Manual - Equipamentos Manobras Veiculos
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EDIÇÃO:
MAQUETIZAÇÃO E ILUSTRAÇÕES:
SESSÃO 1
Veículos dos corpos de bombeiros (parte teórica)
PROGRAMA
ObjetivoS ESPECÍFICOS
Fig. 1.
Representação gráfica das
categorias dos veículos.
2.
Classificação dos veículos Os veículos de socorro e combate a incêndios dos corpos de bombeiros,
dos bombeiros atendendo á sua utilização principal, são classificados da seguinte forma:
• Veículos de combate a incêndios;
• Veículos com meios elevatórios;
• Veículos de socorro e assistência técnica;
• Veículos de socorro e assistência a doentes;
• Veículos de posto de comando;
• Veículos de proteção;
• Veículos de transporte de pessoal;
• Veículos de apoio logístico;
• Veículos motorizados específicos.
4.
São veículos com meios elevatórios, os que incorporam escada giratória ou Veículos com meios
plataforma elevatória. Dividem-se em: elevatórios
• Veículo escada (VE): da classe M ou S, categoria 1 ou 2 com estrutura exten-
sível em forma de escada, com ou sem cesto, apoiando-se em base giratória;
• Veículo plataforma (VP): da classe M ou S, categoria 1 ou 2 com plataforma
de trabalho e uma estrutura extensível hidráulica com possibilidade de
incorporar uma escada em paralelo.
5.
Os veículos de socorro e assistência técnica são veículos equipados com Veículos de socorro
material específico destinado, prioritariamente à intervenção em operações de e assistência técnica
salvamento e desencarceramento que representem ricos para vidas e bens.
Dividem-se em:
• Veículo ligeiro de socorro e assistência (VLSA): da classe L, categoria 2,
com MTC inferior a 3,5 toneladas, equipado com material de salvamento e
desencarceramento;
• Veículo de socorro e assistência tático (VSAT): da classe L, categoria 2,
equipado com um tanque de 300 litros de água e material de salvamento e
desencarceramento;
• Veículo de socorro e assistência especial (VSAE): da classe S, categoria
2, equipado com um tanque de 500 litros de água, no mínimo, e material de
salvamento e desencarceramento.
© ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS – 2017
6.
Veículos de socorro São veículos dotados de equipamentos e tripulação que permite a aplicação
e assistência a doentes de medidas de suporte básico de vida (SBV), que se destinam a estabilizar
e transportar doentes e sinistrados que necessitem de assistência durante
o transporte. De acordo com o Regulamento do Transporte de Doentes,
dividem-se em:
• Tipo A: ambulância de transporte de doentes:
– Tipo A1: ambulância de transporte individual (ABTD);
– Tipo A2: ambulância de transporte múltiplo (ABTM);
• Tipo B: ambulância de emergência (ABSC);
• Tipo C: ambulância de cuidados intensivos (ABCI).
7.
Veículos de São veículos equipados com meios de comunicação e diverso equipamento
posto de comando de apoio à decisão, direção e comando de operações de socorro e combate a
incêndios. Dividem-se em:
• Veículo de comando tático (VCOT): da classe L, categoria 2, com MTC
inferior a 3,5 toneladas, destinado ao reconhecimento e comando tático de
operações de socorro;
• Veículo de comando e comunicações (VCOC): da classe L, M ou S,
categoria 2, destinado à montagem de posto de comando operacional.
8.
Veículos de proteção São veículos da classe L, M ou S, categoria 2, destinados ao transporte de
equipamentos especializados e equipamentos de proteção individual (EPI),
para operações específicas e para limitar os prejuízos ambientais, como perigo
de poluição e riscos químicos, radiológicos e biológicos. Designam-se por
veículos de proteção multirriscos e ambiente (VPMA).
9.
Veículos de transporte São veículos da classe L, M ou S, da categoria 1 ou 2, destinados ao transporte
de pessoal de bombeiros e seus equipamentos individuais. Designam-se por veículos
táticos de transporte de pessoal (VTTP).
