Curso Produção de Mudas de Cajueiro - Enxertia
Curso Produção de Mudas de Cajueiro - Enxertia
Curso Produção de Mudas de Cajueiro - Enxertia
Importante
1.4.1. Clima
1.4.1.1. Temperatura
A temperatura, por controlar o metabolismo das células, exerce ação em todas as
atividades fisiológicas das plantas e, mais especificamente, no caso da enxertia, tem grande
influência na divisão e formação de novas células, as quais são responsáveis pela
cicatrização da enxertia. Mas, a temperatura também tem atuação marcante no processo de
desidratação do enxerto, um dos motivos pelo qual é necessária o uso de câmara úmida,
como o saquinho de plástico do tipo „din-din‟. Como na fase de cicatrização ocorre intensa
atividade respiratória, e por consequência, alta necessidade de oxigênio para as divisões e o
alongamento celulares, temperaturas muito baixas podem limitar essa oxigenação. Para
alguns autores temperaturas abaixo de 4oC ou acima de 32oC retardam a cicatrização dos
cortes, na enxertia.
1.4.1. Clima
1.4.1.2. Luminosidade
1.4.1.3. Umidade
A umidade é outro componente do clima que deve ser controlado no processo de enxertia.
As células novas, que se formam durante o processo de soldadura da enxertia, são bastante
sensíveis à desidratação, pois necessitam de turgidez (entrada de água) para o crescimento celular.
Entretanto, o excesso de umidade pode propiciar o desenvolvimento de fungos e de bactérias que
podem dificultar o pegamento do enxerto. É mais uma razão para a utilização dos saquinhos
protetores (do tipo din-din), que tanto protegem os enxertos das altas temperaturas quanto permitem
uma regulação melhor da umidade. Porém, deve-se ter o cuidado para que a proteção com os
saquinhos não forme um reservatório de água no seu interior, mas sim, apenas uma câmara úmida.
Para isso é suficiente que a laçada dada para fixar o saquinho não seja tão forte, apenas o
suficiente para que ele não seja levado pelo vento.
1.4.1. Clima
1.4.1.4. Ventos
A água é um dos componentes do meio ambiente que mais afeta a vida. A própria
distribuição da vegetação no planeta é controlada pela disponibilidade de água. Na vida
vegetal, a água participa de todos os fenômenos físicos, químicos e biológicos essenciais ao
seu desenvolvimento. Está presente praticamente em quase todos os processos fisiológicos
que ocorrem na planta e por ser o principal constituinte das células vegetais, uma planta
adulta pode conter um volume de água equivalente a 95% do seu peso total. Atua também,
como veículo de transporte dos nutrientes minerais e dos compostos orgânicos da
fotossíntese.
1.4.2. Água
A qualidade da água se define também pelos critérios do uso de água com alta
concentração de sódio que pode provocar a deterioração da estrutura do solo. A toxicidade,
gerada por determinados íons transportados e acumulados nos tecidos das plantas, inibe ou
retarda o crescimento independentemente, mas que apresentam menor importância na fase
de enxertia.
Evitar também, o uso de água com a formação da “capa-rosa”. A formação desta
“capa-rosa” indica a presença de elevada quantidade de ferro sob a forma de bicarbonato
ferroso, encontrado comumente em águas de poço artesiano, pois além de prejudicar a
aparência das mudas enxertadas (recobrindo as folhas com sedimentos de coloração
arroxeada) pode causar mortalidade mesmo antes de irem para o campo.
1.4.2. Água
A importância da água no processo de enxertia pode ser reconhecida até mesmo nas
mais elementares operações de limpeza de materiais e equipamentos, o que resulta em
ganho final na qualidade da muda. Portanto, deve existir próximo ao local da enxertia uma
fonte de água que atenda às necessidades do processo em quantidade e em qualidade.
