Questionário Trabalhista
Questionário Trabalhista
Questionário Trabalhista
(9) É permitido ao Juiz da Justiça do Trabalho decidir com base nos usos e
costumes?
Resposta: Sim. O artigo 8º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) refere-
se especialmente aos usos e costumes como fonte formal do Direito do
Trabalho.
(34) O que se considera como tempo de serviço efetivo, para fins trabalhistas?
Resposta: Considera-se tempo de serviço efetivo a soma dos períodos de
vigência do contrato de trabalho, em que o empregado executa seu trabalho ou
aguarda ordens superiores, e também aqueles ao qual a lei confere os mesmos
efeitos, parciais ou totalmente, como nos casos de suspensão ou interrupção.
(35) É permitido o trabalho de um empregado para duas empresas?
Resposta: Sim. Não existe vedação legal a que o empregado trabalhe para duas
empresas.
(112) Quem deve pagar o décimo terceiro salário do empregado afastado por
doença?
Resposta: Nos primeiros 15 dias de afastamento, a empresa. Posteriormente, a
Previdência Social deverá efetuar o pagamento, se o auxílio-doença foi recebido
pelo segurado por 6 meses.
(125) Em que casos há previsão legal para falta do empregado, sem descontos
em seu salário?
Resposta: Permitem a lei as seguintes faltas, sem acarretar descontos no salário
do empregado: (a) até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento de cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou dependente declarado na Carteira de
Trabalho e Previdência Social - CTPS; (b) até 3 dias consecutivos, pelo
casamento; (c) por cinco dias (licença-paternidade), na primeira semana após o
nascimento do filho; (d) por um dia a cada 12 meses trabalhados, para doar
sangue; (e) até 2 dias, consecutivos ou não, para o alistamento eleitoral; e (f)
durante o cumprimento das exigências legais do Serviço Militar. A
jurisprudência considera justificada a ausência do empregado, para
comparecimento como parte à Justiça do Trabalho.
(126) Qual a diferença entre a natureza do benefício da licença-maternidade e
da licença-paternidade?
Resposta: A licença-maternidade é benefício de caráter previdenciário, paga,
portanto, pelos órgãos da Previdência Social; a licença-paternidade não possui
caráter previdenciário, sendo remunerada pelo empregador.
(129) Citar cinco razões para a rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do
empregador, por justa causa.
Resposta: (1) condenação criminal transitada em julgado; (2) embriaguez
habitual ou em serviço; (3) ato de indisciplina ou de insubordinação; (4)
abandono de emprego; e (5) prática constante de jogos de azar.
(130) Citar cinco razões para a rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do
empregado, por justa causa.
Resposta: (1) exigência de serviços superiores às suas forças ou contrários aos
bons costumes; (2) tratamento com rigor excessivo, pelo empregador ou pela
chefia, com repreensões ou punições injustificadas; (3) existência de manifesto
perigo no ambiente de trabalho, sem que o empregador tome providências para
evitá-lo; (4) descumprimento grave do contrato de trabalho, por parte do
empregador, como atraso salarial por mais de 3 meses, por exemplo; (5) prática
de atos lesivos à honra ou à boa fama do empregado ou a pessoas de sua
família, praticados pelo empregador ou pelas chefias.
(136) Deverão ser computadas as horas extras habituais, para cálculo do valor
do aviso prévio?
Resposta: Sim. As horas extras habituais integram o aviso prévio indenizável,
devendo ser computadas para efeito de cálculo.
(140) Sobe quantos salários incide o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço?
Resposta: Sobre todos os salários recebidos pelo empregado, incluindo o 13º
salário, horas extras, gratificações e prêmios, habituais ou não.
(177) De que forma deve ser paga a participação dos empregados nos lucros,
prevista no artigo 7º inciso XI da Constituição Federal de 1988?
Resposta: A participação nos lucros deve ser prevista em acordo coletivo,
desvinculada da remuneração, sendo calculada sobre fatores que reflitam a
produtividade da empresa (aumento de vendas, economia de matéria-prima,
redução no tempo de manufatura, etc.); o pagamento deve ser efetuado com
periodicidade mínima de 6 meses.
(202) Quem tem legitimidade para instaurar dissídio coletivo em caso de não
existência de sindicato representativo da categoria profissional?
Resposta: O parágrafo único do mesmo artigo 857 da Consolidação das Leis do
Trabalho legitima, neste caso, as federações correspondentes ou, na falta destas,
as confederações respectivas, no âmbito de sua representação.
