Cronologia Da Eletricidade
Cronologia Da Eletricidade
Cronologia Da Eletricidade
A histria mostra a diversidade do percurso e de profissionais que se ocuparam com estas questes. De filsofos a profissionais da sade, anatomistas, fsicos, qumicos, curiosos e amadores. Os registros mais antigos nos remetem Grcia antiga com Tales de Mileto e Plato, com as curiosidades sobre a propriedade de atrao que existia em certos corpos. Grande contribuio neste domnio nos foi dado pelos profissionais da medicina como Gilbert que decifrou as questes do im na construo da bssola. Galvani anatomista, estudou os impulsos eltricos que favoreceu a descoberta da pilha eltrica. Outros naturalistas e anatomistas contriburam tambm para o conhecimento em eletricidade como Caldane e Fontaine que contriburam com os estudos de Galvani e Buffon, que culminou com os trabalhos de Franklin. Filsofos como Descartes, por exemplo, interessado em explicar os fenmenos naturais e a compreenso da vida, atraiu a ateno de outros filsofos e engenheiros para as suas teorias, contribuindo com as teorias sobre eletricidade. Engenheiros como Van Guerike e Hauksbee desenvolveram os instrumentos para medir a tenso atmosfrica e melhorar os conhecimentos sobre a atrao da gravidade. Amadores como Gray, pesquisou sobre novos corpos condutores de eletricidade. Franklin que explicou os fenmenos da eletricidade dos corpos e criador do para raios. Edison criador da lmpada ainda hoje utilizada intensamente em todos os ambientes. Todos deram um grande impulso nos conhecimentos sobre eletricidade. Fsicos e qumicos renomados, a partir de estudos da gravitao universal, da eletrizao dos corpos, chegaram, aos mistrios da eletricidade. As aplicaes so hoje as mais diversas com possibilidades ainda mais extensivas.
por sua versatilidade. A eletricidade uma forma de energia limpa, eficiente e de fcil transporte transportada por um fio. Est muito bem dominada e j substitui os combustveis fsseis em muitos setores. Alm desses fatos, muitas das tecnologias renovveis mais importantes, so prprias para produzir eletricidade. Ela pode substituir facilmente as outras energias e pode ser usada em todos os setores como: sade, educao, alimentao, transportes, indstria, comrcio, residncia e onde a criatividade indicar. Nenhum seguimento social pode prescindir dela. O grande problema que as formas mais usadas para a sua obteno provocam importantes impactos ao meio ambiente, seja na gerao por hidreltrica, como por termoeltricas por combustveis fsseis, ou pelas usinas nucleares com seus rejeitos e riscos de acidentes. Apresentaremos uma cronologia sucinta contendo alguns dos fatos mais relevantes na histria da eletricidade e seus respectivos autores.
Kepler (1571 1630), acreditava que uma fora universal agisse atravs do
espao e exercesse uma atrao magntica dos planetas pelo sol.
De 1700 a 1800
1729 Expericias de Grey e Wheeler, sobre a transmisso da
eletricidade. Stephen Gray (1666 1736), tintureiro, interessou-se pelas experincias luminosas de Hauksbee. Ele mostra como uma simples gota d'gua pode servir como
lupa e que possvel se observar os animais minsculos. Lana-se a estudar novos corpos que podem ou no se eletrizar. Gray classifica assim os corpos em duas categorias: os condutores, que podem se eletrizar e os que no podem, quando atritados.
pode atribuir um sinal( + ) ou um sinal ( - ) aos corpos eletrizados". A eletricidade, no se cria, nem desaparece, ela passa de um corpo que tem muito para aquele em que falta. Franklin explica o fenmeno da garrafa de Leyde e se prope a entender as descargas eltricas dos troves no alto de uma torre ou campanrio com uma barra metlica vertical. Com isto Franklim inventa o para raios. Em torno dos anos 1780, a eletricidade mdica usada largamente por sbios, estudiosos, que no so nem mdicos nem fsicos. Antes mesmo de fsicos, alguns mdicos alemes se propuseram a testar os benefcios das emanaes produzidas por uma mquina eltrica sobre a sade.
J. Priesley, qumico dedicado ao estudo dos fenmenos fsicos, com base nos
trabalhos de Newton sobre a gravidade, em 1760 enunciou pela primeira vez a possibilidade de que a interao entre os corpos eletrizados fosse a mesma que a interao gravitacional.
