Aula 16 - Prof Mirela: Corpo de Saúde Da Marinha (CSM) Conhecimentos Gerais - 2022 (Pré-Edital)

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Aula 16 - Profª Mirela

Corpo de Saúde da Marinha (CSM)


Conhecimentos Gerais - 2022
(Pré-Edital)

Autor:
Cássia Reginato, Mirela Sangoi
Barreto

15 de Abril de 2022

13621251723 - Heloisa Regina


Cássia Reginato, Mirela Sangoi Barreto
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Sumário

1- Emergências médicas em Odontologia ........................................................................................................................... 3

1.2 Situações de emergência ................................................................................................................................................. 3

1.3 Classificação das emergências médicas............................................................................................................ 3

1.4 Recomendações básicas nas situações de emergência .......................................................................... 4

1.5 Anamnese............................................................................................................................................................................. 5

1.6 Avaliação dos sinais vitais .......................................................................................................................................... 7

1.6.1. Pulso........................................................................................................................................................................................ 7

1.6.2. Frequência respiratória ................................................................................................................................................. 8

1.6.3. Pressão arterial sanguínea (PA) ............................................................................................................................. 8

1.7. Alteração ou perda da consciência............................................................................................................................ 9

1.7.1 Lipotimia e Síncope (vasodepressora) .............................................................................................................. 10

1.7.2 Hipoglicemia ...................................................................................................................................................................... 11

1.7.3 Hipotensão ortostática ................................................................................................................................................. 12

1.7.4 Síndrome de Hiperventilação .................................................................................................................................. 14

1.7.5 Asma ...................................................................................................................................................................................... 14

1.7.6 Convulsão ........................................................................................................................................................................... 16

1.7.7 Acidente vascular encefálico (AVE) .................................................................................................................... 17

1.7.8 Reação de hipersensibilidade ................................................................................................................................. 18

1.7.9 Reação de superdosagem aos anestésicos locais .................................................................................... 19

1.7.10 Metemoglobinemia ..................................................................................................................................................... 21

2- Intoxicação aguda por ingestão de flúor ...................................................................................................................... 23

3- Suporte Básico de vida .............................................................................................................................................................. 27

3.1. Parada Cardiorrespiratória (PCR ou RCP) ........................................................................................................ 27

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4- Questões Comentadas ........................................................................................................................................................... 30

5- Referências bibliográficas ..................................................................................................................................................... 40

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1- EMERGÊNCIAS MÉDICAS EM ODONTOLOGIA

1.2 Situações de emergência

As situações de emergências podem acontecer com qualquer um – paciente, cirurgião-dentista,


membro da equipe do consultório odontológico, ou com a pessoa que simplesmente está
acompanhando o paciente.

Para iniciarmos o nosso estudo, devemos traçar um paralelo entre as situações que são consideradas
urgências e as que de fato são emergências.

As urgências odontológicas são os traumatismos dentários, pulpites, abcessos. Nesse caso,


apesar de serem necessárias medidas de pronto atendimento, o profissional consegue se planejar para
o atendimento, relembrando o protocolo específico para aquela situação.

Já os casos de emergência, surgem de maneira inesperada e devem ser interpretados como um caso
perigoso, que não permite que o cirurgião dentista reveja conceitos ou se planeje para tal. Nesses
casos, uma sequência de manobras de pronto atendimento deve ser memorizada para que o
profissional consiga agir imediatamente, caso ela ocorra.

É importante ressaltar o fato de que grande parte dos casos de emergência parecem estar associadas
ao estresse cirúrgico, provocando reações como lipotimia, síncope vasodepressora (desmaio),
síndrome de hiperventilação e dores no peito.

Não confunda!

Observe as diferenças que serão abordadas no livro digital de Endodontia, onde comparamos
urgências e emergências Endodônticas.

A classe que estudaremos neste livro digital é mais abrangente, pois compreende uma ampla
classe de emergências médicas que podem ocorrer durante o atendimento odontológico e
não somente endodôntico.

1.3 Classificação das emergências médicas

➢ Alterações ou perda da consciência


➢ Dificuldade respiratória
➢ Dor no peito
➢ Arritmias cardíacas
➢ Crise hipertensiva arterial
➢ Reações alérgicas
➢ Reações a superdosagem de anestésicos
➢ Convulsões
➢ Intoxicação acidental por ingestão de flúor

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A seguir, apresentaremos uma tabela que reune as principais emergências médicas que ocorreram em
uma universidade dos Estados Unidos, na clínica Odontológica no ano de 2012.

Através dela, você pode perceber que a principal emergência médica que ocorreu foi a Síncope
(fique calmo, estudaremos cada uma delas em breve) e o principal membro afetado foi o paciente, em
tratamento.

Tabela 1 - Apresentação das principais emergências no consultório Odontológico. Mallamed, 2016.

1.4 Recomendações básicas nas situações de emergência

➢ Manter a calma, pois o cirurgião dentista é o responsável pelo atendimento global do paciente;

➢ Saber quando e a quem pedir socorro, uma vez que existem situações como lipotimia e
síncope que não exigem serviço médico de urgência, pois podem ser controladas por meio de
simples manobras. Porém, quadros como aciente vascular encefálico certamente exigirá o
suporte avançado de vida;

➢ Estar treinado para realizar manobras de Suporte Básico de Vida (SBV) e Ressucitação
Cardiopulmonar (RCP): isso requer treinamento e atualizações constantes por parte do
profissional e de sua equipe;

➢ Saber lidar com o equipamento de emergência, já que o cirurgião dentista deve estar
familiarizado com sistemas portáteis de liberação e administração de oxigênio, bem como
técnicas de administração de medicamentos injetáveis.

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1.5 Anamnese

Sabemos que a anamnese é um exame subjetivo muito importante, sendo considerado pré requisito
para a consulta inicial. Através dele, podemos obter informações não só para estabelecer o diagnóstico
do paciente, mas também para estabelecer seu perfil de saúde.

Uma vez estabelecido que o paciente é portador de alguma doença sistêmica, a anamnese deve então
ser direcionada para o problema. Esse exame também permite identificar quais medicações o
paciente faz uso e se elas são capazes de interagir com os fármacos empregados na rotina clínica.

A anamnese deve então ser concluída de acordo com seu estado físico ou categoria de risco médico.
Para isto, a American Society of Anesthesiologists dos Estados Unidos propôs um sistema de
classificação baseado em seu estado físico - ASA. Nela, os pacientes são distrubuídos em seis grupos.

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO DA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE ANESTESIOLOGIA (ASA)


ADAPTADA PARA CLÍNICA ODONTOLÓGICA

ASA I Paciente saudável que não apresenta anormalidades. Pouca ou nenhuma ansiedade.
ASA II Paciente com doença sistêmica moderada ou de menor tolerância que o ASA I.
Apresenta maior grau de ansiedade ou medo ao tratamento odontológico.
ASA III Paciente portador de doença sistêmica severa, que limita suas atividades.
ASA IV Paciente acometido por doença sistêmica severa que é ameaçadora à vida.
Apresenta alterações sistêmicas importantes para o planejamento do tratamento
odontológico.
ASA V Paciente em fase terminal, quase sempre hospitalizado, cuja expectativa de vida
não é maior do que 24h, com ou sem cirurgia planejada.
ASA VI Paciente com morte cerebral declarada, cujos órgãos serão removidos com
propósito de doação.
Fonte: Andrade, 2014.

ASA I

➢ paciente saudável;
➢ pouca ou nenhuma ansiedade, sendo capaz de tolerar o estresse do tratamento dentário;
➢ apresenta risco mínimo de complicações.

ASA II

➢ paciente extremamente ansioso, com história de episódios de mal-estar ou desmaio no


consultório;
➢ paciente com mais de 65 anos;
➢ portador de obesidade moderada;
➢ mulheres nos primeiros dois trimestres de gestação;
➢ portadores de hipertensão arterial controlada com medicação;
➢ diabéticos tipo II, controlado com dieta e/ou medicamentos;
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➢ portador de distúrbios convulsivos, controlados com medicação;


➢ asmático, que ocasionalmente usa broncodilatador em aerossol;
➢ tabagista, sem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
➢ angina estável, assintomática, exceto em situações de estresse;
➢ paciente com história de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, sem
apresentar sintomas.

ASA III

➢ obesidade mórbida;
➢ último trimestre de gestação;
➢ diabético tipo I (usuário de insulina), com doença controlada;
➢ hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95-99 mm Hg;
➢ história de episódios frequentes de angina do peito, apresentando sintomas após exercícios
leves;
➢ insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos tornozelos;
➢ doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica);
➢ episódios frequentes de convulsão ou crise asmática;
➢ paciente sob quimioterapia;
➢ hemofilia;
➢ história de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, mas ainda com sintomas (p. ex.,
dor no peito ou falta de ar).

