Circular 225

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ISSN 1516-8832

CIRCULAR TÉCNICA
Práticas Básicas do Plantio à
225 Colheita de Noz-pecã

Carlos Roberto Martins


Caroline Marques Castro
Cristiano Geremias Hellwig
Dori Edson Nava
Gilberto Nava
Gustavo Heiden
José Maria Filippini Alba
Marcos Silveira Wrege
Marilia Lazarotto
Marcelo Barbosa Malgarim
Pelotas, RS
Setembro, 2021
Rafaela Schmidt de Souza
Roseli de Mello Farias
Rudinei De Marco
2 Circular Técnica 225

Práticas Básicas do Plantio à Colheita de Noz-pecã1


A nogueira-pecã (Carya illinoinensis) é uma frutífera cultivada predominantemente nas regiões temperadas
do Hemisfério Norte. É uma espécie caducifólia, de porte alto e de grande longevidade produtiva (Stein et al.,
2012), podendo superar mais de 100 anos em produção. Nativa dos Estados Unidos e México, sua populari-
zação impulsionou o cultivo em vários países de diferentes continentes, como na Ásia, África do Sul, Austrália,
incluindo a América do Sul, com destaque para Uruguai, Argentina, Peru e Brasil (Sparks, 1991; Wells, 2017).

Atualmente, a noz-pecã vem sendo produzida em mais de 57 países no mundo (Noperi-Mosqueda et al.,
2020), a maior parte da área plantada no mundo situa-se na América do Norte, principalmente nos EUA e
México, com aproximadamente 170 mil e 145 mil hectares plantados, respectivamente (International Nut and
Dried Fruit Council Foundation, 2020). Ambos correspondem a 91% da produção mundial, enquanto que o
valor remanescente se distribui nos continentes africanos, australiano e sul-americano.

No Brasil, a nogueira-pecã foi introduzida em 1870 no Estado de São Paulo, pelos imigrantes norte-ameri-
canos, mas foi somente por volta 1960-1970 que a cultura passou a ser explorada comercialmente, desde o
Estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul (Raseira, 1990), especialmente pela adaptação às condi-
ções de clima temperado e subtropical de altitude, com regime de frio adequado às exigências das plantas
(Martins et al., 2018).

A partir de 2000, com base na demanda mundial, iniciou-se um novo ciclo de expansão do cultivo no Brasil, no-
vos plantios e até mesmo a recuperação de pomares abandonados vem ocorrendo no Sul do Brasil (Bilharva
et al., 2018), onde se destaca o estado do RS, principal produtor, seguido de SC e PR (IBGE, 2021). Essa
frutífera vem sendo cultivada em sua maioria por agricultores de base familiar, que, em média, possuem áreas
de até 15 hectares com a cultura. Apesar de ser cultivada em monocultivo, comumente são encontrados cul-
tivos consorciados e integrados em sistemas silvipastoris para produção de leite e carne.

A cadeia produtiva da noz-pecã vem se consolidando, não só pelo aumento de áreas de plantios, mas tam-
bém pela crescente inserção de agricultores (pequenos, médios e grandes empreendimentos) e de empresas
que fomentam a fabricação de equipamentos, pela assistência técnica especializada, pelo surgimento de
pequenas agroindústrias e outras redes de incorporação e distribuição de alimentos. Soma-se a isso o apoio
de entidades e instituições de caráter público, como a Embrapa, universidades, órgãos de assistência técnica
e agências de fomento e promoção do empreendedorismo. No entanto, o cultivo de nogueira-pecã carece de
informações tecnológicas que possam subsidiar os produtores, técnicos e envolvidos na cadeia produtiva na
tomada de decisões frente aos desafios que ocorrem no manejo e na produção das nozes-pecã.

Classificação botânica e descrição da planta


A nogueira-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh.) K.Koch] pertence à família Juglandaceae, a mesma da noz-eu-
ropeia (Juglans regia L.), que abrange 8 gêneros e 60 espécies de árvores ou arbustos polinizados pelo vento
e nativos das Américas, Ásia e Europa, sendo uma das 18 espécies atualmente reconhecidas no gênero Carya
(Stone, 2020).

As nogueiras-pecã são árvores deciduais, podendo superar os 40 m de altura. Embora seja uma espécie
monoica com flores unissexuadas, a maioria das variedades são de fato conduzidas como dioicas, evitando

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Carlos Roberto Martins, Engenheiro-agrônomo, doutor em Fruticultura, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. Caroline Marques
Castro, Engenheira-agrônoma, doutora em Genética, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. Cristiano Geremias Hellwig, Enge-
nheiro-agrônomo, mestre e doutorando em Fruticultura pela Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS. Dori Edson Nava, Engenheiro-agrônomo,
doutor em Entomologia, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. Gilberto Nava, Engenheiro-agrônomo, doutor em Solos e Nutrição
de plantas, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. Gustavo Heiden, Biólogo, doutor em Botânica, pesquisador da Embrapa Clima
Temperado, Pelotas, RS. José Maria Filippini Alba, Bacharel em Química, doutor em Geoquímica, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas,
RS. Marcos Silveira Wrege, Engenheiro-agrônomo, doutor em Agrometeorologia, pesquisador da Embrapa Florestas, Colombo, PR. Marilia Lazarot-
to, Engenheira florestal, doutora em Engenharia Florestal, professora da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS. Marcelo Barbosa Malgarim,
Engenheiro-agrônomo, doutor em Fruticultura, professor da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS. Rafaela Schmidt de Souza, Engenheira-
-agrônoma, mestre e doutoranda em Fruticultura, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS. Roseli de Mello Farias, Engenheira-agrônoma, doutora
em Fruticultura, professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, São Borja, RS. Rudinei De Marco, Engenheiro florestal, doutor em Agrono-
mia, Universidade Federal de Pelotas, Consultor de noz-pecã, Santa Maria, RS.
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a autopolinização, de forma a incrementar a variabilidade genética, qualidade e rendimento da produção


(Thompson; Romberg, 1985).

Tronco e ramos: tronco cinza-claro ou amarronzado, estriado com escamas adpressas ou esfoliantes na
forma de pequenas placas. Galhos de coloração bronze a marrom avermelhados e delgados, hirsutos. Gemas
terminais marrom-amareladas, oblongas, 6-12 mm de comprimento, hirsutas, escamosas.

