EBOOK - ÉTICA - Lei 14.365 EAOAB

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Alterações Importantes

ÉTICA PROFISSIONAL
Lei n. 14.365/2022
Foi publicada a Lei nº 14.365/22, que alterou o EAOAB, o Código de Processo Civil e o
Código de Processo Penal, para incluir disposições importantes sobre a atividade privativa
de advogado, a fiscalização, a competência, as prerrogativas, as sociedades de advogados,
o advogado associado, os honorários advocatícios, os limites de impedimentos ao exercício
da advocacia e a suspensão de prazo no processo penal.

Vamos analisar as principais mudanças em cada um dos diplomas normativos, as quais


podem ser cobradas somente a partir do XXXVI Exame da OAB.

1. Alterações no EAOAB

A Lei n. 14.365/22 promoveu diversas mudanças no Estatuto da Advocacia a Ordem


dos Advogados do Brasil (OAB).

Vejamos resumidamente as principais alterações:

1) Incluiu o § 2º-A ao art. 2º do EAOAB, para dispor que, no processo administrativo,


o advogado contribui com a postulação de decisão favorável ao seu
constituinte, e os seus atos constituem múnus público.

A ideia do no parágrafo é demonstrar que a participação do advogado no processo


administrativo, embora não obrigatória, é importante e contribui para uma decisão
favorável ao seu cliente. O EAOAB tratava apenas da importância da atuação no
processo judicial.

Acrescentou o art. 2º-A ao EOAB, dispondo que advogado pode contribuir com o
processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos
Poderes da República.

Deixa clara a possibilidade de participação do advogado no processo de elaboração


das normas jurídicas, como forma de valorizar a atuação da advocacia.

2) Incluiu o § 4º ao art. 5º do EAOAB, estabelecendo que as atividades de consultoria


e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a
critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de
formalização por contrato de honorários.
A nova Lei passou a permitir que a atividade de consultoria e assessoria sejam feitas
de maneira informal, podendo ser verbal e sem a necessidade de outorga de
procuração e de contrato de honorários.

3) Modificou a redação do parágrafo único do art. 6º do EAOAB, para deixar claro


que os membros do Ministério Público também devem dispensar ao advogado
tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a
seu desempenho, preservando e resguardando, de ofício, a imagem, a reputação
e a integridade do advogado nos termos desta Lei.

Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022


Art. 6º do EAOAB Art. 6º do EAOAB
(...) (...)

Parágrafo único. As autoridades, os Parágrafo único. As autoridades e os


servidores públicos e os serventuários da servidores públicos dos Poderes da
justiça devem dispensar ao advogado, no República, os serventuários da Justiça e os
exercício da profissão, tratamento membros do Ministério Público devem
compatível com a dignidade da advocacia dispensar ao advogado, no exercício da
e condições adequadas a seu desempenho. profissão, tratamento compatível com a
dignidade da advocacia e condições
adequadas a seu desempenho,
preservando e resguardando, de ofício, a
imagem, a reputação e a integridade
do advogado nos termos desta Lei.

4) Modificou a redação do inciso X do art. 7º do EAOAB, para deixar claro que a


intervenção sumária do advogado, usando a palavra pela ordem, também se
aplica nos processos administrativos, órgãos de deliberação coletiva da
administração pública ou comissões parlamentares de inquérito.

Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022


Art. 7º do EAOAB Art. 7º do EAOAB
(...) (...)

X - usar da palavra, pela ordem, em X - usar da palavra, pela ordem, em


qualquer juízo ou tribunal, mediante qualquer tribunal judicial ou
intervenção sumária, para esclarecer administrativo, órgão de deliberação
equívoco ou dúvida surgida em relação a coletiva da administração pública ou
fatos, documentos ou afirmações que comissão parlamentar de inquérito,
influam no julgamento, bem como para mediante intervenção pontual e sumária,
replicar acusação ou censura que lhe para esclarecer equívoco ou dúvida
forem feitas; surgida em relação a fatos, a documentos
ou a afirmações que influam na decisão;
5) Revogou os parágrafos primeiro e segundo do art. 7º do EAOAB, que dispunham:

§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:

1) aos processos sob regime de segredo de justiça;

2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil


restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a
permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida
pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante
representação ou a requerimento da parte interessada;

3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de


devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de
intimado.

