Autism o

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“ As principais alterações
sensório-motoras e a abordagem
fisioterapêutica no Transtorno
do Espectro Autista

Fabiana Sarilho de Mendonça


SPECTRUM

Mariana Callil Voos


SPECTRUM

Tarita Inoue Oliveira Garcia


SPECTRUM

Wania Christina Jorge


SPECTRUM

10.37885/200801118
RESUMO

Nos últimos anos, a fisioterapia se desenvolveu na área da saúde mental, discutindo no-
vas possibilidades e estratégias de atuação. Os transtornos do espectro autista cursam
com alterações motoras, como prejuízo na aquisição de sequências práxicas, da sensi-
bilidade e da percepção, do equilíbrio, da coordenação motora grossa e fina, do tônus
muscular, da resistência muscular, cardiovascular e cardiorrespiratória, da consistência
e uniformidade do desempenho motor e dos marcos motores dos primeiros meses de
vida. Portanto, o fisioterapeuta tem papel primordial no tratamento das alterações motoras
nos transtornos do espectro autista e na prevenção de agravos dessas pessoas. As ses-
sões de fisioterapia devem incluir atividades lúdicas sequenciais, envolvendo equilíbrio e
coordenação. O treinamento das trocas posturais favorece maior autonomia e indepen-
dência funcional e aumentam o tônus muscular, por meio das mudanças na descarga
de peso. Os exercícios devem ser repetidos de forma padronizada e com progressão
continuada, assegurando maior uniformidade e consistência nas respostas motoras.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Desenvolvimento, Reabilitação, Fisiote-


rapia, Atividade Motora.
INTRODUÇÃO

A palavra autismo tem origem grega autos, que significa “por si mesmo” ou “próprio”, e
ismo, “estado de orientação”. Este é um termo utilizado pela Psiquiatria para denominar compor-
tamentos humanos que se centralizam em si mesmos, ou seja, voltados para o próprio indivíduo
(Brentani et al., 2013). O autismo é um distúrbio complexo do desenvolvimento neurológico,
que afeta órgãos e sistemas. As pessoas com autismo, ou transtorno do espectro autista, ou
TEA, apresentam prejuízos na interação e na comunicação social e padrões restritivos de
comportamento, interesses e atividades (American Psychiatric Association, DSM-V, 2014).
Essas características variam qualitativamente dentro de um espectro: desde autismo clássico,
com déficit intelectual importante, até autismo de altas habilidades intelectuais e acadêmicas,
sendo também considerados os problemas sensoriais e perceptuais (Brentani et al., 2013). Este
espectro se compõe com especificidade, intensidade e gravidade dos sintomas, qualidade da
linguagem e do comportamento e grau de autonomia (Volkmar, Reichow & McPartland, 2012).
Estima-se que haja 70 milhões de autistas no mundo, sendo 1 caso de autismo a
cada 54 pessoas (National Center for Health Statistics & Centers for Disease Control and
Prevention, EUA, 2013). Estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, pos-
sua cerca de 2 milhões de autistas. Só no Estado de São Paulo, são mais de 300 mil pes-
soas. A incidência é maior em indivíduos do sexo masculino, na proporção de 4 para 1 do
sexo feminino (Lai, Lombardo & Baron-Cohen, 2014). Houve a exclusão do critério que
determinava a idade mínima de três anos para o aparecimento e o diagnóstico dos sintomas
de TEA, o que também pode ter contribuído para o aumento no número de casos.
Muitas pessoas com autismo apresentam alterações motoras (Gong, Liu & Yi, 2020).
Essas alterações podem ser sutis ou muito limitantes, impactando no desenvolvimento ao
longo de todo o ciclo de vida (Cassidy et al., 2016). Autistas podem apresentar alterações
de postura e equilíbrio (Bojaneck et al., 2020), incoordenação motora global (Kaur et al.,
2017) e fina (Gamez et al., 2020), hipotonia (Paquet et al., 2017), dificuldades no controle
e na integração visuomotora (Hsiung et al., 2019), dificuldades no sequenciamento motor e
em lidar com objetos (Harvy et al., 2019). Além disso, as alterações intrínsecas do transtorno
do espectro autista (TEA), como dificuldades sociais e de comunicação e rigidez comporta-
mental (Asif, Vicente & Couto, 2019), podem prejudicar a aquisição das habilidades motoras.
A fisioterapia é um recurso importante para acompanhamento, orientação e interven-
ção no TEA (Bhat, 2020). As propostas terapêuticas podem ser estruturadas (programas
organizados de atendimento individual ou em grupo, orientações durante a prática de espor-
tes, orientações no ambiente e na rotina escolar) ou não-estruturadas (por meio de jogos,
atividades com a família e amigos). Considerando a característica multifatorial do TEA, as
estratégias terapêuticas e condutas devem considerar características socioambientais e

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 229


individuais. Entre objetivos fisioterapêuticos, podemos citar aumentar a capacidade aeróbica/
cardiovascular, aumentar a força muscular, melhorar o controle motor e a aptidão motora
global (Cynthia, Duck & McQuillan, 2019).
Portanto, além dos ganhos com o treinamento de habilidades sociais e de comuni-
cação, pessoas com TEA (de diferentes idades) podem se beneficiar com o treinamento
específico de habilidades motoras. O desenvolvimento motor, social e de comunicação são
mutuamente interdependentes e interconectados, o que reforça o valor e a importância da
fisioterapia na promoção de saúde, prevenção de agravos e facilitação da participação social
de pessoas com TEA (Cynthia, Duck & McQuillan, 2019). As habilidades motoras, portanto,
devem fazer parte da avaliação padrão e do tratamento no TEA. Os fisioterapeutas devem
trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde, considerando todas as potencia-
lidades da pessoa com TEA.
No Brasil, em 2013, foi lançada uma cartilha para o diagnóstico do autismo, a “Diretriz
de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA)” (Ministério
da Saúde, 2013). Essa cartilha apresentou uma tabela com indicadores do desenvolvimento
infantil e sinais de alerta para que médicos do Sistema Único de Saúde pudessem realizar o
diagnóstico precoce, até, no máximo, três anos. O TEA é considerado um transtorno do neu-
rodesenvolvimento, de causas genéticas e ambientais, ainda não completamente descritas.
Há várias alterações anatômicas e neurofisiológicas descritas em autistas. Há altera-
ções na proliferação neuronal, na migração neuronal, no crescimento axonal, na formação
das sinapses, na morte celular e na reorganização sináptica após morte celular (Donovan
& Basson, 2017). O funcionamento de diversas regiões cerebrais pode estar alterado no
TEA. De modo geral, há um número maior de neurônios nas pessoas com TEA, quando
comparadas a pessoas com desenvolvimento típico. Esse excesso de neurônios dificulta a
ativação e inibição adequadas dessas áreas. Os estudos de imagem por ressonância mag-
nética estrutural post-mortem destacaram os lobos frontais, a amígdala e o cerebelo com
alterações patológicas no TEA (Amaral, Schumann & Nordahl, 2008). Há também alterações
dos circuitos cerebelares, detectadas em estudos experimentais sobre marcadores neuro-
cognitivos do TEA. Tanto no TEA, quanto em distúrbios primários cerebelares (notavelmente,
síndrome afetiva cognitiva cerebelar, SACC) podem ser observadas manifestações atípicas
nas funções perceptivas, sensoriais e motoras. Porém, os subcircuitos neurais envolvidos
nessas alterações podem ser distintos (Casartelli et al., 2018).
Dentre os aspectos cognitivos, a atenção compartilhada é importante para orientação e
direcionamento ao parceiro social, para coordenação da atenção entre pessoas e objetos e
para o compartilhamento do afeto ou estado emocional. É a capacidade de chamar a atenção
dos outros para objetos ou eventos, para compartilhar experiências. O distúrbio da atenção
compartilhada tem sido considerado um dos indicadores mais poderosos do autismo, junto

