1-Psicologia Experimental e Análise Do Comportamento

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

Duas formas distintas com as quais o ser humano se relaciona com a verdade:

➝ Senso comum: crenças populares, naturais produzidos por uma determinada cultura
➝ Conhecimento Científico: parte do princípio da análise de fatos cientificamente comprovados

➝ Hipóteses Pseudocientíficas = não são hipóteses falseáveis, são hipóteses absolutas.


➝ Hipóteses cientificas = validadas com base em um método científico

Pseudociência
Conjunto de teorias, métodos e afirmações com aparência científica, mas que partem de premissas
falsas e/ou que não usam métodos rigorosos de pesquisa.

Método cientifico
Perguntas ➜ observação ➜ hipótese
Hipótese tem de ser falseável (ser mostrada como falsa, refutável)
Experimentos ➜ análise de resultados ➜ conclusões ➜ comunicação

A falseabilidade foi desenvolvida inicialmente por Karl Popper nos anos 30 do século XX.
Para uma asserção ser refutável ou falseável, é necessário que haja pelo menos um experimento ou
observação factíveis que, fornecendo determinado resultado, implique a falsidade da asserção.

➝ Pesquisa aplicada: resolver problemas específicos


➝ Pesquisa básica: não possui um alvo pratico imediato

Objetivos da Pesquisa em Psicologia

● Faça você pensar como um cientista sobre o comportamento

● Compreender melhor como conduzir pesquisas.


- Permite o uso para testar hipóteses
- Permite resolver problemas práticos.

● Compreender melhor como avaliar pesquisas


- Envolve aprender como aplicar o pensamento crítico à pesquisa
- Como crítico, você aprende como fazer um julgamento informado sobre o valor de algo
- Essa crítica pode resultar em suporte ou crítica de uma teoria ou hipótese.

1|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Divisão triádica da Análise do Comportamento

● Behaviorismo radica: filosofia de ciência, da ciência do comportamento;


● Analise experimental do Comportamento: é a ciência em si, aplicada através de pesquisa básica,
desenvolvimento dos métodos, testagem das inferências propostas por essas filosofias. Campo de
testagem;
● Análise aplicada do Comportamento: campo onde promovem as intervenções em si.

Tradicional Behaviorismo
Objeto Consciência Comportamento
Método Introspeção Experimentação
Objetivos Psicologia como ciência Pragmático
Pressuposto Naturalista/monista/objetivista/evolucionista Dualista/imaterialista/idealista

O que é Análise Experimental do Comportamento


● Campo prático onde vamos orientar essa ciência.
● Busca compreender regularidade e previsão sobre determinado comportamento
● É experimental pois tem a origem na investigação do comportamento animal, prevê uma
manipulação de variáveis
● Objeto de estudo: o comportamento de algo. Dos organismos. Não só o comportamento humano.
(Histórico e material)

O que é Análise Aplicado do Comportamento (ABA)


● Campo da intervenção planejada dos analistas do comportamento
● Procura compreender as práticas profissionais tradicionais
● Envolve o contato com o cotidiano
● Volta ao campo da pesquisa básica
● Relevância Social
● Menor controle experimental

2|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
O Behaviorismo
Revisão histórica
➝ Watson considerado o pai do behaviorismo.
➝ 1913 publica o artigo “A Psicologia como o Behaviorista a vê”, conhecido hoje como “Manifesto
Behaviorista”.

➝ Watson define a Psicologia Comportamental como a “teoria e método de investigação


psicológica que procura examinar do modo mais objetivo o comportamento humano e dos animais,
com ênfase nos fatos objetivos (estímulos e reações), sem fazer recurso à introspecção.

➝ Watson passa a realizar os experimentos antes feitos em animais, agora em seres humanos.
Ele propõe um capo teórico chamado de psicologia comportamental.

➝ Defende que se conseguisse controlar as variáveis, manipular o ambiente, transforma a vida de


quem ele quiser. Deixa de lado características inatas, culturais etc.

Behaviorismo poderia significar: filosofia, método, explicação, técnica até mesmo uma posição
político

Origem Behaviorismo Skinneriano


● Radical porque a psicologia deve-se voltar para absolutamente para a produção de
comportamento.
● Pesquisa sobre noção de reflexo
● Comportamento voluntário: comportamento operante
● Interesse pela intervenção social
● Colocar de lado o determinismo sobre o sujeito de Watson, por exemplo, que ignora alguns fatores
importante do contexto do indivíduo.