§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria,


difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-
8)

Com a revogação dos parágrafos primeiro e segundo, não há mais exceções em


relação à consulta dos processos pelos advogados prevista nos incisos XV e XVI.
Além disso, não há mais previsão acerca das imunidades para os crimes de injúria e
difamação. No entanto, a imunidade penal em relação à injúria e difamação em juízo
também possui previsão expressa no art. 142 do CP, motivo pelo qual, na esfera
penal, o advogado continua com imunidade em relação aos crimes de injúria e
difamação, desde que a ofensa tenha sido praticada em juízo, na discussão da causa,
pela parte ou por seu procurador, mas poderá ser penalizado nas esferas civil e
administrativa, inclusive disciplinar, pelos excessos que praticar.

Acrescentou o § 2º-B ao art. 7º do EAOAB, dispondo que o advogado poderá realizar


a sustentação oral no recurso interposto contra a decisão monocrática de relator que
julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes recursos ou ações: I - recurso de
apelação; II - recurso ordinário; III - recurso especial; IV - recurso extraordinário; V -
embargos de divergência; VI - ação rescisória, mandado de segurança, reclamação,
habeas corpus e outras ações de competência originária.
O inciso IX do art. 7º do EAOAB estabelecia o direito do advogado “sustentar
oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento,
após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze
minutos, salvo se prazo maior for concedido”.
Entretanto, no julgamento da ADIN 1.105-7, o STF declarou inconstitucional o
conteúdo desse inciso, estabelecendo que o advogado não tem o direito de fazer
sustentação oral depois do voto do relator, e sim antes (art. 937 do CPC/2015), além
do que o direito à sustentação oral está vinculado a sua previsibilidade recursal, ou
seja, o recurso deve permitir a sustentação oral.
O novo § 2º-B do art. 7º do EAOAB, portanto, é uma resposta à ADIN 1.105-7,
garantindo-se, agora, de forma ampla o direito de sustentação oral pelos
advogados contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não
conhecer recursos expressamente elencados.

6) Acrescentou o § 6º-D ao art. 7º do EAOAB, dispondo que, no caso de inviabilidade


técnica quanto à segregação da documentação, da mídia ou dos objetos não
relacionados à investigação, em razão da sua natureza ou volume, no momento da
execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada do material, a cadeia de
custódia preservará o sigilo do seu conteúdo, assegurada a presença do
representante da OAB.

Em muitas situações, principalmente quando há arquivos de memória de HD ou


SSD, no momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão, é muito
difícil conseguir separar quais arquivos interessam a investigação e qual material
não é necessário.
Por isso, a lei assegura que, posteriormente, quando se verificar que parte do
material não é necessária para a investigação, deve-se preservar o seu sigilo na
cadeia de custódia, assegurando-se ainda a presença de representante da OAB.

7) Incluiu o § 6º-E ao art. 7º do EAOAB, estabelecendo que, na hipótese de


descumprimento do § 6º-D, acima explicado, o agente público responsável pelo
cumprimento do mandado de busca e apreensão, o representante da OAB fará o
relatório do fato ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores, dará
conhecimento à autoridade judiciária e o encaminhará à OAB para a elaboração de
notícia-crime.

8) Incluiu o § 6º-I ao art. 7º do EAOAB, dispondo expressamente que é vedado ao


advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu
cliente, e a inobservância disso importará em processo disciplinar, que poderá
culminar com a aplicação do disposto no inciso III do caput do art. 35 desta Lei
(exclusão), sem prejuízo das penas previstas no art. 154 do Código Penal (crime
de violação de segredo profissional).
O advogado está proibido de efetuar colaboração premiada contra cliente e ex-
cliente, sob pena de exclusão em processo disciplinar e de responder pelo crime
de violação de segredo profissional (art. 154 do CP).

9) Incluiu o § 14 ao art. 7º do EAOAB, dispondo que cabe, privativamente, ao


Conselho Federal da OAB, em processo disciplinar próprio, dispor, analisar e
decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advogado.

10)Acrescentou o § 15 ao art. 7º do EAOAB, estabelecendo que cabe ao Conselho


Federal da OAB dispor, analisar e decidir sobre os honorários advocatícios dos
serviços jurídicos realizados pelo advogado, resguardado o sigilo, nos termos
do Capítulo VI desta Lei, e observado o disposto no inciso XXXV do caput do art.
5º da Constituição Federal.

