Segunda-feira, 5 de Julho de 2021 I SÉRIE —

­ Número 127

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. nas estradas concessionadas à Rede Viária de Moçambique, SA,
através do Decreto n.º 93/2019, de 17 de Dezembro.
AVISO Art. 2. É autorizado o Ministro das Obras Públicas, Habitação
e Recursos Hídricos a celebrar, em nome do Governo, a Adenda
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve
ao Contrato de Concessão, celebrado ao abrigo do Decreto
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma
n.º 93/2019, de 17 de Dezembro, com a Sociedade Rede Viária
por cada assunto, donde conste, além das indicações
de Moçambique, SA.
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, Art. 3. O presente Decreto entra em vigor na data da sua
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim publicação.
da República».
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 15 de Junho
de 2021.
Publique-se.
SUMÁRIO O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

Conselho de Ministros:
Decreto n.º 46/2021: Decreto n.º 47/2021
Integra as Estradas R453: Macia – Praia de Bilene, N101: Macia
de 5 de Julho
– Chókwè e R448: Chókwè-Macarretane no conjunto
de estradas concessionadas à Rede Viária de Moçambique, Havendo necessidade de alterar a designação, bem como
SA, através do Decreto n.º 93/2019, de 17 de Dezembro. atribuições e competências do Instituto Nacional dos Transportes
Terrestres, criado pelo Decreto n.º 32/2011, de 12 de Agosto,
Decreto n.º 47/2021:
e ajustar a autonomia, regime orçamental, organização,
Cria o Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários, Instituto funcionamento e gestão, criando o órgão regulador dos transportes
Público, abreviadamente designado por INATRO, I.P rodoviários, ao abrigo do disposto no número 1 do artigo 82 da Lei
e revoga o Decreto n.º 32/2011, de 12 de Agosto, bem como n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro, o Conselho de Ministros decreta:
o Estatuto Orgânico do INATTER alterado pelo Decreto
n.º 15/2014, de 26 de Março e Decreto n.º 39/2015, de 31 Artigo 1
de Dezembro.
(Criação)
Decreto n.º 48/2021: É criado o Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários,
Ajusta a organização e funcionamento do Fundo de Desenvolvi- Instituto Público, abreviadamente designado por INATRO, I.P.
mento dos Transportes e Comunicações, F.P. abreviadamente
Artigo 2
designado por FTC, F.P., criado pelo Decreto n.º 38/2010,
de 15 de Setembro. (Natureza)
O INATRO, I.P., é um instituto público, da categoria A, dotado
de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira
e patrimonial.
CONSELHO DE MINISTROS
Artigo 3
Decreto n.º 46/2021
(Objecto)
de 5 de Julho O INATRO, I.P., tem por objecto regular, fiscalizar
Havendo necessidade de integrar as Estradas R453 Macia e supervisionar as actividades desenvolvidas no ramo dos
– Praia de Bilene, N101 Macia – Chókwè e R448 Chókwè- transportes rodoviários, visando satisfazer as necessidades
Macarretane no conjunto de estradas concessionadas à Rede de mobilidade de pessoas e bens, com garantia de segurança,
Viária de Moçambique, SA, através do Decreto n.º 93/2019, qualidade e dos direitos dos utilizadores dos transportes rodoviário.
de 17 de Dezembro, no uso das competências atribuídas pela
Artigo 4
alínea f) do n.º 1 do artigo 203 da Constituição da República,
o Conselho de Ministros decreta: (Âmbito e Sede)
Artigo 1. São integradas as Estradas R453: Macia – Praia O INATRO, I.P., desenvolve as suas actividades em todo
de Bilene, N101: Macia – Chókwè e R448: Chókwè-Macarretane território nacional e tem a sua sede na Cidade de Maputo, podendo
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abrir ou encerrar delegações regionais e provinciais ou outras d) aprovar a contratação de empréstimos externos e internos
formas de representação, mediante autorização do Ministro correntes com a obrigação de reembolso até dois anos;
que superintende a área dos transportes, ouvido o Ministro que e) ordenar a realização de inspecções financeiras;
superintende a área das finanças e o representante do Estado na f) praticar outros actos de controlo financeiro nos termos
Província em que a delegação ou a representação é criada. do Decreto de criação e demais legislação aplicável.

