Relatorio Anual 2017
Relatorio Anual 2017
Relatorio Anual 2017
WLSA Moçambique
Relatório Anual
2017
WLSA Moçambique
Relatório Anual
2017
SUMÁRIO
Acrónimos ............................................................................................... 6
Sumário Executivo ................................................................................... 7
Secção I – Contexto ................................................................................. 9
Secção II ................................................................................................. 11
Objectivo 1 - Identificar, reconhecer, desconstruir e denunciar a violação
dos direitos humanos no contexto democrático, as práticas culturais que
negam o acesso e o exercício dos DH das mulheres
Objectivo 2 – Contribuir para a criação de plataformas e estratégias co-
muns com outros actores da sociedade para alargar o âmbito de interven-
ção na área dos DH
Objectivo 3 - Promover a troca de conhecimentos para aprofundar os sa-
beres sobre a realidade social, garantindo uma actuação mais eficaz e com
impacto em contextos locais
Objectivo 4 - Garantir a estabilidade financeira e organizacional da WLSA
através das políticas internas de rigor, transparência, solidariedade e
coesão
III Secção - Resultados .............................................................................. 15
Pesquisa
Formação
Comunicação
Desenvolvimento Institucional e gestão da WLSA
V Secção - Conclusões e lições aprendidas ................................................. 25
VI Secção - Anexos ................................................................................... 27
ANEXO 1 – Tabelas das acções de formação realizadas em 2017
ANEXO 2 – Formação com jornalistas: na Rede DSR e no projecto PASSOS
ANEXO 3 – Advocacia em zonas de exploração mineira
ANEXO 4 – Participação em eventos
ANEXO 5 - Relatório do Website (website www.wlsa.org.mz)
ANEXO 6 - Centro de Documentação e Informação
6 WLSA - Relatório 2017
Acrónimos
RESULTADOS
Objectivo 1 - Identificar, reconhecer, desconstruir Objectivo 2 – Contribuir para a criação de
e denunciar a violação dos direitos humanos no plataformas e estratégias comuns com outros
contexto democrático, as práticas culturais que actores da sociedade para alargar o âmbito de
negam o acesso e o exercício dos DH das mulheres intervenção na área dos DH
A violação dos direitos humanos das mulheres é produto de Um dos impactos directos do trabalho em rede e através de
uma estrutura que naturaliza e legitima relações de poder parcerias, é a criação de uma vasta base de demanda para
desiguais através de mecanismos suportados numa ordem os dossiers prioritários, e que respondem a oportunidades
social, política e cultural hegemónica. Assim, a estratégia da de mudança e como resultado dos vários projectos.
WLSA tem sido estudar, denunciar e actuar sobre as práticas Concretamente em 2017, destaque vai para a necessidade
culturais que influenciam a construção de identidades sociais de avançar com uma proposta legislativa para combater o
em confronto, reflectidas nas instituições, incluindo no quadro casamento prematuro, para a regulamentação da interrupção
legal. Os resultados de trabalho da WLSA e das organizações voluntária da gravidez (de acordo com a lei aprovada) e
da sociedade civil mostram que há alguns avanços no sentido a retirada da lei da violência doméstica do Código Penal.
de sensibilizar a opinião pública e agentes do governo e Também de referir os esforços para a revisão da Lei da Família
legisladores, da importância dos direitos humanos para o e da Lei das Sucessões e Herança.
desenvolvimento de uma democracia.
As acções de formação da WLSA tiveram por finalidade A estabilidade financeira da WLSA tem constituído um desafio
última promover o debate e a troca de conhecimentos para e um processo que se vem realizando ao longo dos últimos
que os grupos alvo estejam mais próximos das realidades anos, traduzindo-se no reforço das estratégias já definidas e/
locais, permitindo deste modo potenciar a sua intervenção. A ou na elaboração de novas estratégias que visam produzir
prioridade foi de promover os direitos humanos das mulheres, impactos a diferentes níveis. A nível interno constata-se que
dotando os formandos de capacidade para identificar as devido à experiência anterior e à adopção de boas práticas na
desigualdades de género e motivando-os para a acção. Nas gestão financeira houve um impacto positivo que se traduziu
várias formações foi possível observar não só a apropriação na prestação atempada de contas e no controlo permanente
do conhecimento, mas a mudança de atitudes face aos temas dos fundos existentes por programa, o que tem contribuído,
estudados, o que evidencia uma transformação, ainda que por um lado, para prever a alocação de meios e, por outro lado,
incipiente, dos padrões culturais. para adequar as actividades previstas à situação financeira.
Para o ano de 2018 as perspectivas são de aprofundar as redes e plataformas de defesa dos direitos
humanos, e em aproveitar de forma mais eficaz as oportunidades de influenciar para mudança. Por
exemplo, estreitando laços com o Parlamento, nomeadamente com a 3ª Comissão, dos Assuntos Sociais,
de Género e Meio Ambiente, e os memorandos de entendimento com sectores do Estado como a saúde,
com associações que lutam no campo político pela equidade e igualdade de género, como é o caso da
Associação das Mulheres Autarcas e com organizações e Ligas Femininas e da Juventude dos partidos
políticos com representação parlamentar.
8 WLSA - Relatório 2017
WLSA - Relatório 2017 9
Secção I – Contexto
O contexto internacional relativamente aos direitos hu- A este cenário pouco animador, junta-se a incapacidade do
manos continua a evidenciar uma situação preocupante, Estado em fazer cumprir os direitos das comunidades face
tanto no que respeita ao aparecimento de novos centros ao poder económico dos mega projectos. Por outro lado,
de conflito como com a possibilidade do seu alastramen- verifica-se a expansão para Moçambique de movimentos
to a diferentes regiões do mundo. As ameaças envolvendo religiosos radicais que aterrorizam a população, não tendo
meios militares e discursos belicistas entre os Estados Uni- havido ainda uma resposta do Estado que evidencie de for-
dos e a Coreia do Norte têm conduzido a um clima de ten- ma inequívoca que a segurança das pessoas constitui um
são que pode afectar e agravar as relações entre Estados dever que não pode ser alienado.
substituindo-se gradualmente as vias diplomáticas pelas
No que respeita à defesa dos direitos das mulheres, embo-
militares (ou pré-militares) na solução das diferenças.
ra se mantenham altos níveis de violação dos seus direitos,
Do mesmo modo, a pobreza e a instabilidade política que constata-se, por iniciativa das OSC, um maior compromis-
afecta milhões de pessoas no médio oriente e em África e so do Estado, nomeadamente da Assembleia da República,
o insucesso das negociações para se encontrarem platafor- em estabelecer mecanismos que favoreçam o diálogo para
mas de entendimento tem levado, por um lado, ao aumen- a adopção de legislação que defenda os direitos humanos
to das vagas de emigrantes que procuram na Europa uma das crianças, raparigas e mulheres, como tem acontecido
vida mais digna e pacífica, e por outro lado, ao surgimento com a participação das organizações na discussão do Có-
de governos marcada e perigosamente conservadores que digo Penal e na elaboração de uma Lei que sancione as
não só põem em causa a entrada nos seus países de pes- uniões forçadas de crianças, comummente chamadas de
soas que fogem da guerra e da fome mas que restringem casamentos prematuros.
o exercício de direitos dos seus próprios povos. Um sinal
Desta forma, neste contexto, é importante aproveitar as
preocupante é o crescimento de um eleitorado intoleran-
oportunidades que a abertura com o Parlamento pode
te, permitindo que partidos de extrema direita tenham re-
permitir, propiciando maior intervenção no que respeita
presentação parlamentar.
