Garantias Dos Particulares (Recurso Gracioso)

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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM DIREITO
CADEIRA: DIREITO ADMINISTRATIVO II
TRABALHO DE PESQUISA CIENTÍFICA EM GRUPO
II ANO- PÓS LABORAL

TEMA
RECURSO GRACIOSO

A Docente:
 Manecas Chiziane

O Discente:
 Afonso Maculuve
 Artilia Clara
 Charmila Simango
 Guilherme Simbine
 Luisa Vasco
 Pedro Pululo
 Simplícia Cuinica

Maputo, Outubro de 2022


ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO
LICENCIATURA EM DIREITO
CADEIRA: DIREITO ADMINISTRATIVO II
TRABALHO DE PESQUISA CIENTÍFICA EM GRUPO
II ANO-PÓS LABORAL

Recurso Gracioso

Trabalho de pesquisa científica da cadeira de


Direito Administrativo II a ser apresentado
na Escola superior de Economia e Gestão,
para efeito de avaliação parcial, sob
orientação do dr. Manecas Chiziane.

Maputo, outubro de 2022

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Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 4
2. CAPÍTULO I ...................................................................................................................................... 5
2.1 Contextualização do tema ............................................................................................................. 5
2.2. Delimitação do Tema .................................................................................................................. 5
2.3. Problematização .......................................................................................................................... 5
2.4 Justificativa ................................................................................................................................... 5
3. CAPITULO II ..................................................................................................................................... 6
3.1. RECURSO GRACIOSO ................................................................................................................... 6
4. Conclusão............................................................................................................................................ 8
5. Bibliografia ......................................................................................................................................... 9

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1. Introdução

O Estado de Direito democrático, caracteriza-se pelo princípio da legalidade, como uma das
formas do seu alinhamento na prossecução deste em todas as suas frentes, contudo, emprega
a Administração Pública como a sua mão intermediária para se fazer ao particular.

A administração Pública ela pode ser definida como um conjunto de funcionários, órgãos
administrativos e da própria actividade administrativa concreta e imediata do Estado,
desenvolvida pelo governo para assegurar a satisfação dos interesses colectivos públicos, na
forma de uma pessoa jurídica, composta por várias pessoas colectivas, determinadas através
dos seus serviços públicos.

No âmbito da sua interacção com os particulares, surge porém no decorrente das suas
actividades administrativa públicas as necessidades de estabelecimento de linhas mestres que
possam conduzir e delimitar os campos de actuação de cada um, determinando desta forma as
garantias dos particulares, atribuídos pelo Direito Administrativo. No desempenho da
actividade administrativa, o interesse público tem a primazia, determinando a lei alguns
instrumentos de autoridade de que este possa se guiar.

É até certo ponto eficaz mas não satisfatório uma decisão administrativa, lesando nalguma
das vezes os interesses legítimos dos particulares, e, com vista a restituição dos seus direitos
lesados pela administração publica, o ordenamento jurídico atribui aos particulares meios de
defesa e protecção. Falaremos no presente trabalho do recurso gracioso, como uma das
formas de que o particular tem parta impugnação dum acto praticado pela administração
pública.

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2. CAPÍTULO I

2.1 Contextualização do tema


A administração pública prossegue o interesse, nos termos da constituição e da lei, o interesse
público, devendo, no exercício da sua actividade, reger-se pelos princípios da igualdade,
legalidade, justiça, proporcionalidade, imparcialidade, responsabilização probidade
administrativa bem como o respeito pelo património do Estado.

Ademais, a prossecução do interesse público deve respeitar os direitos e interesses legalmente


protegidos dos particulares.

2.2. Delimitação do Tema


O presente trabalho será realizado tendo como objecto a temática do recurso ou garantias
graciosas sob ponto de vista do ordenamento jurídico Moçambicano, para a concretização
deste trabalho será levado a cabo uma pesquisa bibliográfica a partir de material Já publicado,
constituído principalmente de livros, artigos periódicos e actualmente com material
disponibilizado na Internet com o enfoque para a LPA (Lei do procedimento Administrativo
lei 11/2014 de 10 de Agosto).

2.3. Problematização

O Direito Administrativo, como um ramo público e autónomo, envolve em todas suas


nuances a interacção Estado e o particular, e define o posicionamento de cada um destes
entes, colocando o Estado na posição superior do particular, o que em muita das vezes, lesa
os interesses legítimos dos particulares, e o direito administrativo, define regras e normas que
possam garantir este particular diante da AP, ex: DECRETO 30/2001 de 15 de Outubro

2.4 Justificativa
O presente trabalho foi atribuído na cadeira de Direito Administrativo II do curso de
Licenciatura em Direito 2º ano ministrado pela Escola Superior de Economia e Gestão.

Pretendemos trazer com o presente trabalho uma maior reflexão em relação ao tema, e deste
modo dar um singelo contributo para a Instituição no que toca ao material didático disponível
para auxiliar os estudantes de direito assim como acreditamos iremos detetar lacunas e propor
melhorias na doutrina.