1.5. Formação do viveiro e dos canteiros
É de fundamental importância que a área tenha energia elétrica, para que se possa
dispor de equipamentos elétricos, lâmpadas e, quando necessário, sistemas de automação da
irrigação e de estruturas para o armazenamento de propágulos. É imprescindível que o viveiro
fique próximo a uma fonte de água de boa qualidade e afastado de pomares, pois, assim
diminui-se o risco de contaminação por pragas e doenças. Em todo caso, é aconselhável fazer
uma desinfestação periódica em todas as dependências.
1.5.1. Formação do viveiro em ambiente protegido
O viveiro para produção de mudas de cajueiro deve ser composto de três partes
principais: a) uma parte a céu aberto, para as etapas que necessitam de luz solar e de
aclimatação e onde possam ser instalados tanques de compostagem e sejam manipulados os
materiais para formulações de adubos e substratos; b) uma parte coberta, com materiais que
possibilitem, sombreamento, aproximadamente entre 30% e 50% para as etapas em que se
tem de evitar a desidratação dos porta-enxertos e enxertos; e c) uma parte destinada a
escritórios, depósitos, salas com bancadas e banheiros.
1.5.2. Formação do viveiro em ambiente aberto
Os canteiros para desenvolvimento dos porta-enxertos devem ficar a pleno sol, pois a
germinação das castanhas-sementes é mais rápida em temperaturas entre 250 C e 350 C.
Contudo, devido ao “efeito de bordadura”, ou seja, um aquecimento maior nos recipientes que
ficam arranjados na periferia dos canteiros, esse maior acúmulo de temperatura pode
ocasionar anomalias nas plântulas na fase de germinação e em desenvolvimento. Assim,
recomenda-se que a formação dos canteiros obedeça a orientação Leste-Oeste, ficando a
maior dimensão dos canteiros na direção Norte-Sul, com menor exposição do calor.
Ilustração: Arquivo Embrapa Agroindústria Tropical
1.5. Formação dos canteiros
A largura (testa) dos canteiros não deve exceder 1 m, o que corresponde, mais ou
menos, a seis sacolas plásticas (seis fileiras justapostas), para facilitar as operações de
identificação, enxertia, capina e outras atividades no acompanhamento do desenvolvimento
dos porta-enxertos e das plantas enxertadas. O comprimento dos canteiros varia de acordo
com as necessidades, entretanto não se deve estender a mais de 1.000 sacolas, pois algumas
operações inerente aos lotes podem não se completarem acarretando falta de uniformidade e
de sincronia no processo.
1.5. Formação dos canteiros
A distância entre os canteiros, denominada de rua, deve ter dimensão suficiente para
que as operações de enxertia, eliminação de ervas daninhas, transporte de carros-de-mão e
tratamentos fitossanitários sejam executadas confortavelmente. Se o viveiro tiver muito
espaço, recomenda-se que essa distância entre canteiros seja de 1 m, suficiente para que
dois operadores, sentados em seus bancos ou cadeiras, trabalhem um de costa para o outro.
Todavia, a largura da rua nunca deve ser inferior a 0,5 m.
1.5. Formação dos canteiros
Atenção!
Após o plantio, os canteiros devem ser cobertos com sacos de juta ou similar (por
exemplo sombrite) para proteger as sementes contra a ação direta dos jatos de água,
roedores, pássaros e excesso de radiação solar.
1.5. Formação dos canteiros em ambiente de viveiro à c céu aberto
1 - Canivete de enxertia;
2 - Tesoura de poda
3 - Fita de enxertia;
4 – Álcool ou água sanitária e algodão;
5 - Saco plástico tipo “din–din”;
6 – Amolador/afiador;
7 - Banco/cadeira para enxertador;
8 – Tipos de tubete; entre outros.
1.6.1. Utensílios para enxertia - canivete
Existem inúmeros tipos de canivetes no mercado. O modelo mais adequado deve ser
aquele que proporcione maior conforto ao enxertador.
- Álcool
- Algodão hidrófilo
- Afiador
- Balde plástico
- Canivete
- Fita para amarrio
- Tesoura de poda
- Saco tipo “din-din”.
