Campesinato Educação e Responsabilidade Socioambiental 1
Campesinato Educação e Responsabilidade Socioambiental 1
Campesinato Educação e Responsabilidade Socioambiental 1
responsabilidade socioambiental
Organizadores
Thacya Cledina da Silva Pilon
Maurício de Siqueira Silva
Simone Salvador de Carvalho
Campesinato, educação e
responsabilidade socioambiental
Arapiraca/AL
2021
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS COMITÊ CIENTIFICO
Reitor: Odilon Máximo de Morais Coordenadores do grupo de Trabalho
Vice-Reitor: Anderson de Almeida Barros Me. Mauricio de Siqueira Silva -AESA-CESA
Diretor da Eduneal: Renildo Ribeiro Dra. Cecilia Tayse Muniz Teixeira-UFSM
Me. Maria do Rosário da Silva-UERN
CONSELHO EDITORIAL DA EDUNEAL Dra. Thacya Clédina da Silva Pilon-UFSM
Presidente: Renildo Ribeiro Me. Simone Salvador de Carvalho-AESA-CESA
Titulares Me. Katya Carvalho Alexandre Almeida-AESA-CESA
Professores: Dr. José Crisólogo de Sales Silva-UNEAL
José Lidemberg de Sousa Lopes
Revisores Científicos
João Ferreira da Silva Neto Me. Mauricio de Siqueira Silva -AESA-CESA
Luciano Henrique Gonçalves da Silva Dra. Cecilia Tayse Muniz Teixeira-UFSM
Natan Messias de Almeida Me. Maria do Rosário da Silva-UERN
Maria Francisca Oliveira Santos Dra. Thacya Clédina da Silva Pilon-UFSM
Márcia Janaína Lima de Souza - Sistema de Bibliotecas (SIBI) Me. Simone Salvador de Carvalho-AESA-CESA
Me. Katya Carvalho Alexandre Almeida-AESA - CESA
Suplentes
José Adelson Lopes Peixoto Revisão ortográfica
Edel Guilherme Silva Pontes Kátia Barbosa Feitosa
Maryny Dyellen Barbosa Alves Brandão
Capa
Ariane Loudemila Silva de Albuquerque Rima Produção Editorial
Ahiranie Sales dos Santos Manzoni
Elisângela Dias de Carvalho Marques - Sistema de Bibliotecas Créditos da contracapa
(SIBI) GarryKillian / Freepik
Diagramação
Mariana Lessa
Catalogação na Fonte
C165 Campesinato, educação e responsabilidade socioambiental / (Organizadores) Thacya
Cledina da Silva Pilon,Maurício de Siqueira Silva, Simone Salvador de Carvalho. –
Arapiraca : Eduneal, 2021.
81 p. : il. : color (e-book).
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-86680-48-5
DOI 10.48016/XenccultGT3
CDU: 538+371
Elaborada por Fernanda Lins de Lima – CRB – 4/1717
Apresentação..............................................................................................7
O
Grupo de Trabalho 03 - “Campesinato, Educação e Responsabilidade
Socioambiental” do X Encontro Científico e Cultural – ENCCULT –, realizado
nos dias de 01 a 04 de setembro de 2020 no formato online, trouxe à tona três temas
que dialogam e são muito relevantes para a sobrevivência da sociedade, seja do campo ou da
cidade pois, o campesinato, a educação do campo e a responsabilidade socioambiental além
de serem temas transdisciplinares, são temas em constante construção.
Nesta perspectiva, entender o sentido de campesinato e de como ele está interligado
com a vida humana é relevante, apoiado nesta égide, nos remetemos a Sevilla Guzmán e
Molina, onde o camponês é definido como sendo um sujeito social:
[...] mais que uma categoria histórica ou sujeito social, uma forma de
manejar os recursos naturais vinculados aos agroecossistemas locais e
específicos de cada zona, utilizando um conhecimento sobre tal entorno
condicionado pelo nível de tecnologia de cada momento histórico e pelo
grau de apropriação de tal tecnologia, gerando-se assim distintos graus
de “campesinidade” (no original: grados de campesinidad). (SEVILLA
GUZMÁN; GONZÁLEZ DE MOLINA, 2005, p. 78).
A
Educação do Campo nasceu das lutas dos movimentos sociais camponeses, em
contraponto à Educação Rural. Para Caldart (2009) esse modelo de educação nasceu
vinculada aos trabalhadores pobres do campo, aos trabalhadores sem-terra, sem
trabalho, dispostos a reagir, a lutar, a se organizar contra a situação em que se encontravam
ampliando o olhar para o conjunto dos trabalhadores do campo.
Neste sentido, acreditamos que o alicerce deste Grupo de Trabalho, bem como
trabalhos enviados seguem um enredo de discussão de possibilidades e estratégias, a maioria
dos trabalhos apontam saídas para o desenvolvimento da sociedade pautada em questões
ambientais, hortas na escola para estimular a responsabilidade socioambiental das crianças,
apresentar os métodos e modalidades de ensino que coadune para o desenvolvimento da
sociedade no sentido de uma sociedade ecológica e sustentável.
Desta forma, este conjunto de trabalhos soa como um afresco para nossas almas e
para uma classe que se debruça a compreender melhor os problemas socias especialmente
os que estão correlacionados aos problemas do campo, a educação e ao meio ambiente.
Esperamos assim, que este livro seja recebido como uma tentativa de discussão acerca da
sociedade que queremos.
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3107-9941, Graduanda em Engenharia Florestal; Universidade
Federal de Alagoas, Campus de Engenharias e Ciências Agrárias, UFAL/CECA; Rio Largo, AL; Brazil. E-mail:
fernanda.gon6060@gmail.com;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3054-3447, Mestre em Ciências Ambientais; Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia, UESB; Itapetinga, BA; Brazil. E-mail: riczootec@gmail.com
ABSTRACT: Manipueira (cassava wastewater) is one of the residues generated in the processing of cassava
(Manihot esculenta Crantz) during the production of flour, this by-product being potentially toxic due to the
presence of hydrocyanic acid (HCN). To reduce this chemical compound, taking into account the risks of
irregular disposal in the soil and watercourse, the manipueira can be treated from fermentation or anaerobic
digestion for a certain period. The objective of this work was to evaluate the biodigester of discontinuous
system (batch) as a possible alternative for the reuse of this liquid waste, besides analyzing the possibility of
producing biogas to contribute to the sustainable development of small producers of the Eldorado dos Carajás
Settlement, Branquinha, AL. Collections and analyses were performed in order to ascertain the behavior of the
manipueira when subjected to the anaerobic process, considering the variables temperature and pH (acidity
and alkalinity) before and after the confinement of the residual material in the biodigester. The batch type
model presented satisfactory results in terms of performance and economic viability, because all materials
used are of minimal cost and easy to handle. It is necessary to improve alternative sources to allocate and treat
the waste generated in flour houses in the state of Alagoas.
INTRODUÇÃO
1
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2
Artigo publicado originalmente na Revista Diversitas Journal ISSN 2525-5215. DOI: https://doi.
org/10.17648/diversitas-journal-v6i1-1408. Link: <Biodigestão anaeróbia da manipueira gerada na casa de
farinha no município de Branquinha/AL, Brasil | Diversitas Journal (ifal.edu.br)>
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humana e animal. Em Alagoas, a mandioca de mesa faz parte da dieta dos habitantes do
interior do estado, sendo proveniente da agricultura familiar. A farinha é o subproduto da
mandioca mais vendido em feiras livres, associado aos hábitos de consumo do homem do
campo, além de trazer benefícios para a saúde.
A manipueira resultante da fabricação de farinha ou extração de fécula, também
denominada água vegetal, que corresponde à água de constituição da raiz de mandioca, é
considerada despejo líquido industrial (FARIAS et al., 2005). De acordo com Andrade et al.
(2013), a manipueira quando produzida em alta escala pode ser aproveitada no setor rural,
já que o manejo incorreto pode causar problemas ambientais e financeiros. O sistema de
digestão anaeróbia mostra-se como uma alternativa viável para tratar a manipueira e reduzir
as propriedades poluidoras do resíduo, podendo contribuir na cadeia energética.
Objetivou-se, com esse estudo, analisar o comportamento da manipueira no
biodigestor de sistema descontínuo (batelada), realizando procedimentos laboratoriais para
favorecer o desenvolvimento dos agentes anaeróbios (bactérias) e produzir biogás como
fonte de energia para os moradores do assentamento Eldorado dos Carajás, no município de
Branquinha, AL.
REFERENCIAL TEORICO
Manipueira
Biodigestor
Segundo Comastri Filho (1981), o biodigestor do tipo batelada recebe uma única
carga de matéria orgânica para realizar o processo de fermentação anaeróbica. O gás
produzido pode ser armazenado em um gasômetro ou continuar na câmara de biodigestão.
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Biodigestão Anaeróbia
Para Salomon & Filho (2007), a digestão anaeróbia é um processo que consiste na
atuação das bactérias anaeróbias para desintegrar materiais orgânicos complexos, onde
haverá a produção de compostos menos complexos como metano (CH4), dióxido de carbono
(CO2), água (H2O), entre outros. Além disso, a energia e os compostos essenciais são extraídos
para favorecer seu crescimento.
Com base em EEB Ltd (2017), esse processo envolve as seguintes etapas: Hidrólise
- nesta fase ocorre a atividade das bactérias hidrolíticas que transformam as proteínas
em peptídeos e aminoácidos, polissacarídeos em monossacarídeos e gorduras em ácidos
graxos. Acidogênese - os produtos da fase 1 são rompidos pelas bactérias fermentativas. Sua
estrutura é degradada em ácidos orgânicos e álcoois, bem como gás carbônico e hidrogênio.