à reforma legal.
É neste contexto que a Organização das Nações Unidas
tem encontrado inúmeras dificuldades para actuar,
gerindo pacificamente conflitos, ou defendendo direitos
ameaçados. É o que tem acontecido com a expulsão de
centenas de pessoas da etnia Roynga em Myanamar e
com os campos de acolhimento em Darfour.
As mudanças climáticas e globais com um impacto devas-
tador sobre o ambiente e a vida das pessoas, continuaram
em 2017 a não merecer a atenção de muitos Estados que
limitam as suas acções a medidas pouco eficazes e a dis-
cursos sem repercussão nas políticas públicas e no quadro
legal.
Na região austral do nosso continente, continua a assistir-
-se, com poucas excepções, como é o caso do Botswana, a
uma cumplicidade entre clientelas políticas e económicas
e à adopção de modelos de desenvolvimento que põem
em causa o presente e futuro dos povos.
No que respeita aos direitos das mulheres e das raparigas
tem aumentado, pese o papel das OSC, a violação dos seus
direitos, nomeadamente a violação sexual e a violência do-
méstica.
Em Moçambique, a questão das dívidas ocultas contraí-
das em nome do Estado e a não penalização dos que ili-
citamente endividaram o país, não só tem prejudicado a
imagem internacional do Estado moçambicano, como tem
agravado as condições de vida das comunidades com um
aumento sistemático da pobreza, assinalando-se já a exis-
tência de bolsas de fome.
10 WLSA - Relatório 2017
Formação em Chimoio
Secção II
Com esta Secção pretende-se discutir as grandes mudan- mento em Afungi, realizada em Maputo a 6 de Dezembro
ças, considerando o funcionamento das instituições e as de 2017). Também é de salientar o impacto do estudo so-
práticas. bre organizações da sociedade civil que iniciaram recen-
temente uma abordagem sobre direitos das mulheres nas
Os impactos aqui discutidos não são fruto nem da inter-
suas pesquisas sobre comunidades deslocalizadas, como é
venção isolada da WLSA, nem o resultado de um trabalho
o caso da Sekelekani.
recente. Quer isto dizer que as mudanças que se verificam
são produto do esforço conjugado de várias organizações Relativamente aos direitos culturais/práticas culturais e
e instituições trabalhando em parceria, e têm atrás de si direitos humanos a identificação de como algumas práti-
vários anos de investimento de tempo e de recursos hu- cas culturais se constituem como obstáculos ao acesso e
manos e materiais. exercício dos direitos humanos pelas raparigas e mulheres,
tem produzido um impacto positivo junto de organizações
Objectivo 1 - Identificar, reconhecer, desconstruir e de-
da sociedade civil, contribuindo para consensualizar temas
nunciar a violação dos direitos humanos no contexto de-
como a necessidade de combater os casamentos prema-
mocrático, as práticas culturais que negam o acesso e o
turos, com o envolvimento de amplos sectores, incluindo
exercício dos DH das mulheres
instituições do Estado, como a Procuradoria-Geral da Re-
A violação dos direitos humanos das mulheres é produto pública. Por outro lado, práticas culturais como os ritos de
de uma estrutura que naturaliza e legitima relações de po- iniciação começam a ser percebidas e assumidas por orga-
der desiguais através de mecanismos suportados numa or- nizações da sociedade civil como restritivas de direitos, o
dem social, política e cultural hegemónica. Assim, a estra- que é manifesto nalgumas tomadas de posição nos media
tégia da WLSA tem sido estudar, denunciar e actuar sobre nacionais como é o caso da ACABE na província do Niassa,
as práticas culturais que influenciam a construção de iden- que se refere às componentes dos ritos de iniciação e à
tidades sociais em confronto, reflectidas nas instituições, sua relação com a desigualdade de direitos (Jornal Notí-
incluindo no quadro legal. cias, 11/01/2018, pag. 2).1
O projecto sobre os direitos das comunidades reassenta- Relativamente à violência doméstica é interessante obser-
das no distrito de Moatize evidenciou que os principais var que começa a existir uma renovação do discurso sobre
elementos que constituem os dispositivos legais que re- a violência doméstica em Moçambique, estabelecendo-se
gulam a deslocalização não referem nem salvaguardam articulações entre as representações sobre violência con-
os direitos das mulheres. Referimo-nos concretamente à tra as mulheres e a informação estatística existente. Ou
expropriação da terra, às compensações e indemnizações seja, sectores do Estado como o Ministério do Interior e do
e ao envolvimento na tomada de decisão sobre os projec- sistema de administração da justiça iniciaram uma reflexão
tos de geração de renda. Este conjunto de factores afectou sobre a disparidade de dados entre as várias instâncias e a
directamente a vida das mulheres e agravou a violência de sua relação com uma interpretação benevolente acerca da
género. violência doméstica.
As constatações sobre a restrição de direitos das mulheres Não menos importante foi a remoção da Lei da Violência
e raparigas, como a violência doméstica e casamentos pre- Doméstica do Código Penal, pelo menos na proposta, que
maturos, levou à realização de um conjunto de acções de como a WLSA tinha alertado subvertia a intenção do legis-
formação e advocacia junto de diferentes actores (agen- lador ao aprovar em 2009 a mesma lei. Esta decisão da AR
tes do Estado, lideranças comunitárias e organizações da foi fruto directo de acções de lobby e advocacia orientadas
sociedade civil) que permitiram a discussão pública sobre pela WLSA.
violação de direitos das mulheres e a criação de espaços
Objectivo 2 – Contribuir para a criação de plataformas
nas agendas das organizações da sociedade civil, dos me-
e estratégias comuns com outros actores da sociedade
dia e das lideranças locais. Foram elaborados de planos de
para alargar o âmbito de intervenção na área dos DH
acção que de forma sistemática e continuada possam com-
bater a violência contra as mulheres. É claro hoje, não só Um dos impactos directos do trabalho em rede e através
em Tete e Moatize, a existência de um discurso público que de parcerias, é a criação de uma vasta base de demanda
denuncia a situação das mulheres em contexto de reassen- para os dossiers prioritários, e que respondem a oportuni-
tamento. O impacto deste projecto reflectiu-se também, e dades de mudança e como resultado dos vários projectos.
devido a múltiplas intervenções da WLSA, nas tomadas de Concretamente em 2017, destaque vai para a necessidade
posição de dirigentes do Governo, como o Ministro da Ter-
ra, Ambiente e Desenvolvimento Rural que colocou como 1 As citações feitas pela responsável da ACABE na província do
aspecto a ter em conta nas estratégias do sector a defesa Niassa foram retiradas do livro Os Ritos de Iniciação no Con-
texto Actual, publicado pela WLSA em 2013, o que muito nos
dos direitos das mulheres (vide Reunião sobre Reassenta-
honra (Jornal Notícias de 11/01/2018, p.2).
12 WLSA - Relatório 2017
de avançar com uma proposta legislativa para combater é promover os direitos humanos das mulheres, dotando
o casamento prematuro, para a regulamentação da inter- os formandos de capacidade para identificar as desigual-
rupção voluntária da gravidez (de acordo com a lei apro- dades de género e motivando-os para a acção. Todas as
vada) e a retirada da lei da violência doméstica do Código actividades aqui enquadradas convergem para essa fina-
Penal. Também de referir os esforços para a revisão da Lei lidade.
da Família e da Lei das Sucessões e Herança.