Folhas: folhas compostas com 40-70 cm de comprimento, pecíolos 4-8 cm de comprimento, glabros a pilosos.

Inflorescências e flores: flores unissexuais, as masculinas em ramos do ano anterior e as femininas no ápice
dos ramos novos. Inflorescências masculinas do tipo amentilho, dispostas em fascículos. Flores femininas
sésseis e agrupadas em glomérulos.

Frutos e sementes: frutos jovens verdes e imaturos verdes, os maduros são marrom-escuros, ovoides a
elipsoides, com 2,5-6 cm de comprimento a 1,5-3 cm de largura; exocarpo com superfície áspera, 3-4 mm
de espessura, deiscente do ápice à base, suturas aladas; nozes com tegumento de cor bronze a marrom e
ornamentadas com manchas nigrescentes, ovoides a elipsoides, não comprimidas nem anguladas, superfície
suave; casca fina, dura e quebradiça. Sementes comestíveis. 2n = 32 cromossomos.

Fatores edafoclimáticos
O zoneamento edafoclimático da nogueira-pecã, de uma forma simples, identifica as zonas aptas e inap-
tas para cultivos, com base em informações integradas do clima, solo e aspectos ambientais, de maneira
a aprimorar a exploração dos recursos e viabilizar a sustentabilidade dos empreendimentos. A publicação
Zoneamento Edafoclimático da Nogueira-pecã para a Região Sul do Brasil fornece mais detalhes (Filippini
Alba et al., 2020). O mapa correspondente à distribuição espacial das respectivas classes consta na Figura 1.

As informações sobre esse zoneamento constituem elementos iniciais para o planejamento de pomares de
nogueira-pecã na região Sul do Brasil. Porém, antes de se iniciar um empreendimento com a cultura, reco-
menda-se consultar um especialista no assunto, para análise de peculiaridades em nível microrregional e até
mesmo da própria propriedade rural.
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Figura 1. Mapa de aptidão edafoclimática para o cultivo de nogueira-pecã na região Sul do Brasil. R = Recomendada, PRf
= Pouco Recomendada com restrição por fertilidade, PR = Pouco Recomendada, NR = Não Recomendada. Os intervalos
seguidos por “hf” referem-se à necessidade de horas de frio das cultivares de nogueira-pecã.
Fonte: Filippini Alba et al. (2020).

Escolha das cultivares


Na escolha das cultivares, deve ser considerada a necessidade da cultivar principal e das cultivares polini-
zadoras. Tanto as cultivares denominadas “principais” como as “polinizadoras” são produtivas, sendo que o
termo “cultivar principal” é utilizado somente para destacar que é a cultivar com maior número de plantas no
pomar. As cultivares “polinizadoras” estarão em menor número, sendo recomendado aproximadamente 15%
de cultivares polinizadores, divididas em três a quatro cultivares, distribuídas adequadamente no pomar, com
o objetivo de potencializar a polinização cruzada. Para a escolha das cultivares polinizadoras, é necessário
o conhecimento prévio da sua fenologia, com o objetivo de garantir que sincronizem a liberação do pólen no
momento em que o estigma da cultivar principal esteja receptivo.

Importante destacar que a polinização cruzada é eficiente até aproximadamente 50 m de distância (Wells,
2017). A determinação das cultivares a serem implantadas no pomar deve levar em conta as características
como resistência a pragas e doenças, precocidade, produtividade, alternância de produção, tamanho e quali-
dade das nozes (espessura da casca, rendimento e coloração da amêndoa), exigência em horas de frio, porte
da planta e sincronização de polinização entre as cultivares do pomar (Hamann et al., 2018).

As cultivares de noz-pecã têm três origens distintas, sendo: mediante mudas espontâneas em pomares; via
seleções em pomares de mudas ou sementes plantadas pelos próprios produtores, ou então desenvolvidas
por programas de melhoramento. Dois programas americanos de melhoramento genético de nogueira-pecã
têm tido destaque no desenvolvimento e testes de cultivares: o da Universidade da Geórgia e o do United
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States Department of Agriculture - Agricultural Research Service (USDA-ARS), que também conta com a
Coleção Nacional de recursos genéticos de nogueira-pecã, um banco de germoplasma ex situ que conserva
ampla diversidade do gênero.

Atualmente, no Brasil, 42 cultivares constam no Registro Nacional de Cultivares (RNC): Barton, Brooks,
Caddo, Cape Fear, Cherokee, Chetopa, Chickasaw, Choctaw, Clark, Curtis, Davis, Desirable, Elliott, Farley,
Forkert, Giles, Gloria Grande, Gormely, Jackson, Jenkins, Jubilee, Kiowa, Mahan, Major, Moneymaker, Moore,
Oconee, Owens, Patricks, Pawnee, Peruque, Pitol 1 (Melhorada), Pitol 2 (Importada), Posey, Prilop of Lavaca,
Sucess, Shawnee, Shoshoni, Sioux, Stuart, Sumner e Woodroof. Além dessas cultivares, tem-se plantado
outros materiais sem registro, ou seja, excluídos do RNC. Das 42 cultivares, apenas duas foram seleciona-
das no Brasil, a ‘Pitol 1’ e ‘Pitol 2’; as demais são cultivares norte-americanas. Ambas as cultivares brasilei-
ras foram selecionadas e comercializadas inicialmente pela Família Pitol (Hoje Grupo Pitol), de Anta Gorda.
Foram selecionadas pela boa tolerância à sarna, produção e qualidade das nozes. Essas cultivares fazem
parte de muitos pomares implantados no Sul do Brasil como polinizadoras da principal cultivar implantada, a
‘Barton’. Um fato interessante: apesar do registro ‘Pitol 1’, essa cultivar é conhecida entre os produtores como
“Melhorada”, assim como a “Importada” refere-se à registrada como ‘Pitol 2’.

Ciclo vegetativo e produtivo


A nogueira-pecã apresenta diferentes estádios de crescimento em seu ciclo anual, respondendo às condições
ambientais do fotoperíodo e temperatura. Importa destacar que o início e término de cada estádio é variável
entre os anos, entre regiões e entre cultivares (Figura 2).