O produto formado dependerá da concentração de hidrogênio. A formação do ácido acético
diminuirá se a pressão do hidrogênio for maior. Além disso, haverá a transformação das
ligações orgânicas de nitrogênio e enxofre em amônia e ácido sulfídrico. Acetogênese – fase
responsável pela transformação dos ácidos orgânicos e álcoois em ácido acético, hidrogênio e
dióxido de carbono. Metanogênese - uma parcela das bactérias metanogênicas transforma o
hidrogênio e o dióxido de carbono em metano, enquanto a outra parcela forma metano a
partir do acetato.
Biogás
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gases (5%). Em relação ao efeito estufa, o metano é aproximadamente 21 vezes mais nocivo
que o dióxido de carbono.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Manipueira (sem
8,0 6,0 23 26 a 31
inóculo)
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análises. O balão usado na saída de ar expandiu de forma significativa nos últimos dias de
operação, indicando que havia produção de gás. A geração de metano a partir do sistema
descontínuo é um aspecto que exige materiais específicos para confirmar sua presença ao
término da digestão anaeróbia. No entanto, devido à ausência destes, o teste de chama
não foi efetuado. Posteriormente, retirou-se uma amostra do biodigestor para analisar
as variáveis pH e temperatura – acompanhadas do início ao término da digestão e,
consequentemente, registradas.
Conforme Hobson & Wheatley (1993), uma forma de monitorar a partida (início do
processo) é medir a produção de gás, verificando se o mesmo é inflamável ou não, além de
analisar os componentes do gás e medir a produção de ácidos e o pH. Já Smith et al. (1977)
iniciaram o teste de chama queimando o biogás e verificando se havia formação de uma
chama azul. Após isso, uma nova alimentação era iniciada com um maior índice de carga,
alcançando assim o valor de carga desejado.
Segundo Nogueira (1986), caso não seja inserido inóculo no processo, recomenda-
se alimentar o biodigestor com o substrato a ser tratado, objetivando a obtenção de flora
bacteriana desejável. Como prevenção, deve-se também partir com um tempo de retenção
hidráulica elevado, diminuindo-o gradativamente de modo que os ácidos voláteis não se
acumulem no reator (Craveiro, 1982).
Fernandes Jr. (1989), em seu estudo, ressalta há instabilidade da digestão anaeróbia
de fase única no tratamento de manipueira. O autor ainda sugere a separação das fases,
acidogênica e metanogênica, como meio de tratamento para o resíduo líquido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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15. MOURA, J. P. Estudo de casos das rotas tecnológicas para produção de biogás
e da influência da composição química de dejetos de matrizes suínas na qualidade
do biogás gerada por biodigestor. 2012. Tese (Doutorado em Engenharia Química) -
Universidade Federal de Pernambuco, 2012.
20. QUADROS, D. G.; OLIVER, A. P. M.; REGIS, U.; VALLADARES, R. E.; SOUZA, P.
H. F.; FERREIRA, E. J. Biodigestão anaeróbia de dejetos de caprinos e ovinos em reator
contínuo de PVC flexível. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental,
Campina Grande, v.14, n.3, p.326-332, 2010.
22. SALOMON, K. R.; FILHO, G. L. T. Biomassa. 1. ed. Itajubá: CERPCH, 2007. 36p.
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24. SILVA, C. O.; CESAR, V. R. S.; SANTOS, M. B.; SANTOS, A. S. Biodigestão anaeróbia
com substrato formado pela combinação de esterco ovinocaprino, manipueira e
biofertilizante. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, Aquidabã, v.4, n.1, p.88-
103, 2013.
25. SMITH, R. E., REED, M. J., KIKER, J. T. Two-phase anaerobic digestion of swine
waste. Trans of the ASAE, p. 1123-28, 1977.
16
2
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8172-6676; Graduanda em Letras; Instituto Federal de Alagoas -
IFAL. E-mail: jullybick@hotmail.com
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3607-4733 Graduanda em Letras; Instituto Federal de Alagoas -
IFAL. E-mail: mariaaparecidaferroaraujo@gmail.com
ABSTRACT: The purpose of this work is to recognize the possible elements that intricate access to rural
school, having the proposal of human thought directed to the reality of the contextualization of education,
in a perspective of emancipation of historical subjects, in the demonization of knowledge, a product of
the human race. In this sense, educational work is the act of producing directly and intentionally in each
individual individual the humanity that is produced historically and collectively by the group of men, so the
objective of the work is the report of experience from the State School Muniz Falcão, in the Cacimbinhas
- AL, as well as the reasons that induce learning, based on the assumption that the rural school must have
the appropriate infrastructure states for its functioning, materializing in: enough places for teaching-learning
technique, equipment and various materials, textbooks, literature, laboratories, leisure and sports areas, in
compliance with the rights presented by the Rural Education Guidelines, as well as by the legal aspects in
force, therefore these conditions ensured for the subjects of the field, for the consolidation idealization of
Pedagogical Proposals that respond to the deficiencies of the subjects in the field, obeying the local specificities.
CONTEXTO
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DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
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Para Souza (2006), as questões educacionais do campo devem ir além dos debates
e formar parcerias entre municípios e entidades, com certeza esse seria um grande reforço
que poderia viabilizar um ajuste entre vários seguimentos de forma a fortalecer a educação
do campo e para o campo.
A Conferência Nacional pela Educação do Campo propôs várias ações, as quais
destacam-se:
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municipal garante que não há verbas suficientes, o Estado e a União garantem que repassam
as verbas, com tudo isso o que temos é a ausência de atos concretos, pois os prejudicados são
os alunos que, segundo o texto citado no Art. 15 das Diretrizes Operacionais para Educação
Básica nas Escolas do Campo (2002), é “lei, porém mesmo garantido na Constituição, os
direitos líquidos em suas prerrogativas não estão sendo respeitados e nem garantidos”.
A falta de recursos dos pequenos municípios, a pouca arrecadação e participação nos
repasses dos governos Federal e Estadual, também colaboram para a falta de infraestrutura
nas escolas do campo. É necessário criar e elaborar planejamentos mais estratégicos que
beneficie a todos, vez que essas dificuldades são alguns dos elementos que colocam o
município de Cacimbinhas com números tão negativos em pesquisas consolidadas como as
do IBGE, por exemplo.
Segundo relato de uma professora do ensino técnico da Escola Estadual Muniz Falcão,
devido às péssimas condições das estradas, com as dificuldades do transporte, tanto para
os alunos chegarem à escola quanto para os docentes, ocorre a ausência de alunos, e em
decorrência da perda de porte há os cortes de verbas dificultando manter a estrutura dessas
escolas, muitas vezes cessadas pelo poder público.
Considerando que o ambiente escolar é um lugar de conhecimento e socialização
dos saberes sistematizados e acumulados pela humanidade, onde os alunos passam boa
parte do tempo de suas vidas, e para grande maioria é o único espaço que lhes proporciona
alguma interação com a sociedade, a escola do campo deveria pautar sua prática de proposta
pedagógica na perspectiva de possibilitar novas práticas e idéias educativas que respeitem a
diversidade local, dos grupos sociais existentes; viabilizando condições de potencialidades
dos sujeitos do campo, para que vislumbrem alternativas de produção e aproveitamento
das propriedades, bem como melhorar a renda das famílias. Além disso, um dos principais
aspectos do abandono do campo pelos jovens decorre muitas vezes no período de formação
no ensino médio, diversas escolas do campo não possuem este nível de ensino, e outro fato
decorre da necessidade de trabalhar, então rumam paras as cidades em busca de emprego.
CONSIDERAÇÕES
Diante do exposto, como avançar na garantia dos direitos aos sujeitos do campo?
Muitas mudanças são necessárias, primeiramente o investimento na agricultura familiar
para melhorar as propriedades, além da readequação das estradas e acesso a políticas agrárias
seriam alguns dos fatores para subsistência dos indivíduos do campo. Outra perspectiva
seria a implantação de escolas agrícolas que respondam às especificidades dos sujeitos do
campo, vinculadas a perspectiva proposta pela Educação do Campo.
Logo, os componentes que fazem parte da gestão educacional podem pautar na criação
e replanejamento do município adequando à realidade das comunidades camponesas em
desenvolvimento no município de Cacimbinhas. A implantação de propostas, como por
exemplo, de agroindústria, instigando a produção da matéria-prima para produzir algumas
atividades, incentiva as famílias e os jovens empreenderem e produzirem em suas localidades
o seu próprio negócio, bem como gerar renda, criar empregos, ou seja, ser dono do seu
negócio. No município de Cacimbinhas existem cooperativas de produtores, que conseguiram
investimento para o seu negócio e hoje o produto é expandido para as regiões circunvizinhas.
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Essas questões que foram abordadas são problemas oriundos das dificuldades de
uma educação que procura ser de qualidade e excelência, pelo menos no papel jurídico, mas
infelizmente não é assegurada pela legislação, resultado disso é a realidade dos alunos da
educação do campo. Essa situação não se formaliza em uma cobrança de melhorias como
um favor, mas sim de um direito adquirido que consta na constituição, mas infelizmente é
esquecido pelos poderes públicos.
