Fundamentos Da Engenharia Elétrica 1
Fundamentos Da Engenharia Elétrica 1
Fundamentos Da Engenharia Elétrica 1
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
11 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 44
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
4
1 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA ELÉTRICA
8
e detectar sinais de áudio ou ondas de rádio, e foi a base para o rápido desenvolvimento
das comunicações, como uma das ramas da engenharia elétrica (COCIAN, 2009).
Na mesma época que Alexandre Graham Bell e o seu assistente Thomas A.
Watson estavam trabalhando no telefone em Boston (1876), James Clerk Maxwell da
Universidade de Cambridge anunciava e demonstrava que as ondas eletromagnéticas
atravessam o espaço com a velocidade da luz. As equações de Maxwell são notáveis, já
que elas não estão baseadas na evidencia experimental, mas foram deduzidas pela
analogia entre as ondas de luz. O físico alemão Heinrich Hertz, confirmou a teoria de
Maxwell em 1888 através de um experimento engenhoso. Perto de um circuito oscilador,
ele colocou um fio condutor na forma de um círculo quase fechado, e observou
centelhamento no gap. Conforme Cocian (2009), em 1895, Guglielmo Marconi conectou
um oscilador de Hertz entre a terra e um ponto elevado, sendo capaz de detectar ondas
a uma distância de um pouco mais de um quilometro. Em 1901, ele conseguiu com êxito
a transmissão de sinais através do oceano Atlântico.
Para Silva Filho (2012, apud GREGORIO, 2019), uma das características
principais da engenharia é a capacidade de adaptar-se de forma rápida aos novos
conhecimentos e técnicas, principalmente, considerando a rápida evolução tecnológica e
a obsolescência das tecnologias já existentes.
Inventores imaginativos criaram o novo mundo da eletrônica, utilizando os
versáteis tubos de vácuo de inúmeras maneiras. No ano de 1948, John Bardeen, William
Shockley e Walter Brattain, tiveram sucesso no controle do movimento dos elétrons num
cristal sólido de silício. Cinco anos mais tarde, eles resolveram os problemas práticos da
produção e os pequenos transistores começaram a revolucionar a eletrônica (COCIAN,
2009).
2 ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Deve-se ter certa cautela acerca do fato de Tales ter realmente tido contato com
os fenômenos elétricos exibidos pelo âmbar quando atritado. Aristóteles, um sujeito
10
meticuloso em suas afirmações, não menciona nada sobre o âmbar quando fala de Tales,
mencionando apenas a pedra-ímã. Aqui há de se acrescentar que a pedra-ímã é um
aspecto muito importante no desenvolvimento das concepções filosóficas de Tales,
considerado como um dos fundadores da filosofia ocidental. É difícil crer que o âmbar,
tendo o poder de atrair objetos, não tenha sido incluído por Tales como um dos exemplos
de coisas naturais possuidoras de alma. Ou, por outro lado, que Tales tenha de fato
mencionado o âmbar como algo animado e que Aristóteles tenha deixado de mencioná-
lo. De qualquer forma, a referência mais antiga ao âmbar e sua relação com Tales, vem
de Diógenes Laércio, cuja confiabilidade como historiador já foi posta em questão em
muitas oportunidades (Tonidandel et al, 2018).
Quinze séculos mais tarde, o experimento de Mileto seria completado pelo físico e
médico inglês da corte elizabethiana, William Gilbert, que, em 1600, descobriu que além
do âmbar, muitos outros materiais poderiam atrair se fossem friccionados. Muitos outros
inventos surgiram desde então. Em 1663, o cientista alemão Otto Von Guericke construiu
a primeira máquina eletrostática, que consistia em uma esfera de enxofre em cima de um
eixo, que transformava energia mecânica em energia elétrica. Era uma invenção
estratégica, já que tempos depois, no final do século XVIII, verificou-se que, por meio do
princípio eletrostático, poderia ser possível também gerar energia mecânica.
