11ºano Português
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No capítulo II (exposição e confirmação) procede-se aos louvores aos peixes em
geral. Começa pela referência às propriedades do sal que deve conservar o são e
preservar a corrupção. De seguida, a indicação das virtudes dos peixes: as primeiras
criaturas criadas por Deus; bons ouvintes; obedientes; devotos. Estas virtudes dos
peixes são, por contraste, a metáfora dos defeitos humanos.
O capítulo III (exposição e confirmação) é consagrado aos louvores aos peixes,
em particular. Em primeiro lugar, o Santo Peixe de Tobias em que o seu fel sara a
cegueira e o seu coração lança fora os demónios. Deste modo, critica-se a heresia e a
ausência de conversão por parte dos homens. Em seguida, a Rémora, tem o poder da
orientação e de acalmar. Critica-se a fraqueza humana e a ausência de força de vontade.
Posteriormente, o Torpedo que emite pequenas descargas elétricas que fazem tremer
o braço do pescador, impedindo a pesca. Critica-se, assim, a explorção do próximo, a
corrupção e a ambição desmedida. E, por fim, os peixes Quatro-Olhos que se defendem
dos ataques vindos do céu e da terra. Desta forma, critica-se a vaidade humana.
No capítulo IV (exposição e confirmação), são feitas as repreensões aos pexies,
em geral. Os defeitos dos pexies são: comem-se uns aos outros, sendo que os grandes
comem os mais pequenos; revelam ignorância e cegueira. Neste capítulo, critica-se a
maldade dos homens na exploração que fazem uns dos outros.
No capítulo V (exposição e confirmação) procede-se às repreensões aos peixes,
em particular. Inicia-se com os Roncadores. Emboram tão pequenos, roncam muito, daí
que representem a arrogância dos homens. Em seguida, os Pegadores, sendo pequenos,
pegam-se aos maiores, não os largando mais, razão por que simbolizam o parasitismo,
a vivência à custa dos outros. Os Voadores, apesar de serem peixes, também se metem
a ser aves. Por isso, simbolizam a presunção, a vaidade e a ambição. Por fim, na figura
do Polvo, com a sua aparência de santo, identifica-se como o maior traidor do mar.
Simboliza, pois a traição.
E, para concluir, o capítulo VI (peroração) o Padre António Vieira reaviva a
memória dos ouvintes sobre as virtudes e as repreensões com vista à última tentativa
de convencer o seu público e de o influenciar na adoção de um novo estilo de vida, de
uma vida mais voltada para o Céu e menos presa à terra.
Intenção persuasiva e exemplaridade:
O Sermão de Santo António é um longo discurso argumentativo, criado com a
finalidade de ser pregado.
A partir das propriedades do sal (conservar o são e preservar a corrupção) e das
características da pregação de Santo António (louvar o bem e repreender o mal), o
Sermão de Vieira assume um dupla finalidade: louvar as virtudes e repreender os vícios
humanos.
Começando por referir as qualidades dos peixes, o pregador retira duas
conclusões: os peixes são melhores do que os homens e, para evitar a maldade, aqueles
devem manter-se afastados dos homens. De forma semelhante, Santo António, para se
aproximar de Deus, afastou-se dos homens.
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Pelo contrário, os vícios, em geral, dos peixes, que se comem uns aos outros e
em que os grandes comem os pequenos, servem de pretexto para uma crítica à
exploração dos poderosos sobre os mais humildes. Além disso, os defeitos, em
particular, de certos peixes estão ao serviço da denúncia dos vícios humanos.
Crítica social e alegoria:
O Sermão é uma sátira social em que o Padre António Vieira tece duras críticas à
exploração e à ganância humana, particularmente aquela que é exercida pelos colonos
sobre os índios. Por outro lado, o Sermão é uma longa alegoria, funcionando os peixes
como uma metáfora dos homens. Deste modo, as virtudes dos peixes são pretexto para
denunciar os vícios humanos, da mesma forma que os defeitos dos seres marinhos são
motivo para criticar os defeitos morais e sociais dos homens.
