Cejas Apostila Etica OAB 39

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CURSO PREPARATÓRIO PARA 1ª FASE DO 37º EXAME DA ORDEM DOS

ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)


Ética Profissional
2 Martim Afonso

APRESENTAÇÃO

Estimados Guerreiros e Guerreiras!

É com muita alegria que apresentamos o módulo de Ética Profissional do preparatório para
39º exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!

Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua
prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!

Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum
(1ª Fase da OAB e Concursos) e vamos juntos!

Espero que vocês tenham um excelente proveito!

Receba o nosso sincero abraço!

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MATERIAIS PARA IMPRESSÃO E LEITURA

→ Código de Ética e Disciplina (2015)


https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000004085

→ Estatuto da Advocacia e da OAB


https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837

→ Regulamento Geral da OAB


https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000004095

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NOVIDADES LEGISLATIVAS

▪ A Lei 14.365/2022, publicada aos 03 de junho de 2022, reforça, ainda mais, as


prerrogativas profissionais da advocacia, fortalecendo o direito ao justo recebimento
dos honorários e conferindo maior segurança jurídica às sociedades de advogados.
▪ A Lei 14.365/2022 alterou a Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), a Lei 13.105/15 (Código
de Processo Civil), e o Decreto-Lei 3.689/41 (Código de Processo Penal), incluindo
disposições sobre a atividade privativa de advogado, a fiscalização, a competência, as
prerrogativas, as sociedades de advogados, o advogado associado, os honorários
advocatícios, os limites de impedimentos ao exercício da advocacia e a suspensão de prazo
no processo penal.

▪ Entre as principais novidades trazidas pelo dispositivo, estão:


I) O processo administrativo faz parte da atividade do advogado, que pode postular
decisão favorável ao seu constituinte (atos constituem múnus público).
 Não é ato privativo de advogado, mas, faz parte das suas atividades.
II) O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de
normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República.
III) Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singulares,
quando comprovada sua notória especialização.
 A advocacia é uma atividade singular, exercível à maneira de cada um.
 A advocacia é uma atividade técnica. A notória especialização é
comprovada de forma prática e objetiva (estudos, experiências,
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros
requisitos relacionados com suas atividades).
IV) É possível prestar assessoria e consultoria jurídica (ato privativo de advogado)
independentemente de contrato escrito ou procuração.
V) Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do
Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito
recíprocos. Por conta disso, durante as audiências de instrução e julgamento
realizadas no Poder Judiciário, nos procedimentos de jurisdição contenciosa ou
voluntária, os advogados do autor e do requerido devem permanecer no mesmo
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plano topográfico e em posição equidistante em


relação ao magistrado que as presidir.
VI) As autoridades e os servidores públicos dos Poderes da República, os serventuários
da Justiça e os membros do Ministério Público devem dispensar ao advogado, no
exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e
condições adequadas a seu desempenho, preservando e resguardando, de ofício,
a imagem, a reputação e a integridade do advogado nos termos desta Lei.
VII) O advogado pode fazer uso da palavra pela ordem, em qualquer tribunal judicial
ou administrativo, órgão de deliberação coletiva da administração pública ou
comissão parlamentar de inquérito, mediante intervenção pontual e sumária, para
esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, a documentos ou a
afirmações que influam na decisão.
VIII) A ampliação da pena do crime de violação das prerrogativas do advogado, cujos
reflexos práticos estão no aumento do prazo prescricional – de três para oito anos,
com base na pena máximo em abstrato.
IX) A garantia do pagamento de honorários de acordo, como previsto pelo Código de
Processo Civil.
X) Vedação à delação premiada de advogada e advogado contra seus clientes, com
sanção de exclusão.
XI) A regulamentação da figura do advogado associado.
XII) A fixação da competência do Conselho Federal para análise da prestação efetiva
do serviço jurídico realizado pelo advogado.
XIII) A garantia da presença de representante da OAB e a preservação da cadeia de
custódia e do sigilo do material apreendido, nos casos de quebra da
inviolabilidade.

▪ A Lei 14.365/2022 altera também o Código de Processo Civil e o Código de Processo


Penal, com mudanças que impactam a advocacia. As inovações mais importantes, nesse
sentido, foram:
I) O art. 85, do CPC, foi alterado por essa lei com o acréscimo dos parágrafos 8ª-
A e 20. A preocupação da reforma, neste ponto, diz respeito ao problema
relacionado à possibilidade de fixação equitativa dos honorários advocatícios
quando a causa tiver valor elevado.
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- O parágrafo 8º-A, do EAOAB,


estabelece que deve ser observado o limite mínimo de 10% ou os
valores recomendados pelo Conselho da OAB.
II) A possibilidade de sustentação oral em recurso interposto contra decisões
monocráticas – a orientação que prevalecia, sobretudo nos tribunais superiores,
era de que não há sustentação oral em julgamento de agravo interno contra
decisão monocrática.
III) Poderá o advogado realizar a sustentação oral no recurso interposto contra a
decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer dos
seguintes recursos ou ações: Recurso de apelação, recurso ordinário, recurso
especial, recurso extraordinário, embargos de divergência, ação rescisória,
mandado de segurança, reclamação, habeas corpus, e outras ações de
competência originária.
 Não pode sustentar em agravo de instrumento e embargos de
declaração.
IV) A adição no Código de Processo Penal do art. 798-A, no sentido de que se
suspende o curso do prazo prescricional nos dias compreendidos entre os dias
20 de dezembro e 20 de janeiro. Com a reforma, o dispositivo foi incluído no
CPP e não há mais dúvida de que isso se aplica também aos processos penais,
salvo exceções previstas no próprio art. 798-A, como por exemplo, em
processos que envolva réu preso.
V) O art. 7º B, EOAB, que trata da pena por crime de violação de prerrogativa de
advogado. A pena foi aumentada para detenção de 2 a 4 anos. Chama atenção
o que foi vetado, como as regras importantes que estavam no projeto de lei,
relacionadas a busca e apreensão a escritórios de advocacia.

▪ Apesar das conquistas advindas com a Lei, a Ordem dos Advogados do Brasil luta para
derrubar os vetos sobre busca e apreensão, que tiram dessa Lei importantes dispositivos
que coibiam abusos e excessos arbitrários contra os escritórios de advocacia.

▪ O Decreto-Lei nº 3.689/1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido


do art. 798-A, que trata da suspensão do prazo processual nos dias compreendidos entre
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive, salvo nos casos que envolvam réus presos, nos
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processos vinculados a essas prisões, nos procedimentos


regidos pela Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), e nas medidas consideradas
urgentes, mediante despacho fundamentado do juízo competente. Durante esse período,
fica vedada a realização de audiências e de sessões de

BUSCA E APREENSÃO NO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA


▪ A inviolabilidade do escritório de advocacia não é absoluta, logo, a busca e apreensão
nesse local é situação excepcional.
 O magistrado só permite que ocorra caso a situação seja excepcional.

▪ Para que a busca e apreensão tenha valor jurídico, necessariamente, precisa respeitar
alguns critérios (cumulativos), sob pena de nulidade, quais sejam:
I) O advogado precisa estar sendo investigado (polo passivo da ação criminal);
II) Os membros da OAB devem acompanhar;
III) O mandado de busca e apreensão precisa ser pormenorizado (delimitação
do objeto);
IV) Decisão fundamentada;
V) Não pode ser baseada apenas numa delação (precisa de mais elementos);
VI) Outros dados/documentos permanecem protegidos pelo sigilo.
▪ O membro da OAB deve acompanhar o momento da investigação, visando garantir que
somente o objeto da busca e apreensão seja vistoriado.
▪ A OAB deve ser informada com 24h de antecedência, ao menos, para que possa
providenciar um representante para acompanhar a busca e apreensão.
 Em situação de urgência, decretada pelo juiz, a OAB pode ser chamada
urgentemente (menos de 24h).

CRIME DE VIOLAÇÃO DE PRERROGATIVAS PROFISSIONAIS


▪ O crime de violação de prerrogativas tem como sanção 2 a 4 anos de detenção e multa.
▪ Esse crime só ocorre se houver violação dos incisos II (busca e apreensão no escritório de
advocacia), III (direito de conversar, pessoal e reservadamente, independentemente de
procuração, ainda que seja preso incomunicável), IV e V (prisão do advogado), do art. 7º,
do EAOAB.

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▪ O advogado fica preso em sala de estado maior (crime


trabalhando ou em ato civil). Se não houver sala de estado maior, fica em prisão domiciliar.
o O advogado fica preso em sala de estado maior em situações de flagrante,
preventiva, temporária, etc. No cumprimento de sentença, fica na prisão comum
(não cabe sala de estado maior!).
▪ O advogado preso durante atuação profissional terá direito a presença do
representante da OAB, para assegurar suas prerrogativas.
▪ O advogado preso durante ato da sua vida civil terá direito à comunicação a OAB, mas
não presença.

INSCRIÇÃO COMO ESTAGIÁRIO


▪ O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos dois
últimos anos do curso jurídico ou nos últimos quatro períodos, pode ser mantido pelas
respectivas instituições de ensino superior, pelos Conselhos da OAB, ou por setores,
órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o
estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.
▪ O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se
inscrever na Ordem.
▪ Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as
atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser
realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou
não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de
qualquer uma dessas modalidades.

JORNADA DE TRABALHO
▪ A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas,
não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas
semanais.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS
▪ Nas sociedades de advogados, a escolha do sócio-administrador poderá recair sobre
advogado que atue como servidor da administração direta, indireta e fundacional, desde
que não esteja sujeito ao regime de dedicação exclusiva, não lhe sendo aplicável o
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disposto no inciso X do caput do art. 117 da Lei nº 8.112, de


11 de dezembro de 1990, no que se refere à sociedade de advogados.
 Advogado que atua como servidor público pode ser sócio-gerente da sociedade.
▪ A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como
sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros
escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo
previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina.
▪ O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades
unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo
empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados.
▪ Nos cargos temporários, o advogado não precisa abandonar/desconstituir a sociedade.
▪ O impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o
excluí da sociedade de advogados à qual pertença e deve ser averbado no registro da
sociedade, observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 e 30 desta Lei e proibida, em
qualquer hipótese, a exploração de seu nome e de sua imagem em favor da sociedade.

CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM


▪ Criada para dirimir conflitos entre sócios, ex-sócios e associados.

INCOMPATIBILIDADES
▪ Policiais e militares não poderão advogar em causa própria (proibido) – ADI 7227.
▪ Servidor público pode advogar, desde que não seja contra quem o remunera.
▪ A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:
I) chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus
substitutos legais;
II) membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e
conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas,
bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta;
III) ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração
Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas
ou concessionárias de serviço público;

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IV) ocupantes de cargos ou funções vinculados direta


ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem
serviços notariais e de registro;
V) ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade
policial de qualquer natureza;
VI) militares de qualquer natureza, na ativa;
VII) ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento,
arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
VIII) ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras,
inclusive privadas.
▪ A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de
exercê-lo temporariamente.
▪ Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão
relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do Conselho competente da OAB, bem
como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.
▪ As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do caput deste
artigo não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para
fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na
OAB, vedada a participação em sociedade de advogados.
▪ A inscrição especial a que se refere o § 3º deste artigo deverá constar do documento
profissional de registro na OAB e não isenta o profissional do pagamento da contribuição
anual, de multas e de preços de serviços devidos à OAB, na forma por ela estabelecida,
vedada cobrança em valor superior ao exigido para os demais membros inscritos.

HONORÁRIOS
▪ No caso de bloqueio universal do patrimônio do cliente por decisão judicial, garantir-
se-á ao advogado a liberação de até 20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para fins
de recebimento de honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas
relacionadas aos crimes previstos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de
Drogas), e observado o disposto no parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal.

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SUBSTABELECIMENTO
▪ O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários
diretamente ao cliente sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento.
 Não se aplica na hipótese de o advogado substabelecido, com reservas de
poderes, possuir contrato celebrado diretamente com o cliente. Ou seja, se houver
contrato escrito com o cliente, poderá cobrar diretamente.

DECISÕES
▪ O STF decidiu que não existe mais a sanção (suspensão do advogado) por
inadimplência.
 Caso não pague, poderá ser executado, mas não poderá mais ser suspenso.
▪ O STF decidiu que o defensor público está dispensado de ter inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
 A inscrição é facultativa.
 Posição criticada, já que dificulta a fiscalização.

SÍNTESE DAS MUDANÇA LEGISLATIVA


▪ Art. 3-A, EAOAB. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos
e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei.
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a
sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial
e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
▪ Crime de violação de prerrogativas profissionais (prerrogativas previstas no art. 7, II, III,
IV e V, e no § 12, EAOAB). A lei de abuso de autoridade trouxe a criminalização prevista
no art. 7-B, EAOAB.
▪ Em razão da Lei 14.365/2022, ampliou-se a pena do crime de violação das
prerrogativas do advogado para de 2 a 4 anos de detenção.
o Bem como, foram vetados vários incisos do art. 7º, da Lei 8.906.
▪ O advogado fica preso provisoriamente em sala de estado maior (não é cela especial!).
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o Caso o estado não tenha uma, ele irá para prisão


domiciliar.
o A sala de estado maior é antes da condenação, em caráter provisório. Após
condenação, o cumprimento de pena não será em sala de estado maior.
o A definição e reconhecimento da sala de estado maior cabe à administração
pública, e não a OAB.
o A prerrogativa de ficar em sala de estado maior será garantida ao advogado que
for preso durante o exercício da advocacia ou preso num ato pessoal da sua vida.
▪ O membro da comissão da OAB somente tem que estar presente para acompanhar, se
o advogado preso estivesse exercendo ato de advocacia (no exercício da profissão).
▪ O advogado preso num ato pessoal da sua vida terá sua prisão comunicada à comissão
da OAB.
▪ A OAB é competente para medida de desagravo, efetivada na defesa do advogado que
tenha sido ofendido no exercício da profissão ou em razão dela. É um instrumento de
defesa dos direitos e das prerrogativas da advocacia, previsto no inciso XVII, do artigo 7,
do EAOAB.
▪ O advogado tem direito de estar presente em perícia médica para confortar o
paciente/cliente.

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)

▪ É um serviço público “sui generis”, um órgão único, pois, é um órgão de representação,


seleção, julgamento e fiscalização, a fim de garantir os direitos próprios dos advogados, a
Constituição Federal, a justiça social, direitos humanos e o aprimoramento da cultura e
instituições jurídicas.
▪ Nos moldes do art. 44, do EAOAB, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é um serviço
público, autarquia dotada de personalidade jurídica e forma federativa, que tem por
finalidade:
I) defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os
direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida
administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas;
II) promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina
dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.
▪ Sua sigla e símbolo são de uso exclusivo da entidade.
▪ Não possui vinculo funcional ou hierárquico com nenhum órgão da administração pública.
▪ Possui autonomia administrativa e financeira, por ser uma autarquia sui generis.
▪ Seus atos conclusivos são publicados no Diário Eletrônico da OAB.
▪ O Tribunal de Contas da União não fiscaliza a OAB.
▪ A OAB possui imunidade tributária total em seus bens e serviços (não paga impostos).
▪ O membro da OAB não ganha remuneração, mas ganha certa projeção profissional. Os
membros da Comissão exercem suas funções sem qualquer forma de remuneração, sendo
considerado um trabalho de relevante interesse público.
▪ Em razão da Lei 14.365/2022, é assegurada a competência exclusiva da OAB para
fiscalizar o efetivo exercício profissional e o recebimento de honorários.

Observação:
→ A OAB não é fiscalizada por qualquer Órgão ou Entidade Pública,
tendo seu próprio sistema de fiscalização interna (3ª Câmara do
Conselho Federal).
→ A OAB participa da realização dos concursos públicos.
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o Quando o Concurso abarcar mais


de um estado, a participação compete ao Conselho Federal.
o Quando o Concurso abranger apenas um estado, a
participação compete a Seccional.

1) FINALIDADE DA OAB
a) Defender a CRFB, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, os direitos
humanos, a justiça social, sempre lutando pela boa aplicação das leis;
b) Promover com exclusividade a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos
advogados em todo o Brasil;
c) Defender a justiça social;
d) Defender os direitos humanos;
e) Defender a rápida aplicação da justiça;
f) Prover o aprimoramento da cultura e das instituições jurídicas.

2) PRESIDENTE DA SECCIONAL OU SUBSEÇÃO DA OAB


▪ O advogado pode se tornar Presidente.
▪ O Presidente terá prerrogativas importantes, como:
I) Fazer valer todos os direitos do advogado (delegável);
II) Designar um advogado assistente da OAB em inquéritos ou processos de
interesse da OAB, em que faça parte inscrito, em razão do exercício da profissão;
III) Requisitar cópias de processos ou inquéritos de interesse da OAB;
o Em processo sigiloso, é necessária a procuração do investigado.
o A OAB fica responsável por pagar a cópia e justificar a requisição.

3) ÓRGÃOS DA OAB (ART. 54 E SS., DO EAOAB)


3.1. CONSELHO FEDERAL
 É o órgão do Supremo da OAB, localizado em Brasília.
 É onde exaure o caminho administrativo (“transita em julgado”).
 Responsável por criar o Conselho Seccional, através de Resolução. Também fiscaliza
e, caso necessário, intervém.
o A intervenção requer 2/3.

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 Responsável por editar e alterar o Código de Ética, o


Regulamente Geral e os Provimentos.
 Composto por três conselheiros federais por Estado (não ganham remuneração).
 Os ex-presidentes também irão compor o Conselho Federal, com caráter de
membros vitalícios, tendo somente direito a voz.
 O Instituto dos Advogados Brasileiros e a Confederação do Instituto dos Advogados
Brasil também ganharam cadeiras, porém, com direito somente a voz.
 A delegação não vota assunto do seu interesse direto, bem como, profere somente
um voto por delegação (três conselheiros).
 O presidente tem o voto de minerva, de qualidade.
 Só terão direito a voz e voto aqueles que estejam investidos no cargo.
 Em caso de abertura de curso de direito, o Conselho Federal vai opinar, ficando a
cargo do MEC a decisão final, tendo em vista que o parecer é apenas opinativo.
 É de atribuição do Conselho Federal as ações que discutem a Constituição Federal
(Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Civil Pública, Mandado de Segurança
Coletivo, Mandado de Injunção Coletivo). A competência da Ação Civil Pública e MS
Coletivo foi estendida para o Conselho Seccional. Também compete ao Conselho
Federal criar a Câmara de Conciliação e Arbitragem para dirimir conflitos sobre
assuntos versando sobre sócio, ex-sócio e associados.
 Para alienar ou dar em garantia um patrimônio da OAB, deve ser aprovado pelo
pleno.

3.1.1. Composição do Conselho Federal:


 O Conselho Federal da OAB é composto por três Conselheiros Federais por
Seccional.
 A Diretoria do Conselho Federal da OAB é composta por:
Presidente
Vice-Presidente
Secretário Geral
Secretário Geral Adjunto
Tesoureiro

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Observação: O Presidente do
Conselho Federal é o único da diretoria que não precisa ser
Conselheiro Federal Seccional, devendo ser apenas
Advogado.

3.2. CONSELHO SECCIONAL – $$$$$


 É o Conselho Seccional que edita o seu Regimento Interno.
 A ação discutindo a constituição estadual é de competência do Conselho Seccional,
e cada Estado tem a sua Seccional.
 Responsável por criar a Caixa de Assistência. Também fiscaliza e, caso necessário,
intervém.
 Tudo relacionado a dinheiro ($) fica sob responsabilidade da Seccional, responsável
por fixar a tabela de honorários e as anuidades.
 A inscrição é de competência da Seccional, seja do advogado pessoa física ou do
escritório de advocacia, pessoa Jurídica.
 É a Seccional que cria o TED (Tribunal de Ética e Disciplina da OAB).
 É a Seccional que cria as Subseções.
 A competência da Ação Civil Pública e MS Coletivo foi estendida para o Conselho
Seccional.

3.3. SUBSEÇÕES
 É uma área autônoma que não possui personalidade jurídica própria, podendo
compreender um ou mais municípios, ou até mesmo um bairro de uma cidade.
 Criada por meio de Resolução, autorizada pela Seccional.
 É requisito ter no mínimo 15 advogados para sua criação.
 Se a Subseção possuir mais de cem advogados, vai ser criado o Conselho da
Subseção.
 A Subseção é responsável por colher os documentos de inscrição dos advogados e
escritórios de advocacia e enviá-los para a Seccional. Bem como, responsável por
instruir representações contra o advogado (princípio da territorialidade).

