A Teoria Do dFINAL
A Teoria Do dFINAL
A Teoria Do dFINAL
1.Introdução.....................................................................................................................................1
1.2. Objectivos.............................................................................................................................1
4.1.Processo.................................................................................................................................6
4.2.Pessoa.....................................................................................................................................7
4.3.Contexto.................................................................................................................................8
4.4.Microssistemas.......................................................................................................................8
4.4.Mesossistemas........................................................................................................................8
4.5.Exossistema............................................................................................................................9
4.6.Macrossistema........................................................................................................................9
4.6.Tempo....................................................................................................................................9
Conclusões.....................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas.............................................................................................................12
1.Introdução
O presente trabalho é de carácter investigativo elaborado no âmbito da disciplina de Psicologia
da Família que constitui uma das unidades curriculares do curso de Psicologia Social e
Comunitaria na Faculdade de Educação na Universidade Eduardo Mondlane, o mesmo
subordina-se ao tema “Teoria de Desenvolvimento de Bronfenbrenner”.
1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
Compreender a Teoria de Desenvolvimento de Bronfenbrenner;
Abordagem da Pesquisa
Procedimentos técnicos
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Neste sentido, para a elaboração do presente trabalho usou-se (como procedimento técnico) a
pesquisa bibliográfica que Prodanov e Freitas (2013) elaborada a partir de material já publicado,
constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódico e artigos científicos,
jornais, boletins, monografias, dissertações, teses materiais cartográficos, internet, com o
objectivo de colocar o pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o
assunto da pesquisa.
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2.Vida e Obra de Bronfenbrenner
Urie Bronfenbrenner nasceu na Rússia e, ainda na infância, mudou-se, juntamente com a família,
para os Estados Unidos da América. Graduou-se em Psicologia e em Música e desenvolveu a
Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. A dita teoria surge da insatisfação
relacionada às abordagens vigentes e às ideias reinantes na Psicologia de sua época (BENETTI
et al., 2013). Os estudos de Bronfenbrenner foram divididos em três fases.
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Por fim, o macrossistema compreende todos os outros níveis anteriormente descritos da Ecologia
do Desenvolvimento Humano. Esse nível abarca a cultura, as macroinstituições, como governo,
políticas públicas, religião, aspectos educacionais (Bronfenbrenner, 1979).
Neste fase Bronfenbrenner tras um novo conceito “Endereço social” no qual explicou quen é um
modelo definido como classe-teórico, um dos preferidos na actualidade, sendo o paradigma
utilizado com mais frequência para o estudo do desenvolvimento humano no contexto, inclusive
sendo a escolha inicial adequada na dimensão dos ambientes mais modestos aos mais complexos
(Koller, 2011). Posteriormente, Brofenbrenner e Crouter apresentaram a chamada “nova
demografia”, que são famílias com configurações familiares diferentes das usuais dos anos
iniciais do estudo, comparando famílias de pais separados e pais casados, crianças cuidadas em
casa ou em creche, mulheres que trabalham, famílias recasadas (Koller, 2011).
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interações recíprocas entre um organismo humano biopsicológico ativo, em evolução, e as
pessoas, objetos e símbolos em seu ambiente externo imediato. Para ser eficaz, a interação deve
ocorrer com bastante regularidade durante períodos extensos de tempo (Bronfenbrenner &
Morris, 2006).
Nesse sentido, a ênfase no rigor científico delineava e conduzia a experimentos elegantes, porém
de escopo limitado, uma vez que acabava apresentando situações não familiares e artificiais.
Assim, Bronfenbrenner, ao criticar as condições experimentais artificiais criadas por alguns
pesquisadores de sua época, ousa afirmar que, fora do contexto, “grande parte da Psicologia do
desenvolvimento é a ciência do comportamento desconhecido da criança em situações
desconhecidas com adultos desconhecidos por períodos de tempo mais breves possíveis”
(Bronfenbrenner, 1996).
