual, hipótese observada no caso em
tela, nos termos da Súmula 54STJ: "Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual".
Desse modo, não há como prosperar o pedido do apelante para que os juros de mora incidam apenas a
partir do arbitramento da condenação.
Ante o exposto, estando o presente recurso contrário à jurisprudência desta Corte, NEGO-LHE
PROVIMENTO, nos termos do art. 932, IV, ‘’a”, do CPC/2015 e art. 133, XII “d”, do RITJE/PA.
RELATOR
COMARCA DE MARABÁ/PA
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE DANOS MORAIS C/C TUTELA DE URGÊNCIA – CONTA
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DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por BANCO SANTANDER BRASIL S.A., em face da r.
sentença proferida pelo Juízo de Direito da 3ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Marabá/PA., nos
autos da AÇÃO DE DANOS MORAIS C/C TUTELA DE URGÊNCIA ajuizada por GUIDO FRANCISCO
SCHUH.
Na origem o autor alegou que é cliente do banco Santander, contudo parou de utilizar os serviços,
retirando toda a quantia que havia depositado na respectiva conta, deixando-a sem movimentação.
Após vários meses sem movimentação, o autor acreditou que a referida conta já estaria desativada,
contudo ao realizar uma consulta verificou que esta estava em aberto e com um débito de R$ 2.500.00
(dois mil e quinhentos reais), referente a um seguro de vida mensal, que o autor não tinha interesse em
continuar com o pagamento.
Fora disponibilizado ainda limite de cheque especial com o intuito e pagar o referido seguro vida, o qual
nunca foi solicitado e nem autorizado pelo requerente.
Pugnou pela concessão de liminar para que o banco requerido retirasse imediatamente o nome do autor
do banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC; a declaração da inexistência do débito e a
condenação do Banco em indenização por danos morais; pelo que obteve êxito, encontrando-se o
dispositivo final da sentença assim disposto:
“ISTO POSTO, na forma do art. 487, I do diploma processual civil pátrio, RESOLVO O MÉRITO do
presente feito a fim de julgar PROCEDENTE O PEDIDO inicial para:
2- ARBITRAR INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a ser
suportado pelo Réu, que deve ser ATUALIZADO E CORRIGIDO respectivamente da data do EVENTO
DANOSO, de acordo com o art. 398 do Código Civil e com a súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça, à
taxa de 1% ao mês e do ARBITRAMENTO, pelo INPC, de acordo com a súmula 362 do mesmo tribunal
superior aqui referido.
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3. Vendo que já examinado mérito da questão de forma exauriente, bem como percebendo o perigo da
demora, consubstanciado pelo autor está sendo privado de sua renda, a qual se destina a prover sua
subsistência por conta operação reconhecidamente indevida, ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA M
(SIC) FAVOR DO AUTOR, CONFORME REQUERIDO NA INICIAL, PARA DETERMINAR QUE O RÉU, A
PARTIR DE SUA CIÊNCIA DESTA SENTENÇA, ABSTENHA-LHE DE REALIZAR OS DESCONTOS
IMPUGNADOS NESTA VIA, SOB PENA DE INCORRER EM MULTA DIÁRIA QUE FIXO EM R$ 300,00
(trezentos reais) , limitada a 30 dias.
Condeno o Réu, como vencido que foi, de acordo com o art. 85 do Código de Processo Civil, não só ao
pagamento dos honorários sucumbenciais, que fixo em 15% do valor corrigido da causa, mas também ao
das custas processuais, a serem calculadas na forma da Lei.’’
Houve oposição de embargos de declaração, os quais foram parcialmente acolhidos para corrigir erro
material no que diz respeito à condenação do Réu ao pagamento dos honorários sucumbenciais, os quais
já fixados em 15%, devem ser calculados sobre o valor da condenação, além do pagamento das custas
processuais, a serem calculadas na forma da Lei; permanecendo nos demais termos a sentença na forma
como foi lançada.
Nas razões recursais de Id. Num. 55531959, o apelante defende a ausência de conduta ilícita praticada
pela instituição financeira, porquanto o autor possuía ciência do seguro e de seus débitos; salientando que
o serviço de cheque especial é uma expansão da conta, disponibilizada pelo Banco, por este motivo, a
seguradora não processa devoluções de eventuais cobranças de cheque especial ou juros e encargos
gerados.
Pugna, ainda, pela exclusão da condenação por dano moral ou, eventualmente, pela minoração do
quantum fixado.
Discorre, também, sobre a impossibilidade de se declarar a inexistência do débito, uma vez que a
cobrança contestada pela parte autora está prevista no contrato firmado entre as partes.
Contrarrazões ofertadas no Id. Num. 5553162, onde o apelado sustenta a ilegalidade do ato praticado pelo
apelante, por prática de venda casada, uma vez que condicionou a abertura de conta do autor a aceitação
dos serviços, e depois disponibilizou o limite de cheque especial apenas com o intuito de pagar o seguro e
gerar uma dívida maior, sem comunicar a referida disponibilização de cheque especial, configurando
assim conduta ilícita a ensejar a devida indenização por danos morais. Refutou, ainda, as demais
alegações do apelante, em relação a alegada impossibilidade de inexistência de débito e a eventual
minoração da verba indenizatória do dano moral; pugnando assim pelo desprovimento do apelo.
É o relatório.
Decido.
Conheço do recurso de apelação, eis que atendidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela lei
processual civil.
Como já relatado, trata-se de ação em que se discute a invalidação de débito originário de prêmio de
seguro, que o autor alega ser ilícito em face de ter interrompido a contratação, mediante a inativação da
conta bancária que mantinha junto ao banco apelante e cujo pagamento do seguro era vinculado por meio
de débito automático.
Como é cediço, incide no caso, o Código de Defesa do Consumidor, eis que há relação jurídica de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
consumo entre a parte autora e a parte ré, como já reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça ao editar
a Súmula 297.
Nesse contexto, nos termos dos arts. 12 e 14 do Código de Defesa do Consumidor a responsabilidade civil
do fornecedor é objetiva. Sendo assim, o fornecedor é obrigado a reparar os danos que causou ao
consumidor, ainda que não tenha tido a intenção de gerá-los (dolo) ou praticado uma falta de cuidado
genérica (culpa).
O art. 4º, III do Código de Defesa do Consumidor preceitua a boa-fé como princípio sobre o qual se funda
as relações de consumo e o artigo 6º, III do mesmo diploma legal impõe como direito básico do
consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, como decorrência do
dever de informação que é inerente à boa-fé.
No entanto, pela distribuição da carga probatória, o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato
constitutivo do seu direito e ao réu a contraprova com a respectiva existência de fato modificativo,
impeditivo ou extintivo do referido direito, na forma do art. 373, CPC.
No caso, como registrado pelo Magistrado de origem, o autor demonstrou que a conta encontra-se inativa,
isto é, sem saldo expressivo ou com movimentação financeira, pelo período de 03/2016 a 10/2016 (Id.
Num. 1134238) e que, inobstante a isso, o apelante/requerido continuou mantendo ativa a contratação do
seguro que era pago por meio de débito automático em conta; demonstrando, ainda, que seu nome se
encontra inscrito no órgão de proteção ao crédito por decorrência de tal cobrança (id: 11134260).
De outra banda, oportunizado ao banco apelante provar que a sua conduta foi legitima, apenas se limitou
a apresentar cópia do instrumento contratual por meio do qual fora efetivada a contratação do seguro, sem
apresentar qualquer outro documento que se contraponha aos documentos apresentados pelo autor, no
sentido de que a operação de seguro restaria cancelada automaticamente com a inativação da conta
bancária por meio do qual o pagamento do prêmio se dava, na modalidade débito automático.
Desse modo, no caso em apreço, a parte autora se desincumbiu de provar, ainda que minimamente, a
existência do fato constitutivo sobre o qual fundamenta sua pretensão, consoante preceito insculpido no
artigo 373, inciso I, do CPC, verificando-se, ainda, dos termos da decisão fustigada, que o juiz de primeiro
grau apenas decidiu conforme o que lhe foi apresentado, tendo, inclusive, chegado à conclusão declinada,
que sem dúvida está dentro da diretriz traçada no artigo 371 do CPC.
“O fato de o Réu ter sido displicente com seu direito a iniciativa probatória é algo que corrobora a formação
da convicção do Juízo no sentido de que, de fato, a imposição do débito e a negativação do nome do
consumidor nesse caso foram ilegítimas. Ora, era possível ao Réu apresentar extratos ou outros
documentos demonstrando que, mesmo após o encerramento de sua conta naquela agência, o
consumidor optara por manter o contrato de seguro e demonstrando qual a forma de pagamento do
prêmio este teria optado por fazer, entretanto, tais pontos sequer foram debatidos pelo Réu.
Logo, diante a precisão documental produzida pelo Autor, que demonstra efetivamente a inativação de sua
conta bancária e, por consequência, o cancelamento automático do contrato de seguro a ela vinculada, hei
por bem acolher o pedido inicial, para reconhecer a ilicitude da inscrição do nome do autor no órgão de
proteção ao crédito.
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Por todo o exposto, tenho que a prática da parte Ré está contaminada de abusividade, proceder com o
qual não anui esse Juízo, devendo ser desconstituídas quaisquer pretensas obrigações, como determina o
art. 51, §2º, in fine do Código de Defesa do Consumidor, devendo as partes retornarem ao status quo
ante, SEM QUALQUER VINCULAÇÃO decorrente do (s) contrato (s) tratado (s) na peça de ingresso, não
se justificando quaisquer cobranças e atos de ultimação dela a ele (s) atinente (s).
Então, à guisa dessa conduta abusiva então evidenciada e aplicando-se o Código de Defesa do
Consumidor, entendo que há responsabilidade objetiva da parte ré quanto aos danos e prejuízos
decorrentes da prestação de seu serviço, nos termos do art. 14 desse diploma legal.
Com isso, irrefutável a conclusão de que, presentes os requisitos da responsabilidade objetiva, quais
sejam, a conduta abusiva, o dano e a relação de causalidade, resta instaurado o dever de reparação.”
E continuou o seu raciocínio de forma clara e precisa fazendo a observação de que, inclusive, consultando
a jurisprudência pátria pode constatar caso idêntico, julgado pelo Egrégio Tribunal de Justiça de São
Paulo, onde reconhecida a abusividade da prática ora discutida pelo Banco Demandado, através de
julgado assim ementado:
(TJSP; Apelação Cível 1000824-65.2019.8.26.0651; Relator (a): Edgard Rosa; Órgão Julgador: 22ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Valparaíso - 1ª Vara; Data do Julgamento: 15/06/2020; Data de
Registro: 15/06/2020)
Além disso, resta evidenciada nos autos a atitude negligente e ilícita do Banco ao não comunicar o
apelado acerca da ausência de movimentação e possível cobrança de tarifas, bem como a efetiva
cobrança de tarifas após seis meses de inatividade da conta e inscrição indevida em cadastro de
inadimplentes, em completa afronta ao princípio da boa-fé, da lealdade, da transparência e do dever de
informação previstos no art. 6º, do CDC. De modo que, caracterizada a falha na prestação dos serviços,
impõe-se a declaração de inexistência da dívida, e a consequente exclusão do nome do autor do cadastro
restritivos de crédito.
(TJ-RJ - APL: 00060858120188190061, Relator: Des(a). DENISE NICOLL SIMÕES, Data de Julgamento:
05/05/2020, QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 2020-05-07)
E, em relação à fixação do quantum indenizatório, entendo que não merece ajuste a ser feito, pois a
condenação fixada no valor de R$10.000,00 (dez mil reais), mostra-se dentro dos parâmetros de
razoabilidade e proporcionalidade adotados por este Tribunal de Justiça.
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AUTORA QUE
RECEBEU INFORMAÇÃO DO BANCO SANTANDER DE QUE POSSUÍA DÍVIDA DE R$ 8.000,00 (OITO
MIL REAIS), ORIUNDA DE UMA CONTA INATIVA EM NOME DA AUTORA. INCLUSÃO INDEVIDA NOS
CADASTROS RESTRITIVOS. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE A AÇÃO, PARA CONFIRMAR
A TUTELA QUE DETERMINOU O CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO NEGATIVA, ALÉM DE DANOS
MORAIS, FIXADOS EM R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS). APELAÇÃO DUPLA. PROVIMENTO
PARCIAL. I- APELAÇÃO BANCO SANTANDER: 1) ALEGAÇÃO DE LEGITIMIDADE DA COBRANÇA E
INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO. REJEITADA. Relação de consumo existente. Informado e comprovado
pelo autor a inclusão de seu nome nos cadastros restritivos, cabia à demandada comprovar a regularidade
da cobrança, ônus do qual não se desincumbiu. Rejeitada; 2) INEXISTÊNCIA DO DANO MORAL: Em
casos de inscrição indevida em cadastros de inadimplentes, o dano se constitui in re ipsa, independente
de demonstração. Rejeitado;3) REDUÇÃO DO VALOR DOS DANOS: Provido. Redução para o valor de
R$ 10.000,00 (dez mil reais), que se mostra mais adequado e proporcional ao dano experimentado pelo
autor. II- APELAÇÃO LUIZ GONZAGA FERRO E SILVA: Recurso prejudicado em razão de questionar
apenas o valor da indenização, que já foi analisado na apelação 1. III- CONCLUSÃO: Recurso do Banco
SANTANDER parcialmente provido, para reduzir o valor dos danos morais para R$ 10.000,00 (dez mil
reais), mantendo a sentença recorrida nos demais aspectos. Recurso do autor LUIZ GONZAGA FERRO E
SILVA prejudicado.”
comunicação de cobrança por parte do Banco pelos supostos cheques emitidos sem provisão de fundos
ocorreu apenas três anos após o encerramento da conta por parte do Apelado. 3. Nesse caso, tratando-
se de cheque emitido após o encerramento da conta corrente, caberia ao Apelante devolver o cheque pelo
motivo ?conta encerrada?, sem inscrição nos órgãos de proteção ao crédito. 4. Se os cheques tivessem
sido emitidos pelo próprio Apelado antes do encerramento da conta, caberia ao Apelante comprovar tal
circunstância, considerando a sua responsabilidade objetiva (art. 14, CDC), porém, não juntou aos autos
as cópias dos cheques emitidos. 5. Assim, houve falha na prestação de serviço por parte do Banco, que
culminou no apontamento indevido do Apelado no cadastro de inadimplentes. 6. A inscrição indevida do
nome do Apelado junto aos órgãos restritivos de crédito configura lesão à personalidade, por se tratar de
dano moral ?in re ipsa", que prescinde de qualquer demonstração específica. 7. Em relação ao quantum
fixado a título de indenização por danos morais, merece ser acolhida a alegação do Apelante de que
houve excesso na sentença ao fixar o valor de R$30.000,00 (trinta mil reais). 8. Sopesando-se as
circunstâncias e peculiaridades do caso concreto, mostra-se justa a condenação por danos morais no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), que devem ser corrigidos monetariamente a partir do arbitramento
(Súmula 362, STJ) e com juros de mora a partir da citação. (405 do Código Civil) 9. APELAÇÃO
CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.”
(2018.04078569-29, 196.550, Rel. JOSE MARIA TEIXEIRA DO ROSARIO, Órgão Julgador 2ª TURMA DE
DIREITO PRIVADO, Julgado em 2018-09-18, Publicado em 2018-10-05)
Diante dos fundamentos expostos, tenho que as alegações do apelante não têm o condão de infirmar a
conclusão adotada na r. sentença, de que restou comprovada a prática de ilicitude por parte do requerido,
a teor do que dispõe o artigo186 do CC, cabendo responsabilizá-lo pelos danos pleiteados.
Logo, o decisum deve ser mantido por seus próprios fundamentos, os quais ficam adotados como razão
de decidir, haja vista que, o relator pode ratificar os fundamentos da decisão recorrida, quando
suficientemente motivada, houver de mantê-la.
Diga-se que o STJ entende válido este procedimento, ao reconhecer que: “Nos termos da jurisprudência
desta Corte, é admitido ao Tribunal de origem, no julgamento da apelação, utilizar, como razões de decidir,
os fundamentos delineados na sentença (fundamentação per relationem), medida que não implica em
negativa de prestação jurisdicional, não gerando nulidade do acórdão, seja por inexistência de omissão
seja por não caracterizar deficiência na fundamentação.”. (AgInt no REsp 1650460/RS, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 31/08/2020, DJe 08/09/2020)
Por estas razões, adotando a fundamentação do decisum objurgado e integrando-o neste contexto como
razão de decidir, voto pelo conhecimento e desprovimento parcial do recurso de apelação.
Por derradeiro, advirta-se que eventual recurso interposto contra este julgado estará sujeito às normas do
NCPC, inclusive no que tange ao cabimento de multa (arts. 1.021, § 4º e 1.026, § 2º).
RELATOR
1. Em se tratando de relação de consumo, invertido o ônus da prova pelo magistrado de origem, a teor
do art. 6º, VIII, do CDC, caberia ao réu/apelante se desincumbir de comprovar a devida contratação
do Cartão RCM e a legalidade dos descontos no benefício previdenciário da autora/apelada; todavia
não logrou tal êxito, tratando-se, assim, de cobrança indevida.
2. O consumidor cobrado em quantia indevida também tem direito à restituição dobrada do que pagou,
acrescido de correção monetária e juros legais, conforme disposto no art. 42, parágrafo único, do
CDC, independentemente da comprovação de má-fé-, conforme precedente do Superior Tribunal de
Justiça.
3. O desconto indevido realizado em contracheque de aposentado, por empréstimo consignado não
contratado, atinge verba de natureza alimentar, comprometendo, portanto, o sustento do consumidor,
o que, por si só, ultrapassa o mero aborrecimento decorrente dos embates da vida cotidiana,
configurando os danos morais reclamados.
4. Não existindo um critério objetivo e matemático para o arbitramento de dano moral, cabe ao
magistrado a tarefa de decidir qual a justa e razoável recompensa pelo dano sofrido, estando o valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em acordo com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e
com a jurisprudência.
5. Os juros de mora, em relação ao dano moral decorrente de relação extracontratual, incidem a partir
da data do evento danoso, nos termos da Súmula n. 54 do STJ[IMDBRDS1] .
6. Recurso conhecido e desprovido monocraticamente, nos termos do art. 932, IV, “a” do CPC/2015 c/c
o art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por BANCO BRADESCO S/A, em face da r. sentença
proferida pelo Juízo de Direito da Comarca de São Francisco do Pará que, nos autos da AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO E PEDIDO DE TUTELA DE
URGÊNCIA, ajuizada por MARIA LUZIA OLIVEIRA DAMASCENO, julgou procedente a demanda.
Na origem, a apelada propôs a ação alegando que o Banco demandado ora apelante, vem descontando
indevidamente, junto ao INSS, fonte pagadora de seus proventos de previdência (Benefício de pensão por
morte previdenciário NB 158.329.480-2), parcela consignada de financiamento que não contratou.
Aduziu que não reconhece a relação contratual que sustenta a cobrança, que por sinal jamais recebeu
qualquer valor relacionado a essa transação bancária.
Após regular trâmite processual, sobreveio a r. sentença, de procedência dos pedidos formulados na
exordial, com resolução de mérito
No decisum combatido, consignou o Magistrado, que entende ser justa razoável e proporcional a
indenização do autor na importância de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), pelos danos morais sofridos,
abrangendo também o caráter punitivo a servir de instrumento pedagógico para o fornecedor de serviço
reavaliar sua postura.
Pontuou ainda, que em relação ao valor da indenização do dano material, depois de dobrado, incidirá a
atualização monetária pelo índice do INPC mais juros de mora de 1% ao mês, ambos com marco inicial da
data do evento (consignação), por ser tratar de obrigação extracontratual, conforme entendimento fixado
na Súmula 54 do STJ e nos termos dos artigos 405 e 406 do Código Civil c/c art. 161, § 1º do CTN.
Em seguida, deferiu a tutela antecipada requerida, aduzindo que a urgência do provimento decorre da
própria natureza alimentar do objeto da ação.
E por fim, condenou Banco/réu a pagar às custas do processo e honorários advocatícios que fixou em
15% sobre o proveito econômico do autor, cujo acréscimo se justifica pelo deslocamento do advogado
para comarca diversa de seu domicílio laboral (CPC, art. 85, § 2º, II).
Asseverou que no caso dos autos, a apelado contratou com a apelante, e beneficiou-se desses valores,
sendo a relação jurídica de todo regular e sem vícios. Desse modo, inexiste ilícito cometido pelo banco e
menos a existência de dano moral a ser indenizado.
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Ponderou que, mesmo que houvesse cobrança indevida, inexiste no caso dos autos má fé que justifique a
devolução em dobro.
Pugnou, ainda, pela minoração do quantum da indenização por dano moral; pela incidência de juros de
mora apenas a partir do arbitramento da condenação; e pela minoração dos honorários advocatícios
sucumbenciais.
Certidão (Id. Num. 5271638), informa que a parte apelada não apresentou contrarrazões ao recurso.
Éo relatório.
Decido.
Conheço do recurso de apelação, eis que atendidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela lei
processual civil.
Conforme relatado, na origem, por meio desta demanda, a autora MARIA LUZIA OLIVEIRA
DAMASCENO, ora apelada, pretende ver declarada a inexistência dos débitos, com a anulação das
cobranças referentes ao contrato de cartão de crédito de margem consignável, além de repetição do
indébito, em dobro, e indenização por dano moral, uma vez que nunca realizou empréstimos com o
Banco/réu, contudo, foi surpreendida com descontos em seu benefício do INSS.
A sentença questionada neste apelo declarou inexigível o débito litigado, e condenou o requerido a restituir
a parte autora todos os valores indevidamente descontados, em dobro, e a pagar o valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), a título de danos morais.
A parte autora alegou não reconhecer os descontos realizados em seu benefício previdenciário, sendo
estes provenientes de cartão de crédito de RCM 20189000697000064000; não contratado.
E, sendo a relação bancária uma relação de consumo, é possível a inversão do ônus da prova, o que foi
determinado pelo juízo a quo, com fulcro no art. 6°, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor (Id.
4525972).
Assinalo que a prova é produzida pela parte e direcionada para formar o convencimento do juiz, que tem
liberdade para decidir a causa, desde que fundamente sua decisão, em observância ao princípio do livre
convencimento motivado, disposto no artigo 371 do CPC/2015, não tendo a ré/apelante conseguido
desempenhar seu encargo probatório, ônus que lhe incumbia, nos termos do inciso II, do artigo 373 do
CPC/2015.
Sob tal prisma, apura-se dos autos que diante da situação posta, e das razões articuladas pelo Banco
réu/apelante, tenho que razão não lhe socorre, haja vista que em que pese os argumentos expendidos
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pelo apelante quanto a regular contratação e a correspondência entre os dados apresentados na inicial e a
documentação colacionada aos autos pelo banco, não há comprovação nos autos de que a
autora/apelada efetivamente recebeu o valor financiado; o efetivo recebimento do cartão de crédito emitido
pela instituição financeira; e a comprovação de que a requerente utilizou o aludido cartão de crédito para
compras ou saques em caixas eletrônicos, restando caracterizada a falha na prestação do serviço, sendo,
portanto, a cobrança indevida.
Assim, fica evidente a responsabilidade do Banco/apelante pela má prestação de serviços, mormente por
se tratar de relação jurídica de consumo em virtude de contrato com instituição financeira e esta, na
qualidade de prestadora de serviços de natureza bancária e financeira, responde objetivamente pelos
danos que causar ao consumidor em virtude da má prestação do serviço, com fulcro na teoria do risco da
atividade, nos termos do que dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.
Nesse sentido, cumpre consignar que além da não comprovação pelo banco apelante quanto ao efetivo
recebimento por parte da autora do valor financiado e quanto à efetiva utilização e recebimento do cartão
de crédito contrato de cartão de crédito consignado, a referida modalidade possui peculiaridades próprias
e se operacionaliza de forma distinta do empréstimo consignado na modalidade simples, primordialmente
diante da extrema vantagem auferida pela instituição financeira no contrato, em evidente detrimento do
consumidor que, em tais contratos, é relegada a uma posição de desvantagem exagerada perante o
banco, pois em que que pese os descontos mensais das parcelas em seu benefício previdenciário, não há
amortização do valor principal do débito.
Inclusive consta dos autos, em informações trazidas pelo Banco apelante em suas razões recursais, que
na referida modalidade além dos descontos em contracheque deveria também efetuar os pagamentos
enviados por meio de fatura para que assim complementasse os valores pagos.
Constata-se, portanto, a prática abusiva por parte do banco apelante, neste sentido jurisprudência desta
Corte:
Desse modo, diante da não comprovação por parte do banco apelante que a autora/apelada efetivamente
recebeu o valor financiado, bem como diante da inexistência de prova nos autos de que o cartão tenha
sido entregue efetivamente à parte demandante, porquanto sequer foi utilizado, impõe-se ao apelante
suportar as consequências de um julgamento desfavorável.
Nesse contexto, quando ocorre o pagamento indevido, dá-se o enriquecimento sem causa, pois quem
recebe pagamento a que não tinha direito está, evidentemente, a locupletar-se de forma injusta, porque
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está a cobrar dívida de quem não lhe deve e aquele que recebeu quantia imerecida enriqueceu às custas
de outrem.
O Código Civil, desse modo, preleciona que “todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica
obrigado a restituir" (artigo 876). Ou seja, na eventualidade de ser efetuado um pagamento indevido, quem
tiver recebido fica obrigado a devolver a quantia, devidamente corrigida, sob pena de configurar
enriquecimento sem causa (artigos 884 e 885, do CC).
Porém, por se tratar de relação de consumo, deve ser observado o Código do Consumidor, em seu art. 42.
Parágrafo único, que prevê a possibilidade da incidência da sanção civil, nele definida como repetição de
indébito, em dobro, em havendo cobrança indevida por parte do fornecedor ao consumidor que compõe a
relação de consumo, não sendo necessária a análise quanto à má-fé por parte da empresa prestadora do
serviço.
Dessa forma, correta a sentença que determinou a restituição em dobro do valor referente às cobranças
indevidamente realizadas em prejuízo da aposentadoria da apelada, corrigindo desde a data do evento
danoso, ante a falha na prestação do serviço por instituição financeira que tinha o dever de zelar e tomar
as providências necessárias à segurança tanto de seus sistemas quanto de seus procedimentos
bancários.
O dano moral é “a lesão de bem integrante da personalidade, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a
integridade psicológica, causando dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima” (in Programa
de Responsabilidade Civil, 2ª Edição, Malheiros Editores, p. 78).
E, no caso em tela, entendo que restou configurado, porquanto nessas hipóteses seria considerado “in re
ipsa”, portanto, presumido, diante do próprio fato ofensivo, qual seja, a postura abusiva e desrespeitosa do
banco apelado em sua forma de contratação leonina imposta à autora, gerando descontos em conta e
perpetrando uma dívida desenfreada no nome da consumidora, lançada em cartão de crédito não
pretendido por esta, e reduzindo o seu patrimônio e a sua renda mensal, diga-se de passagem, já
escassa, configurando um verdadeiro atendado à dignidade do consumidor.
Registro que a indenização por dano moral deve observar o caráter punitivo-pedagógico do Direito. Isso
porque visa fortalecer pontos como a prudência, o respeito e o zelo, por parte do ofensor, uma vez que se
baseia nos princípios da dignidade humana e na garantia dos direitos fundamentais. Além disso, objetiva
combater impunidade, uma vez que expõe ao corpo social, todo o fato ocorrido e as medidas tomadas em
resposta às práticas abusivas.
Sobre o cabimento dos danos morais em casos similares, colaciono o seguinte julgado:
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Também cabe assinalar que a indenização deve observar aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, para ser arbitrada com moderação, a fim de evitar o enriquecimento sem causa. O valor da
indenização pelos danos morais deve ser capaz de reparar a dor sofrida pelo ofendido, de compensá-lo
pelo sofrimento suportado em razão da conduta inadequada do agressor.
Nesse sentido, entendo adequada a sentença a quo ao decidir pela declaração de inexistência da relação
jurídica, devolução em dobro dos valores pagos, e condenação em dano moral, por estar em consonância
com a doutrina e a jurisprudência dominante desta Corte.
Em relação ao pedido de minoração da verba honorária sucumbencial, sem razão a parte apelante.
Com efeito, a fixação da verba honorária deve ser condizente com a atuação do advogado e a natureza da
causa, remunerando de forma adequada o labor profissional, sem impor carga onerosa ao vencido, mas
também sem apequenar o trabalho desenvolvido pelo causídico.
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Por fim, registro que é assente neste Tribunal o entendimento de que os juros moratórios incidem desde a
data do evento danoso em casos de responsabilidade extracontratual, hipótese observada no caso em
tela, nos termos da Súmula 54STJ: "Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual".
Desse modo, não há como prosperar o pedido do apelante para que os juros de mora incidam apenas a
partir do arbitramento da condenação.
Ante o exposto, estando o presente recurso contrário à jurisprudência desta Corte, NEGO-LHE
PROVIMENTO, nos termos do art. 932, IV, ‘’a”, do CPC/2015 e art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
RELATOR
Vistos, etc.
Na decisão agravada, o juízo primevo determinou a suspensão da originária ação de execução fiscal pelo
período de 01 (um) ano, com fundamento no art. 40 da Lei de Execução Fiscal (Lei n. 6.830/1980).
Dessa decisão, interpôs a parte executada JOÃO LAURENTINO VIEIRA, Recurso de Agravo de
Instrumento (ID. 5966208).
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Alega, em síntese, que os créditos tributários objetos de execução, já estariam fulminados pelo instituto da
prescrição, a teor do art. 156, inciso V c/c art. 174 “caput” do CTN; bem como ser incabível a realização de
novas penhoras na lide, visto que no curso da execução já teria ocorrido a penhora no valor integral,
atualizado, conforme informado pela própria fazenda pública.
Pleiteia, assim, que seja concedido efeito suspensivo ao recurso e, que, em decisão definitiva seja a
prescrição dos créditos, extinguindo-se o feito originário com a consequente restituição integral dos valores
penhorados.
É o sucinto relatório.
Decido.
Analisando detidamente os presentes autos, observa-se que o ora agravante, se insurge contra decisão do
MM. Juízo da Vara da Fazenda de Parauapebas/PA que determinou a suspensão da originária ação de
execução fiscal pelo período de 01 (um) ano, com fulcro no art. 40 da Lei de Execução Fiscal.
Nesse sentido, vejamos o disposto no art. 1º da Resolução n. 016/2016 deste Egrégio Tribunal de Justiça,
que regulamenta o serviço de plantão judiciário no âmbito do Poder Judiciário estadual:
IV- pedidos de busca e apreensão de pessoas, bens ou valores, em caso de justificada urgência;
V- medidas urgentes de natureza cível ou criminal que não possam ser realizadas no horário normal de
expediente ou em situação cuja demora possa resultar risco de grave prejuízo ou de difícil reparação;
VI- medidas urgentes, de naturezas cíveis e criminais, da competência dos Juizados Especiais, limitadas
as hipóteses acima elencadas.
Com efeito, entendo que o presente caso não se consubstancia em medida urgente que não possa ser
realizada no horário normal de expediente, nos termos do supracitado art. 1º, inciso V, da Resolução
016/2016-GP deste Egrégio Tribunal de Justiça.
De igual forma, observo dos autos, que a decisão agravada foi proferida em 21/07/2021 (ID. 29068960),
sendo o agravante intimado acerca desta em 23/07/2021, desta forma, em sendo interposto o presente
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recurso somente em 13/08/2017, entendo que resta esvaziada a eventual urgência da apreciação da
matéria em sede de plantão judiciário.
Ante o exposto, não se tratando de hipótese de processo a ser examinado em sede de Plantão
Judiciário, remetam-se os autos ao Desembargador(a) Relator(a) sorteado para processar e julgar o feito
em sede de expediente normal, nos termos do art. 1º, §6º da Resolução n. 016/2016.
Desembargadora Plantonista
COMARCA DE PARAUAPEBAS/PA
AGRAVANTE: C. M. P. A.
I – Uma vez prolatada a sentença, o recurso manejado perde o seu objeto diante da carência
superveniente de interesse recursal (Precedentes do Colendo STJ e desta E. Corte de Justiça – TJPA).
II – Com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, monocraticamente deixo de conhecer do recurso por se
encontrar prejudicado, ante a perda superveniente do interesse de agir, tendo em vista a prolação de
sentença no processo principal, no juízo de origem.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito suspensivo, interposto por C. M. P. A.,
contra decisão interlocutória proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de
Parauapebas, nos autos da ação de alimentos provisionais com pedido de guarda compartilhada c/c
pedido liminar (processo nº 0800183-16.2021.8.14.0040) movida por J. I. R. A., representado neste ato por
sua genitora L. G. da S. R., que arbitrou alimentos provisórios no valor de 15% (quinze por cento) da
remuneração bruta do requerido (excluídos os descontos legais como Imposto de Renda e INSS).
Em suas razões (Id. 4663794), o agravante relatou que vinha cumprindo sua obrigação e depositando a
título de alimentos a quantia de R$ 200,00 (duzentos reais) para o seu filho, ora agravado.
Relatou que possui mais 3 (três) filhos, frutos de outra união, para os quais paga pensão alimentícia no
valor total de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais).
Narrou, ainda, que ajuda no pagamento da medicação de sua ex-companheira, mãe dos três primeiros
filhos, pois, atualmente, esta não possui renda, por não poder trabalhar em virtude de ter problemas na
coluna, conforme laudo médico juntado no Id. 4674199.
Informou que, atualmente, possui uma união estável (comprovada no Id. 4674192) e que vive com a atual
companheira em uma moradia alugada, tendo que arcar com aluguel e várias outras despesas, consoante
documentos acostados (Id. 4674172, Id. 4674178, Id. 4674180, Id. 4674181).
Aduziu que, retirando os descontos legais, receberá o salário em uma média de R$ 2.545,83 (dois mil,
quinhentos e quarenta e cinco reais e oitenta e três centavos), que seus gastos fixos (alimentos do
agravado, alimentos dos outros três filhos, internet, aluguel e empréstimo) totalizam o valor de R$ 1.831,64
(mil oitocentos e trinta e um reais e sessenta e quatro centavos), e a decisão agravada lhe impôs o
pagamento, em média, da quantia de R$ 381,87 (trezentos e oitenta e um reais e oitenta e sete centavos),
o que comprometeria os alimentos dos demais filhos, que já estariam passando por dificuldades
financeiras, tendo em vista o problema de saúde da genitora.
Asseverou que os alimentos devem ser fixados a partir da análise do binômio necessidade/possibilidade.
Requereu a concessão de efeito suspensivo ao recurso, eis que estariam preenchidos os requisitos do art.
1.019, I, do CPC, pois teria comprovado, respectivamente, a situação de desequilíbrio da
possibilidade/necessidade quanto ao pagamento da verba alimentar, bem como que os alimentos foram
aumentados em mais de 90% (noventa por cento) do antigo valor, o que prejudicará o cumprimento da
medida pelo agravante, além de impactar no valor alimentício pago aos outros filhos.
Pugnou pelo deferimento da justiça gratuita, alegando não ter condições de arcar com as custas
processuais.
Acostou documentos.
Em decisão interlocutória de Id. 4751376, deferi o efeito suspensivo pleiteado, a fim de reduzir o
percentual a ser pago a título de alimentos provisório para o patamar de 10% (dez por cento) do salário do
agravante, excluídos os descontos legais.
O Ministério Público apresentou parecer no Id. 5505098, opinando pela parcial reforma da decisão
interlocutória do Juízo de piso, para que sejam fixados os alimentos nos termos propostos por este Juízo
de 2º grau.
Ab initio, antecipo que o recurso não merece conhecimento, em virtude da perda de objeto superveniente.
Em consulta aos autos principais (processo nº 0800183-16.2021.8.14.0040), verifiquei que fora proferida
sentença de mérito nos autos, tendo sido julgada procedente a demanda, confirmando a decisão liminar
ficando a pensão alimentícia mensal no valor correspondente a 10% da remuneração do agravante,
excetuados apenas os descontos legais, conforme Id. 25470700 do processo na origem.
Assim, com a prolação de sentença de mérito no processo principal, patente a perda de objeto do presente
recurso, porquanto absorvidos os seus efeitos pela cognição exauriente.
Nesse contexto, o art. 932, III, do Diploma Processual Civil aplicável a espécie assim dispõe:
[...]
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os
fundamentos da decisão recorrida;
[...]”
E, sobre o tema em voga, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery esclarecem:
"Recurso prejudicado é aquele que perdeu o seu objeto. Ocorrendo a perda do objeto, há falta
superveniente de interesse recursal, impondo-se o não conhecimento do recurso. Assim, ao relator cabe
julgar inadmissível o recurso por falta de interesse, ou seja, julgá-lo prejudicado" (Comentários ao Código
de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1851).
(AgInt no REsp 1690253/AM, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 26/06/2018, DJe 02/08/2018)
1. "A superveniência da sentença proferida no feito principal enseja a perda de objeto de recursos
anteriores que versem sobre questões resolvidas por decisão interlocutória combatida via agravo de
instrumento. Precedentes" (AgRg no REsp 1485765/SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira
Turma, DJe 29/10/2015).
(AgInt no REsp 1826871/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
31/08/2020, DJe 09/09/2020)
(4903637, 4903637, Rel. JOSE ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR, Órgão Julgador 1ª
Turma de Direito Privado, Julgado em 2021-04-05, Publicado em 2021-04-15)
Ante o exposto, deixo de conhecer do Agravo de Instrumento, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, por
se encontrar prejudicado, ante a perda superveniente do objeto.
RELATOR
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará intima a parte interessada para providenciar o recolhimento em dobro de custas referentes
ao processamento do recurso de Agravo de Instrumento, em atendimento à determinação contida na Lei
Ordinária Estadual nº 8.583/17.
14 de agosto de 2021
169
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO Nº 08046532820198140051
DECISÃO MONOCRÁTICA
"(...) Fixo a verba honorária em 10% sobre as parcelas vencidas até a data desta decisão, em
conformidade com a Súmula 111 do E. Superior Tribunal de Justiça.
A autarquia-ré deve arcar com as custas processuais de que NÃO ISENTA, a teor do disposto na Súmula
n.º 178 do STJ e art. 40, inciso I e parágrafo único, da Lei Estadual nº 8.328/2015.
Pelo Exposto, com fulcro no art. 487, I, do Código de Processo Civil, JULGO PROCEDENTE o pedido
inicial e CONDENO o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS a conceder/implantar o benefício de
aposentadoria por invalidez em favor do(a) autor(a) AILSON LEMOS FERNANDES, a partir da data do
requerimento administrativo, qual seja 12/04/2018 (ID 10403589 – Pág. 1 e 18463739 – Pág. 2),
compensando-se os eventuais valores pagos a título de auxílio-doença, auxílio acidente, aposentadoria
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
por idade e/ou mesmo título, com abono anual (art. 40 da Lei nº 8.213/91), juros, atualização monetária,
custas processuais e honorários advocatícios, na forma da fundamentação supra. Após o prazo dos
recursos voluntários, com ou sem eles, remetam-se os autos à Superior Instância para reexame
necessário."
Narra a inicial que o autor pleiteou junto à autarquia previdenciária concessão de auxílio-doença,
em 12/04/2018, sob o NB 622.717.455-0, o qual foi injustamente indeferido com a justificativa de “Não
constatação de Incapacidade Laborativa”, conforme Comunicação de Decisão, entretanto não possui
condições de trabalhar.
O juízo ao receber a inicial determinou a emenda para que fosse carreada cópia integral do
Processo Judicial intentado perante a justiça federal (ID nº 5217908), o que foi atendido no ID nº 5217909.
Após as alegações finais de ambas as partes, sobreveio a sentença de procedência do pedido com
esteio no laudo pericial produzido perante a Justiça Federal.
Éo relatório. Decido.
Com efeito, a prova pericial produzida no âmbito da Justiça Federal se revela conclusivo, tendo o
Perito, em laudo corretamente elaborado e fundamentado, afirmado a condição do autor de portador de
moléstia incapacitante, consignando que o Periciando apresenta Lombociatalgia, com constatação no
exame físico de dores reflexas com sinal de radiculite e, também, epilepsia.
Ademais, a perícia assinalou que a moléstia incapacita a parte autora ao labor (item 7 - ID
5218018- Pág. 03), possui liame com a atividade laboral (item 6) e gera incapacidade
MULTIPROFISSIONAL e PERMANENTE (itens 7.”a” e 7.”c”).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nesse diapasão, a análise cuidadosa do laudo e dos demais documentos constantes dos autos
conduz à conclusão de que laborou corretamente a sentença reexaminada, pois, como bem destacou o
parecer ministerial "Conforme se vislumbra na perícia através dos ID5217903 e ID5217904 Laudos
Médicos, juntados pelo autora que encontra-se de fato impossibilitada de exercer sua atividade laborativa
total e permanentemente, fazendo jus, portanto, inclusive ao benefício de aposentadoria por invalidez,
visto que está incapacitada para o trabalho, e ainda não retornou para exercer suas atividades laborativas
ou qualquer outra.”
Não merece retoques, portanto, a diretiva em reexame, tendo em mira que, além da conclusão do
expert, seguindo a orientação jurisprudencial dominante acerca da matéria, muito bem fundamentou o
magistrado que "No caso em tela, observa-se que a parte autora exerceu atividade de motorista por vários
anos (ID 10928078 - Pág. 2/3 e ID 18463739 – Pág. 1), conta com mais de 66 anos de idade (ID 10403233
- Pág. 1) e claramente possui pouca instrução (ensino fundamental incompleto – identificação – ID
10928087 - Pág. 3). Com isso, nas condições reveladas nos autos e ostentando sérias restrições laborais,
resta claro que não possui a menor perspectiva de aceitação no mercado de trabalho, devendo-se concluir
que efetivamente restam preenchidos os requisitos necessários à concessão do benefício de
aposentadoria por invalidez acidentária."
Ao meu ver, laborou bem o magistrado ao verificar que todos os elementos considerados
convergem para a comprovação da incapacidade do autor para o trabalho por possuir sérias limitações, se
apresentando a decisão em sintonia com a jurisprudência dominante no sentido de que a incapacidade
emana de todo um contexto fático e não apenas dos males revelados na pessoa numa projeção teórica de
trabalhar. Nessa direção já se manifestou inclusive o Superior Tribunal de Justiça:
1. O Tribunal de origem deixou claro que, na hipótese dos autos, o autor não possui condições de
competir no mercado de trabalho, tampouco desempenhar a profissão de empregada doméstica.
2. A concessão da aposentadoria por invalidez deve considerar, além dos elementos previstos no
art. 42 da Lei n. 8.21391, os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado,
ainda que o laudo pericial apenas tenha concluído pela sua incapacidade parcial para o trabalho.
Precedentes das Turmas da Primeira e Terceira Seção. Incidência da Súmula 83STJ
Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 312776 PR Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em: 04/06/2013, publicado no DJe 10/06/2013)
1. Nos termos da jurisprudência do STJ, mesmo as matérias de ordem pública necessitam estar
devidamente prequestionadas para ensejar o conhecimento do recurso especial.
2. Para a concessão da aposentadoria por invalidez devem-se considerar, além dos elementos
previstos no art. 42 da Lei n. 8.213/91, os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do
segurado, ainda que o laudo pericial só tenha concluído pela sua parcial incapacidade para o
trabalho. Precedentes.
3. Hipótese em que, embora as sequelas pelo acidente não incapacite totalmente o ora agravado
para todo e qualquer trabalho, as limitações impostas para exercer o trabalho como lavrador, assim
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
como a sua idade e o baixo grau de escolaridade, justificam a concessão de aposentadoria por
invalidez.
(AgRg no AREsp 190.625/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
11/09/2012, DJe 18/09/2012)
(2522691, 2522691, Rel. EZILDA PASTANA MUTRAN, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito Público,
Julgado em 2019-11-25, Publicado em 2019-12-03)
dignidade o labor do profissional do direito, do processo em cotejo com os parâmetros estabelecidos nos
§§ 3.º e 4.º do art. 20 do CPC, devendo a parte vencida arcar com o ônus da condenação. 5. Recurso
conhecido e Improvido, e em sede de Reexame Necessário mantida a sentença do juízo de piso.
(2018.01450433-83, 188.395, Rel. NADJA NARA COBRA MEDA, Órgão Julgador 2ª TURMA DE DIREITO
PÚBLICO, Julgado em 2018-04-12, Publicado em 2018-04-13)
Quanto ao termo inicial para implantação da aposentadoria por invalidez, a sentença também não
comporta reparos, no que tange a fixação na " data requerimento administrativo, qual seja o dia
12/04/2018 (ID 10403589 - Pág. 1 e 18463739 – Pàg. 2), uma vez que a perícia médica indica que a
incapacidade antecede à referida data (Item 10 - ID 10928087 - Pág. 4)". Está em consonância com a
orientação fixada na jurisprudência da Corte Superior de Justiça. Nesse sentido:
1. O Tribunal de origem estabeleceu erroneamente como data do início do benefício da aposentadoria por
invalidez a data da perícia realizada, mesmo estando claro nos autos que "houve requerimento
administrativo, último formulado em 26/08/2008" (fl. 309, e-STJ).
3. A Corte de origem, portanto, falhou gravemente, na medida em que afastou a aplicação tanto da lei - art.
43, § 1º, "a", da Lei 8.213/1991 - quando da jurisprudência sólida do STJ, que tem orientação sumulada
aplicável ao caso - Súmula 576/STJ.
4. Recurso Especial provido para declarar como data de início do auxílio previdenciário em questão a data
do requerimento administrativo, com os consequentes pagamentos retroativos devidos. (REsp
1791587/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/02/2019, DJe
08/03/2019)
Quanto aos consectários legais fixados, verifico que a sentença merece reforma para adequação
ao entendimento dominante sobre a matéria, inclusive com Precedente Vinculante quanto ao índice de
correção monetária, não obstante o juízo tenha se fundamentado no julgado do Tema 810 pelo STF.
Destaco que por serem matéria de ordem pública podem ser analisados de ofício pelo julgador,
inexistindo reformatio in pejus, sobretudo no caso em que serão fixados com base em precedente
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
vinculante do C. STJ (Nessa direção: AgInt no AREsp 1154237/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 19/03/2018).
Com efeito, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça examinou a matéria em recurso
especial repetitivo no julgamento do Tema 905 (Resp nº 1495146 - DJe de 02/03/2018), no qual
assentou que as condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária sujeitam-se à
incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao período posterior à vigência
da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91, índice que deve ser fixado no caso em tela.
Por amor ao debate, ressalto, ainda, que não há o que se falar em ofensa ao Julgamento anterior
proferido pelo Supremo Tribunal Federal (RE 870.947SE – tema 810).
Tenho isso porque, restou registrado no referido julgamento do Resp Repetititvo nº 1495146 que a
adoção do INPC não configura afronta ao que foi decidido pelo STF, em sede de repercussão geral, pois
naquela ocasião, determinou-se a aplicação do IPCA-E para fins de correção monetária de benefício de
prestação continuada (BPC) de natureza assistencial, previsto na Lei 8.74293. Eis a ementa do referido
precedente:
6. Recurso especial não provido. Acórdão sujeito ao regime previsto no art. 1.036 e seguintes do
CPC/2015, c/c o art. 256-N e seguintes do RISTJ. (REsp 1495146/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 02/03/2018)
Quanto aos juros de mora, incidem segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança (art.
1º-F da Lei 9.494/97) a partir da entrada em vigor da Lei n. 11.960/2009, índice que deve ser aplicado ao
caso, como corretamente decidiu o juízo em observância à Tese fixada no julgamento do Tema 810 pela
Suprema Corte.
Quanto aos termos iniciais, correto o decisum que, na direção do aludido julgamento do Tema 905
do STJ, determinou que a correção monetária deverá ter incidência desde a data em que os valores
deveriam ter sido pagos e os juros de mora a partir da citação, nos termos do Enunciado da Súmula nº
204 do STJ que estabelece: “Os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a
partir da citação válida.”
Por fim, cabe analisar o valor fixado em sentença de honorários advocatícios em 10% sobre as
parcelas vencidas, que se revelam em desconformidade com a previsão legal sobre o tema, eis que a
decisão foi proferida já sob a vigência do CPC/2015 e se trata de decisão ilíquida.
Por fim, entendo correta a condenação ao pagamento de custas processuais, eis que, não
obstante o inciso I do Artigo 40 da Lei Estadual nº 8328/15 dispor sobre a isenção ao pagamento de
custas processuais pela União e suas Autarquias, o parágrafo único do referido artigo expressamente
estabelece que tal isenção não exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I, quando vencidas, como é
o caso dos autos, da obrigação de reembolso de custas, senão vejamos:
V- os autores, na Ação Popular, na Ação Civil Pública e na ação coletiva de que trata o Código de Defesa
do Consumidor, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé;
VIII- as vítimas nos processos de competência do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher;
Parágrafo único. As isenções previstas neste artigo não alcançam as entidades fiscalizadoras do
exercício profissional, exceto a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, nem eximem as pessoas
jurídicas referidas no inciso I, quando vencidas, da obrigação de reembolsar as taxas, custas e
despesas judiciais antecipadas pela parte vencedora. (Redação dada pela Lei n°. 8.583/2017).
verbis: "O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e
de benefícios, propostas na Justiça Estadual". Nesse sentido:
1. Inicialmente, constata-se que não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma
vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, em
conformidade com o que lhe foi apresentado, manifestando-se de forma clara no sentido de que o
INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de
benefícios, propostas na Justiça Estadual.
2. Ocorre que a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1.101.727/PR, Rel. Min.
Hamilton Carvalhido, DJe 23/8/2010, sob o regime do art. 543-C do CPC/1973, assentou que a regra do
art. 27 do CPC é aplicável ao Instituto Nacional do Seguro Social, não lhe sendo exigível, dessa forma, o
depósito prévio do preparo para a interposição de recursos, podendo efetuá-lo ao final da demanda, caso
vencido. Por estar em dissonância do entendimento fixado pelo STJ, o acórdão recorrido merece ser
reformado.
3. Recurso Especial parcialmente provido. (REsp 1758092/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 11/09/2018, DJe 21/11/2018)
1. "O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de
benefícios, propostas na Justiça Estadual" (Súmula 178/STJ).
2. Recurso Especial não provido. (REsp 1647679/GO, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 14/03/2017, DJe 20/04/2017)
Frente tais razões e com fulcro no que dispõe o art. 932, incisos IV, a e b e VIII do CPC/2015 c/c
133, XI, a, b e d, do RITJPA, conheço da remessa necessária, para reformar em parte a sentença,
apenas para fixar a correção monetária pelo INPC conforme a tese fixada no julgamento do Tema
905/STJ e para determinar a fixação de honorários advocatícios na fase de liquidação do julgado,
consoante a fundamentação, mantida nos demais termos, eis que na direção do entendimento
jurisprudencial dominante sobre a matéria.
Após o decurso do prazo recursal sem qualquer manifestação, certifique-se o trânsito em julgado e
dê-se a baixa na distribuição.
Relator
PROCESSO Nº 0800436-75.2020.8.14.0060
APELANTE: NELMA CRISTINA FILGUEIRA COELHO (ADVOGADO LUIZ RENATO JARDIM LOPES –
OAB/PA N.º 5325)
DECISÃO MONOCRÁTICA
Tratam os presentes autos de apelação cível interposta por NELMA CRISTINA FILGUEIRA COELHO, em
face da sentença proferida pelo Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Tomé-Açú, nos autos do
Mandado de Segurança impetrado em desfavor de suposto ato ilegal praticado pela Prefeita Municipal de
Tomé-Açú.
Por meio da decisão recorrida, o Juízo sentenciante negou a ordem pretendida, por considerar inexistir
direito líquido e certo à impetrante.
Irresignada, a apelante interpôs o presente apelo, por meio do qual alega possuir direito líquido e certo à
nomeação ao Cargo de Apoio Operacional, em virtude de sua aprovação em concurso público, ao
argumento de que, não obstante tenha sido aprovada fora do número de vagas ofertadas, há 60
servidores contratados temporariamente ocupando o mesmo cargo.
Remetidos a esta Superior Instância, vieram-me os autos distribuídos, ocasião em que recebi o recurso
em seu duplo efeito e determinei sua remessa ao parecer do custos legis.
Éo suficiente relatório.
DECIDO.
Compulsando os autos, entendo que o apelo comporta julgamento monocrático, conforme estabelece o
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
artigo 932, III, do Código de Processo Civil, uma vez que o objeto do presente recurso era a impetrante ser
nomeada e empossada no cargo público no qual galgou sua aprovação, tendo a referida afirmado que tal
fato já aconteceu por ato discricionário do impetrado, razão pela qual JULGO PREJUDICADA a presente
apelação, por perda do objeto.
Publique-se. Intime-se.
RELATOR
Decisão Monocrática
Cuida-se de Agravo de Instrumento interposto por Banco do Estado do Pará – BANPARÁ contra a
decisão proferida nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA C/C DANO MORAL E REPETIÇÃO DE INDÉBITO
que o Agravado ajuizou em face do Agravante.
Essa decisão determinou que o banco a limitação dos empréstimos do agravado ao patamar de 30%,
incluindo empréstimo consignado e banparacard.
O Agravante afirma que os descontos realizados estão de acordo com a lei e com a jurisprudência.
Diante disso, interpôs o presente recurso, requerendo a antecipação dos efeitos da tutela recursal, para
que a decisão agravada seja suspensa e ao final, o provimento do recurso.
É o relatório. Decido Monocraticamente com base na interpretação conjunta do art. 932, VIII do
CPC c/c art. 133, XII, d do Regimento Interno deste E. TJPA.
Cediço que para que haja a antecipação dos efeitos da tutela em Agravo de Instrumento é necessário
demonstrar elementos que evidenciem o direito alegado, bem como comprovar a possibilidade de a
decisão agravada acarretar à parte grave dano ou de difícil reparação.
No presente caso, o Agravante se insurge contra a decisão que deferiu o pedido de tutela de urgência
formulado na AÇÃO DECLARATÓRIA C/C DANO MORAL E REPETIÇÃO DE INDÉBITO que o Agravado
ajuizou em face do Banpará, no sentido de que se abstenha de realizar descontos na conta corrente e no
contracheque acima do limite de 30% de sua remuneração.
Este E. TJPA, julgando casos semelhantes, firmou entendimento no sentido de que a limitação de 30% da
remuneração se aplica apenas aos empréstimos consignados, não se aplicando aos empréstimos cujo
adimplemento ocorre mediante descontos em conta corrente.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No presente caso, o desconto efetuado pelo Banco referente ao empréstimo consignado está de acordo
com o patamar de 30% (trinta por cento) da remuneração do Agravante, conforme se verifica através do
contracheque do agravado (id. 27404815 dos autos principais).
Diante disso, vislumbro, nesse momento, elementos que evidenciem o direito alegado. Percebo ainda o
risco de dano ao Banco, tendo em vista a dificuldade de ele recuperar futuramente os valores a que tem
direito.
Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento monocraticamente, com base no art. 932,
VIII do CPC c/c art. 133, XII, d do Regimento Interno deste E. TJPA, para cassar a decisão agravada.
Advirto ainda às partes, que caso haja interposição do recurso de Agravo Interno e, este venha a ser
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
declarado manifestamente improcedente, em votação unânime pelo Órgão Colegiado, haverá a incidência
da aplicação de multa, nos termos do §2º do art. 1021 do CPC.
Belém,
Desembargador Relator
PROCESSO Nº 0004258-51.2013.8.14.0028
REMESSA NECESSÁRIA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Cuida-se de REMESSA NECESSÁRIA da sentença proferida pelo Juízo de Direito da 3ª Vara da Fazenda
da Comarca de Belém, nos autos do Mandado de Segurança com pedido de liminar impetrado por
AYANE DE JESUS RODRIGUES SALES.
Consta dos autos que a impetrante ajuizou a mencionada ação alegando que foi ilegalmente
desclassificada do Concurso Público para admissão ao Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar
do Estado do Pará, PM/2012 (CFSD PM/2012), por supostamente possuir altura inferior a 1,60m, mínima
exigida pela lei de regência, bem como pela norma editalícia, para as candidatas do sexo feminino.
No ID Num. 5622057, o impetrado junta aos autos o exame médico realizado pela candidata na 2º etapa
do certame, no qual conta que a coacta possui exatamente a altura mínima exigida.
Remetidos a esta Superior Instância, os autos vieram-me distribuídos, ocasião em que determinei sua
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nessa condição, o Procurador de Justiça Waldir Macieira Da Costa Filho opina pela manutenção da
sentença.
É o relatório.
Compulsando os autos, tenho como certo que a sentença reexaminada não merece retoques, pelos
motivos que passo a demonstrar.
O primeiro ponto que merece destaque é que, como consignado no relatório, a celeuma gira em torno de
aferir se a eliminação da candidata está ou não amparada pela legalidade, eis que a banca entendeu que
a candidata possui altura inferior a exigida legalmente, especificamente amparado na Lei n.º 6.626/04, e
no Edital do concurso.
Ocorre que o próprio impetrado trouxe aos autos o exame médico realizado na 2ª fase e, sem sombra de
dúvidas, demonstra que a coacta possui 1,60m de altura, ou seja, atende as exigências normativas para
participar do certame, sendo inconteste a ilegalidade de sua eliminação.
Diante da flagrante ilegalidade, não havia outro caminho senão o de desconstituir o ato administrativo de
eliminação da candidata, razão pela qual tenho como certo de que o julgador agiu de forma escorreita.
Ébem verdade que, em regra, o Poder Judiciário não deve interferir nos critérios adotados pela banca de
concurso, já que é matéria afeta ao mérito administrativo, entretanto, não é essa a hipótese dos autos, eis
que, conforme já dito, a questão diz respeito à legalidade do ato.
Esse tema, inclusive, já foi pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, no bojo do RE 632.853, julgado sob
a sistemática da repercussão geral, no qual ficou consignada a seguinte tese: “Não compete ao Poder
Judiciário substituir a banca examinadora para reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de
correção utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade.” (Tema 485)
Sobre o controle judicial do ato administrativo, é remansosa a Jurisprudência de nossa Máxima Corte,
valendo destacar os seguintes precedentes, os quais, mesmo que tratando de tema diverso a concurso
público, aplicam-se integralmente:
..............................................................................................................
“Agravo regimental no recurso extraordinário. Tribunal de Contas da União. Controle judicial da legalidade
dos atos. Possibilidade. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder
Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação
dos poderes. 2. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame de provas ou documentos
constantes dos autos. Incidência da Súmula nº 279/STF. 3. Agravo regimental não provido.” (STF - RE
721980, Rel. Ministro Dias Tofolli, DJe 29/04/2016)
Após o decurso do prazo recursal sem qualquer manifestação, certifique-se o trânsito em julgado e dê-se a
baixa no PJE com a consequente remessa dos autos ao juízo de origem.
Relator
PROCESSO Nº 0802207-74.2020.8.14.0000
DECISÃO MONOCRÁTICA
Consta dos autos que o Juízo de Piso revogou o benefício da justiça gratuita, considerando que a autora
atuou em exercício abusivo ao direito de peticionar, ao argumento de que seu patrono ajuizou mais de 200
ações com a mesma causa de pedir quando poderia ter ajuizado uma única ação coletiva.
Irresignada, a recorrente alega, em suma, que o ordenamento jurídico, em especial o Código de Defesa
do Consumidor, admite a coexistência de ações individuais e coletivas sobre a mesma matéria.
Sustenta que a tese jurídica de dolo processual na qual se fundamentou o julgador, qual seja “sham
litigation”, corresponde a conduta por meio da qual a parte demandante objetiva valer-se da tutela
jurisdicional sem qualquer perspectiva de sucesso na ação, com nítido propósito de trazer qualquer tipo de
dano para a parte contrária, o que não se vislumbra no caso concreto, pois a recorrida não possui ação
dolosa com o intuito de prejudicar o recorrido, pelo contrário, o seu pedido encontra amparo na Lei de n.
11.738/2008.
Salienta que o Juízo prolator da decisão recorrida não pautou sua decisão na falta de pressupostos legais
para a concessão do benefício, estabelecidos no artigo 99, § 2º, do Código de Processo Civil e que “na
suposta falta ainda dos elementos que evidenciassem a hipossuficiência da Agravante, deveria ainda o
magistrado a quo ter oportunizado aquela o direito de apresentá-los em prazo determinado, o que também
não aconteceu”.
Junta aos autos documentos comprobatórios de que aufere renda mensal de R$ 1.366,74, que a
impossibilita arcar com os custos do processo, sem que acarrete prejuízo a sua subsistência.
Por fim, requer a concessão da antecipação da tutela recursal, para que lhe seja restabelecido o benefício
da justiça gratuita e, ao final, seu provimento definitivo.
O Município de Santana do Araguaia apresentou contrarrazões (ID 5131657) aduzindo, em suma, que os
documentos juntados pela parte agravante não comprovaram os requisitos básicos para a concessão do
benefício à justiça gratuita; que a parte agravante é servidora efetiva ocupante do cargo superior de
PROFESSOR-NIVEL MEDIO COM GRAD EM CURSO SUPERIOR, que percebe o vencimento líquido de
R$ 3.540,02 (três mil e quinhentos e quarenta reais e dois centavos).
Pontua que existe a possibilidade de parcelamento de custas processuais, nos termos do artigo 98, §6º,
do Código de Processo Civil, pelo que pugna pela não concessão do benefício.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Ministério Público deixou de emitir parecer, com fulcro no artigo 178 da Recomendação nº 34/2016 do
CNMP (Id. 5242339).
Éo relatório.
Decido.
Em sentença proferida, o Juízo de 1.º grau extinguiu o processo sem julgamento de mérito, bem como,
indeferiu a gratuidade de justiça requerida pela parte autora.
Como é de sabença geral, a revogação da gratuidade, ou mesmo seu indeferimento, só cabe nas
situações elencadas no artigo 99 do CPC, o que não se verifica no caso ora examinado.
Neste sentido, incumbe à parte contrária o ônus da prova capaz de desconstituir o direito postulado
(Theotonio Negrão, 33ª edição, nota 1c ao art. 4º da Lei de Assistência Judiciária, p. 1151).
Não se perca de vista que, uma vez deferida a gratuidade de justiça, não cabe ao Juízo agir de ofício, sem
que houvesse impugnação e comprovação da parte adversa, para revogação do benefício.
Outrossim, não restou demonstrado nenhuma modificação da situação fática entre o deferimento da
gratuidade de justiça e a sua revogação.
Ademais, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça entende que, a condenação da parte às penas da
litigância de má-fé, por si só, não tem o condão de autorizar a revogação do benefício da assistência
judiciária gratuita anteriormente concedido.
Com efeito, a jurisprudência daquela Corte Superior entende que é condição sine quanon para revogação
do aludido benefício, prova da modificação no estado de miserabilidade econômica, não estando atrelada
à forma de atuação da parte no processo.
4. Analisando os autos, verifica-se que a justiça gratuita foi deferida em momento anterior, não
cabendo ao Juízo agir de ofício, sem qualquer impugnação e comprovação da parte adversa, para a
revogação de tal direito. Igualmente, nota-se que não há nos autos demonstração de que houve
modificação da situação fática entre o deferimento da gratuidade de justiça e a sua revogação;
(4808693, 4808693, Rel. ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Público, Julgado em 2021-03-22, Publicado em 2021-04-21)
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, V, b, CPC e art. 133 XII, b, do Regimento Interno do TJE/PA, dou
provimento ao recurso, por se encontrar em acordo com jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores e deste Tribunal.
Decorrido, in albis, o prazo recursal, certifique-se o seu trânsito em julgado, dando-se baixa na distribuição
deste TJE/PA e posterior arquivamento.
Publique-se. Intime-se.
RELATOR
PROCESSO Nº 0801985-09.2020.8.14.0000
DECISÃO MONOCRÁTICA
Consta dos autos que o Juízo de Piso revogou o benefício da justiça gratuita, considerando que o autor
atuou em exercício abusivo ao direito de peticionar, ao argumento de que seu patrono ajuizou mais de 200
ações com a mesma causa de pedir quando poderia ter ajuizado uma única ação coletiva.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Irresignado, o recorrente alega, em suma, que o ordenamento jurídico, em especial o Código de Defesa
do Consumidor, admite a coexistência de ações individuais e coletivas sobre a mesma matéria.
Sustenta que a tese jurídica de dolo processual na qual se fundamentou o julgador, qual seja “sham
litigation”, corresponde a conduta por meio da qual a parte demandante objetiva valer-se da tutela
jurisdicional sem qualquer perspectiva de sucesso na ação, com nítido propósito de trazer qualquer tipo de
dano para a parte contrária, o que não se vislumbra no caso concreto, pois a recorrida não possui ação
dolosa com o intuito de prejudicar o recorrido, pelo contrário, o seu pedido encontra amparo na Lei de n.
11.738/2008.
Salienta que o Juízo prolator da decisão recorrida não pautou sua decisão na falta de pressupostos legais
para a concessão do benefício, estabelecidos no artigo 99, § 2º, do Código de Processo Civil e que “na
suposta falta ainda dos elementos que evidenciassem a hipossuficiência da Agravante, deveria ainda o
magistrado a quo ter oportunizado aquela o direito de apresentá-los em prazo determinado, o que também
não aconteceu”.
Junta aos autos documentos comprobatórios de que aufere renda mensal de R$ 2.289,09, que o
impossibilita arcar com os custos do processo, sem que acarrete prejuízo a sua subsistência.
Por fim, requer a concessão da antecipação da tutela recursal, para que lhe seja restabelecido o benefício
da justiça gratuita e, ao final, seu provimento definitivo.
O Município de Santana do Araguaia apresentou contrarrazões (ID 5131630) aduzindo, em suma, que os
documentos juntados pela parte agravante não comprovaram os requisitos básicos para a concessão do
benefício à justiça gratuita; que a parte agravante é servidora efetiva ocupante do cargo superior de
PROFESSOR-PI- ZR, que percebe o vencimento líquido de R$ 3.379,51 (três mil e trezentos e setenta e
nove reais e cinquenta e um centavos).
Pontua que existe a possibilidade de parcelamento de custas processuais, nos termos do artigo 98, §6º,
do Código de Processo Civil, pelo que pugna pela não concessão do benefício.
O Ministério Público deixou de emitir parecer, com fulcro no artigo 178 da Recomendação nº 34/2016 do
CNMP (Id. 5243323).
Éo relatório.
Decido.
Em sentença proferida, o Juízo de 1.º grau extinguiu o processo sem julgamento de mérito, bem como,
indeferiu a gratuidade de justiça requerida pela parte autora.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Como é de sabença geral, a revogação da gratuidade, ou mesmo seu indeferimento, só cabe nas
situações elencadas no artigo 99 do CPC, o que não se verifica no caso ora examinado.
Neste sentido, incumbe à parte contrária o ônus da prova capaz de desconstituir o direito postulado
(Theotonio Negrão, 33ª edição, nota 1c ao art. 4º da Lei de Assistência Judiciária, p. 1151).
Não se perca de vista que, uma vez deferida a gratuidade de justiça, não cabe ao Juízo agir de ofício, sem
que houvesse impugnação e comprovação da parte adversa, para revogação do benefício.
Outrossim, não restou demonstrado nenhuma modificação da situação fática entre o deferimento da
gratuidade de justiça e a sua revogação.
Ademais, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça entende que, a condenação da parte às penas da
litigância de má-fé, por si só, não tem o condão de autorizar a revogação do benefício da assistência
judiciária gratuita anteriormente concedido.
Com efeito, a jurisprudência daquela Corte Superior entende que é condição sine quanon para revogação
do aludido benefício, prova da modificação no estado de miserabilidade econômica, não estando atrelada
à forma de atuação da parte no processo.
99 §2º do Código de Processo Civil, o que não se vislumbra no caso em apreço. Desta forma, caberia à
parte contrária o ônus da prova de desconstituir o direito postulado pela parte autora;
4. Analisando os autos, verifica-se que a justiça gratuita foi deferida em momento anterior, não
cabendo ao Juízo agir de ofício, sem qualquer impugnação e comprovação da parte adversa, para a
revogação de tal direito. Igualmente, nota-se que não há nos autos demonstração de que houve
modificação da situação fática entre o deferimento da gratuidade de justiça e a sua revogação;
(4808693, 4808693, Rel. ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Público, Julgado em 2021-03-22, Publicado em 2021-04-21)
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, V, b, CPC e art. 133 XII, b, do Regimento Interno do TJE/PA, dou
provimento ao recurso, por se encontrar em acordo com jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores e deste Tribunal.
Decorrido, in albis, o prazo recursal, certifique-se o seu trânsito em julgado, dando-se baixa na distribuição
deste TJE/PA e posterior arquivamento.
Publique-se. Intime-se.
RELATOR
PROCESSO Nº 0802172-17.2020.8.14.0000
DECISÃO MONOCRÁTICA
Consta dos autos que o Juízo de Piso revogou o benefício da justiça gratuita, considerando que a autora
atuou em exercício abusivo ao direito de peticionar, ao argumento de que seu patrono ajuizou mais de 200
ações com a mesma causa de pedir quando poderia ter ajuizado uma única ação coletiva.
Irresignada, a recorrente alega, em suma, que o ordenamento jurídico, em especial o Código de Defesa do
Consumidor, admite a coexistência de ações individuais e coletivas sobre a mesma matéria.
Sustenta que a tese jurídica de dolo processual na qual se fundamentou o julgador, qual seja “sham
litigation”, corresponde a conduta por meio da qual a parte demandante objetiva valer-se da tutela
jurisdicional sem qualquer perspectiva de sucesso na ação, com nítido propósito de trazer qualquer tipo de
dano para a parte contrária, o que não se vislumbra no caso concreto, pois a recorrida não possui ação
dolosa com o intuito de prejudicar o recorrido, pelo contrário, o seu pedido encontra amparo na Lei de n.
11.738/2008.
Salienta que o Juízo prolator da decisão recorrida não pautou sua decisão na falta de pressupostos legais
para a concessão do benefício, estabelecidos no artigo 99, § 2º, do Código de Processo Civil e que “na
suposta falta ainda dos elementos que evidenciassem a hipossuficiência da Agravante, deveria ainda o
magistrado a quo ter oportunizado aquela o direito de apresentá-los em prazo determinado, o que também
não aconteceu”.
Junta aos autos documentos comprobatórios de que aufere renda mensal de R$ 3.943,24, que a
impossibilita arcar com os custos do processo, sem que acarrete prejuízo a sua subsistência.
Por fim, requer a concessão da antecipação da tutela recursal, para que lhe seja restabelecido o benefício
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Município de Santana do Araguaia apresentou contrarrazões (ID 5129469) aduzindo, em suma, que os
documentos juntados pela parte agravante não comprovaram os requisitos básicos para a concessão do
benefício à justiça gratuita; que observando os contracheques juntados pela parte autora no processo
originário, verifica-se que sua renda líquida é superior a 3 salários-mínimos.
Pontua que existe a possibilidade de parcelamento de custas processuais, nos termos do artigo 98, §6º,
do Código de Processo Civil, pelo que pugna pela não concessão do benefício.
O Ministério Público deixou de emitir parecer, com fulcro no artigo 178 da Recomendação nº 34/2016 do
CNMP (Id. 5243327).
Éo relatório.
Decido.
Em sentença proferida, o Juízo de 1.º grau extinguiu o processo sem julgamento de mérito, bem como,
indeferiu a gratuidade de justiça requerida pela parte autora.
Como é de sabença geral, a revogação da gratuidade, ou mesmo seu indeferimento, só cabe nas
situações elencadas no artigo 99 do CPC, o que não se verifica no caso ora examinado.
Neste sentido, incumbe à parte contrária o ônus da prova capaz de desconstituir o direito postulado
(Theotonio Negrão, 33ª edição, nota 1c ao art. 4º da Lei de Assistência Judiciária, p. 1151).
Não se perca de vista que, uma vez deferida a gratuidade de justiça, não cabe ao Juízo agir de ofício, sem
que houvesse impugnação e comprovação da parte adversa, para revogação do benefício.
Outrossim, não restou demonstrado nenhuma modificação da situação fática entre o deferimento da
gratuidade de justiça e a sua revogação.
Ademais, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça entende que, a condenação da parte às penas da
litigância de má-fé, por si só, não tem o condão de autorizar a revogação do benefício da assistência
judiciária gratuita anteriormente concedido.
Com efeito, a jurisprudência daquela Corte Superior entende que é condição sine quanon para revogação
do aludido benefício, prova da modificação no estado de miserabilidade econômica, não estando atrelada
à forma de atuação da parte no processo.
4. Analisando os autos, verifica-se que a justiça gratuita foi deferida em momento anterior, não
cabendo ao Juízo agir de ofício, sem qualquer impugnação e comprovação da parte adversa, para a
revogação de tal direito. Igualmente, nota-se que não há nos autos demonstração de que houve
modificação da situação fática entre o deferimento da gratuidade de justiça e a sua revogação;
(4808693, 4808693, Rel. ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Público, Julgado em 2021-03-22, Publicado em 2021-04-21)
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, V, b, CPC e art. 133 XII, b, do Regimento Interno do TJE/PA, dou
provimento ao recurso, por se encontrar em acordo com jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores e deste Tribunal.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Decorrido, in albis, o prazo recursal, certifique-se o seu trânsito em julgado, dando-se baixa na distribuição
deste TJE/PA e posterior arquivamento.
Publique-se. Intime-se.
RELATOR
Decisão Monocrática
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por J Silveira & Cia LTDA em face de decisão interlocutória
proferida pelo juízo da 3ª Vara de Execução Fiscal de Belém nos autos do Mandado de Segurança
impetrado contra ato atribuído ao Coordenador da Coordenação Executiva Regional de Administração
Tributária de Belém (CERAT).
Após consulta aos autos de origem (processo n° 0838552-77.2018.8.14.0301), verifiquei que o juízo a quo
proferiu sentença denegando a segurança pleiteada (ID 29593056).
Assim, julgo prejudicado o presente Agravo de Instrumento, em virtude da perda superveniente de seu
objeto.
Desembargador Relator
PROCESSO Nº 0801473-89.2021.8.14.0000
ENDEREÇO: AVE ANTONIO SIMOES, 589, GALPAO A, PRAINHA, SANTARÉM/PA, CEP: 68010-380.
2. Plausível o pleito de acesso do exequente às últimas declarações de bens e rendas entregues pelo
devedor à Receita Federal, via sistema INFOJUD, devendo as informações ficarem limitadas ao âmbito do
processo, inacessíveis a terceiros, preservado o sigilo que esses dados devem merecer, à luz da CF e do
CPC.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Consta dos autos que a execução fiscal foi ajuizada para a cobrança de créditos tributários devidamente
inscritos em Dívida Ativa que, no momento do ajuizamento, totalizavam R$ 2.515.709,55 (dois milhões
quinhentos e quinze mil e setecentos e nove reais e cinquenta e cinco centavos). Após regular citação e
inércia do devedor, o ente estadual requereu o bloqueio de ativos financeiros de sua titularidade, via
sistema SISBAJUD (doc. id 19095145), o que foi deferido (doc. id 19293929), mas não logrou êxito (doc. id
19550643), o que também ocorreu com a tentativa de indisponibilidade de veículos automotores pelo
sistema RENAJUD (doc. id 19550644). Passo seguinte, o Estado requereu consulta às últimas
declarações de bens e rendas entregues pela pessoa jurídica à Receita Federal, via sistema INFOJUD
(doc. id 19955284). O pedido, todavia, foi indeferido pelo magistrado.
Afirma que a presença do fumus boni iuris decorre da orientação do Superior Tribunal de Justiça ser
195
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
pacífica no sentido de ser desnecessário o esgotamento das diligências na busca de bens a serem
penhorados a fim de autorizar-se a penhora on line, e o periculum in mora encontra-se presente pelo
prejuízo que a espera pelo julgamento definitivo do agravo de instrumento representa para a cobrança dos
créditos tributários, que resta obstaculizada sem motivo legítimo, em detrimento, em última análise, da
recuperação de recursos destinados à concretização de finalidades constitucionais.
Éo relatório.
Decido.
Analisando as razões recursais, constato que a argumentação exposta pelo agravante foi suficiente para
desconstituir a decisão de 1.º grau, tendo em vista que o agravante pleiteia a expedição de ofícios para a
Receita Federal, visando obter informações patrimoniais sobre bens disponíveis da agravada, para a
satisfação total do crédito executado, tendo em vista que as diligências anteriores não lograram êxito.
Em observância ao que trata a matéria do presente recurso, refiro as condições ditas pela Lei
Complementar nº 105/01, que dispõe sobre sigilo das operações de instituições financeiras, nos termos de
seus artigos 1º, §3º, VI e art. 3º, caput, in verbis:
Art. 1º. As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços
prestados.
(...)
(...)
VI - a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º
desta Lei Complementar.
(...)
Art. 3º. Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas
instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso
mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide.
Com efeito, a determinação para expedir ofício à Receita Federal não caracteriza quebra de sigilo
bancário ou fiscal, eis que as informações fornecidas ficam restritas ao âmbito do processo.
Além disso, ressalvo que o sigilo fiscal não deve servir para obstaculizar o conhecimento do exequente
sobre eventuais bens disponíveis no âmbito patrimonial dos devedores, impossibilitando que estes últimos
deixem de quitar com a obrigação anteriormente contraída e até o presente momento não paga.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ademais, em que pese seja ônus do agravante a busca por bens passíveis de penhora, restou
comprovado, no caso concreto, que se esgotaram todas as tentativas de localização de patrimônio da
agravada, sem que se tenha obtido qualquer sucesso nas buscas realizadas, uma vez que foi efetuado
bloqueio no SISBAJUD E RENAJUD no sentido de se bloquear ativos financeiros e veículos, para
cumprimento do mandado de penhora na sua integralidade, porém sem sucesso. Ora, o agravante
requereu em juízo as medidas possíveis com vistas a localização de bens para a garantia de seu crédito,
porém, não há como apontar determinado bem se a descoberta de sua propriedade depende de dados
contidos na Receita Federal.
Releva salientar que o processo deve desenvolver-se com o objetivo de satisfação da pretensão do
exequente, qual seja, a satisfação de seu crédito, com atenção aos princípios da celeridade e efetividade
da prestação jurisdicional e sem que isso possa lhe trazer prejuízos não justificáveis no caso concreto, não
sendo necessário esgotar as vias extrajudiciais de localização de bens do devedor para a utilização do
sistema de penhora eletrônica.
executado em cadastros de inadimplentes" (fl. 32, e-STJ). 14. Observa-se, assim, que o acórdão recorrido
está em consonância com a compreensão do STJ sobre a matéria, no sentido de que o uso da expressão
verbal "pode", no art. 782, §3º, do CPC/2015, demonstra que se trata de uma faculdade atribuída ao juiz, a
ser por ele exercida ou não, a depender das circunstâncias do caso concreto. 15. Recurso Especial não
provido. (REsp 1827340/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
17/09/2019, DJe 11/10/2019)
Desse modo, plausível o pleito de acesso do exequente às últimas declarações de bens e rendas
entregues pelo devedor à Receita Federal, via sistema INFOJUD, devendo as informações ficarem
limitadas ao âmbito do processo, inacessíveis a terceiros, preservado o sigilo que esses dados devem
merecer, à luz da CF e do CPC.
Ante o exposto, com fundamento no art. 932, V, b, CPC e art. 133 XII, b, do Regimento Interno do TJE/PA,
conheço o recurso e dou provimento para reformar a decisão agravada, por estar a decisão agravada em
confronto com o Superior Tribunal de Justiça.
Publique-se. Intime-se.
Relator
198
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO Nº 0802068-25.2020.8.14.0000
DECISÃO MONOCRÁTICA
Consta dos autos que o Juízo de Piso revogou o benefício da justiça gratuita, considerando que a autora
atuou em exercício abusivo ao direito de peticionar, ao argumento de que seu patrono ajuizou mais de 200
ações com a mesma causa de pedir quando poderia ter ajuizado uma única ação coletiva.
Irresignada, a recorrente alega, em suma, que o ordenamento jurídico, em especial o Código de Defesa do
Consumidor, admite a coexistência de ações individuais e coletivas sobre a mesma matéria.
Sustenta que a tese jurídica de dolo processual na qual se fundamentou o julgador, qual seja “sham
litigation”, corresponde a conduta por meio da qual a parte demandante objetiva valer-se da tutela
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
jurisdicional sem qualquer perspectiva de sucesso na ação, com nítido propósito de trazer qualquer tipo de
dano para a parte contrária, o que não se vislumbra no caso concreto, pois a recorrida não possui ação
dolosa com o intuito de prejudicar o recorrido, pelo contrário, o seu pedido encontra amparo na Lei de n.
11.738/2008.
Salienta que o Juízo prolator da decisão recorrida não pautou sua decisão na falta de pressupostos legais
para a concessão do benefício, estabelecidos no artigo 99, § 2º, do Código de Processo Civil e que “na
suposta falta ainda dos elementos que evidenciassem a hipossuficiência da Agravante, deveria ainda o
magistrado a quo ter oportunizado aquela o direito de apresentá-los em prazo determinado, o que também
não aconteceu”.
Junta aos autos documentos comprobatórios de que aufere renda mensal de R$ 3.127,30, que a
impossibilita arcar com os custos do processo, sem que acarrete prejuízo a sua subsistência.
Por fim, requer a concessão da antecipação da tutela recursal, para que lhe seja restabelecido o benefício
da justiça gratuita e, ao final, seu provimento definitivo.
O Município de Santana do Araguaia apresentou contrarrazões (ID 5129499) aduzindo, em suma, que o
benefício da justiça gratuita é direito que deve socorrer tão-somente aqueles que realmente necessitam,
isto é, aqueles que, de fato, não têm condições de arcar com as despesas processuais sem a necessária
mantença de sua família.
Pontua que existe a possibilidade de parcelamento de custas processuais, nos termos do artigo 98, §6º,
do Código de Processo Civil, pelo que pugna pela não concessão do benefício.
Éo relatório.
Decido.
Em sentença proferida, o Juízo de 1.º grau extinguiu o processo sem julgamento de mérito, bem como,
indeferiu a gratuidade de justiça requerida pela parte autora.
Como é de sabença geral, a revogação da gratuidade, ou mesmo seu indeferimento, só cabe nas
situações elencadas no artigo 99 do CPC, o que não se verifica no caso ora examinado.
Neste sentido, incumbe à parte contrária o ônus da prova capaz de desconstituir o direito postulado
(Theotonio Negrão, 33ª edição, nota 1c ao art. 4º da Lei de Assistência Judiciária, p. 1151).
Não se perca de vista que, uma vez deferida a gratuidade de justiça, não cabe ao Juízo agir de ofício, sem
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Outrossim, não restou demonstrado nenhuma modificação da situação fática entre o deferimento da
gratuidade de justiça e a sua revogação.
Ademais, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça entende que, a condenação da parte às penas da
litigância de má-fé, por si só, não tem o condão de autorizar a revogação do benefício da assistência
judiciária gratuita anteriormente concedido.
Com efeito, a jurisprudência daquela Corte Superior entende que é condição sine quanon para revogação
do aludido benefício, prova da modificação no estado de miserabilidade econômica, não estando atrelada
à forma de atuação da parte no processo.
4. Analisando os autos, verifica-se que a justiça gratuita foi deferida em momento anterior, não
cabendo ao Juízo agir de ofício, sem qualquer impugnação e comprovação da parte adversa, para a
revogação de tal direito. Igualmente, nota-se que não há nos autos demonstração de que houve
modificação da situação fática entre o deferimento da gratuidade de justiça e a sua revogação;
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(4808693, 4808693, Rel. ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Público, Julgado em 2021-03-22, Publicado em 2021-04-21)
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, V, b, CPC e art. 133 XII, b, do Regimento Interno do TJE/PA, dou
provimento ao recurso, por se encontrar em acordo com jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores e deste Tribunal.
Decorrido, in albis, o prazo recursal, certifique-se o seu trânsito em julgado, dando-se baixa na distribuição
deste TJE/PA e posterior arquivamento.
Publique-se. Intime-se.
RELATOR
PROCESSO Nº 0802252-78.2020.8.14.0000
DECISÃO MONOCRÁTICA
Consta dos autos que o Juízo de Piso revogou o benefício da justiça gratuita, considerando que a autora
atuou em exercício abusivo ao direito de peticionar, ao argumento de que seu patrono ajuizou mais de 200
ações com a mesma causa de pedir quando poderia ter ajuizado uma única ação coletiva.
Irresignada, a recorrente alega, em suma, que o ordenamento jurídico, em especial o Código de Defesa
do Consumidor, admite a coexistência de ações individuais e coletivas sobre a mesma matéria.
Sustenta que a tese jurídica de dolo processual na qual se fundamentou o julgador, qual seja “sham
litigation”, corresponde a conduta por meio da qual a parte demandante objetiva valer-se da tutela
jurisdicional sem qualquer perspectiva de sucesso na ação, com nítido propósito de trazer qualquer tipo de
dano para a parte contrária, o que não se vislumbra no caso concreto, pois a recorrida não possui ação
dolosa com o intuito de prejudicar o recorrido, pelo contrário, o seu pedido encontra amparo na Lei de n.
11.738/2008.
Salienta que o Juízo prolator da decisão recorrida não pautou sua decisão na falta de pressupostos legais
para a concessão do benefício, estabelecidos no artigo 99, § 2º, do Código de Processo Civil e que “na
suposta falta ainda dos elementos que evidenciassem a hipossuficiência da Agravante, deveria ainda o
magistrado a quo ter oportunizado aquela o direito de apresentá-los em prazo determinado, o que também
não aconteceu”. Junta aos autos documentos comprobatórios de que aufere renda mensal de R$
1.972,27, que a impossibilita arcar com os custos do processo, sem que acarrete prejuízo a sua
subsistência.
Por fim, requer a concessão da antecipação da tutela recursal, para que lhe seja restabelecido o benefício
da justiça gratuita e, ao final, seu provimento definitivo.
O Município de Santana do Araguaia apresentou contrarrazões (ID. 5131024) aduzindo, em suma, que os
documentos juntados pela parte agravante não comprovaram os requisitos básicos para a concessão do
benefício à justiça gratuita; que a parte agravante é servidora efetiva ocupante do cargo superior de
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PROFESSOR-PI ZR, que percebe o vencimento líquido de R$ 3.143,16 (três mil e cento e quarenta e três
reais e dezesseis centavos).
Pontua que existe a possibilidade de parcelamento de custas processuais, nos termos do artigo 98, §6º,
do Código de Processo Civil, pelo que pugna pela não concessão do benefício.
Éo relatório.
Decido.
Em sentença proferida, o Juízo de 1.º grau extinguiu o processo sem julgamento de mérito, bem como,
indeferiu a gratuidade de justiça requerida pela parte autora.
Como é de sabença geral, a revogação da gratuidade, ou mesmo seu indeferimento, só cabe nas
situações elencadas no artigo 99 do CPC, o que não se verifica no caso ora examinado.
Neste sentido, incumbe à parte contrária o ônus da prova capaz de desconstituir o direito postulado
(Theotonio Negrão, 33ª edição, nota 1c ao art. 4º da Lei de Assistência Judiciária, p. 1151).
Não se perca de vista que, uma vez deferida a gratuidade de justiça, não cabe ao Juízo agir de ofício, sem
que houvesse impugnação e comprovação da parte adversa, para revogação do benefício.
Outrossim, não restou demonstrado nenhuma modificação da situação fática entre o deferimento da
gratuidade de justiça e a sua revogação.
Ademais, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça entende que, a condenação da parte às penas da
litigância de má-fé, por si só, não tem o condão de autorizar a revogação do benefício da assistência
judiciária gratuita anteriormente concedido.
Com efeito, a jurisprudência daquela Corte Superior entende que é condição sine quanon para revogação
do aludido benefício, prova da modificação no estado de miserabilidade econômica, não estando atrelada
à forma de atuação da parte no processo.
4. Analisando os autos, verifica-se que a justiça gratuita foi deferida em momento anterior, não
cabendo ao Juízo agir de ofício, sem qualquer impugnação e comprovação da parte adversa, para a
revogação de tal direito. Igualmente, nota-se que não há nos autos demonstração de que houve
modificação da situação fática entre o deferimento da gratuidade de justiça e a sua revogação;
(4808693, 4808693, Rel. ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Público, Julgado em 2021-03-22, Publicado em 2021-04-21)
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, V, b, CPC e art. 133 XII, b, do Regimento Interno do TJE/PA, dou
provimento ao recurso, por se encontrar em acordo com jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores e deste Tribunal.
Decorrido, in albis, o prazo recursal, certifique-se o seu trânsito em julgado, dando-se baixa na distribuição
deste TJE/PA e posterior arquivamento.
Publique-se. Intime-se.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RELATOR
Decisão Monocrática
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por Comercial Preço Ótimo LTDA, Daniely do Socorro
Soares da Silva e Antonio Claudio Gomes da Silva em face de decisão interlocutória proferida pelo juízo
da 1ª Vara Cível e Empresarial de Capanema nos autos dos Embargos à Execução Fiscal opostos em
desfavor do Estado do Pará.
Os agravantes se insurgem contra decisão que indeferiu seu pedido de gratuidade da justiça, alegando
que para conseguir tal benefício basta a mera afirmação, conforme o art. 4º da Lei nº 1.060/1950.
Aduzem estarem passando por problemas financeiros e que a empresa não estaria em pleno
funcionamento há tempos, motivo pelo qual não possuiriam mais acesso aos documentos necessários à
comprovação requerida pelo magistrado.
Ressaltam que a lei não exige a miséria absoluta ou, no caso de empresas, a sua falência total, e que o
pedido só pode ser indeferido se houver nos autos elementos que evidenciam falta dos pressupostos
legais, conforme o art. 99, § 2º, do Código de Processo Civil.
Com base nesses argumentos requerem a concessão de efeito suspensivo e, ao final, o total provimento
do Agravo de Instrumento.
É o relatório necessário.
Após a análise dos autos, verifico que o processo de origem consiste em Embargos à Execução, através
do qual a empresa Comercial Preço Ótimo LTDA, representada pelos sócios Daniely do Socorro Soares
da Silva e Antonio Claudio Gomes da Silva, impugna os cálculos apresentados pelo Estado do Pará em
sede de Execução Fiscal.
Ante o requerimento de gratuidade de justiça apresentado pelos agravantes na exordial (ID 5795771 -
Pág. 4), o juízo a quo determinou a comprovação do preenchimento dos requisitos legais para a
concessão do benefício, mediante a juntada de declarações de renda e relação de receitas e despesas
mensais (ID 5795771 - Pág. 27), em observância à regra do art. 99, § 2º, do Código de Processo Civil
(CPC).
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Não obstante, os agravantes apresentaram, tão somente, Declaração de Hipossuficiência (ID 5795771 -
Págs. 31 a 33), razão pela qual o pedido foi indeferido (ID 5795771 - Pág. 36).
Nesse tocante, importa destacar que, em se tratando de pedido de justiça gratuita formulado por pessoa
jurídica, não basta a simples afirmação de impossibilidade de arcar com as custas do processo, sendo
imprescindível o cumprimento do disposto pela Súmula nº 481 do Superior Tribunal de Justiça (STJ):
Súmula nº 481: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.
Apesar de os agravantes sustentarem que a empresa estaria passando por problemas financeiros, não
juntaram qualquer prova que corroborasse suas afirmações, sendo certo que a sua situação cadastral
como "inapta" perante o cadastro da Receita Federal (ID 5795767 - Pág. 1) não é, por si só, circunstância
que denote a hipossuficiência da pessoa jurídica.
(...)
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; (...)
Ante o exposto, de forma monocrática, com fulcro no art. 932, inciso IV, “a”, do CPC, CONHEÇO DO
RECURSO E NEGO-LHE PROVIMENTO, mantendo inalterada a decisão agravada.
Desembargador Relator
AGRAVANTE: G. A. D. C.
AGRAVADO: I. N. D. O.
Vistos, etc.
Na decisão agravada (ID. 5967609), o juízo primevo, na esteira da manifestação do Ministério Púbico,
revogou decisão anteriormente proferida, indeferindo o pedido liminar de busca e apreensão de menor
formulado pela materna, ora agravante, na exordial, para determinar que a infante A. A. D. O., permaneça
no núcleo familiar paterno até ulterior deliberação, estabelecendo, outrossim, o direito de visitação da
materna.
Dessa decisão, interpôs a parte autora G. A. D. C., Recurso de Agravo de Instrumento (ID. 5967608).
Alega que desde o nascimento da infante, até a homologação de sentença judicial reconhecendo o vínculo
de paternidade do agravado, a guarda daquela teria sido exercida unicamente pela agravante.
Argui que em 17/06/2021, ao exercer o direito de visitação, o paterno agravado teria se recusado a
devolver a menor à guarda da materna, sob a falsa acuação de esta, estaria permitindo que a infante
frequentasse locais inapropriados à sua idade.
Arrazoa que genitor, ora agravado, teria induzido o juízo primevo a erro, com falsas alegações, cujo
conteúdo já teria sido elido através das manifestações de órgãos oficiais como Conselho Tutelar, Instituto
Propaz e Centro de Perícia Renato Chaves.
Argumenta, ainda, que o fumus bonis iuris e o periculum in mora aptos a ensejar a concessão da liminar
de busca e apreensão estariam devidamente demonstrados nos autos, visto que considerando o melhor
interesse do menor a interrupção do convívio com a materna, além de traumática para a criança, traria
prejuízos à saúde e ao desenvolvimento da menor.
Pleiteia, assim, que seja concedido efeito suspensivo ao recurso para sustar a decisão agravada,
conferindo validade a decisão que havia deferido a liminar anteriormente e, em decisão definitiva confirmar
o decisum concedendo a liminar de busca e apreensão.
É o sucinto relatório.
Decido.
Analisando detidamente os presentes autos, observa-se que a ora agravante, se insurge contra decisão do
MM. Juízo da Vara Única de Novo Repartimento/PA, que, na esteira da manifestação do Parquet, indeferiu
o pedido liminar de busca e apreensão da menor A. A. D. O., formulado pela materna na exordial,
determinando que a infante permaneça no núcleo familiar paterno.
Nesse sentido, vejamos o disposto no art. 1º da Resolução n. 016/2016 deste Egrégio Tribunal de Justiça,
que regulamenta o serviço de plantão judiciário no âmbito do Poder Judiciário estadual:
IV- pedidos de busca e apreensão de pessoas, bens ou valores, em caso de justificada urgência;
V- medidas urgentes de natureza cível ou criminal que não possam ser realizadas no horário
normal de expediente ou em situação cuja demora possa resultar risco de grave prejuízo ou de
difícil reparação;
VI- medidas urgentes, de naturezas cíveis e criminais, da competência dos Juizados Especiais, limitadas
as hipóteses acima elencadas.
Com efeito, entendo que o presente caso não se consubstancia em medida urgente que não possa ser
realizada no horário normal de expediente, nos termos do supracitado art. 1º, inciso V, da Resolução
016/2016-GP deste Egrégio Tribunal de Justiça.
De igual forma, observo dos autos, que a decisão agravada foi proferida em 30/07/2021 (ID. 5967609),
sendo a agravante intimada acerca desta em 03/08/2021, consoante informado pela própria recorrente,
desta forma, em sendo interposto o presente recurso somente em 13/08/2017, ou seja, passados 10 (dez)
dias, entendo que resta esvaziada a urgência da apreciação da matéria em sede de plantão judiciário.
Ante o exposto, não se tratando de hipótese de processo a ser examinado em sede de Plantão
Judiciário, remetam-se os autos ao Desembargador(a) Relator(a) sorteado para processar e julgar o feito
em sede de expediente normal, nos termos do art. 1º, §6º da Resolução n. 016/2016.
Desembargadora Plantonista
Decisão Monocrática
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de Apelação Cível interposta pelo Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará -
IGEPREV em face de sentença que deu procedência aos pedidos da autora/apelada para condenar o
apelante ao pagamento de adicional de interiorização.
O recorrente requer o provimento do recurso, para reformar a sentença no sentido de rejeitar totalmente
os pedidos da ação.
É o relatório. Decido Monocraticamente com base no Art. 932, VIII do CPC c/c art. 133, XII, d do
Regimento Interno deste E. TJPA.
O pagamento do Adicional de Interiorização aos policiais militares estava previsto no art. 48, IV, da
Constituição do Estado do Pará e na Lei Estadual nº 5.652/1991.
Entretanto, esse dispositivo foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6.321, tendo sido
julgada procedente pelo Supremo Tribunal Federal.
Sendo assim, não subsiste mais razão jurídica para que o presente feito tenha seu curso sobrestado,
razão pela qual deve prosseguir.
Nesse sentido, verifico, da análise dos autos, que a sentença é contrária ao entendimento consagrado
pelo Supremo Tribunal Federal na referida ADI nº 6.321. Veja-se a ementa do julgado:
Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento monocraticamente, com base no art. 932,
VIII do CPC c/c art. 133, XII, d do Regimento Interno deste E. TJPA, para reformar a sentença e julgar
improcedente o pedido de pagamento de adicional de interiorização.
Advirto ainda às partes, que caso haja interposição do recurso de Agravo Interno e, este venha a ser
declarado manifestamente improcedente, em votação unânime pelo Órgão Colegiado, haverá a incidência
da aplicação de multa, nos termos do §2º do art. 1021 do CPC.
Belém,
Desembargador Relator
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto pelo Estado do Pará, contra decisão de primeiro
grau, prolatada pelo juízo da 3ª Vara de execução fiscal da Comarca de Belém, que deferiu medida liminar
em seu desfavor.
Entende o agravante que merece reforma a decisão impugnada, uma vez que a autuação não se refere a
cobrança de ICMS pelo simples deslocamento de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo
contribuinte, mas ao ICMS antecipação especial devido pela ocorrência de fato gerador.
Diz que o ICMS cobrado pretende antecipar a operação subsequente à operação estadual que a nota
fiscal expõe, o qual é antecipado quando o contribuinte está na situação de ativo não regular.
Afirma que a mercadoria que originou a autuação condiz com perfeição com os produtos comercializados
pela empresa e, portanto, vai ser objeto de comercialização posterior.
Alega que apesar da agravada sustentar que a operação praticada não está sujeita a tributação, por se
tratar de mera transferência entre estabelecimentos do mesmo titular, o ICMS cobrado não guarda relação
com tal hipótese de não incidência.
Aduz que ao caso se aplica o artigo 127, II, do CTN, o qual assegura que os estabelecimentos são
autônomos entre si, incidindo, pois, o imposto na saída da mercadoria do estabelecimento remetente,
pouco importando o destinatário.
Diz que ao caso não se aplica a Súmula 166 do STJ e que o artigo 12 da LC 87/96 não faz distinção
quanto a natureza da operação autorizando o imposto em qualquer hipótese.
Éo relatório necessário.
Recentemente o STF julgou improcedente a ADC n.º 49 a qual questionava justamente o tema objeto do
presente recurso e declarou a inconstitucionalidade do artigo 12 da LC 87/96 utilizada como fundamento
neste agravo para afastar a decisão impugnada. Veja-se:
Desse modo, não vislumbro o fumus boni iuris necessário à concessão da liminar.
Belém,
Desembargador Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Apelação Cível interposta pelo Estado do Pará em face de sentença que deu parcial
procedência aos pedidos do autor/apelado para condenar o ente público ao pagamento de adicional de
interiorização.
O apelante requer o provimento do recurso, para reformar a sentença no sentido de rejeitar totalmente os
pedidos da ação.
É o relatório. Decido Monocraticamente com base no Art. 932, VIII do CPC c/c art. 133, XII, d do
Regimento Interno deste E. TJPA.
O pagamento do Adicional de Interiorização aos policiais militares estava previsto no art. 48, IV, da
Constituição do Estado do Pará e na Lei Estadual nº 5.652/1991.
Entretanto, esse dispositivo foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6.321, tendo sido
julgada procedente pelo Supremo Tribunal Federal.
Sendo assim, não subsiste mais razão jurídica para que o presente feito tenha seu curso sobrestado,
razão pela qual deve prosseguir.
Nesse sentido, verifico, da análise dos autos, que a sentença é contrária ao entendimento consagrado
pelo Supremo Tribunal Federal na referida ADI nº 6.321. Veja-se a ementa do julgado:
Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento monocraticamente, com base no art. 932,
VIII do CPC c/c art. 133, XII, d do Regimento Interno deste E. TJPA, para reformar a sentença e julgar
improcedente o pedido de pagamento de adicional de interiorização.
Inverto os ônus da sucumbência, de modo que condeno o apelado ao pagamento das custas do processo
e honorários de sucumbência no importe de 20% sobre o valor da causa.
No entanto, por ser o apelado beneficiário da justiça gratuita, suspendo a exigibilidade dessa condenação,
enquanto presente a sua condição de hipossuficiência observado o prazo prescricional de cinco anos, nos
termos do artigo 98, parágrafo 3º do Código de Processo Civil.
Advirto ainda às partes, que caso haja interposição do recurso de Agravo Interno e, este venha a ser
declarado manifestamente improcedente, em votação unânime pelo Órgão Colegiado, haverá a incidência
da aplicação de multa, nos termos do §2º do art. 1021 do CPC.
Belém,
Desembargador Relator
PROCESSO Nº 0802097-18.2021.8.14.0040
COMARCA: BELéM
DECISÃO
Preenchidos os requisitos de admissibilidade, recebo o apelo no duplo efeito com fundamento no artigo
1012 do CPC/15.
Remetam-se os autos ao Ministério Público de Segundo Grau, para exame e parecer, na condição de
custos legis.
RELATOR
PROCESSO Nº 0801878-05.2021.8.14.0040
COMARCA: BELéM
DECISÃO
Preenchidos os requisitos de admissibilidade, recebo o apelo no duplo efeito com fundamento no artigo
1012 do CPC/15.
Remetam-se os autos ao Ministério Público de Segundo Grau, para exame e parecer, na condição de
custos legis.
RELATOR
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO (Id. Num. 5681743), interposto por SÃO PEDRO
215
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS LTDA, inconformada com a decisão interlocutória (Id. Num. 28454712),
proferida pelo Juiz Vara Única da Comarca de Dom Eliseu/PA., nos autos da Ação de Embargos de
Terceiros, processo originário n.º 0800115-59.2021.8.14.0107, que deferiu em favor das Empresas
Agravadas PRODUTECNICA NORDESTE COMÉRCIO DE INSUMOS AGRÍCOLAS LTDA e
PRODUTECNICA NORTE COMÉRCIO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS LTDA, Liminar de
REINTEGRAÇÃO DE POSSE, de 1.848 (mil, oitocentos e quarenta e oito) sacas de soja que se
encontram em poder da empresa embargada ora agravante.
Pontuou o magistrado, que diante da concessão da medida cautelar, decidiu ainda, que ficaria vedada a
comercialização da mercadoria por parte da embargante/agravada, sob pena de multa no importe de R$
100,00 (cem reais) por cada saca de soja alienada.
Insatisfeita com a decisão interlocutória (Id. Num. 5681743), de 1º Grau, a empresa SÃO PEDRO
COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS LTDA, interpôs o presente recurso de agravo de instrumento com
pedido de efeito suspensivo.
Sustentou a agravante, que no caso, falta a comprovação de que a soja que lhe foi entregue, pertencia as
Empresas Agravadas.
Aduziu, que ao contrário do que acreditam as Agravadas, não é de sua propriedade toda a soja produzida
na área de 218 Há, da Fazenda Petrolina, e que em momento algum foi realizado, penhor pignoratício de
1º grau, de totalidade da produção advinda da referida área rural. Portanto, as 1.848 (mil, oitocentos e
quarenta e oito) sacas de soja, estão livres e desembaraçados de quaisquer ônus, podendo ser
negociadas como bem entender.
Afirmou ainda a agravante, que a soja produzida pelo Executado José Ivan é suficiente para adimplir as
suas obrigações assumidas, tanto com o Embargante (Agravada), como as obrigações com o Embargada
(Agravante), fato este declarado pelo próprio Executado/devedor de ambas as empresas litigantes.
Com esses argumentos, finalizou a agravante SÃO PEDRO COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS LTDA,
ponderando que estando livre de qualquer ônus as 1.848 (mil, oitocentos e quarenta e oito) sacas de soja,
deve ser revogada a r. decisão a quo, para ordenar a devolução da soja objeto da contenda, para a
empresa agravante até que seja julgado em definitivo a demanda.
Conforme o artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, recebido o agravo de instrumento no
Tribunal, poderá o Relator “atribuir efeito suspensivo ao recurso, ou deferir, em antecipação de tutela, total
ou parcialmente, a pretensão”.
No caso, não identifico por ora, a menor probabilidade de concessão de efeito excepcional postulado.
Pois bem! após analisar a querela vertente, entendo que o pedido formulado pelo agravante deve ser
indeferido, uma vez que, ao contrário do veiculado na minuta recursal, não constato, em um exame de
cognição perfunctória, ou seja, em um juízo de probabilidades, a evidência de equívoco na decisão
agravada, considerando que a parte recorrente não logrou demonstrar, a manifesta ilegalidade ou
teratologia da decisão impugnada, improcedendo por tanto, o inconformismo.
A propósito, na decisão combatida, verifico que o Togado Singular optou, pela prudência, moderação,
equilíbrio, e porque não dizer cautela. Tanto é assim, que ao deferir a Medida Liminar de
REINTEGRAÇÃO DE POSSE, de 1.848 (mil, oitocentos e quarenta e oito) sacas de soja que se
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
encontram em poder da empresa embargada ora agravante às empresas embargantes ora agravadas,
determinou, ao me ver, a providência mais importante, proibiu a comercialização das sacas de soja por
parte da embargante/agravada, fixando pena de multa no importe de R$100,00 (cem reais) por cada
saca alienada em desrespeito à presente decisão. Tais medidas, resguardam o direito das partes em litígio
e evitam prejuízos futuros.
O poder geral de cautela, nada mais é que um instrumento para a garantia da efetividade processual, valor
este que foi constitucionalmente consagrado, e que é o fim maior do processo em si.
Énesse cenário que vêm à tona os deveres de prevenção e precaução, que, ao ingressarem no
ordenamento jurídico, ganham força de verdadeiros princípios que servem como mecanismos para
contrabalançar e afastar, na medida do possível e do desejável, os riscos inerentes a querela.
Noutro viés, penso que não se torna ocioso pontuar que, a concessão do efeito suspensivo ao recurso, é
preciso o preenchimento dos requisitos do art. 995, parágrafo único, do NCPC.
“Parágrafo único - A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da
imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.”
E assim sendo, com a proibição de comercializar as sacas por parte da embargante/agravante, ficou
afastado o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Nesse contexto, frente ao deduzido, deixo para reavaliar o pedido recursal, para o momento do exame de
cognição exauriente, e pronunciamento definitivo pela 1ª Turma de Direito Privado -TJPA, ocasião em que
este relator, já irá dispor de maiores esclarecimentos sobre a questão, pois, certamente já estarão
acostadas aos autos as informações encaminhadas pelo juízo de origem, assim como a manifestação da
parte agravada, descrevendo os fatos com suficientes especificidades.
Diante disso, in casu, pelos fatos e fundamentos expostos, INDEFIRO o pleiteado recursal.
Intimem-se as empresas agravadas, desta decisão, para, querendo, responder aos termos do recurso,
facultando-lhes juntar a documentação que entender necessária ao seu julgamento (art. 1.019, II, do
CPC/2015).
RELATOR
COMARCA DE ULIANÓPOLIS/PA
1. Não existindo um critério objetivo e matemático para o arbitramento de dano moral, cabe ao
magistrado a tarefa de decidir qual a justa e razoável recompensa pelo dano sofrido, em acordo com
os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e com a jurisprudência.
2. No caso, o valor indevidamente descontado não supera a quantia de R$200,00 (duzentos reais); a
autora demorou quase dois anos entre o primeiro desconto na conta e o ajuizamento da ação, o que
evidencia falta de zelo da autora em mitigar o seu prejuízo; e ainda, existem outras ações com as
com as mesmas caraterísticas e mesmas partes, inviabilizando ao Julgador ter uma visão do todo,
de modo que o valor de R$2.000,00 (dois mil reais) a título de dano moral não é irrisório.
3. A restituição em dobro do indébito (parágrafo único do artigo 42 do CDC) independe da natureza do
elemento volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido, revelando-se cabível quando a cobrança
indevida consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva. Tese fixada pela Corte Especial do
Superior Tribunal de Justiça que se aplica ao caso concreto.
4. A fixação da verba honorária deve ser condizente com a atuação do advogado e a natureza da
causa, remunerando de forma adequada o labor profissional, sem impor carga onerosa ao vencido,
mas também sem apequenar o trabalho desenvolvido pelo causídico. In casu, considerando o grau
de complexidade da causa e o tempo de tramitação da demanda, andou bem a sentença quando
fixou em 10% sobre o valor da condenação (CPC, art. 85, estando dentro dos parâmetros adotados
por esta Corte em casos semelhantes.
5. Recurso conhecido e parcialmente provido monocraticamente, nos termos do art. 932 do CPC/2015
c/c o art. 133, XII, “d”, do RITJE/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por MARIA MATEUS LIMA, em face da r. sentença
proferida pelo Juízo de Direito da Vara Cível da Comarca de Ulianópolis/PA., nos autos da Ação
Declaratória de Inexistência de Débito c/c com Reparação de Danos Materiais e Morais movida em
desfavor de PREVIPLAN CLUBE.
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Constam dos autos que a apelante ingressou com a presente ação, devido não ter nenhum vínculo
contratual com o apelado capaz de permitir os descontos que o recorrido estava realizando no seu
benefício.
Após regular trâmite processual sobreveio a sentença que julgou parcialmente procedente o pedido
exordial para condenar o requerido a efetuar a compensação pecuniária a título de danos morais no
montante de R$2.000,00 (dois mil reais); restituição simples dos valores descontados indevidamente e
honorários sucumbenciais em 10% do valor da condenação.
Pugna, ainda, pela majoração dos honorários advocatícios fixados em 10% para 20%, nos termos do art.
85, § 2º do CPC.
Contrarrazões ofertadas no Id. Num. 5594002, a parte apelada sustenta que não há qualquer
proporcionalidade ou razoabilidade no pleito da apelante, pois, os descontos que ocorreram em sua conta
forma mínimos, uma vez que somente foi debitado na conta da apelante a quantia de R$ 171,80 (cento e
setenta e um reais e oitenta centavos), no ano de 2017, cujo desconto foi realizado diante da Cessão de
direitos e obrigações estabelecida entre o Banco Pan e a Entidade Previplan Clube, tendo em vista que a
autora contratou um empréstimo bancário com a instituição financeira e não quitou. Com isto, o Banco Pan
cedeu a Previplan a obrigação da cobrança das parcelas inadimplentes, por possuir convênio com o
Banco Bradesco para poder realizar os débitos e repassá-los ao Banco Pan.
Aduz, ainda, que em nenhum momento, nos autos da ação a autora demonstrou o efetivo dano moral que
sofreu, não evidenciou o abalo que o desconto no valor de R$171,80 causou em sua moral.
Desse modo, entende que a sentença deve ser mantida em todos os seus termos.
É o breve relatório.
Decido.
Estando a autora dispensada do recolhimento das custas do preparo recursal, em razão de ser
beneficiária da justiça gratuita (Id. 5593991), e preenchidos os demais pressupostos de admissibilidade,
conheço do recurso e passo à sua análise.
Cinge-se a controvérsia recursal acerca do valor arbitrado a título de indenização por danos morais; o
pedido de restituição em dobro da quantia descontada; e o requerimento de majoração dos honorários
advocatícios sucumbenciais.
Pois bem!
Analisando os autos, verifico que merece ser acolhido parcialmente o recurso da apelante, tão somente no
que se refere ao pedido de restituição em dobro da parcela descontada indevidamente.
Primeiramente a apelante insurge-se em relação ao quantum fixado para a condenação à título de danos
materiais, por entender que este mostra-se irrisório, de modo que pugna pela majoração do valor de
R$2.000,00 (dois mil reais) para R$10.000,00 (dez mil reais).
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Com efeito, a indenização por dano moral deve observar o caráter punitivo-pedagógico do Direito. Isso
porque visa fortalecer pontos como a prudência, o respeito e o zelo, por parte do ofensor, uma vez que se
baseia nos princípios da dignidade humana e na garantia dos direitos fundamentais. Além disso, objetiva
combater impunidade, uma vez que expõe ao corpo social, todo o fato ocorrido e as medidas tomadas em
resposta às práticas abusivas.
Também cabe assinalar que a indenização deve observar aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, para ser arbitrada com moderação, a fim de evitar o enriquecimento sem causa. O valor da
indenização pelos danos morais deve ser capaz de reparar a dor sofrida pelo ofendido, de compensá-lo
pelo sofrimento suportado em razão da conduta inadequada do agressor.
“No tocante ao dano moral, tenho que resta configurado in re ipsa, e, portanto, dispensa comprovação
acerca da real experimentação do prejuízo não patrimonial por parte de quem o alega, bastando, para
tanto, que se demonstre a ocorrência do fato ilegal, o que, na situação em exame, ultrapassa o limite do
aborrecimento e dispensa a prova do sofrimento experimentado.
Isto porque, desconto indevidamente na conta corrente certamente fere direito da personalidade, já que se
trata de verba alimentar.
Neste sentido, com base nos vetores que devem nortear a fixação do quantum de indenização por danos
morais (extensão do dano, intensidade de culpa do agente, capacidade econômica das partes, cunho
punitivo e pedagógico, razoabilidade, vedação ao enriquecimento sem causa), reputo justa e adequada à
compensação da parte autora na quantia equivalente ao total R$ 2.000,00 (três – SIC- mil reais).
Entendi por bem em fixar esse valor em R$2.000,00 (dois mil reais). Cheguei a tal valor, primeiro porque
os débitos não superaram o valor de R$200,00 (duzentos reais). Segundo, porque demoraram quase dois
anos entre o primeiro desconto na conta e o ajuizamento da ação, o que
Além disso, ao consultar o sistema PJE, verifiquei que a Requerida tem diversas ações com as mesmas
caraterísticas. Essa quantidade de ações inviabiliza ao Julgador ter uma visão do todo, de modo que o
valor de R$2.000,00 (dois mil reais) não é irrisório.”
Como se pode observar, de fato, plenamente impossível, no caso concreto, a majoração do quantum
indenizatório, pois este deve ser fixado de acordo com os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, guardando proporção com a ofensa praticada, sem representar qualquer enriquecimento
indevido, ainda mais tendo em conta a possibilidade de propositura de outras ações equivalentes.
Com relação à irresignação quanto ter sido estabelecido a forma simples para repetição do indébito,
merece acolhimento o inconformismo. Digo isso porque a devolução em dobro do valor cobrado
indevidamente do consumidor não depende da comprovação da má-fé do fornecedor de serviços, quando
a sua conduta for contrária à boa-fé objetiva, como ocorreu no caso em comento em que o banco não
garantiu a segurança que se espera das instituições financeiras.
Este foi o entendimento adotado recentemente pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, que
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Ante essas considerações, entendo devida a repetição em dobro do indébito, devendo ser reformada a
sentença neste ponto.
(4802513, 4802513, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Privado, Julgado em 2021-03-29, Publicado em 2021-03-29)
Em relação ao pedido de majoração da verba honorária sucumbencial, sem razão a parte apelante.
Com efeito, a fixação da verba honorária deve ser condizente com a atuação do advogado e a natureza da
causa, remunerando de forma adequada o labor profissional, sem impor carga onerosa ao vencido, mas
também sem apequenar o trabalho desenvolvido pelo causídico.
Ante o exposto, conheço do recurso e DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, com fulcro no art. 932, do CPC
c/c 133, XII, “d”, do Regimento Interno deste E. Tribunal de Justiça, para reformar a sentença, nos termos
da fundamentação.
RELATOR
[1] EAREsp 676.608 (paradigma), EAREsp 664.888, EAREsp 600.663, EREsp 1.413.542, EAREsp
676.608, EAREsp 622.697
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COMARCA DE PARAUAPEBAS/PA
1. O interesse processual está presente quando a parte necessita recorrer ao Poder Judiciário para obter o
resultado útil pretendido, o que configura o binômio necessidade/utilidade.
2. Inaplicável os incisos VI, do art. 485, do CPC/2015, ao fundamento de ausência de interesse recursal,
quando se tratar de não promoção de atos ou diligências que incumbirem ao autor, abandonando a causa
por mais de 30 (trinta) dias.
3. Incide ao caso o abandono da causa, previsto no art. 485, inciso III, do NCPC, na qual se exige,
conforme § 1º do citado artigo, prévia intimação pessoal da parte, para que o feito seja declarado extinto,
de acordo com a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça.
4. Com fundamento no 932, inciso V, letra “a”, do CPC/2015 c/c art. 133, XII, “d”, do RITJPA, dou
provimento ao recurso., por estar a decisão recorrida em manifesto confronto com jurisprudência pacífica
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DECISÃO MONOCRÁTICA
Na origem, a apelante ajuizou Ação de Busca e Apreensão com fulcro no Decreto-Lei 911/69, em
decorrência do inadimplemento do financiado, bem como demonstrou a sua constituição em mora.
Devidamente preenchidos os requisitos a medida liminar foi concedida (ID n. 20837017), contudo,
sobreveio certidão negativa de cumprimento do mandado de busca e apreensão.
Intimada para dar andamento ao feito, a parte autora requereu a inclusão de restrição via RENAJUD, no
entanto, a douta magistrada determinou que fosse promovido meios para efetivar a execução da medida
liminar no prazo de 5 dias sob pena de extinção.
Após o decurso do prazo, sobreveio sentença de extinção, com fulcro no art. 485, VI do Código de
Processo Civil.
Irresignada, a parte autora interpôs o presente recurso de apelação (Id. Num.5647717), alegando que, no
caso dos autos, o feito deveria ter sido extinto com fulcro no inciso III do art. 485 do CPC, e não na
hipótese do inciso VI do referido artigo, que se refere a extinção do feito quando ausentes os pressupostos
de legitimidade ou de interesse processual.
Nesse sentido, sustenta que o não recolhimento das custas referentes a diligência do oficial de justiça
deriva do abandono do processo, de modo que necessitaria que a parte recorrente fosse intimada
pessoalmente para em 05 (cinco) dias suprir a falta, e não sendo cumprido o comando judicial estará o
julgador autorizado a proceder a extinção do feito, nos termos do art. 485, III, § 1º, do CPC.
Recurso tempestivo e sem o oferecimento de contrarrazões, tendo em vista que ainda não houve a citação
do réu.
DECIDO.
Ab intitio, considero que o recurso pode ser julgado sem a intimação do apelado para oferecimento de
contrarrazões, sem ofensa ao princípio do contraditório, pois, na espécie, a referida intimação mostra-se
dispensável, uma vez que a decisão recorrida foi proferida antes da citação do réu, quando ainda não
estabelecida a relação processual. Nesse sentido, o STJ já assim decidiu:
2. Ademais, nos termos do inciso III do artigo 68 da Lei do Inquilinato, "sem prejuízo da contestação e até
a audiência, o réu poderá pedir seja revisto o aluguel provisório, fornecendo elementos para tanto".
(AgInt no AREsp 725.287/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
14/03/2017, DJe 20/03/2017)
1. Se a relação processual ainda não restou estabelecida, não há necessidade de intimação da parte
adversa para oferecimento das contrarrazões nos autos do agravo de instrumento em que se examina
pedido de assistência judiciária gratuita.
(AgRg no AREsp 326.373/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
08/05/2018, DJe 15/05/2018)
Portanto, conheço do recurso do recurso de apelação, uma vez que presentes que se fazem os requisitos
de admissibilidade.
In casu, vislumbro que o processo foi extinto sem resolução de mérito com fundamento nos art. 485, inciso
VI do CPC/2015, equivocadamente, quando deveria ser por abandono da causa, já que o autor deixou fluir
o prazo sem ter promovido atos e as diligências que lhe incumbia, conforme determinação do juízo.
Nesse caso, o § 1° do art. 485 do NCPC impõe a necessidade de intimação pessoal prévia, antes da
extinção do processo.
1. O não pagamento de custas referentes às diligências do Oficial de Justiça não configuram causa de
extinção do processo por ausência de interesse processual.
2. A não promoção dos atos e diligências determinadas pelo juízo configura causa de extinção sem
resolução do mérito por abandono, nos termos do art. 485, III, do CPC/15.
3. Ademais, contata-se que o recorrente apresentou manifestação pugnando pela realização de citação
por carta com aviso de recebimento ou, por hora certa, o que foi solenemente ignorado pelo magistrado de
piso que resolveu diretamente extinguir o feito.
4. A extinção pelos motivos do art. 485, III, do CPC/15, deve ser precedida de intimação pessoal do autor
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para suprir a falta em 5 (cinco) dias, conforme disposição expressa do parágrafo primeiro.
(3770457, 3770457, Rel. EDINEA OLIVEIRA TAVARES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2020-08-25, Publicado em 2020-10-06)
(3552592, 3552592, Rel. GLEIDE PEREIRA DE MOURA, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2020-08-18, Publicado em 2020-08-26)
(4737968, 4737968, Rel. LEONARDO DE NORONHA TAVARES, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Privado, Julgado em 2021-03-08, Publicado em 2021-03-19)
Logo, deverá ser realizada a intimação pessoal da requerente, ora apelante, para praticar ato necessário
ao andamento do feito, conforme dispõe o art. 485, § 1º, do NCPC.
Nesse sentido, compulsando os autos, vislumbro não ter ocorrido a intimação pessoal do demandante tal
como determina a legislação processual civil em vigor, encontrando-se, assim, nula a sentença proferida
pelo magistrado de origem que não atendeu à exigência do dispositivo acima mencionado.
Ante o exposto, a teor do art. 932 c/c o art. 133, XII, “d”, do RITJE/PA, monocraticamente, conheço do
recurso e lhe dou provimento, nos termos da fundamentação.
RELATOR
COMARCA DE BELÉM/PA
1. A gratuidade de justiça, tutelada pela Constituição Federal e normatizada pelo atual Código de Processo
Civil, visa garantir que aqueles que não possuam condições de arcar com as custas e as despesas
processuais, sem prejuízo ao próprio sustento, não tenham obstado o acesso à Justiça.
2. O benefício, outrossim, deve ser concedido a todo aquele que comprovar tal necessidade, nos moldes
do art. 5º, LXXIV, da CF e do art. 99, § 2º, do CPC/2015.
3. Hipóteses dos autos em que os documentos acostados não são capazes de demonstrar a alegada
impossibilidade de pagamento das despesas processuais. Confirmação da decisão que indeferiu a AJG.
4. Recurso de Agravo de Instrumento conhecido, mas desprovido, monocraticamente, com fulcro no art.
932, IV c/c art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de tutela provisória recursal, interposto por
MARCELO CAMPELO DE ARAÚJO E SOUSA, contra decisão interlocutória prolatada pelo Juiz de Direito
da 10ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém, nos autos da Ação de Alvará Judicial (Processo nº
0875677-11.2020.8.14.0301).
Na decisão combatida, razão do inconformismo, o Juízo Singular analisou apenas o pedido referente à
gratuidade de justiça, determinando o recolhimento das custas processuais em virtude de o autor, embora
regularmente intimado, deixou de juntar qualquer documento que amparasse a alegação de
hipossuficiência, acostando aos autos apenas as certidões de nascimento de seus três filhos para
demonstrar que não pode ter outros custos além do sustento da família.
Em suas razões, alegou que é ministro evangélico e que o salário recebido pela igreja se assemelha a
uma ajuda de custo, porquanto o ministério de pastor seria voluntário, consolidado em uma crença.
Ponderou o momento da pandemia ocasionada pelo covid-19, que teria despertado o alerta da precaução
financeira, principalmente para um pai de família que possui a incumbência de criar e alimentar três
rebentos, menores impúberes.
Discorreu acerca dos artigos 98, 99 e 105 do CPC, acerca da possibilidade da declaração de
hipossuficiência e que somente pode ser desconstituída de ofício pelo próprio magistrado caso houvesse
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Requereu, subsidiariamente, para que seja autorizado o pagamento ao final ou o desconto percentual e o
parcelamento das custas judiciais, conforme requerido ao MM juízo singular.
Ao final, pugnou pela concessão da tutela provisória recursal e, no mérito, pelo provimento do recurso.
Sem contrarrazões.
DECIDO.
O agravo de instrumento atacou decisão judicial que indeferiu a gratuidade de justiça postulada na
origem. Portanto cabe, em sede de cognição exauriente, a análise única da presença ou não de indícios
de que poderá ou não o agravante fazer jus às benesses da gratuidade de justiça.
Com efeito, a gratuidade de justiça, tutelada pela Constituição Federal e agora normatizada pelo
CPC/2015, visa a garantir que aqueles que não possuam condições de arcar com as custas e despesas
processuais, sem prejuízo do próprio sustento, não tenham obstado o acesso à Justiça.
1. Na forma do disposto no art. 99, §3º, do CPC/2015, presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural, sendo que, na forma do §2º do mesmo dispositivo, o
magistrado pode indeferir o pedido caso constate nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade.
2. Considerando que não cabe ao STJ a análise do conteúdo fático-probatório dos autos para determinar a
real condição econômica do particular e que o Estado de Alagoas não apresentou, oportunamente,
impugnação às alegações daquele, a concessão do benefício é medida que se impõe.
(AgInt nos EDcl no AREsp 1637701/AL, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 07/12/2020, DJe 11/12/2020)
1. A via mandamental se mostra incabível quando o ato judicial questionado for passível de impugnação
por recurso adequado, sobretudo se a atribuição de efeito suspensivo for possível, visto que o writ não
pode ser utilizado como sucedâneo de recurso próprio (art. 5º, II, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº
267/STF).
2. Não há deficiência de fundamentação quando os demais julgadores de órgão colegiado apenas aderem
integralmente aos fundamentos do voto do relator, sem acrescentar nova motivação, não existindo,
portanto, prejuízo algum às partes na eventual falta de juntada desses votos escritos. No caso concreto,
houve o registro da posição de cada um na ata de julgamento, dotada de fé pública.
3. Não prospera o pedido de concessão de justiça gratuita se a parte postulante não demonstra
concretamente ser hipossuficiente, gozando a afirmação de pobreza de presunção relativa de veracidade.
(AgInt no RMS 64.028/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 07/12/2020, DJe 17/12/2020)
1. De acordo com entendimento firmado nesta Corte, a declaração de pobreza, com o intuito de obter os
benefícios da assistência judiciária gratuita, goza de presunção relativa.
2. Tendo o Tribunal de origem entendido que os ora agravantes não teriam comprovado a sua
hipossuficiência, a revisão da convicção formada demandaria o reexame de fatos e provas, providência
vedada na via eleita, ante a incidência do enunciado n. 7 da Súmula do STJ.
(AgInt no AREsp 1739388/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 01/03/2021, DJe 12/03/2021)
No mesmo sentido a súmula 06 desta Corte, alterada em 27/07/2016, em conformidade com o disposto no
Código de Processo Civil vigente:
Assim, os elementos constantes dos autos não são suficientes para demonstrar a fragilidade financeira
alegada pela agravante e a impossibilidade de financiar a lide sem prejuízo da sua subsistência.
Desde o primeiro exame, considerando os fatos articulados, pontuei o recorrente juntou aos autos
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originários apenas a certidão de óbito de sua mãe, o comprovante de rendimentos dela como beneficiária
de pensão, cartão da caixa econômica também de sua genitora, comprovante de residência, carteira de
identidade e as certidões de nascimento dos seus três filhos; e, em sede recursal, extratos bancários de
movimentação da conta, sem, contudo, conter qualquer informação acerca do saldo da conta. Também
não foi colacionado ao presente recurso nem aos autos originários qualquer documento que comprovasse
os rendimentos do agravante, o que fez carecer a probabilidade de seu direito.
Logo, a parte não logrou êxito em demonstrar que suas despesas mensais efetivamente comprometam a
integralidade de sua renda.
Desse modo, ainda que o agravante assevere ser potencialmente lesiva a decisão de primeiro grau,
tentando revertê-la, por meio de alegações insuficientes, incompletas e inábeis a que se propõe.
Cabe ressaltar que não bastam apenas argumentos desprovidos de qualquer indicação concreta, sendo
necessário que a declaração de pobreza seja corroborada com prova precisa nos autos, uma vez que o
direito vive de provas e a prestação jurisdicional nelas se acomoda.
Dito isso, não convém a reforma da decisão combatida, por entender que o Togado Singular consignou de
forma clara, precisa e suficiente as razões de seu convencimento, ou seja, que a exordial e os documentos
acostados aos autos não lograram êxito em comprovar a alegada hipossuficiência financeira.
Dada à importância da matéria em exame e a ideia ora sustentada, convém repetir com outros termos os
argumentos expendidos a respeito do tema: devemos atentar para o fato de que a assistência judiciária é
fornecida apenas aqueles cujos recursos financeiros não forem suficientes para propiciar um acesso
efetivo ao Poder Judiciário.
Ante o exposto, monocraticamente, conheço do recurso, mas lhe nego provimento, nos termos da
fundamentação, com fulcro no art. 932, IV c/c art. 133, XI, “d”, do RITJE/PA.
RELATOR
COMARCA DE MARABÁ/PA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por HSBC BANK BRASIL S/A – BANCO MÚLTIPLO,
em face da sentença proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível e Empresarial de Marabá (ID n. 5424499) que,
nos autos da Ação de Execução, ajuizada em desfavor de RANIERI DE CARVALHO SILVA, julgou extinto
o processo sem resolução de mérito, com base no art. 485, IV, do CPC/2015.
Alegou que não houve publicação intimando o patrono do apelante para dar prosseguimento ao feito,
apesar de devidamente constituído nos autos, o que implicaria em nulidade.
Aduziu que somente após o não cumprimento pelo causídico da diligência, caberia a intimação pessoal da
parte.
Sustentou que não seria suficiente a intimação da parte, sendo necessário que houvesse também a
intimação do advogado para que se manifestasse sob pena de extinção do feito.
Insurge-se o apelante contra a sentença prolatada pelo Juízo de 1º grau, que extinguiu a ação, sem
resolução de mérito, nos termos do art. 485, IV, do CPC/2015, por não ter a parte promovido os atos de
diligência necessários à constituição da relação processual.
Com efeito, o autor/apelante requereu a suspensão do feito pelo prazo de 60 (sessenta) dias, para que
pudesse diligenciar para indicação de novo endereço do réu para que fosse citado (Id. 5424498 – fl. 52), o
que fora deferido pelo juízo de origem (Id. 5424498 – fl. 53).
Considerando que não houve qualquer manifestação do autor no decorrer do prazo, conforme certidão de
Id. 5427798 – fl. 55, o juízo a quo ainda determinou que a parte autora de manifestasse no
prosseguimento do feito, sob pena de extinção (Id. 5424498 – fl. 56).
A intimação foi devidamente publicada no diário oficial (Id. 5424498 – fl. 57).
Novamente, o autor quedou-se inerte, não apresentando qualquer manifestação, consoante certidão de Id.
230
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ésabido que a citação ou intimação válida do devedor, esta última na fase de cumprimento de sentença, é
um requisito de validade processual intrínseco, por meio da qual se completa a estrutura tríplice da relação
jurídica processual; portanto, constitui pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo e sua
ausência autoriza a extinção do feito sem resolução do mérito, sendo prescindível a intimação pessoal do
autor para suprir a falta, já que não se trata de hipótese descrita no § 1° do art. 485 do CPC/2015.
Nessa linha de entendimento, cito julgados do Tribunal da Cidadania, bem como dos Tribunais Pátrios,
senão vejamos:
...
De feito, o desfecho que melhor se adequa à hipótese examinada é a extinção do processo sem
resolução de mérito por ausência de pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo (art. 485, inc. IV, do CPC), já que o apelante deixou de atender o comando
judicial de retirar e protocolar a carta precatória, ato indispensável a citação da apelada. O que se
vislumbra, na hipótese, é negligência na condução do processo e não desinteresse do credor por
suposto pagamento que, in casu, não pode ser presumido (inclusive, o apelante aduziu
expressamente que ainda tem interesse em perseguir o crédito que alega fazer jus). Por outro lado,
afigura-se desnecessária a intimação pessoal do recorrente para o cumprimento da r. decisão de
fls. 215 (retirada da carta precatória), eis que a extinção do feito não se deu por abandono (art. 485,
incs. II e III, do CPC) mas por ausência de pressuposto indispensável, qual seja, promover atos
visando a citação da executada e o desenvolvimento válido da relação jurídica processual.
Considerando a moldura fática delineada pelo Tribunal de origem, não houve violação ao princípio
da não surpresa, bem como, verifico que o acórdão recorrido se encontra em harmonia com a
jurisprudência pacífica deste Superior Tribunal de Justiça, como se depreende dos seguintes
precedentes: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA.
INÉRCIA DA PARTE PARA PROMOVER A CITAÇÃO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO. DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL. ART. 485, IV, DO CPC/2015. AGRAVO
INTERNO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte possui entendimento no sentido de ser
desnecessária a intimação pessoal da parte autora para extinção do feito sem resolução do mérito,
com amparo no art. 485, IV, do CPC/2015. 2. A intimação pessoal da parte é exigida nos casos de
extinção do feito por abandono (art. 485, § 1º do CPC/2015). Hipótese diversa da dos autos, em que
a parte autora não procedeu as medidas necessárias para a citação, não obstante ter sido intimada
para tanto. 3. Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 1480641/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe 23/8/2019) AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. FALTA DE CITAÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DE MÉRITO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E
DESENVOLVIMENTO REGULAR E VÁLIDO DA LIDE. INTIMAÇÃO PESSOAL. DESCABIMENTO.
AGRAVO DESPROVIDO. 1. A falta de citação do réu configura ausência de pressuposto de validade
da relação processual, ensejando sua extinção sem exame de mérito, prescindindo da intimação
prévia do autor. Precedentes. 2. Agravo interno ao qual se nega provimento. (AgInt no REsp
1737948/RO, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª
REGIÃO), QUARTA TURMA, DJe 26/9/2018) 3. Ademais , contrariar a conclusão da Corte de origem
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
1. A falta de citação do réu, embora transcorridos cinco anos do ajuizamento da demanda, configura
ausência de pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo, ensejando sua extinção sem
exame do mérito, hipótese que prescinde de prévia intimação pessoal do autor.
(AgRg no REsp 1.302.160/DF, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Terceira Turma, j. 4/2/2016,
DJe 18/2/2016)
(3181067, 3181067, Rel. MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito
Privado, Julgado em 2020-06-01, Publicado em 2020-06-09)
quase 10 anos após a propositura do feito, sem sequer haver a citação do Réu. O Juízo “a quo” prolatou
sentença extinguindo o feito sem resolução do mérito com base no artigo 485, VI do CPC, por entender
estar demonstrada a perda do interesse processual do Autor. 2. Exigência de prévia intimação pessoal
apenas nos casos do art. 485, II e III do CPC. Feito extinto com base no inciso VI do referido dispositivo,
portanto desnecessária tal formalidade. 3. Recurso conhecido e desprovido, à unanimidade.”
(4813704, 4813704, Rel. RICARDO FERREIRA NUNES, Órgão Julgador 2ª Turma de Direito Privado,
Julgado em 2021-03-23, Publicado em 2021-03-30)
Ante o exposto, a teor do art. 932, IV, do CPC c/c art. 133, XI, “d”, do Regimento Interno deste Tribunal,
nego provimento ao recurso por estar em confronto com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
RELATOR
AGRAVADO: P. R. B. G.
Vistos, etc.
Na decisão agravada (ID. 5899499), deferiu o juízo primevo o pedido de tutela de urgência pleiteado, para
determinar que a operadora de plano de saúde, ora agravante, forneça ao infante autor/agravado, o
tratamento médico prescrito pelo profissional de saúde, por meio do “Método Therasuit”, sob pena de
multa diária de R$2.000,00 (dois mil reais) limitada a R$100.000,00 (cem mil reais), em caso de
descumprimento.
233
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Inconformada, a requerida, ora agravante HAPVIDA ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDA, interpôs Agravo de
Instrumento (ID. 5899496).
Alega, em síntese, que a terapia pleiteada pelo autor/agravado, qual seja, “Método Therasuit”, além de não
possuir comprovação cientifica de sua eficácia, não possuiria cobertura obrigatória, visto que o referido
tratamento não estaria previsto no rol da ANS; que em observância ao mais consentâneo entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, o referido rol possuiria natureza taxativa; bem assim, que se eventualmente
seja mantida a determinação de fornecimento de tratamento, este deve ser concedido sob coparticipação.
Pleiteia, assim, pela concessão de efeito suspensivo, para sustar os efeitos da decisão agravada e, em
decisão definitiva seja dado provimento ao presente recurso para cassar a decisão interlocutória
testilhada.
É o sucinto relatório.
Decido.
Precipuamente, destaca-se, que o momento processual admite a análise não exauriente das questões
postas, sem maiores incursões sobre o mérito, de sorte que, cumpre analisar a existência dos requisitos
para a concessão do efeito ora pleiteado.
Noutra ponta, o Parágrafo único, do art. 995 do CPC/2015, estabelece que a eficácia das decisões poderá
ser suspensa por decisão do relator, se a imediata produção de seus efeitos apresentar risco de dano
grave, de difícil reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do presente recurso.
Nesta senda, o deferimento da tutela de urgência na hipótese de fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação exige a demonstração de dois requisitos indispensáveis, quais sejam, o próprio risco do
dano que pode ser enquadrado como periculum in mora, e a probabilidade do direito alegado, ou seja, o
fumus bonis iuris.
Com efeito, em exame perfunctório, verifica-se a pretensão da operadora do plano de saúde, ora
agravante, de obstar a cobertura do tratamento a parte agravada não se sustenta, visto que restringe
obrigações inerentes à natureza do contrato, além de frustrar a expectativa do contratante, que é a de ter
plena assistência à sua saúde quando dela precisar.
Noutra ponta, a ausência de previsão expressa do tratamento solicitado pelo agravado, qual seja, “Método
Therasuit”, no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não representa a exclusão tácita da
cobertura contratual, mormente, porque, o aludido rol não é taxativo, contendo apenas a referência para a
cobertura assistencial mínima obrigatória nos planos de saúde contratados no território nacional.
decisão combatida e, por conseguinte, a presença nesse momento dos requisitos autorizadores do efeito
suspensivo pleiteado.
Assim, entendo ausentes os requisitos para a concessão do efeito pretendido, razão pela qual INDEFIRO-
O, nos termos do art. 1.019, inciso I do Código de Processo Civil de 2015, ressalvando a possibilidade de
revisão da decisão na ocorrência de fatos novos.
DETERMINO que se intime a parte agravada, na forma prescrita pelo inciso II do art. 1.019 do citado
Diploma Processual.
DETERMINO ainda que posteriormente, encaminhe-se os autos a Douta Procuradoria de Justiça para
manifestação.
Ressalta-se que servirá a presente Decisão como Mandado, nos termos da Portaria n. 3731/2015-GP.
Publique-se e Intimem-se.
Desembargadora-Relatora
AGRAVANTE: A. V. V.
APELADO: L. V. V. E OUTROS
Vistos, etc.
Em petição de ID. 5638787, a patrona da agravada, ora peticionante, alegada que embora tenha pleiteado
sua habilitação no processo dentro do prazo de apresentação de contrarrazões, não teria conseguindo
acessar os autos através do Sistema PJE, em razão do seu status sigiloso, o que, teria impossibilitado
apresentação de contrarrazões.
Pugna, assim, por sua efetiva habilitação nos autos e, consequente visualização integral do processo, bem
assim pela devolução integral do prazo para apresentar contrarrazões ao Agravo de Instrumento.
É o breve resumo.
Decido.
Analisados os autos, verifico que a parte agravante interpôs o recurso em epígrafe, objetivando a reforma
de decisão interlocutória proferida pelo juízo de origem em sede de Ação de Reconhecimento de
Parentalidade Socioafetiva.
Recebido o recurso e constatada a inexistência de pedido liminar, foi determinada a intimação das partes
agravadas para a apresentação de contrarrazões, através de despacho publicado em Diário de Justiça no
dia 21/06/2021.
Ocorre que, não obstante as alegações da patrona da parte agravada, consoante certificado pela
respectiva Secretaria (Certidão de ID. 5732590), a habilitação da causídica foi efetivada, em 12/07/2021,
logo após o seu pedido de ingresso na lide e, dentro, ainda, do prazo legal para a apresentação das
contrarrazões.
Igualmente, certificou a Secretaria que o acesso aos autos foi disponibilizado a todos os advogados
habilitados no processo.
Desse modo, certificado que a habilitação da causídica ocorreu dentro do prazo de apresentação de
contrarrazões, bem assim a possibilidade de acesso desta aos autos, revela-se incabível o pleito de
devolução de prazo para a apresentação de contrarrazões.
Assim, INDEFIRO o pedido de devolução de prazo formulado pela parte agravada, nos termos da
fundamentação supra.
Publique-se e Intimem-se.
Desembargadora-Relatora
Nome: TAMARA FAGURY VIDEIRA SECCO LOPES OAB: 17304/PA Participação: ADVOGADO Nome:
FILIPE CHARONE TAVARES LOPES OAB: 12480/PA Participação: AUTORIDADE Nome: M. P. D. E. D.
P. Participação: PROCURADOR Nome: MARIA TERCIA AVILA BASTOS DOS SANTOS OAB: null
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
Faço público a quem interessar possa que, nos autos do processo de nº 0800462-59.2020.8.14.0000
foram opostos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, estando intimada, através deste ato, a parte interessada
para a apresentação de contrarrazões, em respeito ao disposto no §2º do artigo 1023 do novo Código de
Processo Civil.
PODER JUDICÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
No uso de suas atribuições legais, a UPJ das Turmas de Direito Público e Privado intima o interessado a,
querendo, oferecer contrarrazões ao Agravo Interno interposto nos presentes autos no prazo de 15
(quinze) dias, a teor do que estabelece o § 2º do art. 1.021 do Código de Processo Civil de 2015.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
Faço público a quem interessar possa que, nos autos do processo de nº 0806785-46.2021.8.14.0000
foram opostos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, estando intimada, através deste ato, a parte interessada
para a apresentação de contrarrazões, em respeito ao disposto no §2º do artigo 1023 do novo Código de
Processo Civil.
PODER JUDICÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
No uso de suas atribuições legais, a UPJ das Turmas de Direito Público e Privado intima o interessado a,
querendo, oferecer contrarrazões ao Agravo em Recurso Especial, interposto nos presentes autos no
prazo de 15 (quinze) dias, a teor do que estabelece o § 3º do art. 1.042 do Código de Processo Civil de
2015.
Vistos etc.
Tratam os presentes autos de Agravo de Instrumento interposto por ASSOCIAÇÃO ADVENTISTA NORTE
BRASILEIRA DE PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA À SAUDE inconformada com a decisão interlocutória
proferida pelo Juízo da 7ª Vara Cível de Belém que, nos autos do AÇÃO DE COBRANÇA e OBRIGAÇÃO
DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL n. 0830662-82.2021.8.14.0301, deferiu tutela de urgência para que a ré/agravante custeasse a
internação de ANDRÉ FELIPE BARROS GOMES em clínica para dependentes químicos pertencente à
sua rede conveniada ou, alternativamente, que arque com os custos de internação na Clínica Voo de
Liberdade (Num. 5585338).
Inconformada a ré recorre a esta instância pleiteando a concessão de efeito suspensivo para suspender os
efeitos da decisão agravada e, consequentemente, no mérito desobrigar a Agravante do custeio do
procedimento pretendido.
Éo relatório.
O recurso é cabível (art. 1015, inciso I do CPC), tempestivo e está acompanhado do respectivo preparo
(ID. Num. 5585342), pelo que, preenche os pressupostos de admissibilidade, conheço do presente Agravo
de Instrumento e passo a examinar o pedido de liminar.
Consabido que o relator, ao receber o agravo, poderá atribuir efeito suspensivo ou deferir, em antecipação
de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1019, I do CPC), desde que o seu cumprimento
possa gerar risco de dano e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, ou seja, os
clássicos requisitos para concessão das liminares em geral (fumus boni iuris e periculum em mora). Os
requisitos não são alternativos, mas sim concorrentes, ou seja, faltando um deles, a providência liminar
não será concedida.
No caso em comento, não vislumbro a probabilidade de provimento recursal, por ser incontroverso nos
autos que a parte autora mantêm junto a requerida plano de saúde, o laudo médico no Id. Num. 5585356 -
Pág. 1 demonstra a patologia do agravado e a necessidade de sua internação.
Desta forma, comprovada a necessidade não cabe a operadora do pano de saúde limitar o tempo nem o
tipo de tratamento que será prescrito, incumbência essa que pertence ao médico que assiste o paciente.
1. Não há ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015, porquanto o Tribunal de origem decidiu a matéria de forma
fundamentada. O julgador não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos invocados pelas partes,
quando tiver encontrado motivação satisfatória para dirimir o litígio.
2. A alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem (quanto à impossibilidade de utilização dos
serviços em clínica credenciada) demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório
constante dos autos, providência vedada em recurso especial, conforme o óbice previsto no enunciado
sumular n. 7 deste Tribunal Superior.
3. Nos termos da jurisprudência desta Corte, "os planos de saúde podem, por expressa disposição
contratual, restringir as enfermidades a serem cobertas, MAS NÃO PODEM LIMITAR OS
TRATAMENTOS A SEREM REALIZADOS, INCLUSIVE OS MEDICAMENTOS EXPERIMENTAIS" (AgInt
no AREsp 1.014.782/AC, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 17/8/2017,
DJe 28/8/2017).
4. Honorários sucumbenciais não majorados, pois fixados anteriormente no patamar máximo de 20% do
valor da condenação.
(AgInt no AREsp 1.429.796/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Terceira Turma, j. 2/9/2019,
DJe 10/9/2019 - sem destaques no original)
DISPOSITIVO
Intime-se a parte agravada para responder ao recurso nos termos e prazo do art. 1019, II do CPC.
Juiz Convocado
Vistos etc.
Tratam os presentes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por KARLA CATARINA DAS
MERCES PEREIRA inconformada com a decisão interlocutória proferida pelo Juízo da 5ª Vara Cível e
Empresarial de Belém que, nos autos da AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
“DECISÃO
É sabido que o art. 833, IV do CPC prevê a impenhorabilidade dos valores depositados em
conta corrente quando se tratarem de vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal.
Portanto, como restou evidenciado nos autos que as contas as quais estão sendo realizados a
verificação de ativos financeiros através dos sistemas, é a mesma em que o suplicante recebe o
seus ganhos, este ficaria impedido de pagar suas contas e de ter acesso aos valores necessários a
sua subsistência.
Além disso, conforme dispõe o art.7º, X da Constituição Federal, o salário do trabalhador tem
caráter alimentar e é inviolável, uma vez que se destina ao seu próprio sustento e de sua família.
(...)
Deste modo, entendo ser manifestamente ilegal o possível bloqueio, tendo em vista que
recaem sobre verbas de natureza salarial, pois gera um ônus excessivo as partes.
(...)
OFICIE-SE a fonte pagadora do demandado (UBER e 99) para que proceda ao bloqueio do
percentual indicado, repassando tais valores à subconta judicial vinculada a este processo.
Quanto ao pedido de fls. 188/209, recebo-o como simples petição vez que o momento de
ingresso de embargos à execução já se escoou, consoante certidão de fls. 104-V.
Cumpra-se.
Inconformada KARLA CATARINA DAS MERCES PEREIRA recorre a esta instância pleiteando a
concessão de efeito suspensivo, para suspender a eficácia da decisão agravada até o julgamento final do
recurso.
Éo relatório.
O recurso é cabível (art. 1015, parágrafo único do CPC), tempestivo e o preparo está dispensado em face
a gratuidade, pelo que, preenche os pressupostos de admissibilidade, conheço do presente Agravo de
Instrumento e passo a examinar o pedido de liminar.
Consabido que o relator, ao receber o agravo, poderá atribuir efeito suspensivo ou deferir, em antecipação
de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1019, I do CPC), desde que o seu cumprimento
possa gerar risco de dano e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, ou seja, os
clássicos requisitos para concessão das liminares em geral (fumus boni iuris e periculum em mora). Os
requisitos não são alternativos, mas sim concorrentes, ou seja, faltando um deles, a providência liminar
não será concedida.
O objeto do presente recurso versa sobre a penhora de vencimentos para satisfazer débito decorrente de
aluguéis.
Como sabemos, a regra é a impenhorabilidade dos vencimentos do devedor, uma vez que o artigo 833,
inciso IV, do CPC/2015 é expresso ao dispor que são impenhoráveis os vencimentos, os subsídios, os
soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os
montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento
do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, ressalvado o § 2º .
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela
contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de
prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50
(cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º , e no
art. 529, § 3º .
tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou
quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Não obstante, consoante decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do EREsp nº
1.582.475, de Relatoria do Ministro Benedito Gonçalves, a regra geral da impenhorabilidade de
vencimentos pode ser mitigada a fim de garantir a efetividade da tutela jurisdicional, desde que observado
percentual capaz de assegurar a dignidade do devedor e de sua família.
1. Hipótese em que se questiona se a regra geral de impenhorabilidade dos vencimentos do devedor está
sujeita apenas à exceção explícita prevista no parágrafo 2º do art. 649, IV, do CPC/73 ou se, para além
desta exceção explícita, é possível a formulação de exceção não prevista expressamente em lei.
2. Caso em que o executado aufere renda mensal no valor de R$ 33.153,04, havendo sido deferida a
penhora de 30% da quantia.
3. A interpretação dos preceitos legais deve ser feita a partir da Constituição da República, que veda a
supressão injustificada de qualquer direito fundamental. A impenhorabilidade de salários, vencimentos,
proventos etc. tem por fundamento a proteção à dignidade do devedor, com a manutenção do mínimo
existencial e de um padrão de vida digno em favor de si e de seus dependentes. Por outro lado, o credor
tem direito ao recebimento de tutela jurisdicional capaz de dar efetividade, na medida do possível e do
proporcional, a seus direitos materiais.
4. O processo civil em geral, nele incluída a execução civil, é orientado pela boa-fé que deve reger o
comportamento dos sujeitos processuais. Embora o executado tenha o direito de não sofrer atos
executivos que importem violação à sua dignidade e à de sua família, não lhe é dado abusar dessa diretriz
com o fim de impedir injustificadamente a efetivação do direito material do exequente.
6. A regra geral da impenhorabilidade de salários, vencimentos, proventos etc. (art. 649, IV, do CPC/73;
art. 833, IV, do CPC/2015), pode ser excepcionada quando for preservado percentual de tais verbas capaz
de dar guarida à dignidade do devedor e de sua família.
A partir do referido precedente, traçou-se a diretriz de que a impenhorabilidade prevista no art. 833, IV, do
CPC pode ser excepcionada quando for demonstrado, de forma concreta, que a constrição dos
rendimentos não compromete a subsistência digna do devedor e de sua família.
3. A interposição de recurso especial não é cabível com fundamento em violação de súmula vinculante do
STF, porque esse ato normativo não se enquadra no conceito de lei federal previsto no art. 105, III, \"a\" da
CF/88.
5. Registrou-se, naquela ocasião, todavia, que, na interpretação da própria regra geral (art. 649, IV, do
CPC/73, correspondente ao art. 833, IV, do CPC/15), a jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de
que a impenhorabilidade de salários pode ser excepcionada quando for preservado percentual capaz de
dar guarida à dignidade do devedor e de sua família (EREsp 1582475/MG, Corte Especial, julgado em
03/10/2018, REPDJe 19/03/2019, DJe de 16/10/2018).
6. Assim, embora não se possa admitir, em abstrato, a penhora de salário com base no § 2º do art. 833 do
CPC/15, é possível determinar a constrição, à luz da interpretação dada ao art. 833, IV, do CPC/15,
quando, concretamente, ficar demonstrado nos autos que tal medida não compromete a subsistência
digna do devedor e sua família.
(REsp 1806438/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/10/2020, DJe
19/10/2020) (grifei)
No caso em apreço, em juízo de cognição sumária, observo que a penhora não se presta a satisfazer
verba de caráter alimentar nem há provas de que o valor depositado na conta da recorrente exceda a 50
(cinquenta) salários-mínimos mensais, o que evidencia o risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação que milita em favor da agravante e sua família.
DISPOSITIVO
Isto posto, DEFIRO O EFEITO SUSPENSIVO pleiteado, para suspender os efeitos da decisão recorrida,
nos termos da fundamentação.
Intime-se a parte agravada para responder ao recurso nos termos e prazo do art. 1019, II do CPC.
Juiz Convocado
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito suspensivo, interposto por AGRONIL
AGROPECUÁRIA NOVA INVERNADA S/A em face da decisão prolatada pelo Juízo de Direito da Vara
Agrária de Altamira, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE SENTENÇA TRANSITADA
EM JULGADO n. 0002399-06.2012.8.14.0005.
Narram os autos que MARIA ROSALVA JORGE DE ALENCAR E OUTROS, por meio da Defensoria
Pública do Estado, ingressou com a AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE SENTENÇA em desfavor
de AGRONIL AGROPECUÁRIA NOVA INVERNADA, tendo como objeto do pedido a declaração de
nulidade da sentença judicial, transitada em julgado, proferida nos autos do processo nº 0002640-
62.2006.8.14.0005 que determinou a reintegração de posse da ora requerida nos lotes 2, 4 e 6 da Gleba
Uruará.
Segundo a inicial, no processo cuja sentença se busca anular não houve citação válida dos requeridos e
ora autores, seja por mandado, hora certa ou edital, o que acabou por contaminar as demais fases
processuais, a medida que a ampla defesa e o contraditório ficaram comprometidos.
Afirma ainda a exordial que o juízo levou em consideração a certidão de fl. 291 (processo originário) que
atesta a não contestação da demanda, decretou a revelia e, na sequência, prolatou sentença de
procedência do pedido.
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Aduz também a peça de ingresso que não obstante o processo originário versar sobre demanda coletiva
pela posse da terra com a ocorrência de revelia, não fora nomeado defensor dativo aos requeridos (da
época) e ora autores.
A vestibular diz também que a referida sentença transitou em julgado em 17/03/2008, não sendo mais
possível, assim, a propositura de ação rescisória, sendo viável, contudo, o ajuizamento de ação de
nulidade ou querela nullitatis.
Para os requerentes, os mandados que foram cumpridos ao longo do processo originário identificaram
sujeitos distintos, de modo que “aquele que recebeu a citação não é o mesmo que participou da audiência
de justificação, nem o mesmo que recebeu o mandado de reintegração de posse”.
Por meio do despacho de fls. 136/137 foi determinada a emenda da inicial, o que foi atendido pelos
autores à fl. 139.
Regularmente citada à fl. 157, a demandada apresentou contestação ao pedido inicial às fls. 159/179,
oportunidade em que alegou preliminarmente: i) irregularidade de representação; ii) falta de interesse de
agir; iii) escoamento do prazo decadencial para a propositura da ação; iv) inadequação da via eleita. No
mérito sustentou a total improcedência dos pedidos constantes da exordial.
Às fls. 233 o Juízo a quo determinou a suspensão do cumprimento da sentença prolatada nos autos do
processo nº 0002640-62.2006.8.14.0005 até o julgamento da presente demanda.
Os autores, por meio da Defensoria Pública, se manifestaram sobre a contestação em petição de fls.
235/238.
(...)
Isso posto, com força nos argumentos acima indicados, JULGO PROCEDENTE o pedido constante da
inicial e, em consequência, DECLARO A NULIDADE do processo nº 0002640-62.2006.8.14.0005 a partir
da citação atingindo, inclusive, a sentença e a fase de cumprimento, e, assim, EXTINGO O PRESENTE
PROCESSO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos termos do artigo 269, inciso I, do CPC.
Altamira-PA, 07/10/2014.
Juiz de Direito
A AGRONIL - AGROPECUARIA NOVA INVERNADA LTDA interpôs recurso de apelação, aduzindo que
a sentença merece ser desconstituída sob os seguintes fundamentos:
1. a impossibilidade de julgamento antecipado da lide, haja vista que a matéria ser de direito e de fato, pois
a autora não provou seu direito ou interesse de agir, sendo tecnicamente ilegítima, havendo ofensa do
contraditório a ampla defesa;
2. a irregularidade de representação, considerando que o documento onde a autora expõe que deseja ser
assistida pela Defensoria Pública, deveria ao menos conter sua qualificação, haja vista que se trata de
ação possessória, onde se exige a participação do cônjuge.
Diz também que a autora não foi qualificada e os demais autores foram identificados apena por “outros”,
não sendo nominados nem qualificados.
3. a falta de interesse de agir, em vista da ação originária não constar em nenhuma parte o nome de
autora, sendo pessoa estranha ao feito, não possuindo legitimidade ativa para pleitear na ação
declaratória.
4. a decadência do direito, pois a parte autora deveria ter ingressado com ação rescisória, com prazo
limitado a 2 anos, o que não ocorreu.
No mérito, sustenta que a Apelante não deixou de citar os posseiros, mas sim desconheciam os réus,
porque este estavam na clandestinidade de fugindo da justiça.
Não houve recurso desta decisão, sendo o trânsito em julgado certificado em 15/10/2020.
(...)
Deste modo, dando cumprimento à r. decisão do juízo ad quem, retomando a instrução processual,
considerando o princípio da cooperação entre as partes, determino:
Juiz de Direito
Após as partes peticionaram especificando as provas a produzir, sobreveio a decisão recorrida lavrada
nos seguintes termos:
Em despacho de fls. 370/371 as partes foram intimadas a indicar os pontos controvertidos e as provas
pretendidas.
A parte autora em petição de fls. 373/374 indicou pontos controvertidos e requereu produção de prova
testemunhal; de prova emprestada dos autos n.º 0003236-27.2013.8.14.0005 (em tramitação nesta Vara
Agrária), para que sejam juntados atas de audiência, inspeções, vistoria, perícia e relação de famílias
ocupantes do lote 05 da Gleba Uruará; de prova documental e de prova pericial nos lotes 05,04 e 06.
Em petitório de fls. 378 a 394 trazendo documentos novos de fls. 396 a 656, a demandada requereu
julgamento antecipado da lide por “objetivo ilícito” e falta de causa de pedir a ação proposta; indicou
pontos controvertidos e pugnou pela realização da produção de prova oral com depoimento pessoal das
partes e oitiva de testemunhas, pericial, documental e prova emprestada de outros processos conexos a
este. Apresentou e requereu a juntada dos documentos que verifico às fls. 396 a 656, inclusive antecipou
rol de testemunhas que deverá ser confirmado em momento oportuno.
Dito isto, seguindo as orientações e comandos do artigo 357, §3º, do CPC, passo a sanear o processo e o
faço nos seguintes termos:
A requerida alega haver irregularidade de representação da autora por entender que a declaração de
pobreza trazida aos autos seria similar à procuração e que deste modo deveria cumprir requisitos básicos
a exemplo da qualificação da outorgante. Aduz ainda que em razão da natureza de ação real imobiliária
das ações possessórias seria necessária a participação do cônjuge, o que ausente nestes autos e por fim,
questiona a ausência de nominação e respectiva qualificação individual de todos os autores.
Nos termos do artigo 134 da Constituição da República de 1988, alterado pela Emenda Constitucional nº
80/2014, a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, cabendo-lhe, dentre
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outras coisas, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e
coletivos de forma integral e gratuita aos necessitados. Na sequencia, a Lei Complementar Estadual nº
54/2006, alterada pela LC nº 135/2021, dispõe ser prerrogativa dos Defensores Públicos a atuação em
feitos administrativos ou judiciais independentemente de instrumento de mandato, ressalvados os casos
para os quais a lei exija poderes especiais indicados no art. 105 do Novo CPC, a exemplo de: transigir,
desistir, renunciar (art. 38 do CPC/1973).
Deste modo, diante da função constitucional desempenhada pela Defensoria Pública, nem o CPC/73 sob à
égide do qual foi intentada a ação, tampouco o CPC/2015, impõem a apresentação de qualquer
instrumento de mandato para sua atuação jurisdicional, razão pela qual, neste particular, deixo de acolher
a preliminar suscitada.
Na sequência, sustenta ainda a contestação que a ação possessória tem natureza de ação real imobiliária
e por isso o seu ajuizamento careceria da outorga uxória.
Segundo o art. 1.225 do Código Civil a posse não é direito real. A causa de pedir nestes autos funda-se
em ação possessória a qual tem natureza pessoal e, portanto, desnecessário o consentimento do cônjuge.
Quanto à necessidade de que todos os autores deveriam ter sido nominados e qualificados
individualmente, atento não proceder a alegação considerando que localizo tal providência adotada pela
Defensoria Pública, conforme relação constante às fls. 19/20. Com esses argumentos rejeito a presente
preliminar.
Alega a requerida Agronil Agropecuária Nova Invernada que a autora da presente ação, à época do
ajuizamento e tramitação do processo originário, não esteve presente no local discutido, não
integrava/integrou a ocupação e, portanto, não teria legitimidade para figurar no pólo ativo desta demanda.
Recebo a presente preliminar como Ilegitimidade de Parte e não como Falta de Interesse de Agir.
Neste ponto, entendo pela impossibilidade de acolhimento da alegação e explico: a senhora Maria Rosalva
de Alencar possui pertinência subjetiva para figurar no polo ativo da demanda tendo em conta que ao
menos em tese é detentora de direito violado pela irregularidade quando da citação no processo originário
(a ação de Reintegração de Posse n.º 0002640-62.2005.814.0005 que teve como objeto o imóvel rural
composto pelos lotes 02, 04 e 06 da linha 02 Norte – Gleba Uruará – Uruará/PA); resta claro que além da
senhora Maria Rosalva há outras pessoas que figuram no polo ativo da demanda e também devidamente
representados pela Defensoria Pública e, a teor da fundamentação já exposta, regularmente identificados
no documento que acompanha a inicial às fls. 19/20. Constato assimque se tem uma coletividade de
pessoas que figuram como sujeitos ativos, sendo que as mesmas, conforme aduz a inicial, são detentoras
do direito subjetivo de obter a anulação da sentença prolatada nos autos ação de Reintegração de Posse
n.º 0002640-62.2005.814.0005 já referida.
A decadência se revela como o perecimento do próprio direito potestativo, pelo seu não exercício no prazo
determinado, sendo matéria de mérito, motivo pelo qual analisarei em momento oportuno.
Quanto a alegação de inadequação da via eleita, é falta de condição da ação na espécie falta de interesse
de agir (modalidade inadequação) segundo o art. 485, VI do CPC/15 (art. 267, VI do CPC/1973), que ao
referir exclusivamente às hipóteses de legitimidade e interesse no plano de admissibilidade,
automaticamente remeteu a impossibilidade jurídica para o mérito, logo é questão que necessita de
instrução probatória para ser resolvida, de sorte que a solução desse ponto será por ocasião da sentença.
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De todo modo, esclareço que a rescindibilidade, que autoriza a ação Rescisória, nos termos do art. 966,
do NCPC (art. 485 CPC/73), não se confunde com a nulidade da sentença ora pleiteada. A rescisória, não
supõe decisão nula, mas, ao contrário, decisão válida que tenha produzido a coisa julgada e como dito, o
presente feito busca a tutela jurisdicional para dizer que a sentença nunca teve validade no mundo
jurídico, ou seja, na hipótese dos autos padeceria de vício de existência, a comportar assim, a qualquer
tempo, sua declaração de nulidade.
II - Passo a delimitar as questões de fato e de direito sobre as quais recairá a atividade probatória:
II.1) Quanto as questões de fato: 1) saber se as partes requeridas nos autos da Ação 0002640-
62.2005.8.14.0005 são os ocupantes/possuidores dos lotes 02, 04, 06 da Gleba Uruará e se estes foram
citados pelo senhor oficial de justiça ou citados por edital; 2) se caso tenha ocorrido a citação por edital
dos requeridos, se constam nos autos documentos de defesa dos mesmos por meio de curadoria especial
ou outro meio; 3) se foi nomeado defensor dativo nos autos em favor dos demandados; 4) saber se os
requeridos e citados nesta ação ocupam o lote 05 da Gleba Uruará, a partir da prova que se tem
emprestada dos autos n.º 0003236-27.2013.8.14.0005, em tramitação perante esta Vara Agrária; 5) saber
se houve prejuízo a terceiros (como destruição de casas, plantações, partes nesta ação ou estranhos ao
processo, com o cumprimento da decisão judicial); 6) Se há ocorrência de crime ambiental com
desmatamento e queimadas e qual a data das ocorrências;
II.2) Quanto as questões de Direito: 1) se houve ou não citação válida e em tendo havido, se foi
respeitado o princípio do contraditório e da ampla defesa; 2) se houve decadência do direito de ação; 3)
se a via eleita é adequada.
Nos termos do art. 357, III do CPC, caberá a cada uma das partes a comprovação de suas arguições.
Defiro as provas requeridas pelas partes, exceto a prova pericial que deixo para decidir em
momento oportuno em razão das provas emprestadas (inclusive periciais), ora deferidas e que
virão aos autos. Quanto as provas testemunhais, limito ao número de três, verifico o rol
apresentado pela demandada (fl. 394/395).
Determino:
1. Designo audiência de instrução para o dia 15/06/2021 às 10h00min, a ser realizada no Fórum da
Comarca de Uruará/PA, oportunidade em que serão tomados os depoimentos das partes e oitiva de
testemunhas;
2. Concedo o prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão, para que as partes depositem seu rol de
testemunhas que limito ao número de 3(três), a teor do previsto no art. 357, § 7º;
4. Intimem-se as partes;
Juiz de Direito
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Inconformada a AGRONIL AGROPECUARIA NOVA INVERNADA S/A recorre a esta instância pleiteando
a reforma da decisão, para anular a decisão que não determinou a perícia complementar e ignorou ou
indeferiu a oitiva dos peritos oficiais.
No Id. Num. 5297786, concedi o prazo de 5 dias, para que junte o Agravante juntasse a cópia integral dos
autos de origem e dos documentos referidos do Id. Num. 5153623, bem como se manifestar sobre a
ausência de negativa à realização de perícia complementar e a oitiva dos responsáveis pelos
documentos, o que levaria na hipótese de conhecimento de recurso em supressão de instância.
No ID. Num. 5376906 a AGRONIL AGROPECUARIA NOVA INVERNADA S/A apresentou a seguinte
manifestação:
(...)
A Agravante reafirma que a decisão prolatada pelo Juiz da Vara Agrária de Altamira, não deferiu
nem indeferiu, os pedidos de oitivas dos peritos responsáveis pelas perícias juntadas, bem como
não deferiu nem indeferiu pedido de perícia na área invadida da agravante, implicando assim em
cerceamento de defesa, além do que também cércea o direito de recorrer, caso a decisão seja mantida.
(...)
É o Relatório.
DECIDO.
Com efeito, de acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está
autorizado em demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão
está disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao art. 926, §1º,
do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
Digo isso, porque o ato combatido não se pronunciou sobre a realização de perícia complementar e a
oitiva dos responsáveis pelos documentos, vejamos:
(...)
Nos termos do art. 357, III do CPC, caberá a cada uma das partes a comprovação de suas arguições.
Defiro as provas requeridas pelas partes, exceto a prova pericial que deixo para decidir em
momento oportuno em razão das provas emprestadas (inclusive periciais), ora deferidas e que
virão aos autos. Quanto as provas testemunhais, limito ao número de três, verifico o rol
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Determino:
1. Designo audiência de instrução para o dia 15/06/2021 às 10h00min, a ser realizada no Fórum da
Comarca de Uruará/PA, oportunidade em que serão tomados os depoimentos das partes e oitiva de
testemunhas;
2. Concedo o prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão, para que as partes depositem seu rol de
testemunhas que limito ao número de 3(três), a teor do previsto no art. 357, § 7º;
4. Intimem-se as partes;
Juiz de Direito
Portanto, o teor da decisão recorrida é diverso do que sustenta a parte agravante, porque sequer houve
pronunciamento sobre a questão debatida, o que caberia a utilização dos Embargos de Declaração,
recurso adequado para sanar omissões, contradições e obscuridades.
Do exposto, resta evidente que os fundamentos de fato e de direito declinados no recurso estão
dissociados da totalidade das razões de decidir proferidas pelo julgador singular, não atendendo,
assim, ao disposto no artigo 1.016, II e III, do Código de Processo Civil.
DISPOSITIVO
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Ante o exposto, NÃO CONHEÇO DO RECURSO, nos termos do artigo 932, III, do Código de Processo
Civil.
Desembargadora Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito suspensivo, interposto por LUDIMILLA
CRISALIDA DA SILVA CAVALERO SARRAF, em face da decisão prolatada pelo douto Juízo de Direito
da 2ª Vara Cível e Empresarial de Barcarena, nos autos da Ação de Alimentos, ajuizada em face de
ITALO MATHEUS FERREIRA DE SOUSA.
Petição Num. 5526205 - Pág. 1 requerendo a desistência do recurso, com base nos arts. 988, caput e 999
do CPC.
É o relatório.
DECIDO.
Vindo aos autos petição assinada pelo representante da parte recorrente requerendo a desistência do
recurso (Num. 5526205), impõe-se o recebimento com desistência recursal e sua homologação, nos
termos do art. 998, NCPC, julgando-se prejudicada a análise do mérito recursal.
254
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
No plano doutrinário, tem-se o magistério de José Carlos Barbosa Moreira, Humberto Theodoro Júnior,
Moacyr Amaral Santos e Flavio Cheim Jorge lecionando sobre a desistência recursal:
“A desistência pode ocorrer ‘a qualquer tempo’, ou seja, desde a interposição do recurso até o instante
imediatamente anterior ao julgamento. É indiferente, pois, que aquele já tenha sido ou não recebido, que
se encontre ainda pendente no juízo a quo ou que já tenha subido ao tribunal superior.”
“A desistência, que é exercitável a qualquer tempo, não depende de anuência do recorrido ou dos
litisconsortes (art. 501).”
“Interposto o recurso, poderá a desistência dar-se a qualquer tempo, no juízo a quo ou no juízo ad quem,
até o momento do início do ato de julgamento.”
Publique-se.
Desembargadora Relatora
PROCESSO Nº 0800006-44.2019.8.14.0130
DECISÃO MONOCRÁTICA
“(...) Antes de finalizar, está evidente que a Requerente deduziu pretensão para anular os contratos,
mesmo sabendo que havia firmado os ajustes. Por esse motivo, verifico que a conduta da Requerente está
enquadrada no artigo 80, inciso II do CPC2015, pois alega não ter firmado contrato cujo objetivo era alterar
a verdade dos fatos, já que está comprovado que realizou o acordo com o Banco Requerido.
Configurada a litigância de má-fé, não resta outra opção a não ser aplicação da penalidade de 10% (dez
por cento) sobre o valor correspondente as verbas pleiteadas indevidamente, qual seja, o valor de R$
28.240,00 (vinte e oito mil duzentos e quarenta reais). (...)”
Em suas razões recursais (Num. 5597560), a Apelante alega, em suma, que a sentença prolatada merece
ser reformada fundamentando que não há que se falar em má fé por se tratar de uma pessoa idosa e de
pouquíssimo conhecimento.
Requer que o recurso seja conhecido e provido, reformando a sentença para afastar a condenação em
litigância de má-fé.
É o Relatório.
Decido.
Com efeito, de acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está
autorizado em demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão
está disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao comento
legal imposto no art. 926, §1º, do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
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§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
Quanto a possibilidade de aplicação de multa por litigância de má-fé, o Código de Processo Civil
estabelece as hipóteses em que poderá ser considerada a litigância. Vejamos o dispositivo:
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser
superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que
efetuou.
Conforme depreende-se do artigo, a penalidade deve ser aplicada apenas à parte que age de forma
maldosa, com dolo ou culpa, causando um dano processual a outra parte, independente de requerimento
da parte prejudicada.
No caso em apreço, o juízo a quo aplicou a referida multa por entender que a parte autora alterou a
verdade dos fatos.
Contudo, não vislumbro os indícios de que a autora tenha litigado de má-fé, principalmente por restar
demonstrado nos autos que a parte autora é analfabeta.
A má-fé não pode ser presumida. Mera utilização do direito de ação. Não demonstrada a existência de
dolo. Recurso provido para afastar a litigância de má-fé. (TJ-SP – RI: 10073830220208260005 SP
1007383-02.2020.8.26.0005, Relator: Paulo Roberto Fadigas Cesar, Data de Julgamento: 06/10/2020, 1ª
Turma Recursal Cível e Criminal, Data de Publicação: 06/10/2020).
Ante o exposto, CONHEÇO do Agravo de Instrumento e DOU PROVIMENTO, para reformar a sentença
prolatada pelo juízo a quo, afastando a aplicação da multa pro litigância de má-fé.
Desembargadora Relatora
1. Com o advento do Código de Processo Civil restou elencado as hipóteses de cabimento do recurso de
agravo de Instrumento, não estando prevista a possibilidade de interposição de agravo de instrumento
contra decisão que determina a emenda da inicial.
2. In casu, nota-se que a decisão atacada determina a emenda da inicial para juntar a via original do
contrato bancário, portanto, face a ausência de previsão legal para interposição do presente agravo,
conforme acima explanado, este mostra-se manifestamente inadmissível.
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DECISÃO MONOCRÁTICA
“1- Analisando os autos, verifico que a inicial deve ser emendada no seguinte aspecto:
a) Considerando que os contratos de financiamento com base na alienação fiduciária podem ser objeto de
transferência e assim gerar pluralidade de processos tratando da mesma dívida contra o mesmo credor,
determino ao autor DEPOSITAR A VIA ORIGINAL DO CONTRATO na Secretaria Judicial.
2 - Destarte, faculto ao autor emendar a para no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento da
petição inicial (art.321, parágrafo único do CPC/2015).”
O Agravante em suas razões recursais pugna a reforma da decisão agravada, uma vez que a petição
inicial está devidamente instruída, não necessitando de emenda, tendo em vista a desnecessidade de
juntada da via original do contrato bancário.
Juntou documentos.
É o relatório.
Decido.
Com efeito, cumpre ressaltar que o presente Agravo de Instrumento não merece ser conhecido.
Pois bem. Com o advento do Código de Processo Civil restou elencado as hipóteses de cabimento do
recurso de agravo de Instrumento, senão vejamos:
“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
XII - (VETADO);
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.”
Acerca do cabimento de agravo de instrumento no âmbito do Código de Processo Civil, Daniel Amorim
Assumpção Neves, na obra "Manuel de Direito Processual Civil", 8ª ed., Vol. Único, Salvador: Editora
JusPodivm, 2016, p. 1560 e 1559, anota:
“Há decisões interlocutórias de suma importância no procedimento que não serão recorríveis por agravo
de instrumento: decisão que determina emenda da petição inicial; decisão sobre a competência absoluta
ou relativa, decisões sobre prova, salvo na hipótese de exibição de coisa ou documento (...)”
“As decisões interlocutórias que não puderem ser impugnadas pelo recurso de agravo de instrumento não
se tornam irrecorríveis, o que representaria nítida ofensa ao devido processo legal. Essas decisões não
precluem imediatamente, devendo ser impugnadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões desse
recurso, nos termos do art. 1.009, § 1º, do Novo CPC.”
In casu, nota-se que a decisão atacada determina a emenda da inicial para juntar a via original do contrato
bancário, sendo um mero despacho, portanto, face a ausência de previsão legal para interposição do
presente agravo, conforme acima explanado, este mostra-se manifestamente inadmissível.
Diante do exposto, NÃO CONHEÇO do Agravo de Instrumento, por manifesta inadmissibilidade, nos
termos da fundamentação.
Desembargadora Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
Cuidam os autos de APELAÇÃO CÍVEL proposto por SÉRGIO EDUARDO OLIVEIRA REIS que ataca a
sentença prolatada pelo Juízo da 2ª Vara Cível e Empresarial de Canãa dos Carajás, nos autos da AÇÃO
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS proposta contra VIA ENGENHARIA S.A e
VALE S.A, que reconheceu a prescrição da pretensão.
Narra o autor na petição inicial (fls. 03/12), em síntese, que é proprietário de dois lotes de terrenos em
Canãa dos Carajás.
Afirma que as requeridas ao promoverem obras de pavimentação e construção de uma escola, entre os
meses de setembro e outubro de 2008, de forma indevida e sem autorização invadiram o lote do
requerente provocando danos.
Relata que ao tomar conhecimento que sua propriedade foi invadida, escavada e utilizada como canteiro
de obras, entrou em contato, via telefone e e-mail com os dirigentes da primeira requerida a fim de
resolver o imbróglio, no entanto, sem êxito.
Requer a reparação dos danos materiais e morais oriundos dos fatos relatados.
Contestação apresentada pela segunda requerida às folhas 43/58/43, alegando em síntese a preliminar de
prescrição, preliminar de ausência de interesse de agir, preliminar de ilegitimidade ativa, no mérito alega
ausência de provas em relação aos danos materiais, dano material não comprovado, impugnou
documentos e, por fim, pugnou pela improcedência dos danos morais e da ação como um todo.
Realizada audiência em 07/07/2015 (fls. 90), onde foi tomado depoimento da parte autora.
(...)
O feito está apto a julgamento, não havendo necessidade de produção de outras provas, motivo pelo qual
procedo ao julgamento.
Prima facie, constata-se que a questão se submete as regras de prescrição prevista na legislação
ordinária, qual seja, o Código Civil.
Incide no caso em tela o artigo 206, § 3º, do Código Civil que estabelece que prescreve em 3 (três)
anos a pretensão de reparação civil.
É patente que ocorreu a prescrição. Não há nos autos qualquer prova que demonstre o contrário.
Em que pese a tese do autor, de que tomou ciência dos fatos muito tempo depois, fazendo
incidir no caso a teoria da actio nata, por ele não foi provada. O autor não se desincumbiu de
demonstrar a data em que tomou ciência do ato ilícito.
Pelo contrário, tanto em sua inicial quanto em depoimento pessoal as folhas 90 afirma que
comprou o terreno em agosto de 2008 e dois meses depois a primeira requerida iniciou as
obras no local.
O requerente afirma que a requerida iniciou as obras sem, contudo, indicar qual a data que tomou ciência
dos atos praticados pela segunda requerida.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O requerente poderia ter trazido os e-mail enviados à segunda requerida, apontando a data em que
supostamente tomou ciência dos danos causados em seus terrenos, mas assim não fez.
Não há nos autos nenhuma prova capaz de mostrar ao juízo a data em que o requerente tomou ciência do
ato ilícito, o que faria incidir a tese da actio nata.
Ao juízo é defeso criar suposições, como pretende o autor, ao concluir hipoteticamente que tomou ciência
da realização das obras e dos prejuízos em seus terrenos muito tempo depois.
O que está certo é que o início das obras se deram entre setembro e outubro de 2008, não havendo
nenhuma informação destoante.
Assim, não restam dúvidas de que incidiu no presente caso a prescrição, posto que a ação foi ajuizada
somente em 31/05/2012.
Mesmo que admitíssemos que o requerente tomou ciência das obras somente quando concluídas, ou seja,
em dezembro de 2008, conforme depoimento pessoal da requerida as
A prescrição é a perda do direito à pretensão, por essa razão o requerente está impedido de exigir a
reparação – artigo 189, CC/2002.
Pode até ajuizar ação, pois tem direito de ação, mas não tem direito a pretensão, pois extinto pela
prescrição.
Nesta senda, deve ser julgada improcedente a pretensão do requerente, por não vislumbrar, bem como
não ter sido comprovado nos autos, qualquer situação que indique o contrário.
III. DISPOSITIVO
Posto isso e por tudo mais que dos autos consta julgo IMPROCEDENTE o pedido formulado na peça de
início proposta Sergio Eduardo Oliveira e por consequência DECRETO a prescrição das pretensão objeto
da presente demanda.
CONDENO ao pagamento de custas judiciais a serem calculadas pela UNAJ – artigo 82 do CPC/15 - e
honorários sucumbenciais, em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 § 2º, do
CPC/15, considerando a natureza e a importância da causa, o trabalho e o tempo despendido, bem assim,
o grau de zelo do profissional.
POR CONSEQUENCIA JULGO EXTINTO O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, nos termos
do artigo 487, inc. I, do CPC/15.
P.R.I.
arquivem-se.
SÉRGIO EDUARDO OLIVEIRA REIS recorreu a esta instância no Id. Num. 996772 requerendo a reforma
do julgado, alegando que não pode ser reconhecida a prescrição, porque as obras se iniciaram em 2008 e
foram os serviços prorrogados, somente findando em 2010.
Em contrarrazões a VIA ENGENHARIA S. A. defende que o Apelante traz inovação fática, por não ter
narrado nenhum dano, após outubro de 2008, nem ter vinculado os danos porque em momento algum
vinculou o final do prazo prescricional ao serviço de reforma da PA-160.
É O RELATÓRIO.
DECIDO.
Com efeito, de acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está
autorizado em demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão
está disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao art. 926, §1º,
do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
Como sabemos, a prescrição é a perda do direito de ação, por não ter sido exercido dentro do prazo tanto
previsto. Referido instituto é princípio de ordem pública que atualmente está intrínseco a todas as áreas do
direito pátrio e visa manter segurança entre os sujeitos das relações jurídicas.
A prescrição possibilita que o sujeito passivo de determinada lide não fique eternamente preso à inércia do
titular do direito.
O fato gerador da responsabilidade civil é o ato ilícito, na forma do disposto no art. 186, 189 e o 927, do
CC, vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
(...)
264
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ART. 189. VIOLADO O DIREITO, NASCE PARA O TITULAR A PRETENSÃO, A QUAL SE EXTINGUE,
PELA PRESCRIÇÃO, NOS PRAZOS A QUE ALUDEM OS ARTS. 205 E 206.
(...)
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
(...)
§3 o Em três anos:
(...)
Embora o Autor alegue que efetuou ligações e mandou e-mail cobrando o ressarcimento e ter ficado
aguardando o ressarcimento voluntário, não fez prova disso, e mesmo que provado não suspenderia ou
interromperia o prazo prescricional, porque se enquadra as hipóteses descritas no art. 197, 198, e 202, do
CC, vejamos:
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
(...)
Seção III
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no
prazo e na forma da lei processual;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo
devedor.
Colaciono precedentes:
DIREITO DE VIZINHANÇA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PRESCRIÇÃO. ART. 206, § 3º, V,
do CCB. No caso, decorreu mais de três anos do evento danoso, tendo a parte pleno conhecimento dos
danos produzidos na ocasião da realização de terraplenagem no imóvel vizinho. Art. 206, § 3º, V, do CCB.
Prescrição declarada. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70052579133, Vigésima Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Glênio José Wasserstein Hekman, Julgado em 28/05/2014).
03 (três) anos, a teor do inciso V do § 3º do art. 206 do CC/02. Na hipótese dos autos, o prazo inicia-se a
partir da data de entrada em vigor do CC/02, motivo pelo qual deve ser mantida a sentença que
reconheceu a prescrição da pretensão de reparação civil. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS. Ao julgar o
recurso, o Tribunal deve majorar os honorários fixados anteriormente ao advogado do vencedor, devendo
considerar o trabalho adicional realizado em grau recursal (art. 85, § 11, do CPC). APELAÇÃO
DESPROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70079210266, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em: 06-12-2018)
DISPOSITIVO
INT.
Desembargadora Relatora
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA COMISSÕES C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS.
AGRAVO RETIDO CONHECIDO E PROVIDO. INAPLICABILIDADE DO CDC E DA INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMPROVADO. PRAZO PRESCRIONAL
QUINQUENAL. PROPOSITURA DA DEMANDA ANTES DO ESGOTAMENTO DA PERDA DA
PRETENSÃO. PRESCRIÇÃO AFASTADA. AUSÊNCIA DE PROVAS QUE ILIDAM A ALEGAÇÃO DE
RESCISÃO IMOTIVADA. ÔNUS DA RÉ NÃO CUMPRIDO. AVISO PRÉVIO E INDENIZAÇÃO DEVIDA,
NA FORMA DO ART. 27, letra “j” E 34, DA LEI Nº 4.886/65. SENTENÇA MANTIDA. APELAÇÃO
CONHECIDA E DESPROVIDA.
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DECISÃO MONOCRÁTICA
Cuidam os autos de APELAÇÃO CÍVEL proposto por TAMBASA TECIDOS E ARMARINHOS MIGUEL
BARTOLOMEU S/A que ataca a sentença prolatada pelo Juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial de
Marabá, nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA COMISSÕES C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS proposta por ALVAZ-COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA.
Narra o autor que tinha relação de representação com a ré e que esta última rescindiu imotivadamente o
contrato de representação, deixando de pagar-lhe a indenização prevista legalmente, a diferença das
comissões decorrentes de vendas pagas a menor e a devolução de valores indevidamente debitados.
Citada, a ré apresentou contestação (Num. 1188845 - Pág. 1/18) arguindo preliminarmente a inépcia da
inicial, incidência da prescrição quinquenal e não aplicabilidade do CDC.
No mérito, alegou que a rescisão da representação partiu unilateralmente pela autora, além de mencionar
que não deixou de pagar as comissões ou qualquer valor devido a autora, de modo que, entendendo não
ter praticado ato ilícito, improcede a fixação de dano moral.
Audiência preliminar (Num. 1188849 - Pág. 1/2), em que fixado os pontos controvertidos e deferida provas.
Audiência de Instrução (Num. 1188852 - Pág. 1/5), com a colheita dos depoimentos pessoais. Audiência
de continuação realizada no juízo deprecado, com a oitiva de testemunhas (Num. 1188853 - Pág. 24/26).
Alegações finais do autor (Num. 1188854 - Pág. 1/5) e da ré (Num. 1188855 - Pág. 1/5), ambas mantendo
a posição antagônica das partes.
(...)
Não há inépcia da inicial visto que a narrativa permite o exercício da defesa de forma plena. A existência
ou não de dívida não pode ser exigida como condição da ação, deve-se exigir apenas a legitimidade, que
é a pertinência subjetiva para a relação jurídica obrigacional. Assiste razão o réu, há de ser limitada a
pretensão do autor aos 05 anos anteriores ao ajuizamento, uma vez que, nos termos do art. 206, § 5º, II,
do CC, o prazo para os profissionais liberais cobrarem suas comissões (honorários) prescreve em 05
anos. Logo, limito a controvérsia aos 05 anos anteriores ao ajuizamento. Como consequência disso, há de
reconhecer-se a prescrição da cobrança das diferenças das comissões pagas a menor e a devolução dos
valores indevidamente debitados na conta corrente do autor, isso porque são pretensões inerentes a
relação de trato sucessivo que dizem respeito a período anterior aos 05 anos que precederam ao
ajuizamento. (02/2011).
No caso não se aplica a normas do CDC devido tratar-se de relação comercial, essa é a posição do STJ.
Contudo, a decisão que inversão do ônus da prova permanece eficaz, uma vez que se trata de decisão
interlocutória, cuja parte teve oportunidade de recorrer e não o fez, deixando operar a coisa julgada formal.
Além disso, o CDC não é a única norma que prevê a inversão do ônus da prova, nem a hipossuficiência do
consumidor é o único fundamento para inversão. O próprio CPC (art. 373, §1º) autoriza o juiz adequar a
distribuição do ônus da prova, quando houver detenção exclusiva de uma das partes e quando houver
extrema dificuldade de uma parte em face da maior facilidade da outra em produzir a prova. Assim,
verificando que há hipossuficiência técnica do autor, já após retirado seu acesso do sistema, houve
praticamente a anulação da chance de autor produzir a prova de seu direito, mantenho a inversão do ônus
deferida liminarmente.
No mérito, tendo a prescrição prejudicado a apreciação dos outros dois pedidos, resta apenas a este
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órgão apreciar o pedido de indenização e aviso prévio, decorrentes da rescisão imotivada. Esses pedidos
não se encontram abrangidos pela prescrição porque não são matérias de trato sucessivo e porque a
cobrança se deu antes de passados 05 anos da ciência inequívoca da rescisão imotivada.
Entendo procedentes esses dois pedidos. Considero que a rescisão foi unilateral e imotivada pela ré. Isso
concluo pelos seguintes fundamentos. Tendo sido invertido o ônus da prova, a ré deveria provar que não
rescindiu imotivadamente o contrato (fl. 37-39) e que pagou as obrigações legais decorrentes do contrato
de representação. A ré mostrou-se indiferente com a inversão do ônus da prova, visto que não apresentou
qualquer prova (documento ou testemunho) do qual se pudesse extrair a conclusão de não foi a
responsável pela rescisão contratual. Não foi apresentado notificação ou correspondência que comprove
que a ré buscou contato com o autor antes de retirar-lhe o acesso dos sistemas. Por decorrência da Boa-
fé objetiva, quando se pretende rescindir um contrato por justo motivo (qual seja: o abandono da outra
parte para com suas obrigações contratuais) se notifica (dever de informação) a outra parte da rescisão.
O ato de retirar o acesso do autor dos sistemas, meio pelo qual se realizava a representação, sem a
apresentação de justificativa, deve ser interpretado como rescisão imotivada, pois, por esse ato, a ré
esvaziou a possibilidade de manutenção da obrigação contratada pelo autor.
Isto posto, JULGO PACIALMENTE PROCEDENTE os pedidos iniciais para condenar o réu, nos termos do
art. 27, j, da Lei nº 4.886/65, ao pagamento de indenização na fração de 1/12 do valor do total da
retribuição auferida durante o tempo em que exerceu a representação, correspondente a R$ 9.228,60,
corrigido monetariamente pelo INPC desde 03/2006 (data do inadimplemento) e com juros de mora de 1%
ao mês, desde a citação.
Condeno ainda o réu ao pagamento de aviso –prévio, correspondente a 1/3 das comissões auferidas pelo
representante nos três últimos meses de vigência do contrato (art. 34, da Lei citada). Custas e horários,
fixados em 10 %, pelo réu. P. R. I. Servirá este de mandado/carta.
TAMBASA TECIDOS E ARMARINHOS MIGUEL BARTOLOMEU S/A recorre a esta instância no Id. Num.
1188858, iniciando suas razões com o pleito de conhecimento do agravo retido apresentado contra a
decisão que reconheceu a relação de consumo (Num. 1188844).
Sustenta que a pretensão está prescrita pelo decurso de mais de 5 anos do rompimento da obrigação
havida entre as partes.
No mérito, alega que não houve rescisão por sua parte, mas sim abandono do serviço pela Apelada e que
não houve interrupção de acesso do Apelado ao sistema da Ré e que poderia ter contactado com a
empresa para sanar qualquer dificuldade de acesso.
Em contrarrazões (Num. 1188859 - Pág. 1/3) a Apelada rebateu o mérito recursal e requereu o
desprovimento do recurso.
É O RELATÓRIO.
DECIDO.
Com efeito, de acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está
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autorizado em demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão
está disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao art. 926, §1º,
do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
DO AGRAVO RETIDO
1. Indefiro o pedido de Assistência Judiciária por estar em desacordo com a legislação vigente da
gratuidade, 1.060/50 alterada pelas Leis nº.s 7.510/86 e 7.871/89.
Conforme disposição da referida Lei de Assistência Judiciária aos necessitados, a causa do mesmo
poderá ser patrocinada por advogado indicado pela Ordem dos Advogados das Subseções Municipais,
nas comarcas em que ausente a Defensoria Pública Estadual instituída e mantida pelo Poder Público, nos
termos do artigo 5º e seus parágrafos, o que não é o caso. Contudo, faculto o recolhimento ao final da
sentença.
2. Defiro o pedido de inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC.
3. Cite-se, ficando a parte ré advertida que não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos os
fatos alegados pela parte autora na inicial nos termos do art. 285 e 319 do Código de Processo Civil.
4. A parte citada deverá constituir, com a devida antecedência, advogado ou defensor público.
5. Fica a parte ré, cientificada que este Juízo e Secretária tem sua sede na: Terceira Vara Cível da
Comarca de Marabá (www.tj.pa.gov.br) Fórum Juiz João Elias
6. Servirá a presente como mandado nos termos do Provimento nº 11/2009-CJRMB, Diário da Justiça
nº 4294 de 11/03/09.
Marabá-PA, 03/08/2011.
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Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida,
salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem
como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida,
quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de
30.11.1995)
Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça,
preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de
30.11.1995)
§ 1 o Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da
apelação, sua apreciação pelo Tribunal. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 2 o Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz poderá reformar sua
decisão. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
A relação havida entre as partes não é regulada pela Lei n. 8078/90, mas sim a Lei nº 4.886/1965, que
regula as atividades dos representantes comerciais autônomos.
No Direito a prova é conceituada como um instrumento de demonstração dos fatos alegados no processo
(LOPES, 2007, p. 25), sendo conhecida também como prova judiciária.
No processo, ônus está atrelada à ideia de carga probante, ou seja, a parte a quem é atribuído por lei um
ônus tem interesse em dele ver cumprido, mas se não o fizer será consequentemente prejudicado, uma
vez que o juiz levará em conta todos os elementos dos autos ao julgar a demanda.
A narrativa dos autos evidencia a relação comercial havida entre as partes e os valores recebidos pelo
Apelado entre os anos de 2000 e 2006, portanto, não há razão para a inversão do ônus probante.
Do exposto, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO ao Agravo Retido para desconstituir a decisão que
reconheceu a relação de consumo e inverteu o ônus processual.
DA PRESCRIÇÃO
Como sabemos, a prescrição é a perda do direito de ação, por não ter sido exercido dentro do prazo tanto
previsto. Referido instituto é princípio de ordem pública que atualmente está intrínseco a todas as áreas do
direito pátrio e visa manter segurança entre os sujeitos das relações jurídicas.
A prescrição possibilita que o sujeito passivo de determinada lide não fique eternamente preso à inércia do
titular do direito.
(...)
ART. 189. VIOLADO O DIREITO, NASCE PARA O TITULAR A PRETENSÃO, A QUAL SE EXTINGUE,
PELA PRESCRIÇÃO, NOS PRAZOS A QUE ALUDEM OS ARTS. 205 E 206.
(...)
A narrativa dos autos as partes mantinham uma relação de representação entre o período de
15/01/1999 e 15/03/2006.
O prazo prescricional está disciplinado no art. 44, parágrafo único, da Lei nº 4.886/65.:
Art. 44. No caso de falência do representado as importâncias por ele devidas ao representante comercial,
relacionadas com a representação, inclusive comissões vencidas e vincendas, indenização e aviso prévio,
serão considerados créditos da mesma natureza dos créditos trabalhistas. (Incluído pela Lei nº
8.420, de 8.5.1992)
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos a ação do representante comercial para pleitear a
retribuição que lhe é devida e os demais direitos que lhe são garantidos por esta lei. (Incluído
pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
Neste raciocínio, proposta a demanda em 23.02.2011, é de se reconhecer proposta dentro do prazo legal.
DO CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO
O representante comercial, como o próprio nome confirma, representa a empresa e intermedia a área de
vendas de produtos ou serviços. A profissão exige habilidade de comunicação e de persuasão para
cumprimento de metas, prospecção de novos clientes e manutenção dos já conquistados, além de
planejamento e organização no trato diário dos negócios com vistas a atingir os melhores resultados.
A representação comercial é regulada pela Lei nº 4.886/1965, cujo art. 1° define esta atividade:
“Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
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emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para
a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos
representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.”
“Pelo contrato de representação, uma empresa atribui a outrem poderes de representá-la sem
subordinação, operando por conta da representada. O representante é autônomo, vincula-se com a
empresa contratualmente, mas atua com seus próprios empregados, que não se vinculam à empresa
representada. A atividade do representante, como se percebe, é de intermediação, sem dependência
hierárquica, obedecendo, porém, as instruções do representado” (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil –
Contratos em espécie. V. 3. 5ª ed. São Paulo: Atlas. 2005. pp.548)
A relação havida entre as partes está anexada no Id. Num. 1188841 - Pág. 11/13, confirmando as
afirmativas constante na exordial, especialmente, sobre a necessidade de aviso prévio antes da rescisão
do contrato, vejamos:
(...)
14) O presente contrato tem prazo indeterminado e poderá ser rescindido de imediato, caso não seja
cumprida qualquer de suas cláusulas, independente de qualquer aviso, notificação judicial ou extra judicial,
não ensejando indenização, excetuando-se as perdas e danos, se existentes, a favor da parte prejudicada.
§ PRIMEIRO - Poderá igualmente ser rescindido pela vontade de qualquer das partes, com prévia
comunicação de 30(trinta) dias, não ensejando, também, qualquer indenização, obedecido as diversas
cláusulas deste
instrumento.
§ SEGUNDO - Ficará rescindido o presente contrato, de pleno direito, não ensejando indenização por
parte da
CONTRATANTE, caso a REPRESENTANTE, sem qualquer comunicação prévia, por escrito, devidamente
comprovada por aviso
de recebimento da EBCT. AR, abandonar sua área de atuação de vendas, devidamente comprovada pela
ausência de remessa de pedidos, no prazo máximo de 40(quarenta) dias, apôs a data de faturamento do
último pedido anteriormente enviado.
(...)
DA RESCISÃO IMOTIVADA
Art. 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo
273
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
representado:
e) fôrça maior.
Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo
representante:
e) fôrça maior.
O autor alega que houve a rescisão imotivada, por parte da Ré Apelada, não podendo mais acessar ao
sistema, nem fazer novos pedidos.
Do contrário, a Ré/Apelante nega que houve a restrição ao sistema, sem fazer qualquer prova que
evidencie a sua alegação.
Éimpossível a parte autora fazer prova negativa do acesso ao sistema, então caberia a Ré demonstrar o
contrário, ônus que não foi cumprido, é de se reconhecer a rescisão imotivada sem que tenha havido o
aviso prévio.
DO AVISO PRÉVIO
A legislação que regulamenta o tema está regulada pelo art. 34, da Lei nº 4.886/1965:
Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação,
ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denunciante,
salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta
dias, ou ao pagamento de importância igual a um têrço (1/3) das comissões auferidas pelo representante,
nos três meses anteriores.
Desta forma, escorreita a decisão que reconheceu devido o pagamento de importância igual a um
terço (1/3) das comissões auferidas pelo representante, nos três meses anteriores a rescisão.
“APELAÇÃO CÍVEL. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. (...) Indenização prevista no artigo 27, alínea "j"
da Lei 4886/65. Deve abranger toda a contratualidade, inclusive o período em que vigorou o contrato
verbal. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂ-NIME.” (Apelação Cível Nº 70055315501, Décima
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio Roque Menine, Julgado em 04/12/2014)
Deste modo, escorreita a sentença recorrida, devendo ser mantida por esta instância.
DISPOSITIVO
Do exposto, CONHEÇO E DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, apenas, para afastar a relação
de consumo e a inversão do ônus da prova (Num. 1188847), mantendo incólume a sentença recorrida.
INT.
Desembargadora Relatora
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
E MORAIS, EM FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXCESSO DE EXECUÇÃO APURADA
PELO CONTADOR. SENTENÇA MANTIDA. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposto por INDÚSTRIA DE CONSERVAS PAMAR EIRELI - EPP em
face da sentença de Num. 807620 prolatada pelo Juízo da 12ª Vara Cível e Empresarial de Belém, que
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Materiais e Morais, em fase de
cumprimento de sentença, ajuizada contra por SUL AMÉRICA SEGUROS DE AUTOMOVEIS E
MASSIFICADOS S.A., que julgou procedente a impugnação ao cumprimento de sentença e extinguiu a
execução.
A INDÚSTRIA DE CONSERVAS PAMAR EIRELI - EPP ingressou com a Ação de Obrigação de Fazer c/c
Indenização por Danos Materiais e Morais afirmando que firmou junto a seguradora ré contrato de seguro
de um automóvel modelo Honda Civic EX 1.6, e, que, em 09 de novembro de 1999 o referido veículo
sofrera perda total, oportunidade em que fora indenizada pela requerida no valor de R$ 23.170,00 (vinte e
três mil cento e setenta reais).
Acrescentou que a ré não deu baixa assim como não transferiu o veículo para o seu nome junto ao
DETRAN, asseverando que no ano de 2010 tomou conhecimento de um débito relativo a IPVA, no valor
de R$ 15.732,00 (quinze mil setecentos e trinta e dois reais), o que lhe impediu de se habilitar ao sistema
de emissão de notas fiscais junto a SEFA, lhe causando diversos transtornos, razão pela qual ingressou
com a presente demanda, pugnando pela respectiva condenação da empresa ré.
Às fls. 61 o magistrado de piso deferiu a tutela antecipada pretendida, determinando que a seguradora ré
processe a transferência do veículo sinistrado para o seu nome perante o DETRAN, sob pena de multa
diária, deferindo, ainda, o pedido de inversão do ônus de prova, nos termos do art. 6º, VIII do Código de
Defesa do Consumidor.
O feito seguiu tramitação regular até a prolação da sentença (fls. 157-161) que julgou procedente os
pedidos autorais, para condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos materiais no
valor de R$15.735,98 (quinze mil setecentos e trinta e cinco reais e noventa e oito centavos) e
morais no importe de R$30.000,00 (trinta mil reais), devidamente atualizados com aplicação de
juros de 0,5 (meio por cento) ao mês, até janeiro de 2003, e 1% (um por cento) a partir de então, a
serem contados a partir do evento danoso, e correção monetária vigorante no período da
publicação da sentença, até o efetivo pagamento.
Inconformada, SUL AMERICA CIA NACIONAL DE SEGUROS S/A interpôs Recurso de Apelação às fls.
162-171.
Afirma em suas razões recursais que agiu em conformidade com o regramento Legal vigente,
asseverando que inexistia na época do sinistro portaria do CONTRAM para regulamentar a quem deveria
cumprir com as transferências do veículo segurado.
Sustenta que no corrente ano do sinistro, comercializou o veículo a terceiro, oportunidade em que teria
ficado acordado que o mesmo se obrigava a efetuar a transferência para o seu nome, ressaltando que não
teria agido de má fé ao negociar o bem, e, que, o mesmo teria sido roubado na Cidade de São Paulo em
31/12/2001, sendo inviável a realização da transferência do mesmo.
Ressalta ser impertinente a sua condenação em danos materiais, sob a alegação de que não procedeu
qualquer irregularidade junto ao apelado, pugnando, em caso de manutenção do decisum, pela redução
do quantum indenizatório, afirmando que o valor arbitrado pelo juízo de piso não se coaduna com as
peculiaridades do caso concreto, prequestionando, ainda, dispositivos legais.
Em contrarrazões, a empresa recorrida pugna pela manutenção da sentença ora vergastada (fls. 176-181).
Às fls.188/191, a Exequente- Impugnada reiterou seus cálculos, pugnando pela liberação da parte
incontroversa da execução.
Às fls.192 o juízo deferiu a liberação do valor incontroverso à parte Exequente e determinou a realização
de cálculo por parte do contador do juízo, a fim de dirimir a controvérsia, cujos cálculos foram
posteriormente juntados às fls. 198/203, tendo a parte Executada se manifestado às fls.205/206 e a parte
Exequente ás fls. 207/211.
(...)
Conforme pode se observar, os cálculos apontados pelo contador do juízo apontaram o excesso da
execução no montante de R$76.821,14 (setenta e seis mil e oitocentos e vinte e um reais e quatorze
centavos), cujos cálculos foram realizados na conformidade da sentença prolatada nos autos e
merecem ser acolhidos por este juízo.
Defiro a expedição do competente Alvará Judicial, autorizando a parte Exequente (ou advogado habilitado)
a proceder o levantamento da quantia exequenda apontada pelo contador, descontada do valor que já fora
recebido às fls. 197, devendo também ser retida a quantia relativa aos honorários sucumbenciais acima
arbitrados. Da mesma forma expeça-se também Alvará Judicial, autorizando a parte Executada a proceder
o levantamento da quantia excedente que se encontra depositada.
Intime-se.
Inconformada a INDÚSTRIA DE CONSERVAS PAMAR EIRELI - EPP recorre a este instância pleiteando
a reforma do julgado, porque o valor de excesso de execução deveria estar limitado ao alegado na
Impugnação.
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Diz que a diferença de 6 mil reais apuradas pelo Contador do Juízo não pode ser reconhecida em favor do
Executado, porque ter a matéria precluído no momento da apresentação de sua defesa.
A SUL AMÉRICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS apresentou contrarrazões no Id. Num. 807623
- Pág. 4/15 arguindo que a apelação não é o recurso adequado para atacar a decisão. No mérito,
combateu os fundamentos da defesa.
É o Relatório.
DECIDO.
Com efeito, de acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está
autorizado em demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão
está disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao art. 926, §1º,
do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
O art. 203, § 1º, do CPC, estabelece que a sentença é o ato do juiz que põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum ou que extingue a execução cujo recurso cabível é o de apelação (art. 1.009, caput,
do CPC).
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
No caso, a decisão do Juízo a quo foi proferida nos seguintes termos (ID Num. 807620 - Pág. 1):
(...)
Conforme pode se observar, os cálculos apontados pelo contador do juízo apontaram o excesso da
execução no montante de R$76.821,14 (setenta e seis mil e oitocentos e vinte e um reais e quatorze
centavos), cujos cálculos foram realizados na conformidade da sentença prolatada nos autos e
merecem ser acolhidos por este juízo.
Defiro a expedição do competente Alvará Judicial, autorizando a parte Exequente (ou advogado habilitado)
a proceder o levantamento da quantia exequenda apontada pelo contador, descontada do valor que já fora
recebido às fls. 197, devendo também ser retida a quantia relativa aos honorários sucumbenciais acima
arbitrados. Da mesma forma expeça-se também Alvará Judicial, autorizando a parte Executada a proceder
o levantamento da quantia excedente que se encontra depositada.
Intime-se.
Nesse contexto, verifica-se que o ato combatido apreciou a Impugnação, fixou os honorários do
impugnante, determinou a expedição do alvará e consignou que não havendo recurso os autos deveriam
ser arquivados, onde se leva a compreender que o ato possui natureza de sentença, observando o
disposto no art. 924, inciso II, do NCPC.
MÉRITO
Com efeito, as questões trazidas pela INDÚSTRIA DE CONSERVAS PAMAR EIRELI – EPP possuem
natureza técnica, sendo necessário o auxílio de um profissional imparcial e habilitado para tanto. Ainda
que os cálculos da Contadoria Judicial não vinculem o juízo, a exemplo das perícias, é obvio que devem
servir como parâmetro.
Assim sendo, somente em casos de erros manifestos ou de impugnações precisas, deve o magistrado se
afastar da conclusão do contador.
1. Não há nos autos elementos de prova que permitam inferir a ocorrência de erro na decisão recorrida,
uma vez que os cálculos foram elaborados pela Contadoria Judicial, e se revestem de imparcialidade e
observância aos padrões técnicos, além de gozar de presunção de legitimidade e veracidade.
2. Não se admite a impugnação genérica a cálculos apresentados em juízo, devendo a parte inconformada
apontar, especificamente, os erros percebidos.
3. Estando o laudo pericial, elaborado por auxiliar técnico do Juízo e em consonância com os parâmetros
determinados em comandos judiciais, ausente prova cabal em sentido contrário, deve-se manter incólume
a decisão que homologou os cálculos apresentados pela Contadoria Judicial.
4. Recurso desprovido.
1. Afirmando o credor a existência de erros na elaboração dos cálculos pela Contadoria Judicial, cabe a
ele o ônus da prova em apontar o alegado erro, nos moldes do art. 333, I, do CPC.
2. Precedentes. Turmário e da Casa. 2.1. "01. Inexistindo qualquer elemento hábil a atestar erro ou
equívoco no laudo elaborado pela Contadoria Judicial, a rejeição do pedido é medida que se impõe. 02.
Recurso desprovido. Unânime." (Acórdão n.612658, 20120020127206AGI, Relator: Romeu Gonzaga
Neiva).
2.2 1. O limitado espectro cognitivo reservado ao agravo de instrumento não comporta dilação probatória.
2. Se a planilha de cálculos do Contador Judicial foi elaborada em fiel observância aos ditames insertos no
comando sentencial, de forma imparcial e adequada aos padrões técnicos, merece prevalecer sobre
contas produzidas unilateralmente pela parte. Tal presunção apenas pode ser refutada com a
demonstração inequívoca de eventual incorreção nos critérios adotados. 3. Agravo de instrumento
desprovido. Unânime." (Acórdão n .626138, 20120020151354AGI, Relator: Otavio Augusto, DJE:
25/10/2012. Pág.: 150).
3. Agravo improvido. (Acórdão n.654932, 20120020289722AGI, Relator: JOÃO EGMONT, 5ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 20/02/2013, Publicado no DJE: 22/02/2013. Pág.: 155)
1) - É cabível a homologação dos cálculos elaborados pela Contadoria Judicial, uma vez que tomaram por
base nota promissória, nada tendo trazido o agravante, principalmente no que tange à alegada
capitalização de juros, que seja apto a afastar o trabalho desenvolvido pela Contadoria, que goza da
presunção de legalidade e veracidade.
2) - Tem o magistrado que buscar dar a correta prestação jurisdicional, não podendo ficar inerte quando
percebe que isto não está de dando.
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3) - Somente é possível a aplicação da capitalização de juros quando há previsão expressa para sua
cobrança e desde que o contrato tenha sido assinado após a entrada em vigor da Medida Provisória
1.963-17/2000 (31 de março de 2000), reeditada sob o n° 2.170-36/2001 pela EC 32/2001.
DISPOSITIVO
Ante o exposto, CONHEÇO E NEGO PROVIMENTO ao recurso para manter o decisum tal como lançado.
P. R. I. C.
Desembargadora Relatora
APELAÇÃO Nº 0014707-54.2015.8.14.0301
- O art. 93, IX, da Constituição Federal, bem como os artigos 11 e 489 do CPC/15, dispõem que
todas as decisões deverão ser fundamentadas, ainda que de forma concisa.
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DECISÃO MONOCRÁTICA
Ao pagamento de DANOS MORAIS no valor de R$4.685,00 (quatro mil, seiscentos e oitenta e cinco reais)
Danos materiais, responsabilidade contratual, correção monetária data do desembolso ou efetivo prejuízo
(Súmula 43/STJ), Juros de mora a partir da citação (art. 405, Código Civil).
Danos morais, correção monetária, data do arbitramento (Súmula 362/STJ). Juros de mora, a partir da
citação.
Em suas razões (Num. 474508) o réu, ora apelante, suscita preliminar de nulidade da
sentença, haja vista que em que pese constar no dispositivo da sentença a condenação do requerido ao
pagamento de danos morais, no importe de R$4.685,00 (quatro mil, seiscentos e oitenta e cinco reais) não
há qualquer parágrafo ou linha da sentença que fundamente a referida condenação, o que inviabiliza o
exercício da defesa.
No mérito, afirma culpa exclusiva do autor/apelante, pois sequer retornou para secretaria da
faculdade para receber os convites para participar da cerimônia de colação.
Sem contrarrazões
É o relatório.
Decido.
Com efeito, de acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do CPC o relator do processo está
autorizado em demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão
está disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao comando
legal imposto no art. 926, §1º, do CPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
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§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
Vejamos:
"O art. 93, IX, da CF exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem
determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam
corretos os fundamentos da decisão."(STF, AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em
23-6-2010, Plenário, DJE de 13-8-2010, com repercussão geral.)
Após regular processo, sobreveio sentença que julgou parcialmente procedente a ação
indenizatória (id. 474507,p.29/32)
" No caso em comento, a conduta do réu destoa dos parâmetros mínimos de razoabilidade e ultrapassa os
limites do mero aborrecimento, gerando lesão a direito da personalidade.
Sendo assim, a indenização / reparação, de modo geral, além de compensar a parte pelos transtornos e
gravame suportados, leva em conta a repercussão do dano e as circunstâncias fáticas do caso. Nos casos
de dano moral, busca também sancionar o causador dos danos e reparar o sofrimento ou constrangimento
causado."
No caso em comento, da simples leitura da sentença verifica-se que ela está eivada de nulidade
absoluta, pois a fundamentação do juízo a quo não faz correlação com os fatos narrados nos autos, sendo
o valor da condenação fixado apenas no dispositivo (id. 47507,p.31) sem qualquer justificativa das razões
que levaram o julgador à fixação dos danos morais em R$ 4.865,00 (quatro mil, oitocentos e sessenta e
cinco reais), conforme preceitua o art. 489, inciso I e IV, do NCPC, vejamos:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
(...)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
Por esta razão, toda decisão judicial deve ser fundamentada, sob pena de nulidade, nos termos
do art. 93, IX, da CR/88, in verbis:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
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I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
§1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a
causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
juiz convocado
INTIMEM-SE.
INTIMEM-SE.
CONCLUSOS.
INTIMEM-SE.
INTIMEM-SE.
INTIMEM-SE.
INTIMEM-SE.
INTIMEM-SE. CUMPRA-SE
INTIMEM-SE.
PROCESSO Nº 0807899-20.2021.8.14.0000
COMARCA: SANTARÉM
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
O agravante questiona a decisão de 1.º grau que indeferiu o pedido liminar para determinar que o
réu/agravado proceda a transferência do autor/agravante para o curso de medicina na cidade de
Santarém.
Alega, em suma, que preenche todos os requisitos legais necessários para o deferimento da tutela de
urgência, já que é servidor público militar, foi transferido por necessidade do serviço, estava cursando o
curso de medicina em Marabá e na cidade de Santarém somente existe o curso de medicina na UEPA.
Alude que merece reforma a decisão do Juízo a quo, haja vista que a transferência ex officio e o direito à
matrícula na localidade de destino, independentemente da existência de vaga, estão previstos no art. 1º da
L 9.536/1997, bem como na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que versa sobre as diretrizes e
bases da educação nacional.
Ressalta que os atos administrativos são presumidos verdadeiros e legais até que se prove o contrário;
que não há sequer fumaça de ilegalidade do ato do Chefe de Estado Maior da Polícia Militar; que cabe ao
destinatário do ato o encargo de provar que o agente administrativo agiu de forma ilegítima.
Assevera que a atribuição do efeito suspensivo e ou o deferimento da liminar se impõe pelo fato de que se
trata de direito do servidor removido a transferência ex officio do curso em que o autor está matriculado,
sendo que o indeferimento, sem sombra de dúvidas, gera grave prejuízo irreparável à parte.
Por tais motivos, requer a concessão do efeito suspensivo ao presente recurso a fim de que seja
sobrestada a decisão do juízo a quo, e, ao final, o provimento do agravo de instrumento com a reforma da
decisão guerreada, nos termos da fundamentação.
Éo breve relato.
DECIDO.
Para a análise do pedido de efeito suspensivo formulado pelo agravante, necessário se faz observar o que
preceituam os artigos 995, parágrafo único e 1.019, I, do NCPC.
Assim, conclui-se do texto legal a existência de dois requisitos, os quais devem estar presentes
concomitantemente, para a concessão do efeito suspensivo, quais sejam: probabilidade do direito, de
modo que deve o agravante demonstrar, através das alegações deduzidas em conjunto com os
documentos acostados, a possibilidade de que o direito pleiteado exista no caso concreto; e perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo, consubstanciado no reconhecimento de que a demora na
definição do direito poderá causar dano grave e de difícil reparação ao demandante com um suposto
direito violado ou ameaçado de lesão.
Ressalte-se, por oportuno, que o exame da matéria, para o fim da concessão do efeito suspensivo, pela
celeridade que lhe é peculiar, dispensa digressão acerca de toda a temática que envolve os fatos, a qual
merecerá o devido exame por ocasião do julgamento do mérito recursal.
Da análise prefacial dos autos, pelo menos em um súbito de vista, não constato que há plausibilidade na
argumentação exposta pelo agravante, de forma a caracterizar o fumus boni juris, bem como não emerge
a presença do risco de lesão grave e de difícil reparação (periculum in mora).
Vale nesse passo acrescentar que restou consignado na decisão agravada que “os fundamentos
empregados pela Universidade do Estado do Pará para indeferir o pedido de matrícula do autor merecem
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amparo, pois indica fortes indícios de desvio ao sistema para alcançar uma vaga no curso de medicina na
Universidade Pública (...) inclusive a instituição pública recomendou que fosse oficiado as autoridades
competentes para apuração da regularidade das transferências em questão”.
Nesse cenário, não constatando, de pronto, a presença dos requisitos necessários à concessão da medida
pleiteada, tenho como certo ser prudente o estabelecimento do contraditório para a eventual provimento
do pedido.
Ante o exposto, com fulcro nos artigos 995, § único e 1.019, I, ambos do NCPC, em atenção ao restrito
âmbito de cognição sumária, indefiro o pedido de efeito suspensivo ao recurso, até ulterior
deliberação deste Egrégio Tribunal de Justiça.
Esclareça-se que a presente decisão tem caráter precário, cujo deferimento do efeito suspensivo ao
recurso não configura antecipação do julgamento do mérito da ação, não constitui e nem consolida direito,
podendo, perfeitamente, ser alterado posteriormente por decisão colegiada ou mesmo monocrática do
relator.
Intime-se a parte agravada, para que, caso queira, apresente contrarrazões ao presente recurso, também
no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 1019, II, do NCPC.
Publique-se. Intime-se.
Relator
Decisão Monocrática
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pelo Estado do Pará em face de Decisão Interlocutória
proferida pelo juízo de primeiro grau, a qual determinou ao agravante que se abstivesse de aplicar alíquota
de 9,5% a título de contribuição previdenciária sobre a remuneração do agravado, sob pena de multa
diária de R$2000,00.
Tendo em vista que o presente recurso foi interposto contra decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara do
Juizado Especial de Fazenda Pública de Belém, a competência para julgá-lo é da Turma Recursal.
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Desse modo, declaro-me incompetente para atuar neste feito e, por consequência, determino a remessa
dos autos à Turma Recursal.
Cumpra-se.
Belém,
I – Os embargos de Declaração devem ser interpostos tão somente nas hipóteses expressamente
elencadas.
DECISÃO MONOCRÁTICA
PARCIALMENTE PROVIDO.
I - A comissão de permanência prevista contratualmente pode ser cobrada quando caracterizada a mora
do devedor, nos termos do paradigma que consolida a posição do Superior Tribunal de Justiça, Recurso
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Especial nº 1.058.114-RS.
Em suas razões recursais, o embargante alega que a comissão de permanência é legal e merece ser
reformada a decisão recorrida, além do que sustenta a imprescindibilidade do prequestionamento das
questões suscitadas.
É o relatório.
Decido.
De início, justifico o presente julgamento unipessoal, porquanto os embargos de declaração opostos contra
decisão monocrática devem ser julgados monocraticamente (CPC, art. 1.024, § 2º c/c RITJE/PA, art. 262,
p. único).
“A competência para julgamento dos embargos de declaração é sempre do órgão julgador que proferiu a
decisão embargada. Assim, quando apresentados contra acórdão, é do colegiado, e não do relator, a
competência para o seu julgamento. E é do relator, monocraticamente, aí sim, quando ofertados contra a
decisão singular.” (STJ, 4º Turma, REsp. nº. 401.749/SC, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU
24/02/2003).
Presentes os pressupostos de admissibilidade conheço dos embargos declaratório e passo ao seu exame
de mérito.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
Do exame da controvérsia, tenho que as razões apresentadas pela embargante não condizem com
quaisquer dos casos que cabem embargos de declaração, restando claro que a embargante pretende, tão
somente, rediscutir a matéria sub judice.
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Analisando os termos dos embargos, se observa que a insurgência recursal se restringe a rediscutir a
questão da comissão de permanência reformada na decisão monocrática.
Senão vejamos o julgamento do REsp 1058114 submetido à sistemática do art. 483- C do CPC/73:
(...)
Súmula 472, STJ - A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar a
soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato - exclui a exigibilidade dos
juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual.
No caso em análise se extrai do item 05 do referido contrato (Num. 1047151 - Pág. 15), que a
comissão de permanência está cumulada com as taxas de juros de mora e multa contratual.
Assim, a sentença merece reforma parcial vez que determinou a exclusão total do referido encargo.
De acordo com o entendimento do STJ, nestas hipóteses, a comissão de permanência deve ser
mantida e os demais encargos de mora excluídos, já que aquela engloba todos estes.”
Com estas razões não vislumbro omissão na decisão embargada. Observa-se que o que se pretende é a
reapreciação da questão, o que é incabível em sede de embargos declaratórios.
Na linha desse entendimento, cito, a seguir, o julgado do STJ, cuja ementa é a seguinte:
Assim, a decisão ora embargada não padece de obscuridade, contradição ou omissão, devendo ser
negado provimento ao recurso.
DISPOSITIVO
294
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Desembargadora Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
É o relatório.
DECIDO.
Em consulta ao sistema processual PJE, constato que foi proferida sentença pelo juízo de primeiro grau
nos autos do processo de 1º grau nº 0809813-68.2018.8.14.0051, senão vejamos:
“(...) 3. DISPOSITIVO
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido pleiteado na inicial, na forma do art.
487, III, alínea a, do CPC, nos seguintes termos:
b) julgo improcedente o pedido de indenização por dano moral, pelos argumentos acima expendidos.
Tendo em conta a sucumbência recíproca, bem como a vedação de compensação, condeno o réu em
honorários advocatícios, no percentual de 10% sobre integral da restituição.
Da mesma forma, condeno o autor em honorários advocatícios, no percentual de 10% sobre o valor do
dano moral pleiteado.
Havendo recurso voluntário, intime-se a parte apelada para oferecer contrarrazões no prazo legal de 15
dias, após encaminhe os autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado do Pará, uma vez que inexiste juízo de
admissibilidade pelo Juízo a quo (art. 1.010, § 3º, CPC).
Após o trânsito em julgado, expeça-se o competente Alvará Judicial referente aos valores
depositados em juízo, no valor de R$ 2.699,82, favor do autor.
P.R.I.C.”
Acerca da perda do objeto, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, na obra "Código de
Processo Civil Comentado", 8ª ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 1041, anotam:
"Recurso prejudicado. É aquele que perdeu seu objeto. Ocorrendo a perda do objeto, há falta
superveniente de interesse recursal, impondo-se o não conhecimento do recurso. Assim, ao relator
cabe julgar inadmissível o recurso por falta de interesse, ou seja, julgá-lo prejudicado."
(TJRS, 7ª Câm. Cível, AI 70005870639, rel. Desª. Maria Berenice Dias, j. 19.02.2003).
Sobre a superveniência de fato novo, assim leciona Costa Machado in Código de Processo Civil
Interpretado e Anotado, Barueri, SP: Manole, 2006, p. 844:
296
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
“(...) Observe-se que a ratio da presente disposição está ligada à idéia de que nem sempre o
contexto fático da causa permanece como era quando da propositura da ação - o que,
evidentemente, seria o ideal -, de sorte que ao juiz cabe apropriar-se da realidade presente ao
tempo da sentença para decidir com justiça o litígio. A regra se aplica também ao acórdão.”
1. Deve ser reconhecida a perda de objeto do agravo de instrumento em razão da prolação de sentença
nos autos do processo principal. Possibilidade de ser negado seguimento ao agravo com fundamento no
artigo 557 do CPC.
I Se antes do julgamento do Agravo de Instrumento é prolatada a sentença, ocorre à perda do seu objeto.
(TJPA; Agravo de Instrumento nº. 2009.3.002703-9; julgado em 09/07/2009; Rel. Des. Leonardo de
Noronha Tavares) (grifo nosso)
(TJPA, 3ª Câmara Cível Isolada, AI 200830074594, rel. Desª. SONIA MARIA DE MACEDO PARENTE, j.
05/03/2009) (grifo nosso)
(TJPA, 3ª Câmara Cível Isolada, AI 200830074594, rel. Desª. SONIA MARIA DE MACEDO PARENTE, j.
05/03/2009).
Assim sendo, constata-se que não se faz necessária a análise do mérito dos embargos de declaração,
uma vez que já proferida sentença no processo de 1º grau, o que enseja a devolução total da matéria
tratada na demanda para este E. Tribunal através de recurso de apelação cível.
Por todos os fundamentos expostos, JULGO PREJUDICADO o presente Agravo de Instrumento, nos
termos da fundamentação.
297
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P.R.I.
Desembargadora Relatora
II – No caso existe omissão em relação a incidência dos juros, correção monetária e honorários
advocatício sucumbenciais.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Na origem o autor/embargante informou que era cliente do Banco da Amazônia S/A – BASA e que levou
um cheque emitido por terceiro para compensar no valor de R$53.330,00 (cinquenta e três mil e trezentos
e trinta reais), porém, foi informado próprio banco de que o malote que continha o cheque havia sido
extraviado.
298
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Em razão do ocorrido, ajuizou a ação de indenização por danos materiais, sendo julgada procedente pelo
magistrado a quo.
(...)
Dessa maneira, óbvio que qualquer medida por parte do autor, visando a recuperação de seu crédito junto
ao devedor restaria inócua, uma vez que este não dispunha mais de nenhum documento capaz de
constituir seu crédito, pois o documento emitido pelo banco não tem, como já dito alhures, qualquer força
probante da existência do crédito, sendo inservível como meio de prova. Por conseguinte, tendo o banco
demandado causado o prejuízo ao autor, caberá a este promover a sua indenização pelos danos materiais
sofridos, uma vez que o autor não possui mais qualquer documento hábil a cobrança do crédito
consubstanciado no cheque extraviado.
ISSO POSTO julgo PROCEDENTE o pedido deduzido por MASSAO OZAKI em face de BANCO DA
AMAZÔNIA S.A para o fim de CONDENAR o banco demandado a indenizar ao autor os danos materiais
sofridos, no valor de R$ 53.330,00 (cinquenta e três mil trezentos e trinta reais), corrigidos pelo
INPC, desde a data do evento danoso e acrescidos de juros de um por cento (1%) ao mês com
capitalização anual, a partir da citação. Condeno ainda o banco demandado ao pagamento das
custas processuais e honorários advocatícios, os quais arbitro em 20% (vinte por cento) sobre o
valor da condenação.
Inconformado, o banco interpôs recurso de apelação ID. 11411123 alegando que o roubo do cheque foi
um caso fortuito, e que o gerente orientou ao autor/apelado que fosse sustado o cheque junto ao emitente
e assim pudesse reaver o valor por outros meios.
Sustenta que o autor/apelado preferiu ajuizar equivocadamente a ação em face do Banco, pelo que
requer seja reformada a sentença, julgando improcedente a pretensão indenizatória.
Transcrevo o dispositivo da decisão monocrática, ora embargada id. 312673, que julgou improcedente o
recurso de apelação:
Diante desse quadro, verifica-se que o réu não apresentou substrato probatório a corroborar suas
assertivas, não se desincumbindo de demonstrar que prestou serviço com a eficiência e segurança que se
poderia razoavelmente esperar, permitindo o extravio do cheque de titularidade do autor.
Éevidente, portanto, a falha na prestação de serviços pelo banco réu. Além disso, é importante lembrar
que o autor ficou privado do recebimento do crédito representado pelo referido cheque, que como cediço
são títulos de crédito, podendo ser exigidos por meio da propositura da ação de execução, a qual deve
necessariamente ser aparelhada com o original da cártula, tendo em vista a sua natureza cambial.
Sendo assim, a parte autora viu-se impossibilitada de proceder ao protesto dos títulos e ajuizar a
competente ação de execução dos valores neles estampados, restando, portanto, configurados os
danos materiais na espécie, os quais devem corresponder ao valor da cártula extraviada.
P.R.I.C.
299
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Desembargadora Relatora
Éo relatório.
DECIDO.
Presentes os pressupostos de admissibilidade conheço dos embargos declaratório e passo ao seu exame
de mérito.
“A competência para julgamento dos embargos de declaração é sempre do órgão julgador que proferiu a
decisão embargada. Assim, quando apresentados contra acórdão, é do colegiado, e não do relator, a
competência para o seu julgamento. E é do relator, monocraticamente, aí sim, quando ofertados contra a
decisão singular.” (STJ, 4º Turma, REsp. nº. 401.749/SC, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU
24/02/2003)
Do exame da controvérsia, entendo que assiste razão ao embargante quanto a omissão existente na
decisão monocrática de id. 3126738.
No caso, a decisão monocrática foi omissa em relação a incidência dos juros e correção monetária sobre o
valor da condenação, e o percentual dos honorários advocatícios sucumbenciais.
Com efeito, tratando-se se relação de consumo, sobre o valor da condenação por danos materiais, que
corresponde ao valor nominal da cártula extraviada de R$ 53.330,00 (cinquenta e três mil trezentos e trinta
reais) deverá incidir correção monetária (INPC) a partir do efetivo prejuízo (súmula 43 do STJ) e juros de
mora de 1% a partir da citação nos termos da Súmula 426 do STJ, como bem delimitou o magistrado a
quo.
300
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Outrossim, em relação aos honorários advocatícios sucumbenciais, verifico que já fora fixado no limite
máximo estabelecido no artigo 85, § 2º do CPC, pelo que mantenho o percentual de 20% sobre o valor
da condenação.
Ante o exposto, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos moldes do
art. 1.022 e o art. 1.024, §2º, do CPC, para suprir a omissão constante na decisão monocrática de id.
3126738, nos termos da fundamentação apresentada.
Desembargadora
DECISÃO MONOCRÁTICA
1. Muito embora tenha o atual Código de Processo Civil inserido no ordenamento jurídico brasileiro nova
regra a respeito do agravo interno, prevendo, a partir de sua vigência, ser vedado ao relator limitar-se à
reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno (CPC, art.
1.021, § 3º), na situação em tela, não se pode exigir novos argumentos para enfrentar o recurso quanto
este apenas reproduz as alegações da petição que ensejou a decisão agravada.
2. Quanto a alegação de perda de objeto ante o cumprimento da antecipação da tutela satisfativa, que
determinou a realização da cirurgia pleiteada pela autora, reitero o posicionamento adotado no decisum
agravado de que a decisão liminar não esgota o objeto da causa, tendo em vista que o referido
provimento, ainda que satisfativo, tem caráter provisório e revogável, sendo imprescindível a sua
confirmação pela sentença final.
Nas razões MARIA SELMA FERREIRA CASTELO BRANCO alega a existência de omissão no acórdão,
pois ausente manifestação acerca da majoração de honorários advocatícios.
Éo relatório. Decido.
No caso dos autos, toda a matéria objeto da controvérsia foi suficientemente enfrentada pela Câmara, não
havendo omissão, contradição ou obscuridade, nem mesmo erro material.
Da leitura dos embargos declaratórios, depreende-se que as alegações não guardam relação com o
Agravo Interno submetido a Turma, o qual fora interposto pela UNIMED DE BELEM COOPERATIVA DE
TRABALHO.
Vale ressaltar que a questão da majoração dos honorários advocatícios foi apreciada na decisão
monocrática (ID. 2440749), nos termos que segue:
2 - A liminar concedida para determinar a autorização do procedimento médico precisa ser confirmada
pela sentença, portanto não há que se falar em perda do objeto da ação.
3 - No presente caso, estão presentes os requisitos para a majoração da verba honorária pleiteada
pela autora, quais sejam: a) decisão recorrida publicada a partir de 18/3/2016, quando entrou em
vigor o novo CPC; b) recurso não conhecido integralmente ou desprovido, monocraticamente ou
pelo órgão colegiado competente e c) condenação em honorários advocatícios desde a origem, no
feito em que interposto o recurso. Por conseguinte, majoro os honorários em mais R$ 500,00
(quinhentos reais), totalizando R$ 2.000,00 (dois mil reais).
(...)
No que tange à majoração dos honorários fixados em sentença é importante ressaltar que conforme o
previsto no art. 85, § 11 do CPC/2015 e o entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, a
majoração da verba honorária é admitida quando do cumprimento dos seguintes requisitos,
simultaneamente: a) decisão recorrida publicada a partir de 18/3/2016, quando entrou em vigor o novo
CPC; b) recurso não conhecido integralmente ou desprovido, monocraticamente ou pelo órgão colegiado
competente e c) condenação em honorários advocatícios desde a origem, no feito em que interposto o
recurso.
1. A majoração da verba honorária sucumbencial, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, cujo desiderato
é desestimular a interposição de recursos infundados e protelatórios, pressupõe a existência dos seguintes
requisitos, cumulativamente: (i) decisão recorrida publicada a partir de 18/03/2016, data de entrada em
vigor do novo Código de Processo Civil; (ii) recurso não conhecido integralmente ou desprovido,
monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente; e (iii) condenação em honorários advocatícios
desde a origem no feito em que interposto o recurso.
2. A decisão agravada, em sua parte dispositiva, registrou que somente haveria a majoração dos
honorários advocatícios caso estivessem presentes os referidos pressupostos e, em não se verificando
estes, por óbvio, a majoração da referida verba seria indevida.
(AgInt nos EDcl no AREsp 1412022/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 14/10/2019, DJe 17/10/2019). Grifei.
No presente caso, todos os requisitos para a majoração dos honorários estão presentes, portanto é
devido o pedido da apelada e, por consequência, majoro os honorários advocatícios devidos aos
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
procuradores da autora em mais R$ 500,00 (quinhentos reais), totalizando R$ 2.000,00 (dois mil
reais), nos termos do §11 do art. 85 do CPC.
P. R. I. C.
Desembargadora Relatora”
De modo que as questões suscitadas nos embargos declaratórios não são objeto do recurso.
Portanto, resta caracterizada a dissociação entre as razões dos embargos declaratórios e o acórdão
embargado, impondo-se o não conhecimento do recurso.
Desembargadora Relatora
Vistos etc.
Manifestem-se as partes sobre a prejudicial de perda do objeto arguida no Id. 4604833 e sobre os
documentos juntado no Id. 4762031 e 5025262.
INT.
Desembargadora Relatora
APELAÇO Nº 0810646-85.2019.8.14.0040
APELADO: BV FINANCEIRA SA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de recurso de Apelação interposto por ISABEL MARIA COSTA SILVA, contra sentença proferida
pelo juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Parauapebas, nos autos da ação declaratória de
inexistência de débito cumulada com indenizatória por danos materiais e morais ajuizada em face de BV
FINANCEIRA S/A.
Na origem, a apelada ajuizou ação declaratória de inexistência de débito cumulada com indenização por
danos materiais e morais, alegando que o banco réu/apelante teria efetuado descontos indevidos em seus
proventos de aposentadoria, sem que tivesse celebrado contrato de mútuo em qualquer modalidade com a
instituição financeira.
“(...)
Por certo, o fato de ser a contratante pessoa analfabeta, não lhe retira a capacidade civil, devendo a
avença ser considerada válida, já que o contrato foi assinado a rogo, com a presença de testemunhas.
Pelo exposto e por tudo mais que dos autos constam, julgo IMPROCEDENTES os pedidos da inicial
referentes aos contratos nº 234479814 e 236892982 – atento ao que prescreve o art. 5º, inc. X, da CF,
arts. 166 e 944, do CC e o disposto no art. 487, I, do CPC/15, extinguindo o processo com resolução de
mérito, nos termos mencionados.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Condeno, assim, a autora, no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de 10% (dez
por cento) sobre o valor atualizado da causa.
Cumpra-se.
(...)”.
Inconformado, o consumidor interpôs o presente recurso de apelação (Num. Num. 5182126 -) requerendo
os benefícios da justiça gratuita.
Afirma que o comprovante de transferência bancária para sua conta é um documento unilateralmente
produzido pela instituição financeira apelada, motivo pelo qual não deve ser admitido como prova.
Sustenta que a instituição financeira apelada incorreu em defeito na prestação do serviço, causando-lhe
danos materiais e morais.
Em sede de contrarrazões (Num. Num. 5182131), a instituição financeira apelada defende que se
desincumbiu do ônus lhe incumbia, no sentido de provar a contratação.
Aduz que apresentou prova da contratação, bem como da transferência do valor objeto do contrato de
mútuo a conta da apelante.
Éo relatório.
DECIDO.
De acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está autorizado em
demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão está
disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao dispositivo legal
imposto no art. 926, §1º, do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
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§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
Sustentou que nunca celebrou qualquer relação jurídica com a apelada, motivo pelo qual teria havido
fraude na contratação, apta a ensejar o dever de indenizar por falha na prestação do serviço.
Devidamente citada, a instituição financeira apelada apresentou contestação, na qual defende que houve
efetivamente a celebração do negócio jurídico.
Apresentou cópia do instrumento contratual, cópias de documentos pessoais da apelante e, ainda, cópia
de comprovante de transferência bancária do montante objeto do mútuo para a conta da apelante.
Desta forma, verifica-se que o autor deduziu sua pretensão na petição inicial, transferindo ao réu o ônus
de apresentar fato extintivo, modificativo ou impeditivo de seu direito.
"As normas produtoras de efeitos jurídicos constituem, em última análise, verdadeiras configurações
abstratas de fatos e acontecimentos, a cuja existência se prendem as consequências de ordem jurídica
que os preceitos legais preveem e disciplinam. Necessário é, por isso, que a pessoa que pretenda obter
esses efeitos jurídicos previstos nas normas e regras da lei, prove e demonstre a existência dos fatos de
onde tais efeitos se originam.
Corolário desse fenômeno é a regra de que 'cada parte suporta o ônus da prova sobre a existência de
todos os pressupostos (inclusive os negativos) das normas sem cuja aplicação não pode ter êxito sua
pretensão processual'.
Como os fatos indicados pelo autor são os elementos constitutivos do pedido que deduziu em juízo, cabe-
lhe o ônus de provar esses fatos para que sua pretensão seja acolhida e julgada procedente. Quanto ao
réu, os fatos que lhe incumbe provar são os que forem invocados como extintivos ou impeditivos do pedido
do autor" (Manual de Direito Processual Civil, II/194).
banco de dados e não pelo fornecedor de serviços ou produtos. Para que ocorra a condenação por
litigância de má-fé, é necessário que se faça prova da instauração de litígio infundado ou temerário, bem
como da ocorrência de dano processual em desfavor da parte contrária. (TJMG - Apelação Cível
1.0000.18.018227-1/001, Relator(a): Des.(a) Evangelina Castilho Duarte , 14ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 24/05/2018, publicação da súmula em 25/05/2018)
CONTRATOS BANCÁRIOS. Ação declaratória de inexistência de débito cumulada com indenização por
danos morais. Empréstimo consignado em folha de pagamento da autora. Fraude não comprovada. Réu
que apresentou documentos essenciais à comprovação do empréstimo pela autora. Débito existente e
devidamente comprovado. Descontos no benefício previdenciário da autora de rigor. Exercício regular de
direito por parte do credor. Ação improcedente. Recurso provido. (TJSP; Apelação Cível 1000333-
15.2019.8.26.0439; Relator (a): Gilberto dos Santos; Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Pereira Barreto - 2ª Vara Judicial; Data do Julgamento: 07/11/2019; Data de Registro: 08/11/2019)
Por fim, a consumidora apelante foi intimada para se manifestar sobre os documentos apresentados com a
contestação e não os impugnou.
Portanto, considerando que a instituição financeira apelada logrou desincumbir-se do ônus de provar a
contratação, impõe-se a manutenção da sentença que julgou improcedente a demanda.
Publique-se. Intime-se.
Juiz Convocado
DE MORAES DOURADO NETO OAB: 23255/PE Participação: TERCEIRO INTERESSADO Nome: PARA
MINISTERIO PUBLICO
APELAÇO Nº 0802268-46.2019.8.14.0039
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de recurso de Apelação interposto por ELISANGELA CLEIDES BEZERRA PAZ, contra sentença
proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Paragominas, nos autos da ação
declaratória de inexistência de débito cumulada com indenizatória por danos materiais e morais ajuizada
em face de BANCO PAN S.A..
Na origem, a apelada ajuizou ação declaratória de inexistência de débito cumulada com indenização por
danos materiais e morais, alegando que o banco réu/apelante teria efetuado descontos indevidos em seus
proventos de aposentadoria, sem que tivesse celebrado contrato de mútuo em qualquer modalidade com a
instituição financeira.
“(...)
Diante do exposto, julgo IMPROCEDENTE o pedido autoral, RESOLVENDO O MÉRITO, nos termos do
artigo 487, I, do Código de Processo Civil. Condeno a parte autora em custas e despesas processuais,
bem como em honorários advocatícios que fixo em 10% sobre o valor da causa.
Suspensa a exigibilidade, nos termos do artigo 98, §3º do Código de Processo Civil, em razão da
gratuidade deferida.
Saliento que o cumprimento de sentença deverá ser peticionado de forma digital (cadastrado como
incidente processual apartado, instruindo-se com as principais peças do processo de conhecimento, tais
como petição inicial, contestação, petição da reconvenção, sentença, acórdãos, certidão de trânsito em
julgado, etc.).
Alerte-se às partes que embargos declaratórios não se prestam à revisão de fatos e provas, nem à
impugnação da justiça da decisão, cabendo sua interposição nos estreitos limites previstos nos artigos
1.022 do CPC. A interposição de embargos declaratórios meramente protelatórios ensejará a aplicação de
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multa, nos termos do artigo 1.026, § 2º, do CPC. E será considerado ato protelatório a interposição de
embargos prequestionadores, ante o caráter devolutivo do recurso de apelação.
Na hipótese de interposição de recurso de apelação, por não haver mais juízo de admissibilidade a ser
exercido pelo Juízo ‘’ a quo’’ (artigo 1010 do CPC), sem nova conclusão, intime-se a parte contrária, caso
possua advogado, para oferecer contrarrazões recursais, no prazo legal. Em seguida, encaminhem-se os
autos ao E. TJPA (art. 1.009, § 3º, do NCPC), com as homenagens de estilo.
(...)”.
Afirma que o comprovante de transferência bancária para sua conta é um documento unilateralmente
produzido pela instituição financeira apelada, motivo pelo qual não deve ser admitido como prova.
Sustenta que a instituição financeira apelada incorreu em defeito na prestação do serviço, causando-lhe
danos materiais e morais.
Em sede de contrarrazões (Num. 5244339), a instituição financeira apelada defende que se desincumbiu
do ônus lhe incumbia, no sentido de provar a contratação.
Aduz que apresentou prova da contratação, bem como da transferência do valor objeto do contrato de
mútuo a conta da apelante.
Éo relatório.
DECIDO.
De acordo com o artigo 932, inciso IV e V alíneas “a”, do NCPC, o relator do processo está autorizado em
demandas repetitivas apreciar o mérito recursal, em decisão monocrática, referida previsão está
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disciplinada no art. 133, do Regimento Interno desta Corte, que visa dar cumprimento ao dispositivo legal
imposto no art. 926, §1º, do NCPC. Vejamos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Gize-se, ainda, que tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar mais
efetividade ao princípio da celeridade e economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as
garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Assim, plenamente cabível o julgamento do recurso por meio de decisão monocrática, porque há
autorização para tanto no sistema processual civil vigente.
Inicialmente, quanto a alegação de nulidade por indeferimento da realização da prova pericial, não
prospera a alegação.
O Superior Tribunal de Justiça entende que não configura cerceamento de defesa o julgamento da causa,
com o julgamento antecipado da lide, quando o juiz entender substancialmente instruído o feito,
declarando a prescindibilidade de produção probatória, por se tratar de matéria eminentemente de direito
ou de fato já provado documentalmente.
Ademais, a livre apreciação da prova e o livre convencimento motivado do juiz são princípios basilares do
sistema processual civil brasileiro. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados:
1. Não caracteriza cerceamento de defesa o julgamento da demanda sem a realização de prova pericial,
quando o seu destinatário entender que o feito está adequadamente instruído, com provas suficientes para
seu convencimento. 2. O intuito de debater novos temas por meio de agravo regimental, não trazidos
inicialmente no recurso especial, se reveste de indevida inovação recursal, não sendo viável, portanto, a
sua análise, porquanto imprescindível a prévia irresignação no momento oportuno e o efetivo debate sobre
os temas. 3. Agravo regimental a que se nega provimento." (AgRg no AREsp 566.307/RS, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/09/2014, DJe 26/09/2014).
1. Cumpre ao magistrado, destinatário da prova, valorar sua necessidade, conforme o princípio do livre
convencimento motivado, previsto no art. 131 do CPC. Assim, não há cerceamento de defesa quando, em
decisão fundamentada, o juiz indefere produção de provas, seja ela testemunhal, pericial ou documental.
2. No caso, a alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, de que não houve cerceamento de
defesa com o indeferimento de nova prova pericial, tal como postulada a questão nas razões recursais,
demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório constante dos autos, providência
vedada em recurso especial, conforme o óbice previsto na Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental a que se
nega provimento." (AgRg no AREsp 336.893/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 17/09/2013, DJe 25/09/2013).
"Observo, de início, que não constitui cerceamento de defesa, violação ao devido processo legal, ou à
ampla defesa, o julgamento antecipado da lide. Não se pode olvidar que a prova está dirigida ao
magistrado e este é quem conduz o processo e respectiva instrução. Se do desenrolar desta já advier seu
convencimento, independentemente de dilação probatória, é lícito o julgamento antecipado, pois de nada
adiantaria a instrução processual para a modificação de seu posicionamento quanto ao mérito, já formado.
Neste sentido, preleciona MARCUS VINICIUS RIOS GONÇALVES (Novo Curso de Direito Processual
Civil, 4a ed. São Paulo: Saraiva, 2007, vol. 1, p. 416).
Sustentou que nunca celebrou qualquer relação jurídica com a apelada, motivo pelo qual teria havido
fraude na contratação, apta a ensejar o dever de indenizar por falha na prestação do serviço.
Devidamente citada, a instituição financeira apelada apresentou contestação, na qual defende que houve
efetivamente a celebração do negócio jurídico.
Apresentou cópia do instrumento contratual, cópias de documentos pessoais da apelante e, ainda, cópia
de comprovante de transferência bancária do montante objeto do mútuo para a conta da apelante.
Desta forma, verifica-se que o autor deduziu sua pretensão na petição inicial, transferindo ao réu o ônus
de apresentar fato extintivo, modificativo ou impeditivo de seu direito.
"As normas produtoras de efeitos jurídicos constituem, em última análise, verdadeiras configurações
abstratas de fatos e acontecimentos, a cuja existência se prendem as consequências de ordem jurídica
que os preceitos legais preveem e disciplinam. Necessário é, por isso, que a pessoa que pretenda obter
esses efeitos jurídicos previstos nas normas e regras da lei, prove e demonstre a existência dos fatos de
onde tais efeitos se originam.
Corolário desse fenômeno é a regra de que 'cada parte suporta o ônus da prova sobre a existência de
todos os pressupostos (inclusive os negativos) das normas sem cuja aplicação não pode ter êxito sua
pretensão processual'.
312
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Como os fatos indicados pelo autor são os elementos constitutivos do pedido que deduziu em juízo, cabe-
lhe o ônus de provar esses fatos para que sua pretensão seja acolhida e julgada procedente. Quanto ao
réu, os fatos que lhe incumbe provar são os que forem invocados como extintivos ou impeditivos do pedido
do autor" (Manual de Direito Processual Civil, II/194).
CONTRATOS BANCÁRIOS. Ação declaratória de inexistência de débito cumulada com indenização por
danos morais. Empréstimo consignado em folha de pagamento da autora. Fraude não comprovada. Réu
que apresentou documentos essenciais à comprovação do empréstimo pela autora. Débito existente e
devidamente comprovado. Descontos no benefício previdenciário da autora de rigor. Exercício regular de
direito por parte do credor. Ação improcedente. Recurso provido. (TJSP; Apelação Cível 1000333-
15.2019.8.26.0439; Relator (a): Gilberto dos Santos; Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Pereira Barreto - 2ª Vara Judicial; Data do Julgamento: 07/11/2019; Data de Registro: 08/11/2019)
Por fim, a consumidora apelante foi intimada para se manifestar sobre os documentos apresentados com a
contestação e não os impugnou.
Portanto, considerando que a instituição financeira apelada logrou desincumbir-se do ônus de provar a
contratação, impõe-se a manutenção da sentença que julgou improcedente a demanda.
Publique-se. Intime-se.
Juiz Convocado
AGRAVADO: L.C.R.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito suspensivo, interposto por VICENTE
BALBI REALE em face da decisão prolatada pelo douto Juízo de Direito da Vara 4ª Vara de Família, nos
autos da Ação de Alimentos ajuizada em face de VICENTE BALBI REALE que deferiu o pedido de tutela
antecipada, vejamos:
“Em razão da prova de filiação carreada nos autos – Certidão de Nascimento (ID 19573678) - (art. 2º da
Lei 5.478/68) e a necessidade presumida do menor, defiro parcialmente os alimentos provisórios em
favor de LORENZO CAVALCANTE REALE, com fulcro no art. 4º da lei Nº 5.478/68, a serem pagos
pelo segundo requerido (avô paterno) do mesmo, Sr. VICENTE BALBI REALE, no percentual de
10% (de por cento) de seu benefício, excluídos os descontos obrigatórios, valor a ser descontado
diretamente pela fonte pagadora, Instituto de Gestão e Previdência do Estado do Pará e depositado
em conta bancária de titularidade da representante legal do alimentando, Sra. ANDREA DO
SOCORRO BATISTA CAVALCANTE, qual seja, Banco Santander, Conta Corrente: 01068604-4,
Agência: 3237. Oficie-se a fonte pagadora.”
O Agravado/Autor ajuizou a presente demanda em face de seu genitor e seu avô paterno, narrando que
sempre teve seu sustento garantido pelo seu pai, porém em virtude de quadro depressivo o mesmo deixou
de lado suas atividades laborais e desde março/2020 não contribui mais em nenhuma despesa do infante.
Requereu ao final a concessão de liminar para fixação de alimentos provisórios a serem arcados pelo seu
avô no patamar de 10% (dez por cento) dos rendimentos do mesmo.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nas suas razões recursais, o Agravante/Avô defende a reforma de decisão combatida demonstrando seu
inconformismo tendo em vista que o pagamento de alimentos pelos avós somente é devido quando não
houver possibilidade do genitor em arcar com a obrigação alimentar, o que não restou comprovado nos
autos.
Sustenta que não há provas que sustentem a negativa por parte do genitor do menor para efetuar o
pagamento da pensão alimentícia e nem provas quanto a incapacidade que demonstrem a ausência de
renda.
Juntou documentos.
O Ministério Público se manifestou pelo desprovimento do recurso (ID 4432487 – pág. 01/05).
É o Relatório.
DECIDO.
Em consulta ao sistema PJE de 1º grau verifico que as partes transigiram, juntando acordo realizado e
assinado por ambas as partes, assim, carece de interesse recursal, pelo que entendo prejudicado o
presente recurso.
(...)
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida.” (grifo nosso)
Sobre a superveniência de fato novo, assim leciona Costa Machado in Código de Processo Civil
Interpretado e Anotado, Barueri, SP: Manole, 2006, p. 844:
“(...) Observe-se que a ratio da presente disposição está ligada à idéia de que nem sempre o
contexto fático da causa permanece como era quando da propositura da ação - o que,
evidentemente, seria o ideal -, de sorte que ao juiz cabe apropriar-se da realidade presente ao
tempo da sentença para decidir com justiça o litígio. A regra se aplica também ao acórdão.”
315
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Conforme evento Num. 27641346 – autos de 1º grau, constato que as partes transigiram, atraindo-se a
aplicação do art. 200 e 840 a 842, do CC, vejamos:
NCPC
Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade
produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
CC
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas.
Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou por
instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será
feita por escritura pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo
juiz.
Acerca da perda do objeto, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, na obra "Código de
Processo Civil Comentado", 8ª ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 1041, anotam:
"Recurso prejudicado. É aquele que perdeu seu objeto. Ocorrendo a perda do objeto, há falta
superveniente de interesse recursal, impondo-se o não conhecimento do recurso. Assim, ao relator
cabe julgar inadmissível o recurso por falta de interesse, ou seja, julgá-lo prejudicado."
(TJRS, 7ª Câm. Cível, AI 70005870639, rel. Desª. Maria Berenice Dias, j. 19.02.2003).
Sobre a superveniência de fato novo, assim leciona Costa Machado in Código de Processo Civil
Interpretado e Anotado, Barueri, SP: Manole, 2006, p. 844:
“(...) Observe-se que a ratio da presente disposição está ligada à idéia de que nem sempre o
contexto fático da causa permanece como era quando da propositura da ação - o que,
evidentemente, seria o ideal -, de sorte que ao juiz cabe apropriar-se da realidade presente ao
tempo da sentença para decidir com justiça o litígio. A regra se aplica também ao acórdão.”
1. Deve ser reconhecida a perda de objeto do agravo de instrumento em razão da prolação de sentença
nos autos do processo principal. Possibilidade de ser negado seguimento ao agravo com fundamento no
artigo 557 do CPC.
I Se antes do julgamento do Agravo de Instrumento é prolatada a sentença, ocorre à perda do seu objeto.
(TJPA; Agravo de Instrumento nº. 2009.3.002703-9; julgado em 09/07/2009; Rel. Des. Leonardo de
Noronha Tavares) (grifo nosso)
(TJPA, 3ª Câmara Cível Isolada, AI 200830074594, rel. Desª. SONIA MARIA DE MACEDO PARENTE, j.
05/03/2009) (grifo nosso)
(TJPA, 3ª Câmara Cível Isolada, AI 200830074594, rel. Desª. SONIA MARIA DE MACEDO PARENTE, j.
05/03/2009).
Assim sendo, constata-se que não se faz necessária a análise do mérito da decisão interlocutória ora
recorrida.
Por todos os fundamentos expostos, JULGO PREJUDICADO o presente agravo, nos termos do art. 932,
inciso III, do Novo CPC.
Desembargadora Relatora
10367/PA
Vistos etc.
INT.
Desembargadora Relatora
M. e S. R. M.
Os embargos de declaração destinam-se a pedir ao Juiz ou Tribunal prolator da decisão que afaste
obscuridade, omissão, elimine contradição ou erro material existente no julgado, conforme
previsão do artigo 1.022 do CPC/15.
318
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DECISÃO MONOCRÁTICA
Em suas razões alega o embargante que a decisão monocrática embargada é omissa em relação ao
índice de atualização monetária e os juros de mora sobre os valores a serem devolvidos, ou seja, se
haverá a incidência de juros de mora e atualização monetária e quais os parâmetros a serem utilizados.
Afirma que os juros de mora devem incidir a partir do trânsito em julgado da decisão que determina a
rescisão.
Assim sendo, requer o conhecimento dos embargos e o respectivo provimento para o fim de sanar a
omissão apontada.
Em sede de contrarrazões, o embargado afirma que a data da incidência de juros e correção monetária
deve contar da data do desembolso das quantias pagas.
Éo relatório.
DECIDO.
Presentes os pressupostos de admissibilidade conheço dos embargos declaratório e passo ao seu exame
de mérito.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
Do exame da controvérsia, tenho que assiste razão ao recorrente quando afirmam que a monocrática foi
omissa ao juros de mora e correção monetária.
Os juros de mora em se tratando de rescisão por culpa do promitente comprador, incidem a partir da data
do trânsito em julgado, posto que inexiste mora anterior do promitente vendedor.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
2. Inexistentes os vícios de omissão, contradição, obscuridade ou erro material no acórdão recorrido, não
se caracteriza a violação do art. 1.022 do CPC/2015.
3. A cláusula penal compensatória constitui pacto acessório, de natureza pessoal, por meio do qual os
contratantes, com o objetivo de estimular o integral cumprimento da avença, determinam previamente uma
penalidade a ser imposta àquele que der causa à inexecução, total ou parcial, do contrato. Funciona,
ainda, como fixação prévia de perdas e danos, que dispensa a comprovação de prejuízo pela parte
inocente pelo inadimplemento contratual.
4. De outro turno, as arras consistem na quantia ou bem móvel entregue por um dos contratantes ao outro,
por ocasião da celebração do contrato, como sinal de garantia do negócio. Apresentam natureza real e
têm por finalidades: a) firmar a presunção de acordo final, tornando obrigatório o ajuste (caráter
confirmatório); b) servir de princípio de pagamento (se forem do mesmo gênero da obrigação principal); c)
prefixar o montante das perdas e danos devidos pelo descumprimento do contrato ou pelo exercício do
direito de arrependimento, se expressamente estipulado pelas partes (caráter indenizatório).
320
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
5. Do regramento constante dos arts. 417 a 420 do CC/02, verifica-se que a função indenizatória das arras
se faz presente não apenas quando há o lícito arrependimento do negócio, mas principalmente quando
ocorre a inexecução do contrato. 6. De acordo com o art. 418 do CC/02, mesmo que as arras tenham sido
entregues com vistas a reforçar o vínculo contratual, tornando-o irretratável, elas atuarão como
indenização prefixada em favor da parte "inocente" pelo inadimplemento, a qual poderá reter a quantia ou
bem, se os tiver recebido, ou, se for quem os deu, poderá exigir a respectiva devolução, mais o
equivalente.
8. Se previstas cumulativamente, deve prevalecer a pena de perda das arras, as quais, por força do
disposto no art. 419 do CC, valem como "taxa mínima" de indenização pela inexecução do contrato.
(REsp 1617652/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/09/2017, DJe
29/09/2017)
Já em relação à correção monetária, cuja finalidade é recompor o valor da moeda, o C. Superior Tribunal
de Justiça já firmou entendimento de que "em caso de rescisão de contrato de compra e venda de imóvel,
a correção monetária das parcelas pagas, para efeitos de restituição, incide a partir de cada desembolso”.
Vejamos:
2. Nas hipóteses de rescisão de contrato de promessa de compra e venda de imóvel por iniciativa do
comprador, é admitida a flutuação do percentual da retenção pelo vendedor entre 10% e 25% do total da
quantia paga.
3. A jurisprudência do STJ é no sentido de que os juros de mora incidem a partir do trânsito em julgado da
decisão quando é pleiteada a resolução do contrato por iniciativa do promitente comprador de forma
diversa da cláusula penal. Tema 1.002/STJ.
4. Em caso de rescisão de contrato de compra e venda de imóvel, a correção monetária das parcelas
pagas, para efeito de restituição, incide a partir de cada desembolso.
(AgInt no AREsp 1674588/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
24/08/2020, DJe 27/08/2020)
321
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pelo exposto, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO para fazer constar na decisão monocrática
embargada onde se lê:
"Do exposto, CONHEÇO e DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença
combatida e condenar as Rés à devolução da quantia paga pelo Promitente-Comprador, em uma única
vez, subtraído apenas a comissão de corretagem e as despesas administrativas limitadas a 25%.
Por consequência lógica, inverto o ônus sucumbencial, para condenar as Rés ao pagamento das custas e
honorários advocatícios em 10% do valor da condenação."
"Do exposto, CONHEÇO e DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença
combatida e condenar as Rés à devolução da quantia paga pelo Promitente-Comprador, em uma única
vez, subtraído apenas a comissão de corretagem e as despesas administrativas limitadas a 25%,
corrigidos monetariamente desde o desembolso e juros de mora incidentes sobre os valores a serem
devolvidos à parte Autora passem a fluir a partir do trânsito em julgado da presente decisão.
Por consequência lógica, inverto o ônus sucumbencial, para condenar as Rés ao pagamento das custas e
honorários advocatícios em 10% do valor da condenação."
Relatora
I – Os embargos de Declaração devem ser interpostos tão somente nas hipóteses expressamente
elencadas.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO oposto por BANCO J SAFRA S/A contra decisão
monocrática de ID. NUM. 3129399, que DEU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso de Apelação a seguir
ementada:
Em suas razões recursais (Num. 4930917), a sentença recorrida é extra petita ao determinar que o banco
demandado restitua os valores pagos a título de serviço de terceiro. Defende que o pedido da parte autora
não contempla tal parte da condenação imposta de ofício pelo julgador de primeira instância.
Afirma que a parte autora requer a revisão dos encargos administrativos e taxas/tarifas abusivas, de forma
expressa, as tarifas de cadastro e tarifas de emissão de carnê (TAC e TEC), sem requerer restituição dos
valores cobrados a título de serviço de terceiro.
Aduz que o julgador não pode conhecer, de ofício, a abusividade das clásulas.
DECIDO.
Conheço dos Embargos Declaratórios, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade intrínsecos e
extrínsecos.
323
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nos termos do art. 1.022 do CPC, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para (I)
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, (II) suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia
se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para (III) corrigir erro material.
Nesse contexto, vale salientar, até pelo próprio dispositivo legal, que os declaratórios constituem recurso
de contornos rígidos (fundamentação vinculada), destinado somente a promover a integração do decisum
omisso, obscuro ou contraditório, não se prestando, jamais, para rediscutir o julgamento.
Analisando os argumentos dos embargantes, entendo que não merecem ser acolhidos, pois inexiste na
decisão monocrática atacada a omissão, obscuridade ou contradição, uma vez que todos os pontos
invocados na presente peça processual foram decididos de forma clara, logo a matéria se encontra
suficientemente analisada e julgada.
De igual modo, o embargante não aponta qual a omissão, contradição ou obscuridade a ser sanado na
decisão embargada, de forma que resta claro o nítido propósito de rediscussão da matéria.
Portanto, como se observa os embargos de declaração têm nítido caráter de rediscussão da matéria.
Afinal, a decisão embargada é clara ao manter na integralidade a sentença proferida pelo juiz a quo nos
autos da Ação declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenizatória.
Por fim, aduz o embargante que a sentença é extra petita, pois julgou fora os limites da lide ao condenar o
ora recorrente à restituição dos valores pagos a título de serviço de terceiro.
Denota-se que não se sustenta a alegação de sentença extra petita, pois analisando a sentença proferida
pelo juízo a quo não houve a condenação do réu à restituição de referida taxa.
Com essas considerações, entendo que não há o vício de contradição, omissão ou obscuridade apontado,
posto que o decisum embargado apreciou devidamente todos os pontos trazidos à análise.
Relatora
Vistos etc.
Intime-se a parte contrária para se manifestar sobre a juntada de documentos novos, no prazo de 5 dias,
com base no art. 436, do CPC.
INT.
Desembargadora Relatora
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará intima a parte interessada para que, querendo, apresente contrarrazões aos Embargos de
Declaração opostos nos autos.
16 de agosto de 2021
I – Os embargos de Declaração devem ser interpostos tão somente nas hipóteses expressamente
elencadas.
Em suas razões recursais (Num. 5508860), alega o embargante que houve omissão na decisão recorrida,
fundamentando na desnecessidade da juntada da via original da cédula de crédito bancário nas ações de
busca e apreensão pois não está sendo cobrado o crédito nela contido, mas apenas comprovando a
origem do direito à apreensão do bem.
Requer, assim, que seja dado provimento ao recurso de Embargos de Declaração, a fim de sanar a
suposta omissão no Acórdão prolatado.
É o relatório.
326
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DECIDO
As questões apresentadas no recurso não condizem com quaisquer dos casos que cabem embargos de
declaração, restando claro que o embargante pretende, tão somente, rediscutir a matéria sub judice, já
que inexiste qualquer erro material, omissão, obscuridade ou contradição na decisão embargada.
Os argumentos recursais expostos pelo embargante foram devidamente enfrentados no acórdão, sendo,
os fundamentos da decisão, suficientes para embasar o entendimento da relatora.
Na linha desse entendimento, cito, a seguir, o julgado do STJ, em que figura como relator o Ministro José
de Castro Meira, cuja ementa é a seguinte:
Mediante a análise das razões recursais, denota-se que o claro intuito de se rediscutir o mérito da causa.
Com efeito, restou claro na decisão em questão a análise das jurisprudências e argumentos do
Embargante, não havendo que se falar em omissão, contradição ou obscuridade, tendo sido analisada a
necessidade de apresentação da via original da cédula de crédito bancário. Vejamos um trecho da
decisão:
"(...) Neste sentido, tendo em vista a prevenção da eventual circulação ilegítima do título, bem como da
possibilidade em dobro da cobrança contra o devedor, entendeu a obrigatoriedade de apresentação do
original da cédula, ainda que para instruir a ação de busca e apreensão processada pelo Decreto-Lei nº
91169. (...)" (grifei)
Ademais, acrescento, o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça abrange as cédulas de crédito
emitidas eletronicamente, onde a juntada é desnecessária, contudo, no caso em análise, vislumbro que a
cédula é física, tendo sido assinada a mão pela Agravada.
Portanto, o decisum atacado não contém quaisquer dos vícios suscetíveis de serem aclarados via
embargos de declaração, já que efetuou o exame do fato e explicou os fundamentos jurídicos da decisão,
o que enseja a rejeição do recurso oposto, cuja finalidade nada mais é do que rediscutir a matéria.
I) Desnecessária a referência expressa a dispositivo legal invocado, bastando a menção à questão jurídica
necessária para a solução da lide.
(TJPR – 1189575501 – Relator: Rubens Oliveira Fontoura – 1ª Câmara Cível – Julgado: 24/06/2014,
Publicado: 09/07/2014)
Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração opostos, mas NEGO-LHE PROVIMENTO,
inclusive, para fins de prequestionamento, mantendo na íntegra o acórdão recorrido.
DESEMBARGADORA RELATORA
I – Os embargos de Declaração devem ser interpostos tão somente nas hipóteses expressamente
elencadas.
Em suas razões recursais (Num. 5497587), alega o embargante que houve contradição na decisão
recorrida, argumentando que o objeto do recurso é a concessão da liminar de busca e apreensão, o que
não aconteceu até o presente momento no primeiro grau.
Requer, assim, que seja dado provimento ao recurso de Embargos de Declaração, a fim de sanar a
suposta contradição no Acórdão prolatado.
Éo relatório.
DECIDO
As questões apresentadas no recurso não condizem com quaisquer dos casos que cabem embargos de
declaração, restando claro que o embargante pretende, tão somente, rediscutir a matéria sub judice, já
329
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
que inexiste qualquer erro material, omissão, obscuridade ou contradição na decisão embargada.
Os argumentos recursais expostos pelo embargante foram devidamente enfrentados no acórdão, sendo,
os fundamentos da decisão, suficientes para embasar o entendimento da relatora.
Na linha desse entendimento, cito, a seguir, o julgado do STJ, em que figura como relator o Ministro José
de Castro Meira, cuja ementa é a seguinte:
Mediante a análise das razões recursais, denota-se que o claro intuito de se rediscutir o mérito da causa.
Com efeito, restou claro na decisão em questão a análise das jurisprudências e argumentos do
Embargante, não havendo que se falar em omissão, contradição ou obscuridade, tendo sido amplamente
fundamentado o não conhecimento do recurso. Vejamos um trecho da decisão:
"(...) Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado das razões recursais que o
agravante não trouxe nenhum argumento capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ser
mantida, por seus próprios fundamentos.
Com efeito, por ocasião do julgamento do tema 988 (REsp 1.696.396 e REsp 1.704.520 - Recursos
Especiais submetidos a sistemática dos Recursos Repetitivos), a Corte Especial do C. STJ, em
05/12/2018, assentou a seguinte tese
(...)
Com efeito, a insurgência contra determinação do juízo de 1º grau de emenda da exordial para juntada da
via original do contrato, não se reveste de urgência, bem como pode ser apreciada sem prejuízo à parte
quando da interposição de eventual apelação.
A 1ª Turma deste Eg. TJPA fixou o entendimento de que o despacho que determina a emenda da petição
inicial não desafia a interposição de agravo de instrumento(...)"
Ademais, acrescento, o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça abrange as cédulas de crédito
emitidas eletronicamente, onde a juntada é desnecessária, contudo, no caso em análise, vislumbro que a
cédula é o que a jurisprudência entende como híbrida, tendo sido assinada pelo banco com certificado
digital, mas com a assinatura do devedor feita à mão.
Portanto, o decisum atacado não contém quaisquer dos vícios suscetíveis de serem aclarados via
embargos de declaração, já que efetuou o exame do fato e explicou os fundamentos jurídicos da decisão,
o que enseja a rejeição do recurso oposto, cuja finalidade nada mais é do que rediscutir a matéria.
acórdão. 2. Não há necessidade do julgador manifestar-se sobre todos os pontos invocados pelas partes,
bastando apenas que a decisão esteja devidamente fundamentada. 3. No caso, houve o enfrentamento de
todas as questões de mérito relevantes para o julgamento, inclusive, apreciação expressa acerca do artigo
constitucional invocadonos embargos de declaração. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESACOLHIDOS.
(Embargos de DeclaraçãoNº 71006189971, Quarta Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator:
Glaucia Dipp Dreher, Julgado em 29/07/2016)
I) Desnecessária a referência expressa a dispositivo legal invocado, bastando a menção à questão jurídica
necessária para a solução da lide.
(TJPR – 1189575501 – Relator: Rubens Oliveira Fontoura – 1ª Câmara Cível – Julgado: 24/06/2014,
Publicado: 09/07/2014)
Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração opostos, mas NEGO-LHE PROVIMENTO,
inclusive, para fins de prequestionamento, mantendo na íntegra o acórdão recorrido.
DESEMBARGADORA RELATORA
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ATO ORDINATÓRIO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará intima a parte interessada para que, querendo, apresente contrarrazões ao Agravo Interno
interposto nos autos.
16 de agosto de 2021
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de recurso de Embargos de Declaração (Id n. 1514681) opostos por SINDICATO DOS
PRODUTORES RURAIS DE ITUPIRANGA, nos autos do agravo de instrumento n.º 0809000-
97.2018.8.14.0000, em face da decisão monocrática (Num. 1463639) que deu parcial provimento ao
recurso de Agravo de Instrumento interposto pela ora agravante com intuito de reformar a decisão a quo
que deferiu parcialmente o pedido liminar para determinar o bloqueio de ativos financeiros, via sistema
BACEN-JUD, procedendo a penhora de valores on line de R$ 158.936,48, correspondente ao valor inicial
da causa.
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Em suas razões aduz o embargante que a decisão proferida em 12 de março de 2019, ora embargada,
contraria a decisão proferida em 07 de dezembro de 2018, que deferiu o pedido de efeito suspensivo.
Rebate dizendo que o único documento juntado com a petição inicial é um suposto “comprovante de
pagamento do estacionamento” e uma “pulseira” utilizada para controle de entrada em shows, sendo que
em tais documentos não há uma única menção ao AGRAVANTE/EMBARGANTE, além de um boletim de
ocorrência policial.
Defendo que as provas são frágeis e não tem suporte para manter hígida eventual decisão que determine
o bloqueio cautelar de ativos financeiros, então não há que se falar em preenchimento dos requisitos
autorizadores da concessão de tutela jurisdicional.