1.6.1. Utensílios para enxertia - tubete
- Carrinho de mão - preferencialmente de pneu com câmara de ar, caçamba metálica, para
movimentação de substratos, porta-enxertos e mudas enxertadas em sacolas. Deve-se ter,
também, carrinho de mão com caçamba adaptada com suporte metálico para transportar as
bandejas plásticas com os tubetes.
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais
- Etiquetas plásticas - existem em vários tipos de materiais, mas são preferíveis as etiquetas
de plástico pela durabilidade e facilidade de reuso. Nessas etiquetas devem ser inseridas
informações sobre a identificação dos clones, lotes de mudas, canteiros e datas de
semeadura e realização da enxertia e tudo que necessitar de identificação. É um material de
extrema importância, pois evitam misturas, principalmente em canteiros e no transporte de
vários materiais enxertados juntos. O registro pela descrição na etiqueta é duradouro ao
passo que a lembrança de determinados detalhes pode ser efêmera. É por isso que dizem
que o pior lápis é mais eficiente que a melhor memória.
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais
- Pás e enxadas - devem ter cabos resistentes e proporcionais a altura do operador. Como
são os instrumentos que necessitam mais esforço, devem-se adquirir ferramentas de boa
qualidade.
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais
- Recipientes - para a enxertia de mudas em cajueiro além de tubetes podem ser utilizadas
sacolas de polipropileno preto, preferencialmente sanfonadas, medindo 28 cm de altura por
15 cm de largura e com 0,15 mm de espessura. Como o sistema radicular das mudas de
cajueiro é muito sensível ao excesso de água, recomenda-se que o terço inferior da sacola
tenha de dez a doze pequenos furos, de 3mm a 4 mm de diâmetro, para favorecer a
drenagem.
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais
Substrato para tubetes – a recomendação é que se utilize uma mistura com boa capacidade
de agregação da raiz do porta-enxerto ao substrato e de agregação do torrão na ocasião da
retirada das mudas do recipiente. A mistura de casca de arroz carbonizada com bagana de
carnaúba triturada e solo hidromórfico, passada em peneira de malha de 6 mm, na proporção
em volume de 3:2:2, é a mais utilizada quando se tem facilidade de obter a casca de arroz
carbonizada.
1.6.2. Substratos
Caso o interessado queira formular seu próprio substrato, ele deverá ter especial
atenção na escolha dos componentes a utilizar. Por exemplo, no caso do esterco bovino, a
sua utilização, na formação das mudas de cajueiro, deve ser muito criteriosa, devendo esse
material estar bem curtido (apresentando coloração escura, textura fina e temperatura
amena), pois o esterco bovino pode apresentar níveis deletérios de sais, resultando em danos
às mudas por toxidez de amônia e ureia, bem como por salinidade. É recomendável a
realização de uma análise química do substrato antes de sua utilização.
2. Breve descrição dos tipos de enxertia
A enxertia consiste na junção de uma parte de uma planta, denominada enxerto, com
a de outra, denominada porta-enxerto, para que por meio da regeneração dos tecidos as
partes se unam e formem uma única planta.
Em viveiro, as enxertias podem ser realizadas em sacolas plásticas ou em tubetes. As
realizadas em sacolas plásticas, os porta-enxertos são produzidos num volume de substrato
de aproximadamente 2 litros e quando apresentam boa afinidade com o enxerto, possibilitam
um maior crescimento da raiz principal.
2. Breve descrição dos tipos de enxertia
A produção de mudas enxertadas em sacolas plásticas é indicada como adequada
para o plantio, principalmente o de sequeiro (sem irrigação). Isso se deve ao fato de que as
mudas resultantes são capazes de suportar pequenas variações de umidade do solo, uma vez
que o aprofundamento da raiz pivotante permite se livrar das camadas mais superficiais que
são as primeiras a perder a água.
