01 - JJR Apostila SPR-P REV 20180613

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 33

“Buscamos soluções seguras

para as suas necessidades”

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE PLATAFORMA

CBSP
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

DISCIPLINA

SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL

(SPR/P)

2 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

SUMÁRIO
UNIDADES DE ENSINO PÁGINA
1. RESPONSABILIDADE SOCIAL E RELAÇÕES HUMANAS A BORDO 5

1.1 - Listar os elementos básicos da comunicação, visando à melhor cooperação entre grupos 5
humanos e nas relações interpessoais.
1.2 - Entender como as barreiras de comunicação e as falhas de mensagem podem afetar a 5
segurança da vida humana e do material e contribuir para a poluição do meio ambiente.
1.3 - Explicar a importância de manter um bom relacionamento em ambientes offshore: isolamento, 7
mau tempo, permanência prolongada etc.
1.4 - Explicar as boas práticas de liderança no âmbito de equipes de trabalho. 8
1.5 - Explicar a necessidade de coesão do grupo para atingir as metas de trabalho. 9
1.6 - Descrever as responsabilidades sociais e trabalhistas do empregado e do empregador. 10
1.7 - Explicar os reflexos do uso de bebidas e drogas, ressaltando as consequências negativas 10
para a imagem pessoal e profissional.
1.8 - Explicar como o estresse e as divergências interpessoais criam condições adversas ao bem- 11
estar e à segurança nas seguintes situações: comentários degradantes sobre outros
companheiros, excesso de brincadeiras, discussões acaloradas sobre política, religião,
esporte, etc.
1.9 - Compreender a diferença natural entre os indivíduos e a necessidade de ser tolerante no 12
relacionamento com os colegas de trabalho.

2. SEGURANÇA NO TRABALHO A BORDO 12

2.1 - Citar os propósitos da norma regulamentadora sobre a segurança e a saúde no trabalho (NR- 12
30).
2.2 - Compreender que a segurança e bem-estar de um funcionário é a segurança e bem-estar de 13
todo o grupo: “todos no mesmo barco”.
2.3 - Distinguir o conceito de acidente, quase acidente e incidente do trabalho. 14
2.4 - Apontar as principais causas de acidentes do trabalho e o papel da Comissão Interna de 14
Prevenção de Acidentes (CIPA).
2.5 - Identificar os conceitos e fatores de risco que influenciam nas atitudes e respostas. 16
2.6 - Conceituar perigo e risco. 16
2.7 - Relacionar risco, frequência e consequência. 16
2.8 - Discorrer sobre a prevenção de atos inseguros e condições inseguras que podem ocorrer a 17
bordo: manobras de carga/descarga; manobras de bombeamento; tensionamento de cabos e
espias; máquinas operando; descarga de motores; sinalização de trânsito a bordo;
compartimentos confinados; e atividades de mergulhadores nas proximidades.
2.9 - Citar a importância preventiva do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e do 18
cumprimento das normas de segurança.
2.10 - Identificar a localização e a necessidade da utilização de máscaras de fuga, chuveiro lava 19
olhos e chuveiro de segurança previstos pela NR-34.
2.11 - Citar os efeitos e precauções em relação à presença de gases tóxicos e asfixiantes, em 21
particular o H2S (sulfeto de hidrogênio), CO2, etc.
2.12 - Analisar os perigos e precauções de trabalhos realizados em espaços confinados. 22
2.13 - Compreender a importância preventiva da disciplina operacional: cumprir padrões de 23
procedimentos; permissão para iniciar trabalho; e gestão de mudanças.

3 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

3. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO 25

3.1 - Descrever os efeitos da poluição no meio ambiente marinho. 25


3.2 - Citar, sucintamente, o propósito da Lei nº 9.985, de 2000, do Decreto regulamentador nº 25
4.136, de 2002 e da Lei no 9.966, de 2000 sobre a fiscalização e as sanções aplicáveis sobre
a fiscalização e por danos ambientais nas águas brasileiras.
3.3 - Citar as principais fontes poluidoras: derramamento de óleo, água de lastro, lixo e esgoto. 27
3.4 - Citar os procedimentos básicos para prevenção da poluição no meio ambiente marinho em 28
relação ao: lixo, esgoto, óleo, água de lastro, lixo industrial, etc.
3.5 - Conceituar águas jurisdicionais brasileiras (AJB) e a competência da Autoridade Marítima. 30
3.6 - Mostrar a organização distrital da Marinha do Brasil, focalizando as Capitanias dos Portos, 31
suas Delegacias e Agências como Agentes legais da Autoridade Marítima.
3.7 - Distinguir as tarefas de fiscalização: “port state” e “flag state”. 32
3.8 - Definir e enquadrar as seguintes ilegalidades: passageiro clandestino a bordo e terrorismo. 32
3.9 - Diferenciar pirataria no mar de atos ilícitos, como assalto ou roubo armado. 33
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

4 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

1 – RESPONSABILIDADE SOCIAL E RELAÇÕES HUMANAS A BORDO


A Responsabilidade Social está relacionada com o bem-estar, a qualidade de vida,
a preservação do meio ambiente e a efetiva participação de todos nas ações
comunitárias onde estamos inseridos, uma vez que,
como seres sociais, dependemos uns dos outros para
satisfazer nossas necessidades, tanto físicas como
psicológicas.
Já as Relações Humanas dizem respeito a como
as pessoas se relacionam no dia a dia, e dependem
de um somatório de vários fatores. Um desses
fatores, senão o principal, é o bom relacionamento
entre os componentes das equipes de trabalho, onde
é importante que todos se envolvam com o bem-estar, o crescimento pessoal, a
motivação e a qualidade de vida de seus companheiros.

1.1 – Listar os elementos básicos da comunicação, visando à melhor cooperação


entre grupos humanos e nas relações interpessoais.
A Comunicação a bordo de uma Plataforma é de vital
importância e, por esta razão, precisa ser clara e eficiente,
de modo a não comprometer a segurança das instalações,
das pessoas a bordo e o meio ambiente.
Uma informação somente pode ser passada quando
ocorrem recepção e emissão, mantendo-se o “ruído” em um
mínimo. Observar, ouvir e ler são tão essenciais quanto
demonstrar, falar e escrever.
Comunicar não é manipular o outro indivíduo, mas
fazê-lo entender o que realmente se pretende transmitir.

O problema básico em comunicação


É que o significado captado pelo ouvinte pode não ser exatamente aquele que o
que falou quis transmitir. Quem fala e quem ouve são duas pessoas distintas, que
vivem em mundos diferentes, e, portanto, inúmeros fatores podem interferir e causar
falhas na comunicação entre elas.

A escuta
É também uma parte vital nos processos de comunicação. Ouvir o outro nasce no
escutar a si próprio. Desenvolver a comunicação nos leva ao autoconhecimento.

O olhar
É outro componente da comunicação e traz em si a inclusão. Incluímos as
pessoas quando as olhamos.

1.2 – Entender como as barreiras de comunicação e as falhas de mensagem


podem afetar a segurança da vida humana e do material e contribuir para a
poluição do meio ambiente.
Existem muitas barreiras que podem distorcer as informações que transmitimos
ou que recebemos. De inicio, a ideia que temos quando falamos em barreiras na

5 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

comunicação é a da existência de interferências que impedem a chegada da


mensagem ao ouvinte. Entretanto, existem barreiras muito mais sutis, que revelam
fatos que geralmente não são percebidos por nós.
Algumas das Barreiras na Comunicação:
- Ouvir o que esperamos ouvir;
- Utilizar vocabulário específico;
- Quando conversamos, há duas comunicações ocorrendo,
os aspectos verbais e não verbais; e
- Interferência das emoções na comunicação.

a) Ouvir o que esperamos ouvir.


É muito comum ouvirmos somente aquilo que parece estar fortalecendo
nossos pontos de vista. Quando conversamos com alguém, nossas opiniões
nos levam a ouvir unicamente o que nos interessa, ou então recebemos a
mensagem de forma que esta coincida com o nosso ponto de vista.

b) Utilizar vocabulário específico.