Não foi oferecida manifestação aos embargos (Num. 1619348 - Pág. 1).
Éo breve relatório.
Decido.
Conheço dos Embargos Declaratórios, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade intrínsecos e
extrínsecos.
Nos termos do art. 1.022 do CPC, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para (I)
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, (II) suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia
se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para (III) corrigir erro material.
Nesse contexto, vale salientar, até pelo próprio dispositivo legal, que os declaratórios constituem recurso
de contornos rígidos (fundamentação vinculada), destinado somente a promover a integração do decisum
omisso, obscuro ou contraditório, não se prestando, jamais, para rediscutir o julgamento.
No caso concreto, como se vê do relatório, os embargos de declaração têm nítido caráter de rediscussão
da matéria, pois o embargante trouxe à baila questões já apreciadas e decididas, sendo certa a
inexistência de qualquer um dos vícios que autoriza a interposição dos aclaratórios.
“Não pode ser conhecido o recurso que, sob o rótulo de embargos declaratórios, pretende substituir a
decisão recorrida por outra. Os embargos declaratórios são apelos de integração – não de substituição”
(STJ, 1ª Turma, Resp 15.774-0-SP- EDcl., rel.Min. Humberto Gomes de Barros, j.25.10.93, não
conheceram, unânime, V.u., DJU 22.11.93, p. 24.895).
Afinal, a decisão é clara, coerente e não deixou de se pronunciar sobre qualquer das questões suscitadas
pelas partes, inclusive sobre a questão contida nos presentes embargos declaratórios.
O embargante sequer mencionou qual vício contido na decisão embargada, isto é, não apontou a
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existência de omissão, contradição, obscuridade ou erro material, mas apenas teceu comentário acerca do
mérito do julgamento.
Relatora
I – Os embargos de declaração devem ser interpostos tão somente nas hipóteses expressamente
previstas na legislação processual.
II – Mediante a análise das razões recursais, tenho que assiste razão à embargante, ante a omissão
constante na decisão.
DECISÃO MONOCRÁTICA
O embargante (id.4930181) alega que a decisão interlocutória embargada possui omissão, uma vez que
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não especificou a base de cálculo da remuneração fixada no percentual de 12,5 % (doze virgula e meio
por cento).
Éo relatório.
DECIDO.
Presentes os pressupostos de admissibilidade conheço dos embargos declaratório e passo ao seu exame
de mérito.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
Mediante a análise das razões recursais, tenho que assiste razão à Embargante, ante a constatação de
omissão na decisão interlocutória recorrida.
De fato, ao deferir o efeito suspensivo ativo reduzindo os alimentos provisórios para 12,5% dos
rendimentos do alimentante houve omissão quanto a sua base de cálculo.
Com efeito, os alimentos quando fixado sobre a remuneração do alimentante incidirá sobre os rendimentos
líquidos, considerados estes como sendo o bruto menos os descontos legais oficiais obrigatórios (INSS,
IR, FGTS), incluindo décimo terceiro salário, férias e terço constitucional de férias.
Aliás, a matéria já foi pacificada pelo E. Superior Tribunal de Justiça, que, em sede de recurso repetitivo,
definiu que “A pensão alimentícia incide sobre o décimo terceiro salário e o terço constitucional de férias,
também conhecidos, respectivamente, por gratificação natalina e gratificação de férias” (Tema 192, REsp
nº 1.106.654/RJ, 2ª Seção, Rel. Min. Paulo Furtado, j. 25/11/2009).
Desse modo, conheço dos embargos a fim de suprir a omissão apontada, devendo passar a constar no
dispositivo da decisão agravada:
Defiro o pedido de efeito suspensivo ativo para reduzir os alimentos provisório para 12,5% (doze e meio
por cento) sobre os rendimentos líquidos do agravante, considerados estes como sendo o bruto menos os
descontos legais oficiais obrigatórios (INSS, IR, FGTS), incluindo décimo terceiro salário, férias e terço
constitucional de férias, mais inclusão da alimentada no plano de saúde da Marina do Brasil, até o
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Oficie-se ao Juízo de primeira instância e a fonte pagadora, comunicando-lhe do teor desta decisão.
Ante o exposto, CONHEÇO dos Embargos de Declaração e DOU-LHE PROVIMENTO para suprir a
omissão da decisão interlocutória ora embargada.
P. R. I. C.
DESEMBARGADORA
Vistos.
Prima facie, constato que o agravante não se desincumbiu do ônus de apresentar o preparo do recurso,
eis que não apresentou o relatório de conta do processo por ocasião de sua interposição.
Com efeito, o preparo é o pagamento prévio das despesas relacionadas ao processamento do recurso,
perfazendo o somatório das custas processuais e do porte de remessa e de retorno dos autos, quando
houver, devendo o comprovante de pagamento dos respectivos valores acompanhar a petição do recurso,
sob pena de deserção, nos termos do art. 1.007, caput do NCPC.
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
Para o efetivo cumprimento do dispositivo legal anteriormente transcrito, o Tribunal de Justiça do Estado
do Pará, através da Unidade de Arrecadação Judiciária - UNAJ, disponibiliza um memorial descritivo
referente ao pagamento do recurso, destinando um campo específico para identificar o número do
processo e o nome do recurso.
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Diante da situação exposta, vale destacar que o Provimento nº 005/2002 da Corregedoria Geral de
Justiça deste Egrégio Tribunal, em seus artigos 4º, inciso I, 5º e 6º dispõe:
Art. 4º - A Conta do Processo será feita na Unidade de arrecadação Judicial - UNAJ, após a distribuição no
setor competente e incluirá:
[...]
Art. 5º. A conta do processo elaborada pela Unidade de Arrecadação Judicial - UNAJ será demonstrada no
documento denominado Conta do Processo.
Parágrafo Único. No formulário Conta do Processo será registrado o número do Boleto Bancário: padrão
FEBRABAN a ser utilizado para pagamento.
Art. 6º - O formulário Conta do Processo será preenchido em 03 (três) vias, com a seguinte destinação:
I - 1ª via: usuário; II - 2ª via: processo; III - 3ª via: Coordenadoria do FRJ, quando preenchido
manualmente.
Parágrafo Único: Nas unidade judiciais informatizadas, a 3ª via do formulário citado no caput será
encaminhada diariamente à Coordenadoria da FRJ, através de arquivo magnético ou pela Internet.”.
Conforme previsto nas normas supracitadas, o relatório de conta do processo é o documento regular para
identificar os valores a serem pagos a título de taxa, custas e despesas judiciais, bem como para informar
número do processo e do boleto bancário que se vinculam ao cálculo realizado, motivo pelo qual é emitido
em 3 vias, sendo uma destinada, obrigatoriamente, aos autos.
Ausente a via destinada ao processo, configurada a deserção do recurso. Nesse sentido, há vários
julgados deste E. Tribunal de Justiça. Cito o seguinte precedente a título exemplificativo:
aos autos. Precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça. 5. Necessário registrar a impossibilidade de
juntada do relatório de conta em momento posterior, vez que a comprovação do recolhimento das custas
deve ser realizada simultaneamente à interposição do recurso, nos termos do art. 511, caput, CPC/73. 6.
Portanto, o comprovante de transação bancária e o boleto bancário (fls. 30/31), por si só, não demonstram
o regular preparo do agravo de instrumento, situação que impõem a manutenção da decisão agravada. 7.
Agravo Interno conhecido e não provido. 8. À unanimidade. (TJ/PA - Processo nº. 0004863-
47.2014.8.14.0000, Rel. Maria Elvina Gemaque Taveira, Órgão Julgador 1ª Turma De Direito Público,
Julgado em 2018-08-24)
Dessa forma, a teor do art. 511 do CPC/73, reeditado no art. 1.007 do CPC atual, é dever da parte
recorrente comprovar o preparo recursal, e tal comprovação se dá pela cumulação dos seguintes
documentos no processo: boleto bancário das custas, comprovante de pagamento deste e relatório de
conta do processo, conforme disciplina o art. 9º, §1º, da Lei Estadual nº. 8.328 - Regimento de Custas do
TJ/PA.
Portanto, uma vez constatado que não houve apresentação do relatório de conta do processo, o recurso
afeiçoa-se DESERTO, motivo pelo qual aplica-se o art. 1007, §2º do CPC/15, cuja redação é a seguinte:
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
(...)
§4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o
recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
Ante o exposto, intime-se o agravante para colacionar o relatório de conta do processo, no prazo de 05
(cinco) dias, sob pena deserção.
Desembargadora Relatora
Vistos etc.
Desembargadora Relatora
Vistos etc.
Intime-se a parte Agravada, para apresentar contraminuta ao Agravo de Instrumento, facultando-lhe juntar
cópias das peças que entender necessárias.
INT.
Desembargadora Relatora
Ultrapassado o prazo ali requerido e devidamente deferido no despacho acima mencionado, voltem-me os
autos conclusos.
ACOLHO A PREVENÇÃO APONTADA PELO EXMO. DES. JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA
JUNIOR (ID Nº. 5857975).
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Vistos etc.
Intimem-se ANA AMELIA CONDURU VIEIRA, por meio de seus advogados habilitados nos autos de
origem (ID. 25900620 - SAULO HENRIQUE DE BARROS SOARES - OAB/PA 24.551), para apresentar
contraminuta ao presente recurso, facultando-lhe juntar cópias das peças que entender necessárias.
Deixa-se de intimadas M. R. CONDURU VIEIRA E CIA LTDA – EPP e MARIA RUTH CONDURU VIEIRA,
por serem revéis no juízo de origem.
INT.
Desembargadora Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
Vistos os autos.
BANCO ITAUCARD S/A interpôs o presente RECURSO DE APELAÇÃO, insurgindo-se contra a sentença
proferida nos autos da ação originária ajuizada em desfavor de SERGILSON NORONHA DA SILVA.
Vislumbrando a ausência de preparo, esta relatora oportunizou o seu recolhimento em dobro, sob pena de
deserção (Id. 5694851).
Brevemente Relatados.
Decido.
Considerando que a parte recorrente, conquanto oportunizado, deixou de efetuar o pagamento do preparo,
quedando-se silente, conforme certificou a Unidade de Processamento Judicial – UPJ, vislumbro deserta a
presente insurgência.
Àvista do exposto, NÃO CONHEÇO DO RECURSO, por manifesta inadmissibilidade, nos termos do art.
932, III do CPC/2015[1].
Intimem-se, podendo servir a presente decisão como mandado/ofício, nos termos da Portaria nº
3.731/2015.
Transitada em julgado, devolvam-se imediatamente os autos ao juízo de origem com a respectiva baixa no
sistema.
Relatora
[1] Art. 932. Incumbe ao relator (...) III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não
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Manifeste-se o agravante acerca das preliminares elencadas pela empresa recorrida em sede de
contrarrazões (ID 5642845), no prazo de 15 (quinze) dias úteis.
Após, conclusos.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
0811458-91.2017.8.14.0301
No uso de suas atribuições legais, o Coordenador (a) do Núcleo de Movimentação da UPJ das Turmas de
Direito Público e Privado intima a parte interessada de que foi opostos Recurso de Embargos de
Declaração, estando facultada a apresentação de contrarrazões, nos termos do artigo 1.023, §2º, do
CPC/2015.
COMARCA: BELÉM/PA
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DESPACHO
Consoante o disposto no §1º, do art. 9º, da Lei Estadual nº 8.328/2015, intime-se o Apelante para, no
prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de deserção:
a) juntar aos autos o competente relatório de conta do processo, com a finalidade de regular
comprovação do pagamento do preparo recursal; OU
b) proceder ao recolhimento em dobro do preparo, nos termos do art. 1.007, §4º, do CPC/2015.
Após, conclusos.
Desembargador-Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta por ELIZABETH MARIA QUEIROZ FONSECA, nos autos de
Ação de Destituição de Poder Familiar c/c Guarda Provisória proposta por KARL HEINZ WILFRIED
SCHULZ, ante o inconformismo com decisão interlocutória proferida pelo Juízo da 1ª Vara da Infância e
Juventude de Belém/PA, que, nos termos do art. 300, do CPC, deferiu o pedido para autorização da
expedição do PASSAPORTE para o adolescente N. G. Q. F. S. (Id. 5785318)
Nas razões do recurso (Id. 5785320), a Agravante alega, em suma, que a decisão viola o melhor
interesse da criança, na medida em que, em razão da viagem internacional, não poderá manter contatos
com o adolescente, tampouco poderá exercer seu direito de visita. Afirma ser cabível a guarda
compartilhada do adolescente, considerando ser a regra legal, reformando a sentença para julgar a ação
no sentido que seja eliminada a restrição do exercício ao direito de guarda compartilhada do adolescente e
proibida a autorização do direito de viagem.
Ao (id. 5926060), o Ministério Público de 2º grau, manifesta-se pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso de
apelação interposto por Elizabeth Maria Queiroz Fonseca, bem como pelo retorno dos autos ao Juízo de
origem, para que seja adotado o seu regular processamento, nos termos da fundamentação ao norte
Dos requisitos de admissibilidade condizentes com a via recursal eleita pela recorrente, entendo que a
apelação não preenche todos os pressupostos. Na realidade, vê-se que a apelação não constitui o recurso
taxativamente adequado a impugnar a decisão de tutela provisória de urgência.
Assim sendo, o recurso de apelação não satisfaz o requisito objetivo do cabimento recursal, porquanto
tratando-se de decisão interlocutória, é cabível a interposição de agravo de instrumento, conforme
previsão expressa do art. 1.015, I, do CPC:
“Art. 1015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;”
A recorrente utilizou via recursal claramente inadequada a impugnar o ato decisório específico, de modo
que não sequer cogitar de dúvida razoável quanto ao recurso adequado, logo, resta impossibilitada a
aplicação de fungibilidade recursal, visto se tratar de erro grosseiro quanto ao requisito de cabimento
recursal.
Nesse sentido:
1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos do Enunciado Administrativo nº 3, aprovado pelo
Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos
a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade
recursal na forma do novo CPC. 2. É incabível agravo de instrumento contra sentença que encerra
integralmente a execução, ensejando tal decisum a interposição de apelação. Precedentes. 3. O
manejo do agravo de instrumento caracterizou erro grosseiro, sendo inaplicáveis a
instrumentalidade e a fungibilidade para viabilizar o conhecimento do recurso erroneamente
interposto. Precedentes. 4. A questão do suposto equívoco na denominação do recurso pela parte não
foi suscitada no recurso especial, inviabilizando que seja levantada em sede de agravo interno, por
configurar inovação recursal 5. A ausência de debate no acórdão recorrido quanto aos temas suscitados
no recurso especial evidencia a falta de prequestionamento, admitindo-se o prequestionamento ficto na
hipótese em que não sanada a omissão no julgamento de embargos de declaração e suscitada
genericamente a ofensa ao art. 1.022 do NCPC no recurso especial.
(AgInt no AREsp 1781553/SC, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
10/05/2021, DJe 13/05/2021)
(AgInt no RO nos EDcl nos EDcl no AREsp 1678511/GO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 12/04/2021, DJe 15/04/2021)
ASSIM, com fundamento no artigo 932, incisos III, do CPC, NÃO CONHEÇO do presente recurso de
apelação, considerando sua manifesta inadmissibilidade decorrente do não preenchimento do cabimento
recursal.
Considerando que os autos eletrônicos se referem à ação originária e que ainda não foi prolatada
sentença terminativa ou definitiva, determino o retorno imediato da ação ao juízo para
prosseguimento da demanda.
Desembargador – Relator
DECISÃO
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por BANCO VOLKSWAGEN S/A, contra decisão proferida
pelo juízo da 2ª Vara Cível e empresarial da Comarca de Ananindeua, nos autos da Busca e Apreensão
que move contra SIMÃO LUIS NASCIMENTO SILVA (Proc. n° 0802220-55.2020.8.14.0006), nos
seguintes termos:
“... Por tal razão, faculto à parte autora emendar a inicial no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art.
321 do CPC, a fim de depositar em Secretaria a via original do título de crédito que embasa a presente
ação (CPC, art. 425, §2º), sob pena de indeferimento da petição inicial, conforme art. 321, parágrafo único,
do mesmo diploma legal...” (ID nº 16472188 dos autos principais)
Em seu recurso (ID nº 5564806), o Agravante afirma que foram cumpridos os requisitos para a concessão
da liminar e que não se faz necessária a juntada do contrato na sua via original, sendo suficiente a
apresentação de simples cópia legível do instrumento jurídico para o regular processamento do feito, além
de apontar a impossibilidade de tal providencia diante da pandemia,
De início, deixo assentado que a matéria comporta decisão monocrática na forma do art. 932, III do CPC,
posto que a Recorrente não satisfaz os pressupostos de cabimento do recurso, considerando que a
matéria recursal não se encontra prevista no rol do artigo 1.015 do CPC/2015.
Pois bem, o artigo 1.015, do CPC, enumera as hipóteses nas quais é cabível o agravo de instrumento. Eis
o teor da norma legal:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
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XII - (VETADO);
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
Da leitura do artigo, vê-se que não está presente o despacho que determina a emenda da petição inicial.
Na sistemática do novo Código de Processo Civil, buscou-se restringir a recorribilidade das decisões
interlocutórias proferidas na fase de conhecimento do procedimento comum, a fim de salvaguardar apenas
as "situações que, realmente, não podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação"
(REsp 1704520/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/12/2018, DJe
19/12/2018 – TEMA 988).
Sob esta ótica, a determinação de emenda da petição inicial não é passível de reanálise por meio de
Agravo de Instrumento visto que, além de estar fora do rol do artigo 1.015 do CPC/2015, inexiste urgência
no julgamento da questão neste momento processual, cuja rediscussão, caso seja necessária, poderá ser
viabilizada futuramente pelo oportuno recurso de Apelação, se esse for o interesse do recorrente,
conforme previsão do artigo 1.009, §1º, do CPC.
Dessa forma, o presente Agravo de Instrumento é inadmissível, tendo em vista que a decisão atacada não
se encontra no rol do artigo 1.015, do CPC, tampouco se encontra abarcada pela tese do STJ explanada
no tema 988.
Ante o exposto, na forma do artigo 932, III, do CPC, NÃO CONHEÇO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Desembargador Relator
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EMENTA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Tratam os presentes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO com Pedido de Efeito Ativo Suspensivo
interposto por JULLYHERMES SANTOS LIRA inconformado com a contra decisão proferida pelo Juízo da
2ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas/PA, que, nos autos da AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL COM PEDIDO DE ALIMENTOS E GUARDA (Proc. n. 0807058-36.2020.8.0040), ajuizado
contra si por IASMIM VITORIA SILVA MACIEL, deferiu parcialmente o pedido de tutela provisória.
Na decisão agravada, deferiu o juízo primevo pedido de tutela de urgência formulado na exordial,
concedendo a guarda provisória da infante I. S. S., em favor da materna, fixando, ainda, alimentos
provisórios.
Dessa decisão, interpôs o requerido JULLYHERMES SANTOS LIRA Recurso de Agravo de Instrumento.
Alega o agravante, em suma, que a decisão recorrida prejudicaria o desenvolvimento da criança, pois,
seria o genitor o responsável desde sempre pelos cuidados e criação da infante; bem assim, que em
nenhum momento praticou atos compatíveis com a alienação parental, tendo sempre buscado o fortalecer
o convívio entre mãe e filha.
Em decisão de ID. 4567432, foi indeferido o pedido de concessão de efeito suspensivo ao recurso.
É o breve relatório.
Decido.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Com efeito, em consulta ao Sistema de Processos deste Egrégio Tribunal, verifico que o Agravo de
Instrumento em voga encontra-se prejudicado em razão da superveniência de Sentença resolutiva.
(TJ-PA - AI: 00001886120128140016 BELÉM, Relator: LUZIA NADJA GUIMARAES NASCIMENTO, Data
de Julgamento: 10/07/2014, 5ª CAMARA CIVEL ISOLADA, Data de Publicação: 16/07/2014). (Grifei).
Por fim, insta esclarecer que, a teor do art. 932, III do Código de Processo Civil/2015, in verbis:
CPC/2015
[...]
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida; (Grifei).
Destarte, dúvida não há acerca da ocorrência da perda de objeto do agravo de instrumento em exame,
restando-o prejudicando e impondo-se assim o seu não conhecimento.
DISPOSITIVO
Desembargadora – Relatora
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202): 0805858-80.2021.8.14.0000
AGRAVANTE: JULIO PONTES BARRIGA
Nome: JULIO PONTES BARRIGA
Endereço: Conjunto Residencial Jardim Socilar, Apto. 1011, Avenida Governador Magalhães Barata 992,
São Brás, BELéM - PA - CEP: 66063-904
Advogado: GABRIELLE MARTINS SILVA MAUES OAB: PA14537-A Endereço: desconhecido Advogado:
VALTER FERNANDO SILVA DE ALMEIDA OAB: PA21556-A Endereço: Avenida Almirante Barroso, 1936,
- de 1483/1484 a 1959/1960, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-033
AGRAVADO: CAIXA SEGURADORA SA
Nome: CAIXA SEGURADORA SA
Endereço: SHN Quadra 1 Bloco E, Conj. A, Sala 2, Asa Norte, BRASíLIA - DF - CEP: 70701-050
DESPACHO
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por JULIO PONTES BARRIGA, contra decisão
proferida pelo Juízo da 15ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/PA, nos autos da Ação de
Revisão Contratual c/c Tutela de Urgência(processo eletrônico nº 0831576-49.2021.814.0301) ajuizada
em face da CAIXA SEGURADORA S/A, ora agravada, que indeferiu o benefício da gratuidade de justiça e
determinou que a parte autora promovesse o pagamento das custas iniciais no prazo de 15 (quinze) dias
sob pena de cancelamento da distribuição, com fundamento no art. 290 do CPC.
Compulsando os autos, constato que foi oportunizado à parte agravante a possibilidade de comprovação
da sua hipossuficiência de forma a ser concedido o benefício da gratuidade da justiça, uma vez existir
indícios da sua capacidade financeira nos autos, ou, se assim quisesse, realizasse o pagamento das
custas (Num. 5704581 – Pág. 1/2).
Retornando os autos conclusos, verifico que a parte agravante peticionou aos autos informando que os
seus proventos de aposentadoria correspondem à montante considerável, no entanto, o reajuste abusivo
da parcela do seguro de vida, o qual é objeto da ação principal, teria impactado diretamente e
excessivamente a sua subsistência, pelo que, atualmente, as suas despesas, somadas ao valor do
seguro, ultrapassam o valor de sua aposentadoria.
Como forma de comprovar suas alegações juntou aos autos planilha e comprovantes de cartão de crédito,
a fim de demonstrar que os valores das faturas aumentaram após o reajuste do seguro, bem como,
declaração de hipossuficiência.
Pois bem.
Em que pese a parte agravante tais alegações, entende-se que não merece prosperar o alegado.
Para tanto, ressalta-se que os gastos mensais da parte agravante importam em mais de R$18.361,79
(dezoito mil, trezentos e sessenta e um reais e setenta e nove reais) o que, por si só, representa uma
situação financeira acima do que, subjetivamente, possa ser considerado como hipossuficiente.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ressalta-se que, ainda que se considere o reajuste ocorrido no seguro de vida do agravante como o
motivo pelo qual os seus gastos mensais tiveram aumento, constata-se que parte de suas despesas são
provenientes de gasto escolar com o neto, em que pese não comprovar ser o obrigado imediato para
tanto.
Além disso, verifica-se que consta em sua planilha de despesas mensais financiamento de casa própria,
apesar de nas suas próprias razões afirmar que vendeu a casa com a finalidade de arcar com as suas
despesas.
Por fim, consigna-se que gastos mensais em cartão de crédito no importe de mais de R$5.000,00 (cinco
mil reais), ainda que em sua maioria sejam com supermercado e farmácia, representa que a parte
agravante não arca apenas com suas próprias despesas básicas de subsistência, em que pese se tratar
de pessoa aposentada, divorciada e sem filhos menores.
Isso posto, verifico a ausência dos requisitos necessários à concessão do benefício da justiça gratuita,
motivo pelo qual a INDEFIRO, pelo que DETERMINO a intimação da parte agravante para proceder o
recolhimento das custas recursais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso
por deserção, na forma do art. 99, §7º e art. 101, §2 c/c art. 932, parágrafo único e art. 1017, §3º, todos do
CPC.
Cumpra-se.
Desembargador - Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202): 0804876-66.2021.8.14.0000
AGRAVANTE: VIDA BABY COMERCIO DE ROUPAS E ACESSORIOS LTDA - ME]
Nome: VIDA BABY COMERCIO DE ROUPAS E ACESSORIOS LTDA - ME
Endereço: Rua Gislei Antonio Merloti, 1245, Jardim São José, MIRASSOL - SP - CEP: 15130-242
Advogado: FERNANDO CESAR DELFINO DA SILVA OAB: SP268049 Endereço: desconhecido
AGRAVADO: ADRIANA C. C. NASCIMENTO DA SILVA - ME
Nome: ADRIANA C. C. NASCIMENTO DA SILVA - ME
Endereço: Avenida Barão de Capanema, 1016, Centro, CAPANEMA - PA - CEP: 68700-005
DESPACHO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Analisando os autos, verifica-se que em suas razões recursais, a parte agravante sustenta, inicialmente, a
tempestividade da defesa apresentada em face do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, sustentando, em suma, que a sua defesa foi protocolada dentro do prazo constante no AR.
Todavia, da análise da decisão agravada, verifica-se que o juízo a quo considerou intempestiva a defesa,
considerando a data em que a o AR foi juntado aos autos pela secretaria, o qual constaria na certidão
acostada no processo em sua fl. 164 verso, no entanto, a cópia de tal folha não fora juntada nos autos do
presente recurso.
Ressalta-se que o processo principal é físico e embora o referido documento seja classificado como
facultativo na legislação processual, configura-se como essencial ao deslinde da demanda, nos termos do
art. 1.017, III do CPC, eis que sua ausência impossibilita a este julgador verificar com exatidão a
tempestividade ou não da defesa apresenta nos autos da ação principal, a qual é uma das matérias
sustentadas no recurso.
Dessa maneira, INTIME-SE a parte agravante para apresentar o referido documento em fotocópia
autenticada a ser extraída dos autos originários, no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 932,
parágrafo único c/c art. 1.017, §3º, ambos do CPC, sob pena de não conhecimento do recurso.
Desembargador – Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
Faço público a quem interessar possa que, nos autos do processo de nº 0002763-84.2019.8.14.0052
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
foram opostos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, estando intimada, através deste ato, a parte interessada
para a apresentação de contrarrazões, em respeito ao disposto no §2º do artigo 1023 do novo Código de
Processo Civil. (ato ordinatório em conformidade com a Ata da 12ª Sessão Ordinária de 2016 da 5ª
Câmara Cível Isolada).
COMARCA: ANANINDEUA / PA
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito principal. Perda
do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO CPC/2015. Recurso
não conhecido.
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por BANCO BMG S/A em face de DOMINGOS
FERREIRA DOS SANTOS, diante do inconformismo com a decisão interlocutória proferida pelo Juízo de
Primeiro Grau.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJe, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 22/03/2021. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Tratam os presentes autos de Apelação Cível interposta por GERALDO MARTINS PACHECO
contra a sentença proferida nos autos da ação ordinária que ajuizou e, desfavor do INSTITUTO DE
GESTÃO E PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO PARÁ – IGEPREV, ora apelado, que julgou improcedente o
pedido de incorporação de abono aos proventos do apelante, quando passou para a inatividade.
Aduz que foi transferido para a inatividade em com base no soldo de 2.ª Sargento da PM, mas
deixou de incorporar o abono que teve a finalidade de recompor a remuneração dos servidores militares, e
por isso, teria caráter de reajuste salarial consistente na revisão da remuneração dos militares de forma
geral e indiscriminada, sem distinção de patente ou graduação, e o Estado não teria estipulado prazo para
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
sua vigência, tendo sido utilizada outra alcunha apenas para não permitir a incorporação.
Assevera que após o recebimento do benefício pelo período de mais 10 (dez) anos não caberia mais
sua exclusão da remuneração, sob pena da violação ao princípio da irredutibilidade de vencimentos, pois
já teria se incorporado comi parte de sua remuneração com caráter permanente.
Defende que o abono é assim reajuste de salario e deveria ser incorporado na inatividade, inclusive
com base no princípio da isonomia, pois o beneficio teria sido incorporado por Defensores Públicos, na
forma do Decreto n.º 2.836/98. Transcreve vários julgados.
Recebida como contrarrazões a petição constante do ID-743624 - Pág. 03/24, posto que julgada
improcedente a demanda, não há sucumbência do IGEPREV para a sua insurgência recursal.
É o relatório. DECIDO.
(2015.02222113-95, 147.625, Rel. GLEIDE PEREIRA DE MOURA, Órgão Julgador 1ª CÂMARA CÍVEL
ISOLADA, Julgado em 2015-06-22, Publicado em 2015-06-25)
Isto porque, à época o egrégio Colegiado das Câmaras Cíveis Reunidas definiu seu posicionamento sobre
a matéria no julgamento do mandado de segurança – processo n.º 2014.3.000754-7, julgado em
26.08.2014, Relator Desembargador José Maria Teixeira do Rosário, reconhecendo o caráter provisório do
abono, portanto, insuscetível de incorporação, consoante a seguinte ementa:
1 - Por outro lado, vejo que a AMIRPA e a AMEBRASIL são partes legitimas no processo, isso porque
seus estatutos prevêem a defesa dos interesses dos militares da reserva.
2 - Já a ASPOMIRE não é parte legitima para ajuizar a presente demanda, visto que seu estatuto não
comporta a defesa dos interesses dos militares da ativa.
3- No que se relaciona à impossibilidade jurídica do pedido suscitada pelo recorrente, tal condição da ação
deve ser entendida, de acordo com a melhor doutrina, no sentido de ser enquadrado como juridicamente
possível o pedido quando o ordenamento não o proíbe expressamente.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
4- Trata-se de uma discussão que não é nova neste e. Tribunal, existindo uma série de precedentes no
sentido de considerar a natureza temporária e emergencial desse abono salarial, insuscetível, portanto, de
ser incorporado à remuneração dos servidores da polícia militar.
5 -Diante disso, resta patente que os impetrantes não possuem direito líquido e certo a incorporação das
parcelas do abono salarial as remunerações dos servidores militares da ativa.
No referido julgamento foi ratificado o posicionamento do Pleno do TJE/PA, proferido no processo n.º
200830013229, Acórdão n.º 76.301, publicado em 18.03.2009, Relatora Sônia Maria Macedo Parente,
consignando que o abono estabelecido nos Decretos Estaduais n.º 2.219/97, 2.836/98 e 2837/98, não
podem ser incorporados quando da inatividade dos policiais militares, por se tratar de parcela de natureza
transitória e emergencial, que não integra a remuneração.
No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça se posicionou sobre a matéria nos Recursos Ordinários
em Mandado de Segurança n.º 29.461/PA, 26.422/PA, 26.664/PA, 11.928/PA e 22.384/PA. A título de
exemplo transcrevo o resumo do julgamento proferido no ROMS n.º 29.461/PA, in verbis:
1 – De acordo com a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, o abono salarial instituído
pelo Decreto Estadual n.º 2.219/1997, em razão do caráter transitório e emergencial, não pode ser
incorporado aos proventos de aposentadoria. Precedentes.
“EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Lei do Estado do Amazonas que estende aos servidores
inativos adicional de férias. Interpretação das normas constitucionais. Concessão de benefício sem a
correspondente causa geradora. Paridade remuneratória. Inexistência de vinculação absoluta.
Procedência da ação. 1. Férias, tal como comumente se entende, é período de repouso a que faz jus o
trabalhador quando completa certo período laboral, com a finalidade de promover-lhe o convalescimento
do cansaço físico e mental decorrente da atividade realizada. Não há margem interpretativa no texto
constitucional para que se conceba a extensão de benefício remuneratório desatrelado de qualquer
fundamento. O trabalhador aposentado, ou, no caso, o servidor público em inatividade, não pode gozar
férias, porquanto já deixou de exercer cargo ou função pública. Nesse passo, afigura-se inviável o
deferimento de benefício sem a correspondente causa geradora. 2. A cláusula de extensão aos servidores
inativos dos benefícios e vantagens que venham a ser concedidos aos servidores em atividade não
autoriza a concessão de vantagens pecuniárias compatíveis tão somente com o regime jurídico dos
servidores em atividade. Precedentes: ADI nº 3.783/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 6/6/11; ADI nº
575/PI, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 25/6/99; ADI nº 778, Rel. Min. Paulo Brossard, DJ de
19/12/94. Há direitos do servidor público que não se compatibilizam com o fato da inatividade, não se
convertendo o direito de paridade de vencimentos e proventos em sinônimo de absoluta igualdade
remuneratória. É exatamente esse o caso do adicional de férias. 3. Ação julgada procedente.”
(ADI 1158, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2014, ACÓRDÃO
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Assim, os policiais militares que passaram para reserva remunerada após a alteração da jurisprudência do
TJE/PA sobre a matéria não fazem jus a incorporação do benefício em seus proventos quando da
inatividade, face a natureza não incorporável do benefício.
Éjustamente a situação do agravante que passou para reserva remunerada somente em fevereiro de
2011.
Por tais razões, conheço da apelação, mas nego-lhe provimento, mantendo a decisão recorrida, que se
encontra de acordo com a jurisprudência existente sobre a matéria, consoante os fundamentos expostos.
Após o trânsito em julgado da presente decisão proceda-se a baixa do feito no Libra 2G e posterior
arquivamento.
Publique-se. Intime-se.
RELATORA
PODER JUDICÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
No uso de suas atribuições legais, a UPJ das Turmas de Direito Público e Privado, e em cumprimento à
determinação contida no despacho, registrado sob o ID 4536574-Pag.2, intima as partes
(APELANTES/APELADOS), acerca da Decisão Monocrática, registrado sob o
Vistos, etc.
Na decisão agravada, o juízo primevo deferiu pedido liminar de reintegração de posse em favor da autora,
ora agravada, no imóvel localizado no Residencial Quinta dos Paricás, lote 12, bloco 39, apto. 102, situado
na Estrada da Maracacuera, Bairro Maracacuera, Distrito de Icoaraci, nesta Capital, com fulcro no art. 554
do CPC.
Dessa decisão, interpôs a parte requerida DAYARA BLENDA PINHEIRO DOS SANTOS Recurso de
Agravo de Instrumento (ID. 5971211).
Alega, em síntese, que os requisitos para a concessão da medida reintegratória não teriam sido
devidamente preenchidos, bem assim que a parte autora/agravada não teria comprovado o efetivo
exercício da posse a justificar o deferimento da liminar; que a medida possuiria caráter irreversível,
destacando, ainda, a inadequação da ação possessória, na hipótese.
Sustenta que para a concessão do pedido liminar, o perigo de dano deve ser notório e iminente, o que não
teria sido comprovado no caso em comento, salientando que a autora da ação, ora agravada, nunca
esteve na posse do imóvel não comprovando urgência, o que reduziria a urgência aduzida pelo juízo, já
que a parte autora não requereu pedido de tutela de urgência, mas sim de evidencia, entretanto o juízo de
primeiro grau não fundamentou qual seria a tutela concedida.
Pleiteia, assim, que seja concedido efeito suspensivo ao recurso para sustar a decisão agravada e, em
decisão definitiva seja provido o recurso para reformá-la, indeferindo o pedido liminar de reintegração de
posse.
O presente feito fora apresentado no expediente do Plantão Judiciário, no entanto, em razão de não tratar-
se de hipótese de processo a ser examinado em sede de Plantão Judiciário, os autos foram
encaminhados a distribuição normal (ID 5971364).
É o sucinto relatório.
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Em análise preliminar, observa-se que a Lei Estadual nº. 9.212/2021, nos termos do art. 1º, inciso I, torna
suspenso, enquanto perdurar o estado de calamidade pública da pandemia do COVID 19, as execuções
de decisões liminares e de sentenças, em ações de natureza possessória, petitória e de despejo.
Nesse sentido, considerando que a decisão determina a desocupação do imóvel por parte da recorrente e,
que eventual demora na prestação jurisdicional poderá acarretar lesão grave ou de difícil reparação a
agravante e ao seu grupo familiar, que envolve pessoas idosas durante o período de pandemia no qual se
torna necessário o isolamento social, entendo restarem presentes os requisitos ensejadores para a
concessão do efeito suspensivo requerido.
Corroborando o entendimento acima esposado vejamos a Decisão exarada pelo Ministro Roberto Barroso
na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n.°828, exarada em 07/06/2021:
Legislativo nº 6/2020); ii) com relação a ocupações posteriores à pandemia: com relação às ocupações
ocorridas após o marco temporal de 20 de março de 2020, referido acima, que sirvam de moradia para
populações vulneráveis, o Poder Público poderá atuar a fim de evitar a sua consolidação, desde que as
pessoas sejam levadas para abrigos públicos ou que de outra forma se assegure a elas moradia
adequada; e iii) com relação ao despejo liminar: suspender pelo prazo de 6 (seis) meses, a contar da
presente decisão, a possibilidade de concessão de despejo liminar sumário, sem a audiência da parte
contrária (art. 59, § 1º, da Lei nº 8.425/1991), nos casos de locações residenciais em que o locatário seja
pessoa vulnerável, mantida a possibilidade da ação de despejo por falta de pagamento, com observância
do rito normal e contraditório. 2. Ficam ressalvadas da abrangência da presente cautelar as seguintes
hipóteses: i) ocupações situadas em áreas de risco, suscetíveis à ocorrência de deslizamentos,
inundações ou processos correlatos, mesmo que sejam anteriores ao estado de calamidade pública, nas
quais a remoção poderá acontecer, respeitados os termos do art. 3º-B da Lei federal nº 12.340/2010; ii)
situações em que a desocupação se mostre absolutamente necessária para o combate ao crime
organizado – a exemplo de complexos habitacionais invadidos e dominados por facções criminosas – nas
quais deve ser assegurada a realocação de pessoas vulneráveis que não estejam envolvidas na prática
dos delitos; iii) a possibilidade de desintrusão de invasores em terras indígenas; e iv) posições jurídicas
que tenham por fundamento leis locais mais favoráveis à tutela do direito à moradia, desde que
compatíveis com a Constituição, e decisões judiciais anteriores que confiram maior grau de proteção a
grupos vulneráveis específicos, casos em que a medida mais protetiva prevalece sobre a presente
decisão.
(...)
Desta feita, na linha da Decisão exarada na Medida Cautelar na Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental acima destacada, firmo o entendimento quanto à necessidade de sustação provisória dos
efeitos da Decisão Objurgada.
Ante o exposto, defiro efeito suspensivo em favor da agravante, sustando os efeitos da decisão
agravada, até o pronunciamento definitivo da 2ª Turma de Direito Privado.
Oficie-se ao Juízo de 1º grau a fim de que dê fiel cumprimento ao decisum ora proferido.
Intime-se a agravada, nos termos do art. 1019, inciso II do CPC, para que, querendo, responda no prazo
de 15 (quinze) dias, sendo-lhe facultado juntar cópias das peças que entenderem conveniente.
Transcorrido o prazo legal, com ou sem manifestação da agravada, devidamente certificado, remetam-se
os autos à Procuradoria de Justiça, para emissão de Parecer.
Ressalta-se que servirá a presente Decisão como Mandado, nos termos da Portaria n. 3731/2015-GP.
Relatora
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
EMENTA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Na decisão agravada, o juízo primevo, após sentenciar o feito, revogou de ofício a gratuidade de justiça
que havia sido deferida no início da demanda, determinando o recolhimento das custas processuais pela
parte autora.
Alega, em síntese, que não reunir condições de arcar com o pagamento de custas e taxas judiciais sem
prejuízo de seu sustento e de sua família, pois seria pessoa idosa e humilde, sobrevivendo apenas da
aposentadoria recebida do INSS, no valor de um salário mínimo.
Pleiteia, assim, pelo provimento do recurso com a consequente concessão do benefício de gratuidade de
justiça.
É o sucinto relatório.
Decido.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Prima facie, destaco que por se tratar de matéria já sedimentada no âmbito da Jurisprudência deste
Egrégio Tribunal e do Superior Tribunal de Justiça, procedo ao julgamento monocrático em
conformidade com o art. 932, VIII, do CPC/2015 cumulado com o art. 133, XII, alíneas “a” e “d”, do
Regimento Interno desta Corte, que assim dispõem:
CPC/2015
[...]
[...]
Ressalta-se, por oportuno, que sobre o tema da gratuidade da justiça, o TJ/PA reeditou o Enunciado da
Súmula n. 06, nos seguintes termos:
Acerca da matéria, a Carta Magna de 1988 em seu art. 5º, inciso LXXIV dispõe: “O estado prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Nessa esteira de raciocínio, a concessão da gratuidade de justiça pressupõe a não disposição de recursos
financeiros pela parte para arcar com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios, sem
que importe em prejuízo para o seu próprio sustento e para o de sua família, cabendo ao magistrado
indeferir o pedido diante da existência de provas que demonstrem a ausência de hipossuficiência da parte
que requer o benefício.
No caso em tela, verifica-se que o benefício da gratuidade de justiça fora concedido ao autor, ora
agravante, no início da demanda, tendo sido revogado pelo juízo “ad quo”, após o próprio sentenciamento
do feito.
Com efeito, não obstante seja possível a revogação de ofício da gratuidade e justiça pelo julgador, visto
que este deve tutelar o interesse público, tal medida somente se justifica se comprovada a existência de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
novos elementos que demonstrem a modificação da situação financeira da parte, em relação ao momento
anterior em que havia sido concedido o benefício.
Outrossim, do exame dos documentos colacionados nos autos, constata-se existirem elementos
suficientes que demonstram ter o autor/agravante, direito ao benefício da justiça gratuita, nos termos do
art. 98 do CPC, visto ser pessoa idosa, recebendo aposentadoria, conforme documento de ID. 5792739 –
p. 57.
Desta feita, em razão das alegações expostas alhures, entendo que deve ser mantido o benefício da
gratuidade de justiça ao autor/agravante, eis que sua situação, efetivamente, autoriza o reconhecimento
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
do benefício, sendo que a manutenção da decisão agravada, por certo, impediria o acesso ao Judiciário,
violando-se mandamento constitucional.
DISPOSITIVO
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, inciso VIII do CPC c/c art. 133, inciso XII, alínea “d” do Regimento
Interno do TJ/PA, CONHEÇO DO RECURSO e DOU-LHE PROVIMENTO, para reformar in totum a
decisão agravada, concedendo o benefício da justiça gratuita em favor do ora agravante, nos termos do
art. 98 do CPC c/c Lei nº. 1.060/1950.
Publique-se e Intimem-se.
Desembargadora-Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
(...)
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Prima facie, verifico que o presente recurso é manifestamente inadmissível, ante sua intempestividade, na
medida em que interposto após o escoamento do prazo legal de 15 (quinze) dias, estabelecido pelos
artigos 219 cc. 1003, § 5º do CPC/2015.
Com efeito, os agravantes tomaram ciência da decisão objurgada em 14.11.2018, data em que a decisão
combatida foi publicada no DJE, iniciando-se o prazo recursal no primeiro dia útil seguinte 19.11.2018 e
findando em 07.12.2018, sendo o recurso interposto somente em 25.01.2019.
(...)
Ante o exposto, nos termos do artigo 932, inciso III do Novo Código de Processo Civil, não conheço do
presente agravo de instrumento por manifesta inadmissibilidade (intempestividade), mantendo, na íntegra,
a decisão atacada.
Publique-se.
Desembargadora Relatora
A Agravante interpôs embargos de declaração (id. 1571171) alegando omissão na decisão agravada eis
que não considerou a contagem do prazo em dias úteis e a suspensão durante o recesso.
Éo Relatório.
Decido.
Primeiramente, cumpre ressaltar, com base em um consulta ao sistema processual PJe, deparei-me com
questão preliminar que impõe se reconheça prejudicado o presente recurso, pela perda de objeto, haja
vista que foi prolatada sentença no feito originário em que a recorrente não interpôs nenhum recurso para
atacar a referida sentença.
Senão vejamos o dispositivo da sentença transitada em julgado em 09/06/2021 e proferida nos autos do
processo nº 0011940-14.2013.8.14.0301-PJE 1º grau (ID.26271141) :
Condeno a autora nas custas processuais em relação ao pedido principal, ficando a condenação com a
exigibilidade suspensa em virtude da Justiça Gratuita que ora defiro, na forma do artigo 99, §3º do CPC.
autos.
P.R.I.C.
Acerca da perda do objeto, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, na obra "Código de
Processo Civil Comentado", 8ª ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 1041, anotam:
"Recurso prejudicado. É aquele que perdeu seu objeto. Ocorrendo a perda do objeto, há falta
superveniente de interesse recursal, impondo-se o não conhecimento do recurso. Assim, ao relator
cabe julgar inadmissível o recurso por falta de interesse, ou seja, julgá-lo prejudicado."
(TJRS, 7ª Câm. Cível, AI 70005870639, rel. Desª. Maria Berenice Dias, j. 19.02.2003).
Sobre a superveniência de fato novo, assim leciona Costa Machado in Código de Processo Civil
Interpretado e Anotado, Barueri, SP: Manole, 2006, p. 844:
“(...) Observe-se que a ratio da presente disposição está ligada à idéia de que nem sempre o
contexto fático da causa permanece como era quando da propositura da ação - o que,
evidentemente, seria o ideal -, de sorte que ao juiz cabe apropriar-se da realidade presente ao
tempo da sentença para decidir com justiça o litígio. A regra se aplica também ao acórdão.”
1. Deve ser reconhecida a perda de objeto do agravo de instrumento em razão da prolação de sentença
nos autos do processo principal. Possibilidade de ser negado seguimento ao agravo com fundamento no
artigo 557 do CPC.
I Se antes do julgamento do Agravo de Instrumento é prolatada a sentença, ocorre à perda do seu objeto.
(TJPA; Agravo de Instrumento nº. 2009.3.002703-9; julgado em 09/07/2009; Rel. Des. Leonardo de
Noronha Tavares) (grifo nosso)
Assim sendo, constata-se que não se faz necessária a análise dos embargos de declaração interposto.
Por todos os fundamentos expostos, JULGO PREJUDICADO o recurso, nos termos da fundamentação.
Publique-se.
Juiz convocado
1. Nos termos do art. 1.022 do CPC, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para
(I) esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, (II) suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual
devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para (III) corrigir erro material.
2. Analisando os argumentos do embargante, entendo que não merecem ser acolhidos, pois inexiste na
monocrática e no Acórdão combatido a omissão apontada, uma vez que todos os pontos invocados na
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
presente peça processual foram decididos de forma clara, logo a matéria se encontra suficientemente
analisada e julgada
DECISÃO MONOCRÁTICA
Alega que esta colenda turma ao proferir a decisão meritória quedou-se em erro no tocante a manutenção
desta parte como réu na lide, tendo em vista que este embargante não possui ingerência e legitimidade
quanto a avença nos períodos relativos aos fatos narrados pelo embargado, pois seus direitos e
obrigações foram sub-rogados para a Itaú Seguros.
Requer que sejam acolhidos e providos os presentes embargos declaratórios, para que haja expressa
manifestação deste juízo sobre a matéria pré-questionada, bem como a retratação da decisão embargada.
Contrarrazões aos embargos de declaração Num. 4805446 - Pág. 01-02, arguindo que os embargos são
totalmente protelatórios.
Éo relatório.
DECIDO.
Nos termos do art. 1.022 do CPC, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para (I)
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, (II) suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia
se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para (III) corrigir erro material.
Nesse contexto, vale salientar, até pelo próprio dispositivo legal, que os declaratórios constituem recurso
de contornos rígidos (fundamentação vinculada), destinado somente a promover a integração do decisum
omisso, obscuro ou contraditório, não se prestando, jamais, para rediscutir o julgamento.
Analisando os argumentos dos embargantes, entendo que não merecem ser acolhidos, pois inexiste na
monocrática combatido as omissões apontadas, uma vez que todos os pontos invocados na presente peça
processual foram decididos de forma clara, logo a matéria se encontra suficientemente analisada e
julgada.
A recorrente demonstrou nitidamente o seu inconformismo quanto ao decidido no Acórdão. De toda sorte,
os aclaratórios não se prestam a rediscutir questão já decidida, visto que estão condicionados à existência
dos requisitos legais supracitados, que não restaram configurados na decisão atacada.
No caso concreto, como se vê do relatório, os embargos de declaração têm nítido caráter de rediscussão
da matéria, pois o embargante trouxe à baila questões já apreciadas e decididas, sendo certa a
inexistência de qualquer um dos vícios que autoriza a interposição dos aclaratórios.
Diante disso, entendo que as matérias objeto de controvérsia foram suficientemente enfrentadas, não se
prestando a via dos declaratórios para rediscussão da causa, pois são eles recursos de integração e não
de substituição. É o que se extrai da remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, conforme
adiante se exemplifica:
“Não pode ser conhecido o recurso que, sob o rótulo de embargos declaratórios, pretende substituir a
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decisão recorrida por outra. Os embargos declaratórios são apelos de integração – não de substituição”
(STJ, 1ª Turma, Resp 15.774-0-SP- EDcl., rel.Min. Humberto Gomes de Barros, j.25.10.93, não
conheceram, unânime, V.u., DJU 22.11.93, p. 24.895).
Afinal, a decisão é clara, coerente e não deixou de se pronunciar sobre qualquer das questões suscitadas
pelas partes, inclusive sobre a questão contida nos presentes embargos declaratórios.
DISPOSITIVO
P. R. I. C.
Desembargadora Relatora
I – Os embargos de Declaração devem ser interpostos tão somente nas hipóteses expressamente
elencadas.
DECISÃO MONOCRÁTICA
A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Pará alinha-se no sentido que não se pode aceitar
cópias extraídas da internet sem a devida certificação de sua origem.
Em suas razões recursais, o embargante alega que a decisão embargada foi omissa, uma vez que todos
os documentos previstos no artigo 1.017 do CPC foram anexados, devendo ser conhecido o presente
agravo.
Foram apresentadas contrarrazões aos Embargos de Declaração (ID 4684411 – pág. 01/06).
É o relatório.
Decido.
De início, justifico o presente julgamento unipessoal, porquanto os embargos de declaração opostos contra
decisão monocrática devem ser julgados monocraticamente (CPC, art. 1.024, § 2º c/c RITJE/PA, art. 262,
p. único).
“A competência para julgamento dos embargos de declaração é sempre do órgão julgador que proferiu a
decisão embargada. Assim, quando apresentados contra acórdão, é do colegiado, e não do relator, a
competência para o seu julgamento. E é do relator, monocraticamente, aí sim, quando ofertados contra a
decisão singular.” (STJ, 4º Turma, REsp. nº. 401.749/SC, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU
24/02/2003).
Presentes os pressupostos de admissibilidade conheço dos embargos declaratório e passo ao seu exame
de mérito.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
Do exame da controvérsia, tenho que as razões apresentadas pela embargante não condizem com
quaisquer dos casos que cabem embargos de declaração, restando claro que a embargante pretende, tão
somente, rediscutir a matéria sub judice.
Analisando os termos dos embargos, se observa que a insurgência recursal se restringe a suposta
omissão quanto a juntada dos documentos obrigatórios os quais devem instruir o agravo de instrumento,
uma vez que o Agravante juntou cópia extraída da decisão agravada.
Portanto, a decisão embargada enfrentou suficientemente a questão, a qual não se permite a juntada da
decisão agravada extraída da internet, vejamos os seguintes trechos:
“(...)
Registra-se que os documentos ID. 3896462 e ID. 4110888 tratam-se de cópias extraídas da internet, via
consulta processual, o que é inservível para fins do disposto no art. 1.017, I do NCPC.
Com estas razões não vislumbro omissão na decisão embargada. Observa-se que o que se pretende é a
reapreciação da questão, o que é incabível em sede de embargos declaratórios.
Na linha desse entendimento, cito, a seguir, o julgado do STJ, cuja ementa é a seguinte:
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Assim, a decisão ora embargada não padece de obscuridade, contradição ou omissão, devendo ser
negado provimento ao recurso.
DISPOSITIVO
Desembargadora Relatora
COMARCA: TAILÂNDIA / PA
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo Interno em Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito
principal. Perda do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO
CPC/2015. Recurso não conhecido.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema Libra, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 17/05/2021. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
COMARCA: ANANINDEUA/PA.
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
I. Após análise do sistema PJE deste Egrégio Tribunal de Justiça, constatou-se que o recorrente TOTAL
DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA, não realizou o pagamento do preparo recursal,
referente ao agravo interno, infringindo o disposto no §4º do art. 1.007 do CPC/2015, segundo o qual “no
ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará: [...] §4º O recorrente que não comprovar, no ato
da interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena deserção”.
ASSIM, na esteira do art. 1.007, §4º do CPC/2015, determino a intimação do recorrente, na pessoa de seu
advogado, para realizar o pagamento em dobro, no prazo de 05 (cinco) dias sob pena de deserção;
IV. Tendo em vista a interposição agravo interno (ID 3459264), determino a intimação da parte
agravada, para apresentar contrarrazões ao agravo interno conforme (art. 1.021, §2º do CPC).
Desembargador – Relator
COMARCA: BELÉM/PA.
DESPACHO
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Desembargador-Relator
COMARCA: TOMÉ-AÇU / PA
Vistos etc.
Após, conclusos.
Desembargador – Relator
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COMARCA: BELÉM/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Des. CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO.
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por BANCO BMG S/A em face de JUVENIL
PEREIRA, diante de seu inconformismo com decisão interlocutória proferida pelo Juízo de Primeiro Grau.
Sem delongas, o presente recurso não comporta conhecimento, tendo em vista encontrar-se prejudicado,
diante da perda superveniente do interesse recursal, considerando o teor da petição de ID 5497626, em
que o agravante apresenta petição de acordo entre as partes neste recurso.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do interesse recursal,
quanto ao pedido de homologação, determino que seja realizado nos autos principais pelo juízo de
primeiro grau.
Desembargador – Relator
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta por TIM CELULAR S/A, nos autos de Ação Declaratória de
Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais com Pedido de Tutela Provisória de
Urgência proposta contra JOAO BATISTA RODRIGUES DA COSTA, ante o inconformismo com
sentença proferida pelo Juiz de Direito da Vara Única de Pacajá/Pa (ID 2866429), que julgou procedente
os pedidos contidos na inicial.
A parte apelante peticiona nos autos, juntando minuta de acordo extrajudicial de (ID 3947989).
A parte apelante peticiona nos autos, juntando o comprovante de depósito referente ao acordo entabulado
entre as partes (ID 4042990).
A respeito da validade e eficácia da transação, transcrevo ementa de julgado que simboliza a pacífica
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, da lavra do Ministro Luis Felipe Salomão:
1. Não há falar-se em ofensa ao art. 535 do CPC/1973, pois a matéria em exame foi devidamente
enfrentada pelo Tribunal de origem, que emitiu pronunciamento de forma fundamentada, ainda que em
sentido contrário à pretensão da parte recorrente. 2. As relações afetivas são inquestionavelmente
complexas e, da mesma forma, o respectivo enquadramento no ordenamento, principalmente, no que
respeita à definição dos efeitos jurídicos que delas irradiam. 3. A união estável, por se tratar de estado de
fato, demanda, para sua conformação e verificação, a reiteração do comportamento do casal, que revele,
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a um só tempo e de parte a parte, a comunhão integral e irrestrita de vidas e esforços, de modo público e
por lapso significativo. 4. Não é qualquer relação amorosa que caracteriza a união estável. Mesmo que
pública e duradoura e celebrada em contrato escrito, com relações sexuais, com prole, e, até mesmo, com
certo compartilhamento de teto, pode não estar presente o elemento subjetivo fundamental consistente no
desejo de constituir família. 5. Nesse passo, afastada a configuração da formação de união estável, no
caso concreto, reconhece-se como transação particular de direitos disponíveis o acordo firmado entre as
partes e apresentado a Juízo para homologação. 6. Transação é o negócio jurídico bilateral, em que
duas ou mais pessoas acordam em concessões recíprocas, com o propósito de pôr termo à
controvérsia sobre determinada relação jurídica, seu conteúdo, extensão, validade ou eficácia. 7.
Uma vez concluída a transação, impossível é a qualquer das partes o arrependimento unilateral,
mesmo que ainda não tenha sido homologado o acordo em Juízo. Ultimado o ajuste de vontade,
por instrumento particular ou público, inclusive por termo nos autos, as suas cláusulas ou
condições obrigam definitivamente os contraentes, de sorte que sua rescisão só se torna possível
'por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa' (Código Civil de 2002,
art. 849; CC de 1916, art. 1.030). 8. Se, após a transação, uma parte se arrepender ou se julgar
lesada, nova lide pode surgir em torno da eficácia do negócio transacional, mas a lide primitiva já
estará extinta. Só em outro processo, portanto, será possível rescindir-se a transação por vício de
consentimento. 9. A jurisprudência desta Corte é pacífica e não vacila, no sentido de que a
transação, com observância das exigências legais, sem demonstração de algum vício, é ato
jurídico perfeito e acabado, não podendo o simples arrependimento unilateral de uma das partes
dar ensejo à anulação do pacto. 10. Recurso especial não provido.
(REsp 1558015/PR, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 12/09/2017, DJe
23/10/2017)
Portanto, na hipótese dos autos, verifico que, em relação ao termo de acordo extrajudicial de (ID 3947989
), as partes são capazes, o objeto da transação é inteiramente lícito, possível e determinado, e a forma
obedece aos ditames legais, inexistindo, a priori, vícios que maculem o negócio jurídico formalizado.
ASSIM, com fundamento no art. 932, inciso I, do CPC, HOMOLOGO os termos da transação de (ID
3947989), de modo a tornar concretos os efeitos práticos e legais do correspondente acordo.
Em razão da homologação do acordo e da previsão do art. 922 do CPC, determino a remessa imediata
dos presentes autos ao primeiro grau.
Desembargador – Relator
DE DIREITO PRIVADO.
COMARCA: PARAUAPEBAS
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto perante este Egrégio Tribunal de Justiça por
E.C.A.L e S.A.L representados por DIEILA PINTO AMORIM em face RODRIGO MOREIRA LIMA,
diante de seu inconformismo com decisão proferida.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei sentença de ID 30874027 –
05/08/2021, que HOMOLOGOU ACORDO FIRMADO PELAS PARTES na ação originária (nº 0806506-
71.2020.8.14.0040). Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer que o presente recurso se encontra
prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatado no juízo a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, julgo prejudicado o presente recurso, ante a perda
superveniente do objeto.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
APELAÇÃO CÍVEL (198):0002053-94.2013.8.14.0013
APELANTE: MARIA JOANA DA SILVA PONTES
Nome: MARIA JOANA DA SILVA PONTES
Endereço: desconhecido
Advogado: ALVARO AUGUSTO DE PAULA VILHENA OAB: PA4771-A Endereço: AVENIDA DOUTOR
FREITAS, MARCO, BELéM - PA - CEP: 66080-220
APELADO: SUL AMERICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS
Nome: SUL AMERICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS
Endereço: desconhecido
Advogado: WEBER DO AMARAL CHAVES OAB: RJ120446 Endereço: desconhecido
DECISÃO MONOCRÁTICA
Em suas razões recursais, sob o Num. 4421342 – pág. 2/18, a Embargada/apelante suscita a legalidade
do contrato de seguro firmado entre as partes e que não há o reconhecimento de fraude nos autos que
viesse a inviabilizar o pagamento da indenização discutida. Requer o conhecimento e provimento do
recurso, para a reforma da sentença recorrida.
Em certidão sob o Num. 4421343 – pág. 4, o juízo de 1º grau deferiu a gratuidade de justiça requerida pela
apelante e determinou a intimação do apelado para a apresentação de contrarrazões recursais.
Em contrarrazões recursais sob o Num. 4421343 – pág. 11/18, a apelada suscita a intempestividade do
recurso de apelação, motivo pelo qual requer o seu não conhecimento.
Éo sucinto relatório.
Decido.
De início, vale salientar que a análise do juízo de admissibilidade recursal é matéria de ordem pública,
portanto, uma vez constatada a ausência de um dos seus requisitos, resta impossibilitado o conhecimento
do recurso.
O prazo para interposição do presente Recurso de Apelação estava previsto no art. 508 do CPC/73, que
assim rezava:
Art. 508. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no recurso
extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 15 (quinze)
dias.
A sentença recorrida foi publicada na edição nº 5.698/2015 do DJe, que circulou no dia 16/03/2015
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(segunda-feira). Diante disto, e considerando a regra contida no art. 508 do CPC/73, a contagem do prazo
iniciou no dia 17/03/2015 (terça-feira), findando em 31/03/2015 (terça-feira). Contudo, a apelante
protocolou seu recurso na data de 06/04/2015 (segunda-feira), fora do prazo legal, conforme protocolo sob
o Num. 4421342 – pág. 1, ou seja, intempestivamente.
Desse modo, NÃO CONHEÇO do presente recurso, ex vi do art. 932, III do CPC, em face de sua
interposição intempestiva.
Desembargador – Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
Des. CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO.
Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta perante este Egrégio Tribunal de Justiça pela SEGURADORA
LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, nos autos da ação de cobrança de seguro DPVAT
movida em seu desfavor por JOHN HERBERT VIEIRA DA SILVA, diante de seu inconformismo com a
sentença proferida - em 28/03/2014 - pelo juízo da 1ª Vara Cível de Marabá, que julgou procedente o
pedido do Autor, condenando o Réu ao pagamento de diferença a título de indenização do seguro DPVAT
no importe de R$-8.775,00 (oito mil, setecentos e setenta e cinco reais)
Razões às fls. ID 5856605 - Pág. 01/09, onde o Recorrente sustenta, em síntese, que o laudo pericial
juntado aos autos pelo próprio Autor não autoriza a pretensa complementação do valor da indenização
382
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
que foi paga administrativamente (R$-4.725,00), pois tal valor foi creditado ao Autor em consonância com
a tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados, a qual já teve a validade sumulada pelo C. STJ. Isto
posto, requereu pela reforma da sentença e o consequente julgamento de improcedência dos pedidos do
Apelado.
Sem delongas, verifico que o juízo a quo calculou de forma errônea a indenização devida a título de
seguro DPVAT, não observando, precisamente, o que dispõe a Lei nº 6.194/74, senão vejamos.
In casu, resta incontroversa a constatação pelo laudo pericial juntado pelo Autor que este possui
debilidade permanente parcial em sua perna esquerda em grau de 50%. Isto posto, esta porcentagem
deve incidir sobre o valor correspondente a 70% de R$-13.500,00 (o que equivale a R$-9.450,00). Logo,
50% de R$-9.450,00 (nove mil, quatrocentos e cinquenta reais) equivale a R$-4.725,00 (quatro mil,
setecentos e vinte e cinco reais), sendo este o valor que seria devido ao Apelado a título de
indenização.
Contudo, resta incontroverso o fato de que o Apelado já recebeu administrativamente o valor de R$-
4.725,00 (quatro mil, setecentos e vinte e cinco reais), nos termos do documento de fls. ID 5856590 - Pág.
10. Deste modo, não resta qualquer saldo remanescente devido ao Autor. Nesse sentido, confira-se:
1.Na ação de cobrança de indenização de seguro DPVAT o termo inicial da correção monetária é a data
do evento danoso, e não a data do ajuizamento da ação. Precedente: AgRg no AREsp 46.024/PR, Rel.
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/02/2012, DJe 12/03/2012.
2. Conforme enunciado da súmula nº 474/STJ, "a indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez
parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez".
3.Da análise da Lei nº 6.194/74, vê-se que o critério de gradação para se chegar ao valor a ser indenizado
é bifásico. Assim, no primeiro momento apura-se se a perda anatômica ou funcional dos membros
afetados foi completa ou incompleta. Após, se for incompleta, analisa-se a repercussão da perda, que
pode ser intensa, média, leve ou residual. Se a perda anatômica ou funcional for completa, deve-se
enquadrar diretamente o caso na tabela da Lei nº 11.945/09, sendo desnecessário o avanço à segunda
fase.
5. Tem-se, ainda, por se tratar de invalidez permanente parcial incompleta, que se deve promover a
redução proporcional para o tipo de perda, no caso, moderada, que é de 50% (cinquenta por cento).
Dessa forma, o cálculo demonstra que o valor devido é de R$ 4.725,00 (quatro mil setecentos e vinte e
cinco reais) - R$ 9.450,00 x 50% = R$ 4.725,00.
383
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ademais, saliento que para que o autor fizesse jus ao recebimento da indenização integral máxima no
valor de R$-13.500,00 (treze mil e quinhentos reais), deveria ele ter comprovado ao menos a perda total
do uso de uma das pernas, fato este que consoante a prova pericial juntada pelo próprio Apelado, não
ocorreu.
Sobre o assunto, importante se faz também colacionar o enunciado das seguintes súmulas do C. STJ:
Súmula 474: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de
forma proporcional ao grau da invalidez.
Súmula 544: É válida a utilização de tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados para estabelecer
a proporcionalidade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez também na hipótese de sinistro
anterior a 16/12/2008, data da entrada em vigor da Medida Provisória n. 451/2008.
ASSIM, ante todo o exposto, CONHEÇO e DOU PROVIMENTO ao apelo interposto, pelo que reformo
a sentença vergastada e julgo improcedente os pedidos contidos na exordial.
Por via de consequência, inverto, em desfavor do Autor, os ônus de sucumbência, devendo este
arcar com as custas e honorários advocatícios, este no importe de R$-2.000,00 (dois mil reais), nos
termos do art. 20, §4º, do CPC/1973, contudo, destaco que as obrigações decorrentes da
sucumbência ficarão suspensas nos termos dos artigos 12, da Lei nº 1.060/50 (vigente à época da
sentença) c/c art. 98, §3º, do CPC/2015, eis que o Autor litigou sob o pálio da justiça gratuita
(deferimento tácito, vide: AgRg nos EAREsp 440971 / RS, Ministro RAUL ARAÚJO, CE - CORTE
ESPECIAL, DJe 17/03/2016).
Desembargador – Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta perante este Egrégio Tribunal de Justiça por ZESIEL ALVES
DA SILVA., nos autos da Ação de Indenização do Seguro DPVAT movida em desfavor da
SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, diante de seu inconformismo
com a sentença proferida pelo juízo da 2ª Vara Cumulativa de Breves, que julgou improcedente os pedidos
elencados na exordial, uma vez que a pretensão indenizatória é carente de amparo fático e probatório.
A sentença foi proferida em 18/11/2019, tendo ela sido publicada no Diário de Justiça Eletrônico – DJE,
edição nº 6309/2017, em 17/12/2019 (fls. ID 5666198 - Pág. 3/4). Isto posto, temos que o termo inicial do
prazo recursal foi o dia 18/12/2019 (quarta-feira), enquanto que o seu termo final ocorreu em
06/02/2020 (quinta-feira).
Dessarte, nos termos do documento de fls. ID 5666199 - Pág. 1, verifica-se que o apelo somente foi
interposto em 21/02/2020, pelo que resta patente a conclusão de que o mesmo é extemporâneo.
ASSIM, ante o exposto, nos termos do art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de
apelação, ante a sua interposição extemporânea.
RODOLFO QUEIROZ LOPES DOS SANTOS OAB: 28478/PA Participação: ADVOGADO Nome: LUCAS
AQUILES CAROBOLANTE OAB: 28479/PA
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
Faço público a quem interessar possa que, nos autos do processo de nº 0801464-08.2018.8.14.0009
foram opostos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, estando intimada, através deste ato, a parte interessada
para a apresentação de contrarrazões, em respeito ao disposto no §2º do artigo 1023 do novo Código de
Processo Civil. (ato ordinatório em conformidade com a Ata da 12ª Sessão Ordinária de 2016 da 5ª
Câmara Cível Isolada).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202):0808156-45.2021.8.14.0000
AGRAVANTE: BANCO HONDA S/A.
Nome: BANCO HONDA S/A.
Endereço: Rua Doutor José Áureo Bustamante, 377, Santo Amaro, SãO PAULO - SP - CEP: 04710-090
Advogado: MARCIO SANTANA BATISTA OAB: PA30181-A Endereço: desconhecido
AGRAVADO: LANA ROSA FERRAZ DE ABREU
Nome: LANA ROSA FERRAZ DE ABREU
Endereço: Rua da Castrol, 40, Centro, ANANINDEUA - PA - CEP: 67030-030
DESPACHO
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por BANCO HONDA S/A contra decisão proferida
pelo Juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial de Ananindeua/PA, nos autos da Ação de Busca e Apreensão
com Pedido Liminar (processo eletrônico nº 0809161-84.2021.8.14.0006), ajuizada pela parte agravante
em face de LANA ROSA FERRAZ DE ABREU, ora agravada.
Analisando os presentes autos, verifico que a parte agravante não instruiu devidamente seu recurso no ato
da distribuição, uma vez que ausentes o documento de comprovação do pagamento do preparo recursal
denominado: “relatório de conta do processo”.
Nesse sentido, destaca-se que a data de interposição do instrumento é 09/08/2021 e a parte agravante
somente juntou aos autos o “relatório de conta do processo” através de petição datada
de 10/08/2021 (Num. 5903672 – Pág. 1), fora do prazo recursal.
Sabido é que a parte recorrente deve comprovar o recolhimento do preparo recursal no ato da
interposição do recurso, conforme dispõe o art. 1.007, do CPC, sob pena de incorrer no disposto do §4º
do mesmo artigo, que determina o recolhimento do preparo recursal em dobro, sob pena de deserção.
386
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ademais, a regular comprovação do preparo recursal é composto pelo relatório de contas do processo, o
boleto bancário e seu comprovante de pagamento. Portanto, deveria ter o recorrente juntado o
documentos denominado: “relatório de conta do processoo”, o qual é de seu ônus, nos termos art. 9º, §
1º e art. 10, ambos da Lei Estadual nº 8.328 de 2015, que dispõe sobre o Regimento de Custas e outras
despesas processuais no âmbito do Poder Judiciário do Estado do Pará. Todavia, a parte agravante
somente juntou o referido relatório no dia seguinte (IDs 5903671 e 5903672).
Diante do exposto, INTIME-SE a parte agravante para que, no prazo de 05 (cinco) dias efetue a
complementação do pagamento em dobro do preparo deste recurso, em observância ao art. 9º, § 1º e
art. 10, ambos da Lei Estadual nº 8.328 de 2015, c/c o art. 1.007, §4º e o art. 932, parágrafo único, ambos
do CPC, sob pena de deserção.
Desembargador – Relator
DESPACHO
Intime-se a parte apelante, LUCILENE HENRIQUE LIBERAL, para manifestar-se sobre a petição de ID
4521274, que informa ter havido acordo entre as partes.
Desembargador – Relator
387
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202):0808101-94.2021.8.14.0000
AGRAVANTE: BANCO DAYCOVAL S/A
Nome: BANCO DAYCOVAL S/A
Endereço: Avenida Governador José Malcher, 168, Ed. Empresarial Bolonha - Salas 502 / 503, Nazaré,
BELéM - PA - CEP: 66035-065
Advogado: ANTONIO DE MORAES DOURADO NETO OAB: PE23255-A Endereço: desconhecido
AGRAVADO: ALCEU FERREIRA MOTA
Nome: ALCEU FERREIRA MOTA
Endereço: desconhecido
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO com pedido de efeito suspensivo interposto por BANCO
DAYCOVAL S/A, em face de decisão proferida pelo Juízo da 1ª Vara e Empresarial da Comarca de
Marabá/PA, nos autos da Ação de Cancelamento de Contrato e Restituição de Valores c/c
Indenização por Danos Morais e Tutela Antecipada (processo eletrônico n° 0806209-
66.2021.814.0028), ajuizada por ALCEU FERREIRA MOTA, ora agravado, em face da parte
agravante, que com fundamento art. 300 do CPC, deferiu o pedido de tutela de urgência pleiteada na
inicial pela parte requerente, nos seguintes termos:
ISTO POSTO, por tudo que dos autos consta, defiro o pedido de tutela ANTECIPADA, determinando que
a parte ré promova a suspensão dos descontos no benefícios da autora, referente ao(s) contrato(s)
ativo(s) descritos na inicial, em 10 (dez) dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (hum mil
reais), até o limite de R$ 20.000,00, no caso de descumprimento.
Em suas razões recursais, alega o Banco agravante que a multa cominatória tem como objetivo coagir o
réu ao cumprimento da obrigação de fazer reconhecida em sentença ou tutela antecipada, no entanto, não
busca ressarcir o credor pelos danos sofridos.
Defende, nesse sentido, que a multa diária aplicada pelo juízo a quo, no valor de R$1.000,00 (um mil
reais) até o limite de R$20.000,00 (vinte mil reais), referente ao contrato desatende a qualquer critério de
razoabilidade e proporcionalidade, razão pela qual deve ser imediatamente rechaçado, por violar o
princípio da proporcionalidade e a previsão do art. 884 do Código Civil.
Sustenta, ainda, que a manutenção da decisão agravada no que tange à multa aplicada pelo
descumprimento da obrigação deferida tende a proporcionar enriquecimento sem causa da parte
agravada, sendo mais vantajoso à parte agravada cobrar o valor da pena pecuniária a ver cumprida a
obrigação imposta, considerando o quantum fixado.
Dessa maneira, aduz que no presente caso a multa diária fixada, além de ser indevida, se mostra
excessiva, uma vez que entende ser evidente a desproporcionalidade entre o seu valor e o montante do
suposto prejuízo que foi causado à parte autora, pleiteado na ação.
Ademais, argumenta que em razão do fato de a obrigação ter sido imposta de forma mensal, arbitrar a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
multa diária nesse caso ocasionará a desproporcionalidade da conduta da parte agravante e o suposto
prejuízo vivenciado pela parte agravada.
Éo breve relatório.
DECIDO.
Passo a análise dos pedidos, conforme os requisitos dispostos no art. 995, parágrafo único, do CPC.
Analisando a petição inicial dos autos principais (Num. 5882572 – Pág. 4/13), verifica-se que a parte
agravada alega que desconhece os descontos havidos em seu benefício previdenciário, decorrentes de
suposta contratação empréstimo consignado junto ao banco agravante, no valor de R$ 2.699,00 (dois mil,
seiscentos e sessenta e nove reais), em 84 descontos mensais de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais),
iniciados em maio de 2021, referente ao contrato nº 50-9094877/21.
Analisando os autos, verifica-se que o agravante requer a concessão de efeito suspensivo tão somente
para suspender a eficácia da decisão interlocutória que determinou que a agravante suspendesse os
descontos efetuados no benefício previdenciário da parte autora/agravada, no prazo de 10 (dez) dias, sob
pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) até o limite de $ 20.000,00 (vinte mil reais) em
caso de descumprimento.
Pois bem.
Dispõe o art. 537 do CPC quanto a possibilidade de aplicar multa no caso de tutela provisória, in verbis:
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente
e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
Grifo nosso.
Dessa maneira, o objetivo das astreintes é de compelir a parte ao cumprimento da obrigação determinada.
Ressalta-se que a multa será aplicada independentemente de a parte requerida demonstrar resistência ao
cumprimento da tutela, todavia, somente irá incidir caso haja o efetivo descumprimento da ordem judicial,
observando-se um limite razoável de tempo para fixação.
da obrigação.
Por último, importa destacar que, nos termos do parágrafo 4º do art. 537 do CPC, a multa é devida desde
o dia em que se configura o descumprimento da decisão, o que ocorre após o esgotamento do prazo de
cinco dias úteis para que o banco providencie junto ao INSS a suspensão dos descontos, e incide
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado até o limite temporal fixado na decisão
combatida. Assim, depende unicamente da pare agravante evitar a incidência das astreintes.
Isso posto, em sede de cognição sumária, consoante o previsto no art. 995, parágrafo único do CPC, não
vislumbro a presença dos requisitos ensejadores à concessão do efeito suspensivo pretendido, motivo
pelo qual o indefiro.
Intime-se a parte agravada, na forma disposta no inciso II do art. 1.019 do CPC, para que responda, no
prazo de 15 (quinze) dias, sendo-lhe facultado juntar a documentação que entender necessária ao
julgamento do recurso.
DESEMBARGADOR- RELATOR
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202):0807524-19.2021.8.14.0000
AGRAVANTE: JOSIEL NASCIMENTO DOS SANTOS FILHO
Nome: JOSIEL NASCIMENTO DOS SANTOS FILHO
Endereço: Passagem Boa Esperança, 149, Maguari, ANANINDEUA - PA - CEP: 67145-120
Advogado: RAPHAEL AUGUSTO CORREA OAB: PA12815-A Endereço: desconhecido Advogado: ANNA
CORREA MEDRADO OAB: PA22516-A Endereço: Rua Antônio Barreto, 130, sala 1103, Fátima, BELéM -
PA - CEP: 66060-021
AGRAVADO: SUELLEN GONCALVES RODRIGUES
Nome: SUELLEN GONCALVES RODRIGUES
Endereço: desconhecido
DECISÃO
Compulsando os autos, constato que foi oportunizado a parte agravante a possibilidade de comprovação
da sua hipossuficiência de forma a ser concedido o benefício da gratuidade da justiça, uma vez existir
indícios da sua capacidade financeira nos autos, ou, se assim quisesse, realizasse o pagamento das
custas, consoante despacho de Id (Num. 5811133 - Pág. 1/2).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pois bem.
Em análise dos documentos juntados aos autos deste recurso, verifico que a parte agravante se qualifica
como engenheiro civil, auferindo remuneração no valor de R$ 2.466,67 (dois mil, quatrocentos e sessenta
e seis reais e setenta e sete centavos) pela Prefeitura de Benevides-PA (Num. 5770933 a Num.5770936)
e pro-labore de R$ 2.467,00 (dois mil, quatrocentos e sete reais) pela empresa Construtora Maranhão
Eireli (Num. 5953680 e Num. 5953681), de sua propriedade.
Portanto, a documentação juntada demonstra que a parte agravante possui capacidade econômica para o
pagamento das custas processuais, afastando a presunção relativa da hipossuficiência, nos termos das
Súmula nº 6 do E. Tribunal de Justiça, não fazendo jus ao benefício da assistência judiciária gratuita
pleiteado.
Assim, INDEFIRO a gratuidade da justiça pleiteada, pelo que DETERMINO a intimação da parte
agravante para proceder o recolhimento das custas recursais, no prazo de 5 (cinco) dias, na forma
do art. 99, §7º e art. 101, §2º c/c art. 932, parágrafo único e art. 1.017, §3º, todos do CPC, sob pena
de não conhecimento do recurso por deserção.
Cumpra-se.
Desembargador - Relator
R. h.
Considerando tratar a matéria versada nos presentes autos de direitos disponíveis, manifestem-se as
partes acerca da possibilidade de Conciliação no prazo sucessivo de 10 (dez) dias:
1. Apresentada proposta de acordo, intime-se a parte adversa para manifestar-se também no prazo de
10 (dez) dias.
Publique-se. Intimem-se.
391
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
EMENTA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Dessa decisão, opôs o então agravante ENGTOWER ENGENHARIA LTDA - ME Embargos de Declaração
(ID. 5251566).
Alega, em suma, que decisão embargada teria sido omissa quanto a não celebração do contrato de
financiamento do imóvel objeto da lide; bem como quanto a validade da cláusula que estabelece o início
do prazo de entrega da unidade após a assinatura do contrato de financiamento.
Pugna, assim, pelo acolhimento dos aclaratórios para que reformada a decisão embargada, seja
concedido o efeito suspensivo ao recurso de agravo de instrumento.
O prazo para a apresentação de contrarrazões aos Embargos de Declaração decorreu in abis (ID.
5382316).
392
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
É o breve relatório.
Decido.
Precipuamente, cumpre destacar que o art. 1.022 do Novo Código de Processo Civil, prescreve que os
Embargos de Declaração serão cabíveis nas hipóteses em que houver obscuridade ou contradição ou
ainda, quando o Magistrado se omitir com relação a algum dos apontamentos levantados pelas partes:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
Neste contexto, urge trazer à colação o magistério de Luiz Orione Neto, in verbis:
“O recurso de embargos de declaração é um remédio jurídico que a lei coloca à disposição das partes, do
Ministério Público e de terceiro, a viabilizar, dentro da mesma relação jurídica processual, a impugnação
de qualquer decisão judicial que contenha o vício da obscuridade, contradição ou omissão, objetivando
novo pronunciamento perante o mesmo juízo prolator da decisão embargada, a fim de completá-las ou
esclarece-la”.
(ORIONE NETO, Luiz. Recursos Cíveis. 2ª ed., ver. Atual. e ampliada, Saraiva, São Paulo, 2006, p. 385).
“[...]
Precipuamente, destaca-se, que o momento processual admite a análise não exauriente das questões
postas, sem maiores incursões sobre o mérito, de sorte que, cumpre analisar a existência dos requisitos
para a concessão do efeito ora pleiteado.
Com efeito, tenho que no caso de descumprimento do prazo para a entrega do imóvel, incluído o período
de tolerância, o prejuízo do comprador é presumido, consistente na injusta privação do uso do bem, a
ensejar o pagamento de indenização à título de lucros cessantes, na forma de aluguel mensal, com base
no valor do contrato ou do locatício de imóvel assemelhado.
Noutra ponta, em exame perfunctório, verifica-se que os Tribunais pátrios têm considerado abusiva a
cláusula contratual que atrela o prazo da obra ao contrato de financiamento, visto que tal disposição
tornaria incerto o termo final para a entrega da unidade, permitindo à construtora postergar
indefinidamente a conclusão da obra, acarretando, assim, situação visivelmente mais favorável às
vendedoras e desvantajosa ao adquirente.
Desse modo, resta ausente, em cognição sumária, elementos suficientes a desconstituição de plano da
decisão combatida e, por conseguinte, a presença nesse momento dos requisitos autorizadores do efeito
suspensivo pleiteado, nesse ponto.
Por fim, no que concerne a multa cominatória, entendo que esta fora fixada em patamar razoável, observo,
porém, que o magistrado primevo deixou de impor a limitação as astreintes, o que acarretaria o
enriquecimento sem causa, razão pela qual impõe-se a concessão do efeito suspensivo ativo, nesse
ponto, apenas para limitar as astreintes, a priori, ao valor da causa.
Assim, entendo presente os requisitos para a concessão do efeito pretendido nesse ponto, razão pela qual
DEFIRO-O PARCIALMENTE, nos termos do art. 1.019, inciso I, do CPC, apenas para limitar as astreintes
ao valor da causa, ressalvando a possibilidade de revisão da decisão na ocorrência de fatos novos.
[...]”.
Isso porque, conforme destacado no decisum embargado a jurisprudência pátria têm considerado abusiva
a cláusula contratual que atrela o prazo da obra ao contrato de financiamento, em razão dessa disposição
tornar incerto o termo final para a entrega da unidade, permitindo à construtora postergar indefinidamente
a conclusão da obra, acarretando, assim, situação visivelmente mais favorável às vendedoras e
desvantajosa ao adquirente.
Desse modo, verifica-se que a matéria em questão foi efetivamente apreciada na decisão embargada,
inexistindo omissão alegada pelo agravante/embargante, na hipótese.
Outrossim, cumpre esclarecer que a decisão embargada consistiu em exame não exauriente do recurso,
intrínseco ao momento processual, qual seja, apreciação da existência ou não dos requisitos ensejadores
da concessão do efeito suspensivo pleiteado.
Destarte, inexiste omissão ou qualquer das hipóteses insculpidas no art. 1.022 do Novo Diploma
Processual Civil no decisum embargado a ensejar o acolhimento do intentado recurso aclaratórios.
DISPOSITIVO
Assim, não restando evidenciada nenhuma das hipóteses prevista no art. 1.022 do CPC/2015, CONHEÇO
e NEGO PROVIMENTO ao presente Recurso de Embargos de Declaração.
Publique-se. Intime-se.
Desembargadora – Relatora
APELANTE: M. V. S. S.
APELANTE: L. A. S. S.
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – PREPARO NÃO EFETUADO
– INTIMAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DO PREPARO EM DOBRO – ART. 1.007, § 4º, DO CPC/2015 –
DETERMINAÇÃO NÃO ATENDIDA – DESERÇÃO – DECISÃO MONOCRÁTICA – RECURSO DE
APELAÇÃO CÍVEL NÃO CONHECIDO.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Alega, em síntese, que a extinção do feito sem resolução de mérito em razão do não recolhimento das
custas, somente poderia ocorrer se as partes interessadas fossem intimadas pessoalmente e não suprisse
a falta no prazo de 05 (cinco) dias, nos termos do que dispõem o art. 485, §1, do CPC, pugnando, assim,
pela anulação da sentença.
Em contrarrazões (ID. 5135620), pugnou, a parte recorrida, pelo não conhecimento do recurso em razão
da ausência de comprovação do recolhimento do preparo pelos apelantes.
395
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em despacho de ID. 5597137, foi determinado a intimação dos recorrentes para que procedessem o
recolhimento em dobro do preparo, a teor do disposto no §4º do art. 1.007 do CPC, sob pena de deserção.
É o sucinto relatório.
Decido.
Precipuamente, para que o recurso seja conhecido, impõe-se o preenchimento dos seus requisitos
intrínsecos e extrínsecos, cujo a eventual ausência de qualquer um deles inviabiliza a análise do mérito
recursal.
Com efeito, sem adentrar no mérito do acerto ou desacerto da decisão, constata-se dos autos, que o
pedido de concessão do benefício da gratuidade de justiça formulado pelos autores, ora apelantes, foi
indeferido pelo juízo primevo, sem que os autores tenham interposto recurso do decisum.
Da mesma forma, verifica-se que ao ajuizarem o presente recurso de apelação, não pugnaram os
autores/apelantes pela concessão da gratuidade, não ocorrendo, portanto, a hipótese prevista no §7º do
art. 99 do CPC, razão pela qual, recaia aos recorrentes o múnus de demonstrar o recolhimento do preparo
recursal, nos termos do art. 1.007 do CPC, senão vejamos:
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
Ocorre que, não obstante tenham sido regularmente citados, deixaram os apelantes, transcorrer in albis o
prazo para o recolhimento, impondo-se na hipótese o reconhecimento da deserção e não conhecimento do
recurso.
(TJ-RS - AC: 70080624257 RS, Relator: Giovanni Conti, Data de Julgamento: 30/04/2019, Décima Sétima
396
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(TJ-MT - APL: 00017702420138110088 MT, Relator: JOÃO FERREIRA FILHO, Data de Julgamento:
08/05/2018, PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, Data de Publicação: 17/05/2018). (Grifei).
Assim, impõe-se o não conhecimento do presente Recurso de Apelação, face o decurso do prazo para o
recolhimento do preparo, o qual se coaduna em requisito de admissibilidade recursal.
DISPOSITIVO
Desembargadora-Relatora
DESPACHO
Trata-se de petição (ID 5619786) apresentada após despacho (ID 5126659) que não admitiu petição
anteriormente interposta com o mesmo teor, posto que o processo ao qual se refere não mais tramitaria
nesta instância.
É o relatório. Decido.
Como dito, o processo não mais tramita nesta instância, encontrando-se atualmente no Superior
Tribunal de Justiça, tramitando em autos eletrônicos sob o nº 2021/0141431-7, recebido em
10/05/2021 e autuado em 25/05/2021.
Conforme foi informado anteriormente (despacho ID nº 5126659), os autos eletrônicos que aqui
397
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
permaneceram constituem mera cópia parcial do feito, já que deles não constam os atos praticados
naquela Corte Superior.
Portanto, a título de informação, esclareço que a competência desta instância se exauriu após o envio dos
autos ao STJ, via agravo (ID 4157852). Portanto, a petição ora protocolada de ID 5619786, indevidamente
dirigida à desembargadora Gleide Pereira de Moura do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, deve ser
excluída dos presentes autos, comunicando-se o advogado subscritor para que, caso entenda
conveniente, apresente-a diretamente no STJ (instância na qual o processo tramita).
Sendo assim, proceda a Secretaria a exclusão da petição registrada sob o ID 5619786 e cumpra o
despacho sob ID nº 5126659, intimando-se o seu subscritor, o qual querendo, poderá apresentar o
mesmo pleito ao Superior Tribunal de Justiça, onde o feito tramita atualmente.
Publique-se. Intimem-se.
PROCESSO Nº 0804952-04.2020.8.14.0040
DECISÃO
Preenchidos os requisitos de admissibilidade, recebo o apelo no duplo efeito com fundamento no artigo
1012 do CPC/15.
Remetam-se os autos ao Ministério Público de Segundo Grau, para exame e parecer, na condição de
custos legis.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RELATOR
COMARCA DE BELÉM
DESPACHO
O Estado do Pará requereu em ID. 2287847 a extinção da presente demanda, sem resolução de mérito,
em razão de já haver sentença transitada em julgado sobre a matéria, em processo de nº 0001516-
78.2011.814.0107, de mesmas partes, pedidos e causa de pedir.
Aduz a ocorrência da coisa julgada, tendo o ora apelado ajuizado duas demandas idênticas, sendo que
uma já transitou em julgado.
Ressalto que, nosso ordenamento jurídico veda a chamada “decisão surpresa”, que se trata de decisão
onde não se tenha dado a oportunidade da parte contraria se manifestar, vejamos o exposto em nosso
Código de Processo Civil:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício. (grifamos).
Tendo o Estado do Pará alegado a coisa julgada somente após a apresentação das contrarrazões
recursais do apelado, concluo que este deve ser intimado sobre a petição.
I- Remetam-se os autos ao apelado, Sr. Edilson Martins do Nascimento, para que se manifeste
acerca da petição de ID. 2287847 - Pág. 1.
II- Para o cumprimento do feito acima, estipulo o prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis.
Int.
Relatora
COMARCA: BELÉM / PA
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo Interno em Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito
principal. Perda do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO
CPC/2015. Recurso não conhecido.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema Libra, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 04/08/2020. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO CIVIL. SENTENÇA EXTRA PETITA. VÍCIO CONFIGURADO. ANÁLISE
DE PEDIDO DIVERSO DO CONTIDO NA EXORDIAL. TEORIA DA CAUSA MADURA. ART. 1.013, § 3º, II,
CPC/2015. APLICABILIDADE. MÉRITO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO (ATS). CONTAGEM DE
SERVIÇO PÚBLICO TEMPORÁRIO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO DE APELAÇÃO
CONHECIDO E PROVIDO.
2. De acordo com o teor do decisum vergastado, percebe-se que o juízo sentenciante examinou pedido
totalmente estranho (FGTS) àquele que de fato consta no conteúdo da petição inicial. Decisão extra petita
configurada.
3. Nos termos do art. 1.013, § 3º, II, do CPC/2015, cabe a este tribunal, ao declarar a nulidade da
sentença, julgar a lide, tendo em vista as condições favoráveis ao julgamento.
4. In casu, restou devidamente comprovado que a parte apelante trabalhou efetivamente na Secretaria do
Município de Saúde e Meio Ambiente – SESMA sob o regime temporário, antes de ser aprovada em
concurso público e nomeada como servidora efetiva.
5. Nesse caso, de acordo com as disposições do RJU, bem como entendimento pacífico desta Egrégia
Corte, deve ser averbado nos registros funcionais o período em que a servidora laborou na condição de
temporária (03 anos, 06 meses e 24 dias), inclusive para efeito do cálculo do adicional de tempo de
serviço, fazendo jus também ao pagamento de valores retroativos, limitados a 05 (cinco) anos do
ajuizamento desta ação ordinária.
6. Juros e correção monetária de acordo com o decidido nos Temas 810/STF e 905/STJ.
ACÓRDÃO
Turma Julgadora composta pelos Desembargadores José Maria Teixeira do Rosário (Presidente), Luzia
Nadja Guimarães Nascimento (Relatora) e Diracy Nunes Alves.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Recurso de Apelação interposto por Jacqueline Costa Campos contra sentença proferida
pelo Juízo de Direito da 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital que, nos autos desta Ação Ordinária com
pedido de Tutela Antecipada, julgou improcedente a pretensão autoral, entendendo o juízo a quo pela
impossibilidade do encerramento do contrato temporário gerar direito à percepção às parcelas referentes
ao FGTS.
A parte autora opôs embargos de declaração (ID 731074), apontando no referido aclaratórios o erro
material do decisum, uma vez que o pedido contido na exordial consiste em matéria diversa da decida pelo
magistrado.
Irresignada, a parte autora/apelante interpôs recurso de apelação (ID 731078) reiterando a nulidade da
sentença vergastada, uma vez que o seu conteúdo se ateve à concessão das parcelas relativas ao FGTS
e não ao que realmente fora pleiteado na exordial. Afirma a recorrente que a provocação do Poder
Judiciário consistiu unicamente no que diz respeito à possibilidade jurídica do reconhecimento pelo ente
estatal do tempo de serviço antes prestado sob o vínculo temporário, para fins previdenciários, bem ainda
no que tange à percepção do Adicional por Tempo de Serviço.
Assim, requer a declaração de nulidade da sentença e, por conseguinte, o imediato julgamento do mérito
da lide, com fulcro no art. 1.013, § 3º, inciso II, do CPC/2015. No mérito, discorre que o RJU do Estado do
Pará permite a reconhecimento do tempo de serviço prestado sob o regime temporário para fins
previdenciários e, principalmente, no que tange aos valores atinentes ao adicional por tempo de serviço.
Éo relatório.
VOTO
Fora pleiteado perante o magistrado a quo: i) anulação do ato de cancelamento do Adicional de Tempo de
Serviço, haja vista a presença dos requisitos para sua obtenção; ii) seja reconhecido de pleno direito a
percepção do adicional de tempo de serviço da servidora, uma vez que o caráter transitório do vínculo
antes estabelecido não constitui óbice à sua consideração para fins do ATS; iii) sejam pagos os adicionais
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retroativos a data de ingresso ao serviço público no Estado do Pará, de forma efetiva, pois já possuía
direito ao ATS.
Como é sabido, o atual Código Fux – arts. 141 e 492 – primou pela observância do princípio da
congruência, o qual norteia a efetividade da prestação jurisdicional, evitando que o julgador profira
sentença em desconformidade com o pedido deduzido na exordial.[1]
Nessa linha, certo é que a matéria a ser julgada pelo juízo a quo deve ser pautada pelos pedidos
realizados na petição inicial, de forma que não será permitido ao julgador proferir decisões extra petita,
ultra petita e/ou citra petita. Tais conceitos são assim resumidos pela doutrina[2]:
“(...) na decisão ultra petita o juiz exagera e, na extra petita, ele inventa, na decisão citra petita o
magistrado se esquece de analisar algo que tenha sido pretendido pela parte ou tenha sido trazido como
fundamento do seu pedido ou da sua defesa”.
In casu, resta patente que o juízo de piso, ao discorrer acerca do direito ou não à percepção das verbas
fundiárias – FGTS, não observou os limites objetivos estabelecidos pela parte autora e, agindo de tal
maneira, acabou por proferir decisão se atendo única e exclusivamente a bem jurídico diverso do pedido,
tornando-se, portanto, extra petita por decidir fora dos pedidos iniciais.
Destarte, comprovados os vícios pela análise de pedido diverso daquele expressamente formulado na
petição inicial, bem ainda a omissão quanto àqueles expressamente estipulados, entendo não haver outra
medida processual a não ser a decretação de nulidade da sentença.
Diante de tal contexto, estando o processo em condições para ser julgado quanto a este ponto e, com
fulcro no art. 1.013, inciso II, do CPC/2015[3], cabe a este Órgão Julgador proceder neste momento à
análise do pedido, sendo desnecessário o retorno dos autos ao juízo sentenciante.
Sobre o tema, o professor Fredie Didier Jr. ensina que “em qualquer caso, uma vez invalidada a decisão
ou capítulo, cabe ao tribunal decidir desde logo o mérito, se a causa estiver em condições de imediato
julgamento[4].”
Com efeito, da análise dos autos, constata-se que, dentre os documentos de ID 731058 – Págs. 03/15,
chama a atenção a certidão de tempo de serviço da autora/apelante, expedida pela Secretaria de
Administração do Município de Belém, bem como os contracheques referentes ao período laboral
desempenhado, os quais se complementam nas informações trazidas, tornando-se possível concluir pela
efetiva prestação de serviço sob o vínculo temporário para com aquela municipalidade, totalizando um
tempo líquido de 03 anos, 06 meses e 24 dias, tendo como referência o interregno dos anos de 2000,
2001, 2002, 2003 e 2004.
Outrossim, urge destacar que em 21/02/2005, a requerente passou a ocupar cargo público efetivo no
quadro de pessoal do ente estatal ora apelado, dada a sua nomeação para o cargo de monitor em virtude
de aprovação em concurso público – C-80 da SETEPS (ID 731058 – Pág. 5).
Seguindo a linha funcional, após o primeiro triênio no serviço público estadual, a parte apelante passou a
fazer jus ao adicional por tempo de serviço em 21/02/2008, sendo que o referido adicional lhe fora deferido
em 5% (cinco por cento), conforme se vê no ID 731058 – Pág. 5.
Por entender insuficiente o percentual concedido, pleiteou, ainda em sede administrativa, a averbação do
já mencionado tempo de serviço exercido sob o regime temporário perante o Município de Belém, com a
consequente repercussão pecuniária sobre os cálculos do ATS. Em um primeiro momento, obteve
êxito no requerimento administrativo e passou a auferir a partir de abril de 2008 as parcelas
correspondentes, totalizando 10% (dez por cento) de acréscimo patrimonial (ID 731058 – Pág. 21).
Ocorre que, em setembro do mesmo ano, a Administração Pública do Estado do Pará exerceu seu poder
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de autotutela e reviu o ato responsável pela soma remuneratória e, com base em parecer exarado pela
SEAD (ID 731059 – Pág. 01/05), decidiu não apenas pelo retorno à percepção do ATS no percentual de
5% (cinco por cento), mas também pela restituição da diferença, o que fora feito, haja vista o teor do
contracheque de ID 731062 – Pág. 4.
Feito o breve apanhado do cenário fático-jurídico contido no bojo processual, entendo que a tese
responsável pela revogação de parte do ATS, qual seja, inexistência de fundamento legal capaz de
ensejar o deferimento da averbação de tempo de serviço para fins de percepção do ATS em razão da
temporariedade do serviço, não merece subsistir.
O adicional por tempo de serviço do servidor público do Estado do Pará tem previsão legal no art. 131 do
Regime Jurídico Único Estadual (RJU), Lei nº 5.810/1994, que assim dispõe:
Art. 131 - O adicional por tempo de serviço será devido por triênios de efetivo exercício, até o máximo de
12 (doze).
§1°. - Os adicionais serão calculados sobre a remuneração do cargo, nas seguintes proporções:
Outrossim, conforme estipula o dispositivo acima transcrito, o servidor público fará jus ao percentual de 5%
(cinco por cento) sobre a remuneração a cada 03 (três) anos de serviço prestado.
Neste contexto, deve-se verificar se a atividade exercida pela apelante, durante todo o período anterior a
sua aprovação em concurso público e posterior efetivação como monitora, constitui serviço público.
Nesse sentido, importa a análise do que preceitua art. 70, §1º, da Lei nº 5.810/94, o qual estipula o
seguinte, in verbis:
Art. 70. Considera-se serviço público o exclusivamente prestado à União, Estado, Distrito Federal,
Municípios, Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
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§1º. Constitui-se tempo de serviço público, para todos os efeitos legais, salvo para estabilidade, o
anteriormente prestado pelo servidor, qualquer que tenha sido a forma de admissão ou de
pagamento. (grifei)
Como se vê, consubstanciado no dispositivo legal supramencionado, qualquer que tenha sido a forma de
admissão ou de pagamento, o tempo de serviço público exercido por um servidor perante o ente público,
deve ser considerado para todos os efeitos legais, salvo estabilidade. Ou seja, não há ressalva ou mesmo
disposição no sentido de que o cômputo do tempo de serviço somente abrangerá aquele prestado na
qualidade de servidor efetivo.
Nesse diapasão, trago à baila entendimento sedimentado neste egrégio Tribunal, conforme demonstram
os julgados abaixo transcritos:
(2017.04640894-30, 182.457, Rel. CELIA REGINA DE LIMA PINHEIRO, Órgão Julgador SEÇÃO DE
DIREITO PÚBLICO, Julgado em 2017-10-24, Publicado em 2017-10-31) - Grifo nosso
(TJPA, 2017.03891768-15, 180.383, Rel. ROSILEIDE MARIA DA COSTA CUNHA, Órgão Julgador
SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO, Julgado em 2017-09-12, Publicado em 2017-09-13) - Grifo nosso
que se renova mês a mês a cada novo recebimento do contracheque, por se tratar de verdadeira
prestação de trato sucessivo, onde não houve a negativa do próprio direito, e por conseguinte, não se
cogita da existência de decadência da impetração. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça; 3 ? O
servidor público aprovado em concurso público tem direito líquido e certo a contagem do tempo de serviço
público anteriormente prestado a título temporário, para efeito do computo do Adiconal de Tempo de
Serviço (ATS), na forma do art. 70, §1º da Lei nº 5.810/94. Precedentes do TJE/PA; 4 ? Segurança
concedida à unanimidade.?
(TJPA, 2017.03370116-70, 179.018, Rel. LUZIA NADJA GUIMARAES NASCIMENTO, Órgão Julgador
SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO, Julgado em 2017-08-08, Publicado em 2017-08-10)
Assim sendo, restou comprovado nos autos o direito da autora/apelante ao recebimento do adicional de
tempo de serviço pelo período laborado na Administração Pública em período anterior à sua nomeação
como servidora efetiva do Estado do Pará.
Ante o exposto, estou por CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso de apelação interposto pela
autora, acolhendo a preliminar de nulidade da sentença, ante o julgamento de pedido diverso do
contido na exordial. Ato contínuo, nos termos do art. 1.013, § 3º, II do CPC/2015, JULGO PROCEDENTE
os pedidos da peça inicial, devendo ser averbado nos registros funcionais o período em que a
servidora laborou na condição de temporária (03 (três) anos, 06 (seis) meses e 24 (vinte e quatro)
dias, inclusive para efeito do cálculo do adicional de tempo de serviço, fazendo jus também ao
pagamento de valores retroativos, limitados a 05 (cinco) anos do ajuizamento desta ação ordinária.
Juros e correção monetária de acordo com o decidido nos Temas 810/STF e 905/STJ.
Écomo voto.
Relatora
[1] REsp 1339242/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/09/2012, DJe
25/09/2012).
[2] DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Processual CIivl. v. 2,
5ª ed., Salvador: JusPodivm, 2010, pg. 319).
(...)
§3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o
mérito quando:
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de
pedir.
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[4] Didier Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias,
decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela / Fredie Didier Jr., Paulo Sarno
Braga e Rafael Alexandria de Oliveira – 10. ed. – Salavador: Ed. Juspodivm, 2015. v.2 (grifo meu).
Belém, 10/08/2021
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
I. À (ID. 2816716), com fundamento no art. 99, §2º, do CPC, determinei a intimação do apelante para, no
prazo de 05 (cinco) dias, trazer aos autos documentos aptos a comprovar sua alegação de
hipossuficiência financeira;
II. À (ID. 2873350), certidão da UPJ que decorreu o prazo legal e não houve manifestação do recorrente;
III. Assim, uma vez que o apelante, mesmo intimado, não trouxe aos autos documentos que façam prova
da hipossuficiência, o que induz à ausência dos pressupostos legais para a concessão da gratuidade
requerida, INDEFIRO o pedido de gratuidade judicial e determino a intimação do mesmo para realizar o
pagamento das custas recursais em 05 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso por
deserção;
Desembargador – Relator
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PODER JUDICÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
No uso de suas atribuições legais, a UPJ das Turmas de Direito Público e Privado intima o RAIMUNDA
CASEMIRO DE LIMA, querendo, oferecer contrarrazões ao Agravo Interno interposto nos presentes autos
no prazo de 15 (quinze) dias, a teor do que estabelece o § 2º do art. 1.021 do Código de Processo Civil de
2015.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará, intima o Recorrente, para no prazo de 5 (cinco) dias, recolher as custas em dobro, sob
pena de deserção, conforme determina o art. 1.007, § 4º do CPC, referente ao processamento do recurso
de Agravo Interno, em cumprimento a determinação contida no art. 33, § 10 da Lei Estadual nº
8.583/2017.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Nos aclaratórios, a Embargante alega que a decisão monocrática apresenta omissão. Afirma que a
decisão não tratou da determinação pelo juízo a quo de produção de prova pericial não requerida por
nenhuma das partes, ressaltando que a prova pericial seria desnecessária. Ademais, defende que a
decisão sobre a produção de prova impacta diretamente sobre o mérito da demanda.
É o breve relatório. Decido monocraticamente, conforme autoriza o art. 1.024, §2º, do CPC.
Os embargos de declaração, dada sua natureza objetiva e sua função integrativa, possuem a finalidade de
esclarecer os termos do decisum, devendo-se observar o disposto no art. 1.022 do CPC/2015, ou seja,
pressupõe a existência de obscuridade, contradição, omissão ou, ainda, a presença de erro material. De
se ver, portanto, que a lei processual somente admite os aclaratórios para esses fins.
No caso dos autos, a Embargante pretende seja analisado supostas omissões do julgado. Precisamente,
alega que deveria ter sido analisado a questão sobre a determinação do juízo de produção de prova
pericial, que, em tese, seria desnecessária para o julgamento da demanda e que não foi requerida pelas
partes.
Com efeito, a decisão monocrática deste relator resultou no não conhecimento do agravo de instrumento,
posto que esta via recursal seria incabível para impugnar decisão do juízo a quo que estabelece a
questões relevantes da controvérsia e determina a produção de provas periciais.
“[...]
O Agravante defende, com fulcro no art. 1.015, do CPC, que o agravo de instrumento constitui meio
recursal cabível, adequado e útil para impugnar precisamente a decisão porquanto não teria fixado os
pontos controvertidos que o agravante entende cabíveis.
Diferentemente do sistema recursal passado em que o agravo de instrumento poderia ser manejado contra
decisões interlocutórias capazes de causar lesão grave e de difícil reparação, bem como contra decisões
acerca da inadmissibilidade da apelação ou dos seus efeitos, o atual Código de Processo Civil acabou por
restringir este meio de impugnação recursal. A partir de então, o art. 1.015 do CPC estabeleceu um de rol
de hipóteses taxativas que regulam o estreito manejo deste recurso.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
XII - (VETADO);
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.
Com efeito, o dispositivo enumera de forma moderadamente taxativa o âmbito de interposição do agravo
de instrumento, denotando a obrigação de se analisar devidamente o juízo de admissibilidade deste meio
recursal.
Isto, porém, não impede que algumas das hipóteses descritas nos incisos do artigo sejam interpretadas
extensivamente, de modo a garantir eficazmente um meio de irresignação contra as decisões
interlocutórias cuja impugnação tenha caráter de urgência baseado na probabilidade de inutilidade futura
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Nesse aspecto, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do REsp nº.
1.696.396/MT e REsp nº. 1.704.520/MT, que resultou na edição do tema 988, elaborou a seguinte tese: “O
rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso
de apelação.”
Não obstante tal ampliação de interpretação do cabimento do agravo, não se afigura crível admitir sua
interposição face decisão estabelece as questões relevantes para o processo bem como determina a
produção de prova pericial. Com efeito, a decisão agravada não se amolda em nenhuma das hipóteses
previstas nos incisos que compõe o art. 1.015, do CPC.
Demais disso, não há urgência efetiva na apreciação imediata acerca da pontos relevantes na ótica do
Agravante e cabimento da prova pericial para determinação do mérito da demanda, sendo que atualmente
a fase probatória também se estende ao segundo grau, como prevê o art. 932, I, do CPC.
Dessa forma, creio que a Agravante busca impugnar conteúdo decisório sem correspondência legal com
os incisos do art. 1.015, do CPC, o que revela a impropriedade/inviabilidade do agravo.
[...]” Destaquei
Se depreende, portanto, que a decisão monocrática não conheceu o agravo de instrumento haja vista sua
inadmissibilidade decorrente do não cabimento. Por isso mesmo, o agravo de instrumento sequer
ultrapassou o juízo de admissibilidade recursal, de modo que seria inadequado enfrentar o mérito da
determinação de produção de prova pericial exarada pelo juízo de primeiro grau.
Destarte, não há omissão no julgado, porquanto o produção de prova pericial era questão de mérito do
agravo de instrumento, contudo, não havia como tratar de tal matéria já que o recurso de agravo de
instrumento não preencheu os requisitos de admissibilidade, notadamente o cabimento recursal.
Como se vê, não se cogita de qualquer omissão na decisão monocrática, restando tal provimento
inteiramente perfeito sob o ângulo da motivação das decisões judiciais. Logo, considero que os
declaratórios, na hipótese dos autos, possuem nítida função de rediscutir o mérito da decisão, posto que
inexistente qualquer dos vícios previstos no art. 1.022, do CPC.
ASSIM, considerando inexistir qualquer forma omissão na decisão guerreada, na forma do art. 1.022 do
CPC/2015, CONHEÇO e REJEITO os Embargos de Declaração, mantendo integralmente os termos da
decisão monocrática que não conheceu do agravo interposto
Desembargador – Relator
EMENTA
DECISÃO MONOCRÁTICA
Na decisão agravada, indeferiu o juízo primevo o pedido de tutela de urgência relativo ao bloqueio de
circulação dos veículos e de determinação de efetivação de transferência da propriedade pela adquirente,
ora agravada, por entender restar desnaturado o periculum in mora na hipótese.
Dessa decisão, interpôs a parte autora CONSÓRCIO CONSTRUTOR BELO MONTE, Recurso de Agravo
de Instrumento (ID. 4508821).
Alega, em síntese, que a probabilidade do direito restaria configurada visto ser responsabilidade do
adquirente dos automóveis promover a transferência de titularidade do referido veículo comprado a seu
nome; bem como que o periculum in mora não teria sido desnaturado, uma vez que, a demanda originária
teria sido ajuizada imediatamente após a agravante tomar conhecimento da não realização da
transferência pela adquirente em agosto/2020.
Pugna, assim, pela concessão de efeito suspensivo ativo para que seja concedida liminar inaudita altera
pars determinando o bloqueio de circulação dos veículos, bem assim que a agravada seja compelida a
efetivar a transferência desses.
Em decisão liminar, foi deferida parcialmente a tutela de urgência pleiteada pelo agravante.
413
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
É o breve relatório.
Decido.
Prima facie, antes de adentrar no eventual exame das razões de mérito deduzidas pelo agravante no
presente recurso, impõe-se a aferição de seus requisitos de admissibilidade.
Com efeito, analisando os autos, verifica-se que após a decisão liminar que deferiu parcialmente a tutela
de urgência pleiteada, peticionou a parte agravante (ID. 5690935), informando a realização de acordo com
a parte agravada no feito de origem e, por conseguinte seu desinteresse no prosseguimento do recurso.
Com efeito, não obstante tenha a parte agravante, arguido a perda de objeto do presente agravo de
instrumento, entendo que, na hipótese, ocorreu de fato a desistência do recurso pelo agravante.
Outrossim, evidencia-se que a desistência, na hipótese, encontra-se revestida dos requisitos legais, sendo
dispensável a anuência da parte contrária na hipótese, nos termos do art. 998 do Código de Processo
Civil, in verbis:
CPC/2015
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
(TJ-RS - AI: 70082017161 RS, Relator: Giovanni Conti, Data de Julgamento: 30/09/2019, Décima Sétima
Câmara Cível, Data de Publicação: 03/10/2019). (Grifei).
Assim, imperioso revela-se pelos fatos expostos alhures o não-conhecimento do recurso em exame,
porquanto, sua desistência pela parte agravante.
DISPOSITIVO
Ante o exposto, com fundamento no art. 998 do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de Agravo de
Instrumento, face a DESISTÊNCIA da parte recorrente.
Desembargadora-Relatora
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
AGRAVANTE: U. C. M.
AGRAVADO: A. A. P.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Verifico desde logo, o preenchimento dos pressupostos de admissibilidade, estando a matéria tratada
inserida no rol do art. 1.015 do NCPC, razão pela qual passo a apreciar o recurso.
O presente agravo de instrumento se insurge contra a decisão do Juízo da Vara Única da Comarca de
Oriximiná, na Ação de Guarda Compartilhada c/c liminar (Proc. nº. 0011572-11.2019.814.0037), movida
por U. C. M. contra A. A. P.
Em resumo, o Requerente busca a concessão da guarda provisória da filha do casal (menor Cecília), para
fins de efetivar a matrícula da infante na escola, sob pena de atrasar seus estudos, concedendo a guarda
compartilhada, fixando-se a residência base com o Autor.
O Juízo “a quo”, analisando pedido de compensação de alimentos formulados no curso da demanda (ID nº
21336608), assim se posicionou:
“...R.h.
Trata-se de pedido da parte autora de compensação de alimentos, sob o fundamento de que fora firmado
acordo com a requerida para a guarda compartilhada, o que lhe eximiria de prestar os alimentos também
acordados nos autos em apenso, tombados sob o nº 0800094-36.2020.8.14.0037.
Alega o autor que a menor está convivendo com ambos os genitores 15 dias alternados, e cada genitor
tem arcado com as despesas referente ao reforço escolar.
Afirma que as despesas com a mantença da menor é responsabilidade não apenas do pai, mas também
da mãe, sendo razoável que as despesas, pelo menos nesse período atípico, e até que a vida escolar da
menor tenha rotina, os alimentos, obrigatoriedade do pai, sejam compensados para cada genitor arcar
com as despesas no seu período de convivência.
Analisando os fatos narrados nas petições ao ID 21336608 e 21718410, não vislumbro que assiste razão
ao autor.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Primeiramente, é possível notar que sequer houve inovação da situação fática da menor ou de seus
genitores, vez que quando o autor e a ré firmaram acordo da pensão alimentício, em novembro de 2020, já
haviam realizado o acordo em relação a guarda compartilhada, este feito em setembro de 2020.A despeito
disso, é de se salientar que a guarda compartilhada, por si só, não exonera o alimentante da obrigação de
prestar alimentos.
São duas situações distintas, de modo que a guarda compartilhada se refere às diretrizes de criação e
formação dos filhos, enquanto a pensão alimentícia decorre das necessidades dos filhos e da
possibilidade de suporte dos genitores.
Não demonstradas razões outras para exonerar o autor do pagamento dos alimentos acordados, indefiro
tal pedido...” (ID nº 26986334 dos autos principais)
O agravante alega, em suas razões (ID nº 5066305), afirma que sem a compensação de gastos, na forma
que vem acontecendo a visitação (15/15 dias), o valor dos alimentos excede as necessidades da criança,
e a possibilidade do Recorrente. Informa ainda que ingressou com Ação Revisional de Alimentos tendo em
vista o crescimento de sua família (esposa grávida – gestação gemelar), o que gera comprometimento de
sua renda, buscando a antecipação da tutela, para imediata compensação dos alimentos.
Preleciona o artigo 1.019, inciso I do Código de Processo Civil que o relator poderá atribuir efeito
suspensivo ao recurso de agravo de instrumento, ou deferir, em antecipação de tutela, total ou
parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.
O regime geral das tutelas de urgência está preconizado no artigo 300 do Código de Processo Civil que
unificou os pressupostos fundamentais para a sua concessão: “A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo”.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1o Para a concessão da tutela de
urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia. § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Pois bem, para que isto ocorra, é necessário que, nos termos do parágrafo único do artigo 995 do Código
de Processo Civil, o agravante demonstre a probabilidade de provimento do recurso e que o efeito
imediato da decisão recorrida cause risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação.
Vejamos.
Quanto ao primeiro requisito, entendo que o mesmo não foi preenchido, na medida em que, neste
momento processual, não é possível afirmar a probabilidade do direito do Recorrente, tendo em vista não
ter sido apresentado nenhum documento da sua impossibilidade financeira nem no recurso, nem no
processo principal.
Importa ressaltar que os alimentos foram fixados em 01 salário mínimo (nos autos da ação de divórcio c/c
guarda nº 0800094-36.2020.814.0037), tendo acordo firmado entre as partes sido devidamente
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Recorrente não comprovou alteração na sua situação financeira, que inviabilizasse o cumprimento da
obrigação assumida.
Além do mais, como bem restou destacado na decisão agravada, a guarda compartilhada, por si só, não
exonera o alimentante da obrigação de prestar alimentos. (A fixação de alimentos não é incompatível com
o estabelecimento da guarda compartilhada - Enunciado 607 do Conselho da Justiça Federal).
São duas situações distintas, de modo que a guarda compartilhada se refere às diretrizes de criação e
formação dos filhos, enquanto a pensão alimentícia decorre das necessidades dos filhos e da
possibilidade de suporte dos genitores.
Válido ainda destacar que existe nos autos (ID nº 22202033) petição da Agravada informando que o
acordo que previa visitação de 15 dias com cada genitor valeria enquanto perdurassem as restrições
impostas pela pandemia COVID-19, ou seja, pelo período que a menor não estivesse frequentando a
escola presencialmente, todavia, as aulas retornaram, o que impõe a necessidade de designação de nova
audiência para buscar novo acordo. Desse modo, não há comprovação de que, nesse momento, a criança
ainda se encontra passando 15 dias com o pai, o que afeta diretamente as argumentações que servem de
sustentáculo para o pedido de compensação.
De outra banda, entendo não ter restado demonstrado o risco de dano de difícil ou impossível reparação,
em contrapartida a redução do valor dos alimentos provisórios à genitora da menor poderia causar riscos à
subsistência da criança.
Assim, pelo menos em sede de análise perfunctória, não verifico a probabilidade do direito exigida para a
concessão da tutela provisória.
Pelo acima exposto, e entendendo não estarem preenchidos os requisitos previstos no art. 995 do CPC,
decido negar a tutela antecipada pleiteada, comunicando-se o juízo prolator da decisão guerreada.
Intime-se a Agravada para, querendo, no prazo legal, responder aos termos do recurso, nos termos do
inciso II do art. 1.019 do CPC.
Relator
APELADO Nome: IRANDIR SANTANA BRAGA Participação: ADVOGADO Nome: ANDRELINO FLAVIO
DA COSTA BITENCOURT JUNIOR OAB: 11112/PA
DIREITO PRIVADO
DECISÃO MONOCRÁTICA
Tratam os autos de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização e Pedido de Tutela de
Urgência, que teve seu trâmite perante Juízo de Direito da Vara Única de São Francisco do Pará S/A,
proposta por Irandir Santana Braga contra o Banco PAN S/A.
Diante do exposto, com fulcro no art. 932, inciso I, do CPC[1], HOMOLOGO O ACORDO celebrado para
que surta seus jurídicos e regulares efeitos, extinguindo o feito com apreciação do mérito, nos termos do
art. 487, inciso III, “b” do CPC[2], DEIXO DE CONHECER do recurso em razão de ficar prejudicado pela
composição.
Belém, 13.08.2021.
Desembargador Relator
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando
for o caso, homologar autocomposição das partes;
III - homologar:
b) a transação;
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DECISÃO
Vistos etc.
Trata-se de Pedido de Efeito Suspensivo à apelação, formulado no bojo da peça recursal, interposta por
JOÃO VITOR NORMANDO DE MENEZES contra sentença proferida pela 6ª Vara de Família de Belém
que julgou procedente a ação de exoneração de alimentos contra si proposta por FABIO ANDRE ALVES
DE MENEZES, bem como concedeu tutela de urgência autorizando a interrupção do pagamentos dos
alimentos.
Alega o requerente, em síntese, que há evidente perigo de dano pois o juízo de origem concedeu tutela
antecipada em sentença no sentido de determinar que o órgão pagador sustasse imediatamente a pensão
alimentícia devida ao apelante, deixando-o totalmente desamparado financeiramente. Requereu a
atribuição de efeito suspensivo à apelação ante a probabilidade do provimento de seu recurso, além do
risco de dano grave ante a cessão do pagamento da prestação alimentícia, tornando-se incapaz de arcar
sozinho com o valor da mensalidade do curso superior.
Éo relatório. Decido.
O Código de Processo Civil dispõe em seu art.1.012, § 3º, que a parte poderá formular pedido de
atribuição de efeito suspensivo a apelação:
§3º: O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por
requerimento dirigido ao:
I- Tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator
designado para seu exame prevento para julgá-la.
Por sua vez, o parágrafo 4º do mesmo artigo leciona que “a eficácia da sentença poderá ser suspensa
pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.”
No caso, estamos diante de uma sentença, cujo recurso não está submetido ao efeito suspensivo ope
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legis, pois foi concedida tutela de urgência em sentença, atraindo a aplicação do previsto no art. 1.012,
§1º, V, do CPC, posto que os efeitos de decisum objurgado começaram a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação.
Dessa forma, para conceder o efeito suspensivo requerido, é essencial que se faça presente um dos
requisitos descritos no §4º, do artigo 1.012, do CPC. É importante ressaltar que, no caso de atribuição de
efeito suspensivo ao recurso de apelação que não o possua por força de lei, o legislador optou pela
presença de um dos requisitos alternativamente. Não é necessário que os requisitos estejam presentes
cumulativamente. Então, se houver a probabilidade do provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, houver o risco de dano grave ou de difícil reparação, o relator está autorizado a conceder
o efeito suspensivo.
Na hipótese dos autos, não vislumbro probabilidade de provimento do recurso tendo em vista que o ora
peticionante atualmente se encontra com vinte e seis anos de idade e já concluiu o curso superior, vez que
em seu depoimento pessoal confirmou que a graduação encerraria em junho/2021, situação confirmada
pela declaração de matrícula da universidade que atesta seu vínculo com a instituição somente até o
primeiro semestre de 2021.
Pelas mesmas razões, entendo que o requerente não conseguiu demonstrar que a eficácia imediata da
sentença pode lhe causar um dano grave, dada a conclusão do ensino superior, inexistindo nos autos
qualquer indício de incapacidade para o trabalho por parte do requerente.
Ressalto que a presente decisão não antecipa nenhum juízo de valor sobre o mérito recursal, apenas se
limita aos requisitos do artigo 1.012, §4º, do CPC que regulamentam o efeito suspensivo na apelação.
Assim, entendo que os fundamentos esgrimidos pelo requerente não dotam de relevância suficiente para
caracterizar o risco de dano grave ou de difícil reparação, bem como a probabilidade do provimento do
recurso.
Ante o exposto, em virtude da presença dos requisitos previstos no art. 1.012, §4º do CPC, indefiro o
pedido de efeito suspensivo e recebo o recurso apenas no efeito devolutivo.
Relator
Analisando o recurso interposto, verifico desde logo, que estão presentes os pressupostos de
admissibilidade, razão pela qual passo a apreciá-lo.
O agravante se insurge contra a decisão do Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Ulianópolis
que, nos autos da ação de “execução de título extrajudicial” (Processo n.º 0003774-11.2019.8.14.0130),
indeferiu o pedido de nulidade absoluta, nos seguintes termos:
“Vistos e etc.
Trata-se de manifestação (id. 26682446) de José Mário, executado, em que pugna pelo reconhecimento
da nulidade absoluta do processo pela falta de citação válida.
Após minuciosa análise dos autos verifico o vício processual da falta de citação, contudo esse obstáculo
processual não gera qualquer nulidade porquanto "o comparecimento espontâneo do réu ou do
executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de
contestação ou de embargos à execução", é o teor do disposto no § 1º, do art. 239 do CPC.
Outrossim, a medida foi deferida com base nos requisitos previstos no artigo 300 do CPC, com natureza
jurídica de medida cautelar, podendo ser deferida liminarmente, ou seja, sem manifestação do
Requerido/Executado, sendo submetido ao contraditório a posterior, razão pela qual não há que se falar
em nulidade absoluta.
Desta feita, intime-se o executado para apresentar os embargos à execução, caso queira, no prazo legal.
Cumpra-se.
17 de maio de 2021.”
O recorrente requer em sua petição que seja dado “integral provimento, para o fim de reformar a r. decisão
que ora se guerreia e, via de consequência, declarar e reconhecer a nulidade absoluta a partir da r.
decisão de id. 24626021 e de todos os atos processuais subsequentes”. Roga, a concessão de efeito
suspensivo e, em decisão final, o provimento do agravo de instrumento.
Executado; afirma que “a jurisprudência tanto do Supremo Tribunal Federal como do Superior Tribunal de
Justiça é firme no sentido de que nos processos em que não houve a citação não se forma a relação
jurídica processual e, via de consequência, a própria sentença será tida como inexistente, sendo cabível,
inclusive, a querela nulitatis”;
Aduz que, em razão de “não ter sido citado para a entrega de coisa incerta, como deveria ter ocorrido ad
initio, o feito jamais poderia ter sido convertido em execução por quantia certa, por nítida ofensa ao
contraditório e ampla defesa”; e que “tratando-se de execução para entrega de coisa incerta, o Agravante
deveria ter sido citado para, querendo, individualizar e entregar o produto agrícola ou opor seus embargos
à execução, sob pena de nulidade processual insanável”; defende que “nem mesmo a petição formulada
pelo
Agravante pode ser considerada como comparecimento espontâneo apto a suprir a citação, já que a
procuração encartada aos autos (id. 26681088), não confere ao procurador que a presente subscreve,
poderes específicos para receber citação”.
Pois bem, em juízo sumário de cognição, verifico ausentes os requisitos do artigo 995, parágrafo único, do
CPC, aptos a concessão do efeito suspensivo pleiteado.
Dispõe o citado dispositivo legal que “a eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do
relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso”.
Registro que os requisitos do artigo 995, parágrafo único devem aparecer concomitantemente para
corroborar a concessão de efeito suspensivo ao recurso.
Nesse giro, não encontro plausibilidade nas razões recursais. O agravante argumenta em suas razões que
a ausência de citação lhe causou prejuízo, uma vez que não pode individualizar e entregar o objeto do
contrato e que o procedimento não poderia ser convertido de entrega de coisa incerta para pagamento de
quantia certa sem o ato citatório.
Entretanto, não há plausibilidade em suas alegações, na medida em que o objeto avençado dizia respeito
a safra agrícola 2018/2019 e, decorridos 2 anos do contrato, o executado, ora agravante, não apresenta
indícios de que vai cumprir a obrigação.
Em termos processuais, como bem afirmado pelo Juízo de origem, o arresto da produção foi determinado
na forma de tutela provisória de urgência, ato permitido sem a oitiva da parte contrária, conforme artigo 9º,
§ único, I, do CPC, portanto, não há que se falar em nulidade da decisão. De igual modo, a decisão
agravada garantiu ao recorrente o direito de apresentar embargos à execução, nos quais poderá alegar
toda matéria que entender pertinente para a sua defesa.
No que diz respeito a conversão da execução para pagar quantia certa, a medida é garantida pela
jurisprudência do STJ em casos semelhantes. Veja-se a seguinte ementa:
1. Extinção pelo acórdão recorrido de execução para entrega de coisa incerta, declarando quitada a
obrigação, após a entrega do produto, mesmo com atraso, entendendo que os eventuais prejuízos sofridos
pelo credor devem ser apurados em ação própria, não sendo possível prosseguir na via executória.
3. Inteligência dos artigos 624, segunda parte, do CPC/73 c/c 389 do Código Civil.
4. A certeza da obrigação deriva da própria lei processual ao garantir, em favor do credor do título
extrajudicial, os frutos e o ressarcimento dos prejuízos decorrentes da mora do devedor.
5. A liquidação pode ser por estimativa do credor ou por simples cálculo (art. 627, §§ 1º e 2º, do CPC/73
ou art. 809, §§ 1º e 2º, do CPC/15).
6. Reforma do acórdão recorrido para restabelecimento da decisão do juízo de primeiro grau, que havia
procedido à conversão da execução.
(REsp 1507339/MT, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
24/10/2017, DJe 30/10/2017)
Dessa forma, da análise perfunctória das alegações e demais documentos anexados ao agravo de
instrumento, verifico ausentes os requisitos do artigo 995, parágrafo único, do Código de Processo Civil.
Ante o exposto, indefiro o efeito suspensivo pleiteado pelo agravante, sem prejuízo da análise exauriente
das demais razões recursais após a formação do contraditório.
Intime-se a agravada, nos termos do inciso II, do art. 1.019, do CPC, para responder ao presente recurso.
Desembargador Relator
DECISÃO
Vistos, etc.
Trata-se de Agravo de Instrumento contra decisão do Juízo da Vara Única de Capitão Poço, nos autos da
Ação de Declaração de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Materiais e Morais c/c
Requerimento de Tutela de Urgência (Proc. nº 0800064-70.2020.814.0014) proposta por Antônia Oquina
Ribeiro Reis contra Banco BMG S/A.
Em sua exordial, a Autora afirma que é aposentada e recebe benefício no valor de um salário mínimo,
todavia, notando o recebimento de valores cada vez menores, procurou uma das agência do INSS,
tomando conhecimento de empréstimo consignado realizado sem sua anuência (contrato sob o nº
14855577, no valor de R$1.101,00, sendo descontado mensalmente o percentual de 5% do seu benefício.
Por fim, requereu a concessão de tutela de urgência, determinando ao requerido a imediata suspensão
dos descontos indevidos. (ID nº 15223834 dos autos principais).
“...Ante o exposto, e com base no art. 300 do Código de Processo Civil, DEFIRO o pedido de tutela de
urgência para determinar que o requerido, até ulterior deliberação:
a) proceda a SUSPENSÃO do contrato nº 14855577, bem como dos respectivos descontos que vêm
sendo efetuados na aposentadoria da parte autora e relativos ao referido contrato, sob pena de multa
diária de R$ 500,00 (quinhentos reais) até o limite de R$ R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para o caso de não
cumprimento do aqui ordenado.
Na situação em exame observo que a relação jurídica de direito material discutida nos autos configura
relação de consumo, estando, portanto, sujeita às prescrições normativas contidas na Lei nº 8.078/90,
motivo pelo qual inverto o ônus da prova por entender que restam preenchidos os requisitos do art. 6º, VIII,
do referido diploma legal.
Considerando o disposto no artigo 334 do CPC, e uma vez que a petição inicial preenche os requisitos
essenciais delineados nos artigos 319 e 320 do CPC, em não sendo o caso de improcedência liminar do
pedido (CPC, artigo 332), designo audiência de conciliação ou mediação para o dia 19/08/2020, às 09:00
horas, devendo a parte ré ser citada com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
Expeça-se mandado de citação, com as advertências constantes do artigo 334, parágrafos8º, 9º e 10º.
Tendo em vista o disposto no artigo 335 do Código de Processo Civil, conste também do mandado de
citação que o réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze)dias, cujo termo inicial
será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando
qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do
pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando
ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I (se ambas as partes manifestarem, expressamente,
desinteresse na composição consensual);
Advirto, com fulcro no artigo 334, § 8º, do Código de Processo Civil que o não comparecimento
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos (CPC, artigo334, § 9º).
A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e
transigir. (CPC, artigo 334, § 10º)...” (ID nº 21222330 dos autos principais)
A agravante alega, em suas razões (petição de nº. ID nº 5473473), que a Agravada aderiu ao contrato de
livre e espontânea vontade, tomando ciência de todas as cláusulas no momento da assinatura do pacto. O
cliente solicita o cartão, e autoriza o seu envio através do termo de adesão ou cédula de crédito bancário
em que solicita o empréstimo consignado, pode ocorrer liberação de crédito para o cartão, ou seja, saque
autorizado, mesmo que o cliente ainda não tenha recebido o cartão e o desbloqueado. Daí começam a
ocorrer descontos sobre sua Reserva de margem consignada dentro dos 5% da margem que foi reservada
e o envio de faturas para pagamento do saldo remanescente. Ao final, pugna o agravante pela concessão
de efeito suspensivo ao presente recurso. É o que passo a analisar.
Preleciona o artigo 1.019, inciso I do Código de Processo Civil que o relator poderá atribuir efeito
suspensivo ao recurso de agravo de instrumento, ou deferir, em antecipação de tutela, total ou
parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.
Pois bem, para que isto ocorra, é necessário que, nos termos do parágrafo único do artigo 995 do Código
de Processo Civil, o agravante demonstre que o efeito imediato da decisão recorrida cause risco de dano
grave, de difícil ou impossível reparação e, demonstre a probabilidade de provimento do recurso.
Tratam-se de requisitos cumulativos, de forma que ausente ao menos um deles, o indeferimento da liminar
recursal é medida que se impõe.
Pois bem, compulsando os autos, não vislumbro a presença dos requisitos necessários à concessão do
efeito suspensivo.
O Banco BMG defende que a Agravada efetuou uma operação obtendo a cartão de crédito, no entanto
não acostou aos autos o contrato alegado, nem nenhum documento que gerasse entendimento da
existência da relação alegada entre as partes, logo, não resta patente o direito defendido.
In casu, o magistrado a quo, por cautela, entendeu por deferir a tutela antecipada, para fins de determinar
ao Banco requerido proceda a SUSPENSÃO do contrato nº 14855577, bem como dos respectivos
descontos que vêm sendo efetuados na aposentadoria da parte autora, sob pena de multa diária de R$
500,00 (quinhentos reais) até o limite de R$ R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para o caso de não
cumprimento.
Dito isto, não vislumbro no caso dos autos, pelo menos em sede de analise perfunctória, a existência de
elementos suficientes a demonstrar que o efeito imediato da decisão recorrida cause risco de dano grave,
de difícil ou impossível reparação, na medida em que acaso comprovado durante o transcorrer do
presente processo a regularidade da cobrança, poderá o banco agravante proceder todas as medidas
necessárias a efetivação de seu crédito, não havendo risco de irreversibilidade.
Em verdade, entendo que se encontra presente o periculum in mora inverso, na medida em que a
cobrança indevida pode causar danos irreversíveis ao autor.
Com relação às astreintes, sabe-se que as mesmas devem ser fixadas em valor relevante e sempre de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
forma razoável e proporcional, considerando o contexto fático do processo, de modo a compelir a parte
destinatária do comando judicial a cumprir o que lhe foi determinado.
No caso concreto, tem-se que foi determinado que o Banco Agravante proceda à suspensão dos
descontos nos proventos do demandante, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais)
limitada à quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Ora, os valores fixados pelo juízo de primeiro grau a título de astreintes não se mostram exorbitantes ou
em desconformidade com os parâmetros legais, ou seja, capazes de ensejar enriquecimento ilícito da
parte eventualmente beneficiada, considerando a capacidade financeira do Recorrente e, ainda, a
necessidade de se ver efetivada a decisão emanada pelo juízo de piso, bem como pelo fato de ter sido
imposta limitação pelo juízo singular.
Ante o exposto, e entendendo não estarem preenchidos os requisitos previstos no art. 995 do NCPC,
indefiro o pedido de efeito suspensivo, comunicando-se o juízo prolator da decisão guerreada.
Intime-se o Agravado para, querendo, no prazo legal, responder aos termos do recurso, nos termos do
inciso II do art. 1.019 do CPC.
Servirá a cópia da presente decisão como mandado/ofício, nos termos da portaria 3731/2015-GP.
Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
0805285-42.2021.8.14.0000
Por meio deste, notifica-se a parte interessada acerca da interposição de recurso de Agravo Interno no
presente processo, para fins de apresentação de contrarrazões, em querendo, em respeito ao disposto no
§2º do artigo 1021 do novo Código de Processo Civil.
15 de agosto de 2021
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça,
intima a parte interessada de que foi interposto AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO, estando
facultada a apresentação de contrarrazões.
COMARCA: PARAUAPEBAS/PA
DESPACHO
Em despacho de Id 1857131, intimei a parte apelante TAM LINHAS AÉREAS S/A, para que
trouxesse aos autos o competente relatório de conta do processo. Conforme petição de Id 2264199, fora
juntado aos autos relatório que não corresponde ao recurso de apelação, consoante o disposto no §1º, do
art. 9º, da Lei Estadual nº 8.328/2015. Intime-se a apelante para, no prazo de 05 (cinco) dias, sob pena
de deserção, proceder o recolhimento em dobro do preparo, nos termos do art. 1.007, §4º, do CPC/2015.
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Após, conclusos.
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto perante este Egrégio Tribunal de Justiça por
LEOPOLDINO ALVES DE MELO JUNIOR em face de DIVINA SEVERINO DE MELO E OUTROS diante
de seu inconformismo com decisão proferida.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei Decisão interlocutória de ID
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30285441 – 27/07/2021 que HOMOLOGOU ACORDO FIRMADO PELAS PARTES na ação originária
(0848503-95.2018.8.14.0301). Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer que o presente recurso se
encontra prejudicado, ante o superveniente despacho que foi prolatado no juízo a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, julgo prejudicado o presente recurso, ante a perda
superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
COMARCA: BELÉM/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo Interno em Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito
principal. Perda do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO
CPC/2015. Recurso não conhecido.
BRASIL LTDA - EPP em face de NAJJA MARIA DOS SANTOS GUIMARÃES, diante do inconformismo
com a decisão interlocutória proferida pelo Juízo de Primeiro Grau.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 15/07/2021. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
COMARCA: BELÉM/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito principal. Perda
do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO CPC/2015. Recurso
não conhecido.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 21/07/2021. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
Des. CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO.
Por meio do despacho de Id. 5179171, determinei a intimação do Agravante para efetuar e comprovar o
recolhimento do preparo do presente recurso em dobro, conforme art. 1.007, §4º, do CPC.
Conforme certidão de id. 5252926 decorreu o prazo e não houve manifestação do recorrente.
Ao tratar do tema, o artigo 1.007 do CPC, dispõe que: “No ato de interposição do recurso, o recorrente
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, sob pena de deserção.”
A rigor, na espécie dos autos, não consta da interposição da apelação regular demonstração de
recolhimento de custas de preparo, haja vista que o recorrente não apresentou o competente relatório de
conta das custas do preparo recursal, sendo tal documento indispensável para comprovação deste
requisito de admissibilidade.
Dessa forma, a teor do art. 1.007 do CPC, é dever da parte recorrente comprovar o preparo recursal, e
tal comprovação se dá pela cumulação dos seguintes documentos no processo: boleto bancário das
custas, comprovante de pagamento deste e relatório de conta do processo, conforme disciplina o art. 9º,
§1º, da Lei Estadual nº. 8.328 – Regimento de Custas do TJ/PA.
ter sido acostado aos autos o relatório de conta do processo. 4. O regular recolhimento do preparo
somente se prova mediante a integralidade da documentação (relatório de conta do processo,
boleto bancário e comprovante de pagamento), nos termos das disposições contidas nos artigos
3º, 4º, 5º, 6º e 7º do Provimento nº 005/2002 da Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) deste Egrégio
Tribunal. Determinação expressa quanto à emissão do relatório de conta em 3 vias, sendo uma
delas destinada, obrigatoriamente, aos autos. Precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça. 5.
Necessário registrar a impossibilidade de juntada do relatório de conta em momento posterior, vez que a
comprovação do recolhimento das custas deve ser realizada simultaneamente à interposição do recurso,
nos termos do art. 511, caput, CPC/73. 6. Portanto, o comprovante de transação bancária e o boleto
bancário (fls. 30/31), por si só, não demonstram o regular preparo do agravo de instrumento, situação que
impõem a manutenção da decisão agravada. 7. Agravo Interno conhecido e não provido. 8. À
unanimidade. (TJ/PA – Processo nº. 0004863-47.2014.8.14.0000, Rel. Maria Elvina Gemaque Taveira,
Órgão Julgador 1ª Turma De Direito Público, Julgado em 2018-08-24)
Guimaraes, Órgão Julgador 2ª Turma De Direito Privado, Julgado em 2016-12-19, Publicado em 2017-01-
10)
ASSIM, nos termos da fundamentação exposta, por força do art. 932, III, do CPC, NÃO CONHEÇO do
presente Agravo de instrumento diante de sua manifesta inadmissibilidade decorrente da deserção.
Desembargador – Relator
COMARCA: BELÉM/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
434
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
EMENTA: Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito principal. Perda
do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO CPC/2015. Recurso
não conhecido.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 11/08/2020. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
COMARCA: ANANINDEUA / PA
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito suspensivo, interposto por ROGÉRIO
VANDERLEI KUNTZ, nos autos de Ação de Cobrança de Aluguéis e Despejo proposta por SC2 –
SHOPPING PARÁ LTDA, diante do inconformismo com decisão interlocutória proferida pelo Juízo de
Direito da 1ª Vara Cível e Empresarial de Ananindeua, deferiu medida liminar de despejo para
determinar a desocupação do imóvel em litígio no prazo de 15 (quinze) dias, dispensando a
prestação de caução no processo.
O Agravante objetiva a concessão de efeito suspensivo. Argumenta, em síntese, que, seria incabível a
concessão de liminar de despejo, considerando que inexistência de caução, conforme o art. 59, § 1º, da
Lei de Locações, sendo que tal exigência legal não poderia ser dispensada pelo juízo. Alega, outrossim,
que o contrato de locação possuía previsão de garantia, contudo, não houve a efetiva exigência da
prestação de caução, logo, inexistira real garantia no contrato de locação.
Sustenta, outrossim, que o valor do débito locatício é indevido, posto a presença de encargos abusivos
que descaracterizariam a mora do devedor, e que resultaria em onerosidade excessiva.
É o breve relatório.
O Código de Processo Civil autoriza, nos termos do art. 932, inciso II c/c art. 1.019, inciso I, o relator a
conceder tutela provisória em nível recursal ou ainda a atribuir efeito suspensivo para o fim de impedir a
eficácia da decisão de primeiro grau impugnada, como prescreve o art. 995, parágrafo único, do CPC.
Para tanto reclama-se a existência de uma situação demonstradora do fumus boni iuris e do periculum in
mora, requisitos capazes de serem vislumbrados, em regra, através de cognição não exauriente do
processo.
Na hipótese dos autos, o Agravante objetiva a atribuição de efeito suspensivo para obstar a decisão que
determinou a desocupação do imóvel.
No que toca à probabilidade do direito, entendo que, mesmo em juízo de cognição sumária, há
elementos hábeis a justificar a reforma da decisão agravada.
Com efeito, num cenário da pandemia de covid-19, que afetou consideravelmente as atividades
econômicas comerciais, se mostra inteiramente discutível a concessão de liminar de despejo baseada na
dispensa da caução prevista no art. 59, §1º, da Lei do Locações. De fato, ao que tudo indica, embora
houvesse previsão contratual, é incontroverso que a ausência de efetiva garantia do contrato de locação,
todavia, isso por si só não justifica a dispensa de caução hábil a legitimar a concessão de liminar de
despejo.
Isso porque, apesar do suposto valor do débito locatício ser superior ao somatório de três meses de
aluguel, a caução representa, na realidade, condição legal para concessão de liminar em despejo por falta
de pagamento de aluguel (AgRg no AREsp 647.746/ES, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 27/10/2015).
prestada caução no valor equivalente a três meses de aluguel. 2. Exclui-se a possibilidade de deferimento
da medida liminar se o contrato estiver assegurado por uma das garantias previstas no art. 37 da
mencionada lei, dentre as quais está a caução. 3. O fato de o débito locatício ser superior ao valor da
caução, equivalente a três meses de aluguel, tornando-a insubsistente, não autoriza a concessão
da liminar de despejo pretendida. 4. Agravo de instrumento desprovido.
(TJ/DFT – Acórdão nº. 1223648, Processo nº. 07180795320198070000, Relator: HECTOR VALVERDE, 1ª
Turma Cível, data de julgamento: 11/12/2019, publicado no DJE: 21/1/2020. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
Em relação ao risco de dano grave de difícil ou impossível reparação, tem-se claramente presente. É
que o Agravante está na iminência de sofrer perda da posse direta do imóvel, o que representaria abalo
concreto às suas atividades comerciais e grave oneração de sua situação econômica, já que sua atividade
restaria impedida de regular continuidade sem estar na posse do estabelecimento comercial.
ASSIM, tendo em vista a probabilidade do direito alegado e do perigo de dano de difícil reparação, na
forma do art. 995, parágrafo único c/c art. 1.019, I, do CPC/2015, DEFIRO o pedido de efeito
suspensivo, determinando, por ora, a suspensão da execução da medida de desocupação, até
ulterior deliberação.
Oficie-se o juízo de primeiro grau comunicando-o do teor deste provimento (art. 1.019, I, do CPC/2015), a
fim de que dê efetivo cumprimento a medida determinada (CPC, art. 69, §2º, III).
Intimem-se a Agravada para apresentar contrarrazões ao agravo no prazo legal (art. 1.019, II, CPC).
Desembargador – Relator
COMARCA: BELÉM / PA
AGRAVADO(S): C. A. G. NUNES - ME
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com tutela recursal de urgência, interposto por CLYCIA
PATRÍCIA SANTOS RIBEIRO, nos autos da Ação de Indenização por Danos materiais e morais proposta
em desfavor de C. A. G. NUNES - ME, diante do inconformismo com a decisão proferida pelo Juízo de
Direito da 4ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Belém/PA, que indeferiu o pedido de gratuidade
de justiça à Autora, determinando o recolhimento de custas processuais.
Nas razões recursais, a Agravante objetiva a reforma a decisão agravada. Alega, em síntese, preencher
os requisitos para gratuidade de justiça, na forma do art. 98, do CPC, ressaltando que a declaração de
pobreza goza de presunção relativa de veracidade. Registram, além disso, que a natureza da ação e o
patrocínio de advogado particular não lhe impossibilita a assistência judiciária gratuita.
Em decisão interlocutória (Id. 3713556) deferi tutela recursal de urgência, concedendo os benefícios da
justiça gratuita à Agravante.
Entendo que o presente caso é de conhecimento e julgamento imediato, em conformidade com o que
dispõe o art. 932, inc. V, “a”, do CPC e art. 133, XII, “d”, do regimento interno.
Em primeiro lugar, destaco que o art. 98, do Código de Processo Civil garante os benefícios da assistência
judiciária gratuita às pessoas físicas e jurídicas, prevendo: “A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.”
Igualmente, a disciplinar a forma de concessão dessa benesse, dispõe o art. 99, §§ 2º e 3º, do CPC:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
(...)
§2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à
parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
No âmbito deste E. Tribunal, tem-se o enunciado da Súmula nº. 06, que assevera:
No caso em tela, a Agravante, enquanto pessoa natural, alegou e demonstrou concretamente sua
hipossuficiência econômica. Efetivamente, os Ids. 3672516, 3672518, 3672520 e 3672521 revelam que a
Agravante atualmente não aufere rendimentos elevados, não sendo possível cogitar caracterizada a
suficiência econômica para fins da atribuição das despesas processuais.
Portanto, verifico que as benesses da assistência judiciária gratuita são inteiramente cabíveis na espécie
dos autos, sob pena de afrontar a garantia constitucional de inafastabilidade de jurisdição, bem como o
próprio direito de ação.
ASSIM, nos termos da fundamentação e com base no art. 932, V, letra “a” do CPC e art. 133, XII, “d”, do
Regimento Interno, CONHEÇO e DOU PROVIMENTO ao presente recurso, para reformar a decisão
agravada e deferir ao Agravante os benefícios da assistência judiciária gratuita, confirmando a
decisão de tutela recursal de urgência, devendo a ação originária ter regular prosseguimento no
primeiro grau.
Desembargador – Relator
COMARCA: ANANINDEUA/PA.
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito principal. Perda
do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO CPC/2015. Recurso
não conhecido.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 27/07/2021. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
COMARCA: BELÉM/PA.
EMENTA
1 - PRELIMINARES.
1.1 - Alegação de prevenção e/ou conexão. Ação possessória que teria sido ajuizada no ano de 2018 na
comarca de Tomé-açu. Necessidade de remessa da ação declaratória de rescisão contratual para o juízo
de Tomé-açu. Descabimento. Contrato entabulado entre os litigantes que prevê, expressamente, a
designação do foro de Belém como o competente para resolver qualquer questão relativa ao contrato.
1.2 – Litispendência e juiz natural. Alegação de que o Agravado ajuizou, anteriormente, ação idêntica,
com mesmas partes, causa de pedir e pedido, na Comarca de Tomé-açu. Recorrente que requer, então, o
reconhecimento da incompetência do juízo da Comarca de Belém. Descabimento. Ausência de pedidos
idênticos. Inexistência de tríplice identidade da causa. Competência do juízo da Comarca de Belém-PA.
Cláusula expressa do contrato de promessa de compra e venda.
2 – MÉRITO.
- Tutela de urgência deferida pelo juiz de 1º grau. Resolução do contrato de promessa de compra e
venda firmado entre os litigantes. Obrigação de não fazer no tocante a oferta, venda e/ou ato negocial de
disposição dos imóveis objetos da ação. desocupação voluntária dos bens. Analisando minuciosamente
os documentos dos autos, chega-se a conclusão da probabilidade do direito invocado pelo
Agravado (autor) e da existência do periculum in mora. Alegação de irreversibilidade da medida.
Descabimento. Possibilidade do retorno ao statu quo ante. Acrescenta-se, ainda, que resta cabalmente
demonstrado nos autos que o Agravante afirma que não pagará o valor residual (correspondente a 70%
do valor do contrato de promessa de compra e venda) e seu intento incontroverso é o de findar /
rescindir o contrato.
- Insurgência contra o valor das astreinte (multa cominatória). descabimento. A astreinte há de ser
naturalmente elevada, considerando que foi dirigida a réu com grande capacidade econômica, pelo que
deve ela se tornar efetiva a coagir indiretamente a parte ao cumprimento da obrigação. Irresignação
contra o valor correspondente ao uso diário da área (em caso de resistência do Réu/Agravante em
desocupar voluntariamente a área). Cabimento. Redução. Correção do quantum tendo em vista os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
3 – CONCLUSÃO.
441
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os
Desembargadores que integram a 1ª Turma de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Pará,
na conformidade de votos e por UNANIMIDADE em CONHECER do recurso de Agravo de Instrumento e
lhe DAR PARCIAL PROVIMENTO, para determinar tão somente e alterar a alínea “c” da decisão
vergastada, pelo que o valor de uso da área em caso de resistência será de R$ 5,00 (cinco reais) por
hectare, e por via de consequência, deve permanecer inalterados os demais dispositivos do decisium,
bem como revogo, com efeitos prospectivos, a minha decisão de fls. ID 4004565 - Pág. 01/03, e colacione-
se cópia da presente decisão nos autos do agravo de instrumento nº 0802648-89.2019.8.14.0000, e
comunicar, imediatamente, o juízo da 15ª Vara Cível de Belém-PA e o da Vara Única de Tomé-açu, a
respeito do presente Acórdão, em consonância com o voto do relator.
Turma Julgadora: Des. Constantino Augusto Guerreiro – Relator, Des. José Roberto Pinheiro Maia
Bezerra Júnior – Presidente, Des. Leonardo de Noronha Tavares e Desª Maria do Ceo Maciel Coutinho.
Plenário de Direito Privado, Tribunal de Justiça do Estado do Pará, 28ª Sessão Ordinária do Plenário de
Videoconferência, aos nove (9) dias do mês de agosto (8) do ano de dois mil e vinte e um (2021).
Desembargador – Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
0007050-29.2016.8.14.0074
No uso de suas atribuições legais, o Coordenador (a) do Núcleo de Movimentação da UPJ das Turmas de
Direito Público e Privado intima a parte interessada de que foi opostos Recurso de Embargos de
Declaração, estando facultada a apresentação de contrarrazões, nos termos do artigo 1.023, §2º, do
CPC/2015.
COMARCA: BELÉM/PA.
DESPACHO
Consoante o disposto no §1º, do art. 9º, da Lei Estadual nº 8.328/2015, intime-se o Agravante para, no
prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de deserção:
a) juntar aos autos o competente relatório, boleto e comprovante de conta do processo, com a
finalidade de regular comprovação do pagamento do preparo recursal; OU
b) proceder ao recolhimento em dobro do preparo, nos termos do art. 1.007, §4º, do CPC/2015.
Após, conclusos.
Desembargador-Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
EMENTA: Agravo de Instrumento. Superveniência de sentença que julgou o feito principal. Perda
do objeto recursal. Recurso prejudicado. Precedente do STJ. Art. 932, III, DO CPC/2015. Recurso
não conhecido.
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por RAPHAEL CAMBRAIA ALVES COSTA e ANA
PAULA TORRES GUIMARÃES DE FREITAS em face de EDER ABLAIR ZANDONA, diante do
inconformismo com a decisão interlocutória proferida pelo Juízo de Primeiro Grau.
Sem delongas, destaco que após consulta ao Sistema PJE, constatei que a ação que deu origem ao
presente já foi devidamente sentenciada em 17/05/2021. Desta forma, mostra-se imperioso reconhecer
que o presente recurso se encontra prejudicado, ante a superveniente sentença que foi prolatada no juízo
a quo.
ASSIM, com fulcro no art. 932, III, do CPC/2015, NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de
instrumento, por estar o mesmo prejudicado ante a perda superveniente do objeto.
Desembargador – Relator
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL. CONCURSO PÚBLICO. ACEITAÇÃO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO EDITAL.
NECESSIDADE DE VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO. PRECEDENTES STJ. ATO
ADMINISTRATIVO EIVADO DE VÍCIO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO. NÃO CONFIGURADO. RECURSO
DE APELAÇÃO CONHECIDO E IMPROVIDO.
1. Cinge-se a controvérsia recursal em saber se o ato administrativo que, após a etapa dos exames
médicos, considerou o ora apelante inapto a prosseguir no Curso de Formação de Soldados (PMPA/2012)
merece ser anulado, uma vez que, segundo aduz o recorrente, o referido ato carece de motivação.
2. É cediço que a apresentação de exames médicos consiste em fase legítima do concurso, haja vista
expressa previsão legal e editalícia, de modo que a verificação das condições físicas e psíquicas do
candidato representam alta relevância para o desempenho regular das funções públicas, sobretudo em
relação ao cargo que figura como essencial para a segurança pública.
3. In casu, estando fundamentada nas disposições editalícias, a Administração Pública Estadual apenas
fez valer o item 7.3.6, r, do Edital, porquanto o teor do exame médico de ID 632710 – Págs. 08/10
constatou a presença de substância ilícita (Cocaína) na amostra oferecida pelo autor/apelante, resultando,
por conseguinte, na sua correta eliminação, impedindo-o de prosseguir nas demais fases do concurso.
4. Diante de tal cenário, o deferimento da pretensão recursal ocasionaria em patente violação ao princípio
da isonomia, tendo em vista que o edital é a lei do concurso e submete todos os candidatos aos seus
termos. Assim, ao inscrever-se, o recorrente tinha pleno conhecimento de que seriam realizados exames
de saúde, bem como quais seriam as exigências e os requisitos essenciais para obter a aprovação.
5. Não obstante reforce em suas razões recursais, constata-se que o apelante jamais ingressou com
recurso administrativo (ID 63210 – Pág. 10), em razão de sua eliminação. Logo, não há elementos no bojo
processual a partir dos quais se permita inferir que houve negativa estatal em fornecer os motivos pelos
quais se deu a eliminação no transcurso certame.
6. Outrossim, importa dizer que não se mostra razoável levar em consideração a contraprova colacionada
durante a instrução processual (ID 632714 – Pág. 06). Ora, o novo exame juntado pelo
requerente/apelante, o qual testou negativo para a presença da retrocitada substância ilícita, teve a
amostra coletada em 09/06/2014, representando lapso temporal superior a 2 (dois) anos de quando
deveria ter sido entregue para a regular averiguação das condições médicas, tal como se deu com os
demais candidatos.
445
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ACÓRDÃO
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Recurso de Apelação interposto em face de sentença proferida pelo Juízo da 4ª Vara da
Fazenda Pública de Belém que, nos autos Ação Ordinária com Pedido de Tutela Cautelar Antecipada,
julgou improcedente o pedido contido na exordial, extinguindo o processo com resolução de mérito, nos
termos do art. 487, inciso I, do CPC/2015.
Em apertada síntese o apelante sustenta em suas razões recursais (ID 632718) que foi aprovado na
primeira etapa do curso de formação de soldados PMPA/2012 e, ao comparecer na segunda etapa, a qual
consistia na análise dos exames médicos apresentados, foi desclassificado do certame de maneira ilegal,
uma vez que o ato administrativo que ensejou sua exclusão não foi motivado, ferindo, assim, os princípios
da legalidade, motivação e publicidade.
Éo relatório.
VOTO
Cinge-se a controvérsia recursal em saber se o ato administrativo que, após a etapa dos exames médicos,
considerou o ora apelante inapto a prosseguir no Curso de Formação de Soldados (PMPA/2012) merece
ser anulado, uma vez que, segundo aduz o recorrente, o referido ato carece de motivação.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Assim, percebe-se que o deslinde da causa perpassa por uma análise acerca da presunção de legalidade
do ato administrativo. Ocorre que, de acordo com o substrato fático-probatório presente nos autos,
vislumbro que tal presunção não merece ser afastada.
Écediço que a apresentação de exames médicos consiste em fase legítima do concurso, haja vista
expressa previsão legal e editalícia, de modo que a verificação das condições físicas e psíquicas do
candidato representam alta relevância para o desempenho regular das funções públicas, sobretudo em
relação ao cargo que figura como essencial para a segurança pública.
A fim de elucidar a causa, destaco o item 7.3.6, r, do Edital regulador do concurso que assim prevê (ID
632701 – Pág. 10):
7.3.6 – As causas que implicam em inaptidão do candidato durante a Avaliação de Saúde são as
seguintes:
(...)
In casu, estando fundamentada nas disposições editalícias, a Administração Pública Estadual apenas fez
valer o supracitado item do Edital, porquanto o teor do exame médico de ID 632710 – Págs. 08/10
constatou a presença de substância ilícita (Cocaína) na amostra oferecida pelo autor/apelante, resultando,
por conseguinte, na sua correta eliminação, impedindo-o de prosseguir nas demais fases do concurso.
Diante de tal cenário, o deferimento da pretensão recursal ocasionaria em patente violação ao princípio da
isonomia, tendo em vista que o edital é a lei do concurso e submete todos os candidatos aos seus termos.
Assim, ao inscrever-se, o recorrente tinha pleno conhecimento de que seriam realizados exames de
saúde, bem como quais seriam as exigências e os requisitos essenciais para obter a aprovação.
1. O edital é a lei do concurso, razão pela qual suas regras obrigam tanto a Administração quanto
os candidatos, em atenção ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Precedentes.
(AgInt no RMS 63.700/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 31/05/2021,
DJe 04/06/2021) (grifei)
I. Agravo interno aviado contra decisão que julgara Recurso Especial interposto contra acórdão publicado
na vigência do CPC/2015.
II. Trata-se, na origem, de Mandado de Segurança, impetrado contra suposto ato ilegal do Diretor
Presidente da Comissão de Concurso - Instituto AOCP e do Diretor Presidente da EBSERH - Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares, objetivando anular o resultado da Comissão Organizadora do
Concurso Público regido pelo Edital nº 02 - EBSERH - AREA MÉDICA, de 06/03/2015, relativamente à
classificação final da impetrante, para atribuir-lhe a pontuação dos títulos e dos comprovantes de
experiência profissional apresentados, com a inclusão de seu nome na 2ª colocação do rol dos aprovados.
III. Interposto Agravo interno com razões que não impugnam, especificamente, o fundamento da decisão
agravada, no tocante à jurisprudência desta Corte, quanto aos critérios de avaliação de títulos adotados
pela Comissão de Concursos, não prospera o inconformismo, quanto ao ponto, em face da Súmula 182
desta Corte.
IV. É assente nesta Corte que, o edital é a lei do concurso, cujas regras vinculam tanto a
Administração quanto os candidatos" (STJ, AgRg no RMS 43.065/PE, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 05/12/2014). Precedentes do STJ: (RMS 54.936/RS, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 31/10/2017; AgRg no REsp
1124254/PI, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, DJe de 29/04/2015; RMS
45.530/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 13/08/2014).
(...).
(AgInt no REsp 1717224/RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em
26/10/2020, DJe 12/11/2020)
No mais, quanto à tese de ausência de motivação suscitada pelo recorrente, entendo que não há respaldo
fático-probatório para sua comprovação.
Não obstante reforce em suas razões recursais, constato que o apelante jamais ingressou com recurso
administrativo (ID 63210 – Pág. 10), em razão de sua eliminação. Logo, não há elementos no bojo
processual a partir dos quais se permita inferir que houve negativa estatal em fornecer os motivos pelos
quais se deu a eliminação no transcurso certame.
Outrossim, importa dizer que não se mostra razoável levar em consideração a contraprova colacionada
durante a instrução processual (ID 632714 – Pág. 06). Ora, o novo exame juntado pelo
requerente/apelante, o qual testou negativo para a presença da retrocitada substância ilícita, teve a
amostra coletada em 09/06/2014, representando lapso temporal superior a 2 (dois) anos de quando
deveria ter sido entregue para a regular averiguação das condições médicas, tal como se deu com os
demais candidatos.
Registre-se, ainda, que em momento algum se impugnou a legitimidade e/ou a veracidade do exame
448
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
responsável pela desqualificação do postulante, de sorte que merecem ser destacadas as palavras do
Parquet como custos iuris, senão vejamos:
“Assim, é patente que a aptidão do candidato deve ser demonstrada no lapso temporal previsto no
concurso. Portanto, inócuo mais de dois anos depois, comprovar que não faz uso de nenhuma substância
entorpecente”.
Com base nos argumentos alhures discorridos, entendo que a irresignação do apelante carece de
elementos probatórios robustos o suficiente a afastar a presunção de legalidade e legitimidade do ato
administrativo.
Écomo voto.
Relatora
Belém, 10/08/2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202):0807549-32.2021.8.14.0000
IMPETRANTE: ALANA PINHEIRO ALVES
Nome: ALANA PINHEIRO ALVES
Endereço: Rua Alto bonito, 432, Mirituba, MIRITITUBA (ITAITUBA) - PA - CEP: 68191-400
Advogado: RICARDO ALAN MONTEIRO BATISTA OAB: AM8084 Endereço: desconhecido
AGRAVADO: GOLDEN VIDA SERVICOS MEDICOS LTDA EIRELI
Nome: GOLDEN VIDA SERVICOS MEDICOS LTDA EIRELI
Endereço: Travessa Professora Agripina de Matos, 788, SALA 8, Salé, SANTARéM - PA - CEP: 68040-
410
DESPACHO
Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por ALANA PINHEIRO ALVES, contra decisão
proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Santarém/PA, nos autos da Ação
Monitória c/c Tutela de Urgência (processo eletrônico nº 0805340-34.2021.8.14.0051) ajuizada pela
agravante em face da GOLDEN VIDA SERVIÇOS MÉDICOS LTDA EIRELI, ora agravada, que indeferiu o
benefício da gratuidade de justiça.
449
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Compulsando os autos, constato que foi oportunizado à parte agravante a possibilidade de comprovação
da sua hipossuficiência de forma a ser concedido o benefício da gratuidade da justiça, uma vez existir
indícios da sua capacidade financeira nos autos, ou, se assim quisesse, realizasse o pagamento das
custas (Num. 5803023 – Pág. 1/2).
Entretanto, os autos retornaram conclusos com certidão de Num. 59555674 -Pág.1 informando que a parte
agravante deixou transcorrer o prazo sem manifestação.
Isso posto, verifico a ausência dos requisitos necessários à concessão do benefício da justiça gratuita,
motivo pelo qual a INDEFIRO, pelo que DETERMINO a intimação da parte agravante para proceder o
recolhimento das custas recursais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso
por deserção, na forma do art. 99, §7º e art. 101, §2 c/c art. 932, parágrafo único e art. 1017, §3º, todos do
CPC.
Cumpra-se.
Desembargador - Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202):0800949-29.2020.8.14.0000
AGRAVANTE: BANCO BRADESCO SA
Nome: BANCO BRADESCO SA
Endereço: Banco Bradesco S.A., S/N, Rua Benedito Américo de Oliveira, s/n, Vila Yara, OSASCO - SP -
CEP: 06029-900
Advogado: NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES OAB: PA15201-A Endereço: desconhecido
AGRAVADO: DAVINA DAS GRACAS TRINDADE
Nome: DAVINA DAS GRACAS TRINDADE
Endereço: TRAVESSA ULISSES TAVARES, 350, AT, VISEU - PA - CEP: 68620-000
Advogado: MATHEUS HENRIQUE DA SILVA SA OAB: MA15339 Endereço: DUQUE DE CAXIAS, 156, A,
CENTRO, SANTA LUZIA DO PARUá - MA - CEP: 65272-000
DECISÃO MONOCRÁTICA
450
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por BANCO BRADESCO S/A (processo físico originário nº
0003544-70.2019.8.14.0064) nos autos da Ação Declaratória de Ilegalidade e Nulidade de Cobrança de
Seguro Não Contratado c/c Indenização por Danos Morais e Repetição de Indébito, proposta por DAVINA
DAS GRAÇAS TRINDADE, ora agravada, contra decisão interlocutória proferida pelo juízo da Vara Única
da Comarca de Viseu - PA, sob o Num. 2703646 – pág. 1/3, que determinou ao banco agravante a
suspensão das cobranças referentes ao contrato questionado na petição inicial, com multa diária no valor
de R$ 500,00 (quinhentos reais), limitados ao valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por dia de atraso,
sem prejuízo de aplicação de multa de até 20% (vinte por cento) do valor da causa a título de ato
atentatório à dignidade da justiça.
Em suas razões, sob Num. 2703644 – pág. 1/16, o banco agravante discorre sobre a ausência de
fundamentação legal na decisão agravada e a fixação da multa, que estaria em desacordo com os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, ressaltando a necessidade de uma relação de
proporcionalidade entre o valor da multa e a obrigação principal que se pretende seja cumprida através de
sua aplicação. Requer a concessão do efeito suspensivo e, no mérito, o seu provimento, para a cassação
definitiva da decisão recorrida, com o afastamento da multa aplicada ou, caso mantida, que seja minorada.
Em decisão de minha lavra proferida no dia 24/03/2020, sob o Num. 2880345 – pág. 1/3, deferi
parcialmente o pedido do efeito suspensivo pretendido, nos termos do art. 995, parágrafo único do CPC,
tão somente para minorar a valor arbitrado referente a multa diária por descumprimento, a qual arbitrei em
R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), até o limite de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Não há contrarrazões recursais nos autos, conforme certidão expedida pela UPJ sob o Num. 3361393 –
pág. 1.
Éo relatório.
Decido.
O recurso comporta julgamento imediato, com fulcro na interpretação conjunta do art. 932, VIII do CPC c/c
art. 133, XII, “d” do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça.
O agravante inicia suas razões alegando a ausência de fundamentação da decisão agravada, afirmando
que “(...) A decisão, em vários momentos, não correlaciona os fatos à legislação aplicável ao caso.
Podem-se observar nos pequenos trechos alhures de caráter genérico. (...)”.
Ao analisar os documentos anexados aos autos, o juízo de 1º grau entendeu existente a probabilidade do
direito da agravada, bem como o perigo de dano a ser causado, que justificassem a necessidade de
suspensão dos descontos efetuados pelo banco agravante em sua conta corrente.
Deste modo, aplicou o art. 300 do CPC, para determinar a suspensão pretendida, frisando corretamente
que “(...) Desta feita, num juízo de cognição sumária (superficial, baseado num mero juízo de
probabilidade), verifico a existência da probabilidade do direto da autora. Isto porque os documentos
acostados aos autos comprovam, pelo menos de modo indiciário, que a parte autora teve descontos
efetuados mensalmente em sua conta bancária decorrentes de tarifa denominada “MORA CRED PESS
346066” que não se tem certeza nessa fase processual de que foram firmados com as partes requeridas
em obediência aos requisitos de existência, validade e eficácia do negócio jurídico (art. 104 do CC).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Presente, também, o elemento perigo de dano (fumus boni juris), na medida em que quanto mais se
postergar a presente decisão concessiva de tutela antecipada, maiores serão os prejuízos financeiros
causados à autora com a continuação dos descontos em sua conta bancária e por eventual inscrição em
SERASA ou SPC e por conta de um contrato de seguro que, em tese, está eivado de vícios do
consentimento, razão pela qual o deferimento da tutela é medida que se impõe. Por fim, presente o
requisito do artigo 300, §3º do NCPC, na medida em que se ao final está(sic) decisão for revogada, nada
impedirá que a instituição financeira execute os valores devidos e não pagos pela parte requerente. (...)”.
Portanto, a decisão interlocutória agravada possui a fundamentação necessária, tanto é que o agravante
se insurge pontualmente contra a concessão da tutela antecipada fundamentada no artigo 300 do CPC.
Posto isto, chego a irresignação do agravante quanto a multa fixada pelo juízo de 1º grau para o caso de
descumprimento da determinação judicial, consistente na alegação de desnecessidade de fixação desta
para o cumprimento da obrigação de fazer, pois alega que, “(...) Vale dizer que, a exigência da multa fica
adstrita aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, no sentido de que se deve adequá-la ou
torná-la compatível com a obrigação imposta. Tal adequação visa evitar o enriquecimento sem causa da
parte beneficiada com a sua imposição. Com efeito, a multa cominatória (astreinte), enquanto instituto de
direito processual, serve como meio de coerção patrimonial para que o obrigado faça ou deixe de fazer
algo, em virtude do comando judicial. Não tem caráter compensatório, indenizatório ou sancionatório,
limitando-se a influenciar o cumprimento da ordem judicial. Por isso, deve ser suficientemente adequada e
proporcional à sua finalidade intimidatória, de modo que não pode ser desproporcional ou desarrazoada a
ponto de proporcionar ao exequente um enriquecimento sem causa.”.
Pois bem. Sobre as astreintes, imperioso observar o comando do art. 537 do CPC. In verbis:
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em
tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a
obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. (grifei)
Analisando os autos, especificamente a cópia da petição inicial sob o Num. 2703647 – pág. 3 a Num.
2703648 – pág. 2, constato que o agravado informa o desconto denominado “MORA CRED PESS
3470066, não reconhecido, no valor de R$ 18,48 (dezoito reais e quarenta e oito centavos) em 05 (cinco)
vezes por mês, gerando um total de R$ 92,40 (noventa e dois reais e quarenta centavos).
Com efeito, embora a astreinte deva ser fixada em valor considerável a ponto de realmente coagir, se
deve ter em mente o bem jurídico tutelado com a imposição da coerção. Havendo disparidade exacerbada,
a natureza da ordem cominatória seria desvirtuada, ensejando o enriquecimento sem causa da parte
beneficiada com a ordem.
Neste aspecto, a fixação de multa no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) diários, limitados a R$
20.000,00 (vinte mil reais) se mostra desproporcional face a obrigação, mesmo se tratando o agravante de
instituição financeira de grande porte, motivo pelo qual se faz necessário o ajuste da astreinte, o qual
defino em R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) diários, limitados a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por ser
razoável e proporcional aos valores discutidos no processo originário, corroborando o raciocínio já
disposto por ocasião da apreciação do pedido de efeito suspensivo feito pelo banco agravante.
PROCESSUAL CIVIL. ART. 461, § 4º, DO CPC. OBRIGAÇÃO DE FAZER. CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL. APRESENTAÇÃO DE EXTRATOS DE CONTAS VINCULADAS AO FGTS. COMINAÇÃO DE
MULTA DIÁRIA. ASTREINTES. POSSIBILIDADE. 1. Recurso repetitivo julgado pela Primeira Seção do
Superior Tribunal de Justiça, com fulcro no art. 543-C do CPC, firmou o entendimento de que "a
responsabilidade pela apresentação dos extratos analíticos é da Caixa Econômica Federal - enquanto
gestora do FGTS -, pois tem ela total acesso a todos os documentos relacionados ao Fundo e deve
fornecer as provas necessárias ao correto exame do pleiteado pelos fundistas" (REsp 1.108.034/RN, Rel.
Min. Humberto Martins, Primeira Seção, julgado em 28.10.2009, DJe 25.11.2009). 2. O presente recurso
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
especial repetitivo trata da consequência lógica pelo não cumprimento da obrigação imposta à CEF, qual
seja, a possibilidade de aplicação de multa diária prevista no art. 461, § 4º, do CPC. 3. É cabível a fixação
de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer (astreintes), nos termos do art. 461, § 4º, do CPC, no
caso de atraso no fornecimento em juízo dos extratos de contas vinculadas ao FGTS. 4. A ratio essendi da
norma é desestimular a inércia injustificada do sujeito passivo em cumprir a determinação do juízo, mas
sem se converter em fonte de enriquecimento do autor/exequente. Por isso que a aplicação das astreintes
deve nortear-se pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. 5. Precedentes: REsp
998.481/RJ, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 11.12.2009. AgRg no REsp 1.096.184/RJ,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 11.3.2009; REsp 1.030.522/ES, Rel. Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, julgado em 19.2.2009, DJe 27.3.2009; REsp 836.349/MG, Rel. Min. José Delgado, DJ de
9.11.2006. Recurso especial improvido para reconhecer a incidência da multa. Acórdão sujeito ao regime
do art. 543-C do Código de Processo Civil e da Resolução 8/2008 do Superior Tribunal de Justiça. (REsp
1112862/GO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/04/2011, DJe
04/05/2011) (grifei)
Nesse sentido, trago jurisprudência desta Egrégia Corte de Justiça, por suas 02 (duas) Turmas de Direito
Privado:
Finalmente, o prazo de 05 (cinco) dias para a prática de ato processual a cargo da parte é satisfatório no
caso, posto que se trata de ato simples a ser executado pela gerência da unidade responsável.
Ante o exposto, com fulcro no art. 932, VIII do CPC c/c art. 133, XII, “d” do Regimento Interno do TJ – PA,
CONHEÇO e DOU PARCIAL PROVIMENTO ao presente Agravo de Instrumento, apenas para ajustar o
valor das astreintes em R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) diários, limitados a R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), na esteira da fundamentação legal e jurisprudencial acima exposta, por se tratar da melhor medida
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Após o trânsito em julgado, dê-se baixa na distribuição deste relator e associe-se aos autos principais.
Desembargador – Relator
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os
Desembargadores que integram a 1ª Turma de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Pará,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Turma Julgadora: Des. Constantino Augusto Guerreiro – Relator, Des. José Roberto Pinheiro Maia
Bezerra Júnior – Presidente, Des. Ricardo Ferreira Nunes e Des. Leonardo de Noronha Tavares.
Plenário de Direito Privado, Tribunal de Justiça do Estado do Pará, 26ª Sessão Ordinária do Plenário
Virtual, aos nove (9) dias do mês de agosto (8) do ano de dois mil e vinte e um (2021).
Desembargador – Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
DESEMBARGADORA MARIA DO CÉO MACIEL COUTINHO
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
1. Em juízo de admissibilidade recursal único (art. 1.010, § 3º do CPC), verifico, a priori, a presença dos
pressupostos recursais intrínsecos e extrínsecos no recurso manejado por HAPVIDA ASSISTENCIA
MEDICA LTDA (ID 5027039 e ID 5027040), razão pela qual recebo o recurso de apelação em seu
duplo efeito legal (art. 1.012 do CPC).
455
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
P.R.I.C.
Relatora
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ÚNICA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
Faço público a quem interessar possa que, nos autos do processo de nº 0804100-66.2021.8.14.0000
foram opostos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, estando intimada, através deste ato, a parte interessada
para a apresentação de contrarrazões, em respeito ao disposto no §2º do artigo 1023 do novo Código de
Processo Civil. (ato ordinatório em conformidade com a Ata da 12ª Sessão Ordinária de 2016 da 5ª
Câmara Cível Isolada).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202):0807807-42.2021.8.14.0000
AGRAVANTE: BANCO RCI BRASIL S.A
Nome: BANCO RCI BRASIL S.A
Endereço: Rua Pasteur, 463, - até 339/340, Batel, CURITIBA - PR - CEP: 80250-080
Advogado: FABIO FRASATO CAIRES OAB: SP124809 Endereço: desconhecido
AGRAVADO: MARIA DO CARMO ALCANTARA DIAS
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Inicialmente determinei que a parte recorrente efetuasse, no prazo de 05 (cinco) dias, o pagamento em
dobro do preparo deste recurso, dado que não havia juntado todos os documentos necessários a atender
integralmente às providências do art. 1.017, § 1° do CPC, na medida em que não trouxe aos autos o
“relatório de conta do processo”, nos termos do art. 9º, § 1º e art. 10, ambos da Lei Estadual nº 8.328 de
2015, sob pena de incidir a norma do parágrafo único do art. 932 do CPC (Num. 5827552 – Pág. 1/2).
O agravante peticionou (Num. 5928842 – Pág.1), alegando que o relatório de contas do processo não está
disponível para download, bem como realizou o recolhimento regular das custas recursais no ato da
interposição do agravo de instrumento. Nessa ocasião, procedeu a juntada do relatório de contas de
custas iniciais (Num. 5928843 – Pág. 1).
Éo breve relatório.
DECIDO.
O presente recurso comporta julgamento imediato, na forma do art. 932, III, do CPC, uma vez que
manifestamente inadmissível, não ultrapassando, assim, o âmbito da admissibilidade recursal.
§4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o
recolhimento em dobro, sob pena de deserção” (grifo nosso).
Apesar da manifestação do agravante, observo que este não procedeu ao pagamento em dobro do
preparo recursal, eis que entendeu que as custas recursais já haviam sido devidamente recolhidas, não se
desincumbindo, portanto, de sua obrigação.
Ressalta-se que, conforme disciplina o art. 9º, §1º e art. 10º da Lei Estadual nº 8.328/2015, se comprova o
pagamento de custas e despesas processuais mediante a juntada do boleto bancário concomitantemente
com o comprovante de pagamento do boleto e o relatório de conta do processo, in verbis:
Art. 9º. As custas processuais deverão ser discriminadas em relatório de intempconta do processo e
recolhidas mediante boleto bancário padrão FEBRABAN, que poderá ser quitado em qualquer banco ou
correspondente bancário, vedada qualquer outra forma de recolhimento.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
§1º. Comprova-se o pagamento de custas e despesas processuais mediante a juntada do boleto bancário
correspondente, concomitantemente com o relatório de conta do processo, considerando que no relatório
de conta do processo são registrados os números do documento e do boleto bancário a ser utilizado para
pagamento (grifo nosso).
Art. 10. Sem prejuízo da verificação e homologação definitiva do pagamento, a cargo do TJPA e que se
fará com base nas informações do arquivo eletrônico disponibilizado pelo Banco conveniado, o
interessado fará prova do recolhimento apresentando o relatório de conta do processo e o respectivo
boleto:
I – Autenticado mecanicamente; ou
II – Acompanhado do comprovante do pagamento emitido pelo guichê de caixa ou pelos canais eletrônicos
da instituição financeira (grifo nosso).
Desse modo, diante da ausência dos comprovantes das custas pagas em dobro, ocorreu o
descumprimento do disposto no art. 1.007, §4° do CPC, de modo que outra não seria a consequência
senão a imposição da pena de deserção.
Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do agravo de instrumento por ser inadmissível, nos termos do art. 932,
III, do CPC, em razão de sua deserção, nos termos da fundamentação acima lançada.
Desembargador – Relator
DECISÃO MONOCRÁTICA
É o relatório. DECIDO.
Analisando a matéria, entendo que a sentença reexaminada deve ser mantida. Vejamos:
No concernente ao pedido de aposentadoria que foi denegado pelo Juízo a quo, verifico que não foi
objeto de recurso da parte interessado, por conseguinte, não pode ser apreciado em sede de reexame de
sentença, que envolve somente as hipóteses de sentença desfavoráveis a Fazenda Pública estabelecidas
em lei.
Em relação ao pedido de afastamento do cargo, sem prejuízo da remuneração, entendo que o MM.
Juízo a quo apreciou corretamente a matéria, aplicando a legislação que regula a matéria com clareza e
precisão, reconhecendo o direito líquido e certo da impetrante a afastamento do cargo após 90 (noventa)
dias do protocolo do pedido de aposentadoria, na forma estabelecida no art. 169, da Lei Municipal n°
7.502/90, e art. 18, da Lei Orgânica do Município de Belém, além da ilegalidade da Instrução Normativa n°
002/2017-SEMAD, que deveria se manter dentro dos parâmetros fixados em lei, nos seguintes termos:
“Voltando à análise dos autos, a Impetrante busca resguardar direito líquido e certo ao afastamento das
funções do cargo público efetivo de PROFESSORA que exerce na Secretaria de Educação de Belém -
SEMEC desde 09/08/1991, com manutenção de sua remuneração, e à concessão de sua aposentadoria,
haja vista o lapso temporal maior que 90 (noventa) dias já decorridos após o protocolo do seu
requerimento administrativo de aposentadoria voluntária no referido órgão e cargo, bem como tendo em
conta que a autoridade Impetrada deixa de afastar das funções a Impetrante para fins de aposentadoria,
ao condicionar tal afastamento à subtração de determinadas parcelas dos vencimentos desta, antes
mesmo da conclusão de seu processo administrativo.
Com efeito, vale registrar que a possibilidade de conhecimento e processamento da presente causa, na
via mandamental, somente é possível ante a demonstração robusta da violação ao direito vindicado pela
Impetrante, consubstanciado em texto expresso de lei.
Nesse sentido, tem-se que, comprovada a protocolização do seu requerimento para aposentadoria no
cargo público municipal, a legislação de regência, qual seja, o art. 169, da Lei Municipal n° 7.502/90 c/c
art. 18, da Lei Orgânica do Município de Belém, resguarda o direito do servidor público municipal ao
afastamento do exercício das funções do referido cargo, sem prejuízo da remuneração percebida no mês
do afastamento, caso não lhe seja dado, anteriormente aquele prazo, conhecimento do indeferimento
deste pedido.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
‘Art. 169 - Ao funcionário fica assegurado o direito de não comparecer ao trabalho a partir do nonagésimo
primeiro dia subsequente ao do protocolo do requerimento da aposentadoria, sem prejuízo da percepção
de sua remuneração, caso não seja antes cientificado do indeferimento, na forma da lei.’
Por sua vez, o art. 18, XXVIII, da Lei Orgânica do Município de Belém estabelece que:
‘Art. 18. O Município assegura aos servidores públicos, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, os seguintes direitos:
(...)
Entendo, portanto, que assiste o direito à Impetrante, para afastamento do exercício das funções do cargo
público efetivo de PROFESSORA, que exerce na Secretaria de Educação de Belém - SEMEC desde
09/08/1991, sem prejuízo de sua remuneração, eis que, diante dos documentos juntados aos autos
(notadamente, o Protocolo Geral/SEMEC/GDOC Proc. nº 16728/16 – ID 227241, p. 3), faz prova da
protocolização do requerimento administrativo de aposentadoria especial em cargo público municipal mais
de 90 (noventa) dias antes da impetração do presente writ.
Ademais, entendo que a Instrução Normativa n° 002/2017-SEMAD, no ponto em que determina a exclusão
de parcelas remuneratórias percebidas pelo servidor público municipal durante o exercício do cargo e que
opte pelo seu afastamento do serviço durante o período em que o seu pedido de aposentadoria esteja
sendo processado, é norma incompatível com ordenamento jurídico, eis que viola frontalmente os
dispositivos constantes da Lei Municipal n° 7.502/90, bem como da Lei Orgânica do Município de Belém.
Nesse sentido, em observância à hierarquia de normas conceituada no art. 2°, da Lei de Introdução as
Normas do Direito Brasileiro, e arts. 59 e ss., da CF/88, norma inferior não se presta à revogação ou
alteração, ainda que parcial, de dispositivos regulamentados em norma de caráter superior, isto é, o
normativo que não obedece às regras de produção legislativa previstas na nossa Carta Magna – tais quais
decretos, instruções normativas, provimentos etc. – não podem se sobrepor aos dispositivos constantes de
leis (sentido estrito), tornando impossível, in casu, a aplicação da Instrução Normativa n° 002/2017-
SEMAD.
Isto porque, restou demonstrado a existência de ato ilegal da administração pública consistente no
impedimento do afastamento da impetrante do cargo, no lapso temporal de 90 (noventa) dias após o
protocolo do pedido de aposentadoria, na forma estabelecida no art. 323 da Constituição do Estado do
Pará e do art. 18, XXVIII, da Lei Orgânica do Município de Belém, que são normas de hierarquia
superiores em relação a legislação municipal.
Ante o exposto, conheço do reexame necessário, mas nego-lhe provimento, para manter a
sentença reexaminada, nos termos da fundamentação.
Publique-se. Intime-se.
Relatora
inconstitucionalidade das normas que embasam o pedido formulado pelo autor/apelado (art. 48,
inciso IV, da CE, e Lei Estadual n.º 5.652/91), o que leva a improcedência do pedido de recebimento
do adicional de interiorização estabelecido nas normas declaradas inconstitucionais, posto que a
modulação da eficácia da decisão não abrange os casos ainda em discussão recursal, onde não há
efeitos a serem preservados, por decisão administrativa ou judicial, como no presente, em que a
sentença encontra-se pendente do reexame necessário para sua eficácia, na forma do art. 496 do
CPC. Apelação conhecida e provida, para reformar a sentença e julgar improcedente o pedido da
inicial e reverter a condenação e honorários advocatícios, que ficará suspensa na forma da lei, face
a gratuidade concedida ao apelado/autor.”
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta contra a sentença proferida nos autos da ação ordinária
de cobrança do adicional de interiorização ajuizada por JOELSON DA SILVA PATRÍCIO, ora apelado, em
desfavor do apelante, que julgou procedente o pedido da inicial e condenou o apelante a incorporar e
pagar ao autor o adicional de interiorização, nos seguintes termos:
“Diante do exposto, julgo procedente o pedido do autor, pelo que condeno o Instituto de Gestão
Previdenciária do Estado do Pará - IGEPREV a incorporar e pagar ao militar da reserva Marcos Augusto
Sousa Rabelo na proporção 10% (dez por cento) por ano de exercício, consecutivo ou não, no interior do
Estado, até o limite máximo de 100% (cem por cento), calculado sobre 50% do soldo do respectivo autor,
bem como CONDENO-O ao pagamento dos valores retroativos referentes ao referido adicional, contados
dos anos anteriores ao ajuizamento desta ação, observando, ainda, o limite temporal do ingresso do militar
na inatividade (13/08/2014), tudo nos termos da fundamentação...”
(...)
O Chefe do Poder Executivo não poderia ser compelido a regulamentar uma previsão que padece de
flagrante vício de iniciativa, na medida em que a Constituição Federal reservou a ele a iniciativa de leis
(em sentido amplo, incluindo a Constituição Estadual Originária e suas Emendas) que disponham sobre
aumento da remuneração dos servidores, sobre servidores públicos da União e seu regime jurídico, bem
como servidores militares...”
Requer assim seja conhecido e provido o apelo, para reformar a sentença recorrida, julgando-se
improcedente o pedido da inicial.
Analisando a matéria, entendo que a sentença reexaminada deve ser reformada. Vejamos:
(ADI 6321, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 21/12/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO, DJe-023, DIVULG 05-02-2021, PUBLIC 08-02-2021)
É verdade que em seu Voto, a Excelentíssima Ministra Carmem Lúcia consignou a modulação dos
efeitos da decisão concedendo eficácia ex nunc, para produzir efeitos somente a partir da data do
julgamento em relação aos que já estejam recebendo o adicional de interiorização, por decisão
administrativa ou judicial, nos seguintes termos:
Como afirma o autor da presente ação, instalou-se quadro de insegurança jurídica pela quantidade de
ações no Poder Judiciário paraense nas quais inúmeros militares postularam o recebimento do benefício
legal, alguns tendo logrado êxito, com decisões transitadas em julgado em alguns casos, enquanto outros
tantos tiveram decisão diferente. Não há como ignorar que o ajuizamento dessas ações e o
recebimento de verbas alimentícias é fruto de legítimas expectativas geradas pelo dispositivo que
reconhecia o adicional e que não foi implementado.
a) julgar procedente a presente ação direta para declarar a inconstitucionalidade do inc. IV do art. 48 da
Constituição do Pará e da Lei n. 5.652/1991 do Pará e
b) conferir eficácia ex nunc à decisão para produzir efeitos a partir da data do julgamento aos que
já estejam recebendo por decisão administrativa ou judicial.”
Ocorre que, no caso em espécie não se cogita de recebimento do benefício por decisão
administrativa ou judicial e a situação in concreto não foi abrangida pela referida modulação, tendo em
vista que o processo ainda se encontra em grau recursal e a sentença que julgou procedente o pedido na
inicial somente agora está sendo objeto do reexame, para a finalidade de produzir efeitos, na forma
exigida no art. 496 do CPC, portanto, não há coisa julgada.
Importa salientar que as decisões judiciais proferias pelo Supremo Tribunal Federal, em controle
concentrado de inconstitucionalidade, tem eficácia contra todos e efeito vinculante, inclusive aos órgãos do
Poder Judiciário e da administração pública, conforme estabelecido no art. 102, §2.º, da CF, in verbis:
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
§ 2º - As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.”
“Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal
fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do
acórdão.
Reverto ainda a condenação em honorários de sucumbência que fica pelo apelado, mantendo o
percentual fixado, mas fica suspensa a cobrança, no prazo legal, face o apelado ser beneficiário da
gratuidade processual, na forma do art. 98, §3.º, do CPC.
Publique-se. Intime-se.
Relatora
AGRAVANTE: IGEPREV
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto em mandado de segurança contra decisão que deferiu a
liminar requerida, havendo o juízo se pronunciado nos seguintes termos:
“De simples cognição, verifico que a Impetrante, até o mês de maio/2021, vinha percebendo o benefício
mencionado regularmente na qualidade de filha de ex-servidor público estadual, sob o regime das normas
previstas na Lei Estadual n° 414/1896 e, no Decreto Estadual n° 3.052/1960 – vigentes a época do
falecimento do instituidor do benefício.
Todavia, ao longo de mais de 10 (dez) anos houve a tramitação do processo administrativo denominado
“Pensão 1887”, em que se analisou a legalidade do benefício percebido pela Impetrante, após a
verificação, pela autarquia previdenciária estadual, de que a mesma vivia em união estável com o Sr.
Benedito Costa. De tal processo administrativo, sem que se tenha dado ciência, notificado ou
comunicado de qualquer forma a Impetrante, culminou, na data de 22/09/2020, a elaboração da
“Manifestação n° 095/2020-PROJUR/IGEPREV, subscrita pela 1ª Impetrada, e ratificada pela 2ª
Impetrada, conforme documento datado de 30/09/2020 (Id. n° 28377468).
Neste panorama, incide a tese de repercussão geral fixada pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento do RE n° 594.296/MG (Tema n° 138), vejamos:
Tese:
“Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente praticados; porém, se de tais atos já
tiverem decorrido efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular processo
administrativo.”
Assim, a Administração Pública, uma vez praticado ato administrativo do qual crie, gere ou altere direitos
de modo a beneficiar os Administrados (servidores públicos, pessoas físicas ou jurídicas) não pode, sem
prévio e regular processo administrativo com participação da parte interessada/beneficiária,
proceder a revogação destes mesmos atos com efeitos imediatos, ainda que com fundamento em
vícios insanáveis de legalidade. Deve, para tanto, observar e respeitar os efeitos benéficos
produzidos em favor de terceiros, até finalização do procedimento que observe o princípio do
devido processo legal (art. 5°, LIV, da CF).
Neste sentido, tenho que, ao menos para a concessão da medida liminar, que o ato praticado pelas
Impetradas que determina o cancelamento do benefício de pensão por morte, sem prévia notificação da
Impetrante, vai de encontro as regras e interpretações constitucionais vigentes, com destaque
aquela prevista no art. 5°, LIV, da CF, fazendo emergir os seus requisitos autorizadores (art. 300, do
CPC).”
Irresignada autarquia previdenciária recorre reproduzindo argumentos genéricos acerca dos princípios da
legalidade e da separação dos poderes, da desproporcionalidade da multa e afirmando que não existem
elementos para a concessão da tutela liminar.
O recurso não será conhecido porque não houve enfrentamento analítico da decisão guerreada. Não
houve uma única linha escrita no recurso que se opusesse ao fundamento da decisão agravada, ofensa
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Como é cediço, é ônus da parte recorrente, ao deduzir seu pedido de reforma do pronunciamento judicial
impugnado, especificar os motivos pelos quais a decisão vergastada seria desacertada. Noutras palavras:
nos recursos é preciso impugnar, com especificidade, os próprios fundamentos da decisão atacada.
O inciso III do artigo 1.016 do CPC deixa isso claro, ao dispor que o agravo necessariamente conterá “as
razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido”.
E tanto é assim que o artigo 932, inciso III, do Diploma Processual Civil, estabelece incumbir ao relator não
conhecer de recurso que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
Não poderia ser de outro modo, já que, são as razões recursais que delimitam a matéria devolvida à
apreciação do órgão jurisdicional ad quem, consoante o brocardo tantum devolutum quantum appellatum.
Registre-se serem comuns os requisitos de admissibilidade dos recursos, entre os quais a fundamentação
das razões de discordância e pedido de reforma da decisão recorrida, a exigir-se, por evidente, a relação
de congruência ou simetria entre o arrazoado e o decidido, de sorte que têm plena aplicação o
reconhecimento da inépcia deste agravo de instrumento que se limita a afirmar o direito da parte por
interpretação personalíssima da jurisprudência orientadora do caso.
Éde conhecimento público a implantação de diversas ferramentas por este E. Tribunal de Justiça, no
sentido de se obter a célere solução dos conflitos. Sem olvidar-se da excelência na prestação jurisdicional,
deve o advogado, também, colaborar para a consecução deste fim.
O processo é uma sucessão de atos que devem ser ordenados por fases lógicas, a fim de que se obtenha
a prestação jurisdicional, com precisão e rapidez.
Velar pelo cumprimento das formas e prazos processuais é dever e poder do juiz do processo, que deve
ser observada de ofício, em exato cumprimento da norma vigente.
Deveria a autarquia agravante, ter enfrentado os fundamentos da decisão recorrida para demonstrar a
razão pela qual esses fundamentos não deveriam ser aplicados ao presente caso, fora isso, toda
argumentação restante é inservível para a pretensão de reforma da decisão bem lançada, não
ultrapassando a retórica processual.
Aliás, sequer negou a falta do devido processo administrativo assegurada a ampla defesa e o contraditório
a impetrante agravada, limitando-se a sustentar, de forma generalista, a suposta legalidade do ato.
Não havendo ataque direto aos fundamentos da decisão recorrida e, limitando-se o recurso a expor
argumentos imprestáveis para infirmar a decisão recorrida, é de rigor o NÃO CONHECIMENTO do recurso
por inépcia recursal, portanto, inadmissível, nos termos do art. 932, III do CPC/15.
P.R.I.C.
Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
As apelantes alegam que a sentença merece reforma sob o fundamento de que a ex-segurada se
aposentou por invalidez no ano de 1996 e veio a falecer em 06.11.2004, sendo que, as apelantes
ingressaram com o pedido do benefício em 17.11.2005, e até o ajuizamento da ação em 2011, não havia
sido apreciado seu pedido administrativo, razão pela qual, não teria ocorrido a prescrição.
Aduzem que preencheram todos os requisitos necessários para o recebimento do benefício, posto que a
invalides da segurada ocorreu na vigência da Lei n.º 5.511 e da Resolução n.º 002/97, por força da
invalidez para o trabalho.
Dizem ainda que após aposentada continuou a sofrer desconto em contracheque relativo ao pecúlio, o que
reforçaria sua condição de segurada e o direito a percepção do benefício, conforme consta do Decreto n.º
180/96.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Afirma que a Lei n.º 039/2002, que veio a reestruturar o regime previdenciário do Estado do Pará e
extinguiu o benefício, possa ter atingido o direito das apelantes, face a aposentadoria por invalidez já
declarada em 1996.
Requer assim que a sentença seja reformada, para se julgar procedente o pedido de recebimento do
pecúlio da inicial.
O Ministério Público no 2.º grau apresentou parecer aduzindo a inexistência de interesse social relevante
que justificasse sua intervenção, conforme consta do ID- 4181705 - Pág. 01/02.
É relatório. DECIDO.
Analisando os autos, verifico que a apelação foi interposta em 15.09.2015, ainda na vigência do
regime do Código de Processo Civil de 1973, portanto, sua admissibilidade deve ser regida pelo referido
diploma legal, face a vigência do Código de Processo Civil de 2015 somente em 16.03.2016.
É incontroverso que a aposentadoria por invalidez da ex-segurada ocorreu no ano de 1996 e veio a
falecer em 06.11.2004, assim como as apelantes ingressaram com o pedido do benefício em 17.11.2005,
mas somente ajuizaram a ação judicial em 2011.
Neste sentido, a ordem cronológica da ocorrência dos fatos, leva a conclusão de que o prazo de 05
(cinco) anos, para o ajuizamento da ação com a finalidade de recebimento do pecúlio, por motivo da
aposentadoria por invalidez da ex-segurada, ocorrida no ano de 1996, já havia transcorrido quando houve
o protocolo da inicial no ano de 2011, na forma do art. 1.º do Decreto n.º 20.910/1932.
É verdade que a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça consigna que o protocolo
do pedido administrativo suspende o prazo prescricional até que haja o pronunciamento da Administração.
No entanto, a tese não aproveita a situação do caso concreto, tendo em vista que na data do
requerimento administrativo, em 17.11.2005, já havia se consumado o prazo prescricional de 05 (cinco)
anos, contado a partir da aposentadoria por invalidez da ex-segurada, no ano de 1996.
Daí porque, não se cogita do recebimento de pecúlio por aposentadoria da ex-segurada, face a
existência de prescrição.
Por outro lado, em relação ao requerimento do pecúlio com fundamento no posterior evento morte
da ex-segurada, deve ser observado que à época do falecimento, em 06.11.2004, o benefício já havia sido
extinto, por força da revogação da Lei n.º 5.011/81 pela Lei Complementar n.º 039/2002.
Isto porque, em decorrência da aplicação do princípio tempus regit actum, a legislação que regula o
pagamento de benefício em matéria previdenciária é aquela vigente ao tempo em que se consolidam
todos requisitos necessários para o pagamento do benefício, e o evento morte ocorreu em 06.11.2004,
quando já não existia mais previsão legal do benefício na Lei Complementar n.º 039/2002, que passou a
regular a matéria, portanto, não poderia ser acolhido o pedido administrativo, por ausência de amparo
legal.
Ante o exposto, não merece reparos a sentença recorrido, que aplicou corretamente o direito ao
caso em espécie, razão pela qual, nego seguimento a apelação, por ser manifestamente improcedente, na
forma do art. 557 do CPC/73, nos termos da fundamentação.
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Publique-se. Intime-se.
Relatora
PODER JUDICIÁRIO
DESPACHO
Considerando o requerimento do agravante no ID Num. 5897662 e com fulcro no art. 3º, §3º da Resolução
nº 021/2018-TJPA, defiro a retirada de pauta do presente feito do Plenário Virtual.
Relatora
PODER JUDICIÁRIO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO N. 0853456-05.2018.8.14.0301.
DESPACHO
Compulsando os autos, verifico que não consta certificação acerca da apresentação, ou não, de
contrarrazões da empresa GLOBAL COMERCIO E SERVIÇÕS EIRELLI – EPP em face do recurso de
Apelação interposto por ESTADO DO PARÁ em id. 3263801.
Assim, converto o presente julgamento em diligência para determinar à Secretaria para certificar
acerca do fato, se ocorreu a intimação para oferecimento de contrarrazões ou não.
Caso tenha havido a intimação, certifique-se a não apresentação de contrarrazões no prazo legal.
Após, conclusos.
Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
Alega a embargante que decisão recorrida se encontra eivada de erro material, o qual merece ser sanado,
uma vez que, diferentemente do que expõe o decisum, o Agravo de Instrumento interposto não versa
sobre obrigatoriedade de custeio de tratamento em São Paulo, e tampouco trata sobre a obrigatoriedade
de custeio de alimentação e hospedagem em favor do beneficiário em outro Estado.
Afirma que o recurso de Agravo de Instrumento interposto versa, em verdade, sobre a obrigatoriedade de
cobertura para procedimento médico que não se encontra listado no ROL da ANS, como é o caso do
procedimento rizotomia dorsal seletiva, procedimento este o qual é objeto da decisão interlocutória
agravada.
Acrescenta que a decisão monocrática embargada ainda é manifestamente omissa a todos os termos e
teses apresentadas no recurso interposto, pois sequer faz menção à obrigatoriedade ou não de cobertura
para procedimento não listado no ROL da ANS, objeto este do recurso, e não de obrigatoriedade de
cobertura de procedimento em São Paulo ou de Alimentação e Hospedagem, como assim defende a
decisão embargada.
Por derradeiro, sustenta que a discussão de obrigação de cobertura de tratamento em são Paulo, com
médico fora da rede credenciada, e a discussão sobre a obrigatoriedade de custeio, por parte da
Operadora Agravante, é tratada nos autos do Processo nº 0810732-45.2020.8.14.0000, o qual também é
objeto de análise desta Relatoria. Contudo, o objeto do Agravo de Instrumento dos presentes autos não
pode ser confundido com o do processo nº 0810732-45.2020.8.14.0000.
Éo relatório.
DECIDO.
Nos termos do art. 1.022 do CPC, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para (I)
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, (II) suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia
se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para (III) corrigir erro material.
Nesse contexto, vale salientar, até pelo próprio dispositivo legal, que os declaratórios constituem recurso
de contornos rígidos (fundamentação vinculada), destinado somente a promover a integração do decisum
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Analisando os argumentos dos embargantes, entendo que não merecem ser acolhidos, pois inexiste na
monocrática combatido as omissões apontadas, uma vez que todos os pontos invocados na presente peça
processual foram decididos de forma clara, logo a matéria se encontra suficientemente analisada e
julgada.
A recorrente demonstrou nitidamente o seu inconformismo quanto ao decidido no Acórdão. De toda sorte,
os aclaratórios não se prestam a rediscutir questão já decidida, visto que estão condicionados à existência
dos requisitos legais supracitados, que não restaram configurados na decisão atacada.
No caso concreto, como se vê do relatório, os embargos de declaração têm nítido caráter de rediscussão
da matéria, pois o embargante trouxe à baila questões já apreciadas e decididas, sendo certa a
inexistência de qualquer um dos vícios que autoriza a interposição dos aclaratórios.
Diante disso, entendo que as matérias objeto de controvérsia foram suficientemente enfrentadas, não se
prestando a via dos declaratórios para rediscussão da causa, pois são eles recursos de integração e não
de substituição. É o que se extrai da remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, conforme
adiante se exemplifica:
“Não pode ser conhecido o recurso que, sob o rótulo de embargos declaratórios, pretende substituir a
decisão recorrida por outra. Os embargos declaratórios são apelos de integração – não de substituição”
(STJ, 1ª Turma, Resp 15.774-0-SP- EDcl., rel.Min. Humberto Gomes de Barros, j.25.10.93, não
conheceram, unânime, V.u., DJU 22.11.93, p. 24.895).
Afinal, a decisão é clara, coerente e não deixou de se pronunciar sobre qualquer das questões suscitadas
pelas partes, inclusive sobre a questão contida nos presentes embargos declaratórios.
DISPOSITIVO
Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração opostos, mas NEGO-LHES PROVIMENTO,
inclusive, para fins de prequestionamento, mantendo na íntegra a decisão monocrática recorrida.
P. R. I. C.
Desembargadora Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
“(...) Ante todo o exposto, havendo elementos que evidenciam a probabilidade do direito (fumus boni iuris)
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora), com base no art. 300 do
CPC, CONCEDO LIMINARMENTE A TUTELA DE URGÊNCIA para DETERMINAR que a Requerida
UNIMED BELÉM, no prazo de 02 (dois) dias, contados da efetiva intimação por oficial de justiça,
AUTORIZE A REALIZAÇÃO do tratamento terapêutico com MFOLFOX6 (FOLFOX), Oxaliplatina (Eloxatin
50 mg), Folinato de Cálcio (Tecnovorin 50 mg), Fluoracila (Fauldfluor 500 mg) em duas doses conforme
exposto no protocolo, mais medicamentos associados como Aprepitanto (Emend 150 mg), Cloridrato de
Palonosentrona (Onicit 0,5 mg) e Dexametasona (Decadron 4 mg) em doses administradas conforme a
necessidade do autor, assim que solicitado pelo médico; sob pena de imposição de multa diária de R$
2.000,00 (dois mil reais), a ser cumprido como medida de urgência, até o limite de R$100.000,00 (cem mil
reais) a ser revertido em favor do requerente. (...)”
A Agravante interpôs o presente Agravo de Instrumento narrando em suas razões recursais que não há
requisitos para concessão da tutela de urgência, uma vez que o tratamento requerido pelo Agravado
poderá causar riscos a vida do paciente, havendo, portanto, divergência técnica quanto a utilização deste
ao caso em tela.
Por fim, pugna pelo deferimento do efeito suspensivo ao recurso e no mérito pelo provimento.
Juntou documentos.
É o Relatório.
Decido.
Primeiramente, cumpre ressaltar, com base em consulta ao sistema processual PJe, deparei-me com
questão preliminar que impõe se reconheça prejudicado o presente recurso, pela perda de objeto, haja
vista que foi prolatada sentença no feito originário em que os recorrentes não interpuseram nenhum
recurso para atacar a referida sentença.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO
DE LIMINAR “INAUDITA ALTERA PARS” , em que antes de prolatada a sentença, os advogados da parte
autora informaram o seu óbito e a impossibilidade de localizar os possíveis sucessores para dar
continuidade a demanda assim como, apresentar a cópia do atestado de óbito , requerendo com isso a
extinção da ação sem resolução do mérito.
Diante da ausência de manifestação sobre o prosseguimento do feito, entendo que houve a perda do
interesse processual por não mais existir a necessidade de intervenção jurisdicional na pretensão
inicialmente exposta, não se apresentando mais o binômio necessidade-utilidade nesta ação.
A inexistência de interesse processual despoja o demandante de uma das condições da ação, impondo-se
o indeferimento da peça inicial ou, quando superveniente, a extinção do feito sem resolução do mérito com
base no art. 485, VI, do CPC.
Dessa forma, ausente uma das condições da ação, qual seja, o interesse processual do demandante,
EXTINGO O FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, na forma do art. 485, VI, do Código de Processo
Civil.
Por fim, após o trânsito em julgado, arquivem-se os presentes autos, com as cautelas legais, dando-se
baixa no sistema e observando-se as demais cautelas legais.
Acerca da perda do objeto, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, na obra "Código de
Processo Civil Comentado", 8ª ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 1041, anotam:
"Recurso prejudicado. É aquele que perdeu seu objeto. Ocorrendo a perda do objeto, há falta
superveniente de interesse recursal, impondo-se o não conhecimento do recurso. Assim, ao relator
cabe julgar inadmissível o recurso por falta de interesse, ou seja, julgá-lo prejudicado."
(TJRS, 7ª Câm. Cível, AI 70005870639, rel. Desª. Maria Berenice Dias, j. 19.02.2003).
Sobre a superveniência de fato novo, assim leciona Costa Machado in Código de Processo Civil
Interpretado e Anotado, Barueri, SP: Manole, 2006, p. 844:
“(...) Observe-se que a ratio da presente disposição está ligada à idéia de que nem sempre o
contexto fático da causa permanece como era quando da propositura da ação - o que,
evidentemente, seria o ideal -, de sorte que ao juiz cabe apropriar-se da realidade presente ao
tempo da sentença para decidir com justiça o litígio. A regra se aplica também ao acórdão.”
1. Deve ser reconhecida a perda de objeto do agravo de instrumento em razão da prolação de sentença
nos autos do processo principal. Possibilidade de ser negado seguimento ao agravo com fundamento no
artigo 557 do CPC.
I Se antes do julgamento do Agravo de Instrumento é prolatada a sentença, ocorre à perda do seu objeto.
(TJPA; Agravo de Instrumento nº. 2009.3.002703-9; julgado em 09/07/2009; Rel. Des. Leonardo de
Noronha Tavares) (grifo nosso)
(TJPA, 3ª Câmara Cível Isolada, AI 200830074594, rel. Desª. SONIA MARIA DE MACEDO PARENTE, j.
05/03/2009) (grifo nosso)
(TJPA, 3ª Câmara Cível Isolada, AI 200830074594, rel. Desª. SONIA MARIA DE MACEDO PARENTE, j.
05/03/2009).
Assim sendo, constata-se que não se faz necessária a análise do mérito do Agravo de Instrumento
interposto.
Por todos os fundamentos expostos, JULGO PREJUDICADO o presente Agravo de Instrumento, nos
termos da fundamentação.
Publique-se.
Desembargadora Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
Alegam os agravantes que a decisão recorrida deve ser suspensa, pois caso sejam mantidos os atos
expropriatórios na Ação de Cobrança, haverá desdobramentos irreversíveis, de cunho dilapidatário e de
dimensões incalculáveis de prejuízos aos recorrentes, visto que fora detectada verdadeira mácula crucial
no processo que acarreta a sua nulidade absoluta, em virtude da ausência de citação válida da agravante
FÁTIMA HANNA HABER, além de outras nulidades que teriam ocorrido durante a fase de conhecimento
da ação.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pleiteia também o deferimento da justiça gratuita, tendo em vista que a agravante FÁTIMA HANNA
HABER (representante dos outros agravados), não tem condições financeiras e enfrenta graves problemas
de saúde (neoplasia maligna), estando em tratamento quimioterápico e de cardiopatia grave.
Éo relatório.
Decido.
Como se sabe, para o deferimento da tutela de urgência antecipatória é necessário o preenchimento dos
dois requisitos dispostos no artigo 300 da codificação processual civil, sendo eles: a probabilidade do
direito invocado e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Os requisitos, portanto, para alcançar-se uma providência de urgência de natureza cautelar ou satisfativa
são, basicamente, dois:
(a) Um dano potencial, um risco que corre o processo de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte,
em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser objetivamente apurável.
(b) A probabilidade do direito substancial invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o fumus boni
iuris.
Para a tutela de urgência, não é preciso demonstrar-se cabalmente a existência do direito material em
risco, mesmo porque esse, frequentemente, é litigioso e só terá sua comprovação e declaração no final do
processo.
[…]
Para obtenção da tutela de urgência, a parte deverá demonstrar fundado temor de que, enquanto aguarda
a tutela definitiva, venham a faltar às circunstâncias de fato favoráveis à própria tutela. E isto pode ocorrer
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
quando haja o risco de perecimento, destruição, desvio, deterioração, ou de qualquer mutação das
pessoas, bens ou provas necessários para a perfeita eficaz atuação do provimento final do processo. O
perigo de dano refere-se, portanto, ao interesse processual em obter uma justa composição do litígio, seja
em favor de uma ou de outra parte, o que não poderá ser alcançado caso se concretize o dano temido.
(Theodoro Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil,
processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I / Humberto Theodoro Júnior. 56. ed. rev., atual.
e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2015).
Analisando perfunctoriamente os autos, verifico que não restar dúvida que as nulidades alegadas não
podem ser proclamadas nestes autos, mas sim através de ação rescisória e/ou declaratória de nulidade,
sendo que os agravantes se valeram da última espécie (querela nullitatis) – Processo nº 0825933-
52.2017.8.14.0301 e até obtiveram liminar de antecipação de tutela para suspensão da Ação de Cobrança,
como vimos em linhas passadas.
Acontece que tal decisão antecipatória de tutela na Ação Declaratória de Nulidade, que suspendia os atos
na Ação de Cobrança, foi suspensa por força de decisão minha, Relatora nos autos do Agravo de
Instrumento nº 0808447.79.2020.8.14.0000, a quem tenho a honra de estar substituindo.
Assim, apesar do agravo, em tese, ser cabível, pois manejado contra decisão interlocutória prolatada na
fase de cumprimento de sentença (art. 2015, parágrafo único do CPC), não vislumbro, pelo menos neste
momento processual, como forte a probabilidade de provimento do agravo.
Juiz Convocado
ATO ORDINATORIO
Sirvo-me do presente para intimar o(a) advogado(a), Dr. Jose Celio Santos Lima ¿ OAB/PA N 6258, para
que, na conformidade do art. 234, §2º do Código de Processo Civil, restitua, no prazo de 03 (três) dias, o
álbum processual do recurso em epígrafe.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ATO ORDINATORIO
Sirvo-me do presente para intimar o(a) advogado(a), Dr. Marcio Augusto Moura de Moraes ¿ OAB-PA N
13.209, para que, na conformidade do art. 234, §2º do Código de Processo Civil, restitua, no prazo de 03
(três) dias, o álbum processual do recurso em epígrafe.
29ª Sessão Ordinária do ano de 2021, da Egrégia 2ª Turma de Direito Público, realizada no dia 16 de
agosto de 2021, às 09:00h, EM VIDEOCONFERÊNCIA, conforme Portaria Conjunta nº 1/2020 ¿ GP-VP-
CGJ, de 29/04/2020, Presentes os Exmos. Srs. Desembargadores Luzia Nadja Guimarães Nascimento,
Diracy Nunes Alves, e Luiz Gonzaga da Costa Neto. Presente o representante do Ministério Público, o
Procurador de Justiça, Dr. Mario Falangola. Sessão iniciada às 09:15.
PARTE ADMINISTRATIVA
JULGAMENTOS
Ordem: 001
Processo: 0808315-90.2018.8.14.0000
POLO ATIVO
POLO PASSIVO
OUTROS INTERESSADOS
TURMA JULGADORA: Deses. Luzia Nadja Guimarães Nascimento, Luiz Gonzaga da Costa Neto e Diracy
Nunes Alves.
DECISÃO: A relatora conheceu do recurso e deu provimento nos termos do voto, após o Exmo. Des. Luiz
Gonzaga da Costa Neto pediu vista dos autos.
Ordem: 002
Processo: 0808543-94.2020.8.14.0000
POLO ATIVO
POLO PASSIVO
OUTROS INTERESSADOS
TURMA JULGADORA: Deses. Luzia Nadja Guimarães Nascimento, Luiz Gonzaga da Costa Neto e Diracy
Nunes Alves.
DECISÃO: A Turma Julgadora, à unanimidade, conheceu do recurso e negou provimento nos termos do
voto.
E como, nada mais havendo, foi encerrada a Sessão às 11:00 horas, lavrando eu, DIOGO OLIVEIRA DE
BRITO, Secretário da 2ª Turma de Direito Público, a presente Ata, que subscrevi
Processos Julgados
Ordem 001
Processo: 0052064-39.2013.8.14.0301
POLO ATIVO
POLO PASSIVO
Decisão: A Turma Julgadora, à unanimidade de votos, conhecer do recurso e negar-lhe provimento, nos
termos do voto do Eminente Relator.
Turma Julgadora: des. lEONARDO NORONHA TAVARES, desa. Maria do céo maciel coutinho e desa.
Maria filomena de almeida buarque.
Julgamento presidido pelo Exmo. Des. JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JÚNIOR.
E como, nada mais houvesse, foi encerrada a Sessão às 9h18min, sendo julgados um total de 1 (um)
feito, lavrando eu, Idalúcia Alves Furtado, Secretária da 1ª Turma de Direito Privado, em exercício, a
presente Ata, que subscrevi.
Presidente
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Aos dezesseis dias do mês de agosto de dois mil e vinte e um, Às 10h01min, havendo quórum legal,
cumprimentando a todos, o Desembargador ROBERTO GONÇALVES DE MOURA, declarou aberta a 29ª
Sessão Ordinária por Vídeoconferência da 1ªTurma de Direito Público do TJEPa, e colocou para
aprovação da ata e resenha da sessão anterior, que no silêncio foi aprovada, em seguida facultou a
palavra, tomando a palavra a Desembargadora Ezilda Mutran, saudou a todos e invocando a proteção de
Deus, para que todos tenhamos uma semana abençoada, na condução dos trabalhos no decorrer da
semana, extensivo aos familiares. Retomando a palavra, o Desembargador Presidente saudou a
Procuradora de Justiça Dra Tereza Cristina de Lima, e em razão da Desembargadora Diracy Alves,
convocada para vir compor dois feitos nos quais há o impedindo de membro da Turma, está compondo os
feitos da Turma da qual é integrante, daremos início ao julgamento pelo feito 03 (três), da Relatoria da
Desembargadora Maria Elvina Gemaque.
Processos Adiados
: 001
: 0808911-40.2019.8.14.0000
: AGRAVO DE INSTRUMENTO
: ESTADO DO PARA
FEITO ADIADO
: 002
: 0803823-84.2020.8.14.0000
: AGRAVO DE INSTRUMENTO
: ESTADO DO PARA
: VALE S.A.
FEITO ADIADO
: 003
: 0003789-97.2013.8.14.0062
: APELAÇÃO CÍVEL
: MUNICIPIO DE TUCUMA
FEITO ADIADO
Em razão de problemas técnicos na internet da Desembargadora Ezilda Mutran, que ficou sem acesso, o
que tornou inviável a continuidade do julgamento dos feitos, pela ausência de quórum legal, foi encerrada
a Sessão às10h21min, ficando todos os feitos adiados para a 30ª Sessão Ordinária por Videoconfência,
que se realizará em 23.08.2021, lavrando eu, Eliane Vitória Amador Quaresma, Secretária da 1ª Turma de
Direito Público, a presente Ata, que subscrevi.
Presidente
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CEJUSC
DIA 30/08/2021
HORÁRIO 09:00
7°VARA
PROCESSO 0845216-90.2019.8.14.0301
REQUERENTE: N S D N P D S e N G D N
REQUERIDO: B R P D S
Relatora
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Gabinete do Desembargador Rômulo Nunes
DECISÃO
Cuida-se de Habeas Corpus Liberatório com Pedido de Liminar, impetrado em favor de SAMUEL DOS
ANJOS SOUSA, acusado da prática dos crimes previstos nos artigos 155, § 4º, inciso I e 180, § 1º, ambos
do CPB, paciente com sentença prolatada no dia 20/01/2013, quando foi condenado a cumprir pena de 05
(cinco) anos e 06 (seis) meses de reclusão em regime inicial fechado, apontando como autoridade coatora
o Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais em Meio Fechado e Semiaberto da Comarca de Tucuruí.
O impetrante aduz que no dia 12/10/2013, o coacto passou a cumprir pena em regime semiaberto,
momento em que foi residir no Estado de Goiás, passando ao status de foragido. Em 27/06/2020, o
paciente foi capturado no Estado anteriormente citado. Do total da pena imposta, até a data da captura
restavam 04 (quatro) anos e 04 (quatro) meses a cumprir de sanção. A partir de 11/09/2014, o coacto
obteve o direito ao livramento condicional.
Alega ainda que o paciente se encontra constrangido ilegalmente no seu direito de ir e vir, visto que faz jus
ao regime semiaberto e está atualmente cumprindo pena no regime mais gravoso, ou seja, o regime
fechado.
Por esses motivos, requer a concessão liminar, com a expedição do alvará de soltura, para que o coacto
possa aguardar em liberdade, a fim de que nova guia de execução penal seja confeccionada para início de
cumprimento de pena em meio aberto, ou semiaberto, também que seja realizada liquidação de pena
levando em consideração a data da captura (27/06/2020), e que o coacto possa cumprir sua reprimenda
no Estado de Goiás onde tem seus laços familiares.
EXAMINO
Na análise dos autos não vislumbro, neste instante, a presença dos requisitos indispensáveis à concessão
da liminar requerida, visto que ausentes as condições para o referido deferimento, sobretudo, por
considerar que o deslinde da questão exige um exame mais acurado dos elementos de convicção, bem
como o pleito se confunde com o próprio mérito do Habeas Corpus, indefiro o pedido, nada impedindo que
esse entendimento seja revisto por ocasião do julgamento definitivo do presente writ.
Outrossim, verifica-se que a Desembargadora Maria Edwiges de Miranda Lobato figura como relatora
deste Habeas Corpus, visto que inicialmente foi impetrado à sua relatoria, todavia em função de seu
afastamento de suas atividades regulares, o feito veio à minha relatoria para apreciação de liminar, por
essa razão, nos termos do artigo 119, do Regimento Interno desta Corte, após a emissão do parecer
ministerial, remetam-se os autos à relatora preventa para julgar o presente writ.
Relator
Vistos, etc.,
Relatora
Número: 0807621-19.2021.8.14.0000
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de habeas corpus liberatório com pedido de liminar impetrado por advogado em favor de
JOSÉ ABREU DA SILVA, com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal c/c os arts. 647 e
ss., do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o Juízo de Direito da Vara
Criminal da Comarca de Tucuruí nos autos do processo judicial eletrônico nº 0801487-
84.2021.8.14.0061.
O impetrante aduz que o paciente fora preso em 27/04/2021, acusado da prática do crime de tráfico de
drogas.
Declina que o paciente ostenta condições pessoais favoráveis: primário, residência fixa no distrito da
culpa, aposentado por invalidez.
Por tais razões, requer liminar para que seja expedido o competente alvará de soltura. No mérito, pugna
pela confirmação da liminar em definitivo.
Reservei-me para apreciar o pedido de liminar após as informações da autoridade coatora e do Secretário
de Administração Penitenciária do Estado do Pará (fls. 28-30 ID nº 5790914), as quais foram prestadas às
fls. 40-44 (ID nº 5857022) e fl. 52 (ID nº 5905748), sendo solicitado pela SEAP mais prazo para
apresentação de resposta requerida, o que fora por mim deferido (fls. 53-54 ID nº 5912000), sendo
prestada, então, posteriormente, às fls. 60-62 (ID nº 5925010) e colacionados documentos de fls. 63-68.
Éo relatório.
DECIDO
Para a concessão da medida liminar, torna-se indispensável que o constrangimento ilegal esteja
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indiscutivelmente delineado nos autos (fumus boni juris e periculum in mora). Constitui medida excepcional
por sua própria natureza, justificada apenas quando se vislumbrar a ilegalidade flagrante e demonstrada
primo ictu oculi, o que não se verifica, por ora, no caso sub judice, sobretudo ao se apreciar os termos das
informações prestadas pela autoridade coatora e pela SEAP.
Ademais, confundindo-se com o mérito, a pretensão liminar deve ser submetida à análise do órgão
colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações relatadas na exordial
após manifestação da Procuradoria de Justiça.
Ante o exposto, sem prejuízo de exame mais detido quando do julgamento de mérito, indefiro o pedido
de liminar.
Em seguida, conclusos.
Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
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Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca da
Capital, em face do Juízo do 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital.
Consta dos autos que no dia 26.05.2021, policiais militares que realizavam ronda ostensiva pela rodovia
do Tapanã foram acionados por populares que informaram que o ora investigado havia subtraído o
aparelho celular de sua ex-esposa. Ato contínuo, os policiais se dirigiram ao local e ao avistar a viatura da
polícia militar o acusado danificou, propositalmente, o celular da vítima e resistiu a ordem de prisão.
Os autos foram originariamente distribuídos para 2ª Vara do Juizado de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher de Belém, quando o magistrado declarou sua incompetência para processar e julgar o
feito, pois entendeu que a violência não foi praticada em decorrência do gênero da vítima, mas sim, em
virtude de proveito patrimonial (fls. 294/295).
Por esse motivo, determinou a remessa do feito ao Juízo da Vara de Inquéritos Policiais de Belém.
Os autos foram regularmente distribuídos para a 2ª Vara Criminal de Belém, momento em que a
Magistrada recebeu os autos no estado em que se encontravam, havendo decisão, em sede de plantão
judicial do 2º Grau, do Exmo. Desembargador Leonam Gondim Cruz determinando a liberdade do
paciente, que foi cumprida com expedição do ALVARÁ DE SOLTURA e remessa dos autos de inquérito
policial ao Ministério Público.
Em manifestação de fls. 355/357 o RMP, manifestou-se pelo conflito negativo de competência, com base
no art. 114, I, do CPP.
O Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Belém em decisão de fls. 360/362, suscitou o presente conflito
de jurisdição em virtude de vislumbrar tratar-se de caso em que há a incidência da Lei 11.340/2006, pois o
acusado valeu-se da vulnerabilidade da vítima mulher e da relação anteriormente existente entre eles.
Nesta instância, o Parquet manifestou-se pela procedência do presente conflito negativo de competência
para ser declarada a competência da 2ª Vara do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher de Belém para processar e julgar o presente feito.
Éo relatório.
Decido.
Éo relatório.
DECIDO:
Conforme esposado ao norte, busca-se nestes autos decidir sobre a competência para processamento e
julgamento da ação penal, em que figura como acusado, o ex-companheiro da vítima, Sr. ROBERTO
RODRIGUES DA SILVA, no bojo do qual se apura a suposta prática dos delitos tipificados nos arts. 157,
“caput”, 163, “caput” e 139, “caput”, todos do CPB (roubo, dano e resistência), contra a vítima JOYCE
GOUVEIA MADUREIRA.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
De acordo com a narrativa do Douto Procurador de Justiça MARCOS ANTONIO FERREIRA DAS NEVES,
que peço vênia para transcrever, in litteris:
“(...) Cuida-se de representação criminal oferecida pela vítima JOYCE GOUVEIA MADUREIRA contra seu
ex esposo ROBERTO RODRIGUES DA SILVA, imputando-lhe a prática, em tese, do crime de roubo,
contra ela.
Consta que no dia 26/05/2021 policiais militares que realizavam ronda ostensiva pela rodovia do Tapanã
foram acionados por populares que informaram que o ora investigado havia subtraído o aparelho celular
de sua ex-esposa. Ato contínuo, os policiais se dirigiram ao local e ao avistar a viatura da polícia militar o
acusado danificou, propositalmente, o celular da vítima.
Segundo o policial que conduziu o flagranteado, este teria resistido à prisão, sendo necessário o uso da
força para prendê-lo. Ademais, teria confessado ter subtraído o celular da ofendida, dizendo já estarem
separados há mais de um ano.
Em sede policial, a vítima JOYCE GOUVEIA MADUREIRA informou já está separada de ROBERTO
RODRIGUES DA SILVA há mais de 1 (um) ano, aduzindo que este não aceitou a separação e que o
acusado já responde a um processo por violência doméstica. A ofendida narrou que, no dia dos fatos, o
agressor foi até a sua residência e, usando de violência, conseguiu subtrair o celular que estava dentro da
roupa dela e, após isso, travaram luta corporal e foi agredida pelo acusado. Aduziu, ainda, que após
visualizar a viatura da polícia, ROBERTO jogou, intencionalmente, o aparelho celular no chão.”
Insta registrar, que a tarefa de analisar e decidir sobre o material administrativo de procedimento criminal,
denominada opinio, é exclusivamente do Ministério Público com fulcro no artigo 129, Inciso I e parágrafo
2º, da Constituição Federal, dispositivo que assegura a ampla liberdade funcional acerca da natureza e,
por conseguinte, do destino da eventual demanda, ainda que, em momento subseqüente, o juízo deva
emitir provimento, embora sob determinados limites. Vejamos:
...
§2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão
residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
Ocorre que, de acordo com a leitura dos autos, o i. Parquet em exercício perante aquele Juízo suscitado,
não chegou a manifestar-se sobre o conteúdo de sua opinio. Não restando formalizada a peça acusatória
e seu fundamento legal, constando apenas o entendimento da autoridade policial, quando do cometimento
do delito.
Saliente-se, que o sistema acusatório não possibilita que o juiz, sem que tenha sido provocado, se ponha,
numa espécie de atuação vicária, a definir juridicamente a conduta, eis que, a rigor, nem se sabe se o
Ministério Público oferecerá denúncia ou se requererá arquivamento das peças de informação, ou outra
providência que entender pertinente. E, sem processo, o juiz não pode editar uma decisão interlocutória
simples, declarando a incompetência do juízo.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No presente caso, vê-se que o feito foi distribuído perante o Juízo da 2ª Vara Especializada de Violência
Doméstica e Familiar da Capital, que se julgou incompetente, razão pela qual os autos foram redistribuídos
para o Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca da Capital, que suscitou o conflito negativo, após oitiva
ministerial e assim atribuindo a competência à Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar.
Ao examinar os fatos narrados nos autos, constato, de plano, que o Juízo suscitado é competente para
processar e julgar o feito em análise, conforme passo a demonstrar.
Verifico que se está diante de um caso de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
Art. 5º. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação
ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano
moral ou patrimonial:
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Assim, na dicção do legislador, não basta para a configuração da violência doméstica ou familiar, uma
ação ou omissão contra a mulher. Exige-se também a circunstância especial de que tal ação ou omissão
tenha sido praticada em razão do gênero, ou seja, pelo fato de a vítima ser mulher. Isso porque a violência
contra a mulher, que se procura coibir de modo especial, é aquela manifestada em “relações de poder
historicamente desiguais entre mulheres e homens”, vislumbrada “quando um ato é dirigido contra uma
mulher porque é mulher, ou quando atos afetam as mulheres de forma desproporcional” (FLÁVIA
PIOVENSAN. Litigância Internacional e avanços locais: violência contra a mulher e a lei “Maria da Penha”.
In Direitos Humanos, Saraiva, 2009, p. 229). Trata-se de autêntica proteção em razão do gênero.
Logo, para configurar hipótese de crime, em razão do gênero da pessoa, o agressor tem que praticar a
conduta, tendo em mente a vontade de oprimir a ofendida em razão de pertencer ao sexo feminino,
considerando sua maior fragilidade física ou dependência em relação àquele.
A ofendida JOYCE GOUVEIA MADUREIRA, às fls. 14, declarou em sede policial que estão separados há
mais de ano e que o acusado ROBERTO RODRIGUES DA SILVA não aceita a separação e que ele já
responde por violência doméstica, e que na data do fato ele foi até a sua residência e subtraiu seu celular
utilizando de violência, que conseguiu pegar de dentro da sua roupa e saiu correndo. Informou que a
polícia militar foi acionada pela sua família, que o prendeu em flagrante, momento em que diante dos
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Diante desse contexto, entendo que a situação em análise se enquadra na definição de violência
doméstica, considerando que, a vítima relatou que o acusado não aceita a separação e já responde por
outro processo de violência doméstica, não tendo demonstrado na narrativa que acusado estivesse com
interesse de obter vantagem patrimonial e sim que tenha praticado na interpretação da Lei Maria da
Penha, violência com base no gênero da vítima.
1. Esta Corte Superior possui entendimento de que 'A mulher possui na Lei Maria da Penha a proteção
acolhida pelo país em direito convencional de proteção ao gênero, que independe da demonstração de
concreta fragilidade, física, emocional ou financeira' (AgRg no RHC n. 74.107/SP, Sexta Turma, de minha
relatoria, DJe de 26/09/2016).
2. Tendo as instâncias de origem concluído, com base nos fatos e provas coligidos nos autos, que a
violência ocorreu na condição de mulher da vítima, enquadrando-se na proteção especial na Lei Maria da
Penha, não há como rever tal conclusão, nos termos do óbice da Súmula 7, bem como da Súmula 83,
ambas do STJ.
[...] 7. Agravo regimental improvido." (AgRg no AREsp 1.623.974/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO,
SEXTA TURMA, julgado em 04/08/2020, DJe 13/08/2020; sem grifos no original.)
1. A própria Lei n. 11.340/2006, ao criar mecanismos específicos para coibir e prevenir a violência
doméstica praticada contra a mulher, buscando a igualdade substantiva entre os gêneros, fundou-se
justamente na indiscutível desproporcionalidade física existente entre os gêneros, no histórico
discriminatório e na cultura vigente.
[...] 4. Afastar a condenação do acusado pelo crime do art. 147 do CP, como requer a parte recorrente,
demandaria o revolvimento de matéria fático-probatória dos autos, o que é inviável em sede de recurso
especial, por força da incidência da Súmula n. 7/STJ.
5. Agravo regimental não provido." (AgRg no AREsp 1.439.546/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 05/08/2019, grifei.)
A meu ver, o delito ocorreu em razão da vulnerabilidade de gênero da vítima, o que atrai a competência ao
juízo suscitado.
Ante o exposto, em consonância com o parecer da Procuradoria de Justiça, conheço do presente conflito
de competência e declaro competente para processar e julgar o presente feito Juízo de Direito da 2ª Vara
de Violência Doméstica e Familiar da Capital.
Écomo decido.
Relatora
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Para a concessão da medida liminar, torna-se indispensável que o constrangimento ilegal esteja
indiscutivelmente delineado nos autos (fumus boni juris e periculum in mora). Constitui medida excepcional
por sua própria natureza, justificada apenas quando se vislumbrar a ilegalidade flagrante e demonstrada
primo ictu oculi, o que não se verifica, por ora, no caso sub judice.
Ademais, confundindo-se com o mérito, a pretensão liminar deve ser submetida à análise do órgão
colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações relatadas na exordial
após as informações do juízo a quo e a manifestação da Procuradoria de Justiça.
Ante o exposto, sem prejuízo de exame mais detido quando do julgamento de mérito, indefiro o pedido
de liminar.
Solicitem-se informações à autoridade coatora acerca das razões suscitadas na impetração, no prazo
máximo de 48 (quarenta e oito) horas, nos termos do artigo 3º, do Provimento Conjunto n° 008/2017 –
CJRMB/CJCI –.
Certifique a Secretaria o recebimento das informações pelo juízo a quo a fim de garantir maior celeridade
ao presente writ.
Relatora
EMENTA
EMENTA
HABEAS CORPUS. ART. 121, CAPUT, DO CPB. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA À PRISÃO
PREVENTIVA. INEXISTÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA.
DESCABIMENTO. MEDIDAS CAUTELARES. INAPLICAÇÃO. FALTA DE MOTIVAÇÃO.
DESNECESSIDADE. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
1. Estando suficientemente demonstrada a presença de uma das circunstâncias do art. 312 do CPPB, in
casu, a garantia da ordem pública, não se pode falar em constrangimento ilegal, sob o argumento de
ilegalidade na decretação da medida extrema.
2. O argumento de que houve afronta ao disposto ao art. 282, § 6º do CPPB, ante a inexistência de
fundamentação no tocante a não aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, não mercê abrigo,
quando o Juízo a quo demonstrar de forma inequívoca, a presença de requisito do art. 312, do CPPB,
exatamente como se verifica o caso vertente.
ACÓRDÃO
Sala das Sessões Virtuais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 10 a 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente
CRISTIANO VIANA COSTA, contra ato do douto Juízo de Direito Plantonista da Comarca de Marabá/PA,
que decretou a prisão preventiva do coacto.
Consta da impetração, que no dia 12/06/2021 o paciente foi preso em flagrante delito acusado de ter,
supostamente, praticado um crime de homicídio.
Que no dia 13/06/2021, a autoridade judicial plantonista em sede de audiência de custódia, indeferiu o
pedido de liberdade provisória formulado pela defensoria pública, não homologou o flagrante, contudo,
decretou a prisão preventiva do paciente.
Alega o ilustre causídico, que não estão presentes os pressupostos e requisitos da prisão preventiva, não
havendo, consequentemente, justa causa para o encarceramento provisório do paciente, tampouco fora
analisado pelo Juiz a quo o motivo pelo qual não houve a opção pelas medidas cautelares diversas da
prisão.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Sustenta ter havido um atentado à liberdade de locomoção do paciente, tendo em vista a constatação da
ausência de fundamentação da decisão que decretou a custódia cautelar do coacto, bem como no tocante
a não aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, conforme exigência da nova redação do artigo
282, § 6º do CPPB, alterada pela lei 13.964/19.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito, requer o nobre advogado
impetrante, liminarmente, a concessão da Ordem, a fim de que seja revogada a prisão preventiva do
paciente ou, subsidiariamente, a devida substituição desta cautelar por quaisquer das medidas previstas
no predito art. 319, do CPPB, expedindo-se o competente ALVARÁ DE SOLTURA e, no mérito, pela sua
ratificação.
À ID 5366134, o Exmo. Sr. Des. Plantonista Raimundo Holanda Reis reservou-se para apreciar o pedido
de urgência, após as informações da autoridade coatora.
“Cuida-se de Habeas Corpus impetrado em face de suposto constrangimento ilegal sofrido pelo
paciente, no qual alega ausência do chamado fumus comissi delicti, tendo em vista que não estão
presentes a prova da materialidade e os indícios de autoria, e também não está presente a
periculum libertatis, haja vista que a autoridade coautora não demonstrou, de forma concreta, qual
o risco que a liberdade do paciente acarretaria para o regular andamento do processo.
Compulsando os autos, verifico que no dia 12/06/2021, a autoridade policial por meio do Ofício nº.
1440/2021, comunicou ao JUÍZO DE PLANTÃO DA COMARCA DE MARABÁ, a prisão em flagrante
delito de CRISTIANO VIANA COSTA, atribuindo-lhe a prática do ilícito penal previsto no art.121, §
2º, inciso II do CP. (ID 27993345).
Consta no auto de prisão em flagrante, em síntese, que no dia 11/06/2021, por volta das 21h05, a
delegacia de homicídios foi acionada via NIOP sobre um suposto homicídio do nacional Arildo de
Almeida Oliveira. Ao chegar no local os policiais perceberam que havia sinais de estrangulamento
com sangramento no ouvido e hematomas pelo corpo.
Após receber a informação de que o acusado estava escondido em uma casa na folha 35, no bairro
Nova Marabá, saíram em diligência e efetuaram a prisão do suspeito CRISTIANO VIANA COSTA,
que ao ser conduzido para delegacia, prestou depoimento e confessou o homicídio de Arildo,
alegando que havia matado a vítima com uma corda, pois Arildo havia gastado o dinheiro que o
acusado teria lhe dado para comprar drogas.
(...).
Excelência, consta que o ora paciente teria confessado a suposta prática homicida ao afirmar ter
usado uma corda para esganar a vítima, em razão de uma suposta dívida de drogas, cuja
periculosidade concreta impede seja mantido em liberdade, como forma de garantia da ordem
pública, considerando a gravidade da conduta e a necessidade de proteção da sociedade.
Apenas neste momento, manifesto-me, respeitosamente, pela manutenção da prisão cautelar como
forma de afastar supostos usuários e/ou traficantes de drogas das ruas, evitando contaminar o
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meio social com atitudes que destoam da razoabilidade, provocam temor institucional e receio de
que uma mera dívida entre usuários e pequenos traficantes de substâncias ilegais se transformem
em mortes cruéis como uma esganadura por meio de uma corda”.
Nesta Instância Superior, a 5ª Procuradora de Justiça Criminal, Dra. Dulcelinda Lobato Pantoja,
pronunciou-se pelo conhecimento e denegação do mandamus.
É o relatório.
VOTO
Alega a defesa, que a ilegalidade à custódia cautelar do paciente encontra-se evidente, já que não estão
presentes os pressupostos e requisitos da prisão preventiva, não havendo, consequentemente, justa
causa para o encarceramento provisório do recorrente.
Com efeito, verifica-se que os argumentos esposados na impetração não merecem guarida, pois
consoante se vislumbra da decisão que relaxou o flagrante; porém, decretou a prisão preventiva do
paciente - ID 5365658, aliás, diga-se de passagem, na forma do art. 311, do CPPB, com a nova redação
dada pela Lei nº 13.964/2019, o paciente teve cerceada sua liberdade, com o seguinte teor, verbis:
“Por fim, a MM juíza deliberou nos seguintes termos: Avaliando os documentos que instruem o auto,
reconheço que não há situação de flagrância, razão pela qual relaxo a prisão em flagrante. Em relação ao
pedido de preventiva, em que pese a relevância dos argumentos do Defensor Público, em relação a falta
de alguns documentos, acato a manifestação do Ministério Público, no sentido de haver presentes os
requisitos da prisão preventiva, conforme fundamentação que segue: R.h., em plantão. A autoridade
policial da Delegacia de Polícia Civil, Dr. MARCIO BRASIL MAIO e mediante a remessa de cópias do
procedimento, comunicou a este Juízo a prisão em flagrante delito de CRISTIANO VIANA COSTA
atribuindo-lhe a prática do ilícito penal previsto no Art. 121 do CPB. Ouvido o autuado este confirmou a
autoria do crime, tendo sido tal informação corroborada com os depoimentos das testemunhas. Passo a
decidir acerca da prisão em flagrante. Princípio consignando que, de acordo com o disposto no art.302,
I, do CPP, não houve estado de flagrância a justificar a prisão do autuado, pois este foi localizado muito
tempo após o homicídio, por meio de denúncias. Dispõe o art. 302, do Código de Processo Penal que: Art.
302. Considera-se em flagrante delito quem: (...) IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. De outra banda, não há nada nos autos
que de fato comprove que a autoridade policial realizou diligências ininterruptas em busca do autuado,
tendo sido o caso, inclusive, reportado como suicídio incialmente. Por esse motivo, observo que as
formalidades próprias à prisão em flagrante não foram cumpridas, de acordo com o que determina o art.5º,
LXII, LXIII e LXIV, da CF., c/c art.306, do CPP. (STJ – HC 100.192/MA). Dessa forma, verifico a existência
de vícios materiais ou formais no auto, razão pela qual, DEIXO DE HOMOLOGAR o auto de prisão em
flagrante lavrado em desfavor de CRISTIANO VIANA COSTA. Analisadas as questões relativas ao
auto de prisão e flagrante, passo a decidir acerca do pedido de prisão do autuado formulado pelo
RMP, na forma do art.310 do CPP. Destarte, de acordo com a nova sistemática imprimida pela Lei
12.403/11, para conceder a liberdade ao autuado devem estar ausentes os requisitos que autorizam a
prisão preventiva, na forma do art.321. Aqui abro um parêntese para consignar que, no caso concreto,
reputo presentes os pressupostos da prisão preventiva com relação ao autuado CRISTIANO VIANA
COSTA, esses previstos na última parte do art.312 do CPP. Assim, estão presentes a prova [provisória] da
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existência do crime (materialidade) e os indícios de sua autoria. O autuado confessou a prática do crime,
bem como as testemunhas confirmaram ser ele o autor do crime. Muito embora não existam nesse
momento documentos de materialidade do crime, entendo que não houve ainda tempo hábil para a
confecção do laudo necroscópico, motivo pelo qual a prisão não pode ser afastada. Portanto, se faz
necessária a decretação da prisão preventiva como forma de se assegurar a garantia da ordem pública,
uma vez que o crime imputado ao indiciado é de natureza grave. Isso posto, estando presentes os
requisitos autorizadores da prisão preventiva, converto a prisão em flagrante do CRISTIANO VIANA
COSTA em prisão preventiva, nos termos requeridos pelo RMP. A presente decisão servirá como
mandado de prisão preventiva quanto ao autuado CRISTIANO VIANA COSTA”.
Assim sendo, tal decisão deve ser respeitada, não só porque registra, extreme de dúvidas, requisito
previstos no art. 312, do CPPB, assim como em razão de que deve-se levar em consideração a
proximidade do Juízo da causa, que está em melhores condições de avaliar a necessidade da medida
extrema, exatamente como ocorreu no caso sob exame, nada havendo a reparar.
Por fim, pugna a defesa para que seja revogada a prisão preventiva do paciente CRISTIANO VIANA DA
COSTA, sob a alegação de que houve afronta ao que está disposto ao artigo 282, § 6º do CPPB, com a
redação da Lei nº 13.964/19, na medida em que inexistiu fundamentação no tocante a não aplicação das
medidas cautelares diversas da prisão, por parte Juízo a quo.
Destarte, o argumento supra não encontra amparo na jurisprudência pátria, haja vista não encontrar-se o
Magistrado do feito obrigado, de forma peremptória, a motivar o porquê da não aplicação de medidas
alternativas, desde que demonstre de forma inequívoca, a presença de requisito do art. 312, do CPPB,
exatamente como se verifica o caso vertente.
Nesse sentido:
1; 2; 3 e 4. (...).
5. Ademais, as circunstâncias que envolvem o fato demonstram que outras medidas previstas no
art. 319 do Código de Processo Penal são insuficientes para a consecução do efeito almejado. Ou
seja, tendo sido exposta de forma fundamentada e concreta a necessidade da prisão, revela-se
incabível sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas.
6; 7 e 8. (...).
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9. Ordem não conhecida. (HC 640.123/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 08/06/2021, DJe 14/06/2021)
Assim, não vislumbro a possibilidade de aplicação de medida cautelar diversa da prisão, consoante art.
319, do CPPB, pois caso imposta, creio inadequada e insuficiente, vez que a consequência imediata seria
a soltura do paciente e, de acordo com a Decisão supratranscrita e, ainda, conforme as informações da
autoridade tida como coatora, a custódia cautelar do acusado se impõe, daí que a substituição da prisão
preventiva por medida cautelar diversa da prisão não merece abrigo, já que se encontra presente pelo
menos um dos requisitos exigidos no art. 312 do CPPB, in casu, a ordem pública, daí não há o que se falar
na substituição pretendida.
É o voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
EMENTA
HABEAS CORPUS. ART. 33, § 1º, INC. II, DA LEI Nº 11.343/2006. DAS NULIDADES PROCESSUAIS:
CERCEAMENTO DE DEFESA PELA AUSÊNCIA DAS PEÇAS DO INQUÉRITO. MERA
IRREGULARIDADE. DEPOIMENTOS POLICIAIS. VIOLAÇÃO DO ART. 210, DO CPPB.
DESCABIMENTO. PRISÃO EM FLAGRANTE. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO AO DEFENSOR
PÚBLICA. ILEGALIDADE. TESE REJEITADA. RELATÓRIO DE EXTRAÇÃO DE DADOS DO
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1. Com efeito, o alegado cerceamento de defesa pela ausência das peças do Inquérito não merece abrigo,
pois como cediço não é a investigação policial peça indispensável à propositura da demanda penal, bem
como não revela, na espécie, qualquer prejuízo ao processo penal, vez que trata-se de procedimento
meramente informativo, não probatório, daí que a nulidade arguida no depoimento dos PMs Condutores,
de igual forma, não pode prosperar, já que cuida-se de elemento probatório, e que serão retomados na
fase judicial, sob o crivo da ampla defesa e do contraditório.
3. In casu, observa-se que não há nos autos nada que ratifique a alegação de ilegalidade do Relatório de
Extração de Dados do aparelho celular MOTO G8 PLAY, nº (64) 8409-0959, antes da autorização judicial,
assim como a peça acusatória fora ofertada antes da conclusão do Inquérito Policial.
4. Por derradeiro, conclui-se que as nulidades alegadas restam superadas, haja vista a existência de novo
título a legitimar a custódia cautelar do paciente, ou seja, o decreto de prisão preventiva, bem como por já
ter a denúncia sido recebida.
5. A alegação acerca do excesso de prazo, de igual forma merece abrigo, já que o feito vem tramitando de
forma regular, talvez não com a celeridade desejada, mas observa-se que dentro das possibilidades do
Juízo a quo, pois consoante se verifica das informações prestadas por esta autoridade, o paciente foi
preso em flagrante delito no dia 31.01.2021 e por preencher os requisitos legais, foi homologada e
convertida em preventiva. Que houve audiência de custódia, na qual foi ratificada a decretação da prisão
preventiva, há nos autos pedidos de revogação da custódia cautelar, o que demanda tempo, estando
designada audiência para o dia 12 próximo vindouro.
ACÓRDÃO
Sala das Sessões Virtuais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 10 a 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
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Trata-se de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar impetrado em prol do paciente HUGO
RAMALHO DE SOUZA, contra ato do douto Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de São Félix do
Xingu/PA, nos autos do processo nº 0800127-41.2021.8.14.0053.
Consta da impetração, que o paciente foi preso em flagrante pela Polícia Militar em 30/01/2021, por
supostamente portar substância ilícita; porém, apenas em 01/02/2021 foi apresentado na Delegacia, e em
02/02/2021 o auto de prisão em flagrante foi comunicado ao Juiz.
Que após pedido da defesa, foi realizada audiência de custódia em 05/02/2021, durante a qual o
Juiz ratificou a manutenção da prisão preventiva, sem que houvesse requerimentos por parte do Ministério
Público.
Alega que a denúncia só foi apresentada em 03/03/2021, após o prazo legal, mediante insistência da
defesa, por meio da Petição 23051676, para que o Ministério Público praticasse tal ato; no entanto, a esse
tempo não havia sido apresentado o Inquérito Policial, razão pela qual o Magistrado ordenou envio de
ofício ao Delegado e postergou a apreciação da peça acusatória, consoante Decisão 24074401.
Que apenas em 11/04/2021 houve o recebimento da Denúncia, mesmo sem a apresentação do Inquérito
Policial pelo Delegado e, antes disso, em 17/03/2021, a Defesa apresentou Resposta Escrita à Acusação
(Petição 24505671), no bojo da qual apresentou todos os vícios processuais acima narrados, e requereu a
produção antecipada de provas, a qual fora indeferida pelo Magistrado do feito, sob o argumento de que a
audiência de instrução e julgamento se realizaria em breve, ou seja, no dia 04/05/2021.
No entanto, em tal data, não foi realizado nenhum ato para dar cumprimento à audiência, como intimação
das partes e testemunhas, solicitação de disponibilização do acusado, criação de link para audiência
virtual, entre outros, o que evidencia um grave desrespeito ao paciente, que se encontra preso, e possui
interesse na celeridade processual.
Assevera o digno impetrante, que o feito em apreço está eivado de nulidades insanáveis, que há evidente
excesso de prazo, pois o paciente está preso desde o dia 30/01/2021 sem direito à efetiva defesa, vez que
até a presente data, o Inquérito Policial sequer foi apresentado.
Que o descaso da autoridade policial, do Ministério Público e mesmo do Judiciário com o Réu é revoltante:
a audiência de custódia só ocorreu após pedido expresso da defesa, a Denúncia foi oferecida após o
prazo legal, o Inquérito Policial nunca foi apresentado, a audiência de instrução e julgamento foi
redesignada sem justo motivo; enquanto isso, está preso há 110 dias.
Destaca, ainda, a ausência dos requisitos a ensejar o decreto constritivo, eis que inexistem, nos autos,
quaisquer dos motivos autorizadores da custódia cautelar, até porque o paciente é pessoa simples,
nascido e criado na roça, trabalhador desde jovem, sempre ajudou a família exercendo serviços braçais,
possui uma companheira, a qual, inclusive, está grávida, e ele só soube após a prisão, reside e trabalha
em local fixo, não possui antecedentes criminais, não é violento e jamais se envolveu com o crime ou com
o tráfico.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito requer o nobre advogado,
liminarmente, a concessão do writ para que seja revogada a prisão preventiva do paciente, com a
expedição do competente Alvará de Soltura.
À ID 5221110, o Exmo. Sr. Cristiano Lopes Seglia, Juiz de Direito Substituto da Vara Única da Comarca
de São Félix do Xingu/PA, prestou as informações de praxe, verbis.
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“1. O processo envolvendo o paciente tramita nesta comarca sob o número 0800127-
41.2021.8.14.0053, originando-se de prisão em flagrante, por suposta prática do crime descrito no
artigo 33, caput, da Lei Federal n° 11.343/2006;
3. A prisão em flagrante, por preencher os requisitos legais, foi homologada por este juízo, houve a
conversão em preventiva; 4. Houve audiência de custódia, na qual foi ratificada a decretação da
prisão preventiva;
7. Em 07.03.2021 foi determinada a notificação do acusado para apresentar defesa prévia, foi
apresentada resposta à acusação e juntamente pedido de revogação da prisão, o órgão ministerial
se manifestou desfavorável ao pedido da defesa;
8. Em 09.04.2021; a denúncia foi recebida, este juízo indeferiu o pedido de revogação formulado da
defesa, por entender presentes os requisitos autorizadores do decreto prisional, no mesmo ato foi
designada audiência de instrução e julgamento para o dia 04.05.2021;
9. Foi realizado um novo pedido de revogação de prisão, houve a designação de uma nova data
para a audiência, qual seja dia 12.07.2021, e foi determinado remessa ao órgão ministerial para
manifestação sobre o pedido de revogação”
Nesta Instância Superior, o 11º Procurador de Justiça Criminal, em exercício, Dr. HEZEDEQUIAS
MESQUITA PIMENTEL, pronuncia-se pelo conhecimento e, no mérito, pela denegação do writ.
É relatório.
VOTO
Inicialmente, cumpre destacar que o paciente foi preso em flagrante delito no dia 30 de janeiro de 2021,
por volta das 21h30min, por policias que faziam patrulhamento de rotina na vicinal Sudoeste/Plano
Dourado, pela prática do crime tipificado nos art. 33, §§ 1º, inc. II, da Lei nº 11.343/06, em razão de estar
na posse de 2,5 Kg (dois quilos e meio) de maconha, prensados em 3 tabletes, supostamente cultivada
em terras da região e 1 aparelho celular.
Aduz a defesa, que o feito em apreço está eivado de nulidades insanáveis, tais quais:
cerceamento de defesa pela ausência das peças do Inquérito; dos depoimentos dos PMs
condutores; ausência de comunicação ao Defensor Público na ocasião da prisão e da ilegalidade
do Relatório de Extração de Dados do aparelho telefônico do paciente.
Com efeito, o alegado cerceamento de defesa pela ausência das peças do Inquérito não merece abrigo,
pois como cediço não é a investigação policial peça indispensável à propositura da demanda penal, bem
como não revela, na espécie, qualquer prejuízo ao processo penal, vez que trata-se de procedimento
meramente informativo, não probatório, daí que a nulidade arguida no depoimento dos PMs Condutores,
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de igual forma, não pode prosperar, já que cuida-se de elemento probatório, e que serão retomados na
fase judicial, sob o crivo da ampla defesa e do contraditório.
Pacificado está na doutrina e jurisprudência pátrias, que a ausência de comunicação ao Defensor Público
na ocasião da prisão em flagrante do paciente, é argumento de mera irregularidade, incapaz de refletir
nulidade sobre a prisão em flagrante.
Assim, a falta de comunicação da prisão em flagrante à Defensoria Pública, no prazo de 24 horas, mesmo
que tenha ocorrido, é mera irregularidade e, como tal, não gera a nulidade almejada pela Impetrante.
O Código de Processo Penal ao tratar das nulidades estabelece em seu art. 563 que nenhum ato será
declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Aliás, como muito bem tratado por Eugênio Pacelli, toda matéria relativa às nulidades há de ser
interpretada à luz de um princípio que resume e reúne a totalidade das tarefas atribuídas aos atos e
formas processuais e\ou procedimentais. É o chamado princípio da instrumentalidade das formas,
tradução do antigo “pás de nullité sans grief, segundo o qual para o reconhecimento e declaração de
nulidade de ato processual haverá de ser aferida a sua capacidade para a produção de prejuízos aos
interesses das partes e\ou ao regular exercício da jurisdição (art. 563, CPP)". (OLIVEIRA, Eugênio Pacelli
de; Curso de Processo Penal; Ed. Del Rey, 3.ª ed. p.775).
No caso dos autos, apesar dos argumentos trazidos pela impetrante, não vejo qualquer nulidade, vez que
houve a determinação de ofício à Defensoria Pública sendo está devidamente cientificada da prisão do
paciente não havendo qualquer prejuízo caracterizado.
Ainda sobre as nulidades arguidas, observa-se que não há nos autos nada que ratifique a alegação de
ilegalidade do Relatório de Extração de Dados do aparelho celular MOTO G8 PLAY, nº (64) 8409-0959,
antes da autorização judicial, assim como a peça acusatória fora ofertada antes da conclusão do Inquérito
Policial.
Por derradeiro, conclui-se que as nulidades alegadas restam superadas, haja vista a existência de novo
título a legitimar a custódia cautelar do paciente, ou seja, o decreto de prisão preventiva, bem como por já
ter a denúncia sido recebida.
- Do excesso de prazo
De outra banda, a alegação do presente item, de igual forma não merece abrigo, já que o feito vem
tramitando de forma regular, talvez não com a celeridade desejada, mas observa-se que dentro das
possibilidades do Juízo a quo, pois consoante se verifica das informações prestadas por esta autoridade, o
paciente foi preso em flagrante delito no dia 31.01.2021 e por preencher os requisitos legais, foi
homologada e convertida em preventiva. Que houve audiência de custódia, na qual foi ratificada a
decretação da prisão preventiva.
Que neste interregno, foram protocolados vários pedidos de liberdade provisória em prol do paciente, bem
como houve a designação de uma nova data para a audiência, qual seja dia 12.07.2021, e foi determinado
remessa ao órgão ministerial para manifestação sobre o último pedido de revogação da custódia cautelar.
Enfatiza-se que o caso em apreço transcorre a bom tempo e modo, com a devida observância do devido
processo constitucional, comprovado pelo lapso temporal em que os atos processuais ocorreram.
não podendo esta prolongar-se indefinidamente, por culpa do juiz ou por provocação do órgão acusatório.
Se assim acontecer, configura constrangimento ilegal. Por outro lado, dentro da razoabilidade, havendo
necessidade, não se deve estipular um prazo fixo para o término da instrução, como ocorria no passado,
mencionando-se como parâmetro o cômputo de 81 dias, que era a simples somatória dos prazos previstos
no Código de Processo Penal para que a colheita da prova se encerasse. Grifei
Por fim, assevera o paciente, que a manutenção da sua prisão preventiva está eivada de ilegalidade, ante
a fundamentação inidônea, já que não se encontram presentes os requisitos do art. 312, do CPPB.
Com efeito, consoante se verifica da decisão que homologou a prisão em flagrante e converteu em
preventiva, resta fundamentada de forma adequada e satisfatória, consoante se verifica à ID 5180205, por
vislumbrar o Magistrado a quo a presença de um dos requisitos do art. 312, do CPPB, qual seja, a garantia
da ordem pública.
“Fica evidente que o modus operandi desta conduta demonstram que o réu, em liberdade oferece
riscos à coletividade, posto que, há efetiva demonstração da necessidade de evitar que volte a cometer o
tráfico na cidade, eis que é o delito mãe e instiga o surgimento de outros”.
Em realidade, o Magistrado do feito ao manter a prisão preventiva do paciente motivou seu entendimento
nos mesmos fundamentos da decisão proferida anteriormente, qual seja, a que homologou a Prisão em
Flagrante e decretou a custódia Preventiva do mesmo, a qual se encontra suficientemente fundamentada,
consoante ID 25293711, senão vejamos:
“Porém, neste caso concreto não houve qualquer modificação de fato ou de direito que possa
motivar a revogação da medida extrema já fundamentada. A necessidade da segregação cautelar
permanece hígida e urgente.
Assim é que, em seu art. 312, o CPP determina que “a prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente
de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado”.
Quanto ao periculum libertatis, que se afigura através da garantia da ordem pública, conveniência
da instrução processual e para garantir a aplicação da lei penal, este pode ser indicado no presente
caso, já que o delito discutido nos autos é grave, além do fato de ter audiência de instrução e
julgamento a ser realizada, tendo testemunhas a serem ouvidas, nestes termos, a segregação
cautelar do acusado se faz necessária no presente momento.
Ademais, a pena do crime que está sendo investigado no presente procedimento possui pena
privativa de liberdade máxima em abstrato acima de 04 anos, sendo assim, estão presentes os
requisitos da conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes de autoria, conforme prevê o art.
312 do CPP.
Outrossim, os bons predicados da parte segregada também não se convertem em razão para a
desconstituição dos motivos que levaram à prisão, já que esta vincula-se ao perigo concreto da
conduta”.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Como se vê, satisfatoriamente fundamentadas estão as decisões supra que, arrimadas em requisitos
previstos no art. 312 do CPPB, manteve a prisão preventiva do paciente.
Assim, não há o que se falar em inidoneidade e/ou falta dos requisitos a ensejar a custódia preventiva do
paciente, considerando, ainda, que tal decisão deve ser respeitada, levando-se em consideração a
proximidade do Juiz da causa, que está em melhores condições de avaliar a necessidade da medida
extrema.
É o voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
EMENTA: HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR. HOMICÍDIO QUALIFICADO (ART. 121, §2º,
INCISOS I, II, III, IV E V DO CP); TENTATIVA DE HOMICÍDIO (ART. 121 C/C 14, INCISO II DO CP);
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (ART. 288 DO CP); MOTIM DE PRESOS (ART. 354 DO CP); VILIPÊNDIO
DE CADÁVER (ART. 211 DO CP); DANO QUALIFICADO (ART. 163, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO III);
E TORTURA (ART. 1º DA LEI DE TORTURA - LEI 9455/97). PRISÃO PREVENTIVA. INEXISTÊNCIA DE
PROVAS E AUTORIA DELITIVA. NÃO CONHECIMENTO. VIA ELEITA INADEQUADA.
REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA
PRISÃO CAUTELAR. INOCORRÊNCIA. MEDIDA QUE SE IMPÕE. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.
APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. INCABÍVEL. ORDEM CONHECIDA
EM PARTE, E NESTA EXTENSÃO DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
1. Não cabe em sede restrita de habeas corpus exame aprofundado de prova, logo, qualquer decisão
envolvendo matéria de prova resta prejudicada. Dessa forma, a aferição da efetiva participação do
paciente no delito narrado na inicial acusatória exige dilação probatória, inviável em sede de habeas
corpus, onde a prova é sempre pré-constituída. Qualquer juízo valorativo deve ser feito no momento
oportuno, ou seja, na instrução probatória no processo de conhecimento;
3. Resta incabível, na hipótese em apreço, a conversão da prisão em outras medidas cautelares, eis
que à luz dos elementos contidos nos autos, sua aplicação é inadequada ao presente caso;
4. Ordem de Habeas Corpus conhecida em parte, e nesta extensão denegada, nos termos do voto da
Desa. Relatora.
Sala das Sessões do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, com início em 10 de julho
à 12 de agosto de 2021
Julgamento presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Milton Augusto de Brito Nobre.
RELATORA
RELATÓRIO
Trata-se de habeas corpus liberatório com pedido de liminar impetrado em favor de ALESSANDRO SILVA
SOUSA, em face de ato do Juízo da Vara Criminal da Comarca de Redenção-Pa, nos autos do Processo
nº 0273034-58.2019.8.14.0045.
Refere inicialmente, a defesa, que há constrangimento ilegal na liberdade de locomoção do paciente, uma
vez que não se encontram presentes nenhum dos requisitos autorizadores da medida extrema, merecendo
o mesmo ser posto em liberdade.
Consta da impetração, em suma, que no dia 12.05.2019 houve um motim realizado no Centro de
Recuperação de Redenção, em que alguns detentos renderam agentes prisionais e, além de outros
delitos, assassinaram os presos MARCOS ANTONIO FILESKI, RAI DE SOUSA VIEGAS e CÍCERO
GOMES FEITOSA.
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Aduz que está ocorrendo um grande equívoco, pois foram instruídos os autos nº 0273034-
58.2019.8.14.0045, e em toda a investigação realizada não foi mencionado o nome do paciente
ALESSANDRO SILVA SOUSA, no entanto, ao ofertar a DENÚNCIA, sem qualquer lastro probatório o
ora paciente, foi denunciado como incurso nos delitos entre os quais se destacam: Homicídio Qualificado
(art. 121, §2º, incisos I, II, III, IV e V do CP); Tentativa de Homicídio (art. 121 c/c 14, inciso II do CP);
Associação Criminosa (Art. 288 do CP); Motim de Presos (art. 354 do CP); Vilipêndio de Cadáver (art. 211
do CP); Dano Qualificado (art. 163, parágrafo único, inciso III); e Tortura (Art. 1º da Lei de Tortura - Lei
9455/97).
Acrescenta ainda, que o paciente sofre constrangimento ilegal por estar preso injustamente desde
28.05.2019, sem que tenha sido revogada a sua prisão preventiva, mesmo após inúmeros pedidos à
autoridade coatora, que fundamentou a prisão com garantia na ordem pública e na gravidade do
delito imputado.
Alega, que no todo o decorrer das investigações, se falava bastante na pessoa de Alexandro de Sousa
Silva como um dos “cabeças” da rebelião que ocorreu no Centro de Recuperação de Redenção - CCR,
nome muito parecido com o do paciente ALESSANDRO SILVA SOUSA, esclarecendo, que no fatídico dia
o paciente se encontrava na cela 5-A, que foi a última cela a ser aberta, que quando da abertura, os
corpos das três vítimas (Cícero, Marcos e Raí) já estavam carbonizados pelo fogo.
Requer, ao final, que seja concedida a liminar de urgência, ante a fundamentação de “fumus boni iuris” e
“periculum in mora”, determinando a imediata liberação do paciente para que responda em liberdade,
devendo expedir o devido alvará de soltura acrescido das devidas medidas cautelares a serem
cumpridas pelo favorecido, conforme art. 319, do CPB, baseado na ausência de provas da
acusação do paciente.
O writ veio a mim distribuído, momento em que indeferi a liminar pleiteada e requisitei informações a
autoridade apontada como coatora.
1 – A autoridade policial, na pessoa do delegado de polícia Sr. Marcus Vinicius Almeida Camargo, na data
de 21.05.2019, apresentou representação pela prisão preventiva do ora paciente ALESSANDRO SILVA
SOUSA, e dos nacionais GILDEVAN SOARES BARROS, ALEXANDRO DE SOUSA SILVA, IVAN JUNIOR
VIEIRA DA SILVA, JHEISON AZEVEDO JOCOSK, JOSIMAR DE JESUS SANTOS, JULIMAR DE JESUS
SANTOS, LEANDRO SANTOS SILVA, LUCAS MALTA PEREIRA, MAIKON REIS SOUZA, MARCOS DE
SOUSA ARAUJO, MATEUS DE SOUZA ARAUJO, QUESIO SOARES MARANHAO, RANIEL BEZZERRA
DA SILVA, RENNAN MORAIS DE OLIVEIRA, RUAN GILSON DA SILVA, VINICIUS DA CONCEIÇÃO,
WARLES CANDIDO DA SILVA e MAYKSON LEANDRO DOS SANTOS, todos detentos no Centro de
Recuperação desta cidade de Redenção/PA, nos autos n. 0197029- 92.2019.8.14.0045, alegando que no
dia 12.05.2019, por volta das 08h00min, em associação criminosa, iniciaram motim, com a participação de
diversos reclusos, fazendo reféns alguns agentes de segurança, reivindicando melhorias no interior da
unidade prisional, solicitando a presença das autoridades locais (Juiz e Representante do Ministério
Público) e repórteres. Após alguns instantes, a associação criminosa se dividiu em dois grupos, onde o
primeiro ficou à frente das negociações, e o segundo passou a promover desordem no interior do presidio,
quebrando celas, agredindo e matando outros detentos. Esclarece que o motim resultou na morte de 03
(três) reclusos (CÍCERO GOMES FEITOSA, MARCOS AURÉLIO FILESKI e RAI DE SOUSA VIEGAS),
lesões graves a outros 03 (três), e a um agente de segurança e danos ao patrimônio público. Explica que
os presos mortos e agredidos estavam em celas separadas das comuns, tendo os reclusos usado de força
física e pedaços de ferros para arrombar as celas em que estavam os nacionais RAI DE SOUSA e
MARCOS AURÉLIO, e na cela em que se encontrava o nacional CÍCERO GOMES, os próprios
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companheiros de cela, após serem ameaçados, o seguraram e o levaram até a grade, onde o grupo
efetuou diversas perfurações pelo seu corpo e, em seguida, o decapitaram, permanecendo o corpo no
interior da cela. O grupo matou e mutilou as vítimas, queimou os cadáveres, arremessou partes dos
corpos na recepção da unidade prisional e exibiram as cabeças dos mortos como troféus. Conclui que o
referido motim, nada mais era do que uma distração, vez que as reivindicações eram descabidas e a
verdadeira intenção do grupo era o assassinato do nacional MARCOS AURÉLIO FILESK, pois, após sua
morte, cessou-se a rebelião. Informa que o grupo participa da associação criminosa denominada “CV –
Comando Vermelho” e, havendo indícios da prática dos delitos tipificados no art. 288, art. 121, §2º, I, II, III
e IV, art. 121 c/c 14, II, art. 211, art. 354, art. 129, §1º, II, art. 163, parágrafo único, art. 147 e art. 330-331,
todos do Código Penal Brasileiro e art. 1º, II, da Lei nº. 9.455/1997, representou pela prisão preventiva.
Foram anexadas fotos e vídeos identificando os reclusos que participaram.
11 – Aos 02.07.2019, às 13h58min, distribuídos os autos do Inquérito Policial neste juízo, processo nº.
0273034-58.2019.8.14.0045, dando-se vista ao Ministério Público em 03.07.2019.
12 – Protocolado, nos autos do inquérito policial, pedido de separação do acusado MAIKON REIS SOUZA
dos demais presos comuns, em local que assegure sua integridade física, vez que estaria em risco de
morte no Centro de Triagem da Marambaia – Belém/PA, datado de 12.07.2019.
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13 – Conclusão dos autos do inquérito policial em 25.07.2019. Vistas ao Ministério Público em 30.07.2019.
14 – Em 12.07.2019, foi oferecida denúncia (autos n. 0273034- 58.2019.8.14.0045) narrando que, no dia
12.05.2019, por volta das 08h00min, no Centro de Recuperação de Redenção, o paciente ALESSANDRO
SILVA SOUSA e os acusados GILDEVAN SOARES BARROS, ALEXANDRO DE SOUSA SILVA, IVAN
JUNIOR VIEIRA DA SILVA, JHEISON AZEVEDO JOCOSK, JOSIMAR DE JESUS SANTOS, JULIMAR DE
JESUS SANTOS, LEANDRO SANTOS SILVA, LUCAS MALTA PEREIRA, MAIKON REIS SOUZA,
MARCOS DE SOUSA ARAUJO, MATEUS DE SOUZA ARAUJO, QUESIO SOARES MARANHAO,
RANIEL BEZZERRA DA SILVA, RENNAN MORAIS DE OLIVEIRA, RUAN GILSON DA SILVA, VINICIUS
DA CONCEIÇÃO, WARLES CANDIDO DA SILVA e MAYKSON LEANDRO DOS SANTOS, previamente
associados e com identidade de propósitos, amotinaram-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da
prisão, fazendo reféns os agentes penitenciários da ala “B”, destruíram as celas das alas carcerárias e as
câmeras de videomonitoramento do CRR, causando danos ao patrimônio público, submeteram detentos e
agentes prisionais, sob seu poder, com emprego de violência e grave ameaça a intenso sofrimento físico
e/ou mental, ofenderam a integridade física dos detentos MARCOS ANTÔNIO ALVES DE SOUSA,
ADEILSON DOS SANTOS DE SOUSA e ANDERSON FERREIRA DOS SANTOS, e do agente prisional
UALACE PEREIRA MARTINS, resultando em perigo de morte, desferiram diversos golpes contra JOSÉ
SILVA LIMA, não vindo o óbito a se consumar por circunstancias alheias a suas vontades, desferiram,
ainda, vários golpes em desfavor de CÍCERO GOMES FEITOSA, MARCOS AURÉLIO FILESKI, vulgo
“BAINO” e RAI DE SOUSA VIEGAS, ocasionando seus óbitos. Após os assassinatos, vilipendiaram os
cadáveres das vítimas, mutilando e queimando seus corpos, expondo suas cabeças e vísceras como
troféus. Desobedeceram a ordens legais e desacataram funcionários públicos.
