Cartilha Compostagem

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COMPOSTAGEM NA

SUA CASA:

O MEIO AMBIENTE
AGRADECE

Giane Carmem Alves de Carvalho


CARTILHA

CARVALHO, Giane. Compostagem na sua casa: o meio ambiente


agradece. Cartilha. Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Gaspar,
2020.

Colaboração técnica
Graciane Pereira

Apoio
MESPE – Grupo de Pesquisa Metodologias de Ensino e Práticas Educativas.
NEAVI _ Núcleo de Estudos Agroecológicos do Médio Vale Itajaí.
IPEVI – Instituto de Permacultura do Vale do Itajaí.

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INTRODUÇÃO
Na sociedade atual, observa-se cada vez mais o interesse das pessoas pela preservação do meio ambiente. Com o
crescimento urbano e populacional, aumentaram também o consumo, a poluição e a degradação ambiental de
forma a se tornar ameaça à sustentabilidade do planeta.
Diante dos riscos, a sociedade vêm se organizando para contribuir com a reciclagem do lixo, reduzir o consumo,
buscar uma alimentação saudável, cobrar do poder público ações e leis que preservem o meio ambiente e a
diversidade que nele habita.
No Brasil, é baixa a proporção de resíduos que efetivamente são reciclados, sendo a maioria encaminhada para
aterros sanitários ou lixões. Desse modo, surgiram legislações que almejam a gestão ordenada desses resíduos,
tais como, a Lei Federal nº 12.305/2010 que estipula a Política Nacional dos Resíduos Sólidos visando uma
destinação e disposição final ambientalmente adequada a esses resíduos (BRASIL, 2010 apud RODRIGUES,
2015).
Enquanto cidadãos podemos pensar nas diversas formas para contribuir com o meio ambiente. Uma delas trata-
se da compostagem que se refere a decomposição de resíduos orgânicos gerando um adubo e, assim,
diminuindo o impacto ambiental conforme será explicado adiante.
Desta forma, esta cartilha tem como objetivo contribuir para a preservação ambiental através da compostagem
no ambiente doméstico.
Mostraremos que a compostagem no ambiente doméstico é um forma prática e econômica trazendo importantes
benefícios ao meio ambiente.
O QUE É
COMPOSTAGEM ?

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• é a produção de um composto orgânico (adubo) obtido a partir da decomposição de
materiais orgânicos, como, por exemplo, restos e cascas de frutas e legumes, alimentos crus, serragem,
restos de poda, etc.
• Ou seja, a compostagem é um processo fermentativo de decomposição dos materiais orgânicos, que
chamamos de lixo orgânico, produzido nas residências, comércio, restaurantes, escolas e demais
ambientes de trabalho.
• A compostagem é uma técnica simples e de baixo custo, provavelmente o mais antigo sistema de
tratamento biológico utilizado pelo ser humano, tendo sido utilizado pelas antigas civilizações como um
método natural de reciclagem dos nutrientes. (RODRIGUES, 2015)
• Além disso, a compostagem é considerada uma das formas mais sustentáveis para fazer a reciclagem do
lixo orgânico. O lixo orgânico é um material de origem biológica, isto é, que pode se decompor com o
passar do tempo, podendo ser de origem animal ou vegetal.
• A compostagem pode ser feita em grandes pilhas na produção agrícola ou com uma quantidade reduzida
de matéria orgânica, a qual chamamos de compostagem doméstica, conforme pretendemos explicar
aqui.
• Grande parte da população descarta quantidades significativas de lixo orgânico em suas residências e a
compostagem doméstica se tornou uma forma de evitar que esse lixo sobrecarregue aterros sanitários,
ou que tenham um destino irregular no meio ambiente.
• A compostagem é uma excelente fonte de adubo para utilizar em jardins, hortas e demais plantações.

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O QUE SE UTILIZA NA COMPOSTAGEM

A grande maioria do lixo que se decompõe vem


da natureza (orgânico) e pode ser destinado a
compostagem, como, por exemplo:
- restos e cascas de frutas (banana, laranja,
melancia, maçã, etc).
- restos e cascas de verduras e legumes (batata,
mandioca, pepino, repolho, etc).
- restos de alimentos crus (cascas de ovos,
café, farinhas, etc).
- podas de grama e galhos.
- serragem.

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O QUE NÃO SE UTILIZA NA COMPOSTAGEM

Não se utiliza materiais de difícil


decomposição ou que sejam
poluentes, tais como: vidros,
metais, plásticos, couro, tecidos,
papel higiênico, fezes de animais,
tocos de cigarro, fraldas, gorduras,
queijos, carvão, tintas e produtos
químicos e de limpeza.