ConformeTonidandel et al (2018), antes dessa constatação, o físico norte-
americano Benjamin Franklin observou, em 1752, durante seu experimento, no qual
empinou uma pipa em uma tempestade, que a eletricidade podia ser captada e conduzida
por fios.
Mas temendo ser ridicularizado por seu possível fracasso, que geralmente ocorre
na ciência, ele (Franklin) não comunicou sua intenção de realizar este
experimento a ninguém, exceto seu filho que o assistiu empinando a pipa.
(Priestley 1966, pp 216-217, apud SILVA; PIMENTEL, 2007).
11
observou que ao contrário do que pensava Galvani não era necessário tecido animal para
gerar eletricidade. Foi somente após o final do século XVIII, porém, com o físico
dinamarquês Hans Christian Oersted e o físico francês André Marie Ampère que foi dado,
verdadeiramente, o primeiro passo rumo ao surgimento do motor elétrico. Oersted, ao
observar a agulha magnética de sua bússola desviar da posição original norte sul perto
de um condutor de energia elétrica e voltar à posição inicial ao ser afastado dele, verificou
a conexão entre magnetismo e eletricidade (Tonidandel et al, 2018).
Já Ampére, em 1821, um ano após a constatação de Oersted, complementou a
experiência do cientista nórdico, criando a “lei da mão direita” que tomou como base a
orientação de uma agulha imantada no sentido da corrente. Os cientistas ingleses William
Sturgeon e Michael Faraday, inspirados pelas descobertas de seus contemporâneos
foram os responsáveis pelos últimos passos rumo à construção do motor elétrico.
Sturgeon inventou, em 1825, o eletroimã, que posteriormente teria grande papel na
construção de máquinas elétricas gigantes. Já Faraday foi responsável por descobrir,
finalmente, a indução eletromagnética. Ele verificou que uma corrente elétrica era
induzida nos terminais de um condutor elétrico quando este se movimentava em um
campo magnético e provou, definitivamente, a ligação entre magnetismo e eletricidade
que já havia sido intuída por Tales de Mileto há quase dois mil anos.
12
e o mecânico francês H. Pixii colocou o invento em prática. Pixii construiu um gerador
composto de um imã em ferradura que girava na frente de duas bobinas presas com um
núcleo de ferro. Este núcleo, utilizado pela primeira vez em um experimento, permitiu o
aumento do fluxo magnético e da tensão da indução, fazendo a tensão alternada das
bobinas ser transformada pelo comutador em uma tensão contínua pulsante. No final
dessa mesma década, o arquiteto e professor de física alemão, Moritz Hermann von
Jacobi, deu um objetivo para a nova invenção. Instalou um motor movido a pilhas
galvânicas dentro de uma lancha e transportou 14 pessoas durante algumas horas.
Mostrou-se, pela primeira vez, que a energia elétrica podia ser utilizada a favor do
trabalho mecânico. Contudo, as baterias galvânicas eram muito caras e descarregavam
rapidamente, tornando a invenção um artigo de luxo.
13
3 CIRCUITOS ELÉTRICOS
Fonte: brasilescola.com
Analisar circuitos empregando apenas a lei de Ohm nem sempre é sufi ciente;
somente nos casos de circuitos mais simples, quando a tensão nos terminais de
cada elemento e a corrente correspondente forem determinadas. Utilizando-se a
lei de Ohm juntamente com as leis de Kirchhoff, o estudo de circuitos elétricos
ficará mais completo e satisfatório (NILSSON; RIEDEL, 2009, apud SEIXAS,
2015)
14
A energia elétrica pode ser utilizada, por exemplo, para acender uma lâmpada,
acionar um motor, ligar uma lavadora de roupas, entre tantas outras necessidades
presentes em nosso dia a dia (Teixeira, 2015).
Segundo Gebran e Rizzato (2017, apud TEIXEIRA, 2015), para que haja
circulação da corrente elétrica, é necessário que um trabalho seja realizado por meio da
utilização de um campo elétrico. Ao aplicarmos esse campo nos dois lados do condutor,
uma diferença de potencial aparece e conduz a movimentação dos elétrons. O valor da
diferença de potencial é a tensão, e sua unidade é o volt, representado pela letra V.