3.4. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS


 Serve para prestar assistência aos inscritos.
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 Metade do dinheiro da Seccional vai para a caixa de


assistência aos advogados (50% do $$$$$).
 Cada seccional tem sua caixa de assistência.
 Para sua criação deve ter no mínimo 1.500 advogados.
 Caso a caixa de assistência aos advogados seja extinta, o dinheiro dela retorna para
a Seccional.
 Divisão do dinheiro da seccional (anuidade dos advogados):
10% - Conselho Federal;
3% - Fundo Cultural;
2% - Fundo de investimento e desenvolvimento da cidadania (FIDA)

4) QUINTO CONSTITUCIONAL
▪ Requisitos para o advogado participar:
I) Lapso temporal de 10 anos de efetivo exercício da advocacia;
II) Notório saber jurídico e reputação ilibada;
III) Membros do Conselho não podem participar, ainda que peçam exoneração.
▪ A OAB (advogados) vota a lista sêxtupla e leva para o Tribunal, que escolhe três nomes.
O Chefe do Poder Executivo escolhe um, de forma discricionária.

5) ELEIÇÃO NA OAB
▪ A gestão na OAB dura três anos (não ganha nenhuma remuneração).
o É um cargo honorífico.
▪ Perde o cargo se faltar mais de três sessões seguidas.
▪ A eleição acontece na 2ª quinzena de novembro.
▪ Cria-se uma comissão eleitoral, com seis advogados (cota racial e cota da paridade de
gênero).
▪ Se as cotas não forem obedecidas, a chapa pode ser nula.
▪ Os requisitos para candidatura são:
a) Lapso temporal de três anos para Conselheiro Seccional ou de Subseção, e de
cinco anos para os demais cargos (Diretorias e Conselheiro Federal);
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b) Estar em dia com a tesouraria;


c) Ser ficha limpa, salvo reabilitação;
d) Não posso ter cargo demissível ad nutum;
e) Inscrição ativa.

5.1. Chapa Completa


I) Diretoria da Seccional
II) Conselheiros Seccionais (30 a 80)
III) Conselheiros Federais (+ 3 suplentes)
IV) Diretoria caixa de assistência

5.2. Posse Presidente


 Posse do Conselho Federal no dia 1º de fevereiro, iniciando os 3 anos de gestão.
 Na eleição da Diretoria do Conselho Federal, é um voto por conselheiro, e não por
delegação.
 O candidato a Presidente do Conselho Federal precisa ter apoio de, ao menos, 6
Seccionais para que possa concorrer.
 Não há restrição quanto a reeleição.
 No 2º ano, a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira (CNAB) é obrigatória.
Participam advogados e estagiários que se inscrevem. Quem vota nos temas dos
painéis são os advogados e estagiários inscritos na OAB.
 No 3º ano, na 2ª quinzena de novembro temos as eleições da OAB. O edital
convocando todos a se registrarem e votarem é publicado 45 dias antes.
 Dia 1º de janeiro começa a posse da chapa que ganhou, salvo o Conselho Federal.
 A diretoria se encontra no dia 31 de janeiro para votar para o Conselho Federal.

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19 Martim Afonso

ELEIÇÕES DA OAB

▪ A gestão é de três anos.


▪ O voto é obrigatório a todos os advogados.
▪ Se o advogado não votar e nem justificar os motivos que o impediram de votar, será multado
em 20% do valor da anuidade.
▪ Acontece na segunda quinzena do mês de novembro.
▪ Os cargos não são remunerados, são cargos honoríficos.

Observações:
→ O voto não é obrigatório para aqueles que possuem 50 anos
de exercício profissional.
→ Caso o advogado que componha a gestão da OAB tenha três
faltas consecutivas e sem justificativa, será excluído do cargo
que possui.

1) REQUISITOS PARA SER CANDIDATO NAS ELEIÇÕES DA OAB


a) Três anos de efetiva inscrição;
b) Estar em dia com o pagamento das anuidades da OAB ($);
c) Não possuir cargo demissível “ad nutum” (cargo de livre nomeação e livre exoneração –
cargo em comissão);
d) Ter a “ficha limpa” (não possuir qualquer sanção disciplinar em sua ficha);
e) A inscrição deve estar ativa > não pode estar incompatível, impedido ou licenciado da OAB.

2) ELEIÇÕES DO CONSELHO FEDERAL


▪ A eleição para o Conselho Federal ocorre em 31 de janeiro, após à posse da Seccional.
▪ A votação é realizada pelos Conselheiros Federais eleitos de cada Seccional.
▪ A votação se dá por representante e não por delegação, ou seja, cada Conselheiro Federal
profere seu voto, ou seja, os próprios Conselheiros Federais votam.

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20 Martim Afonso

Observações:
→ A votação para a nova Diretoria do Conselho Federal é
presidida pelo Conselheiro Federal mais velho.
→ A posse do Conselho Federal ocorre em 1 de fevereiro.

▪ A votação é apenas para a Diretoria do Conselho Federal, que é composta por:


I) Presidente do Conselho Federal > não precisa ser Conselheiro Federal,
bastando ser advogado;
II) Vice-Presidente do Conselho Federal > precisa ser Conselheiro Federal;
III) Secretário Geral do Conselho Federal > precisa ser Conselheiro Federal;
IV) Secretário Geral Adjunto do Conselho Federal > precisa ser Conselheiro
Federal;
V) Tesoureiro do Conselho Federal > precisa ser Conselheiro Federal.

Observação: Para concorrer às eleições do Conselho Federal


deve ser apresentada a carta de apoio de, no mínimo seis
seccionais.

3) ELEIÇÕES DA SECCIONAL
▪ A chapa deve estar completa para concorrer às eleições Seccionais, devendo ser
compostas:
a) Diretoria Seccional (5 integrantes > Presidente, Vice-Presidente, Secretário
Geral, Secretário Geral Adjunto e Tesoureiro);
b) Conselheiros Seccionais (mínimo 30 e máximo 80);
c) Conselheiros Federais (3 efetivos e 3 suplentes);
d) Diretoria da Caixa de Assistência ao Advogado (5 integrantes > Presidente, Vice-
Presidente, Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto e Tesoureiro).

Observação: Começa com 30 conselheiros, e a cada 3.000 (três mil)


novos advogados inscritos na Seccional, aumenta 1 Conselheiro
Seccional, até o limite de 80 Conselheiros.

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21 Martim Afonso

▪ Ou seja, a chapa deve ser composta de noventa e seis


advogados, todos possuindo os cinco requisitos para ser candidato, trabalhando de
graça por três anos.
▪ As eleições da OAB são geridas pela Comissão Eleitoral, a qual é composta por cinco
advogados. A posse ocorre em 1 de janeiro.

Observação: Para o advogado fazer parte da Diretoria da Caixa de


Assistência aos Advogados, ele deve compor a chapa Seccional.

4) ELEIÇÕES DA SUBSEÇÃO
▪ As subseções possuem chapa própria dissociada da chapa da Seccional.
▪ Nas eleições para Subseção o advogado vota, em cédulas de votação diferente, nas Chapas
que concorrem nas Eleições Seccionais e as Chapas que Concorrem as Eleições da
Subseção.
▪ Tendo a Subseção mais de cem advogados, será criado o Conselho da Subseção.
▪ A quantidade de membros do Conselho da Subseção obedecerá ao Regimento Interno de
cada Subseção.

5) COMISSÃO ELEITORAL
▪ Quem administra as eleições da OAB é o Conselho Eleitoral, composto por no mínimo 5
advogados, os quais tem o poder de gerir as eleições e decidir sobre as impugnações.

6) RECURSOS NAS ELEIÇÕES


▪ Os recursos interpostos referentes às eleições não têm efeito suspensivo.
▪ A eleição continua a ocorrer enquanto o recurso é julgado, pois, a eleição tem que
acontecer independente de recurso.
▪ Se for dado provimento (julgado procedente) ao recurso, após a realização das eleições
será convocada nova eleição.

7) GESTÃO TRIENAL
▪ 1º ANO
o 1 de janeiro é a posse da OAB, com Exceção do Conselho Federal.

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22 Martim Afonso

o 31 de janeiro é a primeira reunião do Conselho


federal, onde é feita a escolha da Diretoria do Conselho Federal.
o 1 de fevereiro é a posse do Conselho Federal.
▪ 2º ANO
o Tem a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira
o Não tem local definido.
o As Seccionais se habilitam para sediar a conferência.
o Cada Seccional apresenta um filme demonstrando os atrativos que possui para
sediar a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira.
Observação: Os advogados e estagiários votam nos painéis da
Conferência Nacional da Advocacia Brasileira.
▪ 3º ANO:
o É realizada a nova Eleição para o novo triênio de gestão na segunda quinzena de
novembro.
o A Abertura do Edital para as novas Eleições acontece com 45(quarenta e cinco) dias
antecedência das eleições.

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23 Martim Afonso

INTERVENÇÃO

 É a última ratio.
 É a ferramenta onde órgão hierarquicamente superior faz valer as normas e regulamentos
em relação ao órgão hierarquicamente inferior, afastando a diretoria e colocando uma nova
(nomeada pelo órgão hierarquicamente superior).

CONSELHO FEDERAL → SECCIONAL → SUBSEÇÃO

Observação: Situações de natureza


gravíssima precisa do quórum de 2/3
para utilização da Intervenção.

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QUINTO CONSTITUCIONAL

▪ É o instituto pelo qual o advogado se torna desembargador, sem que precise passar pela
magistratura.
▪ 2/3 dos tribunais são compostos por Desembargadores advindos do quinto constitucional.

REQUISITOS:
I) 10 anos de efetivo exercício profissional – comprovação com 5 ações novas por ano
durante esses 10 anos;
II) Notório saber jurídico – presumido;
III) Reputação ilibada – não ter condenação ético ou criminal.