Diferentes grupos tendem a desenvolver a
sua própria linguagem, que é considerada
por muitos como uma espécie de gíria
profissional.
Porém, temos que tomar cuidado para
que um leigo no assunto não fique sem
entender o vocabulário empregado.

c) Quando conversamos, há duas comunicações ocorrendo: os aspectos


verbais e os não verbais.
Nós, humanos, temos o poder da fala, da escuta e do olhar. E muitas das
vezes usamos mal estes benefícios. A comunicação será melhor se
prestamos atenção aos aspectos verbais e não verbais.

Os aspectos verbais
Referem-se às palavras que emitimos. Ao falarmos, podemos ser calmos,
exasperados, apressados, irritados, etc. É importante perceber a entonação
de nossa voz.
Os aspectos não verbais
São os que se referem ao corpo. A linguagem
corporal é rica e pode fazer muita diferença se
for explorada e desenvolvida com consciência.
Com o corpo, podemos, sem dizer uma única
palavra, expressar muito conteúdo.
Tristeza, alegria, conforto, desprezo, incômodo,
raiva, afeto podem ser transmitidos e
compreendidos somente com a expressão
corporal.

6 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Através do olhar, dos músculos da face, do tom de voz, da postura, podemos


demonstrar irritação para com o interlocutor, causando-lhe a impressão de
estarmos zangados com ele, quando na verdade, não é esse o caso.
d) Interferência das emoções na comunicação
Quando estamos tensos ou quando nos
sentimos inseguros, o que ouvimos e vemos
parece ser mais ameaçador do que quando
estamos tranquilos e seguros.
Da mesma forma, qualquer transmissão que
façamos nessas condições poderá ser
distorcida e provocar perturbações das mais
variadas.
Também podemos não ouvir as críticas construtivas quando nos sentimos
seguros demais.

Como Minimizar as Barreiras na Comunicação:


- Identificar corretamente o público alvo;
- Usar a linguagem apropriada e direta para este público alvo;
- Fornecer informações claras e completas aos seus interlocutores. Não utilizar
frases longas e rebuscadas;
- Usar canais múltiplos para estimular os vários sentidos dos interlocutores
(visão, audição etc.);
- Tenha atenção ao tom de voz e à postura corporal;
- Tente fazer com que seus sentimentos interfiram o mínimo possível nas
comunicações; e
- Tente colocar-se na posição ou situação da outra pessoa, num esforço de
entendê-la.

As barreiras na comunicação levam a falhas nas mensagens a serem


transmitidas, o que pode vir a afetar a segurança da vida humana e do material e
contribuir para a poluição do meio ambiente. Por isto, devemos estar atentos, de
modo a evitar as barreiras na comunicação.

1.3 – Explicar a importância de manter um bom relacionamento em ambientes


offshore: isolamento, mau tempo, permanência prolongada etc.
O trabalhador a bordo de uma plataforma está afastado de seus familiares,
convivendo com pessoas que nem sempre lhe agradam, sentindo-se, por vezes,
isolado. Se somarmos a isto situações de fadiga e “stress”, que são comumente
encontradas a bordo de Plataformas, há a possibilidade da ocorrência de conflitos,
ansiedade, depressão e insegurança.
O ambiente de trabalho somente poderá se desenvolver sem conflitos, e se
tornar agradável, caso haja entre as pessoas respeito, fraternidade, compreensão,
cooperação, bom senso e tolerância. Uma boa prática é tentar se imaginar no lugar
da outra pessoa e ter sempre em mente que seus direitos terminam quando
começam os das outras pessoas.

7 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Caso necessite, não hesite em pedir ajuda ou em conversar a respeito de


suas dificuldades com outras pessoas.

1.4 – Explicar as boas práticas de liderança no âmbito de equipes de trabalho.


Os grupos de trabalho se constituem a partir de interesses comuns, que vão
desde a satisfação das necessidades biológicas (sobrevivência, fome, descanso,
etc.) até as psicológicas (reconhecimento, afeição, estima, realização, oportunidade
de troca de ideias e informações, etc.).
Os desafios e as necessidades fazem com que as pessoas se reúnam em
equipes de trabalho para superar as dificuldades e atingir seus objetivos comuns.
O trabalho em equipe tem os seguintes
aspectos fundamentais:
 Realização de atividades impossíveis de
serem executadas por uma só pessoa;
 Aumento da produtividade;
 Como a essência do trabalho em equipe é
o conhecimento compartilhado, as decisões
da equipe têm uma melhor qualidade devido aos diferentes conhecimentos
que compõem as equipes;
 Maior criatividade e eficiência no desempenho das funções; e
 Melhor aproveitamento de recursos, tanto pessoal como material;

Como seres sociais, necessitamos da companhia de outras pessoas para que,


unidos, possamos nos apoiar mutuamente e suprir as deficiências individuais.

Liderança no âmbito de uma Equipe de Trabalho


Para que uma equipe de trabalho tenha êxito, é necessário que exista uma
integração entre as pessoas para manter um ambiente que as motivem a trabalhar
juntas, produtiva e cooperativamente, com satisfação econômica, social e
psicológica.
A presença de um líder é fundamental
para manter a união e a motivação de uma
equipe de trabalho.
Um bom líder deve conhecer a si mesmo,
seus pontos fortes e fracos, procurando viabilizar
os primeiros e tentando não tornar pesados
demais os segundos. A partir daí, ele deve promover as condições adequadas para
que surjam outros líderes à sua volta.

O que se espera de um Líder:


 Que tenha conhecimento amplo e profundo do trabalho a ser realizado;
 Que seja honrado e íntegro;
 Que tenha visão do futuro;

8 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

 Que inspire paixão naquilo que faz; e


 Liderar consiste, enfim, em conseguir com que os demais façam o que
devem fazer com profunda convicção e, sobretudo, que o façam tomando
a si a responsabilidade para que isso aconteça.

1.5 – Explicar a necessidade de coesão do grupo para atingir as metas de


trabalho.
Para que um grupo de trabalho atinja a sua meta é
imprescindível que haja coesão no grupo, porque, do
contrário, o somatório dos esforços individuais pode não ser
suficiente para atingir a meta.
Um grupo de trabalho sem coesão poderá fazer com
que os esforços de alguns indivíduos não contribuam para a
obtenção da meta de trabalho ou, o que é pior, que alguns
esforços anulem outros.
A figura ao lado ilustra um caso simples de como a falta
de coesão na equipe pode impedir a obtenção da meta de
trabalho.
Condições para que haja coesão em um Trabalho em Equipe:
 Os membros da equipe de trabalho terem uma missão comum;
 Que esta missão seja compatível com os objetivos individuais;
 Existir uma liderança, individual ou coletiva,
que direcione, coordene e impulsione a
equipe, sobretudo em momentos difíceis;
 Que os talentos sejam administrados
corretamente, situando, da melhor maneira
possível, o desejo e o conhecimento de cada
um dos membros da equipe;
 Cultivar um espírito de equipe: valores, normas, atitudes e modelos de
comportamento compartilhados. É preciso haver um sentido comum de
pertencimento ao coletivo;
 Que haja incentivos: todos os membros da equipe devem ser
recompensados por seu esforço. Todos devem sentir que vale a pena
trabalhar; e
 Que haja uma comunicação isenta de preconceito, preferências e todos
os demais sentimentos que podem prejudicar ou atrapalhar o ambiente de
trabalho.

Dicas para o Trabalho em Equipe:


 Seja paciente – não é fácil conciliar opiniões diversas. Exponha seus
pontos de vista e ouça a opinião dos outros mesmo não estando de
acordo;
 Saiba reconhecer quando a ideia do outro é melhor que a sua, afinal, mais
importante que nosso orgulho é o objetivo que o grupo pretende alcançar;

9 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

 Não critique os colegas, não deixe que o conflito entre vocês interfira no
trabalho em equipe. Critique as ideias, nunca as pessoas;
 Saiba dividir as tarefas, compartilhe as responsabilidades e as
informações;
 Trabalhe, não deixe o outro sobrecarregado, faça a sua parte;
 Seja participativo e solidário, ajude seu colega sempre que necessário,
assim, não se sentirá culpado quando precisar de ajuda;
 Dialogue sempre que estiver com um problema ou insatisfação, para que
seja possível alcançar uma solução;
 Planeje e verifique se as metas traçadas estão sendo atingidas;
 Evite cair no “pensamento do grupo”. É importante ouvir ideias externas; e
 Aproveite o trabalho em equipe, pois essa é a oportunidade de conviver
com seus colegas e aprender com eles.