Uma corrente contínua é aquela que circula sempre no mesmo sentido, com uma
intensidade constante ao longo do tempo. Já a corrente alternada muda o sentido de
circulação, variando com o tempo segundo uma forma senoidal.
Ainda conforme Teixeira (2015), no Brasil a frequência utilizada no sistema elétrico
é de 60 Hz. O fornecimento de CC é realizado por fontes, como células solares
fotovoltaicas e baterias. A própria característica de trabalho CC direciona a sua aplicação
para baixas tensões, como o carregamento de baterias, o controle de equipamentos
industriais, as aplicações de robótica, entre outros. Atualmente, a CA é usada
principalmente na geração e distribuição de energia elétrica, por apresentar vantagens
significativas sobre a corrente contínua, tanto na transmissão quanto na distribuição. Por
outro lado, uma das maiores vantagens da energia CC é a possibilidade de ser utilizada
em aplicações específicas, como no caso das linhas submersas de alta tensão.
16
4 MATERIAIS ELÉTRICOS
17
4.1 Materiais condutores
Materiais condutores são aqueles materiais nos quais a corrente elétrica tem baixa
resistência em sua passagem. Os materiais condutores podem ser classificados em dois
grupos: materiais de grande condutividade, e materiais de elevada resistividade.
Ainda conforme Antônio e Júnior (2018) afirmam, os materiais de grande
condutividade são aqueles nos quais a corrente deve passar com maior facilidade,
gerando as menores perdas possíveis. É o caso dos elementos de conexão entre
aparelhos ou que devem dar origem a uma segunda forma de energia por transformação,
como bobinas em transformadores ou em máquinas elétricas.
Os materiais de elevada resistividade destinam-se à transformação da energia
elétrica em energia térmica, como nos chuveiros elétricos ou fornos elétricos.
De forma geral, os materiais condutores são formados por metais. Os principais
materiais de elevada condutividade elétrica são os metais nobres, além de alguns metais
de outros grupos químicos e de ligas metálicas. No entanto, a escolha de um material
condutor nem sempre recai naquele metal ou liga com característica elétrica mais
vantajosa, mas sim em outro metal ou liga que satisfaça as demais condições de
utilização, como o custo. Do ponto de vista econômico, os metais de maior condutividade
elétrica mais utilizados são: cobre; alumínio; prata; chumbo; platina; mercúrio (ANTÔNIO;
JÚNIOR, 2018).
20
muito grande, o isolante passa a agir como um condutor. A unidade que mede a tensão
máxima a ser aplicada a um material é chamada de rigidez dielétrica.
Antônio e Júnior (2018) afirmam que a polarização de um dielétrico pode ser
exemplificada a partir do funcionamento de um capacitor (componente eletrônico passivo
que armazena energia no campo elétrico). No geral, o capacitor é constituído por duas
placas condutores, separadas por um meio dielétrico (papel, óleo, cerâmica, etc).
Fonte: engegrid.com
21
5.1 Tipos de fontes de energia
22
outra escala, desenvolvimentos tecnológicos similares ocorreram para os casos do
etanol, urânio e biodiesel (ROSA et al, 2012).
23
utilizado no aquecimento ambiental. Já no Brasil, seu uso residencial e comercial é na
cocção de alimentos e no aquecimento de água (REIS, 2011, apud RODRIGUES, 2017).
Petróleo: o petróleo, que se formou durante milhões de anos pelas
transformações químicas de materiais orgânicos, como os plânctons, a partir da queima
de seus derivados, também pode operar termelétricas. Contudo, os derivados do petróleo
(gasolina, óleo combustível, óleo diesel etc.), quando queimados, produzem gases
contaminantes, como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e dióxido de carbono,
que poluem a atmosfera e contribuem para o aquecimento da Terra e para a formação
de chuva ácida, entre outros efeitos nocivos. O consumo de petróleo e seus derivados
no Brasil está mais relacionado ao setor de transportes do que ao setor elétrico.
