Plano de Ação Da Psicologa e Assistente

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PLANO DE AÇÃO: ASSISTENTE SOCIAL E

PSICÓLOGO

Liliane Oliveira Dias


Keila Toledo de Godoi Ramalho Araújo

INTRODUÇÃO

A Psicologia e o Serviço Social são profissões que apresentam significativa contribuição


para o campo da Educação na medida em que possuem atuação sólida – seja ao desenvolvimento
à criatividade e às relações interpessoais (entre tantas outras), seja no campo da proteção social
e da participação familiar e comunitária – impactando diretamente nos processos de ensino-
aprendizagem. O trabalho em equipe tem como objetivos incentivar os educadores e toda a
equipe multiprofissional que faz parte do processo de ensino e aprendizagem, para a tomada de
posições políticas em relação aos problemas sociais; estimular a escolha deliberada e consciente
de uma atuação profissional; assessorar a escola no desenvolvimento de uma concepção de
educação, na compreensão e amplitude de seu papel, em seus limites e possibilidades; estimular
a compreensão de que os problemas que porventura existam na escola podem ser tanto de cunho
individual quanto de cunho social e resultantes de uma prática educativa que deve ser
questionadora. Sendo assim, podemos destacar que essa é uma área de atuação onde os (as)
profissionais se utilizam de sua construção teórica em torno do desenvolvimento emocional,
cognitivo e social, para compreender e auxiliar nos processos de aprendizagem, podendo assim
contribuir para que a equipe educativa tenha uma visão ampla no que se refere ao processo de
ensino/aprendizagem. Partindo desse pressuposto, a demanda por sua participação nas
instituições e na equipe multidisciplinar é cada vez mais necessária, para respaldar a tomada de
decisões com base em seus conhecimentos e experiências científicas (CASSINS et al., 2007).
Portanto, pode se inserir nas escolas de forma a:
contribuir com a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases
de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor
no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas
inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas
de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a-dia da sala
de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel preponderante (CASSINS et al., 2017
p. 17).
Para que isso aconteça de forma efetiva, o psicólogo e assistente social deve pensar em ações
que sejam direcionadas para o corpo discente, mas também pensando em atividades direcionadas para
os professores e demais funcionários, atuando junto à coordenação da escola, buscando aproximação
com as famílias e com os demais profissionais que acompanham os estudantes fora do ambiente
escolar. Deve superar perspectivas conservadoras da própria profissão, para conseguir pensar uma
prática sistêmica, agindo e pensando formas de atuação com foco na prevenção e na tomada de
decisões frente as demandas imediatas que se apresentam na instituição, nesse sentido, devem pensar
uma prática focada a curto, médio e longo prazo (CASSINS et al., 2017).
Desta maneira, da área da assistência social, considera-se que:
DO SERVIÇO DA ASSITÊNCIA SOCIAL tem por finalidade, na área da assistência social,
oferecer o Serviço de Proteção Social Básica e de Média Complexidade para as pessoas com
Deficiência Intelectual, Múltipla em situação de vulnerabilidade ou risco social e suas famílias.
Trabalha-se com foco na Defesa e Garantia de Direitos de seu público alvo, considerando as situações
de violação de direitos identificadas.

DO ATENDIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL AOS USUÁRIOS E FAMILIARES NA ÁREA


DA ASSISTÊNCIA DESCRIÇÃO

Estima-se que os usuários que já/e ou ingressaram na Escola Gotas de Esperança (APAE) de
Colinas sejam acolhidos e avaliados a princípio pelo Serviço Social e Psicologia. Este serviço tem
como função realizar a escuta à família; orientar e encaminhar para avaliação dos demais profissionais,
caso necessário; dar devolutiva sobre avaliação, organizar logística para acesso aos atendimentos, bem
como esclarecer sobre as normas organizacionais da instituição. O serviço social também é
responsável em fazer articulações e encaminhamentos a rede de serviços socioassistenciais de
proteção social básica e de proteção social especial, bem como às políticas públicas setoriais saúde,
educação, transporte, entre outros) e demais Órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.

DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA

O Psicólogo exerce a função de ser agente de mudança, escuta e mediador, busca alcançar a conexão entre
familiares, instituição e usuário. Promove e acolhe as demandas trazidas a partir deste processo. O setor de
psicologia visa atender os alunos acompanhando através de atendimentos em grupo, além de visitas
domiciliares com objetivo de identificar a realidade, orientar e acompanhar as famílias. Realizar também,
contatos com a rede municipal, quando necessário e avaliação de novos usuários. O trabalho será
desenvolvido em conjunto com a Assistente social. Os atendimentos terão como base dinâmica, vídeo,
jogos, roda de conversa, momentos de escuta e reflexão, além de palestras com profissionais da rede, de
acordo com cada demanda. Será realizado ainda, atendimento em grupo pela forma de roda de conversa,
destinados aos familiares, tendo objetivo de dar voz e vez as pessoas que vivenciam o processo da pessoa
com deficiência, acolhendo queixas, conflitos, orientando e intervindo quando necessário.