O olhar mais atento para o campo é ausente, tornando-se uma verdadeira
preocupação para os alunos da área campo. Não se constrói uma educação de qualidade
trabalhando dessa forma, para que se possa exercer a cidadania e ter os direitos de
acesso e permanência no lugar onde vivem. Os gestores públicos devem se preocupar
e proporcionar melhorias de sobrevivência e permanência no campo, bem como
buscar implementação de políticas públicas para o campo, gerando empregos e renda e
garantindo o direito presente nas legislações.
Quando houver um trabalho estratégico coletivo entre os entes educacionais, voltado
para os sujeitos do campo, haverá uma diminuição nos índices de abandono no campo: isso
espelha automaticamente no ambiente escolar, porque essa perspectiva de transfiguração
deve iniciar na educação, alinhando os sujeitos para o mundo. Porém, sem desvalorização
e diminuição de sua cultura e identidade no seu meio, mostrando através da educação que
o campo é um lugar de possibilidades e sustentabilidade, mas para isso, devem-se garantir
políticas públicas para o campo.
Quanto às incitações propostas neste trabalho, em especial sobre a Escola Estadual
Muniz Falcão, essa proposta de valorização dos sujeitos do campo pode ser crucial e
fundamental para a compreensão concreta de que, apesar da falta de condições e estrutura,
a escola do campo tem de incrementar estes pontos. É indispensável planejar a comunidade
escolar, fazendo um trabalho integrado entre pais, professores, comunidade, associações,
na perspectiva de exigirem dos órgãos competentes melhorias de condições de acesso e
permanência na escola, e garantia de investimento nas comunidades rurais.
Para responder e destacar os desafios enfrentados, os docentes podem trabalhar a
educação do campo de forma diferente, ou seja, inserir no planejamento escolar conteúdos
voltados para sua realidade, a fim do aluno construir sua realidade a partir das suas
perspectivas. A criação do planejamento deve ser elaborada e produzida considerando
todos os aspectos, seja ele social ou cultural, e á prática social dos sujeitos da escola. Dessa
forma, tendo como ponto crucial a dimensão da educação, na qual os docentes têm a imensa
responsabilidade, como mediador, devendo ter um posicionamento crítico, a favor da
Educação do Campo, dos movimentos sociais e da classe trabalhadora.
Considerando o contexto do trabalho ora realizado, problematizamos o papel
do Estado e das políticas públicas, que garantam aos professores a formação inicial e
continuada, com uma proposta que articule as especificidades referentes às experiências
da Educação no e do Campo.
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ANEXOS
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REFERÊNCIAS
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3
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8648-2674. Estudante; Centro Universitário Cesmac (CESMAC);
Maceió; Alagoas; Brasil (gabriielcarneiro@gmail.com);
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2037-9877. Estudante; Centro Universitário Cesmac; Maceió;
Alagoas: Brasil (mayko10852@gmail.com);
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5483-0777. Estudante; Centro Universitário Cesmac; Maceió;
Alagoas: Brasil (ynara.medeiros.silva@gmail.com);
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1324-1861. Professor; Centro Universitário Cesmac; Maceió; Alagoas:
Brasil (ajrsantus@hotmail.com);
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7386-6046. Professora; Centro Universitário Cesmac; Maceió;
Alagoas: Brasil (delmaholanda@bol.com.br);
(6)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2291-0406. Professora; Centro Universitário Cesmac; Maceió;
Alagoas: Brasil (rochasotero@gmail.com);
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given by the teachers were able to be captured more effectively, providing a richer, more consistent learning,
as the practice made learning more pleasant and easy to understand, achieving positive results in the teaching-
learning process. Thus, we conclude that differentiated pedagogical proposals, such as the construction of the
School Garden, should become effective in Elementary and Secondary Education, minimizing the existing
barrier between theory and practice, as well as promoting a greater development of teaching and learning.
Therefore, due to the aforementioned facts, it is understood that the School Garden encourages a diverse and
pleasant environment for students to learn about Science and Biology in a playful and effective way, providing
their training and, consequently, the professional performance of the teacher more significantly.
INTRODUÇÃO
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REFERENCIAL TEÓRICO
METODOLOGIA
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Em um terceiro momento, o solo foi preparado com adubo, areia preta e irrigação
caseira. Ao final, as sementes e mudas foram introduzidas no solo. Os materiais utilizados
na execução dessa etapa foram: carrinho de mão, enxadas, ciscadores, pás, areia preta, adubo,
sementes e mudas das espécies Lactuca sativa (alface), Allium schoenoprasum (cebolinha),
Solanum lycopersicum var. cerasiforme (tomate cereja), Coriandrum sativum (coentro).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
5. ECCHELI,S. D. A motivação como prevenção da indisciplina. Revista de Educar, n.32, pp.199-
213, 2008.
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11. REIS, A. C. dos S.; SANTOS, E. N. Projeto: A horta na escola. Trabalho final de curso.
Ecologia no Ensino Médio. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de
Janeiro, 2005.
33
4
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2324-7263; Mestranda do Programa de Pós-graduação em Dinâmicas
Territoriais e Cultura da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. E-mail: val-mylla@hotmail.com
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5036-5671; Docente do Programa de Pós-graduação em Dinâmicas
Territoriais e Cultura da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. E-mail: deyvson@yahoo.com
ABSTRACT: The present investigation sought to evaluate the scope of the practices developed within the
interdisciplinary Nature Com-vida Project to form a culture of sustainability among the students of the Nossa
Senhora da Conceição School, from the 1st year to the 3rd year of High School, in the city of Craíbas - AL. The
case study was adopted as an investigation model, by monitoring the development of the aforementioned project
in the academic year of 2019. To make a diagnosis and obtain reliable information about the spontaneous
conceptions that the school community has about the project, we chose to do an exploratory research, in line
with other sources that provide support to the subject addressed, such as bibliographic research and interviews
with people who had practical experiences with the researched problem. Several didactic resources were used
during the project, with emphasis on fieldwork, which sensitized students to awaken a certain identity with
the environment, playing an essential role in education for sustainability. The results obtained allow us to
confirm that in the dynamic teaching-learning relationship, knowledge of sustainable practices is essential
for the development of citizens that our society demands, introducing feelings of solidarity, appreciation and
respect for life. Thus, the research not only reveals potentials, it also highlights commitments and suggests
routes in the resolution of broader environmental problems, which involve sustainability.
INTRODUÇÃO
2
É uma agenda de compromissos e ações sustentáveis para o Século XXI. Ela foi assinada na Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, conhecida como Rio-
92. Na Agenda 21 estão definidos os compromissos que 179 países assumiram de construir um novo modelo
de desenvolvimento que resulte em melhor qualidade de vida para a humanidade e que seja econômica, social
e ambientalmente sustentável. Desde 2002, o nosso país tem a Agenda 21 Brasileira, feita com a participação
de cerca de 40 mil pessoas. A Agenda 21 tem como referência a Carta da Terra, um documento internacional
que trata de como cuidar do nosso Planeta (BRASIL, 2012, p. 8).
3
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”. (Constituição Federal de 1988, Art. 225, § 6º).
4
Os artigos 9º e 10 da lei nº 9.795/99 exemplificam que a educação ambiental será desenvolvida no âmbito dos
currículos escolares nas instituições públicas e privadas e nas séries que são pertinentes à educação básica,
educação superior, educação especial, educação profissional, e educação de jovens e adultos, vetando-se a
sua implantação como disciplina específica, mas direcionada para uma prática contínua e permanente em
todos os níveis da educação formal.
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METODOLOGIA
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O PDDE Escolas Sustentáveis, oferecido nos moldes operacionais estabelecidos pelo FNDE, consiste no
repasse financeiro, por meio de transferência de recursos de custeio e de capital, para promover ações
voltadas à melhoria da qualidade de ensino e apoiar as escolas públicas das redes distrital, municipais e
estaduais na adoção de critérios de sustentabilidade socioambiental, considerando o currículo, a gestão e o
espaço físico, de forma a torná-las espaços educadores sustentáveis (BRASIL, 2013, p. 3).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
No dia 09 de maio de 2019 teve início a organização do projeto com as seguintes etapas:
primeiro, a construção do projeto com a participação dos professores e alunos, divulgação
e apresentação do mesmo para o conselho escolar e comunidade escolar; depois os alunos
fizeram a inscrição para participarem da gincana com a entrega de garrafas pets, latinhas, e
papel para rascunho. O ponto de coleta foi na própria escola e os materiais x foram vendidos
para que tome o destino correto de sua reutilização. Cada turma, por meio de sorteio, adotou
um espaço na escola para desenvolver uma ideia sustentável.
Em junho do mesmo ano, durante a semana do meio ambiente, aconteceu uma
rodada de palestras, com o tema Sustentabilidade, realizada pelos próprios professores da
escola nos três turnos, nos quais os alunos ouviram atentamente as palestras e na semana
seguinte foram avaliados com perguntas referentes aos temas trabalhados, como uma das
tarefas da gincana de culminância do projeto, marcada para 19 de junho de 2019. Os espaços
sustentáveis prontos (jardins e horta comunitária decorados com pneus, garrafas pet e
vasilhames de água mineral, além de promover o reaproveitamento de itens descartáveis,
deixa a escola mais bonita) e as tarefas do dia da gincana foram julgados por uma comissão
formada por ex-alunos da escola que hoje atuam no campo profissional da cidade.