Observações:
→ Não pode estar em um cargo eleito da OAB (e se foi eleito não
pode sair no meio da gestão, tem que esperar acabar para se
candidatar).
→ A OAB faz a lista sêxtupla.
→ O tribunal transforma a lista sêxtupla em lista tríplice;
→ O chefe do Poder Executivo (Governador) escolhe entre a lista
tríplice quem será o Desembargador.
→ Prazo impróprio de 20 dias para a escolha (Constituições
Estaduais).
→ Se a vaga do Quinto Constitucional for para um Tribunal
Interestadual (que seja composto por mais de uma Seccional), a
realização da lista sêxtupla ficará a cargo do Conselho Federal. O
Tribunal escolhe a lista tríplice e o Presidente da República escolhe,
dentre os 3(três) da lista, o Desembargador.

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25 Martim Afonso

TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA (TED)

 Órgão que julga os advogados.

 Os integrantes do TED têm cargo honorífico (voluntários).

 O Tribunal de Ética determina a absolvição ou aplicação de penalidade ao advogado.

 O julgamento é colegiado, mediante três advogados.

Relator
Revisor
Vogal

1) SUSPENSÃO PREVENTIVA DO ADVOGADO


▪ Disposto no art. 70, § 3º, do EAOAB, e aplicada pelo TED.
▪ O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao
Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for
cometida perante o Conselho Federal.
§ 1º. Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente,
julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do
próprio conselho.
§ 2º. A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao
Conselho Seccional onde o representado tenha inscrição principal, para constar
dos respectivos assentamentos.
§ 3º. O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição
principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão
prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para
a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste
caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias.
▪ Ocorre quando o advogado pratica um ato que traga repercussão prejudicial à imagem
da dignidade da advocacia (ampla repercussão na mídia).

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26 Martim Afonso

▪ Será suspenso preventivamente pelo prazo mínimo de


trinta dias e máximo de noventa dias, caso o TED entenda ser necessário (não é punição).
o Só acontece quando tem repercussão midiática.
o Não é uma sanção, é medida cautelar.
▪ É instaurado um processo principal, que deverá ser processado e julgado em até 90 dias,
com direito a ampla defesa ou contraditório. É esse processo que irá sancionar ou não o
advogado.
▪ O recurso da suspensão preventiva não possui efeito suspensivo.
▪ Quem aplica é o Tribunal de Ética e Disciplina, onde o advogado tenha a sua inscrição
principal.

2) PROCESSO PRINCIPAL
▪ Da penalidade aplicada no processo principal, aplica-se o instituto da detração.
▪ Detração é a subtração da pena aplicada no processo principal da pena já cumprida na
suspensão preventiva.

Observações:
→ Não é observado o princípio da territorialidade > na suspensão
preventiva, o advogado será julgado no local onde possui sua
inscrição principal, e não no locar onde ocorreu o fato.
→ O advogado é convocado a estar presente na seção do TED onde tem
sua inscrição principal.
→ Na suspensão preventiva, o recurso não tem efeito suspensivo, pois a
finalidade é o afastamento do advogado que praticou o ato que
manchou a imagem da dignidade da advocacia, tirando-o de
circulação.
→ Os fatos gravíssimos que não tiverem ampla repercussão, mesmo
manchando a imagem da dignidade da advocacia, não são passíveis
de aplicação da suspensão preventiva.
→ O Conselho Federal pode aplicar a suspensão preventiva, desde que
a repercussão dos fatos seja em âmbito Nacional.

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27 Martim Afonso

PROCESSO DISCIPLINAR NA OAB

 O processo que nasce da suspensão preventiva deve ser julgado em até 90 dias, em caráter
urgente.
 Em regra, o advogado é julgado onde o fato ocorreu, por conta do princípio da
territorialidade (exceção na suspensão).
 O processo disciplinar está previsto no Código de Disciplina e Ética da OAB, a partir do art.
55.
 O processo disciplinar pode ser instaurado de ofício ou mediante requerimento do
representado.
• A instauração de ofício se dá mediante o conhecimento dos fatos pela autoridade.
 A denúncia anônima não é cabível.
 A denúncia pode ser recebida se vier de uma fonte idônea, como uma reportagem confiável
(terá representação).
 Todos os processos disciplinares são sigilosos.
• Somente as partes terão acesso.
• O sigilo termina com o trânsito em julgado, onde a pena seja pública.
 Se houver lacuna na OAB (código ou estatuto), usa-se, subsidiariamente, as normas penais,
administrativas e civis (PAC), visando o julgamento adequado.
 A denúncia não aceita prazo decadencial. A prescrição nasce do conhecimento dos fatos.
 A representação contra o advogado é endereçada para o Presidente do Tribunal de Ética e
Disciplina.
 Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os
processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho.
• Da decisão do TED cabe recurso, interposto para o conselheiro da seccional.
• O recurso pode ir para o conselho federal, se decidido por maioria.
 Recebida a Representação na OAB, é distribuída para que, em 30 dias, o relator opine pelo
arquivamento liminar ou a instauração do processo.
• A decisão do relator vai para a mesa do Presidente do TED.
 O arquivamento liminar é a extinção da representação, sem qualquer instrução
procedimental ou apreciação de mérito, do processo ético-disciplinar destituído dos
pressupostos legais de admissibilidade (“ad referendum” do presidente).
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28 Martim Afonso

 Assim que a representação for recebida/admitida, o advogado


deverá apresentar a sua defesa prévia, no prazo de 15 dias.
• Todos os prazos, inclusive, o prazo dos embargos de declaração, na OAB, é de 15 dias.
 É dever do advogado manter seu endereço atualizado, porque presume entregue a
correspondência da OAB no endereço fornecido pelo inscrito.
• A publicação pode ser feita no edital eletrônico da OAB. Caso o advogado não
responda, ainda assim, a OAB irá nomear um defensor dativo.
• O advogado dativo da OAB não ganha remuneração, mas ganha um incentivo
curricular pela prestação de serviços. Caso faça 5 atos privativos de advogado
diferentes por ano, comprova a efetiva prática profissional.
• O defensor dativo criminal recebe os honorários pagos pelo Estado (tabela de
honorários da OAB).
 O termo de ajuste de conduta (TAC) serve para advogados com ficha limpa que seriam
punidos com censura ou por conta de publicidade irregular, visando desobstruir a pauta do
Tribunal ao não instaurar processo disciplinar.
 O foro privilegiado é cabível na OAB, conforme o art. 58, do CED.
• Os advogados são julgados pelo TED (sem foro privilegiado).
• A diretoria da subseção é julgada diretamente pela Seccional (foro privilegiado).
• Os conselheiros federais e o presidente da seccional são julgados pelo Conselho
Federal, em Brasília (2ª câmara).
• Os advogados que ganharam a medalha Ruy Barbosa, a diretoria do conselho federal
e os ex-presidentes do conselho federal serão julgados pelo Pleno.

1) AS CÂMARAS DO CONSELHO FEDERAL


▪ 1ª Câmara: Responsável por julgar os recursos sobre inscrições dos advogados, as
incompatibilidades e prerrogativas. Conhecida como a Câmara do Apito.
▪ 2ª Câmara: Responsável pela parte disciplinar (ética e disciplina). Divide-se em três
turmas.
▪ 3ª Câmara: Responsável pela aprovação das finanças da OAB ($$$), bem como, assuntos
sociais (sociedade, advogado empregado, etc) e eleições.

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PRESCRIÇÃO

Prescrição no Processo Disciplinar X Prescrição


- Art. 43 e ss., EAOAB. X - Arts. 25 e 25-A, EAOAB.
- A prescrição ocorre em 5 anos, contada a - É a prescrição do dinheiro ($$$$).
partir do conhecimento oficial dos fatos pela - Trata-se do direito que o cliente tem de
OAB (dia do protocolo). → Trata de buscar os valores que o advogado não
prescrição quinquenal. repassou → prescreve em 5 anos, a contar
- Existem causas de interrupção da do ato que conclui/encerra a relação do
prescrição (zerar o prazo), quais sejam: advogado com seu cliente (trânsito em
I) Dia da instauração do processo de julgado).
representação; - O advogado tem prazo de 5 anos para
II) Notificação válida (citação do buscar os honorários que o cliente levantou
advogado para apresentar sua e não quer pagar.
defesa); → o edital pode ser
considerado como notificação
válida!
III) Dia da decisão condenatória
recorrível.

 A prescrição trienal é da representação do processo que fica 3 anos parado, pendente de


julgamento. → Apura-se quem deu causa, para ser responsabilizado.

1) INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL NO PROCESSO DISCIPLINAR


▪ Interrompe a instauração do processo > zera o prazo e recomeça a contagem.
▪ A notificação válida do advogado > zera o prazo e recomeça a contagem.
▪ A decisão condenatória recorrível > zera o prazo e recomeça a contagem.
Observação: A decisão absolutória não interrompe o prazo
prescricional → continua contando.

2) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO PROCESSO DISCIPLINAR


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▪ Se o processo ficar três anos parado, ocorre a prescrição


intercorrente.
▪ Apenas ocorre quando o processo já está instaurado.
▪ Aquele que der causa à prescrição intercorrente responde por sua ocorrência.

3) PRESCRIÇÃO PARA O RESSARCIMENTO DE VLAORES LEVANTADOS


▪ Serve tanto para o cliente quanto para o advogado.
▪ A prescrição para o ressarcimento de valores levantados, tanto para o cliente quanto para
o advogado, é de cinco anos.
▪ O início do prazo se dá:
i. Vencimento do contrato;
ii. Trânsito em julgado;
iii. Última ação no serviço extrajudicial;
iv. Dia da transação em juízo;
v. Dia da desistência da ação;
vi. Dia da renúncia do mandato.

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INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

Censura Suspensão Exclusão Multa


• É uma pena leve. • É uma pena grave. • É uma pena • Pena acessória →
• Pena sigilosa → • Prazo de 30 dias gravíssima (quórum sempre aplicada
somente as partes (mínimo) a 12 de 2/3). junto a uma pena
sabem (OAB e meses (máximo) → • Se aplicada 3x a principal.
advogado). podendo ser suspensão, • Aplicada como
• A partir de duas prorrogável. receberá a acessória na
censuras pode-se • Poderá passar 12 exclusão. censura ou na
aplicar uma meses no caso em • É a morte da suspensão.
suspensão. que o advogado se inscrição do • A multa vai de uma
• A censura pode ser recusar a prestar advogado → perde a dez anuidades.
convertida em contas terá que o número da
advertência, sem pagar → fica inscrição na OAB
constar na ficha do suspenso até quitar para sempre.
inscrito, nos casos a dívida (pode • O legitimado para
de relevantes parcelar). excluir é a
serviços, cargo, • Também poderá Seccional.
agiu em defesa das passar 12 meses no • É dada publicidade.
prerrogativas e com caso em que o • Art. 34, incisos XXVI
bons antecedentes. advogado seja ao XXVIII, EAOAB.
• O advogado inepto → até fazer
censurado continua prova da aptidão.
trabalhando. • É dada publicidade.
• Art. 34, incisos I ao • Possui ampla
XVII, EAOAB. defesa,
contraditório e
devido processo
legal.