11.
Os veículos motorizados específicos são veículos destinados a operações Veículos motorizados
especiais ou específicas. Inserem-se nesta classificação as embarcações de específicos
reconhecimento, socorro e transporte em meio aquático:
• Veículos para operações específicas (VOPE);
• Embarcações de reconhecimento, socorro e transporte (ERST).
PROGRAMA
ObjetivoS ESPECÍFICOS
2.
Equipamento de combate O equipamento de combate a incêndios em espaços naturais, pode subdividir-
a incêndios em espaços -se da seguinte forma:
naturais • Equipamento de proteção individual:
– Bota florestal;
– Camisola interior;
– Capacete florestal;
– Capuz de proteção florestal (cogula);
– Luvas de combate a incêndios florestais;
– Fato de proteção florestal (calça e casaco).
• Equipamento de sustentabilidade (sobrevivência) individual:
– Mochila de combate;
– Sistema de hidratação para a mochila de combate;
– Abrigo de incêndio florestal (Fire Shelter);
– Lanterna individual;
– Máscara de evacuação;
– Máscara de partículas;
– Filtro para máscara de partículas.
Fig. 2.
Equipamento de sustentabilidade
(sobrevivência) individual.
3.
O equipamento de combate a incêndios urbanos e industriais, pode subdividir- Equipamento de combate
-se da seguinte forma: a incêndios urbanos
e industriais
• Equipamento de proteção individual:
– Aparelho respiratório isolante;
– Botas de combate a incêndios;
– Capacete urbano;
– Capuz de proteção (cogula);
– Fato de proteção urbano (calça e casaco);
– Luvas de combate.
• Equipamento de utilização coletiva:
– Agulhetas;
– Agulhetas de espuma e doseador-misturador;
– Escadas;
– Gerador de espuma de alta expansão/extrator de fumo;
– Lanços de mangueira flexível;
– Lanterna;
– Ventilador elétrico;
– Material de sapador;
– Material diverso.
• Equipamento de utilização coletiva – material de sapador:
– Alavanca arranca-pregos;
– Alavanca de arrombamento (tipo Halligan);
– Enxada/ancinho (tipo McLeod);
– Machado de bico;
4.
Equipamento de salvamento O equipamento genérico de salvamento em grande ângulo, que se destina
em grande ângulo a operações de salvamento que implicam a suspensão de pessoas, é o
seguinte:
• Arnês e bloqueador de segurança;
• Bloqueador técnico e cabos de salvamento;
• Conetores e descensor individual de segurança;
• Equipamento e fitas para amarrações;
• Maca de salvamento;
• Pedal e talabarte de progressão;
• Polias;
• Sacos de transporte;
• Tripé de salvamento;
• Lanterna e luvas de salvamento;
• Triângulo de salvamento.
5.
Equipamento de salvamento Os equipamentos de salvamento e desencarceramento são equipamentos
e desencarceramento utilizados na intervenção em acidentes rodoviários e similares e em operações
que requeiram a utilização de equipamento com este tipo de especificações
técnicas. Subdivide-se da seguinte forma:
• Equipamento hidráulico:
– Grupo energético;
6.
A extinção de incêndios tem por base o trabalho efetuado por bombas de água, Bombas de água de serviço
que podem ser: de incêndio
• Bombas de alta ou de baixa pressão, acopladas ao motor do veículo;
• Motobombas, com motor térmico, rebocáveis ou transportáveis ou
flutuantes;
• Bombas elétricas submersíveis;
• Bombas hidráulicas.
PROGRAMA
ObjetivoS ESPECÍFICOS
Fig. 3.
Triângulo de segurança.
3.
O capacete protege a cabeça de lesões causadas pelo calor, água quente, Proteção da cabeça
impactos e perfurações. Existem capacetes espacialmente destinados a
incêndios urbanos e industriais, a incêndios florestais e, também, para
outras missões.