1.6 – Descrever as responsabilidades sociais e trabalhistas do empregado e


do empregador.
Tanto as empresas como os trabalhadores devem cumprir integralmente a
legislação nacional e internacional referente às suas Responsabilidades Sociais e
Trabalhistas, em especial as contidas na Declaração dos Direitos Humanos, nas
Convenções da Organização Mundial do Trabalho, nas Normas Regulamentadoras
do Ministério do Trabalho e nas Normas da Autoridade Marítima Brasileira.
Dentre os diversos tópicos que a legislação estabelece, destacamos os
seguintes:
 Ambiente de trabalho saudável e seguro;
 Proibição de qualquer tipo de discriminação;
 Respeito às jornadas de trabalho estabelecidas;
 Respeito aos acordos trabalhistas;
 Liberdade dos trabalhadores de se associarem, sem represálias;
 Respeito aos direitos fundamentais;
 Cumprimento das normas reguladoras referentes ao trabalho e à segurança
do trabalho;
 Respeito às normas da empresa;
 Prevenção de acidentes pessoais e materiais; e
 Prevenção à poluição do meio ambiente.

1.7 – Explicar os reflexos do uso de bebidas e drogas, ressaltando as


consequências negativas para a imagem pessoal e profissional.
O uso de álcool e drogas é um fator de risco de acidentes, de
redução da capacidade de trabalho, de comprometimento da saúde
e das relações no trabalho.
Por estas razões, é proibido o consumo, porte, distribuição e
venda de bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de droga considerada
ilícita pelas leis em qualquer lugar de bordo.

10 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

É importante que o trabalhador saiba a política da empresa quanto a drogas e


álcool, para que ele não venha a ter a sua imagem profissional afetada
negativamente, o que poderá provocar a perda do seu emprego e comprometer
futuras contratações.
Além disso, o uso de álcool e drogas pode afetar a sua imagem pessoal,
podendo vir a comprometer amizades e relações familiares.

1.8 – Explicar como o estresse e as divergências interpessoais criam condições


adversas ao bem-estar e à segurança nas seguintes situações: comentários
degradantes sobre outros companheiros, excesso de brincadeiras, discussões
acaloradas sobre política, religião, esporte, etc.
A existência de estresse e divergências interpessoais criam condições
adversas ao bem estar das pessoas em qualquer situação, porém, quando ocorrem a
bordo, podem ter resultados mais potencializados. Isso se dá normalmente devido ao
natural confinamento ou ao afastamento de casa, variando para cada indivíduo.
O bem estar da pessoa sendo afetado, há uma maior probabilidade da
segurança (individual ou da embarcação) ser afetada, uma vez que a atenção do
indivíduo em suas tarefas pode ser afetada.
As situações mais comuns em que ocorrem estresses e divergências
interpessoais, e que, portanto, devem ser evitadas são:
 Comentários degradantes sobre outros companheiros;
 Excesso de brincadeiras; e
 Discussões acaloradas sobre política, religião, esporte, etc.
A melhor maneira de tentar saber se um comentário ou uma brincadeira
afetará, ou não, o bem estar de outra pessoa é se perguntar: como eu me sentiria se
fosse comigo? Se você imagina que se sentiria mal com o comentário ou a brincadeira,
não faça. Além disso, nada em excesso é bom, em especial brincadeiras em local de
trabalho.
Quanto a discussões acaloradas sobre temas polêmicos como política,
religião e esportes, melhor evitá-las, porque só levarão a problemas interpessoais.
Certamente a chance de alguém ser convencido neste tipo de discussão é muito
pequena, mas a chance de haver problemas é muito grande.
Regras mais comuns de convívio a bordo:
 Respeitar a propriedade e a privacidade dos outros;
 Não brincar nem fazer piadas em relação às questões étnicas, raciais,
religiosas ou sexuais a bordo;
 Evitar brincadeiras brutas ou pregar peças;
 Respeitar o próximo e sempre utilizar boas maneiras;
 Procurar conhecer os membros da tripulação da plataforma, a fim de
melhor compreendê-los;
 Ser claro e positivo quando se expressar, para evitar interpretações
errôneas e mal entendidas;
 Ser sempre tolerante nas discussões. Pense que, talvez, o outro tenha
razão e, mesmo que não tenha, tente entendê-lo; e
 Fazer o possível para que o seu problema não influencie o seu
relacionamento com o grupo.
11 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

1.9 – Compreender a diferença natural entre os indivíduos e a necessidade de ser


tolerante no relacionamento com os colegas de trabalho.
Nenhum ser humano é igual ao seu semelhante. Cada pessoa tem sua
própria singularidade, que a distingue em função de gosto, antipatia, talento, sexo,
cultura, língua, religião, nacionalidade, etc.
A pretensão de eliminar por completo qualquer forma de intolerância
certamente não é uma tarefa fácil, entretanto devemos buscar atitudes positivas que
levem ao respeito à diferença.
A bordo, a tolerância ganha ainda mais importância porque você é obrigado a
se relacionar diariamente com as mesmas pessoas, não podendo, simplesmente, evitá-
las. Além disso, a intolerância poderá gerar estresse e divergências interpessoais, que
podem vir a afetar a segurança (individual ou da embarcação).

LEMBRE-SE:
As palavras têm poder. Podemos construir pontes ou barreiras com elas.
Bem depois que as pessoas esquecerem o que você disse, elas ainda se
lembrarão de como se sentiram.

2 - SEGURANÇA NO TRABALHO A BORDO


Considerando as plataformas como uma pequena indústria ou uma pequena
cidade flutuante onde, frequentemente, há a possibilidade de ocorrer acidentes devido
aos perigos de bordo, do mar e dos ventos, há a necessidade de nos preocuparmos
com a segurança no trabalho.
Segurança no trabalho é a matéria que orienta o bem-estar, procurando
diminuir os riscos, fornecendo conhecimentos e meios para prevenir acidentes de
trabalho.
As plataformas, desde o seu projeto, já devem ter os seus sistemas de
segurança estabelecidos em obediência à legislação nacional e internacional. Dentro
da legislação nacional estão as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e
Emprego (NR), que regulamentam a segurança do trabalho e são de observância
obrigatória.
No item a seguir, veremos os propósitos da NR-30, que trata da Segurança e
Saúde no Trabalho Aquaviário.

2.1 - Citar os propósitos da norma regulamentadora sobre a segurança e a saúde


no trabalho (NR-30).
Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a
regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.
Em seu Anexo nº. 2 constam os requisitos mínimos de segurança e saúde
nas Plataformas nacionais e estrangeiras autorizadas a operar em águas sob jurisdição
nacional.
A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do
cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e ainda daquelas
oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

12 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Os requisitos mínimos de segurança e saúde apresentados nesta norma


abrangem os seguintes aspectos:
 Obrigações do Operador da Instalação (Responsável pelo gerenciamento e
execução de todas as operações e atividades de uma plataforma );
 Obrigações dos trabalhadores;
 Direitos dos trabalhadores;
 Serviços especializados em segurança e medicina do trabalho;
 Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA;
 Programa de controle médico na plataforma;
 Programa de prevenção de riscos na plataforma;
 Sinalização de segurança;
 Condições de vivência à bordo (sanitários, camarotes, cozinha, refeitórios,
lavanderia, instalações de esporte e de recreação;
 Instalações de atenção à saúde a bordo;
 Instalações elétricas;
 Proteção contra incêndios;
 Prevenção e controle de acidentes maiores;
 Segurança operacional;
 Inspeção e manutenção;
 Inspeção de segurança e saúde no trabalho;
 Prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e
explosões; e
 Controle das fontes de ignição.

Segundo a norma, são obrigações dos trabalhadores das plataformas:


a) Colaborar com o Operador da Instalação para o cumprimento das
disposições legais e regulamentares, inclusive nos procedimentos internos
sobre segurança e saúde no trabalho;
b) Comunicar imediatamente ao seu superior hierárquico as situações que
considerem representar risco para sua segurança e saúde ou para a de
terceiros;
c) Transportar para bordo os medicamentos, com prescrição médica,
indispensáveis ou de uso contínuo; e
d) Suspender sua tarefa e informar imediatamente ao seu superior hierárquico
para que sejam tomadas todas as medidas de correção adequadas,
quando tiver convicção, fundamentada em seu treinamento e experiência,
de que exista grave e iminente risco para a sua segurança e saúde ou para
a de terceiros.