Carvão mineral: é outro combustível muito usado em termelétricas. Também
formado há milhões de anos a partir de restos de plantas e animais, dos combustíveis
não renováveis, esse é o que causa o maior impacto ambiental. Sua combustão, além de
liberar dióxido de carbono, que contribui para o aumento do efeito estufa, emite grandes
quantidades de óxidos de nitrogênio e enxofre, que provocam acidificação (chuva ácida),
e podem agravar doenças pulmonares, cardiovasculares e renais nas populações
próximas. A abundância de outros recursos naturais disponíveis no Brasil, principalmente
no que diz respeito à geração de energia elétrica, faz com que a utilização do carvão
mineral seja bastante limitada, em consequência também de sua baixa qualidade, como
teor calorífico baixo e alto teor de enxofre.
Biomassa: é uma fonte renovável formada por matéria de origem orgânica que
pode ser usada como combustível em usinas termelétricas. Um exemplo de biomassa é
o bagaço da cana (RODRIGUES, 2017).
Ainda conforme Rodrigues (2017), por uma reação denominada fissão nuclear, a
energia é liberada no reator nuclear. Os núcleos dos átomos são bombardeados uns
contra os outros, provocando o rompimento dos núcleos e a liberação de energia,
resultando em radiação e calor, que transforma a água em vapor. A pressão resultante
desse processo é usada para produzir eletricidade. O urânio, um metal pesado radioativo,
24
é a matéria-prima empregada na produção de energia nuclear. Esse tipo de produção de
energia gera muitas discussões, seja pelos problemas de contaminação resultantes da
extração do urânio ou pelas dificuldades de eliminação de dejetos radioativos. Além
disso, assim como em outros tipos de usinas termelétricas, a água empregada nos
sistemas de refrigeração, quando lançada em rios ou mares, por exemplo, aumenta a
temperatura e prejudica os seres vivos locais. No caso das usinas nucleares do Brasil, o
rejeito de calor é lançado ao mar.
É a energia produzida a partir da força dos ventos. A força do vento é captada nos
aerogeradores por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico.
25
Usando concentradores solares feitos de espelhos facetados, é possível obter elevadas
temperaturas, sendo utilizadas em processos térmicos ou na geração de eletricidade
(REIS, 2011, apud RODRIGUES, 2017). A cadeia de atividades da geração de energia
solar é bem simples, mas a instalação dos equipamentos ainda tem um custo elevado
26
por um condensador, onde novamente como líquido será devolvido ao sistema
de geração.
Em um sistema de ciclo aberto ou simples (1 ou 2), a eficiência normalmente não
passa de 35%, sendo o restante da energia perdido, por exemplo, como som e calor. Em
um sistema de ciclos combinados, emprega-se o princípio da cogeração, que consiste no
aproveitamento de um combustível na geração simultânea de trabalho mecânico (e
deste, a eletricidade) e calor.
Rosa et al (2012), conclui que entre os impactos ambientais de um sistema de
geração termelétrico, certamente se listam os gases de exaustão, que, no caso de um
motor de combustão interna, podem chegar a 550º C, e a água a ser aquecida ou utilizada
no sistema de refrigeração. Embora a utilização de sistemas fechados de refrigeração
evite a captação constante de água de recursos hídricos, a troca de calor para
resfriamento do vapor devolve água aquecida para o ambiente.
Para que a energia elétrica chegue até o consumidor, o caminho é longo e passa
por geração, transmissão e distribuição. Esse caminho é o que compõe o chamado
sistema elétrico de potência. A função do sistema elétrico de potência é fornecer energia
27
elétrica a grandes e pequenos consumidores, com uma qualidade mínima estabelecida
por normas vigentes do setor e no momento em que for solicitada. O crescimento da
população mundial e, consequentemente, o crescimento econômico dos países demanda
cada vez mais energia, o que faz com que os sistemas elétricos precisem ser cada vez
mais robustos e inteligentes para atender todos (BINOTTO, 2018).
