Nossos Recursos Espirituais, Joel S Goldsmith
Nossos Recursos Espirituais, Joel S Goldsmith
Nossos Recursos Espirituais, Joel S Goldsmith
JOEL S. GOLDSMITH
www.acropolisbooks.com
O Caminho Infinito
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 5
4. TRANSIÇÃO 38
Nossos Recursos Espirituais é um guia cheio de luz para o tesouro de recursos espirituais
disponíveis e um guia para acessá-los através da oração correta, entendendo a verdadeira
natureza da mente e do corpo, vivendo pela meditação, trazendo Deus à experiência diária
e muito mais.
[Nota: Nossos Recursos Espirituais é a coleção das Cartas do Caminho Infinito de 1960.]
Acropolis Books
(Observação do tradutor: A versão em inglês deste livro não tem introdução. Sendo assim, achei
pertinente colocar a sinopse do livro como uma introdução improvisada!) Aloha
♥ 1♥
A NOVA VIDA PELA GRAÇA
Este é o dia que o SENHOR fez; nós nos regozijaremos, e nos alegraremos nele.
(Salmos 118: 24)
A Graça de Deus opera por causa de Deus, não por causa do homem
Muitas pessoas chegaram aos últimos anos de sua vida, frustradas, derrotadas e
amarguradas porque oraram por anos, oraram por coisas que não aconteceram. Em vez
disso, cada pessoa deve se libertar pela prática consciente e persistente de qualquer crença
em um Deus retentor:
“Aqui e agora, eu desisto de qualquer tentativa de influenciar Deus em meu nome, ou em
nome de outro. Aqui e agora, liberto a mim mesmo e liberto Deus.”
“Percebendo que a Graça de Deus é Onipotente, Onipresente e Onisciente, eu não olho
mais para Deus por alguma coisa ou por alguém. A função de Deus é cumprir a si mesmo, e,
como nada está sendo retido, nada pode ser dado a mim.”
“A Graça de Deus é a minha suficiência em todas as coisas. A Graça de Deus não tem que
ser ganha, conquistada ou merecida. A Graça de Deus está fluindo tão livremente na
experiência deste mundo quanto no nascer e pôr do sol, no refluxo e fluxo das marés e no
movimento ordenado dos planetas.”
“A Graça de Deus é livre e presente em toda parte. O lugar onde estou é solo sagrado
porque a Graça de Deus está aqui, e a Graça de Deus estaria aqui mesmo se eu fosse o
maior pecador do mundo. Minha compreensão desta verdade começaria imediatamente a
limpar qualquer pecado e as penalidades por tal pecado, nenhum dos quais Deus trouxe
sobre mim, mas todos os quais eu trouxe sobre mim mesmo, vivendo uma vida à parte deste
reconhecimento da Graça de Deus.”
“Eu relaxo e descanso na sempre presente Graça de Deus.”
Uma pessoa no mais profundo dos pecados, uma pessoa às portas da morte com alguma
doença, ou até mesmo uma pessoa condenada à prisão perpétua pode encontrar a sua
liberdade, primeiro libertando dentro de si qualquer desejo de que Deus faça qualquer
coisa por ele, libertando Deus de qualquer responsabilidade de fazer qualquer coisa por ele
e, depois pela sua aceitação do fato de que a Graça de Deus opera por causa de Deus, não
por causa dele.
Libertando Deus
Acender velas não influencia Deus. Ficar sentado a noite toda em oração não influencia
Deus. Isto não significa, porém, que se somos levados a acender uma vela ou a sentar a
noite toda em oração, não devemos fazê-lo, porque deveríamos— não com o propósito de
fazer com que Deus faça algo que Ele não está fazendo, mas com o objetivo de nos libertar
de qualquer dúvida ou medo de que Deus não esteja aqui e agora. Há momentos em que é
necessário ficar sentado meditando a noite toda; há momentos em que é necessário
trabalhar, orar, meditar e ponderar por uma ou duas horas, depois descansar, ler um livro
ou tirar um cochilo, e depois levantar-se e começar tudo de novo.
“Orai sem cessar.”¹ Trabalhe, trabalhe, trabalhe, observe e ore— não com o propósito de
influenciar Deus, mas com o objetivo de nos purificar de qualquer crença de que Deus é um
Deus que retém, castiga ou se vinga.
(¹ Tessalonicenses 5: 17)
"Deus é amor"². . . “Deus é luz, e nele não há treva alguma” ³- nenhuma punição, nenhum
mal, nenhuma inimizade. Esse é o ensino do Novo Testamento. Deus é Amor puro, e esse
amor é tão tangível como o sol no céu. De fato, o sol no céu é uma prova do amor de Deus;
o fluxo das marés é uma prova do amor de Deus; o fato dos mamões serem provenientes
dos mamoeiros, abacaxis, de abacaxizeiros e açúcar da cana de açúcar— tudo isso é uma
prova do amor de Deus, uma prova de que há uma provisão amorosa para a continuidade
do desdobramento do bem. Cada folha de grama no gramado verde testemunha o fato de
que Deus é amor.
(² João 4: 8. 3) (³ João 1: 5. 4)
Deus não é um ser sobre-humano; Deus não pensa ou sente como o homem; Deus não
tem emoções como o homem tem. Às vezes, quando lemos sobre atos de suprema
crueldade por parte dos seres humanos, nossa primeira reação é: "Eu gostaria de colocar
minhas mãos nessa pessoa"; ou, "Eu gostaria que ele tivesse apenas 1,05m e eu 1,80m, e
pudéssemos nos encontrar!" Essa é uma reação normal, mas Deus não é assim. Deus não
tem o poder de derrubar ninguém por seus pecados; Deus não tem o poder de punir os
pecados; Deus não tem o poder para dar ou reter.
Deus é Amor; Deus é Vida, Vida Eterna; e conhecê-lo corretamente é a Vida Eterna. Não
faz diferença qual é a nossa condição como ser humano quando começamos a conhecê-lo
corretamente. Podemos aprender a conhecer "Ele" nas profundezas do pecado, da doença,
da falta, da limitação ou da morte; e quando o fazemos, somos retirados de todas essas
condições, não porque Deus mudou para nós, mas em virtude do fato de que mudamos
para Deus. Quando paramos de olhar para Deus por algo, é quando a harmonia começa a
se desdobrar em nossa experiência.
Uma analogia a esta relação pode ser encontrada na nossa experiência humana. Uma vez
que paramos de procurar uma pessoa por qualquer coisa - por gratidão, pagamento,
reconhecimento ou elogio - geralmente ela flui para nós em medida abundante. Nós a
retemos de nós mesmos, esperando algo dela; estabelecemos um muro de defesa no
marido, esposa, filho, pai ou amigo pelo próprio ato de esperar algo dele ou dela, enquanto
que, se nós deixássemos todos completamente livres e esperar o nosso bem vir da Única
Fonte, então, nós descobriríamos que nosso marido, esposa, filho, pai e vizinho estariam
nos trazendo seus presentes com as mãos abertas.
No momento em que olhamos para alguém em busca de favores ou influência, fechamos
nosso fornecimento porque a pessoa de quem esperamos algo tem um sentimento
intuitivo e, se ele sabe ou não o que temos em mente, ele automaticamente monta um
muro de defesa para se proteger de tais tentativas.
Vamos nos libertar nesta hora, e mais do que isso, vamos libertar Deus; liberte Deus de
qualquer obrigação para conosco e reconheça que a única obrigação de Deus é manter e
sustentar o Seu próprio Universo Espiritual.
Liberte Deus! Deus não nos deve nada, mas Deus deve a Si mesmo a alegria de viver livre
e alegremente— expressando livremente, sendo livremente— e nós somos os beneficiários
da Graça de Deus.
No verdadeiro trabalho espiritual, nenhuma exigência é feita um sobre o outro, mas todos
são livres para trabalhar seu próprio desdobramento à sua maneira. Não há "Tu deves ser",
nem há "Tu não deves ser", e é por esta razão que encontramos um vínculo espiritual tão
profundo entre nós. É um laço que se constrói sobre o amor, e no amor não há obrigações.
No entanto, todos estamos vinculados a nossos próprios conceitos do que aceitamos.
Estamos ainda presos em nossos conceitos religiosos, porque esses conceitos errôneos de
Deus nos limitam e nos mantêm em cativeiro. Repetidamente, enfatizei que uma de nossas
principais tarefas é entender A NATUREZA DE DEUS. Uma vez que entendemos isso, nunca
podemos pedir nada a Deus, nem podemos aconselhar Deus sobre nada. Portanto, quando
oramos ou meditamos, não é com o propósito de influenciar Deus.
Todo o segredo do poema de Francis Thompson, "O Cão de Caça Céus", é que ele só
encontrou Deus quando parou de procurá-Lo. Deus estava realmente perseguindo-o para
abrir seu olho e seu ouvido interno e torna-lo consciente de que Deus estava mais próximo
dele do que sua própria respiração, mas ele simplesmente continuou fugindo dEle, até que
um dia ele caiu inconsciente na rua e então, quando sua mente pensante tinha parado de
funcionar, Deus pôde entrar e dizer: "Bem, aqui estou Eu. Eu alcancei você."
E é isso que o mundo está fazendo. Está fugindo de um Deus Onipresente, que é
alcançado, não por busca-Lo, mas relaxando nEle. Não peça nada a Deus, porque isso cria
uma desvalorização de Deus dentro de você mesmo, bem como dizer: "Eu sei da minha
necessidade, mas Você, Deus Todo-Poderoso, não, e assim vim esclarecê-la para Você".
Não podemos influenciar Deus ou invocar Deus, nem podemos ser dignos ou merecedores
de Deus; não podemos pedir a Deus, implorar a Deus, ou usar Deus. Deus está mais
próximo de nós do que respiração; A Graça de Deus é a nossa suficiência, e, relaxando de
todo esforço e tensão mental, Deus irá declarar-se a nós, dentro de nós. E quando o faz,
descobrimos que Ele estava lá o tempo todo: "Eu nunca te deixarei, nem te abandonarei...
(Hebreus 13: 5. 9) Eu estou sempre convosco, até ao fim do mundo. (Mateus 28: 20) Para onde fores,
Eu irei... o teu povo será o meu povo." (Rute 1: 16) Então é que você vai descobrir Deus assim
que você libertá-Lo de todas as obrigações para você, de todas as expectativas, e apenas
perceber:
“Estou satisfeito que há um sol no céu, há uma lua, há marés, colheitas e gado, e que
estes são universalmente o Teu presente para o Teu amado filho, que Eu sou— a própria
expressão do próprio ser de Deus, a própria extensão da consciência de Deus como a minha
consciência individual.”
No trabalho de cura, para você mesmo ou para os outros, não vá a Deus como se quisesse
que Deus fizesse algo pelo seu paciente ou por seu filho ou parente. Isso não te levará a
lugar algum no caminho espiritual. Vá a Deus com a realização da Presença de Deus, do
Poder de Deus, da Sabedoria total de Deus, do bom prazer de Deus em vos dar o Reino; e
quando tiveres preenchido você mesmo com a certeza de que Deus nunca te deixará nem
te abandonará, que Deus estará com você até o fim do mundo, que mesmo que atravesses
o vale da sombra da morte, Deus irá com você, então relaxe. Isso deve ser garantia
suficiente para que qualquer pessoa possa relaxar sem perguntas, dúvidas ou pedidos,
exceto:
"Apenas deixe-me sentar aqui em Tua Presença, em Tua Paz".
Quando terminamos, o trabalho estava todo esquecido. Então, assim é conosco. Vamos a
Deus, e temos uma ideia exata de como a demonstração deve vir - um salário, um lar, uma
família, ou isto e aquilo, quando possivelmente o nosso bem pode estar a cinco mil milhas
daqui. Em vez disso, queremos que ocorra exatamente onde estamos e, de preferência,
amanhã de manhã.
Nosso trabalho é para nos elevar a um estado superior de consciência no qual não há
doença, nem infelicidade, nem falta, nem limitação. Portanto, se o paciente está
concentrando sua atenção em observar para ver se a doença está desaparecendo, é
provável que continue por vários anos antes que algo aconteça. Quando uma semente é
plantada no solo, o fruto não aparece na manhã seguinte. Existem processos que devem
ocorrer antes da fruta chegar, e não há como fugir ou apressar esses processos. Assim é
conosco. O paciente e o praticante reconhecem que não devem procurar por resultados no
corpo, mas se estiverem atentos a qualquer mudança, deve ser para observar que mudança
de consciência está ocorrendo no paciente: Seus ideais estão se tornando mais elevados? O
seu modo de viver é algo de natureza mais espiritual? Que transformação está ocorrendo?
Nós realmente não somos curadores de doenças. Eu não sei como curar doenças e nunca
o fiz. Comigo, a cura vem como resultado de uma convicção interna e realizada da natureza
universal de Deus como Amor, Vida e Verdade, e o fato de que Tudo está aqui e agora onde
Eu estou. Através da minha meditação, isso é trazido à realização consciente, e quando essa
liberação ou fluxo vem, o paciente experimenta a cura. Eu não consigo entender isso. Eu
apenas observei ao longo de trinta anos e vi que isso acontece— às vezes rapidamente, às
vezes lentamente, e em alguns poucos casos nunca, de acordo com o que podemos ver.
A vida, no entanto, não termina no túmulo. Cada um de nós um dia passará da vista
humana; mas a Vida, que é a sua vida e a minha, que a Vida que é a consciência, é eterna.
Antes de Abraão existir, Eu existia, e portanto até o fim do mundo nós existimos. Portanto,
o nascimento foi meramente uma vinda de outro plano de vida, e o que chamamos de
morte é apenas deixar este plano de vida para outro. É bem possível que muitas das
orações que temos orado aqui, estejam se realizando ali, assim como muitas das orações
que temos orado em um ano, testemunhamos que se tornam realidade em outro ano.
Quantas vezes tivemos pessoas que vieram à nossa experiência em busca de ajuda e
descobriram que cinco, oito, ou dez anos depois, uma mudança ocorreu em suas vidas, uma
mudança que realmente deveria e poderia ter chegado naquele primeiro ano se elas
apenas estivessem prontas para a experiência!
Tal foi a minha experiência. Suponho que eu poderia ter tido a minha iluminação
espiritual doze anos antes de tê-la— mas eu não estava maduro, e foram necessários treze
anos de amadurecimento antes daquela primeira experiência, e muitos, muitos anos mais,
antes de amadurecerem mais tarde. Nada vem tudo de uma vez. Algumas pessoas
acreditam que este trabalho é algum tipo de magia e que amanhã vão acordar no céu. Esta
não tem sido a minha experiência. É uma longa estrada, uma subida muito gradual, com
alguns recuos, e depois começar tudo de novo a subir a colina. Então, neste momento,
vamos em frente nesta subida, libertando Deus de qualquer obrigação que possamos ter
sentido que Deus nos devia, e que a Graça de Deus seja a nossa suficiência.
ATRAVÉS DA MESA
Estou certo de que a maioria dos estudantes, no início dos estudos da verdade, tem em
mente principalmente a superação das discórdias e desarmonias em sua experiência
humana e a realização da harmonia na forma de boa saúde, suprimento mais abundante,
relacionamentos mais felizes e outras experiências humanas satisfatórias. Nesse estágio do
desenvolvimento, o estudante, geralmente não reconhece que se trata apenas de um
desejo de trocar os males da experiência humana pelo bem da experiência humana.
Também não é evidente para a maioria dos estudantes que, mesmo que a saúde física e a
abundância econômica sejam alcançadas, eles ainda estão sujeitos às vicissitudes (mudanças)
do calendário e do clima e períodos alternados de boom (aumento de negócios) ou depressão,
guerra ou paz— em outras palavras, eles ainda permanecem "homem, cujo fôlego está em
suas narinas".
Inevitavelmente, surge em nossa consciência que algo está faltando e que deve haver algo
mais do que este vaivém entre a boa saúde e a má, entre abundância e a falta, entre
felicidade e a infelicidade, entre a paz e a agitação. Mais cedo ou mais tarde, é trazido à
nossa atenção que devemos buscar o Reino de Deus, a realização daquela Mente que
também estava em Cristo Jesus— a Consciência da Quarta Dimensão. E assim, a nossa
busca toma um rumo diferente.
Minha própria experiência me ensinou que alguém que é tocado pelo dedo de Deus, e por
Sua Graça, é automaticamente elevado à Consciência de Cristo, ou esse alguém alcança a
coroa por meio da cruz. Geralmente, há uma combinação de ambos.
Aprendi que conhecer a letra correta da verdade, estudá-la e praticá-la, desenvolve a
própria consciência real. Às vezes pode-se pegar o problema do suprimento e trabalhar
com princípios específicos de suprimento¹¹, estudando-os e praticando-os, até que "numa
hora em que nem se imagina " a realização aconteça, e a partir daí, o suprimento é nosso
por uma questão da Graça - sem esforço, sem pensar, sem o suor do nosso rosto. Ou,
podemos trabalhar fielmente e consistentemente com algum princípio de saúde,
estudando, aprendendo e colocando o princípio em prática, até que um dia, de repente,
isso aconteça novamente, e entramos na própria consciência da saúde. Depois disso, não
mantemos a nossa saúde através do pensamento ou de tratamentos, mas somos mantidos
e sustentados pela Graça de Deus.
[¹¹Estes princípios estão claramente enunciados nas Cartas do Caminho Infinito de 1959.]
(Livro: Síntese do Coração do Misticismo por Joel S Goldsmith / Traduzido por Giancarlo Salvagni)
Os estudantes do Caminho Infinito sabem que isto exigirá uma prática diligente e uma
adesão fiel aos princípios da verdade, e um zelo sincero na aplicação dos mesmos, para
alcançar a revelação da Quarta Dimensão, ou da Consciência de Cristo. Simbolicamente,
esta é a realização do Natal, e nossos alunos não devem se cansar se descobrirem, como eu
descobri, que devem percorrer seu caminho durante os primeiros árduos onze meses para
alcançar a glória do décimo segundo.
Agora é chegada a salvação e a força,
e o Reino do nosso Deus,
e o Poder do seu Cristo.
Apocalipse 12: 10
Nota do autor: O material em Nossos Recursos Espirituais apareceu pela primeira vez na
forma de cartas enviadas aos estudantes do Caminho Infinito (1960) em todo o mundo, na
esperança de que elas ajudassem na revelação e desdobramento da Consciência
transcendental através de uma compreensão mais profunda da Escritura e da prática da
meditação.
* Na literatura espiritual do mundo, os diferentes conceitos de Deus são indicados pelo uso de palavras como "Pai",
"Mãe", "Alma", "Espírito", "Princípio", "Amor" e "Vida". Por isso, neste livro o autor usa os pronomes "Ele" e "Ele",
ou "Ele mesmo" e "Si mesmo", em intercambio na referência a Deus.
** As partes em itálico deste livro são meditações espontâneas que chegaram ao autor durante períodos de
consciência elevada e não pretendem, em nenhum sentido, ser usadas como afirmações, negações ou fórmulas. Eles
têm sido inseridos neste livro de tempos em tempos para servir como exemplos do livre fluxo do Espírito. Enquanto
o leitor pratica a Presença, ele também, em seus momentos de exaltação, receberá inspiração sempre nova e fresca
como derramamento do Espírito.
♥ 2♥
COMEÇAR A ORAÇÃO COM A PALAVRA DEUS
Há um princípio de tratamento do Caminho Infinito que nenhum estudante deve
esquecer: Nunca, em circunstância alguma, dê um tratamento a uma pessoa, condição ou
doença. Nunca leve uma doença para um tratamento; nunca leve uma condição para um
tratamento; nunca leve uma pessoa a um tratamento.