O projeto manteve sua continuidade com o compromisso de que cada equipe deveria
cuidar do seu espaço até o encerramento do ano letivo; nos dias correspondentes ao recesso
escolar os membros permanentes da Com-vida na escola ficaram com a responsabilidade
de cuidar até que iniciasse o novo ano letivo. O trabalho desenvolvido pela Com-vida na
escola, por meio de projetos voltados à preservação e proteção ambientais, se dera também
Distribuídos em 9 (nove) turmas sendo 4 (quatro) turmas de 1ª série; 3 (três) turmas de 2ª série e 2 (duas) turmas de 3ª
6
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por meio de coleta de óleo de cozinha usado e de baterias de celular e de pilhas usadas, esta
proposta pedagógica visou propiciar bons hábitos a fim de se dar um destino ecologicamente
correto a esses materiais tóxicos, além de incentivar os alunos ao recolhimento desse tipo de
resíduo, divulgando o ponto de coleta existente na escola.
Ao traçarmos o perfil dos alunos da Escola, constatamos que a comunidade em questão
tem a agricultura como atividade econômica de base para o sustento das famílias. A maioria
é de baixa renda, oriundos da zona rural da cidade, e apresentaram alguma dificuldade de
aprendizagem, sendo esta dificuldade uma consequência da falta de incentivo e motivação
para a leitura e até mesmo o não conhecimento de conceitos elementares que deveriam ter
sido adquiridos no Ensino Fundamental.
Avaliada a implantação do projeto Com-Vida na escola, os dados mostram que 75%
dos alunos avaliaram o projeto como positivo para as ações ambientais. Enquanto, 25% dos
alunos se sentiram insatisfeitos com o projeto. Neste sentido, para Leite (2019) trabalhar
a educação ambiental na escola torna-se necessário para que os estudantes tenham a
possibilidade de tomar consciência das situações que acarretam problemas no seu ambiente
próximo ou para a biosfera em geral, refletindo sobre as suas causas e determinarem os
meios ou as ações apropriadas na tentativa de resolvê-lo.
Em relação à avaliação dos alunos quanto à construção dos espaços sustentáveis
como ação ambiental na escola, 75% dos alunos entrevistados demonstraram interesse
e ressaltaram a importância em trabalhar educação ambiental numa prática efetiva para
o ambiente escolar. A partir destes dados nota-se que os estudantes reconheceram que
a responsabilidade em resolver os problemas ambientais é de todos, como preceitua a
Constituição Federal de 1988. Sobre a construção dos espaços sustentáveis na escola, junto à
realização de palestras sobre o tema sustentabilidade, 53% dos alunos relataram ter mudado
seu olhar para o ambiente, visando uma consciência mais ecológica. Tais mudanças partiram
desde o jogar lixo no chão até a reutilização de materiais recicláveis em casa.
A última dimensão analisada neste trabalho versa sobre a transmissão das
informações obtidas nos processos de educação ambiental na escola, para os familiares e
para os amigos dos participantes. Desta forma, foi organizada uma questão objetiva para
elencar este dado: 56% dos discentes disseram que sim, que retransmitem informações
recebidas na escola para seus amigos e familiares, 44% dizem que não há qualquer
retransmissão. Estes índices apontam um efetivo interesse em disseminar informações
sobre a temática ambiental para aqueles que circundam os respondentes dos questionários.
Os dados confirmam as considerações de Steiin e Dorow (2011), sobre a importância
de não promover somente ações pontuais na escola, mas ações que transcendam o ambiente
escolar, atingindo as comunidades nas quais residam estudantes, professores, funcionários,
buscando modificações de atitudes e valores, provocando uma reflexão que desperte toda
a sociedade, visando à sensibilização e mudança de postura quanto às questões ambientais
não só na escola, mas também fora dela.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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o coloquem em interação com a ciência, a arte e os valores, torna-se pertinente uma ação
consciente e sensibilizadora no que concerne às questões ambientais mais preocupantes
do município de Craíbas. É importante ressaltar que por meio desta proposta os alunos
tornem-se agentes multiplicadores em defesa ao meio ambiente, levando para a população o
conhecimento adquirido na escola bem como das políticas ambientais que regem a proteção
ao meio ambiente.
Considera-se que os objetivos deste trabalho foram alcançados, mas com expectativa
de continuação de uma pesquisa futura, a fim de conhecer também a percepção dos demais
atores envolvidos nesse processo (professores, diretores, pais, poder público). O trabalho
desenvolvido serviu para tornar visíveis alguns aspectos que devem ser aprofundados.
REFERÊNCIAS
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5
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8734-6332, Mestre em Educação Profissional e Tecnológica;
Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ)/Campus Mesquita; Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Brasil. E-mail:
cristianebrandao@rioeduca.net;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2205-6825, Estudante do Curso Técnico em Guia de Turismo; Centro
Federal de Educação Tecnológica (Cefet)/Campus Maracanã; Brasil. E-mail: lindielly@yahoo.com.br.
ABSTRACT: Professional and Technological Education, which provides for a polytechnic training, goes far
beyond a mere qualification of the professional for the purpose of meeting market interests, that is, it aims at
their resignification in the labor market. Therefore, it aims at omnilateral education, that is, integral human
formation. From this perspective, the work presented here, the result of research by the Professional Master in
Professional and Technological Education, linked to the Federal Institute of Science and Technology Education
/ Campus Mesquita, aims to discuss the contributions of an interactive installation, using digital media, for the
promotion of the development of an integral human formation, with the students of the Technical Course in
Integrated Tourism Guide at Middle Level, from the Federal Center for Technological Education Celso Suckow
da Fonseca / Campus Maracanã, in Rio de Janeiro, during the second semester of 2019. For the development
of the work, which emphasizes the importance and guidelines of Professional and Technological Education,
the qualitative methodology was used based on participant observation and action research. In this way, the
research aimed to understand the impact of the resources available in an Interactive Installation, in the light
of Literary Tourism, in the teaching and learning process of future technical professionals in Tourism Guide,
in order to enable a more dynamic, integrated training and articulated with digital technologies, also aiming at
inclusive training. The results reaffirmed the potential of digital media and the relevance of student leadership,
as well as the active, critical and interactive participation of students involved in the process, providing students
with criticality, authorship and autonomy in their formative itinerary.
KEYWORDS: To three, without repeating words contained in the title, comma separated.
INTRODUÇÃO
o cenário da EPT, após a promulgação da Lei 9.394/96, passou a ter um novo enfoque, sendo
regulada de forma integral. Portanto, não há mais uma mera preocupação de formação
apenas para o mercado e sim para o mundo do trabalho, baseando-se em uma formação
cidadã do trabalhador que permeia suas práticas sociais.
Sob essa perspectiva, o artigo apresentado tem por objetivo discutir as contribuições
de uma Instalação interativa com base nos resultados de uma proposta de pesquisa acerca
da viabilização dessa Instalação (SOGABE, 2011), à luz do Turismo Literário proposta por
Mendes (2007) e como recurso tecnológico potencializador (MORAM, 2000) contribuindo,
assim, para a promoção do desenvolvimento de uma formação humana integral (FREIRE,
2000). Por conseguinte, destaca-se o protagonismo dos estudantes do Curso Técnico em
Guia de Turismo, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca no
Rio de Janeiro (Cefet/RJ).
A EPT, sob a perspectiva de uma formação integrada (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS,
2005), implica em apreender quem são os sujeitos sociais envolvidos nessa dimensão da
vida social e como as relações sociais se estabelecem dentro desse contexto. Entretanto, urge
a necessidade de uma formação que contemple tanto os aspectos da vida profissional e/ou
do mundo do trabalho, quanto à percepção desse cidadão diante da importância das suas
práticas sociais, visando a sua ressignificação nesse mercado de trabalho que, geralmente,
limita-se à lógica capitalista.
Cabe ressaltar que, tendo em vista a dificuldade relativa ao deslocamento dos
estudantes de seu Campus de estudo para ambientes externos, a Instalação interativa foi
executada dentro do espaço escolar, constituindo-se em um “Laboratório Experimental” a
fim de que houvesse uma reflexão e sensibilização acerca da formação integral do educando.
A delimitação da turma de 3º ano está associada, simplesmente, ao fato de esse grupo
já ter percorrido mais da metade de seu itinerário formativo, presumindo assim já possuir
uma visão mais aprimorada em relação ao Curso Técnico e ao mundo do trabalho, uma
vez que as Disciplinas Técnicas e as demais Disciplinas do Núcleo Comum são ofertadas
concomitantemente.
Além disso, houve a previsão de que as discussões realizadas com os estudantes
contribuiriam para que os mesmos repensassem a prática social do futuro Guia de Turismo
ainda durante a sua formação em Nível Médio.
Diante do exposto, reitera-se que este artigo tem o objetivo de discutir as contribuições
de uma Instalação interativa à luz do Turismo Literário com vistas a uma formação humana
integral dos estudantes do Curso Técnico em Guia de Turismo, do Cefet/RJ.
REFERENCIAL TEORICO
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Pensar sob essa ótica, em consonância com o pensamento freireano, requer que não
ocorra a dissociação desse importante binômio: especialização-humanização (FREIRE,
1979), quando se propõe a EPT. O autor reitera que, ao pensar o contexto da Educação
Profissional, é preciso compreender que a atuação do profissional não diverge da sua atuação
enquanto cidadão.
Portanto, a trajetória que se quer percorrer na EPT, sob a perspectiva de uma
formação integrada (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005), implica em uma formação
que transcenda as lógicas mercadológicas. Para tanto, é crucial a percepção do estudante-
cidadão diante da importância de suas práticas sociais, em todas as esferas de sua vida.