2.2 - Compreender que a segurança e bem-estar de um funcionário é a segurança


e bem-estar de todo o grupo: “todos no mesmo barco”.
A segurança dos trabalhadores e da plataforma depende de um conjunto de
medidas destinadas a diminuir os riscos de acidentes. Estas medidas devem ser
rigorosamente seguidas por todos a bordo, sem exceção, independentemente da
importância da função que exerce a bordo.

13 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Um erro cometido por uma pessoa pode comprometer a segurança de todos a


bordo da plataforma. Por exemplo, um princípio de incêndio que poderia ser facilmente
debelado pode tomar grandes proporções se não for corretamente informado e
combatido.
É de fundamental importância que todos a
bordo de uma Plataforma compreendam que a
segurança e o bem-estar de cada trabalhador é a
segurança e o bem-estar de todo o grupo.
No caso de uma Plataforma, a conhecida
frase “estamos todos no mesmo barco” pode ser
aplicada no seu verdadeiro significado.
A não observância de medidas de
segurança a bordo de uma plataforma pode levar a um acidente que provoque sérios
prejuízos econômicos, com reflexos tanto para a empresa quanto para os
trabalhadores e suas famílias.

2.3 - Distinguir o conceito de acidente, quase acidente e incidente do trabalho.


As definições desses 3 (três) termos técnicos variam de acordo com a
metodologia utilizada pela empresa.
A Norma OHSAS 18001(Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no
Trabalho), têm as seguintes definições:

INCIDENTE DE TRABALHO
Acontecimento relacionado com o trabalho que, não obstante a severidade, origina ou
poderia ter originado dano para a saúde.
ACIDENTE DE TRABALHO
É um incidente que deu origem a lesões, ferimentos, danos para a saúde ou fatalidade.
QUASE ACIDENTE DE TRABALHO
É um incidente que “NÃO” deu origem a lesões, ferimentos, danos para a saúde ou
fatalidade.
Independentemente das definições utilizadas, é importante salientar que tanto os
“acidentes” como os “incidentes” e “quase incidentes” devem ser investigados, para
que seja possível identificar as suas causas e tomadas as medidas para que não
voltem a ocorrer.
Não é porque não houve lesões, ferimentos, danos para a saúde ou fatalidade que
não devem ser investigados. Suas causas devem ser identificadas e medidas
preventivas devem ser tomadas, para que não voltem a ocorrer.

2.4 - Apontar as principais causas de acidentes do trabalho e o papel da


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTE DE TRABALHO
As principais causas de acidentes de trabalho podem ser agrupadas da seguinte forma:
a) O homem: problema de capacitação/treinamento, vícios (álcool, drogas,
tabagismo), problema físico, má utilização ou não utilização de EPIs,
negligência, imprudência, falta de fiscalização, descumprimento de leis
trabalhistas, etc.
14 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

b) As Máquinas: com defeitos, inadequadas, sem proteção, com falha de


projeto ou fabricação, etc.
c) O ambiente: iluminação inadequada, má sinalização, arranjo físico
inadequado, insolação, umidade, ocorrência de raios, armazenamento
inadequado, local propício a incêndio ou explosão, espaço confinado, etc.

A figura a seguir é um exemplo de Mapa de Acidente do Trabalho, onde são


apresentadas as causas dos acidentes de trabalho, além dos tipos de Riscos, as
Prevenções e os tipos de Acidentes.

Condição Física

Negligência / Imprudência

Falha de Projeto ou Fabricação

(que acontece no local de trabalho)


(que acontece no deslocamento
para o trabalho)

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA


É um instrumento para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do
ambiente de trabalho e de todos os aspectos que afetam a segurança e a saúde dos
trabalhadores. É regulamentada pela Consolidação das Leis do trabalho (CLT) e pela
Norma Regulamentadora 5 (NR-5).
A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo
com o dimensionamento previsto na NR-5.
O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados
trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a
qualidade do ambiente de trabalho, de modo a tornar compatível o
trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.
A CIPA também tem por atribuição identificar os riscos dos diversos processos de
trabalho e elaborar os mapas de risco.

15 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

2.5 - Identificar os conceitos e fatores de risco que influenciam nas atitudes e


respostas.
É comum escutarmos que determinada operação/ação é arriscada, mas o que
exatamente significa isso?
O risco é a combinação da Probabilidade de um determinado acidente
ocorrer com o Dano (consequência) causado pelo acidente. Ou seja, o risco é função
da Probabilidade e do Dano. Quanto maior a Probabilidade e/ou o Dano, maior será o
risco.
Para exemplificar uma ação de alto risco, podemos citar o ato de passar sob
um container suspenso (esta ação é proibida em qualquer situação, em qualquer
empresa, de qualquer país). Esta ação é de alto risco porque o Dano (consequência)
causado pelo acidente é catastrófico (morte) e não porque a probabilidade de o
container cair seja tão alta (não é toda hora que contêineres caem).
E o que é Fator de Risco?
Fator de Risco é qualquer situação que aumente o risco, ou seja, que
aumente a Probabilidade de ocorrência de um acidente ou o Dano (consequência).
Por exemplo: dirigir embriagado ou falando ao celular são Fatores de Risco
porque aumentam a Probabilidade de um acidente de automóvel.
A não utilização de EPI é um fator de risco porque aumenta o Dano
(consequência) causado pelo acidente. Por exemplo: a não utilização do colete salva-
vidas pode levar à morte por afogamento e a não utilização de luvas de proteção pode
causar ferimentos nas mãos.
Os riscos envolvidos influenciam diretamente nas atitudes e respostas dos
indivíduos e empresas. Por exemplo: pessoas evitam passar por locais onde ocorrem
assaltos, ou tomam precauções ao passar por esses locais, porque o risco de serem
assaltadas é elevado, assim como, empresas tomam medidas especiais quando em
operações de alto risco.

2.6 - Conceituar perigo e risco.

PERIGO
É uma situação com potencial para provocar danos, tais como lesões, doenças, dano à
propriedade, ao meio ambiente, ao local de trabalho ou combinação destes.

RISCO
É a combinação da Probabilidade de um determinado acidente ocorrer com o Dano
(consequência) causado pelo acidente.

2.7 - Relacionar risco, frequência e consequência.


A relação entre os termos “risco”, “frequência” e “consequência” vem do
método conhecido como “análise de risco”, onde o risco é medido em função da
frequência com que ocorre determinado acidente e a sua consequência.
Como explicado anteriormente no item 2.5, o risco é a combinação da
Probabilidade de um determinado acidente ocorrer com o Dano (consequência)
causado pelo acidente. Quando for possível saber com que frequência determinado
acidente ocorre, podemos substituir a probabilidade pela frequência.

16 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Assim, o risco será função da frequência e da consequência.

Risco = Frequência x Consequência

Numa análise de risco, uma ação individual ou uma operação na plataforma


serão avaliadas de acordo com a frequência com que ocorrem acidentes e a
consequência advinda desses acidentes.

2.8 - Discorrer sobre a prevenção de atos inseguros e condições inseguras que


podem ocorrer a bordo: manobras de carga/descarga, manobras de
bombeamento, tensionamento de cabos e espias, máquinas operando, descarga
de motores, sinalização de trânsito a bordo, compartimentos confinados e
atividades de mergulhadores nas proximidades.
Para diminuir o risco de acidentes devemos atuar na prevenção, evitando atos
inseguros e condições inseguras. A seguir serão apresentados os principais atos
inseguros e condições inseguras encontrados a bordo de uma plataforma, que deverão
ser evitados:

ATOS INSEGUROS
São atitudes pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou inconscientemente, a
riscos de acidentes. São Atos Inseguros:
- Não observar normas de segurança nas operações de carga e descarga (ex.: passar
sob a carga suspensa, usar cabos inapropriados ou de forma inapropriada);
- Não cumprir corretamente os procedimentos para as manobras de bombeamento
(ex.: não respeitar a pressão máxima de bombeamento pode provocar vazamentos);
- Não observar normas de segurança nas proximidades de manobras com cabos (ou
espias) tencionados (ex.: ao passar perto de cabos (ou espias) de tensionados
podemos ser atingidos, caso eles se rompam);
- Não observar normas de segurança quando operando máquinas (ex.: não usar óculos
de proteção operando esmeril ou equipamento de corte e solda ou colocar as mãos
em partes rotativas da máquina);
- Não observar precauções de segurança nas proximidades da descarga de motores
(ex.: passar perto e ser atingido pela descarga de motores);
- Não obedecer a sinalização de trânsito a bordo (ex.: passar por local sinalizado como
proibido ao trânsito e cair, escorregar ou ser atingido por um objeto);
- Não observar normas de segurança para trabalhos em compartimentos confinados
(ex.: atmosferas contaminadas ou com baixa concentração de oxigênio podem causar
lesões/morte); e
- Não observar normas de segurança para as operações com mergulhadores
(ex.: a movimentação de hélice ou a operação de bombas podem atingir os
mergulhadores).