Quanto à formação sobre os casamentos prematuros, em-
Todos estes dossiers foram tratados de maneira colecti- bora desde o início houvesse uma posição unânime de
va através das plataformas já existentes e com base em condenação, com o processo de capacitação ficou eviden-
consensos construídos em anos anteriores, o que muito te pelas intervenções um maior suporte informativo para
contribuiu para dar força e credibilidade às reivindicações sustentar acções eficazes de combate destas práticas.
da sociedade civil face às instituições, nomeadamente as
Deste modo, no final da formação sobre Casamentos Pre-
do governo e Estado. Concretamente, o Parlamento reagiu
maturos junto de organizações da sociedade civil da (CE-
muito favoravelmente a duas das propostas mais urgentes
CAP) e de representantes do governo oriundos de algumas
formuladas este ano: avançar com a elaboração de uma
direcções provinciais foi possível constatar mudanças no
proposta de lei para a prevenção e eliminação dos casa-
tratamento dos casos de casamentos prematuros sendo
mentos prematuros e a retirada da lei da violência domés-
prova disso as posições por eles defendidas, as réplicas da
tica do Código Penal, para se manter como lei especial.
formação realizadas, os compromissos assumidos para o
No primeiro caso trabalhou-se com a 3ª Comissão dos As- combate a estas práticas que se materializaram nos planos
suntos Sociais, do Género e Tecnologias e Comunicação de intervenção formulados. Estes integram diversos tipos
Social e contribuiu também a conjuntura favorável, uma de iniciativas para o combate a este fenómeno com o pro-
vez que organismos internacionais e regionais (como a pósito de gerar movimentos integrais de pensamento-ac-
União Africana e a SADC) tomaram fortes posições contra ção; dinâmicas colaborativas e articuladoras face a outras
esta prática. actividades similares em curso, coordenação e parcerias
governo- sociedade civil.
No caso do Código Penal o interlocutor foi a 1ª Comissão
de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legali- Acreditamos que contribuímos para esta mudança porque
dade. O facto de as demandas terem sido consideradas de foram divulgados instrumentos internacionais e nacionais
imediato e sem necessidade de grandes acções de lobby de promoção de direitos das crianças e as respectivas po-
e advocacia, revelam, a nosso ver, a credibilidade que as líticas públicas; as reflexões serviram para ampliar a troca
nossas plataformas ganharam na luta pelos direitos huma- de ideias em torno da desigualdade e discriminação no
nos ao longo dos anos e quão alargada se constituiu esta contexto de grupos tidos socialmente como não sujeitos
base de demanda. de direitos como sejam as mulheres e crianças. O deba-
te permitiu que se percebesse como é que as diferenças
Do mesmo modo, Ministérios e outras instituições do go-
de poder e de acesso aos recursos são resultado de uma
verno convidaram e contaram com organizações da socie-
construção social e, desse modo, muitos participantes fo-
dade civil a trabalhar nestas mesmas plataformas, para
ram incorporando ao longo do processo novos aspectos
intervir em acções relacionadas com direitos humanos,
que não só explicavam, como era produzida a desigual-
especialmente direitos humanos das mulheres e crianças.
dade, mas também que acções desenvolver para alterar
Assim foi com o Ministério do Género, o Ministério do
representação. A discussão sobre práticas culturais como
Meio Ambiente e a Procuradoria-Geral da República.
os ritos de iniciação permitiram concluir que os mesmos
Apesar destas importantes mudanças, há necessidade de formatando os papéis sociais oferecem à ordem social do
aprofundar o debate sobre DH no seio das organizações grupo o conforto da sua reprodução e particularmente
da sociedade civil, uma vez que os consensos são algo que para as raparigas ensinam que ser mulher é ser ausente
deve estar em permanente construção. Para além do mais, enquanto sujeito, é ser para o “outro”.
é de considerar que as plataformas de acção (p.e., CECAP
A capacitação em educação para direitos junto de mem-
ou Rede DSR) aumentam progressivamente o número dos
bros de organizações da sociedade civil, lideranças comu-
seus membros, tornando mais premente que se consiga
nitárias e agentes do Estado (educação, saúde, polícia e
a um alargamento da base de actuação, sem prejuízo dos
representantes do município) realizada em Moatize contri-
entendimentos alcançados quanto aos direitos humanos.
buiu igualmente para o reforço na defesa dos direitos das
Objectivo 3 - Promover a troca de conhecimentos para comunidades reassentadas face ao impacto da indústria
aprofundar os saberes sobre a realidade social, garantin- extractiva. Há maior visibilidade da luta das populações lo-
do uma actuação mais eficaz e com impacto em contex- cais face à violação dos seus direitos, assiste-se a multipli-
tos locais cação de sessões públicas nas comunidades sobre direitos
As acções de formação da WLSA têm por finalidade última das mulheres e raparigas e combate a VBG demonstrando
promover o debate e a troca de conhecimentos para que uma assertividade nas suas intervenções. Por exemplo,
os grupos alvo estejam mais próximos das realidades lo- mulheres em Moatize organizaram protestos, reivindican-
cais, permitindo deste modo potenciar a sua intervenção. do acesso à água. Contribuiu para esta mudança o facto
Considerando a visão e o mandato da WLSA, a prioridade de termos sido capazes de incorporar uma diversidade de
WLSA - Relatório 2017 13
violência doméstica como crime público (revelada nos tra- lheres na dimensão da sexualidade e da reprodução teve
mites processuais e na juízo do acto em sede de tribunal). como resultado um maior conhecimento sobre os direitos
Contudo, reconhece-se um aumento da sensibilidade dos à saúde a partir de duas vertentes: as das utentes e a dos
vários agentes para a compreensão dos problemas que provedores. Esta formação possibilitou o aumento da sen-
a lei contém, e principalmente o facto de a pesquisa ter sibilidade dos participantes para a compreensão de que o
evidenciado através de indicadores quantitativos, as di- direito à saúde não se cinge apenas aos utentes sendo ex-
ferenças abismais entre o registo realizado nas várias ins- tensivo, também, aos profissionais desta área na ideia de
tituições, tem conduzido organizações da sociedade civil que a relação estreita entre ambos sujeitos permite o exer-
(como é exemplo a Ophenta sediada na cidade de Nampu- cício deste direito. Sublinhou-se que o bom acolhimento, o
la) e alguns potenciais doadores (como a Friedrich Ebert) e repasse da informação relevante, o atendimento adequa-
sectores do Estado, como o Ministério do Interior, a solici- do com esclarecimento de possíveis dúvidas, a escuta por
tarem intervenções específicas sobre o tema. parte do provedor (a) e respeito pelo direito das mulheres
decidirem melhor a qualidade da assistência e a interacção
Há, contudo, riscos que não podemos ignorar e que são
entre o profissional da saúde e a utente.
fundamentalmente de dois tipos: um primeiro que tem a
ver com a deficiente articulação institucional que dificulta As questões tratadas fizeram referência, em particular, às
a comunicação entre os vários actores (tornando a cria- condições de trabalho das parteiras no atendimento das
ção de um Banco de Dados extremamente complexa). Por utentes que se traduzem, actualmente, num ambiente não
outro lado, a revisão da lei se é pacífica no que respeita a muito favorável devido a situações adversas como seja a
algum articulado, como o que respeita às medidas cautela- escassez de pessoal face a grande demanda destes servi-
res, é menos simples quando se trata de rever os artigos 36 ços; falta de recursos materiais como certos equipamen-
e 37, que torna abrangente o objecto da lei e que orienta tos, máscaras entre outros. Todos estes factores minam a
os decisores a tomarem “a salvaguarda da família” como eficiência na prestação de serviços por esses agentes do
valor para o sancionamento. Estado consequentemente, na relação utente- provedor.