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32 Martim Afonso

• Art. 34, incisos XVIII


ao XXV, EAOAB.

 A licença da inscrição da OAB é uma autorização concedida pelo Conselho Seccional


responsável, para que o advogado se afaste provisoriamente de seu exercício da profissão
o Licenciamento não é sanção.
▪ O cancelamento da inscrição é algo mais sério do que apenas o licenciamento. Regulado
pelo art. 11 do EAOAB, ocorre mediante processo administrativo, iniciado pelo próprio
advogado, por ofício do Conselho Seccional ou qualquer outra pessoa – a depender dos
motivos pelo qual será iniciado.
▪ A advertência, prevista no art. 40 do EAOAB, é uma alternativa à sanção de censura diante
de circunstância atenuante.
o Não consta na ficha do inscrito.

1) CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO DAS SANÇÕES


I. Grau de Culpa
II. Consequências
III. Ficha pregressa

2) HIPÓTESES DE PERMANÊNCIA DA SUSPENSÃO (PODENDO ULTRAPASSAR 12 MESES)


▪ O advogado permanece suspenso quando:
I) Se recursar a prestar contas do dinheiro da parte, ficando suspenso até quitar a
dívida (art. 34, inc. XXI, EAOAB);
II) Se inepto profissionalmente, situação do advogado que não reúne as condições
mínimas de advogar, e fica suspenso até fazer prova de sua habilitação (art. 34,
inc. XXIV, EAOAB).
Observação: Para a prova da OAB não é necessário fazer
novo exame, apenas fazer prova de sua habilitação
(diferente do entendimento jurisprudencial).

3) REABILITAÇÃO DO ADVOGADO (ART. 41, EAOAB)

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▪ A reabilitação é cabível em todas as sanções, desde que


cumpra todos os requisitos.
▪ Instituto pelo qual o advogado excluído também volta a advogar, pois, todas as
irregularidades são apagadas da sua ficha.
▪ Os requisitos para reabilitação são:
a) Lapso temporal de 1 ano (ainda que excluído > não precisa de novo exame);
b) Prova de idoneidade moral; e
c) Se o fato tiver sido crime, precisa levar a reabilitação criminal para apresentação na
OAB.

4) ADVERTÊNCIA
▪ A advertência não é uma pena, é uma chance dada ao advogado.
▪ Caso o advogado não tenha recebido nenhuma penalidade e possuir os requisitos que
autorizem a conversão, a censura será convertida em advertência, sem constar nos
assentos do advogado, ou seja, em sua ficha funcional.
▪ Havendo a conversão da censura em advertência, o advogado continua ficha limpa (réu
primário), como se não tivesse existido qualquer sanção disciplinar imposta a ele.
▪ Não há limite de vezes para a conversão da censura em advertência, pois não existe a
anotação na ficha do advogado.
▪ O julgador tem que justificar a conversão.

5) REQUISITOS PARA CONVERSÃO DA CENSURA EM ADVERTÊNCIA


a) Relevantes Serviços a OAB (ex.: defensor dativo);
b) O advogado que tem cargo na OAB;
c) Quando o advogado estiver atuando em defesa de suas prerrogativas (deslize ético em
defesa das prerrogativas);
d) O réu que tem bons antecedentes; é ficha limpa (a critério do julgador).

Observação: Quando o réu é primário, não tem obrigatoriedade de


converter → PODE CONVERTER, não sendo obrigatório.

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34 Martim Afonso

MACETE DO FIC FRIC


Exclusão Incisos XXVI ao XXVIII
F Falsa prova para ingresso na OAB (não possui efeito suspensivo)
Inidoneidade (ex.: condenado criminalmente, violência contra mulher,
I
criança, adolescente, pessoa com deficiência, lgbtqia+, etc)
Crimes infamantes (mancham a boa fama do advogado, como tráfico de
C
drogas ou furto de cargas)
DE Delação Premiada (o advogado é proibido de fazer delação premiada do
PRE seu cliente > proteção ao cliente).
Suspensão ($) Incisos XVII ao XXV
F Fraudar a lei junto com terceiros
R Retenção ou extravio dos autos físicos (exige notificação para devolução)
I Inépcia profissional (advogado inepto profissionalmente)
Conduta incompatível com a advocacia (ex.: usuário de tóxicos,
C
alcolismo, jogos de azar e a incontinencia pública e escandalosa)

Observações:
→ Todas as outras infrações são sancionadas com CENSURA! →
Incisos I (se não for reincidente), II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI,
XII, XIII, XIV, XV e XVI. Nos casos de censura de réu primário, é
possível assinar o TAC.

6) ATO PRATICADO POR ADVOGADO SUSPENSO


▪ Ato praticado por advogado suspenso é nulo → responderá perante a OAB pelo
descumprimento da suspensão determinada.
o Atos privativos, não privativos de advogado e os atos que o estagiário pode praticar
sozinho.

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7) ATOS PRIVATIVOS DE ADVOGADO

Atos Privativos de Atos não privativos de Advogado (ou que qualquer


Advogado pessoa pode praticar)
I) Assessoria Jurídica; I) Habeas corpus;
II) Consultoria Jurídica; II) Postulação na Justiça do Trabalho, 1º e 2º grau, com a
III) Gerência Jurídica; exceção do TST, onde o advogado é necessário;
IV) O visto em Contratos. III) A postulação nos Juizados Especiais Cíveis até 20 salários
mínimos;
- Obs.: Quem faz “o IV) A postulação nos Juizados Especiais Federais até 60
visto” não pode ter vínculo salários mínimos;
com a Junta Comercial. V) Por força da súmula vinculante 5, não é necessário a
defesa técnica de Advogado nos Processos Administrativos
Disciplinares (PAD).

8) ATOS QUE O ESTAGIÁRIO PODE PRATICAR SOZINHO


I) Fazer carga de processos;
II) Obter certidões;
III) Petição de juntada de documentos (confecção e assinatura).

Observações:
→ Os demais atos, o estagiário deve praticar conjuntamente com o advogado.
→ Os atos do estagiário são supervisionados pelo advogado.
→ O estagiário é punido com censura quando exceder sua competência.

9) PRESCRIÇÃO
Prescrição no Processo Disciplinar Prescrição
• Art. 25 e 25-A, EAOAB.
• Art. 43 e ss., EAOAB.
• Trata de dinheiro.
• A prescrição ocorre em 5 anos,
• O direito do cliente buscar os valores que o
contada a partir do conhecimento
advogado não repassou prescreve em 5 anos.

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oficial dos fatos pela OAB (protocolo) • O advogado tem prazo de 5 anos para buscar os
→ prescrição quinquenal. honorários que o cliente não quer pagar.

10) INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL NO PROCESSO DISCIPLINAR


▪ Interrompe a instauração do processo > zera o prazo e recomeça a contagem.
▪ A notificação válida do advogado > zera o prazo e recomeça a contagem.
▪ A decisão condenatória recorrível > zera o prazo e recomeça a contagem.

Observação: A decisão absolutória não interrompe o prazo


prescricional → continua contando.

11) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO PROCESSO DISCIPLINAR


▪ Se o processo ficar três anos parado, ocorre a prescrição intercorrente.
▪ Apenas ocorre quando o processo já está instaurado.
▪ Aquele que der causa à prescrição intercorrente responde por sua ocorrência.

12) PRESCRIÇÃO PARA O RESSARCIMENTO DE VLAORES LEVANTADOS


▪ Serve tanto para o cliente quanto para o advogado.
▪ A prescrição para o ressarcimento de valores levantados, tanto para o cliente quanto para
o advogado, é de cinco anos.
▪ O início do prazo se dá:
vii. Vencimento do contrato;
viii. Trânsito em julgado;
ix. Última ação no serviço extrajudicial;
x. Dia da transação em juízo;
xi. Dia da desistência da ação;
xii. Dia da renúncia do mandato.

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INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO

1) INCOMPATIBILIDADE
▪ Previsto no art. 28, do EAOAB.
▪ Proibição total para advogar, ainda que em causa própria.
▪ Poderá advogar se for exonerado do outro cargo.

RAP DA INCOMPATIBILIDADE!!
“Governador e o membro da mesa, mas que beleza, juiz e o promotor, e o assessor, o
diretor, a polícia e o militar. Na outra mão, a galera do carvão $ (auditor, gente maneira,
gerente de instituição financeira), e a exceção, eu digo na moral, inciso II, juiz eleitoral!”

Observações:
→ O estagiário que esteja revestido pelo manto da
incompatibilidade, ou seja, que esteja inserido em alguma
dessas hipóteses de incompatibilidade, não poderá se registrar
como estagiário na OAB, apenas podendo frequentar para ver
como é.
→ Exceção do art. 28, II, EAOAB, referente ao Juiz Eleitoral
advindo da advocacia (máximo de 2 anos, prorrogável por mais
2), que pode advogar, salvo contra a justiça eleitoral.
→ O art. 29, do EAOAB, fala da atividade limitada da advocacia,
em razão do advogado ser o Procurador-Geral e o Advogado-
Geral.
→ Policiais e militares não podem advogar, nem mesmo em causa
própria.

2) IMPEDIMENTO
▪ Previsto no art. 30, do EAOAB.
▪ Proibição parcial para advogar.
▪ O indivíduo não pode advogar contra o Ente que o remunera, mas, poderá advogar
perante outras causas.
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38 Martim Afonso

▪ Parlamentares não poderão advogar contra a


administração pública, porém, poderão advogar contra particulares.

Observações:
→ Exceção para os docentes de curso jurídico, que poderão
advogar, inclusive, contra quem o remunera.