Sobre o Behaviorismo:
● Sujeito experimental
● Comportamento em si é material
● Tem medidas próprias
● Tem ênfase nas consequências

Behaviorismo radical seria então a filosofia por traz da ciência que busca explicar todas essas
questões relacionadas ao comportamento. Comportamento: unidade básica de investigação

Behaviorismo afirma que o comportamento humano é algo que pode ser estudado e ajustado,
semelhante a outras ciências, como a química ou a biologia, onde objetos e materiais podem ser
testados e modificados na tentativa de ver se uma determinada hipótese ou crença é verdadeira.

O behaviorismo radical dá um passo adiante e afirma que uma ciência do comportamento pode
ser uma ciência natural. É isso que torna o behaviorismo radical “radical”, escreve William Baum.
Existe uma mudança de paradigma entre o condicionamento respondente e o condicionamento
operante.
3|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Capítulo 1 - Princípios básicos de análise do comportamento

“O reflexo inato”
Reflexos inatos = São os reflexos que fazem parte do nosso repertório comportamental. Não
necessitam de aprendizagem.

Comportamento = Sempre interação entre organismo (respostas) e ambiente (estímulos). ações de


organismo que provocam alterações no ambiente.

Ambiente = O termo ambiente envolve estímulos públicos e privados, físicos e sociais; qualquer
aspecto do ambiente que esteja influenciando o organismo.

O caráter relacional do comportamento


O termo comportamento descreve sempre uma relação
Descreve uma relação ou interação entre atividades do organismo, que são chamadas
genericamente de respostas, e eventos ambientais, que são chamados genericamente de estímulos.

● Reflexo: relação entre estímulo e resposta. Interação entre um organismo e seu ambiente.
● Estímulo: alteração no ambiente que produz alteração no organismo
● Resposta: alteração no organismo produzida por uma alteração no ambiente

Experimento de Pavlov: Estudava a resposta do tipo de nervo que provoca salivação do cachorro.

↱ Produz
● Estimulo elicia (➝) uma resposta.
● Intensidade = se refere a grandeza do estimulo (força ou quantidade do estímulo)
● Magnitude = se refere a grandeza da resposta (força ou quantidade da resposta)

Leis que regem nossos reflexos


A lei da intensidade-magnitude Em um reflexo, quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a
magnitude da resposta.
(Exemplo de aumentar a magnitude da resposta: aproximar o rato da criança)

A lei do limiar Pressupõe que existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a
resposta seja eliciada.

A lei da latência O tempo que decorre entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da


resposta. Quanto mais intenso um determinado estimulo, mais rápido o organismo responde

Efeitos de eliciações sucessivas da resposta


● Habituação – Quando um estimulo é apresentado várias vezes em curtos intervalos de tempo, na
mesma intensidade, podemos observar uma diminuição na magnitude da resposta.

● Sensibilização – À medida em que eliciações sucessivas ocorrem, a magnitude da resposta


aumenta.
4|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Capítulo 2 - Princípios básicos de análise do comportamento

“O reflexo aprendido: Condicionamento Pavloviano”

Estímulo Neutro (NS) | Estímulo Condicionado (CS) | Estímulo Incondicionado (US)

Reflexos aprendidos – O que é condicionado pela técnica clássica do Pavlov.


Escolho algum tipo de reflexo, identifico algum estimulo que é incondicionado, estabeleço uma
relação com estimulo neutro e através do emparelhamento, vou eliciar a resposta incondicionada.
Após o condicionamento, o estimulo neutro torna-se condicionado.

Generalização
Após um condicionamento, estímulos que se assemelham fisicamente ao estimulo condicionado
podem passar a eliciar a resposta condicionada em questão.
(Exemplo: Pomba, galo, galinha, papagaio...)

Extinção respondente
Se não apresenta o estimulo incondicionado, observa-se o decréscimo da magnitude da resposta.
Estimulo condicionado perde-se totalmente.

Contracondicionamento
A partir de um determinando estimulo condicionado (CS), o contracondicionamento seria emparelhar
esse CS (estímulo condicionado) a outro estimulo que elicie relaxamento.