Mencionou-se que a perspectiva de Direitos Humanos en-
Ainda na área da pesquisa, embora seja um programa con-
fatiza as obrigações internacionais assumidas pelo Estado
tínuo, pensamos ser útil mencionar que pesquisas publi-
e que devem ser claramente modeladas e respeitadas nas
cadas em 2011 e 2013 sobre identidades de género e ritos
políticas públicas e condições de trabalho respectivas.
de iniciação (“Buscando Sentidos” e “ Ritos de Iniciação no
Contexto Actual”) têm resultado na mediatização de algu- Ainda neste programa, nas jornadas de reflexão com futu-
mas práticas culturais como obstáculo para a igualdade, na ros professores do ensino primário (23 mulheres e 2 ho-
utilização dos estudos pela sociedade civil como argumen- mens) em matérias de educação não sexista e DSR visando
to para a tomada de posições mais informadas, e na soli- a utilização dos ensinamentos para influenciar nas mudan-
citação feita por órgãos de soberania para o debate sobre ças de comportamento, os debates permitiram concluir
direitos culturais/praticas culturais e direitos humanos, que se a apropriação dos distintos conteúdos programáti-
como foi o caso do convite feito pela Procuradoria-Geral cos pode ser uma ferramenta indutora da autonomia e da
da República para a apresentação em 13 de Dezembro de emancipação dos sujeitos colectivos de direitos torna-se
um texto sobre práticas culturais e casamentos prematuros ainda mais urgente a conscientização à cerca das violações
(Encontro Nacional com Grupos de Referência que reuniu desses mesmos direitos. Deste modo, as considerações te-
todos os Procuradores Provinciais e quadros do SERNIC). cidas ao longo destas jornadas de formação preconizaram
Como resultado do debate foram adoptadas posições cla- o alargamento do debate em torno do campo das relações
ras sobre a necessidade de penalizar práticas que violam de género como relações de poder uma vez que esta pers-
os direitos humanos, com, relevância para os casamentos pectiva oferece as ferramentas teóricas e reflexões meto-
prematuros. dológicas substantivas para entender as questões das desi-
gualdades, discriminação e violação de direitos.
Embora haja consensos alargados institucionalmente so-
bre a necessidade de se penalizarem os casamentos pre- Vincou-se a ideia de que cada futuro professor é um agen-
maturos, relativamente às práticas culturais ainda um te da mudança que pretende tornar sustentável a aborda-
longo caminho a percorrer, devido ao facto de instituições gem de género na sua vida social, incorporar esta mesma
culturais como os ritos de iniciação constituírem ainda, em perspectiva nos seus planos de trabalho bem como na vi-
muitas zonas do país, elementos de coesão social. vência diária.
Resultados do Programa 2. Formação em direitos huma-
nos, em especial DSR em zonas de exploração mineira em
Formação Moatize (2016-2017)
Resultados do Programa 1: Formação em direitos sexuais Visando ainda combater as desigualdades, a melhoria das
e reprodutivos (2016-2020) interposições, a defesa dos direitos das comunidades em
No que respeita aos DSR, a formação com representantes contextos locais, a capacitação de agentes estatais (saúde,
da APARMO (17 mulheres e 2 homens) almejando a melho- policia, educação e representantes do município) do distri-
ria da sua intervenção na defesa direitos humanos das mu- to de Moatize gerou maior interacção e articulação entre
os mesmos e formas de intervenção multidisciplinares. O
WLSA - Relatório 2017 17
fundamental é trazer à discussão a ideia da construção de combate aos casamentos prematuros provenientes de or-
direitos permitindo que vozes das mulheres e raparigas se- ganizações da sociedade civil (37 mulheres e 22 Homens) e
jam tidas em conta nos processos de denúncia de violência agentes estatais (8 mulheres e 5 homens) de algumas pro-
doméstica, violação sexual nas escolas e no desenvolver víncias (Manica, Niassa e Tete) num total de 72 participan-
de intervenções de combate ao HIV/SIDA. Por outro lado, tes analisaram os significados atribuídos às práticas cultu-
é relevante na actuação de representantes dos sectores rais que acabam sendo nocivas às crianças, a discriminação
do governo proporcionar espaços activos de fala, onde os de género e suas posições face ao mesmo; concluindo que
direitos são discutidos de forma crítica; o conhecimento constituem actos de violação dos direitos humanos.
construído de maneira a contribuir para a transformação
Acreditamos que se contribuiu para a construção de uma
das comunidades onde actuam tendo como meta a redu-
nova sensibilidade entre OSC e representantes de gover-
ção dos índices de violência de género e aplicação de legis-
no no entendimento dos Casamentos Prematuros ao vin-
lação que permita a efectivação dos seus direitos.
carmos que os mesmos atentam contra as liberdades das
Resultados do programa 3: Formação para lideranças fe- crianças numa altura em que as mesmas não têm capa-
mininas de partidos políticos (2016- 2020) cidade para dialogar, negociar e consentir. As formações
procuraram incutir a ideia de legitimidade e legalidade do
Este programa não se concretizou em 2017, devendo ser
direito à uma vida livre de coacção salvaguardando a sua
retomado em anos posteriores por ocasião das eleições.
integridade moral e física.
Resultados do Programa 4: Formação para combate aos
Registaram-se progressos na metodologia usada este ano
casamentos prematuros
uma vez que na medida que avançávamos com o leccio-
Nas sessões de formação visando a sensibilização para namento dos conteúdos e o seu debate nos grupos e na
a defesa dos DH das mulheres e crianças evidenciou-se plenária, observava-se melhor entendimento, esclareci-
como as práticas culturais reforçam as desigualdades de mentos e interiorização do nível de violação dos direitos
género e poder que, por seu turno, alimentam a negação humanos das crianças.
de direitos. Revelou-se bastante profícuo nas capacitações
Resultados do Programa 5: Formação sobre direitos hu-
o adoptar de uma pedagogia de formação direccionada à
manos, desigualdades de género e vulnerabilidade ao
discussão dos problemas enfrentados no quotidiano, ten-
HIV/SIDA
do como objectivo o reforço das capacidades de negocia-
ção para a defesa dos direitos. Uma outra acção liga-se ao projecto PASSOS que tem por
objectivo melhorar o estado de saúde e diminuir os efeitos
Assim, partindo das suas próprias trajectórias profissionais
do HIV no seio das Mulheres Trabalhadoras de Sexo (MTS)
e vivências, os participantes das acções de formação de
e Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) definidos
como Populações-Chave (PC). Este projecto tem como pelos fundos rápidos do programa AGIR), com os seguin-
estratégia eliminar as barreiras sócio culturais que limi- tes temas: Acesso ao aborto seguro, Violência Obstétri-
tam os seus direitos humanos. As actividades de forma- ca, Violência Sexual, Contracepção/Planeamento familiar,
ção dos pontos focais da WLSA (6 homens e 2 mulheres) Gravidez na Adolescência, Violência contra a rapariga na
que actuam em 8 províncias (tendo como pano de fundo escola. A maior parte das filmagens foram realizadas em
a legislação, protocolos internacionais relevantes para a 2017, mas os vídeos só estarão finalizados no primeiro tri-
promoção dos direitos da PC) assim como a capacitação mestre de 2018. Procurou-se, sempre que possível, que as
dos parceiros representantes das populações-chave, das pessoas entrevistadas fossem membros das OSC da Rede,
regiões centro e sul e dos jornalistas levaram à reflexão, como forma de dar visibilidade.
