Aula 01-Experimentos Históricos e Carga Elétrica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

Alguns Fundamentos Experimentais Históricos que contribuíram para

o entendimento dos fenômenos da Eletricidade e Magnetismo.


Apresentação-Aula01
A origem da palavra eletricidade remete à Grécia antiga. Os gregos já faziam observações de
fenômenos elétricos em objetos fabricados com âmbar (elektron em grego), uma resina fóssil proveniente de
uma espécie extinta de pinheiro. Obras de Platão, Aristóteles e outros, mencionam experimentos realizados
por Tales de Mileto (625 aC-546 aC), com âmbar atritado com lã e pele de animais onde descreve suas
propriedades de atrair objetos leves como palha e gravetos.

Resina
âmbar

É também na Grécia antiga, que aparecem os primeiros relatos do poder de atração de ímãs
naturais, abundantes numa região chamada Magnésia (hoje pertencente à Turquia).
Mineral
magnetita
Século XVI- William Gilbert (1540-1603) médico inglês.
1600 - Publicou um livro muito importante para a evolução do conhecimento em eletricidade e magnetismo:
De magnete
Nesta obra, Gilbert relata muitas descobertas relevantes sobre magnetismo e eletricidade. Descreve
vários experimentos com ímãs naturais (magnetita) e seu poder de atração sobre o ferro. Explica o
alinhamento da bússola com os polos Terrestres, propondo a ideia de que a Terra é um grande ímã. Descobre
muitos outros materiais com propriedades semelhantes às do âmbar, aos quais chamou de elétricos. Realiza
vários experimentos de eletrostática procurando distinguir os fenômenos relacionados aos ímãs daqueles
relacionados ao âmbar.
De Magnete
Magneticisque Corporibus, et
de Magno Magnete Tellure
Sobre os ímãs, os corpos
magnéticos e o gande ímã
Terreste
Portanto em suas origens:
Âmbar Elektron ( em grego)
Eletricidade Propriedade de atrair objetos, da mesma forma que o âmbar (elektron)
Magnetismo Propriedade de atrair objetos, da mesma forma que a magnetita.

Stephen Gray (1666- 1736) – físico Inglês.


1729 - Relata experiências com fios de vários materiais e descobre que eletricidade pode ser conduzida
através dos fios. Introduz a ideia de que eletricidade é uma espécie de fluido contido nos corpos e que
poderia ser transmitida à grandes distâncias. Postulou que alguns corpos conduzem melhor que outros (hoje
chamamos de condutores e isolantes).
Charles Du Fay (1698- 1739) – químico Francês.
1733 – Relata experiências de atração e repulsão com bastões de vidro atritados com seda e bastões de
âmbar atritados com lã. Classifica a eletricidade com base em dois comportamentos:
- Eletricidade Vítrea
- Eletricidade Resinosa
onde,
- vidro + vidro, atritados com seda se repelem
Corpos com eletricidades iguais
- âmbar + âmbar, atritados com lã se repelem

Corpos com eletricidades diferentes – vidro atritado com seda + âmbar atritado com lã se atraem.
Benjamin Franklin (1706- 1790) – Americano- escritor, inventor, cientista, entre outras
ocupações.
Inventor do para-raios, realizou vários experimentos ao longo do século XVIII.
1751 -experiências e observações sobre eletricidade
Para Franklin, a eletricidade dos corpos é devida a um único tipo de fluido. Não é criada (pelo
atrito) mas transferida de um corpo para outro. Corpos com excesso deste fluido estariam eletrizados
positivamente. Corpos com falta deste fluido estariam eletrizados negativamente. Corpos com quantidades
iguais deste fluido seriam chamados corpos neutros.
A eletricidade, na visão de Franklin, é transferida de um corpo carregado positivamente (com excesso
de fluido) para um corpo carregado negativamente (com falta de fluido), permanecendo constante a
quantidade total de eletricidade (embora inconsistente com a natureza das cargas, são as primeiras noções de
conservação da carga). Corpos com eletricidades diferentes se atraem. Aqueles com eletricidades de mesmo
sinal se repelem.
O conceito de eletricidade como fluido permaneceu até a descoberta do elétron em 1897 (final do século
século XIX), pelo físico inglês John Joseph Thomson (1856-1940).

No século XVIII, vários cientistas e pesquisadores deram grandes contribuições para o conhecimento
da eletricidade e magnetismo. Cientes da existência de uma força de interação entre objetos com propriedades
elétricas (ou magnéticas), muitos deles, mais interessados em determinar as leis da força que os mecanismos que
as produziam, foram levados a buscar experimentalmente a lei que descreve tal força. Entre eles:

Charles Augustin de Coulomb (1736-1806) – engenheiro e físico Francês.


