Trabalho Acácias Miguel Raquel Rodrigo
Trabalho Acácias Miguel Raquel Rodrigo
Trabalho Acácias Miguel Raquel Rodrigo
Projeto Weiwe(R)BE
Docentes:
Lurdes Dias
Georgina Ferreira
Helena Duque
Maio 2020/2021
1. Biodiversidade
O termo “Biodiversidade” foi criado por Thomas Lovejoy (Biodiversidade, 2021), para
referir o conjunto das diferentes espécies de seres vivos existentes no nosso planeta, que
vivem numa determinada região e em diferentes ambientes. Este conceito inclui a
diversidade de ecossistemas, a diversidade de espécies e a diversidade genética
encontrada numa determinada área. (Santos, 2021)
De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, um dos mais importantes
documentos internacionais relacionados com o meio ambiente, biodiversidade significa:
O Homem através das suas atividades interfere na dinâmica dos ecossistemas, pondo
em causa o seu equilíbrio.
Os fatores antropogénicos aceleram a perda da biodiversidade. A sua destruição
desenfreada leva a admitir que, provavelmente, possa ocorrer a sexta grande extinção, visto
que desde 1600 até a atualidade já ocorreu a extinção de mais de mil espécies conhecidas
pela ciência, entre plantas e animais.
São exemplos de fatores antropogénicos, fatores humanos que afetam a
biodiversidade:
- Atividade agrícola
- Atividade mineira;
- Atividade industrial;
- Desenvolvimento de infraestruturas;
- Urbanização. (Hughes, 2021)
Entre os impactos referidos daremos particular destaque à atividade agrícola,
nomeadamente na introdução de espécies invasoras, que põem em risco as espécies
autóctones de cada ecossistema.
3. Plantas Invasoras
1. Acácia
2. Combate às Acácias
O comportamento invasivo das acácias foi rapidamente notado, o que levou à criação
de leis em 1937 que visavam impedir a propagação da espécie, como referido numa fonte
consultada (Vaz, 2017). No entanto, isso não impediu o seu uso na arborização de terrenos
serranos.
As primeiras ações de controlo ocorreram em 1962, após um incêndio que ocorreu na
Serra de Sintra no mesmo ano. No final deste século, foi criado o Decreto-Lei n.º 565/99, de
21 de dezembro, que classificou 8 tipos de acácias como invasoras, proibindo o seu cultivo
e exploração económica. Também foi instituído um plano nacional de controlo/erradicação,
no entanto, isto não impediu a propagação das acácias, visto que área que estas ocupavam
aumentou 90% entre os anos de 1995 e 2010, propagando-se cerca de 170 hectares por
ano.
Assim, como referido acima, os esforços para controlar a propagação das acácias não
tiveram grande eficácia, e revelaram desajustamentos na gestão do território em Portugal.
Por isso, existe quem defenda que seria mais sensato procurar maneiras de coexistir com
esta espécie, em vez de insistir em tentativas de erradicação pouco promissoras.
Foram realizados vários projetos para tentar abrandar a disseminação das acácias.
Um deles foi o projeto “Forest Invaders”, um projeto que pretendia ensinar jovens acerca dos
ecossistemas florestais e da sua invasão por espécies de seres vivos exóticos através de
palestras, atividades práticas, entre outras. Este projeto envolveu 6 escolas do Ensino
Secundário da região de Coimbra, no qual os alunos se envolveram em experiências e
metodologias científicas, sendo orientados por professores, técnicos e estudantes da Escola
Superior Agrária de Coimbra (Plantas Invasoras em Portugal, 2020).
A par dos problemas que as acácias trazem, elas também possuem vantagens que
poderiam ser exploradas. Os seus potenciais para produção de papel, de corretivos
orgânicos ou de biomassa para produção de energia, revelam oportunidades de amestração
dessas espécies. Atualmente, o bio carvão é produzido exclusivamente a partir da acácia,
sendo uma forma de aproveitar o potencial destas (Kool Nature, 2021).
No entanto, é necessário fazer estratégias de gestão adequadas à situação, de forma
a não tornar as acácias num problema ainda maior.
Figura 4 - Da esquerda para a direita: uma acácia fêmea num ramo, dirigindo-se para uma gema vegetativa; galha já
totalmente formada; corte longitudinal de uma galha onde é possível observar-se a câmara já vazia e o canal por onde o
inseto terá saído.
5.1. Alergias
As acácias libertam grandes quantidades de pólen, que pode ser levado pelo vento
para muito longe e afetar pessoas a quilómetros de distância da árvore que o libertou. Assim
todas as pessoas acabam por respirá-lo e algumas têm reações alérgicas (espirros,
congestão nasal ou comichão no nariz e olhos). Essas reações alérgicas ocorrem quando o
sistema imunitário confunde o pólen com um invasor, originando uma reação química em
que são libertados anticorpos que atacam provocando os sintomas referidos. (Couto, 2020)
6. Acácias Penacova
Quais são as espécies invasoras mais abundantes na nossa região, para além
das acácias?