ASA IV

➢ pacientes com dor no peito ou falta de ar, enquanto sentados, sem atividade;
➢ incapazes de andar ou subir escadas;
➢ pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar;
➢ pacientes com angina que estão piorando, mesmo com medicação;
➢ história de infarto do miocárdio ou acidente vascular encefálico, no período dos últimos 6
meses,
com pressão arterial maior que 200/100 mm Hg;
➢ pacientes que necessitam de administração suplementar de oxigênio de forma contínua.

ASA V

➢ pacientes com doença renal, hepática ou infecciosa em estágio terminal;


➢ pacientes com câncer terminal.

ASA VI

➢ pacientes com morte cerebral declarada cujos órgãos serão removidos com propósito de
doação.

Por que o sistema de classificação ASA é tão importante?

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Ele é um sistema que define o estado físico do paciente, segundo a classificação ASA, auxiliando na
realização do tratamento cirúrgico com segurança.

A partir do exposto, podemos determinar o plano de tratamento mais adequado para cada caso.

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO ASA

ASA I Risco mínimo de complicações durante tratamento dentário. Tratamento odontológico


pode ser realizado normalmente.
Risco mínimo de complicações durante o tratamento.
ASA II Pode exigir certas modificações no plano de tratamento. Recomenda-se a troca de
informações com o médico, protocolo de sedação mínima, redução da duração das
consultas.
ASA Tratamento eletivo não está contraindicado, embora este paciente apresente um maior
III risco durante o procedimento.
Procedimentos eletivos devem ser postergados até que o paciente retorne à
ASA categoria ASA III. Urgências odontológicas, como dor e infecção, devem ser tratadas da
IV maneira mais conservadora possível. Pulpectomia ou exodontia devem ser realizadas
em ambiente hospitalar.
ASA V Procedimentos eletivos estão contraindicados.
Urgências odontológicas podem receber tratamento paliativo para alívio da dor.
ASA Não há indicação para tratamento odontológico de qualquer espécie.
VI
Fonte: Andrade, 2014.

1.6 Avaliação dos sinais vitais

Quais os exames compreendem a avaliação dos sinais vitais?

Devemos obter dados relativos ao pulso, frequência respiratória, pressão arterial sanguínea e
temperatura, sempre aferidos com o paciente em repouso. Esses exames devem ser anotados junto
ao prontuário odontológico, para segurança tanto do paciente, quanto do profissional.

Observe que alguns autores ainda consideram altura, peso, índice de massa corporal como fazendo
parte dos sinais vitais.

1.6.1. Pulso

Você pode estar se perguntando o que é pulso ou pulsação. Então, vamos à definição:

Pulso é a onda de distensão de uma artéria é transmitido pela pressão que o coração
exerce no sangue. Ele pode ser avaliado por meio de qualquer artéria acessível -
exceto nos bebês, que se recomenda verificação na artéria braquial. Em crianças e

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adultos, pode-se proceder a verificação nas artérias carotídea (encontrada mais


rapidamente) e radial.

Dito isto, é importante ressaltar os valores de referência para a frequência cardíaca normal (FC):
normalmente, um adulto em repouso deve apresentar FC entre 60-100 batimentos por minuto
(bpm), sendo mais baixas em atletas condicionados (40-60bpm) e mais alta para os indivíduos
ansiosos.

IDADE BATIMENTOS POR MINUTO


Bebês 100-170
Crianças de 2-10 anos 70-120
Crianças acima de 10 anos 60-100
e adultos
Fonte: Andrade, 2014.
==21cb0c==

1.6.2. Frequência respiratória

Recomenda-se que a frequência respiratória (FR) seja monitorada imediatamente após a verificação
do pulso.

Quando a FR estiver baixa, denominamos bradpneia e quando estiver alta recebe o nome de
tacpneia. Já quando o indivíduo tiver dificuldade respiratória, denominaremos dispneia, que pode
evoluir para apneia e consequente parada respiratória.

Para avaliação dentro dos padrões de normalidade, deve ser feita a correlação da idade com a
frequência respiratória por minuto. Então, vejamos os valores de referência:

FREQUÊNCIA
IDADE (ANOS)
RESPIRATÓRIA/MIN
Bebês 30-40
1-2 25-30
2-8 20-25
8-12 18-20
Adultos 14-18
Fonte: Andrade, 2014.

1.6.3. Pressão arterial sanguínea (PA)

A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias.

No momento em que o coração ejeta seu conteúdo na artéria aorta, gera força e pressão máxima.
Essa fase no ciclo é denominada pressão arterial sistólica. Imediatamente antes do próximo
batimento cardíaco, a enegia é mínima, com menor força gerando menor pressão arterial e então é
denominada pressão arterial diastólica.

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Como pode ser feita a avaliação da pressão arterial?

Quem nunca se deparou com alguém dizendo "gostaria de medir/aferir a minha pressão"?

Então, quais os métodos que podem ser utilizados para avaliar a pressão arterial dos pacientes?

Geralmente, a aferição da pressão arterial é feita por meio da técnica auscultatória, quando se
emprega o esfigmomanômetro. Porém, existe outro método de avaliação que é o método
oscilométrico, que vem apresentando crescente uso na Medicina.

Vale ressaltar que as bancas costumam cobras os valores de referência pela técnica
auscultatória. Nesta técnica, é importante deixa o paciente repousar, pelo menos, 5 minutos antes do
exame, na posição sentada, sem ter ingerido café, bebidas alcoólicas ou ter fumado 30 minutos antes
da avaliação.

De modo geral, entendemos que valores de 120/80 mmHg é o parâmetro ideal. No entanto, valores
até 140 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e 90 mmHg para a pressão diastólica (mínima)
podem ser considerados normais.

Para uma melhor fixação, vejamos na tabela a classificação da pressão arterial, em adultos. Atenção!
As questões costumam abordar os valores descritos abaixo:

PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL


CATEGORIA
SISTÓLICA (mmHg) DIASTÓLICA (mmHg)
Normal Menor que 120 Menor que 80
Pré-hipertensão 120-139 80-89
HIPERTENSÃO
Estágio 1 140-159 90-99
Estágio 2 Igual ou maior que 160 Igual ou maior que 100
Fonte: Andrade, 2014.

É importante ressaltar que valores iguais ou maiores do que 160 (sistólica) x 100 (diastólica) (ex: 199
mmHg e 109 mmHg) já requerem remoção imediata do paciente para atendimento médico
emergencial.

1.7. Alteração ou perda da consciência

Quando um paciente apresentar mudança de comportamento ou acusar estar se sentindo mal, poderá
ser um indicativo de evolução para um estado de inconsciência e as manobras iniciais de pronto
atendimento deverão ser realizadas. Elas têm por objetivo a manutenção das vias aéreas livres, e
das condições respiratórias e circulatórias.

Vamos abordar as seguintes alterações: lipotimia e síncope, hipoglicemia, hipotensão ortostática,


convulsão, acidente vascular encefálico, reações de hiperssensibilidade, superdosagem aos
anestésicos locais e metemoglobinemia.

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1.7.1 Lipotimia e Síncope (vasodepressora)

Lipotimia e síncope são termos que usualmente são confundidos.

Lipotimia é um mal estar passageiro, com sensação angustiante e iminente de desfalecimento. O


paciente apresenta sudorese intensa, palidez, zumbidos auditivos e visão turva, sem apresentar perda
total de consciência. Pode ainda relatar fraqueza, tontura e mal estar gástrico. Além disso, o paciente
permanece respirando normalmente e sua pulsação é palpável.

Síncope, por sua vez, é a perda repentina e momentânea da consciência, causada pela diminuição do
fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral. É o desmaio propriamente dito.

A síncope trata-se de uma situação relativamente inofensiva durante a qual a vítima cai
tranquilamente no chão ou é deitada por uma segunda pessoa. Existe o potencial para lesões
traumáticas relacionadas com a queda.

O indivíduo recupera a consciência quase imediatamente, sob a restauração do fluxo sanguíneo ao


cérebro, e dentro de um curto período parece ter se recuperado completamente. A recuperação tende
a ser mais rápida quando a cabeça do paciente é colocada abaixo da linha do coração.

Mesmo possuindo esta natureza "inofensiva", qualquer perda da consciência é capaz de produzir
mudanças fisiológicas e pode colocar a vítima em perigo. Exemplos incluem as mudanças
cardiopulmonares que ocorrem secundárias a hipóxia ou anóxia, ambas produzidas pela obstrução
da via aérea no paciente inconsciente.

Embora a síncope vasodepressora seja uma situação emergencial relativamente comum, geralmente
pode ser evitada.

