Des Hume

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Apontamentos de Filosofia

Descartes – O Discurso do Método Para Bem Conduzir a Razão e Procurar a


Verdade nas Ciências

Logo pelo título fica claro que Descartes não era céptico, pois se é um método para
procurar a verdade pressupõe que ela exista.

Bom senso é o mesmo que razão para Descartes, ou seja, é o poder de bem julgar e
distinguir o verdadeiro do falso e é igual em todos os Homens.

Relacionar bom-senso, verdade e método


O bom senso é naturalmente igual em todos os Homens, isto é, todos os humanos
possuem razão. O facto de haver opiniões diferentes não é, assim, devido a haver
pessoas com mais bom senso, é sim devido a essas pessoas seguirem caminhos de
pensamento diferentes ou não considerarem as mesmas coisas. Para chegar à verdade é
preciso seguir um método e Descartes mostra qual foi o que ele usou.

Objectivo do livro (Discurso do Método) : Mostrar qual o método que usou para chegar
á verdade.

Opinião sobre o conhecimento do seu tempo à Todos os conhecimentos filosóficos e


todas as coisas ensinadas na escola são duvidosas.

Descartes conclui assim que, se ele quiser chegar à verdade, tem de procurar em si
próprio.

Objectivo da reforma cartesiana : Reformar os seus pensamentos* a partir dum


fundamento todo seu; reconstruir a partir das exigências da razão.
*Os seus pensamentos são o objecto da reforma cartesiana.

A dúvida cartesiana é universal e radical (porque dúvida de tudo, no inicio), provisória


(porque só vai duvidar até encontrar algo indubitavel e evidente), metodica (porque é o
ponto de partida do método), não prática (porque não se aplica ás acções. Para isso
Descartes criou a moral provisória [ver parte 3] ).
A dúvida cartesiana é diferente da dúvida ceptica, pois os cepticos acreditam que é
impossivel conhecer, logo a sua dúvida é sistematicamente radical.
A duvida é o ponto de partida do método porque Descartes duvida até encontrar algo
indubitavel e evidente.

A Matemática é muito importante para o método porque ele está a seguir o método
matemático, ou seja, parte de principios claros e distintos e procede a deduções e
demonstrações para o resultado ser o mais objectivo possível.
No método cartesiano, a razão tem 2 poderes fundamentais:
1. Intuição intelectual (racional) à apreensão imediata de um objecto ou ser, que é
presente imediatamente á razão à existência de ideias inatas (ideias
exclusivamente racionais)
2. Poder de raciocinar à construir cadeias de deduções/demonstrações

Regras do método
1. Regra da evidência à Só considerar o verdadeiro/evidente (claro e distinto)
2. Regra da divisão à dividir o mais dificil em parcelas pequenas para se tornar
mais fácil de conhecer.
3. Regra da síntese à Começar por conhecer as coisas mais simples e faceis e ir
gradualmente até conhecer as mais dificeis.
4. Regra da enumeração à Fazer revisão geral para ter a certeza que nada foi
omitido.

Descartes duvida das suas crenças porque:


1. Os sentidos enganam-nos ás vezes.
2. Os homens enganam-se a raciocinar por vezes.
3. Quando sonhamos, pensamos e os nossos pensamentos são falsos. Ninguem nos
pode garantir que não estamos a sonhar agora mesmo.

Mas ao duvidar de tudo, Descartes percebeu que ele, aquilo que duvidava de tudo, tinha
de existir para pensar. Eu penso logo existo à 1º Principio da Filosofia Cartesiana

O Cógito é uma substância pensante, pois é uma unidade autónoma (independente do


corpo) que pensa, ou seja, cuja essencia é pensar.

Para Descartes algo verdadeiro é algo evidente (claro e distinto).

Pensar à Duvidar à Ser imperfeito


Ser imperfeito à Tem ideia de perfeição
A ideia de perfeição não pode derivar de um ser imperfeito, logo existe um ser perfeito
que dá essa ideia de perfeição à Deus

Criar Perfeição = Criar ideia de perfeição


ou seja Ideia de Perfeição = Existência de Perfeição

Descartes distingue 3 tipos de ideias:


1. Ideias Inatas (ver acima)
2. Ideias Adventícias – não são claras e distintas porque se baseiam na esperiência
sensível (Empirismo)
3. Ideias Factícias ou Ficticias – dependem da livre associação dos dados sensíveis
recolhidos ( Imaginação)

David Hume

Principal diferença entre impressões e ideias à nivel de intensidade e vivacidade

Impressões à estimulação dos sentidos (experiência)


Ideias à Junta a experiência com a razão
David Hume não admite ideias inatas.

