Amina Didactica

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Índice
Introdução........................................................................................................................................3

1.O processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa em Moçambique............................4

2.Habilidades em, gramática, vocabulário, escrita, leitura e oralidade no decurso do processo de


ensino e aprendizagem.....................................................................................................................4

2.1.O ensino da leitura.....................................................................................................................4

2.2.O ensino da oralidade................................................................................................................6

2.3.O ensino do vocabulário............................................................................................................7

2.4.O ensino da escrita.....................................................................................................................8

2.5.Gramática...................................................................................................................................9

Conclusão......................................................................................................................................11

Bibliografia....................................................................................................................................12
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Introdução.
Com este trabalho que tem como tema Processo de Ensino e Aprendizagem da língua portuguesa
pretendo falar de forma clara o decurso deste processo em sala de aulas, bem como as
habilidades adquiridas no ensino da leitura, gramática, oralidade, escrita e vocabulário.

Em Moçambique a língua portuguesa é oficial desde que tornou-se independente. Mas


verificamos uma situação do português em contacto com mais de vinte línguas bantu que dispõe
o nosso país. Nisso, o Processo de Ensino e Aprendizagem desta língua acontece com diferentes
dificuldades. Mas a pesar disso espera-se que com a escolarização o aluno adquira habilidades
nas áreas acima. O trabalho tem uma estrutura sequencial com títulos enumerados para facilitar a
sua consulta e, com as abordagens feitas espero que o trabalho seja um guião importante que irá
aumentar os nossos conhecimentos ao longo desta nossa caminhada universitária
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1.O processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa em Moçambique.


Segundo FARIA (1996:313) “ Moçambique está na zona linguística da família de línguas Bantu.
O português escolhido como língua oficial a partir da independência, é falado por apenas 30
porcento da população, e constitui, para quase a totalidade dos seus falantes, uma língua não
materna, usada como meio de instrução e comunicação pública”.

Conforme o autor acima citado o português pode ser um obstáculo para o sucesso do processo do
Ensino e Aprendizagem, ou seja, no ensino a língua portuguesa não tem sido de fácil
compreensão, pelo facto de constituir a segunda língua e que não é de domínio deles.

Para FARIA (1996:313) “ falar de português em Moçambique, significa, por conseguinte,


descrever propriedades de uma variedade linguística em formação, que não apresenta, dado o seu
estatuto da língua não materna, a (relativa) estabilidade da variedade europeia”.

2.Habilidades em, gramática, vocabulário, escrita, leitura e oralidade no decurso do


processo de ensino e aprendizagem.
O ensino da língua portuguesa em Moçambique é feito mediante o estabelecimento de alguns
objectivos propostos pelas entidades responsáveis (Ministério da Educação) que de entre estes
objectivos,espera- se que qualquer aluno que for submetido ao PEA tenha habilidades pelo
menos numa das áreas acima referidas.

2.1.O ensino da leitura

Gomes etall, (1991:33), afirma que “um objectivo fundamental que o Professor de Língua
Portuguesa deve propor-se atingir, é em relação ao Ensino- Aprendizagem de leitura, é despertar
nos alunos o gosto de ler. Para isso, é preciso que a leitura se torne uma actividade atraente, que
agrade ao aluno como se fosse um jogo”.

No processo de ensino e aprendizagem, o professor ee a única figura modelo em sala de aulas.


Sendo assim ele deve levar os alunos a terem paixão com a leitura. Deve criar incentivos,
motivando para que o acto de ler seja encarado como algo não complexo mas sim fácil e
recreativo.
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A leitura como um processo interactivo.

Alarcão (2001: 19), diz que “do ponto de vista pedagógico, a leitura é hoje pacificamente
considerada como um processo interactivo. Neste processo interactivo, as variáveis dizem
respeito quer aos textos, quer aos leitores. As variáveis especificas, reactivos ao tipo de texto
escolhido, serão referidas a quanto da abordagem da especificidade do texto”.