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3. CAPITULO II
ENQUADRAMENTO DOUTRINÁRIO

O contencioso administrativo era concebido como uma garantia dos particulares não contra
a Administração, mas sim contra os actos por esta praticados considerados como ofensivos
dos seus direitos e legítimos interesses. A tónica do contencioso residia na legalidade do
acto da Administração. Por essa razão, dizia Marcello Caetano1 que no contencioso não se
fazia o “julgamento do órgão que praticou o acto ou da pessoa colectiva a que ele
pertence. O que está em causa é a legalidade do acto, não o comportamento das pessoas.
Reexamina-se o processo gracioso e a sua decisão à luz dos preceitos legais aplicáveis, a
fim de emitir a final não uma condenação ou absolvição do pedido, mas um juízo de
confirmação ou de anulação, meramentedeclaratório”.

O capítulo XIII da lei 11/2014 de 10 de Agosto, a Lei do Procedimento Administrativo, no


seu Artigo 153 faz referência às impugnações, a legitimidade e mais, dita porém que no
ordenamento jurídico Moçambicano, há espaço para a impugnação dum acto
administrativo praticado por um órgão da Administração Pública, desde que sejam
fundamentadas com forme o preceituado no Artigo 154 da LPA.

É esta garantia jurisdicional, ou este conjunto de meios de reacção, que se coloca à


disposição do particular para jurisdicionalmente reagir contra actos da Administração em
defesa dos seus direitos e legítimos interesses, que começa por ser concebida como uma
garantia dos particulares contra a Administração e que vai evoluir, embora lentamente,
para uma garantia concedida a todos os sujeitos de direito (particulares ou pessoas
colectivas, mesmo que de direito público) contra actos definitivos e executórios da
Administração ofensivos de direitos ou de interesses legítimos.

3.1. RECURSO GRACIOSO


A administração Pública no desencadeamento das suas actividades tem um o poder da
autoridade, dai que não precisa de intentar uma acção junto de um tribunal. Mas o mesmo não
se diz quando se trata de um particular, pois, para este é necessário que lhe sejam atribuídos
poderes pela lei para que assim possa prosseguir.

Recorrer a um acto administrativo dentro da administração, denomina-se garantias


administrativas graciosas ou recurso gracioso, enquanto recorrer junto de um tribunal, ai
temos as famosas garantias contenciosas ou recurso contencioso, porém o nosso foco versa
sobre as garantias graciosas.

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Todo particular que se sentir lesado seu direito, assiste o direito de revogar de acordo com o
nº 1 do Artigo 153 da LPA, já o nº 2 do mesmo artigo, dita-nos as formas de intentar este
mesmo acto que passamos a citar:

a) Reclamação para o autor do acto;


b) Recurso para o superior hierárquico do autor do acto;
c) Recurso para o órgão que exerce puder de tutela ou superintendência sobre o autor do
acto
d) Recurso de revisão

3.1. A Reclamação (Artigo 157 LPA)

A reclamação funda-se no poder de impugnar um acto que pela administração pública tenha
sido praticada nos termos do nº1 do Artigo 157 da LPA, ditando que pode se reclamar de
qualquer acto administrativo, excepto o contrário definido pela lei. Quanto aos prazos para a
reclamação são fixados em 15 dias a contar da data da notificação do acto e a que o
interessado tiver conhecimento do mesmo conforme o previsto no Artigo 158 da LPA.

Importa salientar que a reclamação não tem efeitos suspensivos, exceptos nos casos
legalmente previstos na lei, ou nos casos em que se perceba que o acto ferre o cause prejuízos
irreparáveis ao destinatário, vide o nº 1. Artigo 159 LPA.

3.2. Recurso da Revisão (Artigo 174 LPA)

A revisão da decisão administrativa é de lei, e ela deve ser requerida, cento e oitenta dias a
contar da data em que o interessado tomou o conhecimento dos novos factos que servem do
fundamento, com forme o previsto no nº 1. Artigo 174 LPA

O artigo 175 da LPA, aborda de forma, resumida os factos de petição, reclamação ao


provedor de justiça, ditando que, aos lesados por uma prática da administração pública, estes
podem recorrer a figura do provedor de justiça para efeitos de acompanhamento, nº 1 Artigo
175 LPA

__________________________________
1
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, Vol. II, Ed. Almedina, 1980, p.ª 1327.

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4. Conclusão

Como se sabe já, originariamente, o contencioso administrativo traduzia-se


exclusivamente na ideia de uma garantia dos particulares contra actos ilegais da
Administração ofensivos dos seus direitos e legítimos interesses. Contudo, essa ideia não
resiste à profunda alteração do modelo de organização administrativa, cada vez mais
complexo, decorrente quer da descentralização, quer da desconcentração, acabando por se
condensar no conceito de garantia, agora com um âmbito mais alargado, por nele se
integrar não só a garantia dos particulares como também a dos entes públicos e por
constituir esse conceito no seu núcleo fundamental.

Os instrumentos legais tais como o decreto 30/2001 de 15 de Outubro e a lei 14/2011 de 10


de Agosto, são o garante do particular para efeitos de impugnação dos actos que advenham
da Administração pública.

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5. Bibliografia

 Lei nº 14/2011 de 10 de Agosto- Lei do Procedimento Administrativo


 DECRETO 30/2001 de 15 de Outubro- Lei do procedimento da Administração
Pública e os particulares.
 Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, Vol. II, Ed. Almedina, 1980.

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