Penha Longa A Fauna Os Caminhos do Zé do Telhado

Penha Longa, administrativamente integrada na freguesia de O percurso embrenha-se pelo território de Mamíferos como o A figura do Zé do Telhado foi, durante o século XIX, marcante
Penha Longa e Paços de Gaiolo, dispõe-se na encosta sul da Coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), a Toupeira (Talpa europaea), a
de toda a zona norte de Portugal. Foi militar e, depois,
Serra de Montedeiras, até ao rio Douro, na sua margem Raposa (Vulpes vulpes), o Ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) e o
salteador como chefe de uma quadrilha, ficando conhecido
direita. Além das zonas de maior concentração populacional e Esquilo (Sciurus vulgaris). Mais comuns, as Aves, pululam nas
diferentes áreas. Nas zonas florestadas, o Gavião da Europa por “roubar aos ricos para dar aos pobres” e por isso
com as principais vias de acesso (lugar de São Sebastião),
(Accipiter nisus), o Chapim-azul (Parus caeruleus), o recebendo frequentemente o epíteto de “Robin dos Bosques
contempla conjuntos rurais de cariz tradicional, serra - com
Chapim-rabilongo (Aegithalos caudatus), o português”. Corria o mês de janeiro de 1852 quando levou a
vegetação rasteira e núcleos florestais, campos agrícolas -
Pica-pau-malhado-grande (Dendrocopos cabo o seu mais badalado assalto, o assalto à Casa do
amiúde em socalcos - rasgados por cristalinos regatos e, ainda, major), a Trepadeira-comum (Certhia Carrapatelo. O assalto por ter sido perpetrado poucos dias
vertentes ribeirinhas - entre a Barragem de Carrapatelo e a brachydactyla) e o Gaio-comum (Garrulus após a morte do dono da casa e ter originado a morte de um
zona da fruição fluvial do lugar de Dajas - repletas de glaudarius). Em torno dos campos dos caseiros, provocou ondas de impacto que se fizeram sentir
miradouros sobre o Douro e voltados à imponente Serra de agrícolas, e caminhos rurais o em toda a região, tendo sido tomadas medidas que levaram à
Montemuro na outra margem. Tentilhão-comum (Fringilla coelebs), o
captura de Zé do Telhado. Relacionado com essas medidas,
Existem vestígios milenares de ocupação do território: da Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula),
está a génese da criação do concelho de Marco de Canaveses,
Pré-história (mamoas de Fonte Cova e gravuras rupestres do a Toutinegra-de-barrete-preto (Sylvia
Buteo buteo
e o Melro-preto (Turdus por forma a alargar o raio de ação das autoridades locais tendo
Monte Eiró), da Idade Média (no Alto das Lamas ou Alto do Fonte: Wikipedia atricapilla)
merula). em vista a sua captura. Preso, na Cadeia da Relação no Porto,
Castelo - ponto mais alto de Penha Longa com 667m de
É comum avistar-se a Zé do Telhado conheceu Camilo Castelo Branco que sobre ele
altitude, pode ter havido um castelo roqueiro) e de épocas
Águia-de-asa-redonda (Buteo escreveu no seu livro Memórias do Cárcere.
mais recentes, sobretudo pelas marcas da arquitetura religiosa buteo) e o Milhafre-preto (Milvus
(como a Igreja Paroquial de Santa Maria Maior - apesar de já migrans).
ser citada no século XI - e as Alminhas das Bouças) e pelas Em volta das linhas e pontos de
casas, solares e quintas que evidenciam a primazia da atividade água há a presença do réptil Chioglossa lusitanica Telhado
agrícola de outrora, destacando-se a Casa de Carrapatelo, endémico da Península Ibérica que Fonte: Wikipedia MCN
também pela memória do episódio do assalto feito pela é a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) e do Sardão (Lacerda Caminhos do Zé do PR9
quadrilha de Zé do Telhado no dia 8 de janeiro de 1852. lepida), entre outros.
Penha Longa foi também a terra mais prolífica em termos da Compondo o caráter rural do percurso rebanhos de Ovelha (Ovis
construção do barco rabelo, a histórica embarcação à vela que aries) e Cabra-doméstica (Capra aegagrus hircus) e, ocasionalmente, Percurso Pedestre
encontram-se colmeias de Abelha-europeia (Apis millifera).
transportava pipas de vinho do Alto Douro, produtos agrícolas
e carvão ao longo do rio Douro.

