APOSTILA Sintaxe, Semântica e Pragmática Da LIBRAS
APOSTILA Sintaxe, Semântica e Pragmática Da LIBRAS
APOSTILA Sintaxe, Semântica e Pragmática Da LIBRAS
A ordem e relação entre as palavras está para a ideia de uma construção que
parte da menor unidade linguística para a(s) maiore(s). Isso significa que a Sintaxe é
a instância responsável por determinar e ensinar a disposição das palavras na
construção de orações, das orações quando das construções de períodos, dos
períodos nas construções de parágrafos e dos parágrafos nas construções de
discursos. (ALMEIDA; ALMEIDA, 2013, p.626)
[..] a Teoria Gerativa, proposta por [...] Noam Chomsky, assumiu, como seu
objeto de estudo, a descrição e a explicação de algumas características
particulares do conhecimento linguístico adquirido e amplamente
desenvolvido nos primeiros anos de vida de um ser humano[...].
Como o conceito de Sintaxe pode ser chamado universal, ou seja, válido para
toda e qualquer língua natural e legítima, sua função, conforme já definida, é a mesma
para línguas orais e/ou línguas de sinais. A organização sintática na Libras, assim
como no Português, seguirá uma padronização que respeita as regras léxico-
gramaticais da língua; do contrário, a compreensão por parte do interlocutor pode ficar
comprometida.
Obviamente, isso não significa dizer que a estrutura das línguas orais e de
sinais compartilhadas no mesmo espaço físico, como, por exemplo, a Língua
Brasileira de Sinais e o Português ou a Língua de Sinais Americana e o Inglês ou a
Língua de Sinais Francesa e o Francês, etc. terão estruturas sintáticas semelhantes
apenas pela designação funcional da Sintaxe ser por elas compartilhadas. Por
estarmos tratando de línguas de distintas modalidades (espaço visuais versus orais
auditivas), e, então, de processamentos mentais também variados, dado que o input
linguístico é singular, sua determinação e princípios normativos nesse âmbito são
independentes e particulares. Até mesmo ao estabelecermos comparação entre
línguas de sinais distintas, perceberemos tais propriedades de independência
sintática, assim como acontece com as línguas orais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
NEGRÃO, E.V.; SCHER, A.P; VIOTTI, E.C. A competência linguística. In: Introdução
à Linguística [S.l: s.n.], 2002.
Unidade 2: A estrutura da sentença em Libras
Quadros (1999) afirma que a ordem básica da Libras é SVO, ao passo que
as demais combinações, como OSV e SOV, seriam ordenações derivadas da
ordem básica. Nesse trabalho, a autora ressalta que arranjos sintáticos em
VSO, OVS e VOS não seriam possíveis nessa língua. Entretanto, numa
atualização da pesquisa de Quadros (1999), realizada por Quadros e
Karnopp (2004), as autoras colocam a ordem VOS como possível na Libras,
porém em contextos específicos. (COTOVICZ; STREIECHEN;
ANTOSZCYSZEN, 2018, p.26)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Figura 2. Foco
Figura 3. Tópico
Tópico, foco e atribuições gramaticais por marcas não manuais, como vimos
com o direcionamento do olhar, são teorias sintáticas identificadas e descritas a partir
de fenômenos linguísticos comuns às línguas naturais. No que diz respeito às línguas
de sinais, as atribuições recaem sobre os aspectos de organização textual, pois estão
para além de apenas possibilitar o reconhecimento lexical e/ou do significado em
contexto. Essa é uma afirmativa que se justifica, por exemplo, quando consideramos
como a topicalização pode determinar a gramaticalidade ou agramaticalidade de uma
sentença. Lemos:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
QUADROS, R.M; PIZZIO, A.L; REZENDE, P.L.F. Língua Brasileira de Sinais II.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2008. Disponível em:
<https://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/linguaBrasil
eiraDeSinaisII/assets/482/Lingua_de_Sinais_II_para_publicacao.pdf>. Acesso em:
12 maio 2022.
SILVA, R.D. Língua Brasileira de Sinais - Libras. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2015.
Unidade 4: Os diferentes tipos de frases
Afirmativas
Exclamativa
Interrogativas
QUADROS, R.M; PIZZIO, A.L; REZENDE, P.L.F. Língua Brasileira de Sinais II.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2008. Disponível em:
<https://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/linguaBrasil
eiraDeSinaisII/assets/482/Lingua_de_Sinais_II_para_publicacao.pdf>. Acesso em:
12 maio 2022.
Unidade 5: Transitividade verbal e concordância em línguas de sinais
b) verbos que são apoiados no corpo: a sinalização desses verbos é realizada bem
próxima do corpo ou junto a ele. Por esse motivo, a marcação de termos essenciais
da oração, como o sujeito e o objeto que faz parte do predicado, não pode ser
incorporada ao verbo. Então, sua menção é linear: unidade por unidade.