Entretanto, as enxertias em sacolas plásticas apresentam inconveniências no
manuseio, devido aos aproximados 2,5 kg de substrato e ao tempo de vida útil em viveiro sem
perda da qualidade. Passados 100 a 120 dias após a enxertia, o sistema radicular principal
começa a se enovelar causando sérios prejuízos durante o estabelecimento da muda em
campo.
2. Breve descrição dos tipos de enxertia
Outra restrição importante desta técnica é o forte impacto ambiental que provoca na
natureza. A enxertia em poucos porta-enxertos em sacolas plásticas não representa danos
significativos ao meio ambiente, mas viveiros que produzem de 200 mil a 300 mil mudas/ano
apresentam uma extração vultosa de solos Hidromórficos, principal componente do substrato
utilizado para esses recipientes, devastando a paisagem e formando verdadeiras crateras nos
locais de coletas desses solos. Essas reflexões são válidas tanto para borbulhia quanto para
as enxertias em garfagem laterais e em fenda cheia.
2. Breve descrição dos tipos de enxertia
1ª etapa
Abertura de uma incisão oblíqua no porta-enxerto, que consiste em uma fenda lateral
no caule, na altura de 6,0 cm a 8,0 cm do colo da planta . Deve-se ter o cuidado para não
aprofundar o corte em demasia para não decepar o porta-enxerto, fato muito comum quando
se trabalha com canivete cego, pois o esforço para vencer a resistência inicial dos tecidos
pode comprometer a profundidade ideal do corte. A fenda deve ter no máximo, 2,5 cm.
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral
Figura: Detalhe dos diâmetros semelhantes Figura: Fazendo Figura: Detalhe da incisão lateral feita no
do porta- enxerto e do propágulo. Incisão lateral no porta enxerto.
porta enxerto.
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral
2ª etapa
3ª etapa
4ª etapa
Proceder à fixação das partes com o auxílio de uma fita (fitilho) plástica transparente,
preferencialmente de polietileno ou polivinil, com dimensões de 1,0 cm de largura por 12 cm a
15 cm de comprimento, a depender da extensibilidade do material. A fita de enxertia deve
envolver toda a região de contato dos tecidos do porta-enxerto com o enxerto. Ela deve ser
enrolada em espiral com superposição, em torno dessa região, de baixo para cima, para
facilitar o amarrio final, na parte superior, com uma simples laçada.
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral
5ª etapa
6ª etapa
Decapitar a gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento da enxertia. Essa ação
pode ser substituída por um corte mais baixo, deixando apenas dois pares de folhas bem formados na
haste do porta-enxerto. Resultados práticos têm demonstrado não ocorrer prejuízos, pois esse
procedimento ativa a circulação da seiva para as ramificações laterais, estimulando o desenvolvimento
do enxerto, além de evitar a formação de um microclima no canteiro pela grande concentração de
folhas. Também, em porta-enxertos mais desenvolvidos, esta pode ser a primeira ação da enxertia,
mesmo antes da abertura da incisão no porta-enxerto, para evitar que a haste não tombe pela ação de
seu próprio peso ou da ação do vento, enquanto o enxertador estiver preparando o ramo para a
enxertia, principalmente se a incisão for profunda.
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral
7ª etapa
Atenção
8ª etapa
Quando ocorrer a emissão dos primeiros folíolos da maioria dos enxertos (19 a 22
dias, após a enxertia) deve-se iniciar a retirada dos saquinhos plásticos protetores. Esse
procedimento deve ser efetuado visando permitir o desenvolvimento adequado das folhas
novas. Se o desenvolvimento dessas novas folhas ocorrer ainda dentro dos sacos plásticos
protetores, pode ocorrer o rompimento dos pecíolos (pecíolo - segmento da folha que a
prende ao ramo da planta) pela pressão interna exercida dentro desse pequeno espaço.
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral
Atenção
10ª etapa
11ª etapa
1ª etapa
Foto: Antonio Teixeira Cavalcante Junior Foto: Antonio Teixeira Cavalcante Junior
Figuras: Garfagem em fenda cheia: compatibilidade no diâmetro entre enxerto e porta-enxerto e corte vertical no porta-enxerto.
