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Psicologia Do Esporte

1) O documento discute a história e o desenvolvimento da psicologia do esporte, desde as primeiras pesquisas no final do século 19 até os dias atuais. 2) A psicologia do esporte estuda como os fatores psicológicos afetam o desempenho esportivo e como a prática esportiva influencia o desenvolvimento psicológico, a saúde e o bem-estar. 3) A história da psicologia do esporte é dividida em cinco períodos que contribuíram para o crescimento da

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1) O documento discute a história e o desenvolvimento da psicologia do esporte, desde as primeiras pesquisas no final do século 19 até os dias atuais. 2) A psicologia do esporte estuda como os fatores psicológicos afetam o desempenho esportivo e como a prática esportiva influencia o desenvolvimento psicológico, a saúde e o bem-estar. 3) A história da psicologia do esporte é dividida em cinco períodos que contribuíram para o crescimento da

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Psicologia do Esporte

Renato Miranda

Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutor em Psicologia do Esporte

Nos últimos anos o fenômeno esportivo tem-se demonstrado um aspecto

extremamente relevante no comportamento humano. Não só no esporte de alto

rendimento, mas também na atividade física para a melhoria da saúde e no

lazer, o esporte tem influenciado sociedades em todo o mundo. Ele está

arraigado em nossa vida cotidiana, e é um poderoso fator mobilizador capaz de

influenciar o comportamento de crianças, jovens, adultos e idosos, fazendo

com que se espalhem em seus ídolos e transformem-nos em ícones capazes

de criar e modificar padrões, moldar comportamentos e ditar modas que se

espalham com uma enorme velocidade. (SOUSA FILHO, 2000).

Essa relação entre esporte e sociedade, tal como o conhecemos na

atualidade, é recente e teve origem na sociedade pré-industrial do século

passado. É certo que as raízes do esporte vêm de tempos passados, tal como

se expressa em muitos estudos que descrevem suas origens. Porém, na

sociedade atual, o desporto, nas mais diversas modalidades, vem aparecendo

cada vez mais na mídia, consequentemente, a maioria das empresas patrocina

diversos desses eventos com o intuito de associar sua marca a atletas

vencedores.

O atleta tem que apresentar o máximo de rendimento com a maior

rapidez possível; e o maior rendimento de hoje não e o suficiente amanhã, pois


se exige que ele ultrapasse seus limites a cada competição. (VIADÉ, 2003).

Com todo esse investimento, esses atletas necessitam ser preparados

por uma gama de profissionais que estão sendo inseridos neste contexto,

agregando um grande número de áreas afins que constituem as chamadas

Ciências do Esporte, e incluem a Medicina Desportiva, a Nutrição Esportiva, a

Biomecânica, a Sociologia, a Psicologia do Esporte entre outras, que, com o

objetivo de aperfeiçoar o desempenho do atleta ou aprimorar a saúde e a

qualidade de vida dos indivíduos através da prática de atividades físicas

(SOUSA FILHO, 2000).

A teoria do treinamento esportivo é o que rege a maior parte dessas

ciências aplicadas ao esporte. O atleta é o protagonista, o personagem

principal, sem o qual o esporte não existiria, e para alcançar o sucesso

necessita de preparação e muito treinamento (DOSIL, 2004).

O ideal de um treinamento de alto de rendimento seria uma comissão

técnica formada por diferentes profissionais. Assim, cada um dos especialistas,

utilizaria os métodos e técnicas especificas de sua área para desenvolver seu

trabalho, com o objetivo de oferecer o suporte ideal para a preparação integral

do atleta. Todos os caminhos a serem percorridos seriam planejados e

analisados por essa equipe através de um trabalho pluridisciplinar visando o

ótimo desempenho do esportista.

Mas, parece que em equipes de investigação e no treinamento

desportivo, essa pluridisciplinaridade não ocorre, apesar do esforço de alguns

pesquisadores e treinadores que insistem em realizar os estudos em diferentes

abordagens e perspectivas, promovendo um intercâmbio de conhecimento

nessas disciplinas inseridas no meio esportivo.


