Glossario Geológico Ibge 1999 - Ocr
Glossario Geológico Ibge 1999 - Ocr
Glossario Geológico Ibge 1999 - Ocr
Glossário Geológico
Glossário geológico /
Rio de Janeiro
1999
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISBN 85-240-0732-X
© I B G E . 1999
Coordenadores
Jaime Franklin Vidal Araújo
Mario Ivan Cardoso de Lima
Pedro Edson Leal Bezerra
Pedro Francisco Teixeira Kaul
Francisco Armando de Jesus da Fonseca Coelho
Sidney Ribeiro Gonzalez
Roberval Matos Rocha
Colaboradores
Marcelo José Gonçalves Barros
Newton Monteiro
Luiz Rodolfo Cornejo Ortiz
Wilson Ribeiro
Perpétua Maria Carvalho Brandão
Carmelita Maria Pithon Pereira Gatto
Pedro Luiz Amendola
Apresentação
adcumulado Tipo mais extremo de cumulado. Neste caso existe troca eficiente de
material entre o intercumulado e o resto do liqüido. Assim, o material necessário
14 Glossário Geológico
adsorção Processo pelo qual átomos, moléculas e íons são retidos na superfície
de sólidos por intermédio de ligações físicas ou químicas.
água adsorvida Água fixada nas superfícies dos sólidos por forças moleculares
de adesão. Forma uma película de uma ou mais camadas de moléculas de água.
Ocorre tanto na zona saturada como na não-saturada. Normalmente é de baixa
qualidade química.
água agressiva Água naturalmente ácida e que tem ação corrosiva, devido prin-
cipalmente ao conteúdo de anidrido carbônico dissolvido.
água capilar Água fixada entre superfícies sólidas pouco distanciadas (mm),
devido ao balanço entre as forças de coesão/tensão superficial das moléculas do
Glossário Geológico 15
liqüido; adesão entre liqüido e sólido; e peso do liqüido. Ocorre tanto na zona
saturada como na não-saturada. No topo de aqüífero livre forma a zona capilar.
água conata Água retida nos interstícios de uma rocha, quando no momento de
sua formação. Água congênita.
água diagenética Água expulsa das litologias em função de compressão, por pro-
cessos litogenéticos ou metamórficos. Normalmente de baixa qualidade química.
água doce Água que apresenta baixas concentrações de matéria dissolvida (pou-
cas centenas de miligramas por litro), sem gosto de sais.
água fóssil Água contida em um aqüífero e que se infiltrou em uma época geoló-
gica com condições climáticas e morfológicas diferentes das atuais.
água gravitacional Água que foi retirada de uma massa de rocha ou solo, na
zona de saturação, pela ação direta da gravidade, sem que haja alimentação.
água higroscópica Água do solo que está em equilíbrio com o vapor d'água atmos-
férico. É, essencialmente, a água que a atração molecular pode reter, contrariando
a evaporação.
água juvenil Água que entra no ciclo hídrico pela primeira vez, através de fenô-
menos magmáticos.
água mineral Água subterrânea com especiais características físicas e/ou quí-
micas naturais, com possibilidades terapêuticas e/ou gosto especial.
água mole Água doce que apresenta baixas concentrações de sais alcalinos-
terrosos (Ca; Mg); poucas dezenas de miligramas por litro - mg/l.
16 Glossário Geológico
água pelicular Água aderida como filme à superfície dos sólidos; ocorre tanto
na zona saturada como na não-saturada.
água superficial Água que ocorre em corpos com superfície livre em contato
direto com a atmosfera; ou seja, acima da superfície topográfica.
água vadosa Água subsuperficial que ocorre na zona de aeração sob a influência
das forças moleculares e, portanto, fixa.
albedo Relação da energia radiante refletida e recebida por uma superfície, ex-
pressa geralmente em porcentagem, sendo que uma aplicação mais comum é a
luz refletida por um corpo celeste.
álico Solo que apresenta saturação por alumínio trocável igual ou superior a 50%.
alísios Ventos que sopram durante todo o ano em direção às calmarias equatoriais,
que são as áreas de baixa pressão.
alocromático Mineral incolor em estado puro, mas que pode se mostrar co-
lorido devido a inclusões submicroscópicas ou pela presença de um elemento
químico que, sem ser essencial em sua composição, se tornou parte de sua
estrutura cristalina.
alotriomorfo Mineral cuja forma não foi afetada pela ação do metamorfismo.
âmbar Resina fóssil amorfa com cor geralmente amarelada, muito dura,
semitransparente, sendo que sua origem é atribuída a um pinheiro do Terciário
18 Glossário Geológico
anatexia Processo que ocorre nas partes profundas da crosta, através do qual
massas de rochas podem ser fundidas como resultado de mudanças nas condições
ambientais, especialmente àquelas devido as elevadas temperaturas e pressões.
antecedente Rio que, apesar das novas estruturas formadas, teve seu curso pre-
servado, sendo portanto um rio mais antigo que tais estruturas.
antéclise Feição que ocorre nas bordas ou no interior das sinéclises, cujas di-
mensões podem alcançar centenas de quilômetros. A característica fundamental
é o comportamento passivo ou de menor subsidência.
anticlinal Dobra que mostra fechamento para cima, apresentando as rochas mais
antigas em seu núcleo.
Dobra M
AA
Dobra S Dobra Z
A
^ t tJ -
K]
antiduna Onda de areia que se desloca corrente acima devido à erosão na encos-
ta a jusante e deposição na encosta a montante. Essas ondulações no leito se
formam em fase com as ondulações da superfície da água.
antracito Carvão que apresenta densidade entre 1,4 e 1,7 fratura brilhante e
conchoidal, aspecto vítreo, e com 90% a 93% de carbono. Seu poder calorífico é
superior a 8000 cal/g, é pobre em voláteis e juntamente com a hulha é conhecido
sob o nome de carvão mineral.
Área de recarga
Poço artesiano Nível do aquífero
piezométrico
Poço freático Mil
Poço surgente
i . • •. •./ •
• i r '
*>- . » * .
«S AC
t \ V *
. **V*+ % •::«*,
4-
-#r* *1 t *
»*•
— -V -*• «• * 4, • • + % • r + *
aqüífero semiconfinado Aqüífero que tem partes de sua camada sobreposta por
outra camada, de permeabilidade muito baixa ou impermeável.
aqüitardo Unidade geológica pouco permeável, que retarda mas não impede o
fluxo de água de aqüíferos adjacentes ou para aqüíferos adjacentes.
» Kf / Na2Q
Fe
Domínio
N.M
i Antearco
O* OJ
c/>
C/5
PV O
u.
S»V o4 '
*• oo*
OPZ JP5 Toleítos de Fundo Oceânico
y-: (MORB)
o
GV
0
Figura 3 - Suítes magmáticas do arco. As setas indicam sentido de aumento das quantidades
dos componentes citados (NCR, 1979, apud Hasui & Mioto, 1992)
arquipélago Grupo de ilhas próximas entre si, com uma mesma origem e estru-
tura geológica, podendo ser continentais, coralíneas ou vulcânicas.
Glossário Geológico 25
asquisto Rocha não diferenciada. Representa magmas que não foram diferenci-
ados, isto é, não separados em membros leucocráticos e melanocráticos.
atitude Termo geral utilizado para indicar a orientação de uma linha ou plano
estrutural no espaço. Posição de uma superfície, que pode ser uma camada, plano
de falha, etc., em relação a um plano horizontal, expressa quantitativamente pelas
medidas de direção e mergulho.
26 Glossário Geológico
azimute Direção horizontal de uma linha que é medida no sentido horário, a partir
do norte magnético de um plano de referência, normalmente o meridiano.
B (Pedologia) Horizonte de máxima iluviação do solo.
bacia estrutural Flexão ou ampla dobra com a concavidade voltada para cima,
e na qual as camadas, em qualquer ponto, mostram um mergulho com valor apro-
ximadamente igual no sentido do centro, sendo necessário que o dobramento
tenha ocorrido após a deposição das camadas.
6
Figura 4 - Bacia Pull-apart (Gibbs, 1987, apud Costa, Hasui e
Pinheiro, 1992)
c I B \AÍ F
I
I !. In
a
Kí
Crosta Oceânica
bactéria Organismo unicelular que pode existir como célula isolada ou agrupada em
colônias, e que está presente em praticamente todos os tipos de ambientes, desde
regiões polares até fontes termais. Quanto ao modo como respiram, dividem-se em
aeróbica e anaeróbica, sendo que essas utilizam em substituição ao oxigênio, um
nitrato, um sulfato ou um carbonato. Quanto à maneira de obterem energia para so-
breviver, dividem-se em heterótrofas e as autótrofas; essas através da quimiossíntese
obtêm energia através da oxidação de substâncias inorgânicas, tais como as ferrobacillus
que oxidam o ferro ferroso produzindo ferro férrico.
badland Terreno geralmente sem vegetação e entrecortado por um intrincado
padrão de ravinas estreitas, cristas agudas e pináculos, resultantes da erosão se-
vera em materiais não muito resistentes.
baía Porção de um oceano, mar ou lago que penetra até o continente, caracteri-
zando-se por uma linha de costa com a concavidade voltada para o exterior. E
classificada em aberta e fechada.
balanço hídrico Balanço das entradas e saídas de água no interior de uma região
hidrológica bem definida, como uma bacia hidrográfica ou um lago, levando em
consideração as variações efetivas de acumulações.
bandamento composicional Foliação que é definida por faixas paralelas de
composição mineralógica ou textura diferentes. Pode corresponder a acamamento
relíquiar ou ser originado por segregação metamórfica, migmatização,
cisalhamento e dissolução por pressão.
Sentido do Vento
*M
- •
frr.% t
y
i
barreira de água doce Frente de água doce subterrânea com altura de carga
suficiente para impedir a intrusão de água salgada ou salobra.
Laguna
Encosta deposicional
( Linhas de Tempo )
0
10
m
20
30
km Sedimentos Lagunaces
0 1 2 3 f -l Areias de Barreiras
r ' 1 Sedimentos Marinhos
{ .1 Sedimentos Transgressivos
Figura 7 - Aspecto de uma barreira (modelo de Rainwater e Zinguia, 1962 apud Medeiros et al., 1971)
batólito Grande massa plutônica, com mais de 100 km2 de exposição, constituída
por rochas com granulação média a grosseira, e composição granítica (granodiorito,
granito e quartzo - monzonito). Quando inferior a 100 km2 denomina-se stock.
Glossário Geológico 31
beach rock Denominação utilizada para indicar praia arenosa cimentada por
carbonato de cálcio, muito comum em regiões tropicais.
bentônicos Seres aquáticos que vivem junto ao substrato, podendo ser fixos
(sedentários) ou apenas pousados (vágeis), locomovendo-se de diversas formas.
bergschrund Fenda orientada segundo o contato entre gelo e rocha, fenda esta
que caracteriza o início superior de uma geleira. Sua origem está ligada ao movi-
mento da geleira, que faz com que o gelo se afaste lentamente da rocha.
berma Terraço formado acima do limite dos fluxos da preamar. As bermas são
construídas principalmente durante as ressacas, e quanto maior a tempestade,
mais altas e distintas elas se apresentam.
biologia Ciência natural dedicada ao estudo dos seres vivos, através da morfologia,
fisiologia, ecologia e sistemática, dentre outros. Inclui a botânica e a zoologia.
32 Glossário Geológico
biota Conjunto que encerra todas as espécies vegetais e animais existentes den-
tro de uma determinada área, ou de um ecossistema.
biotita Mineral do grupo das micas que cristaliza no sistema monoclínico, classe
prismática. Apresenta-se em cristais tabulares ou prismáticos curtos, com planos
basais nítidos e fórmula K (Mg, Fe)3 (Al Si0 3 O10 ) (OH)2. As folhas delgadas
mostram cor escura, diferindo da muscovita, que se apresenta quase incolor.
blasto Prefixo ou sufixo de origem grega, utilizado para indicar texturas ou mi-
nerais formados durante o metamorfismo.
boçoroca Vervoçoroca.
Glossário Geológico 33
Eixo a cinemático S1
de dobra
Linha de Boudin
MSSP loudu
SO S1
SO
Eixo b cinemático
de dobra Camada incompetente
brecha fina (ing .fine crush breccia) Rocha cataclástica coesa, cujos fragmentos
apresentam dimensões compreendidas entre 0,5 e 0,1 cm, e que perfazem mais de
90% da rocha.
brecha fragmentar (ing. crush breccia) Rocha cataclástica coesa, cujos frag-
mentos apresentam dimensões superiores a 0,50cm e perfazem mais de 90% da
rocha.
bruno não cálcico Classe de solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B
textural avermelhado, bem contrastante em seqüência a um horizonte A fraco, ou
raramente moderado, geralmente muito duro, saturação por bases alta e argila de
atividade consideravelmente alta. Ocorre mais comumente em regiões semi-áridas,
sendo em geral cascalhento, principalmente na superfície e no horizonte A.
