Gestalt Terapia
Gestalt Terapia
Gestalt Terapia
1. Introdução.....................................................................................................................1
1.2. Metodologias............................................................................................................2
2. Revisão da Literatura...................................................................................................3
3. Conclusões.................................................................................................................10
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................11
1. Introdução
Perls, em decorrência de sua fuga do nazismo, em 1934, se muda para a África do Sul,
fundando o Instituto Sul Africano de Psicanálise, em 1935. Nessa época, Perls ainda se
nomeava e conduzia sua prática clínica pela teoria psicanalítica. Tellegen (1984) e Loffredo
(1994) apontam que após a participação de Perls no Congresso Internacional de Psicanálise,
em 1936, com a apresentação do trabalho intitulado “Resistências orais” ocorre o seu
afastamento da psicanálise. Este trabalho deu origem ao seu livro “Ego, fome e agressão”,
editado em 1942. Nos escritos de Loffredo, temos que a Laura Perls considera essa obra um
marco que põe a Gestalt-terapia como uma abordagem existencial-experimental com um
ponto de vista holístico.
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1.1. Objectivos do Trabalho
1.1.1. Objectivo Geral
Compreender a gestalt-terapia.
1.1.2. Objectivos Específicos
Explicar a gestalt-terapia;
Identificar a estrutura conceitual da gestalt-terapia;
Caracterizar a compreensão da neurose em gestalt-terapia.
1.2. Metodologias
O presente trabalho foi realizado a partir de estudos sobre o tema escolhido, utilizando
a pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em livros, artigos científicos, dissertações e internet.
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2. Revisão da Literatura
2.1. A Estrutura Conceitual da Gestalt-Terapia
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perceptivo e proprioceptivo, indiferenciado do campo. A experiência é de dispersão e de certa
passividade, com um estado predominante de não-consciência, ou seja, não há um sentimento
de eu diferenciado do mundo. É desse fundo indiferenciado e pleno de possibilidades que
nasce um exaltamento que direccionará a acção, envolvendo o modo de funcionamento ego.
Esse modo passa a existir quando alguma das possibilidades e necessidades se torna
dominante, mobilizando uma acção motora, accionando-se, assim, a dimensão motora do
corpo que age e assume uma forma mais activa, com uma sensação mais definida de “eu”,
deliberando de modo não-racionalizado e de acordo com a situação, caracterizando o que a
Gestalt-terapia define como espontaneidade, ou seja, um “modo médio” de acção, nem activo,
nem passivo, mas intermediário entre esses extremos (Alvim, 2014). A esse respeito, Perls
Hefferline e Goodman afirmam:
Desse modo, criar é inventar e descobrir, actividade e passividade, acção que sofre, o
que para ser bem compreendido exige abandonar a ideia dicotómica de um indivíduo separado
do mundo, e assumir uma perspectiva de campo, a partir da qual o campo é o começo, o fundo
de onde tudo se origina.
A Gestalt terapia compreende que quando as pessoas não se movem de maneira fluida
no ciclo de contato para satisfazer suas necessidades, o evento fica inacabado, bloqueando a
energia vital; as energias disponíveis e os recursos fisiológicos ficam como que congelados
em torno da situação inacabada.
Na neurose, uma forma habitual do passado não mais se actualiza a partir da situação
presente e se mantém fixada, ocupando o tempo-espaço presentes, impedindo o fluxo
temporal e gerando uma acção automatizada e repetitiva. É nesse sentido que Perls, Hefferline
e Goodman (1997) caracterizam a neurose como substituição da função ego por uma
fisiologia secundária, ou seja, a espontaneidade motora do ego dá lugar a uma acção similar a
um funcionamento fisiológico, automático e involuntário. Segundo Clarkson:
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“Para os gestaltistas o termo doença (dis-ease) descreve uma condição na qual a
pessoa não está funcionando completamente, para enfatizar o processo de não estar
'at-ease', ou não estar em harmonia. Quando alguém está doente, não está se
experimentando como pessoa inteira, em boa relação psicológica e fisiológica com seu
meio. Ela não está efectivamente desenvolvendo o fluxo de awareness com facilidade.
Doença e saúde ocorrem quando o processo de formação - destruição - reforma de
gestalt foi perturbado” (1989, p. 41).
Perls (1988) trata a neurose como um distúrbio de fronteira e traz a ideia de que os
vários tipos de distúrbios interagem para produzir um determinado comportamento neurótico.
Segundo ele, os distúrbios neuróticos surgem de a incapacidade do indivíduo encontrar e
manter o equilíbrio adequado entre ele e o resto do mundo. As neuroses, distúrbios de limites,
operariam por intermédio dos processos de interrupção do contacto.
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2.1.2. O Método Clínico da Gestalt-Terapia
2.1.3. Linhas Gerais e Princípios do Trabalho Clínico
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o outro, ser afectado e desequilibrado, movendo-se espontaneamente da afectação para a
criação. O foco da terapia deve ser dirigido para a experiência vivida agora neste campo,
experiência que está configurada de uma certa forma em formação, expressando um sentido
nascente, emergindo daquela situação.
Tal como proposto por Laura Perls, os conceitos da Gestalt-terapia são filosóficos e
estéticos e os critérios estéticos estão na base do nosso trabalho clínico de atenção à forma.