Como isso é possível? Como você pode evitar levar pessoas, doenças e pecados para o seu
tratamento, já que cada pedido de ajuda que chega até você é de uma pessoa sobre uma
doença, um pecado ou algum tipo de condição? Se você entender que um tratamento é
uma declaração da verdade espiritual e que não existe verdade sobre uma pessoa, uma
doença ou um pecado, você não achará muito difícil praticar este princípio porque, na
medida em que não há verdade sobre nenhum deles, não haveria maneira possível de dar
um tratamento a uma pessoa, uma condição ou um pecado. A única verdade que existe, é
sobre Deus, então a única coisa que você pode tratar é Deus.
Deixe-me ilustrar como isso é feito: Suponha que eu receba uma ligação do Sr. Jones, que
explica que ele tem má digestão. Imediatamente, há apenas uma palavra que aparece no
meu pensamento— apenas uma palavra. Não faria diferença se a chamada não fosse do Sr.
Jones, mas sim do Sr. Brown, Smith ou Sr. Blue. Além disso, não faria diferença se fosse
indigestão ou poliomielite, câncer, desemprego ou um divórcio previsto. Ainda há apenas
uma palavra que vem à minha consciência, e essa palavra é Deus, D-e-u-s. Não importa
quem é a pessoa que liga e não importa a natureza de sua reivindicação— a casa está
queimando, as crianças caíram no lago— a resposta é a mesma: uma palavra— Deus.
Bem na minha frente está a palavra Deus. E o que encontro quando olho para esta
palavra? Eu acho que Deus é Infinito, portanto, sempre presente; Deus é Onipotente,
portanto, o Único Poder; Deus é Onisciente, portanto, a Única Sabedoria e a Única
Inteligência; e Deus é Graça. Se eu estivesse dando um tratamento e chegasse a mim que
Deus é Graça, o tratamento estaria terminado naquele momento, porque uma inundação
de calor passa por mim quando eu contemplo Deus como Graça, o que significaria o fim do
problema, e isso é o que acontece num tratamento quando mantemos nossa mente em
Deus.
As Escrituras dizem: "Tu manterás em perfeita paz, aquele cuja mente permanece em ti"¹.
De que outra forma vamos encontrar a paz? Você já pensou como é difícil encontrar a paz
quando está pensando nos Jones, nos Browns e nos Smiths do mundo? Você já encontrou a
paz enquanto pensava no pecado e na doença, na morte e na pobreza? Alguém já
encontrou a paz enquanto olhava para as discórdias do mundo? Não, só há uma maneira de
encontrar a paz. "Tu manterás em perfeita paz, aquele cuja mente permanece em ti” ¹...
“Não te inclines no teu próprio entendimento. Em todos os teus caminhos, reconheça-o, e
ele direcionará os teus caminhos.” ²
( ¹Isaías 26: 3) ( ²Provérbios 3: 5,6)
Os alunos frequentemente dizem: "Eu não tenho entendimento suficiente para curar", e
eu geralmente respondo: "Eu também não tenho, mas vejo que muitas curas acontecem".
Não é o seu entendimento que curará alguém. "Não te inclines no teu próprio
entendimento." Quer sejas um praticante, um professor, ou um principiante no caminho
espiritual, em todos os casos que chegam até você, eleve seu pensamento a Deus,
reconheça que o entendimento e a Graça de Deus são suficientes. Você não vê que a graça
de nenhuma pessoa é a sua suficiência e o entendimento de nenhuma pessoa pode ajudá-
lo? O entendimento de Deus, e só o entendimento de Deus, é a sua liberdade; A sabedoria
de Deus é a sua orientação; O Amor de Deus é a tua proteção; A Presença de Deus é a
harmonia do seu ser. Por isso, em todas as suas conquistas, obtenha Deus. Esqueça de si
mesmo; esqueça o teu entendimento; e salte lá em cima em Deus.
Houve um tempo em que Deus era uma palavra sem sentido para mim - apenas uma
palavra de quatro letras, D-E-U-S, e essas quatros letras não me diziam nada porque eu não
podia visualizar Deus ou entender o que Deus significava. Então, porque eu não podia
entender o que Deus era, preferi usar termos como Mente Divina, Princípio ou Lei. Ainda
existe muitas pessoas na metafísica que estão hoje nessa mesma posição. Mas descobri que
depois de ter adquirido alguma concepção de Deus como Mente, Vida, Alma ou Princípio,
voltei à palavra Deus e percebi que, por ser uma palavra que não pode ser compreendida, é
a melhor palavra de todas.
Qualquer pessoa que tenha um conceito de Deus está orando para o seu conceito: ele não
está orando a Deus. Quem pensa em Deus como mente está pensando numa inteligência,
provavelmente um pouco superior à inteligência humana, mas ainda assim, uma espécie de
inteligência humana. Quem pensa em Deus como amor, pensa em amor em algum plano
humano. É verdade que pode ser puro como o amor de mãe ou de pai, de irmã ou de
irmão, mas, mesmo assim, é um senso humano de amor. O amor que é Deus não é esse
tipo de amor. Deus como amor não tem nenhum relacionamento com nada que qualquer
ser humano possa pensar como amor; e então, até que uma pessoa transcenda todo o
senso de amor humano, é totalmente impossível compreender Deus como amor.
É provável que a maioria de nós tenha alguma ideia do que Deus é, e então, quando
oramos a esse conceito, nos perguntamos por que nossas orações não são respondidas. É
insensato orar a qualquer conceito de Deus. É muito melhor nos despir de todos os
conceitos de Deus. Por exemplo, ao pensar e olhar para Deus como amor, podemos nos
voltar para Deus e perguntar o que é o amor, e ao reconhecer que não é nada como amor
de mãe, amor de pai, amor de marido, amor de esposa ou amor de filho, nem nada como
amor pela natureza ou amor à beleza, finalmente chegamos ao lugar onde estamos
dispostos a admitir que não entendemos o que é o amor no nível de Deus, uma vez que
nunca fomos Deus.
O que é Deus como mente? Rapidamente vem que Deus é inteligência. Inteligência?
Como sabemos que Deus é inteligência? O que nos faz chamar Deus de "inteligência"? Para
a maioria das pessoas, a inteligência é considerada ou pensada como habilidade,
conhecimento, ou como a capacidade de agir de certas maneiras sob determinadas
condições, mas Deus é algo semelhante a isso? Que direito alguém tem de limitar Deus, e
certamente, se é possível saber o que é inteligência, isso seguramente é limitação. Não, nós
nem sequer sabemos o que Deus é como mente.
Deus é Espírito, mas o que é Espírito? Isso nunca poderemos saber. De fato, como
podemos realmente saber alguma coisa sobre Deus, uma vez que o nosso conhecimento
deve ser finito? Como pode o conhecimento finito abraçar a infinidade e a totalidade de
Deus? Por que não ser honesto e confessar que não sabemos o que Deus é, e com essa
admissão, estamos realmente começando a entender Deus, porque no momento em que
percebemos que não conhecemos ou não entendemos Deus, estamos nos aproximando
d'Ele.
Quando chegamos ao lugar onde estamos absolutamente despidos de todo conceito de
Deus, de toda crença sobre Deus ou toda teoria sobre Deus, então estamos nos
aproximando de uma experiência real de Deus. Enquanto houver algum conceito em nossa
mente sobre Deus, ele é finito, limitado e circunscrito, e, portanto, não pode ser Deus
mesmo. Nós só encontramos Deus quando abandonamos nossos conceitos e pensamentos
sobre Deus e somos honestos o suficiente para admitir: "Só há uma coisa que eu posso ter
certeza a respeito de Deus, que é que Deus É". Eu não sei quem, por que ou onde Deus É;
Só sei que tenho a sensação de que existe um Deus". Se tentássemos definir Deus,
fracassaríamos porque nenhuma das nossas definições nos satisfaria. Não sabemos porque
sabemos que Deus É; nós apenas sabemos.
Quando chegamos ao ponto em que reconhecemos que Deus É, e quando estamos
dispostos a parar por aí e não tentar definir o que Deus É, estamos no ponto mais
maravilhoso da nossa experiência, pois o que estamos praticamente dizendo é:
"Pai, eu sei que Tu és. Eu sei que existe um Deus. Eu sei que existe algo além da
individualidade humana, mas isso é tudo o que sei. Agora, Pai, revele-se".
Nesse momento, estamos no ponto mais elevado do tratamento, ou oração. Nossos
pensamentos sobre Deus, nossas opiniões e teorias, todos estão mortos - e nós somos um
estado de entusiasmo esperando por Deus para nos dizer o que Deus É. Nesse estado, Deus
pode revelar-se. Deus pode sempre revelar-se à consciência expectante e receptiva, a
consciência que está disposta a aniquilar a sua sabedoria humana, e em verdadeira
humildade reconhecer: "Eu sei que Deus é, mas não sei o que Deus é, por que Deus é, ou
onde Deus é, ou como Deus funciona. Eu não sei como entrar ou como sair."
As Escrituras dizem que nós nem sequer sabemos orar, mas que devemos deixar o Espírito
interceder dentro de nós - deixe o Espírito orar. Esse é o tratamento como é entendido e
ensinado na sua forma mais elevada no Caminho Infinito. Aprendi há trinta anos que era
absolutamente impossível para mim saber orar sem tentar usurpar o lugar de Deus, mas no
reconhecimento de que tudo o que sei é que Deus É, gradualmente, ao longo dos anos veio
a convicção de que se eu me voltar para Deus e mantiver minha mente em Deus, o
tratamento correto, a oração correta, a comunhão correta, a meditação correta, a maneira
correta de curar, e a maneira correta de ensinar - todas essas coisas - se desdobraria a
partir de dentro.
Por muito tempo, não só será legítimo, mas essencial em seu tratamento, conhecer toda a
verdade que você pode possivelmente saber, desde que você esteja conhecendo a verdade
sobre Deus e não sobre o homem - não sobre uma pessoa e não sobre uma condição.
Mantenha sua mente firme em Deus. Os Browns, Joneses e Smiths, o câncer e a
poliomielite, tentarão penetrar em seu pensamento, mas a capacidade de impedir que eles
entrem é o que faz de você um praticante:
"O que eu tenho que fazer contigo - Jones, Brown, Smith, pecado, doença, morte? O meu
trabalho é com Deus. Vou manter a minha mente firme em Deus - Deus, Deus, Deus."
Deus, a Única Ação
A reivindicação pode ser de uma ação intestinal anormal, mas como pode um intestino
agir mais do que um coração, fígado ou pulmões? De que adiantaria deixar sua mente
pensar na ação intestinal, quando você, possivelmente, não poderia fazer os intestinos se
moverem, ou o coração, o fígado, ou os pulmões? Toda ação é ação Deus, e Deus é a Única
Ação. Você só pode permanecer em Deus. Se a reivindicação é uma digestão defeituosa,
quer sejam intestinais, paralisia ou enfermidade mental, o tratamento é o mesmo:
“Deus é a fonte de toda a ação: Deus é a inteligência que governa toda a ação; Deus é a
única ação que existe. Não existe tal coisa como a ação corporal em e por si mesma. Algo
tem que operar sobre o corpo para que ele aja. É Deus que funciona meu ser e meu corpo,
Deus que direciona minhas energias mentais e físicas.”
A reivindicação apresentada a você pode ser de desemprego. Você tentaria pegar uma
pessoa desempregada e dar-lhe um emprego? Que garantia você teria de que ele não
poderia perder o emprego no dia seguinte ou ser colocado no tipo errado de emprego? Em
vez de planejar o que deveria acontecer com essa pessoa desempregada, volte-se
imediatamente para a palavra Deus:
“Deus - Deus, é Infinito. Infinito? Se Deus é Infinito, Deus é o Único. Então Deus é o Único
empregador, porque não pode haver mais de um. Se Deus é Infinito, isso deve incluir o
empregado também. Deus é tanto o empregador quanto o empregado; toda a atividade de
emprego, remuneração, recompensa e reconhecimento está ocorrendo dentro de Deus -
Deus agindo dentro de Si mesmo, Deus agindo dentro de Sua própria órbita, Deus agindo
dentro de Seu próprio ser, Deus funcionando Seu próprio ser.”
Isso não significa que não existem empregadores ou empregados humanos? Isso também
não significa que não haja períodos de depressão ou recessão? Como pode haver se Deus
preenche todo o tempo e espaço, se Deus é a Única Atividade do ser e a Única Lei do ser?
Se Deus é Espírito e se Deus é Lei e Vida, como pode haver negócios ou ciclos econômicos?
A Prática É Essencial
Enquanto você mantém seu tratamento em Deus, continue até que algo venha
espontaneamente que complete o tratamento, ou até que você chegue ao final do
tratamento, ou seja, até que você chegue ao lugar onde você não possa mais pensar em
Deus e esteja satisfeito apenas em sentar e esperar, e deixar Deus assumir. Se, entretanto,
você começar a ficar inquieto ou mentalmente ativo e não tiver tido sua resposta, pare o
tratamento, espere por uma hora ou duas, e depois volte e tente novamente.
Mesmo assim, se você não chega a esse ponto de satisfação ou de completude, levante-se
e faça-o novamente. Não hesite em dar dez, vinte, trinta, quarenta, ou cinquenta
tratamentos. Você não tem nada a fazer de agora até a eternidade, exceto encontrar esta
união consciente com Deus, e se for necessário por alguns anos dar dez, vinte, trinta, ou
quarenta tratamentos a cada caso, faça-o até chegar ao lugar onde automaticamente você
pode se sentar, e Deus imediatamente assume.
Todo mundo chega a esse ponto através da prática: ninguém chega lá sem isto. A
princípio, deve haver tratamentos inteiros e completos, trabalhando com a ideia de Deus
de todos os ângulos, impersonalizando o erro e fazendo anotações, mas depois,
gradualmente à medida que a sua consciência é permeada com a Presença, seus
tratamentos levam cada vez menos tempo, até que ocorram momentos em que não levam
tempo algum, porque a resposta aparece tão rapidamente quanto as reivindicações.
Você vai descobrir que a maioria dos casos que chegam até você são facilmente e
rapidamente atendidos. Apenas cerca de dez por cento deles lhe dão problemas reais, mas
com esses dez por cento você realmente trabalha. A compensação e a recompensa, no
entanto, estão naqueles que respondem mais rapidamente, pegam essa luz, e então,
eventualmente, saem e fazem o mesmo.
Nada tem poder além de Deus. Não se preocupe com seus medos e com seus pecados. Se
você entrar em contato com Deus, seus medos e seus pecados desaparecerão, e se você
não entrar em contato com Deus, ser puro não o ajudará. Os homens e mulheres mais
puros do mundo já tiveram doenças e mortes horríveis. Uma pessoa pode ser o pecador
mais irregenerado do mundo, mas será feito tão branco como a neve no momento em que
ele entrar em contato com Deus. Não faz diferença o que seus medos ou pecados possam
ser hoje. Não se sente em julgamento sobre eles; não os critique ou os condene. Lembre-se
que sua função é revelar o Cristo, em vez de sentar-se em julgamentos sobre Magdalenes*,
ladrões e alcoólatras, dê meia-volta e ame-os, perdoe-os, compreenda-os e coloque-os na
guarda de Deus onde o Amor de Deus, o Perdão de Deus e a Graça de Deus pode alcançá-
los.
(Obs. do tradutor: *Magdalenes vem do nome Arcaico que significa “Prostitua reformada, arrependida”.
Na passagem da Bíblia em “Lucas 7:37” há um fato sobre o perdão, que creio ser pertinente com o
exemplo que Joel quiz nos passar.)
ATRAVÉS DA MESA
A vida mística é alcançada de duas maneiras: A Graça de Deus pode tocar um indivíduo
que não pensou em tal experiência e que não se preparou conscientemente para a
experiência durante a sua vida, ou a Graça de Deus pode tocar um indivíduo e conduzi-lo a
um ensinamento espiritual por meio do qual se inicia um processo de "morrer
diariamente", culminando com o renascimento no Espírito.
Em primeira instância, como no caso de Saulo de Tarso, que se tornou São Paulo em um
clarão ofuscante, a introdução ao misticismo obriga os estudantes a permanecerem longe
da vida pública, até que a maturidade espiritual tenha ocorrido e ele esteja preparado a
partir de dentro para algum ministério específico e então recebe as instruções, cuidado,
proteção, sabedoria e tudo o que é necessário para o cumprimento da missão. Nos
primeiros anos deste ministério e nos anos que o precedem, há tempos difíceis para o
indivíduo, porque a transição de "este mundo" para "Meu Reino" é difícil.
Para aqueles que vêm pelo segundo caminho, ainda há dificuldades porque não se pode
adicionar vinho novo a garrafas velhas, nem adicionar novos remendos a roupas velhas,
nem se pode encher um recipiente já cheio e, portanto, os anos de esvaziamento de
concepções anteriores e muitos equívocos se revelam difíceis.
Então, para todos no caminho espiritual, vem o problema de fazer a transição da boa
saúde e suprimento abundante para a demonstração real de harmonia espiritual em todas
as facetas da vida diária. Não é muito difícil passar da doença física ao bem-estar físico, ou
da falta material à abundância material, mas esta é apenas uma estação no caminho do
Caminho Infinito, porque nossa demonstração não está completa até que tenhamos nos
erguido acima tanto do mal como do bem da experiência humana.
Enquanto olho para frente, sinto-me levado a lembrá-los de três revelações do Caminho
Infinito, que devem estar continuamente recebendo sua atenção:
Número um: A revelação do Caminho Infinito da Natureza de Deus. Vocês vão descobrir
que isso requer muitas horas de muitos dias e muitos meses antes que vocês possam se
livrar dos conceitos que foram construídos na consciência humana ao longo destes últimos
milhares de anos. Não será fácil erradicar de seu pensamento a crença de que Deus
recompensa e Deus castiga, ou que Deus pode ser influenciado pelo homem, ou que
alguém pode continuar sendo um ser humano comum e, ao mesmo tempo, ser o filho de
Deus que vive sob a Graça de Deus e a quem nenhuma das ciladas ou armadilhas do mundo
podem chegar perto.
Será difícil, a princípio, ajustar-se ao fato de que você tem que fazer da sua consciência
uma morada adequada para a Graça de Deus, e que você não traga Deus até você, mas que
você se torne receptivo ao Deus sempre presente. Não é necessário fazer Deus mudar para
sua direção. De fato, isso é impossível, mas é absolutamente necessário que você se mude
para se tornar uma transparência adequada para Deus. A maneira de compreender isto
abrange aproximadamente um terço de toda a literatura do Caminho Infinito.
Número dois: Todos os séculos da vida humana foram baseados na busca de maiores
poderes com os quais destruir poderes menores, e até mesmo ir ao extremo de buscar um
poder de Deus para vencer os poderes terrenos.
A revelação do Caminho Infinito sobre a natureza do erro, ou mal de qualquer tipo, nos
fornece o elo perdido, para que possamos saber não só porque o mundo com suas guerras,
fomes, tornados, ondas gigantescas, epidemias e outros desastres falhou em experimentar
o poder de Deus, mas também a sabedoria que resulta na dissolução dessas aparências que
se baseiam principalmente na crença universal em dois poderes.
Número três: Uma vez que Deus não opera através da consciência humana como tal,
torna-se necessário que a nossa consciência individual seja transformada, para que
permaneça cada vez menos da consciência humana à medida que alcançamos mais e mais
as qualidades de Deus. As horas gastas no estudo e na assimilação do que é estudado, as
horas gastas na meditação e na prática destes princípios resultam na obtenção da
consciência espiritual, na qual chegamos passo a passo à rendição do sentido material do
bem, assim como do sentido material do mal, tudo que constitui "este mundo", e para a
realização do "Meu reino", que é a Consciência quadridimensional.
Há uma Presença espiritual por trás da atividade do Caminho Infinito. De fato, seria
melhor afirmar que existe uma Presença Divina que constitui a atividade do Caminho
Infinito e é responsável por suas obras de cura, por sua atividade reconfortante, de apoio e
de suprimento. É esta Presença que vive a minha vida. Isto, porém, só é importante para
você na proporção em que você percebe que Deus não faz acepção de pessoas e que esta é
a mesma Presença que vive sua vida como você, deixe-se ser governado pela Graça em vez
de pensar ou viver pela força ou pelo poder. A consciência que constitui o meu ser constitui
o teu ser, e só é necessário que você relaxe na Palavra e descanse nessa Palavra.