11)Acrescentou também o § 16 art. 7º do EAOAB, para dispor que é nulo, em qualquer


esfera de responsabilização, o ato praticado com violação da competência privativa
do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo.

Na seara administrativa, a competência para decidir sobre prestação efetiva do


serviço jurídico realizado pelo advogado e os honorários advocatícios é do
Conselho Federal da OAB, sendo nula, portanto, a responsabilização nesses
temas pelos Conselhos Seccionais e Subseções.

12)Alterou o art. 7º-B do EAOAB, para elevar a pena no caso de violação de


prerrogativa do advogado para detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022


Art. 7º-B - do EAOAB Art. 7º-B do EAOAB
(...) (...)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro)
ano, e multa anos, e multa.

13)Acrescentou o § 5º ao art. 9º do EAOAB, dispondo que, em caso de pandemia ou


em outras situações excepcionais que impossibilitem as atividades presenciais,
declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no
regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não,
por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de
qualquer uma dessas modalidades.
14)Acrescentou também o § 6º ao art. 9º do EAOAB, estabelecendo que, se houver
concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e
materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos
destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio em teletrabalho, essa
informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do
termo de estágio.

O EAOAB passou a prever, portanto, a possibilidade de que o estágio de advocacia


seja feito no regime de teletrabalho, sem que isso, por si só, caracterize vínculo de
emprego. Além disso, se houver necessidade de equipamentos específicos ou
infraestrutura para a realização do estágio em teletrabalho, essa informação deverá
constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio.

15)Acrescentou o § 10 ao art. 15 do EAOAB que cabem ao Conselho Federal da OAB


a fiscalização, o acompanhamento e a definição de parâmetros e de diretrizes da
relação jurídica mantida entre advogados e sociedades de advogados ou entre
escritório de advogados sócios e advogado associado, inclusive no que se refere
ao cumprimento dos requisitos norteadores da associação sem vínculo
empregatício autorizada expressamente neste artigo.

Em razão da possibilidade de fraude envolvendo a relação entre sócios e associados,


que em alguns casos pode mascarar a existência de vínculo de emprego, o EAOAB
passou a prever que compete ao Conselho Federal da OAB a fiscalização, o
acompanhamento e a definição de parâmetros e de diretrizes dessas relações jurídicas.

16)Incluiu o § 11 ao art. 15 do EAOAB, dispondo que não será admitida a averbação


do contrato de associação que contenha, em conjunto, os elementos
caracterizadores de relação de emprego previstos na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).

Havendo fraude na relação jurídica estabelecida com o advogado associado, que,


na verdade é um advogado empregado, porque presentes os requisitos da relação
de emprego, não será permitida a averbação do contrato de associação.

17)Acrescentou o § 12 ao art. 15 do EAOAB, prevendo que a sociedade de advogados


e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de
trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de
advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas
nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina.

O EAOAB passou a permitir expressamente que a filial ou sede da sociedade de


advocacia estejam em local de uso compartilhado com outros escritórios de
advocacia ou empresa, o que é conhecido como coworking, mas não poderá,
evidentemente, configurar captação de clientela.
18) Alterou o § 2º ao art. 16 do EAOAB, estabelecendo que o impedimento ou a
incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o exclui da sociedade
de advogados à qual pertença e deve ser averbado no registro da sociedade,
sendo proibida, em qualquer hipótese, a exploração de seu nome e de sua imagem
em favor da sociedade. Antes da Lei n. 14.365/2022, havia apenas a previsão de
que a incompatibilidade em caráter temporário precisava ser averbada. Agora o
impedimento também deve ser averbado.

Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022


Art. 16 do EAOAB Art. 16 do EAOAB
(...) (...)
§ 2º O licenciamento do sócio para exercer § 2º O impedimento ou a
atividade incompatível com a advocacia incompatibilidade em caráter temporário
em caráter temporário deve ser averbado do advogado não o exclui da sociedade de
no registro da sociedade, não alterando advogados à qual pertença e deve ser
sua constituição. averbado no registro da sociedade,
observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 e
30 desta Lei e proibida, em qualquer
hipótese, a exploração de seu nome e de
sua imagem em favor da sociedade.

19) Acrescentou o art. 17-A EAOAB, estipulando que o advogado poderá associar-se
a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades unipessoais de advocacia,
sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo empregatício, para
prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do Regulamento
Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB.