Trabalhar a unidade e a desunidade da estrutura aqui e agora implica um tipo de escuta
sensível que permita ao terapeuta perceber o modo como a experiência é vivida e expressa
nesse diálogo: brilho, vigor, intensidade, tom, ritmo, unidade ou desunidade entre o conteúdo
da fala e a forma, o que se dá por uma postura que Alvim (2014) denomina experiência
estética. o trabalho se baseia na percepção sensível e corporal, não é interpretativo ou
explicativo, não recorre a elementos extrínsecos de decifração, não se apoia em um
pensamento racional. Por isso se diz que a Gestalt-terapia está interessada no como e não no
porquê.
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York, quando fundou, com a esposa, Laura, o primeiro instituto de Gestalt-terapia, no qual
ofereciam grupos de capacitação de psicoterapeutas.
Em 1967, Fritz publicou “Terapia de grupo versus terapia individual”, texto hoje
clássico, em que critica a psicoterapia individual, questiona a psicoterapia de grupo e propõe
os workshops de Gestalt-terapia:
“De facto, cheguei à conclusão que toda terapia individual é obsoleta e deveria ser
substituída por workshops, de Gestalt-terapia. Em meus workshops agora integro o
trabalho individual e grupal. Entretanto, isto somente tem resultado com o grupo se o
encontro do terapeuta com o paciente individual dentro do grupo for efectivo” (Perls,
1977b, p. 29).
Estas declarações de Fritz revelam muito de sua concepção sobre o trabalho com
grupos. Inicialmente, percebemos que ele restringe as vantagens do trabalho grupal sobre o
individual pelo fato de ser mais económico, além de ser igualmente ineficiente. Entretanto, a
“economia” do trabalho grupal não se limita ao seu preço, geralmente mais barato, mas ao
fato de poder mais facilmente ser usufruído por um maior número de pessoas e de tratar de
questões mais amplas e compatíveis com a realidade sociocultural. Sua ineficiência e
superficialidade também são questionáveis, dependendo da disponibilidade dos participantes
grupais de se aprofundar em suas questões e da habilidade facilitadora e cooperativa do
psicoterapeuta.
Por outro lado, avançou numa perspectiva comunitária e cooperativa com a fundação
da comunidade de Cowichan, no Canadá (da qual infelizmente pouco usufruiu por conta de
sua morte, em 1970), criando um espaço propício à vivência psicoterápica e ao trabalho
conjunto, visando à manutenção e ao cuidado das necessidades colectivas: “a divisão entre a
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equipe e os participantes será superada. O principal é o espírito de comunidade propiciado
pela terapia – vai chama-la assim por enquanto, na falta de uma expressão melhor” (Perls,
1977a, p. 106). Posteriormente, reconheceu parcialmente os limites de sua proposta de
trabalho grupal: “basicamente, o que eu estou fazendo é uma terapia individual em contexto
de grupo, mas não se limita a isto. Muitas vezes, o que acontece num grupo acontece por
acontecer” (p. 105).
Ainda no tocante à crítica à prática de Fritz com grupos, podemos destacar que Yontef
(1987) questionou sua proposta e atitude em relação aos participantes de seus grupos:
Consequentemente:
Neste contexto, deve-se destacar o papel do grupo como instância humana, como
mediador entre a particularidade individual e a totalidade social, bem como, dentro do grupo,
o papel do psicoterapeuta como facilitador de atitudes cooperativas entre os participantes,
propiciando sua detecção e inclusão na comunidade ou totalidade grupal. Sem dúvida, os
grupos como comunidades de aprendizagem cooperativa não são uma panaceia para todos os
males. Entretanto, são uma forma efectiva de actuação para psicólogos, educadores,
psicoterapeutas e outros profissionais comprometidos com a transformação social, a fim de
facilitar a essas comunidades humanas, os grupos, a conscientização de sua alienação e
vitimização à manipulação consumista e às relações de dominação. Ou seja, quando bem
conduzido por facilitadores conscientes de tais riscos e perigos, podem vir a ser formas de
resistência às tendências sociais desagregadoras.
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3. Conclusões
Com o presente trabalho de pesquisa pode-se concluir que a Gestalt-terapia surge após
a II Grande Guerra com pujante olhar para a funcionalidade do homem: as pessoas passavam
a buscar soluções reais para seus problemas e tinham pressa. O mundo experimentava
mudanças radicais no final dos anos 50. As barreiras morais desmoronavam uma a uma - as
de ordem religiosa, artística, estética, política, económica e social. A desconstrução cultural se
realizava sob o signo das tecnologias que criavam facilidades e encurtavam distâncias.
Diante disto, que todo produto é válido e cabe aos mercados e a cada pessoa
considerá-lo, em suas necessidade e utilidade. A bandeira da razão pura foi sustentada
historicamente pela maior parte da comunidade científica até a modernidade, mas por fim as
evidências históricas em contrário, mostraram-na incongruente e insustentável.
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4. Referências Bibliográficas
Miller, M.V. (2002). The aesthetics of commitment: what gestalt therapists can learn
from Cezanne and Miles Davis. The Gestalt Journal, 25, (1), 109-122.
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