Alessandro Volta (1745 1827); 1775 Cria o Eletrforo instrumento que podia ser usado como um estoque porttil de carga eltrica, e assim, transferir cargas para outros dispositivos ou mesmo carregar uma garrafa de Leyde. Volta criou tambm um eletrmetro muito sensvel permitindo detectar a eletricidade da atmosfera. Volta procura aumentar a tenso eltrica produzida pelo contato de dois metais diferentes. Estuda todo tipo de alternncia de metais e condutores diversos. Com sua experincia Volta inventa a pilha eltrica. " 'Uma pilha funciona como um circuito fechado' , foi o que ele mesmo bem precisou em seu manuscrito". (Blondel, p.93,1994)
1800 Pilha de Volta; Volta apresenta a sua pilha que funciona como um
circuito fechado. A pilha voltaica usava dois metais diferentes separados por substncias qumicas midas para produzir um fluxo de carga eltrica. A pilha voltaica original usava trs tipos de discos: zinco, papelo ou couro e cobre. Os mdicos vo aplicar a corrente eltrica aos asfixiados, aos afogados e testar outras terapias. So os qumicos mais que os fsicos que vo se beneficiar da pilha de Volta.
De 1800 a 1820
1808 Davy observa o arco eltrico. Sir Humphry Davy (1778 1829);
Qumico, construiu uma imensa pilha de duas placas metlicas e conseguiu decompor os corpos que no havia conseguido at ento como o sdio e o potssio. A partir dos anos 1840, as tentativas de iluminao pblica so efetuadas com lmpadas a arco. Mas a luz produzida era ofuscante e no podia ser utilizada em lugares pblicos. (Blondel p.101,1994). Em 1882 a praa do Carrossel em Paris iluminada. Ao fim do sculo XVIII a fora fsica de atrao universal de Newton reconhecida. Esta fora se exerce entre todos os corpos, entre o sol e os planetas, entre a terra e a lua.
1819 Experincia de Hans Christian Oersted (1777 1851). Professor que estuda filosofia vem mostrar a relao entre eletricidade e
magnetismo, uma corrente eltrica faz desviar uma agulha imantada de sua posio norte sul. Fenmeno conhecido como eletromagnetismo. A descoberta de Oersted foi a base do motor eltrico e do eletrom.
De 1820 a 1830
Os primeiros geradores a turbina de Parsons podiam ser montados numa carroa e levados ao local onde fossem necessrios. (Aventura na cincia, ELETRICIDADE, p. 43, s/d). A partir dos anos 1880, a iluminao a incandescncia comea a substituir o gs nos teatros, nos atelis e nas ruas.
Anel de Induo de Faraday com duas bobinas separadas eletricamente, foi considerado o primeiro transformador.
De 1830 a 1860
1832 Primeira mquina corrente induzida. John Daniell (1790 1845); 1836 Pilha de Daniell. Sua pilha
sustentava a corrente eltrica por mais tempo. Sua pilha produzia cerca de 1volt e era usada em pesquisas.
1837 William Cooke (1806 1879) e Charles Wheasttone ( 1802 1875); instalaram um primeiro telgrafo na
Inglaterra. No incio as pessoas no aceitaram a idia de passar fios eltricos por suas terras. Mais tarde foi desenvolvido o telgrafo sem fio, baseado nas ondas eletromagnticas. Isto foi possvel a partir das experincias de Hertz e Marconi.
A primeira linha telegrfica de Morse com 60 Km, de Washington a Baltimore, inaugurada em 1844, com a seguinte mensagem do prprio Morse: "Eis o que Deus realizou". (Aventura na cincia ELETRICIDADE, p. 57, 1994).
1839 Motor eltrico de Jacob; testado em um barco. Heinrich Hertz (1857 1894), fsico, pe em funcionamento em 1888
as ondas eletromagnticas. " As ondas eletromagnticas se propagam no ar velocidade da luz (em torno de 300.000km/s). Elas possibilitam transmitir sinais eltricos sem suporte material. A partir desse princpio, foi desenvolvido mais tarde o telgrafo sem fio (TSF), depois o rdio utilizou tambm essas ondas.
1844 Foulcaut; Ilumina a "Place de la Concorde" por lmpadas a arco. 1849 Edward Clarke; Um fabricante de instrumentos londrino, cria uma
eficiente mquina magnetoeltrica, na qual o movimento de uma manivela faz girar bobinas de fio em vez de um grande im. A mquina de Clarke foi usada para demonstraes e tratamentos mdicos. ((Aventura na cincia ELETRICIDADE, p. 36).