20) Incluiu o art. 17-B ao EAOAB, tratando especificamente do contrato de associação,


que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada causa ou trabalho
e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial
tiver sede a sociedade de advogados que dele tomar parte. Nesse contrato, o
advogado sócio e associado estipularão livremente os critérios para a partilha dos
resultados dela decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo:

I - qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho


Seccional da OAB competente;
II - especificação e delimitação do serviço a ser prestado;
III - forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a
atribuição da totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma
delas;
IV - responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio
das despesas necessárias à execução dos serviços;
V - prazo de duração do contrato.

Os novos artigos 17-A e 17-B regulamentam, portanto, a figura do advogado


associado, profissional que atua no escritório de advocacia, mas não é sócio nem
empregado. Trata-se de advogado que atua no escritório, sem vínculo de emprego,
mas que tem participação nos resultados.

21)Incluiu o § 2º ao art. 18 do EAOAB, estabelecendo que o advogado empregado


poderá trabalhar em regime: I) exclusivamente presencial, II) não presencial
(teletrabalho), ou seja, realizado preponderantemente fora das dependências do
empregador, ou c) misto, em que atividades do advogado poderão ser presenciais,
no estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais,
conforme as condições definidas pelo empregador em seu regulamento
empresarial, independentemente de preponderância ou não.

A Lei nº 14.365/2022 acrescentou também o § 3º, deixando claro que, na vigência


da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo individual simples, a
alteração de um regime para outro.” (NR)

22)Alterou o art. 20 do EAOAB, estabelecendo que a jornada de trabalho do advogado


empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração
diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais, excluindo-
se a diferença que havia para advogado empregado com e sem dedicação
exclusiva.

Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022


Art. 20 do EAOAB - A jornada de trabalho Art. 20 do EAOAB – A jornada de trabalho
do advogado empregado, no exercício da do advogado empregado, quando prestar
profissão, não poderá exceder a duração serviço para empresas, não poderá
diária de quatro horas contínuas e a de exceder a duração diária de 8 (oito) horas
vinte horas semanais, salvo acordo ou contínuas e a de 40 (quarenta) horas
convenção coletiva ou em caso de semanais.
dedicação exclusiva.

23)Alterou o § 2º do art. 22 do EAOAB, para dispor que, na falta de estipulação ou de


acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração
compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, observado
obrigatoriamente os parâmetros previstos no CPC. Antes o critério utilizado era
tabela organizada pelo Conselho Seccional.
Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022
Art. 22 do EAOAB Art. 22 do EAOAB
(...) (...)
§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, § 2º Na falta de estipulação ou de acordo,
os honorários são fixados por os honorários são fixados por
arbitramento judicial, em remuneração arbitramento judicial, em remuneração
compatível com o trabalho e o valor compatível com o trabalho e o valor
econômico da questão, não podendo ser econômico da questão, observado
inferiores aos estabelecidos na tabela obrigatoriamente o disposto nos §§ 2º, 3º,
organizada pelo Conselho Seccional da 4º, 5º, 6º, 6º-A, 8º, 8º-A, 9º e 10 do art. 85
OAB. da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).

24)Acrescentou o § 8º ao art. 22 do EAOAB, para prever que são considerados também


honorários convencionados aqueles decorrentes da indicação de cliente entre
advogados ou sociedade de advogados.

Se um advogado indicar um cliente para outro advogado e, em razão disso, ganhar


uma comissão, esse valor será considerado honorários convencionados.

25)Acrescentou o art. 22-A ao EAOAB, para permitir a dedução de honorários


advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a título de juros de mora, ao
montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de precatórios, como
complementação de fundos constitucionais.

26)Acrescentou o § 3º-A ao art. 24 do EAOAB, dispondo que, nos casos judiciais e


administrativos, as disposições, as cláusulas, os regulamentos ou as convenções
individuais ou coletivas, que retirem do sócio o direito ao recebimento dos
honorários de sucumbência, somente serão válidos após o protocolo de petição
que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a
eles, e os honorários serão devidos proporcionalmente ao trabalho realizado nos
processos.

