Psicologia Geral

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educaçao à Distância

As teorias motivacionais e suas influências no desenvolvimento cognitivo do aluno

Tomás Arnaldo Mina

Código: 708220993

Curso: Licenciatura Ensino de Física


Disciplina: Psicologia Geral
Ano de Frequência: 1ºAno
Turma: A
Tutor: Albertina Chiotana Pedro

Nampula, Novembro de 2022


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organizacionais  Discussão 0.5
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 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico 2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
I. Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 1
1.3. Metodologia ..................................................................................................................... 1
II. Enquadramento Teórico ..................................................................................................... 2
2.1. Conceito de motivação ..................................................................................................... 2
2.2. Teorias sobre a motivação ............................................................................................... 2
2.2.1. Perspectiva Behaviorista ............................................................................................... 2
2.2.1.1. Teorias hedonistas ...................................................................................................... 3
2.2.1.2. Teorias do impulso (drive) ou despertar do comportamento ..................................... 4
2.2.2. Perspectiva Cognitiva ................................................................................................... 5
2.2.2.1. Teoria da auto-determinação...................................................................................... 6
2.2.3. Perspectiva Humanista .................................................................................................. 6
2.2.3.1. Teoria da expectativa de valor ................................................................................... 7
2.3. O contributo da Motivaçao no desenvolvimento cognitivo do aluno .............................. 8
Referências bibliográficas ..................................................................................................... 10

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I. Introdução

O trabalho que nos é apresentado resulta das actividades de campo da cadeira de Psicologia
Geral, e é intitulada “As teorias motivacionais e suas influências no desenvolvimento
cognitivo do aluno”. Existem diferentes teorias da motivação, derivadas de quatro
movimentos principais: behaviorista, cognitivista, humanista e psicanalítico. O
desenvolvimento cognitivo do aluno podem ser influenciadas por mais de um desses
movimentos. O construto motivação abordado neste trabalho para o desenvolvimento
cognitivo do aluno pode ser entendido como determinantes ambientais, forças internas
(necessidades e desejos) e incentivos que movem o organismo a executar uma determinada
tarefa. A motivação vai além do comportamento e além dos fatos; compreende as
propriedades e características do comportamento de forma analítica sem levar este termo a
distorções de ordem, classificação e conceitos.

1.1. Objectivo Geral

 Analisar as teorias motivacionais e suas influências no desenvolvimento cognitivo do


aluno.

1.2. Objectivos Específicos

 Caracterizar cada uma das teorias motivacionais;


 Distinguir os aspectos marcantes de cada uma das teorias;
 Descrever as contribuições das teorias motivacionais para desenvolvimento cognitivo do
aluno.

1.3. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho usou-se a pesquisa bibliográfica, que segundo Lakatos
e Marconi (2003, p.192) “pesquisa bibliográfica é um apontamento geral sobre os principais
trabalhos já realizados, revistados de importância por serem capazes de fornecer dados actuais
e relevantes relacionados com o tema”. Portanto, este método constituiu na escolha selectiva
os artigos e autores que trata dos conteúdos acima citados nos objectivos.

O trabalho comporta a seguinte estrutura: Introdução que é a apresentação do trabalho, o


desenvolvimento que é a exposição e discussão das teorias o que faz a síntese geral do
trabalho trazendo as respectivas constatações. E finalmente as referencias bibliográficas.
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II. Enquadramento Teórico

2.1. Conceito de motivação

A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa deslocar-se, mover-se.
Motivação é a força, o impulso que nos move e direcciona o comportamento em busca da
satisfação de uma determinada necessidade (Lopes, 1980)

De um modo geral, motivação é tudo o que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma
ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento especifico, podendo este impulso ser
provocado por um estimulo externo. (Chiavenato, 1999)

Entendemos que seria pertinente descrever o conceito de motivação na perspectiva de vários


autores para que seja mais fácil a compreensão deste conceito no seu contexto profissional.

A noção de motivação, segundo Neves (1998) é um conceito essencial para que se


compreenda a acção humana, surgindo assim uma multiplicidade de teorias sobre a motivação
que procuram a razão ou razões que estão por detrás das acções individuais.