Por favor, mantenha sempre diante de você o pensamento de que o objetivo é a
realização da Consciência espiritual, e que somente no enriquecimento e no
aprofundamento de sua própria consciência será possível para você trazer à tona o fruto da
harmonia espiritual em sua própria experiência e na experiência daqueles que são levados
a você. Você pode ser uma bênção para aqueles do seu mundo e para os do mundo em
geral apenas na proporção em que sua própria consciência é enriquecida e aprofundada
pela Consciência espiritual. Da consciência individual espiritualizada saem as grandes obras
dos mestres, e na proporção deste aprofundamento e enriquecimento da consciência
sairão as grandes obras que vos serão dadas para fazer.
Eu não espero que chegue o dia em que haverá uma igreja na terra, uma vez que por
muitas gerações vindouras haverá vários estados e estágios de consciência, mas isto não
precisa interferir, de forma alguma, com a compreensão final da grande verdade de que
existe apenas um Deus, e este Deus é o Deus de todas as igrejas, e portanto,
independentemente da nossa filiação ou não, somos irmãos uns dos outros.
E agora uma palavra final: Se você acha difícil perdoar aqueles que o ofenderam ou os
seus, ore diariamente para que Deus os perdoe. O perdão é uma das grandes qualidades
espirituais, mas o sentido pessoal torna por vezes difícil para nós compreender e
demonstrar a verdadeira natureza do perdão. No entanto, podemos sempre nos voltar para
Deus e pedir que Deus perdoe os nossos inimigos e os desperte na sabedoria espiritual.
♥ 3♥
A PRATICIDADE DA VIDA ESPIRITUAL
Que a vida espiritual é eminentemente prática é evidenciado por inúmeros episódios
relatados nas escrituras. Por exemplo, havia três hebreus colocados em uma fornalha
ardente e, no entanto, somos informados de que eles saíram sem nem mesmo o cheiro de
fumaça sobre eles, mas também é dito que alguns viram um quarto homem caminhando
com eles através das chamas. Os Evangelhos contam como Jesus foi crucificado e selado em
uma tumba, mas aqueles de visão espiritual mais tarde o viram andando pela terra. Saulo
de Tarso, um perseguidor dos cristãos, estava a caminho de Damasco para perseguir mais
cristãos quando teve a experiência de contemplar o Cristo, de realmente ouvir a voz. Essa
experiência transcendental fez dele um discípulo do ensinamento cristão, fez dele um
curador, professor, pregador e fundador de igrejas; teve um efeito muito prático em sua
vida, mas primeiro, antes que essa praticidade pudesse ser demonstrada, ele precisava ter
visão espiritual.
No sentido material da vida, construímos os nossos assuntos individuais com base na
ideia de alcançar, realizar e adquirir. De fato, toda a história da existência humana é de
aquisição, luta, e até roubo, ou de alguma outra forma esforçando-se para alcançar o bem
material, e, contudo, esta abordagem materialista e aparentemente muito prática da vida
nunca resolveu o problema de existência para ninguém. Existem pessoas que adquiriram
milhões e multimilhões, mas raramente alcançaram a felicidade, o contentamento ou a paz;
e há outras com perfeita saúde física, mas raramente ouvimos dizer que encontraram paz
de espírito, paz da alma, ou paz nos relacionamentos humanos.
A experiência humana enfatiza a sabedoria de colocar nossa dependência em coisas e
pessoas a tal ponto que tendemos a nos sentir seguros quando temos uma quantidade
adequada de notas de dólar ou a nos sentirmos confiantes quando o coração bate
regularmente, quando o fígado, os pulmões, e todo o organismo humano funcionam
perfeitamente de acordo com os padrões humanos, e quando tudo neste mundo exterior
apresenta uma aparência de atividade harmoniosa em medida abundante. Mas tal padrão
de valores está sujeito às flutuações do tempo e do acaso, e surgem problemas no minuto
em que algo acontece nesse universo externo, de modo que o número desejado de dólares
começa a desaparecer, os órgãos ou funções já não funcionam harmoniosamente, ou a
discórdia nas relações humanas se inflamam. Isto é porque a mente humana não tem saída
para a sua situação difícil, exceto buscar por mais dólares ou uma melhor condição do
organismo ou relações mais satisfatórias com a mesma ou com pessoas diferentes, e muitas
vezes ela falha em encontrar qualquer solução para estes problemas.
A vida espiritual é uma completa reversão de tudo isto. Nessa vida, a preocupação já não
é primariamente por tais satisfações materiais e mundanas, nem fazer a nossa dependência
de pessoas e coisas no mundo exterior. Isto, contudo, não implica uma abordagem negativa
da vida, porque a vida espiritual não é uma negação de nada ou de ninguém; não é um
afastamento da praticidade dos dólares, do conforto de um aparelho físico saudável, ou da
alegria das amizades. A vida espiritual não é uma vida tão austera que nega a qualquer
pessoa a vida normal.
A Atividade de Deus Se Traduz em Termos de Experiência Diária
Quando adotamos o modo de vida espiritual, temos primeiro de abandonar a crença mais
ou menos universal de que, como estudantes de sabedoria espiritual, confiando nas coisas
do Espírito, não somos práticos, e por isso não devemos estar interessados em ter bons
lares, boas roupas, ou boa comida. Em alguns círculos, há uma crença prevalecente de que
a integridade espiritual ou progresso nos assuntos espirituais, de uma forma ou de outra,
implica uma falta de sucesso financeiro ou progresso e resulta frequentemente numa falta
real de bens mundanos, mas em nenhum lugar nas Escrituras se pode encontrar autoridade
para a bem-aventurança da falta ou limitação. É verdade que a Escritura ensina que o amor
ao dinheiro é a raiz de todo o mal, mas não diz nada sobre o dinheiro em si ser mal - apenas
o amor ao dinheiro. É tudo uma questão de onde repousa a dependência ou a fé.
Saulo de Tarso tornou-se São Paulo quando percebeu que os chamados intangíveis, que o
resto do mundo não via nem ouvia, eram a própria Substância da sua experiência exterior.
Foi isso que lhe proporcionou até mesmo coisas práticas como o dinheiro. Em cidade após
cidade, muitas das igrejas por ele fundadas eram incapazes de se financiarem a si próprias
e, após um curto tempo e em alguns casos por mais tempo, nas suas dificuldades
financeiras, tiveram de apelar para o irmão Paulo por assistência. Foi Paulo, o pregador, o
homem do Espírito, aquele a quem o mundo hoje chamaria impraticável, um visionário e
um sonhador, que forneceu fundos para as igrejas quando os membros muito práticos da
sua congregação foram incapazes de o fazer.
A verdade é que não há nada mais prático, progressivo, ou próspero do que uma vida
vivida de acordo com o Espírito. Por exemplo, a pessoa imbuída do Espírito torna-se um
melhor homem de negócios do que aquele que depende inteiramente da sua educação ou
capacidade mental, tal como a pessoa imbuída do Espírito é um melhor músico ou artista.
A boa música é reconhecida quase universalmente como um produto da Alma, e apesar
de haver músicos que tocam e cantam perfeitamente, muitas vezes não há Alma na sua
música. Isto não é válido apenas para a música, mas também para a construção de pontes
ou à perfuração de petróleo. Deve haver sempre uma Alma para que o trabalho possa
atingir a altura não só da sua beleza, mas também da sua praticidade. Quando o Espírito é a
força animadora e motivadora, então, cada atividade da experiência diária melhora tanto
em qualidade como em quantidade.
A menos que isto esteja claro para você, tenderás a separar a sua vida espiritual da sua
vida prática ou diária e, assim, derrotará o seu propósito. Sejamos honestos. A maioria de
nós volta-se para Deus devido a um sentimento de insatisfação ou de incompletude em
alguma área da nossa vida atual. São as frustrações, os desânimos e as decepções que nos
impulsionam porque se tivéssemos um sentido de completude ou perfeição, se tivéssemos
um sentido de todo o bem, não haveria incentivo para mais buscas. Portanto, aceitemos
este impulso em direção a Deus, para a Alma do homem, como um impulso para encontrar
a auto-completude, satisfação e oportunidade para o desdobramento progressivo.
Liberte Todos
Isaías nos diz para "Deixai-vos do homem, cujo fôlego está em suas narinas; pois em que
ele deve ser considerado?* E então nos Salmos nos é dito: "Não ponhais vossa confiança
em príncipes, nem no filho do homem, em quem não há socorro.**... Quando meu pai e
minha mãe me abandonarem, então o -SENHOR me acolherá.*** Não há circunstância
humana que possa surgir em sua experiência que venha a ser de qualquer destruição ou
dano permanente ou mesmo de qualquer inconveniente sério para você, se apenas você
reconhecer que a sua dependência não é do pai, mãe, filho, do marido ou da esposa; mas
que a sua dependência é do Infinito Invisível. Quando você chega ao ponto de confiar no
Infinito Invisível, então, você descobre a lei das relações harmoniosas e aprende como a
vida pode ser bela.
(*Isaías 2: 22) (**Salmos 146: 3) (***Salmos 27: 10)
A maioria das discórdias neste mundo vem de acreditar que precisamos de algo de
alguém, e cada um tem medo que o outro tire alguma coisa dele. Há um medo corrosivo de
que não vamos receber as nossas justas dívidas ou apenas sobremesas - às vezes , talvez,
um medo de que vamos recebê-las. Há um medo de que se possa esperar muito de nós ou
que muito pouco venha até nós. Por outro lado, você pode imaginar a experiência alegre de
passar pela vida sendo amigo de qualquer pessoa e de todos no mundo inteiro, sabendo
que ninguém tem nada que você precise ou queira e você não tem nada que outra pessoa
precise ou queira, que tudo que você precisa se desdobra para você de dentro de seu
próprio ser? Isso torna o compartilhamento um duplo prazer, porque é uma experiência
que aquece o coração, partilhar com aqueles que não esperam isso de você ou sentem que
você está sob qualquer obrigação para com eles.
Não há espaço na vida espiritual ou em uma atividade espiritual para o egoísmo. A Lei de
Deus é uma Lei de Amor e não pode ser utilizada para fins egoístas. O Amor é um dos
grandes atributos de Deus e deve ser expresso na nossa experiência diária, se quisermos
viver de acordo com a Lei de Deus. Estamos expressando o amor na proporção em que
libertamos o mundo dos homens e mulheres de todas as formas de escravidão. Quando
responsabilizamos um indivíduo pelos seus pecados, o mantemos em escravidão; mas
quando o soltamos e o deixamos ir em perdão, se necessário na realização de que ele não
sabe o que está fazendo, estamos cumprindo a Lei do Amor.
Existem aqueles em nossa experiência que humanamente nos devem uma obrigação, e
expressamos o nosso amor libertando-os interiormente dessa obrigação, mas o amor não
significa que as obrigações humanas possam ser ignoradas ou que a responsabilidade possa
ser evitada impunemente. De fato, às vezes a forma mais elevada de amor é exigir que
alguém cumpra a sua responsabilidade, ajudando-o assim a cumprir a lei do amor e dando-
lhe uma oportunidade de crescer e viver de acordo com os elevados padrões éticos que a
vida espiritual exige. Isto não significa, contudo, que espiritualmente o mantemos em
escravidão à sua dívida ou obrigação, ou que de qualquer modo sejamos tentados a
acreditar que a nossa própria demonstração pode ser afetada pela atitude ou ações de
qualquer outra pessoa.
Por exemplo, de acordo com todos os padrões de ética empresarial, os parceiros têm
obrigações uns com os outros, mas espiritualmente, interiormente, cada um deve libertar o
outro no sentido de mutualidade, reconhecendo que uma parceria é uma relação recíproca
baseada na inteligência e no amor. O cumprimento dessa relação não é de um parceiro
para outro, mas de Deus para cada um deles.
Em todo relacionamento humano, "solte-o, e deixe-o ir";* liberte interiormente os
indivíduos envolvidos das suas obrigações humanas na sua experiência. A sua confiança, fé
e segurança devem sempre repousar em Deus, não no homem. Aceite o Princípio de que o
teu bem é o dom de Deus pela Graça, e que a substância do teu bem já está intacta,
infinita, e completa dentro do teu próprio ser e se desdobrará de dentro de você.
(*João 11: 44)
O seu bem ainda pode vir através de outra pessoa ou de alguma transação normal de
negócios, mas você não está dependendo que venha dessa direção, você não está
delineando como deve vir, nem está prendendo alguém em uma obrigação, esperando que
se ele cumprir sua responsabilidade, suas necessidades serão atendidas. Em vez disso, você
está olhando para o Pai interior que conhece suas necessidades e cujo prazer é provê-las.
Interiormente, liberte o mundo dos homens e mulheres da escravidão e da obrigação, para
que possas encontrar sua unicidade, plenitude e integridade em, e através do seu
relacionamento com Deus, e então você encontrará sua auto-completude e perfeição.
Realize-se como pais; realize-se como governanta; realize-se como filhos de Deus; realize-
se em experiências harmoniosas, abundantes, e progressivamente boas. Esse Eu dentro de
você está aí para esse propósito, e a sua meditação é um relaxamento na realização de que
a mente carnal não é poder e que o Infinito Invisível, que é a Substância Invisível do seu ser,
a Consciência Invisível, e a Alma Invisível de você, é a Essência de todas as formas. É o seu
Salvador e a sua Proteção em todas as suas experiências diárias.
Quando a luta mental e física pelas coisas boas da vida é abandonada, todo o bem
começa a se desdobrar naturalmente e sem esforço. Isto é viver pela Graça; isto é seguir o
ensinamento de Jesus que é o fundamento de toda a mensagem de O Caminho Infinito:
"Não penseis na vossa vida, no que haveis de comer, ou no que haveis de beber; nem
mesmo no vosso corpo, no que haveis de vestir... O vosso Pai celestial sabe que necessitais
de todas estas coisas*... pois é um bom prazer para o vosso Pai dar-vos o Reino".** As
nações do mundo esforçam-se atrás das coisas, lutam por coisas, vão à guerra por elas, e
até rezam por elas, enquanto o tempo todo o seu Pai celestial sabe que elas têm
necessidade destas coisas, e é do seu bom prazer dar-lhes o Reino.
(*Mateus 6: 25,32) (**Lucas 12: 32)
A vida do Espírito é um relaxamento na compreensão de que a Essência, ou Substância,
de todo o bem já está dentro de você e está se desdobrando na sua experiência de uma
forma ordenada, progressiva e abundante. Essa é a nova vida pela Graça em que o Cristo
está vivo e ativo na sua consciência, e a partir de então será impossível para você evitar
experimentar os frutos do Cristo, mas em que medida? dependerá de você. O princípio está
claramente estabelecido, e, portanto, o grau ou a quantidade de frutos experimentados
repousa em você individualmente.
ATRAVÉS DA MESA
O Caminho Infinito é como "O meu Reino", que o Mestre nos diz, "não é deste mundo", e
a função do Caminho Infinito não é nos dar meramente a paz que "este mundo dá", mas
uma paz mais profunda, mais duradoura. Do ponto de vista prático, isto significa que
embora não nos preocupemos principalmente em curar corpos doentes ou aumentar a
quantia dos nossos dólares, no entanto, à medida que este "Meu Reino" e "Minha Paz" são
alcançados, a saúde da mente, do corpo e suprimento são as inevitáveis "coisas
acrescentadas".
O objetivo da nossa realização é a consciência espiritual. Nossos escritos e gravações
revelam os Princípios da vida espiritual, que quando praticados, aprofundam e enriquecem
a consciência. Esta consciência alcançada é o Cristo que agora vive as nossas vidas, torna-se
o nosso Pão, Carne, Vinho e Água, torna-se a Ressurreição do túmulo da vida material,
elevando-nos à Vida de Filiação Divina para que não vivamos mais "pela força, nem pelo
poder", mas como um herdeiro de Deus.
Nosso estudo e prática irão certamente revelar uma vida plena e rica, completa com as
coisas acrescentadas, quando o nosso desejo pelas coisas deu lugar ao desejo de conhecer
Deus, a quem conhecer corretamente é Vida Eterna.
♥ 4♥
TRANSIÇÃO
Aqueles que estão no caminho espiritual não morrem: fazem uma transição que não está
de modo algum relacionada com o que o mundo chama morrer, porque esta transição não
é um ato próprio: é um ato de Deus e acontece pela Graça de Deus. Se você olhar para trás
em sua própria experiência, terá uma compreensão melhor de todo este assunto. Você veio
a este mundo como uma criança, e quando fez a transição da infância para a juventude
com um corpo de aparência totalmente diferente, você não morreu ou passou adiante:
simplesmente fez uma transição.
Alguns anos depois disso, você atingiu a idade da puberdade, e outra mudança ocorreu no
seu corpo, mas não estava morrendo ou passando: era apenas uma etapa de transição para
outra fase da vida. Então, ao chegar à adolescência, você passou para outra fase da vida,
completamente diferente do estágio de doze, treze ou quatorze anos. Toda a vida assumiu
uma compleição diferente porque você fez uma transição da juventude. As bonecas e
brinquedos já não lhe interessavam, e mesmo o basquetebol, o basebol e o futebol
deixaram de ser o centro do seu mundo porque o mundo fora do parque infantil e o filme
de bairro se estendia em horizontes cada vez mais alargados.
Então você continuou até que um dia você se encontrou na verdade, e quando se tornou
um estudante sério da Verdade, encontrou-se noutro mundo, um mundo em que o jogo de
cartas, o golfe, a dança e o teatro ocupavam um lugar menor na sua vida, e, em alguns
casos, foram deixados completamente para trás, porque agora nesta nova vida, a sua
atenção estava centrada em Deus. Foi uma transição de "este mundo", o mundo a que
Jesus se referiu quando disse: "Eu venci o mundo".*
(*João 16: 33)
Não houve morte nessa transição, exceto uma morte para a materialidade ou o que Paulo
chamou "morrer diariamente", morrendo diariamente para velhos modos de pensamento e
confiança. Houve um tempo na nossa experiência em que a nossa principal preocupação
era que tivéssemos um coração normal e uma pressão sanguínea normal. Confiávamos na
comida, no clima, ou na dieta, enquanto que agora a nossa única confiança é na nossa
realização de Deus. É uma transição completa de "este mundo" para um novo mundo, um
novo estado de consciência, que foi justamente chamado a quarta dimensão da vida, na
qual vivemos uma existência quase completamente espiritual e na qual não é colocada a
dependência em nada ou ninguém no mundo externo.
E assim vamos em transição para a transição até que um dia - não o fazemos, mas é feito
por nós - passamos da vista, e sem dúvida, no que diz respeito ao resto do mundo,
deixaremos um corpo para ser enterrado ou cremado. Isso também faz parte do sentido
ilusório da existência humana; mas não haverá corpo lá porque levamos o nosso corpo
conosco para onde quer que formos.
Se o corpo se deteriora, é porque não aceitamos a verdade espiritual, mas permitimos que
a crença universal opere no corpo ou sobre ele. A crença universal nos incutiria a crença de
que o clima pode fazer alguma coisa para o corpo; a comida ou a falta dela; a idade ou o
passar do tempo; e infecção e contágio. Todos esses são apenas partes integrantes da
mente carnal, a crença universal em dois poderes.
Se não tomamos posse de nossa própria vida, e se não assumimos o domínio que Deus
nos deu, somos como um pano mole na brisa que sopra para onde quer que a brisa queira
carregá-lo. Então, se a crença universal diz que este é o clima errado, o corpo
imediatamente responde com: “Eu tenho reumatismo”; se a crença universal diz que
estamos comendo a comida errada, há uma dor de estômago; e se a crença universal nos
informa que atingimos sessenta ou setenta anos, começamos a pagar o agente funerário!
