Centro Universitário Estácio Do Ceará Campus Via Corpvs Curso de Graduação em Psicologia
Centro Universitário Estácio Do Ceará Campus Via Corpvs Curso de Graduação em Psicologia
Centro Universitário Estácio Do Ceará Campus Via Corpvs Curso de Graduação em Psicologia
FORTALEZA/CE
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
FORTALEZA/CE
2022
A PRÁTICA DO PSICÓLOGO COM CRIANÇAS AUTISTAS: DESAFIOS E
CONQUISTAS NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR
Ana Rafaela Muniz Gomes¹
Paulo José Dos Santos Braga²
Érika Teles Dauer3
RESUMO
ABSTRACT
This research sought to highlight aspects related to impasses and advances in the work
of the professional psychologist with autistic children in the process of school inclusion. The
methodology was developed based on a systematic literature review, selecting six materials
(between articles and books) for work development. From this, it is obtained to the result that
the psychologist's work has not been individual (nor could it be). Actions are taken jointly
and interdisciplines — interventions, training and decision-making. Through the increasingly
urgent need for an adaptation of the environment and quality by creating an inclusive
scenario, most of the training of professionals takes place in service. The positive result that
is extracted from this is that the inclusion process is seen not only as an adjustment, but as a
dive into the school reality. Once the result of the majority of students is no longer sufficient
and a critical view begins about the teaching and learning process, it becomes possible that
inclusion is made from a holistic view. As stated earlier, the work of the Psychology
professional is not done in isolation within this process, but this does not mischaracterize its
extreme importance as part of the whole. Especially in the sense of the perception of the well-
being of the students, the treatment with the family and the way the entire school ecosystem
has worked is that one perceives the essential character of the participation of the area within
the inclusion itself. From this look, in a more "clinical" way, the psychologist can contribute
directly to respect for diversity and provide a better integration between the parties involved.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3. METODOLOGIA
BIBLIOGRAFIA SELECIONADA
Google 2003
INCLUSÃO ESCOLAR: MANTOAN, M. Acadêmico.
O que é? Por quê? Como
fazer? (Cap 3)
Google 2010
Autismo e Inclusão ALVES, M; Acadêmico
Escolar LISBOA, D;
LISBOA, D.
Scielo 2016
As contribuições do uso da TOGASHI, C;
comunicação alternativa no WALTER, C.
processo de Inclusão
Escolar de um aluno com
Transtorno do Espectro do
Autismo
4. RESULTADOS E DISCURSÕES
4.1 DIFICULDADES NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR
Sabe-se que no ano de 2012 foi publicada a lei 12/764 criada com o principal intuito
de proteger os direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Dentre os demais
contextos que esta lei engloba, a educação é uma delas, pretendendo garantir um acesso a
inclusão escolar. Segundo Caminha (2016, p 16) “[...] Estes cuidados visam ajudar a pessoa
com TEA a lidar com suas limitações, superar dificuldades e se integrarem à sociedade,
alcançando independência, bem-estar e cidadania, respeitadas, obviamente, as características
de cada um[...]”. Entretanto, mesmo com a criação de algumas leis, sabe-se que, incluir uma
criança autista em uma escola de ensino regular, é uma atividade que exige a atenção voltada
para diversos âmbitos, seja da estrutura da escola, até a preparação de profissionais,
entendendo que a ideia de inclusão é um processo que engloba as demais necessidades de um
indivíduo portador de TEA, como a promoção do desenvolvimento cognitivo, social e motor.
Em concordância com o que sugere Mantoan (2003, p. 32):
De fato, entende-se a necessidade de uma escola que esteja dando relevância não só
ao desenvolvimento educacional do aluno, mas também, a qualificação do seu corpo docente
para atender a demanda das crianças com TEA, sendo essa uma das dificuldades a se
enfatizar. Encontrar instituições que promovam um ambiente qualificado, salas de aula
adaptadas e equipamentos adequados vem tornando-se um desafio a se vencer no processo de
inclusão. Além disso, é valido ressaltar a problemática de escassez em contratações de
profissionais que estejam devidamente qualificados. Por ser uma figura de importância no
processo de aprendizagem, compreende-se que o professor deve realizar o trabalho de
integrar, adaptar e ensinar atendendo as diferenças dos alunos, adotando uma pedagogia ativa
e abandonando um ensino transmissivo. Ainda conforme Mantoan (2003, p. 46):
Se um aluno não vai bem, seja ele uma pessoa com ou sem deficiência, o problema
precisa ser analisado com relação ao ensino que está sendo ministrado para todos os
demais da turma. Ele é um indicador importante da qualidade do trabalho
pedagógico, porque o fato de a maioria dos alunos estar se saindo bem não significa
que o ensino ministrado atenda às necessidades e possibilidades de todos.