29
A história do sistema elétrico começou em 1878, quando Thomas A. Edison
passou a pesquisar um sistema elétrico formado por uma central elétrica que distribuiria
esse tipo de energia para a redondeza (GLOVER; SARMA, 2003, apud BINOTTO, 2018).
Com o objetivo de atrair a atenção de potenciais investidores, a estação de Pearl Street
ficava no distrito financeiro e comercial de Nova Iorque e marcou o começo da indústria
da eletricidade. Na inauguração da estação, em 1882, cerca de 60 clientes eram
abastecidos em uma milha quadrada. Em um mês, a carga já era aproximadamente três
vezes maior e no ano seguinte mais de sete vezes maior (GLOVER; SARMA, 2003, apud
BINOTTO, 2018).
Alguns anos depois, essa estação se incendiou. Embora tenha sido reconstruída,
encerrou completamente suas atividades um tempo depois. Apesar disso, esse foi um
marco importante na história dos sistemas elétricos de potência.
Segundo Glover e Sarma (2003, apud BINOTTO, 2018):
30
6.3 História do sistema elétrico de potência no Brasil
Enquanto isso, no Brasil, em 1879, foi utilizado um dínamo para criar o primeiro
serviço de iluminação pública, instalado na estação central da ferroviaDom Pedro II. Anos
depois, também no Rio de Janeiro, foi a vez do jardim do Campo da Aclamação,
atualmente conhecido como Praça da República, receber uma iluminação pública
(GOMES et al., 2002, apud BINOTTO, 2018).
A primeira central geradora brasileira foi instalada na cidade de Campos, no Rio
de Janeiro, tendo a capacidade de 52 kW utilizados para alimentar 39 lâmpadas. Uma
caldeira alimentada à lenha gerava o vapor necessário para alimentar a termelétrica.
A história do Brasil no ramo das hidrelétricas iniciou em 1883, na cidade de
Diamantina, em Minas Gerais. Utilizando a força das águas do Ribeirão do Inferno,
afluente do rio Jequitinhonha, gerava-se energia para abastecer a extração de diamante
que acontecia a 2 km de distância (GOMES et al., 2002, apud BINOTTO, 2018).
Com o crescimento do setor hidrelétrico justificado pelo grande potencial hídrico
do país, em 1903, iniciou-se o processo de regulamentação da utilização e do
aproveitamento da energia hidráulica dos rios brasileiros para fins de serviços públicos.
Apesar de não funcionar efetiva e imediatamente, essa lei foi importante para que o
processo regulatório dessa atividade começasse (GOMES et al., 2002, apud BINOTTO,
2018).
Entre 1900 e 1920, a população do Brasil quase dobrou, o que fez com queo
potencial hidráulico, localizado entre Rio de Janeiro e São Paulo, crescesse mais de
600%. Somente em 1903 foi construída uma hidrelétrica em Alagoas, utilizando as águas
da Cachoeira de Paulo Afonso, para alimentar as máquinas das fábricas de linhas e fios
da região.
A tentativa de regular o setor elétrico nacional era cada vez mais urgente, já que o
crescimento do país fazia com que mais investidores empreendessem nele, da forma que
melhor lhes cabia. Só em 1934 foi formalizado o Código de Águas, que definiu o papel
intervencionista do Estado na gestão do setor hidráulico e energético do país (GOMES
et al., 2002, apud BINOTTO, 2018).
31
O Código de Águas definia que a União passava a deter a competência de legislar
e outorgar concessões de serviços públicos de energia elétrica, antes estabelecidos
apenas por contratos. Assim, foram revistos os critérios utilizados para definir os preços
dos serviços prestados pelas companhias, o que determinou que o preço do serviço
deveria sanar as despesas da operação e da depreciação das instalações e prover uma
justa remuneração às empresas.
A justa remuneração seria definida de acordo com o custo histórico das instalações
(GOMES et al., 2002, apud BINOTTO, 2018).
Além disto, nas últimas décadas a sociedade despertou para uma nova
abordagem sobre os recursos energéticos que utiliza. Começou-se a pensar em fatores
como: sustentabilidade, poluição ambiental, custo social e segurança energética, ou seja,
uma oferta de energia elétrica capaz de atender a crescente demanda, principalmente
nos países emergentes.