CONDIÇÕES INSEGURAS
São condições do meio que contribuem para o acidente e que podem ser eliminadas ou
corrigidas. São Condições Inseguras:
- Equipamentos de carga e descarga com restrições/avarias ou sem as rotinas de
manutenção cumpridas corretamente (ex.: o equipamento de içar a carga pode deixá-
la cair por falta de potência);

17 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

- Equipamentos do sistema de bombeamento com restrições/avarias ou sem as rotinas


de manutenção cumpridas corretamente (ex.: manômetros não aferidos/avariados
podem levar à utilização de pressões superiores à máxima permitida, provocando
vazamentos);
- Cabos ou espias que trabalham tensionados em mau estado de conservação ou não
testados (ex.: podem se romper durante a operação e comprometê-la);
- Máquinas com restrições/avarias (ex.: partes rotativas da máquina sem a devida
proteção/sinalização podem provocar lesões);
- Descarga de motores mal sinalizada ou sem proteção (ex.: ser atingido pela descarga
de motores pela má proteção/sinalização);
- Má sinalização ou falta de sinalização a bordo (ex.: cair, escorregar ou ser atingido
por um objeto devido à falta de sinalização);
- Detectores de gases não calibrados (ex.: decidir entrar em um compartimento
confinado, baseado numa leitura errada, e se acidentar);

2.9 - Citar a importância preventiva do uso dos Equipamentos de Proteção


Individual (EPI) e do cumprimento das normas de segurança.
As condições de segurança dos trabalhadores a bordo das plataformas são
resultantes de um conjunto de medidas de proteção destinadas a diminuir os riscos de
acidentes.
Dentre essas medidas de proteção estão as Normas de Segurança”, que
precisam ser seguidas à risca, como visto anteriormente no item 2.8, para evitar atos
inseguros.
Dentre as Normas de Segurança, abordaremos agora aquela que trata do uso
dos Equipamentos de Proteção Individual, conhecidos pela sigla EPIs, que são de
fundamental importância na prevenção de acidentes.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPIs


É todo dispositivo de uso individual destinado à proteção contra riscos que possam
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho e constam da Norma Regulamentadora
nº 06 do Ministério do Trabalho e Emprego (NR-06).

NR-06, Seção IV - Do Equipamento de Proteção Individual (EPI):

Art.166 - A empresa é obrigada a fornecer aos


empregados, gratuitamente, equipamento de
proteção individual adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e
funcionamento.
Art.167 - O equipamento de proteção só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a
indicação do Certificado de Aprovação.

Obrigações dos Empregados


- Usar obrigatoriamente o EPI indicado para o trabalho;
- Responsabilizar-se pela guarda e conservação do seu EPI; e
- Comunicar qualquer avaria no EPI que o torne parcial ou totalmente inoperante.

18 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Proteção da Cabeça
Esta proteção é de grande importância, pois a cabeça é uma parte vital do ser humano,
além de ser altamente vulnerável e sensível.
O capacete deve ser construído de uma única peça, com uma estrutura interna
ajustável e uma jugular que se ajuste ao queixo para fixar o capacete à cabeça.

Proteção Auditiva
Muitos dos trabalhadores de uma Plataforma ficam expostos a altos níveis de ruídos,
tais como aqueles que trabalham em praça de máquinas ou no convés, sendo
importante o uso de protetores auditivos. Por vezes, os sintomas somente são sentidos
após muito tempo de exposição ao ruído, quando os efeitos já são irreversíveis.

Equipamento de Proteção Respiratória (máscaras)


As máscaras de proteção respiratória são obrigatórias para trabalhos em
condições que envolvam riscos de deficiência de oxigênio, exposição a
vapores perigosos, venenosos ou irritantes, poeira ou gases.

Protetores para Olhos


Deve ser feita uma escolha criteriosa na seleção dos óculos protetores
adequados ao trabalho a ser realizado, levando-se em consideração as características
do risco especifico do local de trabalho.

Protetores Faciais
Podem ser para a proteção da face contra impactos de partículas volantes, contra
respingos de produtos químicos, contra radiação infravermelha e contra luminosidade
intensa.

Proteção para as Mãos e Pés


Todo trabalhador deve usar luvas de proteção e calçados de segurança apropriados ao
tipo de trabalho a ser executado.

Cinto de Segurança
Seu uso é obrigatório em trabalhos onde for previsível o risco de queda.

Colete Salva-Vidas
Seu uso é obrigatório em trabalhos onde for previsível o risco da queda do trabalhador
ao mar e, também, no caso de abandono da plataforma.

Condições de Manutenção dos EPI’s


Antes de iniciar o trabalho, certifique-se de que o EPI se encontra em perfeitas
condições, de maneira a não causar danos ao trabalhador, ao meio ambiente e as
instalações.

2.10 - Identificar a localização e a necessidade da utilização de máscaras de fuga,


chuveiro lava olhos e chuveiro de segurança previstos pela NR-34.
Os equipamentos a seguir apresentados são previstos na Norma
Regulamentadora nº 34 do Ministério do Trabalho e Emprego (NR-34):

MÁSCARA DE FUGA
A máscara de fuga é um equipamento de proteção respiratória (EPR) que tem por
finalidade proteger o usuário no caso de presença súbita de gases e fumaças,

19 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

permitindo o escape de atmosferas perigosas à vida e à saúde ou com baixa


concentração de oxigênio.
São localizadas próximas a compartimentos habitados, como estações de trabalho e
acomodações.

MÁSCARA DE FUGA

Chuveiro de Segurança e Lava Olhos


Estes equipamentos devem existir em locais de manuseio de produtos químicos, como
por exemplo:
 Laboratórios com manuseio de produtos químicos.
 Oficinas ou áreas de manuseio de produtos químicos.
Deve também existir Lava olhos nas proximidades dos locais onde ocorram operações
de pintura.
É recomendável que o chuveiro fique a 2,13 metros do piso e o lava olhos a 1,10
metros, facilitando o uso por qualquer trabalhador.
Os Lava-olhos são equipamentos projetados de forma semelhante aos chuveiros de
segurança, só que com o objetivo específico de livrar os olhos de contaminantes.

CHUVEIRO DE
SEGURANÇA

LAVA
OLHOS

20 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

2.11 - Citar os efeitos e precauções em relação à presença de gases tóxicos e


asfixiantes, em particular o H2S (sulfeto de hidrogênio), CO2, etc.
Gases tóxicos e asfixiantes podem, eventualmente, ser encontrados a bordo
de plataformas e, por esta razão, precauções devem ser tomadas para evitar
acidentes. Uma precaução que serve para todos os gases tóxicos e asfixiantes é não
adentrar compartimentos confinados sem se certificar que a atmosfera no seu interior
está isenta destes gases.
A seguir vamos apresentar os principais gases tóxicos e asfixiantes,
eventualmente, encontrados a bordo de plataformas.

SULFETO DE HIDROGÊNIO (H2S)


Um dos mais temidos agentes químicos encontrados em alguns campos de petróleo é
o Sulfeto de Hidrogênio, também conhecido por Gás Sulfídrico, Gás de Ovo Podre,
Gás de Pântano, etc.
Ele pode originar-se de várias fontes e muitas vezes é resultante de processos de
biodegradação da matéria orgânica vegetal e animal.
Este gás já foi o responsável por diversos acidentes, sendo alguns deles fatais, pois é
extremamente tóxico e inflamável.
Na indústria do petróleo o H2S poderá estar presente nos reservatórios de
armazenamento de petróleo e em alguns campos de produção de petróleo.
Nas plataformas onde há o risco da presença deste gás há máscaras de fuga
disponíveis.