C (Pedologia) Horizonte ou camada mineral de material inconsolidado, de pro-
fundidade, relativamente pouco afetado por processos pedogenéticos. O sólum
se desenvolve a partir deste material in situ ou transportado.
caimento (falha) Ângulo formado pelo rejeito total e sua projeção horizontal.
cal viva Produto que ocorre como CaO, proveniente da queima do calcário à
temperatura de cerca de 900° C, com a conseqüente perda de C0 2 . Quando mistu-
rada com água forma o hidrato de cálcio (cal extinta) que incha, libera muito calor
e endurece.
calcófilos Elementos que apresentam forte afinidade pelo enxofre e são solúveis
em uma fusão de FeS.
camada saturada Porção da camada aqüífera que apresenta seus espaços (poros,
interstícios, fendas etc.) completamente preenchidos por água. Considerada ape-
nas nos casos de aqüíferos livres.
campo de neve Extensão de neve perene que existe em uma área, na qual a quantida-
de de neve que cai no inverno é superior à quantidade de neve que se funde no verão.
camefitos Plantas sublenhosas e/ou ervas cujas gemas e brotos de crescimento estão
situados acima do solo, atingindo até 1 m de altura e protegidos durante o período
desfavorável, ora por catáfilos, ora pelas folhas verticiladas ao nível do solo.
canalete (ing. runnel) Depressão situada no flanco das cristas voltado para o
continente, por onde as águas são obrigadas a correr paralelamente à praia durante
a maré vazante.
cat clay Argila de solos mal drenados, os quais contêm sulfetos ferrosos que se
tornam altamente ácidos quando drenados.
chaminé vulcânica Conduto que liga a câmara magmática com o exterior, e que
funciona como adutora dos materiais vulcânicos.
chenier Cordão litorâneo elevado, arenoso, contendo conchas, podendo por ve-
zes alcançar até 80m de largura e dezenas de quilômetros de extensão, situado bem
acima da maré alta e separado da praia por manguezais (Figura 9).
Chenier
Mangue Nível do mar
m
SocKmtntos d* Mangue • do Baixio d* Mtri
v
30 Km l .v>] Areiu de Chenier
E - S l 8edJmentos Marinho»
0 9
1 \ Sedimentos transgressivos
Figura 9 - Aspecto de um Chenier (modelo de Byrne, Le Roy e Ríley, 1959, apud Medeiros et al. 1971)
chert Denominação geral para sedimentos muito compactos, constituídos por opala,
calcedônia e quartzo micro ou criptocristalino, ou uma mistura desses constituintes.
chute bar Depósito de cascalho que apresenta forma de lóbulo, localizado sobre
as barras em pontal, devido também ao rompimento dos diques marginais.
cimento Material que une os grãos de uma rocha sedimentar, através da precipi-
tação química de soluções intersticiais, podendo-se destacar a sílica, o carbonato
de cálcio e os óxidos de ferro.
cipó Planta de hábito trepador, lenhosa, com ramos flexíveis, que cresce apoiada
em outras plantas, geralmente árvores, apresentando muitas vezes estruturas
especializadas que servem de apoio ou fixação.
T
9 - 9i+*2 + cos 8
Tp £ 2 2
2
Tp*= - f j sen 2 B
T~
C/?.B
o «X Op *1 O
2
Figura 10 - Círculo de tensões de MOHR (Hubbert, 1951, aput Loczy & Ladeira, 1976)
m P
li 2
úi*
m m
.
b
climax Estágio de equilíbrio atingido por uma série, comunidade, espécie, fauna
ou flora em um dado ambiente.
clorita Mineral que pertence a um grupo com a mesma denominação e que in-
clui, entre outros, o clinocloro, a peninita e a proclorita. Cristaliza no sistema
monoclínico, classe prismática, mostrando cristais pseudo-hexagonais, e com há-
bito semelhante ao do grupo das micas. Tem cor caracteristicamente verde e fór-
mula Mg 3 (Si4O10) (OH)2 Mg 3 (OH)6, podendo contudo o magnésio ser substituí-
do pelo alumínio, pelo ferro ferroso e pelo ferro férrico, e o silício pelo alumínio.
coeficiente de dilatação térmica Valor que mede o quanto um corpo se dilata por
aumento de temperatura, sendo obtido pela relação extensão ou dilatação linear
dividida pela variação de temperatura. E dado pela fórmula: X = (AL/L) / AT.
compactação Eliminação ou enorme redução dos poros das rochas, por rotação e
deformação dos grãos.
44 Glossário Geológico
cone de escória (ing. cinder cone) Cone vulcânico constituído inteiramente por
material piroclástico.
.
* V '
*
v
v 1v 4
v
* T
r * k- 9
* V % ¥ *r *
* * * * * *
* •%*
cone vulcânico Elevação com a típica forma cónica, que foi edificada pelo
acúmulo de material piroclástico intercalado com lavas.
conseqüente Rio cujo curso é controlado pelo caimento da estrutura planar (camada
e foliação), a qual geralmente coincide com a inclinação do terreno (Figura 13).
46 Glossário Geológico
s s
c £ r o *^V
*?/!- — -*vNSs.
v
V.
> v -O X ^
- /, >Z
^ >
. / v _> ' /
MiíAMlIfa
:/ / S
íT Í j - *
/
f» -i •»p> 1À ff
f
,, ••••-••A.yiit.t T1 • aEBaÉiBaEBSgsaÉ
cornija Parte superior do front sustentada pela camada mais resistente, mostran-
do declive geralmente forte, convexo a retilíneo, seguido de talus côncavo. Ver
também cuesta.
cratera adventícia Designação utilizada para indicar qualquer cratera que sur-
giu no cone vulcânico, além da cratera central.
cráton Porção da crosta terrestre que permaneceu estável e sofreu pouca defor-
mação por longos períodos em relação a uma determinada época geológica. Em
um aspecto atual, restringe-se a áreas continentalizadas e suas adjacências.
crista de dobra Linha que passa pelos pontos mais elevados de uma camada, em
um número infinito de seções transversais da dobra. Como cada dobra pode ser
formada por inúmeras camadas, cada camada possui uma crista individual. O
plano imaginário que passa pelas cristas sucessivas é denominado plano de crista.
cristal Sólido homogêneo possuindo ordem interna tridimensional que, sob con-
dições favoráveis, pode manifestar-se externamente por superfícies limitantes, pla-
nas, lisas.
cristal biaxial Cristal que possui duas direções ao longo das quais é constante a
velocidade da normal à onda (velocidade da normal à frente da onda) para a luz
monocromática, independente das direções de vibração das ondas perpendiculares
à normal à onda.
cristal esquelético Cristal cuja morfologia externa pode ser perfeita, porém cujo
crescimento interno ocorreu de modo imperfeito, propiciando a formação de vazi-
os que chegam a ser preenchidos por outros minerais.
cristal uniaxial Cristal que apresenta uma direção e somente uma, na qual todas
as ondas de luz de uma freqüência determinada ou comprimento de onda, cami-
nham com a mesma velocidade. Esta direção, que é paralela ao eixo cristalográfico
C, chama-se eixo óptico.
cristalografia Ciência que estuda os cristais, através das leis que governam seu
crescimento, forma externa e estrutura interna.
crosta sísmica Porção da crosta que se estende desde a superfície terrestre até a
profundidade de 10-15km, sendo que a maioria dos sismos (terremotos) tem
hipocentro nesta região.
cruz de ferro Geminado de penetração, apresentado por vezes pela pirita, sendo
{011} o plano de geminação.
curso de água efluente Curso de água que recebe descarga das águas subterrâneas.
decidual Planta ou comunidade vegetal que perde toda ou quase toda a folha-
gem na época da seca ou do frio.
declive (Mineração) Ângulo formado entre o eixo de uma jazida e seu plano
horizontal.
deflação Remoção e transporte, pela ação do vento, das partículas mais finas
(areia e argila), principalmente em regiões desérticas.
Sedimentos Paludais
Depósitos Subaéreos
í
Fácies
Nível do Mar de
Sedimentos da Frente Deltáica Depósitos Submarinos TÓpO
Sedimentos Pró-Deitáicos tf
rs:
S" 'c* 5c
O. s
<%
u.
g
X o
Rochas Préexistentes
v3
Figura 15 - S e ç ã o transversal de um delta, mostrando ambientes e fácies (modelo de Scruton, 1960, apud
Medeiros et al. 1974)
depósito correlativo Depósito que se origina pela erosão de formas de relevo, tais
como as montanhas, propiciando acumulação dos sedimentos em suas margens.
temperatura superficial
200
WS///////S////SM/SSWSM/////////////''',>/////////////
epi
lOOOcn hipo
r
+ +
' + + +\
EPL «+ + + «K
200°
£>0°
Hipo
3900m 150°
+ -4- +
5400m ZXP
Figura 16 - Depósitos minerais. Independência entre a profundidade deformação de um depósito hidrotermal
e sua temperatura de origem (Routhier, 1963, apud Biondi 1986)
depósito singenético Depósito formado por processos similares aos que origina-
ram a rocha encaixante, em geral, simultaneamente.
Q
quartzo*»
(sitent»)
«Oi \®°
quartz-nch .granodnnte
granüoíds
atarfl feédspar -
«c T 60
fotd-beanng monzodíorite
foid-bearing monzogabbro
foid sy^nrto
80 •O loíd dome
toití gabbro
'oidofito
F
Figura 17 - Diagrama QAPF para rochas plutônícas (Streckeisen, 1976)
Q
90, 90
60
60
7 Y
i \
alkali IHdspar rtiyolite rhyolite dacrte
/
\
quartz
alkali feldspar 20 / 10/ ÜX 65 \90 2°
trachyte quartz quartz
alkali feldspar
trachyte
/ trachyte
trachyte
iatíte
latite
basatt 5
A andesite P
foid-beariing foid-bearing
trachyt latite
foid-bearing • 10
alkali feldspar 10 0° 50 90
trachyte
tephritic
phonolite V basanite ( olivine > 10 %)
phonolite / tephrite (olivine < 10% )
/
phonolltk: basanite
( olivine > 10% )
phonolitk: tephrite
60 60 (olivine < 10% )
foidite
F
Figura 18 - Diagrama QAPF para rochas vulcânicas (Streckeisen, 1976)
Glossário Geológico 59
48,4-11,5 U3 57,6-11,7
11 -
S4
45-9,4>^ U2 53-9,3
S3 69-8
7 - 41-7 49,4-7,3;
U1 S2 63-7
S1 57-5,9
45-5 Y" 52-5 03
41-3 45-3 02
D1
Pc B
37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77
S i 0 2 wt %
Figura 19 - Diagrama TAS, com as linhas mostrando os diferentes campos das rochas
vulcânicas (Le Bas et al. 1986)
_Na20*K3Pwt%
15 """
fonolito traqui
andKlto
13- /
/
tofrí- traqutto
fonollto (q < 20 % )
11 ~
fo+dlto
fono- traquldacfto
tefríto
traquft- \ (q>20%)
/ t*frtto\ / \ andesito ríolíto
traqui\ txxtattíco
/(OI<10%)\/ andKltoX
7 -
basanlto / \
(OI >10%k/% S qui
/ basalto
37 41 45 49 53 67 61 66 69 73 77
Figura 20 - Diagrama TAS com nomenclatura d a s rochas vulcânicas (Les Bas et al. 1986)
dique marginal Dique natural de pequena altura, formado nas margens dos ca-
nais fluviais, e que mostra melhor desenvolvimento nos bancos côncavos dos
rios. Sua deposição ocorre quando do transbordamento do rio.
fSV' d* d*
<-
W
< 4• • \
D
d
SN
> > "
dissolução por pressão (ing. pressure solution) Fenômeno que ocorre quando
grãos minerais em cujos contatos existem películas de fluidos, se submetidos a
tensões apresentam transferência de massas das zonas sob compressão para aque-
las de menor tensão.
62 Glossário Geológico
distrófíco Solo que apresenta saturação por bases e saturação por alumínio infe-
riores a 50%.
Anticlinal
I
mais nova
I h
I mais antiga
I j:%*>•
SQ
Sinclinal
Figura 22 - Elementos geométricos de uma obra. SA: superfície; SC: superfície de crista; SQ:
superfície de quilha; charneira anticlinal; c'h': charneira sinclinal; li; linha de inflexão;
lc: linha de crista ou crista; iq: linha de quilha ou quilha (Wilson, 1961, apud Loczy &
Ladeira, 1976)
dobra angular Dobra que possui flancos retilíneos muito inclinados, de tal ma-
neira que suas zonas axiais formam ângulos agudos.
dobra conjugada Dobra formada quando os monoclinais das kink bands estão
dispostos em dois jogos nas superfícies axiais, que se inclinam uma contra a
outra.
dobra de fiambagem Dobra que do ponto de vista dinâmico foi gerada por
tensões compressivas orientadas paralelamente ao aleitamento; o dobramento
ocorre quando as camadas não possuem isotropia física e se cisalham ao longo de
linhas (planos) situadas aproximadamente paralelas às tensões compressivas.
dobra em bainha (ing. sheathfold) Dobra que apresenta o eixo tão encurvado
que chega a formar um U, e cujas bordas são paralelas ao eixo X; em cortes
transversais ao eixo X mostra seção elíptica, quando então é referida como dobra
em olho (Figura 23).
dobra em caixa (ing. box fold) Dobra em que o topo amplo e chato de um
antiforme ou o fundo amplo e chato de um sinformc é adjacente ou bordejado em
ambos os lados por flancos com alto mergulho. Apresentam duas superfícies axiais
que mostram mergulhos opostos (Figura 24).