De acordo com Morais (2015), os aspectos econômicos ainda continuam a exercer
forte influência na definição da matriz energética de um determinado país, porém
32
considerando os diversos fatores, surgem grandes investimentos nas fontes renováveis
de energia: tais como energia eólica, solar, biomassa, entre outras.
O documento “International Energy Outlook (IEO)”, elaborado pela Energy
International Administration (EIA), estima que a geração de energia elétrica no mundo
aumentará 77% entre 2006 e 2030. No entanto, atualmente com a crise econômica
mundial, a demanda de energia elétrica no setor industrial sofre redução devido à
diminuição dos produtos manufaturados.
A energia hidrelétrica é a principal fonte geradora de energia elétrica para mais de
30 países e representa por volta de 20% de toda eletricidade gerada no mundo, no
entanto, os países desenvolvidos praticamente já exploraram todos os seus recursos
hidrelétricos, com exceção do Canadá e da Turquia, portanto são poucos os projetos de
hidrelétricas para o futuro, ou seja, o crescimento da utilização de outras fontes
renováveis deverá ocorrer, particularmente a eólica, a solar e a biomassa.
Ainda conforme Morais (2015), esses países, sobretudo os europeus, possuem
políticas governamentais que incentivam a exploração de energias renováveis. Com
relação às fontes de energias não renováveis, as de mais destaque na matriz energética
mundial são: o petróleo, o gás natural, o carvão e a energia nuclear. Mesmo com a
diminuição da utilização do petróleo, o mesmo deverá permanecer nos próximos anos
como a principal fonte de energia no mundo, já o gás natural é o combustível fóssil que
mais vem crescendo sua participação na matriz energética mundial, tanto em termos da
oferta quanto de consumo. Isso se deve a substituição de outros combustíveis fósseis
por gás natural.
Outro fator que deve ser levado em conta é que a energia gerada nas centrais
hidrelétricas pode ser considerada limpa, isto é, no processo de geração não são
emitidos agentes poluidores nos corpos hídricos e na atmosfera. Entretanto uma
análise mais cuidadosa mostra que essa forma de geração envolve um impacto
profundo no meio ambiente natural em que é inserida. Esse impacto engloba
fauna, flora e o homem assim como suas interações, e se estende muitas vezes,
além da entrega da usina para operação (ANNEL,2008, apud NETTO; HENKES,
2015).
34
No que se refere à distribuição de energia elétrica, no Brasil, acredita-se que
mudanças urgentes devem ser efetivadas para que não haja problemas futuros na
geração e distribuição de energia para todas as regiões do país (NETTO; HENKES,
2015).
Fonte: prefeituradeatibaia.com
35
atendimento ao mercado, o sistema de transmissão desempenha o importante papel de
interligar os submercados de energia elétrica, permitindo a equalização dos preços da
energia por meio da minimização dos estrangulamentos entre os submercados,
possibilitando um despacho otimizado do parque gerador (BRASIL, 2018).
As análises desenvolvidas no planejamento da expansão do sistema de
transmissão seguem os critérios de desempenho de acordo com o documento de
Critérios e Procedimentos para o Planejamento da Expansão de Sistemas de
Transmissão, apresentado nas referências bibliográficas. A seleção de alternativas é
conduzida considerando o desempenho elétrico e socioambiental e o enfoque do mínimo
custo global, ou seja, considerando, além dos custos referentes às perdas elétricas no
sistema, os investimentos relativos às obras necessárias na Rede Básica, nas Demais
Instalações de Transmissão, na Rede de Distribuição e nas instalações de uso restrito
de cada empreendimento (BRASIL, 2018).
36
O crescimento de novas técnicas utilizadas para transportar energia elétrica torna
cada vez mais compreensível, a utilização de transmissão em corrente continua aparece
em um cenário onde a vantagem em relação a transmissão em CA (Corrente Alternada)
é bastante elevada, considerando o uso aproveitado da melhor qualidade de energia
transportada. O surgimento de novas tecnologias para maximizar as vantagens e diminuir
os custos em relação as estações conversoras, vem se tornado cada vez mais eficaz.