230 Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas


com o jogo simbólico, permitindo diferenciar crianças com TEA de crianças com outros tipos
de atraso no desenvolvimento (Chan et al., 2015).
A habilidade de atribuir estados mentais (crenças, intenções, desejos e conhecimen-
to) aos outros e dessa forma compreendê-los como seres intencionais é explicada pela
teoria da mente. É a capacidade de assumir a perspectiva do outro e interpretar intenções.
Quando essa capacidade está comprometida, há dificuldade em assumir a perspectiva do
outro, interpretar mal as intenções de outra pessoa e ser alguém para se tirar vantagens
facilmente. Outras repercussões são a dificuldade com imaginação, fazer comentários gros-
seiros sem intenção. Além disso, a teoria da coerência central postula que o processamento
da informação ocorre de modo global, integrando diversas informações para elaborar um
significado maior. Informações dispersas são reunidas para constituir um significado, dentro
de um contexto. No TEA há uma falha da tendência natural em juntar partes de informações
para formar um todo, provido de significado. Isso faz com que haja tendência de processar
a informação em partes, dificuldade em conceituar/significar e em generalizar. Há tendência
à interpretação literal e concreta, ao foco no detalhe, perdendo o todo e não conseguindo
ver a imagem completa. Há dificuldade em distinguir a informação relevante da irrelevante.
A função executiva envolve o controle e regulação dos pensamentos, emoções e ações
diante dos conflitos ou distrações. Pode ser dividida em três categorias: memória de trabalho
(processos de planejamento), flexibilidade cognitiva e mental, autocontrole, controle inibitório
e regulação emocional. O prejuízo nas funções executivas resulta em dificuldade de planeja-
mento e conclusão de tarefas, dificuldade de focar atenção em uma instrução, compensação
das dificuldades por memorização de padrões rígidos e inflexíveis, ações e comentários impul-
sivos, baixa tolerância a frustração. Essa alteração, associada à baixa regulação emocional,
resulta em grande oscilação de humor, crises de raiva e descontrole emocional, necessidade
de obter o controle, dificuldade em transições de atividades, dificuldade em mudanças no
ambiente, ansiedade, medos, fobias e quadros depressivos (Chan et al., 2015).
Além das alterações cognitivas, as alterações motoras no TEA tem sido alvo de muitos
estudos, nos últimos anos, visto que tais alterações podem-se relacionar a domínios dos
sintomas centrais do autismo com o, por exemplo, a comunicação social (Carmosino et al.,
2014). Um conjunto diversificado de deficiências sensório-motoras tem sido descrito, mais
especificamente dispraxia, disfunção na percepção corporal, comprometimento motor grosso
e fino, alterações no equilíbrio e controle postural, hipotonia, alteração na resistência e uni-
formidade muscular, além do ritmo corporal, impactando na qualidade do movimento, fluidez
e harmonia. Atrasos motores dentro dos primeiros 24 meses de idade, podem contribuir para
os prejuízos sociais em tais crianças, portanto, é importante abordar as deficiências motoras
por meio de avaliações oportunas e intervenções eficazes (Adair et al. 2015). O presente
estudo teve como objetivo descrever as principais alterações sensório-motoras do TEA e
as estratégias para avaliação e intervenção fisioterapêutica.

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 231


MÉTODO

Foi realizada uma revisão de literatura, buscando artigos científicos dos últimos dez anos
(2010 – 2020). A busca foi realizada no Pubmed/Medline, Scopus, Scielo e Lilacs. Os resulta-
dos foram categorizados em Sequência práxica, Percepção, Equilíbrio, Coordenação, Tônus,
Resistência, Uniformidade, Marcos motores. As autoras desenvolveram a sigla mnemônica
SPECTRUM, para facilitar o raciocínio clínico dos fisioterapeutas. As quatro pesquisadoras
fizeram o levantamento bibliográfico e discutiram as referências incluídas no estudo.

RESULTADOS

Os principais resultados são descritos a seguir.

Sequência práxica

Práxis é a habilidade que exige pensamento consciente, conceitualização, organização