5T B
»1 :«(>
5§
TTTN
• •V/ / /
dobra invertida (ing. overturned fold) Dobra que apresenta a superfície axial mer-
gulhando com um ângulo inferior a 90°, e cujos flancos mergulham no mesmo senti-
do mas com valores angulares distintos. O flanco inverso ou invertido é aquele que
girou mais de 90° para adquirir sua atual posição. Dobra inversa ou deitada.
dobra isoclinal Dobra cujos flancos são essencialmente paralelos, isto é, mergu-
lham no mesmo sentido e com ângulos iguais.
dobra isópaca Dobra que não apresenta variação na espessura das camadas ou
bandas dobradas, nem nos ápices nem nos planos. Aquela que apresenta variação
na espessura, é denominada anisópaca. Dobra concêntrica, paralela ou flexural.
dobra ptigmática Dobra que apresenta formato em geral lobular, com flancos ate-
nuados e charneiras que mostram uma configuração sensivelmente concêntrica.
dobra simétrica Dobra que, sendo planar, mostra o perfil bilateralmente simétrico
com relação à superfície axial, a qual, neste caso, coincide com a superfície bissetora.
dobra parasítica Dobra menor que complica flancos e ápices de uma dobra
maior, mostrando-se assimétrica nos flancos - dobras S ou Z - e simétrica no
ápice, sendo então denominada dobra em M.
-Ç* *
w
i t . \ ;.i r n i.
i i I 3=3 !
•ZTZE3 r r n i
Figura 26 - Doiinas (Nunes et al. 1995)
domo (Cristalografia) Forma que apresenta duas faces não paralelas, mas simé-
tricas em relação a um plano de simetria.
drenagem Feição linear negativa, produzida por água de escorrência, que modela
a topografia de uma região (Figura 27).
Dendrítico Paralelo
Treliça >
w
Retangular
4.
Radial 7" Anelar
Contorcida
Ü
<>-o
=
r 5^
^ <Z>
• ^ tf ,
a&> ° & l k 'JÁ
Figura 27 - Padrões de drenagem básicos (Howard, 1967, apud Lima, 1995)
rui Glossário Geológico
Série Milonítica
duna Corpo de areia acumulada pelo vento, que se eleva formando um cume
único. Pode ocorrer isoladamente ou em associação, e ser formada independente-
mente de qualquer acidente na superfície, sendo que, de fato, alcança seu mais
perfeito desenvolvimento em terreno plano e monótono.
a
b
y v // V V is V V\>\»\*
ia
C
// <N>
Figura 29 - Duplexes. Em (a), tipo sintético com as lascas mergulhando para a zona inteira
(esquerda). Em (b), tipo antitético, com lascas mergulhando para zona externa
(direita ). Em (c), pilha antiformal (Mitra & Boyer, 1986, apud Hasui & Costa,
1991)
efeito de Coriolis Fenômeno devido à rotação da Terra que produz uma acelera-
ção nas massas de ar, variável em função do ponto em que se encontram (equa-
dor, trópicos, pólos etc.). A força gerada desloca os ventos à direita no hemisfério
norte, e à esquerda no hemisfério sul.
efeito lyndall Fenômeno que consiste na difração dos raios luminosos que atra-
vessam uma solução coloidal, em face de as partículas de um colóide apresenta-
rem um diâmetro médio maior do que o comprimento de onda dos raios. Tal
efeito torna visível um feixe de raios luminosos, estando o observador situado
perpendicularmente ao trajeto dos raios.
eixo de simetria Linha imaginária ao redor da qual um cristal pode ser girado de
modo que suas faces, linhas ou ângulos idênticos, possam ser vistos pelo menos
duas vezes durante uma rotação completa.
eixos cristalográficos Linhas imaginárias que passam pelo centro do cristal ide-
al como eixos de referência, e se tomam paralelamente às arestas de interseção
das faces principais do cristal. Todos os cristais, com exceção dos pertencentes
ao sistema hexagonal, se referem aos três eixos cristalográficos.
eletroforese Fenômeno que consiste na nuniav^ 1 tl«« |*utu ul<t« coloidais quan-
do submetidas a um camjni clcMtico ()% t oliHdf* i nibas elétricas,
ou por estarem eles mesmos cintou mim, tm |HH flrlirilitos.
enclave Corpo litológico com forma e dimensão variadas, englobado por rocha
magmática da qual difere pelo aspecto composicional e/ou textural.
epífito Vegetal, na maioria dos casos herbáceo, que vive apoiado noutros vege-
tais, geralmente árvores e arbustos, sem lhes causar prejuízos perceptíveis.
épura Conjunto das projeções de uma figura sobre dois planos perpendiculares.
equador magnético Linha da superfície terrestre que une todos os pontos onde o
mergulho magnético é igual a zero.
erupção havaiana Erupção em que a lava apresenta alta fluidez, baixo conteúdo
de gases, natureza basáltica, e com pequeno volume de rejeito piroclástico.
erva Planta não lenhosa, geralmente de pequeno porte, cuja parte aérea vive
menos de um ano e cuja parte subterrânea pode ser perene.
esfalerita Verblenda.
esfeno Vertitanita.
esfenóide (Cristalografia) Forma que apresenta duas faces não paralelas, mas
simétricas em relação a um eixo de simetria binário ou quaternário.
estirâncio Zona frontal situada entre as linhas normais da maré alta e baixa. A
parte alta do estirâncio é denominada antepraia. Ver também praia.
estrutura Arranjo espacial das rochas, que podem ser corpos litológicos ou con-
juntos de corpos, e suas arquiteturas internas, compreendendo texturas-formas,
tamanhos e articulações dos grãos - ou retículos cristalinos - arranjos de átomos e
íons, nos grãos minerais.
V ¥
estrutura S/C Estrutura definida pela relação discordante entre uma foliação
qualquer Ss, Sj ou S) no interior de uma fatia de rocha e a foliação milonítica
(foliação Sc, S2 ou C) das bandas ou zonas de cisalhamento que isolam esta fatia.
Marca dois estágios de deformação - caso S seja a foliação desenvolvida durante
a deformação - ou dois eventos de deformação, caso S seja a foliação preexistente.
A foliação S pode ser planar ou apresentar arrastos.
estuário Porção litorânea de um sistema drenado por um vale, que recebe sedi-
mentos de origem marinha e fluvial e que contém fácies influenciadas por marés,
ondas e processos fluviais. A extensão de um estuário se faz, no interior, pelo
limite continental das fácies de maré, e o limite externo, pela presença de fácies
costeiras em sua desembocadura. Com base no processo físico dominante pode
ser de dois tipos principais: estuários dominados por ondas, também chamados
de deltas e estuários dominados por marés, onde se formam os depósitos estuarinos
propriamente ditos.
eucariotas Seres vivos que apresentam células com uma organização bem mais com-
plexa que os procariotas, sendo seu citoplasma preenchido por um complexo sistema
de membranas e com diversos tipos de oigânulos, tais como mitocôndrias e cloroplastos.
Subdividem-se nos Reinos Plantae ou Metaphyta e Animalia ou Metazoa.
1A Glossário Geológico
eucrito Variedade de gabro que apresenta tanto orto como clinopiroxênio, sendo
que o plagioclásio é mais cálcico do que a labradorita, e contendo olivina em
quantidades subordinadas.
eufótica Lâmina de água que alcança até 80 m de profundidade, e que recebe a luz
solar em quantidade suficiente para permitir a fotossíntese. Ver também zona fótica.
eutroficação Processo pelo qual as águas se tornam mais eutróficas (mais ricas
em nutrientes dissolvidos, necessários para o crescimento de plantas aquáticas,
como algas), seja como fase natural de maturação da massa de água, seja artifi-
cialmente, por exemplo, pela poluição ou por efeito de fertilizantes.
evaporito Depósito constituído por rocha sedimentar que se formou por precipi-
tação na água, em função da evaporação em ambiente salino. Os sais dissolvidos
precipitam-se em uma ordem definida, os menos solúveis primeiro. A gipsita é o
primeiro mineral a precipitar-se em grandes quantidades, seguindo-se a anidrita e
o sal-gema. Os sais mais solúveis, a silvita, a carnalita e a polialita, associam-se à
halita em alguns depósitos, e são importantes fontes de potássio.
evorsão Tipo especial de corrasão gerada pela pressão exercida pelo movimento
turbilhonar no fundo do leito de uma corrente. Este processo escava depressões
geralmente circulares denominadas marmitas.
faixa móvel Região crustal, em geral estreita e alongada, caracterizada por intensa
atividade tectônica associada geralmente a magmatismo e metamorfismo regional.
falésia Escarpa originada pela erosão marinha ou fluvial e ainda sob a influência
destes agentes, implicando necessariamente na existência de porções continen-
tais soerguidas e/ou rebaixamentos eustáticos para sua formação (Figura 31).
"•assâg
ta*
. / s
á?
TL. • mm i. — . •
7i
tf
r
<*>
h
d
<> I -
v m
I
Matrlzflna * Fragmentos
P fragmentos
R > R mm Brecha de Falha Brecha de Falha MlonMca
O 90-100%
O
E sito wuionno
50-30% Protocatac
Klaisito Protomlkmlto
F
R 10-50% Cataclaslto MlionHo
G
M <10% UttracatacJastto liltramllonito
E
N
T
O
S
<% g r i o s
da mat riz visíveis
Xisto mllonítkco de gnalsse
I
S
E
I
S
Teto ou Capa
\ \
\ \ ~7
\ \
\ \
W
L \
/
Piso ou Lapa
Figura 35 - Falha normal. Movimento do tipo frontal. O bloco superior é o teto
ou capa e o inferior, o piso ou iapa (Costa, Hasui e Pinheiro, 1992)
falha periférica Falha que apresenta um padrão em forma de arco ou com aspecto
circular, envolvendo ou limitando uma área circular ou parte desta.
falha radial Falha que se irradia a partir do centro, por vezes podendo constituir
um sistema.
PALHA TRANSFEREMTC
* -?
c? ^
o°^)
A
/â?
V
' ° •
* v \ A?
* +F4-
L
Hc«**
falhas lístricas (ing. listric faults) Falhas normais que se apresentam curvadas
com a forma de pá ou colher, e que separam cunhas, lascas ou escamas acunhadas
que se aplainam horizontalmente em direção à zona de deslocamento, produzin-
do uma concavidade voltada para cima.
falhas rotacionais Falhas cujos blocos giram segundo um eixo de rotação que é
perpendicular à falha. Falhas pivotantes.
Hemigrábem Anticlinal
£
A Marginal
;
Ih
í,
Eixo de abertura
Núcleo metamórfico oceânica
Figura 37 - Falha transferente (Hasui & Mioto, 1992)
fanerógama Termo usado para designar as plantas que têm órgãos sexuais aparen-
tes; grande grupo do reino vegetal que inclui todas as plantas que produzem flores.
farinha de falha (ing .fault gouge) Rocha cataclástica incoesa, contendo menos
de 30% de porfiroclastos.
fatia de falha Denominação genérica aplicada a blocos de rocha que foram apri-
sionados entre as paredes da falha. A denominação Horse é utilizada quando a
falha aprisionante é de gravidade. Estrangulamento.
fenologia Parte da botânica que estuda os vários fenômenos periódicos das plan-
tas, como a brotação, a floração e a frutificação.
86 Glossário Geológico
filarenito Arenito lítico com mais de 50% das partículas de rochas constituídas
de ardósia, filito e micaxisto, isto é, rochas em que predominam os filossilicatos.
fissão nuclear Interação na qual os núcleos antes unidos num núcleo atômico são
separados, liberando energia.
fitoecologia Ramo da ecologia que trata do estudo das relações entre os ve-
getais e o ambiente ou entre as diferentes espécies de uma comunidade sem
referência ao ambiente.
flint Variedade dura de chert, com fratura conchoidal, cor cinza ou preta, consti-
tuída por calcedônia ou quartzo criptocristalino, porém sem a presença de opala.
floema Tecido condutor de seiva elaborada nas plantas vasculares, e situado en-
tre a casca externa e o lenho. Também chamado líber.
foco Ponto no interior da Terra onde a energia sísmica é liberada por ocasião dos
terremotos.
foliação Denominação aplicada para todas as feições planares, presentes nas ro-
chas metamórficas.