Os primeiros frutos da nogueira-pecã normalmente ocorrem a partir do quinto ao sexto ano após o plantio,
atingindo uma produção plena a partir do décimo ano após a implantação. A produção depende muito dos
tratos culturais aplicados no pomar, no momento do plantio e nos anos posteriores. Atualmente, há pomares
com 10 anos e apresentam baixa produção, cerca de 0 Kg a 5 Kg/planta, devido a um conjunto de fatores:
implantação do pomar em áreas mal drenadas; solo pouco profundo; falta de calagem em área total; aduba-
ção apenas de 0-20 cm de profundidade; adubação nitrogenada, potássica e fosforada insuficiente; falta de
poda de formação ou executada incorretamente; negligência no manejo de plantas daninhas; falta de manejo
de pragas e doenças; etc. Porém, realizando-se as práticas culturais de forma correta e no período recomen-
dado, o pomar de nogueira-pecã passa a apresentar lucro a partir do décimo ano após o plantio. Apesar da
produção já iniciar no quinto ano, é necessário um período de aproximadamente cinco anos suplementares
para se rever o capital investido na implantação e manutenção do pomar (Fronza et al., 2017).

A nogueira-pecã é uma espécie frutífera monoica, com inflorescências masculinas (estaminadas) e femininas
(pistiladas) em locais diferentes, mas na mesma planta. À medida que inicia o crescimento na primavera
(setembro/outubro), as inflorescências masculinas (amentos) são iniciadas a partir de gemas mistas em “ra-
mos de ano”, ou seja, de um ano de idade. Normalmente, em cada gema são produzidos dois grupos de três
amentos em lados opostos da gema, interligados por um pedúnculo. As inflorescências femininas (racimos)
podem surgir no ápice da brotação de “ramos do ano”, ou seja, em ramos que brotaram no ciclo atual. O nú-
mero de flores pistiladas em cada racimo é variável entre as cultivares, mas também sofre influência do vigor
do broto, variando, em média, de três a sete flores

Propagação e produção das mudas


Para a produção de mudas de nogueira-pecã, duas formas tradicionais podem ser empregadas, tanto a pro-
pagação sexuada quanto a assexuada. Na maioria dos viveiros no Sul do Brasil, o processo de propagação
sexuada é comumente utilizado para a produção do porta-enxerto, enquanto que a assexuada (enxertia) é
adotada para a clonagem da cultivar-copa. Essa é o principal tipo de muda empregada no Brasil, ou seja cul-
tivar-copa enxertada sobre porta-enxerto de semente. O processo de produção pode ser: muda de raiz nua
(raiz descoberta) ou muda de raiz embalada (raiz coberta). A muda de raiz nua é comercializada e transporta-
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da com raiz exposta (sem solo e/ou substrato), uma vez que a produção foi realizada diretamente em solo ou
canteiros do viveiro. A muda de raiz embalada ou em recipientes consiste na comercialização e transporte da
muda com a raiz envolvida pelo substrato e recipiente nos quais foram produzidas.

Recomenda-se adquirir mudas de qualidade (genética, sanitária e morfológica), oriundas de viveiristas cre-
denciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Arte gráfica e fotos: Rudinei De Marco

Figura 2. Esquema do ciclo fenológico da nogueira-pecã na América do Sul: representação por seta para cada um dos
diferentes estádios de desenvolvimento nos respectivos meses do ano.

Implantação do pomar
Na implantação, o produtor tem a melhor oportunidade, se não a única, de melhorar as características quí-
micas do solo mediante aplicação e incorporação de corretivos de acidez e de fertilizantes, uma vez que a
nogueira-pecã é uma cultura perene, permanecendo na mesma área plantada por várias décadas após o
plantio. Medidas corretivas após o plantio são difíceis, por serem onerosas e de efeitos limitados. Devem ser
evitados solos mal drenados, uma vez que a cultura não tolera encharcamento.

Amostragem do solo para implantação

O planejamento para a implantação do pomar deve iniciar muito antes do plantio das mudas, com a escolha
da área. Uma das etapas seguintes ao planejamento é a amostragem e coleta do solo para fins de análise
química. Essa análise será imprescindível para subsidiar as etapas seguintes de preparo e correção do solo.
A amostra de solo deve representar, com a maior exatidão possível, a área ou gleba a ser plantada. A unifor-
midade da área pode ser avaliada considerando-se a declividade, tipo de solo, exploração anterior (campo
nativo, lavoura de grãos, pastagem cultivada e outros usos), dentre outros fatores. Não deve ser colhida uma
amostra única para representar áreas com distintos cultivos anteriores. Independentemente do tamanho da
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área, toda amostra enviada ao laboratório deve ser composta, no mínimo, por dez subamostras, que são co-
letadas em pontos distintos e que melhor representam a gleba a ser plantada.

Correção da acidez e fertilidade do solo em pré-plantio

Para as condições do RS e SC, a necessidade de calcário para o nogueira é estimada pelo índice SMP,
recomendando-se quantidades de corretivo de acidez do solo para que se atinja pH em água igual a 6,0.
Alternativamente ao índice SMP, em alguns estados como São Paulo e Paraná, a dose de calcário é estabe-
lecida com base na saturação por bases (V%), assumindo-se provável correspondência para o valor de pH
6,0, uma saturação de bases em torno de 80% (Manual..., 2016). Quanto maior o teor de argila e de matéria
orgânica do solo, maior será a necessidade inicial de calcário, porém, maior será também o efeito residual da
calagem. A calagem deverá ser realizada pelo menos três meses antes da implantação das nogueiras.

O solo deve ser corrigido previamente ao plantio, pelo menos até 30 cm de profundidade, aumentando-se em
50% a dose recomendada para a camada de 0 a 20 cm de profundidade. O calcário deve ser bem incorporado
ao solo por meio de operações de subsolagem, aração e gradagem e, preferencialmente, distribuído em área
total. Em áreas declivosas (propensas à erosão), com alta pedregosidade, pode-se restringir a aplicação do
calcário apenas à faixa de plantio (2-3 metros), com o ajuste correspondente da dose em função da largura da
faixa. Havendo problemas de compactação no solo, esses também devem ser solucionados antes do plantio
das mudas.

Com relação à adubação de pré-plantio, tem-se como objetivo básico suprir os nutrientes mais limitantes no
solo, principalmente o fósforo (P). Os solos brasileiros são naturalmente ácidos, com elevados teores de óxi-
dos de ferro e alumínio e pobres em fósforo (Manual..., 2016). Essa situação, associada à baixa mobilidade
de P no perfil do solo, faz que sua aplicação em área total e incorporação seja fundamental para o estabe-
lecimento do pomar de pecaneira. Quando houver necessidade de correção dos níveis de fósforo do solo,
o fertilizante fosfatado pode ser colocado juntamente com a segunda dose de calcário. De acordo com os
resultados da análise do solo, outros nutrientes também podem estar em níveis baixos, sendo necessária a
aplicação na adubação de pré-plantio.