identificação (em si próprio e na comunidade) de atitudes
1.2. No que concerne à criação de uma plataforma de OSC
e práticas que limitam a inclusão deste grupo no exercício
para desenvolvimento de um sistema de denúncia de mo-
da cidadania; permitiram também a identificação de bar-
nitoria de violência sexual através de SMS, em 3 bairros da
reiras, obstáculos e dificuldades de acesso aos seus direi-
cidade de Maputo (2016-2017), só no segundo semestre
tos nos diferentes espaços de pertença; a tomada de cons-
se conseguiu financiamento para o projecto se iniciar, ten-
ciência de que o estigma, a discriminação e outras formas
do sido possível realizar simplesmente um estudo de base.
de violência que atingem as populações-chave são precon-
O estudo de base pretendia aferir a situação da violência
ceitos que definem a vulnerabilidade destes grupos; con-
sexual contra as mulheres no bairro da Polana Caniço (A e
duzem à falta de reconhecimento social dos mesmos como
B). Estão prometidos fundos para o projecto se desenvol-
sujeitos de direitos.
ver em 2018, mas de forma experimental só no bairro da
Polana Caniço.
res dos de telemóveis ou tablets. Para facilitar o acesso ao site para a crescente categoria de pessoas que naveguem a
Internet com o seu telemóvel – e para evitar a perda de leitores potencialmente interessados no conteúdo do site – a
adaptação do site para que reaja ao tipo de ecrã do visitante, optimizando a visualização, deve ser prioritária.
Ao longo do ano de 2017, diversos novos conteúdos foram acrescentados ao site. A actualização da Revista de Imprensa,
iniciada em 2015, continuou e o número de recortes já ultrapassou os 1600, cobrindo muito do que foi escrito na imp-
rensa nacional sobre mulheres entre 2013 e 2017.
Foram igualmente acrescentados novas Breves, um livro de pesquisa, novos cartões, posters e cartazes.
Facebook
Diante de um quadro nacional e internacional com tendência ao autoritarismo, espaços alternativos como o Facebook
e outras plataformas que permitem diálogo massivo são de importância vital para o questionamento da actividade
governativa bem como à desconstrução de mitos e velhos preconceitos patentes na sociedade.
Para a WLSA Moçambique, o facebook constitui uma ferramenta essencial e alternativa para promoção e difusão dos Di-
reitos Humanos das mulheres e de fortalecimento da democracia em Moçambique. Esta aposta tem permitido a intera-
ção virtual com as diversas formas de pensar na nossa sociedade, principalmente em temas ligados à “cultura machista”,
direito e saúde sexual reprodutiva.
No ano de 2017 a página da WLSA teve um recorde de 1501 gostos, para um total de 1486 seguidores, o que demostra
que quase todos eles estiveram atentos às nossas publicações. Tivemos uma média 442 de alcance das nossas publica-
ções, sendo dos vídeos 196.
Em termos de percentagem dos nossos seguidores, a sua maioria é dominada por homens, o que é positivo em termos
estratégicos para uma plataforma que lida com os direitos das mulheres. Em termos de idade, a maioria situa-se na casa
dos 18 aos 25 anos o que representa um peso maior de jovens, conforme o gráfico e a tabela abaixo.
Sexo 13 - 17 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 +65
40% Mulheres 0, 737% 8% 14% 9% 3% 2% 3%
60 % Homens 2% 18% 25% 8% 3% 0,402% 4%
Desenvolvimento institucional
Das 3 recomendações da auditoria financeira de 2016 foram implementadas 2 delas ao longo do ano, estando em pro-
cesso o registo de controlo dos meios imobilizados que, por falta de recursos financeiros, não foi desenvolvido em 2017.
A WLSA Moçambique continua a ter relativa estabilidade financeira e condições de trabalho adequadas para desenvol-
ver os seus programas, com uma gestão eficiente, solidária e transparente.
Resultados do Programa 1: Diversificar as fontes de financiamento
O processo de angariação de fundos continua sendo preponderante para a WLSA considerando que somos uma organi-
zação de membros sem fins lucrativos dedicada aos programas de desenvolvimento e que tem como outras fontes de
financiamento os doadores internacionais, as vendas das publicações de pesquisa, dos materiais educativos produzidos
e consultorias realizadas pela WLSA. Continua a verificar-se a tendência de financiamento cada vez mais de fontes bi-
laterais e multinacionais num sistema de concursos em que as ONGs internacionais competem também de forma cres-
cente como intermediárias. Há uma redução de financiamento para reforço da capacidade institucional o que se torna
preocupante.
Por outro lado, as candidaturas para concursos internacionais obrigam a equipa da WLSA a ocupar tempo considerável a
preparar propostas de projectos a submeter a concursos sem garantia de êxito. Em 2017, a WLSA passou a primeira fase
de um concurso internacional da União Europeia sobre uma pesquisa para as eleições autárquicas 2018 e aguardamos o
resultado final; fez-se uma parceria com a PATHFINDER para um concurso lançado pelo Governo do Canadá e igualmente
aguarda-se os resultados; um projecto aprovado pelo MASC sobre CIDADES SEGURAS a ser implementado em 2018 num
bairro suburbano da cidade de Maputo; com o financiamento da OXFAM BELGICA a WLSA participará numa pesquisa em
Nampula no âmbito de um projecto multissectorial sobre o empoderamento de mulheres camponesas.
Resultados do Programa 2: Revisão do Manual de procedimentos e dos Estatutos da WLSA Moçambique
O Manual de Procedimentos foi actualizado. Para além da revisão dos procedimentos nas áreas de recursos humanos e
financeira, foram integrados:
a) Procedimentos nas áreas de pesquisa, de formação e de comunicação, lobby e advocacia;
b) O regulamento do Centro de Documentação e Informação da WLSA;
c) Código de conduta e conflitos de interesses;
d) Tipos de recrutamento para os/as colaboradores/as.
Também os novos Estatutos da WLSA, após 2 anos de discussão com todos os membros, foi publicado no BR em Dezem-
bro de 2017.
Busca-se igualmente garantir a estabilidade da carreira remuneratória dos e das trabalhadoras da WLSA, sendo para tal
necessário rever a tabela salarial da WLSA de 2011. Para tal, aguarda-se disponibilidade de fundos para buscar a asses-
soria de uma empresa especializada, a seleccionar por concurso.
Resultados do Programa 3: Desenvolver o sistema de monitoria e avaliação dos programas da WLSA
A WLSA criou há 2 anos um sector de monitoria e avaliação para acompanhar e monitorar os programas, gerido pelo
técnico alocado no sector e capacitado pela OXFAM e estágio na ActionAid. De notar que, por vezes, há dificuldades de
se identificar indicadores de qualidade para algumas áreas, por se tratar de acções que visam mudanças a médio e longo
prazo. Todavia, estamos aprendendo com a prática. Tem sido também útil a discussão do quadro lógico no âmbito do
Programa AGIR.
Análise de riscos
Através da analise RAMON, identificaram se alguns riscos que passaremos a discutir, a maioria dos quais ja foram mini-
mizados
a) Os órgãos sociais não desempenham o seu papel – tem havido uma maior insistência nos contactos com as pes-
soas que compõem os órgãos sociais e espera-se uma relação mais estreita no futuro;
b) Inexistência de uma política de género - em processo de finalização, faltando alargar a sua discussão aos órgãos
sociais;
c) Política anti-fraude não existente - já incluída no novo Manual de procedimentos;
d) Manual de Procedimentos não actualizado - já terminada a nova versão;
e) Reuniões não documentadas - embora não imprimidas, as sínteses estão arquivadas em ficheiros digitais;
22 WLSA - Relatório 2017
O orçamento aprovado para o exercício em análise foi de 60.608.770 meticais para cobertura das actividades do plano
operacional 2017 da Organização.