e direcionamento da interação com o mundo. Envolve movimentos coordenados, voluntá-
rios e intencionais, realizados com um propósito final. Inclui funções sensoriais e motoras
(Ament et al., 2015). O controle motor práxico (sistema práxico) é constituído de informa-
ções espaço-temporais, proprioceptivas, posturais, tônicas e intencionais, cujo objetivo é a
execução de um ato motor voluntário (Wilson, et al. 2013). O movimento e seu fim (objetivo
que se pretende alcançar por meio dele) são uma unidade. Desde a motricidade fetal, até
a maturidade plena, passando pelo movimento do parto e pelas sucessivas evoluções, o
movimento se projeta sempre frente à satisfação de uma necessidade relacional.
Enquanto deficiências básicas nas habilidades motoras grossa e fina também são en-
contradas em crianças com outros distúrbios do desenvolvimento, incluindo crianças com
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e Transtorno do Desenvolvimento da
Coordenação, distúrbios na práxis no TEA parecem ser específicos. (Dewey et al, 2007;
MacNeill et al, 2012). De acordo com Ayres (2005), a práxis é um distúrbio da organização
intencional das ações voluntárias, descrita atualmente como uma ponte entre a cognição e
o sistema motor, envolvendo a escolha de uma estratégia para a realização de uma tare-
fa. É subdividida em três componentes principais: ideação, planejamento ou programação
e execução. A ideação, desenvolvimento de uma ideia (desejo ou intencionalidade), está
relacionada com a percepção visual, linguagem e organização do comportamento. É a função
de saber o que fazer com o objeto. É mediada por áreas motoras do córtex cerebral. O pla-
nejamento motor de uma ação requer organização postural que possibilite o movimento, ou
seja, a programação do movimento a ser realizado. Depende de áreas como tálamo, núcleos
da base e cerebelo. Algumas crianças com TEA são capazes de nomear os objetos, mas

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não programam uma ação com eles. A ideação está intacta, porém o planejamento foi afeta-
do. A apraxia de planejamento pode ocorrer sem a apraxia ideacional (Crucitti et al., 2019).
A práxis requer a coordenação bilateral (usar as duas partes do corpo de forma inte-
grada) e o sequenciamento de ações (feedforward: capacidade de antecipar, prevendo o
que vai acontecer) (Power et al., 2010). Envolve tempo e noção espacial. Segundo Fonseca
(2014), observamos incapacidade ou ambiguidade em determinar um ato motor pertinente,
ocorrendo, em paralelo, falta de iniciativa e de intencionalidade motora; ou incapacidade
ou ambiguidade no planejamento de um ato motor, o que não permite atingir um objetivo.
Essas alterações favorecem a execução de ações inadaptadas, ou mesmo a incapacidade
ou ambiguidade em atualizar o planejamento motor em função da totalidade dos parâmetros
da situação, implicando alterações nas sequências dos gestos, ou omissões, incoerências,
perseverações, gerando incompatibilidade gestual com o contexto real. Por fim, a execução
seria o movimento propriamente dito. Ocorre ao nível dos neurônios motores, músculos e arti-
culações. O controle da execução pode estar lentificado ou excessivamente rápido, sugerindo
dificuldades de ajustamento e de atualização e integração das mensagens proprioceptivas
e exteroceptivas (relacionadas às sensações), por falta de retroação (MacNeil et al., 2012).
Problemas na execução práxica são simbolizados pela criança “desajeitada”, isto é, aquela
cuja capacidade de realizar um movimento habilidoso está prejudicada, independente da inte-
ligência. Geralmente, os exames neurológicos convencionais apresentam resultados normais.
A disfunção da práxis pode ser uma característica fundamental no autismo ou um mar-
cador de alterações neurológicas subjacentes do distúrbio (Cassidy et al., 2016; Dziuk et al.,
2007). O resultado é a falta generalizada de coordenação das funções sensoriais, motoras,
cognitivas, de linguagem e outras, resultando em prejuízos importantes no comportamento
e desenvolvimento de crianças com TEA. O instrumento de avaliação denominado Sensory
Integration and Praxis Tests (SIPT) tem como objetivo identificar distúrbios de integração
sensorial relacionados à práxis em crianças com problemas de aprendizagem e distúrbio
leve a moderado do desenvolvimento. É uma bateria formada por 17 subtestes, com escore
e interpretação computadorizados. Atualmente tal bateria está em processo de revalidação,
com testes específicos para autistas (Ayres, 2005).

Percepção

Pessoas com TEA têm dificuldades em receber, integrar e responder às informações


sensoriais. O sistema sensorial capta informações do ambiente a todo instante, mas é
o processamento sensorial que dá sentido ao que é recebido. Sem um processamento
sensorial adequado, haveria somente um conjunto de informações sensoriais captadas do
ambiente, sem significado ou organização. É um processo dinâmico e cíclico, que funciona

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 233


com feedback, ou seja, conforme o indivíduo realiza uma atividade, o próprio movimento
gera estímulos sensoriais, que devem ser organizados e transformados em respostas, o que
consequentemente gera mais estímulos, criando um ciclo (Wan et al., 2015).
O sistema sensorial envolve o tato (resposta dos receptores da pele sobre o toque, pres-
são, temperatura, dor e movimento dos pelos sobre a pele), a audição (habilidade de perceber
corretamente, discriminar, transformar e reagir a sons), as informações orais (relativas à boca,
à percepção, discriminação, processamento e resposta ao paladar ou a estímulos dentro da
boca), o olfato (habilidade de perceber corretamente, discriminar, processar e responder a
diferentes odores), visão (habilidade de perceber, discriminar, processar e responder ao que
se vê), vestibular (situado no ouvido interno, responsável sobre as reações ao movimento e
equilíbrio), proprioceptivo (o sentido da posição do corpo, o peso, alongamento, movimentos
e alterações na posição). A propriocepção é capacidade de perceber espacialmente, cada
segmento corporal em particular, ou o corpo como um todo, tanto em situações estáticas,
como nas atividades que demandam movimento (dinâmicas).
O perfil sensorial é importante para a avaliação de todos esses sistemas sensoriais. É um
questionário com 125 itens (Dickie et al., 2009; Kern et al, 2007). Avalia o processamento
sensorial, a modulação e as respostas comportamentais e emocionais em: desempenho
típico (dentro da normalidade), diferença provável (provável alteração sensorial, alerta) e
diferença clara (distúrbio de integração sensorial). No TEA, podem ser notadas alterações
no processamento sensorial, que contribuem para a dificuldade de adaptação em diferentes
ambientes. A escala avalia o comportamento funcional dos indivíduos, que está relacionado
com o processamento sensorial. Os cuidadores devem assinalar os itens que melhor des-
crevem a frequência dos comportamentos listados: nunca (5 pontos); raramente (4 pontos);
ocasionalmente (3 pontos); frequentemente (2 pontos); sempre (1 ponto). Quanto menores
as pontuações, maiores os sintomas (Dickie et al., 2009; Kern et al, 2007). Nem sempre a
percepção está abaixo da média. Pessoas com TEA podem apresentar grande habilidade
em tarefas que exijam percepção de detalhes (Chan et al., 2015).