Espaçamento e marcação do pomar

O espaçamento e a densidade de plantas por área podem variar em função das características edafoclimáti-
cas, tratos culturais e manejo que serão adotados nas plantas, consorciação, entre outras.

Vários são os espaçamentos que podem ser adotados, porém, normalmente, não se recomenda mais do que
100 árvores por hectare. No entanto, são utilizados espaçamentos de 7 m x 7 m; 9 m x 6 m; 10 m x 10 m; 12
m x 12 m; 15 m x 15 m, entre outros. Quando utilizados espaçamentos mais adensados, poderá ocorrer seca-
mento dos ramos da base e maior incidência de pragas e doenças, devido à menor ventilação e receptação
da radiação solar pelas plantas.

A disposição das plantas nos pomares (alinhamento) pode ser empregada no formato de quadrado, retângulo,
triângulo, quincônio ou curva de nível.

Época de plantio e cuidados essenciais

As mudas devem ser implantadas preferencialmente no inverno, de junho a agosto. Para as mudas adquiridas
em embalagens, deve-se ter cuidado com o risco de enovelamento do sistema radicular, sendo necessária, no
momento do plantio, a remoção do fundo da embalagem por meio de um corte para eliminar as raízes emara-
nhadas. A abertura da cova para o plantio das mudas pode ser realizada de forma manual, semimecanizada
ou mecanizada.
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A utilização de composto orgânico, esterco e ou cama de aviário (todos bem curtidos), ao fundo da cova (deve
ser misturado com o solo) pode ocorrer nesse momento. A matéria orgânica via esterco e/ou composto orgâ-
nico, se não estiver curtida, vai provocar a queima das raízes e morte das plantas.

Após a abertura da cova e a implantação da muda, o solo deve ser levemente compactado ao redor da muda,
construindo-se uma bacia ao redor da planta e adicionando-se água até que o solo fique momentaneamente
saturado (Figura 3). Esse processo elimina as bolsas de ar e mantém as raízes úmidas. Após a absorção da
água e o consequente rebaixamento do solo, deverá ser adicionada mais uma quantidade de solo, o suficien-
te para cobrir totalmente o colo da muda, para que não fiquem raízes descobertas.

Tutoramento

Em regiões com ventos fortes, é necessária a realização do tutoramento da planta, objetivando evitar a mo-
vimentação da planta pela ação do vento (Figura 3A). Juntamente com o tutoramento, em algumas regiões,
é necessário proteger as mudas contra roedores, utilizando-se barreiras físicas (Figura 3B) contra lebres,
capivaras, veados ou outros animais. Logo que as árvores se estabilizarem, os tutores devem ser retirados
para evitar danos aos troncos.
Fotos: Rudinei De Marco (A); Carlos R. Martins (B).

Figura 3. Aspecto do tutoramento inicial das plantas para evitar quebra pela ação dos ventos (A); colocação de tutor, de
barreira física contra roedores e adição de água no momento do plantio da pecaneira (B);

Manejo e tratos culturais

Adubação

Adubação de crescimento

Uma vez o solo sendo corrigido na implantação, durante a fase de crescimento das plantas, basicamente,
recomenda-se a aplicação de fertilizantes nitrogenados. As quantidades de nitrogênio (N) são definidas com
base no teor de matéria orgância e idade do pomar. Recomenda-se que a dose de N seja parcelada em três
vezes, sendo a primeira aplicação realizada em setembro, a segunda em novembro e a terceira em janeiro
(Manual..., 2016).

Dependendo das condições climáticas, pode haver deficiências pontuais de outros nutrientes. Isso é comum,
principalmente em anos com distribuição irregular de chuvas, quando há falta de umidade no solo. Nesse
caso, essas carênciais também devem ser corrigidas para não atrasar o desenvolvimento e entrada de produ-
ção das plantas. No caso de micronutrientes, uma única aplicação foliar geralmente é suficiente para controlar
tais deficiências.
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Adubação de manutenção

A partir do momento em que a planta inicia a produção, normalmente a partir do quinto ou sexto ano em
diante, passamos a trabalhar com a adubação de manutenção ou produção. Nessa fase, o nitrogênio, potás-
sio e fósforo, principalmente os dois primeiros, são os nutrientes mais demandados pela nogueira-pecã. As
quantidade a serem aplicadas deverão ser baseadas na produtividade esperada , utilizando-se os teores dos
nutrientes no solo e nas folhas para ajustar as doses, seguindo a recomendação do Manual de Adubação e
Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC) (Manual..., 2016) .

As quantidades de nitrogênio variam de 100 kg a 300 kg por hectare, dependendo da produtividade. A exem-
plo da fase de crescimento, a dose de nitrôgenio deve ser parcelada em três vezes para aumentar a eficiência
dessa adubação. Em anos com previsão de baixa produtividade, por causa da alternância, deve-se reduzir as
doses de N na adubação de manutenção em 50% para evitar o vigor excessivo (Manual..., 2016). O N deve
ser aplicado ao longo das filas de plantio, sobre a área da projeção da copa das plantas.

A adubação de manutenção com fósforo deve ser realizada com base na exportação do nutriente, sendo que
para cada tonelada de nozes produzida são recomendados 4,6 kg de P2O5 ha ano-1. Os fertilizantes fosfata-
dos, preferencialmente, devem ser aplicados ao longo das filas de plantio, sobre a área da projeção da copa,
em superfície, sem incorporação, em dose única durante o mês de julho.

Em relação ao potássio, recomenda-se aplicar anualmente 4,8 kg ha-1 de K2O por tonelada de nozes produzi-
da (Manual..., 2016). A adubação potássica deverá ser realizada no mês de julho, sobre a superfície do solo,
na área da projeção da copa das plantas e sem incorporação.

