Hipertireoidismo

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Hipertireoidismo

Caso clínico 1:
Mulher com 46 anos, professora, procurou oftalmologista devido queixas de lacrimejamento ocular e sensação de areia
nos olhos há 02 meses. Relata que observou emagrecimento (aproximadamente 8kg) nos últimos 4 meses e
irritabilidade sem melhora com medicações para depressão.

• Diabética em uso de hipoglicemiantes


• Irmão e mãe com doença de tireóide
• 02 filhos
• Citalopram e clonazepam
• Tabagista
• Nega etilismo

Ao exame físico: peso 52kg; PA: 160x80 mmHg; FC: 120bpm;


ACV: RCR2TBNF – Taquicardica; Tireoide: palpável, indolor,
aumentada de volume aproximadamente 2x; Olhos: retração
palpebral.

Caso clínico 2:
Mulher, 32 anos, professora, procurou serviço de cardiologia devido palpitação e
cansaço há mais ou menos 3 meses. Refere emagrecimento de 12 kg nesse período
mesmo sem fazer dieta. Além disso reparou que seus olhos estão "mais saltados" e
está com sensação de "areia nos olhos". Sente-se nervosa o tempo todo, e
pequenos acontecimentos insignificantes a deixam irritada.

Ao exame: Pele quente; Tremores de extremidades; Sudorese; Peso: 52kg; PA:


160X80mmHg; FC: 130bpm; ACV: Taquicardica; Tireoide: palpável, indolor,
aumentada de volume aproximadamente 3x ( Bócio); Olhos: retração palpebral e
proptose.

O cardiologista solicitou exame e encaminhou para o endocrinologista que


diagnosticou hipertireoidismo e iniciou uma medicamento chamado Metimazol
(Tapazol ) 30 mg/dia. Uma semana depois, como a taquicardia não melhorou não
melhorava, iniciou beta-bloqueador (atenolol) para diminuir frequência cardíaca. No fim do primeiro mês de tratamento
a paciente começou a apresentar melhora do quadro geral. Após três meses , retorno ao endocrinologista, sentindo-se
muito bem e com exames normais. Decide-se por tratamento definitivo com lodo radioativo.

Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide:

Os hormônios envolvidos são o: TRH (hormônio liberador de tireotropina – hipotálamo); TSH (tireotropina – hormônio
tireoestimulante – hipófise); T3 (monoidotironina – tireoide); T4 (tiroxina – tireoide).

Primário: quando a doença é da glândula alvo – No caso do hipertireoidismo, normalmente é primário.

Secundário: quando a doença é da hipófise

Terciário: quando a doença é do hipotálamo

-- A causa mais comum de hipertireoidismo, é autoimune, é a doença de Graves –

Conceito:

É uma doença sistêmica, devido ao aumento da produção dos hormônios tiroidianos.


Giulia Emmerick
7º período 2022.1
Etiologia:

• Doença de Basedown graves (é a causa mais comum) – toda a tireoide funciona (bócio difuso tóxico)
• Bócio uni ou multinodular – grande parte da glândula está funcionando bem, exceto um nódulo (ou vários) que
estão produzindo hormônio (T3 e T4).
• Hashitoxicose

Fisiopatologia:

Produção pelos linfócitos B de imunoglobulinas (TRAb – anticorpo anti-receptor de TSH) que se ligam e ativam o
receptor do TSH (ele imita o TSH). A secreção excessiva dos hormônios tireoidianos causa ausência de feedback
negativo sobre o TRAb; Supressão da secreção de TSH; Hipertireoidismo com bócio difuso, T3 e T4 elevados e TSH
suprimido.

• TRAb: é um grande marcador para a doença de Graves.

Doença de Graves:

• Principal causa de hipertireoidismo (85 a 90%)


• Etiologia auto-imune
• Feminino [8:1] masculino
• 20 a 40 anos
• Alterações que só acontecem em doenças autoimunes: Exoftalmia, Mixedema pré-tibial e Onicólise.

Diagnóstico clínico:

• Bócio, Exoftalmia e Mixedema pré-tibial (tríade clássica)


• Taquicardia
• Sudorese, tremores
• Insônia, nervosismo
• Emagrecimento
• Diarreia
• Onicólise (unhas de plummer)
• Hipertensão arterial sistólica (hipertensão endócrina, pois os hormônios tireoidianos aumentam a FC, débito
cardíaco e pressão sistólica)

‘’Tríade clássica’’:

1) Bócio difuso: bócio difuso toxico, acomete os dois lóbulos da tireoide.


2) Exoftalmia/Oftalmopatia:
a. Proptose: é uma reação da musculatura extraocular. Se for unilateral – descartar tumor ocular.
b. Retração palpebral
c. Lacrimejamento
d. ‘’Sensação de areia nos olhos’’ (inflamação)
3) Mixedema pré-tibial: alteração dermatológica infiltrativa (infiltração de linfócito na tíbia)

Onicólise:

Descolamento da unha do leito ungueal. Geralmente reverte espontaneamente após o tratamento do hipertireoidismo.
Em relação ao hipertireoidismo, só acontece na doença de Graves.

Diagnóstico laboratorial:

• TSH suprimido
• T4 livre aumentado
• TRAb (anticorpo antireceptor de TSH): 95% de sensibilidade e 100% de especificidade.

Giulia Emmerick
7º período 2022.1
Tratamento:

Em uma doenças autoimune, só tem certeza que o tratamento foi bem sucedido, quando essa glândula parou de
funcionar. O objetivo no Hipertireoidismo, é transformar o paciente em hipotireoidismo.

• Drogas antitireoidianas (Propiltiuracil e Metimazol) – São preparações para abaixar os níveis de hormônio
tireoidiano, bloqueando a formação deles. Posteriormente, fazer o tratamento definitivo, com o Iodo radioativo
ou em alguns casos, cirurgia. Podem causar efeitos colaterais como: Rash cutâneo (mais comum);
agranulocitose (mais grave); hepatite tóxica, artralgias e prurido.
• Iodo radioativo: tratamento de escolha (melhora em 2 a 6 meses). Via oral. Complicações: Hipotireoidismo (é o
objetivo) e Teratogenicidade (não faz iodo em mulher grávida – aí entra a cirurgia).
• Cirurgia: necessidade de um rápido estado eutireóideo; Bócios volumosos; Gravidez (2º trimestre); Bócio
mergulhante.

Tratamento para Tireotoxicose: beta bloqueador: rápido efeito sobre os fenômenos adrenérgicos e bloqueia a
conversão periférica do T3 e T4.

Giulia Emmerick
7º período 2022.1

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