De Rose Junior (2000), afirma que a Psicologia do Esporte têm duas

áreas de pesquisas bem definidas: a que busca uma maior performance

esportiva aplicada ao desporto de alto nível, visando um melhor

desenvolvimento psicológico dos atletas e outros personagens envolvidos

nesse meio. E a área que tem o interesse em identificar de que maneira a

atividade física promove a saúde e o bem estar psicológico do individuo.

A Psicologia do Esporte estuda as atividades e inter-relações que

envolvem todas as pessoas relacionadas com a atividade esportiva; ou seja,

além dos protagonistas - os próprios esportistas, ela também vai se ocupar das

atividades do resto dos personagens envolvidos nesse contexto como

treinadores, árbitros, dirigentes, professores, assim como as ferramentas que

são empregadas.

A Psicologia do Esporte analisa os fenômenos psíquicos das ações

esportivas, considerando os processos básicos e a realização das tarefas

práticas do diagnóstico e da intervenção que norteiam o comportamento

individual e coletivo nos esportes, exercício e outros tipos de atividade física.

Tem como função a descrição, explicação e prognóstico de ações esportivas a

fim de desenvolver e aplicar programas cientificamente fundamentados de

intervenção levando em consideração princípios éticos. Os Psicólogos do

Esporte estão interessados em ajudar atletas a usar os princípios psicológicos

para melhorar seu desempenho e compreender como a atividade física afeta o

desenvolvimento psicofisiológico, a saúde e o bem estar do individuo. (BARA

FILHO E MIRANDA, 1998; DE ROSE JUNIOR, 2000; SOUSA FILHO, 2000;

WEINBERG E GOULD, 2008; SAMULSKI, 2002).

A Psicologia do Esporte é a disciplina acadêmica que tem como objeto


de estudo as diferentes dimensões psicológicas da conduta humana no

contexto do esporte e da atividade física. Investiga as causas e os efeitos de

ocorrências psíquicas que o ser humano apresenta antes, durante e após o

exercício, sendo estes educativos, recreativos, competitivos ou reabilitador.

(BECKER JÙNIOR, 1995).

O principal objetivo da Psicologia do Esporte é entender a influência dos

fatores psicológicos no desempenho físico de um indivíduo e como a

participação em esportes e exercício afeta o desenvolvimento psicológico, a

saúde e o bem estar de uma pessoa. Portanto, sua função é ajudar a

compreender melhor o exercício e o esporte praticado pelo ser humano,

descrevendo, analisando, avaliando e dirigindo estas atividades através de

processos psicológicos. Deve ser responsável pelo bem-estar do indivíduo que

pratica o exercício ou esporte, sendo estes com objetivos competitivos ou não.

(BARA FILHO E MIRANDA, 1998; DE ROSE JUNIOR, 2000; SOUSA FILHO,

2000; WEINBERG E GOULD, 2008; SAMULSKI, 2002).

de acordo com WEINBERG E GOULD (2008), a psicologia do Esporte

remonta a virada do século XX. Sua história se divide em cinco períodos e

cada um deles possui características bem distintas apesar de se inter-

relacionarem. Juntos eles contribuíram para o crescimento e desenvolvimento

da psicologia do esporte e do exercício.

Durante o primeiro período, de 1895 a 1920, os psicólogos e professores

de educação física começaram a explorar os aspectos psicológicos do esporte

e a aprendizagem de habilidades motoras. Mediam tempos de reação de

atletas, estudavam o aprendizado de habilidades esportivas e questionavam o

papel do esporte no desenvolvimento da personalidade e do caráter, porém


pouco faziam para aplicar esses estudos; as pessoas trabalhavam

superficialmente e ninguém se especializava nessa área.