Quanto às fontes de nutrientes, podem ser utilizadas tanto as de origem minerais como orgânicas. Em locais
com grande oferta de estercos (regiões de criação de aves, suínos, bovinos) e outros resíduos orgânicos, é
possível substituir parte do fertilizante mineral por uma fonte de origem orgânica, a qual possui algumas van-
tagens, como lenta liberação de N, além da melhoria das qualidades químicas, físicas e biológicas do solo.
Contudo, ressalta-se o custo e a disponibilidade desses adubos e sua necessidade de compensar quantitati-
vamente os teores de N a serem aplicados de acordo com seu índice de conversão (Manual..., 2016). O uso
conjunto de adubos orgânicos e minerais permite equilibrar o fornecimento de nutrientes para a nogueira.

Poda

A poda da nogueira-pecã é uma das práticas de manejo da cultura mais importante e determinante no desen-
volvimento da planta e da produção. Essa prática deve ser realizada desde o momento do plantio, denomi-
nada poda de formação, estendendo-se até o quinto e/ou sexto ano, até que a planta tenha um formato de
condução desejável, em líder central. Após a planta passar por esses anos de formação, a partir do quarto ou
quinto ano (dependendo da intensidade da poda, nos anos anteriores), devemos realizar anualmente a poda
de frutificação e a poda de limpeza. A seguir, são descritas as informações sobre as principais formas da poda
(Hamann et al., 2019).

Poda de formação da planta

A poda tem como objetivo orientar a distribuição dos galhos da copa, devendo prevenir a formação de for-
quilha e pé de galinha, uma vez que esses são facilmente quebrados com a ação do vento ou com peso dos
ramos. As plantas devem ser conduzidas em forma de líder central modificado, realizada no inverno, de julho
a setembro e complementada com a poda verde, quando necessário (outubro a dezembro).

Poda de limpeza

A poda de limpeza consiste na remoção de ramos quebrados, doentes, secos. Pode ser realizada tanto no
inverno quanto na primavera/verão, portanto, sempre que necessário. Essa poda prossegue sendo realizada
anualmente, por todo período produtivo do pomar.
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Poda de frutificação

A poda de frutificação consiste na prática de realizar o desponte dos ramos mais vigorosos (ramos acima
de 40 cm) a fim de reduzir a dominância apical da planta e estimular a produção de ramilhos. São ramilhos
aqueles ramos com 5 cm a 40 cm de comprimento, sendo esses os ramos mais produtivos da nogueira-pecã
(Arreola Ávila et al., 2002). Ao se realizar a poda de formação, desde o momento do plantio até a entrada de
produção, naturalmente, estará sendo estimulada a produção de frutos em ramilhos. Após a planta tornar-se
adulta, do quinto ano em diante, aumenta-se a intensidade da poda, sendo realizada a poda de frutificação
anualmente.

Poda de renovação

Esse tipo de poda, também conhecido como poda de rejuvenescimento, é realizado com objetivo de revitalizar
as nogueiras velhas ou sem manejos, que frequentemente não demonstram uma produção abundante, mas
seus ramos e troncos estão sadios. Devem ser avaliados e eliminados ramos primários (em alguns casos),
ramos secundários, deixando-se apenas o esqueleto dos ramos principais. Com isso, novos ramos e brota-
ções vegetativas que formarão a nova copa são estimuladas. Esse tipo de poda também se realiza quando
se quer trocar a cultivar-copa (sobre-enxertia), aproveitando-se o mesmo porta-enxerto. A nova cultivar deve
ser sobre-enxertada nos brotos emitidos depois da poda.

Poda de abertura

Em pomares adultos, os quais foram implantados com espaçamentos mais adensados, com mais de 100
plantas por hectare, com o passar dos anos podem ocorrer problemas com sobreposição de ramos e conse-
quente excesso de sombreamento no pomar. Essa situação exigirá do produtor a realização de podas visando
à entrada de luz na copa das plantas.

Essa poda, realizada de maneira mecanizada (equipamento de poda mecânica acoplado ao trator), consiste
em realizar o desponte dos ramos laterais, em um ou dois lados das plantas, a uma distância pré-definida
com relação ao tronco das mesmas. Outra técnica que pode ser utilizada juntamente com a poda hedge é
o topping, ou seja, realizar a diminuição da altura das plantas, a qual também favorecerá a entrada de luz.
Nessa técnica, o indicado é que a altura das plantas não seja superior a 80% da distância de plantio adotado.
Outra poda que vem sendo testada com esse fim é a poda central. Diferentemente da poda hedge (Figuras 4
e 5), a poda central (Figura 6) consiste em retirar ramos do interior da copa favorecendo uma maior lumino-
sidade dos ramos mais basais. Cabe ressaltar que essas podas devem ser adotadas, pois o sombreamento
traz como prejuízo uma redução da produção, à medida que os ramos basais são os mais afetados e que em
condições ideais são os mais produtivos. A redução de produção está associada a alguns fatores como: o
secamento de ramos, a falta de acumulação de carboidratos por déficit de fotossíntese e a maior incidência
de pragas e doenças pela falta de aeração (Hellwig, 2020)
Fotos: Cristiano Geremias Hellwig.

Figura 4. Poda de contenção realizada com motopoda (A); ramilhos um ano após a realização da poda de contenção (B).
Práticas Básicas do Plantio à Colheita de Noz-pecã 11

Fotos: Cristiano Geremias Hellwig.


Figura 5. Pomar de nogueira-pecã onde foi realizada a poda de contenção. No período de dormência (A) e no período de
desenvolvimento vegetativo (B).

Fotos: Cristiano Geremias Hellwig.


Figura 6. Execução de poda de abertura do tipo central em nogueira-peca durante o período de repouso vegetativo (A);
planta de nogueira-pecã em desenvolvimento após a poda do centro da copa (B).

Irrigação

A nogueira-pecã é uma espécie que não suporta solos com excesso de umidade por períodos prolongados,
no entanto, é sensível ao déficit hídrico, sobretudo no período de frutificação. Embora a região Sul não possua
uma estação seca definida, frequentemente ocorrem períodos durante o ano com baixo índice pluviométrico,
o que dá a “falsa impressão” de que não há necessidade de irrigação às plantas (De Marco et al., 2021). A
nogueira-pecã apresenta necessidade hídrica anual considerável, entre 700 mm e 1.000 mm, no entanto, a
necessidade de chuva é condicionada pelo estádio fenológico.

