Testes em Áreas Específicas Das Demonstrações Contábeis: Auditoria Recortada Da Norma (Tonyvan de Carvalho)
Testes em Áreas Específicas Das Demonstrações Contábeis: Auditoria Recortada Da Norma (Tonyvan de Carvalho)
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Fernandes (2000), ao discorrer sobre o assunto, explicita que o saldo de uma conta do balanço patrimonial ou
da demonstração do resultado do exercício pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos
(subavaliado). Devido a esse risco, todas as contas da contabilidade devem ser testadas para superavaliação e
para subavaliação. A experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais de
superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as contas do ativo e despesas) e os de
subavaliação para as contas credoras. Devido ao fato de as transações na contabilidade serem registradas
pelo sistema de partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, às contas
credoras também estão sendo testadas indiretamente nessa mesma direção. Por exemplo, se durante o exame
das demonstrações contábeis de uma empresa, para o ano findo em 31/12/19X0, o auditor descobre que as
despesas de pessoal estão superavaliadas, em função de os salários do mês de janeiro de 19X1 terem sido
provisionados indevidamente em 19X0, é evidente que a conta credora de salários a pagar, classificada no
passivo circulante, também está superavaliada. Da mesma forma, quando se testam as contas credoras para
subavaliação, às contas devedoras estão sendo testadas secundariamente nessa mesma direção. Por exemplo:
por ocasião da auditoria da conta credora de fornecedores a pagar (testado para subavaliação), o auditor
descobre que uma fatura de compra de matéria-prima não foi registrada na contabilidade; consequentemente,
as contas de fornecedores a pagar e matéria-prima (conta devedora classificada no grupo de estoques do ativo
circulante) estão subavaliadas.
1.2. Saldo credor
na conta caixa
(6886437?exercicio=1) ✏ (6886412) (6886421)
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O fato de a escrituração do contribuinte indicar saldo credor de Caixa constitui presunção legal de omissão de
receitas. Dentre as inúmeras decisões do Conselho de Contribuintes a respeito da matéria, destacamos:
Acórdão 107-04.318 – 1º CC-MF/7ª Câmara de 20/0897 “Se a reconstituição do saldo da conta Caixa,
mediante a exclusão de valores representados por cheques que, embora destinados a suprir esta
conta, foram compensados em razão de depósitos bancários, resultar saldo credor, presume-se que o
respectivo valor tem origem em receitas emitidas e não tributadas.”
1.3. Suprimentos não comprovados
A legislação do Imposto de Renda determina que uma vez provada, por indícios na escrituração do
contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, a omissão de receita, a autoridade tributária poderá
arbitrá-la com base no valor dos recursos de Caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da
sociedade não anônima, titular da empresa individual, ou pelo acionista controlador da Companhia, se a
efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas. O Conselho de
Contribuintes tem se manifestado repetidas vezes a respeito das operações de reforço de caixa de empresas
mediante empréstimos ou aumento de capital social por parte de dirigentes. Ressaltamos, entre as inúmeras
decisões:
Acórdão 1025, DF/Fortaleza/3ª Turma – de 04/04/2002 “A prova da origem e efetiva entrega dos
recursos, tanto para suprimento de caixa, como para integralização de capital, deve ser comprovada
por documentação hábil, idônea e coincidente, em datas e valores, por administradores, sócios da
sociedade não anônima, titular da empresa individual ou pelo acionista controlador da companhia.”
1.4. Diferenças em levantamentos quantitativos por espécie
A legislação vigente estabelece outra hipótese de presunção legal de omissão de receitas, que consiste na
identificação de receitas omitidas através de levantamento, por espécie, das quantidades de matérias primas e
produtos intermediários utilizados no processo produtivo da pessoa jurídica. Para efeito de determinação da
receita omitida será apurada a diferença, positiva ou negativa, entre as somas das seguintes quantidades:
A = Estoques de produtos, no início do período, constantes no Registro de Inventário + produtos fabricados +
matérias primas e produtos intermediários utilizados no período.
B = Produtos vendidos escriturados no Diário + estoques, no final do período, constantes no Registro de
Inventário.
Diferença positiva: Se a soma de “A” for maior que a de “B” ficará configurada a presunção de venda de
produtos sem a emissão ou sem registro de notas fiscais.
Diferença negativa: Se, ao contrário, “A” resultar menor que “B”, presumir-se-á que houve compra de matérias-
primas ou produtos intermediários com recursos de ingressos não escriturados.
Considera-se receita omitida o valor resultante da multiplicação das diferenças de quantidades de produtos ou
de matérias-primas e produtos intermediários pelos respectivos preços médios de venda ou de compra,
conforme o caso, em cada período de apuração abrangido pelo levantamento.
O critério de apuração de receita omitida aplica-se, também, às empresas comerciais, relativamente às
mercadorias adquiridas para revenda.