17 – Na data de 05.08.2019 foi juntada aos autos manifestação do Ministério Público pugnando pela
juntada aos autos de certidões de antecedentes criminais dos acusados, certidões de óbito e laudos de
exame cadavéricos das vítimas (CÍCERO, MARCOS e RAI), laudo de exame de lesão corporal da vítima
JOSÉ SILVA LIMA, manifestando-se contrário ao pedido de revogação de prisão preventiva do acusado
JHEISON AZEVEDO JOCOSKI.
21 – Em 20.08.2019, proferida decisão deste Juízo determinando a certificação acerca do transcurso dos
prazos para defesa dos acusados já citados e, em caso negativo, a remessa dos autos a Defensoria
Pública, a citação do acusado WARLES CÂNDIDO e vistas dos autos ao Ministério Público.
MAIKON REIS, a fim de resguardar sua integridade física, entretanto, não recomendou o retorno ao
CRRR, devendo ser encaminhado a outra unidade prisional.
24 – O ora paciente ALESSANDRO SILVA SOUSA foi citado em 08.08.2019, solicitando o patrocínio da
Defensoria Pública.
26 – Pedido de revogação de prisão preventiva, interposto pela defesa de RANIEL BEZERRA DA SILVA,
em 28.08.2019. Parecer desfavorável do Ministério Público apresentado em 03.09.2019.
27 – Em 02.09.2019, RANIEL BEZERRA DA SILVA, por sua defesa constituída apresentou pedido de
transferência de estabelecimento prisional, do CTC – Centro de Triagem da Cremação para o CRR –
Centro de Recuperação Regional de Redenção.
33 – Defesa apresentada pelo acusado, ora paciente, ALESSANDRO SILVA SOUSA, em 20.11.2019,
pleiteando a rejeição da denúncia, por ausência de justa causa, materialidade e indícios de autoria. Arrolou
03 (três) testemunhas, sem indicar endereço. Pedido de revogação de prisão preventiva realizado por
ALESSANDRO SILVA SOUSA, na mesma data.
34 – A Defensoria Pública apresentou resposta à acusação com pedido de revogação de prisão em favor
do ora paciente GILDEVAN SOARES BARROS, e dos demais acusados ALESSANDRO SILVA SOUSA,
ALEXANDRO DE SOUSA SILVA, IVAN JUNIOR VIEIRA DA SILVA, JHEISON AZEVEDO JOCOSK,
JOSIMAR DE JESUS SANTOS, JULIMAR DE JESUS SANTOS, LEANDRO SANTOS SILVA, LUCAS
MALTA PEREIRA, MAIKON REIS SOUZA, MARCOS DE SOUSA ARAUJO, MATEUS DE SOUZA
ARAUJO, MAYKSON LEANDRO DOS SANTOS, RENNAN MORAIS DE OLIVEIRA, VINICIUS DA
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42 – Ainda na data de 04.02.2020 aportou aos autos pedido de informações de HC interposto em favor do
acusado GILDEVAN SOARES BARROS. Na mesma data, foi proferida decisão por este Juízo reavaliando
e mantendo a prisão dos acusados, embasado no princípio da proporcionalidade, em razão da gravidade
concreta do fato criminoso e prestadas as informações requeridas.
44 – Na data de 03.03.2020, a defesa constituída dos acusados QUÉSIO SOARES MARANHÃO, RUAN
GILSON DA SILVA e RANIEL BEZERRA DA SILVA, apresentou pedido de transferência para a CPR.
46 – Na data de 24.04.2020 foi suspensa a audiência de instrução e julgamento em razão das Portarias
Conjuntas n. 01, 02, 04, 05 e 06/2020- GP/VP/CJRMB/CJCI que suspenderam o expediente, inclusive, a
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51 – Reavaliada a prisão dos acusados na data de 14.08.2020, oportunidade em que foi redesignada a
audiência de instrução e julgamento em razão do conflito de pauta informado pelo CTMM Marabá.
53 – A defesa dos acusados QUESIO SOARES MARANHÃO, RANIEL BEZERRA DA SILVA e RUAN
GILSON DA SILVA informou indisponibilidade de comparecimento a audiência designada para o dia
18.09.2020, em razão do patrono dos acusados está intimado para sessão plenária de júri popular na
Comarca de Altamira/PA, na mesma data, razão pela qual foi redesignada a audiência para a data de
05.11.2020.
ouvidas as testemunhas presentes, tendo às partes desistido da oitiva das testemunhas ausentes,
resguardando, entretanto, o direito de ouvi-las em plenário, o que foi homologado, seguida do
interrogatório dos acusados, entretanto em razão do grande número de réus foi designada audiência de
continuação para o dia 06.11.2020. Na data aprazada foi realizado o interrogatório dos acusados,
reavaliada e mantida a prisão dos acusados e concedido prazo para as partes apresentarem alegações
finais.
53 – Na data de 27.05.2021 aportou aos autos o pedido de informações de HC em referência. Nesta data,
foi proferida decisão por este Juízo reavaliando e mantendo a prisão dos acusados, embasado no princípio
da proporcionalidade, em razão da gravidade concreta do fato criminoso, determinada a certificação
acerca do transcurso do prazo para apresentação de alegações finais pelo Ministério Público, conferindo
regular andamento ao feito. Portanto, o processo encontra-se com tramite regular, com pedidos de
revogação de prisão analisados, estando encerrada a instrução, encontrando-se pendente de
apresentação de alegações finais. Reitera, por oportuno, que se trata de processo penal com narrativa de
fatos graves concretamente demonstrados na denúncia e ressaltados nas decisões anteriores, complexo
diante da presença de 19 (dezenove) réus, além de diversas testemunhas, tendo havido interposição de
diversos habeas corpus, pedidos de revogação/relaxamento e transferências, estando o feito com
instrução encerrada, aguardando apresentação de alegações finais. Em atendimento à Resolução
n°04/2003-GP, não constam dos autos elementos suficientes acerca da conduta social e personalidade do
paciente. Segue em anexo Certidão de Antecedentes Criminais e cópias das peças necessárias para
instrução do Habeas Corpus. (...)”.
Nesta Superior Instância, a Douta Procuradora de Justiça Maria do Socorro Martins Carvalho Mendo,
opina pelo conhecimento e denegação do writ.
É O RELATÓRIO.
VOTO
Cinge-se o presente remédio heroico ao argumento relativo ao constrangimento ilegal sob a alegação de
ausência de provas e qualquer indício de autoria delitiva: confusão nos nomes de Alessandro Silva Sousa,
ora paciente, e Alexandro de Sousa Silva, ora réu na Ação Penal, que o paciente estava em sua cela no
momento dos atos criminosos, e que, os verdadeiros autores confessaram a prática delitiva e afirmaram
que Alessandro não participou da rebelião.
Esclarece que ausente o periculum libertatis, uma vez que as alegações de gravidade do delito e suposta
credibilidade da justiça, foram genéricas.
Por fim, aduzem que ausentes os requisitos da prisão preventiva, insculpidos no art. 312, do CPP.
Quanto à alegação de alegação de ausência de provas e qualquer indício de autoria delitiva, esta
não merece prosperar.
O impetrante alega que não existem provas de que o paciente tenha praticado o delito justificando
que houve confusão nos nomes de Alessandro Silva Sousa, ora paciente, e Alexandro de Sousa
Silva, ora réu na Ação Penal, que o paciente estava em sua cela no momento dos atos criminosos,
e que, os verdadeiros autores confessaram a prática delitiva e afirmaram que Alessandro não
participou da rebelião. Acerca de tal questionamento, além de ser uma argumentação atinente ao mérito
da ação penal, não há qualquer prova nos autos do que foi afirmado na impetração, não devendo ser
apreciado.
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Como sabido, não cabe em sede restrita de habeas corpus exame aprofundado de prova, logo,
qualquer decisão envolvendo matéria de prova resta prejudicada. Dessa forma, a aferição da efetiva
participação do paciente no delito narrado na inicial acusatória exige dilação probatória, inviável em sede
de habeas corpus, onde a prova é sempre pré-constituída. Qualquer juízo valorativo deve ser feito no
momento oportuno, ou seja, na instrução probatória no processo de conhecimento.
Passemos à análise da legalidade ou não da prisão preventiva, bem como pedido de aplicação de
medidas cautelares diversas.
Pugna a Defesa pela revogação da prisão preventiva do paciente, sob a alegativa de que ausente o
periculum libertatis, bem como pela ausência dos requisitos da medida extrema, insculpidos no art. 312, do
CPP.
Com efeito, consoante se verifica da Decisão Interlocutória, conforme pesquisa por mim realizada no
Sistema PJe 1º grau, a ID 27564725, que acatou o pedido de representação da prisão preventiva proposta
pelo Delegado de Polícia Civil de Redenção/PA em desfavor do paciente e demais acusados, e decretou a
custódia cautelar dos mesmos, a alegação do presente item não merece prosperar, já que a decisão ora
atacada se encontra suficientemente fundamentada, não só para garantia da ordem pública, mas,
também, impõe-se a assegurar a conveniência da instrução criminal, ambos requisitos autorizadores ao
decreto cautelar.
Assim sendo, vale a pena transcrever, na parte que interessa, a decisão supra, senão vejamos:
4. No dia 12/05/2019, por volta das 08h00min, detentos ao serem liberados pelos agentes de
segurança para que pudessem ir ao solário receber suas respectivas visitas, antes da saída dos
servidores da ALA B, foram tomados como reféns por um grupo de detentos que mediante motim,
grave ameaça, tortura e morte de três reclusos, supostamente reivindicavam por melhorias no
interior da unidade prisional.
(...).
14. A prisão preventiva é medida de exceção que somente poderá ser decretada nas hipóteses
rigorosamente previstas no artigo 312. É preciso haver, sobretudo fundamento jurídico da prisão,
portanto, mostra-se insuficiente declarar que a prisão está amparada nos artigos 311. 312 e 313 do
CPP.
15. Compulsando os autos verifica-se presente o fumus comissi delicti, haja vista a certeza da
existência do crime, através dos documentos juntados nos autos, tais como. relatório de
identificação e investigação preliminar, cópia dos autos de IPL. termos de declaração.
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16. Os indícios de autoria também foram comprovados através dos testemunhos de colhidos nos
autos, auto de levantamento de local de crime, identificação das imagens e vídeos, bem ainda,
pelos demais documentos constantes perante a autoridade policial.
17. O periculum libertalis está configurado na necessidade da garantia da ordem pública, uma vez
que da análise dos autos esta se encontra comprometida, pois. conforme se depreende dos autos
através das provas coletadas, foram praticados diversos crimes, todos de natureza grave, tendo os
representados agido com alto grau de reprovabilidade. Com efeito, além dos quatro detentos
agredidos fisicamente, restou demonstrado por meio de vídeos e fotos juntados ao IPL a crueldade
empregada nos homicídios de três reclusos, que além do assassinato, mutilaram e queimaram
seus corpos, tendo suas cabeças arrancadas e expostas como troféus.
18. Ademais, conforme narrou a autoridade policial, entendo que a decretação da prisão cautelar
impõe-se também para assegurar a conveniência da instrução criminal, pois o presente caso
envolve o testemunho de várias vítimas, e esta custódia tem escopo de assegurar que os
representados não façam desaparecer as provas dos crimes contra si imputados, apagando
vestígios, subornando, aliciando ou ameaçando testemunhas.
19. Assim, entendo no presente caso, que necessária se faz a prisão preventiva dos representados,
vez que presentes os requisitos necessários, ainda mais porque, os crimes praticados são de
natureza grave.
20. ISTO POSTO, com baluarte nos argumentos ao norte apresentados, defiro o pedido requerido
pela Autoridade Policial, para DECRETAR A PRISÀO PREVENTIVA em desfavor dos representados,
abaixo qualificados, posto que presentes a prova da existência do crime bem como indícios de
autoria, sendo necessário ainda garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal
conforme preceituado no artigo 311.312 do CPP”. Grifo nosso
Cumpre destacar, ainda, que pedidos de revogação de preventiva foram apreciados pelo Magistrado a
quo, que os indeferiu, por não vislumbrar mudança na situação fático-jurídica que autorize o atendimento
da pretensão, uma ocorrida em 27.10.2020 (ID 5164384) a qual foi juntada pelo próprio impetrante e a
mais recente, constatada após de consulta ao Sistema PJE – 1º grau, por mim realizada, ID 2696990,
datada de 05/06/2021, que reavaliou a custódia cautelar do paciente, mantendo-o encarcerado, quando
assim se manifestou:
O(s) acusado(s), foi(ram) preso(s) por força de mandado de prisão preventiva decretada por este Juízo em
10.06.2019, pela suposta prática dos delitos previstos nos arts. 121, § 2º, I, III e IV, 159, § 1º, 163, III, 288
e 354 do Código Penal e art. 1º, II da Lei nº 9.455/97.
Por ocasião da audiência de instrução e julgamento, na data de 06.11.2020, foi reavaliada a prisão dos
acusados, decidindo este Juízo pela manutenção da custódia cautelar e declarado o encerramento da
instrução criminal, determinando-se a expedição de ofícios acerca dos pedidos de transferência dos
acusados.
Como bem demonstrado nas decisões anteriores, o decreto prisional encontra-se devidamente
fundamentado em dados concretos extraídos dos autos, aptos a
demonstrar a necessidade de segregação cautelar, principalmente para a garantia da ordem pública, ante
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a gravidade concreta da conduta, tratando-se de crime contra a vida, haja vista a forma pela qual o delito
foi em tese praticado, homicídio consumado, contra vítimas diversas, aliado aos crimes de associação
criminosa, motim de presos, homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, mediante recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, dano qualificado ao patrimônio público, extorsão
mediante sequestro cometida por quadrilha, tortura, havendo relatos de que os acusados teriam se
amotinado no interior da casa penal e teriam feito reféns agentes os penitenciários e outros detentos,
teriam ainda, torturado e matado com requintes de crueldade 03 (três) outros reclusos e, após, teriam
vilipendiado seus cadáveres, esquartejando e queimando seus corpos, expondo suas cabeças e vísceras
como troféus, teriam, ainda, causado lesões graves a outros 03 (três) detentos e um agente de segurança
da unidade prisional, consta ainda que os acusados seriam integrantes de facção criminosa, denominada
de “COMANDO VERMELHO - CV”, supostamente teriam agido sob ordens externas, recebidas por
telefone, do comando da facção criminosa, ademais, o crime ocorreu dentro da casa penal em que se
encontravam reclusos, ou seja, mesmo presos se envolveram em novo fato criminoso, o que demonstra
que, caso soltos, poderão reiterar a conduta delitiva, fazendo novas vítimas, razão pela qual a segregação
cautelar afigura-se imprescindível, havendo necessidade, portanto, de se resguardar a ordem pública.
O feito encontra-se com regular andamento, com a instrução encerrada, pendente de apresentação das
alegações finais, e, por fim, prolação da sentença.
Assim, incide ao caso o enunciado sumular nº. 52 do Superior Tribunal de Justiça, segundo o qual
“encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento ilegal por excesso de
prazo”.
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Como já ressaltado, não há documentos que indiquem/comprovem que o(s) acusado(s) façam parte do
grupo de rico do COVID-19, não se encontrando, portanto, nas hipóteses previstas pela Recomendação
do Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
Observo que da ocorrência dos fatos até a presente data não ocorreu nenhum fato novo ou circunstância
jurídica diversa que modificasse a situação do(s) acusado(s), razão pela qual, deve ser mantida a decisão
que decretou a prisão preventiva por seus próprios fundamentos.
Ante o exposto e por estarem presentes os pressupostos e hipóteses da prisão preventiva e com base no
PRINCÍPÍO DA PROPORCIONALIDADE (adequação e necessidade), MANTENHO A PRISÃO
PREVENTIVA dos acusados, qualificados na denúncia, recomendando-os ao cárcere em que se
encontram.”
Dessa forma, mais do que fundamentadas estão as decisões supra que, arrimadas em requisitos previstos
no art. 312 do CPPB, decretaram e mantiveram a prisão preventiva do paciente, para garantia da ordem
pública, uma vez que “haja vista a forma pela qual o delito foi em tese praticado, homicídio consumado,
contra vítimas diversas, aliado aos crimes de associação criminosa, motim de presos, homicídio
qualificado por motivo torpe, meio cruel, mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da
vítima, dano qualificado ao patrimônio público, extorsão mediante sequestro cometida por quadrilha,
tortura, havendo relatos de que os acusados teriam se amotinado no interior da casa penal e teriam feito
reféns agentes os penitenciários e outros detentos, teriam ainda, torturado e matado com requintes de
crueldade 03 (três) outros reclusos e, após, teriam vilipendiado seus cadáveres, esquartejando e
queimando seus corpos, expondo suas cabeças e vísceras como troféus, teriam, ainda, causado lesões
graves a outros 03 (três) detentos e um agente de segurança da unidade prisional, consta ainda que os
acusados seriam integrantes de facção criminosa, denominada de “COMANDO VERMELHO - CV”,
supostamente teriam agido sob ordens externas, recebidas por telefone, do comando da facção criminosa,
ademais, o crime ocorreu dentro da casa penal em que se encontravam reclusos, ou seja, mesmo presos
se envolveram em novo fato criminoso, o que demonstra que, caso soltos, poderão reiterar a conduta
delitiva, fazendo novas vítimas, razão pela qual a segregação cautelar afigura-se imprescindível, havendo
necessidade, portanto, de se resguardar a ordem pública.”
Nesse sentido, a jurisprudência vem entendendo que não há o que se falar em constrangimento ilegal
quando presente, pelo menos um, dos requisitos autorizadores à prisão preventiva, verbis:
4. Ordem conhecida e denegada. Unanimidade. (4944169, 4944169, Rel. LEONAM GONDIM DA CRUZ
JUNIOR, Órgão Julgador Seção de Direito Penal, Julgado em 2021-04-13, Publicado em 2021-04-19)
Desse modo, incabível a assertiva de que a decretação da custódia preventiva não está lastreada em
fundamentos idôneos a sustentá-la, sendo latente sua necessidade, não só em face da prova de
existência do crime e de indícios suficientes de autoria, como também em razão da natureza e da
gravidade concreta do crime em epígrafe, os quais são indicadores da necessidade da segregação
cautelar, de sorte que a custódia preventiva visa também acautelar o meio social. Há, portanto, que se
preservar a ordem pública.
Ora, diante da motivação supra, não há o que se falar em inidoneidade e/ou falta dos requisitos a ensejar
a custódia preventiva do paciente, já que os mesmos restam sobejamente fundamentados nas decisões
ora guerreadas.
Por fim, quanto ao pedido de aplicação do art. 319, do CPP, resta incabível, na hipótese em apreço, a
conversão da prisão em outras medidas cautelares, eis que à luz dos elementos contidos nos autos,
sua aplicação é inadequada ao presente caso, conforme leciona Guilherme de Souza Nucci: “se tais
delitos atentarem diretamente contra a segurança pública (garantia da ordem pública), cabe a
prisão preventiva e não medidas cautelares alternativas.”(Prisão e Liberdade, São Paulo: RT, 2011.
28.p.).
Ante o exposto, conheço em parte da ordem impetrada, e nesta extensão DENEGO-A, nos termos da
fundamentação.
É O VOTO.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
EMENTA
2. O fato de o paciente possuir condições subjetivas favoráveis, ainda que verdadeiras, por si só não é
capaz de garantir a sua soltura, quando existem nos autos outros elementos ensejadores da custódia
cautelar, consoante Súmula nº 08 deste Egrégio Tribunal.
3. Resta impossibilitada a aplicação de medida cautelar diversa da prisão, consoante art. 319, do CPPB,
quando se encontrar no bojo do decreto constritivo qualquer um dos requisitos exigidos no art. 312 do
CPPB, exatamente como se vislumbra no caso vertente.
ACÓRDÃO
Sala das Sessões Virtuais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 10 a 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus liberatório, com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente HANS
HOUSEIN SOARES DO CARMO, contra ato do douto Juízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de
Tucuruí/PA, nos autos do processo nº 0001101-92.2018.8.14.0061.
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Consta da impetração, que o paciente se encontra atualmente com prisão preventiva decretada, por
suposto envolvimento no delito capitulado no artigo 217-A do CPB, medida acauteladora determinada pelo
Juízo a quo, a qual foi cumprida na Cidade de Boa Vista – RR, em 14/04/2021, face a requerimento do
Ministério Público do Estado.
Que no dia 05/05/2021, a defesa protocolou pedido de LIBERDADE PROVISÓRIA, provando ser o
paciente possuidor de BONS ANTECEDENTES, ter RESIDÊNCIA FIXA e possuir OCUPAÇÃO LÍCITA
(empresário do Ramo de materiais de Construção Civil).
Aduz que os bons antecedentes, ocupação lícita e residência fixa, por si sós, não são motivos suficientes
para embasar uma liberdade provisória, entretanto, a falta de demonstração de elementos concretos
pessoais também não é motivo suficiente para sustentar uma custódia cautelar.
Alega o ilustre causídico, que o Magistrado de 1º Grau editou a sua decisão sem a demonstração da
existência de qualquer elemento concreto que pudesse denotar a presença das hipóteses autorizativas da
prisão preventiva, previstas no artigo 312, do CPPB, devendo, pois, esse e. sodalício, cassar e/ou revogar
a decisão que manteve o paciente preso sem justificativa idônea.
Ressalta que o r. decisum não fundamentou, de forma objetiva, quanto aos fatos determinantes da
necessidade da medida, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal, sanável pelo presente
instituto do habeas corpus, alegando que na mesma trilha, não laborou em acerto o Juízo Singular ao
deixar de aplicar uma das medidas cautelares ou a fiança cumulativamente ou de forma autônoma.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito requer o nobre advogado
impetrante, liminarmente, a concessão da ordem com a expedição do competente Alvará de Soltura.
O Exmo. Sr. Des. Mairton Marques Carneiro, a quem primeiro foram os autos distribuídos, à ID 5658712,
por não vislumbrar presentes os requisitos indispensáveis à concessão da liminar, a indeferiu.
À ID 5703999, a Autoridade Coatora após breve relato dos fatos, prestou as seguintes informações, verbis
:
Conforme delineado na decisão ID nº 26345294, analisando-se a presente situação, vejo que, in concreto,
faz-se necessária a segregação do denunciado, isto porque, a acusação que recai sobre si é de um fato
violento e ousado. Tais elementos revelam um crime de alta gravidade em concreto, fazendo-se
necessário resguardar a ordem pública diante da maneira com que foi praticado o suposto crime. Assim, é
de se verificar que tais fatos exprimem alta periculosidade caso o réu permaneça em liberdade, o que
coloca em risco a ordem pública, havendo, assim fatos concretos a ensejarem a custódia cautelar.
Ademais, cumpre destacar que estão presentes no caso indícios suficientes de autoria diante de todos os
depoimentos colhidos e de materialidade.
Sendo assim, por essas razões é que foi decretada a prisão preventiva do paciente.
TJ/PA, informo que o paciente não responde pelo cometimento de outros crimes, certidão em anexo.
Quanto à conduta social, não é possível o aferimento neste momento processual, salvo as que são de
praxe da conduta criminosa praticada pelo paciente, que por si só são gravíssimas.
Mediante juízo de cautela, s.m.j., verifica-se que o processo segue sua marcha dentro de padrões
absolutamente razoáveis de duração, principalmente pelo fato de nos encontrarmos em pleno período
pandêmico.
Nesta Instância Superior, 12ª Procuradora de Justiça Criminal, Dra. Maria Célia Filocreão Gonçalves,
pronuncia-se pelo conhecimento e denegação do writ, por não restar configurado qualquer
constrangimento ilegal na prisão preventiva do paciente.
É o relatório.
VOTO
Aduz a defesa que o paciente encontra-se sofrendo constrangimento ilegal no seu direito de ir e vir, ante a
falta de fundamentação idônea do decisum que manteve a sua custódia cautelar.
Com efeito, consoante se verifica da Decisão Interlocutória, aliás acostada aos autos na própria
impetração - ID 5650157, que manteve a custódia cautelar do paciente, a alegação do presente item não
merece abrigo, já que a decisão ora atacada se encontra suficientemente fundamentada, mais
especificamente para garantia da instrução criminal, requisito previsto no art. 312, do CPPB, autorizador
ao decreto constritivo.
Assim sendo, vale a pena transcrever, na parte que interessa, a decisão supra, senão vejamos:
O Ilustre Representante do Ministério Público opinou pela não concessão da medida requerida.
Ocorre que apesar da previsão de medidas cautelares pessoais diversas da prisão, tenho que, no caso
dos autos, resta evidenciada a efetiva necessidade de manutenção do suposto agente em cárcere. No
caso em apreço, as provas já acostadas aos autos, evidenciam o envolvimento do acusado no crime em
questão.
Ademais, compulsando os autos, mediante juízo de cautela, verifico que o processo segue sua marcha
dentro de padrões absolutamente razoáveis de duração e que, ainda, não apresenta qualquer vício ou
nulidade que pudesse vir a justificar um eventual reconhecimento de prejuízo processual por excesso de
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prazo.
Demonstrados os pressupostos que autorizam a prisão preventiva do denunciado e, por entender que
ainda se revela inadequada ou insuficiente a aplicação de qualquer medida diversa da prisão, inafastável a
mantença da custódia cautelar.
Sobre o alegado pela defesa, verifica-se que o réu ao praticar o ato delituoso se aproveitou da autoridade
que detinha sobre a vítima, na qualidade de enteado de sua avó, para cometer atos libidinosos contra
criança de apenas 11 (onze) anos de idade.
Além disso, a residência fixa, a primariedade e a ausência de antecedentes criminais não obstam a
manutenção da prisão cautelar. Ademais, a audiência a instrução e julgamento será em breve e a soltura
do réu poderá embaraçar a instrução processual.
Como se vê, depreende-se que a decisão supra resta fundamentada de forma escorreita, arrimada em
requisito previsto no art. 312 do CPPB, mantendo a prisão preventiva do paciente para garantia da
instrução criminal.
Nessa senda, não há o que se falar em constrangimento ilegal quando presente qualquer um dos
requisitos autorizadores à prisão preventiva, tampouco em inidoneidade e/ou falta dos pressupostos a
ensejar a manutenção da custódia cautelar do paciente, como bem quer fazer entender a impetração, já
que o mesmo resta sobejamente fundamentado na decisão ora guerreada.
No caso sob exame, a alegação de que o paciente possui todos os requisitos para responder o feito em
liberdade, ainda que verdadeira, por si só, não é capaz de garantir a sua soltura, quando existem, nos
autos, outros elementos ensejadores da custódia cautelar, consoante Súmula nº 08 deste Egrégio
Tribunal.
Por fim, aduz o digno advogado que o r. decisum não fundamentou, de forma objetiva, quanto aos fatos
determinantes da necessariedade da medida, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal,
sanável pelo presente instituto do habeas corpus, alegando que na mesma trilha, não laborou em acerto o
Juízo Singular ao deixar de aplicar uma das medidas cautelares diversas da prisão.
Em análise dos autos observa-se, mais uma vez, a impossibilidade de ver atendida a pretensão do
recorrente no item em apreço, consoante art. 319, do CPPB, pois caso imposta, creio inadequada e
insuficiente, vez que a consequência imediata seria a soltura do paciente e, de acordo com as informações
do Magistrado do feito, à ID 5703999, o paciente foi denunciado pela prática do crime tipificado art. 217-A,
do CPB, pois visando satisfazer seus instintos sexuais, cometeu atos libidinosos com a vítima J. S. L., de
apenas 11 (onze) anos de idade, fato esse ocorrido no dia 17/12/2016.
Segunda, ainda, a autoridade coatora, o paciente foi preso na data de 14/04/2021 e ao analisar a presente
situação, concluiu, in concreto, necessária a segregação do denunciado, isto porque, a acusação que recai
sobre si é de um fato violento e ousado, já que tais elementos revelam um crime de alta gravidade,
fazendo-se necessário resguardar a ordem pública diante da maneira com que foi praticado o suposto
crime, e que tais fatos exprimem alta periculosidade caso o réu permaneça em liberdade, colocando em
risco a ordem pública, havendo, assim fatos concretos a ensejarem a custódia cautelar.
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Assim sendo, como cediço, não há que se falar em substituição de prisão preventiva por medidas diversas
da prisão, quando presentes requisitos exigidos no art. 312 do CPPB, in casu, a ordem pública e garantia
da instrução criminal.
Por derradeiro, deve-se considerar e respeitar a decisão do Magistrado do feito, o qual conhece e
encontra-se próxima dos fatos, estando, assim, em melhores condições de avaliar a necessidade da
medida extrema, até porque o processo encontra-se em Secretaria aguardando a realização da audiência
de instrução e julgamento que ocorrerá no dia 05/10/2021, às 13h.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
EMENTA
2. O fato do paciente possuir condições subjetivas favoráveis, ainda que verdadeiras, por si só não é
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capaz de garantir a sua soltura, quando existem nos autos outros elementos ensejadores da custódia
cautelar, consoante Súmula nº 08 deste Egrégio Tribunal.
3. Resta impossibilitada a aplicação de medida cautelar diversa da prisão, consoante art. 319, do CPPB,
quando se encontrar no bojo do decreto constritivo qualquer um dos requisitos exigidos no art. 312 do
CPPB, exatamente como se vislumbra no caso sob exame.
4. Por fim, descabe beneficiar o réu com a sua liberdade provisória mediante fiança, já que a nova redação
dada ao art. 313, do CPPB, pela Lei nº 12.403 /11 alterou o critério de cabimento da prisão preventiva
previsto no inc. I do citado dispositivo. Essa alteração legislativa remete ao campo da prisão preventiva e
da fiança, antiga discussão existente acerca da influência ou não do concurso de crimes (material ou
formal) e dos casos de crime continuado superior a 4 anos), o que é coerente com o disposto no artigo
324, inc. IV, CPPB (nova redação) que estabelece ser proibida a fiança quando presentes os motivos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, segundo se verifica no caso vertente.
ACÓRDÃO
Sala das Sessões Virtuais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 10 a 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório, com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente
DIEMISON ALVES FERREIRA, preso preventivamente por determinação do Juízo de Direito da Vara
Criminal da Comarca de Tucuruí/PA, nos autos do processo nº 0800899-77.2021.8.14.0061.
Consta da impetração, que o paciente teve a sua prisão preventiva realizada pela Autoridade Policial da
cidade de Tucuruí/PA, com base na Garantia da Ordem Pública, a Aplicação da Lei Penal, prevista no art.
312 do CPPB, pelo suposto cometimento dos delitos previstos nos artigos 129, § 9°, c/c art. 147, c/c art.
140, caput, todos do CPB, c/c art. 7°, inciso I, II e V, da Lei Nº 11.340/2006.
Aduz o ilustre causídico, que os requisitos da prisão preventiva não se encontram mais presentes, mesmo
assim o paciente permanece preso, inobstante seja réu primário, sem maus antecedentes, possuindo
residência fixa, ocupação laborativa lícita, e do fato de que a vítima já reside em outra cidade, a saber:
Parauapebas/PA, localizada a 419,0 km de distância desta municipalidade.
Que desde o fato, o paciente nunca mais procurou a vítima ou lhe importunou de qualquer forma, nem
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mesmo para pedir desculpas, o que demonstra de forma cabal que em liberdade, não trará qualquer
transtorno à integridade física e psíquica de sua ex-companheira.
Alega, como medida de justiça em favor do Paciente, com a finalidade de corrigir uma análise prematura e
errônea sobre o caso, é que se impõe a necessidade de liberdade do custodiado, considerando que há
nos autos indícios da possível ocorrência do delito de lesão de forma culposa, o que pode ser interpretado
com a junção da análise do depoimento da própria vítima e das testemunhas que conversaram com a
vítima após os fatos, e prestaram esclarecimento no Escritório Profissional dos advogados do custodiado.
Assevera, ainda, a aplicação desproporcional da medida extrema, tendo em vista que a conduta delitiva
imputada é passível de liberdade provisória, mediante pagamento de fiança, e que a vítima já se mudou da
Comarca, sendo que o paciente nunca mais a importunou ou sequer a procurou.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito requer o nobre advogado
impetrante, liminarmente, a concessão da Ordem, a fim de revogar a prisão preventiva do paciente ou,
subsidiariamente, a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, com a expedição do competente
Alvará de Soltura.
“O nacional foi preso em flagrante no dia 28 de fevereiro de 2021, pela suposta prática do crime
previsto nos artigos 147, caput c/c artigo 129, §9º do Código Penal Brasileiro c/c artigo 7º, incisos I,
II, IV e V da Lei Nacional nº 11.340/2006.
Há a informação nos autos de que no dia 06 de março de 2021 por volta das 13h30min, a vítima
Regina dos Santos Costa compareceu à Delegacia da Mulher para comunicar diversas agressões
que sofrera por parte do réu, ex-companheiro da vítima, com quem conviveu maritalmente por 06
(seis) anos, e que desta relação o casal concebeu dois filhos: STEPHANY LORANE COSTA
FERREIRA (05 anos) e ÍTALO DIEGO COSTA FERREIRA (03 anos).
No dia 28/02/2021, por volta das 20h, Diemison estava bebendo na presença de amigos,
oportunidade em que os filhos do casal estavam brincando próximo a eles, dado momento, a vítima
Regina fora buscar as crianças para perto de si, por achar que aquele não era um local apropriado
para crianças brincarem.
Neste momento, sem motivo aparente, o denunciado passou a ofendê-la, bem como humilhá-la
publicamente, proferindo as seguintes frases: “TU TÁ COMIGO PORQUE TU QUER, TU SABE QUE
EU NÃO GOSTO DE TI, VAGABUNDA, RAPARIGA, TU TA AQUI PORQUE TU NÃO TENS PRA ONDE
IR SUA MORTA DE FOME.”(SIC).
Ainda na peça de denúncia consta que, Regina apenas se retirou do local em decorrência da
situação vexatória em que fora exposta, e caminhou até à residência, juntamente com as crianças.
Já próximo à sua residência, a vítima avistou o denunciado correndo em sua direção, tendo Regina
neste momento acelerado os passos e colocado as crianças para dentro de casa.
No momento em que a vítima se preparava para fechar a porta, o denunciado desferiu um violento
chute contra a porta, objeto este que veio a ase chocar violentamente contra a vítima, lesionando-a
gravemente, ocasião e que a agredida ficou desfalecida no local.
No depoimento em sede policial a vítima relata, que quando acordou estava recebendo ajuda do Sr.
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Gilberto Vaz, patrão de Diemison e dono da propriedade em que residem na Ilha. Acrescenta, ainda,
que recorda ter visto muito sangue na parede e na geladeira da casa, em seguida, o Sr. Gilberto
acionou o SAMU, posto que a lesão provocada pelo denunciado era gravíssima, ocasionando muito
sangramento e aparente ruptura em sua testa. Em seguida, Diemison colocou Regina em uma
canoa com a finalidade de levá-la ao centro médico. Porém, momento em que avistou o carro do
SAMU às margens da ilha pensou se tratar de uma viatura policial, oportunidade em que muito
exaltado tomou o remo da embarcação em suas mãos com a intenção de agredir novamente a
vítima.
Embora desnorteada e fraca, a vítima conseguiu se afastar do agressor temendo por sua vida. Não
satisfeito, o denunciado pegou o celular das mãos da vítima e arremessou o aparelho no rio,
impossibilitando que a vítima clamasse por ajuda.
Percebendo que não se tratava de uma viatura policial, e sim de um carro de pronto atendimento
médico, o réu remou até as margens da ilha e deixou a vítima ali mesmo, evadindo-se do local em
seguida. Em decorrência das inúmeras agressões, Regina passou a noite toda sangrando, sendo
socorrida apenas no dia seguinte pelo Sr. Gilberto que a trouxe para a Unidade de Pronto
Atendimento na zona Urbana de Tucuruí.
A vítima foi submetida ao procedimento de sutura, recebendo em seu tratamento 06 (seis) pontos
na região da cabeça.
O Ministério Público ofereceu denúncia 12 de maio de 2021 (ID nº 26658021). Instado para se
manifestar sobre o pedido feito pelo advogado, o Representante do Ministério Público manifestou-
se pelo indeferimento (ID nº 27039807).
Na data de hoje, este Juízo recebeu a denúncia oferecida pelo Parquet Estadual, designou
audiência de instrução e julgamento para o dia 14 de outubro de 2021 e indeferiu o pedido realizado
pelo advogado, tendo em vista que esta não foi a primeira agressão relatada pela vítima, tendo
inclusive informado que sofreu agressões quando estava grávida. Além disso, após a primeira
lesão sofrida pela vítima o acusado ainda tentou agredi-la com um remo”.
Nesta Instância Superior, o 8º Procurador de Justiça Criminal, Dr. Ricardo Albuquerque da Silva,
pronuncia-se pelo conhecimento do habeas corpus, porque atendidos os requisitos para sua
admissibilidade; porém, no mérito, pela sua denegação, por inexistência de constrangimento ilegal na
manutenção da custódia preventiva do paciente.
É o relatório.
VOTO
Com efeito, consoante se verifica da Decisão Interlocutória que acolheu a Representação da Autoridade
Policial e decretou a prisão preventiva do paciente – ID 25541458 , bem como o recentíssimo decisum
que indeferiu o pedido de revogação da custódia cautelar do mesmo – ID 5261724, datado de 27/05/2021,
a alegação do presente item não merece abrigo, já que as decisões ora atacadas se encontram
suficientemente fundamentadas, mais especificamente para garantia da ordem pública, um dos requisitos
previstos no art. 312, do CPPB, autorizador ao decreto constritivo.
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Assim sendo, vale a pena transcrever, na parte que interessa, as decisões supra, senão vejamos:
(...).
Somado a isso, diante a gravidade supracitada, entendo que as medidas cautelares diversas da
prisão previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal são insuficientes para resguardar a
integridade física e psíquica da vítima.
Ao fim, destaco ainda um trecho do Parecer Ministerial, em que não só ressaltou a importância da
garantia da ordem pública, bem como, da própria aplicação da lei penal, senão vejamos:
A forma de como se desenrolou as agressões, bem como pelo testemunho da vítima, evidenciam a
periculosidade do agente, que, em liberdade, poderá encontrar estímulo para dificultar a instrução
criminal.”
“Apesar das medidas cautelares trazidas pela Lei nº 12.403/2011, tenho que, no caso dos autos,
resta evidenciada a efetiva necessidade de manutenção do suposto agente em cárcere.
Desta análise perfunctória, vislumbro que o denunciado representa ameaça à ordem pública,
especialmente pelo alto grau de periculosidade que demonstrou, sendo certo que sua prática
delituosa desenvolveu-se mediante sérios requintes de crueldade.
(...).
commissi delicti.
No tocante ao requisito do periculum libertatis, vislumbro que há fortes indícios de que, uma vez
em liberdade, novamente poderá vir a cometer crimes, circunstância que se denota pela incomum
gravidade da perpetração em si do ilícito que ora se apura, ou seja, a gravidade concreta da
conduta do agente, caracterizada pelo modus operandi de sua ação. Sendo assim, a custódia
cautelar, por ora, ainda se evidencia como a melhor medida para dissuadi-lo da reiteração
criminosa.
(...).
Demonstrados os pressupostos que autorizam a prisão preventiva do denunciado (arts. 312 e 313,
inciso I, do CPP) e, por entender que ainda se revela inadequada ou insuficiente a aplicação de
qualquer medida diversa da prisão, inafastável a mantença da custódia cautelar.
Como se vê, mais do que fundamentadas estão as decisões supra que, arrimadas em requisitos previstos
no art. 312 do CPPB, mantiveram a prisão preventiva do paciente para garantia da ordem pública e Art.
313, inc. I, do CPPB.
Nesse sentido, não há o que se falar em constrangimento ilegal quando presentes requisitos autorizadores
à prisão preventiva, tampouco em inidoneidade e/ou falta dos pressupostos a ensejar a manutenção da
custódia cautelar do paciente, como bem quer fazer entender a impetração, já que os mesmos restam
sobejamente fundamentados nas decisões ora guerreadas.
No caso sob exame, a alegação de que o paciente possui todos os requisitos para responder o feito em
liberdade, ainda que verdadeira, por si só, não é capaz de garantir a sua soltura, quando existem, nos
autos, outros elementos ensejadores da custódia cautelar, consoante Súmula nº 08 deste Egrégio
Tribunal, exatamente como se verifica no caso sob exame.
Aduz, ainda, que no caso dos autos é perfeitamente aplicável a utilização de medida alternativa menos
gravosa ao direito de liberdade do paciente, que seja igualmente capaz de alcançar os mesmos fins
colimados pela prisão cautelar, pois os mesmos requisitos que autorizam a decretação de uma prisão
preventiva podem justificar a imposição das medidas cautelares referidas no artigo 319 do CPPB.
Em análise dos autos observa-se, mais uma vez, a impossibilidade de ver atendida a pretensão do
recorrente no que tange a aplicação de medida cautelar diversa da prisão, consoante art. 319, do CPPB,
pois caso imposta, creio inadequada e insuficiente, vez que a consequência imediata seria a soltura do
paciente e, de acordo com a recentíssima Decisão Interlocutória, datada de 27/05/2021, o denunciado
representa ameaça à ordem pública, especialmente pelo alto grau de periculosidade que demonstrou,
sendo certo que sua prática delituosa desenvolveu-se mediante sérios requintes de crueldade.
Ademais, como cediço, não há que se falar em substituição de prisão preventiva por medidas diversas da
prisão, quando presente requisito exigido no art. 312 do CPPB, in casu, a ordem pública.
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De outra banda, deve-se considerar e respeitar a decisão do Magistrado do feito, o qual conhece e
encontra-se próxima dos fatos, estando, assim, em melhores condições de avaliar a necessidade da
medida extrema.
Por derradeiro, fulcrado no artigo 310, inc. I, do CPPB, requer a defesa que seja deferido o relaxamento da
prisão do paciente, ou, alternativamente, com base no mesmo artigo, mas ancorada no inc. III, que seja
deferida a Liberdade Provisória Sem Fiança ao requerente, diante da sua fragilidade econômica, por ser
réu primário e comprometer-se a comparecer a todos os atos processuais a que for intimado, bem como
cumprir todos as condições da fiança que ser-lhe-ão impostas.
Com efeito, a nova redação dada ao art. 313, do CPPB, pela Lei nº 12.403 /11 alterou o critério de
cabimento da prisão preventiva previsto no inc. I do citado dispositivo. Essa alteração legislativa remete ao
campo da prisão preventiva e da fiança, antiga discussão existente acerca da influência ou não do
concurso de crimes (material ou formal) e dos casos de crime continuado superior a 4 anos), o que é
coerente com o disposto no artigo 324, inc. IV, CPPB (nova redação) que estabelece ser proibida a fiança
quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, como se verifica no caso
vertente.
Relatora
Belém, 13/08/2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
GABINETE DESA. MARIA DE NAZARÉ SILVA GOUVEIA DOS SANTOS
Classe: HABEAS CORPUS PARA TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL COM PEDIDO DE LIMINAR
Número: 0808487-27.2021.8.14.0000
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de habeas corpus para trancamento de ação penal com pedido de liminar impetrado por
advogado em favor de EDUARDO ABREU SANTOS, com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição
Federal c/c os arts. 647 e ss., do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o Juízo
de Direito da Vara Única da Comarca de Curionópolis nos autos do processo judicial eletrônico nº
0000381-89.2020.8.14.0018.
O impetrante afirma que o paciente fora denunciado pelo RMP em virtude de, nos dias 21 e 23 de
setembro de 2019, supostamente ter atribuído ao Sr. Rodolfo Ferreira Pereira a conduta tipificada no art.
312 do Código Penal (peculato).
Aduz que os vídeos e fotos utilizados para subsidiar a denúncia foram colacionados a estes autos e, em
momento algum, “afirmou que servidores do departamento de policia civil de praticaram o crime de
peculato. Assim, evidentemente atípica a conduta do paciente.”. Mesmo assim, a autoridade coatora
recebeu a denúncia e designou audiência de instrução e julgamento para o dia 02/02/2022.
Sustenta a ausência de justa causa à denúncia, que deve ser trancada por atipicidade da conduta,
vez que “a decisão recebeu a denúncia foi proferida de maneira equivocada, vez que não analisou
detalhadamente os fatos narrados na inicial e determinou o prosseguimento natural do feito, coagindo, de
forma ilegal, o paciente, que é advogado respeitado na comarca e que, em razão de fato absurdamente
atípico, deverá comparecer à AUDIÊNCIA DESIGNADA PARA O DIA 02 DE FEVEREIRO DE 2022, e
passar pelo constrangimento de sentar no banco dos réus.”.
Realça que “As afirmações tidas como caluniosas pelo denunciado, são extremamente generalizadas, sem
nenhuma especificidade e direcionamento a um fato determinado. Perceba-se que, em nenhum momento,
há indicação de data, vítima do suposto crime e fato específico. Ora, em nenhum momento o paciente
mencionou o nome do Sr. Rodolfo Ferreira Pereira. Da mesma forma não mencionou que o os policiais
civis lotados na Delegacia de Curionópolis-Pa praticaram o crime de peculato. Oras, para concluir sobre a
atipicidade da conduta a simples visualização do vídeo é suficiente.”.
Por tais razões, requer liminar para que seja trancada a ação penal em epígrafe. No mérito, pugna pela
confirmação da liminar em definitivo, destacando que deseja ser intimado da sessão de julgamento “para
que possa realizar sustentação oral e/ou assistir ao julgamento desta douta turma.”.
Éo relatório.
DECIDO
Reservo-me para apreciar o pedido de liminar após as informações a serem prestadas pela autoridade
coatora.
Nesse sentido, solicitem-se informações à autoridade coatora acerca das razões suscitadas na
impetração, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, nos termos do artigo 3º, do Provimento
Conjunto n° 008/2017 – CJRMB/CJCI.
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Certifique a Secretaria o recebimento das informações pelo juízo a quo a fim de garantir maior celeridade
ao presente writ.
Relatora
DECISÃO MONOCRÁTICA
Trata-se da ordem de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado pelo Sr. Advogado Luiz
Henrique de Souza Sampaio, OAB-PA nº 26.970, em favor de JOSÉ VICTOR DA SILVA LEITÃO,
apontando como autoridade coatora o Juízo de Direito da 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas
Cautelares da Comarca de Belém-PA, por ter, presumidamente, praticado ato de estupro de vulnerável.
(CP, 217-A).
Narra o impetrante, nas razões da Ação Constitucional (ID nº 5619736), que o paciente sofre
constrangimento ilegal no seu direito de locomoção, tendo em vista que o decreto de prisão preventiva
carece da devida motivação, não ostentando quaisquer das hipóteses previstas no art. 312 do CPP.
Relata, o impetrante, que as acusações foram motivadas pelo histórico de desentendimentos entre as
famílias do acusado e da vítima, pois eram inimigos públicos e, que embora não seja possível descartar
por completo a possibilidade de abuso sexual efetivamente, também não é possível afirmar com certeza
que o contrário é verdadeiro, ou ainda que, se verdadeiro, o autor de tais abusos seria o ora paciente.
Informa que o acusado, ora paciente, é primário, de bons antecedentes, com ocupação lícita e residência
fixa, tendo atribuídas a si apenas falsas alegações, conforme provará o decurso do processo, não
representando qualquer risco ao convívio social.
Junta documentos.
Os autos foram distribuídos a minha relatoria, oportunidade em que indeferi a liminar, requisitei
informações a autoridade tida coatora, determinei que os autos fossem encaminhados ao Ministério
Público de 2º grau para emissão de parecer.
A Procuradora de Justiça Maria Célia Filocreão Gonçalves, manifestando-se na condição de custos legis,
opina pelo conhecimento do writ, porém, no mérito, pela sua denegação (ID. Nº 5681409).
Passo a decidir monocraticamente, com fundamento no art. 133, IX, do Regimento Interno do Tribunal
de Justiça do Estado do Pará.
Em relação ao suposto constrangimento ilegal sofrido pelo paciente por ato ilegal da autoridade inquinada
coatora, constato que não foi juntado aos autos, o decreto preventivo deste, imprescindível para a análise
de tal constrangimento, tendo sido juntada, tão somente, a decisão de busca e apreensão em desfavor do
paciente.
Desse modo, diante da ausência de documento imprescindível para análise da alegação, não há como se
aferir a existência ou não de constrangimento ilegal.
Éimperioso, para exame do habeas corpus, que este venha acompanhado de elementos que evidenciem
o alegado constrangimento ilegal, porquanto a impetração deve fundamentar-se em inequívoca prova pré-
constituída.
Assim, se a impetração é carente de suporte probatório necessário para o conhecimento da matéria, torna-
se inviável analisar o constrangimento ilegal sustentado, impondo-se, portanto, o não conhecimento da
ordem.
EMENTA
Acórdão
Sessão do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, iniciada aos dez dias e finalizada aos
doze dias do mês de agosto de 2021.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar impetrado em favor de G.S.G.C., em face de
ato do Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Pacajá/PA, nos autos do processo de conhecimento
criminal n.º 0800353-95.2021.8.14.0069.
Consta da impetração que o paciente está preso preventivamente desde o dia 29.03.2021, por suposta
prática do delito previsto no art. 217-A do CPB.
Requer o impetrante a anulação da ação originária a partir da decisão que ratificou o recebimento da
denúncia, por falta de análise de forma concisa de todas as teses aduzidas pela defesa na resposta à
acusação.
Aduz que foram apresentadas em sede de resposta a acusação, três teses preliminares e que na
oportunidade, a autoridade coatora não se manifestou contra as teses meritórias, mas tão somente sobre
as matérias do art. 395, do CPP.
Trata-se de AÇÃO PENAL em trâmite regular nesta Comarca, na qual o Ministério Público Estadual
denunciou G.S.G.C., pelo crime previsto no art. 217-A, caput, c/c art. 226, II, do Código Penal,
supostamente cometido contra a criança G.D.S.S.
Segundo consta nos autos, Autoridade Policial representou pela prisão preventiva do acusado G.S.G.C.
pela suposta prática do crime previsto no art. 217-A, caput, do CP, ID. 24877343 - Pág. 1/9.
Na representação policial, a autoridade policial relatou que G.S.G.C. teria abusado sexualmente da menor
de idade G.D.S.S. Que no dia 18/03/2021 teria levado a vítima até a sua antiga residência, localizada no
Bairro do Tozetti, Rua Juscimeira, nesta cidade, ocasião em que tentou agarra-la à força. A criança teria
relatado o ocorrido no dia 21/03/2021. A mãe da vítima, acompanhada por suas filhas e por sua irmã,
questionou o acusado sobre a veracidade dos fatos, momento em que este confirmou a prática dos
abusos. Destaca-se que os indícios de materialidade e autoria do delito ficaram evidenciados através do
depoimento da vítima, realizado por meio de escuta especializada pelo Conselho Tutelar, bem como os
depoimentos das testemunhas.
Em 28/03/2021 este juízo deferiu o requerimento contido na representação policial e decretou a prisão
preventiva de G.S.G.C., Decisão ID. 24880668 - Pág. 1/4, para garantia da ordem pública em razão da
gravidade concreta do crime imputado ao acusado.
O mandado de prisão preventiva foi devidamente cumprido em 29/03/2021, ID. 24935586 - Pág. 1,
conforme informado pela Autoridade Policial.
A Defesa se manifestou nos autos quanto aos requerimentos do parquet, ID. 25147007 - Pág. 1/2.
A denúncia foi recebida em 12/04/2021, decisão ID. 25396704 - Pág. 1/2, e determinada a citação do
acusado, bem como deferidas os requerimentos do Ministério Público presentes no ID. 25135970.
O réu foi devidamente citado/intimado, ID. 25676577 - Pág. 2, e apresentou resposta à acusação, ID.
25806784 - Pág. 1/10.
Conforme Despacho de ID. 26113215 - Pág. 1, os autos foram remetidos para o Ministério Público para
manifestação.
A defesa se manifestou nos autos, ID. 26632445, alegando, em síntese inépcia da inicial por ausência de
materialidade, ausência de laudo pericial e intempestividade.
Em decisão de ID. 26915575, este juízo analisou as alegações da defesa e do Ministério Público. Quanto
à manifestação da defesa verificou-se que estas constituem matéria de mérito, portanto, necessitam de
maior dilação probatória. Diante disso, foi designada audiência de instrução e julgamento para o dia
28/06/2021, às 12h00, ocasião em que também será realizado o depoimento especial da vítima.
O acusado/paciente não possui antecedentes criminais, tampouco há informações sobre sua conduta
social e personalidade.
Nesta Superior Instância, o Procurador de Justiça Adélio Mendes dos Santos opina pelo não
conhecimento parcial, em razão da perda do objeto e na parte conhecida pela denegação do writ.
Éo relatório.
Em tempo, determino que o feito tramite em segredo de justiça, na forma que preceitua o art. 234-A, do
CPB, por tratar-se de crime contra a dignidade sexual.
VOTO
Da análise acurada dos presentes autos, bem como, com base nas informações do Juízo processante,
constata-se que as alegações esposadas pelo ilustre impetrante tratam de meras reiterações de pedidos já
analisados quando do julgamento dos autos de habeas corpus n.º 0803799-22.2021.8.14.0000 o qual teve
a ordem denegada à unanimidade de votos, conforme se vê da ementa do acórdão em questão.
EMENTA: HABEAS CORPUS. ART. 217-A DO CPB. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE
JUSTA CAUSA. IMPROCEDÊNCIA. CASSAÇÃO DAS DECISÕES QUE OPORTUNIZARAM
MANIFESTAÇÃO MINISTERIAL. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. BUSCA DA VERDADE REAL. EXCESSO
DE PRAZO. NÃO CONFIGURADO. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
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1. O trancamento da ação penal pela via do Habeas Corpus é medida de exceção, sendo admissível
somente em casos em que afloram evidente a inocência do acusado, a atipicidade da conduta ou a
extinção da punibilidade, circunstâncias essas não verificadas no caso em comento.
2. Quanto ao pedido de cassação das decisões que permite a réplica do Parquet e defere os pleitos
acusatórios de expedição de ofício ao CPC Renato Chaves, entendo que não restou demonstrado prejuízo
à defesa do paciente, eis que foram devidamente argumentados os motivos que levaram a esta razão de
decidir especialmente após a determinação do STJ, para que a magistrada coatora combatesse os
argumentos da defesa escrita.
3. Quanto ao suposto excesso de prazo para conclusão do autos, não há que se dar provimento, eis que o
feito encontra-se dentro da razoável duração, com a prisão realizada em 29.03.2021 e aguardando
audiência de instrução e julgamento para o próximo dia 28.06.2021.
Ante isso, constata-se que o impetrante reitera, no presente writ, a reedição de fundamentos já analisados
no pedido antecedente.
Outrossim, é cediço que a impetração de outro habeas corpus para reexame de pedido, que se limita a
reproduzir, sem qualquer inovação de fato e/ou de direito, os mesmos fundamentos subjacentes a
postulações anteriores caracteriza indevida reiteração de pedido, estas já combatidas em outro mandamus
de minha relatoria, quando da denegação da Ordem por esta Colenda Seção, razão pela qual deixo de
conhecer deste segundo.
Desta forma, observada a natureza empregada ao presente remédio constitucional de reiteração de pleito
com base em mesmo fundamento, já decidido em habeas corpus anterior, impossibilita o reexame do
mérito no âmbito da ação constitucional em mesma instância, logo imperativo é o seu não conhecimento.
Por esses motivos, NÃO CONHEÇO do presente writ, tendo em vista a reiteração de pedido já apreciado
nos autos do HC nº 0803799-22.2021.8.14.0000, recentemente denegado à unanimidade por esta Seção
de Direito Penal desse E. Tribunal.
Éo voto.
Relatora
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539
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Belém, 13/08/2021
IMPETRANTES: ANTONIO VITOR CARDOSO TOURÃO PANTOJA, OAB/PA Nº 19.782, E LEILA VÂNIA
BASTOS RAIOL, OAB/PA Nº 25.402
DECISÃO.
Trata-se da ordem de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrada pelos Srs. Advogados Antônio
Vitor Cardoso Tourão Pantoja e Leila Vânia Bastos Raiol, em favor de Edilza do Nascimento da
Conceição, apontando como autoridade coatora o Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de
Castanhal/PA, pela suposta prática do crime previsto no artigo 33, da Lei nº 11.343/06.
Narram os impetrantes, nas razões da Ação Constitucional (Id. nº 5951038), que há necessidade de
conversão da prisão preventiva em domiciliar, pois possui dois filhos, um de 7 (sete) anos e outro de 12
(doze) anos. Que inexistem motivos mantenedores da prisão preventiva da paciente, já que a coacta é ré
primária, possui ocupação lícita bem como residência fixa, podendo aplicar medidas cautelares diversas
da prisão.
Por fim, requereu a concessão de medida liminar para que fosse revogada a prisão preventiva da paciente
ou, subsidiariamente, substituída a prisão cautelar pela domiciliar.
Juntou documentos.
É o relatório.
O impetrante requer nas razões da Ação Mandamental a concessão da Medida Liminar, com a finalidade
de revogar a prisão preventiva da paciente ou, subsidiariamente, substituir a prisão cautelar pela
domiciliar.
Configura-se na hipótese substituição da medida constritiva da coacta em prisão domiciliar, tendo em vista
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que a paciente é comprovadamente mãe de uma criança com 7 (sete) anos de idade (Id. nº 5951036),
incidindo o caso na hipótese prevista no art. 318, V, do Código de Processo Penal, que assim dispõe:
"Art. 318: Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
(...)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Há precedentes decididos pela 2ª Turma Supremo Tribunal Federal que, como se observa no julgamento
do Habeas Corpus Coletivo de nº 143641/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, concedeu a ordem
do Habeas Corpus para determinar a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar. Existem
precedentes também na 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, concedendo a ordem, substituindo a
prisão preventiva por domiciliar, sob relatorias distintas (HC nº 378411/CE, HC nº 379601/SP e HC
362922/PR).
Ademais há, também, precedentes no Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, onde a matéria foi
decidida sob a relatoria do Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre (HC 0803023-
56.2020.8.14.0000), em liminar e, sob a relatoria da Exma. Sra. Des. Maria Edwiges de Miranda Lobato
(HC 0811400-16.2020.8.14.0000).
Com efeito, comprovada a maternidade de filho com 7 (sete) anos (Id. nº 5951036) e não havendo
nenhuma circunstância caracterizadora de excepcionalidade, faz a paciente jus à prisão domiciliar, nos
termos do art. 318, V, do CPP, razão pelo qual concedo a medida liminar para determinar que o juízo
converta a prisão preventiva da requerente por prisão domiciliar, sem prejuízo de serem fixadas
outras medidas diversas da prisão que o juízo a quo entenda como oportunas no curso do processo.
Relator
EMENTA
EMENTA: HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR. ARTIGO 157, § 2º, INCISO II, § 2º-A, INCISO
I E ARTIGO 159, PARÁGRAFO 1º C/C ARTIGO 69, TODOS DO CPB. PRISÃO PREVENTIVA.
EXCESSO DE PRAZO PARA ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO. INCABIMENTO. PREDICADOS
SUBJETIVOS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 08 DO TJPA.
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO A DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. PRAZO QUE NÃO É
ABSOLUTO. ORDEM CONHECIDA E DENEGADA, NOS TERMOS DO VOTO DA DESA. RELATORA.
1. Para a caracterização do excesso de prazo, a demora deve estar vinculada à desídia do Poder Público,
o que não se verifica na espécie, uma vez que a ação penal, dentro das particularidades que apresenta,
encontra-se com o seu processamento dentro dos limites da razoabilidade. Observo ainda que a própria
defesa tem contribuído para um maior alongamento do trâmite processual, quando se pleiteou o
adiamento da audiência pelos patronos dos corréus;
2. De acordo com a Súmula n° 08, deste Egrégio Tribunal de Justiça, “As qualidades pessoais são
irrelevantes para a concessão da ordem de habeas corpus, mormente quando estiverem presentes
os requisitos da prisão preventiva.”;
3. É cediço que o lapso temporal, não é absoluto, ou seja, não resulta de simples operação matemática,
servindo apenas como parâmetro geral para os magistrados, devendo ser analisado sob o prisma do
princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, sendo necessária, em certas circunstâncias, a sua
maior dilação em virtude das peculiaridades do caso concreto;
4. Ordem de Habeas Corpus conhecida e denegada, nos termos do voto da Desa. Relatora.
Sala das Sessões do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, com início em 10 de
agosto à 12 de agosto de 2021
Julgamento presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Milton Augusto de Brito Nobre.
RELATORA
RELATÓRIO
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Trata-se da ordem de habeas corpus liberatório, com pedido de liminar, impetrado em favor de
NAZARENO RAMOS DOS SANTOS, com prisão preventiva decretada no dia 26/12/2020, sendo cumprida
em 26/03/2021, pela prática dos crimes previstos no artigo 157, § 2º, inciso II, § 2º-A, inciso I e artigo 159,
parágrafo 1º c/c artigo 69, todos do CPB, apontado como autoridade coatora o Juízo de Direito da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Cametá.
O impetrante afirma que a prisão do paciente foi em decorrência da suposta participação na extorsão
mediante sequestro da Gerente de uma instituição financeira e sua família no município de Cametá.
Relata também que o juízo inquinado coator designou audiência de instrução e julgamento para o dia
23/06/2021, com a finalidade de ser realizada a oitiva das testemunhas residuais e o interrogatório de
todos os acusados, entretanto, em decisão datada de 17/06/2021, o Magistrado a quo redesignou a
audiência para o dia 21/07/2021.
Aduz ainda que o coacto se encontra constrangido ilegalmente no seu direito de ir e vir por excesso de
prazo para o encerramento da instrução criminal.
Assevera que o paciente não possui antecedentes criminais, reside no distrito da culpa, tem
ocupação lícita e família constituída.
Por fim, afirma que o coacto está preso sendo violado o princípio da duração razoável do processo,
uma vez que até a nova data da audiência de instrução e julgamento, o mesmo estará há 04 (quatro)
meses enclausurado.
Por esse motivo, requereu a concessão liminar, com a imediata expedição de alvará de soltura para que
seja revogada a prisão preventiva. E no mérito, a concessão definitiva da ordem.
Em 24.06.2021, para melhor análise do direito invocado pelo paciente, achei por bem requisitar
informações do Magistrado a quo e após decidir sobre a medida liminar pleiteada.
“(...) a) Síntese dos fatos nos quais se articula a acusação: Consta dos autos, em resumo, que no dia
05/06/2020, por volta das 03h, o paciente, juntamente com outros acusados, invadiram a residência da
vítima SANDRA MARIA DEMÉTRIO CARDOSO, gerente local do Banpará, e subtraíram seus pertences e
certa quantia em dinheiro, bem como sequestraram sua família, exigindo resgate de R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais).
O paciente teria sido o responsável por dar apoio logístico à empreitada criminosa, recebendo os demais
acusados na cidade, abrigando-os em um imóvel de sua propriedade e que ficava próximo da residência
das vítimas. Apontam as informações, ainda, que o paciente era um dos indivíduos que estavam no
cativeiro com as vítimas.
A prisão preventiva do paciente foi decretada em 16/12/2020, tendo sido efetivada somente em
26/03/2021.
b) Exposição da causa ensejadora da medida constritiva: Neste caso, o Juízo constatou que além dos
pressupostos legais, quais sejam, prova da materialidade e suficientes indícios de autoria,
consubstanciado nas investigações realizadas pela polícia especializada, depoimentos testemunhais e das
vítimas, também estão presentes os requisitos da necessidade de garantia da ordem pública e da
aplicação da lei penal, devido ao poder de articulação do grupo criminoso, bem como pelo risco de que em
liberdade possam se evadir desta comarca para local incerto. Ressalte-se que o modus operandi dos réus
causou grande repercussão na cidade de Cametá, por ter sido perpetrado com violência e grave ameaça
às vítimas, bem como pela restrição de liberdade com exigência de resgate, fato incomum neste
município.
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c) Informações acerca dos antecedentes criminais e primariedade do paciente, e, sendo possível, sua
conduta social e personalidade Segue em anexo certidão de antecedentes do Paciente.
Em 27/04/2021 foi recebido o aditamento à Denúncia. A primeira audiência de instrução foi realizada em
27/04/2021, tendo sido marcada a continuação do ato para o dia 23/06/2021, tendo sido, porém,
remarcada para o dia 21/07/2021, pelos motivos expostos no despacho que segue anexo. (...)”.
O writ foi redistribuído, diante do afastamento desta Relatora, recaindo à relatoria do Excelentíssimo
Senhor Desembargador Rômulo Nunes, exclusivamente, para análise de sua liminar (art.112, § 3º, do
RITJE/PA), o qual indeferiu a medida liminar e requisitou informações da autoridade coatora.
Nesta Superior Instância, o Douto Procurador de Justiça Ricardo Albuquerque da Silva, opina pelo
conhecimento e denegação do writ.
É O RELATÓRIO.
VOTO
Cinge-se o presente writ ao argumento relativo à coação ilegal em razão do excesso de prazo para
encerramento da instrução.
Inicialmente, cumpre esclarecer que a primeira audiência foi marcada para a data de 17.06.2021, que não
foi realizada pois o Magistrado que atua na Comarca encontrou-se afastado de suas atividades judicantes,
pois acometido pela doença do novo coronavírus Covid-19, impossibilitando sua presença no local de
trabalho, em razão do isolamento social e tratamento da doença, bem como a impossibilidade de atuação
nos feitos de sua competência, o que ensejou a remarcação da audiência para o dia 21.07.2021. Fato que,
inclusive, foi informado pelo próprio impetrante.
Ocorre que o impetrante inconformado, impetrou o presente Habeas Corpus por entender que haveria
excesso de prazo para encerramento da instrução, uma vez que o paciente já estaria preso há 03 (três)
meses e, na data que seria a audiência, este prazo já restaria ultrapassado.
Assim, vejo que o excesso de prazo apontado, não se sustenta no caso em apreço.
A um, porque a audiência marcada para o mês de julho só necessitou ser adiada em razão de doença do
Magistrado que foi acometido pelo Covid-19, tendo sido afastado de suas atividades, obedecendo o que
determina a Organização Mundial de Saúde – OMS, os órgãos Sanitários, e o art. 4º, da Portaria Conjunta
nº 1/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, de 13 de março de 2020, do Tribunal de Justiça, dada a urgência no
tratamento do doente e o alto risco de contaminação, que estabelece:
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“Art. 4º. Todos aqueles que se enquadrarem na definição de casos suspeitos do presente
normativo, ou que tenham recebido diagnóstico positivo para o COVID-19, recebendo o devido
atestado médico, deverão abster-se de comparecer aos respectivos locais de trabalho.”
Dessa maneira, para a caracterização do excesso de prazo, a demora deve estar vinculada à desídia do
Poder Público, o que não se verifica na espécie, uma vez que a ação penal, dentro das particularidades
que apresenta, encontra-se com o seu processamento dentro dos limites da razoabilidade.
A dois, porque a nova data estabelecida pelo Magistrado, 21.07.2021, não pode ser realizada, pois houve
pedido de adiamento da audiência, pelos patronos dos corréus, o que foi deferido pelo Magistrado a
quo, conforme me foi informado pelo Diretor de Secretaria Sr. Rodrigo Ribeiro Carneiro, via contato
telefônico para a Secretaria da 1ª Vara Criminal de Cametá.
Observo ainda que a própria defesa tem contribuído para um maior alongamento do trâmite processual,
quando se pleiteou o adiamento da audiência pelos patronos dos corréus, conforme preceitua a Súmula
64, do Superior Tribunal de Justiça.
Cumpre salientar que a audiência de instrução e julgamento foi remarcada para o dia 18 de agosto
de 2021, às 09h00, conforme consta no Sistema Libra.
Ademais, tendo em vista a situação excepcional e emergencial que atualmente assola o mundo,
decorrente da pandemia do coronavírus, justificada se faz, até o presente momento, eventual atraso no
julgamento do feito, eis que, se por um lado tal delonga não pode ser imputada à defesa como quer fazer
crer o impetrante, por outro lado também não pode ser atribuída ao Poder Judiciário.
Quanto, a alegação de que o paciente possui predicados pessoais favoráveis, não representam óbice
para a manutenção da prisão preventiva, quando identificados os requisitos para a manutenção da
cautelar.
De acordo com a Súmula n° 08, deste Egrégio Tribunal de Justiça, “As qualidades pessoais são
irrelevantes para a concessão da ordem de habeas corpus, mormente quando estiverem presentes
os requisitos da prisão preventiva.”
Écediço que o lapso temporal, não é absoluto, ou seja, não resulta de simples operação matemática,
servindo apenas como parâmetro geral para os magistrados, devendo ser analisado sob o prisma do
princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, sendo necessária, em certas circunstâncias, a sua
maior dilação em virtude das peculiaridades do caso concreto.
Sobre o assunto, o Superior Tribunal de Justiça, orienta que “(...) O constrangimento ilegal por excesso
de prazo não resulta de um critério aritmético, mas de uma aferição realizada pelo julgador, à luz
dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, levando em conta as peculiaridades do
caso concreto.” (AgRg no RHC 147.034/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 25/05/2021, DJe 01/06/2021).
E ainda, que “(...) Esta Corte Superior tem o entendimento de que, somente configura
constrangimento ilegal por excesso de prazo na formação da culpa, apto a ensejar o relaxamento
da prisão cautelar, a mora que decorra de ofensa ao princípio da razoabilidade, consubstanciada
em desídia do Poder Judiciário ou da acusação, jamais sendo aferível apenas a partir da mera
soma aritmética dos prazos processuais. (AgRg no HC 657.458/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN
PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 22/06/2021, DJe 24/06/2021).
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É O VOTO.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
1. Quanto ao argumento de excesso de prazo, não há que se falar de inércia por parte do juízo coator,
tendo em vista que o processo vem tramitando regularmente, em ritmo compatível com as peculiaridades
do caso e sua complexidade, diante da existência de pluralidade de réus, com a necessidade de
expedição de vários mandados e cartas precatórias, estando o feito no aguardo do cumprimento dos
mandados e das cartas precatórias expedidas, não configurando, de forma alguma, o interregno
processual, até o momento, como coação ilegal. O excesso de prazo, como cediço, não resulta de simples
operação aritmética. Assim, urge que, no caso em apreço, se tenha uma ponderação, sob a ótica da
razoabilidade e da proporcionalidade, ressalvando que, de modo algum, a pequena mora processual foi
motivada por desídia ou descaso da autoridade judiciária. Segundo o juízo de razoabilidade, o lapso
temporal deve ser examinado caso a caso, podendo ser dilatado quando a demora é justificada, servindo
os prazos apenas como parâmetro geral, não, sendo, portanto, absoluto.
2. In casu, não se mostra patente a delonga processual, visto que o feito transcorre em prazo razoável
para atender as suas peculiaridades, diante da pandemia da COVID-19 vivenciada pelo Brasil e pelo
mundo, ante a suspensão das atividades em todas as unidades administrativas e judiciárias por conta da
pandemia do novo coronavírus declarada pela Organização Mundial de Saúde durante boa parte do ano
de 2020 e no decorrer do ano de 2021, bem como, conforme informações prestadas pela autoridade
coatora (ID 5438747), pela necessidade de expedição de cartas precatórias para a Comarca de
Benevides/PA, além da Vara possuir competência para processar e julgar os crimes praticados por
organizações criminosas em todo o Estado do Pará e, por distribuição, os crimes de entorpecentes
ocorridos na Capital/PA, tendo outros inúmeros processos com elevada complexidade e volume.
3. No que concerne à ausência de reavaliação da prisão cautelar no prazo de 90 (noventa) dias, não pode
ser interpretada como um salvo conduto para a liberação de presos provisórios ou definitivos, cuja
custódia ainda se faça necessária, devendo ser avaliado caso a caso, sob pena de gerar intranquilidade
social e uma maior vulneração da ordem pública. Além do que, não se trata de termo peremptório, isto é,
eventual atraso na execução deste ato não implica automático reconhecimento da ilegalidade da prisão,
tampouco a imediata colocação do custodiado cautelar em liberdade.
4. O periculum libertatis está plenamente configurado, tendo sido justificado na garantia da ordem pública
dada a gravidade concreta da conduta e a necessidade de coibir a reiteração delitiva, pois ficou
caracterizada a habitualidade da conduta criminosa pelas informações dos próprios denunciados, no
sentido de que respondem a processo criminal no estado do Ceará. O caso reclama uma resposta
imediata do Estado para que não se consolide no inconsciente coletivo a impressão de que o tráfico de
drogas é coisa de somenos importância. O crime em tela é de consequências incomensuráveis, de modo
que a liberdade do réu, por si só, representa perigo à ordem pública, visto que praticou conduta perigosa e
maléfica, causando ameaça à paz social, o que deixa a sociedade temerosa e apreensiva quanto ao
aumento do tráfico de entorpecentes na localidade, sendo insuficiente a aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão.
5. Vale ressaltar que não merecem respaldo os argumentos trazidos pelo impetrante no que se refere à
pandemia do coronavírus – COVID-19, uma vez que, a defesa se utilizou de fundamentos genéricos,
deixando de demonstrar acerca da presença de qualquer excepcionalidade que venha a respaldar a
concessão de liberdade ou substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar em favor do ora
paciente em decorrência da pandemia da COVID-19.
Acórdão
Sessão do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, iniciada aos dez dias e finalizada aos
doze dias do mês de agosto de 2021.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Julgamento presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
A Advogada Kelley Cristina Porto Bertosi Mendes impetrou ordem de habeas corpus liberatório com
pedido de liminar em favor do paciente Marcelo Ferreira de Oliveira, em face de ato do douto Juízo da
Vara de Combate ao Crime Organizado da Comarca de Belém/PA, nos autos da Ação Penal nº 0800224-
06.2021.8.14.0097 (PJE 1º grau).
Consta da impetração (ID 5366303) que o paciente fora preso e autuado em flagrante delito por ter, em
tese, praticado os delitos previstos nos arts. 33 e 35 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), na data de
16/02/2021. No dia 17/02/2021, na audiência de custódia, realizada por videoconferência, o juízo
homologou o flagrante e o converteu em prisão preventiva. Em seguida, o paciente foi denunciado,
tendo sido recebida a denúncia no dia 13/05/2021. No dia 25/05/2021, o paciente foi citado para ofertar
sua resposta à acusação.
A impetrante sustenta que, nos autos, não há nenhuma decisão que revise os motivos ensejadores da
prisão preventiva. A segregação cautelar perdura por mais de 100 (cem) dias, sem que tenha sido
realizada a reanálise, de ofício, da necessidade de manutenção da custódia, em clara violação ao art.
316, parágrafo único, do CPP (Lei nº 13.964/2019 – Pacote Anticrime), bem como violação à
Recomendação nº 62 do Conselho Nacional de Justiça (art. 4º, inciso I, alínea “c”).
A autoridade coatora, além de violar a Lei Processual Penal, também ignora a Recomendação nº 62 do
CNJ, ao proferir decisão omissa e genérica que vem causando incontroverso constrangimento
ilegal ao paciente e ao não realizar a reanálise da ilegal segregação cautelar imposta ao mesmo.
Requer a concessão liminar do writ, para que seja imediatamente relaxada a prisão ilegal do paciente,
com a consequente expedição do alvará de soltura. No mérito, requer a concessão definitiva da ordem.
Caso haja entendimento diverso, que seja concedida a liberdade provisória do paciente, aplicando as
medidas cautelares diversas da prisão, conforme determina o art. 319 do CPP.
A autoridade coatora informa, após narrar os fatos descritos na denúncia, que a prisão em flagrante foi
homologada e convertida em prisão preventiva na data de 17/02/2021, em sede de audiência de
custódia, pelo Juízo da Vara do Plantão Judicial Unificado das Comarcas de Ananindeua, Benevides e
Marituba, encontrando-se o paciente nesta condição até a data das informações. Que se trata de
processo de extrema complexidade, sendo imperioso observar o princípio da razoabilidade.
Por fim, comunica que o processo se encontra na fase de notificação da denúncia, já tendo sido
expedido os mandados e as cartas precatórias para a citação dos denunciados, estando pendente os
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
seus cumprimentos.
Nesta Superior Instância, o Procurador de Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves, na condição de
Custos Iuris, manifesta-se pelo conhecimento e pela denegação da ordem, sem prejuízo de que o juízo
coator seja instado a reanalisar a necessidade da segregação cautelar do paciente (parecer ID 5458286).
É o relatório.
VOTO
Da análise dos autos, observa-se que as pretensões da impetrante estão ancoradas em proposições
inconsistentes e por isso não devem prosperar.
Quanto ao argumento de excesso de prazo, não há que se falar de inércia por parte do juízo coator,
tendo em vista que o processo vem tramitando regularmente, em ritmo compatível com as
peculiaridades do caso e sua complexidade, diante da existência de pluralidade de réus, com a
necessidade de expedição de vários mandados e cartas precatórias.
Dessa forma, o alegado excesso de prazo não deve prevalecer para os fins a que se destina, uma vez
que, apesar de se reconhecer a existência de uma pequena delonga processual, o feito está sendo
impulsionado, talvez não com a celeridade desejada pela impetrante, mas dentro da disponibilidade do
juízo processante.
Como cediço, o excesso de prazo não resulta de simples operação aritmética. Assim, urge que, no
caso em apreço, se tenha uma ponderação, sob a ótica da razoabilidade e da proporcionalidade,
ressalvando que, de modo algum, a pequena mora processual foi motivada por desídia ou descaso da
autoridade judiciária. Segundo o juízo de razoabilidade, o lapso temporal deve ser examinado caso a
caso, podendo ser dilatado quando a demora é justificada, servindo os prazos apenas como parâmetro
geral, não, sendo, portanto, absoluto.
No caso concreto, não se mostra patente a delonga processual, visto que o feito transcorre em prazo
razoável para atender as suas peculiaridades, diante da pandemia da COVID-19 vivenciada pelo Brasil e
pelo mundo, ante a suspensão das atividades em todas as unidades administrativas e judiciárias por
conta da pandemia do novo coronavírus declarada pela Organização Mundial de Saúde durante boa
parte do ano de 2020 e no decorrer do ano de 2021, bem como, conforme informações prestadas pela
autoridade coatora (ID 5438747), pela necessidade de expedição de cartas precatórias para a
Comarca de Benevides/PA, além da Vara possuir competência para processar e julgar os crimes
praticados por organizações criminosas em todo o Estado do Pará e, por distribuição, os crimes de
entorpecentes ocorridos na Capital/PA, tendo outros inúmeros processos com elevada
complexidade e volume.
No que concerne à ausência de reavaliação da prisão cautelar no prazo de 90 (noventa) dias, não
pode ser interpretada como um salvo conduto para a liberação de presos provisórios ou
definitivos, cuja custódia ainda se faça necessária, devendo ser avaliado caso a caso, sob pena de
gerar intranquilidade social e uma maior vulneração da ordem pública. Além do que, não se trata de
termo peremptório, isto é, eventual atraso na execução deste ato não implica automático
reconhecimento da ilegalidade da prisão, tampouco a imediata colocação do custodiado cautelar
em liberdade (STJ, HC 584992-se, Relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, publicado em
29/06/2020).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR. ART. 121, § 2º, INCISOS I E IV DO CPB.
ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. INOCORRÊNCIA. INSTRUÇÃO PROCESSUAL EM CURSO,
AGUARDANDO A REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO MARCADA PARA
O DIA 09/05/2019. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. PEDIDO DE SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO
CAUTELAR POR MEDIDA DIVERSA. IMPOSSIBILIDADE ANTE A EXISTÊNCIA DOS REQUISITOS
PRECONIZADOS NOS ARTS. 312 E 313, DO CPP, NÃO SE MOSTRANDO AS MEDIDAS DIVERSAS,
PREVISTAS NO ART. 319 DO CPP, SUFICIENTES AO CASO. PRESENÇA DO FUMUS COMISSI
DELICTI E DO PERICULUM LIBERTATIS, JÁ TENDO O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM
ORIENTAÇÃO UNÍSSONA, DETERMINADO QUE, PERSISTINDO OS REQUISITOS AUTORIZADORES
DA SEGREGAÇÃO CAUTELAR (ART. 312, CPP), É DESPICIENDO QUE O PACIENTE POSSUA
CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. ALEGAÇÃO DE BONS ANTECEDENTES E QUALIDADE
PESSOAIS. IRRELEVÂNCIA. APLICAÇÃO AO CASO DA SÚMULA 08 DESTA CORTE. PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE E DA CONFIANÇA NO JUÍZO DA CAUSA POR SER O DETENTOR DAS PROVAS
DOS AUTOS. HABEAS CORPUS CONHECIDO. ORDEM DENEGADA. (1502175, 1502175, Rel. ROSI
MARIA GOMES DE FARIAS, Órgão Julgador Seção de Direito Penal, Julgado em 2019-03-18, Publicado
em 2019-03-20)
Sendo assim, não há que se falar em constrangimento ilegal pelo excesso de prazo.
In casu, observa-se que o paciente teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, na
audiência de custódia, no dia 17/02/2021, pela suposta prática dos crimes previstos nos arts. 33 e 35 da
Lei nº 11.343/2006. A autoridade coatora fundamentou o decreto prisional, nos seguintes termos:
gramas) de cocaína, fracionados em 370 (trezentos e setenta) tabletes, sendo que mantinham, ainda, sob
a sua guarda, na mesma data, 184,25Kg (cento e oitenta e quatro quilogramas e vinte e cinco gramas), de
idêntico produto, distribuídos em 170 (cento e setenta) tabletes. O Ministério Público Estadual requereu
a conversão da prisão em flagrante dos investigados em preventiva, já que a gravidade concreta do
evento aqui noticiado, a quantidade da droga apreendida e a periculosidade dos investigados, os
quais lideram um grupo criminoso em outro ente federativo, mas se deslocaram para este Estado
para aqui assumirem o comando do tráfico de drogas, demonstram que a medida extrema é
necessária à garantia da ordem pública. A Defensoria Pública Estadual, que assiste os investigados no
procedimento, argumentou que a liberdade de seus assistidos não colocará em risco a ordem pública e a
instrução processual, já que os mesmos não possuem antecedentes criminais e, ainda, porque a prisão,
que deve ser uma medida de exceção, diante da crise pandêmica, somente deve ser decretada se
presentes estiverem os requisitos descritos no art. 312 da Lei de Regência, o que não é o caso dos autos.
A defensora dos indiciados também argumentou pela necessidade de substituição da prisão em flagrante
por outras medidas cautelares, já que os mesmos são os únicos responsáveis pelo sustento de seus filhos
e, ainda, em razão de militar em favor de todos o princípio constitucional da presunção de inocência. Não
se divisa nos autos, diante das providências assumidas, vícios formais ou materiais que possam
comprometer a regularidade do procedimento lavrado contra os indiciados. Sem embargo, os elementos
colacionados aos autos demonstram que a autoridade policial iniciou trabalho de investigação preliminar
para colher informações e localizar os indivíduos ‘ROBERTO’, ‘MAXIMILIANO’ e ‘BRENO’, os quais
estariam homiziados no Município de Benevides. A equipe policial, com vistas a atingir o objetivo
anteriormente mencionado, permaneceu em diligência de campo, no Município de Benevides, durante 03
(três) dias. Os agentes públicos, segundo os relatos contidos dos autos, no dia 15/02/2021, souberam, por
fonte não identificada, que os indivíduos procurados estariam no Município de Bujaru. De posse da
informação anteriormente mencionada, os policiais se deslocaram para o Município de Bujaru, avistaram
os indiciados no veículo FIAT, marca TORO, cor PRETA, não peliculado, mas resolveram montar
campana para monitorar os seus movimentos para identificar os demais membros do grupo. No curso da
campana realizada, os policiais viram os indiciados se deslocando no mesmo veículo já citado para o
Município de Benevides e resolveram realizar a abordagem aqui noticiada. Realizada a revista no veículo
FIAT, marca TORO, cor PRETA, não peliculado, onde os investigados viajaram, os policiais encontraram
370 (trezentos e setenta) tabletes de cocaína. Durante a abordagem, o terceiro indiciado afirmou morar na
estrada de Neópolis, no Município de Benevides, bem como admitiu possuir drogas num dos cômodos de
sua habitação. Em ato contínuo, os agentes públicos se deslocaram para o endereço antes mencionado e,
em lá chegando, ingressaram no imóvel com a autorização do terceiro investigado, conforme afirma a
testemunha RAMILLE CHAGAS JÚLIO. Realizada a revista no imóvel ocupado pelo primeiro e terceiro
investigados, os policiais ali encontraram 170 (cento e setenta) tabletes de cocaína. Os depoimentos das
testemunhas, o auto de apresentação e apreensão e, ainda, o laudo de constatação não apenas
comprovam a materialidade delitiva, como também criam a possibilidade de os indiciados serem os
autores do crime de tráfico de drogas que lhes é tributado. O evento aqui noticiado não é um fato
isolado na vida do primeiro e do terceiro indiciado, já que ambos, consoante declararam,
respondem a processo criminal no Estado do Ceará. O segundo investigado, apesar de não
apresentar registros de antecedentes criminais, segundo os elementos amealhados, vinha atuando
com notas de habitualidade na prática do delito que lhe é imputado. A gravidade concreta do
evento aqui noticiado, a vida pregressa do primeiro e do terceiro indiciada e as notas de
habitualidade da conduta rivalizada demonstram que as medidas descritas no art. 319 do Código
de Processo Penal são inadequadas ou insuficientes para a garantia dos bens juridicamente
tutelados. Desse modo, é evidente que a clausura pré-acautelatória dos indiciados, diante da
inadequação ou insuficiência das medidas descritas no art. 319 do Código de Processo Penal, deve ser
convertida em PRISÃO PREVENTIVA com vistas a garantir-se a ordem pública e por conveniência
da instrução criminal. Ante ao exposto, CONVERTO a PRISÃO EM FLAGRANTE dos
nacionais BRENO ABREU DE SOUSA, MARCOS PAULO PINHEIRO DE SOUZA e MARCELO
FERREIRA DE OLIVEIRA, já identificados, em PREVENTIVA, como indiciados no crime descrito no art.
33, caput, da Lei nº 11.343/2006, com fundamento na norma consubstanciada no art. 312 do Código de
Processo Penal. (...)”.
sendo pessoa de confiança do denunciado MAX MILIANO desde a época em que atuavam no
tráfico no Rio de Janeiro/RJ, tendo, também, alugado uma casa em Belém que servia como
entreposto de drogas/dinheiro. Segundo a autoridade policial é membro do Comando Vermelho-
Oriundo de São Gonçalo-RJ”.
Nas informações prestadas pela autoridade coatora no dia 21/06/2021, o juízo relata que, “a Polícia Civil
do Ceará estava no encalço dos denunciados Max Miliano Machado da Silva e Roberto Rodrigo Di
Jackson Oliveira Freitas, que expandiram a atividade do Comando Vermelho do Rio de Janeiro para
aquele estado e alertou a Polícia Civil do Pará, que conseguiu desvendar vários locais de armazenamento
da droga no estado, tendo logrado êxito em prender em flagrante Breno Abreu de Sousa, Marcos Paulo
Pinheiro de Sousa e Marcelo Ferreira de Oliveira transportando e, depois, o local de depósito de drogas,
totalizando na apreensão mais de 01 (uma) tonelada da substância proscrita cocaína. Para o intento
da empreitada criminosa, o denunciado Marcos Paulo Pinheiro de Sousa alugou um sítio em
Benevides/PA, enquanto o denunciado Marcelo Ferreira de Oliveira, ora paciente, alugou uma
residência em Belém/PA. Todos esses imóveis passaram a ser usados para o recebimento e
armazenamento das drogas, até que pudessem ser distribuídas para os pontos de venda em
diversos municípios do nosso estado.
Ora, o periculum libertatis está plenamente configurado, tendo sido justificado na garantia da ordem
pública dada a gravidade concreta da conduta e a necessidade de coibir a reiteração delitiva, pois
ficou caracterizada a habitualidade da conduta criminosa pelas informações dos próprios denunciados,
no sentido de que respondem a processo criminal no estado do Ceará. O caso reclama uma resposta
imediata do Estado para que não se consolide no inconsciente coletivo a impressão de que o tráfico de
drogas é coisa de somenos importância.
O crime em tela é de consequências incomensuráveis, de modo que a liberdade do réu, por si só,
representa perigo à ordem pública, visto que praticou conduta perigosa e maléfica, causando ameaça
à paz social, o que deixa a sociedade temerosa e apreensiva quanto ao aumento do tráfico de
entorpecentes na localidade, sendo insuficiente a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão
.
Por fim, vale ressaltar que não merecem respaldo os argumentos trazidos pelo impetrante no que se refere
à pandemia do coronavírus – COVID-19, uma vez que, a defesa se utilizou de fundamentos genéricos,
deixando de demonstrar acerca da presença de qualquer excepcionalidade que venha a respaldar a
concessão de liberdade ou substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar em favor do ora
paciente em decorrência da pandemia da COVID-19.
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a Recomendação nº 62 do CNJ não
tem caráter vinculante (Agravo no RHC 131.833/SP, Relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado
em 20/10/2020, DJe 29/10/2020). Sua finalidade é recomendar e indicar a adoção de providências por
parte do Poder Judiciário no combate à proliferação e contágio do vírus nos estabelecimentos prisionais,
não implicando em automática concessão de liberdade, de prisão domiciliar ou de benefícios
executórios, devendo ser analisada a situação dos reclusos no sistema carcerário caso a caso.
É o voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
EMENTA
HABEAS CORPUS. ART. 121, CAPUT, C/C ART. 14, INC. II, AMBOS DO CPB. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA À PRISÃO PREVENTIVA. INEXISTÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. DECRETAÇÃO POR ESTAR
O PACIENTE EM LOCAL INCERTO E NÃO SABIDO. DILIGÊNCIAS NÃO REALIZADAS.
FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. DESCABIMENTO. CUSTÓDIA CAUTELAR. IMPOSIÇÃO DE OFÍCIO.
VIOLAÇÃO DA LEI Nº 13.964/2019. IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
1. In casu, consoante se observa das informações prestadas pela autoridade coatora, que o paciente foi
devidamente citado por edital, não respondendo ao chamado da Justiça, circunstância que justifica a
decretação da sua prisão preventiva, na forma do diploma supramencionado, não havendo que se falar em
constrangimento ilegal. Ademais, presentes os requisitos da prisão preventiva, como se verifica no caso
sob exame, estando o decreto segregatório devidamente prescrito na legislação penal e com
fundamentação adequada, deve a ordem, por bem, ser denegada.
2. Por fim, ao asseverar que o Juízo a quo violou o disposto previsto na Lei nº 13.964/2019 ao decretar, de
ofício, a custódia cautelar do paciente, depreende-se que a defesa laborou em equívoco, pois ao tempo da
decretação da prisão preventiva do indiciado, não se encontrava em vigor o dispositivo cuja violação fora
alegada pela impetração, daí que não se pode falar em ilegalidade do ato proferido pela autoridade
coatora àquele tempo. Ademais, ressalte-se a defesa técnica do paciente requereu, em 31/05/2021, a
revogação da medida cautelar dele, com manifestação contrária do RMP de 1º Grau, o que foi
acompanhado pelo Juízo a quo, restando superada qualquer ilegalidade neste sentido.
ACÓRDÃO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Sala das Sessões Virtuais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 10 a 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Preventivo com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente João
Lenos Dias da Silva, contra ato do douto Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Itupiranga/PA, no
que tange à Ação Penal de n.º 0000994-74.2009.8.14.0025, na qual o paciente fora denunciado pela
suposta prática do crime de tentativa de homicídio, ocorrido no ano de 2009.
Consta da impetração, que após a decisão de recebimento da denúncia, mesmo sem diligenciar para
encontrar o endereço atualizado do paciente, a autoridade coatora decretou a preventiva com fundamento
no art. 366 do CPPB.
Acrescenta que, no dia 31 de maio de 2021, o impetrante peticionou nos autos da origem, requerendo a
revogação da prisão preventiva e citação do acusado por meio de videoconferência, posto que atualmente
o paciente residente em Fortaleza/CE; porém, até o presente momento não houve qualquer decisão.
Enfatiza o ilustre causídico, que o fato do agente estar em local incerto e não sabido e, com isso, a sua
citação ter sido realizada por edital, não tem o condão de demonstrar que o agente se furta a comparecer
ao processo ou inquérito.
Defende que, quando há tentativa de citação e não é encontrando o réu, expede-se a citação por edital;
todavia, o não comparecimento não deve presumir a sua fuga.
Assevera, ainda, que a prisão preventiva é medida excepcional e deve ser decretada, apenas, quando
devidamente amparada pelos requisitos legais, em observância ao princípio constitucional da presunção
de inocência ou da não culpabilidade, sob pena de antecipar a reprimenda a ser cumprida quando da
condenação.
Conclui o impetrante que o decisum cautelar foi decretado de ofício pela autoridade coatora, violando o
dispositivo disposto na Lei nº 13.964/2019, já que não é mais possível a conversão da prisão em flagrante
em preventiva sem provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, ou do
Ministério Público, mesmo nas situações em que não ocorre audiência de custódia
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito requer o nobre advogado
impetrante, liminarmente a concessão da ordem, a fim de que seja imposta prisão domiciliar ao paciente,
com monitoramento eletrônico.
À ID 5449638, a autoridade coatora após fazer um breve relato acerca da marcha processual, prestou as
seguintes informações, verbis:
“(...).
Às fls. 45, fora decretada a prisão preventiva do réu, com expedição do competente mandado às fls. 47.
A defesa do acusado pleiteou a revogação da prisão preventiva bem como a citação por videoconferência
às fls. 54.
Às fls. 59, o Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do pedido de revogação da prisão
preventiva, mas favorável a citação por videoconferência.
Às fls. 60/61, este juízo decidiu pelo indeferimento do pedido de prisão preventiva, porém deferiu o pedido
da defesa pela citação do réu por videoconferência ou por whatsapp no número fornecido, conforme
requerido pelo acusado às fls. 54/55 dos autos.
Prejudicada.
Nesta Instância Superior, 10º Procurador de Justiça Criminal, respondendo pela 11ª Procuradoria de
Justiça Criminal, Dr. HEZEDEQUIAS MESQUITA DA COSTA, MANIFESTA-SE preliminarmente pelo
CONHECIMENTO e, no mérito, pela DENEGAÇÃO DA ORDEM, por não restar configurado qualquer
constrangimento ilegal na prisão preventiva do Paciente.
É o relatório.
VOTO
In casu, aduz a impetração que o paciente está ameaçado de sofrer constrangimento ilegal em sua
liberdade de locomoção, ante a ilegalidade do decisum que decretou a custódia cautelar do mesmo, por
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ausência de justa causa à sua prisão preventiva, já que foi decretada por estar em local incerto e não
sabido, sem as devidas diligências para encontrar seu endereço.
"Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
no art. 312.(...)"
Destarte, consoante se observa das informações prestadas pela autoridade coatora, o paciente foi
devidamente citado por edital, não respondendo ao chamado da Justiça, circunstância que justifica a
decretação da sua prisão preventiva, na forma do diploma supramencionado, não havendo que se falar em
constrangimento ilegal.
Insta ressaltar que a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente está suficientemente
fundamentada por estar o mesmo prejudicando a instrução criminal e frustrando os fins da lei penal, sendo
certo que o fato do acusado se encontrar foragido também já justificaria a decretação da medida de
exceção.
Assim sendo, presentes os requisitos da prisão preventiva, estando o decreto segregatório devidamente
prescrito na legislação penal e com fundamentação adequada, deve a ordem, por bem, ser denegada.
Ademais, ainda de acordo com as informações prestadas pela Magistrada do feito – ID 5449638, em
recentíssima decisão o paciente teve indeferido pedido de revogação de sua prisão preventiva, verbis:
“A defesa do acusado pleiteou a revogação da prisão preventiva, bem como citação por
videoconferência às fls. 54.
Às fls. 59, o Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do pedido de revogação da prisão
preventiva, mas favorável a citação por videoconferência.
Às fls. 60/61, este juízo decidiu pelo indeferimento do pedido de prisão preventiva, porém deferiu o
pedido da defesa pela citação do réu por videoconferência ou por whatsapp no número fornecido,
conforme requerido pelo acusado às fls. 54/55 dos autos”.
“Consta no pedido que o requerente e único provedor/responsável pela filha especial, de 10 anos
de idade, além de estar fornecendo contato telefônico para realização de citação por meio
videoconferência, em razão do réu residir em Fortaleza/CE.
Alega ainda, que o acusado não está mais ausente do distrito da culpa.
Desse modo, em síntese, alega a defesa que o requerente não demonstra periculosidade que
justifique sua prisão preventiva. No entanto, verifico que existem indícios que o acusado praticou o
delito de tentativa de homicídio. A infração penal cometida pelo réu e a motivação do crime, têm
um alto grau de reprovação pela sociedade. O requerente em liberdade poderá trazer prejuízo à
investigação e frustrar a aplicação da lei penal, além de colocar em risco a ordem pública,
considerando que o réu permanece foragido desde a data do fato, em 25/09/2009.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em que pese as judiciosas justificativas da defesa, verifico, analisando os autos, que os elementos
que autorizaram a decretação da prisão preventiva ainda subsistem, sendo certo dizer que as
alegações formuladas, não possuem o condão de demonstrar a inexistência dos pressupostos e
requisitos necessários para a aplicação da medida de urgência, não trazendo nenhum fato novo
que modifique o quadro fático em que se embasou a decisão que decretou a prisão preventiva.
Dos argumentos narrados, não vislumbro qualquer novidade no sentido de embasar a revogação
da prisão preventiva decretada.
Esse juízo por sua vez, recebeu a denúncia, determinando a citação do réu a qual não foi possível
devido este estar foragido do distrito da culpa.
Vejamos:
O fumus comissi delicti está caracterizado por meio das declarações das testemunhas ouvidas em
sede policial, além, do laudo de exame de corpo de delito acostado às fls. 26/27.
Enfim, frise-se que o acusado em liberdade oferece risco à coletividade e à paz social, sendo, pois,
imperiosa uma atuação mais enérgica neste momento a fim de evitar um mal maior, eis que poderá
utilizar-se de meios para esquivar-se da punibilidade pelo crime cometido.
Destaco ainda que a prisão preventiva para a garantia da ordem pública não fere o princípio da não
culpabilidade, ou seja, não afirma que o requerente é culpado. Essa prisão tem como escopo
somente salvaguardar a sociedade de ações análogas.
Outrossim, condições favoráveis, tais como ocupação lícita e residência fixa, por si sós, não têm o
condão de garantir ao réu a revogação da prisão preventiva se há, nos autos, elementos hábeis a
recomendar a manutenção de sua custódia cautelar.
Dessa forma, feitas essas considerações, deve-se valorizar a decisão singular por seus próprios
fundamentos, daí que a medida mais acertada deve ser a manutenção da custódia cautelar do paciente,
até porque tal medida de exceção poderá ser revista e revogada, aliás como bem destacou o Juízo a quo,
a qualquer tempo, quando desaparecerem os motivos que a ensejaram.
Por fim, assevera a impetração que o Juízo a quo violou o disposto na Lei nº 13.964/2019 ao decretar, de
ofício, a prisão preventiva do paciente, haja vista não ser mais possível a conversão da prisão em flagrante
em preventiva sem provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, ou do
Ministério Público, mesmo nas situações em que não ocorre audiência de custódia.
Neste item, depreende-se que a defesa laborou em equívoco, pois como bem destacou o custos iures em
seu judicioso parecer, ao tempo da decretação da prisão preventiva do paciente, não se encontrava em
vigor o dispositivo cuja violação fora alegada pela impetração, daí que não se pode falar em ilegalidade do
ato proferido pela autoridade coatora àquele tempo.
De outra banda, ressalte-se a defesa técnica do paciente requereu a revogação da medida cautelar dele,
com manifestação contrária do RMP de 1º Grau, o que foi acompanhado pelo Juízo a quo, restando
superada qualquer ilegalidade neste sentido.
É o voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
558
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
EMENTA
HABEAS CORPUS. ART. 33, CAPUT, DA LEI Nº 11.343/06 E ARTS. 180 E 307, AMBOS DO CPB.
EXCESSO DE PRAZO À FORMAÇÃO DA CULPA. IMPROCEDÊNCIA. DILAÇÃO DE PRAZO
JUSTIFICADO PELA COMPLEXIDADE DO FEITO. VÁRIOS RÉUS. RECOMENDAÇÃO Nº 62 DO CNJ.
APLICAÇÃO. COVID-19. PERIGO DE CONTÁGIO. DESCABIMENTO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
NÃO CONFIGURADO. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
1. No que tange ao aventado excesso de prazo, extrai-se não restar configurado, haja vista que a mora
processual existente não é injustificada, tendo a autoridade coatora, inclusive, designado audiência de
instrução e julgamento para o dia 20/10/2021 próximo vindouro e tomado as providências para a intimação
das testemunhas de acusação e de defesa, donde se vê que o Juízo a quo vem impulsionando o feito, que
conta com a pluralidade de réus, no total de 04 (quatro) acusados, o que torna a marcha processual
complexa.
3. Cumpre destacar, ainda, que de acordo com as informações prestadas pelo Juízo a quo, o feito vem
tramitando de forma regular, cuja denuncia fora recebida em 28/06/2021 e pautada audiência de instrução
e julgamento para 20/10/2021, às 09:00 horas.
4. Por fim, verifica-se que a situação do réu não se enquadra em quaisquer das hipóteses contidas na
Recomendação n.º 62 do CNJ, uma vez que não se trata de paciente idoso ou portador de qualquer
comorbidade que o classifique como integrante do grupo de risco, ou de que esteja em iminente perigo de
contágio pelo Covid-19. Cumpre registrar ainda que, não obstante a preocupação acerca da Pandemia
pelo contágio do “novo Coronavírus” (COVID-19), as autoridades penitenciárias do Estado estão cientes
da gravidade da situação e já vêm adotando medidas de prevenção e critérios técnicos das autoridades
sanitárias e de saúde nos presídios, onde todos os cuidados estão sendo tomados em relação aos
detentos, inclusive com programa de vacinação bastante avançado.
5. Ademais, ressalte-se que as Recomendações do CNJ não são de natureza cogente, mas de caráter
orientador e opinativo aos Tribunais e Magistrados, que deverão ser examinadas caso a caso, observadas
as peculiaridades e condições pessoais de cada detento.
ACÓRDÃO
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
559
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RELATÓRIO
Trata-se de habeas corpus liberatório com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente
Alexandre Ribeiro Araújo, contra ato do douto Juízo de Direito da 1ª Vara Cível e Criminal da Comarca
de Cametá/PA, nos autos da Ação Penal nº 0800440-21.2021.8.14.0012.
Consta da impetração, que o Paciente fora denunciado pelo Ilustre representante do Ministério Público
pelo Crime previsto no Artigo 33, caput, da Lei 11.343/2006 pelo tráfico de drogas, receptação dolosa no
Artigo 180, caput e falsa identidade do Artigo 307, ambos do CPB, estando no cárcere desde o dia
04/03/2021, com base unicamente na versão de Policiais Militares, que prenderam o postulante, o qual
estava em visita na casa de sua tia, Izabel, na comunidade Joroca e, através de um amigo, foi até a casa
de Marcicleuma, onde foi acusado de estar praticando Tráfico de Drogas.
Frisar que o Paciente provará sua inocência, por ocasião da Audiência de Instrução e Julgamento, que a
bem da verdade, o mesmo, encontrava-se com Mandado de Recaptura, expedido pela Vara de Execuções
de Belém, conforme consta na própria Denúncia.
Aduz o ilustre causídico, que o Juízo “a quo” designou Audiência de Instrução e Julgamento para o dia
20/10/2021, às 09:00 horas, ou seja, o Paciente ficará preso há 200 (duzentos dias), caracterizando
excesso de prazo previsto na Lei Nº 9.303/96, que estabelece o prazo para conclusão da Instrução
Criminal de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu estiver preso, ressaltando que não há alternativa senão
de corrigir tal situação processual, por via de habeas corpus, no sentido de evitar-se uma prisão por tempo
indeterminado.
Ressalta, ainda, que o Paciente faz jus à sua liberdade, ante a Recomendação nº 62, do CNJ, tendo em
vista a possibilidade de contágio pelo novo Coronavírus, assim como por previsão Constitucional, CPPB e
Pacto São José da Costa Rica.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito reque o nobre advogado
impetrante, liminarmente, a concessão do writ com a expedição do competente Alvará de Soltura, para
que o paciente possa responder em liberdade a acusação que lhe é feita e, no mérito, que seja
definitivamente ratificada a ordem.
À ID 5605346, o Exmo. Sr. Des. Mairton Marques Carneiro, a quem coube o exame da liminar, ante o
afastamento desta Relatora por motivo de saúde, por não vislumbrar presentes os requisitos
indispensáveis à concessão, a indeferiu.
À ID 5644281, após fazer breve relato acerca dos fatos, a autoridade coatora prestou as informações de
praxe, verbis:
No caso em apreciação, verifico que além da existência dos pressupostos legais, quais sejam, prova da
materialidade e razoáveis indícios de autoria dos delitos atribuídos ao paciente, também vislumbro o
requisito da GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, pois conforme depreende-se dos autos e da certidão de
antecedentes criminais, ALEXANDRE RIBEIRO ARAÚJO já possui inclusive mandado de prisão/recaptura
decretado pelo juízo de execuções penais da RMB junto ao processo nº 0005197-37.2017.814. Além
disso, quando da ocasião de sua prisão se apresentou com nome e documento falsos, na tentativa de
ludibriar a atividade policial.
Portanto, fica evidente que eles não se empenham para sobreviver através de trabalho lícito,
representando risco para a sociedade.
560
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
a.
Em 28/06/2021 foi recebida a denúncia e pautada audiência de instrução e julgamento do feito para
20/10/2021, às 09:00 horas. Na mesma decisão, foi indeferido o pedido de liberdade formulado em favor
do paciente ante a presença de elementos autorizadores da prisão preventiva”. Grifos originais
Nesta Instância Superior, o 8º Procurador de Justiça Criminal, Dr. Ricardo Albuquerque da Silva,
pronuncia-se pelo conhecimento do habeas corpus, porque atendidos os requisitos para sua
admissibilidade, porém, no mérito, pela sua denegação, por inexistência de constrangimento ilegal.
É o relatório.
VOTO
- Do excesso de prazo
Aduz a impetração, que o paciente sofre constrangimento ilegal no seu direito ambulatorial, por excesso
de prazo na instrução criminal.
Na hipótese dos autos, observa-se que o paciente se encontra preso cautelarmente desde o dia
05/03/2021, após representação de prisão preventiva formulada pelo Delegado de Polícia Civil de
Cametá/PA, sob a alegação de garantia da ordem pública, vez que, investiga-se a prática, em tese, dos
crimes descritos no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06 e arts. 180 e 307, ambos do CPB.
Com efeito, a prisão cautelar do acusado está justificada na existência dos pressupostos legais, quais
sejam, prova da materialidade e razoáveis indícios de autoria dos delitos atribuídos a ele, também em
razão do requisito da garantia da ordem pública, pois conforme depreende-se dos autos e da certidão de
antecedentes criminais, ALEXANDRE RIBEIRO ARAÚJO já possui, inclusive, mandado de
prisão/recaptura decretado pelo juízo de execuções penais da RMB junto ao processo nº 0005197-
37.2017.814.
Ademais, quando da ocasião de sua prisão se apresentou com nome e documento falsos, na tentativa de
ludibriar a atividade policial ficando evidente que ele não se empenha para sobreviver através de trabalho
lícito, representando risco para a sociedade.
Cumpre destacar, que em decisão recente, datada de 28/06/2021, foi indeferido o pedido de liberdade
formulado em favor do paciente ante a presença de elementos autorizadores da prisão preventiva.
Assim, no que tange ao aventado excesso de prazo, extrai-se não restar configurado, haja vista que a
mora processual existente não é injustificada, tendo a autoridade coatora, inclusive, designado audiência
de instrução e julgamento para o dia 20/10/2021 próximo vindouro e tomado as providências para a
intimação das testemunhas de acusação e de defesa, donde se vê que o Juízo a quo vem impulsionando
o feito, que conta com a pluralidade de réus, no total de 04 (quatro) acusados, o que torna a marcha
processual complexa.
Pandemia mundial ocasionada pelo novo Coronavírus, inclusive mencionada na própria impetração, a qual
vem exigindo uma flexibilização de prazos processuais, devendo-se, por conseguinte, levar em conta, no
presente momento, o princípio da razoabilidade.
Derradeiramente, cumpre destacar que de acordo com as informações prestadas pelo Juízo a quo, o feito
vem tramitando de forma regular, cuja denuncia fora recebida em 28/06/2021 e pautada audiência de
instrução e julgamento para 20/10/2021, às 09:00 horas.
Por fim, verifica-se que a situação do réu não se enquadra em quaisquer das hipóteses contidas na
Recomendação n.º 62 do CNJ, uma vez que não se trata de paciente idoso ou portador de qualquer
comorbidade que o classifique como integrante do grupo de risco, ou de que esteja em iminente perigo de
contágio pelo Covid-19.
Cumpre registrar que, não obstante a preocupação acerca da Pandemia pelo contágio do “novo
Coronavírus” (COVID-19), as autoridades penitenciárias do Estado estão cientes da gravidade da situação
e já vêm adotando medidas de prevenção e critérios técnicos das autoridades sanitárias e de saúde nos
presídios, onde todos os cuidados estão sendo tomados em relação aos detentos, inclusive com programa
de vacinação bastante avançado.
Ressalte-se, ainda, que as Recomendações do CNJ não são de natureza cogente, mas de caráter
orientador e opinativo aos Tribunais e Magistrados, que deverão ser examinadas caso a caso, observadas
as peculiaridades e condições pessoais de cada preso.
Aliás, conforme menciona o eminente ministro do Superior Tribunal de Justiça, Rogério Schietti Cruz: “a
crise do novo coronavírus deve ser sempre levada em conta na análise de pleitos de libertação de presos,
mas, ineludivelmente, não é um passe livre para a liberação de todos, pois ainda persiste o direito da
coletividade em ver preservada a paz social, a qual não se desvincula da ideia de que o sistema de justiça
penal há de ser efetivo, de sorte a não desproteger a coletividade contra os ataques mais graves aos bens
juridicamente tutelados na norma penal.” (HC nº 567.408/RJ).
É o voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
EMENTA: HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR. CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS. ART. 33
DA LEI 11.343/2006. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA
(ART. 312 DO CPP) E AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA DOS MOTIVOS PELOS QUAIS NÃO SERIA
CABÍVEL OUTRA MEDIDA CAUTELAR ALTERNATIVA À PRISÃO. INCABIMENTO. PREDICADOS
SUBJETIVOS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 08 DO TJPA.
APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM
CONHECIDA E DENEGADA, NOS TERMOS DO VOTO DA DESA. RELATORA.
2. Examinando a decisão combatida, em conjunto com as informações prestadas pela autoridade coatora
e os documentos acostados aos autos, entre eles, a decisão que homologou o flagrante, entendo que tais
argumentos não podem ser acolhidos, pois a primeira está minimamente fundamentada, não apenas
nos elementos legais insculpidos no art. 312, CPPB, como em fatos concretos, devendo-se manter
a prisão cautelar para a garantia da ordem pública;
3. Já no que diz respeito às qualidades pessoais do paciente elencadas no writ, verifica-se que elas não
são suficientes para a devolução da liberdade, ante ao disposto no Enunciado Sumular nº 08 do TJ/PA:
“As qualidades pessoais são irrelevantes para a concessão da ordem de habeas corpus, mormente
quando estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva”;
5. Ordem de Habeas Corpus conhecida e denegada, nos termos do voto da Desa. Relatora.
Sala das Sessões do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, com início em 10 de
agosto à 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Milton Augusto de Brito Nobre.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RELATORA
RELATÓRIO
Tratam os presentes autos de HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR impetrado
por BRUNO FARIAS LIMA – DEFENSOR PÚBLICO, em favor do paciente JEFERSON FERREIRA
CATARINO, contra ato do MM. JUIZ DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CURIONÓPOLIS/PA, que
converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva durante a realização na audiência de custódia no dia
02.07.2021 às 10:00h.
O impetrante afirma que o paciente foi preso em flagrante delito no dia 30.06.2021 às 22h:14min (quarta-
feira), em razão de suposta prática do Crime de Tráfico de Drogas (art. 33 da Lei 11.343/2006).
No dia 02.07.2021 às 10:00h, foi realizada audiência de custódia, momento em que o Magistrado a quo
converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, conforme ID. 5567468, o qual transcrevo abaixo:
“(...) O Delegado de Polícia Civil informa a este Juízo a prisão em flagrante de JEFERSON FERREIRA
CATARINO. A conduta narrada no auto de prisão em flagrante se amolda ao crime previsto no artigo 33 da
Lei nº 11.343/2006, tratando-se da espécie de flagrante prevista no artigo 302, I, do Código de Processo
Penal. Por outro lado, as garantias previstas na Carta Magna e na legislação infraconstitucional foram
observadas, pois: a. houve comunicação ao Órgão Judicial, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à
família do indiciado no prazo legal; b. consta a data, hora e o local da lavratura do auto; c. os figurantes
essenciais do flagrante foram consignados na peça (autoridade policial, escrivão, condutor, testemunhas e
conduzido); d. os direitos de assistência da família, do advogado, laudo de constatação provisória, respeito
à integridade física e moral e entrega da nota de culpa foram assegurados. A prisão foi efetuada
legalmente, inexistindo vícios formais ou materiais que venham a macular a peça, razão pela qual
HOMOLOGO a prisão em flagrante de JEFERSON FERREIRA CATARINO. O delegado de Polícia
representou pela prisão preventiva do investigado, com fundamento no artigo 312 do CPP (ID nº
28946421).Em que pesem as alegações do Ministério Público e da Defensoria Pública no tocante à não
conversão da prisão em flagrante em custódia preventiva, a natureza da droga apreendida e as
circunstâncias a seguir relatadas recomendam, ao menos neste momento, a prisão preventiva. Em um
primeiro momento, cumpre asseverar que são dois os requisitos necessários para a decretação de uma
medida cautelar de natureza pessoal – gênero do qual é espécie a prisão preventiva – quais sejam:
Arcabouço probatório mínimo da ocorrência do delito e de sua autoria, cuja constatação se dá pela
existência da prova da materialidade delitiva e de indícios mínimos de que o sujeito sobre o qual recairá a
medida cautelar seja o autor do delito (fumus comissi delicti);Periculum libertatis, constatado quando
houver necessidade, vislumbrada no caso concreto, de que o agente deve ter sua liberdade restrita, a fim
de garantir a ordem pública, a ordem econômica, a regular instrução processual e, por fim, a aplicação da
lei penal. Os requisitos acima indicados estão previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, sendo
que quando vislumbrada a ocorrência daqueles torna-se legítima a segregação preventiva. No tocante ao
fumus comissi delicti, a materialidade delitiva está devidamente comprovada no auto de prisão em
flagrante, como auto de apresentação e apreensão e laudo de constatação provisória.
Outrossim, há elementos que indicam o investigado como sendo o suposto autor do delito (indícios de
autoria) diante do depoimento das testemunhas policiais militares que efetuaram a prisão em Flagrante.
Quanto ao periculum libertatis, verifica-se, no caso, a necessidade de decretação da prisão preventiva das
pessoas indicadas para garantir a ordem pública pelas seguintes razões: I – A medida constritiva de
liberdade se impõe como forma de restaurar a paz social, que foi violada em razão da grave comoção
social gerada por esta espécie de ilícito. A comoção está materializada nos seguintes aspectos: Gravidade
do delito, que em uma análise concreta das possíveis circunstâncias, teria ocorrido, em tese, com a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Assevera o impetrante que na decisão impugnada não estão presentes os requisitos da prisão
preventiva (art. 312 do CPP), bem como a decisão não explicou os motivos determinantes de ter
deixado de aplicar medidas cautelares diversas da prisão preventiva.
Aduz que o paciente é primário, todavia deixou de juntar nos autos a certidão de antecedentes criminais
do mesmo.
Ao final pugnou pela concessão da medida liminar até a análise final do mérito deste habeas corpus,
considerando seu caráter urgente.
No mérito, que seja concedida a ordem ora impetrada, cassando-se a ordem de prisão e expedindo-se, em
consequência, o competente alvará de soltura, em razão da ausência dos fundamentos previstos no
artigo 312 do Código de Processo Penal, bem como pela ausência de justificativa dos motivos pelos
quais não seria cabível outra medida cautelar alternativa à prisão.
Subsidiariamente, requer a substituição da prisão por outra medida cautelar prevista na lei
processual, eis que a prisão é a última ratio e, na base, não há fundamento que justifique por que não
seria cabível medida cautelar alternativa à prisão, considerando a primariedade e a ausência de
registros criminais em nome do paciente.
O writ foi distribuído, no plantão judiciário, recaindo naquele momento à relatoria do Excelentíssimo
Senhor Desembargador Mairton Marques Carneiro, que indeferiu a medida liminar, requisitou informações
da autoridade coatora, e, em seguida determinou a redistribuição no expediente normal.
“(...) Consta dos autos que o paciente foi flagranteado no dia 01 de julho de 2021, pela suposta prática dos
crimes de tráfico de drogas (artigo 33, “caput” da Lei 11.343/2006). Conforme o Auto de Prisão em
Flagrante, o paciente tinha consigo 06 (seis) unidades plásticas de aproximadamente 12,2gr – (doze
gramas e dois décimos) de substância entorpecente conhecida vulgarmente como “crack”, e ainda 5
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(cinco) unidades de uma substância vegetal conhecida como “maconha”, pesando 3,5gr – (três gramas e
cinco décimos), em tese, destinadas à venda.
Nesta Superior Instância, o Douto Procurador de Justiça Hezedequias Mesquita da Costa, opina pelo
conhecimento e denegação do writ, por não restar configurado qualquer constrangimento ilegal na prisão
preventiva do paciente.
É O RELATÓRIO.
VOTO
Cinge-se o presente writ ao argumento relativo à coação ilegal em razão da ausência dos requisitos da
prisão preventiva (art. 312 do CPP) e ausência de justificativa dos motivos pelos quais não seria
cabível outra medida cautelar alternativa à prisão.
Por fim, requer a substituição da prisão por outra medida cautelar prevista na lei processual.
No que tange à aventada ausência dos pressupostos ensejadores da medida extrema, vislumbro que
a constrição cautelar do paciente se faz necessária para resguardar a ordem pública, levando em
conta as circunstâncias fáticas sopesadas no decreto prisional, acerca da elevada reprovabilidade
do delito e pelo modus operandi da ação criminosa, o que merece maior repressão estatal,
considerando também que embora o acusado não registre antecedentes, a conduta praticada pressupõe
que ele, em liberdade, poderá cometer novo ilícito.
“(...) O delegado de Polícia representou pela prisão preventiva do investigado, com fundamento no
artigo 312 do CPP (ID nº 28946421).
Em um primeiro momento, cumpre asseverar que são dois os requisitos necessários para a
decretação de uma medida cautelar de natureza pessoal – gênero do qual é espécie a prisão
preventiva – quais sejam:
Arcabouço probatório mínimo da ocorrência do delito e de sua autoria, cuja constatação se dá pela
existência da prova da materialidade delitiva e de indícios mínimos de que o sujeito sobre o qual
recairá a medida cautelar seja o autor do delito (fumus comissi delicti);
que o agente deve ter sua liberdade restrita, a fim de garantir a ordem pública, a ordem econômica,
a regular instrução processual e, por fim, a aplicação da lei penal.
Os requisitos acima indicados estão previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, sendo
que quando vislumbrada a ocorrência daqueles torna-se legítima a segregação preventiva.
No tocante ao fumus comissi delicti, a materialidade delitiva está devidamente comprovada no auto
de prisão em flagrante, como auto de apresentação e apreensão e laudo de constatação provisória.
Outrossim, há elementos que indicam o investigado como sendo o suposto autor do delito
(indícios de autoria) diante do depoimento das testemunhas policiais militares que efetuaram a
prisão em Flagrante.
I – A medida constritiva de liberdade se impõe como forma de restaurar a paz social, que foi violada
em razão da grave comoção social gerada por esta espécie de ilícito. A comoção está materializada
nos seguintes aspectos:
Gravidade do delito, que em uma análise concreta das possíveis circunstâncias, teria ocorrido, em
tese, com a localização de uma considerável quantidade de substância semelhante ao
entorpecente conhecido como “crack”, na posse do flagranteado (06 unidades plásticas de
aproximadamente 12,2gr – 12 gramas e 2 décimos) e 5 (cinco) unidades de uma substância vegetal
conhecida como “maconha”, pesando 3,5gr - três gramas e cinco décimos, em tese, destinadas à
venda, cabendo destacar que referida droga causa imediata e significativa dependência, o que
revela a gravidade em concreto do crime investigado, justificando-se a necessidade de garantir a
ordem pública.
É papel do Poder Judiciário, ao menos neste momento e sem outros elementos, acautelar o ânimo
social e evitar que delitos envolvendo tráficos de drogas continuem financiando outros crimes e
destruindo crianças e adolescentes, o que se agrava em tempos de desemprego provocado pela
pandemia da Covid-19.
No que tange à alegada e eventual incidência da figura privilegiada do tráfico e possível fixação de
regime, observo que se trata de matéria de mérito, a demandar dilação probatória, fugindo da
análise dos requisitos da custódia preventiva, que são de natureza essencialmente processual,
ainda mais levando-se em consideração que a ação penal nem sequer se iniciou.
Outrossim, não existe a possibilidade de aplicação de medida cautelar típica ou atípica diversa da
prisão preventiva, pois se fosse imposta, seria inadequada e insuficiente, em virtude da gravidade
em concreto do delito imputado – possível tráfico de drogas envolvendo “crack”, substância
entorpecente que causa imediata dependência.
Anoto, por fim, que a conversão deste flagrante em prisão preventiva decorre do acolhimento da
representação realizada pela autoridade policial (ID nº 28946421), sem incidir, portanto, na vedação
trazida pelo CPP, que após o Pacote Anticrime, impede a decretação da prisão preventiva de ofício
pelo Juiz (e por certo, também o impede em relação à conversão).
Ante o exposto, com fulcro nos artigos 310, II, 312, 313, I e 315 do CPP, CONVERTO a custódia
flagrancial em prisão preventiva de JEFERSON FERREIRA CATARINO, em face da necessidade de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
garantir a ordem pública, além de não ser possível a incidência de medida cautelar diversa da
prisão preventiva (CPP, artigos 282 e 319).”
Conforme se extrai dos autos, populares estariam agredindo o paciente, suspeito de vários furtos em
residência e estabelecimento comercial, momento em que policiais militares foram acionados e ao
revistarem o mesmo, encontraram 06 (seis) unidades plásticas, pesando aproximadamente 12.2g
(doze gramas e dos décimos) de substância entorpecente conhecida popularmente como “crack” e
05 (cinco) papelotes de droga conhecida como “maconha”, pesando 3,5g (três gramas e cinco
décimos), o que demonstra o perigo do estado de liberdade do coacto.
Observa-se que o magistrado singular examinou criteriosamente a dinâmica dos fatos e enquadrou-
a nos requisitos legais previstos no art. 312 do CPP, justificando satisfatoriamente a necessidade de
aplicação da medida extrema no caso sub examen.
De outra banda, ao contrário do que afirmou o impetrante no presente Habeas Corpus, há fatos
concretos, previstos no art. 312 do CPP a embasar a decretação da prisão preventiva do paciente,
já que a própria conduta criminosa por si só denota a periculosidade no modus operandi do agente. Nesse
sentido:
1. (...).
2. (...).
4. (...).
5. (...).
6. (...).
EMENTA: HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR. EXECESSO DE PRAZO. NÃO
CONFIGURADO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CPP. NÃO CONFIGURADO.
INDÍCIOS DE AUTORIA. PROVA DA MATERIALIDADE. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. NÃO CABE
SUBSTITUIÇÃO DA PREVENTIVA POR MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO, SE
DEMONSTRADA A PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DO CÁRCERE CAUTELAR.
CONHECIMENTO E DENEGAÇÃO. (4995893, 4995893, Rel. MARIA EDWIGES DE MIRANDA LOBATO,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Assim, a decisão hostilizada não acarretou constrangimento ilegal, não sendo a prisão carente de
requisitos ou fundamentação, muito pelo contrário, necessária sua manutenção para garantia da
ordem pública.
Desse modo, incabível a assertiva de que a decretação da custódia preventiva não está lastreada em
fundamentos idôneos a sustentá-la, sendo latente sua necessidade, não só em face da prova de
existência do crime e de indícios suficientes de autoria, como também em razão da natureza e da
gravidade concreta do crime em epígrafe, os quais são indicadores da necessidade da segregação
cautelar, de sorte que a custódia preventiva visa também acautelar o meio social.
A garantia da ordem pública visa assegurar a manutenção da paz e a tranquilidade social, impedindo
que o agente possa delinquir novamente, além de resguardar a própria credibilidade da Justiça,
reafirmando a validade e autoridade da ordem jurídica posta em perigo pela gravidade concreta do crime
, circunstâncias do fato, bem como a reprovação social do crime.
A autoridade coatora acertou em decidir pela manutenção da custódia preventiva do paciente, não
visualizando nenhuma ilegalidade na decisão, capaz de garantir os argumentos do impetrante, pois
fundamentada em elementos concretos dos autos, se mostrando temerária a concessão da liberdade de
Jeferson Ferreira Catarino.
Quanto a alegação da ausência de justificativa, pelo Magistrado a quo, dos motivos pelos quais não
seria cabível outra medida cautelar alternativa à prisão.
Examinando a decisão combatida, em conjunto com as informações prestadas pela autoridade coatora e
os documentos acostados aos autos, entre eles, a decisão que homologou o flagrante, entendo que tais
argumentos não podem ser acolhidos, pois a primeira está minimamente fundamentada, não apenas
nos elementos legais insculpidos no art. 312, CPPB, como em fatos concretos, devendo-se manter
a prisão cautelar para a garantia da ordem pública. Colaciono:
“(...) Ante o exposto, com fulcro nos artigos 310, II, 312, 313, I e 315 do CPP, CONVERTO a custódia
flagrancial em prisão preventiva de JEFERSON FERREIRA CATARINO, em face da necessidade de
garantir a ordem pública, além de não ser possível a incidência de medida cautelar diversa da
prisão preventiva (CPP, artigos 282 e 319). (...)”.
Além do que, restou claro que não é o caso de aplicação de medidas diversas da prisão, vez que
estas não são suficientes para acautelar a ordem pública.
A prisão preventiva foi decretada de modo escorreito, com fundamentos concretos diante dos fatos,
evidenciando a necessidade de garantia da ordem pública, não havendo razão para sua revogação,
pois presentes os requisitos da custódia preventiva, em estrita obediência com o que dispõe o art. 312
do CPP, o que impede a aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP.
Já no que diz respeito às qualidades pessoais do paciente elencadas no writ, verifica-se que elas não
são suficientes para a devolução da liberdade, ante ao disposto no Enunciado Sumular nº 08 do TJ/PA:
“As qualidades pessoais são irrelevantes para a concessão da ordem de habeas corpus, mormente
quando estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva”.
É O VOTO.
Relatora
Belém, 13/08/2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Gabinete do Desembargador Rômulo Nunes
D E S P A C H O
Cuida-se de Habeas Corpus Liberatório com Pedido de Liminar, impetrado em favor de PABLO DI TARSO
MOURA PAIXÃO, acusado da prática do crime previsto no artigo 157, do CPB, preso em flagrante delito
no dia 02/08/2021, apontando como autoridade coatora o Juízo de Direito da Vara e Inquéritos Policiais da
Comarca de Belém.
Inicialmente o presente writ foi impetrado em Regime de Plantão Judiciário no dia 06/08/2021, ocasião que
a Magistrada Plantonista indeferiu o pedido de liminar, solicitou informações à autoridade inquinada
coatora e determinou que depois o feito fosse remetido ao Ministério Público para elaboração de parecer
(Id. Doc. nº 5868115 - páginas 1 a 3), entretanto tais trâmites não foram realizados.
Assim sendo, reitere-se o pedido de informações do referido writ, após, encaminhem-se os autos ao
Parquet para emissão de parecer. Por fim, retornem conclusos.
Outrossim, verifica-se que a Desembargadora Maria Edwiges de Miranda Lobato figura como relatora
deste Habeas Corpus, visto que inicialmente foi distribuído a sua relatoria, todavia em função do
afastamento de suas atividades regulares, o feito veio à minha relatoria, por essa razão, nos termos do
artigo 119, do Regimento Interno desta Corte, após a emissão do parecer ministerial, remetam-se os autos
à relatora preventa para julgar o presente writ.
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Relator
EMENTA
EMENTA
HABEAS CORPUS. ART. 121, § 2º, INCS. II E IV E ART. 121, INCS. II E IV, C/C ART. 14, II, TODOS DO
CPB. PRISÃO PREVENTIVA. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. ILEGALIDADE. TESE EQUIVOCADA.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DESCABIMENTO. CONDIÇÕES PESSOAIS
FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA Nº 08 DO TJPA. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
1. Com efeito, observa-se que a defesa laborou em equívoco ao alegar que a custódia cautelar do
paciente foi decretada de ofício, ao arrepio da Lei nº 13.964/19, pois à ID 5651366, resta induvidoso o
requerimento formulado por parte do Parquet Estadual, à decretação da prisão preventiva do acusado.
2. In casu, extrai-se que a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente apresenta fundamentação
idônea, mais precisamente para garantir a instrução criminal e a ordem pública, requisitos previstos no art.
312, do CPPB, daí que o referido decisum não está amparado em simples suposição de perigo, mas em
relatos reais de ocorrências de crimes, não configurando medida desarrazoada ou arbitrária, como afirma
a defesa.
3. Por fim, a alegação de há outro forte motivo para que seja concedida a revogação da custódia cautelar,
em razão do requerente ser primário, ter família constituída, morando no distrito da culpa, podendo
facilmente ser localizado e observado pelo juízo para garantia processual, por si só, não é capaz de fazer
valer seus fundamentos, quando existem, nos autos, outros elementos ensejadores da custódia cautelar,
consoante Súmula nº 08, deste Egrégio Tribunal.
ACÓRDÃO
Sala das Sessões Virtuais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 10 a 12 de agosto de 2021.
Julgamento presidido pelo Exmo. Sr. Des. Milton Augusto de Brito Nobre.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Preventivo com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente
Cleiton Ribeiro Tenório, contra ato do douto Juízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de
Cametá/PA, nos autos do processo n.º 0000994-74.2009.8.14.0025, acusado da prática dos crimes
tipificados nos artigos. 121, § 2º, incs. II e IV e 121, § 2º, incs. I e IV, c/c art. 14, inc. II, todos do Código
Penal brasileiro.
Aduz a impetração, que o paciente está em risco iminente de ser preso ilegalmente por ocasião de
decreto de prisão preventiva emanado, de ofício, e sem qualquer fundamentação jurídica pela autoridade
coatora, ferindo de morte os preceitos dos arts. 311 e 312, § 1º e § 2º, ambos do CPPB, com redação
dada pela Lei no 13.964, de 2019, já que não há requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente e, nem tampouco representação da autoridade policial.
Alega o paciente prestou depoimento em sede policial, onde alegou ter agido sob o manto da excludente
de ilicitude da legítima defesa, logo após ter sofrido diversas ameaças e agressões por parte das vítimas.
Afirma o ilustre causídico, que seu constituinte sempre contribuiu para as investigações, tanto que a
autoridade policial, na conclusão do relatório policial optou por não representar pela prisão preventiva do
paciente.
Assevera, ainda, que o paciente faz jus a sua liberdade, por ser réu primário, sem antecedentes criminais,
possuidor de residência fixa no distrito da culpa e ocupação laboral lícita, dentre outros requisitos objetivos
e subjetivos que ele apresenta e que a Lei assim exige.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertinentes ao seu pleito requer o nobre advogado
impetrante, liminarmente, a concessão da ordem, a fim de que seja revogado o mandado de prisão
preventiva do paciente Cleiton Ribeiro Tenório, com a expedição do respectivo contramandado e, no
mérito, pugna pela confirmação da liminar.
Nesta Instância Superior, à ID 5539035, 4º Procurador de Justiça Criminal, Dr. Francisco Barbosa de
Oliveira, manifesta-se pelo conhecimento e denegação do habeas corpus impetrado em favor de
Cleiton Ribeiro Tenório.
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À ID 5602289, chamei o processo à ordem para que fossem prestadas as informações por parte do Juízo
a quo.
À ID 5686931, o custos iures ratifica a sua manifestação anteriormente exarada, à ID 5539035, na qual
pronuncia-se pelo conhecimento e, no mérito, pela denegação da ordem.
É o relatório.
VOTO
Na hipótese retratada, observa-se que o paciente se encontra foragido por ter sido decretada a sua prisão
preventiva, já que foi acusado da suposta prática dos crimes descritos nos art. 121, § 2º, incs. II e IV e art.
121, § 2º, incs. I e IV, c/c art. 14, II, todos do CPB.
Aduz a impetração, que o paciente está em risco iminente de ser preso ilegalmente por ocasião de decreto
de prisão preventiva emanado, de ofício, pela autoridade coatora, ferindo de morte os preceitos dos arts.
311 e 312, § 1º e § 2º, ambos do CPPB, com redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019, já que não há
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente e, nem tampouco representação da
autoridade policial.
Neste item, observa-se que a defesa laborou em equívoco, ao alegar violação à Lei nº 13.964/19, pois à
ID 5651366, resta induvidoso o requerimento formulado por parte do Parquet Estadual, à decretação da
prisão preventiva, quando assim se manifestou, verbis:
“Por todo o exposto, o indiciado vem demonstrando total desrespeito com a ordem pública e leis vigentes,
verificando estar patente todos os requisitos necessários à configuração e necessidade da prisão
preventiva do réu, sob fulcro no art. 312 que enseja imediata prisão preventiva do acusado, sendo esta
medida justa, necessária e urgente, apropriada ao caso, visto que o réu demonstra ser um grande risco à
Ordem Pública, Conveniência da Instrução Criminal e Aplicação da Lei Penal.
Por tanto, Exa., é cediço que a Prisão Preventiva é uma medida de exceção, mas que no presente caso
plenamente se justifica, pelos motivos expostos acima, razão pela qual o Ministério Público requer a
decretação da prisão preventiva do acusado”. (Grifos originais e nossos)
Assim sendo, verifica-se que a ilegalidade apontada pelo nobre advogado não mercê abrigo, já que a
custódia cautelar do paciente foi decretada pelo Magistrado do feito, ante o requerimento formulado pelo
Órgão Ministerial.
A decisão vergastada, proferida em audiência ocorrida na data de 29/01/2020, fora assim fundamentada:
“Cuida-se de ação penal pública promovida pelo nobre órgão Parquet em que foi denunciado CLEITON
RIBEIRO TENÓRIO, por ter supostamente violado o dispositivo consignado no art. 121, I e III do CP e art.
121, § 2o, incisos I e II c/c do art. 14, II, ambos do Código Penal, com pedido de decretação de sua
prisão preventiva (fls. 33/36). (grifei)
Considerando tratar-se de crime doloso apenado com reclusão, bem como fortes indícios de autoria e
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materialidade delitiva, resta satisfeito os pressupostos objetivos da prisão preventiva. Dito isso, observo
que as medidas cautelares diversas da prisão preventiva, acima referida, não são suficientes para garantir
o regular andamento do processo e a ordem pública, sendo imprescindível, neste momento, a decretação
da prisão preventiva do denunciado, pois há fortes indícios de que o acusado cometeu crime gravíssimo,
tido como hediondo com resultado bastante gravoso, qual seja, a morte da vítima Alex Sousa Pereira;
além do risco à ordem pública, uma vez que em liberdade apresenta risco ao conjunto probatório do caso,
bem como tende a reiterar em condutas criminosas, devendo, portanto, ser preservada a ordem pública
por meio da decretação da custódia cautelar.
Destaco que os motivos que levam este juízo a decretar a prisão processual não dizem respeito somente à
gravidade em tese do crime, mas sim a periculosidade evidenciada do indiciado, que são situações
totalmente distintas.
Com efeito, a constrição preventiva, por se tratar de medida cautelar acessória e excepcional, que tem por
escopo, precipuamente, a garantia do resultado útil da investigação, do posterior processo-crime ou,
ainda, a segurança da coletividade, já que o preceito constitucional da presunção de inocência exige a
efetiva demonstração dos pressupostos do periculum libertatis e do fumus comissi delicti
In casu, extrai-se que a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente apresenta fundamentação
idônea, mais precisamente para garantir a instrução criminal e a ordem pública, requisitos previstos no art.
312, do CPPB, daí que o referido decisum não está amparado em simples suposição de perigo, mas em
relatos reais de ocorrências de crimes, não configurando medida desarrazoada ou arbitrária, como afirma
a defesa.
Ademais, feitas essas considerações, deve-se valorizar a decisão singular por seus próprios fundamentos,
haja vista que a medida mais acertada deve ser a manutenção da custódia cautelar do paciente, até
porque tal medida de exceção poderá ser revista e revogada, quando desaparecerem os motivos que a
ensejaram.
Por fim, a alegação de há outro forte motivo para que seja concedida a revogação da custódia cautelar,
em razão do requerente ser primário, ter família constituída, morando no distrito da culpa, podendo
facilmente ser localizado e observado, pelo juízo para garantia processual, por si só, não é capaz de fazer
valer seus fundamentos, quando existem, nos autos, outros elementos ensejadores da custódia cautelar,
consoante Súmula nº 08, deste Egrégio Tribunal.
SÚMULA Nº 08: “As qualidades pessoais são irrelevantes para a concessão da ordem de habeas
corpus, mormente quando estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva”.
É o voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
Acórdão
Sessão do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, iniciada aos dez dias e finalizada aos
doze dias do mês de agosto de 2021.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar impetrado em favor de G. DE S. G. C., em
face de ato do Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Pacajá/Pa, nos autos do processo n.º
0800353-95.2021.8.14.0069.
Consta da impetração que o paciente está preso preventivamente por suposta prática do delito previsto no
Art. 217-A do CP, desde o dia 29.03.2021.
Alega, inicialmente, há urgência na pretensão cautelar, sob o argumento de que o paciente está sofrendo
coação em sua liberdade de locomoção, ante as dantescas condições do sistema prisional, pois as
cadeias do país têm condições medievais e não possibilitam a reinserção social; bem como em razão dos
riscos atinentes à contaminação do Covid-19; e ainda, pela iminente realização da audiência de instrução
e julgamento marcada para o dia 28.06.2021.
Assevera que, a decisão judicial que ratificou o recebimento da denúncia malfere a legislação pátria, a
doutrina e a jurisprudência, que indicam que nos crimes que deixam vestígios, a denúncia deve
obrigatoriamente ser acompanhada do laudo pericial, o que não ocorreu no caso em apreço.
Aduz que pode ocorrer o trancamento do processo, em razão da evidente ausência de justa causa para a
manutenção da ação penal e para a manutenção da prisão do paciente.
Alega que o paciente está preso por mais tempo do que determina a lei.
Conclui, desta forma, que deve haver o trancamento do processo, a cassação da r. decisão judicial e a
revogação da prisão preventiva.
Dessa maneira, pugnou a defesa, para “liminarmente trancar o processo em epígrafe porque a denúncia é
inepta e lhe falta justa causa para a sua existência, uma vez que a denúncia fora proposta sem a prova da
materialidade do crime, isto é, o laudo pericial obrigatório nos crimes de deixam vestígios (Exame
Sexológico da Vítima); liminarmente cassar a decisão judicial de doc. 05 (I25396704) no que tange: I) ao
deferimento os pleitos acusatórios de ID 25135970 (doc. 03) e, II) a determinação dos ofícios necessários
para cumprimento do item 4 da cota ministerial de ID 25135970 (doc. 03), qual seja: a expedição de ofício
ao CPC Renato Chaves para que junte aos autos o Laudo do Exame Sexológico da Vítima, e, por
decorrência, indefira tal pretensão acusatória e retire a determinação de expedição de ofício ao CPC
Renato Chaves para que junte aos autos o Laudo do Exame Sexológico da Vítima, sobretudo porque o
Art. 3º-A do CPP abriga a natureza acusatória do processo, vedada a substituição da atuação probatória
do órgão de acusação; liminarmente reconhecer e declarar que o recebimento da denúncia (doc. 05 - ID
25396704) e a ratificação do recebimento dela de doc. 14 (ID 27790517) transforma o MM. Juiz a quo em
autoridade coatora da liberdade do Paciente e, por decorrência, revogar-se a prisão preventiva do
Paciente.” No mérito, pela concessão definitiva da ordem.
Indeferi a liminar por não vislumbrar presentes os requisitos indipensáveis à concessão e verificar que se
tratava de reiteração de pedido já apreciado.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de AÇÃO PENAL em trâmite regular nesta Comarca, na qual o Ministério Público Estadual
denunciou G.S.G.C., pelo crime previsto no art. 217-A, caput, c/c art. 226, II, do Código Penal,
supostamente cometido contra a criança G.D.S.S.
Deixo de relatar pormenorizadamente os eventos do processo de origem, tendo em vista que já o fiz em
três informações de Habeas Corpus encaminhadas à Seção de Direito Penal (processos n. 0803799-
22.2021.8.14.0000, 0804580-44.2021.8.14.0000 e 0804850-68.2021.8.14.0000), e passo a tecer minhas
considerações quanto ao ponto central do pedido de Habeas Corpus em epígrafe, qual seja, que a
denúncia deve obrigatoriamente ser acompanhada do Laudo Sexológico Forense.
Conforme informações encaminhadas por este juízo no dia 09/06/2021, a Seção de Direito Penal –TJPA,
através do expediente Of. 229/2021-PSDP, ID. 27704555, remeteu ofício n. 055856/2021-CPPE do
Superior Tribunal de Justiça para adoção imediata de providências, quanto a decisão do Habeas Corpus
n° 670.058/PA, que concedeu parcialmente a ordem liminar para anular o processo, a partir da segunda
decisão de recebimento da denúncia, devendo este juízo proferir outra decisão apreciando os termos da
resposta escrita à acusação.
Este juízo, em atenção à determinação contida no HC 670058/PA, decisão ID. 27704556, da lavra do Min.
Rogério Schietti, do STJ, proferiu nova decisão, em substituição à decisão ID. 26915575, em que foi
analisada as “preliminares” suscitadas pela defesa.
Em nova decisão, ID. 27790517, foi analisada a alegação da defesa de inépcia da denúncia por falta de
justa causa, diante do que considera ausência de materialidade, vez que não foi juntado aos autos o laudo
pericial.
Neste ponto, Exma. Sra. Relatora, tal alegação não prospera, vez que a denúncia preenche todos os seus
requisitos, conforme já reconhecido por este Juízo. Com efeito, a denúncia traz a exposição do fato
criminoso e todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime e o rol de
testemunhas, estando presentes a materialidade e indícios de autoria.
Com relação à ausência do laudo pericial, é prescindível que ele acompanhe a denúncia, mormente no
presente caso, em que a denúncia não narra estupro na forma de conjunção carnal.
Ressalta-se que os crimes contra a dignidade sexual podem ser comprovados de variadas maneiras,
sendo o laudo pericial apenas uma delas. Como tais crimes muitas vezes não deixam vestígios, exigir que
a denúncia viesse acompanhada do laudo sexológico para caracterizar a materialidade do crime seria
desarrazoado e inviabilizaria o oferecimento de denúncia nos casos em que não houvesse conjunção
carnal.
Por fim, informo que este juízo ratificou o recebimento da denúncia e que o processo se encontra em seu
fluxo regular, aguardando a Audiência de Instrução e Julgamento, com Depoimento especial da Vítima,
que será realizada no dia 28/06/2021 às 12h00.
Nesta Superior Instância, o Procurador de Justiça Adélio Mendes dos Santos opina pelo não
conhecimento do writ.
Éo relatório.
Em tempo, determino que o feito tramite em segredo de justiça, na forma que preceitua o art. 234-A, do
CPB, por tratar-se de crime contra a dignidade sexual.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
VOTO
Da análise acurada dos presentes autos, bem como, com base nas informações do Juízo processante,
constata-se que as alegações esposadas pelo ilustre impetrante tratam de meras reiterações de pedidos já
analisados quando do julgamento dos autos de habeas corpus n.º 0803799-22.2021.8.14.0000 e 0804850-
68.2021.8.14.0000 os quais tiveram a ordem denegada à unanimidade de votos, conforme se vê das
ementas dos acórdãos em questão.
EMENTA: HABEAS CORPUS. ART. 217-A DO CPB. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE
JUSTA CAUSA. IMPROCEDÊNCIA. CASSAÇÃO DAS DECISÕES QUE OPORTUNIZARAM
MANIFESTAÇÃO MINISTERIAL. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. BUSCA DA VERDADE REAL. EXCESSO
DE PRAZO. NÃO CONFIGURADO. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
1. O trancamento da ação penal pela via do Habeas Corpus é medida de exceção, sendo admissível
somente em casos em que afloram evidente a inocência do acusado, a atipicidade da conduta ou a
extinção da punibilidade, circunstâncias essas não verificadas no caso em comento.
2. Quanto ao pedido de cassação das decisões que permite a réplica do Parquet e defere os pleitos
acusatórios de expedição de ofício ao CPC Renato Chaves, entendo que não restou demonstrado prejuízo
à defesa do paciente, eis que foram devidamente argumentados os motivos que levaram a esta razão de
decidir especialmente após a determinação do STJ, para que a magistrada coatora combatesse os
argumentos da defesa escrita.
3. Quanto ao suposto excesso de prazo para conclusão do autos, não há que se dar provimento, eis que o
feito encontra-se dentro da razoável duração, com a prisão realizada em 29.03.2021 e aguardando
audiência de instrução e julgamento para o próximo dia 28.06.2021.
EMENTA: HABEAS CORPUS. ART. 217-A DO CPB. NÃO REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA.
MERA IRREGULARIDADE. RECOMENDAÇÃO N.º 62/2020 DO CNJ. MEDIDA DE PARA COIBIR RISCO
EPIDEMIOLÓGICO. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DO DECRETO DE
CUSTÓDIA PREVENTIVA. INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS AUTORIZADORES. IMPROCEDÊNCIA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. MODUS OPERANDI DO CRIME. PERICULOSIDADE DO RÉU PARA
A INTEGRIDADE FÍSICA DA VÍTIMA. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. ORDEM
DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME.
3. Pouco importa se o paciente é possuidor de condições subjetivas favoráveis, tais como ocupação lícita
e residência fixa, pois tais fatos não autorizam, por si sós, a almejada concessão da liberdade, por
existirem, nos autos, outros elementos aptos a ensejar a prisão preventiva.
Ante isso, constata-se que o impetrante reitera, no presente writ, a reedição de fundamentos já analisados
nos pedidos antecedentes, causando sobrecarga do judiciário que já encontra-se tendo que analisar
diversas demandas.
O paciente não colacionou nenhum documento novo sobre o estado de saúde do paciente como
integrante de grupo de risco.
Outrossim, é cediço que a impetração de outro habeas corpus para reexame de pedido, que se limita a
reproduzir, sem qualquer inovação de fato e/ou de direito, os mesmos fundamentos subjacentes a
postulações anteriores caracteriza indevida reiteração de pedido, estas já combatidas em outro mandamus
de minha relatoria, quando da denegação da Ordem por esta Colenda Seção, razão pela qual deixo de
conhecer deste quarto pedido de habeas corpus.
Desta forma, observada a natureza empregada ao presente remédio constitucional de reiteração de pleito
com base em mesmo fundamento, já decidido em habeas corpus anterior, impossibilita o reexame do
mérito no âmbito da ação constitucional em mesma instância, logo imperativo é o seu não conhecimento.
Por esses motivos, NÃO CONHEÇO do presente writ, tendo em vista a reiteração de pedido já apreciado
nos autos do HC nº 0803799-22.2021.8.14.0000 e 0804850-68.2021.8.14.0000, recentementes
denegados à unanimidade por esta Seção de Direito Penal desse E. Tribunal.
Éo voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
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EMENTA
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA, NOS TERMOS DO ART. 312, DO CPP. NÃO
ACOLHIMENTO. PRISÃO PREVENTIVA DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA NO CASO CONCRETO,
RESTANDO PREENCHIDOS OS REQUISITOS NECESSÁRIOS À SUA MANUTENÇÃO.
Vistos etc.
Sala das Sessões do Tribunal de Justiça do Pará, aos dez dias do mês de agosto do ano de dois mil e
vinte e um.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar, impetrado por Advogado legalmente
constituído, em favor de LAIRTON DE ALFAIA BAUNILIA, apontando como autoridade coatora o MM.
Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de Ananindeua.
Alega o impetrante que o paciente fora preso em 03/07/21, pela prática, em tese, do crime previsto no art.
33 da Lei 11.343/06, mas, que inexistem motivos para o decreto preventivo ante a ausência dos seus
requisitos autorizadores, nos termos do art. 312 do CPP, carecendo, portanto, de fundamentação idônea,
bem como por ser o paciente detentor de condições pessoais favoráveis, sendo a manutenção da custódia
violação ao princípio da presunção de inocência.
Requereu a concessão liminar da ordem e sua posterior ratificação, para que se substitua a medida mais
gravosa por quaisquer das cautelares diversas previstas no art. 319 do CPP.
Os autos foram recebidos durante o plantão judicial, tendo a plantonista os encaminhado à redistribuição,
ID 5759254; recebido neste gabinete, esta relatora se reservou para apreciar o pedido liminar após fossem
prestadas informações pela autoridade coatora, ID 5798641.
Prestadas as informações, ID 5824171/175, foi denegada a medida liminar, ID 5825887, sendo o feito
enviado à Procuradoria de Justiça para manifestação, tendo esta exarado parecer, ID 5860020, pelo
conhecimento e denegação da ordem.
É o sucinto relatório.
VOTO
Conforme a impetração, o paciente foi preso em flagrante pela prática, em tese, do crime previsto no art.
33 da lei 11.343/06 – tráfico de entorpecentes, mas que há inconsistências quanto ao flagrante, inexistindo
devida fundamentação à decisão que decretou a custódia cautelar.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Conforme as informações prestadas pela autoridade apontada como coatora, o paciente foi preso em
flagrante delito no dia 02.07.2021, por suposta infringência ao artigo 33 da Lei 11.343/06; que em
audiência de custódia, realizada no dia 03.07.2021, o juízo plantonista homologou a prisão em flagrante,
bem como decretou sua prisão preventiva, com fulcro o art. 312 c/c o art. 313, I, do CPP, para garantia da
ordem pública e que, concluído o inquérito policial, o Ministério Público, em 26.07.2021, ofereceu denúncia
em seu desfavor, estando no aguardo da apresentação da defesa preliminar do paciente.
De acordo com a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente, este fora flagrado por policiais na
posse de 23 petecas, embaladas em saco transparente, da substância semelhante a maconha e 8 petecas
embaladas de substância semelhante ao óxi; que a abordagem do paciente e mais 2 elementos se deu
após denúncia de que este e mais três elementos estariam comercializando drogas no bairro do 40 horas,
tendo um dos suspeitos conseguido se evadir, restando caracterizada a situação de flagrante do art. 302,
I, do CPP; que foram cumpridas todas as formalidades legais, como oitiva do condutor, das testemunhas e
do flagranteado, tendo sido expedida nota de culpa e de ciência das garantias constitucionais, bem como
efetuadas as comunicações necessárias acerca da prisão, restando, por fim, homologado o auto de prisão
em flagrante e convertido em prisão preventiva ante a necessidade de se assegurar o resguardo da ordem
pública e acautelar o meio social.
Observa-se, portanto, que não há que se falar na ocorrência de qualquer ilegalidade, pois os policiais
atuaram legitimamente e em decorrência de operação que visava coibir o tráfico de drogas no bairro do 40
Horas, sendo o paciente preso em flagrante e na posse de variado tipo de entorpecentes.
“Como sabido, a prisão preventiva tem cabimento quando presentes provas da materialidade do crime e
indícios suficientes de autoria, e quando evidenciada, ainda, a necessidade da medida para garantia da
ordem pública, conveniência da instrução criminal ou aplicação da lei penal, conforme estabelece o
art. 312, do CPP. Essa autuação foi dentro das formalidade legais.
Desse modo, percebe-se que restam devidamente preenchidos os pressupostos autorizadores da custódia
cautelar, visto que estão suficientemente comprovadas a materialidade e os indícios de autoria do crime
de tráfico de drogas, bem como o delito imputado ao paciente possui pena privativa de liberdade, em
abstrato, superior a 04 (quatro) anos (art. 313, I, do CPP), sendo, portanto, imperiosa a sua segregação
cautelar, como vista a garantir a ordem pública.
Tem-se, portanto, caracterizada a hipótese de flagrante, prevista no artigo 302, incisos I, do Código de
Processo Penal e, estando o auto flagrancial revestido das formalidades legais, descabe falar em vícios ou
irregularidades, especialmente quando a prisão ocorreu em situação em que se registram fortes indícios
da prática do crime de tráfico de drogas, coadunando com o artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal.
Ademais, é cediço que eventual ilegalidade na prisão em flagrante do agente está superada pela
decretação de sua prisão preventiva, que é o novo título legitimador do enclausuramento cautelar, na trilha
da orientação do Superior Tribunal de Justiça:
“A pretensão de reconhecer a nulidade do flagrante resta superada quando superveniente novo título a
embasar a custódia cautelar, qual seja, o decreto preventivo” (STJ, 5ª Turma, HC nº 447.846/SP, Rel. Min.
Jorge Mussi, DJ. de 22/11/2018).
Quanto à alegada falta de fundamentação do decreto prisional pela ausência dos requisitos ensejadores à
decretação e manutenção da custódia, nos termos do art. 312 do CPP, tenho que tal não procede uma vez
que a decisão de segregação imposta se mostra devidamente fundamentada, como se denota da
documentação acostada aos autos e das informações prestadas pela autoridade apontada como coatora,
uma vez que presentes indícios suficientes de autoria e prova da materialidade do crime de tráfico ilícito de
entorpecente, tendo o ora paciente sido preso em flagrante na posse de diversos tipos de substância
entorpecente de uso e comércio proibidos no país.
Observa-se que a decisão que decretou a custódia está fundamentada, dentre outros, na garantia da
ordem pública, não se configurando o alegado constrangimento ilegal uma vez que presentes os requisitos
do art. 312 do CPP, o qual dispõe:
ART. 312. A PRISÃO PREVENTIVA PODERÁ SER DECRETADA COMO GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA, DA ORDEM ECONÔMICA, POR CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, OU PARA
ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL, QUANDO HOUVER PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRIME
E INDÍCIO SUFICIENTE DE AUTORIA.
Assim, restando devidamente comprovada a materialidade e presentes indícios de autoria, bem como
demonstrada a necessidade de garantir a ordem pública, não há que se falar em falta dos requisitos ao
decreto prisional.
Quanto à necessidade de garantia da ordem pública, tem-se que esta se mostra devidamente configurada,
principalmente diante do fato de o paciente ter sido flagrado na posse de tipos diferentes de substância
entorpecente.
Ademais, a prisão preventiva que tem como fundamento a tutela da ordem pública encontra amparo na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a saber:
Configurados, portanto, os requisitos do art. 312 do CPP, não há que se falar em falta de fundamentação
da decisão, tendo o magistrado singular devidamente demonstrado os motivos pelos quais decretou a
segregação cautelar do paciente.
Entendo, igualmente, que as alegadas condições pessoais favoráveis do paciente não se mostram, per se
, suficientes à concessão da ordem, pois, como cediço, eventuais condições pessoais favoráveis não são
suficientes para afastar a prisão preventiva quando existem motivos que a autorizam, nos termos da
Súmula 08 desta Corte, principalmente quando, como no caso dos autos, a medida se mostra
devidamente fundamentada.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
HABEAS CORPUS - CRIME DO ARTIGO 157, PARÁGRAFO 2º, I E II C/C ARTIGO 14, II E ARTIGO 288
PARÁGRAFO ÚNICO DO CPB - EXCESSO DE PRAZO - IMPOSSIBILIDADE ANTE À APRESENTAÇÃO
DA DENÚNCIA - DESNECESSIDADE DA CUSTÓDIA - AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA E DE
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA DO DECRETO PRISIONAL - IMPROCEDÊNCIA - QUALIDADES
PESSOAIS FAVORÁVEIS - INSUFICIÊNCIA - INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 08 DO TJPA - INVIÁVEL A
SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS - DESCABIMENTO EM RAZÃO
DA PRESENÇA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA - ORDEM DENEGADA - DECISÃO
UNÂNIME. (...) 3. As qualidades pessoais são irrelevantes para garantir ao paciente o direito de
aguardar o julgamento em liberdade. Súmula nº 08 do TJPA; 4. Mostra-se descabida a pretensão de
substituição da custódia preventiva por outras medidas cautelares, tendo em vista que a prisão se faz
imprescindível para a garantia da ordem pública; 5. Ordem denegada. Decisão unânime. (488165, Não
Informado, Rel. ROMULO JOSE FERREIRA NUNES, Órgão Julgador Seção de Direito Penal, Julgado em
13/03/2018, Publicado em 20/03/2018). Grifei.
Quanto às medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do art. 319 do CPP, tenho que o magistrado
não é obrigado a aplicá-las quando evidenciada a necessidade da custódia, caso dos autos, não se
mostrando a aplicação de tais medidas alternativas suficientes ao caso concreto uma vez que necessária
a custódia preventiva para garantia da ordem pública, restando, por conseguinte, imperiosa a manutenção
da prisão preventiva, tendo em vista que há risco de ineficácia das medidas alternativas em coibir o
comportamento que ensejou o cerceamento da liberdade do paciente.
Apesar do entendimento já sedimentado de que a liberdade é a regra, sendo certo que o decreto de prisão
preventiva é a exceção, tem-se que, diante dos elementos contidos nos autos, não se vislumbra outra
possibilidade senão a manutenção da custódia do paciente, não prosperando a tese de imposição de
outras medidas cautelares, pois verifica-se que as medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código
de Processo Penal são insuficientes para assegurar a ordem pública.
Sobre o tema:
Portanto, estando a prisão processual devidamente fundamentada na garantia da ordem pública, não há
que se falar em ilegalidade capaz de justificar a sua revogação, em violação ao princípio de inocência e
tampouco em aplicação de medida cautelar alternativa tendo em vista que preenchidos os requisitos
constitucionais e infra legais autorizadores da medida mais gravosa, quais sejam, a excepcionalidade de
sua utilização ante a necessidade de garantia da ordem pública, em estrita obediência com o que dispõe o
artigo 312, do CPP, o que impede a aplicação das medidas cautelares do artigo 319 do CPP.
Diante do exposto, e por não observar na hipótese a existência de qualquer ilegalidade a ser sanada na
via estreita do writ, denego a ordem de habeas corpus impetrada.
É como voto.
Relatora
Belém, 16/08/2021
Número: 0807876-74.2021.8.14.0000
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de habeas corpus liberatório com pedido de liminar impetrado por advogadas em favor de
BENEDITA CRISTINA DOS PRAZERES MIRANDA, com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição
Federal c/c os arts. 647 e ss., do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o Juízo
de Direito da Vara Criminal da Comarca de Abaetetuba nos autos do processo nº 0005376-
86.2020.8.14.0070.
As impetrantes afirmam que a paciente fora presa, acusada da prática do crime inserto no art. 33 da Lei nº
11.343/2006 c/c art. 333, do CP.
Declinam que a paciente ostenta condições pessoais favoráveis: trabalho lícito, primária, residência fixa
no distrito culpa, sem antecedentes criminais.
Aduzem que a paciente é mãe de cinco filhos menores: um de 14, uma de 9 anos, um de 8 anos e uma de
2 anos de idade, razão pela qual faz jus à substituição da prisão preventiva pela domiciliar, na forma
do art. 318, V, do CPP e HC coletivo nº 143.641/SP do STF.
Por tais razões, requerem liminar para que seja expedido o competente alvará de soltura. No mérito,
pugnam pela confirmação da liminar em definitivo.
Distribuídos os autos à desembargadora Rosi Maria Gomes de Farias, esta reservou-se para apreciar o
pedido de liminar após as informações da autoridade tida como coatora (fls. 31-32 ID nº 5848553), as
quais foram prestadas às fls. 40-41 (ID nº 5871496).
Em face de a relatora estar em gozo de férias regulamentares, os autos foram redistribuídos à minha
relatoria.
Éo relatório.
DECIDO
Inicialmente, assento minha prevenção para apreciar o presente writ, pois fui relatora de anterior HC, de nº
0810630-23.2020.8.14.0000, referente ao mesmo processo de 1º grau, impetrado em prol de corré, tudo
no termos dos art. 116 e 119, ambos do RITJPA.
Nesse sentido, sabe-se que para a concessão da medida liminar, torna-se indispensável que o
constrangimento ilegal esteja indiscutivelmente delineado nos autos (fumus boni juris e periculum in mora
). Constitui medida excepcional por sua própria natureza, justificada apenas quando se vislumbrar a
ilegalidade flagrante e demonstrada primo ictu oculi, o que não se verifica no caso sub judice.
De mais a mais, confundindo-se com o mérito, a pretensão liminar deve ser submetida à análise do órgão
colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações relatadas na exordial
após manifestação da Procuradoria de Justiça.
Ante o exposto, sem prejuízo de exame mais detido quando do julgamento de mérito, indefiro o pedido
de liminar.
Em seguida, conclusos.
Relatora
Número: 0807624-71.2021.8.14.0000
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de habeas corpus liberatório com pedido de liminar impetrado por advogado em favor de
JOSÉ AUGUSTO CONCEIÇÃO SILVA, com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal c/c os
arts. 647 e ss., do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o Juízo de Direito da
Vara Única da Comarca de Bujaru nos autos do processo judicial eletrônico nº 0001722-
58.2020.8.14.0081.
O impetrante aduz que o paciente fora preso em 14/04/2021, acusado da prática do crime de tentativa de
homicídio qualificado.
Declina que o paciente ostenta condições pessoais favoráveis: primário, residência fixa, profissão
definida e bons antecedentes.
Por tais razões, requer liminar para que seja expedido o competente alvará de soltura. No mérito, pugna
pela confirmação da liminar em definitivo.
Reservei-me para apreciar o pedido de liminar após as informações da autoridade coatora e do Secretário
de Administração Penitenciária do Estado do Pará (fls. 84-86 ID nº 5792548), as quais foram prestadas às
fls. 94-96 (ID nº 5838851) e fls. 108-111 (ID nº 5921191).
Éo relatório.
DECIDO
588
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Para a concessão da medida liminar, torna-se indispensável que o constrangimento ilegal esteja
indiscutivelmente delineado nos autos (fumus boni juris e periculum in mora). Constitui medida excepcional
por sua própria natureza, justificada apenas quando se vislumbrar a ilegalidade flagrante e demonstrada
primo ictu oculi, o que não se verifica, por ora, no caso sub judice, sobretudo ao se apreciar os termos das
informações prestadas pela autoridade coatora e pela SEAP.
Ademais, confundindo-se com o mérito, a pretensão liminar deve ser submetida à análise do órgão
colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações relatadas na exordial
após manifestação da Procuradoria de Justiça.
Ante o exposto, sem prejuízo de exame mais detido quando do julgamento de mérito, indefiro o pedido
de liminar.
Em seguida, conclusos.
Relatora
PROCESSO N° 0808217-03.2021.8.14.0000
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório, com pedido de liminar, impetrado em favor do paciente
JOAO FILHO CRUZ ALVES, contra ato do douto Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Peixe
Boi/PA, nos autos do processo nº 0002761-55.2016.8.14.0041.
589
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Alega que dos termos do acórdão julgado pela 1ª Turma de Direito Penal, o Apelo interposto pelo paciente
foi parcialmente provido, sendo a pena condenatória reduzida para 05 (cinco) anos de reclusão a ser
cumprida em regime inicial semiaberto e 500 (quinhentos) dias multa.
Aduz a ilustre causídica, que a prisão do paciente estar eivada de vícios, dada a ausência de intimação do
advogado outrora habilitado, não se consumando o trânsito em julgado do v. acórdão, já que a defesa do
coacto vinha sendo patrocinada por advogado particular, Dr. José Flavio Ferreira de Albuquerque,
regulamente inscrito na OAB/PA 15.028, praticando diversos atos no curso da instrução processual.
Chama atenção para o erro constante na certidão acostada à fl. 127, visto que o v. acórdão não foi
publicado no diário de justiça, bem como os autos foram tramitados equivocadamente a Defensoria
Pública do Estado que, em manifestação, noticiou a existência de advogado particular habilitado no
processo, inexistindo renúncia do mandado outorgado, pugnando pela intimação deste, se abstendo de
apresentar recurso contra a decisão colegiada.
Assevera que, inobstante as ponderações ventiladas pelo Nobre Defensor, foi confeccionada a certidão de
trânsito em julgado em total prejuízo do paciente, não sendo lhe assegurado o direito de recorrer de
decisão prejudicial, sendo surpreendido com a expedição de decreto prisional e preso no dia 03/08/2021.
Assegura ainda a impetrante, que a decisão proferida pelo juiz de piso, está causando constrangimento
ilegal ao o paciente, pela ausência de trânsito em julgado do acórdão que deu parcial provimento ao apelo
por ele interposto, bem como pela ausência dos pressupostos autorizadores da prisão preventiva.
Por fim, após transcrever entendimentos que julga pertInentes ao seu pleito requer a nobre advogada
impetrante:
b) Que se dê prosseguimento ao feito para, ao final, conceder, de forma definitiva, a ordem do presente
writ, determinando assim a revogação da prisão preventiva decretada em desfavor do paciente
considerando a inexistência dos pressupostos previstos no artigo 312 do CPP e as medidas de prevenção
adotadas em combate ao coronavírus;
É o relato sucinto.
DECIDO
Em análise dos autos, não vislumbro, por ora, presentes os requisitos indispensáveis à concessão da
liminar requerida, quais sejam, o fumus boni juris e o periculum in mora, razão pela qual, a indefiro.
De mais a mais, as motivações que dão suporte à pretensão liminar confundem-se com o mérito do writ,
devendo o caso concreto ser analisado mais detalhadamente quando da apreciação e do seu julgamento
definitivo pelo colegiado.
590
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Assim sendo, solicite-se as informações detalhadas à autoridade apontada como coatora, com o envio de
documentos que entender necessários para efeito de melhores esclarecimentos acerca deste habeas
corpus, nos termos da Resolução nº 004/2003 – GP.
Em seguida, retornem os autos conclusos à Relatora Preventa, Exma. Sra. Desa. Maria Edwiges de
Miranda Lobato, consoante ID 5927766, para análise do mérito do mandamus, vez que não há mais
medida de urgência a ser apreciada, nos termos do art. 112, § 2º, do RITJE/PA, devendo os autos
aguardarem o retorno da eminente Magistrada, caso ainda esteja afastada.
Relatora
COMARCA: CAPITAL/PA
Vistos, etc.,
Trata-se de Habeas Corpus com pedido de liminar impetrado em favor de MARLESON LOPES DE
LOPES, em face de ato do Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais da Região Metropolitana de
Belém/PA, nos autos do processo de execução penal n.º 0019616-57.2020.8.14.0401.
Consta da impetração que o paciente, atualmente, cumpre pena em regime fechado, tendo, todavia,
cumprido o requisito objetivo para a progressão ao regime semiaberto em 01.08.2021. O pleito de
progressão, que se encontra em trâmite desde 02.05.2021, já possui certidão carcerária juntada em
06.05.2021, bem como, parecer favorável do RMP emitido em 21.05.2021. Todavia, o Juízo coator,em
31.05.201, determinou a realização de exame criminológico, com prazo de 30 dias.
591
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ressalta que a ilegalidade de manter o apenado em regime mais gravoso, mormente em se considerando
a superlotação dos presídios, o atual quadro de pandemia, a suspensão da saída temporária do dia dos
pais e das visitas dos órgãos de fiscalização.
Pugna pela concessão liminar da presente ordem, a fim de que o paciente aguarde em regime
semiaberto o julgamento, pelo Juízo a quo, do pedido de progressão. Não sendo este o entendimento
desta Egrégia Corte, que seja determinado à autoridade coatora que julgue o pedido de progressão
de regime, no estado em que se encontram os autos de execução.
É o sucinto relatório.
Decido.
A priori, anoto que a concessão da tutela emergencial em sede de habeas corpus caracteriza providência
excepcional adotada para corrigir flagrante violação ao direito de liberdade, de maneira que somente se
justifica o deferimento da medida em caso de efetiva teratologia jurídica.
De outra banda, em sendo o fulcro do presente writ o excesso de prazo para a análise do pedido de
progressão para o regime semiaberto, uma vez que o referido exame não teria sido enviado pela
SEAP até a ocasião desta impetração, tenho que é impossível averiguá-lo neste momento, visto que
sua análise demanda maiores esclarecimentos a serem prestados pela autoridade coatora.
Relatora
5789/PA Participação: PACIENTE Nome: DIEGO DIAS DE SOUZA Participação: ADVOGADO Nome:
LUIZ ROBERTO DUARTE DE MELO OAB: 5789/PA Participação: AUTORIDADE COATORA Nome: JUIZ
DA 4ª VARA DO TRIBUNAL DO JURI Participação: FISCAL DA LEI Nome: PARA MINISTERIO PUBLICO
ATO ORDINATÓRIO
De ordem, considerando que o presente feito se encontra no rol de competência pertencente à Seção de
Direito Penal, conforme disposto do art. 30 do Regimento Interno deste Tribunal, bem como, tendo em
vista a urgência que o rito de Habeas Corpus requer, devolva-se os autos à Secretaria para providenciar a
redistribuição do presente feito, considerando que a Exma. Desembargadora encontra-se de férias
regulamentares a partir de 03 de agosto de 2021, de acordo com o SIGA DOC PA-OFI-2020/04114, nos
termos do preconizado no art. 112 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
ATO ORDINATÓRIO
Diante do afastamento do Exmo. Desembargador Mairton Marques Carneiro das suas atividades
judicantes, em razão de gozo de férias, durante o período de 02 de agosto de 2021 a 31 de agosto de
2021, conforme o SIGA-DOC-PA-OFI-2020/06089, de ordem (art. 93, inciso XIV, CF/88), devolvo os autos
à Secretaria Judiciária para que providencie a distribuição do feito perante à Seção de Direito Penal, por
se tratar de Revisão Criminal.
___________________________
Coordenador de Gabinete
Mat. 698
EMENTA
Não havendo nos autos comprovação de que o paciente esteja extremamente debilitado e de que o
estabelecimento prisional não possui condições de oferecer o tratamento adequado não há que se falar
em substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos do art. 318, inciso II, do Código de
Processo Penal, pois é necessária a comprovação inequívoca sobre o comprometimento de saúde, em
virtude da inexistência de assistência necessária no interior do estabelecimento prisional. Precedentes
(STJ. RHC n. 58.378/MG), (STJ, 5a. T. AgRg no HC nº 430.756/SC).
Acórdão
Sessão do Plenário Virtual do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, iniciada aos dez dias e finalizada aos
doze dias do mês de agosto de 2021.
Relatora
594
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RELATÓRIO
Trata-se de habeas corpus para concessão de prisão domiciliar, com pedido de liminar, impetrado em
favor de ALEX COELHO RAMOS, em face de ato do Juízo da Vara Penal da Comarca de Igarapé-Miri nos
autos do Proc. n.º 0800387-51.2020.8.14.0022.
Aduz a impetrante, resumidamente, que o paciente foi preso em flagrante delito no dia 28 de setembro de
2020, por ter supostamente praticado os crimes previstos nos artigos 297 e 304, do CP e art. 14, da Lei nº
10.826/03.
Afirma que a instrução encontra-se encerrada no entanto que o paciente encontra-se em estado de saúde
debilitado, pelo diagnóstico de cálculos renais no rim esquerdo (hidronefrose), CID.: N20 e N13.
Requer o impetrante, a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, com aplicação de medidas
cautelares diversas da prisão.
Subsidiariamente, pleiteia pela revogação da prisão preventiva, mediante o pagamento de fiança, sem
prejuízo da aplicação de outras medidas cautelares.
Se superado este segundo pleito, que seja relaxada a prisão preventiva do paciente ante o excesso de
prazo de acordo com a recomendação deste E. Tribunal de Justiça.
Colaciona ainda, decisão datada de 29.04.2021 quando foi encerrada a instrução processual e concedido
prazo sucessivo de 05 (cinco) dias para as alegações finais da defesa, por escrito. Nesta mesma decisão
foi indeferido o pedido de liberdade do paciente e do outro acusado, que responde a mesma ação penal.
Da leitura acurada da decisão acostada verifiquei que não havia menção ao Relatório de Saúde n.
16/2021.
Reservei-me para apreciar a liminar após as informações circunstanciadas pela autoridade apontada como
coatora, de forma detalhada, e pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária-SEAP e Casa
Penal onde o paciente encontra-se custodiado.
Prestadas as devidas informações pela autoridade coatora, na data de 17.05.2021 (ID n. 5171878), esta
respondeu que:
“(...) informações acerca de autos de representação pela prisão preventiva que tramita nesta comarca, em
que figura como representado ALEX COELHO RAMOS, registrado sob o n° 0800594-50.2020.8.14.0022,
passo a relatar-lhe o que segue.
O paciente ALEX COELHO RAMOS, como incurso às penas do art. 297, art. 304, ambos do CP e art. 14
da Lei 10.826/03 (falsidade ideológica e porte ilegal de arma de fogo).
Em 30 de dezembro de 2020, em razão dos fatos, bem como ante a presença dos requisitos autorizadores
da prisão preventiva, foi homologada a prisão em flagrante e convertida em prisão preventiva em desfavor
595
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
do representado Alex Coelho Ramos, nos termos do art. 312 e 313, inciso I, do CPP .
A partir disso, foi lavrado o Inquérito Policial no 00124/2020.100205-4 para a investigação do caso
narrado.
A Denúncia foi oferecida em 24.11.2020 (id 21430504) e recebida em 14.12.2020 (id 22027879).
Em 04.05.2021 houve audiência de instrução, no qual foram ouvidas as testemunhas, feito o interrogatório
dos denunciados e foi indeferido o pedido de revogação da prisão do paciente (id 26287497).
Em 1.05.2021, o paciente apresentou os memoriais finais (id 26805941) e, portanto, os autos caminham
de forma bem célere, indo para a fase da sentença. (...)
A SEAP em informações prestadas na data de 19.05.2021 (ID n. 5191424), a Ilma. Diretora da Execução
Penal da SEAP assim informou:
“(...) Precipuamente, Excelência, cumpre salientar que a pessoa privada de liberdade em questão detém
status de preso condenado, em razão de sentença condenatória prolatada na ação penal de no 0082167-
02.2015.8.14.0061.
Por esta razão, iniciou a reprimenda corporal em 02/10/2015, no CRRT- CENTRO DE RECUPERAÇÃO
REGIONAL DE TUCURUI.
No que concerne ao atual estado de saúde do paciente, esta Secretaria vem a esclarecer que foram
requeridas à Diretoria de Assistência Biopsicossocial-DAB-SEAP-PA. Nesse sentido, o Diretor de
Assistência Biopsicossocial da DAB-SEAP/PA se pronunciou, em sede de Despacho a esta Diretoria
(DEC/SEAP/PA), encaminhando relatório sobre a as condições de saúde (em anexo), e informando que de
acordo com o laudo médico o PLL apresenta abscesso de bolsa escrotal, de conteúdo purulento em
fevereiro. Fora feita saída ao hospital de Santa Izabel para drenagem do mesmo. Feito medicação
antibiótica e dado sequência na unidade penal com antibióticos e curativos. Fora feito exame de
ultrassonografia de bolsa escrotal, em que se visualiza imagem nodular em epidídimo direito e esquerdo.
Fora referenciado ao especialista urologista para avaliação a ser seguida (Em aguardo). No momento,
encontra-se com dor na hemi bolsa escrotal esquerda. Em uso de anti inflamatório e analgésicos. (VIDE
LAUDO ANEXO).
Com essa vertente, sobreleva-se que intramuros a SEAP dispõe de assistência em saúde no nível de
atenção básica, conforme preconiza a LEP e as Diretrizes de Saúde do SUS e quando há
encaminhamentos para avaliação especializada ou para a rede de serviços de saúde de alta ou média
complexidade pelo médico da SEAP, as demandas são devidamente atendidas através do Núcleo Interno
de Regulação da SEAP em parceria com a SESPA ou pela rede de serviços privados de saúde. Nos casos
de urgências as PPLS são devidamente encaminhadas para as unidades de atendimento em saúde mais
próxima, bem como esta Secretaria dispõe de viatura e escolta para o atendimento extramuros, se
necessário.
Por outro lado, cumpre elucidar, Excelência, quanto às diretrizes de garantia de salvaguardar a saúde da
pessoa privada de liberdade, expressa no artigo 196 da Constituição Federal e no art. 41, VII da Lei de
Execução Penal, esta Administração Penitenciária no tocante à pandemia causada pelo novo Coronavírus,
conforme alegado pelo Nobre Impetrante, temos a informar que estar atendendo todos os procedimentos
da Recomendação no 62 do CNJ, bem como o Protocolo de Atendimento e enfrentamento ao COVID-19,
editado pela SEAP.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por fim, importante ressaltar que todas as medidas de prevenção e combate que estão sendo adotadas,
para resguardar a saúde dos custodiados, seus familiares e servidores públicos diante do cenário de
pandemia, são eficazes, além do Plano de Contingência ser cumprido dentro das orientações e normas da
Organização Mundial de Saúde (OMS), e em ênfase as medidas de assistência cabíveis ao paciente ALEX
COELHO RAMOS já estão sendo realizadas, assim observando o instituto supremo da dignidade da
pessoa humana. (grifei) (...)
Foi anexado despacho do Diretor de Assistência Biopsicossocial - DAB, datado de 14.05.2021 (ID n.
5191424), que transcrvo a parte que importa:
(...) No caso da PPL em tela, conforme laudo assinado pelo médico desta SEAP Orlando Athayde
CRM/PA 4706, o qual relata que a PPL apresenta abscesso de bolsa escrotal, de conteúdo purolento em
fevereiro. Fora feita saída ao hospital de Santa Izabel para drenagem do mesmo. Feito medicação
antibiótica e dado sequência na unidade penal com antibióticos e curativos. Fora feito exame de
ultrassonografia de bolsa escrotal, em que se visualiza imagem nodular em epidídimo direito e esquerdo.
Fora referenciado ao especialista urologista para avaliação a ser seguida (Em aguardo). No momento,
encontra-se com dor na hemi bolsa escrotal esquerda. Em uso de anti inflamatório e analgésicos. (...) -
grifei
Retornaram os autos conclusos para apreciação da medida liminar pleiteada, entanto, reputei necessárias
informações complementares para a análise da liminar (ID n. 5207169).
Em 09.06.2021 a SEAP prestou novas informações (ID n. 5339753), em 28 (vinte e oito) laudas com
cópias de laudos, exames e declarações médicas do estado de saúde do paciente embasada em Relatório
de Saúde n. 32/2021 (ID n. 5191424) que afirma que aquela “unidade penitenciária afirma que possui
estrutura para ofertar assistência em saúde básica com atendimentos em nível ambulatorial, para controle
da dor e acompanhamento dos sintomas apresentados. Recomenda-se que o tratamento do paciente deve
incluir atendimento com médico especialista da área de urologia ou nefrologia, para adequado seguimento
do caso”.
Quanto a informação solicitada para maiores esclarecimentos, corroboro à Vossa Excelência que houve o
pedido de Substituição de Prisão Preventiva por Prisão Domiciliar, em 01.03.2021, sob a alegação do
paciente estar acometido por cálculos renais de rim esquerdo (id 23819714).
Informo ainda que tal pleito foi analisado por este Juízo, em audiência de Instrução e Julgamento, no dia
29.04.2021, mas foi negado, sob o fundamento de estarem presentes os requisitos da materialidade do
delito e indícios de autoria, conquanto o teor da documentação que instruiu os autos, testemunhas e arma
de fogo apreendida (uma arma de gogo tipo pistola PT 838 calibre 380 e dois carregadores municiados,
com 20 projeteis não deflagrado calibre 380). Ademais, foi negado também sob a justificativa de se
assegurar a aplicação da lei penal, considerando os vários processos tramitando em diversas comarcas
conforme a certidão de antecedentes criminais; por utilizar documento falso (cédula de identidade) e que o
paciente, junto com o outro acusado, serem foragidos do Sistema Penitenciário.
afirmou em seu depoimento que no dia da prisão do acusado ocorreu um homicídio na cidade Mocajuba,
podendo estar relacionado com o paciente, o que justificaria o quantitativo de armamento. Fato que ainda
está sendo apurado mas, que foi mais um fator na negativa do pedido.
597
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Quanto aos esclarecimentos prestados pela SEAP e pelo Diretor de Assistência Biopsicossocial, nas
informações prestadas (ID n. 5339753) pela SEAP, depreende-se que não se trata de um caso doença
grave, conforme mencionei na decisão que indeferiu o pedido de liminar, que torno a transcrever:
(...) No caso da PPL em tela, conforme relatório de saúde assinado pelo enfermeiro desta SEAP, Claudio
P. Dias, COREN-PA 128.131, o qual relata que a PPL no dia 15/01/2021 realizou consulta particular com
médico urologista na CEMA. No dia 31/05/2021 foi solicitada à regulação/SEAP consulta na mesma
especialidade, já que no município de Abaetetuba não está oferecendo tal especialidade pelo Sistema
Único de Saúde- SUS. Informa ainda, que no momento o interno encontra-se estável, foi atendido pela
equipe de saúde da casa penal no dia 31/05/2021, referindo cólica renal bilateral (dores em cólica na
altura dos rins), sendo medicado com dipirona para dor. No dia 16/12/2020 o referido interno realizou
exame particular de ultrassonografia abdominal total na CEMA, Abaetetuba-PA, atestando pequenos
cálculo renais bilaterais e hidronefrose de rim esquerdo. No dia 17/12/2020 o interno realizou consulta
médica na unidade penal, onde foi realizado encaminhamento para urologista, em função dos cálculos
renais e do quadro de hidronefrose.
O setor de Regulação desta Diretoria de Assistência Biopsicossocial informa que já recebeu a solicitação e
já encaminhou à Secretaria de Saúde Pública- SESPA e aguarda retorno.
Neste sentido, a DAB-SEAP, encaminhou documento que comprova no Banco de Regulação do SUS que
há consulta agendada para especialidade urologista no HOSPITAL REGIONAL PUBLICO DR ABELARDO
SANTOS dia 16/06/2021 às 14h. (...) - (grifei)
Indeferi a liminar pleiteada por não verificar presentes os requisitos do fumus boni iuris e o periculum in
mora.
A Procuradoria de Justiça - Dra. Maria do Socorro Martins Carvalho Mendo emitiu parecer pela denegação
da ordem.
Éo relatório.
VOTO
No presente writ alega o impetrante que o paciente necessita de tratamento de saúde em casa pelo
diagnóstico de cálculos renais no rim esquerdo (hidronefrose), CID.: N20 e N13.
Ocorre, que conforme o longo relatório produzido, que demonstra em especial que houve uma busca de
informações suficiente para abalisar a decisão, ora tomada, entendo que a ordem de habeas corpus não
merece ser concedida, pelos motivos que passo a expor.
Esclareceu ainda, aquele magistrado, que “uma das testemunhas afirmou em seu depoimento que no dia
da prisão do acusado ocorreu um homicídio na cidade Mocajuba, podendo estar relacionado com o
paciente, o que justificaria o quantitativo de armamento. Fato que ainda está sendo apurado mas, que foi
mais um fator na negativa do pedido”.
Pois bem. Verifica-se que os pressupostos autorizadores da constrição, bem como a ponderação em
relação à necessidade e adequação da medida extrema, foram analisados quando da decretação da
prisão preventiva do paciente, não se podendo falar em ausência de fundamentação na decisão proferida
pela ilustre magistrada de primeiro grau.
Ainda mais, quando analisada a certidão de antecedentes criminais do paciente (ID n. 5234216) e este
possui uma condenação pelos crimes previstos ART. 157, § 2o, INC. I, II E V DO CPB; ART. 288 CAPUT
DO CPB E ART. 244-B DO ECA., e ainda responde por outra ação penal pela prática do ART. 157,
CAPUT C/C 14, II DO CPB.
Todas essas circunstâncias estão somadas ao fato de que as demais informações demonstram que está
sendo oferecida assistência ao paciente nas medidas de controle de dor e acompanhamento dos sintomas
apresentados, e que possui consulta com especialista agendada para o dia 16.06.2021, conforme
documento acostado aos autos, tendo sido o paciente medicado para dor de acordo com ao Relatório de
Saúde n. 39/2021, que relata que o atual estado de saúde do paciente “encontra-se estável. Foi atendido
pela equipe de saúde desta unidade no dia 31/05/2021, referindo cólica renal, bilateral (dores em cólica na
altura dos rins), tendo sido medicado com dipirona para dor, em nível ambulatoria”.
Reforço que o paciente não apresentou de plano, um quadro grave nem ausência de assistência que
justifique a concessão da prisão domiciliar no presente momento.
Em que pese o paciente necessitar de atendimento médico especializado, não vislumbro motivos que
justifiquem que não possa esperar no presídio o tratamento que ante as informações está sendo prestado,
pois não é o caso de doença grave que necessite de atendimento domiciliar, sendo que já foram tomadas
todas as providências necessárias para tanto.
No presente caso as pedras nos rins não podem, com a devida vênia, serem consideradas doença grave,
que deixe o paciente extremamente debilitado a ponto de fazer incidir o disposto no artigo 318, inciso II, do
CPP, especialmente porque, conforme se denota da farta documentação apresentada, o tratamento dos
cálculos não está sendo negado ao paciente, que encontra apoio médico suficiente no local onde está
preso preventivamente.
Importante mencionar que a cirurgia para retirada das pedras não é altamente invasiva e é feita mediante
cirurgia percutânea ou endoscópica, de modo que, mesmo após o procedimento, é possível que o
paciente se recupere no próprio estabelecimento prisional que, frise-se, conta com a estrutura para tanto.
No mais, as dores relatadas pelo impetrante também podem ser, e estão, sendo tratadas pela via
ambulatorial, disponível no local onde o paciente encontra-se custodiado, ao passo que, ao menos por ora,
não cabe a substituição pleiteada.
Volto a reforçar que o paciente já estava foragido do sistema penitenciário. Assim, os argumentos trazidos
pela defesa não são capazes de desconstituir o decreto objurgado, que se encontra fundamentado em
elementos objetivos pertinentes ao caso concreto.
Em outras palavras, a adoção de providências mais brandas não se revelam adequadas a resguardar o
aventado risco à ordem pública, porquanto não desconstituem o contexto fático que serviu de base ao
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juízo de cautela e tampouco são necessárias para preservar a saúde do paciente, que está sendo
devidamente cuidado e assistido no estabelecimento prisional.
Colaciono ainda recente decisão o Órgão Superior de Justiça sobre o mesmo tema, vejamos:
"o deferimento da substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos do art. 318, inciso II,
do Código de Processo Penal, depende da comprovação inequívoca de que o réu esteja extremamente
debilitado, por motivo de grave doença aliada à impossibilidade de receber tratamento no estabelecimento
prisional em que se encontra”. (RHC n. 58.378/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, Quinta Turma, DJe
25/8/2015)
1. Omissis.
4. Omissis.
600
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(AgRg no HC 658.099/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 27/04/2021, DJe
05/05/2021)
Desta feita, não há que se falar em concessão da ordem, pois restou comprovado nos autos que não há
imprescindibilidade de cuidados domiciliares, ou qualquer situação excepcional - requisitos não
demonstrados, uma vez que o mesmo está recebendo o atendimento no tocante a sua saúde por parte da
SEAP ,consoante documento incluso, inclusive com consulta marcada com especialista para o dia
16/06/2021 ( ID 5339753 ).
Quanto ao alegado excesso de prazo, entendo que resta superado pois a instrução já se encontra
encerrada, no entanto, recomendo para que o juízo coator envide esforços para que tão logo seja
sentenciado o feito.
Ante o exposto, pelas razões declinadas no presente voto e em consonância com o parecer da
Procuradoria de Justiça, conheço e denego a ordem impetrada. Recomende-se ao Juízo a quo,
providências para a sentença do feito.
Éo voto.
Relatora
Belém, 13/08/2021
EMENTA
Vistos etc.
Sala das Sessões do Tribunal de Justiça do Pará, aos dez dias do mês de agosto do ano de dois mil e
vinte e um.
Relatora
RELATÓRIO
Trata-se de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar, impetrado em favor ADRIANO SARDINHA
602
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, apontando como autoridade coatora o MM. Juízo de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Belém.
Alega o impetrante que o paciente está sofrendo coação ilegal em sua liberdade de locomoção em razão
do decreto e manutenção de sua prisão preventiva; que o paciente foi preso em 04/06/21, pela prática, em
tese, do crime de roubo qualificado, artigo 157, § 2º, inciso II e § 2º-A inciso I, do Código Penal, sendo
denunciado em 21/06/21, sendo esta recebida em 23/06.
Aduz o impetrante que em 13/07/21 foi mantida a custódia, apesar do parecer ministerial favorável à
revogação da medida, restando configurado o constrangimento ilegal ante a ausência dos requisitos
autorizadores da custódia, nos termos do art. 312 do CPP, bem como por violação ao princípio do estado
de inocência.
Afirma que a defesa apresentou provas da não participação do paciente no crime pelo qual fora preso e
que possui residência fixa e trabalho lícito, sendo tal alegação corroborada pelo depoimento do corréu que
asseverou que o paciente somente lhe deu carona no dia dos fatos e que o magistrado singular, ao
denegar o pedido de revogação da custódia do paciente, não analisou o caso concreto, sequer se
manifestando acerca da possibilidade de aplicação de medida cautelar alternativa, nos termos do art. 319
do CPP.
Alegando inexistir fundamento na decisão proferida pelo Juízo singular, uma vez que ausentes os
requisitos do art. 312 do CPP, afirmando ainda ser o paciente detentor de condições pessoais favoráveis,
com emprego lícito e residência fixa, além de não haver provas de sua participação no suposto delito,
requereu a concessão liminar da ordem, com sua posterior ratificação para que seja este posto em
liberdade.
Recebidos os autos em distribuição este foi redistribuído em razão do afastamento desta relatora para o
gozo de férias, sendo recebido no gabinete do Des. Leonam Gondim que denegou o pedido liminar e
requisitou informações à autoridade apontada como coatora, sendo estas prestadas em ID 5698862/63/64
e 5699715/16.
É o relatório.
VOTO
O foco da impetração reside na alegação de que resta configurado o constrangimento ilegal à liberdade do
paciente por ausência de justa causa e fundamentação no decreto preventivo, afirmando ainda existirem
provas suficientes de sua não participação no delito.
Adianto, desde logo, que conheço em parte do recurso e, na parte conhecida, denego a ordem
impetrada, uma vez que não vislumbro qualquer coação ilegal a ser reparada.
Ressalto, inicialmente, que é pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial que o habeas corpus,
via de cognição sumária, não comporta dilação probatória, só cabendo a análise de tal alegação quando o
suposto constrangimento se mostrar cabal, o que não é o caso dos autos.
Tem-se da documentação acostada aos autos, relato da vítima - em depoimento prestado à autoridade
policial, afirmando a efetiva participação do paciente no roubo do qual fora vítima, senão, vejamos:
“Consta do auto de flagrante que na manhã do dia 04.06.2021 a vítima estava na casa de sua irmã
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vendendo cosméticos e por volta das 10:30 horas quando foi surpreendida pelo indiciado Max, na sala da
residência, que portava uma rama de fogo, tipo revólver, anunciando assalto e exigindo que a vítima
entregasse seu tablet, da marca Samsung, pegou um celular vermelho da marca Samsung que estava em
cima da mesa, que pertence ao Sr. Jorge Paixão Barbosa, cunhado da vítima e antes de empreender
fuga, seu comparsa Adriano Sardinha pegou a bicicleta cinza da vítima e colocou dentro de uma
Kombi de cor branca e assim empreenderam fuga. Após terem sido perseguidos pela Polícia os
indiciados foram presos e com eles foram apreendidas a res furtitva, bem como a arma de fogo.”
(Grifei).
Como bem se observa do relato da vítima constante dos autos, o ora paciente efetivamente participou do
crime de roubo, sendo o responsável pela subtração da bicicleta da vítima que, como consta dos autos, foi
apreendida na Kombi de sua propriedade e à qual conduzia, não prevalecendo sua versão de que
somente dera uma carona ao corréu e de que só posteriormente tomou conhecimento de que este havia
praticado o assalto e, ainda que assim fosse, ao tomar conhecimento do crime manteve a condução do
corréu, o levando como seu “passageiro”, apesar de já ter tomado conhecimento de que este praticou o
roubo e de que estaria transportando o autor e fruto do crime, o que efetivamente não se justifica.
Assim, não sendo inconteste a alegação de ausência de provas, ante a presença de fortes indícios da
participação do paciente na empreitada delitiva, não conheço deste ponto do pedido.
“Narra a exordial acusatória que na manhã do dia 04 de junho de 2021, o paciente juntamente com o
nacional Max William do Carmo das Dores, no interior de uma residência, localizada na Avenida Norte,
esquina com a Rua Nove, bairro Maracangalha surpreenderam as vítimas Gerson Sousa dos Santos e
Jorge Paixão Barbosa e, mediante
grave ameaça, com emprego de arma de fogo, anunciaram o assalto e subtraíram um tablete da marca
Samsung de cor branca e um aparelho de telefone celular, marca Samsung de cor vermelha e uma
bicicleta de cor cinza.”
“Dispõe a Constituição Federal, que “ninguém será levado a prisão ou nela mantido quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança” (art. 5º, LXVI). Somente havendo motivos imperiosos para a
segregação cautelar, deve o juízo restringir a liberdade do acusado, o
que se verifica neste caso, em que, analisando os autos, verifico estarem presentes os motivos para a
manutenção da custódia cautelar, posto que, em liberdade, poderá vir a prejudicar o andamento da
instrução criminal, ou se furtar à aplicação da lei penal, devendo-se ainda garantir a ordem pública.
Em que pese o pedido estar fundado na inexistência de pressupostos legais para a manutenção da
custódia cautelar, e conste parecer favorável do Parquet, entendo que os requisitos do art. 312 do CPP
ainda se encontram presentes, principalmente pelo fato de o réu possuir antecedentes criminais,
possuindo inclusive condenação, demonstrando, portanto, ser contumaz em práticas delitivas.
Assim, deve ser mantido fora do convívio social, posto que visando acautelar o meio social e ainda
garantir a credibilidade da justiça, que restou afetada por mais uma ocorrência criminosa, neste
município.
(...)
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A garantia da ordem pública restou comprometida. Conforme a doutrina de Fernando da Costa Tourinho
Filho, “entende-se por ordem pública a situação e o estado de legalidade normal em que as autoridades
exercem suas precípuas atribuições e os cidadãos as respeitam e acatam, sem constrangimento ou
protesto (...). Ordem pública é a paz, a tranquilidade no meio social” (in Código de Processo Penal
Comentado. Vol. 1. 6 Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2001, p. 312).
(...)
Ademais, é dever desta magistrada garantir a adequada instrução criminal, especialmente no crime
objeto do presente processo em que se deu no interior da residência da vítima com violência e
grave ameaça, com uso de arma de fogo e em concurso de agentes.
Ressalte-se que não se pode mais fechar os olhos para o crescente aumento de violência nesta cidade,
protegendo-se, com a medida cautelar de prisão, a comunidade local, visto que o acusado levou para as
ruas conduta perigosa, maléfica e desproporcional, causando ameaça a paz social, geradora de nefasta
consequência, o que deixa a sociedade temerosa e apreensiva quanto a quantidade de crimes.
Destaco que o papel do Estado-Juiz não é só de gerenciar a prova, mas também de resguardar os direitos
não só dos réus, mas também da sociedade, garantindo no mínimo, a paz social, o que entendo que se
atender aos pedidos realizados pelo Parquet e Defesa não estaria
Ante o exposto e mais do que dos autos consta INDEFIRO o pedido de Revogação da Prisão
Preventiva formulado pelo nacional ADRIANO SARDINHA, posto çestarem presentes os motivos
ensejadores previstos no Art. 312, do Código de Processo Penal.”
Observa-se, portanto, que o Juízo utilizou de efetiva fundamentação para decretar e manter a prisão
preventiva do ora paciente, mostrando a decisão fundamentação suficiente a legitimar a constrição de sua
liberdade, atendendo, com isso, a exigência constitucional da efetiva fundamentação das decisões
judiciais. Ademais, da decisão proferida se denota a necessidade e a adequação da medida restritiva
atacada nesta ação mandamental uma vez que as circunstâncias do caso concreto demonstram a
presença dos indícios de autoria e da materialidade delitiva, bem como a necessidade de garantir a ordem
pública, apresentando a decisão lastro concreto e válido a legitimar a constrição da liberdade, atendendo,
com isso, a exigência constitucional da efetiva fundamentação das decisões judiciais.
Em outras palavras, a prisão provisória fora decretada e mantida por estarem presentes os requisitos da
tutela cautelar. Assim, existindo na decisão suficiente motivação acerca dos requisitos do artigo 312 do
Código de Processo Penal não há que se falar em falta de justa causa e fundamentação para a
segregação provisória, conforme se extrai da jurisprudência a saber:
HABEAS CORPUS ROUBO AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA INÉPCIA NÃO VERIFICADOS IDÔNEA E
CONCRETA DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA EXCESSO DE PRAZO NÃO CONFIGURADO
DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. Difícil acatar a tese de ausência de justa causa e trancamento da ação
penal. Os indícios de autoria revelam-se suficientes, corroborados por vários depoimentos, declarações e
outros meios de prova, assim como prova da materialidade do delito. Há embasamento para a denúncia
do Parquet e extraio que, para desconstituir o que se viu na narrativa do Ministério Público, seria
imprescindível instrução probatória incompatível com a via do Habeas Corpus. Ademais, os próprios
questionamentos elaborados pela defesa, a respeito da ausência de autoria, dizem respeito a matéria
meritória apurável em instrução criminal. (...) 2. Diante das informações prestadas pela Autoridade
impetrada, observa-se que a marcha processual se desenvolve dentro de tempo razoável, e seguindo
regular procedimento, de maneira que não se evidencia qualquer constrangimento ilegal a justificar a
revogação da prisão preventiva. Para mais, vale notar que a audiência de instrução e julgamento está
próxima de ocorrer e que, sem embargo da afirmação defensiva, o juízo a quo examinou recentemente o
pedido de liberdade provisória do paciente, entendendo pelo indeferimento. 3. Ordem denegada. (TJ-ES -
HC: 00335381220198080000, Relator: ADALTO DIAS TRISTÃO, Data de Julgamento: 22/01/2020,
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Outrossim, são suficientes para a configuração do periculum in libertatis, a gravidade do delito e modus
operandi, tendo o magistrado singular ressaltado a violência com que fora praticado o crime, tendo o
paciente, supostamente, invadido a casa da vítima em companhia de um terceiro elemento, o que
efetivamente demonstra uma maior gravidade da conduta, sendo as informações da autoridade apontada
como coatora esclarecedoras acerca da necessidade da manutenção da segregação cautelar do paciente.
Portanto, ao contrário do que tenta fazer crer o impetrante, a decisão hostilizada não acarretou
constrangimento ilegal, pois presentes os requisitos legais do art. 312 do CPP, sendo necessária a
manutenção da custódia para garantia da ordem pública, conveniência da instrução penal e para
assegurar a aplicação da lei penal.
Quantos às supostas condições pessoais favoráveis do paciente, reitero aqui o entendimento de que tais
não são suficientes à revogação da prisão se o juízo de 1º grau fundamentou a necessidade de
manutenção da medida restritiva de liberdade, nos termos da Súmula 08 desta Egrégia Corte de Justiça e
da jurisprudência pátria. Vejamos:
HABEAS CORPUS. ART. 33, DA LEI Nº 11.343/2006. CONDIÇÃO DE USUÁRIO E NÃO TRAFICANTE.
DESCLASSIFICAÇÃO DO ART. 33 PARA ART. 28, AMBOS DA LEI Nº 11.343/2006. COGNIÇÃO
INVIÁVEL. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE NA ESTREITA VIA DO WRIT. PRECEDENTES DO STJ. 1 - Aferir se a droga
apreendida se destinava ao consumo próprio, como alegam os impetrantes ou à mercancia ilícita, é
questão que exige revolvimento fático-probatório, incompatível com a via estreita do habeas corpus.
NULIDADE DO FLAGRANTE DELITO POR VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO. PROVA ILÍCITA. INEXISTÊNCIA.
ESTADO DE FLAGRÂNCIA. CONVERSÃO DO FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA. NOVO TÍTULO.
(...)CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA Nº 08, DESTA CORTE. PRISÃO
PROCESSUAL DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA. 4 - As condições pessoais favoráveis que alega
possuir o paciente não são, em si mesmas, suficientes para concessão da liberdade provisória, sobretudo
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quando a prisão processual se encontra justificada nos pressupostos do art. 312, do CPP como se nota da
decisão de homologação do flagrante e sua conversão em prisão preventiva acostada às fls. 103-107 (ID
nº 2475967) para garantia da ordem pública, diante da gravidade concreta do delito e as circunstâncias
efetivas do flagrante, predominando na pequena cidade interiorana de Baião-PA o pequeno tráfico.
ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA EM CONSONÂNCIA COM O PARECER
MINISTERIAL. UNANIMIDADE.” (TJE/PA. 2599585, 2599585, Rel. MARIA DE NAZARE SILVA
GOUVEIA DOS SANTOS, Órgão Julgador Seção de Direito Penal, Julgado em 17/12/2019, Publicado
em 20/12/2019).
Quanto às medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do art. 319 do CPP, tenho que o magistrado
não é obrigado a aplicá-las quando evidenciada a necessidade da custódia, caso dos autos, não se
mostrando a aplicação de tais medidas alternativas suficientes ao caso concreto uma vez que necessária
a custódia preventiva para garantia da ordem pública, restando, por conseguinte, imperiosa a manutenção
da prisão preventiva, tendo em vista que há risco de ineficácia das medidas alternativas em coibir o
comportamento que ensejou o cerceamento da liberdade do paciente.
Apesar do entendimento já sedimentado de que a liberdade é a regra, sendo certo que o decreto de prisão
preventiva é a exceção, tem-se que, diante dos elementos contidos nos autos, não se vislumbra outra
possibilidade senão a manutenção da custódia do paciente, não prosperando a tese de imposição de
outras medidas cautelares, pois verifica-se que as medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código
de Processo Penal são insuficientes para assegurar a ordem pública.
Sobre o tema:
Portanto, estando a prisão processual devidamente fundamentada na garantia da ordem pública, não há
que se falar em ilegalidade capaz de justificar a sua revogação, em violação ao princípio de inocência e
tampouco em aplicação de medida cautelar alternativa tendo em vista que preenchidos os requisitos
constitucionais e infra legais autorizadores da medida mais gravosa, quais sejam, a excepcionalidade de
sua utilização ante a necessidade de garantia da ordem pública, em estrita obediência com o que dispõe o
artigo 312, do CPP, o que impede a aplicação das medidas cautelares do artigo 319 do CPP.
“Por derradeiro, urge destacar que o decisum impetrado encontra-se devidamente fundamentado, nos
termos do art. 93, Inciso IX da Constituição Federal, vez que, o Magistrado singular examinou
criteriosamente a dinâmica dos fatos e enquadrou-a nos requisitos legais previstos no art. 312 do Código
de Processo Penal, justificando satisfatoriamente a necessidade de aplicação da medida extrema no
caso sub examen.
Desta feita, não vislumbramos a possibilidade de concessão do Remédio Heróico por qualquer
dos fundamentos manejados, razão pela qual, ao contrário do que tenta fazer crer os impetrantes, a
decisão hostilizada não acarretou constrangimento ilegal, nem é carente de fundamentação, sendo
necessária sua manutenção para garantia da ordem pública, visando a manutenção da paz e da
tranquilidade social, impedindo que o paciente venha a delinquir novamente, reafirmando a validade e
autoridade da ordem jurídica posta em perigo pela gravidade do delito, bem como, pela reprovação da
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Ante o exposto, e por tudo que dos autos consta, voto pelo conhecimento e denegação da ordem.
É como voto.
Relatora
Belém, 16/08/2021
EMENTA
EMENTA: HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR. ROUBO QUALIFICADO. ART.
157, § 2º, II E 2º - A, DO CPB.
SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR POR MEDIDA DIVERSA, NOS TERMOS DO ART. 318, VI,
DO CPP. IMPOSSIBILIDADE. PRESENÇA DOS REQUISITOS PRECONIZADOS NOS ARTS. 312 E
313, DO CPP, RESTANDO CONFIGURADO O FUMUS COMISSI DELICTI E O PERICULUM
LIBERTATIS, NÃO SE MOSTRANDO AS MEDIDAS DIVERSAS, PREVISTAS NO ART. 319 DO CPP,
SUFICIENTES AO CASO.
Vistos etc.
Sala das Sessões do Tribunal de Justiça do Pará, aos dez dias do mês de agosto do ano de dois mil e
vinte e um.
Relatora.
RELATÓRIO
Trata-se da ordem de Habeas Corpus Liberatório com pedido de liminar impetrada em favor de WESLEY
MONTEIRO DA SILVA, apontando como autoridade coatora o MM. Juízo de Direito da Comarca de
Bragança.
Alegou o impetrante, em síntese, que o paciente está sofrendo constrangimento ilegal em sua liberdade
de locomoção em razão do excesso de prazo na manutenção de sua custódia.
Aduziu o impetrante que, conforme a denúncia, o paciente, em companhia de Fábio de Sousa Montelo,
teria praticado, em tese, a conduta prevista no art. 157, § 2º, II e § 2º - A e art. 71, § 1º, do CP, uma vez
que, com o uso de violência e grave ameaça, teria subtraído o bens das vítimas Cláudia Cristina Pinheiro
de Sousa e Maria Liliane Quadros de Lima.
Afirmou que, conforme o que consta dos autos, no dia 30/07/20, por volta das 12:44 hs, o paciente e seu
parceiro circulavam pela via pública em uma motocicleta, oportunidade em que, fazendo uso de arma de
fogo, se aproximaram da vítima Cláudia Cristina e a abordaram anunciando o assalto, subtraindo desta
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joias e sua bolsa contendo dois aparelhos celular e dinheiro, evadindo-se em seguida; que no mesmo dia,
já por volta das 18:30, o paciente e seu parceiro, fazendo uso do mesmo modus operandi, renderam a
vítima Maria Liliane, subtraindo desta a bolsa que continha diversos documentos, dinheiro, cartões e um
telefone celular.
Sustenta que a prisão do paciente não pode subsistir, uma vez que o corréu foi preso em 31/07/20 e após
ser ouvido pela autoridade policial foi liberado, estando o paciente preso até a presente data, apesar de ter
sido preso em 13/12/20, apesar de não haver motivos a justificar a manutenção de sua custódia, restando
claro o alegado constrangimento ilegal ante o excesso de prazo a que não deu causa, bem como por
ausência de fundamentação da decisão que decretou a custódia.
Requereu a concessão a concessão liminar da ordem e, ao final, sua confirmação, ainda que com a
determinação de medidas cautelares diversas, nos termos do art. 319 do CPP.
Juntou documentos.
Os autos foram recebidos no gabinete da Desª. Nazaré Gouveia, sendo redistribuído em razão do
afastamento desta de suas atividades, sendo então recebido no gabinete do Des. Leonam Gondim que,
observando minha prevenção, determinou seu envio a meu gabinete, ID 5693417, tendo esta relatora
acolhido a prevenção suscitada e se reservado para apreciar o pedido liminar após fossem prestadas
informações pela autoridade inquinada coatora, ID 5714734.
Éo relatório.
VOTO
Écerto que por força da reforma introduzida pela Lei nº 11.719/2008, a prisão preventiva somente pode ser
decretada quando preenchidos os requisitos da tutela cautelar (fumus comissi delicti e periculum libertatis)
, previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, in verbis:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova
da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Em face das normas jurídicas insculpidas no artigo 5º, incisos LIV e LVII, da Constituição da República de
1988, prevalece como regra em nosso sistema jurídico a liberdade, a qual somente será excepcionada
quando presentes os requisitos elencados no precitado artigo 312 do Código de Processo Penal.
Na esteira do artigo 311 do Código de Processo Penal, contudo, a prisão preventiva poderá ser decretada
em qualquer fase processual, nada obstando que tal ocorra em momento anterior ao trânsito em julgado
de uma decisão penal condenatória, apesar de ser uma medida segregativa da liberdade do indivíduo,
podendo ser determinada durante o curso do processo penal ou até mesmo antes, com natureza - como o
próprio nome diz - acauteladora do normal desenvolvimento do processo e da eficiente aplicação da Lei
penal.
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Feitas estas breves considerações, e adentrando ao mérito do mandamus, tenho como inocorrente o
alegado constrangimento ilegal por excesso de prazo na manutenção da custódia do paciente e ao
fim da instrução processual, pois, como se depreende dos documentos juntados aos autos, assim como
das informações prestadas pelo magistrado singular, o feito se encontra em marcha, estando somente no
aguardo da audiência de instrução já designada para 14 de outubro próximo, não havendo, portanto, que
se falar em excesso de prazo ao fim da instrução processual e na manutenção da custódia do paciente,
pois, ao contrário do alegado, há intensa movimentação processual, não estando os autos parados, mas
tão somente no aguardo da realização da audiência, já designada, sendo remansosa a jurisprudência no
sentido de que eventual demora no deslinde da ação se justifica quando não incide o Judiciário em
desídia, como no caso em análise, onde não se observa a ocorrência do aventado excesso de prazo e/ou
atraso no deslinde do feito.
Écerto que é direito da defesa pleitear em favor de seu constituinte, mas é certo também que os atos
processuais demandam tempo, e o simples aguardo de finalização de atos não são argumentos
suficientes a justificar a alegação de retardo da instrução, principalmente quando o feito apresenta
pluralidade de réus, caso dos autos, em que são dois os denunciados, apresentando igualmente
pluralidade de defensores, demandando uma diversidade de atos processuais à instrução do feito.
Ressalto, uma vez mais, o entendimento de que para o encerramento da instrução criminal, conforme já
pacificado no Superior Tribunal de Justiça, eventual ilegalidade da prisão cautelar por excesso de prazo
para sua conclusão deve ser analisada à luz do princípio da razoabilidade, sendo permitido ao Juízo, em
hipóteses excepcionais, a extrapolação dos prazos previstos na lei processual penal, porque o excesso de
prazo não resulta de simples operação aritmética, sendo justificável e não se constituindo em
constrangimento ilegal eventual atraso, e em consonância com o exposto, colaciono jurisprudência desta
Egrégia Corte ratificando o entendimento de que a demora justificada do processo não enseja coação,
vejamos:
EMENTA: HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. HOMICÍDIO – ARTIGO 121, § 2º, II; 121 § 2º, II C/C ART.
14, II. TODOS DO CÓDIGO PENAL.
NÃO CONCESSÃO DE QUAISQUER DAS MEDIDAS QUE NÃO CONFIGURA VIOLAÇÃO AO ARTIGO
318 DO CPP.
Assim, embora a nova ordem constitucional apresente a liberdade como regra, somente excepcionando
aludido entendimento em casos estritamente forçosos, imperioso ressaltar que a segregação cautelar não
conflita com a presunção de inocência quando devidamente fundamentada pelo julgador a sua
necessidade, como é o caso dos autos, pois resta claro que a ordem pública deve ser assegurada com a
manutenção do encarceramento provisório do ora paciente, e a prisão fundada na garantia da ordem
pública tem o objetivo de evitar que os criminosos presos sejam postos em liberdade logo após a prática
do delito, sem qualquer reprimenda, gerando a sensação de impunidade e estimulando a voltarem a
delinquir.
Ademais, o conteúdo normativo do art. 321 do Código de Processo Penal, revela que somente é
possível conceder liberdade provisória quando ausentes os requisitos do art. 312 do mesmo diploma legal.
Em outras palavras, em interpretação a contrario sensu, presentes os motivos autorizadores da prisão
cautelar, deve ser indeferido o pedido de liberdade provisória.
Quanto à alegação de falta de fundamentação do decreto cautelar, tenho que tal também não prospera
pois a decisão proferida se mostra devidamente fundamentada no caso concreto e revela a necessidade
de sua manutenção diante da gravida do delito, em tese, praticado, tendo o magistrado singular, com base
em tudo que foi juntado aos autos – demonstrando indícios de autoria e prova da materialidade, convertido
a prisão em flagrante em preventiva, como se observa do excerto a seguir colacionado, verbis:
“Desta análise perfunctória, vislumbro que o autuado representa ameaça à ordem pública, especialmente
pelo alto grau de periculosidade que demonstrou, sendo certo que a pratica delituosa narrada com fortes
evidencias se desenvolveu através de sérios requintes de crueldade.
Cediço na jurisprudência e doutrina pátrias que a prisão preventiva, uma das modalidades de custódia
provisória, possui natureza cautelar, devendo estar presentes, para sua decretação, os requisitos do
fumus commissi delicti e do periculum libertatis.
Assim é que, em seu art. 312, o CPP determina que a prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente da
autoria.
No caso em apreço, as provas já acostadas aos autos, especialmente o depoimento das vítimas e das
testemunha colhidos em sede policial, apontam para o envolvimento dos representados, tendo estes
confessado a prática criminosa.
No tocante ao requisito do periculum libertatis, verifico que o denunciado pode vir a cometer crime diante
dos fatos narrados na manifestação da autoridade policial. Sendo assim, frise-se, o cárcere preventivo se
justifica para assegurar a garantia da ordem pública.
É bem dizer, a conduta dos representados demonstra, no caso concreto, o perigo gerado pelo estado de
liberdade, indispensável ao decreto prisional. Demonstrados os pressupostos que autorizam a prisão
preventiva dos indiciados e, por entender que ainda se revela inadequada ou insuficiente a aplicação de
qualquer medida diversa da prisão, inafastável a decretação da custódia cautelar.
Da análise do decisum que decretou a prisão preventiva, ao norte colacionado, nota-se que o decreto
constritivo resta devidamente motivado, pois evidenciado o fumus comissi delicti, consubstanciado na
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prova da materialidade e na existência de indícios de autoria, bem como o periculum libertatis, fundado
este no risco de que o agente, em liberdade, possa abalar a ordem pública, dada a gravidade concreta do
delito que lhe é imputado, evidenciada a partir do seu modus operandi, sendo suficiente para denotar a
periculosidade social do agente e a necessidade de sua custódia, também para evitar reiteração delitiva.
Em outras palavras, a prisão provisória fora decretada por estarem presentes os requisitos da tutela
cautelar. Assim, existindo na decisão suficiente motivação acerca dos requisitos do artigo 312 do Código
de Processo Penal não há que se falar em falta de justa causa e fundamentação para a segregação
provisória, conforme se extrai da jurisprudência.
Quanto ao pedido para que seja substituída a medida mais gravosa por qualquer uma daquelas previstas
no art. 319 do CPP, tendo por escopo também as condições pessoais favoráveis do paciente, impende
ressaltar que as hipóteses de aplicação de tais medidas não são sempre obrigatórias, sendo consagrado
em âmbito doutrinário e jurisprudencial o entendimento de que se faz necessária a aferição pelo juiz, no
caso em concreto, acerca da adequação e suficiência de tais medidas.
Assim, entendo não ser cabível ao caso a aplicação de quaisquer das medidas cautelares alternativas à
prisão, pois estas são inaplicáveis quando as circunstâncias evidenciam que as providências menos
gravosas são insuficientes para assegurar a manutenção da ordem pública, como no presente caso, pois,
no Direito brasileiro a concessão de medida cautelar diversa da prisão deve ser consentânea ao princípio
da proporcionalidade, observando-se a presença do fumus commissi delicti (indícios de autoria e prova da
materialidade do crime) e do periculum in mora, consubstanciado nos critérios de necessidade e de
adequação da medida, não sendo o magistrado obrigado a concedê-las, consoante estabelece o artigo
282 do Código de Processo Penal:
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título devero ser aplicadas observando-se a: (Redaço
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicaço da lei penal, para a investigaço ou a instruço criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infraçes penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
No campo doutrinário, Eugênio Pacelli, em seu Curso de Processo Penal (2014: p. 503) esclarece sobre
os critérios que devem ser observados pelo magistrado para imposição de uma das medidas cautelares
previstas no sistema processual penal brasileiro:
“... tanto para as medidas cautelares diversas da prisão (arts. 319 e 320, CPP), quanto para a decretação
da prisão preventiva (art. 312, CPP), estão presentes as mesmas exigências, quanto ao juízo de
necessidade da restrição ao direito (garantir a aplicação da lei penal e a eficácia da investigação e da
instrução criminal).
E não só isso: a referência feita à adequação da providência (art. 282, II, CPP) tendo em vista a gravidade
e demais circunstâncias do fato, bem como as condições pessoais do indiciado (na investigação), ou, do
acusado (no processo), vem a ser, na realidade, a verdadeira pedra de toque do novo sistema de
cautelares. [...]
Acerca da matéria Aury Lopes Jr., em sua obra Direito Processual Penal (2014: p. 861) salienta que:
“... não se trata de utilizar tais medidas quando não estiverem presentes os fundamentos da prisão
preventiva. Nada disso. São medidas cautelares e, portanto, exigem a presença do fumus commissi delicti
e do periculum libertatis ...”.
Tenho que a imposição de medidas cautelares alternativas à prisão não se mostram suficientes e de
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adequadas ao caso em apreço e o magistrado não é obrigado a determiná-las quando entender não caber
ao caso concreto, e da pormenorizada análise do conjunto probatório, verifica-se a insuficiência da
substituição da prisão preventiva, visto que mantidos os requisitos ensejadores da sua decretação,
conforme idoneamente disposto pelo Juízo singular.
No que tange ao pedido de extensão da liberdade concedida ao corréu tenho por não conhece-lo e reitero
o entendimento já pacificado por esta Corte de que não cabe ao Tribunal a análise do pedido de extensão
quando o benefício foi concedido pelo magistrado singular, devendo este analisar tal possibilidade.
Diante do exposto, e em consonância com o parecer ministerial, não se observa na hipótese a existência
de qualquer ilegalidade a ser sanada na via estreita do writ, razão pela qual denego a ordem de habeas
corpus impetrada.
É como voto.
Relatora
Belém, 16/08/2021
Número: 0807895-80.2021.8.14.0000
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Trata-se de habeas corpus liberatório/excesso de prazo com pedido de liminar impetrado por
advogado em favor de NELSON COELHO DE SOUZA, com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição
Federal c/c os arts. 647 e ss., do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o Juízo
de Direito da Vara Única da Comarca de Novo Repartimento nos autos do processo judicial
eletrônico nº 0801305-09.2021.8.14.0123.
O impetrante afirma que o paciente fora preso em flagrante delito em 12/07/2021, em Novo Repartimento,
pela polícia militar, em uma residência, após suposta “denúncia anônima” e representação da autoridade
policial, em que o paciente estaria fazendo reparos no carro do Sr. Reinaldo Gusmão no motor do veículo
Ecosport, que estava estacionado em frente à residência, momento em que “foram localizadas grandes
quantidades de substâncias entorpecentes, balanças de precisão, aparelhos celulares e uma motocicleta.
Também foram encontrados outros objetos como motosserra, furadeira, lixadeira e uma caixa de som
amplificada.”.
Aduz que “o Sr. Reinaldo Gusmão confirmou que tudo que foi encontrado na residência lhe pertencia, e
que o Paciente não tinha qualquer ligação consigo, senão tinha se deslocado até o local unicamente para
realização de serviços de conserto de veículo, já que trabalha como mecânico.”.
Informa que havia um mandado de prisão equivocado contra o paciente oriundo da comarca de Anapú,
que fora confeccionado erroneamente e, por isso, logo corrigido esse erro administrativo.
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Sustenta que o paciente “não tem qualquer participação nos fatos apurados por este Inquérito Policial e,
embora estivesse cumprindo pena no regime aberto em virtude de condenação anterior, estava tentado
ressocializar-se e retomar a normalidade do convívio social, após cumprir justa pena que lhe foi imposta.”.
Destaca que o paciente ostenta condições pessoais favoráveis: residência fixa em Breu Branco/PA,
trabalho lícito, primário, bons antecedentes, filhos menores de idade que dependem financeiramente de
seu labor.
Por tais razões, requer liminar para que seja expedido o competente alvará de soltura. No mérito, pugna
pela confirmação da liminar em definitivo, destacando que deseja realizar sustentação oral quando da
sessão de julgamento definitivo de mérito.
Reservei-me para apreciar o pedido de liminar após as informações da autoridade coatora (fls. 150-152 ID
nº 5835293), as quais foram prestadas à fl. 159 (ID nº 5916033), colacionando documentos de fls. 160-
170.
Reiterei o pedido de informações, eis que a autoridade coatora não havia respondido ao
questionamento se havia pedido de revogação de prisão preventiva pendente de apreciação (fls. 171-172
ID nº 5918113). O juízo a quo prestou as informações (fls. 180-181 ID nº 5964713) e juntou documentos
de fls. 182-198.
Éo relatório.
DECIDO
Para a concessão da medida liminar, torna-se indispensável que o constrangimento ilegal esteja
indiscutivelmente delineado nos autos (fumus boni juris e periculum in mora). Constitui medida excepcional
por sua própria natureza, justificada apenas quando se vislumbrar a ilegalidade flagrante e demonstrada
primo ictu oculi, o que não se verifica, por ora, no caso sub judice, sobretudo ao se apreciar os termos das
informações prestadas pelo juízo coator e a decisão atacada.
Ademais, confundindo-se com o mérito, a pretensão liminar deve ser submetida à análise do órgão
colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações relatadas na exordial
após manifestação da Procuradoria de Justiça.
Ante o exposto, sem prejuízo de exame mais detido quando do julgamento de mérito, indefiro o pedido
de liminar.
Em seguida, conclusos.
Relatora
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Para a concessão da medida liminar, torna-se indispensável que o constrangimento ilegal esteja
indiscutivelmente delineado nos autos (fumus boni juris e periculum in mora). Constitui medida excepcional
por sua própria natureza, justificada apenas quando se vislumbrar a ilegalidade flagrante e demonstrada
primo ictu oculi, o que não se verifica, por ora, no caso sub judice.
Ademais, a tese veiculada, no presente remédio constitucional, insurge-se em face de decisão proferida
pela autoridade impetrada na fase de execução. A esse respeito, destaco a impossibilidade de utilização
de habeas corpus como sucedâneo ao recurso cabível contra decisões atribuídas ao juízo da execução
penal. Afinal, a dicção objetiva do art. 197, da LEP autoriza expressamente a interposição de agravo em
execução, em face de qualquer decisão proferida nessa fase processual. De mais a mais, o estreito limite
de cognoscibilidade não se revela a seara adequada à discussão de matéria afeta à execução das penas.
Nesse sentido, o “Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira Seção deste Superior
Tribunal de Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a
sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a
possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade. Esse entendimento
objetivou preservar a utilidade e a eficácia do mandamus, que é o instrumento constitucional mais
importante de proteção à liberdade individual do cidadão ameaçada por ato ilegal ou abuso de poder,
garantindo a celeridade que o seu julgamento requer.” (HC 519.383/SP, Rel. Ministro REYNALDO
SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/09/2019, DJe 25/09/2019).
Some-se a esses argumentos que o pleito liminar, confundindo-se com o mérito, deve ser submetido à
análise do órgão colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações
relatadas na exordial após as informações do juízo a quo e a manifestação da Procuradoria de Justiça.
Ante o exposto, sem prejuízo de exame mais detido quando do julgamento de mérito, indefiro o pedido
de liminar.
Solicitem-se informações à autoridade coatora acerca das razões suscitadas na impetração, no prazo
máximo de 48 (quarenta e oito) horas, nos termos do artigo 3º, do Provimento Conjunto n° 008/2017 –
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CJRMB/CJCI –.
Certifique a Secretaria o recebimento das informações pelo juízo a quo a fim de garantir maior celeridade
ao presente writ.
Em seguida, conclusos à desembargadora originária Rosi Maria Gomes de Farias (ex vi da certidão
de ID nº 5966196), nos termos do §2º do artigo 112 do Regimento Interno deste TJPA.
Relatora
Ordem: 001
Decisão : À unanimidade, a Egrégia Seção de Direito Penal conheceu em parte o pedido e, na parte
conhecida, denegou a ordem.
Ordem: 002
Sustentação oral : Dr(a). Igor Nogueira Batista (peticionou nos autos desistindo da sustentação oral)
Ordem: 003
Ordem: 004
Classe Judicial: HABEAS CORPUS PARA MUDANÇA DE REGIME PRISIONAL COM PEDIDO DE
LIMINAR
Decisão : Por maioria de votos, vencido o Exmo. Des. Raimundo Holanda Reis, que votou pela concessão,
a Egrégia Seção de Direito Penal denegou a ordem.
Ordem: 005
Ordem: 006
Ordem: 007
Ordem: 008
Classe Judicial: HABEAS CORPUS PARA ANULAÇÃO DA QUEBRA DE SIGILO FISCAL E BANCÁRIO E
DA BUSCA E APREENSÃO POR RECONHECIMENTO DE PROVA ILÍCITA
Ordem: 009
Comarca de Origem: BELÉM (2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher)
REQUERENTE: A. N. N. F.
Ordem: 010
Sustentação oral : Dr(a). Sâmio Gustavo Sarraff Almeida ¿ indagado, desistiu da sustentação oral nos
termos do § 3º do art. 140 RI/TJE.
Decisão : À unanimidade, a Egrégia Seção de Direito Penal concedeu a ordem, ratificando a liminar
anteriormente deferida.
Ordem: 011
Classe Judicial: HABEAS CORPUS PARA CONCESSÃO DE PRISÃO DOMICILIAR PARA TRATAMENTO
MÉDICO COM PEDIDO DE LIMINAR
Ordem: 012
Ordem: 013
Ordem: 014
Ordem: 015
Ordem: 016
DEFENSORIA: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ (DEF. PÚB. GRAZIELA PARO CAPONI)
Ordem: 017
Ordem: 018
Classe Judicial: HABEAS CORPUS PARA SUSPENSÃO DE MEDIDAS CAUTELARES COM PEDIDO DE
LIMINAR
Decisão : Por maioria de votos, vencidos os Exmos. Deses. Milton Augusto de Brito Nobre, Vania Fortes
Bitar e Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, que votaram pela concessão, a Egrégia Seção de
Direito Penal denegou a ordem.
Ordem: 019
Ordem: 020
Ordem: 021
DEFENSORIA: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ (DEF. PÚB. KELVIN BRENO ROWE
RODRIGUES)
Ordem: 022
Decisão : À unanimidade, a Egrégia Seção de Direito Penal não conheceu a revisão criminal.
Ordem: 023
Decisão : À unanimidade, a Egrégia Seção de Direito Penal não conheceu a revisão criminal.
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Ordem: 024
Decisão : À unanimidade, a Egrégia Seção de Direito Penal julgou parcialmente procedente o pedido
revisional, tão somente para redimensionar a pena imposta ao requerente ao patamar de 06 (seis) anos e
08 (oito) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime semiaberto, acrescidos de 666
(seiscentos e sessenta e seis) dias-multa, calculados à fração de 1/30 (um trinta avos) do salário mínimo
vigente à época dos fatos, mantidas inalteradas as demais cominações da sentença condenatória ora
hostilizada.
Após o Exmo. Des. Milton Augusto de Brito Nobre , Presidente da Sessão de Direito Penal, em exercício,
apresentou os agradecimentos a todos que participaram da sessão e como nada mais houvesse,
encerrou a Sessão às 15h30. Eu, Maria de Nazaré C. Franco, Secretária da Seção de Direito Penal, lavrei
a presente ATA que vai devidamente assinada.
ACÓRDÃO Nº:
PROCESSO Nº 0022242-83.2019.8.14.0401
1. Não há que se falar em concessão do direito do réu de recorrer em liberdade, em sede preliminar, se a
sentença condenatória, no que toca à negativa do direito dele de recorrer em liberdade, foi devidamente
fundamentada em circunstâncias concretas do caso, não havendo qualquer nulidade a ser reconhecida,
que justificasse preliminarmente a soltura. Vestibular rejeitada.
2. Havendo provas robustas da materialidade e da autoria do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, não
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há que se falar em sua desclassificação para o tipo penal descrito no artigo 28 da Lei de nº 11.343/2003.
3. Embora não se desconheça que as cortes Superiores têm aplicado o princípio da insignificância quando
a simples posse ou porte de munição estiver desprovida da arma de fogo, no caso, além do recorrente ter
sido preso em flagrante na posse de munições de uso permitido e uso restrito em grande quantidade (19
cartuchos de .40 e 05 cartuchos de .12), o crime foi praticado no contexto de tráfico de drogas,
circunstâncias que afasta o reduzido grau de reprovabilidade da conduta e impede o reconhecimento do
princípio da insignificância.
4. Não há que se falar em redução da pena, uma vez que o magistrado de primeiro grau no momento da
dosimetria arbitrou as penas no patamar mínimo.
5. É incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do artigo
44, inciso I, do Código Penal.
6. Deve ser readequado o regime inicial de cumprimento para o semiaberto, considerando que a pena
definitiva aplicada é superior a 04 anos e não excede a 08 anos, de acordo com artigo 33, §2º, alínea “b”,
do Código Penal.
RELATÓRIO
Benedito Malheiros Gomes, por intermédio dos advogados Harrison Savio Sarraff e Américo Leal,
interpôs apelação contra a sentença proferida pelo Juízo de Direito da 8ª Vara Criminal da Comarca de
Belém/PA, que o condenou às penas de 08 anos de reclusão, em regime inicial fechado, além do
pagamento de 510 dias-multa, pela prática dos crimes tipificados nos artigos 33 da Lei nº 11.343/2006 e
12 e 16 da Lei nº 10.826/2003, c/c artigo 69 do Código Penal.
No mérito, - após sustentar que “não há qualquer possibilidade de que o juiz de primeiro grau venha a
condenar, quando o Ministério Público REQUER A DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO ORA IMPUTADO
AO ACUSADO”, o que ao seu modo de ver, viola o sistema acusatório -, a defesa pugna pela
desclassificação do delito tipificado no artigo 33 da Lei de Drogas para o crime previsto no artigo 28 da Lei
nº 11.343/2006, argumentando que o recorrente é mero usuário de entorpecentes, além da ínfima
quantidade, qualidade e circunstâncias em que as drogas foram encontradas em seu poder, não havendo
provas suficientes acerca da suposta traficância, razão pela qual deve ser respeitado o postulado da
presunção de inocência.
Postula, ainda, a absolvição do delitos tipificados nos artigos 12 e 16 da Lei nº 10.826/2003, com base no
princípio da insignificância, diante da mínima ofensividade da conduta perpetrada pelo recorrente.
Manifestando-se na condição de custos legis, o Procurador de Justiça Geraldo de Mendonça Rocha, opina
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pelo conhecimento e parcial provimento do apelo, apenas para desclassificar o crime de tráfico de
entorpecentes para o delito de uso pessoal de drogas com o redimensionamento da reprimenda, devendo
os demais termos da sentença permanecerem inalterados.
É o relatório.
VOTO
O recurso foi interposto em consonância com os pressupostos e condições para admissibilidade, conheço.
Como deixei consignado no relatório, o apelante pugna, preliminarmente, pelo direito de recorrer em
liberdade, entretanto, anoto, que não assiste razão à defesa, tendo em vista que ao lado da negativa ter
sido adequadamente fundamentada com base em circunstâncias concretas do caso, não há qualquer
nulidade a ser reconhecida por este Tribunal, de modo, que importe na expedição de ordem de habeas
corpus, de ofício, em favor do recorrente.
Por sinal, assim vem entendendo esta e. Corte de Justiça, conforme se observa com o seguinte julgado:
“Em face de persistirem os motivos que levaram a decretação de sua custódia cautelar preventiva, face a
permanência dos pressupostos previstos no art. 312 do CPP, fazendo ênfase a garantia da ordem pública
e aplicação da lei, nego ao réu o direito d apelar em liberdade.”
Dessa forma, não vislumbro ictu oculi, hipótese de concessão de ofício do writ, por essa razão rejeito o
pedido preliminar e passo ao exame do mérito do recurso.
No mérito, averbo que, de modo diverso do sustentado pela defesa, o fato de o Ministério Público
manifestar-se pela desclassificação do delito em alegações finais não vincula o Julgador, que tem
liberdade de decidir de acordo com o seu convencimento motivado, a teor do disposto no artigo 385 do
Código de Processo Penal:
“Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público
tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada."
Sobre o tema o Supremo Tribunal Federal, no voto proferido pelo Ministro Luís Roberto Barroso, assentou:
“O art. 385, do Código de Processo Penal, estabelece que ‘nos crimes de ação pública, o juiz poderá
proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como
reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.’. A regra prestigia o livre convencimento
motivado do Magistrado e a indisponibilidade da ação penal (prevista no art. 42, do Código de Processo
Penal), e foi recepcionada pela Constituição Federal consoante entendimento remansoso deste
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Conforme assentado pelo Min. LUIZ FUX, em julgamento de sua relatoria (STF, Ação Penal 1.006/AC,
Primeira Turma, j. 12/06/2018, DJe de 09/08/2018): ‘A indisponibilidade da ação penal pública não proíbe
que o Ministério Público possa opinar pela absolvição do réu, mas exclui a vinculação do juízo à
manifestação do Parquet, tendo em vista a vedação inscrita nos artigos 42 e 576 do Código de
Processo Penal, que impedem o Ministério Público de desistir da ação penal ou do recurso que
haja interposto.’.
No mesmo sentido, cumpre reportar a seguinte ementa, tirada do ARE 1.073.080 AgR/MT, Rel. Min.
ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, j. 01/12/2017, DJe de 14/12/2017:
de 09-10-2012.
Em relação à matéria, conforme tive oportunidade de pontuar em outro julgado: (TJPA. Seção de Direito
Penal. Embargos de Declaração em Ação Penal originária nº 0001404-61.2019.8.14.0000, Relator
Desembargador Milton Augusto de Brito Nobre):
“(...) no sistema acusatório, autor e réu encontram- se em pé de igualdade, pois sua essência está no
contraditório pleno. A forma acusatória tem como características a separação entre as atividades de
acusar e julgar, decorrendo desta, a responsabilidade das partes pela iniciativa probatória, devendo o juiz,
quanto a isto, permanecer inerte, tratando as partes de forma igualitária, assegurando desta forma, as
mesmas oportunidades. Na verdade, o essencial no sistema acusatório de processo penal é a separação
das funções acusar/defender e julgar[1], ou seja, exatamente o que o embargante pretende macular –
com mero exercício de retórica, destituída de qualquer fundamento sério – vinculando o dever/poder do
Juiz ao sabor da vontade do Ministério Público. Embora o Ministério Público seja titular da ação penal
pública, tal fato não significa que o juiz esteja obrigado a acolher eventual pedido de absolvição formulado
pelo referido órgão. Se assim o fosse, estaríamos, aí sim, maltratando todo o sistema acusatório, que tem,
como já dito, seus pilares na clara distinção da atuação das partes no processo (estas sempre com
igualdade de armas) em relação ao dever/poder do Julgador. O Poder Judiciário, no estado
democrático de direito constitucional brasileiro é independente, sobretudo, em suas decisões, que deverão
observar o princípio do livre convencimento motivado, vinculado estritamente aos fatos provados nos autos
do processo, examinados com fundamento nas leis e na Constituição. (...)“
Desse modo, não há que se falar em violação ao sistema acusatório, devendo a decisão seja ela
condenatória, desclassificatória ou absolutória demonstrar a convicção motivada do magistrado sob o
mérito da demanda, não se vinculando nenhum pedido do Ministério Público.
De outra banda, da análise minuciosa dos autos eletrônicos, anoto, de pronto, não assistir razão ao
recorrente, no que concerne ao seu pedido de desclassificação para o tipo do art. 28 da Lei de Drogas.
“que no dia 25/09/2019, policiais militares realizaram a prisão em flagrante do denunciado BENEDITO
MALHEIRO GOMES, o qual estava mantendo em deposito 01 (um) embrulho confeccionado em pedaço
de saco plástico na cor esbranquiçada, amarrado em uma dias extremidades por pedaço de plástico na
cor esbranquiçada, disposto em formato de ‘peteca’ e contendo em seu interior substância petrificada de
coloração esbranquiçada que após pesagem obteve-se um peso total de 3,3g (três gramas e três
decigramas), POSITIVO para substância química ‘Benzoilmetilecgonina’, conhecido vulgarmente
por ‘COCAÍNA’; 02 (dois) pequenos embrulhos, de formatos variados, envoltos por pedaço de
papel alumínio e contendo em seus interiores erva prensada de coloração castanho – esverdeada
composta por talos, folhas, sumidades floridas e sementes do tipo aquênio, todos secos, que após
pesagem obteve-se um peso total de 42,7g. POSITIVO para o grupo dos Cannabinóides, entre os
quais inclui-se a substância Delta9-THC (Delta 9 Tetrahidrocanabiol), princípio ativo do vegetal
Cannabis saiva L., popurlamente conhecida como ‘MACONHA’; 01(uma) balança de precisão de cor
branca, modelo SF-400; 19 (dezenove) munições calibre .40 e 05 (cinco) cartuchos .12. (...)”.
substância vulgarmente conhecida como “cocaína”; “02 (dois) pequenos embrulhos, de formatos variados,
envoltos por pedaços de papel alumínio e contendo em seus interiores erva prensada de coloração
castanho-esverdeada composta por talos, folhas, sumidades floridas e sementes do tipo aquênio, todos
secos, que após pesagem obteve-se um peso total de 0,9 gramas”; “01 (um) embrulho, disposto em
formato quadriédrico, envolto por pedaço de papel filme transparente e contendo em seu interior erva
prensada de coloração castanho-esverdeada composta por talos, folhas, sumidades floridas e sementes
do tipo aquênio, todos secos, que após pesagem obteve-se um peso total de 42,7 gramas.” (...) “obtendo-
se resultado POSITIVO para o grupo Cannabinóides, entre os quais inclui-se a substância THC (Delta-9-
Tetrahidrocanabinol), princípio ativo do vegetal Cannabis sativa L. vulgarmente conhecido como
MACONHA”; além das provas orais colhidas durante a persecução criminal.
Com efeito, os policiais militares Carlos Alberto Barros de Almeida Júnior, Jhonata Fernandes das
Chagas Costa e William Blenner Oliveira dos Reis, que procederam a apreensão da droga e a prisão
em flagrante do apelante, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, confirmaram a versão acusatória.
Elucidando o dito acima, reproduzo trecho do depoimento prestado pela testemunha Carlos Alberto
Barros de Almeida Júnior, perante a autoridade judicial:
“que estavam em patrulhamento, quando foram acionados por populares, por meio de telefone, em
denúncia anônima, os quais informaram um endereço, no qual haveria um nacional, envolvido com
narcotráfico e com o Comando Vermelho, consumindo e traficando entorpecentes. Disse que foram ao
local averiguar e ali foi encontrada uma pequena quantidade de entorpecentes e munições .40 e calibre
.12. Relatou ter sido ele quem encontrou a munição e os entorpecentes foram encontrados pelo outro
policial. Afirmou que não foi encontrada arma de fogo, apenas as munições. Declarou que não conhecia o
denunciado de outras ocorrências. Afirmou que na denúncia informaram que o acusado também alugaria
armas para a prática de crimes. Disse que na ocasião o denunciado teria dito que a arma estava na casa
de um amigo, sem descrever quem era esse amigo. Relatou que o acusado teria confessado que praticava
tráfico de drogas e que a arma de fogo estaria na residência de um amigo. Afirmou que, quando chegaram
a residência, o denunciado estava lá, acompanhado de sua esposa, ocasião em que relataram ao acusado
que haviam recebido uma denúncia de que ali haveria armas de fogo e prática de tráfico de drogas e
receberam permissão do acusado para fazer a revista. Disseque as munições estavam em uma mochila,
que estava na parte de cima da casa, em um quarto.”.
No mesmo sentido, o policial Jhonata Fernandes das Chagas Costa, que participou da prisão em
flagrante do recorrente, perante autoridade judicial relatou:
“que receberam denúncia anônima, com o endereço do réu e a informação de que esse transportava
drogas para a Cidade de Limoeiro do Ajuru, tendo dito que, ao chegarem à residência do denunciado,
encontraram somente a munição e uma quantidade pequena de drogas. Disse que não havia prendido
anteriormente o acusado, que não o conhecia nem nunca havia ouvido falar dele. Relatou que chegaram à
residência do denunciado, que lá se encontrava, relataram a denúncia e receberam autorização do
denunciado para fazer a revista na residência. Afirmou que recorda de a casa possuir dois andares e que
foi ele quem encontrou os entorpecentes, que estavam na cozinha, no andar de baixo. Declarou que a
denúncia anônima foi feita por populares, na rua. Relatou que não foi confirmado que a droga seria
enviada para a cidade de Limoeiro.
Corroborando as versões acima, o policial militar Willian Blenner Oliveira dos Reis, sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa, afirmou:
“que não conhecia o acusado antes da ocorrência. Afirmou que receberam denúncia anônima, por meio de
telefone, com a informação de um endereço, em uma vila, no qual teria uma pessoa, com envolvimento
com o Comando vermelho, que estaria dentro da residência com armas, drogas e munições. Disse que
foram à residência e lá encontraram o denunciado, que lhes autorizou a fazerem revista no local. Relatou
que na denúncia foi dito o apelido LIMOEIRO e que, quando chegaram ao local, o acusado não estava no
interior da residência, mas nas dependências da vila. Declarou que, na parte superior da residência, foi
encontrada uma quantidade de entorpecentes, similar à maconha, e mais munições de calibre .12 e .40”.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ressalta-se, aqui, que, os depoimentos de agentes de segurança pública, como é sabido, constituem
prova idônea, tendo o mesmo valor que qualquer outro testemunho, e, portanto, devendo ser levados em
consideração, com a observância do princípio da ampla defesa e do contraditório, como ocorreu na
hipótese em foco.
Reforçando a versão acusatória, consigno que o próprio recorrente, em seu interrogatório realizado em
sede judicial (ID nº 4.603.098), conquanto tenha negado ser traficante de drogas, esclarecendo se tratar
apenas de usuário, admitiu que era o proprietário da substância ilícita apreendida vulgarmente conhecida
como maconha.
Outrossim, abro um parêntese para salientar que, a despeito da quantidade apreendida em poder do
apelante não ser expressiva, isso não significa dizer, por si só, que seja apenas usuário, sendo
sintomático, em verdade, da realidade do tráfico de entorpecentes em nosso Estado.
Com efeito, conforme me manifestei em outro julgado (TJPA. Seção de Direito Penal. Habeas Corpus nº
0802542-30.2019.8.14.0000, Relator Desembargador Milton Augusto de Brito Nobre, Julgado em
06/05/2019), os traficantes não costumam portar ou ter consigo grandes quantidades de droga, por duas
razões: a uma, porque o ‘mercado’ não tem demanda que comporte senão pequenas porções para
negociação; e a duas porque caso flagrados não sofrem grande perda com significativo valor que não
possa ser honrado com o provedor. Por outro lado, ter consigo droga ilícita em pequena quantidade (...)”
Como se vê, com as provas produzidas durante a persecução penal, a conduta do recorrente se enquadra
perfeitamente no núcleo “trazer consigo”, previsto no artigo 33 da Lei nº. 11.343/2006, sendo indiferente o
fato de não ter sido flagrado em pleno ato de comercialização da droga, porquanto, como é sabido,
tratando-se de crime de múltipla ação, a prática de qualquer dos núcleos verbais descritos no preceito
primário do tipo é suficiente para configurar o ilícito.
Em outras palavras, as circunstâncias em que ocorreu o flagrante demonstram que a droga não se
destinava ao consumo pessoal, encontrando-se a versão do acusado isolada nos autos, máxime quando
considerado: a diversidade a e a forma de acondicionamento das drogas apreendidas, bem como a
balança de precisão -apetrechos que apontam a traficância - fragilizando-se o pleito desclassificatório.
Acrescento, por oportuno, não haver qualquer óbice para configuração do mencionado delito, o fato do
acusado também ser usuário de drogas. Muito pelo contrário, é de conhecimento geral que os usuários,
frequentemente, também passam a comercializar drogas, justamente para obter dinheiro e garantir o vício
e o próprio sustento.
Destarte, havendo robustos demonstrativos acerca da finalidade mercantil das sustâncias entorpecentes
apreendidas com o réu, mostra-se irretocável o edito condenatório.
Quanto ao pleito de absolvição dos delitos previstos no artigo 12 e 16 da Lei nº 10.826/003, por
atipicidade material da conduta, anoto que a pretensão recursal não merece prosperar.
Cumpre salientar, que o crime de posse irregular de arma ou de munições de uso permitido (artigo 12) e o
crime de posse ou porte de arma de fogo ou munição de uso restrito (artigo 16) são de mera conduta e de
perigo abstrato, independendo para sua configuração da ocorrência de qualquer prejuízo efetivo para a
sociedade, mostrando-se suficiente para a caracterização das condutas o simples fato de o agente possuir
e possuir/portar arma ou munição de uso permitido e de uso restrito, respectivamente.
Vale registrar, ainda, que a posse ou porte ilegal de arma ou de munição, por sua alta potencialidade
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lesiva, oferece risco à paz social e tranquilidade pública, bens jurídicos a serem protegidos pela legislação
específica, sendo prescindível que a conduta efetivamente exponha outra pessoa a risco.
No entanto, em recentes julgados proferidos no âmbito do Supremo Tribunal Federal, tal entendimento tem
sido relativizado em algumas hipóteses para reconhecer a atipicidade material da conduta. Isto ocorre em
situações específicas em que a simples posse/porte de munição, em pequenas quantidades, desprovidos
de arma de fogo, não enseja condenação, considerada sua reduzida periculosidade social.
Com efeito, ao lado de o recorrente ter sido preso em flagrante na posse de munições de uso permitido em
desacordo legal e de uso restrito em grande quantidade (19 cartuchos de calibre .38 e 05 cartuchos de
calibre .12), o crime foi praticado no contexto de crime de tráfico de droga, circunstância que, nos termos
da Jurisprudência das Cortes Superiores, afasta o reduzido grau de reprovabilidade da conduta e impede
a incidência do princípio da insignificância.
“[...] 2. In casu, contudo, conquanto o agravante possuísse apenas duas munições de calibre .38,
desacompanhadas de qualquer arma de fogo, o contexto em que se deu a apreensão dos artefatos não
autoriza o reconhecimento da ausência de ofensividade, porquanto ‘na ocasião da apreensão o
revisionando também praticava o tráfico de drogas, tanto que também foi condenado pelo crime [...]’ (e-
STJ fls. 93/94), tendo sido apreendidos aproximadamente 200g (duzentos gramas) de cocaína, montante
esse que não pode ser considerado inexpressivo para o fim colimado. [...]” (AgRg no REsp 1841973/AP,
Rel. Ministro Antônio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, julgado em 22/09/2020, DJe 28/09/2020).
........................................................................................................
“[...] 2. Como já sedimentado nesta Corte, o contexto em que forem encontradas as munições (3 munições
de calibre 38), de flagrante de tráfico de elevada quantidade de drogas (765g de cocaína, 1000g de
maconha e 211g de maconha), evidencia a efetiva lesividade ao bem jurídico tutelado pelo tipo penal em
apreço - a incolumidade pública, de modo a impossibilitar o reconhecimento do princípio da insignificância
do crime previsto no art. 12 da Lei n. 10.826/2003. Precedentes. [...]” (AgRg no HC 582.549/RJ, Rel.
Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 18/08/2020, DJe 26/08/2020).
Desse modo, inviável o reconhecimento do pleito absolutório por atipicidade da conduta, devendo ser
mantida a condenação do réu nas sanções dos artigos 12 e 16 da Lei nº. 10.628/2003.
Por outro lado, no tocante aos pedidos afetos à edificação da pena procedida, para um melhor exame da
questão, entendo oportuno transcrever trecho da sentença recorrida, no ponto de interesse:
“Passo a aplicação da pena base e a definitiva, de conformidade com os artigos 59 e 68, do Código Penal
Brasileiro.
judicial neutra. Assim, tendo em vista as circunstâncias judiciais supramencionadas, fixo a pena-base do
réu em 05 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa, sendo o dia multa à razão de1/30
do salário mínimo nacional, considerando a pena privativa de liberdade aplicada, as circunstâncias
judiciais do artigo 59 do Código Penal, a gravidade do delito e a situação econômica do denunciado (artigo
49, §1º, do Código Penal).O réu não apresenta contra si agravantes ou atenuantes, fazendo ênfase
que quanto a este delito não é réu confesso. No caso, não incide a causa de diminuição da pena prevista
no art. 33, § 4º, da Lei nº10.343/06, tendo em vista apresentar registro de outros feitos em sua Certidão de
Antecedentes, levando ao entendimento de que possui conduta social prejudicial ao meio social em que
convive que faz do crime meio de subsistência.Com isso, inexistindo causa de aumento e de
diminuição de pena, FIXO DEFINITIVAMENTE A PENA DO ACUSADO EM 05 (CINCO) ANOS DE
RECLUSÃOE 500 (QUINHENTOS) DIAS MULTA, sendo o dia multa à razão de 1/30 do salário mínimo
nacional, considerando a pena privativa de liberdade aplicada, as circunstâncias judiciais do artigo 59 do
Código Penal, a gravidade do delito e a situação econômica do denunciado (artigo 49, § 1º, do Código
Penal).
Inicialmente, é preciso dizer que, diversamente do sustentado nas razões recursais, o magistrado a quo
após valoração favorável de todas as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal fixou, em
relação ao delito de tráfico de drogas, a pena-base no mínimo legal, ou seja, em 05 anos de reclusão e
500 dias-multa, ou seja, em patamar mínimo.
Nas etapas subsequentes, diante da ausência de agravantes e atenuantes, bem como das causas de
aumento e de diminuição, aplicou a pena definitiva em 05 anos de reclusão e 500 dias-multa.
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Na sequência, diante dos vetores do artigo 59 do CP serem integralmente favoráveis ao recorrente, fixou a
pena-base no mínimo, ou seja, 03 anos de reclusão e 10 dias-multa.
Nas demais fases, considerando a inexistência de agravantes e atenuantes, bem como das causas de
aumento e de diminuição, tornou o quantum definitivo da reprimenda em 03 anos de reclusão e 10 dias-
multa.
Prosseguindo, havendo concurso material, tipificado no artigo 69 do Código Penal, realizou a soma das
reprimendas dos delitos, perfazendo a pena definitiva em 08 anos de reclusão e 510 dias-multa.
Como se vê, a edificação da dosimetria da pena expedida pelo Juízo a quo não merece reparos, pois
observou os princípios da proporcionalidade e individualização da pena.
De igual modo, não há que se falar em substituição da sanção privativa de liberdade por penas restritivas
de direitos ou suspensão condicional da pena, diante das ausências dos requisitos legais dos artigos 44 e
77, ambos do Código Penal.
Contudo, nos termos do artigo 33, §2º, alínea ‘b’ do Código Penal, readéquo o regime inicial de pena para
o semiaberto, uma vez que a pena definitiva foi aplicada em quantum superior a 04 anos e não excedeu a
08 anos.
Diante todo o exposto, conheço do recurso e dou-lhe parcial provimento, tão somente para
readequar o regime de cumprimento de pena apara o semiaberto, nos termos do artigo 33, §2º,
alínea ‘b”, do Código Penal, mantendo os demais termos da sentença inalterados.
Écomo voto.
Relator
[1] Por todos, veja-se: Ferrajoli, Luigi. Derecho y Razón – Teoria del garantismo penal. Madrid: Trotta,
1998, p. 567.
APELAÇÃO PENAL
Vistos, etc.,
1. Que certifique acerca da ausência de migração das aludidas peças, bem como que diligencie junto à
Central de Digitalização e Virtualização de autos do 2º Grau a fim de sanear o presente feito, fazendo
constar nestes autos eletrônicos todas as peças antes presentes no processo físico, procedendo-se em
seguida com a devida conferência;
Relatora
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DESPACHO
Vistos os autos e observado recebimento com interposição recursal nos termos do §4º do Art. 600
do CPP, determino:
IMPORTO DESTACAR:
1.1 Observando-se cumprida intimação item 1 de forma escorreita, e ainda assim não apresentadas as
razões, certifique-se a ocorrência, e consoante o princípio da ampla defesa, baixem-se os autos em
diligência à intimação pessoal do Apelante para, caso queira, constituir novo patrono no prazo de 10 (dez)
dias e, apresentar as respectivas razões recursais, ou expressamente declarar, quando da intimação, do
desejo em ser assistido por Defensor Público, restando ciente, que fruído prazo estabelecido sem
manifestação, os autos serão enviados à Defensoria vinculada para tal finalidade.
Diante de tal circunstância, deve o MM. Juízo a Quo, com as razões encartadas, enviar às contrarrazões e
retornar os autos para cumprimento do item 2, determinação sequente;
1.2 Frustrada a intimação pessoal, determino ao juízo de origem, esgotadas as solicitações aos órgãos
pertinentes, que o ato seja realizado por meio de edital, no prazo legal e transcorrido in albis o prazo
estipulado, sem quaisquer protocolos apresentados, certifique-se de imediato e remetam-se os autos à
Defensoria Pública vinculada a vara originária para que sejam apresentadas as razões e finalmente
cumpridas as determinações contidas no item 2.
3- Cumpra-se.
Relator
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assim fazer JUSTIÇA É o relatório. Passo a decidir monocraticamente, com fundamento no art. 133, X, do
RITJE/PA. Assento, de plano, que o agravo de instrumento é incabível na espécie. É cediço que o agravo
de instrumento é recurso próprio do processo civil, sendo admissível, excepcionalmente, no âmbito do
processo penal, nas hipóteses de insurgência quanto à inadmissão de recurso especial e extraordinário
em matéria penal, perante o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal - com a vigência do
novo Código de Processo Civil passou a chamar-se apenas de agravo em recurso especial e agravo em
recurso extraordinário (art.994, VIII) -, respectivamente, conforme art. 1.0421 do CPC c/c art. 3º2 do
Código de Processo Penal, que, à evidência, não é a hipótese dos autos. Com efeito, vige no sistema
recursal brasileiro um princípio básico, qual seja, o da taxatividade, que diz respeito ao fato de que, todo e
qualquer recurso para ser conhecido deve ter previsão legal com seu devido cabimento. Partindo dessa
premissa, salutar transcrever os ensinamentos da Ada Pelegrine Grinover3, a possibilidade de revisão das
decisões judiciárias há de ser prevista em lei. Ou seja, os recursos dependem de previsão legal, de modo
que o seu rol e as hipóteses de cabimento configuram um elenco taxativo. Isso porque, na tentativa de
equilibrar as garantias do valor certeza, não se pode admitir que a via recursal permaneça infinitamente
aberta, o que sacrificaria o princípio da segurança jurídica. Assim, compulsando o nosso Código de
Processo Penal, vê-se ser incabível o agravo de instrumento para reformar Acórdão prolatado em sede de
Agravo Regimental, que negou provimento ao pleito defensivo de devolução de prazo recursal, portanto,
ausente seu requisito de admissibilidade, qual seja, a previsão legal, o que impossibilita o seu
conhecimento. Ademais, importante destacar a impossibilidade quanto ao reconhecimento do princípio da
fungibilidade, expresso no art. 579 do Código de Processo Penal, sobretudo porque é inaplicável entre
recursos de sistemáticas processuais distintas, bem como em situações que inexiste qualquer controvérsia
tanto na doutrina quanto na jurisprudência, como é o caso dos autos. Reforçando todo o exposto, cumpre
ressaltar o seguinte excerto extraído de julgado do c. Superior Tribunal de Justiça, que encontra similitude
com a mesma ratio decidendi adotada nos autos: Pela ausência de previsão constitucional ou legal, é
manifestamente incabível a interposição de agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça
visando a reforma de decisão de Relator que indefere a liminar em habeas corpus impetrado perante
Tribunal Regional Federal contra ato de Juiz de primeiro grau. (STJ. AgRg no Ag 1434109/PB, Rel.
Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em 25/06/2019, DJe 02/08/2019). No mesmo sentido, a
propósito, é o entendimento desta e. Corte, verbis: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO PENAL.
IMPOSSIBILIDADE. REITERAÇÃO DE PEDIDO. PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE. INEXISTÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO
CONHECIDO. DECISÃO UNÂNIME (TJPA. 2019.05233998-85, 211.022, Rel. Rosi Maria Gomes de
Farias, Órgão Julgador 1ª Turma de Direito Penal, Julgado em 17/12/2019, Publicado em 19/12/2019 -
grifei). Por todo o exposto e com fulcro no art. 133, inciso X, do RITJE/PA, indefiro liminarmente o presente
agravo de instrumento, por ser o mesmo incabível na espécie. À Secretaria, para a imediata certificação
do trânsito em julgado e, consequente arquivamento e baixa dos autos. Belém, 12 de agosto de 2021.
Des. MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE Relator 1 Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do
presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso
especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou
em julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) IÂ - indeferir pedido
formulado com base no art. 1.035, § 6º, ou no art. 1.036, § 2º, de inadmissão de recurso especial ou
extraordinário intempestivo; I - ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) II - inadmitir,
com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão
recorrido coincide com a orientação do tribunal superior; II - ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016) III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8º, ou no art. 1.039,
parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de
repercussão geral da questão constitucional discutida. IIIÂ - ( Revogado ). (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016) 2 Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica,
bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 3 GRINOVER, Ada Pellegrini. Recursos no
processo penal: teoria geral dos recursos, recursos em espécie, ações de impugnação, reclamação aos
tribunais. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. p. 35.
DESPACHO
DESPACHO
RESENHA: 09/08/2021 A 13/08/2021 - SECRETARIA UNICA DAS VARAS DOS JUIZADOS CRIMINAIS
DE BELEM - VARA: JUIZADO CRIMINAL MEIO AMBIENTE DE BELEM
emissão de sons e ruÃdos acima do nÃvel permitido trouxe risco de lesões auditivas à várias
pessoas. 4. Ordem denegada. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Seguindo o mesmo posicionamento: STJ -
RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS RHC 30641 MA 2011/0111325-3 (STJ) Ementa:
RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS. ART. 54 DA LEI Nº 9.605 /98. POLUIÃÃO SONORA.
TRANCAMENTO DA AÃÃO PENAL. FATO ATÃPICO. INÃPCIA DA DENÃNCIA. NÃO OCORRÃNCIA.
FALTA DE JUSTA CAUSA. CONTEXTO PROBATÃRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A aptidão de dano
ambiental com riscos à saúde humana pela emissão de ruÃdo de alta intensidade encontra-se
formalmente bem descrita, permitindo aos acusados o exercÃcio da defesa, não se tendo daà inépcia
na inicial acusatória. 2. [...]3. Negado provimento ao recurso ordinário em habeas corpus.
           No mesmo sentido o entendimento do STF sobre a tipicidade da conduta em
questão: STF - RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS RHC 117465 DF (STF) Data de
publicação: 17/02/2014 Ementa: Ementa: RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL.
PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. POLUIÃÃO SONORA. AUSÃNCIA DE PROVA PERICIAL.
ALEGAÃÃO DE NULIDADE DA SENTENÃA CONDENATÃRIA. INSUBSISTÃNCIA. NÃO PROVIMENTO
DO RECURSO. I Nulidade da sentença condenatória em virtude da não realização da prova
pericial visando à comprovação da prática de crime ambiental (poluição sonora). II Alegação
insubsistente, pois, conforme assentou o acórdão impugnado, a materialidade do delito foi comprovada
pela prova testemunhal. III [...] (HC 108.463/MG, Rel. Min. Teori Zavascki). IV Recurso ordinário não
provido.            O TJ/PA também possui o mesmo entendimento, bem como o TJ/SP:
TJ-PA - Recurso em Sentido Estrito: RSE 00006402020098140701 BELÃM Processo RSE
00006402020098140701 BELÃM Orgão Julgador 1ª CÃMARA CRIMINAL ISOLADA Publicação
12/09/2014 Julgamento 9 de Setembro de 2014 Relator VERA ARAUJO DE SOUZA Ementa RECURSO
EM SENTIDO ESTRITO. CRIME DE POLUIÃÃO SONORA NA MODALIDADE CULPOSA (ARTIGO 54, §
1º, DA LEI Nº 9.605/1998). REJEIÃÃO DA DENÃNCIA. AUSÃNCIA DE CONDIÃÃES DA AÃÃO PENAL
(ARTIGO 395, INCISO II, DO CÃDIGO DE PROCESSO PENAL). SUPOSTA ATIPICIDADE DOS FATOS
DESCRITOS NA DENÃNCIA. FUNDAMENTAÃÃO JUDICIAL NO SENTIDO DE QUE O ARTIGO 54 DA
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS NÃO ABARCARIA A CONDUTA DE OCASIONAR POLUIÃÃO SONORA.
TESE REJEITADA. ARTIGO 54 DA LEI Nº 9.605/1998 NÃO EXCLUI A POLUIÃÃO SONORA DO ROL
DE CONDUTAS CAPAZES DE CAUSAR POLUIÃÃO AMBIENTAL NOCIVA Ã SAÃDE HUMANA OU DE
PROVOCAR A MORTANDADE DE ANIMAIS OU A DESTRUIÃÃO SIGNIFICATIVA DA FLORA.
JURISPRUDÃNCIA DO STJ. EXISTÃNCIA DE LAUDO DE VISTORIA DE CONSTATAÃÃO ATESTANDO
QUE NO INTERIOR DO IMÃVEL DO RECORRIDO FORA DETECTADA A INTENSIDADE SONORA DE
78,3 DECIBÃIS. PRESSÃO SONORA SUPERIOR AOS LIMITES DE 55 DECIBÃIS DURANTE O DIA E 50
DECIBÃIS DURANTE A NOITE PREVISTOS NA RESOLUÃÃO Nº 1º/1990 DO CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE E NA NORMA DA ABNT (NBR 10.151). FATO APARENTEMENTE
CRIMINOSO TIPIFICADO NO ARTIGO 54 DA LEI Nº 9.605/1998. INTENSIDADE SONORA QUE
ATINGIU NÃVEIS CAPAZES DE OCASIONAR POLUIÃÃO AMBIENTAL NOCIVA Ã SAÃDE HUMANA OU
DE PROVOCAR A MORTANDADE DE ANIMAIS OU A DESTRUIÃÃO SIGNIFICATIVA DA FLORA. [...] Ã
SUFICIENTE QUE OS FATOS DESCRITOS NA PEÃA EXORDIAL CONSTITUAM CRIME EM TESE E
QUE HAJA INDÃCIOS MÃNIMOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. CASSAÃÃO DA DECISÃO DE
REJEIÃÃO DA DENÃNCIA. RECEBIMENTO DA EXORDIAL ACUSATÃRIA PELO TRIBUNAL.
PROSSEGUIMENTO REGULAR DA MARCHA PROCESSUAL. DOUTRINA. SÃMULA Nº 709 DA
JURISPRUDÃNCIA DOMINANTE DO STF. RECURSO CONHECIDO. PROVIMENTO DA PRETENSÃO
RECURSAL. UNANIMIDADE. TJ-SP - Apelação : APL 00018242420128260438 SP 0001824-
24.2012.8.26.0438 Processo APL 00018242420128260438 SP 0001824-24.2012.8.26.0438 Orgão
Julgador 9ª Câmara de Direito Criminal Publicação 14/11/2015 Julgamento 5 de Novembro de 2015
Relator Sérgio Coelho Ementa Apelação. Preliminar afastada. Artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais.
Recurso defensivo postulando a absolvição das pessoas fÃsicas e jurÃdica por falta de provas ou a
desclassificação para a contravenção penal prevista no artigo 42 do Decreto-Lei nº 3.688/41.
Impossibilidade. Conjunto probatório robusto, suficiente para embasar a condenação, nos moldes em
que proferida. Poluição sonora em nÃvel prejudicial à saúde. Crime ambiental configurado. Penas,
regime inicial aberto e substituição da sanção privativa de liberdade por restritiva de direito bem
fixados. Recurso não provido.            Feitas essas considerações, observa-se que a
conduta delituosa imputada ao denunciado atingiu nÃvel de emissão sonora de 77.7 decibéis pela
parte da noite (00h20min), no estabelecimento comercial denominado ¿BAR CANTINHO DA
SAUDADE¿, de propriedade/responsabilidade do acusado, localizado na rua São Domingos, nº 506,
entre 02 de junho e São Pedro, bairro Montese, nesta cidade de Belém, conforme a Vistoria de
Constatação nº 0291/2019 (fls. 12/13), assinada pelo Policial da Delegacia do Meio Ambiente -
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DEMA, Sr. SEBASTIÃO FREIRE DOS SANTOS FILHO, portanto, bem acima dos 50 dB previstos na
N.B.R 10.151 (ABNT) para o perÃodo NOTURNO, definido no item 6.2.2 da mesma.
           Inquestionável que o nÃvel de ruÃdo em questão, constatado pela mencionada
vistoria, é potencialmente prejudicial à saúde, à segurança e ao sossego público, pois todas as
pessoas expostas ao ruÃdo excessivo emitido pelo equipamento sonoro usado pelo acusado, estavam
correndo perigo real de sofrerem sérios prejuÃzos fÃsicos e emocionais já descritos nos compêndios
médicos, como surdez, cefaléias, irritação constante e outros sintomas caracterÃsticos do stress.
Essas consequências maléficas das emissões sonoras em excesso nos integrantes da comunidade
onde está localizada a fonte poluente são muitas vezes irreversÃveis, afetando sua vida familiar e
social, daà o caráter difuso do bem tutelado.            Resta, portanto, comprovada a
materialidade do crime através da mencionada vistoria, efetuada por Policial da Delegacia do Meio
Ambiente, que concluiu o seguinte: CONCLUSÃO: Ante o exposto, o PERITO concluà que o veÃculo em
questão, encontrava-se com INTENSIDADE SONORA de 77.7 dB(A) (decibéis), conforme citado no
item 03 (DA CONSTATAÃÃO), estando EM DESACORDO, com a legislação vigente.
           No referido laudo foi, inclusive, destacado que a medição da intensidade sonora
foi efetuada acerca de 05 (cinco) metros de distância da fonte sonora poluidora, estando de acordo,
portanto, com os requisitos estabelecidos pela Resolução 001/90 CONAMA, de 08/03/90 e na NBR
10.151 (ABNT).            Note-se que as constatações e a conclusão da referida
vistoria não foram impugnadas pela defesa que se limitou a argumentar a atipicidade da conduta, acima
afastada, sustentar a nulidade da perÃcia sob alegação de que não foi efetuada por perito, e sustentar
a ausência de prova, conforme abaixo analisado.            Quanto a eventual alegação
de ser insignificante o Ãndice sonoro constatado, faz-se necessária a análise do princÃpio da
insignificância em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mÃnima do
Estado em matéria penal, examinada na perspectiva de seu caráter material, sendo que tal princÃpio
seria causa da exclusão da tipicidade material do fato.            Abstraindo-se o importante
detalhe de que inúmeros doutrinadores rejeitam de forma veemente a possibilidade da aplicação do
princÃpio da insignificância em matéria ambiental, em razão da relevância do meio ambiente como
bem jurÃdico fundamental, que ostenta titularidade difusa e que se reconhece como patrimônio de toda a
humanidade a ser preservado para as presentes e futuras gerações, como atestam inúmeras
decisões jurisprudenciais1, este JuÃzo tem admitido sua aplicação cautelosa, sempre que
evidenciada de forma objetiva, a insignificância material da conduta imputada ao agente, bem como o
desvalor do resultado, pressupostos não observados, porém, no presente caso, como se irá em
seguida demonstrar.            Em primeira ordem, há que se considerar que a tutela penal
do meio ambiente tem caráter eminentemente preventivo e sua aplicação visa exatamente evitar a
continuidade ou nova ocorrência da atividade delitiva, tanto que na grande maioria dos crimes ambientais
não são aplicáveis penas privativas de liberdade, apenas medidas de recomposição do dano de
natureza cÃvel, visando a adequação fÃsica dos estabelecimentos ou atividades à s normas
ambientais, bem como medidas alternativas a tÃtulo de transação penal, o que se mostra em
consonância com o princÃpio da proporcionalidade.            Ademais, para aplicação
do princÃpio da insignificância, doutrina e jurisprudência consideram necessária na aferição do
relevo material da tipicidade penal a presença dos seguintes vetores: a) a mÃnima ofensividade da
conduta do agente; b) a nenhuma periculosidade social da ação; c) o reduzidÃssimo grau de
reprovabilidade do comportamento; d) a inexpressividade da lesão jurÃdica provocada. Já para a
aplicação do princÃpio da adequação social busca-se aferir a aceitação social da conduta, que
deve ser considerada comum, normal, tolerável, isto é, não contestada ou discutida na polÃcia ou em
juÃzo, cujo resultado também não provoque lesão jurÃdica relevante.