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia
2ª etapa
3ª etapa
Figuras: Fixação do enxerto e detalhe da cobertura com fitilho da parte superior do enxerto.
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia
4ª etapa
A última etapa do processo é a proteção do enxerto com um saco plástico do tipo “din-din”. Para a
enxertia por garfagem em fenda lateral, geralmente é feito um rasgão na entrada (parte aberta) do
saquinho. Esse rasgão possibilita abrir o saquinho em duas partes para que seja dado um nó abaixo do
ponto de enxertia. Isso se faz necessário para que o vento não leve fora o saquinho. Na fenda cheia não
há necessidade de dar o nó no saquinho. Esse procedimento deve ser feito somente em regiões ou
épocas de ventos muito fortes.
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia
5ª etapa
Na enxertia por borbulhia em placa, o processo pode ser realizado tanto em ambiente
sombreado quanto em sol pleno, nesse último caso, não havendo necessidade de deslocar os
porta-enxertos para locais sombreados. É um método que exige um pouco mais de habilidade
manual do enxertador no preparo do porta-enxerto.
Deve-se retirar, uma porção (placa) do porta-enxerto com um pouco do lenho na
forma elíptica (forma circular achatada), para que possa ser alojada uma borbulha (gema).
Esta ação é feita com um só corte de canivete, para não formar irregularidades no tecido.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
A borbulha (gema), também deve ser removida com o canivete, com as mesmas
dimensões e forma elíptica da placa retirada do porta-enxerto. Nesse método, no ensejo de reduzir
o tempo de enxertia, alguns enxertadores utilizam porta-enxertos muito juvenis, como idade entre
30 e 35 dias após a semeadura. Entretanto, o sucesso desse processo tem-se reduzido a pega da
enxertia de 60% a 70%, pois os diâmetros dos caules são finos, em média, com 0,35 a 0,45 cm e
requerem mais habilidade do enxertador. Também, requerem borbulhas de ramos menos
desenvolvidos para que os cortes coincidam com o diâmetro dos porta-enxertos mais jovens. Como
na maioria das vezes, essas gemas obtidas de ramos muito jovens, não estão aptas a reiniciarem
seu desenvolvimento no processo da enxertia, a percentagem de pegamento reduz bastante.
Contudo em porta-enxertos mais velhos, com 40 a 45 dias, esse método alcança percentagem de
pegamento igual ao da enxertia em fenda lateral.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
1ª etapa
O enxertador deve habituar-se a apoiar o porta-enxerto com a mão aberta, por trás da
zona do corte, no ato da retirada da placa. Para retirada dessa placa requer que se trabalhe
com canivete, amolado e muito bem afiado para diminuir danos aos tecidos e assim facilitar a
soldadura da enxertia. Tecidos amassados e com bordas irregulares e com formação dentada
e de patamares, dificultam justaposição das partes das partes enxertadas e a cicatrização dos
tecidos.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
2ª etapa
Retirada da borbulha do ramo produtivo e enxertia imediata da gema para que ela
não sofra desidratação, tendo-se o cuidado de não tocar na parte do corte para não ocorrer
contaminação. Portanto, essa operação só deve ser feita após a retirada da placa do porta-
enxerto.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
3ª etapa
4ª etapa
5ª etapa
6ª etapa
7ª etapa
Aos 45 dias após a enxertia, retira-se a fita do amarrio, tendo-se o cuidado para não
ferir a nova planta e procede-se à decapitação final do porta-enxerto com um corte a 2 cm
acima do ponto de enxerto.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
8ª etapa
Com mais 15 a 20 dias, a muda estará pronta para o plantio definitivo. Portanto, para
mudas enxertadas por borbulhia, em tubetes com 30 a 35 dias após a semeadura, pode-se
levá-las ao campo decorridos 90 a 95 dias após o plantio, mas com porta enxerto de 40 a 45
dias esse tempo aumenta para 100 a 110 dias após a semeadura. A sequência operacional da
enxertia por borbulhia é a mesma para os dois tipos de recipiente utilizados para o porta-
enxerto, ou seja, o que altera é a preferência, do viveirista, pelo tipo de recipiente sacola
plástica ou tubete.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
Lembrete
A desinfestação referida anteriormente é uma prática que deve ser adotada pelo
enxertador para o uso do canivete, principalmente após os cortes das partes envolvidas. É
muito comum a utilização de álcool de boa qualidade ou do hipoclorito de sódio diluído à 5% a
10%, conforme seja o risco da presença de patógenos.