HIPÓTESES:

INCOMPATÍVEIS (ART. 28 EAOAB) IMPEDIDOS (ART. 30 EAOAB)


Chefe do Poder Executivo (inciso I) e seus substitutos
legais.
Membros da Mesa Diretora do Poder Legislativo (inciso I)
e seus substitutos legais.
Servidores da administração
Pessoas com função de julgar > juízes e membros do
direta, indireta ou fundacional,
MP.
contra a Fazenda Pública que os
Membros do Poder Judiciário e os auxiliares (inciso II).
remunera ou à qual seja vinculada
Serviços notariais e de registro (inciso IV).
(inciso I) → O procurador geral,
Atividades policial e militar, na ativa (inciso V e VI).
advogado geral, defensores
Responsável por lançamento, arrecadação e
gerais e dirigentes de órgãos
contribuições parafiscais/tributos > auditores (inciso VII).
jurídicos da administração
Aquele que tem função ou cargo de direção na
pública direta e indireta.
administração pública.
Direção e gerência em instituições financeiras (inciso
VIII).
Afastamento temporário (Art. 28, 1º, EAOAB).

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INSCRIÇÃO NA OAB

 Para os profissionais que se formam em Direito, além do título da graduação, o exercício da


função depende da inscrição na OAB. Caso contrário, todas as ações realizadas serão
invalidadas e o profissional pode ser processado por exercício irregular ou ilegal da
advocacia.

1) REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO


I) Capacidade civil;
II) Diploma ou Certificado de Conclusão de Curso de Direito, acompanhado do
histórico escolar de ensino superior;
III) Regularidade eleitoral e militar;
IV) Aprovação no exame da ordem;
V) Ausência de incompatibilidade;
VI) Comprovação de idoneidade moral;
VII) Não ter praticado crime infamante;
VIII) Prestar compromisso perante a OAB.

Observação:
→ Crime infamante significa qualquer crime que provoque forte
repúdio ético a comunidade, que manche negativamente a
imagem da advocacia.
→ Na inscrição do estagiário não exigem o diploma e a aprovação
no exame.
→ O bacharel (pessoa formada) pode fazer o estágio.

2) INIDONEIDADE
▪ A inidoneidade impede o registro na OAB.
o Instaura-se processo, com ampla defesa e contraditório, para analisar se o registro
na OAB ocorrerá ou não.

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o Ex.: Violência contra a mulher, violência contra idosos,


violência contra criança, violência contra deficiente, violência contra indígenas,
violência contra a comunidade LGBTQIA+, etc.

3) ADVOGADO ESTRANGEIRO
▪ Exigências para ser inscrito na OAB, antes mesmo da prática de qualquer ato privativo
de advogado:
a) Prestar exame de ordem;
b) Prestar compromisso perante a OAB.

Observações:
→ Precisa demonstrar que conhece o direito brasileiro.
→ O diploma de graduação e os demais documentos oficiais devem ser
autenticados no consulado Brasileiro no país onde foi emitido e depois
traduzidos para português, por tradutor público juramentado ou tradutor
judicialmente compromissado.
→ É possível a dispensa da autenticação, quando os documentos são
enviados do governo estrangeiro para o governo brasileiro, por via
diplomática.
→ O diploma deve ser revalidado por órgão educacional brasileiro
competente.

4) INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR
▪ O advogado que possuir habitualidade do exercício da advocacia em outra seccional,
que não aquela da sua inscrição principal, deverá realizar sua inscrição suplementar na
seccional.
▪ Será necessária caso ocorra habitualidade na advocacia, que se dá caso possua mais de
5 ações novas por ano.
▪ Também é necessária a inscrição suplementar se o advogado virar sócio de escritório de
advocacia em seccional diversa daquela que possui a inscrição principal.

5) CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO
▪ Ocorrerá cancelamento da inscrição caso o advogado:
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i. Assim o requerer;
ii. Sofrer penalidade de exclusão;
iii. Falecer;
iv. Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível;
v. Perder os requisitos para inscrição.

6) LICENÇA DA INSCRIÇÃO
▪ Ocorrerá a licença da inscrição caso o advogado:
i. Assim o requerer, por motivo justificado;
ii. Passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível;
iii. Sofrer doença mental curável.

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PRERROGATIVAS DO ADVOGADO (ART. 7, EAOAB)

ESTATUTO DA OAB
Art. 7º São direitos do advogado:
I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos
de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que
relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008)
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração,
quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou
militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo
ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade
e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de
Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB,
e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
VI - ingressar livremente:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam
a parte reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de
justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões,
mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de
seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou
outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou
informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente
ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor
ou empregado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar
o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido
de poderes especiais;
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43 Martim Afonso

VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer


locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença;
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho,
independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se
a ordem de chegada;
IX-A - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão de
deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de inquérito,
mediante intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em
relação a fatos, a documentos ou a afirmações que influam na decisão; (Redação dada
pela Lei nº 14.365, de 2022)
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade,
contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da
Administração Pública ou do Poder Legislativo;
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da
Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo
sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada
a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; (Redação dada
pela Lei nº 13.793, de 2019)
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo
sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou
em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de
2016)
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório
ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias;
XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em
razão dela;
XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado;
XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo
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quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem


como sobre fato que constitua sigilo profissional;
XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após
trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade
que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo.
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de
nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de
todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta
ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela
Lei nº 13.245, de 2016)
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 2º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 2º-B. Poderá o advogado realizar a sustentação oral no recurso interposto contra
a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes
recursos ou ações: (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
I - recurso de apelação; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
II - recurso ordinário; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
III - recurso especial; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
IV - recurso extraordinário; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
V - embargos de divergência; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
VI - ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações de
competência originária. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício
da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste
artigo.
§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados,
fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes
para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8)
§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou
função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo
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público do ofendido, sem prejuízo da


responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.
§ 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de
advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da
inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada,
expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser
cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese,
vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a
clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho
que contenham informações sobre clientes. (Incluído pela Lei nº 11.767, de
2008)
§ 6º-A. A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local
de trabalho do advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que
exista fundamento em indício, pelo órgão acusatório. (Promulgação partes
vetadas) (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-B. É vedada a determinação da medida cautelar prevista no § 6º-A deste artigo
se fundada exclusivamente em elementos produzidos em declarações do
colaborador sem confirmação por outros meios de prova. (Promulgação partes
vetadas) (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-C. O representante da OAB referido no § 6º deste artigo tem o direito a ser
respeitado pelos agentes responsáveis pelo cumprimento do mandado de busca e
apreensão, sob pena de abuso de autoridade, e o dever de zelar pelo fiel
cumprimento do objeto da investigação, bem como de impedir que documentos,
mídias e objetos não relacionados à investigação, especialmente de outros
processos do mesmo cliente ou de outros clientes que não sejam pertinentes à
persecução penal, sejam analisados, fotografados, filmados, retirados ou
apreendidos do escritório de advocacia. (Promulgação partes vetadas)
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-D. No caso de inviabilidade técnica quanto à segregação da documentação,
da mídia ou dos objetos não relacionados à investigação, em razão da sua natureza
ou volume, no momento da execução da decisão judicial de apreensão ou de
retirada do material, a cadeia de custódia preservará o sigilo do seu conteúdo,

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assegurada a presença do representante da OAB, nos


termos dos §§ 6º-F e 6º-G deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-E. Na hipótese de inobservância do § 6º-D deste artigo pelo agente público
responsável pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão, o
representante da OAB fará o relatório do fato ocorrido, com a inclusão dos nomes
dos servidores, dará conhecimento à autoridade judiciária e o encaminhará à OAB
para a elaboração de notícia-crime. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-F. É garantido o direito de acompanhamento por representante da OAB e pelo
profissional investigado durante a análise dos documentos e dos dispositivos de
armazenamento de informação pertencentes a advogado, apreendidos ou
interceptados, em todos os atos, para assegurar o cumprimento do disposto no
inciso II do caput deste artigo. (Promulgação partes vetadas). (Incluído pela
Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-G. A autoridade responsável informará, com antecedência mínima de 24 (vinte
e quatro) horas, à seccional da OAB a data, o horário e o local em que serão
analisados os documentos e os equipamentos apreendidos, garantido o direito de
acompanhamento, em todos os atos, pelo representante da OAB e pelo
profissional investigado para assegurar o disposto no § 6º-C deste artigo.
(Promulgação partes vetadas) (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-H. Em casos de urgência devidamente fundamentada pelo juiz, a análise dos
documentos e dos equipamentos apreendidos poderá acontecer em prazo inferior
a 24 (vinte e quatro) horas, garantido o direito de acompanhamento, em todos os
atos, pelo representante da OAB e pelo profissional investigado para assegurar o
disposto no § 6º-C deste artigo. (Promulgação partes vetadas) (Incluído pela
Lei nº 14.365, de 2022)
§ 6º-I. É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou
tenha sido seu cliente, e a inobservância disso importará em processo disciplinar,
que poderá culminar com a aplicação do disposto no inciso III do caput do art. 35
desta Lei, sem prejuízo das penas previstas no art. 154 do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)§
13. O disposto nos incisos XIII e XIV do caput deste artigo aplica-se integralmente
a processos e a procedimentos eletrônicos, ressalvado o disposto nos §§ 10 e 11
deste artigo.
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▪ O art. 7º-B, da EAOAB, dispõe que constitui crime violar direito ou prerrogativa de
advogado previstos nos incisos II, III, IV e V, caput do art. 7º, desta Lei, com pena de
detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. NOVIDADE!!

Observações:
→ Da violação de prerrogativas, será cabível o desagravo.
→ Requisitos para a busca e apreensão no escritório de
advocacia:
a) O advogado tem que estar sendo investigado o no polo
passivo da ação criminal;
b) Acorrer membro da OAB;
c) Tem que ser pormenorizada;
d) Tem que ser justificado;
e) Os outros documentos permanecem invioláveis.

 Se a OAB não for notificada da busca e apreensão


ela é nula.
 Tem que ser delimitado o objeto, constando no
mandado.

1) DESAGRAVO
▪ Ocorre quando o advogado é ofendido por motivo relacionado ao exercício profissional.
▪ É uma maneira de tornar pública a solidariedade da classe ao colega ofendido, mediante
ato da OAB.
▪ Tem que ser no calor dos fatos.
▪ Não depende da anuência do ofendido.
▪ Prazo para o Desagravo: 60 dias para analisar e 30 dias para realizar.