Em todos os casos, estamos obedecendo à crença universal em vez da Verdade revelada
nas escrituras, pois as escrituras afirmam que Deus deu ao homem domínio sobre o clima, a
comida, tudo o que há na terra, abaixo da terra e nos céus acima da terra. Até mesmo as
estrelas às quais tantas pessoas se curvam em adoração e temor, dando poder a elas - até
mesmo sobre isto, foi dado ao homem o domínio.
Jesus nos lembra que só é possível entrar na vida mais abundante através da porta, e
depois explica que esta porta pela qual devemos entrar para experimentar a vida mais
abundante é uma porta chamada Eu: Eu Sou... Eu posso dar esta vida ou retomá-la
novamente; Eu tenho o domínio dado por Deus. Ao ponderarmos sobre essa palavra "Eu" e
meditarmos sobre ela, percebendo não apenas que Eu sou algo fora do corpo, mas também
governando o corpo, de repente percebemos a natureza infinita do Eu. Foi assim que um
homem simples que começou a vida como carpinteiro e que servia como rabino hebreu se
tornou a luz do mundo - tudo através da palavra "Eu":
Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Eu sou o que Eu sou. Eu sou o pão, o vinho e a água.
Eu tenho carne que o mundo não conhece. Eu vim para ter vida e para tê-la mais
abundantemente.
Qualquer pessoa que percebe a santidade da palavra "Eu" torna-se um líder, nacional ou
mundial, daqueles que estão procurando encontrar essa vida mais abundante. Isso requer
uma compreensão do significado da palavra "Eu", mas isso não implica, de forma alguma,
que seja fácil de ser alcançado. Não foi fácil para Moisés ou Isaías, nem para Jesus que
deixou claro como foi difícil quando disse: "Estreito é a porta, e estreito é o caminho que
conduz à vida, e poucos são os que a encontram".*
(*Mateus 7: 14)
Embora seja difícil, porém, com esta compreensão da verdadeira natureza do Eu que Eu
sou, é possível para qualquer indivíduo elevar-se acima das crenças materiais de sua idade
particular - acima da dominação da mente carnal - ao domínio do Eu que ele é. É possível
que qualquer pessoa morra para seus antigos conceitos materialistas de vida e renasça
através da realização da natureza do Eu que ele é. Uma vez que reconhecemos o Eu,
estamos reconhecendo a Presença de Deus, e "onde está o Espírito do Senhor, há
liberdade".* Onde quer que haja um reconhecimento da unidade do homem com sua
fonte, há o Espírito do Senhor.
(*II Coríntios 3: 17)
A Onipresença e o Infinito do Eu
Quando meditamos na palavra "Eu", tendo descoberto que Eu não estou no corpo, logo
descobrimos que Eu ocupo toda esta sala. Mais tarde descobrimos que Eu estou fora desta
sala olhando para dentro, Eu estou muito acima no teto olhando para baixo, e algum tempo
depois veremos que Eu estou no centro do universo, olhando simultaneamente para frente,
para trás, para a esquerda, e para a direita, contemplando todo este universo ao mesmo
tempo, incluindo o passado, o presente e o futuro, pois Eu e o Pai somos um, e onde Deus
está, Eu estou; onde Eu estou, Deus está.
"Eu vim para que eles possam ter vida, e que a tenham mais abundantemente". 6 Onde
Eu Sou é reconhecido, Deus está. No reconhecimento do Eu é o reconhecimento do Infinito,
e ao ponderarmos sobre essa palavra "Eu", descobriremos que nossa vida está se tornando
mais abundante, nossas relações com os outros mais amorosas, pacíficas e generosas, e
nosso suprimento está aumentando ou se estendendo mais do que nunca, vindo até nós
com menos esforço, menos pressão, menos tensão, e saindo de nós sem qualquer
resistência. (João 10: 10)
Nós criamos nossa própria dor tentando agarrar-nos à forma, tentando agarrar-nos às
coisas que superamos, tentando agarrar-nos às condições que, porque nos deram alegria
ontem, acreditamos que nos darão alegria amanhã, esquecendo que fomos ensinados a
não acumular maná para amanhã, a não acumular tesouros "onde a traça e a ferrugem
corroem".* Não vivemos do maná de ontem; não vivemos das posses de ontem: vivemos
da, e pela Graça de Deus, mas isso pode se tornar aparente para um indivíduo apenas
quando ele tiver chegado na compreensão da natureza desse Eu.
(*Mateus 6: 19)
Muitas pessoas perdem o caminho porque pensam que Eu vivi apenas em um momento e
isso há dois mil anos atrás. Eles pensam que Eu vivi como o homem Jesus e como ninguém
mais, não percebendo que Eu vivo como você e Eu vivo como eu, e que Eu sou a verdadeira
identidade de cada indivíduo. Existe apenas um Eu, e algum dia descobriremos que Eu sou
seu ser e meu ser e que é nosso para que possamos ter vida e para que possamos tê-la mais
abundantemente. É nossa identidade permanente até a imortalidade, e se este templo do
nosso corpo fosse destruído, em três dias, por nosso reconhecimento do Eu que Eu sou, ele
seria ressuscitado. Esse é todo o significado da ressurreição.
ATRAVÉS DA MESA
Quando compreendido, O Caminho Infinito mudará a natureza de suas orações. Os
homens sempre rezaram ou para muitos deuses ou para o único Deus desconhecido por
melhores condições materiais e uma maior abundância de coisas: o mundo orou por
maiores colheitas, por mais chuva e depois novamente por menos chuva, por segurança e
pela paz na terra. Os homens têm orado por casas e companheiros e por abundância, o
mundo poderia ter sido inundado com tudo isto - se o Deus a quem eles oram fosse o tipo
de Deus que pudesse responder a tais orações.
Apesar dos bilhões de homens e mulheres que rezam em locais públicos de culto e os
outros bilhões que rezam sozinhos, e em segredo, os pecados, doenças, guerras, fome e
tempestades continuam, e parece até aumentar. Que outra explicação existe além de que
não existe tal Deus que responda a tais orações?
O Caminho Infinito revela que orar a Deus por qualquer coisa, exceto pelo único grande
dom de uma compreensão de Deus, é uma perda de tempo. Ao longo dos tempos, houve
alguns que alcançaram a Graça de Deus e realizaram a paz na terra e uma abundância
dessas coisas necessárias ao conforto diário; mas é sempre a obtenção de um estado
transcendental de consciência que é o segredo da cura e da harmonia, e essa consciência
espiritualmente iluminada é a substância, a forma e a atividade de nosso bem imediato e
contínuo.
Esta mensagem revela como os buscadores sinceros podem alcançar alguma medida
desta Consciência Espiritual e, assim, trazer alegria, paz, saúde e abundância para si
mesmos e para todos os que podem abandonar a luta pelas coisas a fim de alcançar a
Consciência da Substância Invisível das coisas e condições.
O erro de todas as eras é a crença e a expectativa de que a consciência material ou mental
comum pode acrescentar a si mesma as bênçãos de Deus, enquanto a verdade é que
somente os filhos de Deus - aqueles que têm o Espírito, ou a Consciência de Deus, são
herdeiros de Deus.
Antes que a presença curativa de Deus possa ser experimentada, a consciência deve ser
preparada - transformada, renovada, renascida do Espírito - para que possa ser uma
transparência para essa Luz, e assim, a Graça de Deus pode encontrar entrada "neste
mundo" e superá-lo.
A Arte da Cura Espiritual* apresenta os princípios específicos de cura do Caminho
Infinito** através do qual esta Consciência mística de cura pode ser desenvolvida. O
presente volume, Nossos Recursos Espirituais, é dedicado à revelação real e ao
desdobramento desta consciência transcendental através da compreensão das escrituras e
da meditação. As "Sabedorias"* do Caminho Infinito será mais claramente compreendida
usando Nossos Recursos Espirituais, e Vivendo o Caminho Infinito*, revelará significados
mais profundos, e mesmo o minúsculo panfleto A Quarta Dimensão* revelará sua
profundidade. (*Todos escritos por Joel S Goldsmith)
O mundo não pode conhecer a paz e a unidade até que nós, dos movimentos metafísicos,
alcancemos a unidade em nosso relacionamento uns com os outros. Todos aqueles que
defendem a cura espiritual são um em espírito e em verdade, independentemente das
diferenças nos princípios específicos e das muitas abordagens diferentes do assunto da
cura. O dia da unidade certamente está amanhecendo.
** Nota do editor: A Fundação do Misticismo da Acropolis Books inclui todo o trabalho de Joel
Goldsmith de 1959 dedicado ao desenvolvimento da consciência curativa. (Informativo do tradutor:
Livro disponível em português, traduzido por Giancarlo Salvagni)
♥ 5♥
REALIZAÇÃO ESPIRITUAL ATRAVÉS DA ORAÇÃO
A CURA ESPIRITUAL pode ser realizada de várias maneiras: Pode acontecer através
daqueles que possuem uma consciência de cura, que estão plenamente conscientes deste
dom que lhes foi concedido pela Graça de Deus, e o usam para abençoar a humanidade;
pode ser experimentado por alguma pessoa que não tem nenhum conhecimento das coisas
espirituais, mas que pode ter se colocado inconscientemente dentro da órbita de cura da
Graça de Deus; ou pode ser que um conhecimento consciente da letra correta da verdade,
ou seja, dos princípios da verdade, conduza eventualmente ao desenvolvimento dessa
consciência espiritual necessária para a cura.
Uma vez que a maior parte da cura é realizada através do tratamento, ou seja, primeiro
por meio do conhecimento da letra correta da verdade, todo estudante metafísico,
independentemente da abordagem que ele escolha ou opte por seguir, deve ser capaz de
dar um tratamento inteligente. Isto, no entanto, não tem nada a ver com fazer afirmações e
negações ou proferir clichês metafísicos, porque tais procedimentos estão longe de dar
tratamentos inteligentes e amorosos.
Todos os ensinamentos metafísicos têm como objetivo trazer a vida espiritual para a
experiência de seus alunos, e dar-lhes alguma compreensão da natureza do tratamento,
para que, através da prática do tratamento, a consciência espiritual possa ser desenvolvida.
A consciência espiritual, tão essencial para o trabalho de cura, não pode ser alcançada
através de uma fé cega, nem meramente através de afirmações metafísicas, mesmo se, e
embora, as afirmações sejam verdadeiras. Por trás de cada afirmação da verdade proferida
e por trás de cada tratamento dado, deve haver compreensão.
O Princípio de Um Poder
Ninguém pode dar um tratamento de cura espiritual de forma inteligente a menos que,
primeiro, ele se ancore na compreensão de que, como Deus é Todo Poder, não há poder
que seja necessário para fazer nada a qualquer coisa, por algo, para qualquer pessoa ou por
alguma razão. Não precisamos nem mesmo do poder de Deus, visto que existe apenas Um
Poder, e esse Poder é Deus, o Criador, Mantenedor e Sustentador do universo. É nossa
responsabilidade conhecer esta verdade para não irmos a Deus numa tentativa de
influenciar Deus a fazer algo por nós, para nós, ou por nosso paciente. Voltamo-nos para
Deus apenas para a certeza de que só Deus É. Quando aprendermos a fazer isto, não
temeremos infecção, contágio ou qualquer coisa que o homem mortal ou a mente mortal
possam fazer conosco.
A experiência humana é uma guerra constante entre o poder do bem e o poder do mal, o
poder do pecado e o poder da pureza, o poder da saúde e o poder da doença; e se
julgarmos apenas pelos acontecimentos que nos confrontam no mundo, o mal é muito mais
poderoso do que o bem, porque geralmente parece ser vitorioso sobre o bem e parece ser
muito mais abundante do que o bem.
O fim da nossa sujeição a dois poderes começou no século XIX quando o primeiro dos
movimentos metafísicos revelou que os milhares de anos de guerra entre o bem e o mal
tinham sido desnecessários porque não há dois poderes: sempre houve apenas Um Poder,
e esse Poder é Deus, Poder Espiritual. O mal não era, e nunca foi, um poder, mas apenas
uma crença entretida na consciência humana que agia como poder enquanto a crença
permanecesse na consciência.
Um novo termo, mente mortal, foi cunhado para descrever esta crença em dois poderes
que Paulo chamava de mente carnal. Esta mente carnal, ou mortal, provou ser nenhum
poder. Em vez disso, foi demonstrado ser um nada, uma crença entretida no pensamento
humano. Todo o mal - seja o aparecendo como pecado, doença, morte, falta, limitação,
tempestades, guerras ou a desumanidade do homem para com o homem - devia ser
entendido como efeitos da mente carnal, ou mortal, que não era uma mente, mas uma
influência hipnótica.
Esta revelação resultou em um notável trabalho de cura, por trás do qual estava um
grande princípio: existe apenas Um Poder, e esse Poder é Deus. Todos outros assim
chamados poderes, seja qual for seu nome ou natureza, é a mente carnal, ou mente mortal,
"um braço de carne", o nada. Esta compreensão permitiu aos praticantes curar casos de
câncer, consumismo e pólio; permitiu-lhes parar a infecção ou contágio antes que pudesse
se espalhar - não porque a infecção e o contágio fossem poderes sobre os quais eles
pudessem tentar exercer controle, mas porque estes não são poderes, e tal poder como
parecem ter existe apenas porque foram aceitos como poder no pensamento humano
universal.
Infelizmente, à medida que esse ensinamento se cristalizou e mais e mais pessoas
começaram a aceitá-lo, a mente mortal, que havia sido revelada ser um nada, começou a
ser temida como um poder, de modo que hoje na maioria das práticas metafísicas, há mais
uma vez dois poderes guerreando uns contra os outros - a Mente divina de um lado e a
mente mortal do outro - em vez do grande princípio de que só Deus é Poder.
Que ninguém acredite que um tratamento metafísico, não importa por quem seja dado,
tem qualquer valor se não incluir a compreensão e a convicção de que existe apenas Um
Poder, e que este Único Poder não é um oder a ser usado sobre outro poder. Que ninguém
pense por um momento que ele pode ajudar seus pacientes ou alunos, se ele ainda espera
que Deus faça algo por eles, ou se ele espera e acredita que seu tratamento fará com que
Deus faça algo por eles. A obra de Deus está feita. Deus é o mesmo ontem, hoje e para
sempre, e não deixe ninguém tentar influenciar Deus em seu nome ou no de qualquer
outra pessoa.
Em cada tratamento, devemos colocar toda a compreensão metafísica da verdade que
temos, e o ponto mais importante de tudo é entrar em nossa meditação com uma
convicção absoluta e inabalável do Único Poder e do nada daquilo que aparece como
pecado, doença, morte, carência e limitação. A menos que esse passo tão importante seja
dado, o tratamento é incompleto e não é realmente frutífero.
ATRAVÉS DA MESA
A natureza humana não aceita fácil ou prontamente tal programa conforme descrito
neste capítulo, nem aprecia a perspectiva de tal trabalho, mas, não tem qualquer hesitação
em admitir que deseja desfrutar dos frutos do trabalho quando o trabalho é feito fielmente.
Do estudo e da prática de tais lições, vem a consciência iluminada alcançada que, por sua
vez, aparece como as harmonias da vida.
Nossa consciência iluminada, a consciência quadridimensional, é a própria substância de
nossa saúde, sucesso e plenitude. Nossa consciência realizada é a saúde de nosso
semblante, a fortaleza e a alta torre de proteção, segurança e paz. Lembre-se de que nossa
consciência iluminada não nos dá, envia ou nos fornece nenhuma dessas coisas, mas, sim,
que essa consciência é a própria Atividade, Substância e Lei Divina do nosso ser.
O Mestre não ensina: “Eu lhes darei comida, água, vinho, vida eterna ou ressurreição”,
mas Ele ensina: “Eu sou estes”. Ele nos lembra de trabalhar não pelas formas que perecem -
pelas formas do bem - mas para alcançar a realização de Deus, para que possamos
permanecer na certeza de que onde Eu estou, todo o bem está, porque Eu estou lá. Onde
Eu estou, tudo o que Eu sou aparece como as formas necessárias à minha experiência. Sem
pensar, e somente porque Eu sou, tudo o que Eu sou surge em boa hora e em abundância.
Minha realização de que onde Deus está, Eu estou, e que tudo o que o Pai tem é meu, é a
consciência transcendental que vive minha vida, indo antes de mim, aparecendo como
muitas mansões e, onde necessário, como "de dia em uma coluna de nuvem ... e à noite em
uma coluna de fogo. ”* Uma vez que a Consciência da Graça de Deus é estabelecida dentro
de nós, nossa vida é vivida "não por força, nem por poder"**, mas por esta própria
Consciência.
(*Êxodo 13: 21) (**Zacarias 4: 6)
♥ 6♥
DOMÍNIO SOBRE A MENTE, O CORPO E O BOLSO
É muito parecido com os cavalos que eu montei. Eles não reconhecem o meu controle
nem um pouco. Em vez disso, eles me levam para onde querem ir, mas isso é apenas
porque eu não sei como assumir o domínio sobre um cavalo— e assim ele se diverte
comigo. Portanto, é verdade que a mente também se diverte conosco, mas apenas porque
não aprendemos a exercer domínio sobre ela.
De certa forma, o corpo comporta-se melhor do que a mente e é muito menos
turbulento. Pelo menos, as mãos não roubarão se não as instruirmos a fazê-lo, e as mãos
cooperarão, partilharão e darão, se assim as instruirmos; mas o corpo pode ser tão rebelde
quanto a mente: ele tenta determinar para nós quando estamos bem e quando estamos
doentes, como se não tivéssemos domínio na área do bem-estar físico. No entanto,
entendido corretamente, temos tanto controle sobre a nossa saúde quanto temos sobre a
nossa moral ou sobre a nossa mente pensante, e a única razão pela qual parece que não o
temos é porque não assumimos o domínio.
Este domínio pode ser comparado ao controle amoroso que um pai sábio e
emocionalmente maduro exerce sobre o filho. É uma disciplina de amor e gentileza,
exercida em paz e com paciência.
Nesta meditação, você toma posse da sua mente e reconhece que a paz vem, não em
virtude de quaisquer qualidades suas, mas por causa da Presença e da Graça de Deus. Você
percebeu sua identidade como algo separado da mente e do corpo, como tendo jurisdição
sobre ambos, mente e corpo, e através dessa prática, você assumiu o domínio.
Vivendo como a maioria das pessoas vivem, na agitação da vida moderna, elas não
percebem que há algo além da mente e do corpo, chamado “Eu”, e por causa de sua
ignorância e sua incapacidade de reconhecer esse algo, a mente e o corpo parecem
constituir tudo o que há para elas. Em outras palavras, não há reconhecimento de um Ser
superior à mente, exercendo domínio. Em nosso trabalho, torna-se necessário perceber
que nosso verdadeiro nome e o verdadeiro nome de todas os Bills ou Marys deste mundo
sou “Eu”, nascido de Deus, criado à Sua imagem e semelhança, Deus mantido e sustentado.
Pela Graça de Deus, cada um de nós tem uma mente e um corpo. Estes são os nossos
instrumentos que nos foram dados para propósitos específicos na Terra.
Quando lhe pedem ajuda no assunto do suprimento, só há uma coisa que você pode
fazer: afastar-se da pessoa e do problema, e imediatamente começar a saber
conscientemente a verdade. Você não deve levar o paciente nem a reivindicação para a sua
meditação; você não pode aceitar carência ou limitação, nem pode trabalhar no assunto da
falta ou abundância.
Então, que verdade você deve saber? A sua consciência acaba de receber uma tentação
na forma de uma aparência miserável, e assim, você deve saber a verdade, mas não a
verdade sobre o problema, porque não há verdade sobre um problema. O problema deve
ser imediatamente reconhecido como tentação, a mente carnal, não tendo substância, lei
ou causa. A única verdade que existe, é a verdade sobre Deus, a verdade sobre o universo
espiritual e o ser individual, e essa verdade é esta:
“A terra é do Senhor e a sua plenitude"¹ Deus não pertence a ninguém, e nem terra pode
pertencer a ninguém. Esta terra é o trono de Deus, e tudo o que nela existe. Deus constitui
este universo. A Presença de Deus o preenche, Deus é a Única Vida, a Única Lei para ele, e
Deus é o Único Suprimento. Deus constitui a realização de todo o ser".