Na minha ideia intendo que no ensino da leitura o professor assume uma importante tarefa de
mediador e facilitador, permitindo a interacção entre os leitores e proporcionando um clima
favorável na sala de aula.

Tipos de leitura.

Leitura silenciosa- é efectuada mentalmente, sem interferência dos órgãos vocais: maior
interiorização, compreensão e rapidez de leitura um ritmo pessoal de leitura; revisão do que já foi
lido para o esclarecimento de dúvidas; visualização da forma escrita o que contribui para
aperfeiçoamento ortográfico; preparação para uma leitura oral.

Leitura em diagonal é um tipo de leitura que permite que permite a compreensão rápida do
assunto do texto. É uma leitura em velocidade, com suporte em pontos de referência, que exige
do leitor uma considerável prática.

Leitura oral individual- melhor meio de aperfeiçoamento individual de quem lê. É difícil para
quem não tenha prática de leitura, pelo que aconselha se ao Professor a apresentação prévia de
uma leitura modelo.

Leitura oral diagonal- constitui um bom exercício disciplinador por quem lê, tem de estar
atendo à sua entrada. Agrada geralmente aos alunos, permite uma vivência mais intensa das
situações emocionais das personagens.

Leitura oral coral- realizada por todos os alunos ou por pequenos grupos e beneficia os alunos
mais tímidos, por sentirem enquadrados num grupo.

Leitura oral- efectuada em voz alta para que outros tomem conhecimento do texto e tem as
seguintes vantagens: desenvolvimento da compreensão; o aperfeiçoamento da articulação, da
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entoação e da pronúncia; aprendizagem de um autocontrolo emocional do aluno frente aos


colegas e ao Professor.

2.2.O ensino da oralidade

No processo e ensino aprendizagem da língua portuguesa em Moçambique a oralidade


desempenha uma tarefa preponderante porque é a primeira coisa que o falante aprende após o
nascimento e na sala de aulas o aluno deve ter maiores habilidades do oral.

AMOR (2001) diz que “ oralidade é a zona do ensino-aprendizagem da língua portuguesa em


que se pode detectar um maior número de equívocos e a que se dedica menor atenção, realçando
que não há um ensino intencional e sistemático do oral, as práticas de observação e avaliação
formativa das aprendizagens têm sido, também quase inexistentes”.

Nas aulas de português defende-se a transformação do modelo de comunicação da aula como


uma condição do desenvolvimento do potencial linguístico dos alunos, o que se projecta na
adopção de novos modelos de conduta e extra-escolar. É importante realçar que um dos
problemas que se verifica a nível da oralidade é que a comunicação que se pratica na sala de aula
é caracterizada pelo seu artificialismo face às situações da vida quotidiana.

A oralidade na escola e na aula de português


Para AMOR (2006:67) a comunicação que se pratica em contexto pedagógico e mais
concretamente na sala de aula é caracterizada pelo seu artificialismo, face às situações de vida
quotidiana. No espaço social da aula, os interlocutores já têm, de antemão, distribuídos distintos
estatutos e papeis e a negociação que entre si têm de operar parte deste pressuposto.

Áreas de trabalho da oralidade na aprendizagem

Ouvir e interagir

Nesta área ocorre interacção: ouvir para recolher informação e para interagir. A comunicação
resulta de um esforço de adequação e cooperação, desenvolvido, em maior ou menor grau, pelos
parceiros que nela intervêm, em obediência a determinados princípios. Essas regras ou princípios
que assistem actos comunicativos.
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Máxima da quantidade ˗ seja informativo na medida certa, isto é, não diga mais nem menos do
que o necessário.

Escuta activa

A oralidade implica um esforço de audição atenta, centrada na detecção e compreensão dos


aspectos globais e parcelares da mensagem. Uma forma particularmente enriquecedora de
promover a recepção oral é constituída pelas actividades de 'escuta activa'.

