Apostila Eletrotecnica Cefet
Apostila Eletrotecnica Cefet
Apostila Eletrotecnica Cefet
Catarina
Unidade de Chapecó
Coordenação Geral de Cursos Técnicos
Curso Técnico em Mecânica Industrial
Módulo III:
Eletrotécnica
SUMÁRIO
1. A Natureza da Eletricidade____________________________________________________ 3
1.1. CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA _______________________________________________ 3
1.2. CORRENTE ELÉTRICA ______________________________________________________ 3
1.2.1. UNIDADE DE MEDIDA DA CORRENTE ELÉTRICA ____________________________________ 5
1.3. EXERCÍCIOS ________________________________________________________________ 7
1.4. TENSÃO ELÉTRICA _________________________________________________________ 8
1.4.1. UNIDADE DE MEDIDA DA TENSÃO ELÉTRICA _______________________________________ 9
1.4.2. Múltiplos e submúltiplos_____________________________________________________________ 10
1.5. EXERCÍCIOS _______________________________________________________________ 11
1.6. RESISTÊNCIA ELÉTRICA ___________________________________________________ 12
1.6.1. UNIDADE DE MEDIDA DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA _________________________________ 12
2. Lei de ohm e potência Elétrica ________________________________________________ 14
2.1. LEI DE OHM _______________________________________________________________ 14
2.2. RESISTÊNCIA DE UM CONDUTOR ___________________________________________ 15
2.3. Potência Elétrica _____________________________________________________________ 16
2.4. Energia Elétrica______________________________________________________________ 17
2.4.1. Wattímetro _______________________________________________________________________ 17
2.4.2. Multímetro _______________________________________________________________________ 17
2.5. Exercícios Propostos __________________________________________________________ 18
3. Associação de Resistências ___________________________________________________ 22
3.1. Circuito série ________________________________________________________________ 22
3.2. Circuito paralelo _____________________________________________________________ 23
3.2.1. Medindo as tensões nas resistências, verificamos que a tensão é a mesma em todas as resistências. __ 24
3.3. Circuito misto _______________________________________________________________ 25
3.4. EXERCÍCIOS _______________________________________________________________ 26
4. Análise de Circuitos Elétricos de Corrente Contínua em Regime Permanente __________ 28
4.1. Leis de Kirchhoff_____________________________________________________________ 28
4.1.1. Introdução ________________________________________________________________________ 28
4.1.2. Primeira Lei de Kirchhoff ou Lei dos Nós _______________________________________________ 29
4.1.3. Segunda Lei de Kirchhoff ou Lei das Malhas_____________________________________________ 29
4.2. Divisores de Tensão e de Corrente ______________________________________________ 30
4.2.1. Divisor de Tensão __________________________________________________________________ 30
4.2.2. Divisor de Corrente_________________________________________________________________ 31
5. TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS SENOIDAIS ___________________________ 33
5.1. PARÂMETROS DA FORMA DE ONDA DA TENSÃO E DA CORRENTE ALTERNADA
SENOIDAL________________________________________________________________________ 34
5.1.1. VALOR DE PICO: _________________________________________________________________ 34
5.1.2. PERÍODO (T): ____________________________________________________________________ 34
5.1.3. FREQÜÊNCIA (f): _________________________________________________________________ 34
5.1.4. FUNÇÃO MATEMÁTICA DA TENSÃO E DA CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL. _______ 35
5.1.5. TENSÃO INSTANTÃNEA: _________________________________________________________ 36
5.1.6. VALOR MÉDIO___________________________________________________________________ 37
5.1.7. VALOR EFICAZ __________________________________________________________________ 38
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
2
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
1. A NATUREZA DA ELETRICIDADE
Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é
constituída de moléculas que, por sua vez, são formadas de átomos. O átomo é
constituído de um núcleo e eletrosfera onde encontramos os:
- Elétrons
- Prótons
- Nêutrons
5. ELÉTR
3. ÓRBITA
-
4. PRÓT
+
- + + -
+
1. NÚCLEO - 2. NÊUTRO
7. ELÉTRON
- 8. ELÉTRON
-
-
-
- -
-
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
6. ÓRBITAS
- 3
-
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
- - - -
-
- - - -
Os elétrons (-) são atraídos pelo pólo positivo e repelidos pelo negativo.