Foi nesse período que Norman Tripllet conduziu a primeira experiência

de psicologia do esporte ao investigar os efeitos dos outros atletas sobre o

desempenho de ciclistas. Essa primeira investigação foi uma pesquisa que, em

1895, analisou o rendimento de ciclistas quando corriam contra o relógio,

quando pedalavam em um padrão ou quando estavam em grupos. Tripllet

concluiu que o rendimento do ciclista era maior quando corria em conjunto com

outros ciclistas.

No segundo período, que se iniciou em 1921 e foi até 1938, o destaque

foi Colleman Griffith, o primeiro americano que dedicou uma parte significativa

da carreira à psicologia do esporte e ajudou a transformá-la em carreira

profissional instituindo-a como cadeira acadêmica. Griffith desenvolveu o

primeiro laboratório em psicologia do esporte e escreveu dois livros clássicos:

Psychology of Coaching e Psychology of Athletics. A alta qualidade de suas

pesquisas e seu grande comprometimento o levou a ser reconhecido como o

pai da Psicologia do Esporte nos EUA.

O terceiro período teve inicio em 1938, na Universidade da Califórnia,

onde foi ministrada pela primeira vez a disciplina de Psicologia destinada aos

graduandos de Educação Física. Muitos pesquisadores foram formados e

passaram a lecionar em outras universidades contribuindo de forma

significativa para o desenvolvimento da psicologia do esporte.

Devido a Segunda Guerra Mundial, na América do Norte os primeiros

laboratórios foram na área de aprendizagem motora e se aplicaram na seleção

de pilotos de aviação, segundo suas capacidades cognitivas, perceptivas, e


motrizes. As investigações, financiadas pelo Departamento de Defesa, teve sua

continuação nas faculdades de Educação Física (VIADÉ, 2003).

Na União Soviética se inclui a psicologia do esporte aplicada como

disciplina nas universidades. Realizam-se investigações sobre estresse,

rendimento esportivo, psicologia do treinamento, a personalidade dos atletas e

a ansiedade pré-competitiva. No final da década de 40 (1949) W.R. Johnson

realizou o primeiro estudo sobre stress e esporte, comparando as reações

emocionais pré-competitivas no futebol e na luta. Outros estudos foram

importantes neste período: influência do stress no desempenho, traços de

personalidade, agressão e boxe, avaliação psicológica em atletas, e

preparação psicológica em atletas, (VIADÉ, 2003).

Esse período é finalizado em 1965 quando ocorre, em Roma, o I

Congresso Mundial de Psicologia do Esporte, presidido pelo italiano Ferrucio

Antonelli levando a conhecer oficialmente o estado da investigação dos

psicólogos no âmbito desportivo.

No quarto período, de 1966 a 1977, a educação física se firmou como

disciplina acadêmica e a psicologia do esporte tornou-se um componente

separado dentro dessa disciplina, distinta da aprendizagem motora. Os

especialistas em aprendizagem motora estavam focalizados na aquisição das

habilidades motoras e nas condições de prática, no feedback e no ajustamento.

Por outro lado, os psicólogos do esporte se interessavam no modo como os

fatores psicológicos (ansiedade, auto-estima, personalidade) influenciam o

desempenho de habilidades esportivas e motoras, e a maneira como a

participação em esportes e educação física influencia o desenvolvimento

psicológico.
Segundo De Rose Jr, (1992), durante o III Congresso Europeu de

Psicologia do Esporte foi formado um grupo de pesquisas com o intuito de

definir o que se estudava na psicologia do esporte. As áreas eram:

personalidade do atleta, fundamentos psicológicos da capacidade motriz,

preparação para competição, seleção de atletas, psicologia de grupo e de cada

esportista, do treinamento e da competição. A partir daí autores como Krotee,

Singer e Rodinov realizaram estudos para definir a abrangência da psicologia

do esporte.