Contudo, pode-se afirmar que o Sermão aborda um assunto intemporal na
medida em que os homens procuram constatemente a ascensão social, ainda que de
forma imprópria, revelando atitudes moralmente condenáveis.
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patriotismo e admiram o gesto praticado por Manuel de Sousa.
O patriotismo é uma das marcas da dimensão romântica da obra que assume
uma dupla dimensão temporal. No tempo em que ocorrem os acontecimentos, Portugal
vive sob o domínio filipino e, na data da publicação da obra o país vive sob a ditadura
cabralista, tendo o regime político vigente interpretado claramente o gesto patriótico
de Manuel de Sousa como uma revolta contra a tirania e a limitação da liberdade.
Recorte das personagens:
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Estrutura externa:
A obra Frei Luís de Sousa é estruturalmente constituída por três atos: o primeiro
e o terceiro com doze cenas e o segundo com quinze. Como em qualquer peça de teatro,
deve distinguir-se o texto principal, que coincide com as falas das personagens e o texto
secundário constituído essencialmente por didascálias.
Estrutura interna:
Em relação à estrutura interna, encontram-se as três divisões tradicionais
presentes num texto dramático: exposição, conflito e desenlace. Assim, a exposição
corresponde às cenas I e II do ato I, em que, através das falas de Telmo e D.Madalena,
se apresentam os antecedentes da ação que explicam as circunstâncias do presente e
as relações existentes entre as personagens. O conflito estende-se até à cena IX do ato
III. Uma série de peripécias desencadeia novos conflitos. O conflito atinge o seu clímax
no reconhecimento do Romeiro. Finalmente, o desenlace corresponde às cenas finais,
em que se consuma a tragédia familiar.
Espaço e Tempo:
O Ato Primeiro (28 de julho de 1599), decorre no palácio de Manuel Sousa
Coutinho, numa sala luminosa e luxuosa. Este palácio transmite a ideia de conforto e
bem-estar. Por esse motivo, o incêndio que destrói a casa revela-se um presságio da
desagregação do núcleo familiar, consumada pela catástrofe que se abaterá sobre os
seus membros.
O Ato Segundo (4 de agosto de 1599), decorre no Palácio de D.João de Portugal
numa sala fria, sem luz e de «gosto melancólico e pesado». Os retratos de D. Sebastião,
D. João de Portugal e Camões conferem solenidade à cena. Esta sala é uma divisão
interior, sem janelas (simbolizando a prisão e o afastamento do mundo).
O Ato Terceiro (4 de agosto de 1599), decorre na parte baixa do Palácio de D.João
de Portugal, um espaço subterrâneo é ainda mais fechado e mais escuro, com ligação à
igreja de S.Paulo.
Indícios trágicos:
• Coincidências temporais;
• Referências à sexta feira - todos os grandes acontecimentos que, por exemplo,
marcaram a vida de D.Madalena acorreram numa sexta-feira.
• Simbologia do número 7 – o sete indica uma mudança, que ocorre no final de
um ciclo, obrigando a um recomeço.
• Presságios\agouros e pressentimentos;
• Perda do retrato de Manuel de Sousa Coutinho – o retrato evidencia a sua
personalidade, a sua força, os seus princípios morais e religiosos, é prenúncio de
uma desgraça, funciona como o anúncio da tragédia que o vai aniquiliar.
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Dimensão trágica:
No que diz respeito à dimensão trágica, é interessante verificar que há uma
concentração de personagens, de espaço e de tempo de modo que nada seja inútil e
que tudo contribua para a intensificação da tensão dramática. Da mesma forma, todo o
desenrolar da ação converge para o desenlace trágico. Mesmo o momento em que D.
Manuel parece revoltar-se contra o destino, incendiando o seu palácio, acaba por servir
a fatalidade que se abate sobre as personagens.