Ideias
Generalização mais abstrata à capacidade racional de estabelecer relações.
Conteúdo à Em ultima análise, dependem das impressões (sensações, experiência,
sentidos)

Para David Hume, existem dois tipos de conhecimento:


1. Relações de ideias à simples operação de pensamento
2. Conhecimento de factos à Conhecimento daquilo que existe à implica as
impressões (experiência sensível)

Para David Hume, existem dois tipos de ciências:


1. Aquelas de se baseiam apenas na relação de ideias à Matemáticas (e Lógica
Formal) à Certas (intuitiva e demonstrativamente) à dependem
exclusivamente das operações da razão (conceptualização, capacidade de julgar,
o grande fundamento da certeza é o principio da não contrariedade; não nos dão
a conhecer o existente)
2. Aquelas que se baseiam nos conhecimento de factos à Todas menos as
matemáticas e a Lógica formal (exemplo: Biologia) à O seu objectivo é
conhecer o existente (a realidade) à Provas vindas da experiência. O seu
fundamento é a relação causa-efeito. O fundamento da relação causa-efeito é o
hábito. Logo, estas ciências não são certas (ou seja, logicamente necessárias, o
valor das suas relações é relativo, contingente, provavel)

Critica de David Hume ao Cepticismo Radical


No plano teórico é muito dificil refutar o cepticismo. Mas no dia a dia, o ceptico, tal
como todos os outros mortais, empenha-se na acção.
O cepticismo não traz “nada de bom” porque se todos os seres humanos o adoptassem,
ninguem se empenhava na acção e ficavam só á espera do seu desaparecimento.

A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados:


– afirmação de que a relação de causalidade em Hume se baseia unicamente na
expectativa e no hábito
ou costume, como inferência a partir da experiência;
– caracterização da relação de causa e efeito segundo Hume como ligação entre
fenómenos que se
sucedem temporalmente, de forma regular e constante, e não como conexão necessária;
– aplicação da ideia de relação causa e efeito ao exemplo, explicando que a relação
entre a madeira seca
(considerada causa) e o atear das chamas na lareira (considerado efeito) não pode ser
logicamente
deduzida (não é necessária), mas procede unicamente da experiência anterior repetida,
que gera a
expectativa.

Identificação da teoria racionalista em Descartes e da teoria empirista em Hume como


respostas ao
problema filosófico da origem do conhecimento.
•  Formulação da tese racionalista da afirmação da razão como origem e critério de
todo o conhecimento verdadeiro e da tese empirista da afirmação dos sentidos como
origem e critério do conhecimento acerca da realidade.
• Explicação da teoria racionalista de Descartes, segundo a qual existem ideias inatas,
com origem na razão, constituindo os princípios de todo o conhecimento; explicação
da teoria empirista de Hume, que rejeita o inatismo e considera que não é possível
extrair da razão um conhecimento fundado, defendendo que o conhecimento da
realidade só é possível a partir de uma base empírica – as impressões sensíveis.
•  Caracterização da evidência racional das ideias, na teoria racionalista de Descartes,
como garantia da certeza do conhecimento; caracterização, na teoria empirista de
Hume, da experiência – impressões sensíveis – como garantia da adequação entre as
ideias e a realidade, de modo que qualquer ideia – simples ou complexa – tem de
poder ser reconduzida a uma impressão sensível, à experiência.
•  Caracterização do papel da razão e dos sentidos no conhecimento da realidade, de
acordo com a filosofia cartesiana: as operações da razão – intuição e dedução – são a
base do método racional através do qual se pode alcançar e progredir no
conhecimento da realidade; as ideias com origem nos dados dos sentidos (ideias
adventícias) são incertas e confusas, não podendo a experiência servir de ponto de
partida para o conhecimento. Caracterização do papel da razão e dos sentidos no
conhecimento da realidade, de acordo com a filosofia de Hume, segundo a qual a
razão sem os sentidos não pode ajuizar ou fazer inferências sobre a realidade.

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