(¹Salmos 24:1)
Então, à medida que você começa a habitar conscientemente na verdade, você começa a
se lembrar de muitas passagens que comprovam o fato de que só Deus É, como por
exemplo, "Eu sou a carne"; Eu sou o vinho; Eu sou a água." Onde há uma ausência de Eu?
Onde está a ausência de Deus? Eu preencho todo o espaço. Eu estou aqui e Eu estou lá, Eu
estou em toda parte.
Você vê, que o seu tratamento consiste em declarações da verdade, mas nunca em
declarações sobre o nível da falta ou limitação? Eles estão sempre no nível da verdade
espiritual, porque você está conscientemente sabendo a verdade sobre o que constitui o
suprimento, que é a Verdade sobre Deus, a Plenitude de Deus, a Onipresença de Deus, e a
Onipotência de Deus.
A lembrança pode vir: "O homem não viverá só de pão, mas de toda palavra que sai da
boca de Deus".¹ Onde há ausência da palavra de Deus? Só com aqueles que não
permanecem na Palavra e não deixam a Palavra permanecer neles, só com aqueles que não
habitam "no lugar secreto do Altíssimo".² Com esses, há uma ausência de suprimento
porque eles estão se privando do único Suprimento que existe, a Palavra de Deus, que é o
Pão, a Carne, o Vinho e a Água.
(¹Mateus 4: 4) (²Salmos 91: 1)
O Princípio do Suprimento
Para que o mundo seja despertado para a verdadeira natureza do suprimento, terá
primeiro que aprender os princípios com aqueles que os descobriram e os estão praticando
e demonstrando. Se ao menos aqueles que estão lendo este capítulo estivessem realmente
demonstrando suprimento espiritual, não é difícil imaginar quantos dos seus vizinhos,
amigos e parentes clamariam por um conhecimento desta verdade. Mas o suprimento
abundante não pode ser demonstrado a menos que nós mesmos conheçamos o princípio
do suprimento e, conhecendo-o, deixemos esse princípio ser operativo nos nossos
tratamentos todos os dias da semana, mês após mês, até que seja demonstrado.
O princípio do suprimento pode ser expresso em poucas palavras, mas leva anos para
colocá-lo em prática, e mesmo assim isso só é possível se estivermos dispostos a romper a
inércia o suficiente para dar não só a nós mesmos, mas também aos nossos amigos,
parentes e inimigos um bom tratamento todos os dias até que esse tratamento se torne
uma consciência realizada. Depois disso, só é necessário nos lembrarmos ocasionalmente
desta verdade para permanecer no Espírito.
E qual é esse princípio de suprimento? É que Deus é o Único Suprimento que existe. Nem
dinheiro nem investimentos são suprimento. O dinheiro vem e vai; investimentos vêm e
vão; imóveis, também, vem e vão, flutuando em valor. Existe apenas um suprimento que é
permanente, e esse Suprimento é Deus. Esse Suprimento não é apenas Infinito e Eterno,
mas é também Onipresente e Imutável. Deus realizado é Suprimento Infinito e
Onipresente.
Os estudantes da Verdade que tentam demonstrar suprimento de qualquer outra base
não estão fazendo mais do que o ser humano, que é um bom executor. Através de seus
esforços, eles podem demonstrar um pouco de dinheiro ou propriedade temporária, mas
isso não é suprimento. O suprimento nunca é suprimento até que seja nosso eternamente
e para sempre em abundância infinita— uma suficiência com doze cestos sobrando para
compartilhar.
Deus, sozinho, é Suprimento e se essa premissa é aceita, então seu corolário também deve
ser aceito: para ter suprimento é preciso ter Deus. Muitas pessoas repetem levianamente:
"Deus está em toda parte, igualmente presente". Isso é verdade em abstrato. Essa é uma
declaração absoluta da verdade, muito boa, mas pode resultar em uma demonstração
muito ruim, porque Deus não é onipresente até que Deus seja realizado. Se a verdade da
onipresença de Deus fosse tudo o que é necessário para prover suprimento abundante,
então todas as pessoas pobres da China e da Índia estariam transbordando de suprimento
porque Deus é onipresente nesses países assim como neste. Mas isso não é suficiente. Deus
se torna uma experiência demonstrável apenas na proporção em que Deus é realizado.
Deus está presente sem medida em todo este mundo, mas é preciso um indivíduo imbuído
desta verdade para trazer à tona a cura.
Se você mantém o seu tratamento no nível de Deus, na verdade do ser, longe do seu
paciente e do problema dele, você eventualmente chegará ao lugar onde você chega ao fim
dos pensamentos e palavras, e então você pode se acomodar para a segunda metade do
seu tratamento. Aqui, também, O Caminho Infinito é único, pois não considera um
tratamento de qualquer valor em e por si mesmo, mas apenas como um trampolim para a
segunda parte do tratamento em que você está sem palavras e pensamentos, relaxando,
esperando em Deus. "Deus, agora é a Tua vez. Fala comigo; Eu estou ouvindo. E então há
aquele período de silêncio para o qual você se preparou e agora está pronto depois de ter
dedicado o tempo adequado para conhecer a verdade conscientemente. Naquele
momento de espera expectante vem aquela paz interior, aquele "clique", aquele algo ou
outro que lhe permite saber que Deus está em campo, não Deus mentalmente declarado,
mas Deus espiritualmente realizado. Então você pode fazer o seu negócio, e o seu trabalho
está completo.
Certamente você sabe que não há mal ou poder destrutivo se existe Um Deus. Deus
existe? Qual é a natureza de Deus? Se Deus não é infinito, se Deus não é imortalidade, se
Deus não é onipotência, e se Deus não é onisciência, Deus não é Deus. Mas se Deus é estas
coisas, não existe tal coisa como um poder negativo destrutivo, prejudicial ou injurioso.
Quando você estabeleceu dentro de si mesmo que Deus É e que não há outro poder, você
deu o seu tratamento. Agora você está novamente pronto para aquele período de escuta
em que o selo é colocado naquele tratamento em particular.
O princípio por detrás disso é este: Se você foi elevado a um lugar na consciência onde
você pode orar séria e honestamente para que seus inimigos sejam perdoados, para que
eles sejam libertados da punição e dos seus pecados, para que o Espírito de Deus entre na
alma, na mente e no ser deles, e para que eles sejam libertados dessas reivindicações
mortais, você não é mais um mortal. Quando você se aproxima do nível de consciência
onde você faz a transição para a Cristandade e é capaz de dizer como o Mestre: "Perdoe
setenta vezes sete... Não resista ao mal", você cedeu a sua humanidade. Você rendeu sua
vontade, sua opinião, as suas convicções, e aceitaste a Graça de Deus, e o Espírito de Deus
habita em você.
O Espírito de Deus não habita em uma pessoa cheia de inveja, ciúme, malícia, ódio ou
vingança. Se sentir que agora está cedendo a quaisquer emoções humanas de natureza
negativa a que tenha se entregado, você mesmo pode saber que agora está em uma
atmosfera que não é apenas receptiva e responsiva à cura espiritual, mas agora está se
aproximando desse estado de consciência que pode fazer o trabalho de cura.
Existem muitas pessoas, totalmente despreparadas, que entram no trabalho de cura no
mundo metafísico, e que se envolvem nele apenas porque acreditam estar qualificadas pelo
direito de ter um título ou um diploma ou uma autorização. Isso não faz um curador.
Nenhum número de títulos ou graus tem a ver com um curador de sucesso. Um curador é
aquele que cedeu tanto da sua humanidade que é capaz de perdoar setenta vezes sete, de
orar pelo seu inimigo, de não resistir ao mal e erguer a espada do antagonismo, do ódio, da
inveja, do ciúme e da malícia. Quando uma pessoa cedeu todos esses traços que a maioria
dos seres humanos ama abraçar em si mesmo, o Cristo assumiu o controle de sua
consciência, preenchendo-a com o estado de consciência "perdoa-os-teus-inimigos", e
então ele está preparado não apenas para ser curado espiritualmente, mas para curar.
Não há dúvida de que em cada um dos movimentos metafísicos e espirituais há
praticantes que alcançaram o suficiente desta medida de Cristandade, ou Consciência de
Cristo, para serem capazes de curar. Não faz diferença através de que abordagem eles vêm.
O que conta, e o que é importante, é o grau de Consciência Espiritual que eles alcançaram,
porque é isso que determina a sua capacidade de cura.
Esta consciência espiritual realizada é um reconhecimento do “Eu”. Deve haver sempre
um “Eu” com domínio completo sobre a mente e o corpo, para que quando o estudante se
sentar para dar um tratamento inteligente, isto é, saber conscientemente a verdade, a
mente ou o corpo não o afastará do seu dever ou obrigação, que no final se torna seu
privilégio e prazer. "Tu manterás em perfeita paz, aquele cuja mente permanece em ti."¹
(¹Isaías 26: 3)
E como você sabe essas verdades que deve declarar conscientemente? Você deve viver na
Palavra, e deixar a Palavra viver em você, para que você tenha ao seu alcance mental todas
as passagens da verdade necessárias quando você se sentar para dar um tratamento
consciente e inteligente.
ATRAVÉS DA MESA
Vamos parar por um momento e olhar para a cena humana, não por ser tão bonita de se
ver, mas porque não podemos superá-la sem alguma medida de compreensão do seu
funcionamento.
Um ser humano nunca pode ter a certeza de que um determinado dia não conterá para
ele um acidente, uma doença, uma tentação, ou uma perda. Essas coisas estão
acontecendo todos os dias com um número incontável de pessoas, e ninguém sabe quando
uma ou mais delas chegará perto de sua própria morada.
Quando uma pessoa aprende a causa do mal e sabe porque essas experiências continuam
a ocorrer na vida humana, ela aprende como enfrentar os problemas de cada dia, e assim,
alcançar liberdade, harmonia, alegria e paz - e o que é ainda mais importante, ela está
equipada para servir sua família, seu próximo, comunidade, nação e mundo.
No Caminho Infinito, o aluno aprende a enfrentar a cada dia a realização consciente da
natureza impessoal do mal e de sua impotência: ele sabe conscientemente que Eu sou
Deus. Portanto, Eu sou Um com Deus, e o lugar em que Eu estou é o céu. Ele percebe que
onde Deus está, Eu estou; E onde Eu estou, Deus está, porque somos inseparáveis e
indivisíveis" Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que Eu tenho é teu".¹ Esta verdade é
uma verdade universal. (¹Lucas 15: 31)
O mal, independentemente do seu nome, natureza ou forma específica, é impessoal e,
portanto, não tem pessoa em quem, sobre quem ou por meio quem operar, e não sendo
ordenado por Deus, não tem lei espiritual para sustentá-lo ou aplicá-lo. É o "braço da
carne”— o poder temporal, o nada. Permanecer nesta verdade é estar vestido com o
manto espiritual, onde nenhuma destas coisas chegará perto de sua morada.
O aluno do Caminho Infinito é ensinado que tudo o que ele experimenta deve vir através
de sua própria consciência, e que, portanto, preencher a consciência com uma
compreensão da natureza de Deus e um conhecimento da natureza impessoal e impotente
da causa do mal é assegurar uma vida de harmonia espiritual e serviço aos outros. O
estudante que omite essa permanência diária e consciente na verdade se sujeita à crença
universal em dois poderes, mas a crença em dois poderes não pode operar em uma
consciência que realizou Deus como Onipotência e Onipresença. Se não fosse por esta
aceitação da crença em dois poderes, não haveria existência humana, e estaríamos todos
vivendo em um céu na terra. Nossa imunidade das condições materiais e nossa liberdade
das leis mentais são alcançadas na proporção da nossa lembrança consciente diária e
horária dessas revelações.
Deus nos deu domínio sobre todas as circunstâncias, mas devemos exercer esse domínio
por uma consciência ativa e contínua da verdade da nossa unidade com Deus, e pelo
conhecimento consciente e específico da natureza impessoal e impotente da fonte do erro.
Colocar o machado na raiz da existência material é entendê-lo como um produto da
sugestão mental, não tendo lei ou autoridade.
Viver a vida da Graça é perceber conscientemente que Eu sou Deus, e Eu no meio de mim é
a carne que o mundo não conhece— o mistério oculto da Vida Eterna, Harmoniosa e
Espiritual.
♥ 7♥
VIVENDO PELA MEDITAÇÃO
Chega um momento na vida de todos aqueles que chegam a Deus quando a experiência
da realização de Deus ocorre. Embora seja literalmente verdade que Deus preenche todo o
espaço e que onde estamos, Deus está, isso tem pouco significado na vida do ser humano
comum, porque a atividade de Deus não entra na experiência de ninguém até que Deus
tenha sido conscientemente realizado. É uma experiência real e, no momento em que
ocorre, sabemos que aconteceu.
Por causa da pressão da vida humana, entretanto, esta experiência de Deus não
permanece uma dispensação permanente. É possível ter a realização de Deus,
experimentando assim a Graça de Deus, e ainda, um ou dois dias depois, nos encontrarmos
levando o mesmo tipo de vida humana de antes, com o mesmo grau de acaso, mudança ou
acidente. Torna-se necessário, portanto, renovar a experiência da realização de Deus, não
apenas todos os dias, mas quase todas as horas de todos os dias, porque há uma enorme
quantidade de pressão mundial na atmosfera que inconscientemente captamos e à qual
nós respondemos inadvertidamente de manhã à noite e da noite à manhã.
Mesmo aqueles que estão bem adiantados no caminho espiritual reconhecerão que há
momentos em que, sem nenhuma razão conhecida, o medo os agarra, ou quando a dúvida
e a incerteza os sobrecarrega; e isso é nada mais nada menos do que a atividade do
pensamento mundial que se intromete na consciência de cada indivíduo, embora isso seja
verdade em um grau muito menor naqueles que permanecem, na medida do possível, na
Consciência de Deus, isto é, aqueles que aprendem a “orar sem cessar”.*
(* Tessalonicenses 5: 17)
Existem duas abordagens para a vida - uma em que a vida é vivida pela lei e a outra pela
Graça. A vida vivida no nível humano, materialista, é difícil; na melhor das hipóteses e,
muitas vezes, não apenas difícil, mas para muitos realmente desagradável. É uma vida
vivida pela espada, não apenas a espada da guerra, mas também a espada usada nos
negócios, a espada da competição - competição acirrada, competição inteligente - e na vida
social, a espada da busca de status praticamente a qualquer custo. E, no entanto, Cristo
Jesus ensinou que aqueles que vivem pela espada morrerão pela espada: "Não resistais ao
mal…. Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente; mas Eu porém vos digo, Que
não resistas ao mal. ” * Para o sentido humano da vida, essas são palavras estranhas, quase
impossíveis de serem seguidas por alguns, porque toda a existência humana consiste em
resistir ou lutar contra algo - sempre aquele "olho por olho".
(*Mateus 5: 38,39)
Como pode uma pessoa ir do estado de consciência em que a vida é uma batalha
contínua, vivida pela competição e pelos modos e meios às vezes tortuosos da experiência
humana, para aquela vida pela Graça em que não há necessidade de pensar no que vamos
comer ou no que vamos beber, ou com o que vamos estar vestidos? Esse modo de vida é
possível? Alguém vive sem pensar, sem lutar ou sem conflitos? Alguém vive sem o uso de
força ou poder, puramente pelo espírito de Deus?
A Alquimia da Iluminação
Se estudarmos cuidadosamente a vida dos místicos antigos e até mesmo alguns dos mais
modernos, não podemos deixar de observar que eles tiveram tantos problemas e
ansiedade, tantos infortúnios terrenos quanto muitos de nós experimentamos até que, em
um dia específico e em uma ocasião específica, eles receberam a iluminação ou, em outras
palavras, a experiência direta de Deus.
Foi por meio de tal experiência que Gautama se tornou o Buda, o Iluminado, e depois
dessa experiência ele foi capaz de curar e ensinar a sabedoria espiritual com a qual ele
havia sido dotado. Pessoas vinham de toda a Índia para procurá-lo, para aprender com ele,
ser curado e receber instruções sobre a vida espiritual. Que grande luz ele deve ter sido
para que a fama de sua iluminação pudesse se espalhar tanto e tão amplamente que lhe
trouxe pessoas de todas as partes daquele vasto subcontinente, procurando participar de
sua luz - e tudo isso em um curto espaço de tempo , e sem o benefício de jornais, telefones,
televisão ou rádio.
A experiência de Jesus Cristo quinhentos anos depois foi, sem dúvida, ainda mais
fenomenal. Aqui estava um homem, nascido de uma linhagem inferior de acordo com o
senso humano de valores, um homem que era carpinteiro e um rabino hebreu autorizado a
ensinar e pregar nas sinagogas, mas que mais tarde se tornou o Cristo. O que poderia ter
causado essa mudança radical de um rabino hebreu itinerante, andando para cima e para
baixo na Terra Santa pregando à beira-mar, para se tornar o salvador reconhecido do
mundo cristão?
Certamente, uma tremenda transição deve ter ocorrido em sua consciência para tirá-lo do
templo, porque do contrário ele teria permanecido como seus companheiros rabinos
permanecem, desconhecidos. Mas uma experiência aconteceu dentro dele - de como,
quando ou onde não há conhecimento definido - uma transição aconteceu que fez de Jesus,
o Cristo, fez dele a luz do mundo, uma luz que não se tornou ténue em quase dois mil anos,
embora poucos tenham realmente visto essa luz.
Para todas as aparências, Moisés era um indivíduo comum, embora pertencesse a uma
camada mais elevada da sociedade do que os outros hebreus de sua época; mas mesmo
assim era um homem de barro comum e um homem de temperamento irascível. No
entanto, esse homem conduziu todo o povo hebreu para fora da escravidão, não apenas
para a liberdade física, mas para um senso religioso mais elevado do que aquele povo
jamais havia conhecido. Foi um homem da corte, um hebreu comum, um homem de barro
como todos os outros que fizeram isso? Não, Moisés não desempenhou nenhum papel tão
significativo até ter tido uma experiência no topo de uma montanha, que talvez nem tenha
sido uma montanha real, mas sem dúvida, foi o topo de uma montanha de realização
espiritual.
A partir do momento de sua iluminação, no entanto, ele não era mais um pastor ou um
homem de barro: agora ele se tornou o homem que foi capaz de quebrar o poder dos
faraós e tirar todo um povo de seu ambiente, conduzi-los através de uma das áreas
selvagens mais selvagens que se possa imaginar, supriu todas as necessidades deles - veja
que eles foram alimentados e tinham água, segurança e proteção contra todos os perigos -
e os levou quase à Terra Prometida.
Elias foi perseguido e finalmente forçado a buscar refúgio no deserto, mas através de sua
consciência iluminada ele também encontrou segurança, proteção e suprimentos sempre à
mão onde quer que ele viajasse.
Você não vê que esses homens - e há centenas mais dos quais esta mesma história pode
ser contada - através de seus momentos de iluminação foram elevados acima de ser o
homem da terra para se tornar aquele homem que tem seu ser em Cristo, e a partir de
então eles ficavam de pé acima da multidão, ensinando, curando e elevando outras pessoas
da experiência humana comum para uma dimensão mais elevada de consciência.
Cada uma dessas luzes espirituais deu sua luz a milhares de outras pessoas e tornou
possível aos apóstolos, discípulos e aqueles que viriam depois deles seguirem em algum
grau seus passos e viverem suas vidas também pela Graça. Mas então, o que aconteceu?
Muitas vezes, dentro de algumas gerações após esses grandes místicos terem deixado a
cena, seus seguidores começaram a desfrutar os efeitos das experiências espirituais de seus
professores, em vez de viver na consciência que produziu os frutos do Espírito, e logo eles
se perderam mais uma vez em sua materialidade.