ÁREA ORÇAMENTO
PESQUISA 7 802 831
FORMAÇÃO 11 112 772
COMUNICAÇÃO, LOBBY E ADVOCACIA 10 012 207
DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL 31 680 960
TOTAL 60 608 770
4. RECEITAS/FINANCIAMENTO
A WLSA conseguiu angariar durante o ano de 2017, o total de 50.183.383 meticais composto por: i) 7.636.831 meticais
transitados de 2016; ii) 40.622.920 meticais desembolsos dos parceiros; e iii) outros proveitos de 1.923.632 meticais,
perfazendo 82,80 % de realização de receitas para a cobertura do orçamento aprovado.
31-DEZ-2017
Saldo do Exercício Anterior 7 636 831
Financiamentos
Oxfam Novib 23 824 223
União Europeia 5 251 608
Fhi360 8 606 611
MASC 960 459
Embaixada da França 413 187
Oxfam Novib AgriMulheres 1 566 832
Sub-total Financiamentos 40 622 920
Outros Proveitos 1 923 632
Total Recebimentos do Período 42 546 552
TOTAL RECEBIMENTOS 50 183 383
DESPESAS/GASTOS
WLSA - Relatório 2017 23
Foram registadas no período em análise, despesas na ordem de 47 214 392 meticais correspondente a 77,90% da exe-
cução global do orçamento.
31-DEZ-2017
Código Custos relacionados com actividades
A.1 Desenvolvimento Institucional 16 035 402 33,96%
B.1 Pesquisa 5 069 379 10,74%
B.2 Formação 15 807 552 33,48%
B.3 Comunicação, Lobby e Advocacia 10 302 059 21,82%
Total 47 214 392
24 WLSA - Relatório 2017
WLSA - Relatório 2017 25
No conjunto, a WLSA atingiu as metas propostas no seu membros, sem que esteja garantida uma posição comum
plano anual de 2017, apesar de alguns constrangimentos de base em relação ao tema que é o objecto que justifica
que atrasaram o início das actividades e interferiram com a sua existência.
o seu ritmo de desenvolvimento. Os constrangimentos
Por exemplo, na reunião da CECAP que se realizou em De-
tiveram a ver com o atraso no desembolso de fundos, a
zembro de 2017, com membros da 3ª Comissão do Parla-
insuficiência de financiamento para algumas actividades e
mento, foi flagrante a constatação de que alguns represen-
inclusive a situação político-militar do país. Neste último
tantes das organizações da coligação ainda achavam que
caso, o levantamento de um grupo de populares que foi
o casamento prematuro (menor de 18 anos) deveria ser
identificado pela imprensa como sendo parte de um grupo
permitido, para salvar a honra da menina e da família. Esta
islâmico radical, impediu a realização de trabalho de cam-
dissonância de certa forma envergonhou a CECAP perante
po em Palma, no âmbito do projecto de pesquisa sobre a
os seus convidados do Parlamento.
exploração dos recursos naturais.
Um aspecto que foi sentido pela WLSA nos debates das
Outras actividades não desenvolvidas foram, nomeada-
grandes reuniões públicas havidas ao longo do ano, foi a
mente, a publicação dos boletins Outras Vozes, a publi-
manifestação de correntes do feminismo que desvalorizam
cação dos materiais de sensibilização contra o casamento
a pesquisa, contrapondo a acção à reflexão teórica, crian-
prematuro (no programa da reforma legal), o desenvolvi-
do assim uma polarização que pode inviabilizar o diálogo.
mento do programa sobre a violência sexual na cidade de
Há uma espécie de tendência do imediatismo, apresenta-
Maputo (só foi realizado o estudo de base), a revisão da
do como pragmatismo, que a médio e longo prazo pode
tabela salarial da organização por uma empresa especia-
levar a perder de vista o foco da acção, uma vez que sem
lizada, e a formação com as Ligas Femininas dos Partido
estudo da realidade e sem um diagnóstico da situação,
Políticos.
dificilmente se actuará no sentido da luta pela igualdade
Todavia, outras acções não previstas foram realizadas, no- e pela justiça. Este é um dos fundamentos porque é cada
meadamente várias intervenções para realizar palestras vez mais importante insistir na capacitação e na dissemi-
e capacitações (como apresentado em anexo “Participa- nação dos resultados de pesquisas em diversos formatos,
ção em eventos”) e a assessoria ao Ministério de Género, de modo a atingir um público crescente.
Criança e Acção Social, em conjunto com a COWI, para a
Finalmente, o ambiente político ao longo de todo o ano foi
elaboração do Relatório de Avaliação da Implementação
muito tenso, mesmo após a acalmia dos conflitos militares.
da Actual Política de Género e elaboração de uma nova.
O relacionamento do Governo com as OSC foi cauteloso e
Em 2017 conviveu-se com algumas das situações já viven- desconfiado, aspectos mais sentidos na intervenção (advo-
ciadas anteriormente. Falamos concretamente das novas cacia) no distrito de Moatize. Numerosos indícios parecem
modalidades para obter financiamento, que doravante reflectir uma tendência de maior controlo da sociedade
estão sujeitas a concurso público, obrigando o staff da or- civil, e até por via legal, como está patente na proposta de
ganização a alocar uma parte importante do seu tempo a uma nova lei das associações, que limita as possibilidades
esta actividade, com prejuízo de outros programas. Toda- de autonomia e as converte em extensões do governo.
via, apesar da instabilidade que esta imprevisibilidade cria,
Para o ano de 2018 as perspectivas são de aprofundar as
a WLSA tem vindo a reforçar a sua capacidade nesta área.
redes e plataformas de defesa dos direitos humanos, e
Achamos que seria de envidar esforços no sentido de que
em aproveitar de forma mais eficaz as oportunidades de
esta estratégia dos parceiros seja amenizada, podendo, na
influenciar para mudança. Por exemplo, estreitando laços
medida da avaliação do trabalho realizado, haver mais fi-
com o Parlamento, nomeadamente com a 3ª Comissão,
nanciamento directo às organizações.
dos Assuntos Sociais, de Género e Meio Ambiente, e os
Um outro aspecto já referido em outros anos e que se memorandos de entendimento com sectores do Estado
mantém actual é a necessidade de trabalhar em parcerias, como a saúde, com associações que lutam no campo po-
por princípio e como estratégia de acção. Neste sentido, lítico pela equidade e igualdade de género, como é o caso
as antigas parcerias têm sido reforçadas. No entanto, vale da Associação das Mulheres Autarcas e com organizações
a pena reflectir sobre estas dinâmicas de funcionamento e Ligas Femininas e da Juventude dos partidos políticos
das redes, pois uma grande parte das organizações são in- com representação parlamentar.