(-) - - - - (+)
- - -
- - -
NOTA:
Exemplo:
I = 3 ampères I = 3A
Múltiplos e submúltiplos
MA
kA
X 1000
÷ 1000
A
mA
uA
Exemplo:
I = 2mA = 0,002A
I = 6kA = 6000A
G R
11. 9. 13.
1.3. EXERCÍCIOS
a)( ) próton
b)( ) molécula
c)( ) elétron
d)( ) nêutron
e)( ) matéria
02 - Corrente elétrica é:
a) ( ) volt - símbolo V
) ohm - Ω
b) ( ) ampère - símbolo A
c) (
d) ( ) watt - símbolo W
e) ( ) nenhuma das citadas
a)( ) wattímetro
b)( ) ohmímetro
c)( ) voltímetro
d)( ) fasímetro
e)( ) amperímetro
05 - O aparelho usado para medir corrente elétrica deve ser ligado sempre:
Vamos fazer uma analogia com a instalação hidráulica mostrada na figura abaixo.
O reservatório A está mais cheio que o reservatório B, portanto A ele tem maior
pressão hidráulica.
Ligando-se os reservatórios A e B com um cano, a pressão hidráulica de A
“empurra” a água para B, até que se igualem as pressões hidráulicas.
Para que haja corrente elétrica é necessário que haja uma diferença de potencial
entre os pontos ligados.
Os elétrons são “empurrados” do potencial negativo para o potencial positivo.
VOLT é utilizado como unidade de tensão elétrica, representado pela letra “V”.
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
9
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
Exemplo:
127 volts = 127 V
MV
kV
X 1000
÷ 1000
V
mV
uV
1.5. EXERCÍCIOS
b)5V = kV
c)0,02A = mA
d)300 mA = A
e)400V = mV
Duas cargas são alimentadas pela mesma tensão, mas são atravessadas por
intensidade de correntes diferentes. Por quê?
Portanto:
Múltiplos e submúltiplos
MΩ
kΩ
Ω
X 1000
mΩ ÷ 1000
uΩ
- Mega-ohm = MΩ
- Kilo-ohm = KΩ
- Mili-ohm = mΩ
- Micro-ohm = uΩ
Portanto:
A intensidade de corrente varia diretamente proporcional a V ou inversamente
proporcional a R
Assim, escrevemos:
V=I A iR Ω
ρ ⋅l
um condutor é dada por:
R=
A
onde:
ρ – resistividade [Ω⋅m];
l – comprimento do condutor [m];
A – área da seção transversal [m2].
A resistividade é uma propriedade que depende do tipo do material. A Tabela 2.1
mostra a resistividade de alguns materiais.
Tabela 2.1 – Valores da resistividade elétrica.
1 NÍQUEL
2 NÍQUEL
2ª Experiência
1 NÍQUEL CROMO
2 NÍQUEL CROMO
3ª Experiência
1 NÍQUEL
2 COBRE
η = Q ⋅V
entre a tensão V e a carga Q:
(0.1)
Ao atravessar um trecho do circuito, em um determinado intervalo de tempo Δt, a
Q = I ⋅ Δt
carga Q pode ser calculada rearranjando a equação:
(0.2)
η = I ⋅ Δt ⋅V
Substituindo-se (0.2) em (0.1), chega-se a:
(0.3)
A potência elétrica corresponde ao trabalho realizado pela força elétrica por
η
unidade de tempo. Desta forma, tem-se:
P=
Δt
(0.4)
i ⋅ Δt ⋅ V
Substituindo (0.3) em (0.4), obtém-se:
P=
Δt
(0.5)
P =V ⋅I
Finalmente, pode-se escrever:
(0.6)
W = P ⋅ Δt
tempo durante o qual esta energia é produzida ou consumida, ou seja:
(0.7)
onde:
W – energia elétrica [J];
P – potência elétrica [W];
t – tempo [s].