           Analisemos então a conduta imputada ao acusado de produzir poluição sonora
às 00h20min, com intensidade de 77.7 decibéis, portanto bem acima dos 50 dB estabelecidos pela
Resolução 001/90 CONAMA e a N.B.R 10.151 (ABNT), conforme a mencionada vistoria, com alguns
questionamentos: 1)Â Â Â Â Â A referida conduta pode ser considerada como de ofensividade mÃnima ao
bem jurÃdico tutelado pela norma, no caso, a manutenção da sadia qualidade de vida das pessoas que
residem na vizinhança da fonte poluidora? No entendimento deste juÃzo a resposta a essa questão
necessariamente será negativa, em razão do elevado Ãndice de emissão sonora constatado e
imputado ao acusado, provocando incômodo e desassossego à vizinhança. 2)     A conduta
acima descrita pode ser caracterizada como não portadora de periculosidade social? A resposta a essa
questão evidentemente será, da mesma forma, negativa, uma vez que o Ãndice de emissão sonora
acima do recomendado pelo CONAMA é potencialmente prejudicial à saúde, à segurança e ao
sossego público, pois todas as pessoas expostas ao ruÃdo excessivo emitido pelo equipamento sonoro
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
em questão, enseja sérios prejuÃzos fÃsicos e emocionais, como acima já destacado.Â
3)     Pode a conduta em análise ser considerada como de reduzido grau de reprovabilidade?
Entendemos também quanto a essa questão, que a única resposta possÃvel deverá
necessariamente ser negativa, pois se assim fosse não se constataria em toda a comarca de Belém,
um tão grande número de reclamações, protestos e denúncias contra a prática de poluição
sonora; 4)     E quanto ao resultado, podem ser consideradas inexpressivas as consequências da
conduta atribuÃda ao acusado? A resposta a essa última questão inevitavelmente também deverá
ser negativa, considerando-se que, sendo a poluição sonora delito classificado como de simples perigo,
suficiente será para sua configuração a perturbação manifestada às autoridades públicas para
interromper a continuidade delitiva, demonstrando a expressividade do incômodo que está sofrendo e a
potencialidade da conduta para produzir o resultado danoso, caracterizado pelos distúrbios à saúde
humana, já mencionados.                          Assim, conclui-se que
não é o caso de aplicação do princÃpio da insignificância à conduta objeto da denúncia
formalizada pelo Ministério Público.            No que se refere a sustentação da
defesa, em alegações finais, de nulidade do laudo de medição realizado por policial da Delegacia do
Meio Ambiente - DEMA, sob o fundamento de violação ao art. 159 do Código de Processo Penal e ao
art. 3º da Lei nº 6.282/2000, necessárias as seguintes considerações:
           Inicialmente deve ser observado que o policial da DEMA que subscreve a vistoria
de constatação de fls. 12/13, Sr. SEBASTIÃO FREIRE DOS SANTOS FILHO, foi investido no cargo de
Perito Policial, através do Decreto, expedido pelo Governo do Estado do Pará, e do Prontuário nº
5.234, juntados aos autos, conforme esclarecido no OfÃcio nº 171/2018 - DCMF/DRH/PC da Divisão de
Cadastro e Movimentação Funcional da PolÃcia Civil do Estado do Pará.            Em
que pese atualmente não mais existir o cargo de Perito Policial, não se pode esquecer que os referidos
policiais continuam sendo funcionários públicos que possuem conhecimento técnico suficiente para
aferição de poluição sonora com lisura e idoneidade, inclusive porque realizam vistorias ambientais
desde a década de 1980, sendo que ao longo desses anos tais vistorias têm servido de amparo para
inúmeras ações criminais no Estado do Pará.            Com efeito, não se pode
esquecer, ainda, que o Centro de PerÃcias CientÃficas Renato Chaves se encontra notoriamente
congestionado, o que, a princÃpio, dificulta ou até mesmo inviabiliza o pronto atendimento de perÃcias
necessárias para aferição de poluição sonora noticiadas pela população diretamente para o
¿Disque-Silêncio¿ em funcionamento na DEMA, daà porque as rápidas atuações de tais policiais
com conhecimento técnico, pois antes ocupantes de cargos de peritos policias, têm sido fundamentais
para a constatação de poluição sonora neste Estado.            Nesse particular cabe
registrar que a poluição sonora constitui crime que não deixa vestÃgios, daà a necessidade de haver
o exame direto assim que noticiado, sendo este o motivo principal pelo qual o STJ e o STF têm
considerando que a realização de perÃcia criminal não se mostra imprescindÃvel como prova desse
crime, podendo ser suprida por outros elementos idôneos aptos a comprovar a materialidade delitiva.
           Nesse sentido, os seguintes julgados do STF: RECURSO ORDINÃRIO EM
HABEAS CORPUS 117.465 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RECTE.(S) :Â AILSON MARTINS DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :Â DEFENSOR PÃBLICO-GERAL
FEDERAL RECDO.(A/S) :Â MINISTÃRIO PÃBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :Â PROCURADOR-
GERAL DA REPÃBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL.
PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. POLUIÃÃO SONORA. AUSÃNCIA DE PROVA PERICIAL.
ALEGAÃÃO DE NULIDADE DA SENTENÃA CONDENATÃRIA. INSUBSISTÃNCIA. NÃO PROVIMENTO
DO RECURSO. I - Nulidade da sentença condenatória em virtude da não realização da prova
pericial visando à comprovação da prática de crime ambiental (poluição sonora). II - Alegação
insubsistente, pois, conforme assentou o acórdão impugnado, a materialidade do delito foi comprovada
pela prova testemunhal. III - Esse entendimento vai ao encontro de jurisprudência consolidada desta
Corte no sentido de que ¿embora a produção da prova técnica seja necessária para esclarecer
situações de dúvida objetiva acerca da existência da infração penal, o seu afastamento é
sistemático e teleologicamente autorizado pela legislação processual penal nos casos em há nos
autos outros elementos idôneos aptos a comprovar a materialidade do delito¿ (HC 108.463/MG, Rel.
Min. Teori Zavascki). IV - Recurso ordinário não provido. HABEAS CORPUS 108.463 (307) ORIGEM :
HC - 112895 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÃA PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR :MIN. TEORI
ZAVASCKI PACTE.(S) : MARIA MADALENA DE CARVALHO IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÃBLICA DA
UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÃBLICO-GERAL FEDERAL COATOR (A/S)(ES) : SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÃA Decisão : A Turma, por unanimidade, conheceu em parte e nessa parte
denegou a ordem, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma , 27.08.2013. EMENTA: PENAL E
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
que, como visto, atuaram por longos anos no cargo de Peritos Policiais, constituem documentos públicos
idôneos e aptos a comprovar materialidade delitiva do crime em questão, suprindo, assim, a
realização de perÃcia técnica em face das particularidades já esclarecidas nesta decisão,
sobretudo que se trata de prova não repetÃvel.            Ademais, deve ser notado que as
informações inseridas no referido documento público não foram elididas, e nem mesmo impugnadas,
pela defesa.            No que se refere a eventuais alegações da defesa de ausência do
crivo do contraditório na fase inquisitorial, o que comprometeria a validade da referida prova documental,
deve ser observado que seria inviável a realização de perÃcia posterior para a constatação do
crime de poluição sonora que, como visto, não se trata de crime que deixa vestÃgios. Ademais, a
presença do acusado no momento da realização da vistoria ou o acesso do mesmo à medição da
intensidade sonora em análise, realizada pelo aparelho decibelÃmetro, não constituem requisitos para a
validade da vistoria, inclusive tendo em vista que tal procedimento, seguindo, orientação das normas da
N.B.R. 10.151 (ABNT), é realizado a uma certa distância da fonte poluidora.
           Ademais, o alerta prévio ao agente poluidor poderia tornar inviável a
realização da própria vistoria, pois o volume do som poderia ser rapidamente diminuÃdo ou até
mesmo desligado.            Quanto à autoria delitiva, na referida vistoria foi constatado que
o aparelho sonoro que originou a poluição ambiental é de responsabilidade do Sr. HAMILTON
BARROSO DA COSTA FILHO, ora acusado, fato não impugnado.            Logo, sendo o
responsável pela mencionada aparelhagem de som produtora da poluição sonora imputada, como
constatado na referida vistoria e não impugnado pela defesa nesse particular, restou evidente que o
réu tinha o poder de decisão sobre a intensidade do ruÃdo emitido pelo equipamento sonoro que ali se
encontrava por ocasião da vistoria, sendo autor da infração penal em questão.
           Ademais, tratando-se de crime culposo, com a sua conduta não observou o dever
de cuidado objetivo ao manter o aparelho com intensidade sonora capaz de causar dano potencial Ã
saúde humana.            Assim, a tÃtulo de argumentação, ainda que a utilização
direta do som não tenha sido realizada pelo acusado, tal fato não isentaria sua responsabilidade
criminal ambiental em face da Teoria do DomÃnio do Fato que, segundo o STF, assim pode ser traduzida:
¿Ensina, ainda, CÃZAR ROBERTO BITENCOURT: `5.3. Teoria do domÃnio do fato [...] Autor, segundo
esta teoria, é quem tem o poder de decisão sobre a realização do fato. à não só o que executa a
ação tÃpica como também aquele que se utiliza de outrem, como instrumento, para a execução da
infração penal (autoria mediata). [...] `A teoria do domÃnio do fato tem as seguintes consequências:
1ª) a realização pessoal e plenamente responsável de todos os elementos do tipo fundamentam
sempre a autoria; 2ª) é autor quem executa o fato utilizando outrem como instrumento (autoria
mediata); 3ª) é autor o coautor que realiza uma parte necessária do plano global (¿domÃnio
funcional do fato¿), embora não seja um ato tÃpico, desde que integre a resolução delitiva
comum¿.¿ (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno, APn 470/MG, Julgado em 17 de
d e z e m b r o d e 2 0 1 2 , p . 4 7 0 3 , d i s p o n à v e l e m
«http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=3678648»)
           Acresça-se que estabelece o art. 3º, inciso IV da Lei nº 6.938/81, o seguinte:
Art. 3°. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: (...) IV - poluidor, a pessoa fÃsica ou jurÃdica, de
direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental.            No caso dos autos, como visto, na sistemática do
princÃpio do ônus da prova, nada foi comprovado contra a legalidade e regularidade do documento
público em questão que pudesse comprometer sua validade como meio de prova do crime imputado ao
acusado. Ademais, a referida vistoria de constatação constitui ato administrativo dotado de
presunção de legalidade e veracidade, somente elidida por prova em contrário, que, no caso, não foi
apresentada.            Assim, ainda que não tenha sido efetuada a oitiva do policial
responsável pela referida vistoria, cabe lembrar que tal laudo, como visto, constitui documento público
válido, e não tendo sido apresentada pela defesa impugnação fundamentada em elementos
consistentes, precisos e seguros, era direito do Ministério Público formalizar a desistência quanto ao
referido depoimento.            Cabe ressaltar que não houve nenhuma comprovação
acerca de nulidade da vistoria durante a fase de instrução do presente processo, tendo a defesa se
limitado a sustentar a atipicidade da conduta em suas alegações preliminares (fls. 39/43), devendo ser
lembrado que em Processo Penal as nulidades devem ser arguidas nos prazos estabelecidos o artigo 571
do CPP, visando, inclusive, possibilitar manifestação contraria do Ministério Público. Art. 571. As
nulidades deverão ser arguidas: (..) II - as da instrução criminal dos processos de competência do
juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos CapÃtulos V e Vll do TÃtulo II do Livro II, nos prazos
a que se refere o art. 500; III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se
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verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
           Ademais, deve ser observado que consta no laudo de fls. 12/13 que o aludido
aparelho decibelÃmetro marca INSTRUTHERM DEC 5030 RP 036942 série 120605643, possuÃa, a
época dos fatos, certificado de calibração cujo número era 93264/2018.            Pelo
exposto, e atentando a tudo o mais que dos autos consta, julgo procedente a denúncia, e, em
consequência, condeno o nacional HAMILTON BARROSO DA COSTA FILHO, qualificado nos autos,
pela prática do crime tipificado no art. 54, § 1° da Lei 9.605/98.            A pena prevista
para o mencionado crime de poluição sonora é de detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
multa. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â APLICAÃÃO DA PENA: Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Passo a dosar a pena para o
acusado, atendendo inicialmente às diretrizes do art. 59 do Código Penal Brasileiro e art. 6º da Lei
9.605/98: a)Â Â Â Â Â culpabilidade - evidenciada em face do elevado grau de reprovabilidade da conduta
do acusado. b)     Antecedente - o acusado possui antecedente criminal, conforme certidão de fls.
87/88, com relatório analÃtico de fls. 89/90, sendo que foi condenado há 07 (sete) meses de
detenção, no Processo nº 0001000-22.2011.8.14.0701, perante este Juizado Especial Criminal do
Meio Ambiente, por crime praticado em 05/09/2011 (antes da ocorrência do crime em questão), tendo a
sentença transitado em julgado para a defesa em 17/08/2017, conforme cópias juntadas aos autos à s
fls. 91/97. c)     personalidade e conduta social - não há nos autos dados concretos suficientes
para aferi-las, e, dessa forma, as tenho como favoráveis ao réu. d)     motivo do crime - não
evidenciado. e)     circunstâncias do crime - são desfavoráveis ao denunciado, em face de ter
sido constatado que a intensidade sonora oriunda do equipamento de responsabilidade do acusado
ultrapassa, em muito, o limite estabelecido pela legislação vigente, conforme anteriormente destacado.
f)     comportamento da vÃtima - sendo a vÃtima a coletividade, não houve contribuição da
mesma para a prática do delito em questão. g)     consequências do crime - apesar de
relevantes, não foram graves.            Diante das diretrizes acima especificadas e
considerando, ainda, os requisitos do art. 6º da Lei 9.605/98, fixo-lhe a pena base em 06 (seis) meses de
detenção. Não havendo configuração de atenuantes e diante da ocorrência de duas agravantes
previstas no art. 15, inciso II, alÃneas ´f)´ e ´i)´ (infração cometida em área urbana e em perÃodo
noturno), do mesmo diploma legal, aumento a referida pena para 08 (oito) meses de detenção, que
torno definitiva em face da inexistência de outras causas de aumento ou de diminuição de pena
aplicáveis, devendo o regime inicial de cumprimento da pena ser o regime aberto (art. 33, § 2º, alÃnea
¿c¿ do CPB).            IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÃÃO DA PENA PRIVATIVA
DE LIBERDADE E DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA:            In casu, o réu
não faz jus a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, nem a suspensão
condicional da pena, em face do disposto no art. 44, inciso III do Código Penal e art. 77, inciso II do
mesmo diploma legal, considerando que tal medida não se mostra socialmente recomendável, inclusive
em face de antecedente criminal do acusado, das circunstancias do crime acima especificadas, bem como
considerando que o condenado já foi, anteriormente, apenado em virtude do mesmo crime (reincidente),
nos autos do processo nº 0001000-22.2011.8.14.0701.            2) PENA DE MULTA
(prevista cumulativamente para o crime imputado):            No que se refere à pena de
multa, considerando o disposto no art. 18 da Lei 9.605/98, art. 59 e seguintes do Código Penal com as
diretrizes e circunstâncias judiciais acima analisadas, e observando-se o art. 49 c/c art. 60, ambos do
referido Código CP, sobretudo a situação econômica do condenado, e o atual valor do salário
mÃnimo, fixo a pena base em 30 (trinta) dias-multa.            Não havendo
configuração de atenuantes e diante da ocorrência de duas agravantes previstas no art. 15, inciso II,
alÃneas ´f)´ e ´i)´, do mesmo diploma legal, aumento a referida pena para 50 (cinquenta) dias-multa
(art. 49, caput, CP), que torno definitiva em face da inexistência de outras causas de aumento ou de
diminuição de pena aplicáveis, fixando o valor do dia multa em 1/30 do salário mÃnimo vigente ao
tempo do fato (art. 49, § 1º, CP), devidamente corrigido, quando da execução, conforme estabelece
o art. 49, § 2º do CP, devendo ser observado o seguinte: Distinção entre pena de multa e pena de
prestação pecuniária: A prestação pecuniária, que é uma das penas restritivas de direito que
substituem a pena privativa de liberdade, objeto dos arts. 45 e 45 do CP, não se confunde com a pena de
multa de que trata este art. 49. A prestação pecuniária destina-se à vÃtima, a seus dependentes ou a
entidades públicas ou privadas com fim social, tendo caráter primordialmente indenizatório; já a pena
de multa destina-se sempre ao Estado, possuindo natureza punitiva. A prestação pecuniária, se
descumprida injustificadamente, poderá ser convertida em pena privativa (art. 44, § 4º, do CP); por sua
vez, a pena de multa, se não paga, jamais poderá ser convertida em pena privativa de liberdade, em
face da redação do art. 51 do CP.2            DO CUMPRIMENTO DA PENA PRIVATIVA
DE LIBERDADE:            Tendo em vista que, conforme OfÃcio n° 1040/2014-
655
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
GAB/SUSIPE (cópia em anexo), atualmente, não há nesta Comarca estabelecimento adequado (Casa
de Albergado) para o cumprimento da pena privativa de liberdade, necessário que a mesma seja
cumprida por meio de monitoramento eletrônico especificado no citado OfÃcio e regulamentado através
do Decreto nº 7.627 de 24.11.2011 (DOU 25.11.2011), através do Núcleo de Monitoramento
Eletrônico da SUSIPE.            Cabe destacar que a deliberação acima efetuada não
constitui usurpação da competência do JuÃzo de Execução, conforme já se pronunciou o STF:
STF - 1ª Turma Habeas Corpus 113.334 Rio Grande do Sul Relatora: Min. Rosa Weber Redator do
Acordão: Min. Dias Toffoli Pacte.(s): Rodinei de Souza impte.(s): defensoria pública da união
Proc.(a/s)(es): Defensor Público-geral Federal Coator(a/s)(es): Superior Tribunal de Justiça EMENTA
Habeas corpus. Preventivo. Penal. Ausência de estabelecimento prisional condizente com o regime
aberto fixado na sentença (CP, art. 33, § 1o, c). Recolhimento excepcional em prisão domiciliar.
Possibilidade. Artigo 117 da Lei de Execução Penal cujo rol não é taxativo. Precedente.
Determinação do Tribunal de Justiça estadual condicionada à inexistência de casas prisionais que
atendam aos requisitos da Lei de Execução Penal em seus arts. 93 a 95. Ausência de usurpação
da competência do juÃzo da execução. Ordem concedida.            Deve ser notado,
ainda, que a deliberação acima efetuada acerca da necessidade de monitoramento eletrônico se
encontra em consonância com a Portaria nº 042/2013-GJ de 19.12.2013, expedida pela 1ª Vara de
Execução Penal, que autoriza o recolhimento domiciliar de apenados, mediante o referido
monitoramento.            Após o trânsito em julgado desta decisão:
a)     Façam-se as comunicações devidas; b)     Cumpram-se as orientações da
douta Corregedoria da Região Metropolitana de Belém, especificadas no OfÃcio Circular nº 054/2013
de 08.04.2013 e Provimento nº 006/2014-CJRMB de 20/05/2014 (DJ de 04.06.2014), cópias em anexo,
no sentido de ser expedido mandado de prisão para que o condenado se apresente no setor competente
da SUSIPE (Núcleo de Monitoramento Eletrônico), para somente então serem encaminhadas as
peças necessárias à execução da pena em questão ao JuÃzo da Vara competente para
fiscalização da mesma. c)     Oficie-se à Justiça Eleitoral em atenção ao art. 15, III, da CF.
           P.R.I., devendo, inclusive, ser efetuada a intimação pessoal do condenado
acerca desta sentença, considerando o seguinte: ¿HABEAS CORPUS¿ - REU REVEL QUE NÃO FOI
INTIMADO DE SENTENÃA CONDENATÃRIA - NULIDADE DA CERTIDAO DE TRÃNSITO EM JULGADO
- ORDEM CONCEDIDA. Ã INDISPENSÃVEL A INTIMAÃÃO DO RÃU, MESMO QUANDO UMA REVELIA
TENHA SIDO DECRETADA.3 `HABEAS CORPUS¿. DEFENSOR DATIVO. INTIMAÃÃO DA SENTENÃA
CONDENATÃRIA AO REVEL. I - Defensor Dativo - No desempenho do `munus¿ Público, cumpre ao
Defensor Dativo exercitar todos os meios de defesa, inclusive a apelação da sentença condenatória.
Se em vez de apelar, secunda o recurso do Ministério Público, descumprido está o `munus¿. II - Da
sentença condenatória deve o revel ser intimado por edital (CPP, artigo 392, VI). III - Processo que se
anula, para, mantida a sentença, seja o réu regularmente intimado, nomeando-se novo.4
           Cumpra-se.            Após o cumprimento das formalidades legais,
arquive-se.            Belém (PA), 10 de agosto de 2021. ELLEN CHRISTIANE
BEMERGUY PEIXOTO JuÃza de Direito do Juizado Especial Criminal do Meio Ambiente da Capital 1
Sendo o meio ambiente um bem jurÃdico reconhecido como verdadeiro direito humano fundamental (art.
225 da CF/88), em que lhe reconhece a natureza de patrimônio de toda humanidade, assegurando-se a
esta e à s futuras gerações sua existência e exploração racional, impossÃvel acolher a tese que
eventual lesão seja insignificante aos olhos do direito penal.¿ (TJMG, ApCrim 486.599-8, 5ª CCrim,
Rel. Des. Antõnio Armando dos Anjos, j. 17.05.2005) Diante dos bens jurÃdicos de tamanha
importância (como a vida e o próprio bem ambiente), não se pode cogitar no retromencionado
princÃpio, seja de forma abstrata, ou, menos ainda, de forma concreta. (TJSP, Ap. 815899.3/0-0000-000,
11ª C do 6] GSCrim, rel. Des. Massmi Uyeda, j. em 19.04.2006, RT 851/522) 2 DELMANTO, Celso.
Código penal comentado: acompanhado de comentários, jurisprudências, súmulas em matéria penal
e legislação complementar. 8. ed., rev., atual. e ampl. - São Paulo:Saraiva, 2010 , pg.260. 3 TRF - 3.
HC 24.588 SP. Rel. Juiz Silveira Bueno. Julgamento: 11/05/1993. Publicação: DOE data: 08/09/1993 p.
183. 4 STF. HC 64.590 SC. Rel. Ministro Carlos Madeira. Julgamento: 17/03/1987. 2ª Turma.
Publicação: DJ 17/03/1987.
COLETIVIDADE Capitulação Penal: art. 54, § 1º da Lei nº 9.605/98. DESPACHO
           Considerando o teor da certidão de fl. 108, designo audiência de suspensão
condicional do processo, nos termos do art. 78 e seguintes da Lei nº 9.099/95, para o dia 03 de fevereiro
de 2022 às 10:20 horas.            Cite-se o autor do fato, entregando-se, inclusive, cópia
da referida denúncia, cientificando-o de que deverá arrolar sua(s) testemunha(s), independentemente de
intimação, e que deverá comparecer acompanhado de advogado, advertindo-o, ainda, de que, na falta
deste, ser-lhe-á nomeado Defensor Público (art. 68 da Lei nº 9.099/95).
           Cientifique-se o Ministério Público.            A secretaria deverá
providenciar cópia da denúncia a fim de instruir o mandado de citação.
           Cumpra-se com a necessária brevidade, tendo em vista tratar-se de processo
inserido na Meta 2/2021 do CNJ.            Belém (PA), 10 de agosto de 2021. ELLEN
CHRISTIANE BEMERGUY PEIXOTO JuÃza de Direito do Juizado Especial Criminal do Meio Ambiente
audiência de suspensão condicional do processo, nos termos do art. 78 e seguintes da Lei nº
9.099/95, para o dia 08 de fevereiro de 2022 Ã s 10:40 horas. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Cite-se o autor do
fato, entregando-se, inclusive, cópia da referida denúncia, cientificando-o de que deverá arrolar sua(s)
testemunha(s), independentemente de intimação, e que deverá comparecer acompanhado de
advogado, advertindo-o, ainda, de que, na falta deste, ser-lhe-á nomeado Defensor Público (art. 68 da
Lei nº 9.099/95).            Cientifique-se o Ministério Público.            A
secretaria deverá providenciar cópia da denúncia a fim de instruir o mandado de citação.
           Belém (PA), 10 de agosto de 2021. ELLEN CHRISTIANE BEMERGUY PEIXOTO
JuÃza de Direito do Juizado Especial Criminal do Meio Ambiente
preliminar, ARBITRO honorários em favor da advogada ad hoc no valor equivalente a 1/3 do salário
mÃnimo vigente a época do efetivo pagamento pelo Estado, através dos meios
administrativos/judiciais devidos, em conformidade com o Oficio Circular nº 179/2017-GP-TJE/PA e
Resolução 2014/00305-CJF de 07/10/2014.      2 - Considerando a defesa prévia constante
nos autos (fls. 131/132), passo a análise acerca do recebimento da denúncia formalizada pelo
Ministério Público (fls. 78/80):      Não vislumbrando este JuÃzo, elementos suficientes para o
arquivamento dos autos ou para a absolvição sumária, recebo a denúncia formalizada pelo
Ministério Público (fls. 78/80) contra JHON KAUAN DOS SANTOS, qualificado nos autos, em face da
conduta que lhe foi imputada, prevista no art. 65 da Lei nº 9.605/98, por preencher os pressupostos de
admissibilidade esculpidos na legislação processual (art. 41 do CPP).      3 - Homologo a
desistência acima formalizada pelo Ministério Público quanto a testemunha arrolada na denúncia
REEUDES LAMARCIO DO VALE TEIXEIRA.      Em prosseguimento a instrução deste
processo, , a MMa. JuÃza passou a ouvir as testemunhas arroladas na denúncia:      1) PAULO
RAIMUNDO NONATO DA SILVA, brasileiro, paraense, solteiro, Policial Militar, PM/PA nº 37187, nascido
em 12/12/1981, filho de Raimundo Barbosa da Silva e Maria Suely Silva da Silva, residente na Passagem
João de Deus, nº 478, bairro Guamá, Belém/PA, sabendo ler e escrever, ensino médio completo.
Testemunha compromissada e advertida na forma da lei, prometendo falar a verdade do que souber e lhe
for perguntado. Afirmou não ser amigo, inimigo, parente do acusado.      Dada a palavra Ã
Representante do Ministério Público, esta perguntou. O depoente respondeu QUE no dia dos fatos
estava de serviço como policial militar, sendo que juntamente como outros policiais foram acionados para
atender uma ocorrência de pichação informada por populares; que ao chegarem ao local o acusado,
neste ato reconhecido JHON KAUAN DOS SANTOS, ainda se encontrava no local; que não assistiu o
depoimento do acusado na delegacia; que não se recorda se o acusado estava portando algum objeto da
prática do crime em questão.      Dada a palavra à Advogada AD HOC nomeada para o Autor
do fato, esta perguntou e o depoente respondeu QUE ratifica que não assistiu a ação delituosa; que
foram chamados por populares quando passavam em uma viatura em ronda na Praça do Operário; que
ratifica que o acusado foi detido por populares, todavia não se recorda a identificação de algum deles;
que chegou a ver a pichação em questão, todavia não se recorda qual o monumento pichado; que
foram acionados quando estavam próximo da Cipriano Santos e lhe foi indicado o local da pichação
mais ao centro da praça; que o monumento que não se recorda qual o nome, mas sabe informar que foi
um monumento da referida praça.      NÃO HAVENDO NENHUMA PERGUNTA A SER
COMPLEMENTADO PELA MMA. JUÃZA FOI ENCERRADO O DEPOIMENTO. Â Â Â Â Â 2) WANDREW
FREIRE GUIMARÃES, brasileiro, paraense, união estável, Policial Militar, PM/PA nº 39614, nascido
em 24/06/1988, filho de Sanção Coimbra Guimarães e Ione Mendonça Freire, residente na avenida
Havana, qd. 14, Lote 27, bairro Vila Rica, Parauapebas/PA, sabendo ler e escrever, ensino superior
completo, é eleitor. Testemunha compromissada e advertida na forma da lei, prometendo falar a verdade
do que souber e lhe for perguntado. Afirmou não ser amigo, inimigo, parente do acusado.
     Dada a palavra à Representante do Ministério Público, esta perguntou. O depoente
respondeu QUE no dia dos fatos em questão estava em ronda em uma viatura policial, juntamente com
dois outros policiais militares, sendo que foram acionados por populares que informaram que estava tendo
uma pichação em um monumento da Praça do Operário; que os dois policiais militares de nomes
Cabo Paulo Silva e Soldado Lamarcio foram ate o local indicado por populares, todavia o depoente
permaneceu na viatura policial; que os populares não se identificaram; que não se recorda se foi
apreendido algum objeto com o acusado.      Dada a palavra à Advogada AD HOC nomeada para
o Autor do fato, esta perguntou e o depoente respondeu QUE não se recorda se seus colegas militares
chegaram a comentar sobre o qual o desenho da pichação realizada pelo acusado.      A MMa.
JuÃza, em complementação, perguntou ao depoente, tendo o mesmo respondido QUE reconhece
neste ato que a pessoa conduzida para a delegacia no dia em questão indicado pelos populares como
sendo o autor da pichação foi o acusado aqui reconhecido como sendo JHON KAUAN DOS SANTOS.
     NÃO HAVENDO NENHUMA PERGUNTA A SER COMPLEMENTADO PELA MMA. JUÃZA FOI
ENCERRADO O DEPOIMENTO.      Diante das ocorrências acima consignadas, bem como
considerando que a defesa não arrolou testemunhas tempestivamente, PASSOU-SE A INTERROGAR O
ACUSADO: Após a leitura da denúncia o acusado, e esclarecidas as garantias constitucionais (inciso
LXVIII, Art.5º da CF/88), tendo sido assegurado o direito de entrevista do acusado com seu defensor,
passou a MMa. JuÃza a interrogar o acusado, que declarou chamar-se: Â Â Â Â Â JHON KAUAN DOS
SANTOS, brasileiro, maranhense, nascido em 15/02/1994, filho de Vandirene Santos dos Santos, sabendo
ler e escrever, não alfabetizado.      As perguntas da MMa. JuÃza, este respondeu, QUE não
são verdadeiros os fatos narrados na denúncia; que no dia dos fatos em questão havia um homem
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
fazendo grafites com desenhos do Ver-o-peso no BRT bem na frente da praça do Operário, sendo que
pediu ao referido homem, que não sabe identificar, uma lata de tinta para pintar sua bicicleta; que após
receber a referida lata de tinta se sentou na praça, próximo a um dos monumentos, ocasião em que foi
abordado por três policiais à paisana, que lhe acusaram de ter realizado a pichação; que já conhecia
dois dos referidos policiais de nome Paulo e Lamarcio, sendo que os mesmos eram conhecidos por
abordarem moradores de rua; que na época se encontrava com uma tornozeleira eletrônica; que em
seguida foi encaminhado para uma viatura e conduzido para a delegacia; que não realizou nenhuma
pichação e os referidos policiais não viram a prática de nenhum crime ambiental praticado pelo
depoente naquela ocasião; que na ocasião em que foi detido havia uma moradora de rua cheirando
cola próximo ao local em que se encontrava; que a lata de tinta que se encontrava em seu poder foi
apreendida e levada para a delegacia; que acrescenta em sua defesa que os policiais Paulo e Lamarcio
são conhecidos por prenderem pessoas inocentes e, em seu caso, não estava fazendo nada ilÃcito
quando foi abordado, daà ter sido liberado logo depois de suas declarações na delegacia; que na
época em que foi conduzido para a delegacia tinha residência fixa no Bairro do Guajará, Rua CajuÃ,
Travessa Alameda dos Anjos, nº 09; que após receber a referida lata de tinta do mencionado grafiteiro,
se sentou próximo aos monumentos da praça do operário para aguardar sua esposa, sendo que os
referidos monumentos já estavam pichados.      Dada a palavra à Representante do Ministério
Público, esta perguntou. O depoente respondeu QUE nega ter praticado a pichação em questão,
ressaltando que todos os seus crimes que cometeu foram reconhecidos, mas este tipo de crime nunca
praticou; que ratifica que recebeu a lata de tinta de um grafiteiro e que pretendia pintar sua bicicleta; que
nega as declarações que prestou na delegacia de polÃcia, pois estava com medo de ser detido pelos
mencionados policiais.      Dada a palavra à Advogada AD HOC nomeada para o Autor do fato,
este perguntou e o depoente respondeu QUE já foi agredido duas vezes pelo policial Lamarcio e detido
pelo policial Paulo, pois sempre fica na referida praça do Operário; que não chegou a realizar exame
de corpo de delito; que no dia dos fatos levou um tapa no rosto de um dos policiais de nome Lamarcio ao
ser conduzido para a delegacia; que já usou drogas, sendo a última vez foi em 2018 antes dos fatos em
questão.      NÃO HAVENDO NENHUMA PERGUNTA A SER COMPLEMENTADO PELA MMA.
JUÃZA FOI ENCERRADO O INTERROGATÃRIO DO ACUSADO. Â Â Â Â Â Na fase do art. 402 do CPP,
as partes não requereram diligências.      A Representante do Ministério Público requereu
vista dos autos para apresentação de memoriais finais.      DELIBERAÃÃO EM AUDIÃNCIA: A
MMª JuÃza deliberou o seguinte:      1 - Diante das ocorrências acima consignadas,
encaminhem-se os autos ao Ministério Público para oferecimento de memoriais no prazo de 05 (cinco)
dias, conforme requerido.      2 - Em seguida, encaminhem-se os autos à Defensoria Pública para
eventual requerimento de diligências finais e/ou oferecimento de memoriais, no prazo de 05 (cinco) dias.
     3 - Após, junte-se certidão de antecedentes criminais atualizada do autor do fato e retornem-
se os autos conclusos. Â Â Â Â Â Intimados os presentes neste ato. Nada mais havendo foi encerrado o
presente termo. Eu, Fabio Ferreira Pacheco Filho (Assessor de Juiz) digitei e subscrevi
______________________________. JUÃZA: PROMOTORA DE JUSTIÃA: AUTOR DO FATO:
ADVOGADA: TESTEMUNHA: TESTEMUNHA:
recursos tecnológicos apresentada pelas partes, bem como visando evitar o congestionamento da pauta
de audiências deste Juizado.      Em seguida, verificou-se que o autor do fato não faz jus a
transação penal nem a Suspensão Condicional do Processo, conforme especificado pelo Ministério
Público à fl. 78.      Nesta ocasião o autor do fato informou que não possui condições de
arcar com as custas de um advogado particular, requerendo, assim, a assistência da Defensoria Pública.
     Diante da ausência da testemunha REEUDES LAMARCIO DO VALE TEIXEIRA arrolada na
denúncia, o Ministério Público se manifestou nos seguintes termos: ¿Em atenção ao princÃpio da
celeridade processual previsto na Lei nº 9099/95, e da duração razoável do processo nos termos do
art. LXXVIII da Constituição Federal, me manifesto pela desistência da testemunha REEUDES
LAMARCIO DO VALE TEIXEIRA¿.      Em seguida a MMa. JuÃza proferiu a seguinte decisão:
DECISÃO: Â Â Â Â Â 1 - Considerando o requerimento acima formalizado pelo autor do fato, bem como
considerando que a Defensoria Pública efetuado a defesa prévia do mencionado autor (fls. 131/132),
contudo tendo em vista que este Juizado não possui Defensor Público vinculado, e que em tal
situação era dever do Estado fornecer Defensor Público, tratando-se de processo inserido na Meta
2/2017 do CNJ, visando evitar novas remarcações de audiência, diante do teor do art. 81 da Lei
9.099/95, todavia, tendo em vista o teor dos OfÃcios nº 427/2016-GAB-DPG de 05/09/2016, recebido
neste Juizado em 09/09/2016, OfÃcio nº 1053/2017-GAB-DPG de 22/11/2017, recebido em 29/11/2017,
ambos da lavra da Dra. JENIFFER DE BARROS RODRIGUES ARAÃJO, Defensora Pública Geral do
Estado do Pará, e, ainda, OfÃcio nº 91/2018-DM/DP de 20/12/2018, da lavra da Dra. CÃLIA SYMONNE
FILOGREÃO GONÃALVES, Defensoria Pública Diretora Metropolitana, informando acerca da
impossibilidade de atuação de Defensor Público neste Juizado Ambiental, bem como em atenção
ao Memorando nº 361/2016 de 23/11/2016 da Coordenadoria dos Juizados Especiais do TJE/PA,
recomendando a designação de advogado Ad Hoc em face do mencionado ofÃcio, considerando,
finalmente, a necessidade de evitar a remarcação de audiências desta Vara e o congestionamento de
pauta, NOMEIO ADVOGADA AD HOC a Dra. JOANA D¿ARC DA COSTA MIRANDA, OAB/PA nº
19816, para acompanhar e/ou defender o referido autor do fato SOMENTE nesta audiência.
     Como tal atribuição de defesa e/ou acompanhamento deveria ser realizada a custas do
Estado e que não se pode exigir que advogados atuem gratuitamente a seu serviço, mas que
também não se pode onerar demais tais atribuições que deveriam ser realizadas por Defensor
Público, até porque não se trata de audiência de grande complexidade, mas apenas de audiência
preliminar, ARBITRO honorários em favor da advogada ad hoc no valor equivalente a 1/3 do salário
mÃnimo vigente a época do efetivo pagamento pelo Estado, através dos meios
administrativos/judiciais devidos, em conformidade com o Oficio Circular nº 179/2017-GP-TJE/PA e
Resolução 2014/00305-CJF de 07/10/2014.      2 - Considerando a defesa prévia constante
nos autos (fls. 131/132), passo a análise acerca do recebimento da denúncia formalizada pelo
Ministério Público (fls. 78/80):      Não vislumbrando este JuÃzo, elementos suficientes para o
arquivamento dos autos ou para a absolvição sumária, recebo a denúncia formalizada pelo
Ministério Público (fls. 78/80) contra JHON KAUAN DOS SANTOS, qualificado nos autos, em face da
conduta que lhe foi imputada, prevista no art. 65 da Lei nº 9.605/98, por preencher os pressupostos de
admissibilidade esculpidos na legislação processual (art. 41 do CPP).      3 - Homologo a
desistência acima formalizada pelo Ministério Público quanto a testemunha arrolada na denúncia
REEUDES LAMARCIO DO VALE TEIXEIRA.      Em prosseguimento a instrução deste
processo, , a MMa. JuÃza passou a ouvir as testemunhas arroladas na denúncia:      1) PAULO
RAIMUNDO NONATO DA SILVA, brasileiro, paraense, solteiro, Policial Militar, PM/PA nº 37187, nascido
em 12/12/1981, filho de Raimundo Barbosa da Silva e Maria Suely Silva da Silva, residente na Passagem
João de Deus, nº 478, bairro Guamá, Belém/PA, sabendo ler e escrever, ensino médio completo.
Testemunha compromissada e advertida na forma da lei, prometendo falar a verdade do que souber e lhe
for perguntado. Afirmou não ser amigo, inimigo, parente do acusado.      Dada a palavra Ã
Representante do Ministério Público, esta perguntou. O depoente respondeu QUE no dia dos fatos
estava de serviço como policial militar, sendo que juntamente como outros policiais foram acionados para
atender uma ocorrência de pichação informada por populares; que ao chegarem ao local o acusado,
neste ato reconhecido JHON KAUAN DOS SANTOS, ainda se encontrava no local; que não assistiu o
depoimento do acusado na delegacia; que não se recorda se o acusado estava portando algum objeto da
prática do crime em questão.      Dada a palavra à Advogada AD HOC nomeada para o Autor
do fato, esta perguntou e o depoente respondeu QUE ratifica que não assistiu a ação delituosa; que
foram chamados por populares quando passavam em uma viatura em ronda na Praça do Operário; que
ratifica que o acusado foi detido por populares, todavia não se recorda a identificação de algum deles;
que chegou a ver a pichação em questão, todavia não se recorda qual o monumento pichado; que
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foram acionados quando estavam próximo da Cipriano Santos e lhe foi indicado o local da pichação
mais ao centro da praça; que o monumento que não se recorda qual o nome, mas sabe informar que foi
um monumento da referida praça.      NÃO HAVENDO NENHUMA PERGUNTA A SER
COMPLEMENTADO PELA MMA. JUÃZA FOI ENCERRADO O DEPOIMENTO. Â Â Â Â Â 2) WANDREW
FREIRE GUIMARÃES, brasileiro, paraense, união estável, Policial Militar, PM/PA nº 39614, nascido
em 24/06/1988, filho de Sanção Coimbra Guimarães e Ione Mendonça Freire, residente na avenida
Havana, qd. 14, Lote 27, bairro Vila Rica, Parauapebas/PA, sabendo ler e escrever, ensino superior
completo, é eleitor. Testemunha compromissada e advertida na forma da lei, prometendo falar a verdade
do que souber e lhe for perguntado. Afirmou não ser amigo, inimigo, parente do acusado.
     Dada a palavra à Representante do Ministério Público, esta perguntou. O depoente
respondeu QUE no dia dos fatos em questão estava em ronda em uma viatura policial, juntamente com
dois outros policiais militares, sendo que foram acionados por populares que informaram que estava tendo
uma pichação em um monumento da Praça do Operário; que os dois policiais militares de nomes
Cabo Paulo Silva e Soldado Lamarcio foram ate o local indicado por populares, todavia o depoente
permaneceu na viatura policial; que os populares não se identificaram; que não se recorda se foi
apreendido algum objeto com o acusado.      Dada a palavra à Advogada AD HOC nomeada para
o Autor do fato, esta perguntou e o depoente respondeu QUE não se recorda se seus colegas militares
chegaram a comentar sobre o qual o desenho da pichação realizada pelo acusado.      A MMa.
JuÃza, em complementação, perguntou ao depoente, tendo o mesmo respondido QUE reconhece
neste ato que a pessoa conduzida para a delegacia no dia em questão indicado pelos populares como
sendo o autor da pichação foi o acusado aqui reconhecido como sendo JHON KAUAN DOS SANTOS.
     NÃO HAVENDO NENHUMA PERGUNTA A SER COMPLEMENTADO PELA MMA. JUÃZA FOI
ENCERRADO O DEPOIMENTO.      Diante das ocorrências acima consignadas, bem como
considerando que a defesa não arrolou testemunhas tempestivamente, PASSOU-SE A INTERROGAR O
ACUSADO: Após a leitura da denúncia o acusado, e esclarecidas as garantias constitucionais (inciso
LXVIII, Art.5º da CF/88), tendo sido assegurado o direito de entrevista do acusado com seu defensor,
passou a MMa. JuÃza a interrogar o acusado, que declarou chamar-se: Â Â Â Â Â JHON KAUAN DOS
SANTOS, brasileiro, maranhense, nascido em 15/02/1994, filho de Vandirene Santos dos Santos, sabendo
ler e escrever, não alfabetizado.      As perguntas da MMa. JuÃza, este respondeu, QUE não
são verdadeiros os fatos narrados na denúncia; que no dia dos fatos em questão havia um homem
fazendo grafites com desenhos do Ver-o-peso no BRT bem na frente da praça do Operário, sendo que
pediu ao referido homem, que não sabe identificar, uma lata de tinta para pintar sua bicicleta; que após
receber a referida lata de tinta se sentou na praça, próximo a um dos monumentos, ocasião em que foi
abordado por três policiais à paisana, que lhe acusaram de ter realizado a pichação; que já conhecia
dois dos referidos policiais de nome Paulo e Lamarcio, sendo que os mesmos eram conhecidos por
abordarem moradores de rua; que na época se encontrava com uma tornozeleira eletrônica; que em
seguida foi encaminhado para uma viatura e conduzido para a delegacia; que não realizou nenhuma
pichação e os referidos policiais não viram a prática de nenhum crime ambiental praticado pelo
depoente naquela ocasião; que na ocasião em que foi detido havia uma moradora de rua cheirando
cola próximo ao local em que se encontrava; que a lata de tinta que se encontrava em seu poder foi
apreendida e levada para a delegacia; que acrescenta em sua defesa que os policiais Paulo e Lamarcio
são conhecidos por prenderem pessoas inocentes e, em seu caso, não estava fazendo nada ilÃcito
quando foi abordado, daà ter sido liberado logo depois de suas declarações na delegacia; que na
época em que foi conduzido para a delegacia tinha residência fixa no Bairro do Guajará, Rua CajuÃ,
Travessa Alameda dos Anjos, nº 09; que após receber a referida lata de tinta do mencionado grafiteiro,
se sentou próximo aos monumentos da praça do operário para aguardar sua esposa, sendo que os
referidos monumentos já estavam pichados.      Dada a palavra à Representante do Ministério
Público, esta perguntou. O depoente respondeu QUE nega ter praticado a pichação em questão,
ressaltando que todos os seus crimes que cometeu foram reconhecidos, mas este tipo de crime nunca
praticou; que ratifica que recebeu a lata de tinta de um grafiteiro e que pretendia pintar sua bicicleta; que
nega as declarações que prestou na delegacia de polÃcia, pois estava com medo de ser detido pelos
mencionados policiais.      Dada a palavra à Advogada AD HOC nomeada para o Autor do fato,
este perguntou e o depoente respondeu QUE já foi agredido duas vezes pelo policial Lamarcio e detido
pelo policial Paulo, pois sempre fica na referida praça do Operário; que não chegou a realizar exame
de corpo de delito; que no dia dos fatos levou um tapa no rosto de um dos policiais de nome Lamarcio ao
ser conduzido para a delegacia; que já usou drogas, sendo a última vez foi em 2018 antes dos fatos em
questão.      NÃO HAVENDO NENHUMA PERGUNTA A SER COMPLEMENTADO PELA MMA.
JUÃZA FOI ENCERRADO O INTERROGATÃRIO DO ACUSADO. Â Â Â Â Â Na fase do art. 402 do CPP,
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10:20 horas, nesta cidade de Belém, na sala de audiências do JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DO
MEIO AMBIENTE DA CAPITAL, onde presente se achava a Dra. ELLEN CHRISTIANE BEMERGUY
PEIXOTO, Magistrada titular da referida Vara, presente a Dra. JACIREMA FERREIRA DA SILVA E
CUNHA, Representante do Ministério Público.      No horário designado para audiência, foi
feito o pregão de praxe e constatou-se o seguinte: Ausente o autor do fato, não constando comprovante
de sua intimação.      OCORRÃNCIAS: Aberta a audiência a MMa. JuÃza, em cumprimento ao
art. 18 da Portaria Conjunta nº 15/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, de 21 de junho de 2020, justificou a
realização da presente audiência de forma presencial tendo em vista a impossibilidade de recursos
tecnológicos apresentada pelas partes, bem como visando evitar o congestionamento da pauta de
audiências deste Juizado.      DELIBERAÃÃO EM AUDIÃNCIA: A MMª JuÃza deliberou o
seguinte:      Considerando que não consta nos autos comprovante de intimação do autor do
fato, designo audiência preliminar para o dia 09 de fevereiro de 2022 às 10:40 horas, visando eventual
recomposição do dano e transação penal.      Intime-se o autor do fato, através de Oficial
de Justiça, com as advertências do art. 68 da Lei nº 9.099/95, a comparecer munido dos documentos
necessários à referida transação.      Intimados os presentes neste ato. Nada mais havendo foi
encerrado o presente termo. Eu, Fabio Ferreira Pacheco Filho (Assessor de Juiz) digitei e subscrevi
______________________________. JUÃZA: PROMOTORA DE JUSTIÃA:
questão: STF - RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS RHC 117465 DF (STF) Data de
publicação: 17/02/2014 Ementa: Ementa: RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL.
PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. POLUIÃÃO SONORA. AUSÃNCIA DE PROVA PERICIAL.
ALEGAÃÃO DE NULIDADE DA SENTENÃA CONDENATÃRIA. INSUBSISTÃNCIA. NÃO PROVIMENTO
DO RECURSO. I Nulidade da sentença condenatória em virtude da não realização da prova
pericial visando à comprovação da prática de crime ambiental (poluição sonora). II Alegação
insubsistente, pois, conforme assentou o acórdão impugnado, a materialidade do delito foi comprovada
pela prova testemunhal. III [...] (HC 108.463/MG, Rel. Min. Teori Zavascki). IV Recurso ordinário não
provido.            O TJ/PA também possui o mesmo entendimento, bem como o TJ/SP:
TJ-PA - Recurso em Sentido Estrito: RSE 00006402020098140701 BELÃM Processo RSE
00006402020098140701 BELÃM Orgão Julgador 1ª CÃMARA CRIMINAL ISOLADA Publicação
12/09/2014 Julgamento 9 de Setembro de 2014 Relator VERA ARAUJO DE SOUZA Ementa RECURSO
EM SENTIDO ESTRITO. CRIME DE POLUIÃÃO SONORA NA MODALIDADE CULPOSA (ARTIGO 54, §
1º, DA LEI Nº 9.605/1998). REJEIÃÃO DA DENÃNCIA. AUSÃNCIA DE CONDIÃÃES DA AÃÃO PENAL
(ARTIGO 395, INCISO II, DO CÃDIGO DE PROCESSO PENAL). SUPOSTA ATIPICIDADE DOS FATOS
DESCRITOS NA DENÃNCIA. FUNDAMENTAÃÃO JUDICIAL NO SENTIDO DE QUE O ARTIGO 54 DA
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS NÃO ABARCARIA A CONDUTA DE OCASIONAR POLUIÃÃO SONORA.
TESE REJEITADA. ARTIGO 54 DA LEI Nº 9.605/1998 NÃO EXCLUI A POLUIÃÃO SONORA DO ROL
DE CONDUTAS CAPAZES DE CAUSAR POLUIÃÃO AMBIENTAL NOCIVA Ã SAÃDE HUMANA OU DE
PROVOCAR A MORTANDADE DE ANIMAIS OU A DESTRUIÃÃO SIGNIFICATIVA DA FLORA.
JURISPRUDÃNCIA DO STJ. EXISTÃNCIA DE LAUDO DE VISTORIA DE CONSTATAÃÃO ATESTANDO
QUE NO INTERIOR DO IMÃVEL DO RECORRIDO FORA DETECTADA A INTENSIDADE SONORA DE
78,3 DECIBÃIS. PRESSÃO SONORA SUPERIOR AOS LIMITES DE 55 DECIBÃIS DURANTE O DIA E 50
DECIBÃIS DURANTE A NOITE PREVISTOS NA RESOLUÃÃO Nº 1º/1990 DO CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE E NA NORMA DA ABNT (NBR 10.151). FATO APARENTEMENTE
CRIMINOSO TIPIFICADO NO ARTIGO 54 DA LEI Nº 9.605/1998. INTENSIDADE SONORA QUE
ATINGIU NÃVEIS CAPAZES DE OCASIONAR POLUIÃÃO AMBIENTAL NOCIVA Ã SAÃDE HUMANA OU
DE PROVOCAR A MORTANDADE DE ANIMAIS OU A DESTRUIÃÃO SIGNIFICATIVA DA FLORA. [...] Ã
SUFICIENTE QUE OS FATOS DESCRITOS NA PEÃA EXORDIAL CONSTITUAM CRIME EM TESE E
QUE HAJA INDÃCIOS MÃNIMOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. CASSAÃÃO DA DECISÃO DE
REJEIÃÃO DA DENÃNCIA. RECEBIMENTO DA EXORDIAL ACUSATÃRIA PELO TRIBUNAL.
PROSSEGUIMENTO REGULAR DA MARCHA PROCESSUAL. DOUTRINA. SÃMULA Nº 709 DA
JURISPRUDÃNCIA DOMINANTE DO STF. RECURSO CONHECIDO. PROVIMENTO DA PRETENSÃO
RECURSAL. UNANIMIDADE. TJ-SP - Apelação : APL 00018242420128260438 SP 0001824-
24.2012.8.26.0438 Processo APL 00018242420128260438 SP 0001824-24.2012.8.26.0438 Orgão
Julgador 9ª Câmara de Direito Criminal Publicação 14/11/2015 Julgamento 5 de Novembro de 2015
Relator Sérgio Coelho Ementa Apelação. Preliminar afastada. Artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais.
Recurso defensivo postulando a absolvição das pessoas fÃsicas e jurÃdica por falta de provas ou a
desclassificação para a contravenção penal prevista no artigo 42 do Decreto-Lei nº 3.688/41.
Impossibilidade. Conjunto probatório robusto, suficiente para embasar a condenação, nos moldes em
que proferida. Poluição sonora em nÃvel prejudicial à saúde. Crime ambiental configurado. Penas,
regime inicial aberto e substituição da sanção privativa de liberdade por restritiva de direito bem
fixados. Recurso não provido.            Feitas essas considerações, observa-se que a
conduta delituosa imputada ao denunciado atingiu nÃvel de emissão sonora de 81.3 decibéis pela
parte da tarde (13h38min), no estabelecimento denominado ¿IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DE
MISSÃES¿, local onde o acusado exerce a função de pastor, localizado na Passagem São João,
nº 46, bairro Telegrafo, nesta cidade de Belém, conforme a Vistoria de Constatação nº 0157/2019
(fl. 09), assinada pelo Policial da Delegacia do Meio Ambiente - DEMA, Sr. JOÃO BOSCO DA COSTA
PEREIRA, portanto, bem acima dos 55 dB previstos na N.B.R 10.151 (ABNT) para o perÃodo DIURNO,
definido no item 6.2.2 da mesma.            Inquestionável que o nÃvel de ruÃdo em
questão, constatado pela mencionada vistoria, é potencialmente prejudicial à saúde, à segurança e
ao sossego público, pois todas as pessoas expostas ao ruÃdo excessivo emitido pelo equipamento
sonoro usado pelo acusado, estavam correndo perigo real de sofrerem sérios prejuÃzos fÃsicos e
emocionais já descritos nos compêndios médicos, como surdez, cefaléias, irritação constante e
outros sintomas caracterÃsticos do stress. Essas consequências maléficas das emissões sonoras em
excesso nos integrantes da comunidade onde está localizada a fonte poluente são muitas vezes
irreversÃveis, afetando sua vida familiar e social, daà o caráter difuso do bem tutelado.
           Resta, portanto, comprovada a materialidade do crime através da mencionada
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vistoria, efetuada por Policial da Delegacia do Meio Ambiente, que concluiu o seguinte: CONCLUSÃO:
Ante o exposto, o PERITO conclui que o som amplificado em questão encontrava-se com INTENSIDADE
SONORA em seu funcionamento com Ãndice de 81.3 dB(A) (decibéis), oriundos do equipamento sonoro
citado no item 03 (DA CONSTATAÃÃO), estando desta forma EM DESACORDO, com a legislação
vigente.            No referido laudo foi, inclusive, destacado que a medição da
intensidade sonora foi efetuada a mais de 07 (sete) metros de distância da fonte sonora poluidora,
estando de acordo, portanto, com os requisitos estabelecidos pela Resolução 001/90 CONAMA, de
08/03/90 e na NBR 10.151 (ABNT).            Note-se que as constatações e a
conclusão da referida vistoria não foram impugnadas pela defesa que se limitou a argumentar a
atipicidade da conduta, acima afastada, sustentar a nulidade da perÃcia sob alegação de que não foi
efetuada por perito, e sustentar a ausência de prova, conforme abaixo analisado.
           Quanto a eventual alegação de ser insignificante o Ãndice sonoro constatado,
faz-se necessária a análise do princÃpio da insignificância em conexão com os postulados da
fragmentariedade e da intervenção mÃnima do Estado em matéria penal, examinada na perspectiva
de seu caráter material, sendo que tal princÃpio seria causa da exclusão da tipicidade material do fato.
           Abstraindo-se o importante detalhe de que inúmeros doutrinadores rejeitam de
forma veemente a possibilidade da aplicação do princÃpio da insignificância em matéria ambiental,
em razão da relevância do meio ambiente como bem jurÃdico fundamental, que ostenta titularidade
difusa e que se reconhece como patrimônio de toda a humanidade a ser preservado para as presentes e
futuras gerações, como atestam inúmeras decisões jurisprudenciais1, este JuÃzo tem admitido sua
aplicação cautelosa, sempre que evidenciada de forma objetiva, a insignificância material da conduta
imputada ao agente, bem como o desvalor do resultado, pressupostos não observados, porém, no
presente caso, como se irá em seguida demonstrar.            Em primeira ordem, há que
se considerar que a tutela penal do meio ambiente tem caráter eminentemente preventivo e sua
aplicação visa exatamente evitar a continuidade ou nova ocorrência da atividade delitiva, tanto que na
grande maioria dos crimes ambientais não são aplicáveis penas privativas de liberdade, apenas
medidas de recomposição do dano de natureza cÃvel, visando a adequação fÃsica dos
estabelecimentos ou atividades à s normas ambientais, bem como medidas alternativas a tÃtulo de
transação penal, o que se mostra em consonância com o princÃpio da proporcionalidade.
           Ademais, para aplicação do princÃpio da insignificância, doutrina e
jurisprudência consideram necessária na aferição do relevo material da tipicidade penal a presença
dos seguintes vetores: a) a mÃnima ofensividade da conduta do agente; b) a nenhuma periculosidade
social da ação; c) o reduzidÃssimo grau de reprovabilidade do comportamento; d) a inexpressividade
da lesão jurÃdica provocada. Já para a aplicação do princÃpio da adequação social busca-se
aferir a aceitação social da conduta, que deve ser considerada comum, normal, tolerável, isto é,
não contestada ou discutida na polÃcia ou em juÃzo, cujo resultado também não provoque lesão
jurÃdica relevante.            Analisemos então a conduta imputada ao acusado de produzir
poluição sonora às 13h38min, com intensidade de 81.3 decibéis, portanto bem acima dos 55 dB
estabelecidos pela Resolução 001/90 CONAMA e a N.B.R 10.151 (ABNT), conforme a mencionada
vistoria, com alguns questionamentos: 1)Â Â Â Â Â A referida conduta pode ser considerada como de
ofensividade mÃnima ao bem jurÃdico tutelado pela norma, no caso, a manutenção da sadia qualidade
de vida das pessoas que residem na vizinhança da fonte poluidora? No entendimento deste juÃzo a
resposta a essa questão necessariamente será negativa, em razão do elevado Ãndice de emissão
sonora constatado e imputado ao acusado, provocando incômodo e desassossego à vizinhança.
2)     A conduta acima descrita pode ser caracterizada como não portadora de periculosidade
social? A resposta a essa questão evidentemente será, da mesma forma, negativa, uma vez que o
Ãndice de emissão sonora acima do recomendado pelo CONAMA é potencialmente prejudicial Ã
saúde, à segurança e ao sossego público, pois todas as pessoas expostas ao ruÃdo excessivo
emitido pelo equipamento sonoro em questão, enseja sérios prejuÃzos fÃsicos e emocionais, como
acima já destacado. 3)     Pode a conduta em análise ser considerada como de reduzido grau
de reprovabilidade? Entendemos também quanto a essa questão, que a única resposta possÃvel
deverá necessariamente ser negativa, pois se assim fosse não se constataria em toda a comarca de
Belém, um tão grande número de reclamações, protestos e denúncias contra a prática de
poluição sonora; 4)     E quanto ao resultado, podem ser consideradas inexpressivas as
consequências da conduta atribuÃda ao acusado? A resposta a essa última questão inevitavelmente
também deverá ser negativa, considerando-se que, sendo a poluição sonora delito classificado como
de simples perigo, suficiente será para sua configuração a perturbação manifestada à s
autoridades públicas para interromper a continuidade delitiva, demonstrando a expressividade do
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incômodo que está sofrendo e a potencialidade da conduta para produzir o resultado danoso,
caracterizado pelos distúrbios à saúde humana, já mencionados.              Â
           Assim, conclui-se que não é o caso de aplicação do princÃpio da
insignificância à conduta objeto da denúncia formalizada pelo Ministério Público.
           No que se refere a sustentação da defesa, em alegações finais, de nulidade
do laudo de medição realizado por policial da Delegacia do Meio Ambiente - DEMA, sob o fundamento
de violação ao art. 159 do Código de Processo Penal e ao art. 3º da Lei nº 6.282/2000,
necessárias as seguintes considerações:            Inicialmente deve ser observado que
o policial da DEMA que subscreve a vistoria de constatação de fl. 08, Sr. JOÃO BOSCO DA COSTA
PEREIRA, foi investido no cargo de Perito Policial, através do Decreto juntado aos autos expedido pelo
Governo do Estado do Pará, conforme esclarecido no OfÃcio nº 171/2018 - DCMF/DRH/PC da Divisão
de Cadastro e Movimentação Funcional da PolÃcia Civil do Estado do Pará.
           Em que pese atualmente não mais existir o cargo de Perito Policial, não se pode
esquecer que os referidos policiais continuam sendo funcionários públicos que possuem conhecimento
técnico suficiente para aferição de poluição sonora com lisura e idoneidade, inclusive porque
realizam vistorias ambientais desde a década de 1980, sendo que ao longo desses anos tais vistorias
têm servido de amparo para inúmeras ações criminais no Estado do Pará.
           Com efeito, não se pode esquecer, ainda, que o Centro de PerÃcias CientÃficas
Renato Chaves se encontra notoriamente congestionado, o que, a princÃpio, dificulta ou até mesmo
inviabiliza o pronto atendimento de perÃcias necessárias para aferição de poluição sonora
noticiadas pela população diretamente para o ¿Disque-Silêncio¿ em funcionamento na DEMA, daÃ
porque as rápidas atuações de tais policiais com conhecimento técnico, pois antes ocupantes de
cargos de peritos policias, têm sido fundamentais para a constatação de poluição sonora neste
Estado.            Nesse particular cabe registrar que a poluição sonora constitui crime
que não deixa vestÃgios, daà a necessidade de haver o exame direto assim que noticiado, sendo este o
motivo principal pelo qual o STJ e o STF têm considerando que a realização de perÃcia criminal não
se mostra imprescindÃvel como prova desse crime, podendo ser suprida por outros elementos idôneos
aptos a comprovar a materialidade delitiva. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nesse sentido, os seguintes julgados
do STF: RECURSO ORDINÃRIO EM HABEAS CORPUS 117.465 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN.
RICARDO LEWANDOWSKI RECTE.(S) :Â AILSON MARTINS DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES)
:Â DEFENSOR PÃBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :Â MINISTÃRIO PÃBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) :Â PROCURADOR-GERAL DA REPÃBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÃRIO EM
HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. POLUIÃÃO SONORA.
AUSÃNCIA DE PROVA PERICIAL. ALEGAÃÃO DE NULIDADE DA SENTENÃA CONDENATÃRIA.
INSUBSISTÃNCIA. NÃO PROVIMENTO DO RECURSO. I - Nulidade da sentença condenatória em
virtude da não realização da prova pericial visando à comprovação da prática de crime ambiental
(poluição sonora). II - Alegação insubsistente, pois, conforme assentou o acórdão impugnado, a
materialidade do delito foi comprovada pela prova testemunhal. III - Esse entendimento vai ao encontro de
jurisprudência consolidada desta Corte no sentido de que ¿embora a produção da prova técnica
seja necessária para esclarecer situações de dúvida objetiva acerca da existência da infração
penal, o seu afastamento é sistemático e teleologicamente autorizado pela legislação processual
penal nos casos em há nos autos outros elementos idôneos aptos a comprovar a materialidade do
delito¿ (HC 108.463/MG, Rel. Min. Teori Zavascki). IV - Recurso ordinário não provido. HABEAS
CORPUS 108.463 (307) ORIGEM : HC - 112895 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÃA PROCED. :
MINAS GERAIS RELATOR :MIN. TEORI ZAVASCKI PACTE.(S) : MARIA MADALENA DE CARVALHO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÃBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÃBLICO-GERAL
FEDERAL COATOR (A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÃA Decisão : A Turma, por
unanimidade, conheceu em parte e nessa parte denegou a ordem, nos termos do voto do Relator. 2ª
Turma , 27.08.2013. EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE USO DE DOMUMENTO
FALSO. CRIME IMPOSSÃVEL. MATÃRIA NÃO APRECIADA NO ACÃRDÃO IMPUGNADO. SUPRESSÃO
DE INSTÃNCIA. PRECEDENTES. NULIDADE. NÃO REALIZAÃÃO DE PERÃCIA TÃCNICA PARA
ATESTAR A MATERIALIDADE DO CRIME PREVISTO NO ART.304Â DOÂ CÃDIGO PENAL.
DESNECESSIDADE. EXISTÃNCIA DE OUTROS MEIOS DE PROVAS. PRECEDENTES. ORDEM
DENEGADA. 1. O acórdão impugnado não apreciou os fundamentos relativos à configuração ou
não de crime impossÃvel (art. 17 do CP). Desse modo, qualquer juÃzo desta Corte sobre a
matéria implicaria indevida supressão de instância e contrariedade à repartição constitucional de
competências. 2. Embora a produção da prova técnica seja necessária para esclarecer
situações de dúvida objetiva acerca da existência da infração penal, o seu afastamento é
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sistemático e teleologicamente autorizado pela legislação processual penal nos casos em que há nos
autos outros elementos idôneos aptos a comprovar a materialidade do delito. Precedentes. 3. Ordem
parcialmente conhecida, mas denegada. HC: 85955 RJ Relator: Min. ELLEN GRACIE Data de
Julgamento: 05/08/2008 Segunda Turma Ementa: DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
NULIDADE DA SENTENÃA. PROVA PERICIAL. PERÃCIA INDIRETA. CRIMES CONTRA OS
COSTUMES. DENEGAÃÃO. 1. [...] 2. [...] 3. O exame de corpo de delito indireto, fundado em prova
testemunhal idônea e/ou em outros meios de prova consistentes (CPP, art. 167) revela-se legÃtimo,
desde que, por não mais subsistirem vestÃgios sensÃveis do fato delituoso, não se viabilize a
realização do exame direto. 4. A despeito da perÃcia inicial haver sido realizada apenas por um
profissional nomeado ad hoc pela autoridade policial, atentou-se para a realização da perÃcia com
base no art. 167, do Código de Processo Penal, ou seja, a realização do exame de corpo de delito
indireto. 5. O juiz de direito não está adstrito às conclusões do laudo pericial, especialmente em se
referindo a juÃzo de constatação de fatos. 6. [...] 7. Habeas corpus denegado.
           Por oportuno, ainda, o seguinte posicionamento do STJ: AgRg no HABEAS
CORPUS Nº 173.189 - MS (2010/0090564-6) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS
CORPUS. 1. JULGAMENTO POR DECISÃO MONOCRÃTICA DE RELATOR. OFENSA AO PRINCÃPIO
DA COLEGIALIDADE. NÃO OCORRÃNCIA. ART. 557 DO CÃDIGO DE PROCESSO CIVIL. APLICAÃÃO
ANALÃGICA. 2. EXAME DE CORPO DE DELITO. IMPOSSIBILIDADE. POLUIÃÃO SONORA - CRIME
QUE NÃO DEIXA VESTÃGIOS. MATERIALIDADE QUE PODE SER COMPROVADA POR OUTROS
MEIOS DE PROVA. 3. RECURSO IMPROVIDO. 1. [...] 2. Na espécie, considerando a impossibilidade de
realização de exame de corpo de delito e que a prova testemunhal supre sua falta em casos como tais
(art. 167 do Código de Processo Penal), a materialidade do crime ficou comprovada pelo testemunho de
engenheiro ambiental devidamente inscrito no CREA/MS, servidor da SEMUR - Secretaria Municipal de
Controle Ambiental e UrbanÃstico de Campo Grande/MS -, que, "munido de um decibelÃmetro,
instrumento esse utilizado para constatar os Ãndices de intensidade sonora, realizou a medição no
momento em que o som do carro estava ultrapassando os limites previstos pela legislação". 3. Agravo
regimental a que se nega provimento. [...] Somente é imprescindÃvel a realização de perÃcia nas
hipóteses em que o crime deixar vestÃgios, o que não se verifica no caso dos autos, pois, consoante
acertadamente afirmou o Tribunal de origem, "a poluição sonora é uma espécie de poluição
ambiental que possui o caráter peculiar de nocividade orgânica, que não produz fumaça, não torna
o solo estéril, mas perturba a mente, abala o equilÃbrio, deteriorando o meio ambiente social,
prejudicando a saúde e o bem-estar" (fl. 32). Partindo-se dessa premissa, a materialidade do delito em
questão pode ser atestada - e foi - pela prova testemunhal (art. 167 do Código de Processo Penal). Na
ocasião, o engenheiro ambiental devidamente inscrito no CREA/MS, servidor da SEMUR - Secretaria
Municipal de Controle Ambiental e UrbanÃstico de Campo Grande/MS -, "munido de um decibelÃmetro,
instrumento esse utilizado para constatar os Ãndices de intensidade sonora, realizou a medição no
momento em que o som do carro estava ultrapassando os limites previstos pela legislação."
           Finalmente, o TJ/SP tem admitido medições realizadas por Policiais Militares
como prova de poluição sonora: TJ-SP - APL: 0019640-62.2011.8.26.0047 Relator: Torres de Carvalho
Data de Julgamento: 23/01/2014 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente Data de Publicação:
23/01/2014 Ementa: POLUIÃÃO SONORA. Assis. Academia de ginástica. Norma NBR 10.151 da ABNT.
Resolução CONAMA nº 1/90. LF nº 6.938/81. LF nº 9.605/98. Emissão de ruÃdo em nÃveis
sonoros acima do permitido. Redução do volume aos nÃveis previstos na legislação de regência. 1.
Poluição sonora. A poluição sonora se configura pelo simples descumprimento da legislação,
ainda que não haja perturbação do sossego público nem danos fÃsicos ou psÃquicos à queles
expostos ao ruÃdo. Medições realizadas pela PolÃcia Militar demonstram o descumprimento da
regulamentação. Poluição sonora configurada. [...]            Seguindo tais
posicionamentos do STF, STJ e TJ/SP entendo que as vistorias de constatações de poluição sonora
realizadas por Policiais Civis da Delegacia do Meio Ambiente, com conhecimento técnico suficiente, eis
que, como visto, atuaram por longos anos no cargo de Peritos Policiais, constituem documentos públicos
idôneos e aptos a comprovar materialidade delitiva do crime em questão, suprindo, assim, a
realização de perÃcia técnica em face das particularidades já esclarecidas nesta decisão,
sobretudo que se trata de prova não repetÃvel.            Ademais, deve ser notado que as
informações inseridas no referido documento público não foram elididas, e nem mesmo impugnadas,
pela defesa.            No que se refere a eventuais alegações da defesa de ausência do
crivo do contraditório na fase inquisitorial, o que comprometeria a validade da referida prova documental,
deve ser observado que seria inviável a realização de perÃcia posterior para a constatação do
crime de poluição sonora que, como visto, não se trata de crime que deixa vestÃgios. Ademais, a
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diretrizes do art. 59 do Código Penal Brasileiro e art. 6º da Lei 9.605/98: a)     culpabilidade -
evidenciada em face do elevado grau de reprovabilidade da conduta do acusado.
b)     Antecedente - o acusado possui antecedente criminal, conforme certidão de fls. 117/118,
com relatório analÃtico de fls. 119/122, sendo que foi condenado há 06 (seis) anos e 08 (oito) meses de
reclusão, no Processo nº 0005400-62.2003.8.14.0401 (2003.2.016206-5), perante o JuÃzo da 13ª
Vara Criminal de Belém, por crime praticado em 24/05/2003 (antes da ocorrência do crime em
questão), tendo a sentença transitado em julgado para a defesa em 12/02/2004, conforme cópias
juntadas aos autos às fls. 42/45, devendo ser observado que no processo de execução da
mencionada pena foi determinada a expedição de mandado de recaptura no ano de 2010, sendo que
atualmente a aludida execução encontra-se suspensa, como se depreende dos documentos de fls.
123/126. c)     personalidade e conduta social - não há nos autos dados concretos suficientes
para aferi-las, e, dessa forma, as tenho como favoráveis ao réu. d)     motivo do crime - não
evidenciado. e)     circunstâncias do crime - são desfavoráveis ao denunciado, em face de ter
sido constatado que a intensidade sonora oriunda do equipamento de responsabilidade do acusado
ultrapassa, em muito, o limite estabelecido pela legislação vigente, conforme anteriormente destacado.
f)     comportamento da vÃtima - sendo a vÃtima a coletividade, não houve contribuição da
mesma para a prática do delito em questão. g)     consequências do crime - apesar de
relevantes, não foram graves.            Diante das diretrizes acima especificadas e
considerando, ainda, os requisitos do art. 6º da Lei 9.605/98, fixo-lhe a pena base em 06 (seis) meses de
detenção. Não havendo configuração de atenuantes e diante da ocorrência de uma agravante
prevista no art. 15, inciso II, alÃnea ´f)´ (infração cometida em área urbana), do mesmo diploma
legal, aumento a referida pena para 07 (sete) meses de detenção, que torno definitiva em face da
inexistência de outras causas de aumento ou de diminuição de pena aplicáveis, devendo o regime
inicial de cumprimento da pena ser o regime aberto (art. 33, § 2º, alÃnea ¿c¿ do CPB).
           IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÃÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE E
DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA:            In casu, o réu não faz jus a
substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, nem a suspensão condicional da
pena, em face do disposto no art. 44, inciso III do Código Penal e art. 77, inciso II do mesmo diploma
legal, considerando que tal medida não se mostra socialmente recomendável, inclusive em face de
antecedente criminal do acusado, das circunstancias do crime acima especificadas, bem como
considerando que o condenado já foi, anteriormente, apenado, nos autos do processo nº 0005400-
62.2003.8.14.0401 (2003.2.016206-5), devendo ser observado que no processo de execução foi
determinada a expedição de mandado de recaptura no ano de 2010, sendo que atualmente a aludida
execução encontra-se suspensa, como se depreende dos documentos de fls. 123/126.
           2) PENA DE MULTA (prevista cumulativamente para o crime imputado):
           No que se refere à pena de multa, considerando o disposto no art. 18 da Lei
9.605/98, art. 59 e seguintes do Código Penal com as diretrizes e circunstâncias judiciais acima
analisadas, e observando-se o art. 49 c/c art. 60, ambos do referido Código CP, sobretudo a situação
econômica do condenado, e o atual valor do salário mÃnimo, fixo a pena base em 30 (trinta) dias-multa.
           Não havendo configuração de atenuantes e diante da ocorrência de uma
agravante prevista no art. 15, inciso II, alÃnea ´f)´, do mesmo diploma legal, aumento a referida pena
para 40 (quarenta) dias-multa (art. 49, caput, CP), que torno definitiva em face da inexistência de outras
causas de aumento ou de diminuição de pena aplicáveis, fixando o valor do dia multa em 1/30 do
salário mÃnimo vigente ao tempo do fato (art. 49, § 1º, CP), devidamente corrigido, quando da
execução, conforme estabelece o art. 49, § 2º do CP, devendo ser observado o seguinte:
Distinção entre pena de multa e pena de prestação pecuniária: A prestação pecuniária, que é
uma das penas restritivas de direito que substituem a pena privativa de liberdade, objeto dos arts. 45 e 45
do CP, não se confunde com a pena de multa de que trata este art. 49. A prestação pecuniária
destina-se à vÃtima, a seus dependentes ou a entidades públicas ou privadas com fim social, tendo
caráter primordialmente indenizatório; já a pena de multa destina-se sempre ao Estado, possuindo
natureza punitiva. A prestação pecuniária, se descumprida injustificadamente, poderá ser convertida
em pena privativa (art. 44, § 4º, do CP); por sua vez, a pena de multa, se não paga, jamais poderá
ser convertida em pena privativa de liberdade, em face da redação do art. 51 do CP.2
           DO CUMPRIMENTO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE:
           Tendo em vista que, conforme OfÃcio n° 1040/2014-GAB/SUSIPE (cópia em
anexo), atualmente, não há nesta Comarca estabelecimento adequado (Casa de Albergado) para o
cumprimento da pena privativa de liberdade, necessário que a mesma seja cumprida por meio de
monitoramento eletrônico especificado no citado OfÃcio e regulamentado através do Decreto nº 7.627
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
insignificante aos olhos do direito penal.¿ (TJMG, ApCrim 486.599-8, 5ª CCrim, Rel. Des. Antõnio
Armando dos Anjos, j. 17.05.2005) Diante dos bens jurÃdicos de tamanha importância (como a vida e o
próprio bem ambiente), não se pode cogitar no retromencionado princÃpio, seja de forma abstrata, ou,
menos ainda, de forma concreta. (TJSP, Ap. 815899.3/0-0000-000, 11ª C do 6] GSCrim, rel. Des.
Massmi Uyeda, j. em 19.04.2006, RT 851/522) 2 DELMANTO, Celso. Código penal comentado:
acompanhado de comentários, jurisprudências, súmulas em matéria penal e legislação
complementar. 8. ed., rev., atual. e ampl. - São Paulo:Saraiva, 2010 , pg.260. 3 TRF - 3. HC 24.588 SP.
Rel. Juiz Silveira Bueno. Julgamento: 11/05/1993. Publicação: DOE data: 08/09/1993 p. 183. 4 STF. HC
64.590 SC. Rel. Ministro Carlos Madeira. Julgamento: 17/03/1987. 2ª Turma. Publicação: DJ
17/03/1987.
Medidas Alternativas de Belém - VEPMA, solicitando, prazo de 15 (quinze) dias, informações acerca
do processo de execução nº 0029795-21.2018.8.14.0401.            2 - Após, retornem-
se os autos à manifestação do Parquet.            Belém (PA), 12 de agosto de 2021.
ELLEN CHRISTIANE BEMERGUY PEIXOTO JuÃza de Direito do Juizado Especial Criminal do Meio
Ambiente
Processo: 0832009-53.2021.8.14.0301
DECISÃO-MANDADO
Cuida-se de ação cível com pedido de tutela provisória de urgência, visando busca e apreensão de veículo
negociado entre as partes.
Aduzem os autores que venderam o veículo objeto da ação, mediante o pagamento de uma entrada,
ficando acordado que o restante seria pago em parcelas.
Ocorre que, segundo informam os autores, o réu deixou de pagar várias parcelas que perfazem um valor
total de R$ 13.000,00 (treze mil reais).
Éo breve relatório.
Decido.
A tutela pleiteada é matéria atinente ao mérito da demanda e somente pode ser mais bem analisada após
instrução com contraditório.
Além do mais, a medida esbarra no claro risco de irreversibilidade, uma vez que os próprios autores
afirmam que o réu pagou parte do valor que afirmam ser devido e não foi prestada caução que lhe possa
garantir a devolução do que foi pago.
Cancele a secretaria a audiência designada automaticamente pelo sistema, uma vez que não há tempo
hábil para que essa data seja aproveitada.
DESIGNE a secretaria nova data para a realização de audiência de tentativa de conciliação, com o
conciliador, seguida, em caso de insucesso e na mesma data, de audiência de instrução e julgamento, a
qual será presidida pelo magistrado nas dependências deste Juizado, facultada às partes a participação
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
presencial ou por meio de videoconferência, nos termos da Portaria Conjunta nº 15/2020, editada pelo
Tribunal de Justiça do Estado.
A parte que optar por ser ouvida por meio de videoconferência deverá informar nos autos os dados
necessários à obtenção do link de acesso à audiência com antecedência mínima de 48h, bem como
instalar o aplicativo MICROSOFT TEAMS em computador/notebook ou em aparelho celular, o qual deverá
contar com as funcionalidades de vídeo e áudio aptas para uso.
Proceda a secretaria com os atos de comunicação (citação e/ou intimação) conforme o caso.
Processo nº 0834072-85.2020.8.14.0301
DESPACHO
Intime-se a parte requerida para efetuar o pagamento voluntário do valor atualizado da condenação, no
prazo de 15 (quinze) dias.
Transcorrido o prazo mencionado acima sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias
para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos,
sua impugnação.
Efetuado pagamento total, expeça-se o que for necessário para o levantamento do valor depositado,
seguido de arquivamento dos autos; no caso de pagamento parcial, fica autorizada, desde já, a expedição
de alvará (s) para levantamento da parte incontroversa.
Não ocorrendo o pagamento voluntário e transcorrido o prazo para impugnação, proceda a secretaria com
a atualização do débito, fazendo incidir a multa prevista no art. 523, §1º, primeira parte; em seguida,
voltem os autos conclusos.
SENTENÇA
Cuida-se de ação cível visando: 1) a declaração de inexistência de débito referente às faturas geradas de
novembro de 2018 em diante, inclusive as vincendas, referentes à conta-contrato nº 1192663; 2) Bloqueio
imediato e suspensão de cobrança das faturas de novembro/2011 até as que se vencerem no curso do
processo, para que o nome do Requerente, Sr. Lucival Alvelino de Oliveira, não seja incluído no cadastro
de inadimplentes, bem como para que não seja interrompido o fornecimento de energia elétrica da UC,
assim como a suspensão das cobranças e que seja considerada a média dos últimos meses anteriores ao
período contestado; 3) além de indenização por danos morais na importância de R$ 15.000,00 (quinze mil
reais).
Aduzem os requerentes, que a conta-contrato objeto da presente ação serve a imóvel no qual funciona o
estúdio de dança “Arte em movimentos”, administrado pela primeira requerente. Além disso, afirmam que,
desde 2011, estariam sendo vítimas de cobranças abusivas por parte da concessionária ré, já tendo
realizado diversas reclamações por meio dos canais de atendimento da reclamada sem, contudo, lograr
êxito na solução do mencionado problema.
Acrescentam que, a partir de 2017 até fevereiro de 2019, o problema relatado teria alcançado o ápice,
uma vez que as faturas teriam chegado a triplicar de valor, em que pese as medidas tomadas pelos
requerentes, a fim de diminuir o consumo, como instalação de lâmpadas de LED, utilização de telhas
transparentes, instalação de ventiladores, pintura do imóvel em cores claras, entre outras medidas do
gênero.
Além disso, informam que referida escola de dança teria parado de funcionar no período compreendido
entre 18/03/2020 e 31/08/2020, em virtude da pandemia, motivo pelo qual entende que as cobranças
levadas a efeito nesse período foram exorbitantes.
Afirma, ainda, que, tendo este juízo determinado a troca do medidor que serve ao imóvel dos autores, e
após a troca já ter sido efetuada, flagrou funcionários da concessionária novamente no poste em que tal
medidor fica instalado, o que entende tratar-se de conduta suspeita, a qual colocaria em xeque todas as
medições subsequentes.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em contestação, a requerida afirmou, em linhas gerais, que as faturas foram geradas a partir de leituras
confirmadas e que o histórico de leituras é progressivo e sem erros, não tendo sido identificada nenhuma
irregularidade capaz de justificar a revisão das cobranças.
Esclareceu, ademais, que, em 25/07/2016, houve fiscalização na conta-contrato dos autores, oportunidade
em que teria sido constatado que havia “derivação antes da medição saindo do borne de linha do medidor
sem registrar corretamente o consumo de energia elétrica.
Pondera, ainda, que, em 24/05/2017, o medidor que servia aquela conta foi enviado ao INMETRO PARÁ,
tendo esse órgão concluído que o equipamento estava funcionando corretamente e obedecendo aos
padrões normativos. Pleiteia, portanto, a improcedência de todos os pedidos formulados.
Por fim, formulou pedido contraposto no valor de R$ 14.518,60 (quatorze mil quinhentos e dezoito reais e
sessenta centavos) correspondente à dívida atualizada da conta-contrato sob análise.
Éo relatório.
Decido.
A autora contesta, de maneira genérica, todas as contas geradas a partir de novembro de 2018,
asseverando que os consumos ali registrados estariam fora de sua média habitual.
Ocorre que, da análise de seu histórico, no período compreendido entre 12/2016 e 01/2020, conclui-se que
sua média de consumo, até mesmo nos meses anteriores a novembro de 2018, sempre girou em torno de
500kWh e 1000 kWh.
Além disso, a requerida junta laudo do INMETRO Pará (ID 14986634) referente a ensaios realizados em
laboratório, em 03/06/2019, dando conta de que o medidor que servia à conta-contrato dos autores estaria
em perfeito funcionamento, dentro dos padrões e especificações normativos.
Não obstante isso, este juízo determinou nova troca de medidor e, ainda assim, a média de consumo
permaneceu inalterada, mantendo-se na mesma faixa de variação, qual seja, entre 500 kWh e 1000 kWh
aproximadamente.
Não há, pois, como este juízo referendar a tese autoral de que, desde 2018, estaria recebendo cobranças
exorbitantes, uma vez que resta provado nos autos, tanto que não houve aumento do consumo registrado,
o qual se manteve com média semelhante desde 2016 até aqui, assim como que o medidor que servia à
conta-contrato dos autores estava funcionando perfeitamente, conforme o laudo do INMETRO acima
aludido, tanto que, após nova troca, nada se alterou.
De outra banda, não se pode presumir, como querem os autores, que a concessionária ré tenha ordenado
seus funcionários a manipular o medidor da requerente a fim de que este alterasse o consumo registrado
para maior.
Não há verossimilhança em tal alegação, até porque a requerida não precisa de autorização seja do
consumidor, seja do juízo para fazer procedimentos na rede de energia elétrica ou averiguações em
qualquer equipamento, tratando-se de exercício regular de um direito seu. Nem se poderia exigir da
concessionária prova de fato negativo. Afasto, pois, a hipótese levantada pelos autores.
Quanto ao consumo registrado no período entre 18/03/2020 e 31/08/2020, em que os autores sustentam
que as cobranças teriam sido exorbitantes, ante ao fato de a escola de dança não haver funcionado em
função da pandemia de Covid-19, é possível verificar que houve, sim, alteração para menor do consumo
registrado.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Isso porque a conta do mês de março, em que a escola ainda funcionou, registrou consumo de 603 kWh.
A conta do mês de abril, por outro lado, já com a escola sem funcionamento, registrou consumo bem
menor (162 kWh), assim como a subsequente, referente a maio (148,88 kWh).
Entretanto, apenas no que diz respeito às faturas referentes a junho (307,51 kWh), julho (337,41 kWh) e
agosto (435,03 kWh) assiste razão aos autores, já que não estando em funcionamento a escola em virtude
da pandemia, o consumo registrado deveria ter seguido a sorte daquele registrado nos meses de abril e
maio, ou seja, numa média de 150 kWh.
Dito isso, impõe-se a correção apenas das faturas referentes a junho, julho e agosto, nas quais deve a
requerida cobrar o valor do consumo médio apurado nas faturas de abril e maio de 2020, excluído o valor
referente a parcelamento, sendo improcedente o pedido para refaturamento das demais contas
questionadas.
Em abril de 2020, o valor da fatura menos o parcelamento (R$ 449,57 – R$ 254,25) corresponde à
importância de R$ 195,32. Já em maio, esse valor corresponde a R$ 178,42 (R$ 432,67 - R$ 254,25).
Somando-se esses valores e dividindo pela quantidade de meses, obtém-se a média de R$ 186,87, que
somada ao valor do parcelamento, perfaz a importância de R$ 441,12 (quatrocentos e quarenta e um
reais e doze centavos) que é quanto deve a requerida cobrar pelo consumo dos meses de junho,
julho e agosto de 2020.
Quanto aos danos morais pleiteados, entendo que estes não ocorreram. Dado que somente três dentre as
faturas questionadas mereceram reparo por meio desta decisão, e que o valor cobrado não destoa muito
daquele que esta decisão fixou como devido, acredito que tal erro não ultrapassa o que se convencionou
chamar de mero dissabor, não tendo logrado os autores demonstrar fato que importasse em efetivo abalo
moral.
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos dos autores para FIXAR a dívida
destes para com a requerida, relativa aos meses de junho/2020, julho/2020 e agosto/2020, em R$ 441,12
(quatrocentos e quarenta e um reais e doze centavos), por cada mês, perfazendo um total de R$ 1.323,36
(mil trezentos e vinte e três reais e trinta e seis centavos), devendo a requerida reemitir as faturas
referente a esses meses. JULGO PROCEDENTE o pedido contraposto formulado pela ré, para considerar
legítima a cobrança referente às faturas de referências 11/2018, 12/2018, 01/2019, 02/2019, 03/2019,
04/2019, 05/2019, 06/2019, 07/2019, 11/2019, 12/2019 e 01/2020, perfazendo um total de R$ 14.518,60
(quatorze mil quinhentos e dezoito reais e sessenta centavos).
P. R. I.
Processo nº 0832878-16.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Juíza de Direito
DECISÃO
Trata-se de pedido de reconsideração da decisão que negou a tutela provisória de urgência requerida na
inicial, visando o fornecimento de material hospitalar para tratamento médico domiciliar do autor JOSÉ
DOMINGUES DIAS.
A tutela havia sido negada uma vez que a autora não havia juntado aos autos laudo de profissional de
saúde que atestasse que os materiais e remédios fornecidos pela requerida não estariam adequados ao
tratamento de que necessita o paciente.
Desta feita, os autores apresentaram uma lista de “materiais para a quinzena”, assinado por enfermeira e
datado de 04/03/2021.
684
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Éo relatório.
Decido.
Muito embora os autores tenham juntado aos autos uma lista de materiais assinada por enfermeira, não há
nada que vincule este documento à pessoa do paciente e autor da ação, o Sr. José Domingues Dias.
Além disso, continua não havendo nos autos laudo de profissional de saúde que ateste que a requerida
não está fornecendo todos os materiais necessários ao seu adequado tratamento em home care.
Ante o exposto, mantenho em todos os termos a decisão que negou o pedido de tutela provisória de
urgência (ID 21975888).
ATO ORDINATÓRIO
Processo nº 0845428-43.2021.8.14.0301
A parte que optar por ser ouvida por meio de videoconferência deverá informar nos autos os dados
necessários à obtenção do link de acesso à audiência com antecedência mínima de 48h.
Processo: 0839411-88.2021.8.14.0301
Endereço: Rua Henri Dunant, nº 780, Torres A e B, Bairro Santo Amaro, CEP 04709-110, em São
Paulo/SP.
DECISÃO-MANDADO
Trata-se de pedido de tutela provisória de urgência, visando que a requerida suspenda imediatamente
supostas cobranças por meio de ligações para o número da autora (91) 98165-1515, bem como para que
seja apresentado em juízo suposto contrato fraudulento que estaria vinculando tais cobranças ao número
de celular da autora.
Aduz a requerente que, provavelmente, desde 24/06/2021, passou a receber ligações da empresa
requerida, procurando por “Gilberto” e que, muito embora já tenha explicado que esse número não
pertence a nenhum Gilberto, sendo da autora há mais de dezessete anos, tais ligações persistem.
Esclarece que as ligações são inúmeras, chegando a cerca de dez por dia, ocorrendo inclusive em
horários inoportunos e, ainda, aos finais de semana, motivo pelo qual requereu a presente tutela.
Éo relatório.
Decido.
Quanto ao pedido para que a requerida apresente nestes autos, o contrato que supostamente vincularia a
dívida de Gilberto ao telefone da requerida, entendo que carece de interesse a autora, já que não há
qualquer indício de vinculação de seu CPF em tal suposto negócio fraudulento. Deixo, pois de apreciar tal
pedido.
Do mesmo modo, não teria interesse a autora em fazer cessar as cobranças, já que as dívidas não seriam
suas, e sim, de um tal “Gilberto”. Deixo, assim, de apreciar tal pedido da maneira como formulado.
Dito isso, este juízo entenderá o pedido de cessação de cobranças, como sendo um pedido para que a
requerida pare de efetuar ligações para o número de telefone da autora, em função de suposta dívida
contraída por terceiros.
Ainda assim, entendo que não estão presentes os requisitos para sua concessão.
686
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Não há como, por ora, este juízo concluir que as ligações recebidas pela autora sejam oriundas do setor
de cobranças da ré, ou de alguma empresa de cobrança preposta da requerida, assim como não há como
reconhecer de antemão que tais ligações cuidam do assunto que a autora afirmou se tratar na inicial.
Afastada, pois, a probabilidade do direito.
Além disso, não vislumbro perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O recebimento de
ligações indesejadas, embora inconveniente, é fato corriqueiro na vida hodierna e não tem a capacidade
de causar prejuízo ou dano irreparável à parte, a qual poderá aguardar sentença de mérito sem maiores
transtornos, recusando ou ignorando as chamadas de números desconhecidos.
Mantenho o dia 31/08/2021, às 9h45min, para realização de audiência de tentativa de conciliação, com o
conciliador, seguida, em caso de insucesso e na mesma data, de audiência de instrução e julgamento,
presidida pelo magistrado.
Cite-se e intimem-se.
SENTENÇA
Relatório dispensado, com base no permissivo legal do art. 38 da Lei n.º 9.099/1995.
Arquivem-se os autos.
Juíza de Direito
ATO ORDINATÓRIO
Proc. 0834137-46.2021.8.14.0301
A parte que optar por ser ouvida por meio de videoconferência deverá informar nos autos os dados
necessários à obtenção do link de acesso à audiência com antecedência mínima de 48h.
Cite-se e intime-se.
Aduz a embargante, que o prazo para devolução de valores a ser aplicado contra si deveria ser o disposto
na Lei 14.046/2020, a qual determinaria a devolução somente em 31/12/2022, e não em 17/05/2021,
conforme determinado em sentença.
Éo breve relatório.
“Entendo que, no presente caso, a autora adquiriu um pacote que inclui dois serviços os quais seriam
utilizados em conjunto e, portanto, devem seguir a mesma sorte em caso de cancelamento.
Não faz sentido que o consumidor obtenha o reembolso das passagens aéreas que comprou e, em
contrapartida, se veja obrigado a aceitar crédito junto à agência de turismo, para usufruir em eventual
viagem que, muito provavelmente, sequer planeja fazer, dado o estado atual da pandemia no mundo.
Desta feita, faz-se necessário, no caso que se analisa, tratar ambos os réus à luz da Lei nº 14.034/2020.”
A julgar pelas razões aduzidas no recurso, o que se percebe é que o embargante, discordando da solução
dada pelo juízo, pretende que a matéria seja reexaminada, o que não é permitido em sede de embargos
de declaração. Deve, portanto, buscar a via adequada para satisfação de sua pretensão.
Ante o exposto, CONHEÇO dos embargos, porém os REJEITO, para manter integralmente a decisão
prolatada nos autos.
P.R.I.
Processo: 0859916-71.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Relatório dispensado, com base no permissivo legal do art. 38 da Lei n.º 9.099/1995.
Arquivem-se os autos.
SENTENÇA
Tendo em vista que a parte exequente noticiou a quitação, pelo réu, da dívida exequenda, dou por
satisfeita a obrigação e JULGO EXTINTA A EXECUÇÃO, com fundamento no art. 924, II do CPC.
Arquivem-se os autos.
Processo nº 0801201-41.2016.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO
Em face das atribuições que me são conferidas pelo provimento nº 006/2006-CJRMB, e em cumprimento
ao despacho constante do ID 31494629, redesigno para o dia 13/10/2021, às 09:30 horas, a realização de
audiência de tentativa de conciliação seguida, em caso de insucesso e, na mesma data, de audiência de
instrução e julgamento, a qual será presidida pelo magistrado nas dependências deste Juizado, facultada
às partes a participação presencial ou por meio de videoconferência, através da plataforma Microsoft
Teams.
A parte que optar por ser ouvida por meio de videoconferência deverá informar nos autos os dados
necessários à obtenção do link de acesso à audiência com antecedência mínima de 48h.
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Verifico que a parte exequente, intimada a informar novo endereço da parte executada, a fim de
possibilitar a citação, não cumpriu a referida determinação, conforme certidão de ID 30642506.
Diante do exposto, uma vez que é ônus do autor indicar o endereço do réu para viabilizar a citação válida,
a presente situação é caracterizadora de ausência de pressuposto de constituição de desenvolvimento
válido e regular do processo, JULGO EXTINTO O PRESENTE PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO, com base no art. 485, IV do Código de Processo Civil.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA
Afasto, de plano, a preliminar de incompetência desse Juizado em razão de não reputar complexa a
demanda prescindindo da produção de qualquer prova pericial, sendo que estão presentes elementos
materiais suficientes para a total elucidação da questão fática, independentemente da prova técnica
requerida, motivo pelo qual, fixada está a competência desse Juizado.
Indefiro também o pedido de impugnação ao pedido de justiça gratuita, pois, conforme art. 54 da lei nº
9.099/95, o acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de
custas, taxas ou despesas.
No presente caso, a demanda veicula pretensão condenatória, a qual é regulada pela prescrição, e não
pela decadência. A prescrição neste caso corre pelas regras do Código de Defesa do Consumidor, a qual
prevê o prazo de 05 anos, conforme art. 27 do CDC. Deste modo, não há que se falar em decadência,
pelo que rejeito esta prejudicial.
Mérito
Convém frisar, nesse momento, da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em tela,
uma vez que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos nos arts. 2º e
3º da Lei n. 8.078/90, respectivamente, além de a relação jurídica ser por ela encampada, de acordo com
a Súmula 297 do STJ.
Sob a perspectiva do CDC e reputando por evidente a hipossuficiência da parte Autora no campo
probante, técnico, jurídico e informacional, MANTENHO A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA operada na
decisão de ID 21105019, com fulcro no art. 6º, inciso VIII, do Diploma Legal retro citado, eis que a parte
Ré possui melhores condições de provar que o (s) empréstimo (s) em questão e seu (s) respectivo (s)
desconto (s) seria (m) legítimo (s), haja vista que, em tese, é ela quem detém todo o controle sobre os
mecanismos de aferição dos termos do contrato e quem possui a diretiva da sua execução.
Em sendo assim, reputo que a narrativa da Autora faz sentido. Não desconheço das alegações e dos
anexos da contestação que, no entanto, não se consistem em provas sólidas, uma vez que, não obstante
a juntada do contrato de ID 24410198, da análise do TED constante 24410197 - Pág. 4, constato que os
dados bancários ali indicados como sendo do autor são diferentes dos dados bancários vinculados ao
benefício do mesmo, onde ocorrem os descontos, o que retira a idoneidade da conduta da reclamada e
induz este juiz a concluir que autor foi vítima de fraude.
Além disso, o contrato e a ficha cadastral anexado com a defesa não estão devidamente assinados, a não
ser na sua última página onde não consta um único elemento identificador do objeto pretensamente
avençado.
693
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em todo esse contexto, ainda não posso deixar de notar a falta de semelhança entre as assinaturas dos
documentos juntados com a contestação e do que consta na procuração, por exemplo, o que,
empiricamente e à mingua de outras provas de vinculação válida, me faz crer que, no mínimo, que o autor
foi vítima do sistema operado pela reclamada, quer pela ação de fraudadores ou mesmo uma manobra
ilegítima de seus prepostos, pelos quais ela igualmente responde, na forma do que prescreve o art. 34 do
Código de Defesa do Consumidor.
Assim, como decorrência do ajuste que reputei defeituoso na origem, ilegal é o suposto empréstimo no
valor de R$ 9.765,79, para pagamentos em 72 parcelas de mesmo valor, qual seja, R$ 280,00 referente ao
contrato nº 51-827662770/17. Até porque, como dito alhures, não entendo comprovado que o crédito
supostamente liberado ao Autor - via TED – tenha efetivamente sido por ele recebido tendo em vista que o
que consta dos autos evidencia uma conta bancária de destino estranha do consumidor aqui identificado.
Com todas essas nuances, não é demais rememorar, nesse contexto, que a vulnerabilidade da
consumidora na relação jurídica litigiosa é notória! E, in casu, a Ré não se desonerou de sua incumbência
probatória promovendo a juntada de documentos mínimos para a elucidação dos fatos, inclusive, as que
esclarecessem todas as cláusulas do contrato de empréstimo.
Asseguro, por fim, da análise dos autos, que o autor possa ter sido vítima da operação de empréstimo
fraudulento, a qual não cuidou a requerida de protegê-la, enquanto sua consumidora. O referido episódio
de fraude nas operações bancárias se insere no âmbito do fortuito interno que não exclui o dever de
indenizar do fornecedor do serviço, na forma da interpretação da jurisprudência dominante acerca do art.
14, § 3º, II do CDC, conforme, aliás, é a segura doutrina quando traça a responsabilidade objetiva em
decorrência do risco do empreendimento, como a que aqui se vê.
Nesse cenário, transcrevo, por apropriada a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça:
“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”.
Tenho, por todo o exposto, que a prática da parte Ré está contaminada de abusividade, proceder com o
qual não anui esse Juízo, devendo ser desconstituídas quaisquer pretensas obrigações, como determina o
art. 51, §2º, in fine do CDC, devendo as partes retornarem ao status quo ante, SEM QUALQUER
VINCULAÇÃO decorrente do (s) contrato (s) tratado (s) na peça de ingresso.
Àguisa dessa conduta então evidenciada e aplicando-se o CDC, entendo que há responsabilidade objetiva
do réu quanto aos danos e prejuízos decorrentes da prestação de seu serviço, nos termos do art. 14 desse
diploma legal. Não há que de se falar, nesse contexto, em hipótese de excludente de responsabilidade por
culpa exclusiva de terceiros e/ou do consumidor, devendo o Fornecedor suportar as mazelas do seu
empreendimento, como ensina a doutrina prevalecente nesse âmbito, qual seja, a da assunção do risco do
seu negócio. Sendo assim, nos termos do art. 6º, VI, do CDC, entendo presente os pilares da
responsabilidade civil e, portanto, existente o dever de indenizar, quanto danos materiais e morais.
Assim, quanto aos prejuízos materiais, reputo que a parte autora deve ser ressarcida do que foi
efetivamente descontado em seu beneficio, havendo que serem essas somas restituídas em dobro, face à
ausência de engano justificável, na forma do art. 42, parágrafo único do CDC. Não há que falar em
compensação tendo em vista que o réu não demonstrou que tenha realizado o depósito de valores
supostamente disponibilizados na conta bancária do Autor.
Quanto ao pedido de danos morais, entendo que desconto mensal oriundo de empréstimo não contratado
realizado diretamente em benefício previdenciário de natureza eminentemente existencial para garantir a
sobrevivência digna de seu fruidor, gera direito à indenização por dano moral “in re ipsa”.
Na fixação do quantum debeatur a jurisprudência pátria indica alguns critérios para a fixação do valor dos
danos morais. No mister, entende que a reparação tem dupla finalidade: punir o ofensor pelo ato ilícito
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
cometido - função punitiva, de acordo com a teoria do Punitive Damages citada no Superior Tribunal de
Justiça no Resp 1.1191.142, publicado em 10/06/2018 e compensar a vítima pelo sofrimento moral
experimentado - função ressarcitória. Na primeira das funções, tem-se em evidência a pessoa da vítima e
a gravidade objetiva do dano de que ela padeceu; já na segunda, visa-se ao desestímulo da prática de
novo ato que cause as mesmas consequências, de tal modo que a indenização represente uma
advertência, um alerta que de o referido comportamento não é aceitável. Da congruência entre as duas
funções se extrai o valor da reparação.
Atentando-se às peculiaridades do caso concreto, especialmente quanto à conduta da parte ofensora que
implementou empréstimo (s) no nome da autora por um grande período de tempo, a repercussão dos fatos
na vida pessoal e social dessa e a natureza do direito fundamental violado, entendo por razoável o importe
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de indenização por danos morais. Valor que é compatível com os
vários meses de aborrecimentos, sem significar enriquecimento sem causa e com algum cunho
pedagógico.
ISTO POSTO, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, de acordo com o art. 487, I do
Código de Processo Civil para:
1. Declarar a inexistência do débito relativo ao contrato 51-827662770/17, bem como para determinar que
o requerido proceda ao CANCELAMENTO DEFINITIVO do referido contrato, no valor de R$ 9.765,79,
para pagamentos em 72 parcelas de R$ 280,00, bem como TODAS COBRANÇAS A ELE (S)
REFERENTE (S), se ainda existirem;
Por conseguinte, JULGO EXTINTO O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO na forma do art.487,
I, do CPC.
Caso interposto recurso inominado, intime-se para contrarrazões, no prazo legal remetendo-se, após, à E.
Turma Recursal.
Com o trânsito em julgado, aguarde-se manifestação da parte credora para requerer o cumprimento da
sentença.
695
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
JUÍZA DE DIREITO
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Como sabido, a pessoa jurídica, no âmbito dos Juizados, somente é admitida a propor ação como via de
exceção, impondo-se a aplicação de interpretação restritiva ao artigo74 da LC123/06, concluindo-se, pois,
que somente a microempresa e a empresa de pequeno porte optante pelo simples nacional ou que
apresente demonstrativo da receita bruta anual dentro dos parâmetros estabelecidos na referida
lei, poderão propor ação nos Juizados.
Nessa perspectiva:
No caso dos autos, verifico que se trata de ação proposta por sociedade de advogados, registrada como
sociedade simples. Vale ressaltar que a LC 123/2006, em seu artigo 3º, prevê que as sociedades simples,
para os fins da mencionada lei, são consideradas microempresas ou empresas de pequeno porte, desde
que cumpram os requisitos previstos em seu seus incisos. Vejamos:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno
porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o
empresário a que se refere o art. 966 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que:
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de
2016) Produção de efeito
Ou seja, cabe à parte exequente comprovar sua qualificação tributária atualizada, nos termos citado
artigo, o que não ocorreu, no caso em exame, uma vez que os documentos juntados aos autos não
comprovam tal condição.
Nesse sentido, em consulta realizada ao site da Receita Federal do Brasil constatou-se que a sociedade
simples SALES E RIBEIRO ADVOGADOS, (CNPJ nº. 21.924.259/0001-07) não é optante do simples
nacional, conforme se pode observar no documento que segue anexo a essa sentença.
Deste modo, tendo em vista que a autora não comprovou a sua qualificação tributária, na forma prevista
na LC123/06, não pode ser admitida a propor ação sob o rito da Lei nº 9.099/95, restando excluída a
competência deste Juizado Especial, conforme art. 8º, II da lei de regência, impondo-se a extinção do feito
sem julgamento do mérito, nos termos do art. 51, inciso II, da lei em comento.
Diante do exposto, chamo o feito à ordem, a fim de EXTINGUIR O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO, nos termos do art. 51, II, da Lei 9.099/95, por ser inadmissível o seu prosseguimento pelo rito do
Juizado Especial,
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Trata-se de ação proposta por VALMIR APARECIDO ZANUTTI em face de BANCO BRADESCO S.A.,
697
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
visando a indenização por danos materiais e morais, supostamente decorrentes da utilização dos serviços
das requeridas.
Alega, em síntese, ter sido vítima de golpe via aplicativo Whatsapp, com a realização de transferências
bancárias para conta de terceiro, convencido de que o fazia em favor de uma amiga.
Em razão do ocorrido, pleiteia indenização pelos danos morais que entende haver sofrido, além da
restituição do valor transferido no importe de R$ 3.000,00.
Em contestação, BANCO BRADESCO S.A, em breve síntese, alega não haver qualquer responsabilidade
de sua parte em relação ao ocorrido e que o autor deu causa ao infortúnio, afastando o nexo causal.
Pugnou pela improcedência da ação.
Éo relatório.
Decido.
No mérito, a relação estabelecida entre as partes é de consumo, sendo aplicáveis as regras e princípios
contidos no Código de Defesa do Consumidor. Nesse diapasão, cumpre esclarecer que, via de regra, as
instituições financeiras possuem responsabilidade civil objetiva e, conforme orienta a Súmula 479/STJ, são
responsáveis por reparar os “danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias”
No caso, a narrativa dos fatos permite inferir que a parte autora foi vítima de um golpe via aplicativo de
mensagens WhatsApp no qual um terceiro, passando-se por conhecido/colega/amigo, induziu-a a realizar
transferências bancárias.
Tem-se, portanto, que o ilícito não se deu a partir de um serviço oferecido pelos fornecedores diretamente
ao consumidor, mas sim por intermédio de um terceiro fraudador que cometeu o delito; trata-se, à
evidência, de caso fortuito externo, ocorrido fora do âmbito da atividade bancária propriamente dita e
estranho à organização da empresa, cujo dano ocorreu com contribuição significativa da própria vítima.
Em que pese a alegação autoral, nota-se que o valor foi depositado em conta corrente de terceiro
desconhecido, por vontade própria e sem qualquer coação ou ameaça.
Écerto que não se pode imputar ao consumidor um dever de diligência extraordinário na apreciação da
veracidade das informações, porém, deve ser levada em consideração a diligência do homem médio. No
caso, a negligência do consumidor ao efetuar o depósito, sem confirmar antes a veracidade das
informações, configura culpa exclusiva da vítima (art. 14, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor).
Poderia a parte autora ter adotado alguns critérios como medida de cautela, tais como :a) depositar o
dinheiro a seu conhecido/colega/amigo ou entregar o valor pessoalmente a ele, ao invés de depositar
valores na conta de desconhecido; b) entrar em contato como conhecido/colega/amigo que pediu dinheiro
emprestado por outros meios, a fim de confirmar veracidade e identidade de quem mandou a mensagem;
e c) pesquisar na internet se há golpes recorrentes nos moldes do pedido realizado por WhatsApp.
Importante destacar que tal fortuito externo afasta a responsabilidade civil dos fornecedores e atrai para o
consumidor o dever de cautela e diligência mínima quanto à operação que efetua, não havendo que falar
em falha na prestação de serviços e dever de reparação dos prejuízos sofridos. Nesse sentido, o iterativo
entendimento jurisprudencial:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dessa forma, não vislumbrada qualquer falha na prestação de serviços do banco reclamado a ensejar os
deveres de indenizar ou restituir, a improcedência dos pedidos iniciais é medida que se impõe.
Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO DO AUTOR, extinguindo o processo com resolução
de mérito, nos termos do art. 487, I do CPC.
Caso interposto recurso inominado, intime-se para contrarrazões, no prazo legal remetendo-se, após, à E.
Turma Recursal.
Com o trânsito em julgado, aguarde-se manifestação da parte credora para requerer o cumprimento da
sentença.
JUÍZA DE DIREITO
PODER JUDICIÁRIO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Ocorre que apenas os condomínios residenciais possuem legitimidade ativa para propor ação de
cobrança/execução de taxas condominiais, nos termos do disposto no artigo 275, II, “b”, do Código de
Processo Civil/1973, c/c artigos 3º, II, e 8º, §1º, ambos da Lei 9099/95 e ENUNCIADO nº 9, do FONAJE
ENUNCIADO 9 – O condomínio residencial poderá propor ação no Juizado Especial, nas hipóteses do art.
275, inciso II, item b, do Código de Processo Civil.
Portanto, carece o condomínio comercial de legitimidade para integrar o polo ativo de demanda, em sede
de Juizado Especial, o que torna imperiosa a extinção do processo.
Nesse sentido:
Isto posto, chamo o feito à ordem e julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, nos termos do
artigo 485, VI, do Código de Processo Civil e art. 51, inciso IV, da Lei 9099/95.
Intime-se.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Como sabido, a pessoa jurídica, no âmbito dos Juizados, somente é admitida a propor ação como via de
exceção, impondo-se a aplicação de interpretação restritiva ao artigo74 da LC123/06, concluindo-se, pois,
que somente a microempresa e a empresa de pequeno porte optante pelo simples nacional ou que
apresente demonstrativo da receita bruta anual dentro dos parâmetros estabelecidos na referida
lei, poderão propor ação nos Juizados.
Nessa perspectiva:
No caso dos autos, verifico que se trata de ação proposta por sociedade de advogados, registrada como
sociedade simples. Vale ressaltar que a LC 123/2006, em seu artigo 3º, prevê que as sociedades simples,
para os fins da mencionada lei, são consideradas microempresas ou empresas de pequeno porte, desde
que cumpram os requisitos previstos em seu seus incisos. Vejamos:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno
porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o
empresário a que se refere o art. 966 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que:
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ou seja, cabe à parte exequente comprovar sua qualificação tributária atualizada, nos termos citado
artigo, o que não ocorreu, no caso em exame, uma vez que os documentos juntados aos autos não
comprovam tal condição.
Nesse sentido, em consulta realizada ao site da Receita Federal do Brasil constatou-se que a sociedade
simples SOARES COSTA ADVOCACIA (CNPJ nº. 16.726.950/0001-38) não é optante do simples
nacional, conforme se pode observar no documento que segue anexo a esta sentença.
Deste modo, tendo em vista que a autora não comprovou a sua qualificação tributária, na forma prevista
na LC123/06, não pode ser admitida a propor ação sob o rito da Lei nº 9.099/95, restando excluída a
competência deste Juizado Especial, conforme art. 8º, II da lei de regência, impondo-se a extinção do feito
sem julgamento do mérito, nos termos do art. 51, inciso II, da lei em comento.
Diante do exposto, chamo o feito à ordem, a fim de EXTINGUIR O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO, nos termos do art. 51, II, da Lei 9.099/95, por ser inadmissível o seu prosseguimento pelo rito do
Juizado Especial
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Trata-se de Ação de Execução de Título Extrajudicial promovida pelo exequente INFINITY CORPORATE
CENTER EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO SPE LTDA, que ostenta a qualidade de condomínio
comercial.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ocorre que apenas os condomínios residenciais possuem legitimidade ativa para propor ação de
cobrança/execução de taxas condominiais, nos termos do disposto no artigo 275, II, “b”, do Código de
Processo Civil/1973, c/c artigos 3º, II, e 8º, §1º, ambos da Lei 9099/95 e ENUNCIADO nº 9, do FONAJE
ENUNCIADO 9 – O condomínio residencial poderá propor ação no Juizado Especial, nas hipóteses do art.
275, inciso II, item b, do Código de Processo Civil.
Portanto, carece o condomínio comercial de legitimidade para integrar o polo ativo de demanda, em sede
de Juizado Especial, o que torna imperiosa a extinção do processo.
Nesse sentido:
Isto posto, chamo o feito à ordem e julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, nos termos do
artigo 485, VI, do Código de Processo Civil e art. 51, inciso IV, da Lei 9099/95.
Intime-se.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
703
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA
Vistos etc.
Verifico que a parte autora apresentou desistência da ação, nos termos do art. 485, § 5º do CPC.
Decido.
Dispõem os arts. 200, parágrafo único, e 485, VIII, do Código de Processo Civil, in verbis:
“Art. 200. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem
imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
(...)
(...)”
Assim sendo, HOMOLOGO a desistência da ação para os fins do art. 200, parágrafo único, do Código de
Processo Civil.
Ante o exposto, com fundamento no art. 485, VIII, do Código de Processo Civil, julgo extinto o processo
sem resolução de mérito.
P. R. I.
Juíza de Direito
ANA SELMA DA SILVA TIMÓTEO- Juíza de Direito da 12ª Vara do Juizado Especial Cível
704
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Vistos etc.
Verifico que a parte autora apresentou desistência da ação, nos termos do art. 485, § 5º do CPC.
Decido.
Dispõem os arts. 200, parágrafo único, e 485, VIII, do Código de Processo Civil, in verbis:
“Art. 200. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem
imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
(...)
(...)”
Assim sendo, HOMOLOGO a desistência da ação para os fins do art. 200, parágrafo único, do Código de
Processo Civil.
Ante o exposto, com fundamento no art. 485, VIII, do Código de Processo Civil, julgo extinto o processo
sem resolução de mérito.
P. R. I.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
Vistos, etc.
Compulsando os autos, verifico que a parte autora foi intimada para que emendasse a inicial, no prazo de
15 (quinze) dias, no entanto, decorrido o prazo, quedou-se inerte.
O Código de Processo Civil/2015 é utilizado subsidiariamente à Lei nº. 9.099/1995, na jurisdição dos
Juizados Especiais. Nesse contexto, preceitua o art. 321, parágrafo único, do CPC, que o juiz indeferirá a
petição inicial que não estiver acompanhada dos documentos essenciais para a propositura da ação, caso
o autor não cumpra as diligências necessárias para a emenda da referida peça.
Ante o exposto, com fulcro nos art. 321, parágrafo único do Código de Processo Civil, INDEFIRO A
PETIÇÃO INICIAL e declaro EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
P. R. I. Cumpra-se.
Juíza de Direito
ANA SELMA DA SILVA TIMÓTEO- Juíza de Direito da 12ª Vara do Juizado Especial Cível
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
DECIDO.
Quanto à preliminar de inépcia de inicial é cediço que, no âmbito dos Juizados Especiais, aplicam-se os
princípios da simplicidade, da informalidade e da economia processual, dentre outros.
707
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Referidas diretrizes conduzem-nos, por óbvio, à prescindibilidade de rigor técnico quanto à postulação
informal em juízo, Entendimento diverso violaria, principalmente, o acesso à justiça, razão pela qual rejeito
tal preliminar.
Quanto a preliminar de falta de interesse de agir, também não há de prosperar. Isto porque não se faz
necessário que o autor tente solucionar extrajudicialmente o imbróglio antes de propor ação judicial, sob
pena de violar o princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto no art. 5º, XXXV, da CF/88.
Quanto a impugnação ao valor da causa, rejeito-a, uma vez que, conforme art. 292, V do CPC, o valor
da causa será, na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido, o que foi
observado pela autora.
Mérito
Passando-se para a análise meritória, vê-se que a questão posta em juízo se cinge a averiguar se a parte
autora firmou o contrato de empréstimo com a requerida, que gerou os descontos em seu benefício.
Analisando os autos, depreende-se que o banco requerido juntou o contrato impugnado pela demandante
(ID 20893069). No mencionado contrato consta impressão digital atribuída à parte autora, que é
analfabeta, tendo seu filho, João Pantoja Costa, assinado à rogo (ID 20893069).
Ainda, conforme resposta do Banco Bradesco, em virtude de ofício enviado por este Juízo, verifico que o
reclamado depositou a quantia contratada, na conta da autora, conforme extrato juntado em ID 22752263.
Consta, assim, que a liberação se deu via TED, tendo como favorecida a reclamante.
Desta forma, constato que o valor foi disponibilizado para a parte demandante, vez que o nome e o CPF
da parte autora conferem com os descritos na inicial. Caso o CPF da parte autora não estivesse correto,
não seria possível a realização da operação bancária. Assim, a parte demandada comprovou que a
quantia foi revertida em favor da parte autora. Demonstrou-se, assim, o fato desconstitutivo do direito do
autor.
A parte reclamante, caso quisesse infirmar a prova documental acostada aos autos pelo reclamado,
deveria demonstrar que a quantia não foi revertida em seu favor, mas não o fez, quedando-se inerte.
Ademais, o art. 14, §3º, do CDC, dispõe que a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviço
somente será elidida se provar algumas das excludentes previstas nos seus incisos. No caso dos autos, o
banco reclamado comprovou que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste.
Neste sentido, as alegações do requerente se apresentam inverossímeis, ante a prova colacionada pelo
requerido.
Por todo o exposto, verifica-se que a parte autora contratou o empréstimo junto ao requerido e teve o
dinheiro revertido em seu favor.
Em face disto, não há que se falar em ato ilegal do Banco demandado. Deste modo, fica rejeitado o pedido
de inexistência do débito e prejudicada a análise dos pedidos de restituição do indébito e dano moral.
Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO AUTORAL, extinguindo o processo com resolução
de mérito, nos termos do art. 487, I do CPC.
Caso interposto recurso inominado, intime-se para contrarrazões, no prazo legal remetendo-se, após, à E.
Turma Recursal.
Com o trânsito em julgado, aguarde-se manifestação da parte credora para requerer o cumprimento da
sentença.
JUÍZA DE DIREITO
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BELÉM
SENTENÇA
De acordo com o que se depreende dos autos, o devedor satisfez a obrigação de pagar que ensejou a
presente execução ao efetuar o depósito do valor devido.
A exequente deu por quitada a dívida, reconhecendo, tacitamente, ter sido satisfeita sua pretensão
executória, requerendo o levantamento do valor depositado.
Assim, determino a expedição de alvará judicial em nome da parte requerente, para levantamento do valor
depositado, conforme requerido em ID 30605152.
Ante o exposto, declaro extinta a presente ação de execução, com fundamento no art. 924, II, do Código
de Processo Civil c/c art. 52, caput, da Lei nº 9.099/95.
Juíza de Direito
Processo: 0830148-32.2021.8.14.0301
DECISÃO- MANDADO
Trata-se de ação cível com pedido de tutela de urgência, visando ordem judicial para que a reclamada
retire o nome da parte autora dos cadastros restritivos de crédito de SPC/SERASA, em relação a débito
que alega desconhecer a origem e legitimidade.
Éo relatório. Decido.
Convém frisar, de início, a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em tela, uma vez
que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos nos arts. 2º e 3º da Lei
n. 8.078/90.
Sobre a tutela em questão, passo a analisar o cabimento da medida de urgência, com base na
identificação concreta nesses autos de seus pressupostos, na conformidade com o art. 300 do CPC.
No caso em exame, não vislumbro a presença dos requisitos autorizadores para a concessão da medida
pretendida como liminar, como doravante delineio.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A situação noticiada na exordial, bem como os documentos que a instruem não são suficientes para
convencer este juízo da probabilidade do direito material, considerando, principalmente, que a reclamante
não informa quando tomou conhecimento dessa negativação e somente fez reclamação em 06/2021, após
ajuizamento desta demanda.
De outra via, conforme documento acostado à inicial, o apontamento ocorreu em 26/08/2019, portanto, há
quase 2 (dois) anos, o que retira o caráter de urgência da medida pleiteada.
Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de Tutela Antecipada, uma vez ausentes os pressupostos
previstos no art. 300, do CPC.
Quanto à inversão do ônus da prova, o Código de Defesa do Consumidor, dispõe no art. 6º,VIII, que:
VIII - a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência".
No caso em exame, a relação jurídica entre as partes tem contornos de relação de consumo, eis que
presentes os requisitos objetivos e subjetivos de tal relação, o que atrai para a hipótese, a incidência do
Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Sob essa perspectiva e reputando por evidente a hipossuficiência da parte Autora no campo probante,
técnico, jurídico e informacional, inverto o ônus da prova, com fulcro no art. 6º, Inciso VIII, do Diploma
Legal retro citado.
Frise-se, entretanto, que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar os
fatos constitutivos do seu direito e para os quais não seja hipossuficiente (art. 373, I, do CPC/15).
Segundo a diretriz do STJ acerca da temática e com a qual expressamente ora anui este Juízo, reputo ser
a medida em questão, regra de instrução, oportunidade em que as partes já ficam devidamente
cientificadas de tal redistribuição desse ônus.
SOUZA DE MATTOS Participação: ADVOGADO Nome: DANIEL JOSE DANTAS DA COSTA OAB:
24400/PA Participação: REQUERIDO Nome: BANCO BMG SA Participação: ADVOGADO Nome:
FERNANDA RAFAELLA OLIVEIRA DE CARVALHO OAB: 32766/PE
Processo: 0841845-50.2021.8.14.0301
DECISÃO- MANDADO
Requer a autora, em sede liminar, a retirada de negativação do seu nome dos cadastros de proteção ao
crédito, em virtude de débito que alega ser indevido, ao argumento de que foi contraído mediante fraude
de terceiro.
Éo relatório. Decido.
Convém frisar, de início, a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em tela, uma
vez que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos nos arts. 2º e 3º da
Lei n. 8.078/90.
Sobre a tutela em questão, passo a analisar o cabimento da medida de urgência, com base na
identificação concreta nesses autos de seus pressupostos, na conformidade com o art. 300 do CPC.
No caso em exame, não vislumbro a presença dos requisitos autorizadores para a concessão da medida
pretendida como liminar, como doravante delineio.
A situação noticiada na exordial, bem como os documentos que a instruem não são suficientes para
convencer este juízo da probabilidade do direito da requerente, considerando, principalmente, que
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os documentos juntados com a inicial, em ID-30038383, não comprovam a alegada negativação, visto que
se tratam de telas de consulta nas quais não constam os dados e informações da pessoa negativada.
Assim, em sede de cognição sumária, numa análise prima facie, não me convenci da presença dos
pressupostos necessários à concessão da tutela, notadamente, com relação à probabilidade do direito,
o qual deve ser comprovado, como dito alhures, no decorrer da instrução processual.
Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de Tutela Antecipada, uma vez ausentes os pressupostos
previstos no art. 300, do CPC.
Quanto à inversão do ônus da prova, o Código de Defesa do Consumidor, dispõe no art. 6º,VIII,que:
VIII - a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência".
No caso em exame, a relação jurídica entre as partes tem contornos de relação de consumo, eis que
presentes os requisitos objetivos e subjetivos de tal relação, o que atrai para a hipótese, a incidência do
Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Sob essa perspectiva e reputando por evidente a hipossuficiência da parte Autora no campo probante,
técnico, jurídico e informacional, inverto o ônus da prova, com fulcro no art. 6º, Inciso VIII, do Diploma
Legal retro citado.
Frise-se, entretanto, que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar os
fatos constitutivos do seu direito e para os quais não seja hipossuficiente (art. 373, I, do CPC/15).
Segundo a diretriz do STJ acerca da temática e com a qual expressamente ora anui este Juízo, reputo ser
a medida em questão, regra de instrução, oportunidade em que as partes já ficam devidamente
cientificadas de tal redistribuição desse ônus.
Mantenho a data designada para realização de audiência de tentativa de conciliação, com o conciliador,
seguida, em caso de insucesso e na mesma data, de audiência de instrução e julgamento, presidida pelo
magistrado.
Belém-Pa, 13/08/2021.
ANA SELMA DA SILVA TIMÓTEO- Juíza de direito da 12ª Vara do Juizado Especial Cível
Processo: 0839683-82.2021.8.14.0301
DECISÃO- MANDADO
Trata-se de ação cível com pedido de tutela antecipada, com vistas a compelir a ré a emitir nota fiscal de
produto comprado pelo autor e que apresentou defeito.
Alega o requerente, que comprou a peça SD1200- 4CANAIS, pelo valor de R$ 800,00, sendo que não lhe
foi fornecida nota fiscal ou comprovante de pagamento do produto.
Aduz que a peça apresentou problemas e que solicitou a troca ou a restituição do valor pago, mas não
logrou êxito.
Convém frisar, de início, a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em tela, uma vez
que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos nos arts. 2º e 3º da Lei
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n. 8.078/90.
Sobre a tutela em questão, passo a analisar o cabimento da medida de urgência, com base na
identificação concreta nesses autos de seus pressupostos, na conformidade com o art. 300 do CPC.
No caso em exame, não vislumbro a presença dos requisitos autorizadores para a concessão da medida
pretendida como liminar, como doravante delineio.
A situação noticiada na exordial, bem como os documentos que a instruem não são suficientes para
convencer este juízo da probabilidade do direito do requerente, considerando, principalmente, que não há
qualquer documento que indique a compra alegada pelo autor.
Assim, em sede de cognição sumária, numa análise prima facie, não me convenci da presença dos
pressupostos necessários à concessão da tutela, notadamente, com relação à probabilidade do direito, o
qual deve ser comprovado, como dito alhures, no decorrer da instrução processual.
Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de tutela antecipada, uma vez ausentes os pressupostos previstos
no art. 300, do CPC.
Quanto à inversão do ônus da prova, o Código de Defesa do Consumidor, dispõe no art. 6º,VIII, que:
VIII - a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência".
No caso em exame, a relação jurídica entre as partes tem contornos de relação de consumo, eis que
presentes os requisitos objetivos e subjetivos de tal relação, o que atrai para a hipótese, a incidência do
Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Sob essa perspectiva e reputando por evidente a hipossuficiência da parte Autora no campo probante,
técnico, jurídico e informacional, inverto o ônus da prova, com fulcro no art. 6º, Inciso VIII, do Diploma
Legal retro citado.
Frise-se, entretanto, que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar
os fatos constitutivos do seu direito e para os quais não seja hipossuficiente (art. 373, I, do CPC/15).
Segundo a diretriz do STJ acerca da temática e com a qual expressamente ora anui este Juízo, reputo ser
a medida em questão, regra de instrução, oportunidade em que as partes já ficam devidamente
cientificadas de tal redistribuição desse ônus.
1. Citem-se/Intime-se a parte requerida, nos termos dos arts. 18 e 19 da Lei n. 9.099/95, sob pena de
revelia. Ficando ciente de que poderá, querendo, formular todas as provas e apresentar contestação,
na audiência de instrução e julgamento supra designada.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
1. Intime-se a parte autora que deverá comparecer pessoalmente à audiência, com antecedência
mínima de 10 (dez) minutos, portando documento de identidade e com traje adequado, bem como de
que deverá apresentar, naquele ato, as testemunhas e documentos que entender necessários,
ficando ciente ainda de que a sua ausência, implicará em extinção do processo sem julgamento do
mérito, com a condenação em custas processuais (art. 51, I, § 2º da Lei n. 9.099/95).
Cumpra-se.
Processo: 0809675-25.2021.8.14.0301
DECISÃO- MANDADO
MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, proposta por RUI GUILHERME COSTA FERREIRA,
em face de BANCO DO BRASIL S.A, todos qualificados nos autos.
Requer o autor, em sede liminar, a retirada da negativação do seu nome dos cadastros de proteção ao
crédito, em virtude de débito que alega ser indevido.
Éo relatório. Decido.
Convém frisar, de início, a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em tela, uma
vez que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos nos arts. 2º e 3º da
Lei n. 8.078/90.
Sobre a tutela em questão, passo a analisar o cabimento da medida de urgência, com base na
identificação concreta nesses autos de seus pressupostos, na conformidade com o art. 300 do CPC.
No caso em exame, não vislumbro a presença dos requisitos autorizadores para a concessão da medida
pretendida como liminar, como doravante delineio.
A situação noticiada na exordial, bem como os documentos que a instruem não são suficientes para
convencer este juízo da probabilidade do direito do reclamante, considerando, principalmente, que
os documentos juntados com a inicial e na emenda de ID-26689495, não comprovam a alegada
negativação.
Assim, em sede de cognição sumária, numa análise prima facie, não me convenci da presença dos
pressupostos necessários à concessão da tutela, notadamente, com relação à probabilidade do direito,
o qual deve ser comprovado, como dito alhures, no decorrer da instrução processual.
Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de Tutela Antecipada, uma vez ausentes os pressupostos
previstos no art. 300, do CPC.
Quanto à inversão do ônus da prova, o Código de Defesa do Consumidor, dispõe no art. 6º,VIII, que:
VIII - a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência".
No caso em exame, a relação jurídica entre as partes tem contornos de relação de consumo, eis que
presentes os requisitos objetivos e subjetivos de tal relação, o que atrai para a hipótese, a incidência do
Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Sob essa perspectiva e reputando por evidente a hipossuficiência da parte Autora no campo probante,
técnico, jurídico e informacional, inverto o ônus da prova, com fulcro no art. 6º, Inciso VIII, do Diploma
Legal retro citado.
Frise-se, entretanto, que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar os
fatos constitutivos do seu direito e para os quais não seja hipossuficiente (art. 373, I, do CPC/15).
Segundo a diretriz do STJ acerca da temática e com a qual expressamente ora anui este Juízo, reputo ser
a medida em questão, regra de instrução, oportunidade em que as partes já ficam devidamente
cientificadas de tal redistribuição desse ônus.
Mantenho a data designada para realização de audiência de tentativa de conciliação, com o conciliador,
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seguida, em caso de insucesso e na mesma data, de audiência de instrução e julgamento, presidida pelo
magistrado.
SENTENÇA
Homologo o acordo celebrado entre as partes para que produza seus jurídicos e legais efeitos.
Julgo, por consequência, o processo extinto com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, III, “b” do
Código de Processo Civil.
Publique-se. Registre-se.
Juíza de Direito
Avenida Perimetral, s/n, Campus Profissional da UFPA, Guamá, BELéM - PA - CEP: 66075-750
Processo: 0834594-78.2021.8.14.0301
DECISÃO- MANDADO
Requer liminar visando a retirada de negativação do nome da parte autora nos cadastros de proteção ao
crédito, em virtude de débito que alega a parte autora ser indevido.
Éo relatório. Decido.
Convém frisar, de início, a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em tela, uma
vez que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos nos arts. 2º e 3º da
Lei n. 8.078/90.
Sobre a tutela em questão, passo a analisar o cabimento da medida de urgência, com base na
identificação concreta nesses autos de seus pressupostos, na conformidade com o art. 300 do CPC.
No caso em exame, não vislumbro a presença dos requisitos autorizadores para a concessão da medida
pretendida como liminar, como doravante delineio.
A situação noticiada na exordial, bem como os documentos que a instruem não são suficientes para
convencer este juízo da probabilidade do direito da parte Autora, considerando, principalmente, que os
documentos juntados na inicial e na emenda de ID-29836539 não comprovam a alegada negativação,
visto que se tratam de telas de consulta de site, nas quais não constam os dados e informações da pessoa
negativada.
Assim, em sede de cognição sumária, numa análise prima facie, não me convenci da presença dos
pressupostos necessários à concessão da tutela, notadamente, com relação à probabilidade do direito,
o qual deve ser comprovado, como dito alhures, no decorrer da instrução processual.
Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de Tutela Antecipada, uma vez ausentes os pressupostos
previstos no art. 300, do CPC.
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Quanto à inversão do ônus da prova, o Código de Defesa do Consumidor, dispõe no art. 6º, VIII, que:
VIII - a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência".
No caso em exame, a relação jurídica entre as partes tem contornos de relação de consumo, eis que
presentes os requisitos objetivos e subjetivos de tal relação, o que atrai para a hipótese, a incidência do
Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Sob essa perspectiva e reputando por evidente a hipossuficiência da parte Autora no campo probante,
técnico, jurídico e informacional, inverto o ônus da prova, com fulcro no art. 6º, Inciso VIII, do Diploma
Legal retro citado.
Frise-se, entretanto, que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar os
fatos constitutivos do seu direito e para os quais não seja hipossuficiente (art. 373, I, do CPC/15).
Segundo a diretriz do STJ acerca da temática e com a qual expressamente ora anui este Juízo, reputo ser
a medida em questão, regra de instrução, oportunidade em que as partes já ficam devidamente
cientificadas de tal redistribuição desse ônus.
Mantenho a data designada para realização de audiência de tentativa de conciliação, com o conciliador,
seguida, em caso de insucesso e na mesma data, de audiência de instrução e julgamento, presidida pelo
magistrado.
Proc. n. 0805968-83.2020.814.0301
SENTENÇA
Cuida-se de ação na qual o autor informa que é locatário de um veículo da demandada a fim de utilizá-lo
como motorista de aplicativo. Alega que sofreu descontos no cartão do responsável financeiro em razão
de multas de trânsito imputadas ao veículo no período da locação.
Analisados, observo que assiste razão ao autor no que se refere à falta de oportunidade por parte da ré
para que o requerente recorresse das multas de trânsito, uma vez que os documentos só foram
encaminhados ao reclamante após sua solicitação. Contudo, o órgão de trânsito envia ao proprietário do
veículo, no caso, a requerida, as notificações com o prazo para recurso, não havendo como o locatário ter
ciência. Por isso, o autor só descobriu a situação após ter parcelas descontadas no cartão de crédito.
Não se pode, aqui, adentrar da seara administrativa do órgão fiscalizador de trânsito para determinar se as
infrações ocorreram ou não e se as multas são ou não devidas. A relação tratada nos presentes autos é
exclusivamente entre o autor e a requerida.
Com efeito, entendo que novamente tem razão o reclamante ao questionar a cobrança antecipada para
pagamento de multa que ainda não foi aplicada e sequer há certeza de que será um dia. Note-se que a
cláusula reclamada pelo autor é contraditória ao descrever que descabe discussão sobre a procedência ou
não da infração junto à requerida, sendo facultado ao locatário discutir diretamente junto ao órgão de
trânsito e podendo solicitar a restituição dos valores junto à fazenda pública. De fato, a discussão não
deve ser realizada junto à ré, todavia, o pagamento antecipado não é razoável, e a previsão de solicitar a
restituição à fazenda pública é incoerente, uma vez que a cobrança foi realizada pela ré antes mesmo da
aplicação da multa e não há provas de que tenha utilizado os valores para pagar as multas em questão.
Assim, houve falha da requerida ao antecipar os valores correspondentes às infrações sem dar ciência ao
autor da existência das notificações, sem fornecer-lhe os documentos necessários ao contraditório e sem
comprovar que efetuou o pagamento das multas.
Por isso, é devida a devolução dos valores descontados, eis que o contrário resultaria em desequilíbrio
injusto do contrato, locupletando-se a ré de valores sem a devida contraprestação, haja vista que, até a
presente data, sequer pagou as referidas multas ao órgão de trânsito. A quantia despendida foi de
R$2.526,02, sendo o valor de R$1.126,88 em 21.10.2019, R$281,72 em 20.11.2019 e R$1.117,42 em
18.12.2019. É cabida a restituição em dobro, na forma do art. 42, parágrafo único do CDC, uma vez que
se trata de cobrança e pagamento indevidos, não se observando justificativa para o engano.
Por fim, quanto aos danos morais, entendo que a conduta da requerida extrapolou o mero aborrecimento,
uma vez que retirou quantia considerável do orçamento do autor, de forma inesperada e recusou-se em
resolver a situação em tempo hábil, causando transtornos e preocupações legítimas.
proporcionalidade, da capacidade econômica das partes, dos vieses punitivo e pedagógico e da vedação
ao enriquecimento sem causa, bem como a natureza da lesão sofrida. Desta forma, entendo que a quantia
de R$10.000,00 (dez mil reais) é adequada ao caso em questão.
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO para condenar a requerida a pagar
ao autor o valor de R$5.052,04, referente às cobranças indevidas, já se considerando a forma dobrada,
quantia a ser corrigida monetariamente desde o desembolso e com juros de 1% ao mês, a partir da
citação, bem como a pagar o valor de R$10.000,00 a título de indenização por danos morais, a ser
corrigido monetariamente pelo INPC e acrescido de juros de 1% ao mês, tudo a partir desta decisão.
Após a intimação para cumprimento voluntário, a ré terá o prazo de quinze dias para cumprir a obrigação
de pagar, sob pena do acréscimo determinado no art. 523, § 1º do CPC, no que for compatível com o
microssistema dos juizados especiais, isto é, a multa de 10%.
Juíza de Direito
Proc. N.0860842-52.2019.814.0301
SENTENÇA
Dispensado o relatório.
Cuida-se de ação de cobrança na qual o autor afirma que emprestou o valor de R$4.000,00 ao reclamado,
em confiança, uma vez que eram amigos à época.
Ocorre que o demandado, apesar de inciar o pagamento, não o concluiu, restando o valor de R$3.419,61,
o qual está atualizado até novembro de 2019.
Foi decretada a revelia do réu, haja vista que, citado, não compareceu à audiência designada, o que
importa em presunção de veracidade dos fatos, conforme convencimento do juiz e, nesse caso em
concreto, entendo que se refere a existência do negócio entre as partes e ao não pagamento integral,
conforme mensagens apresentadas, e testemunha ouvida em audiência, os quais não foram impugnadas
pelo demandado. Desta forma, cabível a devolução do valor restante, conforme requerido.
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a demanda para condenar o reclamado a pagar ao autor o valor
de R$3.419,61 (três mil quatrocentos e dezenove reais e sessenta e um reais), que deverá ser corrigido
pelo INPC desde novembro de 2019 e acrescido de juros de 1% ao mês a partir da citação.
Após a intimação para cumprimento voluntário, o réu terá o prazo de quinze dias para cumprir esta
decisão, sob pena do acréscimo determinado no art. 523, § 1º do CPC, no que for compatível com o
microssistema dos juizados especiais, isto é, a multa de 10%.
Juíza de Direito
Proc. n. 0828172-24.2020.814.0301
SENTENÇA
Dispensado o relatório.
Trata-se de ação de declaração de inexistência de débito e indenização por danos morais em que a
reclamante afirma que teve seu nome inscrito em cadastros de inadimplentes pela reclamada, mas que
desconhece qualquer dívida contraída com a ré.
No mérito, verifico que a reclamada comprovou que a dívida foi adquirida por cessão de crédito, todavia, o
reclamante refere ausência de comprovação da cessão, bem como de que tenha sido notificada. No que
se refere a existência da dívida, verifico que restou devidamente demonstrada de que se trata de débito
oriundo de cartão de crédito Marisa, conforme documentação apresentada. Quanto à cessão específica do
crédito, também está comprovado, de acordo com documento do ID 27558041, estando listado o nome da
reclamante.
Todavia, no tocante notificação, observo que a ré não demonstrou, conforme prevê o art. 290 do Código
Civil, uma vez que as correspondências não tem comprovação de recebimento. Deste modo, no ato da
inscrição em cadastros de inadimplentes, a cessão não possuía eficácia em relação ao devedor. Por isso,
entendo que houve erro formal da reclamada ao proceder a inscrição negativa, sem a prévia ciência da
dívida ao reclamante. Neste sentido:
03/10/2012, Décima Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 10/10/2012)
Ressalto que a ausência de notificação não invalida a cessão de crédito, todavia, esta não produziu efeitos
enquanto o devedor não foi notificado. Não produzindo efeitos, carece de exigibilidade e, portanto, não
poderia ter ocorrido a inscrição em cadastro negativo. Tal exigência tem o fim de evitar a cobrança
indevida, uma vez que a cessionária só possui a informação da cedente acerca da legitimidade da dívida.
Contudo, não sabe se o devedor contesta a retidão da cobrança em juízo ou fora dele, o que somente
poderia vir à lume se tomasse ciência da cessão do crédito.
No que se refere aos danos morais, ressalto que a autora possuía outras inscrições no momento em que a
da reclamada foi realizada. Deste modo, há que se aplicar a súmula 385 do STJ, deferindo apenas o
pedido de exclusão do apontamento, por erro formal, contudo, sem a ocorrência de abalo de crédito que
implique em indenização extrapatrimonial.
Após a intimação para cumprimento voluntário, a ré terá o prazo de quinze dias para cumprir a obrigação
de pagar, sob pena do acréscimo determinado no art. 523, § 1º do CPC, no que for compatível com o
microssistema dos juizados especiais, isto é, a multa de 10%.
SENTENÇA
Verifico que se trata de alegação de consumo fora da média, em que o reclamante afirma que recebeu
faturas fora de seu consumo normal requerendo a inexistência dos débitos referentes a agosto, setembro
e novembro de 2019 e março de 2020.
Analisados, observo que se trata de relação de consumo, cabível a inversão do ônus da prova. Deste
modo, caberia à ré demonstrar a legitimidade das cobranças. Afirma a demandada que a fatura do mês de
agosto de 2019, no valor de R$1.212,35 se deve ao acúmulo de consumo de meses anteriores e que, em
razão das regras dispostas na Resolução 414/2010 da Aneel, ficaram limitadas a apenas três meses, os
de abril, maio e junho de 2019. Contudo, não apresentou os parâmetros utilizados para o cálculo, na
medida em que não há registro de consumo na maior parte do tempo. Conforme se verifica em algumas
faturas juntadas pela autora, do ano de 2018, o consumo não está sendo registrado mês a mês, pelo que
a requerida tem feito a cobrança de acúmulos diversas vezes. Ademais, se o acúmulo é parcelado, não
pode ser cobrado de uma única vez na fatura 08/2019 e depois apresentado em parcelas nas faturas
seguintes, pois haveria pagamento dúplice. As outras faturas, segundo a requerida, se referem ao
consumo real da autora, com leituras confirmadas. Mas não apresentou nenhuma comprovação de tais
leituras, sequer o histórico de consumo. Ressalte-se, novamente, que os outros meses apresentam
consumo zero, não podendo a ré afirmar que as cobranças estão condizentes com o consumo real,
podendo se tratar novamente de acúmulos de consumo, sem o devido cálculo.
Desta forma, devem ser consideradas indevidas as faturas contestadas, sendo substituídas por outras,
cobrando apenas o custo de disponibilidade e as demais taxas e impostos, uma vez que a ré deixou de
apresentar as provas que estavam ao seu alcance, bem como os parâmetros utilizados em seu cálculo.
No que se refere ao medidor, defiro o pedido da autora de substituição, haja vista que a ausência de
aferição de consumo demonstra que apresenta vício, sendo sua permanência motivo para continuidade do
problema observado nas faturas mensais da autora.
Por fim, quanto ao dano moral, não observo à espécie, uma vez que não houve inscrição indevida,
suspensão do serviço, etc. A cobrança não é de todo indevida, haja vista que, de fato, houve consumo não
medido. Contudo, é declarada a inexistência do débito pela falta de observação das regras de cálculo e de
demonstração nos presentes autos. Desta forma, entendo que a situação narrada não é suficiente a
causar violação aos atributos de personalidade, sendo indevida a indenização.
Ante exposto, JULGO PARCIALMENTE procedente o pedido para confirmar a tutela de urgência e: 1)
determinar a reforma das faturas da conta contrato n. 1954741 dos meses de referência 08/2019, 09/2019,
11/2019 e 03/2020 para a cobrança apenas do custo de disponibilidade, além das demais taxas e
impostos; 2) determinar a troca do medidor da referida conta, na forma da fundamentação.
Juíza de Direito
726
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ATO ORDINATÓRIO: Passo a intimar a parte contrária para, querendo, apresentar manifestação, no
prazo legal
ATO ORINATÓRIO: Passo a intimar o exequente para conhecimento dos extratos das subcontas
vinculadas ao processo, ressaltando que não constam valores a serem recebidos. Prazo de 10 dias para
manifestação. Belém, 15/08/2021, Danielle Pinho - 2ªVJEC.
Vistos, etc
Homologo por sentença o acordo celebrado entre as partes para que tenha força de título executivo
judicial, nos termos do art. 57 da lei 9099/95.
Havendo deposito Judicial, autorizo, desde já, a expedição do Alvará, com as cautelas de estilo.
Belém, 12/08/2021
Processo: 0800430-48.2016.8.14.0306
Insurge, o embargante, contra decisão que determinou o desconto mensal de R$ 1.025,99 em seus
subsídios, sob fundamento de impenhorabilidade desses subsídios.
A embargada, por sua vez, se manifestou pela manutenção da penhora para satisfação do débito, e que
os descontos de nenhuma forma afetam a subsistência do embargante.
Passo a decidir.
Os demais descontos que se observam nos contracheques dizem respeito a obrigações voluntariamente
assumidas pelo embargante, como empréstimos firmados junto a instituições bancárias, e que não devem
ser impedimento para que o embargante cumpra sua obrigações com terceiros (como o exequente da
presente ação), até porque o embargante recebeu a totalidade do valor dos empréstimos, que passam a
integrar seu patrimônio, e, de acordo com o art. Art. 789 do CPC, o devedor responde com todos os seus
bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações.
Assim, considerando que salários (e equivalentes) acima de R$ 10.000,00 são a exceção e nosso país,
onde a grande maioria das pessoas trabalha cerca de oito horas por dia – ou até mais – para receber
muito menos do que isso, não nos parece razoável a alegação do embargante de que a penhora poderia
afetar a sua subsistência.
Não custa lembrar que o débito decorre de uma viagem de lazer realizada pelo embargante, que pagou
pacote turístico com os cheques sem fundos que fazem parte da presente ação. Ora, se podia realizar
viagens de turismo e lazer com seus subsídios, também pode o embargante saldar a dívida decorrente
dessa viagem com esses mesmos subsídios.
Importa destacar que os descontos de R$ 1.029,22 equivalem a cerca de 10% do subsídio líquido de R$
10.102,97 que o embargante tem direito a receber.
Nesse sentido:
----
“VOTO Nº 30674 AGRAVO DE INSTRUMENTO. Execução de título extrajudicial (mútuo entre particulares
assinado por duas testemunhas). Pretensão de penhora parcial de salário. Inadmissibilidade, como regra,
da penhora de verbas alimentares (art. 833, inc. IV, do NCPC). Possibilidade de flexibilização da regra
geral da impenhorabilidade, além das exceções legais (art. 833, § 2º, do NCPC), desde que viável a
constrição, respeitada a dignidade do devedor e sua família, conforme precedente da Corte Especial do C.
STJ (Embargos de Divergência em REsp nº 1.582.475-MG, DJe 16/10/2018, Rel. Min. Benedito
Gonçalves). Possibilidade de penhora do percentual de até de 30% da remuneração/aposentadoria, que
não é baliza fixa. Relativização da impenhorabilidade. Análise pragmática e pontual. Dívida oriunda de
empréstimo para abertura de restaurante. Agravado que se retirou do negócio, deixou de pagar as
parcelas mensais do empréstimo e atualmente é chefe de cozinha contratado em empresa hoteleira,
auferindo renda média líquida de R$ 10.000,00 mensais. Penhora sobre 10% da remuneração líquida que
não irá violar a sua dignidade ou de sua família. Manutenção do padrão médio de vida. Decisão agravada
reformada para deferir a penhora. Recurso provido.
-----
Importa ainda ressaltar que os descontos de R$ 1.029,22 já vêm sendo realizados há 7 meses, e constam
inclusive do contracheque do embargante, o que faz presumir já eram de conhecimento do embargante.
Porém, durante todo esse período ele não ofereceu oposição à medida. Portanto, é de se presumir que os
valores não afetaram de sobremaneira sua subsistência, até porque dizem respeito a apenas 10% (dez
729
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Além disso, o embargante não trouxe nenhuma prova documental a atestar que a penhorabilidade do
subsídio tenha afetado o seu mínimo existencial.
Ante o exposto, recebo os embargos porque tempestivos, mas julgo-os improcedentes, determinando a
manutenção dos descontos até a satisfação da dívida.
Intime-se.
Após o trânsito em julgado, expeça-se alvará em favor da exequente para levantamento da quantia
disponível em subconta judicial.
Fica ainda autorizado o levantamento das parcelas vincendas que sejam depositadas, que nos exatos
termos do ID 24387801 - Pág. 18.
Juiz de Direito
ms
Vistos etc.
Analisando tudo que nos autos consta, observa-se que a parte executada ofereceu embargos a
execução que, por certo, merecem ser extintos, de ofício, porque não garantido o juízo pela penhora,
requisito de procedibilidade expressamente previsto no art. 53, § 1º, da Lei nº 9.099/95 c/c Enunciado 117
do FONAJE: “é obrigatória a segurança do Juízo pela penhora para apresentação de embargos à
execução de título judicial ou extrajudicial perante o Juizado Especial. Sobre o tema:
RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71007452105, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 22/02/2018)
Intime-se a parte exequente para que atualize o débito objeto do presente processo e após retornem
conclusos para bloqueio.
Não há que se falar em suspensão da presente execução, haja vista que os débitos objeto da presente
ação foram originados dentro do período em que a parte executada se configura como proprietária do
imóvel. Além do mais, somente em ABRIL/2021 a CEF passou a realizar as etapas de retomada do bem
(Num. 27465814), estando, dessa feita, até a referida data com a parte executada.
Juiz de Direito
RG
R. Hoje,
Intimem-se as partes.
Belém, 12/08/2021
Juiz de Direito
RG
CONSORCIOS LTDA. Participação: ADVOGADO Nome: PEDRO ROBERTO ROMAO OAB: 209551/SP
R.Hoje,
Considerando o que consta na certidão de evento 29457536 - Certidão, informando que já houve
pagamento ao exequente quanto a obrigação, bem como foi localizado valor em subconta judicial
originada pelo Banco reclamado, autorizo a expedição do alvará competente, com as cautelas de estilo.
Belém, 11/08/2021
Juiz de Direito
R.G.
PROCESSO Nº 0862104-03.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo se encontra paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte Exequente
promovesse as diligências necessárias a seu cargo.
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
Autos nº 0810888-66.2021.8.14.0301
SENTENÇA
RELATÓRIO
É o relatório. Decido.
FUNDAMENTAÇÃO
Patente a legitimidade passiva da reclamada, haja vista que o reclamante efetuou o pagamento
da passagem aérea diretamente a reclamada. Além disso, a solicitação de ressarcimento foi intermediada
pela reclamada. Assim, tendo a reclamada atuado diretamente na cadeia de fornecimento do serviço, deve
ser afastada a ilegitimidade e a necessidade de formação de litisconsórcio passivo necessário com a
empresa aérea, a qual, se for do interesse da reclamada, poderá ser demandada posteriormente e
regressivamente.
Do mérito
733
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Após a análise do conjunto probatório e diante das normas do CDC (Código de Defesa do Consumidor)
adianto que a reclamação é parcialmente procedente como fundamentação a seguir.
Trata-se de relação de natureza consumerista, regida pelo Código de Defesa do Consumidor (Artigo 14 do
CDC), bem como pela Lei n° 14.046/2020 (Dispõe sobre medidas emergenciais para atenuar os efeitos da
crise decorrente da pandemia da covid-19 nos setores de turismo e de cultura).
No caso concreto, é inconteste que o voo contratado não foi utilizado pelo reclamante em decorrência da
pandemia COVID-19, conforme prova documental carreadas aos autos.
A prova documental atesta que a reclamante requereu a devolução perante a reclamada, sendo que foi
negado o ressarcimento do valor pago. Além disso, ficou comprovado que a reclamada não ofereceu a
remarcação do serviço e nem a disponibilização do crédito para uso posterior, conforme se verifica da
contestação apresentada de forma vaga e genérica.
Contudo, descabida a alegação de dano moral com base na falta de devolução do valor pago, ainda mais
que foi impedida de viajar em decorrência da pandemia COVID-19, sendo que o reclamante não
comprovou situação excepcional ensejadora de abalo moral.
O pedido deve ser analisado com fundamento na Lei n° 14.046/2020 (Dispõe sobre medidas emergenciais
para atenuar os efeitos da crise decorrente da pandemia da covid-19 nos setores de turismo e de cultura).
Conforme análise probatória, o serviço de transporte não foi usufruído por caso fortuito/força maior
(pandemia Covid-19), sendo que a parte reclamada não ofereceu a remarcação do serviço e nem a
disponibilização do crédito para uso posterior pela reclamante.
Assim sendo, é cabível o ressarcimento integral diante do descumprimento do artigo 2º, incisos I e II da lei
supracitada pela parte reclamada.
Nesse sentido, vale citar o seguinte acórdão recente da Terceira Turma Recursal do TJDFT:
1. Não padece de falta de dialeticidade o recurso que manifesta inconformidade com a decisão proferida
na sentença e aponta necessidade de valoração distinta do conteúdo (argumentativo) existente nos autos
como fundamento da reforma da sentença. PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE
REJEITADA.
2. A relação jurídica entre as partes é de consumo, regida pelo Código de Defesa do Consumidor, eis que
a requerida, como agência de viagem, enquadra-se no art. 3º do referido diploma legal, enquanto o autor,
evidente consumidor, é o tomador da prestação como usuário final, nos termos do art. 2º do aludido texto.
aquela também compõe a cadeia de consumo, pois viabiliza, por intermédio de sua plataforma digital, a
celebração do negócio, motivo pelo qual pode ser responsabilizada pelo desfazimento dele. PRELIMINAR
DE ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA.
4. O art. 2º, caput e inciso II, da Lei nº 14.046/2020, dispõe que, “na hipótese de adiamento ou de
cancelamento de serviços, de reservas e de eventos, incluídos shows e espetáculos, em razão do estado
de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia da Covid-19, o
prestador de serviços ou a sociedade empresária não serão obrigados a reembolsar os valores pagos pelo
consumidor, desde que assegurem [...] a disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de
outros serviços, reservas e eventos disponíveis nas respectivas empresas”.
5. Na origem, o autor realizou três reservas de hotel na Argentina por meio do site Decolar para viagem
em abril de 2020. Diante da pandemia, achou por bem cancelar as reservas e ajuizou esta ação diante da
perda integral do valor pago. A sentença julgou parcialmente procedentes os pedidos e condenou a
requerida a devolver o valor de R$ 7.638,21 e ainda a ressarcir a quantia de R$ 1.469,08, correspondente
à dobra do indevidamente cobrado.
6. Em razão do estado de calamidade pública por conta da pandemia da Covid-19, o prestador de serviço
ou a sociedade empresária restituirá o valor recebido somente se não for possível a remarcação ou a
disponibilização de crédito (art. 2º, § 6º, Lei nº 14.046/2020).
7. No caso sub judice, em decorrência das três reservas de hotel, o valor despendido pelo autor foi de R$
8.040,23 (ID 21438179 a 21438184). A própria requerida pugna pela disponibilização do crédito, sendo
este um dos pedidos subsidiários do autor. Logo, a melhor solução que se afigura é determinar tal
providência.
Para reformar a sentença e julgar improcedente o pedido principal e procedente o pedido subsidiário, na
forma do art. 2º, inciso II, da Lei nº 14.046/2020, e disponibilizar, a favor do autor, o crédito no valor de R$
8.040,23 (oito mil, quarenta reais e vinte e três centavos), no prazo de 30 (trinta dias) a contar do trânsito
em julgado da sentença. Descumprida a ordem, converta-se em perdas e danos a obrigação de fazer, pelo
mesmo valor do crédito a ser disponibilizado.
10. Sem custas adicionais e honorários advocatícios ante a ausência de recorrente vencido.
ACÓRDÃO
Acordam os Senhores Juízes da Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, ASIEL HENRIQUE DE SOUSA - Relator,
FERNANDO ANTONIO TAVERNARD LIMA - 1º Vogal e CARLOS ALBERTO MARTINS FILHO - 2º Vogal,
sob a Presidência do Senhor Juiz CARLOS ALBERTO MARTINS FILHO, em proferir a seguinte decisão:
CONHECIDO. PRELIMINARES REJEITADAS. PROVIDO.
UNÂNIME., de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasília (DF), 24 de Fevereiro de
2021 Juiz ASIEL HENRIQUE DE SOUSA Relator
(Órgão Terceira Turma Recursal DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO DISTRITO FEDERAL Processo N.
RECURSO INOMINADO CÍVEL 0724325-80.2020.8.07.0016 RECORRENTE(S) DECOLAR. COM LTDA.
RECORRIDO(S) MAURO VINICIUS MACHADO CHICARINO Relator Juiz ASIEL HENRIQUE DE SOUSA
Acórdão Nº 1319960)
735
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No caso em análise, conforme análise das provas acima, temos que a parte reclamante não
comprovou a situação excepcional ensejadora de abalo moral indenizável, sendo que operado apenas um
aborrecimento/desconforto não suscetível de indenização.
Além disso, no caso em comento, temos a ocorrência de caso fortuito/força maior, o que afasta a
responsabilidade da reclamada por dano moral já que não verificada a ocorrência de má-fé, conforme,
inclusive, está disposto na Lei n° 14.046/2020: “Art. 5º Eventuais cancelamentos ou adiamentos dos
contratos de natureza consumerista regidos por esta Lei caracterizam hipótese de caso fortuito ou de força
maior, e não são cabíveis reparação por danos morais, aplicação de multas ou imposição das penalidades
previstas no art. 56 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 , ressalvadas as situações previstas no §
7º do art. 2º e no § 1º do art. 4º desta Lei, desde que caracterizada má-fé do prestador de serviço ou da
sociedade empresária.
DISPOSITIVO
POSTO ISSO, com fulcro nos artigos 487, inciso I, do Código de Processo Civil Pátrio:
b) JULGO PROCEDENTE o pedido de dano material para CONDENAR a parte reclamada 123
VIAGENS E TURISMO LTDA a restituir o valor de R$ 1.243,64 (um mil duzentos e quarenta e três reais e
sessenta e quatro centavos), devendo ser acrescida a correção monetária pelo INPC do IBGE desde a
data do pagamento do serviço, mais os juros de mora, a partir da citação, de 1% (um por cento) ao mês.
DISPOSIÇÕES FINAIS
ATO ORDINATÓRIO: Considerando o teor da Certidão do Sr. Oficial de Justiça sob o ID 30780427, sem
que tenha sido possível a entrega do mandado de citação/intimação por falta de localização da(o)
promovida(o), passo a intimar o autor/exequente para se manifestar, indicando o atual endereço ou
requerer o que entender de direito, no prazo de 15 dias úteis. Belém, 16/08/2021, Danielle Pinho - Analista
do 2VJEC
ATO ORDINATÓRIO: Considerando o teor da Certidão do Sr. Oficial de Justiça sob o ID 30857889, sem
que tenha sido possível a entrega do mandado de citação/intimação por falta de localização da(o)
promovida(o), passo a intimar o autor/exequente para se manifestar, indicando o atual endereço ou
requerer o que entender de direito, no prazo de 15 dias úteis. Belém, 16/08/2021, Danielle Pinho - Analista
do 2VJEC
Processo: 0845800-89.2021.8.14.0301
Sentença
Informa a parte autora, em síntese, ter se surpreendido com um depósito realizado em sua conta, que
posteriormente tomou conhecimento ser de um suposto empréstimo realizado junto ao banco reclamado.
Afirma que nunca contratou o referido empréstimo. Narra que, ao procurar o banco, recebeu cópia do
contrato, e que a assinatura do contrato não é sua. Pediu, em antecipação de tutela, a suspensão dos
descontos do suposto empréstimo em seus benefícios.amento de improcedência.
Éo breve relatório.
Conforme dispõe o artigo 3º, caput, da Lei Federal nº 9.099/95, o Juizado Especial Cível tem competência
para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade.
No caso em comento, a elucidação dos fatos exige exame acerca da assinatura do contrato que teria dado
origem ao empréstimo, de forma que seja esclarecido se a assinatura aposta no contrato é – ou não – do
reclamante.
competência dos juizados especiais para apreciar e julgar a demanda sobre ele existente.
Por outro lado, existindo dúvida, e havendo necessidade de exame pericial para esclarecer-se se a
assinatura é legítima, falece a competência dos juizados especiais ante a complexidade da causa, que se
torna complexa do ponto de vista de produção probatória.
No caso em comento, a elucidação do caso depende de perícia complexa (exame pericial), uma vez que
não é possível, ao leigo, afirmar que as assinaturas apresentadas no contrato juntado com a inicial sejam
falsas.
A necessidade desse tipo de perícia torna a matéria complexa, sob o aspecto do procedimento a ser
adotado, de modo que escapa à competência dos Juizados Especiais Cíveis.
Nesse sentido:
Desta forma, fica afetada a competência desta justiça especializada e, nos termos do artigo 51, inciso II,
da Lei Federal nº 9.099/95, impõe-se a extinção do processo.
Ante o exposto, reconheço a incompetência deste juizado para apreciação da presente ação diante da
complexidade da matéria, e declaro a extinção do processo sem julgamento do mérito nos termos do
art. 51, II, da lei 9099/95.
Juiz de Direito
ms
PROCESSO Nº 0880304-58.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo, encontra-se paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte
Exequente promovesse as diligências necessárias a seu cargo.
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
PODER JUDICIÁRIO
ATO ORDINATÓRIO
Em atenção ao ID: 31561843 - Certidão, através deste ato, intimo as partes e advogados constituídos, da
designação de AUDIÊNCIA CONCILIAÇÃO EM EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL PARA O DIA
11 DE NOVEMBRO DE 2021, ÀS 10HS30MIN.
PROCESSO: 0822216-32.2017.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO Nº 0818916-91.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo, encontra-se paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte
Exequente promovesse as diligências necessárias a seu cargo.
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
Vistos, etc...
Homologo por sentença o acordo celebrado entre as partes para que tenha força de título executivo
judicial, nos termos do art. 57 da lei 9099/95.
Belém, 16/08/2021
Juiz de Direito
R.G.
Vistos os autos.
Os embargos de declaração têm cabimento quando na decisão há omissão, contradição ou quando ela
puder gerar dúvidas.
No caso em comento, não vislumbro quaisquer dessas hipótese. No que concerne aos valores a título de
IPTU, a decisão foi proferida de acordo com o pedido inicial e conforme os valores veiculados nos autos.
Caso haja alguma discordância com o julgamento, poderá a parte manejar o recurso adequado para a
rediscussão do mérito, sendo que esse recurso não é o de embargos de declaração.
Destaco que a expedição de qualquer alvará para levantamento de valores determinados em sentença
depende de pedido que poderá ser realizado após o trânsito em julgado da sentença.
No mesmo sentido, não há qualquer omissão em relação às astreíntes, uma vez foi dedicado tópico a elas
específico na sentença (tópico 3.2.), sendo que a decisão é clara ao esclarecer que o valor da eventual
multa deverá ser apurado na fase de cumprimento de sentença.
Considerando que ao magistrado é vedada a alteração da decisão após a prolatação, e que o recurso
apresentado pretende a rediscussão das questões já examinadas com profundidade na sentença, o
742
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nesse sentido:
Isto posto, e tendo em vista que o embargo de declaração não é recurso apropriado para rediscussão de
mérito da decisão, recebo os embargos, porque tempestivos, mas julgo-os improcedentes.
Intime-se.
ATO ORDINATÓRIO: Considerando o teor da Certidão do Sr. Oficial de Justiça sob o ID 30689867, sem
que tenha sido possível a entrega do mandado de intimação por falta de localização da(o) promovida(o),
passo a intimar o autor/exequente para se manifestar, indicando o atual endereço ou requerer o que
entender de direito, no prazo de 15 dias úteis. Belém, 16/08/2021, Danielle Pinho - Analista do 2VJEC
PODER JUDICIÁRIO
743
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo: 0854945-43.2019.8.14.0301
Sentença
Relatório:
Alega o reclamante, em síntese, que é cadeirante, e que em um dia, no mês de 12/2018, por volta das
10:30h, embarcou em um ônibus da empresa reclamada, de número BD – 54603, com o objetivo de
chegar a uma agência bancária no bairro da Pedreira. Afirma que, ao embarcar, o elevador da cadeira de
rodas funcionou normalmente. Afirma ainda que, no momento do desembarque, o motorista acionou o
elevador, que subiu corretamente. Contudo, após a reclamante se posicionar em sua cadeira de rodas, o
elevador não teria descido mais. Sustenta que, então, o motorista do ônibus sugeriu de irem até o final da
linha para que um mecânico consertasse o elevador, sendo que a linha terminava em bairro distante do
destino da reclamante. Alega que todo o procedimento durou cerca de 2 horas e 30 minutos. Alega ainda
que, em razão do ocorrido, não conseguiu chegar à agência bancária. Narrou também que dos três cintos
de segurança que deveriam ser obrigatórios no ônibus, apenas um estava presente, em e mesmo assim
não possuía atracação, o que obrigou a reclamante a amarrar o cinto.
A reclamada, por seu turno, contestou a ação alegando que não recebeu nenhuma comunicação acerca
das ocorrências descritas na inicial. Argumenta que não foram apresentadas provas das supostas
ocorrências. Aduz que as imagens juntadas aos autos seriam de 2 veículos diferentes, de números de
ordem BD-54603 e BD-54612. Aduz ainda que o vídeo juntado aos autos seria inconclusivo, além de ser
do veículo BD-54612, que, segundo a inicial, não tem relação com o caso. Afirma ainda que, de acordo
com os horários narrados na inicial, não haveria impedimentos para a reclamante ter chegado à agência
bancária. Pediu, ao final, o julgamento de improcedência da ação.
Passo ao mérito.
Prevê a lei 9099/95, em seu artigo 32, que Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não
especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes. E ainda, o art.
373, I, do CPC prevê que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
Ocorre que, no presente caso, os elementos probatórios carreados aos autos não dão sustentação às
alegações da parte autora.
Importa destacar que a inversão do ônus da prova só é aplicável quando o consumidor não tem meios
acessíveis para produção de sua prova. Mas entendo que esse não é o caso na presente ação.
744
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Vejamos:
No que concerne ao funcionamento do elevador, foram juntadas algumas fotografias aos autos. Contudo,
as fotografias não esclarecem se o aparelho estava – ou não – funcionando. Considerando que a
reclamante estava de posse de seu aparelho celular, entendo que não haveria maiores dificuldades de se
demonstrar a falha do aparelho, por exemplo, através de filmagens.
Aliás, houve juntada aos autos de uma filmagem realizada com aparelho celular. Ocorre que o ônibus
filmado tem numeração BD-54612, e não é aquele que a reclamante afirma ter utilizado, de numeração
BD-54603. Ademais, a filmagem também não informa sobre o funcionamento do elevador. Por fim, a
própria reclamante informou, em audiência, que a filmagem não é do dia dos fatos narrados na inicial,
informando na ocasião que pretendia demonstrar que o problema era recorrente.
Cumpre destacar, ainda, que o relato inicial narra que os fatos teriam ocorrido em um dia do mês de
12/2018. A ação, todavia, só foi proposta em 21/10/2019, o que torna aplicável, na hipótese, a inversão do
ônus da prova, já que não haveria como a empresa demonstrar as condições que o veículo possuía quase
um ano antes da propositura.
Assim, diante do que foi trazido aos autos e do que dispõe a legislação acerca da distribuição do ônus da
prova, o julgamento de improcedência da ação é medida que se impõe.
Dispositivo:
Ante o exposto, e de acordo com tudo mais que consta dos autos, julgo improcedente o pedido inicial.
ms
RICARDO NASSER SEFER OAB: 14800/PA Participação: EXECUTADO Nome: NELSON KATAOKA
OYAMA FILHO Participação: ADVOGADO Nome: RAISSA PONTES GUIMARAES OAB: 26576/PA
Participação: ADVOGADO Nome: BRENDA LUANA VIANA RIBEIRO OAB: 20739/PA Participação:
ADVOGADO Nome: FELIPE JALES RODRIGUES OAB: 23230/PA Participação: ADVOGADO Nome:
RODRIGO COSTA LOBATO OAB: 20167/PA Participação: ADVOGADO Nome: RICARDO NASSER
SEFER OAB: 14800/PA Participação: EXECUTADO Nome: ROBERTO KATAOKA OYAMA FILHO
Participação: ADVOGADO Nome: RAISSA PONTES GUIMARAES OAB: 26576/PA Participação:
ADVOGADO Nome: BRENDA LUANA VIANA RIBEIRO OAB: 20739/PA Participação: ADVOGADO Nome:
FELIPE JALES RODRIGUES OAB: 23230/PA Participação: ADVOGADO Nome: RODRIGO COSTA
LOBATO OAB: 20167/PA Participação: ADVOGADO Nome: RICARDO NASSER SEFER OAB: 14800/PA
Participação: EXECUTADO Nome: META EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA Participação:
EXECUTADO Nome: CKOM ENGENHARIA LTDA
PROCESSO Nº 0802608-48.2017.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo, encontra-se paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte
Exequente promovesse as diligências necessárias a seu cargo.
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
PROCESSO Nº 0045418-27.2015.8.14.0306
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo se encontra paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte Exequente
promovesse as diligências necessárias a seu cargo.
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
Juiz de Direito
R.G.
R. Hoje,
Considerando o pagamento do valor integral da obrigação, intime-se a parte exequente para requerer o
que lhe couber.
Belém, 11/08/2021
Juiz de Direito
R.G.
PROCESSO Nº 0811160-94.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo, encontra-se paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte
748
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
Juiz de Direito
R.G.
R; Hoje,
Belém, 11/08/2021
Juiz de Direito
749
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
R.G.
0837179-74.2019.8.14.0301
Vistos.
Decido:
Compulsando a sentença homologatória, verifico que não cabe razão à embargante, já que a decisão
simplesmente homologou o acordo firmado livremente entre as partes.
A petição da embargante não aponta qualquer falha na decisão proferida pelo juízo. Na verdade, o que
pretende a embargante é a alteração das condições do acordo, inclusive com alteração de parcelas que
integram o acordo, o que de forma alguma pode ser feito através de embargos de declaração.
Ressalto que o acordo foi revisado e assinado pela embargante e pela sua contraparte em audiência, onde
as condições da avença foram discutidas e transcritas em termo, que foi devidamente revisado e assinado
por todos os interessados. Se a embargante pretendia acrescentar ou excluir qualquer valor do acordo,
deveria tê-lo feito naquela ocasião. Com efeito, não poderia o juízo agora interferir no acordo e alterar os
direitos de quaisquer dos acordantes.
Esclareço, todavia, que em que pese o acordo ser válido e exigível, nada impede que as partes venham
futuramente a firmar novo acordo em substituição àquele que consta dos autos.
Ante o exposto, tendo em vista que a decisão embargada não apresenta qualquer omissão ou
obscuridade, recebo os embargos, mas julgo-os improcedentes, mantendo a decisão embargada em
todos os seus termos.
Intime-se
ms
750
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO: 0838645-40.2018.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO: 0801730-26.2017.8.14.0301
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO Nº 0826627-84.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo, encontra-se paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte
Exequente promovesse as diligências necessárias a seu cargo.
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
Belém, 12/08/2021
Processo nº 0846522-26.2021.8.14.0301
Sentença
Alega o autor, em síntese, teve seu nome pelo SPC Serasa no dia 01/04/2021, por supostas dívidas junto
ao Banco Itaú, ora réu, sendo uma delas no valor de R$ 105.813,88. Pediu, na presente ação, a
declaração de inexistência dos débitos.
Éo breve relatório.
Decido.
Conforme dispõe o artigo 3º do referido diploma legal, o Juizado Especial Cível tem competência para
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, e, conforme seu inciso I, -
as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário-mínimo vigente.
De acordo com o art. 292 do Código de Processo Civil/2015, “O valor da causa constará da petição inicial
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ou da reconvenção e será: [...] II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;”
Verifico que a presente ação tem como questionamento cobranças nos valores de R$ 14.090,14, R$
105.813, 88 e R$ 8.794,38.
Estamos diante de situação na qual o valor da causa não pode ser definido aleatoriamente, mas deve ser
especificamente o valor da dívida que se pretende desconstituir, conforme o já citado art. 292, II, do CPC.
Isto porque eventual decisão sobre a validade da dívida acabará por afetar a pretensão econômica da
outra contratante no valor total da suposta dívida.
Acerca desse tema, temos do enunciado 39 do FONAJE, “Em observância ao art. 2º da Lei 9.099/1995, o
valor da causa corresponderá à pretensão econômica objeto do pedido.”
No caso em comento, os valores discutidos superam em muito o teto dos juizados especiais.
Ante o exposto, e tendo em vista os impedimentos para o prosseguimento da ação neste juizado especial,
declaro a extinção da presente ação sem apreciação do mérito, na forma dos art. 51, inciso II, da
Lei Federal nº 9.099/95.
Belém, 16/08/2020
Juiz de Direito
ac/ms
LIMA OAB: 9432/PA Participação: ADVOGADO Nome: PATRICIA LIA ARAUJO DE MACEDO OAB:
24471/PA Participação: ADVOGADO Nome: JOSE AUGUSTO FREIRE FIGUEIREDO OAB: 6557/PA
Participação: ADVOGADO Nome: SABRINA SOUZA DO NASCIMENTO MAIA OAB: 25707/PA
Participação: EXECUTADO Nome: RUBENS CHARLES CORREA DE OLIVEIRA Participação:
EXECUTADO Nome: GEISA MONIQUE DUARTE DE SOUZA Participação: EXECUTADO Nome: ELIAS
GOMES DE SOUZA Participação: EXECUTADO Nome: MARIA DO SOCORRO DUARTE DE SOUZA
ATO ORDINATÓRIO: Passo a intimar a exequente para que se manifeste, no prazo de 10 dias, sobre o
teor da certidão de ID 30736011, a qual informa o falecimento do executado ELIAS GOMES DE SOUZA.
Belém, 16/08/2021, Danielle Pinho - 2ªVJEC.
PODER JUDICIÁRIO
ATO ORDINATÓRIO
Em atenção ao ID: 30402670, através deste ato, intimo as partes e advogados constituídos, da designação
de AUDIÊNCIA CONCILIAÇÃO EM EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL PARA O DIA 10 DE
NOVEMBRO DE 2021, ÀS 10HS30MIN.
PROCESSO Nº 0826746-40.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Dispenso o relatório.
Decido.
Verifica-se que o processo se encontra paralisado por mais de 30 (trinta) dias, sem que a parte Exequente
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dispõe o art. 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação. Nesse sentido:
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485,
III do CPC.
Isento a parte das custas, despesas processuais e honorários de sucumbência, em virtude da gratuidade
do primeiro grau de jurisdição nos Juizados Especiais (arts. 54 e 55, da Lei n.º 9099/95).
Juiz de Direito
R.G.
ATO ORDINATÓRIO: Passo a intimar a exequente para que se manifeste, no prazo de 10 dias, sobre o
teor da certidão de ID 30736011, a qual informa o falecimento do executado ELIAS GOMES DE SOUZA.
Belém, 16/08/2021, Danielle Pinho - 2ªVJEC.
MIRANDA DA SILVA registrado(a) civilmente como JOAO MIGUEL MIRANDA DA SILVA Participação:
ADVOGADO Nome: ADONAI EBER RODRIGUES LEITAO OAB: 11509/PA Participação:
REPRESENTANTE Nome: CHRISTIANE GUERRA SOARES Participação: ADVOGADO Nome: ADONAI
EBER RODRIGUES LEITAO OAB: 11509/PA Participação: RECLAMADO Nome: BANCO VOTORANTIM
Participação: ADVOGADO Nome: GUILHERME DA COSTA FERREIRA PIGNANELI OAB: 28178/PA
Participação: RECLAMADO Nome: BV FINANCEIRA SA CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
Participação: RECLAMADO Nome: BNP PARIBAS CARDIF Participação: ADVOGADO Nome: ANTONIO
ARY FRANCO CESAR OAB: 123514/SP
Processo: 0821091-87.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Alega, o espólio reclamante, que o Sr. João Miguel da Silva havia contratado o financiamento de um
veículo junto à BV Financeira (hoje, Banco Votorantim), cujos pagamentos seriam feitos em 48 parcelas de
R$ 1.089,01, com início em 01/09/2018 e último pagamento em 01/09/2022 de. Alega ainda que o Sr. João
contratou seguro com a reclamada BNP Paribas Cardif, segundo o qual a seguradora arcaria com as
parcelas ainda não vencidas do financiamento em caso de falecimento do contratante. Narra, o espólio,
que o Sr. João faleceu em 21/01/2021 e que a sua representante entrou em contato com as reclamadas
pedindo a quitação das parcelas vincendas do financiamento. Ocorre que o pedido foi negado, sob o
fundamento de que o seguro apenas teria validade durante os 24 primeiros meses do contrato
financiamento, e não durante os seus 48 meses. Por esses motivos, moveu a presente ação pedindo que
a seguradora arque com os custos das parcelas do financiamento junto à primeira reclamada, vencidas
após o falecimento do Sr. João.
A reclamada BNP Paribas Cardif contestou a ação alegando que o contrato de seguro previa cobertura
somente sobre as 24 primeiras parcelas do financiamento. Pediu, ao final, o julgamento de improcedência
da ação.
Das preliminares:
Determino a retificação do polo passivo do Banco Votorantim, conforme pedido formulado em preliminar
de contestação (ID 926458541 - Pág. 2).
Determino ainda a retificação do polo passivo de Cardif do Brasil Vida e Previdência S/A, conforme pedido
formulado em contestação (ID 27640656 - Pág. 1).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Rejeito a alegação de ilegitimidade passiva do Banco Votorantim, uma vez que tanto o contrato de
financiamento quanto o contrato de seguro foram firmados em um ato contínuo, no estabelecimento do
banco reclamado, e, pelo que consta dos autos, com os mesmos funcionários. Assim, tendo em vista que
o banco participou de todas as fases da contratação, ele também é parte legítima para ter sua conduta
examinada na presente ação na exata medida de suas eventuais responsabilidades.
Rejeito a preliminar de falta de interesse de agir formulado pela seguradora, uma vez que o interesse em
agir está configurado na pretensão resistida da seguradora em realizar o pagamento que o reclamante
entende ser devido.
Passo ao mérito.
A relação jurídica entre as partes é de consumo, porquanto presentes os requisitos objetivos e subjetivos
de tal relação, nos termos dos artigos 2º e 3º da Lei n. 8078/90.
No mérito, examinando os elementos probatórios trazidos aos autos, entendo que não cabe razão ao
reclamante.
De acordo com o Certificado de Seguro firmado pelo Sr. João com a 3a reclamada, juntado pela própria
reclamante no ID 24746676 - Pág. 1, podemos observar que o prazo de vigência do seguro era de
03/09/2018 até 03/09/2020. Ou seja, vigência por 24 meses contados do início do prazo do financiamento.
Observo ainda que as reclamadas juntaram aos autos a Proposta de Adesão ao seguro (ID 26458544 -
Pág. 1), documento esse que contem a assinatura do reclamante e, logo acima dela, a seguinte
informação em destaque: “Vigência do Seguro: A vigência do seguro será de até 24 meses,
independentemente do prazo do financiamento ser superior”
Assim sendo, verifico que o contrato de seguro, de fato, previa cobertura apenas durante os primeiros 24
meses de sua vigência, e que essa informação foi prestada de forma clara ao contratante no momento da
assinatura do contrato, tendo ele aderido voluntariamente aos termos desse contrato. Assim, tenho que a
seguradora cumprido o dever previsto no art. 6º, III, do CDC, no sentido de prestar informação adequada e
clara sobre produtos e serviços, com especificação correta de características e preço.
Com efeito, não há responsabilidade da seguradora reclamada em arcar com as parcelas remanescentes
do contrato de seguro, uma vez que o sinistro ocorreu após o prazo de validade do seguro.
Ressalto que a limitação do seguro em parte do período do financiamento não configura abuso quando
essa informação é prestada de foram clara e adequada ao consumidor.
Nesse sentido:
Dispositivo:
758
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em consequência, julgo extinto o processo com resolução do mérito, com fulcro no artigo 487, I, do Código
de Processo Civil de 2015.
Juiz de Direito
Processo: 0845656-18.2021.8.14.0301
Vistos etc.
Homologo o pedido de desistência formulado pela parte autora, e decreto a extinção do processo sem
julgamento do mérito, nos termos do art. 485, VIII, do CPC.
CERTIDÃO
PODER JUDICIÁRIO
Avenida Vinte e Cinco de Setembro, 1366, antiga 25 de Setembro, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-
005
DECISÃO/MANDADO
Trata-se de ação de obrigação de fazer e não fazer c/c indenização por danos morais, interposta por
KARLA CRISTINA MOTA DE SOUZA em face de WALBER WOLGRAND MENEZES MARQUES, em
que a parte autora requer a concessão de tutela provisória para determinar que o requerido exclua de seu
760
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
blog, whatsapp e de toda e qualquer mídia social, os vídeos e mensagens relacionados ao seu nome e
imagem, bem como, se abstenha de divulgar ou propalar vídeos, mensagens de voz, áudios ou qualquer
forma de expressão que a desabone, difame, injurie, calunia.
Alega a parte autora, em síntese, que foi eleita para o cargo de Vice-Presidente da Associação de Cabos e
Soldados da PMBM/PA, sendo que, no dia 19.04.2017, em face da renúncia do então Presidente eleito,
passou a exercer o cargo de Presidente.
Esclarece que a eleição está agendada para o dia 13.08.2021, sendo concorrente em uma das chapas.
Afirma que o requerido está servindo de instrumento pela chapa adversária para propagar “Fake News”,
com o intuito de prejudicar a chapa da requerente no pleito eleitoral que se aproxima.
Aduz que vem sendo vítima de sucessivos e indevidos ataques dos oposicionistas, agravados à medida
que se aproxima a eleição da entidade. Esclarece que o réu possui um blog intitulado “walber wolgrand”,
cujos vídeos são publicados no canal do Youtube e demais mídias sociais e vem constantemente atentado
à sua honra, probidade, reputação e imagem enquanto Presidente da entidade associativa.
Aduz que, com o nítido propósito de fazer ligação política, sem nenhuma sustentação fática, o requerido
vem noticiando em seu blog e canal do Youtube que a requerente, está se aliando ao Partido dos
Trabalhadores (PT) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Compulsando os autos, verifico que a autora trouxe diversos áudios, além de vídeos.
No que se refere aos áudios, ao menos nesse momento processual, verifico tratar-se de áudios de
diversas pessoas diferentes, veiculados, possivelmente, em grupo no aplicativo whatsapp, o que auxiliam
a contextualizam dos fatos narrados pela autora, porém não direcionam a verossimilhança das alegações
em relação ao réu.
No que se refere aos vídeos, observo trata-se de conteúdos veiculados pelo autor na internet e
direcionados aos policiais militares e demais interessados, abordando assuntos relativos aos policiais. No
vídeo 2, de fato, o réu menciona que a chapa intitulada “combate” está vinculada ao PSOL. Em outro
momento, fala que a Associação dos Cabos está unha e carne com o PT.
Sabe-se que não há hierarquia entre os direitos fundamentais, contudo, há preferência na proteção da
liberdade de expressão, o qual, em seu sentido amplo, engloba liberdade de imprensa e liberdade de
informação, conforme se verifica em diversos julgados do Supremo Tribunal Federal.
Não obstante, tal direito não é absoluto, de modo que a própria Constituição já previu suas limitações. Por
esta razão, o seu afastamento, no caso a censura, somente, ocorrerá em última ratio e de forma
excepcional.
Destaco que tal entendimento já fora exposto, quando do julgamento da ADPF 130, com repercussão
geral, o que demonstra que nossa Suprema Corte possui entendimento sólido a respeito do direito à
liberdade de expressão, concluindo que a retirada total de uma publicação não pode ocorrer, salvo por
decisão judicial, em especial, quando configurado crime e se tratar de matéria inverídica. Posto que as
críticas, ainda que contundentes, podem ser publicadas, mas são passíveis de direito de resposta e de
indenização por dano moral.
Nos limites desta análise sumária dos fatos e provas trazidos ao Juízo com a inicial, não extraio que, no
tocante ao nome da autora, haja de modo específico, excesso no exercício do direito de informar ou
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
inveracidade comprovada.
Ressalto que tal análise deve acontecer casuisticamente, observando-se o caso concreto, e não de
maneira genérica, o que poderia culminar em arbítrio na poda da liberdade de imprensa, o que deve ser
combatido com tanto rigor quanto o exercício irregular do direito de informação, que tem o condão de
afetar a dignidade da pessoa humana.
Por estas razões, entendo que não restou evidenciada a probabilidade do direito do autor, motivo pelo qual
hei por bem INDEFERIR o pleito liminar, sendo prudente aguardar a instrução processual.
Cumpra-se.
DECISÃO
Trata-se de processo concluso para sentença, no entanto, verifico a necessidade de conhecer dados não
apresentados pelas partes, informações imprescindíveis para a prestação da tutela jurisdicional definitiva.
Narra o requerente, em síntese, que celebrou contrato de compra e venda de imóvel com a parte
requerida, realizando o pagamento dos valores e cumprindo com todas as suas obrigações contratuais, no
entanto, o réu, até o momento não entregou os documentos relacionados ao imóvel, o que inviabiliza a
regularização do mesmo.
Analisando os autos, observo que o autor se refere genericamente aos documentos, sem realizar qualquer
especificação de quais documentos estão pendentes e devem ser providenciados pela parte reclamada, o
que interfere diretamente na apreciação da obrigação de fazer pleiteada nos autos.
Assim, converto o feito em diligência e determino a intimação do autor para que, no prazo de 15 dias,
esclareça, especificamente, quais os documentos pendentes relacionados ao imóvel e que devem
ser providenciados pela parte requerida.
Após, determino a intimação da parte requerida para que se manifeste, no mesmo prazo acima
determinado, sobre as alegações eventualmente realizadas pelo autor.
Cumpra-se. Intimem-se.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
Avenida Vinte e Cinco de Setembro, 1366, antiga 25 de Setembro, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-
005
DESPACHO/MANDADO
Juíza de Direito
763
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO 0836920-79.2019.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO
Com base no disposto no art. 1º, §2º, I, do Provimento n.º 006/2006 - CJRMB, procedo à intimação da
parte autora, para que se manifeste, no prazo de 05 (cinco) dias, acerca da certidão expedida pelo oficial
de justiça – ID19072152 .
Registro que o requerido deverá efetuar o pagamento do restante em até 06 (seis) prestações mensais,
com as atualizações legais, sob pena de incidência das penalidades do §5º do art. 916 do CPC.
Juíza de Direito
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
Avenida Vinte e Cinco de Setembro, 1366, antiga 25 de Setembro, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-
005
DESPACHO/MANDADO
Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito c/c repetição de indébito e indenização por danos
morais, movida por MARIA DA CONCEICAO SILVA em face de BANCO ITAUCARD S/A em que a parte
autora requer a concessão de tutela provisória para determinar que a parte a Ré suspenda as cobranças
do empréstimo impugnado nos autos.
Em que pesem os argumentos da autora, em atenção ao extrato apresentado, observo que a operação
impugnada pela autora está com a situação “excluído”, o que leva ao entendimento de que os descontos
não estão sendo realizados, o que afasta a necessidade da decisão judicial de urgência.
Assim, não verifico, neste momento processual, a verossimilhança necessária para concessão da tutela
pretendida, à medida que existe dúvida a respeito da manutenção da cobrança.
Determino a intimação da parte autora para que, no prazo de 15 dias, apresente documento legível e atual
que comprove o desconto do valor impugnado, R$285,80, nos últimos três meses.
Cite-se a promovida dos termos da ação, intimando-se as partes, no mesmo ato, acerca da
presente decisão que serve como mandado, nos termos do disposto no art. 1º do Provimento
nº.11/2009 da CJRMB – TJ/PA, bem como da audiência de conciliação, instrução e julgamento
designada para o dia 31.01.2022 às 09:00 horas.
Intimem-se as partes.
PROCESSO n° 0003928-71.2014.8.14.0302
Analisando os autos, verifico que o mandado expedido objetiva a penhora de bens, não sendo possível
realizar a penhora de bens no local de trabalho do devedor, uma vez que os bens lá disponíveis não lhe
pertencem, motivo pelo qual indefiro o pedido ID 29753974.
Manifeste-se a requerente, no prazo de 05 (cinco) dias, acerca de bens passíveis de penhora do requerido
ou apresente o endereço de residência desse para realização de penhora.
Juíza de Direito
PROCESSO n° 0831571-27.2021.8.14.0301
ÀSecretaria para retificar a classe para ação de conhecimento, designando audiência e procedendo com
as diligências necessárias.
Juíza de Direito
766
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo n° 0836781-93.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Ratifico o cancelamento da audiência e procedo ao julgamento antecipado da lide, em razão dos pedidos
ID 25587679 e ID 25618094.
Os requerentes alegam que adquiriram a unidade habitacional 604-A, Torre Oeste, no Condomínio Torres
Devant e, no ato da compra, foi fixado o preço do imóvel em R$368.022,95, sendo, assim, ajustada a
forma de pagamento: sinal de R$50.000,00, por transferência bancária; R$40.842,52, via utilização de
FGTS; o restante seria objeto de financiamento pelo Banco do Brasil.
Relatam que, na ocasião, também, foi firmado que o imóvel seria entregue, no máximo, em
março/2019, contudo a entrega das chaves ocorreu, somente, em novembro/2019.
Alegam que o envio de documentos se deu após grande chateação e cobrança por providências do
requerente, que, em fevereiro/2019, teve de reclamar e pedir a intervenção de outra pessoa da requerida
para que encaminhasse corretamente os documentos necessários para o financiamento.
Aduzem que o processo demorou, sendo fechado o dossiê com todos os documentos preliminares para a
formação do contrato de financiamento, somente, ao final de abril/2019. Ato contínuo, iniciou-se impasse
quanto à valores devidos pelo atraso do financiamento do imóvel, a título de juros e correção monetária e,
após discussões de valores, o contrato foi assinado em junho/2019.
Relatam que, a partir de então, passou-se a novos impasses da construtora, para que o imóvel fosse
liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por interveniente quitante
das requeridas. Essa foi a razão para que a posse do imóvel, apenas, tenha sido concluída em
novembro/2019, após novas reclamações do requerente.
Afirmam que outro fato importante é que a compra do imóvel se deu sem a intervenção de qualquer
corretor ou empresa de corretagem, isso porque já tinha conhecimento acerca do empreendimento, de
forma que as requeridas foram contactadas apenas para a formalização do negócio e encaminhamento de
dados bancários, para pagamento do valor referente a entrada. Todavia, foi imposto o pagamento de taxas
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
não especificadas, como forma de serviço de intermediação, direcionada à conta da imobiliária e à conta
de funcionário dessa – Sr. Romulo Figueiredo Donza - valores esses que não foram considerados como
parte do pagamento do imóvel, causando consideráveis danos.
Alegam que não deram ensejo ao atraso na entrega do imóvel, que foi ocasionado pelas requeridas, além
de ter sido cobrada uma taxa indevida de intermediação não especificada e não existente.
Aduzem que sofreram danos morais pela demora na entrega do apartamento, além de danos materiais
pela necessidade pagamento do IPTU de ano-base 2019; cotas condominiais do imóvel, referentes a
períodos anteriores à posse do imóvel; lucros cessantes devido ao atraso na entrega das chaves; bem
como danos materiais pelos valores pagos a título de indevida cobrança de taxa de intermediação.
Requereram indenização por danos materiais: 1) com base na inversão da multa contratual outrora
imposta ao consumidor pelo atraso na entrega das chaves, no valor de R$36.802,29, ou, subsidiariamente,
no valor de R$7.020,74, conforme melhor se compreender acerca da base de cálculo; 2) R$1.500,00,
referente a cotas condominiais; 3) R$ 2.407,63 referente ao IPTU de período que não ocupava o imóvel; 4)
lucros cessantes pelo atraso na entrega das chaves em R$ 14.720,91; 5) R$ 12.805,05 a cobrança
indevida a título de serviços de intermediação ou subsidiariamente, a consideração de que o importe de
R$ 1.829,14 direcionado à funcionário da requerida se tratava de SATI; bem como indenização por danos
morais, no valor de R$ 10.000,00.
Em contestação, os requeridos alegam a ilegitimidade da Construtora Leal Moreira Ltda. para figurar no
polo passivo, uma vez que não integrou a relação contratual em litígio, pois o Compromisso de Compra e
Venda foi assinado pelos requerentes e a Filadélfia Incorporadora Ltda., que é pessoa jurídica distinta da
Construtora Leal Moreira Ltda.
Afirmam que a requerida Filadélfia Incorporadora Ltda. é a única responsável pelo empreendimento e a
Construtora não participou da relação contratual que alienou o imóvel e, muito menos, realizou a
incorporação do empreendimento.
Aduzem que a referida construtora possui somente participação no capital da incorporadora e, como sócia,
não poderia ser afetada pelos efeitos das obrigações contraídas pela sociedade, se não comprovados os
requisitos necessários para a desconsideração da personalidade jurídica.
Alegam serem incongruentes as informações da petição inicial, eis que os requerentes solicitaram a
documentação para realizar o financiamento em 23.01.2019 (ID 18071974) e o seu setor de
relacionamento enviou toda a documentação necessária em 21.02.2019 (ID 18071974); antes do prazo
final para a entrega do empreendimento, nos termos da cláusula 10.1.1 (ID 18045884).
Aduzem que o financiamento bancário não foi obstado, em razão de desídia das empresas, pois
promoveram a entrega da documentação em 21.02.2019 (ID 18071974), ou seja, antes do prazo
contratual para entrega da unidade autônoma. Contudo, é facilmente verificado nos e-mails juntados no ID
18071967, que os requerentes tiveram contratempos com a instituição financeira e, por isso, solicitaram
nova declaração, a qual já havia sido enviada anteriormente.
Alegam que os requerentes receberam toda a documentação para finalizar o financiamento em 21.02.2019
(ID 18071974) e, somente, contactaram as requeridas, novamente, em 31.05.2019 (ID 1807196), quando
informaram os referidos contratempos com a instituição financeira; sendo fácil entender que os problemas,
no procedimento administrativo do financiamento bancário, ocorreram entre os requerentes e instituição
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
financeira, sem que tenham cometido qualquer ato que gerasse o atraso.
Relatam que os requerentes entraram em contato com as empresas em 01.07.2019 (ID 18071978) e
afirmaram que o contrato de financiamento ficou pronto em 28.06.2019, motivo pelo qual somente
iniciaram trâmites administrativos junto ao cartório em agosto/2019.
Aduzem a inexistência de ato ilícito, pois não violaram qualquer cláusula contratual que envolva a entrega
da unidade autônoma, conforme acima relatado; não existindo, assim, o inadimplemento contratual que
enseje a condenação das requeridas ao pagamento da multa moratória estipulada em cláusula penal e,
somado isto, também, inexiste fato gerador que justifique a condenação a título de lucros cessantes.
Afirmam que os requerentes pleiteiam a condenação das requeridas ao pagamento da multa contratual
prevista aos promitentes compradores, ou seja, estes requerem a inversão da cláusula penal 11.1. (ID
n°18045884, pg. 22), bem como requerem o pagamento de lucros cessantes. Entretanto, não merecer
prosperar o referido pleito, dado que tal pedido não está em conformidade com a mais nova jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, a qual estabeleceu que é proibido cumular lucros cessantes com cláusula
penal moratória (Tema 970, STJ); bem como firmou que havendo cláusula penal, apenas, em desfavor aos
compradores, caso haja inadimplemento da vendedora, deverá esta ser utilizada com o parâmetro
indenizatório.
Alegam a inaplicabilidade do Tema 971, STJ, em razão do instrumento pactuado entre as partes prever
que a incorporadora deverá pagar multa moratória, caso ultrapasse prazo de tolerância.
Aduzem que a Cláusula 11.1.1, “a” do Contrato de Promessa de Compra e Venda prevê o pagamento de
multa moratória, que deve ser utilizada como mecanismo indenizatório, em razão da inadimplência do
referido ajuste, prestigiando o princípio da mínima intervenção contratual.
Requereram que o montante de R$595,13, que foi calculado nos termos da multa moratória da Cláusula
11.1.1, “a” seja abatido do saldo devedor dos requerentes, nos termos da Cláusula 11.1.2.
Afirmam a impossibilidade de restituição dos valores pagos a título de comissão de corretagem, em face
da legalidade da cobrança, ressaltando haver previsão dessa obrigação de pagar no Código Civil e a
jurisprudência do STJ ter estipulado que o repasse da taxa de corretagem ao promitente comprador é
devido.
Alegam que os requerentes assinaram a carta proposta, a qual prevê o pagamento da referida taxa de
corretagem, de forma que possuíam ciência da cobrança, bem como se vincularam ao seu pagamento
quando assinaram o documento.
Ressaltam que o referido documento demonstra a base definitiva do futuro ajuste, por isso, servindo como
elemento para formação do contrato, e os requerentes ratificaram a carta proposta, quando assinaram o
Contrato de Promessa de Compra e Venda; não havendo que se falar em cobrança indevida.
Em relação ao pedido de restituição dos valores pagos a título de taxa condominial e IPTU, aduzem que,
somente, houve atraso na entrega da unidade autônoma, em razão dos problemas administrativos que
ocorreram entre os requerentes e a instituição financeira e, por isso, não cabe a restituição de qualquer
valor a título de taxa condominial e IPTU. A obrigação de adimplir as taxas condominiais e o referido
imposto detém natureza propter rem, ou seja, ela acompanha o imóvel, desde a sua efetiva entrega, a qual
foi formalizada com o termo de entrega das chaves em 20.11.2019
Argumentam que os débitos anteriores à entrega do termo de chaves são transferidos ao adquirente, visto
que incumbe a esse o ônus de averiguar as reais condições do imóvel, antes de sua aquisição, a fim de se
resguardar de transtornos futuros, exigindo a quitação de débitos pelo promitente vendedor, antes de
concluído o negócio jurídico. Portanto, surge a necessidade do comprador do imóvel, por se tratar de
obrigações propter rem e a luz do princípio da ambulatoriedade, transferir todas as obrigações que
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Afirmam que os requerentes são os responsáveis pelo pagamento das taxas condominiais e do referido
imposto, sendo, totalmente, descabida a referida cobrança, visto que as chaves do imóvel foram entregues
em 20.11.2019 (ID 18044918).
Alegam a inexistência de dano moral, uma vez que sequer cometeram qualquer ato ilícito e não consta,
nos autos, nenhuma comprovação de que os requerentes tiveram dano ocasionado à honra, à imagem e à
moral. Pelo contrário, vislumbra-se, nitidamente, que há uma quebra de expectativa dos consumidores, os
quais passaram por problemas administrativos com a instituição financeira para conseguir o financiamento
bancário.
Inicialmente, os requeridos alegam que a Construtora Leal Moreira Ltda. é parte ilegítima, contudo tal
argumento não merece prosperar, eis que nos termos da legislação consumerista e de acordo com a
teoria da aparência, aos olhos do consumidor existe apenas uma empresa denominada Leal Moreira,
conforme se verifica na Carta Proposta para aquisição de imóvel.
Nesses casos é imprescindível que a teoria da aparência seja aplicada, mantendo-se, com isso, uma
situação que, embora não seja a real, assim se apresenta em relação a uma das partes.
De fato, quando o consumidor contratou junto à empresa requerida, o fez com a convicção que estava
tratando com a Construtora Leal Moreira Ltda., ressaltando que todas as tratativas no trâmite do
financiamento foram realizadas com essa.
Caso o entendimento fosse diverso, o autor poderia ser alvo de manobras abusivas por parte das pessoas
jurídicas envolvidas, em total afronta ao art. 6° do Código de Defesa do Consumidor.
A lide versa sobre relação de consumo disciplinada pelo Código de Defesa do Consumidor, tendo os
requeridos por fornecedores e os autores por consumidores. Nesta esteira, a responsabilidade do
fornecedor, por danos e prejuízos causados ao consumidor, é objetiva, conforme disposto no CDC.
No caso vertente, é fato incontroverso que os autores firmaram contrato com os requeridos para aquisição
do imóvel, em 21.12.2018, sendo a entrega prevista para março/2019, já incluído o prazo de tolerância.
Do mesmo modo, restou incontroverso que a entrega do imóvel foi efetivada no mês de novembro/2019.
Cumpre ressaltar que o atraso da entrega não se refere ao retardamento de finalização da obra, mas,
conforme argumentaram os autores, o atraso da entrega do imóvel foi decorrente da demora nos trâmites
do financiamento e registro.
Os autores alegam que o atraso na entrega decorreu da inércia dos requeridos em providenciar os
documentos necessários para o financiamento, sendo, ainda, cobrados indevidamente de comissão de
corretagem, bem como taxas condominiais e IPTU.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por sua vez, os requeridos alegam que o atraso se deu por contratempos com a instituição que financiaria
o imóvel, sendo devidos os valores cobrados a título de corretagem, IPTU e condomínio.
Após a instrução processual, este Juízo restou convencido que o atraso da entrega do imóvel não
decorreu de forma decisiva por ato comissivo ou omissivo das requeridas, eis que houve diversos fatores
para tanto, inclusive fatores comuns em compra e venda de imóvel, além de circunstâncias decorrente da
instituição financeira, que financiou o imóvel. Contudo, restou claro que as empresas rés contribuíram
parcialmente para o atraso, mais especificamente, no mês de janeiro/2019, eis que não há nos autos
nenhuma indicação de que as empresas disponibilizaram os documentos para tramitação do
financiamento; sendo possível vislumbrar uma certa negligência dessas em relação ao negócio.
No que concerne à alegação de que houve atraso, em razão de novos impasses da construtora para que o
imóvel fosse liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por
interveniente quitante das requeridas, entendo que os requerentes tinham ciência da necessidade de
liberação, pois havia previsão no contrato para tanto, sendo certo que os trâmites, em registro de imóveis,
requerem um certo lapso temporal.
Assim, por tudo o que nos autos consta, entendo que houve falha dos requeridos, devendo haver
reparação pelos danos causados, na proporção de sua má qualidade.
No que concerne ao pedido de lucros cessantes e multa contratual invertida, verifico que não podem ser
cumulativos, conforme Tema 970 do STJ. Também, não merecem prosperar os pedidos, em razão da
existência da Cláusula 11.1.1 do contrato e com fundamento no Tema 971 do STJ.
Contudo, observo que a Claúsula 11.1.1 não apresenta equivalência com o valor locativo do
imóvel, considerando o disposto no Tema 970 1 , pois o percentual de 0,2% ainda que aplicado no
montante total do imóvel equivale a R$ 736,04, em valor significativamente inferior ao valor locativo médio
de R$ 2.599,002.
Assim, verifico ser abusivo o percentual determinado na referida cláusula em detrimento ao consumidor,
motivo pelo qual a multa a ser paga deverá ser equivalente ao valor locativo de um mês, no montante de
R$ 2.599,00, em consonância ao Tema 970.
Em relação às despesas condominiais, verifico ser pacífico na Jurisprudência, que essas são devidas a
partir da entrega das chaves, que ocorreram no mês de novembro/2019, sendo devidos aos autores o
valor de R$ 944,80, referente aos meses de setembro e outubro/2019, mais fundo de reserva e taxa extra
AGE 18/06.
Em relação ao IPTU, vislumbro ser devido proporcionalmente pelas partes, devendo o valor total de R$
2.280,66 ser dividido em 12 meses, sendo devido pelos requeridos 10 meses (janeiro a outubro), o que
equivale a R$ 1.900,55.
No que concerne a taxa de intermediação ou corretagem, verifico que esse é devida, eis que restou claro,
desde dezembro/2018, quando as partes assinaram a Carta proposta, acerca da existência de
intermediação, inclusive os autores realizaram depósitos distintos ao da incorporadora, sendo pacífico tal
entendimento conforme RESP 1.599511/SP, que decidiu, em suma, pela validade da cláusula contratual,
que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem, nos contratos de
promessa de compra e venda de unidade autônoma, em regime de incorporação imobiliária, desde que
previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da
comissão de corretagem; o que ocorreu no caso.
No que concerne aos danos morais, na aplicação da responsabilidade objetiva, como in casu, para que
haja o dever de indenizar é irrelevante a conduta do agente (culpa ou dolo), bastando à existência do dano
e o nexo de causalidade entre o fato e o dano.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O ato lesivo, praticado pelo réu, impõe ao mesmo o dever de reparar o dano. Logo, configurada a
responsabilidade civil, visto que devidamente demonstrado o nexo causal entre a conduta praticada e o
fato lesivo, impõe-se ao réu o dever de indenizar.
Entendo que os aborrecimentos e decepções sofridos pelos autores, decorrente da compra o imóvel, com
atraso na entrega por negligência em parte das empresas rés e o inadimplemento de taxas condominiais e
IPTU, ultrapassaram o mero dissabor, resultando em perturbação de espírito com intensidade suficiente a
configurar dano moral.
Tais fatos indubitavelmente afetaram a tranquilidade cotidiana dos autores, de forma a ultrapassar o limite
do tolerável, ensejando compensação.
A lei civil estabelece que a indenização por danos morais é compensatória e deve ser arbitrada pelo
magistrado, atendendo-se aos fins sociais a que a lei se destina, mediante a análise equitativa das
circunstâncias do caso concreto.
Desse modo, versando a causa sobre relação de consumo, os princípios que informam o sistema especial
de proteção e defesa do consumidor devem ser considerados, a fim de que o valor da indenização por
danos morais tenha caráter tríplice, ou seja, punitivo, em relação ao agente que viola a norma jurídica;
compensatório, em relação à vítima, que tem direito ao recebimento de quantia que lhe compense a
angústia e humilhação pelo abalo sofrido; e educativo, no sentido de incentivar o condenado a evitar a
prática de condutas análogas, que venham prejudicar outros consumidores.
Ao realizar a presente tarefa arbitral, levo em consideração o fator pedagógico e inibidor de conduta similar
por parte da reclamada, pois esta deve respeitar as normas previstas no Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, organizando-se adequadamente e primando pela qualidade dos produtos e serviços.
Busco posicionar o quantum indenizatório num patamar equânime que não empobreça demasiadamente a
reclamada inviabilizando sua atividade, mas que desestimule condutas análogas, sem constituir
enriquecimento absurdo para o autor.
Desse modo, concluo que o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), para ambos os autores, sendo R$
4.000,00 (quatro mil reais) para cada um dos autores, atende aos parâmetros legais para fixação do
quantum indenizatório no presente caso concreto.
Certificado o trânsito em julgado, intime-se a parte sucumbente para cumprimento voluntário da sentença,
no prazo de 15 dias, sob pena de incidência da multa de 10% do §1º do art. 523 do CPC, devendo a guia
para pagamento voluntário ter como vencimento o prazo de 15 dias, contado da intimação consumada
para cumprimento da sentença. Os valores deverão ser pagos através de depósito judicial junto ao
BANPARÁ.
Juíza de Direito
1 Tema 970: “A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
lucros cessantes.” (grifo nosso).
2https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/-aluguel-no-torres-devant-68m-905296616
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/excelente-oportunidade-de-aluguel-no-torres-devant-2-4-
905278533
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/alugaa-se-maravilhoso-apto-2-4-torres-devant-pedreira-
903426139 (Dados acessados em 22.07.2021)
Processo n° 0836781-93.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Ratifico o cancelamento da audiência e procedo ao julgamento antecipado da lide, em razão dos pedidos
ID 25587679 e ID 25618094.
Os requerentes alegam que adquiriram a unidade habitacional 604-A, Torre Oeste, no Condomínio Torres
Devant e, no ato da compra, foi fixado o preço do imóvel em R$368.022,95, sendo, assim, ajustada a
forma de pagamento: sinal de R$50.000,00, por transferência bancária; R$40.842,52, via utilização de
FGTS; o restante seria objeto de financiamento pelo Banco do Brasil.
Relatam que, na ocasião, também, foi firmado que o imóvel seria entregue, no máximo, em
março/2019, contudo a entrega das chaves ocorreu, somente, em novembro/2019.
Alegam que o envio de documentos se deu após grande chateação e cobrança por providências do
requerente, que, em fevereiro/2019, teve de reclamar e pedir a intervenção de outra pessoa da requerida
para que encaminhasse corretamente os documentos necessários para o financiamento.
Aduzem que o processo demorou, sendo fechado o dossiê com todos os documentos preliminares para a
formação do contrato de financiamento, somente, ao final de abril/2019. Ato contínuo, iniciou-se impasse
quanto à valores devidos pelo atraso do financiamento do imóvel, a título de juros e correção monetária e,
após discussões de valores, o contrato foi assinado em junho/2019.
Relatam que, a partir de então, passou-se a novos impasses da construtora, para que o imóvel fosse
liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por interveniente quitante
das requeridas. Essa foi a razão para que a posse do imóvel, apenas, tenha sido concluída em
novembro/2019, após novas reclamações do requerente.
Afirmam que outro fato importante é que a compra do imóvel se deu sem a intervenção de qualquer
corretor ou empresa de corretagem, isso porque já tinha conhecimento acerca do empreendimento, de
forma que as requeridas foram contactadas apenas para a formalização do negócio e encaminhamento de
dados bancários, para pagamento do valor referente a entrada. Todavia, foi imposto o pagamento de taxas
não especificadas, como forma de serviço de intermediação, direcionada à conta da imobiliária e à conta
de funcionário dessa – Sr. Romulo Figueiredo Donza - valores esses que não foram considerados como
parte do pagamento do imóvel, causando consideráveis danos.
Alegam que não deram ensejo ao atraso na entrega do imóvel, que foi ocasionado pelas requeridas, além
de ter sido cobrada uma taxa indevida de intermediação não especificada e não existente.
Aduzem que sofreram danos morais pela demora na entrega do apartamento, além de danos materiais
pela necessidade pagamento do IPTU de ano-base 2019; cotas condominiais do imóvel, referentes a
períodos anteriores à posse do imóvel; lucros cessantes devido ao atraso na entrega das chaves; bem
como danos materiais pelos valores pagos a título de indevida cobrança de taxa de intermediação.
Requereram indenização por danos materiais: 1) com base na inversão da multa contratual outrora
imposta ao consumidor pelo atraso na entrega das chaves, no valor de R$36.802,29, ou, subsidiariamente,
no valor de R$7.020,74, conforme melhor se compreender acerca da base de cálculo; 2) R$1.500,00,
referente a cotas condominiais; 3) R$ 2.407,63 referente ao IPTU de período que não ocupava o imóvel; 4)
lucros cessantes pelo atraso na entrega das chaves em R$ 14.720,91; 5) R$ 12.805,05 a cobrança
indevida a título de serviços de intermediação ou subsidiariamente, a consideração de que o importe de
R$ 1.829,14 direcionado à funcionário da requerida se tratava de SATI; bem como indenização por danos
morais, no valor de R$ 10.000,00.
Em contestação, os requeridos alegam a ilegitimidade da Construtora Leal Moreira Ltda. para figurar no
polo passivo, uma vez que não integrou a relação contratual em litígio, pois o Compromisso de Compra e
Venda foi assinado pelos requerentes e a Filadélfia Incorporadora Ltda., que é pessoa jurídica distinta da
Construtora Leal Moreira Ltda.
Afirmam que a requerida Filadélfia Incorporadora Ltda. é a única responsável pelo empreendimento e a
Construtora não participou da relação contratual que alienou o imóvel e, muito menos, realizou a
incorporação do empreendimento.
Aduzem que a referida construtora possui somente participação no capital da incorporadora e, como sócia,
não poderia ser afetada pelos efeitos das obrigações contraídas pela sociedade, se não comprovados os
requisitos necessários para a desconsideração da personalidade jurídica.
Alegam serem incongruentes as informações da petição inicial, eis que os requerentes solicitaram a
documentação para realizar o financiamento em 23.01.2019 (ID 18071974) e o seu setor de
relacionamento enviou toda a documentação necessária em 21.02.2019 (ID 18071974); antes do prazo
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
final para a entrega do empreendimento, nos termos da cláusula 10.1.1 (ID 18045884).
Aduzem que o financiamento bancário não foi obstado, em razão de desídia das empresas, pois
promoveram a entrega da documentação em 21.02.2019 (ID 18071974), ou seja, antes do prazo
contratual para entrega da unidade autônoma. Contudo, é facilmente verificado nos e-mails juntados no ID
18071967, que os requerentes tiveram contratempos com a instituição financeira e, por isso, solicitaram
nova declaração, a qual já havia sido enviada anteriormente.
Alegam que os requerentes receberam toda a documentação para finalizar o financiamento em 21.02.2019
(ID 18071974) e, somente, contactaram as requeridas, novamente, em 31.05.2019 (ID 1807196), quando
informaram os referidos contratempos com a instituição financeira; sendo fácil entender que os problemas,
no procedimento administrativo do financiamento bancário, ocorreram entre os requerentes e instituição
financeira, sem que tenham cometido qualquer ato que gerasse o atraso.
Relatam que os requerentes entraram em contato com as empresas em 01.07.2019 (ID 18071978) e
afirmaram que o contrato de financiamento ficou pronto em 28.06.2019, motivo pelo qual somente
iniciaram trâmites administrativos junto ao cartório em agosto/2019.
Aduzem a inexistência de ato ilícito, pois não violaram qualquer cláusula contratual que envolva a entrega
da unidade autônoma, conforme acima relatado; não existindo, assim, o inadimplemento contratual que
enseje a condenação das requeridas ao pagamento da multa moratória estipulada em cláusula penal e,
somado isto, também, inexiste fato gerador que justifique a condenação a título de lucros cessantes.
Afirmam que os requerentes pleiteiam a condenação das requeridas ao pagamento da multa contratual
prevista aos promitentes compradores, ou seja, estes requerem a inversão da cláusula penal 11.1. (ID
n°18045884, pg. 22), bem como requerem o pagamento de lucros cessantes. Entretanto, não merecer
prosperar o referido pleito, dado que tal pedido não está em conformidade com a mais nova jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, a qual estabeleceu que é proibido cumular lucros cessantes com cláusula
penal moratória (Tema 970, STJ); bem como firmou que havendo cláusula penal, apenas, em desfavor aos
compradores, caso haja inadimplemento da vendedora, deverá esta ser utilizada com o parâmetro
indenizatório.
Alegam a inaplicabilidade do Tema 971, STJ, em razão do instrumento pactuado entre as partes prever
que a incorporadora deverá pagar multa moratória, caso ultrapasse prazo de tolerância.
Aduzem que a Cláusula 11.1.1, “a” do Contrato de Promessa de Compra e Venda prevê o pagamento de
multa moratória, que deve ser utilizada como mecanismo indenizatório, em razão da inadimplência do
referido ajuste, prestigiando o princípio da mínima intervenção contratual.
Requereram que o montante de R$595,13, que foi calculado nos termos da multa moratória da Cláusula
11.1.1, “a” seja abatido do saldo devedor dos requerentes, nos termos da Cláusula 11.1.2.
Afirmam a impossibilidade de restituição dos valores pagos a título de comissão de corretagem, em face
da legalidade da cobrança, ressaltando haver previsão dessa obrigação de pagar no Código Civil e a
jurisprudência do STJ ter estipulado que o repasse da taxa de corretagem ao promitente comprador é
devido.
Alegam que os requerentes assinaram a carta proposta, a qual prevê o pagamento da referida taxa de
corretagem, de forma que possuíam ciência da cobrança, bem como se vincularam ao seu pagamento
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ressaltam que o referido documento demonstra a base definitiva do futuro ajuste, por isso, servindo como
elemento para formação do contrato, e os requerentes ratificaram a carta proposta, quando assinaram o
Contrato de Promessa de Compra e Venda; não havendo que se falar em cobrança indevida.
Em relação ao pedido de restituição dos valores pagos a título de taxa condominial e IPTU, aduzem que,
somente, houve atraso na entrega da unidade autônoma, em razão dos problemas administrativos que
ocorreram entre os requerentes e a instituição financeira e, por isso, não cabe a restituição de qualquer
valor a título de taxa condominial e IPTU. A obrigação de adimplir as taxas condominiais e o referido
imposto detém natureza propter rem, ou seja, ela acompanha o imóvel, desde a sua efetiva entrega, a qual
foi formalizada com o termo de entrega das chaves em 20.11.2019
Argumentam que os débitos anteriores à entrega do termo de chaves são transferidos ao adquirente, visto
que incumbe a esse o ônus de averiguar as reais condições do imóvel, antes de sua aquisição, a fim de se
resguardar de transtornos futuros, exigindo a quitação de débitos pelo promitente vendedor, antes de
concluído o negócio jurídico. Portanto, surge a necessidade do comprador do imóvel, por se tratar de
obrigações propter rem e a luz do princípio da ambulatoriedade, transferir todas as obrigações que
versarem sobre o bem ainda, que sejam essas obrigações onerosas.
Afirmam que os requerentes são os responsáveis pelo pagamento das taxas condominiais e do referido
imposto, sendo, totalmente, descabida a referida cobrança, visto que as chaves do imóvel foram entregues
em 20.11.2019 (ID 18044918).
Alegam a inexistência de dano moral, uma vez que sequer cometeram qualquer ato ilícito e não consta,
nos autos, nenhuma comprovação de que os requerentes tiveram dano ocasionado à honra, à imagem e à
moral. Pelo contrário, vislumbra-se, nitidamente, que há uma quebra de expectativa dos consumidores, os
quais passaram por problemas administrativos com a instituição financeira para conseguir o financiamento
bancário.
Inicialmente, os requeridos alegam que a Construtora Leal Moreira Ltda. é parte ilegítima, contudo tal
argumento não merece prosperar, eis que nos termos da legislação consumerista e de acordo com a
teoria da aparência, aos olhos do consumidor existe apenas uma empresa denominada Leal Moreira,
conforme se verifica na Carta Proposta para aquisição de imóvel.
Nesses casos é imprescindível que a teoria da aparência seja aplicada, mantendo-se, com isso, uma
situação que, embora não seja a real, assim se apresenta em relação a uma das partes.
De fato, quando o consumidor contratou junto à empresa requerida, o fez com a convicção que estava
tratando com a Construtora Leal Moreira Ltda., ressaltando que todas as tratativas no trâmite do
financiamento foram realizadas com essa.
Caso o entendimento fosse diverso, o autor poderia ser alvo de manobras abusivas por parte das pessoas
jurídicas envolvidas, em total afronta ao art. 6° do Código de Defesa do Consumidor.
A lide versa sobre relação de consumo disciplinada pelo Código de Defesa do Consumidor, tendo os
requeridos por fornecedores e os autores por consumidores. Nesta esteira, a responsabilidade do
fornecedor, por danos e prejuízos causados ao consumidor, é objetiva, conforme disposto no CDC.
No caso vertente, é fato incontroverso que os autores firmaram contrato com os requeridos para aquisição
do imóvel, em 21.12.2018, sendo a entrega prevista para março/2019, já incluído o prazo de tolerância.
Do mesmo modo, restou incontroverso que a entrega do imóvel foi efetivada no mês de novembro/2019.
Cumpre ressaltar que o atraso da entrega não se refere ao retardamento de finalização da obra, mas,
conforme argumentaram os autores, o atraso da entrega do imóvel foi decorrente da demora nos trâmites
do financiamento e registro.
Os autores alegam que o atraso na entrega decorreu da inércia dos requeridos em providenciar os
documentos necessários para o financiamento, sendo, ainda, cobrados indevidamente de comissão de
corretagem, bem como taxas condominiais e IPTU.
Por sua vez, os requeridos alegam que o atraso se deu por contratempos com a instituição que financiaria
o imóvel, sendo devidos os valores cobrados a título de corretagem, IPTU e condomínio.
Após a instrução processual, este Juízo restou convencido que o atraso da entrega do imóvel não
decorreu de forma decisiva por ato comissivo ou omissivo das requeridas, eis que houve diversos fatores
para tanto, inclusive fatores comuns em compra e venda de imóvel, além de circunstâncias decorrente da
instituição financeira, que financiou o imóvel. Contudo, restou claro que as empresas rés contribuíram
parcialmente para o atraso, mais especificamente, no mês de janeiro/2019, eis que não há nos autos
nenhuma indicação de que as empresas disponibilizaram os documentos para tramitação do
financiamento; sendo possível vislumbrar uma certa negligência dessas em relação ao negócio.
No que concerne à alegação de que houve atraso, em razão de novos impasses da construtora para que o
imóvel fosse liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por
interveniente quitante das requeridas, entendo que os requerentes tinham ciência da necessidade de
liberação, pois havia previsão no contrato para tanto, sendo certo que os trâmites, em registro de imóveis,
requerem um certo lapso temporal.
Assim, por tudo o que nos autos consta, entendo que houve falha dos requeridos, devendo haver
reparação pelos danos causados, na proporção de sua má qualidade.
No que concerne ao pedido de lucros cessantes e multa contratual invertida, verifico que não podem ser
cumulativos, conforme Tema 970 do STJ. Também, não merecem prosperar os pedidos, em razão da
existência da Cláusula 11.1.1 do contrato e com fundamento no Tema 971 do STJ.
Contudo, observo que a Claúsula 11.1.1 não apresenta equivalência com o valor locativo do
imóvel, considerando o disposto no Tema 970 1 , pois o percentual de 0,2% ainda que aplicado no
montante total do imóvel equivale a R$ 736,04, em valor significativamente inferior ao valor locativo médio
de R$ 2.599,002.
Assim, verifico ser abusivo o percentual determinado na referida cláusula em detrimento ao consumidor,
motivo pelo qual a multa a ser paga deverá ser equivalente ao valor locativo de um mês, no montante de
R$ 2.599,00, em consonância ao Tema 970.
Em relação às despesas condominiais, verifico ser pacífico na Jurisprudência, que essas são devidas a
partir da entrega das chaves, que ocorreram no mês de novembro/2019, sendo devidos aos autores o
valor de R$ 944,80, referente aos meses de setembro e outubro/2019, mais fundo de reserva e taxa extra
AGE 18/06.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em relação ao IPTU, vislumbro ser devido proporcionalmente pelas partes, devendo o valor total de R$
2.280,66 ser dividido em 12 meses, sendo devido pelos requeridos 10 meses (janeiro a outubro), o que
equivale a R$ 1.900,55.
No que concerne a taxa de intermediação ou corretagem, verifico que esse é devida, eis que restou claro,
desde dezembro/2018, quando as partes assinaram a Carta proposta, acerca da existência de
intermediação, inclusive os autores realizaram depósitos distintos ao da incorporadora, sendo pacífico tal
entendimento conforme RESP 1.599511/SP, que decidiu, em suma, pela validade da cláusula contratual,
que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem, nos contratos de
promessa de compra e venda de unidade autônoma, em regime de incorporação imobiliária, desde que
previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da
comissão de corretagem; o que ocorreu no caso.
No que concerne aos danos morais, na aplicação da responsabilidade objetiva, como in casu, para que
haja o dever de indenizar é irrelevante a conduta do agente (culpa ou dolo), bastando à existência do dano
e o nexo de causalidade entre o fato e o dano.
O ato lesivo, praticado pelo réu, impõe ao mesmo o dever de reparar o dano. Logo, configurada a
responsabilidade civil, visto que devidamente demonstrado o nexo causal entre a conduta praticada e o
fato lesivo, impõe-se ao réu o dever de indenizar.
Entendo que os aborrecimentos e decepções sofridos pelos autores, decorrente da compra o imóvel, com
atraso na entrega por negligência em parte das empresas rés e o inadimplemento de taxas condominiais e
IPTU, ultrapassaram o mero dissabor, resultando em perturbação de espírito com intensidade suficiente a
configurar dano moral.
Tais fatos indubitavelmente afetaram a tranquilidade cotidiana dos autores, de forma a ultrapassar o limite
do tolerável, ensejando compensação.
A lei civil estabelece que a indenização por danos morais é compensatória e deve ser arbitrada pelo
magistrado, atendendo-se aos fins sociais a que a lei se destina, mediante a análise equitativa das
circunstâncias do caso concreto.
Desse modo, versando a causa sobre relação de consumo, os princípios que informam o sistema especial
de proteção e defesa do consumidor devem ser considerados, a fim de que o valor da indenização por
danos morais tenha caráter tríplice, ou seja, punitivo, em relação ao agente que viola a norma jurídica;
compensatório, em relação à vítima, que tem direito ao recebimento de quantia que lhe compense a
angústia e humilhação pelo abalo sofrido; e educativo, no sentido de incentivar o condenado a evitar a
prática de condutas análogas, que venham prejudicar outros consumidores.
Ao realizar a presente tarefa arbitral, levo em consideração o fator pedagógico e inibidor de conduta similar
por parte da reclamada, pois esta deve respeitar as normas previstas no Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, organizando-se adequadamente e primando pela qualidade dos produtos e serviços.
Busco posicionar o quantum indenizatório num patamar equânime que não empobreça demasiadamente a
reclamada inviabilizando sua atividade, mas que desestimule condutas análogas, sem constituir
enriquecimento absurdo para o autor.
Desse modo, concluo que o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), para ambos os autores, sendo R$
4.000,00 (quatro mil reais) para cada um dos autores, atende aos parâmetros legais para fixação do
quantum indenizatório no presente caso concreto.
Certificado o trânsito em julgado, intime-se a parte sucumbente para cumprimento voluntário da sentença,
no prazo de 15 dias, sob pena de incidência da multa de 10% do §1º do art. 523 do CPC, devendo a guia
para pagamento voluntário ter como vencimento o prazo de 15 dias, contado da intimação consumada
para cumprimento da sentença. Os valores deverão ser pagos através de depósito judicial junto ao
BANPARÁ.
Juíza de Direito
1 Tema 970: “A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
lucros cessantes.” (grifo nosso).
2https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/-aluguel-no-torres-devant-68m-905296616
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/excelente-oportunidade-de-aluguel-no-torres-devant-2-4-
905278533
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/alugaa-se-maravilhoso-apto-2-4-torres-devant-pedreira-
903426139 (Dados acessados em 22.07.2021)
Processo n° 0836781-93.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Ratifico o cancelamento da audiência e procedo ao julgamento antecipado da lide, em razão dos pedidos
ID 25587679 e ID 25618094.
Os requerentes alegam que adquiriram a unidade habitacional 604-A, Torre Oeste, no Condomínio Torres
Devant e, no ato da compra, foi fixado o preço do imóvel em R$368.022,95, sendo, assim, ajustada a
forma de pagamento: sinal de R$50.000,00, por transferência bancária; R$40.842,52, via utilização de
FGTS; o restante seria objeto de financiamento pelo Banco do Brasil.
Relatam que, na ocasião, também, foi firmado que o imóvel seria entregue, no máximo, em
março/2019, contudo a entrega das chaves ocorreu, somente, em novembro/2019.
Alegam que o envio de documentos se deu após grande chateação e cobrança por providências do
requerente, que, em fevereiro/2019, teve de reclamar e pedir a intervenção de outra pessoa da requerida
para que encaminhasse corretamente os documentos necessários para o financiamento.
Aduzem que o processo demorou, sendo fechado o dossiê com todos os documentos preliminares para a
formação do contrato de financiamento, somente, ao final de abril/2019. Ato contínuo, iniciou-se impasse
quanto à valores devidos pelo atraso do financiamento do imóvel, a título de juros e correção monetária e,
após discussões de valores, o contrato foi assinado em junho/2019.
Relatam que, a partir de então, passou-se a novos impasses da construtora, para que o imóvel fosse
liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por interveniente quitante
das requeridas. Essa foi a razão para que a posse do imóvel, apenas, tenha sido concluída em
novembro/2019, após novas reclamações do requerente.
Afirmam que outro fato importante é que a compra do imóvel se deu sem a intervenção de qualquer
corretor ou empresa de corretagem, isso porque já tinha conhecimento acerca do empreendimento, de
forma que as requeridas foram contactadas apenas para a formalização do negócio e encaminhamento de
dados bancários, para pagamento do valor referente a entrada. Todavia, foi imposto o pagamento de taxas
não especificadas, como forma de serviço de intermediação, direcionada à conta da imobiliária e à conta
de funcionário dessa – Sr. Romulo Figueiredo Donza - valores esses que não foram considerados como
parte do pagamento do imóvel, causando consideráveis danos.
Alegam que não deram ensejo ao atraso na entrega do imóvel, que foi ocasionado pelas requeridas, além
de ter sido cobrada uma taxa indevida de intermediação não especificada e não existente.
Aduzem que sofreram danos morais pela demora na entrega do apartamento, além de danos materiais
pela necessidade pagamento do IPTU de ano-base 2019; cotas condominiais do imóvel, referentes a
períodos anteriores à posse do imóvel; lucros cessantes devido ao atraso na entrega das chaves; bem
como danos materiais pelos valores pagos a título de indevida cobrança de taxa de intermediação.
Requereram indenização por danos materiais: 1) com base na inversão da multa contratual outrora
imposta ao consumidor pelo atraso na entrega das chaves, no valor de R$36.802,29, ou, subsidiariamente,
no valor de R$7.020,74, conforme melhor se compreender acerca da base de cálculo; 2) R$1.500,00,
referente a cotas condominiais; 3) R$ 2.407,63 referente ao IPTU de período que não ocupava o imóvel; 4)
lucros cessantes pelo atraso na entrega das chaves em R$ 14.720,91; 5) R$ 12.805,05 a cobrança
indevida a título de serviços de intermediação ou subsidiariamente, a consideração de que o importe de
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R$ 1.829,14 direcionado à funcionário da requerida se tratava de SATI; bem como indenização por danos
morais, no valor de R$ 10.000,00.
Em contestação, os requeridos alegam a ilegitimidade da Construtora Leal Moreira Ltda. para figurar no
polo passivo, uma vez que não integrou a relação contratual em litígio, pois o Compromisso de Compra e
Venda foi assinado pelos requerentes e a Filadélfia Incorporadora Ltda., que é pessoa jurídica distinta da
Construtora Leal Moreira Ltda.
Afirmam que a requerida Filadélfia Incorporadora Ltda. é a única responsável pelo empreendimento e a
Construtora não participou da relação contratual que alienou o imóvel e, muito menos, realizou a
incorporação do empreendimento.
Aduzem que a referida construtora possui somente participação no capital da incorporadora e, como sócia,
não poderia ser afetada pelos efeitos das obrigações contraídas pela sociedade, se não comprovados os
requisitos necessários para a desconsideração da personalidade jurídica.
Alegam serem incongruentes as informações da petição inicial, eis que os requerentes solicitaram a
documentação para realizar o financiamento em 23.01.2019 (ID 18071974) e o seu setor de
relacionamento enviou toda a documentação necessária em 21.02.2019 (ID 18071974); antes do prazo
final para a entrega do empreendimento, nos termos da cláusula 10.1.1 (ID 18045884).
Aduzem que o financiamento bancário não foi obstado, em razão de desídia das empresas, pois
promoveram a entrega da documentação em 21.02.2019 (ID 18071974), ou seja, antes do prazo
contratual para entrega da unidade autônoma. Contudo, é facilmente verificado nos e-mails juntados no ID
18071967, que os requerentes tiveram contratempos com a instituição financeira e, por isso, solicitaram
nova declaração, a qual já havia sido enviada anteriormente.
Alegam que os requerentes receberam toda a documentação para finalizar o financiamento em 21.02.2019
(ID 18071974) e, somente, contactaram as requeridas, novamente, em 31.05.2019 (ID 1807196), quando
informaram os referidos contratempos com a instituição financeira; sendo fácil entender que os problemas,
no procedimento administrativo do financiamento bancário, ocorreram entre os requerentes e instituição
financeira, sem que tenham cometido qualquer ato que gerasse o atraso.
Relatam que os requerentes entraram em contato com as empresas em 01.07.2019 (ID 18071978) e
afirmaram que o contrato de financiamento ficou pronto em 28.06.2019, motivo pelo qual somente
iniciaram trâmites administrativos junto ao cartório em agosto/2019.
Aduzem a inexistência de ato ilícito, pois não violaram qualquer cláusula contratual que envolva a entrega
da unidade autônoma, conforme acima relatado; não existindo, assim, o inadimplemento contratual que
enseje a condenação das requeridas ao pagamento da multa moratória estipulada em cláusula penal e,
somado isto, também, inexiste fato gerador que justifique a condenação a título de lucros cessantes.
Afirmam que os requerentes pleiteiam a condenação das requeridas ao pagamento da multa contratual
prevista aos promitentes compradores, ou seja, estes requerem a inversão da cláusula penal 11.1. (ID
n°18045884, pg. 22), bem como requerem o pagamento de lucros cessantes. Entretanto, não merecer
prosperar o referido pleito, dado que tal pedido não está em conformidade com a mais nova jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, a qual estabeleceu que é proibido cumular lucros cessantes com cláusula
penal moratória (Tema 970, STJ); bem como firmou que havendo cláusula penal, apenas, em desfavor aos
compradores, caso haja inadimplemento da vendedora, deverá esta ser utilizada com o parâmetro
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indenizatório.
Alegam a inaplicabilidade do Tema 971, STJ, em razão do instrumento pactuado entre as partes prever
que a incorporadora deverá pagar multa moratória, caso ultrapasse prazo de tolerância.
Aduzem que a Cláusula 11.1.1, “a” do Contrato de Promessa de Compra e Venda prevê o pagamento de
multa moratória, que deve ser utilizada como mecanismo indenizatório, em razão da inadimplência do
referido ajuste, prestigiando o princípio da mínima intervenção contratual.
Requereram que o montante de R$595,13, que foi calculado nos termos da multa moratória da Cláusula
11.1.1, “a” seja abatido do saldo devedor dos requerentes, nos termos da Cláusula 11.1.2.
Afirmam a impossibilidade de restituição dos valores pagos a título de comissão de corretagem, em face
da legalidade da cobrança, ressaltando haver previsão dessa obrigação de pagar no Código Civil e a
jurisprudência do STJ ter estipulado que o repasse da taxa de corretagem ao promitente comprador é
devido.
Alegam que os requerentes assinaram a carta proposta, a qual prevê o pagamento da referida taxa de
corretagem, de forma que possuíam ciência da cobrança, bem como se vincularam ao seu pagamento
quando assinaram o documento.
Ressaltam que o referido documento demonstra a base definitiva do futuro ajuste, por isso, servindo como
elemento para formação do contrato, e os requerentes ratificaram a carta proposta, quando assinaram o
Contrato de Promessa de Compra e Venda; não havendo que se falar em cobrança indevida.
Em relação ao pedido de restituição dos valores pagos a título de taxa condominial e IPTU, aduzem que,
somente, houve atraso na entrega da unidade autônoma, em razão dos problemas administrativos que
ocorreram entre os requerentes e a instituição financeira e, por isso, não cabe a restituição de qualquer
valor a título de taxa condominial e IPTU. A obrigação de adimplir as taxas condominiais e o referido
imposto detém natureza propter rem, ou seja, ela acompanha o imóvel, desde a sua efetiva entrega, a qual
foi formalizada com o termo de entrega das chaves em 20.11.2019
Argumentam que os débitos anteriores à entrega do termo de chaves são transferidos ao adquirente, visto
que incumbe a esse o ônus de averiguar as reais condições do imóvel, antes de sua aquisição, a fim de se
resguardar de transtornos futuros, exigindo a quitação de débitos pelo promitente vendedor, antes de
concluído o negócio jurídico. Portanto, surge a necessidade do comprador do imóvel, por se tratar de
obrigações propter rem e a luz do princípio da ambulatoriedade, transferir todas as obrigações que
versarem sobre o bem ainda, que sejam essas obrigações onerosas.
Afirmam que os requerentes são os responsáveis pelo pagamento das taxas condominiais e do referido
imposto, sendo, totalmente, descabida a referida cobrança, visto que as chaves do imóvel foram entregues
em 20.11.2019 (ID 18044918).
Alegam a inexistência de dano moral, uma vez que sequer cometeram qualquer ato ilícito e não consta,
nos autos, nenhuma comprovação de que os requerentes tiveram dano ocasionado à honra, à imagem e à
moral. Pelo contrário, vislumbra-se, nitidamente, que há uma quebra de expectativa dos consumidores, os
quais passaram por problemas administrativos com a instituição financeira para conseguir o financiamento
bancário.
Inicialmente, os requeridos alegam que a Construtora Leal Moreira Ltda. é parte ilegítima, contudo tal
argumento não merece prosperar, eis que nos termos da legislação consumerista e de acordo com a
teoria da aparência, aos olhos do consumidor existe apenas uma empresa denominada Leal Moreira,
conforme se verifica na Carta Proposta para aquisição de imóvel.
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Nesses casos é imprescindível que a teoria da aparência seja aplicada, mantendo-se, com isso, uma
situação que, embora não seja a real, assim se apresenta em relação a uma das partes.
De fato, quando o consumidor contratou junto à empresa requerida, o fez com a convicção que estava
tratando com a Construtora Leal Moreira Ltda., ressaltando que todas as tratativas no trâmite do
financiamento foram realizadas com essa.
Caso o entendimento fosse diverso, o autor poderia ser alvo de manobras abusivas por parte das pessoas
jurídicas envolvidas, em total afronta ao art. 6° do Código de Defesa do Consumidor.
A lide versa sobre relação de consumo disciplinada pelo Código de Defesa do Consumidor, tendo os
requeridos por fornecedores e os autores por consumidores. Nesta esteira, a responsabilidade do
fornecedor, por danos e prejuízos causados ao consumidor, é objetiva, conforme disposto no CDC.
No caso vertente, é fato incontroverso que os autores firmaram contrato com os requeridos para aquisição
do imóvel, em 21.12.2018, sendo a entrega prevista para março/2019, já incluído o prazo de tolerância.
Do mesmo modo, restou incontroverso que a entrega do imóvel foi efetivada no mês de novembro/2019.
Cumpre ressaltar que o atraso da entrega não se refere ao retardamento de finalização da obra, mas,
conforme argumentaram os autores, o atraso da entrega do imóvel foi decorrente da demora nos trâmites
do financiamento e registro.
Os autores alegam que o atraso na entrega decorreu da inércia dos requeridos em providenciar os
documentos necessários para o financiamento, sendo, ainda, cobrados indevidamente de comissão de
corretagem, bem como taxas condominiais e IPTU.
Por sua vez, os requeridos alegam que o atraso se deu por contratempos com a instituição que financiaria
o imóvel, sendo devidos os valores cobrados a título de corretagem, IPTU e condomínio.
Após a instrução processual, este Juízo restou convencido que o atraso da entrega do imóvel não
decorreu de forma decisiva por ato comissivo ou omissivo das requeridas, eis que houve diversos fatores
para tanto, inclusive fatores comuns em compra e venda de imóvel, além de circunstâncias decorrente da
instituição financeira, que financiou o imóvel. Contudo, restou claro que as empresas rés contribuíram
parcialmente para o atraso, mais especificamente, no mês de janeiro/2019, eis que não há nos autos
nenhuma indicação de que as empresas disponibilizaram os documentos para tramitação do
financiamento; sendo possível vislumbrar uma certa negligência dessas em relação ao negócio.
No que concerne à alegação de que houve atraso, em razão de novos impasses da construtora para que o
imóvel fosse liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por
interveniente quitante das requeridas, entendo que os requerentes tinham ciência da necessidade de
liberação, pois havia previsão no contrato para tanto, sendo certo que os trâmites, em registro de imóveis,
requerem um certo lapso temporal.
Assim, por tudo o que nos autos consta, entendo que houve falha dos requeridos, devendo haver
reparação pelos danos causados, na proporção de sua má qualidade.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No que concerne ao pedido de lucros cessantes e multa contratual invertida, verifico que não podem ser
cumulativos, conforme Tema 970 do STJ. Também, não merecem prosperar os pedidos, em razão da
existência da Cláusula 11.1.1 do contrato e com fundamento no Tema 971 do STJ.
Contudo, observo que a Claúsula 11.1.1 não apresenta equivalência com o valor locativo do
imóvel, considerando o disposto no Tema 970 1 , pois o percentual de 0,2% ainda que aplicado no
montante total do imóvel equivale a R$ 736,04, em valor significativamente inferior ao valor locativo médio
de R$ 2.599,002.
Assim, verifico ser abusivo o percentual determinado na referida cláusula em detrimento ao consumidor,
motivo pelo qual a multa a ser paga deverá ser equivalente ao valor locativo de um mês, no montante de
R$ 2.599,00, em consonância ao Tema 970.
Em relação às despesas condominiais, verifico ser pacífico na Jurisprudência, que essas são devidas a
partir da entrega das chaves, que ocorreram no mês de novembro/2019, sendo devidos aos autores o
valor de R$ 944,80, referente aos meses de setembro e outubro/2019, mais fundo de reserva e taxa extra
AGE 18/06.
Em relação ao IPTU, vislumbro ser devido proporcionalmente pelas partes, devendo o valor total de R$
2.280,66 ser dividido em 12 meses, sendo devido pelos requeridos 10 meses (janeiro a outubro), o que
equivale a R$ 1.900,55.
No que concerne a taxa de intermediação ou corretagem, verifico que esse é devida, eis que restou claro,
desde dezembro/2018, quando as partes assinaram a Carta proposta, acerca da existência de
intermediação, inclusive os autores realizaram depósitos distintos ao da incorporadora, sendo pacífico tal
entendimento conforme RESP 1.599511/SP, que decidiu, em suma, pela validade da cláusula contratual,
que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem, nos contratos de
promessa de compra e venda de unidade autônoma, em regime de incorporação imobiliária, desde que
previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da
comissão de corretagem; o que ocorreu no caso.
No que concerne aos danos morais, na aplicação da responsabilidade objetiva, como in casu, para que
haja o dever de indenizar é irrelevante a conduta do agente (culpa ou dolo), bastando à existência do dano
e o nexo de causalidade entre o fato e o dano.
O ato lesivo, praticado pelo réu, impõe ao mesmo o dever de reparar o dano. Logo, configurada a
responsabilidade civil, visto que devidamente demonstrado o nexo causal entre a conduta praticada e o
fato lesivo, impõe-se ao réu o dever de indenizar.
Entendo que os aborrecimentos e decepções sofridos pelos autores, decorrente da compra o imóvel, com
atraso na entrega por negligência em parte das empresas rés e o inadimplemento de taxas condominiais e
IPTU, ultrapassaram o mero dissabor, resultando em perturbação de espírito com intensidade suficiente a
configurar dano moral.
Tais fatos indubitavelmente afetaram a tranquilidade cotidiana dos autores, de forma a ultrapassar o limite
do tolerável, ensejando compensação.
A lei civil estabelece que a indenização por danos morais é compensatória e deve ser arbitrada pelo
magistrado, atendendo-se aos fins sociais a que a lei se destina, mediante a análise equitativa das
circunstâncias do caso concreto.
Desse modo, versando a causa sobre relação de consumo, os princípios que informam o sistema especial
de proteção e defesa do consumidor devem ser considerados, a fim de que o valor da indenização por
danos morais tenha caráter tríplice, ou seja, punitivo, em relação ao agente que viola a norma jurídica;
compensatório, em relação à vítima, que tem direito ao recebimento de quantia que lhe compense a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
angústia e humilhação pelo abalo sofrido; e educativo, no sentido de incentivar o condenado a evitar a
prática de condutas análogas, que venham prejudicar outros consumidores.
Ao realizar a presente tarefa arbitral, levo em consideração o fator pedagógico e inibidor de conduta similar
por parte da reclamada, pois esta deve respeitar as normas previstas no Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, organizando-se adequadamente e primando pela qualidade dos produtos e serviços.
Busco posicionar o quantum indenizatório num patamar equânime que não empobreça demasiadamente a
reclamada inviabilizando sua atividade, mas que desestimule condutas análogas, sem constituir
enriquecimento absurdo para o autor.
Desse modo, concluo que o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), para ambos os autores, sendo R$
4.000,00 (quatro mil reais) para cada um dos autores, atende aos parâmetros legais para fixação do
quantum indenizatório no presente caso concreto.
Certificado o trânsito em julgado, intime-se a parte sucumbente para cumprimento voluntário da sentença,
no prazo de 15 dias, sob pena de incidência da multa de 10% do §1º do art. 523 do CPC, devendo a guia
para pagamento voluntário ter como vencimento o prazo de 15 dias, contado da intimação consumada
para cumprimento da sentença. Os valores deverão ser pagos através de depósito judicial junto ao
BANPARÁ.
Juíza de Direito
1 Tema 970: “A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
lucros cessantes.” (grifo nosso).
2https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/-aluguel-no-torres-devant-68m-905296616
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/excelente-oportunidade-de-aluguel-no-torres-devant-2-4-
905278533
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/alugaa-se-maravilhoso-apto-2-4-torres-devant-pedreira-
903426139 (Dados acessados em 22.07.2021)
785
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo n° 0836781-93.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Ratifico o cancelamento da audiência e procedo ao julgamento antecipado da lide, em razão dos pedidos
ID 25587679 e ID 25618094.
Os requerentes alegam que adquiriram a unidade habitacional 604-A, Torre Oeste, no Condomínio Torres
Devant e, no ato da compra, foi fixado o preço do imóvel em R$368.022,95, sendo, assim, ajustada a
forma de pagamento: sinal de R$50.000,00, por transferência bancária; R$40.842,52, via utilização de
FGTS; o restante seria objeto de financiamento pelo Banco do Brasil.
Relatam que, na ocasião, também, foi firmado que o imóvel seria entregue, no máximo, em
março/2019, contudo a entrega das chaves ocorreu, somente, em novembro/2019.
Alegam que o envio de documentos se deu após grande chateação e cobrança por providências do
requerente, que, em fevereiro/2019, teve de reclamar e pedir a intervenção de outra pessoa da requerida
para que encaminhasse corretamente os documentos necessários para o financiamento.
Aduzem que o processo demorou, sendo fechado o dossiê com todos os documentos preliminares para a
formação do contrato de financiamento, somente, ao final de abril/2019. Ato contínuo, iniciou-se impasse
quanto à valores devidos pelo atraso do financiamento do imóvel, a título de juros e correção monetária e,
após discussões de valores, o contrato foi assinado em junho/2019.
Relatam que, a partir de então, passou-se a novos impasses da construtora, para que o imóvel fosse
liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por interveniente quitante
das requeridas. Essa foi a razão para que a posse do imóvel, apenas, tenha sido concluída em
novembro/2019, após novas reclamações do requerente.
Afirmam que outro fato importante é que a compra do imóvel se deu sem a intervenção de qualquer
corretor ou empresa de corretagem, isso porque já tinha conhecimento acerca do empreendimento, de
forma que as requeridas foram contactadas apenas para a formalização do negócio e encaminhamento de
dados bancários, para pagamento do valor referente a entrada. Todavia, foi imposto o pagamento de taxas
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
não especificadas, como forma de serviço de intermediação, direcionada à conta da imobiliária e à conta
de funcionário dessa – Sr. Romulo Figueiredo Donza - valores esses que não foram considerados como
parte do pagamento do imóvel, causando consideráveis danos.
Alegam que não deram ensejo ao atraso na entrega do imóvel, que foi ocasionado pelas requeridas, além
de ter sido cobrada uma taxa indevida de intermediação não especificada e não existente.
Aduzem que sofreram danos morais pela demora na entrega do apartamento, além de danos materiais
pela necessidade pagamento do IPTU de ano-base 2019; cotas condominiais do imóvel, referentes a
períodos anteriores à posse do imóvel; lucros cessantes devido ao atraso na entrega das chaves; bem
como danos materiais pelos valores pagos a título de indevida cobrança de taxa de intermediação.
Requereram indenização por danos materiais: 1) com base na inversão da multa contratual outrora
imposta ao consumidor pelo atraso na entrega das chaves, no valor de R$36.802,29, ou, subsidiariamente,
no valor de R$7.020,74, conforme melhor se compreender acerca da base de cálculo; 2) R$1.500,00,
referente a cotas condominiais; 3) R$ 2.407,63 referente ao IPTU de período que não ocupava o imóvel; 4)
lucros cessantes pelo atraso na entrega das chaves em R$ 14.720,91; 5) R$ 12.805,05 a cobrança
indevida a título de serviços de intermediação ou subsidiariamente, a consideração de que o importe de
R$ 1.829,14 direcionado à funcionário da requerida se tratava de SATI; bem como indenização por danos
morais, no valor de R$ 10.000,00.
Em contestação, os requeridos alegam a ilegitimidade da Construtora Leal Moreira Ltda. para figurar no
polo passivo, uma vez que não integrou a relação contratual em litígio, pois o Compromisso de Compra e
Venda foi assinado pelos requerentes e a Filadélfia Incorporadora Ltda., que é pessoa jurídica distinta da
Construtora Leal Moreira Ltda.
Afirmam que a requerida Filadélfia Incorporadora Ltda. é a única responsável pelo empreendimento e a
Construtora não participou da relação contratual que alienou o imóvel e, muito menos, realizou a
incorporação do empreendimento.
Aduzem que a referida construtora possui somente participação no capital da incorporadora e, como sócia,
não poderia ser afetada pelos efeitos das obrigações contraídas pela sociedade, se não comprovados os
requisitos necessários para a desconsideração da personalidade jurídica.
Alegam serem incongruentes as informações da petição inicial, eis que os requerentes solicitaram a
documentação para realizar o financiamento em 23.01.2019 (ID 18071974) e o seu setor de
relacionamento enviou toda a documentação necessária em 21.02.2019 (ID 18071974); antes do prazo
final para a entrega do empreendimento, nos termos da cláusula 10.1.1 (ID 18045884).
Aduzem que o financiamento bancário não foi obstado, em razão de desídia das empresas, pois
promoveram a entrega da documentação em 21.02.2019 (ID 18071974), ou seja, antes do prazo
contratual para entrega da unidade autônoma. Contudo, é facilmente verificado nos e-mails juntados no ID
18071967, que os requerentes tiveram contratempos com a instituição financeira e, por isso, solicitaram
nova declaração, a qual já havia sido enviada anteriormente.
Alegam que os requerentes receberam toda a documentação para finalizar o financiamento em 21.02.2019
(ID 18071974) e, somente, contactaram as requeridas, novamente, em 31.05.2019 (ID 1807196), quando
informaram os referidos contratempos com a instituição financeira; sendo fácil entender que os problemas,
no procedimento administrativo do financiamento bancário, ocorreram entre os requerentes e instituição
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
financeira, sem que tenham cometido qualquer ato que gerasse o atraso.
Relatam que os requerentes entraram em contato com as empresas em 01.07.2019 (ID 18071978) e
afirmaram que o contrato de financiamento ficou pronto em 28.06.2019, motivo pelo qual somente
iniciaram trâmites administrativos junto ao cartório em agosto/2019.
Aduzem a inexistência de ato ilícito, pois não violaram qualquer cláusula contratual que envolva a entrega
da unidade autônoma, conforme acima relatado; não existindo, assim, o inadimplemento contratual que
enseje a condenação das requeridas ao pagamento da multa moratória estipulada em cláusula penal e,
somado isto, também, inexiste fato gerador que justifique a condenação a título de lucros cessantes.
Afirmam que os requerentes pleiteiam a condenação das requeridas ao pagamento da multa contratual
prevista aos promitentes compradores, ou seja, estes requerem a inversão da cláusula penal 11.1. (ID
n°18045884, pg. 22), bem como requerem o pagamento de lucros cessantes. Entretanto, não merecer
prosperar o referido pleito, dado que tal pedido não está em conformidade com a mais nova jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, a qual estabeleceu que é proibido cumular lucros cessantes com cláusula
penal moratória (Tema 970, STJ); bem como firmou que havendo cláusula penal, apenas, em desfavor aos
compradores, caso haja inadimplemento da vendedora, deverá esta ser utilizada com o parâmetro
indenizatório.
Alegam a inaplicabilidade do Tema 971, STJ, em razão do instrumento pactuado entre as partes prever
que a incorporadora deverá pagar multa moratória, caso ultrapasse prazo de tolerância.
Aduzem que a Cláusula 11.1.1, “a” do Contrato de Promessa de Compra e Venda prevê o pagamento de
multa moratória, que deve ser utilizada como mecanismo indenizatório, em razão da inadimplência do
referido ajuste, prestigiando o princípio da mínima intervenção contratual.
Requereram que o montante de R$595,13, que foi calculado nos termos da multa moratória da Cláusula
11.1.1, “a” seja abatido do saldo devedor dos requerentes, nos termos da Cláusula 11.1.2.
Afirmam a impossibilidade de restituição dos valores pagos a título de comissão de corretagem, em face
da legalidade da cobrança, ressaltando haver previsão dessa obrigação de pagar no Código Civil e a
jurisprudência do STJ ter estipulado que o repasse da taxa de corretagem ao promitente comprador é
devido.
Alegam que os requerentes assinaram a carta proposta, a qual prevê o pagamento da referida taxa de
corretagem, de forma que possuíam ciência da cobrança, bem como se vincularam ao seu pagamento
quando assinaram o documento.
Ressaltam que o referido documento demonstra a base definitiva do futuro ajuste, por isso, servindo como
elemento para formação do contrato, e os requerentes ratificaram a carta proposta, quando assinaram o
Contrato de Promessa de Compra e Venda; não havendo que se falar em cobrança indevida.
Em relação ao pedido de restituição dos valores pagos a título de taxa condominial e IPTU, aduzem que,
somente, houve atraso na entrega da unidade autônoma, em razão dos problemas administrativos que
ocorreram entre os requerentes e a instituição financeira e, por isso, não cabe a restituição de qualquer
valor a título de taxa condominial e IPTU. A obrigação de adimplir as taxas condominiais e o referido
imposto detém natureza propter rem, ou seja, ela acompanha o imóvel, desde a sua efetiva entrega, a qual
foi formalizada com o termo de entrega das chaves em 20.11.2019
Argumentam que os débitos anteriores à entrega do termo de chaves são transferidos ao adquirente, visto
que incumbe a esse o ônus de averiguar as reais condições do imóvel, antes de sua aquisição, a fim de se
resguardar de transtornos futuros, exigindo a quitação de débitos pelo promitente vendedor, antes de
concluído o negócio jurídico. Portanto, surge a necessidade do comprador do imóvel, por se tratar de
obrigações propter rem e a luz do princípio da ambulatoriedade, transferir todas as obrigações que
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Afirmam que os requerentes são os responsáveis pelo pagamento das taxas condominiais e do referido
imposto, sendo, totalmente, descabida a referida cobrança, visto que as chaves do imóvel foram entregues
em 20.11.2019 (ID 18044918).
Alegam a inexistência de dano moral, uma vez que sequer cometeram qualquer ato ilícito e não consta,
nos autos, nenhuma comprovação de que os requerentes tiveram dano ocasionado à honra, à imagem e à
moral. Pelo contrário, vislumbra-se, nitidamente, que há uma quebra de expectativa dos consumidores, os
quais passaram por problemas administrativos com a instituição financeira para conseguir o financiamento
bancário.
Inicialmente, os requeridos alegam que a Construtora Leal Moreira Ltda. é parte ilegítima, contudo tal
argumento não merece prosperar, eis que nos termos da legislação consumerista e de acordo com a
teoria da aparência, aos olhos do consumidor existe apenas uma empresa denominada Leal Moreira,
conforme se verifica na Carta Proposta para aquisição de imóvel.
Nesses casos é imprescindível que a teoria da aparência seja aplicada, mantendo-se, com isso, uma
situação que, embora não seja a real, assim se apresenta em relação a uma das partes.
De fato, quando o consumidor contratou junto à empresa requerida, o fez com a convicção que estava
tratando com a Construtora Leal Moreira Ltda., ressaltando que todas as tratativas no trâmite do
financiamento foram realizadas com essa.
Caso o entendimento fosse diverso, o autor poderia ser alvo de manobras abusivas por parte das pessoas
jurídicas envolvidas, em total afronta ao art. 6° do Código de Defesa do Consumidor.
A lide versa sobre relação de consumo disciplinada pelo Código de Defesa do Consumidor, tendo os
requeridos por fornecedores e os autores por consumidores. Nesta esteira, a responsabilidade do
fornecedor, por danos e prejuízos causados ao consumidor, é objetiva, conforme disposto no CDC.
No caso vertente, é fato incontroverso que os autores firmaram contrato com os requeridos para aquisição
do imóvel, em 21.12.2018, sendo a entrega prevista para março/2019, já incluído o prazo de tolerância.
Do mesmo modo, restou incontroverso que a entrega do imóvel foi efetivada no mês de novembro/2019.
Cumpre ressaltar que o atraso da entrega não se refere ao retardamento de finalização da obra, mas,
conforme argumentaram os autores, o atraso da entrega do imóvel foi decorrente da demora nos trâmites
do financiamento e registro.
Os autores alegam que o atraso na entrega decorreu da inércia dos requeridos em providenciar os
documentos necessários para o financiamento, sendo, ainda, cobrados indevidamente de comissão de
corretagem, bem como taxas condominiais e IPTU.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por sua vez, os requeridos alegam que o atraso se deu por contratempos com a instituição que financiaria
o imóvel, sendo devidos os valores cobrados a título de corretagem, IPTU e condomínio.
Após a instrução processual, este Juízo restou convencido que o atraso da entrega do imóvel não
decorreu de forma decisiva por ato comissivo ou omissivo das requeridas, eis que houve diversos fatores
para tanto, inclusive fatores comuns em compra e venda de imóvel, além de circunstâncias decorrente da
instituição financeira, que financiou o imóvel. Contudo, restou claro que as empresas rés contribuíram
parcialmente para o atraso, mais especificamente, no mês de janeiro/2019, eis que não há nos autos
nenhuma indicação de que as empresas disponibilizaram os documentos para tramitação do
financiamento; sendo possível vislumbrar uma certa negligência dessas em relação ao negócio.
No que concerne à alegação de que houve atraso, em razão de novos impasses da construtora para que o
imóvel fosse liberado para registro em cartório, como a necessidade de liberação do imóvel por
interveniente quitante das requeridas, entendo que os requerentes tinham ciência da necessidade de
liberação, pois havia previsão no contrato para tanto, sendo certo que os trâmites, em registro de imóveis,
requerem um certo lapso temporal.
Assim, por tudo o que nos autos consta, entendo que houve falha dos requeridos, devendo haver
reparação pelos danos causados, na proporção de sua má qualidade.
No que concerne ao pedido de lucros cessantes e multa contratual invertida, verifico que não podem ser
cumulativos, conforme Tema 970 do STJ. Também, não merecem prosperar os pedidos, em razão da
existência da Cláusula 11.1.1 do contrato e com fundamento no Tema 971 do STJ.
Contudo, observo que a Claúsula 11.1.1 não apresenta equivalência com o valor locativo do
imóvel, considerando o disposto no Tema 970 1 , pois o percentual de 0,2% ainda que aplicado no
montante total do imóvel equivale a R$ 736,04, em valor significativamente inferior ao valor locativo médio
de R$ 2.599,002.
Assim, verifico ser abusivo o percentual determinado na referida cláusula em detrimento ao consumidor,
motivo pelo qual a multa a ser paga deverá ser equivalente ao valor locativo de um mês, no montante de
R$ 2.599,00, em consonância ao Tema 970.
Em relação às despesas condominiais, verifico ser pacífico na Jurisprudência, que essas são devidas a
partir da entrega das chaves, que ocorreram no mês de novembro/2019, sendo devidos aos autores o
valor de R$ 944,80, referente aos meses de setembro e outubro/2019, mais fundo de reserva e taxa extra
AGE 18/06.
Em relação ao IPTU, vislumbro ser devido proporcionalmente pelas partes, devendo o valor total de R$
2.280,66 ser dividido em 12 meses, sendo devido pelos requeridos 10 meses (janeiro a outubro), o que
equivale a R$ 1.900,55.
No que concerne a taxa de intermediação ou corretagem, verifico que esse é devida, eis que restou claro,
desde dezembro/2018, quando as partes assinaram a Carta proposta, acerca da existência de
intermediação, inclusive os autores realizaram depósitos distintos ao da incorporadora, sendo pacífico tal
entendimento conforme RESP 1.599511/SP, que decidiu, em suma, pela validade da cláusula contratual,
que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem, nos contratos de
promessa de compra e venda de unidade autônoma, em regime de incorporação imobiliária, desde que
previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da
comissão de corretagem; o que ocorreu no caso.
No que concerne aos danos morais, na aplicação da responsabilidade objetiva, como in casu, para que
haja o dever de indenizar é irrelevante a conduta do agente (culpa ou dolo), bastando à existência do dano
e o nexo de causalidade entre o fato e o dano.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O ato lesivo, praticado pelo réu, impõe ao mesmo o dever de reparar o dano. Logo, configurada a
responsabilidade civil, visto que devidamente demonstrado o nexo causal entre a conduta praticada e o
fato lesivo, impõe-se ao réu o dever de indenizar.
Entendo que os aborrecimentos e decepções sofridos pelos autores, decorrente da compra o imóvel, com
atraso na entrega por negligência em parte das empresas rés e o inadimplemento de taxas condominiais e
IPTU, ultrapassaram o mero dissabor, resultando em perturbação de espírito com intensidade suficiente a
configurar dano moral.
Tais fatos indubitavelmente afetaram a tranquilidade cotidiana dos autores, de forma a ultrapassar o limite
do tolerável, ensejando compensação.
A lei civil estabelece que a indenização por danos morais é compensatória e deve ser arbitrada pelo
magistrado, atendendo-se aos fins sociais a que a lei se destina, mediante a análise equitativa das
circunstâncias do caso concreto.
Desse modo, versando a causa sobre relação de consumo, os princípios que informam o sistema especial
de proteção e defesa do consumidor devem ser considerados, a fim de que o valor da indenização por
danos morais tenha caráter tríplice, ou seja, punitivo, em relação ao agente que viola a norma jurídica;
compensatório, em relação à vítima, que tem direito ao recebimento de quantia que lhe compense a
angústia e humilhação pelo abalo sofrido; e educativo, no sentido de incentivar o condenado a evitar a
prática de condutas análogas, que venham prejudicar outros consumidores.
Ao realizar a presente tarefa arbitral, levo em consideração o fator pedagógico e inibidor de conduta similar
por parte da reclamada, pois esta deve respeitar as normas previstas no Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, organizando-se adequadamente e primando pela qualidade dos produtos e serviços.
Busco posicionar o quantum indenizatório num patamar equânime que não empobreça demasiadamente a
reclamada inviabilizando sua atividade, mas que desestimule condutas análogas, sem constituir
enriquecimento absurdo para o autor.
Desse modo, concluo que o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), para ambos os autores, sendo R$
4.000,00 (quatro mil reais) para cada um dos autores, atende aos parâmetros legais para fixação do
quantum indenizatório no presente caso concreto.
Certificado o trânsito em julgado, intime-se a parte sucumbente para cumprimento voluntário da sentença,
no prazo de 15 dias, sob pena de incidência da multa de 10% do §1º do art. 523 do CPC, devendo a guia
para pagamento voluntário ter como vencimento o prazo de 15 dias, contado da intimação consumada
para cumprimento da sentença. Os valores deverão ser pagos através de depósito judicial junto ao
BANPARÁ.
Juíza de Direito
1 Tema 970: “A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
lucros cessantes.” (grifo nosso).
2https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/-aluguel-no-torres-devant-68m-905296616
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/excelente-oportunidade-de-aluguel-no-torres-devant-2-4-
905278533
https://pa.olx.com.br/regiao-de-belem/imoveis/alugaa-se-maravilhoso-apto-2-4-torres-devant-pedreira-
903426139 (Dados acessados em 22.07.2021)
DECISÃO
Diante da inércia da parte exequente, ratifico os termos da sentença constante no id. 26018865.
Arquive-se.
Juíza de direito
PODER JUDICIÁRIO
Avenida Vinte e Cinco de Setembro, 1366, antiga 25 de Setembro, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-
005
DECISÃO/MANDADO
PROCESSO n° 0810322-59.2017.8.14.0301
Juíza de Direito
793
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO n° 0818643-44.2021.8.14.0301
Juíza de Direito
PROCESSO n° 0818643-44.2021.8.14.0301
Juíza de Direito
NORAT PEREIRA OAB: 13724/PA Participação: REQUERENTE Nome: ANTONIO PEREIRA DA SILVA
Participação: ADVOGADO Nome: ALBA CRISTINA BRAGA CARDOSO NORAT PEREIRA OAB:
13724/PA Participação: REQUERIDO Nome: UNIMED BELEM COOPERATIVA DE TRABALHO MEDICO
Participação: ADVOGADO Nome: SILVIA MARINA RIBEIRO DE MIRANDA MOURAO OAB: 5627/PA
Processo n° 0004945-79.2013.814.0302
Intime-se a parte sucumbente para cumprimento voluntário do acórdão, no prazo de 15 dias, sob pena de
incidência da multa de 10% do §1º do art. 523 do CPC.
Juíza de Direito
PROCESSO n° 0846459-35.2020.8.14.0301.
ÀSecretaria para realizar o cálculo do débito, devendo verificar as alegações da autora e requerido.
Juíza de Direito
795
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0854884-85.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de ação de indenização por danos morais proposta em face da reclamada em razão de
publicações ofensivas à honra do reclamante veiculadas no Facebook.
A reclamada não apresentou contestação nos autos, motivo pelo qual decreto sua revelia, consoante art.
20 da Lei 9.099/95.
A revelia induz a uma presunção de veracidade quanto à matéria de fato e indica que a parte ré aceita,
tacitamente, o ônus processual da falta de defesa.
Decido.
Analisando detidamente as provas e alegações constantes dos autos, entendo que assiste razão à parte
autora.
Quanto à configuração da responsabilidade civil pela prática de ato ilícito, faz-se as seguintes observações
que levaram a este juízo considerar que estão presentes os pressupostos do art. 186 do Código Civil.
A publicação postada pela reclamada em sua página do Facebook juntada no Id 13389608 afirma que
uma criança foi estuprada e morta pelo autor.
Não obstante ter sido o autor condenado em anos anteriores por estupro, não se verifica a relação deste
tipo penal com o crime citado na página do Facebook, que seria um outro processo em que o autor
responde por homicídio e ocultação de cadáver de uma criança.
Assim, observo que a reclamada compartilhou em sua página do Facebook informação falsa a respeito do
autor, qual seja de que este teria estuprado e assassinado a citada criança.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ambas as acusações configuram a prática de ato ilícito por parte da ré. A primeira porque não tem relação
com o caso acima relatado, a qual, com foi dito, o autor não responde por este tipo penal. E a segunda,
porque a ré divulga acusação de que o autor é um assassino, sendo que não há trânsito em julgado da
sentença que o condenou, razão pela qual o autor não pode ser considerado culpado (art. 5º, LVII, CF).
Deste modo, entendo que restou comprovado o dano moral alegado pelo autor, consoante relatado e
provado com a juntada de documentos.
Assim, considero que restou evidenciado que o autor foi submetido a uma situação extremamente
vexatória, oriunda da prática de ato ilícito por parte da requerida, que compartilhou em sua página
acusações incoerentes com a realidade dos acontecimentos relativos aos processos que o autor responde
na justiça.
Vale também ressaltar que a reclamada não apenas compartilhou a publicação, mas acrescentou o
seguinte texto:
“Eis a nossa justiça. Adivinhem? Ele foi meu colega de classe quando cursei Direito, na Estácio. Isso
mesmo: ELE CURSA DIREITO, e, diga-se de passagem, se dedica muito ao curso! Agora entendo o
porquê! Fiquei indignada quando soube (já quando não estava mais na faculdade), mas, por receio, não
divulguei. Agora que a notícia se espalhou, criei coragem e estou aqui alertando a todos que se
interessarem.”
Em casos como o presente, a reclamada não teve o cuidado de verificar a veracidade das acusações que
estava repassando, o que por certo ocasionou ao autor todos danos relatados na inicial. Assim, a
reclamada, ao enfatizar a postagem mencionada, compartilhando-a na rede social, adentrou no campo do
ilícito, o que autoriza o pleito de indenização por dano moral.
A responsabilidade civil se ampara no artigo 927 do Código Civil. Em regra, este diploma legal adotou a
teoria da responsabilidade subjetiva, pela qual há necessidade de comprovação de que o agente agiu com
dolo ou culpa. Logo, são requisitos imprescindíveis à responsabilização civil a comprovação da prática de
um ato ilícito culposo, que ocasione dano a outrem e que exista uma relação de causalidade entre o ato e
o dano.
Deste modo, entendo que restou demonstrado o nexo de causalidade entre o ato ilícito praticado pela
reclamada, que expôs o reclamante à uma situação vexatória, e causou danos à honra subjetiva deste.
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Havendo um dano, devidamente comprovado, surge para o seu causador a obrigação de repará-lo, nos
termos do disposto no artigo 927, do Código Civil.
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação
Desta forma a honra e a imagem são garantias constitucionais de natureza extrapatrimonial. Logo, são
intransmissíveis, indisponíveis e irrenunciáveis.
Em virtude da dificuldade da demonstração do abalo íntimo sofrido pela vítima, temos que a concepção
atual da doutrina se orienta no sentido de que a responsabilização do agente se opera por força do
simples fato da violação (“danum in re ipsa”), não havendo que se cogitar de prova específica de dano
moral, se presentes os pressupostos legais para que haja a responsabilidade, quais sejam, o nexo de
causalidade e a culpa.
Não restam dúvidas a respeito de que o reclamado tenha sido o causador dos danos por que passou o
autor e que aquele laborou em uma conduta ilícita, conforme acima já explicado.
A indenização deve ser encarada tanto da ótica da finalidade punitiva, quanto da finalidade educativo-
pedagógica, no sentido de coibir a reiteração de condutas semelhantes.
Em contrapartida, considero que a indenização não deve ser fonte de enriquecimento indevido para quem
sofreu o dano, mas também deve ter caráter educativo, a fim de evitar a reiteração de condutas ilícitas.
Assim, o pedido de indenização feito pelo autor deve ser adequado a estes parâmetros.
Adotando-se como baliza julgamentos anteriores proferidos neste Juízo em casos análogos, bem como
considerando o fato de que não foi a requerida quem criou a publicação, mas apenas compartilhou-a com
o acréscimo do texto já mencionado, entendo que a condenação em patamar equivalente a R$4.000,00
(quatro mil reais) guarda razoabilidade e atende aos parâmetros de proporcionalidade.