A mais importante é o eucalipto.
Quais as espécies de acácias que existem na nossa região?
Acácia negra, Australiana, Acácia amarela, Acácia mangium
Quais são as principais consequências destas espécies invasoras na nossa
região?
Alteram o ecossistema, predominam sobre a maioria das espécies podendo levar à
extinção das espécies autóctones. Alteram os habitats naturais, através da competição,
predação e transmissão de doenças. O impacto no território inclui a alteração do
comportamento dos incêndios, bem como das cadeias alimentares.
Segundo estudo recente, as acácias podem afetar os ribeiros por via de
alteração das características da matéria orgânica, da quantidade de água e da
concentração de nutrientes na água. Há alguma informação sobre esta matéria na
nossa região?
Têm havido vários estudos e pesquisas académicas em toda região centro e norte que
provam exatamente isso.
O estudo mais recente que conheço foi liderado pela bióloga Verónica Ferreira, da
Universidade de Coimbra (UC).
Os resultados desta investigação foram publicados na revista Biological Reviews
Gostaríamos de saber se têm sido implementadas medidas para combater esta
espécie invasora. Se sim, quais?
Alguns biólogos têm-se debruçado sobre este problema de difícil resolução. Para além
do corte sistemático, ou o recurso a produtos químicos, sempre com efeitos secundários
nefastos, em 2015 foi descoberto um pequeno inseto que atua sobre a acácia e impede a
sua reprodução. O inseto foi testado na África do Sul e em Portugal também já foi
introduzido sobretudo ao longo da Costa Atlântica.
Com a presença das acácias, cada vez mais abundante na nossa região, existe
alguma espécie autóctone que desapareceu ou que esteja ameaçada? Se sim, qual /
quais?
Não sei se desapareceu completamente alguma das espécies, mas com a instrução
da acácia e do eucalipto, o número de pinheiros e carvalhos, por exemplo, reduziu de forma
assustadora.
Apesar de todos os problemas que a espécie provoca em termos ambientais,
traz algum benefício para o Homem, isto é, qual a utilidade desta planta?
A acácia cresce rapidamente e, na nossa região, é utilizada sobretudo para lenha de
aquecimento.
O nosso concelho é bastante afetado por esta planta invasora. Tem alguma
estimativa da área que ocupa?
Não tenho nenhuma estimativa, uma vez que ela está disseminada um pouco por todo
o território;
Especialistas afirmam que o controle de acácias reduziria o risco de incêndio em
Portugal. Tendo em conta os incêndios registados na nossa região em outubro de
2017, acredita que se o número de acácias existentes na região, fosse menor,
diminuiria os impactos provocados? Se sim, porquê?
Acredito que sim. A acácia invade os terrenos com muita densidade e a mancha
florestal torna-se por vezes quase impenetrável e contínua. Por outro lado, o coberto vegetal
é igualmente denso e as raízes podem ficar a ardem dias consecutivos.
Para finalizar, gostaria de dar algum conselho para sensibilizar a população para
o combate desta invasora?
Reconheço que é difícil. A proliferação é muito rápida e intensa e a grande maioria dos
proprietários não tem disponibilidade para o combate eficaz.
Bibliografia
Ferreira, V. (2021). Forest - Effects of forest change on streams, including eucalyptus plantations,
invasive species, invasive pathogens, increases in atmCO2. Obtido de
https://www.researchgate.net/publication/342699824_Invasion_of_Native_Riparian_Forests
_by_Acacia_Species_Affects_InStream_Litter_Decomposition_and_Associated_Microbial_De
composers
ONU. (10 de 07 de 2020). Convenção das Nações Unidas sobre a diversidade biológica. Obtido de eur-
lex: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/HTML/?uri=LEGISSUM:l28102&from=PL
Imagem capa:
Tipos de acácias: https://invasoras.pt/p/aprendam-distinguir-ac%C3%A1cias-
invasoras-em-portugal
Logótipo da Biblioteca: https://beonaepenacova.blogspot.com/
Logótipo do Agrupamento: https://pec-282-ciencia
viva.webnode.pt/_files/system_preview_detail_200000128-958e597865/
Penacova.JPG
Figura 1 – Imagem retirada de https://ceejamarilia.wordpress.com/2019/05/22/22-de-maio-ceeja-
celebra-o-dia-internacional-da-diversidade-biologica/
Figura 2 – Imagem retirada de https://naturdata.com/especie/Acacia-dealbata/38520/0/
Figura 3 – Imagem retirada de https://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-festa-do-mimosa-
image29157291
Figura 4 – Imagem retirada de https://www.invasoras.pt/pt
Figura 5 – Imagem retirada de
https://lifebiodiscoveries.pt/sites/default/files/ganha_gestao_sustentavel_de_acacia_spp.pdf
Figura 6 – Imagem retirada de http://centralpenacova.blogspot.com/2010/02/mimosas-em-flor.html