Desse modo, torna-se necessário que as discussões pautadas no enfoque Ciência,
Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) nos leve a repensar as relações entre o ser humano,
o desenvolvimento científico-tecnológico e a própria sociedade, estabelecendo interligação
com as dimensões políticas, econômicas e sociais, bem como integrando ao campo Trabalho
e Educação (NASCIMENTO; RODRIGUES; NUNES, 2016).
De igual modo, é preciso que se ampliem os seus pressupostos e possibilite uma
formação omnilateral e politécnica à Educação Profissional e Tecnológica, compreendendo
ser esta uma condição necessária a fim de que se tenha, de fato, a configuração de uma nova
realidade nesse âmbito (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005).
Todavia, é mister levar em conta a construção de atitudes criativas e críticas, com nova
postura frente aos conteúdos e isso requer compreender que o enfoque CTSA na Educação
Profissional não se reduz apenas a mudanças nos componentes curriculares, mas também à
metodologia que é empregada nesse contexto.
Outrossim, há de se considerar que as contribuições outrora tecidas por Paulo Freire,
se revelam tão atuais no que tange à valorização de uma educação crítica e reflexiva que
garanta uma formação integrada e cidadã, bem como necessária. O autor reforça que
“numa era cada vez mais tecnológica como a nossa, será menos instrumental uma educação
que despreze a preparação técnica do homem, como a que, dominada pela ansiedade de
especialização, esqueça-se de sua humanização” (FREIRE, 1979, p. 48).
Por sua vez, Pacheco (2011) enfatiza que o fazer pedagógico dos institutos federais,
em consonância com a EPT, esmera-se justamente no rompimento do formato que se
consagrou diante da forma fragmentada pela qual se concebia o conhecimento. Sendo assim,
“os processos de organizar o currículo, as metodologias, os tempos e os espaços precisam ser
revistos”, com urgência (MORAN, 2015, p. 15).
Conforme Sogabe (2011), a Instalação interativa, mediada pela tecnologia digital,
constitui-se em um sistema vivo que possibilita ao público dialogar fisicamente com um
evento que está acontecendo no ambiente e que pode se modificar a partir de sua interação.
O Turismo Literário, por sua vez, possibilita uma imersão a uma determinada realidade,
promovendo “um movimento de criação de uma sensibilidade unificadora entre o turista e o
‘anfitrião’” (MENDES, 2007, p. 85).
Nesse sentido, Coutinho; Faria; Faria (2016) afirmam que o Turismo Literário, que
tem por fonte de motivação a Literatura, pode oportunizar um diálogo entre o leitor e os
lugares (reais ou não) da obra literária e de seu respectivo autor. Em se tratando disso, não
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podemos deixar de assegurar que conectar espaço e tempo, partilhar diferentes aspectos de
uma cultura, que pode ser analisada por muitas vertentes, nos parece fascinante.
Em contrapartida, é preciso buscar estratégias a fim de que a interação a que se
propõe possa ser acessível ao público de modo geral. Levando em conta essa premissa, Glat
et al. (2003) reiteram a necessidade de práticas educativas que oportunizem maior reflexão
a respeito além da necessidade de escolas mais inclusivas.
Ademais, formulou-se a hipótese de que uma Instalação interativa à luz do Turismo
Literário, considerando o processo percorrido durante a sua elaboração e execução, poderia
contribuir para que o Guia de Turismo pudesse não apenas repensar o roteiro de visita, mas,
a sua própria prática como cidadão que reconhece que o seu papel social não se limita às
atividades profissionais. Sob essa perspectiva, surgiu a proposta de um projeto de pesquisa
acerca da viabilização de uma Instalação interativa, visando analisar as suas contribuições
para uma formação humana e integral.
Essa conjuntura nos instigou a buscar responder a seguinte questão de pesquisa:
“em que aspectos uma Instalação interativa, à luz do Turismo Literário, pode sensibilizar os
estudantes do Curso Técnico em Guia de Turismo, do Cefet/RJ, quanto às questões de uma
formação mais integrada e inclusiva?”.
Dessa forma, este trabalho tem como objetivo discutir as contribuições de uma
Instalação interativa, à luz do Turismo Literário, através da exploração de recursos
tecnológicos, enfatizando a necessidade da formação integrada e inclusiva. Além disso,
ressaltar as suas implicações nas práticas sociais de futuros profissionais técnicos em Guia
de Turismo.
Ressalta-se, ainda, que a Instalação interativa, que se constitui em um produto
educacional elaborado durante o Curso de Mestrado Profissional em Educação Profissional
e Tecnológica (ProfEPT) do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro (IFRJ), Campus Mesquita, foi idealizada tomando por base a perspectiva de educação
inclusiva e tecnológica. Assim, sua execução se deu através de dispositivos que permitiram,
também, a acessibilidade cultural e o uso integrado da tecnologia – mídias digitais – no
interior de seu ambiente.
PERCURSO METODOLÓGICO
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Fonte: As autoras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Paquistão. Tudo isso foi possível por meio de um roteiro de visita e da exploração de mídias
digitais criados pelos estudantes, conforme figura a seguir:
Fonte: As autoras.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse estudo foi alcançado, visto que foi possível analisar as contribuições,
envolvendo tanto a elaboração quanto a execução, de uma Instalação interativa à luz do
Turismo Literário. Todo o processo possibilitou a discussão e a integração de diferentes
conhecimentos – gerais e específicos – permitindo aos futuros profissionais técnicos em guia
de Turismo uma maior reflexão diante de sua atuação, não apenas em sua prática laboral,
mas no mundo em que está inserido.
Diante do que se discutiu, ficou evidente que a EPT deve ser compreendida como
um processo social que se baseia em princípios democráticos, devendo repensar práticas
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que valorizem, de fato, a formação integral em seu percurso formativo. Desse modo, tanto
o ensino quanto a pesquisa, a partir dessa abordagem, precisam estar fundamentadas na
convicção de que a ciência e a tecnologia são as duas importantes forças para uma vida
mais democrática, ou seja, para as pessoas, para a sociedade e para as transformações
globais contemporâneas.
Conclui-se que a pesquisa revelou a importância do protagonismo juvenil e como
as alternativas para um ensino integrado podem ser criadas, também, pelos próprios
estudantes, conferindo status de plena cidadania no processo de ensino e aprendizagem.
Desse modo, os jovens profissionais em formação têm a oportunidade de refletir sobre suas
práticas sociais, em um contexto que busca integrar educação básica e educação técnica,
resultando na formação humana integral desses sujeitos.
REFERÊNCIAS
10. FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. Ensino médio integrado: concepção e
contradições. São Paulo: Cortez, 2005.
11. GLAT, Rosana et. al. Panorama Nacional da Educação Inclusiva no Brasil. Relatório
de Consultoria Técnica, Banco Mundial, 2003. Disponível em: www.cnotinfor.pt/projetos/
worldbank/inclusiva. Acesso em: 30 nov. 2020.
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18. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
19. YOUSAFZAI, M. Eu sou Malala: como uma garota defendeu o direito à educação e
mudou o mundo. Edição Juvenil/ MalalaYousafzai com PatriciaMcCormick. Tradução:
Alessandra Esteche. São Paulo: Seguinte, 2018.
50
6
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3656-0109; Especialista em Ensino Religioso (UFAL); Membro do
Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos – FAEJA, Membro do Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso – FONAPER. Membro da equipe de Assessoria das Comunidades Eclesiais de Base – CEB’s.
da Arquidiocese de Maceió. E-mail: rosariopretinha@hotmail.com
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7965-1783; Mestra em Educação do Campo (UFRB). Especialista em
Metodologia do Ensino Superior (UFAL). Especialista em Educação do Campo (UFAL). Professora Auxiliar
do Campus III/UNEAL. Coordenadora Institucional do PROCAMPO/UNEAL – Campus I. Assessora e
Conselheira do Conselho Estadual de Educação de Alagoas. E-mail: sara_jcb@hotmail.com
ABSTRACT: This paper provides a contribution to reality and challenges of multisseriate room at the
Municipal School Dr. Jayme Lustosa of Altavila in Cologne Leopoldina / AL, aiming to ensure the operation
of the school unit of the field, from community mobilizations of Riachão Site articulated by a dialogical
[relationship together to the managers responsible for Education in the Municipality. It is worth mentioning
that the construction of academic work is structured in the following items: multisseriate school and education
field; pedagogical practice in multisseriate room; and challenges to improve teaching practice, relationship
with the community and designing field of education in political pedagogical project of the school. Academic
work in question was developed through field research, spurred by questionnaire the teacher; Interview with
some students and the school community; and, meeting with municipal managers and school community,
resulting in a joint action which guarantees the school functioning in alternative space and parallel reform of
the school building.
INTRODUÇÃO
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DOI: 10.48016/XenccultGT3cap6
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Sendo assim, a prática pedagógica traz presente uma lógica de seriação, além do
mais, o trabalho docente das escolas multisseriadas se configura em uma atividade árdua,
pois o professor assume uma sobrecarga de trabalho. O mesmo é responsável por todas as
atividades pedagógicas, administrativas e, ainda conta com a falta de segurança no emprego,
sem garantia de estabilidade, pois em sua maioria são contratados. Essa situação deixa
muitas vezes os professores sobrecarregados, assumindo várias atribuições como: merenda
escolar, limpeza da escola, matrícula, além de assumir as atividades da docência com um
público diversificado.