OBJETIVOS

civilização nasce de vários conflitos, seja para ampliação de territórios, para a escravização de
1. Objetivos Geral

Implantar ações que visem a prática e prevenção das necessidades da comunidade


escolar, após uma escuta da gestão da instituição designada
1.1 Objetivos Específicos

● Promover ações em grupos operativos com alunos e professores que visam a saúde
mental e integração;
● Palestras abordando assuntos diversos

● Intervenções educativas

2.METODOLOGIA

2.1 ESTRUTURA E ESPECIFICAÇÕES DO GRUPO

A proposta de grupos operativos em questão é regida pela equipe multiprofissional responsável


pelo colégio em que os(as) psicólogos(as) estarão alocados, sendo que os profissionais devem
ocupar o papel de coordenador e observando com a finalidade de trabalhar as demandas
solicitadas. Os grupos podem vir a ser compostos pelos alunos das turmas selecionadas e a
depender da intervenção e por membros do corpo docente.

2.2 DESEMPENHO DE TAREFAS E A COMUNICAÇÃO GRUPAL


O grupo tem como objetivo a interface entre as demandas apresentadas pelo Orientador
Educacional e as colhidas nos primeiros encontros com o grupo de alunos - a fim de passar
autonomia e confiança por parte da equipe responsável aos alunos. A ideia é que ao longo dos
encontros propostos trabalhe-se adequadamente todas elas com dinâmicas e técnicas de
intervenção em grupo.

O EXERCÍCIO DE PAPÉIS
O psicólogo, assistente social e membros da equipe multiprofissional responsável
devem se dividir entreos papéis de coordenador e observador do grupo; dessa forma sendo
responsáveis pela gestãoda dinâmica grupal e da coleta de dados durante o processo. De acordo
com a teoria de grupos(BASTOS, 2010), o papel de coordenador se caracteriza e se consolida
com o papel de facilitar a comunicação e aplicar as dinâmicas que foram pré-estabelecidas no
cronograma. Oobservador tem o papel de coletar dados de maneira global para que haja uma
maior compreensão dos processos que ocorrem durante os encontros.

OBJETIVOS E NECESSIDADES
A dinâmica de grupo tem como principal objetivo fornecer aos participantes um espaço
de fala e protagonismo divergente do cotidiano, onde eles podem entrar em contato com uma
dinâmica diferente da experienciada no dia-a-dia e, juntos em prol de um objetivo específico,
trabalhando potencialidades e se movendo em direção a sua realização (PEREIRA, 2013). No
contexto educacional, o discente pode se abrir mais adequadamente a conteúdos que de
maneira costumeira não são tratados em sala de aula, facilitando a funcionalidade dos grupos
e a coleta de dados relevantes para o aprimoramento da qualidade de vida, aprendizado e bem
estar destes no ambiente escolar.

Dessa maneira, o grupo operativo se mostra como ferramenta valiosa para acessar
conteúdos relevantes da vida estudantil, da psique e da vida social daqueles educandos, estes
que, por se tratarem de um público jovem, encontram na ação grupal um conforto maior para
tratarem de demandas complexas, pois ao se encaixarem nas funções grupais há uma maior
chance de engajamento dos participantes a partir da tendência grupal.

COMPETÊNCIAS QUE IRÃO SER TRABALHADAS NAS INTERVENÇÕES

Competência afetiva: Trabalhar o significado dos relacionamentos interpessoais deles,levando


em consideração o contexto em que vivem, sendo um contexto de colégio integral, onde passam
a maior parte do tempo com colegas e membros do corpo docente.
Competência do cotidiano: Trabalhar o dia a dia dos alunos não só na escola, porém fora dela,
em suas casas e momentos de lazer.
Competência acadêmica: Trabalhar as competências que dizem respeito a vida escolar dos
alunos, suas dificuldades, potencialidades e desafios enfrentados em sua vida escolar.