O sistema radicular da nogueira-pecã não possui pelos radiculares (raízes finas com maior capacidade de
absorção de água e nutrientes), mas radicelas, o que reduz a eficiência na captação de água do solo. Dessa
forma, dependendo das condições do solo, época do ano e do estádio de desenvolvimento da planta, pode
sofrer déficit hídrico com apenas três a quatro dias após precipitação ou irrigação. Assim sendo, a irrigação
é uma das mais importantes ferramentas de manejo que devem ser utilizadas na produção de nozes com
qualidade.

Durante os estádios fenológicos de dormência (junho-agosto), a necessidade hídrica é mínima, no entanto,


durante o crescimento vegetativo e reprodutivo (setembro–março) há aumento no requerimento de água. Em
casos de déficits nesse período, ocorre queda de frutos, redução do tamanho das nozes e consequentemente
decréscimo na produção (De Marco et al., 2021). Água insuficiente da floração até o endurecimento da casca
(outubro-fevereiro) resulta em nozes pequenas, pois nesse período ocorre o crescimento padrão de cada cul-
tivar. Enquanto, a falta de água durante o estádio de enchimento da amêndoa (fevereiro-março) pode causar
frutos chochos ou mal preenchidos.

No final de março até maio, durante o amadurecimento das nozes, o déficit hídrico pode fazer com que as
cápsulas permaneçam fechadas, dificultando a colheita das nozes. Nesse mesmo período, o excesso de
umidade também pode prejudicar a abertura da cápsula e consequentemente aumentar problemas com vivi-
paridade. A viviparidade é a germinação das nozes ainda quando elas estão na planta. Além do excesso de
12 Circular Técnica 225

umidade, outros fatores, como altas temperaturas e excesso de adubação nitrogenada podem aumentar as
perdas de produção por esse fenômeno no ano seguinte.

A quantidade de água a ser fornecida às plantas via irrigação depende da fase da cultura, das condições
climáticas, do tipo de solo e da profundidade a ser irrigada. Para tanto, cada pomar deve possuir ferramentas
que auxiliam o monitoramento de umidade do solo, sendo o tensiômetro a mais comum dentre elas.

Manejo de plantas daninhas

O controle das plantas daninhas consiste em suprimir o crescimento e/ou reduzir o número de indivíduos
por área até níveis abaixo dos que causam danos econômicos às culturas. Nos pomares de nogueira-pecã,
o manejo de plantas daninhas resume-se a uma combinação de faixas de controle, onde na linha de cultivo
ocorre a eliminação das plantas daninhas até níveis próximos a zero, enquanto que na entrelinha ocorre ape-
nas a supressão. O controle de plantas daninhas em pomares deve ser baseado no manejo integrado, que
preconiza a combinação racional de medidas preventivas associadas a estratégias de controle cultural (plan-
tas de cobertura), capina manual, roçadas, herbicidas e uso do controle biológico com animais, normalmente
utilizando-se os bovinos, ovinos e equinos.

Doenças e insetos-praga
Com a expansão das áreas, também há uma forte tendência no aumento dos problemas fitossanitários, in-
clusive com doenças e pragas ainda não registradas para a cultura no seu centro de origem. Alguns estudos
realizados no Brasil já identificaram pragas e doenças, algumas delas de ocorrência natural e em áreas com
grande cultivo no mundo.

Cabe ressaltar que não há, para nenhuma das pragas e doenças que serão abordadas a seguir, fungicidas ou
inseticidas registrados no Agrofit do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As principais
pragas e doenças que ocorrem no pomar de noz-pecã no Brasil são descritas a seguir.

Doenças

As doenças acometem a cultura em todo seu desenvolvimento, desde a etapa de produção de mudas no
viveiro até a fase de formação e enchimento de frutos. Porém, aquelas que ocorrem no campo costumam ser
mais específicas para a cultura e causam danos mais diretos na perda de produção.

a) Sarna: agente etiológico mais recentemente classificado pela espécie fúngica Venturia effusa (Rossman
et al., 2016). No Brasil, a confirmação, em nível molecular, do agente causal da sarna, resultou no primeiro
relato da doença causada por espécies pertencentes ao complexo Cladosporium cladosporioides (Walker
et al., 2016). Maior frequência de ocorrência é normalmente observada em cultivares consideradas mais
suscetíveis, como ‘Cape Fear’, ‘Chickasaw’, ‘Importada’, ‘Mahan’ e ‘Shawnee’. Ressalta-se que não existe
cultivar imune à doença, mas algumas podem ser menos suscetíveis e apresentar sintomas mais leves.
Espaçamentos adensados ausência de podas de ventilação predispõem as plantas à sarna, pois diminuem a
entrada de luz e a circulação de ar pela copa, possibilitando um microclima favorável à doença, assim como
temperaturas entre 20 ºC e 30 ºC. As plantas se encontram mais suscetíveis ao ataque fúngico nas seis pri-
meiras semanas após a brotação, devido à presença de tecidos tenros. Sintomas podem ser observados nos
folíolos, pecíolos, pedúnculos e frutos (Figura 7A e B). Se atacar os frutos no início da formação, as nozes
tornam-se defeituosas e mal preenchidas ou caem antes da completa formação.

b) Antracnose: no estado da Geórgia (EUA), é causada por Glomerella cingulata (Brenneman; Reille, 1989),
entretanto, em investigação da ocorrência da doença no Brasil, foi identificada a espécie Colletotrichum nym-
phaeae como causadora dos sintomas de antracnose no país (Poletto et al., 2019), porém não se descarta a
possibilidade de mais de uma espécie estar associada aos sintomas da doença no Brasil. Algumas condições
Práticas Básicas do Plantio à Colheita de Noz-pecã 13

de predisposição e disseminação são temperaturas em torno de 26 °C, alta umidade relativa do ar e uma
lâmina de água livre sobre os tecidos; por isso, no Brasil a doença é mais frequente nos meses de verão e em
anos chuvosos. Os sintomas iniciais da antracnose ocorrem nas folhas, com manchas circulares amarelo-cla-
ras bem delineadas com halo mais escuro, que rapidamente coalescem e passam a atacar os frutos, quando
aparecem lesões deprimidas, sobre as quais pode aparecer uma esporulação úmida alaranjada. Essas lesões
evoluem rapidamente, tornando-se escuras; logo esses frutos tornam-se mumificados e caem (Figura 7C),
sendo que a causa pode ser confundida com ausência de polinização, se a doença não for diagnosticada em
estágios iniciais. A casca pode ficar mais aderida, tornando a operação de descasque dificultada. A doença
ataca mais a parte inferior da árvore, justamente a porção mais produtiva da nogueira-pecã, ocasionando
quedas entre 30% e 50% dos frutos (Zhang et al., 2019).