• I
l ih I
i iii1',
i l i 11
^ „ N\^ívN I 1
I
\
II I
I I
\ W[
L\
S^\ c\
Kl
l 'l 1
(a) <b> (c)
força nuclear forte Força fundamental da natureza que mantém juntos os quarks,
e mantém os núcleons (compostos de quarks) junto com os núcleos dos átomos.
força superficial Força que exerce uma ação direta na superfície do corpo, isto
é, em contato direto com o mesmo. Força de contato.
franja capilar Parte inferior da zona de aeração, e que contém água em maior
grau de saturação.
fratura de tensão (ing. tension gash) Plano de partição presente em uma rocha,
o qual não envolve deslocamento, encontrando-se preenchida, característica esta
indicativa de dilatação ou distensão. No campo forma um sistema de veios cónicos
paralelos e freqüentemente com disposição escalonada. Desenvolve-se , em ge-
ral, perpendicularmente ao tensor extensional.
fratura inferior Fratura formada por esforço divergente dentro do bloco conti-
nental. As feições dominantes são horsts e grabens.
frente de onda Superfície que passa por todos os pontos na mesma fase, nas
ondas geradas em um instante determinado.
fulgurito Pequeno tubo de material vítreo, formado pela fusão da areia pela ação
de raios, podendo alcançar 40 cm de comprimento por 5 a 6 cm de diâmetro.
fundo marinho Região dos oceanos situada abaixo da linha média da baixa-mar
e compondo-se de duas unidades maiores: margem continental e fundo oceânico.
fusão nuclear Interação na qual os núcleos são fundidos, criando novos núcleos
atômicos e liberando energia.
galvanômetro Instrumento que serve para revelar ou medir a intensidade das cor-
rentes elétricas fracas, por meio de desvios que se imprimem a uma agulha imantada
ou a um quadro condutor colocado no interior de um círculo magnético. É, a
rigor, um amperômetro de grande sensibilidade.
geleira Grande e duradoura massa de gelo formada nas regiões continentais, onde a preci-
pitação da neve compensa a perda pelo degelo, motivo pelo qual a massa de gelo é conser-
vada. Os dois tipos principais de geleiras são o alpino, ou geleira de vale, e o continental
também denominado inlandsis. Um terceiro tipo, intermediário, é o de piemonte.
gelo Agua em estado sólido. É de alta importância como fator geológico, por seu
caráter destrutivo e construtivo. Presente na natureza como gelo continental pro-
veniente principalmente de precipitação atmosférica sólida e de gelo marinho,
oriundo do congelamento da água do mar. No gelo continental podem ser distin-
guidos: gelo de altitude, formado acima da linha de neve perene; gelo de latitude,
formado nas zonas polares, onde o limite das neves atinge nível igual ou próximo
a zero. Corresponde a vastas áreas onde o gelo atinge espessuras consideráveis.
O gelo marinho forma-se em altas latitudes, por congelamento da água do mar, não
excedendo poucos metros de espessura, todavia podendo ter larga distribuição.
gema Substância natural ou sintética, lapidada, rara e que por suas propriedades
de transparência, cor, brilho, dureza, e certos efeitos óticos especiais, tais como
chatoyance, asterismo, labradorescência e aventurinização, pode ser utilizada para
fins de adorno pessoal. Atualmente os termos pedra preciosa e semi-preciosa
encontram-se em desuso.
A
torno do eixo C ./ /| = ora
010
/
100
GEMINAÇÃO PARALELA
G i r a d o 180' a o r e d o r Plano d e C o m p o s i ç ã o
ic 0 0 1 de uma reta e P l a n o da
/ n o r m a l a 010 G e m i n a d o = 010
l/í
100^1 0,0
geminado múltiplo Geminado formado por três ou mais partes, todas geminadas
de acordo com a mesma lei. Caso todas as superfícies sucessivas de composição
sejam paralelas, o grupo resultante chama-se geminado polissintético; caso não
sejam paralelos, são denominados geminados cíclicos. Geminado repetido.
geodo Cavidade que se mostra revestida por minerais que não chegam a completá-
la, e cuja forma externa aproxima-se de uma esfera.
geologia Ciência que estuda o globo terrestre desde o momento em que as rochas
se formaram até o presente. Divide-se em Geologia Geral e Geologia Histórica.
A Geologia Geral estuda a composição, a estrutura e os fenômenos genéticos
formadores da crosta terrestre, assim como o conjunto geral de fenômenos que
agem não somente na superfície, como também no interior do planeta. Por sua
vez, a Geologia Histórica estuda e procura datar cronologicamente a evolução
geral, as modificações estruturais, geográficas e biológicas ocorridas ao longo da
história da Terra. Do ponto de vista prático, está voltada tanto a indicar os locais
favoráveis e encerrar depósitos minerais úteis ao homem, como também do ponto
de vista social, a fornecer informações que previnam catátrofes, sejam aquelas
inerentes às causas naturais, sejam aquelas atribuídas à ação do homem sobre o
meio ambiente. É também empregada direta ou indiretamente nas obras de enge-
nharia, na construção de túneis, barragens, estabilização de encostas etc.
giga anos (Ga) Unidade de tempo equivalente à IO9 (bilhão de) anos.
gondwana Supercontinente que, até pelo menos o final da Era Paleozóica, reunia
a América e a Africa, constituindo uma única massa de terras.
graben Bloco abatido com forma relativamente alongada, estreito e limitado por
falhas normais (Figura 40).
GRABENS
HORSTE
4
v V
ti
&
Ti02, Ni, K, Co, Rb e biotita rica em FeO. Mostra ainda baixos valores para
Si0 2 , Na^O, MgO, e baixas relações K/Rb e Ba/Rb além de baixo índice de oxi-
dação.
granitófllos Elementos químicos típicos dos granitos, como sejam: K, Rb, Sr, Ba,
Hf, Na, Th, Ta, U, Pb, Li, Ce, Be, Ca, B, Al, Y, Si, Ti, Zr, V, W, Hg, Ga, In, Tl,
Sn, Ar, Sb, Bi e F.
granitos de arco vulcânico (ing. volcanic are granites) Granitos (lato sensu)
que ocorrem em arcos vulcânicos de ambiente intra-oceânico ou intra-continen-
tal, podendo ser classificados, do ponto de vista geoquímico, em granitos
toleiíticos, cálcio-alcalinos e shoshoníticos. Os granitos toleiíticos, oceânicos,
posicionam-se predominantemente nos campos do quartzo diorito e do tonalito,
no diagrama QAP de Streckeisen, têm hornblenda como principal mineral
ferromagnesiano e são cálcicos segundo a classificação de Peacock. Os granitos
cálcio-alcalinos (de arcos oceânicos ou continentais) posicionam-se parcialmen-
te nos campos do quartzo diorito, do quartzo monzonito, do tonalito e do
granodorito, no diagrama QAP de Streckeisen; têm horblenda e biotita como mi-
nerais ferromagnesianos característicos e em geral pertencem a suítes cálcio-al-
calinas, de acordo com a classificação de Peacock. Os granitos shoshoníticos de
margens continentais ativas incidem predominantemente nos campos do quartzo
monzonito, do granodiorito e do granito (.stricto sensu) do mesmo diagrama; pos-
suem biotita e hornblenda como minerais ferromagnesianos dominantes e perten-
cem às suítes cálcio-alcalinas e álcali-cálcicas da classificação de Peacock. A
composição de todos esses granitos, desde os toleiíticos até os shoshoníticos,
varia desde metaluminosa até fracamente peraluminosa.
granitos de cadeia oceânica (ing. ocean ridge granites) Granitos que ocorrem
em complexos ofiolíticos, sob a forma de pequenos corpos pertencentes à parte
superior de unidades plutônicas. Seguidamente denominados de plagiogranitos,
tais rochas se posicionam diretamente nos campos do quartzo diorito e do tonalito,
do diagrama QAP de Streckeisen. Têm hornblenda como principal mineral
ferromagnesiano e podem ser meta ou peraluminosos.
granitos intraplaca (ing. within plate granites) Granitos (lato sensu) que se
formaram no interior das placas tectónicas. Podem ser de três tipos: granitos intra-
oceânicos, granitos intra-continentais e granitos de litosfera continental atenua-
da. No diagrama QAP de Streckeisen, essas manifestações plutônicas se
posicionam, essencialmente, nos campos do quartzo sienito, do granito (stricto
sensu) e do álcali-feldspato granito, pertencendo às suítes alcálicas e à tipologia
Glossário Geológico 99
granitos tipo M Terminologia adotada por Chapell & White para designar grani-
to (lato sensu) de origem mantélica, ligada à fusão parcial da crosta oceânica
subduzida. O termo petrográfico mais freqüente é o plagiogranito. Com razões
Sr^/Sr 86 iniciais caracteristicamente muito baixas, esse tipo de granito está asso-
ciado a vulcanismo de arco de ilhas, compondo pequenos plutões, sempre de
idade mesozóica.
granitos tipo R Granitos gerados de rocha fonte não muito bem definida, (prova-
velmente representando um resíduo onde foi gerado outro granito) a partir de
uma fusão parcial, modificada por cristalização fracionada. São, em geral, grani-
tos félsicos (strictu sensu) e caracterizam-se pela abundância de elementos maio-
res de carga muito elevada. Quimicamente apresentam as seguintes característi-
cas: Si0 2 usualmente elevado (próximo de 76%); Na 2 0 alto; Ca2 + baixo; Ga/Al
alto; Y e ETR alto, com exceção do Eu (este permanece com anortita); Nb, Sn,
Mo, Zr, altos - formam complexos com F na fusão; Fe, Cl altos (produzidos pela
fusão parcial de resíduos preexistentes ricos em Fe e Cl). Tais granitos se formam
em pequenas quantidades e pertencem à fase final dos cinturões orogênicos (ou
anorogênicos) e alguns são peralcalinos. A eles ocorrem associados depósitos de
Sn e Ta.
granolito Termo utilizado para rochas da fácies granulito, sem levar em conside-
ração o tamanho dos grãos, porém apresentando necessariamente as associações
minerais diagnosticas da zona regional do hiperstênio.
grau de isorreação Isograda baseada em uma reação específica. Ver também isógrada.
gretas de contração (ing. mud cracks) Feições originadas pela exposição subáerea de
sedimentos constituídos por alternância de areia e pelitos, através da perda de água.
Glossário Geológico 101
grupiara Designação que tanto pode ser utilizada para um depósito sedimentar
diamantífero, encontrado em cristas de morros, como para cascalho estratificado e
aurífero encontrado nas fraldas das montanhas.
grupos naturais Denominação adotada pelos cladistas para indicar grupos que
apresentam uma história genealógica comum, a exemplo das aves. Os grupos que
não possuem uma ascendência única são designados como parafiléticos.
hipocristalina Rocha de natureza ígnea constituída tanto por cristais como por vidro.
iconógrafos Formas tais como condutos, bolsas, funis, lentes e massas irregula-
res, que foram criadas devido à ação de organismos escavadores.
idade modelo Nd ( neodímio ) (ingl. model Nd-age) Estimativa de tempo no qual uma
rocha continental, ou seu precursor crustal, foi derivada do manto superior. E baseada
na premissa de que esta parte do manto é empobrecida em elementos terras raras
leves, ou tem razões condríticas de elementos terras raras. Representada por TD M *
DERRAME POSTERIOR
Jy GZ> <=» D I A C L A S E A D iA
II '
1
ZONA DE SOLDAMENTO COM " F T A M M E "
1
Cf VERMÍCULADOS. DlACLASES M A I S
<=> FRACOS
í7 HORIZONTE DE FRAGMENTOS L f T I C O S
ZONA BASAL P U M I C E A
ilha Porção de terra firme, situada no mar, lago ou rio, e cercada de água por todos os
lados. Ainda que comumente de pequenas dimensões, algumas podem ser consi-
deradas como pequenos continentes (Groenlândia, com cerca de 2.000.000 km2).
ilita Um dos grupos que constituem os argilominerais, formado por folhas de três
camadas onde a unidade estrutural básica é uma folha composta, que se apresenta
com duas camadas de tetraedros de Si0 4 , entre as quais se situa uma camada de
Al coordenado octaedricamente.
Impactógenos Rifts alinhados em alto ângulo com zonas de colisão, sendo pos-
teriores à abertura da fase oceânica.
2V
OA Z»Bxa OA Z=Bxo
CJ :s
.V?
'«I •*
\
OA
-Jlcs
•tf- X=Bxo
1
'>X:gfCS SC i
:;iái
'r •z*
Positiva Negativa
Figura 44 - Indicatrizes biaxiais. OA, eixo ótico; CS, seção circular; Bxa, bissetriz aguda; Bxo, bissetriz
obtusa (Wahlstrom, 1969)
Glossário Geológico 109
indicatriz uniaxial Figura geométrica tridimensional que mostra a variação dos ín-
dices de refração de um cristal para as ondas de luz em suas direções de vibração. Para
cristais positivos a indicatriz é um esferóide de revolução prolato, enquanto para cris-
tais negativos a indicatriz é um esferóide de revolução oblato (Figura 45).
Eixo óptico
Eixo óptico
fm
PP*
Í I
-"o i "o
•SM
WÊ0 l
Positiva Negativa
A B
Figura 45 - Indicatrizes uniaxiais positiva e negativa (Wahlstrom, 1969)
índice calcialcalino índice utilizado para a classificação das rochas ígneas, que
se baseia na porcentagem em peso da sílica, presente quando são equiparadas as
porcentagens de CaO e K 2 0 + Na 2 0. As quatro classes químicas são denomina-
das: alcalina (% Si0 2 < 51); álcali-cálcica (% Si0 2 entre 51 e 56); calcialcalina
(% Si0 2 entre 56 e 61) e cálcica (% Si0 2 > 61).
índice de cor M índice definido para uma rocha, representando seu conteúdo em
minerais mais escuros ou máficos, sendo medido em termos de percentagem em
volume. Com base nesse índice, as rochas são divididas entre leucocráticas (M —0-
35%), mesocráticas (M'=35-65%), melanocráticas (M'=65-90%) e ultramáficas
(M'=90-100%).
ficar uma zona cristalina, os índices são escritos entre colchetes, enquanto para
identificar uma forma cristalina, são escritos entre chaves. Quando o eixo é cor-
tado na porção negativa, é colocado um traço sobre o algarismo correspondente.