Equilíbrio

O equilíbrio e o controle postural constituem a base da autonomia motora. Qualquer


habilidade motora básica (ex. andar, correr, pular, pegar, lançar, etc.) exige como pré-requisi-
to, um adequado controle da postura e automatização das reações de equilíbrio. Da mesma
forma, a orientação, que é a relação com o espaço circundante, exige uma clara e equilibra-
da referência postural do próprio corpo. Crianças com autismo apresentam alterações no
comportamento motor. O comportamento motor pode ser dividido em três partes: controle
motor (gerenciamento realizado pelo sistema nervoso central), aprendizagem motora (prática

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e treinamento do movimento) e desenvolvimento motor (características do movimento ad-
quiridas ao longo da vida do indivíduo). O controle postural em autistas apresenta menor
estabilidade, maior oscilação, maior dependência da visão, necessitando de grande número
de ajustes antecipatórios e maior variabilidade nos ajustes compensatórios. Além disso, a
dificuldade com estabilidade postural, hipotonia de musculatura extensora, extensão prona
deficitária, flexão cervical antigravitária deficitária, e, frequentemente, dificuldades de equi-
líbrio estão relacionadas à manifestação externa dos déficits de processamento vestibular
e proprioceptivo (Ayres, 2005; Roley, 2001).
A criança autista pode apresentar alterações na marcha, por pobre sincronicidade dos
passos, ou por andar na ponta dos pés (marcha equina). O andar nas pontas dos pés é
multifatorial, com aspectos sensoriais e motores. Dentro dos fatores sensoriais, encontramos
as alterações de modulação sensorial (hipersensibilidade tátil, busca proprioceptiva e vesti-
bular) e dentro dos fatores motores, o aumento do tônus extensor para um melhor controle
postural (resposta adaptativa), instabilidade postural e alterações cerebrais (corticais). Podem
ser observadas retração tendínea e espasticidade, em casos de TEA com antecedente de
prematuridade ou associado a síndromes. As melhores respostas para a marcha equina
são observadas em pacientes que receberam intervenção precoce. Em casos mais graves,
com deformidades instaladas, podem ser usados outros recursos, como toxina botulínica,
órteses e até mesmo tratamento cirúrgico para alongamento de tendão.
Adultos com TEA andam mais devagar do que os indivíduos neurotípicos, assim como
apresentam capacidade alterada de atenuar as oscilações verticais (do tronco para a ca-
beça) relacionadas à marcha. A intervenção fisioterapêutica deve abordar o tônus, ajustes
posturais, força muscular e equilíbrio, conjuntamente (Armitano, Bennett & Morrison, 2019).

Coordenação

A coordenação motora global é caracterizada por atividades que envolvam grandes


grupos musculares, associados com a capacidade de execução de diferentes movimentos
em diversos segmentos corpóreos ao mesmo tempo (dissociação). Movimentos amplos do
nosso corpo, como rolar, engatinhar, andar, correr, pular, agarrar, arremessar, escalar. São
movimentos que dependem do tônus, equilíbrio, integração bilateral, noção espacial. Das
crianças diagnosticadas com TEA, 50% demonstram dificuldades de movimento, incluindo
atrasos ou déficits na aquisição da coordenação motora grossa e equilíbrio. A incapacidade
de realizar atividades motoras complexas pode levar a preferências para atividades simples
e sedentárias. Deficiências de comunicação social de crianças com TEA podem prejudicar
suas habilidades para se envolverem em “grupos” de esportes e relações entre pares.

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 235


A coordenação motora fina pode ser caracterizada pela velocidade de precisão manual
dos movimentos distais com ajustes adequados às informações visuais. Ela integra todas as
considerações e significações neuropsicológicas já avançadas na praxia global. Está ligada
à função de coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da à atenção para
manipulação de objetos. Abrange funções de programação, regulação e monitoramento. A ati-
vidade manual é guiada visualmente e depende do recrutamento de um conjunto de músculos
que assegurem, de modo sequencial, a manutenção dos ombros, braços, antebraços e da
mão responsável pelo ato motor. Os músculos óculomotores regulam a fixação do olhar, os
movimentos oculares (sacadas) e os movimentos de perseguição ocular. A coordenação
requer participação de centros sensoriais e motores do sistema nervoso central, que se
traduzem pela organização de programas motores e a intervenção de diversas sensações
provindas dos receptores sensoriais, articulares e cutâneos do membro requerido. O encéfalo
utiliza as informações sensoriais perceptivas viso-espaciais, de onde se extraem também
parâmetros temporais, para gerar movimentos guiados visualmente.
O tratamento da coordenação motora fina baseia-se no treino cruzamento da linha
média corporal para integração bilateral (lateralização), associado ao treino de equilíbrio;
fortalecimento da cintura escapular; fortalecimento muscular dos membros superiores e,
posteriormente, das mãos, assim como da dissociação sequencial de ombros, cotovelo e
punhos. É importante trabalhar primeiro o controle motor global, antes do controle motor
fino. Embora algumas práticas, como a neuroevolutiva, defendam o treino de proximal para
distal, é possível também programar estratégias para progressão de distal para proximal,
como definido pela facilitação neuromuscular proprioceptiva.

Tônus

Tônus muscular é o estado de tensão elástica (contração ligeira) que apresenta o mús-
culo em repouso, e que lhe facilita iniciar a contração após a sinalização neural. É o estado
parcial de contração (prontidão) de um músculo em repouso. É regulador da ação reflexa,
automática e voluntária. O tônus muscular está ligado aos processos de atenção, formando
assim uma inter-relação entre atividade tônica muscular e atividade tônica cerebral. Portanto,
ao intervir no controle do tônus, inevitavelmente intervimos no controle dos processos de
atenção, imprescindíveis para qualquer processo de aprendizagem. Cerca de 50% das crian-
ças com autismo apresentam hipotonia, que é uma condição na qual o tônus muscular está
anormalmente baixo, podendo também envolver redução da força muscular. A prevalência
da hipotonia em crianças com autismo é maior que em crianças com desenvolvimento típico
(Shetreat-Kelin et al.,2014). A hipotonia leva à lentidão para iniciar uma contração muscular,
sendo essa contração muitas vezes realizada parcialmente, favorecendo a fadiga precoce

236 Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas


e a piora na qualidade do movimento, tornando-o desarmônico e instável. Pode atrasar o
desfralde, pois modifica o controle e posicionamento da musculatura do assoalho pélvico.
As principais características observadas nas crianças autistas com hipotonia são pre-
ferência pela postura em W e desabamento do arco plantar. No primeiro caso há diminuição
de força de várias musculaturas envolvidas, risco de subluxação do quadril e alteração es-
trutural do crescimento ósseo com rotações. O desabamento do arco plantar pode interferir
na base de apoio e no equilíbrio, com instabilidade de tornozelo, joelho e quadril, mudando
a mecânica da marcha. O tratamento da hipotonia é um trabalho muito importante, realizado
pela fisioterapia por meio de diversos recursos terapêuticos e de diversas linhas de atuação
(fisioterapia aquática, equoterapia, cinesioterapia, tratamento Neuroevolutivo, facilitação
neuromuscular proprioceptiva, entre outras).

