Protecao Ambiental

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Proteção Ambiental

Edição 1
Proteção Ambiental

Autoria: Karla Nascimento de Souza

1ª Edição
2023

C397 Universidade Cesumar - UniCesumar


Proteção Ambiental / Karla Nascimento de Souza - Indaial, SC:

Arqué, 2023.

XXX p. : il.

ISBN papel xxxxxxxxxxxxxxx

ISBN digital xxxxxxxxxxxxxxx

“Graduação - EaD”.

1. Palavra-chave 1 2. Palavra-chave 2 3. EaD. I. Título.

CDD - XXXXX

Núcleo de Educação à Distância

Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.

Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Impresso por:
Sumário

CAPÍTULO 1..................................................................................... 9

INICIE SUA JORNADA.....................................................................11

DESENVOLVA SEU POTENCIAL................................................... 13

1 CONHECENDO O AMBIENTE EM QUE SE VIVE...................... 13

1.1 Os recursos naturais............................................................ 15

1.1.1 Os mais importantes recursos naturais renováveis...... 19

1.2 Princípios da ecologia........................................................... 21

1.3 Fundamentos relacionados à proteção ambiental........... 30

1.1.1 Política Nacional do Meio Ambiente e Sistema Nacional


do Meio Ambiente.......................................................................... 35

NOVOS DESAFIOS........................................................................ 44

AUTOATIVIDADE............................................................................ 45

REFERÊNCIAS............................................................................... 47
Sumário

CAPÍTULO 2................................................................................... 49

INICIE SUA JORNADA.................................................................... 51

DESENVOLVA SEU POTENCIAL................................................... 53

1 RELAÇÃO DO HOMEM COM O MEIO AMBIENTE..................... 53

2 EXPLORAÇÃO DO RECURSOS NATURAIS.............................. 58

2.1 Impactos ambientais................................................................ 63

2.2 Poluição Ambiental................................................................ 65

2.2.1 Poluição do Ar..................................................................... 67

2.2.2 Poluição das Águas............................................................ 70

2.2.3 Poluição do Solo................................................................ 71

2.2.4 Poluição Radioativa............................................................. 72

2.2.5 Poluição Térmica................................................................. 74

2.2.6 Poluição por Resíduos....................................................... 74

3 CONSEQUÊNCIAS DA EXPLORAÇÃO AO MEIO AMBIENTE E À


VIDA DAS PESSOAS...................................................................... 75

3.1 Escassez de Recursos Naturais.......................................... 76

3.2 Perda da Biodiversidade........................................................ 78

3.3 Mudanças Climáticas............................................................. 79

3.4 Danos à Saúde Humana.......................................................... 81


Sumário

3.5 Insegurança Alimentar.......................................................... 81

3.6 Deslocamento de Comunidades........................................... 81

3.7 Desastres Naturais............................................................... 82

NOVOS DESAFIOS........................................................................ 83

AUTOATIVIDADE............................................................................ 84

REFERÊNCIAS............................................................................... 86
Sumário
CAPÍTULO 3................................................................................... 88

INICIE SUA JORNADA.................................................................... 90

DESENVOLVA SEU POTENCIAL................................................... 92

1 ECODESENVOLVIMENTO ......................................................... 92

1.1 Conceitos Fundamentais ...................................................... 93

1.2 Princípios do Ecodesenvolvimento..................................... 96

1.3 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável.................. 99

1.4 Políticas Públicas e Estratégias de Implementação......... 99

1.5 Educação e Conscientização.............................................. 101

1.6 Desafios Futuros ................................................................ 103

1.6.1 Tecnologias Sustentáveis ............................................... 104

1.6.2 Economia Circular............................................................ 107

2 PLANEJAMENTO AMBIENTAL NA ORGANIZAÇÃO ............... 109

2.1 Diagnóstico Ambiental da Organização ............................111

2.2 Legislação e Regulamentações Ambientais ......................112

2.3 Estabelecimento de Objetivos e Metas Ambientais .........113

2.4 Estratégias e Planos de Ação ............................................114

2.5 Avaliação de Impacto Ambiental...........................................115

2.6 Educação Ambiental nas Organizações.............................116

3 PRINCÍPIOS ÉTICOS.................................................................118

NOVOS DESAFIOS...................................................................... 120

AUTOATIVIDADE.......................................................................... 121

REFERÊNCIAS............................................................................. 123
APRESENTAÇÃO
Sejam bem-vindos à disciplina de “Proteção ambiental”, ao entrar nessa dis-
ciplina, como o próprio nome dela sugere, espera-se encontrar formas de auxiliar
o planeta Terra em causas ambientais. Sabe-se que, ao longo do tempo, o ho-
mem foi evoluindo e com isso vários impactos negativos foram sendo atrelados ao
planeta, entre eles o mais conhecido de todos a destruição da camada de Ozônio.

Dessa forma, esta disciplina busca fundamentar sobre como e por que reali-
zar a proteção ambiental, bem como entender os princípios da ecologia, além de
observar quais são os recursos naturais, como se encontram e como podemos
atuar de maneira a proteger e evitar danos a todo o meio ambiente. Salientando
que o ambiente em questão da disciplina é aquele em que todos os seres estão
inseridos, visualizando de maneira macro, ou seja, tanto pessoas, animais, assim
como o Brasil, e o mundo como todo.

Ao longo da unidade, será possível entender quais são os direitos e os


deveres da população como um todo, assim como os dos poderes públicos. Você
conhecerá a legislação vigente no Brasil e quais órgãos são responsáveis por
acompanhar, desenvolver e aplicar cada uma delas. É de suma importância o co-
nhecimento referente a essas diretrizes, que ajudam a garantir um meio ambiente
preservado e ecologicamente adequado para todos.

Outro ponto importante é a necessidade de identificação de atividades


que o homem desenha que geram impactos ambientais, sejam eles positivos ou
negativos. Pois eles estão ligados às estratégias, ao planejamento e à execução
de atividades que buscam solucionar os pontos negativos, fazendo com que seja
possível o controle e a garantia pela qualidade do meio ambiente, visando princi-
palmente às atividades proveniente de fontes empresariais.
C APÍTULO 1
TEMA DE APRENDIZAGEM

Recursos naturais,
ecologia e
fundamentos da
proteção ambiental.
Minhas metas:

3 Conhecer quais são os recursos naturais.

3 Entender a diferença entre recursos renováveis e não renováveis.

3 Aprender os principais conceitos da ecologia.

3 Compreender a relação da ecologia e os recursos naturais.

3 Analisar a legislação de cuidados com o ambiente.

3 Conhecer os riscos ambientais.


Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

INICIE SUA JORNADA

Ao falar sobre proteção ambiental, vários pontos são pensados e analisados


de maneira rápida e, às vezes, inconscientemente pela nossa cabeça. Percebe-
-se, ao longo dos anos, como a tecnologia tem avançado e chegado a patamares
inimagináveis, em alguns casos. Com ela vêm pontos negativos também, os quais
o ser humano em certos momentos não consegue compreender diretamente.

Exemplo desse tipo de situação é que, com o desenvolvimento da máquina a


vapor na Primeira Revolução Industrial, inicia-se então a liberação de gases que
contribuem para a destruição da camada de Ozônio. Essa destruição da camada
de Ozônio por muitos anos não foi sentida pelas pessoas na Terra, até que o im-
pacto começa a influenciar negativamente a vida terrestre, com derretimento das
geleiras, aumento da incisão de raio ultravioletas, entre outros.

Dessa forma, compreende-se que alguns pontos poderiam ter sido evitados
e que o ambiente, no qual as pessoas vivem e necessitam de seus recursos,
poderia ter sido poupado. Até que efetivamente essa conta chegue para todos,
inclusive aos donos de empresas, os considerados ricos, que são obrigados a de-
senvolver suas atividades de maneira mais sustentável e limpa.

P L AY N O CONH ECIM E NTO

Que tal conferir agora o episódio “O protagonismo jovem


contra as mudanças climáticas”, que discute sobre o papel
do jovem na pauta ambiental e como eles se encontram inse-
ridos em relação à crise climática?

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

É importante analisar como todas as pessoas estão inseridas e quais atitu-


des vêm sendo tomadas, atitudes essas que podem surgir de pequenos gestos,
como o fato de não jogar lixo na rua ou de realizar a coleta seletiva. Já pensou em
como e quais gestos do dia a dia podem contribuir para a preservação do ambien-
te em que você se encontra?

VAMOS RECORDAR?
Chegou o momento de relembrar sobre o clima na sua cidade quando você
ainda era uma criança, andava de bicicleta pelas ruas, independentemente do
horário. Você ainda lembra como se sentia em relação ao clima? Era quente
ou frio? As estações eram bem definidas? Confira este vídeo e refresque sua
memória!

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

Agora, vamos refletir um pouco sobre como e quais são nossas atitudes re-
ferentes às mudanças climáticas? As queimadas? Liberação de gás carbônico?
É de suma importância que, ao longo desta disciplina, ocorram reflexões sobre
como era o meio ambiente, o clima e as paisagens em décadas passadas e como
se encontram agora.

Outro ponto importante é que a proteção ao meio ambiente se trata de garan-


tia do planeta em que você reside para futuras gerações, inclusive a sua. Dessa
maneira, é importante compreender os recursos naturais e como contribuir para a
proteção do meio ambiente.

1 CONHECENDO O AMBIENTE EM QUE SE VIVE

Ao longo da jornada escolar, é comentado pelos professores/tutores sobre a


criação ou origem do planeta Terra, assim é muito falado sobre a tão famosa “Teo-
ria do Big Bang”. Você se recorda dessa teoria? Acredita nela? Bom, sabe-se que
existem diversas teorias para criação e surgimento do universo. Mas, falando so-
bre a Teoria do Big Bang, é possível afirmar que a comunidade científica registrou
essa teoria como sendo uma grande explosão cósmica, acontecida entre 10 e 20
bilhões de anos atrás. Salientamos que o termo “explosão” quer dizer que hou-
ve uma imensa liberação de alguma forma de energia, dando origem ao famoso
espaço-tempo.

A P ROF U N DANDO

A Teoria do Big Bang foi comunicada e difundida inicialmente pelos cientis-


tas George Gamow (1904-1968) e Georges Lemaître (1894-1966). Grande par-
te desta teoria é baseada nos estudos sobre a Relatividade de Albert Einstein
(1879-1955), além de outros estudos dos astrônomos Edwin Hubble (1889-1953)
e Milton Humanson (1891-1972) (Barsano et al., 2014).

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Seguindo a teoria, na qual é afirmado que houve então uma união das partí-
culas mais pesadas, formando, assim, átomos leves (como hidrogênio, lítio e hé-
lio), que são considerados os elementos químicos mais relevantes. Apenas após
1 bilhão de anos depois do Big Bag que os elementos químicos iniciaram um pro-
cesso de associação dando origem às galáxias (Barsano et al., 2014).

VOCÊ SABE RESPONDER?


Ao pensar no fenômeno da luz, você tem noção de quão ágil e rápida ela é? En-
tão, responde aí: qual é a velocidade da luz?
No vácuo, a velocidade da luz é de 300.000 km/s.

A partir de uma sucessão de acontecimentos no universo, surge a vida no


planeta Terra. Diversas teorias são aceitas pelos cientistas e críticos da área, mas
muitas coisas ainda não foram explicadas, fazendo com que existam alguns ques-
tionamentos sobre essas diferentes teorias. É importante salientar que existiram
muitas mudanças e evoluções ao longo dos anos para que o planeta Terra se en-
contre na sua atual configuração.

Figura 1 – A origem do planeta

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/planeta-do-sistema-solar-isolado-
em-plano-de-fundo-claro_39207177.htm#query=origem%20do%20
planeta&position=1&from_view=search&track=ais&uuid=d3c6cf25-3e2f-
41f3-8aad-97c79a5930a7. Acesso em: 24 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma esfera em que, abaixo dela,


há uma poeira e, na parte de dentro, metade se encontra iluminada em
tons de amarelo e a outra parte se encontra iluminada de azul-escuro.

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

O início da vida no planeta era basicamente com fauna e flora, e não existiam
recursos industriais. À medida que o homem foi passando por suas fases, deixa
de ser nômade e inicia a sua permanência em uma determinada área, começam a
ser criados diferentes elementos de acordo com as necessidades daquela época
e daquele momento específico.

O que pode ser notado é que chega um momento da passagem humana na


Terra em que não se pensa nos cuidados com o meio ambiente, pois naquele mo-
mento o entendimento é de crescimento e de que os recursos dados pela nature-
za serão infinitos, o que hoje já se sabe que não acontece bem assim.

1.1 Os recursos naturais

Ao pensar no meio ambiente, é necessário imaginar o planeta Terra como


um todo, tendo em vista que os recursos vão além do que os olhos podem ver.
Existe uma infinidade de seres vivos fazendo com que se tenha uma diversidade
encantadora compondo uma fauna e flora gigantesca. Todos esses seres vivos
passaram por mudanças, sejam eles animais, pessoas e plantas, pensando tam-
bém nos seres que estão na ordem micro, na qual ambos se adaptaram e evoluí-
ram para sobrevivência no planeta.

Figura 2 – Meio ambiente e suas belezas

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/plano-de-fundo-do-dia-
da-terra_23671399.htm. Acesso em: 24 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta um planeta envolto por muitas


plantas e árvores. A figura se encontra toda em tons e verde.

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Em 1972, na Conferência de Estocolmo, foi determinado o conceito de meio


ambiente humano. Se afirmar que:


O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que
o cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade
para desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. Em
larga e tortuosa evolução da raça humana neste planeta chegou-se
a uma etapa em que, graças à rápida aceleração da ciência e da
tecnologia, o homem adquiriu o poder de transformar, de inúmeras
maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os
dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são
essenciais para o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos
humanos fundamentais, inclusive o direito à vida mesma (Organização
das Nações Unidas, 1972, p.1).

Vale ressaltar que o meio ambiente não é formado apenas por recursos natu-
rais, como o ar, o solo, a terra, entre outros; mas também é formado por caracte-
rísticas populacionais. Em outras palavras, está relacionado com a presença dos
seres vivos que caracterizam a flora e a fauna, bem como os fatores artificiais,
que é tudo aquilo criado pelo homem que reflete e expressa a sua cultura ou a
sua necessidade mediante a vida em sociedade (Stein et al., 2018).

Atualmente, os recursos existentes podem ser classificados como naturais e


artificiais. Neste estudo, será dado enfoque aos recursos naturais. Com isso, exis-
tem os recursos naturais, que são de suma importância para a vida do ser huma-
no, fazendo uma junção de todos os elementos naturais que são utilizados, seja
de forma direta ou indireta. São exemplos de recursos naturais: água, solo, plan-
tas, minerais, combustíveis fósseis, sol, entre outros.

Os recursos naturais podem ser classificados como renováveis e não reno-


váveis, ou seja, sua classificação é dada de acordo com a sua disponibilidade na
natureza, sendo esgotáveis ou não. Sendo assim, é necessário que se faça a ges-
tão desses recursos naturais para que se perdure a raça humana no planeta, fo-
cando ainda mais nos recursos não renováveis (Reis; Camargo, 2018).

16
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Pode-se considerar que os recursos naturais estão inteiramente ligados aos


elementos da natureza que, de alguma forma, são utilizados para benefícios dos
seres humanos, fazendo com que seja possível a sobrevivência e o conforto dos
seres vivos. O grupo dos recursos naturais renováveis é formado por recursos
que são repostos de forma natural após o consumo. Já o grupo dos recursos na-
turais não renováveis é composto por recursos que não se renovam ou levam
muito tempo para se renovar, de certa forma, têm seu tempo de vida limitado, ou
seja, se esgotam (Reis; Camargo, 2018).

ZO OM N O CONH ECIM E NTO

Vale a pena compreender que os recursos flora e fauna são considerados recur-
sos naturais renováveis. Isso se dá pelo fato de que eles podem se multiplicar
e se repor naturalmente, ficando continuamente disponíveis no meio ambiente.
Mas, fique atento: não é porque eles são renováveis que não podem, em algum
momento, se esgotar, pois o tempo de reposição e reprodução precisa ser res-
peitado para que não ocorra a escassez (Reis; Camargo, 2018).

É importante observar que o gerenciamento e a forma com que são cuida-


dos esses recursos naturais renováveis têm uma importância gigantesca. Pense
em um recurso importantíssimo para a sobrevivência de todos os seres, em es-
pecial os seres humanos? Pensou em quê? Pense na água. A água possui seu
ciclo, sua forma de se renovar e, entre outros pontos, quando esse tempo não é
obedecido, muitos fatores são comprometidos, surgem as secas, fauna e flora em
destruição, seres humanos desidratados, doentes e muitas outras consequências.

Dessa forma, se fazem necessárias ações preventivas, como o bom uso dos
recursos, gestão e planejamento; além de ações protetivas utilizadas em casos de
emergência.

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Figura 3 – O cuidado com o local em que se vive

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/salve-a-ilustracao-do-conceito-
de-planeta-com-homem-e-mulher_7765929.htm#query=meio%20
ambiente&position=6&from_view=search&track=ais&uuid=cdc2c16c-068f-
487f-a571-24d21e03ed0e. Acesso em: 24 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta a Terra cortada ao meio, na par-


te de cima do planeta, encontram-se duas pessoas, um homem e uma
mulher sentados regando uma muda de planta.

Em relação ao Brasil, é possível afirmar que se trata de um país que possui


diversos elementos naturais, de tal forma que a maior fração da economia bra-
sileira é proveniente da exploração dos recursos naturais. Pode-se observar um
grande elemento natural brasileiro que é a sua floresta, de maneira mais especí-
fica a floresta Amazônica, considerada o “pulmão” do mundo, além de ser rica em
outros recursos naturais, como água, flora e fauna (Reis & Camargo, 2018).

O Brasil é visualizado por ser um país rico em relação aos recursos natu-
rais, no qual existe uma fauna e flora bastante diversificadas e com uma beleza
impressionante. Além disso, é um país com muitas matas e envolto em oceanos.
Então, é possível obter recursos para sobrevivência das pessoas tanto na terra,
como na água e no ar. Além do mais, é um país com um grande potencial de gera-
ção de energia limpa, seja ela por meio do vento, do sol ou até das ondas.

É de suma importância a compreensão de que os recursos que estão à dis-


posição na natureza, independentemente da origem e da forma, alguns são bem
mais abundantes que outros. Dessa forma, é preciso ficar atento às limitações de

18
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

uso. A partir desse princípio, recai a necessidade de informar e conscientizar toda


população sobre a forma que devem ser utilizados esses recursos, assim como
as consequências provenientes da escassez deles. É preciso que seja ressaltado
que a responsabilidade sobre a preservação e conservação dos recursos, sejam
eles renováveis ou não renováveis, é de todos. Pois, como se sabe, ambos ne-
cessitam de tais recursos naturais para sua sobrevivência e perpetuação das ra-
ças (Reis; Camargo, 2018).

EU I N DI C O

A fim de compreender sobre os recursos naturais que podem


ser utilizados para geração de energia no Brasil, leia o artigo
“Energia e meio ambiente”. Neste artigo são apresentadas in-
formações preciosas sobre o setor energético brasileiro. Clique
no QR code e confira. Ao longo da leitura, faça apontamentos e
anotações que sejam pertinentes.

