Evolução de Um Conceito Físico

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Evolução de um Conceito Físico

O conceito, cuja evolução é descrida a seguir é o de Eletromagnetismo. É um conceito


muito abrangente, que envolve diversos outros como: eletrostática, eletrodinâmica, magnetismo,
eletrcidade, eletrônica. Porém o foco é descrever como esse conceito surgiu e evoluiu durante a
história da ciência.

A história da eletricidade começa, assim como a história de muitos outros conceitos, na


Grécia antiga, por volta de 600 a.c., onde o filosofo Thales de Mileto começou observando que,
ao atritar a pedra de âmbar na pele, ele ganhava uma propriedade que era capaz de atrair pequenos
pedaços de palha ou graveto. Hoje sabemos que, atritando algum material na nossa roupa, este
passa a ser eletrificado e atrais objetos leves e pequenos, como papel. Quase ao mesmo tempo, na
mesma Grécia antiga, algumas propriedades magnéticas também eram descobertas, a partir da
Magnetita, uma pedra comumente encontrada naquela região. A magnetita era capaz de “grudar”
no ferro, sem ao menos necessitar do atrito.

Na França, dos pioneiros a realizar estudo com agulhas magnetizadas e campo magnético
(a Bussola) foi Pedro de Maricourt, um francês que postulou os primeiros conceitos de imã, isso
tudo por volta do século VI. Por cerca de 400 anos, os conceitos sobre eletromagnetismo não
tiveram evolução significativa, sendo retomado no campo de estudo da ciência no início do século
XVII, com William Gilbert, que já tratava a terra com um imã gigante. Foi ele quem separou os
conceitos “eletricidade” (sendo ele o criado deste nome, com base na palavra grega Elektron, que
significa âmbar) e “magnetismo”.

Os anos seguintes, após as considerações de Gilbert, tiveram enorme contribuição na


definição cientifica de eletromagnetismo. No século XVIII, em meio tantos nomes que dedicaram
seus estudos à fenômenos eletromagnéticos, tivemos Alessandro Volta e Charles de Coulomb.
Volta foi o responsável pela criação da bateria, observando experimentalmente (com o apoio de
outros cientistas como Galvani) que substâncias químicas distintas poderiam gerar diferenças de
potencial entre si. Já Coulomb estou a interação entre as cargas elétricas, relacionando-as
matematicamente pela Lei de Coulomb, que descreve a força de interação entre duas ou mais
partículas carregadas. Volta deu origem a unidade de medida de tensão elétrica Volt, enquanto
Coulomb, nomeou a unidade de carga elétrica, já Galvani teve um aparelho chamado de
Galvanômetro (instrumento semelhante ao voltímetro) em sua homenagem.

Cerca de 100 anos depois, em meados do século XIX, grandes cientistas continuaram os
estudos sobre eletromagnetismo, entre eles: Michael Faraday, André-Marie Ampère, Hans
Christian Ørsted, Heinrich Hertz, George Simon Ohm, James Maxwell e o grande Nikola Tesla.
Cada descoberta de um desses cientistas (e de outros, claro) tiveram grande influência no
eletromagnetismo como conhecemos hoje, começando por Ørsted, que foi o responsável por
observar de forma totalmente acidental que a corrente elétrica produz campo magnético (ele
preparava material para sua aula sobre eletricidade e notou que a agulha de uma bussola em sua
mesa se movimentava quando um condutor próximo era percorrido por corrente elétrica). Michael
Faraday concluiu que campo magnético variando no tempo gera força eletromotriz. Ampére
contribuiu para a definição de corrente elétrica enquanto Tesla para a eletricidade em forma de
corrente alternada, Ohm estudou as propriedades de resistência a passagem de elétrons em um
condutor, Henry observou a indução eletromagnética através de imãs e condutores. Todos os
testes levam tem seus nomes no SI, representando uma unidade de medida, sendo elas
capacitância (Faraday), corrente elétrica (Ampere), campo magnético (Tesla), resistência elétrica
(Ohm), indutância (Henry). Por fim, Maxwell foi o responsável por elaborar equações que
descrevem matematicamente os fenômenos eletromagnéticos, as chamadas Equações de
Maxwell.

Hoje o conceito de eletromagnetismo não fica restrito apenas as descobertas dos cientistas
citados acima. Sabemos que a luz pode ter um comportamento ondulatório ou de partícula, sendo
que Albert Einstein fez também contribuições nesse sentido, com o experimento do efeito
fotoelétrico. Além da luz, eletromagnetismo pode ser observado nas ondas de rádio, na radiação
gama, nos raios-x, no ultravioleta, no infravermelho, entre outras diversas aplicações.

Referências Bibliográficas

PURCELL, Edward M. Electricity and Magnetism, 3ª edição, Massachusetts: Cambridge


University Press – 2013

HALLIDAY, David. Fundamentos de Física, Vol. 3 e Vol. 4, 10ª edição, Rio de Janeiro: LTC
– 2016

EDMINISTER, Joseph A. Eletromagnetismo – Coleção Shaum, 3ª edição, Rio Grande do Sul:


Bookman – 2013

OKA, Mauricio M. História da Eletricidade, Versão 1 – 2000.

MALVINO, Albert Paul. Eletrônica - Vol. 1 e 2, 8ª edição, São Paulo: Pearson – 2016.

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