Artigo 5 Artigo 6
(Tutela) (Atribuições)
1. O INATRO, I.P. é tutelado sectorialmente pelo Ministro São atribuições do INATRO, I.P.:
que superintende a área dos transportes e financeiramente pelo a) regulação, fiscalização e monitoria da concessão dos
Ministro que superintende a área das finanças. contratos públicos de transporte rodoviários;
2. A tutela sectorial compreende a prática dos seguintes actos: b) regulação das actividades de transportes rodoviários e
a) aprovar as políticas gerais, os planos anuais e plurianuais, complementares, designadamente autorizar, licenciar
bem como os respectivos orçamentos; e fiscalizar as entidades do ramo no exercício dessas
b) aprovar o Regulamento Interno; actividades;
c) propor o quadro de pessoal para aprovação pelo órgão c) promoção de pesquisas e estudos específicos de tráfego
competente; e de demanda de serviços de transportes rodoviários;
d) proceder ao controlo do desempenho, em especial d) assessoria ao governo na definição, implementação
quanto ao cumprimento dos fins e dos objectivos e avaliação de políticas do ramo dos transportes
estabelecidos; rodoviários, garantindo a sua coordenação interna
e) revogar ou extinguir os efeitos dos actos ilegais com subsistemas de circulação e segurança rodoviária,
praticados pelos órgãos do instituto, nas matérias de e delinear estratégias de articulação intermodal;
sua competência; e) elaboração de políticas de formação no ramo dos
f) exercer acção disciplinar sobre os membros dos órgãos transportes rodoviários e fiscalização da sua aplicação;
do instituto, nos termos da legislação aplicável; f) fiscalização das tarifas aplicadas pelos operadores
g) ordenar a realização de acções de inspecção, fiscalização e concessionários dos transportes rodoviários;
ou auditoria dos actos praticados pelos órgãos; g) aprovação, homologação e certificação de veículos
h) ordenar a realização de inquéritos ou sindicâncias aos e equipamentos afectos aos sistemas de transporte
serviços; rodoviário, garantindo a segurança exigida;
i) propor à entidade competente a nomeação do órgão h) inspecção e fiscalização dos operadores do ramo dos
máximo do instituto, nos termos previstos no presente transportes rodoviários, escolas de condução, centros
decreto e na legislação aplicável; de exames e de inspecções de veículos automóveis
j) aprovar todos os actos que carecem de autorização prévia e reboques, fabricantes de chapas de matrícula,
da tutela sectorial; incluindo a aplicação de penalidades aos infractores;
k) propor ao governo a definição, implementação i) coordenação das actividades de circulação, sinalização,
e avaliação de políticas para o sector dos transportes fiscalização e segurança dos transportes rodoviários;
assegurando a sua coordenação interna com os j) garantia da representação do estado moçambicano em
subsistemas de circulação e segurança rodoviária, organismos internacionais dos transportes rodoviários;
delineando estratégias de articulação intermodal; k) elaboração do quadro normativo e regulamentar de acesso
l) propor à tutela financeira, planos de investimento à actividade, à profissão e ao mercado dos transportes
e contratação de créditos comerciais; rodoviários de passageiros e de mercadorias e garantir
a sua aplicação;
m) prestar informações ao Governo no exercício dos seus
l) fiscalização da aplicação eficaz e eficiente de padrões
poderes de concedente de serviços públicos através da
de qualidade na formação de profissionais de
elaboração de normas reguladoras das concessões de
transportes rodoviários;
exploração e do acompanhamento e realização de todos
m) certificação dos profissionais de transportes rodoviários;
os procedimentos conducentes à outorga de contratos
n) definição das condições de emissão, revalidação, troca
de concessão ou de outros contratos de fornecimento de
e apreensão de títulos de condução e certificados dos
serviço público no âmbito dos transportes rodoviários;
profissionais dos transportes rodoviários;
n) criar e extinguir as Delegações Regionais e Provinciais
o) avaliação e fiscalização, no âmbito das suas atribuições,
e outras formas de representação, ouvido o Ministro
a eficiência e qualidade dos serviços de transportes
que superintende a área das finanças e o representante
públicos de passageiros;
do Estado;
p) actuação como instância de recurso, para as matérias
o) criar unidades técnicas com autonomia para tratamento
do directório de rede de transporte rodoviário;
de matérias específicas de segurança.
q) elaboração de normas de formação do candidato
p) praticar outros actos de controlo de legalidade.
à obtenção da carta de condução, estabelecendo
3. A tutela financeira compreende os seguintes actos: seu conteúdo didáctico-pedagógico, carga horária,
a) aprovar os planos de investimento; avaliações e exames de condução de veículos;
b) aprovar a alienação de bens próprios nos termos da r) realização de campanhas de educação e segurança
legislação aplicável; rodoviária;
c) proceder ao controlo do desempenho financeiro, em s) apreciação e decisão sobre os recursos interpostos pelos
especial quanto ao cumprimento dos fins e dos contraventores rodoviários;
objectivos estabelecidos e quanto à utilização dos t) organização e manutenção dos registos de condutores
recursos postos à sua disposição; e de veículos automóveis;
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u) organização da estatística geral de trânsito definindo t) aprovar os projectos de sinalização rodoviária e demais
os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos aspectos de segurança nos transportes rodoviários;
e promover a sua divulgação; u) registar e controlar os autos de contravenções
v) realização de estudos de investigação de acidentes e de acidentes de viação;
rodoviários; v) divulgar relatórios periódicos sobre contravenções
w) desempenho das demais atribuições que lhe sejam e acidentes de viação;
atribuídas por lei. w) supervisionar os contratos de concessão e fazer cumprir
as regras e obrigações que lhe são aplicáveis nos
Artigo 7 termos da lei.
(Competências)
Artigo 8
Compete ao INATRO, I.P.:
(Órgãos)
a) elaborar e promover estudos aplicados às definições
de tarifas, preços, fretes, em confronto com os custos São órgãos do INATRO, I.P.:
e os benefícios económicos transferidos aos usuários a) Conselho de Administração;
pelos investimentos realizados; b) Conselho Fiscal;
b) promover a criação e funcionamento do sistema c) Conselho Técnico; e
de regulação do mercado do transporte rodoviário, d) Conselho Consultivo.
atendendo às especificidades de cada um dos
subsectores que o integram; Artigo 9
c) elaborar e promover estudos sobre segurança rodoviária (Composição, nomeação e mandato do Conselho
garantindo qualidade e direitos dos transportadores de Administração)
rodoviários;
1. O Conselho de Administração tem a seguinte composição:
d) aprovar marcas, modelos, equipamentos, acessórios
e classificação de veículos automóveis e reboques; a) Presidente do Conselho de Administração;
e) atribuir matrículas a motociclos, veículos automóveis b) dois Administradores para as áreas Técnica
e reboques bem como a respectiva chapa de matrícula; e Administração.
f) emitir cartas de condução, documentos de identificação de 2. O Presidente do Conselho de Administração é nomeado pelo
veículo e licença de transporte com pesos e dimensões Conselho de Ministros sob proposta do Ministro que superintende
anormais ouvida a administração nacional de estradas; a área dos transportes.
g) proceder a inibição temporária ou definitiva da faculdade 3. Os Administradores são selecionados em concurso publico
de conduzir veículos automóveis, verificados os aberto para o efeito e nomeados pelo Ministro de tutela sectorial.
pressupostos legais para o efeito; 4. O Presidente do Conselho de Administração
h) enviar aos tribunais de polícia os autos de transgressão e os Administradores são designados por um mandato individual
cujas multas não tenham sido pagas; de quatro anos, podendo ser renovável uma única vez.
i) realizar, em coordenação com outras entidades 5. O mandato do Presidente do Conselho de Administração
de fiscalização, as actividades de prevenção e e dos Administradores pode cessar antes do seu termo por
investigação das causas dos acidentes de viação; decisão fundamentada da entidade competente para os nomear,
j) realizar inspecções periódicas de veículos automóveis com base em justa causa, sem direito a qualquer indemnização
e reboques; ou compensação.
k) definir as características técnicas, normas e padrões 6. Podem ser convidados a participar das sessões do Conselho
de segurança de veículos automóveis, equipamentos de Administração outros titulares de unidades orgânicas de acordo
e acessórios; com a matéria a ser abordada mediante autorização do Presidente
l) promover o fluxo ininterrupto de transporte de passageiros do Conselho de Administração.
e de mercadorias a nível nacional e regional; 7. O Conselho de Administração reúne-se em sessão ordinária,
m) licenciar escolas de condução, centros de exames quinzenalmente e, extraordinariamente quando for convocado
e de inspecções de veículos automóveis e reboques, pelo respectivo Presidente.
fabricantes de chapas de matrícula;
n) assegurar a gestão dos registos nacionais do ramo dos Artigo 10
transportes, designadamente de veículos, centros (Competências do Conselho de Administração)
de inspecção de veículos, condutores, escolas de 1. O Conselho de Administração é o órgão de coordenação
condução, empresas transportadoras e actividades e gestão das actividades dirigido pelo Presidente do Conselho
complementares; de Administração.
o) cobrar as multas impostas por contravenções rodoviárias; 2. Compete ao Conselho de Administração:
p) regular e conduzir a realização de exames de condução
a) elaborar os planos anuais e os respectivos orçamentos,
teóricos e práticos.
plurianuais de actividades e assegurar a respectiva
q) certificar, no âmbito da conformidade regulamentar, execução;
a sinalização rodoviária, triângulos de pré-sinalização, b) acompanhar e avaliar sistematicamente a actividade
colectes reflectores, marcas reflectivas, sistemas desenvolvida, designadamente a utilização dos meios
de retenção auxiliares, avisadores luminosos e outros postos à sua disposição e os resultados atingidos;
acessórios. c) elaborar o relatório de actividades;
r) proceder a cassação da carta de condução, verificados d) elaborar o balanço, nos termos da legislação aplicável;
os pressupostos legais para o efeito; e) autorizar a realização das despesas e a contratação
s) fiscalizar os contratos de concessão do ramo de serviços de assistência técnica nos termos da
de transportes rodoviários; legislação aplicável;
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f) convocar e presidir as reuniões do Conselho i) aprovar abertura de concursos de ingresso, homologar