1.1.1 Os mais importantes recursos naturais


renováveis
Sabe-se que existem diferentes tipos de recursos naturais renováveis, po-
rém, entre eles, existem os que são compreendidos como os mais importantes,
pois garantem a sustentabilidade e a sobrevivência das espécies, principalmente
a espécie humana. Entre eles, é possível citar a água, o ar/vento e o solo. Obser-
ve um pouco mais sobre cada um deles a seguir.

A água, recurso natural de suma importância para sobrevivência, possui ape-


nas 3% do total existente no mundo que é passível de uso, o restante, ou seja,
97% da porção de água, se encontra congelada ou é salgada. Esse recurso é
responsável por manter a vida no planeta, que compreende parte do corpo de
todos os seres vivos. Sabe-se que, devido ao mau uso da água e à superpopu-
lação, hoje em dia se faz necessário um bom planejamento e o racionamento do
recurso tido como infinito. Hoje, a água também é dada como fonte geradora de
energia elétrica, na qual ocorre a transformação de energia potencial gravitacional
em energia elétrica, devido às quedas de água. Para que a energia gerada seja
de potência alta, se faz necessário que a queda seja com grandes alturas e com
grande vazão (Reis; Camargo, 2018).

19
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Outro importante recurso natural é o ar ou vento, que é composto por diferen-


tes tipos de gases, entre eles o oxigênio. Por meio do ar ou do oxigênio, os seres
vivos como um todo realizam a respiração. É de conhecimento de muitos que o ar
se encontra bastante poluído, a maior parcela dessa poluição é de responsabili-
dade humana, devido a, por exemplo, queimadas, indústrias, queima de combus-
tíveis fósseis, entre outros. Essa poluição acaba afetando a qualidade do ar, que
acarreta um dos principais motivos dos problemas respiratórios da população. O
ar também é capaz de produzir energia, energia essa que pode ser considerada
limpa. Nesse caso, a energia cinética proveniente dos ventos movimenta as hé-
lices dos aerogeradores, que é convertida em energia mecânica e, em seguida,
em energia elétrica (Reis; Camargo, 2018).

Figura 4 – As fontes de energia renováveis

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/personagens-de-pessoas-
segurando-icones-de-energia-verde_3425168.htm#query=recursos%20
renov%C3%A1veis&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=c234e3
ca-be5d-4674-8f0e-1cbac57e3c00. Acesso em: 24 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta quatros pessoas, a primeira


pessoa, da esquerda para direita, se encontra segurando o sol e uma
placa fotovoltaica; a próxima segura um aerogerador, seguida de uma
pessoa com uma lâmpada e, por fim, uma pessoa que segura uma ba-
teria e uma gota de água.

20
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

O solo é composto por diversos materiais, entre eles, minerais, matéria orgâ-
nica, água, ar e os organismos vivos, se tornando a camada mais superficial da
crosta da Terra. Além de ser o local em que a população vive e anda, se trata de
um recurso que é possível realizar cultivos e explorar de outras formas, auxiliando
na sobrevivência humana.

De acordo com a formação dos solos, eles podem ser classificados como so-
los férteis ou inférteis, podendo ter essa variação de acordo com a decomposição
da matéria orgânica e da disponibilidade de degradação (Reis; Camargo, 2018).

EU I N DI CO

Como forma de fixar e compreender melhor sobre o que são


os recursos naturais, a diferença entre os recursos renováveis
e os não renováveis, assim como conhecer mais sobre alguns
recursos, acesse o QR Code e confira. Aproveite este momento
para ampliar seus conhecimentos.

1.2 Princípios da ecologia

Ao iniciar o estudo sobre ecologia se faz necessário entender o que de fato


se trata o termo. Então, ecologia é uma ciência que busca compreender os or-
ganismos e as relações deles com o meio ambiente, assim como com as po-
pulações, comunidades, ecossistemas e a biosfera. A ecologia está ligada aos
estudos desde os princípios. Dessa forma, a ecologia acompanha a história natu-
ral do mundo (Reis et al., 2020).

ZOOM N O CONH ECIM E NTO

O biólogo e naturalista de descendência alemã chamado Ernst Harckel (1834-


1919) criou a palavra ecologia, esse fato aconteceu há mais de 100 anos. Ele
uniu termos de origem grega, um deles é “oikos”, que quer dizer casa, e o outro
“logos”, que tem significado de estudo. Dessa forma, a ecologia pode ser com-
preendida como a ciência que estuda as “causas naturais”, quer dizer que es-
tuda os ambientes da natureza e como os seres que a habitam se comportam
(Reis et al., 2020).

21
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Ao falar de ecologia e do que ela estuda, é necessário conhecer dois fatores,


os fatores abióticos e bióticos. O primeiro trata de todos os seres vivos, como pro-
dutos e consumidores; já o segundo termo é dado para todos os processos físi-
cos e químicos envolvidos, como condições e fatores relacionados ao clima. Com
isso, é possível afirmar que as populações estão relacionadas com o equilíbrio e
a disponibilidade de recursos, fazendo com que existam as relações no meio am-
biente (Reis; Camargo, 2018).

A ecologia se organiza em níveis, que seguem uma hierarquia de junção de


sistemas, classificando do mais simples ao mais completos, como mostra a figura
a seguir:

Figura 5 – Níveis de organização da ecologia

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#ParaTodosVerem: a figura apresenta vários círculos, dentro de cada


um deles tem uma palavra escrita e uma seta próxima indicando a dire-
ção a seguir, os círculos são de várias cores.

Hoje em dia, a ecologia é bastante valorizada e visada, despertando o inte-


resse tanto do público leigo, quanto da comunidade científica. Isso porque o seu
estudo é imprescindível para a preservação do meio ambiente e dos seres vivos
existentes. A ecologia trata o meio ambiente como um panorama animado ou ina-
nimado em que existe viva para se desenvolver. A ecologia possui um foco maior
em definir as causas da distribuição e da fartura de organismos (Reis et al., 2020).

22
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Já que a ecologia avalia e busca compreender os processos, as interações,


bem como as dinâmicas existentes entre os seres vivos existentes em um ecos-
sistema, logo as interações ecológicas são identificadas pele benefício de todos
os seres (harmônicas) ou pelo malefício de um deles (desarmônicas), podendo
acontecer entre indivíduos da mesma espécie (intraespecíficas) ou até em espé-
cies distintas (interespecíficas) (Reis et al., 2020).


Relações intraespecíficas harmônicas: sociedade (organização de
indivíduos da mesma espécie) e colônia (agrupamento de indivíduos
da mesma espécie com graus de dependência entre si).

Relações intraespecíficas desarmônicas: canibalismo e competição intra e


interespecíficas (seleção natural). São relações entre espécies iguais, porém
há um prejuízo para pelo menos um dos lados.

Relações interespecíficas harmônicas: mutualismo (ou simbiose),


protocooperação, inquilinismo (ou epibiose) e comensalismo.

Relações interespecíficas desarmônicas: amensalismo (ou antibiose),


herbivorismo, predatismo, parasitismo e esclavagismo intra e interespecífico.”
(Reis et al., p. 16, 2020).

É importante a compreensão que a ecologia possui maneiras de classificar


as relações entre os seres vivos, fazendo com que seja identificado a forma como
ocorre, os principais fatores de cada relação e entre outras informações. Facilitan-
do a compreensão de como funcionam os ecossistemas.

Veja a seguir alguns conceitos importantes utilizados na ecologia:

23
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Espécie
Conjunto de indivíduos semelhantes entre si e capa-
zes de se reproduzir em condições naturais, gerando
descendentes férteis e semelhantes.

Nicho ecológico
Conjunto de indivíduos semelhantes entre si e capa-
zes de se reproduzir em condições naturais, gerando
descendentes férteis e semelhantes.

Habitat
Local onde vive determinada espécie.

24
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Cadeia alimentar
Relação alimentar entre os seres vivos em um ecos-
sistema. Essa cadeia é composta por produtores,
consumidores e decompositores, ocorrendo, assim,
o fluxo de matéria e energia por meio da nutrição.

Decompositores
Processo de reciclagem natural da matéria orgânica,
realizado por bactérias e fungos, para obtenção de
energia. Com isso, liberam-se substâncias mais sim-
ples e fáceis de serem aproveitadas pelos vegetais.

Produtor
Grupo de autótrofos, seres que produzem sua própria
energia por meio da fotossíntese ou quimiossíntese,
como as plantas.

25
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Consumidor
Grupo de heterótrofos, seres que não conseguem fa-
bricar seu próprio alimento, mas consomem os pro-
dutores ou outros consumidores para adquirir ener-
gia, como os animais.

Bioma
Compreende as grandes paisagens da terra. Um
bioma pode ser definido como uma paisagem ho-
mogênea de nosso planeta; isto é, o conjunto de co-
munidades bióticas combinado a fatores abióticos
similares.

Existe uma relação entre a ecologia e os recursos naturais, essa relação


ocorre devido à afirmativa que os recursos naturais são tudo aquilo que tem ma-
terial, seja ele biótico ou abiótico, e esteja sendo ofertado pela na natureza e nos
ecossistemas para que o ser humano possa utilizar, isso envolve diretamente o
conceito e a base dos estudos ecológicos (Reis; Camargo, 2018).

Em razão do uso da ecologia para utilização de recursos naturais, apresen-


tou-se bons resultados, fazendo com que as decisões e o planejamento referente
ao uso de um recurso específico ajudassem também com a preservação para as
gerações futuras. Um termo bastante utilizado é “manejo”, a palavra tem o signifi-
cado relacionado à execução de procedimento e operações que influenciam nas
condições do ambiente em uma área específica, a qual tem o objetivo de aumen-
tar a produtividade, ampliar os valores da matéria-prima, assim como melhorar a
qualidade (Reis; Camargo, 2018).

26
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Figura 6 – Os estudos da ecologia

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/grupo-de-businesspeople-punho-
esbarrar-escrivaninha_2555046.htm#query=ecologia&position=12&from_
view=search&track=sph&uuid=e00ace96-37e5-4dd2-91f2-
7fe638602be8. Acesso em: 24 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta três braços de pessoas diferen-


tes, as mãos estão fechadas e próximas umas das outras. No plano de
fundo da imagem, se encontram desenhos de folhas, lâmpada, gota de
água, planeta Terra, entre outros.

Para que o manejo dos recursos naturais traga aspectos positivos, como
rentabilidade, segurança na execução do trabalho, continuidade na produção e a
preservação dos recursos, se faz necessário que alguns procedimentos sejam re-
alizados, garantindo (Reis; Camargo, 2018):

• Que o ambiente mantenha a capacidade de oferecer de maneira contínua os


produtos e serviços, sejam diretos ou indiretos.

• Continue se regenerando de maneira natural.

• Mantendo a biodiversidade.

• Seja sustentável.

• Melhorias para utilização do manejo em agroecossistemas.

• Ampliação da diversidade produtiva, garantindo a segurança alimentar e a ge-


ração de renda.

27
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

• Auxílio para produtores no momento da comercialização.

• A conscientização de todos tanto em relação ao ambiente e à cidadania.

É de conhecimento de todos que o homem diante de suas atitudes mediante


ao meio ambiente gerou e ainda gera malefícios. Entre esses malefícios, pode-
mos citar: o aumento da geração de resíduos sólidos, a poluição (da água, do solo
e da atmosfera), ampliação do efeito estufa, o aquecimento global, alterações cli-
máticas e entre muitas outras. Somado a esses pontos, o ser humano ainda utiliza
o meio ambiente para caça, pesca, desmatamento e utilização de queimadas fa-
zendo com que ele próprio seja beneficiado, porém prejudicando vários animais e
plantas, os colocando em risco de extinção (Reis et al., 2020).

Todos esses pontos influenciaram diretamente na busca pelo conhecimen-


to e pesquisas na área da ecologia, isso ocorreu em nível mundial, no qual são
visadas as grandes ameaças de destruição que o homem traz para a biosfera
como um todo. Ocorreram situações ecossistemas por completo eram mantidos
por ameaças destrutivas proveniente de atitudes humanas, em sua maioria se tra-
ta de ações não pensadas, pouco racionais (Reis et al., 2020).

A poluição pode ser definida como uma forma de deterioração das condições
ambientais do habitat que se encontra a sociedade. Os principais tipos de polui-
ção são:

Poluição do solo: é dada pelo descarte incorreto de


resíduos sólidos e líquidos, além de produtos quími-
cos em contato com o solo, subsolo e até lençóis fre-
áticos.

28
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Poluição do ar: é constituída pela emissão de gases


poluentes, principalmente o gás carbônico, causan-
do alterações na atmosfera.

Poluição da água: causada por descarte incorreto de


resíduos, fazendo com que as propriedades físicas e
químicas sejam alteradas, tornando a água imprópria
para uso.

Poluição acústica: dada pela alteração do som de de-


terminado espaço, fazendo com que a saúde física e
mental das pessoas e animais sejam prejudicadas.

29
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Poluição visual: causada pelo excesso de informa-


ções, placas, outdoors, pichações, entre outros re-
cursos, encontrada principalmente em grandes cen-
tros urbanos.

1.3 Fundamentos relacionados à proteção


ambiental

Com o passar dos anos e de diversos acontecimentos, surgiu um leque de leis,


normas técnicas e outros tipos de regulamentações, as quais têm como objetivo a
preservação ambiental e a garantia de que ocorra da melhor forma possível o apro-
veitamento dos recursos naturais. Nesses casos, são envolvidos tanto os poderes
públicos, a iniciativa privada e toda a sociedade civil (Barsano et al., 2014).

ZO OM N O CONH ECIM E NTO

A destruição do meio ambiente se encontra relacionada com diversos ciclos


de atividades econômicas no Brasil, em diferentes momentos, pode ser citado
(Barsano et al., 2014):

• Exploração do pau-brasil e de madeiras consideradas nobres.


• Economia açucareira dos senhores de engenho.
• Exploração dos mineiros em diferentes épocas.
• O ciclo da borracha e do café.
• Ampliação da indústria de base, como a exploração do petróleo e das usi-
nas hidrelétricas.
• Ocupação territorial.
• Crescimento urbano proveniente de imigrações e migrações

30
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Hoje, o Brasil é considerado um país em que existe uma forte legislação am-
biental, considerada uma das mais completas e completas em todo o mundo. Além
disso, essas regulamentações se encontram disponíveis para serem consultadas a
qualquer momento e a qualquer hora na Internet.

Mas é importante comentar que a evolução dessa legislação aconteceu de for-


ma gradual, em outros pontos até de forma lenta, além de ter sido atrelada aos inte-
resses de Portugal. Lembrando que, na visão de Portugal, o Brasil é um local com
grandes riquezas que deveriam ser exploradas. Após a Independência do Brasil é
que, de certa forma, diferentes leis surgiram e puderam regrar a relação da socieda-
de com o meio ambiente em que se vive (Reis; Camargo, 2018).

Figura 7 – Cronologia das primeiras legislações brasileiras

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#ParaTodosVerem: a figura apresenta vários retângulos, cada um


apresenta um ano em ordem cronológica e dentro deles se encontram
algo característico do ano.

31
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Essas leis que foram publicadas no Brasil não apresentavam perspectiva de


sistematicidades dentro do conjunto de legislação. A partir de 1980, inicia-se a publi-
cação de leis determinando orientações mais sistêmicas referente ao território bem
como aos recursos naturais. A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi insti-
tuída pela Lei n° 6.938, datada de 31 de agosto de 1981, que se baseia em debates
ambientais que aconteceram na Conferência de Estocolmo em 1972. Possibilitando
assim a estruturação administrativa de entes no escopo do SISNAMA (Sistema Na-
cional de Meio Ambiente), além da instrumentação do gerenciamento do meio am-
biente dentro de todo território brasileiro (Reis et al., 2020).

Outro ponto importante para a gestão do meio ambiente no Brasil foi a Resolu-
ção do Conselho Nacional de Meio Ambiente, conhecido como Conama, número 1,
datada de 23 de janeiro de 1986. Nessa resolução, foi apresentado como deveriam
acontecer os processos de licenciamento ambiental para determinadas atividades,
além da instituição do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O EIA é uma ferramenta
de suma importância para planejamento neste ramo. As diretrizes do licenciamento
ambiental por si só foram divulgadas em outra resolução, a Resolução do Conama
237, em 19 de dezembro de 1997 (Reis et al., 2020).


Licenciamento ambiental é um processo administrativo pelo qual
o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,
ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras
de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras, ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental” (BRASIL, 1997 apud Reis et al., p. 80, 2020).

Outro marco importante para a proteção do meio ambiente se deu a partir da


publicação, no ano de 1988, da Constituição Federal, em que o meio ambiente ga-
nha um capítulo próprio e regulamentado pelo Art. 225. Fica determinado o direito
de todos a um meio ambiente equilibrado, no qual é dever do poder público atuar
para defender e preservar em todos os âmbitos.

Em busca que esse direito da população aconteça, o poder público tem a


obrigação de cuidar e preservar toda biodiversidade e também o patrimônio ge-
nético, deve recuperar os processos ecológicos, determinar os espaços do terri-
tório para serem protegidos, solicitar o planejamento e estudos dos impactos, a
fim de garantir o controle e a fiscalização da implementação das obras e ativida-
des que são potenciais para poluição, é muito importante também para a educa-
ção ambiental (Reis et al., 2020).

32
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Figura 8 – A legislação ambiental

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-neutra-em-carbono-
de-design-plano_26408501.htm#query=legisla%C3%A7%C3%A3o%20
ambiental&position=33&from_view=search&track=ais&uuid=104b9e3a-
8ab0-494d-8966-dcb0d80a7825. Acesso em: 27 de novembro de 2023

#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma balança, em um dos pratos


se encontra a indústria e, no outro, plantas e flores.

Em relação à fiscalização referente ao que se é feito com o meio ambiente,


há a Lei de Crimes Ambientais, dada pela Lei Federal n° 9.605/98. Essa lei tem
como objetivo apresentar diretrizes para julgar e penalizar de forma disciplinar
e/ou compensatória de acordo com as más condutas feitas ao meio ambiente.
Dessa forma, existe a determinação de como as autoridades competentes de-
vem se portar para autuar as infrações e como requerer os processos adminis-
trativos (Reis et al., 2020).

A legislação define impacto ambiental como:

33
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.


Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que afetem diretamente ou
indiretamente: a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas
e sanitárias ambientais; a qualidade dos recursos ambientais”
(Resolução Conama, n°01/86. p.1, 1986).

Dessa forma, para que seja possível a aplicação da Lei de Crimes Ambien-
tais, foram desenvolvidas e publicadas legislações específicas para diferentes
recursos do meio ambiente, entre eles, a água, a fauna, a flora, entre outros.
Abaixo são citadas algumas bases legais para que sejam tomados os princípios,
proporcionando a aplicação correta mediante a crises contra o meio ambiente,
auxiliando, assim, no controle e na fiscalização (Reis et al., 2020).

ÁGUAS

Lei n° 9.433/1997 e Resolução Conama n° 357/2005 (Implementa a Política e o


Sistema Nacional de Recursos Hídricos e demonstrando a classificação e enqua-
dramento das águas).