2.2. Teorias sobre a motivação

As principais teorias da motivação apresentam diferentes perspectivas das que se foram


construindo e aperfeiçoando ao longo dos tempos. Resumidamente explicitaremos cada uma
dessas perspectivas gerais.
 Perspectiva Behaviorista
 Perspectiva Cognitiva
 Perspectiva Humanista

2.2.1. Perspectiva Behaviorista

Este movimento que dominou a Psicologia por trinta anos nasceu quando John Watson, em
1912, começou a dar palestras, escrever e estudar sobre métodos, objetivos e comportamentos
observáveis. As premissas dos primeiros behavioristas de acordo Bergamini (1990) eram:

 Estudar os eventos ambientais (estímulos e respostas);


 Aprender pela experiência dos comportamentos observáveis;
 Usar a experimentação e a observação e não a introspecção;

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 Estudar os comportamentos dos animais (simples) e os comportamentos complexos
paralelamente, pois os organismos simples são de mais fácil entendimento;
 Utilizar a explicação, descrição, predição e controle.

Os behavioristas afirmam que os indivíduos buscam o prazer e afastam-se do sofrimento


dando ênfase à aprendizagem. O que motiva o comportamento são as consequências dos
efeitos produzidos pelo comportamento passado dos indivíduos.

Afirmam que a força que conduz o comportamento motivado está fora da pessoa, nascendo
de factores extrínsecos, existindo assim, uma ligação entre os estímulos externos e a resposta
comportamental.

Bergamini (1990) defende que:

A motivação passa a ser compreendida como um esquema de ligação,


estímulo-resposta (…) e que o homem pode ser colocado em movimento por
meio de uma sequencia de hábitos que são fruto de um condicionamento
imposto pelo poder das forças condicionantes do meio exterior (p.26).

2.2.1.1. Teorias hedonistas

Hedone vem do grego e significa prazer. Segundo teorias hedonistas o homem busca prazer
e evita dor e sofrimento. Os motivos, que são aprendidos, são causados pelos geradores de
prazer (atração) e pelos geradores de desprazer (afastamento) (Pena, 2001).

 John B Watson (1878-1958)

Tido por muitos como o pai do Behaviorismo, John Watson considerava os métodos
experimentais superiores aos introspectivos. Sob influência de Pavlov, via o comportamento
como respostas à estímulos, sendo observável e previsível. Com o curioso experimento do
bebê Albert, onde Watson induziu o medo de rato branco, tomou a ideia de que os motivos
são aprendidos. Os únicos traços herdados do comportamento são os reflexos. O resto é
influência do meio e adquirido por meio de aprendizagem.

Dê-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e meu próprio


mundo especificado para criá-los e eu vou garantir a tomar qualquer uma ao
acaso e treiná-lo para se transformar em qualquer tipo de especialista que eu
selecione – advogado, médico, , artista, comerciante-chefe, e, sim, mesmo
mendigo e ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações,
tendências, habilidades, vocações e raça de seus antepassados Bergamini
1990, p.44).

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2.2.1.2. Teorias do impulso (drive) ou despertar do comportamento

Para Robert S. Woodworth (1869-1962 cit. em Lopes, 1980, p.34) o motivo ou impulso é
“energia que impede o organismo à acção; tendências para alcançar ou evitar objetivos
determinados“. Dá importância às necessidades fisiológicas.

Assim, a redução do impulso é definida por operações como saciar a fome, satisfação sexual e
cessação da dor. E o despertar do comportamento é relativo ao sistema nervoso autônomo,
músculos e glândulas.

 Organismo: motivado pela necessidade de estabelecer/manter algum objetivo;


 Impulso (drive): condição interna que dirige o organismo para a satisfação de
necessidades;
 Necessidade: estado de desequilíbrio fisiológico que muitas vezes causa o despertar de
um motivo;
 Homeostase: estado relativamente constante de equilíbrio orgânico interno que permite
sobrevivência e funcionamento celular. Regular funções como comer, beber e dormir.

Para Clark Hull (1884-1952 cit. em Lopes, 1980) “todo comportamento é motivado por
impulsos de homeostase, direta ou indiretamente. As recompensas se baseiam na redução
desses impulsos” (p.35).