Quando a síncope é reconhecida imediatamente e tratada adequadamente, poucos indivíduos passam


por complicações sérias. Os quadros geralmente são benignos, de curta duração e regridem de forma
espontânea ou com pequena intervenção do profissional.

Existem alguns fatores que podem desencadear a síncope e eles podem ser classificados em dois
grandes grupos.

O primeiro grupo consiste nos fatores psicogênicos, como medo, ansiedade, estresse emocional e
o recebimento de notícias não bem-vindas. Outros dois fatores neste grupo são a dor – especialmente
repentina e inesperada – e a visão de sangue ou instrumentos odontológicos ou cirúrgicos (p. ex., a
seringa de anestesia local).

Já o segundo grupo, consiste nos fatores não psicogênicos. Estes incluem sentar em posição ereta ou
ficar de pé, o que permite ao sangue circular para a periferia, diminuindo o fluxo sanguíneo
cerebral, abaixo dos níveis críticos (para manutenção da consciência); a fome em função da dieta ou
ausência das refeições, o que diminui o suprimento de glicose para o cérebro, abaixo dos níveis
críticos; exaustão; condição física inadequada; e ambientes quentes, úmidos e lotados.

A maior incidência desses quadros ocorre em adultos jovens, do sexo masculino.

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Sensação de desmaio
Lipotimia
Consciência mantida

Desmaio
Síncope
Perda da consciência

Para atenuar ou prevenir a chance de ocorrência dessas emergências, o cirurgião dentista deve:

➢ Avaliar o grau de ansiedade do paciente, condicionando-o para o tratamento;


➢ Considerar protocolo de sedação mínima;
➢ Orientar o paciente a se alimentar antes das consultas;
➢ Cadeira odontológica em posição supina ou semi-inclinada;
➢ Evitar estímulos agressores e que possam provocar sustos;
➢ Anestesia local o mais atraumática possível;
➢ Evitar apoiar sobre o pescoço.

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

Caso se configure a emergência médica, deve-se interromper o atendimento, avaliar o grau de


consciência do paciente, colocá-lo deitado de costas com os pés levemente elevados, afrouxar as
roupas, liberar a passagem de ar e monitorar a respiração e pulso. Após a recuperação do quadro,
aguardar de 10 a 15 minutos para dispensá-lo.

Se a recuperação da consciência não ocorrer após 3 minutos, devemos solicitar socorro médico.

1.7.2 Hipoglicemia

É uma condição que acomete indivíduos diabéticos (mais comum em diabetes tipo I) e não
diabéticos. O indivíduo é considerado hipoglicêmico quando seus níveis de glicose estão abaixo dos
valores mínimos normais: 60mg/100 mL.

Suas causas mais comuns são a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, jejum absoluto e esforço
físico extenuante. Indivíduos que fazem uso de aspirina, anti-inflamatório não esteroidal e
betabloqueadores são candidatos a terem episódios de hipoglicemia.

O paciente hipoglicêmico apresenta ansiedade, nervosismo, sudorese, taquicardia, palidez, sensação


de fome, salivação excessiva, "borborigmo" (ronco na barriga), náusea, vômito, desconforto
abdominal. No entanto, a respiração, pulso e pressão arterial geralmente estão normais.

O maior problema associado a essa emergência é fornecimento inadequado de glicose ao cérebro. Isto
pode acarretar desde um mal estar passageiro, até o coma e, mais raramente, a morte.

A confirmação do episódio de hipoglicemia pode ser conseguida através de um glicosímetro.

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Para atenuar ou prevenir a chance de ocorrência dessas emergências, o cirurgião dentista deve:

➢ Orientar o paciente a não comparecer em jejum na consulta;


➢ Em pacientes diabéticos, procurar obter todas as informações relativas ao seu tratamento e se
certificar que no dia consulta ele tomou a medicação;
➢ Agendar consultas curtas, preferencialmente no início da manhã;
➢ Para pacientes ansiosas, deve-se considerar protocolo de sedação (falaremos sobre esse
assunto no tópico 3);
➢ Manter uma solução açucarada à disposição, por precaução.

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

A conduta do profissional dependerá do nível de consciência do paciente. Portanto, para melhor


compreensão, vamos categorizar a conduta para paciente consciente e responsivo e paciente
inconsciente (não responsivo).

Vale ressaltar que um paciente considerado responsivo é aquele que mantem seu nível de
consciência e capacidade de reação. Para que você compreenda melhor o assunto, dividimos o
protocolo de atendimento de acordo com essas duas possibilidades.

PACIENTE CONSCIENTE (RESPONSIVO) PACIENTE INCONSCIENTE (NÃO RESPONSIVO)


➢ Interrompa o atendimento e remova o ➢ Solicite serviço móvel de urgência;
material de sua boca; ➢ Mantenha-o deitado com os pés elevados;
➢ Paciente em posição confortável; ➢ Coloque um sachê de açúcar líquido
➢ Administre carboidratos por via oral (água debaixo da língua ou entre os lábios;
com açúcar, refrigerantes, suco de laranja) ➢ Monitore respiração e pulso enquanto
até que os sintomas desapareçam; aguarda o socorro;
➢ Mantenha-o em observação por 20-30 ➢ Investigue as causas da hipoglicemia;
minutos até dispensá-lo, com ajuda de
acompanhante;
➢ Investigue as causas de hipoglicemia.

1.7.3 Hipotensão ortostática

O nome parece um tanto quanto complicado, não é?

Então vamos descomplicar!

A hipotensão ortostática ou postural nada mais é do que uma queda brusca da pressão arterial, que
pode ocorrer quando o paciente que está deitado assume rapidamente a posição em pé. É considerada
como a segunda maior causa de perda transitória da consciência na clínica odontológica.

Com isso, o paciente fica sujeito à síncope, anteriormente descrita, você se lembra?

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Na maioria das vezes, não está relacionada ao stress emocional e não é considerada uma situação
grave.

A causa mais comum é a hipovolemia secundária, em decorrência do uso abusivo de diuréticos,


como a furosemida.

A hipotensão ortostática pode também ser causada pelo emprego de medicamentos


vasodilatadores, como o verapamil, nifedipina, utilizados para tratamento de hipertensão arterial,
angina de peito ou insuficiência cardíaca congestiva.

Existem outros grupos de medicações e drogas que podem interferir de forma reversível nos reflexos
do sistema autônomo, reduzindo a pressão em posição ortostática.

Vamos verificar quais são eles?

•Levodopa
•Biperideno
Antiparkisonianos •Benserazida

•Meperidina
Narcóticos

•Clorpomazina
Neurolépticos
fentotiazínicos •Tioridazina

•Metildopa
•Cloridina
Antihipertensivos •Reserpina

•Prazozina
•Raramente é vista em B-
A-bloqueadores bloqueadores (propanolol)

•Imipamina
Antidepressivos •Amitriptilina
tricíclicos
•Desipramina

Não podemos nos esquecer da droga que mais interfere nos reflexos do sistema autônomo: o álcool.

Além dos fatores já elucidados, existem alguns outros que podem ser considerados predisponentes à
hipotensão ortostática.
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Idade: mais comum em idosos e rara em crianças.

Defeito venosos nas pernas: mais em pacientes com varizes.

Gravidez: durante o primeiro e terceiro trimestres.

Paciente mantido deitado por muito tempo durante a consulta.

Período de convalescência longo: leito por 1 semana ou mais.

Para reverter um quadro de hipotensão ortostática, deve-se realizar a manobra para promover
hipertensão ortostática. Ela consiste em fazer a paciente colocar a cabeça por entre as pernas e
orientá-la a fazer força para cima, enquanto o profissional pressiona para baixo.

1.7.4 Síndrome de Hiperventilação

Basicamente, é o aumento da quantidade de ar inspirado que entra, por unidade de tempo nos
alvéolos. Geralmente, é desencadeada por situações de estresse, medo, ansiedade aguda.

Os sinais e sintomas mais comumente observados no quadro de hiperventilação são:

➢ palpitação, taquicardia e desconforto epigástrico


➢ aumento da frequência respiratória (25 a 30 movimentos respiratórios por minuto)
➢ aumento da profundidade dos movimentos respiratórios
➢ sensação de sufocamento
➢ distúrbios visuais, tontura, vertigem
➢ secura na boca e dor abdominal
➢ perda de consciência (raramente)

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

➢ Interromper o atendimento e remover objetos da boca do paciente;


➢ Coloque o paciente sentado confortavelmente;
➢ Tranquilize-o, controlando a respiração (não administre oxigênio);
➢ Repita a manobra até a remissão dos sintomas;
➢ Caso não haja remissão do quadro, administre diazepam 10mg via oral ou intravenosa.

1.7.5 Asma

Asma é definida como uma desordem inflamatória crônica caracterizada por obstrução reversível
das vias aéreas. Pode ser também considerada uma doença pulmonar obstrutiva.