FAUNA

Lei n° 5.197/1967 e Lei n° 7.679/2000 (Relata sobre a proteção à fauna e determi-


na outras providências. Normalizam a atividade de pesca).

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Lei n° 9.985/2000 (Cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação).

FLORA

Lei n° 12.659/2012 (Apresenta o Novo Código Floresta).

RESÍDUOS

Lei n° 12.305/2010 (Implementa a Política Nacional dos Resíduos Sólidos).

34
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

1.1.1 Política Nacional do Meio Ambiente e Sistema


Nacional do Meio Ambiente
A Política Nacional do Meio Ambiente, também conhecida como PNMA, é
regida pela Lei nº 6938/1981 e é considerada a legislação dentro do tema meio
ambiente de maior importância visando à proteção ambiental depois da Consti-
tuição Federal.

A PNMA apresenta como se deve proceder de maneira sistemática, como


ocorre a aplicação da política ambiental, utilizando como embasamento as di-
retrizes contidas no art. 225 da Constituição Federal. Nesse mesmo artigo, afir-
ma-se que todas as pessoas têm direito ao meio ambiente de forma equilibrada,
disponível para uso comum da população e garantindo uma qualidade de vida,
em que são responsáveis por esse acontecido todo o Poder Público, assim
como a população inteira, buscando proteger e preservar para as gerações atu-
ais e as futuras (Stein et al., 2018).
Figura 9 – Preservação do ambiente

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-de-arvores-que-crescem-
mudas_14442731.htm#query=preserva%C3%A7%C3%A3o%20do%20
meio%20ambiente&position=12&from_view=search&track=ais&uuid=098acd
9e-843d-410c-bb23-89a1a8436b93. Acesso em: 27 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta algumas mãos segurando uma


muda de planta, as mãos são de pessoas diferentes, em dois dos bra-
ços há tatuagens.

35
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

O grande objeto da PNMA é dado pela garantia da qualidade do meio am-


biente para vida da população, as do momento e as próximas que virão. Para
que isso aconteça, é de suma importância cumprir todas as diretrizes que estão
no art. nº4 da Lei nº 6.938/1981, na qual é exigido a preservação do meio am-
biente, a busca por melhorias e recuperação dos ecossistemas. Observe abaixo
o trecho do artigo.


Art. 4° A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I — à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a


preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

II — à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à


qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III — ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de


normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

IV — ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas


para o uso racional de recursos ambientais;

V — à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de


dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

VI — à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à


sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a
manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida.

VII — à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/


ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização
de recursos ambientais com fins econômicos (Brasil, 1981. p. 2).”

36
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Assim, também são apresentados no art. nº2, de I a X também da Lei n°.


6.938/1981, quais são os princípios bases da PNMA. Esses princípios não se
tratam dos princípios do Direito Ambiental, mas são amparados por eles. Os
princípios são:


Art. 2° A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia
à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção
da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I — ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando


o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II — racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill — planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV — proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V — controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente


poluidoras;

VI — incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso


racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII — acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII — recuperação de áreas degradadas;

IX — proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X — educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação


da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do
meio ambiente (Brasil, p. 1, 1981).

37
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

É de suma importância que esses princípios, assim como os objetivos e as


diretrizes da legislação vigente no país, sejam conhecidos, pois ambos buscam
garantir que o meio ambiente seja cuidado e conservado ao longo do passar dos
anos.

É visto que o homem se torna ambicioso, dessa forma, vão se ampliando


seus negócios e suas empresas, fazendo com que os recursos naturais sejam
explorados, danificados e, muitas das vezes, não se tem um contraponto de re-
alizar outras atitudes que venham a contribuir com a preservação ambiental. É
preciso que todos, inclusive a população, tenha conhecimento e entendimento
de tais leis para que possa cobrar das autoridades competentes.

Conheça os mais importantes instrumentos utilizados dentro da Lei n°


6.938/1981 (Stein et al., 2018).

PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL

Trata-se de um conjunto de normas disponibilizadas pelos órgãos competentes


visando determinar o padrão de qualidade do ar, da água e da emissão de ruídos,
além de buscar garantir a qualidade que envolve a poluição do solo e visual.

ZONEAMENTO AMBIENTAL

Considerado um instrumento fundamental que tem a função de evitar a ocu-


pação dos solos, tanto rural quanto urbano, de forma desordenada. É com esse
recurso que é definido as áreas específicas nas quais pode ser inserido cada tipo
de ocupação.

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Dado por um somatório de estudos preliminares do meio ambiente, no qual são


observados todos os aspectos ambientais do licenciamento ambiental que se é
solicitado. Composto por vários documentos, um deles é o relatório ambiental.
Esse relatório contém análise prevista de impacto ambiental, além do plano de
recuperação do local prejudicado.

38
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Trata-se de um processo administrativo que passa por um órgão público am-


biental (federal, estadual ou municipal), no qual o objetivo é a emissão da licença
ambiental, fazendo com que o Poder Público tenha controle sobre as atividades
do homem em relação ao meio ambiente.

AUDITORIA AMBIENTAL

É utilizado para avaliar a gestão ambiental e tem como características a revisão


e aplicação da avaliação rotineira ou ocasional de como se encontra o comporta-
mento da empresa em relação ao meio ambiente.

O Sistema Nacional do Meio Ambiente, ou SISNAMA, é constituído por


um grupo de agências ambientais. Essas agências são instituições e órgãos
que têm como objetivo a garantia de que toda a população tenha um meio am-
biente adequado, sendo ecologicamente equilibrado, assim como afirmam as
diretrizes já comentadas do art. 225 da Constituição Federal. Sendo composta
pelos seguintes órgãos: Poder Executivo, Poder Legislativo e Ministério Públi-
co (Stein et al., 2018).

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

Figura 10 – O cuidado com o meio ambiente é obrigação de todos

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/icones-ambiente-
verde_901726.htm#query=prote%C3%A7%C3%A3o%20
ambiental&position=49&from_view=search&track=ais&uuid=6700caf2-
29df-4aa7-aee2-f2c0a7fc5158. Acesso em: 27 de novembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta ao centro mãos segurando o


planeta Terra, ao redor, existem algumas circunferências e, dentro, há
ícones, como o símbolo da energia, uma lâmpada, células fotovoltaicas,
símbolo da reciclagem, entre outros.

O SISNAMA é dividido em outros sete níveis que são compostos por


órgãos:

40
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.


Órgão superior — É constituído pelo conselho de governo, que tem
por finalidade assessorar o Presidente da República na elaboração
da política nacional, estabelecendo diretrizes governamentais do meio
ambiente e dos recursos ambientais.

Órgão consultivo, deliberativo e normativo — É o CONAMA, que tem


por objetivos a assessoria e o estudo de diretrizes governamentais
para o meio ambiente, além de direcionar, no âmbito de sua
competência, as normas e os padrões necessários para um meio
ambiente ecologicamente equilibrado. É um órgão colegiado que
integra representantes da sociedade e do governo.

Órgão central — É formado pelo Ministério do Meio Ambiente, a quem


compete preservar, conservar e fiscalizar o uso dos recursos naturais
renováveis, além de implementar os acordos internacionais na área
ambiental.

Órgão executor — É constituído pelo Instituto Chico Mendes e pelo


IBAMA. O IBAMA é uma autarquia federal vinculada ao Ministério
do Meio Ambiente e possui a função de assessorá-lo a formular,
coordenar, executar e fazer executar a PNMA. Compete ao IBAMA
conceder o licenciamento ambiental, exercer o controle da qualidade
ambiental, conceder autorização de uso dos recursos naturais, bem
como fiscalizar, monitorar e exercer o controle ambiental.

Órgãos setoriais — São constituídos pelas entidades da Administração


Pública direta, indireta e fundacional, cujo objetivo é proteger o meio
ambiente: Ministério da Agricultura, da Fazenda, da Marinha, das
Minas e Energia, da Saúde, da Ciência e Tecnologia, por exemplo.

Órgãos seccionais — São formados por órgãos ou entidades


responsáveis por programas ambientais e pela fiscalização de
atividades que causam poluição e utilizam recursos ambientais.

Órgãos locais — São as entidades municipais responsáveis por


programas ambientais e pela fiscalização de atividades que causam
poluição e utilizam recursos ambientais, na esfera municipal. (Stein
et al., 2018.p. 34).

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Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

É perceptível que existe uma busca incansável por cuidados com o meio
ambiente, especificamente no Brasil, onde os poderes públicos, juntamente
com a população como um todo, visam garantir a preservação da fauna e flora,
auxiliando, estudando e cumprindo as regras. Obviamente, existem exceções
que necessitam da fiscalização e aplicação de sanções que estejam de acordo
com que a legislação implica.

ZO OM N O CONH ECIM E NTO

De acordo com o art. 9 da Lei n° 6.938 de 1981, o Conama deve exercer algu-
mas atividades, entre elas: determinar de acordo com a proposta realizada pelo
Ibama, normas e critério para que seja possível o licenciamento de algumas
atividades efetivas ou que tenha grande potencial de poluição, que deve ser
fornecido pelo estado e acompanhado pelo Ibama; estabelecer, caso seja ne-
cessário, a execução ou análise dos estudos sobre os impactos ambientais de
projetos públicos ou privados, em suas determinadas esferas, seja estaduais ou
municipais, principalmente quando se tratar de áreas consideradas patrimônio
nacional; outro ponto é a determinação de normas e padrões de cunho nacional
para que seja possível o controle da poluição proveniente dos veículos automo-
tores, aeronaves e embarcações; assim como a aplicação de normas, critérios
e padrões relacionados com o controle e manutenção da qualidade que se en-
contra o meio ambiente com foco ao uso racional dos recursos do ambientes
(Reis et al., 2020).

Observe que, no Brasil, todos esses órgãos citados são considerados res-
ponsáveis pela proteção ambiental e têm autorização para realizar qualquer
tipo de interferência em empresas que operem fora dos padrões e critérios
estabelecidos na legislação. As pessoas que trabalham juntamente a esses
órgãos, em sua maioria, são funcionários públicos e possuem formação espe-
cializadas em áreas relacionadas ao meio ambiente (Reis et al., 2020).

42
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.


Dessa forma, o SISNAMA é considerado um sistema abrangente
e organizado para cumprir a finalidade de preservação do meio
ambiente, sendo que a sua principal característica, que é o poder de
polícia, mostra-se um meio eficaz para atingir esse objetivo (Stein et
al., 2018.p. 34).

Por causa dos órgãos fiscalizadores e da busca pelo cumprimento da le-


gislação vigente, há uma procura incansável por outras formas que possam
auxiliar na preservação do meio ambiente. Dessa forma, cada poder e a socie-
dade como um todo devem atuar de forma coerente visando que o meio am-
biente seja propício para vida das próximas gerações.

EM FO CO

Agora que você finalizou esta unidade, respire fundo algumas vezes, pegue sua
caneta e o bloco de anotações. Agora é o momento em que você revisará tudo
que foi estudado ao longo deste material, faça anotações dos principais pontos,
de suas dúvidas, determine palavras-chaves para facilitar a memorização de
todo o conteúdo.

43
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

NOVOS DESAFIOS
Observe que, ao longo do tempo, cada vez mais o cuidado com o meio
ambiente se torna imprescindível. O ser humano desde sempre se alimenta e se
beneficia dos recursos encontrados na natureza. E, à medida que a tecnologia
e a indústria foram avançando, observou-se que os bens materiais se tornaram,
cada vez mais, prioridade. Isso foi fazendo com que os recursos naturais fossem
sendo explorados de maneira totalmente equivocada, fazendo com que o planeta
sofresse com poluição dos rios, mares, do ar, além dos grandes desmatamentos
e queimadas.
O que foi perceptível é que o planeta se encontrava em descaso e que os
seres vivos vinham tendo impactos negativos, principalmente os seres humanos.
Dessa forma, começaram a estudar e a especificar legislações que aplicassem
sanções em casos de crimes contra ao meio ambiente, bem como os direitos e
deveres dos poderes públicos, e também de todos que compõem a sociedade.
Dessa forma, você, como profissional, deve se ater a essas legislações,
compreender os desafios que ainda existem e observar as lacunas que precisam
ser preenchidas para que, de alguma forma, as grandes empresas poluidoras, a
grande utilização de veículos automotores, entre outros exemplos que contribuem
de maneira exagerada para a degradação ambiental se tornem menos nocivas.
É preciso que você pense e tenha em sua consciência a importância do seu
trabalho. Você, como profissional, pode contribuir para a preservação do meio
ambiente, a redução dos impactos, a educação ambiental de toda a população.
Foi visto que a sociedade como um todo tem o dever de cuidar e preservar o meio
ambiente, mas quantas pessoas não sabem dessa informação? Ou não sabem
como proceder para ajudar?
Com isso, precisa-se cada vez mais de estudos, ação e aplicação da união
de toda teoria com a prática na rotina do dia a dia da população. Os poderes
públicos também devem compreender que a importância da educação ambiental
nas escolas pode e deve auxiliar a minimizar os impactos, além de garantir que
essa geração e as próximas que virão tenham um ambiente de qualidade e com
recursos disponíveis para sua sobrevivência.

44
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

AUTOATIVIDADE
1 - Ao observar o meio ambiente em que você se encontra inserido, é pos-
sível observar diversos elementos que são classificados como recursos naturais,
elementos esses que são utilizados da forma que estão na natureza ou são pro-
cessados para um determinado fim. Independentemente de sua forma ou origem,
esses elementos são apresentados à natureza e disponíveis para todos os seres
vivos, principalmente os humanos.

Sabendo disso, como podem ser classificados os recursos naturais:

a) Renováveis e não renováveis.


b) Naturais e artificiais.
c) Saudáveis e não saudáveis.
d) Terrestres e aéreos.
e) Fixos ou variáveis.

2 - Ao longo do desenvolvimento do planeta Terra, muitas espécies foram


surgindo, muitos locais foram se modificando pela ação do homem em busca de
território, ampliação de seus negócios e entre outros. Ao falarmos de recursos na-
turais sabe-se que existem os renováveis, que são aqueles que se regeneram de
maneira natural, classificados como infinitos.

Assinale a alternativa que contém um recurso natural renovável.

a) A fauna.
b) O petróleo.
c) O gás natural.
d) O carvão vegetal.
e) O diamante.

45
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

3 - Muitos acontecimentos marcaram e caminharam para que fosse possível


que no Brasil existisse uma legislação ambiental rigorosa e criteriosa, buscando
garantir às gerações futuras um ambiente adequado, limpo, preservado e com os
recursos naturais existindo. Sabe-se que é possível ocorrer a extinção de muitas
espécies se não houver planejamento e organização mediante ao meio ambiente.

Onde foram divulgadas as diretrizes do licenciamento ambiental?

a) Resolução do Conama 237.


b) Art. 231 da Constituição Federal.
c) Pela Lei n° 6.938.
d) Resolução do Conama 256.
e) Art. 225 da Constituição Federal.

46
Recursos naturais, ecologia e fundamentos da proteção ambiental.

REFERÊNCIAS

BARSANO, P.R.; BARBOSA, R.P.; VIANA, V.J.. Biologia Ambiental. Editora Sarai-
va. 2014. E-book. ISBN 9788536528854. Disponível em: https://app.minhabibliote-
ca.com.br/#/books/9788536528854/. Acesso em: 25 nov. 2023.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional


do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. 1981. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1980-
1987/lei-6938-31-agosto-1981-366135-normaatualizada-pl.pdf>. Acesso em: 27
nov. 2023.

BRASIL. Conama. Resolução n° 001, de 23 de janeiro de 1986. Brasília, 1986.


Disponível em: < https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/legislacao/MMA/RE0001-
230186.PDF >. Acesso em: 27 nov. 2023.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração de Estocolmo sobre o


ambiente humano. 1972. Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/posgraduacao/
wp-content/uploads/sites/33/2016/09/Declara%C3%A7%C3%A3o-de-Estocolmo-
-5-16-de-junho-de-1972-Declara%C3%A7%C3%A3o-da-Confer%C3%AAncia-da-
-ONU-no-Ambiente-Humano.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2023.

Reis, A.C.; CAMARGO, R.S..Gestão de recursos ambientais. Porto Alegre: Grupo


A, 2018.

E-book. ISBN 9788595023574. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.


br/#/books/9788595023574/. Acesso em: 25 nov. 2023.

Reis, A.C.; OLIVEIRA, A.M.C.; GIUDICELLI, G.C.; GOMES, J.A.; DAMIANI, R.M.;
Stein, R.T.; OLIVEIRA, C.R.. Ecologia e análises ambientais. Porto Alegre: Grupo
A, 2020. E-book. ISBN 9786556900414. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9786556900414/. Acesso em: 25 nov. 2023.

STEIN, T.R.; PIRES, A.S.; GIACOMELLI, C.L.F.; ELTZ, M.K.F.; MIRANDA, T. Meio
ambiente. Porto Alegre: Grupo A, 2018. E-book. ISBN 9788595025738. Disponível
em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595025738/. Acesso em: 27
nov. 2023.

47
Proteção Ambiental

Edição 1
C APÍTULO 2
TEMA DE APRENDIZAGEM

Relação do homem
com o meio ambiente
e a exploração dos
recursos naturais e
suas consequências
Minhas metas:

3 Compreender o histórico da relação do homem com o meio


ambiente.

3 Conhecer os impactos ambientais causados pela exploração dos


recursos naturais.

3 Aprender sobre os tipos de poluição.

3 Entender as consequências da exploração para o meio ambiente.

3 Entender as consequências da exploração na vida das pessoas.


Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

INICIE SUA JORNADA

O meio ambiente fornece a humanidade recursos fundamentais para sua so-


brevivência e desenvolvimento. A exploração desses recursos, sejam eles reno-
váveis ou não renováveis, está diretamente relacionada ao desenvolvimento da
sociedade. Ao longo da história, a relação do homem com o meio ambiente pas-
sou por diversas alterações.

No passado, a relação do homem com o meio ambiente era focada na so-


brevivência, extraindo da natureza somente o necessário, mas com a invenção
da agricultura e a formação das cidades a forma como os recursos naturais eram
extraídos e utilizados começou a mudar. Com o desenvolvimento industrial e tec-
nológico, o uso de recursos naturais se tornou cada vez mais intenso, decorrente
dos modelos de produção e consumo.

Podemos observar que a exploração dos recursos naturais acarreta conse-


quências ao meio ambiente e à vida das pessoas. Você já ouviu falar sobre como
o uso dos recursos naturais de forma inconsequente é responsável pelas mudan-
ças climáticas, devastação de ecossistemas, escassez de recursos essenciais a
nossa sobrevivência e extinção de espécies?

Vivenciamos diariamente as consequências da exploração dos recursos na-


turais. Um exemplo disso são os danos causados pela extração e queima dos
combustíveis fósseis, ambos processos causam danos ao meio ambiente e à saú-
de do homem.

P L AY N O CONH ECIM E NTO

Que tal conferir agora o episódio “Nosso oxigênio indispen-


sável à vida”, que discute a produção de oxigênio e como as
nossas ações podem comprometer esse elemento fundamen-
tal da vida na Terra.