Pesquisador na área de eletricidade e magnetismo, idealizou uma balança de torção para observar a
intensidade da força de interação entre esferas muito pequenas eletricamente carregadas (cargas
puntiformes), semelhante à usada por Henry Cavendish ao verificar (entre pequenas massas) a lei da
atração universal de Newton.
Alessandro Giuseppe Anastasio Volta (1745-1827), químico e físico Italiano.
1800- Volta constrói a pilha voltaica, tornando a eletricidade mais manipulável, comparada às máquinas
eletrostáticas, conhecidas até então. Nestas máquinas, a eletricidade gerada produz altas tensões tornando
difícil sua utilização, na época.
Máquinas eletrostáticas do século XVIII
Máquinas eletrostáticas do século XX

Máquina Eletrostática de Nollet


– Século XVIII Gerador de Van
Máquina Eletrostática de
der Graaff
Franklin – Século XVIII
https://www.coe.ufrj.br/~acmq/eletrostatica.html Geradores de Frizz
Eletricidade produzida por atrito
Pilha Voltaica (1800)
A pilha voltaica de Alessandro Volta, predecessora da bateria
elétrica, foi construída a partir de discos metálicos empilhados em
série, separados por discos de fibras encharcados de solução
condutora. A pilha de discos alternados de cobre e de zinco,
separados por discos de papelão úmido foi a primeira bateria
elétrica e também a primeira fonte geradora de um fluxo contínuo
de energia elétrica*. A invenção e aperfeiçoamento deste
dispositivo contribuiu com muitos avanços experimentais que se
seguiram ao longo dos séculos XVIII e XIX , como o de Oersted, Pilha voltaica em exposição no Templo
Voltiano, próximo à casa de Volta
Faraday e de outros cientistas da época. em Como, Itália.

*Ronan, Colin A. (1987). História Ilustrada da Ciência da Universidade de Cambridge-Vol. III -


Da Renascença à Revolução Científica.
Embora já houvesse, na comunidade científica do século XVIII, um sentimento de que os fenômenos
elétricos e magnéticos tivessem uma relação comum, uma vez que partilhavam manifestações semelhantes,
eletricidade e magnetismo caminharam de forma independente até o início do século XIX quando, em 1820, o
cientista dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851) percebeu que a agulha imanada de uma bússola
era desviada de sua posição de equilíbrio ao ser colocada próxima a um fio conduzindo corrente. Oersted
concluiu que a corrente se comportava como um ímã, estabelecendo assim uma conexão entre eletricidade e
magnetismo.

A nova ciência do eletromagnetismo foi cultivada por cientista, experimentais e teóricos, em várias partes do
mundo.
Michael Faraday (1791 -1867), físico inglês, experimentalista genial, dotado de imensa capacidade
intuitiva para entender os fenômenos elétricos e magnéticos, desenhou as primeiras noções de campo. Mostrou
experimentalmente que um campo magnético variável com o tempo, induz uma força eletromotriz num
circuito elétrico
Jean Baptiste Biot (1774-1862) e Felix Savart (1791- 1841), cientistas franceses, estabeleceram de
forma quantitativa uma relações entre uma distribuição de correntes e o campo magnético que ela gera.

André Marie Ampère (1775-1836), físico e matemático francês, descreveu esta relação entre corrente
e campo magnético para situações de alta simetria. A equação de Ampère tem uma simplicidade e uma
forma mais compatível com outras equações do eletromagnetismo, permitindo resolver problemas com mais
facilidade e elegância.
O trabalho de James Clerk Maxwell ( 1831-1879) – físico e matemático britânico, deu a forma final a
teoria moderna do eletromagnetismo, resumida em 4 equações. O trabalho de Maxwell fecha o ciclo, quando
mostra que um campo elétrico variável produz campo magnético, indicando que eletricidade e magnetismo são o
mesmo fenômeno.
Estrutura do Átomo
Cargas Elétricas
Eletrostática
Eletrostática é uma área da Física que estuda as manifestações ou interações entre cargas elétricas em
repouso. São objetos da eletrostática as forças de atração e repulsão entre cargas estáticas, assim como os
campos elétricos e potenciais a elas atribuídos.