Com relação à obrigação de fazer para a retirada das postagens ofensivas, pelos fundamentos já
mencionados, entendo que o pedido merece acolhimento.
-Dispositivo.
1. Condeno a reclamada a pagar ao autor a quantia de R$4.000,00 (quatro mil reais), a título de
indenização por danos morais, devendo tal valor ser atualizado monetariamente pelo INPC e juros
de mora fixados em 1% (um por cento) ao mês, ambos devidos a partir da data da sentença.
2. Condeno a reclamada a retirar a postagem ofensiva objeto da presente demanda da sua página
do Facebook.
Transitada em julgado e nada sendo requerido no prazo de trinta dias, arquivem-se os autos.
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Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0832374-44.2020.8.14.0301
REU: EMIRATES
SENTENÇA
Trata-se de pedido de indenização por danos morais e materiais decorrentes de transtornos oriundos de
cancelamento de voo internacional.
Relata a autora que adquiriu passagem aérea através da ré EMIRATES, registrada sob o código de
reserva FZ2Y5N. A autora sairia de BANGKOK no dia 27/03/2020 às 03:30hrs, fazendo escala em DUBAI,
com destino final em SÃO PAULO.
Relata que no dia 23/03/2020 a ré cancelou sua passagem, bem como não lhe prestou qualquer
assistência, além de recusar a proceder a sua realocação nos voos que estavam sendo realizados.
Por este motivo, a autora informa que teve que adquirir por conta própria passagens em outra companhia
aérea. Requer a título de indenização por danos materiais:
1. O valor da passagem de retorno originalmente comprada através da EMIRATES, que não foi
utilizada pela requerente, no valor de THB 26.725,00, equivalente a R$ 4.901,30;
2. Passagem comprada pela THAIVIETJETAIR, saindo de CHIANG MAI com destino a BANGKOK, no
valor de THB 1014,00, equivalente a R$ 185,82.
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3. Passagem comprada pela AEROFLOT RUSSIAN saindo no dia 27/03/2020 de BANGKOK com
destino final em LONDRES no valor de USD 695.49, equivalente a R$ 4.094,21.
4. Passagem comprada pela LATAM saindo no dia 29/03/2020 de LONDRES com destino final em
SÃO PAULO no valor de R$ 2.706,33.
5. Passagem comprada pela LATAM saindo no dia 01/04/2020 de SÃO PAULO com destino final em
BELÉM no valor de R$ 265,10.
Por fim, requer a condenação da requerida em indenização por danos morais, devido a todos os
transtornos que relata ter sofrido e que estão descritos na inicial.
A reclamada, em contestação, argumenta que foi opção da autora adquirir passagens aéreas em outras
empresas, uma vez que sua realocação seria realizada, razão pela qual não deve ser condenada ao
reembolso dessas passagens. Alega que o voo da autora foi cancelado em razão do fechamento da
fronteira em Dubai, em razão da pandemia da COVID-19, razão pela qual não deve ser responsabilizada
pelos danos decorrentes deste evento. Além disso, alega que não restou comprovada a preterição de
embarque, além de outros argumentos que serão detalhados quando da análise do mérito.
Decido.
Em primeiro lugar, em se tratando a presente ação de danos morais e materiais advindos de voo
internacional, necessário se fazer as seguintes observações.
A referida tese foi fixada a partir de dois casos concretos em que nenhum dos processos teve como objeto
a eventual limitação da indenização por dano moral com base em convenções internacionais.
Assim, não se pode utilizar indiscriminadamente a tese fixada no Tema 210, pois não se pode também
olvidar da proteção constitucional que o cidadão possui em hipóteses de dano moral, e seu art. 5º, incs. V
e X, sob pena de prejudicar, sobremaneira, os consumidores que sofrem abalos morais na esfera
extrapatrimonial e que, portanto, merecem ser recompensados.
Anoto que este juízo já chegou a adotar o entendimento de que a aplicação da Convenção de Montreal
afastava completamente a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, contudo, tratando-se de tema
controverso e com o surgimento de novos julgados, inclusive do próprio STF, faz-se necessário repensar e
readequar o entendimento.
Em recente decisão monocrática, datada de 28/05/2019, a Ministra Carmem Lucia afirmou a possibilidade
de arbitramento de indenização por dano moral em caso de transporte internacional, bem como, a
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1. Agravo retido desprovido, diante da presença dos requisitos legais para a decretação da inversão do
ônus da prova, bem como pela rejeição da prejudicial de decadência. 2. A inversão do ônus da prova é
norma de natureza processual que, em vista do princípio da vulnerabilidade do consumidor, almeja
equilibrar a posição das partes no processo, atendendo aos critérios estipulados no inciso VIII do art. 6° do
CDC, reconhecida a hipossuficiência técnica do autor e a verossimilhança de suas alegações à luz das
regras de experiência comum, valendo-se, para tanto, de qualquer meio de início de prova. 3. Rejeita-se a
prejudicial de mérito de decadência, pois a demanda objetiva o ressarcimento de alegados danos morais
decorrentes de fato do consumo, submetendo-se ao prazo prescricional quinquenal do artigo 27 do CDC,
prazo este não transcorrido. 4. Repercussão geral sobre o tema reconhecida pelo Supremo Tribunal
Federal no processo AI 762.184 substituído pelo RE nº 636331 que se encontra ainda em tramitação,
aguardando a conclusão do julgamento, sem influência, portanto, no caso concreto. 5. Conforme
entendimento pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, não são aplicáveis as regras
internacionais relativas ao transporte aéreo de passageiros após o advento do Código de Defesa
do Consumidor, não mais prevalecendo, para fins indenizatórios, a tarifação estabelecida tanto nos
Protocolos Adicionais de Montreal à Convenção de Varsóvia, quanto no Código Brasileiro de
Aeronáutica. 6. Relação de consumo que enseja a aplicação da responsabilidade civil objetiva da
companhia aérea, porquanto fornecedora de serviço, independentemente da comprovação de dolo
ou culpa, com fundamento no art. 14 do CDC, não sendo a alegação de fato de terceiro vinculado
ao serviço, porque equiparado a fortuito interno, suficiente para excluir a responsabilidade,
aplicando-se a Súmula 94 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 7. Uma vez comprovada a falha
na prestação do serviço de transporte aéreo internacional, decorrente do extravio temporário de bagagem,
ocasionando a entrega da mala ao passageiro três dias após o desembarque, impõe-se o dever de
indenizar os danos causados. 8. A empresa de transporte aéreo responde pelo evidente transtorno,
desgaste e aflição gerada no passageiro pelo extravio temporário de sua bagagem, o que em muito
ultrapassa o mero descumprimento contratual, especialmente pela falta dos pertences pessoais e
medicamentos, além de obrigar o passageiro a realizar despesas não planejadas para suprir as
necessidades imediatas. 9. Matéria pacificada pelo Tribunal de Justiça do Rio Janeiro por meio da súmula
45. 10. Valor do dano moral compatível com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo
em vista as circunstâncias fáticas, a afastar a redução pretendida pela companhia aérea. 11.
Desprovimento do recurso” (fl. 196, vol. 1).
fixação dos valores das indenizações por danos morais e materiais, decorrentes de extravio de bagagem”
(fl. 18, vol. 2). Requer “o provimento do recurso para que a condenação, caso entendida como cabível,
seja limitada aos parâmetros previstos na Convenção de Montreal, especificamente quanto ao disposto no
art. 22 do referido acordo” (fl. 31, vol. 2). 3. Quanto ao eventual juízo de retratação com o julgamento do
Recurso Extraordinário n. 636.331-RG, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro assim decidiu: “JUÍZO DE RETRATAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE AÉREO
INTERNACIONAL. EXTRAVIO TEMPORÁRIO DE BAGAGEM. DISCUSSÃO SOBRE A APLICAÇÃO DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DAS CONVENÇÕES DE VARSÓVIA E DE MONTREAL. RE
636331/RJ. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 210. INAPLICAÇÃO DO CDC APENAS NAS QUESTÕES
ENVOLVENDO DANO MATERIAL. CONDENAÇÃO APENAS POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE
DIVERGÊNCIA COM O RECURSO PARADIGMA. ILÍCITO CONTRATUAL. DANO MORAL
CONFIGURADO E RAZOAVELMENTE ARBITRADO. RETRATAÇÃO PARCIAL PARA INTEGRAR O
ACÓRDÃO. 1. Retomo dos autos a esta Câmara Cível, a fim de que a questão seja reexaminada, com
fundamento no art. 1.040, II, do CPC, ao argumento de que o tema versa sobre matéria com repercussão
geral, sob o tema 210. 2. Hipótese em que a sentença condenou a companhia área ré no pagamento de
dano moral arbitrado em R$ 10.000,00, em virtude do extravio das bagagens do autor e sua esposa
durante voo internacional, o que foi mantido por esta Câmara. 3. O Agravo de Instrumento nº 762184/RJ,
por decisão proferida em 16/03/2011, foi substituído para julgamento de tema de repercussão geral pelo
RE nº 636331/RJ, sob o tema 210, a seguir transcrito: ‘Limitação de indenizações por danos decorrentes
de extravio de bagagem com fundamento na Convenção de Varsóvia’. 4. A existência de decisão de
mérito julgada sob a sistemática da repercussão geral autoriza o julgamento imediato de causas que
versarem sobre o mesmo tema, independente do trânsito em julgado do paradigma, conforme precedentes
destacados no RE 1112500 AgR/ES, da relataria do Ministro Roberto Barroso. 5. O julgamento do Recurso
Extraordinário 11°. 636.331/RJ foi no sentido de prevalência da Convenção de Varsóvia, complementada
pela Convenção de Montreal, sobre o Código de Defesa do Consumidor, nos casos de transporte aéreo de
passageiros, especialmente quanto ao atraso de voos e extravio de bagagens internacionais. De igual
modo, no ARE 766618-SP, julgado em 25/05/2017 e publicado no DJe em 13/11/2017, que discutia o
prazo prescricional envolvendo o transporte aéreo internacional, orientou-se no sentido da prevalência dos
tratados sobre a legislação doméstica, seja ela anterior ou posterior àqueles, aplicando essa conclusão
também quando o conflito envolver o Código de Defesa do Consumidor. Nos referidos julgados foi fixada a
seguinte tese jurídica: ‘Nos termos do art. 1 78 da Constituição da República, as normas e os tratados
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente
as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor’.
6. Em resumo, o acórdão sob repercussão geral frisou que as disposições previstas nos aludidos acordos
internacionais incidem exclusivamente nos contratos de transporte aéreo,internacional de pessoas,
bagagens ou carga. Assim, não alcançam o transporte nacional de pessoas, que está excluído da
abrangência do art. 22 da Convenção de Varsóvia. Por fim, esclareceu que a limitação indenizatória
abrange apenas a reparação por danos materiais e não os morais. No ARE 766.618/SP, o Colegiado
pontuou que, por força do a1t. 178 da CF, em caso de conflito, as normas das convenções que regem o
transporte aéreo internacional prevalecem sobre o CDC. 7. Assim, embora a questão abordada nestes
autos tenha sido incluída na categoria de recurso sob repercussão geral, verifica-se que a controvérsia
abordada no RE 636331/RJ não abrangeu o tema analisado nos presentes autos, que trata
exclusivamente do dano moral por extravio de bagagem em voo internacional, enquanto o paradigma
restringiu-se ao dano material, este sim, submetido à limitação tarifária prevista no art. 22 da Convenção
de Montreal. 8. Tendo em vista que a presente demanda envolve apenas o pedido de dano moral,
constata-se que o acórdão recorrido não diverge da orientação filmada no RE 636.331/RJ sob
repercussão geral. 9. Nos termos estabelecidos no acórdão sob repercussão geral (RE 1112500 Agr/ES),
incide a prescrição bienal da pretensão indenizatória prevista na Convenção de Varsóvia, em detrimento
da previsão mais favorável do Código de Defesa do Consumidor. Logo, mesmo que se aplicasse o prazo
bienal, verifica-se que a prescrição ainda não havia operado seus efeitos, posto que o evento danoso, que
se conta a partir do pouso da aeronave, ocorreu em 25/06/2007, e a presente demanda foi proposta em
27/02/2008. 10. Companhia ré que não comprovou nenhuma causa excludente da responsabilidade e nem
a adoção de todas as medidas mitigadoras ao seu alcance, limitando-se a alegar que não mediu esforços
na localização das malas do autor e a ausência de culpa pelo extravio, mas sim, das autoridades
aeroportuárias, nada comprovando neste sentido. 11. Dano moral configurado e fixado em atenção à
razoabilidade e proporcionalidade, notadamente pelo fato de que o autor e sua esposa ficaram sem os
seus pertences pessoais por três dias, não merecendo a redução ou limitação postulada pela companhia
ré. 12. Retratação parcial apenas para integrar o acórdão, sem efeitos modificativos, por ausência de
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divergência com o julgado paradigma sob repercussão geral” (fls. 71-74, vol. 2). Examinados os elementos
havidos no processo, DECIDO. 4. Razão jurídica não assiste à recorrente. 5. No julgamento do Recurso
Extraordinário n. 636.331-RG, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Tema 210, o Plenário deste Supremo
Tribunal assentou: “Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio de bagagem. Dano
material. Limitação. Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. 3. Julgamento
de mérito. É aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos
internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente de extravio
de bagagem, em voos internacionais. 5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos termos do
art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia
e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor". 6. Caso concreto. Acórdão
que aplicou o Código de Defesa do Consumidor. Indenização superior ao limite previsto no art. 22 da
Convenção de Varsóvia, com as modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Decisão
recorrida reformada, para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar
estabelecido na legislação internacional. 7. Recurso a que se dá provimento” (DJe 13.11.2017).
Entretanto, a espécie vertente não tem relação de identidade com o Recurso Extraordinário n.
636.331-RG, Tema 210 da repercussão geral, porque trata de reparação somente por danos morais.
Na fundamentação do acórdão do caso paradigma, o Supremo Tribunal Federal assentou que a
limitação imposta pelos acordos internacionais não alcança a reparação por dano moral,
aplicando-se apenas às indenizações por danos materiais. Confira-se: “A disposição deixa claro o
âmbito de aplicação da Convenção, que não alcança os contratos de transporte nacional de pessoas e
estão, por conseguinte, excluídos da incidência da norma do art. 22. O segundo aspecto a destacar é que
a limitação imposta pelos acordos internacionais alcança tão somente a indenização por dano material, e
não a reparação por dano moral. A exclusão justifica-se, porque a disposição do art. 22 não faz
qualquer referência à reparação por dano moral, e também porque a imposição de limites
quantitativos preestabelecidos não parece condizente com a própria natureza do bem jurídico
tutelado, nos casos de reparação por dano moral. Corrobora a interpretação da inaplicabilidade do
limite do quantum indenizatório às hipóteses de dano moral a previsão do art. 22, que permite o
passageiro realizar ‘declaração especial’ do valor da bagagem, como forma de eludir a aplicação do
limite legal. Afinal, se pode o passageiro afastar o valor limite presumido pela Convenção mediante
informação do valor real dos pertences que compõem a bagagem, então não há dúvidas de que o limite
imposto pela Convenção diz respeito unicamente à importância desses mesmos pertences e não a
qualquer outro interesse ou bem, mormente os de natureza intangível. Assim, meu voto é no sentido de
declarar a aplicabilidade do limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos
internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente de extravio
de bagagem, em voos internacionais” (DJe 13.11.2017). O Tribunal de origem condenou a recorrente à
indenização por danos morais com fundamento no Código de Defesa do Consumidor, estando o
acórdão recorrido em harmonia com a orientação do Supremo Tribunal Federal. 6. Pelo exposto,
nego provimento ao recurso extraordinário (al. b do inc. IV do art. 932 do Código de Processo Civil e § 1º
do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) e condeno a parte sucumbente, nesta
instância recursal, ao pagamento de honorários advocatícios majorados em 10%, percentual que se soma
ao fixado na origem, obedecidos os limites dos §§ 2º, 3º e 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, com
a ressalva de eventual concessão do benefício da justiça gratuita. Publique-se. Brasília, 28 de maio de
2019. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora
(RE 1203826, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 28/05/2019, publicado em PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-115 DIVULG 30/05/2019 PUBLIC 31/05/2019)
Nesse diapasão, considerando que o Tema 210 julgado pelo STF se refere à não aplicação do CDC
apenas nas questões envolvendo dano material e que a condenação por danos morais não causa
divergência com o recurso paradigma, passo a aplicar o Código de Defesa do Consumidor no caso
concreto, em decorrência do que dispõe a Constituição Federal em seu art. 5º, V e X:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
(...)
No caso em comento, entendo que não assiste razão à parte autora quanto ao pedido de condenação da
requerida em danos morais.
A autora adquiriu o voo de Bangkok para São Paulo com conexão em Dubai no dia 20/03/2020, para viajar
no dia 27/03/2020.
A requerida alega que “o governo dos Emirados Árabes suspendeu temporariamente a concessão de visto
para entrada, bem como promoveu o fechamento das fronteiras, inclusive, para estrangeiros portadores de
visto válido, não restando a Emirates, portanto, alternativa senão a suspensão de todos os voos”.
Assim, observa-se que, por um infortúnio do acaso, a autora estava adquirindo suas passagens aéreas no
mesmo momento em que vários países estavam fechando suas fronteiras para evitar a disseminação do
COVID-19, de forma que as companhias aéreas se encontravam em uma situação extremamente delicada
para adimplir seus contratos com os consumidores no mundo inteiro, e não apenas com a autora.
Écerto que o transporte aéreo nacional e internacional foi diretamente impactado, desde o início de 2020,
pelas inúmeras medidas restritivas que afetaram, em escala global, a malha aérea (fato notório). Medidas
Provisórias e Leis, como por exemplo, a de nº 14.034/2020 e nº 14.046/2020 distribuíram, inclusive,
temporária e equitativamente, as consequências jurídicas decorrentes do citado fato notório, o qual estaria
inserido na hipótese de inevitabilidade inerente à força maior a tornar impossível o cumprimento das
obrigações contratuais originárias (CC, art. 393 e parágrafo único e art. 478).
Essa distribuição se fez impositiva para não serem rompidos o equilíbrio das relações negociais, o
comportamento esperado dos contratantes (lealdade), os costumes e as normas comerciais, sobretudo em
razão do imprevisível impacto negativo no setor do turismo e do transporte aeroviário.
Com isso, aludidas normas temporárias buscaram otimizar (ou distribuir) os efeitos jurídicos derivados da
inadimplência dos contratos de execução diferida no curso de uma situação extraordinária (pandemia do
COVID-19).
Nesse excepcional contexto fático-jurídico é que deve ser analisado o pedido da parte consumidora:
reparação por danos morais.
A despeito das incontestes aflições experimentadas em decorrência do cancelamento do voo, não verifico
justa causa para a condenação da ré em danos extrapatrimoniais.
Com efeito, tanto a esfera jurídica da requerente (e de milhares de consumidores) quanto à de todas as
empresas do setor aéreo foram sensivelmente afetadas, e sem que se possa estabelecer uma absoluta
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
primazia dos direitos do consumidor sem a concomitante observância da referida causa externa e
impeditiva (força maior) ao completo adimplemento contratual.
- Do Dano Material
Com relação ao pedido de indenização por danos materiais, passo a analisar cada pedido da autora.
1. O valor da passagem de retorno originalmente comprada através da EMIRATES, que não foi
utilizada pela requerente, no valor de THB 26.725,00, equivalente a R$ 4.901,30;
Quanto ao pedido de restituição dos valores pagos pela passagem, é claro que tais valores devem ser
restituídos à autora, visto que o voo em questão fora cancelado pela ré e a autora não usufruiu do serviço,
bem como não foi comprovado o ressarcimento.
2. Passagem comprada pela THAIVIETJETAIR, saindo de CHIANG MAI com destino a BANGKOK, no
valor de THB 1014,00, equivalente a R$ 185,82.
Quanto a este pedido, entendo que não merece acolhimento, pois a requerida se comprometeu em
transportar a autora de Bangkok à São Paulo, na data de 27/03/2020, sendo que, por óbvio, a autora
deveria viajar à Bangkok para embarcar no voo adquirido, esteja ela onde estivesse. Assim, a requerida
não possui nenhuma responsabilidade no transporte da autora da cidade de CHIANG MAI com destino a
BANGKOK, uma vez que esta teria que viajar à Bangkok de qualquer forma, mesmo que não houvesse
existido nenhum problema de cancelamento do voo.
3. Passagem comprada pela AEROFLOT RUSSIAN saindo no dia 27/03/2020 de BANGKOK com
destino final em LONDRES no valor de USD 695.49, equivalente a R$ 4.094,21.
4. Passagem comprada pela LATAM saindo no dia 29/03/2020 de LONDRES com destino final em
SÃO PAULO no valor de R$ 2.706,33.
Com relação aos pedidos acima, de itens 3 e 4, pela análise das documentações juntadas nos autos,
entendo que não restou configurado que a requerida se recusou em realocar a autora em outro voo.
Tal alegação consiste em grave acusação contra a empresa ré e por isso não pode este juízo concluir que
a requerida não ofereceu nenhuma possibilidade de realocação da autora tão somente com base em suas
declarações.
Tal fato precisaria estar fartamente comprovado nos autos, como por exemplo depoimento de
testemunhas, gravação, e-mail, mensagem etc.
Isto porque conforme provas que a própria autora juntou nos autos, a requerida estava procedendo a
realocação de passageiros.
No entanto, o que se observa no presente caso é que a autora comprou passagens em outra companhia
aérea para viajar no mesmo dia da viagem inicial que estava planejada, ou seja, no dia 27/03/2020.
Assim, entendo que a autora não oportunizou à requerida a realoca-la em outro voo, visto que se adiantou
em comprar as passagens antes mesmo de chegada a data da viagem.
Entendo que, no presente caso, a ré teria até o dia 27/03/2020 para dar uma posição à autora quanto à
sua realocação em outro voo, visto a situação de incerteza vivenciada durante aqueles dias em razão da
pandemia. No entanto, neste dia a autora já estava embarcando em outro voo adquirido por conta própria
806
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
em momento anterior. Assim, pela análise das provas e datas dos fatos, entendo que não restou
evidenciada a omissão da ré em resolver o problema do cancelamento do voo, sobretudo porque não fora
esta quem deu causa ao cancelamento, e sim a urgência da autora em retornar ao Brasil, o que ensejou
em sua precipitação em comprar novas passagens sem aguardar uma solução da ré em um prazo
razoável.
Por este motivo, entendo que a ré não deve ser responsabilizada pelo pagamento das passagens aqui
discutidas, uma vez que não restou comprovado que a ré não resolveu a situação de realocação da autora
em tempo hábil e razoável.
5. Passagem comprada pela LATAM saindo no dia 01/04/2020 de SÃO PAULO com destino final em
BELÉM no valor de R$ 265,10.
Quanto a este pedido, levando em consideração a fundamentação exposta acima, na qual se reconheceu
que a autora não oportunizou à requerida a sua realocação em outro voo dentro do prazo previsto para o
voo original, não se pode chegar a conclusão de que por culpa da requerida a autora teve que adquirir
novo voo de São Paulo para Belém, pois não se sabe se o voo eventualmente ofertado pela ré para a
realocação da autora oportunizaria à esta a manter seu voo nacional original.
Ademais, a autora não traz aos autos nenhum histórico quanto ao voo original supostamente cancelado.
Não informa quanto pagou, qual o seu prejuízo pelo cancelamento, etc, de forma que, ainda que a ré fosse
responsabilizada por este dano, não restou provado o prejuízo da autora, vez que esta por certo teria que
retornar à Belém por ser a cidade onde reside.
Assim, a simples juntada da passagem de São Paulo para Belém no valor de R$265,10 não prova que a
autora teve qualquer prejuízo material quanto a perda do voo original. Precisaria haver um contexto com
provas do alegado prejuízo.
Por fim, com relação do pedido de condenação da ré ao pagamento da indenização material por preterição
no embarque, prevista no Art. 24 da Resolução 400 da ANAC, no valor TOTAL de R$ 3.930,35, ou em
valor a ser atualizado na data do julgamento, as provas juntadas pela reclamante não comprovam que
houve a preterição alegada.
Primeiro porque a autora sequer oportunizou à ré a realoca-la em outro voo, de forma que se torna
impossível saber se o voo que a ré escolheria para a autora seria em data posterior aos escolhidos para
as pessoas contidas nas declarações juntadas com a inicial.
Para estar configurada a preterição do embarque, a autora deveria ter provado que a ré lhe realocou em
voo com data posterior aos voos escolhidos para pessoas que possuíam originalmente voos posteriores
ao da autora e que foram realocadas para data mais próxima do que o voo escolhido para esta.
No presente caso, sequer houve realocação, uma vez que a autora se adiantou em comprar passagens
em outra companhia aérea.
Visto isso, não há sequer como se aferir se houve preterição do embarque, em razão de não haver
parâmetros de comparação.
- Dispositivo
Ante o exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE a presente demanda, nos seguintes termos:
prejuízo (20/03/2020), e acrescido de juros de mora, fixados em 1% (um por cento) ao mês a
partir da citação;
2. Julgo improcedente o pedido de danos morais e os demais pedidos de danos materiais, bem
como o pedido de pagamento da indenização material por preterição no embarque, prevista
no Art. 24 da Resolução 400 da ANAC.
Assim, resta extinto o presente processo, com resolução do mérito, com fulcro no art. 487, inciso I, do
CPC.
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
9.099/95.
Juíza de Direito
SENTENÇA
Vistos, etc.
Cuida-se de Cumprimento de Sentença formulado pela parte exequente em face da executada, sendo que
a parte exequente concordou com o valor depositado a título de complemento da condenação, e requereu
expedição de alvará.
Dispõem os artigos 924, inciso II, e 925, ambos do Código de Processo Civil:
(...)
(...).
Diante do pagamento do débito executado, mostra-se satisfeita pela parte executada a obrigação, não
mais subsistindo razão para o prosseguimento do cumprimento de sentença, impondo-se, desta forma, a
extinção do processo, nos termos dos dispositivos ao norte citados.
Isto posto, julgo extinto o cumprimento de sentença nos termos do art. 924, II, do Código de Processo
Civil, uma vez que, conforme consta dos autos, a obrigação foi satisfeita.
Expeça-se alvará para levantamento de valores em favor do exequente, intimando-o para recebimento.
Juíza de Direito
SENTENÇA
Vistos, etc.
Apresentou petição quinze minutos após o horário designado para a audiência requerendo a redesignação
do ato por estar com suspeita de Covid-19. No entanto, além de ter peticionado após a realização do ato
processual, a autora não juntou qualquer comprovação nesse sentido.
809
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Consoante o art. 51, I, da lei nº 9.099/95 extingue-se o processo quando o autor deixar de comparecer a
qualquer das audiências designadas.
Complementando dispõe ainda o artigo 362, II, do CPC, que a audiência poderá ser adiada, desde que
reste provado o impedimento da parte em comparecer ao ato até o momento da sua abertura.
Assim, outro caminho não resta senão a extinção do processo sem resolução do mérito diante do não
comparecimento da parte Autora a audiência.
Isto posto, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, nos termos do art. 51, inciso I, da Lei
dos Juizados Especiais.
Condeno a parte Autora ao pagamento das custas, consoante § 2º, do art. 51, da lei supracitada.
A parte Requerente somente poderá intentar a ação novamente, após comprovação do pagamento das
custas.
Emita-se boleto de custas processuais e intime-se o Autor para o pagamento, no prazo de 15 dias. Caso
não haja o pagamento, determino que se oficie à Secretaria de Planejamento, Coordenação e Finanças –
Coordenadoria Geral de Arrecadação do TJE/PA, para inscrição em dívida ativa.
Juíza de Direito
SENTENÇA
Vistos, etc.
Cuida-se de Cumprimento de Sentença formulado pela parte exequente em face da executada, sendo que
a parte executada comprovou o pagamento de todas as parcelas do acordo feito com a exequente,
conforme certidão dos autos.
810
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dispõem os artigos 924, inciso II, e 925, ambos do Código de Processo Civil:
(...)
(...).
Diante do pagamento do débito executado, mostra-se satisfeita pela parte executada a obrigação, não
mais subsistindo razão para o prosseguimento do cumprimento de sentença, impondo-se, desta forma, a
extinção do processo, nos termos dos dispositivos ao norte citados.
Isto posto, julgo extinto o cumprimento de sentença nos termos do art. 924, II, do Código de Processo
Civil, uma vez que, conforme consta dos autos, a obrigação foi satisfeita.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0800147-64.2021.8.14.0301
SENTENÇA
A reclamante alega que teve relacionamento amoroso público e notório com Sr. João Soares da Silva
Neto, embora este casado, doravante de cujus (falecido em 03/05/2020 – certidão de óbito acostada).
Desta união tiveram filhos em comum: Maria das Graças Ferreira Soares e João Douglas Ferreira Soares.
Relata que em vida, o de cujus sempre informou à Promovente da existência de um seguro em seu nome
que estaria contratado junto à parte Promovida.
Após o falecimento do amásio, a Promovente alega que constatou a existência da apólice Top
Convencional n. 33.025, sob processo n. 110520209809, no valor original de R$ 4.744,00 (quatro mil,
setecentos e quarenta e quatro reais), em seu favor de forma individual e desmembrada/autônoma de
qualquer outra apólice ou plano junto à Promovida.
Contudo, sustenta que para sua surpresa e indignação, tal valor não pôde ser disponibilizado, pois devido
norma interna da seguradora promovida, o processo já teria sido iniciado em maio de 2020, por uma das
herdeiras do de cujus, sra. CASSIA CILENE DA SILVA SOARES LELIS, procedimento se encontrando
suspenso por falta de andamento e interesse desta e, por haver outros produtos / planos contratados pelo
de cujus (em nome de herdeiros e terceiros), sendo assim, somente a herdeira que iniciou o processo
poderia finalizar o mesmo, quando na ocasião a Promovida disponibilizaria em contas individuais
informadas o que caberia a cada por direito, seguindo o avençado em apólices.
Informa que o seguro vinculado à Promovente encontra-se em análise desde maio de 2020, o que não se
considera mais razoável. Por este motivo, ingressou com a presente ação visando a condenação da
reclamada em realizar o pagamento da indenização securitária.
-Da preliminar.
Não acolho esta preliminar, visto que apesar da indenização securitária já ter sido paga, o pagamento não
se deu em favor da autora, razão pela qual há a necessidade de se adentrar no mérito da demanda a fim
de analisar se a autora comprovou o seu direito de receber os valores pleiteados.
-Do mérito.
Analisando os documentos juntados aos autos e as alegações das partes, observo que a autora não
trouxe as necessárias provas dos fatos alegados para uma eventual procedência do seu pedido.
A reclamante alega na inicial que é a beneficiária da apólice de nº 33025 realizada pelo falecido.
No entanto, a reclamada comprovou fartamente nos autos através dos documentos juntados nos Ids
22910830, 22910830 e 23002441 que os beneficiários do seguro realizado por meio da referida apólice
33025 eram a esposa e os filhos originários deste casamento, quais sejam:
A reclamante, por sua vez, não junta nenhum documento nos autos capaz de contrariar as provas juntadas
pela ré.
O único documento juntado pela reclamante no processo é o seu requerimento administrativo perante a ré,
o qual foi impresso em 05/01/2021 e que, ao contrário do que alega a autora, possui o status de
“cancelado”, possivelmente porque o seguro já havia sido pago no mês anterior aos beneficiários acima
mencionados, conforme comprovado no Id 22910830, no qual se verifica que o pagamento se deu em
14/12/2020.
Quanto ao requerimento da autora feito em audiência de conciliação, no qual requer que a demandada
apresente qualquer outra apólice ou documento equiparado que esteja vinculado ao seu CPF, indefiro-o,
uma vez que tal requerimento pode ser feito na seara administrativa, além de que este pedido ensejaria
uma ação autônoma de exibição de documento.
Em suma, entendo que a parte autora não produziu provas do direito que pretende ver reconhecido, uma
vez que não restaram configurados os pressupostos da responsabilidade civil (CDC, art. 14),
especialmente o dano e o nexo de causalidade.
Logo, em razão da ausência de provas do direito alegado, a ação deve ser julgada improcedente.
-Do dispositivo.
· Ante o exposto, julgo totalmente improcedente a presente ação, por ausência de provas
constitutivas do direito pleiteado.
Resta extinto o processo com apreciação do mérito (CPC, art. 487, I).
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0835717-48.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de ação de indenização por danos morais e repetição do indébito ajuizada por LENA CLAUDIA
MAIA ALENCAR em face de TIM S/A.
- Decido.
A responsabilidade civil implica no dever de reparação de dano causado a outrem, em virtude da prática
de ato comissivo ou omissivo. Para sua configuração, mister se faz demonstrar os seus elementos, quais
sejam: conduta, dano, nexo de causalidade e culpa, dispensada esta última quando se trata de relação de
consumo.
Pela regra da inversão do ônus da prova (artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor), incumbe à
parte requerida o encargo de demonstrar a ausência dos elementos configuradores do dever de reparar os
danos. Ao passo que incumbe a requerente demonstrar os fatos constitutivos de seu direito, nos termos do
art. 373, I do CPC.
A autora alega na presente ação que possui contrato firmado com a requerida para quatro números de
telefone móvel. Não obstante, pelas alegações e provas carreadas, observo que sua reclamação se refere
à linha (91) 98223-3647.
Alega a autora que recebeu sua de abril de 2020 já vencida, e que, portanto, a conta que era para ser
paga em 07/04/2020 foi paga apenas em 16/04/2020.
Sustenta que não obstante tenha efetuado o pagamento, em 01/06/2020 teve o serviço suspenso para a
referida linha.
Alega que entrou em contato com a requerida para saber o que havia ocorrido, uma vez que todas as
faturas estavam pagas, tendo a requerida alegado inadimplência com relação à fatura paga em abril.
Desse modo, a autora teria tido que realizar novamente o pagamento para ter o serviço restabelecido,
razão pela qual requer a repetição do indébito e danos morais.
A reclamada alega que o serviço para a referida linha foi interrompido após 56 dias de atraso no
pagamento da fatura de abril, que teria vencido no dia 07/04/2020, contrariando a afirmação da requerida
de que esta havia sido quitada em 16/04/2020.
Analisando as alegações e provas carreadas nos autos pelas partes, observo que não assiste razão à
parte autora.
Em primeiro lugar, a autora não junta cópia da fatura de abril, vencida em 07/04/2020, com o relativo
código de barras (Id 18087700), de forma que é impossível saber se o código de barra indicado no
comprovante de pagamento indicado no e-mail de Id 17864411-Pág 24, é correspondente a este mês.
Ademais, da análise dos dois códigos de barras juntados, quais sejam o acima mencionado e o juntado no
Id 17864411-Pág 26, este último referente à alegação de pagamento em duplicidade ocorrida em
18/06/2020, observa que estes são completamente diferentes.
A requerida, por sua vez, desincumbiu-se do ônus de provar que a autora encontrava-se inadimplente, vez
que anexou à contestação o mencionado código de barras referente à fatura vencida em 07/04/2020, o
qual corresponde exatamente ao comprovante de pagamento efetuado pela autora em 18/06/2020, e não
ao de 16/04/2020.
Assim, não restou provado nos autos que a autora efetuou o pagamento da fatura vencida em 07/04/2020
na data que alega, ou seja, em 16/04/2020.
Restou, sim, provado, pela análise dos códigos de barra juntados, que a fatura vencida em 07/04/2020 foi
paga pela autora apenas em 18/06/2020, razão pela qual o ato da requerida em suspender o serviço em
01/06/2020 não se revestiu de nenhuma ilicitude.
Assim, em razão da inversão do ônus da prova inerente às relações de consumo, considero que a
requerida se desincumbiu do ônus probatório de que não praticou qualquer ato ilícito no presente caso,
haja vista que o seu procedimento de efetuar o bloqueio da linha esteve amparado pela situação de
inadimplência verificada.
Portanto, não logrou a parte reclamante demonstrar que houve pagamento em duplicidade da fatura de
abril de 2020 ou que a reclamada praticou qualquer ato ilícito, falha no serviço ou inadimplemento
contratual, razão pela qual os pedidos da autora não merecem prosperar.
-Do dispositivo.
Ante o exposto, julgo totalmente improcedente os pedidos da reclamante, por ausência de provas
constitutivas do direito pleiteado.
Resta extinto o processo com apreciação do mérito (CPC, art. 487, I).
Juíza de Direito
SENTENÇA
Vistos, etc.
Intimada para emendar a inicial juntando os documentos no prazo de quinze dias, a parte reclamante
manteve-se inerte, conforme certidão constante dos autos.
O artigo 801 do CPC preceitua que se o exequente não cumprir a determinação, o juiz deverá indeferir a
inicial.
Deste modo, extingo o processo de execução, nos termos do art. 801 do Código de Processo Civil.
PRIC.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0847399-97.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Vistos, etc.
Trata-se de pedido de indenização por morais decorrentes de transtornos oriundos de remarcação de voo
sem prévia comunicação.
Relata a autora que adquiriu bilhete aéreo para viajar no trecho Belém-Santarém, para o dia 13/11/2019
com partida prevista para as 21:35 e chegada prevista para as 22:55 do mesmo dia.
Informa também, que no dia da viagem (13/11/2019) realizou o check-in regularmente, com despacho de
bagagem e aguardou o voo na área de embarque. No entanto, no horário destinado para ingressar na
aeronave, relata que foi informada que o voo atrasaria, e após várias mudanças no horário de saída do
voo foi informado aos passageiros que o voo não mais decolaria, pelo fato da tripulação ter extrapolado o
número de horas de voo permitida.
Aduz que, após horas de discussões, a requerida remanejou a autora para um voo com horário de
embarque previsto para às 03:38h, totalizando uma espera de cerca de 07 horas, destacando que em
nenhum momento foi oferecido qualquer auxílio referente aos gastos que a autora teve.
Em sede de contestação, a reclamada alegou, em suma, que o voo precisou ser alterado, por motivos que
fogem ao seu controle, que ofereceu toda assistência cabível, nos termos da ANAC, sendo a autora
reacomodada para voo posterior.
Decido.
A relação jurídica estabelecida entre as partes é qualificada como relação de consumo, em que presentes
as figuras do consumidor e do fornecedor de serviço.
A inversão do ônus da prova é instrumento que atende a direitos básicos do consumidor, consagrados no
artigo 6º, VI, VII e VIII (diante da verossimilhança das alegações), motivo pelo qual a regra é adotada, no
julgamento da lide.
Analisando o caso em tela, constata-se que houve evidente falha no serviço prestado pela requerida, não
apenas no que em razão da ausência de comunicação prévia quanto ao cancelamento do voo, como
também em virtude do não recebimento da assistência devida.
Conforme se depreende dos autos, não foi enviado nenhum e-mail, nem foi feita qualquer ligação
telefônica ou comunicado antes do momento do embarque, com o intuito de alertar o consumidor com
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
antecedência a respeito da suposta necessidade de cancelamento do voo, de modo que este só tomou
conhecimento do fato horas depois do horário previsto para o embarque.
Ademais, a autora informa não ter recebido a assistência devida por parte da ré, eis que não foi oferecido
qualquer auxílio, para alimentação, acomodação etc. A tese da ré, sustentada na contestação, foi de que o
voo precisou ser alterado devido a motivos que fogem de seu controle, em razão de suposta necessidade
de reestruturação da malha aérea. No que se refere ao fornecimento de assistência, limitou-se a alegar
que teria prestado toda assistência cabível, nos termos do que determina a ANAC.
Todavia, tais argumentos não convencem, eis que a ré não apresentou qualquer documentação capaz de
comprovar quaisquer de suas alegações. Embora tenha alegado que o atraso no voo se deu em virtude de
alterações na malha aérea, fato este que foge de sua competência, não apresentou nenhuma prova a
respeito (seja do próprio sistema da ré, seja alguma declaração da INFRAERO, ou alguma comunicação
feita à administração do aeroporto ou mesmo à ANAC no dia do fato, etc.), não havendo prova alguma a
respeito do alegado. O mesmo raciocínio se aplica às alegações de necessidade de cancelamento do voo,
e da prestação de assistência ao consumidor em razão do cancelamento.
A simples alegação desacompanhada de qualquer prova capaz de validá-la não serve para comprovar que
os fatos ocorreram tal como narrados, nem para eximir a ré da responsabilidade pelo cancelamento/atraso
nos voos, não merecendo acolhimento a tese de defesa. Por tal razão, considero que houve falha na
prestação do serviço, que ensejou o atraso do autor na chegada aos seus destinos além de ter lhe causa
transtornos que superam o mero aborrecimento, conforme narrado na inicial.
Descabe a este juízo averiguar se houve dolo na conduta da requerida, bastando o reconhecimento de
que houve um dano, sofrido pela parte autora, que merece ser indenizado. Neste sentido, o dispositivo
contido no artigo 6º, do CDC, segundo o qual, um dos direitos básicos do consumidor é a “a efetiva
prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Em outras palavras, estamos diante de culpa objetiva decorrente da prestação de serviço impróprio ao
consumo, face o descompasso entre a oferta e o serviço prestado (não transportou o consumidor no
tempo e forma a que se obrigou, de modo a permitir-lhe ter condições de fazer as conexões de voo, nem
prestou assistência a devida assistência à autora).
Ora, é sabido que aquele que lucra com determinada atividade econômica deve suportar com os riscos
oriundos desta atividade, isto é, deve ressarcir as pessoas que vierem a sofrer qualquer dano, pelo serviço
lucrativo desempenhado pela própria empresa (teoria do risco empresarial).
No que diz respeito ao mérito, o dano moral se caracterizou diante de todos os transtornos
vivenciados pela autora e descritos na inicial, e tendo em vista o atraso em sua viagem, motivado
pelo cancelamento sem notificação prévia, e o fato de ter ficado aguardando informações por
várias horas, sem receber qualquer auxílio da ré para alimentação ou acomodação, situação está
que ultrapassa o mero dissabor e que está devidamente comprovada através dos documentos
juntados com a exordial.
Uma operadora de companhia aérea do porte da requerida, uma das maiores do Brasil, que opera
centenas de voos diariamente, deve zelar não só pela quantidade, mas também pela qualidade dos voos,
de modo a assegurar a prestação de serviço eficiente, adequado e seguro, que atenda às legítimas
expectativas do consumidor, que confiou nos seus serviços e optou por contratá-la.
Em casos como o presente o dano moral não pode ser presumido, sendo necessário que o usuário do
serviço demonstre o dano sofrido, de modo que situação deve ser analisada considerando as
peculiaridades do caso concreto. A respeito, leia-se:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Deste modo, considero que assiste direito à reclamante, no tocante ao pleito de condenação ao
pagamento de indenização por danos morais, o que vem a se justificar, tanto da ótica da finalidade
punitiva, quanto da finalidade educativo-pedagógica, no sentido de coibir a reiteração de condutas
semelhantes, e adotando-se como parâmetro julgamentos anteriores proferidos neste Juízo em casos
análogos, bem como considerando as peculiaridades da situação, entendo que a condenação em patamar
equivalente a R$-5.000,00 (cinco mil reais), satisfaz o pleito sem descuidar dos critérios da razoabilidade e
proporcionalidade.
Assim, resta extinto o presente processo, com resolução do mérito, com fulcro no art. 487, inciso I, do
CPC.
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
9.099/95.
Juíza de Direito
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
4ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Rua Roberto Camelier, n. 570 – Jurunas
ATO ORDINATÓRIO
Eu, Elvira Bezerra, Analista Judiciário da 4ª Vara do Juizado Especial Cível da Capital, no uso de minhas
atribuições legais, com fundamento no artigo 93, XIV, da Constituição Federal e no artigo 162, §4º, do
Código de Processo Civil, considerando que o presente caso se amolda ás hipóteses de atos de
administração e/ou de mero expediente, sem caráter decisório, que admitem delegação pelo magistrado,
nos termos do disposto no artigo 1º, §2º, inciso XV, do Provimento nº 06/2006, da Corregedoria da Região
Metropolitana de Belém, procedo a intimação da parte exeqüente, para que manifeste seu interesse
no prosseguimento da execução, mediante indicação de bens à penhora ou indicação do endereço
do executado correto e com referências, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de extinção
(conforme art. 53, § 4º, da Lei 9099/95).
Analista Judiciário
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
820
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0853557-71.2020.8.14.0301
DESPACHO/MANDADO
Vistos, etc.
Considerando que foi apresentada preliminar na contestação, converto o julgamento em diligência a fim de
que a parte reclamante se manifeste sobre esta, bem como sobre eventual documento de prova juntado
pelas requeridas, no prazo de 5 (cinco) dias.
Uma vez decorrido o prazo, com ou sem manifestação da parte, venham-me os autos conclusos para
julgamento.
Serve o presente despacho como mandado, nos termos do disposto no artigo 1º do Provimento nº 03/2009
da CJRMB – TJE/PA.
Juíza de Direito
Processo nº 0803240-11.2016.8.14.0301
SENTENÇA
821
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Vistos, etc.
O processo se encontra sem manifestação da parte credora desde 2018, pelo prosseguimento da
demanda.
Incumbia ao credor manifestar-se em cumprimento ao despacho exarado nos autos, o que ele não fez.
Na tentativa de intimá-lo, no endereço cadastrado no processo, o AR retornou sem leitura com a anotação
“Mudou-se”.
Édever das partes manter os dados atualizados, para que se permita a comunicação a respeito dos atos
do processo.
Assim, reputo como válida a intimação encaminhada ao endereço cadastrado (Lei 9.099/95, art. 19, §2º).
O artigo 485, inciso III do CPC preceitua que, se o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias,
por não promover os atos e diligências que lhe competir, o processo deverá ser extinto, sem julgamento do
mérito.
Outrossim, posiciona-se a jurisprudência no sentido de aplicar as regras do artigo 267, incisos II e III, do
CPC (atual art. 485, II e III, do CPC/2015), também ao processo de execução (RT 811/274, RP 3/335, em.
82, 6/313, em. 94).
Não há como conceber que um processo, em trâmite pelo Juizado Especial, em que se prima pelo
princípio da celeridade, permaneça sem movimentação por lapso tão grande de tempo em razão do
desinteresse do autor da causa.
Deste modo, julgo extinta a presente execução sem resolução do mérito, nos termos do art. 485,
inciso III, c/c 771, parágrafo único, ambos do CPC/2015.
Juíza de Direito
822
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0823554-36.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Relatam os autores que adquiriram pacote turístico junto à requerida para viagem entre os dias 08/07/2019
e 26/07/2019.
Sustentam os autores que os hotéis oferecidos não foram os acordados no ato da contratação e que um
dos roteiros não foi cumprido, qual seja o passeio pela cidade de Salta – Argentina, sendo que este
passeio foi o determinante para os autores adquirirem o pacote de viagem.
Além disso, após o retorno da viagem, a reclamada teria enviado mensagem ofensiva à autora.
Quanto à mensagem enviada para a reclamante, a reclamada alega que esta não foi para ofendê-la ou
magoá-la, mas sim, para alertá-la do seu mau humor durante a viagem. Alega que o diálogo ficou somente
entre as duas, sem qualquer divulgação para terceiros, razão pela qual não restou configurada ofensa à
honra e intimidade da autora.
Não acolho esta preliminar, pois se a reclamante não juntou provas dos danos morais sofridos, isto não
ensejaria a extinção sem mérito por inépcia, mas sim improcedência da ação por ausência de provas dos
danos alegados. Assim, há a necessidade de se enfrentar o mérito.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Decido.
A fixação de indenização por danos morais tem o condão de reparar a dor, o sofrimento, o
constrangimento ou exposição indevida sofrida pela vítima em razão da situação a qual esta foi exposta,
além de servir para desestimular o ofensor a praticar novamente a conduta que deu origem ao dano.
Quanto à ocorrência do referido dano, este depende da prova do nexo de causalidade entre o fato gerador
do dano e suas consequências nocivas à moral do ofendido.
Nesse sentido, o artigo 373, I e II do Código de Processo Civil, preceitua que compete ao autor a prova
dos fatos constitutivos do seu direito, ao passo, que ao réu cabe a prova dos fatos extintivos, modificativos
ou impeditivos do direito do autor.
“denomina-se prova a todo elemento que contribui para a formação da convicção do juiz a
respeito da existência de determinado fato. Quer isto significar que tudo aquilo que for levado aos
autos com o fim de convencer o magistrado de que determinado fato ocorreu será chamado de
prova”.
No caso em tela, observo que os autores não se desincumbiram eficazmente do ônus de comprovar a
extensão dos danos que relatam ter sofrido, motivo pelo qual entendo que não restou comprovada a
configuração de dano moral indenizável.
Observa-se que no presente caso a viagem não foi organizada por uma empresa de turismo, mas sim por
um clube informal de mães do bairro da Marambaia.
Os reclamantes não juntaram contrato assinado com a reclamada, razão pela qual entendo que esta era
apenas uma das organizadoras do passeio.
Pela fata de juntada do contrato, este juízo não pode aferir a responsabilidade da requerida, tanto porque
não ficou comprovado que esta era a contratada, quanto porque não existem cláusulas contratuais quanto
ao roteiro que seria realizado.
Por ser um grupo informal de mães que organizou a viagem, o roteiro poderia certamente sofrer
alterações, conforme o acordado entre os integrante do grupo, razão pela qual a tela juntada pelos
requerentes no Id 20123547 não pode ser tida como um compromisso formal da requerida com os
requerentes, mesmo porque sequer existe a data em que foi publicada a referida postagem.
Acresça-se a isso o fato de que no documento juntado pelos próprios autores no Id 20123548, verifica-se
que o passeio para SALTA era opcional.
Quanto aos hotéis que não foram oferecidos conforme o acordado, não houve nenhuma produção de
prova neste sentido.
Por fim, quanto a mensagem enviada pela reclamada à reclamante, observo pelos depoimentos colhidos
em audiência e pelos relatos da contestação, que ambas as partes não tiveram uma boa relação durante a
viagem, o que culminou com um ressentimento por parte das duas.
Entendo que a mensagem em si não traz nenhuma ofensa grave à autora, mas sim um desabafo que a
reclamada se sentiu impelida em fazer em decorrência dos acontecimentos ocorridos durante a viagem.
Ademais, não houve publicação da mensagem à terceiros, de modo que o desentendimento ocorreu
apenas entre as partes e, no entendimento deste órgão julgador, sem nenhum excesso capaz de ensejar a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
reparação de dano.
Assim, não comprovado o dano moral sofrido, não resta configurado o dever de indenizar.
-Dispositivo.
Por todo o exposto, julgo IMPROCEDENTE o pedido dos autores, em razão da falta de provas do
dano sofrido.
Resta extinto o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I do CPC.
Sem condenação em custas e honorários advocatícios (arts. 54 e 55, ambos da Lei 9.099/95).
Após o trânsito em julgado e nada sendo requerido no prazo de 30 (trinta) dias, arquive-se.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
4ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Rua Roberto Camelier, n. 570 – Jurunas
ATO ORDINATÓRIO
Eu, Danilo Barros Pereira de Farias, Diretor de Secretaria da 4ª Vara do Juizado Especial Cível da Capital,
no uso de minhas atribuições legais, com fundamento no artigo 93, XIV, da Constituição Federal e no
artigo 162, §4º, do Código de Processo Civil, considerando que o presente caso se amolda ás hipóteses
de atos de administração e/ou de mero expediente, sem caráter decisório, que admitem delegação pelo
magistrado, nos termos do disposto no artigo 1º, §2º, inciso XV, do Provimento nº 06/2006, da
Corregedoria da Região Metropolitana de Belém, procedo a intimação da parte exeqüente, para que
manifeste seu interesse no prosseguimento da execução, mediante indicação de bens à penhora ,
no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de extinção (conforme art. 53, § 4º, da Lei 9099/95).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Diretor de Secretaria
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Processo nº 0875029-31.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c com danos morais e pedido de tutela antecipada promovida
pelo reclamante em face da reclamada.
Decido.
Não acolho a preliminar, vez que as alegações da requerida para a perda do objeto da ação (devolução
dos pagamentos efetuados) não possuem relação aos pedidos do autor, o qual requereu a reativação do
pacote e danos morais.
-Do mérito.
Aduz o promovente que adquiriu dois pacotes de turismo com a requerida para viagem ao Japão, o qual
seria parcelado de 12 vezes de R$399,83 no boleto.
Alega que quando adentrou, em novembro de 2020, no sistema da requerida para acessar os boletos de
pagamento, a viagem estava com o status de “devolvido”, ficando, assim, impedido de gerar os boletos e
pagar o pacote de viagem.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O autor teria entrado em contato com a requerida para questionar sobre a situação, tendo a ré alegado o
inadimplemento de três parcelas, o que gerou o cancelamento do contrato com a devolução de valores.
No entanto, alega o autor que o pagamento das parcelas deveria ser concluído com no mínimo 60 dias de
antecedência da viagem, cláusula esta que lhe autorizaria a prosseguir com os pagamentos.
A ré informou em contestação que o autor atrasou no pagamento de três boletos, o que gerou o
cancelamento do negócio jurídico firmado entre as partes.
A reclamada, intimada para a audiência de conciliação, não compareceu, motivo pelo qual decreto sua
revelia, consoante art. 20 da Lei 9.099/95.
Não obstante, há que se ressaltar que a revelia induz a apenas uma presunção de veracidade quanto à
matéria de fato, o que não representa necessariamente a procedência do pedido, o qual deve ser
analisado e valorado à luz das regras jurídicas aplicáveis ao caso e de acordo com as provas produzidas
no processo pelo julgador, à luz do princípio do livre convencimento motivado. Por este motivo, não assiste
razão ao autor quando este peticiona requerendo que a contestação e documentos juntados pela ré sejam
retirados dos autos.
Em suma, há a necessidade de avaliar se a parte autora produziu minimamente provas do direito que
pretende ver reconhecido, bem como precisar quais as consequências jurídicas atribuídas aos fatos
narrados, a respeito dos quais se presume terem ocorrido e, após, determinar se o direito ampara ou não
o pedido da parte autora.
No caso em comento, entendo que o pedido do autor não merece acolhimento, pelas seguintes razões.
O fato de que o pagamento integral da viagem deve ser concluído 60 dias antes da viagem não autoriza o
autor a ficar inadimplente com os boletos emitidos.
Isto porque tal regra não tem nenhuma relação com o adimplemento do pacote.
Esta cláusula, por óbvio, refere-se a questões administrativas relacionadas à programação da viagem, a
qual inclui reserva de hotel, voos de ida e volta, etc. Em outras palavras, o autor não poderia querer
efetuar o último pagamento da parcela em um dia e viajar no dia seguinte, uma vez que a reclamada
necessitária de um prazo para organizar a viagem, o qual, no presente caso, é de 60 dias.
O autor realizou a compra do pacote turístico de forma parcelada no boleto, de modo que obviamente teria
que arcar com o pagamento mensal das parcelas, como qualquer outra espécie de parcelamento
existente.
Assim, o argumento do autor de que este teria a liberdade de quitar o pagamento das parcelas em até 60
dias antes da viagem, escolhendo ao seu critério as datas em que deveria efetuar o pagamento de cada
uma, não encontra nenhum respaldo contratual.
Se o autor optou pelo pagamento parcelado em boleto, caberia a ele consultar a data de vencimento dos
boletos emitidos para seguir efetuando os seus pagamentos no prazo.
Desse modo, caso o modo de pagamento das parcelas se desse da maneira diferente da usual
(mensalmente), o autor teria que comprovar que contratou nesses termos, indicando a cláusula que
permitia a quitação dos boletos conforme a discricionaridade do consumidor, o que não ocorreu no
presente caso, visto que a cláusula alegada pelo reclamante não tem nenhuma relação com a quitação
das parcelas do contrato, mas sim com o prazo requerido pela reclamada para a organizar a viagem.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O autor alega que a reclamada não enviou o regulamento para o seu e-mail, mas junta com a inicial telas
que comprovam o seu acesso ao regulamento da ré (Id 21668725 – pág. 08), no qual se observa no “2º
passo” que após o pagamento do primeiro boleto, todos os outros estariam disponíveis na conta de acesso
do autor.
Além disso, observa-se que o autor juntou a referida tela de forma incompleta, pois no Id 22253115 - Pág.
2, juntado pela ré, observa-se que em continuação da mencionada tela consta aviso expresso que diz
“Não deixe de pagar os seus boletos até a data do vencimento, pois não é possível o pagamento de boleto
vencido, podendo resultar no cancelamento de sua compra”.
Assim, tendo o autor ficado inadimplente com os boletos de julho, agosto e setembro de 2020, o contrato
foi cancelado, de forma que não observo nenhuma conduta ilícita por parte da requerida que pudesse
ensejar na procedência do pedido do autor.
Em suma, considero que não restaram configurados os pressupostos da responsabilidade civil (CDC, art.
14), em especial o nexo de causalidade entre o suposto dano e qualquer conduta imputável à ré.
- DISPOSITIVO
Ante o exposto, julgo totalmente improcedentes os pedidos do autor, por ausência de provas
constitutivas do direito pleiteado.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0876194-16.2020.8.14.0301
SENTENÇA
A pretensão da reclamante tem como causa de pedir a restituição de valores de produtos que foram
adquiridos e devolvidos à reclamada em dezembro de 2013, vez que nunca teria havido o seu
ressarcimento, além de danos morais.
Acolho o pedido de retificação do polo passivo, para fazer constar a B2W COMPANHIA DIGITAL, inscrita
no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº 00.776.574/0006-60, com sede na Rua Sacadura
Cabral, 102, Saúde, CEP: 20.081-902, Rio de Janeiro/RJ.
- Das preliminares.
Quanto à falta de interesse de agir, não acolho esta preliminar, pois restou comprovado que a autora
tentou resolver a questão pela via administrativa, conforme e-mails juntados nos autos.
Quanto à prescrição, o prazo prescricional aplicável à espécie corresponde ao regulado pelo artigo 27 do
CDC, sendo estipulado em cinco anos.
A autora reconhece a prescrição, mas alega que deve ser aplicado a renúncia da prescrição, nos termos
do art. 191 do CPC, visto que a ré, após a consumação da prescrição, expressamente se manifestou
através de e-mail demonstrando seu interesse em realizar acordo com a autora.
Entendo que assiste razão à reclamante, no entanto, apenas quanto ao pedido de nº 02-554200080.
Isto porque restou comprovado que reclamada enviou e-mail à autora requerendo seus dados bancários
para efetuar o reembolso, além de ter enviado e-mail informando que estava aguardando a confirmação do
banco quanto ao reembolso no valor de R$1.285,91 (Id 21816875).
Não obstante, estes e-mails referem-se apenas ao pedido nº 02-554200080, razão pela qual reconheço a
renuncia da prescrição apenas com relação a esta quantia.
Com relação ao pedido nº 02-557314536 não houve a apresentação de provas da renúncia ao prazo
prescricional, razão pela qual a prescrição restou configurada.
-Do mérito.
A relação jurídica estabelecida entre as partes é qualificada como relação de consumo, em que presentes
as figuras do consumidor e do fornecedor. A inversão do ônus da prova é instrumento que atende a
direitos básicos do consumidor, consagrados no artigo 6º, VI, VII e VIII (diante da verossimilhança das
alegações), motivo pelo qual a regra é adotada, no julgamento da lide.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Os documentos juntados pela parte autora são suficientes para convencer este Juízo acerca dos fatos
alegados, não se observando no processo nada que leve à convicção contrária, haja vista que a requerida
não provou nos autos que restituiu à autora os valores relativos ao pedido nº 02-554200080.
A autora juntou prova de que adquiriu produto perante a ré em dezembro de 2013 (nota fiscal anexa à
inicial) e que a ré nunca restituiu os valores pagos em razão da devolução do produto.
Nos e-mails juntados pela autora com a inicial, observa-se que a ré se comprometeu em devolver os
valores, o que afastou a incidência da prescrição sobre o pedido nº 02-554200080.
Pelo exposto, diante da comprovação na falha na prestação do serviço, a requerida tem o dever de
indenizar, tratando-se de responsabilidade objetiva, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do
Consumidor, dispensando-se a prova da culpa do fornecedor, para sua responsabilização.
Ficou comprovado nos autos que o reclamante pagou à reclamada o valor de R$1.285,91 pela compra de
um HOME THEATER BLU-RAY 3D SONY BDV-E 2100 850W, pagamento este que ocorreu em
10/12/2013, sendo que, após a devolução do produto, os valores correspondentes nunca foram
ressarcidos. A autora comprova suas alegações através de e-mails trocados com o réu, o qual sempre
prometia a restituição do valor, mas nunca o fez.
Desse modo, já faz mais de sete anos que a autora está aguardando pela restituição dos valores pagos e,
tendo restado provado a renúncia da prescrição quanto ao pedido 02-554200080, a ré deve proceder ao
reembolso dos valores correspondentes.
A prática comercial adotada pela requerida, que impõe ao consumidor espera tão longa pela solução de
defeitos como o relatado e o colocam em clara situação de desvantagem, infringe deveres anexos ao
contrato, o que representa violação à boa-fé objetiva.
A Boa-Fé Objetiva, que rege os contratos em geral, impõe a obediência recíproca aos deveres de
proteção, informação, cooperação, lealdade e segurança, com vistas à obtenção do melhor proveito
almejado pelas partes ao contratar. Deve nortear os contratantes, não só no momento da contratação,
mas em todas as fases do negócio: pré-contratual, execução e pós-contrato (CC, art. 422).
Nelson Nery Júnior, in “Código Civil Anotado” tece o seguinte comentário, na página 339, em relação ao
art. 422 do Código Civil:
“Boa-fé objetiva. Responsabilidade pré e pós contratual. As partes devem guardar a boa-fé, tanto na fase
pré-contratual, das tratativas preliminares, como durante a execução do contrato e, ainda, depois de
executado o contrato (pós-eficácia das obrigações). Isso decorre da cláusula geral da boa-fé objetiva,
adotada expressamente pelo CC 422. O BGB §242, que inspirou a norma brasileira sob comentário,
mantém sua redação original, de 1896, que não menciona nem a fase pré-contratual nem a pós contratual,
e nem por isso a doutrina e a jurisprudência deixaram de incluir aquelas duas circunstâncias no âmbito da
aplicação (Bohemer, Grundlagem, v. II, t.II, §25, pp.77/79 e §26, p.99; Günther H. Roth, MünchKommBGB,
V. II, pp.88/289).
A Constituição Federal prevê, no seu artigo 170, que a ordem econômica tem, como um dos seus
princípios, a proteção do consumidor. O exercício de toda e qualquer atividade econômica é subordinado
ao respeito do consumidor.
A responsabilidade civil tem lugar quando configurados os seus requisitos, a saber: ato, dano, nexo de
causalidade e culpa (CC, arts. 186 e 927).
Para o Direito do Consumidor, dispensa-se a prova da culpa do fornecedor, para sua responsabilização.
Trata-se da adoção da teoria da responsabilidade objetiva, constante do artigo 14, do Código de Defesa
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
do Consumidor.
Deste modo, descabe a este juízo averiguar se houve dolo na conduta do requerido, bastando o
reconhecimento de que houve um dano, sofrido pelo autor, que merece ser indenizado. Neste sentido, o
dispositivo contido no artigo 6º, do CDC, segundo o qual, um dos direitos básicos do consumidor é a “a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Em que pese haver entendimento jurisprudencial no sentido de que o simples descumprimento do contrato
não rende ensejo a indenização por danos morais, entendo que a parte autora, de fato, sofreu abalo, que
exige a correspondente proteção jurisdicional. A autora aguarda receber o reembolso do valor de
R$1.285,91 pagos há mais de sete anos em favor da ré, por produto que fora devolvido.
O direito ao pagamento de indenização por danos morais se justifica, tanto da ótica da finalidade punitiva,
quanto da finalidade educativo-pedagógica, no sentido de coibir a reiteração de condutas semelhantes.
Nesse passo, considero que a indenização não deve ser fonte de enriquecimento indevido para quem
sofreu o dano, mas também deve ter caráter educativo, a fim de evitar a reiteração de condutas ilícitas
Adotando-se como parâmetro julgamentos anteriores proferidos neste Juízo em casos análogos, bem
como levando em consideração as peculiaridades do caso concreto, entendo que a condenação no valor
de R$-3.000,00 (três mil reais) satisfaz a estes critérios, sem descuidar da proporcionalidade e da
razoabilidade.
Conforme já mencionado, tendo em vista que a requerida não comprovou o reembolso do valor de
R$1.285,91 referente ao pedido nº 02-554200080, o qual não foi atingido pela prescrição em razão da
renúncia verificada, entendo que a autora faz jus a esta restituição.
-Do dispositivo.
Diante do exposto, julgo parcialmente procedente o pedido da parte autora, nos seguintes termos:
• Condenar a ré a ressarcir à autora o valor de R$1.285,91 (um mil duzentos e oitenta e cinco
reais e noventa e um centavos), a título de dano material, acrescido de correção monetária pelo
INPC desde o desembolso (10/12/2013) e de juros de mora de 1% ao mês, desde a citação.
• Condenar a ré ao pagamento da quantia de R$-3.000,00 (três mil reais) por danos morais,
devendo tal valor ser atualizado monetariamente pelo INPC e juros de mora fixados em 1% (um por
cento) ao mês, ambos devidos a partir da sentença.
Resta extinto o processo com resolução do mérito, com fulcro no art. 487, I, do CPC.
Transitada em julgado e nada sendo requerido no prazo de trinta dias, arquivem-se os autos.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0876490-38.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de ação de cobrança em razão de venda de materiais de construção ao requerido, o qual não
teria honrado com o pagamento dos bens adquiridos.
anexo, tal ato de reiterar a cobrança de valor que já fora objeto de outra ação, caracteriza cobrança em
duplicidade.”
Decido.
Primeiro que naquela ação as partes encontravam-se em polos invertidos, ou seja, o réu desta ação foi o
autor naquela, e o autor o réu.
Na referida ação, o autor (réu nesta) requereu a declaração de inexistência de um débito no valor de R$
2.140,00 (Dois mil, cento e quarenta reais), alegando que nunca havia feito negócio com o réu (autor nesta
ação).
Após a contestação juntada naquele processo, na qual o réu juntou diversas provas do negócio realizado
entre as partes, os litigantes firmaram acordo nos seguintes termos:
1. Considerando que já houve a retirada do nome do autor dos órgãos de proteção ao credito, no tempo
devido, o demandado compromete-se a partir de agora a não realizar nova inscrição em nome do autor
correspondente ao valor R$2.140,00, que é objeto da presente ação;
2. O descumprimento do presente acordo acarretará em multa de 20% sobre o total do valor acordado;
3. As partes celebram acordo no sentido de extinguir o feito por já ter sido resolvida a questão, objeto da
lide;
4. O presente acordo dá quitação a todos os pedidos requeridos da inicial, e ainda as partes nada mais
têm a reclamar, em juízo ou fora dele, acerca da presente lide.
Da leitura dos termos do acordo, observa-se que a única obrigação assumida pelo autor da presente
demanda foi a de não negativar o nome do réu pela dívida indicada naquela inicial, o que, por óbvio, não
importa em admitir que a dívida não existia.
Assim, considerando que objeto daquela demanda não possui nenhuma relação com o objeto desta,
inclusive porque as partes estão em polos invertidos, afasto a preliminar suscitada.
-Do mérito.
Os documentos juntados aos autos são suficientes para convencer este Juízo dos fatos alegados pelo
autor, não se observando no processo nada que leve à convicção contrária, até porque caberia à parte
reclamada contestar as notas fiscais juntadas com a inicial, o que não ocorreu.
O réu apenas se limita a impugnar os documentos juntados pelo autor, por terem sido juntados no
processo nº 0853829-02.2019.8.14.0301, o qual já vimos que não tem nenhuma relação de coisa julgada
com a presente demanda.
Em suma, o autor juntou diversas provas da relação jurídica estabelecida entre este e o réu, sendo que o
réu não apresentou nenhuma impugnação sobre os valores cobrados, nenhum comprovante de
pagamento ou outra prova que desconstituísse as provas juntadas pelo autor.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
As conversas do WhatsApp são apenas mais uma evidência que as partes possuíam relação comercial
em curso, onde restou comprovado fartamente que o réu a todo momento se esquivou da sua obrigação
de pagar pelos produtos adquiridos. Assim, estas provas encontram-se em harmonia com as demais
provas relativas às notas fiscais e contrato firmado pelo réu com o Tribunal Regional Eleitoral do Pará para
serviços de reforma.
- DISPOSITIVO
Diante do exposto, julgo PROCEDENTE a presente demanda para condenar o reclamado a pagar ao
reclamante o valor de R$34.734,08 (trinta e quatro mil setecentos e trinta e quatro reais e oito
centavos), a ser atualizada monetariamente pelo INPC e juros de mora fixados em 1% (um por
cento) ao mês, ambos devidos a partir de 25/11/2020, uma vez que os valores foram corrigidos até
esta data (Id 21866940).
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
9099/95. P.R.I.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0803043-80.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de pedido de declaração de inexistência de débito c/c indenização por danos morais e materiais e
pedido de tutela antecipada em razão de fraude que vitimou o autor.
O autor alega que no dia 31 de agosto de 2020 recebeu uma ligação de uma pessoa que se dizia ser
funcionário do Banco Réu, o qual tratava sobre tentativas de compras suspeitas no cartão Ourocard
Platinum Estilo VISA de propriedade do autor.
Sustenta que após a informação da tentativa de fraude, o suposto funcionário teria mencionado ao autor
alguns de seus dados pessoais, tais como: RG, CPF e o número do seu cartão do banco, fato que fez com
que a ligação não levantasse nenhum tipo de suspeita.
Por esta razão, o autor teria sido induzido a fornecer sua senha ao golpista, bem como o próprio plástico
do cartão, o qual fora resgatado na residência do reclamante pelo fraudador.
Em consequência destes fatos, dois saques indevidos no valor de R$1.000,00 cada teriam sido feitos da
conta do autor, bem como duas compras em seu cartão de crédito, nos valores de 7.710,72 (Sete mil
setecentos e dez reais e setenta e dois centavos) e R$ 4.427,69 (Quatro mil quatrocentos e vinte e sete
reais e sessenta e nove centavos).
Assim, o autor requer a restituição destes valores, além da declaração da inexistência de débito e danos
morais.
Como as compras no cartão foram feitas de forma parcelada, o autor requereu tutela para que houvesse a
suspensão das cobranças.
Àrequerida fora dada a oportunidade de se manifestar sobre o pedido de tutela, tendo transcorrido o prazo
in albis.
Ato contínuo, a tutela fora concedida para determinar à requerida que suspendesse a cobrança das
parcelas referentes às duas compras realizadas.
Houve informação de descumprimento da medida nos autos, o que levou a este juízo a majorar a
imposição da multa em duas oportunidades.
Em contestação, a ré apresenta preliminares e, no mérito, alega que a guarda do cartão e de sua senha
são responsabilidade do cliente/autor, tendo este os fornecido voluntariamente à terceira pessoa, o que
configura culpa exclusiva da vítima e a ausência do dever de indenizar.
Das preliminares.
Com relação à preliminar arguida pela ré, entendo que a mesma não deva ser acolhida, por não se tratar
de matéria prejudicial de mérito a justificar sua análise em sede preliminar, de modo que se torna
dispensável a análise do pedido de gratuidade neste momento processual.
Assim, eventual pedido de gratuidade de acesso à justiça será analisado no momento oportuno, apenas se
houver necessidade. Desta feita, rejeito a preliminar.
Não acolho tais preliminares, vez que foram apresentadas de maneira genérica e sem nenhuma relação
com a presente demanda, haja vista que o autor buscou resolver o problema de maneira administrativa,
bem como juntou aos autos documentos suficientes para o julgamento da lide.
Do mérito.
Analisando as provas e alegações das partes nos presentes autos, bem como a jurisprudência aplicada ao
caso, entendo que assiste razão parcial a ambas as partes.
O caso em comento exige deste juízo a análise das peculiaridades envolvidas nos acontecimentos
relatados, vez que não se pode atribuir um padrão de sentença para os famosos casos comumente
denominados “golpe do motoboy”. Assim, as jurisprudências trazidas aos autos referem-se a casos que
ocorreram em circunstâncias diferentes, razão pela qual este juízo irá apurar a responsabilidade de cada
uma das partes de acordo com os fatos relatados e as provas juntadas.
Desse modo, analisando todo o conjunto probatório dos autos, bem como as declarações das partes,
entendo que houve culpa concorrente de ambas as partes.
-Do ressarcimento dos valores relativos aos saques realizados na conta do autor.
Quanto a este tópico, entendo que a parte ré não deve ser responsabilizada.
O autor não produziu prova de que o golpista de fato possuía o número de seu cartão do banco, o que
estava obrigado a fazer em razão do previsto no art. 373, I do CPC o qual dispõe que “o ônus da prova
incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
O autor poderia ter solicitado a gravação da ligação telefônica à empresa de telefonia, mas não o fez.
A ré, por sua vez, não teria como trazer nenhuma prova aos autos nesse sentido, vez que não fora ela que
telefonou ao autor.
Assim, a inversão do ônus da prova não se aplica neste caso, vez que apenas o autor poderia produzi-la.
Por esta razão, considerando que o autor forneceu sua senha pessoal ao golpista, bem como o seu cartão
do banco, entendo que o réu jamais poderia identificar que não era o autor sacando os valores de sua
conta corrente. Até porque a requerida em nenhuma hipótese pode impedir que o consumidor saque
valores de sua conta corrente em caixa eletrônico, ou exigir que este espere o contato do banco para se
certificar que é de fato o cliente que está sacando os valores. Tal providencia resultaria em um verdadeiro
caos nas filas deste tipo de autoatendimento.
Em razão disso, não vejo nenhuma culpa da requerida quanto à liberação destes valores, uma vez que
não ficou comprovado que o golpista possuía o número do cartão do autor quando do telefonema
fraudulento, bem como pelo fato do autor ter entregue voluntariamente a senha e o plástico para que o
saque ocorresse, o que configura culpa exclusiva da vítima, nos termos do art. 14, § 3º, II do CDC.
Quanto a este pedido, chego à conclusão de que houve culpa concorrente das partes, haja vista que,
conforme as provas produzidas nos autos, sobretudo o histórico de compra do autor, verifico que a
requerida falhou no sistema de segurança que fornece aos seus clientes, ao passo que o autor falhou em
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
As compras realizadas pelo golpista, além de estarem em total desacordo com o perfil de compras do
autor, foram feitas na cidade de São Paulo (Id 22379212), sendo que o autor e os acontecimentos
relatados ocorreram em Belém.
Assim, ainda que o autor tenha caído em um golpe, fornecendo o seu cartão e senha a pessoa criminosa,
o banco autorizou duas compras de alto valor em cidade diversa da do reclamante, o que evidencia total
quebra do perfil de consumo do autor e configura falha na segurança da requerida.
Assim, observo que ambas as partes deram ensejo ao prejuízo vivenciado pela parte autora, razão pela
qual devem ser responsabilizadas igualmente pelos fatos ocorridos.
Por esta razão, entendo devida a condenação da ré ao montante referente a metade do prejuízo material
relacionado às compras efetuadas no cartão, ou seja, R$6.069,20 (seis mil e sessenta e nove reais e vinte
centavos).
Quanto ao pedido de condenação da requerida em danos morais, entendo que não merece prosperar tal
requerimento.
O autor não demonstrou nos autos, conforme já mencionado, que o golpista possuía suas informações
pessoais e bancárias, sobretudo o número do cartão que ensejou os saques e as compras indevidas.
Assim, considerando este fato e o relato do autor no sentido de ter fornecido a terceiro o seu cartão e
senha pessoal, entendo que fora este quem deu causa a todos os transtornos vivenciados, por falta de
zelo em se certificar de que estava, de fato, tratando com funcionário do banco e através dos canais de
atendimento da parte requerida.
Por esta razão, entendo ser improcedente o pedido de indenização por danos morais.
Considerando que este juízo entendeu que se trata de culpa concorrente das partes quanto às compras
realizadas no cartão, ficando cada parte responsável pela metade do prejuízo material sofrido pelo autor,
entendo que o mesmo raciocínio deve ser utilizado para o cálculo do descumprimento da tutela em relação
a suspensão da cobrança das referidas compras.
Assim, este juízo providenciará o cálculo da multa pelo descumprimento e o valor obtido será reduzido
pela metade, consoante a corresponsabilidade já fundamentada ao norte.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Suspenda as cobranças das parcelas questionadas pelo autor na inicial, relativas às compras
realizadas em seu cartão de crédito de nº 4984–XXXXXXXX- 7650, na data de 31/08/2020, nos
valores de 7.710,72 (Sete mil setecentos e dez reais e setenta e dois centavos) e R$ 4.427,69
(Quatro mil quatrocentos e vinte e sete reais e sessenta e nove centavos) até ulterior deliberação
deste juízo. Em caso de descumprimento à presente determinação, a requerida ficará sujeita à
multa de R$500,00 (quinhentos reais), por cada nova cobrança promovida. A incidência da multa
fica limitada, a princípio, ao montante de R$-5.000,00 (cinco mil reais).
A requerida fora citada e intimada da referida decisão no dia 18/02/2021, conforme certificado no Id
24156196. Não obstante, emitiu a fatura com vencimento para o dia 03/03/2021 com as
mencionadas cobranças, conforme comprovado no Id 23977745 - Pág. 1, razão pela qual incidiu na
multa de R$500,00 (quinhentos reais) prevista na decisão.
Pelo exposto, consigno o descumprimento da obrigação constante do item “a” da decisão de Id.
23042404 e promovo a majoração da multa estipulada para R$-1.000,00 (um mil reais) para cada ato
praticado em desacordo com o determinado e devidamente comprovado nos autos.
Desta decisão a requerida tomou ciência em 17/03/2021, conforme a aba “expedientes”. Não obstante,
emitiu a fatura com vencimento para o dia 03/04/2021 com a mencionada cobrança, conforme
comprovado no Id 24988118 - Pág. 1, razão pela qual incidiu na multa de R$1.000,00 (um mil reais)
prevista na decisão.
Em razão de nova informação quanto ao descumprimento da tutela concedida, este juízo promoveu uma
segunda majoração da multa, conforme Id 25132039, nos seguintes termos:
[...]
A incidência da multa fica limitada, a princípio, ao montante de R$-6.000,00 (seis mil reais).
Desta decisão a requerida tomou ciência em 06/04/2021, conforme a aba “expedientes”. Não se tem
notícia nos autos de descumprimento posterior a este evento.
Assim, restou comprovado nos autos que a requerida descumpriu a primeira e a segunda decisão de
tutela, conforme ao norte mencionado, referente às faturas com vencimento em março e abril de 2021
enviadas ao autor, razão pela qual incidiu no total de R$1.500,00 (um mil e quinhentos reais) a título de
multa, o qual deve ser reduzido à metade em razão da culpa concorrente entre as partes.
Assim, a requerida deverá pagar ao autor, a título de multa, a quantia correspondente à R$750,00
(setecentos e cinquenta reais).
Ressalto que nada impede ao autor, em sede de cumprimento de sentença, comprovar o descumprimento
da tutela concedida com relação a cobranças efetuadas posteriormente à terceira decisão de tutela, que
majorou a multa para R$1.500,00, deixando claro que este valor deverá ser executado pela metade, em
razão da corresponsabilidade já fundamentada.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Cabe também salientar que quaisquer valores eventualmente estornados pela requerida em favor do autor
devem ser informados nos autos para abatimento no valor da condenação.
No mais, entendo que o caso em comento não se adequa ao pedido de declaração de inexistência de
débito, pois as compras foram realizadas, mas apenas à indenização parcial por danos materiais,
conforme exposto ao norte.
- Dispositivo:
4) Ratifico as decisões de tutela concedidas nos autos nos Ids 23042434, 24167646 e 25132039.
Resta extinto o processo com resolução do mérito, conforme art. 487, I do CPC/2015.
Após trânsito em julgado e nada sendo requerido no prazo de 30 (trinta) dias, arquive-se.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0836669-27.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c indenização por danos materiais e morais, ajuizada por
ROMULO BOSCOLI CARDOSO RODRIGUES, em face de UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA.
Das preliminares.
Não acolho esta preliminar, pois inexiste obrigatoriedade de esgotamento da instância administrativa para
que a parte possa acessar o Poder Judiciário
Restou evidente nos autos que o autor possui vinculo jurídico com a requerida, razão pela qual qualquer
responsabilidade imputada a esta deverá ser analisada em sede de mérito. Deste modo, afasto esta
preliminar.
Do mérito.
No mérito, cumpre destacar que é clara a aplicabilidade das regras do Código Civil ao presente caso, pois
se trata de relação estabelecida entre particulares, a qual não se afigura como relação de consumo, visto
que é o próprio autor quem presta serviços aos passageiros e apenas paga uma taxa à requerida para
poder se beneficiar do uso e facilidades do aplicativo.
Assim, a questão em análise se refere a contrato firmado entre particular e empresa multinacional, através
do qual o particular presta serviços de transporte a outros particulares, utilizando uma plataforma criada
pela reclamada, como forma de intermediação dos serviços de transporte.
Cumpre destacar que o Código Civil, no art. 421 e seguintes, garantiu a autonomia privada, concedendo
às partes o direito de contratar com liberdade, impondo como limites a ordem pública e a função social do
contrato. Todos tem autonomia para declarar sua vontade de agir, autonomia de vontade essa decorrente
do Princípio da dignidade humana (art. 1°, III, da Constituição Federal). A autonomia privada, como fonte
normativa, está ligada à ideia de poder, isto é, da possibilidade de realizar, principalmente, negócios
jurídicos bilaterais.
Deste modo, o novo sistema jurídico de direito privado impõe às partes que resguardem, tanto na
conclusão quanto na execução do contrato, os princípios da probidade e da boa-fé.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Com efeito, nas disposições finais do Código Civil igualmente consta que nenhuma convenção prevalecerá
se contrariar preceitos de ordem pública, tais como aqueles estabelecidos pelo Códex para o resguardo da
função social da propriedade e da função social dos contratos. Ao intérprete cabe a exegese do negócio
jurídico em consonância com a principiologia do sistema legal.
Analisando as alegações das partes e a legislação pertinente ao caso, entendo não assistir razão ao
reclamante.
A ré disponibiliza diretrizes em seus Termos de Uso da Plataforma onde estabelece critérios a serem
cumpridos pelos usuários que aderem ao sistema, sejam eles motoristas ou passageiros.
Dentre os requisitos exigidos pela empresa, observa-se que esta exige uma nota mínima de avaliação ao
motorista de acordo com a cidade onde este atua.
No caso dos autos, restou comprovado que o autor não atingiu esta nota mínima.
Além disso, a ré juntou diversas reclamações de usuários passageiros realizadas em face do autor.
A relação entre as partes está adstrita ao direito privado e, em se tratando de relação contratual firmada
entre particulares, não cabe a este juízo impor à ré a aceitar o cadastro do autor no caso deste não estar
observando os termos de uso do aplicativo.
Assim, quanto aos termos e condições do aplicativo tenho a pontuar que, tratando-se de relação entre
particulares, a liberdade é princípio norteador dos contratos, não sendo razoável obrigar a empresa a
manter parceiro que não tem interesse, ainda mais, quando observamos infringência aos termos e política
da empresa.
Desse modo, em que pesem as alegações autor, tendo em vista que a atividade desenvolvida tem caráter
econômico, possibilitando a obtenção de renda, entendo que a requerida demonstrou os motivos que
levaram ao desligamento do reclamante de seu quadro de motoristas e, não vislumbro, no caso os autos,
abusividade e desproporcionalidade capazes de revisar a conduta da ré.
A qualidade do serviço prestado pelo autor aos passageiros do aplicativo está intimamente relacionada
com a qualidade do serviço que a requerida objetiva prestar aos usuários, além de sua imagem como
facilitadora do serviço de transporte, de forma que o Judiciário não pode intervir em casos como o
presente, onde ficou comprovado que o autor não se adequou ao padrão de qualidade esperado pela ré.
Assim, não cabe ao Judiciário intervir nesta relação, pois impor à ré que aceite motoristas que não
observam os termos de uso do aplicativo seria o mesmo que arruinar a sua imagem perante todos os
usuários do sistema, o que geraria um caos na prestação do serviço da reclamada e poderia inclusive, a
médio ou longo prazo, importar no fim do uso do aplicativo, o qual é deveras benéfico para a sociedade.
O autor alega que a requerida não usa critérios seguros para aceitar o cadastro de passageiros, mas ao
mesmo tempo pede na ação que a ré lhe aceite como motorista, mesmo tendo este violado os termos de
uso do aplicativo, o que se evidencia como um contrassenso.
Ademais, se o Judiciário passar a intervir nas relações privadas estabelecidas entre os usuários e a ré, de
forma a impor que a ré aceite usuários que não seguem seus termos de uso, isto sim geraria uma
demanda enorme de processos da justiça, pois os prejudicados por eventual serviço deficiente alegariam
que a ré não cumpriu com sua obrigação em prestar um serviço seguro, como o próprio autor alega na
presente ação.
Deste modo, este juízo concorda com o posicionamento da ré em exigir que os usuários do aplicativo se
adequem rigorosamente aos seus termos de uso.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por este motivo, o pedido do autor de reintegração ao aplicativo não merece prosperar, assim como
qualquer pedido de danos morais em face a sua desativação.
Quanto aos danos morais e materiais decorrentes ao assalto sofrido pelo autor quando da prestação do
serviço, entendo que do mesmo modo o pedido deve ser julgado improcedente, pois segurança pública é
dever do Estado. Além disso, trata-se de risco decorrente do contrato de transporte privado.
Sobre este tema, segue a jurisprudência que se coaduna com o entendimento deste juízo sobre o questão
discutida nos autos:
(TJ-RS - Recurso Cível: 71009895590 RS, Relator: Fabio Vieira Heerdt, Data de Julgamento: 25/03/2021,
Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: 30/03/2021)
ISTO POSTO, JULGO IMPROCEDENTES OS PEDIDOS do autor, extinguindo o feito com resolução de
mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC.
Após o trânsito em julgado e nada sendo requerido no prazo de 30 (trinta) dias, arquive-se.
P.R.I.C.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Juíza de Direito
Processo nº 0826526-13.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Cuida-se de ação de execução de título extrajudicial formulado pela parte exequente em face da parte
executada, sendo que não foram localizados bens capazes de satisfazer o crédito exequendo.
Intimada para indicar bens a penhora, a parte exequente manteve-se inerte, conforme certidão dos autos.
Há norma no microssistema dos juizados especiais que trata especificamente sobre a circunstância da não
localização do devedor e de bens penhoráveis, qual seja, o artigo 53, § 4º, da lei 9.099/95 o qual preceitua
que:
Destaco ainda que no âmbito dos juizados especiais, é desnecessária a prévia intimação pessoal das
partes antes da extinção do feito (artigo 51, § 1º, da Lei nº 9.099/95).
Na hipótese dos autos, não foram localizados bens penhoráveis, incidindo, pois, no caso, a referida norma,
impondo-se, por consequência, a extinção do feito.
Desta forma, julgo extinta a presente execução sem resolução do mérito, com fulcro no artigo 53, §4º,
da Lei 9.099/95.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0806728-37.2017.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
Cuida-se de impugnação ao cumprimento de sentença apresentado pela executada onde a mesma alega
que há excesso de execução, haja vista que os cálculos da exequente não consideraram a determinação
do juízo de recuperação judicial quanto à atualização dos créditos concursais.
- Efeito suspensivo
A concessão de tal efeito é medida excepcional, apenas se demonstrados os requisitos do artigo art. 525,
§ 6º: desde que “relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente
suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação”.
No presente caso, o argumento trazido pela executada é relevante, visto que o reconhecimento do crédito
concursal implicaria na incompetência deste juízo para o prosseguimento da execução, assim como este
fato poderia causar ao executado dano de difícil reparação, vez que estaria em dissonância com o plano
844
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A executada argumenta que na presente demanda o fato gerador constituinte do crédito da autora data de
AGOSTO DE 2013, quando esta teve o seu nome negativado, motivo pelo qual entende que o crédito
advindo da presente ação seria concursal, pois constituído antes do deferimento da Recuperação Judicial
que se deu em 20/06/2016.
De fato, de acordo com as orientações do juízo da recuperação judicial contidas no Ofício Circular nº
91/2018-GP, o fato gerador constituído antes de 20.06.2016 estaria sujeito à Recuperação Judicial.
Sobre o que seria entendido como fato gerador, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
sob o rito dos recursos especiais repetitivos (Tema 1.051), estabeleceu a tese de que, “para o fim de
submissão aos efeitos da recuperação judicial, considera-se que a existência do crédito é
determinada pela data em que ocorreu o seu fato gerador”.
A controvérsia dos recursos julgados como repetitivos dizia respeito à interpretação do artigo 49 da Lei
11.101/2005: se a existência do crédito deveria ser determinada pela data de seu fato gerador ou pelo
trânsito em julgado da sentença que o reconheceu.
De acordo com o relator dos recursos, ministro Villas Bôas Cueva, no caso de créditos ilíquidos – como
aqueles decorrentes de responsabilidade civil, das relações de trabalho e da prestação de serviços –, o
ministro apontou duas interpretações possíveis quanto ao momento de existência do crédito: de um lado, a
constituição ocorreria com o provimento judicial que o declarasse; de outro, a constituição se daria no
momento do fato gerador, o qual não depende de decisão judicial declaratória.
Em seu voto, o ministro Cueva defendeu que a existência do crédito está diretamente ligada à relação
jurídica que se estabelece entre o devedor e o credor, pois é com base nela que, ocorrido o fato gerador,
surge o direito de exigir o crédito.
Ressaltou o ministro que “esse entendimento é o que melhor garante o tratamento paritário entre os
credores, pois, se a existência do crédito dependesse de declaração judicial, algumas vítimas do mesmo
evento danoso poderiam, a depender do trâmite processual, estar submetidas aos efeitos da recuperação
judicial, enquanto outras não".
Assim, considerando que a relação jurídica estabelecida entre as partes, bem como o defeito na prestação
do serviço ocorreram em data anterior ao deferimento da Recuperação Judicial que se deu em
20/06/2016, outro caminho não há a trilhar senão o da extinção do feito para que a parte possa habilitar
seu crédito no juízo universal da recuperação judicial.
Por fim, destaco que no âmbito dos Juizados Especiais, é desnecessária a prévia intimação pessoal das
partes antes da extinção do feito (artigo 51, § 1º, da Lei nº 9.099/95).
Isto posto, julgo extinto o cumprimento de sentença com fundamento no Enunciado nº 51 do FONAJE.
Assim, fica autorizada expedição de certidão de crédito em favor da parte Exequente, acaso requerida,
para fins de habilitação junto ao juízo competente. Havendo requerimento, à Secretaria Judicial para
realização dos cálculos para apuração do crédito em favor da parte credora, cujo montante deverá ser
atualizado até 20.06.2016 e sem a incidência da multa prevista no art. 523 do CPC, visto que a executada
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Havendo valores bloqueados ou depositados nos autos, fica autorizada sua devolução à executada
mediante expedição de alvará a ser agendado na secretaria deste juízo.
Transitada em julgado e nada sendo requerido no prazo de quinze dias, arquivem-se os autos.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0836005-93.2020.8.14.0301
RECLAMADO: BANPARA
SENTENÇA
- Da relação de consumo
A relação jurídica estabelecida entre as partes é qualificada como relação de consumo, em que
presentes as figuras do consumidor e do fornecedor de serviço.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
- Da liberdade negocial
A princípio, é preciso destacar que as partes contrataram livremente serviços bancários. À reclamante,
que recebeu valores da instituição ré, incumbe o pagamento da quantia, acrescida de encargos,
eventualmente incidentes.
A instituição bancária, ao captar recursos no mercado financeiro arca com os custos e com os riscos
inerentes à operação, sendo lícito e razoável ao banco se ressarcir das despesas e cobrar certa margem
de lucro.
Destaco que a reclamante, consumidora, tem liberdade para contratar empréstimos com quaisquer das
instituições financeiras que operam no mercado, podendo buscar as opções que melhor atendam aos seus
interesses, com as tarifas e condições mais atraentes.
O que a parte consumidora fez foi, tão somente, aderir a serviços bancários que lhe eram oferecidos,
numa perspectiva de liberdade contratual e, de todo modo, a autora teve para si disponibilizada certa
quantia, da qual pôde usufruir, sendo justo que se lhe exija a contrapartida, que é o pagamento do débito
contraído.
A princípio, numa perspectiva liberal, não haveria motivos para a intromissão do Poder Judiciário, para
regulação de contratos, livremente pactuados, dado o respeito ao ato jurídico perfeito. Nessa medida,
seria acolhida a tese da reclamada sobre a necessidade de preservar o negócio jurídico firmado,
em apreço à teoria da “pacta sunt servanda”, sem maiores questionamentos.
Contudo, o Código de Defesa do Consumidor reconhece que a relação entre cliente e instituição
financeira é, naturalmente desigual, diante do poder econômico de que desfrutam os bancos e da
ausência de margem de negociação, na celebração de contratos de adesão, os quais são
estipulados unilateralmente, pelo credor.
Reconhecendo esta desigualdade, o CDC introduz inúmeros dispositivos, com vistas a amparar a parte
vulnerável da relação (o consumidor), dentre as quais a de interpretação mais favorável das cláusulas ao
aderente, a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, a repressão às cláusulas abusivas, a
exigência de respeito ao direito de informação, a perspectiva de tutela da segurança e da qualidade dos
produtos e serviços prestados no mercado de consumo, a inversão do ônus da prova, o reconhecimento
de forma objetiva de situações como a onerosidade excessiva e a lesão, dentre tantos outros aspectos.
Feitas estas considerações, passa-se à avaliação dos fatos que constituem a causa de pedir da
demanda em apreço, para posterior julgamento.
O Código de Defesa do Consumidor (artigos 4°, III, e 51, IV) adotou expressamente a clausula geral de
boa-fé, que deve reputar-se inserida e existente em todas as relações jurídicas de consumo, ainda que
não inscrita expressamente no instrumento contratual.
O postulado da boa-fé objetiva representa vetor interpretativo da legitimidade da conduta das partes, que
devem se pautar com lealdade, respeito, ética, cooperação e confiança, e serve de limite ao exercício de
direitos subjetivos, em prol da função social dos contratos (conforme ditam os artigos 113, 421 e 422 do
Código Civil).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A boa fé objetiva, segundo uma das autoras do projeto do Código de Defesa do Consumidor, pode ser
entendida como:
Boa-fé objetiva, significa, portanto, uma atuação ?refletida?, uma atuação refletindo, pensando no outro,
no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus interesses legítimos, suas expectativas razoáveis,
seus direitos, agindo com lealdade, sem abuso, sem obstrução, sem causar lesão ou desvantagem
excessiva, cooperando para atingir o bom fim das obrigações: o cumprimento do objetivo contratual e a
realização dos interesses das partes (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no código de defesa do
consumidor: o novo regime das relações contratuais. 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2006. p. 216).
A instituição bancária, nesta perspectiva de exame da conduta sob o pálio da boa-fé objetiva,
poderia ter adotado uma postura de negociação com o cliente na qual se possibilitasse o
alongamento do prazo para amortização (aumento do número de parcelas), de forma a permitir que
a autora pagasse prestação menor e, com isto, conseguisse ter mais dinheiro disponível
mensalmente para a sua subsistência.
No entanto, observo nos autos que a proposta ofertada pelo banco (16 parcelas de R$624,00)
comprometeria quase a metade do salário da autora. Além disso, o banco réu perseguiu seu
crédito diretamente da conta corrente da devedora, com desconto integral do seu salário,
deixando-a sem recursos para subsistir nos meses em que houve o desconto. A situação da
reclamante apenas encontrou alívio após decisão interlocutória que suspendeu a ocorrência dos
descontos e determinou ao banco que restituísse os valores descontados.
A parte devedora, ora reclamante, não nega que deve (nem se discute a existência do contrato no
processo); não nega seu interesse em pagar (tanto que sequer é objeto da demanda discussão a
respeito dos juros embutidos nos empréstimos); apenas pede que este juízo declare a ilegalidade
de retenção integral do seu salário.
É mister que o banco aja, em apreço à boa-fé objetiva, em cooperação com seu cliente, de modo a
que se encontre uma solução para o problema que não o leve à ruína.
O banco réu junta no Id 19705266 documento assinado pela autora que autoriza o débito em conta
corrente dos valores referentes ao contrato em questão. Não obstante, aceitar que o banco persiga o seu
crédito descontando a integralidade do salário da autora por meses a fio, quiçá anos, até que o débito seja
quitado, não se coaduna com o princípio da dignidade da pessoa humana e a função social dos contratos,
pois a autora iria trabalhar durante todo este período sem receber absolutamente nada!
Assim, conquanto haja o direito do banco ao crédito, em decorrência de contrato livremente pactuado,
estipula-se um determinado patamar de desconto, a fim de preservar parcela da remuneração do
inadimplente, indispensável para o seu sustento, como uma forma de assegurar o atendimento à função
social do contrato (CC, art. 421).
O contrato não deve servir ao interesse único de uma das partes, mas deve possibilitar uma
convivência harmônica dos interesses, inspirada pela cláusula geral de boa-fé objetiva (CC, art.
422), que determina aos contratantes que atuem com lealdade, respeito e com cooperação mútua.
A intervenção estatal sobre os contratos privados, ainda que realizada de forma excepcional, visa a
dar concretude à sua função social, uma vez que interessa não só aos transatores, mas à toda a
coletividade que os negócios jurídicos sejam pactuados e cumpridos segundo os valores
consagrados na Constituição Federal, a exemplo da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1°, III) e
da solidariedade (CF, art. 3°, I).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Neste passo, entende o Superior Tribunal de Justiça que a subtração dos vencimentos do devedor,
operada diretamente sobre os rendimentos salariais depositados em conta bancária, deve ser feita
de maneira razoável, de modo a não retirar dele as condições mínimas de subsistência (princípio
da preservação do mínimo existencial), consoante se observa dos julgados abaixo colacionados:
(AgRg no Ag 1409733/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 18/12/2012, DJe 27/02/2013).
(AgRg no REsp 1167186/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 18/12/2012, DJe 04/02/2013).
2. O v. acórdão recorrido, à luz dos princípios da livre apreciação da prova e do livre convencimento
motivado, bem como mediante análise soberana do contexto fático-probatório dos autos, entendeu que, na
verdade, foi a instituição financeira que agiu de forma desidiosa. Rever tal posicionamento implicaria
necessariamente o revolvimento das provas carreadas aos autos, providência, no entanto, vedada pela
Súmula 7 desta eg. Corte.
(AgRg no AREsp 133.283/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 11/09/2012,
DJe 04/10/2012)
(AgRg no REsp 921.651/PE, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe
04/09/2012)
INSURGÊNCIA DO DEMANDADO.
(AgRg no AREsp 105.172/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 05/06/2012,
DJe 14/06/2012)
1. No caso, a decisão ora agravada decidiu em harmonia com o entendimento desta Corte no sentido de
que os descontos facultativos em folha de pagamento devem observar o limite de 30% dos vencimentos.
(AgRg no REsp 1175413/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 15/05/2012,
DJe 13/06/2012)
Entretanto, esta Corte tem reduzido esse percentual para 30% dos vencimentos do servidor, em razão da
natureza alimentar do salário e do princípio da razoabilidade. Todavia, para não incidir na reformatio in
pejus, mantém-se o aresto impugnado.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(AgRg no Ag 1425860/DF, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/03/2012,
DJe 12/03/2012).
Ressalto por fim que o magistrado deve buscar em seus julgamentos atender aos fins sociais a que se
dirige a lei e as exigências do bem comum, consoante artigo 5° da LINDB.
Logo, entendo adequada a conjugação dos elementos da liberdade contratual com o dever de
atendimento à função social dos contratos (em decorrência da boa-fé objetiva), de modo a buscar
solução inspirada na equidade com a consequente redução dos descontos mensais ao percentual
de trinta por cento dos vencimentos, evitando-se assim a manutenção de situação de ruína
financeira, em que se encontra a reclamante, em apreço ao princípio da dignidade da pessoa
humana, que se representa um dos fundamentos da República (artigo 1°, III, da Constituição
Federal).
Com relação ao pedido de indenização por danos morais, para o Direito do Consumidor, dispensa-
se a prova da culpa do fornecedor, para sua responsabilização. Trata-se da adoção da teoria da
responsabilidade objetiva, constante do artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor.
Houve falha por parte da instituição bancária, por permanecer efetuando descontos acima da
margem consignável da reclamante, apropriando-se unilateralmente de valores em conta corrente,
prática comercial reputada como abusiva, em razão do evidente descompasso que provoca na
relação contratual e pelo comportamento que viola a boa-fé objetiva e atenta contra seus deveres
anexos, de proteção, de cooperação e de confiança.
Em decorrência da falha, a parte reclamante teve toda a sua remuneração dos meses de março,
maio, junho e julho de 2020 absorvidas pelo banco, que em nada cooperou para renegociar o
débito de acordo com as condições financeiras da reclamante. A autora inclusive provou nos autos
que tentou negociar o débito de diversas formas.
A apropriação de dinheiro por parte do banco, acima do limite da margem consignável, representa
situação que extrapola o mero aborrecimento e enseja condenação ao pagamento de uma
compensação pecuniária, em decorrência dos danos morais:
(STJ - AgRg nos EDcl no AREsp: 215768 RJ 2012/0167622-1, Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data
de Julgamento: 09/10/2012, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/10/2012)
Recurso Inominado. Juizado Especial Cível. Desconto Integral de Salário. Repetição do Indébito.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Demonstrado o dever de indenizar, há que se arbitrar o valor da indenização (Código Civil, artigos 927 e
944).
A indenização deve ser encarada tanto da ótica da finalidade punitiva, quanto da finalidade educativo-
pedagógica, no sentido de coibir a reiteração de condutas semelhantes.
Em contrapartida, considero que a indenização não deve ser fonte de enriquecimento indevido para quem
sofreu o dano, mas também deve ter caráter educativo, a fim de evitar a reiteração de condutas ilícitas.
“A indenização por dano moral deve ter conteúdo didático, de modo a coibir a reincidência do causador do
dano, sem, contudo, proporcionar enriquecimento sem causa à vítima” (REsp 968019/ PI.
RESP2006/0235663-0; Min. Rel. Humberto Gomes de Barros; julgado em 16/08/2007; DJ 17/09/2007 p.
280).
A indenização por dano moral deve ser arbitrada moderadamente, a fim de evitar a perspectiva de
enriquecimento indevido da parte indenizada. (TJMT- Número 25905, Ano 2007, Magistrado
Desembargador Márcio Vidal).
(...) 2. A inscrição indevida do nome em cadastro de inadimplentes, gerado por uma dívida inexistente,
causa evidente dano moral, porquanto viola atributo da personalidade do consumidor, pois, além do
desrespeito ao seu nome, retringe-lhe ilicitamente o crédito, atingindo sua dignidade. Dispensa-se a prova
do prejuízo que, no caso, se presume.
3. O arbitramento do quantum indenizatório deve ser moderado e equitativo, evitando-se que se converta o
dano em instrumento de enriquecimento indevido.
4. Observados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, sentença que fixa o valor de
R$6.000,00 (seis mil reais) a título de reparação por dano moral e, ainda, que considera a gravidade do
dano, os incômodos e os constrangimentos experimentados pelo autor, deve ser confirmada, mormente
porquanto teve financiamento habitacional negado (...). (Acórdão n. 589420, 20100710250780ACJ, Relator
JOSÉ GUILHERME DE SOUZA, 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, julgado
em 15/05/2012, DJ 29/05/2012 p. 222).
O pedido de indenização feito pela parte autora deve ser adequado a estes parâmetros.
Vale destacar que o problema não perdurou por muito tempo (sobreveio tutela antecipada que protegeu os
rendimentos da reclamante), além do banco réu ter restituído os valores descontados. Tais fatores
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Adotando-se como parâmetro julgamentos anteriores proferidos neste Juízo em casos análogos,
bem como o porte econômico da ré e a gravidade dos fatos (com o sopesamento feito acima),
entendo que a condenação no montante de R$4.000,00 (quatro mil reais) guarda razoabilidade e
atende aos parâmetros de proporcionalidade, sem implicar em enriquecimento sem causa.
Quanto ao item “a” da decisão que concedeu tutela, não restou comprovado o descumprimento por parte
da ré, vez que a requerida foi intimada no dia 14/07/2020 e o último desconto no salário da autora ocorreu
em 07/07/2020, conforme extrato juntado aos autos no Id 19705263.
Já com relação ao item “b” da decisão, entendo que restou configurado o descumprimento. Explico.
“Tendo em vista a manifestação do Banco Réu, intime-se a parte autora para indicação de conta a
fim de viabilizar o cumprimento do item "b" da decisão que concedeu a tutela provisória nos autos.
Após, intime-se o banco réu para ciência e cumprimento da obrigação determinada no Id. 18195751
no mesmo prazo ali estabelecido, sob pena de incidir na multa prevista.”
Após isso, conforme ficou estipulado no despacho, fora expedida intimação para a requerida no dia
25/09/2020, para cumprir a obrigação determinada no Id. 18195751 (tutela antecipada), a qual foi lida,
segundo a aba expedientes, no dia 28/09/2020.
A tutela determinava:
O próprio sistema acusou o decurso do prazo de cinco dias para a requerida, fato este que ocorreu em
05/10/2020.
Além disso, houve certidão da secretaria sobre o decurso do prazo, conforme Id 20271520.
A alegação da reclamada de que não recebeu a informação da conta da autora não merece prosperar.
Ora, se a reclamada recebeu a intimação do despacho ao norte indicado, na qual havia uma determinação
de intimação para a autora indicar a sua conta e para o réu cumprir a decisão após a informação ser
prestada, é conclusão lógica que, se a intimação fora expedida para o réu, era porque a autora já havia
informado nos autos a sua conta, caso contrário não teria sido expedida a referida intimação.
Ademais, tendo restado provado que o réu recebeu a intimação mencionada, caberia a ele consultar o
processo a fim de verificar a informação da conta, e não esperar que este juízo lhe informasse todos os
dados bancários informados através de novo despacho.
Assim, tendo em vista que o decurso do prazo para o réu ocorreu em 05/10/2020 e que este comprovou a
restituição dos valores apenas em 21/10/2020, este incidiu no teto da multa estipulada, qual seja R$-
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
10.000,00 (dez mil reais), a qual reduzo para o valor de R$4.000,00 (quatro mil reais), por entender que a
requerida demonstrou cooperação com este juízo quando explicou os motivos pelo qual não poderia
efetuar o depósito na conta da autora e requereu que outra conta fosse informada, bem como não se opôs
quanto ao fato da conta informada para depósito ser de titularidade de pessoa diversa. Além disso, o
descumprimento não perdurou por muitos dias. Tais fatos demonstraram boa-fé por parte do réu.
- Dispositivo:
Resta extinto o processo com resolução do mérito, com fulcro no art. 487, I, do CPC.
Transitada em julgado e nada sendo requerido no prazo de trinta dias, arquivem-se os autos.
Juíza de Direito
SENTENÇA
Vistos, etc.
Cuida-se de Ação de Execução formulada pela parte exequente em face do executado, sendo que não
houve apresentação de embargos à execução por parte do executado quanto ao bloqueio integral do
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Dispõem os artigos 924, inciso II, e 925, ambos do Código de Processo Civil:
(...)
(...).
Diante do pagamento do débito executado, mostra-se satisfeita pela parte executada a obrigação, não
mais subsistindo razão para o prosseguimento da presente ação, impondo-se, desta forma, a extinção do
processo, nos termos dos dispositivos ao norte citados.
Isto posto, julgo extinta a presente execução nos termos do art. 924, II, do Código de Processo Civil,
uma vez que, conforme consta dos autos, a obrigação foi satisfeita.
Uma vez preclusas as vias impugnativas, expeça-se alvará para levantamento de valores em favor do
exequente, intimando-o para recebimento.
Juíza de Direito
Email: 4jecivelbelem@tjpa.jus.br
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0813868-88.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
DECIDO.
Alega a embargante excesso de execução, pois os cálculos apresentados pela embargada não guardam
compatibilidade com os termos da sentença, especificamente no que se refere à inclusão do montante de
R$-5.453,66 sobre o valor exequendo, referentes à supostas custas judiciais.
A exequente, após certidão da secretaria deste juízo a respeito dos cálculos apresentados, se manifestou
concordando com as alegações da embargante, e informando que, de fato, houve erro quando da
execução dos cálculos, razão pela qual não se opõe à homologação dos cálculos apresentados pela
executada.
Analisando os autos, verifico que assiste razão à embargante, pois não há nos autos qualquer condenação
da parte ao pagamento de custas judiciais, razão pela qual a inclusão de tal parcela gerou um excesso de
execução.
Não obstante o reconhecimento do excesso de execução, entendo que o pedido para condenação da
exequente/embargada ao pagamento de honorários sucumbenciais não merece acolhida, eis que,
conforme inteligência do artigo 55 da Lei 9099/95, a sentença de primeiro grau não condenará o vencido
em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé.
A regra em comento limita a possibilidade de condenação da parte apenas aos casos em que restar
demonstrada a ocorrência de litigância de má-fé, o que não ocorreu no caso presente, bem como não
restringe a vedação apenas ao processo de conhecimento, sendo certo que onde o legislador não
restringiu, não cabe ao intérprete fazê-lo.
- Dispositivo
Ante o exposto, ACOLHO parcialmente os embargos à execução apresentados pela executada, por
entender que ficou demonstrado o excesso de execução nos cálculos apresentados pelo
exequente, fixando o valor da execução em R$-28.080,52 (vinte e oito mil e oitenta reais e cinquenta
e dois centavos).
Uma vez incontroverso o valor, fica desde já autorizado o levantamento da quantia pela parte
exequente, mediante expedição de alvará (para saque ou transferência) a ser agendado na
secretaria deste juizado.
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
9099/95.
Transitada em julgado, certifique-se e retornem os autos conclusos para extinção da execução pelo
pagamento.
Juíza de Direito
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
SENTENÇA
Processo nº 0874447-02.2018.8.14.0301
Trata-se de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS movida por RONDSON MANUEL
PINHEIRO DE SOUSA, JORGE LUIZ REGO em face de GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S/A,
afirmando, em síntese, que se inscreveram no concurso para provimento do cargo de Auditor da
Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina, cuja prova da primeira fase estava marcada para o
dia 18 de novembro de 2018, razão pela qual adquiriram passagens aéreas na Empresa Reclamada para
o trecho doméstico, Belém - Florianópolis, com conexão em São Paulo, para o dia 16/11/18, às 15h30,
com previsão de chegada à Florianópolis às 22h05 do mesmo dia.
Aduziu que em razão do atraso no voo inicial, perderam a conexão em São Paulo e apesar das diversas
tentativas não conseguiram ser alocados em outros voos das companhias aéreas concorrente devido
estarem todos lotado devido a da realização do concurso.
Informaram que permaneceram no aeroporto de São Paulo, sem suporte da Reclamada, até o embarque
no voo seguinte, que decolou às 06h da manhã, chegando ao destino às 07h do dia 17 de novembro de
2018, ou seja, mais de 9 horas, sem qualquer tipo de assistência com a agravante do autor JORGE LUIZ
REGO ter sérios problemas na coluna, o que o impossibilita de ficar muito tempo sentado, além da
situação ter prejudicado a revisão de véspera dos Autores. Ao final, requereram a condenação da
Reclamada ao pagamento de indenização por danos indenização por danos morais no valor de R$
15.000,00 (quinze mil reais) para cada Autor.
Foi concedida às partes oportunidade de julgamento antecipado, sem a realização de audiência, em razão
da pandemia de COVID19.
A Reclamada apresentou contestação alegando que o voo inicial decolou com ínfimo atraso, devido ao
tráfego aéreo e manutenção da aeronave, o que impactou em sua chegada ao aeroporto de conexão,
porém promoveu a assistência aos passageiros, não havendo danos a serem reparados.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em manifestação à contestação os Autores pugnaram pela total procedência do pedido feito na inicial,
com o julgamento antecipado da lide, vez que todas as provas já se encontram documentalmente
produzidas. É o relatório. Decido.
Inicialmente, ressalto que após o exposto nos autos durante as providências preliminares, constata-se que
a lide comporta julgamento antecipado, sem necessidade de audiência, principalmente devido a
suspensão dos atos presenciais, como audiências no Poder Judiciário, durante o período de lockdown
devido a pandemia de COVID-19, o que postergou consideravelmente a já extensa pauta de audiências
deste Juizado.
Verifica-se que a presente ação versa sobre responsabilidade civil das companhias aéreas pelos danos
morais eventualmente causados por cancelamento/atraso de voo. Assim, não há como afastar a aplicação
do Código de Defesa do Consumidor, visto que a parte Reclamante é pessoa física que adquiriu e utilizou
o serviço de transporte de passageiros prestado pela Reclamada como destinatário final, afigurando-se
consumidora, nos termos do art. 2º do CDC; ao passo que a Reclamada é pessoa jurídica que desenvolve
a atividade de prestação de serviços de transporte de passageiros, afigurando-se fornecedora, nos termos
do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor.
Restou incontroverso que houve alteração unilateral do voo de conexão contratado pelos Autores, em
razão da chega tardia do voo de origem, assim, desnecessária a inversão do ônus da prova, nos termos
do art. 6º, VIII, do Diploma Consumerista. Ocorre que a existência de danos aos passageiros,
principalmente pelo atraso de voos é um risco do negócio desenvolvido pela parte Reclamada, devendo
por essa razão responder pelos danos comprovadamente causados aos consumidores, quando não
houver motivo de força maior, o que é o caso dos autos. Nesse diapasão, configurada a má-prestação do
serviço contratado, incide sobre o caso o art. 730 do CC/2002, in verbis:
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens,
salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
Assim, nos termos do artigo acima, a Reclamada, na qualidade de transportadora aérea, deve responder
pela falha na prestação do serviço que gerar, eventualmente, causados ao passageiro, visto que tal
situação nada mais é do que o descumprimento da legislação que rege a matéria. Pois, a readequação da
malha aérea deve ser informada aos passageiros com 72h de antecedência do voo, conforme prevê o art.
12, da Resolução nº 400 da ANAC, o que não foi observado pela Reclamada.
Nesse diapasão, não tendo a Reclamada feito prova de que o atraso tenha se dado por fortuito externo à
sua atividade, culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros, deve responder pelas perdas e danos
experimentados pela parte Reclamante.
Destaque-se que restam configurados os danos morais, visto que um atraso de conexão de 09 (nove)
horas, é capaz de lesar direitos de personalidade, principalmente, quando a assistência material
necessária é negada aos passageiros, pois impõe enorme sensação de desprestígio, verdadeira lesão à
sua honra subjetiva. Além de ter prejudicador os compromissos profissionais da Autora.
Ademais, não há como se exigir prova do dano moral sofrido pelos Reclamantes, uma vez que, por se
tratar de violação a direito de personalidade, de natureza imaterial, não existe no plano material; bastando
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
a comprovação da ocorrência do fato gerador de tal lesão, o que restou evidenciado no caso em tela.
Quanto valor da indenização, entendo que deve ser buscada uma justa medida, que compreenda uma
compensação à vítima pelos danos sofridos, sem transformar a indenização em fonte de enriquecimento
indevido, mas atendendo ao seu caráter pedagógico-educativo, de modo a desestimular a reiteração de
condutas dessa natureza, levando-se em conta, ainda, a capacidade econômica das partes, de modo a
evitar, que a compensação seja irrisória para a vítima, e impedir que o autor do ato ilícito seja reduzido à
insolvência. Levando em conta tais parâmetros, principalmente o fato dos Autores estarem em trânsito
para a realização de prova de concurso público e a situação de estresse extremo ter afetado o psicológico
de ambos além do fato de um dos Autores ter problemas de coluna e ter passado a noite no aeroporto, de
forma desconfortável pela falta oferecimento de hotel pela Reclamada, entendo que a condenação no
valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) para cada Autor satisfaz a estes critérios, sem descuidar da
proporcionalidade e da razoabilidade com relação ao dano sofrido. Neste sentido decisão:
Posto isto, julgo parcialmente procedentes os pedidos, para condenar a Reclamada a pagar a quantia de
R$ 4.000,00 (quatro mil reais), a título de indenização por danos morais para cada Autor, corrigidos pelo
INPC/IBGE a partir desta data e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento ao mês) a contar da
citação, nos termos da fundamentação.
Certificado o trânsito em julgado, aguarde-se o prazo de quinze dias para cumprimento voluntário da
sentença, findo o qual o valor da condenação deverá ser atualizado com a incidência de pena de multa de
10% (dez por cento), nos termos do art. 523, § 1º, do Código de Processo Civil, caso não haja pagamento.
Em caso de pagamento e se não houver divergência entres as partes quanto ao valor pago, providencie-
se a expedição de alvará em favor da parte autora e/ou se decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem
pedido de execução, os autos deverão ser arquivados, dando-se baixa nos registros. Sem custas e
honorários no primeiro grau de jurisdição, conforme art. 54 e 55, da Lei 9.099/95. Sem custas e honorários
no primeiro grau de jurisdição, nos termos do art. 54 e 55, da Lei 9.099/95.
TANIA BATISTELLO
FREITAS DE SOUSA Participação: ADVOGADO Nome: NAYARA RUBIA PAMPLONA BARROS COSTA
OAB: 26148/PA Participação: ADVOGADO Nome: THIAGO WILSON PEREIRA DE SOUSA OAB:
26207/PA Participação: REU Nome: Tam Linhas aereas
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0846461-68.2021.8.14.0301
DECISÃO/MANDADO
Verifica-se que o presente processo foi protocolado antes do Processo nº 08464893620218140301, que
tramita na 12ª VJEC, devendo ser dado prosseguimento neste Juizado.
No sentido de dar maior celeridade aos processos, especialmente, por terem sido suspensas as
audiências presenciais, em face da pandemia da COVID19 e verificando-se que se trata de matéria de
direito e de fato que demanda prova documental para a análise do direito buscado e, ainda, no sentido de
viabilizar o julgamento da lide sem necessidade de realização de audiência, determino que a Reclamada
seja cita e intimada para contestar, no prazo de 15 (quinze dias) e, caso tenha proposta de acordo, que a
formule, por escrito, no mesmo prazo, a qual será submetida a parte Autora, sem que isso signifique
hipótese de prejulgamento da lide.
Posto isto, determino que a parte Reclamada, se tiver proposta de acordo que a formule, no prazo de 15
(quinze dias), contados da intimação deste e, que no mesmo prazo, apresente também sua defesa,
informando se ainda tem outras provas a produzir.
Em quaisquer dos casos, a parte Autora deverá se manifestar, no prazo de 15 (quinze dias), sobre a
proposta de acordo, caso seja feita, e/ou sobre a contestação declarando, expressamente, se ainda tem
outras provas a produzir, e se estas precisam da realização da audiência, especificando-as, para análise
da necessidade ou não da realização da audiência remota ou presencial.
Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se, expedindo-se o que for necessário à efetivação desta decisão, servindo
também de mandado, nos termos do art. 1º do Provimento nº 03/2009-CJRMB.
TANIA BATISTELLO
861
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
SENTENÇA
Processo nº 0843060-03.2017.8.14.0301
Trata-se de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C PEDIDO DE TUTELA
DE URGÊNCIA ajuizada por ANGELA CRISTINA PUTY PANTOJA contra BOOKING.COM BRASIL
SERVICOS DE RESERVA DE HOTEIS LTDA. e HEIDELBERG EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS,
alegando, em síntese, que no dia 09 de abril de 2017, realizou locação por temporada de um apartamento
localizado na cidade do Rio de Janeiro, através do site booking.com, sendo a reserva confirmada pela
empresa imobiliária intermediária Heidelberg Empreendimentos Imobiliários, sob o nº 1931679740 código
pin 8217 (booking.com), para o período de 30 de dezembro de 2017 a 10 de janeiro de 2018,
correspondente à 11 diárias, para 5 (cinco) adultos, no valor total de R$ 3.918,00 (três mil novecentos e
dezoito reais), sendo realizado o pagamento de 50% (cinquenta) por cento, na quantia de R$ 1.959,00 (mil
novecentos e cinquenta e nove reais) através de cartão de crédito.
Aduz que após 08 meses da concretização do negócio, mais precisamente no dia 09/12/2017 recebeu um
e-mail da Reclamada Booking informando que sua reserva havia sido cancelada. Que tentou resolver a
situação, mas não obteve êxito, o que deixou toda a família frustrada com a sensação de total desrespeito,
pois quando contrataram o serviço estava em baixa temporada e após o cancelamento os preços
quadruplicaram para acomodações do mesmo nível.
Pugnou ao final pela suspensão do site de venda eletrônica de hospedagem via internet.
www.booking.com/HoteisBOOKING.COM BRASIL SERVICOS DE RESERVA DE HOTEIS LTDA e da
HEIDELBERG EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS, até que estas realizem o pagamento da estadia ou
providenciem a estadia no mesmo padrão contratado pela Autora, sob pena de multa diária de R$
1.959,00 (mil novecentos e cinquenta e nove reais); o bloqueio nas contas correntes das Reclamadas, no
valor de uma locação de apartamento similar com base no período de alta temporada ao contratado no
valor R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais) para garantir à Reclamante a locação de um apartamento na
Cidade do Rio de Janeiro no período de 30/12/2017 a 10/01/2018, devendo o valor ser disponibilizado
para a Reclamante.
862
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ao final, requereu a condenação das Reclamadas ao pagamento de indenização por danos materiais no
valor de R$ 3.918,00 (três mil novecentos e dezoito reais) e indenização por danos morais no valor de R$
17.400,00(dezessete mil e quatrocentos reais).
O pedido de tutela antecipada foi indeferido por falta de preenchimento dos requisitos legais, conforme Id
nº 4283112.
Na contestação, a reclamada BOOKING alegou a preliminar de ilegitimidade passiva para figurar no polo
passivo da lide, haja vista que é apenas uma intermediadora que realizada a publicidade dos serviços de
hotelaria por meio da internet, não exercendo qualquer ato de gerência sobre alterações e/ou
cancelamentos, pugnando pela extinção do feito sem resolução do mérito. No mérito pugnou pela total
improcedência dos pedidos da parte Autora por não ter cometido nenhum ato ilícito, conforme Id nº
9065670.
Foi concedida às partes oportunidade de julgamento antecipado, sem a realização de audiência, em razão
da pandemia de COVID19.
Ressalto que após o exposto nos autos durante as providências preliminares, constata-se que a lide
comporta julgamento antecipado, sem necessidade de audiência, principalmente devido a suspensão dos
atos presenciais, como audiências no Poder Judiciário, durante o período de lockdown devido a pandemia
de COVID-19, o que postergou consideravelmente a já extensa pauta de audiências deste Juizado.
Inicialmente, entendo que deve ser rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva da Reclamada, tendo em
vista que ao colocar à venda serviço de hotelaria de terceiro este torna-se solidariamente responsável,
juntamente com o hotel, pela reparação de eventuais danos decorrentes da falha na prestação de
serviços.
Ressalta-se que participa da cadeia de consumo quem aufere vantagem econômica ou de qualquer outra
natureza, por intermediar transações entre o consumidor e terceiros. Nesse diapasão, responde
solidariamente aos prejuízos causados ao comprador nos termos do parágrafo único do art. 7º e § 1º do
art. 25, Código de Defesa do Consumidor.
Assim, a responsabilidade civil da empresa que realiza a intermediação é objetiva, haja vista que além de
participar da cadeia de fornecimento dos serviços, aufere lucros com a sua atividade de intermediação,
conforme disposto no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, respondendo, assim, pelos danos.
Éoportuno esclarecer que a Autora contratou o serviço de hospedagem através do site da Reclamada em
10 de abril de 2017, para o período de 30 de dezembro de 2017 a 10 de janeiro de 2018, pelo valor total
de R$ 3.918,00 (três mil novecentos e dezoito reais), pagamento entrada de 50% do total, que
corresponde a R$ 1.959,00 (mil novecentos e cinquenta e nove reais).
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Verifica-se ainda que havia política de cancelamento gratuito até 17 de novembro de 2017 e ultrapassada
a referida data, em caso de cancelamento, seria cobrada a quantia de R$ 1.959,00 (mil novecentos e
cinquenta e nove reais), porém a Reclamada promoveu o cancelamento unilateral da reserva da Autora
em 09 de dezembro de 2017, ou seja, 21 (vinte um) dias antes do início da hospedagem da Autora,
conforme Ids nº 3218807 e 3218821.
Ultrapassado o necessário esclarecimento, verifico que embora a Reclamada alegue que o cancelamento
da reserva da Autora tenha se dado em razão do distrato do proprietário para com a Reclamada, não há
nenhuma comprovação nesse sentido. E, ainda que houvesse, existindo responsabilidade solidária pelos
danos gerados ao Consumidor com o cancelamento das reservas, é inegável que a conduta gerou danos
na esfera moral e material da Autora, especialmente por ter ocorrido dias antes da data contratada e,
ainda, levando em consideração o período das festas de fim de ano, o que sabidamente trata-se de alta
temporada, principalmente, no Rio de Janeiro, um dos destinos mais procurados do mundo na referida
data.
Nesse diapasão, importante frisar que em que pesem os elementos trazidos aos autos, a parte Autora tem
a seu favor o benefício da inversão do ônus da prova, conforme previsto no art. 6º, inciso VIII, do CDC,
tendo em vista que cabia à Reclamada provar que não houve falhas na prestação dos seus serviços, ônus
ao qual não se desincumbiu, pois faltaram com seu dever de informação clara ao Consumidor, que
contratou o serviço e fora privado de sua utilização.
Desta forma, entendo a situação gerou danos materiais à parte Autora com o cancelamento unilateral da
reserva pela Reclamada e a cobrança de 50% do valor da reserva, cujo pagamento restou comprovado
pela Autora, conforme fatura de seu cartão de crédito no Id nº 3218773, não havendo comprovação de
restituição à Autora, devendo ser integralmente restituído, corrigido monetariamente pelo INPC a contar da
data do pagamento (10/04/2017) e juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a contar da citação.
Quanto à restituição corresponde à multa pelo cancelamento entendo que a Autora não comprou sua
cobrança, tampouco seu pagamento.
Quanto ao pedido de indenização por danos morais, entendo que estes restaram comprovados, visto que
o Reclamante se desincumbiu de comprovar os transtornos sofridos com o cancelamento de última hora
das reservas de hotel, em período de alta temporada, devendo ser indenizada pelos danos morais
experimentados, pois houve falha administrativa e operacional da Reclamada. Amparada nesses critérios
e nos parâmetros que atendam os princípios da moderação e razoabilidade, adotados em situações
semelhantes, fixo o valor da indenização em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por entender que se adequa a
situação experimentada pelo Reclamante. Confira-se decisão.
Posto isto, julgo parcialmente procedente o pedido da parte Autora para condenar a Reclamada ao
reembolso do valor de R$ 1.959,00 (mil novecentos e cinquenta e nove reais), a ser corrigido
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
monetariamente pelo INPC a contar de 10/04/2017 e juros de mora de 1% (um por cento) ao mês a contar
da citação. Condeno ainda ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais), a ser corrigido monetariamente a partir desta data e juros de mora de 1% ao mês a contar da
citação, nos termos da fundamentação.
Em caso de pagamento e se não houver divergência entres as partes quanto ao valor pago, providencie-
se a expedição de alvará em favor da parte autora e/ou se decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem
pedido de execução, os autos deverão ser arquivados, dando-se baixa nos registros. Sem custas e
honorários no primeiro grau de jurisdição, conforme arts. 54 e 55, da Lei nº 9.099/95.
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
Processo nº 0839498-78.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Verifica-se que a parte autora faleceu e que seus herdeiros não se habilitaram nos autos, tendo sido
intimado o Advogado, todavia, não foram tomadas providências, conforme certidão.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Posto isto, extingo o processo sem julgamento do mérito e determino o arquivamento dos autos,
arquivando-se os autos, na forma da lei, com a baixa definitiva nos registros.
Intimem-se. Cumpra-se.
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0835392-73.2020.8.14.0301
CERTIDÃO/ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
etc.
CERTIFICO para os devidos fins de direito que a Reclamante foi intimada da sentença em 05/07/2021, e
apresentou Recurso Inominado TEMPESTIVAMENTE em 09/07/2021, pois o respectivo prazo finalizaria
em 19/07/2021. Certifico que o Recurso se encontra desacompanhado de preparo e custas, em face do
pedido de Justiça Gratuita. Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no
Provimento nº 08/2014-CJRMB, procedi à intimação da Parte Recorrida para, caso queira, apresentar
contrarrazões no prazo legal. O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 13 de agosto de 2021.
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PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0835392-73.2020.8.14.0301
CERTIDÃO/ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
etc.
CERTIFICO para os devidos fins de direito que a Reclamada foi intimada da sentença em 24/06/2021, e
apresentou Recurso Inominado TEMPESTIVAMENTE em 08/07/2021, pois o respectivo prazo finalizaria
em 08/07/2021. Certifico que o Recurso encontra-se devidamente acompanhado de preparo e custas.
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB,
procedi à intimação da Parte Recorrida para, caso queira, apresentar contrarrazões no prazo legal. O
referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 13 de agosto de 2021.
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 0878493-34.2018.8.14.0301
Trata-se de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS, ajuizada pela Reclamante,
em face de COMÉRCIO E TRANSPORTES BOA ESPERANÇA LTDA, alegando e requerendo o
seguinte:
Foi então que o motorista disse o seguinte para a requerente: “que ela
poderia puxar as câmeras, pois ele precisava seguir viagem”.
Delegacia do Guamá.
Ocorre que as imagens captadas dentro dos ônibus da empresa são inseridas no servidor, onde são
realizadas análises por amostragem. Após o período de 30 dias, as imagens são descartadas para que
haja uma ‘limpeza’ no servidor, e assim possa receber novas imagens”.
(grifamos)
IV - DOS PEDIDOS:
II – A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, inc. VIII do CDC;
Nestes termos,
Pede deferimento.
Em sua defesa a Reclamada alegou, em síntese, que não tem responsabilidade pela guarda de objetos
pessoais do passageiro, requerendo o seguinte:
“ ... 5. CONCLUSÃO
1) Diante do exposto, requer que seja julgada improcedente a ação, tendo em vista a ausência de
comprovação da existência dos danos morais e materiais. Considerando-se, concretamente, todas as
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hipóteses dos itens específicos desta Contestação, e que inexistem fatos ou provas que justifiquem a
pretensão colocada na inicial.
2) Que a incidência dos juros e correção monetária, acaso haja alguma condenação, se deem a partir
da data da fixação da condenação.
3) Que seja acolhida a arguição de litigância de má-fé, sendo a Autora condenada ao pagamento nos
termos do art. 18 do CPC a multa de 1% sobre o valor da causa; devendo o processo ser extinto sem
julgamento do mérito, pois pleiteia direito que não lhe assiste.
Caso o entendimento de Vossa excelência remeta à instrução, fica desde já o protesto da Ré por todas as
provas em direito admitidas, depoimentos testemunhais, das partes sob pena de confissão, juntada de
documentos, bem assim por outras provas que se faça necessário produzirem durante a instrução.
Do exposto, é a presente para requerer se digne Vossa Excelência de receber a presente peça de
resistência, dando-lhe o cabível provimento, por ser ato de inteira Justiça.
Por derradeiro, requer, ainda, a Contestante seja observado o nome da patrona, DRA. FLÁVIA CARMO
VIANA, com Escritório Profissional citado à Av. João Paulo II, 1047, Marco, CEP: 66095- 490, Belém/PA,
para efeito de intimações futuras, sob pena de nulidade das mesmas. Nesses Termos, Pede Deferimento.
Belém/PA, 16 de setembro de 2020.
Éo relatório. Decido.
Versam os autos sobre relação de consumo, restando caracterizada a condição de consumidora final da
parte Autora e de prestadora de serviços da Reclamada, nos termos dos art. 2º, 3º e 22 do Código de
Defesa do Consumidor. Deixo de inverter o ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII, do Código de
Defesa do Consumidor, uma vez que o fato que o Autor alega ter lhe gerado danos é incontroverso entre
as partes, não havendo necessidade de inversão do ônus.
Inicialmente, ressalto que após o exposto nos autos durante as providências preliminares, constata-se que
a lide comporta julgamento antecipado, sem necessidade de audiência, principalmente, por se tratar de
prova documental e da aplicação do art. 355, I do CPC/15, não dependendo de outras provas que não
sejam aquelas já inseridas aos autos pelas partes litigantes, motivo pelo qual, passo ao julgamento
antecipado da lide.
No mérito, após a análise dos fatos e da contestação da Reclamada, deve ser reconhecia a ausência de
sua responsabilidade pelo desaparecimento do celular da Reclamante, por se encaixar na situação que
não revela falha na prestação do serviço. Trata-se de objeto de guarda pessoal, portanto, se houve falha
no dever de cuidado, esta foi da própria consumidora, sendo inviável se imputar à Reclamada o ônus de
fornecer segurança absoluta aos pertences pessoais de todos os passageiros, principalmente, se o celular
foi deixado pela passageira ao descer do ônibus, podendo qualquer pessoa ter se apropriado do referido
objeto. Essa circunstância se adequa a hipótese de excludente de responsabilidade prevista no art. 14, §
3º, II, do Código de Defesa do Consumidor, revelando-se culpa exclusiva daquele, devendo ser julgados
improcedentes os pedidos constantes da inicial, ainda que as câmeras não tenham sido fornecidas, uma
vez, o fornecimento das imagens, por si só, não seria capaz de imputar responsabilidade à Reclamada,
em indenizar os alegados danos, por não se tratar de fato do serviço.
Assim, considero que a parte Reclamada se desincumbiu do ônus que lhe competia no feito, pois a
documentação apresentada com a inicial e a própria afirmação da Autora, importaria em ausência de
conduta ilícita da Reclamada, por não ter assumido a empresa transportadora o dever de guarda sobre o
bem, objeto da reclamação, restando comprovado o fato impeditivo e extintivo do direito da Autora,
conforme decisões, confiram-se:
Julgo improcedente o pedido de aplicação de litigância de má-fé à Autora, por não vislumbrar a hipótese
legal, tratando-se apenas de exercício de direito de ação.
Extingo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil.
Certificado o trânsito em julgado, os autos deverão ser arquivados, dando-se baixa nos registros. Sem
custas e honorários no primeiro grau de jurisdição, conforme art. 54 e 55, da Lei 9.099/95.
TANIA BATISTELLO
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Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 08610350420188140301
A parte Reclamada apresentou contestação aduzindo, em resumo, que não tem responsabilidade pelo
ocorrido, requerendo o seguinte:
“ ... A – Preliminarmente
O art. 10 da Lei 9.099/90, veda “qualquer forma de intervenção de terceiro” em processos regidos sob o
procedimento dos Juizados Especiais Cíveis. Ocorre que, neste caso, a denunciação da lide é
fundamental para correta e justa elucidação da controvérsia. É essencial denunciar a lide a empresa
beneficiária, AD ALMEIDA EQUIPAMENTOS LTDA ME, CNPJ: 15.549.204/0001-53, para que ingresse no
feito e preste os esclarecimentos devidos quanto ao recebimento do valor.
...
IV - CONCLUSÃO
Diante do acima exposto, requer a V.Exa. que seja acolhida a preliminar arguida, devendo o processo ser
extinto, sem resolução do mérito, nos termos dos artigos citados e, não sendo este o entendimento deste
D. Juízo, sejam julgados improcedentes os pedidos formulados pelo autor. Protesta pela produção de
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Sobre a contestação o Autor manifestou-se refutando as alegações, aduzindo que jamais foi fiador ou
beneficiário de quaisquer financiamentos ou empréstimos realizados, em seu nome, junto à Reclamada,
reiterando seus pedidos iniciais. Ouvida a Reclamada, informou que: os documentos apresentados pela
parte autora em nada tocam a defesa apresentada pelo banco réu sob o id nº 16888114, reiterando os
termos da mesma e seus documentos, requerendo assim o prosseguimento do feito.
Éo relatório. Decido.
Verifica-se que se trata de matéria de direito e de fato, mas que exige apenas prova documental para sua
análise e julgamento, a qual já se encontra no processo, motivo pelo qual, passo ao julgamento antecipado
da lide com fundamento no art. 355 do Código de Processo Civil.
Quanto a preliminar de necessidade de intervenção de terceiro, arguida pela parte Reclamada, a rejeito
por não se adequar ao procedimento dos Juizados Especiais e, ainda, por não ter sido inserido aos autos
o suposto contrato ou outro documento que vincule o Reclamante a empresa: AD ALMEIDA
EQUIPAMENTOS LTDA ME, CNPJ: 15.549.204/0001-53, a qual teria contraído a suposta dívida, em seu
nome, pelo que rejeito a preliminar.
No que se refere a alegação de falta de boa-fé do Autor por não ter feito reclamação administrativa, tal
argumento deve ser rechaçado, tendo em vista que houve solicitação administrativa e nada foi resolvido,
continuando as cobranças indevidas, vislumbra-se má-fé, mas na conduta ilícita grave da Reclamada, que
além de negativar indevidamente seu nome, por contrato decorrente de fraude, não tomou providências
para minimizar os prejuízos, devendo ser responsabilizada, inclusive, por não ter cessado as cobranças,
apesar das solicitações administrativas relatadas pelo Autor.
Os fatos relatados pelo Autor estão documentalmente comprovados nos autos. Trata-se de relação de
consumo em que não foram observadas regras mínimas de segurança na operação, por decorrer de
fraude de terceiro ou outro tipo de falha cometida pela parte Reclamada, conforme, Súmula do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça.
As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
CUMULADA COM DANO MORAL. CARTÃO DE CRÉDITO. FRAUDE. RISCO DA ATIVIDADE. DANO
MORAL CONFIGURADO. QUANTUM FIXADO. PROPORCIONALIDADE. 1. Há obrigação de reparar
independentemente de culpa quando o dano decorrer de risco assumido pela própria natureza da
atividade exercida, com fulcro no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. 2. Na hipótese, diante da
negativa do cliente em assumir as compras realizadas por meio do cartão de crédito de sua titularidade,
competia à administradora do cartão de crédito demonstrar a lisura das operações impugnadas, ônus do
qual não se desincumbiu (art. 373, II, do CPC e art. 6º, VIII, do CDC). 3. A inscrição negativa do nome do
autor, com base em débito relativo a compras realizadas mediante fraude, enseja sua responsabilização
civil. A propósito, o dano moral é in re psa, ou seja, presumido, uma vez que não depende de
comprovação do abalo psicológico sofrido pela vítima. 4. Na reparação de dano moral, a fixação da
indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o grau de culpa e a
extensão do dano, a expressividade da relação jurídica originária, a finalidade compensatória, além de o
valor não poder ensejar enriquecimento sem causa, nem ser ínfimo a ponto de não coibir a reiteração da
conduta; Na hipótese, a quantia fixada é razoável e não enseja enriquecimento sem causa, ante a notória
capacidade financeira do apelante, representa importância pedagogicamente suficiente para coibir a
prática de conduta semelhante. 5. Recurso conhecido e desprovido. Unânime. (Processo nº
07078951820188070018 (1204721), 7ª Turma Cível do TJDFT, Rel. Romeu Gonzaga Neiva. j. 02.10.2019,
DJe 07.10.2019)
Cumpre destacar que a conduta da parte Reclamada foi lesiva a dignidade da parte Autora, causando-lhe
danos morais que decorrem da responsabilidade civil e do risco de sua atividade, restando presentes os
requisitos para sua condenação, cuja responsabilidade tratam os art. 5º, inciso X, da Constituição Federal;
art. 186 c/c art. 927, do Código Civil, em face da demora em resolver, administrativamente, o problema,
perdurando as cobranças indevidas, o que sem dúvidas causa desgastes emocionais, e perda de tempo
útil aos consumidores.
O valor da indenização deve corresponder à reparação pecuniária pelos danos morais impingidos ao
ofendido de maneira que iniba o infrator de incorrer futuramente em conduta semelhante. Assim, devem
ser desconsiderados os argumentos da Reclamada de inexistência de danos morais, devendo ser
arbitrada indenização de acordo com os parâmetros da razoabilidade e proporcionalidade.
No mesmo diapasão, a condenação ao pagamento de indenização por danos morais não é dotada apenas
de caráter compensatório, mas também pedagógico, a fim de evitar que situações semelhantes se tornem
corriqueiras diante da negligência praticada pelos agentes financeiros na prestação de seus serviços,
todavia, não podem ensejar enriquecimento ilícito da vítima, devendo ser adequado e razoável ao caso
concreto.
Posto isto, julgo parcialmente procedentes os pedidos do Autor para declarar a inexistência de débito
oriundo da operação fraudulenta, objeto desta lide, e concedo a liminar pleiteada para determinar à
Reclamada que proceda à baixa da restrição, em nome do Autor pelo débito ora declarado inexistente, no
prazo de 5 (cinco) dias úteis, sob pena de multa de diária de R$ 300,00 (trezentos reais) ao dia, em caso
de descumprimento até o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Condeno a Reclamada ao pagamento de R$ 7.000,00 (sete mil reais), a ser atualizado monetariamente
pelo INPC, a contar desta data (Súmula 362 do STJ), acrescidos de juros simples de 1% (um por cento) ao
mês, a contar do evento danoso (03/08/2017 - data da negativação indevida), até o efetivo pagamento, a
título de indenização por danos morais, nos termos da fundamentação.
Extingo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil.
Em caso de pagamento e se não houver divergência entres as partes quanto ao valor, providencie-se a
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expedição de alvará e/ou transferência, em favor da parte autora e/ou se decorrido o prazo de 30 (trinta)
dias, sem pedido de cumprimento da sentença, os autos deverão ser arquivados, dando-se baixa nos
registros. Sem custas e honorários no primeiro grau de jurisdição, conforme art. 54 e 55, da Lei nº
9.099/95.
TANIA BATISTELLO
E-mail: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
Whatsapp: 98116-3930
0855362-93.2019.8.14.0301
CERTIDÃO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
etc.
Certifico que a audiência de Instrução e Julgamento foi (re)designada para o dia 06/10/2021 08:30 horas
e ocorrerá em sala virtual pelo aplicativo TEAMS, através do link: https://teams.microsoft.com/l/meetup-
join/19%3ameeting_NmM4OGVkN2YtZGY3Yy00ZWI5LTg1MjUtMTk4ZjU0MjI0NjIx%40thread.v2/0?contex
t = % 7 b % 2 2 T i d % 2 2 % 3 a % 2 2 5 f 6 f d 1 1 e - c d f 5 - 4 5 a 5 - 9 3 3 8 -
b501dcefeab5%22%2c%22Oid%22%3a%22bda6f1e3-2a47-4d97-ab86-e2ae4a7cc9a4%22%7d
Fones: 3229-0869/3229-5175
Processo nº 0010467-83.2015.8.14.0701
EXECUTADO: VANIA MARIA DO SOCORRO ALVAREZ, MARIA CILMA ALVAREZ, MARIA ILMA
ALVAREZ, CELESTE MARIA ALVAREZ
SENTENÇA
Tratam os autos de execução de título extrajudicial, o qual tramita perante esta Vara desde o ano de
2015.
A parte Exequente instada a se manifestar sobre o endereço atual das Executadas não citadas e, sobre a
petição protocolada pela Executada citada, porém quedou-se inerte, conforme certidão nos autos.
A Lei nº. 9.099/1995, estabelece em seu artigo 53, §4º, que não encontrado o devedor ou inexistindo
bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto.
Assim, considerando que desde o ano de 2015, as executadas VANIA MARIA DO SOCORRO
ALVAREZ, MARIA ILMA ALVAREZ e CELESTE MARIA ALVAREZ não foram encontradas para citação,
a extinção da presente ação é medida que se impõe.
Quanto à executada citada, MARIA CILMA ALVAREZ, verifica-se que esta protocolou petição
informando o pagamento dos honorários advocatícios cobrados na execução e ao final realizou proposta
de acordo, sendo a parte Exequente intimada para se manifestar, em 23/03/2021, porém, também quedou-
se inerte, conforme certidão da Secretaria nos autos.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Posto isto, julgo extinto o processo sem resolução do mérito, nos termos do artigo 53, § 4º, c/c artigos 2º,
e 51, §1º, da Lei nº. 9.099/1995 e no artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil..
Sem custas e honorários advocatícios (artigo 55, parágrafo único, da Lei nº. 9.099/1995)
TANIA BATISTELLO
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 0800112-44.2016.8.14.0701
A parte Exequente, instada a se manifestar, por duas vezes seguidas nos autos, não tomou providência
neste sentido, encontrando-se o processo paralisado há mais de 30 dias, conforme certidões nos autos.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Pelo exposto, verificando-se que a penhora realizada nos autos foi desconstituída, julgo extinto o processo
sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil.
Isento as partes de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência (artigos 54 e 55, da Lei nº.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
9.099/1995).
TANIA BATISTELLO
Fones: 3229-0869/3229-5175
Processo nº 0000186-04.2015.8.14.0302
DECISÃO/MANDADO
Caso o Executado tenha proposta objetiva de acordo para quitação da dívida poderá ser apresentada, por
escrito, antes da data da audiência que for designada, para que a parte Exequente possa ser ouvida sobre
aceitação de eventual proposta de acordo.
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0807498-88.2021.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB e em
atenção à determinação judicial: "...Em quaisquer dos casos, a parte Autora deverá se manifestar, no
prazo de 15 (quinze) dias, sobre a proposta de acordo, caso seja feita, e/ou sobre a defesa, declarando,
expressamente, se ainda tem outras provas a produzir, e se estas precisam da realização da audiência,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
especificando-as, no sentido de possibilitar eventual julgamento antecipado da lide, sem que haja
necessidade da realização da audiência remota ou presencial....", procedo à intimação da Parte Autora
para manifestar-se, em 15 (quinze) dias acerca da contestação/proposta de acordo. Belém, PA, 13
de agosto de 2021. LUANA HITOMI FEIO OKADA, Servidor Judiciário 5ª Vara do Juizado Especial Cível.
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
SENTENÇA
SENTENÇA
Processo nº 0827762-97.2019.8.14.0301
Trata-se de impugnação à penhora realizada por este Juízo após pedido de cumprimento de sentença, na
qual a parte Executada requer o desbloqueio do valor R$ 1.775,06 (mil setecentos e setenta e cinco reais
e seis centavos), alegando ser a única quantia que possui para custear as despesas alimentares de sua
família. No mesmo ato, propôs acordo para pagamento ao Exequente de forma parcelada.
Foi determinada a intimação prévia da parte Exequente sobre a petição da Executada, para que
comprovasse o alegado por meio de extratos bancários e contracheque. A parte Executada protocolou
extratos bancários e contracheques, conforme Id nº 315066629.
Diante na análise dos documentos apresentados pela parte Executada, verifica-se que esta não recebe
seu salário na conta digital bloqueada, NUBANK, na qual, mensalmente, recebe, inclusive, valores
superiores aos que constam em seu contracheque, o que demonstra o recebimento da quantia líquida de
R$ 1.552,43 (mil quinhentos e cinquenta e dois reais e quarenta e três centavos), valor este que não se
aproxima do valor depositado pela Executada na referida conta.
Nesse diapasão, resta claro que as quantias recebidas na conta corrente bloqueada proveem de outra
fonte de renda da Executada, a qual não foi demonstrada nos autos, constatando-se, ainda, que apenas
no dia 06 de agosto de 2021, recebeu na referida conta, de pessoa física, via Pix, a quantia de R$
3.566,25 (três mil quinhentos e sessenta e seis reais e vinte e cinco centavos), ou seja, mais do que o
dobro da fonte de renda declarada nos autos.
Assim, levando-se em consideração todas as nuances do Processo e o fato do Exequente ser pessoa
diagnosticada com epilepsia e paralisia cerebral, sendo vítima do uso de seu cartão de crédito, pela parte
Executada, que se utilizou do crédito para a compra de um televisor, mas não o pagou ao exequente,
motivo pelos quais mantenho a quantia bloqueada, devendo ser julgada improcedente a presente
impugnação.
Oportunamente, esclareço que o valor encontrado nas contas bancárias da Executada foi no total de R$
1.775,06 (mil setecentos e setenta e cinco reais e seis centavos), porém, sendo R$ 10,06 (dez reais e
seis), na conta do Banco do Brasil, R$ 20,72 (vinte reais e setenta e dois centavos) no Banco Bradesco e,
o restante na conta do NUBANK. Assim, levando-se em consideração os valores irrisórios encontrados
nas duas contas, realizo o desbloqueio daqueles, mantendo bloqueado apenas a quantia de R$ 1.744,28
(mil setecentos e quarenta e quatro reais e vinte e oito centavos), conforme tela dos sistema, anexa.
Posto isto, julgo improcedente a impugnação da parte Executada, nos termos da fundamentação e, após o
trânsito em julgado, expeça-se alvará judicial de transferência, em favor da parte Exequente, conta
bancária do Banco Itaú, agência nº 8523, Conta Poupança nº 10200-5, sob sua titularidade BRUNO
LINS ALENCAR E SILVA - CPF: 810.485.802-53, PIX 810.485.802-20, para recebimento do valor que se
encontrar na subconta vinculada aos presentes autos.
Deve ser procedida nova tentativa de bloqueio online nas contas bancárias da parte Executada, via
SISBAJUD, para quitação do saldo remanescente que corresponde a R$ 242,68 (duzentos e quarenta e
dois reais e sessenta e oito centavos), conforme protocolo nº 20210004031560.
Intimem-se. Cumpra-se.
TANIA BATISTELLO
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 0800112-44.2016.8.14.0701
A parte Exequente, instada a se manifestar, por duas vezes seguidas nos autos, não tomou providência
neste sentido, encontrando-se o processo paralisado há mais de 30 dias, conforme certidões nos autos.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Pelo exposto, verificando-se que a penhora realizada nos autos foi desconstituída, julgo extinto o processo
sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil.
Isento as partes de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência (artigos 54 e 55, da Lei nº.
9.099/1995).
TANIA BATISTELLO
FONSECA COSTA Participação: ADVOGADO Nome: AMANDA PRISCILA ANDRADE AIRES OAB:
22859/PA Participação: ADVOGADO Nome: FLAVIA FREIRE CASTRO OAB: 22800/PA Participação:
EXECUTADO Nome: ANCORA CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA - ME
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 0800112-44.2016.8.14.0701
A parte Exequente, instada a se manifestar, por duas vezes seguidas nos autos, não tomou providência
neste sentido, encontrando-se o processo paralisado há mais de 30 dias, conforme certidões nos autos.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Pelo exposto, verificando-se que a penhora realizada nos autos foi desconstituída, julgo extinto o processo
sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil.
Isento as partes de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência (artigos 54 e 55, da Lei nº.
9.099/1995).
TANIA BATISTELLO
22859/PA Participação: ADVOGADO Nome: FLAVIA FREIRE CASTRO OAB: 22800/PA Participação:
EXECUTADO Nome: ANCORA CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA - ME
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 0800112-44.2016.8.14.0701
A parte Exequente, instada a se manifestar, por duas vezes seguidas nos autos, não tomou providência
neste sentido, encontrando-se o processo paralisado há mais de 30 dias, conforme certidões nos autos.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Pelo exposto, verificando-se que a penhora realizada nos autos foi desconstituída, julgo extinto o processo
sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil.
Isento as partes de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência (artigos 54 e 55, da Lei nº.
9.099/1995).
TANIA BATISTELLO
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
ESAÚ DA CUNHA ARAUJO, qualificado nos autos, por sua Advogada, ajuizou a presente AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em desfavor de GETULIO DE SOUSA FAYAL, também
qualificado, alegando, em síntese, e requerendo o seguinte:
ESAÚ, ora Autor é guarda reformado da guarda municipal de Belém, atualmente exerce a função de
diretor geral no SINGMEP – SINDINCATO DOS GUARDAS MUNICIPAIS DO ESTADO DO PARÁ (DOC
03).
FAYAL, ora Réu é guarda municipal de Belém em atividade, no dia 25 de março de 2018 em grupos de
uma rede social (whastsapp) denominado “CORNO CLUB” e “GBEL NEWS”, publicou dois áudios com as
seguintes mensagens:
Áudio 01 (AUDIOS 01) “Obrigado pela minha aceitação, mas eu quero ser administrador também nesse
caralho, caralho, caralho, caralho.
E outra coisa aí - filho da puta que estão fabricando aí, tentando ser parlamentar. Bando de cadáver,
cadáver, cadáver, cadáver, não vai se garantir.
A, porque é do Singmep e Singbem e o caralho e tal. Singmep eu criei, bando de fudido e tal que está lá.
Eu sou o melhor da região o Fayal, bando de fudido do Singmep e tal.
Áudio 02 (AUDIO 02)-“Eu ratifico de novo e tal, não se filie no Singmep, bando de filho da puta que está lá
gerenciando, leso de mais, bando de retardado que está lá, quer ser parlamentar que está visitando
municípios de moto, vai te fuder, roubou uma categoria para comprar moto e comprar carro e tal, roubou
uma categoria e tal, claro que ele nunca vai chegar na situação de parlamentar, nunca vai chegar; não
consegui ajeitar uma categoria, vai ajeitar o que? O estado? Sai daí! Sai daí retardado! Sai daí! Vai morrer
do coração, porra! Vai morrer do coração, é a melhor coisa que tu faz.
Primeira turma, primeira turma de cu é rola porra! Guarda Municipal faz parte de um processo evolutivo,
revolucionário e empreendedor, diferente do segmento de categoria e de luta de classe, isso é Guarda
Municipal! O resto: é merda, Merda! Primeira turma, com todo respeito aos demais da primeira turma, mas
esses que estão aí se referendando já morreram já, são bando de pau no cu! Com todo respeito a primeira
turma que tem pessoas boas ali, mas o resto que está ali, que tentou é merda de pau no cu e tal, pau no
cu rima até o camarada lá, pau no cu rima com: pii” (grifos nossos).
Após a publicação no grupo “CORNO CLUB”, cuja quantidade de pessoas não sabemos precisar, os dois
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
áudios também foram disponibilizados em outro grupo, denominado “GBEL NEWS”, cuja quantidade de
pessoas integrantes sabemos podemos verificar em anexo (DOC. 02).
Um dos integrantes do grupo GBEL NEWS que também é um dos diretores do SINGMEP, Sr. CARLOS
DMITRI, foi informado sobre os áudios que circulavam nesses grupos na rede social (whatsapp) e
repassou a informação ao Autor sobre o ocorrido. Por motivos não esclarecidos e com a explícita intenção
de ofender o Sr. Esáu e os demais membros do SINGMEP, o Réu através de um pronunciamento feito em
grupos disponíveis na rede social (whatsapp), proferiu ofensas desonrosas, humilhantes e de “baixo
calão”, constrangendo não só o Autor, como outros membros do sindicado dos guardas municipais do
Estado do Pará.
Ressaltamos que o Requerente é membro da primeira turma de guardas municipais de Belém, atualmente
encontra-se reformado, dedicando-se a atividade sindical, e como membro do SINGMEP realiza um
trabalho em que precisa viajar e se encontrar com outros membros nos interiores do Estados, ajudando e
apoiando os membros do SINGMEP e demais guardas municipais.
De todos os membros da diretoria do sindicato, o sr. Esaú é o único que possui e é proprietário de uma
moto (citada o áudio 02) e por este motivo podemos concluir que o áudio foi direcionado não só para a
diretoria do sindicado, mas especificamente para sua pessoa do Autor, uma vez que se torna clara a
intenção e direcionamento das palavras proferidas por Fayal, quando menciona “roubou uma categoria
para comprar moto e comprar carro e tal, roubou uma categoria e tal...”.
Cabe ressaltar que o Autor não fazia (e nem faz) parte nenhum dos grupos em que os áudios foram
proferidos, tomando conhecimento através de terceiros da publicação em “CORNO CLUB” e no do grupo
“GBEL NEWS”.
O constrangimento proporcionado pelo sr. Fayal nos áudios é imensurável, uma vez que o Requerente é
guarda municipal reformado, hoje atua ativamente no sindicado lutando por melhorias para a classe, atua
viajando por diversos interiores do Estado, possui uma reputação ilibada perante toda a classe da guarda
municipal e demais classes da segurança pública. O Autor é pessoa de notória conduta e preza pelo
respeito quem que pauta suas ações, e um pronunciamento injurioso e calunioso como o proferido pelo
Réu, o deixou indignado, fazendo-o se sentir humilhado não só com as palavras proferidas diretamente à
sua pessoa, bem como as acusações absurdas em que afirma “roubou uma categoria para comprar moto”
e outras palavras deturpando a conduta e caráter de seus familiares (observamos que sua mãe foi
levianamente e diversas vezes ofendida) quando Fayal pronuncia “filho de uma puta”, retiradamente.
A conduta do Requerido foi propositalmente e friamente executada nos grupos mencionados (CORNO
CLUB e GBEL NEWS), ocasionando a propagação das ofensas por outras pessoas, que presenciaram
“online” as imputações caluniosas e injuriosas. É imperioso registrar que a repercussão desses áudios
causou enorme abalo emocional ao Autor, de forma que foi exposto ao constrangimento por ato ilícito do
agente, perante conhecidos e amigos, o que também ocasionou a indignação por parte de muitos
membros presentes naqueles grupos.
Por tamanho dano à sua honra, o Requerente vem à Vossa Excelência buscar a justiça, pois não pode
viver com essas acusações infundadas e inverídicas assombrando a sua honra, bem como não pode
suportar adjetivações maliciosas aos seus familiares, que sabem suas origens, sua luta e a luta dos que
lhe são caros.
...
6. DO PEDIDO
POSTO ISTO, como últimos requerimentos desta ação, o Autor pede e requer que Vossa Excelência se
digne a determinar as seguintes providências:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
a) DETERMINAR A CITAÇÃO do Réu, no endereço à Travessa Curuzú, 1755 - Marco, Belém - PA, 66093-
540, local em que poderá ser encontrado com maior facilidade uma vez que exerce sua jornada
profissional, por carta, com AR, instando-o, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal, sob pena de
revelia e confissão (CPC, art. 344);
b) Que seja CONCEDIDO OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. Nos termos do art. 5º, incisos
XXXIV e LXXIV, da Constituição Federal, combinado com as Leis nº 7.510/86 e nº 1.060/50, requer a
gratuidade da justiça, em caso de interposição de recurso, visto não poder arcar com as despesas judiciais
e/ ou honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento;
d) Seja CONDENADO O RÉU A PAGAR AO AUTOR O VALOR DE R$ 9.540,00 (nove mil quinhentos e
quarenta reais) a título de indenização por danos morais, face aos transtornos experimentados, não
somente em caráter punitivo, bem como, em caráter preventivo-pedagógico. Que o valor acima pleiteado
seja corrigido monetariamente, conforme abaixo evidenciado:
Súmula 43 do STJ – Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo
prejuízo.
Súmula 54 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual.
e) Seja o Requerido condenado ao pagamento de honorários de 20% (vinte por cento) em caso de
interposição de recurso, sobre o valor da condenação, além do pagamento de custas e despesas, tudo
também devidamente corrigido.
f) Nos termos do art. 319, VII, do CPC, o autor, considerando que o presente feito trata de matéria que
admite acordo, nos termos do art. 334 do CPC, registra que não tem interesse na designação de audiência
de conciliação;
Termos em que
Primeiramente, se faz necessário destacar que não há citação do nome do autor em nenhum dos áudios
apresentados na presente ação, não passando de presunção e suposição, e falsa alegação de ser único
que possui moto no sindicato.
Destaque-se ainda que o autor alega não fazer parte dos grupos referidos na inicial, assim, como seria o
objetivo do requerido lhe ofende-lo se o mesmo não estaria presente nos grupos?
Assim, o autor não apresentou nenhuma prova de que se tratava de sua pessoa a ofendida nas
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
mensagens.
No que tange a demonstração de dano moral subjetivo, que competia ao autor, também não faz prova de
que as mensagens repercutiram em sua vida pessoal ou profissional, não passando de declaração
formulada de forma genérica, visto que não há violação comprovada de atributos de personalidade do
autor.
4. DO PEDIDO:
1. A improcedência da ação, pois a pretensão jurídica não deve ser utilizada de forma a possibilitar o
locupletamento sem causa, ainda mais quando não existem elementos suficientes que comprovem
existência dos fatos narrados ou a ocorrência dos danos alegados que justifiquem a vultuosa indenização
pleiteada.
Pede deferimento
“ .... Em sentido contrário, ratificamos conforme mencionado na exordial que a parte ré ao proferir
mensagens cujas pessoas são determináveis e pelas características mencionadas nos áudios podem se
chegar a conclusão que o réu estava citando diretamente o Sr. Esaú Araújo.
No mesmo sentido o réu informa na contestação que há carência de provas, mesmo quando estas estão
arroladas no processo Excelência, basta verificação dos áudios correspondentes aos pronunciamentos do
sr. Réu.
Para completar ele afirma pela improcedência de danos morais, refutando o abalo emocional sofrido pelo
meu cliente após sua exposição desnecessária em um grupo de whatsapp o qual feriu a honra do autor.
Abaixo seguimos com as ratificações e argumentos feitos na exordial, que ainda se fazem pertinentes e
coadunam com as provas juntadas nos autos e as futuras provas testemunhais a serem produzidas em
audiência a ser determinada.
Desde já informando que o autor não tem interesse em acordo, uma vez que a parte ré sequer apresentou
uma proposta aproveitando sua oportunidade para tanto.
...
3. DA SUSPENSÃO DO PROCESSO JUDICIAL Cabe esclarecer Exa. que este processo cível está
buscando a reparação via danos morais para fatos que podem ser considerados crimes na seara criminal.
Como o réu se abstem de propor um acordo quando poderia fazê-lo então a parte autora requer a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
suspensão deste feito, até que o processo de nº 0013082- 68.2018.8.14.0401, que está em trâmite na 1ª
VARA CRIMINAL DE BELEM desde 2018 para apuração de conduta criminosa, citamos os crimes contra
a honra. Informamos Exa. que os autos estão aguardando prova pericial da voz nos áudios arrolados
nestes autos como prova em comprovação com a voz do réu captada em seu depoimento, até o momento
o Instituto Renato Chaves não procedeu ao envio do laudo e estamos aguardando. Nesse sentido também
requeremos o uso de prova emprestada quando assim for disponibilizada para usarmos neste processo.
Como podemos notar, então é imprescindível a espera pelo feito criminal para que este feito cível possa
ter andamento, sabemos que uma vez tipificada a conduta se exaure o procedimento de conhecimento.
...
Para a comprovação da materialidade do fato criminoso buscamos por utilizar provas com consistência
jurídica, como a ata notarial (DOC. 02), bem como das mídias anexas, cujas ofensas podem ser ouvidas
em “alto e bom som”, e mais, o Réu ainda se identifica ao final, não restando dúvidas quanto a autoria da
conduta.
O Código de Processo Civil prevê em seu Art. 334 sobre a possibilidade e interesse em de audiência de
conciliação. Em respeito a este MM. Juízo, o Autor vem de pronto informar que tem interesse na
autocomposição (art. 344, §5º) sendo desnecessária a marcação de audiência conciliatória, pedimos a V.
Exa. o processamento e julgamento da presente ação.
como últimos requerimentos desta ação, o Autor pede e requer que Vossa Excelência se digne a
determinar as seguintes providências:
a) SUSPENSÃO PROCESSUAL DO FEITO com base no art. 315 do Código de Processo Civil, haja vista
que existe um processo criminal em trâmite apurando a conduta relacionada ao fato neste feito.
c) REQUER NOVA INTIMAÇÃO do Réu, no endereço à Travessa Curuzú, 1755 - Marco, Belém - PA,
66093-540, local em que poderá ser encontrado com maior facilidade uma vez que exerce sua jornada
profissional, por carta, com AR, instando-o, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal, sob pena de
revelia e confissão (CPC, art. 344);
d) Que seja CONCEDIDO OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. Nos termos do art. 5º, incisos
XXXIV e LXXIV, da Constituição Federal, combinado com as Leis nº 7.510/86 e nº 1.060/50, requer a
gratuidade da justiça, em caso de interposição de recurso, visto não poder arcar com as despesas judiciais
e/ ou honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento;
f) QUE Seja CONDENADO O RÉU A PAGAR AO AUTOR O VALOR DE R$ 9.540,00 (nove mil quinhentos
e quarenta reais) a título de indenização por danos morais, face aos transtornos experimentados, não
somente em caráter punitivo, bem como, em caráter preventivo-pedagógico.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
f) Nos termos do art. 319, VII, do CPC, o autor, considerando que o presente feito trata de matéria que
admite acordo, nos termos do art. 334 do CPC, registra que não tem interesse na designação de audiência
de conciliação;
Éo relatório. Decido.
Analisando-se a presente demanda, verifica-se que se trata de matéria de direito e de fato e que as provas
documentais e de mídia já se encontram no processo, não sendo necessária a suspensão do feito,
conforme requerido pelo Autor, uma vez que, o julgamento do processo cível independe do julgamento do
criminal, para sua análise e julgamento, assim, considero que as provas necessárias em que se baseiam
os pedidos iniciais já se encontram no processo, motivo pelo qual, com fundamento no art. 355, I do
Código de Processo Civil, passo ao julgamento antecipado da lide, considerando que na audiência de
conciliação as partes mantiveram suas posições antagônicas e não foram arroladas testemunhas pelas
partes.
Sabemos que nem mesmo a absolvição em processo criminal, por si só, seria suficiente para interferir na
esfera cível, podendo haver condenação ao pagamento de indenização por danos morais mesmo não
havendo condenação criminal. Assim, a questão a ser analisada, neste processo, deve levar em conta a
existência ou não de comprovação de conduta ilícita do Reclamado, em relação ao Reclamante, capaz de
ensejar reparação por danos morais.
O Autor refere que é guarda reformado da Guarda Municipal de Belém, e que exercia a função de diretor
geral no SINGMEP – SINDINCATO DOS GUARDAS MUNICIPAIS DO ESTADO DO PARÁ e que o
Reclamado, FAYAL, também Guarda Municipal de Belém, em atividade no dia 25 de março de 2018, em
grupos de uma rede social (whastsapp) denominado “CORNO CLUB” e “GBEL NEWS”, publicou dois
áudios com mensagens ofensivas. Extrai-se dos referidos áudios que se trata de palavras de baixíssimo
calão, todavia, dirigidas à pessoas indeterminadas, em grupo de wathsApp do qual o Reclamante não
participava, nem seu nome foi mencionado, o que por si só, ao meu ver não se revela suficiente para
causar danos morais.
No presente caso, o Reclamante sequer comprova que fazia parte do grupo de wathsApp em que foram
proferidas as palavras, tratando-se de disputa eleitoral entre chapas de Sindicato. Ressalte-se que para se
configurar o dano moral, se exige fato determinado direcionado também a pessoa determinada. Desta
forma, opiniões ou conceitos genéricos, ainda que ofensivos, expressos pelo Reclamado em áudio, sem
mencionar, especificamente, os nomes das pessoas a quem se dirigia não caracterizam ato ilícito passível
de gerar danos morais, ainda que o Reclamante tenha se sentido ofendido. Nesse sentido decisão:
0000305-57.2012.8.14.9003, Turma Recursal Permanente dos Juizados Especiais/PA, Rel. Marcia Cristina
Leão Murrieta. j. 25.06.2014, Publ. 01.09.2014).
Assim, deve ser dada relevância às provas contidas nos autos, pelas quais se vislumbra que em nenhum
momento foi citado o nome do Reclamante, bastando ser ouvida a gravação veiculada por áudios do
aplicativo WhatsApp, as quais foram transcritas em ata notarial, todavia, ao mesmo tempo em que foram
proferidas ofensas, os nomes das pessoas a quem se dirigia não foram mencionados e, também porque
foram ressalvadas outras pessoas, também indeterminadas, que faziam parte da primeira chapa
Concorrente. Assim, não basta a presunção de que as palavras impróprias tenham sido dirigidas ao
Reclamante.
Posto isto, e levando em conta as peculiaridades do caso concreto e as provas constantes dos autos, julgo
improcedente a ação ajuizada pela Reclamante, e extingo o processo com resolução de mérito, nos
termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, nos termos da fundamentação.
Certificado o trânsito em julgado e sendo mantida a sentença, os autos deverão ser arquivados, dando-se
baixa nos registros. Sem custas e honorários no primeiro grau de jurisdição, conforme art. 54 e 55, da Lei
nº 9.099/95.
TANIA BATISTELLO
E-mail: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
Whatsapp: 98116-3930
Processo nº 0805893-78.2019.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB, e em
obediência ao despacho judicial, procedo à intimação das partes do processo 0805893-78.2019.8.14.0301
acerca do link da audiência UNA designada para o dia 06/10/2021 09:00 horas:
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Ressalte-se que esta audiência será VIRTUAL (aplicativo TEAMS), podendo ser acessada por qualquer
computador, notebook, tablet ou celular, para tanto deve a parte fornecer o e-mail para envio do
link da audiência, e caso a parte não tenha advogado e/ou aparelho eletrônico (descritos acima)
poderá se dirigir a esta Vara para participar virtualmente através do computador disponibilizado,
chegando com 20 minutos de antecedência. Belém, PA, 16 de agosto de 2021. LUANA HITOMI FEIO
OKADA, Servidor Judiciário 5ª Vara do Juizado Especial Cível.
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0846519-08.2020.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB e em
atenção à determinação judicial: "...Em quaisquer dos casos, a parte Autora deverá se manifestar, no
prazo de 15 (quinze) dias, sobre a proposta de acordo, caso seja feita, e/ou sobre a defesa, declarando,
expressamente, se ainda tem outras provas a produzir, e se estas precisam da realização da audiência,
especificando-as, no sentido de possibilitar eventual julgamento antecipado da lide, sem que haja
necessidade da realização da audiência remota ou presencial....", procedo à intimação da Parte Autora
para manifestar-se, em 15 (quinze) dias acerca da contestação/proposta de acordo. Belém, PA, 16
de agosto de 2021. PAULA DE JESUS ARAUJO LIMA, Servidor Judiciário 5ª Vara do Juizado Especial
Cível.
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
SENTENÇA
Processo nº 0800112-44.2016.8.14.0701
A parte Exequente, instada a se manifestar, por duas vezes seguidas nos autos, não tomou providência
neste sentido, encontrando-se o processo paralisado há mais de 30 dias, conforme certidões nos autos.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Pelo exposto, verificando-se que a penhora realizada nos autos foi desconstituída, julgo extinto o processo
sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil.
Isento as partes de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência (artigos 54 e 55, da Lei nº.
9.099/1995).
TANIA BATISTELLO
PROCESSO Nº 0865360-85.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Homologo, por sentença, o acordo firmado entre as partes para que produza seus jurídicos e legais efeitos
e julgo extinto o processo nos termos do art. 487, inciso III, b, do Código de Processo Civil. Em
consequência, determino arquivamento dos autos, todavia, sem prejuízo de eventual necessidade de
desarquivamento do processo, em caso de não ser cumprido o acordo, observadas as formalidades legais.
895
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
TANIA BATISTELLO
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0862074-02.2019.8.14.0301
DESPACHO
Verificando-se que a parte Autora Reclamada. desassistida de advogado, ajuizou a presente ação e, em
manifestação à contestação requereu a realização de audiência para maiores esclarecimentos sobre
os fatos. Ressalto que a audiência será realizada, preferencialmente, de forma virtual, conforme
novas diretrizes fornecidas pelo TJPA, diante crescimento de novos casos de contaminação por
COVID19. Assim, as partes devem ser intimadas para que indiquem, no prazo de 15 (quinze) dias,
os seus e-mails ou/e de seus patronos ou, no mesmo prazo, justifiquem ao Juízo a impossibilidade
de participarem do ato de audiência virtual, requerendo o que entenderem de direito.
A indicação de e-mail da parte ou advogado se faz necessária para confirmar nos autos, que foi
oportunizada a participação na audiência. Entretanto, pode se indicar e-mail pessoal, de terceiro de sua
confiança, do advogado ou ainda corporativo do Escritório de Advocacia, não há necessidade de ser
exclusivo do advogado que participará do ato, uma vez que o link de acesso à audiência será
disponibilizado no PJe.
Indicados os e-mails, determino ao servidor responsável que designe a data da audiência no TEAMS,
encaminhe o link de acesso, e intime as partes no PJe constando na intimação o link da audiência,
tomando as demais providências necessárias.
896
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Havendo dúvidas sobre a realização dos atos, as partes e seus advogados podem esclarecê-las por meio
dos telefones (91) 3229-0869; 3229-5175 e pelo e-mail 5jecivelbelem@tjpa.jus.br.
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0824443-53.2021.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB e em
atenção à determinação judicial: "...Em quaisquer dos casos, a parte Autora deverá se manifestar, no
prazo de 15 (quinze) dias, sobre a proposta de acordo, caso seja feita, e/ou sobre a defesa, declarando,
expressamente, se ainda tem outras provas a produzir, e se estas precisam da realização da audiência,
especificando-as, no sentido de possibilitar eventual julgamento antecipado da lide, sem que haja
necessidade da realização da audiência remota ou presencial....", procedo à intimação da Parte Autora
para manifestar-se, em 15 (quinze) dias acerca da contestação/proposta de acordo. Belém, PA, 16
de agosto de 2021. PAULA DE JESUS ARAUJO LIMA, Servidor Judiciário 5ª Vara do Juizado Especial
Cível.
897
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0813413-60.2017.8.14.0301
DESPACHO
Deve o Reclamante ser intimado para, no prazo de 15 dias, contados da intimação deste,
manifestar-se sobre as contestações informando se ainda se tem interesse na produção de outras provas.
Intime-se. Cumpra-se.
TANIA BATISTELLO
105690/SP Participação: ADVOGADO Nome: LETICIA FERREIRA COUTO OAB: 374322/SP Participação:
RECLAMADO Nome: RDC FÉRIAS (SEDE) Participação: ADVOGADO Nome: CLAUDIO MENDES DA
SILVA COUTO OAB: 105690/SP Participação: ADVOGADO Nome: LETICIA FERREIRA COUTO OAB:
374322/SP
Processo nº 0813413-60.2017.8.14.0301
DESPACHO
Deve o Reclamante ser intimado para, no prazo de 15 dias, contados da intimação deste,
manifestar-se sobre as contestações informando se ainda se tem interesse na produção de outras provas.
Intime-se. Cumpra-se.
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0811164-97.2021.8.14.0301
CERTIDÃO
De ordem da Mma. Juíza de Direito Titular desta Vara, considerando a impossibilidade de realização de
audiências remotas e presenciais no momento, devido ao déficit no quadro de servidores, acentuado após
a Pandemia da Covid-19, CERTIFICO que a Audiência de Conciliação designada para o dia 19/08/2021 foi
cancelada. Informo-vos que, caso não haja saneamento para o julgamento antecipado, será redesignada
audiência de Instrução e Julgamento. O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 16 de agosto de 2021.
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
Processo nº 0853341-47.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Verifica-se que a parte Autora faleceu, conforme certidão do Oficial de Justiça, e que não houve
habilitação de eventuais herdeiros, no prazo legal. confira-se:
Certifico que, em cumprimento ao mandado anexo, dirigi-me ao endereço indicado, e lá, DEIXEI DE
INTIMAR o Reclamante ANTONIO PAULO DOS SANTOS, em virtude da referida pessoa ter falecido em
26/09/2020, conforme informação prestada pelo Sr. FRANCISCO CHAGAS DOS SANTOS, irmão do
intimando, que não dispunha da certidão de óbito do de cujus no momento da diligência, justificando que o
documento estaria em poder de outros familiares e nada mais sabendo informar. Em razão do exposto,
devolvo o mandado aos autos para os devidos fins de direito. Dou fé. Belém, 21 de junho de 2021.
Matrícula nº 89800
Posto isto, extingo o processo sem julgamento do mérito e determino o arquivamento dos autos, na forma
da lei, com a baixa definitiva nos registros.
Cancele-se a audiência.
Intimem-se. Cumpra-se.
TANIA BATISTELLO
Fones: 3229-0869/3229-5175
Processo nº 0802752-22.2017.8.14.0301
SENTENÇA
Tratam os autos de execução de título extrajudicial, autuado em 14/02/2017, e desde abril do ano da
autuação, os Executadas têm as diversa tentativas de citação frustradas.
A Lei nº. 9.099/1995, estabelece em seu artigo 53, §4º, que não encontrado o devedor ou inexistindo
bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto.
901
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Assim, considerando que não foram encontrados os devedores, apesar das diversas tentativas
realizadas desde o ano de 2017, no feito, a extinção da presente ação é medida que se impõe.
Posto isto, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 53, § 4º, c/c artigos 2º,
e 51, §1º, da Lei nº. 9.099/1995.
Sem custas e honorários advocatícios (artigo 55, parágrafo único, da Lei nº. 9.099/1995)
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0875622-60.2020.8.14.0301
CERTIDÃO/ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
etc.
902
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Considerando a suspensão do curso dos prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, estabelecido pelo
art. 220 do CPC (Resolução nº. 33/2016 e n°. 01/2017 do TJPA; A suspensão dos prazos judicias nos
feriados e pontos facultativos estabelecidos pela Portaria n° 3047/2020-GP -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=949018; A Portaria n° 3003/2021-GP
de suspensão dos prazos processuais, administrativos e jurisdicionais a partir do dia 04 de março,
devido ao agravamento da Pandemia da Covid-19, seguido da Portaria nº 1118/2021-GP, referente à
suspensão no período de lockdown, o qual finalizou em 29/03/2021, e ao §1º, art. 1ª da Portaria Conjunta
nº 1/2021-GP/VP/CGJ, que permitiu a retomada da contagem dos prazos a partir de 30/03/2021 -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=967120,
CERTIFICO para os devidos fins de direito que a Reclamada foi intimada da sentença (id 29656162) em
21/07/2021, e apresentou Recurso Inominado TEMPESTIVAMENTE em 26/07/2021, pois o respectivo
prazo finalizaria em 04/08/2021. Certifico que o Recurso encontra-se devidamente acompanhado de
preparo e custas. Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº
08/2014-CJRMB, procedi à intimação da Parte Recorrida para, caso queira, apresentar contrarrazões no
prazo legal. O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 16 de agosto de 2021.
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0824411-48.2021.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB e em
atenção à determinação judicial: "...Em quaisquer dos casos, a parte Autora deverá se manifestar, no
prazo de 15 (quinze) dias, sobre a proposta de acordo, caso seja feita, e/ou sobre a defesa, declarando,
expressamente, se ainda tem outras provas a produzir, e se estas precisam da realização da audiência,
especificando-as, no sentido de possibilitar eventual julgamento antecipado da lide, sem que haja
903
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DECISÃO-MANDADO
Processo nº 0841708-68.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Despesas Condominiais]
Nome: CONDOMINIO VITTA OFFICE
Endereço: Avenida Vinte e Cinco de Setembro, 700, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-605
Vistos.
Cumpra-se.
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
Processo nº 0831721-47.2017.8.14.0301
SENTENÇA
A parte Autora, instada a se manifestar nos autos sobre o endereço para citação do Reclamado, não
tomou providência neste sentido, encontrando-se o processo, distribuído no ano de 2017, desde então
sem localização da parte Reclamada, além de se encontrar paralisado há mais de 30 dias, conforme
certidão.
Dispõe o artigo 485, inciso III, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento
do mérito, quando a parte autora abandonar a causa por mais de trinta dias.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir desistência da pretensão à tutela jurisdicional. Outrossim, equivale tal fato ao desaparecimento
superveniente do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
Pelo exposto, julgo extinto o processo sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso III,
do Código de Processo Civil.
Isento as partes de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência (artigos 54 e 55, da Lei nº.
9.099/1995).
TANIA BATISTELLO
PODER JUDICIARIO
905
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0875622-60.2020.8.14.0301
CERTIDÃO/ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
etc.
Considerando a suspensão do curso dos prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, estabelecido pelo
art. 220 do CPC (Resolução nº. 33/2016 e n°. 01/2017 do TJPA; A suspensão dos prazos judicias nos
feriados e pontos facultativos estabelecidos pela Portaria n° 3047/2020-GP -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=949018; A Portaria n° 3003/2021-GP
de suspensão dos prazos processuais, administrativos e jurisdicionais a partir do dia 04 de março,
devido ao agravamento da Pandemia da Covid-19, seguido da Portaria nº 1118/2021-GP, referente à
suspensão no período de lockdown, o qual finalizou em 29/03/2021, e ao §1º, art. 1ª da Portaria Conjunta
nº 1/2021-GP/VP/CGJ, que permitiu a retomada da contagem dos prazos a partir de 30/03/2021 -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=967120,
CERTIFICO para os devidos fins de direito que a Reclamante foi intimada da sentença em 16/07/2021, e
apresentou Recurso Inominado INTEMPESTIVAMENTE em 02/08/2021, pois o respectivo prazo
finalizaria em 30/07/2021. Certifico que o Recurso se encontra desacompanhado de preparo e custas, em
face do pedido de Justiça Gratuita. Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no
Provimento nº 08/2014-CJRMB, procedi à intimação da Parte Recorrida para, caso queira, apresentar
contrarrazões no prazo legal.O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 16 de agosto de 2021.
PROCESSO Nº 0822248-95.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Homologo por sentença o pedido desistência para que produza seus efeitos legais e, em consequência,
julgo extinto o processo sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485, VIII, do Código de
Processo Civil.
TANIA BATISTELLO
Email: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
Processo nº 0846263-65.2020.8.14.0301
DESPACHO
Verificando-se que a parte Autora requereu a realização de audiência por ter outras provas a produzir,
no caso, a oitiva de testemunhas. Esclareço que a audiência será realizada, preferencialmente, de
forma virtual, conforme novas diretrizes fornecidas pelo TJPA, diante crescimento de novos casos
de contaminação por COVID19. Assim, as partes devem ser intimadas para que indiquem, no prazo
de 15 (quinze) dias, os seus e-mails ou/e de seus patronos ou, no mesmo prazo, justifiquem ao
Juízo a impossibilidade de participarem do ato de audiência virtual, requerendo o que entenderem
de direito.
907
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A indicação de e-mail da parte ou advogado se faz necessária para confirmar nos autos, que foi
oportunizada a participação na audiência. Entretanto, pode se indicar e-mail pessoal, de terceiro de sua
confiança, do advogado ou ainda corporativo do Escritório de Advocacia, não há necessidade de ser
exclusivo do advogado que participará do ato, uma vez que o link de acesso à audiência será
disponibilizado no PJe.
Indicados os e-mails, determino ao servidor responsável que designe a data da audiência no TEAMS,
encaminhe o link de acesso, e intime as partes no PJe constando na intimação o link da audiência,
tomando as demais providências necessárias.
Havendo dúvidas sobre a realização dos atos, as partes e seus advogados podem esclarecê-las por meio
dos telefones (91) 3229-0869; 3229-5175 e pelo e-mail 5jecivelbelem@tjpa.jus.br.
TANIA BATISTELLO
E-mail: 5jecivelbelem@tjpa.jus.br
Whatsapp: 98116-3930
0862074-02.2019.8.14.0301
CERTIDÃO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
908
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
etc.
Certifico que a audiência de Instrução e Julgamento foi (re)designada para o dia 07/10/2021 10:00 horas
e ocorrerá em sala virtual pelo aplicativo TEAMS, através do link: https://teams.microsoft.com/l/meetup-
join/19%3ameeting_MjAyZDEyM2QtY2EzYy00MzA2LTliMjAtMjhjNGEwYzQyOTFm%40thread.v2/0?conte
x t = % 7 b % 2 2 T i d % 2 2 % 3 a % 2 2 5 f 6 f d 1 1 e - c d f 5 - 4 5 a 5 - 9 3 3 8 -
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PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0875622-60.2020.8.14.0301
CERTIDÃO/ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Eu, Luana Okada, Diretora de Secretaria da 5ª Vara do Juizado Especial Cível, por determinação legal,
etc.
Considerando a suspensão do curso dos prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, estabelecido pelo
art. 220 do CPC (Resolução nº. 33/2016 e n°. 01/2017 do TJPA; A suspensão dos prazos judicias nos
feriados e pontos facultativos estabelecidos pela Portaria n° 3047/2020-GP -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=949018; A Portaria n° 3003/2021-GP
de suspensão dos prazos processuais, administrativos e jurisdicionais a partir do dia 04 de março,
devido ao agravamento da Pandemia da Covid-19, seguido da Portaria nº 1118/2021-GP, referente à
909
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
suspensão no período de lockdown, o qual finalizou em 29/03/2021, e ao §1º, art. 1ª da Portaria Conjunta
nº 1/2021-GP/VP/CGJ, que permitiu a retomada da contagem dos prazos a partir de 30/03/2021 -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=967120,
CERTIFICO para os devidos fins de direito que a Reclamante foi intimada da sentença em 16/07/2021, e
apresentou Recurso Inominado INTEMPESTIVAMENTE em 02/08/2021, pois o respectivo prazo
finalizaria em 30/07/2021. Certifico que o Recurso se encontra desacompanhado de preparo e custas, em
face do pedido de Justiça Gratuita. Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no
Provimento nº 08/2014-CJRMB, procedi à intimação da Parte Recorrida para, caso queira, apresentar
contrarrazões no prazo legal.O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 16 de agosto de 2021.
PODER JUDICIARIO
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0800138-73.2019.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB e em
atenção à citação/intimação infrutífera do(a) Reclamado(a)/Executado(a), conforme Ar retro inserido(a),
intime-se a Parte Autora/Exequente para manifestar-se no prazo de cinco dias, fornecendo novo endereço
ou requerendo o que entender de direito. O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 16 de agosto de 2021.
PAULA DE JESUS ARAUJO LIMA, Servidor Judiciário 5ª Vara do Juizado Especial Cível.
PODER JUDICIARIO
910
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Telefone: 3229-0869/3229-5175
0001537-18.2011.8.14.0701
ATO ORDINATÓRIO/MANDADO
Com base no art. 1º, §2º, I do Provimento 006/2006 da CJRMB e no Provimento nº 08/2014-CJRMB e em
atenção às citação/intimação infrutífera do(a) Executado(a), conforme Ar retro inserido(a), intime-se a
Parte Exequente para manifestar-se no prazo de cinco dias, fornecendo novo endereço ou requerendo o
que entender de direito. O referido é verdade e dou fé. Belém, PA, 11 de agosto de 2021. PAULA DE
JESUS ARAUJO LIMA, Servidor Judiciário 5ª Vara do Juizado Especial Cível.
911
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA
Considerando que o executado apesar de intimado, não apresentou Embargos à Execução (certidão
31562132), determino a expedição de alvará judicial, em favor do exequente ou de seu patrono, desde que
devidamente habilitado aos autos com poderes específicos para receber e dar quitação, referente ao valor
bloqueado.
Intime-se o exequente para que forneça os dados bancários para expedição do alvará.
Considerando que a obrigação foi satisfeita, conforme o art. 924, inc. II, CPC, julgo extinta a presente
execução.
P.R.I
JT
DESPACHO
Intime-se a exequente para que informe o atual valor do débito do executado, juntando planilha atualizada
do débito na qual conste as parcelas do acordo inadimplidas.
Cumpra-se.
JT
DESPACHO
JT
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE BELÉM
CERTIDÃO
Processo nº 0862356-40.2019.8.14.0301
24/11/2021 12:00
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Recomenda-se que as partes juntem aos autos, antes da audiência, foto da OAB e do RG.
Qualquer impossibilidade de acessar ou participar deverá ser justificada nos autos ou comunicada através
do telefone ou Whatsapp da vara, no número (91) 98405-1510.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE BELÉM
CERTIDÃO
Certifico, que a citação restou infrutífera em virtude do retorno do AR com a informação “mudou-se.
Assim, procedo a intimação da parte autora para que no prazo de 15 dias, informe o atual endereço do
réu, sob pena do arquivamento dos autos. Dou fé.
914
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA
Homologo por sentença, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o acordo constante no
id27031957, extinguindo o processo, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, III, “b” do CPC.
Considerando que a presente sentença não é passível de recurso, conforme dicção do artigo 41 da Lei nº.
9.099/1995, determino o imediato arquivamento do feito, após intimação das partes, restando ressalvado o
direito ao desarquivamento sem recolhimento das custas processuais, desde que o motivo do
desarquivamento seja a informação de descumprimento do acordo.
P. R. I e cumpra-se. ARQUIVE-SE.
Sem Custas.
JT
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE BELÉM
CERTIDÃO
Certifico, que a citação restou infrutífera em virtude do retorno do AR com a informação “mudou-se.
Assim, procedo a intimação da parte autora para que no prazo de 15 dias, informe o atual endereço do
réu, sob pena do arquivamento dos autos. Dou fé.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE BELÉM
CERTIDÃO
Certifico, que a citação restou infrutífera em virtude do retorno do AR com a informação “mudou-se.
Assim, procedo a intimação da parte autora para que no prazo de 15 dias, informe o atual endereço do
réu, sob pena do arquivamento dos autos. Dou fé.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
916
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
CERTIDÃO
Certifico, que a citação restou infrutífera em virtude do retorno do AR com a informação “desconhecido.
Assim, procedo a intimação da parte autora para que no prazo de 15 dias, informe o atual endereço do
réu. Dou fé.
PROCESSO: 0877028-19.2020.8.14.0301
EXEQUENTE: CONDOMINIO DO EDIFICIO PORTO DE SINES
SENTENÇA
A parte autora foi intimada para prestar informações imprescindíveis ao prosseguimento do feito, contudo,
até a presente data não promoveu os atos e as diligências que lhe incumbiam, demonstrando desinteresse
no prosseguimento do processo.
Pelo exposto, julgo extinto o processo sem resolução do mérito, de acordo com o art. 485, III do CPC c/c
art. 51, §1º, da Lei 9.099/95.
JUÍZA DE DIREITO
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO: 0841902-73.2018.8.14.0301
REQUERENTE: ELIAS DE SOUZA XAVIER
CERTIDÃO
918
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
CERTIFICO, em virtude das atribuições que me são conferidas por lei, que o executado compareceu nesta
secretaria, o qual tomou ciência inequívoca acerca do bloqueio no valor de $911,00 reais.
O executado afirma que trabalha na estrada e que tem dificuldades de comparecer nesta secretaria, bem
como não possui condições financeiras para o pagamento total, de uma única vez, da dívida. Por este
motivo e de boa fé, solicita o parcelamento do valor restante em 4 vezes de R$1.095,14, de um total de
R$4.380,55 (R$5.291,55 - R$911,00) a vencer no dia 12 dos meses de setembro, outubro, novembro e
dezembro.
De ordem deste juízo, a parte exequente será intimada a se manifestar, no prazo de 10 dias, acerca desta
certidão, .
SECRETARIA
7ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém
919
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA
Processo nº 0823511-65.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [DIREITO DO CONSUMIDOR, Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano
Material, Transporte Aéreo]
Reclamante: Nome: SAMANTA MARTINS ADADE
Endereço: Rodovia Augusto Montenegro, 5000, Cond. Greenville 1, Qd 7 Lote 5, Parque Verde, BELéM -
PA - CEP: 66635-110
DECIDO.
As partes informaram em audiência não terem outras provas a produzir, pelo que, vieram-me os autos
conclusos.
Por se tratar de matéria de direito e ante a prescindibilidade de dilação probatória, procedo ao julgamento
na forma do art, 355, I, do CPC.
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO
920
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ademais, não há como se ignorar o fato de que as atividades comerciais estão gradualmente
retornando à sua normalidade. Assim, se de um lado a Ré 02, na qualidade de companhia aérea, sofre
com a crise econômica, entendo que os seus clientes, na qualidade de consumidores, vivenciam
igualmente o mesmo quadro, uma vez que também foram atingidos pelos reflexos da desestabilização da
economia, de modo que deve ser preservado o patamar de igualdade constitucional.
Quanto ao mais, por se confundir com o mérito, deixo para analisar como tal.
PASSO AO MÉRITO.
A relação jurídica entre as partes tem natureza consumerista, o que atrai para a hipótese a incidência das
normas protetivas do CDC.
Assim, presentes os requisitos (hipossuficiência e verossimilhança) inverto o ônus da prova (art. 6º, VIII,
do CDC).
Cediço que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar minimamente
os fatos constitutivos do seu direito (art. 373, I, do CPC).
Registre-se ainda que a responsabilidade entre as Rés é objetiva, conjunta e solidária, na medida
em que integram a mesma cadeia de fornecimento, consoante interpretação sistemática dos art.s 3º, 7º,
parágrafo único, 14, 18 e 25, § 1º, do CDC. Veja-se que dessa parceria decorre lucro para ambas, pois
sinalizam aos consumidores maior facilitação, comodidade e segurança na aquisição de pacotes de
viagem e consequentemente atraem maior clientela.
Logo, a responsabilidade das Rés somente poderá ser elidida se forem exitosas em demonstrar a
existência de alguma das excludentes previstas no § 3º, do art. 14, do CDC. É o que se passa a analisar.
Extrai-se dos autos que a Autora adquiriu junto à Ré 01 passagens aéreas com itinerário BELÉM -
SANTARÉM (08.10.20) e BELÉM - SANTARÉM (12.10.20), pelo valor total de R$-1.528,31.
Informa a Autora que, em razão de ter sido acometida pelo vírus da COVID-19 (Id 25438935), não
embarcou e, posteriormente, informou o ocorrido à Ré 01, pleiteando o reembolso, o que lhe foi negado
por ter se caracterizado o NO-SHOW.
Requer a condenação das Rés ao ressarcimento integral do valor pago pelas passagens aéreas, bem
como ao pagamento de indenização a título de danos morais.
O exame atestando contaminação da Autora pelo vírus da COVID-19 foi liberado em 16.09.20 (Id
25438935).
Desse breve histórico e do abaixo consignado sobressai a ausência de abusividade na conduta das Rés.
Note-se que própria Autora informou à Ré 01 que não teve “nem cabeça” e nem se lembrou de fazer o
cancelamento ou a alteração das passagens (Id 25438936), o que contraria a própria alegação contida na
inicial de que “apenas após dias e o período de isolamento, é que a mesmo pôde utilizar o computador, e
enviar o e-mail com o pedido de ressarcimento” (Id 25438919 – Pág. 02).
Cediço que não se esperava que a Autora embarcasse a qualquer custo, até porque é possível, inclusive,
o cancelamento imotivado. Todavia, era seu dever ter notificado as Rés, com antecedência, acerca do
cancelamento da viagem solicitando, então, o reembolso.
Se não o fez, foi por desídia sua, pois teve tempo suficiente para tanto, de modo que não se mostra
minimamente razoável qualquer justificativa em sentido contrário, notadamente pelo fato de ter deixado
claro que em virtude da contaminação não chegou a ser hospitalizada, o que, talvez, poderia tê-la
impossibilitado momentaneamente de contatar as Rés.
Veja-se ainda que em decorrência do não comparecimento e da não notificação prévia, as Rés não
puderam comercializar novamente as passagens, de modo que caso fosse deferido o pleito de reembolso
integral, estar-se-ia, na prática, transferindo às Rés o ônus integral de circunstância que poderia ter sido
evitada pela Autora, se tivesse, como dito, realizado previamente a notificação de cancelamento.
(TJ-RJ – APL: 04690632020158190001, Relator: Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA, Data
de Julgamento: 03/09/2019, OITAVA CÂMARA CÍVEL)
Desse modo, e nos termos do art. 14, § 3º, II, do CDC, importa reconhecer a culpa exclusiva da Autora
pelos fatos narrados na inicial, o que elide a responsabilidade das Rés e impõe a improcedência dos
pedidos formulados.
DISPOSITIVO
ISSO POSTO, com fundamento no art. 487, I, do CPC JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados
na inicial.
Em havendo interposição de Recurso Inominado que, desde já, recebo apenas no seu efeito devolutivo
(art. 43, da LJE), abra-se prazo para a parte contrária, querendo, oferecer Contrarrazões e, após,
remetam-se os autos à Turma Recursal que tocar por distribuição, a quem caberá fazer o Juízo de
admissibilidade, inclusive a análise de eventual pedido de gratuidade judiciária.
922
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
P.R.I.C.
SENTENÇA
Processo nº 0863651-15.2019.8.14.0301
Autos de AÇÃO [DIREITO DO CONSUMIDOR, Responsabilidade do Fornecedor, Protesto Indevido de
Título, Atraso de vôo]
Reclamante: Nome: LORENA CAMILA SOUZA DE CARVALHO
Endereço: Avenida Serzedelo Corrêa, 105, apartamento 801, Nazaré, BELéM - PA - CEP: 66035-400
Vistos.
DECIDO.
923
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Não tendo as partes requerido a produção de outras provas, vieram-me os autos conclusos para
sentença.
Na situação em exame, infere-se que a relação jurídica estabelecida entre as partes, e que gerou a
lide posta em juízo, tem natureza consumerista, uma vez que presentes os requisitos objetivos (produto e
serviço - §§ 1º e 2º, do art. 3º, da Lei nº 8.078/90) e subjetivos (consumidor e fornecedor – arts. 2º e 3º, da
Lei nº8.078/90) de tal relação. Assim, sujeita-se às prescrições normativas contidas na referida lei e atrai a
incidência das demais normas protetivas do estatuto consumerista.
Importa consignar, entretanto, que tal deferimento não desonera a parte a quem aproveita de produzir as
provas que consubstanciem o direito que alega e para as quais não seja, por qualquer razão,
hipossuficiente para produzir (art. 373, I, do CPC).
Registre-se ainda que a responsabilidade entre as Rés é objetiva, conjunta e solidária, na medida
em que integram a mesma cadeia de fornecimento, consoante interpretação sistemática dos art.s 3º, 7º,
parágrafo único, 14, 18 e 25, § 1º, do CDC. Veja-se que dessa parceria decorre lucro para ambas, pois
sinalizam aos consumidores maior facilitação, comodidade e segurança na aquisição de pacotes de
viagem e consequentemente atraem maior clientela.
Logo, a responsabilidade das Rés somente poderá ser elidida se forem exitosas em demonstrar a
existência de alguma das excludentes previstas no § 3º, do art. 14, do CDC. É o que se passa a analisar.
Extrai-se dos autos que a Autora adquiriu, por meio da Ré 01, passagens aéreas com itinerário BELÉM –
RIO DE JANEIRO (01.03.19 – saída às 12h e 40min e chegada às 16h e 10min) e RIO DE JANEIRO -
BELÉM (12.03.19), a ser executado pela Ré 02.
O voo de ida, que seria direto, foi cancelado pela Ré 02 e a Autora foi realocada em novo voo para o
mesmo dia, porém, com o seguinte itinerário BELÉM - SÃO PAULO – RIO DE JANEIRO e com saída às
12h e 30min e chegada às 19h e 05 min.
Sobre o assunto, veja-se o disposto no art. 21, da Resolução nº. 400/16, da ANAC:
I - atraso de voo por mais de quatro horas em relação ao horário originalmente contratado;
IV - perda de voo subsequente pelo passageiro, nos voos com conexão, inclusive nos casos de troca de
aeroportos, quando a causa da perda for do transportador.
Parágrafo único. As alternativas previstas no caput deste artigo deverão ser imediatamente oferecidas aos
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
passageiros quando o transportador dispuser antecipadamente da informação de que o voo atrasará mais
de 4 (quatro) horas em relação ao horário originalmente contratado.
A Ré 02, nos termos do regramento normativo acima transcrito, reacomodou a Autora em outro voo
ocorrido no mesmo dia e horário do inicialmente programado.
O simples fato de ter sido acrescida conexão em SÃO PAULO e de a Autora ter chegado ao seu destino
(RIO DE JANEIRO), às 19h e 05min e não às 16h e 10min, não é capaz de, por si só, ensejar reparação
por dano moral.
Isso porque não foi a Autora exitosa em demonstrar que este atraso representou afronta direta a direito da
personalidade, o que ocorreria se tivesse perdido algum procedimento médico, faltado a compromisso
profissional, perdido reserva, ou situação semelhante que pudesse ensejar dano moral (art. 373, I, do
CPC).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ATRASO DE VOO. DUAS HORAS. ÍNFIMO. DANO MORAL E
MATERIAL. NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. 1. O atraso de voo
por apenas duas horas é ínfimo ao ponto de gerar danos morais. 2. As consequências graves capazes de
gerar o dano material e moral devem ser devidamente comprovadas nos autos. 3. Apelação provida.
Pelo exposto, no que pese os fatos apresentados nos autos causarem aborrecimentos à parte autora,
entendo que a situação narrada não foi capaz de gerar abalos psíquicos ou angústia insuportável, de
modo que a improcedência dos pedidos formulados na inicial é medida que se impõe.
DISPOSITIVO
ISSO POSTO, com fundamento no artigo 487, I, do CPC JULGO IMPROCEDENTES os pedidos
formulados.
Em havendo interposição de Recurso Inominado que, desde já, recebo apenas no seu efeito devolutivo
(art. 43, da LJE), abra-se prazo para a parte contrária, querendo, oferecer Contrarrazões e, após,
remetam-se os autos à Turma Recursal que tocar por distribuição, a quem caberá fazer o Juízo de
admissibilidade, inclusive a análise de eventual pedido de gratuidade judiciária.
P.R.I.C.
DESPACHO-MANDADO
Processo nº 0812647-65.2021.8.14.0301
Autos de [Abatimento proporcional do preço]
Nome: DANIELLE BELTRAO ROSAS ROCHA
Endereço: Travessa Angustura, 1961, APTO 405, Pedreira, BELéM - PA - CEP: 66080-180
Vistos.
Entretanto, o referido petitório está em desarmonia com o julgado, na medida em que nenhum
momento foi declarada a rescisão contratual, mas, sim, o cumprimento daquilo que foi avençados pelas
próprias partes, de modo que a única obrigação de pagar existente refere-se à indenização por danos
morais, não havendo, portanto, que se falar em devolução de valores pagos.
Cumpra-se.
ATO ORDINATÓRIO
Processo nº 0861357-87.2019.8.14.0301
Reclamante: JOSE ROBERTO AVELAR SILVA
Reclamada: COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARÁ
Processo nº 0845685-68.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Abatimento proporcional do preço, Bancários]
Nome: ELOISA QUEIROZ ARAUJO
Endereço: Avenida Senador Lemos, 435, Sala 1804, Umarizal, BELéM - PA - CEP: 66050-000
DECISÃO-MANDADO
927
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de ação de Indenização por Danos Morais com pedido de tutela de urgência movida por ELOISA
QUEIROZ ARAUJO em desfavor da ITAU UNIBANCO S.A, em que a reclamante alega que ao tentar
realizar saque no Caixa 24h, para sua surpresa, apareceu a mensagem: “cartão não permite executar este
tipo de operação, a operação não foi realizada”. Afirma que ligou para a central de cartões para saber o
ocorrido, sendo informada pelos atendentes que não havia qualquer problema com o cartão ou com a sua
conta. Que também tentou realizar a operação sem cartão, porém, não conseguiu. Requer a concessão de
tutela de urgência para que seja determinado ao banco demandado faça o imediato desbloqueio do cartão
de débito da autora, sob pena de multa diária.
Decido.
No caso em análise, não obstante os argumentos delineados pela reclamante, não vislumbro demonstrada
a probabilidade do direito alegada, porquanto, apenas pelo teor da mensagem que a reclamante afirma ter
aparecido na tela do caixa eletrônico, não é possível afirmar, neste momento processual, que o cartão
esteja bloqueado, sendo, portanto, necessário aguardar o exercício do contraditório e da ampla defesa
para melhor elucidação dos fatos.
Desta feita, ressalto que uma vez não demonstrado o requisito da probabilidade do direito alegada,
despicienda se mostra a perquirição do perigo de dano, face a necessidade da presença cumulativa dos
requisitos previstos no artigo 300 do CPC para o deferimento do pedido de antecipação da tutela, pelo
que, deixo de examiná-lo.
INTIMAÇÃO
928
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pelo presente, fica Vossa Senhoria INTIMADA, nos autos do processo nº 0856946-
35.2018.8.14.0301, que ISABELE SOUZA BAIA move contra ITAU UNIBANCO S.A., para querendo, se
manifestar, acerca da manifestação do Reclamado na petição vinculada ao ID 29114231, no prazo de 05
(cinco) dias.
Processo nº 0812781-92.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [DIREITO DO CONSUMIDOR]
Reclamante: Nome: LORRAN VALLE BORNMANN
Endereço: Avenida Marquês de Herval, 822, Casa 15, Pedreira, BELéM - PA - CEP: 66085-313
SENTENÇA
DECIDO.
DA REVELIA: A reclamada peticiona (ID 26749091), pugnando pelo chamamento do feito à ordem,
sob a alegação de que não fora regularmente citada.
Entretanto, em que pesem os argumentos da reclamada, noto que esta possui procuradoria
cadastrada no sistema TJPA, de maneira que sua citação se deu por meio eletrônico em 05/04/2021,
conforme se vê no ID 4000743, constante da aba de expedientes.
Sobre o assunto, dispõe o Ofício Circular nº 196/2020-GP, de 18/12/20, deste Tribunal de Justiça,
que “a partir do dia 07 de janeiro de 2020, nos feitos que tramitam no sistema de Processo Judicial
Eletrônico (PJE), todas as citações e intimações de empresas públicas e privadas, ressalvadas as
microempresas e empresas de pequeno porte, deverão ser realizadas exclusivamente pela via
eletrônica indicada no Cadastro de Pessoas Jurídicas do Tribunal de Justiça do Estado do Pará
(TJPA), salvo expressa determinação judicial para utilização de outro modo de citação ou
intimação, nos termos do art. 246, §1º, do Código de Processo Civil (CPC)”.
Portanto, considerando que a reclamada foi regularmente citada/intimada, porém não compareceu
à audiência UNA designada nos autos, pelo que, nos termos do art. 20, da LJE, aplico-lhe a pena de
revelia.
Entretanto, enfatizo que a revelia não induz à procedência automática do pedido, porquanto não se pode
tornar verossímil o absurdo. Desta forma, se a postulação do reclamante não vier acompanhada do
mínimo de prova que a lastreie, não se poderá dispensá-lo de provar o que alega pelo simples fato da
revelia. E analisando detidamente os argumentos e documentos constantes dos autos, verifico que a
pretensão autoral é improcedente, não obstante o caso dos autos tratar-se de relação de natureza
consumerista, portanto, regida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Isto porque, na inicial, o reclamante afirma que em dezembro de 2019 a reclamada instalou novos
hidrômetros na vila onde mora, e em consequência, no mês de janeiro/2020 sua conta de água subiu de
R$30,00 (trinta reais) para R$300,00 (trezentos reais); e no mês seguinte, subiu para R$700,00
(setecentos reais). Alega que solicitou da reclamada uma equipe para averiguar o ocorrido, porém não
apareceram. Aduz que posteriormente, uma equipe da reclamada compareceu em sua residência,
quebraram ao lado do hidrômetro retirando-o do chão e informaram que existia um vazamento interno
causando o aumento do consumo. Ressalta que após quatro meses de viagem, retornou para sua
residência e contratou um encanador, que constatou que a equipe da reclamada não havia passado cola
entre as juntas do cano, originando o vazamento que aumentou o valor das suas faturas de água. E por
discordar dos valores cobrados deixou de efetuar o pagamento das faturas dos meses de março/2020 a
janeiro/2021.
Pois bem. Não desconheço a existência de faturas de consumo de água matrícula nº 5506361, em valores
elevados, tais como dos meses de janeiro/2020 (R$704,62 – ID 23622058); fevereiro/2020 (R$381,78 – ID
23622055); março/2020 (R$364,95 – ID 23622074); abril/2020 (R$581,93 – ID 23622074). Todavia, não
obstante após a troca de hidrômetro em dezembro/2019, ter ocorrido o aumento do valor das faturas,
verifica-se que tanto as faturas dos meses de janeiro e fevereiro/2020, quanto as cartas enviadas pela
reclamada estão no nome de pessoa diversa do reclamante, qual seja, MA NAZARÉ BRITO (ID 23622078
e 23622080), inexistindo nos autos qualquer esclarecimento por parte do reclamante sobre essa troca de
titularidade, sendo certo que somente a partir do mês de março/2020, cuja fatura o reclamante afirma ter
deixado de pagar por não concordar com o valor cobrado, passou a constar como cliente o reclamado, a
exemplo das faturas vinculadas aos IDs 23622074 e 23622074.
Outrossim, observo que no informativo emitido em 03/02/2021 pela reclamada, vinculado ao ID 23622065,
é possível extrair que em razão da pandemia da COVID-19, a reclamada suspendeu os cortes de água por
inadimplência, constando nesse documento exatamente as faturas que o reclamante afirma ter deixado de
pagar por não concordar com os valores nelas lançados. Todavia, em que pese a incomformidade do
reclamante, noto que além das faturas com valores supostamente indevidos, constam também faturas no
valor de R$29,40 (vinte e nove reais e quarenta centavos), que entendo estarem dentro da média de
consumo da unidade consumidora em questão, comparando-se com as faturas do ano de 2019,
vinculadas aos IDs 23622051; 23622052; 23622053; 23622054, sendo, portanto, injustificada
inadimplência do reclamante.
Ademais, observo que o reclamante apenas afirma de forma genérica, que passou quatro meses viajando
e que após seu retorno, contratou um encanador para verificar a situação do suposto vazamento de água,
porém, não traz qualquer comprovação sobre a suposta viagem ou a alegada contratação de profissional
que supostamente constatou falha na prestação dos serviços dos prepostos da reclamada, por este motivo
e demais fundamentos acima, tenho que o reclamante não se desincumbiu de seu ônus de provar
minimamente fato constitutivo do direito alegado, nos termos do art. 373, I do CPC. Entender de forma
diversa, importaria em aquiescer com o enriquecimento ilícito do reclamante, porquanto lhe estaria sendo
entregue um bem jurídico (cancelamento de cobranças e refaturamento de faturas em aberto), sem a
comprovação mínima da existência de falha na prestação do serviço da reclamada, situação com a qual
não pode anuir o Poder Judiciário.
Em decorrência, inexistindo falha na prestação do serviço da reclamada a ensejar a indenização por danos
morais pretendida pelo reclamante, a improcedência dos pedidos é medida que se impõe.
Ante o exposto, com fulcro nos artigos 487, inciso I, do Código de Processo Civil Pátrio JULGO
IMPROCEDENTES os pedidos constantes da inicial, nos termos da fundamentação, e extingo o feito com
resolução do mérito.
Servirá a presente decisão, por cópia digitalizada, como mandado, na forma do Provimento nº
003/2009/CJRMB, de 22 de janeiro de 2009.
ATO ORDINATÓRIO
Processo nº 0840128-03.2021.8.14.0301
Reclamante: MARIA PATRICIA CORREA FERREIRA
Reclamada: OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
para o dia 20/09/2021 10:30 horas, a ser realizada pela Plataforma de Comunicação Microsoft Teams
. Desta forma, o ato será realizado mediante utilização de recurso tecnológico de transmissão de
som e imagem, por videoconferência e em tempo real, devendo as partes e os advogados acessarem
a audiência no dia e horário designados, por computador, celular (smartphome) ou tablet, por meio do
link acima. As partes estão advertidas de que o não comparecimento injustificado à audiência por
videoconferência, no dia e horário designados, gerará, no caso do(a) reclamante, a extinção do
processo sem resolução do mérito, e, na hipótese do(a) reclamado(a), a revelia, nos termos do art.
20, combinado com o art. 23 e o art. 51, inciso I, da Lei nº 9.099, de 1995 c/c art. 29 da Portaria Conjunta
012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos. Caso não haja acordo, será imediatamente realizada a Instrução do feito,
devendo a parte Reclamada ter apresentado, até este momento, defesa escrita ou oral e produzido as
provas admitidas em direito que entender necessárias, inclusive por testemunhas, no máximo de três.
Adverte-se, ainda, que as partes devem estar munidas de documento original de identificação, com foto.
A parte pode entrar em contato diretamente com esta Secretaria pelo WhatsApp (91) 98439-4616,
para solicitar o link da sala de audiência, COM ANTECEDÊNCIA DE CINCO (05) DIAS. É verdade e
dou fé.
SENTENÇA
Processo nº 0861944-12.2019.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Liquidação / Cumprimento / Execução]
Reclamante: Nome: CONDOMINIO TORRE PARNASO
Endereço: Avenida Generalíssimo Deodoro, 2037, CONDOMINIO DO EDIFICIO TORRE PARNASO,
Cremação, BELéM - PA - CEP: 66040-255
Vistos.
Homologo o pedido de desistência para que produza todos os seus efeitos legais, em consonância com o
disposto no Enunciado nº 90, do FONAJE.
ISSO POSTO, nos termos do art. 485, VIII, do CPC, JULGO EXTINTO O FEITO SEM O JULGAMENTO
DO MÉRITO.
Sem custas e honorários neste grau de jurisdição (arts. 54 e 55, da Lei nº 9.099/95).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Após, arquive-se.
SENTENÇA
Processo nº 0813128-28.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Contratos Bancários, Bancários]
Reclamante: Nome: M. C. B. BRITO EIRELI - ME
Endereço: Travessa Padre Eutíquio, 1078, 3 Piso - Loja 401, Batista Campos, BELéM - PA - CEP: 66023-
710
Nome: MARIA CLEYDE BRAGA BRITO
Endereço: Avenida Cabanos, 2264, Batista Campos, BELéM - PA - CEP: 66033-000
Vistos.
DECIDO.
As hipóteses de cabimento do recurso oposto, que devem ser identificadas dentro da decisão/sentença
embargada, encontram-se elencadas no art. 48, da Lei nº 9.099/95 c/c art. 1.022, do Código de Processo
Civil.
A decisão embargada não padece de qualquer vício que possibilite a sua modificação pela via
eleita. Ao contrário, é clara ao expor fundamentadamente o livre convencimento motivado do Juízo.
Registre-se que ao Juízo não incumbe o dever de analisar pormenorizadamente a integralidade dos
argumentos levantados pelas partes quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundamentar o seu
entendimento, o que se verifica na hipótese dos autos pelos fundamentos expostos no julgado.
Por esta razão, evidente o inconformismo das Embargantes com o teor decisório, haja vista que as
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
supostas omissões e contradições levantadas não se sustentam, quer seja por já terem sido apreciadas na
sentença embargada, quer seja por serem atinentes ao mérito do julgado, a cuja reanálise não se presta a
via eleita.
Em havendo interposição de Recurso Inominado, que desde já recebo apenas no efeito devolutivo (art. 43,
da LJE), abra-se prazo para a parte contrária, querendo, oferecer Contrarrazões e, após, remetam-se os
autos à Turma Recursal que tocar por distribuição.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Processo nº 0845334-95.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Locação de Imóvel, Cobrança de Aluguéis - Sem despejo, Indenização por Dano Moral]
Nome: ANA MARIA FERREIRA DA SILVA
Endereço: Rua Domingos Marreiros, 907, - de 1285/1286 a 1466/1467, Umarizal, BELéM - PA - CEP:
66060-160
DECISÃO-MANDADO
Trata-se de ação ordinária de cobrança de aluguel e acessórios da locação c/c danos morais com pedido
de tutela de urgência movida por ANA MARIA FERREIRA DA SILVA em desfavor da ANA CAROLINA
FIGUEIREDO SILVA e ISABELLA FIGUEIREDO LUCAS, em que a reclamante alega que durante o
período de permanência do imóvel, era obrigação das inquilinas efetuarem o pagamento do IPTU,
conforme previsão na cláusula 11ª do contrato (ID 31039706, p. 4). Requer a concessão de tutela de
urgência para que seja determinado que as reclamadas paguem as 05 (cinco) parcelas do IPTU, com
vencimento em 10/03/2021, 10/04/2021, 10/05/2021, 10/06/2021 e 10/07/2021, sob pena de multa diária a
ser fixada pelo juízo.
Decido.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No caso em análise, não obstante os argumentos delineados pela reclamante, não ficou demonstrada a
presença concomitante dos requisitos supramencionados, portanto, tornando-se necessário aguardar o
exercício do contraditório e da ampla defesa para melhor elucidação dos fatos.
Em relação ao pedido para o pagamento do valor de R$8.327,41 (oito mil, trezentos e vinte e sete reais e
quarenta e um centavos), destaque-se que a tutela de urgência não deve ser concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, §3º, do CPC), o que é o caso. Ademais, não
vislumbro demonstrado perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Logo, o indeferimento da
tutela de urgência é medida que se impõe.
Servirá a presente decisão, por cópia digitalizada, como mandado, na forma do Provimento nº
003/2009/CJRMB, de 22 de janeiro de 2009.
ATO ORDINATÓRIO
Processo nº 0839945-32.2021.8.14.0301
Reclamante: LORENA MENEZES NEVES
Reclamada: TELEFONICA BRASIL S/A
Processo nº 0845115-82.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes]
Nome: JOSE EMILIO MEDEIROS DOS SANTOS
Endereço: Passagem do Horto, 62, Batista Campos, BELéM - PA - CEP: 66035-260
DECISÃO-MANDADO
Ausentes os requisitos legais, indefiro o pedido de tutela de urgência, sob o juízo de cognição sumária.
Isto porque, o reclamante pugna pela concessão de tutela de urgência para que seu nome seja retirado do
cadastro de inadimplentes, cuja negativação supostamente fora levada a efeito pela empresa reclamada.
Todavia, não consta dos autos sequer um comprovante da referida negativação, impedindo a aferição
sobre a existência da alegada negativação, portanto, ao exame preliminar, torna-se temerária a concessão
da tutela de urgência sem a necessária instrução do feito e o estabelecimento do contraditório.
Desta feita, ressalto que uma vez não demonstrado o requisito da probabilidade do direito, despicienda se
mostra a perquirição do risco de dano alegado, face a necessidade da presença cumulativa dos requisitos
previstos no artigo 300 do CPC para o deferimento do pedido de antecipação da tutela, pelo que, deixo de
examiná-lo.
ATO ORDINATÓRIO
Processo nº 0840130-70.2021.8.14.0301
Reclamante: VANIA CORREIA PINHEIRO
Reclamada: TELEFONICA BRASIL S/A
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
8ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
CERTIDÃO
CERTIFICO para os devidos fins de direito, que o A.R. referente ao id 30175036, foi devolvido com a
informação "Desconhecido", segue anexo comprovante. É verdade e dou fé.
DESPACHO-MANDADO
Processo nº 0809775-14.2020.8.14.0301
Autos de [Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Moral]
Nome: RONNYSON DOS SANTOS ALCANTARA
Endereço: Passagem Rui Barbosa, 30, Guamá, BELéM - PA - CEP: 66075-737
Vistos.
INTIME-SE a parte Executada, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, efetue o pagamento da
quantia de R$-5.535,34 (cinco mil, quinhentos e trinta e cinco reais e trinta e quatro centavos) conforme
cálculo do Id 30551851, SOB PENA de INCIDÊNCIA DE MULTA DE 10% SOBRE O VALOR DA DÍVIDA e
de IMEDIATO BLOQUEIO PELO SISTEMA SISBAJUD.
FICA ADVERTIDA E CIENTE A PARTE EXECUTADA de que, transcorrido o prazo acima assinalado,
terá o prazo de 15 (quinze) dias, independentemente de nova intimação ou de formalização da penhora
(art. 525, do CPC), para oferecer IMPUGNAÇÃO, limitando-se a defesa ao disposto no § 1º, do art. 525,
do CPC/15.
Cumpra-se.
Processo nº 0841631-59.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Direito de Imagem, Liminar]
Nome: HENRIQUE LUIZ SARUBBY NASSAR
Endereço: Travessa Francisco Caldeira Castelo Branco, 213, Apto 301, Fátima, BELéM - PA - CEP:
66060-220
DECISÃO-MANDADO
Vieram-me os autos conclusos para análise de pedido de reconsideração da decisão que indeferiu a tutela
de evidência pleiteada (ID 29996382).
Contudo, além de a situação posta não se enquadrar em uma das hipóteses constantes no parágrafo
único do artigo 311 do CPC, ressalto que em que pesem os argumentos do reclamante e a juntada da
convecção condominial, não há como reconsiderar a tutela mencionada, porquanto tenho que a simples
juntada desta não tem o condão de afastar o fato de o reclamante não ter comparecido à Assembleia
Ordinária que tratou da eleição para síndico, ou ainda o fato de o reclamante ter se lançado unitariamente
como candidato, sem chapa, sem vice-síndico ou membros de conselho fiscal, conforme se vê do
documento vinculado ao ID 29975548, o que ensejou a eleição da Comissão Administrativa que está
gerindo o condomínio em questão, impondo-se, portanto, o indeferimento do pedido de reconsideração.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
8ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
CERTIDÃO
CERTIFICO para os devidos fins de direito, que o RECURSO INOMINADO interposto pela parte autora (ID
29173952), foi apresentado no prazo legal, contudo, não apresentou pedido de Justiça Gratuita e nem
juntou juntou comprovante de pagamento de custas. Fica o Reclamado intimado a apresentar suas
Contrarrazões no prazo legal, a partir da leitura da presente Certidão. O referido é verdade e dou fé.
SENTENÇA
940
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0812675-33.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material]
Reclamante: Nome: DIVANILSON UEOKA DOS ANJOS
Endereço: Alameda União, 130, Agulha (Icoaraci), BELéM - PA - CEP: 66811-750
Alegou a parte Autora, em apertada síntese, que a parte requerida não lhe pagou o valor de R$ 16.000,00
(dezesseis mil reais) referente a um empréstimo. Requer a condenação da parte autora em danos
materiais e danos morais.
DECIDO.
A Parte reclamada, mesmo citada, não compareceu na audiência de conciliação, motivo pelo qual decreto
sua revelia, nos termos do artigo 20 da Lei 9099/95, e reputo verdadeiros os fatos articulados na inicial.
A alegação de falta de pagamento da dívida constitui motivo bastante para justificar a cobrança, nos
moldes do artigo 315 e do artigo 389, ambos do Código Civil.
A recusa do devedor em pagar a dívida objeto da presente ação, corresponde a ilícito contratual, que
autoriza a concessão de provimento judicial de efeito condenatório, tanto porque, o devedor tem o dever
de pagar a obrigação pecuniária por si assumida.
Relativamente ao pedido do dano moral, devo rejeitar, tendo em vista que a parte autora não demonstrou,
minimamente, fato que acarretasse dano moral indenizável. A mera inadimplência contratual não é motivo
razoável para ocorrência de dano moral.
Servirá a presente decisão, por cópia digitalizada, como mandado, na forma do Provimento nº
003/2009/CJRMB, de 22 de janeiro de 2009.
Processo nº 0864139-33.2020.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Seguro, Seguro]
Reclamante: Nome: REGIANE SANTOS DE JESUS
Endereço: Rua Maria de Nazaré, 51, Tapanã (Icoaraci), BELéM - PA - CEP: 66825-650
Nome: JAILSON SOUZA DA SILVA
Endereço: Rua Maria de Nazaré, 51, Tapanã (Icoaraci), BELéM - PA - CEP: 66825-650
SENTENÇA
DECIDO.
Preliminar de ilegitimidade ativa: A reclamada aduz que a primeira reclamante é parte alheia à
discursão em comento, uma vez que o litigio é quanto ao contrato firmado entre o segundo reclamante e a
reclamada, inexistindo qualquer direito violado da primeira reclamante.
Com efeito, a legitimidade ativa só pode ser analisada frente ao caso concreto, pois ela representa a
adequação entre o autor e o direito substancial por ele afirmado, ou seja, sua aferição exige
necessariamente o exame sobre a situação material alegada como existente pelo autor.
No caso, observo que trata-se de ação de indenização decorrente de seguro de veículo, cuja
titularidade/propriedade pertence à primeira reclamante, portanto pendendo sobre ela a responsabilidade
pelo referido veículo, e tendo sido o contrato de seguro firmado pelo segundo reclamante, na qualidade de
principal condutor. Logo, não há que se falar em ausência de interesse da primeira reclamante na causa.
Inicialmente, ressalto que não obstante a reclamada afirmar que possui natureza jurídica de cooperativa,
incontroverso que esta presta serviço de proteção veicular e, sendo prestação de serviço, sujeita-se ao
Código de Defesa do Consumidor. Contudo, enfatizo que apesar de o feito se submeter às regras do
Código de Defesa do Consumidor, tal fato não elide o ônus dos reclamantes de produzir prova mínima dos
fatos constitutivos do direito pleiteado, nos termos do art. 373, I do CPC.
A inversão do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII do CDC visa a facilitar a defesa do consumidor, ou
seja, pressupõe que haja alguma hipossuficiência dele (técnica, jurídica ou econômica) e haja
verossimilhança de suas alegações. E no caso, analisando atentamente os autos, verifico que a pretensão
autoral é procedente em parte.
Da narrativa constante da peça inaugural verifica-se que em 05/02/2019 o segundo reclamante firmou com
a reclamada Contrato de Proteção Veicular, conforme documento vinculado ao ID 20949329, tornando-se
cooperado e, consequentemente, beneficiário/segurado do serviço de proteção e segurança contra
acidentes, roubos e furtos, sendo objeto desse contrato uma motocicleta YAMAHA/YBR150 FACTOR ED,
PLACA QEP-0142/PA, COR VERMELHA, ANO FAB/MOD 2016/2016, CHASSI 9C6RG3120G0007856,
RENAVAM 1084963270, de propriedade da primeira reclamante e utilizado pelo segundo reclamante
como seu principal meio de deslocamento.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ocorre que, no dia 12/11/2019, o segundo reclamante foi vítima de sinistro, pois após ser estacionada em
frente ao edifício MANDARIM localizado na Tv. Almirante Wandenkolk, 159, nesta cidade, a referida
motocicleta foi furtada, tendo sido lavrado Boletim de Ocorrência na mesma data (ID 20949330, p. 2).
Após aviso de sinistro, em 27/11/2019 o cooperado foi comunicado da negativa de acionamento por estar
inadimplente com relação à mensalidade com vencimento em 11/11/2019.
Observa-se que o boleto pago pelo segundo reclamante em 12/11/2019, tinha como vencimento a data de
11/11/2019 (ID 20949330, p. 3), e não 10/11/2019 como afirmado pela reclamada. Ademais, verifica-se a
afirmação de que o boleto referente ao mês de novembro/2019 não estava disponível no aplicativo (ID
20949331, p. 1-3), tendo o segundo reclamante entrado em contato com a reclamada no dia 11/11/2019 e
esta lhe enviou no mesmo dia o código numérico do boleto, porém o código recebido não foi identificado
pela máquina de caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal, não tendo a reclamada se desincumbido
de seu ônus de provar que não teve responsabilidade pela demora ou não emissão em tempo do boleto
em questão para pagamento pelo segundo reclamante.
Outrossim, apesar de não desconhecer o teor do item “1” do capítulo “DO VENCIMENTO DO BOLETO”,
do Programa de Proteção Veicular firmado entre as partes (ID 20949329, p. 3), mencionado pela
reclamada no documento vinculado ao ID 20949332, destaco que o entendimento jurisprudencial pátrio é
no sentido de que, em casos como o dos autos, deve ser aplicado, por analogia, o Enunciado de Súmula
nº 616 do STJ, o qual preceitua que: “A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação
prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a
suspensão ou resolução do contrato de seguro”, ressaltando-se, ainda, a abusividade das cláusulas que
imponham a resolução/suspensão automática do contrato pelo não pagamento.
1. O contrato de proteção veicular, enquanto carente de regulamentação específica, deve ser analisado
com base no regramento próprio do contrato de seguro, dada a equivalência do objeto contratado.
Precedentes.
3. "A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca do
atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou resolução do
contrato de seguro." (Enunciado 616 do STJ).
6. Na hipótese em que o consumidor comprova que o veículo assegurado que esteve impedido de circular
era utilizado como instrumento de trabalho antes da ocorrência do sinistro, deverá o fornecedor arcar com
a indenização a título de lucros cessantes.
7. A omissão da seguradora que, injustificadamente, deixa de arcar com a reparação do veículo utilizado
como instrumento de trabalho ultrapassa o mero inadimplemento contratual e provoca dano moral
indenizável.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No caso, com base no julgado acima, corroborado com os documentos constantes dos autos, depreende-
se que tendo em vista que em 12/11/2019 ocorreu o pagamento do boleto com vencimento em
11/11/2019, sequer haveria tempo hábil para a comunicação prévia acerca do atraso no pagamento, o que
entendo tornar indevida a recusa da reclamada em indenizar o cooperado. Tanto é assim, que somente
em 27/11/2019 a reclamada comunicou ao segundo reclamante sobre a negativa de indenização e sob o
fundamento equivocado de que o boleto com vencimento em 11/11/2019 não foi pago (ID 20949332),
quando, em verdade, ocorreu o pagamento do boleto com vencimento em 11/11/2019 com atraso de
apenas um dia.
Ora, vigem nas relações de consumo os princípios da boa-fé objetiva, da cooperação, da lealdade, da
informação e da transparência, os quais restaram violados no presente caso, sendo, portanto, incabível o
argumento da reclamada de que o não pagamento ou pagamento em atraso da mensalidade com
vencimento 11/11/2019, gera a exclusão automática do associado e a perda da cobertura securitária,
sendo certo que a reclamada recebeu normalmente o pagamento da mensalidade de 11/11/2019, com o
atraso constatado em razão de culpa em sua conduta.
Desta feita, tem-se que a reclamada não logrou êxito em provar fato impeditivo, extintivo ou modificativo
do direito dos reclamantes, nos termos do art. 373, II do CPC, de modo que estes fazem jus ao pagamento
da indenização securitária da motocicleta sinistrada YAMAHA/YBR150 FACTOR ED, PLACA QEP-
0142/PA, COR VERMELHA, ANO FAB/MOD 2016/2016, consoante tabela FIPE e conforme cláusulas
contratuais relacionadas ao “REEMBOLSO E/OU REPARAÇÃO VEICULAR” (ID 20949329, p. 4).
De outra senda, quanto ao dano moral, cumpre destacar que com assento constitucional no art. 5º, V e X,
este pode ser compreendido como aquele que ofende direito da personalidade do indivíduo, a bem
imaterial, tal como honra, integridade da esfera íntima, causando sofrimento físico e psíquico.
No caso em tela, os reclamantes se limitou a alegar a ocorrência de dano moral, sem produzir prova da
ofensa à honra, imagem, dignidade da pessoa humana por eles suportada e, neste particular, não há que
se falar em inversão do ônus da prova.
Somente deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fora dos
padrões de normalidade, cause interferência intensa no comportamento psicológico do indivíduo,
causando-lhe angústia, aflição e desequilíbrio em seu bem-estar, o que não restou demonstrado nestes
autos.
Ante o exposto, a teor do disposto no art. 487, I do CPC, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o
pedido inicial, apenas para condenar a reclamada ao pagamento de indenização securitária aos
reclamantes referente à motocicleta sinistrada YAMAHA/YBR150 FACTOR ED, PLACA QEP-0142/PA,
COR VERMELHA, ANO FAB/MOD 2016/2016, cujo valor deve ser obtido com base na tabela FIPE e
conforme cláusulas contratuais relacionadas ao “REEMBOLSO E/OU REPARAÇÃO VEICULAR” (ID
20949329, p. 4), nos termos da fundamentação e JULGO EXTINTA a ação com resolução do mérito.
Servirá a presente decisão, por cópia digitalizada, como mandado, na forma do Provimento nº
003/2009/CJRMB, de 22 de janeiro de 2009.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA
Processo nº 0842215-63.2020.8.14.0301
Autos de AÇÃO [DIREITO DO CONSUMIDOR, Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano
Material]
Reclamante: Nome: PAULO RODRIGO DE SOUZA
Endereço: PASSAGEM LAURO MARTINS, 674, FRENTE, MARCO, BELéM - PA - CEP: 66095-300
DECIDO.
ÀRé 02 – 123 VIAGENS E TURISMO LTDA foi aplicada a pena de revelia, pois, embora intimada, não
compareceu à audiência una (Id 23728351).
Em virtude da ausência da Ré 02 à audiência una, o ato não chegou a ser realizado (Id 20417142), de
modo que foi aberta oportunidade para o Autor se manifestar, por petiição nos autos, acerca da
contestação oferecida pela Ré 01 – AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS S.A., o que o fez por meio do
petitório Id 26543702, requerendo, por fim, o julgamento antecipado da lide.
945
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Por se tratar de matéria de direito e ante a prescindibilidade de dilação probatória, procedo ao julgamento
na forma do art, 355, I, do CPC.
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO
A Ré 01, em contestação, requereu a suspensão do processo por motivo de força maior (pandemia
COVID-19), entretanto, não há como prosperar a pretensão por ausência de respaldo jurídico, haja vista
que todas as empresas e comerciantes do país encontram-se na mesma situação, sendo, no mínimo,
temerária qualquer decisão nesse sentido.
Ademais, não há como se ignorar o fato de que as atividades comercias estão gradualmente
retornando à sua normalidade. Assim, se de um lado a Ré 01, na qualidade de companhia aérea, sofre
com a crise econômica, entendo que os seus clientes, na qualidade de consumidores, vivenciam
igualmente o mesmo quadro, uma vez que também foram atingidos pelos reflexos da desestabilização da
economia, de modo que deve ser preservado o patamar de igualdade constitucional.
Rejeito a preliminar.
PASSO AO MÉRITO.
A relação jurídica entre as partes tem natureza consumerista, o que atrai para a hipótese a incidência das
normas protetivas do CDC.
Cediço que a inversão aqui deferida não desonera a parte a quem aproveita de comprovar minimamente
os fatos constitutivos do seu direito (art. 373, I, do CPC).
O Autor adquiriu junto à Ré e pelo valor de R$-1.624,92, 03 passagens aéreas, todas com itinerário
BELÉM – GUARULHOS (05.08.20) e GUARULHOS – BELÉM (15.08.20).
Ocorre que solicitou, por e-mail, em 10.06.20, junto à Ré 02, o cancelamento das passagens, quando,
então, lhe foi solicitado que aguardasse retorno por e-mail. Sem retorno, em 08.07.20, em 14.07.20 e em
20.07.20 reiterou o pedido junto à Ré 02 (Id 18932077).
Finalmente, em 29.07.20, obteve retorno e teve como resposta que a multa do cancelamento, por ser
calculada sobre o número de passageiros e o número de trechos, superaria o valor total das passagens,
de modo que não haveria reembolso (Id 18932079).
946
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pelo teor da resposta não seria irrazoável crer que as passagens estavam canceladas, no entanto, não foi
o que ocorreu, de modo que, conforme sustenta a Ré 01, restou caracterizado o NO-SHOW.
Pois bem. Veja-se que todo o imbróglio, e por conseguinte a falha na prestação do serviço (art. 14, do
CDC), se originou com a demora na resposta ao Autor do seu pedido de cancelamento. Foram quase 02
meses, entre a solicitação e a manifestação da Ré 02.
Não obstante, ainda que assim não fosse, é manifestamente abusiva a imposição de multa superior ao
preço da própria passagem ao ponto de se alegar não haver o que ser reembolsado.
Art. 9º As multas contratuais não poderão ultrapassar o valor dos serviços de transporte aéreo.
Parágrafo único. As tarifas aeroportuárias pagas pelo passageiro e os valores devidos a entes
governamentais não poderão integrar a base de cálculo de eventuais multas.
Impõe-se, portanto, o reconhecimento da violação da boa-fé contratual, sendo nula de pleno direito a
cláusula que nesse sentido discorra, pois coloca o consumidor em desvantagem excessiva ao ponto de
praticamente obrigar-lhe, em qualquer circunstância, a não rescindir o contrato.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:
[...]
[...]
[...]
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes á natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
seu objeto ou equilíbrio contratual;
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.
Não se nega com isso a possibilidade de a companhia aérea reter parte do valor despendido pelo
consumidor quando o cancelamento das reservas se dá por critério exclusivo deste, ainda que por justo
motivo. Para tanto, adota-se o percentual de 5% previsto pelo art. 740, do CC. Senão vejamos:
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, sendo-
lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo
de ser renegociada.
§2 o Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar de embarcar, salvo se
provado que outra pessoa foi transportada em seu lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete
não utilizado.
§3 o Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá direito de reter até cinco por cento da
importância a ser restituída ao passageiro, a título de multa compensatória.
A jurisprudência:
A despeito de não terem as Rés renegociado as passagens (NO-SHOW), não o fizeram por culpa
exclusivamente sua, na medida em que negligenciaram a resposta ao Autor tão logo solicitou, este, o
cancelamento das reservas. Assim, não apenas há valor a ser restituído como também a redução da multa
para 5% do valor total pago é medida que se impõe.
Por fim, quanto ao dano moral, a situação narrada não possui a extensão noticiada.
Cediço que nem toda situação desagradável e incômoda, aborrecimento ou desgaste é justificativa para
reparação por danos morais. A indenização extrapatrimonial surge em decorrência de uma conduta ilícita
ou injusta, que venha a causar forte sentimento negativo em qualquer pessoa comum, como vexame,
constrangimento, humilhação, situações não evidenciadas no caso dos autos.
O ocorrido, embora desagradável, não é capaz de sugerir reparação por danos morais.
Nesse contexto, não caracterizada circunstância que eventualmente tenha atingido a dignidade do Autor,
não há que se falar em dano moral.
DISPOSITIVO
Caso haja pagamento e tenha havido pedido de levantamento pela parte credora sem oferecimento de
impugnação e sem que tenha se iniciado nova fase processual, expeça-se alvará, certifique-se nos autos
e, nada mais havendo, arquive-se.
Em havendo interposição de Recurso Inominado que, desde já recebo apenas no seu efeito devolutivo
(art. 43, da LJE), abra-se prazo para a parte contrária, querendo, oferecer Contrarrazões e, após,
remetam-se os autos à Turma Recursal que tocar por distribuição, a quem caberá fazer o Juízo de
admissibilidade, inclusive a análise de eventual pedido de gratuidade judiciária.
Publique-se. Intimem-se.
Cumpra-se.
ATO ORDINATÓRIO
Eu, Diretor de Secretaria da 8ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém, por determinação legal, etc.,
abaixo assinado.
CERTIFICO para os devidos fins de direito que os presentes autos retornaram da Turma Recursal. É
verdade e dou fé.
Em cumprimento ao disposto no art. 1º, §2º, inciso XXII, do Provimento 006/2006 da CRMB, ficam
intimadas as partes sobre o retorno dos autos do E. Turma Recursal, a fim de que, querendo, procedam
aos requerimentos que entenderem pertinentes, no prazo de 15 (quinze) dias.
Processo nº 0845195-46.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Benfeitorias]
Nome: GILVANA FERREIRA BARROS
Endereço: Av. Júlio Cesar, 213, Açailândia, SALINóPOLIS - PA - CEP: 68721-000
DECISÃO-MANDADO
Isto porque, não obstante a reclamante afirmar que acreditava que o reclamado seria advogado quando se
ofereceu para tratar da pensão por morte em favor da reclamante e do inventário do companheiro da
reclamante, dos documentos constantes dos autos não identifico sequer indícios de tal condição do
reclamado, pois tanto do contrato de prestação de serviços (ID 30940558), quanto da procuração
outorgada pela reclamante (ID 30941941), na qualificação do reclamado este consta como autônomo.
Ademais, apenas pelos documentos juntados não é possível atestar que a reclamante esteja sendo
cobrada pela suposta prestação de serviços no valor de R$57.000,00 (cinquenta e sete mil reais), sendo,
portanto, temerária a concessão da tutela de urgência sem a necessária instrução do feito e o
estabelecimento do contraditório, uma vez ausentes a probabilidade do direito alegada e o risco de dano.
Cumpra-se.
SENTENÇA
Processo nº 0875627-53.2018.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Despesas Condominiais]
Reclamante: Nome: CONDOMINIO DO EDIFICIO GAVEA
Endereço: Loteamento Balneário Atalaia, S/N, Quadra 21, Lotes 11 e 12, Salinópolis, SALINóPOLIS - PA -
CEP: 68721-000
Vistos.
Decido.
Assim, nos termos do certificado e nada mais havendo, a declaração de satisfação da obrigação é
medida que se impõe.
ISSO POSTO, com fundamento nos arts. 924, II e 925, do CPC, DECLARO SATISFEITA A
OBRIGAÇÃO e JULGO EXTINTA A EXECUÇÃO.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Processo nº 0845407-67.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Arrendamento Mercantil]
Nome: MAGNO TRINDADE REIS
Endereço: Travessa Doutor Enéas Pinheiro, 2739, apto 502 torre 1, Marco, BELéM - PA - CEP: 66095-015
DECISÃO-MANDADO
Ausentes os requisitos legais, indefiro o pedido de tutela de urgência, sob o juízo de cognição sumária.
Isto porque, não vislumbro, ao exame preliminar, demonstrada a probabilidade do direito alegada, pois
apenas pela afirmação do reclamante e documentos juntados, não é possível afirmar que é indevida a
cobrança levada a efeito pela reclamada, já que tal cobrança se refere ao exercício do direito de regresso
em face do reclamante relacionado à taxa de evolução de obra paga pela reclamada dos meses de abril a
setembro/2017 (ID 31130369, p. 1), quando ainda estava em construção a unidade imóvel adquirida pelo
reclamante, o qual afirma ter recebido o imóvel objeto do contrato firmado com a reclamada em
novembro/2017, sendo, portanto, temerária a concessão da tutela de urgência sem a necessária instrução
do feito e o estabelecimento do contraditório.
Ademais, observo que a notificação enviada ao reclamante e referente ao débito questionado é datada de
06/09/2018, porém somente em 2021 o reclamante ajuiza a presente ação insurgindo-se quanto à
cobrança e o respectivo protesto, o que entendo afastar o requisito do perigo de dano alegado.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0834287-27.2021.8.14.0301
INTIMAÇÃO
Pelo presente, fica V. Senhoria INTIMADA, nos autos em epígrafe, a partir do momento da leitura
desta intimação, para se manifestar, no prazo de 05 (quinze) dias, acerca da devolução sem
cumprimento da Citação/Intimação expedida, cuja Aviso de Recebimento segue em id 31833399
(Assinado Digitalmente)
Processo nº 0834287-27.2021.8.14.0301
INTIMAÇÃO
Pelo presente, fica V. Senhoria INTIMADA, nos autos em epígrafe, a partir do momento da leitura
desta intimação, para se manifestar, no prazo de 05 (quinze) dias, acerca da devolução sem
cumprimento da Citação/Intimação expedida, cuja Aviso de Recebimento segue em id 31833399.
(Assinado Digitalmente)
SENTENÇA
Processo nº 0828427-45.2021.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Moral, Bancários]
Reclamante: Nome: ISMENIA DAMASCENO DE OLIVEIRA
Endereço: Passagem Leão, 22, São Clemente, BELéM - PA - CEP: 66643-015
Vistos etc,
Aduz a parte autora que é aposentada junto ao INSS e constatou que fizeram um empréstimo em nome no
valor de R$ 17.092,09 (dezessete mil, noventa e dois reais e nove centavos), em 84 parcelas de R$
365,00.
Sustenta, também, que não contraiu o empréstimo em questão. Pleiteou, ao final, a declaração da
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
inexistência do negócio jurídico, repetição em dobro do indébito, danos morais e antecipação de tutela.
É o breve relatório.
DECIDO.
Inicialmente afasto da preliminar de falta de interesse processual. Nos termos do artigo 5º, XXXVI, a lei
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, motivo pelo qual a ausência de
pretensão resistida não é justa causa para a parte carecer do direito de ação.
Pois bem. A presente demanda submete-se à Lei nº 8.078/90, porque a matéria a ser discutida nos autos
versa sobre relação de consumo (artigos 2º e 3º do CDC), imperando, inclusive, a inversão do ônus da
prova em favor da requerente (art. 6º do CDC), por haver verossimilhança em suas alegações. Ao
magistrado cabe julgar com base no princípio da equidade e nas regras de experiência comum, as quais
dizem respeito àqueles fatos observados ordinariamente no cotidiano.
O banco requerido não produziu provas de seus argumentos contrários ao pedido inicial. Não há qualquer
prova trazida pelo Requerido sobre a existência do contrato de empréstimo e eventual disponibilização de
crédito em favor da Parte Requerente.
Na verdade, restou demonstrado que a parte autora não contratou o empréstimo indicado na inicial, o que
justifica prosperar o seu pedido.
A parte autora afirmou categoricamente na sua inicial que não contraiu o empréstimo em questão,
tampouco autorizou que terceiros o fizessem em seu nome. Fato que já está demonstrado nos autos.
Desse modo, vejo ter ocorrido falha no serviço do Requerido, nos termos do artigo 14 do CDC, tendo em
vista que efetuou desconto na conta bancária da Requerente, mesmo sem a existência de um contrato
válido de empréstimo, o que, evidentemente, gera o dever de indenizar.
A parte requerente pleiteou ainda indenização por danos morais, face ao ato danoso praticado pelo
Requerido, o que encontra esteio no art. 6º, VI, do Código de Defesa do Consumidor, quando assim
determina:
[...]
A QUO. Não conhecimento parcial do recurso relativo a esses questionamentos. Dano moral. Cautela
parcial do banco para abertura de conta bancária. Ausência de maiores cuidados do banco ao conferir os
documentos apresentados e confrontar as informações neles constantes. Distorção entre os
empregadores do falsário. Excludente de ilicitude não configurada. Reforma da sentença. Dano moral
objetivo configurado. Dano in re ipsa. Dever de indenizar. Fixação do quantum. Principio da razoabilidade
e proporcionalidade. Juros e correção monetária. Recurso conhecido em parte para no que tange ao pleito
de arbitramento do valor da indenização lhe dar parcial provimento. Recurso do banco. Manutenção nome
do autor do cadastro de inadimplentes e da dívida junto à instituição bancária. Indeferimento. Recurso
conhecido e improvido. Custas e honorários advocatícios. (Processo nº 201000901837, Turma Recursal
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais/SE, Rel. Rosa Maria Mattos A. de S. Brito. unânime, DJ
16.11.2010).
Sopesados os fatos e os direitos que amparam a pretensão autoral, estou convencido de que a
Requerente sofreu danos morais, que devem ser reparados, fixando-se a cifra no valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), a título de indenização.
Dessa forma, entendo ser esse valor razoável para proporcionar compensação aos dissabores e
transtornos sofridos, vez que essa cifra não proporcionará enriquecimento sem causa e não colocará a
parte ofensora em situação de miséria, bem como pela sensação de insegurança e o desgaste emocional
que o fato naturalmente provoca.
A parte requerente pleiteou o indébito do valor descontado de forma indevida, o que tem esteio no art. 42,
parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
de engano justificável.
DISPOSITIVO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ante o exposto, ACOLHO o pedido da Requerente, na forma do art. 487, I, primeira parte, do Código de
Processo Civil e EXTINGO o processo com resolução de mérito, na forma da fundamentação já exposta.
DECLARO nulo o contrato de empréstimo indicado na inicial e a exigibilidade da obrigação contratual, nos
termos da fundamentação já exposta.
CONDENO o banco requerido a restituir, em dobro, o valor que descontou indevidamente do benefício da
parte autora, totalizando o valor de R$ 7.300,00 (sete mil e trezentos reais), devendo este montante ser
corrigido pelo INPC, e acrescido de juros de mora de 1% a.m., a partir da citação.
CONDENO, ainda, o requerido a indenizar a parte autora, na importância de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
a título de danos morais, a ser corrigida monetariamente pelo INPC, a partir da data do arbitramento
(Súmula 362 do STJ) e acrescidos de juros legais na proporção de 1% (um por cento) ao mês, a partir da
citação.
Isento de custas e honorários, pois incabíveis no Sistema do Juizado Especial, nos termos do art. 55, da
Lei No. 9.099/1995. Defiro a gratuidade somente a parte autora.
P.R.I.
Servirá a presente decisão, por cópia digitalizada, como mandado, na forma do Provimento nº
003/2009/CJRMB, de 22 de janeiro de 2009.
ATO ORDINATÓRIO
Processo nº 0861347-43.2019.8.14.0301
Reclamante: JOAO DA SILVA LOPES
Reclamada: EQUATORIAL PARÁ DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A
SENTENÇA
Processo nº 0842015-56.2020.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Despesas Condominiais]
Reclamante: Nome: CONDOMINIO TOTAL LIFE CLUB HOME
Endereço: Rodovia Augusto Montenegro, 3975, Tenoné, BELéM - PA - CEP: 66820-000
Vistos.
958
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Decido.
DA SUSPENSÃO DO FEITO
Não obstante, desacolho a pretensão, tendo em vista que o presente feito ainda se encontra na fase de
conhecimento, de modo que sequer existe título executivo constituído nos autos.
DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Considerando que a entrega das chaves à primeira compradora do imóvel gerador dos débitos objeto
desta ação se deu em 23.06.16, conforme Termo de Vistoria, Entrega de Chaves e Manual do Proprietário
(Id 18894518), há legitimidade das Rés para figurarem no polo passivo, considerando que os valores que
se cobram são anteriores à tal data.
PASSO AO MÉRITO.
Em razão do inadimplemento das quotas condominiais (dívida propter rem) dos meses de
dezembro/15 e de janeiro/16 a junho/16, referentes ao Apartamento 601, do Bloco B2, do Condomínio
Autor, na suposta quantia total de R$-4.859,73 (oito mil, oitocentos e cinquenta e nove reais e setenta e
três centavos - Id 23815809), ajuizou-se a presente demanda, cujo fundamento encontra-se no art. 1.348,
VII, do CC/02.
DA PREVISÃO EM ATA
Conforme ata de Assembleia Geral Extraordinária - AGE, ocorrida em 06.11.15 (Id 18894514),
houve a minoração da taxa condominial, passando para o importe de R$-299,77.
Tendo em vista que aos autos não foram juntadas quaisquer atas do ano de 2016 e não havendo
impugnação específica quanto a isto, há de se atribuir para o período equivalente, que coincide com o
período de cobrança desta ação, o mesmo valor da taxa condominial aprovada na AGE acima referida.
Não obstante o art. 27, da Convenção Condominial (Id 18894497 – Pág. 05) preveja a incidência de
honorários advocatícios, a cobrança desta verba vai de encontro ao entendimento firmado por este Juízo
que, de ofício, a tem afastado.
Isso porque, se opta o Condomínio Autor pelo procedimento dos Juizados Especiais, com todas as
facilidades a ele inerentes, notadamente a isenção de custas e a celeridade do rito, deve, de igual sorte,
adequar-se às restrições impostas pela Lei.
O art. 27, da Convenção Condominial (Id 18894497 – Pág. 05) dispõe que o valor devido será
“atualizado monetariamente na mesma proporção da variação do índice que melhor refletir a inflação do
período, verificada entre a data do vencimento e aquela em que se der o efetivo pagamento”.
Assim, e considerando que o Condomínio Autor deixou de indicar qual índice satisfazia tal requisito
(Id 18894517 e Id 23815809), deverá ser utilizado o INPC, eis que além de se tratar de índice oficial é o
que melhor expressa a desvalorização da moeda.
Feitas as considerações acima, a condenação das Rés ao pagamento é medida que se impõe.
Apenas para facilitar a liquidação, adotar-se-á o valor singelo (principal) de cada parcela, ou seja,
aquele da data do seu vencimento (Id – 23815809).
Portanto, diante dos liames acima delineados, tem-se que a quantia principal e singela devida pelas Rés é
de R$-2.098,39 (dois mil e noventa e oito reais e trinta e nove centavos).
Sobre essa quantia deverá incidir correção monetária pelo INPC, bem como juros de mora de 1% ao mês
e multa de 2%. Tudo a contar do vencimento de cada uma das quotas condominiais a serem consideradas
isoladamente (art. 27, da Convenção Condominial – Id 18894497 – Pág. 05).
DISPOSITIVO
ISSO POSTO, com fundamento no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial para condenar as Rés a pagarem ao Condomínio Autor
a quantia principal de R$-2.098,39 (dois mil e noventa e oito reais e trinta e nove centavos), corrigida
monetariamente pelo INPC, acrescida de juros de mora de 1% ao mês, bem como de multa de 2%. Tudo a
contar do vencimento de cada uma das quotas condominiais ordinárias consideradas isoladamente (art.
27, da Convenção Condominial – Id 18894497 – Pág. 05).
Na hipótese de pagamento, inexistindo impugnação e caso não se tenha iniciado nova fase processual,
expeça-se alvará em benefício da parte credora e arquivem-se.
Em havendo interposição de Recurso Inominado, que desde já recebo apenas no efeito devolutivo (art. 43,
da LJE), abra-se prazo para a parte contrária, querendo, oferecer Contrarrazões e, após, remetam-se os
autos à Turma Recursal que tocar por distribuição.
P.R.I.C.
DECISÃO-MANDADO
Processo nº 0805546-11.2020.8.14.0301
Autos de AÇÃO [Indenização por Dano Moral, Fornecimento de Energia Elétrica, Obrigação de Fazer /
Não Fazer]
Nome: LUIZ PAULO SOARES DA SILVA
Endereço: SAO PEDRO, 27, BENGUI, BELéM - PA - CEP: 66630-130
Vistos.
Ocorre que da articulação entre o disposto no Enunciado nº. 31, do FONAJE e o disposto no art. 8º,
§ 1º, II, da LJE c/c o Enunciado nº. 135, do FONAJE, falece competência a este Juízo para promover a
execução do julgado.
Isso porque, havendo a inversão dos polos, passaria a parte Ré a figurar no polo ativo desta
demanda, o que, na prática, implicaria em violação aos requisitos normativos-legais acima identificados
que, de maneira taxativa, indicam quais são as pessoas jurídicas que podem demandar perante os
Juizados Especiais e, dentre elas, não estão incluídas as de categoria igual a da parte Ré.
Não obstante, havendo título executivo judicial constituído, nada impede que a pretensão seja
proposta por meio de nova ação perante o Juízo competente.
Intime-se.
Cumpra-se.
ATO ORDINATÓRIO
Eu, Diretor de Secretaria da 8ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém, por determinação legal, etc.,
abaixo assinado
CERTIFICO para os devidos fins de direito que em cumprimento a Decisão vinculada ao ID 24274237,
elaborei o Cálculo Judicial juntado no ID 31520484 dos Autos. CERTIFICO, ainda, que faço a juntada do
Extrato da subconta vinculada ao processo para conferência dos valores encontrados na mesma. É
verdade e dou fé.
Considerando o inciso VI do §2° do art. 1° do Provimento nº 006/2006, CJRMB e CJCI, ficam V. Senhora
INTIMADAS, a partir da leitura do presente Ato Ordinatório, a se manifestarem, no prazo de cinco (05)
dias, acerca dos Cálculos apresentados, tudo em conformidade com a referida Decisão.
Processo 0818788-42.2017.8.14.0301
DESPACHO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 1º, §2º, XXII do Provimento nº. 006/2006, da CJRMB, e do art.203, § 4º, do CPC,
intime-se as partes sobre o retorno dos autos das Turmas Recursais, a fim de que requeiram, no prazo de
15 dias, o que entenderem pertinente, inclusive o cumprimento de sentença, sob pena de
arquivamento.
Belém, 16 de agosto de 2021.
Processo 0860971-23.2020.8.14.0301
DESPACHO ORDINATÓRIO
Considerando que todas as determinações judiciais foram cumpridas pela Serventia, assim como pelas
partes, com base no art. 1º, caput e § 1º da Ordem de Serviço nº 01/2020-9VJEC-GAB (Publicada no DJE
de 19/02/2020), arquivem-se os autos.
Intimem-se as partes, advertindo-as que os autos poderão ser desarquivados, sem recolhimento de
custas, no prazo de 06 meses, contados da intimação deste ato, ou do próprio ato, sendo inviável a
intimação por qualquer meio (art. 1º, § 2º da Ordem de Serviço nº 01/2020-9VJEC-GAB).
PROCESSO nº 0845636-27.2021.8.14.0301
DECISÃO
Trata-se de ação de rito sumaríssimo na qual a parte reclamante narra ter adquirido, em 04/07/2020,
estabelecimento da reclamada MAXMIX COMERCIAL LTDA, um produto liquidificador E6TB1
ELECTROLUX 127V VE fabricado pela reclamada ELECTROLUX DO BRASIL S/A, efetuando o
pagamento do preço cobrado, no valor de R$ 249,99 (duzentos e quarenta e nove reais e noventa e nove
centavos).
Afirma que o produto apresentou vícios – fazer ruído e apresentar vazamentos – razão pela qual o levou à
assistência técnica no dia 15/06/2021, contudo, até a data da propositura da demanda (09/08/2021), as
reclamadas não teriam sanado os problemas, tão pouco devolvido o valor pago pelo aparelho.
Requer tutela provisória de urgência para que as partes reclamadas promovam a substituição do produto
por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso ou lhe restituam a quantia paga,
monetariamente atualizada.
É o relatório. Decido.
Os requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência são descritos no artigo 300 do Código de
Processo Civil de 2015, que exige a conjugação da probabilidade do direito com a possibilidade de dano
ou risco ao resultado útil do processo; mantendo-se, para as tutelas de urgência de natureza antecipada, o
requisito negativo de que não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão (art. 300, §3º, do CPC/2015).
Neste tocante, destaque-se que a doutrina pátria é pacífica no sentido de que a vedação à concessão da
tutela provisória de urgência de natureza antecipada por conta de perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão (art. 300, §3º, do CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto, quando configurar verdadeira
violação à garantia constitucional do acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88).
Presente a probabilidade do direito da parte reclamante, uma vez que, por meio do documento de ID nº
31204192, demonstrou ter levado o produto fabricado pela reclamada ELETROLUX e comercializado pela
reclamada MAXMIX à assistência técnica no dia 15/06/2021, de modo que, ao menos nos limites da
cognição sumária admitida neste momento, faz jus à escolha de uma das opções elencadas no § 1º do art.
18 do CDC (substituição do produto, devolução do valor pago, ou abatimento proporcional do preço), pois,
ao menos em tese, o vício do produto não foi sanado no prazo legal de 30 (trinta) dias.
Tendo em vista que todos os integrantes da cadeia de fornecimento (desde o fabricante, até o
comerciante) respondem solidariamente pelos vícios de qualidade apresentados pelos produtos, a parte
reclamante pode demandar tais direitos de ambas as reclamadas.
art. 18 do CDC e que a parte reclamante, pelo que consta da exordial, se satisfará tanto com
o pedido de maneira alternativa para que as reclamadas escolham de que maneira cumprirão a obrigação.
Também verifico a presença da possibilidade de dano à parte reclamante, uma vez que, caso não seja
deferida a medida, permanecerá privada do uso do produto necessário a preparação de refeições para sua
pessoa e sua família.
Ressalte-se que a concessão da tutela de urgência não resulta em medida irreversível, pois, caso as
reclamadas se sagrem vencedoras na demanda, nada obstará que cobrem da parte reclamante os valores
restituídos ou indenização pelo fornecimento do produto substituto, inclusive por meio de pedido
contraposto deduzido nestes autos.
Diante da presença dos requisitos necessários, DEFIRO o pedido de tutela provisória de urgência
DETERMINANDO que as partes reclamadas, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada da presente decisão, à sua escolha:
a) DEPOSITEM em juízo os R$ 249,99 (duzentos e quarenta e nove reais e noventa e nove centavos)
pagos pelo produto objeto da demanda, monetariamente atualizado; OU
b) promovam a substituição do liquidificador E6TB1 ELECTROLUX 127V VE por outro da mesma espécie,
em perfeitas condições de usos.
A Audiência Una será realizada na modalidade virtual, através da Plataforma de Comunicação Microsoft
Teams, devendo as partes observar o guia prático da plataforma de videoconferência, constante do
965
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Manifestem-se nos autos as partes, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada, informando os e-mails para envio do link de acesso à sala de audiência virtual.
Devem as partes e os advogados acessar a audiência no dia e horário designados, por computador,
celular (smartphone) ou tablet, sem necessidade de instalação do referido aplicativo (utilizando o
navegador Google Chrome), por meio do link que será enviado antecipadamente ou no momento da
realização do ato, para os e-mails informados pelos litigantes, ocasião em que estes poderão produzir as
provas admitidas em direito e que entenderem necessárias, inclusive testemunhais, e a parte reclamada
deverá apresentar defesa escrita ou oral, sob pena de revelia.
Partes e advogados podem estar presentes na data e hora agendadas no mesmo ponto de acesso
(computador, celular, tablet), ou, caso algum dos participantes prefira e possa participar da audiência
individualmente de outro ponto de acesso, deve informar antecipadamente no prazo acima informado, o e-
mail para envio de convite. Todos os participantes devem estar munidos de documento oficial de
identificação, com foto, para apresentação na audiência, sendo vedada em sede de Juizado Especial
representação de pessoa física (Enunciado 10 do FONAJE).
Havendo necessidade de esclarecimentos, seguem os contatos desta Vara. Telefone: (91) 3211-0412 /
WhatsApp: (91) 98463-7746 / E-mail: 9jecivelbelem@tjpa.jus.br.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamante ensejará a
aplicação da extinção da presente ação sem resolução do mérito, consoante art. 51, I, da Lei nº 9099/95
c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, bem como poderá ensejar a condenação
ao pagamento de custas, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamada ensejará a
aplicação da revelia, consoante arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95 c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo eventual
impossibilidade de acesso ser comunicada por petição protocolada nos autos.
Com efeito, imperioso destacar que as partes deverão comunicar a este Juízo a mudança de endereço,
ocorrida no curso do processo, sob pena de serem consideradas como válidas as intimações enviadas ao
endereço anterior, constante dos autos (artigo 19, § 2º, da Lei nº 9.099/95).
Ressalte-se ainda que, nas causas em que for atribuído valor econômico superior a vinte salários mínimos,
a assistência da parte por advogado será obrigatória (artigo 9º da Lei nº. 9.099/95).
A opção da parte autora pelo procedimento da Lei nº. 9.099/95 implica em renúncia ao crédito excedente
ao limite previsto no inciso primeiro do artigo 3º da citada lei (quarenta salários mínimos), conforme
previsão do parágrafo terceiro, do mencionado artigo.
Em se tratando de causa que versa a respeito de relação de consumo, resta deferida a inversão do ônus
da prova, nos termos do disposto no artigo 6°, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Intime-se a parte reclamada para que, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão, promovam seu cadastro no Sistema PJE para recebimento de citações e intimações
por meio eletrônico, nos termos do § 1º do art. 246 do CPC/2015.
966
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O descumprimento da determinação supra será punido, na forma do art. 77, §§ 1º e 2º, do CPC/2015,
como ato atentatório à dignidade da Justiça com aplicação de multa, que fixo em 5% (cinco por cento) do
valor da causa, a ser revertida em favor da Fazenda Pública Estadual, sem prejuízo de adoção de
medidas civis, processuais e penais cabíveis.
Caso as partes não tenham interesse em produzir provas em audiência, deverão informar nos
autos, dentro do referido prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada, sendo
que o silêncio implicará em preclusão no que concerne à produção de provas, o que autoriza o
julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.
Neste caso, a Audiência Una será de pronto cancelada e a parte reclamada será imediatamente intimada
a apresentar defesa nos autos no prazo improrrogável de 15 dias úteis.
Manifestando-se qualquer das partes pela necessidade de produção de provas em audiência, ficará
mantida por ora a data de Audiência Una a ser designada, devendo o manifestante, dentro do referido
prazo de 05 (cinco) dias úteis, fundamentar seu pedido, caso não pormenorizado, indicando inclusive as
provas que pretende produzir, ficando desde já os litigantes advertidos que o mero depoimento pessoal
não se presta a tal finalidade, pois apenas serve como via de reprodução dos fatos já deduzidos na inicial
e contestação, devendo após os autos ser remetidos conclusos para decisão.
De igual forma, esclareço às partes que, havendo manifestação para manutenção da audiência visando
exclusivamente o interesse na composição consensual, tal pedido resta indeferido de plano, pois tal fato
não impede que as partes, por seus patronos, cheguem a uma composição extrajudicial da lide, trazendo
eventual acordo para homologação deste Juízo.
PROCESSO nº 0828923-74.2021.8.14.0301
DECISÃO
Tendo em vista os problemas apontados na certidão de ID nº 31382504 e considerando que o juiz pode
determinar providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, intime-se
a parte reclamante para que, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada da
presente decisão, deposite, em Juízo, os valores apontados nos boletos trazidos aos autos com a petição
de ID nº 30899064.
Comprovado o depósito ou constatado por meio de consulta ao extrato da conta vinculada, intime-se a
parte reclamada para que, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada:
a) requeira a expedição de alvará judicial para transferência dos valores eventualmente depositados em
Juízo pela parte reclamante para conta bancária a ser indicada na peça;
Não comprovado o depósito judicial, certifique-se nos autos e aguarde-se a audiência já designada.
Intime-se e cumpra-se.
PROCESSO nº 0833047-03.2021.8.14.0301
DECISÃO
Mesmo com o advento do CPC/2015, eventual execução provisória de decisão deve ser feita em autos
apartados, seja para evitar o tumulto processual, com a prática concomitante de atos de conhecimento e
execução, seja por questões de ordem prática, uma vez que, em caso de eventual recurso interposto em
face de sentença proferida na fase de conhecimento ou de cumprimento provisório de sentença, os autos
principais serão remetidos à Turma Recursal, o que inviabilizaria o prosseguimento da outra fase.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Havendo notícia de descumprimento da tutela provisória de urgência concedida nos autos, ao menos em
uma primeira análise, faz jus a parte reclamante à multa por descumprimento, o que deve ser confirmado
por ocasião da sentença de mérito, em caso de procedência do pedido.
Caso queira ver a parte reclamada compelida ao depósito judicial da multa já fixada ou compelida ao
cumprimento da obrigação sob pena de multa majorada ou com periodicidade diária, a parte reclamante
deverá mover cumprimento provisório da decisão em autos apartados.
Quanto à testemunha arrolada, não tendo havido requerimento de intimação, nos termos do art. 34, § 1º,
da Lei nº 9.099/95, a parte reclamante poderá providenciar o seu comparecimento à audiência.
Intime-se e cumpra-se.
SENTENÇA
Vistos etc.
VALDINEY LOPES BRITO, titular da CONTA CONTRATO nº , move ação em face de EQUATORIAL
PARÁ DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A., na qual requer:
A empresa requerida, por sua vez, sustenta a existência de irregularidade na medição do consumo,
licitude da cobrança e ausência de dano moral.
DO MÉRITO
Versam os autos sobre evidente relação de consumo, uma vez que a parte reclamante é pessoa física que
utiliza o serviço prestado pela parte reclamada como destinatária final, caracterizando-se como
consumidora, nos termos do art. 2º do CDC, enquanto a reclamada, concessionária de serviço público, é
pessoa jurídica que desenvolve atividade de prestação de serviço público de fornecimento de energia
elétrica, afigurando-se fornecedora no âmbito do mercado consumerista, nos termos dos arts. 3º e 22, do
CDC.
De outro lado, a parte reclamante, além de consumidora, é hipossuficiente no que tange à produção
probatória – uma vez que dela não se espera a detenção do conhecimento técnico e dos meios de prova
necessários à resolução da lide no que tange à inocorrência de irregularidade de consumo e da correção
do procedimento de recuperação da energia eventualmente consumida fora da medição –, razão pela qual
é imperioso inverter o ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII, do CDC.
Aponte-se que os requisitos para inversão do ônus da prova previstos no dispositivo supra –
verossimilhança das alegações formuladas e hipossuficiência do consumidor – são alternativos, bastando
a presença de um deles para deferimento da medida.
Além do mais, de acordo com a Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova, é a parte reclamada
quem detém as melhores condições de provar as irregularidades de consumo que afirma ter encontrado
em vistorias realizada na unidade e que realizou corretamente o procedimento de recuperação do
consumo fora da medição, uma vez que os documentos referentes a estes fatos estão em seu poder.
DO DÉBITO DE CNR
b) Para fins de comprovação de consumo não registrado (CNR) de energia elétrica e para validade da
cobrança daí decorrente a concessionária de energia está obrigada a realizar prévio procedimento
administrativo, conforme os arts. 115, 129, 130 e 133, da Resolução nº. 414/2010, da ANEEL,
assegurando ao consumidor usuário o efetivo contraditório e a ampla defesa;
c) Nas demandas relativas ao consumo não registrado (CNR) de energia elétrica, a prova da efetivação e
regularidade do procedimento administrativo disciplinado na Resolução nº. 414/2010, incumbirá à
concessionária de energia elétrica.
b) da regularidade do procedimento administrativo para apuração dos valores devidos, com observância
dos arts. 115, 129, 130 e 133, da Resolução nº. 414/2010, da ANEEL, e de que foi assegurado ao
consumidor o efetivo contraditório e a ampla defesa.
Note-se que nos termos do art. 985, I e II, do CPC/2015, uma vez julgado o IRDR, tais teses devem ser
aplicadas a todos os processos individuais e coletivos, pendentes e futuros, que versem sobre idêntica
questão, em face de sua eficácia vinculante, sem necessidade de trânsito em julgado do acórdão, como se
depreende do caput do citado dispositivo, mesmo porque na hipótese de não serem confirmadas pelos
Tribunais Superiores, os julgados que as tenham adotado serão suscetíveis de ajuste pelos modos
previstos no art. 1.040 do CPC/2015.
Dito isso e passando à análise do caso concreto, à luz das teses firmadas no precedente, observo que a
ré logrou êxito em provar o consumo não registrado (CNR) de energia elétrica.
Tal conclusão pode ser alcançada não só pelo TOI, como também pelo registro fotográfico da inspeção e
histórico da unidade que aponta ter havido majoração no consumo após a troca do medidor de energia
adotada pela ré quando da fiscalização da unidade em setembro de 2017, bem ainda, pelo laudo emitido
pelo IMETROPARÁ, cujas conclusões não deixam dúvida acerca do defeito apresentado pelo
equipamento e sua influência para menor na medição Id. 10414771 - Pág. 2.
Outrossim, também constato que a empresa seguiu o procedimento correto tanto na formalização do TOI,
assim como, dando ciência ao consumidor da inspeção e da irregularidade e facultando-lhe exercer o
direito de defesa, como bem demonstram não só as provas carreadas pela defesa, como os documentos
juntados pelo próprio reclamante. Houve ainda demonstração clara do critério utilizado para apurar o valor
devido, que se encontra devidamente previsto na Resolução 414 ANEEL que rege o setor.