Simpatizante das ideias de Vygostski e Lewin, Bronfenbrenner foi influenciado fortemente pelo
pensamento de ambos (Johnson, 2008). Vygostski, pai da Teoria Sócio histórica, é conhecido por
advogar que o desenvolvimento humano é o resultado das interacções entre o indivíduo e seu
contexto social, e por deixar claro que tal desenvolvimento não pode ser compreendido separado
do contexto sociocultural no qual as pessoas estão inseridas (Vigotsky, 1978). Lewin, estudioso
da Teoria do Campo, enfatizou que as actividades psicológicas acontecem dentro de um espaço
que contém todos os eventos passados, presentes e futuros, que moldam e afectam o
comportamento do indivíduo, explicando esse comportamento em relação às influências sociais
(Bargal, Gold & Lewin, 1992).
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A teoria de Bronfenbrenner foi revisitada e reformulada constantemente durante sua carreira. O
primeiro modelo, por ele delineado em 1979, denominado “ecológico”, coloca em destaque o
ambiente como “ingrediente” fundamental para a compreensão de como o indivíduo desenvolve-
se. Em 1992, esse modelo fica um pouco mais detalhado, contemplando os aspectos do
desenvolvimento vinculados à pessoa, e ganha a denominação “Teoria dos Sistemas Ecológicos”
(Couto, Moura, Prati, Polleto, & Koller, 2008).
4.1.Processo
O processo recebe destaque como o principal mecanismo responsável pelo desenvolvimento, e
tem a ver com as interacções recíprocas que acontecem de maneira gradativa, em termos de
complexidade, entre o sujeito e as pessoas, objectos e símbolos presentes no seu ambiente
imediato (Bronfenbrenner & Morris, 2006). Essas formas particulares de interacção entre
organismo e contexto são primordiais e entendidas como processos proximais, e tem que ocorrer
regularmente em longos períodos de tempo. Os processos proximais são considerados os motores
do desenvolvimento, diferindo de acordo com as características individuais e as características
do contexto, tanto espacial quanto temporal (Bronfenbrenner, 2005). O próprio autor apresenta
os exemplos: brincar com uma criança pequena, brincar individualmente ou em grupo,
actividades entre crianças, aprender novas habilidades, ler, etc., como engrenagens do
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desenvolvimento. Isso porque é através do engajamento nessas tarefas e interacções que o
indivíduo torna-se capaz de dar sentido ao seu mundo e, a partir disso, transformá-lo.
4.2.Pessoa
Bronfenbrenner reconheceu a relevância dos factores biológicos e genéticos no desenvolvimento
(Bronfenbrenner & Ceci, 1994), porém deu especial atenção às características pessoais que os
indivíduos trazem com eles para as situações sociais, principalmente nos trabalhos realizados na
década de oitenta (Bronfenbrenner, 1993; 1995). Esses atributos da pessoa foram divididos em
três tipos e nomeados por ele como: Demandas, Recursos e Disposições/Força.
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condições de recurso, seguem trajectórias bem diferentes, dependendo do tipo de
motivação que recebem. Se uma for estimulada a ser bem-sucedida e persistir nas tarefas,
provavelmente terá mais sucesso do que a outra que, apesar dos recursos, não tem a
mesma disposição, força e persistência (Bronfenbrenner & Morris, 2006).
4.3.Contexto
O contexto é caracterizado por qualquer evento ou condição fora do organismo que pode
influenciar ou ser influenciado pela pessoa em desenvolvimento, e apresenta-se classificado em
quatro subsistemas socialmente organizados, que auxiliam a amparar e nortear o ser em
crescimento: Microssistema, Mesossistema, Exossistema e Macrossistema e, da forma como
estão dispostos, auxiliam a descrever e analisar os contextos de vida proximais e distais do
desenvolvimento humano (Bronfenbrenner, 1993).
4.4.Microssistemas
São como o centro gravitacional do ser biopsicossocial, são ambientes nos quais os papéis, as
actividades e as interacções face a face acontecem. Essa estrutura permite, como contexto
primário de desenvolvimento, que o indivíduo observe e engaje-se em actividades conjuntas,
cada vez mais complexas, com o auxílio directo de pessoa (s) com quem ela tem uma relação
afectiva positiva, e que já possuem conhecimentos e competências que ela ainda não possui
(Bronfenbrenner & Morris, 2006). Na qualidade de contexto secundário pode favorecer o
indivíduo com encorajamento, condições, e oportunidades, para que ele possa fazer tudo o que
desenvolveu no contexto primário, sem orientação directa. Exemplos de microssistemas são: a
escola, a família, o local de trabalho, etc., (Olds, Papalia& Feldman,1975).