de Administração e assegurar o seu funcionamento; os resultados e nomear os respectivos candidatos
g) aprovar os projectos dos regulamentos previstos à funcionários do INATRO, I.P.;
ao estatuto orgânico e os que sejam necessários j) submeter ao Ministro que superintende a área dos
ao desempenho das atribuições; transportes os assuntos que requeiram a sua aprovação;
h) praticar os demais actos de gestão decorrentes k) emitir despachos, circulares, ordens de serviço, avisos
da aplicação do estatuto orgânico necessários ao bom e instruções técnicas e outras formas de aplicação
funcionamento dos serviços; de políticas e legislação pertinentes na realização
i) estudar e analisar quaisquer outros assuntos de actividades do INATRO, I.P.;
de natureza técnica e científicos relacionados com l) assinar contratos necessários no âmbito da sua
o desenvolvimento das actividades do instituto; competência;
j) harmonizar as propostas dos relatórios do balanço m) ordenar a inibição da faculdade de conduzir;
periódico do Plano Económico e Social; n) ordenar a cassação da carta de condução;
k) propor a apreciação do Ministro de tutela sectorial, o) ordenar a cassação do Alvará às escolas de condução,
as políticas e estratégias relativas a emissão, renovação fabricantes de chapas de matrículas;
cancelamento e revogação de licenças de concessão p) executar outros actos administrativos de gestão
de exploração de serviços, inspecção de veículos e administração do INATRO, I.P.;
automóveis, reboques e outros equipamentos q) ordenar a remoção da sinalização rodoviária que atente
circulantes, bem como a prorrogação de prazos contra a segurança rodoviária, bem como orientar
de vigência de concessões e posterior submissão a colocação da sinalização recomendada;
a aprovação pelo órgão competente; r) promover a realização periódica de reuniões regionais,
l) propor apreciação do Ministro de tutela sectorial provinciais, seminários nacionais de trânsito rodoviário,
as estratégias relativas a emissão, renovação, bem como propor a representação de Moçambique em
cancelamento, e revogação de licenças de concessão reuniões internacionais;
e exploração de serviços de produção e distribuição s) propor acordos de cooperação com organismos
de chapas de matriculas. internacionais, com vista ao aperfeiçoamento das
m) ordenar a realização de acções de exames de condução acções inerentes a segurança e educação rodoviária;
nos transportes rodoviários; t) instaurar e instruir processos de inquérito e levantar autos
n) deliberar sobre esclarecimentos resultantes da aplicação de transgressão relativamente à actividade de ensino e
das normas e regulamentos no âmbito dos transportes exames de condução e de certificação de profissionais
rodoviários; de transporte.
o) apreciar a proposta de plano de investimentos a submeter u) nomear e exonerar delegados regionais, provinciais,
à aprovação dos Ministros que superintendem as áreas chefes de departamentos, chefes de gabinete e chefes
dos transportes e das finanças; de repartição;
p) propor o regulamento interno e submeter a aprovação v) designar um substituto dentre um dos administradores
do Ministro que superintende a área dos transportes; para o representar em caso de impedimento ou
q) propor as carreiras profissionais e quadro de pessoal; ausência;
r) aprovar as normas necessárias para o funcionamento w) realizar outras actividades que lhe sejam acometidas por
do INATRO, I.P. desde que não implique impactos lei ou estatuto orgânico.
orçamentais robustos;
s) exercer outros poderes que constem do diploma Artigo 12
de criação, do estatuto orgânico e demais legislação (Conselho Fiscal)
aplicável.
1. O Conselho Fiscal é o órgão responsável pelo controlo
Artigo 11
da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira e
(Competências do Presidente do Conselho de Administração) patrimonial, composto por três membros, sendo um Presidente,
Compete ao Presidente do Conselho de Administração: que representa o Ministério que superintende a área das finanças
e dois vogais, representando as áreas da função pública e dos
a) dirigir o INATRO, I.P.;
transportes, respectivamente.
b) convocar e presidir as reuniões do Conselho
2. Os membros do Conselho Fiscal são nomeados por
de Administração e assegurar o funcionamento regular Despacho Conjunto dos Ministros que superintendem as áreas
do INATRO, I.P.; das finanças, função pública e transportes.
c) executar e fazer cumprir a lei, as resoluções 3. O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de três anos,
e as deliberações do Conselho de Administração; renovável uma única vez.
d) coordenar a elaboração do plano anual e actividade 4. O Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente uma vez em
do INATRO, I.P.; cada trimestre.
e) exercer os poderes de direcção e gestão do INATRO, I.P; 5. Os membros do Conselho fiscal têm direito à senha
f) exercer autoridade administrativa e disciplinar do pessoal de presença por cada sessão em que estejam presentes.
afecto ao INATRO, IP.; 6. O valor da senha de presença por sessão é fixado por
g) representar o INATRO, I.P. em juízo ou fora dele; despacho único dos Ministros que superintendem as áreas das
h) controlar a arrecadação de receitas do INATRO, I.P. finanças e da função publica, tendo em conta as categorias
e das concessões rodoviárias; do instituto e a política salarial em vigor no aparelho do Estado.
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Artigo 13 Artigo 14
(Competências) (Conselho Técnico)
1. Compete ao Conselho Fiscal: 1. O Conselho Técnico é o órgão de consulta intersectorial
a) acompanhar e controlar com regularidade o cumprimento dirigido pelo Presidente do Conselho de Administração.
das leis e Decretos aplicáveis, a execução orçamental, 2. Compete ao Conselho Técnico:
a situação económica, financeira e patrimonial; a) apreciar e emitir pareceres sobre propostas de medidas
b) analisar a contabilidade do INATRO I.P.; com vista ao apoio, incentivo e promoção dos
c) proceder à verificação prévia e emitir o respectivo parecer transportes rodoviários;
sobre o orçamento, suas revisões e alterações, bem b) estudar e propor formas adequadas de coordenação
como sobre o plano de actividades na perspectiva da técnica com outros organismos;
sua cobertura orçamental; c) propor medidas mais adequadas sobre a circulação,
d) emitir parecer sobre o relatório de gestão de exercício fiscalização e segurança dos transportes rodoviários;
e contas de gerência, incluindo documentos d) analisar problemas que lhes sejam submetidos relativos
de certificação legal de contas; ao desenvolvimento dos transportes rodoviários;
e) emitir parecer sobre a aquisição, arrendamento, alienação e) avaliar a implementação de políticas, estratégias,
e oneração de bens imóveis; programas e demais instrumentos no âmbito
f) emitir parecer sobre a aceitação de doações, heranças da mobilidade e segurança de pessoas e bens.
ou legados; 3. O Conselho Técnico tem a seguinte composição:
g) emitir parecer sobre a contratação de empréstimos; a) um representante do Ministério que superintende a área
h) manter o Conselho de Administração informado sobre dos Transportes;
os resultados das verificações e exames que proceda; b) um representante do Ministério que superintende a área
i) elaborar relatórios da sua acção fiscalizadora, incluindo da Polícia Trânsito;
um relatório anual global; c) um representante do Ministério que superintende a área
j) propor ao Ministro da tutela financeira, e Conselho de Estradas;
de Administração a realização de auditorias externas, d) um representante do Ministério que superintende a área
quando isso se revelar necessário ou conveniente; de Educação;
k) verificar, fiscalizar e apreciar a legalidade da organização e) um representante do Ministério que superintende a área
e funcionamento do INATRO, I.P.; da Saúde;
l) avaliar a eficiência, eficácia e efectividade dos processos f) um representante do Ministério que superintende a área
de descentralização de competências e verificar da Defesa Nacional;
o funcionamento do instituto; g) um representante do Ministério que superintende a área
m) verificar a eficácia dos mecanismos e técnicas adoptadas da Administração Local;
pelo INATRO, I.P. para o atendimento e prestação de h) um representante do Ministério que superintende a área
serviços públicos; de Recursos Minerais e Energia;
n) fiscalizar a aplicação do estatuto orgânico, do Estatuto i) um representante do Ministério que superintende a área
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado e demais do Ambiente;
legislação relativa ao pessoal, ao procedimento j) um representante da área de Migração;
administrativo e ao funcionamento, e outra legislação k) um representante da área das Alfândegas;
de carácter geral aplicável à Administração Pública; l) um representante da área de Estatística;
o) aferir o grau de resposta do INATRO, I.P. às solicitações m) um representante da área de Normalização e Qualidade.
dos cidadãos ou do público que demanda os serviços; 4. Podem ser convidados a participar das sessões do
p) averiguar o nível de alinhamento dos planos Conselho Técnico outros técnicos de acordo com a matéria a
de actividades adoptados e implementados com ser abordada mediante autorização do Presidente do Conselho
os objectivos e prioridades do Governo; de Administração.
q) aferir o grau de observância das instruções técnicas 5. O Conselho Técnico reúne ordinariamente duas vezes por
e metodológicas emitidas pelo Ministro que ano e extraordinariamente sempre que se mostre necessário, por
superintende a área dos transportes; iniciativa do Presidente do Conselho de Administração.
r) aferir o grau de alcance das metas periódicas definidas
Artigo 15
pelo INATRO, I.P., bem assim, pelo Ministro que
superintende a área dos transportes; (Conselho Consultivo)
s) pronunciar-se sobre os assuntos que lhe sejam submetidos 1. O Conselho Consultivo é um órgão de consulta
pelo Conselho de Administração, pelo Tribunal e coordenação do INATRO, I.P., dirigido pelo Presidente
Administrativo e pelas entidades que integram sistema do Conselho de Administração.
de controlo interno da administração financeira do 2. Compete ao Conselho Consultivo:
Estado. a) analisar o funcionamento do INATRO, I.P;
2. Os membros do Conselho Fiscal participam obrigatoriamente b) propor estratégias de desenvolvimento do INATRO, I.P.;
nas reuniões do Conselho de Administração, em que se aprecia o c) apreciar o plano e orçamento do INATRO, I.P.;
relatório e contas e a proposta de orçamento. d) apreciar o Balanço e Contas do INATRO, I.P.;
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e) apreciar relatórios de contravenções e acidentes Artigo 18