Por tantas possíveis vertentes e pela falta de uma noção específica para o que
seja significado, há diferentes maneiras de abordarmos o conteúdo da Semântica e,
portanto, de descrevê-lo. O nosso material Libras 5 tratou de identificar os conceitos
de Semântica e de Pragmática, além de evidenciar alguns usos desse campo, como
a dêixis, o ponto de vista e a escala de referência. Por isso, não trataremos desses
aspectos aqui novamente. Antes, vamos abordar a concepção semântico-pragmática
para as expressões literais e/ou figuradas e a essência do referente e da significação.
Frege (1978) nos indica que os elementos só terão referente se tiverem sentido,
o que significa dizer que o sentido determina a referência. No entanto, não podemos
confundir a referência apenas com algo que efetivamente existe no mundo ou que
seja concreto, palpável.
Figura 1. Expressão versus Sentido versus Referência/Referente mundo real
Fonte: Autor.
Sadock (1993, p.44) sustenta a ideia de que a linguagem figurada é uma das
fontes mais produtivas da mudança linguística. E acrescenta: se
reanalisarmos e decompusermos as chamadas figuras de retórica em traços
literais, tal processo resultará na fonte mais produtiva e mais importante da
mudança semântica. Seguindo essa estratégia, poderíamos perguntar: e se
simplesmente não pensarmos na literalidade, haveria mesmo assim uma
mudança semântica? Buscar a natureza literal e figurada da linguagem é
tentar compreender os princípios e os aspectos que delineiam a produção, a
compreensão e a interpretação das diferentes linguagens; é tentar alcançar
seus papéis e suas funções; é buscar os níveis ou os planos de significação
de uma língua; é admitir a existência de dois diferentes e contrastantes tipos
linguísticos. (OLIVEIRA, 2006, p.24)
A escolha pelo que é dito em sentido real e pelo que é dito em sentido figurado,
isto é, em consideração particular de uso, já demanda do emissor e do receptor da
mensagem habilidades semânticas e pragmáticas, além das sintáticas e lexicais.
Como identificado por Oliveira (2006), o significado pode alcançar instância Semântica
(Linguística) ou instância Pragmática (não linguística). A autora explica:
Fonte: Autor
FREGE, G. Über Sinn und Bedeutung. Trad. Bras., São Paulo: Editora Cultrix, 1978.
E como essa troca linguística acontece? Ferreira e Benfatti trazem uma análise
inicial:
Quadros também afirma que os inputs recebidos por uma língua de sinais
são visuais, por isso esse aspecto deve ser altamente explorado para que a
aquisição ocorra. Por conseguinte, para que a aquisição ocorra de forma
satisfatória, é necessário que sejam apreendidos não somente os parâmetros
primários (configuração de mãos, ponto de articulação e movimento) e
secundários da língua (disposição das mãos e região de contato), mas
também os componentes não-manuais que compõe a Libras, como
expressões faciais e movimento corpóreo. Estes componentes abarcam a
marcação de construção sintática e diferenciação entre itens lexicais. São
estes elementos que demonstrarão também quais os significados que o
falante quer que o seu interlocutor perceba, ou seja, os movimentos e
expressões ostensivas. (FERREIRA, BENFATTI, 2020, p.110)
Nesse sentido, entendemos que uma língua espaço-visual terá elementos não
manuais como componentes linguísticos do discurso e sua significação pode,
inclusive, depender apenas desses constituintes.
Figura 1. Elementos não manuais como propriedade de significação
Referências Bibliográficas:
Função emotiva: foca no remetente e nas suas percepções individuais. Por isso
a mensagem é subjetiva, posto que é determinada por um ponto de vista único
e particular.
Função conativa: foca no destinatário e na interação com ele. Por isso, a
mensagem é argumentativa, de convencimento, posto que visa um parecer por
parte daquele com quem se fala.
Função referencial: foca no referente, isto é, no conteúdo da expressão
comunicativa. Seu objetivo é transmitir a mensagem de forma objetiva e
eficiente.
Função poética: foca na forma do referente, isto é, no modo como a expressão
comunicativa será apresentada. Seu objetivo é transmitir a mensagem de forma
peculiar e inovadora.
Função fática: foca no contato. Seu objetivo é garantir que o interlocutor se
mantenha atento e cooperando ativamente com a comunicação estabelecida.
Função metalinguística: foca no código, isto é, no sistema linguístico
propriamente dito. Por isso, determina considerações linguísticas a partir da
própria língua, ou seja, usa a língua para falar da língua.
Todas essas funções não necessariamente aparecem de modo único ou
exclusivo em uma unidade textual. Embora sempre haja uma predominante a qual,
então, servirá como caracterizadora do discurso, elas podem coocorrer.
Antonímia e Sinonímia
Hiponímia e Hiperonímia
Fonte: <http://emacaolibras.blogspot.com/2014/05/ola-boa-tarde-hoje-resolvemos-postar-os.html>
Acesso em: 12 maio 2022
Ambiguidade
Homonímia
Polissemia
A polissemia é a propriedade que uma palavra ou expressão pode ter de
apresentar vários sentidos além do sentido mais comum ou recorrente, aquele
que normalmente está descrito em primeira acepção nos dicionários da língua
em questão.
Referências Bibliográficas