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A asma é classificada de acordo com os fatores causais em duas categorias principais: extrínseca
(asma alérgica) e intrínseca (asma não alérgica, asma idiossincrática, asma não atópica). Indivíduos
com asma extrínseca têm história de atopia (hipersensibilidade tipo I ou reação alérgica para a qual há
um componente genético), enquanto os indivíduos com asma intrínseca não têm.

Um fator é comum em todos os pacientes asmáticos: sensibilidade extrema das vias aéreas. Essa
sensibilidade é caracterizada não só por um aumento na resposta contrátil da musculatura lisa das
vias aéreas, mas também por produção e limpeza anormais das secreções, além de um reflexo de tosse
anormalmente sensível.

Quais são os fatores causais da asma aguda?

➢ Alergia (reação antígeno-anticorpo)


➢ Infecção respiratória
➢ Exercício físico
➢ Poluição ambiental e do ar
➢ Estímulo ocupacional
➢ Estímulo farmacológico
➢ Fatores psicológicos

A crise aguda de asma é caracterizada pelo estreitamento das grandes e pequenas vias aéreas,
devido ao espasmo da musculatura lisa dos brônquios, edema e inflamação de suas paredes.

Geralmente essa reação é autolimitada, mas existem alguns casos que exigem terapia farmacológica,
podendo oferecer risco de morte ao paciente.

Quais são as principais manifestações clínicas da crise aguda de asma?

Tosse, dificuldade respiratória, uso da musculatura acessória para respirar, aumento da frequência
respiratória (20 respirações/minuto ou 40/min na asma severa), aumento da frequência cardíaca
(mais de 120 batimento/minuto). Sonolência, confusão e cianose também podem ser observadas.

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

É preciso saber diferenciar um episódio de asma moderada de uma severa (cianose dos lábios e
unhas, uso da musculatura acessória para respirar, confusão mental, vermelhidão da face e pescoço).
No caso de severa, esta deve ser tratada em ambiente hospitalar, sob responsabilidade médica.

No caso de uma crise aguda de asma, o cirurgião dentista deve:

➢ Interromper o atendimento e remover objetos da boca do paciente;


➢ Coloque o paciente sentado com os braços para frente;
➢ Peça que ele faça administração de seu broncodilatador aerossol;
➢ Administre oxigênio;
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➢ Caso não tenha o efeito esperado, pode ser necessário administrar solução de epinefrina,
intramuscular;
➢ Tranquilize o paciente e monitore seus sinais vitais.

1.7.6 Convulsão

Embora não sejam benignos, a maioria dos episódios convulsivos é apenas uma alteração
temporária na função cerebral, caracterizada clinicamente por um início abrupto dos sintomas
motores, sensoriais ou psíquicos. Nestes momentos, evitar danos à vítima durante a convulsão e
oferecer terapia de apoio após seu término constitui a base essencial do tratamento.

As manifestações clínicas das convulsões cobrem uma vasta faixa de atividades sensoriais e motoras,
podendo envolver um dos ou todos os seguintes fatores:

➢ Função visceral alterada


➢ Fenômenos sensoriais, olfatórios, auditivos, visuais ou gustativos - denominada "aura"
➢ Movimentos motores anormais
➢ Alterações de acuidade mental e comportamento
➢ Alterações de consciência
➢ "ronco epilético": súbita vocalização produzida pelo ar expelido pela glote

Existem algumas fases que ocorrem durante a convulsão. Estas fases são categorizadas na ordem em
que os eventos se dão:

➢ Fase convulsiva ou ictal: ocorre extensão da musculatura, dificuldade respiratória, cianose;


➢ Fase clônica: ocorre movimentos alternados de relaxamento e contrações musculares
violentas acompanhadas de ruídos.

➢ Fase pós convulsiva: os movimentos cessam e o paciente retorna lentamente ao estado de


consciência. Ele pode não se recordar do que aconteceu, podendo apresentar cefaleia e cansaço.

A epilepsia, que é um tipo de convulsão generalizada, é a terceira desordem neurológica mais comum
nos Estados Unidos, atrás da doença de Alzheimer e do acidente cerebrovascular.

Quais são as possíveis causas das convulsões?

As possíveis causas das convulsões incluem:

Anomalias congênitas, lesões perinatais, desordens metabólicas e tóxicas, trauma na


cabeça, tumores e outras lesões que ocupam espaço, doenças vasculares, desordens
degenerativas, doenças infecciosas, retirada abrupta do álcool, febre alta,
desidratação grave, hipoglicemia, meningite, sobredose de anestésicos locais.

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

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Primeiro, caso paciente esteja deitado na cadeira odontológica, abaixe-a o mais próximo do solo.
Após, remova os objetos cortantes que estejam ao redor, além de colares, brincos, óculos. Solte a
gravata e o colarinho, facilitando a respiração.

Gire cuidadosamente o paciente para o lado em que você se encontra, para liberar as vias áreas e
evitar aspiração. Não tente colocar nada entre as arcadas dentárias e durante a crise, não restrinja
seus movimentos, somente proteja a cabeça.

Anote o tempo que durou o episódio convulsivo, pois isto pode ser de grande valia para o médico.
Solicite um serviço móvel de urgência, caso a crise tenha durado mais do que 3 minutos.

Caso a convulsão seja demorada ou repetitiva, administre midazolam 15mg via oral, ou diazepam
10mg intramuscular.

Cessada a convulsão, mantenha o paciente em repouso por 10 a 15 minutos, monitorando seus sinais
vitais. Converse com ele para avaliar o seu grau de consciência. Não ofereça água ou qualquer
líquido após a crise, pois há risco de aspiração para as vias aéreas.

Encaminhe o paciente para o atendimento médico. Normalmente, a medicação prescrita pelo médico
será um anticonvulsivante, como a fenitoína.

1.7.7 Acidente vascular encefálico (AVE)

Quem nunca ouviu falar que o fulano teve um "derrame"?

Mais comumente chamado de acidente vascular cerebral (AVC), é uma alteração neurológica
causada pela destruição de substância encefálica, em decorrência da interrupção do fluxo sanguíneo,
glicose e oxigênio para o cérebro. É considerada a principal causa de incapacidade em adultos.

O AVE pode ser definido como qualquer dano vascular que reduz o fluxo sanguíneo cerebral em
uma região específica do cérebro, causando comprometimento neurológico. O início dos sintomas
pode ser súbito ou lento e pode resultar em perda de função neurológica temporária ou permanente.

Trata-se de uma desordem neurológica provocada pela destruição da substância cerebral como um
resultado de hemorragia intracerebral, trombose, embolia ou insuficiência vascular. Também é
conhecido popularmente como “derrame”, apoplexia cerebral e “ataque cerebral".

Quais são os fatores predisponentes ao AVE?

➢ Pressão arterial constantemente elevada


➢ Paciente que já sofreu de AVE
➢ Diabetes Melito
➢ Desordens do ritmo cardíaco
➢ História familiar e genética
➢ Tabagismo
➢ Sedentarismo
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E se o paciente se apresentar na consulta dizendo que sofreu AVE recente, há menos de 6 meses,
qual será a nossa conduta?

Estes pacientes não devem realizar tratamento odontológico eletivo dentro de 6 meses após o
episódio de acidente vascular encefálico, pois o risco de recorrência provavelmente é maior durante
este período.

Tratamentos de emergência para dor ou infecção devem ser gerenciados, se possível, de modo não
invasivo com medicamentos. Todos os tratamentos invasivos devem ser postergados, se possível, ou
realizados de um ambiente controlado, em caso de necessidade absoluta.

Quanto aos sinais e sintomas do AVE, vejamos!

Cefaleia, tontura, • sinais mais associados


vertigem

• acompanhados de sonolência,
Náusea, vômito sudorese e calafrios

Fraqueza, • nas estremidades


contralaterais ao AVE
paralisia

Quanto aos tipos de AVE, podemos classificá-los de acordo com a sua causa: AVE Isquêmico
(oclusivo) e AVE hemorrágico.

1.7.8 Reação de hipersensibilidade

Diversos fármacos administrados aos pacientes que se submetem a cirurgia oral podem agir como um
estímulo antigênico, provocando reações alérgicas. Dos quatro tipos básicos de reações de
hipersensibilidade, somente o tipo I (hipersensibilidade imediata) pode causar uma condição aguda
ameaçadora à vida.