2) PRERROGATIVAS DA ADVOGADA (ART. 7º-A, EAOAB)


Estatuto da OAB
Art. 7-A. São direitos da advogada: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
I - gestante:
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a) entrada em tribunais sem ser


submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X;
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;
II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a
local adequado ao atendimento das necessidades do bebê;
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das
sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante
comprovação de sua condição;
IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for
a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente.
§ 1. Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto
perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação.
§ 2. Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada adotante
ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho).
§ 3. O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada adotante ou que der
à luz será concedido pelo prazo previsto no § 6o do art. 313 da Lei no 13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

DIREITOS
Gestante Mãe Lactante
 Direito à vaga de  Creche ou fraldário local para as
estacionamento; necessidades do bebê;  Prioridade de
 Não se submete aos  Suspensão do prazo processual por 30 pauta, pelo
detectores de metais e dias, se for a única advogada nos autos; prazo de 120
aparelhos de raio-x;  Prioridade de pauta, pelo prazo de 120 dias.
 Prioridade de pauta. dias.

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Gestante Adotante Lactante


Entrada sem detectores de
SIM NÃO NÃO
metais ou aparelhos de raio x
Reserva de vaga SIM NÃO NÃO
Preferências na ordem de
sustentação oral e audiências do SIM SIM SIM
dia
Acesso a creche e local
NÃO SIM SIM
adequado

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CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA (CED)

 Art. 2º, CED. O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado


Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da
moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em
consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
[....]
VIII – abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome ou nome social a empreendimentos sabidamente escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a
dignidade da pessoa humana;
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído,
sem o assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades
com as quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.

DAS RELAÇOES COM O CLIENTE

 Art. 9º, CED. O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a
eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda.
Deve, igualmente, denunciar, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qualquer
circunstância que possa influir na resolução de submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa.

 Art. 10, CED. As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca.
Sentindo o advogado que essa confiança lhe falta, é recomendável que externe ao cliente
sua impressão e, não se dissipando as dúvidas existentes, promova, em seguida, o
substabelecimento do mandato ou a ele renuncie.
• O advogado e cliente precisam ter uma relação de reciprocidade.
• O cliente não pode prejudicar sua própria defesa.
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• Se o cliente não confia no advogado, ele precisa I) alertar


o cliente sobre a demanda, e/ou II) renunciar ou substabelecer.

 Art. 11, CED. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte,
cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se
subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à
estratégia traçada.

 Art. 12, CED. A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do
mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam
sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-lhe contas,
pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se mostrem
pertinentes e necessários. Parágrafo único. A parcela dos honorários paga pelos serviços até
então prestados não se inclui entre os valores a ser devolvidos.

 Art. 13, CED. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o
mandato.

 Art. 14, CED. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono
constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou
para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis.
• O advogado precisa ser cientificado caso outro advogado participe do processo.

 Art. 15, CED. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as causas sob
seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do
cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.

 Art. 16, CED. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a
determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa,
uma vez decorrido o prazo previsto em lei (EAOAB, Art. 5º, § 3º).
• Ao renunciar, o advogado não pode mencionar as razões para tal.
§ 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos eventualmente
causados ao cliente ou a terceiros.

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§ 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do


cliente quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a prática
oportuna de ato processual do seu interesse.

 Art. 17, CED. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do
pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado
de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada
proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado.

 Art. 18, CED. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo,
salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento.

 Art. 19, CED. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em


caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora
dele, clientes com interesses opostos.

 Art. 20, CED. Sobrevindo conflito de interesses entre seus constituintes e não conseguindo
o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos
mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional.

 Art. 21, CED. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou ex-
empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional.
• Não existe tempo ou prazo para advogar contra seu ex-cliente ou ex-empregador
(pode ser algo imediato), mas, é necessário resguardar o sigilo.

 Art. 22, CED. Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa contrária à validade ou
legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja colaborado ou intervindo de qualquer
maneira; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ou o da sociedade que integre
quando houver conflito de interesses motivado por intervenção anterior no trato de assunto
que se prenda ao patrocínio solicitado.

 Art. 23, CED. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua
própria opinião sobre a culpa do acusado. Parágrafo único. Não há causa criminal indigna de
defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja
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concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa


humana, sob a égide das garantias constitucionais.

 Art. 24, CED. O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele
atuando outros advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro
profissional para com ele trabalhar no processo.
• Independência do advogado.

 Art. 25, CED. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como
patrono e preposto do empregador ou cliente.

 Art. 26, CED. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do
advogado da causa.
§ 1º O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio e
inequívoco conhecimento do cliente.
§ 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus
honorários com o substabelecente.

ADVOCACIA PRO BONO

 Art. 30, CED. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor nomeado,
conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a dedicação habituais, de forma que
a parte por ele assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio.
§ 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária de
serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus
assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação
de profissional.
§ 2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais que,
igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar
advogado.
§ 3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-partidários ou
eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de
publicidade para captação de clientela.

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DO EXERCÍCIO DE CARGOS E FUNÇÕES NA OAB E NA REPRESENTAÇÃO DA CLASSE

 Art. 33, CED. Salvo em causa própria, não poderá o advogado, enquanto exercer cargos ou
funções em órgãos da OAB ou tiver assento, em qualquer condição, nos seus Conselhos,
atuar em processos que tramitem perante a entidade nem oferecer pareceres destinados a
instruí-los.
Parágrafo único. A vedação estabelecida neste artigo não se aplica aos dirigentes de
Seccionais quando atuem, nessa qualidade, como legitimados a recorrer nos processos
em trâmite perante os órgãos da OAB.

SIGILO PROFISSIONAL

 Art. 37, CED. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que
envolvam defesa própria.

 Art. 38, CED. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento judicial,
administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional.

PUBLICIDADE PROFISSIONAL

 Art. 39, CED. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e
deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou
mercantilização da profissão.

 Art. 40, CED. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com
a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:
I – a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;
II – o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
III – as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço
público;

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IV – a divulgação de serviços de advocacia juntamente


com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras;
V – o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou
artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem
assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em
veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail;
VI – a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas
de publicidade, com o intuito de captação de clientela.
Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia,
é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde
que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39.

 Art. 41, CED. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os
textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa
forma, captação de clientela.

 Art. 42, CED. É vedado ao advogado:


I – responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de
comunicação social;
II – debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro
advogado;
III – abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que
o congrega; IV – divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V – insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

 Art. 43, CED. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de


rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer
outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos,
educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados
pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.
Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e
forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado

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evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou


profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista.

 Art. 44, CED. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de
escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome, nome social ou o da
sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB.
§ 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções
honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça
parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR
code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que
o cliente poderá ser atendido.
§ 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do
advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.

 Art. 45, CED. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou
publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio
físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua
circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico.

 Art. 46, CED. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá
observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo. Parágrafo único. A telefonia e a internet
podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a
destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou
representem forma de captação de clientela.

 Art. 47, CED. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo poderão
ser complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, observadas as diretrizes do
presente Código.

 Art. 47-A, CED. Será admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta no âmbito
dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade irregular
praticada por advogados e estagiários.

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Parágrafo único. O termo previsto neste artigo será


regulamentado mediante edição de provimento do Conselho Federal, que estabelecerá
seus requisitos e condições.

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ADVOCACIA PRO BONO

▪ A advocacia pro bono é a advocacia gratuita, para quem não pode pagar.
▪ Permitido em favor das pessoas físicas e para as pessoas jurídicas (ONG’s e associações sem
fins lucrativos).
▪ Não é permitida para fins político-eleitorais.
▪ Não pode ser realizada como meio de angariar clientes.
▪ Os honorários de sucumbência caracterizam uma verba disponível, ou seja, poderão ser
direcionadas para o advogado, para a parte ou para ambos.
▪ Não há limite para advocacia pro bono.

Observação:
→ Quem tem cargo na OAB não pode firmar contrato oneroso com a
própria OAB.

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HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

1) HONORÁRIO CONTRATUAL OU CONVENCIONAL


▪ Honorário de tratativa com o cliente. Em regra, o compactuado é 20% do total na 1ª
instância e 30% na 2ª.
▪ O contrato e a forma de pagamento são pactuados entre o advogado e o cliente, salvo
se feito na forma da lei.
o Feito por escrito.
▪ A tabela de honorários é o patamar mínimo. O valor não poderá ultrapassar metade do
valor final.
▪ O cliente é responsável pelo pagamento das custas.
▪ O advogado prestará contas a qualquer tempo (fornece recibo).
▪ Se a forma de pagamento for sob a forma da lei, será:
i. 1/3 na assinatura do contrato;
ii. 1/3 quando sai a sentença;
iii. o restante é pago ao final.
▪ Poderá ser cobrado todo ao final, salvo disposição contrária.
▪ O advogado pode juntar o contrato de honorários e o juiz deverá deferir que os
honorários sejam deduzidos do montante do cliente, antes da expedição do alvará.
▪ A Lei 14.365/2022 assegurou o pagamento de honorários, de acordo com o previsto
pelo Código de Processo Civil, nos termos da decisão recente da Corte Especial do STJ.

2) HONORÁRIOS DE ARBITRAMENTO
▪ Honorários fixados pelo magistrado, visto algum problema, observando:
I) O valor da causa;
II) O trabalho realizado;
III) A tabela de honorários da OAB.

3) HONORÁRIO ASSISTENCIAL
▪ Honorário que incide na justiça do trabalho, nas ações coletivas movidas por associações
de classe e sindicatos, devidos ao advogado, sendo indisponível.

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4) HONORÁRIO DE SUCUMBÊNCIA
▪ Honorários devidos pela parte vencida ao advogado da parte vencedora.
▪ Serve para filtrar “aventuras jurídicas” e incentivar a boa advocacia.
▪ Caracterizam verba disponível, permitindo que o advogado a negocie.
▪ Devidos ao advogado, que poderá repassar ou dividir, com o cliente ou a sociedade de
advogados.