de viação;
(Despesas)
f) apreciar outras matérias submetidas pelo Conselho
de Administração. São despesas do INATRO, I.P.:
a) os encargos resultantes do respectivo funcionamento,
3. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição:
investimento e do exercício das competências que lhe
a) Presidente do Conselho de Administração; são atribuídas, incluindo os decorrentes de medidas
b) Administradores; para desenvolvimento de recursos humanos;
c) titulares das unidades orgânicas; b) os custos de aquisição, manutenção e conservação dos
d) Delegados Regionais e Provinciais; bens móveis e imóveis, equipamentos ou serviços que
e) um representante das Escolas de Condução; tenha de utilizar;
f) um representante das Associações da Sociedade que lidam c) os encargos resultantes da contribuição para o Fundo
com matérias de Segurança Rodoviária. de Desenvolvimento dos Transportes;
4. Podem ser convidados a participar das sessões do Conselho d) outras despesas afins.
Consultivo outros técnicos de acordo com a matéria a ser
Artigo 19
abordada mediante autorização do Presidente do Conselho de
Administração. (Relatório e Contas)
5. O Conselho Consultivo reúne ordinariamente uma vez por 1. O INATRO, IP. deve elaborar com referência a 31
ano e, extraordinariamente, sempre que se mostre necessário. de Dezembro de cada ano, os seguintes documentos:
a) relatórios do Conselho de Administração, indicando
Artigo 16
como foram atingidos os objectivos, e analisando
(Receitas) a eficiência dos mesmos nos vários domínios de
São receitas próprias do INATRO, I.P.: actuação;
b) balanço e mapa de demonstração de resultados;
a) as taxas e outras receitas cobradas pelo licenciamento
c) mapa de fluxo de caixa.
e pelos serviços prestados ao público;
b) multas aplicadas sobre as transgressões ao Código da 2. Os documentos referidos no número anterior são aprovados
Estrada e seu regulamento incluindo das posturas por Despacho Conjunto dos Ministros que superintendem as
municipais de trânsito; áreas dos transportes e das Finanças, tendo em consideração os
c) taxas de concessão dos serviços do INATRO, I.P.; pareceres do Conselho Fiscal, Auditoria Interna e do Auditor
Externo.
d) o produto de aplicação de multas diversas, nos termos
3. O relatório anual do Conselho de Administração, o
da legislação aplicável;
Balanço, a demonstração de resultados, bem como os pareceres
e) as doações e outras formas de apoio financeiro;
do Conselho Fiscal, da Auditoria Interna e do Auditor Externo
f) outras receitas resultantes da sua actividade ou que
devem ser publicados no Boletim da República e num dos Jornais
legalmente lhe pertençam;
de maior circulação no País, bem como no boletim ou página da
g) receita proveniente dos juros de aplicações financeiras;
internet do INATRO, I.P.
h) dotações do orçamento do estado para financiamento das 4. Os documentos de prestação de contas referidos no presente
suas actividades; artigo devem ser submetidos à aprovação pelos Ministros de tutela
i) percentagem das Taxas de concessões do ramo até 31 de Março do ano seguinte a que respeitam.
de transportes rodoviários nos termos da legislação 5. Os documentos de prestação de contas referidos no presente
aplicável. artigo devem, ainda, ser submetidos à aprovação dos órgãos
Artigo 17 competentes, nos termos da legislação aplicável.