Os capacetes devem ter proteção da nuca e das orelhas, de modo a proteger
o bombeiro do calor e da água quente. As precintas do capacete servem para
fixar o capacete à cabeça e devem ter as seguintes características:
• Comprimento suficiente para se usar a peça facial de um aparelho
respiratório;
• Separação entre as cintas de amortecimento e a calote igual ou superior
a 30 mm.
Nos capacetes não devem ser utilizadas queixeiras em plástico, pois podem
causar queimaduras pela ação do calor.
Para conservar o capacete, deve-se:
• Reparar os componentes dos capacetes que estejam danificados;
• Verificar a separação entre as cintas de amortecimento e a calote (mínimo
30 mm);
• Inspecionar o arnês;
• Remover do casco óleos, químicos e produtos derivados do petróleo.
4.
Os equipamentos de proteção ocular protegem os olhos contra: Proteção ocular
• Impactos;
• Radiações óticas;
• Metal fundido e sólidos quentes;
• Projeção de gotículas e salpicos;
5.
Proteção auditiva No desempenho das suas missões, os bombeiros estão expostos a uma
multiplicidade de ruídos que podem levar a uma perda parcial ou total da
audição.
A proteção auditiva efetua-se através de tampões ou de protetores auriculares.
Ter em atenção que os tampões para os ouvidos podem fundir-se quando
expostos a um calor intenso, pelo que, não devem ser utilizados durante o
combate a incêndios urbanos e industriais.
6.
Proteção respiratória A função dos aparelhos de proteção respiratória é de proteger as vias
respiratórias do seu utilizador:
• Em atmosferas poluídas por partículas, gases, vapores;
• Em atmosferas com uma taxa de oxigénio insuficiente.
7.
Proteção do tronco O casaco de proteção serve para proteger o tronco e os membros superiores
e membros superiores das lesões causadas por temperaturas elevadas, temperaturas baixas e
água quente e vapores.
Para que a proteção seja eficaz, a gola deve ser levantada de forma a proteger
o pescoço. Os punhos evitam que a água, faúlhas e resíduos entrem nas
mangas. O sistema de fecho por abas evita que a água ou outras matérias
penetrem e entrem em contacto com o corpo do bombeiro, pelo que, o casaco
deve estar sempre totalmente fechado.
8.
Proteção dos membros As calças de proteção servem para proteger os membros inferiores e são
inferiores fabricadas em material idêntico ao dos casacos de proteção.
10.
O alarme pessoal de segurança (APS) é um pequeno aparelho resistente ao Outros equipamentos
calor e à projeção de água, que serve para alertar os outros bombeiros quando de proteção individual
há problemas com o utilizador. O APS pode ser acionado de duas formas:
• Automática, se o bombeiro ficar imobilizado durante 30 segundos;
• Manual, caso o bombeiro tenha necessidade de lançar um alarme de
emergência.
11.
Limpeza do fato O fato de proteção (casaco e calças) quando sujo, absorve mais calor do
de proteção que se estiver limpo. Por outro lado, lavagens em demasia podem afetar a
qualidade da proteção. Devem seguir-se as instruções de limpeza do
fabricante (etiqueta cosida no interior do casaco e calça).
PROGRAMA
• Proteção respiratória;
• Aparelhos respiratórios isolantes;
• Aparelhos respiratórios isolantes de circuito aberto (ARICA);
• Autonomia dos ARICA;
• Regras para utilização dos ARICA;
• Manutenção dos ARICA.
ObjetivoS ESPECÍFICOS
2.
Aparelhos respiratórios Os aparelhos de proteção respiratória isolantes autónomos denominam-se:
isolantes
• De circuito fechado, quando o ar expirado é novamente utilizado;
• De circuito aberto, quando o ar expirado é lançado para a atmosfera.
3.
Os ARICA têm as seguintes características: Aparelho respiratório
• Simplicidade de funcionamento, basta abrir a(s) válvula(s) da(s)
isolante de circuito aberto
garrafa(s);
(ARICA)
• Debita sempre ar fresco com um mínimo de resistência à inspiração;
• Permite verificar a qualquer instante a quantidade de ar disponível através
da leitura do manómetro;
• Facilidade de recarga das garrafas;
• Facilidade de conservação, não exigindo ferramentas nem conhecimentos
especiais.