(208) Uma faxineira faz a limpeza de uma residência duas vezes por semana,
em dias determinados. Seu trabalho estará amparado pela lei dos domésticos?
Resposta: Em princípio, a lei dos domésticos não ampara o diarista, que presta
serviços de forma intermitente, pois a lei se refere ao serviço “de natureza
contínua”. Ultimamente, no entanto, alguns julgados isolados têm entendido
que a proteção jurídica deve ser a eles estendida.
(212) Um empregado tem seu contrato de trabalho suspenso por 15 dias; falta,
durante o ano, 7 dias, injustificadamente. Terá direito a quantos dias de férias?
Resposta: O requisito para que o empregado adquira direito a férias é a
vigência do contrato de trabalho, não o número de dias efetivamente
trabalhados. Assim, os dias em que o empregado não comparecer por motivo
da suspensão (ou da interrupção) do contrato, são computados como se
tivessem sido efetivamente trabalhados. Logo, o trabalhador terá direito a 24
dias corridos de férias, já que terá somente 7 faltas assinaladas.
(213) O empregador fixa o período de férias do empregado, para que as goze 2
meses após o término do período subseqüente à aquisição do direito. Ao
receber seu contracheque, e dar quitação dos valores, o empregado nota que o
empregador somente lhe pagara o valor normal das férias. Apesar de dar
quitação dos valores, incluindo férias, terá o empregado direito a exigir o
pagamento integral da diferença?
Resposta: Sim. O direito ao dobro do valor permanece, apesar da quitação.
(221) Poderá o empregado, despedido sem justa causa, que assina recibo dando
quitação total, sem discriminação dos valores recebidos do empregador, vir,
posteriormente, reclamar em juízo quantias que julgam devidas?
Resposta: Sim. Porque o recibo deverá especificar as quantias pagas, quando da
rescisão contratual, não sendo reconhecida a quitação geral e indiscriminada.
(229) Quando o empregado fica afastado por 5 meses por motivo de doença
comprovada, o que ocorre com seu contrato de trabalho?
Resposta: Nos primeiros 15 dias, o contrato ficará interrompido, sendo o
empregado remunerado pelo empregador; a partir do 16º dia, o contrato ficará
suspenso, e a remuneração fica a cargo da Previdência Social, sendo o tempo de
afastamento considerado de licença. Até 6 meses de afastamento, é devido o 13º
salário proporcional, a cargo da empresa.
(230) O que ocorre com seu contrato de trabalho, quando o empregado fica
afastado por 8 meses por motivo de doença comprovada?
Resposta: Nos primeiros 15 dias, o contrato ficará interrompido, sendo o
empregado remunerado pelo empregador; a partir do 16º dia, o contrato ficará
suspenso, e a remuneração fica a cargo da Previdência Social, sendo o tempo de
afastamento considerado de licença. Após o final do 6º mês de afastamento, não
é mais devido o 13º salário proporcional, a cargo da empresa, e sim, abono
anual, pago pela Previdência Social.
(231) Um empregado tem o seu contrato de trabalho suspenso por 15 dias; falta,
durante o ano, 7 dias, injustificadamente. Terá direito a quantos dias de férias?
Resposta: O requisito para que o empregado adquira direito a férias é a
vigência do contrato de trabalho, não o número de dias efetivamente
trabalhados. Assim, os dias em que o empregado não comparecer por motivo
da suspensão (ou da interrupção) do contrato, são computados como se
tivessem sido efetivamente trabalhados. Logo, o trabalhador terá direito a 24
dias corridos de férias, já que terá somente 7 faltas assinaladas.
(234) Paulo Jorge, operário de uma fábrica com o nome fantasia “bachelar”,
após bom período de trabalho, sempre no modelo legal, em represália por lhe
ter sido negado aumento salarial, de propósito danifica a máquina com que
trabalha, causando prejuízo econômico-financeiro à empresa, a qual resolve
descontar dos salários dele o valor pecuniário do prejuízo. Pergunta-se: Tal
desconto é legítimo. Paulo Jorge agiu com dolo ou culpa. Positiva ou negativa a
resposta, justificar.
Resposta: Positiva. Tal desconto é legítimo, porque o desconto resulta de dano
havido por dolo do empregado.
(235) Empregado de determinada Instituição Bancária contrata, como empresa
do grupo econômico desta, seguro de vida em grupo. Pergunta-se: O desconto
contraria o sistema de proteção ao salário. Positivo ou negativo no responder,
justificar.
Resposta: Sim, o desconto do valor do prêmio contraria o sistema de proteção
ao salário.
Com abraço do
prof. Francisco Bruno Neto