51
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Conhecer a relação do homem com o meio ambiente e as consequências da


exploração dos recursos naturais é fundamental para pensarmos em formas sus-
tentáveis para o uso dos recursos naturais. Já pensou em como as consequên-
cias de anos de exploração de recursos naturais afetam a sua vida hoje?

VAMOS RECORDAR?
Chegou o momento de relembrar o que sabemos sobre a biodiversidade do
nosso planeta. Você lembra como a biodiversidade é importante para a manu-
tenção da vida na terra? Confira este vídeo!

52
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

Agora, vamos entender a importância dos recursos naturais ao longo da


história do desenvolvimento do homem. Já parou para pensar em qual momen-
to da história a exploração dos recursos naturais passou a ser negativamente
significativa?

É importante, ao longo desta disciplina, entender como ocorreu o aumento


dessa exploração, assim como as consequências para o meio ambiente e desen-
volvimento social.

1 RELAÇÃO DO HOMEM COM O MEIO AMBIENTE

O meio ambiente pode ser definido como um conjunto de unidades ecológi-


cas que funcionam como um complexo sistema natural (Telles, 2022). A história
da humanidade está intimamente relacionada ao uso dos recursos naturais.


O meio ambiente é composto por toda a vegetação, animais,
microorganismos, solo, rochas e atmosfera. Também fazem parte
do meio ambiente os recursos naturais, como a água e o ar, e os
fenômenos físicos do clima, como energia, radiação, descarga elétrica
e magnetismo. O meio ambiente é composto por quatro esferas
diferentes:

• Atmosfera: camada de ar que envolve o planeta, formada por


gases como oxigênio, gás carbônico, metano e nitrogênio;

• Litosfera: camada mais externa do planeta, formada pelo solo e


por uma superfície rochosa, também chamada de crosta terrestre;

• Hidrosfera: camada que inclui todas as águas do planeta (rios,


mares, lagos, oceanos etc.);

• Biosfera: camada referente à vida e que engloba todas as formas


de vida que existem na Terra” (Telles, 2022, p. 9).

53
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Sabemos que na fase primitiva, o homem apresentava uma relação de de-


pendência total dos recursos naturais, nessa fase nômade, a natureza era res-
ponsável pela alimentação humana por meio da caça, pesca e coleta de frutos.
Durante a fase nômade, o homem era mais próximo da natureza, conhecendo
seus aspectos como uma forma de garantir sua sobrevivência, vivendo como par-
te integrante da natureza.

Nessa fase, o homem vivia em grupos de até 30 indivíduos e esse grupo mu-
dava de local de acordo com a disponibilidade de alimentos.

Figura 1 – Grupos sociais do homem primitivo

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/vida-primitiva-dos-povos-
antigos_7439552.htm#query=homeme%20primitivo&position=23&from_
view=search&track=ais&uuid=2ca69aa2-01d2-48c5-8806-
da504e79c0ec. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta um grupo de setes pessoas na


fase primitiva , entre adultos e crianças, em volta de uma fogueira den-
tro de uma caverna.

54
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Com a invenção da agricultura, há cerca de 10 mil anos a.C., o homem passa


a fixar moradia em determinada região e desenvolver as atividades de cultivo e ar-
mazenamento de alimentos e, com isso, estabelece as primeiras aldeias que pos-
teriormente se transformam em cidades. O homem então, passa de nômade para
sedentário. Nesse caso, o termo sedentário se refere a grupos sociais que fixam
moradia e vivem em determinada área geográfica de forma permanente.

P E N SA N D O J UNTOS

Sabemos que a relação do homem com a natureza passou por diversas mu-
danças ao longo do processo evolutivo da humanidade e que, atualmente, essa
relação encontra-se desgastada pelo uso inconsequente dos recursos natu-
rais ao longo dos anos. Com o desenvolvimento de uma chamada “consciência
ambiental” nos últimos anos, espera-se que a relação homem-meio ambiente
passe por uma nova mudança. Como você acredita que será essa nova relação?

A invenção da agricultura foi um dos grandes marcos históricos na relação


entre o homem e o meio ambiente. Com a fixação da moradia, ocorreu um signifi-
cativo aumento populacional, o que consequentemente aumentou a demanda de
recursos naturais. Recursos esses que não se limitavam mais a suprir somente as
necessidades de alimentação, mas também de estruturas de moradia e as demais
necessidades dos indivíduos. Com o estabelecimento dos grupos em determina-
dos locais, iniciou-se também o processo de alteração do ambiente.

E U I N DI C O

Como forma de fixar melhor sobre o conteúdo desta unidade


e entender um dos grandes marcos históricos da mudança na
relação do homem com o meio ambiente ao longo dos anos,
acesse o vídeo sobre a primeira revolução industrial!
Aproveite este momento para ampliar seus conhecimentos.

55
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

A mudança de um ambiente natural para um ambiente rural ou urbano é con-


siderada uma alteração radical que causa impacto negativo na natureza, princi-
palmente quando feito de forma incorreta e sem planejamento (Reis et al., 2020).

Além do aumento na exploração dos recursos naturais por meio da extração


dos recursos e alteração do ambiente, ocorreu o aumento na produção de resídu-
os, que eram descartados na natureza de qualquer jeito. Você sabia que até hoje
em vários locais o descarte correto até dos resíduos mais básicos não é feito?
Muitas pessoas não têm acesso ao saneamento básico e à coleta seletiva de lixo,
por exemplo.

I N DI CAÇÃO DE F ILM E

Que tal assistir a um filme que ajude a ilustrar as transforma-


ções iniciais do ambiente natural para o ambiente urbano, o
filme Princesa Mononoke, lançado em 1997, nos ajuda a en-
tender as alterações na relação homem e natureza.
Sinopse: após enfrentar um deus javali enfurecido, o príncipe
Ashitaka é amaldiçoado com um mal que pode matá-lo. Para
encontrar a cura, ele decide viajar para longe e acaba se en-
volvendo numa batalha entre os deuses animais da floresta e
os moradores de uma vila de mineiros, que aos poucos estão
destruindo a floresta.
Mesmo se tratando de um filme lançado em 1997, Princesa
Mononoke traz críticas e questionamentos que se encaixam
perfeitamente na atual relação do homem com o meio am-
biente. O filme fala sobre a importância de se estabelecer uma
relação de harmonia entre o homem e a natureza. Utilizando
o misticismo para personificar a natureza e mostrar de forma
lúdica a relação que o homem tem com o meio ambiente em
sua busca por desenvolvimento e poder.

À medida que os anos passaram, a população aumentou e, consequente-


mente, as demandas por espaço e recursos naturais cresceram, porém não na
mesma proporção, o homem passou a extrair recursos naturais muito além do ne-
cessário para sua sobrevivência.

56
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Outro grande marco na linha do tempo da relação entre o homem e o meio


ambiente foi a Revolução Industrial, que surgiu na Inglaterra a partir da metade
do século XVIII, e foi um período caracterizado pelo grande desenvolvimento tec-
nológico. Nesse período, a exploração dos recursos naturais aumenta de forma
significativa. Após a invenção da máquina a vapor, em 1698, a industrialização
cresceu consideravelmente com uma produção de larga escala, se comparado à
produção antes do início da industrialização.

Figura 2 – Início da Revolução Industrial

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/fabrica-na-era-da-
industrializacao_4258273.htm#query=revolu%C3%A7%C3%A3o%20
industrial&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=9e413b32-
3f8f-44ea-87af-e63040f62c7b, Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: figura em preto e branco, apresenta fábricas com


chaminés altas e emitindo fumaça.

A Revolução Industrial foi responsável por uma grande mudança no estilo de


vida e padrão de consumo da população, consequentemente alterando significa-
tivamente o olhar do homem em relação ao meio ambiente. Um ponto importante
a ser citado é que, durante todo esse processo de industrialização, sempre se tra-
tou os recursos ambientais como finitos, e não existia a preocupação com a sua
exploração e com os descartes de resíduos ou materiais excedentes.

57
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

A Revolução Industrial foi dividida em três fases, com base em seus avanços
no desenvolvimento da humanidade. A primeira Revolução Industrial é o início da
era da industrialização, ocorreu entre 1760 e 1850, e é marcada pela substituição
da manufatura pelo trabalho industrial, a partir do uso da energia a vapor, utilizan-
do o carvão como fonte de energia. A segunda fase da Revolução industrial, que
ocorreu entre a metade do século XIX (1850) e acabou durante a Segunda Guerra
Mundial (1945), marcou o momento de expansão da industrialização para outros
países além da Europa. Nessa fase, ocorreu a invenção da eletricidade e do mo-
tor a combustão, que utiliza o petróleo como fonte de energia.

A terceira fase da Revolução Industrial, que iniciou após a Segunda Guerra


Mundial (1945), também ficou conhecida como Revolução Tecnocientífica, na qual
o avanço tecnológico atua no desenvolvimento social e industrial. Nessa fase, o
aumento na produção de diversos setores tornou-se ainda mais significativo com
relação à exploração dos recursos naturais e ao descarte de resíduos. Ainda te-
mos a chamada quarta revolução industrial, que refere-se a uma maior revolução
tecnológica.


A chamada Quarta Revolução Industrial, inserida no cenário de
sociedade globalizada, é pautada por uma revolução tecnológica de
caráter disruptivo, responsável pelo rápido crescimento da tecnologia
que tem impactado todos os setores da sociedade desde economia,
educação, saúde, lazer, relações interpessoais e de trabalho,
tornando a tecnologia presente a todo o momento e em todo o mundo”
(Brasileiro, p. 23, 2022)

A quarta fase da Revolução Industrial é caracterizada principalmente pela


junção de diversos avanços tecnológicos, como as tecnologias digitais, físicas e
biológicas, o que inclui recursos que vão desde a inteligência artificial até o uso de
nanotecnologia.

2 EXPLORAÇÃO DO RECURSOS NATURAIS

Sabemos que recursos naturais podem ser definidos como todos os elemen-
tos extraídos da natureza com o intuito de suprir as necessidades do homem.
Aprendemos também que, ao longo da história da humanidade, a relação do ho-
mem com o meio ambiente passou por algumas mudanças, à medida que a hu-
manidade foi se desenvolvendo, a proporção de recursos naturais explorados foi
aumentando, podemos concluir que o ritmo do desenvolvimento socioeconômico
da humanidade determinou sua relação com o meio ambiente.

58
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

P EN SA N D O J UNTOS

A palavra antrópica refere-se ao resultado da ação do homem, é um termo


geralmente utilizado quando se fala da exploração dos recursos naturais e das
ações do homem na natureza. Pensando nas modificações no ambiente, você
consegue lembrar como era o seu bairro há 10 anos? Lembra de algum local em
que o ambiente natural foi parcialmente ou totalmente modificado pela ação do
homem?

Com todo o processo de desenvolvimento industrial e tecnológico que ocor-


reu nas últimas décadas, a população mundial aumentou significativamente, o
que acarreta em uma maior demanda dos recursos naturais. Segundo o relató-
rio das Nações Unidas publicado em 2022, intitulado “Crescimento da População
Global e Desenvolvimento Sustentável”, o número de pessoas no planeta mais
que triplicou desde 1950, e a previsão é que chegue a aproximadamente 11 bi-
lhões de pessoas até o final deste século.

Figura 3 – Crescimento populacional

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-abstrato-
de-crescimento-populacional-servico-de-censo-explosao-populacional-
mundial-crescimento-da-quantidade-humana-taxa-de-aumento-natural-
superpopulacao-demografia_12145041.htm#query=crescimento%20
populacional&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=f6adaf53-
0d84-453d-8aa5-fc5e2784f47b. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta metade de um globo terrestre,


preenchido com várias pessoas e com uma seta amarela apontada para
cima.

59
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Sabemos que uma das consequências do aumento populacional mundial é a


maior demanda por recursos naturais. São diversas as formas com que a huma-
nidade pode explorar os recursos naturais e alterar o ambiente para suprir suas
necessidades.

Os recursos naturais podem ser classificados em quatro grupos, e são ex-


plorados de maneiras diferentes. No primeiro grupo, temos os recursos biológi-
cos, que são formados pela fauna e flora. Esse recurso é explorado para suprir
as necessidades básicas, como alimentação, vestuário, medicamentos, constru-
ção civil, entre outros. Esse foi um dos primeiros recursos a ser explorado pela
humanidade.

Figura 4 – Desmatamento e queimada das florestas

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/incendio-na-floresta_13832530.
htm#query=desmatamento%20das%20florestas&position=41&from_vi
ew=search&track=ais&uuid=75858b2a-3a48-4106-8ed8-
02660bd666e2. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma área verde, com árvores


cortadas e vegetação queimando e emitindo fumaça.

O grupo dos recursos hídricos engloba as águas superficiais e subterrâneas


do planeta. Esse é um recurso essencial para vida na terra, é explorado principal-
mente pela atividade agrícola, na qual há necessidade de água para irrigação. Os
recursos hídricos também são utilizados na geração de energia.

60
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Figura 5 – Recursos hídricos na geração de energia

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/projeto-plano-ilustrado-da-
usina_19826170.htm#query=recursos%20hidricos&position=1&from_vi
ew=search&track=ais&uuid=d33e8be9-c935-4d50-8c80-
eae88af9015c. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma paisagem com vegetação


verde na qual há uma usina hidrelétrica com muita água, em tons de
azul.

Os recursos energéticos são aqueles responsáveis por fornecer energia, in-


cluímos aqui os combustíveis fósseis, como carvão, gás natural e petróleo, e tam-
bém a energia nuclear. São recursos altamente importantes na vida das pessoas,
desde o consumo doméstico como a energia elétrica utilizada em nossas casas,
nas escolas e nos hospitais.

Os recursos energéticos também são fontes de energia para máquinas e au-


tomóveis, fundamentais para a indústria em geral. Temos também o grupo dos re-
cursos minerais, são recursos geológicos, os principais recursos deste grupo são
os minerais e as rochas. Entre as rochas, temos materiais de suma importância
para construção civil, como é o caso da areia.

61
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Figura 6 – Construção civil

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/engenharia-plana-e-construcao-
ilustrada_13107137.htm#query=constru%C3%A7%C3%A3o%20
civil&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=39faf895-e155-
45c6-bd68-b9d0a23576a1. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura representa a construção civil, na qual há


um homem olhando um projeto e, ao fundo da figura, temos edifícios e
caminhões transportando materiais para construção.

Com o nosso padrão de consumo a necessidade de extração dos mais di-


versos recursos naturais é cada vez maior, estamos aos pouco exaurindo os re-
cursos naturais do nosso planeta. Mesmo os recursos considerados renováveis
estão em risco com a exploração irresponsável. Segundo o Fundo Mundial para
a Natureza (WWF), em 2022 a humanidade acabou com o capital natural disponí-
vel para todo o ano de 2022 em apenas 200 dias, ou seja, em 200 dias utilizamos
tudo que deveria ser extraído em 365 dias.

O capital natural pode ser definido como a reserva de recursos naturais que
produz bem-estar e economia para as pessoas e que está disponível para uso,
esse capital inclui todos os recursos naturais que utilizamos.

62
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

EU I N DI C O

Você já parou para pensar em como os nossos hábitos de con-


sumo estão intimamente ligados à exploração dos recursos
naturais? No documentário “Cultura do desperdício”, conse-
guimos refletir sobre os nossos desperdícios diários e como
uma nova visão de consumo teria um impacto positivo para o
planeta. Assista ao vídeo e aproveite este momento para re-
fletir sobre nossos hábitos de consumo e ampliar seus conhe-
cimentos.

A capacidade da natureza de manter o nosso padrão de consumo está cada


dia mais comprometida. Ações como a extração inconsequente de recursos na-
turais e alteração do ambiente por meio de desmatamento, queimadas, poluição
de água, solo e ar, entre outros, comprometem cada dia mais a vida do planeta, a
nossa qualidade de vida e das futuras gerações.

Por muito tempo, a exploração inconsequente dos recursos naturais foi jus-
tificada como necessária para o desenvolvimento e bem-estar dos homens. Hoje
sabemos que os nossos hábitos de consumo são insustentáveis para o meio
ambiente, principalmente depois de tantos anos de exploração desenfreada. Os
impactos ambientais causados ao longo dos anos afetaram a natureza e sua ca-
pacidade de recuperação.

2.1 Impactos ambientais

Denominamos de Aspecto Ambiental qualquer elemento que faça parte de


uma atividade que pode causar alterações ao meio ambiente, ou seja, os aspec-
tos ambientais são os elementos identificáveis das atividades com potencial de
interagir com o ambiente, caso essa alteração ocorra teremos então um Impacto
Ambiental.


Os aspectos são os elementos das atividades/produtos/serviços
do empreendimento que possam interagir com o meio ambiente.
O impacto ambiental é a consequência dessa interação que gera
modificações no meio ambiente, seja ela benéfica ou prejudicial.

Um dos aspectos ambientais, o da lavagem de carros, por exemplo,


pode ser um agente de limpeza que tem o potencial de poluir a água
(essa poluição é o impacto ambiental)” (Telles, p.13, 2022).

63
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

O termo impacto ambiental está relacionado somente aos efeitos das ações
do homem sobre o meio ambiente. Os impactos ambientais representam as mu-
danças, sejam elas positivas ou negativas, resultantes das atividades humanas
no meio ambiente.

P EN SA N D O J UNTOS

Você lembra qual o conceito de Impacto Ambiental de acordo com a resolução


do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)?
Segundo a Resolução 001/86 do CONAMA, considera-se impacto ambien-
tal qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a seguran-
ça e bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas, a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambiente.

Os impactos podem ser classificados em diversas categorias, como: positivo


ou negativo, direto ou indireto, local ou regional, imediato ou a médio e longo pra-
zo, e temporário ou permanente. Todas as nossas ações possuem potencial para
causar danos ambientais. Entre os impactos ambientais negativos causados pelo
homem, temos: desmatamentos, desertificação, queimadas, perda da biodiversi-
dade, erosão, poluição do ar, poluição do solo e da água, inundações, intensifica-
ção do efeito estufa com agravamento das mudanças climáticas, entre outros.


Mesmo considerando que o ser humano é mais um animal e faz parte
da biosfera, a ação antrópica tem causado a alteração de habitats
e a perda de biodiversidade sem precedentes. Vejamos alguns
exemplos de ações antrópicas que causam alterações/impactos no
meio ambiente.

• Desmatamento — perda de ecossistemas, perda de biodiversidade,


alteração climática, alteração do solo, assoreamento dos rios;

• Alteração de rios e arroios — problemas de drenagem,


assoreamento, inundações;

• Atividade industrial — contaminação do solo e da água, perda de


biodiversidade, contaminação do ar.” (Reis et al., p. 63, 2020).

64
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Os impactos ambientais são causados pela ação do homem por meio de di-
versos processos e atividades como agropecuária, industrialização, mineração e
urbanização.


Os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA) são documentos técnicos multidisciplinares
com objetivo de realizar uma avaliação ampla e completa dos
impactos ambientais significativos e indicar as medidas mitigadoras
correspondentes (Telles, 2022, p.13).

Um fator importante a ser estudado é a geração e descarte dos resíduos


destas atividades. Podemos definir resíduos como as sobras, ou aquilo que será
descartado dos processos derivados das ações humanas, sejam os processos
domésticos ou relacionados à produção agropecuária e industrial.