A reviravolta continua até que um dia, por causa de algum pecado em nossa experiência,
alguma doença ou carência, e em alguns casos porque a saúde e a prosperidade se
mostram insatisfatórias, chegamos a esse ponto de nos perguntar: “Não há algum lugar
além deste? Não há algo além disso?” Oh, sim, concordamos apressadamente que
acreditamos em Deus e sabemos que existe um Deus, embora não sejamos honestos o
suficiente para acrescentar: "Mas só porque eu tenho medo de não acreditar, por medo do
que pode acontecer comigo.” Mas essa realmente é a situação em muitos casos, até que o
impulso interno, e às vezes o impulso externo chega, e a busca começa.
Realmente faz pouca diferença o caminho escolhido quando a busca começa. Uma pessoa
pode começar, se for afortunada, com os mais elevados ensinamentos místicos, ou pode
começar com o mais pagão dos ensinamentos religiosos e às vezes até com os
ensinamentos ateístas. O rótulo não é importante. O que é importante é que ele tenha a
intenção e o desejo de encontrar Deus - de realizar Deus. Com isso como objetivo,
independentemente de quantas estradas secundárias ou becos sem saída possam haver,
finalmente, ele atinge o objetivo.
É possível falar sobre Deus e pensar sobre Deus, mas isso não traz Deus para a nossa
experiência, embora possa ser um prelúdio para a experiência. A oração, o pensamento e o
falar - mesmo a leitura sobre Deus - não trarão a experiência de Deus. Deus entra em nossa
experiência em um momento de silêncio. Esse momento pode durar apenas um centésimo
de segundo, se houver tal medida de tempo, ou pode ser um piscar de olhos, mas ninguém
pode saber "o dia [ou] a hora em que o Filho do homem virá ”* - naquele um segundo,
quando a mente humana está quieta, a experiência de Deus vem.
(*Mateus 25: 13)
É aí que a meditação contemplativa desempenha seu papel mais importante, porque a
prática da meditação nos leva àquele ponto em que a mente pode ficar quieta. Não é
realmente possível aquietar a mente humana ou parar sua ação, embora existam inúmeros
exercícios e práticas destinadas a realizar isso, práticas que podem resultar às vezes até
mesmo em alguma forma de aberração mental.
Viver nas belas passagens da Bíblia e na literatura inspirada que vem do coração, mente e
alma de homens e mulheres realizados por Deus, no entanto, acalma a mente e finalmente
a faz parar, mesmo que apenas por um segundo ou um décimo de segundo - e naquele
segundo pode vir aquele flash ofuscante. Pode ser um flash tão ofuscante quanto aquele
que transformou Saulo de Tarso em São Paulo, ou pode ser um pequeno segundo
insignificante de luz que nos faz dizer: “Eu acho que foi isso; Espero que tenha sido, mas se
foi tão rapidamente que eu mal fiquei ciente disto.”
Permanecer na Palavra - ler literatura espiritual, ponderar seu significado e meditar sobre
ela - nos leva àquela silenciosa e quietude interior, aos momentos de paz que nos levam ao
período de meditação, e é neste período que a experiência de Deus pode ocorrer. A partir
de então, é simples trazê-la de volta, vez após vez, até que, eventualmente, viver nessa vida
quadridimensional se torne uma experiência quase contínua.
Normalmente, entretanto, por causa da indolência e inércia da mente humana, o
estudante não fará a única coisa necessária para se manter no caminho até que este
momento de transição possa ocorrer. Nada pode acontecer a uma pessoa, exceto o que
acontece dentro de sua consciência. Portanto, para o estudante espiritual, deve haver
sempre uma atividade de verdade na consciência. Lembre-se desta declaração, porque é
importante e vital para o progresso espiritual: Deve haver sempre uma atividade da verdade
na consciência.
Se a Verdade não é mantida ativamente na consciência, a vida se torna uma futilidade,
uma espera para que algo aconteça. O tão longo e esperado despertar espiritual, o que
muitas pessoas desejam, mas para o qual não fazem nenhum esforço para realiza-lo, não
acontece exceto talvez uma vez em cem anos, ou possivelmente para uma em um milhão
de pessoas, e mesmo assim, como sabemos pela história de muitos a quem isso teria
acontecido, é de nenhum valor, porque veio inesperadamente sem compreensão e sem
qualquer ideia ou conhecimento de como recapturá-lo.
♥ 8♥
TRAZENDO DEUS PARA A EXPERIÊNCIA DIÁRIA
Trazer Deus para a experiência individual só é possível por meio de uma atividade da
consciência. Se fizermos um contato consciente com nossa fonte, fazemos contato com a
fonte espiritual de todos aqueles que podem nos abençoar e todos aqueles a quem
podemos abençoar: "Eu neles e tu em mim, para que eles possam ser perfeitos em
unidade.”* Essa relação de unidade não é realmente efetiva, entretanto, até o momento do
contato, porque até aquele momento somos seres humanos separados, cada um com seus
próprios interesses e propósitos, cada um com suas próprias necessidades, e nessa
separação podemos não estar satisfazendo as necessidades uns dos outros em totalidade.
(*João 17: 23)
Não há circunstância na vida tão pequena ou insignificante, que não possa se tornar
importante por meio desse contato consciente. Se ela fosse nada mais do que a rotina de
meramente ir ao mercado, isso deve não só poupar tempo, mas o que é mais importante,
fazendo esse contato consciente mesmo em assuntos sem importâncias, estabeleceria em
nós o hábito de fazer e continuar o contato para que quando surgisse alguma decisão ou
problema mais vital, não haveria possibilidade de esquecer o princípio, porque nossa
reação a ele teria se tornado mais ou menos automática.
Pode não ser muito importante para nós se nosso marketing custa oito dólares ou oito
dólares e sessenta centavos, e pode não ser muito importante se compramos este ou
aquele pedaço de carne, ou se compramos esses vegetais ou aqueles. O importante é que
estamos formando mais um elo em nossa corrente, porque estaremos aprendendo a nunca
fazer um movimento sem uma consciência dessa unidade. Deve haver a experiência
verdadeira de ser conscientemente um com Deus, a fim de nos encontrarmos
conscientemente um com todo ser e ideia espiritual. Declarar isso com a mente não vai
fazer com que seja assim, mas se mantivermos esse princípio em nossa mente, sentarmos
com ele, refletirmos sobre ele e ponderarmos até sentirmos aquela resposta interior, então
realmente começaremos a demonstrar nossa unidade com todo ser espiritual.
É essa experiência do contato com Deus que vive nossa vida. Até esse momento, a
verdade é apenas uma declaração na mente, e uma declaração na mente está muito longe
de ser uma demonstração. É quando a declaração na mente se torna um sentimento no
coração que sabemos que temos a mão de Deus e a mão de Deus nos segura.
Estabelecendo o Contato com Deus
Antes de nos envolvermos em qualquer uma das atividades de nossos dias, devemos fazer
questão de estabelecer esse contato com Deus. Para aqueles que ainda não aprenderam
como fazer isso, no início, isso deve demorar um tempo. Pode ser necessário ler por alguns
minutos e depois sentar e meditar por mais alguns minutos, depois ler novamente e
meditar, ponderar um pouco da verdade e meditar novamente. Pode levar uma hora inteira
antes de realmente sentirmos: "Está feito".
Aqueles de nós que estão ocupados com as atividades da vida diária e atendendo às
demandas urgentes deste mundo podem levantar a questão: "Onde eu consigo essa hora?"
Essa é uma questão para cada um determinar por si mesmo. Cada pessoa tem que decidir
se vale a pena levantar-se da cama uma hora antes ou duas horas antes de chegar a essa
realização de Cristo, ou se é mais importante ter aquele sono extra.
Não há ninguém que possa legitimamente dizer que ele não tem tempo suficiente porque
todo mundo tem vinte e quatro horas no dia e, embora cada pessoa possa ter exigências
feitas a ela por talvez pelo menos doze dessas horas, durante as outras doze, ela sem
dúvida tem a escolha se vai assistir televisão ou ouvir rádio, ir ao cinema, dormir ou passar
pelo menos duas daquelas horas tentando alcançar aquele sentimento de unidade com
Deus. Cada um deve determinar até que ponto realmente deseja essa experiência.
Um contato com Deus não é meramente uma declaração na mente: é uma verdadeira
libertação interior dos medos ou cuidados mundanos, e é seguido por mais luz espiritual e
então gradualmente por uma mudança no corpo, no bolso ou em outras circunstâncias.
Quando tivermos alcançado essa verdadeira realização, saberemos que estamos sendo
divinamente guiados, divinamente protegidos ou divinamente instruídos, e que Deus está
em campo em qualquer situação que seja.
Há um ponto que nos ajudará a trazer essa realização de orientação e proteção divina
para nós mais rapidamente do que qualquer outro, e é este: quanto mais persistirmos em
acreditar que Deus cura, enriquece ou supre, mais tempo seremos deixados fora do reino
da demonstração. Devemos chegar a um lugar onde percebemos que Deus não é um
poder: Deus é uma Presença. Deus é um Poder apenas no sentido de que Deus é um
Princípio Criativo, o Poder que Mantém e Sustenta Sua criação, mas Deus não é um poder
no sentido de: "Oh, se eu pudesse apenas contatar Deus, Ele curaria a todos, supriria e
protegeria a todos que eu conheço. ” Deus não é um poder nesse sentido.
Deus é uma Presença, mas porque Deus é uma Presença, e Infinito, não há outra
Presença. Todo pecado, toda doença, toda morte e toda falta desaparecem diante da
Presença de Deus. Portanto, devemos ter muito cuidado quando estamos meditando para
não acreditarmos que o Poder de Deus irá curar alguém, ou que o Poder de Deus irá
fornecer suprimentos, ou que o Poder de Deus irá resultar no emprego de alguém. Ele não
funciona dessa maneira.
ATRAVÉS DA MESA
Nosso trabalho não seria totalmente bem-sucedido se, apenas individualmente,
alcançássemos o Espírito de Deus e, ao mesmo tempo, não tentássemos elevar todos os
homens a esse mesmo nível de consciência. Por causa da mudança de tempo em diferentes
partes do mundo, é bom lembrar que, quando você está em meditação, outros alunos do
Caminho Infinito em algum lugar estão em meditação ao mesmo tempo, formando assim
uma Consciência consciente unida da Presença de Deus. Quando mesmo um atinge a
realização da Presença, todos os outros são simultaneamente elevados acima do nível de
seu estado atual de consciência para a consciência superior alcançada por esse um.
Aqui também você revelou o segredo do suprimento. O suprimento só pode ser
demonstrado espiritualmente de forma permanente, elevando-se a consciência a um nível
acima daquele que produziu a falta. Enquanto a consciência de alguém permanecer a
mesma que sofre de falta, a falta permanecerá. É por isso que é inútil tentar demonstrar o
suprimento. Demonstre uma consciência de Deus mais elevada, mais profunda e mais rica,
e o suprimento fluirá no nível superior de consciência.
A consciência superior é alcançada pelo estudo e prática de Princípios espirituais
específicos e pela permanência na literatura inspiradora da mensagem do Caminho Infinito.
Suas meditações irão elevá-lo à apreensão da Verdade espiritual, e esta realização interior
aparecerá externamente como forma.
Lembre-se de que você nunca está meditando sozinho. Você está sempre na consciência
dos alunos, professores e praticantes do Caminho Infinito que estão em meditação com
você ao mesmo tempo em todo o mundo. Quando você alcança uma certa medida da
realização de Deus, você carrega aqueles em meditação com você. Quando outro alcança a
Presença de Deus, você é elevado ao nível de consciência dele - e com sinais que o seguem.
Esta consciência é a Graça de Deus fluindo como sua filiação divina.
♥ 9♥
DESCOBERTA INDIVIDUAL DA VERDADE
A história está cheia de relatos de homens que conquistaram todo o mundo conhecido de
seus dias e, no entanto, eles próprios conheceram apenas infelicidade, insatisfação e uma
crescente falta de paz; assim como hoje, existem homens e mulheres que alcançaram tudo
o que o mundo tem a oferecer em termos de riqueza e fama, e mesmo com todo o seu
sucesso ainda não conhecem a paz. Não é que haja algum mal em obter a saúde ou riqueza
deste mundo, nem ainda em alcançar a fama que este mundo tem para dar; mas, por si só,
nem todos esses juntos constituem uma vida realizada, a menos que sejam acompanhados
por Algo mais além disso. Por si próprios, eles não podem se satisfazer.
Por causa dessa sensação de carência, os homens primitivos fizeram deuses para si
próprios. Havia uma compulsão interna de encontrar uma âncora em algo maior do que
eles mesmos, e então eles criaram deuses para reinar sobre todas as atividades da vida - as
colheitas, clima, amor, vitalidade, casa. No caso dos primeiros hebreus, quando o único
Deus foi pregado a eles, não foi pregado de maneira a estar dentro da compreensão do
pensamento ignorante ou não esclarecido daquele dia. Portanto, na ausência de uma
verdadeira liderança espiritual e por causa da necessidade de um Deus, eles fizeram para si
um bezerro de ouro, pois os homens sempre acharam necessário ter algo para adorar, e
assim, quando não encontraram o verdadeiro Deus, eles criaram substitutos a fim de se
valerem de algo que proporcionasse esperança e satisfação temporária.
Periodicamente, alguém de tremenda estatura vem a este mundo e revela a natureza de
Deus como Deus realmente é - um Deus nada parecido com o Deus que a maioria das
pessoas adoram, nada parecido com o Deus a quem oram ou sobre quem são ensinados.
Sempre que tal pessoa vem a este mundo, ele fala de um Deus que a raça humana não
pode receber, compreender, adorar e, acima de tudo, não pode demonstrar. Por essa
razão, a revelação de Deus não foi uma dispensação permanente: é dada a um, aos dois,
aos doze, aos duzentos hoje, mas amanhã ela tem tudo para desaparecer da terra.
Nem você, nem eu, nem qualquer outra pessoa, pode criar esse Espírito do Senhor com
afirmações, negações ou declarações sobre Ele. Não pode ser rezado para a sua existência,
implorando e suplicando, embora possa haver momentos em que estejamos tão
perturbados mentalmente que por alguns minutos iremos realmente nos voltar para Deus e
falar em linguagem humana de alguma forma como esta: "Deus, por favor, assuma o
controle; tome conta de mim. Estou vagando em um deserto. Abraça-me." Mas não
estamos dizendo isso por causa de Deus; esse é apenas um método de guiar a nós mesmos
para fora do caminho da mente. O bem final é quando estamos quietos e silenciosos o
suficiente, suficientemente em paz, para dizer:
“Fala, Senhor; porque o teu servo ouve. ” * Tua Graça é minha suficiência em todas as
coisas. Não peço comida - pão, manteiga, carne ou vinho; Não peço roupa ou vestimenta;
Não peço sucesso. Tua Graça é minha suficiência em todas as coisas.
(*I Samuel 3: 9)
O milagre da oração é atingir esse estado de consciência, e nesse estado de consciência, o
Espírito de Deus pode vir sobre nós, o Espírito Santo pode descer sobre nós, o Espírito do
Senhor pode estar presente conosco, e nesse Espírito encontramos a liberdade.
À medida que formas cada vez mais profundas de oração e meditação são praticadas,
eventualmente chegamos a uma verdadeira comunhão com Deus. A comunhão é aquela
profundidade de meditação na qual realmente entramos na experiência de tabernáculo
com o Espírito de Deus, e então, é possível ter uma conversa com Deus, receber belas e
inspiradoras transmissões de Deus - às vezes em palavras ou pensamentos e às vezes como
apenas uma consciência da Presença. Parece haver um fluxo entre Deus e nós - uma
entrada e uma saída, uma volta e um retorno, uma doçura, uma gentileza, uma
tranquilidade. Às vezes, transcende todas as palavras e pensamentos e, eventualmente, o
sentido pessoal do eu desaparece completamente e não há mais nada além de Deus. É um
sentido do Eu que não tem limitação finita ou corporal - um estado puro de ser.
Esteja certo disso: Deus não o criou a Sua própria imagem e semelhança para deixá-lo em
falta por qualquer coisa. A imagem e semelhança de Deus, a própria manifestação de Deus
do seu próprio ser, não tem dinheiro suficiente e ao mesmo tempo saúde insuficiente, ou
saúde abundante e não tem dinheiro suficiente. A imagem e semelhança desse Eu que Eu
sou, o próprio Espírito Infinito em manifestação e expressão individual, é a personificação
de tudo o que Deus é. Esse reconhecimento é uma revelação da verdade, mas não é a
demonstração da verdade. A aceitação deve ser seguida de ação.
A verdade sobre nossa própria identidade, nosso próprio ser espiritual interior, é
contrária a todas as aparências. Aparentemente, somos seres humanos envelhecidos,
moribundos, doentes e pecadores. Portanto, é aconselhável fechar os olhos com frequência
e perceber:
Pai, Tu és Ser infinito, e esse Ser infinito é expresso como um ser individual. Eu não
reivindico tal verdade para minha identidade humana: reconheço que um ser humano ou
mortal não é divino, mas que um ser humano deve morrer para o sentido de eu na
realização da natureza Infinita de Deus. Estou tentando “morrer diariamente” para minha
humanidade - não para espiritualizá-la, mas para entregá-la na compreensão de que Deus é
um Ser Infinito, que Deus constitui o ser individual, espiritual, incorpóreo, o ser invisível, o
ser que Eu sou.
"Se eu fizer minha cama no inferno, eis que Tu estás lá."¹ Se eu subir ao céu, Tu estás lá. Se
“eu andar pelo vale da sombra da morte”,² Tu estás lá. Por quê? Porque Eu estou lá: Eu
estou aqui e Eu estou lá, Eu estou em toda a parte. Eu sou um Ser Infinito. Eu sou Auto-
completude.
(¹Salmos 139: 8) (²Salmos 23: 4)
Nunca use a palavra Eu publicamente. Deve permanecer a palavra mais sagrada e secreta
em toda a sua experiência de vida. Mantenha o Eu levantado dentro de seu próprio ser:
Como é reconfortante saber que Eu nunca me deixará, nem me abandonará, saber que Eu
é a Fonte da minha vida, o Princípio Criativo do meu ser. Eu não preciso olhar para "o
homem cujo fôlego está em suas narinas".* Se eu estiver perdido no deserto ou no mar, Eu
estará comigo e Eu me alimentará, me sustentará e me conduzirá com segurança. Se eu
caminhar pelo vale da sombra da morte, Eu andará comigo e revelará a vida eterna para
mim.
(*Isaías 2: 22)
Eu é uma oração secreta e sagrada. Cada vez que você sente a palavra Eu dentro de você,
está reconhecendo que Deus está mais perto de você do que respirar e mais perto do que
mãos ou pés. Existe algo mais próximo do que Eu? Esse Eu é o Poder de Deus ou o que
chamamos de Cristo, o Espírito de Deus no homem. É a individualização de Deus de Seu
próprio ser aparecendo na terra como você. Ao pronunciares a palavra “Eu” interiormente,
secretamente e silenciosamente, você abriu sua consciência na atitude de “Fale, Senhor;
porque o teu servo ouve”, * e a Voz que você ouvir derreterá a terra; a Voz do Senhor
dissolve todos os problemas. Quando essa Voz se expressa em você, toda a terra se derrete
- a terra e todos os problemas do materialismo. Os medos desaparecerão; as dúvidas
desaparecerão; e sem pensamento ou planejamento, acontecerão eventos em sua
experiência que só poderiam vir a você pela Graça Divina, pelo reconhecimento de que Eu
no meio de você é poderoso. (*I Samuel 3: 9)
Deixe que o Eu que você sente faça Seu caminho com você. Deus plantou-Se no meio de
nós e, ao plantar-Se no meio de nós, todas as coisas nos são acrescentadas. Em cada
semente que é plantada no solo, há algum tipo de poder que chamamos de natureza que
atrai para aquela semente tudo o que ela precisa da terra. Plantada no meio de nós está a
Presença e o Poder de Deus, ou aquilo a que chamamos filho de Deus ou o Cristo. Ele está
aí, mas com um propósito: atrair para nós, a partir deste mundo - mesmo dos confins da
terra - todas as coisas necessárias para o nosso desenvolvimento e desdobramento.