2.3.O ensino do vocabulário

Segundo GOMES (1991:47), no ensino aprendizagem do vocabulário temos:

Vocabulário comum: constante dos dicionários não especializados. Este vocabulário abrange
normalmente cerca de 20.000 a 30.000 palavras;

Vocabulário fundamental: constituído por um determinado número de palavras comuns a todo


falante de uma língua, independentemente da sua profissão, meio social e cultura. Este
vocabulário abrange mais ou menos 3.000 palavras;

Vocabulário especializado: relativo a determinadas áreas do conhecimento, por exemplo, as


áreas técnicas e científicas.

O ensino-aprendizagem do vocabulário na aula de Português

GOMES (1991:48),diz que “ o meio ambiente em que o aluno vive condiciona o seu
desenvolvimento vocabular. Este dado, é valido para aquisição da língua materna, é igualmente
valido para o ensino-aprendizagem da língua segunda”

A aprendizagem do vocabulário numa segunda língua pode apresentar dificuldades resultantes da


semelhança maior ou menor existente entre o vocabulário dessa língua e o vocabulário da língua
materna. Essa dificuldade será tanto maior quanto maiores forem as diferenças existentes entre a
língua materna e a língua segunda.

O papel do professor no ensino-aprendizagem do vocabulário


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No ensino da gramática o professor de português deve ver o desenvolvimento vocabular dos seus
alunos. Através do diálogo com os alunos, ou de exercícios vocabulares, procurará aperceber-se
do vocabulário que o aluno domina e das carências que terá de remediar;
2.4. O ensino da escrita
Escrever é um processo complexo de construção de sentido, que para se realizar exige que se
eleja uma audiência específica se represente com clareza, o que se pretende dizer, se seleccione,
em consonância, o modo como se pretende fazê-lo”.

Certamente os autores afirmam unanimemente que a escrita é um processo que consisto na


demonstração, representação, prática do que é dito oralmente.

Didáctica da escrita

a aprendizagem da escrita requer uma prática sistemática. O aluno para aprender a escrever é
preciso fazer muitos treinos de escrita, ou seja, aprende-se a escrever escrevendo.

As crianças que têm contacto com lápis e papel em casa desde muito cedo começam, através de
desenho, a exercitar a psicomotricidade. As que passam por uma experiência de ensino pré-
escolar fazem essa exercitação de modo mais sistemático e organizado.

Tradicionalmente, considerava-se que o ensino da escrita só se devia iniciar quando a criança já


demonstrasse um certo grau de maturidade relativamente a aptidões psicológicas gerais
(lateralização, motricidade fina, estruturação espácio-temporal). Estas aptidões eram
consideradas, nesta perspectiva, como habilidades propedêuticas, ou seja, pré-requisitos
necessários à aprendizagem da escrita.

No ensino e aprendizagem da escrita são sugeridas algumas actividades para desenvolver a


própria escrita, como é o caso de:

 Exercícios de interpretação de textos;


 Vocabulário;
 Ortografia;
 Redacções;
 Ditados;
 Copia,
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 Pequenas cópias;
 Exercícios sobre o funcionamento da língua compreensão escrita do texto.

Na realização destas actividades o professor deve circular por entre as carteiras e controlar a
escrita dos alunos, sempre que estes estejam a escrever. Todos os exercícios feitos pelos alunos
devem ser corrigidos, essa correcção pode ser feita na sala, mas, na maior parte dos casos, o
professor terá de levar os cadernos dos alunos para corrigir em casa. Esta é também uma forma
de avaliação, o professor controla assim a escrita e a progressão da aprendizagem do português.

2.5.Gramática
A Gramático é um conjunto de princípios estruturadores do sistema linguístico; instrumento
funcional que permite despertar o aluno para a reflexão sobre a língua que ele fala e com a qual
pode produzir textos, comunicar-se em diferentes situações.