Características
- Muito tóxico. Se for inalado, poderá causar danos à saúde;
- Tem odor de ovo podre a baixas concentrações, mas em concentrações elevadas,
inibe o sentido do olfato;
- Incolor;
- Mais pesado que o ar. Por esta razão, são esperadas concentrações mais elevadas
nos pontos mais baixos; e
- Forma misturas explosivas com o ar.

Efeitos danosos ao homem


Os efeitos de uma intoxicação com este gás são sérios, podendo causar danos
permanentes. Este gás tóxico paralisa o sistema nervoso que controla a respiração,
incapacitando os pulmões de funcionar, provocando asfixia.

Detecção e Alarme
Nas Plataformas onde houver a possibilidade de exposição ao H2S deverá existir um
sistema de detecção e alarme, além de placas indicativas alertando para uma possível
exposição ao gás. A localização dos sensores do sistema de detecção será indicada
pela análise de risco.

O que fazer em caso de detecção


Havendo suspeitas ou detecção de H2S em algum ponto da Plataforma, deverão ser
adotadas as seguintes orientações:
- Retirar-se do local e dirigir-se para local bem ventilado;
- Comunicar imediatamente à sala de controle. A sala de controle deverá acionar
imediatamente o técnico de segurança;

21 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

- O técnico de segurança deverá equipar-se com conjunto autônomo de respiração e


detector portátil de gás para monitorar a presença do gás;
- Confirmada a presença do gás, e dependendo da quantidade, o técnico de segurança
acionará o plano de ação específico para cada caso; e
- No caso de acionamento do alarme de emergência, o coordenador da emergência
deverá observar a direção do vento para a escolha dos melhores pontos de reunião.

DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)


As fontes de CO2 mais comum são a respiração, decomposição de seres vivos,
queima de combustíveis fósseis, etc., mas a bordo de plataformas, a sua presença
pode se dar, principalmente, na ocorrência de um incêndio (liberado pela queima) ou
pelo vazamento do CO2 armazenado para o combate a incêndio.

Características
Mais pesado que o ar. Por esta razão, são esperadas concentrações mais elevadas
nos pontos mais baixos. Se houver pouca ventilação no compartimento, as altas
concentrações podem persistir por várias horas.

Efeitos danosos ao homem


Se for inalado em altas concentrações, poderá causar danos à saúde, provocando,
desconforto, desmaio e, se não for removido do local, a morte.
Mesmo que a concentração de oxigênio seja satisfatória no compartimento, se a
concentração de CO2 for elevada, esses efeitos ocorrerão.

Precauções
Nunca adentrar um compartimento onde é esperada a presença de CO2 sem antes
ventilá-lo bem ou usando equipamento de respiração autônomo.
Os compartimentos de armazenamento de ampolas de CO2 devem ter, do lado de fora,
em local bem visível, aviso dos riscos envolvidos e as medidas de segurança
necessárias.
No caso de incêndio, antes de acionar um sistema fixo de combate a incêndio a base
de CO2 devemos levar em consideração a presença, ou não, de pessoas no interior do
compartimento onde serão descarregadas as ampolas do gás.

2.12 - Analisar os perigos e precauções de trabalhos realizados em espaços


confinados.
Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação é deficiente
para remover contaminantes ou onde possa existir deficiência de oxigênio.
Todos os espaços confinados devem ser considerados inseguros para
entrada, até que sejam providos de condições mínimas de segurança e saúde. Nesse
espaço só é permitida a entrada após emissão de uma permissão para trabalho (PT)
por escrito.
Deve ser previsto treinamento para os trabalhadores quanto aos riscos a que
estão submetidos, as formas de preveni-los e o procedimento a ser adotado em
situação de risco, conforme a norma ABNT NBR 14787.
Deve existir sinalização (placa de advertência) com informação clara e
permanente, proibindo a entrada de pessoas não autorizadas no interior do espaço
confinado.

22 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

PRECAUÇÕES PARA A ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS


As seguintes medidas de segurança devem ser tomadas antes de entrar em um local
confinado sem a utilização de equipamentos especiais de respiração (máscaras):
- Um profissional qualificado deve efetuar uma avaliação, com instrumentação, do
espaço confinado;
- A atmosfera deve ser testada quanto a explosividade e contaminação do ar;
- Os potenciais riscos devem ser identificados;
- O espaço deve ser preparado e tornado seguro para a entrada do trabalhador;
- Uma “Permissão para Trabalho” (PT) deve ser emitida;
- Os procedimentos de entrada devem ser estabelecidos e seguidos;
- Uma ventilação continua deve ser mantida durante todo o trabalho; e
- O procedimento de fuga em emergência do espaço confinado deve ser conhecido.

2.13 - Compreender a importância preventiva da disciplina operacional: cumprir


padrões de procedimentos; permissão para iniciar trabalho; e gestão de
mudanças.
Segurança pode ser definida como sendo tudo que se pode fazer para
prevenir danos, através da redução, ao mínimo possível, dos riscos que estão
presentes nas inúmeras situações existentes a bordo de uma Plataforma.
Dentre o que pode ser feito para contribuir com a segurança está a “disciplina
operacional”, que nada mais é do que seguir rigorosamente os procedimentos
preconizados para a operação segura da plataforma.
Os procedimentos são feitos para serem seguidos e, caso você julgue que há
alguma falha nestes procedimentos, deve comunicar o fato imediatamente. Não faça
alterações/improvisações não autorizadas.
Dentre os procedimentos existentes a bordo de uma plataforma, trataremos
aqui da “Permissão de Trabalho” e da “Gestão de Mudanças”.

PERMISSÃO DE TRABALHO - PT
É uma autorização formal, por escrito, usada para controlar certos tipos de trabalho, os
quais são identificados como potencialmente de risco elevado.
A Permissão de Trabalho estabelece como devem ser autorizados os trabalhos em
áreas de risco, de tal forma que o pessoal que irá trabalhar dentro ou em volta do local
desenvolva suas atividades com segurança.
O objetivo principal do sistema de permissão de trabalho é assegurar que o trabalho
seja controlado/coordenado, que os riscos sejam identificados/gerenciados e que as
atividades sejam autorizadas.
Exemplos de serviços que necessitam de Permissão de Trabalho:
 Trabalho sobre o Mar;
 Trabalho com solda;
 Trabalho em espaço confinado;
 Trabalho em áreas inseguras ou desprotegidas;
 Trabalho em atmosferas contaminadas;
 Operações pressurizadas;
 Operações de mergulho;
 Trabalhos de eletricidade;

23 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

 Manobra com cargas pesadas não usuais;


 Trabalho envolvendo materiais radioativos e explosivos; e
 Operações de Manutenção que tirem de funcionamento sistemas de segurança, tais
como sensores de incêndio e gás, sistemas de comunicações, equipamentos de
salvatagem, equipamentos de combate a incêndio, dispositivos de emergência.

GESTÃO DE MUDANÇAS
Em qualquer atividade, quando ocorrem mudanças, há uma probabilidade maior de que
problemas acorram. Se você, por exemplo, for dirigir um carro que não seja o seu, você
irá estranhar e, se não dirigir com mais atenção, problemas poderão ocorrer.
O mesmo acontece a bordo de uma plataforma. Se houver mudanças significativas na
maneira como uma operação é realizada, a probabilidade de ocorrerem acidentes
aumentará se não forem tomadas medidas para evitar isso.
Dependendo da extensão das mudanças, será necessário realizar uma “Gestão de
Mudança”, que é uma ferramenta utilizada para determinar quais medidas devem ser
adotadas em função das mudanças que aconteceram.
Um exemplo de situação onde é necessária a utilização da ferramenta de Gestão de
Mudanças é quando a plataforma passa a operar em outro local, onde as condições
climáticas são piores, as embarcações de apoio são outras, os helicópteros são outros,
etc.
É evidente que medidas deverão ser tomadas para evitar que acidentes aconteçam, tais
como adaptar a plataforma para as novas condições climáticas, operar com as
embarcações de apoio e helicópteros ainda com mais cuidado, etc.
Somente o uso da ferramenta de Gestão de Mudanças é que vai apontar “todas” as
medidas que deverão ser tomadas para diminuir o risco de acidentes.
Um outro exemplo, agora envolvendo menos pessoas, é o caso da substituição de um
equipamento de bordo, como uma máquina de corte e solda ou o bote de resgate.
As pessoas que operam estes equipamentos deverão ser preparadas para isso, porque
do contrário acidentes poderão ocorrer.
“Fale sempre com seu Supervisor quando ocorrerem mudanças significativas”.