2.3. Enxertia por borbulhia em placa
Informação adicional
Tanto para as sacolas plásticas quanto para os tubetes, as sequências das enxertias
descritas anteriormente são as mesmas.
As enxertias produzidas em tubetes são ao mesmo tempo um avanço tecnológico e
uma exigência ecológica. Em contraste ao volume de solo utilizado nas sacolas plásticas, nos
tubetes são utilizados apenas 200 g de substrato e com maior concentração de matéria
orgânica. Entretanto a enxertia realizada em tubetes demanda uma maior tecnificação para
seu emprego. Nesse processo, embora as mudas apresentem infinitamente maior número de
raízes secundárias e de pelos absorventes os quais são os verdadeiros responsáveis pelo
rápido estabelecimento da planta em campo, sofrem a restrição do comprimento da raiz
principal, em função do tamanho do tubete.
2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas
No período seco, que coincide com o segundo semestre do ano para o Nordeste,
com pouca chuva ou nenhuma, a planta de cajueiro paralisa seu desenvolvimento vegetativo
e entra na fase reprodutiva. Sendo, portanto, a época da produção do cajueiro. Nesse
período, o modelo de crescimento da planta se inverte e passa a predominar o crescimento
intensivo, rico em ramos florais, que se intensifica mais ainda porque deles surgem de 3 a 8
outros ramos quase sempre florais. Os poucos ramos vegetativos produzidos nessa época
seca do ano, geralmente são curtos e de má qualidade para utilização na enxertia por
garfagem lateral e de fenda cheia.
3. Escolha do tipo de enxertia
1) A enxertia por borbulhia utiliza ramos que possibilitam a retiradas de várias gemas ao
passo que as enxertias por garfagem lateral e garfagem em fenda cheia geralmente
utilizam ramos contendo uma única gema apical.
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia
4) O tempo para a execução da enxertia por borbulhia é mais demorado e exige mais
atenção do operador do que na execução da enxertia em garfagem lateral. Por sua vez, a
enxertia em garfagem lateral requer mais tempo que a enxertia em fenda cheia, ou seja,
se a única questão for o tempo, a enxertia em fenda cheia é mais vantajosa, por
demandar menos tempo para realização.
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia
5) A enxertia por borbulhia possibilita produzir mudas mais próximo da época do plantio do
cajueiro, que é recomendado que seja no início das águas para plantios de sequeiro. É a
prática mais generalizada. Enquanto isso, tanto para a enxertia em garfagem lateral quanto
para a enxertia em fenda cheia, a disponibilidade de propágulos no período seco é mínima,
salvo com a utilização do artifício da poda ou em caso de pomares irrigados, nos quais o
propágulo pode ser retirado em qualquer época do ano.
8) A enxertia por borbulhia, por não ser efetuada necessariamente com sombreamento,
requer menos movimentação das mudas que os outros dois tipos, os quais têm as
mesmas necessidades.
Resumo:
Vantagens comparativas entre as enxertias rotineiramente aplicadas no cajueiro.
Exige maior habilidade do enxertador Exige média habilidade Exige pouca habilidade
Viveiristas que não possuem sementes do clone CCP 06, utilizam frequentemente
outros clones como porta-enxertos, tais como os clones CCP 09 e CCP 76.
Vale lembrar que alguns resultados de trabalhos científicos apontam que mudas
enxertadas em porta-enxertos do clone CCP 09 apresentam maior tolerância aos solos com
alumínio.