O uso de consultores em psicologia do esporte começou a ser aplicado

em times e clubes e houve um crescente interesse nessa área. Especialistas

trabalharam junto às equipes norte-americanas nos treinos e competições dos

Jogos Olímpicos no ano de 1984. Diversas modalidades tiveram esse

acompanhamento: voleibol, boxe, ciclismo, esgrima, esqui, esqui nórdico, nado

sincronizado e atletismo.

Com o aumento do número de pesquisadores envolvidos, e

consequentemente no número de trabalhos na área, viu-se necessário a

criação de associações e meios de divulgação dos estudos realizados. O

Congresso de Roma marcou o lançamento da ISSP (International Society of

Sport Psychology). Pouco tempo depois, em 1967 foi fundada a NASPSPA

(North American Society for the Psychology of Sport). Também em outros

países, como no Canadá, surgiu a Société Canadienne de Apprentissage

Psychomoteur et Psychologie du Sport (SCAPPS) e na Europa, a Féderation

Europeénne de Psychologie du Sport et dês Activités Corporelles. Em 1986 foi

criada a Association for the Advancement of Applied Sport Psychology

(AAASP).
No âmbito da psicologia, em 1986 foram fundadas as Divisões de

Psicologia do Esporte da American Psychological Association (APA; Divisão

47), e em 1994, na International Association of Applied Psychology (IAAP),

formou-se a Divisão 12 (exclusivamente para a Psicologia do Esporte).

As organizações mais importantes se preocuparam desde o inicio com

os meios de divulgação dos trabalhos publicados, levando a edição das

primeiras revistas especificas na Psicologia do Esporte.

No ano de 1970, a ISSP lançou o primeiro número da revista

International Journal of Sport Psychology, que tem sido responsável pela

divulgação de grande parte dos trabalhos produzidos em diversos países. Em,

1987, a ISSP fundou uma outra revista, mais aplicada, a The Sport

Psychologist. A NASPSPA começou a editar no ano de 1979 o Journal of Sport

Psychology (Journal of Sport & Exercise Psychology, a partir de 1988). Outras

revistas, tais como a Sportpsychologie (1987) o Journal of Applied Sport

Psychology (1989), a Revista de Psicologia del Deporte (1992), Psychology of

Sport and Exercise, também estão relacionadas com associações dos seus

respectivos países.

Na década de 70 o desenvolvimento da Psicologia na América Latina

teve início; em 1979 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicologia do

Esporte, da Atividade Física e da Recreação (SOBRAPE), e em 1986 foi criada

a Sociedade Sul-Americana de Psicologia do Esporte, da Atividade Física e da

Recreação (SOSUPE). O Brasil se destaca na América Latina na área da

Psicologia do Esporte, e isso pode ser constatado a partir do volume de

publicações, na quantidade de congressos realizados e no numero de

laboratórios de psicologia do esporte. (SAMULSKI, 2002). Mas, somente no


ano de 2006 foi publicada a primeira edição da Revista Brasileira de Psicologia

do Esporte e do Exercício.

O quinto período se inicia em 1978 e continua até o presente. A partir

desta data houve um enorme crescimento da psicologia do esporte,

principalmente da área aplicada. Ela atinge um topo nas pesquisas, com

instrumentos adequados, situações e populações específicas; muitos

laboratórios especializados, universidades e faculdades com departamentos de

Psicologia do Esporte e numerosa literatura de nível científico e revistas

especializadas de bom nível, verificou-se um determinado retorno aos temas

ou preocupações iniciais. Assim, sem deixar de lado a alta competição, a

otimização dos resultados e a excelência, ressurgiram temas como a

motivação, a aprendizagem, as adequações de escalões etários, o abandono

precoce e o insucesso, a recuperação, os últimos congressos mostraram essa

nova tendência.