Resíduos sólidos são definidos pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) como resultados sólidos e semissólidos de “atividades
da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição” (NBR 10.004/2004).

2.2 Poluição Ambiental

Você já parou para refletir sobre quanto resíduo doméstico produzimos ao


longo de nossa vida? No Brasil, uma pessoa produz em média 343 quilos de resí-
duos sólidos por ano, o que é aproximadamente 930 gramas de resíduo por dia,
quase um quilo de resíduo por dia por pessoa em um país em que a população é
de aproximadamente 207 milhões de habitantes.

A produção diária de resíduos no Brasil é enorme, e grande parte desses re-


síduos não recebem o tratamento e a destinação correta.

65
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Figura 7 – Poluição ambiental

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/estilo-plano-de-fundo-de-
conceito-de-poluicao_4946224.htm#query=desmatamento%20das%20
florestas&position=30&from_view=search&track=ais&uuid=75858b2a-
3a48-4106-8ed8-02660bd666e2. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma fonte de água poluída com


uma garrafa boiando, no solo próximo, há vários sacos de lixo e carcaça
de animais mortos, e ao fundo muitas chaminés de indústrias.

A poluição ambiental é um dos impactos negativos causados pela ação do


homem. Como já estudamos, a poluição pode ser definida como uma forma de
deterioração das condições ambientais do habitat que se encontra a sociedade,
então, toda introdução de resíduos, substâncias ou energia no meio ambiente que
cause danos negativos é considerada poluição ambiental.

66
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências


Os agentes de poluição ambiental são normalmente designados
por poluentes que podem ser de natureza química, genética ou
apresentar-se sob a forma de energia, como nos casos de luz, calor
ou radiação” (Telles, 2022, p. 9).

A poluição ambiental é algo que vai muito além do que é visível de se obser-
var, não é algo relacionado somente ao descarte incorreto de resíduos sólidos nos
solos e águas, mas também inclui as poluição que não conseguimos visualizar,
como a liberação de gases e micropartículas suspensas no ar, o ruído e o calor
que não são visíveis mas são consideradas como formas de poluição ambiental
(Santos, 2017, p.1).


No Brasil, a Lei nº 6.938/1981, Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente, art. 3o, inciso III, define poluição como “a degradação
da qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou
indiretamente:

a. prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


b. criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c. afetem desfavoravelmente a biota;
d. afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente.”
(Santos, 2017, p.1).

Sabemos que a poluição ambiental é um grande problema resultante de anos


de uma relação desequilibrada e inconsequente com o meio ambiente, e que os
impactos que observamos hoje muitas vezes são resultados de anos de explora-
ção. É importante aprendermos que existem categorias de poluição ambiental, e
conhecer cada categoria é fundamental para entender todas as consequências da
exploração dos recursos vegetais.

Podemos, então, dividir a poluição ambiental em seis tipos: poluição do ar,


poluição das águas, poluição do solo, poluição radioativa, poluição térmica e po-
luição por resíduos.

2.2.1 Poluição do Ar

Você provavelmente já sabe que a poluição do ar é responsável por diversos


problemas ambientais que temos hoje, incluindo a intensificação do efeito estufa,
o que você talvez ainda não saiba é que essa poluição pode ser de origem natural
(causadas por vulcões, queimadas de origem naturais e decomposição da maté-
ria orgânica no solo) ou origem antropogênica, ou seja, causada pelas ações do
homem (Santos, 2017).

67
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Figura 8 – Poluição atmosférica

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-
poluicao-da-terra_42106442.htm#query=polui%C3%A7%C3%A3o%20
do%20ar&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=02fb38aa-
e870-4389-8740-becea809595b. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta o planeta Terra em vermelho


com olhos fechados e rosto triste, enquanto ao fundo há várias chami-
nés emitindo fumaça.

Nas ações antropogênicas, temos as queimadas (de origem não naturais),


combustão industrial, transportes, geração de energia, entre outras atividades
humanas.

68
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências


De acordo com a NBR 8969, expedida em 1 de julho de 1985: “a
presença de um ou mais poluentes atmosféricos” e poluente
atmosférico “toda e qualquer forma de matéria e/ou energia que,
segundo suas características, concentração e tempo de permanência
no ar, possa causar ou venha a causar danos à saúde, aos materiais,
à fauna e à flora e seja prejudicial à segurança, ao uso e ao gozo da
propriedade, à economia e ao bem-estar da comunidade. O mesmo
significado que contaminante atmosférico” (ABNT, 1985).

As fontes de emissões antropogênicas são classificadas em fixas e móveis.


As fontes fixas são aquelas proveniente de indústrias, termelétricas e incinerado-
res de resíduos, elas possuem um potencial poluidor elevado. Já as fontes móveis
incluem os transportes em geral.


Segundo a Resolução CONAMA nº 491/2018, define-se poluentes
atmosféricos como sendo qualquer forma de matéria em quantidade,
concentração, tempo ou outras características, que tornem ou possam
tornar o ar:

• Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;


• Inconveniente ao bem-estar público;
• Danoso aos materiais, à fauna e flora;
• Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e as
atividades normais da comunidade.

Os poluentes atmosféricos são classificados em primários e secundários. Os


primários são aqueles formados e emitidos diretamente da fonte poluidora para a
atmosfera, destes. Já os poluentes secundários são aqueles formados na atmos-
fera decorrente de reações químicas com outros poluentes (primários) e com ou-
tras substâncias químicas presentes na atmosfera (Santos, 2017).


Principais poluentes primários

• Dióxido de carbono (CO2);


• Monóxido de carbono (CO);
• Material particulado;
• Dióxido de nitrogênio (NO2);
• Dióxido de enxofre (SO2);
• Hidrocarbonetos;
• Gás sulfídrico (H2S).

69
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Principais poluentes secundários

• Ozônio troposférico (O3);


• Aldeídos (fórmico e acético);
• Peróxido de hidrogênio (H2O2);
• Sulfeto (SO3);
• Sulfato (SO4);
• Peroxiacetilnitrato (PAN);
• Gás amoníaco (NH3).

A concentração de poluentes na atmosfera geralmente é dispersada por fa-


tores como ventos, chuvas, relevo, estabilidade atmosférica, profundidade de mis-
tura (entre os gases poluentes e o ar limpo, e inversão de temperatura) (Santos,
2017).

2.2.2 Poluição das Águas

Considera-se poluição hídrica qualquer alteração nas características quí-


micas, físicas ou biológicas que ocasionam prejuízos à saúde, à segurança e ao
bem-estar do meio ambiente e do homem.


A água está poluída quando não é adequada ao consumo humano,
quando os animais aquáticos não podem viver nela, quando as
impurezas nela contidas tornam desagradável ou nocivo seu uso
recreativo ou quando não pode ser usada em nenhuma aplicação
industrial” (Santos, 2017, p. 45).

A poluição das águas pode ocorrer por fontes naturais, como por atividade
vulcânica, ou por fontes antrópicas. São diversas as fontes antrópicas de polui-
ção das águas, como atividades agrícolas, industriais, residenciais, de transporte,
saúde, comerciais, construção civil, entre outras.

A P RO F U N DANDO

Você sabia que 96,5% de toda água do planeta Terra é salgada e está nos mares
e oceanos? Os outros 3,5% de água estão distribuídos entre rios, lagos, lençóis
freáticos e calotas polares, ou seja, temos menos de 3,5% de água disponível
para consumo humano. Mas, como aprendemos até aqui, parte dessa água dis-
ponível encontra-se hoje imprópria para o consumo humano graças às ações
do homem que resultaram na poluição hídrica.

70
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

As fontes de poluição hídrica podem ser classificadas como pontuais ou


difusas. Definimos como pontuais aquelas fontes de fácil identificação e moni-
toramento, como indústrias e Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). Já
as fontes difusas são aquelas provenientes de efluentes domésticos ou que se
originam da produção de alimentos, estas apresentam difícil identificação e tra-
tamento (Meller et al., 2017). No Brasil, as principais fontes de poluição hídrica
são o despejo de efluentes domésticos, as atividades industriais e agropecuá-
rias (Santos, 2017).

2.2.3 Poluição do Solo

Assim como água, o solo é um recurso fundamental para a humanidade,


além de possibilitar o estabelecimento da humanidade, ainda é um fundamental
para produção de alimentos por meio da agricultura tradicional. Contudo, o solo
também sofre as consequências dos impactos ambientais.

Figura 9 – Descarte de resíduos e poluição dos solos

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/despejo-de-cidade-
com-pilha-de-lixo-ferro-velho-sujo_7743471.htm#query=solo%20
poluido&position=40&from_view=search&track=ais&uuid=7f838d92-
c92e-478e-895e-a46efa20ca8d. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma ambiente urbano com vá-


rios edifícios e um terreno à frente com vários resíduos sólidos descar-
tados atirando insetos.

71
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Segundo Santos (2017), o solo funciona como destino final de diversos resí-
duos e, diferente do que acontece em um ambiente equilibrado em que os restos
vegetais e animais entram em decomposição e iniciam o processo de ciclagem
de nutrientes, com os resíduos residenciais, agrícolas e industriais esse processo
de ciclagem de nutrientes não ocorre, e material descartado é então responsável
pela contaminação do solo.


A geração de resíduos que contaminam o solo é consequência de
anos de atividades despreocupadas e descomprometidas com o
uso sustentável desse recurso, levando não somente à poluição do
solo, como também da água e do ar. Nesses meios, as substâncias
contaminantes podem transitar e deles entrarem em contato com
seres vivos, causando danos, muitas vezes irreversíveis, à saúde.
(Santos, 2017, p. 27)

Além de causar alterações na estrutura do solo e comprometer sua capaci-


dade produtiva, a contaminação do solo pode ocasionar a contaminação de águas
subterrâneas, que são normalmente utilizadas no abastecimento público e domici-
liar no ambiente urbano e rural.

ZO OM N O CONH ECIM E NTO

Você sabia que, em 2010, a Lei nº 12.305 instituiu a Política Nacional de Resídu-
os Sólidos, que proibiu a construção de lixões onde os resíduos eram descarta-
dos de forma imprudente e instituiu novos parâmetros para o descarte e gestão
de resíduos sólidos?

2.2.4 Poluição Radioativa

Você provavelmente já ouviu falar sobre algum acidente envolvendo fontes


radioativas.

72
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Figura 10 – Poluição radioativa

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/pantano-sujo-fedor-
com-barris-de-residuos-toxicos-e-sinais-de-aviso-ilustracao-
de-desenho-vetorial-de-poluicao-ambiental-paisagem-florestal-
com-pantano-com-contaminacao-por-radiacao_23639583.
htm#query=radioativo&position=9&from_view=search&track=sph&uuid=5ef7
fb89-0ee2-4601-8971-6bfc3438f84a. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: a figura apresenta um espaço em que resíduos


radioativos são descartados sem nenhum cuidado no meio ambiente,
causando degradação do ambiente.

A poluição radioativa é proveniente de fontes nucleares e, quando essa po-


luição ocorre, é comum que cause mais preocupação do que normalmente vemos
quando se trata da poluição do solo, por exemplo. Essa maior preocupação ocor-
re pois, dependendo da dose de exposição à radiação, o impacto ao homem pode
ser fatal ou causar problemas permanentes de saúde.

EU I N DI C O

Para ajudar a entender melhor a gravidade da poluição radio-


ativa, acesse o vídeo “Você sabia? Os 5 maiores acidentes nu-
cleares da história”. Aproveite este momento para ampliar seus
conhecimentos sobre poluição radioativa.

73
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

O rejeito proveniente das atividades que envolvem materiais radioativos de-


vem ser devidamente tratados antes de serem descartados, e esse descarte só
pode ocorrer quando o nível de radiação do rejeito for igual ao do meio ambiente e
não apresente mais toxicidade química (Santos, 2017).

2.2.5 Poluição Térmica

A poluição térmica é definida como a mudança das condições do meio ambiente


por meio da presença de energia térmica em altos níveis, que são capazes de causar
efeitos adversos ao homem e ao meio ambiente. Apesar de ser um tipo de poluição
pouco comentada, a poluição térmica é responsável pela formação de ilhas de calor e
pela rejeição térmica nos ambientes aquáticos naturais (Santos, 2017).

2.2.6 Poluição por Resíduos

A poluição por resíduos sólidos ocorre quando esses materiais não recebem
a destinação correta. Os resíduos sólidos podem ser classificados como perigo-
sos ou não perigosos (Santos, 2017).


Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), resíduo
sólido é “qualquer material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder,
nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em
face da melhor tecnologia disponível” (PNRS, 2010).

74
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

O tratamento correto dos resíduos sólidos é fundamental para evitar a polui-


ção por resíduos. Esses materiais podem ser reaproveitados ou inseridos em ou-
tros processos produtivos ou atividades econômicas em que seja possível o seu
aproveitamento. Somente após esgotar todas as formas de uso possíveis é que
esses materiais devem ser descartados, mas esse descarte deve ocorrer de for-
ma correta.

EU I N DI C O

Para ajudar a fixar o conteúdo e visualizar quais problemas


ambientais urbanos são causados pelos impactos ambientais,
acesse o vídeo “Os seis problemas ambientais urbanos”.

No geral, sabemos que os impactos ambientais decorrentes da exploração e


mau uso dos recursos naturais causam diversos problemas ambientais. Podemos
observar as consequências dos impactos ambientais no ambiente urbano e no
ambiente rural.

3 CONSEQUÊNCIAS DA EXPLORAÇÃO AO MEIO


AMBIENTE E À VIDA DAS PESSOAS

Os problemas ambientais que temos hoje são decorrentes de anos de explo-


ração descontrolada e sem qualquer planejamento. Observa-se que, ao longo dos
anos, ocorreu uma redução considerável dos recursos naturais disponíveis em
nosso planeta.

75
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Figura 11 – Consequências da poluição do meio ambiente

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-com-
poluicoes-na-terra_6907492.htm#query=desmatamento%20das%20
florestas&position=0&from_view=search&track=ais&uuid=75858b2a-
3a48-4106-8ed8-02660bd666e2. Acesso em: 5 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: na ilustração temos o planeta Terra com aparên-


cia de desgastado e sujo, e sobre a superfície do globo terrestre temos
máquinas trabalhando na construção civil, desmatamento de árvores
e queimadas, animais sofrendo devido à poluição e ao lixo jogado na
água e nos esgotos.

As consequências da exploração dos recursos naturais recaem sobre o meio


ambiente e a humanidade. São inúmeras as consequências da exploração dos
recursos naturais sobre o meio ambiente e a vida das pessoas, podemos citar
como principais: escassez de recursos naturais, mudanças climáticas, perda da
biodiversidade, danos à saúde humana, insegurança alimentar, deslocamento de
comunidades e desastres naturais.

3.1 Escassez de Recursos Naturais


A escassez de recursos naturais refere-se à redução dos recursos disponí-
veis no nosso planeta. Essa escassez ocorre devido à exploração excessiva dos
recursos, pelo aumento da demanda mundial por recursos naturais e pela de-
gradação ambiental que vem ocorrendo ao longo do desenvolvimento da huma-
nidade. A limitação de recursos naturais já é uma realidade, seja esse recurso
considerado renovável ou não renovável.

76
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências


A população humana está aumentando rapidamente e, em breve,
pode colidir com os limites ambientais;

Mesmo que o crescimento da população não fosse um problema


grave, o aumento do uso de recursos por pessoa está expandindo
a pegada ecológica humana geral e colocando pressão sobre os
recursos da Terra;

Podemos retardar o crescimento da população humana reduzindo a


pobreza por meio do desenvolvimento econômico, elevando a condição
da mulher e incentivando o planejamento familiar. No entanto, quanto
mais elevada a classe social, maior é a demanda de recursos naturais
utilizada por ela” (Reis et al., 2020, p. 68).

Vários são os recursos naturais em risco de escassez, e esses recursos são


essenciais para a existência da humanidade. A água, por exemplo, é um recurso
fundamental para a sobrevivência de todos os seres vivos e é afetada diretamen-
te pela poluição e pelo crescimento populacional, esses fatores contribuem com a
menor disponibilidade de água doce e potável.

A água doce contaminada acarreta diversos riscos à saúde humana, pois a


água funciona como um rápido veículo de doenças independente do consumo da
água contaminada ser de curto ou longo período.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as docentes relacionadas


ao uso de água contaminada podem ser classificadas da seguinte forma:


Causadas diretamente pela água (water-borne diseases): provocadas
pela ingestão de água contaminada com urina ou fezes, humanas ou
animais, contendo bactérias ou vírus patogênicos. Incluem cólera,
febre tifóide, amebíase, leptospirose, giardíase, hepatite infecciosa e
diarreias agudas.

Causadas pela falta de limpeza e de higiene com água: provocadas


por má higiene pessoal ou contato de água contaminada na pele
ou nos olhos. Inclui escabiose, pediculose (piolho), tracoma,
conjuntivite bacteriana aguda, salmonelose, tricuríase, enterobíase,
ancilostomíase, ascaridíase.

77
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

Causadas por parasitas encontrados em organismos que vivem na


água ou por insetos vetores com ciclo de vida na água (water-based
and water-related diseases). Incluem esquistossomose, dengue,
malária, febre amarela, filarioses e oncocercoses.” (Santos, 2017, p.
51).

Já a escassez do solo se refere à diminuição de solos considerados férteis e


agricultáveis, essa escassez é causada pela degradação do solo, erosão, uso in-
correto de técnicas agrícolas e urbanização.

Os recursos energéticos também são impactados. As fontes de combustí-


veis fósseis como petróleo, carvão e gás natural estão se esgotando aos poucos.
Além da extração, a utilização dessas fontes contribui com a poluição atmosférica,
resultando em várias outras consequências para o meio ambiente e a saúde hu-
mana. Além dos recursos energéticos, os recursos minerais correm risco de esgo-
tamento. A demanda por minerais como ferro e cobre para suprir as demandas da
indústria é crescente.

3.2 Perda da Biodiversidade

Outro recurso que corre risco de escassez é a biodiversidade em nosso pla-


neta. Os impactos ambientais causam a destruição de habitats naturais e acele-
ram processos que demoravam muito tempo para acontecer, senão fosse a ação
do homem, como a extinção de espécies da fauna e flora.


Principais causas de extinção das espécies de forma natural, ou seja,
sem a ação do homem:

• Processos de desertificação;
• Processos de glaciações;
• Alterações na atmosfera causadas por atividades vulcânicas;
• Alterações na atmosfera causadas por meteoros.” (Reis et al.,
2020, p. 68).
• Gás sulfídrico (H2S).

78
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

É importante refletirmos sobre como a ação do homem é capaz de acelerar


processos que levariam até milhares de anos para ocorrer naturalmente. Outro
ponto importante a ser observado é como um impacto ambiental está relacionado
ao outro, geralmente um dano desencadeia vários outros, por exemplo, a perda
da biodiversidade causa um desequilíbrio para os ecossistemas e reduz a diver-
sidade genética, por sua vez uma diversidade genética reduzida aumenta a sus-
cetibilidade de espécies a doenças e até mesmo a extinção, o que pode impactar
negativamente a segurança alimentar.