Resistência

Ao menos 1 em cada 3 crianças e adolescentes com TEA está acima do peso ou com
obesidade, segundo levantamento com 3 mil indivíduos (Associação Brasileira para o es-
tudo da Obesidade e Síndrome Metabólica). A falta de sociabilidade é um dos fatores que
contribuem para a incidência da obesidade entre crianças e jovens autistas, uma vez que
eles tendem a se exercitar menos. Alterações hormonais ou genéticas podem ajudar a ex-
plicar a ligação entre autismo e excesso de peso. O condicionamento físico cardiovascular
por meio de um plano de treinamento personalizado é fundamental para evitar problemas
metabólicos e cardiovasculares na vida adulta de indivíduos com TEA.
Sabemos que indivíduos com TEA apresentam repertório motor mais pobre que os
com desenvolvimento típico, além de presença de baixo tônus (o qual implica na alteração
do controle postural). Esse conjunto de alterações favorece a produção de movimentos
pouco dissociados, desarmônicos, menos fluidos e ágeis e com pior destreza. A fadiga
muscular é comum e a chance de desistência da prática motora impacta negativamente no
comportamento motor. É importante estimular a prática regular de exercícios físicos e incluir
treinamento aeróbico no programa de reabilitação de pessoas com TEA.

Uniformidade

Autistas apresentam movimentos estereotipados, também chamados de estereotipias,


os quais fazem parte do quadro sintomático e dos critérios diagnósticos do TEA (interesses
pobres e repetitivos). Entende-se como estereotipia movimentos repetitivos, parcialmente
sob controle voluntário, sobretudo no início e na finalização (Ex: agitar as mãos, girar objetos,
repetir movimentos giratórios em torno do próprio eixo, bater os pés, emitir sons). Podem ter
função de organizar o comportamento, como estratégia de auto-regulação. Se as estereotipias

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 237


se manifestam de forma auto ou heteroagressiva e/ou se interferem nas tarefas cotidianas
de forma prejudicial, afetando o aprendizado, devem ser inibidos.
As estereotipias, bem como o baixo tônus e a incoordenação, atrapalham a aquisição
da consistência do desempenho motor. A realização de atividade física contínua pode ser
uma forma de reduzir a presença de comportamentos estereotipados, além de favorecer
a integração sensorial, o desenvolvimento de sentimentos mais positivos de bem estar e
promover a saúde metabólica conforme estudo.

Marcos motores

O desenvolvimento motor tem sido frequentemente implicado como um “biomarcador”


precoce de autismo. Existem estudos que apontam que a análise do sentar, engatinhar,
ficar em pé e andar nos primeiros meses de vida já podem indicar padrões atípicos de
movimento. As desordens do movimento são identificáveis mais precocemente do que as
sociais. As anormalidades linguísticas, que caracterizam o autismo, também ocorrem pre-
cocemente e a intervenção deve ser feita em bebês de risco, ou seja, com algum atraso
ou desvio que levante a suspeita de TEA. O M-Chat é uma ferramenta valiosa para essa
detecção inicial (Losapio & Pondé, 2008; Robbins, 2008). Devemos nos atentar que, em-
bora as alterações motoras sejam observadas na anamnese e/ou identificáveis no exame
físico, atualmente não estão incluídas no critério diagnóstico (DSM-V) (Lai, Lombardo &
Baron-Cohen, 2014).
Os programas de intervenção precoce estão na base da fundamentação de todo o
processo educativo da vida do indivíduo e precisam iniciar na primeira infância, devido à
maior neuroplasticidade. A intervenção precoce impacta na formação de áreas cerebrais
responsáveis pelo comportamento social, pois essas habilidades tipicamente humanas nos
conferem a capacidade de aprender por imitação, por instrução ou por colaboração. O atraso
para iniciar as intervenções compromete gravemente o desenvolvimento adaptativo e social
do indivíduo, limitando seriamente o funcionamento diário ao longo de sua vida. O tempo
é fundamental na determinação de um prognóstico satisfatório. Sem a detecção precoce,
a criança com TEA perde etapas essenciais nos primeiros anos de vida e isso prejudica a
aquisição de pré-requisitos para habilidades mais complexas (Levy et al., 2020).
A avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor é fundamental, indispensável e faz
parte da consulta pediátrica, já que é o profissional que acompanha essa criança mais
de perto. Os principais marcadores no primeiro ano de vida são atrasos nos marcos do
desenvolvimento motor ou anormalidades na qualidade do controle motor (Hayes et al.,
2018). De forma geral, os sinais de alerta observados antes dos três anos são: pouco contato
visual, ausência de balbucio, indiferença ao colo, poucos gestos sociais, brincar com pouca

238 Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas


elaboração de contexto, autoagressividade, rituais, manias, estereotipias, objetos de apego
(pouca flexibilidade comportamental) (Wolff, 2004; Levy et al., 2020).