(Canalização e repartição de receitas) Artigo 20

A Canalização e repartição da receita do INATRO, I.P. obedece (Património)
os seguintes critérios: 1. O património afecto ao INATRO, IP. é constituído por bens,
a) o INATRO, I.P. canaliza para a Conta Única direitos e obrigações de conteúdo económico.
do Tesouro, a totalidade da receita arrecadada, nos 2. O INATRO, I.P. pode adquirir bens do património do
termos da legislação aplicável, a título de receita Estado que, por Despacho do Ministro que superintende a área
própria e consignada após a sua cobrança; das Finanças, lhes sejam cedidos para fins de interesse público.
b) o Tesouro Público, no prazo de cinco dias úteis após 3. Os bens do INATRO, I.P. que se revelarem desnecessários
a recepção, devolve ao INATRO, I.P., a título de ou inadequados ao cumprimento das suas atribuições são
consignação definitiva, a percentagem da receita incorporados ao património do Estado, salvo quando devam ser
transferida para a Conta Única do Tesouro, nos termos alienados, sendo essa incorporação determinada por despacho do
a definir por Despacho conjunto dos Ministros que Ministro que superintende a área das finanças.
exercem a tutela sectorial e financeira; 4. O INATRO, I.P. deve elaborar e manter actualizados,
c) a devolução da receita, referida no número anterior, anualmente, com referência a 31 de Dezembro, o inventário de
é efectuada mediante requisição/registo de necessidades bens e direitos, tanto os próprios como os do Estado que lhes
no e-SISTAFE. estejam afectos, e preparar o respectivo balanço.
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5. A alienação dos bens patrimoniais próprios, de carácter Decreto n.º 48 /2021

duradouro do INATRO, I.P. carece da autorização do Ministro
de 5 de Julho
de tutela financeira, ouvido o Ministro dá tutela sectorial, estando
a alienação de bens cujo valor seja igual ou superior a 80% do Havendo necessidade de ajustar a organização e funcionamento
património total dependente da autorização prévia do Conselho do Fundo de Desenvolvimento dos Transporte e Comunicações,
de Ministros. F.P. abreviadamente designado por FTC, F.P., criado pelo Decreto
6. Para efeitos de alienação do património o INATRO, n.º 38/2010, de 15 de Setembro, ao Decreto n.º 41/2018, de 23
IP. aplica o Regulamento do Património do Estado e demais de Julho, ao abrigo do disposto no artigo 100 da Lei n.º 7/2012,
legislação aplicável. de 8 de Fevereiro, o Conselho de Ministros decreta:

Artigo 21 Artigo 1
(Regime de Pessoal) (Natureza)
1. Os funcionários e agentes do Estado em serviço O Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações,
no INATRO, I.P., regem-se pelo Estatuto Geral dos Funcionários Fundo Público, abreviadamente designado por FTC, F.P., é uma
e Agentes do Estado e demais legislação aplicável. pessoa colectiva de direito público, dotada de personalidade
2. Excepcionalmente e nos termos previstos na legislação jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
aplicável, o INATRO, I.P., pode contratar trabalhadores à luz
da Lei de Trabalho em função da actividade a desempenhar. Artigo 2
Artigo 22 (Âmbito e Sede)

(Regime remuneratório) 1. O FTC, F.P., é uma Instituição de âmbito nacional e tem

1. O regime remuneratório do pessoal do INATRO, I.P. sem a sua sede na cidade de Maputo.
prejuízo dos direitos adquiridos, é o dos funcionários e agentes do 2. O FTC, F.P., pode, sempre que o exercício das suas
Estado podendo, mediante proposta fundamentada, ser adoptada actividades o justifique, criar ou extinguir delegações ou outras
uma tabela diferenciada tendo em conta a especificidade da formas de representação, em qualquer parte do território nacional,
actividade desenvolvida e a aprovação de suplementos adicionais por despacho do Ministro que superintende a área dos Transportes
pelos Ministros que superintendem as áreas de finanças e função e Comunicações, ouvido o Ministro que superintende a área das
pública. Finanças e o representante do Estado, na respectiva Província.
2. A remuneração dos membros do Conselho de Administração
é fixada por despacho conjunto dos Ministros de tutela sectorial Artigo 3
e financeira. (Tutela)

Artigo 23 1. O FTC, F.P., é tutelado sectorialmente pelo Ministro

(Estatuto Orgânico)
que superintende a área dos Transportes e Comunicações e
financeiramente pelo Ministro que superintende a área das
Compete ao Ministro que superintende a área dos Transportes, Finanças:
submeter a proposta de Estatuto Orgânico do INATRO, I.P.
2. No exercício da tutela sectorial, compete ao Ministro que
à aprovação do órgão competente, no prazo de 60 (sessenta) dias
superintende a área dos Transportes e Comunicações, a prática
a contar da data de publicação do presente Decreto.
dos seguintes actos:
Artigo 24 a) aprovar as políticas gerais, planos anuais e plurianuais,
(Revogação) bem como, os respectivos orçamentos;
b) aprovar o Regulamento Interno;
É revogado o Decreto n.º 32/2011, de 12 de Agosto, bem c) propor quadro de pessoal para aprovação pelo órgão
como o Estatuto Orgânico do INATTER alterado pelo Decreto competente;
n.º 15/2014, de 26 de Março, e Decreto n.º 39/2015, de 31 d) proceder ao controlo do desempenho, em especial,
de Dezembro, e demais legislação que contrariam o presente quanto ao cumprimento dos fins e dos objectivos
Decreto.
estabelecidos;
Artigo 25 e) revogar ou extinguir os efeitos dos actos ilegais praticados
pelos órgãos do FTC, F.P., nas matérias de sua
(Regime Transitório)
competência;
Os Recursos Humanos, patrimoniais e financeiros afectos f) exercer acção disciplinar sobre os membros dos órgãos do
ao Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, transitam para FTC, F.P., nos termos da legislação aplicável;
o Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários. g) ordenar a realização de acções de inspecção, fiscalização
ou auditoria dos actos praticados pelos órgãos;
Artigo 26
h) ordenar a realização de inquéritos ou sindicâncias aos
(Entrada em vigor) serviços do FTC, F.P.;
i) propor à entidade competente a nomeação do órgão
O presente decreto entra em vigor na data da sua publicação.
máximo do FTC, F.P., nos termos previstos no presente
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 15 de Junho Decreto e na legislação aplicável;
de 2021. j) aprovar todos os actos que carecem de autorização prévia
Publique-se. da tutela sectorial;
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário. k) praticar outros actos de controlo de legalidade.
874 I SÉRIE — NÚMERO 127