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COMO FAZER UMA COMPOSTEIRA PARA USO DOMÉSTICO

Vimos que a compostagem se refere ao processo de decomposição do lixo orgânico. Agora falaremos sobre as
composteiras.
A composteira, ou o compostor (recipiente), é o local onde se deposita o lixo orgânico para que seja feito o
processo de compostagem.
Há vários tipos e tamanhos de compostor (recipiente) que podem representar diferentes formas de
compostagem.
Para fazer a compostagem doméstica, não é necessário, obrigatoriamente, um compostor, pois, se tiver espaço,
pode-se fazer um buraco na terra com cerca de 60 cm de diâmetro e 35 cm de profundidade para colocar os
resíduos orgânicos, cobrindo-os em seguida com uma camada de terra ou folhas secas (RODRIGUES, 2015).
Entretanto, para contemplar os espaços pequenos e a praticidade, daremos aqui a orientação para compostagem
com o uso de compostor (recipiente).
Antes de levar o lixo orgânico para o compostor no seu quintal, é importante que na sua cozinha você tenha uma
lixeira pequena para você recolher apenas o lixo orgânico e quando cheio levar para o compostor, iniciando
assim, o processo de decomposição (compostagem).
A seguir indicaremos quatro tipos de compostor para serem escolhidos como possibilidade para a compostagem
em domicílio.
COMPOSTOR COMPRADO PRONTO PARA USO

Tanto na internet quanto nas lojas de


comércio especializadas, é possível
comprar uma composteira ou um
compostor feito em fábrica. Os
tamanhos, preços e modelos são
variados. Há no mercado,
inclusive, modelos de composteiras
elétricas (automáticas) que trituram
os resíduos e aceleram o tempo de
compostagem.

Imagem disponível em: https://www.magazineluiza.com.br Acesso em 05, jun, 2020.

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COMPOSTOR FEITO EM CAIXA DE MADEIRA
Uma forma que pode ser mais
econômica é o compostor de madeira,
feito como recipiente de caixa ou cubo
de alvenaria com tampa e dimensões de
1m x 1m x 1m em cada cuba. Para
facilitar o manuseio do lixo orgânico, as
tábuas da frente podem ser removíveis;
para isso, basta fazer um encaixe com
ranhura. Os lados podem conter frestas
ou em forma de rede, e o fundo é aberto.
Essa opção também pode ser feita com
lixeiras ou bombonas de plásticos com o
fundo removível (fundo aberto) e uma
tampa em cima.
Imagem disponível em: www.geota.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile140.pdf.
Acesso em 05, jun, 2020.

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COMPOSTOR DUPLO FEITO COM LIXEIRAS GRANDES

Outra forma econômica e prática é a


montagem de compostor duplo feito com
lixeiras baldes, bombonas ou tambores
maiores. Esse modelo é ideal para os locais
fechados sem quintal. A montagem consiste
em colocar dois tijolos no interior de, por
exemplo, uma lixeira maior (90 litros) e
outra lixeira menor (30 litros) por cima dos
tijolos.
A lixeira menor deve ser perfurada por baixo
e nos lados com o auxílio da furadeira
(figura ao lado). Os furos apresentam 3 cm
de diâmetro, sendo que o espaçamento entre
os furos dos lados deve ser de 5 cm e os
furos de baixo, 10 cm.

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COMPOSTOR COM MINHOCAS
Um dos sistemas de composteira doméstica
mais famosos hoje é a composteira com
minhocas (minhocário). Ela é prática,
pequena, não tem cheiro ruim, cabe em
quase qualquer cantinho da casa, como por
exemplo a área de serviço. A decomposição
acontece mais rápido com a ajuda desses
bichinhos. Existem composteiras prontas
que já vêm com as minhocas, mas, pode ser
feito uma composteira usando caixas ou
baldes de plástico.
Esse processo é também chamado de
vermicompostagem e precisa de, no mínimo,
três andares conforme figuras ao lado.