Vamos abordar as reações de hipersensibilidade que mais ocorrem em ambiente odontológico. São
elas:

➢ Dermatológica
➢ Do trato respiratório
➢ Anafilaxia generalizada

A manifestação menos grave da hipersensibilidade tipo I é dermatológica. As reações cutâneas e das


mucosas incluem áreas localizadas de prurido, eritema, urticária (pápulas consistindo em áreas
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levemente elevadas de tecido epitelial, eritematosas e endurecidas), e angioedema (áreas grandes de


tecido edemaciado, geralmente pouco eritematosas ou endurecidas). Essas reações podem constituir a
primeira indicação de uma manifestação alérgica mais grave que virá logo após o surgimento delas.

Já as reações alérgicas que afetam o trato respiratório são mais graves e necessitam de uma
intervenção mais agressiva. O angioedema das cordas vocais causa obstrução parcial ou total das vias
aéreas. O paciente geralmente é incapaz de falar e produz um som alto semelhante ao grasnar
(estridor) conforme o ar passa pelas cordas vocais. À medida que o edema piora, pode ocorrer a
obstrução total das vias aéreas, caracterizando-se como uma ameaça imediata à vida.

A anafilaxia generalizada é a reação de hipersensibilidade mais dramática, e geralmente ocorre em


segundos ou minutos após a administração parenteral da medicação antigênica, pois uma reação de
início tardio ocorre após a administração medicamentosa oral ou tópica. Seus principais sinais e
sintomas são com o paciente queixando-se de mal-estar ou sensação de morte imediata.

As manifestações cutâneas logo aparecem, incluindo rubor (vermelhidão), urticária e prurido na face
e no tronco. Podem ocorrer náuseas e vômito, cólicas abdominais e incontinência urinária.

1.7.9 Reação de superdosagem aos anestésicos locais

Os anestésicos locais são as medicações mais comumente utilizadas em odontologia e, por isso,
estão muito relacionados a reações adversas. Iremos abordar mais detalhadamente os tópicos
relacionados aos anestésicos locais em nossa aula de Anestesiologia, por isso neste momento iremos
focar nas reações de superdosagem aos anestésicos.

É bem provável, no entanto, que a maioria das reações adversas não sejam reportadas por serem
transitórias e suficientemente inócuas para que os profissionais não reconheçam essas reações ou não
as considerem sérias o suficiente.

Os pacientes e, muito frequentemente, os profissionais comumente rotulam as reações adversas aos


anestésicos locais como reações alérgicas; todavia, numa avaliação cuidadosa a maioria das reações
aos anestésicos locais se revelam reações de sobredosagem, ou, ainda mais provável, respostas
psicogênicas.

A superdosagem (sobredosagem) pode ser classificada como absoluta ou relativa.

Qual a diferença entre superdosagem absoluta e superdosagem relativa?

➢ Superdosagem absoluta refere-se ao volume excessivo de solução anestésica local injetada


(número de tubetes).

➢ Já superdosagem relativa, é a injeção intravascular acidental ou muito rápida da solução,


mesmo quando empregada dentro de doses consideradas seguras.

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Existe uma série de fatores predisponentes relacionados à superdosagem com o uso de anestésicos
locais. Esses fatores se relacionam ao paciente e ao medicamento.

Em relação ao paciente, podemos destacar:

➢ peso corporal: quanto maior o peso magro, menor chance de superdosagem anestésica;
➢ processos patológicos: a presença de patologias pode desencadear modificações na absorção
e distribuição do fármaco no organismo;
➢ genética: indivíduos com deficiências enzimáticas (colinesterase sérica, por exemplo) podem
ter o nível de anestésico no sangue alterados;
➢ atitude e ambiente: pacientes mais estressados tem seu nível de consciência afetados,
podendo influenciar nos níveis dos anestésicos no sangue;
➢ gênero: mulheres grávidas têm um pequeno aumento do risco à superdosagem.

Já em relação ao medicamento, os fatores predisponentes relacionados são, principalmente:

➢ Vasoatividade: vasodilatação aumenta o risco à superdosagem;


➢ Dose;
➢ Via de administração: injeções intravasculares aumentam o risco à superdosagem;
➢ Velocidade de injeção;
➢ Presença de vasoconstritores.

Abaixo, vamos sintetizar os fatores mais recorrentes em prova, para que você assimile o conteúdo com
maior facilidade.

•quanto maior a dosagem, maior o


Dose nível do pico sanguíneo e o risco
de superdosagem

•quanto maior a velocidade de


Velocidade de injeção, maior risco de
injeção superdosagem

•colabora para a diminuição do


Presença de risco de superdosagem anestésica
vasoconstritoes

Já sabemos quais os fatores que interferem no risco à superdosagem com anestésicos locais, mas
como prevenir que essa reação ocorra?

É importante destacar que quase todas as reações aos anestésicos locais podem ser
prevenidas!

A avaliação cuidadosa do paciente antes de iniciar o tratamento, associada à


administração cuidadosa do medicamento, pode minimizar o risco de
sobredosagem em quase todas as situações.
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Dos fatores predisponentes que foram apresentados anteriormente, o primeiro


grupo, fatores do paciente, é aquele que não podem ser eliminados, mas que quando
presentes podem requerer modificações específicas no cuidado odontológico, para
prevenir o desenvolvimento de problemas.

Já o segundo grupo está relacionado com os medicamentos em si ou com a sua


administração. Estes fatores são normalmente evitáveis pela seleção adequada do
fármaco e pela técnica de injeção dos anestésicos locais.

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

Para que você assimile o conteúdo com maior facilidade sintetizamos os procedimentos de acordo
com a causa da superdosagem.

Sal anestésico Vasoconstritor

➢ Interrompa o atendimento e remova o


material de sua boca; ➢ Interrompa o atendimento e remova o
➢ Tranquilize o paciente; material de sua boca;
➢ Paciente em posição confortável; ➢ Tranquilize o paciente;
➢ Administre oxigênio (5 a 6L por minuto); ➢ Coloque-o sentado e o tranquilize;
➢ Mantenha-o em observação por 20-30 ➢ Monitore os sinais vitais e administre
minutos até dispensá-lo, com ajuda de oxigênio;
acompanhante; ➢ Espere o paciente se recuperar e esteja
➢ Se houver convulsões prolongadas, preparado para iniciar o suporte básico de
administre diazepam injetável no vida;
momento de relaxamento da musculatura; ➢ Encaminhe-o para avaliação médica se as
➢ Em casos mais severos, solicite socorro alterações de pressão e pulso forem
médico e inicie os procedimentos de significativas;
Ressuscitação cardiopulmonar. Monitore
sinais vitais.

1.7.10 Metemoglobinemia

Além das reações à superdosagem do sal anestésico e do vasoconstritor, existem algumas reações
relacionadas ao paciente. Um exemplo é a reação de metemoglobinemia. Vamos à definição?

Metemoglobinemia é o aumento da forma oxidada de hemoglobina no sangue.

Ela pode ser congênita ou adquirida.

Cuidado! As questões relacionadas ao assunto se referem muito à forma adquirida!


A metemoglobinemia adquirida ocorre quando em contato com medicações ou substâncias capazes
de aumentar a formação de metemoglobinema. Exemplos disso são acetonilida, derivados da anilina
(corante), derivados do benzeno.

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Essa reação está tipicamente relacionada ao uso de dois tipos de anestésicos locais de uso parenteral:
prilocaína (muito cobrada pelas bancas) e articaína (em um grau muito inferior do que a prilocaína);
e um anestésico de aplicação tópica: benzocaína. A aplicação desses anestésicos em altas doses pode
aumentar o nível de metemoglobinemia.

Embora não haja uma contraindicação absoluta para o uso desses anestésicos, eles devem ser evitados
em pacientes com metemoglobinemia congênita ou portadores de doenças que comprometam a
oxigenação dos tecidos.

No caso da prilocaína, o metabólito principal é a ortotoluidina. Ele é responsável por provocar a


oxidação da hemoglobina. Esse processo demora de 3-4 horas para ocorrer e por isso, os sinais e
sintomas ocorrem quando o paciente já deixou o consultório odontológico.

Atenção! As questões sobre o tema costumam relatar um caso clínico e associá-lo aos
sinais e sintomas que o paciente apresenta.

O paciente com metemogobinemia desenvolve cianose, apresentando sangue de coloração marrom


azulado e sinais de depressão respiratória. Geralmente, esses sinais são percebidos com 1,5 a 3g de
metemoblobinemia por dL de sangue (cerca de 10 a 20%). Ele apresentará cansaço, letargia,
dificuldade respiratória, pele acinzentada, lábios e unhas cianóticos.

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

Dependendo do grau de comprometimento, somente o repouso não reestabelecerá o estado normal de


metemoglobinemia do paciente. Nesses casos, o tratamento consiste em injeção intravenosa lenta de
uma solução de azul de metileno a 1%.

Você deve estar se perguntando se há alguma forma de prevenção para esses casos.

