A Abolição
A Abolição
A Abolição
Data:
Bimestre: III Série: 8 º
Disciplina: História
A ABOLIÇÃO
No século XIX a economia brasileira tinha como seu principal produto o café, o sistema de plantação
era o Plantation, que tinha como base: latifúndio, mão de obra escrava e monocultura. Esse modelo
econômico fortaleceu as elites agrárias que monopolizavam o poder, e pressionava uma monarquia já
desgastada. Os escravos sempre lutaram por sua liberdade, porém as pressões internacionais, como da
Inglaterra que precisava de mercado para os produtos de suas indústrias, e os movimentos abolicionistas,
liderados por intelectuais brancos, foram de fundamental importância.
As jornadas de trabalho eram exaustivas, chegando a até 20 horas por dia e, além disso, eram
marcadas pela violência vinda dos senhores de engenho. O trabalho feito pelos escravos africanos era
considerado muito mais pesado do que trabalhar nas plantações. O tratamento recebido pelos escravos
era desumano. A alimentação, muitas vezes, era insuficiente e os escravos precisavam complementá-la
com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos domingos. Além disso, eles
dormiam no chão da senzala e eram monitorados constantemente para evitar que fugissem.
Os escravos que trabalhavam na
casa-grande – residência dos donos dos
escravos – recebiam um tratamento
melhor. Eram alimentados e bem
vestidos. Além disso, havia escravos que
trabalhavam nas cidades em ofícios dos
mais variados tipos. Se os escravos
cometessem qualquer tipo de erro ou
desobedecessem, eles recebiam castigos
físicos muito dolorosos. Entre as
punições mais comuns estão os
açoitamentos. Além dos maus-tratos e as
péssimas condições em que viviam, as
mulheres negras também muitas vezes
eram exploradas sexualmente. A escravização dos africanos não era aceita de maneira passiva e esse
processo é marcado pela resistência e luta dos escravos que, muitas vezes, fugiam e formavam
quilombos. Um exemplo da luta dos escravos é a Revolta dos Malês.
Com a consolidação do Segundo Reinado, uma série de leis foram sendo sancionadas para se pôr
fim ao trabalho escravo de maneira lenta, são elas:
• Lei Eusébio de Queirós (1850), proibia o tráfico negreiro da África para o Brasil;
• Lei do Ventre Livre (1871), estabeleceu a liberdade para os filhos de escravos que nasciam após essa
data;
• Lei do Sexagenários (1885), beneficiava os negros maiores de 60 anos.
• Lei Áurea (1888);
Em 13 de maio de 1888. Princesa Isabel assina a Lei Áurea libertando todos os escravos. O processo
de libertação dos escravos não foi simples, pois os grandes proprietários de escravos e latifundiários
queriam ser indenizados. Por sua parte, os próprios cativos se organizavam e economizavam para pagar
sua alforria, por exemplo. Igualmente eram comuns as fugas, motins e rebeliões. Essas leis também
deram ao escravo a possibilidade de solicitar na Justiça a sua liberdade, caso seu senhor o transferisse de
maneira indevida ou se ele provasse que tinha chegado ao país após 1831.
Os fazendeiros também preferiram usar a mão-de-obra que chegava cada vez mais da Europa numa
clara postura racista. Desde então, os afrodescendentes sofrem com o problema da exclusão social no
país. A Princesa Isabel (1846-1921), filha de D. Pedro II, foi a primeira mulher a administrar o país,
sendo, portanto, uma figura importante não somente na busca pela libertação dos escravos, mas também
pelos direitos das mulheres. A princesa já havia assinado a Lei do Ventre Livre, quando exerceu pela
primeira vez a regência no Brasil. Também era uma conhecida admiradora da causa abolicionista.
Os escravos também tiveram papel essencial na desestabilização da escravidão no Brasil e
resistiram realizando fugas em massa, organizando revoltas contra seus senhores (algumas das quais
levaram à morte dos senhores de escravos), formando os quilombos (sobretudo nos arredores do Rio de
Janeiro e de Santos) etc. A força da pressão popular, por meio do movimento abolicionista, e as
constantes revoltas dos escravos criaram o clima que obrigou o Império a abolir o trabalho escravo em
13 de maio de 1888, com a citada Lei Áurea. A abolição do trabalho escravo foi recebida com festa
pela população brasileira.
Os escravos libertos, porém, continuaram a sofrer com o preconceito e com a falta de
oportunidades. O Brasil acabou sendo o último país das Américas a abolir a escravidão. No entanto, o
fim da escravidão no país não foi um ato de benevolência da monarquia, mas sim resultado da pressão e
do engajamento da população brasileira. A Lei Áurea resolveu o problema da escravidão, mas não o da
inclusão social dos negros à sociedade.
Quilombo Kalunga é reconhecido pela ONU como primeiro território no Brasil conservado
pela comunidade. Com cerca de 300 anos de ocupação, área segue preservada. Presidente de
associação diz que título internacional é motivo de orgulho.
Por Lis Lopes, G1 GO
11/02/2021 12h18 Atualizado há 5 meses
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
Roça feita pela comunidade Kalunga em Monte Alegre, Goiás — Foto: Elder Miranda Jr/AQK/Divulgação