Flora e Vegetação A memória dos tempos conturbados e da figura de Zé do

Telhado dá o mote para um percurso que passa junto à Casa de Entidade Promotora: Parceria:
Pelo percurso, encontram-se em algumas áres de produção florestal
Carrapatelo, percorrendo um conjunto de caminhos rurais em
com eucalipto (Eucalyptus globulus).
Contudo, o traçado é sarapintado de flora autóctone. Desse caráter
Penha Longa, onde a proximidade do rio Douro é constante.
nativo, evidencia-se o Carvalho-alvarinho (Quercus robur) e o Sobreiro O percurso aflora também um conjunto de casas e quintas
(Quercus suber). solarengas que fazem parte da memória coletiva deste Percurso Pedestre registado e Homologado por:
Os matagais ladeiam o percurso por vezes, território. São ainda pontos de interesse a barragem de
raramente com Tojo-molar (Ulex minor), Carrapatelo e os vestígios de estruturas de apoio àquele que
Tojo-bravo (Ulex europaeus) ou Codesso foi o bairro que albergou trabalhadores e técnicos durante a
(Adenocarpus spp.) e mais frequentemente sua construção nos primeiros anos de funcionamento. Nas Coordenação técnica, conteúdos e implantação:
com o predomínio da Giesta-branca (Cytisus imediações do lugar
multiflorus) e da Giesta-das-serras (Cytisus das Dajas, há a
striatus).
ligação a outro
Em torno dos regatos, na vegetação ribeirinha destacam-se Amieiros
(Alnus glutinosa) e Salgueiros (Salix spp.).
percurso pedestre,
o PR 3 - Caminhos SOS: 112
Nos campos agrícolas destacam-se as culturas de milho (Zea mays) e,
nas bordaduras, as Videiras (Vitis vinifera) de ramada cujas uvas do Rio que, pela C.M. Marco de Canaveses: 255 538 800
produzem o singular Vinho Verde; há pomares, sobretudo de citrinos freguesia de Sande U.F. Penha Longa e Paços de Gaiolo: 255 581 641
como Limoeiros (Citrus limon), Laranjeiras (Citrus sinensis) e e São Lourenço, faz Hospital do Marco de Canaveses: 255 538 300
Tangerineiras (Citrus reticulata) e ainda de Macieiras (Malus domestica), a ligação ao Parque Bombeiros: 255 534 115
Pereiras (Pyrus communis) e Marmeleiros (Cydonia oblonga) - de Merendas de
frequentemente de variedades regionais, entre outras fruteiras que Montedeiras,
GNR Alpendorada: 255 619 420
prosperam nesta zona e que compõem a miscelânea de abastecimento passando junto do
familiar.
palheiro onde Zé do
Os soutos - plantações de Castanheiros (Castanea sativa)
distinguem-se na verde policromia de Penha Longa. De forma mais
Telhado terá feito a
esparsa, entre outros, há exemplares de Nogueira-comum (Juglans distribuição do
regia), Cerejeira-brava (Prunus Avium), Medronheiro (Arbutus unedo), produto do assalto à
Loureiro (Laurus nobilis), Bordo (Acer pseudoplatanus), Oliveira (Olea Casa do
europaea), Pinheiro-bravo (Pinus pinaster). Carrapatelo.
 PR9
MCN Caminhos do Zé do Telhado
Perfil de Altimetria Distância Duração Desnível Acumulado Altitude (Min./Max.)
234 m

12,4 km 4h 30m
300m

234m
635 m 635 m 26 m
200m I
2 I

7
Pontos de Interesse
100m 1 Casa da Avelosa
II
2 Quinta da Azenha
III
6 3 Penedo dos Amores

N
26m
4 Bairro do Carrapatelo
2km 4km 6km 8km 10km 12,4 5 Casa do Carrapatelo
km 6 Barragem do Carrapatelo
7 Casa da Cardia

Grau de Dificuldade Paineis Iniciais

Grau de Dificuldade I
Campos de Cima
(41.093033, -8.167105)
II Barragem do Carrapatelo
III- Algo Difícil (41.086858, -8.132708)
III Dajas - Rio Douro
Cálculo de acordo com MIDE. Cada item está avaliado (41.089352, -8.174077)
numa escala de 1 a 5 (do mais fácil ao mais difícil) PR9 - Caminhos do Zé do
Telhado
Caminho Panorâmico
Adversidade do meio

Cartografia de Referência: CMT 135 e 136

Esforço Físico
Tipo de Piso
Orientação

1 1 3 3

Sinalização
Código de Conduta
As seguintes marcas, existentes no terreno, encaminham ao
longo do percurso. Encontram-se em balizas (estacas), 7
postes, muros, rochas e árvores. Seguir apenas pelo trilho sinalizado | Evitar ruídos a e
atitudes que perturbem a paz do local| Observar a fauna
sem a perturbar | Não abandonar lixo | Não fazer lume |
® ® Não colher amostras de plantas ou rochas | Ser afável
® ®
Caminho Certo Caminho Errado Para à Esquerda Para à Direita
com as pessoas que encontrar | Em caso de acidente
indique a sua posição utilizando os números do mapa. 0 500m 1000m