Garcés de Los Fayos et al (2004) a fim de apontar a evolução dos

estudos realizados na Espanha analisou quase 500 artigos publicados em

congressos daquele país e na Revista de Psicologia del Deporte entre 1995 e

2003. Os principais temas de investigação encontrados neste estudo foram:

Treinamento Psicológico, incluindo as subáreas: intervenção psicológica direta,

rendimento esportivo, desenvolvimentos de técnicas de intervenção,

planificação de programas, variáveis psicológicas e treinadores. Foram

encontrados diversos estudos na área de motivação e emoção, que incluem

como subárea: emoções, bornout, metas, motivos de prática, coesão, stress,

auto-estima, autoconfiança e humor. Outro tema bastante encontrado foi na

área de Teoria e Metodologia, a qual inclui: validação de programas,


metodologia de investigações, validação de questionários, revisão de literatura

e reflexões teóricas. Outros temas também foram citados, tanto na RPE quanto

nos congressos, tais como esporte e qualidade de vida, Psicologia

Organizacional e qualidade de vida, aprendizagem e desenvolvimento motor,

iniciação esportiva, populações com necessidades especiais, psicofisiologia do

esporte e árbitros.

É possível, portanto, identificar profissionais em dois campos distintos de

atuação: na Psicologia do Esporte acadêmica, na qual o interesse profissional

é direcionado sobre a pesquisa e conhecimento da disciplina; e na Psicologia

do Esporte aplicada próxima do campo de intervenção.

A Psicologia do Esporte não é exclusiva dos psicólogos, pois a formação

dos profissionais não é formalmente delimitada; a determinação do que faz o

profissional da Psicologia do Esporte e a formação necessária ainda não estão

claros. Verifica-se o surgimento da psicologia do esporte voltada para atividade

física e lazer, sendo componente curricular dos cursos de Educação Física. Por

outro lado, observa-se certo distanciamento da Psicologia, pois os cursos de

graduação não formam nem qualificam o graduando para essa possibilidade de

prática.

Observa-se um aumento significativo dos estudos, trabalhos, artigos e

publicações em Psicologia do Esporte devido a um maior número de

pesquisadores interessados na área, tanto psicólogos, quanto profissionais da

área do esporte. Este crescimento é verificado em diversas áreas, como

esporte e qualidade de vida, intervenção psicológica, iniciação esportiva,

características psicológicas dos atletas, aspectos cognitivos, sociais e

motivacionais, técnicas para trabalhar com esportistas, psicofisiologia do


esporte, aprendizagem e desenvolvimento motor, identificação de talentos

esportivos, psicometria, socialização, liderança, torcida, ética, entre outros.

(SIMÕES,2004; BECKER JÚNIOR, 2001; DE ROSE JUNIOR, 2000;

SAMULSKI, 2002).

Devido ao aumento considerável de pesquisas, são necessários novos

estudos que verifiquem os temas comumente abordados na área, identificando

os mais investigados e sua evolução, assim como aqueles que necessitam de

uma maior atenção por parte dos pesquisadores. Deste modo, analisando a

produção cientifica na Psicologia do Esporte nacional e internacional, podemos

nortear as diretrizes, identificar futuras tendências de pesquisas e suas

características, para que futuramente seja feita uma interface do que está

sendo investigado pelos psicólogos do esporte e a sua aplicação na prática

esportiva.

Alguns temas foram considerados os de maior interesse tanto por parte

dos pesquisadores em psicologia do esporte quanto por parte dos esportistas

(atletas, treinadores e dirigentes), tais como estresse e motivação.

Estresse

A competição como momento decisivo da avaliação do rendimento, pode

gerar nos atletas estados de tensão e ansiedade indesejáveis, pois, em poucos

segundos ou minutos, sua ação ou sucessão de ações poderá trazer-lhes o

êxito ou fracasso após tantos sacrifícios. Um ótimo rendimento em treinamento

nem sempre é repetido ou melhorado na competição ou, surpreendentemente,

o resultado alcançado pode ser bem superior ao esperado.

De acordo com Miranda e Bara Filho (2008) existe no esporte uma


variedade de estressores internos e externos, que podem desestabilizar física e

psiquicamente o atleta antes, durante e após uma competição.