24 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

3 – PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO


3.1 – Descrever os efeitos da poluição no meio ambiente marinho.
A terra possui 71% de sua superfície coberta por água, sendo que o mar é
responsável por 97,2% desta água. Portanto, é inegável que o mar representa uma parte
fundamental da biosfera, sendo considerado fonte importante de recursos energéticos,
alimentares e minerais, muitos deles renováveis.
O meio ambiente marinho é componente essencial do sistema que possibilita a
existência da vida sobre a Terra, além de ser uma riqueza que oferece possibilidades
para um desenvolvimento sustentável.

Apesar de o homem achar que, por possuir uma área


extensa, o mar conta com uma infinita capacidade de
prover recursos naturais e absorver todos os resíduos que
são nele despejados, isso não é verdade. Cada vez mais
poluentes de diferentes tipos e graus de toxicidade são
lançados no meio-ambiente marinho e consequentemente
ocasionam vários tipos de problemas. A poluição produzida
pelo homem já atinge, inclusive, o Ártico e a Antártica,
onde já se apresentam sinais de degradação.

A poluição causada pela imensa quantidade


de substâncias lançadas nos oceanos produz o
aparecimento de organismos que prejudicam o
desenvolvimento da vida marinha e também
compromete o percentual de alimentos.
Os oceanos recebem boa parte dos poluentes
dissolvidos nos rios e riachos, além do lixo dos centros
industriais e urbanos e vazamentos de petróleo e seus
derivados provenientes de oleodutos, navios ou
plataformas.
A poluição por produtos químicos ou metais pesados causa a bioacumulação,
que é o fenômeno através do qual os organismos vivos acabam retendo dentro de si
algumas substâncias tóxicas.
Estas substâncias tóxicas vão se acumulando também nos demais seres da
cadeia alimentar, até chegar ao homem, provocando um processo lento de intoxicação e,
muitas vezes, letal.

3.2 – Citar, sucintamente, o propósito da Lei nº 9.985, de 2000, do Decreto


regulamentador nº 4.136, de 2002 e da Lei no 9.966, de 2000 sobre a fiscalização e
as sanções aplicáveis sobre a fiscalização e por danos ambientais nas águas
brasileiras.
Preocupadas com as consequências negativas advindas da poluição do meio
ambiente marinho, as nações sempre se mobilizaram no sentido de gerar acordos e
convenções para conseguir um maior controle dos riscos inerentes às atividades
marítimas.

25 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Dentre as normas, leis e convenções existentes, trataremos aqui das seguintes:

Lei nº 9.985, de 2000


Esta Lei instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC),
que tem os seguintes objetivos:
 Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais;
 Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
 Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
 Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
 Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento;
 Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
 Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
 Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
 Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
 Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e
monitoramento ambiental;
 Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
 Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em
contato com a natureza e o turismo ecológico; e
 Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e
economicamente.

Lei Federal n° 9.966, de 2000


Conhecida como “Lei do Óleo”, estabelece os princípios básicos a serem obedecidos na
movimentação de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em instalações
portuárias, navios e plataformas em águas sob jurisdição nacional.
Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição, tendo como base a
Convenção MARPOL.

Decreto Federal n° 4.136, de 2002


Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de
prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei
Federal n° 9.966, de 2000.
Segundo este Decreto, as infrações serão punidas com as seguintes sanções:
I - Advertência;
II - Multa simples;
III - Multa diária;
IV - Apreensão do navio;

26 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

V- Destruição ou inutilização do produto;


VI - Embargo da atividade;
VII - Suspensão parcial ou total das atividades; e
VIII - Restritiva de direitos.

São autoridades competentes para lavrar auto de infração os agentes da autoridade


marítima, dos órgãos ambientais federal, estaduais e municipais e do órgão regulador da
indústria do petróleo, no âmbito de suas respectivas competências.
Qualquer pessoa que constate a ocorrência de fato que possa se caracterizar como
possível infração de que trata este Decreto poderá comunicá-lo às autoridades
competentes, para que se possa realizar a devida apuração.

3.3 – Citar as principais fontes poluidoras: derramamento de óleo, água de lastro,


lixo e esgoto.
Uma grande parte da poluição dos oceanos é produzida em terra. São resíduos
provenientes de atividades humanas como urbanização, agricultura, despejo de esgoto
não tratado, dejetos industriais e falta de infraestrutura costeira.
O restante da poluição tem sua origem nas atividades desenvolvidas nos
próprios oceanos e nas suas zonas costeiras. São provenientes de vários tipos de
instalações e embarcações, tais como: navios de carga, de passageiros, barcos de pesca
e de turismo, plataformas fixas e móveis, etc.
Os principais grupos de contaminantes marinhos são: hidrocarbonetos de
petróleo (óleos), água de lastro, lixo e esgoto.

DERRAMAMENTO DE ÓLEO
Atualmente, o petróleo é a principal fonte de energia para
garantir o desenvolvimento das indústrias e movimentar
os meios de transportes em todo o mundo. Com isso, os
riscos de derramamento são grandes.
O derramamento de óleo é considerado um dos maiores e
mais graves desastres ecológicos. Os ecossistemas,
quando afetados, só conseguem se recompor após
dezenas de anos, desde que sejam limpos rapidamente e
desde que não haja mais nenhum outro problema sério nesse longo período.

ÁGUA DE LASTRO
É chamado de lastro o material usado para fazer peso e manter
as condições de equilíbrio das embarcações. Antigamente os
navios usavam material sólido para lastrá-los, o que causava
problemas.
A grande vantagem de se utilizar a água salgada como lastro é o
fato dela ser um fluido de fácil manuseio e captação. A
desvantagem é o fato das embarcações percorrerem vários
locais do mundo, recebendo água para lastro de ecossistemas
que podem ser completamente diferentes do ambiente onde essa
água será descarregada, podendo vir a perturbar o equilíbrio
ecológico.

27 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

Ao contrário do que ocorre com outras formas de poluição, a introdução de novas


espécies marinhas pode ser irreversível, pois sem inimigos naturais (predadores ou
competidores pelos recursos) tais organismos podem se expandir rapidamente.

LIXO
As Plataformas produzem lixo de diversos tipos, tais como: papel/papelão, vidro, metal,
plástico, resto alimentar, além de, eventualmente, produzirem lixos tóxicos, explosivos e
radioativos.
Alguns desses lixos, se não forem corretamente coletados e descartados, serão uma
significativa fonte de poluição e demorarão muitos anos para se decompor, causando
sérios problema para a vida marinha.

ESGOTO
Esta fonte de poluição carrega altas dosagens de fosfato e nitrogênio, originando micro-
organismos causadores de doenças como hepatite, por exemplo.
Para se ter uma ideia, uma plataforma com 300 trabalhadores gera uma quantidade
estimada entre 5.000 a 10.000 litros de esgoto sanitário por dia.

3.4 – Citar os procedimentos básicos para prevenção da poluição no meio ambiente


marinho em relação ao: lixo, esgoto, óleo, água de lastro, lixo industrial, etc.
No item anterior foram apresentadas as principais fontes poluidoras e agora
vamos citar os procedimentos básicos para a prevenção de cada fonte poluidora.

LIXO
Para evitar que o lixo seja lançado ao mar, as plataformas são dotadas de um Plano de
Gerenciamento de Lixo, no qual constam todas as ações que devem ser adotadas para o
descarte dos diversos tipos de resíduos.
A coleta de lixo deve ser seletiva, ou seja, haverá recipientes específicos para a coleta de
papel/papelão, vidro, metal, plástico, resto alimentar, etc.
Os resíduos alimentares podem ser triturados e descartados para o mar.
Os resíduos sólidos, que não sejam restos de alimento, devem ser armazenados e,
posteriormente, descarregados para os barcos de apoio.
Para resíduos tóxicos, explosivos e radioativos devem ser observadas as recomendações
especificas para o seu armazenamento e descarga para os barcos de apoio.

COLETA SELETIVA

28 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

ESGOTO
Para evitar que o esgoto seja lançado ao mar “in natura”, as plataformas são dotadas de
plantas de tratamento de esgoto que, através de processos físicos, químicos ou
biológicos, removem as cargas poluentes do esgoto, devolvendo ao ambiente o produto
final, efluente tratado, em conformidade com os padrões exigidos pela legislação
ambiental.