Fig. 5.
Exemplo de inscrições.
4.
Autonomia respiratória Para se saber qual o volume de ar contido nas garrafas e a autonomia respira-
dos ARICA tória, têm que se conhecer as inscrições e a pressão a que se encontram.
A multiplicação da capacidade da(s) garrafa(s) – em litros de água – pela
pressão indicada no manómetro (bar) permite obter o volume de ar respirável
(litros). Exemplos:
• 9 litros X 300 bar = 2700 litros (volume de ar respirável);
• 9 litros X 200 bar = 1800 litros (volume de ar respirável);
• 6 litros X 300 bar = 1800 litros (volume de ar respirável);
Fig. 6.
Representação do débito médio
de ar respirado por um bombeiro
em trabalho pesado.
Exemplos:
6 litros X 300 bar = 1800 litros : 40 litros/minuto = 45 minutos
Exemplos:
300 bar + 50 bar = 350 bar : 2 = 175 bar
Isto é, quando o manómetro indica 175 bar, significa que a pressão na garrafa
diminuiu 125 bar e que se dispõe de 125 bar de pressão até à saída, local
onde o apito vai disparar (50 bar). Não esquecer que o manómetro não
mostra o que se gastou, mostra o que falta gastar.
A pressão de retorno é calculada antes de entrar numa atmosfera contaminada
ou carente de oxigénio. No decorrer da progressão, a equipa faz verificações
de rotina e, se já atingiu a pressão de retorno, deve regressar e sair em
segurança.
5.
Regras para utilização Os ARICA podem ser colocados às costas através dos seguintes métodos:
dos ARICA
• Por cima da cabeça do utilizador;
• Diretamente do assento para as costas do utilizador, no caso dos veículos
que dispõem desta opção.
6.
Após a utilização: Manutenção dos ARICA
• Limpar e verificar o estado de funcionamento das precintas, válvulas, tubos,
uniões e do apoio dorsal;
• Limpar, verificar e recarregar a garrafa;
• Lavar a peça facial com um pano ou esponja embebida numa solução de
água e sabão, passar bem por água corrente, desinfetar com uma solução
apropriada e deixar que seque afastada de fontes de calor ou do sol.
SESSÃO 1
Tipo de manobras
PROGRAMA
ObjetivoS ESPECÍFICOS
2.
Os nós e ligações mais utilizados pelos bombeiros, são os seguintes: Nós e ligações
• Nós elementares:
– Cote direito e cote inverso;
• Nós de amarrar:
– Nó de correr singelo e nó de correr dobrado;
– Nó de barqueiro ou volta de fiel;
– Lais de guia singelo ou pelo chicote;
– Lais de guia dobrado pelo seio;
– Nó em oito singelo;
– Nó em oito dobrado pelo seio;
• Nós de emendar:
– Nó direito.
3.
As bombas e motobombas são utilizadas para esgotamento de águas, Montagem de bombas
reabastecimento de veículos de combate a incêndios e, ainda, diretamente e motobombas
para ataque ou proteção. As bombas e motobombas podem ser:
• Bombas de incêndio acopladas aos veículos;
• Motobombas rebocáveis;
• Motobombas transportáveis;
• Motobombas flutuantes;
• Eletrobombas;
• Bombas hidráulicas.
4.
As escadas são equipamentos que permitem escalar ou aceder aos edifícios Manobras de escadas
através do parapeito das janelas de peito, do corrimão das janelas de sacada
e da cobertura, para efetuar manobras de salvados e de ventilação tática, bem
como para estabelecer linhas de mangueira para ataque ou proteção.
As escadas podem ser manuais:
• Escada de ganchos;
• Escada extensível.
Ou mecânicas, como as que fazem parte dos veículos com meios elevató-
rios.