5) PAGAMENTO DE HONORÁRIOS
▪ É permitido o pagamento parcelado, em cartão de crédito, cheque, boleto ou dinheiro.
▪ Não é permitido o pagamento de honorário por meio de título de crédito.
▪ É vedado ao advogado reter valores, a título de compensação, sem autorização escrita
do cliente.
▪ Em caso de falência ou concordata, o crédito do advogado é chamado de credito
privilegiado > recebe antes dos últimos (quirografários).
▪ Os honorários possuem caráter alimentar, não podendo ser penhorados.
▪ Podem ser levados a protesto o cheque e a nota promissória.
▪ É direito do advogado juntar o contrato de honorários aos autos para que seja deduzido
do montante do cliente.
▪ Os honorários são executados nos próprios autos, independente do tipo de ação.
▪ A fatura não pode ser levada a protesto em ação de cobrança de honorários.

6) CLÁUSULA DA QUOTA LITIS (ART. 50, DO CED)


▪ Do produto da ação, o advogado não pode ganhar mais do que o cliente vai ganhar.

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SOCIEDADE DE ADVOGADOS

 Não tem caráter mercantil.


 Registrada junto à Seccional.
 A sociedade não admite nome fantasia.
 A procuração deve ser individualizada e deverá constar o nome de todos os sócios.
 A sociedade não possui vínculo trabalhista.
 Os sócios de um mesmo escritório não podem defender interesse contrários
(representação de autor e réu).
 A Lei 14.365/2022 regulamentou a figura do advogado associado, assegurando a
autonomia contratual interna dos escritórios de advocacia.
 A criação da mesma sociedade com os mesmos sócios em outra seccional é chamada de
Filial.
 A sociedade não assina as peças processuais (atos postulatórios), que devem ser
assinadas pelos sócios.
 A sociedade poderá assinar atos necessários para sua manutenção.

1) SOCIEDADE SIMPLES
▪ Sociedade composta por dois ou mais advogados.
▪ O nome da sociedade é o nome ou o prenome de um ou mais sócios.
▪ O sócio responde subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados pela sociedade a
terceiros.
▪ O nome de sócio falecido será retirado da sociedade. Pode ser mantido, caso expresso
em contato.
o Se tiver previsão em contrato, mantém o nome do sócio falecido na sociedade,
sendo desnecessária a autorização dos herdeiros ou cônjuge do sócio falecido.
▪ A sociedade simples poderá ser convertida em sociedade unipessoal.

2) SOCIEDADE UNIPESSOAL
▪ Sociedade composta apenas por um advogado.
▪ O nome da sociedade é o nome ou prenome do advogado integrante.
▪ A sociedade é extinta em caso de morte do único sócio.
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▪ O advogado só pode figurar como sócio de uma sociedade


por seccional (Estado).
▪ Paga imposto reduzido.

3) ADVOGADO EMPREGADO
▪ O advogado empregado submete-se ao comando, bem como ao poder disciplinador
do empregador que tem o direito de dirigir a prestação pessoal de seus serviços (art. 2º,
da CLT).
▪ Iniciativa privada (não cabe para os advogados públicos).
▪ O advogado não perde sua autonomia ou independência profissional.
▪ O advogado empregado não é obrigado a praticar qualquer ato que não concorde ou
que venha a prejudicá-lo.
o Não é obrigado a propor ação ou recurso cujo fundamento o advogado
empregado tenha tese contrária.
▪ Não é obrigado a ter outro advogado atuando conjuntamente com ele.
▪ Não é obrigado a fazer favores de cunho pessoal.

4) ADVOCACIA PÚBLICA
▪ O advogado público, antes de tudo, é advogado, observando, igualmente, as regras
gerais e éticas próprias legalmente definidas pela OAB.
▪ O advogado público não licencia e nem cancela a OAB, mantém sua inscrição ativa para
a prática dos atos postulatórios.

5) JORNADA DE TRABALHO
▪ O advogado deve trabalhar 4 horas por dia, e 20 horas por semana.
▪ Em casos excepcionais, o advogado trabalha 8 horas por dia, e 40 horas por semana.
▪ A dedicação exclusiva não se presume, já que a regra é a 4 horas por dia e 20 horas por
semana.

6) HORA EXTRA
▪ A hora extra das pessoas normais é de 50%, já a hora extra do advogado é de 100%. E
se trabalhar de 20 horas até as 5 horas da manhã, o advogado ganha mais 25% de
adicional noturno, ou seja, ele recebe 125%.
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NULIDADE DOS ATOS ADVOCATÍCIOS PRATICADOS


ILEGALMENTE

 A prática ilegal dos atos privativos de advogado por pessoas que não estejam
regularmente inscritas na OAB é nula de pleno direito do ato praticado, a qual pode:
I. ser declarada de ofício
II. a requerimento do interessado ou do Ministério Público
III. é imprescritível
IV. não pode ser ratificada pela parte interessada
V. não convalesce com o tempo
VI. ao ser declarada, apaga os efeitos produzidos
VII. não pode ser suprida ou sanada

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PROCURAÇÃO

 Instrumento pelo qual o cliente outorga poderes ao advogado.


o O cliente pode revogar a procuração.
 O advogado poderá renunciar a procuração, porém, a razão não poderá ser
mencionada.
o Caso renuncie, precisará garantir o andamento por 10 dias (continua advogando).
o Será liberado caso outro advogado ingresse na causa antes antes dos 10 dias.
o Para renunciar, o cliente terá que receber a ciência inequivocamente.
 O advogado não pode aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem
prévio conhecimento deste, salvo por justo motivo ou para a prática de atos urgentes e
inadiáveis.
 Para a prática de atos urgentes é defeso ao advogado a realização, sem procuração,
desde que realize a juntada posterior da procuração no prazo de 15 dias, prorrogáveis
por mais 15 dias.
 Em razão da Lei 14.365/2022, o trabalho da advocacia pode ser prestado de forma
verbal ou por escrito, independente de mandato ou formalização de contrato.

1) RENÚNCIA AOS PODERES


▪ Caso o advogado não queira mais atuar no processo, poderá renunciar aos poderes
conferidos pelo cliente.
▪ Para ocorrer a renúncia, o advogado tem que dar a ciência inequívoca ao cliente,
preferencialmente por carta com aviso de recebimento (AR).
▪ Após a comunicação da renúncia, o advogado ainda permanece vinculado ao processo,
representando o cliente pelo prazo de dez dias, para que ele possa constituir novo
advogado.
o O cliente precisará ter ciência de que não terá mais um advogado naquele
processo (precisa de novo patrono).
o A renúncia no processo não supre a ciência inequívoca do cliente.
▪ No momento em que o cliente não queira mais os serviços do advogado, poderá revogar
os poderes conferidos.

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2) SUBSTABELECIMENTO
I) Substabelecimento sem reservas: O processo deixa de ser do advogado que
substabeleceu, ficando sob total responsabilidade do advogado substabelecido (novo).
• Sem reservas = “tchau”.
• O advogado, antes de deixar a causa, terá que dar ciência inequívoca do cliente >
continua patrono por 10 dias.
II) Substabelecimento com reservas: Ato pessoal do advogado. O processo continua sendo
do advogado que substabeleceu, que dividirá os poderes com o novo advogado
(substabelecido).
• Com reservas = “meu”.
• Não precisa da ciência do cliente.
• O advogado substabelecido é impedido de cobrar valores diretamente ao cliente.
• Qualquer cobrança de honorários deve ser feita ao advogado que substabeleceu a
causa.

3) ADVOGADO COMO TESTEMUNHA


▪ O advogado pode figurar como testemunha (e depor) quando o fato for relacionado a
um ato da vida privada (quando não estava trabalhando). Como, por exemplo, numa
batida de carro.
▪ O advogado não pode figurar como testemunha (não vai depor) quando teve ciência
do fato por conta do exercício profissional (quando estava trabalhando). Como, por
exemplo, num fato relacionado a um cliente.

4) ADVOGADO E O PREPOSTO
▪ O advogado não pode figurar no mesmo processo como advogado e preposto.

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PUBLICIDADE DO ADVOGADO

A publicidade na advocacia é meramente informativa, para manter os


novos advogados e aqueles que estão no marcado a mais tempo em pé de
igualdade.

O QUE NÃO PODE:


• Anunciar conjuntamente outro exercício profissional com o da advocacia
• Panfleto
• Adesivar carro
• Outdoor ou busdoor
• Carta de clientes
• Descontos especiais
• Foto ➜ A foto pessoal ou com outras pessoas é vedada, mas a foto do espaço físico do
escritório de advocacia é autorizada.
• Rádio
• Televisão
• Dar entrevistas para imprensa com habitualidade, tratando e comentando casos
sensacionalistas.
Observações:
→ Pode a publicidade meramente informativa (ex.: Revistas e
periódicos), desde que sejam endereçados a outros advogados, aos
clientes ou a pessoas que manifestem seu interesse.
→ O anúncio do escritório ou da sociedade poderão ser veiculados em
jornais, revistas, catálogos telefônicos, folders de eventos jurídicos ou
publicações do gênero, bem como sítios da internet, sendo vedado
fazê-lo por mensagens dirigidas a telefones celulares, televisão ou
cinema, nem podendo ser a mensagens publicitárias transmitidas por
outro veículo próprio de publicidade empresarial.
→ O cliente sempre procura o advogado, e não o advogado que vai atrás
do cliente.

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→ Nas entrevistas realizadas nos meios de


comunicação, o advogado apenas pode fornecer seu e-mail como
forma de contato.
→ Não pode dar o telefone.
→ Pode ter perfil profissional no facebook e instagram.
→ Pode placa indicativa do escritório (se for iluminada, tem que ser
discreta).

1) CARTÃO DO ADVOGADO
O que pode:
• Nome;
• Número da OAB;
• Especialidades;
• Horário de trabalho;
• QR Code;
• Atividades de docência.
• Redes Sociais.
Observações:
→ Não é permitida a veiculação no cartão de outras atividades que
possam angariar clientes. Ex.: Juiz aposentado, promotor
aposentado, etc.
→ É proibida a prática de qualquer outra atividade profissional no
domicílio profissional do Advogado. Ex.: Escritório de
Advocacia e Consultório Médico.

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PARABÉNS PELO EMPENHO!

NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!

Família CEJAS: Líderes em aprovação em todo o Brasil!

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