De 1860 a 1900
1866 Colocao do Cabo Transatlntico. Z. T. Gramme 1869 Inventor Belga, projetou um dnamo que gerava
bastante corrente eltrica, mantendo um fluxo suficientemente estvel. Sua mquina foi muito til para aplicaes em larga escala como a iluminao de fbricas com lmpadas de arco de carvo. O dnamo podia ser movido vapor, por isso no aquecia muito com o uso contnuo como os anteriores.
1876 Sistema de iluminao de Jablochkoff. 1879 Lmpada incandescente de Edison, ao mesmo tempo que o Ingls Swan
criador das lmpadas a arco do sistema Brush instalados Cleveland e depois em Wabash.
1881 Exposio internacional de eletricidade em Paris. 1883 Primeiras tentativas de transmisso de energia eltrica. 1884 Criao dos transformadores eltricos. 1886 Criao do forno eltrico de Hroult.
1887 Hertz produz e detecta as ondas previstas por Maxwell.
1888 - Criao do ferro de passar roupas eltrico. 1891- Transporte de fora entre Lauffen e Francfort.
De 1900 a 1930
1900 - Criado o "Metropolitam Elctrique de Paris", um veculo eltrico que atinge
100 km/h.
Somente 17 anos aps a descoberta do eltron (1897 por Thonson) que foi descoberto o prton.
A primeira transmisso regular de televiso ocorreu em Londres, em 1936, com cada figura sendo formada por 405 linhas horizontais.
1930 - A mquina de costura criada em 1850 por Isaac Singer, que era operada com
os ps deixando as mos livres para trabalhar com o tecido, aperfeioada agora com o motor eltrico.
Outros fsicos, engenheiros e leigos certamente contriburam na maioria dos fenmenos eltricos e teorias criados especialmente durante o sculo XIX.
CONSIDERAES FINAIS
A energia est presente em todas as atividades da vida humana. Uma das formas mais utilizadas hoje a energia eltrica por sua praticidade e limpeza, embora a sua obteno cause srios danos ao meio ambiente. O seu surgimento tornou a vida do homem mais fcil, substituiu o dficit do petrleo e favoreceu o desenvolvimento das naes. A partir dos primeiros registros sobre eletricidade, por Tales de Mileto, o conhecimento sobre ela tem evoludo muito, estando presente em todos os seguimentos de nossa vida. Hoje no podemos prescindir dela. Conhecer os caminhos percorridos para se chegar ao conhecimento que temos hoje sobre eletricidade tambm uma forma de perceber como a cincia produzida por homens, com todas as sua limitaes, desmistificando e possibilitando a todas as pessoas conhecer a multiplicidade de fatores e de profissionais envolvidas numa
descoberta. Possibilita perceber tambm as lacunas de tempo que pode acontecer entre as vrias etapas desta descoberta. O quanto os conhecimentos j sistematizados so indispensveis numa pesquisa. O quanto se despende esforos envolvendo, em muitos casos, a prpria vida do pesquisador. No caso da energia eltrica, a contribuio de muitas pessoas foi indispensvel, desde filsofos at simples cidados que se encantavam com as novidades apresentadas pela eletricidade, passando por profissionais da engenharia, mdicos, anatomistas, contadores e tantos outros. Este fato nos leva a refletir sobre os meandros da construo do conhecimento que costumamos vivenciar nas escolas. Muitas vezes ele tido como algo pr-existente, sem os percalos prprios da atividade cientfica, sem a multiplicidade de profissionais envolvidos. A importncia do trabalho interdisciplinar e a no linearidade da cincia passam despercebidos. O fato de desmistificar a cincia e o cientista, pode contribuir para a compreenso diferenciada de mundo e de pessoas, onde o conhecimento passa a ser possvel a todos, e no a apenas alguns iluminados. Contribui, tambm para perceber que toda pessoa ou profissional pode ter parcela importante na construo da histria. A histria e a cronologia aqui apresentadas podem estar sendo complementados, pois certamente muitos dos que contriburam para a compreenso do que temos hoje sobre o assunto, no esto aqui citados, porm compreendemos que todos foram fundamentais na totalidade do processo. Muito ainda existe por ser descoberto. Queremos contribuir com este estudo encorajando profissionais e amadores a participar ativamente da sua prpria histria e da histria da humanidade.