Assim, a única conclusão possível é que a cobrança levada a efeito pela requerida atendeu às balizas
fixadas pelo TJPA quando do julgamento do IRDR suso aludido e que não há prova capaz de desconstituí-
la, mesmo porque o reclamante sequer conseguiu comprovar, ainda que minimamente, a tese de que seu
consumo aumentou após a troca do medidor em virtude da utilização de uma máquina de estamparia em
sua residência, o que poderia ser facilmente comprovado mediante juntada da nota fiscal do equipamento.
Diante disso, sendo lícita a cobrança, não que se falar em ressarcimento de valores, tampouco
indenização por dano moral.
Resta extinto o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC/2015.
SENTENÇA
Em suma, o reclamante, titular da Conta Contrato nº 1312200, afirma que a energia elétrica de sua
residência foi cortada e seu nome foi incluído em cadastro de inadimplentes por conta de um débito no
valor de R$3.907,46, vinculado a um termo de confissão de dívida e parcelamento, os quais a empresa
reclamada se comprometeu a cancelar, consoante acordo celebrado nos autos do Processo nº 0000262-
28.2015.8.14.0302, homologado por sentença prolatada pelo Juízo da 3ª Vara do Juizado Especial Cível.
Diante disso, requer a declaração de inexistência da dívida e indenização por danos morais equivalente a
quarenta salários mínimos.
Pede ainda a confirmação da medida de urgência por meio da qual foi determinada o restabelecimento do
serviço e a exclusão do apontamento negativo, além de inversão do ônus da prova e justiça gratuita.
A reclamada argui coisa julgada, alegando que na presente ação o autor deduz pretensão que já foi objeto
de acordo homologado por sentença judicial transitada em julgado.
No mais, refere que as telas de seu sistema comprovam a inexistência do corte de energia alegado, assim
como da anotação negativa em cadastro de inadimplentes. Por fim, refere que não está configurada
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Assiste razão à requerida quando alega que o débito em discussão já foi objeto de outra ação judicial.
Constata-se pelas provas produzidas que as partes celebraram acordo nos autos do Processo acima
mencionado, homologado por sentença judicial transitada em julgado, convencionando que a ré cancelaria
tanto o débito de CNR citada na presente ação, quando o termo de confissão e parcelamento de dívida a
ele relacionado e que havia sido firmado pelo autor.
Por outro lado, dispõe o § 4º do art. 337 do CPC/2015 que há coisa julgada quando se repete ação que já
foi decidida por decisão transitada em julgado, o que inclui a sentença homologatória de acordo, visto que
resolve o mérito da demanda, nos termos do art. 487, III, b, do mesmo diploma legal.
Sendo assim, merece ser acolhido o pedido da defesa para se extinguir o feito sem resolução, nos termos
do inciso V do art. 487 do CPC/2015, ante a existência de coisa julgada, contudo, somente em relação ao
pedido declaratório manejado pelo autor.
Isso porque, o corte de energia e a anotação negativa alegados nesta ação são fatos novos, posteriores
ao acordo supracitado e, obviamente, não fizeram parte daquela avença, tampouco podem ser
interpretados como mero descumprimento desta.
Desta feita, subsiste a obrigatoriedade de se analisar as alegações iniciais, com vista a decidir se restou
ou não configurado o dano moral apto a ensejar a indenização pretendida.
Versam os autos sobre evidente relação de consumo, uma vez que a parte reclamante é pessoa física que
utiliza o serviço prestado pela parte reclamada como destinatária final, caracterizando-se como
consumidora, nos termos do art. 2º do CDC, enquanto a reclamada, concessionária de serviço público, é
pessoa jurídica que desenvolve atividade de prestação de serviço público de fornecimento de energia
elétrica, afigurando-se fornecedora no âmbito do mercado consumerista, nos termos dos arts. 3º e 22, do
CDC.
De outro lado, a parte reclamante, além de consumidora, é hipossuficiente no que tange à produção
probatória – uma vez que dela não se espera a detenção dos meios de prova necessários à comprovação
da irregularidade do corte de energia e da inscrição em cadastro negativo –, razão pela qual é imperioso
inverter o ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII, do CDC.
Anote-se que os requisitos para inversão do ônus da prova previstos no dispositivo supra –
verossimilhança das alegações formuladas e hipossuficiência do consumidor – são alternativos, bastando
a presença de um deles para deferimento da medida.
Além do mais, de acordo com a Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova, é a parte reclamada
quem detém as melhores condições de provar que a anotação negativa levada a cabo em face do
reclamante foi lícita e que o corte de energia se deu de forma regular.
Do mérito
Analisando os autos se constata que, enquanto o reclamante conseguiu demonstrar mediante prova
documental os fatos constitutivos de seu direito, a reclamada não foi capaz de trazer aos autos elementos
minimamente aptos a desconstitui-los, deixando, assim de se desincumbir do ônus que lhe impõem o art.
6º, VIII, do CDC e art. 373, II, do CPC.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O reclamante acostou comprovante da anotação negativa de seu nome promovida pela concessionária
requerida.
Ademais, forneceu número de protocolo do atendimento telefônico por meio do qual a ré teria confirmado
que o corte de energia efetivado em 27/03/2018 teria sido motivado por um débito no valor de R$3.907,46,
objeto de confissão de dívida e parcelamento, firmado em 15/01/2015, cujas prestações estariam
supostamente em atraso.
Logrou êxito em demonstrar ainda que, por meio de acordo homologado judicialmente, a reclamada
assumiu a obrigação de cancelar o citado débito assim como o termo de confissão.
Finalmente, comprovou ao juízo que a inscrição negativa tinha como base as prestações do referido de
termo de parcelamento.
A reclamada, por sua vez, negou tanto a suspensão do fornecimento de energia quanto a negativação do
nome do reclamante.
Contudo, no que diz respeito à anotação, limitou-se a juntar “telas” de seu sistema interno, as quais
obviamente não têm o condão de desconstituir o extrato da SERASA que comprova o fato.
No que concerne ao corte de energia, a ré também juntou telas de seu sistema interno que não se prestam
a provar nada de concreto.
Nesse sentido, convém lembrar que este juízo, ao apreciar o pedido de tutela de urgência, determinou que
a requerida disponibilizasse aos autos cópia da gravação relacionada ao protocolo de atendimento
fornecido pelo consumidor e que segundo a inicial seria apto a demonstrar que o corte de energia havia
sido motivado por débito que já deveria ter sido cancelado pela empresa.
No entanto, a ordem foi ignorada, o que leva a crer que a afirmação contida na inicial é verdadeira, do
contrário, a empresa não teria se furtado a produzir a prova em comento e desconstituir as alegações do
autor.
A propósito, vale dizer que mesmo que o parcelamento citado pelo reclamante fosse exigível, uma vez que
teve origem em fatura de CNR, vencida há anos, não estaria apto autorizar o corte de energia, nos termos
da tese fixada pelo C. STJ, em sede de recurso repetitivo (REsp 1412433/RS, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Primeira Seção, julgado em 25/04/2018, DJe 28/09/2018).
Senão vejamos:
“Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no aparelho medidor
atribuída ao consumidor, desde que apurado em observância aos princípios do contraditório e da ampla
defesa, é possível o corte administrativo do fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante prévio
aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do consumo recuperado correspondente ao período de 90
(noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto que executado o corte em até 90 (noventa)
dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito de a concessionária utilizar os meios judiciais
ordinários de cobrança da dívida, inclusive antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.”
Nesse passo, a única conclusão possível é que houve falha na prestação do serviço por parte da
requerida e que mesmo havendo inscrição preexistente em nome do reclamante, consoante se observa do
extrato da SERASA, que em tese afastaria seu direito à indenização por dano extrapatrimonial (Súmula
385 STJ), deve ser reconhecida a responsabilidade civil da concessionária e acolhida a pretensão do
autor, já que o Tribunal da Cidadania há muito decidiu que a suspensão indevida do fornecimento de
energia elétrica constitui dano moral in re ipsa.
No tocante ao montante indenizatório, entendo que o magistrado deve buscar uma justa medida, que
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compreenda uma compensação à vítima pelos danos sofridos, sem transformar a indenização em fonte de
enriquecimento indevido, mas atendendo ao seu caráter pedagógico-educativo, de modo a desestimular a
reiteração de condutas ilícitas.
Também deve ser levada em conta a capacidade econômica de ambas as partes, de modo a evitar, de um
lado, que a compensação seja irrisória para a vítima, mas, por outro lado, impedir que haja enriquecimento
sem causa.
Desta feita, levando em conta tais parâmetros e ainda o fato de a entendo que a condenação no importe
de R$7.000,00 (sete mil reais), revela-se proporcional e razoável ao caso.
Finalmente, no que toca à tutela de urgência, cabe confirmar a decisão para proibir, em definitivo, o corte
de energia e negativação baseados no débito citado na inicial.
Cumpre ainda reconhecer o descumprimento do item “c” da referida decisão e aplicar à reclamada a multa
prevista pelo juízo, de R$500,00.
Ante o exposto, acolho a alegação de coisa julgada no que concerne ao pedido de declaração de
inexistência de débito e JULGO PROCEDENTES os demais pedidos para:
a) condenar a reclamada a pagar ao reclamante a quantia de R$7.000,00 (sete mil reais), a título de
indenização por danos morais, devendo tal montante ser atualizado monetariamente pelo INPC/IBGE, a
partir desta data, e acrescido de juros de mora fixados em 1% a.m. (um por cento ao mês), a contar da
citação.
b) confirmar a tutela de urgência para tornar definitiva a ordem que proibiu o corte de energia da conta
contrato nº 1312200 e a negativação do nome do reclamante com base no débito de CNR mencionado na
exordial.
c) condenar a reclamada a pagar multa de R$500,00 por descumprimento da tutela de urgência, que
deverá ser revertida em favor da parte contrária.
Resta extinto o processo com resolução do mérito (CPC, art. 487, I).
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
9099/95.
Havendo cumprimento espontâneo da sentença pela reclamada, expeça-se alvará judicial em nome da
parte reclamante ou de seu/sua advogado(a) (caso haja pedido e este tenha poderes expressos para
receber e dar quitação) para levantamento do valor decorrente da condenação, cujo recebimento deverá
ser comprovado nos autos.
Após o trânsito em julgado, ocorrendo o cumprimento espontâneo e nada mais havendo, arquivem-se os
autos.
Processo 0857563-24.2020.8.14.0301
CERTIFICO, em decorrência dos poderes a mim conferidos por lei que, a petição de ID1, abaixo
colacionada, foi incorretamente juntada a este processo, pelo advogado do autor PAULO VITOR
NEGRÃO REIS - OAB PA18417 - CPF: 903.007.692-53, quando na realidade deveria ter sido juntada à
VARA DO JUIZADO ESPECIAL DE SALINÓPOLIS – ESTADO DO PARÁ, para onde está endereçada. É
o que me cabia certificar. O referido é verdade e dou fé.
PROCESSO nº 0857563-24.2020.8.14.0301
DECISÃO
A parte reclamante deixou de comparecer à audiência designada para o dia 07/06/2021 às 11:00 horas.
Dispõe o art. 362, II, do CPC/2015 que a audiência poderá ser adiada se a pessoa que dela deva
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
participar não puder comparecer, por motivo justificado, sendo que o § 1º do aludido dispositivo é claro no
sentido de que o impedimento deve ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz
procederá a instrução.
Designe-se nova data para realização de Audiência Una (Conciliação, Instrução e Julgamento) entre
os litigantes, que deverão ser intimados para comparecer ao ato, com as advertências legais.
A Audiência Una a ser designada será realizada na modalidade virtual, através da Plataforma de
Comunicação Microsoft Teams, devendo as partes observar o guia prático da plataforma de
videoconferência, constante do website do TJE/PA -
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=902890.
Manifestem-se nos autos as partes, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada, informando os e-mails para envio do link de acesso à sala de audiência virtual.
Devem as partes e os advogados acessar a audiência no dia e horário designados, por computador,
celular (smartphone) ou tablet, sem necessidade de instalação do referido aplicativo (utilizando o
navegador Google Chrome), por meio do link que será enviado antecipadamente ou no momento da
realização do ato, para os e-mails informados pelos litigantes, ocasião em que estes poderão produzir as
provas admitidas em direito e que entenderem necessárias, inclusive testemunhais, e a parte reclamada
deverá apresentar defesa escrita ou oral, sob pena de revelia.
Partes e advogados podem estar presentes na data e hora agendadas no mesmo ponto de acesso
(computador, celular, tablet), ou, caso algum dos participantes prefira e possa participar da audiência
individualmente de outro ponto de acesso, deve informar antecipadamente no prazo acima informado, o e-
mail para envio de convite. Todos os participantes devem estar munidos de documento oficial de
identificação, com foto, para apresentação na audiência, sendo vedada em sede de Juizado Especial
representação de pessoa física (Enunciado 10 do FONAJE).
Havendo necessidade de esclarecimentos, seguem os contatos desta Vara. Telefone: (91) 3211-0412 /
WhatsApp: (91) 98463-7746 / E-mail: 9jecivelbelem@tjpa.jus.br.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamante ensejará a
aplicação da extinção da presente ação sem resolução do mérito, consoante art. 51, I, da Lei nº 9099/95
c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, bem como poderá ensejar a condenação
ao pagamento de custas, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamada ensejará a
aplicação da revelia, consoante arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95 c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo eventual
impossibilidade de acesso ser comunicada por petição protocolada nos autos.
Caso as partes não tenham interesse em produzir provas em audiência, deverão informar nos
autos, dentro do referido prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada, sendo
que o silêncio implicará em preclusão no que concerne à produção de provas, o que autoriza o
julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.
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Neste caso, a Audiência Una será de pronto cancelada e a parte reclamada será imediatamente intimada
a apresentar defesa nos autos no prazo improrrogável de 15 dias úteis.
Manifestando-se qualquer das partes pela necessidade de produção de provas em audiência, ficará
mantida por ora a data de Audiência Una a ser designada, devendo o manifestante, dentro do referido
prazo de 05 (cinco) dias úteis, fundamentar seu pedido, caso não pormenorizado, indicando inclusive as
provas que pretende produzir, ficando desde já os litigantes advertidos que o mero depoimento pessoal
não se presta a tal finalidade, pois apenas serve como via de reprodução dos fatos já deduzidos na inicial
e contestação, devendo após os autos ser remetidos conclusos para decisão.
De igual forma, esclareço às partes que, havendo manifestação para manutenção da audiência visando
exclusivamente o interesse na composição consensual, tal pedido resta indeferido de plano, pois tal fato
não impede que as partes, por seus patronos, cheguem a uma composição extrajudicial da lide, trazendo
eventual acordo para homologação deste Juízo.
Intimem-se e cumpra-se.
PROCESSO nº 0864089-41.2019.8.14.0301
DECISÃO
Conforme certidão de ID nº 25641649, a parte executada não foi encontrada no endereço constante dos
autos.
A parte exequente requereu a expedição de oficio ao TRE/PA para que informem o endereço da parte
devedora constante de seus cadastros.
Indefiro o pedido, uma vez que a obtenção do endereço da parte executada é ônus que incumbe à parte
exequente e a expedição de ofício aos órgãos públicos para obter tal informação somente pode ser
deferida se comprovado o esgotamento dos meios de que dispõe o interessado, o que não ocorreu no
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caso em tela.
Neste sentido:
Intime-se a parte exequente para que, no prazo de 30 (trinta) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão, informe o endereço da parte executada, sob pena de extinção do feito, nos termos do
art. 53, § 4º, da Lei nº 9.099/95.
Intime-se. Cumpra-se.
PROCESSO nº 0846297-06.2021.8.14.0301
DECISÃO
Trata-se de ação de rito sumaríssimo na qual a parte reclamante alega ter sido surpreendida com a
cobrança levada a efeito pela parte reclamada, via consignação em seu benefício previdenciário, de
mensalidade de contrato de empréstimo nº 0059305433120210524 a ser pago em 84 (oitenta e quatro)
parcelas mensais de R$ 19,85 (dezenove reais e oitenta e cinco centavos), totalizando um débito no
valor de R$ 1.667,40 (um mil seiscentos e sessenta e sete reais e quarenta centavos), ao qual não
teria aderido.
Vieram os autos conclusos para apreciação do pedido de tutela provisória de urgência no sentido de que
seja expedido ofício ao INSS, fonte pagadora do benefício da parte reclamante, determinando a
suspensão dos descontos das parcelas do empréstimo consignado.
É o relatório. Decido.
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Os requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência são descritos no artigo 300 do Código de
Processo Civil de 2015, que exige a conjugação da probabilidade do direito com a possibilidade de dano
ou risco ao resultado útil do processo; mantendo-se, para as tutelas de urgência de natureza antecipada, o
requisito negativo de que não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão (art. 300, §3º, do CPC/2015).
Neste tocante, destaque-se que a doutrina pátria é pacífica no sentido de que a vedação à concessão da
tutela provisória de urgência de natureza antecipada por conta de perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão (art. 300, §3º, do CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto, quando configurar verdadeira
violação à garantia constitucional do acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88).
Isto porque a parte reclamante alega não ter aderido ao contrato de mútuo feneratício impugnado, não
havendo como impor-lhe a prova de fato negativo: a não contratação.
Em adição, o princípio da boa-fé do consumidor, aliado ao fato de que se tornou comum no mercado de
consumo atual, caracterizado pelo modo de produção e prestação de serviços de massa, cuja própria
natureza acaba por ocasionar elevação do risco de fraudes, que pessoas sejam cobradas por contratos
aos quais não aderiram, militam em favor da plausibilidade das alegações da parte reclamante.
De outro lado, a parte reclamada possui as melhores condições de provar a adesão da parte reclamante
ao contrato de empréstimo impugnado, uma vez que detêm os documentos ou gravações referentes à sua
celebração, pelo que defiro a inversão do ônus da prova prevista no art. 6º inciso VIII do CDC (Lei
8.078/90).
Desta forma, vislumbro a probabilidade do direito da parte reclamante de ver suspensa a cobrança de
suas mensalidades do contrato de empréstimo impugnado, o que inclui o desconto das parcelas
contratuais de seus proventos de aposentadoria e a possibilidade de inclusão de seu nome nos cadastros
de inadimplentes com base em tais contraprestações contratuais, até porque, caso a parte reclamada não
comprove a adesão da parte autora ao negócio jurídico em tela, este Juízo deverá reconhecer a sua
invalidade, nos termos do art. 104, I, do CC/2002, e declarar a inexistência dos débitos dele decorrentes.
Também verifico a presença da possibilidade de dano à parte reclamante, sob três aspectos:
Ressalte-se que a tutela de urgência concedida não se mostra irreversível, pois, caso a parte reclamada
logre êxito em demonstrar ser lícita a contratação, nada obstará que torne a cobrar os débitos e inscrever
o nome da parte autora em cadastros de devedores, sem prejuízo do manejo de pedido contraposto para
cobrar, nestes autos, eventual crédito que lhe seja reconhecido.
Entretanto, a medida será deferida de modo diverso da requerida, para que a parte reclamada seja
compelida a suspender as cobranças, sob pena de multa.
Diante da presença dos requisitos necessários, DEFIRO o pedido de tutela de provisória de urgência,
determinando que a parte reclamada, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão e até o final julgamento do mérito:
b) providencie a suspensão dos descontos referentes às parcelas do contrato impugnado nos proventos
de aposentadoria da parte reclamante e/ou sua conta bancária;
c) se abstenha de incluir o nome da parte reclamante nos cadastros de inadimplentes com lastro nos
débitos referentes ao contrato de empréstimo impugnado.
O descumprimento da presente decisão implicará aplicação de multa, a ser revertida em prol da parte
autora, no valor de:
a) R$ 50,00 (cinquenta reais) por cada cobrança ou desconto levado a efeito em descumprimento à
presente decisão até o limite de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sem prejuízo da devolução dos valores
descontados;
b) R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em caso de inscrição ou não exclusão do nome da parte autora dos
cadastros de inadimplentes.
Cite-se e intime-se a parte reclamada para comparecer à audiência já designada, com as advertências de
praxe.
A Audiência Una será realizada na modalidade virtual, através da Plataforma de Comunicação Microsoft
Teams, devendo as partes observar o guia prático da plataforma de videoconferência, constante do
website do TJE/PA- http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=902890.
Manifestem-se nos autos as partes, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada, informando os e-mails para envio do link de acesso à sala de audiência virtual.
Devem as partes e os advogados acessar a audiência no dia e horário designados, por computador,
celular (smartphone) ou tablet, sem necessidade de instalação do referido aplicativo (utilizando o
navegador Google Chrome), por meio do link que será enviado antecipadamente ou no momento da
realização do ato, para os e-mails informados pelos litigantes, ocasião em que estes poderão produzir as
provas admitidas em direito e que entenderem necessárias, inclusive testemunhais, e a parte reclamada
deverá apresentar defesa escrita ou oral, sob pena de revelia.
Partes e advogados podem estar presentes na data e hora agendadas no mesmo ponto de acesso
(computador, celular, tablet), ou, caso algum dos participantes prefira e possa participar da audiência
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
individualmente de outro ponto de acesso, deve informar antecipadamente no prazo acima informado, o e-
mail para envio de convite. Todos os participantes devem estar munidos de documento oficial de
identificação, com foto, para apresentação na audiência, sendo vedada em sede de Juizado Especial
representação de pessoa física (Enunciado 10 do FONAJE).
Havendo necessidade de esclarecimentos, seguem os contatos desta Vara. Telefone: (91) 3211-0412 /
WhatsApp: (91) 98463-7746 / E-mail: 9jecivelbelem@tjpa.jus.br.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamante ensejará a
aplicação da extinção da presente ação sem resolução do mérito, consoante art. 51, I, da Lei nº 9099/95
c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, bem como poderá ensejar a condenação
ao pagamento de custas, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamada ensejará a
aplicação da revelia, consoante arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95 c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo eventual
impossibilidade de acesso ser comunicada por petição protocolada nos autos.
Com efeito, imperioso destacar que as partes deverão comunicar a este Juízo a mudança de endereço,
ocorrida no curso do processo, sob pena de serem consideradas como válidas as intimações enviadas ao
endereço anterior, constante dos autos (artigo 19, § 2º, da Lei nº 9.099/95).
Ressalte-se ainda que, nas causas em que for atribuído valor econômico superior a vinte salários mínimos,
a assistência da parte por advogado será obrigatória (artigo 9º da Lei nº. 9.099/95).
A opção da parte autora pelo procedimento da Lei nº. 9.099/95 implica em renúncia ao crédito excedente
ao limite previsto no inciso primeiro do artigo 3º da citada lei (quarenta salários mínimos), conforme
previsão do parágrafo terceiro, do mencionado artigo.
Em se tratando de causa que versa a respeito de relação de consumo, resta deferida a inversão do ônus
da prova, nos termos do disposto no artigo 6°, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Intime-se a parte reclamada para que, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão, promovam seu cadastro no Sistema PJE para recebimento de citações e intimações
por meio eletrônico, nos termos do § 1º do art. 246 do CPC/2015.
O descumprimento da determinação supra será punido, na forma do art. 77, §§ 1º e 2º, do CPC/2015,
como ato atentatório à dignidade da Justiça com aplicação de multa, que fixo em 5% (cinco por cento) do
valor da causa, a ser revertida em favor da Fazenda Pública Estadual, sem prejuízo de adoção de
medidas civis, processuais e penais cabíveis.
Caso as partes não tenham interesse em produzir provas em audiência, deverão informar nos
autos, dentro do referido prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada, sendo
que o silêncio implicará em preclusão no que concerne à produção de provas, o que autoriza o
julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.
Neste caso, a Audiência Una será de pronto cancelada e a parte reclamada será imediatamente intimada
a apresentar defesa nos autos no prazo improrrogável de 15 dias úteis.
trazidos na lide pela parte reclamada, será concedido consecutivamente à parte autora prazo de 05 (cinco)
dias úteis, para fins de manifestação, e em seguida serão os autos remetidos conclusos para julgamento,
conforme ordem cronológica de conclusão dos processos.
Manifestando-se qualquer das partes pela necessidade de produção de provas em audiência, ficará
mantida por ora a data de Audiência Una a ser designada, devendo o manifestante, dentro do referido
prazo de 05 (cinco) dias úteis, fundamentar seu pedido, caso não pormenorizado, indicando inclusive as
provas que pretende produzir, ficando desde já os litigantes advertidos que o mero depoimento pessoal
não se presta a tal finalidade, pois apenas serve como via de reprodução dos fatos já deduzidos na inicial
e contestação, devendo após os autos ser remetidos conclusos para decisão.
De igual forma, esclareço às partes que, havendo manifestação para manutenção da audiência visando
exclusivamente o interesse na composição consensual, tal pedido resta indeferido de plano, pois tal fato
não impede que as partes, por seus patronos, cheguem a uma composição extrajudicial da lide, trazendo
eventual acordo para homologação deste Juízo.
DESPACHO
Considerando a audiência designada automaticamente nos autos, deverá a parte reclamada ser
citada e intimada para comparecer ao ato, com as advertências legais.
A Audiência Una designada será realizada na modalidade virtual, através da Plataforma de Comunicação
Microsoft Teams, devendo as partes observar o guia prático da plataforma de videoconferência, constante
do website do TJE/PA - http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=902890
Manifestem-se nos autos as partes, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada, informando os e-mails para envio do link de acesso à sala de audiência virtual.
Devem as partes e os advogados acessar a audiência no dia e horário designados, por computador,
celular (smartphone) ou tablet, sem necessidade de instalação do referido aplicativo (utilizando o
navegador Google Chrome), por meio do link que será enviado antecipadamente ou no momento da
realização do ato, para os e-mails informados pelos litigantes, ocasião em que estes poderão produzir as
provas admitidas em direito e que entenderem necessárias, inclusive testemunhais, e a parte reclamada
deverá apresentar defesa escrita ou oral, sob pena de revelia.
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Partes e advogados podem estar presentes na data e hora agendadas no mesmo ponto de acesso
(computador, celular, tablet), ou, caso algum dos participantes prefira e possa participar da audiência
individualmente de outro ponto de acesso, deve informar antecipadamente no prazo acima informado, o e-
mail para envio de convite. Todos os participantes devem estar munidos de documento oficial de
identificação, com foto, para apresentação na audiência, sendo vedada em sede de Juizado Especial
representação de pessoa física (Enunciado 10 do FONAJE).
Havendo necessidade de esclarecimentos, seguem os contatos desta Vara. Telefone: (91) 3211-0412 /
WhatsApp: (91) 98463-7746 / E-mail: 9jecivelbelem@tjpa.jus.br
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamante ensejará a
aplicação da extinção da presente ação sem resolução do mérito, consoante art. 51, I, da Lei nº 9099/95
c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, bem como poderá ensejar a condenação
ao pagamento de custas, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamada ensejará a
aplicação da revelia, consoante arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95 c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo eventual
impossibilidade de acesso ser comunicada por petição protocolada nos autos.
Com efeito, imperioso destacar que as partes deverão comunicar a este Juízo a mudança de endereço,
ocorrida no curso do processo, sob pena de serem consideradas como válidas as intimações enviadas ao
endereço anterior, constante dos autos (artigo 19, § 2º, da Lei nº 9.099/95).
Ressalte-se ainda que, nas causas em que for atribuído valor econômico superior a vinte salários mínimos,
a assistência da parte por advogado será obrigatória (artigo 9º da Lei nº. 9.099/95).
A opção da parte autora pelo procedimento da Lei nº. 9.099/95 implica em renúncia ao crédito excedente
ao limite previsto no inciso primeiro do artigo 3º da citada lei (quarenta salários mínimos), conforme
previsão do parágrafo terceiro, do mencionado artigo.
Intime-se a parte reclamada para que, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão, promovam seu cadastro no Sistema PJE para recebimento de citações e intimações
por meio eletrônico, nos termos do § 1º do art. 246 do CPC/2015.
O descumprimento da determinação supra será punido, na forma do art. 77, §§ 1º e 2º, do CPC/2015,
como ato atentatório à dignidade da Justiça com aplicação de multa, que fixo em 5% (cinco por cento) do
valor da causa, a ser revertida em favor da Fazenda Pública Estadual, sem prejuízo de adoção de
medidas civis, processuais e penais cabíveis.
Caso as partes não tenham interesse em produzir provas em audiência, deverão informar nos
autos, dentro do referido prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada, sendo
que o silêncio implicará em preclusão no que concerne à produção de provas, o que autoriza o
julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.
Neste caso, a Audiência Una será de pronto cancelada e a parte reclamada será imediatamente intimada
a apresentar defesa nos autos no prazo improrrogável de 15 dias úteis.
dias úteis, para fins de manifestação, e em seguida serão os autos remetidos conclusos para julgamento,
conforme ordem cronológica de conclusão dos processos.
Manifestando-se qualquer das partes pela necessidade de produção de provas em audiência, ficará
mantida por ora a data de Audiência Una a ser designada, devendo o manifestante, dentro do referido
prazo de 05 (cinco) dias úteis, fundamentar seu pedido, caso não pormenorizado, indicando inclusive as
provas que pretende produzir, ficando desde já os litigantes advertidos que o mero depoimento pessoal
não se presta a tal finalidade, pois apenas serve como via de reprodução dos fatos já deduzidos na inicial
e contestação, devendo após os autos ser remetidos conclusos para decisão.
De igual forma, esclareço às partes que, havendo manifestação para manutenção da audiência visando
exclusivamente o interesse na composição consensual, tal pedido resta indeferido de plano, pois tal fato
não impede que as partes, por seus patronos, cheguem a uma composição extrajudicial da lide, trazendo
eventual acordo para homologação deste Juízo.
PROCESSO nº 0813179-10.2019.8.14.0301
DECISÃO
Indefiro o pedido de suspensão da execução por 180 (cento e oitenta) dias por ausência de previsão legal.
Concedo à parte exequente outros 30 (trinta) dias para que informe se a parte executada continua
residindo no endereço constante dos autos ou forneça o seu atual endereço, sob pena de extinção do
feito.
Intimem-se. Cumpra-se.
DESPACHO
Em petição vinculada no Id nº. 29427771, as partes exequentes da ação informaram que entabularam
acordo com os executados, conforme minuta anexada no Id nº. 29429264, nos seguintes termos:
•Débito total no valor de R$13.000,00 (treze mil reais), sendo deduzido o importe de R$10.00,00 (dez mil
reais), objeto de penhora via SISBAJUD realizada pelo Juízo, bem como saldo da dívida no montante de
R$3.000,00, (três mil reais), em 03 (três) parcelas fixas de R$1.000,00 (um mil reais), que vencerão em
05.09.2021, 05.10.2021 e 05.11.2021, a serem liquidadas por meio de boletos bancários a serem
expedidos em nome dos executados para fins de satisfação da obrigação.
No entanto, compulsando os autos, a assessoria deste Juízo verificou que a penhora via SISBAJUD logrou
êxito no importe total de R$12.048,63, sendo o valor de R$1.592,49 transferido da conta do executado
Sidney e R$10.456,14 da conta da executada Gilcilene, conforme protocolo de bloqueio de valores
anexado no Id nº. 29195045, de modo que o numerário que se pretende liberação em favor dos
exequentes é inferior ao valor total bloqueado (R$10.000,00), inexistindo no feito qualquer informação
sobre a devolução do saldo excedente objeto da penhora via SISBAJUD.
Assim, considerando o exposto, reservo-me em homologar o acordo retro mencionado, após intimação
das partes a fim de que esclareçam, no prazo máximo de 05 dias úteis, o destino do valor excedente
(R$2.048,63) objeto da penhora realizada por este Juízo via SISBAJUD.
Intimem-se. Cumpra-se.
SILVA Participação: ADVOGADO Nome: JOSE MARQUES PESSOA OAB: 007128/PA Participação:
ADVOGADO Nome: NALYVIA DAS GRACAS PINHO GUIMARAES COSTA OAB: 26293/PA Participação:
REU Nome: EQUATORIAL PARÁ DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A Participação: ADVOGADO Nome:
FLAVIO AUGUSTO QUEIROZ MONTALVÃO DAS NEVES OAB: 12358/PA
PROCESSO nº 0820332-26.2021.8.14.0301
DECISÃO
No julgamento do REsp nº 1869867, a Segunda Turma do C. STJ firmou entendimento no sentido de que
as teses firmadas em Incidentes de Resolução de Demandas Repetitivas somente podem ser aplicadas
após eventual análise dos recursos especial e extraordinário interpostos pelos tribunais superiores,
embora não seja necessário aguardar o trânsito em julgado destes recursos.
Portanto, em que pese o IRDR nº. 0801251-63.2017.8.14.0000 já tenha sido julgado, as teses nele
firmadas ainda não podem ser aplicadas ao presente feito, uma vez que o recurso especial nele interposto
ainda não foi apreciado pelo C.STJ.
Intimem-se. Cumpra-se.
Endereço: Avenida Vinte e Cinco de Setembro, 1965, ap 201, Marco, BELéM - PA - CEP: 66093-005
SENTENÇA
Em resumo, o reclamante alega que desde o ano de 2018 a reclamada passou a lançar nas faturas de sua
linha móvel cobrança no valor de R$37,82, sob a rubrica “Linha adicional”, sem que, todavia, tenha havido
contratação do referido serviço. Destaca ainda que paga R$65,68 pela linha principal e R$24,10 por uma
linha dependente, utilizada por sua esposa, o que reforçaria a ilicitude da cobrança discutida.
Também sustenta que, por engano, ao tentar realizar o pagamento da fatura referente ao mês 05/2020, no
valor de R$198,40, acabou utilizando o código de barras da conta de abril/2020 (R$194,59), e efetuando
um pagamento em duplicidade, uma vez que esta fatura já havia sido quitada.
Não obstante, teria informado o fato à ré, via e-mail, solicitando a emissão de boleto para complementar a
diferença que faltava para quitar o valor da conta de maio/2020, todavia, a empresa além de ignorar suas
solicitações, bloqueou sua linha e a linha dependente de sua esposa.
Diante disso, pede que seja declarada indevida a cobrança impugnada e que lhe sejam devolvidos em
dobro os valores pagos a título de “Linha Adicional” desde 2018 ate a propositura da ação, que
correspondem a R$2.269,20. Pugna ainda pela condenação da ré ao pagamento de indenização por
danos morais, equivalente a 37 salários mínimos. Ao final, requer justiça gratuita e inversão do ônus da
prova.
DA JUSTIÇA GRATUITA
Goza de presunção relativa de veracidade a alegação do autor de que é hipossuficiente e por isso não
possui condições de arcar com eventuais despesas do processo. Sendo assim, incumbia à requerida, que
impugnou o pedido, desconstituí-la, mediante apresentação de indícios ou provas em sentido contrário.
Assim, como isso não ocorreu, rejeito a impugnação e defiro o benefício pleiteado.
DO MÉRITO
A presente demanda comporta a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, uma vez
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Dito isso, observo que a requerida logrou êxito em demonstrar e esclarecer ao juízo a origem do valor
lançado nas faturas do reclamante sob a rubrica “Linha Adicional”. E o fez juntando aos autos o
detalhamento das contas, onde é possível constatar claramente que, tal como alega a defesa, o
reclamante possui um plano que lhe dá direito a 3.000 minutos em ligações por mês, porém, compartilha
tal franquia com a linha dependente utilizada por sua esposa e em razão disso paga o valor denominado
“linha adicional”.
A propósito, como bem já destacou este juízo, ao revogar a tutela de urgência outrora concedida em favor
do requerente, o detalhamento das faturas permite identificar que o reclamante paga os seguintes valores:
a) R$61,25 (sessenta e um reais e vinte e cinco centavos) pela assinatura com franquia de 3.000 minutos
para qualquer operadora do Brasil;
b) R$33,37 (trinta e três reais e trinta e sete centavos) referentes à assinatura de dependente pós-pago
(linha 91 98126-0488);
c) R$4,45 (quatro reais e quarenta e cinco centavos) referentes à assinatura intragrupo (linha 9198126-
0488);
d) R$65,68 (sessenta e cinco reais e sessenta e oito centavos) referentes à assinatura OI Internet para
Celular 1 GB;
e) R$24,10 (vinte quatro reais e dez centavos) referente a OI Internet para celular 1 GB.
Ademais, em que pese não ter havido juntada do contrato firmado entre as partes, como alega o autor, é
possível perceber, pelo consta nas faturas detalhadas, que a linha dependente de nº (91)98129-0488
efetivamente se beneficia da franquia de minutos em ligações contratada para a linha principal de nº
(91)98899-1547.
Isso porque as ligações realizadas a partir dela, inclusive para celulares de outras operadoras, não são
tarifadas, consoante se pode observar no id. 19773596 - Pág. 5, o que comprova a tese da defesa de que
o autor e sua esposa compartilham os 3.000 minutos e justifica a cobrança por “Linha adicional, a fim de
que se evite o enriquecimento ilícito, do contrário, a esposa do autor estaria se utilizando de um serviço
(telefonia móvel) sem que houvesse qualquer forma de contraprestação.
Somado a isso, verifico que o valor de R$24,10 a que se refere o reclamante diz respeito apenas ao
serviço de internet disponibilizado à linha dependente, conforme está claramente discriminado nas faturas,
e não pelo uso da linha em si, como pretendeu fazer parecer a inicial.
Nesse passo, conclui-se pela licitude da cobrança, o que impede a um só tempo que se acolha tanto o
pedido de declaração de inexistência de débito como de repetição de indébito.
Do mesmo modo, também resta afastada a pretensão indenizatória, uma vez que alegação de dano moral,
como bem se extai da exordial, tem como causa de pedir única e exclusiva a suposta cobrança indevida
da “Linha adicional”, que já se sabe ser improcedente.
Resta extinto o processo com resolução do mérito (CPC, art. 487, I).
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
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9099/95.
DESPACHO
A ausência de um dos requeridos importará na presunção de veracidade dos fatos alegados pela parte
reclamante na inicial - revelia - conforme artigo 20 da Lei nº. 9.099/1995.
Intimada a parte reclamante da audiência designada nos autos, através de seu advogado habilitado no
momento da distribuição da ação, ciente de que o não comparecimento ao ato designado acarretará a
extinção do feito, nos termos do artigo 51, inciso I, da Lei dos Juizados Especiais, com a condenação ao
pagamento de custas processuais (artigo 51, § 2º, da Lei nº. 9099/1995).
Com efeito, imperioso destacar que as partes deverão comunicar a este Juízo a mudança de endereço,
ocorrida no curso do processo, sob pena de serem consideradas como válidas as intimações enviadas ao
endereço anterior, constante dos autos (artigo 19, § 2º, da Lei nº. 9.099/1995).
Ressalte-se ainda, que nas causas em que for atribuído valor econômico superior a vinte salários mínimos,
a assistência da parte por advogado será obrigatória (artigo 9º da Lei nº. 9.099/1995).
A opção da parte autora pelo procedimento da Lei nº. 9.099/1995 implica em renúncia ao crédito
excedente ao limite previsto no inciso primeiro do artigo 3º da citada lei (quarenta salários mínimos),
conforme previsão do parágrafo terceiro, do mencionado artigo.
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SENTENÇA
MARELI MACIEL JARDIM, titular da CONTA CONTRATO nº 3001343601, move ação em face
de EQUATORIAL PARÁ DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A., na qual requer:
a)o cancelamento de fatura de consumo não registrado, referente ao mês de agosto de 2016, no valor de
R$11.248,23.
A empresa requerida, por sua vez, sustenta a existência de irregularidade na medição do consumo,
licitude da cobrança e ausência de dano moral e formula pedido contraposto.
DO MÉRITO
Versam os autos sobre evidente relação de consumo, uma vez que a parte reclamante é pessoa física que
utiliza o serviço prestado pela parte reclamada como destinatária final, caracterizando-se como
consumidora, nos termos do art. 2º do CDC, enquanto a reclamada, concessionária de serviço público, é
pessoa jurídica que desenvolve atividade de prestação de serviço público de fornecimento de energia
elétrica, afigurando-se fornecedora no âmbito do mercado consumerista, nos termos dos arts. 3º e 22, do
CDC.
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De outro lado, a parte reclamante, além de consumidora, é hipossuficiente no que tange à produção
probatória – uma vez que dela não se espera a detenção do conhecimento técnico e dos meios de prova
necessários à resolução da lide no que tange à inocorrência de irregularidade de consumo e da correção
do procedimento de recuperação da energia eventualmente consumida fora da medição –, razão pela qual
é imperioso inverter o ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII, do CDC.
Aponte-se que os requisitos para inversão do ônus da prova previstos no dispositivo supra –
verossimilhança das alegações formuladas e hipossuficiência do consumidor – são alternativos, bastando
a presença de um deles para deferimento da medida.
Além do mais, de acordo com a Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova, é a parte reclamada
quem detém as melhores condições de provar as irregularidades de consumo que afirma ter encontrado
em vistoria realizada na unidade e que realizou corretamente o procedimento de recuperação do consumo
fora da medição, uma vez que os documentos referentes a estes fatos estão em seu poder.
Do débito de CNR
b) Para fins de comprovação de consumo não registrado (CNR) de energia elétrica e para validade da
cobrança daí decorrente a concessionária de energia está obrigada a realizar prévio procedimento
administrativo, conforme os arts. 115, 129, 130 e 133, da Resolução nº. 414/2010, da ANEEL,
assegurando ao consumidor usuário o efetivo contraditório e a ampla defesa;
c) Nas demandas relativas ao consumo não registrado (CNR) de energia elétrica, a prova da efetivação e
regularidade do procedimento administrativo disciplinado na Resolução nº. 414/2010, incumbirá à
concessionária de energia elétrica.
b) da regularidade do procedimento administrativo para apuração dos valores devidos, com observância
dos arts. 115, 129, 130 e 133, da Resolução nº. 414/2010, da ANEEL, e de que foi assegurado ao
consumidor o efetivo contraditório e a ampla defesa.
Note-se que nos termos do art. 985, I e II, do CPC/2015, uma vez julgado o IRDR, tais teses devem ser
aplicadas a todos os processos individuais e coletivos, pendentes e futuros, que versem sobre idêntica
questão, em face de sua eficácia vinculante, sem necessidade de trânsito em julgado do acórdão, como se
depreende do caput do citado dispositivo, mesmo porque na hipótese de não serem confirmadas pelos
Tribunais Superiores, os julgados que as tenham adotado serão suscetíveis de ajuste pelos modos
previstos no art. 1.040 do CPC/2015.
Dito isso e passando à análise do caso concreto, observo que a ré logrou êxito em provar o consumo não
registrado (CNR) de energia elétrica, na medida em que demonstrou que a unidade possuía ligação
clandestina e sequer contava com relógio medidor antes da fiscalização ocorrida em 16/08/2016,
consoante termo de regularização devidamente assinado pela reclamante.
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Também comprovou que deu ciência à consumidora da inspeção e da irregularidade, como bem
demonstram o TOI e demais provas acostadas.
Assim, não se pode cogitar pura e simplesmente do cancelamento do débito, tampouco crer na alegação
da reclamante de que desconhece a origem da cobrança.
Por outro lado, considerando que, mesmo tendo ocorrido a revisão do valor do débito na via administrativa
de R$11.248,23 para R$7.873,72, conforme informa a defesa, não está claro nem mesmo na planilha de
revisão que acompanha a contestação, qual o critério utilizado para apurar tal montante, compreendo que
o pedido inicial deve ser acolhido em parte para determinar que a ré refature a conta de energia.
Note-se que tal decisão se justifica do ponto da equidade,, eis que visa evitar de um lado que haja
abusividade na cobrança por parte da ré e de outro que o enriquecimento ilícito da autora, que, afinal,
estava se utilizando do serviço prestado pela concessionária sem a devida contraprestação.
Para tanto, hei por bem afastar, neste caso particular, os critérios indicados no art. 130, da Resolução 414
ANEEL, e determinar que a ré utilize como parâmetro de cálculo a média do que foi gasto entre os meses
03/2017 e 02/2018 (140 Kwh), pois além de se tratar de um período de 12 meses, que, portanto, melhor
reflete o perfil de consumo da unidade, não há alegação de qualquer das partes de que nele tenha havido
irregularidade na medição, ao contrário do que ocorre nos meses antecedentes, em que ora a reclamante
afirma incorreção do que fora apurado, ora a reclamante afirma que constatou uma segunda
irregularidade.
Do pedido contraposto
Constatou-se no capítulo antecedente que a reclamada deixou de esclarecer qual o critério utilizado para
calcular e recalcular o valor da fatura aqui discutida, tanto que o juízo concluiu pela necessidade de
revisão da conta de energia e determinou o critério a ser utilizado.
Sendo assim, compreendo que a reclamada não faz jus a obter a condenação da reclamante ao
pagamento da aludida conta de energia antes que ocorra a revisão aqui determinada, mesmo porque ante
expressa disposição do art. 38, parágrafo único da Lei 9.099/95, não se admite sentença condenatória por
quantia ilíquida em sede de juizado especial.
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial para impor à reclamada a
obrigação de recalcular a fatura de consumo não registrado relativa à Conta Contrato nº 3001343601,
emitida em nome da reclamante MARELI MACIEL JARDIM, referente ao mês 08/2016, adotando como
critério de revisão do valor o consumo médio de 140kmh por mês.
Resta extinto o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC/2015.
Publique-se. Intime-se, Intime-se, servindo a cópia da presente como mandado, se necessário. Cumpra-
se.
Juíza de Direito
SENTENÇA
ALEXANDRE SOARES QUEIROZ move ação em face de JAIRO ALMEIDA DA SILVA alegando que em
fevereiro de 2019 dirigiu-se até a loja Gramauto, de propriedade do réu, onde lhe entregou as chaves de
sua Van Renault Master Bus16, DCI, Placa MWE5329, que ficara estacionada no pátio do
estabelecimento, para que fosse vendida, pelo valor R$25.000,00, acordando que tão logo isso ocorresse
o valor lhe seria repassado.
Refere, porém, que entre abril e maio seguintes retornou à loja, pois não havia recebido qualquer notícia
de venda, e nessa ocasião constatou que o veículo já não se encontrava no pátio. Ao indagar o requerido,
este lhe revelou que havia vendido o automóvel, afirmou que não dispunha mais do valor e lhe ofereceu
como pagamento um Chevrolet Classic, que pertencia a Francisco Ferreira de Brito.
Sem alternativa, diz que aceitou a oferta, mas dois dias depois devolveu o carro pois já havia gasto mil
reais com reparos e este não tinha condições de trafegar em razão de inúmeras avarias, além disso,
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estava alienado e não estava em nome do réu nem de sua empresa e sim de Francisco Ferreira de Brito.
Refere ainda que o réu, utilizando-se de ardil, fez com que assinasse uma declaração de que estava
entregando o Classic em consignação na loja citada, por R$15.000,00 e que tão logo fosse revendido o
valor lhe seria repassado.
Diante dos fatos, reiterando que nada recebeu pela VAN alega que se faz necessário que o reclamado lhe
devolva o veículo ou pague a importância de R$25.000,00, a fim evitar seu enriquecimento ilícito.
Deseja ainda ser ressarcido em R$1.000,00, importância gasta com o conserto do veículo Chevrolet
Classic.
Por fim, pede a condenação do réu ao pagamento de indenização por dano moral no importe de
R$10.000,00.
O reclamado, por sua vez, preliminarmente suscita a inépcia da inicial. Quanto aos fatos, afirma que na
verdade em outubro de 2018 o reclamante procurou sua loja com o intuito de trocar sua Van por um Corsa
Classic, ano 2010, placa JVY 0326, negócio esse que foi celebrado verbalmente. No entanto, em
13/05/20019 o reclamante teria retornado à loja com o intuito de “novar o negócio”, isto é, de revogar o
contrato anterior e deixar o Classic para revenda a fim de que o valor lhe fosse repassado, consoante
declaração juntada com a inicial.
Posteriormente, retornou pela segunda vez, então para devolver o automóvel, que já estava em sua posse
havia 06 meses. Assim, percebendo que não seria possível fazê-lo deixou o carro no pátio da loja e pediu
que avisassem o reclamado para que entrasse em contato depois e assim foi feito.
Na conversa, porém, o autor manifestou a vontade de que o bem fosse vendido pelo mesmo valor que
havia sido comprado, o que foi recusado, pois a loja havia tido gastos com o licenciamento da VAN, objeto
da permuta.
Frustrada a renegociação, o réu alega que se dirigiu até o prédio onde residia o reclamante, estacionou o
Classic na frente do edifício e tentou entregar a chave ao porteiro, que se recusou a recebê-la, jogando-a
no meio da rua.
No mais, afirma que diante da novação contratual deve ser reconhecido que se extinguiram as obrigações
do primeiro contrato, o que conduz à perda do objeto da presente ação. Rebate ainda a tese de
enriquecimento afirmando que o que gastou para licenciar a VAN supera a despesa com o reparo do
Classic. Diz ainda que não há prova de seu locupletamento e que os fatos narrados não passaram de
mero aborrecimento
DA PRELIMINAR
O réu alega que a inicial é inepta, pois não se fez acompanhar de provas capazes de demonstrar a
veracidade de seu conteúdo. Diz ainda que ao deixar de sustentar adequadamente suas alegações o autor
tornou inviável o contraditório e a ampla defesa. Assim, requer a extinção do feito sem resolução de
mérito.
Ocorre, porém, que a peça de ingresso contém os requisitos mínimos descritos no art. 19 e ss do CPC.
A falta de prova do que se alega não tem o condão de acarretar a extinção do processo sem análise de
mérito, como é sabido.
No que se refere a suposto prejuízo ao exercício do direito de defesa, a afirmação não é verdadeira,
porquanto o réu compreendeu perfeitamente os fatos alegados na exordial, tanto que os rebateu no
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mérito.
MÉRITO
O autor afirma que entregou sua Van ao réu para que este a revendesse por R$25.000,00 e lhe
repassasse o valor tão logo isso ocorresse, pois tinha urgência.
Diz que o carro sumiu do pátio da loja, que o réu admitiu que havia vendido o bem mas alegou que já não
dispunha da quantia.
Por fim, afirma que, sem alternativas, aceitou como pagamento um Chevorlet Classic, mas o devolveu
porque o carro tinha muitos problemas, estava alienado e pertencia a um terceiro. Por fim, disse que
ardilosamente o réu solicitou que assinasse um documento como se o Classic fosse seu e estivesse
apenas entregando para que fosse revendido por R$15.000,00.
Por outro lado, ao apresentar sua defesa o réu tenta convencer o juízo de que ele e o autor realizaram a
troca que envolveu de um lado a Van Renault Master Bus16, DCI, ano 2006 e do outro um Chevrolet
Classic, ano 2010. E que posteriormente esse negócio teria sido “extinto” por uma “novação”, e o autor
teria deixado o Classic em sua loja para que fosse revendido por R$15.000,00.
Com efeito, analisando as duas versões é possível concluir pela ausência de verossimilhança no que
afirma o reclamado. Senão vejamos.
Ao consultar a tabela FIPE constata-se que em outubro de 2018, mês em que teria havido a suposta troca
dos veículos, a VAN de propriedade do reclamante valia em média R$ 45.965,00 enquanto o Chevrolet
Classic tinha um preço médio apenas de R$17.702,00.
Havia, portanto, uma diferença de cerca de vinte e oito mil reais entre o valor de revenda dos dois
automóveis.
Ainda que se leve em conta os R$25.000,00 pelos quais o reclamante desejava vender a Van, persistiria
uma diferença em relação ao Classic de mais de sete mil reais.
Contudo, com base nas regras de experiência e senso comum, é sabido que quando alguém deseja
vender um bem e tem urgência nisso até o anuncia por um valor abaixo de mercado. Mas, quando se trata
de uma troca, envolvendo bens de valores tão distintos, em geral o proprietário do objeto mais
valioso exige o valor da diferença para fechar o negócio.
Cabe ainda acrescentar que se a troca de fato tivesse ocorrido e se o reclamante tivesse levado seis
meses para retornar com intenção de novar o negócio, provavelmente, nesse intervalo de tempo, o
reclamado, ou mesmo um terceiro adquirente, como novo proprietário da Van, já teria providenciado a
transferência junto ao DETRAN. Mas em consulta ao site do órgão, se verifica que o veículo permanece
registrado em nome do autor até a presente data.
Isso porque a novação é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la.
Segundo Orlando gomes para que reste configurada devem concorrer três elementos:
Contudo, no presente caso, se o que de fato foi simplesmente a troca de um veículo pelo outro, como
alega o réu, tal negócio se extinguiu com a tradição de tal sorte que não restou obrigação alguma a ser
substituída por outra.
A propósito, no que se refere à declaração juntada com a inicial faz sentido que o reclamante tenha
aceitado receber o Classic como pagamento, já que naquele contexto o réu alegava que já não dispunha
do produto da venda da Van, e que arrependido disso tenha sido compelido a assiná-la, pois, do contrário,
não conseguiria reaver quantia qualquer e seria obrigado a permanecer com esse bem.
Por outro lado, a par dessas discussões, no curso do processo ficou demonstrado que o reclamado de fato
está na posse do utilitário, tanto que o deixou em determinado local e se propôs a restitui-lo ao reclamante,
em sede de acordo, que restou frustrado.
Além disso, não há prova de que tenha pago qualquer quantia pela Van.
Por fim, conclui-se, pela versão que apresentou em sua defesa, que também ficou na posse do Classic,
afinal, não conseguiu devolvê-lo quando esteve na residência do reclamante.
Logo, merece amparo a tese inicial de que haveria enriquecimento ilícito do réu.
Sendo assim, por força do disposto nos art. 884 do Códio Civil, merece ser acolhido o pedido inicial para
que restitua o bem ao reclamante – que aliás, permanece registrado no seu nome junto ao DENTRAN –
ou, na impossibilidade, pague a importância de R$25.000,00, valor estipulado para venda.
Vale destacar que em relação à quantia paga pelo licenciamento da Van, além de não ter havido pedido
contraposto para que seja deduzida do valor a ser ressarcido, não vislumbro razão para que isso ocorra,
haja vista o longo tempo em que o reclamado encontra-se na posse do veículo, que em geral é utilizado
para auferir renda, e pelo qual não comprova ter pago alguma quantia ao legítimo proprietário.
No que se refere ao ressarcimento das despesas com reparos no Classic, o documento juntado sob o id.
14996048 - Pág. 7 não é idôneo para comprová-las, pelo que se impõe o rejeição do pedido.
Já quanto ao pedido de indenização, compreendo que o reclamante suportou quebra de uma legítima
expectativa, além de constrangimento e frustração ao se ver sem seu automóvel e sem o produto da
venda, sentimento esses agravados pelo fato de ter sido obrigado a ingressar em juízo para reaver o
veículo. Assim, resta configurado o dano moral na hipótese.
Nesse passo, o requerido deve ser condenado a indenizá-lo em R$5.000,00, valor que considero razoável
em compatível com as circunstâncias do caso concreto.
Finalmente, quanto à alegada tentativa do reclamante de retirar a Van do local onde se encontra
depositada, embora possa em tese configurar exercício arbitrário das próprias razões, a juízo da
autoridade judicial competente, não se se presta a configurar litigância de má-fé, a uma porque só exerce
arbitrariamente as próprias razões quem, afinal, as tem, a duas porque o fato não configura nenhuma das
hipóteses mencionadas no art. 80 do CPC, pelo que afasto o pedido de condenação por litigância de má-fé
formulado pela defesa.
c) pagar ao reclamante, a título de indenização por dano moral, a quantia de R$5.000,00 (cinco mil
reais), devendo tal montante ser atualizado monetariamente pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora
fixados em 1% (um por cento) ao mês, ambos devidos a partir desta sentença.
Resta extinto o processo com resolução do mérito (CPC, art. 487, I).
Sem condenação em custas ou honorários advocatícios, nos termos do art. 54, “caput” e 55 da Lei
9.099/95.
Havendo cumprimento espontâneo, expeça-se alvará judicial em nome da parte reclamante ou de seu/sua
advogado(a) (caso haja pedido e este tenha poderes expressos para receber e dar quitação) para
levantamento dos valores depositados em juízo, devendo o seu recebimento ser comprovado nos autos.
Comprovado o cumprimento espontâneo e o levantamento dos valores depositados em juízo, nada mais
havendo, arquivem-se os autos.
P.R.I.C.
Nesta oportunidade, junto aos autos do processo o alvará de transferência assinado eletronicamente,
referente ao saldo residual que constava na subconta.
998
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DESPACHO
Inicialmente, analisando os termos do acordo a qual se pretende homologação, verifico que a parte
executada está representada por Álvaro Celso de Oliveira Nery, conforme minuta anexada no Id nº.
24843520, da qual não consta sequer procuração para tal finalidade.
Afora isso, cediço é o entendimento de que no âmbito dos Juizados Especiais é inadmissível a figura da
representação, situação esta que, por se tratar de questão de ordem pública, pode ser reconhecida de
ofício pelo magistrado da causa e ensejar a extinção do processo.
Por fim, verifica-se ainda do feito que o executado é advogado, tanto que manejou nos presentes autos
exceção de pré-executividade, inexistindo, portanto, qualquer óbice para fins de ratificação dos termos da
avença a qual se pretende homologação.
Deste modo, no intuito de ratificar os termos do acordo supracitado, determino a intimação do executado,
para que no prazo máximo de 05 dias úteis, se manifeste nos autos acerca da referida transação, sob
pena de não homologação, consoante razões retro esposadas.
PROCESSO nº 0846297-06.2021.8.14.0301
DECISÃO
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Trata-se de ação de rito sumaríssimo na qual a parte reclamante alega ter sido surpreendida com a
cobrança levada a efeito pela parte reclamada, via consignação em seu benefício previdenciário, de
mensalidade de contrato de empréstimo nº 0059305433120210524 a ser pago em 84 (oitenta e quatro)
parcelas mensais de R$ 19,85 (dezenove reais e oitenta e cinco centavos), totalizando um débito no
valor de R$ 1.667,40 (um mil seiscentos e sessenta e sete reais e quarenta centavos), ao qual não
teria aderido.
Vieram os autos conclusos para apreciação do pedido de tutela provisória de urgência no sentido de que
seja expedido ofício ao INSS, fonte pagadora do benefício da parte reclamante, determinando a
suspensão dos descontos das parcelas do empréstimo consignado.
É o relatório. Decido.
Os requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência são descritos no artigo 300 do Código de
Processo Civil de 2015, que exige a conjugação da probabilidade do direito com a possibilidade de dano
ou risco ao resultado útil do processo; mantendo-se, para as tutelas de urgência de natureza antecipada, o
requisito negativo de que não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão (art. 300, §3º, do CPC/2015).
Neste tocante, destaque-se que a doutrina pátria é pacífica no sentido de que a vedação à concessão da
tutela provisória de urgência de natureza antecipada por conta de perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão (art. 300, §3º, do CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto, quando configurar verdadeira
violação à garantia constitucional do acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88).
Isto porque a parte reclamante alega não ter aderido ao contrato de mútuo feneratício impugnado, não
havendo como impor-lhe a prova de fato negativo: a não contratação.
Em adição, o princípio da boa-fé do consumidor, aliado ao fato de que se tornou comum no mercado de
consumo atual, caracterizado pelo modo de produção e prestação de serviços de massa, cuja própria
natureza acaba por ocasionar elevação do risco de fraudes, que pessoas sejam cobradas por contratos
aos quais não aderiram, militam em favor da plausibilidade das alegações da parte reclamante.
De outro lado, a parte reclamada possui as melhores condições de provar a adesão da parte reclamante
ao contrato de empréstimo impugnado, uma vez que detêm os documentos ou gravações referentes à sua
celebração, pelo que defiro a inversão do ônus da prova prevista no art. 6º inciso VIII do CDC (Lei
8.078/90).
Desta forma, vislumbro a probabilidade do direito da parte reclamante de ver suspensa a cobrança de
suas mensalidades do contrato de empréstimo impugnado, o que inclui o desconto das parcelas
contratuais de seus proventos de aposentadoria e a possibilidade de inclusão de seu nome nos cadastros
de inadimplentes com base em tais contraprestações contratuais, até porque, caso a parte reclamada não
comprove a adesão da parte autora ao negócio jurídico em tela, este Juízo deverá reconhecer a sua
invalidade, nos termos do art. 104, I, do CC/2002, e declarar a inexistência dos débitos dele decorrentes.
Também verifico a presença da possibilidade de dano à parte reclamante, sob três aspectos:
pode dificultar o custeio de suas necessidades mais básicas, colocando em risco não apenas a sua
dignidade, como também sua integridade física e direito à vida, em face da dificuldade em custear plano
de saúde, medicamentos, alimentação adequada, etc.
Ressalte-se que a tutela de urgência concedida não se mostra irreversível, pois, caso a parte reclamada
logre êxito em demonstrar ser lícita a contratação, nada obstará que torne a cobrar os débitos e inscrever
o nome da parte autora em cadastros de devedores, sem prejuízo do manejo de pedido contraposto para
cobrar, nestes autos, eventual crédito que lhe seja reconhecido.
Entretanto, a medida será deferida de modo diverso da requerida, para que a parte reclamada seja
compelida a suspender as cobranças, sob pena de multa.
Diante da presença dos requisitos necessários, DEFIRO o pedido de tutela de provisória de urgência,
determinando que a parte reclamada, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão e até o final julgamento do mérito:
b) providencie a suspensão dos descontos referentes às parcelas do contrato impugnado nos proventos
de aposentadoria da parte reclamante e/ou sua conta bancária;
c) se abstenha de incluir o nome da parte reclamante nos cadastros de inadimplentes com lastro nos
débitos referentes ao contrato de empréstimo impugnado.
O descumprimento da presente decisão implicará aplicação de multa, a ser revertida em prol da parte
autora, no valor de:
a) R$ 50,00 (cinquenta reais) por cada cobrança ou desconto levado a efeito em descumprimento à
presente decisão até o limite de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sem prejuízo da devolução dos valores
descontados;
b) R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em caso de inscrição ou não exclusão do nome da parte autora dos
cadastros de inadimplentes.
Cite-se e intime-se a parte reclamada para comparecer à audiência já designada, com as advertências de
praxe.
A Audiência Una será realizada na modalidade virtual, através da Plataforma de Comunicação Microsoft
Teams, devendo as partes observar o guia prático da plataforma de videoconferência, constante do
website do TJE/PA- http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=902890.
1001
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Manifestem-se nos autos as partes, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada, informando os e-mails para envio do link de acesso à sala de audiência virtual.
Devem as partes e os advogados acessar a audiência no dia e horário designados, por computador,
celular (smartphone) ou tablet, sem necessidade de instalação do referido aplicativo (utilizando o
navegador Google Chrome), por meio do link que será enviado antecipadamente ou no momento da
realização do ato, para os e-mails informados pelos litigantes, ocasião em que estes poderão produzir as
provas admitidas em direito e que entenderem necessárias, inclusive testemunhais, e a parte reclamada
deverá apresentar defesa escrita ou oral, sob pena de revelia.
Partes e advogados podem estar presentes na data e hora agendadas no mesmo ponto de acesso
(computador, celular, tablet), ou, caso algum dos participantes prefira e possa participar da audiência
individualmente de outro ponto de acesso, deve informar antecipadamente no prazo acima informado, o e-
mail para envio de convite. Todos os participantes devem estar munidos de documento oficial de
identificação, com foto, para apresentação na audiência, sendo vedada em sede de Juizado Especial
representação de pessoa física (Enunciado 10 do FONAJE).
Havendo necessidade de esclarecimentos, seguem os contatos desta Vara. Telefone: (91) 3211-0412 /
WhatsApp: (91) 98463-7746 / E-mail: 9jecivelbelem@tjpa.jus.br.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamante ensejará a
aplicação da extinção da presente ação sem resolução do mérito, consoante art. 51, I, da Lei nº 9099/95
c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, bem como poderá ensejar a condenação
ao pagamento de custas, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamada ensejará a
aplicação da revelia, consoante arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95 c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo eventual
impossibilidade de acesso ser comunicada por petição protocolada nos autos.
Com efeito, imperioso destacar que as partes deverão comunicar a este Juízo a mudança de endereço,
ocorrida no curso do processo, sob pena de serem consideradas como válidas as intimações enviadas ao
endereço anterior, constante dos autos (artigo 19, § 2º, da Lei nº 9.099/95).
Ressalte-se ainda que, nas causas em que for atribuído valor econômico superior a vinte salários mínimos,
a assistência da parte por advogado será obrigatória (artigo 9º da Lei nº. 9.099/95).
A opção da parte autora pelo procedimento da Lei nº. 9.099/95 implica em renúncia ao crédito excedente
ao limite previsto no inciso primeiro do artigo 3º da citada lei (quarenta salários mínimos), conforme
previsão do parágrafo terceiro, do mencionado artigo.
Em se tratando de causa que versa a respeito de relação de consumo, resta deferida a inversão do ônus
da prova, nos termos do disposto no artigo 6°, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Intime-se a parte reclamada para que, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada
da presente decisão, promovam seu cadastro no Sistema PJE para recebimento de citações e intimações
por meio eletrônico, nos termos do § 1º do art. 246 do CPC/2015.
O descumprimento da determinação supra será punido, na forma do art. 77, §§ 1º e 2º, do CPC/2015,
como ato atentatório à dignidade da Justiça com aplicação de multa, que fixo em 5% (cinco por cento) do
1002
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valor da causa, a ser revertida em favor da Fazenda Pública Estadual, sem prejuízo de adoção de
medidas civis, processuais e penais cabíveis.
Caso as partes não tenham interesse em produzir provas em audiência, deverão informar nos
autos, dentro do referido prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada, sendo
que o silêncio implicará em preclusão no que concerne à produção de provas, o que autoriza o
julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.
Neste caso, a Audiência Una será de pronto cancelada e a parte reclamada será imediatamente intimada
a apresentar defesa nos autos no prazo improrrogável de 15 dias úteis.
Manifestando-se qualquer das partes pela necessidade de produção de provas em audiência, ficará
mantida por ora a data de Audiência Una a ser designada, devendo o manifestante, dentro do referido
prazo de 05 (cinco) dias úteis, fundamentar seu pedido, caso não pormenorizado, indicando inclusive as
provas que pretende produzir, ficando desde já os litigantes advertidos que o mero depoimento pessoal
não se presta a tal finalidade, pois apenas serve como via de reprodução dos fatos já deduzidos na inicial
e contestação, devendo após os autos ser remetidos conclusos para decisão.
De igual forma, esclareço às partes que, havendo manifestação para manutenção da audiência visando
exclusivamente o interesse na composição consensual, tal pedido resta indeferido de plano, pois tal fato
não impede que as partes, por seus patronos, cheguem a uma composição extrajudicial da lide, trazendo
eventual acordo para homologação deste Juízo.
PROCESSO nº 0810044-19.2021.8.14.0301
DECISÃO
Sendo o contrato entabulado entre as partes de trato sucessivo, defiro a inclusão, no pedido, das faturas
de consumo dos meses 07/2021 (ID nº 30341923) e 08/2021 (ID nº 31479129), na forma do art. 323 do
CPC/2015, uma vez que questionadas com base na mesma causa de pedir.
A parte reclamante alega que as faturas impugnadas estariam cobrando valor muito elevado e que não
teria condições financeiras de pagá-las, requerendo tutela provisória de urgência para que o fornecimento
de energia à sua residência não seja cortado pelo não pagamento.
Ocorre que, compulsando o histórico de consumo da fatura constante do ID nº 23162994, nos limites da
cognição sumária admitida neste momento, as faturas de consumo regular mensal impugnadas cobram
quantidade de kWh mensais (563 kWh e 596 kWh) compatíveis com o consumo registrado nos três ciclos
de faturamento anteriores à primeira fatura impugnada nos autos – cuja menor quantidade de kWh
cobrada foi de 741 kWh.
Desta forma, não vislumbro a probabilidade do direito da parte reclamante, uma vez que a ausência de
recursos do consumidor não é fundamento legítimo para suspender a cobrança de faturas de consumo
regular mensal, em tese, corretas.
Intime-se. Cumpra-se.
DESPACHO
Muito embora a parte reclamante, assistida pelo advogado, tenha sido intimada a emendar a inicial,
conforme determinação contida no despacho de Id nº 29062227, deixou de fazê-lo, consoante a certidão
de Id nº 31357357.
1004
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Intime-se. Cumpra-se.
Processo 0815515-55.2017.8.14.0301
DESPACHO ORDINATÓRIO
Considerando que o presente processo foi extinto com julgamento do mérito e que não houve interposição
de Recurso Inominado, tampouco pedido de cumprimento de sentença, e que foram cumpridas todas as
determinações do Juízo, inclusive certificado o trânsito em julgado, com base no art. 1º, caput e § 1º da
Ordem de Serviço nº 02/2020-9VJEC-GAB (Publicada no DJE de 17 e 18/12/2020), os autos serão
arquivados.
Intimem-se as partes, advertindo-as que os autos poderão ser desarquivados, sem recolhimento de
custas, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, contados da intimação deste ato, ou do próprio ato, sendo
inviável a intimação por qualquer meio (art. 1º, § 2º da Ordem de Serviço nº 02/2020-9VJEC-GAB).
Lojas Americanas S/A Participação: ADVOGADO Nome: MARCELO NEUMANN MOREIRAS PESSOA
OAB: 110501/RS
PROCESSO NÚMERO:0812718-67.2021.8.14.0301
DESPACHO
Considerando a audiência designada automaticamente nos autos, fica dispensada a citação da parte
reclamada, considerando seu comparecimento espontâneo nos autos, nos termos do art. 18, §3º da Lei nº.
9.099/1995. Destarte, deverá a parte reclamada ser intimada para comparecer ao ato, com as
advertências legais.
A Audiência Una designada será realizada na modalidade virtual, através da Plataforma de Comunicação
Microsoft Teams, devendo as partes observar o guia prático da plataforma de videoconferência, constante
do website do TJE/PA - http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=902890
Manifestem-se nos autos as partes, no prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação
consumada, informando os e-mails para envio do link de acesso à sala de audiência virtual.
Devem as partes e os advogados acessar a audiência no dia e horário designados, por computador,
celular (smartphone) ou tablet, sem necessidade de instalação do referido aplicativo (utilizando o
navegador Google Chrome), por meio do link que será enviado antecipadamente ou no momento da
realização do ato, para os e-mails informados pelos litigantes, ocasião em que estes poderão produzir as
provas admitidas em direito e que entenderem necessárias, inclusive testemunhais, e a parte reclamada
deverá apresentar defesa escrita ou oral, sob pena de revelia.
Partes e advogados podem estar presentes na data e hora agendadas no mesmo ponto de acesso
(computador, celular, tablet), ou, caso algum dos participantes prefira e possa participar da audiência
individualmente de outro ponto de acesso, deve informar antecipadamente no prazo acima informado, o e-
mail para envio de convite. Todos os participantes devem estar munidos de documento oficial de
identificação, com foto, para apresentação na audiência, sendo vedada em sede de Juizado Especial
representação de pessoa física (Enunciado 10 do FONAJE).
Havendo necessidade de esclarecimentos, seguem os contatos desta Vara. Telefone: (91) 3211-0412 /
WhatsApp: (91) 98463-7746 / E-mail: 9jecivelbelem@tjpa.jus.br
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamante ensejará a
aplicação da extinção da presente ação sem resolução do mérito, consoante art. 51, I, da Lei nº 9099/95
c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, bem como poderá ensejar a condenação
ao pagamento de custas, devendo eventual impossibilidade de acesso ser comunicada por petição
protocolada nos autos.
O não comparecimento injustificado em audiência por videoconferência pela parte reclamada ensejará a
aplicação da revelia, consoante arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95 c/c art. 29 da Portaria Conjunta 012/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo eventual
impossibilidade de acesso ser comunicada por petição protocolada nos autos.
Com efeito, imperioso destacar que as partes deverão comunicar a este Juízo a mudança de endereço,
ocorrida no curso do processo, sob pena de serem consideradas como válidas as intimações enviadas ao
endereço anterior, constante dos autos (artigo 19, § 2º, da Lei nº 9.099/95).
1006
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ressalte-se ainda que, nas causas em que for atribuído valor econômico superior a vinte salários mínimos,
a assistência da parte por advogado será obrigatória (artigo 9º da Lei nº. 9.099/95).
A opção da parte autora pelo procedimento da Lei nº. 9.099/95 implica em renúncia ao crédito excedente
ao limite previsto no inciso primeiro do artigo 3º da citada lei (quarenta salários mínimos), conforme
previsão do parágrafo terceiro, do mencionado artigo.
Em se tratando de causa que versa a respeito de relação de consumo, resta deferida a inversão do ônus
da prova, nos termos do disposto no artigo 6°, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Caso as partes não tenham interesse em produzir provas em audiência, deverão informar nos
autos, dentro do referido prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da intimação consumada, sendo
que o silêncio implicará em preclusão no que concerne à produção de provas, o que autoriza o
julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.
Neste caso, a Audiência Una será de pronto cancelada e a parte reclamada será imediatamente intimada
a apresentar defesa nos autos no prazo improrrogável de 15 dias úteis.
Manifestando-se qualquer das partes pela necessidade de produção de provas em audiência, ficará
mantida por ora a data de Audiência Una a ser designada, devendo o manifestante, dentro do referido
prazo de 05 (cinco) dias úteis, fundamentar seu pedido, caso não pormenorizado, indicando inclusive as
provas que pretende produzir, ficando desde já os litigantes advertidos que o mero depoimento pessoal
não se presta a tal finalidade, pois apenas serve como via de reprodução dos fatos já deduzidos na inicial
e contestação, devendo após os autos ser remetidos conclusos para decisão.
De igual forma, esclareço às partes que, havendo manifestação para manutenção da audiência visando
exclusivamente o interesse na composição consensual, tal pedido resta indeferido de plano, pois tal fato
não impede que as partes, por seus patronos, cheguem a uma composição extrajudicial da lide, trazendo
eventual acordo para homologação deste Juízo.
Intimem-se. Cumpra-se.
DESPACHO
Tendo em vista a decisão (ID31267218) que homologou o acordo firmado entre as partes, bem como a
certidão de trânsito em julgado (ID31267222) e o comprovante de quitação do mencionado acordo
(ID31267221), determino o arquivamento dos autos.
Intime-se nos termos do art. 26, da Portaria Conjunta nº 01/2018 – GP/VP. Cumpra-se.
(Portaria nº 2619/2021-GP)
DESPACHO
Tendo em vista o acórdão (ID31248105) que manteve a sentença (ID12714609) em sua integralidade,
bem como a certidão de trânsito em julgado (ID31248108), determino o arquivamento dos autos.
Intime-se nos termos do art. 26, da Portaria Conjunta nº 01/2018 – GP/VP. Cumpra-se.
(Portaria nº 2619/2021-GP)
DESPACHO
Para exame do pedido de tutela de urgência, nessa sede de cognição sumária, entendo conveniente a
justificação prévia, nos termos do art. 84, §3º, da Lei Federal nº. 8.078/1990, na forma de abertura de
oportunidade para a parte Ré argumentar nos autos.
Determino, pois, a citação do Réu, intimando-o, no mesmo ato, para que apresente, querendo, suas
considerações acerca do pedido de tutela provisória de urgência, no prazo de 10 (dez) dias.
Intimem-se também as partes da audiência UNA de conciliação, instrução e julgamento que designo
para o dia 10/03/2022 às 10h00min.
Faculto as partes participarem da supracitada audiência por meio da plataforma indicada pelo TJE/PA
(MICROSOFT TEAMS), devendo as mesmas informarem nos autos o número de whatsapp e,
obrigatoriamente, os e-mails para recebimento do respectivo convite para participarem da audiência pelo
modo remoto, em até cinco dias antes da data acima referida, ou, então, acionar no dia e horário acima
designados o seguinte link: https://teams.microsoft.com/l/meetup-
join/19%3ameeting_M2UwYzQwZGUtOTQzNy00ZjkxLWEwZTgtMDY4ZTg3ODdmZWFm%40thread.v2/0?
c o n t e x t = % 7 b % 2 2 T i d % 2 2 % 3 a % 2 2 5 f 6 f d 1 1 e - c d f 5 - 4 5 a 5 - 9 3 3 8 -
b501dcefeab5%22%2c%22Oid%22%3a%22c52b6ecf-4b2a-42f8-ab99-01bf56f6ae6f%22%7d, devendo,
em todo caso, observarem o determinado na Portaria Conjunta nº 12/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI de 22 de
maio de 2020, a qual regulamenta as audiências por videoconferência no âmbito da jurisdição dos juizados
especiais cíveis vinculados ao TJPA.
A parte que não informar os seus dados acima mencionados para participar virtualmente do ato, não entrar
diretamente na sala virtual pelo link acima informado ou não comparecer no fórum para participar
presencialmente, sofrerá as penalidades processuais legais, caso não apresente a tempo justificativa
escusável.
Determino que as partes também sejam notificadas do seguinte: 1) e caso queiram produzir provas orais,
como testemunha ou informante, deverão orientar estas a acessar a sala virtual com e-mail em seu próprio
nome e em dispositivo de acesso à internet (celular, computador, tablet, notebook, etc) privativo do seu
uso para o ato, ou seja, não pode ser com o mesmo e-mail e nem com o mesmo dispositivo das partes
envolvidas no litígio e nem dos respectivos advogados destas; 2) deverão juntar no dia da audiência, na
aba “chat” da respectiva sala virtual, arquivo contendo cópias legíveis dos documentos de identificação de
quem for participar da audiência por videoconferência, a fim de agilizar o processo de identificação por
parte de quem estiver secretariando o ato.
1009
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Intime-se o autor para, no prazo de 10 (dez) dias, juntar aos autos documento atual devidamente emitido
pelo SERASA para fins de comprovar a permanência de seu nome nos Órgãos de Proteção de Crédito,
vez que o documento do ID20969558 é 2017, sob pena de indeferimento do pedido de tutela de urgência.
Intime-se. Cumpra-se.
(Portaria nº 2619/2021-GP)
DESPACHO
Considerando o trânsito em julgado da sentença, aguarde-se por 30 (trinta) dias o pedido de cumprimento
da sentença.
Intime-se nos termos do art. 26, da Portaria Conjunta nº 01/2018 – GP/VP. Cumpra-se.
Aos 12 dias do mês agosto de 2021, nesta cidade de Belém, Estado do Pará, na Sala de Audiência da
10º vara do Juizado Especial Cível de Belém para a realização da presente audiência Una de
Conciliação/Instrução, agendada para as 11h00min, nos autos da ação e entre as partes
supramencionadas, de acordo com as formalidades legais, foi aberta a AUDIÊNCIA UNA na presença, por
meio de videoconferência, da MMa. Juíza ANDREA CRISTINE CORREA RIBEIRO, e presencialmente,
do acadêmico de Direito e estagiário do juízo Miguel Penalber de Abreu.
Iniciada a AUDIÊNCIA UNA presencial, às 11h00min, nenhuma das partes e nem os seus respectivos
advogados compareceram à audiência.
E para constar foi lavrado o presente termo assinado digitalmente pelo Juízo e incluído no PJE, sem
impressão e assinaturas físicas, servindo o mesmo como declaração de comparecimento perante este
juízo dos que abaixo seguem identificados para todos os fins de direito, em especial para comprovação de
justificativa de atraso ou falta ao trabalho, Tudo registrado conforme mídia a ser juntada aos autos
posteriormente. Eu, Mário Bronze, o digitei. Termo encerrado às 11:17 horas
SENTENÇA
Relatório dispensado com fulcro no art. 38, da Lei Federal nº. 9.099/1995.
Analisando os autos, verifico que o condomínio exequente peticionou (ID26114433) informando o acordo
firmado entre as partes e que já teria sido adimplido o débito exequendo, por isso requer a extinção do
feito.
O Código de Processo Civil é utilizado subsidiariamente à Lei Federal nº. 9.099/1995 na jurisdição dos
Juizados Especiais e estabelece em seu art. 924, inciso II, que o magistrado extinguirá a execução quando
a obrigação for satisfeita.
Ante o exposto, DECLARO EXTINTA A EXECUÇÃO, na forma dos artigos 924, inciso II e 925 do Código
de Processo Civil.
Sem custas ou honorários advocatícios de sucumbência (arts. 54, caput, e 55, parágrafo único, da Lei
Federal nº. 9.099/1995.
Intime-se nos termos do art. 26, da Portaria Conjunta nº 01/2018 – GP/VP. Cumpra-se.
(Portaria nº 2619/2021-GP)
DECISÃO
Vieram os autos conclusos para análise do pedido de tutela provisória de urgência formulado na inicial,
consistente em ordem judicial determinando a demandada que estabeleça imediatamente o serviço
1012
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
contratado, fornecendo a velocidade de 240 MEGA e normalizando os demais serviços por completo.
A parte ré, devidamente intimada, apresentou manifestação quanto ao pedido de tutela de urgência no
ID31614108, requerendo, em síntese, o indeferimento.
Passo a analisar o cabimento da medida de urgência, com base na identificação concreta nesses autos de
seus pressupostos, em conformidade com o art. 300 do Código de Processo Civil, que apenas autoriza ao
Juízo a concessão de tutela de urgência em caso de verificação da probabilidade do Direito e do perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Nos limites desta análise sumária, verifico que as provas documentais apresentadas com a inicial aliadas
ao princípio da boa-fé objetiva do consumidor, apontam no sentido de serem verossímeis, pelo que defiro
a inversão do ônus da prova prevista no art. 6º inciso VIII do CDC (Lei 8.078/90).
Porém, tal verossimilhança não se apresenta extreme de dúvidas, eis que as provas apresentadas não
demonstram, de forma inequívoca, acerca da velocidade da conexão de internet disponibilizada a autora, o
que implica dizer que, mesmo com a inversão do ônus da prova, pode acontecer de a parte demandada
provar o contrário, circunstância que recomenda apuração na fase processual pertinente.
Porém, resta demonstrada a probabilidade do direito da autora, que juntou aos autos faturas de consumo
que demonstram o plano de internet contratado de 240MB (Ids 30699669, 30699671 e 30699673), print
demonstrando a velocidade da conexão, especialmente a do ID30428531 e conversa via whatsapp com a
promovida na qual se observa que o técnico da mesma realizou teste na velocidade de internet da
reclamante (ID30699676).
Poderia a parte ré, nesse sentido, juntar documentos para comprovar, hipoteticamente, que após as visitas
técnicas houve a normalização da conexão de internet da promovente. Porém, a operadora de telefonia ré
apresentou manifestação que não se ateve a nenhum dos pormenores discutidos nesta demanda, não
juntando nenhum documento comprobatório e nem apresentando argumentos que debatessem de forma
específica os fatos trazidos à análise no presente feito.
Há, portanto, necessidade de esclarecer a observância dos limites mínimos de velocidade contratada pela
autora, que de acordo com as metas estabelecidas pela ANATEL nos regulamentos de Gestão da
Qualidade dos serviços de Comunicação Multimídia (banda larga fixa) e Móvel Pessoal (banda larga
móvel), as prestadoras deverão garantir mensalmente, em média, 80% da velocidade contratada pelos
usuários e a velocidade instantânea (que se refere à velocidade aferida pontualmente em uma medição)
deve ser de, no mínimo, 40% da contratada, contudo caso a prestadora entregue ao usuário apenas 40%
da velocidade contratada por diversos dias, deverá, no restante do mês, entregar uma velocidade alta ao
consumidor, a fim de atingir a meta mensal de 80%.
Entretanto, não é razoável que a autora suporte a manutenção da velocidade contratada abaixo dos limites
mínimos estabelecidos pela ANATEL durante o decorrer do processo, até porque o serviço de internet é
utilizado para a atividade laboral de seu escritório de advocacia. Desse modo, a promovida deve respeitar
os supracitados limites de velocidade de internet contratada pela promovente, pois resta latente o perigo
de dano e/ou prejuízo à parte autora.
Em caso de descumprimento, estipulo multa diária de R$100,00 (cem reais), a incidir em período inicial de
30 (trinta) dias, sem prejuízo de majoração da multa em caso de descumprimento desta decisão, ou o
aumento de sua periodicidade, caso se faça necessário.
1013
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A parte que não informar os seus dados acima mencionados para participar virtualmente do ato, não entrar
diretamente na sala virtual pelo link acima informado ou não comparecer no fórum para participar
presencialmente, sofrerá as penalidades processuais legais, caso não apresente a tempo justificativa
escusável.
Intime-se nos termos do art. 26, da Portaria Conjunta nº 01/2018 do GP/VP, servindo a presente decisão
como mandado. Cumpra-se.
(Portaria nº 2619/2021-GP)
SENTENÇA
Relatório dispensado com fulcro no art. 38, da Lei Federal nº. 9.099/1995.
Analisando os autos, verifico que o exequente aceitou o valor que fora depositado pela executada para fins
de extinguir a obrigação (ID29699767), requerendo a expedição de alvará de transferência para a conta
bancária de sua patrona informada na petição do ID30306355.
O Código de Processo Civil é utilizado subsidiariamente à Lei Federal nº. 9.099/1995 na jurisdição dos
Juizados Especiais e estabelece em seu art. 924, inciso II, que o magistrado extinguirá a execução quando
1014
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ante o exposto, com fulcro nos arts. 924, inciso II, e 925, caput, do Código de Processo Civil, EXTINGO O
PROCESSO EM SUA FASE EXECUTIVA COM JULGAMENTO DO MÉRITO.
Expeça-se alvará judicial para liberação do valor depositado na conta judicial em nome da advogada do
credor, conforme requerido no ID30306355, vez que possui poderes expressos na procuração do
ID9296988 para receber e dar quitação.
Intime-se nos termos do art. 26, da Portaria Conjunta nº 01/2018 – GP/VP. Cumpra-se.
(Portaria nº 2619/2021-GP)
E
1015
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RESENHA: 09/08/2021 A 13/08/2021 - SECRETARIA UNICA DAS VARAS DOS JUIZADOS CRIMINAIS
DE BELEM - VARA: 1ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL
constata dos autos, a conduta do autor não se coaduna com o tipo penal descrito no art. 136, CPB,
portanto, assiste razão ao MP em requerer o arquivamento do feito, diante da falta de justa causa ante a
atipicidade da conduta. Isto posto, acolho o parecer ministerial, para determinar o arquivamento do
presente procedimento, por falta de justa causa para a ação penal face a atipicidade da conduta.
Sentença publicada em audiência, saindo intimados os presentes. Registre-se, fazendo as
anotações e comunicações de praxe¿. Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência.
Eu, _________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi. JUÃZA: MINISTÃRIO PÃBLICO:
______________________________________________________________________ AUTOR DO
F A T O : D E L S I O P E R E I R A G A I A
______________________________________________________________________
REPRESENTANTE DA VÃTIMA- VALÃRIA DO SOCORRO VASCONCELOS SILVA
os devidos fins de direito, após, façam os autos conclusos. Cumpra-se¿ Eu, __________, Rita Bahia,
Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi. JUÃZA: MINISTÃRIO PÃBLICO:
______________________________________________________________________ AUTOR DO
F A T O : B R U N O E V A N O V I C K X A V I E R S A N T O S
______________________________________________________________________ ADVOGADO:
M A N F R E D O C A R L O S L A M B E R G N E T O O A B / P A 2 6 2 4 5
______________________________________________________________________ VÃTIMA:
T A I N A R A C R I S T I N A R O D R I G U E S D O S S A N T O S
_____________________________________________________________________ ADVOGADO:
SERGIO YAGO DOS REIS MORAES OAB/PA 28852
______________________________________________________________________ VÃTIMA:
NAZARENO GOMES DOS REIS
F A T O / V Ã T I M A : C I N T Y A S O U S A C O R R E A
____________________________________________________________ ADVOGADA: WILZA MENDES
DA SILVA OAB/PA 17492
PINTO, ambas por meio de vÃdeo conferência (Microsoft Teams). No horário aprazado para a
audiência, foi feito o pregão de praxe, AUSENTE o autor, apesar de regularmente intimado, conforme fl.
28 e PRESENTE a vÃtima.      Aberta a audiência, prejudicada a tentativa de acordo, em face da
ausência do autor, embora devidamente intimado conforme fl. 28. Dada a palavra à vÃtima, esta
informou que tem interesse no prosseguimento do feito, representando contra o autor do fato.
     Dada a palavra à (o) representante do Ministério Público: ¿MM. JuÃza, o Ministério
Publico requer que a vÃtima apresente nome e endereço das testemunhas e demais provas existentes,
no prazo de 15 dias. Após, vista dos autos ao MP. Pede Deferimento.¿ DELIBERAÃÃO EM
AUDIÃNCIA: ¿Defiro o pedido do Ministério Público. Determino o prazo de quinze dias para a vÃtima
apresentar nome e endereço das testemunhas e demais provas que pretenda produzir. Decorrido o
prazo, certifique-se e dê-se vista dos autos ao Ministério Público para manifestação. Cumpra-se¿.
Nada mais havendo, foi encerrado o presente termo. Eu, _____________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária,
d i g i t e i e s u b s c r e v i . J U Ã Z A : M I N I S T Ã R I O P Ã B L I C O :
______________________________________________________________________ VÃTIMA:
GILBERTO DE SOUZA CORREA
diante da falta de justa causa ante a atipicidade da conduta. Isto posto, acolho o parecer ministerial, para
determinar o arquivamento do presente procedimento, por falta de justa causa para a ação penal face a
atipicidade da conduta. Sentença publicada em audiência, saindo intimados os presentes. Registre-se,
fazendo as anotações e comunicações de praxe¿. Nada mais havendo, foi encerrada a presente
audiência. Eu, _________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi. JUÃZA: MINISTÃRIO
PÃBLICO:
manifestação. Cumpra-se¿. Nada mais havendo, foi encerrado o presente termo. Eu,
_____________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi.       JUÃZA: MINISTÃRIO
PÃBLICO: ____________________________________________________________ VÃTIMA: PAULO
T E I X E I R A D A R O C H A
______________________________________________________________________ ADVOGADA:
MICHELLY CRISTINA SARDO NASCIMENTO OAB/PA 20.085.
horas, nesta cidade de Belém, na sala de audiências da 1ª Vara do Juizado Especial Criminal, onde
presente se achava a EXMA Sra. GILDES MARIA SILVEIRA LIMA, JuÃza de Direito titular da 1ª Vara do
Juizado Especial Criminal de Belém e a representante do Ministério Público, Sra. ROSANA PAES
PINTO, ambas por meio de vÃdeo conferência (Microsoft Teams). No horário aprazado para a
audiência, foi feito o pregão de praxe, PRESENTES as partes, sendo que a autora/vÃtima GYZELLE
MARQUES e o autor EMERSON DA SILVA LIMA, vieram acompanhado do advogado ANTONIO PAULO
DA COSTA VALE OAB/PA 12612.      Aberta a audiência, as partes resolveram entrar em acordo
de convivência pacÃfica em que as vÃtimas renunciam ao direito de representação em relação aos
fatos noticiados neste TCO. As partes assumiram o compromisso de respeito recÃproco, sem agressões
fÃsicas ou morais, com tratamento urbano e cordial, buscando sempre a solução pacÃfica das
divergências que entre elas se apresentarem. Em face desse compromisso, as vÃtimas, de acordo com o
que lhe faculta a lei, manifestaram o desejo de não prosseguir com o presente feito, pelo que se
retrataram da representação oferecida.      Em seguida o representante do Ministério Público
se manifestou: ¿MM. JuÃza, o presente procedimento visa a apuração do crime capitulado no art. 129
do CPB, crime de ação penal pública condicionada à representação. No caso dos autos, as partes
entraram em acordo, assumindo o compromisso de respeito recÃproco, sem agressões fÃsicas ou
morais, com tratamento urbano e cordial, buscando sempre a solução pacÃfica das divergências que
entre elas se apresentarem. Isto posto, o Ministério Público requer a homologação do presente
acordo feito entre as partes, requerendo que o JuÃzo declare extinta a punibilidade dos autores do fato
pela decadência do direito de representação nos termos dos arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do
CPP¿.      Diante disso, a MM. JuÃza assim sentenciou: ¿Trata-se de termo circunstanciado de
ocorrência lavrado pela prática do crime previsto no art. 129, do CPB, crime de ação penal pública
condicionada à representação. O art. 38 do CPP dispõe que a vÃtima deverá oferecer
representação no prazo máximo de 06 meses contados do dia em que vier a saber quem é o autor
do crime. No caso dos autos, as vÃtimas expressamente se retrataram da representação, de forma que
as partes firmaram acordo de convivência pacÃfica e respeito mútuo entre si. Diante disso, homologo o
acordo feito entre as partes. Isto posto, face o Enunciado 113 do FONAJE permitir à vÃtima renunciar ao
direito de representação até a prolação da sentença, outra alternativa não há que não seja o
reconhecimento da decadência do direito de representação por parte das vÃtimas, pelo que declaro
extinta a punibilidade dos autores do fato, tudo com fundamento no art. 38 do CPP, e ainda com o art. 107,
IV do CPB. Publique-se. Registre-se e Arquive-se¿ Cientes os presentes. Nada mais havendo, foi
encerrada a presente audiência. Eu, __________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi.
J U Ã Z A : M I N I S T Ã R I O P Ã B L I C O :
______________________________________________________________________ AUTOR DO
F A T O / V Ã T I M A : A M A N D A K A R L A S O U S A B A R R A D A S
______________________________________________________________________ AUTOR DO
F A T O / V Ã T I M A : G Y Z E L L E M A R Q U E S
_____________________________________________________________________ AUTOR DO
F A T O / V Ã T I M A : L U D M I L E S O U S A B A R R A D A S
_____________________________________________________________________ AUTOR DO FATO:
E M E R S O N D A S I L V A L I M A
______________________________________________________________________ ADVOGADO:
ANTONIO PAULO DA COSTA VALE OAB/PA 12612
próximo à sua residência, de forma que o endereço da vÃtima é: ¿Pass. Val de Caes, 05 (na parte
asfaltada), Acesso pela Rua principal do Conj Panorama XXI. Entre a Rua Santa Maria e
Tiradentes. Próximo ao Bar do Gordo. Bairro Cabanagem¿.       Dada a palavra ao
representante do Ministério Público: ¿MM. JuÃza, o MP manifesta-se pela redesignação da
audiência preliminar, e pede que a vÃtima seja intimada por meio de Oficial de Justiça no endereço
informado pela autora, qual seja, `Pass. Val de Caes, 05 (na parte asfaltada), acesso pela Rua principal do
Conj Panorama XXI. Entre a Rua Santa Maria e Tiradentes. Próximo ao Bar do Gordo. Bairro
Cabanagem¿. Pede deferimento¿. Em seguida, a MM. JuÃza deliberou em audiência: ¿Renovem-se
as diligências para o próximo DIA 23 DE AGOSTO DE 2022, ÃS 09:30 HORAS¿, intimando-se a
vÃtima por meio de Oficial de Justiça conforme solicitado pelo Ministério Público. Cientes os
presentes. Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu, _______________, Rita Bahia,
Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi. JUÃZA: MINISTÃRIO PÃBLICO:
______________________________________________________________________ AUTOR(A) DO
FATO: LILIANE DOS SANTOS GOMES
dos autos ao Ministério Público para manifestação. Nada mais havendo, foi encerrado o presente
termo. Eu, _____________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária, digitei e subscrevi. JUÃZA: MINISTÃRIO
PÃBLICO:
Ministério Público, Sra. ROSANA PAES PINTO, ambas por meio de vÃdeo conferência (Microsoft
Teams). No horário aprazado para a audiência, foi feito o pregão de praxe, presente a querelada e
AUSENTE o querelante, o qual não fora intimado pelos motivos de fls. 32/34.   Aberta a audiência,
prejudicada a tentativa de conciliação em face da ausência do querelante. Em seguida, a
representante do Ministério Público se manifestou: ¿MM. JuÃza, o MP manifesta-se pela
redesignação da audiência preliminar, com a intimação do querelante por meio de Oficial de
Justiça, e que seja feita PESSOALMENTE. Pede deferimento¿.       Em seguida, a MM. JuÃza
deliberou em audiência: ¿Renovem-se as diligências para o próximo DIA 22 DE AGOSTO DE 2022,
ÃS 11 HORAS e, que a intimação do querelante seja feita, PESSOALMENTE, por meio de Oficial de
Justiça, conforme solicitado pelo Ministério Público¿. Cientes os presentes. Nada mais havendo, foi
encerrada a presente audiência. Eu, _______________, Rita Bahia, Auxiliar Judiciária, digitei e
s u b s c r e v i . J U Ã Z A : M I N I S T Ã R I O P Ã B L I C O :
__________________________________________________________________ QUERELADA:
FERNANDA ARINA CONDURU DE SOUZA
RESENHA: 09/08/2021 A 13/08/2021 - SECRETARIA UNICA DAS VARAS DOS JUIZADOS CRIMINAIS
DE BELEM - VARA: 2ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE BELEM
decadência do direito de representação e do de queixa por parte da vÃtima, pelo que declaro extinta a
punibilidade da autora do fato, tudo com fundamento nos Enunciados 117 do FONAJE, no art. 38 do CPP,
e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.
                  As partes aqui presente(s) renuncia(m) ao prazo recursal, nada
tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada
mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e
subscrevi. Magistrado(a): ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
________________________________________
ultrapassado. Isto posto, face o Enunciado 117 do FONAJE, não resta outra alternativa a não ser
reconhecer a decadência do direito de representação por parte da vÃtima, para declarar extinta a
punibilidade do autor do fato, tudo com fundamento nos arts. 88 e 92 da Lei 9.099/95, Enunciado 117 do
FONAJE, e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.
                  As partes aqui presente(s) renuncia(m) ao prazo recursal, nada
tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada
mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e
subscrevi. Magistrado(a): ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
____________________________________
punibilidade do autor do fato, tudo com fundamento no art. 38 do CPP, e ainda com o art. 107, IV do CPB.
Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.                   O MP e as partes aqui
presente(s) renuncia(m) ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos.
                  Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu,
__________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado(a):
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
______________________________________ AUTOR __________________________
prazo do art. 38 do CPP, encontra-se ultrapassado. Isto posto, outra alternativa não há que não seja o
reconhecimento da decadência do direito de queixa por parte da vÃtima, pelo que declaro extinta a
punibilidade da autora do fato, tudo com fundamento no art. 38 do CPP, e ainda com o art. 107, IV do
CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.                   O MP e as partes
aqui presente(s) renuncia(m) ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos
autos.                   Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu,
__________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado(a):
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público ________________________
AUTORAÂ _______________________ ADVOGADO _____________________ REP. DA VÃTIMA
________________________
horário aprazado, certificou-se estar presente o(a) representante do Ministério Público, Dr(a). LUIZ
CLAUDIO PINHO, bem como o Defensor Público, Dr. FABIO GUIMARÃES LIMA. Ausentes as partes.
                  Aberta a audiência, os termos do artigo 18, Parágrafo único da
Portaria Conjunta nº 15/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, de 21.06.2020, Publicada no Diário da Justiça do
dia 02.07.2020, justifica a realização da presente audiência em virtude das últimas orientações
dadas pelos órgãos de saúde locais, os quais vem reabrindo escolas e outros órgãos face ao Ãndice
decrescente de contágio da COVID-19; Bem como o art. 2º, II, da Portaria Nº 1516/2021-GP, DE 23
DE ABRIL DE 2021, publicada no Diário da Justiça do dia 26 de abril de 2021, que restabeleceu a
realização de audiências presenciais; E além disso, em face das peculiaridades dos processos que
envolvem os Juizados Especiais Criminais, que na grande maioria, têm-se nas audiências pré-
processuais, a busca pela conciliação entra as partes, princÃpio basilar da Lei nº 9.099/95, o que
torna indispensável a presença das mesmas, como também, e tão importante quanto, a situação
econômica da quase totalidade destas, que pode acarretar a ausência dos equipamentos tecnológicos
necessários para participarem das audiências de forma remota e até mesmo da própria internet
imprescindÃvel para a transmissão dos dados; como também, a urgência em se solucionar as lides,
posto que os prazos prescricionais e decadenciais são por demais curtos, fato que colocaria em cheque
a própria prestação jurisdicional do estado, diante da demora na solução dos conflitos. Por tudo
isso, fundamenta-se a urgência e necessidade de realização de audiências presenciais para a
solução dos conflitos de interesse de competência dos Juizados Especiais Criminais.
                  Aberta a audiência, prejudicada a tentativa de conciliação em
virtude da ausência das partes.                   Dada a palavra à (o) representante
do Ministério Público: ¿MM. Juiz, visa o presente procedimento a apuração dos crimes capitulados
no art. 147, 139 e 140 do CPB, sendo que o primeiro é crime de ação penal pública condicionada Ã
representação, enquanto que os demais são de ação penal privada. No caso dos autos, a vÃtima a
vÃtima não foi localizada no endereço indicado no TCO, o que nos termos do Enunciado 117 do
FONAJE implica em renúncia tácita à representação, retirando do MP condição de
procedibilidade. Diante disso, considerando que não há nos presentes autos queixa-crime da ofendida
contra a ofensora e ainda que os fatos ocorreram no dia 13.08.2020, conforme TCO de fls. 4, verifica-se
que o prazo decadencial encontra-se ultrapassado. Diante disso, este Ãrgão Ministerial requer que o
JuÃzo declare extinta a punibilidade do autor do fato pela decadência do direito de representação e do
de queixa nos termos dos arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do CPP¿.
                  Diante disso, o MM. Juiz assim sentenciou: ¿Trata-se de termo
circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática dos crimes previstos nos arts. 147, 139 e 140, do
CPB, crimes de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal privada,
respectivamente. O art. 38 do CPP dispõe que a vÃtima deverá oferecer representação e a queixa-
crime no prazo máximo de 06 meses contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. No
caso dos autos, a vÃtima não foi encontrada no endereço indicado no TCO, acarretando, nos termos do
Enunciado 117 do FONAJE, a renúncia tácita a representação. Diante disso e considerando que,
segundo TCO de fls.4, os fatos ocorreram no dia 13.08.2020, pelo que se verifica que o prazo do art. 38 do
CPP se encontra ultrapassado. Isto posto, outra alternativa não há que não seja o reconhecimento da
decadência do direito de representação e do de queixa por parte da vÃtima, pelo que declaro extinta a
punibilidade do autor do fato, tudo com fundamento nos Enunciados 117 do FONAJE, no art. 38 do CPP, e
ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.
                  As partes aqui presente(s) renuncia(m) ao prazo recursal, nada
tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada
mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e
subscrevi. Magistrado(a): ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
____________________________________
Juizado Especial Criminal de Belém, situado na Av. Almirante Tamandaré, n. 873, esquina com a
Travessa São Pedro, Bairro da Campina, presente o MM. Juiz, Dr. PROCION BARRETO DA ROCHA
KLAUTAU FILHO, Juiz titular da desta Vara, comigo escrevente judicial abaixo assinado, foi declarada
instalada a audiência.                   Feito o pregão no horário aprazado,
certificou-se estar presente, o(a) representante do Ministério Público, Dr(a). LUIZ CLAUDIO PINHO,
bem como o Defensor Público, Dr. FABIO GUIMARÃES LIMA. Ausentes as partes.
                  Aberta a audiência, os termos do artigo 18, Parágrafo único da
Portaria Conjunta nº 15/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, de 21.06.2020, Publicada no Diário da Justiça do
dia 02.07.2020, justifica a realização da presente audiência em virtude das últimas orientações
dadas pelos órgãos de saúde locais, os quais vem reabrindo escolas e outros órgãos face ao Ãndice
decrescente de contágio da COVID-19; Bem como o art. 2º, II, da Portaria Nº 1516/2021-GP, DE 23
DE ABRIL DE 2021, publicada no Diário da Justiça do dia 26 de abril de 2021, que restabeleceu a
realização de audiências presenciais; E além disso, em face das peculiaridades dos processos que
envolvem os Juizados Especiais Criminais, que na grande maioria, têm-se nas audiências pré-
processuais, a busca pela conciliação entra as partes, princÃpio basilar da Lei nº 9.099/95, o que
torna indispensável a presença das mesmas, como também, e tão importante quanto, a situação
econômica da quase totalidade destas, que pode acarretar a ausência dos equipamentos tecnológicos
necessários para participarem das audiências de forma remota e até mesmo da própria internet
imprescindÃvel para a transmissão dos dados; como também, a urgência em se solucionar as lides,
posto que os prazos prescricionais e decadenciais são por demais curtos, fato que colocaria em cheque
a própria prestação jurisdicional do estado, diante da demora na solução dos conflitos. Por tudo
isso, fundamenta-se a urgência e necessidade de realização de audiências presenciais para a
solução dos conflitos de interesse de competência dos Juizados Especiais Criminais.
                  Aberta a audiência, prejudicada a tentativa de conciliação em
face da ausência das partes.                   Dada a palavra ao representado do
Ministério Público: ¿MM. Juiz, o delito que se apura nesse procedimento depende de
representação pela parte ofendida, nos termos do Enunciado 76 do FONAJE. No caso em questão a
vÃtima não compareceu à audiência, apesar de regularmente intimada conforme AR de fls.24, o que,
nos termos do Enunciado 117 do FONAJE, acarreta a renúncia tácita à representação por ausência
de interesse no prosseguimento do presente feito, retirando do MP, condição de procedibilidade. Diante
disso e considerando que os fatos ocorreram no dia 20.09.2020, conforme TCO de fls. 04, este Ãrgão
Ministerial requer que o JuÃzo declare extinta a punibilidade do autor do fato, com base no Enunciado 117
do FONAJE e nos termos dos arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do CPP¿.
                  Diante disso, o MM. Juiz assim sentenciou: ¿Trata-se de termo
circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática do delito previsto no art. 21 da LCP, delito de ação
penal pública condicionada à representação, nos termos do Enunciado 76 do FONAJE. O art. 38 do
CPP dispõe que a vÃtima deverá oferecer representação no prazo máximo de 06 meses contados
do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. No caso dos autos, a vÃtima deixou de comparecer
à audiência, apesar de regularmente intimada, o que, nos termos do Enunciado 117 do FONAJE,
acarreta renúncia tácita a representação, retirando também do MP, a condição de
procedibilidade. Diante disso, considerando que, segundo TCO de fls. 03, os fatos ocorreram no dia
20.09.2020, verifica-se que o prazo decadencial encontra-se ultrapassado. Isto posto, face o Enunciado
117 do FONAJE, não resta outra alternativa a não ser reconhecer a decadência do direito de
representação por parte da vÃtima, para declarar extinta a punibilidade do autor do fato, tudo com
fundamento nos arts. 88 e 92 da Lei 9.099/95, Enunciados 76 e 117 do FONAJE, e ainda com o art. 107,
IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.                   As partes aqui
presentes renunciam ao prazo recursal, nada tendo opor ao imediato arquivamento dos autos.
                  Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu,
__________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado(a):
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público ________________________
BARRETO DA ROCHA KLAUTAU FILHO, Juiz titular da desta Vara, comigo escrevente judicial abaixo
assinado, foi declarada instalada a audiência.                   Feito o pregão no
horário aprazado, certificou-se estar presente o Sr. Jose Vagner Gomes Martins (rg 5805890), o(a)
representante do Ministério Público, Dr(a). LUIZ CLAUDIO PINHO, bem como o Defensor Público, Dr.
FABIO GUIMARÃES LIMA.                   Aberta a audiência, os termos do artigo
18, Parágrafo único da Portaria Conjunta nº 15/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, de 21.06.2020, Publicada
no Diário da Justiça do dia 02.07.2020, justifica a realização da presente audiência em virtude das
últimas orientações dadas pelos órgãos de saúde locais, os quais vem reabrindo escolas e outros
órgãos face ao Ãndice decrescente de contágio da COVID-19; Bem como o art. 2º, II, da Portaria Nº
1516/2021-GP, DE 23 DE ABRIL DE 2021, publicada no Diário da Justiça do dia 26 de abril de 2021,
que restabeleceu a realização de audiências presenciais; E além disso, em face das peculiaridades
dos processos que envolvem os Juizados Especiais Criminais, que na grande maioria, têm-se nas
audiências pré-processuais, a busca pela conciliação entra as partes, princÃpio basilar da Lei nº
9.099/95, o que torna indispensável a presença das mesmas, como também, e tão importante
quanto, a situação econômica da quase totalidade destas, que pode acarretar a ausência dos
equipamentos tecnológicos necessários para participarem das audiências de forma remota e até
mesmo da própria internet imprescindÃvel para a transmissão dos dados; como também, a urgência
em se solucionar as lides, posto que os prazos prescricionais e decadenciais são por demais curtos, fato
que colocaria em cheque a própria prestação jurisdicional do estado, diante da demora na solução
dos conflitos. Por tudo isso, fundamenta-se a urgência e necessidade de realização de audiências
presenciais para a solução dos conflitos de interesse de competência dos Juizados Especiais
Criminais.                   Aberta a audiência, prejudicada a tentativa de
conciliação em virtude da ausência da vÃtima.                   Dada a palavra
à (o) representante do Ministério Público: ¿MM. Juiz, visa o presente procedimento a apuração dos
crimes capitulados no art. 147 e 140 do CPB, sendo que o primeiro é crime de ação penal pública
condicionada à representação, enquanto que o segundo é de ação penal privada. No caso dos
autos, a vÃtima a vÃtima não compareceu apesar de regularmente intimada, conforme AR de fls.20, o
que nos termos do Enunciado 117 do FONAJE implica em renúncia tácita à representação, retirando
do MP condição de procedibilidade. Diante disso, considerando que não há nos presentes autos
queixa-crime da ofendida contra o ofensor e ainda que os fatos ocorreram no dia 15.08.2020, conforme
TCO de fls. 4, verifica-se que o prazo decadencial encontra-se ultrapassado. Diante disso, este Ãrgão
Ministerial requer que o JuÃzo declare extinta a punibilidade do autor do fato pela decadência do direito
de representação e do de queixa nos termos dos arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do CPP¿.
                  Diante disso, o MM. Juiz assim sentenciou: ¿Trata-se de termo
circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática dos crimes previstos nos arts. 147 e 140, do CPB,
crimes de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal privada,
respectivamente. O art. 38 do CPP dispõe que a vÃtima deverá oferecer representação e a queixa-
crime no prazo máximo de 06 meses contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. No
caso dos autos, a vÃtima não compareceu à audiência apesar de regularmente intimada, conforme AR
de fls.20, acarretando, nos termos do Enunciado 117 do FONAJE, a renúncia tácita a representação.
Diante disso e considerando que, segundo TCO de fls.4, os fatos ocorreram no dia 15.08.2020, pelo que
se verifica que o prazo do art. 38 do CPP se encontra ultrapassado. Isto posto, outra alternativa não há
que não seja o reconhecimento da decadência do direito de representação e do de queixa por parte
da vÃtima, pelo que declaro extinta a punibilidade do autor do fato, tudo com fundamento nos Enunciados
117 do FONAJE, no art. 38 do CPP, e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e
arquive-se¿.                   As partes aqui presente(s) renuncia(m) ao prazo
recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos.
                  Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu,
__________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado(a):
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
____________________________________ Autor ____________________________________
representação feita perante a autoridade policial, retirando do MP, condição de procedibilidade. Isto
posto, face o Enunciado 113 do FONAJE, permitir à vÃtima renunciar ao direito de representação até
a prolação da sentença, acolhendo o parecer ministerial, julgo extinto o presente procedimento em
face da ocorrência da decadência, com base no art. 107, IV do CPB. Em relação ao delito do art. 330
do CPB, acato o parecer ministerial e determino o arquivamento do presente procedimento, por falta de
justa causa para o seu prosseguimento, ressalvada a possibilidade de desarquivamento, nos termos do
artigo 18, do Código de Processo Penal Brasileiro, e da Súmula 524 do Supremo Tribunal Federal,
desde que dentro do prazo decadencial. Sentença publicada em audiência, saindo intimados os
presentes. Registre-se, fazendo-se as anotações e comunicações de praxe. Publique-se. Registre-
se e arquive-se¿.                   O MP e as partes aqui presente(s) renuncia(m)
ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos. Este JuÃzo homologa a
renúncia e determina que seja feita a certidão de trânsito em julgado e que se procedam as baixas
devidas. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada mais havendo, foi encerrada a presente
audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado(a):
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
___________________________________ AUTOR __________________________ ADVOGADO
________________________ VÃTIMAÂ _____________________________ PM
___________________________________
fato/vÃtima, João Tiago das Neves Souza, intimado regularmente, o MP requer que a vÃtima presente
seja intimada a apresentar rol de testemunhas, a fim de dar prosseguimento ao feito¿.
                  Deliberação em audiência: `Aguarde-se na UPJ o prazo de dez
dias para que a vÃtima presente ofereça rol de testemunhas, qualificando-as, informando, inclusive, a
sua data de nascimento, ficando ciente de que não apresentado o rol poderá ocasionar o arquivamento
dos autos pela falta de justa causa para propositura da ação penal. Decorrido o prazo e certificado nos
autos o ocorrido, abra-se vista ao MP¿.                   Nada mais havendo, foi
encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e subscrevi.
Magistrado(a): ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
AUTOR/VÃTIMAÂ ________________________________
pela qual inclusive se retrata da representação feita perante a autoridade policial, deixa também de
haver ao MP condição de procedibilidade. Diante disso e considerando que os fatos ocorreram no dia
27.09.2020, conforme TCO de fls. 03, este Ãrgão Ministerial requer que o JuÃzo declare extinta a
punibilidade das autoras do fato, com base no Enunciado 113 do FONAJE e nos termos dos arts. 107, IV
do CPB e 38 e 61 do CPP¿. Em relação ao delito do art. 140 do CPB requer também a extinção
da punibilidade posto que não fora oferecido a devida queixa-crime para iniciar a ação penal privada.
                  Diante disso, o MM. Juiz assim sentenciou: ¿Trata-se de termo
circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática do crime previsto no art. 147 do CPB, crime de
ação penal pública condicionada à representação. O art. 38 do CPP dispõe que a vÃtima
deverá oferecer representação no prazo máximo de 06 meses contados do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime. No caso dos autos, a vÃtima presente expressamente declarou seu
desinteresse no prosseguimento do presente feito, retratando-se da representação ofertada
anteriormente, retirando do MP, condição de procedibilidade. Em relação à vÃtima ausente,
verifica-se a incidência do Enunciado 117 do FONAJE, o qual leciona que há renúncia tácita a
representação, o que retira do MP, a condição de procedibilidade para o prosseguimento do feito.
Diante disso, considerando que, segundo TCO de fls. 03, os fatos ocorreram no dia 27.09.2020, verifica-se
que o prazo decadencial encontra-se ultrapassado. Acato a manifestação ministerial também em
relação ao delito do art. 140 do CPB, posto que não consta nos autos a peça inicial da ação
penal privada necessária para desencadear a devida ação, como também o fato do prazo já ser
superior a seis meses, conforme estabelecido no art. 38 do CPP. Isto posto, face o Enunciado 113 do
FONAJE permitir que a vÃtima renuncie ao direito de oferecer representação até a prolação da
sentença e do que dispõe o Enunciado 117 do FONAJE, não resta outra alternativa a não ser
reconhecer a decadência do direito de representação e de queixa por parte das vÃtimas, para declarar
extinta a punibilidade das autoras do fato, tudo com fundamento nos arts. 88 e 92 da Lei 9.099/95,
Enunciado 113 e 117 do FONAJE, e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-
se¿.                   O MP e as partes aqui presente(s) renuncia(m) ao prazo
recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos. Este JuÃzo homologa a
renúncia e determina que seja feita a certidão de trânsito em julgado e que se procedam as baixas
devidas.                   Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência.
Eu, __________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado(a):
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público
______________________________________ VÃtima __________________ Advogado
_________________________
Corregedoria Geral do TJE, publicado no Diário da Justiça do dia 10/10/2006, lavro o presente ato
ordinatório para proceder o ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS, para que se
procedam as devidas baixas nos Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial. Secretaria Geral
UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
único, do Código Penal, c/c, 395, II, do CPP. 4. Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida
por seus próprios fundamentos. A súmula de julgamento servirá de acórdão, conforme regra do art.
82, § 5º, da Lei n. 9.099/95. (TJDF ¿ AP 20140110620402 ¿ Rel. Sandra Reves Vasques Tonussi
¿ 1.ª TR, J. em 02.06.2015). APELAÃÃO CRIMINAL. ARTIGO 138, DO CÃDIGO PENAL. CALÃNIA.
EXTINÃÃO DA PUNIBILIDADE DO QUERELADO EM RAZÃO DA RETRATAÃÃO EM AUDIÃNCIA
PRELIMINAR. POSSIBILIDADE. INTELIGÃNCIA DO ART. 143 DO CÃDIGO PENAL. ATO UNILATERAL
QUE INDEPENDE DA ACEITAÃÃO DO OFENDIDO PARA OPERAR SEUS EFEITOS JURÃDICOS.
SENTENÃA MANTIDA POR SEUS PRÃPRIOS FUNDAMENTOS. ARTIGO 82, § 5º DA LEI 9.099/95.
Recurso conhecido e desprovido. (TJPR - 4ª Turma Recursal - 0020340-94.2017.8.16.0018 - Maringá -
Rel.: Juiz Marcelo de Resende Castanho - J. 05.12.2018) (TJ-PR - APL: 00203409420178160018 PR
0020340-94.2017.8.16.0018 (Acórdão), Relator: Juiz Marcelo de Resende Castanho, Data de
Julgamento: 05/12/2018, 4ª Turma Recursal, Data de Publicação: 06/12/2018) Em sendo assim,
diante da retratação formal apresentado pelo acusado, observa-se que no presente caso não é mais
possÃvel ao Estado-Juiz processar e julgar o mesmo pela infração tipificada no artigo 139 do CPB,
sendo imperiosa a declaração de extinção da punibilidade do acusado, o nacional SÃLVIO CARLOS
BAHIA SANTOS. DO CRIME DE INJÃRIA ¿ ART. 140 DO CPB O doutrinador Fernando Capez, em
sua obra ¿Curso de Direito Penal, parte especial, volume 2, ed. Saraiva, 2010¿, discorrendo sobre o
crime de injúria, leciona: ¿1.OBJETO JURÃDICO Ao contrário dos delitos de calúnia e difamação,
que tutelam a honra objetiva, o bem protegido por essa norma penal é a honra subjetiva, que é
constituÃda pelo sentimento próprio de cada pessoa acerca de seus atributos morais (chamados de
honra-dignidade), intelectuais e fÃsicos (chamados de honra-decoro). ¿... 2.ELEMENTOS DO TIPO 2.1.
Ação nuclear Consubstancia-se no verbo injuriar, que é, conforme a definição de Nélson
Hungria, ¿a manifestação, por qualquer meio, de um conceito ou pensamento que importe ultraje,
menoscabo ou vilipêndio contra alguém¿. ¿ A injúria, ao contrário da difamação, não se
consubstancia na imputação de fato concreto, determinado, mas, sim, na atribuição de qualidades
negativas ou defeitos. Consiste ela em uma opinião pessoal do agente sobre o sujeito passivo,
desacompanhada de qualquer dado concreto. ¿. 4. Consumação Trata-se de delito formal. O crime se
consuma quando o sujeito passivo toma ciência da imputação ofensiva, independentemente de o
ofendido sentir-se ou não atingido em sua honra subjetiva, sendo suficiente, tão só, que o ato seja
revestido de idoneidade ofensiva.¿ Também lecionando a respeito, os doutrinadores Celso Delmanto,
Roberto Delmanto, Roberto Delmanto Junior e Fabio M. de Almeida Delmanto, ensinam que injúria é
¿a ofensa ao decoro ou dignidade de alguém¿ (Código Penal Comentado, Saraiva, 8ª edição,
2010, p. 512).  Há que se dizer então, por oportuno, que o tipo penal previsto no artigo 140 do
Código Penal tem como objetividade jurÃdica a honra subjetiva, ou seja, o sentimento que a pessoa tem
a respeito de sua própria dignidade, que é atingida pela ofensa que lhe foi imputada. Trata-se,
portanto, de crime de natureza formal, como regra transeunte, que se consuma no momento em que a
vÃtima toma conhecimento da ofensa que lhe foi dirigida, com a conseqüente afetação de sua honra
subjetiva. Destarte, não há, como regra, resultado concreto, ou seja, resultado material efetivo.  No
presente caso então, através da análise detida dos autos, verifica-se a ocorrência do fato
caracterizador do crime de injúria, praticado pelo acusado.   AS PROVAS No que diz respeito a
materialidade e a autoria do crime em comento, as mesmas restaram provadas através, sobretudo, do
depoimento do próprio acusado, que por ocasião da audiência de instrução e julgamento, confirmou
solenemente que ofendeu a honra da vÃtima nos exatos termos contidos na peça acusatória, afirmando
que ¿foi falado justamente o que está nos autos do processo, ¿, exatamente como está aÿ,
conforme se infere da gravação do termo de audiência, constante na mÃdia de fls. 89 dos autos.
Refuta-se a tese defensiva de exceção da verdade suscitada pelo acusado no bojo de suas
alegações finais, posto que, em se tratando da prática do crime de injúria, referido instituto não vem
a ser admissÃvel. Isso porque, ao contrário da imputação de fatos precisos e determinados, como
ocorre nos crimes de calúnia e difamação, a conduta tÃpica do crime de injúria vem a ser a ofensa Ã
honra subjetiva do sujeito passivo, atingindo os atributos morais, fÃsicos, intelectuais e/ou sociais do
mesmo, assim ocorrendo mediante a atribuição, à vÃtima, de expressões genéricas desonrosas ou
de qualidades negativas que a atinjam em seus sentimentos, a respeito de seus atributos, resultando daÃ
então que, justamente em face da ausência de imputação à vÃtima de fatos precisos e
determinados, a injúria não admite exceção da verdade, uma vez que atinge qualidades do sujeito
passivo que não poderiam ser questionadas pelo agente. A nossa jurisprudência respalda o
entendimento ora esposado, conforme se infere dos julgados abaixo transcritos: EXCEÃÃO DA
VERDADE. Queixa-crime atribuindo a prática dos delitos de calúnia e injúria. Cabimento do incidente
somente quanto ao crime do art. 138 do CP. Não comprovação dos fatos imputados ao excepto.
1055
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
REJEIÃÃO - à cediço na doutrina e na jurisprudência que o crime de injúria, tipificado pelo artigo 140
do Código Penal, não admite a exceção da verdade - No crime de calúnia, admite-se a prova da
verdade a respeito dos fatos imputados (artigo 138, parágrafo 3º, do Código Penal). O incidente, desse
modo, qualifica-se como meio de defesa, e confere a querelada/excipiente o direito de provar a veracidade
da imputação feita contra o querelante/excepto. No entanto, não se comprovando que as
imputações de crimes são verdadeiras, deve ser rejeitada de plano a exceção da verdade. (TJPB -
ACÃRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00284934520168152002, Tribunal Pleno, Relator DES. ARNÃBIO
ALVES TEODÃSIO , j. em 05-12-2018) (TJ-PB 00284934520168152002 PB, Relator: DES. ARNÃBIO
ALVES TEODÃSIO, Data de Julgamento: 05/12/2018, Tribunal Pleno) PENAL. PROCESSO PENAL.
CRIME CONTRA A HONRA. INJÃRIA. PUBLICAÃÃO DE EXPRESSÃES INJURIOSAS NA IMPRENSA
LOCAL CRIME DE IMPRENSA. ARTS. 22 E 23, DA LEI Nº 5.250/1967. EXCEÃÃO DA VERDADE.
INCABIMENTO NO CRIME DE INJÃRIA. APELAÃÃO IMPROVIDA. 1.O crime de injúria atinge a honra
subjetiva do sujeito passivo, em seus atributos morais (dignidade ou decoro) ou fÃsicos, intelectuais e/ou
sociais, mediante a atribuição à vÃtima de expressões genéricas desonrosas ou de qualidades
negativas, ao invés de fatos precisos e determinados, como ocorre nos crimes de calúnia e
difamação 2.A injúria não admite exceção da verdade, em face da ausência de imputação Ã
vÃtima de fatos precisos e determinados, passÃveis de comprovação. Precedentes do Col STJ e dos
TRF's. 3. Apelação improvida. (TRF-5 - ACR: 4792 CE 0009517-90.2006.4.05.8100, Relator:
Desembargador Federal Geraldo Apoliano, Data de Julgamento: 08/05/2008, Terceira Turma, Data de
Publicação: Fonte: Diário da Justiça - Data: 31/07/2008 - Página: 396 - Nº: 146 - Ano: 2008) No
caso dos autos então, o acusado, ao divulgar no status do aplicativo do WhatsApp, a mensagem
declinada na peça acusatória, e, ao mesmo tempo, possibilitando que mais de 50 pessoas (contato)
visualizassem referida ofensa contra a honra da vÃtima, cometeu o fato tÃpico descrito no artigo 140 do
Código Penal do Brasil. Isso porque, através da atitude em comento, o acusado emitiu, nitidamente, sua
opinião pessoal sobre o caráter da vÃtima, ofendendo-a em sua honra subjetiva, atingindo-a
intimamente no tocante aos seus atributos intelectuais e morais. Refuta-se ainda, por oportuno, a tese
suscitada pela defesa do acusado no sentido de que as ofensas praticadas pelo mesmo, contra a vÃtima,
estariam respaldas pela sua condição de radialista, e que tais manifestações não ultrapassam as
prerrogativas do acusado em razão de sua liberdade de imprensa, de expressão, e de informação.
No presente caso, o que se constata claramente é que o acusado ultrapassou, de forma deliberada, os
limites razoáveis de sua liberdade de expressão, limitando-se na verdade a ofender a honra, a
dignidade, e o decoro da vÃtima. Registre-se por oportuno que o acusado, na condição então de
radialista, deveria ater-se a divulgação de eventuais fatos concretos, se fosse o caso, que viessem a
surgir em relação a pessoa da vÃtima, na condição de governador do Estado, resumindo-se a
narrar os acontecimentos no exercÃcio do direito de informar, abstendo-se, no entanto, de emitir juÃzo de
valor de forma ofensiva à honra da vÃtima, uma vez que, assim agindo, certamente que a sua conduta
extrapolou os limites constitucionais por ele defendidos, de livre expressão de imprensa. Há que se
dizer, por oportuno, que em nome da liberdade de imprensa, não pode o profissional do ramo cultivar a
idéia de que possui total liberdade para expor a vida das pessoas de forma a atribuir-lhe qualidades
negativas, denegrindo a imagem da mesma publicamente. Em situações como a do presente caso, a
nossa jurisprudência pátria nos mostra que, a par do direito de liberdade de imprensa, resta configurado
o crime contra a honra, conforme se infere dos julgados abaixo transcritos:Â EMENTA: APELAÃÃO
PENAL. QUEIXA-CRIME. ARTS. 139 E 140 DO CP. DIFAMAÃÃO E INJÃRIA. SENTENÃA
CONDENATÃRIA. PREJUDICIAL. PRESCRIÃÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. ART. 110 C/C ART. 109,
IV, DO CP. INOCORRÃNCIA. MÃRITO. INEXISTÃNCIA DE CRIME. LIBERDADE DE IMPRENSA.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO. IMPROVIMENTO. 1. As causas interruptivas ocorridas nos autos
impediram o decurso dos prazos alegados nas razões recursais, pelo que os crimes praticados pelo
Querelado/Apelante não foram alcançados pela prescrição. 2. A liberdade de imprensa e o direito Ã
informação não concede o direito ao jornalista de exorbitar em sua função e ofender a honra do
cidadão, o que restou claramente caracterizado no presente caso, onde o Querelado/Apelante não se
restringiu a informar o fato, mas atacou deliberadamente a Querelada, com palavras ofensivas e abusivas,
em programa transmitido a nÃvel estadual. 3. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJ-
PA - APR: 00215551920138140401 BELÃM, Relator: RAIMUNDO HOLANDA REIS, Data de Julgamento:
18/10/2018, 3ª TURMA DE DIREITO PENAL, Data de Publicação: 19/10/2018) APELAÃÃO
CRIMINAL. AÃÃO PENAL PRIVADA. QUEIXA CRIME. CONDENAÃÃO PELOS CRIMES DE CALÃNIA E
DIFAMAÃÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÃNCIA DE ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO ANIMUS
CALUNIANDI E DIFFAMANDI. INFORMAÃÃO PARA A POPULAÃÃO. LIBERDADE DE IMPRENSA E DE
EXPRESSÃO. CRIME DE INJÃRIA. CARACTERIZAÃÃO. DOLO ESPECÃFICO CARACTERIZADO.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
VI, da LEP, por invasão da competência do JuÃzo da Execução pela Corte de origem, não foi
objeto de apreciação pela Corte de origem, quer explicitamente, quer implicitamente, ensejando a
incidência do Enunciado 211 da Súmula desta Corte3. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no
REsp: 1283578 RS 2011/0234225-5, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de
Julgamento: 20/11/2012, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 27/11/2012) Considerando os
antecedentes criminais apontados na certidão de fl. 86 dos autos, deixo de reconhecer ao apenado os
benefÃcios previstos nos artigos 44 e 77, do Código Penal do Brasil. DO PEDIDO DE INDENIZAÃÃO
POR DANO MORAL FORMULADO PELA VÃTIMA Em sede de alegações finais, a vÃtima formulou
pedido de fixação, a seu favor, de quantum mÃnimo a tÃtulo de indenização por dano moral, a ser
paga pelo acusado, assim o fazendo com fulcro no artigo 387, IV, do Código de Processo penal. De fato,
o artigo 387, IV, do Código de Processo Penal do Brasil, com a redação que lhe foi dada pela lei nº
11.719, de 2008, estabelece que o juiz, ao proferir sentença condenatória fixará valor mÃnimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuÃzos sofridos pelo ofendido.
Enfrenta-se no artigo de lei acima citado a questão da reparação civil a que a vÃtima tem direito no
caso de condenação criminal. à sabido que todo ato contrário ao direito que viole um direito subjetivo
e que cause prejuÃzo a alguém, é um ato ilÃcito, e como tal há necessidade de indenizar o agente
que sofreu o gravame. Para a configuração do ato ilÃcito é necessário que haja culpa; o dano e o
nexo de causalidade entre a ação ou omissão culposa e o prejuÃzo. Caio M.S. Pereira, citado pelo
doutrinador Paulo Afonso, extraiu os seguintes elementos da teoria da responsabilidade civil subjetiva: a
culpa do agente, um dano e o nexo de causalidade entre o dano e a culpa. No caso dos autos, e atento ao
disposto no artigo 386, IV, do CPP, entendo que se constatou a ocorrência de um dano imputado ao
acusado, como também ficou comprovado o nexo causal entre a conduta e o resultado danoso da
vÃtima. Porém, adepto do entendimento de que o artigo de lei citado refere-se tão somente aos danos
materiais e não morais, verifica-se que não há provas nos autos acerca dos prejuÃzos suportados pela
vÃtima. Note-se que o legislador usou a expressão ¿prejuÃzo sofrido pelo ofendido¿, o que
pressupõe a existência de um dano patrimonial. Decota-se a fixação de indenização a tÃtulo de
danos morais (387, IV, CPP), tanto por ausência de previsão legal, pois a lei se refere a prejuÃzos, ou
seja, danos materiais, tanto pela falta de instrução especÃfica a este respeito. A falta de provas dos
prejuÃzos suportados pela vÃtima dificultam sobremaneira a fixação de um valor mÃnimo a ser
revertido em favor da vÃtima a tÃtulo de indenização por danos materiais. A nossa jurisprudência
pátria respalda o entendimento ora esposado, conforme se infere do julgado abaixo transcrito: E M E N T
A - APELAÃÃO CRIMINAL ¿ FIXAÃÃO DE VALOR MÃNIMO INDENIZATÃRIO (ART. 387, INCISO IV,
DO CÃDIGO DE PROCESSO PENAL)- AUSÃNCIA DE PROVA DO PREJUÃZO DAS VÃTIMAS, BEM
COMO DE DISCUSSÃO DURANTE O TRÃMITE PROCESSUAL - RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. I - Para a fixação do valor mÃnimo indenizatório é necessário pedido expresso, com a
indicação do quantum e prova que demonstre, efetivamente, ser aquele o valor correspondente ao
prejuÃzo arcado pelas vÃtimas, permitindo ao réu que exerça seu direito de defesa. Ademais, exige-se
não apenas que o pedido de indenização seja reiterado durante o trâmite processual, mas que tenha
sido debatido com ampla produção probatória. II - Recurso a que, contra o parecer, nega-se
provimento. (TJ-MS - APL: 00035631720138120008 MS 0003563-17.2013.8.12.0008, Relator: Des.
Emerson Cafure, Data de Julgamento: 27/02/2019, 1ª Câmara Criminal, Data de Publicação:
01/03/2019) Por outro lado, ainda que se admita a possibilidade de fixação de indenização por dano
moral no âmbito do processo criminal, a ser amparada nos ditames do artigo 387, IV, do CPP,
certamente que, à luz dos princÃpios da ampla defesa e do contraditório, torna-se indispensável que,
na peça acusatória ensejadora da ação penal, se faça constar pedido expresso neste sentido,
oportunizando assim às partes o direito de produzir eventuais provas que possam interferir na
convicção do julgador no momento da fixação. Outrossim, no presente caso não consta na inicial
acusatória (denúncia de fls. 04/05), pedido expresso de indenização com fulcro no artigo 387, IV, do
Código Penal do Brasil, o que também leva a não fixação de valor mÃnimo indenizatório por este
juÃzo, sob pena se estar incorrendo em violação ao princÃpio constitucional da ampla defesa e do
contraditório, encontrando também, referido entendimento, respaldo na nossa jurisprudência pátria,
conforme se infere do julgado abaixo transcrito: EMENTA PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÃÃO
CRIMINAL. ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS EM
CONCURSO FORMAL (ART. 157, § 2º, INCISOS I E II, C/C ART. 70 DO CÃDIGO PENAL).
REDIMENSIONAMENTO DA PENA-BASE. VIABILIDADE. CIRCUNSTÃNCIAS JUDICIAIS DA
CULPABILIDADE E DAS CONSEQUÃNCIAS DO CRIME QUE SE MOSTRAM NORMAIS AO TIPO
PENAL E NÃO JUSTIFICAM A ELEVAÃÃO DA PENA NA PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA. FIXAÃÃO
DE OFÃCIO DE INDENIZAÃÃO DE REPARAÃÃO DE DANOS Ã VÃTIMA (ART. 387, INCISO IV, DO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Belém-PA, 12 de agosto de 2021. PRÃCION BARRETO DA ROCHA KLAUTAU FILHO Juiz de Direito
Titular da 2ª Vara do Juizado Especial Criminal Comarca de Belém
audiências da 2ª Vara do Juizado do Especial Criminal, situado na Av. Almirante Tamandaré nº 873,
esquina com a travessa São Pedro, bairro da Campina, presente o Dr. PROCION BARRETO DA ROCHA
KLAUTAU FILHO, MM. Juiz de Direito desta Vara, comigo escrevente judicial abaixo assinado, foi
declarada instalada a audiência.                   Feito o pregão no horário
aprazado, certificou-se estarem presentes o representante do Ministério público, Dr. LUIZ CLAUDIO
PINHO, o Defensor Público, Dr. FABIO GUIMARAES LIMA, ausente as partes.
                  Aberta a audiência, prejudicada a tentativa de conciliação em
virtude da ausência das partes.                   Dada a palavra ao representado do
Ministério Público: ¿MM. Juiz, o crime que se apura nesse procedimento depende de
representação pela parte ofendida. No caso em questão, a vÃtima não compareceu apesar de
regularmente intimada para a presente audiência, o que, nos termos do Enunciado 117 do FONAJE,
acarreta a renúncia tácita à representação por ausência de interesse no prosseguimento do
presente feito, retirando do MP, condição de procedibilidade. Diante disso e considerando que os fatos
ocorreram no dia 04.01.2021, conforme TCO de fls. 03, este Ãrgão Ministerial requer que o JuÃzo
declare extinta a punibilidade do autor do fato, com base no Enunciado 117 do FONAJE e nos termos dos
arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do CPP¿.                   Diante disso, o MM. Juiz
assim sentenciou: ¿Trata-se de termo circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática do crime
previsto no art. 147 do CPB, crime de ação penal pública condicionada à representação. O art. 38
do CPP dispõe que a vÃtima deverá oferecer representação no prazo máximo de 06 meses
contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. No caso dos autos, , a vÃtima não
compareceu apesar de regularmente intimada para a presente audiência, o que, nos termos do
Enunciado 117 do FONAJE, acarreta renúncia tácita a representação, retirando também do MP, a
condição de procedibilidade. Diante disso, considerando que, segundo TCO de fls. 03, os fatos
ocorreram no dia 04.01.2021, verifica-se que o prazo decadencial encontra-se ultrapassado. Isto posto,
face o Enunciado 117 do FONAJE, não resta outra alternativa a não ser reconhecer a decadência do
direito de representação por parte da vÃtima, para declarar extinta a punibilidade do autor do fato, tudo
com fundamento nos arts. 88 e 92 da Lei 9.099/95, Enunciado 117 do FONAJE, e ainda com o art. 107, IV
do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.                   As partes
renunciam ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos.
                  Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu,
__________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado:
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público:
___________________________________________
solução pacÃfica das divergências que entre elas se apresentarem. Em face desse compromisso, a
vÃtima, de acordo com o que lhe faculta a lei, manifestou o desejo de não prosseguir com o presente
feito, pelo que renunciou expressamente ao direito de oferecer queixa-crime contra o autor do fato.
                  Dada a palavra à (o) representante do Ministério Público: ¿MM.
Juiz, o crime que se apura nesse procedimento depende de queixa-crime a ser oferecida pela parte
ofendida, face se enquadrar no art. 138 do CPB. No caso dos autos, a vÃtima expressamente renunciou
ao direito de oferecer queixa-crime. Assim e considerando que os fatos ocorreram no dia 17.12.2020,
conforme TCO de fls. 03, verifica-se que o prazo decadencial encontra-se ultrapassado. Diante disso, este
Ãrgão Ministerial requer que o JuÃzo declare extinta a punibilidade do autor do fato pela decadência do
direito de queixa nos termos dos arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do CPP¿.
                  Diante disso, o MM. Juiz assim sentenciou: ¿Trata-se de termo
circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática do crime previsto no art. 138 do CPB, crime de
ação penal privada. O art. 38 do CPP dispõe que a vÃtima deverá oferecer representação no
prazo máximo de 06 meses contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. No caso dos
autos, No caso dos autos, a vÃtima expressamente renunciou ao direito de oferecer queixa-crime. Diante
disso e considerando que, segundo TCO de fls. 03, os fatos ocorreram no dia 17.12.2020, verifica-se que
o prazo do art. 38 do CPP, encontra-se ultrapassado. Isto posto, outra alternativa não há que não seja
o reconhecimento da decadência do direito de queixa por parte da vÃtima, pelo que declaro extinta a
punibilidade da autora do fato, tudo com fundamento no art. 38 do CPP, e ainda com o art. 107, IV do
CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.                   As partes renunciam
ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto ao imediato arquivamento dos autos.
                  Nada mais havendo, foi encerrada a presente audiência. Eu,
__________, secretário de audiência, digitei e subscrevi. Magistrado:
___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público:
___________________________________________ Tania Maria Ramos de Oliveira:
________________________________________ Advogada:
___________________________________________ Fabiana da Silva Barbosa:
___________________________________________
do crime. No caso dos autos, a vÃtima não compareceu apesar de regularmente intimada para a
presente audiência, o que, nos termos do Enunciado 117 do FONAJE, acarreta renúncia tácita a
representação, retirando também do MP, a condição de procedibilidade. Diante disso,
considerando que, segundo TCO de fls. 05, os fatos ocorreram no dia 22.08.2020, verifica-se que o prazo
decadencial encontra-se ultrapassado. Isto posto, face o Enunciado 117 do FONAJE, não resta outra
alternativa a não ser reconhecer a decadência do direito de representação por parte da vÃtima, para
declarar extinta a punibilidade da autora do fato, tudo com fundamento nos arts. 88 e 92 da Lei 9.099/95,
Enunciado 117 do FONAJE, e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.
                  As partes renunciam ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto
ao imediato arquivamento dos autos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada mais havendo, foi
encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e subscrevi.
Magistrado: ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público:
______________________________________________ Idamis de Souza Fausto:
____________________________________________
fato, tudo com fundamento no art. 38 do CPP, e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se
e arquive-se¿.                   As partes renunciam ao prazo recursal, nada tendo
opor ao imediato arquivamento dos autos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada mais havendo, foi
encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e subscrevi.
Magistrado: ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público:
___________________________________________ Kelton Reis dos Santos:
___________________________________________ Sergio José Oliveira Monteiro:
___________________________________________
caso em questão, a vÃtima não foi localizada para ser intimada para a presente audiência, o que, nos
termos do Enunciado 117 do FONAJE, acarreta a renúncia tácita à representação por ausência de
interesse no prosseguimento do presente feito, retirando do MP, condição de procedibilidade. Diante
disso e considerando que os fatos ocorreram no dia 18.09.2020, conforme TCO de fls. 04, este Ãrgão
Ministerial requer que o JuÃzo declare extinta a punibilidade do autor do fato, com base no Enunciado 117
do FONAJE e nos termos dos arts. 107, IV do CPB e 38 e 61 do CPP¿.
                  Diante disso, o MM. Juiz assim sentenciou: ¿Trata-se de termo
circunstanciado de ocorrência lavrado pela prática do crime previsto no art. 147 do CPB, crime de
ação penal pública condicionada à representação. O art. 38 do CPP dispõe que a vÃtima
deverá oferecer representação no prazo máximo de 06 meses contados do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime. No caso dos autos, a vÃtima não foi localizada para ser intimada para a
presente audiência, o que, nos termos do Enunciado 117 do FONAJE, acarreta renúncia tácita a
representação, retirando também do MP, a condição de procedibilidade. Diante disso,
considerando que, segundo TCO de fls. 04, os fatos ocorreram no dia 18.09.2020, verifica-se que o prazo
decadencial encontra-se ultrapassado. Isto posto, face o Enunciado 117 do FONAJE, não resta outra
alternativa a não ser reconhecer a decadência do direito de representação por parte da vÃtima, para
declarar extinta a punibilidade do autor do fato, tudo com fundamento nos arts. 88 e 92 da Lei 9.099/95,
Enunciado 117 do FONAJE, e ainda com o art. 107, IV do CPB. Publique-se. Registre-se e arquive-se¿.
                  As partes renunciam ao prazo recursal, nada tendo a opor quanto
ao imediato arquivamento dos autos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nada mais havendo, foi
encerrada a presente audiência. Eu, __________, secretário de audiência, digitei e subscrevi.
Magistrado: ___________________________________________ Promotor(a) de Justiça:
___________________________________________ Defensor Público:
________________________________________________
RESENHA: 09/08/2021 A 13/08/2021 - SECRETARIA UNICA DAS VARAS DOS JUIZADOS CRIMINAIS
DE BELEM - VARA: 3ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE BELEM
injurioso que poderia caracterizar o delito tipificado no artigo 140, §3º do CP, o qual possui pena de
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.          Diante disso, encaminhem-se os autos Ã
manifestação do Ministério Público para os devidos fins.          Cumpra-se.
         Belém (PA), 10 de agosto de 2021.          ERIC AGUIAR PEIXOTO
         Juiz de Direito da 3ª Vara do Juizado Especial Criminal da Capital.
AGUIAR PEIXOTO Juiz de Direito da 3ª Vara do Juizado Especial Criminal da Capital.
Considerando que o presente processo, embora já arquivado, consta como ATIVO junto ao IEJUD do
sistema de Gestão Judiciária do TJE-PA, com base no Provimento nº006/2006 da Corregedoria Geral
do TJE, publicado no Diário da Justiça do dia 10/10/2006, lavro o presente ato ordinatório para
proceder o ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS, para que se procedam as devidas
baixas nos Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial. Secretaria Geral UPJ-Unidade de
Processamento Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
Judiciária do TJE-PA, com base no Provimento nº006/2006 da Corregedoria Geral do TJE, publicado no
Diário da Justiça do dia 10/10/2006, lavro o presente ato ordinatório para proceder o ARQUIVAMENTO
DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS, para que se procedam as devidas baixas nos Ãndices desta
Unidade de Processamento Judicial. Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados
Especiais Criminais de Belém.
publicado no Diário da Justiça do dia 10/10/2006, lavro o presente ato ordinatório para proceder o
ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS, para que se procedam as devidas baixas nos
Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial. Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento
Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
10/10/2006, lavro o presente ato ordinatório para proceder o ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS
PRESENTES AUTOS, para que se procedam as devidas baixas nos Ãndices desta Unidade de
Processamento Judicial. Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados Especiais
Criminais de Belém.
ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS, para que se procedam as devidas baixas nos
Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial. Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento
Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
Criminais de Belém.
Penal - Procedimento Sumaríssimo em: 12/08/2021 VITIMA:I. M. S. AUTOR:MAX DIAS FERREIRA. ATO
ORDINATÃRIO Considerando que o presente processo, embora já arquivado, consta como ATIVO junto
ao IEJUD do sistema de Gestão Judiciária do TJE-PA, com base no Provimento nº006/2006 da
Corregedoria Geral do TJE, publicado no Diário da Justiça do dia 10/10/2006, lavro o presente ato
ordinatório para proceder o ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS, para que se
procedam as devidas baixas nos Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial. Secretaria Geral
UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
CAMARA MIRANDA: Dispensado o relatório, nos termos do art. 81, § 3º da Lei nº 9.099/95.
     Defiro o pedido feito pelo Promotor de Justiça acerca da falta de interesse da vÃtima ALLAN
DIEGO CAMARA MIRANDA, considerando ter sido intimado pessoalmente e ter se feito ausente Ã
mencionada audiência.      Pelo exposto, não havendo justa causa para o exercÃcio da ação
penal, acolho as razões sustentadas pelo Ãrgão Ministerial nesta audiência e determino o
ARQUIVAMENTO dos presentes autos, ressalvada a possibilidade de desarquivamento, conforme
dispõe o art. 18 do CPP.      P.R.I.      Após o trânsito em julgado e feitas as
necessárias anotações e comunicações, arquivem-se. Sem custas.      Intimados os
presentes neste ato. Nada mais havendo foi encerrado o presente termo. Eu, Larissa Lobato Jacob
(cargo/função Auxiliar Judiciário) digitei e subscrevi. Obs.: o presente termo será disponibilizado no
sÃtio da rede mundial de computadores do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no endereço:
http://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/ JUIZ: (assinado digitalmente) PROMOTOR DE JUSTIÃA: DEFENSOR
PÃBLICO: ADVOGADA: AUTORA DO FATO: REPRESENTANTE LEGAL DA VÃTIMA:
autora do fato ROBERTA MIRANDA LOBATO pela prescrição, com fundamento no artigo 107, inciso IV
do Código Penal Brasileiro.                 Dê-se ciência ao Ministério Público.
         Após as necessárias anotações e comunicações, arquivem-se.
                  Intimem-se. Cumpra-se.          Belém (PA), 12 de
agosto de 2021.          ERIC AGUIAR PEIXOTO          Juiz de Direito da 3ª
Vara do Juizado Especial Criminal da Capital.
RESENHA: 09/08/2021 A 13/08/2021 - SECRETARIA UNICA DAS VARAS DOS JUIZADOS CRIMINAIS
DE BELEM - VARA: 4ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE BELEM
legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.      O direito de oferecer queixa (ação penal
privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a contar da data do conhecimento da autoria da
infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.       Manuseado os autos, verifica-se a
decorrência do prazo para o oferecimento de queixa-crime por mais de 06 meses contados do
conhecimento da autoria do fato (findo em 06/06/2021), conforme certidão à fl. 14, incidindo no instituto
da DECADÃNCIA do direito de queixa do ofendido, provocando assim a extinção da punibilidade do
agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB. Â Â Â Â Â Ademais, nos termos do art. 61
do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de ofÃcio a extinção da punibilidade, se
esta for reconhecida, por ser matéria de ordem pública.      Pelo exposto, com fulcro no art. 38
do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV, do Código Penal, JULGO EXTINTA A
PUNIBILIDADE DE MARIA JUCICLEIDE DOS SANTOS REIS a quem foram atribuÃdas as práticas do
art. 139 e 140, do CPB, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.      Após o trânsito
em julgado, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações necessárias. Sem custas.
P.R.I.C.       Belém, 09 de agosto de 2021.  SILVANA MARIA DE LIMA E SILVA JuÃza de
Direito, titular da 4ª Vara do JECrim desta Capital.
necessárias. Sem custas. P.R.I.C. Belém, 09 de agosto de 2021.  SILVANA MARIA DE LIMA E
SILVA  JuÃza de Direito, Titular da 4ª Vara do JECrim de Belém.
Bethânia Maria da Costa Corrêa, ambas através de vÃdeoconferência (Microsoft Teams), comigo
Auxiliar Judiciária, aà no horário aprazado para a audiência, presente apenas o autor, acompanhado de
advogado. Aberta a audiência, foi dada a palavra ao Ministério Público, que se manifestou nos
seguintes termos: "MM. JuÃza, o MP requer que se aguarde, pelo prazo de 72 horas, a justificativa de
ausência da vÃtima e após seja dada vistas dos autos. Pede deferimento¿. A seguir, a MM. JuÃza
deliberou nos seguintes termos: ¿Acolho o requerimento do MP e determino que se aguarde em
Secretaria, pelo prazo de 72 horas, a justificativa de ausência da vÃtima. Após a juntada da justificativa,
ou decorrido o prazo, seja dada vistas dos autos ao MP¿. Nada mais havendo, foi encerrado o presente
termo. Eu, ________, Aline Reis, Auxiliar Judiciário, digitei e subscrevi. JuÃza: Ministério Público:
Autor (Patrick): Advogado do autor (Marcos):
razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender igualmente que não há
justa causa para o exercÃcio de ação penal, razão pela qual determino o ARQUIVAMENTO do
presente feito, nos termos do Enunciado 99 do FONAJE e do art. 395, III do CPP. Â Â Â Â Â Â Realizem-
se as necessárias anotações e comunicações. Observadas as formalidades legais, arquivem-se os
autos. P.R.I.C.      Belém, 11 de agosto de 2021.  SILVANA MARIA DE LIMA E SILVA  JuÃza
de Direito Titular da 4ª Vara do JECrim de Belém.
DE LIMA E SILVA, MM. JuÃza de Direito, o Ministério Público na pessoa da Dra. Bethânia Maria da
Costa Corrêa, ambas através de vÃdeoconferência (Microsoft Teams), comigo Auxiliar Judiciária, aÃ
no horário aprazado para a audiência, presentes as partes. Autores acompanhados de advogado.
Aberta a audiência, a representante da vÃtima declarou que não há testemunha ou outro meio de
prova da infração penal para indicar. Em seguida, foi dada a palavra ao Ministério Público, que se
manifestou nos seguintes termos: ¿MM. JuÃza, diante da declaração da vÃtima de que não possui
testemunhas a indicar que comprove a existência do crime do art. 146 do CPB, a existência da
infração e sua autoria não restam comprovadas. Portanto, não havendo prova da existência do
crime e sua autoria, o MP não tem como cumprir o disposto no art. 41 do CPP, e, diante da ausência de
justa causa da ação penal, requer o arquivamento na forma da Lei, na analogia do art. 395, III do CPP.
Pede deferimento¿. A seguir, a MM. JuÃza passou a proferir a decisão: ¿Considerando a falta de
justa causa para a ação penal, acolho o requerimento do Ministério Público, que adoto para
fundamentar a presente decisão, relativamente a este Termo Circunstanciado de Ocorrência e lhe
determino o ARQUIVAMENTO, com fundamento nos art. 18 do CPP. Sem custas. Procedam-se à s
anotações e comunicações necessárias. P.R.I.C. e, após, arquivem-se os autos¿. Nada mais
havendo, foi encerrado o presente termo. Eu, ________, Aline Reis, Auxiliar Judiciário, digitei e subscrevi.
JuÃza: Ministério Público: Autor (Luiz Pedro): Advogado de Luiz Pedro (Hildeman): Autor (Rosely):
Advogado de Rosely (Italo): Representante do menor (Diana):
     Adoto como relatório o que consta nos autos com base no dispositivo legal do art. 81, § 3º,
da Lei 9.099/95. Â Â Â Â Â Trata-se de Termo Circunstanciado instaurado para apurar possÃvel
ocorrência de conduta delituosa do art. 21 da LCP, art. 140 e art. 150 do CPB.       Quanto ao
crime do art. 150 do CPB e contravenção penal art. 21 da LCP, o Ministério Público manifestou-se
requerendo o arquivamento do feito, em razão do desinteresse da vÃtima e, portanto, falta de justa causa
para ação penal, com fundamento no Enunciado 99 do FONAJE. No que se refere ao crime do art.140
do CPB, por sua vez, o Ãrgão Ministerial requereu a declaração da extinção da punibilidade do
agente, conforme fl. 28.      Verifica-se que a vÃtima, embora intimada, não compareceu a este
juizado para audiência preliminar ou demonstrou justificativa de ausência, conforme certidão à fl. 27,
comportamento que revela o seu desinteresse no prosseguimento do feito, deixando de existir justa causa
para ação penal, nos termos do Enunciado 99, do FONAJE, que dispõe: ¿Nas infrações penais
em que haja vÃtima determinada, em caso de desinteresse desta ou de composição civil, deixa de
existir justa causa para ação penal (nova redação - XXIII Encontro - Boa Vista/RR)¿. Â
     Ademais, a vÃtima não ofereceu queixa crime dentro do prazo decadencial, consoante
certidão à fl. 20, uma vez que este expirou em 26/04/2020, provocando a extinção da punibilidade do
agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB. Â Â Â Â Â Â Desse modo, quanto ao crime
do art. 150 do CPB e art. 21 da LCP, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério
Público, por entender igualmente que não há justa causa para o exercÃcio de ação penal e
determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do Enunciado 99 do FONAJE e do art. 18 do
CPP. Quanto ao crime do art. 140, do CPB, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de JULIO REIS
QUEIROZ, nos termos do art. 107, IV, do CPB, em virtude da ocorrência da decadência ao direito de
queixa.       Realizem-se as necessárias anotações e comunicações. Observadas as
formalidades legais, arquivem-se os autos. P.R.I.C.      Belém, 11 de agosto de 2021.  SILVANA
MARIA DE LIMA E SILVA  JuÃza de Direito Titular da 4ª Vara do JECrim de Belém.
Boa Vista/RR)¿.        Desse modo, consistindo a justa causa em condição essencial para o
exercÃcio do direito de ação na esfera criminal, acolho as razões oferecidas pela representante do
Ministério Público, por entender igualmente que não há justa causa para o exercÃcio de ação
penal, razão pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do Enunciado 99 do
FONAJE e do art. 395, III do CPP.       Realizem-se as necessárias anotações e
comunicações. Observadas as formalidades legais, arquivem-se os autos. P.R.I.C.      Belém,
11 de agosto de 2021.  SILVANA MARIA DE LIMA E SILVA  JuÃza de Direito Titular da 4ª Vara do
JECrim de Belém.
arquivado, consta como ATIVO junto ao IEJUD do sistema de Gestão Judiciária do TJE-PA, com base
no Provimento nº006/2006 da Corregedoria Geral do TJE, publicado no Diário da Justiça do dia
10/10/2006, lavro o presente ato ordinatório para proceder o ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS
PRESENTES AUTOS, para que se procedam as devidas baixas nos Ãndices desta Unidade de
Processamento Judicial. Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados Especiais
Criminais de Belém.
nº006/2006 da Corregedoria Geral do TJE, publicado no Diário da Justiça do dia 10/10/2006, lavro o
presente ato ordinatório para proceder o ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS PRESENTES AUTOS,
para que se procedam as devidas baixas nos Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial.
Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
para que se procedam as devidas baixas nos Ãndices desta Unidade de Processamento Judicial.
Secretaria Geral UPJ-Unidade de Processamento Judicial Juizados Especiais Criminais de Belém.
Processo nº 0809747-03.2021.8.14.0401
1114
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA:
Do exame dos autos, observa-se que o objeto em questão foi devolvido para a vítima consoante se vê no
auto de entrega ao id. 28844923, pág. 06.
Dessa forma, inexistindo prejuízo, resulta evidente a atipicidade material sob a ótica do princípio
da insignificância e do princípio da intervenção mínima do Direito Penal.
Assim sendo, diante da falta de justa causa para a ação penal, acolho as razões sustentadas pelo Órgão
Ministerial e determino o ARQUIVAMENTO dos presentes autos, ressalvada a possibilidade de
desarquivamento, conforme dispõe o art. 18 do CPP.
P.R.I. Após o trânsito em julgado e feitas as necessárias anotações e comunicações, arquivem-se. Sem
custas.
Processo n. 0801050-90.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer representação (ação penal pública condicionada) deverá ser exercido no prazo de
seis meses, a contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38
1115
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
do CPP.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV, do
Código Penal, julgo extinta a punibilidade de CARLOS DINIZ MORAES DOS SANTOS, em decorrência
dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de representação.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações necessárias. P.R.I.C.
Processo nº 0810707-56.2021.8.14.0401
Despacho:
Cumpra-se.
Processo nº 0809056-86.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 28 DE MARÇO DE 2022, ÀS 09:30 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo n. 0800411-72.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer representação (ação penal pública condicionada) deverá ser exercido no prazo de
1117
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
seis meses, a contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38
do CPP.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV, do
Código Penal, julgo extinta a punibilidade de GUSTAVO GABRIEL SANTOS DOS SANTOS, em
decorrência dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de
representação.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações necessárias. P.R.I.C.
Processo n. 0806981-74.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) ou representação (ação penal pública condicionada)
deverá ser exercido no prazo de seis meses, a contar da data do conhecimento da autoria da infração
penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV, do
Código Penal, julgo extinta a punibilidade de PATRICIA CHAGAS PEREIRA MOREIRA e GILVANA
1118
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
CRISTINA SANTOS DA SILVA, em decorrência dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência
da decadência.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações necessárias. P.R.I.C.
Processo nº 0805277-26.2021.8.14.0401
Despacho:
Todavia, restou infrutífera a comunicação por mais de cinco vezes, motivo pelo qual determino o
acautelamento dos autos em secretaria, aguardando-se a devida manifestação das vítimas dentro do
prazo decadencial, com fundamento no art. 19 da Portaria Conjunta n. 15/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI, a
qual determina que a realização de audiências deve se restringir às matérias urgentes.
Cumpra-se.
COSTA Participação: AUTOR DO FATO Nome: RAIMUNDO NONATO SANTOS COSTA Participação:
FISCAL DA LEI Nome: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ Participação: VÍTIMA Nome:
VALDILENE MATOS MENDONCA
Processo nº 0809902-06.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 23 DE MARÇO DE 2022, ÀS 10:10 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo nº 0810151-54.2021.8.14.0401
Sentença:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato JESIEL NEVES DA SILVA. O
Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado é materialmente
atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve constituir em
ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a referida
violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime previsto
no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é punida, razão
pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
1120
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
Processo n. 0800301-73.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 29326483), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de REGIANE ALVES DINIZ, em decorrência dos
1121
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.
Processo n. 0801779-19.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 29326449), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de HIANCA GABRIELE MARTINS MONTE, em
decorrência dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de
queixa.
Processo n. 0800327-71.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 29326455), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de SANDRA NOBRE DE SOUZA, em decorrência
dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.
Processo n. 0800177-90.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 28607588), que informa o não oferecimento da queixa-
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de PEDRINA NAZARÉ ALVES PEREIRA, em
decorrência dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de
queixa.
Processo nº 0805894-83.2021.8.140401
Sentença:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato SIMEÃO JOSE DA SILVA
GONÇALVES. O Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado
é materialmente atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve
constituir em ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a
referida violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime
previsto no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é
punida, razão pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo n. 0805015-76.2021.8.14.0401
Sentença:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º da Lei nº 9.099/95.
Nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de ofício a extinção
da punibilidade, se esta for reconhecida.
Manuseando os autos, verifica-se que se trata de hipótese de renúncia expressa ao direito de queixa,
consistindo em ato unilateral, uma vez que ainda não houve o recebimento desta, nos termos do art. 50 do
CPP. Ademais, o art. 107, V do CPB dispõe que a renúncia ao direito de queixa é causa de extinção de
punibilidade.
Pelo exposto, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE do crime em relação às quereladas IVNA LOBATO
PIMENTA e ANA CAROLINA ARAÚJO ALT, pelo suposto crime do art. 139 do CPB, nos termos do art.
107, V, do CPB, em virtude da renúncia ao direito de queixa.
P.R.I.C.
Processo nº 0810253-76.2021.8.14.0401
Sentença:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato ANDERSON DA SILVA DIAS. O
Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado é materialmente
atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve constituir em
ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a referida
violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime previsto
no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é punida, razão
pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
Processo nº 0805690-39.2021.8.14.0401
Decisão:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato VLADIMIR OLIVEIRA
CARDOSO. O Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado é
materialmente atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve constituir em
ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a referida
violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime previsto
no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é punida, razão
pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
Processo nº 0806059-33.2021.8.14.0401
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
SENTENÇA:
Do exame dos autos, observa-se que o objeto em questão foi devolvido para a vítima consoante se vê no
termo de entrega e responsabilidade ao id. 26123379, pág. 23.
Dessa forma, inexistindo prejuízo, resulta evidente a atipicidade material sob a ótica do princípio
da insignificância e do princípio da intervenção mínima do Direito Penal.
Assim sendo, diante da falta de justa causa para a ação penal, acolho as razões sustentadas pelo Órgão
Ministerial e determino o ARQUIVAMENTO dos presentes autos, ressalvada a possibilidade de
desarquivamento, conforme dispõe o art. 18 do CPP.
P.R.I. Após o trânsito em julgado e feitas as necessárias anotações e comunicações, arquivem-se. Sem
custas.
Processo n. 0800717-41.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
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Considerando a certidão da secretaria (id. 29548054), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de RITA DE SENA QUEIROZ, em decorrência dos
fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.
Processo n. 0810725-77.2021.8.14.0401
Sentença:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a contar da
data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Manuseado os autos, verifica-se a decorrência do prazo para o oferecimento de queixa-crime por mais de
06 meses contados do conhecimento da autoria do fato (11/01/2020, conforme TCO de id. 29830135, pág.
03), findo em 10/07/2020, incidindo, portanto, no instituto da DECADÊNCIA do direito de queixa do
ofendido, provocando assim a extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art.
107, IV, do CPB.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de ofício a
extinção da punibilidade, se esta for reconhecida, por ser matéria de ordem pública.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV, do
Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE DE AMARILDO DE JESUS ALVES RAIOL a quem foi
atribuído a prática do art. 139, caput, do CPB, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações necessárias. Sem
custas. P.R.I.C.
Processo n. 0801129-69.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 29326465), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de BRENDA RENATA ROLIM, em decorrência dos
fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.
Processo nº 0806126-95.2021.8.14.0401
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Decisão:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato ROBSON BRITO DE ALMEIDA.
O Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado é
materialmente atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve
constituir em ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a
referida violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime
previsto no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é
punida, razão pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
Processo n. 0804797-48.2021.8.14.0401
Sentença:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º da Lei nº 9.099/95.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de ofício a extinção
da punibilidade, se esta for reconhecida.
Manuseando os autos, verifica-se que se trata de hipótese de renúncia expressa ao direito de queixa,
consistindo em ato unilateral, uma vez que ainda não houve o recebimento desta, nos termos do art. 50 do
CPP. Ademais, o art. 107, V do CPB dispõe que a renúncia ao direito de queixa é causa de extinção de
punibilidade.
Pelo exposto, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE do crime em relação ao querelado GLADSON SILVA
SIQUEIRA, pelos supostos crimes dos arts. 139 e 140 do CPB, nos termos do art. 107, V, do CPB, em
virtude da renúncia ao direito de queixa.
P.R.I.C.
Processo nº 0800802-27.2021.8.14.0401
Despacho:
Considerando a certidão de id. 29550296, dê-se vista dos autos ao Ministério Público para manifestação.
Processo nº 0810071-90.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 28 DE MARÇO DE 2022, ÀS 10:10 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo n. 0800518-19.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 29328062), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de SAVIO IURY OEIRAS SILVA, em decorrência
dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de queixa.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0801298-56.2021.8.14.0401
Despacho:
Considerando a certidão de id. 29550319, dê-se vista dos autos ao Ministério Público para manifestação.
Processo nº 0810930-09.2021.8.14.0401
Despacho:
Cumpra-se.
Processo nº 0800797-05.2021.8.14.0401
Despacho:
Considerando a certidão de id. 30093610, dê-se vista dos autos ao Ministério Público para manifestação.
termo de audiência
Processo nº 0804641-60.2021.8.14.0401
Decisão
Trata-se de Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) instaurado para apurar a possível ocorrência, em
16-3-2021, da conduta delituosa prevista no art. 129, §5°, II do Código Penal (CP), em que figuram
reciprocamente como autores do fato e vítimas MANOEL RODRIGUES e KATIA SILENE VINAGRE
FERREIRA.
Manuseando os autos, verifica-se o termo de renúncia ID 26605493, no qual a vítima KATIA SILENE
VINAGRE FERREIRA informou que não possui mais interesse na continuidade do feito, comportamento
que provoca o perecimento da justa causa para ação penal, nos termos do Enunciado 99, do FONAJE,
que dispõe: “Nas infrações penais em que haja vítima determinada, em caso de desinteresse desta ou de
composição civil, deixa de existir justa causa para ação penal (nova redação – XXIII Encontro – Boa
Vista/RR)”.
Por outro lado, com relação a parte MANOEL RODRIGUES, acautelem-se os autos em secretaria
aguardando o decurso do prazo decadencial para o oferecimento da representação. Após o prazo,
havendo ou não manifestação, dê-se vista dos autos ao Ministério Público.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que não há justa causa para o exercício de ação penal quanto ao delito supostamente
cometido em desfavor da vítima KATIA SILENE VINAGRE FERREIRA e determino o ARQUIVAMENTO
do presente feito, nos termos do Enunciado 99 do FONAJE e do art. 41 e 395, III, do CPP.
P.R.I.C.
Processo n. 0800553-76.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer queixa (ação penal privada) deverá ser exercido no prazo de seis meses, a
contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38 do CPP.
Ademais, nos termos do art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz deverá declarar de
ofício a extinção da punibilidade, se esta for reconhecida.
Considerando a certidão da secretaria (id. 29328076), que informa o não oferecimento da queixa-
crime, verifica-se a incidência do instituto da decadência do direito de queixa do ofendido, provocando a
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 38, do CPP c/c art. 107, IV, do CPB.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV,
do Código Penal, JULGO EXTINTA A PUNIBILIDADE de DEBORA FLAVIA CORREA LOPES, em
decorrência dos fatos constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de
queixa.
Processo nº 0809744-48.2021.8.14.0401
Despacho:
queixa-crime dentro do prazo decadencial, sob o fundamento do art. 19 da Portaria Conjunta n. 15/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, a qual dispõe que a realização de audiências deve se restringir às matérias
urgentes.
Cumpra-se.
Processo nº 0809686-45.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 21 DE MARÇO DE 2022, ÀS 09:50 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ Participação: VÍTIMA Nome: ALINE SILVA DE SOUZA
Participação: VÍTIMA Nome: RONALD EMERSON MENDES ALVES
Processo nº 0809761-84.2021.8.14.0401
Despacho:
Cumpra-se.
Processo n. 0800965-07.2021.8.14.0401
Decisão:
Relatório dispensado com base no permissivo legal do art. 81, §3º, da Lei nº 9.099/95.
O direito de oferecer representação (ação penal pública condicionada) deverá ser exercido no prazo de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
seis meses, a contar da data do conhecimento da autoria da infração penal, consoante preceitua o art. 38
do CPP.
Pelo exposto, com fulcro no art. 38 do Código de Processo Penal, combinado com o art. 107, IV, do
Código Penal, julgo extinta a punibilidade de ERIC RODRIGUES GOMES, em decorrência dos fatos
constantes nos presentes autos, pela ocorrência da decadência do direito de representação.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações necessárias. P.R.I.C.
termo de audiência
Processo nº 0802611-52.2021.8.14.0401
Despacho:
Todavia, restou infrutífera a comunicação por mais de cinco vezes, bem como foi realizada a tentativa por
oficial de justiça, o qual não obteve êxito, conforme certidão nos autos de id. 27554543. Pelos motivos
expostos, determino o acautelamento dos autos em secretaria, aguardando-se a devida manifestação da
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
vítima dentro do prazo decadencial, com fundamento no art. 19 da Portaria Conjunta n. 15/2020-
GP/VP/CJRMB/CJCI, a qual determina que a realização de audiências deve se restringir às matérias
urgentes.
Cumpra-se.
termo de audiência
Processo nº 0807857-29.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 21 DE MARÇO DE 2022, ÀS 10:50 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo nº 0809639-71.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 21 DE MARÇO DE 2022, ÀS 10:30 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo nº 0810319-56.2021.8.14.0401
Sentença:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato ALEXSANDRO SOUZA DE
CARVALHO. O Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado é
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
materialmente atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve constituir em
ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a referida
violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime previsto
no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é punida, razão
pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
Processo nº 0810027-71.2021.8.14.0401
Despacho:
Cumpra-se.
Processo nº 0809946-25.2021.8.14.0401
Sentença:
Os presentes autos de TCO foram distribuídos para este Juizado Especial Criminal com o objetivo
de apurar a suposta ocorrência da conduta delituosa prevista no art. 28, da Lei 11.343/2006, qual seja,
porte de droga para consumo pessoal, em que figura como autor do fato PAULO GARCIA DA CRUZ. O
Ministério Público requereu o arquivamento do feito, por entender que o fato investigado é materialmente
atípico e que, em razão disso, não há justa causa para ação penal.
O princípio da lesividade dispõe que a conduta descrita como típica pela norma penal deve constituir em
ofensa ao bem jurídico alheio protegido pelo ordenamento jurídico. Portanto, não havendo a referida
violação, afasta-se a tipicidade material e, consequentemente, não há crime. Com efeito, no crime previsto
no art. 28, da Lei 11.343/2006, há ínfimo potencial ofensivo, uma vez que a autolesão não é punida, razão
pela qual o Estado não pode exercer o jus puniendi nesses casos.
Desse modo, acolho as razões oferecidas pela representante do Ministério Público, por entender
igualmente que a conduta investigada não é materialmente típica para o exercício de ação penal, razão
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
pela qual determino o ARQUIVAMENTO do presente feito, nos termos do art. 18 e 395, III, do CPP.
Processo nº 0809937-63.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 23 DE MARÇO DE 2022, ÀS 10:30 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo nº 0810076-15.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 28 DE MARÇO DE 2022, ÀS 10:30 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo nº 0810069-23.2021.8.14.0401
Despacho:
Cumpra-se.
1146
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0810108-20.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
Designo para o próximo DIA 28 DE MARÇO DE 2022, ÀS 09:50 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Processo nº 0809847-55.2021.8.14.0401
Despacho:
R.H.
1147
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Designo para o próximo DIA 23 DE MARÇO DE 2022, ÀS 09:50 HORAS, a realização da audiência
preliminar, cientificando-se para o ato o representante do Ministério Público.
Intimem-se o autor(es) do fato e a(s) vítima(s), se for o caso, devendo ser informado ao autor do fato que
deverá comparecer à referida audiência munido de seu comprovante de residência e de documento de
identificação com foto, bem como de advogado, nos termos do art. 68, da Lei 9099/95.
Int. Cumpra-se.
Rua Manoel Barata, 864, bairro Cruzeiro, Icoaraci-Belém/PA. CEP 66.810-000. Email:
jecivelicoaraci@tjpa.jus.br. Telefone (91) 3227.8650
PROCESSO Nº 0802602-16.2018.8.14.0201
SENTENÇA
Relatório dispensado nos termos do art. 38, caput, da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais–LJE).
Decido.
Inicialmente, com base nas informações constantes dos autos vê-se que a parte reclamada cumpriu
voluntariamente a obrigação de fazer imposta por sentença e requereu o arquivamento dos autos (ID-
25767765). A parte autora intimada do trânsito em julgado do acórdão, manteve-se inerte.
Dispõem os artigos 924, inciso II, e 925, ambos do Código de Processo Civil:
(...)
(...).
Diante do cumprimento voluntário da sentença, mostra-se satisfeita pela parte reclamada a obrigação, não
mais subsistindo razão para o prosseguimento da ação, impondo-se, desta forma, a extinção do processo,
nos termos dos dispositivos ao norte citados.
Isto posto, julgo extinto o cumprimento de sentença nos termos do art. 924, II, do Código de Processo
Civil, uma vez que, conforme consta dos autos, a obrigação foi satisfeita.
P. R. I.
Interposto recurso inominado e diante da dispensa do juízo de admissibilidade nesta fase, intime-se a
parte recorrida sem necessidade de prévia conclusão ao Gabinete, para apresentação de contrarrazões no
prazo de 10 (dez) dias úteis e, em seguida, remetam-se os autos à Turma Recursal (arts. 41 da Lei nº
9.099/1995, 1.010, § 3º do CPC e Enunciado nº 474 do Fórum Permanente dos Processualistas Civis).
Servirá a presente, por cópia digitada, como mandado, notificação, ofício e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0859015-06.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Decido.
Os Juizados Especiais firmam sua competência com base nas diretrizes estabelecidas no artigo 4º, da lei
9.099/95, que, em seu inciso I, adota, como regra, o critério do domicílio do reclamado para a atribuição
da competência.
A seguir, nos incisos II e III, o citado artigo traz exceções àquela regra, no que se inclui o enunciado que
indica o foro do domicílio do autor, ou o do ato/fato, nas ações de indenização, fazendo-se
esclarecimento de que “em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I
deste artigo” (parágrafo único).
Conforme a Resolução nº 17/2011 - GP/TJE, que dispõe sobre a Jurisdição e Renomeação das Varas de
Juizados Especiais Cíveis e Criminais, este Juizado Especial Cível de Icoaraci tem jurisdição sobre os
bairros Parque Guajará, Tenoné, Campina de Icoaraci, Águas Negras, Ponta Grossa, Agulha, Paracuri,
Cruzeiro, Maracacuera, Brasília, São João do Outeiro, Água Boa, Itaiteua e as ilhas localizadas em
Icoaraci.
No presente caso, as partes possuem domicílio em jurisdição diversa da competência deste Juizado.
Deste modo, resta imperioso o reconhecimento da incompetência territoral do juízo para o processamento
e julgamento da ação.
Em face de todo o exposto, extingo o processo, sem resolução do mérito, nos termos do art. 51, inciso III,
da Lei dos Juizados Especiais e Enunciado 89 do FONAJE, em razão da incompetência territorial
observada.
Interposto recurso inominado e diante da dispensa do juízo de admissibilidade nesta fase, intime-se a
parte recorrida sem necessidade de prévia conclusão ao Gabinete, para apresentação de contrarrazões no
prazo de 10 (dez) dias úteis e, em seguida, remetam-se os autos à Turma Recursal (arts. 41 da Lei nº
9.099/1995, 1.010, § 3º do CPC e Enunciado nº 474 do Fórum Permanente dos Processualistas Civis).
1151
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Servirá a presente, por cópia digitada, como mandado, notificação, ofício e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0803225-46.2019.8.14.0201
SENTENÇA
RELATÓRIO dispensado conforme o art. 38, caput a Lei nº9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais – LJE).
Decido.
O processo encontra-se paralisado por tempo desproporcional, sem providências da parte autora.
desincumbiu da diligência que lhe foi imposta, uma vez que, manifestou-se fora do prazo e ainda informou
o mesmo endereço constante na carta precatória que foi devolvida sem sucesso, conforme certidão de ID
28264699.
O não comparecimento aos autos para manifestação necessária à continuidade da ação denota
circunstância caracterizadora de abandono processual.
Nada obsta, porém, que o autor ingresse com nova ação, caso deseje.
Ademais, vale destacar que o § 1º, art. 51 da Lei 9099/95, dispõe não ser necessária a prévia
intimação da parte em qualquer hipótese de extinção do processo no âmbito dos juizados especiais.
Por todo o exposto, extingo o processo sem resolução do mérito com fundamento no art. 485, III do
CPC.
3. servirá o presente, por cópia digitada, como mandado, notificação, ofício e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0879455-86.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Relatório dispensado nos termos do art. 38, caput da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais–LJE).
Decido.
Com base nas informações constantes dos autos vê-se que a parte autora foi intimada a apresentar
manifestação nos autos e manteve-se inerte, já tendo expirado o prazo que lhe foi concedido.
O prazo em questão é peremptório, razão pela qual deve ser observado. Uma vez ultrapassado,
indiscutível a inércia da parte, o que configura abandono de causa e autoriza a extinção do processo ex
officio, sem resolução do mérito. Precedentes do STJ (AgRg no REsp 1457991/RN, Rel. Ministra Assusete
Magalhães, Segunda Turma, j. 21.08.2014; AgRg no REsp 1433885/RN, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, j. 10.06.2014; AgRg no REsp 1478145/RN, Rel. Min Herman Benjamin, j. em
18.11.2014).
Em consequência, extingo o processo sem resolução do mérito com fundamento nos arts. 51, caput
da Lei nº 9.099/1995 e 485, III, § 1º do Código de Processo Civil.
Sem custas ou honorários advocatícios, consoante os arts. 54 e 55 ambos da Lei dos Juizados Especiais.
Servirá a presente, por cópia digitada, como mandado, notificação, ofício e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0801338-56.2021.8.14.0201
RECLAMADO: 61.186.680/0001-74
SENTENÇA
Relatório dispensado nos termos do art. 38, caput a Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais–LJE).
Decido.
Em análise aos autos constata-se que a autora não postulou administrativamente a exclusão da operação
de crédito apontada como irregular/inexistente, conforme permite o procedimento administrativo
disciplinado na Instrução Normativa INSS/PRES nº 28, de 16 de maio de 2008 (DOU de 19/05/2008),
consoante se desume pela ausência de juntada do contrato impugnado e requerimento de tutela
antecipada para suspensão dos descontos apontados.
Neste contexto, necessário arrolar julgado do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a falta de interesse
de agir na presente ação, escrito nestes termos:
“A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV,
da Constituição. Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a
juízo. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se
caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se
excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento
1155
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
não se confunde com o exaurimento das vias administrativas” (STF RE nº 631240, Rel. Min. Roberto
Barroso, Pleno, j. 03/09/2014, acórdão eletrônico, Repercussão Geral).
Colhe-se ainda do voto referido acima as seguintes lições para a compreensão do tema:
“o interesse em agir, ou interesse processual, é uma condição da ação com previsão legal expressa (CPC,
arts. 3º; 4º; 267, VI; 295, III), que possui três aspectos: utilidade, adequação e necessidade [...] A utilidade
significa que o processo deve trazer proveito para o autor, isto é, deve representar um incremento em sua
esfera jurídica. Assim, por exemplo, diz-se que não tem interesse em recorrer a parte que obteve
provimento totalmente favorável. Em tal hipótese, eventual recurso não será conhecido, ou seja, não terá o
mérito apreciado. A adequação, por sua vez, traduz a correspondência entre o meio processual escolhido
pelo demandante e a tutela jurisdicional pretendida. Caso não observada a idoneidade do meio para atingir
o fim, não pode haver pronunciamento judicial de mérito, uma vez que o requerente carece de interesse na
utilização daquela via processual para os objetivos almejados. Por exemplo: caso o autor pretenda
demonstrar sua incapacidade para o trabalho por prova pericial, não poderá lançar mão de mandado de
segurança, ação que inadmite dilação probatória. A necessidade, por fim, consiste na demonstração de
que a atuação do Estado-Juiz é imprescindível para a satisfação da pretensão do autor. Nessa linha, uma
pessoa que necessite de um medicamento não tem interesse em propor ação caso ele seja distribuído
gratuitamente [...] Como se percebe, o interesse em agir é uma condição da ação essencialmente ligada
aos princípios da economicidade e da eficiência. Partindo-se da premissa de que os recursos públicos são
escassos, o que se traduz em limitações na estrutura e na força de trabalho do Poder Judiciário, é preciso
racionalizar a demanda, de modo a não permitir o prosseguimento de processos que, de plano, revelem-se
inúteis, inadequados ou desnecessários. Do contrário, o acúmulo de ações inviáveis poderia comprometer
o bom funcionamento do sistema judiciário, inviabilizando a tutela efetiva das pretensões idôneas” (STF
RE nº 631240, Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, j. 03/09/2014, acórdão eletrônico, Repercussão Geral).
Portanto, de acordo com o STF, as condições da ação não violam o princípio da inafastabilidade da
jurisdição, mas, ao contrário, garantem a observância do princípio da eficiência na atuação do Poder
Judiciário (CF/1988, art. 37, caput).
Com efeito, aplicando-se a aludida decisão do STF nestes autos, conclui-se que a parte autora não possui
interesse de agir, na modalidade da necessidade, posto que a atuação do Poder Judiciário não se mostra
imprescindível para a satisfação de sua pretensão, já que esta pode ser obtida na via administrativa,
através da Instrução Normativa INSS/PRES nº 28/2008, que disciplina no Capítulo XI, as reclamações do
beneficiário.
O procedimento vigente está regulado nos arts. 45 usque 51 da Instrução Normativa INSS/PRES nº
28/2008 e o beneficiário pode apresentar a reclamação diretamente no sítio eletrônico
(www.previdencia.gov.br) ou na Central de Atendimento da Previdência Social (número 135) (art. 46).
Recebida a reclamação, a OGPS classifica as reclamações por instituição financeira e envia, por meio
eletrônico, os respectivos registros à Dataprev, que, além de suspender imediatamente os descontos,
solicita às instituições financeiras que entreguem, no prazo de até dez dias úteis, os documentos
necessários, dentre os quais o contrato impugnado, para avaliação da reclamação (art. 47).
Caso não apresentado cópia do contrato ou constatada a sua inexistência ou irregularidade, a Dataprev
efetuará a exclusão da operação de crédito de forma automatizada, devendo a instituição financeira
proceder à devolução do valor consignado/retido indevidamente, no prazo máximo de dois dias úteis da
constatação da irregularidade, corrigido com base na variação da SELIC, desde a data de vencimento da
parcela referente ao desconto indevido em folha, até o dia útil anterior ao da efetiva devolução, enviando
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No mais, obtendo vitória administrativa, pode o reclamante com base na decisão administrativa, vindicar
em juízo a incidência do parágrafo único do art. 42 da Lei nº 8.078/1990 (Código de Defesa do
Consumidor–CDC), observando que, consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
“somente é devida a condenação em restituição em dobro quando comprovada nos autos a má-fé do
credor ao cobrar valores indevidos do consumidor” (STJ, AgInt no AREsp 895620/SE), além da reparação
por eventual dano moral, ciente de que a demora em impugnar os descontos ilicitamente realizados pela
instituição financeira pode caracterizar violação ao dever lateral de minorar o próprio prejuízo (duty to
mitigate the loss), extraído do princípio da boa-fé objetiva, cuja ocorrência pode levar à redução ou até
exclusão do dano moral ou do crédito dele decorrente (CC, art. 422; Enunciado 169 da III Jornada de
Direito Civil do CJF, STJ, REsp 758518/PR).
Sendo assim, havendo previsão legal de procedimento administrativo idôneo a satisfazer a pretensão de
declaração de inexistência de relação jurídica, inclusive com previsão expressa de suspensão liminar dos
descontos pela mera reclamação do beneficiário, a ação ora proposta não se mostra necessária,
falecendo à autora interesse de agir para o ajuizamento da presente ação, devendo primeiramente
recorrer a via administrativa e, caso insatisfeita com a decisão, pleitear sua revisão ou complementação
judicial, munida de todos os documentos indispensáveis ao julgamento da pretensão.
Àvista de todo o exposto e com fulcro nos arts. 51, caput da Lei nº 9.099/1995 e 330, III do CPC, indefiro a
petição inicial e extingo o processo sem resolução do mérito, haja vista a inexistência de interesse
processual, na modalidade necessidade.
1. registre-se e intimem-se;
3. interposto recurso inominado e diante da dispensa do juízo de admissibilidade nesta fase, intime-se a
parte recorrida, sem necessidade de prévia conclusão ao Gabinete, para apresentação de contrarrazões
no prazo de 10 (dez) dias úteis e, em seguida, remetam-se os autos à Turma Recursal (arts. 41 da Lei nº
9.099/1995, 1.010, § 3º do CPC e Enunciado nº 474 do Fórum Permanente dos Processualistas Civis);
1157
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
4. servirá o presente, por cópia digitada, como mandado, ofício, notificação e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0800478-26.2019.8.14.0201
SENTENÇA
Relatório dispensado nos termos do art. 38, caput da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais–LJE).
Decido.
Com base nas informações constantes dos autos vê-se que a parte autora foi intimada a apresentar
manifestação nos autos e manteve-se inerte, já tendo expirado o prazo que lhe foi concedido.
O prazo em questão é peremptório, razão pela qual deve ser observado. Uma vez ultrapassado,
indiscutível a inércia da parte, o que configura abandono de causa e autoriza a extinção do processo ex
officio, sem resolução do mérito. Precedentes do STJ (AgRg no REsp 1457991/RN, Rel. Ministra Assusete
Magalhães, Segunda Turma, j. 21.08.2014; AgRg no REsp 1433885/RN, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, j. 10.06.2014; AgRg no REsp 1478145/RN, Rel. Min Herman Benjamin, j. em
18.11.2014).
Em consequência, extingo o processo sem resolução do mérito com fundamento nos arts. 51, caput
da Lei nº 9.099/1995 e 485, III, § 1º do Código de Processo Civil.
Sem custas ou honorários advocatícios, consoante os arts. 54 e 55 ambos da Lei dos Juizados Especiais.
Servirá a presente, por cópia digitada, como mandado, notificação, ofício e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0801879-26.2020.8.14.0201
SENTENÇA
Decido.
1159
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Intimada para comparecer à audiência designada, deixou a parte reclamante de fazê-lo e não
apresentou justificativa para a ausência.
Consoante o art. 51, I da Lei nº 9.099/1995, extingue-se o processo quando o autor deixar de comparecer
a qualquer das audiências do processo.
Complementando, dispõe o art. 362, II combinado com seu § 1º do CPC, que a audiência poderá ser
adiada, desde que reste provado o impedimento da parte em comparecer ao ato até o momento da sua
abertura. Nesse sentido, operou a extinção do direito da parte autora de comprovar justa causa que a
impedisse de comparecer à audiência designada no sistema PJe.
Posto isso, extingo o processo sem resolução do mérito nos termos do art. 51, I da Lei dos Juizados
Especiais.
Servirá a presente, por cópia digitada, como mandado, notificação, ofício e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Juiz de Direito
DESPACHO
Intime-se o exequente para, no prazo de 15 dias, adequar o pedido de cumprimento de sentença aos
termos do art.524 do CPC, juntando aos autos o demonstrativo discriminado e atualizado do crédito.
Apresentado o cálculo, determino que a secretaria da vara expeça guia para pagamento e intime a parte
executada para pagamento no prazo de 15 dias.
Havendo pagamento voluntário, autorizo desde já sua liberação ao exequente ou advogado com poderes
expressos, mediante expedição de alvará.
Não havendo pagamento voluntário em 15 (quinze) dias, prossiga-se na execução do feito, remetendo
conclusos para providências junto ao SISBACEN.
1160
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Exaurido o prazo sem que haja manifestação do exequente, retornem os autos conclusos.
Cumpra-se.
PROCESSO Nº 0802656-45.2019.8.14.0201
SENTENÇA
Vistos etc.
Intimada para comparecer à audiência designada, deixou a parte Reclamante de fazê-lo, nem
apresentou justificativa para a ausência.
Deveria a parte reclamante justificar a sua ausência no momento processual adequado, que é até o
momento da abertura da audiência (conforme artigo 453, §1°, do CPC), todavia, não fez.
Ademais, entendo que a simples alegação de problemas de saúde, sem a devida prova, não comprova a
impossibilidade da parte reclamante em comparecer à audiência, nem revela justo motivo (força maior)
para a não apresentação da justificativa em tempo hábil, razão pela qual rejeito a justificativa de ausência
apresentada.
Consoante o art. 51, I, da lei nº 9.099/95 extingue-se o processo quando o autor deixar de comparecer a
qualquer das audiências do processo.
Complementando dispõe ainda o art. 362, II, combinado com seu §1º, do CPC, que a audiência poderá ser
adiada, desde que reste provado o impedimento da parte em comparecer ao ato até o momento da sua
abertura.
Em que pese a justificativa apresentada em audiência pelo advogado da reclamante, entendo que se
operou a extinção do direito da parte autora em praticar o ato processual pretendido a partir do momento
1161
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
em que deixou de comparecer à audiência sem comprovar até a sua abertura a ocorrência de justa causa
que a impedisse de comparecer ao ato, a teor do preceituado no art. 362, II, §1º, do NCPC, sendo,
portanto, descabido o pedido de redesignação de audiência, uma vez operada a preclusão consumativa.
Assim, outro caminho não resta senão a extinção do processo sem resolução do mérito diante do não
comparecimento da parte Autora a audiência.
Isto posto, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, nos termos do art. 51, inciso I, da Lei
dos Juizados Especiais.
Juíza de Direito
PROCESSO Nº 0002410-40.2012.8.14.0941
DESPACHO
1. Intime-se os patronos da parte reclamante para, nos termos do artigo 112 do CPC, juntar aos autos,
no prazo de 05 dias, comprovante de comunicação da renúncia ao mandante (Id- Num 2161938), a fim de
que este nomeie sucessor.
2. Intime-se, pessoalmente, a parte reclamante para que no prazo de 15 dias, apresente manifestação
ao pedido de reserva de honorários contratuais, (§4º, do art.22, da Lei nº8.906/94), bem como para
requerendo, constituir novos procuradores e apresentar no prazo legal contrarrazões à Impugnação à
Execução de ID- Num 21940710- Pág.1 a 6.
4. Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado, ofício, notificação e carta precatória para as
comunicações necessárias (Provimento nº 003/2009-CJRMB-TJPA).
Intime-se. Cumpra-se.
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0000610-40.2013.8.14.0941
SENTENÇA
Vistos etc.
No caso dos autos, a parte exequente foi intimada para apresentar manifestação nos autos, entretanto,
manteve-se inerte já tendo decorrido o prazo que lhe fora concedido.
O prazo em questão é peremptório, razão pela qual deve ser observado. Uma vez ultrapassado,
indiscutível a inércia da parte, o que configura abandono de causa e autoriza a extinção do processo ex
officio, sem julgamento de mérito. Precedentes do STJ (AgRg no REsp 1457991/RN, Rel. Ministra
Assusete Magalhães, Segunda Turma, j. 21.08.2014; AgRg no REsp 1433885/RN, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, j. 10.06.2014; AgRg no REsp 1478145/RN, Rel. Min Herman
Benjamin, j. em 18.11.2014).
Em consequência, julgo extinto o processo sem resolução do mérito com fundamento no art. 485,
inciso III, § 1º, do Código de Processo Civil.
Sem custas ou honorários advocatícios, consoante os arts. 54 e 55 ambos da Lei dos Juizados Especiais.
PRIC.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE ICOARACI
Rua Manoel Barata, n° 864, Cruzeiro, Distrito de Icoaraci, Belém-PA
Fone: (91) 3227-8650
ATO ORDINATÓRIO
Com base no inc. XXII, do § 2º, do art. 1º, do Provimento nº 006/2006-CJRMB, neste Ato, ficam as partes
intimadas, através de advogado habilitado no sistema, do retorno dos autos da Turma Recursal para que,
no prazo de 15 (quinze) dias, procedam aos requerimentos pertinentes.
PODER JUDICIÁRIO
VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE ICOARACI
Rua Manoel Barata, n° 864, Cruzeiro, Distrito de Icoaraci, Belém-PA
Fone: (91) 3227-8650
ATO ORDINATÓRIO
Com base no inc. XXII, do § 2º, do art. 1º, do Provimento nº 006/2006-CJRMB, neste Ato, ficam as partes
intimadas, através de advogado habilitado no sistema, do retorno dos autos da Turma Recursal para que,
no prazo de 15 (quinze) dias, procedam aos requerimentos pertinentes.
PROCESSO Nº 0000608-70.2013.8.14.0941
SENTENÇA
Vistos, etc.
Intimada para cumprir diligência determinada por este juízo a parte exequente manteve-se inerte,
conforme certidão constante dos autos, já tendo expirado o prazo que lhe fora concedido.
O prazo em questão é peremptório e conforme estabelece o art. 223 do CPC, decorrido o prazo, extingue-
se o direito de praticar o ato processual pretendido, independentemente de declaração judicial.
Compulsando os autos observo que já foram realizadas inúmeras diligências por este juízo na tentativa de
localização de bens e/ou valores para satisfação do crédito exequendo, motivo pelo qual diante da
ausência de indicação de bem à penhora pelo exequente, bem como diante da inexistência de quaisquer
outros bens capazes de garantir a execução, não há como a presente demanda prosseguir.
Há norma no microssistema dos juizados especiais que trata especificamente sobre a circunstância da não
localização do devedor e de bens penhoráveis, qual seja, o artigo 53, § 4º, da lei 9.099/95 o qual preceitua
que:
Em que pese tal dispositivo legal se referir ao procedimento da execução de título extrajudicial,
consoante Enunciado nº 75 do FONAJE “a hipótese do § 4º, do 53, da lei 9.099/1995, também se aplica
às execuções de título judicial, entregando-se ao exequente, no caso, certidão do seu crédito,
como título para futura execução, sem prejuízo da manutenção do nome do executado no Cartório
Distribuidor.”
Destaco ainda que no âmbito dos juizados especiais, é desnecessária a prévia intimação pessoal das
partes antes da extinção do feito (artigo 51, § 1º, da Lei nº 9.099/95).
Na hipótese dos autos, não foram localizados bens capazes de satisfazer o crédito exequendo , incidindo,
pois, no caso, a referida norma, impondo-se, por consequência, a extinção do feito.
Desta forma, julgo extinto o cumprimento de sentença com fulcro no artigo 53, §4º, da Lei 9.099/95.
Fica autorizada desde já a expedição de certidão de crédito em favor do exequente, acaso requerida.
Juíza de Direito
1167
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
Fone:(91)3247-1388/99119-9031(WhatsApp) – CEP:66.810-100
E-mail: jecrimicoaraci@tjpa.jus.br
PROCESSO: 0801586-22.2021.8.14.0201
ATO ORDINATÓRIO
De ordem da MMª Juíza de Direito, Titular da Vara do Juizado Especial Criminal de Icoaraci, e
considerando a Portaria Conjunta nº 12/2020-GP/VP/CJRMP/CJCI, de 22 de maio de 2020 que permite e
regulamenta os procedimentos a serem adotados para realização, por meio de videoconferência, de
audiências de conciliação nos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará; bem como a
necessidade de resguardar a saúde de magistrados, servidores, colaboradores e integrantes do sistema
de justiça, além das próprias partes do processo, de modo a garantir a continuidade dos feitos que
tramitam neste Juizado; o previsto no Art. 2º, §1º e §3º, ambos da referida Portaria que indicam a
plataforma digital TEAMS para realização de audiências de conciliação, plataforma oficial criada pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Pará, Designo Audiência Preliminar (artigo 72 e seguintes da Lei n.º
9.099/95), visando acordo/conciliação entre as partes e/ou eventual transação penal para o dia
31/08/2021 às 09h30min.
Havendo impossibilidade de participar do referido ato de forma virtual, deverá, no mesmo prazo,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
informar ao Juízo, momento em que será analisada a possibilidade de realização de audiência na forma
semi-presencial ou presencial. A ausência de manifestação de qualquer das partes (autor do
fato/vítima), poderá ensejar a designação automática da audiência para data posterior.
Ressalta-se que as audiências realizadas por meio de videoconferência são oficiais e possuem os
mesmos efeitos daquelas realizadas de forma presencial e a participação na audiência é simples e
acessível a todos, exigindo-se apenas um computador ou um celular com câmera e com conexão à
internet e a Equipe deste Juizado está à disposição para prestar todo auxílio às partes e advogados
quanto a este acesso.
Diretor(a) de Secretaria
JECrimIcoaraci
ATO ORDINATÓRIO
0806377-71.2020.8.14.0006 (PJe).
Com fundamento no § 4º do art. 152, VI, do Código de Processo Civil, no Provimento nº 006/2006-
CJRMB e pelos princípios da celeridade e informalidade, INTIMO a parte AUTORA: FERREIRA &
BOMBARDA LTDA - ME, através de seus patronos, da Audiência de CONCILIAÇÃO redesignada
para o dia 01/12/2021 10:40, nesta 1ª Vara de Juizado Especial Cível de Ananindeua.
Advertências:
Vistos e etc.
1. Em consonância com o art.784, inciso X do NCPC, que dispõe que é título executivo
extrajudicial “o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente
comprovadas”. Têm-se como cediço que o título executivo judicial em questão é formado pelo crédito
condominial, cópia da convenção, atas que aprovaram as despesas e a ata de eleição de síndico e
procuração atualizadas, os quais, conjuntamente, têm o condão de comprovar a legitimidade, capacidade,
liquidez e certeza do título, os quais, ainda, devem restar acompanhados do demonstrativo de débito
atualizado até a data da propositura da ação.
2. Isto posto, assino o prazo de 15 (quinze) dias para que a parte autora emende e complemente
a petição inicial para o exato fim de juntar aos autos, sob pena de indeferimento e extinção do processo
sem exame do mérito (CPC, artigo 485, inciso I), documentos que comprovem as taxas de R$ 224,00; R$
495,78, constantes no demonstrativo de débitos.
1170
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
4. Intime-se.
5. P.R.I.C
DECISÃO.
Vistos etc.
Os artigos 294 e seguintes do novo ordenamento processual jurídico (Lei nº 13.105, de 16/03/2015)
criaram um procedimento padrão simples e organizado, a fim de assegurar a efetiva prestação
jurisdicional, que ora demanda uma tutela de evidência, ora demanda uma tutela de urgência, tal como
pleiteada nos presentes autos.
Note-se que, para a concessão da tutela provisória de urgência, subdividida em antecipada ou cautelar,
faz-se necessário comprovar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo. Isto é, devem restar claros indícios que conduzam à possibilidade de conceder o direito
pleiteado, bem como a urgência em si mesma do direito.
Vejamos o que dispõem o art. 300 do NCPC, que a regulamenta: ‘A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo’.
Isto posto, há de esclarecer que as tutelas provisórias, como o próprio nome indica, exigem a prolação de
decisão judicial baseada em grau mínimo de convencimento do magistrado, baseado em um juízo de
probabilidade, tendo em vista que o esgotamento da cognição advirá nas etapas processuais seguintes,
garantindo maior segurança ao pronunciamento final, o qual poderá vir a confirmar ou revogar a decisão
anteriormente concedida.
Dessa forma, nos limites desta análise sumária, entendo que os efeitos da tutela jurisdicional não devem
ser antecipados, tendo em vista que a autora requer a medida antecipada visando compelir a demandada
a retirar seu nome de cadastros de inadimplentes por suposto débito indevido, oriundo de faturas de
consumo de energia elétrica atinentes a unidade consumidora que alega não ser de sua titularidade,
1171
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
todavia, conforme se extrai da exordial, a referida UC encontra-se instalada na sede da empresa que tem
como sócio o irmão da autora, não sendo possível neste momento inferir que as alegações no sentido de
que jamais autorizou ou permitiu que a empresa se utilizasse de seus dados para fins de registro de
instalação de energia elétrica sejam irrefutáveis, razão pela qual não há como aferir de plano que exista
alguma ilegalidade que necessite ser compelida como medida de urgência.
Cumpre destacar que a requerente deixa de juntar aos autos comprovante da alegada negativação em
que seja possível identificar que o débito em questão foi atribuído ao seu CPF, bem como deixa de juntar
as faturas contestadas.
Frise-se que a probabilidade do direito e o perigo de dano são evidências que devem preexistir ao
pedido de tutela antecipada, justificando a sua urgência, os quais não restam demonstrados nestes autos.
Isto posto, INDEFIRO O PEDIDO, nos termos dos fundamentos acima, pois não encontram-se
preenchidos os pressupostos de admissibilidade para a concessão da tutela antecipada (art. 300 do
NCPC), sem prejuízo de posterior reanálise.
PRIC
Ananindeua, Pará.
Juíza de Direito
Vistos e etc.
1. Em consonância com o art.784, inciso X do NCPC, que dispõe que é título executivo
extrajudicial “o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente
comprovadas”. Têm-se como cediço que o título executivo judicial em questão é formado pelo crédito
condominial, cópia da convenção, atas que aprovaram as despesas e a ata de eleição de síndico e
procuração atualizadas, os quais, conjuntamente, têm o condão de comprovar a legitimidade, capacidade,
liquidez e certeza do título, os quais, ainda, devem restar acompanhados do demonstrativo de débito
atualizado até a data da propositura da ação.
2. Isto posto, assino o prazo de 15 (quinze) dias para que a parte autora emende e complemente
a petição inicial para o exato fim de juntar aos autos, sob pena de indeferimento e extinção do processo
sem exame do mérito (CPC, artigo 485, inciso I), documentos que comprovem as taxas de R$1.038,57;
1172
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4. Intime-se.
5. P.R.I.C
ATO ORDINATÓRIO
0805024-93.2020.8.14.0006 (PJe).
Com fundamento nos incisos II e VI do art. 152 do Código de Processo Civil e no Provimento nº 006/2006-
CJRMB, bem como, zelando pelos princípios da celeridade e informalidade que regem o processo nos
Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), INTIMO a parte EXEQUENTE: SUMMER VILLE
RESIDENCE, através de seus patronos, para no prazo de 05 (cinco) dias, se manifestar acerca da
petição ID 31587006, oposta pela parte Executada.
DECISÃO.
Tendo em conta a Certidão de ID 21201253, assino o prazo de 5 (cinco) dias para que o exequente se
manifeste acerca das informações registradas.
Ananindeua-Pa.
DECISÃO
Isto posto, intime-se as demandadas para que, no prazo de 05 (cinco) dias, manifestem-se acerca do teor
da petição ID 30868898, demonstrando o cumprimento da medida deferida nestes autos, sob pena de
majoração da multa aplicada pelo descumprimento.
Intime-se.
Ananindeua – Pa.
DECISÃO.
Tendo em conta a Certidão do Sr. Oficial de Justiça (ID 30904010), assino o prazo de 5 (cinco) dias para
que, sob pena de indeferimento e extinção do processo sem exame do mérito (CPC, artigo 485, inciso I), o
exequente se manifeste apresentando aos autos o novo endereço da executada.
Escoado o prazo sem o cumprimento do acima determinado, certifique-se e retornem conclusos para
deslinde.
Intime-se.
Ananindeua (PA),
ATO ORDINATÓRIO
0802905-28.2021.8.14.0006 (PJe).
Com fundamento no § 4º do art. 152, VI, do Código de Processo Civil, no Provimento nº 006/2006-
CJRMB e pelos princípios da celeridade e informalidade, INTIMO a parte AUTORA: ACENILTON
CAMPOS VILAS BOAS FILHO, através de seus patronos, da Audiência de CONCILIAÇÃO
redesignada para o dia 03/03/2022 11:30, nesta 1ª Vara de Juizado Especial Cível de Ananindeua,
bem como fica INTIMADO(A) da DECISÃO ID 28725722, que deferiu o pedido de TUTELA
ANTECIPADA.
Advertências:
PROCESSO: 0813422-97.2018.8.14.0006
SENTENÇA
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Vistos etc.,
Da revelia.
Assim, a ausência da demandada à audiência designada, implica na decretação de sua revelia e confissão
quanto à matéria de fato, consoante estabelece o art. 20, caput, da Lei 9.099/95, in verbis: ‘Art. 20. Não
comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-
se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do
juiz’.
A cláusula que prevê prazo de 180 (cento e oitenta) dias de atraso para a entrega da mora, sem incidência
de penalidades ao vendedor, é plausível, em se tratando de obra multi-habitacional, dada a complexidade
da obra e a possibilidade de inúmeros transtornos imprevistos, inclusive quanto ao atraso na entrega do
"habite-se", em face das inúmeras exigências dos entes fiscalizadores.
Assim, a reclamada possui razão quanto a este ponto de sua contestação, não merecendo prosperar o
pleito do autor quanto a nulidade da cláusula contratual, incidindo sobre a data prevista para entrega do
imóvel (28/02/2016 – quadro VII) o prazo de tolerância de 180 dias para a efetiva entrega, pois a
jurisprudência dominante, incluindo o STJ entende pela legalidade da referida cláusula, anulável apenas
quando a previsão contratual ultrapassa a tolerância estipulada de 180 dias.
Nesse sentido:
Portanto, legítima a estipulação contratual, não padecendo de qualquer nulidade ou abusividade, devendo
ser computado ao final do prazo estipulado de entrega em 31/07/2015, o prazo de tolerância de 180 dias.
Do lucro cessante.
lucros cessantes. O primeiro atine ao que se efetivamente perdeu. O segundo atine ao que razoavelmente
se deixou de lucrar.
No que diz respeito aos lucros cessantes afirma o autor ter sofrido um dano material correspondente ao
que deixou de lucrar enquanto perdurou a demora na entrega do imóvel.
Écediço que a mora se evidencia a partir do escoamento do prazo de tolerância, previsto contratualmente,
e tem seu termo na data em que a construtora ofereceu o bem, efetivamente construído e liberado (habite-
se), ainda que o comprador não o tenha recebido nesta data (entrega de chaves).
Assim, o Superior Tribunal de Justiça já pacificou entendimento que o atraso na entrega da obra, por
motivo injustificado, gera aos adquirentes o direito de receberem indenização por danos materiais,
equivalente ao valor de aluguel que seria auferido, devendo ser calculado da data marcada pela
entrega, ou, havendo cláusula de tolerância, da finalização do prazo de tolerância até a conclusão
definitiva da obra.
Portanto, verifico que o prazo previsto para a entrega somado ao prazo de tolerância permitia a entrega do
imóvel até 31/07/2015, tendo ocorrido a efetiva entrega em 24/02/2016, conforme termo de entrega de
chaves, após as devidas compensações pecuniárias pelo financiamento bancário, uma vez não
comprovada a disponibilização em data anterior pela reclamada revel, quando para tanto bastava a
apresentação do habite-se.
Com a inversão do ônus da prova, caberia a empresa demandada comprovar que houve a entrega do
imóvel no prazo estipulado ou após o prazo de tolerância, desde que comprovado justo motivo (ocorrência
de caso fortuito ou força maior), inexistindo nos autos qualquer fato impeditivo ou modificativo do direito
alegado, ante a revelia da demandada. Pelo que, entendo que ouve um atraso injustificado de 06 meses e
24 dias na entrega do imóvel.
O art. 475 do Código Civil prevê que: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por
perdas e danos.”
Já o art.402 do Código Civil estipula que: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.”
Pois bem. Incontroverso o inadimplemento contratual da empresa demandada, cabe a esta o dever de
indenizar o adquirente, com fundamento nos arts. 475 e 402 do Código Civil.
Recurso do 2º recorrente/réu parcialmente provido e recurso da 1ª recorrente/ autora provido. (TJ-DF; Rec
2011.04.1.003240-9; Ac. 540.047; Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal;
Rel. Juiz Hector Valverde Santana; DJDFTE 10/10/2011; Pág. 269)
Como visto na jurisprudência acerca do tema, basta a prova da ocorrência do atraso. Havendo atraso na
entrega da obra, deve a vítima ser indenizada pelos danos materiais sofridos, a título de lucros cessantes
relativos ao período em que, por culpa do réu, esteve impossibilitada de auferir do imóvel.
O valor pelo aluguel que deixou de auferir depende da análise do valor de mercado para aluguel do
imóvel, pelo que entendo que o valor de R$-600,00 mensais, está compatível com o apartamento descrito
no compromisso de compra e venda, próximo a média de 0,5% sobre o valor do imóvel, que serve de base
para aluguéis residenciais.
Pelo que há um atraso de seis meses e vinte e quatro dias, que incorrem no lucro cessante a ser pago ao
autor de R$4.080,00.
Sobre o tema já se firmou o entendimento de que, inexistindo atraso na entrega do imóvel, isto é,
enquanto perdurar a construção do empreendimento no período contratado, a taxa de evolução de obra é
devida, sendo lícita a cobrança pela construtora ao adquirente. No entanto, havendo atraso na entrega do
imóvel, valores devidos em razão da evolução da obra não devem ser suportados pelo comprador, sendo
ilícito o repasse desse encargo ao consumidor, de forma prévia ou quando do pagamento do
financiamento bancário junto à Caixa Econômica Federal.
Nessa seara, analisando o conjunto probatório produzido nos autos, o autor demonstra os boletos gerados
e os comprovantes de pagamento correlatos a aludida cobrança pagas diretamente a caixa econômica
federal, em momento em que deveriam ter sido assumidas pelas construtoras.
Contabilizado o prazo de tolerância de 180 dias, teriam as reclamadas até 31/07/2015 para entregar o
imóvel, sendo cobradas taxas de evolução de obra de agosto/2015 a abril/2016, data do início do período
de amortização, conforme restou demonstrado pelos documentos carreados aos autos, incorrendo o
consumidor no pagamento indevido de R$4.466,02.
Assim, ao imóvel em questão, que faz parte de empreendimento financiado pela CEF, conforme cláusula
contratual prevista ao caso de atraso na entrega do imóvel por prazo superior a 6 (seis) meses (cláusula
dos 180 dias), contados do prazo de construção contratado (consta no quadro “CONDIÇÕES DO
FINANCIAMENTO”), a responsabilidade pelo pagamento dos encargos passa a ser da construtora,
que ficará responsável até a efetiva entrega do imóvel.
Não sendo o que ocorreu no caso em análise, uma vez comprovado que os encargos a tal título foram
sustentados pelo consumidor em período em que houve atraso na entrega e legalização do imóvel.
Agindo a reclamada de forma ilegal ao cobrar dos consumidores juros de obra após o prazo para a
entrega do imóvel, já incluído o período de tolerância. Afinal, o comprador não dá causa ao atraso na obra,
e quanto maior o atraso da obra, mais tempo o consumidor pagará juros sem saldar seu débito.
Assim, tendo ocorrido o pagamento de juros de obra durante o período de atraso na entrega das chaves,
estes valores devem ser devolvidos aos compradores de forma dobrada, em consonância com o que
dispõe o art. 42 do CDC.
Pelo que, comprovado o efetivo desembolso pelos extratos emitidos pela CEF da importância de
R$4.466,02, devem as reclamadas aos autores a quantia em dobro, nos termos do art. 42 do CDC,
importando em R$8.932,04.
1178
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Do dano moral.
Em razão do que sobre o simples descumprimento contratual, o STJ mantém posicionamento pacífico
segundo o qual simples dissabores ou aborrecimentos são incapazes de causar danos morais, como é
possível perceber no julgamento do REsp 202.564/RJ (Quarta Turma julgado em 02/08/2001, DJ
01/10/2001, p. 220) e do REsp 1.426.710 (julgado em 25/10/2016, DJe 08/11/2016).
Nessa senda, pontualmente para a configuração do dano moral no caso de atraso na entrega de imóvel, o
STJ tem entendido que, muito embora o simples descumprimento contratual não provoque danos morais
indenizáveis, circunstâncias específicas da controvérsia podem configurar a lesão extrapatrimonial.
Vejamos:
- Cinge-se a controvérsia a definir se o atraso da recorrida em entregar unidade imobiliária gerou danos
materiais e morais aos recorrentes. (...)
- Além dos danos emergentes, a não entrega de unidade imobiliária na data estipulada não causa,
por si só, danos morais ao promitente-comprador.
- Recurso especial parcialmente conhecido, e nessa parte, provido. (REsp 1637627/RJ, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/12/2016, DJe 14/12/2016. Grifou-se).
Pelo que, não é devido o pagamento de dano moral em face de descumprimento contratual, que se
resolve em danos emergentes e lucros cessantes, salvo caso de flagrante ofensa à dignidade da pessoa.
(Processo nº 2012.01.1.012389-4 (637171), 1ª Turma Cível do TJDFT, Rel. César Laboissiere Loyola.
unânime, DJe 03.12.2012).
Na hipótese dos autos, a fundamentação do dano extrapatrimonial está justificada somente na frustração
da expectativa da recorrida em residir em imóvel próprio, sem traçar qualquer nota adicional ao mero
atraso que pudesse, para além dos danos materiais, causar grave sofrimento ou angústia a ponto de
configurar verdadeiro dano moral.
Em razão do exposto, pela ausência de circunstâncias específicas que sejam capazes de provocar graves
lesões à personalidade dos recorridos, resta afastada a configuração do dano moral na hipótese dos
autos, considerando que o dano moral exsurge de agressão à personalidade do ofendido, conforme
julgamento do REsp 1.426.710 (STJ, Terceira Turma, julgado em 25/10/2016, DJe 08/11/2016).
Consoante orientação jurisprudencial já pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça, a Segunda Seção do
STJ, sob relatoria do Relator Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em 22.05.2019, fixou em recurso
repetitivo as seguintes teses:
Tema 970: “A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
lucros cessantes.”
Tema 971: “No contrato de adesão firmado entre o comprador e a construtora/incorporadora, havendo
previsão de cláusula penal apenas para o inadimplemento do adquirente, deverá ela ser considerada para
a fixação da indenização pelo inadimplemento do vendedor. As obrigações heterogêneas (obrigações de
fazer e de dar) serão convertidas em dinheiro, por arbitramento judicial.”
Sobre o tema 970, o relator dos recursos especiais repetitivos, Ministro Luis Felipe Salomão, explicou que
a cláusula penal moratória tem natureza eminentemente indenizatória, quando fixada de maneira
adequada. Segundo ele, havendo cláusula penal para prefixar a indenização, não cabe a cumulação
posterior com lucros cessantes, (REsp 1.186.789).
Sobre o tema 971, ao analisar a possibilidade de inversão da cláusula penal estipulada exclusivamente
para o adquirente em desfavor da construtora, nos casos de atraso na entrega de imóvel, o Ministro Luis
Felipe Salomão ressaltou que a tendência mundial é a de se exigir reciprocidade entre as penalidades
impostas ao consumidor e ao fornecedor de determinado produto. “Seja por princípios gerais do direito, ou
pela principiologia adotada no Código de Defesa do Consumidor, seja, ainda, por comezinho imperativo de
equidade, mostra-se abusiva a prática de se estipular penalidade exclusivamente ao consumidor, para a
hipótese de mora ou inadimplemento contratual absoluto, ficando isento de tal reprimenda o fornecedor em
situações de análogo descumprimento da avença”, observou.
No entanto, para o relator, a simples inversão da penalidade contratual poderia dar origem a
enriquecimento sem causa do adquirente do imóvel. “A inversão, para determinar a incidência do mesmo
percentual sobre o preço total do imóvel, incidindo a cada mês de atraso, parece não constituir – em
verdade – simples ‘inversão da multa moratória’, podendo isso sim representar valor divorciado da
realidade de mercado, a ensejar enriquecimento sem causa”, disse.
Salomão ressalvou ainda que a multa compensatória referente à obrigação de pagar (de dar) não poderá,
por questão de simetria, incidir sobre todo o preço do imóvel que deveria ter sido entregue (obrigação de
fazer). E como a cláusula penal compensatória visa indenizar, não é possível a cumulação com lucros
cessantes.
Portanto, não há que se falar em cumulação da indenização prevista na cláusula penal (multa por
descumprimento do contrato) com a indenização por lucros cessantes devida pelo valor que seria auferido
com o aluguel do imóvel, já acolhida por este juízo ao reclamante.
Assim tendo ocorrido, a questão trazida a juízo enquadra-se nas razões de decidir expostas no julgamento
do Recurso Repetitivo (REsp 1.498.484 - DF) anteriormente mencionado, devendo-se aplicar a tese
firmada pelo STJ, consoante previsão do art. 1040, III, do Código de Processo Civil.
Pelo que a pretensão da parte autora tocante a cumulação de tal pedido está fulminada, impondo-se a
improcedência de tal pleito.
Dispositivo
Isto posto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos contidos na inicial, extinguindo o processo
com análise do mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC, para o fim de CONDENAR a demandada a
indenizar os autores no valor de R$4.080,00, referente aos meses de aluguel que poderia ter auferido
(lucros cessantes), devendo ser tal valor corrigido monetariamente pelo INPC, com juros de mora de 1%
1180
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(um por cento) a partir da citação, bem como a devolver o indébito atinente a taxa de evolução de obra, na
forma do art. 42 do CDC, importando em R$8.932,04 (2x R$4.466,02), devendo ser tal valor corrigido
monetariamente pelo INPC, com juros de mora de 1% (um por cento) a partir da citação.
P.R.I.C.
Juíza de Direito
PROCESSO: 0813422-97.2018.8.14.0006
SENTENÇA
Vistos etc.,
Da revelia.
Assim, a ausência da demandada à audiência designada, implica na decretação de sua revelia e confissão
quanto à matéria de fato, consoante estabelece o art. 20, caput, da Lei 9.099/95, in verbis: ‘Art. 20. Não
comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-
se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do
juiz’.
A cláusula que prevê prazo de 180 (cento e oitenta) dias de atraso para a entrega da mora, sem incidência
de penalidades ao vendedor, é plausível, em se tratando de obra multi-habitacional, dada a complexidade
da obra e a possibilidade de inúmeros transtornos imprevistos, inclusive quanto ao atraso na entrega do
"habite-se", em face das inúmeras exigências dos entes fiscalizadores.
Assim, a reclamada possui razão quanto a este ponto de sua contestação, não merecendo prosperar o
pleito do autor quanto a nulidade da cláusula contratual, incidindo sobre a data prevista para entrega do
imóvel (28/02/2016 – quadro VII) o prazo de tolerância de 180 dias para a efetiva entrega, pois a
jurisprudência dominante, incluindo o STJ entende pela legalidade da referida cláusula, anulável apenas
quando a previsão contratual ultrapassa a tolerância estipulada de 180 dias.
Nesse sentido:
Portanto, legítima a estipulação contratual, não padecendo de qualquer nulidade ou abusividade, devendo
ser computado ao final do prazo estipulado de entrega em 31/07/2015, o prazo de tolerância de 180 dias.
Do lucro cessante.
No que diz respeito aos lucros cessantes afirma o autor ter sofrido um dano material correspondente ao
que deixou de lucrar enquanto perdurou a demora na entrega do imóvel.
Écediço que a mora se evidencia a partir do escoamento do prazo de tolerância, previsto contratualmente,
e tem seu termo na data em que a construtora ofereceu o bem, efetivamente construído e liberado (habite-
se), ainda que o comprador não o tenha recebido nesta data (entrega de chaves).
Assim, o Superior Tribunal de Justiça já pacificou entendimento que o atraso na entrega da obra, por
motivo injustificado, gera aos adquirentes o direito de receberem indenização por danos materiais,
equivalente ao valor de aluguel que seria auferido, devendo ser calculado da data marcada pela
entrega, ou, havendo cláusula de tolerância, da finalização do prazo de tolerância até a conclusão
definitiva da obra.
Portanto, verifico que o prazo previsto para a entrega somado ao prazo de tolerância permitia a entrega do
imóvel até 31/07/2015, tendo ocorrido a efetiva entrega em 24/02/2016, conforme termo de entrega de
chaves, após as devidas compensações pecuniárias pelo financiamento bancário, uma vez não
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
comprovada a disponibilização em data anterior pela reclamada revel, quando para tanto bastava a
apresentação do habite-se.
Com a inversão do ônus da prova, caberia a empresa demandada comprovar que houve a entrega do
imóvel no prazo estipulado ou após o prazo de tolerância, desde que comprovado justo motivo (ocorrência
de caso fortuito ou força maior), inexistindo nos autos qualquer fato impeditivo ou modificativo do direito
alegado, ante a revelia da demandada. Pelo que, entendo que ouve um atraso injustificado de 06 meses e
24 dias na entrega do imóvel.
O art. 475 do Código Civil prevê que: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por
perdas e danos.”
Já o art.402 do Código Civil estipula que: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.”
Pois bem. Incontroverso o inadimplemento contratual da empresa demandada, cabe a esta o dever de
indenizar o adquirente, com fundamento nos arts. 475 e 402 do Código Civil.
Como visto na jurisprudência acerca do tema, basta a prova da ocorrência do atraso. Havendo atraso na
entrega da obra, deve a vítima ser indenizada pelos danos materiais sofridos, a título de lucros cessantes
relativos ao período em que, por culpa do réu, esteve impossibilitada de auferir do imóvel.
O valor pelo aluguel que deixou de auferir depende da análise do valor de mercado para aluguel do
imóvel, pelo que entendo que o valor de R$-600,00 mensais, está compatível com o apartamento descrito
no compromisso de compra e venda, próximo a média de 0,5% sobre o valor do imóvel, que serve de base
para aluguéis residenciais.
Pelo que há um atraso de seis meses e vinte e quatro dias, que incorrem no lucro cessante a ser pago ao
autor de R$4.080,00.
Sobre o tema já se firmou o entendimento de que, inexistindo atraso na entrega do imóvel, isto é,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Nessa seara, analisando o conjunto probatório produzido nos autos, o autor demonstra os boletos gerados
e os comprovantes de pagamento correlatos a aludida cobrança pagas diretamente a caixa econômica
federal, em momento em que deveriam ter sido assumidas pelas construtoras.
Contabilizado o prazo de tolerância de 180 dias, teriam as reclamadas até 31/07/2015 para entregar o
imóvel, sendo cobradas taxas de evolução de obra de agosto/2015 a abril/2016, data do início do período
de amortização, conforme restou demonstrado pelos documentos carreados aos autos, incorrendo o
consumidor no pagamento indevido de R$4.466,02.
Assim, ao imóvel em questão, que faz parte de empreendimento financiado pela CEF, conforme cláusula
contratual prevista ao caso de atraso na entrega do imóvel por prazo superior a 6 (seis) meses (cláusula
dos 180 dias), contados do prazo de construção contratado (consta no quadro “CONDIÇÕES DO
FINANCIAMENTO”), a responsabilidade pelo pagamento dos encargos passa a ser da construtora,
que ficará responsável até a efetiva entrega do imóvel.
Não sendo o que ocorreu no caso em análise, uma vez comprovado que os encargos a tal título foram
sustentados pelo consumidor em período em que houve atraso na entrega e legalização do imóvel.
Agindo a reclamada de forma ilegal ao cobrar dos consumidores juros de obra após o prazo para a
entrega do imóvel, já incluído o período de tolerância. Afinal, o comprador não dá causa ao atraso na obra,
e quanto maior o atraso da obra, mais tempo o consumidor pagará juros sem saldar seu débito.
Assim, tendo ocorrido o pagamento de juros de obra durante o período de atraso na entrega das chaves,
estes valores devem ser devolvidos aos compradores de forma dobrada, em consonância com o que
dispõe o art. 42 do CDC.
Pelo que, comprovado o efetivo desembolso pelos extratos emitidos pela CEF da importância de
R$4.466,02, devem as reclamadas aos autores a quantia em dobro, nos termos do art. 42 do CDC,
importando em R$8.932,04.
Do dano moral.
Em razão do que sobre o simples descumprimento contratual, o STJ mantém posicionamento pacífico
segundo o qual simples dissabores ou aborrecimentos são incapazes de causar danos morais, como é
possível perceber no julgamento do REsp 202.564/RJ (Quarta Turma julgado em 02/08/2001, DJ
01/10/2001, p. 220) e do REsp 1.426.710 (julgado em 25/10/2016, DJe 08/11/2016).
Nessa senda, pontualmente para a configuração do dano moral no caso de atraso na entrega de imóvel, o
STJ tem entendido que, muito embora o simples descumprimento contratual não provoque danos morais
indenizáveis, circunstâncias específicas da controvérsia podem configurar a lesão extrapatrimonial.
Vejamos:
- Cinge-se a controvérsia a definir se o atraso da recorrida em entregar unidade imobiliária gerou danos
materiais e morais aos recorrentes. (...)
- Além dos danos emergentes, a não entrega de unidade imobiliária na data estipulada não causa,
por si só, danos morais ao promitente-comprador.
- Recurso especial parcialmente conhecido, e nessa parte, provido. (REsp 1637627/RJ, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/12/2016, DJe 14/12/2016. Grifou-se).
Pelo que, não é devido o pagamento de dano moral em face de descumprimento contratual, que se
resolve em danos emergentes e lucros cessantes, salvo caso de flagrante ofensa à dignidade da pessoa.
(Processo nº 2012.01.1.012389-4 (637171), 1ª Turma Cível do TJDFT, Rel. César Laboissiere Loyola.
unânime, DJe 03.12.2012).
Na hipótese dos autos, a fundamentação do dano extrapatrimonial está justificada somente na frustração
da expectativa da recorrida em residir em imóvel próprio, sem traçar qualquer nota adicional ao mero
atraso que pudesse, para além dos danos materiais, causar grave sofrimento ou angústia a ponto de
configurar verdadeiro dano moral.
Em razão do exposto, pela ausência de circunstâncias específicas que sejam capazes de provocar graves
lesões à personalidade dos recorridos, resta afastada a configuração do dano moral na hipótese dos
autos, considerando que o dano moral exsurge de agressão à personalidade do ofendido, conforme
julgamento do REsp 1.426.710 (STJ, Terceira Turma, julgado em 25/10/2016, DJe 08/11/2016).
Consoante orientação jurisprudencial já pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça, a Segunda Seção do
STJ, sob relatoria do Relator Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em 22.05.2019, fixou em recurso
repetitivo as seguintes teses:
Tema 970: “A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
lucros cessantes.”
Tema 971: “No contrato de adesão firmado entre o comprador e a construtora/incorporadora, havendo
previsão de cláusula penal apenas para o inadimplemento do adquirente, deverá ela ser considerada para
a fixação da indenização pelo inadimplemento do vendedor. As obrigações heterogêneas (obrigações de
fazer e de dar) serão convertidas em dinheiro, por arbitramento judicial.”
Sobre o tema 970, o relator dos recursos especiais repetitivos, Ministro Luis Felipe Salomão, explicou que
a cláusula penal moratória tem natureza eminentemente indenizatória, quando fixada de maneira
adequada. Segundo ele, havendo cláusula penal para prefixar a indenização, não cabe a cumulação
posterior com lucros cessantes, (REsp 1.186.789).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Sobre o tema 971, ao analisar a possibilidade de inversão da cláusula penal estipulada exclusivamente
para o adquirente em desfavor da construtora, nos casos de atraso na entrega de imóvel, o Ministro Luis
Felipe Salomão ressaltou que a tendência mundial é a de se exigir reciprocidade entre as penalidades
impostas ao consumidor e ao fornecedor de determinado produto. “Seja por princípios gerais do direito, ou
pela principiologia adotada no Código de Defesa do Consumidor, seja, ainda, por comezinho imperativo de
equidade, mostra-se abusiva a prática de se estipular penalidade exclusivamente ao consumidor, para a
hipótese de mora ou inadimplemento contratual absoluto, ficando isento de tal reprimenda o fornecedor em
situações de análogo descumprimento da avença”, observou.
No entanto, para o relator, a simples inversão da penalidade contratual poderia dar origem a
enriquecimento sem causa do adquirente do imóvel. “A inversão, para determinar a incidência do mesmo
percentual sobre o preço total do imóvel, incidindo a cada mês de atraso, parece não constituir – em
verdade – simples ‘inversão da multa moratória’, podendo isso sim representar valor divorciado da
realidade de mercado, a ensejar enriquecimento sem causa”, disse.
Salomão ressalvou ainda que a multa compensatória referente à obrigação de pagar (de dar) não poderá,
por questão de simetria, incidir sobre todo o preço do imóvel que deveria ter sido entregue (obrigação de
fazer). E como a cláusula penal compensatória visa indenizar, não é possível a cumulação com lucros
cessantes.
Portanto, não há que se falar em cumulação da indenização prevista na cláusula penal (multa por
descumprimento do contrato) com a indenização por lucros cessantes devida pelo valor que seria auferido
com o aluguel do imóvel, já acolhida por este juízo ao reclamante.
Assim tendo ocorrido, a questão trazida a juízo enquadra-se nas razões de decidir expostas no julgamento
do Recurso Repetitivo (REsp 1.498.484 - DF) anteriormente mencionado, devendo-se aplicar a tese
firmada pelo STJ, consoante previsão do art. 1040, III, do Código de Processo Civil.
Pelo que a pretensão da parte autora tocante a cumulação de tal pedido está fulminada, impondo-se a
improcedência de tal pleito.
Dispositivo
Isto posto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos contidos na inicial, extinguindo o processo
com análise do mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC, para o fim de CONDENAR a demandada a
indenizar os autores no valor de R$4.080,00, referente aos meses de aluguel que poderia ter auferido
(lucros cessantes), devendo ser tal valor corrigido monetariamente pelo INPC, com juros de mora de 1%
(um por cento) a partir da citação, bem como a devolver o indébito atinente a taxa de evolução de obra, na
forma do art. 42 do CDC, importando em R$8.932,04 (2x R$4.466,02), devendo ser tal valor corrigido
monetariamente pelo INPC, com juros de mora de 1% (um por cento) a partir da citação.
P.R.I.C.
Juíza de Direito
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ANANINDEUA
Rua Suely Cruz e Silva, 1989, esquina da Av. Cláudio Sanders (antiga estrada do Maguari)
CEP: 67.143.010/Telefone/Fax: (091) 3250.1082 - E-mail: 3vjecivelananindeua@tjpa.jus.br
Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Cancelamento de Protesto e Indenização por Danos
Morais - Cumprimento de Sentença (Processo nº 0805875-40.2017.8.14.0006)
Vistos, etc.,
A presente ação foi julgada procedente, sendo os requeridos condenados a pagar solidariamente ao seu
adversário, a título de indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
O requerente e o Banco Safra S/A, depois da prolação da sentença de mérito, entabularam acordo para
solucionar a controvérsia aqui tratada, tendo a instituição financeira acionada realizado o pagamento do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) ao seu adversário, conforme comprovante inserido nos autos.
Em seguida, iniciou-se a fase de cumprimento de sentença em relação aos corréus pelo saldo
remanescente, isto é, pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que deve ser evidentemente
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Banco Bradesco S/A, uma vez intimado, depositou a quantia de R$ 4.376,59 (quatro mil, trezentos e
setenta e seis reais e cinquenta e nove centavos), no dia 22/04/2021, na subconta nº 1770015233.
Diante da dicção do art. 90, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil, é evidente que o fato do processo
já ter recebido sentença de mérito não impede a homologação do acordo celebrado posteriormente entre
alguns dos litigantes.
No caso vertente a solução consensual da lide, por meio de autocomposição do requerente e do Banco
Safra S/A, deve ser prestigiada, uma vez que as partes são capazes e as cláusulas contidas no
instrumento de acordo não contrariam nenhum dispositivo legal.
O importe depositado pelo Banco Bradesco S/A na subconta nº 1770015233, no dia 22/04/2021, é
insuficiente para a satisfação do débito reclamado devendo, assim, o presente incidente prosseguir pelo
saldo remanescente.
A pretensão de levantamento do importe custodiado na subconta nº 1770015233, por sua vez, deve ser
acolhida, já que o depósito realizado pelo Banco Bradesco S/A foi efetuado com o propósito de pagamento
do débito reclamado.
O patrono do postulante requereu que o valor depositado na subconta nº 1770015233 seja transferido, por
meio eletrônico, para a conta poupança nº 40315-3, da agência nº 1749, da Caixa Econômica Federal, de
sua titularidade.
O postulante, por meio da procuração cadastrada sob o ID nº 1975296, conferiu ao seu advogado os
poderes específicos de receber e dar quitação.
Os poderes de receber e dar quitação, consoante a jurisprudência dos Tribunais Pátrios, permite que o
alvará judicial para saque do crédito pertencente ao mandante seja expedido em nome de seu advogado.
Ante ao exposto, HOMOLOGO, por sentença, para fins de produção de seus jurídicos e legais efeitos, o
acordo celebrado entre LUIZ FELIP MORHY VIEIRA e BANCO SAFRA S/A, já qualificados, ajuste esse
que se encontra materializado no documento cadastrado sob o ID nº 11039025, e, em consequência, julgo
o presente incidente de cumprimento de sentença extinto em relação a instituição financeira acordante,
com fundamento no art. 487, III, ‘b’, do Código de Processo Civil.
Diante da impossibilidade de arquivamento imediato dos autos, já que o presente incidente deve
prosseguir em relação aos acionados OFFICER S/A DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA
- EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL e BANCO BRADESCO S/A, determino que a autuação do feito seja
atualizada, excluindo-se o BANCO SAFRA S/A do polo passivo da causa.
Desse modo, determino que o requerente apresente demonstrativo atualizado do valor ainda devido, no
prazo de 10 (dez) dias.
Apresentada a planilha de cálculo, intime-se o segundo requerido para realizar a complementação do valor
já depositado, no prazo de 15 (quinze) dias.
Não havendo valores disponíveis para bloqueio, realizar-se-á a inserção de restrição sobre veículo de
propriedade do segundo requerido por meio do Sistema RENAJUD.
Realizada a penhora, intime-se o segundo acionado para apresentar embargos do devedor, no prazo de
15 (quinze) dias, advertindo-a que essa manifestação depende da prévia segurança do Juízo, tudo em
conformidade com o art. 52, IX, da Lei n. 9.099/95, combinado com os Enunciados 117 e 142 do FONAJE.
Apresentados embargos do devedor, dê-se vista dos autos ao embargado para que este se manifeste
acerca das alegações de seu adversário, no prazo de 15 (quinze) dias.
Int.
Ananindeua, 13/08/2021.
PODER JUDICIÁRIO
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3ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ANANINDEUA
Rua Suely Cruz e Silva, 1989, esquina da Av. Cláudio Sanders (antiga estrada do Maguari)
CEP: 67.143.010/Telefone/Fax: (091) 3250.1082 - E-mail: 3vjecivelananindeua@tjpa.jus.br
Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Cancelamento de Protesto e Indenização por Danos
Morais - Cumprimento de Sentença (Processo nº 0805875-40.2017.8.14.0006)
Vistos, etc.,
A presente ação foi julgada procedente, sendo os requeridos condenados a pagar solidariamente ao seu
adversário, a título de indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
O requerente e o Banco Safra S/A, depois da prolação da sentença de mérito, entabularam acordo para
solucionar a controvérsia aqui tratada, tendo a instituição financeira acionada realizado o pagamento do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) ao seu adversário, conforme comprovante inserido nos autos.
Em seguida, iniciou-se a fase de cumprimento de sentença em relação aos corréus pelo saldo
remanescente, isto é, pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que deve ser evidentemente
atualizada nos moldes estabelecidos na sentença exequenda.
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O Banco Bradesco S/A, uma vez intimado, depositou a quantia de R$ 4.376,59 (quatro mil, trezentos e
setenta e seis reais e cinquenta e nove centavos), no dia 22/04/2021, na subconta nº 1770015233.
Diante da dicção do art. 90, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil, é evidente que o fato do processo
já ter recebido sentença de mérito não impede a homologação do acordo celebrado posteriormente entre
alguns dos litigantes.
No caso vertente a solução consensual da lide, por meio de autocomposição do requerente e do Banco
Safra S/A, deve ser prestigiada, uma vez que as partes são capazes e as cláusulas contidas no
instrumento de acordo não contrariam nenhum dispositivo legal.
O importe depositado pelo Banco Bradesco S/A na subconta nº 1770015233, no dia 22/04/2021, é
insuficiente para a satisfação do débito reclamado devendo, assim, o presente incidente prosseguir pelo
saldo remanescente.
A pretensão de levantamento do importe custodiado na subconta nº 1770015233, por sua vez, deve ser
acolhida, já que o depósito realizado pelo Banco Bradesco S/A foi efetuado com o propósito de pagamento
do débito reclamado.
O patrono do postulante requereu que o valor depositado na subconta nº 1770015233 seja transferido, por
meio eletrônico, para a conta poupança nº 40315-3, da agência nº 1749, da Caixa Econômica Federal, de
sua titularidade.
O postulante, por meio da procuração cadastrada sob o ID nº 1975296, conferiu ao seu advogado os
poderes específicos de receber e dar quitação.
Os poderes de receber e dar quitação, consoante a jurisprudência dos Tribunais Pátrios, permite que o
alvará judicial para saque do crédito pertencente ao mandante seja expedido em nome de seu advogado.
Ante ao exposto, HOMOLOGO, por sentença, para fins de produção de seus jurídicos e legais efeitos, o
acordo celebrado entre LUIZ FELIP MORHY VIEIRA e BANCO SAFRA S/A, já qualificados, ajuste esse
que se encontra materializado no documento cadastrado sob o ID nº 11039025, e, em consequência, julgo
o presente incidente de cumprimento de sentença extinto em relação a instituição financeira acordante,
com fundamento no art. 487, III, ‘b’, do Código de Processo Civil.
Diante da impossibilidade de arquivamento imediato dos autos, já que o presente incidente deve
prosseguir em relação aos acionados OFFICER S/A DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA
- EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL e BANCO BRADESCO S/A, determino que a autuação do feito seja
atualizada, excluindo-se o BANCO SAFRA S/A do polo passivo da causa.
Desse modo, determino que o requerente apresente demonstrativo atualizado do valor ainda devido, no
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Apresentada a planilha de cálculo, intime-se o segundo requerido para realizar a complementação do valor
já depositado, no prazo de 15 (quinze) dias.
Não havendo valores disponíveis para bloqueio, realizar-se-á a inserção de restrição sobre veículo de
propriedade do segundo requerido por meio do Sistema RENAJUD.
Realizada a penhora, intime-se o segundo acionado para apresentar embargos do devedor, no prazo de
15 (quinze) dias, advertindo-a que essa manifestação depende da prévia segurança do Juízo, tudo em
conformidade com o art. 52, IX, da Lei n. 9.099/95, combinado com os Enunciados 117 e 142 do FONAJE.
Apresentados embargos do devedor, dê-se vista dos autos ao embargado para que este se manifeste
acerca das alegações de seu adversário, no prazo de 15 (quinze) dias.
Int.
Ananindeua, 13/08/2021.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ANANINDEUA
Rua Suely Cruz e Silva, 1989, esquina da Av. Cláudio Sanders (antiga estrada do Maguari)
CEP: 67.143.010/Telefone/Fax: (091) 3250.1082 - E-mail: 3vjecivelananindeua@tjpa.jus.br
Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Cancelamento de Protesto e Indenização por Danos
Morais - Cumprimento de Sentença (Processo nº 0805875-40.2017.8.14.0006)
Vistos, etc.,
A presente ação foi julgada procedente, sendo os requeridos condenados a pagar solidariamente ao seu
adversário, a título de indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
O requerente e o Banco Safra S/A, depois da prolação da sentença de mérito, entabularam acordo para
solucionar a controvérsia aqui tratada, tendo a instituição financeira acionada realizado o pagamento do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) ao seu adversário, conforme comprovante inserido nos autos.
Em seguida, iniciou-se a fase de cumprimento de sentença em relação aos corréus pelo saldo
remanescente, isto é, pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que deve ser evidentemente
atualizada nos moldes estabelecidos na sentença exequenda.
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O Banco Bradesco S/A, uma vez intimado, depositou a quantia de R$ 4.376,59 (quatro mil, trezentos e
setenta e seis reais e cinquenta e nove centavos), no dia 22/04/2021, na subconta nº 1770015233.
Diante da dicção do art. 90, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil, é evidente que o fato do processo
já ter recebido sentença de mérito não impede a homologação do acordo celebrado posteriormente entre
alguns dos litigantes.
No caso vertente a solução consensual da lide, por meio de autocomposição do requerente e do Banco
Safra S/A, deve ser prestigiada, uma vez que as partes são capazes e as cláusulas contidas no
instrumento de acordo não contrariam nenhum dispositivo legal.
O importe depositado pelo Banco Bradesco S/A na subconta nº 1770015233, no dia 22/04/2021, é
insuficiente para a satisfação do débito reclamado devendo, assim, o presente incidente prosseguir pelo
saldo remanescente.
A pretensão de levantamento do importe custodiado na subconta nº 1770015233, por sua vez, deve ser
acolhida, já que o depósito realizado pelo Banco Bradesco S/A foi efetuado com o propósito de pagamento
do débito reclamado.
O patrono do postulante requereu que o valor depositado na subconta nº 1770015233 seja transferido, por
meio eletrônico, para a conta poupança nº 40315-3, da agência nº 1749, da Caixa Econômica Federal, de
sua titularidade.
O postulante, por meio da procuração cadastrada sob o ID nº 1975296, conferiu ao seu advogado os
poderes específicos de receber e dar quitação.
Os poderes de receber e dar quitação, consoante a jurisprudência dos Tribunais Pátrios, permite que o
alvará judicial para saque do crédito pertencente ao mandante seja expedido em nome de seu advogado.
Ante ao exposto, HOMOLOGO, por sentença, para fins de produção de seus jurídicos e legais efeitos, o
acordo celebrado entre LUIZ FELIP MORHY VIEIRA e BANCO SAFRA S/A, já qualificados, ajuste esse
que se encontra materializado no documento cadastrado sob o ID nº 11039025, e, em consequência, julgo
o presente incidente de cumprimento de sentença extinto em relação a instituição financeira acordante,
com fundamento no art. 487, III, ‘b’, do Código de Processo Civil.
Diante da impossibilidade de arquivamento imediato dos autos, já que o presente incidente deve
prosseguir em relação aos acionados OFFICER S/A DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA
- EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL e BANCO BRADESCO S/A, determino que a autuação do feito seja
atualizada, excluindo-se o BANCO SAFRA S/A do polo passivo da causa.
Desse modo, determino que o requerente apresente demonstrativo atualizado do valor ainda devido, no
1195
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Apresentada a planilha de cálculo, intime-se o segundo requerido para realizar a complementação do valor
já depositado, no prazo de 15 (quinze) dias.
Não havendo valores disponíveis para bloqueio, realizar-se-á a inserção de restrição sobre veículo de
propriedade do segundo requerido por meio do Sistema RENAJUD.
Realizada a penhora, intime-se o segundo acionado para apresentar embargos do devedor, no prazo de
15 (quinze) dias, advertindo-a que essa manifestação depende da prévia segurança do Juízo, tudo em
conformidade com o art. 52, IX, da Lei n. 9.099/95, combinado com os Enunciados 117 e 142 do FONAJE.
Apresentados embargos do devedor, dê-se vista dos autos ao embargado para que este se manifeste
acerca das alegações de seu adversário, no prazo de 15 (quinze) dias.
Int.
Ananindeua, 13/08/2021.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ANANINDEUA
Rua Suely Cruz e Silva, 1989, esquina da Av. Cláudio Sanders (antiga estrada do Maguari)
CEP: 67.143.010/Telefone/Fax: (091) 3250.1082 - E-mail: 3vjecivelananindeua@tjpa.jus.br
Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Cancelamento de Protesto e Indenização por Danos
Morais - Cumprimento de Sentença (Processo nº 0805875-40.2017.8.14.0006)
Vistos, etc.,
A presente ação foi julgada procedente, sendo os requeridos condenados a pagar solidariamente ao seu
adversário, a título de indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
O requerente e o Banco Safra S/A, depois da prolação da sentença de mérito, entabularam acordo para
solucionar a controvérsia aqui tratada, tendo a instituição financeira acionada realizado o pagamento do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) ao seu adversário, conforme comprovante inserido nos autos.
Em seguida, iniciou-se a fase de cumprimento de sentença em relação aos corréus pelo saldo
remanescente, isto é, pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que deve ser evidentemente
atualizada nos moldes estabelecidos na sentença exequenda.
1197
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Banco Bradesco S/A, uma vez intimado, depositou a quantia de R$ 4.376,59 (quatro mil, trezentos e
setenta e seis reais e cinquenta e nove centavos), no dia 22/04/2021, na subconta nº 1770015233.
Diante da dicção do art. 90, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil, é evidente que o fato do processo
já ter recebido sentença de mérito não impede a homologação do acordo celebrado posteriormente entre
alguns dos litigantes.
No caso vertente a solução consensual da lide, por meio de autocomposição do requerente e do Banco
Safra S/A, deve ser prestigiada, uma vez que as partes são capazes e as cláusulas contidas no
instrumento de acordo não contrariam nenhum dispositivo legal.
O importe depositado pelo Banco Bradesco S/A na subconta nº 1770015233, no dia 22/04/2021, é
insuficiente para a satisfação do débito reclamado devendo, assim, o presente incidente prosseguir pelo
saldo remanescente.
A pretensão de levantamento do importe custodiado na subconta nº 1770015233, por sua vez, deve ser
acolhida, já que o depósito realizado pelo Banco Bradesco S/A foi efetuado com o propósito de pagamento
do débito reclamado.
O patrono do postulante requereu que o valor depositado na subconta nº 1770015233 seja transferido, por
meio eletrônico, para a conta poupança nº 40315-3, da agência nº 1749, da Caixa Econômica Federal, de
sua titularidade.
O postulante, por meio da procuração cadastrada sob o ID nº 1975296, conferiu ao seu advogado os
poderes específicos de receber e dar quitação.
Os poderes de receber e dar quitação, consoante a jurisprudência dos Tribunais Pátrios, permite que o
alvará judicial para saque do crédito pertencente ao mandante seja expedido em nome de seu advogado.
Ante ao exposto, HOMOLOGO, por sentença, para fins de produção de seus jurídicos e legais efeitos, o
acordo celebrado entre LUIZ FELIP MORHY VIEIRA e BANCO SAFRA S/A, já qualificados, ajuste esse
que se encontra materializado no documento cadastrado sob o ID nº 11039025, e, em consequência, julgo
o presente incidente de cumprimento de sentença extinto em relação a instituição financeira acordante,
com fundamento no art. 487, III, ‘b’, do Código de Processo Civil.
Diante da impossibilidade de arquivamento imediato dos autos, já que o presente incidente deve
prosseguir em relação aos acionados OFFICER S/A DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA
- EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL e BANCO BRADESCO S/A, determino que a autuação do feito seja
atualizada, excluindo-se o BANCO SAFRA S/A do polo passivo da causa.
Desse modo, determino que o requerente apresente demonstrativo atualizado do valor ainda devido, no
1198
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Apresentada a planilha de cálculo, intime-se o segundo requerido para realizar a complementação do valor
já depositado, no prazo de 15 (quinze) dias.
Não havendo valores disponíveis para bloqueio, realizar-se-á a inserção de restrição sobre veículo de
propriedade do segundo requerido por meio do Sistema RENAJUD.
Realizada a penhora, intime-se o segundo acionado para apresentar embargos do devedor, no prazo de
15 (quinze) dias, advertindo-a que essa manifestação depende da prévia segurança do Juízo, tudo em
conformidade com o art. 52, IX, da Lei n. 9.099/95, combinado com os Enunciados 117 e 142 do FONAJE.
Apresentados embargos do devedor, dê-se vista dos autos ao embargado para que este se manifeste
acerca das alegações de seu adversário, no prazo de 15 (quinze) dias.
Int.
Ananindeua, 13/08/2021.
Processo nº 0810844-59.2021.8.14.0006
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
1. Verifico que não consta dos autos o comprovante da restrição apontada pela parte Autora, apenas carta
de comunicação solicitando abertura de cadastro, e sendo este a única fonte capaz de caracterizar a
causa de pedir invocada, qual seja, a retirada da restrição do nome da parte Autora no serviço de proteção
ao crédito. Verifico, ainda, que não apresenta-se comprovante de residência no dome dos Autores, e
sendo este, documento necessário para verificação da competência territorial, considerado ser esta
absoluta em sede de juizados especiais (Enunciado 89 - Fonaje).
2. DESTA FEITA, tratando-se de documentos essenciais à ação, determino que os Autores emende a
inicial e JUNTE aos autos extrato atualizado, obtido diretamente no órgão de proteção ao crédito
MANTENEDOR DO APONTAMENTO (SPC, SERASA, CADIN), bem como COMPROVANTE DE
RESIDÊNCIA atualizado (água, luz, telefone) ou DECLARAÇÃO do terceiro titular a respeito, no prazo de
15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento da inicial, extinção e arquivamento.
2. Após o prazo e diligência acima determinados, com ou sem juntada, certifique-se e retornem conclusos
para seguimento.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
PJE 0814618-05.2018.8.14.0006
Aos doze dias do mês de agosto do ano de 2021, às 10h10min, nesta cidade de Ananindeua, Estado do
Pará, na sala de audiências de audiências de instrução e julgamento da 2ª Vara de Juizado Especial Cível
de Ananindeua, perante a MMª Juiz de Direito, Drª. ROSA MARIA MOREIRA DA FONSECA, titular da 1ª
Vara de Juizado Especial Cível de Ananindeua, respondendo pela 2ª Vara de Juizado Especial Cível de
Ananindeua, feito o pregão de praxe, constatou-se AUSENTE a Reclamante DISTRIBUIDORA BATISTA
DE ALIMENTOS LTDA - EPP, bem como AUSENTE a parte Reclamada, senhor ORLANDO MATEUS
ATHAYDE BRITO. ABERTA A AUDIÊNCIA: Constam dos autos que a parte Autora foi devidamente
intimada por meio de advogado habilitado aos autos para que comparecesse a este ato, conforme
expedição de intimação de id 28872907 e expediente de id 4770433, porém constatou-se a sua ausência,
não havendo qualquer justificativa nos autos. Passando a MMª Juíza a prolatar a seguinte SENTENÇA
em audiência: Vistos etc. Sem relatório (art. 38, Lei 9.099/95). Vistos etc. Dispensado relatório nos termos
do art. 38 da Lei 9.099/95. Conforme se observa nos autos, a parte Autora foi devidamente intimada se
fazer presente a este ato, conforme expedição de intimação de id 28872907 e expediente de id 4770433,
mas constatou-se a sua ausência, sem qualquer manifestação nos autos. A ausência da parte Reclamante
a qualquer das audiências do processo, observe-se, é causa de extinção do processo sem resolução do
mérito, sendo necessária a sua condenação ao pagamento das custas processuais (art. 51, I, da LJECC).
PELO EXPOSTO, JULGO EXTINTO o processo sem resolução de mérito, com fulcro no art. 51, I, da Lei
9.099/95 c/c com art. 485, do CPC. Sem prejuízo, CONDENO a parte Reclamante ao pagamento das
custas processuais, ressalvada a apreciação de requerimento de isenção em face de comprovada a
ausência por força maior (art. 51, § 2º, da LJECC; Enunciado 28, FONAJE) ou concessão de gratuidade
judiciária. Proceda-se à abertura de conta, intimando-se para recolhimento no prazo de 15 (quinze) dias.
Não ocorrendo o atendimento por parte do Reclamante, se for o caso, inscreva-se na Dívida Ativa
Estadual, conforme arts. 46 a 48, e §§, Lei Estadual nº 8.328/2015. Ao fim, arquivem-se, com as cautelas
legais. Nada mais havendo, o (a) MMª Senhor (a) Juiz (a) mandou encerrar o presente termo às
10h20min. Para constar, lavrei o presente. Eu __________, Sidnei S. Oliveira Barros, Analista
Judiciário, digitei e subscrevi.
Juíza de Direito
Processo nº 0813645-16.2019.8.14.0006
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
1. Considerando que, nos termos do artigo 8º, inciso II, da Lei n 9.099/95, apenas as pessoas
1208
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
3. Int. Dil.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
2ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE ANANINDEUA
ATO ORDINATÓRIO
Em vista do disposto no art. 42, § 2º da Lei 9.099/95 e da prévia autorização do(a) MMª. Juíz(a) desta 2ª
Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Ananindeua, INTIMO a parte recorrida, LUIS PAULO
FARIAS FERREIRA, por seu advogado legalmente constituído, para, querendo e no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer contrarrazões ao recurso inominado apresentado nos presentes autos pela OPERADORA
CLARO.
Analista Judiciário
SANTOS DA LUZ Participação: ADVOGADO Nome: WELLINGTON FARIAS MACHADO OAB: 6945/PA
Participação: AUTOR Nome: HELSON VIEIRA DE OLIVEIRA Participação: ADVOGADO Nome:
WELLINGTON FARIAS MACHADO OAB: 6945/PA Participação: AUTOR Nome: JOAO LUIZ DA SILVA
CRUZ Participação: ADVOGADO Nome: WELLINGTON FARIAS MACHADO OAB: 6945/PA Participação:
AUTOR Nome: KATIA CILENE MOREIRA DE OLIVEIRA Participação: ADVOGADO Nome: WELLINGTON
FARIAS MACHADO OAB: 6945/PA Participação: REU Nome: EQUATORIAL PARÁ DISTRIBUIDORA DE
ENERGIA S.A
Processo nº 0811011-76.2021.8.14.0006
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
1. Não vislumbrando haver prevenção, prossiga o feito em razão da competência desta Vara para seu
julgamento.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
PJE 0801935-62.2020.8.14.0006
Aos onze dias do mês de agosto do ano de 2021, às 11h30min, nesta cidade de Ananindeua, Estado do
Pará, na sala de audiências de audiências de instrução e julgamento da 2ª Vara de Juizado Especial Cível
de Ananindeua, perante a MMª Juiz de Direito, Drª. ROSA MARIA MOREIRA DA FONSECA, titular da 1ª
Vara de Juizado Especial Cível de Ananindeua, respondendo pela 2ª Vara de Juizado Especial Cível de
Ananindeua, feito o pregão de praxe, constatou-se AUSENTE a Reclamante LOJA DAS MANGUEIRAS
LTDA, bem como AUSENTE a parte Reclamada, senhora JHENIFER DUARTE SOUZA. ABERTA A
1210
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
AUDIÊNCIA: Constam dos autos que foi expedida intimação por meio de advogado habilitado aos autos
para que a empresa Reclamante comparecesse a este ato (id 28870013), com comprovação de
expediente de id 4769629, porém constatou-se a sua ausência, não havendo qualquer justificativa nos
autos. Passando a MMª Juíza a prolatar a seguinte SENTENÇA em audiência: Vistos etc. Sem
relatório (art. 38, Lei 9.099/95). Vistos etc. Dispensado relatório nos termos do art. 38 da Lei 9.099/95.
Conforme se observa nos autos, a parte Autora foi devidamente intimada se fazer presente a este ato,
conforme intimação de id 28870013 e comprovação de expediente do PJE de id 4769629, mas constatou-
se a sua ausência, sem qualquer manifestação nos autos. A ausência da parte Reclamante a qualquer das
audiências do processo, observe-se, é causa de extinção do processo sem resolução do mérito, sendo
necessária a sua condenação ao pagamento das custas processuais (art. 51, I, da LJECC). PELO
EXPOSTO, JULGO EXTINTO o processo sem resolução de mérito, com fulcro no art. 51, I, da Lei
9.099/95 c/c com art. 485, do CPC. Sem prejuízo, CONDENO a parte Reclamante ao pagamento das
custas processuais, ressalvada a apreciação de requerimento de isenção em face de comprovada a
ausência por força maior (art. 51, § 2º, da LJECC; Enunciado 28, FONAJE) ou concessão de gratuidade
judiciária. Proceda-se à abertura de conta, intimando-se para recolhimento no prazo de 15 (quinze) dias.
Não ocorrendo o atendimento por parte do Reclamante, se for o caso, inscreva-se na Dívida Ativa
Estadual, conforme arts. 46 a 48, e §§, Lei Estadual nº 8.328/2015. Ao fim, arquivem-se, com as cautelas
legais. Nada mais havendo, o (a) MMª Senhor (a) Juiz (a) mandou encerrar o presente termo às
12h45min. Para constar, lavrei o presente. Eu __________, Sidnei S. Oliveira Barros, Analista
Judiciário, digitei e subscrevi.
Juíza de Direito
Processo nº 0800405-57.2019.8.14.0006.
DESPACHO
Vistos.
1. Retifique-se o polo ativo para dele constar o nome do CONDOMÍNIO ARPOADOR como Autor da ação,
conforme consta da petição inicial, excluindo-se o nome do síndico, Simplício de Sousa Amorim.
3. Cite(m)-se e Intime(m)-se.
4. Dil. o necessário.
Juíza de Direito
1211
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0801219-74.2016.814.0006
DESPACHO
Vistos.
1. Preliminarmente, no que tange ao item 1, do Id 13817450, extrai-se , da simples sequência dos autos,
que o trânsito em julgado da sentença ocorreu em 02/10/2017, sendo arquivados os autos em 26/01/2018
(Id 3666614), não constando, até, então, petição de cumprimento, mas apenas pedido de expedição de
certidão de trânsito em julgado (Id 3058441). O pedido de execução do julgado deu-se bem além dos 30
(trinta) dias consignados em sentença, ocorrendo em 02/02/2018 (Id 3749218).
2. Requerido o cumprimento da sentença, (Id 13817450) pelo valor principal, sem os acréscimos
assegurados em sentença, proceda-se ao cálculo atualizado por servidor judicial, conforme art. 52,II,
LJECC. Para celeridade, FACULTO ao Exequente, a juntada de cálculo através de seu patrono, no prazo
de 15 (quinze) dias.
2.1. Atualizado e corrigido o montante executado, INTIME-SE o Devedor - pessoalmente, se não tiver
procurador constituído - para o pagamento dos valores informados, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena
de multa de 10% sobre o total e prosseguimento, com penhora e alienação judicial de bens, tudo na forma
do art. 52, LJE, c/c 523-ss, CPC.
2.2. Intime-se, outrossim, que poderá opor embargos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da intimação
da penhora ou da realização do depósito espontâneo, conforme art. 52, X, da LJE, ciente de que a
garantia do juízo é indispensável (Enunciados 142, 156 e 117, Fonaje).
2.3. Expeça-se guia para pagamento/depósito, caso requerido pelo Executado, autorizada, de logo, a
expedição de alvará em favor do Exequente, retornando os autos conclusos para seguimento ou extinção.
Juíza de Direito
1212
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0802717-40.2018.8.14.0006
DESPACHO
Vistos.
3. Dil.
Juíza de Direito
Processo nº 0810853-21.2021.8.14.0006
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
1. DEFIRO a gratuidade judiciária, na forma e sob as penas do art. 98-ss, do CPC. DECIDO
2. A parte Demandante requer a concessão de tutela de urgência para que o Requerido proceda “a
PRORROGAÇÃO DE CARRO RESERVA, até a efetiva entrega do veículo que encontra-se na oficina,
sendo arbitrada multa diária em caso do não cumprimento da decisão”
De acordo com o artigo 300 do CPC, depreende-se como requisito da tutela em antecipação de urgência,
a probabilidade do direito e o risco da demora ou ao resultado útil do processo. Configura, também,
requisito para a concessão, a reversibilidade da medida.
1213
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Há de esclarecer que as tutelas provisórias, como o próprio nome indica, exigem a prolatação de decisão
judicial baseada em grau mínimo de convencimento do magistrado, pelo que verifico, ao menos neste
momento processual, não restar configurada, a vista que, consta da apólice objeto dos autos, a previsão
de 07 dias para veículo reserva (Id 31430406 - Pág. 6), não podendo ser exigido mais do que aquilo
previsto no contrato.
Além disso, o Art. 33, §1º da circular SUSEP nº 256 de 16/06/2004 estabelece o prazo de 30 dias para a
liquidação do sinistro, contados a partir da entrega de todos os documentos necessários, e, tendo em vista
a data do acidente, 03/08/2021 - Id 31430404, o prazo para o concerto do veículo encontra-se em prazo
razoável.
Em que pese a presença do requisito do perigo de dano, alegado pela parte Autora, por si só não é ele
suficiente para conferir a antecipação tal como pretendido.
Isto posto, INDEFIRO a pretensão antecipatória, o que faço com fundamento no art. 300, do CPC.
3. Por se tratar de relação de consumo e em vista da presença dos requisitos exigidos pelo art. 6º, VIII, do
CDC, determino a inversão do ônus da prova.
4. Em pauta de audiência.
5. Cite-se e intimem-se.
Juíza de Direito
1214
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0000688-57.2015.8.14.0943
DESPACHO
Vistos.
3. Dil.
Juíza de Direito
Processo nº 0871731-31.2020.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Juíza de Direito
PODER JUDICIÁRIO
PJE 0801934-77.2020.8.14.0006
Aos dez dias do mês de agosto do ano de 2021, às 10h10min, nesta cidade de Ananindeua, Estado do
Pará, na sala de audiências de audiências de instrução e julgamento da 2ª Vara de Juizado Especial Cível
de Ananindeua, perante a MMª Juiz de Direito, Drª. ROSA MARIA MOREIRA DA FONSECA, titular da 1ª
Vara de Juizado Especial Cível de Ananindeua, respondendo pela 2ª Vara de Juizado Especial Cível de
Ananindeua, feito o pregão de praxe, constatou-se AUSENTE a Reclamante LOJA DAS MANGUEIRAS
LTDA, bem como AUSENTE a parte Reclamada, senhor LEONARDO CUNHA PACHECO. ABERTA A
AUDIÊNCIA: Constam dos autos que a parte Autora foi devidamente intimada para que comparecesse a
este ato, conforme termo de audiência juntado no id 26675151, porém constatou-se a sua ausência, não
havendo qualquer justificativa nos autos. Passando a MMª Juíza a prolatar a seguinte SENTENÇA em
audiência: Vistos etc. Sem relatório (art. 38, Lei 9.099/95). Vistos etc. Dispensado relatório nos termos do
art. 38 da Lei 9.099/95. Conforme se observa nos autos, a parte Autora foi devidamente intimada se fazer
presente a este ato, conforme termo de audiência juntado no id 26675151, mas constatou-se a sua
ausência, sem qualquer manifestação nos autos. A ausência da parte Reclamante a qualquer das
audiências do processo, observe-se, é causa de extinção do processo sem resolução do mérito, sendo
necessária a sua condenação ao pagamento das custas processuais (art. 51, I, da LJECC). PELO
EXPOSTO, JULGO EXTINTO o processo sem resolução de mérito, com fulcro no art. 51, I, da Lei
9.099/95 c/c com art. 485, do CPC. Sem prejuízo, CONDENO a parte Reclamante ao pagamento das
custas processuais, ressalvada a apreciação de requerimento de isenção em face de comprovada a
ausência por força maior (art. 51, § 2º, da LJECC; Enunciado 28, FONAJE) ou concessão de gratuidade
judiciária. Proceda-se à abertura de conta, intimando-se para recolhimento no prazo de 15 (quinze) dias.
Não ocorrendo o atendimento por parte do Reclamante, se for o caso, inscreva-se na Dívida Ativa
Estadual, conforme arts. 46 a 48, e §§, Lei Estadual nº 8.328/2015. Ao fim, arquivem-se, com as cautelas
legais. Nada mais havendo, o (a) MMª Senhor (a) Juiz (a) mandou encerrar o presente termo às
10h20min. Para constar, lavrei o presente. Eu __________, Sidnei S. Oliveira Barros, Analista
Judiciário, digitei e subscrevi.
Juíza de Direito
1216
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0879179-55.2020.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Juíza de Direito
1217
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE MARITUBA
Rua Cláudio Barbosa da Silva, N°. 536, Centro, Marituba-PA
Fone: (91) 3299-8800
De ordem, a Dr(a). GERALDO CUNHA DA LUZ, Juiz(a) de Direito, respondendo pelo Vara do Juizado
Especial Cível e Criminal de Marituba, Comarca de Marituba, na forma da Lei, etc...
Na forma do art. 246, V do NCPC, e de ordem do magistrado, por meio desta correspondência eletrônica
fica(m) o(a)(s) reclamado(a)(s) CITADO(a)(s) da presente ação e também INTIMADO(a) a
comparecer(em) a este Juízo, situado à Rua Cláudio Barbosa da Silva, Nº. 536, Centro, Marituba-PA,
CEP: 67.200-000, para participar de Audiência Una, visando a Conciliação, Instrução e Julgamento da lide,
na data e hora designadas.
ADVERTÊNCIAS: Por esta citação fica(m) o(a)(s) reclamado(a)(s) advertido(a)(s): O não comparecimento
às audiências importará em revelia, reputando-se verdadeiras as alegações iniciais do autor e proferindo-
se o julgamento de plano. Comparecendo a(s) parte(s) reclamada(s), e não obtida a conciliação, poderá a
ação ser julgada antecipadamente, se for o caso, ou se proceder à audiência de instrução e julgamento.
Em se tratando de pessoa jurídica, o preposto deverá apresentar os Atos Constitutivos, Carta de
Preposição, no caso de Condomínio, a Ata de Assembleia Geral de Eleição do Síndico e Contestação, sob
pena de revelia. ATENÇÃO: A parte deverá comparecer pessoalmente, não sendo admitido, neste Juízo, o
instituto da representação. Que deverá(ão) comunicar qualquer mudança de endereço ocorrida no curso
do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado na ausência
da comunicação; Que a assistência de um advogado só é obrigatória se o valor da causa for superior a 20
(vinte) salários mínimos; Da possibilidade de inversão do ônus da prova. As testemunhas até um limite de
três, comparecerá(ão) à audiência levadas pela parte que as indicar, independente de intimação.
OBSERVAÇÃO: Este processo tramita através do sistema PJe, cujo endereço na web é
http://pje.i.tj.pa.gov.br:8080/pje/login.seam.
Processo: 0802387-45.2021.8.14.0133
AUTOR: KELLI SIMONE DINIZ DA SILVA
ENDEREÇO: Rua Cláudio Barbosa da Silva, 536, Centro, MARITUBA - PA - CEP: 67200-000
Processo nº 0802387-45.2021.8.14.0133
INTIMAÇÃO
De ordem do(a) Dr(a). GERALDO CUNHA DA LUZ, Juiz(a) de Direito, respondendo pelo Vara do Juizado
Especial Cível e Criminal de Marituba, Comarca de Marituba, na forma da Lei, etc...
Venho por meio do presente intimar Vossa Senhoria a comparecer à Audiência Una, visando a
conciliação, instrução e julgamento da lide, designada para o dia 16/09/2021 11:00, neste Juizado, situado
à Rua Cláudio Barbosa da Silva, nº 536, Centro, Marituba-PA, nos termos dos arts. 5º, II e 7º da Lei
12.153/2009 c/c artigo 19 da Resolução 185/2013 do CNJ e artigo 5º da Lei 11.419/2006.
Analista Judiciário.
PROCESSO 0801054-29.2019.8.14.0133
DESPACHO
R.H.
1219
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Diga o exequente, no prazo de 10 dias, sobre a diligência devolvida sem cumprimento, cf. doc. Id
31366199 - CARTA (DEV.DA CP 0800584 17.2021.8.14.0201) acostado aos autos, sob pena de extinção
do feito.
Cumpra-se. Intime-se.
JUIZ DE DIREITO
Processo nº 0802357-10.2021.8.14.0133
SENTENÇA
Vistos etc.
Compulsando os autos verifico que o requerido é o município de Marituba, o que é incabível à luz do art.
8º caput da Lei 9.099/95, e o que também, expressamente, afasta a competência deste juízo o
processamento da lide, na forma do art. 3º, § 2º do mesmo diploma legal.
Posto isto, EXTINGO O FEITO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO nos termos do art. 51, II e IV da Lei
9.099/95.
P.R.I.C.
JUIZ DE DIREITO
1220
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
1221
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DESPACHO
A parte exequente solicitou consulta a sistema da receita para busca de informações patrimoniais do
executado.
Efetuada a consulta ao sistema INFOJUD, foi disponibilizada a declaração de imposto de renda pessoa
física ano base 2019, na qual não consta bens declarados. Deixei de juntar a referida declaração em razão
da proteção ao sigilo de dados.
Intime-se o exequente para se manifestar, no prazo de 05(cinco) dias, sob pena de extinção.
SENTENÇA
Decido.
Àparte autora foi procedida intimação para apresentar novo endereço do requerido, contudo não o fez.
Diante da inércia do Autor em informar dados essenciais ao prosseguimento do feito, extingo o processo
, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, III do Código de Processo Civil.
Deixo de condenar em custas e honorários, face ao exposto no artigo 55, da Lei n° 9.099/95.
SENTENÇA
DECIDO
Entretanto, o autor possui problemas de saúde e é incapaz de exercer os atos da vida civil, não podendo
figurar no polo ativo perante este Juizado Especial, conforme Art. 8º, caput, da Lei 9.099/95.
A legitimidade ad causam é uma condição processual para o prosseguimento da ação, sendo a sua falta
causa para extinção processual.
Extingo o feito sem resolução de mérito, em face da ilegitimidade da parte para figurar no polo ativo, nos
termos do artigo 485, VI do CPC.
SENTENÇA
DECIDO
1223
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Preliminarmente, vejo que a parte autora em petição inicial postula direito de natureza sucessória.
Assim, concluo que não há como tal demanda prosseguir perante este juizado, devendo o mesmo ser
ajuizado perante o juízo competente.
Face ao exposto, extingo o processo, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 51, II, da Lei 9099/95.
1. Intima o (a) Sr (a) Advogado (a) NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES, OAB-SP 128.341, a
fim de lhe ser devolvida petição, enviada pelos correios em 19/01/2021, referente ao processo nº 0002415-
72.2008.814.0304, processo com migração em 06/08/2019 do sistema LIBRA para o eletrônico PJE,
impossível a juntada de petição física e seu regular processamento, dada a inviabilidade de sistemas;
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
0873280-47.2018.8.14.0301
No uso de suas atribuições legais, o Coordenador (a) do Núcleo de Movimentação da UPJ das turmas de
Direito Público e Privado intima APELANTE: OSMARINA LEITE FERREIRA de que foi interposto Recurso
de Agravo Interno, nos autos do presente processo, para apresentação de contrarrazões, em respeito ao
disposto no §2º do artigo 1021 do novo Código de Processo Civil.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça,
intima a parte MARIO CUSTODIO DA MOTA de que foi interposto Recurso Especial, estando facultada a
apresentação de contrarrazões, nos termos do artigo 1.030 do CPC/2015.
PROCURADOR Nome: MARIA TERCIA AVILA BASTOS DOS SANTOS OAB: null
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
ATO ORDINATÓRIO
A Unidade de Processamento Judicial das Turmas de Direito Público e Privado do Tribunal de Justiça,
intima a parte interessada de que foi interposto Recurso Extraordinário, estando facultada a apresentação
de contrarrazões, nos termos do artigo 1.030 do CPC/2015.
Acórdão
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de 02 (dois) aos 09 (nove) dias do mês de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (Membro).
Relator
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Acórdão
Vistos, etc.