Antes, o § 3º do art. 24 do EAOAB estabelecia que seria nula qualquer disposição,


cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado
o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência. Ocorre, entretanto, que
esse dispositivo foi declarado inconstitucional (ADIN 1.194-4), tendo em vista a
necessidade de preservação da liberdade contratual quanto à destinação dos
honorários de sucumbência fixados judicialmente.
Sendo assim, para tratar do assunto, a Lei n. 14.365/2022 passou a dispor que
eventual renúncia aos honorários somente será considerada após o protocolo da
petição que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a
renúncia a eles, e os honorários serão devidos proporcionalmente ao trabalho
realizado nos processos.
27)Incluiu o § 5º ao art. 24, para deixar claro que, salvo renúncia expressa do advogado
aos honorários pactuados na hipótese de encerramento da relação contratual com
o cliente, o advogado mantém o direito aos honorários proporcionais ao trabalho
realizado nos processos judiciais e administrativos em que tenha atuado, nos
exatos termos do contrato celebrado, inclusive em relação aos eventos de sucesso
que porventura venham a ocorrer após o encerramento da relação contratual.

Houve também a inclusão do § 6º ao art. 24, estabelecendo que o distrato e a


rescisão do contrato de prestação de serviços advocatícios, mesmo que
formalmente celebrados, não configuram renúncia expressa aos honorários
pactuados. Na ausência do contrato, os honorários advocatícios serão arbitrados
conforme o disposto no art. 22 do EAOAB.

28)Acrescentou o art. 24-A ao EAOAB, para tratar especificamente das hipóteses


em que há bloqueio universal do patrimônio do cliente do advogado.
Vejamos a redação do novo artigo:

Art. 24-A do EAOAB - No caso de bloqueio universal do patrimônio do


cliente por decisão judicial, garantir-se-á ao advogado a liberação de até
20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para fins de recebimento de
honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas
relacionadas aos crimes previstos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006 (Lei de Drogas), e observado o disposto no parágrafo único do art.
243 da Constituição Federal.

§ 1º O pedido de desbloqueio de bens será feito em autos apartados, que


permanecerão em sigilo, mediante a apresentação do respectivo
contrato.

§ 2º O desbloqueio de bens observará, preferencialmente, a ordem


estabelecida no art. 835 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).

§ 3º Quando se tratar de dinheiro em espécie, de depósito ou de


aplicação em instituição financeira, os valores serão transferidos
diretamente para a conta do advogado ou do escritório de advocacia
responsável pela defesa.

§ 4º Nos demais casos, o advogado poderá optar pela adjudicação do


próprio bem ou por sua venda em hasta pública para satisfação dos
honorários devidos, nos termos do art. 879 e seguintes da Lei nº 13.105,
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

§ 5º O valor excedente deverá ser depositado em conta vinculada ao


processo judicial.
O novo art. 24-A do EAOAB estabelece que, havendo bloqueio judicial do
patrimônio do cliente, até 20% desse patrimônio deve ser liberado para fins de
recebimento de honorários e reembolso de gastos com a defesa, salvo as causas
relacionadas aos crimes previstos na Lei de Drogas, e observando-se o disposto no
parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, que estabelece todo e qualquer
bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado
e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.

29)Acrescentou o parágrafo único ao art. 26 da EAOAB, excepcionando a regra de que


o advogado, substabelecido com reserva de poderes, não pode cobrar honorários
diretamente do cliente. Com efeito, de acordo com o novo parágrafo único, essa
regra não se aplica, se o advogado substabelecido, com reservas de poderes,
possuir contrato celebrado com o cliente.

Desse modo, com a alteração do EAOAB, o advogado substabelecido com reserva


de poderes poderá cobrar os honorários do cliente, sem a intervenção do advogado
que substabeleceu, se tiver contrato diretamente com o cliente.

30)Incluiu os parágrafos terceiro e quarto no art. 28 do EAOAB, estabelecendo que,


nos casos das incompatibilidades previstas nos incisos V e VI (policiais e militares),
será possível a advocacia em causa própria, estritamente para fins de defesa e
tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada
a participação em sociedade de advogados. Além disso, a inscrição especial deverá
constar do documento profissional de registro na OAB e não isenta o profissional
do pagamento da contribuição anual, de multas e de preços de serviços devidos à
OAB, na forma por ela estabelecida, vedada cobrança em valor superior ao exigido
para os demais membros inscritos

Desse modo, com a alteração do EAOAB, policiais e militares poderão advogar em


causa própria, estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, mas o
interessado deverá ter inscrição especial na OAB e pagar anuidade.