Resumo por atos:
➢ Primeiro ato - decorre no palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho
- O ambiente leve e exótico revela o estado de espírito da família (feliz no geral);
- Inicia-se um ato com um excerto d’Os Lusíadas, mas precisamente o excerto de Inês de
Castro, em que afirma que o amor cega e condena a alma ao sofrimento; este excerto é
lido por D. Madalena de Vilhena, mulher de Manuel de Sousa Coutinho;
- Telmo, o fiel escudeiro da família, entra em cena e ambos discutem sobre Maria, filha
de D.Madalena e Manuel de Sousa Coutinho;
- Os medos de D.Madalena em relação ao regresso do ex-marido (D.João de Portugal,
que nunca regressou da batalha de Alcácer-Quibir) refletem-se na proteção da sua filha
em relação ao Sebastianismo (se D.Sebastião voltasse, o seu ex-marido também podia),
um tema na altura muito discutido;
- Maria é considerada muito frágil (doente; possui tuberculose não diagnosticada), e
Telmo, que já fora escudeiro de D. João, incentiva-a a acreditar no Sebastianismo, o que
ela abraça fortemente apesar do o desaprovar sua mãe;
- Por fim chega com D. Manuel, um cavaleiro da nobreza, que informa as personagens
da necessidade de movimentação daquela casa, porque os “governantes” (na altura
Portugal estava sob o domínio espanhol) viriam e desejavam instalar-se em sua casa;
- O ato acaba com D. Manuel a incendiar a sua própria casa, como símbolo de
patriotismo, incendiando também um retrato seu (simboliza o inicio da destruição da
família), movendo-se a família para o palácio de D. João de Portugal (apesar dos agouros
de D. Madalena).
➢ Segundo Ato - decorre no palácio de D. João de Portugal
- O ambiente fechado, sem janelas, com os quadros grandes das figuras de D. João,
Camões e D. Sebastião revelam uma presença indesejada e uma família mais abatida
(algo está para vir);
- D. Madalena apresenta-se muito fraca; com a chegada de D. Manuel (que teve de fugir
devido à afronta aos governantes) e a indicação de que estes o tinham perdoado, D.
Madalena fica mais descansada, mas ao saber por Frei Jorge, um frei do convento dos
Domínicos, que este terá que partir para Lisboa para se apresentar, fica de novo
desassossegada;
- D. Manuel parte para Lisboa na companhia de Maria e Telmo, deixando em casa D.
Madalena e Frei Jorge;
- Aparece um Romeiro que não se quer identificar ao princípio, mas dá indícios de ser D.
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João de Portugal, que voltaria exactamente 21 anos depois da batalha de Alcácer-Quibir
(7 para procurar o corpo + 14 casamento de D. Madalena e D. Manuel);
➢ Terceiro Ato - decorre na parte baixa do palácio de D. João de Portugal
- Um ambiente muito fechado, representando a falta de saída da família que, caso o
romeiro fosse D. João, estaria perante um casamento (D. Madalena e D. Manuel) e uma
filha (D. Maria) ilegítimos (a morte era a única forma de “divórcio”);
- O Romeiro encontra-se a sós com Telmo (que entretanto volta com Maria e D. Manuel)
e este imediatamente reconhece o antigo amo, mas a sua lealdade não é certa (entre D.
João e Maria, a sua nova ama apesar de ter criado ambos); o Romeiro pede-lhe que
minta por ele, que diga que é um impostor, que salve a família (momento em que a
audiência acredita que possa haver salvação);
- Telmo vai pedir conselhos a Frei Jorge, que lhe diz que, se tem a certeza ser D. João, a
verdade não deve ser escondida (mostra uma faceta obediente e inflexível desta
personagem)
- Por fim, não tendo outra salvação, Maria morre de desgosto (de ser filha ilegítima; de
tuberculose) e os pais (D. Madalena e D. Manuel) vão para um convento (a religião como
consolação), tornando-se D. Manuel, Frei Luís de Sousa.