índice félsico de Simpson (IF) índice utilizado para medir o caráter félsico de
uma rocha magmática. Definido pela expressão IF = Na 7 +K 2 0 / Na 9 0+K 2 0+Ca0
(óxidos em % em peso) ou IF = Ab x 100 / Ab+An, ou ainda, IF = Ab+OrxlOO /
Ab+An+Or, estas duas últimas expressões em minerais normativos.
inselbergue Forma residual apresentando feições variadas tais como crista, cú-
pula, domo e dorso de baleia, cujas encostas mostram declives entre 50° e 60°,
dominando uma superfície de aplanamento herdada ou funcional, com a qual
forma uma ruptura (knick) de onde divergem as rampas de erosão (Figura 46).
, • •?
J
/>v * *
*?•
^ : ; . p Z C Ü ; </
w*
a/
Figura 46 - Inseibergue (Nunes et al. 1995)
inseqüente Rio que aparentemente não apresenta qualquer tipo de controle, seja
ele estratigráfico ou estrutural (Figura 13).
isóbaros Nuclídeos cujos números de massa são idênticos, mas que apresentam
números atômicos diferentes.
isoclinal Dobra cujos flancos mergulham no mesmo sentido e com ângulos iguais.
isógona Linha que em um mapa une todos os pontos da superfície terrestre que
apresentam a mesma variação da agulha magnética, a partir do meridiano ou
norte verdadeiro.
112 Glossário Geológico
isoieta Linha que em um mapa une todos os pontos da superfície terrestre que
apresentam a mesma precipitação pluvial.
isótopos Nuclídeos que apresentam o mesmo numero de prótons, mas que dife-
rem no número de nêutrons.
istmo Faixa de terra firme, relativamente estreita, que une porções do continente.
J jacinto Variedade de zircão - Zr(Si0 4 ) - com coloração acastanhada ou laranja-
vermelho, usada como gema e cristalizando no sistema tetragonal.
junção tripla Denominação aplicada aos locais onde três placas tectónicas
possuem um ponto em comum. As junções podem ser constituídas pelas combi-
nações de cadeia (R), fossa (T) ou falha transformante (F), promovendo diversas
configurações tais como RRR, RRT, RRF etc.
5
r
0
p
i!
I
r
*;
t/Á
EN
s
/
Figura 47 - Relações de juntasj;om os eixos de dobramentos regionais. (0C): Junta longitudinal. ((3) e ( Y ) :
Juntas diagonais. ( õ ) : Junta transversal. Na figura, a junta longitudinal ((X) coincide com o plano
axial da dobra (Loczy & Ladeira, 1976)
114 Glossário Geológico
juntas de tração Juntas que se formam em ângulo reto, segundo a direção dos
esforços trativos, sendo que entre aquelas oriundas do decréscimo de volume
estão presentes as juntas de resfriamento e as de dissecação.
Styl.
(
•*
*»
10 cm
\ J. Ui
*
ZONA DE FALHA
JUNTAS PENADAS
EUPSÔD
t E DE DEFORUAÇAO
Figura 49- Juntas penadas. Desenvolvem-se no(s) blocos(s) que se movimenta(m). No caso desta ilustração,
em ambos os blocos, elas, correspondem à fratura de partição. O elipsóide de deformação se
orienta como mostrado. Pela disposição d a s juntas penadas, pode-se deduzir o movimento relativo
(ViaIon et ai. 1976, apud Hasui & Mioto, 1992)
Glossário Geológico 115
o & CD
Figura 50 - J u n t a s Sigmoidais e Escalonadas. Com a deformação progressiva, a
fratura rotaciona e se amplia, ganhando perfil em S. A disposição do S
permite deduzir o sentido movimentação (Ramsay, 1967)
kink band Microdobra angular, que apresenta formato monoclinal e cuja distância
entre as superfícies axiais adjacentes é da ordem de 10 cm. Caso possuam dimensões
maiores recebem as denominações de dobra em ziguezague ou em joelho.
kunzita Variedade de espodumênio - LiAl (Si2 Oe) - mineral que pertence à família
dos piroxênios, que possui cor lilás, sendo utilizada como gema.
L lacólito Massa intrusiva que se apresenta com forma lenticular plano-convexa, simi-
lar a um cogumelo. A rocha situada acima da intrusão é abaulada como uma cúpula,
enquanto as camadas inferiores continuam na sua posição original (Figura 51).
I
I
m
+
+ •
+ + + I» + + ^
+ + + + +
+ + + +
LSHÒLITO
JL t t
lago Corpo de água parada, em geral doce, embora possam existir aqueles com
água salgada, como acontece nas regiões de baixa pluviosidade.
lago amítico Lago que não apresenta circulação, devido à formação de uma
camada de gelo na superfície.
lago desértico (ing. playa lake) Lago, em geral temporário, que ocorre
freqüentemente nas depressões internas das bacias desérticas, onde o nível de
120 Glossário Geológico
lamprófiros Rochas que ocorrem sob a forma de diques com coloração escura,
embora apenas algumas sejam ultramáficas. A textura é acentuadamente porfirítica
e panidiomórfica. Os minerais máficos são euédricos, comumente em duas gera-
ções. Alguns não possuem feldspatos, enquanto em outros, o feldspato predomi-
nante é o alcalino ou então o plagioclásio.
lapa Denominação aplicada ao bloco que se situa abaixo de uma falha, quando
esta é inclinada ou horizontal. Quando a falha é vertical essa distinção não existe.
Ver também capa.
lapiás (fr. lapiés) Caneluras ou rasgos paralelos que esculpem a superfície das
rochas calcárias.
A
/ a
e 'E
R
Figura 52 - Lasca de empurrão. R - linha de ramificação E - empurrão. L - lasca (Boyer &
Elliot, 1982, apud Hasui & Costa, 1991)
a b
y *
Figura 53 - sistema de leques imbricados. As falhas formam leques que convergem para
baixo e se abrem para cima. Na base, juntam-se a uma zona de deslocamento.
Em (a) é do tipo imbricado na ponta, em (b), imbricado na cauda (Boyer &
Elliot, 1982, apud Hasui & Costa, 1991)
lei de Bravais A freqüência com que uma dada face é observada em um cristal, é
aproximadamente proporcional ao número de nós que jazem nela, e portanto quanto
maior o número, tanto mais comum a face.
lei de Coulomb Entre qualquer par de íons providos de cargas contrárias, existe
uma força de atração eletrostática diretamente proporcional ao produto de suas
cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre seus centros.
lente composta (Ótica) Lente que consiste em duas ou mais lentes individuais,
configuradas de tal maneira, que as aberrações de uma parte do sistema são com-
pensadas pelas da outra parte. Na prática, entretanto, é quase impossível a cons-
trução de uma lente composta que supere todos os vários tipos de aberrações.
lei de Darcy A quantidade de fluxo que passa através de um meio poroso é pro-
porcional à permeabilidade, à área da seção transversal ao fluxo e ao gradiente
hidráulico. E expressa pela fórmula Q = KiA ou Q/A = v = Ki, onde Q = taxa de
fluxo (m3/dia); K = coeficiente de permeabilidade (m/dia); i = gradiente hidráuli-
co; A = área da seção transversal ao fluxo (m2) e v = velocidade de fluxo (m/dia).
leque aluvial (ing. aluvial fan) Depósito de material detrítico que se apresenta
com a forma de um segmento de cone, distribuído radialmente, mergulho abaixo,
a partir de ponto onde os cursos d'água deixam as montanhas. Em geral associa-
se a escarpas de falha. Cone aluvial ou Leque de dejeção.
lianas Plantas lenhosas e/ou herbáceas reptantes (cipós) que apresentam as ge-
mas e os brotos de crescimento situados acima do solo e protegidos por catafilos.
ligação de Van Der Walls Ligação fraca que une moléculas neutras e unidades
de estrutura essencialmente desprovidas de carga, em um retículo, em virtude das
pequenas cargas residuais existentes em uma superfície. E a mais fraca das liga-
ções químicas.
ligação iônica Ligação em que os íons se mantêm unidos, devido à atração elé-
trica das cargas opostas.
ligação metálica Ligação em que os núcleos atômicos estão unidos pela carga
elétrica agregada de uma nuvem de elétrons que os rodeia. Um elétron não per-
tence a qualquer núcleo em particular, sendo livre para mover-se através da estru-
tura ou mesmo inteiramente fora dela sem romper o mecanismo de ligação.
lineação Feição que se apresenta na superfície das rochas sob a forma de linhas,
as quais são penetrativas e mantém uma orientação preferencial.
linha de descendência dos líqüidos (ing. liquid line-of-decent) Linha que re-
presenta, num diagrama geoquímico de variação, o curso da evolução química
dos líqüidos magmáticos, formados em razão de cristalização fracionada ou fusão
parcial progressiva.
linha das neves eternas Linha acima da qual, mesmo no verão, a neve não chega
a desaparecer.
linha de Becke Fenômeno em que aparece uma linha de luz estreita, associada
com o contato vertical de duas substâncias com índices de refração diferentes,
observada sobre a platina de um microscópio. E melhor visualizada quando é
utilizada uma objetiva de aumento médio e quando a abertura do diafragma íris
abaixo da platina estiver praticamente fechada. Se a linha de Becke se movimen-
tar em direção à substância quando o tubo do microscópio for elevado, esta terá
então índice de refração maior do que a substância circundante.
líquen Vegetal criptogâmico formado pela íntima associação de uma alga azul ou
verde com um fungo.
liquidus Curva ou superfície que separa áreas ou volumes onde não existem
sólidos presentes, daquelas nos quais coexistem sólidos e líqíiidos. É a curva
que define o início da cristalização de um magma, ou o término da fusão de um
sólido (Figura 54).
1890
T Líquido
/
Tl
G H
v
K><
T3 O Crisl + Liq
U
1 205
Sólido
C
L3 ^L2 ^33 ^32 ^31
Faialila ( Fa ) Forsterita ( F o )
Fe2Si04 MgzSi04
litólico Classe que agrupa solos rasos (<50 cm até o substrato rochoso) e com
horizontes na seqüência A - C - R.
litosfera Capa rígida do planeta com viscosidade da ordem de IO20"21 Pa.s, envol-
vendo o interior dúctil, cuja viscosidade é da ordem de IO22 Pa.s (astenosfera).
Engloba a crosta continental, com suas porções superior e inferior, a crosta oceâ-
nica e o manto litosférico (Figura 55).
126 Glossário Geológico
DESCONTINUIOAOE DE CONRAO
I 200 km
MANTO SUPERIOR
— — 700 km
MANTO INFERIOR
iyL/v
IPPOLITO > //
- T//
yÀ r/A* Km
* r '/A" vs 'S.
y/- f
Sj
Z
V
Vi
/
V4
Afl^rSRA
Figura 56 - Lopólito (Sial & McReath, 1984)
luminescência Qualquer emissão de luz produzida por um mineral, que não seja resul-
tado direto de incandescência, e classificando-se em termoluminescência, eletrolu-
minescência, quimiluminescência, triboluminescência e cristaloluminescência.
luxullianito Turmalina granito em que a mica foi substituída pela turmalina. Apre-
senta fenocristais de ortoclásio e quartzo, que envolvem rosetas de cristais
aciculares de turmalina, imersos em uma matriz constituída por quartzo, turmalina,
ortoclásio, mica e cassiterita.
Glossário Geológico 127
luz polarizada Luz que apresenta todas as vibrações em um único plano. Um vetor
que representa as vibrações da luz comum tomará todas as direções, ao passo que
um que represente as vibrações de luz polarizada, tomará apenas uma direção.
luz plano polarizada Luz que vibra em uma linha ao longo de um plano, formando
ângulos retos com a direção de propagação. Luz polarizada linearmente.
M maar Cratera rasa de um vulcão embrionário, do qual apenas explodiu a chaminé,
sem ter havido derramamento de lava.
CROSTA
TERRESTRE
T3 200
O
c
CL 300 MANTO SUPERIOR
CL
CL
400
ZONA DE TRANSIÇÃO DE COMPACTAÇÃO ATÔMICA
500
3
600
3
ZONA ,3E TRANSIÇÃO DE COMPACTACÃO ATÔMICA
700
MANTO INFERIOR
manto empobrecido (ing. depleted mantlé) Região do manto que perdeu através de
episódios de fusão parcial, parte de seu conteúdo em elementos litófilos de íon grande
chamados de incompatíveis (Rb, Sr, Ba, K, U, Th, elementos terras raras e outros).
manto glacial Solo formado por materiais de origem glacial, depositados direta-
mente por geleiras ou indiretamente por correntes glaciais, lagos glaciais ou pelo mar.
manto não empobrecido (ing. undepleted mantle) Região de manto que mantém
inalterado, ou praticamente inalterado, seu conteúdo original em elementos litófilos
de íon grande chamados de incompatíveis (Rb, Sr, Ba, K, U, Th, elementos terras
raras e outros).
marauíto Combustível do tipo bog head, sapropelito formado por algas, com a
presença também de esporos, pólens e cutículas de plantas, apresentando-se no
estágio de carbonização que equivale a um linhito.
marca espigada (ing. chevron marks) Marca contínua devida a objeto flutuante,
constituída por impressão em forma de V, alinhada e paralela à corrente. O vértice
aponta para frente da corrente que a originou.
marca frondescente Marca constituída por uma série de sulcos que geralmente
se ramificam a jusante, lembrando os galhos de uma árvore. As cristas são
crenuladas e finamente estriadas.
maré de sizígia Maré de grande amplitude, que ocorre quando o sol e a lua estão
em sizígia, isto é, quando a atração gravitacional entre os dois astros se soma.