31)Acrescentou os incisos XIX e XX ao artigo 54 do EAOAB, estabelecendo mais duas


competências do Conselho Federal:
XIX - fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e diretrizes da relação
jurídica mantida entre advogados e sociedades de advogados ou entre
escritório de advogados sócios e advogado associado, inclusive no que se refere
ao cumprimento dos requisitos norteadores da associação sem vínculo
empregatício;
XX - promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, a
solução sobre questões atinentes à relação entre advogados sócios ou
associados e homologar, caso necessário, quitações de honorários entre
advogados e sociedades de advogados, observado o disposto no inciso XXXV
do caput do art. 5º da Constituição Federal.

32)Acrescentou os incisos XVII e XVIII ao artigo 58 do EAOAB, prevendo mais duas


competências privativas os Conselhos Seccionais:

XVII - fiscalizar, por designação expressa do Conselho Federal da OAB, a


relação jurídica mantida entre advogados e sociedades de advogados e o
advogado associado em atividade na circunscrição territorial de cada
seccional, inclusive no que se refere ao cumprimento dos requisitos norteadores
da associação sem vínculo empregatício;

XVIII - promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, por


designação do Conselho Federal da OAB, a solução sobre questões atinentes à
relação entre advogados sócios ou associados e os escritórios de advocacia
sediados na base da seccional e homologar, caso necessário, quitações de
honorários entre advogados e sociedades de advogados, observado o disposto
no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.

33)Modificou o § 1º do art. 69 do EAOAB, para especificar que, nos casos de


comunicação por ofício reservado ou de notificação pessoal, considera-se dia do
começo do prazo o primeiro dia útil imediato ao da juntada aos autos do
respectivo aviso de recebimento.

Antes da Lei n. 14.365/2022 Depois da Lei n. 14.365/2022


Art. 69 do EAOAB Art. 69 do EAOAB
(...) (...)
§ 1º Nos casos de comunicação por ofício § 1º Nos casos de comunicação por ofício
reservado, ou de notificação pessoal, o reservado ou de notificação pessoal,
prazo se conta a partir do dia útil imediato considera-se dia do começo do prazo o
ao da notificação do recebimento. primeiro dia útil imediato ao da juntada
aos autos do respectivo aviso de
recebimento.
2. Alterações no CPC

1) Acrescentou o § 6º-A ao art. 85 do CPC/2015, para dispor que, quando o valor da


condenação ou do proveito econômico obtido ou o valor atualizado da causa for
líquido ou liquidável, para fins de fixação dos honorários advocatícios, nos termos
dos §§ 2º e 3º, é proibida a apreciação equitativa, salvo nas hipóteses expressamente
previstas no § 8º deste artigo.

A nova Lei deixou clara que o juiz não poderá fixar os honorários de forma equitativa
nos casos em que o valor da liquidação for líquido ou liquidável, salvo nas causas em
que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da
causa for muito baixo. Desse modo, o juiz, nas causas com valores altos, não poderá
o juiz reduzir os honorários advocatícios abaixo do limite legal de 10%, sob a
justificativa que a causa não era complexa, por exemplo.

2) Acrescentou o § 8º-A também ao art. 85 do CPC/2015, estabelecendo que, nas


causas em que o valor inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda,
quando o valor da causa for muito baixo, para fins de fixação equitativa de
honorários sucumbenciais, o juiz deverá observar os valores recomendados pelo
Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil a título de honorários
advocatícios ou o limite mínimo de 10% (dez por cento) estabelecido no § 2º deste
artigo, aplicando-se o que for maior.
3. Alterações no CPP

1) Acrescentou o art. 798-A ao CPP estabelecendo que haverá suspensão do prazo


processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro.
Vejamos a redação no novo dispositivo:

Art. 798-A do CPP - Suspende-se o curso do prazo processual nos dias


compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive, salvo
nos seguintes casos:

I - que envolvam réus presos, nos processos vinculados a essas prisões;

II - nos procedimentos regidos pela Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006


(Lei Maria da Penha);

III - nas medidas consideradas urgentes, mediante despacho


fundamentado do juízo competente.

Parágrafo único. Durante o período a que se refere o caput deste artigo,


fica vedada a realização de audiências e de sessões de julgamento, salvo
nas hipóteses dos incisos I, II e III do caput deste artigo.

O art. 789-A do CPP - estabeleceu um período de suspensão de prazos entre 20 de


dezembro e 20 de janeiro, para permitir o descanso dos advogados, sendo vedada a
realização de audiências e de sessões de julgamento, salvo nos casos expressamente
previstos no próprio artigo.

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