1.4. Diferenças em levantamentos econômicos ou financeiros
Constituem, também, presunção legal de omissão de receita, os valores creditados em conta de depósito ou de
investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular pessoa jurídica,
regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos
utilizados nas respectivas operações. Essa norma, que não prejudica a proteção do sigilo bancário, tem por
objetivo, a partir da obtenção legítima das informações, a caracterização e quantificação do ilícito fiscal, sem
nenhum arbítrio, mas de forma justa e correta, haja vista que a metodologia permite a mais ampla defesa por
parte do contribuinte.
1.5. Omissão do registro de pagamento efetuados
A não escrituração de pagamentos efetuados pela pessoa jurídica (compras omitidas) caracteriza omissão de
receitas. Dentre as inúmeras decisões do Conselho de Contribuintes a respeito da matéria, destacamos:
Acórdão 1.044 – CSRF-MF/1ª turma – 26/11/90 “A falta de registro contábil e fiscal de aquisição de
mercadorias autoriza a presunção de omissão de receita, em montante correspondente ao custo
dessas mercadorias, ressalvada prova em contrário (tributação que se solidifica quando o contribuinte
não apresenta prova que descaracteriza a presunção).”
2. Auditoria dos componentes patrimoniais
Os procedimentos aplicáveis à auditoria das contas variam de acordo com o auditor. A título de
exemplificação, apresentamos alguns dos procedimentos básicos de auditoria que podem ser aplicados aos
principais elementos que compõem o balanço patrimonial. Além dos procedimentos indicados, outros podem
ser aplicados, de acordo com as circunstâncias.
2.1. Auditoria das disponibilidades
(6886437?exercicio=1) ✏ (6886412) (6886421)
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c) determinar se foram aplicados os princípios de contabilidade geralmente aceitos, em bases uniformes;
d) determinar a existência de estoques penhorados ou dados em garantia; e.
e) determinar se estão corretamente classificados nas demonstrações financeiras e se as divulgações cabíveis
foram expostas por notas explicativas.
Alguns exemplos de procedimentos de auditoria relacionados: exame de estoques de matérias-primas,
processo, confirmações de materiais e estoques com terceiros, exame de notas fiscais de compra e venda,
contratos, cálculos de impostos, preço unitário, exame das contas de produtos acabados, em processo, etc.
2.4. Auditoria das Despesas Antecipadas
A auditoria das despesas antecipadas, classificadas como ativo circulante tem a finalidade de:
a) determinar que representam gastos efetivos que irão beneficiar o período subsequente;
b) determinar se foram utilizados em bases uniformes os princípios de contabilidade geralmente aceitos;
c) determinar se estão corretamente classificadas nas demonstrações financeiras e se as divulgações cabíveis
foram expostas nas notas explicativas.
Alguns exemplos de procedimentos de auditoria relacionados: confirmação com empresas de seguro,
exame de faturas, notas fiscais, apólices de seguro, cálculo da amortização mensal, observação dos controles
internos, etc.
2.5. Auditoria do Realizável à Longo Prazo
Os objetivos de auditoria e os procedimentos de auditoria relacionados com o realizável a longo prazo são os
mesmos que os aplicados ao caixa, contas a receber e estoques, uma vez que as contas classificadas no
realizável a longo prazo são da mesma natureza daquelas, diferenciando-se apenas quanto a realização, visto
que ocorre em prazo superior a um exercício da data de encerramento das demonstrações financeiras.
A Lei das S.A. determina a classificação como realizável a longo prazo para os direitos após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades
coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem
negócios usuais na exploração do objeto da companhia.
2.6. Auditoria dos Investimentos
A auditoria dos investimentos classificados no ativo permanente tem a finalidade de:
a) determinar sua existência em poder da companhia ou em custodia com terceiros;
b) determinar propriedade
se e de da companhia;✏
(6886437?exercicio=1) (6886412) (6886421)
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c) determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade geralmente aceitos, em bases uniformes;
d) determinar a existência de vinculações em garantia;
e) determinar se a receita ou o prejuízo apropriável ao período foram adequadamente contabilizados;
f) determinar se estão corretamente classificados nas demonstrações financeiras e se as divulgações cabíveis
foram expostas por notas explicativas.
Alguns exemplos de procedimentos de auditoria relacionados: exame e contagem física dos investimentos,
confirmação com terceiros, exame documental das vendas, compras, cálculo da participação acionária,
registros, correlação entre contas do ativo e passivo, análise da equivalência patrimonial, observação da
classificação adequada dos investimentos, etc.
2.7. Auditoria do Imobilizado
A auditoria do imobilizado tem as seguintes finalidades:
a) determinar sua existência física e a permanência ern uso;
b) determinar se pertence a companhia;
c) determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade geralmente aceitos, em bases uniformes;
d) determinar se o imobilizado não contém despesas capitalizadas e, por outro lado, a despesa não contém
itens capitalizáveis;
e) determinar se os bens do imobilizado foram adequadamente depreciados e
corrigidos monetariamente eram bases aceitáveis;
f) determinar a existência de imobilizado penhorado, dado em garantia ou com restrição de uso;
g) determinar se o imobilizado está corretamente classificado nas demonstrações financeiras e se as
divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas.