 B.F. Skinner (1904-1990)

Skinner é famoso pelo seu condicionamento operante. Para ele o indivíduo que experimenta o
sucesso após um comportamento tende a repetir esse comportamento visando novamente
obter sucesso. (comportamento recompensado tende a ser repetido). Em oposição, um
comportamento que leva ao insucesso ou fracasso tende a ser abandonado (comportamento
punido tende a ser extinto). Chega a parecer óbvio pelo conhecimento comum dos papéis
de reforço e punição na aprendizagem (Sapina, 2008).

Portanto, os Behavioristas vêm a motivação como combinação de motivos e reforços:

 Motivos: Fome, sede, desejo sexual;


 Reforços: Comida, bebida, sexo

Os motivos podem ser primários e secundários.


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 Primários: inatos e baseados em necessidades biológicas, necessários a sobrevivência
 Secundários: motivos aprendidos, ou necessidades aprendidas.

Conforme sua evolução, o behaviorismo ampliou suas concepções e ainda hoje psicólogos e
seguidores investigam estímulos, respostas observáveis e aprendizagem. (Davidoff, 2001).

O behaviorismo estuda fenômenos subjetivos que variam de pessoa para pessoa, como amor,
afeição, empatia, estresse e sexualidade. A característica principal desse movimento é o uso
de métodos relativamente objetivos, e quesitos precisos e claros na condução de pesquisas.
Sendo a motivação vista pelos autores behavioristas “como termo global e pouco científico
para designar a influência de uma variedade de estados fisiológicos sobre o comportamento”.
(Pena, 2001, p.3).

2.2.2. Perspectiva Cognitiva

Cognóscere vem do latim: conhecimento. A Perspectiva Cognitiva afirma o homem como um


ser racional, não sujeito à forças que não controla e que usa a própria razão na modificação do
mundo. Também fala sobre o papel da vontade no comportamento. Foca no pensamento,
coloca o ser humano como ativo e curioso, com planos, objetivos e expectativas (Pena, 2001).

Na década de 1970, os psicólogos rejeitaram parte da filosofia behaviorista. Eles


procuraram entender as particularidades da mente, “a cognição”. A atividade cognitiva é uma
união de habilidades práticas adquiridas com o tempo. Segundo Davidoff (2001, p.14), suas
principais premissas são:

 Os psicólogos devem concentrar-se em processos estruturais e funções mentais. É a


mente que dá ao comportamento seu caráter distintivamente humano;
 A psicologia deve ter como objetivo conhecimento e aplicações práticas. Por meio
de um maior entendimento sobre a memória, por exemplo, pode-se melhorar o
ensino;
 A auto-observação ou introspecção e os auto-relatos são úteis. Todavia há uma
tendência para métodos objetivos.

Os Cognitivistas ao contrário dos behavioristas acreditam que os indivíduos possuem valores,


opiniões e expectativas em relação ao mundo que os rodeia, baseando-se em representações
internas.
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Enquanto os behavioristas acreditam ser possível aprender a motivar os outros, por sua vez os
cognitivistas admitem que ninguém jamais pode motivar quem quer que seja, pois as acções
humanas são espontâneas e gratuitas. Esta última perspectiva é considerada a mais adequada
para a construção da psicologia como ciência e para clarificar os problemas do quotidiano.
(Jesus, 2000).

2.2.2.1. Teoria da auto-determinação

Deci (1975), esta teoria é fundamentada na escolha que o sujeito realiza de certas actividades
apenas pela satisfação que proporcionam, utilizando uma perspectiva cognitivista. (Jesus,
2000).

 Motivação intrínseca: Motivação interna causada pela natureza inerente de uma


atividade. Algo agradável ou satisfatório estimula o desejo, que provoca o
comportamento.
 Motivação extrínseca: Motivação externa à atividade e não-inerente. Desejo ou
impulso que dirige o comportamento visando obter reforço externo ou evitar
consequências indesejáveis.

2.2.3. Perspectiva Humanista

Segundo esse movimento, as pessoas vêm o mundo de sua própria e única perspectiva.
Abrahan Maslow foi o porta-voz líder da psicologia humanista. Estudou as características da
personalidade e satisfação pessoal.

Surge em alternativa ao ―materialismo behaviorista‖ e ao ―pessimismo freudiano‖


(Gauquelin, 1978/1984: 84, cit. Jesus, 2000).