Dessensibilização Sistemática
Técnica com base na generalização; consiste em dividir o procedimento de extinção em pequenos
passos.

O que acontece se emparelharmos estímulos neutros (novo estímulo) a estímulos condicionados


(estimulo aprendido)?
Condicionamento de ordem superior. Quanto mais alta a ordem do reflexo condicionado, menor a
sua força (magnitude).

Fatores que influenciam o condicionamento pavloviano


● Frequência de Emparelhamento – quanto mais frequentemente o CS é emparelhado com o US,
mais forte será a resposta condicionada.
● Tipo de Emparelhamento – Respostas condicionadas mais fortes surgem quando o NS é
apresentado antes do US e permanece durante sua apresentação. Quando o US é apresentado
antes do NS, as respostas reflexas condicionadas são mais fracas ou mesmo há uma menor
probabilidade de que ocorra o condicionamento.
● Intensidade do Estímulo incondicionado – Um US intenso leva a um condicionamento mais rápido.
● Grau de predição do estímulo neutro – Para que haja condicionamento, não basta que ocorra
apenas o emparelhamento NS –US repetidas vezes. O NS deve ser preditivo da ocorrência da US

5|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Capítulo 3 - Princípios básicos de análise do comportamento

“Aprendizagem por reforçamento”

● No estudo do comportamento operante a seleção dos comportamento se dá por meio das


consequências, ou seja, das modificações que ocorrem no ambiente quando nos comportamos de
uma dada maneira. Sendo assim, as consequências também regulam o nosso próprio
comportamento.
● Comportamentos Operantes = Envolvem aprendizagem

● No comportamento respondente – Ocorre um estimulo no ambiente para observar mudança no


organismo.

Condicionamento Respondente Condicionamento Operante


Passivo (involuntário) Ativo (voluntário)
Estimulo ➝ resposta Resposta ➝ consequência
S➝R S➝R➝C

Reflexo Contingencia
Relação estimulo resposta Relação entre resposta e consequência

No comportamento operante, organismo opera sobre o ambiente, produzindo consequências.


Sendo assim o paradigma apresentado por Skinner é:
R➝C
Comportamento ➝ consequência ➝ ...

O comportamento operante é influenciado (controlado) por suas consequenciais. Pode vir a


acontecer ou não.
Influenciado – probabilístico. Pode não ter resposta nenhuma ou magnitudes diferentes.
Controlado – se existem influencias, também controlam esse comportamento.

Consequência reforçadora – consequência do comportamento que aumenta sua probabilidade


futura.
↱ Relação entre resposta e consequência
Contingência de três termos

A contingência que descreve o comportamento operante discriminado é composto por três termos:
AS ➝ R ➝ SC

● AS é estimulo antecedente

● R representa a resposta

● SC estímulo consequente
6|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Modelagem ≠ Modelação

Modelagem: ensinar ao organismo um comportamento novo.


Aqui, os comportamentos são gradualmente selecionados por suas consequências.

Modelação: Aprendizagem por observação de modelos


O comportamento de um organismo tem a sua possibilidade alterada em decorrência da
observação do comportamento de outro organismo e da consequência que esse produz.

➝ Quando aumento a chance de um comportamento ocorrer, diminuo a frequência de outros


comportamentos.

Estímulo Reforçador
São alterações no ambiente que constituem as consequências reforçadoras.
(No caso do rato, a consequência reforçadora é a água e o estímulo reforçador é a água
propriamente dita.)

Extinção Operante
Diminuição da frequência do comportamento até seu nível operante.
Com a suspensão do reforçamento.

Efeitos da Extinção Operante


- Aumento da frequência pode ser observado inicialmente.
- Aumento da variabilidade da topografia da resposta
- Evocação de respostas emocionais

O que torna a extinção de alguns comportamentos mais resistentes?


● Quantidade de vezes em que houve a contingência de reforço
● Intermitência do reforçamento: comportamento que ora é reforçado e ora não
● Custo da resposta: quanto mais esforço é necessário para emitir um comportamento, menor será
a sua resistência à extinção. Se for mais difícil, desisto mais rápido.
7|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Capítulo 4 - Princípios básicos de análise do comportamento

“Aprendizagem do comportamento”

Termo Controle – significa que a probabilidade de ocorrência do comportamento depende das


modificações que ele causa no ambiente. Se uma determinada consequência altera a
probabilidade de ocorrência de um comportamento, dizemos que ela controla o comportamento
que a produz.