DISCUSSÃO

O TEA envolve todos os sistemas do neurodesenvolvimento, portanto são muitas as


características que podem estar alteradas nesses indivíduos (Bai et al., 2019). São elas:
ausência ou pobre contato visual, menor sensibilidade às recompensas sociais, falta de inte-
resse por brinquedos, desinteresse em compartilhar objetos e experiências, intolerância ao
contato físico, posturas e medos não usuais, falha na expressão do sorriso social, alterações
no ciclo sono-vigília, oscilações de humor, hipotonia, marcha na ponta dos pés, dispraxia
motora, pouca expressão da dor, calor ou frio, dificuldade em localizar desconforto, uso
da mão dos outros para brincar, incapacidade de apontar, dificuldade em mudar o foco de
atenção, generalizar aprendizados, perceber perigo, simular, imaginar e realizar atividades
de faz de conta, manutenção da atenção e concentração.
Além disso, são descritos agitação, maior atenção aos estímulos visuais do que au-
ditivos, melhor relacionamento com adultos do que com crianças, seletividade alimentar,
esquiva ou busca excessiva de informações sensoriais. Pessoas com TEA podem gostar
de cheirar, tocar, sentir, lamber superfícies, apresentar hiper-oralidade, pobre interesse
pelo ambiente, resposta diminuída quando chamadas pelo nome (Lindgreen, 2004). Podem
colocar as mãos cobrindo as orelhas para impedir sons que incomodam, movimentos este-
reotipados, padrões rígidos de rotina e/ou atividades, ecolalia imediata ou tardia, problemas
de comunicação verbal e não-verbal (Novakovick et al., 2019).
Antes de determinar qualquer objetivo motor, a primeira coisa a fazer é estabelecer
um canal de acesso/ comunicação e um vínculo de confiança com o paciente. A fisioterapia
tem como objetivo melhorar o controle motor e, consequentemente, a participação social,
atuando em conjunto com outras intervenções educacionais e de saúde (Adair et al., 2015).
Entre os pontos importantes, estão: contato visual, organização sensorial, aceitação do toque
para uso de ajuda física (quando for necessário ensinar o movimento solicitado), resposta
ao comando verbal ou gestual, contextualização funcional das ações. É interessante sempre
buscar a motivação, a brincadeira, a interação e a comunicação.
Diversos manejos comportamentais podem facilitar durante a intervenção de qualquer
área terapêutica, em atendimentos de pessoas com TEA. O contato visual é extremamente
importante para uma boa interação e comunicação. A repetição é fundamental para a apren-
dizagem, desde que sempre permeada de motivação e condição lúdica. A repetição fornece
segurança e previsibilidade, fortalece sinapses e fixa a aprendizagem (Amatachaya et al.,
2015). Além disso, repetir uma tarefa em variadas condições propicia a generalização. Como

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 239


a maioria das pessoas com TEA apresenta melhor orientação visual do que auditiva, é melhor
demonstrar do que apenas dizer como a tarefa deve ser feita. O estabelecimento de uma
rotina visual auxilia na previsibilidade. Entretanto, aos poucos, devem ser colocadas ativida-
des inesperadas, para ensinar flexibilização. O terapeuta deve preferir tarefas estruturadas,
com começo, meio e fim bem estabelecidos, indo do simples, ou fracionado, para o comple-
xo. O terapeuta deve se concentrar nas habilidades, e não nas dificuldades. Usar o que é
mais fácil, para introduzir algo mais difícil e começar com as tarefas que a criança mais gosta,
para ensinar algo novo. Fatores auditivos, olfativos ou visuais podem desorganizar o proces-
samento sensorial, bem como dor, desconforto, fome ou sono (Miller et al., 2007). Metáforas,
trocadilhos devem ser evitados. Os indivíduos com TEA são concretos. O brincar com outras
crianças deve ser estimulado. A música também pode ajudar no engajamento nas tarefas.
É importante estimular a independência funcional e a autonomia, sempre respeitando
regras e limites. Todo comportamento é comunicação e tem uma explicação. Além disso,
alguns comportamentos estão relacionados à idade e não ao autismo. A linguagem corporal,
o isolamento, as crises, os descontroles, a agitação, as birras, o aumento das estereotipias
podem ser comunicativos, evidenciando a necessidade de reorganização, frente à sobre-
carga sensorial. A análise do que desencadeia as crises pode fazer com que seja possível
evitá-las. É necessário estabelecer um meio de comunicação, verbal ou com uso de comu-
nicação alternativa e/ou suplementar. O nível de ajuda para ensinar nova habilidade pode
incluir dica física total, dica parcial, dica gestual, dica por posição, dica verbal, dica visual,
dica por pausa. O reforço positivo é um fator que aumenta a possibilidade de uma resposta
ocorrer em uma determinada situação, quando ocorre contingentemente a ela (elogio, prê-
mio). É a adição de alguma coisa que resulta no fortalecimento do comportamento desejado.
Deve-se falar devagar e objetivamente.
A imitação é de extrema importância para o aprendizado. A teoria dos neurônios-espelho
descreve que a simples observação de ações realizadas por outras pessoas evoca sinais
cerebrais que permitem que tenhamos sensações similares às das pessoas que estão real-
mente realizando as tarefas observadas. É o mecanismo responsável pela empatia e permite
a imitação e o aprendizado de forma geral (Chan et al., 2015). A falha desta função resulta
em dificuldade em julgar a intenção de um indivíduo, dificuldade em mostrar preocupação ou
empatia na angústia de uma outra pessoa, dificuldade em responder de forma apropriada a
outro estado emocional básico, dificuldade em atribuir estados mentais (pretensão, decep-
ção, crenças) a si e aos outros, dificuldade na linguagem pragmática.
O tratamento no TEA deve ser intensivo, gerando um alto número de oportunidade de
aprendizagem. Objetivos básicos de qualquer programa terapêuticos são desenvolvimento
social e cognitivo, comunicação verbal e não-verbal, capacidade de adaptação e generaliza-
ção, resolução de comportamentos indesejáveis. Todos os indivíduos com TEA necessitam de