Fotos: Marilia Lazarotto.


Figura 7. Doenças causadas por fungos e nogueira-pecã: sintomas da sarna em folíolos (A) e frutos (B) e de antracnose
em frutos evidenciando sinais iniciais e fruto mumificado (C).

Outras doenças fúngicas de campo já foram relatadas no Brasil. Dentre as foliares, há a mancha de
Pestalotiopsis, com agentes causais identificados como P. clavispora e P. cocculi (Lazarotto et al., 2014);
e mancha-foliar-marrom, cujo agente etiológico foi inicialmente identificado no Brasil como Sirosporium dif-
fusum (Poletto et al., 2017), contudo o fungo foi reclassificado, e o nome aceito atualmente é Raghnildiana
diffusa (Videira et al., 2017). Doença de tronco, o cancro, com agentes etiológicos identificados como
Pseudofusicoccum kimberleyense e Neofusicoccum parvum e doença vascular, a murcha, com agente cau-
sal identificado como Fusarium oxysporum, F. solani, F. graminearum, F. fujikuroi e F. incarnatum (Rolim et
al., 2020). Viroses e bacterioses também podem atacar as nogueiras, no entanto, os danos e prejuízos ao
desenvolvimento da cultura ainda são incipientes, mas carecem de maiores estudos para sua identificação.

Conforme mencionado, não há fungicidas químicos registrados para tratamento de nenhuma das doenças
relatadas, portanto, há de se focar em medidas de manejo nos pomares. Algumas recomendações gerais são:
as podas de ventilação de forma a aumentar a entrada de luz nos pomares; recolhimento de restos culturais
que podem servir como fonte de inóculo para infecções secundárias; escolha de cultivares menos suscetíveis,
quando possível; roçadas de plantas infestantes, especialmente quando essas tocam a parte inferior das co-
pas das nogueiras-pecã; retirada de árvores mortas ou mesmo substituição de plantas no caso de doenças
de tronco e vasculares; bem como o manejo de pragas que também podem servir como veículo de dissemi-
nação. Em todos os casos, a avaliação de um técnico especialista é essencial.

Insetos-praga

Com a expansão da cultura devido ao interesse comercial, os problemas fitossanitários com insetos-praga
estão aumentando. Nesse contexto, estudos estão sendo realizados para conhecer as principais pragas e sua
14 Circular Técnica 225

bioecologia, e assim estabelecer técnicas de manejo. Dentre os principais insetos-praga que podem causar
danos e comprometer a produção destacam-se os escolitídeos, os serradores, o pulgão-amarelo e as formi-
gas. Há outros insetos considerados pragas secundárias, que podem causar danos localizados em algumas
poucas regiões; esses não são abordados nesta publicação.

a) Escolitídeos (Coleoptera: Curculionidae): trata-se de um complexo de espécies, sendo as mais conheci-


das Xyleborinus ferrugineus, X. saxesenii e X. retusus. As fêmeas colocam os ovos em galerias construídas
pelos adultos nos ramos e no troco. Os ovos têm formato ovoide, de coloração branca e são translúcidos.
As larvas são do tipo curculioniforme e podem passar por cinco instares, dependendo da espécie, vivem no
interior dos troncos e ramos e alimentam-se do fungo Ambrosia spp., que é inoculado pela fêmea no momento
da postura. A fase de pupa também ocorre em galerias construídas especificamente para o desenvolvimento
pupal. Os adultos emergem e permanecem por um tempo nas galerias, aguardando as condições climáticas
favoráveis para saírem visando a reprodução e a escolha de novos hospedeiros.

Os danos são causados no troco e nos ramos pela construção de galerias que dificultam a passagem da sei-
va. Com a infestação sucessiva, ano a ano as plantas ficam debilitadas e acabam secando.

O manejo da praga deve ser realizado com o monitoramento dos adultos, que são atraídos por álcool. Assim,
é utilizada a armadilha de intercepção de voo, iscada com álcool, que deve ser liberado lentamente para atrair
nas armadilhas os adultos, que ficam armazenados em um recipiente contendo uma solução de água e deter-
gente. O controle envolve uma série de recomendações, já que não há produtos registrados. Normalmente, a
infestação ocorre em plantas estressadas ou debilitadas. Assim, as recomendações para evitar o ataque dos
escolitídeos estão relacionadas à escolha adequada para a implantação do pomar com solos bem drenados
e profundos. Além disso a adubação deve seguir as recomendações e as normas para a frutífera.

b) Serradores (Coleoptera: Cerambycidae): da mesma forma que os escolitídeos, os serradores são re-
presentados por um complexo de espécies destacando-se Acanthoderes jaspidae, Oncideres dejeani e
Megacyllene acuta. As fêmeas cortam os ramos com suas mandíbulas e os ramos que caem ao solo é o local
da postura. Os ovos são colocados abaixo da casca e as larvas alimentam-se do lenho que está no início
do processo de decomposição, liberando a serragem e os excrementos para fora do orifício da galeria. Após
alguns meses, ocorre a pupação no interior do lenho e o adulto emerge. Os adultos de A. jaspideai são be-
souros de coloração acinzentada, com aproximadamente 25 mm de comprimento, com pontos e manchas de
coloração marrom sobre os élitros. Os adultos de O. dejeani apresentam aproximadamente 30 mm de com-
primento, coloração parda e pontos brancos pontilhando toda a superfície dos élitros e os adultos de M. acuta
são besouros de coloração escura, com aproximadamente 25 mm de comprimento, com pontos e manchas
de coloração amarela sobre os élitros. O dano é causado pelo corte dos ramos que debilitam as plantas quan-
do a infestação for grande. Além disso, quando o corte não for suficiente para promover a queda do ramo,
o dano provocado fragiliza o ramo a ponto da incidência de ventos fortes provocarem a queda do mesmo. A
principal técnica de manejo da praga é por meio da coleta e destruição dos ramos que caíram no solo.

c) Pulgão amarelo, Monellia caryella (Hemiptera: Aphididae): trata-se de uma espécie introduzida no Brasil.
O desenvolvimento do ciclo biológico (ovo-adulto) pode ocorrer em até sete dias durante os meses do verão.
Os ovos são depositados nas folhas e nas brotações. As ninfas e os adultos possuem coloração predominan-
temente amarela, mas parte da cabeça, tórax e alguns segmentos abdominais apresentam coloração escura.
Os adultos podem chegar a medir até 2,1 mm de comprimento. Quando em repouso, as asas ficam dispostas
ao longo do corpo e há nelas, ao longo da borda frontal das asas anteriores, uma faixa preta.