centivadas, inclusive por parceiros de cooperação, a filia-
rem-se em coligações, sem que na realidade essa iniciativa
resulte de necessidades sentidas no desenvolvimento dos
seus próprios trabalhos. Um dos resultados, é que algu-
mas coligações estão a aumentar muito o número dos seus
26 WLSA - Relatório 2017
WLSA - Relatório 2017 27
Secção VI
Direitos huma- Combate aos Casa- Representantes T – 24 24 horas Lichinga OSC locais:
nos das crian- mentos Prematuros de Organizações Direcções
ças da SC e sectores 17 M/7 H provinciais
do governo
Direitos huma- Combate aos Casa- Representantes T – 20 24 horas Chimoio
nos das crian- mentos Prematuros de Organizações
ças da SC e sectores 7 M/13 H
do governo
Direitos huma- Combate aos Casa- Representantes T – 28 24 horas Tete
nos das crian- mentos Prematuros de Organizações
ças da SC e sectores 16 M/12 H
do governo
Defesa dos Prevenção do HIV e Pontos Focais da T- 8 24 horas Maputo Parceiros do
direitos das Serviços de Saúde WLSA do Projec- projecto PAS-
Populações Integrados à Popula- to PASSOS nas 2 M/6 H SOS
Chave- MTS e ção Chave províncias
HSM
Defesa dos Perspectiva dos Parceiros do FHI T-26 24 horas Maputo Parceiros do
direitos das Po- DH na prevenção e 360 no projecto projecto PAS-
pulações Chave acesso aos serviços PASSOS na zona 19 M/ 7H SOS
(PC) - MTS e de HIV/SIDA para sul do país (Gaza
HSM a PC e Maputo)
28 WLSA - Relatório 2017
Defesa dos Perspectiva dos Parceiros do FHI T-29 24 horas Beira Parceiros do
direitos das Po- DH na prevenção e 360 no projecto projecto PAS-
pulações Chave acesso aos serviços PASSOS na zona 17 M/12 H SOS
(PC) - MTS e de HIV/SIDA para centro do país
HSM as PC (Beira, Chimoio
e Tete)
Reforço do Defesa dos direitos Jornalistas de T – 14 24 horas Maputo Parceiros do
trabalho com das Populações imprensa escri- projecto PAS-
os media Chave (PC) - MTS e ta e de rádios 5 M/9 H SOS
HSM e acesso aos comunitárias –
serviços de saúde Maputo cidade
e províncias de
Maputo e Gaza
Reforço do Os DSR como direi- Jornalistas de T – 18 24 horas Beira Parceiros da
trabalho com tos humanos; des- rádios comunitá- Rede DSR
os media taque para o aborto rias – Províncias 8 M/10 H
seguro de Sofala, Mani-
ca, Zambézia e
Tete
Direitos huma- Cultura, tradição e Parceiros do CIES T – 25 8 horas Beira CIES
nos e combate direitos humanos
à violência de das mulheres 13 M/12 H
género
Direitos huma- Cultura, tradição e Parceiros do CIES T – 20 8 horas Chimoio CIES
nos e combate direitos humanos
à violência de das mulheres 12 M/8 H
género
Direitos Sexuais Direitos humanos Futuros profes- T- 25 24 horas Maputo IFP
e Reprodutivos das mulheres e ra- sores primários-
parigas- educação formandos no 23 M/2 H
não sexista IFP na Matola
Direitos Sexuais Direitos à Saúde das Membros da T- 19 16 horas Maputo APARMO
e Reprodutivos mulheres Associação das
Parteiras de 17 M/2 H
Moçambique
(APARMO)
Género no Igualdade de géne- Candidatos a T – 24 5 horas Maputo CFJJ
Judiciário ro, HIV/SIDA e a Lei magistrados
contra a Violência 8 M/16 H
Doméstica
Género no Igualdade de género Funcionários do T – 32 3 horas Maputo CFJJ
Judiciário e violência domés- SERNIC
tica 6 M/26 H
WLSA - Relatório 2017 29
Foram realizadas duas capacitações com jornalistas, uma Contou-se com a presença de um médico do Hospital Cen-
no âmbito de trabalho com a Rede DSR e outra no Projec- tral da Beira e activistas da Lambda na cidade da Beira.
to PASSOS. O trabalho com os media é uma das priorida-
O curso foi concebido e dirigido pela WLSA, com a cola-
des para ampliar o espaço de disseminação das mensa-
boração de 2 activistas, um da Rede HOPEM e outra da
gens de direitos e para assim se garantir a sensibilização
Muleide. A intenção foi de formar estes últimos para que
do público para os direitos humanos.
possam replicar esta capacitação em outras províncias.
A acção esteve mais dirigida para os jornalistas das rádios O financiamento desta actividade foi da Amplify Change,
comunitárias, por terem um contacto mais directo com cujos fundos são geridos pela AMMCJ com a participação
as comunidades e, portanto, um maior potencial para a de todos membros da Rede na sua implementação.
mudança. É de destacar a realização de uma palestra seguida de
debate (total 3 horas), para os membros da Rede DSR,
Formação no Projecto PASSOS sobre discriminação e estigma da comunidade LGBT e das
A capacitação dirigida a jornalistas da zona Sul foi desig- trabalhadoras de sexo. Com esta apresentação também se
nada de “Jornadas de reflexão: “Estigma e discriminação fez a articulação do programa PASSOS com a Rede.
contra MTS e HSH”, e decorreu em Maputo, de 12 a 14 de Os participantes indicaram como mais positivo: os conteú-
Setembro. Estiveram presentes 14 jornalistas, das rádios dos da formação serem de interesse social, com destaque
comunitárias provenientes das províncias de Gaza, Mapu- para o aborto e o planeamento familiar, ter permitido
to província e Maputo cidade e outros da rádio Moçambi- que os participantes mudassem de atitudes em relação
que. Da imprensa escrita participaram jornalistas do jornal aos temas tratados, o ter juntado pessoas de diferentes
Público e do Correio da Manhã da cidade de Maputo. províncias permitiu o intercâmbio de conhecimentos e o
Esta capacitação ofereceu a possibilidade de os jornalis- domínio dos temas ministrados pelos facilitadores e con-
tas conhecerem, aprofundarem e discutir o assunto do es- vidados.
tigma e discriminação e direitos humanos das MTS e HSH
com especialistas na área médica, legal e social, que co- Foi indicado como tendo agradado menos, entre outros
laboraram com os mesmos para a produção de matérias aspectos de logística, o tema sobre as comunidades LG-
sobre este tema e outros relacionados com os direitos e BTI.
a saúde.
No final fez-se uma avaliação positiva da formação na me-
dida em que foram alcançados os objetivos da mesma e
os jornalistas presentes tiveram uma aceitação positiva do
tema o que criou um ambiente favorável nos debates du-
rante as apresentações.
Os jornalistas também se comprometeram em produzirem
e passarem nas suas rádios matérias sobre promoção dos
direitos humanos da população chave nas suas comunida-
des.
Formação na Rede DSR
A formação com jornalistas está englobada no trabalho
de reforço do trabalho com os media, e decorreu de 19 a
21 de Setembro, na cidade da Beira. Contou com a parti-
cipação de 18 jornalistas das rádios comunitárias, sendo 8
mulheres e 10 homens. Os participantes era oriundos das
províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia.
Os temas tratados foram: Direitos humanos e desigualda-
des de género, o que são os DSR, o aborto inseguro em
Moçambique e a legislação sobre o aborto, violência de
género e DSR; os casamentos prematuros – violação dos
direitos das meninas, violência obstétrica – o que é e o que
fazer, os direitos das minorias sexuais.