Energia elétrica é o “produto” que os consumidores adquirem junto às companhias
elétricas, também denominadas concessionárias. Normalmente, não se utiliza joule como
unidade de energia, mas sim quilowatt-hora (kWh), que não é uma unidade do SI. O
número de kWh consumido é igual ao produto da potência absorvida em kW pelo tempo
W ( kWh ) = P ( kW ) ⋅ Δt ( h )
de consumo em horas.
(0.8)
2.4.1. WATTÍMETRO
2.4.2. MULTÍMETRO
10 W.
e) A potência máxima que um gerador pode fornecer ao circuito externo é 18 W.
13) Em uma casa, há um aquecedor elétrico de água, cuja potência é P=500W e que
permanece ligado durante um tempo t=4h diariamente. Determine, em kWh, a quantidade
de energia elétrica que esse aquecedor utiliza por dia. Além disso, sabendo-se que o
custo de 1 kWh de energia elétrica é R$0, 10, quanto deveria ser pago à companhia de
eletricidade pelo funcionamento desse aquecedor, nas condições mencionadas, durante
30 dias?
14) O medidor de energia residencial é
composto de quatro relógios. O sentido de rotação
dos ponteiros é o da numeração crescente. lnicia-se a
leitura pelo relógio da esquerda. O valor obtido é
expresso em kWh. Considere as leituras realizadas
em dois meses consecutivos: o atual e o anterior. Se
a companhia de eletricidade está cobrando, em
média, o kWh a R$0, 20, qual o gasto nessa
21) A figura mostra um cabo telefônico. Formado por dois fios, esse cabo tem
comprimento de 5 km. Constatou-se que, em algum ponto ao longo do comprimento
desse cabo, os fios estão em contato elétrico entre si, ocasionando um curto-circuito. Para
descobrir o ponto que causa o curto-circuito, um técnico mede as resistências entre as
extremidades P e Q, encontrando 20 Ω, e entre as extremidades R e S, encontrando
80,0Ω. Com base nesses dados, qual a distância das extremidades PQ até o ponto que
causa o curto-circuito?
3. ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS
Circuito série
Circuito paralelo
Circuito misto
Desde que você ligue resistências, extremidade com extremidade, elas ficarão
ligadas em série.
Para que haja corrente nas resistências é necessário ligar os terminais restantes a
uma fonte de tensão.
Resistência equivalente
É uma única resistência que pode ser colocada no lugar das outras resistências do
circuito, ou seja, submetida à mesma tensão permitirá a passagem do mesmo valor de
corrente.
Re = R1 + R2 + R3 + ...
Conclusão
Quando se liga resistências lado a lado, unindo suas extremidades, elas são ligadas
em paralelo.
Para esse circuito há mais de um caminho para a corrente elétrica.
IT = I1 + I2 + ...
VT = V1 = V2 = ...
Conclusão
No circuito paralelo, a corrente se divide nos ramais, sendo a soma das mesmas
igual a corrente total do circuito. A tensão é sempre a mesma em todo o circuito. As
resistências são independentes, ou seja, se uma delas queimar, continua passando
corrente pelas outras.
Para calcularmos a resistência equivalente do circuito paralelo usamos a fórmula.
R1 × R 2
Re =
R1 + R 2
Nota:
Exemplo:
RE = 29 Ω
3.4. EXERCÍCIOS
a)( ) condutor
b)( ) isolante
c)( ) ótimo condutor
d)( ) neutro
V=
I
a)
R
V=
R
b)
I
I=
V
c)
R
P=
I
d)
R
I=
P
e)
R
a) Simples
b) Série
c) Paralelo
d) Misto
a) ( ) COBRE
b) ( )
COBRE
a) ( ) COBRE
b) ( )
COBRE
4.1.1. INTRODUÇÃO
O pólo B tem potencial elétrico maior que o pólo A, ou seja, no sentido da seta da
VB − VA = + E
Fig. 4.1, a tensão é positiva. Logo, tem-se:
(5.1)
VA − VB = − E (5.2)
Para os resistores, a polaridade é dada pelo sentido da corrente: o pólo positivo é o
da entrada da corrente, e negativo é o da saída, segundo a Fig. 4.2.