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Sugestão biográfica (Simão e narrador) e construção do herói romântico:
O narrador, Camilo Castelo Branco, afirma ser sobrinho do herói do seu Amor de
Perdição, Simão Botelho, cuja história de amor infeliz leu enquanto estava preso na
Cadeia da Relação, no Porto. Pelas informações da vida e da morte do seu tio direito,
Simão Botelho, Camilo propõe ao leitor contar esta história, mostrando Simão como um
herói verdadeiramente romântico que «Amou, perdeu-se e morreu amando». Pelo
conhecimento da biografia de Camilo e de Simão, cedo os leitores se apercebem da
semelhança entre estes dois heróis românticos - apaixonados fervorosamente (Simão -
Teresa e Camilo - Ana Plácido), perseguidores da sua felicidade amorosa contra as
adversidades, sofredores das respetivas consequências, mas continuamente ao serviço
do verdadeiro Amor-Paixão.
A obra como crónica da mudança social:
Além de uma história de amor de perdição, o romance é também um documento
histórico, com marcas de uma crónica da mudança social. Em primeiro lugar, a província
como espaço privilegiado dos valores tradicionais, onde se encontram três instituições
repressivas que contrariam o amor dos jovens protagonistas: a Família, a Igreja e a
Justiça. Deste modo, a relação amorosa de Teresa de Albuquerque e de Simão Botelho
é vítima da repressão familiar, conventual e judicial.
Os jovens vivem no ambiente social da província dos inícios do século XIX, numa
sociedade repressiva pautada pelos preconceitos e pelas pequenas intrigas, em que os
valores tradicionais do materialismo, do pragmatismo e do ódio entre famílias entram
em confronto com o individualismo e o idealismo dos jovens amantes.
Este mundo provinciano fechado com os seus preconceitos e em que a tradição
familiar e a reputação pessoal são valores primordais leva este par amoroso a reagir
contra as instituições repressivas.
Em suma, na novela, há um conflito permanente entre o sentimento individual e
os obstáculos impostos por esta sociedade provinciana.
Características das personagens:
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• João da Cruz: é uma personagem do povo, um castiço rude e violento, mas muito
corajoso, grato e bondoso. É amigo de Simão.
• Baltasar: é orgulhoso, prepotente, insensível e arrogante. Mesmo sabendo que
Teresa ama Simão, decide levar o seu desejo de a desposar avante.
• Tadeu de Albuquerque e Domingos Botelho: são orgulhosos, preconceituosos,
prepotentes e inflexíveis, revelando-se insensíveis ao amor arrebatado de Teresa
e Simão, cedendo perante todas as convenções sociais.
Relações entre personagens:
• Tadeu e Rita: ele, obstinado com a justiça e ausente; ela, sempre descontente com a
vida fora da corte;
•Tadeu e Teresa: pai tirano e manipulador, quer vê-la casada, por interesse, com um seu
primo, Baltasar Coutinho; envia-a para conventos, pois, se não casa com quem ele quer,
morrerá para o mundo;
• Tadeu e Baltasar: Tadeu respeita Baltasar e vê nele o marido perfeito para Teresa;
• Tadeu e Simão: ódio profundo por antigas contendas entre as famílias:
• Teresa e Baltasar: Teresa não o ama,recusando-se a casar; Baltasar é obstinado e quer
a todo o custo casar-se com a prima;
• Simão e João da Cruz: amizade sincera e recíproca;
• Simão e Mariana: ele, amizade sincera; ela, amor-paixão, não correspondido por
Simão, e que a levará à morte.
