Pscologia Mod4
Pscologia Mod4
Pscologia Mod4
Educação e
Aprendizagem
Karin Dietz
E-book 4
E-book Psicologia da Educa-
4 ção e Aprendizagem
Neste E-book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
Aspectos psicológicos
envolvidos na educação�������������������������� 4
Fracasso escolar����������������������������������������� 6
Medicalização da educação������������������12
Sexualidade�������������������������������������������������17
Síntese��������������������������������������������������������� 33
2
INTRODUÇÃO
Olá, estudante.
3
ASPECTOS
PSICOLÓGICOS
ENVOLVIDOS NA
EDUCAÇÃO
Quando citamos os aspectos psicológicos envolvidos
na educação, precisamos, em um primeiro momento,
deixar claro: tais aspectos não são individuais por
serem psicológicos. São, na verdade, produtos so-
ciais, que, quando introjetadas pelo sujeito, tornam-
-se subjetivos. É em sociedade, e em comparação e
interação com os outros, que nos qualificamos como
feios ou bonitos, burros ou inteligentes, gordos ou
magros. Observe alguns exemplos:
4
Tais aspectos e situações que nos adjetivam são
produções sociais. Alguns temas envolvem a escola
(e são reproduzidos na escola) e vamos explorá-los
mais a fundo, a seguir. São eles: fracasso escolar,
medicalização da educação, sexualidade e uso de
substâncias químicas.
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FRACASSO ESCOLAR
Muitas vezes, quando o professor, em sala de aula,
enfrenta um problema com um estudante e nota que
o processo de ensino-aprendizagem não está tendo
resultados, recorre ao trabalho do psicólogo clínico,
isso quando possível.
6
Fora isso, as crianças pequenas vêm com queixa de
enurese, problemas de alimentação, problemas psi-
cossomáticos [...] (CABRAL; SAWAYA, 2001, p. 146).
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Temos a falsa ideia de que se deve ter um diagnósti-
co, um laudo em que se liste os problemas da crian-
ça, no o intuito de definir melhor o que o estudante
tem, no entanto, esse olhar, que produz graus de de-
ficiência e definições individualistas, é que deve ser
posto em questão (MACHADO, 1997).
Saiba mais
Imagine-se como educador de uma escola de
Ensino Fundamental. Estudantes de sua classe
não tiveram um bom desempenho nas avalia-
ções e foram reprovados. Agora, para explicar tal
problema, você ficou curioso: vai em busca dos
principais fatores que causaram essa elevação
no índice de repetência. Para ampliar os dados
de sua pesquisa, você acabou coletando dados
em duas instituições distintas: a Escola A, onde
trabalha, classificada como escola de extrema
carência, de acordo com os dados da Secretaria
da Educação e outra, classificada como de “mais
alto nível”, com predominância de famílias com
melhor poder aquisitivo. Quer saber mais sobre
os resultados dessa pesquisa? Leia o artigo: “A
reprovação na primeira série do primeiro grau:
um estudo de caso”. Esta pesquisa é antiga, mas
revela muito sobre o sistema educacional atual.
Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/
index.php/cp/article/view/1608/1601.
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Até o início dos anos 1980, um significativo número de
pesquisas foi produzido no Brasil atribuindo o fracasso
dos alunos das séries iniciais a problemas nutricionais,
cognitivos, afetivos e culturais. Tais trabalhos, com-
prometidos com uma visão estreita dos processos
escolares, produziram explicações preconceituosas e
distorcidas a respeito das crianças e de suas famílias
[...]. No caso específico das explicações dominantes a
respeito do fracasso escolar, era preciso mudar o eixo
de discussão, descentralizando-as das explicações
atribuídas aos alunos e/ou professores e construir um
conjunto de conhecimentos que contextuasse tais expli-
cações no conjunto do pensamento histórico brasileiro
e que possibilitasse conhecer como esse processo de
escolarização produz alunos que repetem e que “desis-
tem” de continuar na escola (p. 144-145).
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levam ao mau rendimento escolar, com problemas
de aprendizagem.
Podcast 1
10
Figura 3: Como identificar e entender as dificuldades de aprendizagem
do estudante? | Fonte: Autora
Saiba mais
Maria Helena Souza Patto foi uma das primeiras
psicólogas a tratar sobre o tema fracasso esco-
lar no Brasil. Para aprofundar seus estudos sobre
o tema, leia o livro “A produção do fracasso esco-
lar: histórias de submissão e rebeldia”, de 1990.
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MEDICALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO
Você já ouviu falar sobre DSM-V e CID 10? Esses são
manuais utilizados na área da saúde que possibili-
tam classificar e diagnosticar transtornos mentais
e problemas de saúde.
Enxaqueca: G43
• Enxaqueca sem aura (enxaqueca comum): G43.0
12
• Estado de mal enxaquecoso: G43.2
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identificação de prejuízos em, ao menos, dois am-
bientes distintos.
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Entende-se que psicoestimulantes, como o presente
na Ritalina, aumentam a concentração e a atenção,
melhorando o raciocínio e a cognição, mas a que
preço? Seria isso um "doping intelectual? ``.
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colocando no eixo aquele que desvia da linha a ser
seguida pelo “normal”.
De maneira sintética:
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SEXUALIDADE
A Educação Sexual é um processo que abarca tan-
to a orientação quanto a intervenção, oferece infor-
mações científicas sobre sexualidade e possibilita,
sobretudo, a discussão e desvelamento de assuntos
que, na sociedade atual, muitas vezes, podem ser
considerados tabus.