30 WLSA - Relatório 2017
WLSA - Relatório 2017 31
1. Poluição do meio ambiente pela acção das indús- 1º Tema - Poluição do meio ambiente pela acção das in-
trias de exploração de carvão mineral dústrias carboníferas
6. Mulheres nas comunidades reconhecem que são 4. Serviços distritais de Actividades Económicas
sujeito de direitos e denunciam a violência do-
méstica. 5. Serviços Distritais de Saúde, Género, Criança e
Acção Social
WLSA - Relatório 2017 33
6. Especialista em saúde (médico) vem episódios isolados, mas encontram-se numa relação
violenta. Quer dizer, muitas vezes sofrem vários episódios
7. Especialistas em qualidade da água, do ar e do solo de agressão ao longo dos anos. Na realidade, a violência
doméstica é uma forma de controlo dos homens sobre as
8. Direcções de empresas de mineração mulheres para mantê-las dóceis e obedientes, sendo que
9. Líderes das comunidades afectadas muitas vezes é justificada como servindo “para ensinar”.
A nível provincial:
5. Parlamento Infantil
6. Público em geral
A nível nacional:
1. Ministro do Interior
2. Público em geral
WLSA - Relatório 2017 35
Nesta rubrica “participação em eventos”, incluímos todas as actividades resultantes de solicitações dos parceiros e
não previstas inicialmente. Embora o volume de horas que estas intervenções consumem possam correr o risco de
interferir com o desenvolvimento das acções planificadas, elas representam importantes oportunidades de intervir em
outros fóruns. A seguir se apresentam as participações, organizadas de acordo com os temas.
36 WLSA - Relatório 2017
WLSA - Relatório 2017 37
Em 2017 o número de visitas ao website da WLSA diminuiu ligeiramente em relação ao ano anterior. O número de visi-
tantes que acedeu ao site usando um telemóvel continuou a crescer e constitui actualmente 60%. O número de visitantes
de fora de Moçambique decresceu consideravelmente.
80 000
60 000
40 000
20 000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
É difícil saber exactamente o que causou este decréscimo. Um dos factores que pode ter contribuído é o crescimento do
número de pessoas que acedem ao site usando um telemóvel ou tablet, enquanto o site ainda não é optimizado para a
dimensão menor do écran deste tipo de dispositivo.
Em média cada visita consulta 3,13 páginas. As cinco páginas mais lidas são as seguintes:
1. Lei da Família (2): Disseminação da Lei da Família e lógicas da sua apropriação por parte das instituições do
Estado. O caso dos Serviços de Registo Civil4
3. A página inicial
4 http://www.wlsa.org.mz/artigo/lei-da-familia-2-disseminacao-da-lei-da-familia-e-logicas-da-sua-apropriacao-por-parte-das-
-instituicoes-do-estado-o-caso-dos-servicos-de-registo-civil/
5 http://www.wlsa.org.mz/artigo/ritos/
6 http://www.wlsa.org.mz/artigo/aplicacao-da-lei-de-violencia-domestica-em-mocambique-constrangimentos-institucionais-e-
-culturais-a-experiencia-dos-tribunais/
7 http://www.wlsa.org.mz/leisnacionais/
38 WLSA - Relatório 2017
80%
60% computador
telemóvel
40%
tablet
20%
0%
2013 2014 2015 2016 2017
O site da WLSA - criado quando ainda havia poucos telefones com acesso à Internet - é optimizado para ser reprodu-
zido num ecrã de computador, com dimensões superiores dos de telemóveis ou tablets. Para facilitar o acesso ao site
para a crescente categoria de pessoas que naveguem a Internet com o seu telemóvel – e para evitar a perda de leitores
potencialmente interessados no conteúdo do site – a adaptação do site para que reaja ao tipo de ecrã do visitante, op-
timizando a visualização, deveria ser prioritária para a WLSA.
O gráfico em baixo mostra o número de visitas por semana, durante os últimos cinco anos (Fonte: Google Analytics).
2 400
2 000
1 600
1 200
800
400
0
100
103
106
109
112
115
118
121
124
127
130
133
136
139
142
145
148
151
154
157
160
163
166
169
172
175
178
181
184
187
190
193
196
199
202
205
208
211
214
217
220
223
226
229
232
235
238
241
244
247
250
253
256
259
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
58
61
64
67
70
73
76
79
82
85
88
91
94
97
1
4
7
Novos conteúdos
Ao longo do ano de 2017, diversos novos conteúdos foram acrescentados ao site. A actualização da Revista de Imprensa,
iniciada em 2015, continuou e o número de recortes já ultrapassou os 1600, cobrindo muito do que foi escrito na imp-
rensa nacional sobre mulheres entre 2013 e 2017.
Foram acrescentadas 22 novas “Breves” (notícias curtas em formato de blogue) em 2017, elevando o total a 257. As
breves são lidas por muitos visitantes e frequentemente incitam o leitor a fazer algum comentário. Em 2017 foram acres-
centados 52 novos comentários, elevando o total para 396.
Mais um livro – o relatório de pesquisa sobre o reassentamento das populações como consequência da extracção de
carvão em Tete – foi colocado à disposição do leitor (em formato PDF). Actualmente o número total de publicações dis-
poníveis on-line é de 13 livros em português e 3 em inglês. O número de artigos (publicados no Boletim Outras Vozes)
não mudou, mantendo-se em 101 artigos em português e 55 em inglês.
Foram também acrescentados novos cartazes, cartões e postais. Ao todo, além dos artigos, breves e recortes, o site é
composto por cerca de 165 páginas.
A maior parte dos visitantes do site é constituída por falantes de português, mas há um grupo considerável de leitores
que não domina esta língua; para estes existe uma página com informações sobre o site e sobre a WLSA em inglês. Em
2017 a página em inglês foi algumas vezes actualizada, mas não com a desejada frequência e regularidade.
categorias: usando um dos motores de busca existentes, directamente (digitando o endereço, usando um marcador de
páginas ou clicando nalgum link localizado no próprio computador, por exemplo num documento em formato PDF ou
Word) e através de uma referência (link) nalguma outra página da Internet.
Os dados recolhidos por Google Analytics entre 1 de Janeiro de 2013 a 31 de Dezembro de 2017 indicam que neste
período 74% dos visitantes chegaram ao site a partir de um dos motores de busca, 20% entrou directamente e apenas
6% através de um link nalguma outra página da Internet.
80%
Percentagem
60%
motor de busca
directo
40%
referência
20%
0%
2013 2014 2015 2016 2017
O gráfico acima mostra como estes números evoluíram ao longo dos últimos cinco anos e indica uma ligeira diminuição
da importância dos motores de busca. Por outro lado, a percentagem de visitantes que chegaram ao site através de
alguma referência (link) baixou em 2017 para menos de 3%. Esta redução pode ter sido mais um factor contribuinte à
ligeira descida do número de visitas. A duração média das visitas nestes cinco anos foi de 1:43 para visitas resultantes de
um motor de busca, 1:59 para entradas directas e 2:25 para visitantes através de um link.
Entre os motores de busca, o Google tem praticamente o monopólio: 95% das visitas a partir de um motor de busca usou
o Google. O segundo motor mais usado é o Bing, com 2% das visitas.
2%
2% 7%
2013-2017 2017
21% 7%
Moçambique Moçambique
2% Brasil Brasil
O maior número de visitantes localiza-se dentro de Moçambique e 79% de todas as visitas origina num país de língua
oficial portuguesa. Comparando os dois diagramas acima constata-se que a percentagem de visitas oriundas de Moçam-
bique tende a crescer: em 2017 mais de 4 em cada 5 visitas originava em Moçambique. Por outro lado, apenas 7% das
visitas originava num país não-lusófono. A WLSA deveria considerar dar mais atenção aos seus leitores não-falantes de
português.
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40 WLSA - Relatório 2017
WLSA - Relatório 2017 41
Publicações Esgotadas
Yolanda Sitoe;
Edson Mussa
Não sofrer calada. Violência contra mulheres e Margarita Mejia; 2004
crianças: Denúncia e gestão de conflitos
Conceição Osório;
Josefina Tamela
“Brochura” Atendimento em Violência de Gé- Margarita Mejia 2009
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