ÓLEO
Nas Plataformas, quando há a necessidade de se esgotar, para o mar, misturas onde
possa haver a presença de óleo, é utilizado o equipamento denominado “Separador de
Água e Óleo”, que garante que a descarga para o mar somente se dará quando a
concentração de óleo na mistura for inferior a 15 ppm (Partículas Por Milhão).
As misturas com concentrações maiores que 15 ppm deverão ser descarregadas para os
barcos de apoio, que efetuarão o transporte para terra, para que tenham a destinação
correta.
Caso haja algum derramamento acidental de óleo, seja no convés ou no mar, a
Plataforma deverá cumprir os procedimentos previstos no “SOPEP PLAN” (Plano de
Emergência para Poluição por Óleo).

ÁGUA DE LASTRO
Para reduzir os impactos ambientais provocados pela troca da água de lastro, as
seguintes ações devem ser adotadas pela embarcação:
 Possuir um Plano de Gerenciamento da Água de Lastro;
 Trocar pelo menos 95% da água contida nos seus tanques de lastro antes de alcançar
a distância de 200 milhas náuticas do porto de destino. O local dessa troca deve ter
pelo menos 200 metros de profundidade; e
 Caso possuam um Sistema de Tratamento de Água de Lastro, devem operá-lo.
Estas ações constam da NORMAM-25 (Norma da Autoridade Marítima nº 25).

LIXO INDUSTRIAL
A planta industrial das Plataformas gera resíduos que precisam ser descartados. A
maneira como serão realizados estes descartes é estabelecida pelos órgãos de controle
do meio ambiente.
Dependendo das características físico-químicas dos resíduos, serão transportados para
terra pelos barcos de apoio ou descarregados para o mar. Para que possam ser
descarregados para o mar deverão atender a requisitos mínimos, de modo que não haja
prejuízo para o meio ambiente.

BARCO DE APOIO

29 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

3.5 – Conceituar águas jurisdicionais brasileiras (AJB) e a competência da


Autoridade Marítima.

ÁGUAS JURISDICIONAIS BRASILEIRAS (AJB)


Compreendem as águas interiores e os espaços marítimos nos quais o Brasil
exerce jurisdição em algum grau sobre atividades, pessoas, instalações, embarcações e
recursos naturais encontrados na massa líquida, no leito ou no subsolo marítimo, para os
fins de controle e fiscalização, dentro dos limites da legislação internacional e nacional.
Os espaços marítimos acima citados compreendem a faixa de 200 milhas náuticas
contadas a partir da linha de base, acrescida das águas sobrejacentes à extensão da
Plataforma Continental que for além das 200 milhas náuticas.

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

FERNANDO DE NORONHA

200 MILHAS TRINDADE E MARTIM VAZ

PLATAFORMA CONTINENTAL
ALÉM DAS 200 MILHAS

AUTORIDADE MARÍTIMA BRASILEIRA


Por lei, o Comandante da Marinha é a Autoridade Marítima Brasileira, que tem, dentre
várias atribuições e responsabilidades, a tarefa de fiscalizar, nas Águas Jurisdicionais
Brasileiras, o cumprimento das normas referentes ao meio ambiente marítimo.

Representantes da Autoridade Marítima


Para possibilitar o cumprimento de todas as tarefas atinentes à Autoridade Marítima, sua
estrutura é descentralizada por meio de vários Representantes.
Dentre os representantes da Autoridade Marítima, podemos ressaltar a Diretoria de
Portos e Costas (DPC), os Distritos Navais, as Capitanias dos Portos, as Delegacias e as
Agências.

30 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

3.6 - Mostrar a organização distrital da Marinha, focalizando as Capitanias dos


Portos, suas Delegacias e Agências como Agentes legais da Autoridade Marítima.
Em termos regionais, a Marinha do Brasil é dividida em Distritos Navais, onde
estão localizados os Agentes Legais da Autoridade Marítima, que são: as Capitanias dos
Portos, as Delegacias e as Agências (classificação estabelecida em função da
intensidade das atividades marítimas do local).

31 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

3.7 - Distinguir as tarefas de fiscalização: “port state” e “flag state”.


A fiscalização nas Águas Jurisdicionais Brasileiras é uma atividade exercida
pelas Capitanias, Delegacias e Agências localizadas nos diferentes Distritos Navais.

PORT STATE CONTROL


Esta denominação, conhecida internacionalmente, é a fiscalização realizada pelos
Agentes Legais da Autoridade Marítima nas embarcações estrangeiras operando em
Águas Jurisdicionais Brasileiras.

FLAG STATE
Esta denominação, conhecida internacionalmente, é a fiscalização realizada pelos
Agentes Legais da Autoridade Marítima nas embarcações de Bandeira Brasileira.

3.8 - Definir e enquadrar as seguintes ilegalidades: passageiro clandestino a bordo


e terrorismo.

PASSAGEIRO CLANDESTINO
Passageiros clandestinos são aqueles encontrados a bordo que não cumpriram o trâmite
legal para o embarque.
Os passageiros clandestinos ficam sujeitos a prisão a bordo e serão entregues à
autoridade policial. O ingresso de clandestino no Brasil é uma infração administrativa, no
qual o procedimento adotado pela Polícia Federal é retirá-lo do local, submetê-lo a uma
inspeção médica, antes do retorno ao país de origem.

TERRORISMO
Terrorismo é uma estratégia que consiste no uso de violência, física ou psicológica, por
indivíduos ou grupos, contra a ordem estabelecida, através de ataques a um governo ou à
população que o legitimou, com o objetivo de constranger ou infringir danos.
Após os atentados terroristas em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, os países
mais sujeitos a esse tipo de ação, em especial os EUA, decidiram que seria necessário
ampliar a fiscalização de produtos e pessoas que entram em seus portos e aeroportos.
Para isto, trabalharam junto aos países membros da Organização Marítima Internacional
(IMO) para a aprovação de uma legislação que aumentasse as normas de segurança das
instalações portuárias e navios envolvidos em viagens internacionais.
Assim, em uma Conferência Diplomática da IMO, realizada no
mês de dezembro de 2002, foi aprovado o "Código
Internacional de Segurança para Navios e Instalações
Portuárias" (International Ship and Port Facility Security
Code – ISPS CODE).
A adoção deste código representou uma alteração
significativa na abordagem da proteção no setor marítimo,
estabelecendo a necessidade da instalação de novos
equipamentos de controle/proteção e a implementação de
programas de capacitação e treinamento.

32 Revisão 20180613
Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
O meio ambiente agradece.

3.9 - Diferenciar pirataria no mar de atos ilícitos, como assalto ou roubo armado.
Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre
o Direito do Mar, Montego Bay - Jamaica, constituem
pirataria quaisquer dos seguintes atos:
a) Todo ato ilícito de violência, detenção ou depredação
cometido para fins privados, pela tripulação ou pelos
passageiros de um navio privado, e dirigido contra:
i) Um navio em alto mar ou pessoas ou bens a bordo
dos mesmos; e
ii) Um navio, pessoas ou bens em lugar não submetido à jurisdição de algum
Estado.
b) Todo ato de participação voluntária na utilização de um navio quando aquele que o
pratica tenha conhecimento de fatos que deem a esse navio o caráter de navio pirata.
A diferença entre pirataria e atos ilícitos como assalto ou roubo é que, como
visto na definição acima, o ato de pirataria é executado em alto mar ou fora da jurisdição
de um Estado enquanto os outros atos ilícitos não.
Desta forma, os atos que a mídia normalmente divulga como pirataria contra
navios atracados/fundeados no porto de Santos ou na baia de Guanabara, são na
verdade roubos armados.

4.0 – Referências Bibliográficas


a) BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho. NORMA REGULAMENTADORA (NR-30).
b) CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Uma
abordagem holística. Ed. Atlas, 1999.
c) NOGUEIRA, Nildo Ribeiro. Desenvolvendo as competências profissionais. 1ª ed.
São Paulo: Érica, 2001.
d) OLIVEIRA, Sebastião Mauro. Apostila de Segurança do Trabalho. CIAGA. RJ. 2006.

FIM DA DISCIPLINA SPR-P

33 Revisão 20180613

Você também pode gostar