O amor-paixão:
A relação afetiva de Simão e de Teresa é, de facto, um amor-paixão, construído
de excessos, que conduz a um desenlace trágico de amor e morte, pois este
sentimento afetivo caracteriza-se por encontrar na morte a solução para a sua
impossibilidade. Ao associar o amor à morte, destaca-se uma outra característica do
amor-paixão, a ideia de eternidade, um amor que perdura para além da morte, porque
quando se ama, é para sempre. Deste modo, o amor adquire um carácter sagrado e
religioso como se ultrapassasse a mera dimensão da vida real. Este par amoroso
simboliza a pureza da entrega a um amor idealizado a que a sociedade se opõe,
empurrando os protagonistas para o sofrimento e para uma morte libertadora. Através
do amor, como valor absoluto, Teresa e Simão ascendem a um estatuto superior de
heróis.
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final do século XIX. Podemo concluir que Eça de Queirós traça o retrato de um país onde
tudo é medíocre e provinciano, um país onde nada é autêntico, apenas se imita o
estrangeiro.
Espaços e seu valor simbólico e emotivo:
No espaço físico de Os Maias distingue-se o espaço geográfico, correspondendo
ao percurso da personagem protagonista ao longo da ação e aos cenários interiores que
aí ganham destaque. Lisboa é o espaço de maior relevo, mas Coimbra e Santa Olávia são
igualmente importantes.
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Representações do sentimento e da paixão: diversificação da intriga amorosa:
Em Os Maias o sentimento e a paixão estão presentes ao longo de toda a obra,
sendo possível estabelecer um paralelismo entre as principais intrigas amorosas: a de
Carlos da Maia e de Maria Eduarda (que faz parte da ação central) e a de Pedro da Maia
e de Maria Monforte (que integra a ação secundária).
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costumes dos Episódios da Vida Romântica. Na crítica realizada, destacam-se episódios
como:
➢ Jantar no Hotel Central:
• Discussão sobre o Realismo/Naturalismo versus Ultrarromantismo;
• Discussão sobre o estado das finanças em Portugal: opinião de Cohen sobre o
destino inevitável de bancarrota; resposta de Ega sobre a necessidade de
«receita» «e uma agitação revolucionária constante»; intervenção de Alencar e
de Carlos, sempre equilibrado e apaziguador.
➢ Corridas de Cavalos (Hipódromo de Lisboa):
• Crítica à sociedade lisboeta, pois, na tentativa de imitar os ingleses, os lisboetas
acabam por viver este desporto de forma postiça, não sabendo bem como
comportar-se e envolvendo-se inclusivamente em desrespeitos,
desentendimentos e impropérios.
➢ Jantar em casa dos condes de Gouvarinho:
• Crítica à alta burguesia e aristocracia pela mediocridade resultante do seu
pensamento a propósito de temas como o ensino e a educação da mulher.
Ao serviço da crítica de costumes estão as seguintes personagens-tipo:
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Características trágicas dos protagonistas:
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Configurações do Ideal:
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Deambulação e imaginação: o observador acidental:
Deambulando pela cidade, o poeta capta impressões da realidade quotidiana,
tornando-se um observador acidental. O espaço urbano transforma-se num espaço de
observação do mundo e da vida. Ele observa acidentalmente pessoas e espaços,
transformando-se num repórter do quotidiano. Ao estilo realista, transporta para a sua
poesia a realidade de todos os dias, concedendo particular atenção aos lugares e às
pessoas com quem se cruza.
Sensível à vida difícil das classes mais humildes, deambula, por vezes, pelas ruas
mais sombrias da cidade, dando o seu testemunho das difíceis condições em que vivem
os mais humildes. Esta forma de observar a realidade banal e quotidiana e fazer dela
matéria da sua poética contribui para tornar Cesário um poeta de modernidade.
Perceção sensorial e transfiguração poética do real:
Na sua deambulação pela cidade, perceciona o real através dos sentidos e recria-
o através do mundo interior da criação poética. Através do impressionismo, o poeta
regista impressões da vida quotidiana, capta a luz, as sensações e a brevidade do
momento.
Além da perícia na observação do real, o poeta revela também a capacidade de
transfigurar o que vê através de um olhar subjetivo. Deste modo, por vezes, a realidade
é observada e transformada por uma visão surrealista, recorrendo a metáforas.
Linguagem, estilo e estrutura:
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