A resposta é: SIM! O uso de soluções anestésicas que contenham prilocaína deve ser evitado nos
seguintes casos:

➢ gravidez
➢ anemia
➢ anemia falciforme
➢ metemoglobinemia congênita
➢ insuficiência cardíaca ou respiratória
➢ pacientes que fazem uso crônico de paracetamol

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2- INTOXICAÇÃO AGUDA POR INGESTÃO DE FLÚOR


Por que o flúor é capaz de causar intoxicação, quando ingerido?

O flúor quando ingerido é rapidamente absorvido pelo estômago e intestino. Sofre influência com a
presença de alimentos e acidez estomacal.

Quando deglutido, o íon flúor atinge o estômago e se transforma em ácido fluorídrico, que é
altamente irritante para a mucosa gástrica.

O flúor se deposita nos ossos, é incorporado na apatita, formando fluorapatita. Nos dentes, ele se
deposita apenas durante a fase de desenvolvimento dentário. Ele também se acumula na saliva, no
leite de vaca e materno.

Os principais sinais e sintomas gastrintestinais associados pela intoxicação aguda por flúor são
náusea, vômito, diarreia e dor abdominal.

A intoxicação aguda ainda pode provocar sintomas neurológicos e cardiovasculares como parestesia,
fibrilação muscular, tetania, convulsões, diminuição da contratilidade do miocárdio e colapso
cardiovascular.

Ela também pode estar associada ao aumento de potássio no sangue (hipercalemia ou


hiperpotassemia), levando à arritmia ventricular e parada cardíaca.

Então, qual é a dose aguda de flúor considerada seguramente tolerada e qual a considerada
certamente letal?

A dose seguramente tolerada (DST) é de 9 a 16mgF/kg;

A dose certamente letal (DCL) de flúor foi estimada de 32 a 64 mg de flúor por Kg de peso corpóreo.

Por uma questão de segurança, foi estabelecida que a dose de 5 mg de flúor por Kg deve ser
considerada como dose provavelmente tóxica (DPT).

DCL = 32 A 64MGf/Kg

DST = 9 a 16mgF/Kg

DPT = 5mgF/Kg

Para evitar que acidentes ocorram, é necessário que o cirurgião-dentista saiba calcular a quantidade
de flúor expressa nos produtos comerciais, com base nas suas diferenças de concentrações.

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A tabela a seguir, mostra a equivalência entre concentração, quantidade de flúor nos principais
produtos fluoretados e a quantidade que se ingerida submeteria uma criança pesando 20kg à dose
provavelmente tóxica.

Através dos dados expostos na tabela, é possível ajustar e calcular para qualquer peso, bastando fazer
uma regra de três, tomando como referência o peso de uma criança de 20kg.

Fonte: Andrade, 2014.

O risco maior de intoxicação pelo flúor está relatado na deglutição de flúor, durante aplicação tópica
em Odontopediatria. Ele é capaz de reduzir em cerca de 30% a 40% do risco de cárie, servindo como
um reservatório de flúor intrabucal nos momentos de desmineralização.

Existe uma fórmula matemática que pode ser utilizada para calcular a quantidade de flúor
acidentalmente deglutida, com base no volume aproximado e na concentração da solução empregada.

Através desse cálculo, é possível estabelecer se a quantidade atingiu ou não a dose provavelmente
tóxica.

A fórmula é a seguinte:

Fator 10 x Volume ou massa deglutido (em mL ou g) x % F = mg

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Se uma criança com 3 anos de idade, pesando 15 Kg deglutir 10 g de gel de flúor (1,23% de F), durante
uma aplicação tópica no consultório odontológico, teremos:

10 x 10 x 1,23 = 123 mg de F deglutidos

Dividindo a quantidade de flúor pelo peso da criança: 123 mg / 15 = 8,2 mg/kg

Conclusão: a quantidade ingerida superou a DPT (5 mg F/ Kg).

A emergência médica se configurou. E agora, como proceder?

O protocolo de atendimento nesses casos é baseado na quantidade estimada de flúor que o paciente
ingeriu.

Para facilitar a compreensão, vamos utilizar a tabela do professor Andrade, que correlaciona a dose
com o procedimento indicado.

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Fonte: Andrade, 2014.

Não confunda! O assunto abordado até o momento é a intoxicação aguda causada


pela ingestão de uma só vez de grandes quantidades de flúor.

A fluorose, um dos efeitos de intoxicação crônica pelo flúor, é resultado da ingestão


de doses acima do limite tolerado por longos períodos. Essa fluorose pode afetar os
dentes e os ossos, sendo mais comum na dentição permanente e é simétrica entre um
lado e outro da arcada.

A máxima ingestão diária para que a fluorose não ocorra é de 0,05-0,07 mgF/Kg do
paciente!

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3- SUPORTE BÁSICO DE VIDA


SBV (suporte básico de vida) é o conceito que se dá aos procedimentos que garantam a ventilação
pulmonar e a circulação sanguínea, até que a vítima possa receber cuidados médicos intensivos, dos
quais a RCP ou RPC (ressuscitação cardiopulmonar) faz parte.

SBV visa garantir vias aéreas livres sem a necessidade de equipamentos sofisticados,
admitindo apenas dispositivos de proteção.

Quanto à RCP, vamos esclarecer:

De acordo com Andrade em seu livro: Emergências médicas em Odontologia, a manobra de RCP
consiste em 30 compressões torácicas seguidas de 2 ventilações, até a chegada do desfibrilador.

Segundo a atualização de 2010 da American Heart Association (através do livro do professor


Andrade), as recomendações para execução das manobras de SBV são:

Figura 2 - Fonte: Andrade, 2011.

3.1. Parada Cardiorrespiratória (PCR ou RCP)

A PCR se caracteriza pela interrupção da oxigenação do sangue e cessação brusca da circulação


sanguínea.

É preciso ressaltar que o tecido nervoso tolera a falta de oxigênio, por no máximo, 4 a 5 minutos.
Portanto, fica evidente a importância do reconhecimento precoce da PCR e início das manobras.

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Segundo Malamed, com RCP feita por leigos, a reanimação cardiopulmonar iniciada
por expectadores aumenta as taxas de sobrevivência do paciente. Quando a RCP
praticada por leigos foi iniciada, uma taxa de sobrevivência de 32% foi observada. A
taxa de sobrevida caiu para 14% quando o suporte básico de vida foi adiado até a
chegada da equipe médica de emergência.

A American Heart Association relatou que em 2012 40,1% das paradas


cardiorrespiratórias fora do ambiente hospitalar inicialmente receberam RCP por
leigos, demonstrando uma taxa de sobrevivência de 9,5% nesses casos.

Quanto ao tempo de resposta, o fator mais importante que determina as chances de


sobrevivência até a alta hospitalar é o tempo decorrido entre o início da parada
cardiorrespiratória até a recuperação da perfusão adequada. O suporte básico de vida
quando iniciado dentro de 4 minutos após a parada pode resultar em uma taxa de
sobrevivência de até 40%, quando comparado com a taxa de sobrevivência de 6%
quando este suporte básico de vida é postergado até 8 minutos.

Segundo Malamed, a cadeia de sobrevivência após uma parada cardiorrespiratória em um adulto


depende de uma série de intervenções críticas. A ausência de qualquer uma das intervenções ou uma
demora em sua implantação minimiza a probabilidade de sobrevivência.

Os quatro elos da cadeia da sobrevivência de adultos são:

➢ (1) Imediato RECONHECIMENTO da parada cardiorrespiratória, ATIVAÇÃO precoce do sistema


médico de emergência
➢ (2) SUPORTE BÁSICO DE VIDA precoce, com ênfase nas compressões torácicas
➢ (3) DESFIBRILAÇÃO precoce
➢ (4) SUPORTE AVANÇADO DE VIDA efetivo, e
➢ (5) Cuidado pós-parada cardiorrespiratória integrado.

A seguir, você terá acesso ao algoritmo contendo os passos para o SBV, descrito por Andrade, para
adultos:

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Já segundo Malamed, em 2010, a American Heart Association publicou suas mais recentes diretrizes.

O incremento mais recente dessas diretrizes foi a mudança no suporte básico de vida (BLS), mais
precisamente na sequência dos passos de “A-B-C” (Abertura de vias aéreas, Ventilação, Compressões
torácicas) para “C-A-B” (Compressões torácicas, Abertura de vias aéreas, Ventilação) para pacientes
adultos e pediátricos (crianças e bebês). (P → C → A → B → D).

Ainda que os especialistas concordassem que era muito importante reduzir o tempo até o início da
primeira compressão torácica, eles estavam conscientes de que uma mudança em um protocolo tão
bem estabelecido como o A-B-C iria demandar retreinamento de todas as pessoas que até então
tivessem aprendido a fazer RCP.