Esses profissionais enfrentam angústias e desafios relacionados à organização do
trabalho pedagógico, pois os mesmos realizam um trabalho solitário face ao isolamento que
vivenciam e ao pouco preparo para lidar com a heterogeneidade de idades, séries, ritmos de
aprendizagem, entre outros aspectos presentes nessas escolas ou turmas. Nota-se que, nas
escolas multisseriadas, os professores organizam, elaboram e desenvolvem suas atividades
de planos de aulas, estratégias de avaliação com muita dificuldade, uma vez que os mesmos
trabalham com estudantes da educação infantil ao ensino fundamental. Observa-se que,
nessas situações, os professores são pressionados para utilizarem o livro didático como
material para o seu fazer pedagógico, mesmo sabendo que os mesmos causam, em algumas
situações, implicações em relação ao currículo, principalmente quando se trata dos diversos
aspectos como: crenças, valores, ritos, símbolos, gênero, etnia, conhecimentos, padrões de
referência e sociabilidade das populações do campo. Nota-se que a escola quando trabalha
voltada apenas para o livro didático, ela reforça uma compreensão universalizante e
homogeneizadora do currículo, não levando em consideração as diversidades presente no
contexto da escola campesina.
Outro aspecto importante a ser destacado em relação às escolas multisseriadas é a
falta de acompanhamento pedagógico pelas secretarias de educação, levando os professores,
pais e estudantes a se sentirem discriminados em relação às escolas urbanas. Tudo isso leva
a crer que não há uma prioridade para as escolas multisseriadas.
Observa-se que, em meio a tantos desafios, contamos com pessoas comprometidas
com a educação das salas multisseriadas. Segundo depoimentos encontrados em pesquisas
de Hage, destacamos o fragmento a seguir: “Estudar para mim era tudo. Poder estudar
significava ser alguém que iria fazer a diferença no meio social e contribuir com os que mais
de mim precisassem.” (HAGE, 2010. p. 23.).
Percebe-se que no contexto da educação podemos contar com pessoas comprometidas
com a causa da educação do campo, assumindo para si esse desafio de poder fazer diferente,
tornando o seu fazer pedagógico prazeroso e contextualizando de acordo com a realidade
vivenciada, visando viabilizar sonhos de estudantes que no futuro possam ser educadores
comprometidos e verdadeiros com a educação campesina.
A Resolução Normativa nº 040/2014 do Conselho Estadual de Educação do Estado
de Alagoas, publicada no Diário Oficial do Estado em 11 de dezembro de 2014, garante a
regulamentação da oferta da Educação do Campo no Sistema Estadual de Educação de
Alagoas, sendo considerado um grande avanço no Estado. Segundo este documento em seu
artigo 1º § 2º:
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A prática pedagógica dos professores em sala multisseriada tem hoje no Brasil grande
contribuição da luta e da participação dos movimentos sociais do campo, principalmente do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- Terra (MST), que tem lutado por uma educação
inserida na realidade e nos interesses dos povos trabalhadores do campo, uma educação que
considere os diversos aspectos: sociais, políticos, culturais, religiosos, econômicos, de gênero,
etnia e diversidade sexual. Que respeitem a vida dos educandos e suas especificidades.
Esta prática pedagógica vem sendo uma batalha dos movimentos desde os anos de
1980. Vale ressaltar que, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) tem
demonstrado grandes lutas, principalmente para que os órgãos públicos construam escolas
públicas nos assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária. Observa-se que essa
bandeira de luta tem sido para aprofundar e ampliar a discussão da Educação do Campo em
todo país.
O movimento iniciou esta luta através de uma pesquisa realizada no Estado do Paraná
que teve como objetivo aprofundar e mediar a prática pedagógica dos professores/as que
atuam em salas multisseriadas. Percebe-se que até hoje as mesmas não são valorizadas ou
muitas vezes nem são reconhecidas como possibilidades de conhecimentos nas realidades
campesinas. Os professores/as que atuam nessas turmas devem trabalhar levando em
consideração a produção de conhecimentos dos educandos/as permitindo que os sujeitos
expressem seus conhecimentos e saberes baseados na tolerância e no respeito às diferenças
presente no cotidiano pedagógico.
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Nessa perspectiva é fundamental que tenhamos uma educação escolar que vise
à transformação dos sujeitos apontando novas possibilidades e limites, avançando no
processo de humanização das relações sociais, econômicas, culturais, políticas e ambientais,
levando em consideração à própria realidade dos/das educandos/as. Para que isso aconteça,
é necessário que os professores se apropriem da pesquisa e alarguem as possibilidades da
construção do conhecimento para além do livro didático, que em sua maioria encontra-
se fora do contexto campesino. É necessário buscar novos instrumentos de qualificação da
prática pedagógica visando garantir o processo ensino-aprendizagem contextualizado a
partir da realidade da comunidade, potencializados os saberes socialmente construídos e
sistematizados com qualidade no campo educacional.
Quando falamos em prática do professor, se faz necessário articular políticas
educacionais contra-hegemônicas que foram pensadas para o Brasil visando atender apenas
a classe que detém o controle de produção, ou seja, que detém o poder em suas mãos.
O processo de formação pensado e apresentado para o nosso povo brasileiro visa
suprir as necessidades de mão de obra para o mercado de trabalho. Atualmente, já podemos
observar que esta mentalidade está sendo repensada, a educação precisa preparar o sujeito
para assumir em plenitude, sua própria cidadania, ou seja, as políticas educacionais devem
ter como meta a transformação dos sujeitos em todos os seus aspectos. Uma educação que
pense na classe trabalhadora e que aponte políticas que favoreçam a classe trabalhadora e
respeitem suas diversidades e especificidades.
A educação do campo tem características e necessidades próprias que devem ser
respeitadas dentro da sua realidade e subjetividade. A mesma não abre mão de sua pluralidade
por se tratarem de salas multisseriadas. É importante ressaltar que a mesma dialoga com
as diversas áreas do conhecimento, interagindo para relacioná-las entre si. Dessa forma, as
áreas de conhecimento entrelaçam-se, a partir da especificidade de cada realidade e de cada
educando, por se tratarem de diversas séries numa mesma sala. Sabemos que por lei é dever
do Estado democrático assegurar a todas as pessoas o direito à educação. Esse direito nem
sempre está sendo garantindo aos povos que vivem e trabalham no campo.
O Estado Brasileiro precisa reafirmar seu compromisso com a educação do campo,
garantindo o direito à escolarização de qualidade para todos os povos, seja do campo ou
da cidade. Vale ressaltar que, a efervescente demanda da sociedade brasileira na busca
pela melhoria da educação no Brasil é resultado de um amplo processo de mobilização
das organizações da sociedade civil organizada e dos movimentos sociais, principalmente
dos que lutam por reforma agrária e por uma educação do campo, visando respeitar as
especificidades e realidades dos povos assentados, representada pelos movimentos sociais
e sindicais que atuam ao longo desta trajetória como articuladores/as e construtores/as de
bandeiras de luta, entre elas a bandeira do direito à educação do campo.
Ao longo dessa caminhada percebe-se que os movimentos sociais, as organizações, os
movimentos da luta pela terra não têm medido esforços para garantirem uma educação do campo
de qualidade onde os sujeitos sejam respeitados/as, valorizados/as em todos os seus aspectos.
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Para ser uma escola do campo não basta o espaço geográfico ou a nomenclatura
que lhe é dada; é necessário ter condições de funcionamento em todos os aspectos, dando
ênfase no processo de ensino aprendizagem, respeitando as especificidades dos sujeitos
e tornando-os capazes de construírem e reconstruírem sua própria história, ancorando-
se na temporalidade e saberes próprios. Na medida em que a escola/educação passam a
estar enraizadas em suas realidades, contamos com mais possibilidades de produzir novos
conhecimentos e contribuir para uma educação do campo respeitando as realidades das salas
multisseriadas, visando novos conhecimentos de acordo com cada realidade campesina.
A Educação do Campo traz, então, uma grande lição e um grande desafio para
o pensamento educacional: entender os processos educativos na diversidade
de dimensões que os constituem como processos sociais, políticos e culturais;
formadores do ser humano e da própria sociedade. (ARROYO, et al. 2011,
p.13)
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culturais que faz com que determinadas propostas tenham também êxito quando se conectam
com algumas das necessidades sociais educativas. Leite apud Lunas, afirma:
Essa ideologia ainda permeia até hoje, principalmente, quando observamos que a
luta pela Educação do Campo está muito mais acirrada pelo compromisso dos movimentos
sociais, que não deixam a bandeira cair, buscando sempre uma interação entre a proposta
apresentada oficialmente pelo governo, mas sem deixar convencer-se de que a Educação
do Campo deve ser oferecida com qualidade, garantindo o sucesso e a permanência dos
educandos/as em suas comunidades.
Segundo Socorro Silva, a Educação do Campo tem um sentido amplo e complexo
não devendo ser entendida apenas como sinônimo de ensino. Percebe-se que esse contexto
tem seus avanços através dos movimentos sociais e nas diferentes organizações que atuam
com educação, assim também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN),
nº 9.394/96, que determina em seu Art. 1º que: “a educação deve abranger os processos
formativos que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais, nas organizações da sociedade
civil e nas manifestações culturais”. (BRASIL, 1996).
A educação deve perpassar, de fato, os ambientes, quer seja familiar ou através de
instituições governamentais e não governamentais, pois todos precisam passar pelo processo
educacional de qualidade para uma formação plena.