Alguns exemplos de procedimentos de auditoria relacionados: exame de bens, inspeção em obras em
andamento, confirmação das escrituras em cartório, exame de documentos de compra e venda, cálculo da
depreciação, etc.
2.8. Auditoria dos Passivos
A auditoria dos passivos tem a finalidade de:
a) determinar se são pertencentes a companhia;
(6886437?exercicio=1) ✏ (6886412) (6886421)
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10. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados especificados:
Ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será
confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente
sob controle da entidade.
(a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma
estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação; e
(b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são:
(i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma
obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos, ou
(ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste Pronunciamento
Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios
econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente
confiável do valor da obrigação).
14. Uma provisão deve ser reconhecida quando:
(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento
passado;
(6886437?exercicio=1) ✏ (6886412) (6886421)
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(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos
para liquidar a obrigação; e
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
27. A entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
28. O passivo contingente é divulgado, como exigido pelo item 86, a menos que seja remota a
possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos.
Observação 1: Diferença essencial: as provisões são contabilizadas, os passivos contingentes não!
Observação 2: Para que um passivo se qualifique para reconhecimento, é necessário haver não
somente uma obrigação presente, mas também a probabilidade de saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos para liquidar essa obrigação. Uma saída de recursos ou outro
evento é considerado como provável se o evento for mais provável que sim do que não de ocorrer,
isto é, se a probabilidade de que o evento ocorrerá for maior do que a probabilidade de isso não
acontecer.
Observação 3: O passivo contingente caracteriza-se por ser uma saída de recursos possível, mas não
provável (probabilidade do não é maior que a do sim). Passivos contingentes não são reconhecidos
no balanço patrimonial. Sua divulgação será feita tão-somente em notas explicativas. E mais, se essa
possibilidade de saída de recursos for remota, dispensada está a entidade da divulgação em notas
explicativas (item 28 do CPC 25).
31. A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.
32. Os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não esperados que dão
origem à possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a entidade. Um exemplo é uma
reivindicação que a entidade esteja reclamando por meio de processos legais, em que o desfecho seja incerto.
33. Os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se de
resultado que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então o
ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado.
34. O ativo contingente é divulgado, como exigido pelo item 89, quando for provável a entrada de
benefícios econômicos.
35. Os ativos contingentes são avaliados periodicamente para garantir que os desenvolvimentos sejam
apropriadamente refletidos nas demonstrações contábeis. Se for praticamente certo que ocorrerá uma
entrada de benefícios econômicos, o ativo e o correspondente ganho são reconhecidos nas demonstrações
contábeis do período em que ocorrer a mudança de estimativa. Se a entrada de benefícios econômicos se
tornar provável, a entidade divulga o ativo contingente (ver item 89).
(6886437?exercicio=1) ✏ (6886412) (6886421)
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Observação 4: ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações contábeis até que a
realização de ganho seja praticamente certa, hipótese na qual deixaremos de caracterizá-lo como
contingente.
APÊNDICE A - Tabelas – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
Uma contingência passiva também é originada em casos extremamente raros nos quais há um passivo que não
pode ser reconhecido porque não pode ser mensurado confiavelmente. Divulgação é requerida para o passivo
contingente.
Apêndice B - Árvore de decisão
4.3. Principais pontos do CPC 01 (R1) – Redução ao valor recuperável
TESTE DE RECUPERABILIDADE
Quem sofre teste: Ativo intangível e imobilizado.
VALOR CONTÁBIL > VALOR RECUPERÁVEL?
1. NÃO. NÃO FAZ NADA E SE EXISTIR PROVISÃO PARA PERDAS, DEVE-SE FAZER A REVERSÃO ATÉ O LIMITE
DA PERDA.
2. SIM. FAZ O TESTE SEGUINDO O FLUXO A SEGUIR.
2.1. VALOR RECUPERÁVEL: É O MAIOR ENTRE O VALOR LÍQUIDO DE VENDAS (VALOR DE VENDAS –
DESPESAS) E O VALOR EM USO (VALOR PRESENTE – CUSTOS).
2.2. PERDA POR DESVALORIZAÇÃO = VALOR CONTÁBIL – VALOR RECUPERÁVEL.
2.3. CONTABILIZAÇÃO:
1. VALOR DE AQUISIÇÃO
2. VALOR RESIDUAL
3. (-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (VALOR DA AQUISIÇÃO – VALOR RESIDUAL) X TAXA DE
DEPRECIAÇÃO
(6886437?exercicio=1) ✏ (6886412) (6886421)
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4. (-) PERDA POR DESVALORIZAÇÃO COM TESTE (VALOR CONTÁBIL – VALOR RECUPERÁVEL)
5. (+) REVERSÃO DE PROVISÃO PARA PERDAS
6. (=) VALOR CONTÁBIL = 1 + 5 - 3 - 4
2.4. LANÇAMENTO DA PERDA:
D – Perda por desvalorização - teste de recuperabilidade (resultado)
C – Perda com teste de recuperabilidade (retificadora do Ativo)
5. Leva para prova