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leva a mãe para o motel. Enfim, o aluno fala ou faz
gestos sobre sexo”.
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Formas de experimentar e manifestar a sexualidade,
mais do que ações individuais, devem ser compreen-
didas como questões sociais e culturais. A sociedade
trata desigualmente homens e mulheres e atribui
valores a diferentes atos realizados por cada um.
Sobre o tema, vamos analisar o quadrinho abaixo:
19
Saiba mais
“Qual o problema de discutir gênero na escola?”
Existem muitas possibilidades de ser mulher,
muitas possibilidades de ser homem e não ne-
cessariamente uma precisa valer mais que a ou-
tra. Saiba mais sobre o assunto acessando o ví-
deo do canal Carta Capital, disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=Kz_vl9FRkGk.
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têm identidades de gênero, pois se identificam, de
acordo com classificações construídas historicamen-
te, com o masculino ou feminino. E essas identidades
não têm momento certo para nascer. Assim como
Louro (1997) esclarece:
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Figura 6: Diversidade de gêneros. Fonte: https://3.bp.blogspot.
com/-Cg4oaJw2ztw/Wd0wpbmO9VI/AAAAAAAAIh8/
AoDauLoFLig7cxPRvFvvDF7MHiDLfuUMQCLcBGAs/s1600/diversi-
dade-de-generos.jpg
22
• (?) não choram, são racionais, (?) são sensíveis.
• A gramática é (?).
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• Desconstruir e problematizar categorias e clas-
sificações identitárias binárias relacionadas à se-
xualidade, tais como masculino versus feminino,
homossexual versus heterossexual, dentre ou-
tras, denunciando as relações de poder presentes
nessas categorizações;
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USO DE
SUBSTÂNCIAS
QUÍMICAS
Na maioria das culturas, o consumo de drogas está
presente, variando seus padrões de uso, sua frequên-
cia, alcance e funções. O que torna esse uso um pro-
blema se instala em dois níveis: individual e social.
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lantes, como cola de sapateiro) e ilícitas (maconha,
cocaína, crack, alucinógenos e derivados do ópio,
como a heroína). No entanto, a cultura e o período
da história podem diferenciar essa classificação. Por
exemplo, bebidas alcoólicas são proibidas em países
islâmicos e a folha de coca é utilizada por quem vive
na Cordilheira dos Andes para vencer o cansaço,
a sede e a fome, por seu efeito anestésico. Além
disso, recentemente, houve mudanças no consumo
do tabaco, sendo divulgadas, na própria embalagem
desse produto, campanhas antitabagistas e leis para
coibir o uso de cigarros.
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Analise os efeitos prejudiciais de algumas drogas à
saúde e à sociabilidade:
• Álcool: Gastrite, hipertensão arterial, cirrose hepáti-
ca e distúrbios neurológicos. Dificuldade em exercer
atividades profissionais (ausências, acidentes e baixa
produtividade); dissolução das relações familiares e
conjugais; dificuldade de vínculo afetivo.
27
lorização social da vida" (LORENCINI JÚNIOR, 1998,
p. 31).
28
• Ter materiais atualizados sobre a temática.
Podcast 2
29
AFINAL, O QUE É
PSICOLOGIA DA
EDUCAÇÃO?
Diante de todas as temáticas que estudamos, nota-
mos que o processo educativo vai além da simples
memorização daquilo que foi historicamente produ-
zido e acumulado. Abarca, sobretudo, a convivên-
cia com o conflito, o respeito à multiplicidade e à
divergência de posicionamentos. É por meio dessa
noção de conhecimento – multideterminado, social
e contraditório – que dá à educação o papel que lhe
é próprio, de ferramenta que apoia a transformação
efetiva da sociedade.
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Figura 9: Pontos de intervenção e pesquisa da Psicologia Escolar e
Educacional. | Fonte: Autora
Reflita
Você sabe a diferença entre Psicologia Escolar e
Psicologia Educacional? Por muito tempo, a pri-
meira era tida como o campo da prática profissio-
nal e a segunda área de pesquisa da Psicologia.
No entanto, entendendo que teoria e prática não
devem ser separadas, passou-se a repensar essa
divisão, superando tal dicotomia. Saiba mais so-
bre o assunto ao ler o artigo da psicóloga e pes-
quisadora Mitsuko Aparecida Makino Antunes,
“Psicologia Escolar e Educacional: história, com-
promissos e perspectivas”, de 2008. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-85572008000200020&lng=en
&nrm=iso.
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Busca-se, portanto, compreender a educação como
um fenômeno determinado pelas relações que se
estabelecem no interior da escola, mas que são me-
diadas e constituídas, também, por políticas edu-
cacionais, pela história da comunidade, por fatores
econômicos e culturais e pelas contradições sociais.
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Síntese
Referências
Bibliográficas
& Consultadas
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
Prescrição e consumo de metilfenidato no Brasil:
Identificando riscos para o monitoramento e controle
sanitário. SNGCP, Boletim de Farmacoepidemiologia.
v.2, n.2, p.01-14, 2012.
C O L L A R E S , C . A . L . ; M OYS E S , M . A . A . A
Transformação do Espaço Pedagógico em Espaço
Clínico: a patologização da educação. Ideias,
Campinas, v.23, p.25-31, 1994.
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. 29. reimpr. Rio
de Janeiro: Edições Graal, 2011.
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