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Quando uma escola situada na zona rural consegue articular, por meio de
um planejamento escolar tudo no contexto educacional, pode, com certeza,
incluir os alunos na busca por soluções pelos desafios da escola. Muitas
vezes, os próprios alunos são responsáveis por alguns problemas, e mediante
um simples diálogo pode-se resolver o problema.
Percebe-se que os alunos dessa escola do campo querem e gostam de saber o
que acontece na escola, porque os envolve em todos os processos educativos.
Se realmente a gestão escolar contextualiza os desafios enfrentados no dia a
dia, esta é participativa e democrática.
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nas Escolas do Campo, ela afirmou não ter nenhum conhecimento sobre leis que tratam da
temática em questão, bem como desconhece o marco regulatório da Educação do Campo em
Alagoas, por intermédio da Resolução nº 040/CEB-CEE-AL.
Dentro desse diálogo foi resgatada a luta da comunidade, que há aproximadamente
10 anos, tem insistentemente procurado a Secretaria de Educação de Colônia Leopoldina,
para realizar a reforma da escola que se encontra deteriorada em sua estrutura física.
A infraestrutura da escola está em péssima condição, a gestão anterior nunca se
pronuncia em reformá-la, mas sempre anunciava seu fechamento, inclusive quem minimizou
seu fechamento foi a intervenção do Fórum Estadual Permanente de Educação do Campo
de Alagoas (FEPEC/AL) através de um membro de sua coordenação colegiada, que ao se
reunir com a antiga Secretária de Educação, fazendo algumas ponderações, a convenceu que
a escola não poderia ser fechada arbitrariamente, porém a mesma sofreu um esvaziamento
de estudantes e resiste até os dias de hoje com apenas 10 (dez) educandos/as conforme
citado acima.
A atual gestão do Município, desde o início do mandato, em 2013, comprometeu-se
em fazer sua reforma. Porém, em setembro de 2015, convidou a população do Sítio Riachão
para discutir sobre a situação da Escola na sede da Secretaria de Educação. Na ocasião, a
comunidade do Sítio Riachão, por intermédio de seus representantes, recusou o convite e
mencionaram o desejo de que a chefe do Poder Executivo e a representante da pasta da
educação do município se dirigissem até a escola para assim realizar a reunião com os
moradores in loco.
Após atualização sobre a situação da infraestrutura da escola, uma das autoras desta
pesquisa, seguiu para a cidade de Colônia Leopoldina, visando chegar à sede da Secretaria
de Educação, objetivando agendar uma reunião com a titular da pasta, bem como, com a
chefe do poder executivo, que por coincidência, no dia 30 de setembro do corrente, estava
chegando à sede da Secretaria Municipal de Educação.
Aproveitando a presença da Secretária municipal e da prefeita, foi realizada uma
rápida reunião, esclarecendo alguns tópicos contidos e regulamentado no marco regulatório
da Educação do Campo em Alagoas, anteriormente citado, tendo como destaque, os pontos
que asseguram a educação escolar para a população campesina no lugar onde reside o
povo do campo; a lei 12.290/2014 que assegura a consulta da população, quando a escola
esteja ameaçando ser fechada e foi tratado também o potencial pedagógico da escola na
escolarização dos seus/suas estudantes.
A chefe do Poder Executivo e a Secretária de Educação, esclareceram que a escola do
Sitio Riachão, apesar de existir há aproximadamente 41 anos, não tem nenhum registro,
nem dominialidade, impossibilitando solicitar recursos do FNDE para garantir sua reforma,
porém, uma comissão da prefeitura composta pela Prefeita, Secretária da Educação e
Coordenadora Municipal das Escolas Rurais, iria realizar uma reunião no dia 02 de outubro
do ano em curso, na sede da escola, onde foi solicitada a presença da pesquisadora.
Em conversa com a Secretária de Educação do Município a mesma informou que
a gestão atual não encontrou nenhuma escola (urbana e ou rural) com o Projeto Político
Pedagógico (PPP) elaborado. Dessa forma, a Secretária afirma que sua equipe técnica,
juntamente com os/as professores/as e comunidades vêm trabalhando e organizando os
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Portanto, pode-se afirmar que a escola do campo tem como grande desafio manter a
articulação e a mobilização entre Poder Executivo e comunidade escolar para, assim, garantir
a educação escolar no campo do direito. “Educação do Campo: Direitos nosso, dever do
Estado”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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10. HAGE, S.M. Escolas multiseriadas. In: OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA,
L.M.F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/
Faculdade de Educação, 2010. CDROM.
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7
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3995-6934; Graduanda em pedagogia; anny.sf47@hotmail.com .
Povoado Gongo, São Sebastião- Alagoas
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9836-5021; Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional,
Docência do Ensino Superior, Psicopedagogia Institucional com ênfase em Educação Infantil e Educação
Especial. Especialista em Gestão Ambiental e Sustentabilidade. Especialista em Educação à Distância: Gestão
e Tutoria EAD. Especialista em Educação Infantil e Anos Iniciais. Mestranda em Dinâmicas Territoriais e
Cultura da Universidade Estadual de Alagoas. Professora da Faculdade de Ensino Regional Alternativa, nas
áreas de Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Educação Inclusiva e Educação e Diversidade.
Tutora do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI na modalidade EAD. susanne.m.farias@
gmail.com; Arapiraca - AL.
ABSTRACT: The partnership between family and school is one of the main elements for the success of
education. It is common to believe that each one must fulfill their role separately. However, parents and the
educational institution must be in constant harmony, aiming at the full development of children. Thus, the present
article has the general objective of knowing the effects on the role of the family in the teaching-learning process
in early childhood education. The specific objectives are: to discuss the relevance of the partnership between
parents and school; reflect on the family’s participation in the school to build the student’s development; and
analyze how the exchange of experiences with parents can result in more meaningful learning for students. The
research is justified by the fact that the social function of the family is extremely relevant, being a mechanism
to allow the incorporation of ethical and social values into the order when interpreting and applying the law.
The research methodology is a qualitative methodological approach to bibliographic review. In this context,
the research aims to provide an initial basis for reflection on the effects of active family participation in early
childhood education. The research methodology is a qualitative methodological approach of bibliographic
review with field research carried out at the Municipal School of Basic Education 31 de Maio located in São
Sebastião / AL. In this context, the research aims to provide an initial basis for reflection on the effects of
active family participation in early childhood education. The instruments of production / data collection will
be carried out through analysis in the questionnaires answered by the parents and teachers of the school
mentioned above, then a bibliographic review of the literature is made in the LiLACS, MEDLINE, SCIELO,
Google academic databases. Where articles will be selected, which will enable the study. With inclusion criteria
articles published in full in the Portuguese language during the period and 2014 to 2019, and exclusion criteria
incomplete articles, theses in other languages.
1
DOI: 10.48016/XenccultGT3cap7
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como objetivo geral conhecer os efeitos sobre o papel da
família no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil. Por conseguinte, os
objetivos específicos foram discorrer sobre a relevância da parceria entre pais e escola;
refletir sobre a participação da família na escola para a construção do desenvolvimento do
(a) aluno (a) e; analisar como a troca de experiências feita com os pais poderia resultar em
uma aprendizagem mais significativa para os educandos.
A presente pesquisa justificou-se por percebermos as dificuldades da parceria entre
escola e família, parceria fragilizada, a qual identificamos no decorrer do trabalho realizado
dentro e fora da sala de aula. Caso família e escola, seguirem juntas, com os mesmos
princípios e critérios, os objetivos educacionais planejados podem ser atingidos. Cada
membro empenhado com o propósito de fazer sua parte, para que no fim da jornada possam
conduzir as crianças e jovens a um futuro melhor.
Para nortear a pesquisa o presente estudo buscou a seguinte problemática: qual a
relação entre família x escola? E que tipo de relação a família tem com a escola?
Aspira-se que a família e a escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, para
que possam proporcionar ao aluno uma aprendizagem de qualidade e que venha fomentar
cidadãos críticos e capazes de enfrentar as complexidades que surgirão na sociedade.
A metodologia da pesquisa tratou-se de uma abordagem metodológica qualitativa de
revisão bibliográfica, com pesquisa de campo realizada na Escola Municipal de Educação
Básica 31 de Maio, localizada no Município de São Sebastião/AL. Em seu contexto, a pesquisa
teve o intuito de fornecer uma base inicial de reflexão sobre os efeitos da participação ativa
da família na educação infantil.
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REFERENCIAL TEÓRICO
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Diante da colocação acima exposta, entende-se que a família deve, portanto, se esforçar
para estar mais presente em todos os momentos da vida de seus filhos, inclusive da vida
escolar. No entanto, esta presença implica envolvimento, comprometimento e colaboração.
O papel dos pais, portanto, é dar continuidade ao trabalho da escola, criando condições para
que seus filhos tenham sucesso tanto na sala de aula como na vida.
Nessa perspectiva, a família tem papel de extrema relevância na aprendizagem da
criança, pois estar fortemente ligada ao papel da escola. Segundo Zagury (2002 p.175):
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PROCEDIMENTO METODOLOGICO
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Com relação aos objetivos, esta pesquisa pode ser classificada como qualitativa, pois,
segundo Duarte (2018), a pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não pode ser
mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis. Assim sendo, quando
se trata do sujeito, levam-se em consideração seus traços subjetivos e suas particularidades.
Tais pormenores não podem ser traduzidos em números quantificáveis.
