O Jovem Carl Marx

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O filme aponta o quão importante foi Marx para a formação de uma consciência de classe

revolucionária e científica para o proletariado lutar contra o capital.


Traz uma noção básica do contexto histórico vivido por Marx e Engels e sairá com a
sensação de que as teses filosóficas, políticas e econômicas do marxismo superaram em
muito as teses idealistas, utópicas e anarquistas dos demais pensadores da época.
O filme começa com uma cena forte, retratando o episódio do “roubo da lenha”, em que os
camponeses pobres da Prússia (hoje Alemanha), passaram a ser criminalizados e até
assassinados pelo Governo por coletar lenha caída na floresta. Este fato marcou
profundamente o pensamento de Marx sobre o papel do Estado e da propriedade privada.
Logo em seguida, a narrativa faz um giro para o interior de uma das fábricas de tecidos do
pai de Engels, em Manchester, Inglaterra, mostrando a revolta dos operários, especialmente
das mulheres, contra a completa falta de condições de trabalho, os acidentes e o salário
miserável. Ao mesmo tempo, o também jovem Friedrich Engels enfrenta as contradições de
ser herdeiro de um grande grupo fabril, que explora sem piedade seus empregados, e de
estar vivendo seu próprio despertar para o engajamento político enquanto comunista.
É Engels que apresenta a Marx, a partir de sua obra A situação da classe operária na
Inglaterra, a face mais cruel do pauperismo a que estava submetido o proletariado moderno.
Também diz ao futuro amigo, já na primeira oportunidade que têm para conversar, em julho
de 1844, em Paris, que Marx é “o maior pensador materialista do nosso tempo, um gênio”.
E ainda incentiva Marx a se debruçar sobre as obras dos economistas clássicos ingleses:
“são a base de tudo”. Engels estava certo e Marx foi o homem capaz de superar estes
pensadores e de produzir, anos depois, O Capital, crítica mais profunda ao sistema
capitalista em sua dimensão econômica e filosófica.
Além da importância da grande amizade entre Marx e Engels, selada por uma grande
unidade de pensamento, o filme evidencia também todo o amor e companheirismo
presentes na relação de Marx com sua esposa Jenny, natural da mesma Trier, mas vinda
da aristocrática família Westphalen. Para o irmão de Jenny, que chegou a ser ministro do
Governo Prusssiano, Marx não passava de um “malvado socialista judeu, que não
consegue sustentar a família com seus textos subversivos”. Ela, pelo contrário, nunca levou
isso em consideração e se juntou na luta revolucionária junto a seu companheiro.
Devido às inúmeras perseguições políticas que sofreu desde muito cedo, Marx, Jenny e
suas filhas foram expulsos de seu próprio país em 1843, passando por França e Bélgica até
se alojarem definitivamente em Londres, onde, em 1847, junto com Engels e sua
companheira, a operária Mary Burns, estabelecem relações com a organização operária
clandestina Liga dos Justos.
A luta entre as tendências no seio do nascente movimento operário se aguça, com Marx e
Engels encabeçando a bandeira de que o proletariado deve marchar unido, apetrechado por
uma concepção clara do mundo, a fim de canalizar suas forças para a luta contra sua
classe antagônica, a burguesia. Além de derrotarem no plano teórico nomes então queridos
pela massa operária, como o intelectual francês Proudhon e o alfaiate alemão Weitling,
convencem a maioria dos componentes a mudar o nome da organização para Liga dos
Comunistas e de lançar uma plataforma de crítica à sociedade burguesa, que proclamasse
abertamente seus objetivos: daí surge o famoso Manifesto do Partido Comunista, publicado
em 1848.
Pode-se dizer que a mensagem final do filme é, assim como no Manifesto: “Proletários de
todos os países, uni-vos!”.

Alunos: João Manoel Costa Vilella, Yuri Soares Wolffgramm, Átila Meneguelli Thomaz. V24

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