Magnetostática

Parte do magnetismo que investiga fenômenos nos quais os campos magnéticos presentes não variam com o
tempo.
Estrutura do Átomo
Numa concepção moderna da matéria, toda substância é
constituída por átomos cuja composição está estruturada em partículas
fundamentais, chamadas prótons nêutrons e elétrons, carregadas _
eletricamente. Os prótons, com carga positiva , e nêutrons com carga
nula, compõem o núcleo central do átomo, onde se acha concentrada +
praticamente toda sua massa. Os elétrons, com carga negativa orbitam,
numa nuvem em torno do núcleo, chamada de eletrosfera. Têm massa
muito menor que a massa dos prótons. O diâmetro da eletrosfera de um
átomo típico é da ordem de 104 vezes o diâmetro do núcleo. https://cdn.pixabay.com/photo

Desta forma pode-se dizer que o átomo, constituído de uma região central muito densa e pequena rodeado
por uma extensa nuvem eletrônica com partículas muito pequenas, é constituído em sua maior parte de espaços
vazios.
Massa do próton mp = 1,67 x 10-27 kg (1,6726230 x 10-27 kg) mp = mn
Massa de elétron me = 9,11 x 10-31 kg (9,1093897 x 10-31 kg) mp=1836,15 me
Massa do nêutron mn= 1,67 x kgx10-27 (1,6749286 x 10-27 kg) no de prótons =no de elétrons
A Carga é Quantizada.
Qualquer carga q, positiva ou negativa, que possa ser detectada, é um múltiplo inteiro de uma certa carga
elementar: q= n e n=1,2,3....... e = 1,60217738 x10-19 C

A carga elementar é uma das constantes fundamentais da natureza


Partícula Carga elementar
Elétron (e) -1 e
Próton (p) +1 e
Nêutron (n) 0
A Carga é Conservada

Em seus estados normais, os átomos são neutros, isto é, têm o mesmo número de prótons e de elétrons.
Existem, entretanto, inúmeros processos pelos quais um corpo pode ganhar ou perder partículas com carga
elétrica, quebrando o equilíbrio entre o número de partículas positivas e negativas. O corpo fica com excesso
de um tipo de carga elétrica e dizemos que o corpo está eletrizado, ou carregado eletricamente.
Seja qual for o processo pelo qual um corpo perde ou ganha cargas , o número total de partículas positivas e
negativas envolvidas no processo é sempre constante.
Modelos Atômicos
Experimentos com tubos de raios catódico, conduzidos por John Joseph Thomson (1856-1940)
levaram à descoberta do elétron. Em 1898, Thomson, elaborou um modelo atômico propondo uma teoria em
que os elétrons encontram-se distribuídos uniformemente através do átomo como um todo. Para Thomson, o
átomo era formado por uma esfera de carga positiva, onde os elétrons negativos eram encontrados. Este
modelo foi batizado de modelo do pudim de passas
1911 – Também com base em resultados experimentais (radiação alfa sobre lâmina de ouro), o
cientista neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) apresentou à comunidade científica o
seu modelo atômico, segundo o qual o átomo era constituído de um núcleo positivo muito pequeno,
concentrada ali toda a massa, rodeado por uma eletrosfera negativa. Este modelo é também conhecido como
modelo planetário. O modelo falha segundo princípios do eletromagnetismo clássico. Nas condições
apresentadas, o átomo de Rutherford seria instável.
(link para descoberta do elétron, https://youtu.be/-y9_8UTSkZM )
(link para átomo de Rutherford, https://youtu.be/c0_dhMjwcX )
Modelo Atômico de Bohr
1913 - O físico dinamarquês Niels Bohr (1885 - 1962) desenvolveu um modelo atômico para
justificar a estabilidade do átomo de hidrogênio e as raias de seus espectros luminosos.
As Hipóteses de Bohr têm como base duas particularidades que foram fundamentais na concepção
de seu modelo: a organização e movimento dos elétrons em torno do núcleo e a ocorrência de absorção (ou
emissão) de energia, para gerar os espectros luminosos dos elementos químicos.
Bohr, tomou como base o átomo de hidrogênio, manteve o modelo planetário de Rutherford mas introduziu
a condição de que, seguindo um conjunto de regras e postulados, os elétrons se movimentam em órbitas
circulares com energias bem definidas. Estabeleceu que as emissões em série dos espectros, são decorrência do
salto entre camadas (órbitas).
O modelo de Bohr, embora limitado ao átomo de hidrogênio, produziu uma profunda mudança
na forma de pensar sobre a estrutura atômica. Abriu caminho para a nova física que viria instaurar mais
tarde as bases da mecânica quântica. ( link para átomo de Bohr, : https://youtu.be/igRErML5tI0 )
Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974) descobriu o nêutron, partícula neutra, companheira
do próton no núcleo atômico.
Carga Elétrica
Carga Elétrica Propriedade intrínseca da matéria e base fundamental da Eletricidade e Magnetismo.

Pode-se dizer que, todos os fenômenos elétricos e magnéticos são, de alguma forma, evidências de
manifestações ou interação entre cargas elétricas (ou correntes).
Nos conceitos atuais, a carga elétrica está associada a uma configuração estrutural microscópica da
matéria, chamada átomo. As ideias para construir o modelo de átomo que hoje conhecemos e interpretar os
fenômenos elétricos e magnéticos percorreram um longo caminho, através dos séculos, sedimentadas em
grande parte em bases experimentais.

Você também pode gostar