Os Instrumentos de produção/coleta de dados foram realizados através de análise nos
questionários respondidos pelos pais e professores da escola acima citada e em seguida foi
feita uma revisão bibliográfica de literatura nas bases de dados LiLACS, MEDLINE, SCIELO,
Google acadêmico. Plataformas onde foram selecionados artigos, os quais possibilitaram
o estudo. Utilizamos como critérios de inclusão artigos publicados na íntegra no idioma
português durante o período e 2014 a 2019, e critérios de exclusão artigos incompletos, teses
em outros idiomas.
O questionário foi realizado para pais e professores, com questões semiestruturadas,
ambas as perguntas foram objetivas e claras para coleta e dados. O questionário foi realizado
entre as datas 06.07.2020 a 14.07.2020 do mês de julho.
A coleta de dados foi feita com base em um questionário contendo 10 questões, aplicado
junto a dez mães de estudantes da escola e uma entrevista realizada com a professora de
educação infantil.
Vergara (2004) explica que população amostral ou amostra é uma parte do universo
(população) escolhida segundo algum critério de representatividade, para tanto, existe dois
tipos de amostra: a probabilística, baseada em procedimentos estatísticos (subdivididos em
aleatória simples, estratificada e por conglomerado) e a não probabilística, destacando-se as
selecionadas por acessibilidade e por tipicidade.
Deste modo, através da metodologia citada, chegou-se à resposta do problema
levantado neste estudo, bem como ao alcance dos objetivos traçados na mesma.
RESULTADO E DISCURSSÃO
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os papéis da escola foram ampliados para dar conta das novas demandas da família e da
sociedade. Negar este fato é agir fora da realidade, pois as mudanças na família além de afetar
a sociedade como um todo, afeta também a educação dos filhos refletindo indiscutivelmente
sobre as atividades desenvolvidas pela escola.
Figura 1: Você acha que sua participação na escola contribui para que seu filho(a) seja mais
desenvolvido em suas atividades?
Sendo assim, essa relação deve ter como ponto de partida a própria escola, visto
que os pais têm pouco ou nenhum conhecimento sobre características de desenvolvimento
cognitivo, psíquico e tão pouco, entende como se dá a aprendizagem, por isso a dificuldade
de participar da vida dos filhos. Portanto, o papel que a escola possui na construção dessa
parceria é fundamental, devendo considerar a necessidade da família, levando-as a vivenciar
situações que lhes possibilitem se sentirem participantes ativos nessa parceria.
Gohn (2014) destaca a importância ativa do fazer parte e ter parte na participação
social, pois essa “[...] tende a aumentar à medida que o indivíduo participa, ela se constitui
num processo de socialização e faz com que, quanto mais as pessoas participam, mais tendem
a continuar nesse caminho” (p. 36).
A presença dos pais na escola e na rotina de estudos dos seus filhos também é
fundamental para a sua formação integral, já que a educação infantil deve sempre caminhar
ao lado e ser complementar à ação da família.
Em conformidade com isso, Pateman (1992, p. 61) contribui afirmando: “[...] quanto
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mais os indivíduos participam, melhor capacitados eles se tornam para fazê-lo”, ou seja,
“[...] a participação promove e desenvolve as próprias qualidades que lhe são necessárias”.
Por outro lado, apesar dessa importância crucial, apenas as iniciativas por parte da
escola não são o suficiente para que as crianças se desenvolvam de maneira adequada. Assim
sendo, é preciso contornar esses desafios e estabelecer, de forma contínua, uma agenda que
busque estratégias de aproximação entre as duas partes.
Figura 2: Você mantém contato com a professora(o) do seu filho(a) com frequência para saber
como está seu desenvolvimento escolar?
Vale ainda ressaltar que escola e família precisam se unir e juntas procurar entender
o que é Família, o que é Escola, como eram vistas estas anteriormente e como são vistas
na atualidade, e ainda o que é desenvolvimento humano e aprendizagem, como a criança
aprende etc., pois como diz Arroyo, os aprendizes se ajudam uns aos outros a aprender,
trocando saberes, vivências, significados, culturas. Trocando questionamentos seus, de seu
tempo cultural, trocando incertezas, perguntas, mais do que respostas, talvez, mas trocando.
(ARROYO, 2000, p. 166.)
Mais do que as famílias, a escola tem buscado dialogar, aproximar, criar vínculos das
pessoas entre si e delas com a escola. Os encontros nos finais de semana acabam incorporando
um tom de informalidade que ajuda as pessoas a redefinirem no trabalho cotidiano os papéis
rigidamente definidos pela burocracia do sistema. Pode-se dizer que, até o fim da Segunda
Guerra, predominou no cenário brasileiro e mundial um modelo de escola de tendência
aristocrática caracterizado pela dificuldade de acesso e de trajeto em seu interior.
A participação da comunidade escolar deve ser ativa nas ações, mas não podemos
transformar os meios em objetivos. Todos desejam uma escola mais democrática e
participativa que prepare os alunos para a cidadania e isso pode ser construído pelos que
dirigem a escola e por toda a comunidade escolar.
O ambiente familiar proporciona na criança o desenvolvimento de sua personalidade,
o meio em que ela cresce, atua, desenvolve e permite a mesma expor seus sentimentos,
experimentar as primeiras recompensas e punições, sofrendo influência em decorrência da
forma em que é tratada. Conforme expressa Winnicott, (1982).
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É importante que desde cedo as crianças sintam-se acolhidas pelos pais no seu
processo de ensino e aprendizagem tendo em vista que isso faz com que ela se sinta
amparada contribuindo para um ambiente de afeto e amor. Quando os pais realizam de
forma constante seu importante papel no desenvolvimento do aluno, acompanhando o seu
processo de aprendizagem, isso vai fortalecendo e ajudando a criança a superar os desafios
escolares e também os desafios encontrados fora do ambiente escolar.
De acordo com o presente estudo, relacionando o questionário respondido pelos
professores da educação infantil, percebemos a importância da participação ativa dos pais na
vida escolar de seus filhos. É de fundamental importância que os genitores estejam presentes
na vida escolar da criança desde o primeiro ingresso na vida escolar até o momento em que
ambos concordarem não ser mais necessário. Desde muito cedo, a criança já traz consigo
uma bagagem de experiências adquiridas em seu meio de convivência. É possível perceber
se os pais disponibilizam para essa criança um ambiente que a motive, facilitando assim
uma boa aprendizagem escolar.
Durante a entrevista foi perguntado aos professores: como professor, qual a
importância da participação dos pais na vida escolar de seus filhos? Um dos entrevistados
respondeu que é de suma importância à participação dos pais na vida escolar de seus filhos,
desta forma a criança tem melhor desempenho na aprendizagem e sente-se mais segura
e valorizada. Acrescenta afirmando que é indispensável à participação dos pais na vida
escolar de seus filhos vez que. Com a presença dos pais as crianças sentem-se mais seguras
na realização das atividades de sala de aula e também na vida futura.
Os pais devem tomar consciência de que a escola não é uma entidade estranha,
desconhecida e que sua participação ativa nesta é a garantia da boa qualidade da educação
escolar. As crianças são filhos e estudantes ao mesmo tempo. Assim, as duas mais importantes
instituições da sociedade contemporânea, a família e a escola, devem unir esforços em busca
de objetivos comuns.
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Figura 6: Na sua opinião, os alunos que tem participação ativa dos pais na rotina escolar tende a
ser mais desenvolvidos em suas atividades diárias?
Todos nós sabemos sobre a importância da união entre a escola e a família. Acreditamos
que algo que poderia ajudar nessa aproximação seriam os projetos de integração da escola
com a família. Esses projetos iriam buscar trazer as famílias para o ambiente escolar,
proporcionando uma parceria significante e importante na vida de cada criança. É dever da
escola a criação de estratégias para proporcionar a integração entre a família e a escola, assim
como tentar buscar uma aproximação com cada família, de informar como cada criança está
se saindo na escola.
Perante as respostas coletadas dos pais, percebemos que, apesar de acharem importante
sua participação na educação de seus filhos, alguns pais frequentam pouco a escola que o
filho estuda. Desta forma, como cobrar empenho de professores e de uma maneira geral da
escola, sabendo que os pais não têm o hábito de frequentar a escola.
Szymanzki (2003, p.75) reforça essa convivência dos pais na escola quando diz que:
Desta forma, não há como contribuir com a educação da criança sem que pelo menos
conheça a escola, instituição em que as crianças passam grande parte de seu tempo, na
execução e elaboração de atividades.
No quinto questionamento perguntamos o que acham das atividades que a escola
proporciona para a inclusão da família na escola e 80% dos pais responderam que são
necessárias, porém não têm tempo para participar e 20% responderam que mostra o
interesse da escola de ter os pais presente na educação das crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
7. DIAS, M. B. Manual de direito das famílias. 6. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010. p. 29.
78
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10. FREIRE, P. A importância do ato de ler, 41 edição – São Paulo, Cortez, 2001.
11. GADOTTI, Moacir. Escola Vivida, Escola Projetada, 2ª Edição, Campinas, SP:
Papirus, 1995.
12. GARCIA, E. G. VEIGA, E.C. Psicopedagogia e a teoria modular da mente. São José
dos Campos: Pulso. 2006.
13. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
15. GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2011. p.15.
16. HUNT, J. Escola pra quê? Revista Galileu. Rio de Janeiro, Ed. Globo, 2011. 88 p.
19. MACEDO, R. M. A família diante das dificuldades escolares dos filhos. Petrópolis:
Vozes, 1994.
79
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28. PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio, 2007.
36. WINNICOTT, D. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982.
37. ZAGURY, T. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa
a educação no Brasil. Rio de Janeiro, Record: 2006.
80