4.4.Mesossistemas
Compreendem a interacção entre dois ou mais microssistemas, onde a pessoa em
desenvolvimento está inserida. A vinculação entre o microssistema familiar e o escolar, ou o elo
entre a família e os amigos das crianças caracterizam essa estrutura por exemplo, a união de
esforços entre pais e professores tendo em vista o desenvolvimento sadio da criança. Em outras
palavras, o mesossistema consiste na interacção entre dois ou mais microssistemas em que a
pessoa em desenvolvimento participa e cujas interacções podem ser promotoras ou inibidoras do
desenvolvimento.
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Nesse prisma, um olhar mais atento para o mesossistema pode revelar que um indivíduo com
desempenho satisfatório ou excelente em um microssistema pode não ser bem-sucedido em
outro. Uma mesma criança, por exemplo, pode executar bem as tarefas escolares em casa, mas
comportar-se de maneira inibida e até paralisada, quando questionada sobre a mesma tarefa em
ambiente escolar (Olds et al. 1975).
4.5.Exossistema
O indivíduo em desenvolvimento não se encontra nele inserido. É o caso do ambiente de
trabalho dos pais que, embora seja distal à criança, acaba por afectá-la, porém indirectamente:
quando a empresa permite que a mãe saia para amamentar seu bebé, ela contribui para que o
período de amamentação prolongue-se, já que esse fenómeno depende do estímulo da sucção. Ou
quando o ambiente de trabalho interfere no comportamento parental: os pais têm um dia
estressante no ambiente de trabalho e ficam menos disponíveis a dar um cuidado de qualidade
para seu filho (Bronfenbrenner, 2005).
4.6.Macrossistema
É um contexto de estrutura mais ampla, e compõe-se de todos os padrões globais do micro,
meso e exossistema, que fazem parte das culturas, crenças, valores, e costumes dominantes na
sociedade, juntamente com os sistemas sociais, políticos e económicos, recursos, riscos,
oportunidades, opções e estilos de vida, padrões de intercâmbio social predominantes em uma
cultura, que filtram e orientam os comportamentos do quotidiano do indivíduo, que estão
incluídos em cada um desses sistemas, e que podem afectar transversalmente os sistemas neles
inclusos. É a arquitectura de dimensão social de uma (sub) cultura, ou de outro contexto social
mais amplo. É possível explicar o macrossistema ao serem considerados os eventos que
influenciam o contexto familiar, por exemplo, o caso de uma criança que cresce em uma família
nuclear ou extensa e é fortemente influenciada pelo macrossistema da cultura presente nesse
contexto (Bronfenbrenner, 2005).
4.6.Tempo
O cronossistema, uma dimensão incorporada subsequentemente aos demais elementos dessa
teoria (Bronfenbrenner & Evans, 2000), é a estrutura que adiciona dimensões de tempo às
estruturas existentes, ao captar as mudanças do meio o grau de estabilidade ou mudanças na vida
dos indivíduos face aos eventos ambientais e as transições que ocorrem ao longo da existência,
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que produzem condições que afectam o desenvolvimento das pessoas. É o efeito do tempo sobre
outros sistemas, cujas dimensões estão vinculadas aos atributos da pessoa, aos processos
proximais e aos parâmetros do contexto.
Essa perspectiva enfatiza como os factores contextuais do macrossistema tais como mudanças no
regime político e crises económicas podem impactar os indivíduos e seus contextos (Kağitçibaşi,
2007). Isso inclui divórcio, mudanças na composição familiar, lugar da casa, emprego dos pais,
bem como eventos mais amplos, tais como guerras, ciclos económicos, ondas de migração, etc.
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Conclusões
Esta pesquisa tinha como objectivo central compreender a teoria de Desenvolvimento de
Bronfenbrenner assim percebeu-se que a evolução da perspectiva da Ecologia do
Desenvolvimento Humano até atingir a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano foi
um processo e que se deve reconhecer o valor da pessoa no processo de desenvolvimento dentro
de variados contextos que interagem pelos períodos de tempo.
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