3. No exercício da tutela financeira, compete ao Ministro que e) capacitar as instituições do sector privado ou público do
superintende a área das Finanças, a prática dos seguintes actos: ramo dos Transportes e Comunicações financiadas
a) aprovar os planos de investimento; pelo FTC, F.P., na formulação de planos de negócios
b) aprovar a alienação de bens próprios, nos termos da de modo económico e financeiramente sustentáveis;
legislação aplicável; f) emitir pareceres sobre matérias de sua alçada;
c) proceder ao controlo do desempenho financeiro, em g) exercer as demais competências que por lei lhe sejam
especial quanto ao cumprimento dos fins e dos acometidas.
objectivos estabelecidos e quanto à utilização dos
Artigo 6
recursos postos à sua disposição;
d) aprovar a contratação de empréstimos externos e internos (Órgãos)
de créditos correntes; São órgãos do FTC, F.P.:
e) ordenar a realização de inspecções financeiras; a) Conselho de Administração;
f) praticar outros actos de controlo financeiro nos termos b) Conselho Técnico;
do diploma de criação e demais legislação aplicável. c) Conselho Fiscal.
Artigo 4 Artigo 7
(Atribuições) (Conselho de Administração)
São atribuições do FTC, F.P.: 1. O Conselho de Administração é o órgão de coordenação
a) angariação, geração e gestão, no interesse geral, e gestão da actividade do FTC, F.P.
dos recursos financeiros para o financiamento de 2. Compete ao Conselho de Administração:
programas e projectos públicos, que concorrem para a) elaborar os planos anuais e os respectivos orçamentos
a materialização e o desenvolvimento do Sistema plurianuais de actividades e assegurar a respectiva
Integrado de Transportes; execução;
b) gestão, racionalização e rentabilização económica, b) acompanhar e avaliar sistematicamente a actividade
mediante parcerias público-privadas, de bens ociosos desenvolvida, designadamente a utilização dos meios
ou não transferidos para o FTC, F.P.; postos à sua disposição e os resultados atingidos;
c) gestão, racionalização e rentabilização económica c) elaborar o relatório de actividades;
e financeira de valores mantidos nos sistemas d) elaborar o balanço, nos termos da legislação aplicável;
financeiros ou dados por empréstimo a entidades
e) autorizar a realização das despesas e a contratação de
públicas ou privadas;
serviços de assistência técnica nos termos da legislação
d) promoção e o estabelecimento de plataformas de
aplicável;
financiamento para viabilizar e fortalecer as iniciativas
privadas e públicas, que concorram para a dinamização f) aprovar os projectos dos regulamentos previstos no
e consolidação do sistema dos Transportes e estatuto orgânico e os que sejam necessários ao
Comunicações, incluindo a área da Meteorologia; desempenho das atribuições;
e) promoção e estabelecimento de mecanismos de g) praticar os demais actos de gestão decorrentes da
facilitação ou apoio ao investimento no Sector dos aplicação do estatuto orgânico, necessários ao bom
Transportes e Comunicações; funcionamento dos serviços;
f) capacitação em matéria de gestão, monitoria e avaliação h) estudar e analisar quaisquer outros assuntos de
dos projectos e programas financiados pelo FTC, F.P.; desenvolvimento das actividades do FTC, F.P.;
g) estabelecimento de parcerias com o sector privado e/ i) exercer outros poderes que constem do diploma de
ou público; criação, do estatuto orgânico e demais legislação
h) participação social em entes de direito privado; aplicável.
i) demais que por lei lhe sejam acometidas. 3. O Conselho de Administração tem a seguinte composição:
Artigo 5 a) Presidente do Conselho de Administração;
b) dois Administradores Executivos.
(Competências)
4. O Presidente do Conselho de Administração é nomeado pelo
Compete ao FTC, F.P.: Conselho de Ministros, sob proposta do Ministro que superintende
a) realizar estudos ou pesquisas que concorram para a área dos transportes, por um mandato de quatro anos, renovável
a implementação de programas e projectos para uma única vez.
o desenvolvimento do Sector dos Transportes e 5. Os restantes membros do Conselho de Administração
Comunicações; são nomeados pelo Ministro de Tutela sectorial na base
b) estimular e atrair recursos financeiros privados de reconhecida idoneidade, competência técnica, aptidão
ou públicos, para o Sector dos Transportes e e experiência profissional relevantes, por um mandato de quatro
Comunicações, permitindo o direccionamento de anos, renovável uma única vez.
investimentos para projectos e acções prioritários; 6. O mandato de membro do Conselho de Administração pode
c) estimular e coordenar a captação e alocação de recursos cessar antes do seu termo, por decisão fundamentada da entidade
financeiros, internos e externos, para projectos e competente para os nomear, com base em justa causa, sem direito
acções das áreas afins do Sector dos Transportes e a qualquer indemnização.
Comunicações; 7. O Conselho de Administração reúne-se ordinariamente
d) promover, atrair e monitorar os investimentos públicos e de quinze em quinze dias e extraordinariamente sempre que se
privados do Sector dos Transportes e Comunicações; mostrar necessário.
5 DE JULHO DE 2021 875