37
sistemas de transmissão em corrente continua onde denominamos HVDC, a corrente e
tensão são retificadas e depois invertidas novamente para alternada, desta forma as
linhas transportam energia usando corrente continua.
A transmissão em HVDC tem como principal característica o fator de que a tensão
se mantém constante e da não alteração de polaridade durante todo o processo. Alem
disso, através de rápida modulação no processo de conversão, a transmissão DC pode
ser usada para amortecer oscilações da rede AC e então melhorar a estabilidade do
sistema (Kimbark, 1971, apud CONCEIÇÃO et al, 2016).
Segundo Sato (2013, apud CONCEIÇÃO et al, 2016), existem dois tipos de
conversão utilizados nessa tecnologia de transmissão em corrente contínua: LCC (Line
Commutated Converter) foi a primeira desenvolvida e é a mais utilizada, esta utiliza
tiristores como principal elemento de comutação, atingindo altos níveis de capacidade de
transmissão de potência, altas tensões e altas correntes. Outro tipo de conversor é o VSC
(Voltage Source Converter) e foi desenvolvido mais recentemente, onde seu principal
elemento é um IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor, Transistor Bipolar de Porta
Isolada), logo é possível atingir alto nível de controle na conversão de potência e grandes
velocidades.
Na visão de Gouvêa (2018), a transição energética que se vivencia nos dias atuais
tem estabelecido um novo panorama para todos os setores de energia, e em particular
para o setor elétrico, visando mitigar os problemas do aquecimento global.
Em geral, o setor de energia elétrica contribui de forma significativa para essas
emissões, portanto mudanças no modo de produzir e de usar a eletricidade são as
principais alternativas para desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.
De acordo Morrisy (2015), a distribuição elétrica, entretanto, somente veio a
constituir-se em um serviço público relativamente amplo a partir da primeira década do
38
século, inicialmente em São Paulo (1899) e, posteriormente, no Rio (1905). Desde então,
verificou-se um acelerado impulso ao novo serviço, que, se nos primeiros anos se
dedicava predominantemente à iluminação pública e à tração elétrica (os tradicionais
bondes), já na década de 20 estendia-se à cobertura do atendimento aos usos comercial,
residencial e industrial.
Basta dizer que por esta época estavam já construídos, no centro urbano daquelas
duas cidades, sofisticados sistemas de distribuição subterrâneos, do tipo "network ", que
em essência nada diferem dos atualmente em operação. A partir dos anos 60, a
distribuição, incorporando as novas tecnologias disponíveis, vem desenvolvendo-se de
forma acelerada, com o emprego de métodos computacionais, telecomando, etc
(MORRISY, 2015).
39
O homem moderno, atualmente, também se encontra envolto á diversas
dificuldades, divididas entre acertos e erros, nos seguimentos da vida cotidiana, estando
submetido a perigos e riscos, muitas vezes por falta de conhecimento, como é o caso da
exposição à eletricidade.
O modo como este processo é conduzido é, de fato, um tema cuja análise é muito
pertinente, porque disso depende o modo como são garantidas as exigências de
uma Declaração de Impacto Ambiental na fase de construção de Projetos sujeitos
a Avaliação de Impacto Ambiental (SANCHEZ, 2006, apud NETTO; HENKES,
2015).
41
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COCIAN, Luis Fernando Espinosa. ENGENHARIA: Uma Breve Introdução. Rio Grande
do Sul, p. 258, ago. 2009.
42
ELIAS, Karine Murta. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: Novo
Design e os Desafios da Inserção no Contexto Urbano. Minas Gerais, p. 160, set.
2015.
11 BIBLIOGRAFIA
NAHVI, M.; EDMINISTER, J. A. Circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
44
VILLELA, A. A.; ROSA, L. P.; FREITAS, M. A. V. O uso de energia de biomassa no Brasil.
Rio de Janeiro: Interciência, 2015.
45