Segundo Chiavenato (1994) Chiavenato (1999), as premissas dos humanistas são:

 Os humanistas ajudam as pessoas a entender o seu comportamento e a se desenvolver;


 Os psicólogos estudam o ser humano como um todo e suas motivações, aprendizagem e
percepção;
 Os problemas humanos são objetos de investigação, como por exemplo: objetivo de
vida, compromisso, satisfação e criatividade. Os humanistas enfatizam o individual,
o excepcional e o imprevisível;

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 Utilizam técnicas científicas objetivas e subjetivas, e usam vários instrumentos de
pesquisa, como a introspecção e análise de literatura.

Portanto, nesta teoria motivacionais humanistas, define-se como uma ― teoria positiva da
motivação humana, estudando apenas o que é humano, com uma vertente direccionada para o
rigor científico e considerando apenas uma amostra selectiva da população. Contudo o facto
de valorizar o estudo da espécie humana fornece um grande contributo à psicologia.

2.2.3.1. Teoria da expectativa de valor

A teoria da expectativa de valor coloca a motivação como função conjunta de valor e afirma
que pessoas tem expectativa na realização em relação ao que acreditam possível, ou seja,
somos dirigidos para alcançar objetivos que acreditamos que são alcançáveis por nós.

Os Modelos Expectativa-Valor consideram que o comportamento é orientado por metas que o


sujeito terá de alcançar através do seu comportamento, exigindo esforço, persistência e da
expectativa em relação ao comportamento (Jesus, 2000).

Segundo Sapina (2008), Quanto maior for a expectativa maior será o valor de incentivo para
alcançar essa meta, tendendo a existir uma maior motivação no empenhamento do
comportamento. A motivação é assim interpretada como uma fórmula matemática do produto
da expectativa pelo valor. (p.21)

Os maiores níveis de motivação implicam expectativas mais elevadas em relação ao sujeito,


levando-o a esforçar-se mais numa tarefa para a obtenção dos resultados esperados. Estes
resultados para (Sapina, 2008, p.21) podem ser de dois níveis:

 Primeiro nível - quando provêm directamente do esforço do sujeito;


 Segundo nível – quando dependem do primeiro nível, alcançando posteriormente
esses resultados.

Nos Modelos Expectativa-Valor atribui-se a mesma importância aos resultados intrínsecos


como aos resultados extrínsecos ao ser humano, porque os objectivos a alcançar são
concebidos pelo sujeito, assim como, o valor que lhe deseja atribuir (Jesus, 2000).

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2.3. O contributo da Motivaçao no desenvolvimento cognitivo do aluno

Nos contextos cognitivos do aluno, como aponta nas teorias motivacionais, a motivação
pode ser inferido por meio de comportamentos observáveis dos alunos, os quais incluem o
iniciar rapidamente uma tarefa e empenhar-se nela com esforço, persistência e
verbalizações.

Segundo Lopes, 1980a maioria dos psicólogos define motivação como um processo que
tenta explicar factores de activação, direcção e manutenção da conduta, face a um
objectivo desejado.

Para todos os inúmeros autores que hoje trabalham no contexto do paradigma


socioconstrutivista de Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo (e metacognitivo) está
intrinsecamente ligado ao desenvolvimento social e emocional, significando isso que
mudanças fundamentais no pensamento têm de ser acompanhadas por uma reorganização
dos objectivos, das atitudes e das formas de mediação (Vygotsky, 1998 cit. em Lopes,
1980).

Quando os alunos têm como objectivo pessoal o domínio dos conteúdos,


e não apenas a conclusão de tarefas ou o conseguir nota suficiente, irão
empenhar-se, investir tempo e energia psíquica em determinadas
actividades mentais. Esta postura activa do aluno deve ser reforçada pelo
professor, nomeadamente com o uso de estratégias cognitivas e
metacognitivas, que incluem desde métodos que levem à compreensão de
um texto, como fazer resumos, esquemas ou levantar questões, até à
gestão do tempo disponível para o estudo (Boruchovitch, 1999, p.33).