Se o nosso cumprimento requer que alguém seja levantado na América do Norte, Europa,
Ásia ou África, esteja certo de que ele será levantado e trazido à nossa porta; ou, por outro
lado, se for necessário que sejamos transportados a terras estrangeiras para encontrarmos
o que é necessário para nosso desenvolvimento, Eu, no meio de nós irá nos transportar
para onde for preciso estar. Quando acreditamos que nosso bem depende de dinheiro,
amigos, influência ou qualquer circunstância humana, impedimos a operação da lei
espiritual dentro de nós mesmos, mas quando reconhecemos que não é dinheiro, influência
ou alguma circunstância particular ou conjunto de circunstâncias que precisamos, mas
apenas a realização do Eu, então descobriremos que essa realização do Eu irá até os confins
da terra e atrairá para nós tudo e todos necessários à nossa experiência.
A premissa básica do Caminho Infinito é a infinidade do ser individual, não em virtude de
qualquer evento humano, mas em virtude da Graça Divina que plantou o Eu no meio de
nós. Esta revelação não envolve o aperfeiçoamento do homem humano, mas traz à luz,
cada vez mais, do homem-Cristo que na realidade somos. O maior bem que conhecemos
como seres humanos é ser seres humanos melhores, seres humanos mais saudáveis, seres
humanos mais ricos ou seres humanos importantes; mas chega um ponto na realização
espiritual quando sabemos que mesmo se pudéssemos nos tornar os seres humanos mais
saudáveis ou ricos em todo o mundo, isso não seria a solução para os problemas da vida. Só
Eu dentro de nós - Eu no meio de nós - permite-nos descansar em Paz espiritual.
Amarre a palavra Eu em sua testa; amarre-O em seu braço; coloque-O no portão de sua
casa. “Ore sem cessar”*; guarde essas Palavras da Verdade dentro de você e continue se
tornando receptivo até que essa Palavra crie raízes. Então, depois de ter criado raízes,
espere pacientemente que Ela brote e floresça e lhe dê Seus frutos.
(*I Tessalonicenses 5: 17)
ATRAVÉS DA MESA
Mais cedo ou mais tarde surge em cada um de nós um desejo de ser um com a nossa
natureza divina, uma fome intensa pela verdadeira Carne e uma sede pela Água Espiritual e
pelo Vinho, mas não reconhecemos o que está acontecendo e interpretamos
incorretamente este anseio da alma; como dor, carência, frustração e infelicidade.
No Cântico de Salomão, o desejo de união com Deus é interpretado como um anseio
humano pela presença de um ente querido. Em escritos místicos, encontramos aqueles que
vagaram pelo mundo inteiro em busca de felicidade ou paz, e com pecadores em busca de
consolo pela satisfação dos desejos dos sentidos. Assim, tenho visto enfermos buscando
remédios ou orações - pílulas materiais ou poderes mentais - sem perceber a profundidade
de seu próprio anseio por Deus. Uma vez que eles despertem para sua real necessidade que
é conhecê-Lo corretamente, para se reunir com a Fonte da vida da qual eles brotam, eles
estarão no caminho espiritual que os leva à liberdade.
Em meio a qualquer prova ou tribulação, tente compreender que Deus está procurando
você para trazê-lo de volta para casa com Ele, não na morte, mas na Vida Eterna. Perceba
que essa mesma dor, infelicidade ou falta é apenas essa sensação de separação de Deus e
imediatamente descanse na certeza de Sua presença. Relaxe e deixe a mão Dele entrar na
sua. Deixe Sua Graça ser uma bênção para você.
♥ 10 ♥
O GOVERNO ESTÁ SOBRE SEUS OMBROS
Mais uma vez o mundo está em uma de suas crises periódicas - uma das muitas centenas
que têm ocorrido em intervalos ao longo da história. Se você é algum estudante de todos
os assuntos mundiais, mesmo ao ponto de apenas ler as primeiras páginas dos jornais ou
ouvir noticiários, deve estar ciente do fato de que há pelo menos meia dúzia de grandes
problemas que o mundo enfrenta, qualquer um dos quais poderia resultar no fim desta
civilização particular e para o qual ninguém ofereceu qualquer tipo de solução.
Estamos enfrentando condições mundiais que são insuperáveis humanamente. Eles não
são realmente intransponíveis, entretanto, porque não há problemas que possam surgir
que não possam ser resolvidos; e quando digo resolvidos, não quero dizer resolvidos com
base na conveniência ou compromisso, mas resolvidos de forma vantajosa para todos os
interessados. Pode-se fazer uma analogia entre períodos da história mundial e períodos de
nossa experiência individual. Por exemplo, às vezes há distúrbios físicos que podem ser
curados com facilidade e baixo custo por meio de ajuda médica e, enquanto nossos males
físicos estiverem nesse nível, não há muito com que nos preocuparmos. Alguns centavos de
aspirina aqui ou alguns centavos de bicarbonato de sódio ali ou alguns dólares em cirurgia,
e estamos bem. É somente quando o médico nos diz que temos uma doença incurável que
sentimos que estamos enfrentando um problema humanamente insuperável, e então, é
que muitas pessoas são levadas a encontrar uma solução espiritual.
Assim é nos assuntos mundiais. Enquanto o mundo avançava no que pode ser chamado
de “os bons e velhos tempos”, havia pouquíssimos problemas para os quais não era
possível encontrar uma solução, porque geralmente estavam localizados em alguma área
específica. Mas a solução para esses problemas era apenas superficial e as questões básicas
nunca foram completamente resolvidas. Quando, no entanto, essas tensões e conflitos se
tornaram de alcance mundial e uma faísca em uma parte do globo acendeu um incêndio
cujas chamas devastadoras varreram quase instantaneamente o mundo inteiro, fomos
então, confrontados com uma doença realmente mortal e incurável do ponto de vista
humano.
Quer se trate de outra guerra mundial ou desastre econômico que poderia mergulhar o
globo no caos, no que diz respeito ao quadro humano, a situação mundial é crítica. O maior
perigo, entretanto, não está em perder nossa vida ou nossos bens, mas em perder nossa
alma. Na verdade, a perda do sentido físico da vida é o mínimo que devemos temer. O que
devemos nos preocupar é o perigo para a alma, pois quando o homem é escravizado, ele
perde sua alma temporariamente - ele não ousa mais chamá-la de sua. Portanto, um perigo
para a liberdade é um perigo muito maior do que a perda de uma vida física. É por isso que
repito que estes são dias críticos para o mundo.
As nações do mundo, como tais, não estão buscando luz espiritual ou existência espiritual.
Eles estão buscando o fim da guerra e que não tanto para que a paz seja estabelecida, mas
para seu próprio bem-estar individual. Não nos esqueçamos de que os Estados Unidos não
estavam preocupados com as centenas de milhares que foram dizimados de um só golpe
por uma bomba atômica. A desculpa para jogá-la foi: “Salvamos dezenas de milhares de
vidas de nossos próprios soldados”. Sim, mas tiramos centenas de milhares de vidas de
alguma outra nação. Nossa atitude foi a seguinte: “O que isso tem a ver conosco? Nós
salvamos nossas próprias vidas.”
É o mesmo com todas as nações. A nação que primeiro usou uma arma superior à de seus
inimigos não considerou seu oponente: preocupou-se apenas em acabar com a guerra para
seu próprio benefício.
Nunca acredite por um momento que você ou eu podemos fazer a demonstração do
mundo por ele. As confianças das quais as pessoas do mundo dependem não podem ser
tiradas delas em seu estado atual de consciência, porque se esses suportes forem
removidos, nós tiramos seu Deus. O mundo tem que resolver seus conflitos e resolver seus
problemas à sua maneira e de acordo com seu atual desenvolvimento de consciência.
Você se lembra de como Pedro tentou andar sobre as águas e como o Mestre teve que
resgatá-lo? Ninguém pode andar sobre a água por ninguém. Cada um tem que aprender
por si mesmo. Em outras palavras, a identidade espiritual de cada um de nós deve ser
despertada para que possamos perceber nossa verdadeira identidade e demonstrá-la.
Não adianta ceder à esperança vã de que Deus vai entrar neste mundo e acabar com as
guerras, depressões ou superar os problemas trabalhistas. Deus entra no mundo e opera
apenas através da consciência humana. Tem que haver uma consciência através do qual
Deus pode funcionar.
Quanto mais dedicado um indivíduo é à Verdade, maior o grau de consciência espiritual
ele atinge e maiores os frutos na forma de cura e harmonia e, finalmente, maior a
influência que ele exerce em sua comunidade, nação e no mundo em geral. Aqueles que
podem se elevar às alturas de Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Isaías, Jesus ou João farão as
grandes obras do mundo. Cada um estabelece os seus limites, porque é o grau de
dedicação que determina os frutos. A atividade do Cristo pode libertar o mundo inteiro das
limitações de toda natureza - pobreza, pecado, doença e morte - mas o Cristo não pode
fazer tais coisas a menos que tenha instrumentos pelos quais possa trabalhar.
Deus É, mas por si só, isso não tem utilidade para o mundo. Cristo É, mas isso também
não tem utilidade para o mundo. Somente quando o Poder de Deus está centrado em e
através da consciência individual, Ele faz sua aparição na terra para o benefício do mundo.
♥ 11 ♥
O QUE VOCÊ TEM NA CASA?
Jesus usou esse mesmo princípio ao multiplicar os pães e os peixes. Quando havia
multidões para serem alimentadas e Jesus ordenou a seus discípulos: "Dai-lhes vós de
comer", e quando eles contestaram que tinham apenas cinco pães e dois peixes, "ele pegou
os cinco pães e os dois peixes, e olhando para cima para o céu, ele os abençoou, e quebrou,
e deu aos discípulos para colocarem diante da multidão. ”* Aqueles cinco pães e peixes
eram suficientes para toda a multidão, sobrando doze cestos cheios.
(*Lucas 9: 13,16)
O princípio envolvido nesses dois exemplos de suprimento é o seguinte: você é Infinito;
tudo o que Deus É, você é, e tudo o que o Pai tem é seu. Não comece a procurar na carteira
para ver se consegue provar isso, porque não estamos interessados neste momento no que
o mundo chama de evidência sensata: estamos interessados em um princípio de vida.
Comece a Derramar
Por causa da natureza Infinita do seu ser, você tem cem por cento de integridade, mesmo
que neste momento não esteja expressando tudo isso. Você tem toda a lealdade, fidelidade
e benevolência que emanam de Deus; você tem toda a Vida de Deus que é Imortal, toda a
Alma de Deus que é Pureza. Você tem o próprio Espírito de Deus em você - tudo isso, não
apenas uma parte, pois você não pode dividir o Espírito, não pode dividir a Alma.
Nenhuma qualidade Espiritual pode ser dividida - ou você tem tudo ou nada, e não ter
nenhuma é impossível por causa da Onipresença. Existe apenas a Presença Total. Tudo de
Deus é seu agora; tudo o que o Pai tem é seu agora: a Vida de Deus é sua; a Mente de Deus
é sua; a Alma de Deus é sua.
Comece com esse princípio como fundação, e então comece a derramar, comece a
quebrar. Você incorpora dentro de si a Infinidade de Deus. Tudo o que o Pai tem e É está
dentro de você - tudo isso. Você não depende de um governo, de um marido, de uma
esposa ou de um emprego, embora, neste momento, um desses pareça ser a fonte de seu
suprimento. Portanto, não os deixe de lado, mas comece agora mesmo a quebrar sua
dependência deles, entendendo que você tem dentro de você a Fonte do seu bem - nem
mesmo Deus pode enviá-lo porque está incorporado em você desde o início. “Antes que
Abraão existisse, Eu Sou” * em você na plenitude.
(*João 8: 58)
Na demonstração prática deste princípio, você deve começar neste momento para
encontrar maneiras de derramar de seu cântaro de óleo, para quebrar seus pães e peixes
particulares. Por exemplo, se você está lutando contra uma sensação de doença, em vez de
tentar adquirir saúde, deve começar a reconhecer:
“Eu incorporo minha saúde; e, portanto, ela deve derramar do centro do meu ser. Não
buscarei obter saúde, mas sim, expressar a saúde que é meu direito divino.”
Se você está lutando com uma sensação de falta ou limitação, você deve começar a
derramar. Se necessário, pegue alguns centavos todos os dias e dê para alguém que possa
fazer uso deles, mas comece a colocá-los em circulação, em vez de esperar que mais
centavos entrem. Não seja imprudente e dê mais do que você tem; não abra uma conta de
cobrança e confie em Deus para atendê-la no próximo mês. Primeiro, forneça o dinheiro
necessário neste mês do infinito de seu ser, e depois vá gastá-lo no próximo mês.
Demonstre primeiro e gaste-o depois. Não gaste ele primeiro e depois confie em Deus. Faça
sua confiança primeiro.
É possível que você tenha represado dentro de você exatamente o que deseja.
Provavelmente, a maioria de vocês gostaria de ser perdoado por algum ato de omissão ou
comissão em sua vida, e a maneira de obter esse perdão é perdoando. Comece a perdoar
todos aqueles que o usaram de forma maldosa, todos aqueles que o perseguiram e
injustiçaram. Comece a perdoar todos os ditadores e tiranos do mundo que foram ou tem
sido uma causa direta ou indireta de sofrimento em sua experiência. Comece a perdoar os
membros de sua família que não apreciam o que você faz por eles. Comece agora mesmo a
pedir que eles nunca sejam punidos por seus pecados. Nossa oração deve ser:
“Pai, oro para que eles sejam perdoados de seus pecados sem pagar qualquer penalidade.
Eu próprio cometi alguns pecados que gostaria de ter sido perdoado sem pagar qualquer
penalidade. Que todos sejam perdoados.”
Pode ser que você queira obter o reconhecimento de certas pessoas ou do mundo, mas
só há uma maneira de obtê-lo: dar reconhecimento às pessoas que você conhece que
merecem reconhecimento.
Muitas pessoas pedem ajuda para obterem companheirismo, mas na verdade o que
desejam é companhia, não companheirismo. Se eles quisessem companheirismo, eles
sairiam e expressariam isso, porque todo mundo tem companheirismo dentro de si mesmo
- ninguém nunca foi privado de companheirismo. É uma qualidade de ser e não pode
chegar a ninguém - tem que fluir dele. Então, se você estivesse em uma ilha deserta e não
houvesse nem mesmo um homem com quem fazer companhia, você poderia descer até a
beira da água e fazer companhia com os peixes ou seixos na praia ou com os pássaros no ar.
De uma forma ou de outra, você deve começar a expressar companheirismo e, então,
descobrirá que terá mais companheirismo em sua vida do que pode encontrar tempo para
desfrutar.
Quando fizeres isso, você vai encontrar que o seu bem flui abundantemente, não para
você, mas de você, e ainda, na imagem externa, parecerá estar vindo para você. Você pode
provar a veracidade desse princípio porque tudo o que você precisa fazer é contê-lo por um
momento, interrompendo o fluxo de saída, e então observar a rapidez com que o fluxo de
entrada para também.
Sua maneira de dar seus primeiros frutos era dar dez por cento de suas colheitas, seu
gado, seu ouro, ou o que quer que eles tivessem para a igreja. Você pode fazer a mesma
coisa hoje, reservando uma parte de sua renda - qualquer porcentagem que você decidir
considerar certa para você - e depois dando-a a qualquer propósito espiritual, benevolente
ou impessoal que pareça digno para você.
A porcentagem ou quantia específica não é tão importante quanto aderir ao princípio de
dar os primeiros frutos a Deus, mesmo ao ponto de não o fazer para praticar este princípio.
Isso estabelece um padrão de doação com base na sua compreensão de que sua
Generosidade é Infinita porque é a Generosidade de Deus, não sua pessoalmente. Então
você não tem medo de se separar de nada disso como seus primeiros frutos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns dos pais que tinham filhos indo para as forças
armadas pediram-me para cuidar de seus filhos enquanto eles estavam no serviço, ou seja,
para assumir o trabalho diário pela sua segurança e proteção. Em cada caso, minha
resposta foi: "Não, não posso fazer isso a menos que seu filho ou filha o deseje, e depois, só
se ele ou ela estiverem dispostos a cooperarem comigo."
No início, alguns pais pensaram que isso era ter um coração muito duro, mas isso era
apenas ser honesto. Não tenho nenhuma influência especial com Deus que me capacite a
prometer segurança ou proteção a certos indivíduos favorecidos. Há, entretanto, um
princípio de vida que será a proteção e a segurança de qualquer pessoa que esteja disposta
a pagar o preço da proteção e da segurança.
O que exigi destes jovens homens e mulheres foram seus primeiros frutos. Eles tiveram
que me prometer que, quando acordassem pela manhã, orariam por seu inimigo - não por
si mesmos, não por seus aliados e não por suas famílias em casa. Eles deveriam dar os
primeiros frutos a Deus, fazendo uma oração pelo inimigo. Depois disso, eles estavam livres
para fazer qualquer tipo de oração por qualquer outra pessoa pelo resto do dia. Qualquer
um que abrir os olhos pela manhã e orar pelo inimigo deu os primeiros frutos a Deus
porque o Mestre revela que a única oração eficaz é orar pelos inimigos.
Deixe sua vida ser uma vida de doação - doação do Infinito que você é. Dê sua primeira
oração ao seu inimigo. Dê o primeiro fruto de seu suprimento a Deus para qualquer
propósito espiritual que desejar. Dê Amor a partir do Infinito de Amor dentro de você.
A vida consiste em dar - mas não meramente de uma conta bancária. Dê a partir do
Suprimento Infinito e Ilimitado de Deus.
A Cristandade nunca busca receber. Não há registro em todo o Novo Testamento do Mestre buscando
saúde, riqueza, reconhecimento, recompensa, fama, pagamento ou gratidão. O Cristo brilha; sua atividade
completa é a de brilhar. É por isso que o Cristo é frequentemente referido como a Luz. A Luz não pode
receber nada: a Luz é um fluxo; a Luz é uma expressão; a Luz é um derramamento. Assim é a Cristandade.
Nunca deseja receber nada; É a própria Infinidade de Deus em expressão individual….
O princípio da abundância é: "Ao que tem, será dado." Pratique este princípio, lançando seu pão sobre as
águas, dando livremente de si mesmo e de seus bens, sabendo que o que você está dando é de Deus e que
você é apenas o instrumento pelo qual isso flui para o mundo. Nunca espere um retorno, mas descanse em
quietude e confiança, na certeza de que dentro está a fonte da vida, e que Sua graça é a sua suficiência em
todas as coisas. Nessa certeza, nascida de uma compreensão interior da letra da Verdade você tem: A taça da
alegria transbordante e tudo o que o Pai tem fluindo para fora em expressão.*
(*Pelo autor, Praticando a Presença)
ATRAVÉS DA MESA
A algum tempo, parecia que os Estados Unidos estavam sendo agarrados pelas garras do
medo. Parecia haver toda uma filosofia de medo alimentada pelas muitas vias de
comunicação.
O medo não conhece fronteiras, e assim, do outro lado do mar, a nuvem acelerou
rapidamente até que, primeiro, a prosperidade nos deu o medo e calafrios da inflação; e
rapidamente seguiu-se a febre do medo da depressão e da deflação. O medo sempre deve
ter uma forma. Sempre deve haver algo a temer, ou não haveria medo.
Mas o medo é estrangeiro aos americanos e não poderia criar raízes profundas no solo de
nossa consciência. A América é uma nação de pioneiros. Os americanos herdaram as
qualidades de todas as raças conhecidas de homens e mulheres corajosos que viajaram
pelas montanhas e mares para chegar às costas desta nação, ancestrais que lutaram contra
as antigas tiranias para encontrar a liberdade de mente e corpo na atmosfera saudável de
uma nova terra. Incontáveis americanos são descendentes daqueles que desafiaram as
montanhas, riachos e tempestades para construir uma nova vida em uma nova terra.