Ocorre por ocasião da lua cheia e da lua nova. Maré de águas vivas.
mar ilhado (ing. island sea basin) Bacia implantada no interior de áreas conti-
nentais, não associada a arcos vulcânicos, em que falta total ou parcialmente a
crosta superior. Pode ser circundado por crosta continental integral (Mar Cáspio),
ou parcialmente ilhado, isto é, quase completamente circundado por crosta con-
tinental integral (Mar Negro e Golfo do México).
Nível do mar
i80m
I
3.000 m
I 4.000 m
Plataforma 7X777777777?
| Sopé conttmnbd Ptankb âbteMJ
Itoyw contifiootal Fundo oc«inteo
margem continental ativa Margem das placas litosféricas que apresentam mo-
vimento convergente em relação à placa adjacente, com subducção e consumo do
fundo oceânico. Este processo pode evoluir até a colisão continental, caso em
que o fundo oceânico foi totalmente consumido na zona de subducção, a exemplo
da cadeia Alpino-Himalaiana. Podem ocorrer quatro situações: subducção da placa
oceânica sob placa superior com continente na borda: modelo cordilheirano;
subducção de placa com continente sob outra com continente na borda: modelo
himalaiano ou de colisão de continentes; subducção de placa com continente sob
placa oceânica com arco insular: modelo de colisão continente-arco (mar do Japão) e
subducção de placa com continente sob placa oceânica: modelo de obducção.
meia vida Tempo necessário para que uma substância radioativa perca 50% de
sua atividade por desintegração.
meio-graben Fossa de perfil assimétrico em que uma das bordas é limitada por
falha normal, enquanto a outra é definida por uma flexura falhada.
mergulho (ing. dip) Ângulo diedro entre o plano de uma camada e um plano
horizontal. O mergulho é medido em um plano vertical imaginário perpendicular
à direção da camada.
mergulho de uma jazida Ângulo que faz a linha de maior declividade da super-
fície média de uma jazida com um plano horizontal.
méson Partícula elementar cuja massa de repouso está situada entre a do elétron e a
do próton. E instável e se forma em reações nucleares que envolvem energias elevadas.
134 Glossário Geológico
mesóstase Matriz presente em muitas rochas ígneas que se apresenta com granulação
fina, vítrea ou ambas.
metamorfismo (ing. metamorphism) Processo pelo qual uma rocha para equili-
brar-se internamente, e com o meio em que se encontra, ajusta-se, estrutural e/ou
mineralogicamente, a condições de pressão e temperatura diferentes daquelas em
que foi formada, sem o desenvolvimento de uma fase de silicatos em fusão. O
metamorfismo confunde-se em baixas temperaturas com a diagênese sedimentar.
Em altas temperaturas nos níveis mais profundos da crosta, passa gradualmente,
com o aparecimento de uma fase liqüida granítica, resultado de uma nova fusão,
por um processo de anatéxia pelo qual são gerados magmas primários.
a abundância do Potássio nesta zona mais externa do Globo Terrestre, esse méto-
do indica a época em que o sistema atingiu uma temperatura menor do que a de
bloqueio do Argônio, determinando idades de rochas ígneas e metamórficas, de
resfriamento, de soerguimento regional, de processos tectónicos (falhas, cataclase
etc.). Os materiais datados são rochas ou minerais isolados (biotita, muscovita,
anfibólio, feldspato potássico, plagioclásio e piroxênios).
mineral sinantético Mineral que ocorre no contato entre dois minerais, sendo as
bordas que circundam os minerais denominadas bordas quelifíticas, ou coroas de
reação. A rocha que contém abundantes coroas é chamada coronito.
modelo Airy Modelo que considera ter a crosta terrestre densidade constante, e
que as variações topográficas são compensadas proporcionalmente na base da
crosta (profundidade de compensação), criando feições tais como raiz para com-
pensar montanhas, ou anti-raiz para depressões.
modelo Pratt Modelo que considera que as densidades laterais da crosta terres-
tre e da subcrosta são variáveis, sendo porém constante a profundidade de com-
pensação. Assim, as regiões elevadas devem ter densidade crustal menor do que
as regiões baixas.
mofeta Exalação fria, com temperatura por volta de 40° C, de gases vulcânicos,
contendo C0 2 .
molde de drenagem (ing. rill mark) Canalículo dendriforme formado pelo esco-
amento de pequena quantidade de água, que se espalha como um lençol em um
fundo relativamente plano.
mortar Textura na qual porfiroclastos e/ou agregados de grãos com formas variadas,
porém mais comumente lenticulares, estão envoltos por faixas e esteiras de subgrãos.
musgo Vegetal pequeno, provido de caule e folhas, pertencente ao grupo das briófitas.
netunismo Crença, a partir dos estudos do alemão Abraham Werner, um dos funda-
dores da Geologia, de que todas as rochas da Terra se formaram na (ou da) água.
140 Glossário Geológico
neviza (ai. fim) Estado intermediário entre a neve e o gelo. É uma substância
mais antiga e compacta que a neve, porém não sendo ainda totalmente uma massa
de gelo. A neve se transforma em neviza após o degelo do verão e se forma
quando a permeabilidade se reduz a zero, devido à recristalização e compactação
da neve, o que conduz a uma diminuição da porosidade e aumento da densidade.
nicho ecológico Espaço que oferece a uma única espécie e somente a ela, as
condições vitais para sua sobrevivência.
nível estático Posição do nível da água no poço, quando este não está sendo
submetido a bombeamento, e que atingiu o equilíbrio com a pressão hidrostática.
núcleo Subdivisão da Terra que se estende desde 2900km, limite com o manto
inferior, até cerca de 6700km. Sua massa representa 32,4% da massa total da
Terra. Divide-se em núcleo externo, que se apresenta em um estado físico liqüido
e alcança até 5.200km, sendo que a partir dessa profundidade está presente o
núcleo interno, sólido.
nunatak Nome esquimó utilizado para indicar a parte alta, rochosa, que sobrcssae
do manto de gelo e neve, comportando-se como se fosse ilha rodeada pelo gelo.
nuvem ardente (fr. nueé ardent) Massa volátil constituída de rases vulcânicos e
material sólido, parcialmente incandescente. Em sua base se uma zona
de alta temperatura, com domínio de material sólido.Toda a de grande
mobilidade e se comporta de modo semelhante a uma mass.i
O (Pedologia) Horizonte ou camada superficial de cobertura, de constituição
orgânica, sobreposta a alguns solos minerais, em condições de drenagem, sem
restrições que possam resultar em estagnação de água.
obliqüidade (Mineração) Ângulo formado pelo eixo de uma jazida e uma hori-
zontal, medido no seu plano médio, ou seja, o ângulo entre o seu eixo e o seu
traço medido no plano médio. Somente em jazida vertical declividade e obliqüidade
têm o mesmo valor.
Sedimentos
Estruturas de almofada
Enxames de diques, p e q u e n a s
intrusões
Cumulados máficos
Intrusões acamadas
Moho
sísmico 4í Cumulados ultramãficos
Acumulações de cromtta
Moho
petrológico
_
1 Rochas ultramáficas do manto
superior, harzburgitos-
Iherzolitos
onda de areia (ing. sandwave) Onda gigantesca com amplitude média da ordem
de 10-15m e cujo comprimento de onda situa-se entre várias centenas de metros.
organoléptica Propriedade da água que afeta o sentido: cor; odor; sabor; calor.
Normalmente a água subterrânea é incolor, inodora, insípida.
orto Prefixo que indica que a rocha metamórfica foi originada de uma rocha
magmática.
ouro Metal que cristaliza no sistema cúbico, com cor amarela, brilho metálico,
mostrando-se altamente maleável e dúctil. Presente tanto no estado nativo quanto
como teluretos. E bom condutor de calor e eletricidade, sendo que quando finamente
dividido pode apresentar cores prata, vermelho e púrpura. Sua fusão ocorre a
1063° C. Considerado como o mais nobre dos metais, sob o ponto de vista co-
mercial, recebe as denominações ouro branco, ouro 18 quilates, ouro verde e
ouro 24 quilates, este sendo ouro puro (100% Au). Existe uma série completa de
solução sólida entre o Au e a Ag, sendo que quando a Ag está presente em quan-
tidades superiores a 20%, o mineral é denominado Eletrum.
ouro branco Denominação comercial aplicada a uma liga de ouro, que contém
75% Au, 17% Ni, 2,5% Cu e 5,5% Zn.
ouro verde Denominação comercial utilizada para indicar uma liga de ouro, que
contém 75% Au, 22,5% Ag, 1,5% Ni e 1,0% Cu.
outwash plain Plano formado pela deposição dos detritos transportados pela
água, resultante da fusão da geleira adjacente.
c
[ Cobertura
\
v ] Zona lixlviada
x
/
;�\
Minerais oxidados
• x
Nível de águas
1 freáticas
i
I Zona enriquecida
i
y
\W \
V
Zona primária
pahoehoe Lava que apresenta fluxo mais lento e menor espessura que a lava aa.
Ao longo do seu deslocamento, forma ondulações e feições que se assemelham a
cordas ou tranças, formando, com freqüência, pequenos túneis. Ver também aa.
para Prefixo que indica que a rocha metamórfica foi originada de uma ro-
cha sedimentar.
146 Glossário Geológico
pedimento Depósito sedimentar originado por erosão e recuo paralelo das ver-
tentes (escarpas) nos processos de pediplanação.
Glossário Geológico 147
pedogênese Modo pelo qual o solo se origina, com especial referência aos fato-
res e processos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Os fatores que regulam
os processos de formação do solo são: material de origem, clima, ação dos orga-
nismos, relevo e o tempo.
pedra amarroada Pedra bruta obtida por meio de um marrão, cuja dimensão
permite seu manuseio.
Tamanho nominal
Pedra britada
1 4,8 12,5
2 12,5 25
3 25 50
4 50 76
percée Abertura feita por um rio conseqüente ao atravessar uma frente de cuesta.
petrografia Descrição sistemática das rochas com base nas observações de cam-
po, em amostras de mão, e em lâminas ou seções delgadas.
piso Bloco rochoso situado abaixo do plano de falha, quando este é inclinado. Lapa.
150 Glossário Geológico
pista Sulco contínuo (ou o seu negativo) produzido por um animal que ao se
deslocar sobre um fundo mole, manteve parte do corpo em contato com o substrato.
piterlito Variedade de granito rapakivi em que não está presente no feldspato alcali-
no o envoltório de plagioclásio (oligoclásio-andesina). Ver também granito rapakivi.
plagioclásios Série completa de solução sólida desde a albita pura (Na AlSi3Og)
até a anortita pura (Ca Al2Si2Og). O cálcio substitui o sódio com permuta
concomitante do silício pelo alumínio, em todas as proporções. A série é dividi-
da, de acordo com as quantidades relativas de albita e anortita em: Albita (0 -
10% An), Oligoclásio (10 - 30% An), Andesina (30 - 50% An), Labradorita (50 -
70% An), Bytownita (70 - 90% An) e Anortita (90 - 100% An). Feldspatos calco-
sódicos (Figura 61).
KAISÍ3O8
/
/
Dois
Feldspatos
*
/
NaAISi308 CaAl 2 Si 2 ° 8
ALBITA I OLIGOCLÁSIO I ANDESINA LABRADORITA I BITOWNITA ANORTITA
Figura 61 - Plagioclásios (Deer et al. 1966, apud Sial & McReath, 1964)
Glossário Geológico 151
planície aluvial Porção do vale do rio que é coberta pela água durante os perío-
dos de inundação, correspondendo, em verdade, ao chamado leito maior. O mes-
mo é coberto por sedimentos aluviais, os quais no decorrer do tempo geológico
dão lugar aos terraços (Figura 62).