3.3 Mudanças Climáticas

As mudanças climáticas são outra consequência da exploração dos recursos


naturais. Essas mudanças são causadas por uma série de fatores, que podem ser
de ordem natural ou antropogênica. Porém, observa-se que, nas últimas décadas,
essas mudanças são causadas principalmente pelas ações do homem. Já fala-
mos aqui sobre a poluição atmosférica e suas fontes.

As mudanças climáticas são causadas principalmente pela emissão de ga-


ses do efeito estufa na atmosfera e resultam em diversas consequências para o
meio ambiente e para a humanidade.


As mudanças climáticas, fruto do aquecimento do planeta, entraram
com força no cotidiano de nossas vidas. Tanto no ambiente urbano
como no rural, os fenômenos climáticos são uma realidade dura e
cruel. A cidade de São Paulo, a maior do Brasil e uma das maiores
do mundo, tem sofrido cada vez mais com as cheias no período de
chuvas, as estiagens mais longas, a queda assustadora de raios,
entre outros acontecimentos” (Cortese & Natalini, 2014, p. 12).

Entre as principais consequências, temos o aquecimento global, resultado


do aumento de emissões de gases poluentes como o dióxido de carbono (CO2)
e metano (CH4), por exemplo, que são oriundos de atividades humanas, como a
queima de combustíveis fósseis, queimadas e desmatamento.

79
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

EU I N DI C O

Para ajudar a fixar o conteúdo e entender melhor como fun-


ciona a intensificação do efeito estufa, acesse o vídeo “O efei-
to estufa é ruim para o planeta?”. Aproveite o momento para
relembrar alguns pontos sobre poluição atmosférica e suas
causas.

Importante relembrar que o efeito estufa é um fenômeno natural responsável


por manter a temperatura média em nosso planeta e é isso que possibilita a vida
humana na terra, porém, com a concentração dos gases emitidos por meio de
atividades humanas, ocorre uma intensificação do efeito estufa, o que resulta no
aumento das temperaturas médias do planeta, podemos considerar, então, que o
aquecimento global é resultado da intensificação do efeito estufa.

Como consequência das mudanças climáticas, podemos citar ainda o derre-


timento das calotas polares e glaciares, as mudanças nos padrões climáticos, os
impactos na biodiversidade do planeta, e temos também os impactos socioeconô-
micos que ameaçam a segurança alimentar da população em diversas regiões.

EU I N DI C O

Como dito anteriormente, várias são as consequências das


mudanças climáticas,
Atualmente, as ondas de calor têm nos afetado bastante, as
notícias sobre os impactos negativos dessas ondas de calor
estão cada vez mais presentes nos noticiários. Que tal assistir
ao vídeo “É assim que o mundo ficará se todo o gelo derreter”,
que nos ajudam a visualizar outras consequências das mu-
danças climáticas e seu impacto para a humanidade.

80
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

3.4 Danos à Saúde Humana

O impacto negativo à saúde humana é outra consequência da exploração


dos recursos naturais. Nossa saúde é afetada pela poluição do ar, da água e dos
solos. A degradação ambiental favorece o aumento das doenças respiratórias,
contaminação por substâncias tóxicas e problemas de pele. O aumento das tem-
peraturas ocasionadas pelas mudanças climáticas é outro fator de risco à saúde
humana, causando um aumento nos casos de desidratação e insolação.


O acúmulo de poluentes primários emitidos a partir de termelétricas
e escapamentos de veículos aumentará a taxa de mortalidade por
câncer e por doenças dos sistemas cardiovascular e respiratório. O
aumento do ozônio troposférico causará danos aos pulmões. Maior
dose de radiação ultravioleta elevará o risco para tumores de pele. A
escassez de recursos hídricos e a desertificação de algumas áreas
do planeta poderão trazer fome e migrações. O consumo de água
de pior qualidade elevará a taxa de doenças de veiculação hídrica,
como a diarreia ou a intoxicação por metais pesados. Os mosquitos
transmissores de doenças infecciosas como a malária e a dengue
proliferarão mais rapidamente e invadirão áreas hoje de clima
temperado, aumentando o número de vítimas.” (Cortese & Natalini,
2014, p.78).

Outro impacto negativo causado à saúde humana é o dano à saúde mental


da população, visto que as consequências da degradação ambiental é um fator de
ansiedade, estresse e em algumas situações até de trauma psicológico.

3.5 Insegurança Alimentar

A insegurança alimentar em algumas regiões do mundo é mais uma conse-


quência da exploração dos recursos genéticos vegetais, sendo causada principal-
mente pela degradação das terras agrícolas, escassez de água potável, perda da
biodiversidade e mudanças climáticas.

3.6 Deslocamento de Comunidades

O deslocamento de comunidades é causado principalmente por atividades


como a construção civil, mineração e desmatamento. E acontece quando as áre-
as em que essas atividades se localizam oferecem alto risco à vida das pessoas
que moram nas proximidades, ou quando a área escolhida para a implementação
da atividade já está povoada.

81
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

EU I N DI C O

Para entender melhor como a degradação ambiental pode


causar o deslocamento de comunidades e também causar
impacto na saúde mental das pessoas, assista ao vídeo “En-
tenda a situação da mina que vai afundar bairro em Maceió
(AL)”, nele é possível observar como uma catástrofe ambiental
afeta diretamente a vida de diversas famílias.

3.7 Desastres Naturais

Quando a exploração ao meio ambiente é feita de forma inconsequente e


sem planejamento, os riscos de desastres naturais acontecem aumenta conside-
ravelmente, tais como enchentes, deslizamentos de terra e incêndios florestais.

EM FO CO

Chegamos ao fim de mais uma unidade e foram muitos conhecimentos no-


vos adquiridos até aqui. Que tal revisar tudo que foi estudado nesta unidade,
anotando os principais pontos e refletindo sobre como as nossas atividades
diárias, sejam elas domésticas ou de trabalho, afetam o meio ambiente. Impor-
tante também anotar todas as suas dúvidas e os pontos que mais chamaram a
sua atenção.

82
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

NOVOS DESAFIOS
Os nossos hábitos de consumo associados a um crescimento populacional
contínuo fazem com que a demanda por recursos naturais aumente cada dia
mais, porém, diferente do que se pensava antes, a natureza não está a nosso
serviço para ser explorada inadequadamente sem que ocorram consequências.
Observamos que, ao longo do desenvolvimento da humanidade, pouco se
questionou sobre os efeitos da exploração do meio ambiente.
Praticamente todas as atividades humanas causam algum tipo de impacto
ambiental, isso nos leva a refletir sobre como nossas ações diárias impactam o
meio ambiente e o que pode ser feito para mitigar esses impactos. São diversas
as consequências que lidamos hoje graças a anos de exploração de recursos
naturais sem planejamento.
Diante das consequências da degradação ambiental, e da identificação
das fontes causadoras da degradação é importante ter no mercado de trabalho
profissionais com conhecimento o suficiente para lidar com fontes e impactos em
diversas áreas. A aplicação de planejamento e estratégias corretas, levando em
consideração práticas sustentáveis e as políticas ambientais são fundamentais
para a preservação do meio ambiente, mitigando os impactos para garantir o
futuro das gerações futuras.

83
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

AUTOATIVIDADE
1 - Ao longo da história da humanidade, observa-se que, à medida que a
sociedade se desenvolvia, ocorria também o aumento na demanda de recursos
naturais. Com isso, o equilíbrio da relação entre o homem e a natureza foi se per-
dendo, a humanidade passou a enxergar a natureza como algo que estava ali so-
mente para servi-lo e que não precisava de cuidados.

Assinale a alternativa que contém marcos históricos importantes na relação


homem e meio ambiente:

a) Invenção da agricultura e Revolução Industrial.


b) Revolução Industrial e 2ª Guerra Mundial.
c) Invenção da agricultura e 2ª Guerra Mundial.
d) Invenção da agricultura e quinta Revolução Industrial.
e) Invenção da máquina a vapor e quinta Revolução Industrial.

2 - A palavra antrópica refere-se ao resultado da ação do homem, é um termo


frequentemente utilizado quando se fala de mudanças, processos e fenômenos
ambientais resultantes da exploração dos recursos naturais e das ações do ho-
mem na natureza.

Qual das alternativas apresenta um fenômeno ambiental natural:

a) Decomposição de matéria orgânica no solo.


b) Chuva ácida.
c) Mudanças climáticas.
d) Degradação do solo.
e) Contaminação de lençóis freáticos.

84
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

3 - A poluição do ar é um dos impactos negativos causados ao meio ambien-


te pela ação do homem. O acúmulo de poluentes atmosféricos é responsável por
diversos problemas que temos atualmente, como a intensificação do efeito estufa
e as mudanças climáticas.

Qual das alternativas apresenta um gás que não é gerado principalmente pe-
las ações antrópicas:

a) Oxigênio.
b) Dióxido de enxofre (SO2).
c) Dióxido de carbono (CO2).
d) Hidrocarbonetos (HC).
e) Monóxido de carbono (CO).
.

85
Relação do homem com o meio ambiente e a exploração dos recursos naturais e
suas consequências

REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Conjunto de Normas sobre resí-


duos. NBR 10.004. Resíduos Sólidos. Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8969: Definição dos ter-
mos empregados no estudo de poluição do ar. Rio de Janeiro: ABNT, 1985.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-


NAMA). Resolução nº 491 . Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Brasília,
2018. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?da-
ta=21/11/2018&jornal=515&pagina=155&totalArquivos=178. Acesso em: 1 dez. 2023.

BRASIL Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de


2010 Presidência da República, Departamento da Casa Civil. Brasília, 2010.

BRASILEIRO, Eduardo T. Quarta Revolução Industrial e Direito do Trabalho. Gru-


po Almedina (Portugal), 2022. E-book. ISBN 9786556276113. Disponível em: https://
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Global ao Local. Editora Manole, 2014. E-book. ISBN 9788520446607. Disponí-
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REIS, A.C.; OLIVEIRA, A.M.C.; GIUDICELLI, G.C.; GOMES, J.A.; DAMIANI, R.M.;
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TELLES, Dirceu D. Resíduos sólidos: gestão responsável e sustentável. Editora


Blucher, 2022. E-book. ISBN 9786555061055. Disponível em: https://app.minhabi-
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86
Proteção Ambiental

Edição 1
C APÍTULO 3
TEMA DE APRENDIZAGEM

Ecodesenvolvimento,
planejamento
ambiental na
organização e
princípios éticos
Minhas metas:

3 Compreender o ecodesenvolvimento.

3 Entender os princípios do ecodesenvolvimento.

3 Aprender sobre planejamento ambiental na organização.

3 Compreender as ferramentas de gestão sustentável.

3 Entender os princípios éticos.


Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

INICIE SUA JORNADA

Como estudamos anteriormente, o nosso modelo de produção e consumo


tem se tornado cada dia mais inviável devido à degradação ambiental causa-
da por nossas atividades, que comprometem a capacidade do nosso planeta de
prover os recursos naturais que são essenciais para nossa existência. Nas últi-
mas décadas, a temática ambiental tem ganhado destaque nas sociedade e nas
organizações.

O desenvolvimento de uma consciência e um senso crítico no que diz respei-


to às questões ambientais é fundamental para alterar a forma como nos relacio-
namos com o meio ambiente e, com isso, desenvolver métodos para preservar a
natureza. Dentro das organizações ou empresas, esse pensamento também tem
ganhado visibilidade, principalmente pela necessidade de adequar as atividades e
processos da empresa às leis e regulamentações ambientais.

Dentro do contexto ambiental nas empresas e organizações, observa-se que


a ausência de um planejamento ambiental, bem como o monitoramento de sua
implantação e a falta de princípios éticos ambientes, são problemas que podem
resultar em diversas implicações, incluindo o impacto ambiental negativo e danos
financeiros à organização.

P L AY N O CONH ECIM E NTO

Que tal conferir agora a parte um do episódio “Sustentabili-


dade para além do marketing e do modismo”, que discute
os impactos negativos causados por nosso padrão atual de
consumo e produção?

90
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Entender a definição de ecodesenvolvimento e seus principais é algo funda-


mental para contribuir com o planejamento ambiental nas empresas e organiza-
ções, bem como é fundamental entender a importância dos princípios éticos para
o desenvolvimento sustentável.

VAMOS RECORDAR?
Ao longo dessa disciplina, falamos muito sobre como nossas ações diretas e
indiretas afetam o meio ambiente. Você consegue pensar em quais impactos
ambientais as suas ações do dia de hoje causaram ao meio ambiente? Enquan-
to indivíduos no nosso dia a dia, os impactos são significativamente menores
do que os causados por alguns setores de produção, como a agropecuária e as
indústrias. Confira este vídeo sobre a Agropecuária e os problemas ambientais.

91
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

Agora que já entendemos como o nosso padrão de consumo e as nossas


ações ao longo dos anos causaram impactos negativos ao meio ambiente, é im-
portante entender quais as formas de implementar medidas e ações capazes de
reduzir e mitigar esses impactos sem comprometer o desenvolvimento econômico
e social.

Ao longo desta unidade, é fundamental entender os conceitos e princípios do


ecodesenvolvimento, bem como a construção e as estratégias do planejamento
ambiental e os princípios éticos.

1 ECODESENVOLVIMENTO

As consequências da exploração de recursos naturais passou a ser cada dia


mais presente em nossas vidas, a partir de uma análise da degradação ambiental
e de todos os danos causados à sociedade, chegou-se a compreensão de que as
práticas utilizadas para o desenvolvimento da sociedade estavam cada dia mais
insustentáveis. Essa consciência de que nossas ações e processos são negativos
veio acompanhada de novas ideias para tentar resolver ou mitigar os problemas
ambientais.


O primeiro grande passo na discussão do desenvolvimento sustentável
foi a Conferência de Estocolmo (United Nations Conference on the
Human Environment), realizada em 1972, na qual se enfatizou a
importância da questão ambiental e a necessidade de reaprender
a conviver com o planeta Terra, preservando-o para garantir a
continuidade da vida e da história. As preocupações demonstradas
nas discussões da conferência deixaram muito nítidas as disparidades
entre as realidades e o posicionamento dos países do hemisfério
norte e os do hemisfério sul. Os do norte, em boa parte denominados
desenvolvidos, mostraram grande preocupação com a poluição da
água, do ar e do solo, priorizando ações voltadas à restauração de
sua qualidade anterior. Os do sul, na maioria considerados como
países em desenvolvimento, mostraram maior preocupação com a
gestão racional dos recursos naturais, objetivando o desenvolvimento
socioeconômico e a solução de problemas associados à exclusão
social e à pobreza” (JR & Reis, p. 87, 2016).

92
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

O termo ecodesenvolvimento, ou desenvolvimento sustentável, está asso-


ciado à ideia de crescimento e progresso sem que ocorra prejuízos ao meio am-
biente, de forma a estabelecer o equilíbrio há muito perdido entre o homem e o
meio ambiente. Esse termo surgiu da consciência de que nossa forma de produzir
bem como o nosso padrão de consumo precisam mudar.

1.1 Conceitos Fundamentais

O ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável é um conceito no


qual existe a integração entre o progresso econômico, social e ambiental, com o
objetivo de atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades.

Figura 1 – Desenvolvimento Sustentável

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/save-planet-concept-with-
people-taking-care-earth_7824979.htm#query=desenvolvimento%20
sustentavel&position=17&from_view=search&track=ais&uuid=3c3ba09b-
bb3b-49d0-82c8-b058586f5e83. Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: o planeta Terra em tons verdes, com muita vegeta-


ção sendo cuidado por um grupo de pessoas.

93
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Segundo Estenssoro (2019), as ideias de ecodesenvolvimento foram citadas


pela primeira vez no Relatório de Founex elaborado em 1971. Na época, o termo
ecodesenvolvimento ainda não era citado, mas, sim, as ideias que posteriormente
inspiraram este termo.

O termo ecodesenvolvimento foi popularizado pelo Relatório Brundtland, pu-


blicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
das Nações Unidas (ONU), no qual é definido como o desenvolvimento que sa-
tisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazer suas próprias necessidades.


Como ficou claro nas discussões globais, a implantação de uma
estratégia de desenvolvimento baseada na sustentabilidade
deve considerar um paradigma que englobe dimensões políticas,
econômicas, sociais, tecnológicas e ambientais e que sirva como
base para a procura de soluções de caráter amplo e integrado para
o desenvolvimento das populações mundiais, sendo fundamental
incluir, nessa cena, os problemas da pobreza, como o atendimento
às necessidades básicas de alimentação, saúde e moradia. A solução
para as questões ambientais deve ser encontrada dentro de um
contexto amplo, no qual as demais dimensões precisam também ser
revistas” (JR & Reis, p. 96, 2016).

O ecodesenvolvimento busca equilibrar a relação entre o meio ambiente, a


sociedade e a economia, para assim garantir um desenvolvimento sustentável.
Entender essa relação é fundamental para lidar com os desafios que temos atu-
almente em garantir o desenvolvimento social e econômico sem comprometer a
preservação ambiental.

94
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 2 – Equilíbrio entre o Meio Ambiente, a Sociedade e a Economia

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#ParaTodosVerem: um triângulo verde representando o equilíbrio. Na


ponta superior, há uma árvore. Na ponta da esquerda, um grupo de pes-
soas e, na da direita, temos setas apontando para cima e uma moeda.

O ecodesenvolvimento reconhece a importância do meio ambiente como


sendo o sistema formado por todas as formas de vida e todos os recursos natu-
rais. E, com isso, reforça a importância de preservar e conservar o meio ambiente.

No ecodesenvolvimento, a sociedade é formada pelas pessoas, comunida-


des e qualquer outra estrutura social. No conceito de desenvolvimento sustentá-
vel, é importante primeiramente reconhecer que as atividades humanas causam
impactos significativos ao meio ambiente. Também é importante reconhecer que
dependemos dos recursos naturais para praticamente tudo, desde alimentação
até a geração de energia que utilizamos em nossas casas.

Já a economia se refere à produção, distribuição e ao consumo de bens e


serviços. Reconhecendo que a economia depende totalmente dos recursos natu-
rais, mas que a forma de exploração desses recursos resultou em grande degra-
dação ambiental e comprometimentos de recursos renováveis e não renováveis
disponíveis.

95
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos


O conceito de desenvolvimento sustentável é inovador, pois amplia as
responsabilidades empresariais para além da rentabilidade financeira,
dimensionando outras diretrizes para o programa, incluindo:

• Aspectos sociais: desenvolver melhores condições de trabalho,


contemplando a diversidade cultural de atuação e propiciando
oportunidades aos deficientes.

• Aspectos ambientais: adotar uma produção mais limpa, oferecer


condições para o desenvolvimento de uma cultura ambiental,
adotar uma posição de responsabilidade ambiental, buscar
ecoeficiência nos processos produtivos e participar das atividades
governamentais” (Barsano & Barbosa, p. 145, 2019).

O equilíbrio entre o meio ambiente, a sociedade e a economia é fundamental


para garantir um desenvolvimento sustentável. Dentro do ecodesenvolvimento, o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental não são processos opos-
tos, e sim que devem ser pensados e tratados como complementares.