O estresse é definido por Seyle (MIRANDA E BARA FILHO, p.91) como

“Respostas inespecíficas do corpo para qualquer exigência exercida sobre

ele.”. E por Gabler (apud SAMULSKI, 1995, p. 134) como: “Uma exigência

psíquica e/ou carga física, a qual é vivenciada como uma carga intensa, e que

conduz a reações específicas de defesa para dominar a situação ameaçadora

”. Por ultimo, corroborando a definição de Gabler numa ótica psicofisiológica,

McGrath (apud WEINBERG E GOULD, 2008, p.96) define o estresse como “um

desequilíbrio substancial entre a demanda (física e/ou psíquica) e a capacidade

de resposta, sob condições nas quais o fracasso para suprir a demanda tem

importantes consequências ”.

É necessário notar que, apesar do estresse popularmente ser

considerado um fenômeno basicamente de origem psicológica, as definições

colocadas enfatizam tanto fatores psicológicos quanto fisiológicos, bem como a

integração psicofisiológica que o estresse provoca no organismo humano

(MIRANDA E BARA FILHO, 2008).

O estresse não precisa ser sempre considerado um fator negativo. Pode

representar um aspecto positivo ao atleta a fim de alcançar o máximo de

eficiência em competições. Muitos atletas competem melhor quando estão sob

pressão. Na literatura, é encontrada a diferenciação entre eustresse e distresse

(MIRANDA E BARA FILHO, 2008).

MIRANDA E BARA FILHO (2008) apontam que eustresse (estresse

positivo) é caracterizado pela mobilização de todos os esforços físicos e

espirituais num estado de forte excitação, causando sentimentos de alegria,


satisfação e felicidade. Pode se considerar as cargas de treinamento

desportivo adequadamente aplicadas nos atletas como uma forma causadora

de eustresse. O distresse (estresse negativo) produz uma queda brusca de

todas as funções orgânicas, causando sentimentos de medo, apreensão e

preocupação.

Os estudos sobre estresse não podem se limitar em apenas descrever e

explicar esse estado e suas implicações, mas também apresentar instrumentos

específicos com os conhecimentos adquiridos em medidas práticas e efetivas

para análise e o controle do estresse.

Quando se estuda o comportamento dos atletas pode-se perceber que

eles reagem diferentemente sob estímulos iguais, por exemplo, para alguns

competir contra um atleta que já lhe venceu pode ser um fator mais relevante

que para outros quando se fala em percepção do estresse. Que fenômenos

internos interferem entre os estímulos de estresse e a correspondente reação

do estresse?

Motivação

Com o aumento do conhecimento científico, do avanço das tecnologias e

de profissionais capacitados, os treinadores, atletas e dirigentes no esporte de

alto rendimento atualmente devem estar cada vez mais preparados,

organizados e profissionalizados. Desta forma os atletas apresentam

significativos esforços para seu máximo rendimento, pois é esperado que eles

superem seus limites a cada ciclo a fim de que se mantenham sempre no topo.

(MIRANDA E BARA FILHO, 2008; SAMULSKI, 2002; SOUZA FILHO, 2000;

VIADÉ, 2003).
Vários são os aspectos primordiais para o atleta atuar no esporte de alto

rendimento, tais como aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais. Destacando

o aspecto psicológico, para suportar as cargas dos treinos, o “stress” gerado

durante as competições além da pressão de patrocinadores, familiares e

treinadores, o atleta necessita de um alto grau de motivação para que o

esporte não se torne uma obrigação intolerável. Treinamentos e competições

compatíveis com a capacidade do atleta provocarão um nível ótimo de

motivação. (MIRANDA E BARA FILHO, 2008).

Existem alguns termos correlatos que também podem ser utilizados na prática

do esporte para definir a motivação, tais como a realização de metas, objetivos,

necessidades, satisfação, direção e intensidade de um determinado esforço.