Deposito
de Depreteòes
Depósito de
Preenchimento
de Canal
Depósitos de Várzea
a
iCv •
v *IV-
Sedimentos
Preexistentes
Figura 62 - Tipos de depósitos desenvolvidos na planície fluvial (Modelo de Allen, 1964, apud Medeiros
et al. 1971)
planície de maré (ing. tidal flats) Área baixa, plana, situada ao longo da costa
ou em estuários e baías, constantemente sob o efeito das marés. A área situada
entre o nível médio da maré baixa chama-se entremaré; a área que se situa logo
acima do alcance da média da maré alta é denominada supramaré, sendo que a
zona que ocorre logo abaixo do nível médio das marés baixas recebe a designa-
ção de inframaré.
plano axial Plano imaginário que divide uma dobra da maneira mais simétri-
ca possível.
pianossoio Classe que inclui solos com B textural argiloso ou de textura média, sob
um horizonte A bastante arenoso, com mudança textural abrupta. O perfil mostra
feições associadas com o excesso de água: mosqueado e/ou cores de redução.
plug Lava consolidada que preenche o conduto vulcânico. Em geral é mais resis-
tente à erosão do que o material que envolve o cone, podendo permanecer de pé,
como um pináculo solitário quando o restante da estrutura originai já foi erodida.
poço artesiano Poço que capta a água de um aqüífero confinado, sendo que o
nível da água, no poço, eleva-se além do topo da formação aqüífera.
poço de inspecção Escavação vertical com até 20m de profundidade, seção cir-
cular ou quadrada, cujas dimensões são suficientes para permitir o acesso de um
observador, objetivando a descrição das paredes, fundo e coleta de amostras.
poço ponteira Poço tubular, pouco profundo e de diâmetro pequeno (em tomo de
duas polegadas), formado por um tubo com terminação em ponta e com seção perfu-
rada em vários locais, que é introduzido no subsolo por meio de um sistema bate-
estacas. Usado para explorar aqüíferos livres sedimentares pouco profundos.
poço tubular Todo poço perfurado por máquina. A sua finalidade mais comum
é a exploração e utilização de água. Seu diâmetro médio é de seis polegadas,
podendo variar entre duas e dez ou doze polegadas.
pós-praia (ing. backshoré) Dorsal coberta pela água somente durante tempestades
excepcionais. Também chamada zona alta, prolonga-se até o limite onde as partículas
são movimentadas pelas ondas, chamada de zona baixa. Ver também praia.
Nível m é d i o d a p r e a m a r
—- Arrte-prwa
Duna Páa-prata
Ettrinao
Back-short
Face de prata 1 'TtlIÇâO Ptata forma
S/we-face
preamar Altura máxima que as águas do mar alcançam durante o fluxo da maré.
Glossário Geológico 155
pré-íiltro (ing. gravei pack) Meio poroso artificial posto no espaço anelar entre
a parede do poço e a do filtro, visando segurar o material do aqüífero e diminuir
a velocidade da água de acesso ao filtro.
procariotas Grupo de seres vivos que possuem células com uma organização
bastante simples, não apresentando sistemas de membranas em seu citoplasma e nem
organelas envolvidas por membranas. O material nuclear dessas células fica em con-
tato direto com o citoplasma. São subdivididos nos Reinos Monera, Protista e Fungii.
didade menor ou igual a 50 cm); Solo pouco profundo (profundidade maior que
50 cm e menor que 100 cm); Solo profundo (profundidade maior que 100 cm e
menor que 200 cm); Solo muito profundo (profundidade maior que 200 cm).
propilito Basalto sódico formado por extrusão de lava sobre assoalho oceânico,
e caracterizado por intensa alteração de seus componentes minerais, ocasionada
pelo contato destes com os sais da água do mar. Tal alteração se traduz, sobretu-
do, pela albitização do plagioclásio (labradorita).
próton Partícula estável de carga elétrica positiva igual à do elétron, cuja massa
de repouso é aproximadamente 1,007 uma (unidade de massa atômica).
pteridófítas Plantas pertencentes ao grupo das criptogamas, isto é, que não pro-
duzem nem flores nem sementes. Habitam regiões desde úmidas até semi-
desérticas, sendo que os representantes mais conhecidos são as samambaias e as
avencas. Já constituíram em tempos carboníferos, um grupo muito mais diversifi-
cado e exuberante do que atualmente.
quartzo Mineral do grupo da sílica, com fórmula Si0 2 , que se apresenta sob as
formas de baixa e alta temperatura, quartzo a e quartzo (ü, o primeiro cristalizando
no sistema hexagonal - R e o segundo no sistema hexagonal - trapezoédrica. Os
cristais terminados usualmente por uma combinação de romboedros positivo e
negativo, são desenvolvidos de uma maneira tão igual que dão a impressão de
uma bipirâmide hexagonal. Pode-se apresentar com uma ampla gama de cores,
devido a impurezas, além de possuir acentuadas propriedades piezelétricas e
pirelétricas, e uma dureza 7 na escala de Mohr.
quase-cráton Estágio de transição a que é submetida uma região cratônica com
o desenvolvimento de movimentação de blocos em regime essencialmente
distensivo, com a formação de extenso vulcano-plutonismo predominantemente
de natureza ácida a intermediária, e sedimentos associados.
quilate Unidade de medida utilizada tanto para gemas como para o ouro. No
primeiro caso é uma unidade de massa equivalente a 200 mg ou 100 pontos,
enquanto que para o Au, é uma medida da percentagem deste metal em ligas.
Deste modo o ouro puro (100% Au) contém 24 quilates.
quilha de dobra Linha que passa através dos pontos mais baixos de uma cama-
da, em um número infinito de seções transversais da dobra. O plano imaginário
que passa através das quilhas sucessivas é denominado plano de quilha.
c)
64
4^
% &
raio de luz Percurso que uma onda de luz segue ao se deslocar de um ponto a
outro em um determinado meio. Um raio não é a energia luminosa que percorre
um caminho linear, mas sim o percurso seguido por ela.
recife de franja Recife que se apresenta como uma plataforma de coral, com
largura superior a 500 m, construída na borda de uma massa de terra e que se
encontra em continuidade com a crosta, como pode ser observado por ocasião da
maré baixa (Figura 66).
Plataforma e Ação do vento
Costa
lagunas recifais Cristas do
protegidas recife Nível do mar
l u u l l l l LCl
Ilha ou É ^ L L L L L L L LLV Tálus
Continente LLLLLL&
L LL
fcSk
Figura 66 - Seção, através de um recife de franja típico, ilustrando suas feições morfológicas (Yonge, 1951
apud Loczy & Ladeira 1976)
Glossário Geológico 163
recife tabular Recife que se apresenta com pequenas dimensões, com forma
tabular, e desprovido de lagoa.
região pelágica Divisão do ambiente marinho que compreende todo o corpo de água
dos oceanos, sendo dividida de acordo com a profundidade em seis zonas: epipelágica
(até a profundidade de 100 m), mesopelágica (100 m a 180 m), infrapelágica (180 m
a 500 m), batipelágica (500 m a 2000 m), abissopelágica (2000 m a 6000 m) e hadope-
lágica, que abrange as águas situadas abaixo de 6000 m.
regra de Gladstone e Dale Cada liqüido tem uma energia refrativa específica,
composta das energias de refração específicas de seus elementos componentes,
modificada pela maneira da combinação e não afetada pelas mudanças de tempe-
ratura, e que o acompanha quando misturado com outros líqiiidos. O produto
desta energia refrativa específica pela densidade é, quando adicionado à unidade,
o índice de refração.
rejeito total (ing. net slip) Deslocamento total, isto é, a distância que é medida no
plano de falha entre dois pontos adjacentes situados nas paredes opostas, antes
Glossário Geológico 165
do falhamento, sendo também definido através do ângulo que esta distância faz
com uma linha horizontal situada no plano de falha.
relay Arranjo de elementos estruturais que aparecem com uma superposição in-
consistente entre si, sendo todos aproximadamente paralelos entre si e à zona
alongada em que ocorrem.
reserva indicada Reserva cuja tonelagem e teor do minério são computados parci-
almente, de medidas e amostras específicas ou de dados de produção, e, parcialmente,
por extrapolações até distâncias razoáveis com base em evidências geológicas.
reserva inferida Reserva cuja tonelagem e teor do minério são estimados com
base no conhecimento dos caracteres geológicos do depósito mineral, havendo
pouco ou nenhum trabalho de pesquisa.
restito Enclave que representa porção que resistiu à fusão parcial e foi englobado
pelo magma gerado durante este processo.
166 Glossário Geológico
ria Tipo de costa que apresenta vales largos com a foz em forma de trombeta, e
cujos rios possuem a foz afogada em virtude de transgressões marinhas.
rift continental Vale limitado por falhas caracterizado por um cenário tectônico
distensional. Varia desde um simples graben ou meio graben até um sistema
complexo de grabens, tratando-se, neste caso, do rift continental mais comum.
Estende-se desde poucas dezenas até milhares de quilômetros, tendo largura vari-
ável. Implantado em rochas de qualquer idade da crosta continental, é preenchido
por material sedimentar e/ou vulcânico. Por vezes, está associado a platôs
basálticos (rifts continentais de Colúmbia, USA, e Deccan, índia). Tem fluxo
térmico muito elevado e corresponde a grandes anomalias Bouguer negativas.
rift ativado pela litosfera Rift presente em regime distensivo, relacionado com
estiramento litosférico seguido de ascensão de diápiro do manto.
rift ativado pelo manto Rift presente em regime distensivo, que se relaciona com
elevação de plumas ou diápiros do manto.
rio intermitente Curso de água que circula em certas ocasiões, sendo alimenta-
do por água de nascentes, por águas subsuperficiais ou até pela fusão da neve.
ritmito Sedimento constituído por dois ou mais tipos litológicos, que se repete
inúmeras vezes.
rocha ácida Rocha de natureza ígnea que apresenta 66% ou mais de sílica.
rocha básica Rocha de caráter ígneo com conteúdo de sílica compreendido entre
52% e 45%.
rocha intermediária Rocha de natureza ígnea que apresenta teor de sílica com-
preendido entre 66% e 52%.
rocha saturada Rocha de natureza ígnea, que não apresenta nem sílica livre
nem qualquer mineral insaturado.
rocha subaluminosa Rocha que apresenta proporções quase iguais entre a alumina
e os álcalis: Na 2 0 + K.,0 = A1203, tal relação traduzindo-se no aparecimento de
minerais pobres em A1203, tais como olivina e piroxênios.
rocha supersaturada Rocha de natureza ígnea, que contém sílica livre de ori-
gem primária.
rocha ultrabásica Rocha de caráter ígneo que encerra 45% ou menos de sílica.
rúptil Comportamento através do qual uma rocha sofre fraturamento com baixas
taxas de deformação, isto é, menos que 5%.
/ safira Variedade de cor azul do coríndon (A1203) devido à presença de cobalto,
cromo e titânio, cristalizando no sistema hexagonal - R, classe escalenoédrica.
sedimento ativo Material não consolidado que está sendo ou foi mecanicamente
transportado na corrente de um rio por saltação, tração ou suspensão, juntamente
com o material que foi quimicamente precipitado.
sedimento suportado por grãos Sedimento onde os grãos estão em contato, sendo
que na ausência desse contato é utilizada a expressão suportado pela matriz.
seqüência de Bouma Registro deposicional de material que foi transportado por uma
corrente de turbidez, e que mostra uma sucessão de estruturas que dividem a seqüên-
cia em cinco (05) intervalos distintos, cada um caracterizado pela predominância
de uma estrutura sedimentar associada. Cada seqüência recebe uma notação alfa-
bética, sendo tais intervalos, da base para o topo designados de a, b, c, d, e.
série de Reação de Bowen Série de minerais dos quais qualquer fase formada
previamente tende a reagir com o material que permanece fundido, para produzir
um novo mineral da série. Os dois ramos desta série são conhecidos como Série
de Reação Contínua e Série de Reação Descontínua.
sobretudo por altos teores de ferro e baixos teores de alumina, com os litotipos de
composição básica possuindo muito pouco ou nenhuma olivina.
série magmática Associação de rochas ígneas com uma gênese comum, que
pode ser prevista com base nos processos ditos de diferenciação. São reconheci-
das as séries alcalina, cálcio-alcalina, toleítica e shoshonítica; alguns autores su-
gerem a inclusão da série transalcalina - que indica uma transição entre as séries
cálcio-alcalina e komatiítica.
siderófilo Elemento que mostra maior afinidade pelo ferro do que pelo enxo-
fre e oxigênio.
sigillaria Licófita (uma das três divisões das pteridófitas) de grande porte - mais
de 30 m de altura e diâmetro de até 1 m - caracterizada por troncos colunares
com escassa ramificação. Os ramos terminavam em tufos de folhas alongadas
(30-60 cm). Presente no Carbonífero e Permiano, mostrando longa ocorrência no
hemisfério norte.
tria mais baixa e o retículo mais compacto; a tridimila, com simetria mais alta e
estrutura mais aberta; e a cristobalita, com a simetria máxima e o retículo mais
dilatado. A transformação de uma variedade na outra é um processo lento, todas
podendo existir de modo metaestável na presença uma das outras. Cada tipo de
estrutura tem modificações de temperatura alta e baixa.
sinclinal Dobra que se fecha para baixo, mostrando as rochas mais novas em
seu núcleo.
lama, uma parte do peso das partículas é sustentada pela água que fica retida no
sedimento, a qual não tem tempo de ser expulsa quando o acúmulo de sedimento
é contínuo; isto cria um excesso de pressão fluida que pode exceder à estabilida-
de da massa de lama, fazendo-a liqüefazer-se e deslizar pelo talude.
solidus Curva ou superfície que separa áreas ou volumes onde estão presentes
apenas sólidos, daquela onde coexistem sólidos e líqiiidos. Representa a curva
que corresponde ao término da cristalização de um magma, ou do início da fusão
de um sólido.
solo hidromórfico Denominação geral utilizada para solos formados sob condi-
ções de drenagem deficiente, em pântanos, brejos, áreas de surgente ou planícies,
podendo ser orgânicos ou minerais.
solo colapsível Solo que quando saturado de água entra em colapso, isto é, sofre
recalque sem que haja aumento de carga. Os solos colapsíveis são geralmente
Glossário Geológico 177
solódico Adjetivação utilizada para solos que possuem saturação por sódio entre 6 e
15% no horizonte B ou C, no caso de solos com seqüência de horizontes A-C.
solonetz Classe de solos com uma camada superficial bastante delgada e friável,
seguida por outra camada de estrutura colunar, escura, usualmente muito alcalina.
solstício Cada um dos pontos da órbita aparente do sol, nos quais este alcança o
seu máximo valor em declinação, e sendo denominados de solstício de verão e
solstício de inverno.
subducção tipo B Ação ou processo em que a borda de uma placa crustal, continen-
tal ou oceânica, mergulha sob uma outra placa crustal de menor densidade.
tectonito Rocha na qual os movimentos dos componentes podem ser integrados para
fornecer uma visão do movimento ou da deformação do domínio sob consideração.