Artigo 8 f) analisar problemas que lhe sejam submetidos relativos aos

mecanismos de facilitação e de apoio a investimentos
(Pelouros)
de forma independente ou comparticipada com diversas
1. O Presidente do Conselho de Administração pode distribuir instituições financeiras nacionais e internacionais;
por pelouros, aos Administradores Executivos, a gestão das várias g) avaliar a implementação de políticas, estratégias,
áreas de funcionamento do FTC, F.P. programas e demais instrumentos, orientados
2. A distribuição de pelouros prevista no número anterior a desenvolver o Sistema Integrado dos Transportes
envolve a delegação das competências correspondentes às áreas e Comunicações.
em causa, dentro dos limites e em condições fixadas no acto de
distribuição. 4. O Conselho Técnico tem a seguinte composição:
a) os membros do Conselho de Administração;
Artigo 9 b) delegados Provinciais e titulares de outras formas
(Direcção) representação;
c) titulares das unidades orgânicas;
O FTC, F.P., é dirigido pelo Presidente do Conselho de
d) representantes das unidades tuteladas pelo Ministro que
Administração, coadjuvado por dois administradores.
superintende a área dos Transportes e Comunicações,
Artigo 10 contribuintes do FTC, F.P.
(Competências do Presidente do Conselho de Administração)
5. O Presidente do Conselho de Administração pode convidar
outros técnicos a participar das sessões do Conselho Técnico, de
1. Compete ao Presidente do Conselho de Administração: acordo com as matérias a tratar.
a) dirigir o FTC, F.P.; 6. O Conselho Técnico reúne-se trimestralmente e,
b) convocar e Presidir as reuniões do Conselho de extraordinariamente, sempre que convocado pelo Presidente de
Administração e Conselho Técnico; Conselho de Administração.
c) executar e fazer cumprir a lei, as resoluções e as
deliberações do Conselho de Administração; Artigo 12
d) coordenar a elaboração do plano anual de actividade do (Conselho Fiscal)
FTC, F.P.;
e) exercer os poderes de direcção, gestão e disciplina do 1. O Conselho Fiscal é o órgão responsável pelo controlo
pessoal; da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira
f) representar o FTC, F.P., em juízo ou fora dele; e patrimonial.
g) controlar a arrecadação de receitas do FTC, F.P.; 2. Compete ao Conselho Fiscal:
h) exercer outras competências que lhes sejam acometidas a) acompanhar e controlar com regularidade o cumprimento
por lei, Estatuto Orgânico e demais legislação das leis e decretos aplicáveis, a execução orçamental,
aplicável. a situação económica, financeira e patrimonial;
2. O Presidente de Conselho de Administração é substituído b) analisar a contabilidade;
nas suas ausências e impedimentos por um Administrador por c) proceder à verificação prévia e emitir o respectivo parecer
ele designado. sobre o orçamento, suas revisões e alterações, bem
como sobre o plano de actividades na perspectiva da
Artigo 11 sua cobertura orçamental;
d) emitir parecer sobre o relatório de gestão de exercício
(Conselho Técnico) e de contas de gerência, incluindo documentos de
1. O Conselho Técnico é o órgão de consulta, que tem por certificação legal de contas;
função pronunciar-se sobre aspectos de programação, organização e) emitir parecer sobre a aquisição, arrendamento, alienação
e análise do funcionamento do FTC, F.P., na realização das suas e oneração de bens imóveis;
atribuições e competências. f) emitir parecer sobre a aceitação de doações, heranças
2. O Conselho Técnico é dirigido pelo Presidente do Conselho ou legados;
de Administração. g) emitir parecer sobre a contratação de empréstimos;
3. Compete ao Conselho Técnico: h) manter o Conselho de Administração informado sobre
os resultados das verificações e exames que proceda;
a) emitir pareceres em matérias de angariação e gestão de i) elaborar relatórios da sua acção fiscalizadora, incluindo
recursos financeiros para o financiamento do transporte um relatório anual global;
público em todo o território nacional, referentes ao j) propor ao Ministro da tutela financeira e Conselho de
FTC, F.P.; Administração a realização de auditorias externas,
b) analisar e emitir pareceres sobre estudos, pesquisas, quando isso se revele necessário ou conveniente;
programas e projectos para implementação do Sistema k) verificar, fiscalizar e apreciar a legalidade da organização
Integrado dos Transportes e Comunicações; e funcionamento do FTC, FP;
c) apreciar e emitir pareceres sobre propostas de medidas l) avaliar a eficiência, eficácia e efectividade dos processos
com vista ao apoio, incentivo e promoção do de descentralização e desconcentração de competências
desenvolvimento do sector dos transportes e e verificar o funcionamento;
comunicações; m) verificar a eficácia dos mecanismos e técnicas adoptadas
d) estudar e propor formas adequadas de coordenação pelo FTC, FP, para o atendimento e prestação de
técnica com outros organismos; serviços públicos;
e) propor medidas mais adequadas sobre as parcerias n) fiscalizar a aplicação do Estatuto Orgânico, do Estatuto
público-privadas; Geral dos Funcionários e Agentes do Estado e demais
876 I SÉRIE — NÚMERO 127

legislação relativa ao pessoal, ao procedimento i) 5% proveniente da taxa de combustíveis;