Plenário da 1ª Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período de 2 (dois)
aos 9 (nove) dias do mês de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (Membro).
Relator
Acórdão
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará no período
de 2 (dois) aos 9 (nove) dias do mês de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (Membro).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Luiz Gonzaga da Costa Neto (Convocado).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
inc. IV do art. 48 da Constituição do Pará e da Lei Estadual nº 5.652/1991 do Pará que instituiu e
regulamentou, respectivamente, o adicional de interiorização aos policiais militares deste Estado, além de
conferir eficácia ex nunc à decisão, de modo a produzir efeitos a partir da data do julgamento
relativamente àqueles que já estivessem recebendo o benefício mediante decisão administrativa ou
judicial, tendo a ADI transitado em julgado em 20/02/2021.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
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2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (Membro).
Relator
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EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
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Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Tribunal de Justiça do Estado do Pará, à unanimidade de votos, conhecer o recurso de apelação cível e
lhe dar provimento e, em remessa necessária, modificar a sentença nos termos do provimento recursal,
tudo de acordo com o voto do Desembargador Relator.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (Membro).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
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ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Luiz Gonzaga da Costa Neto (Convocado).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Luiz Gonzaga da Costa Neto (Convocado).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
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2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
3. Apelações cível conhecida e provida. Em remessa necessária, modificada a sentença nos termos do
provimento recursal. À unanimidade.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Luiz Gonzaga da Costa Neto (Convocado).
Relator
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
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(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
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2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
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Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
1241
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
1242
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
1. Tendo sido a decisão embargada proferida de forma fundamentada, não se observa qualquer dos vícios
1244
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
3. No que tange à postulação do embargante quanto ao prequestionamento, resta registrar que o novo
Diploma processual inovou ao consagrar o denominado prequestionamento ficto ao considerar
prequestionado os elementos apontados pela parte embargante, ainda que inadmitidos ou rejeitados.
Inteligência do artigo 1.025 do CPC/2015.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Luiz Gonzaga da Costa Neto (Convocado).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
1246
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
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EMENTA: PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PAGAMENTO E INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL DE
INTERIORIZAÇÃO. POLICIAIS MILITARES SEDIADOS NO INTERIOR. JULGAMENTO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF ATRAVÉS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 6.321/PA DO INCISO
IV DO ARTIGO 48 DA CONSTITUIÇÃO DO PARÁ E DA LEI ESTADUAL Nº 5.652/1991 QUE INSTITUIU
E REGULAMENTOU REFERIDO BENEFÍCIO. EFEITO “EX NUNC” DA MENCIONADA DECISÃO.
DESCABIMENTO, DIANTE DO MENCIONADO JULGADO, DO DIREITO AO RECEBIMENTO E
INCORPORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM QUESTÃO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS
NA AÇÃO INTENTADA QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. EM REMESSA
NECESSÁRIA, SENTENÇA ALTERADA NOS TERMOS DO PROVIMENTO RECURSAL. DECISÃO
UNÂNIME.
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Relator
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
1250
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
2. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc. Contudo, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida, diante do
recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos. Dessa
forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao autor,
ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente a ADI
6.321/PA.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora: Desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Luiz Gonzaga da Costa Neto (Convocado).
Relator
PRELIMINAR.
1252
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
1. Preliminar de prescrição do fundo de direito. Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a
Fazenda Pública figure como devedora, enquanto não tiver sido negado o próprio direito vindicado, como
no caso em apreço, não há que se falar em prescrição.
MÉRITO.
3. As decisões judiciais com trânsito em julgado e que já tiveram esgotado o prazo decadencial para a
propositura da ação rescisória estão imunes à decisão que declarou a inconstitucionalidade da norma,
com efeitos ex nunc, contudo, sendo que, no caso dos autos, a sentença não chegou a ser cumprida,
diante do recurso de apelação interposto pelo Estado do Pará, bem como pelo sobrestamento dos autos.
Dessa forma, em nenhum momento restou pago o adicional de interiorização, de maneira que se aplica ao
autor, ora apelado, a modulação dos efeitos que conferiu eficácia ex nunc à decisão que julgou procedente
a ADI 6.321/PA.
4. Apelações Cíveis conhecidas, sendo improvida a intentada pelo Ministério Público do Estado do Pará e
provida a do IGEPREV. Em remessa necessária, modificada a sentença nos termos do provimento
recursal. À unanimidade.
ACÓRDÃO
Vistos, etc.
Plenário Virtual da Primeira Turma de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no período
de dois a nove de agosto do ano de dois mil e vinte e um.
Turma Julgadora desembargadores Ezilda Pastana Mutran (Presidente), Roberto Gonçalves de Moura
(Relator) e Maria Elvina Gemaque Taveira (membro).
Relator
1253
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
0811571-86.2019.8.14.0006
No uso de suas atribuições legais, o Coordenador (a) do Núcleo de Movimentação da UPJ das Turmas de
Direito Público e Privado intima a parte interessada de que foi opostos Recurso de Embargos de
Declaração, estando facultada a apresentação de contrarrazões, nos termos do artigo 1.023, §2º, do
CPC/2015.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
TURMA RECURSAL DO ESTADO DO PARÁ
Av. Conselheiro Furtado, N°. 2949, São Brás, Belém-PA.
CEP: 66.063-060. Fone: (91) 3259-6777.
INTIMAÇÃO
Através desta correspondência, fica INTIMADO para ciência do Acórdão/Decisão, conforme §1º, art.
5º da Lei 11.419/06
OBSERVAÇÃO: Este processo tramita através do sistema PJe, cujo endereço na web é
http://pje.tjpa.jus.br/pje-2g/login.seam.
_______________________________________
GERSON FIGUEIREDO MARTINS JUNIOR
Secretário das Turmas Recursais
(documento assinado digitalmente na forma da Lei nº 11.419/06)
1254
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
1255
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
110, §1º, art. 109, V, e art. 115, todos do Código Penal Brasileiro. 4. CRIME DE LATROCÍNIO: Subsume-
se o fato ao crime de latrocínio se da violência empregada, para o fim de se subtrair bens da vítima,
resulta a morte desta ainda dentro do contexto dos acontecimentos. 5. Estando caracterizado que o
objetivo do agente era a subtração de coisa alheia móvel, mediante violência ou grave ameaça, exercida
com arma branca, que vem a ser alvejada e falece em decorrência das perfurações, há crime de latrocínio,
não havendo como desclassificar para homicídio seguido de furto. 6. Mesmo após o ajuste das
circunstâncias judiciais, lhe restam fixados de forma desfavoráveis três vetores, o que é suficiente para
afastar a pena base de seu mínimo legal (Sumula n° 23 deste Sodalício), sendo, o quantum de pena
calculado pelo juízo, razoável, necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime, bem como
em consonância com as circunstâncias judiciais e do delito e com os ditames legais. 7. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO PARA RECONHECER, DE OFÍCIO, A PRESCRIÇÃO DO
CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES, E REANALISAR AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, SEM
IMPACTAR NA PENA APLICADA, PARA O CRIME DE LATROCÍNIO. DECISÃO UNÂNIME.
contar da sentença final, quando então, em não havendo condições financeiras do apelante quitar o
débito, restará prescrita a obrigação. Cabendo também serem analisadas perante o juízo da execução
penal, face a eventual alteração da situação econômica do sentenciado, conforme precedente desta
Turma. 9. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. UNANIMIDADE
1258
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Considerando os artigos do Capítulo VI da Lei 6.969/07 que tratam do desenvolvimento na carreira dos
Servidores Públicos do Poder Judiciário do Estado do Pará;
Conceder progressão horizontal para a referência 07 da classe B, na data de 01 de junho de 2021, com
efeitos financeiros no mês da publicação, ao servidor SERGIO AUGUSTO SANTOS DA SILVA, matrícula
46248, ocupante do cargo de Analista Judiciário.
Considerando os artigos do Capítulo VI da Lei 6.969/07 que tratam do desenvolvimento na carreira dos
Servidores Públicos do Poder Judiciário do Estado do Pará;
Conceder progressão horizontal para a referência 04 da classe A, na data de 25 de março de 2021, com
efeitos financeiros no mês da publicação, ao servidor JOSE SALAZAR DA CUNHA ARAUJO JUNIOR,
matrícula 106275, ocupante do cargo de Auxiliar Judiciário.
Considerando os artigos do Capítulo VI da Lei 6.969/07 que tratam do desenvolvimento na carreira dos
Servidores Públicos do Poder Judiciário do Estado do Pará;
Conceder progressão horizontal para a referência 03 da classe A, na data de 06 de julho de 2021, com
efeitos financeiros no mês da publicação, ao servidor JAILSON BARBOSA DE MOURA LEAL, matrícula
144444, ocupante do cargo de Analista Judiciário - Área Judiciária.
Considerando os artigos do Capítulo VI da Lei 6.969/07 que tratam do desenvolvimento na carreira dos
Servidores Públicos do Poder Judiciário do Estado do Pará;
Conceder progressão horizontal para a referência 05 da classe A, na data de 21 de julho de 2021, com
efeitos financeiros no mês da publicação, à servidora LUANA HITOMI FEIO OKADA, matrícula 93041,
ocupante do cargo de Auxiliar Judiciário.
Considerando os artigos do Capítulo VI da Lei 6.969/07 que tratam do desenvolvimento na carreira dos
Servidores Públicos do Poder Judiciário do Estado do Pará;
Considerando os artigos do Capítulo VI da Lei 6.969/07 que tratam do desenvolvimento na carreira dos
Servidores Públicos do Poder Judiciário do Estado do Pará;
Conceder progressão horizontal para a referência 05 da classe A, na data de 11 de julho de 2021, com
efeitos financeiros no mês da publicação, ao servidor RAFAEL BENEVIDES DE SOUZA, matrícula 92339,
ocupante do cargo de Oficial de Justiça Avaliador.
1260
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
FÓRUM CÍVEL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
1ª UPJ CÍVEL E EMPRESARIAL DE BELÉM
ATO ORDINATÓRIO
0858950-74.2020.8.14.0301
Com base na Ordem de Serviço nº 002/2021, fica a parte autora INTIMADA a comprovar o pagamento das
custas necessárias à 01 expedição de mandado pela secretaria e à 01 diligência do oficial de justiça de
busca e apreensão, com fins de expedição de novo mandado.
Analista Judiciário
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
1ª UPJ CÍVEL E EMPRESARIAL DE BELÉM
ATO ORDINATÓRIO
0870313-58.2020.8.14.0301
Com base na Ordem de Serviço nº 002/2021, fica a parte autora INTIMADA a comprovar o pagamento das
custas necessárias à 01 expedição de mandado pela secretaria e à 01 diligência do oficial de justiça de
busca e apreensão, com fins de expedição de novo mandado.
Analista Judiciário
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº.0867523-72.2018.8.14.0301.
- DESPACHO -
Chamo o feito à ordem para retificar o nome do Curatelado descrito na Sentença - ID 27275572.
Onde se lê: "Ante o exposto, julgo procedente o pedido e decreto a interdição definitiva de BINKO
UTHIYAMA INAGTAKI, declarando-o(a) relativamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida
civil." (...).
Leia-se: "Ante o exposto, julgo procedente o pedido e decreto a interdição definitiva de BINKO UTHIYAMA
INAGAKI, declarando-o(a) relativamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil." (...)
ATO ORDINATÓRIO
OAB: 017308/PA Participação: REQUERIDO Nome: LUIZ OTAVIO LOPES BAHIA Participação: FISCAL
DA LEI Nome: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ
Processo nº:0844232-38.2021.8.14.0301.
- DESPACHO -
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Cível de Belém, Praça Felipe Patroni s/nº, 2ºandar, Cidade Velha, Belém/PA, CEP: 66.015-260,
Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0865333-05.2019.8.14.0301
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
2. Após, conclusos.
Belém/PA,.
HM
Nome: THYAGO ZAHARIAS REBOUCAS SILVA OAB: 017692/PA Participação: INVENTARIADO Nome:
ELZA CLAUDINA LUCENA FERREIRA Participação: REU Nome: ANTONIO JOSE FERNANDES
FERREIRA
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Cível de Belém, Praça Felipe Patroni s/nº, 2ºandar, Cidade Velha, Belém/PA, CEP: 66.015-260,
Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0870598-51.2020.8.14.0301
[Inventário e Partilha]
INVENTÁRIO (39)
A. L. S. L. e outros
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
DECISÃO
VISTOS.
Trata-se de AÇÃO DE INVENTÁRIO encaminhada a este Juízo em razão da existência de menor no polo
passivo da lide, que se encontra representado por um de seus genitores.
Trata-se, pois, de demanda eminentemente patrimonial, direito individual e disponível, o que por si só já
atrai a competência das Varas Cíveis, responsável pela apreciação de feitos de SUCESSÃO.
Exalce-se que, a menoridade de forma genérica não é condição suficiente a atrair a competência deste
Juízo, nos termos do art. 105 da Lei 5.008/91 c/c a Resolução nª 023/2007.
A situação da orfandade mereceu especial cuidado pelo Poder Judiciário através de criação de varas
privativas para o processamento de causas em que o menor se encontra em situação de vulnerabilidade
extrema ante a perda de ambos os genitores a quem competia o dever de guarda, cuidado e sustento.
Veja-se que, juntamente com o órfão menor, o E. TJPA também dedicou a este Juízo a competência
privativa para interditos e ausentes, situações também relacionadas a curial vulnerabilidade que motiva
especial tratamento.
1265
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Indubitável concluir, portanto, que, mesmo com a morte de um dos genitores, o menor não se torna órfão e
tampouco se encontra na situação de vulnerabilidade a qual quis dar guarida o E. TJPA com a criação da
competência privativa para órfãos, uma vez que aquele está plenamente assistido e representado pelo(a)
genitor(a) sobrevivente que se mantém no exercício da guarda e dos cuidados do menor.
Isto posto, não é cabível argumentar que toda ação em que se discute direitos sucessórios em razão de
falecimento, a competência do Juízo de Sucessão que, frise-se, tem natureza absoluta, seja suplantada
tão somente pela existência de um menor, ainda que este esteja devidamente representado pelo(a)
genitor(a) e, nesta condição, não possa ser considerado órfão. Tal medida importaria, sem dúvida, no
esvaziamento da competência do Juízo de Sucessões em prejuízo dos jurisdicionados e do Princípio do
Juiz Natural.
Diante deste cenário, considerando que a 3ª Vara Cível e Empresarial da Capital praticamente se tornou
um Juízo de Sucessões para toda causa em que há um herdeiro/sucessor menor, encontram-se
pendentes de apreciação pelo nosso Tribunal os Conflitos Negativos de Competência suscitados por este
Juízo, nos seguintes processos:
1. 0813589-05.2018.8.14.0301
2. 0839042-02.2018.8.14.0301
3. 0856595-91.2020.8.14.0301
4. 0832493-39.2019.8.14.0301
5. 0837031-29.2020.8.14.0301
6. 0870389-82.2020.8.14.0301
7. 0836021-47.2020.8.14.0301
8. 0857203-89.2020.8.14.0301
9. 0819281-82.2018.8.14.0301
10. 0857214-89.2018.8.14.0301
Muito embora a presente ação também comporte a suscitação do referido conflito, entendo que a medida
que melhor atende aos interesses dos jurisdicionados é a SUSPENSÃO do feito até que o E. TJPA firme
entendimento acerca do conflito negativo de competência entre o Juízo de Sucessão e o Juízo de órfão,
ausentes e interditos.
Desta forma, uma vez decidida a questão, o entendimento será aplicado ao presente caso sem que seja
necessário que este perfaça todo o trâmite no Tribunal para julgamento do conflito de competência,
prestigiando-se, assim, o princípio da celeridade processual.
Por todo o exposto, DETERMINO A SUSPENSÃO do feito, com fulcro no art. 313, V do CPC, pelo prazo
de 90 (noventa) dias ou até que o Tribunal julgue os conflitos de competência já suscitadas por este Juízo,
sem prejuízo de que eventual situação urgente seja prontamente apreciada para evitar a perda de direitos,
o que deverá ser justificado pelo suplicante.
Intimem-se as partes acerca desta decisão e, caso haja impugnação a presente, retornem os autos
conclusos para que seja suscitado o conflito negativo de competência.
1266
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Proceda a UPJ ao necessário junto ao Sistema para que o feito seja classificado/cadastrado como
suspenso para todos os fins.
Belém/PA,
RP
DECISÃO
VISTOS.
O feito foi inicialmente distribuído ao Juízo da 6ª Vara Cível e Empresarial da Capital, o qual, através da
decisão Id. Num. 5439453, declinou da competência para apreciar o feito ante a existência de “
INTERESSE DE INCAPAZ”. Eis a decisão:
“(...)Compulsando os autos, verifico que qualquer decisão proferida no presente feito terá inquestionável
efeito no patrimônio da parte representada, com possibilidade de reflexos inclusive em sua subsistência. O
Código Judiciário do Pará, em seu art. 105, V, versa a respeito da competência do Juízo de Órfãos,
Interditos e Ausentes, a qual inclui a prática de todos os atos acauteladores de tais pessoas, bem como
dos seus bens e direitos. Desse modo, declaro-me incompetente para processar e julgar a lide.
Encaminhem-se os autos a uma das Varas Cíveis e Empresariais da Capital com competência privativa
para julgamento das ações que envolvam órfãos, interditos e ausentes, que tocar por distribuição.(...)”
Exalce-se que, conforme PRECEDENTES do E. TJPA, o Juízo de Órfãos, Interditos e Ausentes está
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vinculado às ações de estado da pessoa, logo, nas ações de natureza cível, a existência de interesse de
pessoa interditada não é condição suficiente a atrair a competência deste Juízo.
ANTE O EXPOSTO, pelos fundamentos ao norte alinhavados, balizada pelos precedentes firmados pelo
E. TJPA, DEVOLVO OS AUTOS AO JUÍZO ORIGINÁRIO (6ª Vara Cível e Empresarial da Capital), por ser
a competente para apreciar o feito.
Belém/PA,
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Cível de Belém, Praça Felipe Patroni s/nº, 2ºandar, Cidade Velha, Belém/PA, CEP: 66.015-260,
Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0825505-65.2020.8.14.0301
[Alienação Fiduciária]
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
VISTOS.
2. Desta feita, ante a inafastabilidade de apresentação do contrato original como documento indispensável
ao ajuizamento da Ação de Busca e Apreensão, mesmo em processos eletrônicos, a fim de dar ao feito o
correto prosseguimento, INTIME-SE o autor para que, no prazo impreterível de 15 (quinze) dias, sob pena
de indeferimento da exordial e extinção do feito sem resolução do mérito, com fulcro no art. 321 c/c 485, IV
do CPC, apresente o contrato original para depósito junto à 1ª UPJ das Varas Cíveis da Capital, onde
deverá permanecer acautelado até resolução da lide, devendo a Serventia digitaliza-lo e juntá-lo aos autos
virtuais, certificando-se.
3. Vencido o prazo assinalado, com ou sem manifestação, o que deve ser certificado, retornem os autos
conclusos para apreciação.
Belém/PA,
HM
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Cível de Belém, Praça Felipe Patroni s/nº, 2ºandar, Cidade Velha, Belém/PA, CEP: 66.015-260,
1269
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0870762-16.2020.8.14.0301
[Correção Monetária]
MONITÓRIA (40)
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
Ademais, não restou suficientemente demonstrado o preenchimento dos requisitos previsto no art. 50 do
Código Civil, de forma que o processamento de tal pretensão, por ora, resta prejudicado.
Isto posto, INTIME-SE a parte autora para que, no prazo de 15 (quinze) dias, emende a petição inicial de
forma a retificar o polo passivo da demanda, sob pena de indeferimento da exordial pelo reconhecimento
da ilegitimidade passiva, nos termos do art. 320 e 321 c/c art. 485 do CPC.
Belém/PA,
HM
PODER JUDICIÁRIO
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Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0831363-43.2021.8.14.0301
[Interpretação / Revisão de Contrato, Indenização por Dano Material, Financiamento de Produto, Dever de
Informação, Práticas Abusivas]
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
VISTOS.
Trata-se de embargos de declaração opostos pelos Embargantes, segundo sua tese visando sanar
omissão na fundamentação de decisão relativa ao indeferimento da gratuidade de justiça às partes
autoras.
Sustentam as partes embargantes que não foram enfrentados todos os argumentos e provas
apresentados em sede de petitória inicial.
Incialmente cumpre ressaltar que, o art. 1.022 do CPC, aponta que são cabíveis embargos de declaração
contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; suprimir omissão de
ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; ou para corrigir erro
material.
Após reanalisar a decisão, ora atacada, verifica-se que não tem razão os Embargantes, uma vez que, na
mesma fora fundamentada o motivo do indeferimento da gratuidade de justiça, não tendo sido
demonstrado, pois, a ocorrência de omissão, devendo os embargos ser desacolhidos.
Apenas para fins de maiores esclarecimentos, verifica-se que os embargantes são servidores públicos e
que, conforme contracheques acostados aos autos (ID. 27717065 e 27717066), os mesmos percebem o
montante de R$ 11.388,96 e R$ 4.966,14. Desta forma, ambos percebem no total a quantia de R$
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
16.355,10.
Não obstante o explanado acima, constata-se igualmente que o valor do imóvel objeto da relação
contratual perfaz a quantia de R$ 220.149,95 (ID. 27715832)
Muito embora os embargantes tenham acostado planilha de despesas aos autos, é importante ressaltar
que essas não comprovam por si só gastos extraordinários que os impossibilitem de arcar com as
despesas judicias da lide. Ressalte-se ainda que a este juízo ainda concedeu o parcelamento das
despesas e custas judiciais aos autores.
Ademais, as partes não colacionaram aos autos, juntamente com os embargos declaratórios, a última
declaração de bens e rendimentos entregue à Receita Federal, bem como o extrato atualizado de conta-
corrente e de aplicações financeiras, inclusive de poupança, ou qualquer documento capaz de comprovar
a hipossuficiência declarada e alterar o entendimento deste juízo.
Desta forma, destaque-se que apenas o inconformismo da parte com o posicionamento adotado, não é
suficiente para o acolhimento dos embargos de declaração, se não estão presentes os requisitos legais.
Assim, conforme esclarecido, o posicionamento adotado não pode ser alterado, via embargos de
declaração, devendo ser pleiteado em via recursal própria.
Isto posto, CONHEÇO dos embargos de declaração, contudo, NEGO-LHES PROVIMENTO, mantendo a
decisão nos termos em que foi proferida.
P. R. I. C.
Belém/PA, .
SS
PODER JUDICIÁRIO
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Processo n. 0838270-68.2020.8.14.0301
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
VISTOS.
Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA ajuizada por J.O.T.C., representada por seus genitores
LILIANNE OLIVEIRA THIERS CARNEIRO e ANATOLIO THIERS CARNEIRO NETO.
O feito foi inicialmente distribuído ao Juízo da 15ª Vara Cível e Empresarial da Capital, o qual, através da
decisão Id. Num. 22647126, declinou da competência para apreciar o feito ante a existência de “
INTERESSE DE INCAPAZ”. Eis a decisão:
Assim, determino a redistribuição dos autos a uma das Vara Cíveis competentes para julgamento da
causa, nos termos previstos na Resolução nº 023/2007-GP (DJ 3899 de 14/06/2007). “
Observo, de plano, que a autora está representada por seus dois genitores, de forma que não é órfã, o
que, por si só, afasta a competência deste juízo especializado.
Exalce-se que, diversamente do que afirmou o juízo declinante, a INCAPACIDADE CIVIL de forma
genérica não é condição suficiente a atrair a competência deste Juízo, nos termos do art. 105 da Lei
5.008/91 c/c a Resolução nª 023/2007.
Não fosse isso suficiente, analisando os presentes autos, verifica-se que o cerne da questão é a emissão
de certificado para conclusão de ensino médio, lide de caráter meramente cível e, por conseguinte, NÃO
INCLUÍDO NA COMPETÊNCIA PRIVATIVA DESTA VARA DE ÓRFÃOS, AUSENTES E INTERDITOS.
1273
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Saliente-se que, conforme PRECEDENTES do E. TJPA, o Juízo de Órfãos, Interditos e Ausentes está
vinculado às ações de estado da pessoa, logo, nas ações de natureza cível, a existência de interesse de
pessoa interditada não é condição suficiente a atrair a competência deste Juízo.
ANTE O EXPOSTO, pelos fundamentos ao norte alinhavados, balizada pelos precedentes firmados pelo
E. TJPA, DEVOLVO OS AUTOS AO JUÍZO ORIGINÁRIO (15ª Vara Cível e Empresarial da Capital), por
ser a competente para apreciar o feito.
Belém/PA,
HM
PODER JUDICIÁRIO
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Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0844180-42.2021.8.14.0301
[Direito de Vizinhança]
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
DECISÃO
VISTOS.
Da leitura da inicial constata-se que a própria parte autora quanto os réus possuem domicílio/residência
em ICOARACI/PA., conforme o próprio comprovante extraído do sitio eletrônico da Receita Federal,
anexado através do id. Num. 30557930.
O E. TJPA reconheceu em diversas decisões que a competência das Varas Distritais é ampla em relação
aos jurisdicionados que residem no respectivo Distrito. Vejamos:
Não há dúvidas, portanto, que todos os interessados residem naquela localidade, a saber: Rodovia do
Tapanã, Km 03, 1817 – Tapanã – DISTRITO DE ICOARACI/PA.
Assim, não há qualquer justificativa jurídica para que o feito tramite neste Juízo, tendo em vista que,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
claramente, irá macular o Princípio do Juiz Natural, previsto no art. 5º da Constituição Federal, a saber:
"XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção"; "LIII – ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente".
Por certo, sendo vedado que as partes tenham seus pleitos apreciados por Juízo que não tenha
competência para fazê-lo; da mesma forma, não podem estas fixarem Juízo que se encontro em
logradouro estranho ao seu domicílio ou ao cumprimento da obrigação que pleiteiam, por seu bel prazer;
ainda que através da eleição de cláusula de foro ou mesmo através da simples distribuição equivocada do
processo.
Isto é, não podem dispor livremente quanto ao Juízo que pretendem ter seus pedidos apreciados,
especialmente quando, na localidade em que residem (ou no local onde deva ser cumprida a obrigação)
exista Vara competente para fazê-lo.
Desta forma, DECLARO A INCOMPETÊNCIA deste Juízo para processar e julgar o feito e determino que
os presentes autos sejam encaminhados a uma das Varas Distrital de Icoaraci para regular
processamento, dando-se baixa na distribuição.
Belém/PA,
PODER JUDICIÁRIO
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Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0854010-66.2020.8.14.0301
DESPACHO-MANDADO
VISTOS.
CITE-SE o(s) executado(s) para, no prazo de 3 (três) dias, contado da citação, efetuar(em) o pagamento
da dívida (CPC, artigo 829).
Nos termos do artigo 827 do Código de Processo Civil, fixo os honorários advocatícios a serem pagos
pelo(s) executado(s) em 10% (dez por cento) sobre o valor da execução.
Expeça-se mandado de citação, penhora e avaliação de bens, constando expressamente do mandado que
no caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida para metade, ou
seja, para 5% (cinco por cento) do valor do débito (CPC, artigo 827, § 1º). Conste, também, que o
executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de
embargos no prazo de 15 (quinze) dias.
Do mandado também deverá constar que, se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á
tantos bens quantos bastem para garantir a execução e que, nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do
arresto, procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação,
realizará a citação com hora certa (CPC, artigos 252/254), certificando pormenorizadamente o ocorrido
(CPC, artigo 830 e § 1º).
Decorrido o prazo de 3 (três) dias sem pagamento, deverá o senhor oficial de justiça proceder de imediato
à penhora de bens, tantos quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e
honorários advocatícios, e a sua avaliação, lavrando o respectivo auto, intimando-se, na mesma
oportunidade, o(s) executado(s) (CPC, artigo 841, § 3º) e seu cônjuge, caso a penhora recaia sobre bem
imóvel ou direito real sobre imóvel (CPC, artigo 842).
Não sendo encontrados bens passiveis de penhora, intime-se o exequente para que se manifeste acerca
da certidão em 15 (quinze) dias, requerendo, na oportunidade, o que entender de direito. Após, conclusos.
Belém/PA,
SS
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Cível de Belém, Praça Felipe Patroni s/nº, 2ºandar, Cidade Velha, Belém/PA, CEP: 66.015-260,
Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0831117-81.2020.8.14.0301
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
Tendo em vista que a decisão de Id nº 20137084 reconheceu que o presente feito deve acompanhar a
ação de inventário de nº 0233265-56.2016.8.14.0301, a qual não mais tramita na 3ª Vara Cível e
Empresarial da Capital, a fim de dar efetividade e cumprimento àquela decisão, DECLARO A
INCOMPETÊNCIA DESTE JUÍZO PARA PROCESSAR E JULGAR O FEITO e determino à remessa dos
autos ao Juízo da 7ª Vara Cível e Empresarial da Capital.
Belém/PA,
HM
1278
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Cível de Belém, Praça Felipe Patroni s/nº, 2ºandar, Cidade Velha, Belém/PA, CEP: 66.015-260,
Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0820293-29.2021.8.14.0301
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
DECISÃO
VISTOS.
CUMPRA-SE a decisão proferida pelo Juízo Originário, efetuando a redistribuição dos autos a um dos
Juízos competentes, qual seja, A UMA DAS VARA DE SUCESSÃO, considerando tratar-se de feito que
pretende a expedição de alvará para levantamento de valores de pessoa falecida.
Belém/PA,
RP
PODER JUDICIÁRIO
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Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0876611-66.2020.8.14.0301
[Contratos Bancários]
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
VISTOS, ETC.
Prescreve o §1º do art. 98 do CPC, que a assistência judiciária abrange a isenção de taxa judiciária,
emolumentos, custas judiciais, honorários de advogados, de peritos, dentre outros, estando também
previsto no §3º do art. 99 do CPC que se presume verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.
Importante, porém, mencionar que o art. 5º, LXXIV da Constituição Federal passou a exigir a comprovação
de insuficiência de recursos para que o Estado possa prestar assistência judiciária integral e gratuita.
Ademais, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, alterou o teor da Súmula n° 06, no sentido de
que: “A alegação de hipossuficiência econômica configura presunção meramente relativa de que a pessoa
natural goza do direito ao deferimento da gratuidade de justiça prevista no artigo 98 e seguintes do Código
de Processo Civil (2015), podendo ser desconstituída de ofício pelo próprio magistrado caso haja prova
nos autos que indiquem a capacidade econômica do requerente.” (27ª Sessão Ordinária, aprovado em
1280
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No que diz respeito às pessoas jurídicas, o Enunciado de Súmula nº 481 do STJ vincula o deferimento do
benefício a demonstração da impossibilidade desta em arcar com os encargos processuais, o que não se
vislumbra no caso em exame.
Portanto, tendo a requerente se furtado a apresentar o extrato da conta existente no Banco do Brasil e,
ainda, omitido a sua existência, o que não condiz com o princípio da boa-fé processual que vincula todos
os atores processuais, entendo que não resta suficientemente demonstrada a hipossuficiência financeira
alegada, especialmente considerando a possibilidade de parcelamento das custas processuais.
Ademais, os altos valores pactuados entre os litigantes e a contratação de advogado particular a despeito
da instalação da Defensoria Pública instalada nesta urbe são aspectos que não se coadunam a condição
de pobreza a qual quis dar guarida o instituto da assistência judiciária.
Assim, INTIME-SE a parte Autora, por meio de seu Procurador, para, no prazo de 15 (quinze) dias
recolher as custas processuais inerentes ao feito, ficando desde logo, autorizado o seu parcelamento em
até 04 (quatro) parcelas mensais e sucessivas, em valores não inferiores a R$- 100,00 (cem reais) para
cada parcela, na forma da PORTARIA CONJUNTA N° 3/2017- GPA/P/CJRMB/CJCI, desse Tribunal, sob
pena de cancelamento da distribuição, na forma do art. 290 do CPC.
Após, decorrido o prazo e estando o feito devidamente certificado, retornem conclusos para apreciação.
Belém/PA,
HM
PODER JUDICIÁRIO
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Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0873040-87.2020.8.14.0301
DESPACHO
Belém/PA,
SS
1282
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PODER JUDICIÁRIO
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Fone: (91)3205-2150
Processo n. 0841065-81.2019.8.14.0301
[Prestação de Serviços, Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material, Obrigação de Fazer /
Não Fazer]
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
VISTOS.
Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer com pedido de tutela provisória de urgência movida por
CONDOMÍNIO RESIDENCIAL PORTO DO SOL em desfavor de TCS DA SILVA SERVIÇOS DE
CONSTRUÇÃO EIRELI – EPP (CONSTRUTORA BOULEVARD), todos devidamente qualificados nos
autos.
Narrou-se na exordial, em suma, que, em maio de 2016, o Condomínio autor contratou a empresa ré para
a realização de serviços de engenharia para revitalização de fachada, pacto este reajustado por
sucessivos aditamentos para inclusão de outros serviços, os quais não teriam sido integralmente
cumpridos por falta oponível a ré, requerendo, em sede de tutela de urgência, a finalização dos serviços
no prazo de 30 (trinta) dias.
Instado a se manifestar sobre o interesse na tutela antecipada nos moldes requeridos ante o decurso do
tempo, o autor emendou a exordial no sentido de retificar a tutela de urgência concernente ao depósito em
juízo dos valores despendidos para finalização da obra por outro fornecedor.
É o relatório. DECIDO.
1283
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O art. 300 do CPC prevê que o juiz poderá conceder tutela de urgência quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco do resultado útil do processo.
Uma vez que a medida acaba por suprimir, de início, o contraditório, deve restar devidamente claro ao
magistrado o preenchimento das exigências legais, o que demanda parcimônia e equilíbrio na análise do
feito, sob pena de banalização da medida.
No tocante ao requisito da probabilidade do direito deve ser entendido como a existência de prova
inequívoca, capaz de convencer o juízo da verossimilhança da alegação contida no pedido, ou seja,
suficiente para fazer o magistrado chegar à conclusão de que a versão do autor é uma verdade provável
sobre os fatos, bem como de que há chance de êxito ao final da demanda.
Como cediço, a prova inequívoca não é aquela que conduz a uma verdade plena, absoluta, real, que, bem
se sabe, é um ideal inatingível, tampouco aquela melhor verdade possível (mais próxima à realidade), que
só se obtém por meio de uma cognição exauriente. Por prova inequívoca deve-se entender aquela
consistente, capaz de induzir o julgador a um juízo de probabilidade, o que não se verifica no caso ora
analisado.
Em que pese seja possível a emenda à exordial para retificar o pedido liminar, uma vez que o feito não foi
triangularizado, não se pode olvidar que há uma exorbitante diferença nos valores propostos pela empresa
Mar&Mar, em janeiro de 2019 (Id Nº 11889954 – R$-36.090,00), quando seria contratada para finalizar os
serviços restantes, e aquele ofertado em junho de 2020 (Id nº 18089817 – R$-88.850,00), não sendo
possível, em juízo de cognição sumária, aferir se houve a contratação de outros serviços pelo Condomínio
além daqueles que seriam de responsabilidade da empresa ré, o que obsta a verificação da probabilidade
do direito.
Não fosse isso suficiente, até mesmo o primeiro orçamento, mais barato (R$-36.090,00) inclui serviços
que, a priori, não estariam inclusos nos contratos firmados com a empresa ré, tais como reparo na rede de
proteção, serviço de parapeito, pintura, infiltração e etc (Id nº 11889954).
ANTE O EXPOSTO, pelos fatos e fundamentos ao norte alinhavados e, por tudo mais que dos autos
consta, considerando a ausência de prova documento hábil a indicar a probabilidade do direito, com fulcro
no art. 300 do CPC, INDEFIRO o pedido de tutela, considerando que não preenchidos os requisitos legais,
os quais devem ser demonstrados cumulativamente.
1. CITEM-SE os requeridos para contestar o feito no prazo de 15 (quinze) dias úteis, advertindo-os que a
ausência de contestação implicará revelia e pesunção de veracidade da matéria fática apresentada na
1284
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
2. Apresentada tempestivamente a contestação, o que deve ser certificado, INTIME-SE o autor para,
querendo, apresentar réplica no prazo de 15 (quinze) dias, sob as penas legais e, após, conclusos.
3. Correndo in albis qualquer dos prazos assinalados acima, certifique-se e retornem os autos conclusos.
Belém/PA,
HM
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Secretaria da 1ª UPJ das Varas Cíveis e Empresariais de Belém
Praça Felipe Patroni, s/n - 1º andar, Cidade Velha, CEP: 66.015-260, Belém-PA
E-mail: 1upjcivelbelem@tjpa.jus.br
ATO ORDINATÓRIO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
1ª UPJ CÍVEL E EMPRESARIAL DE BELÉM
ATO ORDINATÓRIO
Com base na Ordem de Serviço nº 001/2021, fica a parte Requerente INTIMADA, por meio de seu(s)
patrono(s), a efetuar o pagamento das custas iniciais, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de
cancelamento da distribuição do feito (Art. 290 CPC/2015). Após, juntar o comprovante de pagamento, o
boleto bancário correspondente e o relatório de conta do processo, nos termos do art. 9º, § 1º da Lei
8328/2015.
(duzentos e sessenta reais), sendo que o valor total devido é de R$ 2.848,57 (dois mil, oitocentos e
quarenta e oito reais e cinquenta e sete centavos). Assim, requer: a) a expedição de alvará para o
levantamento dos R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) bloqueados via BacenJud; b) a expedição de
ofÃ-cios ao Infojud (receita Federal) e Renajud (Departamento Nacional de Trânsito), "a fim de obter
informações a respeito dos bens passÃ-veis de penhora" ou, c) "subsidiariamente, caso não sejam
localizados quaisquer bens através das referidas consultas, a exequente requer seja deferida a penhora
do Registro de Marca n. 818874929, obtido perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI
pela executada" e à o relatório. DECIDO. 2. Ao que se depreende dos autos, em razão da penhora on-
line na conta da parte executada de apenas R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais), o exequente requereu
a realização de pesquisa pelo sistema Renajud, Infojud, além da expedição de alvará para
levantamento dos R$ 260,00 e, subsidiariamente, da penhora de marca da executada. 2.1. Com efeito,
verifica-se que o exequente, antes mesmo de tomar as medidas administrativas cabÃ-veis com vistas Ã
localização de bens (móveis e/ou imóveis) em nome do devedor, preferiu solicitar a intervenção do
Poder Judiciário para a obtenção de diligências que pode e deve realizar. A jurisprudência desta
Corte de Justiça é clara no sentido de que cabe ao exequente esgotar comprovadamente todos os
meios a seu cargo para a localização de bens do devedor. Nesse sentido: "AGRAVO REGIMENTAL
NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. EXECUÃÃO. EXPEDIÃÃO DE OFÃCIO Ã
RECEITA FEDERAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. O acórdão recorrido está em
consonância com a jurisprudência deste C. Superior Tribunal de Justiça, firmada no sentido de que 'a
expedição de ofÃ-cio à Receita Federal, para fornecimento de informações, é providência
admitida excepcionalmente, justificando-se tão somente quando demonstrado ter o credor esgotado
todos os meios à sua disposição para encontrar bens passÃ-veis de penhora, o que não ocorre no
caso dos autos' (AgRg no REsp nº 595.612/DF, Relator o Ministro HÃLIO QUAGLIA BARBOSA, 4ª
Turma, DJ 11/02/2008). 2. Em relação ao pedido de informações para fins de localização do
endereço do executado 'o raciocÃ-nio a ser utilizado nesta hipótese deverá ser o mesmo dos casos em
que se pretende localizar bens do devedor, pois tem o contribuinte ou o titular de conta bancária direito Ã
privacidade relativa aos seus dados pessoais, além do que não cabe ao Judiciário substituir a parte
autora nas diligências que lhe são cabÃ-veis para demandar em juÃ-zo.' (REsp nº 306.570/SP, Relatora
a Ministra ELIANA CALMON, DJU de 18/02/2002). 3. Agravo regimental a que se nega provimento."
(AgRg no Ag 1.386.116/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÃJO, QUARTA TURMA, julgado em 26.4.2011, DJe
10.5.2011.) PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL.
DILIGÃNCIA PARA LOCALIZAÃÃO DO DEVEDOR. EXPEDIÃÃO DE OFÃCIOS A REPARTIÃÃES E
ÃRGÃOS PÃBLICOS. INDEFERIMENTO PELO TRIBUNAL ESTADUAL. ORIENTAÃÃO HARMÃNICA
COM O ENTENDIMENTO DO STJ. I. O ônus da localização do devedor e de seus bens cabe à parte
interessada e não ao juÃ-zo, que não é seu coadjuvante ou auxiliar nessa busca. II. Precedentes do
STJ. III. Agravo improvido. (AgRg no Ag 498.264/SP, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JÃNIOR, QUARTA
TURMA, DJ 22.9.03); Processual civil. Recurso especial. Ação de execução. Informações sobre
o devedor. Expedição de ofÃ-cios a órgãos da administração pública. Impossibilidade. - Não se
mostra cabÃ-vel pedido de expedição de ofÃ-cios a órgãos da administração pública com o
objetivo de serem fornecidas informações sobre o devedor, formulado no exclusivo interesse do credor,
pois recai nele o ônus de diligenciar no sentido de obter tais dados. Precedentes. (REsp 328.862/RS,
Relª. p/ Ac. Min. NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, DJ 2.12.02). Todavia, este não é o caso
dos autos. Isto porque o exequente não conseguiu comprovar ter efetuado qualquer diligência na busca
de informações sobre a existência de bens (móveis e/ou imóveis) em nome do devedor. Aqui,
importante consignar que os convênios realizados entre os órgãos do Poder Judiciário e a Receita
Federal (Infojud), o Departamento Nacional de Trânsito (Renajud), dentre outros, tem por escopo
municiar o Judiciário com informações relevantes, muitas vezes imprescindÃ-veis à prestação
jurisdicional, e não transferir a ele o ônus de localizar bens de executado, assumindo ônus do
exeqüente. 3. Outrossim, em relação ao pedido subsidiário de penhora do Registro de Marca n.
818874929, antes de sua apreciação, o exequente deverá buscar e indicar bens móveis e/ou
imóveis nos órgãos competentes, em nome do executado, a fim de se evitar eventual infringência ao
princÃ-pio da menor onerosidade previsto no art. 620 do CPC, já que o valor a ser executado é bem
razoável e que o valor da marca pode ser extremamente elevado. Aqui, importante frisar que nossa lei
processual, no art. 791, inciso III, prevê a possibilidade de suspensão da execução quando o
devedor não possuir bens penhoráveis, até que o executado passe a ter bens passÃ-veis de penhora.
4. Ante o exposto, como o credor não demonstrou ter esgotado todos os meios à sua disposição para
encontrar bens móveis e/ou imóveis passÃ-veis de penhora, indefiro os pedidos de expedição de
ofÃ-cios ao Infojud e Renajud. 5. No mais, apreciarei os demais pedidos após a indicação de bens
1288
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
móveis e/ou imóveis em nome do executado, pelo que concedo prazo de 30 dias ao exequente.
Publique-se. Intime-se. BrasÃ-lia (DF), 10 de novembro de 2014. Ministro Luis Felipe Salomão Ministro
(STJ - ExeAR: 4877 SP 2014/0129165-6, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de
Publicação: DJ 19/11/2014) (grifos nossos). Na mesma linha: A.I. 7.097.285-5 TJ/SP, 16ª Câmara
de Direito Privado Rel. Candido Alem: REQUISIÃÃO DE INFORMAÃÃES - Expedição de ofÃ-cios -
Delegacia da Receita Federal e BACEN - Inadmissibilidade - Necessidade de relevante motivo de ordem
pública - Sigilo bancário e de dados assegurado pela Constituição - Entendimento que se coaduna
com a Lei Complementar nº 105, de 10.01.2001 - Inexistência de prova de esgotamento dos meios de
localização de bens dos devedores - Providência de interesse individual do agravante - Recurso
improvido. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Isto posto: Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â 1) Indefiro o pedido de
consulta do endereço.               2) Intime-se a parte requerente para indicar o
endereço correto, completo e atualizado do requerido, no prazo de 15 dias.              Â
3) Decorrido o prazo:               3.1) Informado novo endereço e recolhidas as custas,
se for o caso, renovem-se as diligências de citação e/ou intimação.              Â
3.2) Caso contrário, ficando o processo parado por mais 30 dias, intime-se a parte autora
PESSOALMENTE, para em 5 dias, informar se possui interesse no prosseguimento no feito, requerendo o
que entende cabÃ-vel a regular tramitação do processo, SOB PENA DE SUA EXTINÃÃO SEM
JULGAMENTO DE MÃRITO, nos termos do art. 274, parágrafo único, c/c o art. 485, III e §1º, todos
do Novo Código de Processo Civil, e, por conseguinte, arquivamento dos autos.            Â
  4) Caso seja necessário, servirá o presente, por cópia digitalizada, como carta de intimação, nos
termos do Provimento nº 003/2009 - CJRMB.               5) Cumpra-se. Belém/PA,
10/08/2021. Roberto Andrés Itzcovich Juiz de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital
303 PROCESSO: 00127571520128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o: Produção
Antecipada da Prova em: 13/08/2021 AUTOR:JOÃO ROBERTO BARROS DA SILVA Representante(s):
OAB 1076 - CARLOS ALBERTO GUEDES FERRO E SILVA (ADVOGADO) OAB 1490 - YOLENE DE
AZEVEDO BARROS (ADVOGADO) OAB 2691 - MICHELLE SILVA FERRO E SILVA (ADVOGADO)
REU:HOME PLAN MANUTENÇÃO PREDIAL LTDA REU:PRISCILLA GODINHO HEITMANN REU:JOSE
AUGUSTO FREIRE FIGUEIREDO Representante(s): OAB 9432 - LUCYANA PEREIRA DE LIMA
(ADVOGADO) REU:JOSÉ MANUEL SANTOS FIGUEIREDO REU:HOME PLAN MANUTENÇAO
PREDIAL LTDA REU:LUCAS GODINHO HEITMANN. Intime-se a parte requerente, pessoalmente, para,
no prazo de 05 dias, manifestar-se quanto ao interesse no prosseguimento do feito, requerendo o que
entender de direito, sob pena de extinção do processo (art. 485, III, §1º, CPC/2015).       Â
  Após o prazo, certificar acerca da manifestação e fazer os autos conclusos.          Â
 SE NECESSÃRIO, SERVIRà CÃPIA DESTE (A) DESPACHO/DECISÃO COMO MANDADO conforme
autorizado pelo PROVIMENTO CJ/CI 003/2009, devendo o Sr. Diretor Observar o disposto em seus nos
artigos 3º e 4º.            Belém/PA, 10/08/2021. Roberto Andrés Itzcovich Juiz de
Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital 303 PROCESSO: 00131232020138140301
PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES
ITZCOVICH A??o: Imissão na Posse em: 13/08/2021 REQUERENTE:IVONE FURTADO RENDEIRO
REQUERENTE:FRANCISCO JOSÉ FURTADO RENDEIRO REQUERENTE:ANA CRISTINA FURTADO
RENDEIRO REQUERENTE:JORGE VENANCIO FERNANDES RENDEIRO REQUERIDO:ATUAL
OCUPANTE. Considerando o decurso do prazo desde a última petição, intime-se a parte requerente,
pessoalmente, para, no prazo de 05 dias, manifestar-se quanto ao interesse no prosseguimento do feito,
requerendo o que entender de direito, sob pena de extinção do processo (art. 485, III, §1º,
CPC/2015).            Após o prazo, certificar acerca da manifestação e fazer os autos
conclusos.            SE NECESSÃRIO, SERVIRà CÃPIA DESTE (A)
DESPACHO/DECISÃO COMO MANDADO conforme autorizado pelo PROVIMENTO CJ/CI 003/2009,
devendo o Sr. Diretor Observar o disposto em seus nos artigos 3º e 4º.           Â
Belém/PA, 10/08/2021. Roberto Andrés Itzcovich Juiz de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e
Empresarial da Capital 303 PROCESSO: 00136833720148140006 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o: Busca e
Apreensão em: 13/08/2021 REQUERENTE:BANCO ITAU SA Representante(s): OAB 6686 - CARLA
SIQUEIRA BARBOSA (ADVOGADO) REQUERIDO:REGIANE MOTA PEREIRA Representante(s): OAB
15650 - KENIA SOARES DA COSTA (ADVOGADO) INTERESSADO:IRESOLVE COMPANHA
SECURITIZADORA DE CREDITOS FINANCEIROS SA Representante(s): OAB 12450 - ANTONIO BRAZ
DA SILVA (ADVOGADO) . 1.     Para fins de apreciação dos pedidos de fls. 88/89, intime-se a
cessionária, IRESOLVE COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÃDITOS FINANCEIROS S/A, para, em
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
15 (quinze) dias, juntar aos autos termo de cessão em que conste expressamente a cessão de crédito
discutida nos presentes autos, devendo o respectivo cedente ser o autor da demanda. 2.     Caso a
determinação supra não seja cumprida, intime-se a parte requerente, BANCO ITAà S.A.,
pessoalmente, para, em 05 (cinco) dias, manifestar-se quanto ao interesse no prosseguimento do feito,
requerendo o que entender de direito, sob pena de extinção do processo (art. 485, III, §1º,
CPC/2015). BELÃM/PA, 10/08/2021. Roberto Andrés Itzcovich Juiz de Direito Titular da 4ª Vara
CÃ-vel e Empresarial da Capital 303 PROCESSO: 00150366519978140301 PROCESSO ANTIGO:
199710286679 MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH
A??o: Procedimento Comum Cível em: 13/08/2021 AUTOR:MARIA EMIDIA REBELO DE OLIVEIRA
Representante(s): OAB 2641 - MARIA EMIDIA REBELO DE OLIVEIRA (ADVOGADO) REU:SIMONE
MOUTA DE OLIVEIRA Representante(s): OAB 921 - ADEMAR KATO (ADVOGADO) REU:CECILIA
MOUTA RODRIGUES Representante(s): OAB 921 - ADEMAR KATO (ADVOGADO) REU:MARIA DO
SOCORRO MOUTA SILVA Representante(s): OAB 921 - ADEMAR KATO (ADVOGADO) . Processo nº:
0015036-65.1997.8.14.0301 Requerente: MARIA EMÃDIA REBELO DE OLIVEIRA Requeridas: SIMONE
MOUTA DE OLIVEIRA e MARIA DO SOCORRO MOUTA SILVA SENTENÃA Â Â Â Â Â Â Â Â Â
RELATÃRIO          O processo seguiu seu trâmite normal até que, por negligência das
partes, estagnou.          Há mais de 1 (um) ano que não se tem notÃ-cia nos autos de
requerimento da parte interessada visando o seu prosseguimento. Â Â Â Â Â Â Â Â Â FUNDAMENTAÃÃO
         Como se observa dos autos, é patente a negligência das partes e, por conseguinte,
o desinteresse no feito.          Diante disso, em que pese os termos da lei, não vejo
necessária, in casu, a intimação das partes para dar continuidade ao processo, fato que se constituiria
em perda de tempo, aliás, em face da intenção implÃ-cita no sentido da extinção do feito.     Â
    Exigir, num caso como este, a intimação da parte para que promova o andamento de feito, de
seu privativo interesse, seria fazer uma interpretação da lei desprovida de teleologia e finalidade.   Â
      Sabido é que a lei oferta multifárias intelecções possÃ-veis, inexistindo uma única justa,
correta ou verdadeira. Dentre elas deve o juiz acolher a mais tolerável, aceitável, lógica.       Â
  A interpretação teleológica é, neste caso, a única tolerável, aceitável, lógica, é a de que a
lei, ao dizer que seja o autor intimado pessoalmente para suprir a falta, em 5 (cinco) dias. (CPC, art. 485,
§ 1º), ¿quando o autor abandonar a causa por mais de 30 dias (trinta) dias.¿, quer dizer exatamente
isso: que seja o autor intimado, quando abandonar a causa por mais de dias (30), por exemplo, por 35
(trinta e cinco) ou 40 (quarenta) dias. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Se quisesse a lei que o autor fosse intimado
quando abandona a causa por meses, diria: que seja intimado quando abandona por mais de um mês;
por mais de 2 (dois) meses, ou, até, por mais de 60 (sessenta) dias (que é, em meses, mais de um,
isto é, um mês ou mais).          Ao dizer a lei ¿mais de 30¿, implicitamente põe o limite
de 60 (sessenta). Do contrário, se quisesse significar meses, diria meses. Se quisesse falar em até 3
(três) meses, poderia dizer mais de 60 (sessenta) dias.          A lei não quer a intimação
do autor, cuja displicência é tal que abandona a causa por meses ou anos, como é o caso de autos. Â
        O deslinde da causa é exclusivo interesse dos envolvidos e, se por alguma razão,
esses não colaboram para impulsionar o feito, refoge a este JuÃ-zo prosseguir até a decisão
meritória.          No caso, frise-se que não há questão pendente a ser decidida pelo
JuÃ-zo. A situação depende do querer da parte. Conclui-se assim que o maior interessado deixou
processo paralisado por mais de um ano sem que procurasse o JuÃ-zo ou promovesse os atos e
diligências necessárias ao andamento do feito.          Muito embora a lei processual preveja
a necessidade de intimar a parte a dar andamento ao feito antes da extinção, diante do perfil atual do
Processo Civil isso não é mais obrigatório e sim facultativo.          Atualmente, ao Juiz é
atribuÃ-da a tarefa de impulsionar o processo e não assumi-lo, imiscuindo-se cada vez menos, de modo a
não influenciar na direção do processo. Não cabe ao magistrado perquirir em nome delas o direito
almejado ou procurar de ofÃ-cio as razões que as levaram a abandonar a causa.          Ante
a negligência da parte, não há outro caminho senão a extinção do feito.         Â
DISPOSITIVO Â Â Â Â Â Â Â Â Â Isto posto, de ofÃ-cio, com lastro no art. 485, inciso II, do CPC/2015 julgo
extinto o processo, sem resolução do mérito.          Custas na forma da lei.      Â
   Decorrido o prazo legal e certificado o trânsito em julgado, arquivar autos, observadas as
formalidades legais.          P.R.I.C. Belém/PA, 06/08/2021. Roberto Andrés Itzcovich Juiz
de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital 303 PROCESSO: 00183188320138140301
PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES
ITZCOVICH A??o: Ação de Exigir Contas em: 13/08/2021 AUTOR:MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO
DO PARA PROMOTOR:SAVIO RUI BRABO DE ARAUJO REU:ASSOCIACAO ESPIRITA LUZ DA
CARIDADE. DESPACHO Â Â Â Â Â Â Â Â Â Intime-se a parte autora para manifestar-se acerca da
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
petição de fls. 30, no prazo de 15 (quinze) dias, requerendo o que entender de direito. Após,
conclusos. Belém/PA, 10/08/2021. ROBERTO ANDRES ITZCOVICH Juiz de Direito Titular da 4ª Vara
CÃ-vel e Empresarial de Belém 303 PROCESSO: 00205477420178140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o: Busca e
Apreensão em Alienação Fiduciária em: 13/08/2021 REQUERENTE:AYMORE CREDITO FINACIAMENTO
E INVESTIMENTO SA Representante(s): OAB 20107-A - GIULIO ALVARENGA REALE (ADVOGADO)
REQUERIDO:ROMULO VILHENA MEDEIROS. PROCESSO Nº: 0020547-74.2017.8.14.0301
REQUERENTE: AYMORÃ CRÃDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A REQUERIDO: RÃMULO
VILHENA MEDEIROS SENTENÃA HOMOLOGATÃRIA I.     AYMORà CRÃDITO,
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. e RÃMULO VILHENA MEDEIROS, devidamente
representados, requerem HOMOLOGAÃÃO DE ACORDO, conforme petição de fls. 109/110. II.   Â
 FUNDAMENTAÃÃO        Diz o caput do artigo 200 do Novo Código de Processo Civil: ¿Art.
200 - Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem
imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais¿.       Â
Dispõe o art. 840 do Código Civil/2002 que: ¿Art. 840. ¿à lÃ-cito aos interessados prevenirem ou
terminarem o litÃ-gio mediante concessões mútuas. ¿        O artigo 487 do Novo Código de
Processo Civil determina: ¿Art. 487 - Haverá resolução de mérito quando o juiz: III - homologar: b)
a transação; ¿        Cuida-se de pedido de homologação de acordo formulado por
pessoas capazes e devidamente representadas, sendo o objeto lÃ-cito. Os documentos necessários foram
juntados. As formalidades legais na lavratura da avença e no aspecto processual foram observadas. Os
interesses existentes nos autos foram preservados. Â Â Â Â Â Â Â Logo, considerando que o acordo se
encontra em consonância com as exigências legais, deve ser homologado, impondo-se a extinção
do processo, com resolução de mérito, a teor do que dispõe o Código Processual Civil. III.
DISPOSITIVO        ISTO POSTO homologo, por sentença, o acordo celebrado pelos
interessados, materializado na manifestação de vontades constantes na petição de fls. 109/110,
para que produza seus jurÃ-dicos e legais efeitos, com fundamento nos artigos 200 do NCPC c/c o art. 840
do CC.        Em consequência, tendo a transação efeito de sentença entre os
interessados, extingo o processo, com resolução de mérito, a teor do disposto no artigo 487, inciso III,
alÃ-nea b, do NCPC. INTIMEM-SE. Â Â Â Â Â Â Â As partes ficam dispensadas do pagamento das custas
processuais remanescentes, se houver, diante do disposto no art. 90, § 3º do NCPC.       Â
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.        P. R. I. Cumpra-se. Belém/PA,
05/08/2021. ROBERTO ANDRES ITZCOVICH Juiz de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e Empresarial de
Belém 303 PROCESSO: 00322839420148140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o: Busca e
Apreensão em Alienação Fiduciária em: 13/08/2021 AUTOR:AYMORE CREDITO FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO SA Representante(s): OAB 14305 - CARLOS GONDIM NEVES BRAGA (ADVOGADO)
OAB 21277 - CAMILLA MOURA ULIANA (ADVOGADO) REU:ROMANA CORREA NATIVIDADE.
PROCESSO Nº: 0032283-94.2014.8.14.0301 REQUERENTE: AYMORà CRÃDITO, FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO S/A REQUERIDO: ROMANA CORREA NATIVIDADE SENTENÃA Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â
 RELATÃRIO            O requerente ingressou com a presente ação em face do
requerido.            A parte autora manifestou-se em petição de fl. 94, requerendo a
desistência da ação.            FUNDAMENTAÃÃO            Uma vez
requerida a desistência é caso de encerramento do processo.            O inciso VIII, do
art. 485, do Código de Processo Civil/2015 prevê a possibilidade de extinção do processo sem
resolução de mérito no caso da desistência do autor, porém, a condiciona ao consentimento do
réu caso já tenha sido oferecida contestação.            Considerando que no presente
feito a parte requerida não apresentou contestação, não existe óbice à homologação da
desistência.             DISPOSITIVO            Diante do exposto,
HOMOLOGO a desistência para os fins do art. 200, parágrafo único, do CPC/2015 e, em
consequência, JULGO EXTINTO o processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo 485,
inciso VIII, do Código de Processo Civil/2015.            Custas pelo requerente nos termos
do art. 90, caput, do CPC/2015. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Nos termos do artigo 46, caput, da Lei estadual n.
8.328, de 29/12/2015, fica advertida a parte responsável de que, na hipótese de, havendo custas, não
efetuar o pagamento delas no prazo legal, o respectivo crédito, além de encaminhado para
inscrição em DÃ-vida Ativa, sofrerá atualização monetária e incidência de outros encargos legais.
           Não havendo apresentação de defesa pelo requerido, deixo de fixar
honorários advocatÃ-cios.            Certificado o trânsito em julgado, havendo custas
pendentes, intime-se o responsável para o recolhimento, sob pena de inscrição na dÃ-vida ativa. Inerte,
1291
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
GUALBERTO DOS SANTOS SILVA. Ante o teor da certidão de fl. 15, intime-se (pessoalmente e não
via mandado) Defensor Público desta Comarca, a quem nomeio desde já para exercer a função de
curador, para apresentar resposta no prazo legal (art. 72, II, CPC/2015). Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â
BELÃM/PA, 10/08/2021.   ROBERTO ANDRÃS ITZCOVICH Juiz de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel
e Empresarial de Belém   303 PROCESSO: 00451038220138140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o: Prestação
de Contas Infância e Juventude em: 13/08/2021 REQUERENTE:MINISTEERIO PUBLICO ESTADUAL
REQUERIDO:FUNDACAO ANTONIO COSTA PROMOTOR:JOAO GUALBERTO DOS SANTOS SILVA.
Ante o teor da certidão de fl. 17, intime-se (pessoalmente e não via mandado) Defensor Público desta
Comarca, a quem nomeio desde já para exercer a função de curador, para apresentar resposta no
prazo legal (art. 72, II, CPC/2015).             BELÃM/PA, 10/08/2021.   ROBERTO
ANDRÃS ITZCOVICH Juiz de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e Empresarial de Belém   303
PROCESSO: 00461104620128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o:
Procedimento Comum Cível em: 13/08/2021 AUTOR:LEILA DA SILVA MONTEIRO Representante(s):
OAB 10225 - SUZANE RAMOS RABELO (ADVOGADO) REU:BANCO FIAT Representante(s): OAB 6686
- CARLA SIQUEIRA BARBOSA (ADVOGADO) . Proc. nº 0046110-46.2012.8.14.0301 Requerente: LEILA
DA SILVA MONTEIRO Requerido: BANCO FIAT S/A (atualmente BANCO ITAÚ VEÍCULOS S/A)
SENTENÇA RELATÓRIO Trata-se de Ação Revisional proposta por LEILA DA SILVA MONTEIRO, em
desfavor de BANCO FIAT S/A (BANCO ITAÚ S/A), todos qualificados na exordial. Apesar de haver sido
deferida parcialmente a tutela de urgência (fls. 48), esta foi revogada na decisão de fls. 57. Por sua vez, o
requerido peticionou às fls. 101 alegando sua ilegitimidade passiva em virtude de inexistir qualquer
contrato de financiamento firmado entre as partes, uma vez que agente financiador fora outro banco, qual
seja, BANCO SANTANDER S/A - AYMORÉ FINANCIAMENTOS, razão pela qual postulou por sua
exclusão do feito. Vieram-me, então, os autos conclusos. FUNDAMENTAÇÃO O art. 485, inciso VI do
CPC/15 assim preceitua: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar ausência de
legitimidade ou de interesse processual; Com efeito, ao analisar-se os documentos juntados aos autos
pelo autor, verifica-se que todos fazem menção à instituição AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO S/A, conforme se observa dos docs. de fls. 28, 34 e 37 a 47. Dito de outra forma,
constatou-se que o banco requerido nesta demanda, BANCO FIAT S/A (atualmente BANCO ITAÚ
VEÍCULOS S/A), de fato, nada tem a ver com o objeto da lide (revisão de contrato de financiamento).
Considerando que o juiz deve conhecer de ofício da matéria constante do inciso VI do art. 485, CPC, em
qualquer tempo e grau de jurisdição e enquanto não ocorrer o trânsito em julgado, resta induvidosamente
configurada uma das hipóteses de extinção da ação. Nesse sentido, registro que o interesse de agir, como
se sabe, decorre da necessidade da tutela privativa do Estado, invocada pelo meio adequado, que, do
ponto de vista processual, determinará o resultado útil pretendido. A ausência de legitimidade da parte ré
despoja o demandante de uma das condições da ação, impondo-se o indeferimento, incontinenti, da peça
inicial ou, quando superveniente, a extinção do feito sem resolução do mérito com base no artigo 485,
inciso VI, do Código de Processo Civil. DISPOSITIVO Diante do exposto, não mais presente uma das
condições da ação, qual seja, o interesse de agir do demandante, EXTINGO O FEITO SEM RESOLUÇÃO
DO MÉRITO, nos moldes do artigo 485, inciso VI, CPC/15, condenando o requerente ao pagamento das
custas, suspendendo-se, contudo, a exigibilidade face à assistência judiciária gratuita deferida às fls. 48,
enquanto perdurar sua condição de hipossuficiência, observado o disposto no art.98, §3º, do CPC/2015.
Nos termos do artigo 46, caput, da Lei estadual n. 8.328, de 29/12/2015, fica advertida a parte responsável
de que, na hipótese de, havendo custas, não efetuar o pagamento delas no prazo legal, o respectivo
crédito, além de encaminhado para inscrição em Dívida Ativa, sofrerá atualização monetária e incidência
de outros encargos legais. Fica autorizado o desentranhamento de documentos por quem os juntou,
exceto a procuração, substituindo-os por cópias que poderão ser declaradas autênticas pelo patrono nos
termos do artigo 425, IV do CPC/2015, devendo o cartório certificar o ato de desentranhamento.
Certificado o trânsito em julgado, havendo custas pendentes, intime-se o responsável para o recolhimento,
sob pena de inscrição na dívida ativa. Inerte, inscreva-se. Após, cumpridas as cautelas legais, arquivar os
presentes autos e dar baixa na distribuição. P. R. I. C. Belém-PA, 29 de janeiro de 2021. Roberto Andrés
Itzcovich Juiz de Direito Titular da 4ª Vara Cível e Empresarial da Capital 107 PROCESSO:
00544472420128140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o: Busca e Apreensão em Alienação Fiduciária em: 13/08/2021
AUTOR:BANCO FINASA BMC S/A Representante(s): OAB 13846-A - CRISTIANE BELINATI GARCIA
LOPES (ADVOGADO) OAB 18694-A - VERIDIANA PRUDENCIO RAFAEL (ADVOGADO) REU:VANIA
MAIA SANTOS Representante(s): OAB 15650 - KENIA SOARES DA COSTA (ADVOGADO) OAB 18004 -
1293
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
honorários advocatÃ-cios, pois o litÃ-gio não perdurou, não havendo que ser estabelecido quando já
integra a cláusula expressa no acordo. 3. O Superior Tribunal de Justiça traz entendimento que
?havendo composição entre as partes quanto à dÃ-vida principal, dispondo expressamente sobre os
honorários advocatÃ-cios (...) não há falar em sucumbência quando não existe vencedor nem
vencido, cabendo às partes dispor sobre o ônus do pagamento da verba.? REsp. 1414394/DF, T3 -
TERCEIRA TURMA - Ministro RICARDO VILLAS BÃAS CUEVAS, Data de Julgamento: 22/09/2015, Dje.:
30/09/2015. Recurso desprovido.(TJ-DF 07025854820198070001 DF 0702585-48.2019.8.07.0001,
Relator: ROMEU GONZAGA NEIVA, Data de Julgamento: 11/09/2019, 7ª Turma CÃ-vel, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 23/09/2019 . Pág.: Sem Página Cadastrada.).           Â
   Frisa-se, por oportuno, que o mérito da ação não fora apreciado, não sendo sequer
possÃ-vel aferir quem deu causa ao processo e muito menos, quem fora o vencido, pois não é possÃ-vel
afirmar, por exemplo, se o acordo somente se concretizou em razão da judicialização da lide.    Â
          Apesar do que diz o mestre Eliézer Rosa que ¿enquanto a justiça for obra do
homem e sempre o será, a possibilidade de falha não pode ser, a priori, descartada¿ resta evidente
que não se cuida de falha.               Nesse sentido, transcrevo aresto do Superior
Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÃÃO NO RECURSO ESPECIAL.
ADVOGADO DA UNIÃO. GRATIFICAÃÃO DE ATIVIDADE EXECUTIVA - GAE. EXCLUSÃO PELA
MEDIDA PROVISÃRIA 2.048-26/2000, QUE INSTITUIU A GRATIFICAÃÃO DE DESEMPENHO DE
ATIVIDADE JURÃDICA - GDAJ. AUSÃNCIA DE VÃCIOS DE OMISSÃO, CONTRADIÃÃO OU
OBSCURIDADE. INOCORRÃNCIA. PRETENSÃO DE REEXAME. NÃO CABIMENTO. 1. Os aclaratórios
não merecem prosperar, pois o acórdão embargado não padece de vÃ-cios de omissão,
contradição ou obscuridade, na medida que apreciou a demanda de forma clara e precisa, estando
bem delineados os motivos e fundamentos que a embasam. 2. Não se prestam os embargos de
declaração ao reexame da matéria que se constitui em objeto do decisum, porquanto constitui
instrumento processual com o escopo de eliminar do julgamento obscuridade, contradição ou omissão
sobre tema cujo pronunciamento se impunha pela decisão ou, ainda, de corrigir evidente erro material,
consoante reza o art. 535 do CPC. 3. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 1353016/AL,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÃÃO, julgado em 28/08/2013, DJe
03/09/2013). PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÃÃO. PRECATÃRIO. JUROS DE MORA.
PERÃODO COMPREENDIDO ENTRE A HOMOLOGAÃÃO DO CÃLCULO E A EXPEDIÃÃO DO
PRECATÃRIO OU RPV. NÃO INCIDÃNCIA. AUSÃNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÃÃO OU
OMISSÃO. REDUÃÃO DO PERCENTUAL DA MULTA DO ART. 557, § 2º, DO CPC. ACOLHIMENTO
PARCIAL. 1. Inexistente qualquer das hipóteses do art. 535 do CPC, não merecem acolhida embargos
de declaração com nÃ-tido caráter infringente. 2. Embargos de declaração acolhidos, apenas para
excluir a multa do art. 557, § 2º, do CPC. (EDcl no AgRg no REsp 1233813/RS, Rel. Ministra ELIANA
CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 28/08/2013). Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Note-se, portanto, que ao apreciar os presentes Embargos de Declaração, o julgador encontra-se
adstrito às hipóteses taxativas previstas em lei.               Sendo assim, não
havendo omissão, obscuridade ou contradição a serem afastados, impõe-se a rejeição dos
embargos de declaração.               Isto posto, REJEITO os Embargos de
Declaração interpostos, MANTENDO em todos os seus termos a sentença de fls. 100, com fulcro no
art. 1022 e ss do CPC.               P.R.I.C.               Belém/PA,
10/08/2021. Roberto Andrés Itzcovich Juiz de Direito Titular da 4ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital
303 PROCESSO: 00550977120128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): ROBERTO ANDRES ITZCOVICH A??o:
Cumprimento de sentença em: 13/08/2021 AUTOR:MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARA
REU:HOSPITAL NOSSA SENHORA DE GUADALUPE Representante(s): OAB 14717 - ANA PAULA
BARBOSA DE CARVALHO (ADVOGADO) OAB 14066 - ERICA SIMONE DA COSTA RODRIGUES
(ADVOGADO) PROMOTOR:SAVIO RUI BRABO DE ARAUJO. Processo nº: 0055097-71.2012.814.0301
Autor: Ministério Público do Estado do Pará Réu: Hospital Nossa Senhora de Guadalupe
SENTENÃA Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â RELATÃRIO Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Trata-se de
Ação de Prestação de Contas ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Pará, por meio da
Promotoria de Justiça Tutela das Fundações, Entidades de Interesse Social, Falência,
Recuperação Judicial e Extrajudicial em face do Hospital Nossa Senhora de Guadalupe.       Â
         Aduz a requerente que notificou administrativamente o(a) requerido(a) a apresentar a
prestação de contas do exercÃ-cio de 2009, e, até o ajuizamento da ação, o(a) requerido(a)
permaneceu inerte. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Pugna que o(a) requerido(a) seja compelido a
prestar as contas acima referidas e condenada ao ônus da sucumbência.              Â
1295
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
DESPACHO
Após, conclusos.
Juiz de Direito
PODER JUDICIÁRIO
DESPACHO
Após, conclusos.
Juiz de Direito
Para ter acesso aos documentos do processo, basta acessar o link abaixo e informar a chave de acesso.
Link: http://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?
CHAVES DE ACESSO:
#{processoTrfHome.tabelaHashDocumentos}
PODER JUDICIÁRIO
DESPACHO
Após, conclusos.
Juiz de Direito
Processo: 0857772-90.2020.8.14.0301
SENTENÇA
A ausência de recolhimento das custas judiciais, após a determinação deste Juízo, configura ausência de
pressuposto ao desenvolvimento do feito, não podendo prosseguir o processo sem o pagamento das
despesas exigidas por lei.
Verifico, portanto, que a inércia da parte Autora enseja a extinção da presente ação, sem julgamento de
mérito, nos termos do art. 485, IV do CPC.
Diante do exposto, JULGO EXTINTA a presente ação SEM JULGAMENTO DE MÉRITO, com
fundamento no art. 485, inciso IV, do Código de Processo Civil, determinando o cancelamento da
distribuição da presente Ação, com fulcro no artigo 290 do mesmo Diploma Legal.
Custas, se houver, pelo autor devendo ser intimado para pagamento no prazo de 15 dias, sob pena de
inscrição em dívida ativa.
Caso não efetue o pagamento, expeça-se certidão para a inscrição em dívida ativa.
SENTENÇA
Vistos etc.
Trata-se de AÇÃO DE EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL proposta por BANCO DA AMAZONIA
S/A, devidamente qualificado, em face de MULT BUSINESS LTDA – ME, DEOCLECIANO DAVID CRUZ,
DENILSON SILVA TEIXEIRA, todos qualificados.
Com trâmite processual o requerente, adveio aos autos informando que compôs acordo com o requerido,
porém solicitava o prosseguimento do feito em face do não pagamento da verba referente aos honorários
advocatícios (id 17885242 e 19259539).
É a síntese do necessário.
Decido.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
A questão remanescente refere-se aos honorários advocatícios que, segundo os causídicos do exequente,
seriam devidos ante a determinação do despacho inicial (id 7423169).
Com efeito, é assente no E.STJ que honorários fixados no despacho inicial da execução (art. 827, caput,
do CPC[1]) possuem caráter provisório, podendo ser majorados, reduzidos ou até excluídos, só sendo
possível, assim, aferir a correta sucumbência ao final do processo.
Nesse sentido:
regimental a que se nega provimento." (AgRg no AREsp 616.452RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 1º032016, DJe de 04032016 - grifou-se)
Assim, ao receber a execução, o juiz arbitra honorários apenas provisoriamente, para a hipótese de
pagamento, pelo executado, no prazo fixado no art. 829 do CPC2015. A continuidade da ação, por
qualquer motivo, implica a possibilidade de revisão da verba, que poderá ser majorada, reduzida, invertida
ou até mesmo suprimida.
Afasta-se, portanto, eventual alegação de que a fixação provisória de honorários no despacho inicial do
feito executivo pode constituir título hábil a aparelhar sua execução nos próprios autos.
Da mesma forma, havendo composição amigável, como na hipótese dos autos, não subsistem os
honorários fixados no despacho que recebe a execução, tampouco se pode falar em sucumbência, visto
que não há vencedor ou vencido. Com efeito, a transação é negócio jurídico bilateral, realizado entre as
partes, caracterizado por concessões mútuas a fim de pôr fim ao litígio.
No caso em exame, o acordo celebrado, e neste ato homologado, não dispôs acerca honorários
advocatícios, não podendo o juízo, ante a provisoriedade dos honorários estipulados no despacho inicial,
estabelecer a referida verba por ocasião da sentença homologatória, caberia as partes estabelecer como
seria o pagamento dos honorários, caso houve interesse nesse sentido.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
acordo firmado entre as partes DETERMINANDO A EXTINÇÃO do processo.
P.R.I.C.
Juiz de Direito
[1] Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a
serem pagos pelo executado.
SENTENÇA
Vistos etc.
Trata-se de AÇÃO DE EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL proposta por BANCO DA AMAZONIA
S/A, devidamente qualificado, em face de MULT BUSINESS LTDA – ME, DEOCLECIANO DAVID CRUZ,
DENILSON SILVA TEIXEIRA, todos qualificados.
Com trâmite processual o requerente, adveio aos autos informando que compôs acordo com o requerido,
porém solicitava o prosseguimento do feito em face do não pagamento da verba referente aos honorários
advocatícios (id 17885242 e 19259539).
É a síntese do necessário.
Decido.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
A questão remanescente refere-se aos honorários advocatícios que, segundo os causídicos do exequente,
seriam devidos ante a determinação do despacho inicial (id 7423169).
Com efeito, é assente no E.STJ que honorários fixados no despacho inicial da execução (art. 827, caput,
do CPC[1]) possuem caráter provisório, podendo ser majorados, reduzidos ou até excluídos, só sendo
possível, assim, aferir a correta sucumbência ao final do processo.
Nesse sentido:
DESPACHO INICIAL EM EXECUÇÃO. FEITO EXTINTO POR INICIATIVA DAS PARTES. TRANSAÇÃO.
INEXISTÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, os
honorários fixados no despacho inicial da execução possuem caráter provisório, podendo ser
majorados, reduzidos ou até mesmo excluídos, só se conhecendo da sucumbência ao final do
processo quando o magistrado considerará todo o trabalho dos advogados. 2. Desse modo,
havendo composição entre as partes no tocante ao débito objeto da execução, dispondo inclusive acerca
dos honorários advocatícios, não mais subsistem os honorários fixados no despacho que recebe a
execução, não havendo que se falar em sucumbência, especialmente porque não houve vencedor nem
vencido. 3. Agravo interno a que se nega provimento." (AgInt no REsp 1.487.433SP, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 28032019, DJe 11042019 - grifou-se)
Assim, ao receber a execução, o juiz arbitra honorários apenas provisoriamente, para a hipótese de
pagamento, pelo executado, no prazo fixado no art. 829 do CPC2015. A continuidade da ação, por
qualquer motivo, implica a possibilidade de revisão da verba, que poderá ser majorada, reduzida, invertida
ou até mesmo suprimida.
Afasta-se, portanto, eventual alegação de que a fixação provisória de honorários no despacho inicial do
feito executivo pode constituir título hábil a aparelhar sua execução nos próprios autos.
Da mesma forma, havendo composição amigável, como na hipótese dos autos, não subsistem os
honorários fixados no despacho que recebe a execução, tampouco se pode falar em sucumbência, visto
que não há vencedor ou vencido. Com efeito, a transação é negócio jurídico bilateral, realizado entre as
partes, caracterizado por concessões mútuas a fim de pôr fim ao litígio.
No caso em exame, o acordo celebrado, e neste ato homologado, não dispôs acerca honorários
1305
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
advocatícios, não podendo o juízo, ante a provisoriedade dos honorários estipulados no despacho inicial,
estabelecer a referida verba por ocasião da sentença homologatória, caberia as partes estabelecer como
seria o pagamento dos honorários, caso houve interesse nesse sentido.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
acordo firmado entre as partes DETERMINANDO A EXTINÇÃO do processo.
P.R.I.C.
Juiz de Direito
[1] Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a
serem pagos pelo executado.
Processo: 0833028-94.2021.8.14.0301
DESPACHO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Intime-se a parte autora para emende a exordial, promovendo a juntada da planilha de débitos atualizada,
em 10 (dez) dias, sob pena de incidência do parágrafo único do art. 321 do Código de Processo Civil.
Cumprida a diligência acima, e caso seja necessário, a secretaria para que proceda com a correção do
valor da causa no sistema, conforme planilha apresentada, devendo os autos serem encaminhados a
UNAJ para novo cálculo de custas iniciais.
Em seguida, recolha a parte autora, no prazo de 05 (cinco) dias, as custas judiciais iniciais
complementares, sob pena de extinção do feito, se houver.
Após, conclusos.
Juiz de Direito
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0833204-73.2021.8.14.0301
Requerido: JOELSON RODRIGUES DE RODRIGUES – endereço: Rua Osvaldo de Caldas Brito, Sn, Apto
305 Nova Orla, Jurunas, Belém, PA, CEP: 66025-190,
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO HONDA S/A., em
desfavor JOELSON RODRIGUES DE RODRIGUES, todos qualificados, com fundamento no Decreto-Lei
nº 911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 2824087) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 28240872.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
1307
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente"), o caso é de se DEFERIR a medida liminar requerida na
inicial referente ao veículo alienado fiduciariamente Marca: HONDA Modelo: CG 160 TITAN Ano/Modelo:
2019/2020 Cor: VERMELHA Chassi N°: 9C2KC2210LR006095 Placa: QVD7168 Renavam: 01208408825.
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias, quanto às parcelas
vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios contratuais, segundo os
valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em sede de recurso repetitivo
(julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias da
execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada pela Lei 10.931/04,
constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0841208-02.2021.8.14.0301
Requerido: WALDER BARROSO DOS SANTOS– endereço: Psg Santa Helena, 269, 000, Pedreira, Belem
- PA, CEP: 66087-140.
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO BRADESCO
FINANCIAMENTOS S.A., em desfavor WALDER BARROSO DOS SANTOS, todos qualificados, com
fundamento no Decreto-Lei nº 911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 29890125) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 29890125.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
1309
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias, quanto às parcelas
vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios contratuais, segundo os
valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em sede de recurso repetitivo
(julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias da
execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada pela Lei 10.931/04,
constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
PROCESSO Nº 0810671-23.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos.
Com o trâmite processual, as partes vieram aos autos informando que compuseram acordo, solicitando,
pois, a extinção do feito (ID 26297684).
É a síntese do necessário.
Decido.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
acordo firmado entre as partes DETERMINANDO A EXTINÇÃO do processo.
P.R.I.C.
Juiz de Direito
PROCESSO Nº 0810671-23.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos.
DOCUMENTOS proposta por ANTONIA MARIA MELO PUREZA BRAGANÇA, devidamente qualificada,
em face de BANCO DO ESTADO DO PARÁ S/A (BANPARÁ), também qualificado.
Com o trâmite processual, as partes vieram aos autos informando que compuseram acordo, solicitando,
pois, a extinção do feito (ID 26297684).
É a síntese do necessário.
Decido.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
acordo firmado entre as partes DETERMINANDO A EXTINÇÃO do processo.
P.R.I.C.
Juiz de Direito
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 2º e consoante autorização prevista no art. 1º, §2º, I do Provimento nº 006/06 da
Corregedoria da Região Metropolitana de Belém, com nova redação dada pelo Provimento nº 008/2014-
CJRMB, intimo a parte autora através de seu advogado, para apresentar manifestação acerca da
contestação e da certidão do Oficial de Justiça, no prazo de 15 (quinze) dias.
Auxiliar Judiciário
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0833073-98.2021.8.14.0301
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO HONDA S/A., em
desfavor ANTONIO COELHO DE MIRANDA, todos qualificados, com fundamento no Decreto-Lei nº
911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 28195412) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 28195415.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente"), o caso é de se DEFERIR a medida liminar requerida na
inicial referente ao veículo alienado fiduciariamente Marca: HONDA Modelo: CG 160 TITAN Ano/Modelo:
2019/2019 Cor: PRATA Chassi N°: 9C2KC2210KR044387 Placa: QVA9665 Renavam: 01197250694.
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias, quanto às parcelas
vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios contratuais, segundo os
valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em sede de recurso repetitivo
(julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias da
execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada pela Lei 10.931/04,
constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
Para ter acesso aos documentos do processo, basta acessar o link abaixo e informar a
chave de acesso.
L i n k : h t t p : / / p j e - c o n s u l t a s . t j p a . j u s . b r / p j e - 1 g -
consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?CHAVES DE
ACESSO:#{processoTrfHome.tabelaHashDocumentos}
Vistos etc.
JORGE CARDOSO DE SÁ RIBEIRO, já qualificado nos autos, devidamente assistido por NÚCLEO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ, ajuizou a presente
ação de OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS e DANOS MORAIS c/c
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, em face desfavor de EBAZAR LTDA, mantenedor do marketplace
“Mercado Livre”, já identificado.
Aduz que projetou um artefato industrial para encurtar rede de dormir que batizou de “encurtador de rede
ANJO”, o qual teve a patente registrada como MU 9103178-8 com validade 26/09/2025 e que diante da
popularidade que o produto amealhou, logo surgiram outros vendedores utilizando do serviço de
marketplace da Requerida anunciando e vendendo cópias “piratas”.
Informa que a Requerida, mesmo após ter sido mais de duas vezes notificada extrajudicialmente acerca
da infração de patente, continuou a permitindo que terceiros anunciem produtos que infringem a patente.
Afirma que como não conseguiu resolver a situação amigavelmente após notificação extrajudicial, recorre
ao Poder Judiciário para fazer cessar a fabricação ou venda dos produtos que infringem a patente MU
9103178-8, tal como para se ver ressarcido pelo prejuízo causado por estes produtos ilegais.
Ao final, requereu a concessão de tutela de urgência, para obrigando o requerido a retirar do seu sítio da
internet/Marketplace todos os produtos caracterizados como cópias não autorizadas do produto
patenteado encurtador de rede ANJO. No mérito, que seja tornado definitivo os efeitos da tutela e a que a
Requerida seja condenada ao pagamento de danos material no montante de R$ 33.000,00 e danos morais
no montante de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
Juntou documentos.
Tutela de urgência indeferida no id. 14075493, sendo designada audiência de conciliação, a qual restou
infrutífera, conforme id. 16123861.
A requerida apresentou contestação no id. 17146695, onde aduz a não incidência do CDC e que embora o
autor alegue que notificou o MERCADO LIVRE acerca dos anúncios, não traz aos autos qualquer prova.
Afirma que não pode ser responsabilizado pelo controle prévio e monitoramento permanente do conteúdo
dos anúncios disponibilizados em sua plataforma já que referido controle foge por completo à sua esfera
de obrigações, estabelecidas por lei, não constituindo atividade intrínseca aos serviços prestados. Informa
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
que é necessária a verdadeira identificação e individualização dos conteúdos, como determina o Marco
Civil da Internet. Ao final, requereu a improcedência dos pleitos formulados. E não sendo esse o
entendimento, que subsidiariamente, seja rejeitado a ordem de monitoramento e fiscalização e especificar
a ordem de remoção de conteúdo, por afronta ao ordenamento jurídico que rege a matéria e em caso de
condenação por supostos danos, observe-se os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Juntou documentos.
Determino a intimação das partes para que, no prazo comum de 05 (cinco) dias, indicassem as provas que
pretendiam produzir, o autor e requerido concordaram com o julgamento antecipado da lide, conforme ids.
17993417 e 18181716.
Éo relatório. DECIDO.
Écediço que a proteção de marcas e patentes garante a exclusividade de exploração pelo inventor,
conforme disciplina a Lei 9.279/96, de modo a impedir a reprodução e comercialização por terceiros, sem
a devida autorização, por caracterizar contrafação de marca e/ou patente.
A requerida, por seu turno, é “provedor de aplicações de internet”, conceito definido no art. 5º, inc. VII, da
Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) atuando como plataforma digital de comércio de produtos,
razão pela qual não comercializa diretamente o produto, mas promove a intermediação entre o
vendedor e o comprador, de maneira que os anúncios são elaborados pelos próprios usuários da
plataforma.
Ademais é notório o grande volume de clientes (vendedores anunciantes e compradores) que utilizam a
plataforma, a inviabilizar o controle de cada um dos anúncios efetivados, não se podendo, portanto, atribuir
a requerida corresponsabilidade por eventual ilícito praticado por esses terceiros, inclusive a contrafação
de patentes. Nesse sentido:
“(...) o Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacífica no sentido de que não se pode exigir do
provedor de internet a fiscalização antecipada de cada novo conteúdo postado, não apenas pela
impossibilidade técnica e prática de assim proceder, mas sobretudo pelo risco de tolhimento da liberdade
de criação, expressão e informação. Não se pode, sob o pretexto de dificultar a propagação de conteúdo
ilícito ou ofensivo, reprimir o direito da coletividade à informação. (REsp web 1396417/MG, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 25/11/2013).”
Importa ainda reconhecer que além da provedora de conteúdo na internet não possuir a obrigação de
monitorar previamente todo o conteúdo inserido pelos seus usuários na plataforma, também não lhe cabe
o encargo de aferir se o anúncio fere ou não o direito autoral/patente, mormente considerando que sua
responsabilidade somente ocorrerá nos casos de descumprimento de determinações judiciais especificas
de retirada dos anúncios, conforme dispõe o art. 19, caput, da Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet):
“Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de
aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo
gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos
limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado
como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.” (sublinhado nosso)
Contudo, no caso sub judice, o autor indicou na exordial os URL’s onde se verificar a identidade entre os
elementos integrantes da patente registrada e aqueles constantes dos produtos colocados à venda (sob
intermediação da ré), em razão dos idênticos desenhos industriais, o que confere ao titular da patente o
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
direito de impedir a venda ou que terceiro contribua para esta prática, conforme previsto no art. 42 da Lei
9.279/96. Transcrevo, in verbis:
"Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de
produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos: I - produto objeto de patente; II -
processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.
§ 1º Ao titular da patente é assegurado ainda o direito de impedir que terceiros contribuam para que outros
pratiquem os atos referidos neste artigo."
Assim, diante da indicação do endereço eletrônico (URL), entendo cumprido o disposto no art. 19, §1º, da
Lei nº 12.965/14, o que torna imperativo a retirada do acesso público aos anúncios que oferecem produtos
idênticos ao patenteado, sem prejuízo a outros anúncios existentes na mesma página eletrônica, já que a
ré dispõe de possibilidade técnicas para a exclusão. Nesse sentido:
Apelação. Práticas abusivas. Internet. Ação de obrigação de fazer c.c. indenizatória. Parcial procedência
com determinação de remoção de URL's. Inconformismo da ré. Descabimento. Autora que traz lista com
URL's específicas, dentre as quais, todavia, existem endereços eletrônicos de pastas e arquivos com
dezenas de materiais e não apenas aquele considerado indevido. Impossibilidade técnica de exclusão não
demonstrada. Determinação de exclusão mantida, uma vez que, ainda que atinja material não
correspondente à autora, a pasta encontra-se contaminada, não se mostrando justa a perpetuação da
contrafação. Provedora, ademais, que tem condições de promover a exclusão apenas dos arquivos
relacionados à agravada, já que devidamente indicados os conteúdos que supostamente violam sua
propriedade intelectual e industrial. Ordem mantida. Precedentes. Sentença mantida. Honorários
sucumbenciais recursais fixados. Recurso improvido. (TJ-SP - AC: 10182896120178260068 SP 1018289-
61.2017.8.26.0068, Relator: Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho, Data de Julgamento: 26/06/2021, 8ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/06/2021)
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE os pedidos apenas para determinar ao réu a
remoção dos anúncios postados em sua plataforma referente aos endereços eletrônicos
https://lista.mercadolivre.com.br/encurtador-de-rede e https://lista.mercadolivre.com.br/redutor-de-punho
que tratam de cópias não autorizadas do produto patenteado encurtador de rede ANJO, no prazo de 05
(cinco) dias, a contar do trânsito em julgado da sentença, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil
reais) até o limite de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), pela desídia ou descumprimento da obrigação.
Considerando que o autor decaiu de pedido mínimo, condeno ao pagamento, no percentual de 70%
(setenta por cento), das custas e honorários que fixo em R$ 2.000,00 (dois mil reais), enquanto caberá ao
requerido, no percentual de 30%, sobre as referidas verbas acessórias. Contudo, suspendo a exigibilidade
das referidas verbas em relação ao autor, por ser beneficiário da Justiça Gratuita, nos termos da Lei
1060/50.
Processo: 0831855-69.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL intentada por ANA CAROLINI E OLIVEIRA
ANDRADE, regularmente qualificado.
Em despacho ID 23073424, esse juízo determinou à parte autora que cumprisse as diligências requeridas
pelo Ministério Público em ID 18502317, sob pena de extinção do feito. O requerente, no entanto,
devidamente intimado através de seus advogados, quedou-se inerte, conforme certidão ID 24903008.
A inércia das partes diante dos deveres e ônus processuais, acarretando a paralisação do processo, faz
presumir a desistência da pretensão à tutela jurisdicional, equivalendo ao desaparecimento superveniente
do interesse de agir, condição para o regular exercício do direito de ação.
(...)
(...)
§3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau
de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo sem resolução de mérito, com fundamento no art. 485,
inciso VI e §3º, do Código de Processo Civil.
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 2º e consoante autorização prevista no art. 1º, §2º, XI, do Provimento 006/2006-CGJ e
Ordem de Serviço 001/2021, intimo o autor, por meio de seu advogado, para pagar as
Auxiliar Judiciário
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 2º e consoante autorização prevista no art. 1º, §2º, XI, do Provimento 006/2006-CGJ e
Ordem de Serviço 001/2021, intimo o autor, por meio de seu advogado, para pagar as custas iniciais, no
prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de cancelamento da distribuição.
Auxiliar Judiciário
1319
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo: 0809117-53.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos, etc.
É a síntese do necessário.
Decido.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
acordo firmado entre as partes DETERMINANDO A EXTINÇÃO do processo COM RESOLUÇÃO DE
MÉRITO.
P.R.I.C.
Juiz de Direito
Sentença:
Vistos etc.
Alega, em síntese, que celebraram Contrato de Abertura de Crédito com Alienação Fiduciária em Garantia
/ cédula de crédito bancário sob nº 381122794 e que o requerido deixou de cumprir as obrigações
pactuadas em contrato desde 08/06/2020, razão pela qual foi constituído em mora.
Juntou documentos.
Regularmente citada, a parte requerida deixou transcorrer in albis o prazo para apresentar contestação,
conforme se extrai da certidão ID 27853280.
É o Relatório. DECIDO.
A teor do disposto no art. 355, II do Código de Processo Civil, passo a proferir sentença nesta fase, diante
da revelia da requerida.
No caso em tela, trata-se de busca e apreensão em razão da inadimplência de contrato bancário garantido
por alienação fiduciária.
A alienação fiduciária é modalidade de garantia prevista no ordenamento jurídico brasileiro, não somente
no Decreto-lei acima referido, consoante se denota do artigo 1.361 do Código Civil. Desse modo, nenhuma
ilegalidade há em se transferir a propriedade resolúvel do bem ao credor, como forma de garantia de
pagamento.
O pedido procede, uma vez que a revelia faz presumir como verdadeiros e aceitos os argumentos
constantes da peça vestibular e estes, por sua vez, acarretam as consequências jurídicas apontadas no
art. 344 do CPC.
Da falta de contestação, presume-se ordinariamente a veracidade dos fatos afirmados pelo autor (art.
319), desde que válida a citação. Logo, não há necessidade de fase probatória e o juiz, pela simples
ausência de resposta do réu, fica autorizado a proferir o julgamento antecipado da lide (art. 330, nº II). Dá-
se um salto da fase postulatória diretamente à fase decisória. (Curso de Direito Processual Civil, Forense,
Rio, 18ª edição, 1996, fls. 398/399)
Nesse sentido, é a orientação do Superior Tribunal de Justiça: São verdadeiros os fatos arguidos na inicial
em função do efeito da revelia. (3ª Turma, Resp 5.130-SP, Rel. Min. Dias Trindade, j. 08/04/91 - DJU
06/05/91, p. 5.663).
expendidas na inicial, resultando incontroversa a existência da alienação fiduciária apontada por meio do
contrato que acompanha a inicial, nos termos do § 1º, do artigo 66 da lei 4.728/65, com redação que lhe
deu o artigo 1º do Decreto-lei 911/69, bem como o inadimplemento e a mora do Requerido, a teor da
notificação consumada (ID 19802712), implicando em conferir ao proprietário fiduciário o direito de busca e
apreensão do bem, para os fins legais.
Ademais, a falta de contestação demonstra ser a pretensão do autor legítima. De outro lado, a par da
revelia, o Réu não efetuou o pagamento da integralidade da dívida pendente, segundo os valores
apresentados pelo credor fiduciário na inicial, como lhe faculta o § 3º, do artigo 3º, do Decreto-lei 911/69,
tendo apenas apresentado manifestação pelo parcelamento da dívida, o que não foi aceito pelo
Demandante.
Face ao exposto, com base nas disposições ínsitas no artigo 3º, do Decreto-lei 911/69, JULGO
PROCEDENTE o pedido do autor e, via de consequência, consolido em suas mãos a propriedade e a
posse plena e exclusiva do bem descrito na inicial, na forma do art. 487, I, do CPC, tornando definitiva a
apreensão liminar do bem, para todos os legais e jurídicos efeitos.
Condeno a parte Requerida no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios que fixo na
forma do §§ 3º e 4º do art. 85 do CPC em R$ 800,00 (oitocentos reais), considerando o zelo, o tipo de
demanda e a simplificação advinda do julgamento antecipado, ficando a exigibilidade das despesas
suspensa, nos termos do art. 98, §3º do CPC.
Nos termos do art. 2º do DL 911/69 com as novas alterações dadas pela Lei 10.931/04, o autor poderá
vender o veículo, ficando obrigado a entregar ao réu o saldo porventura apurado, depois de haver seu
crédito mais despesas de cobrança.
P.R.I.
Juiz de Direito
Processo: 0808276-58.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Trata-se de BUSCA E APREENSÃO proposta por BANCO ITAUCARD S/A, regularmente qualificada
A parte requerente, na figura de seu representante, requereu desistência do feito, conforme petição
atravessada ID 27409859.
1322
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dispõe o art. 485, VIII, do Código de Processo Civil, que o processo será extinto sem julgamento do
mérito, quando o autor desistir da ação. Já o art. 200, parágrafo único, alerta que tal desistência somente
produzirá efeito após homologação judicial.
ANTE O EXPOSTO, e nos termos do art. 200, parágrafo único, do Código de Processo Civil,
HOMOLOGO A DESISTÊNCIA DA AÇÃO, julgando, em consequência, extinto o processo sem resolução
de mérito, com fundamento no art. 485, VIII, do Código Processual.
Custas pelo desistente (art 90 do CPC). Encaminhem-se os autos à UNAJ para o cálculo das custas e, em
seguida, se as houver, intime-se o autor para pagamento, sob pena de inscrição em dívida ativa.
Juiz de Direito
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 2º e consoante autorização prevista no art. 1º, §2º, XI, do Provimento 006/2006-CGJ e
Ordem de Serviço 001/2021, intimo o autor, por meio de seu advogado, para pagar as custas iniciais, no
prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de cancelamento da distribuição.
Auxiliar Judiciário
Processo: 0835304-98.2021.8.14.0301
Sentença
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0833306-95.2021.8.14.0301
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 28260363) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 28260380.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
1324
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente"), o caso é de se DEFERIR a medida liminar requerida na
inicial referente ao veículo alienado fiduciariamente Marca: VW TIPO - Carro MODELO: GOL 1.0 PLUS
CHASSI: 9BWCA05X31P071434 COR: AMARELO ANO: 2001 PLACA: JUB8943 RENAVAN:
00754275825.
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Após, cumprida a liminar, cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias,
quanto às parcelas vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios
contratuais, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em
sede de recurso repetitivo (julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de
15 (quinze) dias da execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada
pela Lei 10.931/04, constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo: 0843621-85.2021.8.14.0301
DESPACHO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
No presente caso, a parte requerente demonstrou apenas o envio da notificação extrajudicial ao endereço
da parte requerida, de forma que a parte demandada não fora constituído em mora, uma vez que não fora
devidamente notificada sobre seu inadimplemento.
Assim, determino a parte autora que emende a exordial, promovendo a juntada da notificação extrajudicial,
a teor do disposto no art. 2º, §2º, do Decreto-Lei nº 911/69, bem como providencie a juntada da planilha de
débitos atualizada, em 10 (dez) dias, sob pena de incidência do parágrafo único do art. 321 do Código de
Processo Civil.
Intime-se. Cumpra-se.
Juiz de Direito
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0832113-45.2021.8.14.0301
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO HYUNDAI CAPITAL
BRASIL S.A, em desfavor de JOSIBELLE BEZERRA DA SILVA, todos qualificados, com fundamento no
Decreto-Lei nº 911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 27934814) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 27934812.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente"), o caso é de se DEFERIR a medida liminar requerida na
inicial referente ao veículo alienado fiduciariamente CHASSI: 9BHBG51CAKP057565, RENAVAM:
000000000000, PLACAS: NF, MARCA/MODELO: HYUNDAI/HB20 UNIQUE 1.0 FLEX,
1327
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
ANO/FABRICAÇÃO:
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias, quanto às parcelas
vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios contratuais, segundo os
valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em sede de recurso repetitivo
(julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias da
execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada pela Lei 10.931/04,
constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
Participação: REU Nome: WANDESON MATOS DE CARVALHO Participação: ADVOGADO Nome: ALINE
PAMPOLHA TAVARES OAB: 23058/PA
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0835084-03.2021.8.14.0301
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO ITAUCARD S/A, em
desfavor WANDESON MATOS DE CARVALHO, todos qualificados, com fundamento no Decreto-Lei nº
911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 28752078) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 28752077.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias, quanto às parcelas
vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios contratuais, segundo os
valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em sede de recurso repetitivo
(julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias da
execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada pela Lei 10.931/04,
constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
ATO ORDINATÓRIO
De ordem do(a) MM(a). Juiz de Direito Titular, respeitando-se os artigos 229 e 1.010, §§ 1º e 3º, do
Novo CPC (Lei federal nº 13.105/2015), fica intimado(a) o(a) Requerido(a), parte Apelada, para que, em
15 (quinze) dias úteis, querendo, ofereça Contrarrazões à apelação, interposta pelo(a) Autor(a) JONAS
ARAÚJO DOS SANTOS, na data de 12/08/2021 (ID 31479295). Belém-PA, 16/08/2021. Eu, __________,
Everton Meireles Costa, analista judiciário, mat. 6773-3, lotado(a) na 1ª UPJ das Varas Cíveis e
Empresariais da Comarca da Capital, digitei e subscrevo-o.
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 2º e consoante autorização prevista no art. 1º, §2º, XI, do Provimento 006/2006-CGJ e
Ordem de Serviço 001/2021, intimo o autor, por meio de seu advogado, para pagar as custas iniciais, no
prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de cancelamento da distribuição.
Auxiliar Judiciário
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0837307-26.2021.8.14.0301
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO BRADESCO
FINANCIAMENTOS S.A., em desfavor BEATRIZ SILVA CASTRO BESSA, todos qualificados, com
fundamento no Decreto-Lei nº 911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 28995403) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 28995403.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente"), o caso é de se DEFERIR a medida liminar requerida na
inicial referente ao veículo alienado fiduciariamente Marca: FORD MODELO: NEW ECOSPORT FLEX
ANO: 2013 COR: PRATA PLACA: OTE2606 CHASSI: 9BFZB55P5E8817161.
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Após, cumprida a liminar, cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
Aos 11.08.2021, nesta cidade de Belém, Capital do Estado do Pará, às 10:00 horas, na sala de audiências
do Juízo de Direito da 5ª Vara Cível, onde estavam presentes o Dr. CÉLIO PETRÔNIO D´ANUNCIAÇÃO,
Juiz de Direito titular da 5ª Vara Cível da Capital, para Audiência de Instrução.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Feito o pregão, presente a parte autora DILTON ROGERIO AZEVEDO LIMA – RG 3895811 – PC/PA,
acompanhado do advogado Dr. Vinicius Augusto Santos Nogueira – OAB/PA 26893.
Presente o requerido MEIO A MEIO PARAENSE, neste ato representada pela Sra. Simoni Pinto Moura –
RG 2598847 -= SSP/PA, acompanhada da advogada Dra. Jocileia Ramos de Oliveira e- OAB/PA 26503 e
Dra. Francimara de Aquino Silva – OAB/PA 11745.
JOÃO BOSCO CARVALHO FERREIRA – RG 1351236 – SSP/PA. Aos costumes, disse nada.
Testemunha compromissada na forma da lei. As perguntas do MM. Juiz, respondeu: que presenciou os
fatos; Que trabalhou na época no supermercado requerido; que era o gerente de loja; que o autor entrou
na loja acompanhado de outro rapaz, sendo que o rapaz que acompanhava o autor fora impedido por
estar sem camisa, por normas da loja; que o autor adentrou a loja para comprar bebida; que a bebida que
seria comprada pelo autor fica no expositor dentro do mercado, sendo que o cliente identifica a bebida, vai
ao caixa paga e depois com o tíquete pega a bebida (whisky); que devido o amigo do autor ter ficado do
lado de fora, começou uma animosidade entre este e o segurança da loja que havia impedido a entrada;
que iniciaram discursão verbal, xingamentos com palavras de baixo calão; que quando a bebida desceu, a
animosidade ficou ainda maior, havendo tentativa de agressão ao próprio segurança; que o autor investiu
contra o segurança, tendo o segurança pedido para o mesmo recuar e mesmo com esse pedido, o autor
foi para cima do segurança; que para se defender o segurança puxou a arma e fez o disparo; que o
primeiro tiro disparo foi na perna, mas não sabe se houve outros disparos, devido ao tumulto generalizado;
que ouviu apenas um tiro; que foi providenciado o socorro, sendo ligado para o número 192 para que
houvesse o atendimento; que também houve tentativa de invasão do supermercado por pessoas que
moravam na proximidade, acreditando que pudesse ser pessoas ligadas ao autor; que a ambulância 192
socorreu o autor; que não tem conhecimento se foi prestado qualquer tipo de assistência posterior ao autor
pelo supermercado; que como gerente não foi procurado por ninguém para tal fim.
As perguntas do advogado do autor, respondeu: Que não sabe se o autor estava portanto arma branca
ou de fogo; que afirma que o autor estava sob efeito de álcool, pois já chegou um pouco alterado devido a
amigo ser barrado; que o amigo do autor também ficou alterado mas do lado de fora; Que tentou mediar a
referida situação pois estava na frente da loja; que a loja tinha aviso que impedia a entrada de pessoas
sem camisa e animais; que no estabelecimento havia pelo menos dois seguranças; que o outro segurança
estava em outro local, circulando, por isso não foi chamado para ajudar o segurança que estava em
contato com o autor; que geralmente há contato por radio entre os seguranças, mas os fatos aconteceram
de forma muito rápida; que nunca houve nenhum outro episódio parecido ao dos autos, referente a
entrada de pessoas sem camisa; que o segurança tem preparação, mas os seguranças eram orientados
para agir de acordo com a norma da empresa; que não havia treinamento/curso ou aperfeiçoamento
oferecido pelo supermercado aos seguranças; que a reação do segurança decorreu de uma ação do autor,
já que houve pedido ao autor para cessar sua conduta; que o segurança inicialmente se afastou do autor,
não estando com a arma na mão, recuando, e quando o autor se aproximou, este puxou rápido e efetuou
o disparo; que viu o momento em que o segurança empunhou a arma; que não mediou a situação,
acompanhou a entrada, depois houve a alteração quando a bebida demorou para descer, sendo que o
segurança recuou, ou seja, não foi para cima do autor, não estando com a ama em punho, o que ocorreu
apenas quando o autor foi para a direção deste, por isso não interviu; que o colaborador não interviu, pois
ninguém esperava o fato e cada tem o seu trabalho, sendo que na recepção trabalha sempre mulheres e
que não tinha como chamar os colaboradores pois não sabia o desfecho da situação.
Neste ato o requerido desiste da otiva da testemunha remanescente. O pedido foi deferido.
Prazo sucessivo de 15 (quinze) dias para memoriais finais, sendo primeiro a parte autora e após a
requerida, contados a partir da publicação deste ato processual.
Cientes os presentes.
JUIZ DE DIREITO:
REQUERENTE:
ADVOGADO:
REQUERIDO:
ADVOGADA:
ADVOGADA:
TESTEMUNHA (João):
Processo: 0836697-63.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos etc.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Após o trânsito em julgado da presente, e não havendo outras diligências a serem cumpridas, arquive-se
os autos com as cautelas de praxe.
Intime-se. Cumpra-se.
Processo: 0836697-63.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos etc.
Ante ao acordo firmado entre as referidas partes, a homologação do ato é medida imperiosa, para que
surta os seus efeitos legais.
ISTO POSTO, com fundamento no art. 487, inciso III, alínea “b”, do CPC, HOMOLOGO por sentença o
acordo firmado entre as partes DETERMINANDO A EXTINÇÃO do processo COM RESOLUÇÃO DE
MÉRITO.
Após o trânsito em julgado da presente, e não havendo outras diligências a serem cumpridas, arquive-se
os autos com as cautelas de praxe.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Intime-se. Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0833198-66.2021.8.14.0301
Requerido: ANDRE LOBO DA SILVAm – endereço: Ps São Francisco, 156, Vila Lobo Casa F, Aguas
Negras (Icoaraci), Belem, PA, CEP: 66822-170,
DECISÃO
Tendo em vista que o processo não se enquadra nos termos do art. 189 do CPC, DETERMINO a
retirada do segredo de justiça, caso o processo tenha sido cadastrado como sigiloso.
Cuida-se de PEDIDO LIMINAR em Ação de Busca e Apreensão proposta por BANCO HONDA S/A., em
desfavor ANDRE LOBO DA SILVA, todos qualificados, com fundamento no Decreto-Lei nº 911/69.
No caso dos autos, observo a comprovação das razões relatadas pelo Requerente em sua Exordial,
merecendo acolhida o pedido urgente.
Com a petição inicial vieram o demonstrativo do débito (ID 28239930) e o instrumento de notificação para
efeitos de constituição em mora do devedor, conforme ID 28239931.
A notificação fora dirigida ao endereço da parte Requerida por carta registrada com aviso de recebimento,
não sendo exigível que a assinatura constante no aviso seja do próprio devedor, conforme dispõe do art.
2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Vejamos:
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(...)
§2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014).
(...).
grifo nosso
Nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69, comprovada a mora do devedor, como na hipótese
vertente (a Súmula nº 72 do STJ prescreve "A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente"), o caso é de se DEFERIR a medida liminar requerida na
inicial referente ao veículo alienado fiduciariamente Marca: HONDA Modelo: CG 160 TITAN Ano/Modelo:
2021/2021 Cor: VERMELHA Chassi N°: 9C2KC2210MR030010 Placa: QVL8F12 Renavam: 01256150255.
Deverá o bem alienado ficar na posse provisória do credor fiduciário, sendo vedada a sua saída dos limites
da região metropolitana deste Estado, pelo prazo de 05 (cinco) dias, até o escoamento do prazo para
pagamento pelo devedor dos valores apresentados pelo credor.
Cite-se a parte requerida para a purgação da mora no prazo de 05 (cinco) dias, quanto às parcelas
vencidas e vincendas, atualizadas em conformidade com os encargos moratórios contratuais, segundo os
valores apresentados pelo credor fiduciário, conforme pacificado pelo STJ, em sede de recurso repetitivo
(julgado 14/05/2014) no REsp 1418593/MS, ou apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias da
execução da liminar, tudo nos moldes dos §§ 2º e 3º do art. 3º do DL 911/69, dada pela Lei 10.931/04,
constando do mandado as advertências previstas nos arts. 336/337 do NCPC.
Conste no mandado que na hipótese de purgação da mora no prazo supracitado, o bem apreendido lhe
será restituído livre de ônus. Advirta-o ainda que não o fazendo neste prazo, ficará automaticamente
consolidada a propriedade e a posse plena do bem no patrimônio do credor, conforme a nova redação
dada pela Lei 10.931/04.
Autorizo, desde já, a citação do réu nos moldes do art. 212, §§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil.
CUMPRA-SE.
Para ter acesso aos documentos do processo, basta acessar o link abaixo e informar a
chave de acesso.
L i n k : h t t p : / / p j e - c o n s u l t a s . t j p a . j u s . b r / p j e - 1 g -
consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?CHAVES DE
ACESSO:#{processoTrfHome.tabelaHashDocumentos}
SENTENÇA
Vistos etc.
JONAS ARAUJO DOS SANTOS, já qualificada nos autos, por meio de procurador devidamente habilitado,
ajuizou a presente AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO – DPVAT E INDENIZAÇÃO DO
DANO MORAL, em face de SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S.A,
visando a cobrança de INDENIZAÇÃO DO SEGURO DE ACIDENTES PESSOAIS (DPVAT), em
decorrência de acidente de trânsito causado por veículo automotivo em 14.04.2017.
Ao final, requereu a procedência dos pedidos com a condenação da requerida ao pagamento do Seguro
Obrigatório (DPVAT) para a cobertura de incapacidade, no valor de R$13.500,00 (treze mil e quinhentos
reais), bem como danos morais no quantum de R$100.000,00 (cem mil reais), em virtude da recusa
injustificada do pagamento da indenização do seguro DPVAT para a cobertura do sinistro de incapacidade.
No id. 16329752, foi determinado que as partes indicassem as provas que pretendiam produzir, tendo
ambas as partes se manifestado, sem oposição ao julgamento do feito.
No id. 18328365, foi determinada a realização de perícia, bem como que as partes indicassem assistentes
técnicos e apresentasse quesitos.
Apresentado quesitos pelas partes e recolhido os honorários do perito, laudo pericial juntado id. 20932307.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Éo relatório. Decido.
Cabível o julgamento antecipado da lide, não só pela inexistência de provas a produzir pelo autor, mas
porque todas as provas necessárias ao deslinde da questão já se encontram nos autos, diante da juntada
do laudo pericial anexado.
DO MÉRITO
O boletim de ocorrência e o laudo médico conclusivo oficial e os documentos anexados aos autos são
suficientes para comprovar o nexo de causalidade entre o acidente e a lesão.
O cerne meritório remanescente diz respeito ao valor a ser pago diante de possível percentual de invalidez
apurado pelo grau da lesão sofrida, em decorrência de acidente de trânsito.
O caso ora em análise, considerando que o acidente ocorreu em 14.04.2017, aplicável a Lei 6.194/1974
com as alterações advindas das Leis 11.482/2007 e 11.945/09 em razão do princípio do "tempus regit
actum".
Acerca da fixação da indenização relativa ao Seguro Obrigatório DPVAT, é imprescindível a análise da Lei
6.194/74, que dispõe sobre o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores
de Via Terrestre, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não, que prevê:
Art. 3º. Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2o desta Lei compreendem as
indenizações por morte, por invalidez permanente, total ou parcial, e por despesas de assistência médica
e suplementares, nos valores e conforme as regras que se seguem, por pessoa vitimada.
Ademais, nos casos envolvendo o seguro DPVAT, o Superior Tribunal de Justiça tem o entendimento
sumulado, por meio do Enunciado nº 474, de que a indenização sob análise deve ser paga de acordo com
o grau da debilidade sofrida. Vejamos:
Súmula 474/STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga
de forma proporcional ao grau da invalidez
Dessa feita, no caso em análise, o valor a título de indenização do seguro DPVAT deve ser pago de
acordo com o grau da debilidade sofrida e em atenção à Tabela prevista no anexo da Lei nº 11.945/2009.
No caso sob exame, verifico que, da lesão sofrida pela parte autora, conforme destaca o laudo de perícia
médica, resultou INVALIDEZ PERMANENTE PARCIAL INCOMPLETA em 25% DO OMBRO ESQUERDO
E 10% DO OMBRO DIREITO.
Por essa razão, observando-se a Tabela Anexa à Lei nº 11.945/09, referente à parte descrita como danos
corporais segmentares parciais, aplicar-se-á como base de cálculo o percentual 25% sobre o valor global
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
de indenizações (R$ 13.500,00), o que corresponde a R$ 3375,00 (três mil trezentos e setenta e cinco
reais), a qual deverá incidir o grau de debilidade de 25% na forma descrita no laudo (ombro esquerdo) e
10% (ombro direito), chegando-se ao quantum, respectivo de R$ 843,75 e 337,50, o que totalizaria o valor
de R$ 1.181,25 (mil, cento e oitenta e um reais e vinte e cinco centavos).
Por fim, no que se refere ao pedido de danos morais, por negativa de pagamento, não merece prosperar.
O seguro DPVAT possui caráter meramente assistencial, o que afasta a previsão de cobertura de
eventuais danos morais que a vítima ou seus sucessores podem ter sofrido em razão de acidente
automobilístico ou da negativa do benefício, já que ausente previsão legal nesse sentido, na lei que prevê
o referido benefício.
Diante da sucumbência recíproca, condeno, de forma pro rata, as partes ao pagamento das custas e
honorários que fixo em 10% do valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC.
PODER JUDICIÁRIO
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Processo: 0832731-87.2021.8.14.0301
Executado: IMPORTADORA GISLENE LTDA – endereço: TRV Frutuoso, nº 191, Centro, CEP: 66.019-
000, na comarca de Belém/PA.
Executado: ANANIAS REBOUÇAS JR – endereço: Rua Boa Ventura, nº562 APT 2201, Nazaré, CEP:
66.055-090, na comarca de Belém/PA.
DECISÃO
Tratando-se de execução de título extrajudicial, cite-se os executados, para no prazo de 03 (três) dias,
contados da citação, efetuar o pagamento da dívida (CPC, artigo 829), conforme planilha juntada.
Nos termos do artigo 827 do Código de Processo Civil, fixo os honorários advocatícios a serem pagos pela
parte executada em 10% (dez por cento) sobre o valor da execução.
Expeça-se mandado de citação, penhora e avaliação de bens, constando expressamente do mandado que
no caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida para metade, ou
seja, para 5% (cinco por cento) do valor do débito (CPC, artigo 827, § 1º).
Conste, também, que os executados, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderão opor-
se à execução por meio de embargos no prazo de 15 (quinze) dias.
Do mandado também deverá constar que se o oficial de justiça não encontrar os executados, arrestar-lhe-
á tantos bens quantos bastem para garantir a execução e que nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do
arresto, procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação,
realizará a citação com hora certa (CPC, artigos 252/254), certificando pormenorizadamente o ocorrido
(CPC, artigo 830 e § 1º).
Decorrido o prazo de 03 (três) dias sem pagamento, deverá o senhor oficial de justiça proceder de
imediato à penhora de bens, tantos quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros,
custas e honorários advocatícios, e a sua avaliação, lavrando o respectivo auto, intimando-se, na mesma
oportunidade, a executada (CPC, artigo 841, § 3º) e seu cônjuge, caso a penhora recaia sobre bem imóvel
ou direito real sobre imóvel (CPC, artigo 842).
Intime-se. Cumpra-se.
Expeça-se o necessário.
PROCESSO: 0815685-90.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Sustenta a Embargante, em suma excesso de execução por entender que o credor incluiu em sua planilha
de débito valores já quitados, conforme documentos acostados com a inicial. Segundo documentos
acostados com a inicial, a embargante, antiga fiadora do contrato de locação que aparelha a demanda
executiva (Processo 0815685-90.2018.8.14.0301), assegura que os alugueis referentes ao meses de
dezembro de 2016, janeiro de 2017 e fevereiro de 2017 foram regularmente pagos. Quanto aos valores
cobrados a título de reparos realizados no imóvel, a requerente afirma que, na qualidade de fiadora, não
pode ser responsabilizada por tais quantias. Por fim, confessa que o montante devido título de IPTU, de
fato, não foi quitado, mas que não tem condições financeiras de arcar com tal dívida.
O Embargado, pessoalmente instado a se manifestar (ID 22023991), deixou transcorrer in albis o prazo
que lhe foi concedido conforme certidão ID 24523633.
Éo relatório.
Tudo bem visto e analisado, verifico que a causa está madura para julgamento, na forma do artigo 355,
inciso I, do Código de Processo Civil, porquanto a questão de mérito versada nos autos é de fato e de
direito e não há necessidade da produção de outras provas, passo a DECIDIR.
DO MÉRITO
Aduz o embargante que a presente execução não pode prosperar pois apresenta excesso de execução,
na medida em que a embargada cobra do embargante valores que já foram quitados. Para comprovar
suas alegações, apresenta recibos dos alugueis pagos relativos ao período de dezembro de 2016 a
fevereiro de 2017 (ID 3805289)
Necessário destacar inicialmente que o art. 917 §4º1 do CPC dispõe que quando o excesso de execução
for fundamento dos embargos, o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende
correto, apresentando memória do cálculo, sob pena de rejeição liminar dos embargos.
No caso dos autos, é possível analisar das razões do embargante, pois, como afirmado, a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A embargante, por sua vez, afirma que os alugueis reclamados foram regularmente pagos. De fato, os
recibos juntados com a inicial (ID 3805289) são os mesmos documentos acostados com a inicial da
execução (Processo 0815685-90.2018.8.14.0301 – ID 2254497) e comprovam que os alugueis referentes
aos meses de dezembro de 2016 (ID 3805289, pag 02), janeiro de 2017 (ID 3805289, pag 03) e fevereiro
de 2017 (ID 3805289, pag 04) foram inteiramente quitados.
Por outro lado, não merecem acolhida os demais argumentos da embargante. Conforme cláusula décima
terceira do contrato de locação (ID 3805313), a embargante, na qualidade de fiadora, responde pelo fiel
cumprimento do contrato em obrigação solidária com locatário e com renúncia ao benefício de ordem (art
827 do CC) conforme previsto na referida disposição contratual. Assim, todas as despesas com o reparo
do bem comprovadas na demanda executiva (Processo 0815685-90.2018.8.14.0301 – ID 2254403) e não
especificamente impugnadas nos presentes embargos podem ser cobradas da embargante/fiadora.
E, por fim, com mais razão ainda, são devidos valores relativos ao IPTU cobrados pelo
embargado/exequente e confessados pela embargante/fiadora na presente demanda. No entanto, não é
possível deferir o parcelamento pretendido pela embargante (10 parcelas), uma vez que, além não ter
amparo legal, o embargante/exequente sobre ele não se manifestou.
Desse modo, tendo em vista que os presentes embargos não questionam multas, nem os demais índices
de atualização incidentes sobre o débito, creio que há sim excesso de execução apenas em relação a
cobrança relativa aos alugueis alegados em atraso devendo ser abatido do saldo devedor o montante total
de R$ 5.353,40, relativo ao somatório dos alugueis dos meses de dezembro de 2016 (R$ 1963,52), janeiro
de 2017 (R$ 1788,88) e fevereiro de 2017 (R$ 1600,00), conforme planilha acostada com a inicial da
demanda executiva( Processo 0815685-90.2018.8.14.0301 – ID 2254476). Ficam mantidas as quantias
relativas ao IPTU (R$ 2705,40) e aos reparos realizados no imóvel (R$ 1022,03 + R$ 1130,00 = R$
2152,03), devidamente corrigidos monetariamente e acrescidos das multas e juros previstos
contratualmente, bem como honorários advocatícios da demanda executiva.
Por fim, rejeito o pedido da embargante para condenação do embargado em litigância de má-fé, pois não
vislumbro na conduta da parte exequente quaisquer das hipóteses tipificadas no artigo 80 e seguintes do
CPC. Ainda que tenha cobrado alugueis em excesso, não percebo conduta dolosa da parte em realizar tal
dedução facilmente desconstituída com a presente demanda.
Ante o exposto, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil e pelos fundamentos
explicitados, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os presentes Embargos à Execução, com o
fim de reconhecer o excesso da execução com relação à cobrança dos alugueis em atraso no valor
total de R$ 5.353,40, mantidos os valores relativos ao IPTU (R$ 2705,40) e aos reparos realizados no
imóvel (R$ 2152,03), com os devidos acréscimos legais e contratuais conforme fundamentação.
Tendo em vista que a sucumbência mínima (art 86, parágrafo único do CPC), condeno a embargante ao
pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo , nos termos do
artigo 85, § 2º do CPC, em 10% sobre o valor atualizado desta causa. Suspendo, contudo, a exigibilidade,
por ser beneficiário da justiça gratuita.
Translade-se uma cópia dessa sentença para os autos da execução em apenso (Processo 0815685-
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
90.2018.8.14.0301).
Após o trânsito em julgado e nada sendo requerido no prazo de 30 (trinta) dias, arquivem-se os autos com
as cautelas de estilo.
P.R.I.C.
PROCESSO: 0815685-90.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Sustenta a Embargante, em suma excesso de execução por entender que o credor incluiu em sua planilha
de débito valores já quitados, conforme documentos acostados com a inicial. Segundo documentos
acostados com a inicial, a embargante, antiga fiadora do contrato de locação que aparelha a demanda
executiva (Processo 0815685-90.2018.8.14.0301), assegura que os alugueis referentes ao meses de
dezembro de 2016, janeiro de 2017 e fevereiro de 2017 foram regularmente pagos. Quanto aos valores
cobrados a título de reparos realizados no imóvel, a requerente afirma que, na qualidade de fiadora, não
pode ser responsabilizada por tais quantias. Por fim, confessa que o montante devido título de IPTU, de
fato, não foi quitado, mas que não tem condições financeiras de arcar com tal dívida.
cobrança dos alugueis já pagos, bem como a procedência dos presentes embargos. Juntou documentos.
O Embargado, pessoalmente instado a se manifestar (ID 22023991), deixou transcorrer in albis o prazo
que lhe foi concedido conforme certidão ID 24523633.
Éo relatório.
Tudo bem visto e analisado, verifico que a causa está madura para julgamento, na forma do artigo 355,
inciso I, do Código de Processo Civil, porquanto a questão de mérito versada nos autos é de fato e de
direito e não há necessidade da produção de outras provas, passo a DECIDIR.
DO MÉRITO
Aduz o embargante que a presente execução não pode prosperar pois apresenta excesso de execução,
na medida em que a embargada cobra do embargante valores que já foram quitados. Para comprovar
suas alegações, apresenta recibos dos alugueis pagos relativos ao período de dezembro de 2016 a
fevereiro de 2017 (ID 3805289)
Necessário destacar inicialmente que o art. 917 §4º1 do CPC dispõe que quando o excesso de execução
for fundamento dos embargos, o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende
correto, apresentando memória do cálculo, sob pena de rejeição liminar dos embargos.
No caso dos autos, é possível analisar das razões do embargante, pois, como afirmado, a
embargante/fiadora apresentou memória de cálculo discrepante da apresentada pela embargada,
assegurando o pagamento de parte dos valores cobrados na execução em apenso, quais sejam, as
quantias relativas aos alugueis em atraso.
A embargante, por sua vez, afirma que os alugueis reclamados foram regularmente pagos. De fato, os
recibos juntados com a inicial (ID 3805289) são os mesmos documentos acostados com a inicial da
execução (Processo 0815685-90.2018.8.14.0301 – ID 2254497) e comprovam que os alugueis referentes
aos meses de dezembro de 2016 (ID 3805289, pag 02), janeiro de 2017 (ID 3805289, pag 03) e fevereiro
de 2017 (ID 3805289, pag 04) foram inteiramente quitados.
Por outro lado, não merecem acolhida os demais argumentos da embargante. Conforme cláusula décima
terceira do contrato de locação (ID 3805313), a embargante, na qualidade de fiadora, responde pelo fiel
cumprimento do contrato em obrigação solidária com locatário e com renúncia ao benefício de ordem (art
827 do CC) conforme previsto na referida disposição contratual. Assim, todas as despesas com o reparo
do bem comprovadas na demanda executiva (Processo 0815685-90.2018.8.14.0301 – ID 2254403) e não
especificamente impugnadas nos presentes embargos podem ser cobradas da embargante/fiadora.
E, por fim, com mais razão ainda, são devidos valores relativos ao IPTU cobrados pelo
embargado/exequente e confessados pela embargante/fiadora na presente demanda. No entanto, não é
possível deferir o parcelamento pretendido pela embargante (10 parcelas), uma vez que, além não ter
amparo legal, o embargante/exequente sobre ele não se manifestou.
Desse modo, tendo em vista que os presentes embargos não questionam multas, nem os demais índices
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de atualização incidentes sobre o débito, creio que há sim excesso de execução apenas em relação a
cobrança relativa aos alugueis alegados em atraso devendo ser abatido do saldo devedor o montante total
de R$ 5.353,40, relativo ao somatório dos alugueis dos meses de dezembro de 2016 (R$ 1963,52), janeiro
de 2017 (R$ 1788,88) e fevereiro de 2017 (R$ 1600,00), conforme planilha acostada com a inicial da
demanda executiva( Processo 0815685-90.2018.8.14.0301 – ID 2254476). Ficam mantidas as quantias
relativas ao IPTU (R$ 2705,40) e aos reparos realizados no imóvel (R$ 1022,03 + R$ 1130,00 = R$
2152,03), devidamente corrigidos monetariamente e acrescidos das multas e juros previstos
contratualmente, bem como honorários advocatícios da demanda executiva.
Por fim, rejeito o pedido da embargante para condenação do embargado em litigância de má-fé, pois não
vislumbro na conduta da parte exequente quaisquer das hipóteses tipificadas no artigo 80 e seguintes do
CPC. Ainda que tenha cobrado alugueis em excesso, não percebo conduta dolosa da parte em realizar tal
dedução facilmente desconstituída com a presente demanda.
Ante o exposto, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil e pelos fundamentos
explicitados, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os presentes Embargos à Execução, com o
fim de reconhecer o excesso da execução com relação à cobrança dos alugueis em atraso no valor
total de R$ 5.353,40, mantidos os valores relativos ao IPTU (R$ 2705,40) e aos reparos realizados no
imóvel (R$ 2152,03), com os devidos acréscimos legais e contratuais conforme fundamentação.
Tendo em vista que a sucumbência mínima (art 86, parágrafo único do CPC), condeno a embargante ao
pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo , nos termos do
artigo 85, § 2º do CPC, em 10% sobre o valor atualizado desta causa. Suspendo, contudo, a exigibilidade,
por ser beneficiário da justiça gratuita.
Translade-se uma cópia dessa sentença para os autos da execução em apenso (Processo 0815685-
90.2018.8.14.0301).
Após o trânsito em julgado e nada sendo requerido no prazo de 30 (trinta) dias, arquivem-se os autos com
as cautelas de estilo.
P.R.I.C.
ATO ORDINATÓRIO
0832374-10.2021.8.14.0301
Fica intimada a parte autora para se manifestar sobre a contestação, no prazo legal (Provimento 006/2006
- CRMB, §2, inciso II).
ATO ORDINATÓRIO
0823628-56.2021.8.14.0301
Fica intimada a parte autora para se manifestar sobre a contestação, no prazo legal (Provimento 006/2006
- CRMB, §2, inciso II).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA CAPITAL
Processo nº 0824798-68.2018.8.14.0301
Despacho
“(...) Com fulcro no art. 700, inciso I, do CPC, ante a evidência do direito da parte Requerente, EXPEÇA-
SE MANDADO DE PAGAMENTO, citando-se a parte Requerida para cumprir a referida obrigação,
efetuando o pagamento no importe de R$ 7.174,40 (sete mil, cento e setenta e quatro reais e
quarenta centavos), acrescida dos honorários advocatícios no montante de 5% (cinco por cento) do valor
atribuído à causa, no prazo de 15 (quinze) dias, conforme dispõe o art. 701 do Código de Processo Civil.
Caso o réu cumpra com a obrigação no prazo estabelecido acima, ficará isento do pagamento de custas
processuais (Art. 700, §1º do CPC). Deve constar no mandado de pagamento a advertência de que a
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parte Ré dispõe do prazo acima assinalado para opor Embargos Monitórios, nos moldes dos arts. 701 e
702, do CPC e, caso a parte não os oponha, nem tampouco proceda ao pagamento no prazo legal,
constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade.
Intime-se. Cumpra-se”
3- Na hipótese de serem infrutíferas as novas tentativas de citação, intime-se a parte autora para requerer
o que entender de direito, no prazo de 15 (quinze) dias.
4- Recolha, a parte autora, as custas processuais referentes à prática dos atos determinados, bem como
as eventualmente pendentes, no prazo de 10 (dez) dias, sendo o pagamento condição de cumprimento
das diligências.
Intime-se. Cumpra-se.
ATO ORDINATÓRIO
0833235-93.2021.8.14.0301
AUTOR: G. K. O. D. S.
REPRESENTANTE DA PARTE: MARIANE SAMILI SERRAO DE OLIVEIRA
Fica intimada a parte autora para se manifestar sobre a contestação, no prazo legal (Provimento 006/2006
- CRMB, §2, inciso II).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA CAPITAL
Processo nº 08720688820188140301
Despacho
2-Esclareço que, para evitar aglomerações na sala de audiências, que tem tamanho reduzido, patronos
judiciais, membros da Defensoria Pública e do Ministério Público deverão, preferencialmente, acompanhar
a audiência de modo remoto, razão pela qual concedo o prazo de 03 (três) dias para apresentar endereço
eletrônico (e-mail) mediante o qual terão acesso à audiência, bem como contato telefônico em que possam
ser encontrados.
3-Os interessados poderão obter o Guia Prático de Audiências e Sessões por Videoconferência (versão
2.0), disponível em: http://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/institucional/Secretaria-de-informatica/542280-
teletrabalho.xhtml.
Intime-se. Cumpra-se.
ATO ORDINATÓRIO
0826221-58.2021.8.14.0301
Fica intimada a parte autora para se manifestar sobre a contestação , no prazo legal (Provimento 006/2006
- CRMB, §2, inciso II).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA CAPITAL
Processo n° 0835176-78.2021.8.14.0301
Parte Requerente: AUTOR: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.
R. H.
1. Com fundamento no art. 292, §3º, do Código de Processo Civil, que permite ao juiz a correção de ofício
do valor da causa, este juízo retifica o valor da causa para R$ 73.102,56, referente ao valor total do
financiamento (soma das 48 parcelas de R$ 1.522,97), já que a parte Requerente optou pela rescisão
contratual e o vencimento antecipado das parcelas (CPC, art. 292, II).
2. Intime-se o Requerente para recolher a totalidade das custas complementares, no prazo de 30 dias, sob
pena de extinção do feito.
Relativamente a tais ações, o Superior Tribunal de Justiça assim decidiu a respeito do título que as
embasa:
Excepciona-se a regra do art. 162, §§ 2º e 3º, do Código de Processo Civil quando a decisão interlocutória
puder ocasionar prejuízo às partes. Precedentes.
2. Nos termos da Lei nº 10.931/2004, a cédula de crédito bancário é título de crédito com força executiva,
possuindo as características gerais atinentes à literalidade, cartularidade, autonomia, abstração,
independência e circulação.
O Tribunal a quo, atento às peculiaridades inerentes aos títulos de crédito, notadamente à circulação da
cártula, diligente na prevenção do eventual ilegítimo trânsito do título, bem como a potencial dúplice
cobrança contra o devedor, conclamou a obrigatoriedade de apresentação do original da cédula, ainda que
para instruir a ação de busca e apreensão, processada pelo Decreto-Lei nº 911/69.
A ação de busca e apreensão, processada sob o rito do Decreto-Lei nº 911/69, admite que, ultrapassada a
sua fase inicial, nos termos do artigo 4º do referido regramento normativo, deferida a liminar de apreensão
do bem alienado fiduciariamente, se esse não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, o
credor tem a faculdade de, nos mesmos autos, requerer a conversão do pedido de busca e apreensão em
ação executiva.
A dispensa da juntada do original do título somente ocorre quando há motivo plausível e justificado para
tal, o que não se verifica na presente hipótese, notadamente quando as partes devem contribuir para o
adequado andamento do feito, sem causar obstáculos protelatórios.
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Desta forma, quer por força do não-preenchimento dos requisitos exigidos nos arts. 282 e 283 do CPC,
quer pela verificação de defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o
indeferimento da petição inicial, após a concessão de prévia oportunidade de emenda pelo autor (art. 284,
CPC), é medida que se impõe. Precedentes.
(REsp 1277394/SC, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 16/02/2016, DJe
28/03/2016)’’ (grifou-se).
Atento à realidade do processo eletrônico, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, assim já decidiu:
1. A cédula de crédito bancário, ainda que utilizada na ação de busca e apreensão, deve ser juntada no
original, salvo quando a parte demonstre motivo plausível para não o fazer. Precedentes do STJ.
2. Tramitando a demanda por meio eletrônico, o autor deve apresentar o original do contrato em
secretaria, para que possa ser certificada tal condição.
3. Desnecessária a intimação pessoal da parte para emendar a inicial, para apresentação do documento
original a ser digitalizado. Acertada a decisão de extinção do feito.
Esta Sessão foi presidida pelo(a) Exma. Sra. Desembargadora Dra. Gleide Pereira de Moura.
Desembargador JOSÉ MARIA TEIXEIRA DO ROSÁRIO’’ (grifou-se).
Tomando como base o decisum do E.TJE/PA acima transcrito, verifica-se que, tramitando a demanda por
meio eletrônico, como no caso dos autos, o autor deve apresentar o original do contrato em secretaria,
para que possa ser certificada tal condição.
Este juízo chancela esse entendimento, dada até mesmo as dificuldades de estrutura física de se
acautelar documentos originais, que comumente possuem um valor econômico elevado, correndo um sério
risco de ser extraviado.
Por conseguinte, este juízo determina que a parte Requerente apresente a cártula original, em 30 dias, em
Secretaria, devendo a Serventia certificar sua autenticidade em comparação a cópia já juntada nos autos
com a exordial, tudo sob pena de extinção do feito.
4. Na hipótese de pagas as custas complementares, bem como, após a apresentação do contrato, caso o
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documento original confira com a cópia já juntada nos autos, considerando que a mora está devidamente
comprovada, tendo em vista o contrato (id 28784412 - Pág. 2) e notificação extrajudicial (id 28784413 -
Pág. 2), este juízo defere liminarmente a medida de busca e apreensão do veículo discriminado na
exordial, conforme §2º do art. 2º do Decreto-lei nº 911/69 com redação alterada pela Lei nº 13.043/2014:
‘‘A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta
registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido seja a do
próprio’’.
6. Cite-se, cumprida ou não a liminar, a parte requerida, conforme pleiteado para que, em 15 (quinze) dias,
conteste (§3º do art. 3º - Redação dada pela Lei 10.931, de 2004), ou querendo, efetue, no prazo de 5
(cinco) dias, o pagamento da integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo
credor (§2º do art. 3º – Redação dada pela Lei 10.931 de 2004).
7. Ressalte-se que nesse mesmo prazo, ou seja, de 5 (cinco) dias após executada a liminar, não paga a
integralidade da dívida, consolidarse-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio
do credor (§1º do art. 3º - Redação dada pela Lei 13.043 de 2014).
8. Na hipótese de pagas as custas complementares, será inserida restrição de “circulação” sobre o veículo
objeto da lide, na forma do que dispõe o art. 3º, §9º, do Decreto-lei nº 911/69.
9. Retire-se o segredo de justiça, uma vez que ausentes as hipóteses do art. 189, do CPC.
Para ter acesso aos documentos do processo, basta acessar o link abaixo e informar a chave de acesso.
Link: http://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?
CHAVES DE ACESSO:
21062911143863800000026952
Inicial - Busca e Apreensão Petição
177
1355
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
21062911143873200000026952
Doc. 01 - Atos Constitutivos - Eleição Diretoria 03.05.2019 Procuração
983
21062911143904100000026952
Doc. 02 - Estatuto Social - AGE 10.06.20 Procuração
984
21062911143932100000026952
Doc. 03 - CNPJ Procuração
985
21062911143940600000026952
Doc. 04 - Procuração Ad Negotia 2020-2021 Procuração
986
21062911143973000000026952
Doc. 05 - Ata Retificadora procuração Ad negotia Procuração
987
21062911143991000000026952
Doc. 06 - Procuracao AD JUDICIA Procuração
988
21062911144014000000026952
Doc. 07 - SUBSTABELECIMENTO VP. 2021 Substabelecimento
989
21062911144035100000026952
Doc. 08 - CONTRATO Documento de Comprovação
990
21062911144055900000026952
Doc. 09 - NOTIFICAÇÃO POSITIVA Documento de Comprovação
991
21062911144073700000026952
Doc. 10 - PLANILHA DE CÁLCULOS Documento de Comprovação
992
21071314012922000000027635
Guias de Recolhimento/ Deposito/ Custas Guias de Recolhimento/ Deposito/ Custas
496
21071314012928600000027635
boletoCusta Boleto
497
21071314012932700000027635
contaprocesso Relatório
498
21071314162972400000027635
Certidão Certidão
513
21071314162972400000027635
Certidão Certidão
513
21071609264385700000027792
Petição Petição
489
21071609264519900000027792
Petição - Juntada de Custas (PAULO) Petição
490
21071609264534900000027792
CUSTAS INICIAIS - PAULO FERNANDO Documento de Comprovação
495
21071609264540500000027792
GUIA - PAULO FERNANDO Documento de Comprovação
497
21080912405004600000029156
Petição Petição
586
21080912405142500000029156
Petição - Juntada de Custas Petição
587
21080912405149400000029156
GUIA - CUSTAS COMPLEMENTARES Documento de Comprovação
588
1356
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
21080912405158000000029156
COMPROVANTE - CUSTAS COMPLEMENTARES Documento de Comprovação
590
21081111295526400000029370
Certidão Certidão
862
ATO ORDINATÓRIO
0848552-05.2019.8.14.0301
Fica intimada a parte autora para se manifestar sobre a contestação, no prazo legal (Provimento 006/2006
- CRMB, §2, inciso II).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA CAPITAL
1357
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Processo nº 0801442-39.2021.8.14.0301
Decisão
Trata-se de Exceção de Pré Executividade oposta por New Medica Comercio e Serviços de Produtos
Hospitalares LTDA - ME em face de Alves & Lima Moveis LTDA
Após citado, para responder a Ação Executiva, no importe de R$ 454.494,10 (quatrocentos e cinquenta e
quatro mil reais quatrocentos e noventa e quatro reais e dez centavos), o excipiente opôs a presente
exceção alegando falsidade da nota fiscal apresentada, em virtude da adulteração dos valores dos bens
adquiridos, a sustação dos 03 cheques, por motivo de coação sofrida, por ato da Excepta e a constatação
de defeitos nos utensílios hospitalares fornecidos, que se apresentaram sem o revestimento de inox, o que
lhe ocasionou a ferrugem precoce.
A Exceção de Pré Executividade está apta a ser apreciada pelos fundamentos doravante apresentados.
Prefacialmente, mister elucidar que o CPC/2015 não mencionou expressamente o instituto da exceção de
Pré- Executividade como forma de defesa, nas ações de Execução.
Nada obstante, o art. 803 do CPC trouxe a possibilidade da análise, de oficio, de nulidade presentes nas
demandas executivas, independentemente de embargos a Execução. Em sendo assim, a exceção
continuará a ser apreciada como uma forma atípica de defesa do Executado. vejamos:
III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo. Parágrafo único. A nulidade de
que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente
de embargos à execução.").
Em sua obra, o ilustre professor Daniel Amorim Assunção Neves ressalta o posicionamento do c. STJ
quanto a propositura da Exceção de Pré executividade e a presença de requisitos indispensáveis, quais
sejam:
“O Superior Tribunal de Justiça é tranquilo na admissão da Exceção de pré executividade, desde que a
matéria alegada seja conhecível de oficio e não haja a necessidade de instrução probatória para o Juiz
decidir seu pedido de extinção da execução” (Manual de Direito Processual Civil, 8ª ed. Ed Juspodivm.
Salvador, 2016, p. 1284)
1358
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Defende, ainda, o autor, que a Súmula 393 do c.STJ, mesmo se referindo a execução fiscal, é plenamente
possível ser aplicada nas execuções comuns:
Desta forma, no caso em estudo, visualiza-se que a parte Executada/Excipiente requereu a extinção da
Execução, arguindo:
a) Adulterações nos títulos apresentados, especificamente quanto a falsidade da nota fiscal, no importe de
R$ 710.000,00 (setecentos e dez mil reais), apresentada no ID 22317235 - Pág. 1, quando que o valor real
seria de R$ 358.500,00 (trezentos e cinquenta e oito mil e quinhentos reais), o que demonstra a falsidade
do documento apresentado na inicial.
b) que a qualidade dos materiais hospitalares fornecido pela Excepta não correspondem com o que foi
apontado no documento de compra, haja vista não tratar de bens fabricados com "inox", o que ocasionou
a ferrugem precoce dos utensílios.
c) que a emissão dos 03 cheques, um dos títulos, objeto da execução, ocorreu mediante coação física
irresistível.
Neste quadro, ainda que possam existir as nulidades alegadas, em razão da falsidade, coação na emissão
dos cheques ou má qualidade dos produtos adquiridos, todos apontados no bojo da exceção, a análise
das questões prescinde de dilação probatória, incluindo perícia de documentos e nos materiais
hospitalares em questão.
A jurisprudência dos Tribunais Estaduais têm reproduzido os julgados do c. STJ, acerca da impossibilidade
de dilação probatória nas Exceções de Pré-Executividade, assim tem se manifestado:
dilação probatória. 2. A nulidade da Execução com base no art. 803 do Código de Processo Civil pode
ser alegada a qualquer tempo, por Objeção ou Exceção de Pré-executividade, dentro do próprio processo
executivo, não estando sujeita à preclusão. 3. A matéria acerca do preenchimento dos caracteres e
requisitos (certeza, liquidez e exigibilidade) inerentes ao título executivo extrajudicial tem caráter
de ordem pública, até mesmo pelo fato de possibilitar a decretação de nulidade de todo o processo
de Execução, podendo, portanto, ser apreciada a qualquer momento pelo Julgador. 4. Configurada a
omissão no Acórdão vergastado, devem os embargos serem acolhidos para saná-la, complementando-o,
sem, contudo, alterar o seu julgamento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E ACOLHIDOS.
(Agravo de Instrumento nº 5252528-57.2016.8.09.0000, 2ª Câmara Cível do TJGO, Rel. Maurício Porfirio
Rosa. DJ 19.09.2017).
Assim, identificada necessidade de dilação probatória para provar os fatos trazidos pela Excipiente, a
Exceção de Pré-Executividade não pode ser acolhida pelo Juízo.
Dispositivo:
1-Isto posto, rejeito a Exceção de Pré-Executividade oposta pela executada New Medica Comercio e
Serviços de Produtos Hospitalares LTDA - ME, nos termos do art. 803 do CPC/2015, haja vista a
necessidade de dilação probatória para análise dos fatos trazidos aos autos. Em consequência, segue
rejeitada a tutela de evidência.
2-Desta forma, determino a continuidade da Execução, devendo, a parte Excepta, Alves & Lima Moveis
LTDA, no prazo de 15 (quinze) dias, juntar a duplicata correspondente a nota fiscal ID 22317235 - Pág. 1.
3- Sem custa e honorários sucumbenciais, nos termos da pacificada jurisprudência do c. STJ (e.g: Resp
1.256.724-RS/ Rel.Min. Mauro Campbell Marques).
Intime-se. Cumpra-se.
ATO ORDINATÓRIO
Ato ordinatório disciplinado no Provimento 006/2006 - CRMB, §2, inciso XI: Ficam intimadas as partes para
1360
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Diretor de Secretaria
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
6ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA CAPITAL
DECISÃO
Vistos, etc.
Trata-se de execução de título extrajudicial em que a parte exequente pleiteia que seja efetuado o
pagamento do valor R$ 160.922,25 (cento e sessenta mil e novecentos e vinte e dois reais e vinte e cinco
centavos) em virtude do negócio jurídico firmado entre as partes.
A parte executada foi citada por carta precatória (ID 10716201 - Pág. 7).
A parte exequente requereu o bloqueio via SISBAJUD, RENAJUD e INFOJUD (ID 19871987).
Tendo em vista que a parte executada, apesar de devidamente intimada, não efetuou o pagamento
voluntário no prazo legal, bem como há informação nos autos de que opôs embargos à execução, passo a
analisar o pedido de bloqueio via SISBAJUD, requerido na petição de ID 19871987.
“Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a
requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições
financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro
1361
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a
indisponibilidade ao valor indicado na execução”. (grifo nosso).
Comentando acerca do dispositivo que trata da penhora eletrônica, MARINONI, ARENHART e MITIDIERO
prelecionam:
[...] O direito à penhora eletrônica é corolário do direito fundamental à tutela jurisdicional adequada e
efetiva, na medida em que esse tem como consequência imediata o direito ao meio executivo adequado à
tutela do direito material. Não há dúvida de que a penhora eletrônica é a principal modalidade executiva
destinada à execução pecuniária, razão pela qual não se pode negá-la ao exequente. (MARINONI, Luiz
Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 2ª
ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 915).
Nessa lógica, verificado o débito, impõe-se o deferimento do pedido e a consulta aos sistemas
disponibilizados ao Poder Judiciário a fim de proceder à penhora eletrônica. Destaca-se, ainda, que o
bloqueio prescinde, inclusive, de esgotamento de meio extrajudiciais, conforme se verifica de
entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no Tema/Repetitivo nº 425, o qual
dispõe:
Considerando a possibilidade de a penhora online não lograr êxito ou ser insuficiente para adimplir o
débito, procedo a tentativa de bloqueio via sistema RENAJUD, destacando que essa medida é
perfeitamente possível para adimplir o débito. De fato, nesse sentido:
Sobre a sujeição dos bens do devedor à satisfação do exequente, ensina o professor ENRICO TULLIO
LIEBMAN:
Fica a parte exequente advertida, desde já, que não sofrerão constrição veículos alienados fiduciariamente
ou já gravados com créditos preferenciais.
No que concerne ao pedido, destaca-se que a jurisprudência pátria estende o entendimento acerca do
SISBAJUD ao INFOJUD, que pode ser consultado a fim de localizar bens passíveis de penhora do
devedor.
Assim, considerando que até o momento não existem bens garantindo o juízo, na hipótese de as medidas
anteriores não lograrem êxito, defiro o pedido da parte exequente para a quebra do sigilo fiscal da parte
executada ADAWILTUR TRANSPORTE E TURISMO LTDA (CNPJ 03.871.114/0001-03), WILSON
RAMOS (CPF Nº 347.233.230-15) e ADAZILDA DE OLIVEIRA RAMOS (CPF Nº 466.008.680-15), sendo
que A PARTIR DESTA DATA DETERMINO QUE SOMENTE AS PARTES E SEUS ADVOGADOS
TENHAM ACESSO AOS AUTOS (CONSULTA E CARGA), VEDADO A QUAISQUER OUTRAS
PESSOAS, SE FRUTÍFERO O RESULTADO. ISTO PORQUE HÁ INFORMAÇÕES PROTEGIDAS POR
SIGILO FISCAL. PROCEDA-SE, A SECRETARIA JUDICIAL, A INDICAÇÃO OSTENSIVA DO SIGILO NO
PROCESSO, POR MEIO DE ETIQUETA.
Logrando êxito as medidas constritivas, intime-se imediatamente a parte executada, por meio de seu
procurador devidamente habilitado, na forma do art. 854, §2º, do Código de Processo Civil, ficando desde
já ciente de que o silêncio importará em anuência em relação a constrição.
1363
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No que concerne às custas processuais, determino o seu recolhimento após a prática dos atos, tendo em
vista que o próprio Código de Processo Civil, no caput do art. 854, admite que as tentativas de constrição
sejam realizadas sem a ciência prévia do executado – o que inevitavelmente se daria, caso houvesse
intimação para o pagamento de despesas. Trata-se, tão somente, de medida que visa conferir efetividade
às medidas.
Não obstante a prática dos atos antes do recolhimento das despesas processuais, fica a parte exequente
intimada para o pagamento das custas processuais referentes às diligências deferidas, bem como as
eventualmente pendentes, no prazo de 10 (dez) dias, ficando desde já advertido de que o pagamento é
condição de eficácia das medidas e análise de novos pedidos.
Caso as tentativas anteriores restem infrutíferas, aplico os efeitos do art. 921, §2º, do Código de Processo
Civil, suspendendo a execução pelo prazo de 1 (um) ano para que a parte exequente indique bens do
executado à penhora, sob pena de arquivamento do feito.
Intime-se. Cumpra-se.
ALESSANDRO OZANAN
Processo nº 0845267-33.2021.8.14.0301
REQUERIDO: BANPARA
DESPACHO
Vistos.
Em face dos indícios de patrimônio ou renda incompatíveis com o benefício da justiça gratuita, intime-se a
parte autora para, no prazo de 10 (dez) dias, comprovar o preenchimento dos pressupostos legais para a
concessão da gratuidade, sob pena de indeferimento, na forma do art. 99, § 2º do Código de Processo
Civil – CPC.
Após, conclusos.
Cumpra-se.
Processo nº 0832634-58.2019.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Intime-se a parte autora para que, no prazo máximo e improrrogável de 05 (cinco) dias, dê cumprimento
ao despacho ID 21825851, sob pena de extinção do feito.
Cumpra-se.
0842371-85.2019.8.14.0301
AUTOR: BANCO J. SAFRA S.A
REU: EDUARDA CATARINA RODRIGUES LUCENA
DESPACHO
Vistos.
Defiro o pedido de ID. 28706082.
A 2ª UPJ para as providências necessárias.
Após, certifique-se o trânsito em julgado e arquivem-se os autos.
Intime-se. Cumpra-se.
1366
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
0826987-19.2018.8.14.0301
EXEQUENTE: BANCO BRADESCO SA
EXECUTADO: JOSE MARIA MARQUES MAUES
DESPACHO
Vistos.
Defiro parcialmente o pedido de ID. 22071032, apenas quanto à realização de pesquisa online via
INFOJUD do endereço atualizado do executado.
Não havendo custas pendentes de recolhimento, retornem os autos conclusos para o cumprimento da
ordem.
Intime-se. Cumpra-se.
ASSUNCAO OAB: 10577/PA Participação: REQUERENTE Nome: JOAO BOSCO ALMEIDA DELGADO
Participação: ADVOGADO Nome: MARCIA DE ARAUJO ASSUNCAO OAB: 10577/PA Participação:
REQUERENTE Nome: EDINALDO ALMEIDA DELGADO Participação: ADVOGADO Nome: MARCIA DE
ARAUJO ASSUNCAO OAB: 10577/PA Participação: REQUERENTE Nome: JOSE OSVALDO ALMEIDA
DELGADO Participação: ADVOGADO Nome: MARCIA DE ARAUJO ASSUNCAO OAB: 10577/PA
Participação: INVENTARIADO Nome: JOSE MARIA DELGADO
Processo nº 0846332-63.2021.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Em face dos indícios de patrimônio ou renda incompatíveis com o benefício da justiça gratuita, intime-se a
parte autora para, no prazo de 10 (dez) dias, comprovar o preenchimento dos pressupostos legais para a
concessão da gratuidade, sob pena de indeferimento, na forma do art. 99, § 2º do Código de Processo
Civil – CPC.
Após, conclusos.
Cumpra-se.
Processo nº 0803165-64.2019.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Verifico que em despacho ID 20611182 deixou de constar a data para a realização da audiência de
conciliação.
Ressalto que a referida audiência ocorrerá por meio de videoconferência ma Sala de Audiências virtuais
desta 7ª Vara Cível, cujo endereço eletrônico é:
h t t p s : / / t e a m s . m i c r o s o f t . c o m / l / m e e t u p -
join/19%3ameeting_ZTk2MWNmOTYtMDU1MC00MDlkLTkyYjktYTM1ZjMwNjQ2M2Rk%40thread.v2/0?co
n t e x t = % 7 b % 2 2 T i d % 2 2 % 3 a % 2 2 5 f 6 f d 1 1 e - c d f 5 - 4 5 a 5 - 9 3 3 8 -
b501dcefeab5%22%2c%22Oid%22%3a%2276c5313c-2846-4b7b-8658-8a6da41f8708%22%7d
Intime-se. Cite-se.
Cumpra-se.
Processo nº0845408-57.2018.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Ressalto que a audiência de conciliação se dará por meio de videoconferência na sala da audiências
virtuais desta 7ª Vara Cível, cujo endereço eletrônico é:
h t t p s : / / t e a m s . m i c r o s o f t . c o m / l / m e e t u p -
join/19%3ameeting_YzA4MjViYmUtZTIwNi00ODBjLWJhNTItMGFhZGQ3MTFiMjUy%40thread.v2/0?conte
x t = % 7 b % 2 2 T i d % 2 2 % 3 a % 2 2 5 f 6 f d 1 1 e - c d f 5 - 4 5 a 5 - 9 3 3 8 -
b501dcefeab5%22%2c%22Oid%22%3a%2276c5313c-2846-4b7b-8658-8a6da41f8708%22%7d
Intime-se a parte autora na pessoa de seu advogado (CPC, art. 334, § 3º).
Processo nº 0846100-51.2021.8.14.0301
1370
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
AUTORIDADE: BANPARA
DESPACHO
Vistos.
Em face dos indícios de patrimônio ou renda incompatíveis com o benefício da justiça gratuita, intime-se a
parte autora para, no prazo de 10 (dez) dias, comprovar o preenchimento dos pressupostos legais para a
concessão da gratuidade, sob pena de indeferimento, na forma do art. 99, § 2º do Código de Processo
Civil – CPC.
Após, conclusos.
Cumpra-se.
0853231-82.2018.8.14.0301
REQUERENTE: DIRCE DA SILVA BARBOSA
DESPACHO
Vistos.
Expeça-se ofício ao INSS para que, no prazo de 10 (dez) dias, manifeste-se sobre a petição de ID.
19332305.
Após, conclusos.
Intime-se. Cumpra-se.
0823898-80.2021.8.14.0301
REQUERENTE: LUIS GUILHERME SOARES GURJAO
INVENTARIADO: ALDO SILVA DO ROSARIO
INTERESSADO: ALTAMIRA SILVA DO ROSARIO, CARLOS GEOVANNY BAHIA MAGALHAES
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos.
0002874-44.2012.8.14.0301
REQUERENTE: MARIA BENIGNA JACO LIMA SAMSELSKI
INVENTARIADO: BRONISLAW SAMSELSKI
DESPACHO
Vistos.
Após, conclusos.
Cumpra-se.
Processo nº 0845759-25.2021.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
1373
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em face dos indícios de patrimônio ou renda incompatíveis com o benefício da justiça gratuita, intime-se a
parte autora para, no prazo de 10 (dez) dias, comprovar o preenchimento dos pressupostos legais para a
concessão da gratuidade, sob pena de indeferimento, na forma do art. 99, § 2º do Código de Processo
Civil – CPC.
Após, conclusos.
Cumpra-se.
0805009-58.2020.8.14.0028
REQUERENTE: JOSELITA SOARES BECHARA
REQUERIDO: MARCIO FELIPE SANTOS BECHARA
DESPACHO
Vistos.
Defiro o pedido de justiça gratuita.
Modifico o valor da causa para R$ 737.154,86 (setecentos e trinta e sete mil, cento e cinquenta e quatro
reais e oitenta e seis centavos).
A 2ª UPJ para as alterações cadastrais necessárias.
Cumpra-se integralmente o despacho de ID. 19458714, a partir do item iii.1.
Intime-se.
Intime-se a Inventariante para que proceda a juntada da Certidão de Óbito do Inventariado JORGE LUIZ
CORREA DOS SANTOS, tendo em vista que o referido não consta nos rol de documentos apresentados
pela Requerente. (Prov. 006/2006 da CJRMB).
__________________________________________
SENTENÇA
Vistos.
Narra a inicial que o autor é correntista do requerido, devido sua condição de funcionário pública estadual
(conta corrente nº 0002126281, agência 0020/00 ANANINDEUA) lotado na Polícia Militar do Estado do
Pará, como SubOficial, e como correntista, adquiriu direito a contratação de empréstimos junto ao
requerido.
O Autor alegou que Tais débitos são descontados de 02 (duas) formas: em folha de pagamento, mediante
empréstimos consignados, o que pode ser confirmado pelo contracheque do mês de julho de 2018, e em
sua conta corrente, o que pode ser confirmados pelo extrato bancário desta, do mês de julho de 2018.
Aduziu ter uma grande parte de seu salário comprometido com o requerido, na monta de 55,97%.
Pretende a redução dos descontos havidos no contracheque e na conta corrente do requerente, no
patamar legal em 30% (trinta por cento) da remuneração líquida percebida, após deduzidos os descontos
obrigatórios (Previdência e Imposto de Renda).
Sustentou também a ocorrência de dano moral, pela má-fé subjetiva e objetiva do réu para com o
promovente, ao pré-estabelecer contratos excessivamente onerosos para com o autor, que alega se
encontrar em uma situação financeira delicada, não tendo outra alternativa senão a de se submeter às
pesadas prestações para conseguir um empréstimo que pudesse lhe garantir uma quantia que garantisse
o suprimento apenas das necessidades básicas desta e de sua família, porém, em troca disto, sofre até
hoje os reflexos deste negócio jurídico indevidamente realizado, onde sua vontade não foi de forma livre e
espontânea, mas sim diante de uma forte pressão psicológica por conta das dificuldades financeiras em
que se encontrava e ainda se encontra.
Requereu a concessão de tutela de urgência antecipada para determinar a redução dos descontos
havidos no contracheque e na conta corrente do requerente, no patamar legal em 30% (trinta por cento) da
remuneração líquida, após deduzidos os descontos obrigatórios, bem como seja depositado em juízo, no
prazo de 10 (dez) dias, os valores debitados em folha de pagamento ou conta bancária que tiverem
excedido a margem consignável, a partir do ajuizamento da presente ação, sendo cada dia de atraso no
cumprimento desta ordem, punido com multa diária de R$ 1.000,00 (um mil reais), revertidos em favor do
requerente.
Requereu que fosse determinado ao Requerido que se abstenha, sob pena de multa diária de R$ 1,000.00
(um mil reais), revertidos em favor do requerente, de proceder informações acerca deste débito, ora em
discussão judicial, à Central de Riscos do Banco Central do Brasil – BACEN, bem como a quaisquer
órgãos de restrições.
Requereu, por fim, a procedência da ação, para que seja confirmada a antecipação dos efeitos da tutela
pretendida, nos termos do artigo 461, para que seja mantido no patamar legal de 30% (trinta por cento) a
redução dos descontos havidos na folha de pagamento e na conta corrente do requerente, do que nela for
depositado como salário; requereu a condenação o requerido a pagar à requerente indenização por dano
moral em R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Juntou os documentos.
Decisão de ID 7591321 dos autos, deferindo os pedidos de justiça gratuita e de inversão do ônus da
prova, nos termos do art. 373, § 1º do CPC c/c art. 6º, inciso VIII do CDC em favor do Autor. Foi indeferida
1376
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
a tutela de urgência antecipada. Foi designada audiência de conciliação para o dia 02.04.2019, às 09h30 e
determinada a citação do réu.
Decisão proferida no ID 10395866, mantendo a decisão antes proferida em todos os seus termos e
intimando o banco Réu para que cumpra integralmente a decisão que concedeu efeito ativo ao Agravo de
Instrumento n°. 0802304-11.2019.8.14.0000.
Termo de Audiência de Conciliação juntado no ID 9259574, no qual foi registrado ter sido prejudicada a
tentativa de conciliação devido à ausência da parte autora. O Réu requereu a aplicação da multa prevista
no art. 334, §8º/CPC. Houve deliberação do Juízo no sentido de que o Requerimento do Réu fosse
apreciado quando do saneamento do feito. Também foi determinada a intimação do Autor para apresentar
réplica à contestação no prazo legal.
Despacho de ID 21321640 determinando a conclusão dos autos para sentença, em razão de o feito
comportar julgamento antecipado da lide.
É o relatório.
DECIDO.
O processo comporta o julgamento antecipado do pedido, nos termos do art. 355, inciso I, do CPC.
Tendo em vista que o Autor não comprovou justificativa para o não comparecimento à audiência de
conciliação realizada no dia 27 de agosto de 2019, defiro o pedido formulado pelo Réu no ID 9259574,
1377
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
para condenar a parte autora ao pagamento de multa no valor de 1% sobre o valor da causa a ser
revestido em favor do Fundo Estadual, nos termos do artigo 334, §8º do CPC.
Mérito
Ab initio, importante frisar que estamos diante de uma relação de consumo, haja vista a presença das
figuras do consumidor e do fornecedor, conforme arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor –
CDC, devendo-se, portanto, analisar o caso sub judice com base nas normas consumeristas.
Compulsando os autos, verifico que o autor ingressou com a presente ação a fim de obter, especialmente,
a revisão dos contratos de empréstimos consignados e empréstimo na modalidade conta corrente
BANPARACARD firmados perante a instituição financeira ré, sob a alegação de que os descontos
mensais têm ultrapassado o patamar legal de 30% sobre a sua remuneração enquanto servidor público.
Em sua defesa, o réu defendeu a validade dos pactos firmados pelo autor, para requerer a improcedência
total da ação.
Pois bem. Analisando o acervo probatório existente nos autos, constato que o autor firmou 01 (um)
contrato de empréstimo consignado com o réu, com parcelas mensais que totalizam o importe de R$
1.334,23 (mil trezentos e trinta e quatro reais e vinte e três centavos), conforme fazem prova o
contracheque de ID 6311581 e contrato de ID 9187210.
Constato, outrossim, que o autor contraiu empréstimo denominado BANPARACARD (ID 9187215 e ID
9187213).
No que se refere ao pedido de limitação dos descontos ao patamar de 30%, analisando o acervo
probatório constante nos autos, observo que o salário bruto do autor é no importe de R$ 7528,45. Com os
descontos obrigatórios (Previdência, Imposto de Renda), o salário líquido da parte autora fica na margem
de R$ 6679,15.
Diante disso, considerando que os descontos de empréstimo consignado realizado com o réu totalizam a
importância de R$ 1334,23, não há que se falar em revisão do contrato de empréstimo consignado, uma
vez que os descontos não ultrapassam o patamar de 30% da remuneração da parte autora, estando
circunscritos à base de 19,97%, limite consignável aceitável pelo ordenamento jurídico pátrio.
Por outro lado, cabe analisar o pedido referente aos descontos de valores em razão dos demais
empréstimos bancários acima elencados, os quais são realizados diretamente na conta corrente da parte
autora.
A Lei Estadual n°. 5.810/1994, que dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da
Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas do Estado do Pará, estabelece no art.126
que: "As consignações em folha de pagamento, para efeito de desconto, não poderão, as facultativas,
exceder a 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração."
Ademais, o Decreto Estadual nº 4.665, de 7 de junho de 2001, que estabelece normas sobre
consignações em folha de pagamento dos servidores públicos civis e militares do Estado do Pará, dispõe
em seu art. 2º que:
“As consignações em folha de pagamento, para efeito de desconto, não poderão exceder a 1/3 (um terço)
da remuneração para os servidores civis e 30% (trinta por cento) para os militares, ressalvados os
descontos para pagamento da contribuição providenciaria e imposto de renda, bem como o disposto nas
alíneas "b", "c" e "d" do item 3 do art. 107 da Lei nº 4.491, de 28 de novembro 1973.”
Logo, de acordo com a leitura dos dispositivos supracitados, observa-se que a limitação de descontos se
aplica tão somente em caso de empréstimo consignado, não se estendendo a referida limitação às demais
1378
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Em verdade, cabe pontuar que, atualmente, não há legislação pátria que regulamente a questão do
superendividamento ou sobreendividamento, especialmente em se tratando de dívidas decorrentes da
prestação do mútuo firmado com a instituição financeira administradora da conta corrente.
Cabe pontuar, outrossim, que a redução de descontos para o limite de 30% da remuneração do
consumidor é questão controversa, inclusive, perante o Colendo Superior Tribunal de Justiça – C. STJ,
exatamente porque não há lei dispondo expressamente sobre o tema.
Todavia, cito a seguinte ementa da decisão proferida nos autos do RECURSO ESPECIAL Nº 1.586.910 –
SP, de lavra do Ministro Luís Felipe Salomão, a qual me filio, a fim de lançar luz sobre o tema em análise.
Confira-se:
1. A regra legal que fixa a limitação do desconto em folha é salutar, possibilitando ao consumidor que tome
empréstimos, obtendo condições e prazos mais vantajosos, em decorrência da maior segurança
propiciada ao financiador. O legislador ordinário concretiza, na relação privada, o respeito à dignidade
humana, pois, com razoabilidade, limitam-se os descontos compulsórios que incidirão sobre verba
alimentar, sem menosprezar a autonomia privada.
2. O contrato de conta-corrente é modalidade absorvida pela prática bancária, que traz praticidade
e simplificação contábil, da qual dependem várias outras prestações do banco e mesmo o
cumprimento de pagamento de obrigações contratuais diversas para com terceiros, que têm, nessa
relação contratual, o meio de sua viabilização. A instituição financeira assume o papel de
administradora dos recursos do cliente, registrando lançamentos de créditos e débitos conforme
os recursos depositados, sacados ou transferidos de outra conta, pelo próprio correntista ou por
terceiros.
3. Como característica do contrato, por questão de praticidade, segurança e pelo desuso, a cada
dia mais acentuado, do pagamento de despesas em dinheiro, costumeiramente o consumidor
centraliza, na conta-corrente, suas despesas pessoais, como, v.g., luz, água, telefone, tv a cabo,
cartão de crédito, cheques, boletos variados e demais despesas com débito automático em conta.
4. Consta, na própria petição inicial, que a adesão ao contrato de conta-corrente, em que o autor percebe
sua remuneração, foi espontânea, e que os descontos das parcelas da prestação - conjuntamente com
prestações de outras obrigações firmadas com terceiros - têm expressa previsão contratual e ocorrem
posteriormente ao recebimento de seus proventos, não caracterizando consignação em folha de
pagamento.
8. O art. 6º, parágrafo 1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro confere proteção ao ato
jurídico perfeito, e, consoante os arts. 313 e 314 do CC, o credor não pode ser obrigado a receber
prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
10. Recurso especial do réu provido, julgado prejudicado o do autor.” (RECURSO ESPECIAL Nº 1.586.910
- SP - 2016/0047238-7 - RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO. Data de julgamento: 29 de
agosto de 2017.
Assim sendo, na linha da atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não há que se falar em
limitação de descontos efetuados sobre os valores depositados em conta corrente da parte autora, em
razão de empréstimo em virtude de empréstimo diverso da modalidade consignada em folha. Não há que
se falar igualmente em repetição de indébito, uma vez que a cobrança possui amparo legal.
Pedido improcedente.
Em regra, para a caracterização do dano moral são necessários os seguintes elementos: a) o ato ilícito;
b) o dano; c) nexo de causalidade entre o ato e o dano; e d) o dolo ou a culpa do agente causador do
dano.
Para configuração da responsabilidade civil, via de regra, faz-se necessária a presença dos seguintes
requisitos legais: a existência de um fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência; a ocorrência de um dano patrimonial ou moral e o nexo de
causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
No caso vertente, constato haver relação de consumo entre as partes, uma vez que a atividade
desempenhada pela Ré se amolda ao conceito de fornecedor, e o Autor se enquadra no conceito de
consumidor, o qual utilizaram como destinatários finais dos serviços prestados pela empresa Requerida,
nos termos dos artigos 2ª e 3º da Lei 8.078/1990 (CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR).
Nesse contexto, como se trata de caso afeto às normas de proteção do consumidor, eventual
responsabilidade, caso imputável à ré seria objetiva e não a subjetiva prevista no CCB, nos termos do
art. 12 e 14 do CDC, de maneira que é dever do fornecedor de produtos e serviços indenizar pelos danos
causados, independente de culpa.
Entretanto, no caso concreto, entendo que não houve dano moral indenizável pela parte contrária, haja
vista o não preenchimento dos requisitos legais. De fato, os descontos relativos aos empréstimos
consignados ocorreram dentro da limitação prevista em lei, ao passo que os descontos das prestações
relativas ao empréstimo em conta corrente, na forma contratada pelo Autor, devem ocorrer sem
limitação. Dessa forma, inexiste ato ilícito perpetrado pelo Réu a ensejar lesão
extrapatrimonial em prejuízo do Autor.
1380
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Pedido improcedente
DISPOSITIVO
Ante o exposto JULGO IMPROCEDENTES OS PEDIDOS e, por via de consequência, JULGO EXTINTO
O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, com base no art. 487, inciso I do CPC.
Condeno a parte autora ao pagamento das custas, despesas processuais, e honorários advocatícios que
fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa, cuja exigibilidade fica suspensa, na forma do art. 98, § 3º
do CPC.
Condeno a parte autora ao pagamento de multa no valor de 1% sobre o valor da causa a ser revestido em
favor do Fundo Estadual, nos termos do artigo 334, §8º do CPC, por ato atentatório à dignidade da justiça.
P.R.I.
Processo nº 0838950-58.2017.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Tendo em vista a não realização da audiência de conciliação agendada nestes autos para o dia
17.03.2021, redesigno a mesma para o dia 10.11.2021 às 9h30.
Ressalto que a mesma se dará por meio de videoconferência na sala de audiências virtuais desta 7ª Vara
Cível, cujo endereço eletrônico é:
1381
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
h t t p s : / / t e a m s . m i c r o s o f t . c o m / l / m e e t u p -
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Intimem-se as partes.
0832832-61.2020.8.14.0301
AUTOR: BANCO VOLKSWAGEN S.A.
REU: JOSE RICARDO NUNES DA SILVA
DECISÃO
Vistos.
Aguarde-se o julgamento definitivo do Agravo de Instrumento nº. 080039-65.2021.8.14.0000.
Após, conclusos.
Intime-se. Cumpra-se.
SANTOS VIEIRA Participação: ADVOGADO Nome: MARLON TAVARES DANTAS OAB: 1832/RR
Participação: REU Nome: SEGURADORA LIDER DOS CONSORCIOS DO SEGURO DPVAT S.A.
Participação: ADVOGADO Nome: MARILIA DIAS ANDRADE registrado(a) civilmente como MARILIA DIAS
ANDRADE OAB: 14351/PA
0842585-76.2019.8.14.0301
AUTOR: VALDEMIR DOS SANTOS VIEIRA
REU: SEGURADORA LIDER DOS CONSORCIOS DO SEGURO DPVAT S.A.
DESPACHO
Vistos.
01- Nomeio o Sr. LUCIO WEBER RABELO, contato luciowrabelo@uol.com.br, para atuar como perito nos
presentes autos;
02- Intimem-se as partes para que apresentem, no prazo de 15 (quinze) dias, os seus quesitos e indiquem
seus assistentes técnicos (art. 465, §1º, CPC);
03- Fixo honorários periciais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), nos termos do Acordo de
Cooperação Técnica n°. 021/2016;
04- Proceda a parte ré, no prazo de 15 (quinze) dias, ao depósito do montante acima mencionado;
05- Por fim, intime-se o perito para designar data, hora e local para o início dos trabalhos periciais, a
serem informados às partes com a antecedência mínima de cinco dias (art. 466, §2º, CPC);
06- Fixo o prazo de 30 (trinta) dias para entrega do laudo pericial, o qual deverá descrever o método
utilizado e responder conclusivamente os quesitos formulados (art. 473, CPC);
07- Após, intimem-se as partes para que, no prazo comum de 10 (dez) dias, manifestem-se sobre o laudo
pericial;
Cumpra-se.
0840020-71.2021.8.14.0301
EXEQUENTE: LUIZ MARCELO SOUZA SALGADO
EXECUTADO: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
DESPACHO
Vistos.
INTIME-SE a parte exequente para que emende a inicial no prazo de 15 (quinze) dias,
devendo depositar em Secretaria o original do título que embasa a presente execução, sob pena de
indeferimento da inicial, nos termos do art. 321, parágrafo único do CPC.
Cumpra-se.
OAB: 18392PA/PA Participação: ADVOGADO Nome: DAVI COSTA LIMA OAB: 12374/PA Participação:
ADVOGADO Nome: RONE MIRANDA PIRES OAB: 12387/PA Participação: INVENTARIADO Nome:
HENRIQUE SEBASTIAO BRAZAO RODRIGUES
Processo nº 0845853-70.2021.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Em face dos indícios de patrimônio ou renda incompatíveis com o benefício da justiça gratuita, intime-se a
parte autora para, no prazo de 10 (dez) dias, comprovar o preenchimento dos pressupostos legais para a
concessão da gratuidade, sob pena de indeferimento, na forma do art. 99, § 2º do Código de Processo
Civil – CPC.
Após, conclusos.
Cumpra-se.
Processo nº 0815129-25.2017.8.14.0301
DESPACHO
Vistos.
Considerando as férias do MM. Juiz Titular desta 7ª Vara Cível e a impossibilidade de realização da
audiência pela magistrada que o substitui em razão de conflito de pautas, redesigno a audiência de
instrução e julgamento para o dia 23/09/2021 às 10h.
Ressalto que a audiência se dará de forma híbrida, devendo o autor comparecer pessoalmente à Sala de
Audiências da 7ª Vara Cível e as demais partes participarão da mesma por meio de videoconferência em
nossa Sala de Audiências Virtuais, cujo endereço eletrônico é:
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Intimem-se as partes.
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO: 0046102-30.2016.8.14.0301
Considerando o retorno dos presentes autos da instância superior, manifeste-se a parte interessada no
prazo de 15 (quinze) dias, requerendo o que entender pertinente.
__________________________________________
abertura, registro e cumprimento do testamento foram devidamente comprovados pelo Autor, ora Apelado,
havendo verossimilhança em suas alegações, no sentido de que recebeu o imóvel do antigo
proprietário em testamento. Pouco importa o tempo que o Réu, ora Apelante, permaneceu sem pagar
aluguel, não se traduzindo em usucapião, pois na relação contratual em apreço a posse é
precária e jamais convalesce, pouco importando se realizou o pagamento das despesas do imóvel ou
benfeitorias. Tendo em vista que o JuÃ-zo a quo arbitrou os honorários advocatÃ-cios em R$ 1.000,00 (mil
reais), por força da sucumbência recursal, fixam-se os honorários sucumbenciais recursais no valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais), totalizando em R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), com fundamento no
artigo 85, §§ 2º e 11 do Código de Processo Civil vigente. MANUTENÃÃO DA R. SENTENÃA.
RECURSO DESPROVIDO. (TJ-RJ - APL: 02387867320138190001, Relator: Des(a). ANDREA FORTUNA
TEIXEIRA, Data de Julgamento: 03/02/2021, VIGÃSIMA QUARTA CÃMARA CÃVEL, Data de
Publicação: 04/02/2021)      Logo, foram preenchidas as condições para o despejo por
denúncia vazia, ou desalijo imotivado, que, como é cediço, é o meio processual indicado para as
hipóteses de locação com duração igual ou superior a 30 (trinta) meses, se, expirado esse prazo, o
locatário permanecer na posse do imóvel, sem oposição do locador, por mais de 30 (trinta) dias,
conforme dispõe a Lei do Inquilinato sobre o tema em seu art. 46.      Ante o exposto, e
considerando o que mais dos autos consta, JULGO PROCEDENTE A AÃÃO com resolução de
mérito na forma do art. 487, I, do Código de Processo Civil para declarar rescindido o contrato na forma
pedida na inicial, bem como decretar o despejo da locatária.      Condeno a parte ré a pagar os
aluguéis em atraso bem como os prejuÃ-zos porventura existentes, referentes ao inadimplemento das
cláusulas contratuais, como o pagamento das parcelas de IPTU e faturas da COSANPA, atualizados a
partir da citação, com a aplicação da taxa Selic (EMBARGOS DE DIVERGÃNCIA EM RESP Nº
727.842 - SP (2008/0012948-4). Para tanto, deve o autor providenciar a atualização do débito ao
réu no momento da satisfação desta condenação.      Caso o imóvel não esteja
desocupado: CONDENDO a ré ao despejo e fixo o prazo de 15 dias para desocupação voluntária
(Lei 8.245/1991, art. 63, § 1º, ¿a¿), após, caso não seja desocupado voluntariamente, determino a
realização do despejo compulsório, sem necessidade de expedição de novo mandado. Caso
necessário, defiro desde já o uso de força policial.      Condeno a parte ré, por fim, ao
pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatÃ-cios do advogado da autora, que fixo
em 10% sobre o valor da causa.      Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado,
arquivem-se os autos, dando-se baixa na distribuição.      Expeçam-se os mandados
necessários.      P.R.I.C.      Belém, 17 de junho de 2021.          MARCO
ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial
da Capital PROCESSO: 00027177120128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 AUTOR:JOAO ALMEIDA MACIEL
REPRESENTANTE:JOSE ALMEIDA MACIEL Representante(s): OAB 7158 - AMIRALDO NUNES
PARDAUIL (ADVOGADO) REU:BANCO BRADESCO Representante(s): OAB 9354 - GEORGE SILVA
VIANA DE ARAUJO (ADVOGADO) OAB 128341 - NELSON WILLIANS FRATONI RODRIGUES
(ADVOGADO) . Trata-se de AÃÃO DE INDENIZAÃÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS movida por
JOSÃ ALMEIDA MACIEL em face de BANCO BRADESCO S/A. Â Â Â Â Â Â Informa o autor que nunca
celebrou contrato de serviço com a ré e que foi surpreendida com um empréstimo no valor de R$
1.800,00 (hum mil e oitocentos reais) sem ter sido solicitado, mesmo lhe tendo sido apresentado
documento supostamente por ele assinado. Informa que é pessoa idosa e que caso tenha assinado, fora
levado por ludibrio. Informa que o dinheiro, logo após empréstimo, fora sacado em agência de São
Sebastião da Boa Vista por Elias Dias Pastana.       Diante do inconveniente, ingressou com a
presente demanda pleiteando danos morais e materiais. Â Â Â Â Â Â Citado, o requerido apresentou
contestação em fls. 24/32.       Réplica em fls. 45/47.       Autos conclusos.    Â
  à o relatório.       DECIDO.      Trata-se de relação de consumo que será
analisada sob a ótica da Lei 8.078/90, uma vez que as partes se encontram enquadradas nos artigos 2°
e 3° do referido diploma legal. O caso dos autos cinge-se sobre cobrança indevida, por força de um
contrato de empréstimo cuja celebração nega.      Com isso, tem-se que o caso se enquadra
na esfera da responsabilidade civil contratual objetiva. A responsabilidade objetiva se configura
independentemente da culpa. Nos casos de responsabilidade objetiva, não se exige prova de culpa do
agente para que seja obrigado a reparar o dano. Em alguns, ela é presumida pela lei. Em outros, é de
todo prescindÃ-vel, porque a responsabilidade se funda no risco (objetiva propriamente dita ou pura).
Quando a culpa é presumida, inverte-se o ônus da prova. O autor da ação só precisa provar a
ação ou omissão e o dano resultante da conduta do réu, porque sua culpa já é presumida. Trata-
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
se, portanto, de classificação baseada no ônus da prova. à objetiva porque dispensa a vÃ-tima do
referido ônus. Mas, como se baseia em culpa presumida, denomina-se objetiva imprópria ou impura.  Â
   Vale dizer, que a responsabilidade civil do réu, como fornecedor de serviços, é objetiva na
forma do art. 14 do CDC, sendo excludentes aquelas previstas no § 3º do mesmo dispositivo. Assim,
competia ao réu demonstrar de forma cabal a existência de causa excludente da responsabilidade
objetiva prevista no CDC. Friso que a narrativa do consumidor goza de presunção de boa-fé, na
forma do art. 4°, I e III, do Código de Defesa do Consumidor. Segundo o art. 20 do CDC, o fornecedor
de serviço responde pelos vÃ-cios de qualidade que o tornem impróprio para o consumo. Conforme o §
2º do mencionado dispositivo legal, têm-se por impróprio o serviço que não atenda aos fins a que
razoavelmente se esperam ou que não atendam à s normas regulamentares de prestabilidade.    Â
 Dito isso, resta perquirir se houve efetiva falha nos serviços prestados pela ré a ensejar a
reparação pelos alegados danos causados à autora. E, examinando tudo o que dos autos consta,
tenho que a demanda não merece prosperar, senão vejamos.      Analisando detidamente a
demanda, sopesando a documentação carreada aos autos, constato que a ré, de fato, não fez prova
de que o autor assinou, de fato, o contrato de empréstimo ou que foi ele mesmo que fez o saque dos
valores informados. Ora, se a reclamada não fez prova de fato que legitimamente as arguições do
autor, não tem como este juÃ-zo adentrar ao mérito de suas alegações. A parte requerida não
trouxe provas aos autos que desconstituÃ-ssem as legações da autora, mesmo sendo a parte
tecnicamente e economicamente mais preponderante na relação. A requerida só juntou aos autos seu
Estatuto Social e Procuração, ou seja, documentos meramente instrutórios. Aplicando-se ao caso a
Inversão do Ãnus da Prova, deveria a parte requerida provar que não houve falha na prestação de
serviço e, logo, tão pouco houve danos causados ao autor. Não provou.      Entretanto, no que
diz respeito ao autor, o mesmo alegou que não reconhece o empréstimo feito, mas juntou documento
em fls. 08 um contrato de Empréstimo Pessoal cuja assinatura leva o seu nome. Não tem como este
juÃ-zo aferir se a assinatura corresponde ou não ao mesmo, posto não haver perÃ-cia grafotécnica que
indique a fraude e o autor sequer pleiteou perÃ-cia neste sentido, de modo que preclusa está a matéria
e não pode o magistrado imputar ao réu as alegações do autor em seu inteiro teor, até porque,
apesar de não ter trazido provas aos autos, não é revel. E mais, informa o autor que um suposto
terceiro efetuou o saque dos empréstimos, Elias Dias Pastana, mas não colaciona nada neste sentido.
     A inversão do ônus da prova não é absoluta. A inversão do ônus da prova, medida
prevista no Código de Defesa do Consumidor, não deve ser usada de forma absoluta e não exclui
disposição do Código Civil segundo a qual a prova deve ser feita por quem faz a alegação.    Â
 Nesse contexto, a meu sentir, não restou configurado o ato ilÃ-cito praticado pela requerida. Logo,
entendo que a demanda careceu de lastro probatório mais sólido para formar a convicção mÃ-nima
deste magistrado, inclusive para aplicar o instituo da inversão, que não pode ser confundida com
revelia. Restando prejudicada a análise da Responsabilidade da requerida, entendo como prudente julgar
os pedidos do autor improcedentes. Â Â Â Â Â Pelo exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido,
condenando o Autor, em consequência, ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatÃ-cios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, devidamente corrigido, com
ressalva do art. 98 e seguintes do CPC/2015 (com respeito ao art. 12, da antiga Lei 1.060/50), em
relação à parte autora, beneficiária da justiça gratuita, cuja a presente exigibilidade restará
suspensa.      Após o trânsito em julgado, não havendo requerimentos, dê-se baixa e
arquivem-se os autos. Â Â Â Â Â Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se. Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Publique-se.          Registre-se. Intime-se.          Belém, 21 de junho de 2021.
         MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO          Juiz de Direito da
8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 00034716520018140301 PROCESSO ANTIGO:
200110042585 MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO
CASTELO BRANCO A??o: Despejo por Falta de Pagamento em: 22/06/2021 REU:MAUICIO AYRES DE
AZEVEDO Representante(s): OAB 9140 - LUCYANA SOARES PINTO (ADVOGADO) AUTOR:SERGIO
VILLAR MARCELINO Representante(s): OAB 10153 - ADRIANA DE OLIVEIRA SILVA CASTRO
(ADVOGADO) . Conforme resultado da consulta realizada no sistema RENAJUD acerca de bens a
penhorar em nome dos executados, observa-se que a pesquisa restou infrutÃ-fera, posto que os veÃ-culos
ali constantes já possuÃ-rem restrição realizada por vários TRIBUNAIS REGIONAIS conforme minuta
em anexo.      Ainda, determino que seja feita a avaliação e penhora do referido bem imóvel
descrito em fls. 126, que seja feita por oficial de justiça avaliador, nos termos do art. 870 do CPC.   Â
  Por fim, defiro o pedido de inclusão do nome do executado no cadastro de inadimplentes. Assim,
segue tela do sistema SERAJUD com a referida inclusão.      Defiro, desde logo, a expedição
de carta precatória      Quitadas eventuais custas expeça-se o necessário.      Intimar e
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
pelo réu juntado aos autos. Sabe-se que a presente ação é cabÃ-vel nos casos em que há prova
escrita sem eficácia de tÃ-tulo executivo, nos termos do art. 700 do Código de Processo Civil.     Â
      Compulsando os autos, verifica-se que, apesar de devidamente citado, o réu apresentou
Embargos Monitórios alegando em suma que não pagou a dÃ-vida devido à situação econômica
difÃ-cil por qual passava a época.            A ação monitória é um procedimento
especial de cobrança, previsto nos artigos 700 a 702 do Novo Código de Processo Civil (Lei nº
13.105/15), que possibilita ao autor de uma ação um caminho menos moroso para a obtenção de
um crédito ou de um bem daquele que o deve. à uma Ação eminentemente de direito, bastando estar
provado o tÃ-tulo inexigÃ-vel apto a ser convertido em tÃ-tulo exigÃ-vel. De fato, a ação monitória é
uma espécie de atalho dentro do âmbito judicial, fazendo com que um credor de um bem ou uma
quantia de dinheiro possa cobrar essa dÃ-vida sem ter que passar por todo o trâmite de uma ação de
execução judicial.            Temos, portanto, que a ação monitória tem a
caracterÃ-stica de ser resolvida de forma mais dinâmica que um processo comum, cortando alguns
caminhos e possibilitando que o devedor não precise arcar com custas processuais, caso decida acatar
ao pedido. Sua dinâmica é mais célere, tendo o autor a possibilidade de pedir para que a outra parte
pague a quantia de dinheiro devida, entregue o bem devido ou cumpra uma ação especÃ-fica a qual
tenha se comprometido (por meio de contrato, nota fiscal ou outros tÃ-tulos, por exemplo). A grande
facilidade da demanda é sua celeridade frente as ser a mesma analisada com base nos tÃ-tulos
apresentados. Ou seja, não necessita de amplo espectro probatório.            Por fim,
para entrar com uma ação monitória, o autor precisa comprovar que pode cobrar o devedor. Essa
comprovação é feita a partir de uma prova escrita sem eficácia de tÃ-tulo executivo (como uma nota
promissória ou um cheque), conforme o artigo 700 do Novo CPC. Logo, restou provado na exordial os
requisitos a que se funda a ação.            Insta salientar que o silêncio do réu quanto
a determinação de constituição do tÃ-tulo judicial em caso de não impugnação provoca a
consequência, necessária, qual seja, a atribuição de efeito executivo ao tÃ-tulo apresentado.
Entretanto, o mesmo impugnou por meio dos Embargos Monitórios, porém seus fundamentos não se
sustentam e suas alegações são descabidas de provas, motivo que as rejeito em face do
preenchimento, por parte do autor, dos requisitos ensejadores da Monitória.           Â
Nesse sentido, APELAÃÃES CÃVEIS. ENSINO PRIVADO. AÃÃO MONITÃRIA. ÃNUS DA PROVA.
APELAÃÃES CÃVEIS. ENSINO PRIVADO. AÃÃO MONITÃRIA. ÃNUS DA PROVA. APELAÃÃES
CÃVEIS. ENSINO PRIVADO. AÃÃO MONITÃRIA. ÃNUS DA PROVA. APELAÃÃES CÃVEIS. ENSINO
PRIVADO. AÃÃO MONITÃRIA. ÃNUS DA PROVA. Preliminares de ilegitimidade passiva e ausência de
interesse processual afastadas. O documento apresentado pelo credor caracteriza inÃ-cio de prova escrita
quanto à existência do negócio subjacente, cabendo ao devedor, através dos embargos, opor-se,
fundamentadamente, à cobrança. Nesse sentido, a prova é uma faculdade atribuÃ-da à s partes, para
que demonstrem os fatos alegados. Na hipótese, em desatenção ao art. 373, II do CPC/2015, as
embargantes não se desincumbiram do ônus de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito da autora, notadamente o pagamento do débito, impondo-se a manutenção da sentença.
APELOS DESPROVIDOS. UNÃNIME. (Apelação CÃ-vel Nº 70080906670, Vigésima Câmara
CÃ-vel, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 10/04/2019). (TJ-RS -
AC: 70080906670 RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Data de Julgamento: 10/04/2019, Vigésima
Câmara CÃ-vel, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 22/04/2019).           Â
No que concerne a abusividade contratual alegada e a aplicação do Código de Defesa do
Consumidor, entendo que, de fato, deve ser aplicado o estatuto consumerista às relações com
Instituições Financeiras, mas isso não induz de maneira imediata a Inversão do Ãnus da Prova.
Estamos diante de uma Ação com rito célere, cuja a produção ampla e instrutória é dispensada,
posto valer-se de prova eminentemente documental. O que pretende o requerido em Embargos
Monitórios é uma verdadeira Ação Revisional.            De fato, o Código de Defesa
do consumidor é aplicável às instituições financeiras e, portanto, aos contratos bancários, nos
termos do seu art. 3º , § 2º , e da orientação contida na Súmula nº 297 do Superior Tribunal de
Justiça. Não decorre daÃ- a conclusão automática de que todo e qualquer contrato de adesão seja
ilegal ou abusivo.          No que concerne aos juros aduzidos, o Superior Tribunal de Justiça
já pacificou o entendimento de que as instituições públicas ou privadas que integram o sistema
financeiro podem praticar taxas de juros superiores a 12% (doze por cento) ao ano, senão vejamos:
CIVIL E PROCESSUAL. CARTÃO DE CRÃDITO. DÃVIDA. AÃÃO REVISIONAL. JUROS. LIMITAÃÃO.
COMISSÃES. I. As administradoras de cartão de crédito inserem-se entre as instituições financeiras
regidas pela Lei n. 4.595/1964. II. Não se aplica a limitação de juros de 12% ao ano prevista na Lei de
Usura aos contratos de cartão de crédito. III. Ausência de prequestionamento impeditiva do exame do
1392
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
recurso especial em toda a pretensão deduzida pela parte. IV. Recurso especial não conhecido (REsp
471752/RS, T4, STJ, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, j. 12/09/2006, DJ 13/08/2007, p. 373). AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. AÃÃO REVISIONAL. JUROS REMUNERATÃRIOS. COMISSÃO DE
PERMANÃNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. Eventual abusividade da pactuação dos juros
remuneratórios deve ser cabalmente demonstrada em cada caso, com a comprovação do
desequilÃ-brio contratual ou de lucros excessivos, sendo insuficiente o só fato de a estipulação
ultrapassar 12% ao ano ou de haver estabilidade inflacionária no perÃ-odo (REsp's ns. 271.214/RS,
407.097/RS e 420.111/RS). A comissão de permanência pode ser contratada para o perÃ-odo de
inadimplência, não cumulada com juros remuneratórios, correção monetária, juros de mora e multa
contratual (enunciados ns. 294 e 296 da Súmula do STJ e AgRg no REsp n. 712.801/RS, relatado pelo
eminente Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 04.05.05). Subsistentes os fundamentos do
decisório agravado nega-se provimento ao agravo (AgRg no REsp 748570/RS, T4, STJ, Rel. Min. Cesar
Asfor Rocha, j. 02/08/2005, DJ 14/11/2005, p. 341). AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. - A abusividade
da pactuação dos juros remuneratórios deve ser cabalmente demonstrada em cada caso, com a
comprovação do desequilÃ-brio contratual ou de lucros excessivos, sendo insuficiente o só fato de a
estipulação ultrapassar 12% ao ano ou de haver estabilidade inflacionária do perÃ-odo (REsp's ns.
271.214/RS, 407.097/RS e 420.111/RS). - Subsistente o fundamento do decisório agravado, nego
provimento ao agravo (AgRg no REsp 588781/RS, T4, STJ, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, j. 02/03/2004,
DJ 02/08/2004, p. 410).          Assim, nossos tribunais superiores têm decidido que não se
pode falar de abusividade na pactuação dos juros remuneratórios só pelo fato de a estipulação
ultrapassar 12% ao ano. Ao contrário, a abusividade destes só pode ser declarada, caso a caso, à vista
de taxa comprovadamente discrepe, de modo substancial, da média do mercado na praça do
empréstimo.          Já sobre os juros compostos, O entendimento do STJ autoriza a
aplicação de juros compostos, não havendo irregularidade alguma nessa aplicação       Â
  Aliás, também, é pacifico o entendimento jurisprudencial que é permitida a capitalização de
juros pelas instituições bancárias, in verbis: APELAÃÃO CÃVEL. AÃÃO MONITÃRIA. CONTRATO DE
ABERTURA DE CRÃDITO EM CONTA-CORRENTE E CONFISSÃO DE DÃVIDA. INTERESSE
PROCESSUAL CARACTERIZADO. PRESCRIÃÃO. INOCORRÃNCIA. REVISÃO DOS ENCARGOS.
POSSIBILIDADE. CARÃNCIA DE AÃÃO: Caracteriza-se o interesse processual quando a parte tem a
necessidade de vir a juÃ-zo para obter a tutela pretendida, conferindo utilidade e eficácia ao
pronunciamento judicial. Caso em que a instituição financeira possui interesse processual, em razão
do inadimplemento do instrumento particular de confissão de dÃ-vida assumido pelo correntista e que
não se constitui tÃ-tulo executivo extrajudicial. PRESCRIÃÃO: A cobrança de dÃ-vida oriunda de
contrato de confissão de dÃ-vida, sob a égide do Código Civil de 1916, obedece à prescrição
vintenária, nos termos de seu art. 177. Sob a ótica do Código de 2002, ante a incorporação de novas
hipóteses de prescrição ao Diploma, a prescrição passa a ser qüinqüenal e regulada pelo
inciso I, do §5º, do art. 206. De acordo com a regra de transição prevista no art. 2.028, do CC/02, se
não transcorrido metade do prazo prescricional, contado na fórmula do Código derrogado, conta-se a
prescrição pelas disposições do novo Digesto Civil, com termo `a quo no inÃ-cio de sua vigência
(11/01/2003). Considerando a data de ajuizamento da demanda, inocorreu, no caso, a prescrição.
REVISÃO DE TODOS OS CONTRATOS: Muito embora seja viável a revisão de toda a relação
contratual, em caso de sucessão negocial, no caso concreto a parte autora trouxe aos autos, apenas, o
contrato de abertura de crédito em conta-corrente e confissão de dÃ-vida, sendo estes pactos, portanto,
objeto de revisão. JUROS REMUNERATÃRIOS: A modificação da cláusula contratual relativa à taxa
de juros remuneratórios apenas se justifica se demonstrada, de forma inequÃ-voca, abusividade, o que
não se verifica no caso. CAPITALIZAÃÃO DOS JUROS. A cobrança da capitalização mensal dos
juros é permitida em contratos firmados posteriormente à edição da MP n° 1.963-17, de 30.03.2000,
reeditada sob o nº 2.170-36/2000. Caso em que não se verifica a incidência do encargo sobre o
débito reivindicado. COMISSÃO DE PERMANÃNCIA: Apenas pode ser mantida para o perÃ-odo da
inadimplência, afastando-se, contudo, os demais encargos: correção monetária, juros de mora, juros
remuneratórios e multa moratória. REPETIÃÃO DO INDÃBITO: Compensação/Repetição do
indébito possÃ-veis, decorrentes da revisão do contrato e diante da impossibilidade de enriquecimento
indevido. desnecessidade de prova de erro, conforme a súmula 322 do stj. ENCARGOS DA MORA:
Evidenciada a inadimplência, incidem os encargos decorrentes da mora (no caso, comissão de
permanência). PRELIMINAR REJEITADA. APELO PROVIDO, EM PARTE (Apelação CÃ-vel nº
70035925189, Décima Sexta Câmara CÃ-vel, Tribunal de Justiça do RS, Rel. Marco Aurélio dos
Santos Caminha, j. 28/07/2011, DJ 01/08/2011).          Assim, eventual capitalização e
juros, como requerido, seria apreciada e comprovada quando houvesse a cobrança de juros no momento
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
  Condeno a parte ré a pagar os aluguéis em atraso bem como os prejuÃ-zos porventura existentes,
referentes ao inadimplemento das cláusulas contratuais, como o pagamento das parcelas de IPTU e
faturas da COSANPA, atualizados a partir da citação, com a aplicação da taxa Selic (EMBARGOS
DE DIVERGÃNCIA EM RESP Nº 727.842 - SP (2008/0012948-4). Para tanto, deve o autor providenciar
a atualização do débito ao réu no momento da satisfação desta condenação.       Â
  Caso o imóvel não esteja desocupado: CONDENDO a ré ao despejo e fixo o prazo de 15 dias
para desocupação voluntária (Lei 8.245/1991, art. 63, § 1º, ¿a¿), após, caso não seja
desocupado voluntariamente, determino a realização do despejo compulsório, sem necessidade de
expedição de novo mandado. Caso necessário, defiro desde já o uso de força policial.      Â
   Condeno a parte ré, por fim, ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários
advocatÃ-cios do advogado da autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa. Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa na
distribuição.          Expeçam-se os mandados necessários.          P.R.I.C.
         Belém, 17 de junho de 2021.          MARCO ANTONIO LOBO CASTELO
BRANCO          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO:
00100027320098140301 PROCESSO ANTIGO: 200910226502
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Execução de Título Extrajudicial em: 22/06/2021 EXEQUENTE:BANCO ITAU S/A.
Representante(s): MAURICIO COIMBRA GUILHERME FERREIRA (ADVOGADO)
EXECUTADO:ANTONIO PEREIRA REBOUCAS Representante(s): OAB 11495 - WALDER PATRICIO
CARVALHO FLORENZANO (ADVOGADO) EXECUTADO:DFA - DISTRIBUIDORA FORTALEZA DE
ALIMENTOS LTDA Representante(s): OAB 11495 - WALDER PATRICIO CARVALHO FLORENZANO
(ADVOGADO) EXECUTADO:MARIA DOS SANTOS REBOUCAS Representante(s): OAB 11495 -
WALDER PATRICIO CARVALHO FLORENZANO (ADVOGADO) . Os presentes autos vieram conclusos
após transcurso do prazo de suspensão a que alude o art. 921, III, §1º do CPC. Conforme certidão
em fls. retro, o exequente até o presente momento manteve-se inerte. Assim, vejamos: Art. 921.
Suspende-se a execução: (...) III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; (...) § 1ºÂ
Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se
suspenderá a prescrição. § 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado
o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
(grifos nossos) (...) § 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente,
começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.       Logo, como não foram indicados
outros bens, transcorrido o prazo de suspensão do processo, nos termos do artigo 921, III, § 1º, do
CPC, o processo aguardará arquivado, facultada a reativação a qualquer tempo, ex vi do § 3º
desse mesmo artigo. Â Â Â Â Â Â Nestes termos, DETERMINO o ARQUIVAMENTO administrativo dos
autos sem baixa, conforme §2º do art. 921 do CPC.       Intime-se. Cumpra-se.      A
cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB,
de 22.01.2009.      Belém, 18 de junho de 2021.            Marco Antonio Lobo
Castelo Branco            Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital
PROCESSO: 00108904020118140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo em: 22/06/2021 REU:RAIMUNDO SIMOES DE OLIVEIRA FILHO Representante(s): OAB
15956 - TAISE ARAUJO BARBALHO (ADVOGADO) OAB 13152 - LEONARDO NASCIMENTO
RODRIGUES (ADVOGADO) REU:EDVALDO ROGERIO DA SILVA AUTOR:ESPOLIO DE FERNANDO
ALIPIO ROLLO Representante(s): OAB 2979 - JOSE MARIA VIANNA OLIVEIRA (ADVOGADO) OAB
16128 - DIEGO NERY DE MENEZES (ADVOGADO) . Indefiro o pedido de fls. Retro. Â Â Â Â Â Certifique
a secretaria quanto ao trânsito em julgado da sentença, após arquive-se o feito, dando-se as devidas
baixas.      Cumpra-se, expedindo-se o necessário.        Belém, 16 de junho de 2021.
Marco Antonio Lobo Castelo Branco      Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital
PROCESSO: 00110588120158140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo em: 22/06/2021 AUTOR:ALVANA MARIA CUNHA PARA Representante(s): OAB 15809-B -
IGOR CUOCO SAMPAIO (ADVOGADO) OAB 21288 - THIAGO DI LYOON PEDROSA VILLALBA
(ADVOGADO) REU:JOELMA COSTA SARAIVA TERCEIRO:JOAQUIM DE CARVALHO. Vistos etc. Â Â Â
      Trata-se de Ação de Despejo por Falta de Pagamento c/c Resolução do Contrato de
Locação e a Cobrança de Aluguéis e Acessórios proposta por ALVANA MARIA CUNHA PARà em
face de JOELMA COSTA SARAIVA com fundamento na Lei 8.245/1991, arts. 9º, III, c/c art. 318 do CPC.
         Alega que celebrou com a parte ré contrato de locação. Ocorre que, de acordo
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
com o requerente, a locatária deixou de pagar os aluguéis, no que fundamentou seu pedido de
decretação do despejo e a condenação do mesmo ao pagamento dos valores respectivos ao
descumprimento do contrato, ou seja, ou aluguéis e acessórios em atraso.          Juntou
documentos.          Devidamente citada, conforme fls. 79, a ré não apresentou
contestação, certidão de fls. 99.          Certidão de desocupação do imóvel às fls.
89.          Autos conclusos.          à o breve relatório.         Â
Decido.          Observa-se que a ré apesar de devidamente citada não apresentou
contestação nos termos da certidão de fl. 99. Assim, faz nascer à presunção de veracidade dos
fatos alegados pelo autor, nos termos 344 do CPC. Por consequência, o feito comporta julgamento
antecipado nos termos do art. 355, II, do CPC.          Com efeito, há nos autos documentos
que corroboram o alegado pelo autor, são eles: contrato de locação do imóvel, bem como as
despesas do mesmo, dentre outros. Â Â Â Â Â Â Â Â Â O processo encontra-se devidamente instruÃ-do
com ausência de manifestação da ré nos autos.          Cumpre destacar que a parte
ré, locatária, não se manifestou sobre nenhum dos fundamentos sustentados pelo autor, mesmo
sendo devidamente citada. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos
consta, JULGO PROCEDENTE A AÃÃO com resolução de mérito na forma do art. 485, I, do Código
de Processo Civil para declarar rescindido o contrato na forma pedida na inicial, bem como decretar o
despejo da locatária com a imissão da posse do autor.          Condeno a parte ré a pagar
os aluguéis em atraso, atualizados a partir da citação, com a aplicação da taxa Selic (EMBARGOS
DE DIVERGÃNCIA EM RESP Nº 727.842 - SP (2008/0012948-4).          Condeno
igualmente a ré ao pagamento dos prejuÃ-zos porventura existentes, referentes ao inadimplemento das
cláusulas contratuais, como por exemplo, o pagamento das parcelas de IPTU, faturas da COSANPA,
todas as demais estipuladas em contrato, devidamente atualizadas. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Condeno a parte
ré, por fim, ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatÃ-cios do advogado da
autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa.          Expeça-se alvará para o
levantamento da caução, que porventura, fora deposita na conta do juÃ-zo vinculada ao processo.   Â
      Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se
baixa na distribuição.          Expeçam-se os mandados necessários.         Â
P.R.I.C.          Belém, 17 de junho de 2021.          Marco Antonio Lobo Castelo
Branco          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial de Belém PROCESSO:
00115418320118140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021
AUTOR:RAIMUNDO SIMOES DE OLIVERIA FILHO Representante(s): OAB 15956 - TAISE ARAUJO
BARBALHO (ADVOGADO) OAB 13152 - LEONARDO NASCIMENTO RODRIGUES (ADVOGADO)
REU:FERNANDO ALIPIO ROLLO Representante(s): OAB 2979 - JOSE MARIA VIANNA OLIVEIRA
(ADVOGADO) OAB 16128 - DIEGO NERY DE MENEZES (ADVOGADO) . Indefiro o pedido de fls. Retro.
     Certifique a secretaria quanto ao trânsito em julgado da sentença, após arquive-se o feito,
dando-se as devidas baixas.      Cumpra-se, expedindo-se o necessário.        Belém,
16 de junho de 2021. Marco Antonio Lobo Castelo Branco      Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e
Empresarial da Capital PROCESSO: 00116562419948140301 PROCESSO ANTIGO: 199410139223
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Cumprimento de sentença em: 22/06/2021 REU:ALFA ESQUADRIAS DE ALUMINIO LTDA.
Representante(s): POSSIDONIO DA COSTA NETO (ADVOGADO) INTERESSADO:MARIA COELI JUCA
BARGE Representante(s): OAB 6238-B - JOSE NEWTON CAMPBELL MOUTINHO (ADVOGADO)
AUTOR:FRANCISCA SOUZA Representante(s): OAB 18666-B - ANA PAULA ARAUJO AMAZONAS
(ADVOGADO) . à Secretaria para que verifique o cumprimento da decisão de fls. retro, que até o
momento não consta nos autos.      Ainda, defiro o pedido da requerida e concedo os benefÃ-cios
da Justiça Gratuita à parte requerente constante em fls. 65/71, nos termos da Lei n. 1.060/50, bem como
nos dos artigos 98 e 99, §3º, ambos do NCPC.      Intime-se, cumpra-se.      Belém, 16
de junho de 2021. Marco Antonio Lobo Castelo Branco      Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e
Empresarial da Capital PROCESSO: 00116562419948140301 PROCESSO ANTIGO: 199410139223
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Cumprimento de sentença em: 22/06/2021 REU:ALFA ESQUADRIAS DE ALUMINIO LTDA.
Representante(s): POSSIDONIO DA COSTA NETO (ADVOGADO) INTERESSADO:MARIA COELI JUCA
BARGE Representante(s): OAB 6238-B - JOSE NEWTON CAMPBELL MOUTINHO (ADVOGADO)
AUTOR:FRANCISCA SOUZA Representante(s): OAB 18666-B - ANA PAULA ARAUJO AMAZONAS
(ADVOGADO) . Compulsando os autos, verifico que o pedido de fls. retro se mostra cabÃ-vel nestes autos,
posto já ter sido decido em fls. 168, na qual esclarece que o referido patrono não teve atuação nos
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
autos de despejo n° 00116562419948140301. Assim sendo, indefiro o pedido da referida penhora.   Â
  Ainda, verifico que em fls. 217/220, a autora requer o cumprimento de sentença, dessa forma passo
a decidir:      Trata-se de CUMPRIMENTO DE SENTENÃA assim, procedam-se as alterações
necessárias no sistema Libra e na capa dos autos.      Intime-se, pois, o réu/executado, na forma
do art. 513, §2º do CPC, na pessoa do seu advogado, através de simples publicação no Diário da
Justiça (art. 513, §2º, I, do CPC) para, no prazo de 15 (quinze) dias, efetuar o pagamento do
montante da condenação, liquidado às fls. retro, acrescido de custas, se houver, sob pena de não o
fazendo ser acrescida a multa de 10% (dez por cento) e, também, de honorários de advogado de 10%
(dez por cento) nos termos do art. 523, caput e §1º do CPC.      O devedor poderá oferecer
bens à penhora, juntando prova da propriedade, se for bem imóvel.      Não ocorrendo o
pagamento, expeça-se mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação, na
forma do art. 523, § 3º do CPC, dando prioridade ao bloqueio online das contas do executado, caso
tenha sido requerido pelo exequente (art. 854 do CPC). Â Â Â Â Â Tornando-se indisponÃ-veis os ativos
financeiros do executado, intime-o na forma do art. 854, §2º, do CPC, bem como o exequente para se
manifestar sobre a penhora.      Decorrido o prazo acima sem que haja o pagamento voluntário do
débito, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado apresente, nos próprios autos sua
impugnação, consoante o art. 525 do CPC.      A cópia deste despacho servirá como
mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB, de 22.01.2009.       Â
Quitadas eventuais custas, expeça-se o necessário.        Cite-se. Intima-se. Cumpra-se.  Â
     A cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento
003/2009-CJRMB, de 22.01.2009.        Cumpra-se, expedindo-se o necessário.       Â
Belém, 16 de junho de 2021. Marco Antonio Lobo Castelo Branco      Juiz de Direito da 8ª Vara
CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO: 00132262720138140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Execução de Título Extrajudicial em: 22/06/2021 EXEQUENTE:BANCO BRADESCO SA
Representante(s): OAB 128341 - NELSON WILLIANS FRATONI RODRIGUES (ADVOGADO)
EXECUTADO:ANTONIO DOS SANTOS CARVALHO. Os presentes autos vieram conclusos após
transcurso do prazo de suspensão a que alude o art. 921, III, §1º do CPC. Conforme certidão em fls.
retro, o exequente até o presente momento manteve-se inerte. Assim, vejamos: Art. 921. Suspende-se a
execução: (...) III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; (...) § 1º Na hipótese
do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a
prescrição. § 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou
que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. (grifos nossos) (...)
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o
prazo de prescrição intercorrente.       Logo, como não foram indicados outros bens,
transcorrido o prazo de suspensão do processo, nos termos do artigo 921, III, § 1º, do CPC, o
processo aguardará arquivado, facultada a reativação a qualquer tempo, ex vi do § 3º desse
mesmo artigo. Â Â Â Â Â Â Nestes termos, DETERMINO o ARQUIVAMENTO administrativo dos autos
sem baixa, conforme §2º do art. 921 do CPC.       Intime-se. Cumpra-se.      A cópia
deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB, de
22.01.2009.      Belém, 18 de junho de 2021.            Marco Antonio Lobo Castelo
Branco            Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO:
00134523220138140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021
AUTOR:MARCIO SILVA NASCIMENTO Representante(s): OAB 15903 - JULLY CLEIA FERREIRA
OLIVEIRA (ADVOGADO) OAB 17794-A - BIANCA DOS SANTOS (ADVOGADO) REU:BANCO
DAYCOVAL S/A Representante(s): OAB 147386 - FABIO ROBERTO DE ALMEIDA TAVARES
(ADVOGADO) OAB 24532-A - DENNER DE BARROS E MASCARENHAS BARBOSA (ADVOGADO) .
Vistos etc.      Trata-se de Ação Declaratória com Preceito Cominatório de Limitação de
Desconto de 30% dos Vencimentos com pedido de Tutela Antecipada c/c Danos Materiais e Morais e
Pedido de Exibição de Documento proposta por Márcio Silva Nascimento, contra Banco Daycoval S/A.
     Alega o autor firmou com a parte requerida um empréstimo consignado em folha de
pagamento na data de 20/10/2011, ao total foram feitos 4 (quatro) empréstimos consignados em folha no
valor de R$2.133,40, para pagamento em 60 parcelas.      Aduz que os empréstimos acima,
somados a outros, representam o percentual de 132,36 % do salário recebido. Sustenta que nunca
recebeu qualquer contrato bancário destes empréstimos.      Decisão concedendo a tutela
provisória às fls. 64/66.      Contestação em fls. 85/143, na qual o requerido alega que o
requerente deixou de pagar as parcelas devido a problemas financeiros e que o contrato segue em
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
apresentadas.      Como já se aventou alhures, tal conduta importa em flagrante afronta ao
princÃ-pio da dignidade da pessoa humana, assegurado pelo art. 1º, III da Constituição Federal.   Â
  Frise-se, ainda, que, em linha com a obrigação do órgão pagador de efetuar controle sob a
oneração da margem consignável de seus servidores, está a obrigação das instituições
financeiras e bancárias de realizar análise mais criteriosa quanto às reais possibilidades econômicas
do consumidor e da legislação aplicável a esse tipo de contrato, evitando a concessão de crédito
de maneira indiscriminada.      Em relação ao pedido de indenização de dano moral, este
pressupõe um prejuÃ-zo causado à orbita de direitos que não se circunscreve a valores materiais ou
privados, porém, atingem de forma indiscriminada a pessoa naquilo que lhe é mais caro - com a
devida licença poético-jurÃ-dica - : Sua parcela de individualidade que está assentada em princÃ-pios
que suportam o que é fundamental no ser humano, que o torna diferente dos outros animais e das outras
pessoas, que é essencialmente voltada para uma vida digna, que o integra a sua coletividade e que o
vincula ao mundo de maneira viável enquanto personalidade criativa e dinâmica. Sem isto, é a dor do
menoscabo, da discriminação, da injustiça, da sensação de que estamos sendo vilipendiados
covardemente diante de uma situação da qual não podemos oferecer resistência.      A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece em um de seus inúmeros acórdãos a
respeito do tema que: ¿Na atual sistemática constitucional, o conceito de dano moral deve levar em
consideração, eminentemente, a dignidade da pessoa humana - vértice valorativo e fundamental do
Estado Democrático de Direito - conferindo-se à lesão de natureza extrapatrimonial dimensões mais
amplas, em variadas perspectivas. O dano experimentado pelo ofendido qualifica-se como dano psÃ-quico,
conceituado pelo ilustre Desembargador RUI STOCO como o distúrbio ou perturbação causado Ã
pessoa através de sensações anÃ-micas desagradáveis (...), em que a pessoa é atingida na sua
parte interior, anÃ-mica ou psÃ-quica, através de inúmeras sensações dolorosas e importunastes,
como, por exemplo, a ansiedade, a angústia, o sofrimento, a tristeza, o vazio, o medo, a insegurança, o
desolamento e outros (Tratado de Responsabilidade Civil, S¿o Paulo, RT, 2007, p. 1.678)¿ (Embargos
de Divergência em REsp nº 1.127.913/RS (2013/0076325-0), Corte Especial do STJ, Rel. Napoleão
Nunes Maia Filho. j. 04.06.2014, DJe 05.08.2014).      Estas são as premissas para a
condenação em danos morais. Uma matriz principiológica que alberga uma série de possibilidades,
uma vez que o ser humano não se cansa de criar novas formas de ofender a própria espécie.    Â
 Revela notar que, no caso, o autor é o único responsável pela situação em que se encontra, já
que, livre e voluntariamente, quis celebrar e celebrou vários contratos de empréstimos consignados,
colocando-se em situação de inadimplemento, logo não pode pretender haver compensação por
danos morais, mas apenas a limitação do desconto a percentual que não lhe prejudique a
sobrevivência digna.  Assim, a parte autora não juntou lastro probatório convincente acerca de suas
alegações, de modo que a maioria do alegado ficou por conta apenas dos fatos narrados.      Â
Assim sendo, não restou configurado a ocorrência dos danos alegados pelo autor.      No tocante
ao pedido de repetição do indébito, não merece acolhimento. O valor já descontado do autor acima
do patamar de 30% (trinta por cento) não enseja devolução, eis que realmente devido pelo mesmo. Â
      Os demais pedidos formulados também são improcedentes. Não há como se deferir
comando genérico para que os réus se abstenham de inscrever o nome do autor nos cadastros de
maus pagadores, pois, em sobrevindo eventual inadimplemento, é direito dos credores da obrigação
inadimplida cobrá-la, inclusive por meio da inscrição do nome do contratante nos cadastros de maus
pagadores.        Ante o exposto, ratifico a decisão que concedeu a antecipação parcial dos
efeitos da tutela, e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO DO AUTOR para determinar a
expedição de ofÃ-cio à fonte pagadora para que, em caráter definitivo, proceda a adequação das
parcelas referentes aos empréstimos consignados tomados pelo autor junto aos réus, de forma que os
descontos não superem 30 (trinta) % dos vencimentos brutos recebidos pelo autor, abatendo-se os
descontos obrigatórios, vedado ainda aos réus efetuar cobrança de encargos moratórios do autor
pela só redução do valor dos descontos das parcelas contratuais.      Considerando a
sucumbência recÃ-proca, as despesas processuais serão rateadas e cada parte arcará com os
honorários advocatÃ-cios de seus respectivos patronos, fixados em 10% sobre o valor da causa, com
ressalva do art. 98 e seguintes do CPC/2015 (com respeito ao art. 12, da antiga Lei 1.060/50), em
relação à parte autora, beneficiária da justiça gratuita.          Publique-se.       Â
  Registre-se. Intime-se.          Belém, 21 de junho de 2021.          MARCO
ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial
PROCESSO: 00135830820048140301 PROCESSO ANTIGO: 200410455908
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Cumprimento de sentença em: 22/06/2021 REQUERENTE:SOFIA PATINO DUARTE
1401
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Representante(s): OAB 5916 - JOAO JORGE HAGE NETO (ADVOGADO) OAB 18456 - GISELLE
MEDEIROS DE PARIJOS (ADVOGADO) FABIO AUGUSTO HAGE SOARES (ADVOGADO)
REQUERIDO:IMA SUMAC PEREIRA RODRIGUES. Levando em consideração que o pedido foi feito
há um lapso temporal considerável, bem como a deserção do recurso extraordinário, intime-se o
autor pessoalmente para, no prazo de 5 (cinco) dias, manifestar se ainda possui interesse na causa, sob
pena de extinção do processo sem resolução do mérito (CPC, Art. 485, §1º).      Caso
ainda tenha interesse, manifeste-se de forma objetiva e clara, requerendo o que for de relevância para
efetiva resolução do feito. O que, não sendo manifesto como pretendido, será compreendido como
ausência de manifestação acarretando, por consequência a extinção do feito.      O último
pedido feito nos autos foi há tempos e pelo decurso do tempo, deve a parte promover o andamento do
feito, de modo que o juÃ-zo aprecie e decida de acordo com as circunstâncias atuais, fáticas, de modo a
efetivar a prestação jurisdicional.      Intimar e cumprir.      Belém, 16 de junho de 2021.
              MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO             Â
 Juiz de Direito da 8a Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO: 00140742020068140301
PROCESSO ANTIGO: 200610470045 MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO
ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Cumprimento de sentença em: 22/06/2021
EXEQUENTE:ISOLINA ROSA FREITAS BORGES Representante(s): OAB 5077 - MARCELO SILVA DE
FREITAS (ADVOGADO) PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA (ADVOGADO) OAB 5077 -
MARCELO SILVA DE FREITAS (ADVOGADO) PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
(ADVOGADO) AUTOR:MARIA EDIENE ALMEIDA FERNANDES EXECUTADO:CAIXA DE PREVIDENCIA
E ASSISTENCIA AOS FUNCIONARIOS DO BASA - CAPAF Representante(s): OAB 3574 - THALES
EDUARDO RODRIGUES PEREIRA (ADVOGADO) OAB 12719 - RODOLFO MEIRA ROESSING
(ADVOGADO) OAB 16786 - MARCEL DE SANTA BRIGIDA BITTENCOURT (ADVOGADO) . Por cautela,
verifica-se a interposição de um agravo de instrumento às fls. 471/481, assim, antes de decidir a
impugnação apresentada, que culminará no levantamento de valores, determino que as partes
informem o andamento do agravo de instrumento no prazo de 15 (quinze) dias. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Ademais acautelem-se os autos em secretaria até julgamento do referido recurso.          Â
 Intimar e cumprir.            Belém, 18 de junho de 2021.            Marco
Antonio Lobo Castelo Branco            Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da
Capital PROCESSO: 00144432620118140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 INVENTARIANTE:DORALICE LOBATO BRITO
Representante(s): OAB 4614 - JOAO ASSUNCAO DOS SANTOS (ADVOGADO) INVENTARIADO:MARIA
DA CONCEICAO LOBATO BRITO INVENTARIADO:PEDRO DA COSTA BRITO
INTERESSADO:MANOEL FRANCISCO LOBATO BRITO Representante(s): OAB 16247 - CAMILA
CAROLINA PEREIRA SERRA (ADVOGADO) OAB 12915 - DANIEL RODRIGUES CRUZ (ADVOGADO)
OAB 13281 - MARCELA MACEDO DE QUEIROZ (ADVOGADO) INTERESSADO:MARIA ALEXANDRINA
LOBATO BRITO Representante(s): OAB 8289 - LUIZ CLAUDIO AFFONSO MIRANDA (ADVOGADO) OAB
8512 - ANA AMELIA BARROS MIRANDA (ADVOGADO) OAB 13281 - MARCELA MACEDO DE
QUEIROZ (ADVOGADO) INTERESSADO:PEDRO PAULO LOBATO BRITO Representante(s): OAB
16247 - CAMILA CAROLINA PEREIRA SERRA (ADVOGADO) INTERESSADO:JOVITA LOBATO BRITO
Representante(s): OAB 8289 - LUIZ CLAUDIO AFFONSO MIRANDA (ADVOGADO)
INTERESSADO:MARIA LUIZA BRITO BARROSO Representante(s): OAB 16247 - CAMILA CAROLINA
PEREIRA SERRA (ADVOGADO) INTERESSADO:GUILHERME LOBATO BRITO Representante(s): OAB
13281 - MARCELA MACEDO DE QUEIROZ (ADVOGADO) INTERESSADO:CESAR LOBATO BRITO
Representante(s): OAB 16247 - CAMILA CAROLINA PEREIRA SERRA (ADVOGADO)
INTERESSADO:HIGINO LOBATO BRITO Representante(s): OAB 13281 - MARCELA MACEDO DE
QUEIROZ (ADVOGADO) INTERESSADO:DANIEL LOBATO BRITO Representante(s): OAB 16247 -
CAMILA CAROLINA PEREIRA SERRA (ADVOGADO) INTERESSADO:JOSE LUIZ LOBATO BRITO
Representante(s): OAB 8512 - ANA AMELIA BARROS MIRANDA (ADVOGADO) . Defiro o pedido de
prorrogação de prazo conforme fls. retro.      Após, conclusos.      Intimar e cumprir.  Â
   Belém, 21 de junho de 2021.            Marco Antonio Lobo Castelo Branco  Juiz
de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 00145583320118140301 PROCESSO ANTIGO:
---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 AUTOR:LEILA NIVEA NOGUEIRA BANDEIRA
BASTOS Representante(s): OAB 9933 - DANIEL LACERDA FARIAS (ADVOGADO) OAB 13919 - SAULO
COELHO CAVALEIRO DE MACEDO PEREIRA (ADVOGADO) OAB 11454-B - MICHEL RODRIGUES
VIANA (ADVOGADO) REU:RAIMUNDO NONATO LIMA VIEIRA Representante(s): OAB 21454 - GISELLE
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RIBEIRO ALMEIDA (ADVOGADO) . RAIMUNDO NONATO LIMA VIEIRA ingressou com exceção de
Pré-executividade em face da LEILA NIVEA NOGUEIRA BANDEIRA BASTOS, alegando em sÃ-ntese
que o processo não merece prosperar em face de ilegitimidade da parte e consequente ausência de
interesse processual.            Breve relatório.            Passo a decidir.  Â
         A presente exceção, de fato, suspende o processo de execução em face de ter
ingressado o executado/excipiente com a presente peça antes do Código de Processo Civil de 2015.
Logo, a matéria de ordem pública, deve ser objeto de deliberação.            A
exceção de Pré-executividade é cabÃ-vel quando atendidos simultaneamente dois requisitos, um de
ordem material e outro de ordem formal, ou seja:            1. à indispensável que a
matéria invocada seja suscetÃ-vel de conhecimento de ofÃ-cio pelo juiz;            2. Ã
indispensável que a decisão possa ser tomada sem necessidade de dilação probatória.      Â
     A alegação do excipiente de que a ação deve ser extinta por ilegitimidade da parte não
deve prosperar. Estamos diante de uma Fase de Cumprimento de Sentença, no qual o excipiente já
deveria ter feito tal arguição em tempo oportuno, tendo a ação sido sentenciada e com o trânsito
já transitado em julgado. Colaciono: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÃÃO FISCAL -
REDIRECIONAMENTO DA EXECUÃÃO PARA OS SÃCIOS - ARGUIÃÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA
VIA EXCEÃÃO DE PRÃ-EXECUTIVIDADE - RESPONSABILIDADE DOS SÃCIOS - NECESSIDADE DE
DILAÃÃO PROBATÃRIA - MATÃRIA QUE DEVERÃ SER DISCUTIDA POR MEIO DE EMBARGOS -
EXCEÃÃO ACOLHIDA EM PRIMEIRO GRAU - REFORMA DA DECISÃO. - A exceção de pré-
executividade é cabÃ-vel quando atendidos simultaneamente dois requisitos, um de ordem material e
outro de ordem formal, ou seja: (a) é indispensável que a matéria invocada seja suscetÃ-vel de
conhecimento de ofÃ-cio pelo juiz; e (b) é indispensável que a decisão possa ser tomada sem
necessidade de dilação probatória - Neste contexto, inviável a via de exceção de pré-
executividade para arguir tese defensiva de ilegitimidade passiva uma vez que a análise de tal matéria
necessita do contraditório, bem como da dilação probatória. (TJ-MG - AI: 10079130362167001
Contagem, Relator: Paulo Balbino, Data de Julgamento: 28/04/2017, Câmaras CÃ-veis / 8ª CÃMARA
CÃVEL, Data de Publicação: 24/05/2017).            Logo, deve ser afastada a
arguição da ilegitimidade passiva. A exceção de pré-executividade é servil à suscitação de
questões que devam ser conhecidas de ofÃ-cio pelo juiz, como as atinentes à liquidez do tÃ-tulo
executivo, os pressupostos processuais e as condições da ação executiva, desde que não
demande dilação probatória. A via eleita comporta o exame de prova, desde que seja pré-
constituÃ-da, o que não é o caso destes autos. De igual modo, não há que se falar em ausência do
interesse processual, justamente porque o exequente vem oportunizando interesse no mesmo para
garantir a satisfação do crédito que, até o presente momento, não fora satisfeito.        Â
   Ante o exposto, rejeito a presente exceção pelos argumentos acima expendidos.       Â
    Quanto aos valores pleiteados em sede satisfativa desta execução, intime-se o exequente
para, no prazo de 15 (quinze) dias, acostar a atualização do débito ou apresentar bens à penhora,
sob pena de aplicação do art. 921, III, §1º do CPC.            Honorários incabÃ-veis
na espécie.            Intime-se.            Belém, 17 de junho de 2021.  Â
         Marco Antonio Lobo Castelo Branco            Juiz de Direito da 8ª Vara
CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO: 00173967120158140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em: 22/06/2021
REQUERENTE:CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO PÁTIO BELÉM Representante(s): OAB 4147 - HELENA
MARIA ROCHA LOBATO (ADVOGADO) OAB 3393 - IRACY PAMPLONA (ADVOGADO)
REQUERIDO:MK COMERCIO DE UTILIDADES DOMESTICAS LTDA EPP REQUERIDO:ANTONIO
RAMAO MARCONDES CARVALHO REQUERIDO:ANA MARIA FERREIRA DIAS MARCONDES. Vistos
etc.          Trata-se de Ação de Despejo por Falta de Pagamento c/c Cobrança de
Aluguéis proposta por CONDOMINIO VOLUNTÃRIO PÃTIO BELÃM, em face de ANTONIO RAMÃO
MARCONDES CARVALHO e ANA MARIA FERREIRA MARCONDES, com fundamento na Lei 8.245/91. Â
        A autora alega que celebrou com o réu contrato de locação de um imóvel tal qual
descrito na inicial por meio de contrato escrito. Ocorre que, de acordo com a requerente, o réu deixou de
pagar os aluguéis e demais encargos, no que fundamentou seu pedido de decretação do despejo e a
condenação ao pagamento dos valores respectivos ao descumprimento do contrato, ou seja, as
dÃ-vidas locatÃ-cias. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Juntou documentos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Citados os requeridos, por
edital, às fls. 80/83, o requerido não apresentou contestação.          Pedido de
julgamento antecipado à s fls. 88.          Termo de entrega das chaves à s fls. 89      Â
   Autos conclusos.          à o relatório.          Decido.         Â
1403
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Observa-se que o réu apesar de devidamente citado não apresentou contestação nos termos da
certidão de fl. 87. Assim, faz nascer à presunção de veracidade dos fatos alegados pela autora, nos
termos 344 do CPC. Por consequência, o feito comporta julgamento antecipado nos termos do art. 355,
II, do CPC.          Com efeito, há nos autos documentos que corroboram o alegado pela
parte autora, são eles: contrato de locação do imóvel, bem como notificação enviada a parte
requerida.          Cumpre destacar que a parte ré, locatária, não se manifestou sobre
nenhum dos fundamentos sustentados pelo autor, mesmo sendo devidamente citada. Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta, julgo procedente a ação com
resolução de mérito na forma do art. 487, I, do Código de Processo Civil para declarar rescindido o
contrato pelo descumprimento da parte ré em flagrante desrespeito ao Pacta Sunt Servanda, bem como
para consolidar o despejo do locatário e manter consolidada a posse da parte autora em face da
desocupação voluntária do réu.          Expeça-se mandado de imissão na posse, a
fim de que o Oficial de Justiça certifique a imissão e o estado em se encontra o imóvel, caso
necessário.           Ainda, condeno a parte ré ao pagamento dos aluguéis em atraso,
atualizados a partir da citação, acrescidos dos juros moratórios de 1% ao mês e multa de 10% sobre
o valor da causa corrigido. Cuja cobrança ficará suspensa, face o réu, eventualmente for, beneficiário
da justiça gratuita, nos termos do art. 98, §3º do CPC           E mais, condeno a parte
ré, por fim, ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatÃ-cios do advogado da
autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa. Cuja cobrança ficará suspensa, face o réu,
eventualmente for, beneficiário da justiça gratuita, nos termos do art. 98, §3º do CPC       Â
  Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa na
distribuição.          Expeçam-se os mandados necessários.          P.R.I.C.
         Belém, 16 de junho de 2021.      MARCO ANTONIO LOBO CASTELO
BRANCO      Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO:
00174487220128140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Execução de Título Extrajudicial em: 22/06/2021
EXEQUENTE:MARGI LTDA Representante(s): OAB 5875 - KELMA SOUSA DE OLIVEIRA REUTER
COUTINHO (ADVOGADO) EXECUTADO:JOSÉ MARIA ROSSETTI FILHO. Cumpra-se a Secretaria na
Ã-ntegra despacho de fls. retro            Cumpra-se.            Belém, 18 de
junho de 2021. Marco Antonio Lobo Castelo Branco Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial
PROCESSO: 00175465720128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em: 22/06/2021 AUTOR:MARIA
ANGÉLICA ALMEIDA DE MEIRA Representante(s): OAB 11853 - JOSE BRANDAO FACIOLA DE SOUZA
(ADVOGADO) OAB 5586 - PAULO AUGUSTO DE AZEVEDO MEIRA (ADVOGADO) REU:HUGO
NAZARENO DIAS CARDOSO. Vistos etc.          Trata-se de Ação de Despejo por Falta de
Pagamento c/c Cobrança de Aluguéis proposta por MARIA ANGELICA ALMEIDA DE MEIRA, em face
de HUGO NAZARENO DIAS CARDOSO, com fundamento na Lei 8.245/91. Â Â Â Â Â Â Â Â Â A autora
alega que celebrou com o réu contrato de locação de um imóvel tal qual descrito na inicial por meio
de contrato escrito. Ocorre que, de acordo com a requerente, o réu deixou de pagar os aluguéis e
demais encargos, no que fundamentou seu pedido de decretação do despejo e a condenação ao
pagamento dos valores respectivos ao descumprimento do contrato, ou seja, as dÃ-vidas locatÃ-cias. Â Â Â
      Juntou documentos.          Conforme certidão de fls. 37 o imóvel encontra-se
desocupado.          Devidamente citados, conforme certidão de fls. 58, o requerido não
apresentou contestação, conforme certidão de fls. 66.          Instado a se manifestar, o
autor requereu o julgamento antecipado da lide. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Autos conclusos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Ã
o relatório.          Decido.          Observa-se que o réu apesar de devidamente
citado não apresentou contestação nos termos da certidão de fl. 66. Assim, faz nascer Ã
presunção de veracidade dos fatos alegados pela autora, nos termos 344 do CPC. Por consequência,
o feito comporta julgamento antecipado nos termos do art. 355, II, do CPC. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Com efeito,
há nos autos documentos que corroboram o alegado pela parte autora, são eles: contrato de locação
do imóvel, bem como notificação enviada a parte requerida.          Cumpre destacar que
a parte ré, locatária, não se manifestou sobre nenhum dos fundamentos sustentados pelo autor,
mesmo sendo devidamente citada. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Ante o exposto, e considerando o que mais dos
autos consta, julgo procedente a ação com resolução de mérito na forma do art. 487, I, do Código
de Processo Civil para declarar rescindido o contrato pelo descumprimento da parte ré em flagrante
desrespeito ao Pacta Sunt Servanda, bem como para consolidar o despejo do locatário e manter
consolidada a posse da parte autora em face da desocupação voluntária do réu.         Â
1404
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Expeça-se mandado de imissão na posse, a fim de que o Oficial de Justiça certifique a imissão e o
estado em se encontra o imóvel, caso necessário.           Ainda, condeno a parte ré ao
pagamento dos aluguéis e despesas e os acessórios da locação em atraso, atualizados a partir da
citação, acrescidos dos juros moratórios de 1% ao mês e multa de 10% sobre o valor da causa
corrigido. Cuja cobrança ficará suspensa, face o réu, eventualmente for, beneficiário da justiça
gratuita, nos termos do art. 98, §3º do CPC           E mais, condeno a parte ré, por fim,
ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatÃ-cios do advogado da autora, que
fixo em 10% sobre o valor da causa. Cuja cobrança ficará suspensa, face o réu, eventualmente for,
beneficiário da justiça gratuita, nos termos do art. 98, §3º do CPC          Quitadas as
custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa na distribuição.   Â
      Expeçam-se os mandados necessários.          P.R.I.C.         Â
Belém, 16 de junho de 2021.      MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO      Juiz
de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO: 00188822820148140301
PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO
LOBO CASTELO BRANCO A??o: Cumprimento de sentença em: 22/06/2021 REQUERENTE:HERNANI
DIAS DA CRUZ Representante(s): OAB 5041 - FERNANDO FLAVIO LOPES SILVA (ADVOGADO) OAB
23986 - JOSUE DE FREITAS COSTA (ADVOGADO) REQUERIDO:EDGAR CHARLES FIGUEIREDO
BARROS Representante(s): OAB 4590 - SANDRA BRAZAO E SILVA BECHARA ROCHA (ADVOGADO)
OAB 23422 - LUCIANA DOLORES ARAUJO MIRANDA (ADVOGADO) . Trata-se de CUMPRIMENTO DE
SENTENÃA.            Intime-se, pois, o réu/executado, na forma do art. 513, §2º do
CPC, na pessoa do seu advogado, através de simples publicação no Diário da Justiça (art. 513,
§2º, I, do CPC) para, no prazo de 15 (quinze) dias, efetuar o pagamento do montante da
condenação, liquidado às fls. retro, acrescido de custas, se houver, sob pena de não o fazendo ser
acrescida a multa de 10% (dez por cento) e, também, de honorários de advogado de 10% (dez por
cento) nos termos do art. 523, caput e §1º do CPC.            O devedor poderá oferecer
bens à penhora, juntando prova da propriedade, se for bem imóvel.            Não
ocorrendo o pagamento, expeça-se mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de
expropriação, na forma do art. 523, § 3º do CPC, dando prioridade ao bloqueio online das contas do
executado, caso tenha sido requerido pelo exequente (art. 854 do CPC). Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Tornando-
se indisponÃ-veis os ativos financeiros do executado, intime-o na forma do art. 854, §2º, do CPC, bem
como o exequente para se manifestar sobre a penhora. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Decorrido o prazo acima
sem que haja o pagamento voluntário do débito, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o
executado apresente, nos próprios autos sua impugnação, consoante o art. 525 do CPC.      Â
     A cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento
003/2009-CJRMB, de 22.01.2009.            Cumpra-se, expedindo-se o necessário, após
quitadas eventuais custas.               Belém, 18 de junho de 2021. MARCO
ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO:
00209741020048140301 PROCESSO ANTIGO: 200410709678
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Agravo de Instrumento em: 22/06/2021 REQUERIDO:ASS. BRAS. DA IGREJA DE J. CRISTO DOS
SANTOS DOS ULTIMOS DIAS Representante(s): OAB 260454 - JOAO MARCELO MAXIMO RICARDO
DOS SANTOS (ADVOGADO) OAB 292.121 - JULIANO NICOLAU DE CASTRO (ADVOGADO) OAB
84.676 - KEILA CHRISTIAN ZANATTA MANANGAO RODRIGUES (ADVOGADO) REQUERENTE:CELIO
DE SALES MOURA Representante(s): LUIS CARLOS DA SILVA MENDONCA (ADVOGADO) OAB 7682 -
KATIA REGINA PEREIRA AMERICO (ADVOGADO) . Em face da apresentação da perÃ-cia técnica
judicial em fls. retro, tomo como dirimido os pontos controvertidos entre as partes com referência aos
cálculos apresentados, ratificando os cálculos judiciais apresentados.      Mantenho a decisão
que indeferiu os cálculos apresentados pelas partes em fls. 600 em seus próprios fundamentos.    Â
 Intimem-se as partes para se manifestarem, no prazo de 05 (cinco) dias, no que entenderem de direito.
     A cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento
003/2009-CJRMB, de 22.01.2009.      Intime-se. Cumpra-se.      Expeça-se o necessário.
 Belém, 18 de junho de 2021. Marco Antônio Lobo Castelo Branco Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel
e Empresarial da Capital PROCESSO: 00213113620128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 AUTOR:SUELY ALAMAR SEABRA Representante(s):
OAB 13232-B - JOAO PERES DE ANDRADE FILHO (DEFENSOR) REU:AUTENTIC INCORPORADORA
E CONSTRUTORA LTDA Representante(s): OAB 23942 - THAIS BITTI DE OLIVEIRA ALMEIDA
(ADVOGADO) . Levando em consideração petição de acordo juntado às fls. 153/164, bem como
1405
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
petição de fls. retro, cancelo a audiência marcada para o dia 29 de junho de 2021, às 11:00, e
determino que as partes informem sobre o cumprimento do acordo, no prazo de 15 (quinze) dias. Â Â Â Â
 Intimar e cumprir.      Belém, 22 de junho de 2021.               MARCO
ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO               Juiz de Direito da 8a Vara CÃ-vel e
Empresarial da Capital PROCESSO: 00226170620138140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Execução de Título Extrajudicial em: 22/06/2021 EXEQUENTE:BANCO BRADESCO SA
Representante(s): OAB 25197-A - LUCIA CRISTINA PINHO ROSAS (ADVOGADO) OAB 25196-A -
EDSON ROSAS JUNIOR (ADVOGADO) EXECUTADO:VENEZA LTDA ME EXECUTADO:ERCSON
CARVALHO SILVA. Os presentes autos vieram conclusos após transcurso do prazo de suspensão a
que alude o art. 921, III, §1º do CPC. Conforme certidão em fls. retro, o exequente até o presente
momento manteve-se inerte. Assim, vejamos: Art. 921. Suspende-se a execução: (...) III - quando o
executado não possuir bens penhoráveis; (...) § 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a
execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. § 2º Decorrido
o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. (grifos nossos) (...) § 4º Decorrido o prazo
de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição
intercorrente.       Logo, como não foram indicados outros bens, transcorrido o prazo de
suspensão do processo, nos termos do artigo 921, III, § 1º, do CPC, o processo aguardará
arquivado, facultada a reativação a qualquer tempo, ex vi do § 3º desse mesmo artigo.      Â
Nestes termos, DETERMINO o ARQUIVAMENTO administrativo dos autos sem baixa, conforme §2º do
art. 921 do CPC.       Intime-se. Cumpra-se.      A cópia deste despacho servirá como
mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB, de 22.01.2009.      Belém, 18
de junho de 2021.            Marco Antonio Lobo Castelo Branco            Juiz
de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO: 00228354620108140301
PROCESSO ANTIGO: 201010342983 MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO
ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança
em: 22/06/2021 REU:JUAREZ MATHIAS DE CASTRO REU:OLAVO SOUZA DE CARVALHO
AUTOR:CARLOS URSULINO MOSCOSO VINHAS Representante(s): OAB 8210 - IZACARMEN
MARTINS DA SILVA (ADVOGADO) NELSON RUBENS ROFFE BORGES (ADVOGADO) . Compulsando
os autos verifica-se que até o presente momento o réu sequer foi citado, mesmo este JuÃ-zo e a parte
autora terem empreendido esforços para tanto. Assim sendo, o deferimento da citação por Edital é a
medida que se impõe ao caso.      A citação por edital se aperfeiçoa com a publicação na
rede mundial de computadores ou em jornal (art. 257 do CPC ). Nestes termos, DEFIRO a citação por
edital, na forma do art. 256 do CPC.     Não tendo sido localizado o réu, em que pese as
tentativas realizadas, determino sua citação por edital, nos termos do art. 256 do Código de Processo
Civil, com prazo de 30 dias, devendo ser afixado e certificado pela Secretaria, publicando-se no Diário de
Justiça Eletrônico uma vez e pelo menos 2 (duas) vezes em jornais de ampla circulação, com prazo
mÃ-nimo de 15 dias entre as publicações, juntando-se exemplares de todas as publicações, inclusive
do Dje. Â Â Â Â No entanto, para que o procedimento acima seja realizado, certifique a secretaria o autor
acerca do recolhimento referente aos valores das custas necessárias para o ato, caso o mesmo não
seja beneficiário da Justiça Gratuita.     Cumpra-se, expedindo-se o necessário.     Após,
conclusos.     Belém, 13 de outubro de 2020. MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO Juiz
de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 00244285920178140301 PROCESSO ANTIGO:
---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em: 22/06/2021
REQUERENTE:MIRYAM DE ALMEIDA CARVALHO DUARTE Representante(s): OAB 6436 - ROBERTO
AFONSO DA SILVA CARVALHO (ADVOGADO) REQUERIDO:JANDER BRAGA BOAVENTURA. Vistos
etc.          Trata-se de Ação de Despejo por Falta de Pagamento c/c Cobrança de
Aluguéis e Acessórios proposta por MIRIYM DE ALMEIDA CARVALHO DUARTE, em face de JANDER
BRAGA BOAVENTURA (locatário) com fundamento na Lei 8.245/1991, arts. 9º, III, 59, § 1º, IX e 62, I
(redação dada pela Lei 12.112/2009).          Alega que celebrou com a parte ré contrato
de locação. Ocorre que, de acordo com a requerente, o locatário deixou de pagar os aluguéis, no
que fundamentou seu pedido de decretação do despejo e a condenação do mesmo ao pagamento
dos valores respectivos ao descumprimento do contrato, ou seja, ou aluguéis e acessórios em atraso. Â
        Juntou documentos.          Liminar deferida em fls. 17/19.         Â
Devidamente citada, conforme fls. 23, a ré não apresentou contestação.          A autora
alega que a ré desocupou o imóvel, conforme fls. 26.          Autos conclusos.      Â
1406
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Logo, a arguição de ilegitimidade passiva não merece prosperar, uma vez que o contrato celebrado
entre as partes está dotado de licitude e assinado por ambas, a fiadora/ré é a legalmente contratada
no respectivo termo de locação. Assim, deve-se afastar tal arguição mantendo a mesma como
legitima para figurar no polo passivo da demanda. Â Â Â Â Â Â Â Â Â DO MÃRITO Â Â Â Â Â Â Â Â Â A
autora juntou o instrumento particular de contrato de locação para fins não residenciais e outra
avenças conforme fls.10/19, bem como Notificação Extrajudicial conforme fls. 21. Analisando
detidamente o contrato, não se vislumbra qualquer ilicitude na mesma, devendo ser mantida a autonomia
da vontade das partes celebrantes, posto ter cumprido os requisitos inerentes aos contratos de boa-fé:
licitude, forma não prescrita ou defesa em lei, eticidade, etc. Além do mais, como não se trata de uma
relação de consumo o princÃ-pio da Pacta Sunt Servanda deve prevalecer no caso em comento.
Colaciono: APELAÃÃO. LOCAÃÃO. EMBARGOS Ã EXECUÃÃO. ONEROSIDADE EXCESSIVA
DECORRENTE DA COBRANÃA DE "RES SPERATA". INOCORRÃNCIA. PREVISÃO CONTRATUAL
QUE NÃO SE MOSTRA ABUSIVA. PREVALÃNCIA DO PRINCÃPIO "PACTA SUNT SERVANDA".
SENTENÃA MANTIDA. 1. A chamada "res sperata", cobrada em locações comerciais em shopping
centers ou centros comerciais, decorre do aproveitamento, pelo locatário, do fundo de comércio,
patrimônio imaterial pertencente ao empreendimento, que proporciona ao lojista que nele se estabelece
as vantagens decorrentes da própria atividade comercial de tais estabelecimentos, não se mostrando
abusiva se decorrente de expressa previsão contratual, nem muito menos configurando onerosidade
excessiva nos termos da lei civil, sendo lÃ-cita a sua cobrança. Precedentes desta Câmara. 2. A mera
alegação de que uma cláusula contratual configura onerosidade excessiva não se sustenta, pois esta
somente se observa nas hipóteses previstas no art. 478 do Código Civil, segundo o qual "nos contratos
de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisÃ-veis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato", não sendo esse o caso dos autos. 3.
Recurso improvido. (TJ-SP - AC: 10048369220208260100 SP 1004836-92.2020.8.26.0100, Relator: Artur
Marques, Data de Julgamento: 31/08/2020, 35ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
31/08/2020) Â Â Â Â Â Como se pode observar, a Lei 8.245/91 estabeleceu regras diferentes para cada
uma das benfeitorias, porém autorizou a livre negociação contratual dos contratantes, de forma que
poderão convencionar de forma diversa. No caso em apreço, o contrato estipulado entre as partes foi
expresso ao permitir a compensação dos valores despendidos com as benfeitorias úteis/necessárias,
caso houvesse consentimento prévio da locatária, o que não se comprovou nos autos. A
contestação dos requeridos nada trouxe para refutar o direito da autora, tenho como frágeis as
contestações apresentadas pela locatária por meio da Defensoria Pública e a apresentada pelo
fiador.          Matéria eminentemente de direito que assiste razão a autora.       Â
  DO DISPOSITIVO          Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta,
JULGO PROCEDENTE A AÃÃO com resolução de mérito na forma do art. 487, I, do Código de
Processo Civil para declarar rescindido o contrato na forma pedida na inicial, entretanto dispenso o
despejo da mesma uma vez que há auto de imissão na posse por abandono do imóvel por parte das
requeridas com forme fls. 55.          Condeno as partes rés a pagar os aluguéis em atraso
bem como os prejuÃ-zos porventura existentes, referentes ao inadimplemento das cláusulas contratuais,
como o pagamento das parcelas de IPTU, faturas da COSANPA, dentre outros previstos no contrato
(excluindo os encargos ali não especificados expressamente), atualizados a partir da citação, com a
aplicação da taxa Selic (EMBARGOS DE DIVERGÃNCIA EM RESP Nº 727.842 - SP (2008/0012948-
4).          Condeno as partes rés, por fim, ao pagamento de custas, despesas processuais e
honorários advocatÃ-cios do advogado da autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa.       Â
  Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa na
distribuição.          P.R.I.C.          Belém, 17 de junho de 2021.      Â
   Marco Antonio Lobo Castelo Branco          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e
Empresarial da Capital PROCESSO: 00361456820178140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em: 22/06/2021
REQUERENTE:ELAYNE DO SOCORRO DOS SANTOS E SILVA Representante(s): OAB 11111 -
DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DO PARA (DEFENSOR) REQUERIDO:KELEN MAD BASTOS
PINHEIRO Representante(s): OAB 11898 - VANESSA GERALDINNE DA ROCHA RAIOL (ADVOGADO)
OAB 24541 - WELLINGTON SILVA DOS SANTOS (ADVOGADO) . Em face das arguições
apresentadas pela autora em fls. 44/46, certifique a Secretaria acerca da tempestividade da
contestação e da reconvenção apresentada em fls. 33/40.      Após, conclusos.      A
cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB,
1410
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
outro contrato de empréstimo para quitar a dÃ-vida com o requerido. Informa que entrou em contato com
o requerido para solucionar a quitação da dÃ-vida, mas lhe informaram que só poderia resolver tal
pendencia pessoalmente, lá comparecendo e sendo informada que o valor da dÃ-vida já havia
aumentado para R$ 64.316,00 (sessenta e quatro mil, trezentos e dezesseis reais) e que chegaria em sua
casa boleto de quitação. Inconformada com o procedimento imposto para autora, a mesma fez
reclamação na Ouvidoria da requerida e lá lhe informaram que o procedimento seria aquele. Alega
que, após o pedido de requerimento de quitação, já foram realizados três descontos nos
rendimentos da autora, sem que lhe tenha sido oportunizado quitar o saldo devedor. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Diante da situação, que entende abusiva, ingressou com a presente ação. Ingressou com a presente
ação de consignação em pagamento pleiteando o depósito judicial de valores que entende devido.
          Decisão deferindo a consignação conforme fls. 68.          Â
Contestação do requerido em fls. 73/81 alegando que o valor devido informado pela autora carece de
veracidade, devendo ser depositado a mais e não a menos como foi.           Devidamente
intimada para apresentar manifestação/réplica, a autora assim o fez conforme fls. 91, informando que
continua recebendo cobranças pelo requerido.           à o sucinto relatório.       Â
   Decido.           A ação de consignação em pagamento é procedimento
especial que visa a permitir a realização daquele instituto de direito material, por meio do qual o autor
da ação busca uma sentença declaratória da extinção da obrigação. No presente caso, o autor
intenta extinguir sua obrigação com o réu pelo pagamento de valor que entende devido, qual seja, R$
63.395,74 (sessenta e três mil, trezentos e noventa e cinco reais e setenta e quatro centavos).     Â
  Nos termos do Art. 335 do Código Civil a consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou,
sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não
for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de
receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difÃ-cil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender
litÃ-gio sobre o objeto do pagamento.        Assim, demonstrada a resistência no recebimento do
valor que o autor entende devido, cabÃ-vel a presente ação de consignação. No presente caso,
requer a autora que seja dada como satisfeito o valor relativo a dÃ-vida concernente a dois empréstimos
realizados junto com a requerida (Contratos nºs 212478144 e 221524289).        A discussão
gira em torno do valor depositado a tÃ-tulo de consignação e não do contrato em si. O que concerne
ao valor controverso a requerida deverá buscar a via adequada para discutir os termos contratuais e
valores que entende correto que lhe sejam restituÃ-dos. A ação de consignação visa tão somente
assegurar o adimplemento de uma obrigação que o requerido, subtende-se, não querer aceitar nos
termos de local e prazo estipulados em contrato. Â Â Â Â Â Â Â No caso dos autos, o valor incontroverso
da consignação, qual seja, R$ 55.642,66 (cinquenta e cinco mil, seiscentos e quarenta e dois reais e
sessenta e seis centavos) foram devidamente depositados. O valor referido está deduzido em face de
três parcelas cobrado a posteriori do pedido de quitação da dÃ-vida junto a requerida, no valor de R$
7.753,08 (sete mil, setecentos e cinquenta e três reais e oito centavos). Assim, o desiderato da
consignação em pagamento está concluÃ-do quanto aos seus requisitos ensejadores, posto estarmos
diante do levantamento daquilo que é incontroverso para ambas as partes, porém a requerida entende
que o devido é o valor de R$ 64.316,00 (sessenta e quatro mil, trezentos e dezesseis reais) e não de
R$ 63.395,74 (sessenta e três mil, trezentos e noventa e cinco reais e setenta e quatro centavos).   Â
    Importante destacar que, no que diz respeito aos valores incontroversos e do que mais gravita em
relação aos autos a autora apresentou os documentos concernentes que comprovam o empréstimo
contraÃ-do e o valor que entende devido. Do seu turno, o requerido apresentou os dois contratos
pactuados com a autora, porém no que diz respeito a diferença entre o devido e o valor cobrado,
subsiste uma diferença de R$ 920,26 (novecentos e vinte reais e vinte e seis centavos) que a autora
entende não ser devido e o réu entende ser devido.        Pois bem, a ação de
consignação se pauta em elementos documentais e não adentra ao mérito de ações tipicamente
revisionais, nestes termos, não está se discutindo aqui a abusividade das taxas, mas apenas se o valor
consignado é o devido ou não. Entendo que, diante dos fatos e documentos expostos aos autos, a
autora fez comprova de suas alegações e, no momento em que houvera o pedido para quitação dos
valores remanescentes, o mesmo deveria ter sido o que entende a autora, não podendo ter mais sido
atualizado. Assim, sendo uma instituição financeira dotada de capacidade técnica e econômica
relevante, não há motivo de ter protelado a emissão de um boleto de quitação, no sentido de gerar
mais uma atualização no montante da dÃ-vida que deveria ter sido consolidada quando do pedido
administrativo da autora junto à Instituição Financeira. Do seu turno, a ré não comprova que a
atualização é devida e que já houvera ocorrida quando do pedido de pagamento de quitação da
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
autora, apenas demonstra que a mesma fez o contrato de dos empréstimos, quanto a isso não resta
dúvida, pois a própria autora informa tal disposição na sua exordial.        Assim, do
conjunto probante e fático que subsistem nos autos, entendo que, de fato, o valor a tÃ-tulo consignado é
o de R$ 63.395,74 (sessenta e três mil, trezentos e noventa e cinco reais e setenta e quatro centavos),
que deduzido os valores já cobrados pela requerida e descontados da folha de pagamento da autora,
alcançaram o patamar de R$ 55.642,66 (cinquenta e cinco mil, seiscentos e quarenta e dois reais e
sessenta e seis centavos). Â Â Â Â Â Por fim, aos danos morais, de tudo o que consta nos autos, a
matéria versa sobre ação de consignação em pagamento e que, devido ao imbróglio
oportunizado pela requerida, gerou uma série de inconvenientes que sugerem danos subjetivos, se
vislumbrando prejuÃ-zos que levam a entender um dano que ultrapasse a esfera patrimonial na magnitude
do quantum pleiteado. Sabe-se que o arbitramento se entrelaça com o instituto dos danos morais, posto
serem arbitrados de maneira subjetiva pelo magistrado levando-se em consideração os fatos e
matéria. Logo, no que diz respeito aos danos morais, me inclino a decidir favorável ao autor, porém
arbitrando um quantum razoável. As práticas abusivas que as empresas capitalistas têm perpetrado
contra seus clientes, nos leva a aplicar um valor de dano moral a tÃ-tulo pedagógico contra tal
abusividade.      Assim, se vislumbra ser o caso para a concessão de danos subjetivos/morais. Ã
inconteste, portanto, que sofreu e sofrerá ininterruptos inconvenientes por conta de não ter sido
executado o serviço de maneira diligente e ter ficado a autora com a impossibilidade de ter visto quitada
sua dÃ-vida, inclusive houvera inscrição indevida do nome da autora no SERASA no curso do processo,
que não poderia ter ocorrido. Entendo como razoável o valor do dano moral aplicado neste juÃ-zo no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), até porque o dano moral aqui emanado é a tÃ-tulo pedagógico e
não pode ser aplicado em patamares que gerem enriquecimento sem causa e banalizem a finalidade do
instituto. Â Â Â Â Â Assim, diante dos fundamentos antes expostos, JULGO PROCEDENTE OS
PEDIDOS, extinguindo o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I do Código de
Processo Civil, para: Â Â Â Â Â - Declarar que o valor incontroverso devido pela parte autora em
relação ao contrato apresentado indicado na petição inicial é de R$ 63.395,74 (sessenta e três
mil, trezentos e noventa e cinco reais e setenta e quatro centavos). Â Â Â Â Â Â Â - Declarar extinta a
obrigação da parcela incontroversa tendo em vista o depósito efetuado no valor de R$ 55.642,66
(cinquenta e cinco mil, seiscentos e quarenta e dois reais e sessenta e seis centavos), deduzido os valores
já cobrados pela requerida e descontados da folha de pagamento da autora no aporte de R$ 7.753,08
(sete mil, setecentos e cinquenta e três reais e oito centavos).      - Condenar a requerida a pagar
o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a tÃ-tulo de danos morais, com correção monetária pelo INPC e
juros de 1% ao mês a partir da sentença/arbitramento, consoante súmula 362 do STJ.       -
Condenar a parte ré em custas e honorários que arbitro em 10% sobre o valor da causa.     Â
Expeça-se Alvará em favor da requerida/consignada no valor de R$ 55.642,66 (cinquenta e cinco mil,
seiscentos e quarenta e dois reais e sessenta e seis centavos). Â Â Â Â Â No que tange ao saldo
remanescente devidamente atualizado depositado em juÃ-zo, defiro desde já a expedição de Alvará
neste sentido em favor da consignante. Â Â Â Â Â P.R.I.C. Â Â Â Â Â 18 de junho de 2021. Â Â Â Â Â Â Â
    MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO            Juiz de Direito da 8ª
Vara Civil e Empresarial de Belém PROCESSO: 00480499020148140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 REQUERENTE:JOANA RITA AVELAR DE ALMEIDA
Representante(s): OAB 5041 - FERNANDO FLAVIO LOPES SILVA (ADVOGADO)
REQUERIDO:CEBTRAIS ELETRICAS DO PARA SA CELPA Representante(s): OAB 12358 - FLAVIO
AUGUSTO QUEIROZ DAS NEVES (ADVOGADO) OAB 18329 - JIMMY SOUZA DO CARMO
(ADVOGADO) . Importante destacar que a presente ação se amolda a matéria debatida em sede de
INCIDENTE DE RESOLUÃÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS - IRDR (12085) - 0801251-
63.2017.8.14.0000, o que atrai a suspensão do feito até que seja dirimido o impasse ali suscitado.  Â
    O incidente de resolução de demandas repetitivas constitui instrumento de criação de
precedentes que vinculam horizontal e verticalmente os demais órgãos judiciais, e tem natureza
jurÃ-dica de ¿procedimento modelo¿. Por isso mesmo, é possÃ-vel a admissão do IRDR em ação
originária dos Juizados Especiais, sendo que, nessa hipótese, o julgamento do incidente se limitará Ã
definição da tese, afastando a obrigatoriedade do art. 978, parágrafo único do CPC.      Â
Logo, tendo em vista que a presente matéria se amolda ao caso em discussão nesses autos,
determino a SUSPENSÃO do feito até decisão definitiva nos autos daquele incidente.      Â
Acautelem-se os autos em Secretaria até análise do mérito do IRDR.       Cumpra-se.   Â
  A cópia desta decisão servirá como mandado de citação e intimação, nos termos do
Provimento n.º 03/2009-CJRMB, de 22.01.2009.      Belém, 18 de junho de 2021.  Marco
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Antonio Lobo Castelo Branco            Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da
Capital PROCESSO: 00485034120128140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 AUTOR:JOSINETE OLIVEIRA AFONSO
Representante(s): OAB 17847 - ANDRE ARAUJO FERREIRA (ADVOGADO) OAB 24556 - RAYLA
ADRIANA PEREIRA PINTO SOUSA (ADVOGADO) REU:FACULDADE ESTACIO DO PARA ESTACIO
FAP Representante(s): OAB 15783 - NELSON BRUNO DE REGO VALENCA (ADVOGADO) OAB 23495 -
MARCIO RAFAEL GAZZINEO (ADVOGADO) OAB 15785 - ANDRE RODRIGUES PARENTE
(ADVOGADO) . Trata-se de AÃÃO DE INDENIZAÃÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C PEDIDO
DE RESCISÃO CONTRATUAL movida por JOSINETE OLIVEIRA AFONSO em desfavor de FACULDADE
ESTÃCIO DO PARà - FAP.      Trata-se de ação indenizatória na qual a autora alega falha na
prestação de serviços educacionais, posto ter se submetido a vestibular para uma graduação Ã
distância e mesmo tendo sido aprovada, só fora disponibilizado momentos antes das provas o que
prejudicou a autora. Informa autora que fez o pedido de cancelamento da matrÃ-cula por conta dos
inconvenientes, mas não fora atendida a contento o que gerou cobranças que ele entende indevidas. E,
diante de tudo o que relata na exordial, pleiteia danos materiais e morais. Â Â Â Â Â Â Juntou documentos.
      Citada a ré contestou os pedidos do autor em fls. 54/66, alegando que não há nada de
abusivo na cobrança, que não cabe danos materiais ou morais, colocando-se pela total improcedência
da autora.       Juntou documentos.       As audiências marcadas ao longo do processo
quedaram-se infrutÃ-feras, conforme se depreende em fls. 106.       Petição da autora em fls.
138/139 alegando constrangimento em face de ameaças que vem sofrendo pela requerida por conta das
cobranças que entende indevida.       Autos conclusos.       à o relatório.      Â
Decido.       Ratifico/Defiro os benefÃ-cios da justiça gratuita a autora nos termos do art. 98 e
seguintes do CPC/2015.      Cinge-se a matéria sobre falha na prestação de serviços
educacionais. Assim, deve-se aplicar os corolários do Código de Defesa do Consumidor. Nestes termos,
aplica-se ao caso a Inversão do Ãnus da prova em face do desequilÃ-brio técnico e econômico entre
as partes. Isso porque aplica-se o Código de Defesa do Consumidor à relação jurÃ-dica estabelecida
com o fim de prestação de serviços educacionais. Nessa relação, o estudante é destinatário
final dos serviços educacionais e a instituição de ensino é a responsável por sua prestação,
enquadrando-se, respectivamente, nos conceitos de consumidor e fornecedor previstos nos artigos 2º e
3º do CDC.      De inÃ-cio, sobreleva anotar que a parte ré se enquadra na categoria de
fornecedora de serviços (art. 3º da Lei 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor). A parte autora,
por sua vez, enquadra-se no conceito de consumidora, ou seja, é a destinatária final do curso/ das
aulas ministradas pelo corpo de docentes da requerida. Por conseguinte, inegável a existência da
relação de consumo no caso dos autos.      Com isso, tem-se que o caso se enquadra na esfera
da responsabilidade civil contratual objetiva. A responsabilidade objetiva se configura independentemente
da culpa. Nos casos de responsabilidade objetiva, não se exige prova de culpa do agente para que seja
obrigado a reparar o dano. Em alguns, ela é presumida pela lei. Em outros, é de todo prescindÃ-vel,
porque a responsabilidade se funda no risco (objetiva propriamente dita ou pura). Quando a culpa é
presumida, inverte-se o ônus da prova. O autor da ação só precisa provar a ação ou omissão e o
dano resultante da conduta do réu, porque sua culpa já é presumida. Trata-se, portanto, de
classificação baseada no ônus da prova. à objetiva porque dispensa a vÃ-tima do referido ônus. Mas,
como se baseia em culpa presumida, denomina-se objetiva imprópria ou impura.      Dito isso,
resta perquirir se houve efetiva falha nos serviços prestados pela ré a ensejar a reparação pelos
alegados danos causados à autora. E, examinando tudo o que dos autos consta, tenho que a razão
assiste em parte a autora, senão vejamos.      Restou incontroverso que as partes celebraram
contrato de prestação de serviços educacionais referentes ao Curso de Ensino Superior de Processos
Gerenciais, na modalidade à distância, conforme afirmado por ambas as partes (fls. 13/20).     Â
Dessa feita, sopesando a documentação carreada aos autos, constato que houve, sim, prova da falha
na prestação dos serviços educacionais contratados pela autora, a ensejar a responsabilização
civil da ré. Ora, a reclamada não fez prova de fato que legitimamente explicasse a demora no
cancelamento da matrÃ-cula da autora. Aplicando-se ao caso a Inversão do Ãnus da Prova, deveria a
parte requerida provar que disponibilizou as matérias à autora a tempo e que o pedido de cancelamento
da matrÃ-cula da mesma fora prontamente atendido e não protelado para gerar mais uma mensalidade
de cobrança.      Assim, tem-se que, por questões relacionadas à falha na prestação de
serviços educacionais pela própria requerida, a autora foi impedida de iniciar seus estudos a contento,
nos moldes como anunciado, ou melhor, no tempo programado e esperado. Em razão dessa perda de
iniciar sua trajetória acadêmica entendo que a requerida não prestou adequadamente o serviço que
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lhe era esperado. Â Â Â Â Â Nesse contexto, a meu sentir, resta configurado o ato ilÃ-cito praticado pela
requerida, a qual obstaculizou o inÃ-cio dos estudos da parte autora, bem como postergou o cancelamento
da matrÃ-cula da mesma que, diante da demora na disponibilização das matérias, se sentiu
prejudicada para se preparar para as provas, o que a desestimulou de continuar no curso. Dito isso,
cumpre perquirir-se acerca da existência dos alegados danos morais sofridos pela autora. Nestes termos,
colaciono: APELAÃÃO CÃVEL. INDENIZAÃÃO. CONTRATO DE PRESTAÃÃO DE SERVIÃOS
EDUCACIONAIS. ENSINO A DISTÃNCIA. FALHA NA PRESTAÃÃO DO SERVIÃO. RESCISÃO
UNILATERAL. DANO MORAL CONFIGURADO. COMINAÃÃO DE MULTA PELO DESCUMPRIMENTO
DO COMANDO JUDICIAL. POSSIBILIDADE. DEVER DE PAGAMENTO DAS ASTREINTES. VALOR.
MODIFICAÃÃO. RAZOABILIDADE. RECURSO PROVIDO. VOTO VENCIDO. A instituição educacional
que oferece serviço defeituoso de ensino a distância e interrompe abruptamente o contrato de
prestação de serviços celebrado entre as partes, responde civilmente pelos danos causados aos
alunos. A reparação por danos morais deve consistir na fixação de um valor que seja capaz de
desencorajar o ofensor ao cometimento de novos atentados contra o patrimônio moral das pessoas e, ao
mesmo tempo, que seja suficiente para compensar os constrangimentos experimentados pela vÃ-tima. Ã
cabÃ-vel a fixação de multa por descumprimento de obrigação, a fim de compelir a parte a
concretizar o comando judicial, conforme expressamente previsto no art. 461 do CPC. (...)" (TJMG -
Apelação CÃ-vel 1.0261.11.011454-1/001, Rel. Des. Veiga de Oliveira, 10ª Câmara CÃ-vel, j.
13/08/2013, p. 23/08/2013). APELAÃÃO CÃVEL. DANOS MORAIS, MATERIAIS. CURSO DE
TECNOLOGIA EM INFORMÃTICA CLASSIFICADO COMO BACHARELADO - EXPECTATIVA DO
ESTUDANTE NÃO ALCANÃADA EM FUNÃÃO DE PROGANDA ENGANOSA - ATO ILÃCITO.