1 - Forte Tempestade
• * 2 • Onda de Aita
í > í ) i I^ Tempestade
6m•
3 - 0 vento anula a onda de
Base da onda normal ít tempestade. A areia é arrastada
por corrente de densidade.
Bast da onda de tempestito
Tutttdito Areia
Figura 67 - Mecanismo de formação dos tempestitos (Walker, 1979, apud, Popp, 1987)
tensão (ing. stress) Força por unidade de área que tende a deformar um corpo em
uma direção dada, a unidade de área incluindo o ponto no qual a tensão é analisada.
terófítos Plantas anuais, cujo ciclo vital é completado por sementes que sobrevi-
vem à estação desfavorável, ocorrendo exclusivamente nas áreas campestres.
terra roxa Nome genérico aplicado aos solos avermelhados, provenientes princi-
palmente de rochas básicas. Inclui a Terra Roxa Estruturada e o Latosssolo Roxo.
terras raras Elementos químicos cujos números atômicos estão situados entre
57 (Lantânio) e 71 (Lutércio). Também denominados lantanídeos, estão contidos
unicamente em minerais acessórios tais como zircão, monazita, allanita e apatita.
Aqueles com número atômico entre 57 e 62, denominam-se terras raras leves,
enquanto os demais são chamados terras raras pesadas.
terreno suspeito Corpo rochoso de extensão regional, limitado por falhas e ca-
racterizado por conteúdo litológico, fossilífero e história geológica distinta daquelas
das regiões vizinhas. Geralmente são considerados alóctones, incorporados às
margens ativas por acresção às zonas cratonizadas, podendo em alguns casos ser
considerado como uma microplaca.
teto Bloco rochoso situado acima do plano de falha, quando este é inclinado.
Capa ou Muro.
titanita Mineral que cristaliza no sistema monoclínico, com cores cinza, casta-
nho, verde, amarela e preta, e composição Ca TiO (Si 0 4 ). Mostra comumente
brilho intenso e cristais configurados em cunha. Esfeno.
tômbolo Barra de areia que une uma ilha ao continente, ou que conecta duas ou
mais ilhas.
trama linear Elemento da trama. Expressa-se pelo arranjo paralelo linear, mais
ou menos exato, de elementos lineares da trama, como o eixo "c" da hornblenda
ou o eixo óptico do quartzo, o pinacóide "b" dos cristais de feldspato e muitos
outros elementos lineares.
transporte total Carga transportada por uma corrente sem que nenhuma porção
fique em repouso.
trilobita Artrópodo marinho extinto que viveu na Era Paleozóica. O corpo apresen-
tava-se dividido em três partes: céfalo, tórax e pigídio, sendo que as duas últimas
eram constituídas de somitos trilobados, motivo da denominação do grupo. O com-
primento variava, em geral, entre 2 cm e 10 cm, sendo que, algumas formas, con-
tudo, alcançaram 70 cm (uralichas). Eram revestidos por uma carapaça quitinosa,
mineralizada na porção dorsal (carbonato de cálcio e fosfato de cálcio).
tsunami Nome japonês para onda gigante gerada no oceano e devida a terremotos.
E Folhelho
t B Arenito com
laminação paralela
A Arenito gradacional
ou maciço
turboglifo intersepto (ing. furrow flute cast) Depressão com extremos bulbosos
semelhantes h. flute cast, que diferem por ser alongados e estar separados entre si
por tabiques estreitos e paralelos (sulcos na estrutura). Se os extremos orientados
em sentido contrário à corrente diminuem gradualmente em relevo, a estrutura
denomina-se furrow cast.
turfa Estágio inicial da carbonificação, e que passa desde a massa vegetal morta
até o linhito. Como matéria-prima é utilizada com três finalidades: Turfa energética,
Turfa carbonizada e Turfa agrícola.
turfa fibrosa Turfa que ocorre na superfície do terreno por acúmulos orgânicos,
naturais ou plantados pelo homem. Compõe-se à base de fibras e filamentos pou-
co decompostos, imersos em matriz de aspecto gelatinoso ou subgranular. Tem
cor escura ou marrom, e pode corresponder a um tipo de textura do material
turfáceo. Este tipo de turfa pode ser natural, antrópica ou mista.
turfa lenhosa Turfa formada por restos vegetais de porte grande à base de
coníferas, arbustos e pinhos. Tem dois ambientes ecológicos apropriados à sua
formação: nas florestas do círculo polar ártico e nas selvas tropicais úmidas.
190 Glossário Geológico
urânio Elemento de número atômico 92, metálico, branco, pouco duro, denso,
radioativo, fissionável, usado na produção de energia nuclear.
uvala Depressão maior que uma dolina, com forma de uma rosácea irregular,
resultante da coalescência de várias dolinas ou articulada a um sistema de fratu-
ras do substrato rochoso (Figura 69).
ÍSr /
•y -* 'S-
•l
é°
iTTtr1 i 1 a
vale encaixado Vale cujo afundamento do talvegue foi muito grande, originando
margens estreitas e vertentes com fortes declives.
vale suspenso Vale cujo fundo se acha situado em nível superior a uma depres-
são adjacente, a qual pode ser outro vale, um lago, ou o próprio mar.
vazão Volume de água, medido em litros por segundo ou metros cúbicos por
hora, retirado de um poço, por meio de uma bomba ou compressor. A vazão pode
ser natural, como é o caso de uma fonte ou nascente, ou em poços tubulares com
condições de artesianismo.
vazão crítica Vazão a partir da qual ocorre sensível redução da eficiência de um poço.
ventifacto (ai. dreikanter) Seixo que se mostra facetado e polido devido a ação
dos ventos em regiões de clima desértico.
vereda Zona deprimida, com forma que pode ser ovalada, linear ou dirigida
dentro de uma área estruturalmente plana ou aplanada pela erosão. Resulta de
processos epidérmicos de exsudação do lençol freático, cujas águas geralmente
convergem para um talvegue de drenagem concentrada, assinalada por um renque
arbustivo e/ou arbóreo, caracterizado por palmeiras de diferentes espécies, parti-
cularmente buritis, podendo conter uma área com turfa. Constitui um estágio de
evolução de uma dale (Figura 70).
S9V
vv v
*-
-T- v
* v *t
/
¥ -V v
volteio (ing. roll over) Ondulação anticlinal devido ao abatimento e rotação, próxi-
mo à zona de descolamento, do pacote rochoso com a progressão dos falhamentos.
Conduto
Cone parasita Dique
Cone parasita
I
VT
0Y>
.Vp.
wmm D
Figura 72 - Diagramas mostrando os principais tipos de vulcões. (A) Tipo de fissura ou islandense. (B) Tipo
havaiano, ou em escudo, ou em cone de lava. (c)Tipo estromboliano ou cone piroclástico. (D) Tipo
homito. (E) Tipo estrato-vulcão ou cones compósitos. (F) Tipo de vulcão em domo. Em negro,
lavas; em tracejado, piroclastos; traços não-orientados, embasamento (Loczy & Ladeira, 1976)
196 Glossário Geológico
DIAGRAMA S E Ç Õ E S DE VULCÕES
+5
Ur
- 10
- 20
- 30
l
- 40
- 50
IH II
]
- 60
-70 ?
- 80
- 90
ALAS KA KAMCHATKA HAVAÍ
(Km)
NÍVEIS RASOS
+5
- 10
vulcão complexo Vulcão que apresenta duas ou mais aberturas (vent), ou ainda
que possui um domo vulcânico na cratera ou em seus flancos, à semelhança do
Vesúvio e do Monte Peleé.
vulcão composto Vulcão que possui cone vulcânico íngreme, formado por
alternância de fluxo de lava e erupção piroclástica.
vulcão em domo Vulcão constituído por lavas de caráter tão pastoso que são
incapazes de formar derrames, originando então massas bulbosas, cujo topo tem
a forma de cúpula. Os flancos mostram forte declive, sendo a base pequena.
w wad Termo genérico utilizado para designar uma mistura de óxido de manganês
com outros óxidos, que ocorre em zonas pantanosas, devido à decomposição de
minerais de manganês, e cuja composição é incerta ou variável.
wolframita Mineral que se apresenta com composição (Fe, Mn) W0 4 , brilho metá-
lico a resinoso, cor escura e cristalizando no sistema monoclínico, classe prismática.
O ferro ferroso e o manganês bivalente substituem-se mutuamente, existindo uma
série completa que vai da ferberita (Fe W 0 4 ) até a hubnerita (Mn W0 4 ).
f
Zona Batipeiágica
i 2000 m
Zona
Abtesopelágtca
6000ni
Zona
Hadopeiãgica
11 0 0 0 RI
zona afótica Parte do corpo de água, situado abaixo da zona fótica, na qual a
escuridão é permanente.
''Zona de r."
i I
Evapo - ff Água d o
transpi - -Solo
ração
5
£
<a> Água
a J Zona de Vadosa
^ ] Retenção
n intermediária flj
c
K
CO
CO u
: n
Franja Franja de Água §> {/>
^ Capilar <í Jr
Sup. do Freático iL ü
C
St D
S
hm.
Água O)
Subterrânea
(Água Freática)
WJ
"O
c
N
Jl
Figura 75 - Zona de aeração e saturação (Brasil, 1985)
zona de amplitude (ing. range zone) Corpo de estratos reconhecido pela am-
plitude total de distribuição vertical e horizontal, de qualquer elemento
paleontológico selecionado do conjunto de formas fósseis de uma sucessão
estratigráfica. O elemento paleontológico pode ser um taxon de categoria variá-
vel (espécie, gênero, família, ordem, etc), agrupamento de taxa, uma linhagem,
segmento de linhagem ou qualquer outra característica paleontológica.
Glossário Geológico 203
°Í <*2
série cataclás-
'jW*-' tica
-l incoesa
1 - 4 km
série ca
taclástica
v CO
CM
CNj
250-350 C 'V^Vv-
1 0 - 1 5 km \
V \ \ ^ \W
Figura 76 - Modelo conceituai de uma zona de cisalhamento, passando de tipo rúptil para dúctil
(Sibson, 1977, apud Hasui & Costa 1991)
zona de rasgamento (ing. tear fault) Feição presente nos cinturões de cavalga-
mento, que se desenvolve transversalmente ou com grande obliqüidade, mostran-
do deslocamentos transcorrentes e ajudando a acomodar as massas nos movi-
mentos cavalgantes.
204 Glossário Geológico
zona de saturação Faixa em que todos os poros estão preenchidos com água,
sob pressão hidrostática, correspondendo à zona de armazenamento da água sub-
terrânea.
zona de surfe Área compreendida entre o limite inferior do refluxo das ondas e
a zona de rebentação.
zona fótica Parte do corpo de água que é atravessada pela luz solar. Divide-se
nas subzonas eufótica e disfótica.
zonação Reação química contínua, que ocorre entre o mineral e o liqüido. Pre-
sente em minerais que são soluções sólidas contínuas, tais como os plagioclásios
e as olivinas.
Glossário Geológico 205
Sb
Pb - Ag
A B
Zn
Cu / CRIPTO
{A e s t e nível, zonalidade
w (Li muito c o m p l e x a )
ACRO
( Be - F )
/
?
/n \
/ ^
( F, mica
( boro, turmaiina \
( U, Th, TR, Nb. Ta, Ti, Z r ) ENDO
7^" (Th ( monaztta ),TR, P )
\
Pegma-
v. titos . \ HIPO
c
Figura 77 - Repartição dos elementos em torno de um plutão granítico. As zonas caracterizam-se pela
predominância de um metal; elas se recobrem mutuamente. Nota-se a interseção das zonas
pelo limite do plutão. Jamais todas as zonas estão presentes em um mesmo plutão (Routhier,
1963, apud Biondi, 1986)
HALLAM, A. (Ed.). Encyclopedia ofthe planet earth. New York : Exeter Books,
1983. 319 p.
LEINZ, V., AMARAL, S. E. do. Geologia geral. 5. ed. São Paulo : Ed. Nacional,
1970. 487 p.
OLIVEIRA, J. B. de. Classes gerais de solos do Brasil: guia auxiliar para seu
reconhecimento. Jabuticabal: Fundação Universidade Estadual Paulista, 1992.
201 p.
PETTIJOHN, F. J. Sedimentary rocks. 2nd ed. New York : Harper & Brothers,
1957. 718 p.
To each plutonic rock its proper name. Earth Science Review: International
Magazine for Geocientists, Amsterdan, v. 12, n. l , p . 1-33, Mar. 1976.
WINDLEY, B. F. The evolving continents. New York : John Wiley, 1978. 385 p.