Os danos diretos podem ser ocasionados tanto pela ninfa como pelo adulto ao sugarem a seiva das folhas,
provocando manchas cloróticas. Os maiores danos são ocasionados em árvores de até 5 anos de idade. Em
altas infestações, podem levar à queda prematura das folhas, perda de vigor e diminuição da produção das
plantas. Devido ao hábito de se alimentar da seiva, também podem provocar danos indiretos, tais como o
desenvolvimento de fumagina, um fungo que se desenvolve a partir de substâncias açucaradas eliminadas
pelas ninfas e adultos no momento da alimentação. A presença de fumagina nas folhas e ramos diminui a
Práticas Básicas do Plantio à Colheita de Noz-pecã 15

área fotossintética, o que impacta diretamente no acúmulo de fotoassimilados pela planta. Embora o dano
seja causado nas folhas, o principal reflexo é a diminuição da produção de nozes nos anos subsequentes.

Em relação às medidas de controle, não há métodos curativos. Deve-se dar preferência para deixar as plantas
nutridas com adubação recomendada, tomando cuidado com o excesso de nitrogênio.

d) Formigas (Hymenoptera: Formicidae): as formigas cortadeiras, conhecidas como quenquéns (Acromyrmex


spp.) são menores que as saúvas (Atta spp.) e apresentam de quatro a cinco pares de espinhos no tórax, en-
quanto as saúvas possuem três pares. Além disso, cabe destacar que os formigueiros do gênero Acromyrmex
são pequenos e presentes em maior quantidade que os sauveiros, os quais são maiores e com mais indiví-
duos. As formigas proporcionam desfolhamento e o corte de gemas apicais da nogueira-pecã. Isso acarreta
o atraso no desenvolvimento das plantas e, em casos extremos, pode levar à morte quando as plantas estão
em fase de estabelecimento, caso os cortes sejam frequentes. Contudo, também pode ocorrer desfolha em
plantas adultas.

O controle pode ser feito com o uso de iscas tóxicas e também por meio da destruição dos ninhos. Recomenda-
se que essa medida seja realizada principalmente durante os meses de inverno para evitar que as formigas
ataquem as plantas na primavera, quando ocorre o início do período vegetativo e da floração.

Colheita
O período de colheita tem seu início no mês de março/abril (outono), com as cultivares mais precoces, e fina-
liza em junho (início do inverno), com as cultivares mais tardias. Na prática, esse período pode se prolongar
por até 90-100 dias, de acordo com o ciclo das cultivares e regiões.

A colheita, sob o ponto de vista prático, consiste em planejar e executar duas etapas básicas que são a
derrubada e o recolhimento dos frutos. Para essas duas operações básicas, existem muitas combinações
possíveis de serem escolhidas e executadas, variando de acordo com tamanho do pomar, sistemas de culti-
vos, disponibilidade de mão de obra e capacidade de investimento em máquinas e equipamentos. De forma
prática, a colheita pode ser manual, mecânico-manual e mecânica.

O ponto ideal de colheita é preponderante para se obter bons rendimentos e manutenção da qualidade da
fruta, sendo determinado por meio de índices de maturidade de colheita. Os índices mais utilizados são a
abertura das cápsulas, a umidade do fruto e coloração da amêndoa.

a) Abertura das cápsulas: a colheita da noz-pecã deve começar quando essa atingir a maturidade, ou seja,
quando suas cápsulas se abrem, apresentando escurecimento, estando visivelmente abertas, algumas secas
(Figura 8). Nessa fase, as nozes se desprendem com relativa facilidade da árvore. Quando 70% a 80% das
frutas estão com as cápsulas abertas, a colheita poderá ser iniciada. É importante ressaltar que a colheita
deve iniciar antes que a maioria dos frutos caiam naturalmente no solo, considerado esse o ponto ideal para
a colheita.
16 Circular Técnica 225

Fotos: Carlos Roberto Martins.

Figura 8. Cápsulas em processo de secamento, abertura e escurecimento, indicando o ponto de colheita da noz-pecã.

b) Umidade das nozes: a partir da maturidade fisiológica, quando a umidade das nozes é em torno de 30%,
ocorre o processo de maturação com a redução de umidade para em torno de 8%. Com a umidade em torno
de 8%, inicia-se o rompimento das cápsulas seguindo-se a queda das nozes. Porém, esse processo não
ocorre igualmente em todas as frutas de uma mesma árvore. Também, existem diferenças de comportamento
na maturação dos frutos de diferentes cultivares no mesmo pomar, área, talhão e, às vezes, até em plantas
de uma mesma cultivar de um pomar.

c) Coloração das amêndoas: a coloração das amêndoas também auxilia na determinação do momento
correto para a colheita. A coloração das amêndoas é um importante fator de valorização, sendo que elas
possuem uma classificação que vai da tonalidade “dourado-claro”, passando para “âmbar-claro”, “âmbar” até
“âmbar-escuro”. A primeira coloração, de maior valor no mercado, indica o melhor momento para colheita. A
mais escura, quando encontrada no pomar, pode indicar atraso na colheita.

Considerações Finais
O cultivo de nogueira-pecã exige cuidados e dedicação do produtor. Em escala comercial, o empenho qualifi-
cado na execução das práticas culturais, a busca constante do conhecimento e do aprimoramento tecnológico
dos pomares são fundamentais para o êxito desse cultivo. Para isso, muitos aspectos devem ser considera-
dos, desde a etapa de implantação do pomar até o momento da colheita, prolongando-se por todo o período
produtivo do pomar, que, no caso das nogueiras, é bem longo.

A produção e a qualidade das nozes não são reflexo de práticas utilizadas de forma isoladas na condução
e manejo do pomar, mas do conjunto de cuidados e técnicas que, empregadas nos momentos adequados,
desde a formação da planta até a colheita das frutas, possibilitam o sucesso da produção de noz-pecã.
Práticas Básicas do Plantio à Colheita de Noz-pecã 17

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Normalização bibliográfica
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Editoração eletrônica
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