administrativo e ao funcionamento, e outra legislação j) contribuições advenientes das receitas consignadas das
de carácter geral aplicável à Administração Pública; entidades com autonomia financeira do Sector dos
o) aferir o grau de resposta às solicitações dos cidadãos ou Transportes e Comunicações;
da classe servida; k) comparticipação na taxa resultante de bónus de
p) averiguar o nível de alinhamento dos planos de assinatura de contratos de concessão de serviços
actividades adoptados e implementados com os e bens de domínio público no sector de Transportes
objectivos e prioridades do Governo; e Comunicações;
q) aferir o grau de observância das instruções técnico- l) comparticipação na taxa fixa resultante de concessão
de serviços e bens de domínio público no Sector de
metodológicas emitidas pelo Ministro que superintende
Transportes e Comunicações;
a área dos Transportes e Comunicações;
m) comparticipação na taxa variável resultante de concessão
r) aferir o grau de alcance das metas periódicas definidas de serviços e bens de domínio público no Sector de
pelo FTC, FP, bem assim, pelo Ministro que Transportes e Comunicações;
superintende a área dos Transportes e Comunicações; n) dotações provenientes do Orçamento do Estado;
s) pronunciar-se sobre os assuntos que lhe sejam submetidos o) quaisquer outras receitas que por lei, contrato ou outro
pelo Conselho de Administração, pelo Tribunal título lhe sejam atribuídas.
Administrativo e pelas entidades que integram o 2. As contribuições a que faz referência a alínea j) do presente
sistema de controlo interno da administração financeira artigo, são operacionalizadas por mecanismos juridicamente
do Estado. relevantes, a serem definidos pelo FTC, FP, com cada uma das
3. O Conselho Fiscal é composto por três membros sendo um entidades nela referidas, com a devida homologação dos Ministros
Presidente e dois vogais, representando as áreas de tutela das que superintendem a área dos Transportes e das Finanças.
Finanças, da Função Pública e dos Transportes.
4. Os membros do Conselho Fiscal são nomeados por Artigo 14
despacho conjunto dos Ministros que superintendem as áreas das (Canalização e repartição da receita)
finanças, função pública e de tutela sectorial. 1. O FTC, F.P., canaliza para a Conta Única do Tesouro,
5. O Presidente do Conselho Fiscal representa a entidade a totalidade da receita arrecadada, nos termos da legislação
de tutela financeira. aplicável, a título de receita própria e consignada apos a sua
6. O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de três anos, cobrança.
podendo ser renovado uma única vez. 2. O Tesouro Público, no prazo de cinco dias úteis após
7. O Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente uma vez em a receitação, devolve ao FTC, F.P., a título de consignação
cada trimestre. definitiva, a percentagem da receita transferida para a Conta
8. Os membros do Conselho Fiscal participam obrigatoriamente Única do Tesouro, nos termos a definir por despacho conjunto
das reuniões do Conselho de Administração em que se aprecia o dos Ministros que exercem a tutela sectorial e financeira.
relatório e contas e a proposta do orçamento. 3. A devolução da receita, referida no número anterior,
Artigo 13 é efectuada mediante a requisição/registo de necessidades no
e-SISTAFE.
(Receitas) 4. Exceptua-se o disposto no número 1 do presente artigo,
1. Constituem receitas do FTC, F.P., as provenientes das as contribuições advenientes das receitas consignadas das
seguintes fontes: entidades com autonomia financeira do Sector dos Transportes
a) contribuição em valores e/ou bens considerados ociosos e Comunicações.
e/ou não ociosos de Institutos e Empresas tutelados Artigo 15
e subordinados pelo Ministro que superintende a área
dos Transportes e Comunicações; (Despesas)
b) bens e valores transferidos pelo Estado para o FTC, F.P.; Constituem despesas do FTC, F.P.:
c) valores resultantes de arrendamento, exploração a) as despesas resultantes do respectivo funcionamento e
e alienação a título oneroso de bens móveis ou do exercício das atribuições e competências que lhes
imóveis propriedade ou não do FTC, F.P., destinados estão cometidas;
à prossecução das atribuições previstas no presente b) os custos de aquisições, manutenção e conservação de
decreto; bens e serviços necessários ao seu funcionamento e ao
d) heranças, legados, doações, subsídios, comparticipações exercício das suas funções;
ou donativos atribuídos por entidades públicas ou c) outras despesas que por lei lhe sejam impostas.
privadas nacionais e ainda por doadores;
e) contravalores em moeda nacional de donativos ou Artigo 16
créditos estrangeiros destinados directamente ao Sector
(Prestação de Contas)
dos Transportes e Comunicações;
f) rendimentos de depósitos e operações financeiras 1. O FTC, F.P., deve elaborar, com referência a 31 de
efectuados e mantidos nos sistemas financeiros; Dezembro de cada ano, os seguintes documentos:
g) rendimentos ou receitas, provenientes da venda de a) Relatórios do Conselho de Administração, indicando
publicações e estudos editados, bem assim, dos como foram atingidos os objectivos do FTC, F.P.,
investimentos realizados, recursos administrados e e analisando a eficiência dos mesmos nos vários
serviços prestados; domínios de actuação;
h) rendimentos provenientes da sua participação em b) Balanço e mapa de demonstração de resultados;
sociedades comerciais; c) Mapa de fluxo de caixa.
5 DE JULHO DE 2021 877

2. Os documentos referidos no número anterior são aprovados Artigo 20

por Despacho conjunto dos Ministros que superintendem
(Regime Remuneratório)
a área dos Transportes e das Finanças, tendo em consideração
os pareceres do Conselho Fiscal, Auditoria Interna e do Auditor Sem prejuízo dos direitos adquiridos, o regime remuneratório
Externo. aplicável ao pessoal do FTC, F.P., é o dos funcionários
3. O Relatório anual do Conselho de Administração, o Balanço e agentes do Estado, com a possibilidade de adopção de tabelas
e a demonstração de resultados do FTC, F.P., bem como os diferenciadas em função da especificidade da actividade
pareceres do Conselho Fiscal, da Auditoria Interna e do Auditor desenvolvida e de aprovação de suplementos adicionais pelos
Externo devem ser publicados no Boletim da República e num Ministros que superintendem as áreas das Finanças e da Função
dos Jornais de maior circulação no País e no boletim ou página Pública.
electrónica do FTC, F.P.
Artigo 21
4. Os documentos de prestação de contas referidos no presente
artigo devem ser submetidos à aprovação dos Ministros que (Remuneração dos membros dos órgãos)
superintende a área dos Transportes e Finanças até 31 de Março, 1. A remuneração dos membros do Conselho de Administração
do ano seguinte a que respeita. é aprovada em Diploma conjunto pelos Ministros que
5. Os documentos de prestação de contas referidos no presente superintendem a área dos Transportes e das Finanças, em
artigo devem, ainda, ser submetidos a aprovação dos órgãos observância aos critérios estabelecidos pelo Conselho de
competentes, nos termos da legislação aplicável. Ministros.
2. Os membros do Conselho Fiscal têm direito a uma senha de
Artigo 17 presença, por cada secção em que estejam presentes, cujo valor é
(Património) fixado por despacho conjunto dos Ministros que superintendem
O Património do FTC, F.P., é constituído pela universalidade as áreas dos Transportes e das Finanças.
dos seus bens, direitos e obrigações de cada exercício económico,
Artigo 22
nomeadamente:
(Estatuto Orgânico)
a) bens móveis e imóveis, instalações, títulos e direitos,
adquiridos ou que lhe forem doados ou legados; Compete ao ministro que superintende a área dos Transportes
b) fundos especiais e saldos de exercícios financeiros que e Comunicações, submeter a proposta do Estatuto Orgânico do
lhe forem transferidos para a conta patrimonial. FTC, F.P., à aprovação pelo órgão competente, no prazo de
sessenta dias, contados a partir da data da publicação do presente
Artigo 18 Decreto.
(Gestão Financeira e Patrimonial)
Artigo 23
A gestão financeira e do património afecto ao FTC, F.P.,
(Norma Revogatória)
regem-se pelas normas aplicáveis aos órgãos e instituições do
Estado, nomeadamente pela Lei do Sistema de Administração Exceptuando o disposto no artigo 1, referente a criação do
Financeira do Estado, Plano Geral de Contabilidade, regime da Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações,
tesouraria do Estado, em particular, o princípio e as regras da é revogado o Decreto n.º 38/2010, de 15 de Setembro, e toda
unidade de tesouraria, e demais legislação aplicável. legislação que contrarie o presente Decreto.

Artigo 19 Artigo 24
(Regime de Pessoal) (Entrada em vigor)
Ao pessoal do FTC, F.P., rege-se pelo Estatuto Geral dos O presente decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Funcionários e Agentes do Estado, sendo, porém, admissível a Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 29 de Junho
celebração de contratos de trabalho, que se regem pelo regime de 2021.
geral, sempre que isso for compatível com a natureza das funções Publique-se.
a desempenhar, nos termos da legislação aplicável.
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
 Preço — 60,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.