INDENIZAÃÃO DEVIDA. FALHA NA PRESTAÃÃO DO SERVIÃO. INCIDÃNCIA DO CÃDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR. Caso o aluno contrate os serviços educacionais na boa-fé, por acreditar que o
curso é ou será de bacharelado divulgado pela instituição de ensino e, esta não se confirma, fará
jus à indenização. A divulgação de propagandas enganosas e informações obscuras equivalem a
uma falha na prestação do serviço e enseja a condenação da instituição de ensino ao
pagamento de danos morais, ante a prevalência da boa-fé objetiva dos contratos. O valor da
indenização deve ser fixado com base nos princÃ-pios da proporcionalidade e razoabilidade." (TJMG -
Apelação CÃ-vel 1.0342.09.129423-7/001, Rel. Des. Newton Teixeira Carvalho, 13ª Câmara CÃ-vel,
julgamento em 03/04/2014, p. 11/04/2014). Â Â Â Â Â Por conseguinte, demonstrado o cabimento da
indenização por dano moral, passo à análise do respectivo "quantum" indenizatório. Com efeito, este
magistrado tem primado pela razoabilidade e proporcionalidade quando do arbitramento dos valores das
indenizações. A importância fixada deve proporcionar a justa compensação do ofendido e atender
ao caráter pedagógico da condenação em relação ao ofensor. Assim, a quantia não pode ser
fixada em valor tão elevado que importe enriquecimento sem causa, nem tão Ã-nfimo que não seja
capaz de reparar a ofensa causada nem sirva para coibir a conduta lesiva. Â Â Â Â Â Em vista de tais
critérios, e considerando as peculiaridades do caso em apreço, sobretudo o fato de ter a parte autora
sofrido com a demora da disponibilização das disciplinas, o que inviabilizou estudar para seu curso e a
levou desistir do mesmo, bem como a demora da requerida em proceder ao cancelamento da matrÃ-cula
da mesma, tenho que o valor de R$3.000,00 (três mil reais), mostra-se justo, proporcional e razoável
para compensar os danos sofridos pela autora. Â Â Â Â Â No que concerne aos danos materiais, alega a
autora que lhe assiste o direito indenizatório de R$ 1.120,00 (mil, cento e vinte reais), mas não junto
provas documentais que atestem tal dispêndio. Por mais que se tenha aplicado a inversão do ônus da
prova, é importante que haja ao menos um mÃ-nimo probatório neste sentido. Os danos morais e muitos
dos fatos narrados pela autora foram por ela comprovados, exceto quanto ao dano material. Â Â Â Â Â De
acordo com o art. 402, CC, os danos materiais abrangem os danos emergentes e os lucros cessantes. Por
danos emergentes, entende-se o que a vÃ-tima do ato danoso efetivamente perdeu e, por lucros
cessantes, o que deixou de perceber, em razão da sua ocorrência. à o que a doutrina intitula de perda
do lucro esperado. No caso em análise, alega a autora que assiste ao quantum indenizatório indicado,
pois bem, ao sabe-se que ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito e ao réu a
prova do fato extintivo, impeditivo ou modificativo deste mesmo direito. E, tendo que a inversão do ônus
da prova não é absoluta, quanto a este ponto, entendo que careceu por parte da autora um mÃ-nimo
probatório a tÃ-tulo de danos materiais. O dano material não se presume, deve ser comprovado, não
havendo que se falar em dever de indenizar quando não evidenciado.      Por fim, tendo em vista
que a requerida não procedeu com o cancelamento da matrÃ-cula da autora, impõe-se a rescisão
contratual pleiteada. Â Â Â Â Â DISPOSITIVO Â Â Â Â Â Ante o exposto, e considerando o que mais dos
autos consta, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos da autora, extinguindo o processo
com resolução de mérito na forma do art. 487, I, do Código de Processo Civil, para declarar
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rescindido o contrato na forma pedida na inicial, bem como para condenar a requerida a indenizar a autora
a tÃ-tulo de danos morais que fixo no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), com juros de mora a contar da
citação (art. 405 do CC) e correção monetária desde a data do arbitramento nos termos da
Súmula n. 362 do STJ.      Considerando a sucumbência recÃ-proca, as despesas processuais
serão rateadas e cada parte arcará com os honorários advocatÃ-cios de seus respectivos patronos,
fixados em 10% sobre o valor da causa, com ressalva do art. 98 e seguintes do CPC/2015 (com respeito
ao art. 12, da antiga Lei 1.060/50), em relação à parte autora, beneficiária da justiça gratuita, cuja a
presente exigibilidade restará suspensa.          Publique-se.          Registre-se.
Intime-se.          Belém, 21 de junho de 2021.          MARCO ANTONIO LOBO
CASTELO BRANCO          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO:
00488105420108140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com
Cobrança em: 22/06/2021 AUTOR:ANTONIO JOSE COSTA PEREIRA REPRESENTANTE:THIAGO
TAVARES PEREIRA Representante(s): OAB 6762 - LUIZ HELENO SANTOS DO VALE (ADVOGADO)
REU:JORGINA D ARCS DO SOCORRO OLIVEIRA Representante(s): OAB 4815 - JANETE MARIA
COSTA DE JESUS (ADVOGADO) . Declino da competência para atuar nestes autos, por entender estar
conexo com Procedimento de Usucapião (Processo Nº 0022792-46.2009.8.14.0301) que tramita na 5ª
Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital, cujo objeto da discussão além de ser idêntico, possuem as
mesmas partes e por ser aquele o JuÃ-zo prevento. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Redistribua-se o feito nos
termos deste decisum.            Cumpra-se, expedindo-se o necessário.         Â
  Belém 17 de junho de 2021.            MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
           Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO:
00565945220148140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021
EMBARGANTE:SANECON - SANEAMENTO E CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA Representante(s): OAB
14815 - BERNARDO DE SOUZA MENDES (ADVOGADO) EMBARGADO:BANCO DO ESTADO DO
PARA Representante(s): OAB 9238 - ALLAN FABIO DA SILVA PINGARILHO (ADVOGADO) OAB 10328 -
CLISTENES DA SILVA VITAL (ADVOGADO) EMBARGANTE:NEIL OSNEY DOS SANTOS ROCHA
Representante(s): OAB 13919 - SAULO COELHO CAVALEIRO DE MACEDO PEREIRA (ADVOGADO)
OAB 14815 - BERNARDO DE SOUZA MENDES (ADVOGADO) EMBARGANTE:PAULO DANIEL ROCHA
DE SOUSA. Intimem-se as partes para se manifestarem, no prazo de 05 (cinco) dias, sobre os termos da
Decisão Colenda juntada aos autos em fls. retro. E, no mesmo prazo, se dignem a apresentar pleito no
que entenderem de direito.     Intimar e cumprir.     Após, conclusos.      A cópia deste
despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB, de
22.01.2009.     Belém, 16 de junho de 2021. MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO Juiz
de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 00566092120148140301 PROCESSO ANTIGO:
---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 AUTOR:EMANOEL HENDERSON DA COSTA
JUNIOR Representante(s): OAB 13288 - PAULO DE SOUSA BASTOS SEGUNDO (ADVOGADO)
REU:ANA PAULA TOMAZ OLIVEIRA REU:EDMUNDO DE SOUZA PEREIRA AUTOR:MARLY OLIVEIRA
DOS SANTOS COSTA Representante(s): OAB 7741 - GUILHERME ROBERTO FERREIRA VIANA FILHO
(ADVOGADO) OAB 16966 - ARIANE DE NAZARE CUNHA AMORAS (ADVOGADO) . Vistos. Â Â Â Â Â Â
   Trata-se de Ação de cobrança de encargos referente a locação - rito ordinário proposta por
HEMANOEL HEMERSON DA COSTA JUNIOR em face de ANA PAULA TOMAZ OLIVEIRA e EDMUNDO
SOUZA PEREIRA          Alega o autor da presente ação que estabeleceu relação
comercial com as partes rés, de forma verbal, com inÃ-cio em 30/03/2013 a 30/04/2013 sendo
prorrogável por mais um ano. Aduz que os inquilinos sempre cumpriram com os pagamentos dos
alugueis, porém saÃ-ram do imóvel, no fim do contrato, sem entregar as chaves e realizar os
pagamentos de luz, pelo perÃ-odo de 17/09/2013 a 25/03/2013 e água dos meses de fevereiro a maio de
2014.          Juntou documentos.          Cumpre destacar que a parte ré fora
citada para se manifestar, porém não ofereceu contestação aos termos do pedido inicial, conforme
certidão em fls. 37.          à o relatório.          Decido.         Â
Observa-se que a parte ré apesar de devidamente citada não apresentou contestação nos termos
da certidão de fls. 37. Assim, faz nascer à presunção de veracidade dos fatos alegados pela autora,
nos termos 344 do CPC. Por consequência, o feito comporta julgamento antecipado nos termos do art.
355, II, do CPC.          Cumpre destacar que o requerido não se manifestou sobre nenhum
dos fundamentos sustentados pelo autor, mesmo sendo devidamente citada conforme certificado às fls.
37 dos autos.          Apesar da relatividade dos efeitos da revelia, o conjunto probatório
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Castelo Branco  Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 01006971320158140301
PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO
LOBO CASTELO BRANCO A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em:
22/06/2021 REQUERENTE:EDNEA DE MORAES FERREIRA Representante(s): OAB 8263 -
CONCEICAO AIDA PEREIRA BARBOSA (ADVOGADO) REQUERIDO:ANTONIO JORGE QUINDERÉ
FERREIRA Representante(s): OAB 4771 - ALVARO AUGUSTO DE PAULA VILHENA (ADVOGADO)
REQUERIDO:VERA LUCIA PAULA NEVES DA ROCHA Representante(s): OAB 4771 - ALVARO
AUGUSTO DE PAULA VILHENA (ADVOGADO) . Vistos etc. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Trata-se de AÃÃO DE
DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO C/C COBRANÃA DE ALUGUEIS E ACESSÃRIOS DA
LOCAÃÃO proposta por EDNEA DE MORAES FERREIRA e ELCINEIA DE MORAES FERREIRA, em face
de ANTONIO JORGE QUINDERÃ FERREIRAÂ VERA LUCIA PAULA NEVES DA ROCHA com
fundamento na Lei 8.245/1991, arts. 9º, III, 59, § 1º, IX e 62, I (redação dada pela Lei 12.112/2009).
         Alega que celebrou com a parte ré contrato de locação. Ocorre que, de acordo
com a requerente, o locatário deixou de pagar os aluguéis, no que fundamentou seu pedido de
decretação do despejo e a condenação do mesmo ao pagamento dos valores respectivos ao
descumprimento do contrato, ou seja, ou aluguéis e acessórios em atraso.          Juntou
documentos.          Citada a ré apresentou contestação de fls. 56/84.         Â
Fora informado que o requerido desocupou o imóvel em fls. 87.          Certidão de imissão
compulsória na posse em fls. 95/96.          Autos conclusos.          à o
relatório. Decido.          Vindo os autos conclusos, e, verificando, que a questão de mérito
é de direito e de fato, mas não havendo mais necessidade de produção de provas em audiência,
com base no art. 330, I, CPC, seria o caso do julgamento antecipado da lide, porém a instrução e a
abertura para memoriais garantiram à s partes amplo espectro probante em apreço ao PrincÃ-pio do
Contraditório e Ampla Defesa. Pretende a autora seja decretada a rescisão do contrato firmado, assim
como o despejo do imóvel objeto da lide, além da condenação da parte ré ao pagamento do
débito existente e dos ônus da sucumbência.          O contrato celebrado entre as partes
está dotado de licitude e assinado por ambas, a locatária/ré é a legalmente contratada no respectivo
termo de locação. Assim, resta-se configurada o contrato de locação entre as partes.       Â
  A autora juntou a Notificação Extrajudicial, conforme fls. 25 e contrato de locação em fls. 12/18.
Logo, a demanda está inteiramente instruÃ-da com os documentos indispensáveis a sua análise.
Matéria eminentemente de direito.          Ante o exposto, e considerando o que mais dos
autos consta, JULGO PROCEDENTE A AÃÃO com resolução de mérito na forma do art. 487, I, do
Código de Processo Civil para declarar rescindido o contrato na forma pedida na inicial, bem como
decretar o despejo da locatária. Entretanto, inócua tal condenação, uma vez que a ré já se
encontra ausente do imóvel conforme auto de imissão de posse compulsória as fls. 96       Â
  Condeno a parte ré a pagar os aluguéis em atraso bem como os prejuÃ-zos porventura existentes,
referentes ao inadimplemento das cláusulas contratuais, como o pagamento das parcelas de IPTU e
faturas da COSANPA, atualizados a partir da citação, com a aplicação da taxa Selic (EMBARGOS
DE DIVERGÃNCIA EM RESP Nº 727.842 - SP (2008/0012948-4). Para tanto, deve o autor providenciar
a atualização do débito ao réu no momento da satisfação desta condenação.       Â
  Condeno a parte ré, por fim, ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários
advocatÃ-cios do advogado da autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa. Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa na
distribuição.          Expeçam-se os mandados necessários.          P.R.I.C.
         Belém, 17 de junho de 2021.          MARCO ANTONIO LOBO CASTELO
BRANCO          Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO:
01356128820158140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com
Cobrança em: 22/06/2021 REQUERENTE:NORTE SHOPPING BELEM SA Representante(s): OAB 15188-
A - TADEU ALVES SENA GOMES (ADVOGADO) OAB 17278 - RENATA ISIS DE AZEVEDO REIS
(ADVOGADO) REQUERIDO:SPAZIO VERDI ALIMENTOS E PRODUCOES ARTISTICAS LTDA EPP
Representante(s): OAB 18100 - KAROLINY VITELLI SILVA (ADVOGADO) OAB 18350 - EUCLIDES DA
CRUZ SIZO FILHO (ADVOGADO) OAB 31667 - ISABELA ALICE ALMEIDA DE LIMA (ADVOGADO)
REQUERIDO:EDITH MARIA CONTENTE NOBREGA Representante(s): OAB 15007 - ELLEN LARISSA
ALVES MARTINS (ADVOGADO) OAB 18100 - KAROLINY VITELLI SILVA (ADVOGADO) OAB 18350 -
EUCLIDES DA CRUZ SIZO FILHO (ADVOGADO) OAB 31667 - ISABELA ALICE ALMEIDA DE LIMA
(ADVOGADO) REQUERIDO:MARCELO VIEIRA LIMA Representante(s): OAB 15007 - ELLEN LARISSA
ALVES MARTINS (ADVOGADO) INTERESSADO:CELESTIAL COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA
1418
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Representante(s): OAB 15007 - ELLEN LARISSA ALVES MARTINS (ADVOGADO) . Vistos etc. Â Â Â Â Â
    Trata-se de Ação de Despejo por Falta de Pagamento c/c Cobrança de DÃ-vida LocatÃ-cia
proposta por NORTE SHOPPING BELÃM S/A, em face de SPAZIO VERDI ALIMENTOS E PRODUÃÃES
ARTÃSTICAS LTDA EPP; EDITH MARIA CONTENTE NÃBREGA e MARCELO VIEIRA LIMA, com
fundamento na Lei 8.245/91.          A autora alega que celebrou com o réu contrato de
locação de um imóvel tal qual descrito na inicial por meio de contrato escrito. Ocorre que, de acordo
com a requerente, o réu deixou de pagar os aluguéis e encargos condominiais, no que fundamentou
seu pedido de decretação do despejo e a condenação ao pagamento dos valores respectivos ao
descumprimento do contrato, ou seja, as dÃ-vidas locatÃ-cias. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Juntou documentos. Â Â
       Em fls. 127/128 o autor apresenta Termo de Entrega de chaves (fls. 129) informando que
as requeridas entregaram o espaço.          Citado o réu SPAZIO VERDI ALIMENTOS E
PRODUÃÃES ARTÃSTICAS LTDA EPP apresentou contestação c/c reconvenção à s fls. 145/162.
A contestação pleiteia a improcedência dos pedidos autorais. Na reconvenção o réu pede
prestação de contas do reconvindo.          Juntou documentos.          O autor
apresentou réplica à s fls. 373/400 e contestação à reconvenção em fls. 404/453.        Â
 Autos conclusos.          à o relatório.          Decido.         Â
Primeiramente, entendo que a petição protocolizada em fls. 276/369 não corresponde à demanda,
motivo que deve ser desconsiderada em seu inteiro teor. As partes ali informadas são estranhas à lide,
portanto, o presente julgado se prestará a julgar o mérito dentro do que não seja alienÃ-gena aos
autos.          Cinge-se a matéria sobre Ação de Despejo com Pedido de Cobrança de
Alugueis em Atraso na Ação Principal e pedido de Prestação de Contas na Ação de
Reconvenção. A Ação Principal e a Reconvenção serão, portanto, julgadas e analisadas
conjuntamente, uma vez que o pedido de um implica na análise do outro e como o pedido formulado na
Reconvenção centra-se na prestação de contas da autora, por ser matéria de simples análise,
reservo-me a analisar ambas ações de forma integrada, sem complexidades hermenêuticas, devendo
prevalecer a leitura atenta do contrato de locação e do PrincÃ-pio da Pacta Sunt Servanda e demais
nortes principiológicos dos contratos.           A reconvenção consiste na propositura de
uma nova ação feita pelo réu em face do autor, em que a causa de pedir tem que ser conexa com o
pedido originário da ação. Ela é feita dentro do prazo de apresentação da contestação.   Â
   Muito embora haja uma determinação do diploma processual, com caráter organizacional, para
julgamento de processos em ordem cronológica por conclusão, cumpre salientar que este processo se
enquadra no que dispõe o art. 12, §2º, II do CPC, ou seja, o juÃ-zo já possui entendimento firmando e
o mérito se repete em vários outros, mais precisamente em dezenas.       Da Revelia dos
Fiadores       Conforme certidão de fls. 126 o fiador MARCELO VIEIRA LIMA foi devidamente
citado. E em fls. 143 (frente e verso) há certidão constando a citação da outra fiadora EDITH MARIA
CONTENTE NOBREGA. E, devidamente citados, não apresentaram contestação, somente o
contratante principal SPAZIO VERDI LTDA EPP. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Observa-se que os mesmos apesar
de devidamente citados não apresentaram contestação nos termos das certidões acima informadas.
Assim, faz nascer à presunção de veracidade dos fatos alegados pela autora, nos termos 344 do CPC.
Por consequência, o feito comporta julgamento antecipado nos termos do art. 355, II, do CPC, devendo
ser decretada a revelia dos mesmos.          Vencida as análises preliminares, passemos ao
julgamento de mérito.          Com relação ao pedido de prestação de contas na
Reconvenção          Data vênia, não existiria qualquer utilidade prática na
apresentação de contas pelo reconvindo se a parte reconvinte apenas discorda dos dispositivos
pactuados, pretendendo rever as cláusulas contratadas o que depende de um posicionamento judicial a
esse respeito, em ação especÃ-fica, de rito incompatÃ-vel com a especialidade da ação de despejo,
daÃ- porque o reconvinte ingressou com o pedido de prestação de contas, pois entende que os valores
cobrados são exorbitantes e que já efetuara o adimplemento de determinadas parcelas.       Â
  Entendo que a demanda em Reconvenção é frágil e o autor provou a contento o inadimplemento
do réu. Outrossim, caso fosse julgada procedente a referida prestação de contas, fatalmente a
ação principal estaria prejudicada posto que, inevitavelmente, a discussão recairia sobre a incidência
elevada de encargos no contrato de locação, nas prestações, abusividades de taxas e nulidades de
cláusulas contratuais, discussões tÃ-picas de ações revisionais.          As alegações
do reconvinte se enquadram nas teses de revisão dos contratos: ¿expressão genérica de uso mais
recorrente na jurisprudência e na doutrina brasileiras para açambarcar diferentes tipos de situações
jurÃ-dico-negociais e os constructos teóricos desenvolvidos a respeito da alteração das
circunstâncias. Problemas como a incidência elevada de juros nas prestações contratuais, o
aumento do valor das parcelas de contratos de mútuo em função de mudanças de câmbio a
1419
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
modo que o juÃ-zo aprecie e decida de acordo com as circunstâncias atuais, fáticas, de modo a efetivar
a prestação jurisdicional.               Dessa forma, determino que intime-se,
pessoalmente, a parte autora para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, se possui interesse na causa,
sob pena de extinção e arquivamento dos autos.               Ressalte-se que a mera
manifestação de que ainda possui interesse, sem que aponte claramente qual o interesse, por meio de
provocação do JuÃ-zo para a deliberação pretendida, será considerado falta de interesse.     Â
         Caso tenha, junte aos autos, no mesmo prazo, demonstrativo atualizado do débito. Â
             Cumpridas as determinações voltem-me os autos conclusos para análise.
Intimar e cumprir. Belém, 18 de junho de 2021.  Marco Antonio Lobo Castelo Branco Juiz de Direito da
8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO: 01792642420168140301 PROCESSO ANTIGO: ---
- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021 AUTOR:SIDIANA CONRRADO PANTOJA
Representante(s): OAB 19591 - ERIVALDO NAZARENO DO NASCIMENTO FILHO (ADVOGADO)
REU:SPE PROGRESSO INCORPORADORA LTDA Representante(s): OAB 16956 - LUCAS NUNES
C H AM A ( ADVOGA DO) OA B 21074-A - F A B I O RI V E L L I (A DV O G A DO ) RE U: A S A C O R P
EMPREENDIMENTOS E PARTICIPACOES LTDA Representante(s): OAB 16956 - LUCAS NUNES
CHAMA (ADVOGADO) REU:ELO INCORPORADORA LTDA Representante(s): OAB 12724 - GUSTAVO
FREIRE DA FONSECA (ADVOGADO) OAB 13179 - EDUARDO TADEU FRANCEZ BRASIL
(ADVOGADO) REU:PDG REALTY SA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPACOES Representante(s):
OAB 16956 - LUCAS NUNES CHAMA (ADVOGADO) REU:LEAL MOREIRA ENGENHARIA LTDA
Representante(s): OAB 13179 - EDUARDO TADEU FRANCEZ BRASIL (ADVOGADO) . Compulsando os
autos verifico que até o presente momento não fora dado oportunidade para a autora manifestar-se a
cerda das contestações apresentadas.      Assim, buscando -se evitar uma possÃ-vel nulidade
dos atos proferidos, intime-se a autora para apresentar manifestação às contestações, no prazo de
15 (quinze) dias.      Intime-se. Cumpra-se.      A cópia deste despacho servirá como
mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB, de 22.01.2009.  Belém, 18 de junho
de 2021.               Marco Antonio Lobo Castelo Branco              Â
Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 02292452220168140301 PROCESSO
ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO
BRANCO A??o: Execução de Título Extrajudicial em: 22/06/2021 REQUERENTE:BANCO DO BRASIL S/A
Representante(s): OAB 17295 - LEONARDO SOUSA FURTADO DA SILVA (ADVOGADO) OAB 44698 -
SERVIO TULIO DE BARCELOS (ADVOGADO) REQUERIDO:SOUZA E CARNEIRO LTDA
REQUERIDO:VANESSA CARNEIRO CARMONA. Ante o pleito de fls. retro, HOMOLOGO o acordo de
vontades de fls. 94/99 e JULGO EXTINTO o feito, com resolução do mérito, nos termos do art. 487,
III, b, do Código de Processo Civil.            Custas processuais e honorários
advocatÃ-cios na forma da transação. Considerando-se que haverá isenção das custas
remanescentes nos termos do art. 90, § 3° do CPC.            Determino o arquivamento
do feito após o transcurso do prazo recursal, procedendo à s anotações e baixas devidas.      Â
     Expeça-se o necessário.            P.R.I.C.      Belém, 18 de junho de
2021. Â Â Â Â Â Â Â Â Â MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO Â Â Â Â Â Â Â Â Â Juiz de Direito
da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial PROCESSO: 03202970220168140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em: 22/06/2021
REQUERENTE:SANTANA E SILVA LTDA Representante(s): OAB 23858 - ALESSANDRA DA GAMA
MALCHER GODINHO (ADVOGADO) REQUERIDO:SACHA EPSTEIN FAINSTEIN. Vistos etc. Â Â Â Â Â
    Trata-se de Ação de Despejo por Falta de Pagamento c/c Cobrança de Aluguéis proposta
por SANTANA E SILVA LTDA - ME, em face de SACHA EPSTEIN FAISTEN, com fundamento na Lei
8.245/91.          A autora alega que celebrou com o réu contrato de locação de um
imóvel tal qual descrito na inicial por meio de contrato escrito. Ocorre que, de acordo com a requerente, o
réu deixou de pagar os aluguéis e demais encargos, no que fundamentou seu pedido de
decretação do despejo e a condenação ao pagamento dos valores respectivos ao descumprimento
do contrato, ou seja, as dÃ-vidas locatÃ-cias. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Juntou documentos. Â Â Â Â Â Â Â Â Â
Conforme certidão de fls. 112 o imóvel encontra-se desocupado.          Devidamente
citados, conforme certidão de fls. 123, o requerido não apresentou contestação, conforme certidão
de fls. 124.          Autos conclusos.          à o relatório.         Â
Decido.          Observa-se que o réu apesar de devidamente citado não apresentou
contestação nos termos da certidão de fl. 123. Assim, faz nascer à presunção de veracidade dos
fatos alegados pela autora, nos termos 344 do CPC. Por consequência, o feito comporta julgamento
1421
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
antecipado nos termos do art. 355, II, do CPC.          Com efeito, há nos autos documentos
que corroboram o alegado pela parte autora, são eles: contrato de locação do imóvel, bem como
notificação enviada a parte requerida.          Cumpre destacar que a parte ré, locatária,
não se manifestou sobre nenhum dos fundamentos sustentados pelo autor, mesmo sendo devidamente
citada. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta, julgo procedente
a ação com resolução de mérito na forma do art. 487, I, do Código de Processo Civil para
declarar rescindido o contrato pelo descumprimento da parte ré em flagrante desrespeito ao Pacta Sunt
Servanda, bem como para consolidar o despejo do locatário e manter consolidada a posse da parte
autora em face da desocupação voluntária do réu.          Expeça-se mandado de
imissão na posse, a fim de que o Oficial de Justiça certifique a imissão e o estado em se encontra o
imóvel, caso necessário.           Ainda, condeno a parte ré ao pagamento dos aluguéis
em atraso, atualizados a partir da citação, acrescidos dos juros moratórios de 1% ao mês e multa de
10% sobre o valor da causa corrigido. Cuja cobrança ficará suspensa, face o réu, eventualmente for,
beneficiário da justiça gratuita, nos termos do art. 98, §3º do CPC           E mais,
condeno a parte ré, por fim, ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatÃ-cios
do advogado da autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa. Cuja cobrança ficará suspensa, face o
réu, eventualmente for, beneficiário da justiça gratuita, nos termos do art. 98, §3º do CPC    Â
     Quitadas as custas e certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa
na distribuição.          Expeçam-se os mandados necessários.         Â
P.R.I.C.          Belém, 16 de junho de 2021.      MARCO ANTONIO LOBO CASTELO
BRANCO      Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial da Capital PROCESSO:
03763232020168140301 PROCESSO ANTIGO: ---- MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A):
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO A??o: Procedimento Comum Cível em: 22/06/2021
REQUERENTE:SUELY BEZERRA TEIXEIRA Representante(s): OAB 18004 - HAROLDO SOARES DA
COSTA (ADVOGADO) OAB 15650 - KENIA SOARES DA COSTA (ADVOGADO)
REQUERIDO:CONSORCIO NACIONAL VOLKSWAGEN ADMINISTRADORA DE CONSORCIO
Representante(s): OAB 20397 - MANUELA MOTTA MOURA DA FONTE (ADVOGADO) OAB 23551 -
IGOR LOPES DUARTE (ADVOGADO) . Tomo como pontos controvertidos os apresentados na inicial, pelo
autor, e na contestação, pelo réu, os quais serão objeto da decisão, posto que a delimitação do
tema a ser enfrentado e resolvido no julgamento de mérito estão apresentados nas respectivas
peças.      Assim, determino que as partes se manifestem, no prazo de 05 (cinco) dias, sobre
interesse na produção de provas e acerca de eventual audiência de instrução e julgamento,
justificando o requerimento. Caso contrário, pedido sem fundamento sobre a utilidade do ato processual a
ser realizado para deslinde do processo, será considerado ato protelatório, sendo a parte condenada por
prática de ato atentatório a dignidade da justiça.      Caso as partes requeiram prova
testemunhal no mesmo ato apresente o devido rol das testemunhas, devendo vir o feito concluso para
¿designação de audiência¿.      Ausente de manifestação das partes e/ou com
manifestação pela desnecessidade de produção de qualquer tipo de prova, deve o processo vir
concluso para sentença.      Voltem os autos para decisão.  Intime-se. Cumpra-se.      A
cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB,
de 22.01.2009.  Belém, 21 de junho de 2021.               Marco Antonio Lobo
Castelo Branco               Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial
PROCESSO: 04706470220168140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Consignação em Pagamento em: 22/06/2021 REQUERENTE:MARIA ANGELICA FERNANDES DA
SILVA Representante(s): OAB 6436 - ROBERTO AFONSO DA SILVA CARVALHO (ADVOGADO)
REQUERIDO:CONDOMINIO DO EDIFICIO MURUBIRA Representante(s): OAB 12815 - RAPHAEL
AUGUSTO CORREA (ADVOGADO) . Verificando-se que a sentença de fl. 130 contém um erro
material, chamo o feito à ordem para retificar no que tange a expedição de alvará, para que este seja
expedido em nome do CONDOMINIO EDFICIO MURUBIRA, via transferência bancária, conforme
petição de fls. retro.     Por fim, mantenho a decisão nos seus próprios fundamentos.    Â
Sem mais, cumpra-se, expedindo o necessário.     Após arquive-se     Belém, 22 de junho
de 2021. Marco Antonio Lobo Castelo Branco Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial
PROCESSO: 04726286620168140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Procedimento Comum Infância e Juventude em: 22/06/2021 AUTOR:ESPOLIO DE JULIA MACEDO
CORREA REPRESENTANTE:DALGIZA DE NAZARE MACEDO CORREA Representante(s): OAB 11011 -
AMALIA XAVIER DOS SANTOS (ADVOGADO) OAB 4305 - RAIMUNDO RUBENS FAGUNDES LOPES
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
serem indevidos. Além do mais não negou a existência do débito, não fazendo prova do
pagamento, até a efetiva desocupação do mesmo.          Ademais, em contra partida, o
requerido limitou-se em contestar a ação sem produzir qualquer prova para comprovar suas
alegações, ou seja, fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado pelos autores.    Â
     Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta, julgo procedente a ação com
resolução de mérito na forma do art. 487, I, do Código de Processo Civil para declarar rescindido o
contrato pelo descumprimento da parte ré em flagrante desrespeito ao Pacta Sunt Servanda, bem como
para consolidar o despejo do locatário e manter consolidada a posse da parte autora em face da
desocupação voluntária do réu.          Expeça-se mandado de imissão na posse, a
fim de que o Oficial de Justiça certifique a imissão e o estado em se encontra o imóvel, caso
necessário.           Ainda, condeno a parte ré ao pagamento dos aluguéis em atraso,
bem como os e os acessórios da locação, atualizados a partir da citação, acrescidos dos juros
moratórios de 1% ao mês e multa de 10% sobre o valor da causa corrigido. Cuja cobrança ficará
suspensa, face o réu, eventualmente for, beneficiário da justiça gratuita, nos termos do art. 98, §3º
do CPC           E mais, condeno a parte ré, por fim, ao pagamento de custas, despesas
processuais e honorários advocatÃ-cios do advogado da autora, que fixo em 10% sobre o valor da causa.
Cuja cobrança ficará suspensa, face o réu, eventualmente for, beneficiário da justiça gratuita, nos
termos do art. 98, §3º do CPC          Quitadas as custas e certificado o trânsito em
julgado, arquivem-se os autos, dando-se baixa na distribuição.          Expeçam-se os
mandados necessários.          P.R.I.C.          Belém, 16 de junho de 2021. Â
    MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO      Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e
Empresarial da Capital PROCESSO: 07047228320168140301 PROCESSO ANTIGO: ----
MAGISTRADO(A)/RELATOR(A)/SERVENTU?RIO(A): MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
A??o: Despejo por Falta de Pagamento Cumulado Com Cobrança em: 22/06/2021
REQUERENTE:HELOISA HELENA TITAN DE AZEVEDO Representante(s): OAB 9316 - CARLOS
AUGUSTO TEIXEIRA DE B.NOBRE (ADVOGADO) OAB 21806 - VANESSA DE CASSIA PINHEIRO DE
MACEDO (ADVOGADO) REQUERIDO:AMON FRONTIN CUNHA Representante(s): OAB 17713 - ALINE
CRISTINA SILVEIRA DE AMORIM (ADVOGADO) . Defiro o pedido de fls. retro, devendo ser
desconsideradas as manifestações da autora/reconvinda em face da intempestividade das mesmas,
conforme certidão em fls. 310. Assim, determino o desentranhamento dos autos a referida
manifestação (fls. 316/338).      Ademais, tomo como pontos controvertidos os apresentados na
inicial, pelo autor, e na contestação, pelo réu, os quais serão objeto da decisão, posto que a
delimitação do tema a ser enfrentado e resolvido no julgamento de mérito estão apresentados nas
respectivas peças.      Assim, determino que as partes se manifestem, no prazo de 05 (cinco)
dias, sobre interesse na produção de provas e acerca de eventual audiência de instrução e
julgamento, justificando o requerimento. Caso contrário, pedido sem fundamento sobre a utilidade do ato
processual a ser realizado para deslinde do processo, será considerado ato protelatório, sendo a parte
condenada por prática de ato atentatório a dignidade da justiça.      Caso as partes requeiram
prova testemunhal no mesmo ato apresente o devido rol das testemunhas, devendo vir o feito concluso
para ¿designação de audiência¿.      Ausente de manifestação das partes e/ou com
manifestação pela desnecessidade de produção de qualquer tipo de prova, deve o processo vir
concluso para sentença.      Voltem os autos para decisão.  Intime-se. Cumpra-se.      A
cópia deste despacho servirá como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB,
de 22.01.2009.  Belém, 17 de junho de 2021.               Marco Antonio Lobo
Castelo Branco               Juiz de Direito da 8ª Vara CÃ-vel e Empresarial
QUEIROZ MARTINS OAB: 016124/PA Participação: ADVOGADO Nome: CAMILY ANNE TRINDADE DOS
SANTOS OAB: 012725/PA Participação: INTERESSADO Nome: MIGUEL AUGUSTO BATISTA
BERBARY Participação: ADVOGADO Nome: SIMONE CRISTINA AZEVEDO DOS SANTOS OAB:
6048/PA Participação: INTERESSADO Nome: HERNAN JOSE BATISTA BERBARY Participação:
ADVOGADO Nome: IGOR COSME QUEIROZ MARTINS OAB: 016124/PA Participação: ADVOGADO
Nome: CAMILY ANNE TRINDADE DOS SANTOS OAB: 012725/PA Participação: AUTORIDADE Nome:
FAZENDA NACIONAL NO ESTADO DO PARÁ Participação: AUTORIDADE Nome: ESTADO DO PARA
Participação: AUTORIDADE Nome: MUNICÍPIO DE BELÉM
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Processo: 0825297-18.2019.8.14.0301
Praça Felipe Patroni, S/N, FÓRUM CÍVEL - 2º ANDAR, Cidade Velha, BELéM - PA - CEP: 66015-260
SANTANDER (BRASIL) S.A. Participação: ADVOGADO Nome: FLAVIO NEVES COSTA OAB: 153447/SP
Participação: EXECUTADO Nome: R.R CARDOSO MELO -ME MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Participação: EXECUTADO Nome: RAIMUNDO ROBERTO CARDOSO MELO
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do §3 do art. 10 da lei 8328/2015, intimo a parte autora para que proceda, no prazo de 15
(quinze) dias (Art. 290 NCPC), o recolhimento de custas iniciais, o fazendo nos moldes do §1º do art. 9º
da referida lei (Relatório+Boleto+Comprovante pagamento), sob pena de cancelamento da distribuição.
(Art. 1º, § 2º, I do Prov.06/2006 da CJRMB)
_______________________________________________
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Processo: 0849158-67.2018.8.14.0301
Compulsando os autos verificou-se que ainda não houve por este juízo apreciação do
pedido de concessão da justiça gratuita, o que passo a fazer:
Porém, defiro o parcelamento das custas processuais a serem pagas pela parte autora em 4 (quatro)
parcelas, nos termos nos termos do art. 98, §6º do Código de Processo Civil. Ainda, determino que a
primeira seja paga no prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de cancelamento da distribuição nos termos do
art. 290 do CPC.
Caso haja o referido pagamento no prazo acima referido remetam-se os autos conclusos para deliberação,
em especial ao pedido de citação por edital da parte ré.
Intimar e cumprir.
Praça Felipe Patroni, S/N, FÓRUM CÍVEL - 2º ANDAR, Cidade Velha, BELéM - PA - CEP: 66015-260
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Processo: 0841985-55.2019.8.14.0301
1427
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Trata-se de AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL C/C DANOS MORAIS E TUTELA DE URGÊNCIA movida
por ALTINEIA FANELI MOREIRA DOS SANTOS em face de MIDWAY S/A CRÉDITO FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO e LOJAS RIACHUELO S/A.
Alega a autora que realizou um empréstimo no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil) reais perante a requerida,
sendo solicitado que tal débito fosse parcelado em cinco vezes. Ao se deparar com a fatura, percebeu que
as parcelas foram divididas em quinze vezes, somando um débito com os juros de montante de R$
13.052,40 (treze mil, cinquenta e dois reais e quarenta centavos). Alega a autora que a taxa de juros que
estava sendo incidido no contrato era de 19,63% ao mês, sendo que o que deveria ser cobrado era de
6,6% ao mês. Retornou a loja para transacionar e fazer reclamação contra a prestação do serviço, mas
não dirimiu a contenda.
Diante das abusividades que alega, ingressou com a presente demanda pleiteando tutela.
Devidamente citada, a parte requerida apresentou contestação, conforme acostado em ID. 13021057,
alega ilegitimidade da LOJAS RIACHUELO S/A, outras preliminares. Alega que não houve abusividade na
contratação do empréstimo, que a requerente anuiu de forma livre ao contrato, somente não se conforma
com sua inadimplência e pretende revisar o contrato em benefício próprio, dentre outros argumentos.
Réplica em ID. 17614956, no qual a autora ratifica seus argumentos quando da inicial e pretende ver seu
contrato revisado em face da abusividade das parcelas pagas.
Autos conclusos.
É o relatório.
DECIDO.
A regra elencada no CDC é a responsabilidade solidária de todos aqueles que participaram da cadeia de
consumo, no que tange à reparação dos danos suportados pelo consumidor. Observa-se que o cartão de
crédito no qual foi lançada a despesa não reconhecida pela parte autora é administrado ora promovidas,
sendo elas que deram origem ao apontamento negativo discutido nos autos. Indubitável, assim, que as
promovidas em questão integram a cadeia de consumo, neste caso. Dessa forma, rejeita-se a preliminar
em tela.
Em relação à inversão do ônus da prova nas relações consumeristas, a regra, ou a falta de regra
específica, fez com que a maioria absoluta da doutrina concluísse por ser até a sentença, inclusive na
própria sentença, o momento adequado para que o juiz decida sobre a fixação do ônus da prova. Assim,
cabe ao fornecedor adotar uma postura mais ativa no tocante à produção da prova nas relações de
consumo, sob pena de sua inércia ter como corolário uma indenização pelo simples fato de que poderia ter
produzido prova em contrário, mas não o fez.
1428
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Dessa forma, em que pese a impugnação das promovidas, perfeitamente cabível a inversão do ônus da
prova neste feito, pois presentes os elementos do art. 6º, VIII do CDC; exceto quanto a dano moral
propriamente dito, cuja prova incumbe à parte requerente.
Na presente lide, há uma relação de consumo, enquadrando-se as partes nos conceitos de consumidor e
fornecedor, constantes dos artigos 2º e 3º, da Lei n. 8.078/90, aplicáveis, por conseguinte, os preceitos de
tal diploma.
Pela natureza do contrato de adesão, vê-se que as possibilidades de revisão das cláusulas contratuais
restringem-se ao limite estreito das gritantes ofensas ao direito e a boa-fé, tendo em vista o que dispõe o
CDC.
Em acréscimo, segundo a norma do CC e do CPC verifica-se que tão importante quanto a estrutura do
contrato é o ato volitivo das partes, que fazem a opção com conhecimento prévio dos termos
estabelecidos, sendo que estes só podem ser alterados quando afrontosamente ofendem a boa-fé, e isso,
entendo, como engano deliberado, simulação ou mesmo fraude, que de modo inevitável limita e/ou induz o
contratante a fazer uma escolha, que, ao fim e ao cabo, está viciada.
Não é desconhecida as vantagens que as empresas financeiras alcançam com sua atividade, porque
manuseiam um produto inexistente, abstrato e especulativo, de caráter, porque não afirmar, metafísico,
digo com isso: o dinheiro, o crédito não possui corpo, porém, influência de forma substancial nas vidas
das pessoas.
Qualquer homem de consciência mediana sabe que o lucro é o objetivo das empresas, porém, o lucro não
pode ser ofensivo à moralidade de tal modo que suprima ou corrompa a dignidade humana, e neste
sentido as instituições estatais, forjadas no liberalismo, uma função precípua de não permitir que tais
lucros sejam imorais, de modo que não possam ser reconhecidos como legais. E nestes termos, o contrato
de adesão, com suas condições, estão de acordo com as previsões legais e solidificado pelo entendimento
do STJ.
Pelo que se verifica no contrato, as cláusulas foram previamente apresentadas e as condições estipuladas
pela ré para a concessão do crédito, clausulas que foram aceitas pelo autor, como manifestação volitiva.
Quanto aos princípios da boa fé e da função social do contrato, de modo algum, tais princípios devem
significar uma permissividade para atos que atentem contra a boa conduta comercial e intersubjetiva, ou
seja, nem mesmo a pressuposição da hipossuficiência, em todos os termos, do consumidor e a leitura
vantajosa em caso de ambiguidade de cláusulas, deve significar um pressuposto assegurado de
legitimidade para atos viciados e presumidos pelos consumidores.
Com isso quero dizer que não se pode pressupor uma ilegalidade do contrato partindo da incapacidade ou
impossibilidade do devedor fiduciário de cumprir com as prestações contratuais, as quais foram
apresentadas no momento da assinatura do contrato.
A boa-fé é conduta substancial exigida nos contratos modernos, e deve fica clara na expressão da vontade
das partes. O que, no caso de contrato de adesão, se resume no contratar ou não, como já dito.
1429
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Sem entrar em maiores meandros que envolvem o ato de contratar, no caso em análise, a parte autora já
sabia de imediato, no ato da assinatura do contrato, os valores fixos de cada parcela, os quais deveriam
ser pagos até o final do contrato.
Salvo melhor juízo, não há nos autos nenhum elemento que comprovem que a autora foi surpreendida de
qualquer forma por uma modificação das cláusulas ou condições contratuais.
Assim, a opção que restou à parte autora foi contratar ou não contratar, e mesmo sabendo das condições
que pretende revisar por meio de ação judicial, decidiu por um ato voluntário comprometer-se com as
cláusulas contratuais. Confira-se a jurisprudência:
Construída tal premissa, enfrento as questões que este juízo acompanha em entendimento os tribunais
superiores.
A respeito pedido de repetição de indébito, a legislação pátria preceitua que quem recebe pagamento
indevido deve devolvê-lo, sob pena de locupletamento. Sendo, portanto, dois os requisitos, a saber, a
cobrança extrajudicial indevida de dívida e o efetivo pagamento do indébito.
Art. 876 - Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que
incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. (código civil de 2002).
Art. 42 - Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único - O consumidor cobrado em
quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. (Código de Defesa
do Consumidor).
Atento ao entendimento jurisprudencial que vem sendo formado sobre o tema, entendo que a devolução
deve se dar em dobro nos casos em que são cobrados valores acima do previsto em contrato, posto que
configura a má-fé do réu a cobrança infringindo cláusula contratual. Entendo que o contrato pactuado
livremente pelas partes não guarnece de abusividade alguma. Neste sentido, quanto ao pedido de
repetição de indébito, tenho que a determinação do pagamento dos valores do empréstimo, de acordo
com a previsão da autora, compromete a argumentação de devolução de valores pagos a maior. Mesmo
porque não entendo ser necessário a revisão do contrato.
Trata-se de contrato com parcelas prefixadas, com a inadimplência das prestações, aplicando-se taxas,
juros e capitalização em valores acima do previsto no contrato para esta situação específica, estaríamos
diante de motivos para revisar cálculos que estariam eventualmente contrários as regras do contrato. De
outra feita, nada há no contrato, salvo se houvesse a cumulação de comissão de permanência e juros
moratórios, uma comum nestes contratos.
A repetição de indébito, prevista no parágrafo único do Art. 42 do CDC, tem como requisito a presença de
dolo ou culpa ou má-fé do credor. Ausente qualquer desses requisitos, não há que se falar em repetição
de indébito, muito menos em valores pagos a mais.
1430
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No caso em tela, não há que se falar em devolução em dobro pois não restaram configurados os
elementos propostos pelo CDC, e nem há que se alegar a abusividade dos juros remuneratórios, tendo em
vista que a taxa de juros de crédito pessoal cobrada ao tempo do contrato não pode ser considerada
abusiva. Quanto a cumulação de encargos para a fase de inadimplência devemos rever a jurisprudência
do STJ. Citamos os seguintes enunciados das súmulas da jurisprudência dominante do Tribunal superior:
Súmula nº 296: Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de permanência, são devidos
no período de inadimplência, à taxa média de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil, limitada
ao percentual contratado.
Súmula nº 472: A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar a soma dos
encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a exigibilidade dos juros
remuneratórios, moratórios e da multa contratual.
Nesse sentido, permite-se cobrança de comissão de permanência, juros moratórios, juros remuneratórios,
multa contratual e correção monetária, desde que a cobrança dos referidos encargos não seja cumulada,
posto que se revela inadmissível a coexistência da comissão de permanência com outros encargos
moratórios, sob pena da ocorrência do bis in idem. Como no caso em tela, restou demonstrado que não
houve cumulação dos referidos encargos, portanto, não há que se falar em ilegalidade. A jurisprudência é
assente em casos como esses. Colaciono:
Ora, o requerente questiona cláusulas contratuais que foram livremente pactuadas pelas partes e que
estão em consonância com a atual jurisprudência do STJ, não se vislumbrando, a princípio, abusividade.
Inclusive, o Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que não se pode falar de
abusividade na pactuação dos juros remuneratórios só pelo fato de a estipulação ultrapassar, por exemplo,
12% ao ano – como no presente. Ao contrário, a abusividade destes só pode ser declarada, caso a caso, à
vista de taxa comprovadamente discrepante, de modo substancial, da média do mercado na praça do
empréstimo.
2. "É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos celebrados após
31.3.2000, data da publicação da Medida Provisória n. 1.963-17/2000 (em vigor como MP 2.170-36/2001),
desde que expressamente pactuada." (REsp 973.827/RS, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 24/09/2012). 3. Admite-se a comissão de
permanência durante o período de inadimplemento contratual, à taxa média dos juros de mercado, limitada
ao percentual fixado no contrato (Súmula nº 294/STJ), desde que não cumulada com a correção monetária
(Súmula nº 30/STJ), com os juros remuneratórios (Súmula nº 296/STJ) e moratórios, nem com a multa
contratual. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no AgRg no AREsp 613.726/RS, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe 14/05/2015)
Destaque-se que o precedente citado se amolda perfeitamente ao caso, porquanto se trata igualmente de
ação revisional de contrato.
Conclui-se, desta forma, que inexiste abusividade liminarmente detectada na taxa de juros cobrada, assim
como na capitalização de juros, na medida em que nos contratos bancários é permitida tanto uma como
outra.
Não bastasse, as taxas de juros são fiscalizadas pelo Banco Central com vistas a controlar o consumo e a
inflação, pelo que não pode o interesse particular sobrepor-se ao interesse coletivo, sobretudo quando não
comprovou na inicial o desacordo entre a taxa média de mercado e a cobrada.
Sabe-se, também, que este não é um serviço necessário, portanto, cabia ao consumidor a opção da
compra e a verificação de taxa menor existente no mercado, sendo certo que lhe foi dada a oportunidade
de analisar os termos do contrato por ele assinado, tendo o autor ciência do valor das prestações fixas.
Impossível, pois, a procedência dos pedidos do autor de modo que este magistrado deve respeitar a
autonomia da vontade das partes não se podendo ignorar os termos do contrato celebrado livremente
entre as partes. Assim, declaro ausente de abusividade as cláusulas por ora questionadas.
Fica indeferida igualmente os demais pedidos, tudo nos termos do fundamento contido neste decisum.
Isso porque o julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes,
quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. O julgador possui o dever de
enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a conclusão adotada na decisão, o que
entendo que pelo que se fundamentou, o convencimento já foi firmado.
Do Dispositivo
Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido autoral e resolvido o mérito, na forma do art. 487, I
do CPC.
Condeno o Autor ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios que arbitro em 10%
do valor da causa, cuja cobrança fica sobrestada em face de o mesmo ser beneficiário da Justiça Gratuita,
nos termos da decisão de ID. 12281498.
Após o trânsito em julgado, não havendo requerimentos, dê-se baixa e arquivem-se os autos.
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Processo: 0807795-66.2019.8.14.0301
MATOS EDIFICAÇÕES LTDA – EPP, JULIANA CASALI RODRIGUES FERNANDES e SAULLO ABREU
DA SILVA,PALMIRA DA CONCEIÇÃO SILVA,ARTHUR DINIZ FERREIRA DE MELO, GLAUCO
ALEXANDER DA SILVA LIMA e OSVALDO RYOHEI KATO em face de BANCO SANTANDER S.A,
CONSTRUTORA LEAL MOREIRA LTDA e IMPERIAL INCORPORADORA LTDA.
As autoras juntaram amplo lastro probatório aos autos padecendo todas do mesmo transtorno, qual seja,
de verem seus imóveis – devidamente quitados – gravados com o ônus hipotecário. Vieram presente este
juízo pedirem em sede de urgência a desconstituição do ônus em comento, tendo em vista o pagamento
das respectivas unidades residenciais situadas no condomínio “ED. VITTA OFFICE”, conforme
especificado na exordial.
Conforme se depreende nos autos, todos os autores cumpriram com suas obrigações firmadas em
contrato, inclusive recebendo suas respectivas unidades, porém, mesmo passando para a maioria mais de
30 (trinta) meses do adimplemento, com exceção dos últimos litigantes que foram de 5 (cinco) meses, os
imóveis ainda continuam gravados com ônus hipotecário, ou seja, não houve baixa da inscrição da
hipoteca por parte da construtora perante cartório oficial.
Juntaram documentos.
A requerida BANCO SANTANDER S/A junta sua contestação em ID. 12150126, alegando em síntese
ilegitimidade passiva, dentre outros.
É o relatório.
DECIDO.
No que concerne a arguição de ilegitimidade passiva da requerida BANCO SANTANDER S/A, rejeito a
preliminar, uma vez que há responsabilidade solidária da construtora e da instituição financeira, porque as
duas tinham as atribuições para o cancelamento da hipoteca. Colaciono:
(TJ-MG - ED: 10702150446731007 MG, Relator: Amorim Siqueira, Data de Julgamento: 04/06/2019, Data
1434
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
de Publicação: 19/06/2019).
A regra elencada no CDC é a responsabilidade solidária de todos aqueles que participaram da cadeia de
consumo, no que tange à reparação dos danos suportados pelo consumidor. Observa-se que o cartão de
crédito no qual foi lançada a despesa não reconhecida pela parte autora é administrado ora promovidas,
sendo elas que deram origem ao apontamento negativo discutido nos autos. Indubitável, assim, que as
promovidas em questão integram a cadeia de consumo, neste caso. Dessa forma, rejeita-se a preliminar
em tela.
A matéria está consubstanciada na Súmula 308 do STJ: “A hipoteca firmada entre a construtora e o
agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia
perante os adquirentes”. De fato, no caso da incorporadora-construtora não ter pago à instituição
financeira o contrato firmado, não guarda qualquer relação com o direito incontestável dos autores de
terem liberadas as hipotecas de seus imóveis. Tal intento é um direito dos adquirentes de não ver
frustrada sua propriedade, devidamente adimplida, por ônus dessa natureza.
A tutela, conforme deferida em decisão prolatada em ID. 9904086, compeliu o réu a obrigação de fazer
que, até então, não havia sido cumprida. Importante lembrar aqui, nos termos das medidas liminares já
concedidas, que não há dúvida, do ponto de vista do direito precedentalista, quanto ao direito dos
querentes, uma vez que a questão, há muito é consolidada pela súmula 308 do C. STJ, como já exposta
alhures.
Éevidente, assim, que o cumprimento apenas parcial das medidas aqui determinadas gera insegurança
jurídica, concretiza o sentimento de tratamento desigual entre os autores, além de favorecer
financeiramente o construtor/incorporador e o agente financeiro, tudo em detrimento do consumidor que
arcou com toda e qualquer obrigação, mas se vê impedido de exercitar a total fruição do seu patrimônio.
Ao liquidar o financiamento, a parte autora adquiriu o direito de obter a propriedade plena do bem, livre e
desembaraçada de gravames. Neste sentido vem se posicionando a jurisprudência em torno da hipótese:
Logo, resta cristalina o intento dos autores de verem a obrigação da baixa hipotecária satisfeita pelo
réu. Motivo que me inclino a ir de encontro às arguições da ré e me posiciono ao encontro do pleito dos
autores, tal qual expostas na exordial.
Quanto às consequências decorrentes do episódio, a narrativa dos fatos revela que, em razão da omissão
imputada ao réu, e de sua injustificável relutância em cumprir os termos do contrato, os autores tiveram
frustrada a legítima expectativa de usufruir da vantagem econômica almejada na transação imobiliária,
através do recebimento da propriedade livre e desembaraçada do imóvel descrito na avença. Os entraves
colocados pelo réu são injustos e infundados, e acarretaram para os autores sentimento de revolta,
indignação e angústia que, por ultrapassarem a esfera do mero inadimplemento contratual, mostram-se
compatíveis com o conceito do dano moral.
1435
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A prova do dano moral não é exigida nos mesmos moldes dos prejuízos materiais, porquanto não se pode
comprovar a dor, o sofrimento, o vexame pelos meios de prova tradicionalmente empregados. Com
referência à fixação do quantum debeatur da indenização, deve-se considerar que o montante a ser
arbitrado necessita corresponder a um valor suficiente para reparar o dano sofrido, sem jamais constituir-
se em fonte de lucro indevido para aquele que sofreu a ofensa. Não se pode, tampouco, deixar de apreciar
a questão à luz dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
De acordo com estes critérios acima expostos, o valor da indenização deve guardar exata correlação com
a intensidade e duração do sofrimento do ofendido, a reprovabilidade da conduta ilícita, a capacidade
econômica do causador do dano, e as condições pessoais da vítima. Levando-se em consideração as
características do caso em concreto, sobretudo em atenção à reprovabilidade evidente da conduta do réu,
e ao porte econômico da empresa, mas sem deixar de observar a moderada repercussão do evento,
revela-se adequada a fixação do quantum reparatório em importância correspondente a R$3.000,00 (três
mil reais) a cada autor.
Isto posto, JULGO PROCEDENTE a pretensão deduzida pelos autores para confirmar a tutela antecipada
anteriormente deferida e condenar os réus a promoverem a liberação das hipotecas registradas nas
unidades imobiliárias mencionadas, junto ao Cartório de Registro de Imóveis do 1º Ofício, sobre o imóvel
descrito na inicial, no prazo de 20 dias, sob pena do pagamento de multa de R$500,00 (quinhentos reais)
por cada dia de atraso, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais), caso ainda não tenham procedido
com a obrigação de fazer aqui imposta.
Ainda, condeno os demandados ao pagamento de indenização por danos morais em quantia equivalente a
R$ 3.000,00 (três mil reais) para cada autor, com correção monetária nos termos da súmula 362 do STJ.
Outrossim, condeno os réus, na mesma proporção acima informado, ao pagamento das custas
processuais e dos honorários advocatícios que arbitro em 10% sobre o valor total da condenação a título
de danos morais.
P.R.I.C
Praça Felipe Patroni, S/N, FÓRUM CÍVEL - 2º ANDAR, Cidade Velha, BELéM - PA - CEP: 66015-260
OAB: 20299/PA Participação: REU Nome: ONCOLOGICA BRASIL S/S LTDA - EPP
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do §3 do art. 10 da lei 8328/2015, intimo a parte autora para que proceda, no prazo de 15
(quinze) dias (Art. 290 NCPC), o recolhimento de custas iniciais, o fazendo nos moldes do §1º do art. 9º
da referida lei (Relatório+Boleto+Comprovante pagamento), sob pena de cancelamento da distribuição.
(Art. 1º, § 2º, I do Prov.06/2006 da CJRMB)
_______________________________________________
Tendo em vista a APELAÇÃO juntada aos autos, diga a parte apelada em contrarrazões através de seu
advogado(a) no prazo de 15 (quinze) dias. (Prov. 006/2006 da CJRMB).
__________________________________________
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO: 0849158-67.2018.8.14.0301
Manifeste-se a parte INTERESSADA no prazo de 5 (cinco) dias acerca do pagamento da primeira parcela
das custas processuais, conforme decisão de ID 16092201. (Prov.06/2006 da CJRMB).
__________________________________________
__________________________________________
0850189-88.2019.8.14.0301
Vistos, etc.
assinado digitalmente
0813012-22.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Defiro os pedidos de evento 26196848 da parte autora para que seja oficiado aos órgãos indicado para
cumprimento da decisão de id 23797071.
assinado digitalmente
0844311-17.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
1440
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Oficie-se ao Banco do Brasil solicitando informações sobre eventuais valores em contas, bem como sobre
saldo do PIS-PASEP em nome do falecido.
Oficie-se a Caixa Econômica Federal solicitando informações sobre saldo do FGTS em nome do falecido.
assinado digitalmente
0813265-10.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Nos termos dos arts. 829, 914 e 915 do CPC/15, cite-se o executado para que, no prazo de 03 (três) dias,
efetue o pagamento da dívida no valor de R$ 3.449,43 (três mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e
quarenta e três centavos), sob pena de penhora de tantos bens quantos bastem para garantia da
execução (principal, juros, custas, honorários advocatícios), ou para, no prazo de 15 (quinze) dias, opor-se
à execução por meio de embargos, independentemente de penhora, depósito ou caução.
No caso de não pagamento no prazo acima fixado, autorizo a inscrição do nome do devedor nos cadastros
de inadimplentes, através do SERAJUD, com fundamento no §3º do art. 782 do CPC, conforme requerido
na inicial.
Desde logo, arbitro honorários advocatícios no valor de 10% do valor da dívida, devendo ficar cientes os
executados que no caso de integral pagamento no prazo de 03 (três) dias, a verba honorária será reduzida
pela metade.
assinado digitalmente
0824884-34.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Nos termos dos arts. 829, 914 e 915 do CPC, cite-se o executado para que, no prazo de 03 (três) dias,
efetue o pagamento da dívida no valor de R$ 7.859,42 (sete mil oitocentos e cinquenta e nove reais e
quarenta e dois centavos), sob pena de penhora de tantos bens quantos bastem para garantia da
execução (principal, juros, custas, honorários advocatícios), ou para, no prazo de 15 (quinze) dias, opor-se
à execução por meio de embargos, independentemente de penhora, depósito ou caução.
Desde logo, arbitro honorários advocatícios no valor de 10% do valor da dívida, devendo ficar cientes os
executados que no caso de integral pagamento no prazo de 03 (três) dias, a verba honorária será reduzida
pela metade.
assinado digitalmente
Processo:0826590-52.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
A pretensão visa ao cumprimento de obrigação adequada ao procedimento e vem em petição instruída por
prova escrita, sem eficácia de título executivo, de modo que a ação monitória é pertinente, conforme o art.
700 do CPC.
Defiro, pois de plano, a expedição do mandado, razão pela qual, determino a citação da Requerida, a ser
cumprido pelo correio (art. 700, §7º, do CPC), para, no prazo de quinze dias, pagar a quantia reclamada,
sujeita à atualização na data do efetivo pagamento e ao pagamento de honorários advocatícios na ordem
de 5% (cinco por cento), de acordo com o art. 701, caput, do CPC, embora isenta de custas (art. 701, §1º,
do CPC).
Informe-se que o requerido poderá, alternativamente, opor embargos, no mesmo prazo para pagamento
da dívida, com a advertência de que a não interposição dos mesmos importará, de pleno direito, na
constituição de título executivo judicial, convertendo- se o mandado inicial em mandado executivo (art.
702, caput, c/c 701, §2º, do CPC)
A oposição dos embargos suspenderá a eficácia desta decisão no que respeita à expedição do mandado,
até o julgamento da presente Ação Monitória neste primeiro grau (art. 702, §4º, do CPC).
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado de citação. Cumpra-se na forma e sob as penas da
lei. (Provimento nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
Intime-se.
assinado digitalmente
0814759-07.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Em virtude da situação excepcional que torna necessária toda prevenção ao contágio pelo novo
Coronavírus, não se mostra razoável a designação de audiência de conciliação.
CITE-SE o requerido, pela via postal, no endereço informado na petição inicial, a fim de que apresentem
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do Art. 335, III, do CPC, sob pena de revelia e
confissão quanto à matéria de fato, nos termos do Art. 344, do mesmo diploma.
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado e ofício, nos termos do provimento 003/2009
CRMB.
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO: 0806842-34.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
1444
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Recebo o presente como liquidação de sentença pelo procedimento comum, nos termos do art. 509, caput
e II do CPC, determinando a citação do requerido para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15
(quinze) dias (art. 511, CPC), devendo juntar apresentar a conta gráfica evolutiva do saldo devedor das
Cédula Rural Pignoratícia/Hipotecária 87/00099-7, de forma analítica e inteligível, bem como os
comprovantes de liberação dos recursos e do pagamentos realizados pelo mutuário.
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado e ofício, nos termos do provimento 003/2009
CRMB.
0843307-13.2019.8.14.0301
Vistos, etc.
assinado digitalmente
0821449-23.2019.8.14.0301
Vistos, etc.
assinado digitalmente
0827193-28.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
REDISTRIBUA-SE.
assinado digitalmente
Processo:0843670-29.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
A pretensão visa ao cumprimento de obrigação adequada ao procedimento e vem em petição instruída por
prova escrita, sem eficácia de título executivo, de modo que a ação monitória é pertinente, conforme o art.
700 do CPC.
Defiro, pois de plano, a expedição do mandado, razão pela qual, determino a citação da Requerida, a ser
cumprido pelo correio (art. 700, §7º do CPC), para, no prazo de quinze dias, pagar a quantia reclamada,
sujeita à atualização na data do efetivo pagamento e ao pagamento de honorários advocatícios na ordem
de 5% (cinco por cento), de acordo com o art. 701, caput, do CPC, embora isenta de custas (art. 701, §1º,
do CPC).
Informe-se que o requerido poderá, alternativamente, opor embargos, no mesmo prazo para pagamento
da dívida, com a advertência de que a não interposição dos mesmos importará, de pleno direito, na
constituição de título executivo judicial, convertendo- se o mandado inicial em mandado executivo (art.
702, caput, c/c 701, §2º, do CPC)
A oposição dos embargos suspenderá a eficácia desta decisão no que respeita à expedição do mandado,
até o julgamento da presente Ação Monitória neste primeiro grau (art. 702, §4º, do CPC).
1446
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado de citação. Cumpra-se na forma e sob as penas da
lei. (Provimento nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
Intime-se.
assinado digitalmente
Vistos, etc.
Intime-se o executado, na forma do art. 513, §2º, inciso II do CPC, para oferecer adimplemento
voluntário do valor de R$ 19.776,59 (dezenove mil, setecentos e setenta e seis reais e cinquenta e nove
centavos) indicado no demonstrativo de evento 22326279 no prazo de 15 (quinze) dias (art. 523, caput,
do CPC), sob pena de multa e da incidência de honorários no percentual de 10% (dez por cento) sobre o
valor objeto da obrigação, cada, nos termos do art. 523, §1º, do CPC.
Deve constar da intimação que o executado pode, alternativamente, querendo, oferecer bens à penhora,
juntando prova da propriedade, se for bem imóvel, ou efetivar o depósito judicial em conta deste Juízo,
vinculada ao presente feito, junto ao Banco do Estado do Pará.
Não ocorrendo o pagamento tempestivo, expeça-se desde logo mandado de penhora e avaliação,
seguindo-se os atos de expropriação (§3º, do art. 523, do CPC/15), dando prioridade ao bloqueio online
das contas do executado, caso tenha sido requerido pelo exequente (art. 854, do CPC/15).
assinado digitalmente
0043390-38.2014.8.14.0301
Vistos, etc.
Verifico que a presente ação foi distribuída originalmente para 8ª Vara de Família de Belém por se tratar
de matéria referente a pensão alimentícia e reconhecimento de dependência econômica.
Após sentença de indeferimento da inicial ser desconstituída em grau de recurso, os autos retornaram a
vara de origem, conforme se vê no despacho de recebimento de id 20970665, porém a referida 8ª Vara de
Família foi extinta e transformada em 15ª Vara Cível e Empresarial, sendo determinado a redistribuição a
uma das varas de família, cabendo a remessa a 3ª Vara de Família.
Assim o juízo da 3ª Vara de Família preferiu despacho no evento 22361947 e posteriormente no evento
24927140 onde com fundamento no Resolução nº 023/2007-GP declarou sua incompetência e determinou
a redistribuição a uma das vara cíveis.
Constato que o feito foi originalmente distribuído para vara de família por conta da matéria e em data
posterior a Resolução citada
Assim, entendo que não cabe, a princípio, suscitação de conflito negativo, devendo os autos serem
devolvidos a 3ª Vara de Família diante do equivoco da aplicação da Resolução de 2007.
Redistribua-se.
assinado digitalmente
0825760-57.2019.8.14.0301
Vistos, etc.
Em que pese a cessão informada nos autos ser válida e eficaz entre cedente e cessionário, temos que nos
termos do art. 290 do CCB, a cessão de crédito somente terá eficácia em relação ao devedor, ora réu,
caso tenha este sido devidamente notificado.
Assim, indefiro o pedido de sucessão ou substituição processual do pólo ativo, ante a não comprovação da
referida notificação, cabendo apenas o ingresso do cessionário como litisconsorte ativo, o qual fica desde
já intimado a prestar as informações devidas para o bom andamento da ação, principalmente sobre o atual
endereço do réu, visto que sequer foi citado.
assinado digitalmente
1448
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
0839798-74.2019.8.14.0301
Vistos, etc.
Requer o exequente a penhora dos direitos do executado sobre o bem imóvel indicado na certidão de id
21271824 alienado fiduciariamente à Caixa Econômica Federal.
Assim, nos termos do art. 835, inciso XII do CPC defiro a penhora dos direitos aquisitivos derivados do
contrato de alienação fiduciária em garantia firmado entre o executado a instituição bancária acima
referida.
Oficie-se à instituição financeira que figura como credora fiduciária, solicitando informações acerca da
referida dívida, se já houve integral pagamento ou não, indicando valor atualizado do débito, acaso
existente.
Em caso de existência de saldo devedor, o credor fiduciário deverá também informar a este juízo se há
medidas executivas em andamento, inclusive se há praça ou leilão designado para tal bem.
Com as informações do credor fiduciário, expeça-se penhora sobre os direitos do devedor fiduciário.
assinado digitalmente
0804809-42.2019.8.14.0301
Vistos, etc.
Defiro a juntada do contrato de locação, venham os autos conclusos para julgamento conforme
determinado no evento 16283986.
assinado digitalmente
1449
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
0826604-36.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
assinado digitalmente
0800753-04.2021.8.14.0201
Vistos etc.,
Assim, homologo, para que produza seus legais efeitos, a desistência do feito, em consequência do que
julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485, VIII, do Código de
Processo Civil.
P.R.I.
Proceda-se nos termos do previsto no §§ 4º e 6º do art. 46 da Lei Estadual nº 8.328/2015 para inscrevê-lo
em dívida ativa, arquivando os presentes autos em seguida.
assinado digitalmente
1450
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
0810879-07.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Nos termos dos arts. 829, 914 e 915 do CPC/15, cite-se o executado para que, no prazo de 03 (três) dias,
efetue o pagamento da dívida no valor de R$ 3.570,03 (três mil quinhentos e setenta reais e três
centavos), sob pena de penhora de tantos bens quantos bastem para garantia da execução (principal,
juros, custas, honorários advocatícios), ou para, no prazo de 15 (quinze) dias, opor-se à execução por
meio de embargos, independentemente de penhora, depósito ou caução.
Desde logo, arbitro honorários advocatícios no valor de 10% do valor da dívida, devendo ficar cientes os
executados que no caso de integral pagamento no prazo de 03 (três) dias, a verba honorária será reduzida
pela metade.
assinado digitalmente
Processo:0813109-22.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
1451
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A pretensão visa ao cumprimento de obrigação adequada ao procedimento e vem em petição instruída por
prova escrita, sem eficácia de título executivo, de modo que a ação monitória é pertinente, conforme o art.
700 do CPC.
Defiro, pois de plano, a expedição do mandado, razão pela qual, determino a citação da Requerida, a ser
cumprido pelo correio (art. 700, §7º, do CPC), para, no prazo de quinze dias, pagar a quantia reclamada,
sujeita à atualização na data do efetivo pagamento e ao pagamento de honorários advocatícios na ordem
de 5% (cinco por cento), de acordo com o art. 701, caput, do CPC, embora isenta de custas (art. 701, §1º,
do CPC).
Informe-se que o requerido poderá, alternativamente, opor embargos, no mesmo prazo para pagamento
da dívida, com a advertência de que a não interposição dos mesmos importará, de pleno direito, na
constituição de título executivo judicial, convertendo- se o mandado inicial em mandado executivo (art.
702, caput, c/c 701, §2º, do CPC)
A oposição dos embargos suspenderá a eficácia desta decisão no que respeita à expedição do mandado,
até o julgamento da presente Ação Monitória neste primeiro grau (art. 702, §4º, do CPC).
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado de citação. Cumpra-se na forma e sob as penas da
lei. (Provimento nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
Intime-se.
assinado digitalmente
Processo:0821881-71.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
A pretensão visa ao cumprimento de obrigação adequada ao procedimento e vem em petição instruída por
prova escrita, sem eficácia de título executivo, de modo que a ação monitória é pertinente, conforme o art.
700 do CPC.
Defiro, pois de plano, a expedição do mandado, razão pela qual, determino a citação da Requerida, a ser
cumprido pelo correio (art. 700, §7º, do CPC), para, no prazo de quinze dias, pagar a quantia reclamada,
sujeita à atualização na data do efetivo pagamento e ao pagamento de honorários advocatícios na ordem
1452
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
de 5% (cinco por cento), de acordo com o art. 701, caput, do CPC, embora isenta de custas (art. 701, §1º,
do CPC).
Informe-se que o requerido poderá, alternativamente, opor embargos, no mesmo prazo para pagamento
da dívida, com a advertência de que a não interposição dos mesmos importará, de pleno direito, na
constituição de título executivo judicial, convertendo- se o mandado inicial em mandado executivo (art.
702, caput, c/c 701, §2º, do CPC)
A oposição dos embargos suspenderá a eficácia desta decisão no que respeita à expedição do mandado,
até o julgamento da presente Ação Monitória neste primeiro grau (art. 702, §4º, do CPC).
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado de citação. Cumpra-se na forma e sob as penas da
lei. (Provimento nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
Intime-se.
assinado digitalmente
Processo:0823498-66.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
A pretensão visa ao cumprimento de obrigação adequada ao procedimento e vem em petição instruída por
prova escrita, sem eficácia de título executivo, de modo que a ação monitória é pertinente, conforme o art.
700 do CPC.
Defiro, pois de plano, a expedição do mandado, razão pela qual, determino a citação da Requerida, a ser
cumprido pelo correio (art. 700, §7º, do CPC), para, no prazo de quinze dias, pagar a quantia reclamada,
sujeita à atualização na data do efetivo pagamento e ao pagamento de honorários advocatícios na ordem
de 5% (cinco por cento), de acordo com o art. 701, caput, do CPC, embora isenta de custas (art. 701, §1º,
do CPC).
Informe-se que o requerido poderá, alternativamente, opor embargos, no mesmo prazo para pagamento
da dívida, com a advertência de que a não interposição dos mesmos importará, de pleno direito, na
constituição de título executivo judicial, convertendo- se o mandado inicial em mandado executivo (art.
702, caput, c/c 701, §2º, do CPC)
1453
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A oposição dos embargos suspenderá a eficácia desta decisão no que respeita à expedição do mandado,
até o julgamento da presente Ação Monitória neste primeiro grau (art. 702, §4º, do CPC).
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado de citação. Cumpra-se na forma e sob as penas da
lei. (Provimento nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
Intime-se.
assinado digitalmente
0821557-81.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
assinado digitalmente
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO: 0824529-24.2021.8.14.0301
1454
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Vistos, etc.
Em virtude da situação excepcional que torna necessária toda prevenção ao contágio pelo novo
Coronavírus, não se mostra razoável a designação de audiência de conciliação.
CITEM-SE os requeridos, pela via postal, no endereço informado na petição inicial, a fim de que
apresentem contestação no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do Art. 335, III, do CPC, sob pena de
revelia e confissão quanto à matéria de fato, nos termos do Art. 344, do mesmo diploma.
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado e ofício, nos termos do provimento 003/2009
CRMB.
Processo:0845354-86.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
A pretensão visa ao cumprimento de obrigação adequada ao procedimento e vem em petição instruída por
prova escrita, sem eficácia de título executivo, de modo que a ação monitória é pertinente, conforme o art.
700 do CPC.
Defiro, pois de plano, a expedição do mandado, razão pela qual, determino a citação da Requerida, a ser
cumprido pelo correio (art. 700, §7º, I, do CPC), para, no prazo de quinze dias, pagar a quantia reclamada,
sujeita à atualização na data do efetivo pagamento e ao pagamento de honorários advocatícios na ordem
de 5% (cinco por cento), de acordo com o art. 701, caput, do CPC, embora isenta de custas (art. 701, §1º,
do CPC).
Informe-se que o requerido poderá, alternativamente, opor embargos, no mesmo prazo para pagamento
da dívida, com a advertência de que a não interposição dos mesmos importará, de pleno direito, na
constituição de título executivo judicial, convertendo- se o mandado inicial em mandado executivo (art.
702, caput, c/c 701, §2º, do CPC)
A oposição dos embargos suspenderá a eficácia desta decisão no que respeita à expedição do mandado,
até o julgamento da presente Ação Monitória neste primeiro grau (art. 702, §4º, do CPC).
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado de citação. Cumpra-se na forma e sob as penas da
lei. (Provimento nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
Intime-se.
assinado digitalmente
Processo: 0840794-04.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Determino a emenda da petição inicial pelo autor, nos termos do caput do art. 321 c/c inciso V do art. 319
do CPC e inciso III o art. 58 da Lei nº 8.245/91, no prazo de 15 (quinze) dias, devendo o autor recolher
custas remanescentes, se houver, sob pena de indeferimento da inicial (parágrafo único do art. 321 do
CPC)
__________________________________________
PODER JUDICIÁRIO
0852736-67.2020.8.14.0301
EXECUÇÃO FISCAL
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 1º, §2º, inciso XX, do Provimento nº 006/2006 da Corregedoria de Justiça da Região
Metropolitana de Belém, e considerando a devolução do AVISO DE RECEBIMENTO (AR), sem
cumprimento, manifeste-se o autor, no prazo de 05 (cinco) dias, para requerer o que entender de direito.
______________________________________
Processo: 0842885-67.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Alega o autor, em síntese, que é musicista e firmou o primeiro contrato de emprego com a Academia
Paraense de Música requerida, no ano de 2011 para fazer parte da Orquestra Sinfônica do Theatro da
Paz.
Suscita que em setembro de 2020, durante a vigência do último contrato de emprego com a Requerida, o
requerente tomou posse no cargo de professor junto à Fundação Carlos Gomes, mantendo-se no
exercício das duas funções até o encerramento do contrato de emprego com a Requerida, que se deu em
janeiro de 2021.
Aduz que em abril de 2021, o edital de um novo processo seletivo foi publicado pela ré, o qual previa, com
ressalvas, vedação para contratação de servidores públicos, fundamentando-se no art. 24, II e III, alínea
“b”, do Decreto Estadual nº 1.835/2017.
Alega, contudo, que o edital publicado em abril fora retirado do site e um novo edital foi publicado em 05
de maio de 2021, porém ainda constando o impedimento de inscrição de servidores e deixando de prever
a possibilidade de recurso.
Prossegue o autor alegando que logrou êxito na aprovação, classificando-se no primeiro lugar para as
vagas de contatação imediata.
Aduz que realizou o pertinente exame médico e, em ato contínuo, a data para assinatura do contrato foi
marcada para o dia 02/07/2021 sendo exigido apenas um documento para ser apresentado na ocasião da
assinatura do contrato, qual seja, declaração constando que o candidato não possui vínculo com a
Administração Pública Estadual, ou, sendo servidor público, apresentasse comprovante de extinção do
vínculo.
Todavia, suscita o autor que a ré omite da declaração a ressalva prevista no Decreto Estadual 1.835/2017
e não considera a exceção da proibição de contratar servidor público estadual prevista no parágrafo
primeiro do art. 35 da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO do Estado do Pará, Lei nº 9.105/2020.
Ajuizou a presente ação requerendo a concessão da tutela de urgência com a finalidade de permitir a
1458
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Juntou documentos.
Uma detida análise do pedido autoral indica que seu pedido liminar tem natureza de tutela provisória de
urgência, que depende, para ser concedida, do preenchimento de certos requisitos, quais sejam a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (art. 300, do CPC).
Quanto à probabilidade do direito da parte autora, entendo não ter sido preenchido tal requisito nesta fase
processual, uma vez que a questão demanda dilação probatória e análise de mérito.
Para concessão da tutela de urgência, mostra-se necessário o preenchimento dos requisitos autorizadores
previstos no artigo 300 do Código de Processo Civil, a saber, a presença de elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Ausentes os
requisitos necessários para a concessão da medida, faz-se necessário o aprofundamento nas provas a
serem produzidas sob o crivo do contraditório, quando, então, o magistrado terá melhores condições de
apreciar a tutela reclamada.
Isto posto, indefiro o pedido de tutela de urgência, pela ausência dos requisitos legais previstos no art. 300
do CPC.
Defiro o pedido de gratuidade de justiça ao autor em face da presunção de sua declaração de insuficiência
de recursos, nos termos do §3º do art. 99 do CPC.
Diante da situação excepcional que o assola o país por conta da Pandemia de COVID-19, não se mostra
razoável a designação de audiência de conciliação/mediação.
Ante as circunstâncias do caso, pauta deste Juízo e inviabilidade de acordo pela impossibilidade de
realização de audiência prévia em ainda neste semestre, é razoável a adaptação do procedimento comum,
não sendo recomendável a designação de audiência de conciliação.
Assim, cite-se a requerida por aviso de recebimento para querendo, apresentar contestação, no prazo de
15 (quinze) dias, contados na forma do art. 335, III do Código de Processual Civil, sob pena de revelia.
PODER JUDICIÁRIO
0861367-97.2020.8.14.0301
EXECUÇÃO FISCAL
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 1º, §2º, inciso XX, do Provimento nº 006/2006 da Corregedoria de Justiça da Região
Metropolitana de Belém, e considerando a devolução do AVISO DE RECEBIMENTO (AR), sem
cumprimento, manifeste-se o autor, no prazo de 05 (cinco) dias, para requerer o que entender de direito.
______________________________________
Processo: 0841199-40.2021.8.14.0301
Vistos, etc.
Ressalto que a Ação de Alvará Judicial constitui autorização legitimando o herdeiro a receber valores a
que o de cujus faria jus anteriormente ao seu falecimento.
Nesse sentido, emende as autoras a inicial, no prazo legal (art. 321, do CPC/15), sob pena de
indeferimento, para juntar aos autos Certidão de Existência ou Inexistência de Dependentes
Previdenciários do INSS, bem como juntar declaração de inexistência de bens a inventariar em nome do
de cujus, nos termos do art. 4º do Decreto n° 85.845/81, exarando expressamente que tal declaração é
feita sob as penas da lei.
1460
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
0840583-65.2021.8.14.0301
Sentença
I- relatório
Alega a autora que firmou, com o banco demandado, contrato para compra do veículo VW/VOYAGE,
2012/2013, OFS0827, cor prata, sendo o valor financiado de R$18.604,56, em 48 parcelas de R$ 763,97.
Recorreu ao Poder Judiciário visando declarar a cobrança abusiva, ilegal e não contratada determinadas
cláusulas contratuais, afastando os efeitos da inadimplência, além de requerer a repetição de indébito de
valores pagos a maior diante das cobranças que entende ilegais, suscitando ofensa aos princípios da
transparência de da boa-fé.
Requereu em sede de tutela de urgência o deferimento do pedido de consignação do valor que entende
incontroverso de R$ 500,51, ou em pedido subsidiário, o depósito mensal integral das prestações, ou seja,
o depósito das parcelas constantes nos boletos emitidos pelo banco para o fim de afastamento da mora,
até a solução final da presente lide; a manutenção da posse do veículo e a abstenção da ré em inserir seu
nome nos cadastros de restrição ao crédito.
Juntou documentos, incluindo sumário de cédula de contrato celebrado com o réu ao ID 29718970.
Compulsando os autos, verifico que consta sumário de cédula de contrato de crédito bancário em
celebrado com o réu ao ID 29718970, vislumbrando-se todas informações contratuais imprescindíveis para
análise deste juízo, como valor total financiado, custo efetivo total do contrato e taxa de juros incidentes.
Nos termos do art. 332 do Código de Processo Civil, nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
de recursos repetitivos;
Sob esse prisma, não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. Isso porque, o atual ordenamento
jurídico é pautado na valoração dos precedentes judiciais, dando a alguns o status de precedentes
obrigatórios com o efeito impeditivo.
O objetivo, nesse sentido, é obstar o ajuizamento de pretensões que já encontram com soluções
solidificadas em recursos repetitivos ou súmulas e, em conseqüência, atender ao preceito constitucional
da celeridade processual.
É o que ocorre nos presentes autos, já que a questão posta em julgamento se refere à análise de
cláusulas contratuais que prevêem a incidência de juros remuneratórios acima da taxa de 12% ao ano e a
capitalização de juros na modalidade composta, além das cláusulas que impõem a autora o repasse de
custos administrativos e operacionais. Logo, o cerne da presente demanda gira em torno do direito
pleiteado pela autora de revisar o contrato de financiamento celebrado.
Ocorre que, observo-se claramente que a parte autora suscita discussões que já foram enfrentadas
e solucionadas pelos Tribunais Superiores pátrios, se amoldando à hipótese do art. 332, incisos I, II e III do
CPC, não sendo razoável admitir ou aceitar o processamento de pretensões onde se discutam matéria já
pacificada, como se demonstrará abaixo.
O Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que as instituições públicas ou privadas que
integram o sistema financeiro têm liberdade para fixar as taxas de juros que adotam, podendo inclusive
praticar taxas superiores a 12% (doze por cento) ao ano.
A temática já foi solucionada sob a égide do exame em recurso repetitivo por parte do Superior
Tribunal de Justiça, sendo este de obediência obrigatória por este juízo, conforme previsão do art. 927, III,
do Código de Processo Civil, senão vejamos:
b) A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade;
c) São inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de mútuo bancário as disposições do art. 591
c/c o art. 406 do CC/02;
d) É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que
caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em
desvantagem exagerada art. 51, §1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades do
julgamento em concreto. (...) (REsp 1061530/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 22/10/2008, DJe 10/03/2009)
1462
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Destaco ainda que a questão já foi devidamente resolvida pelos Recursos Repetitivos de Temas 24, 25,
26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, razão pela qual não há ilegalidade a ser proclamada, nem
modificação a incidir sobre o contrato.
Súmula 382 - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica
Abusividade
Súmula 541 - A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é
suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.
Assim, os Tribunais Superiores têm decidido que não se pode falar de abusividade na pactuação dos juros
remuneratórios só pelo fato de a estipulação ultrapassar 12% ao ano. Ao contrário, a abusividade destes
só pode ser declarada, caso a caso, à vista de taxa comprovadamente discrepante, de modo substancial,
da média do mercado na praça do empréstimo – o que não se demonstrou ser o caso.
1. O Tribunal de origem consignou que a taxa de juros praticada pela Instituição bancária deveria observar
a taxa média de mercado apurada pelo Banco central para o período de contratação, não sendo abusiva a
taxa de juros pactuada. Rever este entendimento implicaria no reexame do acervo fático-probatório da
demanda, o que é vedado pelo teor da Súmula 7 do STJ.
2. "É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos celebrados após
31.3.2000, data da publicação da Medida Provisória n. 1.963-17/2000 (em vigor como MP 2.170-36/2001),
desde que expressamente pactuada." (REsp 973.827/RS, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 24/09/2012)
(AgRg no AgRg no AREsp 613.726/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 05/05/2015, DJe 14/05/2015)
Destaque-se que o precedente citado se amolda perfeitamente a este caso, vez que se trata
igualmente de ação revisional de contrato com pacto de alienação fiduciária. Friso ainda que a presente
tese está consolidada nos temas 246 e 247 dos Recursos Repetitivos do Superior Tribunal de Justiça.
1463
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Reforça-se que o precedente acima descrito é de cunho obrigatório (art. 927, III, do CPC), sendo que sua
não observância implicará numa sentença sem fundamentação e, em conseqüência, possível de
anulação.
Épermitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000,
reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada.
Em razão desses julgamentos, conclui-se que é válida a cobrança de capitalização de juros com
periodicidade inferior a um ano em contratos celebrados após 31/03/00, data da publicação da Medida
Provisória 1.963-17/00 (em vigor como MP 2.170-36/01), considerada constitucional e aplicável aos
contratos bancários firmados por consumidores, mesmo que hipossuficientes.
No caso em análise, verifica-se que o contrato foi celebrado em 12/12/2018 (ID 29718970), razão
pela qual sujeita-se à MP 2.170-36/01, sendo admissível pactuar a capitalização dos juros em
periodicidade inferior à anual.
Destaco que nos termos da divulgação constante no site do STJ, a Segunda Seção do referido Tribunal,
no julgamento do recurso repetitivo no REsp n. 1251331/RS e no julgamento do REsp 1.255.573/RS, fixou
três teses que devem servir de parâmetro para a análise da legalidade da cobrança da tarifa de abertura
de crédito (TAC), da tarifa de emissão de carnê (TEC) e do financiamento do Imposto sobre Operações
Financeiras e de Crédito (IOF) nos contratos bancários. Essas teses, que devem orientar os julgamentos
de primeira instância, são as seguintes:
a) nos contratos bancários celebrados até 30 de abril de 2008 (fim da vigência da Resolução CMN
2.303/96), era válida a pactuação da TAC e da TEC, inclusive as que tiverem outras denominações para o
mesmo fato gerador, ressalvado o exame da abusividade em cada caso concreto;
b) com a vigência da Resolução 3.518/07, em 30 de abril de 2008, a cobrança por serviços bancários
prioritários para pessoas físicas ficou limitada às hipóteses taxativamente previstas em norma padronizada
expedida pela autoridade monetária, quando então não tem mais respaldo legal a contratação da TEC e
TAC, ou outra denominação para o mesmo fato gerador. Permanece válida a tarifa de cadastro
expressamente tipificada em ato normativo padronizador da autoridade monetária, a qual somente pode
ser cobrada no início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira;
Assim, embora de fato conste a previsão de cobrança da tarifa de cadastro e do IOF no sumário de
contrato de ID 29718970, conforme fundamentação acima a cobrança destas foram consideradas lícitas
pelo STJ em julgamento em sede de recurso repetitivo.
Diante do exposto e, considerando o mais que dos autos consta, JULGO LIMINARMENTE
IMPROCEDENTES os pedidos formulados, com fundamento no artigo 332, incisos I e II, todos do CPC,
formulados iniciais, tudo nos termos da fundamentação.
Por conseguinte, resolvo o processo com análise do mérito, nos termos do artigo 487, inciso I, do Código
de Processo Civil.
Defiro o benefício da justiça gratuita em favor da autora, nos termos do artigo 5º, LXXIV, c/c artigo
2º, parágrafo único da Lei nº 1.060/50, sendo que essa prova se faz mediante simples declaração do
interessado (art. 4º), que será acolhida se não houver razão para dela se suspeitar (art. 5º).
Sem honorários em relação a estes pedidos, porque não houve citação. Condeno a autora ao pagamento
de custas processuais, porém suspensa a cobrança em razão da gratuidade concedida.
Interposto eventual recurso de apelação, venham os autos conclusos, caso em que o réu será citado para
os fins do art. 332, § 4º, do CPC.
PODER JUDICIÁRIO
0860559-92.2020.8.14.0301
EXECUÇÃO FISCAL
ATO ORDINATÓRIO
Nos termos do art. 1º, §2º, inciso XX, do Provimento nº 006/2006 da Corregedoria de Justiça da Região
Metropolitana de Belém, e considerando a devolução do AVISO DE RECEBIMENTO (AR), sem
cumprimento, manifeste-se o autor, no prazo de 05 (cinco) dias, para requerer o que entender de direito.
______________________________________
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento pelo Juízo Deprecante. Assim sendo, determino:
BELÉM/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
1468
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
Tendo em vista a resposta da SEFA, ao ofício que lhe foi enviado, constante nos IDs 31468099, 31468100
e 31468103, determino:
Nome: MARIA DO ROCIO RODRIGUES RUTHES Participação: EXECUTADO Nome: AUTO POSTO
DESTERRO ITAJAI LTDA Participação: ADVOGADO Nome: JADERSON LUIS SCHMIDT OAB: 44181/RS
Participação: EXECUTADO Nome: AUTO POSTO BIGBOSS LTDA - ME Participação: EXECUTADO
Nome: BIG IMAGI COMBUSTIVEIS E SERVICOS LTDA Participação: INTERESSADO Nome: BANCO
BRADESCO S.A
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
DESPACHO-OFÍCIO
Carta Precatória COM CUSTAS, no entanto, verifico não existir nos autos documento que comprove o
recolhimento das custas necessárias ao cumprimento da presente carta precatória. Assim sendo,
determino:
das custas necessárias ao cumprimento da ordem deprecada, para envio ao Juízo Deprecante, conforme
artigo 30 da Lei 8.328/2015.
3) Constatado o correto recolhimento das custas, o que deverá ser certificado, CUMPRA-SE, no prazo de
30 (trintas) dias, servindo esta de Mandado.
5) Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem o pagamento das custas, devolva-se sem cumprimento.
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1 ª) O(s) documento(s)/informações pode(m) ser encaminhado(s) através do malote digital desta Vara, do
email precatoriabelemcivel@tjpa.jus.br ou, ainda, através dos correios.
2ª) Para localização da Carta Precatória nesta Secretaria, é necessário fazer referência ao nosso número
acima citado.
3ª) A Carta Precatória será devolvida sem cumprimento caso não seja respondida a solicitação no prazo
de 30 (trinta) dias, nos termos do art. 8º do Provimento Conjunto nº 002/2017 – CJRMB/CJCI, que
dispõe: Os Juízes deverão promover a devolução de todas as cartas precatórias que aguardam, há mais
de 30 (trinta) dias, manifestação ou providência da parte interessada, desde que já tenham oficiado ao
Juízo Deprecante, solicitando a respectiva providência (manifestação sobre certidões, pagamento de
diligências e outras despesas processuais, indicação ou complementação de endereço, etc.) naquele
prazo.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS
PROCESSO: 0831768-79.2021.8.14.0301
DESPACHO
1472
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
Endereço 2: Residencial Rio D'ouro (SETOR II), 108 - BL ONZE B CEP: 66820-475 - ICOARACI - BELEM
- PA.
DESPACHO
Carta Precatória SEM CUSTAS, nos termos da Lei. Assim sendo, determino:
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita pelo Juízo
Deprecante. Assim sendo, determino:
1) Intime-se a parte autora, através de seus advogados, para que no prazo de 5 (cinco) dias, promova o
pagamento da custa referente ao ato de CUMPRIMENTO DE CARTAS: EXPEDIÇÃO DE MANDADO, a
qual não foi incluída na custa já quitada.
2) Constatado o devido recolhimento da custa, o que deverá ser certificado, cumpra-se, servindo esta de
Mandado.
1474
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
PODER JUDICIÁRIO
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VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita pelo Juízo
Deprecante. Assim sendo, determino:
DESPACHO-OFÍCIO
Carta Precatória COM CUSTAS, no entanto, verifico não existir nos autos documento que comprove o
recolhimento das custas necessárias ao cumprimento da presente carta precatória. Assim sendo,
determino:
Carta Precatória.
3) Constatado o correto recolhimento das custas, o que deverá ser certificado, CUMPRA-SE, no prazo de
30 (trintas) dias, servindo esta de Mandado.
5) Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem o pagamento das custas, devolva-se sem cumprimento.
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1 ª) O(s) documento(s)/informações pode(m) ser encaminhado(s) através do malote digital desta Vara, do
email precatoriabelemcivel@tjpa.jus.br ou, ainda, através dos correios.
2ª) Para localização da Carta Precatória nesta Secretaria, é necessário fazer referência ao nosso número
acima citado.
3ª) A Carta Precatória será devolvida sem cumprimento caso não seja respondida a solicitação no prazo
de 30 (trinta) dias, nos termos do art. 8º do Provimento Conjunto nº 002/2017 – CJRMB/CJCI, que
dispõe: Os Juízes deverão promover a devolução de todas as cartas precatórias que aguardam, há mais
de 30 (trinta) dias, manifestação ou providência da parte interessada, desde que já tenham oficiado ao
Juízo Deprecante, solicitando a respectiva providência (manifestação sobre certidões, pagamento de
diligências e outras despesas processuais, indicação ou complementação de endereço, etc.) naquele
prazo.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
1477
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita pelo Juízo
Deprecante. Assim sendo, determino:
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita pelo Juízo
Deprecante. Assim sendo, determino:
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
Em face da certidão de ID 31346855, informando que ainda existem valores na subconta que se referem a
juros/correção, determino:
1) Expeça-se alvará e proceda-se a transferência do valor em subconta para o Fundo de
Reaparelhamento do Judiciário - FRJ, cujos dados bancários são os seguintes:
Beneficiário: Tribunal de Justiça do Estado do Pará
CNPJ: 04.567.897/0001-90
Banco - 037 - Banco do Estado do Pará
Agência: 026-0
Conta Corrente: 115.588-1
2) Feita a transferência, arquive-se.
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
Audiência: 15/10/2021, às 11:30 horas, a qual será realizada, preferencialmente, por meio de
videoconferência, na Comarca de Mazagão/AP.
1479
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
DESPACHO
1) Oficie-se novamente ao Juízo Deprecante solicitando que nos informe se a presente Carta Precatória
está ou não contemplada com os benefícios de justiça gratuita.
2) Sendo caso de justiça gratuita, cumpra-se, servindo esta de Mandado.
3) Não tendo sido deferida a justiça gratuita, encaminhem-se os autos a Unaj/belém para expedição do
boleto e o relatória de custas, para envio ao Juízo Deprecante.
4) Quitadas as custas, cumpra-se, servindo esta de Mandado.
5) Cumprida a diligência deprecada, devolva-se ao Juízo de origem com as nossas homenagens
Parauaras.
Servirá o presente como ofício.
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
CONSIDERANDO a Decisão do Juízo Deprecante IDNum.31606528 - Pág. 6 que determinou que a prisão
seja cumprida em regime domiciliar.
1) CUMPRA-SE o mandado de prisão pelo prazo de 3 (três) meses, com as cautelas legais, estando
autorizado o arrombamento de portas, se necessário for.
2) Determino a Secretaria que expeça ofício ao Comando de Operações Especiais da Policia Militar para
auxiliar o Sr. Oficial de Justiça no cumprimento das diligências, bem como para a CIME/SEAP-PA para
recebimento e providências
3) Efetivada a prisão, deve o Sr. Oficial de Justiça encaminhar o preso à CIME/SEAP-PA, localizada na
Travessa Dr. Moraes 565, entre Conselheiro Furtado e Mundurucus, Batista Campos, Belém/PA, para
IMEDIATO registro e procedimentos pertinentes a PRISÃO DOMICILIAR.
5) Deve o Sr. Oficial de Justiça fazer constar em sua certidão, além das diligências para efetivar a prisão,
informações acerca do executado, tais como, endereço completo, com número da residência,
apartamento e do complemento, se houver; bairro, município, CEP, ponto de referência, telefone
para contato.
8) Intimem-se.
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
Endereço: Passagem Cabedelo, 84, Ed. Meridiano, ap 1006, Sacramenta, CEP: 66120-320,
Belém/PA.
DESPACHO
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita pelo Juízo
Deprecante. Assim sendo, determino:
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PROCESSO:0846140-33.2021.8.14.0301
DESPACHO
Em face da certidão de ID 31474548, determino:
1) Encaminhem-se os autos a Unaj/Belém para que certifique se as custas poderão ser utilizadas na
presente carta, tendo em vista que está em nome de outra parte.
BELÉM/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
1484
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PROCESSO:0846454-76.2021.8.14.0301
AÇÃO: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
REQUERENTE: ANA LARA FERNANDES ALVES
REQUERIDO: LEONARDO RODRIGUES MENEZES
DESPACHO-MANDADO
1 – Designo o dia 07/10/2021, às 10:00 horas, para proceder a coleta do material genético do requerido.
3 – Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da lei
(Provimentos nº 003 e 011/2009 – CJRMB).
BELÉM/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
Endereço: Av. Alameda Barroso, 4923, bloco F - apto. 121 - Castanheira - 66093075 - Belém
(Residencial)
DESPACHO
Carta Precatória SEM CUSTAS, visto o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita pelo Juízo
Deprecante. Assim sendo, determino:
1) Encaminhe-se ao Setor Social deste Fórum para a realização do ESTUDO solicitado pelo Juízo
Deprecante.
2) Cumprida a diligência deprecada, devolva-se ao Juízo de origem com as nossas homenagens
Parauaras.
Belém/PA, data constante na assinatura digital nos termos da Lei Federal nº 11.419/2006.
1486
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
VARA DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL
DESPACHO
PODER JUDICIÁRIO
ENDEREÇO: RUA CORONEL FONTOURA, S/N( PRAÇA FELIPE PATRONI, PERTO DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) Designo a data de 24 de agosto de 2021, às 09:00 horas, para audiência de tentativa de acordo. As
partes serão apresentadas por seus patronos em Juízo, sem que haja necessidade de expedir intimação
pessoal ante os poderes que os profissionais detêm, dentre tais, o de transigir.
JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Bb
1488
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
bB
PODER JUDICIÁRIO
ENDEREÇO: RUA CORONEL FONTOURA, S/N( PRAÇA FELIPE PATRONI, PERTO DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(ii) Designo a data de 25 de agosto de 2021, às 11:00 horas, para audiência de tentativa de acordo. As
partes serão trazidas por seus Advogados em Juízo sem que haja necessidade de expedir intimação
pessoal, ante os poderes que ambos detêm, dentre tais, o de transigir.
Se houver acordo, homologamos por sentença. Caso contrário, os autos do processo voltarão ao
Gabinete, findo o prazo indicado no item(i) para Decisão de Organização e Saneamento, momento em que
todas as decisões serão prolatadas.
(iii) Cientes os Advogados, com exclusão do Ministério Público por não haver interesse de menor.
JUÍZA DE DIREITO
1489
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
AÇÃO:[Alimentos]
DESPACHO
2-À UPJ/FAM para cumprir o determinado na decisão do referido conflito, procedendo-se à redistribuição
dos autos ao juízo da 1ª Vara de Família da Capital.
Intimem-se. Cumpra-se.
JUÍZA DE DIREITO
Participação: ADVOGADO Nome: VICTOR HUGO AMARAL DOS SANTOS OAB: 25208/PA Participação:
ADVOGADO Nome: YURI DE SOUZA DIAS OAB: 24853/PA Participação: FISCAL DA LEI Nome: M. P. D.
E. D. P.
PODER JUDICIÁRIO
ENDEREÇO: RUA CORONEL FONTOURA, S/N( PRAÇA FELIPE PATRONI, PERTO DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) Excluo o Ministério Público da demanda, eis não haver interesse de menor.
(ii) Designo a data de 01 de setembro de 2021, às 12:00 horas, para audiência de tentativa de acordo. As
partes serão trazidas por seus Advogados em Juízo, sem que haja necessidade de expedir intimação
pessoal, ante os poderes que os patronos detêm, dentre tais, o de transigir.
JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
1491
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Bb
bB
PODER JUDICIÁRIO
ENDEREÇO: RUA CORONEL FONTOURA, S/N( PRAÇA FELIPE PATRONI, PERTO DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) A Autora propôs contra esta Magistrada a Reclamação Disciplinar junto ao Conselho Nacional de
Justiça, cujas alegações já foram efetivamente rebatidas mediante defesa apresentada.
O certo é que, não me sinto mais confortável para julgar esta lide e em todas as demandas existentes
nesta Unidade que envolvem a Autora Marina Flores Magno, cujo ataque, o qual reputo como vazio e
vergonhoso, faz-me agora declinar a competência para continuar a presidir esta demanda por suspeição.
p
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JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Bb
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PODER JUDICIÁRIO
ENDEREÇO: RUA CORONEL FONTOURA, S/N( PRAÇA FELIPE PATRONI, PERTO DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) À Secretaria da UPJ das Varas de Família expedir o competente alvará judicial a fim de que a
Exequente possa receber todo o valor existente nas contas de FGTS em nome do Executado( ID
31264877), deduzindo-se o importe do débito global de alimentos.
(ii) Mais, antes da decisão prisional, como diligência do Juízo, faço uso do Sistema Renajud e assim
determino que haja a restrição da circulação total do bem em nome do Executado, devendo a Exequente
dizer em qual local o bem pode ser encontrado para avaliação e alienação, salvo se desejar adjudicá-lo.
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JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Bb
bB
////
PODER JUDICIÁRIO
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MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) À Secretaria da UPJ das Varas de Família oficiar à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará
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para que, em 10(dez) dias, contados do recebimento do expediente, mande-nos os dados pessoais
de MARIA EDUARDA RAMOS, FILHA DE ANGÉLICA FREIRE RAMOS E DE JOSÉ RAIMUNDO DA
COSTA PEREIRA, DENTRE TAIS O CPF/MF E ENDEREÇO.
JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Bb
bB
PODER JUDICIÁRIO
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E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
1495
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(i) A Demandada propôs contra esta Magistrada a Reclamação Disciplinar junto ao Conselho Nacional de
Justiça, cujas alegações já foram efetivamente rebatidas mediante defesa apresentada.
O certo é que, não me sinto mais confortável para julgar esta lide e em todas as demandas existentes
nesta Unidade que envolvem a Requerida Marina Flores Magno, cujo ataque, o qual reputo como vazio e
vergonhoso, faz-me agora declinar a competência para continuar a presidir esta demanda por suspeição.
JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Requerente: J.M.O.
Aos 16 (dezesseis) dias do mês de agosto do ano de 2021, às 10h00m, na sala de audiências da 1ª Vara
de Família da Comarca de Belém-Pará, onde presente se achava a Dra. MARGUI GASPAR
BITTENCOURT, Juíza titular da Vara, foi ABERTA A AUDIÊNCIA, verificou-se a presença das partes com
seus patronos. DELIBERAÇO EM AUDIENCIA: (i) Considerando problemas técnicos neste computador e
no teams, e que existem outras audiências designadas para esta data, e com a anuência das partes, e
1496
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
para que não haja prejuízo para ambas, suspendo e designo a presente audiência de instrução para o
dia 20 de setembro de 2021, às 10:00 horas para ouvir SOMENTE as partes. Não haverá expedição
de mandados. O patrono do autor se compromete em apresentá-lo no dia da audiência,
dispensando a intimação pessoal (ii) As partes serão apresentadas por seus Advogados em Juízo, sem
que haja necessidade de expedir intimação pela Secretaria da UPJ das Varas de Família, ante os poderes
que os profissionais detêm em sede de Procuração. Saem todos intimados deste ato em audiência. Nada
mais havendo, mandou a MM. Juíza lavrar o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente
assinado. Eu, ____, digitei e assino
MM. Juíza:
Autor:
Advogado(a):
Requerida:
Advogado(a):
PODER JUDICIÁRIO
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MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) Para encerrarmos a fase postulatória da demanda, à réplica à contestação da reconvenção.(15 dias
úteis).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(ii) Priorizando a conciliação, vou marcar a última data para tanto, antes da Decisão estrutural da lide e
assim o faço para o dia 24 de agosto de 2021, às 11:30 horas, para audiência de tentativa de acordo. As
partes serão trazidas por seus Advogados em Juízo, sem que haja necessidade de intimação pessoal ante
os poderes que detêm, dentre tais, o de transigir.
Se houver acordo, mesmo que parcial, homologaremos por sentença. Caso contrário, os autos do
processo, findo o prazo indicado no item (i) voltarão ao Gabinete para Decisão de Organização e
Saneamento, momento em que todas as decisões pedidas serão prolatadas.
(iii) Cientes os Advogados, eis a exclusão do Ministério Público por não ter interesse de menor.
JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Bb
bB
PROCESSO: 0419643-23.2016.8.14.0301
No ID: 20634503 - Pág. 1/2 consta termo de audiência datado de 07.11.2017, onde a demanda fora
organizada e saneada.
1498
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
No ID: 20634506 - Pág. 1 e seguintes consta decisão interlocutória do juízo da 1ª Vara de Família a qual
decidiu sobre as preliminares da presente demanda.
No ID: 20634509 - Pág. 1 consta despacho determinando a retificação do polo passivo da demanda.
No ID: 20634512 - Pág. 1 consta despacho determinando a retificação do polo passivo da demanda em
face da petição de ID: 20634510 - Pág. 1.
No ID: 20634513 - Pág. 4/5 consta informações para composição do novo polo passivo da demanda.
No ID: 20634515 - Pág. 1 e seguintes consta sentença de extinção do feito com relação aos alimentos
assistenciais.
No ID: 25891145 - Pág. 1 e seguintes consta decisão interlocutória que decretou a revelia de Eulália Maria
Ribeiro Noronha, informando ainda que matéria está pronta para ser julgada, com dispensa dos demais
meios probatórios orais para tanto.
No ID: 25935060 - Pág. 1 e seguintes consta pedido de exclusão da Defensoria Pública da lide face o
documento de ID: 20634513 - Pág. 1.
DECIDO
De início e nos termos do artigo 178 e 698 do Código de Processo Civil fica excluído do feito o
Ministério Público.
Digo, de pronto, que a presente demanda ater-se-á à análise do pedido suscitado, ou seja, sobre a
existência ou não de união estável entre a autora e o de cujus: EDSON RIBEIRO DE SOUZA (ID:
20634507 - Pág. 2), cujo pedido é meramente declaratório.
PROSSIGO.
Para melhor elucidar o caso em comento devemos dissertar sobre o conteúdo da presente demanda, que
é uma ação declaratória a qual deve ser entendida como uma ação que busca a eliminação da incerteza
acerca da existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou seja, é a ação em que o autor faz pedido
de reconhecimento de uma relação jurídica que ele julga existir e que sem o acolhimento de tal pedido ele
sofrerá prejuízo.
Nesse sentido, Pontes de Miranda, Tratado das Ações, p. 335, nos ensina:
(...) ação declarativa para declarar-se, positiva ou negativamente, a existência da relação jurídica, quer de
direito privado, quer de direito público, quer de direito de propriedade, quer de direito de personalidade,
quer de direito de família, das coisas, das obrigações ou das sucessões, civis ou comerciais.
Àluz do Código de Processo Civil atual a ação declaratória visa meramente a declaração da existência ou
inexistência de uma relação jurídica, ou da falsidade ou autenticidade de um documento, sendo uma ação
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
Nas lições do doutrinador Ovídio Batista, Teoria Geral do Processo Civil. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1997, p. 248-249, sobre a utilidade da ação declaratória:
Aqui a tutela jurisdicional se esgota com a simples emissão da sentença e com a correspondente
produção da coisa julgada. O bem da vida, neste caso, na terminologia chiovendiana, é justamente, e
apenas, a obtenção de uma sentença com força de coisa julgada que torne absolutamente indiscutível,
num eventual processo futuro, a existência, ou a inexistência, daquela relação jurídica que o Juiz declarou
existir ou não existir.
A ação declaratória tem uma singularidade excepcional, pois traz em seu bojo o afastamento da dúvida ou
divergência de uma relação jurídica, ocasionando certeza e segurança jurídica para que os envolvidos na
dita relação não tenham seus direitos violados
Logo, entendo como perfeitamente cabível e plausível a analise meritória da demanda em comento.
CONTINUO.
DA UNIÃO ESTÁVEL
“Éreconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida como o objetivo de constituição de
família”
Como se vê, estes são os requisitos objetivos e extrínsecos à declaração da existência da entidade
familiar, vale ressaltar, exposição pública, notória e duradoura da convivência familiar, vivendo seus
personagens como se casados fossem elegendo, neste último caso, a subjetividade da relação
extramatrimonial. Ensina-nos a doutrinadora Maria Berenice Dias, em sua Obra Manual de Direito das
Famílias, 4ª Edição Revista, Atualizada e Ampliada, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p.
161:
Em síntese: União Estável não decorre e tampouco será embasada em um simples relacionamento
amoroso, destituído do animus maritatis. Não. A situação fática obriga-se a estar acompanhada dos
preceitos legislativos inerentes. Nesse sentido, posiciona-se a jurisprudência:
Deste modo, não há o que se falar, quando não se tem o vínculo de alguma forma onde comprove este
relacionamento matrimonial, tendo em vista de que a jurisprudência mostra a importância do
preenchimento de requisitos apresentados para tal comprovação.
A título de exemplo, leiamos os julgados antes recentes advindos do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul:
união estável, salvo prova cabal de separação judicial ou de fato, porquanto defeso, no direito brasileiro, o
concubinato. Tanto o casamento, quanto a união estável, têm base no princípio da monogamia. Hipótese
regida pelo §2º do art. 1.723 e art. 1.727, ambos do Código Civil. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação
Cível Nº 70029978251, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Conrado de Souza
Júnior, Julgado em 14/10/2009)”
Continuando, devemos ainda diferençar a União Estável de um simples namoro, eis que este último
está destituído dos requisitos legais acima anunciados, sendo, portanto, matéria pacificada em nossa
jurisprudência.
Atente-se muito bem: Se não houver intenção de constituir família, limitando-se o relacionamento
apenas em namoro, mesmo que haja permanência temporária de um na residência de outro, a meu sentir,
não vejo como firmar a nominada união estável, eis que, repisa-se muito bem, exige a prova inequívoca da
exposição pública, notória e duradoura da convivência familiar, vivendo seus personagens como se
casados fossem, elegendo, neste último caso, a subjetividade da relação extramatrimonial.
Colaciono, novamente, parte da jurisprudência acima colacionada para bosquejar sobre tal instituto:
(...) 2. No que diz respeito ao concubinato, todavia, a situação ganha outros contornos. De acordo com o
texto legal, caracterizam o concubinato as relações não eventuais entre homem e mulher que se
encontrem impedidos de se casarem. A relação concubinária é, portanto, aquela paralela ao casamento,
em que uma pessoa casada convive, ao mesmo tempo e de forma não eventual, com seu cônjuge e com
1502
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
uma terceira pessoa. É evidenciada, portanto, pelo lar clandestino, por encontros velados, ocultos e não
gera, por certo, os efeitos inerentes à união estável, notadamente porque não reconhecida como entidade
familiar a que alude o texto constitucional.
No caso em tela NÃO HÁ de se falar em esporadicidade da união estável alegada, bem como de lar
clandestino ou de encontros velados face a documentação juntada aos autos, em especial as constantes
nos ID’s: 20634498 - Pág. 20/26, 20634498 - Pág. 31/33, 20634498 - Pág. 49, 20634498 - Pág. 50,
20634498 - Pág. 54 e 20634504 - Pág. 28 e seguintes.
Em sede de contestação o requerido confirma que houve união estável, contudo demonstra que o período
de convivência fora bem menor do que o alegado pela autora (44 anos – ID: 20634496 - Pág. 3), pois
como bem acostado nos autos, as partes (Jovenilde Roxo e Edson Ribeiro de Souza) já litigaram inúmeras
vezes, tão qual informações contidas nos autos: 0000221-45.1993.814.0301; 0011925-24.1998.814.0301;
0001355-38.2004. 814.0301; 0016015-70.2004. 814.0301 e 0025596-07.2005.814.0301, logo, o período
informado pela requerida, face a ausência de comprovação de convivência a partir de 1989 não terá êxito.
Um dos fatores (provas) mais importantes para definição do período de convivência da união estável
encontra-se no ID: 20634504 - Pág. 28 e seguintes, tratando-se de uma petição da autora, assistida pela
Defensoria Pública, na qual informa que os litigantes conviveram por 14 anos e estavam separados desde
o ano de 1989.
As provas acostadas nos autos são firmes e capazes de demonstrar a existência de união estável entre a
autora e o falecido apenas e tão somente entre os anos de 1971 (data afirmada por ambos os litigantes)
até o ano de 1989, onde face o apresentado, já havia uma separação de fato entre os litigantes, o que faz
quedar, ainda que parcialmente, o pedido inicial.
PROSSIGO.
DO ÔNUS DA PROVA
Veja, em sede de reconhecimento de união estável, o ônus da prova compete ao Autor eis compor
fatos constitutivos do direito ora alegado. É seu encargo probatório!
1.O artigo 1º da Lei 9.278, de 10.05.1996, bem como o artigo 1.723, do vigente Código Civil, acolhem
como entidade familiar, a união estável entre o homem e a mulher, desde que demonstrada a convivência
pública, continuada e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família.
2.Na forma do inciso I do artigo 333 do CPC, o ônus da prova dos requisitos legais necessários ao
reconhecimento da união estável como entidade familiar compete à demandante.
3.Não comprovado pela parte interessada, a presença de um ou de alguns dos requisitos legais
necessários ao reconhecimento da entidade familiar, não se pode reconhecer a união estável, com os
efeitos jurídicos dela decorrentes.
4.Recurso conhecido e desprovido, sentença mantida.
(20060910043289APC, Relator JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 1ª Turma Cível, julgado em 19/03/2009, DJ
30/03/2009 p. 66)”
post mortem quando a autora não logra trazer aos autos provas inequívocas de que houve a convivência
more uxoriu com o alegado convivente.
2 - A autora não tem direito à partilha/meação quando em seu depoimento pessoal fica evidenciado que a
parte não contribuiu para a aquisição dos imóveis que se pretende partilhar.
3 - Recurso não provido.
4 - Sentença Mantida.
(20060210016915APC, Relator CRUZ MACEDO, 4ª Turma Cível, julgado em 24/11/2008, DJ 12/01/2009
p. 117)”
Atente-se muito bem: O ônus da prova acerca da formação e constituição da união estável pertence
ao Autor, pois assim o artigo 373 do Código de Processo Civil:
Explico:
Compete à Autora provar a existência da união estável alegada na inicial contra o de cujus, deste modo,
em análise aos meios de prova acostados aos autos constata-se que a requerente NÃO desenvolveu com
eficácia de seu encargo probatório.
De posse do apresentado nos autos pude contemplar que a relação de convivência entre as partes
preencheu os requisitos necessários para que seja reconhecida como união estável, não no período
alegado pela autora, mas em período condizente com o que fora carreado aos autos.
Pois bem.
Como se vê, os documentos acostados aos autos apenas confirmam a existência de que houve a
união estável, bem como delimitam o seu período o qual deu-se desde o ano de 1971 (data afirmada por
ambos os litigantes) até 1989, perfazendo o período total de 18 anos.
Ante o exposto e por tudo o que nos autos consta, com base e fundamento nos artigos 373, inciso I, e 487,
inciso I, todos do Estatuto Processual Civil, c/c os artigos 1658 – 1666 e 1725 e seguintes do Código Civil
Pátrio, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL e firmo a união estável entre a
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
autora JOVENILDE ROXO e o requerido / de cujus EDSON RIBEIRO DE SOUZA (ID: 20634507 - Pág. 2),
com início em 1971 e término em 1989, compreendendo um período total de 18 anos.
Os bens deixados pelo de cujus e os demais direitos que por ventura existirem deverão ser pleiteados em
ação própria uma vez que a presente lide se trata apenas de reconhecimento de União estável.
Não há de se falar em alimentos assistenciais face a decisão de ID: 20634515 - Pág. 1 e seguintes, bem
como não há de se falar em Partilha de bens, nestes autos, face o pedido e causa de pedir da presente
demanda e pelo discorrido no parágrafo anterior.
ÀSecretaria Única das Varas da Família Da Capital/UPJ e as partes adotarem as medidas legais cabíveis
ao feito.
ÀSecretaria Única das Varas da Família Da Capital/UPJ excluir do feito a Defensoria Pública, uma vez que
a autora habilitou advogado
Sem custas e demais despesas processuais, nesta, compreendidos honorários advocatícios, eis as partes
estarem sob o manto da gratuidade processual.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Em seguida, determino que os autos sejam arquivados com todas
as cautelas legais após o decurso de o prazo recursal.
JUÍZA DE DIREITO
PODER JUDICIÁRIO
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R.Hoje
Diretamente. Vou ter que tornar sem efeitos os termos da deliberação em audiência, eis inobservar
o rito especial ora empreendido. Isto é, o prazo de defesa, para começar a fluir, depende sim da realização
do ato processual em comento, repito, ante o procedimento que estamos adotando.
Muito bem. O Paterno já está citado, logo, se vai haver ou não revelia, é o próximo ato que dirá, o
que me permite repetir a ordem inicial com algumas alterações, sem perder de vista que a obrigação
alimentar já está vigente desde a citação. Vamos lá.
· Tenho a dizer que, por agora, os alimentos continuam arbitrados em termos de salário mínimo, eis
a ausência de comprovação da fonte pagadora do paterno, algo que, se ao longo da questão for
evidenciado, será alterado segundo os interesses dos menores. Noutras falas. Por enquanto, o quantum
alimentar está firmado na base de 50%(CINQUENTA POR CENTO ) de UM salário mínimo vigente,
reajustado de acordo com a política governamental, cujo valor será depositado na conta bancária da
materna( CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Agência: 1314, Operação: 013, Conta Poupança:
000.71223.1), respeitando-se a data limite do dia 05(cinco) mensal.SE ATRASAR, MULTA DE 2%(DOIS
POR CENTO) POR CADA MÊS E JUROS DE 0,3%(ZERO VÍRGULA TRÊS POR CENTO) AO DIA, COM
ATUALIZAÇÃO PELO ÍNDICE IGP-M. Do universo alimentar em comento, destinar-se-á para cada
Autor o valor de 25%(vinte e cinco por cento) da base de cálculo acima declinado.
· Se estiver com exercendo labor formal ou, se for comprovado os rendimentos/ganhos do paterno
com sua atividade empresarial, a verba alimentar será estipulada em 30% (trinta por cento) de
seus vencimentos e vantagens do PATERNO, incluindo-se férias, FGTS, 13º salário, aviso prévio, horas
extras, salário família, seguro desemprego auxílio alimentação, verbas rescisórias, prêmios,
subsídios, participação nos lucros e rendimentos e demais gratificações, com exclusão, apenas e tão
somente, dos descontos obrigatórios(INSS e IR)do paterno, mantendo-se a mesma forma de
pagamento(depósito bancário ), respeitando-se a data limite do recebimento dos rendimentos
correspondente. Do universo alimentar em comento, destinar-se-á para cada Autor o percentual de
15%(QUINZE por cento) da base de cálculo acima declinado.
· Quando conhecida a fonte pagadora, cuja informação será fornecida pelo Autor, deverá a
Secretaria da Vara oficiar à fonte pagadora para que, no prazo de 10(dez) dias, contados do recebimento
do expediente, informe os ganhos reais DO PATERNO , em detalhes.
· Redesigno o dia 07 de outubro de 2021, às 10:00 horas para a audiência de conciliação, instrução
e julgamento.
· A Autora, aqui presente em Gabinete, já está intimada do ato processual, não havendo mais falar em
expedição de intimação para a mesma, eis que receberá uma cópia do despacho para fins devidos,
mantendo-se igual sanção acaso ausente. Por outro lado, por mandado, INTIMEM-SE PESSOALMENTE,
POR CARTA PRECATÓRIA JOSÉ RENILSON MARQUES, para comparecer à sobredita audiência,
advertindo-os, repito, de que ambos deverão comparecer acompanhados de seus advogados e
testemunhas (art. 8º da Lei n.º 5.478/68) e de que a ausência do (a) autor (a) importará em arquivamento
do processo e a do(a) réu(é) em revelia, além de confissão quanto à matéria de fato (art. 7º da Lei
n.º 5.478/68), anotando-se, ainda, no mandado que caso não haja acordo o(a) réu(é) poderá apresentar
contestação, desde que o faça por meio de advogado ou defensor público.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
· Alerto o senhor oficial de justiça que o mandado de citação e o de intimação não deve ser deixado
com terceiros, mesmo que tais sejam parentes dos litigantes(mãe, irmã, tio, dentre outros), uma vez que a
citação e intimação se obriga a ser PESSOAL. A desatenção ao tema, certamente, provocará a
declaração de nulidade de a certidão, provocando-se a emissão de novo mandado citatório e o de
intimação.
· Autorizo o senhor Diretor de Secretaria ou outro servidor por ele indicado a assinar digitalmente os
expedientes ao objetivo desejado.
JUÍZA DE DIREITO
Art. 7º O não comparecimento do autor determina o arquivamento do pedido, e a ausência do réu importa
em revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Art. 8º Autor e Réu comparecerão à audiência acompanhados de suas testemunhas, 3 (três no máximo,
apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
PODER JUDICIÁRIO
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LAURIENE CUNHA DOS SANTOS propôs Ação Judicial em desfavor de FABRICIO TRINDADE
NERY, ambos qualificados, expondo argumentos relativos e acostando documentos correspondentes.
Todavia, mediante petição eletrônica, consta anúncio expresso de desistência do Autor pelos
motivos ora exarados.
DECIDO
No caso em tela, a Requerente requer a desistência de sua pretensão eis não ter mais interesse
no prosseguimento do feito, não havendo nenhum óbice ao pedido formulado.
Isto posto, com base e fundamento no artigo 485, inciso VIII, c/c o artigo 486 ambos do Código de
Processo Civil, extingo o processo sem resolução de mérito eis o pedido de desistência ora formulado.
JUÍZA DE DIREITO
PODER JUDICIÁRIO
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(i) Redesigno a data de 24 de agosto de 2021, às 11:00 horas, para audiência de acordo. As partes serão
apresentadas por seus Advogados em Juízo, sem que haja necessidade de expedir intimação pessoal
pela Secretaria da UPJ das Varas de Família, ante os poderes que os mesmos detêm, dentre tais, o de
transigir.
Se houver acordo, homologamos por sentença. Caso contrário, os autos do processo voltarão ao
Gabinete após o prazo de defesa para prosseguimento.
JUÍZA DE DIREITO
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À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PARA QUE, NO PRAZO ACIMA ASSINALADO, DIGA QUAL O VALOR
DE FGTS EM NOME DO EXECUTADO, BLOQUEANDO-O INTEGRALMENTE A PARTE DISPONÍVEL
ATÉ ULTERIOR DELIBERAÇÃO, TODAVIA, COM IGUAL DILIGÊNCIA ACIMA EXPOSTA, EM SUA
PARTE FINAL.
JUÍZA DE DIREITO
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(ii) Decorrido o prazo de defesa em silêncio, certifique-se e ao Curador Especial à finalidade devida.
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ENDEREÇO: RUA CORONEL FONTOURA, S/N( PRAÇA FELIPE PATRONI, PERTO DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
CAMILA SORAIA TOMAZ DOS SANTOS OLIVEIRA propôs Ação Judicial em desfavor
de KAIO EVERTON DE SOUSA OLIVEIRA, argumentando, em síntese, ser devido a medida
divorcista diante da impossibilidade de retorno à vida conjugal, razão pela qual requer a procedência
integral desta pretensão eleita.(a demanda seguirá quanto ao almejo guarda e direito de
visitação paterna)
Acostou documentos.
DECIDO
DO DIVÓRCIO
De pronto, digo que darei sentença de mérito eis o tema “ divórcio” se agendar a um direito
potestativo, o qual independe a dissolução de a vontade da outra parte.
Vamos à sentença.
O divórcio propõe o término da sociedade conjugal, permitindo um novo enlace matrimonial entre
os divorciandos, vez a impossibilidade de retorno à vida conjugal, não havendo mais falar em requisito
temporal. Diz o artigo 226, §6º, da Carta Magna:
Ora, em análise aos termos constantes nos autos, verifica-se a satisfação dos moldes emanados
pela Autora, permitindo-se a objetividade em julgar.
DA INICIAL
A Autora afirma estar separado faticamente, não havendo sentimentos firmes à mantença do lar,
permitindo-se a dissolução da sociedade conjugal.
Em discussão.
DA PARTILHA DE BENS
Em discussão.
DO NOME
A Divorcianda voltará ao uso de seu nome de solteira, sendo a alteração uma faculdade sua.
Como se vê, não havendo nenhum óbice ao decreto divorcista, resta ao Juízo acolher o pedido
inicial, QUANTO AO DIVÓRCIO SOMENTE, em seus termos integrais.
Ante o exposto e por tudo o que nos autos consta, com base no artigo 1.571 e seguintes do Código
Civil , c/c o artigo 226, §6º, da Carta Magna e todos c/c o artigo 487, inciso I do Estatuto Processual
Civil, JULGO INTEGRALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL(quanto ao divórcio, somente) para
decretar o divórcio entre CAMILA SORAIA TOMAZ DOS SANTOS OLIVEIRA e KAIO EVERTON DE
SOUSA OLIVEIRA, diante de sua admissibilidade legal, extinguindo-se o processo com resolução de
mérito.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Não há, por agora, pedido nesse sentido quanto aos alimentos assistenciais.
À Secretaria da UPJ das Varas de Família e a Autora adotarem as medidas legais cabíveis ao
feito, observando-se que a mesma está com o manto da gratuidade processual.
Sem custas e honorários advocatícios advindo desta decisão, observando-se que a gratuidade
processual atingirá a emissão da segunda via do documento em questão(uma para a Autora, somente),
além da anotação/averbação da medida.
P.R.I e cumpra-se e expeça-se o que necessário(Não precisa esperar o trânsito em julgado para a
parte contrária, uma vez estarmos lidando com o direito potestativo que dispensa o consentimento do
outro litigante), seguindo-se a demanda quanto aos demais temas.
Frisa-se muito bem: Não posso falar em guarda judicial sem delinear o direito de visitação,
e vice-versa eis os assuntos estarem mesclados entre si.
Pois bem.
Decretada a separação judicial ou divórcio, sem que haja entre as partes acordo quanto à guarda dos
filhos, será ela atribuída a quem revelar melhores condições para exercê-la
De outro norte, a guarda judicial, tão somente, pode vir a regularizar a faticidade da
responsabilidade exercida por um dos genitores em detrimento de outro que, por sua vez, concedeu-a,
reconhecidamente, a quem, de fato, detinha melhores condições físico emocional econômico financeiras à
criação do fruto.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Quanto a tal situação fática, vejamos o que dispõe a recente jurisprudência advinda do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
EMENTA: AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. AÇÃO DE REVERSÃO DE GUARDA E EXONERAÇÃO DE
ALIMENTOS. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. GUARDA DE FATO E DESCONTOS EM FOLHA DA
PENSÃO ALIMENTÍCIA. Embora a guarda do menor tenha sido atribuída à mãe quando do acordo
entabulado na separação judicial, está demonstrado nos autos que encontra-se sendo exercida de fato
pelo genitor, há aproximadamente seis meses. Na ausência de elementos, na fase, capazes de embasar
juízo modificando a guarda, e diante da ausência de pedido intentado pela genitora para retomada da
guarda, a suspensão do desconto em folha da pensão alimentícia se impõe, até decisão definitiva sobre a
guarda, ou eventual retomada da guarda da menor pela mãe. Consequência natural da situação da guarda
fática a um dos genitores é a garantia do direito de visitas ao genitor não-guardião. PRELIMINAR
REJEITADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70024873952, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: André Luiz Planella Villarinho,
Julgado em 27/08/2008)
Ora, como se depreende dos termos iniciais, constata-se que a guarda do filho do casal
(JOÃO KENEDY DOS SANTOS OLIVEIRA e MARIA CLARA DOS SANTOS OLIVEIRA) deverá
permanecer com a materna, de forma judicial, provisória e unilateral, eis a mantença da circunstância
fática ora envolvida, cumulado à ausência de comprovação de atitudes desabonadoras à conduta e
comportamento da mesma, o que, repisa-se muito bem, permite-se, por agora, manter a guarda
provisória com a genitora.
Veja, imponho assim a modalidade de guarda judicial(unilateral), até que haja elementos
fáticos substanciais para a alteração, indo de unilateral para compartilhada, SE ASSIM FOR APURADO E
NECESSÁRIO.
De outro norte, no que se refere ao direito de visitação, o mesmo encontra amparo legal no
artigo 1.589, do Código Civil Pátrio. Note os termos do
dispositivo:
O pai ou a mãe em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia ,
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e
educação.
Como se vê, muito embora tenha havido a desestruturação da vida em comum com a
cessação de algumas obrigações legais e firmadas entre os genitores do fruto, o direito de visita de um
dos polos em relação ao seu filho não é alcançado pela dissolução do matrimônio ou união estável ou,
ainda, da simples convivência amorosa, eis a existência de relação jurídica diferenciada envolvendo
genitor-rebento.
De outra banda, a visitação não é apenas um direito pertencente a um dos genitores, não,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
pois o direito é majoritariamente do filho , eis que a convivência com a figura paterna , desde sempre
com início na terna infância, trar-lhe-á vínculo afetivossocial capaz de gerir os princípios e comandos
da trajetória de vida.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§3 o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Na lição de Fredie Didier Jr, em sua obra Curso de Direito Processual Civil, Volume 2,
2007, Edição Podivm, p. 538:
Prova inequívoca não é aquela que conduza a uma verdade plena, absoluta, real ... tampouco a que
conduz à melhor verdade possível( a mais próxima da realidade)...Trata-se de prova robusta, consistente,
que conduza o magistrado a um juízo de probabilidade, o que é perfeitamente viável no contexto da
cognição sumária.
Por outro lado, Luiz Guilherme Marinoni, em sua Obra Curso de Processo Civil, volume 4, 2ª tiragem, São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 147, ensina-nos que:
O juiz julga o pedido cautelar com base em fumus boni iuris. Assim, a sua
convicção jamais deve ultrapassar a veorssimilhança, pois de outra forma estar-se-á diante de um
processo de cognição exauriente, em que a convicção é de certeza e o juízo acerca do litígio
permite a declaração capaz de gerar a coisa material. O processo cautelar é necessariamente limitado à
convicção de verossimilhança.
não pertence apenas ao genitor e sim, em nível elevadíssimo, ao fruto do casal, o qual precisa manter os
laços afetivo emocional familiares intactos, desde que não haja anúncio quanto à violência doméstica, o
que impõe cautelaridade quanto à regulamentação imediata da visitação paterna , o que, pelo menos por
agora, inocorre na demanda eleita(violência doméstica: não há mínima comprovação nesse sentido).
O periculum in mora, HOJE MENCIONADO “PERIGO DE DANO” se posta como outro requisito
validador para a concessão de a tutela de urgência, desde que efetivamente comprovado a sua urgência e
imprescindibilidade, cuja demora acarretará prejuízos de tal monta ao necessitado, inclusive com grau
irreversível, insurgindo o nominado perigo de dano.
Atente-se: O perigo de dano se encontra vinculado ao perigo de dano cuja demora na decisão
acarretará danos irreparáveis .
Vejamos o que o doutrinador Luiz Guilherme Marinoni, em sua obra acima nominada, agora na
página28, afirmou acerca deste pressuposto de admissão:
O perigo de dano deve ser fundado em elementos objetivos, capazes de serem expostos de forma
racional, e não em meras conjecturas de ordem subjetiva. Além disto, embora o perigo de dano faça surgir
uma situação de urgência, tornando insuportável a demora do processo, não há razão para
identificar perigo de dano com o periculum in mora, como se ambos tivessem o mesmo significado. O
perigo de dano faz surgir o perigo na demora do processo, existindo, aí, uma relação de causa e efeito.
Por isto mesmo, para se evidenciar a necessidade das tutela cautelar, não basta alegar o periculum in
mora, sendo preciso demonstrar a existência de causa, ou seja, o perigo de
dano.
Assim , ser indiferente à medida é negar um direito patente dos envolvidos, visando o
respeito e a adequação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e preservação da
família remanescente, motivo pelo qual entendo por conceder o pedido relativo à medida inicial, de modo
ponderado.
Isto posto, com base e fundamento no artigo 300 e seguintes do Código de Processo
Civil, DEFIRO, de modo parcial, o pedido de tutela de urgência (quanto aos temas guarda, direito de
visitação e alimentos presumidos) por conceder a guarda provisória, judicial e unilateral dos filhos do
casal (JOÃO KENEDY DOS SANTOS OLIVEIRA e MARIA CLARA DOS SANTOS OLIVEIRA) à materna
CAMILA SORAIA TOMAZ DOS SANTOS OLIVEIRA, brasileira, casada, manicure, portadora do RG nº
6045512 3ª via SSP/PA e CPF sob o nº 002.901.722-09, , cuja regulamentação do direito de visitação
paterna da seguinte forma(não conforme o pedido inicial):
(i) finais de semana e feriados alternados, iniciando-se com a materna. Quando da vez do paterno, os
frutos ficarão na companhia do genitor da seguinte forma: sexta-feira às 18:00 horas, com entrega no
domingo às 19:00 horas. Nos feriados de um dia, seguir-se-á o mesmo horário; nos longos, obedecerá
igual parâmetro de tempo.
(ii) dia dos pais e aniversário do mesmo, as crianças estarão na companhia de seu homenageado, no
horário inicial de 08:00 às 20:00 horas, seguindo-se a devolução na casa materna.
(iii)nas férias escolares, cada genitor terá uma quinzena dos meses correspondentes, destinando-se
sempre a primeira ao paterno.
(iv)festas de final de ano alternados, destinando-se o natal/2021 à materna e o ano novo ao paterno, com
entrega na casa materna no primeiro dia útil seguinte, até o horário de 08:00 horas e
(v) aniversário das crianças , o paterno terá a companhia de seus filhos no horário de 10:00 às 18:00
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
horas, com a outra parte do dia sendo destinado à materna, salvo ajuste melhor entre as partes( Estipulo
assim diante da necessidade de contato da criança com ambos os pais nesse dia especial).
Cumpre dizer que, ao longo da demanda, a fora de visitação poderá ser alterada, segundo os
termos e moldes legais.
O quantum alimentar será estipulado em 30% (trinta por cento) de os vencimentos e vantagens do
Paterno, incluindo-se férias, FGTS, 13º salário, aviso prévio, horas extras, salário família, auxílio
alimentação, verbas rescisórias, participação nos lucros e rendimentos, prêmios, subsídios e demais
gratificações, com exclusão, apenas e tão somente, dos descontos obrigatórios(INSS e IR), cujo valor
será depositado na conta bancária da materna(CAMILA SORAIA TOMAZ DOS SANTOS OLIVEIRA, no
Banco do Bradesco S/A, agência 1396-0 e C/C 0021642-9), respeitando-se a data limite do recebimento
dos rendimentos do paterno. Do Universo alimentar delineado neste parágrafo, vai ser destinado
15%(quinze por cento) da base de cálculo para cada filho.
Oficie-se à fonte pagadora(ARBOREA INDUSTRIA PARAENSE DE PÃES), para que, assim que receber
o expediente, desconte logo os alimentos e , no prazo de 10(dez) dias, informe os ganhos reais do
paterno, em detalhes.
Se estiver laborando sem carteira assinada, o valor de a verba alimentar presumida vai passar a ser de
01(um) salário mínimo vigente - 50% para cada filho-, reajustado de acordo com o salário mínimo
vigente, segundo a política governamental, cujo valor será depositado na conta bancária da
materna(acima identificada) , respeitando-se a data limite do dia 05(cinco) mensal.
SE ATRASAR, MULTA DE 2%(DOIS POR CENTO) POR CADA MÊS E JUROS DE 0,3%(ZERO
VÍRGULA TRÊS POR CENTO) AO DIA, COM APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO PELO IGP-
M/FGV.
O prazo para apresentação de defesa será de 15(quinze) dias, sob pena de decreto de revelia,
ante as advertências expostas no respectivo mandado.
No mais, digo ao oficial de justiça que, caso haja suspeita fundada de ocultação, em último caso, a
citação ocorrerá por hora certa, detalhando-se as diligências correspondentes.(A diligência
quanto à citação por hora certa deve ser bem detalhada, com anúncio dos dias e horários de cumprimento
e com que se falou acerca da diligência).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Alerto ao senhor oficial de justiça que o mandado de citação não deve ser deixados com
terceiros, mesmo que tais sejam parentes dos litigantes(mãe, irmã, tio, dentre outros), uma vez que as
diligências em comento se obrigam a ser PESSOAL. A desatenção ao tema, certamente, provocará a
declaração de nulidade de a certidão, permitindo-se a emissão de novos expedientes.
Autorizo o senhor Diretor de Secretaria ou outro servidor por ele indicado a assinar digitalmente os
expedientes ao objetivo desejado.
JUÍZA DE DIREITO
(i)Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o
interessado.
(ii)Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor.
(iii)Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do
ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com
prova constante dos autos.
(iv)Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do
ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se
encontrar.
(v)Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação,
observado o disposto no art. 694.
desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a
qualquer tempo.
§2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.
(vi)Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da
controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a
mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto
os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.
(vii)Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação,
observado o disposto no art. 694.
§2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.
(viii)Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam
necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o
perecimento do direito.
(ix)Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento
comum, observado o art. 335.
PODER JUDICIÁRIO
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MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(i) Declaro a estabilidade da Decisão de Organização e Saneamento em todos os seus moldes, seguindo-
se a definição dos meios de prova ora almejados. Vamos lá:
PELO AUTOR:
É preciso que se tenha atenção ao comando judicial, eis que a desatenção pode e provoca a presença do
instituto da preclusão. Ora, o ID 28713262 é claro ao impor a prolação da Decisão de Organização e
Saneamento em cujo teor estruturou a essência da demanda, além de conceder prazo aos litigantes a
ajustarem e indicarem meios de prova a produzir. Relembraremos:
____
...
Assim sendo, declaro saneado e organizado os autos do processo(porém, não com sua estabilidade, eis
que tal se dará logo após o final do prazo a seguir estipulado para tanto) e, concedo o prazo de cinco dias
úteis e comum a fim de que as partes possam pedir esclarecimentos ou ajustes, seguindo-se, findo o
prazo, os autos do processo ao Ministério Público para igual medida. Neste prazo, as partes devem dizer
quais meios de prova desejam, seguindo-se com igual medida ao Ministério Público.
(vi) Logo após, voltem-me conclusos para ajustar a decisão, se for necessário e pedido , e declarar a
estabilidade da decisão saneadora, seguindo-se da análise dos pedidos dos meios de prova a ser
anunciados, sem perder de vista o teor do artigo 357,§4º, do CPC.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
____
Portanto, os Advogados deveriam ler o texto, entendê-lo perfeitamente para ratificá-lo ou retificá-lo
e, simultaneamente, indicar ou dizer quais meios de prova à comprovação de a tese arguida. Ou seja,
argumentar + dizer o que queriam para produzir. Se assim não o fizessem, inevitavelmente, atraído e
atrelado ao silêncio, o Instituto da Preclusão!
Bom, o Autor foi intimado para ajustar(ou não) a Decisão de Organização e Saneamento, isto é,
não deveria se deter em apenas dissertar o que já temos e sim, dizer se a Decisão estava ou não correta.
Assim não agiu, limitando-se a falar sobre pontos que já estavam firmes. Ainda, não pediu meios de prova
como, por exemplo, o depoimento pessoal e testemunhal. Não! Quer algo que é inútil à lide - todas as
comprovações ou notas fiscais das despesas da outra parte - uma vez que as alegações, a meu ver,
podem ser ligados a demais argumentos, somado ao fato de que o almejo deve ser buscado em um
Incidente ou em outra Ação Judicial, desde que manejada adequadamente.
O certo é que, após reiteradas análises do argumento, tenho a dizer que o Autor não anunciou
retificações na Decisão de Organização e Saneamento, de modo a ditá-la com acertada e não anunciou
meios de prova a produzir, ensejando a presença do Instituto da Preclusão.
Portanto, reiterando, precluso está o direito do Autor em indicar provas, firmando contra si o
Instituto da Preclusão.
PELO PATERNO:
a) Quanto à diligência aos Cartórios de Registros de Imóveis: Indefiro em todos os seus moldes,
uma vez não indiciar o território para a consulta: É nesta Cidade, é no Rio de Janeiro ou é em outro lugar?
Então, por ser diligência genérica, tenho que rejeitá-la, declarando precluso o direito de assim repetir tal
meio de prova.
b) Quanto à diligência à Imobiliária Valéria Pires Franco e Corretores Associados: Defiro, de modo
ajustado ante o teor acima. Ou seja, à Secretaria da UPJ das Varas de Família oficiar à Empresa Valéria
Pires Franco e Corretores Associados, no endereço Avenida Braz de Aguiar, 684, Nazaré, Belém/PA -
66.035-415, para que, em 10(dez) dias, contados do recebimento do expediente, diga se há contratos em
nome do Autor, a partir de agosto de 2019(início da lide) prestando as informações necessárias e
encaminhando cópia da documentação devida.
Veja, não há falar em mudança nos termos do meio de prova. Não! Pois a mesma está
sendo ajustada ante o teor acima exposto, além de ser posto o termo inicial a fim de que àquela Empresa
possa ter o suporte necessário à informação. Ainda, não vou pedir igual diligência em nome da esposa do
Autor, uma vez não ser parte na lide.
a) Meio de Prova relativo ao Depoimento Pessoal: Defiro, eis a importância ao desfecho da lide, pelo
menos por enquanto.
b)Diligência ao Sistema Renajud: Defiro-a em todos os seus moldes. Ao conhecimento das partes(15 dias
úteis e comum) da resposta vindas do Sistema Renajud, em anexo. Em seguida sem nova conclusão, ao
Ministério Público para igual medida.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
c) Quanto à emissão de expediente ao Ministério do Trabalho e Emprego: À Secretaria da UPJ das Varas
de Família oficiar ao Ministério do Trabalho e Emprego para que, em 10(dez) dias, contados do
recebimento do expediente, diga sobre a (in) existência de eventuais vínculos empregatícios em nome do
Autor.
Ainda, creio que as partes já têm uma noção exata da estrutura, a qual firmada e intocável, da
demanda e, mais uma vez, vou tentar conciliar as partes antes a audiência de instrução e julgamento e
assim designo a data de 25 de agosto de 2021, às 12:00 horas, para audiência de acordo. As partes serão
trazidas para a Sala de Audiências por seus Advogados sem que haja necessidade de intimação pessoal.
Cientes os Advogados e Ministério Público e, após a juntada da resposta dos ofícios, conclusos
para abertura do contraditório.
JUÍZA DE DIREITO
Advogado(a): ISABELA DE SOUZA PIMENTEL - OAB PA24904 IAN GUEDES PINHEIRO - OAB
PA28663 - AMANDA DE SOUZA GOMES - OAB PA25536
Requerido : M.D.D.
Aos 16 (DEZESSEIS) dia(s) do mês de agosto do ano de 2021, às 09h00m, na sala de audiências da 1ª
Vara de Família da Comarca de Belém-Pará, onde presente se achava a Dra. MARGUI GASPAR
BITTENCOURT, Juíza titular da Vara, foi ABERTA A AUDIÊNCIA, com a presença do Ministério Público
via teams, representado pela Dra. SUMAYA SAADY MORHY PEREIRA, Promotora de Justiça e feito o
pregão de praxe verificou-se a presença das partes com seus patronos. Tentada a conciliação a mesma
restou infrutífera. DELIBERAÇÃO EM AUDIÊNCIA: (i) Considerando que a tentativa de acordo restou
infrutífera, findo o prazo da réplica, venham os autos ao gabinete para Decisão de Organização e
Saneamento, conforme previamente determinado em DECISÃO/DESPACHO de id 30604386. Nada mais
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havendo, para constar, mandou o MM. Juíza lavrar o presente termo, que, lido e achado conforme, Eu
____, Analista Judiciário, digitei e assino.
MM. Juíza:
Ministério Público:
Autor(a):
Advogado(a):
Requerido(a):
Advogado(a):
PODER JUDICIÁRIO
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E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
R.Hoje
(iii) Designo a data de 22 de setembro de 2021, às 10:00 horas, para audiência de tentativa de acordo.
Ambas as partes serão intimadas pessoalmente, por mandado á finalidade devida.
Se houver acordo, homologamos por sentença. Caso contrário, os autos do processo voltarão ao
Gabinete para Decisão de Organização e Saneamento.
JUÍZA DE DIREITO
(assinatura eletrônica)
Bb
bB
PODER JUDICIÁRIO
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MUNICIPAL DE BELÉM-PARÁ)
E-MAIL: upjfamiliabelem@tjpa.jus.br
Acostou documentos.
DECIDO
Frisa-se muito bem: Não posso falar em guarda judicial sem delinear o direito de visitação, e
vice-versa eis os assuntos estarem mesclados entre si.
Pois bem.
Decretada a separação judicial ou divórcio, sem que haja entre as partes acordo quanto à guarda dos
filhos, será ela atribuída a quem revelar melhores condições para exercê-la
De outro norte, a guarda judicial, tão somente, pode vir a regularizar a faticidade da
responsabilidade exercida por um dos genitores em detrimento de outro que, por sua vez, concedeu-a,
reconhecidamente, a quem, de fato, detinha melhores condições físico emocional econômico financeiras à
criação do fruto.
Quanto a tal situação fática, vejamos o que dispõe a recente jurisprudência advinda do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
EMENTA: AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. AÇÃO DE REVERSÃO DE GUARDA E EXONERAÇÃO DE
ALIMENTOS. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. GUARDA DE FATO E DESCONTOS EM FOLHA DA
PENSÃO ALIMENTÍCIA. Embora a guarda do menor tenha sido atribuída à mãe quando do acordo
entabulado na separação judicial, está demonstrado nos autos que encontra-se sendo exercida de fato
pelo genitor, há aproximadamente seis meses. Na ausência de elementos, na fase, capazes de embasar
juízo modificando a guarda, e diante da ausência de pedido intentado pela genitora para retomada da
guarda, a suspensão do desconto em folha da pensão alimentícia se impõe, até decisão definitiva sobre a
guarda, ou eventual retomada da guarda da menor pela mãe. Consequência natural da situação da guarda
fática a um dos genitores é a garantia do direito de visitas ao genitor não-guardião. PRELIMINAR
REJEITADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70024873952, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: André Luiz Planella Villarinho,
Julgado em 27/08/2008)
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Ora, como se depreende dos termos iniciais, constata-se que a guarda da filha do casal
(GIOVANA MONTEIRO BENDELACK SANTOS, nascida em 22 de janeiro de 2010) deverá ser
COMPARTILHADA, COM DOMICÍLIO DE REFERÊNCIA O MATERNO, cuja convivência paterna será
livre.
Explico.
Pois bem.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§3 o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Na lição de Fredie Didier Jr, em sua obra Curso de Direito Processual Civil, Volume 2, 2007,
Edição Podivm, p. 538:
Prova inequívoca não é aquela que conduza a uma verdade plena, absoluta, real ... tampouco a que
conduz à melhor verdade possível( a mais próxima da realidade)...Trata-se de prova robusta, consistente,
que conduza o magistrado a um juízo de probabilidade, o que é perfeitamente viável no contexto da
cognição sumária.
Por outro lado, Luiz Guilherme Marinoni, em sua Obra Curso de Processo Civil, volume 4, 2ª tiragem, São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 147, ensina-nos que:
O juiz julga o pedido cautelar com base em fumus boni iuris. Assim, a sua
convicção jamais deve ultrapassar a veorssimilhança, pois de outra forma estar-se-á diante de um
processo de cognição exauriente, em que a convicção é de certeza e o juízo acerca do litígio
permite a declaração capaz de gerar a coisa material. O processo cautelar é necessariamente limitado à
convicção de verossimilhança.
O periculum in mora, HOJE MENCIONADO “PERIGO DE DANO” se posta como outro requisito validador
para a concessão de a tutela de urgência, desde que efetivamente comprovado a sua urgência e
imprescindibilidade, cuja demora acarretará prejuízos de tal monta ao necessitado, inclusive com grau
irreversível, insurgindo o nominado perigo de dano.
Atente-se: O perigo de dano se encontra vinculado ao perigo de dano cuja demora na decisão
acarretará danos irreparáveis .
Vejamos o que o doutrinador Luiz Guilherme Marinoni, em sua obra acima nominada, agora na
página28, afirmou acerca deste pressuposto de admissão:
O perigo de dano deve ser fundado em elementos objetivos, capazes de serem expostos de forma
racional, e não em meras conjecturas de ordem subjetiva. Além disto, embora o perigo de dano faça surgir
uma situação de urgência, tornando insuportável a demora do processo, não há razão para identificar
perigo de dano com o periculum in mora, como se ambos tivessem o mesmo significado. O perigo de
dano faz surgir o perigo na demora do processo, existindo, aí, uma relação de causa e efeito. Por isto
mesmo, para se evidenciar a necessidade das tutela cautelar, não basta alegar o periculum in mora,
sendo preciso demonstrar a existência de causa, ou seja, o perigo de
dano.
Assim , ser indiferente à medida é negar um direito patente dos envolvidos, visando o
respeito e a adequação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e preservação da
família remanescente, motivo pelo qual entendo por conceder o pedido relativo à medida inicial, de modo
ponderado.
Isto posto, com base e fundamento no artigo 300 e seguintes do Código de Processo
1528
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Civil, DEFIRO, de modo parcial, o pedido de tutela de urgência (quanto aos temas guarda, direito de
visitação e alimentos presumidos) por conceder a GUARDA COMPARTILHADA DE A FILHA DO CASAL,
COM DOMICÍLIO DE REFERÊNCIA MATERNA, CUJA CONVIVÊNCIA PATERNA DAR-SE-Á DE FORMA
LIVRE, TODAVIA, ESTABELECENDO-SE AO PATERNO O AVISO PRÉVIO DE 24(VINTE E QUATRO)
HORAS À MATERNA, AO EXERCÍCIO DESSA CONVIVÊNCIA, SEMPRE PREZANDO O INTERESSE
DA MENOR.
Mais, imponho que, durante a vida dessa demanda, a Materna está proibida de
mudar de residência e domicílio sem conhecimento, ordem e autorização judicial a fim de que a lide não
possa ser ferida de morte e dificultaada seu fechamento com tal decisão unilateral.
A verba alimentar vai estar estipulada da seguinte forma, segundo cada fonte pagadora do
Paterno:
(i) UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA: Estabeleço a verba alimentar em 20% (vinte por cento) de
os vencimentos e vantagens do Paterno, incluindo-se férias, FGTS, 13º salário, aviso prévio, horas extras,
salário família, auxílio alimentação, verbas rescisórias, participação nos lucros e rendimentos, prêmios,
subsídios e demais gratificações, com exclusão, apenas e tão somente, dos descontos obrigatórios(INSS
e IR), cujo valor será depositado na conta bancária da materna(Banpará (237), Ag 025-7, Conta
260416-7 - Flávia B. M. Bendelack), respeitando-se a data limite do recebimento dos rendimentos do
paterno.
Igual valor se perfaz quando o paterno estiver recebendo valor previdenciário e seguro-
desemprego, bastando haver informação da Autora.
Oficie-se à fonte pagadora(UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA), para que, assim que receber o
expediente, desconte logo o valor dos alimentos e, no prazo de 10(dez) dias, informar os ganhos reais
do paterno, em detalhes.
SE ATRASAR, MULTA DE 2%(DOIS POR CENTO) POR CADA MÊS E JUROS DE 0,3%(ZERO
VÍRGULA TRÊS POR CENTO) AO DIA, COM APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO PELO IGP-
M/FGV.
SE ATRASAR, MULTA DE 2%(DOIS POR CENTO) POR CADA MÊS E JUROS DE 0,3%(ZERO
VÍRGULA TRÊS POR CENTO) AO DIA, COM APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO PELO IGP-
M/FGV.
(iv)NEX TRADING MATERIAIS DE CONSTRUCAO LTDA: O valor dos alimentos será em termos de
salário mínimo, na ordem de 01 1/2 (um e meio) do salário mínimo vigente, reajustados de acordo com a
política governamental, cujo valor será depositado na conta bancária acima identificada, respeitando-se a
data limite do dia 05(cinco) mensal.
SE ATRASAR, MULTA DE 2%(DOIS POR CENTO) POR CADA MÊS E JUROS DE 0,3%(ZERO
VÍRGULA TRÊS POR CENTO) AO DIA, COM APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO PELO IGP-
M/FGV.
Expeça-se(de imediato e sem esperar o trânsito em julgado desta decisão ao paterno) o competente
Termo de Guarda Compartilhada, com Domicílio Materno de referência e Direito de Convivência Paterno
Livre, estabelecendo-se o aviso prévia de 24(vinte e quatro) horas ao exercício da convivência à
finalidade de direito, com amplos poderes de ambos os genitores de representação e assistência, com
esfera de atuação no campo da educação, saúde, assistência, bancário e dentre outras que forem
necessárias para proteger os interesses da criança.
O prazo para apresentação de defesa será de 15(quinze) dias, sob pena de decreto de revelia,
ante as advertências expostas no respectivo mandado.
No mais, digo ao oficial de justiça que, caso haja suspeita fundada de ocultação, em último caso, a
citação ocorrerá por hora certa, detalhando-se as diligências correspondentes.(A diligência quanto à
citação por hora certa deve ser bem detalhada, com anúncio dos dias e horários de cumprimento e com
que se falou acerca da diligência).
Alerto ao senhor oficial de justiça que o mandado de citação não deve ser deixados com terceiros,
mesmo que tais sejam parentes dos litigantes(mãe, irmã, tio, dentre outros), uma vez que as diligências
em comento se obrigam a ser PESSOAL. A desatenção ao tema, certamente, provocará a declaração de
nulidade de a certidão, permitindo-se a emissão de novos expedientes.
Observe a Secretaria da UPJ das Varas de Família que a materna se encontra com a
gratuidade processual.
Autorizo o senhor Diretor de Secretaria ou outro servidor por ele indicado a assinar digitalmente os
expedientes ao objetivo desejado.
JUÍZA DE DIREITO
(i)Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o
interessado.
(ii)Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor.
(iii)Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do
ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com
prova constante dos autos.
(iv)Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do
ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se
encontrar.
(v)Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação,
observado o disposto no art. 694.
§2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.
(vi)Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da
controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a
mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto
os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.
1531
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
(vii)Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação,
observado o disposto no art. 694.
§2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.
(viii)Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam
necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o
perecimento do direito.
(ix)Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento
comum, observado o art. 335.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO: 0801378-82.2020.8.14.0133
AÇÃO:[Nulidade / Anulação]
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Compulsando os autos, verifico que estes autos de ANULAÇÃO DE CASAMENTO, foram redistribuídos,
conforme se verifica pela decisão proveniente da 1ª Vara Cível e Empresarial da Capital, presente no ID
30508157, por ser a Vara a suposta Vara de Origem.
Entretanto, DATA MÁXIMA VÊNIA, à referida decisão, os autos foram redistribuídos equivocadamente a
este juízo, uma vez que não tramitou neste juízo, nenhuma ação originária das partes.
Verifico não se tratar de pedido de cumprimento de sentença e nem de nenhuma das hipóteses presentes
no art. 286 do CPC, que determinem a distribuição por dependência a este juízo.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Portanto, uma vez não configurada nenhuma das hipóteses previstas no artigo 286 do CPC e ante o
equívoco cometido, com supedâneo nos dispositivos legais antes mencionados, determino sua
redistribuição, desde logo, à uma das Varas de Família da Capital, uma vez que segundo a nova regra
contida no art. 1.015 do CPC, das decisões que declinam a competência, não cabe Agravo de
Instrumento, a fim de que sejam redistribuídos para qualquer uma das Varas de Família desta capital,
procedendo-se, consequentemente, à necessária baixa no registro.
Intimem-se.
JUÍZA DE DIREITO
ESTADO DO PARÁ
PODER JUDICIÁRIO
2ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELÉM
Nº PROCESSO: 0845495-08.2021.8.14.0301
Vistos
1 - Da Justiça Gratuita:
Narra a exordial que as partes foram casadas e sobreveio o nascimento da menor A. L. C. S. (5 anos). No
entanto, com o término do relacionamento conjugal, as partes acordaram que a criança permaneceria, em
guarda compartilhada, no endereço da mãe, deferindo-se ao pai direito de convivência regulamentado no
processo 0037279-33.2017.8.14.0301.
No entanto, o autor informa que a genitora é negligente nos cuidados com a filha, além de praticar
alienação parental em relação a figura paterna, posturas justificadas pela mãe sofrer transtornos
psicológicos.
O genitor narra que, por acordo informal entre as partes, a filha passou a morar temporariamente em sua
companhia na cidade de Ribamar Fiquene/MA desde 02/2021, lugar em que foi devidamente matriculada
em colégio particular e recebeu todo afeto e cuidado da família paterna.
No entanto, à pretexto de visitar a mãe em 07/2021, a menor encontra-se desde então com a genitora,
tendo esta retido a menor e proibido o contato paterno.
Destarte, requer o autor: a) inversão da guarda, de modo que a menor permaneça sob sua guarda na
modalidade unilateral e b) fixação de alimentos no importe de 50% do salário mínimo em face da mãe e
em benefício da menor.
É o relatório. DECIDO.
DA GUARDA
O ordenamento jurídico pátrio estipula como regra a guarda compartilhada, pois, em tese, é a que melhor
atende aos interesses do infante, uma vez que garante o convívio igualitário da criança com ambos os
genitores, atribuindo a estes direitos e deveres iguais, no que tange ao regular desenvolvimento dos filhos,
conforme artigo 1.583, §2º do Código Civil, podendo o juiz fixar a guarda de modo diverso, a exemplo da
modalidade unilateral, a depender do caso concreto.
Assim, a fixação da guarda é questão de grande relevância na vida dos filhos, devendo o juízo observar
com cautela a situação em apreço e, conforme o caso, decidir de acordo com o que entender ser o melhor
para a criança, não se olvidando que, a regulamentação da guarda, como regra, deve observar prévio
contraditório da parte contrária, nos termos em que disciplina o artigo 1.585 do Código Civil.
Nesse particular, extrai-se do caso concreto que a criança possui 5 (cinco) anos de idade e está sob a
guarda judicial da genitora desde o divórcio do casal. Em que pese, contudo, o pai ter informado que a
menor passou residir em sua companhia, este não apresentou a documentação necessária, como
comprovantes de vacinação, consultas médicas, matrículas em colégio na cidade de Ribamar Fiquene,
dentre outros elementos que atestem, com segurança, a possibilidade de inversão liminar da guarda.
No mais, eventual deferimento liminar deste Juízo poderia implicar, inclusive, em deslocamento de
competência para julgamento do feito, pois da leitura da inicial percebe-se que, embora o genitor possua
endereço em Belém/PA, seu domicílio principal é em Ribamar Fiquene/MA, lugar onde afirma ter realizado
a matricula escolar da filha.
Assim, até que seja realizado estudo multidisciplinar e ouvidas as partes, deve ser mantida a situação
regulada em título judicial, razão pela qual, no momento, INDEFIRO o pedido de tutela antecipada.
Ressalto, ademais, que sem se descuidar da urgência do caso, será aberta pauta excepcional de
audiência para manejá-lo.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, em outubro de 2020, a Resolução nº 345, que autoriza os
tribunais brasileiros a adotarem o “Juízo 100% Digital”.
Nesse cenário, o TJPA implantou o projeto-piloto do juízo 100% digital, em caráter experimental, através
da Portaria nº 1.640/2021-GP, incluindo a 2ª Vara de Família de Belém no projeto-piloto a partir da Portaria
nº 2411/2021-GP.
O Juízo 100% digital é a possibilidade de o cidadão valer-se da tecnologia para ter acesso à Justiça sem
precisar comparecer fisicamente nos Fóruns, uma vez que, no juízo 100% digital, todos os atos
processuais serão praticados exclusivamente por meio eletrônico e remoto, pela internet. Isso vale
também para as audiências, que vão ocorrer exclusivamente por videoconferência.
Vale ressaltar que a adesão ao trâmite processual pelo juízo 100% digital é facultativa e depende da
anuência de ambas as partes envolvidas no litígio, de modo que a presente demanda apenas está sendo
pré-selecionada para participar do projeto, podendo o autor ou requerida manifestar o desejo de não
participar do juízo 100% digital.
4- Da Tentativa de Mediação
Tendo em vista o disposto nos artigos 694 e 695 do CPC, e considerando que Juiz deve primar pela
solução consensual dos conflitos, consoante artigo 3º, §§ 2º e 3º do mesmo diploma, respeitados todos os
protocolos inerentes ao período pandêmico, designo audiência de mediação para a data de 16/11/2021
às 10h, a ser realizada por videoconferência e conduzidas por mediadores ligados ao CEJUSC.
CITE-SE/INTIME-SE o (a) requerido (a) para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 15
(quinze) dias úteis, contados da tentativa de mediação, sob pena de revelia, na forma do artigo 344 do
CPC, devendo a diligência ser cumprida por meio preferencialmente digital.
Para participar da audiência por videoconferência as partes devem baixar a versão gratuita do aplicativo
Microsoft Teams no smartphone ou computador com microfone e webcam, sendo-lhes
disponibilizado link via e-mail ou aplicativo de mensagens para o ingresso na sala de audiências no dia e
hora designados, ou seja, as partem devem informar nos autos o endereço de correio eletrônico.
Em caso de eventual impossibilidade estrutural dos envolvidos participarem da sessão virtual, poderão
comparecer presencialmente ao Fórum e dirigir-se ao Gabinete da 2ª Vara de Família de Belém (1º andar
do fórum cível), momento em que será disponibilizado local apropriado para que participem do ato
processual de forma virtual.
Na hipótese do item anterior, haverá rígido controle dos horários para evitar aglomeração na entrada e
corredores do fórum, apenas sendo permitida a entrada do interessado 15 (quinze) minutos antes do
horário designado para a sessão.
A necessidade de comparecimento das partes ao fórum para a realização de sessão virtual não obriga a
de seus defensores ou advogados, os quais participarão da sessão de forma virtual e do local em que se
encontrem.
1536
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Não havendo empecilhos à realização da sessão virtual, deve a Secretaria disponibilizar link para acesso à
audiência no prazo máximo de 12 (doze) horas anteriores a data designada, o qual será encaminhado
para o e-mail ou aplicativo de mensagens dos participantes.
Quando da realização da sessão as partes deverão ter em mãos documento de identificação com foto, a
fim de comprovar sua identidade e outorgar legitimidade ao ato.
Cumpra-se.
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da lei
(Provimento nº 003/2009 – CJRMB).
ATO ORDINATÓRIO
PROCESSO: 0834348-87.2018.8.14.0301
I. Em razão da condenação em custas processuais atribuída pela sentença exarada nos autos acima
epigrafados, e ainda, ao §4º do art. 46 da Lei Estadual nº 8.328/2015, INTIMO a parte acima, através
deste para que, no prazo de 15 (quinze) dias, proceda ao recolhimento das custas finais constantes no
boleto disponivel na Secretaria da UPJ das Varas de Família de Belém ou pela internet no endereço
eletrônico: https://apps.tjpa.jus.br/custas/ (REIMPRESSÃO E VALIDAÇÃO 2ª Via da Conta do Processo e
Boleto Bancário), digitar o numero do processo acima e seguir os demais passos.
II. Ressalte-se que uma vez não paga as referidas custas, será encaminhada certidão circunstanciada à
Procuradoria Geral do Estado do Pará, a fim de que a mesma promova a inscrição do débito na Dívida
Ativa, assim como sua consequente cobrança judicial.
BRIAN ALMEIDA
PROCESSO: 0006843-91.2017.8.14.0301
ATO ORDINATÓRIO
Intimem-se as partes sobre a expedição da precatória, nos termos do § 1º do Art. 261 do CPC (Art. 1º, §
2º, VIII do Prov. 006/20006 da CJRMB). De ordem, 16 de agosto de 2021.
ESTADO DO PARÁ
PODER JUDICIÁRIO
2ª VARA DE FAMÍLIA DE BELÉM
Vistos etc.
Trata-se de Ação de Investigação de Paternidade Post Mortem c/c Anulação de Registro Civil ajuizada por
Jackson Herculano de Souza Raiol (37 anos) em desfavor de João Gonçalves Paixão e Ana Pinheiro da
Costa, ascendentes de Orivaldo da Costa Paixão.
Consta no polo passivo o Sr. Sílvio Magim Dias Raiol, pai registral do autor, que teria promovido a
averbação da paternidade mediante adoção à brasileira.
Ana Pinheiro da Costa, apresentou contestação arguindo preliminares de inépcia da petição inicial e
impossibilidade jurídica do pedido. No mérito, resistiu integralmente aos pedidos iniciais (fls. 126/128-
PDF).
Réplica à contestação, onde o autor rechaça as questões processuais e ratifica os termos da exordial (fls.
155/157-PDF).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Ministério Público pugnou pelo saneamento do feito e realização do exame de DNA (fls. 161/162-PDF).
Decisão saneadora decretando a revelia de João Gonçalves Paixão e Sílvio Magim Dias Raiol; afastando
as questões processuais e designando audiência de instrução (fls. 164/165-PDF).
Os requeridos João Gonçalves Paixão e Ana Pinheiro da Costa não compareceram à audiência designada
para a coleta de material genético em seu domicílio, mesmo que devidamente intimados e advertidos
acerca da presunção de paternidade (fls. 233/234-PDF).
O exame de DNA foi realizado apenas entre o autor, a genitora e o pai registral, tendo o resultado excluído
a paternidade do Sr. Sílvio Magim Dias Raiol (fls. 239/243-PDF).
É o relatório. DECIDO.
O exame de DNA é prova amplamente aceita pela doutrina e jurisprudência, aplicando-se, inclusive, a
presunção iuris tantum de paternidade contida na Súmula nº 301 do STJ, caso haja recusa de submissão
ao exame.
No mesmo sentido é o entendimento pacífico do Tribunal de Justiça, consolidado por meio da edição de
sua Súmula nº 301, que preceitua in verbis: ‘Em ação investigatória, a recusa do suposto a submeter-se
ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. (…)". (STJ – AREsp 527565 – Publ. Em
24-3-2015).
No caso em apreço, os supostos avós paternos foram devidamente intimados, solicitaram a coleta do
material genético em seu domicílio, o que foi deferido pelo juízo, sendo novamente intimados e advertidos
pelo juízo deprecado, porém deixaram de comparecer na audiência designada.
Entretanto, a aplicação da referida súmula depende de outras provas que corroborem a atribuição da
paternidade, pois traz apenas a presunção de paternidade.
Nesse sentido, fixo como matéria controvertida de fato a paternidade biológica entre o autor e o de cujus,
bem como a paternidade socioafetiva entre o autor e o pai registral, com a permanência do vínculo
socioafetivo.
Para o deslinde processual, entendo pertinente a produção da prova oral, com a oitiva das partes e
eventuais testemunhas e a prova documental, com a juntada de documentos novos até a data da
audiência.
Sem prejuízo, caso os supostos avós paternos compareçam em audiência e desejem a realização da
coleta de material genético, a prova será deferida.
Designo audiência de Instrução e Julgamento para o dia 14/12/2021 às 10h, a ser realizada
preferencialmente por videoconferência.
Considerando as peculiaridades do caso concreto, autorizo a oitiva dos requeridos João Gonçalves
Paixão e Ana Pinheiro da Costa na Comarca de seu domicílio, motivo pelo qual determino a expedição de
carta precatória com prazo de 30 (trinta) dias, com a finalidade de intimação pessoal dos requeridos e
realização de audiência de instrução, que será presidida por este juízo de forma remota, apenas
pleiteando-se a cooperação do juízo deprecado com a disponibilização de ambiente adequado para que as
partes participem do ato processual.
Para participar da audiência por videoconferência as partes devem baixar a versão gratuita do aplicativo
Microsoft Teams no smartphone ou computador com microfone e webcam, sendo-lhes disponibilizado link
via e-mail para o ingresso na sala de audiências no dia e hora designados, ocorrendo de igual modo com
as testemunhas eventualmente arroladas pelas partes.
Em caso de eventual impossibilidade estrutural dos envolvidos participarem da sessão virtual, deverão
indicar nos autos no prazo de 5 (cinco) dias, oportunizando-se local apropriado no átrio do fórum para o
comparecimento das partes e realização da sessão de semipresencial.
Na hipótese do item anterior, haverá rígido controle dos horários para evitar aglomeração na entrada e
corredores do fórum, apenas sendo permitida a entrada do interessado 15 (quinze) minutos antes do
horário designado para a sessão.
A necessidade de comparecimento das partes ao fórum para a realização de sessão virtual não obriga a
de seus defensores, os quais participarão da sessão de forma virtual e do local em que se encontrem.
Não havendo empecilhos à realização da sessão virtual, deve a Secretaria disponibilizar link para acesso à
audiência no prazo máximo de 12 (doze) horas anteriores a data designada, o qual será encaminhado
para o e-mail dos participantes.
Quando da realização da sessão as partes deverão ter em mãos documento de identificação com foto, a
fim de comprovar sua identidade e outorgar legitimidade ao ato.
Eventual urgência ocorrida durante o lapso temporal em que o processo se encontrar na situação de
“aguardando audiência” deve ser informada nos autos, vindo-me o processo imediatamente em
conclusão.
Cumpra-se.
Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da lei
(Provimento nº 003/2009 – CJRMB).
ESTADO DO PARÁ
PODER JUDICIÁRIO
2ª VARA DE FAMÍLIA DE BELÉM
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
O ato processual será realizado de forma presencial a depender do estágio da pandemia à época da
audiência, se controlada e cessada a transmissão comunitária do vírus, consoante informações dos
órgãos de saúde Estadual e Municipal.
Eventual urgência ocorrida durante o lapso temporal em que o processo se encontrar na situação de
“aguardando audiência” deve ser informada nos autos, vindo-me o processo imediatamente em conclusão.
Para participar da audiência por videoconferência as partes devem baixar a versão gratuita do aplicativo
Microsoft Teams no smartphone ou computador com microfone e webcam, sendo-lhes disponibilizado link
via e-mail para o ingresso na sala de audiências no dia e hora designados, ocorrendo de igual modo com
as testemunhas eventualmente arroladas pelas partes.
Em caso de eventual impossibilidade estrutural dos envolvidos participarem da sessão virtual, deverão
indicar nos autos no prazo de 5 (cinco) dias, oportunizando-se local apropriado no átrio do fórum para o
comparecimento das partes e realização da sessão de semipresencial.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Na hipótese do item anterior, haverá rígido controle dos horários para evitar aglomeração na entrada e
corredores do fórum, apenas sendo permitida a entrada do interessado 15 (quinze) minutos antes do
horário designado para a sessão.
A necessidade de comparecimento das partes ao fórum para a realização de sessão virtual não obriga a
de seus defensores, os quais participarão da sessão de forma virtual e do local em que se encontrem.
Não havendo empecilhos à realização da sessão virtual, deve a Secretaria disponibilizar link para acesso à
audiência no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas anteriores a data designada, o qual será
encaminhado para o e-mail dos participantes.
Quando da realização da sessão as partes deverão ter em mãos documento de identificação com foto, a
fim de comprovar sua identidade e outorgar legitimidade ao ato.
Intimem-se as partes de forma pessoal por meio de mandado, bem como por publicação via sistema PJE,
podendo a intimação se dar por correio eletrônico ou telefone, desde que o Oficial de Justiça ateste a
identidade do destinatário, na forma do artigo 22 da Portaria Conjunta nº 15/2020.
Cumpra-se.
EDITAL DE CITAÇÃO
PRAZO DE 45 DIAS
PROCESSO: 0872733-07.2018.8.14.0301
Requerido:Silvio alves da Silva, Silvana Ribeiro da Silva, Gilmar Ribeiro da Silva, Sirlene Ribeiro da Silva e
Sergio Alves da Silva.
FINALIDADE
do Requerido SÉRGIO ALVES DA SILVA, brasileiro, RG e CPF desconhecidos, para que oferte
contestação, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, nos termos dos artigos 256, inciso I, do CPC. E para que
não seja alegada ignorância no presente e no futuro, expediu-se o presente EDITAL, sendo publicado na
forma da Lei, que será afixado no local público de costume e publicado no Diário da Justiça Eletrônico.
Dado e passado nesta cidade de Belém, Estado do Pará, aos 12 dias do mês de agosto de 2021. Eu,
Emina Yamauti, Auxiliar Judiciário da UPJ das Varas de Família da Capital, assino o presente, autorizada
pelo art. 1º, §2º, IX do Provimento nº 06/2006 da CJRMB.
(assinado eletronicamente)
1543
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL
AUTOR: ALTEMAR JOSÉ DA SILVA DAMOUS, residente e domiciliado na Rodovia Augusto Montenegro,
Nº 3401, Bloco C3 Ap. 401, Bairro: Mangueirão, CEP: 66640-465, Belém-PA.
RÉ: TELMA MONTE DAMOUS, domiciliada e residente na Passagem Boa Vista, n.º 36, Bairro: Parque
Verde, CEP: 666350-20, Belém-PA.
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Quanto ao pleito relativo à tutela de evidência, observo que não possui amparo no Código de Processo
Civil – CPC, vigente, uma vez que o art. 311 estabelece os casos de tutela de evidência poderá ser
concedida, sendo que a situação em tela não se amolda ao disposto no inciso II, como requer a
demandante, pois não há tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
Tampouco poderia ser entendido que a liminar seria concedida com fundamento no inciso IV (a petição
inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito da autora, a que o
réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável), pois o legislador é claro ao determinar que a
hipótese do referido inciso só pode ser verificada após a apresentação de defesa pela demandada (art.
311, § único, CPC), até porque não há como observar dúvida sobre as provas apresentadas pelo autor
sem que o réu tenha falado nos autos. Ante o exposto, indefiro o pedido de tutela;
Acolho parcialmente o parecer ministerial (ID n.º 27297587) e designo audiência de conciliação para o dia
20 de outubro de 2021 (quarta-feira), às 10h30min;
Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos (art.
695, §4º do CPC);
Ciente o MP;
P.R.I.C. Cumpra-se
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3.ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
MORTEM
REQUERENTE: ILZA MARIA BENTES MACHADO, domiciliada e residente na Rua Tiradentes, Ed. Maria
Tudor, n.º 650, Apartamento n.º 402, CEP 66.053-330, Belém-PA.
REQUERIDOS: 1) CAIO BRITTO RIBEIRO, domiciliado e residente na Trav. Dom Romualdo Coelho, nº
100, apto. 502, Bairro Umarizal, CEP 66.055-190, Belém-PA;
2) CAMILA BRITTO RIBEIRO MESSIAS, domiciliada e residente Trav. Dom Romualdo de Seixas, 1084,
apto. 1701, Bairro Umarizal, CEP 66.055-200, Belém-PA.
DECISÃO-MANDADO
Não realizado acordo, os requeridos poderão oferecer contestação no prazo de 15 dias, conforme art. 335
do CPC;
O prazo de 15 dias, contará da data da audiência, quando qualquer parte não comparecer à assentada ou,
comparecendo, não houver autocomposição (art. 335, I do CPC);
Servirá o presente, por cópia digitalizada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da Lei.
Intime-se;
P.R.I.C. Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Augusto Montenegro, Condomínio Greenville I, Rua Castanheira, n.º 10, Quadra 15, Bairro Parque
RÉU: JORGE MANOEL COUTINHO FERREIRA, domiciliado e residente na Travessa Caldeira Castelo
Branco, n.º 1221, apto, Belém-PA.
DECISÃO-MANDADO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2º, 3º e 4º, do CPC.
Tratando-se de pedido de majoração da verba alimentar, com base na premissa da elevação dos gastos e
necessidades da criança, somados à sustentação do seu padrão de vida, a verificação dos argumentos da
parte demandaria dilação probatória, medida que não se alinha à fase embrionária da presente ação. A
requerente juntou, com sua inicial, alguns documentos, mas que não comprovam suficientemente o
aumento das necessidades da alimentanda, nem a atual situação financeira do demandado;
Intime-se a requerente da data da audiência acima aprazada, bem como o seu patrono judicial e o
representante do Ministério Público.
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
Exoneração de Alimentos
Processo: 0843818-40.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Consta dos autos pedido de HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO firmado entre JOSE ADILSON CARVALHO
DE ALMEIDA e MAYANE JOYCE OLIVEIRA DE ALMEIDA.
Acordam que a alimentanda não mais necessita da pensão, haja vista ser maior de idade e estar inserida
no mercado de trabalho, podendo prover o próprio sustento, pelo que requerem a homologação do acordo
de exoneração de alimentos e a renúncia do prazo recursal.
Éo relatório.
DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado para
exonerar o autor JOSE ADILSON CARVALHO DE ALMEIDA de sua obrigação para com a alimentanda
MAYANE JOYCE OLIVEIRA DE ALMEIDA, por consequência, julgo extinto o processo com resolução de
mérito nos termos do art. 487, inciso III, b, do CPC.
Expeça-se ofício à fonte pagadora para cancelamento do desconto da pensão alimentícia em favor de
MAYANE JOYCE OLIVEIRA DE ALMEIDA.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
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AUTOR: LUISÂNGELA MENDES MENEZES LIMA, telefone: (91) 9.8359-1905, domiciliada e residente na
Travessa Eneas Pinheiro, n.º 200, casa 200, fundos, bairro: Pedreira, CEP: 66.083-156, Belém/PA.
RÉU: ANDERSON AUGUSTO RODRIGUES LIMA, residente e domiciliado na Avenida Pedro Álvares
Cabral, Passagem São José, n.º 323, bairro: Telégrafo, CEP: 66.113-460, Belém/PA.
DECISÃO-MANDADO
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2º, 3º e 4º, do CPC;
Quanto ao pedido de guarda provisória unilateral do menor, a Lei nº 13.058/2014 trouxe alterações ao
Código Civil no que pertine à modalidade de guarda a ser aplicada nos casos em que existe litigância
entre os pais;
O §2º do art. 1.584 do CC, com a redação dada pela lei em comento, estipula “quando não houver acordo
entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não
deseja a guarda do menor.”
A nova redação do art. 1.585, por sua vez, dispõe: “Em sede de medida cautelar de separação de corpos,
em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre
guarda de filhos, mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes
perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da
outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584.”
Ante a nova regulamentação da matéria e, não obstante as agressões contra a genitora, inexistem nos
autos de provas robustas que demonstrem a incapacidade do genitor para figurar como guardião, reservo-
me a apreciar o pleito liminar de guarda provisória após a oitiva das partes;
Considerando a suspensão das audiências em virtude da pandemia da COVID-19, deixo, por ora, de
designar audiência conciliatória prevista no art. 334 do CPC, ressalvando que, após normalização das
atividades neste Tribunal e, havendo interesse das partes, a conciliação poderá ser obtida a qualquer
momento;
Cite-se o requerido, por sua representante legal, intimando-o para que, no prazo de 15 (quinze) dias,
conteste a ação. Sob pena de revelia (art.344, CPC);
Decorrido o prazo para contestação, intime-se a parte autora para que, no prazo de 15 (quinze) dias úteis,
apresente manifestação (oportunidade em que: I - havendo revelia, deverá informar se quer produzir
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Servirá o presente, por cópia digitalizada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da Lei.
Intime-se;
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
Endereço: Rodovia do Tapanã, n.813, Res.Alegro, Torre D1, Ap.201, B.Tapanã, CEP.66.825-010
Endereço:Rua Francisco Lima e Silva, n.95, Ap.502, B.Jangurussú, Fortaleza-CE, CEP.60.865- 150
DECISÃO-MANDADO
Aduz o autor que os requeridos são maiores, formados e com profissão definida, declara que Erick Sá é
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
analista de sistemas já tendo trabalhando na empresa “M.I Montreal Informática” atualmente nas empresas
“Sete Tecnologia e informática” e Companhia Docas do Ceará em Fortaleza-CE, sendo sócio proprietário
da empresa “EVO WEB”, enquanto que a filha Luana de Almeida de Sá Cavaleiro é Doutora em
Fisioterapia, sendo Professora nas Universidades “Rodolfo Teófilo”, “Ateneu” e “Uninassau” em Fortaleza-
CE, sendo ambos casados .
Da análise dos documentos que acompanham a inicial, verifico serem os requeridos maiores de 24 anos,
formados e inseridos no mercado de trabalho.
Nessas circunstâncias, penso haver amparo ao deferimento do pedido de tutela antecipada para
suspender a obrigação alimentar do autor, porém, oportunizando-se ao réu fazer sua defesa, que poderá
perceber eventuais valores de pensões não pagas, caso o requerente não logre êxito nesta demanda.
Posto isto, defiro o pedido de tutela antecipada para suspender temporariamente a obrigação alimentar do
requerente para com seus filhos Eric Almeida de Sá e Luana Almeida de Sá Cavaleiro, ora requeridos.
Citem-se os requeridos para apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias, na forma legal.
P.R.I. C. cumpra-se.
1 - Intime-se a parte autora para apresentar réplica à contestação no prazo de 15 (quinze) dias, na forma
do art. 350, do CPC;
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL
AUTOR: JONATHAN WILLIAM ARAÚJO SANTOS , residente e domiciliado na alameda um café liberal nº
8 rua Pará, bairro:Parque Guajara, CEP:66821140, Cidade de Belém, Estado do Pará.
RÉU: ERIANE FIGUEIREDO DE FIGUEIREDO, domiciliado e residente na Rua João Balbi, n.º 69, apto.
902, CEP: 66.055-280, Belém/Pa.
R.H.
ATO ORDINATÓRIO
- Intimo a parte autora para que, querendo, apresente réplica à contestação no prazo de 15 dias. O
referido é verdade e dou fé. Belém, 16 de agosto de 2021.
R.H.
1 - Oficie-se ao Setor Social do Fórum Cível para que proceda a feitura do estudo, com a advertência de
que deverá apresentar o laudo no prazo mais exíguo possível;
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
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3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Vistos etc.,
Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável c/c divisão de bens com pedido de
homologação de acordo por sentença ajuizada conjuntamente por MAYCON DA SILVA ALVES e NAIRA
CÉLIA FERREIRA NUNES.
Pelo termo de acordo na petição inicial as partes informam que conviveram por 3 (três) anos e 8 (oito)
meses, do período de 25/03/2017 a 18/11/2020.
Adquiriram bens durante a união estável, arrolando-os e estabelecendo a forma de partilha deles, na forma
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Os autos foram encaminhados ao RMP que, em parecer ID n.º 26983115 deixou de se manifestar na
presente demanda pois não envolve interesse de menor oi incapaz.
É o relatório.
Passo a decidir.
O acordo atende os requisitos de validade do art.104, do Código Civil: as partes são capazes; o
objeto é lícito, possível e determinável, e; não é prescrita pela legislação do país.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Desta feita, com fulcro no art. 487, inciso III, alínea b, c/c art. 515, inciso III, ambos do Código de Processo
Civil, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o termo de acordo, e por consequência,
julgo extinto o processo com resolução de mérito.
Custas pelos requerentes. Sem honorários advocatícios eis que se trata de homologação de transação
extrajudicial. Em face da gratuidade da justiça requerida, e que defiro às partes neste ato, face
hipossuficiência econômica evidente, é devida a suspensão da exigibilidade dos ônus decorrentes da
sucumbência, a exemplo das custas processuais, conforme previsão do art. 98, § 3º, do CPC.
Expeça-se o que for necessário. Após, feitas as anotações e certidões de praxe, arquivem-se observadas
as formalidades legais.
Ciente o RMP.
P.R.I.C.
PODER JUDICIÁRIO
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3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
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Trata-se de Ação de Homologação De Acordo Extrajudicial de Divórcio Consensual, ajuizada por PAULO
ANDRÉ SÁ MAIA e TEREZA CRISTINA BERENGER DE CARVALHO LOBO.
No caso em comento, os divorciandos contraíram matrimônio em 01/08/1998, sob o regime de Comunhão
Parcial de Bens, conforme consta na Certidão de Casamento à fl. 09 (Id. 27360314).
Da união do casal advieram os nascimentos de PEDRO LEONARDO LOBO MAIA, em 25/05/1999, maior,
conforme a Certidão de Registro de Nascimento à fl. 10 (Id. 27360316), LUIZ ARTHUR LOBO MAIA, em
03.04.2002, maior, consoante a Certidão de Registro de Nascimento à fl. 11 (Id. 27360321) e MARIA
FERNANDA LOBO MAIA, em 03.01.2007, portanto, ainda menor, de acordo com a Certidão de Registro
de Nascimento à fl. 12 (Id. 26629697).
Os acordantes estabeleceram que a guarda da filha menor será exercida de forma unilateral pela
genitora, garantido o exercício do direito de convivência paterno de forma livre, mediante prévia
comunicação a genitora.
Dispuseram que caberá ao genitor o pagamento de pensão alimentícia à filha de forma in natura, qual
seja, efetuando o pagamento das mensalidades do colégio, aulas particulares, suplementos vitamínicos,
plano de saúde e tratamento odontológico.
Os divorciandos manifestam-se no sentido de que dispensam o pagamento de pensão alimentícia entre si.
Não houve alteração dos nomes dos cônjuges por ocasião do matrimônio.
Informam que não adquiriram bens durante o casamento.
Requerem a homologação judicial do acordo.
Foram os autos ao MP.
O MP manifestou-se favorável à homologação (Id n.º 28509007).
Éo relatório.
Passo a decidir.
A Constituição Federal, em seu art. 226, § 6º estabelece que “O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio.” Este dispositivo foi reproduzido no art. 1.571, inciso IV, do Código Civil que dispõe: “A sociedade
conjugal termina: (...) IV - pelo divórcio.”
Por isso, se a oficialização da união dos nubentes fica condicionada exclusivamente à vontade das partes,
não é admissível a imposição de restrições burocráticas para a autorização judicial da dissolução do
matrimônio, notadamente porque ambos estão devidamente representados por advogado.
ANTE O EXPOSTO e por tudo o que nos autos constam, com base no artigo 226 da Constituição Federal,
DECRETO O DIVÓRCIO de PAULO ANDRÉ SÁ MAIA e TEREZA CRISTINA BERENGER DE
CARVALHO LOBO, e HOMOLOGO POR SENTENÇA os demais termos do acordo, nos termos do art.
487, inciso III, alínea “b”, c/c art. 515, inciso III, ambos da Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015, Código
de Processo Civil, e, por consequência, extingo o processo com resolução de mérito nos termos do art.
487, inciso I, do CPC.
Cópia desta decisão servirá como MANDADO DE AVERBAÇÃO, advertindo o respectivo Cartório de
registro civil competente a fornecer certidão de casamento atualizada com a averbação necessária
independentemente de recolhimento de custas ou emolumentos tendo em vista os benefícios da justiça
gratuita.
1555
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Custas pelos requerentes. Porém, face a gratuidade da justiça deferida, é devida a suspensão da
exigibilidade dos ônus decorrentes da sucumbência, a exemplo das custas processuais, conforme
previsão do art. 98, § 3.º, do CPC. Sem honorários advocatícios eis que se trata de divórcio consensual.
ÀUPJ das Varas de Família para expedir o necessário à eficácia plena dos termos sentenciais.
Expeça-se o que for necessário. Após, feitas as anotações e certidões de praxe, arquivem-se observadas
as formalidades legais.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Vistos etc.,
Tiveram dois filhos nesse relacionamento: Raquel Barbosa Pinheiro, nascido na data de 12 de fevereiro de
2002, maior de idade, e Rafaela Barbosa Pinheiro, nascida na data de 28 de maio de 2004, menor de
idade.
A guarda da filha menor será exercida de forma compartilhada, com domicílio de referência paterno,
garantido o direito de convivência materno de forma livre, com disposições específicas determinadas no
item DA REGULAMENTAÇÃO DAS VISITAS, constante da exordial.
Quanto aos alimentos dispuseram que sua fixação é desnecessária, uma vez que o genitor assume arcar
com a subsistência da filha de forma voluntária. Informam que a genitora ajudará com as despesas da
menor (DA PENSÃO ALIMENTÍCIA AOS FILHOS, constante da petição inicial).
Em relação aos bens, informam que a residência da família foi construída no terreno de propriedade do pai
do interessado, sendo, portanto, partilhado a posse de 50% (cinquenta por cento) da benfeitoria
(construção) para cada um. Assim, em razão da ausência das condições financeiras de ambos em
indenizar a outra parte, concordam em construir um muro divisório no citado imóvel, ficando o autor com a
parte frontal e a autora com os fundos da residência (petição inicial, páginas 2).
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
A Divorcianda voltará a usar seu nome de solteira. O Divorciando não alterou seu nome por ocasião do
casamento.
Os autos foram encaminhados ao RMP que, em parecer doc.num.25361853 opinou pela decretação do
divórcio do casal e pela homologação do acordo mediante sentença.
É o relatório. Decido.
A Constituição Federal, em seu art. 226, § 6º estabelece que “O casamento civil pode ser dissolvido
pelo divórcio.” Este dispositivo foi reproduzido no art. 1.571, inciso IV, do Código Civil que dispõe: “A
sociedade conjugal termina: (...) IV - pelo divórcio.”
Por isso, se a oficialização da união dos nubentes fica condicionada exclusivamente à vontade das
partes, não é admissível a imposição de restrições burocráticas para a autorização judicial da
dissolução do matrimônio, notadamente porque ambos estão devidamente representados por
advogado.
ANTE O EXPOSTO e por tudo o que nos autos constam, com base no artigo 226 da Constituição Federal,
DECRETO O DIVÓRCIO de FLÁVIA BARBOSA PINHEIRO e JOÃO JOSÉ COELHO PINHEIRO, e
HOMOLOGO POR SENTENÇA os demais termos do acordo, nos termos do art. 487, inciso III, alínea “b”,
c/c art. 515, inciso III, ambos da Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015, Código de Processo Civil, e, por
consequência, extingo o processo com resolução de mérito nos termos do art. 487, inciso I, do CPC.
Expeça-se mandado de averbação ao Cartório competente, conforme documento, junto com cópia da
inicial, desta decisão e da certidão de casamento, advertindo o respectivo Cartório de registro civil
competente a fornecer certidão de casamento atualizada com a averbação necessária independentemente
de recolhimento de custas ou emolumentos tendo em vista os benefícios da justiça gratuita.
Custas pelos requerentes. Porém, face gratuidade de justiça deferida, é devida a suspensão da
exigibilidade dos ônus decorrentes da sucumbência, a exemplo das custas processuais, conforme previsto
no art. 98, § 3º do CPC. Sem honorários advocatícios.
ÀSecretaria da Vara para expedir o necessário à eficácia plena dos termos sentenciais.
Expeça-se o que for necessário. Após, feitas as anotações e certidões de praxe, arquivem-se observadas
as formalidades legais.
PODER JUDICIÁRIO
Processo : 0807704-05.2021.8.14.0301
Vistos etc.,
Aduzem os acordantes que viveram como se casados fossem por aproximadamente 06 anos, no período
compreendido entre junho de 2014 e setembro de 2020, advindo do relacionamento a menor RYANNA
GABRYELLA DOS ANJOS DE OLIVERA, nascida em 27.08.2018, consoante a Certidão de Registro de
Nascimento à fl. 14 (Id. 22742966).
O genitor exercerá o seu o direito de convivência de forma livre. Acordaram, ainda, que o genitor pagará à
filha, a título de pensão alimentícia, o valor equivalente a 31,81% do salário mínimo, mediante depósito em
conta bancária de titularidade da genitora.
“- A posse/propriedade de 01 (um) imóvel residencial edificado, situado na Rua Magalhães Barata, n° 06-
A, bairro Cotijuba, Belém — PA, CEP 66846-001 que possui 04 compartimentos (01 sala, 02 quartos
(suítes) e 01 cozinha, avaliada pelos acordantes no valor de R$ 150.000,00 [cento e cinquenta mil reais];
- A posse/propriedade de 02 (dois) pontos comerciais situado no Rua Magalhães Barata, n° 06-A, bairro
Cotijuba, Belém — PA, CEP 66846-001, nos quais funcionam 01 (um) comércio de açaí e 01 (um)
comércio de açougue”.
parede dividindo a residência ao meio, ficando 01 suíte e a sala para a 1a acordante e 01 suíte e a cozinha
ao 2° acordante.
- Caberá a ambos os ACORDANTES a posse/propriedade dos 02 (dois) pontos comerciais situado no Rua
Magalhães Barata, n° 06-A, bairro Cotijuba, Belém — PA, CEP 66846-001, nos quais funcionam 01
comércio de açaí e 01 comércio de açougue, sendo os acordantes exercerão as atividades comerciais em
sociedade de interesses, no percentual de 50% para cada, dividindo-se igualmente as eventuais dívidas e
lucros decorrentes do desempenho da atividade”
Remetidos os autos ao RMP, opinou pela homologação do acordo nos termos propostos.
Éo relatório.
DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado, por
consequência, julgo extinto o processo com resolução de mérito nos termos do art. 487, inciso III, b, do
CPC.
Sem custas.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Vistos etc.,
A Divorcianda voltará a usar seu nome de solteira. O Divorciando não alterou seu nome quando do
casamento.
É o relatório. Decido.
No mérito, a Constituição Federal, em seu art. 226, § 6º estabelece que “O casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio.” Este dispositivo foi reproduzido no art. 1.571, inciso IV, do Código Civil que
dispõe: “A sociedade conjugal termina: (...) IV - pelo divórcio.”
Por isso, se a oficialização da união dos nubentes fica condicionada exclusivamente à vontade das
partes, não é admissível a imposição de restrições burocráticas para a autorização judicial da
dissolução do matrimônio, notadamente porque ambos estão devidamente representados por
advogado.
ANTE O EXPOSTO e por tudo o que nos autos constam, com base no artigo 226 da Constituição Federal,
DECRETO O DIVÓRCIO de FELIPE BARROS MONTEIRO e BARBARA AGATHA DE SOUZA
FRAGOSO MONTEIRO, e HOMOLOGO POR SENTENÇA os demais termos do acordo, nos termos do
art. 487, inciso III, alínea “b”, c/c art. 515, inciso III, ambos da Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015,
Código de Processo Civil, e, por consequência, extingo o processo com resolução de mérito nos
termos do art. 487, inciso I, do CPC.
A Divorcianda voltará a usar seu nome de solteira: BARBARA AGATHA CARDOSO DE SOUZA
FRAGOSO.
Cópia desta decisão servirá como MANDADO DE AVERBAÇÃO, advertindo o respectivo Cartório de
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
registro civil competente a fornecer certidão de casamento atualizada com a averbação necessária
independentemente de recolhimento de custas ou emolumentos tendo em vista os benefícios da justiça
gratuita.
Custas pelos requerentes. Porém, face a gratuidade da justiça deferida, é devida a suspensão da
exigibilidade dos ônus decorrentes da sucumbência, a exemplo das custas processuais, conforme
previsão do art. 98, § 3º, do CPC. Sem honorários advocatícios eis que se trata de divórcio consensual.
ÀSecretaria da Vara para expedir o necessário à eficácia plena dos termos sentenciais.
Expeça-se o que for necessário. Após, feitas as anotações e certidões de praxe, arquivem-se observadas
as formalidades legais.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Vistos etc.,
Tiveram 3 (três) filhos: Beatriz Ladislau Abraão Alves, nascida na data de 15 de agosto de 1997;
Elzemir Cecim Abraão Neto nascido na data de 04 de dezembro de 2001, e; Bernardo Ladislau
Abraão Alves, nascido na data de 16 de junho de 2010.
A guarda e responsabilidade do filho menor será exercida de forma unilateral, pela genitora do
menor. O direito de convivência do genitor será exercido da forma estabelecida no item 2. DA
GUARDA JUDICIAL.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O Divorciando pagará pensão alimentícia em favor do filho no percentual de 50% (cinquenta por
cento) do valor do salário mínimo vigente, a serem despositados em conta bancária de titularidade
da genitora, até o dia 5 de cada mês.
A Divorcianda voltará a usar seu nome de solteira. O Divorciando não alterou seu nome quando do
casamento.
Os autos foram encaminhados ao RMP que, em parecer de num.28314336 opinou pela homologação do
acordo mediante sentença e pela decretação do divórcio do casal.
É o relatório. Decido.
No mérito, a Constituição Federal, em seu art. 226, § 6º estabelece que “O casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio.” Este dispositivo foi reproduzido no art. 1.571, inciso IV, do Código Civil que
dispõe: “A sociedade conjugal termina: (...) IV - pelo divórcio.”
Por isso, se a oficialização da união dos nubentes fica condicionada exclusivamente à vontade das
partes, não é admissível a imposição de restrições burocráticas para a autorização judicial da
dissolução do matrimônio, notadamente porque ambos estão devidamente representados por
advogado.
ANTE O EXPOSTO e por tudo o que nos autos constam, com base no artigo 226 da Constituição Federal,
DECRETO O DIVÓRCIO de KLEVERSON JOSÉ PEREIRA ALVES e MARIELZA LADISLAU ABRAÃO
ALVES, e HOMOLOGO POR SENTENÇA os demais termos do acordo, nos termos do art. 487, inciso III,
alínea “b”, c/c art. 515, inciso III, ambos da Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015, Código de Processo
Civil, e, por consequência, extingo o processo com resolução de mérito nos termos do art. 487,
inciso I, do CPC.
Cópia desta decisão servirá como MANDADO DE AVERBAÇÃO, advertindo o respectivo Cartório de
registro civil competente a fornecer certidão de casamento atualizada com a averbação necessária.
Custas pelos requerentes. Sem honorários advocatícios eis que se trata de divórcio consensual.
ÀSecretaria da Vara para expedir o necessário à eficácia plena dos termos sentenciais.
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Expeça-se o que for necessário. Após, feitas as anotações e certidões de praxe, arquivem-se observadas
as formalidades legais.
PODER JUDICIÁRIO
R.H.
Dispõe o § 2º do art. 99 que o juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
Ante o exposto, faculto aos autores emendar a inicial para comprovar o preenchimento dos pressupostos
legais para a concessão de gratuidade, haja vista que não resta caracterizada a hipossuficiência alegada.
Após, conclusos.
P.R.I. Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
REQUERIDO: DIMIE KLAUTAU, residente e domiciliado na Rua Antônio Barreto, n.º 377, Residencial
Antônio Barreto, Cobertura, CEP 66055-050, Belém-PA.
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos (art.
695, §4º do CPC);
Não realizado acordo, o requerido poderá oferecer contestação no prazo de 15 dias, conforme art. 335 do
CPC;
O prazo de 15 dias, contará da data da audiência, quando qualquer parte não comparecer à assentada ou,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Ciente o MP;
P.R.I.C. Cumpra-se
Face o erro material constatado na decisão ID n.º 30004084, que permite correção de ofício pelo juiz,
consoante art. 494, do CPC, fica a parte dispositiva da decisão alterada da seguinte forma:
RÉU: RAFAEL VICTOR DOS SANTOS MELO, domiciliado e residente na Passagem Conduru, n.º 55 –
Bairro do Guamá, CEP 66.073-150, Belém-PA.”
P.R.I.C.
PODER JUDICIÁRIO
AÇÃO DE ALIMENTOS
Número: 0845601-09.2017.8.14.0301
Representado por sua mãe MILENA DE SOUZA FERREIRA, residente e domiciliada nesta cidade, na
Passagem Jerusalém, n° 515 - B, bairro do Guamá, CEP 66000-001.
DESPACHO MANDADO
Intime-se o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida mais as que se vencerem no
curso do processo, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
Caso o executado, no prazo referido, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente
justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, será empreendido protesto do pronunciamento judicial (art.
528, §1º do CPC).
Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar
o pronunciamento judicial, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses (art. 528, §3º do
CPC).
Deve o Sr. Oficial de justiça atentar empreender todos os esforços o sentido de localizar o executado.
Ressalte-se que, após identificado o oficial de justiça, o porteiro, síndico, empregado ou familiar tem o
dever de prestar todas as informações que lhe forem solicitada, em especial telefone atualizado e local
onde possa ser encontrado.
Tentar retardar ou obstar a entrada do oficial de justiça portador de ordem judicial, negando-lhe
informações, prestando informações falsas, ou mediante exigência de informações sigilosas como
condicionante para ingresso, ou condicionando o ingresso do oficial a determinados dias ou horários, ou à
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autorização de morador, são condutas que podem configurar os crimes previstos nos artigos 330 e
331 do Código Penal.
P.R.I.C. Cumpra-se.
AUTOR: LUIZ IRAN CORDEIRO LUCENA, residente e domiciliado na Travessa Teófilo Condurú, n.º 90 –
bairro de Canudos – CEP: 66070-530, Belém-PA.
RÉ: THAYANA PARIS MONTEIRO LUCENA, domiciliada e residente na Rodovia Augusto Montenegro, n.º
2287 – Condomínio Fit Mirante do Parque – Torre 05 – Apto. 62 – bairro do Mangueirão – CEP: 66640-
000, Belém-PA.
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Em razão do parentesco paterno comprovado em relação aos filhos, e diante da narrativa da inicial
suficientemente comprovada para esta fase de cognição sumária, e pela razoabilidade, arbitro os
alimentos provisórios oferecidos no valor de 15% (quinze por cento) de seus rendimentos líquidos, com
incidência sobre abonos, adicionais, férias, horas extras e 13.º salário, valor este que deverá ser pago
mediante recibo, até ser informada a conta bancária da genitora dos menores; assim, ficarão arbitrados
nesta base até a realização do contraditório e a audiência de conciliação. Os alimentos serão devidos
desde a citação;
Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos (art.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Não realizado acordo, a requerida poderá oferecer contestação no prazo de 15 dias, conforme art. 335 do
CPC;
O prazo de 15 dias, contará da data da audiência, quando qualquer parte não comparecer à assentada ou,
comparecendo, não houver autocomposição (art. 335, I do CPC);
Ciente o MP;
P.R.I.C. Cumpra-se
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS
DECISÃO-MANDADO
R.H.
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2º, 3º e 4º, do CPC;
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Considerando a suspensão das audiências em virtude da pandemia da COVID-19, deixo, por ora, de
designar audiência conciliatória prevista no art. 334 do CPC, ressalvando que, após normalização das
atividades neste Tribunal e, havendo interesse das partes, a conciliação poderá ser obtida a qualquer
momento;
Cite-se a requerida, intimando-a para que, no prazo de 15 (quinze) dias, conteste a ação. Sob pena de
revelia (art. 344, CPC);
Decorrido o prazo para contestação, intime-se a parte autora para que, no prazo de 15 (quinze) dias úteis,
apresente manifestação (oportunidade em que: I - havendo revelia, deverá informar se quer produzir
outras provas ou se deseja o julgamento antecipado; II – havendo contestação, deverá se manifestar em
réplica, inclusive com contrariedade e apresentação de provas relacionadas a eventuais questões
acidentais; III – em sendo formulada reconvenção com a contestação ou no seu prazo, deverá a parte
autora responder à reconvenção).
Servirá o presente, por cópia digitalizada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da Lei.
Intime-se;
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Indefiro o pedido de assistência judiciária gratuita, apesar da alegação de não se poder arcar com as
despesas do processo sem prejuízo pessoal, tendo em vista a evidência de que a parte possui suporte
econômico para fazer frente aos ônus do processo, não se caracterizando, portanto, a hipótese de
pobreza nos termos estatuídos no art. 98, do CPC.
Com efeito, não há que se confundir impossibilidade de pagamento das custas, a caracterizar a pobreza,
com dificuldade para o enfrentamento desse encargo, sendo certo que apenas no primeiro caso o
benefício deve ser deferido. Neste sentido, a jurisprudência:
“Processual Civil. Assistência judiciária gratuita. Situação econômica verificada na origem. Revisão.
Exame de matéria de fato. Súmulas 7 e 83 do STJ.
1. O Tribunal a quo, procedendo com amparo nos elementos de convicção dos autos, decidiu que o
recorrente possui meios de prover as custas do processo. 2(...) 3. A Corte Especial já pacificou
jurisprudência no sentido de que o julgador pode indeferir o benefício da assistência judiciária gratuita,
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
diante das evidências constantes do processo. Incidência da Súmula 83/STJ. 4. Demais disso, a
jurisprudência firmou entendimento no sentido de que a simples declaração de pobreza, firmada pelo
requerente do pedido de assistência judiciária gratuita é relativa, devendo ser comprovada pela parte a
real necessidade de concessão do benefício. Agravo regimental improvido.”
(STJ, AgRg no AREsp 769.514/SP – 2ª T. – Rel. Min. Humberto Martins, j. 15.12.2015, DJe 02.02.2016).
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO Nº : 0810879-41.2020.8.14.0301
Vistos etc.,
Consta da inicial que passados alguns anos da homologação do acordo que fixou os alimentos em favor
da menor a ISABELLY SANTOS DA CRUZ, os genitores da alimentanda se reconciliaram, passando a
conviver maritalmente, de modo que a filha voltou novamente a viver sob o mesmo teto do pai e
diretamente sob as expensas deste e por consequência não há mais razão para se cogitar o pagamento
de pensão alimentícia.
Remetidos os autos ao RMP, opinou pela homologação do acordo nos termos propostos.
Éo relatório.
DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado, por
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
consequência, julgo extinto o processo com resolução de mérito nos termos do art. 487, inciso III, b, do
CPC.
Sem custas.
Expeça-se ofício à fonte pagadora para faça cessar definitivamente os descontos feitos em sua folha de
pagamento relativos à prestação alimentícia. em favor da alimentanda ISABELLY SANTOS DA CRUZ.
PODER JUDICIÁRIO
Exoneração de Alimentos
Processo nº 0006994-24.1998.8.14.0301
Vistos etc...
Consta dos autos pedido de HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO firmado entre HEITOR DOS SANTOS
WATRIN JUNIOR, VANESSA DA ROSA WATRIN E VERENA DA ROSA WATRIN voltado à exoneração
de alimentos.
Aduzem os acordantes que a necessidade dos alimentos não mais subsiste, em razão da maioridade e
independência financeira das alimentandas.
Éo relatório.
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DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado, por
consequência, julgo extinto o processo com resolução de mérito nos termos do art. 487, inciso III, b, do
CPC.
Expeça-se ofício à fonte pagadora para que faça cessar imediata e definitivamente os descontos em
relação às alimentandas VANESSA DA ROSA WATRIN E VERENA DA ROSA WATRIN.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
DECISÃO-MANDADO
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Oficie-se à fonte pagadora para efeito de desconto em folha de pagamento e depósito na conta indicada
pela autora na inicial, solicitando ainda informações sobre seu rendimento bruto, descontos especificados
e líquido;
Atentando-se ao trabalho realizado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos – Varas de Família
(CEJUSC), regulamentado através da Resolução n.º 011/2013 – GP, em seus artigos 5º e ss., o qual,
certamente, atribuirá celeridade ao processo, determino a remessa dos autos ao referido setor, para o
procedimento em conciliação.
Não obtido o acordo, haverá o prosseguimento do feito normalmente pelo procedimento da lei específica,
devendo os autos retornarem imediatamente para o gabinete do juízo.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS,
ALIMENTOS E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
REQUERENTE: NAYANA SANTOS QUEMEL, residente e domiciliada na rua Rodrigues Santos, n.º 271
Cidade Velha, CEP 66.020-260, Belém-PA.
REQUERIDO: PAULO GILENO MARTINS FERREIRA, residente e domiciliado na “rua da UPA”, n.º 1,
Bairro São Cristóvão, CEP 68.701-614, Capanema-PA.
DECISÃO-MANDADO
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Em razão da união estável demonstrada, e diante da narrativa da inicial suficientemente comprovada para
esta fase de cognição sumária e pela razoabilidade, arbitro os alimentos provisórios no valor de 02 (dois)
salários mínimos vigentes, valor este que deverá ser pago mediante recibo, até que seja informada a conta
bancária da requerente; assim, ficarão arbitrados nesta base até a realização do contraditório e a
audiência de conciliação. Os alimentos serão devidos desde a citação;
Atentando-se ao trabalho realizado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos – Varas de Família
(CEJUSC), regulamentado através da Resolução n.º 011/2013 – GP, em seus artigos 5º e ss., o qual,
certamente, atribuirá celeridade ao processo, determino a remessa dos autos ao referido setor, para o
procedimento em conciliação.
Não obtido o acordo, haverá o prosseguimento do feito normalmente pelo procedimento da lei específica,
devendo os autos retornarem imediatamente para o gabinete do juízo.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS C/C REGULAMENTAÇÃO DO
DIREITO DE VISITAS.
RÉU: ILSON HENRIQUE SERRÃO AMARAL, telefone: (91) 9.9839-1581, domiciliado e residente na Rua
São Francisco, n.º 02, casa A, Passagem Alvorada, bairro: Una, CEP 67.013-790, Ananindeua-PA.
DECISÃO-MANDADO
R.H.
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Diante da narrativa da inicial existe elementos que reflitam a probabilidade do direito pretendido, relativo à
paternidade, e, em consequência, a verossimilhança das alegações uma vez que as partes tiveram um
relacionamento afetivo, comprovado pelas conversas constantes pelo telefone através do aplicativo
Whatsapp e as fotos do casal. Segundo a dicção da Lei 11.804/2008, para a fixação de alimentos
gravídicos bastam indícios de paternidade, devendo ocorrer de forma célere, uma vez que a morosidade
poderá acarretar consequências irreversíveis à gestante e ao bebê. Após o nascimento da criança com
vida, havendo dúvidas acerca da paternidade, poderá ser realizado exame hematológico (exame de DNA),
a fim de averiguar a paternidade.
Assim, DEFIRO o pedido de alimentos gravídicos em favor da requerente no percentual de 30% (trinta por
cento) do valor do salário mínimo vigente, uma vez que não consta nos autos informações sobre a
situação financeira do requerido, nem como a requerente calculou o valor apontado em sua inicial a serem
depositados em conta corrente específica de titularidade da genitora, até o dia 10 de cada mês; assim,
ficarão arbitrados nesta base até a audiência de conciliação a realização do contraditório.
Atentando-se ao trabalho realizado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos – Varas de Família
(CEJUSC), regulamentado através da Resolução n.º 011/2013 – GP, em seus artigos 5º e ss., o qual,
certamente, atribuirá celeridade ao processo, determino a remessa dos autos ao referido setor, para o
procedimento em conciliação.
Não obtido o acordo, haverá o prosseguimento do feito normalmente pelo procedimento da lei específica,
devendo os autos retornarem imediatamente para o gabinete do juízo.
PODER JUDICIÁRIO
Processo: 0839792-96.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Consta dos autos pedido de HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO firmado entre EDUARDO JESUS VITOR DA
COSTA e EDUARDO PABLO SARAIVA DA COSTA.
Aduz o alimentante EDUARDO DE JESUS VITOR DA COSTA que é genitor de EDUARDO PABLO
SARAIVA COSTA, pagando mensalmente o valor equivalente a 20% (vinte por cento) incidente sobre seus
rendimentos, excluídos os descontos legais, a título de pensão alimentícia ao referido filho e também a
ERICK PABLO SARAIVA DA COSTA.
Informa que a exoneração de alimentos em relação ao filho ERICK PABLO SARAIVA DA COSTA está
sendo discutida nos autos do processo n. 0807719.20.2020. 814.0006, em ANANINDEUA/PA, por existir
conflito entre as partes sobre o assunto.
Em relação ao filho EDUARDO PABLO SARAIVA COSTA, ora acordante, declara ser maior de idade e
não mais necessitar da pensão pelo fato de estar servindo as Forças Armadas, razão pela qual expressou
sua manifestação de vontade livremente em favor da exoneração do referido valor, conforme exposto na
declaração em anexo, pelo que requerem a homologação do acordo de exoneração de alimentos para
exonerar o alimentante em 10% dos alimentos que lhe caberiam.
Éo relatório.
DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado para
exonerar o autor EDUARDO JESUS VITOR DA COSTA de sua obrigação tão somente para com o
alimentando EDUARDO PABLO SARAIVA DA COSTA, por consequência, julgo extinto o processo com
resolução de mérito nos termos do art. 487, inciso III, b, do CPC.
Expeça-se ofício à fonte pagadora para cancelamento do desconto da pensão alimentícia em favor do
alimentando EDUARDO PABLO SARAIVA DA COSTA, no valor correspondente à 10% (dez por cento).
PODER JUDICIÁRIO
Exoneração de Alimentos
Processo: 0844773-71.2021.8.14.0301
SENTENÇA
Vistos etc...
Consta dos autos pedido de HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO firmado entre MAURO ANTÔNIO DA GAMA
LOPES e os filhos JEFFERSON MARCIO SANCHES LOPES, 27 (vinte e sete) anos de idade, Bacharel
em Física, Bolsista de Doutorado na UFPA; DOUGLAS MARK SANCHES LOPES, 24 (vinte e quatro)
anos de idade Tele atendente de Call Center na empresa TSJ Telemarketing Eireli ME, Cursando
Engenharia Civil e INGRID BEATRIZ SANCHES LOPES, 20 (vinte) anos, convivendo em uma união
estável, autônoma.
Acordam que os alimentandos não mais necessitam da pensão, haja vista serem maiores de idade e
estarem inseridos no mercado de trabalho, podendo prover o próprio sustento, pelo que requerem a
homologação do acordo de exoneração de alimentos.
Éo relatório.
DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado para
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
exonerar o autor MAURO ANTÔNIO DA GAMA LOPES de sua obrigação para com os
alimentandos JEFFERSON MARCIO SANCHES LOPES, DOUGLAS MARK SANCHES LOPES e
INGRID BEATRIZ SANCHES LOPES, por consequência, julgo extinto o processo com resolução de mérito
nos termos do art. 487, inciso III, b, do CPC.
Expeça-se ofício à fonte pagadora para cancelamento do desconto da pensão alimentícia em favor
deJEFFERSON MARCIO SANCHES LOPES, DOUGLAS MARK SANCHES LOPES e INGRID BEATRIZ
SANCHES LOPES.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE OFERECIMENTO DE ALIMENTOS C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
DECISÃO-MANDADO
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2º, 3º e 4º, do CPC;
Cotejando o pedido de tutela de urgência, de natureza antecipada, e os documentos acostados aos autos,
verifico que há convencimento deste juízo, em sede de cognição sumária, acerca da probabilidade do
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
direito e do perigo de dano, até porque, a guarda de fato já vem sendo exercida pela requerente desde o
nascimento do menor. Este, desde a mais tenra idade e a separação de fato reside com a genitora,
devendo-se considerar que suas necessidades estão sendo atendidas pela mãe, não havendo motivo
plausível para que se determine a modificação da situação fática vivida;
Assim, fixo em sede de tutela de urgência antecipada o domicílio de residência da criança JOÃO PEDRO
FRAZÃO CHAVES com sua genitora;
Considerando a suspensão das audiências em virtude da pandemia da COVID-19, deixo, por ora, de
designar audiência conciliatória prevista no art. 334 do CPC, ressalvando que, após normalização das
atividades neste Tribunal e, havendo interesse das partes, a conciliação poderá ser obtida a qualquer
momento;
Cite-se o requerido, por sua representante legal, intimando-o para que, no prazo de 15 (quinze) dias,
conteste a ação. Sob pena de revelia (art.344, CPC);
Decorrido o prazo para contestação, intime-se a parte autora para que, no prazo de 15 (quinze) dias úteis,
apresente manifestação (oportunidade em que: I - havendo revelia, deverá informar se quer produzir
outras provas ou se deseja o julgamento antecipado; II – havendo contestação, deverá se manifestar em
réplica, inclusive com contrariedade e apresentação de provas relacionadas a eventuais questões
acidentais; III – em sendo formulada reconvenção com a contestação ou no seu prazo, deverá a parte
autora responder à reconvenção).
Servirá o presente, por cópia digitalizada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da Lei.
Intime-se;
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL
1579
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
REQUERIDO: CLEVERSON JORGE PALHA DE PINHO, residente e domiciliado na Rua Padre Júlio
Maria nº 1588, Ponta Grossa, Icoaraci, Belém/PA, CEP: 66.812-470, podendo ser citado, alternativamente
em seu escritório, situado na Rua Manoel Barata nº 1300, Sala comercial, Icoaraci, CEP: 66.810-100,
Belém-PA.
Em razão do parecer ministerial (ID n.º 28731493), REDESIGNO audiência de conciliação para o dia 20 de
outubro de 2021 (quarta-feira), às 10h00min;
O não comparecimento das autoras implica no arquivamento do pedido e, a ausência do réu, confissão
quanto à matéria de fato (art. 7.º da citada lei);
Intime-se as requerentes da data da audiência acima aprazada, bem como o seu patrono judicial;
Ciente o MP;
P.R.I.C. Cumpra-se
PODER JUDICIÁRIO
DESPACHO-MANDADO
R.H
Dispõe o art. 256, § 3º, do Código de Processo Civil que declara “O réu será considerado em local
ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo
de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços
públicos”.
Oficie-se o TRE/Pa para que informe se há registro no Cadastro Nacional de Eleitores sobre o endereço
da ré MARIA JOSÉ VELOSO RIBEIRO, brasileira, casada, filha Militino Veloso e Gliceira Lopes Veloso.
Endereço constatado, cite-se a parte requerida por mandado ou precatória, caso contrário, por edital, com
prazo de 20 (vinte) dias, cientificando-o de que o prazo para contestar passará a fluir findo esse prazo,
consignando-se as advertências dos artigos 344 e 257, inciso IV, ambos do Código de Processo Civil –
CPC.
Em caso de Revelia, será nomeado curador especial para a parte requerida, devendo ser expedida
notificação à Curadoria Especial para que eleja um de seus membros para apresentar a defesa, nos
termos do art. 72, II do CPC. Int. Cumpra-se.
Decorrido o prazo para contestação, intime-se a parte autora para que no prazo de quinze dias úteis
apresente manifestação.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ
3ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
1581
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3.ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Vistos etc.,
Trata-se de ação revisional de guarda e alimentos c/c pedido de alimentos provisórios ajuizada por MARIA
FLOR VALE DA SILVA, representada por sua genitora WALDILEA LOPES VALE em face de
EDINALDO MIRANDA DA SILVA.
Os autos seguiam seu trâmite regular quando as partes peticionaram apresentando acordo e requerendo a
homologação da avença por sentença.
Pelo termo de acordo as partes informam que mantiveram relação amorosa da qual adveio o nascimento
da menor Maria Flor Vale da Silva, em 26.11.2016, consoante certidão de nascimento anexa.
Estabelecem que a guarda da menor será exercida de forma unilateral pela genitora, garantido o direito de
convivência paterno de forma livre, devendo este informar a genitora, com antecedência, quando desejar
ter a menor em sua companhia.
O genitor pagará pensão alimentícia a sua filha no valor correspondente a 15% (quinze por cento) do valor
bruto de seus vencimentos e vantagens, mediante desconto em folha de pagamento, bem como arcará
com o plano de saúde e odontológico da criança.
Os autos foram encaminhados ao RMP que, em parecer ID n.º 26486361 pela homologação do acordo
mediante sentença.
É o relatório.
Passo a decidir.
No mérito, tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser
fundamentadas" (RT 616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Desta feita, com fulcro no art. 487, inciso III, alínea b, c/c art. 515, inciso III, ambos do Código de Processo
Civil, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o pedido constante da petição inicial, e
por consequência, julgo extinto o processo com resolução de mérito.
Custas pelos requerentes. Sem honorários advocatícios eis que se trata de homologação de transação
extrajudicial. Em face da gratuidade da justiça requerida, e que defiro às partes neste ato, face
hipossuficiência econômica evidente, é devida a suspensão da exigibilidade dos ônus decorrentes da
sucumbência, a exemplo das custas processuais, conforme previsão do art. 98, § 3º, do CPC.
Expeça-se o que for necessário. Após, feitas as anotações e certidões de praxe, arquivem-se observadas
as formalidades legais.
P.R.I.C.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO DE VISITAS C/C ALIMENTOS COM PEDIDO
DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS.
AUTORES: CRISTYANE DE AGUIAR VIEIRA, por si e representando EMANUELLY LETÍCIA VIEIRA DAS
NEVES, MARYA VITÓRIA VIEIRA DAS NEVES e NICOLLY SOPHIA VIEIRA DAS NEVES, e-mail:
cristyaneedufisica@gmail.com , telefone: (91) 9.8440-3248, domiciliados e residentes na Travessa Carlos
de Carvalho, casa B, n.º 1586, bairro: Jurunas, CEP 66.030-000, Belém.
1583
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
RÉU: EDER CÍCERO DAS NEVES, telefone: (91) 9.8533-8707, com endereço profissional na Avenida
Central, n.º 262, Ciam Sideral, bairro: Coqueiro, CEP: 66.650-520, Belém.
DECISÃO-MANDADO
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2º, 3º e 4º, do CPC;
Quanto ao pedido de guarda provisória unilateral do menor, a Lei nº 13.058/2014 trouxe alterações ao
Código Civil no que pertine à modalidade de guarda a ser aplicada nos casos em que existe litigância
entre os pais;
O §2º do art. 1.584 do CC, com a redação dada pela lei em comento, estipula “quando não houver acordo
entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não
deseja a guarda do menor.”
A nova redação do art. 1.585, por sua vez, dispõe: “Em sede de medida cautelar de separação de corpos,
em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre
guarda de filhos, mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes
perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da
outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584.”
Ante a nova regulamentação da matéria, inexistem nos autos de provas robustas que demonstrem a
incapacidade do genitor para figurar como guardião, uma vez que as agressões são dirigidas somente à
genitora, reservo-me a apreciar o pleito liminar de guarda provisória após a oitiva das partes;
Visando evitar conflitos durante o andamento da demanda, defiro, em parte o direito de visitas do
requerido, que regulamento da seguinte forma: finais de semana alternados, devendo o genitor buscar a
criança na saída da escola na sexta-feira e a levando, também na escola, na segunda-feira, bem como, 15
(quinze) dias de férias; aniversário dos genitores os menores passarão o dia com o homenageado;
Advirta-se ao requerido que muito embora o mandado de citação esteja desacompanhado de cópia da
petição inicial, está assegurado seus direitos de examinarem seu conteúdo a qualquer tempo (art. 695, §
1º, do CPC);
Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos (art.
695, § 4º, do CPC);
1584
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Servirá o presente, por cópia digitalizada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da Lei.
Intime-se;
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
3.ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
PODER JUDICIÁRIO
Processo :0879280-92.2020.8.14.0301
Vistos etc.,
Aduzem os acordantes que viveram como se casados fossem por aproximadamente 11 anos, no período
compreendido entre agosto de 2009 e novembro de 2020, advindo do relacionamento o menor JOÃO LUIZ
ALVES MONTEIRO, nascido em 20.02.2019, consoante a Certidão de Registro de Nascimento à fl. 09 (Id.
1585
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
22151100).
Os acordantes estabeleceram que a guarda do filho será exercida de forma unilateral pela genitora.
Acordaram, ainda, que o genitor pagará ao filho, a título de pensão alimentícia, o valor equivalente a 10%
do salário mínimo, mediante depósito em conta bancária de titularidade da genitora.
Remetidos os autos ao RMP, opinou pela homologação do acordo nos termos propostos.
Éo relatório.
DECIDO.
Tem-se entendido que "As sentenças meramente homologatórias não precisam ser fundamentadas" (RT
616/57), inclusive as homologatórias de transação (RT 621/182).
Ante o exposto, HOMOLOGO POR SENTENÇA para todos os fins de direito o acordo apresentado,
inclusive em relação à renúncia do prazo recursal, por consequência, julgo extinto o processo com
resolução de mérito nos termos do art. 487, inciso III, b, do CPC.
Sem custas.
R.H.
1 - Oficie-se ao Setor Social do Fórum Cível para que proceda a feitura do estudo, com a advertência de
que deverá apresentar o laudo no prazo mais exíguo possível;
Int. e Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE ALIMENTOS
RÉU: CARLOS ANTÔNIO DE OLIVEIRA FALCÃO, residente e domiciliado na Av. Conselheiro Furtado, n.º
3446, apto n.º 203, Bairro: Guamá, CEP: 66073-160, Belém-PA.
DECISÃO-MANDADO
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Intime-se o executado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Não ocorrendo pagamento voluntário no interregno supra, o débito será acrescido de multa de dez por
cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento (art. 523, §1º do CPC);
Advirta-se à executada que uma vez efetuado o pagamento parcial no prazo previsto acima, a multa e os
honorários previstos incidirão sobre o restante (art. 523, §2º do CPC);
1587
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Certificado o trânsito em julgado da decisão e transcorrido o prazo do art. 523, mediante o recolhimento
das respectivas taxas, se for o caso, a parte exequente poderá requerer diretamente à serventia a
expedição de certidão, nos termos do art. 517 do CPC, que servirá também para os fins previstos no art.
782, §3º, do mesmo Codex;
Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, expeça-se desde logo, mandado de penhora e
avaliação, seguindo-se os atos de expropriação (art. 523, §3º do CPC);
Havendo impugnação por parte do devedor na forma do art. 525, IV do CPC, intime-se a exequente par
manifestação.
Faculto à exequente ou pessoa por ela indicada acompanhar o Sr. oficial de justiça quando do
cumprimento do presente mandado.
P.RI. Cumpra-se.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3.ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
Juntada de termo de audiência.
1588
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
PODER JUDICIÁRIO
3ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
AÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS C/C REGULAMENTAÇÃO DO
DIREITO DE VISITAS.
REPRESENTANTE LEGAL: ALANNA LETÍCIA DA SILVA NAZARÉ, domiciliada e residente na Rua dos
Mundurucus, n.º 532, bairro: Jurunas, CEP 66.025-660, Belém-PA.
RÉU: FÁBIO EDUARDO BOUCAS GIORDANA, domiciliado e residente na Travessa Apinajés, Passagem
Motorizado, n.º 209, bairro: Condor, CEP 68.447-000, Belém-PA.
DECISÃO-MANDADO
R.H.
Defiro a AJG, ante a afirmação de Lei, sob compromisso de quem assina a inicial. Ficam ressalvadas as
disposições dos arts. 98, §§ 2.º, 3.º e 4.º, do CPC;
Atentando-se ao trabalho realizado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos – Varas de Família
(CEJUSC), regulamentado através da Resolução n.º 011/2013 – GP, em seus artigos 5º e ss., o qual,
certamente, atribuirá celeridade ao processo, determino a remessa dos autos ao referido setor, para o
procedimento em conciliação.
Não obtido o acordo, haverá o prosseguimento do feito normalmente pelo procedimento da lei específica,
devendo os autos retornarem imediatamente para o gabinete do juízo.
R.H.
1 - Compulsando os autos, verifico que as partes formalizaram acordo no percentual de 35% (trinta e cinco
por cento) dos alimentante em favor de somente 1 (um) filho, quando anteriormente tinha 4 (quatro)
pessoas como beneficiária dos alimentos: a ex-esposa e 3 (três) filhos, cada qual era credor de 8,75 (oito
inteiro e setenta e cinco décimos por cento) do valor pago. Porém, para esse acordo ter validade e ser
homologado, este Juízo entende ser necessário alguns ajustes:
a) Intimem-se as partes interessadas para reduzir o valor dos alimentos, face a idade avançada do
alimentante;
b) Intimem-se as partes interessadas para que fixem termo final aos alimentos, posto que, o filho é
maior de idade, capaz, em união estável, profissional liberal, o que se deduz que sua situação é transitória,
que deverá ser no máximo em 2 (dois) anos;
2 – Intimem-se as partes para que emendem a exordial corrigindo-a de acordo com as discriminações
apontadas acima, prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento da petição inicial;
3 - Após, conclusos.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PAR´´A
3.ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL
1590
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Com fins de dar prosseguimento ao feito, fixo como pontos controvertidos: a existência e partilha dos bens
amealhados pelo casal. Com relação aos alimentos pleiteados pela requerida, a questão está sendo
tratada em processo autônomo. Outrossim, estando os autos devidamente formalizados e as partes
devidamente representadas no processo, sem nenhuma nulidade a ser declarada ou preliminar a ser
apreciada, declaro os autos saneados.
Estando os autos saneados, designo audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no dia
11/11/2021, às 11:00 horas, na sala de audiências da 4ª Vara de Família desta Capital. As partes e
seus patronos poderão comparecer pessoalmente ou participar por videoconferência através do
aplicativo Microsoft Teams. No caso da segunda alternativa, deverão informar por petição com até
05 (cinco) antes da realização do ato, informando seus endereço eletrônicos para envio do link da
audiência
Na ocasião em que serão ouvidas as partes e suas testemunhas, as quais se ainda não arroladas
deverão ser depositadas em cartório no prazo comum de 15 (quinze) dias (§4º do art. 357, do CPC).
P. -. C. 0. (. D. L.
Consta do Termo de Audiência de ID 20907843, que a carta precatória não foi devolvida, tendo sido
determinada a expedição de ofício à comarca deprecada, solicitando informações acerca do cumprimento
ou não da precatória.
Por meio de petição de ID 20907844, os autores requereram a citação do demandado por edital.
Certidão de ID 20907845, que o requerido não contestou a ação dentro do prazo legal.
A Defensoria Pública como Curadora Especial, apresentou Contestação por negativa geral dos
fatos, requerendo a improcedência da ação (ID 20907846).
Despacho de ID 25682949, determinou a intimação dos autores, por seu patrono, para
informarem, em 05 (cinco) dias, os pontos controvertidos e as provas que ainda pretendem produzir.
Por meio de petitório de ID 26044093, os autores informaram não possuírem interesse novas
provas; requereram fossem acolhidos os pedidos na exordial e o prosseguimento do feito.
Verificando não constar dos autos qualquer documento acerca da realização da coleta de DNA e,
havendo necessidade de se comprovar a existência da paternidade do segundo requerente e a primeira, e,
considerando que a pandemia ainda não foi superada, persistindo a necessidade de medidas de
distanciamento controlado, com a observância dos protocolos de segurança sanitária e o espaço reduzido
da sala de audiências deste Juízo, que não comporta a presença de todos os participantes, respeitado o
distanciamento social de 1,5m de cada um, conforme parâmetro indicativo da OMS, Ministério da Saúde e
Anvisa, designo audiência, na qual ocorrerá a coleta de DNA, a ser realizada no dia 29/10/2021, às
10:30 horas, e será realizada na Sala de Audiências da 4ª Vara de Família desta Capital, SALA 114,
1º andar do Fórum Cível da Capital, na Praça Felipe Patroni, S/N – Cidade Velha. As partes autoras
deverão comparecer pessoalmente a audiência, entretanto Defensores, Advogados e Representante do
Ministério Público poderão participar por videoconferência através do aplicativo Microsoft Teams.
Intimem-se.
Considerando que na presente demanda existe interesse de menor impubere envolvido, determino a
remessa dos autos ao Ministerio Publico para se manifestar.
Intimem-se os requerentes, por seu patrono, para emendar a exordial, no prazo de 15 (quinze) dias,
informando o valor da causa, nos termos do art. 292 do CPC, e juntando poderes da filha maior do casal,
GIOVANNA LOBATO DOS SANTOS.
Após, conclusos.
R.h.
Após conclusos.
R.H.
Após, conclusos.
Com fins de dar prosseguimento ao feito, fixo como ponto controvertido: a necessidade do alimentando
continuar a receber a verba alimentar. Outrossim, estando os autos devidamente formalizados e as partes
devidamente representadas no processo, sem nenhuma nulidade a ser declarada ou preliminar a ser
apreciada, declaro os autos saneados.
Designo audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no dia 27/10/2021, às 11.00 horas, na
sala de audiências da 4ª Vara de Família desta Capital. As partes e seus patronos poderão
comparecer pessoalmente ou participar por videoconferência através do aplicativo Microsoft Team.
Caso optem pela segunda modalidade, deverão informar por petição no prazo de até 05 (cinco) dias
antes da realização do ato, para que lhes seja enviado o link da audiência.
Na ocasião serão ouvidas as partes e suas testemunhas, as quais se ainda não arroladas deverão ser
depositadas em cartório no prazo comum de 15 (quinze) dias (§4º do art. 357, do CPC).
Intimem-se. Ciente o MP
R.h.
Considerando a manifestaçao id 30626698 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
Considerando a manifestaçao id 30263369 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
Apresentada a contestação, havendo alegação de preliminares (art. 337 do CPC) ou de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 350 do CPC), intime-se a parte autora para que, em 15
(quinze) dias, manifeste-se acerca da contestação (artigos 350 e 351 do CPC).
Intimem-se. Cumpra-se.
R.h.
Considerando a manifestaçao id 28851028 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
R.h.
Considerando a manifestaçao id 31139610 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
L.
R.h.
Considerando a manifestaçao id 31139598 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
R.h.
Considerando a manifestaçao id 25166287 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
R.h.
Considerando a manifestaçao id 26761629 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
Concedo os benefícios da justiça gratuita, consoante o estatuído no art. 4º, da Lei n.º 1.060/50 c/c art. 98
do CPC.
Ressalta-se que, decorrido o prazo supra, sem oferta de contestação, será decretada a revelia da
parte suplicada.
Intimem-se. Cumpra-se.
R.h.
Considerando a manifestaçao id 28810398 Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias, considerando o lapso temporal decorrido, apresente planilha atualizada do débito, e endereco
atualizado do executado.
Após conclusos.
R.h.
Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze) dias, manifeste-se sobre petição id 28762496.
R.h.
R.h.
R.H.
Considerando o documento de id 28874391 . Intime-se a parte autora, para que no prazo de 15 (quinze)
dias manifeste-se sobre o documento id 29838792 informando o endereço atualizado da requerida.
Considerando a certidão id 31376301 decreto a revelia da parte requerida com fulcro no artigo 344 do
CPC, porém sem dela decorrer seus efeitos tendo em vista tratar a causa de direitos indisponíveis
conforme artigo 345, II do CPC.
Determino a intimação da parte autora no prazo de 10 dias, para apresentar os pontos controvertidos e
indicar as provas que ainda pretendem produzir.
Após conclusos.
Processo: 0849174-84.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Por meio de petição de ID 21037360, informaram que a Sra. Maria Guimarães Barbosa é
atualmente viva, porém fora casada com o Sr. José Pinheiro Barbosa antes de este ter se unido de fato à
Sra. Rosineide Dias Costa, como faz prova a certidão de casamento anexa aos autos.
Despacho de ID 29776185, determinou a intimação das partes para apresentarem as provas que
ainda pretendiam produzir, para então, posterior despacho saneador, instrução, análise das possibilidades
de julgamento conforme o estado do processo ou sentença de julgamento antecipado.
Relatados. Decido.
Verifica-se, in casu, desnecessária a instrução, com arrimo no art. 355, inciso I, do CPC, razão pela qual,
passo a julgar antecipadamente o pedido.
No caso em análise, a autora requer o reconhecimento da união estável que manteve com o Sr.
JOSÉ PINHEIRO BARBOSA do período de julho de 1987 até o seu falecimento em 08/02/2015.
§3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento (CF/88).
O art. 1.723 do CC dispõe que: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família”.
Insta ressaltar que, em que pese o dispositivo legal supracitado faça menção à expressão
1608
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
“entre homem e mulher”, não se pode olvidar que o Direito Brasileiro consagra a possibilidade do
reconhecimento de união estável homoafetiva. O referido artigo deve ser interpretado analogicamente, a
teor do art. 4º da LINDB, de modo que as uniões mantidas por casais do mesmo sexo como entidade
familiar tenham o mesmo tratamento das uniões estáveis heterossexuais, em observância aos Princípios
Constitucionais da Dignidade da pessoa Humana (art. 1º, inciso III) e da Igualdade (art. 3º, inciso IV).
Sobre a caracterização do instituto da união estável, a ilustre jurista Maria Berenice Dias
leciona:
Portanto, uma vez presentes os requisitos caracterizadores da união estável seja ela mantida por
casais heterossexuais ou do mesmo sexo, merece proteção mediante tutela jurisdicional.
Ressalte-se que cabe ao autor o ônus probante quanto ao fato constitutivo de seu direito; e ao réu, quanto
à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor nos termos do art. 373 do CPC.
Isto posto, por tudo que dos autos constam e pelas razões acima alinhadas, com fulcro no art. 487,
inciso I, do CPC, JULGO TOTALMENTE PROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO, para declarar como de
fato declaro a existência da União Estável havida entre ROSINEIDE DIAS COSTA e JOSÉ PINHEIRO
BARBOSA pelo período compreendido de julho/1987 a 08/02/2015, data do falecimento do
companheiro. Por fim julgo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I do CPC.
Sem custas e honorários, em razão da gratuidade deferida a qual estendo as partes requeridas.
Processo: 0809131-71.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Tratam os presentes autos de AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL proposta por ANNE VALÉRIA
RODRIGUES RIBEIRO e RODRIGO JOSÉ LIMA DOS SANTOS, pelos fatos e fundamentos esposados na
exordial de ID 15431518 e aditamento de ID 21763257.
Acordam que a guarda de suas filhas menores será compartilhada entre eles, adotando-se como lar de
referência o de ambos os pais, considerando que atualmente residem no mesmo endereço, anuindo que a
convivência será flexibilizada, devendo ocorrer mediante prévio entendimento entre os interessados.
O divorciando compromete-se em pensionar as menores com o valor de R$5.000,00 (cinco mil reais),
montante que deverá ser reajustado pelo INPC e depositado em conta bancária de titularidade da
divorcianda até o dia 05 (cinco) de cada mês subsequente ao vencido.
Informam que o divorciando ficará com os seguintes bens: 1 – Fundo de Investimentos. Caixa.
(documento 3 ou ID:15432141) – Valor estimado na data 29.01.2020: R$1.172.680,71; 2 – Previdência.
Caixa. (documento 4 ou ID:15432144) - Valor estimado na data 29.01.2020: R$3.322.324,85; 3 –
Previdência. Bradesco. (documento 5 ou ID:15432146) – Valor estimado na data 28.01.2020:
R$1.287.516,41; 4 – Previdência. ICATU. (documento 6 ou ID:15432147) - Valor estimado na data
12/2019: R$2.626.263,15; 5 – Carro. Chevrolet-S10. (documento 7 ou ID:15432149) - Valor estimado na
data 02.02.2020: R$150.000,00; 6 – Carro. Evoque. (documento 8 ou ID:15432151) - Valor estimado na
data 02.02.2020: R$180.000,00; 7 – Imóvel. Apartamento. (documento 9 ou ID:15432152) - Valor estimado
na data 02.02.2020: R$400.000,00; 8 – Empresa com seus respectivos bens (documento 10 ou
1610
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
Indicam que a divorcianda ficará com os seguintes bens: 1 – Banco Oldmutual. Investimento no
exterior. Renda Fixa. (documento 13 ou ID:15432164) - Valor estimado na data 24.01.2020:
USD1.753.484,38; 2 – XP. Investimento em renda fixa e renda variável. (documento 14 ou ID:15432166) -
Valor estimado na data 30.01.2020: R$458.355,90; 3 – ICATU. Previdência. (documento 15 ou
ID:15432168) - Valor estimado na data 27.01.2020: R$399.050,93; 4 – CAIXA. Renda fixa. (documento 16
ou ID:15432169) - Valor estimado na data 29.01.2020: R$403.062,42; 5 – Home Broker. Fundo imobiliário
e fundo de ações. (documento 17 ou ID:15432170) - Valor estimado na data 29.01.2020: R$246.897,02; 6
– Carro. Jeep. Valéria. (documento 18 ou ID:15432172) - Valor estimado na data 03.02.2020:
R$120.000,00; 7 – ICATU. Previdência. Valéria (documento 19 ou ID:15432173) – Valor estimado na data
27.01.2020: R$392.923,32, que pertence a sua filha e será administrada por si e; 8 – Imóvel. Apartamento.
(documento 20 ou ID:15432175, 15432176,15432178 e 15432179).
Relatados. Decido.
Compulsando os autos, verifica-se que o ajuste entabulado preenche as formalidades legais, tendo as
partes convencionado Acordam que a guarda de suas filhas menores será compartilhada entre eles,
adotando-se como lar de referência o de ambos os pais, considerando que atualmente residem no mesmo
endereço, anuindo que a convivência será flexibilizada, devendo ocorrer mediante prévio entendimento
entre os interessados.
O divorciando compromete-se em pensionar as menores com o valor de R$5.000,00 (cinco mil reais),
montante que deverá ser reajustado pelo INPC e depositado em conta bancária de titularidade da
divorcianda até o dia 05 (cinco) de cada mês subsequente ao vencido.
Informam que o divorciando ficará com os seguintes bens: 1 – Fundo de Investimentos. Caixa.
(documento 3 ou ID:15432141) – Valor estimado na data 29.01.2020: R$1.172.680,71; 2 – Previdência.
Caixa. (documento 4 ou ID:15432144) - Valor estimado na data 29.01.2020: R$3.322.324,85; 3 –
Previdência. Bradesco. (documento 5 ou ID:15432146) – Valor estimado na data 28.01.2020:
R$1.287.516,41; 4 – Previdência. ICATU. (documento 6 ou ID:15432147) - Valor estimado na data
12/2019: R$2.626.263,15; 5 – Carro. Chevrolet-S10. (documento 7 ou ID:15432149) - Valor estimado na
data 02.02.2020: R$150.000,00; 6 – Carro. Evoque. (documento 8 ou ID:15432151) - Valor estimado na
data 02.02.2020: R$180.000,00; 7 – Imóvel. Apartamento. (documento 9 ou ID:15432152) - Valor estimado
na data 02.02.2020: R$400.000,00; 8 – Empresa com seus respectivos bens (documento 10 ou
ID:15432153,15432155 e 15432156) - Valor estimado na data 02.02.2020:R$1.050.000,00; 9. Imóvel.
Casa. (documento 11 ou ID:15432157) - Valor estimado na data 02.02.2020: R$900.000,00; e 10. Home
Broker. Fundo Imobiliário. (documento 12 ou ID:15432158) - Valor estimado na data 28.01.2020:
R$226.365,75.
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Indicam que a divorcianda ficará com os seguintes bens: 1 – Banco Oldmutual. Investimento no
exterior. Renda Fixa. (documento 13 ou ID:15432164) - Valor estimado na data 24.01.2020:
USD1.753.484,38; 2 – XP. Investimento em renda fixa e renda variável. (documento 14 ou ID:15432166) -
Valor estimado na data 30.01.2020: R$458.355,90; 3 – ICATU. Previdência. (documento 15 ou
ID:15432168) - Valor estimado na data 27.01.2020: R$399.050,93; 4 – CAIXA. Renda fixa. (documento 16
ou ID:15432169) - Valor estimado na data 29.01.2020: R$403.062,42; 5 – Home Broker. Fundo imobiliário
e fundo de ações. (documento 17 ou ID:15432170) - Valor estimado na data 29.01.2020: R$246.897,02; 6
– Carro. Jeep. Valéria. (documento 18 ou ID:15432172) - Valor estimado na data 03.02.2020:
R$120.000,00; 7 – ICATU. Previdência. Valéria (documento 19 ou ID:15432173) – Valor estimado na data
27.01.2020: R$392.923,32, que pertence a sua filha e será administrada por si e; 8 – Imóvel. Apartamento.
(documento 20 ou ID:15432175, 15432176,15432178 e 15432179).
A doutrina e a jurisprudência entendem que com a nova redação dada pela Emenda n° 66 ao art. 226,
§6º da Constituição Federal, tem-se desnecessário a comprovação do lapso temporal de separação do
casal para a decretação do divórcio, posto que o artigo 1.580 do Código Civil e o art. 40 da lei nº 6.515/77
não foram recepcionados pela Constituição Federal, sendo a vontade das partes o único requisito
necessário para a decretação do divórcio do casal.
Ao analisarmos o pedido, observamos que nos autos as partes apresentaram elementos necessários
para a comprovação da união havida entre estas, preenchendo assim os requisitos legais exigidos à
c a r a c t e r i z a ç ã o d o
casamento.
Isto posto, nos termos do art. 200, do CPC, corroborando o parecer ministerial e, considerando que o
acordo resguarda os interesses de todas as partes, com fulcro no art. 226, § 6º da Constituição Federal c/c
o art. 40, § 2°, da lei n° 6.515/77, HOMOLOGO POR SENTENÇA, decretando o divórcio do casal
ANNE VALÉRIA RODRIGUES RIBEIRO e RODRIGO JOSÉ LIMA DOS SANTOS, devendo a
divorcianda permanecer usando seu nome de solteira, qual seja, ANNE VALÉRIA RODRIGUES
RIBEIRO, em razão de não ter havido mudança por ocasião do casamento, extinguindo a presente
ação com resolução de mérito, com base no art. 487, III, b, do CPC.
Em homenagem aos princípios da celeridade e economia processuais, confiro a esta Sentença força de
Mandado de Averbação, o que, em cópia autenticada, dispensa a expedição de qualquer outro
documento.
Custas de lei.
Escoado o prazo sem o pagamento voluntário, devidamente certificado nos autos, determino a expedição,
desde logo do mandado de penhora e avaliação (art. 523, §3º do CPC).
Transcorrido o prazo sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o
Executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação (art. 525 do CPC);
Intime-se.
Trata-se de Medida Cautelar Inominada proposta por ALDONAY JOSE DA SILVA, em desfavor de
CAIO ARIEL DE ALMEIDA TEIXEIRA e SUELLEN PINHEIRO DE OLIVEIRA, alegando que o primeiro
requerido, na qualidade de namorado da genitora da criança e segunda requerida, em determinado
momento teria mantido comportamento inapropriado com a criança, fato que foi revelado pela mesma
após ser entregue aos familiares do Requerente. Relata, ainda, que os requeridos praticam alienação
parental. Dessa feita, o autor pretende o afastamento do primeiro requerido de convívio com a criança e a
concessão liminar da guarda.
Acolho o parecer id 31520207 considerando que compulsando os autos, entendo que a inicial não
apresenta provas de, em nível de cognição sumária, indicar a existência de comportamento inadequado
ou indevido por parte do primeiro requerido, de modo a alterar a guarda da segunda Requerida. Essa
conclusão se firmou após a leitura do relatório de escuta especializada de ID 28318752 cujo teor revela
que a criança é conhecedora do conflito entre os genitores em razão da disputa pela guarda, o que lhe
causa sofrimento psíquico.
Determino a citação da parte requerida que poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de
15 (quinze dias).
Ressalta-se que, decorrido o prazo supra, sem oferta de contestação, será decretada a revelia da
parte suplicada.
Processo: 0850845-79.2018.8.14.0301
SENTENÇA
Chamo o feito a ordem para tornar sem efeito a sentença proferida em ID 27350946, em
razão do equívoco a quando de seu cadastramento.
Narra o requerente na exordial, que é fruto do relacionamento amoroso entre o falecido e sua
genitora CLAUDIA ROSELY AMORIM FEITOSA, contudo, apesar de ser filho do falecido, não teve na
certidão de nascimento o registro da paternidade de seu pai, constando apenas da maternidade.
Esclarece, que a família paterna (família de IVALDO PEREIRA DE SOUZA) o reconhece como filho
legítimo do falecido, tanto que estão dispostos a declarar tal ato perante o juízo, em data que venha a ser
designada, sendo essas manifestações uma prova inequívoca de que a sua paternidade deve ser
reconhecida para todos os fins de direito. Esclarece ainda, que os envolvidos apenas não apresentam
certidão pública, reconhecendo a sua condição de filho do requerente, em razão do alto custo envolvido no
ato.
Informa que, não há sequer lide no que consiste a pretensão jurídica qualificada pela resistência
assistida, uma vez que a herdeira do de cujus, sua genitora, bem como demais membros da família,
reconhecem a procedência jurídica do pedido, conforme poderá ser ratificado em oitiva destas, bem como
a partir de fotos de infância do requerente com o seu pai. Quanto ao exame do DNA, em razão de culminar
na exumação do falecido, a família deste solicita que seja determinado apenas em última instância,
devendo antes prevalecer a simples declaração dos familiares do falecido, como irmãs e mãe, e demais
provas, como análise de fotos, e, subsidiariamente, dentre outros meios de prova que o juízo julgue
persistente.
Requer a concessão do benefício da justiça gratuita; seja julgado totalmente procedente o pedido, no
sentido de reconhecer a paternidade de IVALDO PEREIRA DE SOUZA com relação a si e que seja
ordenado a retificação do seu registro civil, bem como a Certidão de Óbito de IVALDO PEREIRA DE
SOUZA, e conste o nome do pai nos registros, bem como o sobrenome “SOUZA” no seu sobrenome; caso
necessário, seja designada audiência para oitiva das seguintes testemunhas que compõem o núcleo
familiar do falecido, para que ratifiquem o fato de que RECONHECEM a sua condição de filho em relação
ao falecido IVALDO PEREIRA DOS SANTOS: - MARIA DIAS DOS SANTOS, genitora do falecido do
1615
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
autor; - ANA LÚCIA DOS SANTOS DE SOUSA, irmã do falecido e CLAUDIA ROSELY AMORIM
FEITOSA, sua genitora. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
inclusive testemunhal e pericial.
Despacho inicial em ID 8598316, concedeu os benefícios da Justiça Gratuita e designou data para a
realização de audiência de justificação.
Em audiência cujo termo consta em ID 10675885, foram ouvidas as Sras. Maria Dia dos Santos e
Ana Lucia dos Santos de Sousa.
Decisão de ID 16852513, determinou a suspensão do processo pelo prazo de trinta dias, em razão
dos termos da PORTARIA CONJUNTA COVID-19, No. 5/2020-GP/VP/CJRMB/CJCI de 23 de Março de
2020.
Certidão de ID 26987736, informa que decorreu o prazo estabelecido no despacho proferido no feito.
Relatados. Decido.
Para que seja declarada a paternidade em uma aço de Investigação de Paternidade, é preciso que os
elementos sejam puros de convicção, para que o juiz, ao analisar os autos tenha noção exata dos fatos.
A investigação de paternidade é uma aço peculiar, o seu objetivo será sempre uma investigação que
poderá ou no ser satisfatória. Já a sentença, no caso de ser positiva, é declaratória do estado de filiação e
a filiação é um fenômeno biológico.
O Código Civil, no artigo 1.616, dá amparo legal para este tipo de aço de investigação de paternidade e
em consequência, o reconhecimento da paternidade e seus reflexos previstos no art. 6º da Carta Magna.
Nesse entendimento leciona Maria Berenice Dias, em seu livro Manual do Direito das Famílias, 4ª Ed. RT,
pág. 367, in verbis:
Com o exame de DNA surgiu a possibilidade de substituir a verdade ficta pela verdade real.”
É cediço que com o advento do exame de DNA, tornou-se possível com certeza científica quase
absoluta determinar a filiação do Investigante, com margem de probabilidades superiores a 99,99%. A
importância do Exame de DNA é indiscutível no âmbito da filiação, pois consegue praticamente sem
margem de erro determinar a paternidade.
jurídica resultante da coisa julgada e o direito sobre a paternidade, prevalece esse, que deriva diretamente
da garantia de dignidade da pessoa humana, emergindo, assim, a possibilidade de relativização da coisa
julgada e a realização de novo exame de DNA, caso não haja higidez na primeira perícia. Tendo, o exame
de DNA que supedanou a sentença de improcedência proferida na primeira demanda manejada pela
parte, sido realizado em Juízo, sob o crivo do contraditório, por meio do experto designado pelo
magistrado, com posterior oportunidade para as partes se manifestarem sobre o laudo produzido e não se
vislumbrando vícios na produção da prova técnica nem na conclusão alcançada, não há como se admitir a
relativização da coisa julgada. (TJ-DF 20161010054746 - Segredo de Justiça 0005385-68.2016.8.07.0010,
Relator: CARMELITA BRASIL, Data de Julgamento: 14/03/2018, 2ª TURMA CÍVEL, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 16/03/2018 . Pág.: 253/259)
In casu, não houve a necessidade de realização do exame de DNA, em razão da plena anuência da
parte requerida, bem como da irmã do falecido, demonstrando por certa e contundente a existência do
vínculo de paternidade entre o investigante e o falecido, revelando-se prova robusta, lídima e escorreita.
Trechos do depoimento da Sra. Maria Dias dos Santos (genitora do falecido) ID 10675885 - Pág. 1:
“Que reconhece Luis Cláudio como seu neto filho de seu filho Ivaldo Pereira de Souza; Que soube da
existência de do requerente Luis Cláudio através de sua filha Ivanete; Que algumas vezes perguntou para
Ivaldo porque não registrou o filho e o mesmo respondeu que ia fazer mas nunca registrou; Que Ivaldo
tinha Luis Cláudio como filho; Que o falecido sempre apresentou o requerente como seu filho; Que Ivaldo
sempre deu as coisas para o requerente; Que o requerente sempre teve convivência familiar materna
desde tenra idade”.
Trechos do depoimento da Sra. Ana Lucia dos Santos de Souza (irmã do falecido) ID 10675885 -
Pág. 1:
“Que reconhece o requerente como seu sobrinho do seu irmão falecido Ivaldo; Que conhece o requerente
desde que nasceu; Que descobriram que o mesmo era filho de Ivaldo através de sua irmã Ivanete, que
Ivanete contou para todos, que foram visitar a criança e de lá pra cá sempre mantiveram contato; Que
acredita que o falecido não registrou o filho porque passava pouco tempo em terra; Que Ivaldo não deixou
outros filhos além do requerente, que Ivaldo sempre reconheceu o requerente como filho e assim o
tratava, o requerente costumava passar finais de semana na casa da filha paterna...”.
Isto exposto, com fulcro no art. 227 § 6º da CF de 1988 c/c art. 27 da lei nº 8069/90, JULGO
PROCEDENTE O PEDIDO FORMULADO NA PETIÇO INICIAL, PARA DECLARAR A PATERNIDADE
DO DE CUJUS, IVALDO PEREIRA DE SOUZA, em relação ao filho INVESTIGANTE, LUIS CLAUDIO
AMORIM FEITOSA, bem como, determino a retificação em seu registro de nascimento, com a
inclusão do nome do pai biológico, bem como o patronímico paterno, e os nomes dos avós
paternos. Julgo extinta a presente ação com resolução de mérito, com fulcro no art. 487, I do CPC.
Em homenagem aos princípios da celeridade e economia processuais, confiro a esta Sentença força de
Mandado de Averbação, o que, em cópia autenticada, dispensa a expedição de qualquer outro
documento.
Sem custas.
R.H
Considerando que não mais subsiste a causa da suspeição, retornem os autos ao juízo da 4ª Vara de
Família da Capital para os ulteriores legais.
P.R. Cumpra-se.
III. Apreciando o pedido formulado pelo requerente, quanto à decretação do divórcio do casal antes da
conclusão do presente feito, entendo que o mesmo é pertinente e deve ser deferido.
A Emenda Constitucional nº 66/2010 veio a dar uma nova dimensão a questão do divórcio, ao extirpar do
ordenamento jurídico o debate sobre a culpa pelo rompimento. Assim, o divórcio é, hoje, apenas um direito
potestativo das partes, isto é, trata-se de um direito de interferência. Vale dizer, cuida-se de um direito que,
ao ser exercido, interfere na esfera jurídica de terceiro, sem que esta pessoa nada possa fazer.
Nos dias atuais, o divórcio não se encontra submetido a qualquer tipo de questionamento. É, portanto, um
pleito incontroverso. E no caso do presente feito, o autor alega, expressamente, que não convive mais
com a requerida.
1618
TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
O casal já está separado de fato, de modo que não há mais sentido manter o vínculo matrimonial vigente,
prolongando, desnecessariamente, a situação de casados das partes.
Vê-se, portanto, que não há óbice para a concessão do divórcio do casal, porque, como já referido
alhures, trata-se de uma questão incontroversa.
Ante o exposto, com fundamento no artigo 311, IV, do CPC, concedo a tutela provisória satisfativa de
evidência, para decretar, liminarmente, o divórcio do casal RAFAEL CAMBRAIA DO AMARAL e PATRÍCIA
DA SILVA MARTINS.
Intimem as partes e, decorrido o prazo recursal, expeça o respectivo mandado ao cartório de registro civil
competente, para proceder à averbação do divórcio ora concedido.
IV. Dada a condição do requerente de pai da menor NICOLY RAFAELY MARTINS AMARAL, comprovada
pela certidão de nascimento (ID 10995330), e diante das prescrições contidas no § 2º do artigo 1.584 do
Código Civil e, em especial, na Lei nº 13.058/2014 que impõem, como regra, a guarda compartilhada dos
filhos, estabeleço a guarda nesta modalidade, uma vez que é a mais benéfica e que melhor atende aos
interesses da menor envolvida, não havendo, no momento, elementos nos autos que possam convencer
este juízo do contrário.
Ante as supracitadas razões, considerando que a menor fixará residência no lar paterno, asseguro a
mãe/requerida o direito de visitar e ter a filha em sua companhia nos moldes, usualmente, adotados por
este Juízo em casos análogos, quais sejam:
1) Finais de semanas alternados, podendo apanhá-la na sexta-feira, a partir das 18h e devolvê-la ao
pai/requerente, na residência deste, no domingo até as 18h, a começar no final de semana posterior a
intimação desta decisão. Se o final de semana for prolongado em razão de feriado, essa devolução
ocorrerá até as 19h do feriado que encerrar o fim de semana;
2) Nas férias escolares nos meses de dezembro, janeiro e julho, a menor as desfrutará uma metade com
um dos pais e a subsequente com o outro, com início alternado de ano a ano, sendo os primeiros 15
(quinze) dias com o pai/requerente, ou mediante entendimento direto entre os genitores;
3) O Dia dos Pais e o Dia das Mães serão passados com os respectivos genitores; se coincidirem com o
final de semana reservado ao genitor do evento, haverá compensação em favor do outro, no fim de
semana seguinte;
4) A menor passará as festas de final de ano com ambos os pais, alternadamente, iniciando-se no
Natal/2021 com o pai/requerente e Ano Novo 2021/2022, com a mãe/requerida, podendo ser alterado,
mediante entendimento direto entre os genitores;
5) A data natalícia da menor será festejada, de comum acordo com ambos os pais, atendidos, sempre, o
interesse da aniversariante, podendo o pai/requerente visitá-la se o aniversário for passado com a
mãe/requerida e vice-versa;
6) As datas natalícias dos genitores da menor e seus respectivos avós serão desfrutadas na companhia
dos mesmos; se coincidirem com o final de semana reservado ao genitor do evento, haverá compensação
em favor do outro, no fim de semana seguinte;
V. Em virtude da relação materno-filial existente entre o requerida e a referida menor, e que o dever de
sustento da prole incumbe a ambos os pais (artigo 1.566 do Código Civil), entendo, por justo e razoável,
considerando o trinômio necessidade x possibilidade x proporcionalidade e os elementos de prova que ora
se apresentam, em arbitrar os alimentos provisórios em 20% (vinte por cento) do vencimento e demais
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TJPA - DIÁRIO DA JUSTIÇA - Edição nº 7206/2021 - Terça-feira, 17 de Agosto de 2021
vantagens auferidos pela requerida, excluídos apenas os descontos obrigatórios (imposto de renda e
contribuição previdenciária), quando esta possuir relação laboral fixa ou o mesmo percentual sobre o
salário mínimo, quando esta não tiver emprego certo, cujo valor deverá ser depositado, até o dia 05 (cinco)
de cada mês subsequente ao vencido, na conta bancária do representante legal da menor.
VII. Cumprida a determinação supra, e nos termos do artigo 694 do CPC, segundo o qual: “Nas ações de
família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz
dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação”,
determino que os autos sejam encaminhados ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos das Varas de
Família – CEJUSC/VF, a fim de que seja realizada sessão de conciliação ou mediação entre as partes.
VIII. Servirá o presente, por cópia digitada, como mandado. Cumpra-se na forma e sob as penas da lei .
Processo: 0876959-84.2020.8.14.0301
SENTENÇA
Tratam os presentes autos de AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL proposta por FÁBIO ROGÉRIO
MOURA MONTALVÃO DAS NEVES (em causa própria) e SANDRA POMBO CORDEIRO MOURA, pelos
fatos e fundamentos constantes da exordial de ID 21959055.
Acordam que a guarda de seus filhos menores será compartilhada entre eles, adotando-se como lar de
referência o materno e resguardado ao pai o livre exercício de seu direito de visitas.
Informam que adquiriram os seguintes bens, os quais serão partilhados da seguinte forma: 1 –
Apartamento no Edifício Porto Seguro de nº 901, Marco, Belém/PA, o qual ficará para os filhos,
garantindo-se o usufruto vitalício da divorcianda. 2 – Casa situada no distrito de Mosqueiro, na Travessa
Pratiquara, nº 522, Vila, Belém/PA, o qual ficará para os filhos, garantindo-se o usufruto vitalício do
divorciando. 3 – Terreno localizado no município de Salinópolis, Jardim Valle do Sal, lote nº 08, quadra 29,
o qual será vendido e o valor partilhado igualmente entre as partes. 4 – Veículo marca BMW, 32 Oi, o qual
ficará para o divorciando. 5 – Veículo marca Hyundai, modelo HB 20, o qual ficará para a divorcianda. 6 –
Bens móveis e utensílios que guarnecem o imóvel, os quais ficarão para a divorcianda. 7 – Quotas
societárias da Sociedade de Advogados Moura, Montalvão e Silva Advogados Associados e da empresa
Quartzo Imóveis Ltda, cujos direitos pertencerão exclusivamente ao divorciando.
Relatados. Decido.
Compulsando os autos, verifica-se que o ajuste entabulado preenche as formalidades legais, tendo
as partes convencionado que a guarda de seus filhos menores será compartilhada entre eles, adotando-se
como lar de referência o materno e resguardado ao pai o livre exercício de seu direito de visitas.
Informam que adquiriram os seguintes bens, os quais serão partilhados da seguinte forma: 1 –
Apartamento no Edifício Porto Seguro de nº 901, Marco, Belém/PA, o qual ficará para os filhos,
garantindo-se o usufruto vitalício da divorcianda. 2 – Casa situada no distrito de Mosqueiro, na Travessa
Pratiquara, nº 522, Vila, Belém/PA, o qual ficará para os filhos, garantindo-se o usufruto vitalício do
divorciando. 3 – Terreno localizado no município de Salinópolis, Jardim Valle do Sal, lote nº 08, quadra 29,
o qual será vendido e o valor partilhado igualmente entre as partes. 4 – Veículo marca BMW, 32 Oi, o qual
ficará para o divorciando. 5 – Veículo marca Hyundai, modelo HB 20, o qual ficará para adivorcianda. 6 –
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Bens móveis e utensílios que guarnecem o imóvel, os quais ficarão para a divorcianda. 7 – Quotas
societárias da Sociedade de Advogados Moura, Montalvão e Silva Advogados Associados e da empresa
Quartzo Imóveis Ltda, cujos direitos pertencerão exclusivamente ao divorciando.
A doutrina e a jurisprudência entendem que com a nova redação dada pela Emenda n° 66 ao art.
226, §6º da Constituição Federal, tem-se desnecessário a comprovação do lapso temporal de separação
do casal para a decretação do divórcio, posto que o artigo 1.580 do Código Civil e o art. 40 da lei nº
6.515/77 não foram recepcionados pela Constituição Federal, sendo a vontade das partes o único requisito
necessário para a decretação do divórcio do casal.
Isto posto, nos termos do art. 200, do CPC, corroborando o parecer ministerial e, considerando que
o acordo resguarda os interesses de todas as partes, com fulcro no art. 226, § 6º da Constituição Federal
c/c o art. 40, § 2°, da lei n° 6.515/77, HOMOLOGO POR SENTENÇA, decretando o divórcio do casal
FÁBIO ROGÉRIO MOURA MONTALVÃO DAS NEVES e SANDRA POMBO CORDEIRO MOURA,
devendo a divorcianda voltar a usar seu nome de solteira, qual seja, SANDRA POMBO CORDEIRO,
extinguindo a presente ação com resolução de mérito, com base no art. 487, III, b, do CPC.
Em homenagem aos princípios da celeridade e economia processuais, confiro a esta Sentença força de
Mandado de Averbação, o que, em cópia autenticada, dispensa a expedição de qualquer outro
documento.
Custas de lei.
Consta do Termo de Audiência de ID 20907843, que a carta precatória não foi devolvida, tendo sido
determinada a expedição de ofício à comarca deprecada, solicitando informações acerca do cumprimento
ou não da precatória.
Por meio de petição de ID 20907844, os autores requereram a citação do demandado por edital.
Certidão de ID 20907845, que o requerido não contestou a ação dentro do prazo legal.
A Defensoria Pública como Curadora Especial, apresentou Contestação por negativa geral dos
fatos, requerendo a improcedência da ação (ID 20907846).
Despacho de ID 25682949, determinou a intimação dos autores, por seu patrono, para
informarem, em 05 (cinco) dias, os pontos controvertidos e as provas que ainda pretendem produzir.
Por meio de petitório de ID 26044093, os autores informaram não possuírem interesse novas
provas; requereram fossem acolhidos os pedidos na exordial e o prosseguimento do feito.
Verificando não constar dos autos qualquer documento acerca da realização da coleta de DNA e,
havendo necessidade de se comprovar a existência da paternidade do segundo requerente e a primeira, e,
considerando que a pandemia ainda não foi superada, persistindo a necessidade de medidas de
distanciamento controlado, com a observância dos protocolos de segurança sanitária e o espaço reduzido
da sala de audiências deste Juízo, que não comporta a presença de todos os participantes, respeitado o
distanciamento social de 1,5m de cada um, conforme parâmetro indicativo da OMS, Ministério da Saúde e
Anvisa, designo audiência, na qual ocorrerá a coleta de DNA, a ser realizada no dia 29/10/2021, às
10:30 horas, e será realizada na Sala de Audiências da 4ª Vara de Família desta Capital, SALA 114,
1º andar do Fórum Cível da Capital, na Praça Felipe Patroni, S/N – Cidade Velha. As partes autoras
deverão comparecer pessoalmente a audiência, entretanto Defensores, Advogados e Representante do
Ministério Público poderão participar por videoconferência através do aplicativo Microsoft Teams.
Intimem-se.
Processo: 0849174-84.2019.8.14.0301
SENTENÇA
Por meio de petição de ID 21037360, informaram que a Sra. Maria Guimarães Barbosa é
atualmente viva, porém fora casada com o Sr. José Pinheiro Barbosa antes de este ter se unido de fato à
Sra. Rosineide Dias Costa, como faz prova a certidão de casamento anexa aos autos.
Despacho de ID 29776185, determinou a intimação das partes para apresentarem as provas que
ainda pretendiam produzir, para então, posterior despacho saneador, instrução, análise das possibilidades
de julgamento conforme o estado do processo ou sentença de julgamento antecipado.
Relatados. Decido.
Verifica-se, in casu, desnecessária a instrução, com arrimo no art. 355, inciso I, do CPC, razão pela qual,
passo a julgar antecipadamente o pedido.
No caso em análise, a autora requer o reconhecimento da união estável que manteve com o Sr.
JOSÉ PINHEIRO BARBOSA do período de julho de 1987 até o seu falecimento em 08/02/2015.
§3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento (CF/88).
O art. 1.723 do CC dispõe que: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
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constituição de família”.
Insta ressaltar que, em que pese o dispositivo legal supracitado faça menção à expressão
“entre homem e mulher”, não se pode olvidar que o Direito Brasileiro consagra a possibilidade do
reconhecimento de união estável homoafetiva. O referido artigo deve ser interpretado analogicamente, a
teor do art. 4º da LINDB, de modo que as uniões mantidas por casais do mesmo sexo como entidade
familiar tenham o mesmo tratamento das uniões estáveis heterossexuais, em observância aos Princípios
Constitucionais da Dignidade da pessoa Humana (art. 1º, inciso III) e da Igualdade (art. 3º, inciso IV).
Sobre a caracterização do instituto da união estável, a ilustre jurista Maria Berenice Dias
leciona:
Portanto, uma vez presentes os requisitos caracterizadores da união estável seja ela mantida por
casais heterossexuais ou do mesmo sexo, merece proteção mediante tutela jurisdicional.
Ressalte-se que cabe ao autor o ônus probante quanto ao fato constitutivo de seu direito; e ao réu, quanto
à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor nos termos do art. 373 do CPC.
Isto posto, por tudo que dos autos constam e pelas razões acima alinhadas, com fulcro no art. 487,
inciso I, do CPC, JULGO TOTALMENTE PROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO, para declarar como de
fato declaro a existência da União Estável havida entre ROSINEIDE DIAS COSTA e JOSÉ PINHEIRO
BARBOSA pelo período compreendido de julho/1987 a 08/02/2015, data do falecimento do
companheiro. Por fim julgo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I do CPC.
Sem custas e honorários, em razão da gratuidade deferida a qual estendo as partes requeridas.
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R.H.
Considerando que na presente demanda existe interesse de menor impubere envolvido, determino a
remessa dos autos ao Ministerio Publico para se manifestar.
R.H.
Intimem-se as partes requerentes, para que, no prazo de 10 (dez) dias, juntem aos autos o Termo de
Acordo devidamente assinado, sob pena de extinção do feito.
Após, conclusos.
R.H.
Considerando que na presente demanda existe interesse de menor impubere envolvido, determino a
remessa dos autos ao Ministerio Publico para se manifestar.
DESPACHO
1) Intime-se o autor para no prazo de 15 dias se manifestar sobre a contestação e documentos anexos
pelo parte ré.
2) Após, conclusos.
Belém,13/08/2021
Juiz de Direito
PODER JUDICIÁRIO
Redistribuam-se os autos imediatamente para o juízo da 5ª Vara de Família da capital, onde tramitam as
ações de divórcio, cumulada com guarda e oferta de alimentos (Proc. Nº 0841824-11.2020.814.0301),
bem como a ação de alimentos (Proc. Nº 0858128-85.2020.8.14.0301) envolvendo as mesmas partes.
DECISÃO/MANDADO
1) Quanto ao pedido de guarda, provisória, unilateral, indefiro-o, por ora, tendo em vista que a partir da
edição da Lei nº 13.058/2014 se estabeleceu que a guarda dos filhos deva, em regra, ser estabelecida de
forma compartilhada, uma vez que esta modalidade de guarda é a mais benéfica e que melhor atende aos
interesses dos menores envolvidos, não havendo, no momento, elementos nos autos que possam
convencer este juízo do contrário.
2) No que pertine ao pedido de modificação do direito de convivência paterno, verifico que a sentença
originária homologou a visitação de forma bem flexível resguardando a convivência paterna sempre que
lhe for pertinente, contudo a autora alega que tal ajuste está acarretando situações inconvenientes, assim,
entendo por deferir o pedido para que a convivência do requerido com os seus filhos seja:
a) Em finais de semanas alternados, podendo o requerido ir buscar os menores na sexta feira após as
atividades escolares e devolvendo-os ao domingo no final do dia, até as 19h;
b) No dia dos pais, os menores deverão passar o dia com o requerido, cabendo a este buscar os filhos e
devolve-los a sua genitora;
c)