Métodos de ensino-aprendizagem da gramática

O ensino da gramática,é feita tendo em conta os critérios metodológicos. Assim, temos:

Ensino orientado para Significado

Consiste numa aprendizagem natural da língua, ao longo da qual o aluno aprende sem que o
professor explicite as regras do funcionamento da língua-alvo.

Ensino orientado para a forma

O professor privilegia de modo mais consistente a apresentação das estruturas e regras


linguísticas que o aluno deve aprender.

Há implicções posetivas e negativas no uso destas medotologias por exemplo no ensino


orientado para Significado, existem condições para que o aluno aprenda a língua num ambiente
natural, porém, o aspecto negativo deste método reside no facto de que muito do que os alunos
ouvem é dito por outros alunos que ainda estão a aprender a língua.

Principais tipos de gramaatica

Gramática Explicita
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Considera-se que a gramática está a ser ensinada de uma forma “explícita”quando se fornecem
aos alunos regras ou parte de regras da gramática,ou quando se pede aos alunos para formularem
eles mesmos uma regra gramatical.sabendo que os alunos têm dificuldades no uso de frases
passivas e que produzem frases incorrectas como por exemplo:

 O coelho foi agarrado com o cágado,


o professor pode orientá-los para a formulação das seguintes regras sobre esta estrutura
gramatical:

 O sujeito da voz activa passa para agente da passiva;


 O agente da passiva é regido pela preposição por.
Como se pode ver, neste caso, estamos a apresentar aos alunos, de forma explícita, regras sobre o
agente da passiva.

Gramatica Implicita

Quando se trata do ensino “implícito” da gramática, existem várias opções metodológicas. No


caso das actividades a serem aqui apresentadas, vamos explorar, em primeiro lugar, uma opção
orientada para o treino de estruturas gramaticais específicas através dos chamados “exercícios
estruturais”.

Importância do ensino-aprendizagem da gramática

De acordo com ANTUNES (2007), “O ensino da gramática é de grande importância para o


desenvolvimento mental da criança. A criança, embora domine a gramática de sua língua muito
antes de entrar na escola, pois organiza sua fala de acordo com a necessidade, esse domínio é
inconsciente”.

O ensino-aprendizagem da gramática deve-se iniciar nos primeiros anos de escolaridade, pois a


criança desenvolve seu pensamento a partir das descobertas que vai surgindo pelos conteúdos
aplicados sem sala de aula, os quais contribuem para o desenvolvimento da fala e escrita. A
partir dessas descobertas conclui-se que todas as matérias básicas são estimuladas pelo
psicológico ao longo de um processo ensino-aprendizagem. Isso ocorre de forma lenta,
interactiva, colectiva e contextualizada.
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Conclusão

A adopção do Português Europeu como língua oficial e de ensino resulta de uma polémica de
escolha de uma língua como norma-padrão entre várias outras faladas no país. Por outro lado, no
país o português assume-se como língua do colonizador e as restantes na sua maioria são línguas
nacionais. O português em Moçambique é influenciado pelas línguas nacionais de origem bantu,
e esta situação dificulta um pouco a fácil compreensão do ensino do português nas habilidades de
oralidade, leitura, escrita gramática e vocabulário. Assim, Para o sucesso do ensino no nosso país
o aluno e o professor devem ambos dominar ou ter habilidades em oralidade, vocabulário, escrita
gramática e leitura.
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Bibliografia

FARIA, Isabel Hub, et all. Introdução a linguística geral e portuguesa, 2ª ed, Lisboa. 1996.

ALARCÃO, Maria de Lourdes. Motivar para a leitura. 2 ª Edição. Lisboa.2001.

GOMES, Aldónio, et all. Guia do Professor de Língua Portuguesa, volume1, nível 1. Fundação
Calouste Gulberkian. Lisboa.1991.

ANTUNES, Maria Irandé Costa Moraes. Muito além da gramática. São Paulo, Ed. Parábola,
2007.

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