A respeito do papel das famílias na relação com seus filhos com autismo,
consideremos a sua dupla condição nesta relação. Por um lado, compartilham com
eles relações de exclusão, bem como a necessidade de aprender modos diferentes de
se relacionar com a sociedade (os profissionais não atendem apenas a pessoas com
autismo, estendendo as intervenções às famílias). Por outro lado, a posição de
representante social, devendo ocupar o papel de educador social.
Por fim, o profissional psicólogo também pode atuar (aqui, com papel de destaque)
com psicoeducação para com aqueles que compõem o meio em que essas pessoas autistas
estão inseridas. Como bem lembra Omote (1996, p.19), “as diferenças, especialmente as
incomuns, inesperadas e bizarras, sempre atraíram a atenção das pessoas, despertando, por
vezes, temor e desconfiança”. De fato, desestabiliza o senso comum da maior parte da
sociedade, por isso se considera estranho e assustador. Aqui, o profissional de Psicologia tem
papel determinante, por atuar como elo mediador desse processo. Não assumindo
exclusivamente a responsabilidade por esse processo, mas dando a si a devida importância
como agente indispensável dessa atuação.
O que salta aos olhos é que o autismo corresponde a um quadro de extrema
complexidade, exigindo que abordagens multidisciplinares sejam utilizadas, tendo em vista
não somente a questão educacional e social, mas também a questão médica e a tentativa de
estabelecer quadros clínicos bem definidos, passíveis de prognósticos precisos e abordagens
terapêuticas eficazes (Alves, Lisboa & Lisboa, 2010). A partir desse reconhecimento, torna-se
mais palpável a atuação da Psicologia, através dos profissionais, intervenções, estudos,
abordagens e métodos, como afirmam:
5. CONSIDERAÇOES FINAIS
Os autores desta pesquisa interessaram-se em conjunto pelo tema, visto que, um deles
tem a prática de estagiar em uma escola de ensino regular, auxiliando no processo de
aprendizado de uma criança com TEA. Com isso, o debate acerca da inclusão, levou-nos em
busca de reflexões, leituras e aprendizados, investigando e analisando as dificuldades e
avanços encontrados no trabalho do profissional de Psicologia no processo de inclusão
escolar.
O desafio de incluir uma criança com TEA começa desde a preparação da escola, com
a necessidade de profissionais qualificados (Psicólogos, estagiários de Psicologia/ Pedagogia,
Coordenadores, Professores, auxiliares de coordenação etc.), até a forma que o ensino chega,
se de fato está sendo adaptado e compreendido para a mesma. Outra preocupação diz respeito
as escolas de redes municipais de ensino, onde, por falta de políticas públicas, há uma
carência nas contratações de profissionais que trabalhem diretamente em salas de aula no
apoio e inclusão de crianças e adolescentes portadores de deficiência. Esta problemática é
observada, pois segue sendo notória a diferença da rede pública para a particular.
Por esse motivo, diante das pesquisas aqui realizadas, ressalta-se que o trabalho do
Psicólogo neste processo de inclusão é de extrema importância, pois chegamos à reflexão,
que por muito tempo, diversos indivíduos portadores de deficiência foram silenciados e
negligenciados de um ensino de qualidade. O profissional da Psicologia atua diretamente
nesta temática da inclusão escolar, possuindo papel diverso dentro do ambiente educacional,
planejando atividades com os demais estudantes, mediando ocorrências dentro do ambiente
escolar, capacitando os profissionais ali inseridos e orientando as famílias.
A fins de criar uma sociedade com mais equidade, através dos fatos expostos,
observamos que o trabalho da inclusão de crianças com TEA é uma vitória para todos. Dentre
os demais avanços, podemos citar o fato dos alunos se sentirem mais confortáveis e
reconhecidos, se desenvolverem cognitivamente, com melhorias no seu aprendizado,
memória e atenção. Além de, no campo social, o aprendizado de novas habilidades, criação
de vínculos com os demais profissionais e formação de amizades.
6. REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2003. MARTIN, Carla Soar.
MARANHÃO, J; TAVEIRA, E. Psicologia e Autismo no Ceará: do reconhecimento das
praticas ao percurso de regulamentação ética desse campo. Ceará, 2021.
TEIXEIRA, Maria Cristina Veloz, et al. Literatura científica brasileira sobre transtornos
do espectro autista. Rev. Assoc. Med. Bras. São Paulo, 2010.
SILVA, Ana Paula Mesquita da; ARRUDA, Aparecida Luvizotto Medina Martins. O papel
do professor diante da inclusão escolar. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume
5 – nº 1 – 2014
VIANA, M. F, et al. Psicologias Escolar: Que fazer é esse? Conselho Federal de Psicologia.
Brasília, 2006.