Hipersensibilidade - Imuno

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

IMUNOLOGIA
MEDICINA VETERINÁRIA

KARIN ELISA TREICHEL

HIPERSENSIBILIDADE

TOLEDO
2022
HIPERSENSIBILIDADE
Durante uma resposta do sistema imune, a liberação de mediadores inflamatórios
resulta em um aumento de permeabilidade vascular e recrutamento de células
inflamatórias que causarão inflamação no local da lesão. A hipersensibilidade é uma
resposta inflamatória exagerada, causando um dano tissular secundário

São reações caracterizadas por um distúrbio causada pelo sistema imunológico


consideradas excessivas, indesejáveis, danosas, desconfortáveis e as vezes fatais. Os
antígenos podem se exógenos, tendo resposta imune descontrolada contra
determinado antígeno, ou pode ser contra as próprias estruturas, caracterizando um
quadro de autoimune.

Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II,


tipo III e tipo IV, pela classificação de Gell e Coombs. baseados nos mecanismos
envolvidos e tempo levado para a reação.

Os tipos mais reagentes são:

Tipo I: Também conhecidas como reações imediatas já que dentro de 15 a 30


minutos após a exposição ao alérgeno o organismo começa a desencadear a reação
aguda. Os principais componentes celulares envolvidos são: células TH2, anticorpos
IgE, mastócitos e eosinófilos. Ao se fazer o primeiro contato com o alérgeno o tempo
para o indivíduo apresentar sintomas será maior já que o individuo não está
sensibilizado para tal componente alérgico. Após a sensibilização essa reação é
exagerada, pois já existem anticorpos IgE se ligando aos mastócitos. Envolve célula
TH2, que produz IL-4, IL-5, IL-10, (Interleucinas). A IL-4 faz a troca de classe para IgE,
IL-5 ativa os eosinófilos.

O mastócito tem receptores para região do fragmento cristalizável (FC) de IgE. O


alérgeno interage com esse anticorpo, que dará uma sinalização para o receptor FC,
que estimula esse mastócito e, com isso, ele vai degranular. O mastócito pode liberar
histamina, que quando liberada causa aumento da permeabilidade vascular e
vasodilatação que contribuem para o efeito imediato e pode causar vasoconstrição,
broncoconstrição e prurido. Existem formas de inibir a degranulação de mastócito para
tratamento.

Embora descrita como reação de hipersensibilidade imediata, estas reações em


geral possuem componentes mais lentos, que ocorrerem de 4 a 6 horas depois. Estas
reações mais demoradas possuem duas etiologias: a síntese de leucotrienos e
prostaglandinas, que possuem propriedades vasoativas semelhantes à histamina e a
liberação de interleucina-4 pelas células T helper 2 (Th2), resultando em um
recrutamento ainda maior de células inflamatórias. Este secundo pico da reação é
conhecido como a fase tardia e pode durar até 24 horas após a exposição. O uso de
corticosteroides na fase imediata irá reduzir ou eliminar esta reação secundária.

Exemplos de síndromes relacionadas a hipersensibilidade do tipo I: anafilaxia,


alergias alimentares, constrição brônquica. As reações de hipersensibilidade do tipo I
em felinos podem ser manifestadas por vômito, diarreia e o comportamento de
esconder-se ou procurar uma área mais aquecida logo após a vacinação.

Para o tratamento desta reação se utiliza antihistamínicos que bloqueiam


receptores de histamina. Cromolina sódica inibe a degranulação de mastócitos. Utiliza-
se também broncodilatadores, caso necessário.

Tipo II: Também conhecida como hipersensibilidade citotóxica está mediada por
anticorpos, principalmente IgM e IgG, contra antígenos da superfície celular ou da
matriz extracelular.

Esta reação ocorre através da ação dos anticorpos contra antígenos presentes na
matriz extracelular, interstício etc. Se o anticorpo se liga a um antígeno na superfície
de uma célula ou da matriz extracelular, antígenos ligados a anticorpos são
depositados no tecido, ativando o sistema complemento. Os fragmentos gerados irão
recrutar macrófagos e neutrófilos, que uma vez ativados, liberam mediadores pró-
inflamatórios, enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio. O resultado é um

processo inflamatório que leva à lise celular. Células que possuem receptores para a
região FC podem estar sendo ativadas no local. Há um recrutamento mediado por
complemento ou receptor de FC e ativação de leucócitos, opsonização e fagocitose de
células, causando anormalidades na função celular.

Anticorpos ligam-se a receptores normais, causando alterações na função desses


receptores ou interferindo no funcionamento celular. O resultado pode ser desastroso,
ainda mais se o receptor estiver envolvido na sinalização endócrina e neuromuscular.
Nesse caso, pode ou não haver inflamação.

Exemplos de doenças são a anemia perniciosa e a miastenia gravis. Tratamento


envolve agentes anti-inflamatórios e imunossupressores
CONCLUSÃO

Nos animais as alergias podem ter várias origens, desde o contato com certas
substâncias químicas até a simples picada de uma pulga. Mas descobrir por qual
alimento um animal tem alergia é realmente um desafio. Isso porque um cachorro ou
gato pode desenvolver uma hipersensibilidade alimentar por qualquer coisa que ele
coma, seja de preparo caseiro ou industrial.

Sabendo que existe vários graus de hipersensibilidade, e a rapidez com que elas
podem se manifestar no corpo de um animal, é importante se atentar a esses sinais e
proceder a um atendimento urgente, já que em alguns casos estas reações podem
levar ao óbito. Mas também há reações que podem ocorrer somente horas ou até
mesmo meses depois da ingestão, o que dificulta ainda mais a identificação da causa.

Para o diagnóstico final, existem vários recursos: exames parasitológico de


raspado cutâneo e micológico de pelame e de escamas, histológico de pele submetida
à biopsia, e testes intradérmicos e de dieta de eliminação seguida pela exposição
provocativa.

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