Não há medo em nossa alma, mente ou corpo. Como nação, a América já superou tudo o
que poderia ser temido. Não há solo na consciência americana em que o medo possa criar
raízes. Não há pensamento ou coisa estranha em nossa vida nacional, racial ou religiosa que
ainda não tenha sido superada. Não há mais nada a temer.
♥ 12 ♥
O PRINCÍPIO DO NÃO-PODER
As férias de Natal têm muitas lições importantes para nós, e seria bom abordar esta época
com uma compreensão da natureza de todos os nossos feriados, ou dias santos, como
simbolizando aspectos importantes da vida espiritual.
Nos tempos antigos, quando a Verdade era ensinada apenas para aqueles que tinham
alguma medida de educação - e geralmente isso significava apenas para aqueles no estrato
superior da sociedade - a fim de manter esses ensinamentos das massas incultas que
poderiam, em sua ignorância, compreender mal e aplicá-las mal, todo o ensino era feito por
símbolos. Que o Mestre reconheceu este fato e a conveniência de dar os ensinamentos
mais sagrados apenas para alguns, é evidenciado por sua advertência a seus seguidores
contra lançar pérolas aos porcos para que não fossem pisoteadas. Porque a Verdade
poderia ser mal compreendida, foram feitas todas as tentativas para mantê-la longe
daqueles que poderiam fazer mau uso dela.
Você pode se perguntar se é possível aplicar mal a Verdade ou usá-la de forma destrutiva,
e isso, é claro, dependeria da verdade sobre a qual você está pensando sobre e da verdade
acerca de quê. Por exemplo, hoje a área de aprendizagem relacionada ao reino da mente
está quase completamente inexplorada. Ninguém até o momento empreendeu um estudo
da mente de um ponto de vista correto, embora milhares de anos atrás o segredo da mente
fosse conhecido em sua plenitude.
Com o conhecimento completo da mente e sua operação naqueles primeiros dias, veio o
abuso e o mau uso de tal conhecimento. Separadas e à parte das antigas escolas de
sabedoria, surgiram outras escolas que eram chamadas de irmandades negras. Nessas
irmandades, o número de membros consistia em alguns dos alunos que haviam recebido
seu treinamento original nas escolas de sabedoria e que perverteram seu conhecimento
para propósitos malignos e às vezes o usavam apenas para fins pessoais ou egoístas; mas
seja qual for o propósito, o conhecimento foi usado erroneamente.
A partir daí, em todas as raças primitivas, surgiram práticas nas quais a mente era usada
tanto para o bem quanto para o mal. Estas práticas têm sobrevivido até hoje entre alguns
kahunas no Havaí e alguns nativos na Austrália, América Central e em algumas partes da
América do Sul, onde aqueles homens de integridade inata usam seus poderes para o bem -
mesmo para o trabalho de cura - enquanto aqueles que aprenderam sobre os princípios da
mente e não desenvolveram um grau suficiente de integridade, perverteram a atividade
mental e a usaram para promover seus próprios interesses egoístas. Tal perversão do
conhecimento da verdade mostra claramente que se a verdade cair em mãos erradas, ela
pode causar estragos na vida daqueles que não entendem a verdade que o torna livre.
Hoje, mesmo em nosso mundo civilizado, existem ensinamentos que afirmam ser capazes
de instruir os alunos como usar a mente para fins bons e também para fins de mal, ou seja,
como usar a mente para influenciar as pessoas, de modo que uma pessoa possa obter o
que ela quiser deles.
No final, ele não apenas deu sua vida, mas ensinou: “O que encontrar a sua vida, perdê-la-
á, e o que perder a sua vida por minha causa, encontra-la-á.”* Aqui, é claro, ele não estava
se referindo a qualquer necessidade de sermos crucificados na cruz, mas sim a perdermos
nossas vidas no sentido de não usar a Verdade para lucro pessoal ou fama pessoal,
desistindo de qualquer desejo de adulação pessoal e ganho pessoal e, assim, viver nossas
vidas para o mundo.
(*Mateus 10: 39) .
O falso senso de “eu” que egoisticamente usa a Verdade para ganho pessoal e o
verdadeiro Eu que está disposto a perder sua “vida por minha causa” são simbolizados
pelas irmandades negras e brancas. As irmandades brancas consistem naqueles de tal
integridade que cada partícula da Verdade conhecida por eles é usada para o bem-estar da
humanidade. Ninguém que faça parte da irmandade branca jamais seria culpado de
prostituir a Verdade usando-a para seu próprio propósito egoísta.
As irmandades negras são compostas por aqueles que, aprendendo os Princípios da
Verdade, não estão à altura de viverem as suas vidas altruistamente em dedicação às
pessoas do seu mundo, mas que veem a oportunidade de usar esse conhecimento para
fama, nome ou ganho pessoal. Existem ensinamentos sendo oferecidos ao mundo hoje que
instruem seus adeptos na arte de usar os princípios do bem para fins destrutivos e egoístas.
E assim, novamente, há o inimigo da Verdade na consciência humana, aquele que quer
destruir a Verdade.
A história do mundo prova que, ao longo de todos os tempos, aqueles que usaram a
Verdade de maneira imprudente, egoísta, gananciosa e maligna tiveram um triste fim,
porque as obras que fizeram reagiram sobre eles mesmos. Isso também está de acordo com
o princípio de “tudo o que o homem semear, isso também colherá. Pois aquele que semeia
na sua carne, da carne colherá a corrupção; mas aquele que semeia no Espírito, do Espírito
colherá a vida eterna”.* O que eles fazem aos outros é feito a si próprios.
(*Gálatas 6: 7,8)
Aqueles que utilizam os Princípios da Verdade para propósitos egoístas ou malignos estão
simplesmente acumulando um depósito cheio de maldade para si mesmos. A lei cármica
nunca falha: ela sempre reage sobre quem a usa para o mal, assim como reage para o bem
sobre quem a usa para o bem. Em outras palavras, aqueles que semeiam para o Espírito
colhem a vida eterna.
O pão que lançamos sobre as águas é o pão que volta para nós. Se o pão que lançamos
sobre as águas é o pão da Verdade, da Vida e do Amor, esse é o pão que volta para nos
abençoar; ao passo que, se enviamos pão corrupto - o pão da personalização, do egoísmo,
da ganância, do mal - esse é o pão envenenado que retorna para nós.
E assim é que o mundo nunca poderia aceitar a verdade que temos, e esta verdade
receberia hoje o mesmo destino que recebeu há dois mil anos se fosse feita uma tentativa
de enviá-la para o mundo com muito alarde. Por outro lado, ao publicá-la, como estamos
fazendo, sem publicidade ou promoção, ela permanece não apenas na sua consciência
individual e na minha, mas também nas estantes da maioria dos seminários e bibliotecas
públicas em todo o mundo. Ela está lá e dia a dia está sendo aceita por aqueles indivíduos
que são conduzidos às estantes onde esses livros estão para serem encontrados.
É nossa função celebrar o Natal reconhecendo o nascimento do Cristo em nossa
consciência, e então, escondendo-O ali. Faça sua viagem ao Egito, esconda o seu Cristo e
deixe-o crescer, e então, conforme Ele encontra toda a sua força e se torna demonstrável,
lentamente, gradualmente, gentilmente, dê-o àqueles que o procuram.
Uma vez que desistimos do desejo por um poder que possa ser usado, teremos tomado
consciência da revelação que nos foi dada nesta mensagem e aprenderemos o segredo de
“não resistir ao mal”.¹ Por que Jesus nos ensinou a “não resistir ao mal?” Por que ele
repreendeu seus discípulos quando eles vieram a ele e disseram: "Até os demônios se
sujeitam a nós pelo teu nome."² Porque isto não era verdade: não era verdade naquela
época e não é verdade agora que o mal está sujeito a qualquer pessoa pelo nome ou pelo
poder de Deus. Jesus não disse ao homem impotente e aleijado que o poder de Deus o
restauraria, mas sim: “Levanta-te, toma o teu leito, e anda."³ E existe o Princípio, um
Princípio de vida que não pode ser usado com propósitos egoístas para obter fama ou
fortuna. Não pode ser usado para nenhum meio pessoal, porque essa Verdade não está no
nível da matéria ou da mente e, portanto, está acima e além dos pares de opostos.
(¹Mateus 5: 39) (²Lucas 10: 17) (³João 5: 8)
Qualquer coisa de natureza material ou mental pode ser usada para o bem ou para o mal.
A mesma droga usada para curar pode ser usada para matar. A eletricidade, com todos os
seus aparelhos convenientes, pode ser uma bênção, mas também pode ser destrutiva. A
boa comida pode construir um corpo saudável, mas o excesso dela pode destruí-lo.
Qualquer coisa de natureza material ou mental pode ser usada para o bem ou para o mal.
É apenas quando tocamos o reino do não-poder que entramos em um Reino onde há Algo
que não pode ser usado nem para o bem nem para o mal, mas que se revela como bom.
Não estamos usando-O: Ele está cumprindo a Si mesmo. Por exemplo, quando o Mestre
declarou: “Eu não posso fazer nada por mim mesmo”, ele revelou o princípio que é básico
para o tratamento do Caminho Infinito. Se fôssemos dar a alguém um tratamento, seria
uma atividade mental, e essa atividade mental, como foi provado, pode ser usada para o
bem ou para o mal.
Quando ajudamos nossos alunos e pacientes, não damos tratamentos a eles. Sentamo-
nos em silêncio na certeza do não poder daquilo que parece afligi-los; e, portanto, nenhum
tratamento, nenhuma aplicação mental e nenhuma projeção mental de pensamento são
necessários, pois estamos simplesmente sentados e contemplando o não-poder. Não
estamos utilizando um poder sobre o outro - nem mesmo estamos utilizando o Poder de
Deus, porque reconhecemos o não poder, o não poder daquilo que é chamado de forças e
influências negativas deste mundo.
Este Princípio do Caminho Infinito é um afastamento radical de todos os outros
ensinamentos religiosos do mundo hoje. Não há ninguém que eu tenha qualquer
conhecimento que esteja usando este princípio em particular. Há apenas indícios vagos
disso nos quatro Evangelhos, e o que pode ser descoberto em outros manuscritos ainda
não sabemos, mas isso que constitui o Princípio principal do Caminho Infinito não veio a
mim por meio de livros, mas por revelação, e foi provado ao longo de trinta anos de
demonstração.
Nosso único valor para este mundo será em proporção à nossa capacidade de provar
esses princípios, primeiro em nossas vidas individuais, depois nas harmonias que ocorrem
dentro de nossas famílias e, finalmente, no grau de harmonia, saúde e paz que podemos
trazer para aqueles que são conduzidos a nós, eventualmente abrangendo o globo e todos
os povos do mundo.
Nenhum estudante é chamado a ir além de sua profundidade e se, em sua experiência
individual, ele não for capaz de compreender e demonstrar este princípio suficientemente
para trazer a realização da harmonia em sua própria vida, ele tem o direito e o privilégio de
se voltar a outros estudantes em busca de ajuda, e assim, alcançar sua própria harmonia,
de modo que possa ser livre para continuar seus estudos e prática até que, também, seja
capaz de sentar-se quando solicitado por ajuda e, por causa de sua compreensão da
natureza daquilo que está aparecendo como más influências - como os pecados ou as
doenças ou as carências ou limitações daqueles que vêm a ele - abstém-se de tentar usar
qualquer poder.
Aqueles que têm sido estudantes deste trabalho por vários anos, já estão trabalhando nos
aspectos mais amplos deste Princípio, aplicando aos grandes problemas mundiais e estão
encontrando certa medida de sucesso. Este trabalho continuará até que, por sua própria
demonstração, se mostre ao mundo.
Alcançar a Consciência do Princípio
Enquanto isso, sua responsabilidade em primeiro lugar é, como foi o caso de José e Maria,
levar seu Cristo ao Egito e escondê-lo dentro de você. Continue a estudar, a praticar e a
viver com esses Princípios até que eles se manifestem em sua vida a tal ponto que outras
pessoas venham até você e digam: “O que você tem? O que é isso? Você vai compartilhar
comigo? ” E então, comece a alimentá-los com leite e gradualmente levá-los à carne da
Palavra.
No início do seu estudo e prática, você pode acreditar que isso é muito simples. Parece
muito mais simples do que é, e você terá muitos desapontamentos porque parecerá tão
simples e lógico ao lê-lo que você se perguntará por que não pode demonstrá-lo
imediatamente, mas você não pode demonstrá-lo simplesmente porque ele é verdadeiro.
Você pode demonstrá-lo apenas na proporção em que você alcança a consciência dele.
É como matemática. A matemática é totalmente verdadeira, mas nem sempre parece nos
fazer muito bem quando se trata de equilibrar nossos talões de cheques, porque às vezes
não parecemos ter uma compreensão suficientemente completa dos seus princípios. Em
outras palavras, o simples fato de os princípios da matemática serem verdadeiros não os
torna demonstráveis para nós. Tem que haver algo além da verdade da matemática: tem
que haver uma consciência da verdade da matemática, e então ela funcionará.
Assim é com este princípio. Só porque esse princípio é o princípio da vida não significa
que você pode aplicá-lo imediatamente com sucesso. Leva tempo para desenvolver a
consciência. Mais uma vez, temos os dois anos de Jesus no Egito e também o exemplo de
São Paulo. Você se lembra que depois de seus muitos anos de estudo religioso, Saulo de
Tarso teve uma experiência tremenda que veio na forma de uma luz ofuscante na qual ele
percebeu o Cristo? Você pode esperar que, depois de tal experiência, ele começaria a
reformar o mundo no dia seguinte - curando e realizando obras poderosas. Mas em vez
disso, ele foi para a Arábia por nove anos e permaneceu lá sozinho, ponderando sobre o
que havia sido revelado a ele, pensando nisso, vivendo-o e praticando-o. Só depois de nove
anos ele começou seu trabalho.
Em minha própria experiência, uma revelação foi-me dada no final de 1928, mas só
dezesseis anos depois disso comecei a ensinar, e esses dezesseis anos foram gastos para
provar na experiência diária que esses Princípios são verdadeiros. Este trabalho é igual a
qualquer arte ou ciência. O mero conhecimento disso não é suficiente. Deve haver uma
consciência verdadeira por trás do conhecimento. É por isso que requer tempo e paciência
e é por isso que muitas vezes temos que recorrer à ajuda de nossos colegas estudantes até
chegarmos àquele estágio em que possamos caminhar sozinhos sobre a água.
Regozijemo-nos, ainda que não sejamos capazes de caminhar sozinho sobre as águas, mas
que este grande Princípio do Não-Poder nos tenha sido dado.
Porque para nós um menino é nascido,
para nós um filho é dado:
E o governo estará sobre seu ombro:
e seu nome será chamado
Maravilhoso, Conselheiro, O Deus forte,
O Pai eterno, O Príncipe da Paz.
Levanta-te, brilhe, porque tua luz é chegada,
e a glória do SENHOR amanhece sobre ti.
Isaías 9: 6; 60: 1
ATRAVÉS DO PÚLPITO
Sabemos agora que a religião hebraica de outrora descobriu o antigo ensinamento da lei
cármica e pensou que se tratava de Deus. Todo o ensino baseado nos Dez Mandamentos é,
na verdade, lei cármica, e isso explica por que a maioria das orações hebraicas
permaneceram sem resposta.
Cristo Jesus revelou Deus, o Deus verdadeiro, e durante seu ministério, ele ensinou a
natureza de Deus e o caminho da oração com sinais que se seguiram, mas quando a igreja
cristã foi fundada, ela abandonou completamente o Deus revelado pelo Mestre e substituiu
pelo seu Deus, o Deus dos hebreus - lei cármica. A oração de hebreus e cristãos é na
verdade uma petição para que a lei cármica viole a si mesma e, como isso é uma
impossibilidade, a oração permanece sem resposta.
A lei cármica é a lei de causa e efeito e, onde quer que haja causa, deve haver efeito. A
natureza da causa deve ser expressa como efeito porque causa e efeito são inseparáveis e
indivisíveis. Para alcançar o Reino de Deus, é necessário em consciência ir além da lei para a
Graça - além da causa e efeito, para a consciência que está acima e além da causa e efeito.
Enquanto estamos escravos da lei cármica, não temos parte em Deus, nem a atividade de
Deus funciona em nossas vidas. A lei cármica não é apenas revelada nos Dez Mandamentos,
mas também em passagens bem conhecidas como “ tudo o que o homem semear, isso
também colherá. Pois aquele que semeia na sua carne, da carne colherá a corrupção; mas
aquele que semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.*… Portanto, todas as
coisas que vós quereis que vos façam os homens, fazei-o também a eles; pois esta é a lei e
os profetas. ” **
(*Gálatas 6: 7,8) (**Mateus 7: 12)
Paulo revela que a criatura, isto é, aquele que vive no reino de causa e efeito, não está
sob a lei de Deus, nem mesmo pode estar. “Mas, vós não estais na carne, mas no Espírito,
se é que o Espírito de Deus habita em vós.…. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de
Deus, esses são filhos de Deus ”* - sob Sua lei, cuidado e provisão.
(*Romanos 8: 9,14)
Quando o Mestre ensinou que “Meu reino não é deste mundo.*… Minha paz Eu vos dou;
não como o mundo a dá, Eu vos dou,”** ele revelou que Deus está acima e além“ deste
mundo ”- o mundo da causa e efeito. E no Sermão da Montanha, ele revelou que a
natureza do Filho de Deus vive acima da lei e vive pela Graça.
(*João 18: 36) (**João 14: 27)
A era em que vivemos agora está testemunhando o fim dos males “deste mundo”. As
causas postas em movimento pela mente do homem - separadas e à parte de qualquer
contato com Deus - nos deram os males da escravidão, da dominação e exploração
nacionais. Elas trouxeram ao mundo os males da tirania, do poder eclesiástico, do
capitalismo dos séculos XIX e XX e das guerras comerciais e religiosas.
A metade do século XX está testemunhando a quebra desses males e a introdução do
estado de consciência que é revelado no mandamento de “amar o próximo como a ti
mesmo”. * Em breve se iniciará uma era, agora já um tanto evidente, que revelará o
homem vivendo em paz e em harmonia com seus vizinhos, próximos e distantes. Não
haverá inimizade manifestada na terra, e muito pouca malícia oculta. O amor humano será
expresso em todos os níveis da vida e de inúmeras maneiras. Este será um longo período de
paz na terra e boa vontade entre os homens.
(*Mateus 19: 19)
Durante este tempo, aqueles instruídos no reino espiritual, aqueles que alcançaram a
consciência de Deus, aqueles que se elevaram acima até mesmo do bem na lei de causa e
efeito estarão preparando o caminho para a experiência final - o Reino de Deus na terra.
A evidência do Reino de Deus na terra será a obtenção da Consciência de Deus e,
portanto, do governo de Deus por indivíduos e pequenos grupos. Esta Consciência
penetrará e permeará a consciência humana mais facilmente depois que os elementos mais
grosseiros do sentido humano terem sidos eliminados, e toda a consciência humana será
elevada “até que venha aquele de quem é o direito” * - até que Seu reinado seja
estabelecido na terra.
(*Ezequiel 21: 27)
Durante o período das celebrações do Natal, lembre-se, apenas de vez em quando, que os
eventos que você está celebrando apareceram primeiro como apenas o plantio de
sementes, sementes das quais ricos frutos estão surgindo agora na terra. Ao entrar pela
primeira vez no caminho espiritual, você busca apenas resolver seus próprios problemas ou
os dos mais próximos e queridos de você. Mais tarde, percebendo a natureza do trabalho
espiritual, você morre para si mesmo e compreende que está descobrindo a Verdade
universal e, ao dar testemunho de Sua Graça, está plantando as sementes para as gerações
futuras, cujos frutos serão a paz mundial, a alegria, e filiação divina.