Imagens disponíveis em: https://www.ecycle.eco.br/

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PASSO A PASSO PARA USO DO MINHOCÁRIO
1 – São três andares de recipientes (caixas ou baldes). Os 4 – Assim que o recipiente de cima ficar cheio, faça a troca
andares são intercalados com furinhos para o líquido cair e coloque-o para baixo (segundo andar) por cerca de dois
e as minhocas se movimentarem. No recipiente de cima meses. Nele as minhocas vão trabalhar na digestão. O
insira cerca de 150 minhocas que vão se alimentar e recipiente que estava no segundo andar vai para o topo
digerir a matéria orgânica. Indica-se usar minhocas
californianas que são “especialistas” em restos orgânicos. (troca dos baldes) onde receberá os novos restos de
comida.
2 – Separe os restos de comida, como cascas de legumes e
pedaços de frutas e despeje-os nesta caixa com as 5 – Durante o processo de decomposição dos alimentos,
minhocas. Não insira alimentos como carnes, queijos, um líquido rico em nutrientes e livre de bactérias escorre
comidas salgadas ou muito ácidas. para a caixa de base onde fica armazenado. Esse chorume
(líquido) pode ser coletado e depois pulverizado nas
3 – Após misturar os alimentos com as minhocas, cubra plantas, servindo de adubo e pesticida.
tudo com serragem ou palha para manter a umidade e
feche a tampa da caixa para que as minhocas comecem a
agir. Lembrando que quanto mais diversificado for o seu 6 – À medida que os alimentos são absorvidos, a maioria
lixo, mais rico será o adubo. das minhocas vai para a caixa do topo em busca de mais
comida. Além do líquido há no recipiente intermediário o
composto que também serve de adubo.

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ESCOLHA O MELHOR DESTINO PARA O SEU LIXO ORGÂNICO

Se você decidiu colaborar com o meio ambiente


por meio da compostagem, lembre-se:

1) Escolha o tipo de compostagem a ser feita em sua residência (com ou


sem minhocas).
2) Escolha um local adequado para montar sua composteira.
3) Você pode levar seu lixo orgânico direto para a sua composteira
(compostor) ou pode colocar os resíduos em uma lixeira na cozinha,
específica para este uso, e após estar cheia você pode levar o lixo ao
compostor.
4) Observe as indicações sobre o tipo de resíduo (lixo orgânico) que
podem ser levados à composteira
5) Após a formação do composto você tem a opção de doa-lo ou utilizá-
lo nas plantas como excelente fonte de adubo.
CICLO DA COMPOSTAGEM

Imagem disponível em: https://consorcioagreste.se.gov.br/noticia/70/projeto-compostagem-do-cpac Acesso em: 10, jun, 2020.

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TEMPO MÉDIO DE DECOMPOSIÇÃO DO LIXO ORGÂNICO

O tempo de
composição/maturação depende
da temperatura e da umidade, da
quantidade e do tipo de material
a ser compostado. Em média, o
tempo total de decomposição fica
em torno de 90 a 120 dias.
(WANGEN & FREITAS, 2010).

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TEMPERATURA DO COMPOSTO

Imagem disponível em: www.jardinagem.org/tag/compostagem/. Acesso em


05, jun, 2020. 17
DICAS SOBRE COMPOSTAGEM
- Na escolha do local, evite lugares com altas temperaturas ou com excesso de umidade.
- Não coloque restos de carnes, queijos ou alimentos gordurosos.
- Para facilitar a compostagem, coloque resíduos em tamanhos pequenos.
- A compostagem pode conter minhocas e insetos.
- Verifique, em caso de interesse, se no seu bairro ou comunidade existe projetos sobre compostagem
onde há recolhimento dos compostos produzidos nos domicílios.
- Quando a compostagem estiver úmida, cubra-a com serragem ou folhas secas em camadas.
- Pode-se utilizar uma ou várias composteiras.
- Os tamanhos e o número de composteiras podem variar dependendo da quantidade de descarte de
lixo orgânico.
- A compostagem doméstica, além ser feita em domicílio, também pode ser realizada nas escolas e
em restaurantes. Portanto, existe a compostagem comunitária, institucional ou empresarial.
- O envolvimento de toda a família, incluindo a ajuda das crianças, em idade adequada para fazer
compostagem é uma forma educativa de cuidado com o meio ambiente.
- O lixo orgânico na compostagem adequada não têm cheiro ruim e e não prejudica a saúde.
- O composto é um excelente fertilizante natural (adubo) que serve para enriquecer os solos pobres
de nutrientes.
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REFERÊNCIAS
ABREU, Marcos José. Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos: o caso do Projeto Revolução dos
Baldinhos (PRB), Capital Social e Agricultura Urbana. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós
Graduação em Agroecossistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.
ECYCLE. O que é lixo orgânico e como fazer sua reciclagem: Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/524-lixo-organico.html Acesso em: 09, jun., 2020.
RODRIGUES, M.ª de Fátima. Compostagem doméstica: guia prático. [200-]. APASADO – Associação
de Protecção Ambiental do Sado. Disponível em:
http://www.geota.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile140.pdf. Acesso em: 10 jun.
2020.
RODRIGUES, Alexandre. Compostagem de Resíduos Orgânicos: Eficiência do Processo e Qualidade do
Composto. Enciclopédia Biosfera. 2015.

WANGEN, Dalcimar, FREITAS, Isabel. Compostagem doméstica: alternativa de aproveitamento de


resíduos sólidos orgânicos. Revista Brasileira de Agroecologia, 2010.

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