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4- QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE - Superior Tribunal de Justiça (STJ) - Analista Judiciário/2018) A respeito da correta


abordagem das emergências médicas pelo cirurgião-dentista, julgue os itens que se seguem.
Pode-se diferenciar a hipotensão postural da síncope vasopressora pelo aumento da
frequência cardíaca que ocorre na hipotensão ortostática.

C.Certo

E.Errado

Comentários:

A afirmativa é considerada errada, pois na hipotensão ortostática (postural) ocorre uma diminuição
da frequência cardíaca e não um aumento como relata a questão.

Outro ponto a ser considerado é que a síncope é a perda repentina e momentânea da consciência,
causada pela diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral. É o desmaio propriamente dito. A
questão tentou confundir síncope com lipotimia, que não chega a resultar no desmaio, propriamente
dito.

2. (CESPE/ Superior Tribunal de Justiça (STJ) - Analista Judiciário/2018) Em relação aos fatores
predisponentes da perda de consciência, a síncope vasodepressora por aumento do estresse é
a mais comum.

C.Certo

E.Errado

Comentários:

A afirmativa está certa, uma vez que a síncope vasodepressora é uma ocorrência comum,
principalmente quando o paciente está submetido a situações de stress no consultório odontológico.
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3. (CESPE/Superior Tribunal de Justiça (STJ) - Analista Judiciário/2018) Com respeito a


emergências médicas em consultório odontológico, julgue: caso um paciente entre em
convulsão tônico-clônica durante atendimento no consultório, deve-se amarrá-lo firmemente à
cadeira para que ele não se machuque.

C.Certo

E.Errado

Comentários:

A afirmativa está incorreta, pois nesse caso deve-se baixar a cadeira próxima ao solo e proteger,
principalmente, a cabeça do paciente para que não se machuque durante a crise.

4. (CESPE/ Superior Tribunal de Justiça (STJ) - Analista Judiciário/2018) Com respeito a


emergências médicas em consultório odontológico, julgue: o aparecimento de lesão cutânea
avermelhada logo após a administração de anestésico local pode ser indicativo de reação
alérgica ao medicamento.

C.Certo

E.Errado

Comentários:

A afirmativa está certa. Apesar de não ser muito comum os pacientes apresentarem reações alérgicas
aos anestésicos locais, especialmente ao do grupamento amida, pode ocorrer sensibilização
principalmente de reações alérgicas do tipo I. Nesse caso, pode se manifestar como uma simples
urticária, erupção cutânea avermelhada no local, até reação de anafilaxia.

5. (CESPE/ TRT - 5ª REGIÃO - BA/ 2008) Quanto à intercorrência de situações emergenciais em


clínica odontológica, julgue: pacientes com história de infarto do miocárdio recente não devem
ser submetidos a tratamento odontológico eletivo durante os 6 meses posteriores ao infarto,
pois um reinfarto é mais provável de ocorrer durante esse período.

C.Certo

E.Errado

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Comentários:

A afirmativa está certa e é o gabarito da questão. Pacientes recém infartados (6 meses) apresentam 5x
mais chances de o evento ocorrer novamente dentro desse período do que passado os 6 meses.

6. (EBSERH/ Odontólogo UNB/ 2018) A respeito das peculiaridades das soluções anestésicas no
atendimento odontológico a pacientes grávidas, julgue os itens seguintes. Doses excessivas de
prilocaína, que atravessa a placenta mais rapidamente que os demais anestésicos locais, se
administradas à gestante, poderão acarretar metemoglobinemia na grávida ou no feto.

a) Certo

b) Errado

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vejamos por quê.

O efeito colateral sistêmico associado com um anestésico local específico é o desenvolvimento de


metaemoglobinemia, seguindo-se à administração de grandes quantidades de prilocaína. Existe uma
correlação entre dose de prilocaína administrada por via epidural e grau de metaemoglobinemia.

Em geral, doses acima de 600mg de prilocaína são necessárias para o desenvolvimento dessa
condição.
O metabolismo hepático da prilocaína resulta na formação de ortotoluidina, que é a responsável pela
oxidação da hemoglobina para metaemoglobina.

A metaemoglobinemia associada ao uso de prilocaína é espontaneamente reversível na maioria dos


casos, entretanto, nos casos mais graves ocorre cianose que não responde bem ao oxigênio. Nestes
casos, a terapia de escolha é a administração endovenosa de azul de metileno, na esperança de
deslocar a ortotoluidina da molécula de hemoglobina.

7. (CESPE/ TRT - 5ª REGIÃO - BA/ 2008) Quanto à intercorrência de situações emergenciais em


clínica odontológica, julgue: a hiperglicemia e a hiperventilação são causas de convulsões de
pacientes em consultório odontológico.

C.Certo

E.Errado

Comentários:
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A afirmativa está incorreta, pois a hipoglicemia e a síndrome da hiperventilação é que podem levar à
crises convulsivas nos pacientes em consultório odontológico.

8. (CESPE/Bombeiro Militar -DF/2007) Recentemente, foi veiculada nos principais meios de


comunicação a notícia de que uma menina de 3 anos de idade tinha sofrido convulsões e
parada cardiorrespiratória após a extração de um dente. Em decorrência disso, a menina ficou
em coma com risco de morte e veio a falecer. A criança foi com os pais a uma clínica, pois estava
com alguns dentes inflamados. A mãe pediu um remédio para as inflamações, mas a dentista
optou por extrair um dente inflamado após aplicar óxido nitroso por inalação e injeção
anestésica local.

Julgue os seguintes itens, acerca dos temas odontológicos relacionados ao caso apresentado.

Se o paciente apresentar ausência de respiração, cianose ou perda de consciência decorrentes


de reação a medicamento, reação alérgica ou obstrução respiratória, deve-se adotar a seguinte
sequência de procedimentos: manter livre as vias aéreas, administrar oxigênio, fazer
ventilação artificial e transferir imediatamente o paciente para um hospital.

C.Certo

E.Errado

Comentários:

A afirmativa está correta, pois descreve exatamente os passos a serem seguidos em um caso de
emergência médica decorrente da administração de um fármaco: deve-se manter as vias aéreas
desobstruídas, para facilitar a respiração por parte do paciente, administrar oxigênio e realizar
ventilação mecânica (dispositivos), chamar o socorro médico para que seja feito o transporte para o
hospital.

9. (FCC/ TRE RN – 2011) O uso de ansiolíticos na prática odontológica requer alguns cuidados
por parte do paciente adulto, como

a) evitar o efeito paradoxal decorrente da exacerbação do seu efeito.

b) fazer uso da medicação após as refeições.

c) não fazer uso do medicamento na noite anterior ao procedimento odontológico.

d) ingerir cafeína para evitar a neutralização do seu efeito.

e) não ingerir bebida alcoólica.


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Comentários:

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Pacientes que fazem uso de benzodiazepínicos
podem apresentar efeitos indesejados e imprevisíveis quando associado ao álcool.

A alternativa A está incorreta. O efeito paradoxal não pode ser controlado pelo paciente.

A alternativa B está incorreta. De forma geral, a administração do benzodiazepínico é recomendada 1


hora antes do procedimento odontológico, ou na noite anterior.

A alternativa C está incorreta. De forma geral, a administração do benzodiazepínico é recomendada 1


hora antes do procedimento odontológico, mas também pode ser utilizado na noite anterior.

A alternativa D está incorreta. A cafeína não está indicada para neutralizar os efeitos dos
benzodiazepínicos.

10. (FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/PERNANMBUCO/2011) No decorrer do tratamento


odontológico, a paciente demonstra não ter superado a ansiedade e o medo, apesar do diálogo
e das tentativas de tranquilizá-la. A prescrição indicada para reduzir a ansiedade consiste em

a) 2 gotas/kg de peso corporal de pimetixeno, 30 minutos antes do procedimento.

b) 80 mg/kg de peso corporal de hidrato de cloral.

c) 2,5 mg/kg de peso corporal de levomepromazina, 75 minutos antes do procedimento.

d) 0,3 mg/kg de peso corporal de diazepam, 60 minutos antes do procedimento.

e) 3,0 mg/kg de peso corporal de diazepam, 15 minutos antes do procedimento.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A medicação mais indicada pertence à classe
dos benzodiazepínicos e o Diazepam é um exemplo de medicação dessa classe. A posologia de 0,3
mg/kg de peso corporal de diazepam, 60 minutos antes do procedimento é a prescrição mais indicada.

A alternativa A está incorreta. Essa medicação é utilizada para asma, rinites alérgicas, não sendo
indicada para aliviar sintomas como ansiedade.

A alternativa B está incorreta. Essa medicação é um sedativo natural, bastante utilizado em crianças.
Porém, para tratamento odontológico, a classe mais indicada de medicação para controle de ansiedade
são os benzodiazepínicos.