1.2 Princípios do Ecodesenvolvimento

O ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável é orientado por al-


guns princípios importantes do direito ambiental que ajudam a determinar as
políticas e as práticas utilizadas para promover o desenvolvimento de forma equi-
librada. Entre todos os princípios que norteiam as práticas do ecodesenvolvimen-
to, podemos indicar como principais:

• Princípio da dignidade da pessoa humana: segundo este princípio, toda


pessoa, independentemente de sua condição social, econômica e cultu-
ral, possui um valor inerente e fundamental que merece ser respeitado e
protegido. Este é um dos fundamentos da ordem jurídica e social.

96
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos


A relação com os demais animais deve ser caridosa e tolerante, sem
que se admita a crueldade, o sofrimento desnecessário e a exploração
interesseira de animais e plantas. Mas, evidentemente, não se pode
perder de vista o fato de que o homem se encontra em posição central,
haja vista a sua capacidade de raciocínio, transformação consciente
da natureza etc.” (Antunes, p. 16, 2023).

São fundamentados no princípio da dignidade da pessoa humana muitos de


nossos direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade e a
não discriminação.

• Princípio da precaução: o princípio da precaução estabelece que,


quando existe a possibilidade de um dano significativo ao meio ambien-
te ou saúde do homem, ainda que sem comprovação científica sobre os
impactos causados, a precaução deve ser exercida para evitar potenciais
impactos negativos.

• Princípio da prevenção: segundo Antunes (2023), o princípio da pre-


venção se aplica aos impactos ambientais que já conhecemos. Nele, a
adoção de medidas preventivas é tomada para evitar a ocorrência de da-
nos ambientais.


Com base no princípio da prevenção, o licenciamento ambiental e, até
mesmo, os estudos de impacto ambiental podem ser realizados e são
solicitados pelas autoridades públicas.

É importante deixar consignado que a prevenção de danos, tal como


presente no princípio ora examinado, não significa – em absoluto –
a eliminação de danos. A existência de danos ambientais originados
por um empreendimento específico é avaliada em conjunto com os
benefícios por ele gerados e, a partir de uma análise balanceada de
uns e outros, surge a opção política consubstanciada no deferimento
ou indeferimento das licenças ambientais” (Antunes, p. 22, 2023).

97
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

O princípio da prevenção procura evitar danos ao ambiente por meio de


ações preventivas e intervenções desde o estágio inicial de planejamento e imple-
mentação de atividades e processos.

• Princípio do poluidor pagador: este é um conceito importante do direito


ambiental para o desenvolvimento sustentável. Basicamente, o princípio
do poluidor pagador (PPP) estabelece a responsabilidade do causador
do impacto ou poluidor de arcas com os custos decorrentes da poluição
ou degradação ambiental que ele tenha gerado.


O PPP parte da constatação de que os recursos ambientais são
escassos e que o seu uso na produção e no consumo acarretam a
sua redução e degradação. Ora, se o custo da redução dos recursos
naturais não for considerado no sistema de preços, o mercado não
refletirá a escassez. Logo, são necessárias políticas públicas para
eliminar a “falha de mercado”, assegurando que os preços dos
produtos reflitam os custos ambientais” (Antunes, p. 25, 2023).

Na prática, o princípio do poluidor pagador pode ser aplicado de várias for-


mas, como por meio de taxas e impostos ambientais, pela responsabilidade civil e
penal, por meio de incentivos econômicos e mecanismos de compensação.

• Princípio da responsabilidade: o princípio da responsabilidade é um


conceito ético e moral. Nele há a obrigação de indivíduos, organizações,
indústrias e governos de assumirem a responsabilidade por suas ações
e decisões e as suas consequências. Este princípio engloba questões
como responsabilidade social, pessoal e governamental.


Qualquer violação do direito implica a sanção do responsável pela
quebra da ordem jurídica. A CF brasileira estabelece, no § 3º do artigo
225, a responsabilidade por danos ao meio ambiente, embora não
defina o caráter subjetivo ou objetivo dela. Esta questão restou delegada
para a legislação ordinária que a definiu como objetiva. Um ponto
que julgo merecer ser ressaltado é o fato de que a responsabilidade,
no sistema jurídico brasileiro, decorre de lei, contrato ou ato ilícito. A
responsabilidade ambiental se divide em: (1) civil, (2) administrativa e
(3) penal” (Antunes, p. 25, 2023).

98
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

No contexto do ecodesenvolvimento, o princípio da responsabilidade procura


promover a consciência individual e coletiva sobre as consequências de nossas
ações para a manutenção e preservação do meio ambiente.

1.3 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

Os indicadores são métricas ou parâmetros utilizados para avaliar o progres-


so realizado no desenvolvimento sustentável de qualquer atividade ou processo.
Existem indicadores econômicos, ambientais e sociais.

Como exemplo de indicadores econômicos temos: Produto Interno Bruto


(PIB), índices de desigualdade de renda, índice de empregos sustentáveis, índice
de investimento em pesquisas e desenvolvimento sustentável, entre outros. Entre
as métricas ambientais, temos: pegada de carbono, área de floresta preservada,
área plantada, índice de qualidade do ar e da água, consumo de recursos naturais
e monitoramento da biodiversidade. E as métricas sociais, que englobam o Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH), índice de acesso à educação e saúde, taxa
de desemprego, taxa de pobreza, entre outros.

1.4 Políticas Públicas e Estratégias de


Implementação
Para o ecodesenvolvimento, as políticas públicas e as estratégias de imple-
mentação são fundamentais para promover as práticas sustentáveis para que
ocorra o desenvolvimento econômico em equilíbrio com a preservação ambiental.
Os governos e algumas outras entidades são responsáveis por formular e imple-
mentar as políticas públicas e as estratégias de implementação. Cada política e
estratégia visa alcançar objetivos específicos que estão especificamente relacio-
nados à sustentabilidade ambiental, econômica e social.

P E N SA N D O J UNTOS

Você já se questionou como as políticas públicas podem estimular o ecodesen-


volvimento?
As políticas públicas são fundamentais para o ecodesenvolvimento, temos
como exemplo de políticas públicas o estímulo ao uso de energias renováveis,
o estabelecimento de áreas protegidas, as regulamentações para a gestão de
resíduos e os incentivos fiscais para práticas sustentáveis.

99
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Sabemos o quanto as políticas públicas são importantes para o desenvol-


vimento sustentável ou ecodesenvolvimento, agora é necessário compreender
como estas políticas são formuladas. Primeiramente, é necessário identificar os
objetivos, definir metas de forma clara e mensurar o impacto de suas aplicações.
Em seguida, temos o chamado envolvimento de Stakeholders, que nada mais é
que a consulta e participação de todas as partes interessadas na política pública
em questão, isso envolve as comunidades locais, empresas, ONGs e especialis-
tas na área.

Durante esta consulta, são levadas em consideração as necessidades e as


preocupações dos interessados. A etapa final é o desenvolvimento e implementa-
ção das leis, normas e regulamentações que levam em consideração a demanda
ambiental inicial.

O compromisso com o desenvolvimento sustentável é crescente em todo


mundo, existem vários acordos internacionais sobre o meio ambiente, podemos
citar:

ACORDO DE PARIS

Estabelece metas globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e


mitiga os impactos das mudanças climáticas. Tem como objetivo limitar o aumento
da temperatura global a menos de 2°C em relação aos níveis pré-industriais.

PROTOCOLO DE MONTREAL

Trata da redução progressiva do uso de substâncias que destroem a camada de


ozônio.

CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA (CDB)

Propõe a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável de seus ele-


mentos e a distribuição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso dos
recursos genéticos.

100
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

É importante entender que o governo tem um papel fundamental no ecode-


senvolvimento, sendo responsável por desenvolver e implementar as leis e regu-
lamentações relacionadas ao ecodesenvolvimento e que incentivem as práticas
sustentáveis por meio de metas e padrões ambientais.


O órgão que rege as políticas ambientais de conservação no país
é o Ministério do Meio Ambiente (MMA), com programas voltados à
conservação, à recuperação e ao uso sustentável do meio ambiente.
O MMA objetiva principalmente a conservação, assim, o conhecimento
dessa área é interessante para a elaboração de projetos na área
pública. Um trabalho interessante é o programa Água Doce, voltado
para o uso sustentável dos recursos hídricos subterrâneos no
semiárido, além de programas preventivos de gestão e educação
ambiental” (Ronei et al., p. 42, 2018).

O incentivo econômico também é uma das responsabilidade do governo, por


meio de subsídios, isenções fiscais e até mesmo de incentivo financeiro para que
as empresas adotem práticas sustentáveis. O desenvolvimento de programas
educacionais sobre práticas sustentáveis e a promoção de campanhas educativas
para conscientização ambiental fazem parte das atividades atribuídas ao governo.
Além disso, o governo desempenha um papel fundamental no monitoramento e na
fiscalização das as leis e regulamentações relacionadas ao ecodesenvolvimento.

1.5 Educação e Conscientização

A educação e a conscientização são dois pontos fundamentais para o de-


senvolvimento sustentável, a partir delas é que mudanças significativas são rea-
lizadas para preservar o meio ambiente, utilizar de forma planejada os recursos
naturais e promover o desenvolvimento social e econômico.

EU I N DI C O

Para te auxiliar na fixação do conteúdo, que tal assistir ao ví-


deo “ Educação Ambiental tem que ser revolucionária”,
sobre a importância da educação ambiental como ferramenta
efetiva para o desenvolvimento sustentável?

101
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

A educação ambiental é um processo de ensino e aprendizagem com o ob-


jetivo de transmitir conhecimentos, valores e habilidades que auxiliem na com-
preensão da importância ambiental e na execução de ações voltadas para a
preservação ambiental.

Figura 3 – Educação Ambiental

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/children-planting-trees-using-
renewable-energy-from-nature-with-solar-energy-from-solar-panel-
wind-turbine_14244796.htm#query=educa%C3%A7%C3%A3o%20
ambiental&position=33&from_view=search&track=ais&uuid=e7f162a7-
1493-47d5-a9a2-57ba054d320c. Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: pessoas cuidando do meio ambiente, tem um me-


nino levando uma placa solar para casa, outro menino fazendo a coleta
seletiva e duas meninas trabalhando com energias limpas.

Segundo Ibrahin (2014), a educação ambiental é um poderoso instrumento


que proporciona formas de proteger o meio ambiente sem comprometer o desen-
volvimento social e econômico.

102
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos


A Educação Ambiental deve ser capaz de demonstrar que o
crescimento econômico deve ter seu alicerce na sustentabilidade, o
que envolve a noção de bom convívio entre desenvolvimento social,
desenvolvimento econômico e proteção ambiental, proporcionando a
duração por muitos anos da vida em todas as suas formas.

A única alternativa capaz de viabilizar a vida humana no futuro é uma


Educação Ambiental responsável com a sustentabilidade de todas as
riquezas naturais da Terra. (Ibrahin, p. 75, 2014).

A educação ambiental não se limita somente ao ambiente escolar e acadêmi-


co, é importante que ela esteja presente em diversos ambientes, como empresas,
comunidades, organizações, independentemente do método com o qual é abor-
dado o fundamental é que as ideias sobre desenvolvimento sustentável cheguem
a toda sociedade.


Observe que existe a possibilidade das mais diversas iniciativas. O
Poder Público, por meio das autoridades ligadas à educação, pode
promover atividades pedagógicas, sensibilizando e conscientizando
os alunos para diferentes problemas ambientais; as pequenas
comunidades podem desenvolver projetos de Educação Ambiental
envolvendo os seus integrantes; as empresas podem implantar cursos
de Educação Ambiental nas comunidades localizadas ao redor de
suas atividades industriais etc.” (Ibrahin, 2014, p.75)

É fundamental estimular o desenvolvimento de uma consciência ambiental


nas pessoas, consequentemente encorajando um senso crítico sobre os impactos
das ações da humanidade no meio ambiente e, com isso, promovendo a adoção
de práticas sustentáveis.

1.6 Desafios Futuros

No ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável existem muitos de-


safios, o primeiro deles está relacionado com as mudanças propostas pelo eco-
desenvolvimento. A resistência à mudança inclui grande parte da sociedade, que
ainda não consegue fazer a ligação entre os impactos ambientais e as consequên-
cias dos mesmo para o meio ambiente e a vida das pessoas. A indústria também
é outro eixo que representa um desafio para o desenvolvimento sustentável, pois
há uma grande resistência no que diz respeito às alterações em seus processos

103
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

produtivos para se adequar a proposta do ecodesenvolvimento, visto que, depen-


dendo da atividade industrial, o custo inicial de implementação da infraestrutura e
implementação das ações e tecnologias sustentáveis é considerado alto.

1.6.1 Tecnologias Sustentáveis

Atualmente, existem diversas tecnologias sustentáveis capazes de suprir as


necessidades dos mais diversos setores da sociedade e industrial. A seguir, falare-
mos um pouco sobre os tipos de tecnologias sustentáveis que temos disponíveis.

• Energias renováveis: são consideradas energias renováveis as energias de-


rivadas de recursos naturais renováveis, como água, o vento e a luz solar. As
energias renováveis são fundamentais para a mudança em nossos modelos
de produção e consumo, apresentando mais de uma alternativa de se obter
energia de forma sustentável.


A modificação das formas de produção de energia, com aumento
de fontes renováveis, que possibilitem, ao longo do tempo, passar
de uma matriz energética baseada em recursos fósseis para uma
matriz energética predominantemente renovável talvez seja o tópico
mais debatido e popular do cenário energia e sustentabilidade,
considerando as discussões relacionadas ao aquecimento global e às
mudanças climáticas” (JR & Reis, p. 7, 2016).

São vários os benefícios ambientais associados ao uso de energias renová-


veis, incluindo a redução de gases poluentes na atmosfera e a diversificação da
matriz energética. Entre as energias renováveis, temos energia eólica, solar, hi-
drelétrica, biomassa e geotérmica.

Energia eólica: gerada pela força dos ventos, é definida como a energia ciné-
tica presente nas partículas de ar. Para geração de energia, as turbinas eólicas
transformam a energia cinética dos ventos em eletricidade (Fadigas, 2016).

104
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 4 – Energia Eólica

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/ecology-concept-paper-
style_6756064.htm#query=energia%20e%C3%B3lica&position=4&from_
view=search&track=ais&uuid=213381da-b99c-43e6-a88d-
f5515c4ab670. Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: ambiente verde com várias turbinas eólicas


espalhadas.

• Energia solar: gerada pela captura e conversão da luz do sol em energia, na


forma de eletricidade ou calor. A energia solar pode ser de dois tipos, como
energia solar fotovoltaica, na qual a energia é obtida por meio de células fo-
tovoltaicas localizadas nos painéis solares. E a energia solar térmica, na qual
os coletores captam o calor do sol com o intuito de aquecer água ou outros
fluidos circulantes, o vapor gerado é utilizado na geração da energia (Reis &
Fadigas, 2016).

105
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 5 – Energia Solar

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/sun-energy-concept-
illustration_13918558.htm#query=energia%20solar&position=2&from_vi
ew=search&track=ais&uuid=44ee14d3-287f-4edc-acc7-
d8f8739a0efb. Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: homem instalando placas de energia solar com o


sol no alto da imagem.

• Energia hidrelétrica: produzida a partir da energia cinética resultante da


água em movimento. Para a produção, são construídas barragens e represas,
a partir do da energia produzida pelo fluxo da água as turbinas são acionadas
gerando a eletricidade. Apesar de ser apontada por muitos autores como uma
energia sustentável, a construção de barragens e represas pode gerar impac-
tos socioambientais negativos (Reis et al., 2016).


As tecnologias tradicionais de uso da biomassa são aquelas de
combustão direta (e ineficiente) de madeira, lenha, carvão vegetal,
resíduos agrícolas, resíduos de animais e urbanos, com impactos
extremamente negativos na saúde (principalmente de mulheres e
crianças nos países menos desenvolvidos). Há também as chamadas
tecnologias “aperfeiçoadas” de uso da biomassa, incluindo as
tecnologias mais eficientes de combustão direta de biomassa (fogões
e fornos).” (Coelho et al., p. 309, 2016).

106
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 6 – Energia Hidrelétrica

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/power-plant-illustrated-flat-
design_19826170.htm#query=energia%20hidrel%C3%A9trica&position=0&from_
view=search&track=ais&uuid=8a1fd5cb-5339-4572-a698-f514b22b2688
Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: imagem com ambiente verde com árvores e uma


barragem ao centro.

• Energia Biomassa: esta energia é gerada a partir da biomassa, o que inclui


o álcool combustível, que é produzido a partir de fontes de como a cana-de-
-açúcar ou a mamona, e também o carvão vegetal proveniente de áreas de
reflorestamento.

A energia biomassa pode ainda ser gerada a partir de todo o material de ori-
gem vegetal que existe na natureza ou que foi gerada pelo homem e animais,
também os resíduos de da atividade agrícolas, atividades florestais, resíduos só-
lidos urbanos.

1.6.2 Economia Circular

Dentro do contexto do desenvolvimento sustentável, outro conceito muito


importante é o de economia circular. A economia circular engloba vários pontos,
como o design sustentável, a reciclagem e recuperação de materiais, a reutiliza-
ção e extensão dos ciclos de vida, as estratégias de gestão de resíduos, entre
outros.

107
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 7 – Símbolo da Reciclagem

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/3d-green-gradient-
recycle-sign_37408816.htm#query=simbolo%20meio%20
ambiente&position=8&from_view=search&track=ais&uuid=b5de0fc4-
3369-489f-a55c-9572cb42c611. Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: triângulo verde formado por três setas.


Na perspectiva da economia circular, o sistema econômico deve ser
compreendido como um subsistema de um maior, o qual impõe uma
restrição absoluta à expansão da economia. Sob tal visão, o nosso
planeta possui uma capacidade de carga que não é conhecida com
precisão pela ciência, o que torna necessário adotar uma postura
precavida em relação à produção material da sociedade. Ainda
sob tal perspectiva, o desenvolvimento científico e tecnológico é
fundamental para aumentar a eficiência na utilização dos recursos
naturais, tanto renováveis quanto não renováveis. Em longo prazo,
a real sustentabilidade do sistema econômico não é possível sem
estabilização dos níveis de consumo per capita de acordo com a
capacidade de carga do planeta. Portanto, a Economia Circular
fundamenta-se no princípio de que o funcionamento do sistema
econômico, considerado nas escalas temporal e espacial mais
amplas, deve ser compreendido tendo-se em vista as condições do
mundo biofísico sobre o qual este se realiza, uma vez que é deste que
derivam a energia e matérias-primas para o próprio funcionamento da
economia” (Neto et al., p. 14, 2021).

108
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Diferente do modelo linear de economia, em que o ciclo é basicamente de


produção, uso e descarte, na economia linear, a ideia é que o recurso seja manti-
do em uso pelo maior tempo possível, seja por meio da reutilização ou da recicla-
gem, por exemplo.

2 PLANEJAMENTO AMBIENTAL NA ORGANIZAÇÃO

O planejamento ambiental é fundamental para garantir que as ações e os


processos dentro de uma organização sejam realizados de forma sustentável, le-
vando em consideração e seguindo todas as leis e regulamentos nas quais as ati-
vidades se encaixam.