O pólo A tem potencial elétrico maior que o pólo B, ou seja, a tensão é positiva no
VA − VB = + R ⋅ I
sentido oposto ao de circulação da corrente. Logo, tem-se:
(5.3)
VB − VA = − R ⋅ I (5.4)
Portanto, para o cálculo da tensão entre os extremos de um trecho de circuito,
deve-se:
- Verificar o sentido de circulação da corrente;
- Marcar as polaridades das tensões de acordo com tal sentido;
- Efetuar o somatório das mesmas.
Na Fig. 4.3, tem-se um exemplo básico.
VA − VB = + r1 ⋅ I − E1 + R ⋅ I + E2 + r2 ⋅ I
Assim, a diferença potencial entre A e B é:
(5.5)
Assim, pode-se enunciar a primeira lei de Kirchhoff: “A soma das intensidades das
correntes que chegam a um nó é igual à soma da intensidade das correntes que saem do
mesmo”.
I1 = I 2 + I 3
No exemplo da Fig. 4.5, tem-se:
(5.6)
um certo sentido, partindo e chegando ao mesmo ponto, a soma algébrica das tensões é
nula”.
No exemplo da Fig. 4.6, tem-se a malha ABCD. Partindo-se do ponto A, adotando-
R2 ⋅ I 2 + E2 + r2 ⋅ I 2 + R1 ⋅ I 2 + r1 ⋅ I1 − E1 = 0
se o sentido horário e retornando ao mesmo ponto, pode-se escrever:
(5.7)
A solução de circuitos, ou partes dos mesmos, pode ser simplificada por meio da
aplicação de técnicas conhecidas como divisor de tensão e divisor de corrente, as quais
são descritas a seguir. As regras de aplicação dos divisores são obtidas a partir das
regras de associação série e paralela de resistores vistas anteriormente, as quais por sua
vez derivam diretamente das Leis de Kirchhoff.
Req = R1 + R2 + R3 + R4 + … + Rn
é mostrada na Fig. 4.7 (b), sendo dada pela relação:
(5.8)
A corrente em todos os componentes é a mesma, sendo dada pela equação:
I= =
V V
Req R1 + R2 + R3 + R4 + … + Rn
(5.9)
Desta forma, a tensão sobre cada resistor será dada pelo seguinte conjunto de
R1 ⋅V
equações:
V1 = R1 ⋅ I =
R1 + R2 + R3 + R4 + … + Rn
R2 ⋅ V
V2 = R2 ⋅ I =
R1 + R2 + R3 + R4 + … + Rn (5.10)
Rn ⋅ V
Vn = Rn ⋅ I =
R1 + R2 + R3 + R4 + … + Rn
As equações anteriores permitem determinar diretamente a tensão sobre cada
resistor a partir da tensão aplicada aos terminais x-y. A regra geral é: a tensão sobre cada
componente é a tensão aplicada aos terminais de entrada multiplicada pela resistência e
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
30
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
Geq = G1 + G2 + G3 + G4 + … + Gn
Fig. 4.8 (a), sendo dada pela relação:
(5.11)
A tensão em todos os componentes é a mesma, sendo dada pela equação:
V= =
I I
Geq G1 + G2 + G3 + G4 + … + Gn
(5.12)
Desta forma, a corrente em cada um dos resistores será dada pelo seguinte
G1 ⋅ I
conjunto de equações:
I1 = G1 ⋅ V =
G1 + G2 + G3 + G4 + … + Gn
G2 ⋅ I
I 2 = G2 ⋅ V =
G1 + G2 + G3 + G4 + … + Gn (5.13)
Gn ⋅ I
I n = Gn ⋅ V =
G1 + G2 + G3 + G4 + … + Gn
As equações anteriores permitem, assim, determinar diretamente a corrente em
cada resistor seguinte forma: a corrente em cada componente é a corrente de entrada
multiplicada pela condutância e dividido pela soma das condutâncias dos componentes.
Ao se aplicar a regra, é fundamental observar se as polaridades das tensões e
sentidos das correntes sobre os componentes são conforme mostra a Fig. 4.8 (a).