Miranda e Bara Filho (2008) definem a motivação como a “energia

psíquica que dinamiza o comportamento a partir de objetivos pessoais,

admitindo-se que não há uma causa única determinante”, afirmando também

existência da interação dos fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais

(extrínsecos) para definir a motivação.

Gomes et. al. (2007), em um levantamento da produção cientifica da

Psicologia do Esporte, analisaram 1086 resumos (440 de congressos

brasileiros, 125 de artigos em revistas espanholas e 521 de periódicos de

língua inglesa), verificando que o tema motivação foi o mais estudado pelos

Psicólogos do Esporte no exterior

(17,21% dos artigos da Espanha e 15,74% de Língua inglesa) e o segundo

tema mais estudado no Brasil (20,27%). Já Coimbra et. Al. (2008), verificaram

que tanto técnicos quanto atletas (de diferentes modalidades, gênero, nível
competitivo) consideram muito importante o desenvolvimento de estratégias e

métodos para motivar os atletas.

Essas pesquisas demonstram que tanto os psicólogos do esporte, quanto os

treinadores e atletas concordam que a motivação é um fator de extrema

importância no esporte competitivo. (GOMES et. al., 2007; COIMBRA et. al.,

2008). Segundo Weinberg e Gould (2008), ao longo dos anos, surgiram

algumas teorias para explicar a motivação do ser humano, sendo as mais

aceitas a teoria das necessidades de realização (considerando fatores

pessoais e situacionais), teoria da atribuição (explicação de sucesso e fracasso

atribuído à estabilidade, casualidade e controle), a teoria das metas de

realização (metas, percepção de capacidade e comportamento frente à

realização) e a teoria da motivação para competência (sentimento de

competência e percepção de controle). Porém, das teorias motivacionais, a

mais utilizada nas recentes pesquisas em Psicologia do Esporte, e mais bem

aceita atualmente é a Teoria da autodeterminação (DECI E RYAN, 1985). A

Teoria da Autodeterminação, formulada por Deci e Ryan em 1985, estabelece

que o ser humano possui três necessidades psicológicas básicas e primordiais,

são elas: competência, relação social e de autonomia. A necessidade de

competência é a experiência de controlar o resultado, ou seja, se sentir capaz

de algo. A de relação social é o esforço para constituir relações afetivas com o

próximo, preocupar-se com o outro e sentir reciprocidade. E a de autonomia é

o desejo de se sentir na origem de suas ações. (RYAN E DECI, 2000;

FERNANDES E VASCONCELOS-RAPOSO, 2005; MURCIA E COLL, 2006;

MURCIA, GIMENO E COLL, 2007; PERREAULT E VALLERAND, 2007). Esta

teoria estabelece que a motivação do indivíduo seja enxergada de uma forma


contínua, definida por níveis de autodeterminação, da motivação mais

autodeterminada para a menos autodeterminada, postulando três diferentes

tipos de motivação: intrínseca, extrínseca e amotivação. (PERREAULT E

VALLERAND, 2007; SARRAZIN, 2002; CHANTAL, 1996; CRESSWELL E

EKLUND, 2005). A motivação Intrínseca (MI) se refere à atividade que é

praticada simplesmente pelo prazer e pela satisfação gerada pela própria

atividade, ou seja, o individuo participa voluntariamente, sem esperar

recompensas externas a atividade. Por exemplo, esportistas que sentem

satisfação em aprender novas técnicas do seu esporte. A motivação intrínseca

pode ser dividida em três tipos: MI para saber, MI para conseguir e MI para

Estimulação da Experiência. (RYAN E DECI, 2000; FERNANDES E

VASCONCELOS-RAPOSO, 2005; MURCIA E COLL, 2006; MURCIA, GIMENO

E COLL, 2007; PERREAULT E VALLERAND, 2007; NUNES, 2006;