➝ Reforçar ou punir não tem relação com ser bom ou ruim, assim como o positivo e negativo.

Reforço – manutenção ou aumento da probabilidade de manutenção do comportamento


Reforçamento: procedimento da apresentação desse estímulo (reforçador).

Reforçamento negativo X Reforçamento positivo


Ambos controlam nossos comportamentos. Ambos podem aumentar a ocorrência de respostas. Mas
o reforçamento positivo não é coercitivo
➝ Reforçamento negativo – remove um evita um estímulo reforçador
➝ Reforçamento positivo – a modificação produzida no ambiente é sempre a adição de um estímulo
como consequência da resposta.

Controle aversivo diz respeito ao aumento da frequência de um comportamento através de


reforçamento negativo e à diminuição na frequência do comportamento por punição positiva ou
negativa

Estímulos Aversivos
Os estímulos aversivos são os estímulos que ocorrem nas contingências de reforçamento negativo
● Incondicionados – são característicos do nível filogenético, “o organismo evoluiu e se adaptou
para...” (altas temperaturas, choque, luz intensa, som alto, dor...)
● Condicionados – são característicos do nível ontogenético, ou seja, surgem na história do
indivíduo. (brigas, broncas, aviões, críticas, palhaço, fogão...)

Como sabemos se o estímulo é aversivo?


● O que determina se um estímulo é aversivo ou não é a tendência da pessoa em fugir ou esquivar
desse estímulo.
● Quando elicia reflexos (comportamentos respondentes) como medo, ansiedade... que podem
afetar as respostas operantes.

O que é fuga e o que é esquiva?


● Fuga: fugir realmente de algo
● Esquiva: evitação de algo antes de acontecer.
Aprendemos primeiro o comportamento de fuga.

8|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento
Extinção
Quando suspendemos (encerramos) o reforçamento de um comportamento, verificamos que a
frequência de sua ocorrência diminui, retornando ao seu nível operante, isto é, retornando à
frequência com que ocorria antes de ter sido reforçado (nível operante).
Extinção vem de uma relação de reforçamento. Existe um estímulo reforçador que é interrompido (No
caso do rato, por exemplo, é a água.)

Punição
Algumas consequências do comportamento tornam sua ocorrência menos provável. Essas
consequências são chamadas de punição positiva e negativa. Punição, em outras palavras, é um
tipo de consequência do comportamento que torna a sua ocorrência menos provável

● Punição = diminuição da probabilidade da ocorrência de um dado comportamento.

Positiva e Negativa
A distinção entre punição positiva e negativa consiste na mesma distinção feita com relação ao
reforçamento positivo e negativo: se um estímulo é acrescentado ou subtraído do ambiente. Tanto
a punição positiva quando a negativa diminuem a probabilidade de o comportamento que as
produziu voltar a ocorrer.

● Punição positiva quando é acrescentado o estímulo aversivo


● Punição negativa quando a retirada de um estímulo do ambiente.

Punição x Extinção

➝ Os dois casos são similares porque, em ambos, não se tem acesso a reforçadores outrora
disponíveis. Entretanto, na extinção um comportamento produzia uma consequência reforçadora e,
por algum motivo, esta deixa de ocorrer – o que é diferente da punição negativa.

➝ Outra diferença entre punição e extinção está no processo. A punição suprime rapidamente a
resposta enquanto a extinção produz uma diminuição gradual na frequência da resposta.

Como identificar se é uma punição ou um reforço:


● 1ª devemos observar se o estímulo aumenta ou diminui a probabilidade de frequência do
comportamento em questão.
Se aumenta ➝ reforço
Se diminui ➝ punição
● 2ª avaliar se é positivo ou negativo
Será positivo ➝ quando algo é acrescentado ao ambiente
Será negativo ➝ quando algo é subtraído do ambiente

9|P ági na
Luciana Supino – 6º Semestre – Psicologia Experimental e Análise do Comportamento

Você também pode gostar