240 Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas


intervenções multi e/ou interdisciplinares com plano de intervenção individualizado. A equipe
pode incluir neuropediatria ou psiquiatria, fisioterapia neurofuncional, aquática, equoterapia,
terapia ocupacional, psicomotricidade, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia, educação
física, natação, nutrição, musicoterapia, arteterapia, assistência social (Gama, 2018).
O envolvimento familiar tem o papel essencial no progresso da criança. Portanto, es-
tabelecer um vínculo com a família, favorecendo uma relação colaborativa e recíproca, é
de grande importância. Equipe terapêutica e família devem trabalhar juntos, e, para isso, é
importante oferecer treinamento aos familiares. Dessa forma, haverá maior chance de gene-
ralização dos comportamentos treinados, em ambientes diversos. Além disso, manter uma
comunicação efetiva com a família facilitará adaptações, a medida em que as necessidades
e prioridades forem mudando (Gama, 2018).
Algumas dicas para trabalhar com autistas: 1. Volte ao básico! Se necessário, retorne,
para desenvolver, de forma efetiva, o tônus, o equilíbrio, a coordenação, com lateralização e
percepção corporal. 2. Entenda o sequenciamento motor espacial e temporal (coloque ações
na ordem, em etapas, ritmos, ajude o paciente a reconhecer o que é dentro/fora, em cima/
embaixo). 3. Explore a práxis que vai além da coordenação motora global/fina. 4. Desenvolva
feedback motor: organize os componentes motores dentro de uma ação motora intencional,
ou seja, funcional. 5. Desenvolva a capacidade de antecipação de ações projetadas. 6. Auxilie
no desenvolvimento de habilidades sociais. 7. Repita, pelo menos, cinco vezes. 8. Organize
tarefas com começo, meio e fim (sequenciamento). 9. Numere as atividades (antes, agora
e depois). 10. Questione e incentive a autodescoberta e não só o mando. 11. Estabeleça
conexões/ analogias e imageamento mental. As crianças com TEA não tem imagens mentais
do movimento: Ex: “Você vai se pendurar igual ao macaquinho”. 12. Modele seu pensamento:
Ex: “Será que a bola está debaixo da mesa?” 13. Promova o conhecimento das ações e dos
usos dos objetos. 14. Expanda e generalize as ações das crianças: Como podemos pular
de formas diferentes? Andar pulando. Subir escadas pulando. Um banco pode ser utilizado
de formas diferentes: subir, sentar, como mesa, como túnel, etc. 15. Chame atenção para
o impacto que a ação causou no mundo físico: “Você pulou corda.” “Caiu sentado na almo-
fada.” “Passou por baixo da mesa”. 16. Abaixe a cabeça (coloque a criança em diferentes
posições de cabeça): Ex: Agachar, virar de ponta cabeça, engatinhar, rolar. 17. Coloque
nas suas instruções, características para promover percepção e discriminação: Ex. “pegou
a bola pesada”; “você escolheu a caixa grande”; “olha que bola macia”.

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR TERAPÊUTICO

É pelo brincar que a criança desenvolve seus componentes sensoriais, cognitivos, mo-
tores, sua interação com o ambiente e suas relações sociais. É a atividade inerente à criança,

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 241


que depende de habilidades motoras, habilidades processuais e interação social. O brincar
é o meio pelo qual a criança realiza a aprendizagem de maneira significativa (Formagio
Martins & de Góes, 2013). O brincar ajuda na formação da identidade, capacidade de au-
tonomia, memória e imaginação, favorece a aprendizagem e as relações sociais. A base
do aprendizado se dá por meio da brincadeira e o sistema sensorial é fundamental para a
interação com o meio.
A brincadeira na qual a criança pode expressar-se livremente, sem regras pré-defini-
das (diferente dos jogos), trabalha a imaginação, fantasia e realidade, proporcionando um
conhecimento acerca do mundo e de suas relações. Auxilia na aprendizagem e em novas
aquisições cognitivas.
O brincar é comprometido desde o período sensório-motor, da fase exploratório sen-
sorial e motora primária até a fase do brincar simbólico (faz-de-conta e jogos com regras
complexas), devido às dificuldades com relação às habilidades motoras grossas e finas,
habilidades de imitação e habilidades sociais das crianças com TEA. Observa-se uma rigi-
dez no brincar, que normalmente envolve: letras, números, girar, cores, formas. Crianças
com TEA tem prejuízo em engajamento com objetos, por dificuldade com alinhamento,
estabilidade, posicionamento, alcance, inclinação, preensão, sustentação, fluidez e ritmo
na brincadeira exploratória. Na brincadeira intencional, crianças com TEA tem prejuízo na
imitação de gestos, na aquisição de linguagens e de conceitos. Na brincadeira construtiva, a
maior dificuldade está na função simbólica. Crianças com TEA tem prejuízo no faz-de-conta,
no jogo com regras simples. Crianças que passam por essas aquisições anteriores devem
ser expostas aos jogos com regras. As regras complexas, a resolução de problemas, as
tomadas de decisões e as habilidades sociais vão auxiliar no desenvolvimento da função
executiva. Como crianças/ adolescentes com TEA tem prejuízo em atividades competitivas,
em compreender regras e atividades em grupos, essas habilidades podem ser construídas
com o acompanhamento terapêutico.
As crianças com TEA podem aprender a utilizar o seu corpo do mesmo modo que uma
criança sem qualquer transtorno, porém apresentam mais dificuldades em processar a in-
formação e necessitam que os profissionais de saúde e educação repitam comportamentos
e estruturas (modelos). A dificuldade de socialização também pode ser um dos fatores que
interferem no atraso no desenvolvimento psicomotor. Por sua vez, as atividades físicas são
promotoras de uma boa saúde e bem-estar da criança autista e a sua motricidade pode vir
a desenvolver-se de modo a conseguir um envolvimento do corpo (consigo próprio) e com
o espaço (meio envolvente).

242 Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas


ABORDAGENS OU TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS APLICADAS AO
TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES MOTORAS ASSOCIADAS AO TEA

As técnicas fisioterapêuticas que podem beneficiar o atendimento de pacientes com


TEA, de forma geral, são: cinesioterapia, com exercícios ativos e/ou resistidos, o conceito
neuroevolutivo (Bobath), as bandagens funcionais, a massoterapia, as gaiolas terapêuticas
e o pilates. Além disso, a fisioterapia pélvica tem papel importante no desfralde.

Cinesioterapia

É um conjunto de atividades físicas com finalidade terapêutica que demandam atividade


muscular do paciente, ou que provocam uma resposta muscular do paciente à estimulação
feita por meio de aparelhos específicos, massagens, outros. O conhecimento profundo da
biomecânica e da função muscular, favorece o estabelecimento dos exercícios de acordo
com o objetivo a ser atingido.

Equoterapia

A equoterapia faz parte das intervenções complementares que compõem o quadro


de condutas terapêuticas para as crianças com TEA. É uma intervenção que trabalha as
questões físicas, comportamentais e sociais em vários contextos: geriátricos, pediátricos
e psiquiátricos (Fine, 2010). A intervenção com equinos tem como principais objetivos a
socialização, engajamento, comportamentos desadaptativos e menor tempo de reação em
situações de resolução de problemas (Srinivasan, Cavagnino & Bhat, 2018), além é claro das
questões físicas, como tônus, equilíbrio, coordenação, postura e marcha (Bass, Duchowny
& Llabre, 2009; Gabriels et al., 2015; Steiner & Kertesz, 2015). Apesar da equoterapia ser
uma abordagem muito utilizada e os estudos mostrarem que a sua utilização é favorável
para as crianças com TEA, ainda são necessários mais estudos padronizados para uma
comprovação mais fidedigna.