DESDOBRAMENTOS TÉCNICOS E REFERENCIAL TEÓRICO


Bastos (2010) escreve sobre a técnica dos Grupos Operativos e revela que Pichon
Rivière primariamente desenvolveu a técnica dos grupos operativos quando era psiquiatra emum
hospital em Buenos Aires. Durante uma greve de enfermeiras no hospital, os pacientes
psiquiátricos ficaram sem cuidado e observação por parte das mesmas, o que resultou em
certo caos. Rivière trouxe como estratégia que os próprios doentes cuidassem deles mesmos
como um grupo, se ajudando e realizando as tarefas que eram supostas a ser das enfermeiras.
Castanho (2012) diz que a técnica do Grupo operativo acontece quando duas ou mais pessoas
que se reúnem em prol de um objetivo em comum, a aprendizagem e interação afetivaocorreram
sempre entre os integrantes e profissionais envolvidos, dessa maneira vemosconfigurado
um grupo operativo. Um grupo se torna propriamente um grupo operativo a partirdo momento
em que existe uma tarefa e objetivos a serem alcançados, passando pelos processos de
estruturação, desestruturação e reestruturação. Outro teórico muito importante na história dos
grupos é Kurt Lewin. O autor se debruça acerca da influência das teorias da Gestalt nos
conhecimentos sobre dinâmica de grupo e como Lewin deixou sua marca nesse ponto. É dito
que mesmo não havendo consenso sobre Gestalt e o campo grupal, ela se fez sempre presente,
bebendo junto em várias fontes e influenciando o fazer do conhecimento de grupos, em conjunto
com outras abordagens, principalmente a psicanálise. Pichon acreditava também que a Gestalt é
um importante pontode apoio para suas próprias ideias. (CASTANHO, 2012).
Lewin como a Gestalt acredita que o todo é mais que a soma das partes, logo, os grupos
seriam muito mais do que a totalidade de seus membros lhe permitiriam ser. Acreditava-se que,
ao invés de se designar um indivíduo para cada observador, um observador deveria registrar de
minuto em minuto o grupo organizado em subgrupos, e assim por diante, passando por vários
aspectos da interação grupal. Sendo assim, observa-se não as propriedades de um indivíduo,
porém de um grupo inteiro e de suas partes em conjunto.

INTERVENÇÃO

ETAPA AÇÕES METAS RESPONSÁVEL PRAZOS


Escuta das Avaliar o Mapeamento Psicólogo e Primeira
demandas escolares funcionamento da do perfil da Assistente Social semana
escola escola dentro da
escola

Criação deGrupos Divisão de Autoconheci Psicólogo e Início do


operativos quantidade de mentos dos Assistente Social semestre
alunos por grupos assuntos a letivo
serem
abordados

Início dosgrupos Rodas de Escuta, Psicólogo e Ao longo do


operativos conversas partilha de Assistente Social ano letivo
vivências etc.

Levantamento de temas Palestras Informação e Psicólogo e Quando


Prevenção Assistente Social houver
demanda
ETAPA AÇÕES METAS RESPONSÁVEL PRAZOS
Escuta das Contato e diálogo Mapeamentodo Psicólogo e Primeira
demandas com a gestão e perfil da escola Assistente semana
relacionadas a demaisprofissionais Social dentro da
violência daUE. escola
identificação e Palestras destinadas auxiliar os Psicólogo e Início do
prevenção de a profissionais para a profissionaisa assistente semestre
violência. identificação de identificarem social letivo
sinais e sintomas de situações de
violência violência.
Notificação de Apresentar as Contribuir para que Psicólogo e Início do
violência. fichas e os meios haja a assistente semestre
de notificação implementação de social letivo
quando uma lógica de
identificado notificação pelos
situações de profissionais,
violência. auxiliando no
processo de
politicas
preventivas
identificação e Palestras e auxiliar os pais a Psicólogo e Ao
prevenção de reuniões identificarem assistente longo do
violência. destinadas aos situação de social ano
pais para a violência letivo
identificação de
sinais e sintomas
de violência
Notificação de Palestras e Informação e Psicólogo e Ao
violência reuniões com prevenção Assistente longo do
objetivo de Social ano
apresentar aos pais letivo.
os canais de
denúncia de
violência, bem
como apresentar a
possibilidade dea
escola auxiliarno
processo de
prevenção.
Compartilham Elaborar ou Levar informações Psicólogo e Ao
ento de utilizar uma sobre a violência e assistente longo do
informações cartilha já sobre as formas de social ano
com familiares existente que prevenção. letivo.
e alunos. contribua para o
compartilhamento
de informações
sobre o combate a
violencia.
REFERÊNCIAS

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os jovens. Rio de Janeiro: Flacso-Brasil, OEI, MEC, 2016.

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1984

BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière


e Henri Wallon. Psicol inf. [online]. 2010

CASSINS, Ana Maria et al. Manual de Psicologia Escolar/Educacional. Gráfica e Editora


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CASTANHO, Pablo. Uma Introdução aos Grupos Operativos: Teoria e Técnica. Vínculo,
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MINAYO, Maria Cecília de Souza. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência


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PEREIRA, Beatriz Oliveira. Prevenção da violência em contexto escolar: diagnóstico e


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