Cada vez mais a questão ambiental está se tornando matéria
obrigatória das agendas dos executivos de empresas nacionais e
internacionais. A globalização dos negócios, a internacionalização
dos padrões de qualidade ambiental descritos na série ISO 14000, a
conscientização crescente dos atuais consumidores e a disseminação
da educação ambiental nas escolas permitem antever que a exigência
futura que farão os futuros consumidores em relação à preservação
do meio ambiente e à qualidade de vida deverão se intensificar.
Diante disso, as organizações deverão, inexoravelmente, incorporar
a variável ecológica na prospecção de seus cenários e na tomada
de decisão, além de manter uma postura responsável de respeito à
questão ambiental.” (Donaire & Oliveira, p. 51, 2018).

O planejamento ambiental pode ser definido como um processo estratégico


aplicado em empresas e organizações para atingir metas ambientais. Esse pro-
cesso envolve etapas de análise, desenvolvimento e implementação de políticas,
implementação de ações e procedimentos necessários para atingir as metas para
o desenvolvimento sustentável da empresa.

109
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos


O grau de envolvimento da empresa com a questão ambiental variará
em função da importância que a organização dá para a variável
ecológica e sua decisão dependerá: do ambiente natural externo e
próximo à unidade produtiva, dos recursos naturais de que necessita
e do grau de contaminação ambiental que seu processo produtivo
gera. Outros motivos que afetam o envolvimento da empresa com
uma gestão ambiental mais efetiva são: a dificuldade de obtenção do
investimento necessário para adaptação de seu processo produtivo,
falta de conhecimento técnico-científico sobre a questão ambiental
envolvida e o grau de compromisso do seu quadro de pessoal com a
ética ambiental” (Dias, p. 65, 2017)

Segundo Donaire & Oliveira (2018), com um bom planejamento, as empre-


sas conseguem aumentar os lucros a partir da implementação de estratégias para
a redução dos impactos negativos ao meio ambiente. A visibilidade que o desen-
volvimento ambiental gera é positiva para as empresas.


Entre essas oportunidades, podemos citar a reciclagem de materiais
que tem trazido uma grande economia de recursos para as empresas;
o reaproveitamento dos resíduos internamente ou sua venda para
outras empresas por meio de Bolsas de Resíduos ou negociações
bilaterais; o desenvolvimento de novos processos produtivos com a
utilização de tecnologias mais limpas ao ambiente, que se transformam
em vantagens competitivas e até mesmo possibilitam a venda de
patentes; o desenvolvimento de novos produtos para um mercado
cada vez maior de consumidores conscientizados com a questão
ecológica, geração de materiais de grande valor industrial a partir do
lodo tóxico, estações portáteis de tratamento, miniusinas para uso de
pequenas empresas e o aparecimento de um mercado de trabalho
promissor ligado à variável ambiental que deverá envolver auditores
ambientais, gerentes de meio ambiente, profissionais do Direito com
especialização na legislação ambiental, bem como o incremento de
novas funções técnicas específicas (Donaire & Oliveira, p. 51, 2018).

É por meio do planejamento ambiental que as organizações conseguem


traçar metas e estratégias para viabilizar a realização de ações para reduzir os
impactos ambientais. Alguns passos são importantes para um planejamento am-
biental eficiente., dentre eles temos:

110
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

2.1 Diagnóstico Ambiental da Organização

O primeiro passo para o planejamento ambiental nas organizações é a reali-


zação do diagnóstico ambiental da organização, ou seja, uma avaliação ambiental
inicial para determinar a situação da organização. Nesta avaliação, será obser-
vado quais os impactos as atividades e processos gera. É importante identificar,
neste momento, em quais setores da empresa os impactos estão sendo gerados
e quais são esses impactos, por exemplo: emissões de gases poluentes no setor
de transporte.

Figura 8 – Emissão de Poluentes no Setor de Transporte

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/car-pollution-concept-
illustration_36946911.htm#query=polui%C3%A7%C3%A3o%20
transporte&position=1&from_view=search&track=ais&uu
id=1a2cd7e0-06d6-4405-9bd0-d0ca072abae9
Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: vários carros e um caminhão em um centro indu-


trial com muita fumaça.

É importante que este diagnóstico ambiental seja realizado levando em con-


sideração a análise ambiental de fatores internos e externos. O ideal é que o setor
responsável pelo diagnóstico faça uma análise minuciosa de todas as atividades.

111
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos


Além do ramo industrial a que a empresa pertence, é extremamente
importante para a definição da localização da variável ambiental na
estrutura, o conhecimento de como essa problemática é concebida pela
Alta Administração da empresa, qual sua influência no delineamento
da política organizacional e como ela interfere no estabelecimento do
planejamento estratégico. A forma com que cada uma das empresas
encara a questão ambiental reflete-se em diferentes realidades que
conduzem a distintas repercussões em nível interno e a vários arranjos
organizacionais para o equacionamento dos problemas relativos
à variável ecológica. Assim, se a variável ecológica é considerada
importante dentro da organização, então, a área ou a função que a
ela se relaciona possui status, prestígio e autoridade; caso contrário,
transforma-se em uma atividade meramente acessória, que existe
apenas para configurar que a empresa tem algo ou alguém para lidar
com essa atividade, mas que não se traduz em uma ação efetiva e
muito menos em um compromisso organizacional” (Donaire & Oliveira,
p. 66, 2018).

Para a análise ambiental interna, é importante realizar uma avaliação dos


processos internos, avaliação de políticas e práticas ambientais da empresa, bem
como a avaliação da eficácia dessas políticas e como elas se alinham com os ob-
jetivos de sustentabilidade, também é importante que sejam realizadas auditorias
ambientais internas para identificar as irregularidades e uma análise de impactos
dos produtos ou serviços da empresa.

Para análise ambiental externa, é importante que seja realizada uma aná-
lise da legislação e regulamentação que se apliquem à organização em questão,
também é importante que seja feita uma análise de tendências de mercados, bem
como a avaliação de riscos e oportunidades ambientais. É importante também re-
alizar o Benchmarking Ambiental, que é o processo de comparação entre as práti-
cas aplicadas em diferentes empresas que exercem as mesmas atividades.

2.2 Legislação e Regulamentações Ambientais

A legislação e as regulamentações ambientais estabelecem as normas que


devem ser consideradas desde o planejamento ambiental até o monitoramento
dos processos sustentáveis aplicados. Ao longo desta disciplina, citamos algumas
leis e regulamentações ambientais importantes no Brasil, entre elas, temos:

112
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

• Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) - Lei nº 6.938/1981.

• Lei da Água (Política Nacional de Recursos Hídricos) - Lei nº 9.433/1997.

• Lei dos Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305/2010.

• Lei de Crimes Ambientais - Lei nº 9.605/1998.

• Legislação de Licenciamento Ambiental - Resolução CONAMA nº 237/1997.

• Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e Lei da Mata Atlântica.

• Código Florestal Brasileiro - Lei nº 12.651/2012.

É fundamental o alinhamento entre as leis e regulamentações vigentes e o


planejamento e metas da empresa. O não cumprimento dessas regulamentações
gera prejuízo financeiro a empresa e impacto negativo ao meio ambiente.

2.3 Estabelecimento de Objetivos e Metas


Ambientais
Estabelecer objetivos e metas ambientais é um passo fundamental no plane-
jamento ambiental da organização, este passo deve ser realizado com atenção,
pois todo o planejamento e a implementação são feitos para atender aos objetivos
e metas definidos.

Os objetivos ambientais definem o que a organização pretende alcançar am-


bientalmente dentro de seu processo produtivo. Os objetivos precisam estar de
acordo com a política ambiental da empresa. Já as metas são os objetivos espe-
cíficos, nos quais se estabelece ordem e prazo para cumprir a fim de atingir os
objetivos ambientais.

113
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 9 – Passo a passo metas e objetivos

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#ParaTodosVerem: a figura é composta por seis retângulos em que


são apontados como é feito o estabelecimento das metas e objetivos.

2.4 Estratégias e Planos de Ação

As estratégias e os planos de ação são fundamentais para que as metas se-


jam cumpridas e os objetivos alcançados. O modo como ocorre a implementação
dessas estratégias e planos de ação pode diferir um pouco entre os diferentes ti-
pos de organizações, porém, alguns pontos devem esta sempre presentes, como:

• Definir as estratégias ambientais com base no estabelecido nos objetivos e


nas metas, as estratégias devem estar alinhadas com a visão e missão da
organização.

• Identificar quais são as ações prioritárias é um passo fundamental para alcan-


çar as metas ambientais estabelecidas.

• Desenvolver planos de ação detalhados para cada estratégia e ação. Nesta


etapa, é importante definir atividades específicas que deverão ser realizadas,
bem como os responsáveis por elas, os prazos e os recursos necessários na
execução. Incluir um indicador de progresso para acompanhar todo o trabalho
é uma boa alternativa.

• Outro recurso que pode ser utilizado é o uso de indicadores e metas interme-
diárias que auxiliam no acompanhamento do progresso das atividades.

114
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

• Seguir o cronograma estabelecido é fundamental para não comprometer toda


a estratégia ambiental.

• É importante que o monitoramento do progresso da execução seja contínuo,


de forma a avaliar rapidamente a prática indicada na estratégia e fazer os
ajustes necessários.

• É fundamental que, ao longo de todo o processo, sejam realizadas avaliações


periódicas levando em consideração os dados de monitoramento do progres-
so de execução. As avaliações são fundamentais para mensurar o impacto
das ações e ajustar estrategicamente os processos conforme necessário.

• É importante que os progressos e os resultados das avaliações sejam comu-


nicados, para promover um processo transparente dentro da organização.

2.5 Avaliação de Impacto Ambiental

Outro processo importante no planejamento ambiental das organizações é a


Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), esta avaliação deve ser feita sempre que
houver novos projetos na organização ou alterações significativas nas operações
já realizadas.


Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é considerada um instrumento
de política ambiental preventivo, pois pretende identificar, quantificar
e minimizar as consequências negativas sobre o meio ambiente,
antes que o empreendimento inicie suas atividades. Deste modo, este
instrumento permite a aplicação de medidas que evitem ou diminuam
os impactos ambientais inaceitáveis ou fora dos limites previamente
estabelecidos, levando em consideração os limites de assimilação,
dispersão e regeneração dos ecossistemas e como afetarão a
sociedade” (Dias, p. 77, 2017).

A Avaliação de Impacto Ambiental vai avaliar todos os possíveis impactos


ambientais que podem ser causados pela atividade em questão, e identificar as
formas para mitigar ou minimizar os efeitos dos impactos. A AIA é um instrumento
multidisciplinar de política ambiental preventiva fundamental para o desenvolvi-
mento sustentável nas organizações.

115
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Além da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), existem outros instrumentos


de políticas ambientais, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de
Impacto ao Meio Ambiente (RIMA), ambos são exigidos desde 1986 pela Resolu-
ção do CONAMA 001 (Dias, 2017).


Em alguns casos podem ser exigidos estudos especiais, entre os
quais se inclui o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório
de Impacto Ambiental). O EIA é um importante instrumento de
planejamento e controle ambiental utilizado para prever os impactos
ambientais e encontrar formas para reduzir seus aspectos negativos,
devendo ser utilizado em todas as iniciativas que possam ter
significativos efeitos ambientais” (Donaire & Oliveira, p. 112, 2018).

Esses estudos e avaliações proporcionam uma base sólida para as tomadas


de decisões necessárias para garantir que as organizações atinjam os objetivos
ambientais estabelecidos e fiquem em conformidade com as leis e regulamenta-
ções ambientais.

2.6 Educação Ambiental nas Organizações

A Educação Ambiental é um processo de ensino e aprendizagem que tem


como objetivo principal desenvolver o pensamento crítico sobre as questões am-
bientais. Segundo Dias (2017), nas organizações a educação ambiental dos co-
laboradores deve ser uma prioridade, sendo esta uma ação que deve incluir todo
o quadro de funcionários, independentemente da função que exerce. Ainda se-
gundo o autor, as noções de educação ambiental bem como a existência de certa
consciência ambiental deve ser critério para a contratação de novos funcionários.

116
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Figura 10 – Educação Ambiental nas Organizações

Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/organic-flat-csr-concept-
illustrated_13442189.htm#query=educa%C3%A7%C3%A3o%20
ambiental%20na%20empresa&position=1&from_view=search&t
rack=ais&uuid=0c8f6586-5077-49cf-8766-6c95ecc2e624
Acesso em: 10 de dezembro de 2023.

#ParaTodosVerem: na imagem, temos o planeta Terra ao fundo, na


coloração verde, e na frente temos três pessoas trabalhando.

Com base na educação ambiental, o treinamento ambiental tem como obje-


tivo capacitar os funcionários e incentivar a adoção de práticas sustentáveis. Os
treinamentos são atividades educativas que fornecem informações que auxiliam
na compreensão da problemática ambiental e no desenvolvimento de uma cons-
ciência ambiental.

117
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

3 PRINCÍPIOS ÉTICOS

Os princípios éticos são os pilares que fundamentam e orientam o compor-


tamento humano. Dentro do contexto ambiental, os princípios éticos orientam as
ações do homem com relação ao meio ambiente e a natureza.


É interessante verificar que a ética ambiental brota dos conhecimentos
científicos e da constatação do estado do mundo, mais do que de
pressupostos apriorísticos da filosofia e da teologia. A ameaça
crescente aos sistemas vivos, a intensificação dos riscos globais,
a perigosa predação dos recursos ambientais (notadamente dos
recursos naturais), a capacidade finita da Terra para atender a
demandas e receber lixos e resíduos – tudo isso e mais outros fatores
– falam da dupla necessidade ético ambiental: respeitar os limites da
natureza e cuidar do planeta que é considerado a casa, condições
absolutas para alcançar uma convivência harmoniosa dos seres
humanos entre si e com o ecossistema planetário. No contexto de
uma ética mundial, também ela de características globais, desponta a
compaixão pela Terra, alimentada por documentos científicos, sociais
e políticos, como a Carta da Terra” (JR et al., p. 540, 2014).

Nas últimas décadas, a preocupação ética com o meio ambiente e os re-


cursos ambientais aumentou consideravelmente, como estudamos nos tópicos
anteriores as organizações e empresas têm inserido a pauta ambiental em seus
planejamentos e adequando os sistema de produção e serviços para ficar de
acordo com as regulamentações ambientais.


Na linha da percepção ética, têm-se elaborado novos ramos da ética
ambiental: a ecologia profunda e a ecologia interior. Por vezes, uma
e outra se mesclam. A ecologia profunda vai além das formulações
ético-ambientais mais correntes, questionando o antropocentrismo
que persiste teimosamente na sociedade contemporânea e, inclusive,
insinuap-se de maneira sutil no desenvolvimento sustentável; ademais,
ela disseca com o bisturi da reflexão crítica o corpanzil da sociedade
de consumo e os flácidos modelos de desenvolvimento materialista,
refugando estilos de vida e padrões de civilização incompatíveis com
a administração planetária e a manutenção das teias da vida. Seu
enfoque é nitidamente ecocêntrico ou biocêntrico. A ecologia interior
leva para dentro do espírito humano, ao âmago da consciência, a
revisão da vida pessoal em função de maiores valores transcendentes,
buscando sentido na comunhão mais íntima da pessoa com a Mãe

118
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

Terra. A ecologia interior alimenta a subjetividade necessária para


que os homens possam se sentir seres ambientais solidários com as
formas de vida e apegados ao essencial” (JR et al., p. 541, 2014).

Podemos citar alguns princípios éticos que são fundamentais e se encai-


xam no contexto ambiental, como: respeito pelo meio ambiente, responsabilidade
ecologia, princípio da precaução, justiça ambiental, sustentabilidade e visão não
antropocêntrica. São os princípios éticos ambientais que orientam as ações do
homem individualmente e quanto sociedade, das políticas públicas e das ações
e processos empresariais. É por meio dos princípios éticos que a ideia de ecode-
senvolvimento pode ser colocada em prática.

EM FO CO

Chegamos ao fim desta unidade e foram muitos conhecimentos novos adquiri-


dos até aqui. Aprendemos sobre ecodesenvolvimento e sua importância, sobre
o planejamento ambiental nas organizações e sobre os princípios éticos. Foram
tantos conceitos que é importante revisar tudo que foi estudado para ajudar
a fixar o assunto, uma dica é anotar os principais pontos e tentar associar os
assuntos com o conhecimento que você adquiriu na escola ou por meio das
mídias sobre políticas e educação ambiental.

119
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

NOVOS DESAFIOS
Com o aumento da preocupação ambiental nas últimas décadas, iniciou-se,
nas empresas e organizações, um despertar em relação às questões ambientais.
Sabemos que essa preocupação das empresas em relação aos impactos
ambientais que suas atividades e processos causam muito tem relação com
as leis e regulamentações ambientais que são exigidas atualmente para várias
atividades nos mais diversos setores.
Outro ponto que estimula a busca das organizações pelas ideias do
ecodesenvolvimento e pelo planejamento ambiental é a questão do marketing
que estratégias ambientalmente sustentáveis agregam à imagem da empresa.
As organizações consideradas ambientalmente corretas são bem vistas no
mercado, o que acaba por agregar valor ao seu produto ou serviço. Observamos
que, com base nessa nova visão e na aplicação dos princípios éticos ambientais,
a procura por profissionais qualificados capazes de identificar os problemas e
impactos ambientais dentro das empresas, bem como apresentar soluções para
os mesmos, tem aumentado consideravelmente.
Por tanto, entender os conceitos e princípios do ecodesenvolvimento bem
como entender como funciona o planejamento ambiental com base em princípios
éticos, é fundamental para o mercado de trabalho atualmente.

120
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

AUTOATIVIDADE
1 - O ecodesenvolvimento surgiu da necessidade de alternativas ao modelo
de desenvolvimento tradicional. Nas últimas décadas, os princípios do ecodesen-
volvimento estão cada vez mais presentes na sociedade e nas organizações. Nas
organizações, ele ajuda a nortear as ações e processos.

Assinale a alternativa que indica o objetivo principal do ecodesenvolvimento:

a) Minimizar os impactos socioambientais decorrentes do desenvolvimento.


b) Atingir o crescimento econômico a qualquer custo.
c) Priorizar somente a recuperação dos recursos naturais.
d) Aumentar somente a produção industrial.
e) Separar o desenvolvimento econômico do ambiental.

2 - Os princípios são as diretrizes que guiam nossas ações, dentro do con-


texto do ecodesenvolvimento, temos alguns princípios que são fundamentais na
determinação do planejamento ambiental, das políticas e ações utilizadas para al-
cançar o desenvolvimento sustentável.

Assinale a alternativa que indica o princípio aplicado quando o impacto am-


biental já ocorreu:

a) Princípio da prevenção.
b) Princípios da precaução.
c) Princípio da dignidade humana.
d) Princípio da liberdade.
e) Princípio do poluidor não pagador.

121
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

3 - Com a popularização das temáticas ambientais e consequentemente a


maior discussão sobre as fontes alternativas de energia. As chamadas energias
renováveis, que são obtidas por meio da utilização de recursos naturais renová-
veis, apresentam um papel importante na transição para um sistema energético
mais sustentável.

Assinale a alternativa que indica a energia renovável produzida por meio de


turbinas.

a) Energia eólica.
b) Energia solar.
c) Biomassa.
d) Energia geotérmica.
e) Energia hidrelétrica

122
Ecodesenvolvimento, planejamento ambiental na
organização e princípios éticos

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