Fisioterapia Aquática

A fisioterapia aquática fundamenta sua aplicabilidade por meio dos efeitos fisiológicos
que os princípios físicos da água favorecem. São eles: densidade relativa, tensão superficial,
pressão hidrostática e redução do impacto. Essa modalidade de terapia trabalha concomi-
tantemente a estimulação motora, a estimulação sensorial, o desenvolvimento afetivo, o
comportamento social e as habilidades como confiança e autoestima, promovendo o suporte
global do paciente. A fisioterapia aquática é benéfica para crianças com TEA (Borges et al.,
2016). O direcionamento dos tratamentos se voltou principalmente para as habilidades
aquáticas e comportamentais.

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 243


Pilates

Também não há evidências científicas, mas é observado benefícios quando os exercí-


cios de pilates são adaptados para o indivíduo com TEA, favorecendo fortalecimento global
com ênfase na musculatura de tronco (Antunes et al., 2019).

Conceito Neuroevolutivo Bobath

O conceito Bobath foi criado e desenvolvido no início dos anos 1940 pelo Dr. Karel
Bobath (Psiquiatra-Neurofisiologista) e Berta Busse Bobath (Fisioteapeuta). É um conceito
terapêutico para a solução de problemas, avaliação e reabilitação de pacientes de todas as
idades que apresentem distúrbios de controle postural, movimento e função, causados por
fisiopatologia do Sistema Nervoso Central. Nessa abordagem, o paciente aprende a sensa-
ção do movimento, e não o movimento em si. Inicialmente, a ênfase do conceito foi para o
trabalho com bebês, com o objetivo de prevenir as deformidades incapacitantes causadas
pela paralisia cerebral, observadas em crianças de mais idade. NO entanto, seu uso se
expandiu e, atualmente, tem sido usada para pessoas com TEA (Afzal, & Manzoor, 2017).

Fisioterapia pélvica

São consideradas disfunções miccionais pela International Continence Children Society


(ICCS), CID-10 (Código Internacional de Doenças) e pelo DSM-V (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) as disfunções e sintomas do trato urinário a partir dos
cinco anos de idade. As crianças apresentam insucesso no primeiro desfralde devido a fato-
res maturacionais, educacionais, ambientais, sociais, familiares, psicológicos e hereditários,
pois o controle esfincteriano acompanha o desenvolvimento das as habilidades motoras,
sensoriais, cognitivas e de linguagem (Stadtler, Gorski & Brazelton, 1999; Von Gontard, 2003).
As disfunções miccionais e do intestino são comuns em crianças com TEA (Gubbiotti
et al., 2019). Adultos com TEA e deficiência intelectual, associados às alterações de hu-
mor, apresentam alta prevalência de disfunção vesical e intestinal (Margolis et al., 2019).
Mecanismos patogenéticos podem estar subjacentes à co-ocorrência de TEA e transtornos
do humor (dos Santos et al., 2017). Um estudo relacionou o TEA e as alterações do sistema
gastrointestinal, revisando estudos desde 1980. A prevalência média de constipação foi de
22%, diarréia, 13% e algum tipo de sintoma dessa natureza, 47% (Holingue et al., 2019).
A perda involuntária de urina durante o dia, em crianças com cinco anos ou mais, é
maior nas meninas. Sua ocorrência é de 7,8% em crianças de 7 anos, sendo duas ou mais
perdas na semana. Está associada a outras questões do trato urinário (enurese, incontinência

244 Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas


fecal, constipação, infecção do trato urinário inferior e transtornos psiquiátricos e comporta-
mentais) (Chang et al., 2015). O tratamento é medicamentoso, comportamental (comporta-
mento urológico), fisioterapêutico e psicológico. A maioria dos autores define enurese noturna
(“bedwetting”) como uma micção involuntária durante o sono, pelo menos duas vezes por
semana, em crianças sem anomalias congênitas ou adquiridas do trato urinário, ou sistema
nervoso, em idade na qual o controle esfincteriano habitualmente está presente. A enurese
noturna é mais frequente em meninos do que em meninas. Pode impactar a vida social na
idade escolar (Sociedade Brasileira de Urologia). A enurese apresenta três possíveis cau-
sas, poliúria, hiperatividade vesical e aumento do limiar de despertar. Pode ser classificada
como primária ou secundária.
Pessoas com TEA podem apresentar dificuldade persistente para evacuar. Os pacien-
tes podem referir ter de fazer muito esforço toda vez que vão ao banheiro, ou sensação de
evacuação incompleta. Podem precisar de manobras manuais para defecar, ou apresentar
fezes com aspecto duro ou grumosas. Podem referir duas ou menos evacuações por semana,
pelo menos um episódio por semana de incontinência fecal, postura de retenção fecal ou
retenção fecal voluntária excessiva, fezes endurecidas, acúmulo de grande massa fecal no
reto, fezes de grande diâmetro que podem obstruir o vaso. Nesses casos, a avaliação deverá
ser feita com a escala de Bristol. Os pacientes com constipação apresentam dois ou mais
desses critérios, pelo menos uma vez por semana, no mínimo por um mês. O tratamento
envolve treino de toalete, com sistema de recompensa, reforço positivo, formação de hábitos,
orientar a defecar regularmente, desimpactação (quando necessário), polietilenoglicol (PEG,
medicamento laxativo), terapia comportamental, psicoterapia e fisioterapia.

CONCLUSÃO

O presente estudo descreveu as principais alterações sensório-motoras do TEA e as


estratégias para avaliação e intervenção fisioterapêutica. Destacamos a sigla mnemônica
SPECTRUM: Sequência práxica, Percepção, Equilíbrio, Coordenação, Tônus, Resistência,
Uniformidade, Marcos motores, criada pelas autoras, para facilitar a avaliação, o raciocínio clí-
nico e as tomadas de decisão a respeito das abordagens terapêuticas para pessoas com TEA.
A fisioterapia, juntamente com outras especialidades envolvidas no atendimento da
pessoa com TEA, contribui para um melhor desenvolvimento motor e sensorial. É função
do fisioterapeuta proporcionar melhora no desenvolvimento por meio de estímulos sen-
sório-motores, acionando áreas de interação social, concentração e agilidade, utilizando
técnicas e métodos fisioterapêuticos, que buscam uma maior independência e melhora em
sua qualidade de vida.

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente: Evidências Científicas e Considerações Teóricas-Práticas 245


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