PELLETIER, 1995). A motivação extrínseca (ME) faz referência aos

comportamentos já comprometidos como um meio para um fim, e não para a

própria causa, por exemplo, atletas que participam de competições apenas

para ganhar reconhecimento dos técnicos e familiares. Deci e Ryan (1990) têm

proposto que a ME pode ser ordenada de acordo com o contínuo da

autodeterminação da forma mais autodeterminada para a menos

autodeterminada, respectivamente da seguinte forma: regulação integrada,

identificada, introspecção, e regulação externa. A regulação integrada é

quando várias identificações são assimiladas e organizadas hierarquicamente,

ou seja, os motivos são classificados e alocados com outros valores e

necessidades. A regulação identificada se refere ao comportamento autônomo,

porém a decisão de realizar a tarefa é dada pelos benefícios externos e não


pelo simples prazer e satisfação inerente a própria atividade. A introspecção

implica em evitar os sentimentos ruins, tais como culpa e ansiedade e agregar

expectativas de autoaprovação e orgulho, através do estabelecimento de

regras e deveres para a ação. A busca por incentivos externos à prática é o

que caracteriza a regulação externa. O individuo se empenha na tarefa apenas

para alcançar uma recompensa ou evitar uma punição. Por ultimo, a forma

menos autodeterminada de motivação é a amotivação, o individuo não percebe

mais importância nas suas ações, há um sentimento de incompetência e perda

de controle. (RYAN E DECI, 2000; FERNANDES E VASCONCELOS-

RAPOSO, 2005; MURCIA E COLL, 2006; MURCIA, GIMENO E COLL, 2007;

PERREAULT E VALLERAND, 2007; NUNES, 2006; PELLETIER, 1995).

A fim de avaliar todas as formas de motivação de uma maneira

quantitativa, Pelletier et. al (1995), criaram a Sport Motivation Scale (SMS). O

SMS é um questionário autoaplicável, possui uma escala tipo Likert de 1 até 7

pontos para cada uma das 28 questões, sendo 4 para cada dimensão da

motivação. A partir da validação deste primeiro questionário, o SMS foi

amplamente utilizado em diversos estudos no contexto esportivo competitivo

(CHANTAL et. al, 1996); educacional (FERNANDES E VASCONCELOS-

RAPOSO, 2005) e da atividade física, validado para outras línguas

(PELLETIER et. al, 1995; NUÑES et. al, 2006; CHANTAL et. al,1996), aplicado

conjuntamente com outros questionários (MURCIA et. al, 2007; PERREAULT E

VALLERAND, 2007) e utilizados para predizer e correlacionar com outras

variáveis psicológicas. (CRESSWELL E EKLUND 2005; LEMYRE et. al, 2007

SARRAZIN et. al, 2002).


Murcia et. al (2007) analisaram o perfil motivacional de 413 jovens atletas da

região de Murcia com o SMS validado para o espanhol, correlacionando com

outras variáveis psicológicas. Foram identificados três perfis motivacionais

diferentes: Perfil autodeterminado, não autodeterminado e nem

autodeterminado e não autodeterminado. A motivação é um elemento chave

para se conseguir a permanência e o prazer no esporte, além de ser

determinante na conduta do atleta, pois desperta, da energia e regula seu

comportamento, dependendo de fatores pessoais e ambientais. Logo, o motivo

para a prática esportiva varia de atleta para atleta. Entretanto, apesar dos

diversos estudos sobre motivação com atletas brasileiros, poucos analisaram

suas diversas formas de motivação.

Referências

BARA FILHO, M. G.; MIRANDA, R. Aspectos psicológicos do esporte


competitivo. Revista Treinamento Desportivo, v.3(3) 62-72, 1998.

BARA FILHO, M. G. Efeitos psicológicos do fenômeno do “Burnout” em


nadadores. (Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro: Universidade Gama
Filho, 1999.

BECKER JÚNIOR, Benno. La Psicología del Ejercicio y del deporte en Brasil y


América del Sur. Revista de Psicología del Deporte, v.10, n°2, 2001, p. 249-
253.

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