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A alternativa C está incorreta. Essa medicação está indicada nos casos em que haja necessidade de
uma ação neuroléptica, sedativa em pacientes psicóticos e na terapia adjuvante para o alívio do delírio,
agitação, inquietação, confusão, associados com a dor em pacientes terminais.

A alternativa E está incorreta. A dose e posologia indicados são 0,3 mg/kg de peso corporal de
diazepam, 60 minutos antes do procedimento.

11. (FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/PERNANMBUCO/2011) Paciente com 55 anos de idade, sexo


masculino, portador de diabetes mellitus, apresentou uma complicação aguda durante o
tratamento odontológico, mostrando-se debilitado, com a pele úmida e pálida e salivação
intensa. O paciente apresentou tremores e fala vagarosa. Este quadro é compatível com o
diagnóstico de

a) hipoglicemia.

b) cetoacidose.

c) coma diabético.

d) hiperglicemia.

e) choque hipovolêmico.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Hipoglicemia é uma condição que acomete
indivíduos diabéticos (mais comum em diabetes tipo I) e não diabéticos. O indivíduo é considerado
hipoglicêmico quando seus níveis de glicose estão abaixo dos valores mínimos normais: 60mg/100
mL.

O paciente hipoglicêmico apresenta ansiedade, nervosismo, sudorese, taquicardia, palidez, sensação


de fome, salivação excessiva, "borborigmo" (ronco na barriga), náusea, vômito, desconforto
abdominal. No entanto, a respiração, pulso e pressão arterial geralmente estão normais.

12. (CONSUPLAN/ ANALISTA JUDICIÁRIO 2 REGIÃO/2017) As convulsões podem ser definidas


como reações físicas ou mudança no comportamento, temporais, reversíveis, que ocorrem
após um episódio de atividade elétrica anormal no cérebro. São consideradas possíveis
condutas para atendimento a um paciente em crise convulsiva, EXCETO:

a) Colocar um mordedor de borracha entre as arcadas.

b) Não oferecer água ou qualquer outro líquido após a convulsão.

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c) Remover objetos cortantes ou pontiagudos que estiverem próximos.

d) Se o paciente estiver deitado de costas na cadeira, esta deve estar o mais próximo possível
do chão.

Comentários:

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Em quadros convulsivos não se deve colocar
nenhum objeto na boca do paciente, sob risco de aspiração.

A alternativa B está correta. Não se deve oferecer água ao paciente, pois há risco de aspiração para as
vias aéreas.

A alternativa C está correta. Devemos remover objetos cortantes ou pontiagudos que estiverem
próximos, a fim de proteger o paciente que pode ter espasmos repentinos.

A alternativa D está correta. Se o paciente estiver deitado de costas na cadeira, esta deve estar o mais
próximo possível do chão.

13. (FCC/TRE PI/2009) Paciente com 53 anos de idade, sexo masculino, apresenta pressão
arterial de 170/110 mm Hg no momento da consulta odontológica. O cirurgião-dentista deve

a) monitorar a pressão arterial durante o atendimento clínico, seguindo-se controle por pelo
menos 15 dias.

b) prescrever medicamentos anti-hipertensivos, pois se trata de um caso de urgência


odontológica.

c) realizar tratamento clínico ambulatorial, em sessões clínicas de curta duração, até remissão
do quadro.

d) medir a pressão arterial novamente após 5 minutos e encaminhar o paciente para cuidados
médicos se a pressão se mantiver.

e) controlar a ansiedade do paciente, prescrevendo benzodiazepínico, seguindo-se controle


por pelo menos 7 dias.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A pressão arterial deve ser aferida novamente
após um período de 5 minutos, para confirmação dos valores. Neste caso, o paciente não deve ser

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atendido no consultório odontológico neste momento e deve ser encaminhado para atendimento
médico.

A alternativa A está incorreta. O paciente não deve ser atendido no consultório odontológico caso o
quadro hipertensivo se confirme, devendo ser encaminhado para atendimento médico.

A alternativa B está incorreta. O cirurgião dentista não deve prescrever hipertensivos ao paciente,
cabendo ao médico avaliar o caso.

A alternativa C está incorreta. O paciente não deve ser atendido no consultório odontológico caso o
quadro hipertensivo se confirme, devendo ser encaminhado para atendimento médico.

A alternativa E está incorreta. Os benzodiazepínicos devem ser prescritos em casos específicos de


controle de ansiedade e não para controle de hipertensão.

14. (FCC /TRF 1 REGIAO -2014) São anestésicos odontológicos que mais causam a
metemoglobinemia:

a) Prilocaína e Articaína.

b) Lidocaína e Prilocaína.

c) Mepivacaína e Articaína.

d) Bupivacaína e Articaína.

e) Lidocaína e Mepivacaína.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Conforme visto em aula, a reação de


metemoglobinemia está tipicamente relacionada ao uso de dois tipos de anestésicos locais de uso
parenteral: prilocaína e articaína (em um grau muito infeior do que a prilocaína); e um anestésico de
aplicação tópica: benzocaína. A aplicação desses anestésicos em altas doses pode aumentar o nível de
metemoglobinemia.

15. (FCC/ANALISTA MINISTERIAL PB/2015) O diagnóstico rápido de uma reação alérgica

a) permite promover o socorro imediato à paciente diante do aparecimento de pápulas, o que,


potencialmente, apresenta risco de morte.

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b) é inviável, uma vez que a reação Tipo I, mediada por linfócitos, ocorre 24 horas após o
contato com o antígeno.

c) permite a identificação de dermatites de contato, possibilitando a substituição do material


causador da alergia na mesma sessão de atendimento.

d) depende da intensidade da resposta, sendo as reações generalizadas as mais dificilmente


identificáveis, por terem instalação tardia.

e) possibilita efetuar o atendimento imediato diante do aparecimento de um broncoespasmo, o


que, potencialmente, apresenta risco de morte.

Comentários:

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O diagnóstico rápido de reação alérgica


possibilita efetuar o atendimento imediato diante do aparecimento de um broncoespasmo, o que,
potencialmente, apresenta risco de morte. Já as reações alérgicas que afetam o trato respiratório são
mais graves e necessitam de uma intervenção mais agressiva. O angioedema das cordas vocais causa
obstrução parcial ou total das vias aéreas. O paciente geralmente é incapaz de falar e produz um som
alto semelhante ao grasnar (estridor) conforme o ar passa pelas cordas vocais. À medida que o edema
piora, pode ocorrer a obstrução total das vias aéreas, caracterizando-se como uma ameaça imediata à
vida.

A alternativa A está incorreta. Pápulas são pequenas elevações na pele e não apresentam risco de
morte ao paciente.

A alternativa B está incorreta. Reações tipo I ocorrem imediatamente após o contato com o antígeno.

A alternativa C está incorreta. O diagnóstico rápido de reação alérgica não permite a identificação de
dermatites de contato. A substituição do material causador da alergia será posteriormente
determinada.

A alternativa D está incorreta. O diagnóstico rápido da reação alérgica epende da intensidade da


resposta, sendo as reações generalizadas as mais dificilmente identificáveis. No entanto, apresentam
instalação imediata.

16. (Prova da Marinha/Odontólogo/2011) A metemoglobinemia consiste no efeito adverso


associado ap uso de anestésicos como a prilocaína e articaína. Assinale a opção que
corresponde ao metabólito produzido, quando se administra doses elevadas desses tipos de
anestésicos

a) Ortotoluidina

b) Bissulfito de sódio
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c) Cloreto de sódio

d) Metilparabeno

e) Alfa-metil-prilol

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O metabólito em questão é a ortotoluidina.

A alternativa B está incorreta. O bissulfito de sódio é um antioxidante que faz parte da composição
das soluções anestésicas com vasoconstritores adrenérgicos (epinefrina, norepinefrina, corbadrina e
fenilefrina), para impedir sua oxidação.

A alternativa C está incorreta. O Soro Fisiológico ou solução de cloreto de Sódio 0,9% é utilizado para
o restabelecimento de fluido e eletrólitos. Também é utilizado como repositor de água e eletrólitos em
caso de alcalose metabólica (aumento do pH do sangue) de grau moderado, em carência de sódio e
como diluente para medicamentos.

A alternativa D está incorreta. Metilparabeno é um dos conservantes mais utilizados nas medicações
e formulações farmacêuticas.

A alternativa E está incorreta. Alfa-metil-prilol é uma droga pertencente a classe das triptaminas,
utilizada como antidepressivo.

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5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Terapêutica medicamentosa em Odontologia. ANDRADE, 2014.

Emergências médicas em Odontologia. MALLAMED, 2016.

Emergências médicas em Odontologia. ANDRADE, 2011.

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