Assim, a importância de fazer interagir as dimensões cognitiva e afectiva na aquisição de


conhecimentos será mais pertinente na modificação de atitudes e valores do que
propriamente na obtenção de melhores resultados. A modificação de atitudes e valores
favorece, no entanto, por si só melhores conhecimentos.

É nesse sentido que Davidoff (2001) afirma não ser possível ensinar a pensar adequadamente,
se não se trabalhar a motivação e vice-versa. Para ele, querer e saber pensar são condições
pessoais que permitem a aquisição e aplicação de conhecimentos quando necessário.

No entender de Boruchovitch (2009) a motivação, em concreto, não é somente uma


característica própria do aluno, mas também mediada pelo professor, pela ambiente de sala de
aula e pela cultura da escola. Na opinião da autora, das distintas formas de promover a
motivação, a principal é que o próprio professor seja um modelo de pessoa motivada.

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Considerações finais

Depois de buscas e posterior elaboração deste trabalho de campo, ao diferenciarem-se as três


teorias motivacionais Behaviorista, cognitiva e humanista, foi evidente que Existem diferentes
teorias da motivação, derivadas de quatro movimentos principais: behaviorista, cognitivista,
humanista e psicanalítico. O construto motivação pode ser entendido como determinantes
ambientais, forças internas (necessidades e desejos) e incentivos que movem o organismo a
executar uma determinada tarefa. A motivação vai além do comportamento e além dos fatos;
compreende as propriedades e características do comportamento de forma analítica sem levar
este termo a distorções de ordem, classificação e conceitos.

Pode-se afirmar ainda, diante do exposto no trabalho, o denvolvimento dos alunos nas
disciplinas curriculares parece variar em função de diversos factores, individuais e de
contexto, ligados à motivação. As actuais teorias cognitivas da motivação consideram que
algumas alternativas para conseguir o envolvimento dos estudantes são representadas pela
motivação intrínseca e pelas formas de auto-regulação da motivação extrínseca.

Assim, os cognitivistas ao contrário dos behavioristas acreditam que os indivíduos possuem


valores, opiniões e expectativas em relação ao mundo que os rodeia, baseando-se em
representações internas.

Enquanto os behavioristas acreditam ser possível aprender a motivar os outros, por sua vez os
cognitivistas admitem que ninguém jamais pode motivar quem quer que seja, pois as acções
humanas são espontâneas e gratuitas. Esta última perspectiva é considerada a mais adequada
para a construção da psicologia como ciência e para clarificar os problemas do quotidiano.

Por fim pode-se concluir que, teoria motivacional humanistas, as pessoas vêm o mundo de sua
própria e única perspectiva. Abrahan Maslow foi o porta-voz líder da psicologia humanista.
Estudou as características da personalidade e satisfação pessoal. Também define-se como uma
― teoria positiva da motivação humana, estudando apenas o que é humano, com uma vertente
direccionada para o rigor científico e considerando apenas uma amostra selectiva da
população. Contudo o facto de valorizar o estudo da espécie humana fornece um grande
contributo à psicologia.

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Referências bibliográficas

Bergamini, C. W. (1990). Psicologia aplicada à administração de


empresas: psicologia do comportamento organizacional. 3. ed. São Paulo: Atlas.

Boruchovitch, E. (1999). Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar: Considerações


para a prática educacional. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12 (2), p.361- 367.

_______________ (2009). A motivação do aluno (4.ª ed.). Rio de Janeiro: Editora Vozes.

Chiavenato, I. (1994). Administração de empresas: uma abordagem contingencial. (3ª


ed.). São Paulo: Makron Books

_______________ (1999). Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus

Davidoff, Linda L. (2001). Introdução a Psicologia. (3ª ed.). São Paulo: Makron Books

Sapina, C. S. P. (2008). Contributos da formação continua para a motivação docente. Lisboa:


Universidade de Lisboa

Jesus, S. N. (2000). Motivação e Formação de Professores. Coimbra: Quarteto Editora

Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica. (5ª ed.).


São Paulo: Atlas.

Lopes, T. (1980). Motivação no trabalho. Rio de Janeiro: FGV.

Neves, A. L. (1998). Motivação para o trabalho. Lisboa: Editora RH.

Penna, A. G. (2001). Introdução a Motivação e a Emoção. Rio de Janeiro: Imago

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