Geralmente, as resistências são expressas em ohms, sendo portanto útil expressar
as últimas equações em termos das resistências, ao invés de condutâncias. Utilizando-se
a relação entre condutâncias e resistências, obtém-se para o divisor de corrente a
seguinte expressão:
In = ⋅ ⋅ I = Req ⋅ ⋅ I
1 1 1
+ + + +… +
(5.14)
1 1 1 1 1 Rn Rn
R1 R2 R3 R4 Rn
Expressões bastante úteis também podem ainda ser obtidas para o caso de
apenas dois resistores em paralelo:
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
31
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
I1 = G1 ⋅ V = ⋅ ⋅I
1 1
+
(5.15)
1 1 R1
R1 R2
I 2 = G2 ⋅ V = ⋅ ⋅I
1 1
+
(5.16)
1 1 R2
R1 R2
A partir de (5.15) e (5.16), obtém-se finalmente para o caso de dois resistores:
I1 = ⋅I
R1
R1 + R2
(5.17)
I2 = ⋅I
R2
R1 + R2
(5.18)
(a) (b)
portanto:
T × f = 1× 1
f =
1 (5.20)
T
A figura 3.5.1 mostra a forma de onda geral para uma função senoidal. Da
matemática sabemos que:
f(α) = Amax.sen(α)
f(α) = Amax.sen(ω.t)
Podemos notar a relativa simplicidade da equação matemática que representa uma
forma de onda senoidal.
Para uma senóide o valor da tensão é expresso em função do ângulo α, dado pela
posição angular da espira no campo magnético:
v(α) = Vp sen(α)
O valor instantâneo de uma grandeza senoidal é o valor que essa grandeza assume
num dado instante de tempo considerado. Assim, o valor da tensão v num dado instante
de tempo t pode ser dado pela função senoidal:
v(t) = Vp sen(ω t)
onde:
Exemplo 3.5.1: Esboce o gráfico tensão x tempo para a tensão instantânea v(t)=
10.sen(10.t). Solução: da função obtemos:
Vp = 10V
ω = 10rad/s
No caso de uma função qualquer o valor médio é dado pela soma das áreas positivas
e negativas que são descritas periodicamente ao longo do tempo. Assim, para uma forma
de onda, como mostra a figura 3.6.1, o valor médio pode ser determinado pela área total
sob a curva, dividido pelo período da forma de onda:
onde:
∑A - soma algébrica das áreas sob as curvas;
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
37
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
T – período da curva;
ΔVn – variação da amplitude no trecho n da forma de onda;
Δtn – intervalo de tempo correspondente ao trecho n da forma de onda;
n – número de trechos compreendidos no intervalo T.
uma função.
Matematicamente, o valor eficaz de uma função discreta é sua média quadrática,
dada pela raiz quadrada do somatório dos quadrados dos valores dos eventos dividido
pelo número de eventos:
Para uma função periódica, o valor eficaz pode ser dado pelo cálculo da média
quadrática através do uso da integral:
Para a função periódica senoidal da figura 3.7.1, o valor eficaz é:
Como mostra a figura 3.7.3, o valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz de uma
forma de onda é o valor matemático que corresponde a uma tensão ou corrente contínua
constante que produz o mesmo efeito de dissipação de potência numa dada resistência.
O valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz é o valor que produz numa
resistência o mesmo efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse
mesmo valor.
Para a rede elétrica comercial sabemos que o valor da tensão eficaz é 220V/60Hz, o
que corresponde a um valor de pico de:
Figura 3.7.3 - A tensão eficaz é equivalente a uma tensão contínua que produz o
mesmo efeito numa resistência.
Observações:
Eng. Juan Paulo Robles Balestero
40
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL – ELETROTÉCNICA
O valor eficaz também é conhecido como Valor RMS, do inglês root mean square
(valor quadrático médio);
Os instrumentos comuns de medição em corrente alternada (voltímetros,
amperímetros e multímetros) fornecem valores eficazes somente para sinais senoidais;
Para medir o valor eficaz de uma forma de onda de tensão (ou de corrente) não
perfeitamente senoidal deverá ser usado um voltímetro (ou amperímetro) mais sofisticado,
conhecido como True RMS (Eficaz Verdadeiro) que é capaz de fazer a integração da
forma de onda e fornecer o valor eficaz exato para qualquer forma de onda.
Para uma forma de onda contínua constante (de tensão ou corrente, por exemplo)
o valor eficaz é igual ao valor médio.